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REAVIVANDO A CHAMA PENTECOSTES ACONTECE AQUI!
Uma afirmação que gera em nós uma importante reflexão. Irmão e irmã, Pentecostes acontece aí?
Na rica linguagem bíblica, na encantadora Tradição da Igreja, nos preciosos Documentos, nas lindas orações e nas inspiradas canções, Pentecostes nos é contado, recordado e preservado. Mas e aí, na sua vida, no seu grupo de oração, na sua comunidade, na sua instância, na sua realidade, Pentecostes acontece?
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A Promessa é para todos, não apenas a todos os que ouvirem de longe o apelo do Senhor, mas também para todos os dias de nossa vida.
“Pentecostes” (quinquagésimo dia, em grego) teve início quando o povo de Israel estava prestes a sair do Egito. Na noite de sua partida, Deus orientou que celebrassem o “Pessach”, Páscoa (passagem em hebraico), marcando suas portas com o sangue do cordeiro. Assim o anjo “passaria” e pouparia os filhos primogênitos dos hebreus. Essa foi a primeira Páscoa dos filhos de Israel. Deus ordenou que essa festa se repetisse anualmente relembrando a saída e libertação de Israel escravidão no Egito.
Cinquenta dias depois do “Pessach”, do êxodo, os israelitas chegaram ao monte Sinai. Ali, Deus lhes deu a lei, escrita com seu próprio dedo nas tábuas de pedra e ordenou que observassem os seus mandamentos e comemorassem aquele dia também anualmente. Esse foi o primeiro Pentecostes e deveria ser lembrado como o dia da promulgação da Lei de Deus.
A Páscoa cristã nasceu com a ressurreição de Cristo, o Cordeiro de Deus, que nos liberta da escravidão do pecado. Cinquenta dias depois, aconteceu o dia de Pentecostes, o Espírito Santo veio, de acordo com a promessa de Cristo, e deu-nos uma nova lei. Não mais escrita em tábuas de pedras, mas escrita com seu dedo de fogo em corações humanos. Pentecostes é hoje. Pentecostes acontece aqui.
Na homilia na Praça de São Pedro, em 29 de maio de 2004, na véspera de Pentecostes, o Papa São João Paulo II fez esta sua última exortação oficial sobre a espiritualidade de Pentecostes: “Eu desejo que a espiritualidade de Pentecostes se espelhe na Igreja como uma renovada esperança na oração, na santidade, na comunhão e na proclamação.”2
A Igreja nasceu na força do Espírito Santo. O Espírito Santo foi o único agente motivador da Igreja primitiva: “E o Senhor a cada dia lhes ajuntava outros que estavam a caminho da salvação” (At 2,47).
O advento da RCC pretendia estimular e revitalizar a obra do Espírito Santo e seus carismas na Igreja. A pergunta é: a RCC está, ela mesma, plenamente animada pelo poder do Espírito Santo derramado por meio do novo Pentecostes? Até que ponto ela ajudou a cumprir a vida e a missão da Igreja no poder do Espírito Santo? Precisamos de um novo Pentecostes para cumprir essa missão?
O Papa São João Paulo II falou ao Conselho e Comitê da Equipe de Serviço Nacional do movimento italiano Renovamento nello Spirito (Renovação no Espírito) em Roma, 14 de março de 2002:
Nosso tempo tem fome de esperança, façam com que o Espírito Santo seja conhecido e amado. Ajudem a reviver aquela ‘cultura de Pentecostes’, pois só isso pode tornar frutífera a civilização do amor e a coexistência amigável entre os povos. Com insistente fervor, nunca se cansem de rezar ‘Vinde, Espírito Santo! Vinde! Vinde!’3
Como bem colocou Matteo Calisi, presidente da então Fraternidade Católica, a Renovação Católica é um “choque espiritual” para a Igreja.’’4 Ela não deve ser outra instituição, mas, como disse certa vez o cardeal Suenens, ela deve transmitir um impulso, uma corrente de graça”, e depois, se for necessário, desaparecer, como uma descarga elétrica que cumpre o seu papel!5 Somente um novo Pentecostes para a Igreja de hoje poderá produzir resultados idênticos aos produzidos pelo primeiro Pentecostes há 2 mil anos. Ele deve transformar os grupos eclesiais existentes, tais como conselhos paroquiais, pequenas comunidades cristãs, outras associações, e fortalecê-las na sua fé.
Vamos rezar e procurar insistentemente restaurar a Igreja no seu caráter original de ser carismática. Com nossa fé expectante, vamos olhar para cima e ver um novo céu e uma nova Terra (cf. Ap 21,1) que o Espírito de Deus já está criando! Vamos remar nossos barcos da praia para águas mais profundas para uma grande pescaria!
A Igreja precisa do Pentecostes Perene. Desde o primeiro Pentecostes, quando a Igreja nasceu, o Espírito Santo está continuamente a trabalhar. O Papa São João Paulo II relembrou aos participantes da Sexta Conferência Internacional de Líderes, em maio de 1987, que “a história da Igreja é ao mesmo tempo a história de 2 mil anos de ação do Espírito Santo”6. E a Igreja nunca deixa de nos surpreender com algo novo.
O Papa Paulo VI clamou por um Pentecostes eterno, cerca de cinco anos antes do início do Movimento Pentecostal Católico. Durante a Audiência Geral de 29 de novembro de 1972, o papa disse: “Mais de uma vez nós já nos perguntamos quais seriam as necessidades mais importantes da Igreja [...] qual é a necessidade primeira e mais essencial da nossa amada e santa Igreja? Devemos dizer isso com um santo temor, porque, como sabemos, isso se refere ao mistério da Igreja, à sua vida: essa necessidade é o Espírito […] a Igreja precisa do seu Pentecostes eterno; ela precisa de fogo em seu coração, palavras em seus lábios e uma visão profética”.7 O Papa Paulo VI fez ainda outra exortação em um artigo: “Mais do que nunca, a Igreja e o mundo precisam do milagre de Pentecostes para darem continui-
dade à história”8
Voltemos à Sala Superior! O poderoso derramamento do Espírito Santo no século 20 foi o resultado de uma renovada devoção ao Espírito Santo, que foi introduzida na Igreja a partir do final do século 19. Na Carta Apostólica Provida Matris Caritate, em 1895, e na Carta Encíclica sobre o Espírito Santo Divinum Ilud Munus, em 1897, o Papa Leão XIII exortou os fiéis a celebrarem a Novena Solene ao Espírito Santo todos os anos entre as Festas da Ascensão e de Pentecostes. No final do século 19, a Beata Elena Guerra, fundadora das Irmãs Oblatas do Espírito Santo em Lucca, Itália, clamou à Igreja para continuamente voltar-se ao Cenáculo, à Sala Superior:
O Pentecostes não acabou. Na verdade ele está continuamente acontecendo a todo o tempo e em todos os lugares, porque o Espírito Santo deseja dar-se a todos os homens, e todos os que o quiserem poderão sempre recebê-lo, de modo que não precisamos invejar os Apóstolos e os fiéis primitivos; precisamos apenas, como eles, nos dispor a bem recebê-lo, e ele virá a nós, da mesma forma que veio a eles.
O Pentecostes que aconteceu 2 mil anos atrás não foi um derramamento “total e final” do Espírito Santo. No próprio século 20, houve três grandes derramamentos diferentes do Espírito Santo entre os cristãos, cada um de modo mais poderoso que o anterior, portanto o Pentecostes é uma experiência em andamento, e devemos começar a rezar com fervor e olhar sempre para a frente com fé expectante por um novo Pentecostes!
Somos renovados quando nos abrimos a Deus e aceitamos o que Ele nos oferece, a plenitude do Seu
Espírito Santo. Não há outro caminho. Esta obra é de Deus, não nossa, e cabe a ele controlar e dirigir.
A Igreja é uma noiva e mostra ao mundo que seu esposo está vivo ao viver pelo poder dele e receber vida dele. Em nossos dias, existe o perigo de que a Igreja se pareça mais com uma viúva, sozinha e sem recursos, exceto aqueles possuídos por qualquer organização humana.9
“Aguenta firme, meu filho, minha filha”, quantas vezes ouvimos isso do Mons. Jonas Abib! Mas é o próprio Senhor quem está nos dizendo para aguentarmos as provas na graça e na visão de que esse Poderoso Pentecostes virá e não tardará. Paguemos o preço, busquemos de todo o coração a santa vontade de Deus e vivamos na moção do Espírito Santo. Não fomos levantados por Deus para agradar aos homens, mas para sermos agradáveis a Deus. Não fomos levantados para gerar divisão, mas comunhão, não podemos apagar a chama que ainda fumega, mas trabalhar para que ela se torne uma grande labareda de fogo, gerada a partir da nossa decisão por viver o propósito numa profunda atitude de humildade.
Em muitos momentos, precisaremos reconhecer que erramos, teremos que pedir perdão, será preciso submetermo-nos à direção do Senhor e às orientações daqueles que Ele nos enviar e, se for preciso recomeçar, recomeçaremos, afinal, somos a Renovação. Tudo isso porque aquele que é tocado verdadeiramente pelo Espírito de Deus busca o caminho da santidade, luta por viver virtuosamente e por fazer a vontade do Senhor, e não a própria vontade.
Pentecostes é uma ação do Espírito para reavívar a fé, a esperança, o amor no coração dos cristãos.
Pentecostes nos leva aos perdidos. É na casa de Deus que, em primeiro lugar, ele se manifesta. Assim, a Igreja renovada pelo Espírito chega aos perdidos com muito poder e eficácia, levando-O aos doentes e salvação aos que vivem imersos no pecado. Pentecostes torna-se um instrumento para que recuperemos a visão e, decididamente, abandonemos o pecado; para que saiamos da mornidão e, então, retomemos a radicalidade. O Senhor está nos chamando a sermos rosto e sinal de Pentecostes onde estivermos: no nosso grupo de oração, na nossa comunidade, na nossa paróquia e onde o Espírito do Senhor nos levar.
Quanto ao que está acontecendo agora, dou-vos um conselho: não vos preocupeis com estes homens e deixai-os ir embora. Porque, se este projeto ou esta atividade é de origem humana, será destruída. Mas se vem de Deus, não conseguireis destruí-los. Não aconteça que vos encontreis combatendo contra Deus. (At 5,38-39)
Foi este o conselho que o grande mestre Gamaliel deu ao Sinédrio em relação ao cristianismo nascente. Diante de tal alerta, constate o que Deus fez por meio daqueles homens e mulheres cheios do Espírito Santo: eles conseguiram alcançar a face da Terra com a pregação do Evangelho e o testemunho de Jesus Cristo; eles transbordavam do poder de Deus, eram carismáticos natos, perseveraram na fé e na identidade. Nesse sentido, nossa caminhada ainda é pequena, estamos continuando a missão dos cristãos da Igreja primitiva, levando a Palavra do Senhor e o poder do Espírito de Deus a tantos quantos o Senhor Deus nos enviar. Ninguém pode tocar ou destruir aquilo que foi gerado no coração de Deus, somente o pecado, os escândalos e o abandono da identidade poderão nos desviar deste lindo propósito de Deus que é a RCC. Portanto, precisamos permanecer fiéis até o fim, “fiéis até a morte” (Ap 2,10).
Pentecostes é uma verdadeira capacitação para a autenticidade cristã. Quando contemplamos o que aconteceu depois de Pentecostes, constatamos que a experiência vivida pelos apóstolos não foi simplesmente manifestação de carismas, eles são ferramentas para a evangelização. Pentecostes não é somente júbilo, gritos e barulhos; Pentecostes são cadeias, perseguições, dores sofrimento, consagração, disposição de pagar o preço, de morrer pela causa do Reino, cruz, martírio. Na verdade, Pentecostes é capacitação para vivermos a autenticidade cristã que culmina no ápice do testemunho: o martírio. Até receberem o Espírito Santo, os apóstolos ficavam trancados por medo dos judeus e dos pagãos. Depois do derramamento do Espírito, no dia de Pentecostes, foram capacitados a pagar o preço do Evangelho, da vida no Espírito, vivendo perseguições, pressões e a morte por causa de Jesus Cristo e da propagação do Reino de Deus.
Não podemos fazer alianças com o mundo, com o espírito do tempo em que vivemos, com as ideologias, não deve haver no meio de nós possibilidade de retrocesso, não podemos ceder o tempo que é de Deus, deixar de acreditar no propósito dele em relação ao Pentecostes que acontece aqui. A experiência com o Espírito Santo nos traz “parresia” e somos encorajados a permanecer fiéis; somos libertados do medo de perder a reputação, de ser perseguidos, pois os homens carnais nunca entenderão o que é do Espírito e perseguirão os que se abandonarem totalmente à vontade de Deus; nos tornaremos capazes do sacrifício da própria vida, da vontade pessoal, assumindo sem