Realgem's na Revista EmbalagemMarca

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Ano XVI • Nº 196 • Dezembro 2015 • R$ 15,00

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Diretor da Realgem’s, líder em cosméticos para hotelaria, fala do papel da apresentação em nova divisão de artigos de luxo

Os destaques do salão italiano que é referência mundial em tecnologias para produzir e acondicionar vinhos

Atraso às ideias Embalagem é motivo de problemas para diversas startups e pequenas empresas. Que fazer?

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entrevista

O luxo não é imune à crise, mas

Beleza cinco estrelas

sofre menos do que outros negócios. Segundo a Euromonitor, as vendas de produtos e serviços de alto requinte no Brasil não crescerão na casa dos 8% como nos últimos anos, mas ainda assim deverão registrar avanço de 4% em 2015. Essa resistência é um dos motivos que levaram a Realgem’s, empresa que afirma ser líder na fabricação de artigos de cuidados pessoais para hotelaria (amenities), a iniciar uma operação dedicada a itens de alta sofisticação. Nesta entrevista, Mauro Carvalho, diretor comercial da companhia, enumera outras razões de fundo para o investimento. Fala, especialmente, de como as embalagens personificarão os novos produtos. A Realgem’s acaba de lançar a Realgem’s Amenities Luxury Brands (RA), operação dedicada ao segmento de luxo. Não é um investimento incoerente frente à crise da economia brasileira? O mercado de luxo não é tão afetado pela crise. Ele não está totalmente imune à situação, que é grave, mas não é prejudicado como outros setores. Tudo indica que teremos pelo menos mais um ano complicado, porém os amenities de luxo não têm um propósito imediatista. É um investimento de longo prazo. Se pararmos para analisar, nosso país sempre viveu de altos e baixos. A economia é cíclica. Uma hora vai melhorar. Além disso, a divisão de luxo tem outra função. Ela abre a

Referência em cosméticos para hotelaria, empresa paranaense lança operação de luxo. Para Mauro Carvalho, diretor comercial da Realgem’s, crise não prejudica a aposta, em que a embalagem será componente fundamental Uma das novas coleções com apelo de luxo. Catálogo já conta com oito linhas

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perspectiva da ampliação de negócios no mercado externo. Já estamos no Paraguai, no Uruguai, em Angola. Queremos nos internacionalizar cada vez mais. Quantos produtos já foram lançados com a nova marca? Até agora foram oito linhas lançadas nesse novo catálogo. São coleções de produtos com marcas de nosso controle, como a Florence. É importante esclarecer que os produtos da operação de luxo poderão exibir marcas de clientes do mercado hoteleiro, como sempre fizemos com nossos produtos tradicionais. Qualquer hotel cinco estrelas, de primeira linha, poderá ter amenities de luxo com sua marca. Já existem negociações em andamento para isso. A embalagem terá papel importante nessa nova atividade? Haverá diferenças em relação às apresentações dos demais produtos da empresa? Desde os planos iniciais nós sabíamos que deveríamos ser extremamente cuidadosos com a apresentação. A embalagem é um fator fundamental em cosméticos. Ela sempre contribui significativamente para a percepção da qualidade dos produtos. Teremos frascos com formatos diferenciados, com tampas também diferenciadas, feitas de alumínio ou com metalização. A ideia é que a impressão seja requintada, que haja muito uso de hot stamping e que ampliemos o uso de acabamentos

Desde os planos iniciais nós sabíamos que deveríamos ser extremamente cuidadosos com a apresentação. A embalagem é um fator fundamental em cosméticos. Ela sempre contribui significativamente para a percepção da qualidade dos produtos


superficiais especiais, como texturas acetinadas. Cogitamos, também, o uso de cores especiais em bisnagas. Haverá, enfim, uma série de atrativos. Todos os detalhes serão vitais para termos produtos distintivos. A Realgem’s produz amenities para marcas de terceiros no mercado de cosméticos, inclusive para grifes consagradas. Esse negócio não pode ser prejudicado pelo advento de assinaturas próprias no segmento de luxo? Não. Valorizamos as parcerias e acreditamos que existe espaço para tudo e para todos no mercado de amenities. Já colocamos nos hotéis, entre outras, as marcas Nativa Spa, do Grupo Boticário, OX (Flora) e Alexandre Herchco-

Produção para O Boticário mostra duas tendências em amenities: frascos de PET e uso de bisnagas (abaixo)

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A bisnaga é uma tendência, um tipo de embalagem que o mercado vem assimilando muito bem. A tampa fliptop também está em alta, é algo que o mercado pede. Transparência é um atributo mais e mais importante

vitch, que foi a primeira coleção de amenities assinada por um estilista na América Latina. Acabamos de fechar acordos com marcas internacionais, que estamos trazendo agora para o mercado brasileiro de hotelaria. Uma delas é a Rituals, grife holandesa que já possui algumas lojas em São Paulo.

Qual é o impulso inicial para a produção para terceiros? A empresa procura as parcerias ou é procurada? Na maioria das vezes somos procurados. Felizmente, tornamo-nos referência em nosso mercado e solidificamos uma boa reputação, graças a muito trabalho. Isso explica, entre outras coisas, o fato de a La Bottega dell’Albergo, empresa italiana famosa por seus amenities, ter nos escolhido como sócios para seu ingresso no Brasil. Através dessa parceria nós já lançamos produtos de marcas como Etro, Mailin + Goetz e C.O. Bigelow, conceituadas na Europa e nos Estados Unidos. Esses produtos já estão em alguns hotéis nacionais. A Realgem’s produz as próprias embalagens? Sopramos e injetamos frascos. Temos, hoje, uma operação de produção de embalagens que supre cerca de 40% de nossas necessidades. Investimos nessa área por questões de oportunidade, não por alguma insatisfação com o mercado fornecedor. Não temos pretensão de sermos melhores do que nossos fornecedores parceiros. Cada um sabe melhor de sua vocação. Como estão estruturados os parques de produção de embalagens e de envase da empresa? Como eu disse, possuímos uma pequena indústria plástica, com equipamentos para sopro e injeção de componentes. Temos, ainda, recursos para decoração e um parque de impressão flexográfica UV, para processamento de rótulos e embalagens flexíveis. Na parte de envase, temos seis linhas semiautomáticas e uma linha automática. Um caso que nos orgulha é o


Fonte: Realgem’s | novembro 2015

fato de termos sido pioneiros no uso de embalagens de PET, por volta de oito anos atrás. Antigamente, predominavam no nosso setor os frascos de PVC e de polietileno. Hoje, a maioria de nossas embalagens transparentes é feita de PET. A Realgem’s possui um departamento de desenvolvimento de embalagens? Sim. Essa atividade foi iniciada há cerca de quinze anos. Hoje, conta com seis profissionais que sugerem formatos e desenvolvem layouts para nossas embalagens. Temos muitas patentes, muitos desenhos industriais registrados no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Não é frequente, mas também utilizamos agências para a concepção de embalagens. Que tendências o senhor observa para a apresentação de amenities? Que características as embalagens devem exibir para agradar aos hóspedes dos estabelecimentos? A bisnaga é uma tendência, um tipo de embalagem que o mercado vem assimilando muito bem. A tampa flip-top também está em alta, é algo que o mercado pede. Transparência é um atributo mais e mais importante. Repito: embalagem é fundamental para uma boa avaliação dos itens de personal care oferecidos por hotéis. Há quem veja o negócio de amenities como a

Números da Realgem’s 26 anos de atividades 1 fábrica, situada em Colombo (PR) 3 000 SKUs, em média, processados por mês 50 milhões de unidades produzidas por ano 3 000 marcas, em média, atendidas regularmente colocação de produtos de cuidados pessoais em pequenas embalagens. Essencialmente a atividade é essa, mas nem todo player do setor costuma se preocupar com qualidade da apresentação, com funcionalidade, com satisfação do hóspede consumidor. Não são raros relatos de amenities com fórmulas de baixa qualidade, “ralas”... A percepção procede, e é principalmente feminina. O homem não exige tanto, não se preocupa muito com o xampu ou com o sabonete oferecido pelo hotel, mas a mulher, sim. Muitos fabricantes de amenities utilizam fórmulas básicas. Nosso negócio abriga muitas empresas pequenas, regionais, que trabalham com fórmulas mais econômicas. Mas as grandes indústrias têm produtos muito bons, no nível dos melhores cosméticos do varejo. Já existem amenities para

atender aos mais variados requisitos do consumidor, a cada tipo de cabelo, o que é um avanço prodigioso. Devido ao câmbio alto, há a expectativa de que o turismo interno seja beneficiado. Isso já se reflete positivamente nos negócios da Realgem’s? Observamos dois movimentos no mercado de hotelaria. Os hotéis de cidades grandes, de business, com problemas sérios de custos e de redução das taxas de ocupação. Já os hotéis de destinos turísticos, na praia, na serra, os resorts, com taxas de ocupação altíssimas. Com a desvalorização do real, existe a perspectiva de mais estrangeiros visitando o País. A Copa, apesar do fiasco em campo, fez mais pessoas conhecerem o Brasil. Ano que vem teremos Olimpíadas. É provável que tudo isso dê retorno.

Parceria com Alexandre Herchcovitch rendeu primeira linha de amenities do País associada a um estilista

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