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ARTIGOS
ARTIGO
NÉSIO FERNANDES
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SECRETÁRIO DE ESTADO DA SAÚDE
Saúde pública como prioridade
PARA CONQUISTAR MAIS RESULTADOS
Não há dúvidas de que o Sistema Único de Saúde (SUS) representa uma das principais conquistas garantidas na Constituição de 1988 e nas demais leis e normas que o regulamentam.
Em mais de 30 anos de SUS, conquistamos importantes marcas, como a redução da mortalidade materna e infantil, o aumento da expectativa de vida e a mudança do padrão de mortalidade, no qual antes predominavam doenças infectocontagiosas, que já corresponderam a cerca de 46% das mortes em capitais brasileiras.
Além de importantes avanços nos indicadores de morbimortalidade, temos um sistema que reúne grandes instituições de assistência, ensino, pesquisa, inovação e outras, que fazem parte da cadeia produtiva de hemoderivados, equipamentos, materiais e medicamentos.
A recente pandemia da Covid-19 desafiou todos os sistemas políticos e também os sistemas de saúde. Não obstante as complexidades próprias da rápida circulação de um novo vírus mortal, o cenário brasileiro foi caracterizado pela polarização política e ideológica, que imprimiu desafios ainda maiores aos gestores do SUS.
Mas o SUS resistiu, e a experiência capixaba apresentou características de civilidade. Apostando no fortalecimento da rede assistencial, na vacinação em massa, nas máscaras, em plena transparência de dados e em contato direto com as instituições e a sociedade, conquistamos um novo momento no controle da pandemia e com as instituições capixabas mais fortalecidas.
A relação entre o poder executivo estadual, os municípios, os demais poderes e as instituições privadas no estado alcançou alto grau de maturidade e um grande consenso foi estabelecido: a saúde pública precisa estar no centro de prioridades.
O SUS conquistou um momento de oportunidade, um ponto confortável e comum entre todos os campos políticos e sociais. A opção pelo SUS foi caracterizada por decisões estruturantes em todos os níveis de atenção e de modernização dos modelos de gestão.
Pela primeira vez, ultrapassamos a média de cobertura nacional da Estratégia da Saúde da Família (ESF) e saímos da quarta pior cobertura de ESF (57,61%), em dezembro de 2018, tendo 704 equipes, para mais de 1.030 equipes credenciadas pelo Ministério da Saúde, em agosto de 2022, ultrapassando 85% de cobertura.
Antes, 22% dos municípios tinham base do Samu 192 implantadas, em 2018, e agora alcançamos 100% de cobertura e bases implantadas em todos os municípios capixabas.
Nossa rede hospitalar duplicou de tamanho em leitos de UTI, saindo de pouco mais de 600 para 1.248 leitos atuais. Além disso, modernizamos o marco legal do modelo das organizações sociais de saúde, trazendo maior segurança jurídica a ele. Atualizamos ainda o modelo de contratualização com a rede filantrópica para um modelo baseado em desempenho e com plena padronização dos valores pagos aos hospitais.
Criamos a Fundação de Inovação em Saúde, que já apresenta grandes resultados em termos de desempenho e redução de custos das unidades que administra.
A média complexidade passa por um profundo processo de microrregionalização de 21 especialidades médicas e de regionalização das demais por meio do cofinanciamento estadual, do apoio técnico e da reorganização da grade hospitalar.
Apostar na saúde pública traz resultados. Nos desafiamos a seguir buscando mais resultados para a população. Viva o SUS!
LEONARDO LESSA
CIRURGIÃO VASCULAR E PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO ESPÍRITO SANTO (AMES)
ARTIGO
MEDICINA TECNOLÓGICA e humanizada
Atransformação digital do planeta e o uso da tecnologia cada vez mais intrincado em nosso cotidiano impactam todas as áreas dos saberes e práticas humanos. A medicina, assim como todos os aspectos da vida em sociedade, é diretamente influenciada por esses fatores. Os avanços tecnológicos, principalmente aqueles dos últimos anos, impulsionaram a prática e a pesquisa médica a patamares inéditos na história.
Com a Covid-19, uma dessas tecnologias tornou-se bastante conhecida: a telemedicina. Reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina de maneira excepcional em razão da pandemia, ela permitiu o diagnóstico, a prevenção, o tratamento e o monitoramento de doenças a distância. A telemedicina representou a possibilidade de superar barreiras geográficas para o atendimento, além de reduzir custos e agilizar processos.
Outra ferramenta tecnológica que permitiu a automação dos processos é o prontuário eletrônico. Com ele, é possível integrar em um só lugar os dados clínicos e cadastrais do paciente, além de permitir que essas informações sejam compartilhadas com toda a equipe médica, sem o risco de serem perdidas ou mal interpretadas. O prontuário eletrônico proporciona maior produtividade e ajuda na composição de diagnósticos mais precisos.
As cirurgias robóticas assistidas já são uma realidade. Processos menos invasivos e mais seguros podem ser realizados, sempre com a supervisão de um cirurgião, uma vez que é ele quem toma as decisões acerca da saúde do paciente. Os braços mecânicos dos “robôs cirurgiões” permitem o acesso a áreas mais delicadas do corpo com ótima assertividade.
Ainda sobre inovações tecnológicas, muito se fala sobre a nanomedicina. Nesse caso, pode-se pensar no uso de nanopartículas, nanorobôs e outras ferramentas invisíveis a olho nu que auxiliam no diagnóstico e na produção de medicamentos, por exemplo. E a nanomedicina não é algo para um futuro distante: diversos equipamentos médicos já utilizam essa tecnologia, como implantes, cateteres, marca-passo, válvulas cardíacas e muitos outros.
Esses são alguns representantes dos avanços tecnológicos da medicina atual. O futuro caminha para o uso da inteligência artificial, da internet das coisas, da engenharia genética, da impressão de órgãos 3D… O céu é o limite. Conquistas tecnológicas e medicina sempre andaram lado a lado.
A cada ano, década, século, importantes descobertas são feitas. Porém uma única característica se manteve ao longo dos anos: o atendimento humanizado. Somente com a expertise médica é que todas essas inovações podem ser postas em prática. Mais do que nunca será necessário que os profissionais estejam capacitados para oferecer o melhor atendimento em uma sociedade cada vez mais tecnológica.