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MATEMÁTICA

A maior parte das emissões de GEEs no Brasil é decorrente direta ou indiretamente de atividades agropecuárias e do desmatamento. Esse dado traz uma informação essencial quanto à forma predominante de geração de GEEs no país, principalmente aos habitantes da cidade de São Paulo, acostumados a um espaço urbanizado e industrializado e a uma enorme frota de veículos. Se compararmos apenas a cidade de São Paulo e suas emissões, esse panorama mudaria? Em caso positivo, as atividades econômicas mais relevantes na emissão de GEEs poderiam ser comparadas às de países industrializados? Essa comparação pode ser feita com informações compartilhadas na plataforma Seeg-Eco, que traz dados referentes ao município de São Paulo.

As possibilidades de qualificação e quantificação por meios matemáticos ampliam os horizontes do entendimento sobre o tema para professores e alunos, permitindo a construção, cada vez maior, de um significado para sua utilidade na compreensão de temas atuais e cotidianos.

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Outra informação complementar importante para essa discussão vem dos dados divulgados pelo Instituto Humanitas Unisinos (IHU, 2018), que apontam que o Brasil emitia 46,9 milhões de toneladas de CO2 em 1960 (representando 0,5% do total mundial) e passou a emitir 487,4 milhões de toneladas em 2016 (1,3%). O aumento foi de 10,4 vezes em 56 anos. Assim como o Brasil, proporcionalmente, outros países emergentes tiveram um acréscimo considerável de emissões de GEEs nas últimas décadas, ainda que os três maiores geradores continuem sendo China, Estados Unidos e Índia.

Observar a evolução do gráfico de emissões e quantificar a cada intervalo de tempo (décadas, por exemplo) permite o entendimento da evolução dos padrões de contribuição para o efeito estufa de diferentes nações e do Brasil.

QUANTIFICAR OS GASES SOB

A ÓTICA DA MATEMÁTICA PERMITE

ALIMENTAR TRABALHOS NAS ÁREAS DE CIÊNCIAS (BIOLOGIA, FÍSICA E QUÍMICA),

ASSIM COMO DISCUSSÕES DAS ÁREAS DE GEOGRAFIA E HISTÓRIA. ALÉM DISSO, AJUDAM A COMPOR OS CONTEÚDOS QUE

SÃO APRESENTADOS EM FÓRUNS, PAINÉIS

E DEMAIS ATIVIDADES PLANEJADAS

MULTIDISCIPLINARMENTE.

LIXO NO MAR: QUANTIFICANDO O TAMANHO DO PROBLEMA

A atividade proposta se inicia com o vídeo “Mancha de lixo do Pacífico é 16 vezes maior que o esperado – 80 mil toneladas flutuam na maior concentração de plástico no mar do planeta”, disponível no site do Recicla Sampa. Qual a estimativa atual da quantidade de lixo nos oceanos? Quais países são os maiores responsáveis por esse resíduo?

O RECICLA SAMPA OFERECE UMA SÉRIE DE CONTEÚDOS

QUE PODEM SER

UTILIZADOS

PARA PROMOVER A REFLEXÃO

SOBRE O LIXO NOS OCEANOS

QUATRO ITENS PLÁSTICOS SÃO RESPONSÁVEIS POR

METADE DO LIXO NOS OCEANOS

SE NADA FOR FEITO, LIXO PLÁSTICO NOS OCEANOS DEVE TRIPLICAR ATÉ 2040

BRASIL ESTÁ ENTRE OS PAÍSES QUE MAIS POLUEM OS OCEANOS

LIXO NAS PRAIAS: UM PROBLEMA QUE TEM SOLUÇÃO

Matem Tica

BAÍA DE GUANABARA: MAIOR CONCENTRAÇÃO DE MICROPLÁSTICOS DO MUNDO

LIXO PLÁSTICO

NO OCEANO VIRA

PARAÍSO DE ESPÉCIES INVASORAS

NOVA TECNOLOGIA RETIRA 100 MIL TONELADAS DE LIXO DO OCEANO

OCEAN CLEANUP BATE RECORDE DE LIXO RETIRADO DOS OCEANOS

NATIONAL GEOGRAPHIC: DADOS E EVIDÊNCIAS SOBRE O LIXO PLÁSTICO

VELEIRO VAI COLETAR PLÁSTICO DO OCEANO E TRANSFORMAR EM ENERGIA

MATTEL PRODUZ BARBIES COM PLÁSTICO RETIRADO DO OCEANO

COM OS DADOS COLETADOS E DISTRIBUÍDOS NO PAINEL, OS ALUNOS PODERÃO VISUALIZAR PONTOS INTERESSANTES SOBRE A LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E A QUANTIDADE DE MATERIAL

DESCARTADO DE CADA UM DOS PRINCIPAIS GERADORES.

DIVERSOS

CONTEÚDOS NA

WEB PERMITEM

UMA LEITURA

DIRETA SOBRE O LIXO

NOS OCEANOS.

AQUI SÃO INDICADOS

ALGUNS DELES

PARA SUBSIDIAR

A DISCUSSÃO:

CHINELOS JOGADOS

NAS PRAIAS VIRAM OBRA DE ARTE

MAR DE PLÁSTICO

MANCHA DE LIXO DO PACÍFICO – DISPOSITIVO INICIA LIMPEZA

SANTO DOMINGO DECLARA ESTADO DE EMERGÊNCIA POR

CAUSA DO LIXO PLÁSTICO

Informa Es De Fundo

Fazer com que os alunos mergulhem nesse tema é fundamental para que possam entender suas responsabilidades socioambientais com o planeta em que vivem, pois boa parte do lixo que flutua nos oceanos não é produzida nas cidades localizadas em zonas costeiras.

A composição desse resíduo, suas origens (ponto de geração) e o caminho que percorre até o mar indicam que grande parcela do lixo não vem sendo destinada corretamente aos aterros ou sistemas de reciclagem existentes. Existem dados alarmantes quanto à real quantidade de lixo sendo jogado nos mares e viajando pelas correntes oceânicas ao redor do mundo. Atualmente, há cinco grandes ilhas de resíduos, também conhecidas como vórtices de lixo, espalhadas pelos oceanos Pacífico (Giro do Pacífico Norte e Giro do Pacífico Sul), Atlântico (Giro do Atlântico Norte e Giro do Atlântico Sul) e Índico (Giro do Oceano Índico).

A quantidade estimada de plástico flutuando nos oceanos, segundo dados do eCycle, é de 5,25 trilhões de embalagens, pesando em torno de 268.940 toneladas. Caso seja mantida a mesma quantidade de descarte realizada hoje, calcula-se que, em 2050, haverá mais plástico do que peixes nos oceanos.

Ainda segundo o eCycle, 90% do plástico encontrado nos oceanos vem de dez rios, sendo oito deles da Ásia (Yangtze, Indo, Amarelo, Hai, Ganges, das Pérolas, Amur, Mekong) e dois da África (Nilo e Níger).

Em relação a outros materiais de consulta sobre a poluição decorrente dos plásticos, recomenda-se: 1. o relatório “Solucionar a poluição plástica –transparência e responsabilização”, elaborado pelo WWF (2019), que permite uma discussão aprofundada sobre o tema; 2. o documento “What a waste 2.0: a global snapshot of solid waste management to 2050”, produzido, em 2018, pelo Banco Mundial, em parceria com o WWF. O estudo apresenta dados que mostram o Brasil como o quarto maior produtor de plástico do mundo, atrás apenas de EUA, China e Índia.

Essa constatação leva a pensar quão importante é a implantação de ações e políticas públicas para equacionar a questão. Assim, a abordagem desse tema é de extrema relevância dentro do espaço escolar, sendo o enfoque multidisciplinar a melhor estratégia de aproveitamento para alunos de ensino médio.

A qualificação e quantificação dos dados sobre o lixo no mar dará subsídio às discussões das demais áreas (ciências naturais e humanas), que também poderão desenvolver atividades sobre o tema.

QUALIFICANDO E QUANTIFICANDO A GERAÇÃO DE LIXO: EM QUE CIDADE VOCÊ MORA?

Com base em quatro vídeos disponíveis na plataforma Recicla Sampa listados a seguir, o professor de matemática poderá ajudar os estudantes a entender seus hábitos de consumo e como diminuir os impactos causados por eles.

Recicl Veis X Lixo Comum

O professor poderá sugerir que os alunos, individualmente ou em grupo, façam por uma semana (ou um mês) a contagem e pesagem do lixo gerado em casa para ter uma ideia do quanto produzem de resíduos por dia e quanto desse lixo é reciclável ou comum.

Com os dados individuais (ou do grupo), eles poderão começar a elaborar uma série de cálculos e estimativas sobre a geração média diária por pessoa e bairro e confrontar as informações com aquelas compartilhadas no site da Amlurb, cobrindo os anos de 2016 a 2020.

Ao longo do tempo, os 3 Rs (reduzir, reciclar e reutilizar) passaram a ser compostos por 5 Rs, acrescentando as ações de repensar e recusar com o intuito de diminuir os padrões de consumo (evitando supérfluos ou compras por impulso, por exemplo). Assim, utilizando as informações coletadas nos experimentos individuais/coletivos, qual porcentagem do lixo gerado poderia ter sido evitada com base nos 5 Rs?

Na plataforma Recicla Sampa você encontra estes e outros exercícios para download, além de materiais de apoio para preparação de aulas sobre o tema.

Informa Es De Fundo

Ainda que a sociedade esteja cada vez mais tecnológica e as descobertas científicas permitam o avanço em áreas de conhecimento mais elaboradas, o ser humano continua dependendo dos recursos naturais finitos do planeta. Os hábitos de consumo seguem pressionando as reservas de bens naturais, e o mau uso desses recursos muitas vezes pode ser associado fazendo-se uma correlação direta com a geração de lixo. Nas últimas décadas, além do crescimento populacional, mesmo com todas as invenções humanas, houve um aumento no nível de consumo e na geração de lixo se comparados às sociedades anteriores.

A animação A História das Coisas, disponível na plataforma da escola digital do governo do Amapá, pode ser utilizada sob a perspectiva de diversas outras disciplinas — aqui auxilia todos no que diz respeito à compreensão dos hábitos de consumo. O vídeo está no YouTube.

COM OS DADOS SOBRE O VOLUME MENSAL DE LIXO QUE VAI PARAR NOS ATERROS, OS ALUNOS PODERÃO CALCULAR

QUANTIDADES SEMANAIS E DIÁRIAS. SE A COLETA SELETIVA

REALIZADA NO MUNICÍPIO FOR DOBRADA OU TRIPLICADA, QUANTO DEIXARÁ DE SER ENCAMINHADO AOS ATERROS?

A evolução do uso/produção de plástico nas últimas décadas e a busca por soluções para diminuir os efeitos ambientais nocivos de seu descarte inadequado têm colocado o material no centro das atenções e se tornado uma preocupante questão de dimensão mundial. O volume de produção, a reciclagem insipiente e o descarte inadequado têm, inclusive, originado imensas “ilhas de plástico” nos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico.

Com os dados de produção de plástico existentes e com base na população mundial atual, é possível calcular o consumo por habitante e propor ações de mitigação desse problema ambiental.

Quem são os maiores produtores mundiais de plástico? Quanto do material que produzem é reciclado? Quais são os itens plásticos

Assim, o professor de matemática poderá instrumentalizar os alunos a qualificar e quantificar a questão, tornando os dados importante fonte de debate para essas perguntas e proposição de ações voltadas a soluções.

VÍDEOS AO LADO APRESENTAM DADOS E ESTATÍSTICAS SOBRE A GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM SP

Os

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