Reflexões sobre a quarentena

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ReflexĂľes sobre a quarentena


Por que escrever sobre a quarentena? Estamos passando por um momento inédito, que exige de nós, como a maioria dos textos desta coletânea assevera, grande capacidade de adaptação, resiliência e criatividade para suportarmos, mental e fisicamente saudáveis, as restrições que este tempo nos impõe. Não é nova a ideia de que as crises são oportunidades singulares e inequívocas de transformações, reflexões, mudanças e ajustes de rota, assim, nesse processo, que desestabiliza nossas estruturas e certezas, é natural que haja medos, ansiedades, descrenças e, nesse sentido, a escrita é uma aliada no reconhecimento e na expressão daquilo que sentimos e que, muitas vezes, não sabemos nomear ou externalizar de outra forma. Em função disso, como atividade de conclusão da disciplina de Produção de Texto e Língua Portuguesa, em um trimestre tão atípico, mas também tão repleto de possibilidades de pensarmos em cada um de nós e nas relações que estabelecemos com nossos pares, os estudantes do 9º ano EF ao 3 ano do EM foram convidados a relatar suas experiências e sentimentos durante este período de isolamento social, completando a sentença: “Nesta quarentena, eu...”. Os textos aqui reunidos são, assim, expressões legítimas de como nossos jovens estão enfrentando este momento, quais são suas estratégias de estudo e de diversão, além de um retrato do quão atentos estão às transformações sociais, ambientais, culturais e familiares decorrentes deste convívio mais intenso consigo mesmos e com seus entes queridos. Escrever sobre a quarentena é, portanto, uma oportunidade para que nossos estudantes reflitam criticamente não apenas sobre seu universo imediato, mas acerca do mundo (e de suas complexas relações) e digam a nós o que sentem, quais são seus percursos, suas expectativas, seus medos e, sobretudo, o quanto estão otimistas em relação ao futuro e às transformações que virão após este período. Estamos juntos! Aproveitem a leitura e cuidem-se!

Professor Alexandre Marques e estudantes do 9ºEF II ao 3º ano EM.


“Pandemia, quarentena, isolamento social, distanciamento social… é realmente um momento inesperado, delicado, cheio de mudanças e reflexões. Tivemos de mudar nossas rotinas, adiar planos e, de certa forma, ganhamos tempo: tempo para descansar, tempo para família, tempo para admirar e questionar a natureza, tempo para cuidar de nós mesmos. Nesta quarentena, eu tenho aproveitado minha família: ajudo minha avó com as plantas dela, estou conversando mais com meus pais e brincando com meus irmãos (mesmo com intrigas); também estou admirando a beleza da natureza (já que tenho privilégio) e isso me faz muito bem, me traz calma e esperança, principalmente, em momento como este por que estamos passando. Também tenho algumas reflexões sobre por que isso está acontecendo, como reagir diante de tal situação, como as coisas ficarão quando tudo isso “passar”, do valor de momentos simples, mas que fazem muita falta. E uma frase que deixa um pensamento bem legal é: ‘Foi preciso nos separar para entender que somos um só’.” (Adrielly – 9º ano)

“Comecei a ler um novo livro, leio vários pelo celular, por ser mais fácil e grátis. Neste tempo, também aproveitei para cuidar mais do meu corpo (kkkk) me alongando e fazendo alguns exercícios que meu fisioterapeuta me passava (lembra de quando eu estava com a bota? kkkk). Continuo dançando, como sempre... Mas do que mais sinto falta mesmo é de ver minhas amigas, poder sair, ou não ter que me preocupar com o estado atual do mundo e de pessoas prejudicadas. Estou ouvindo mais música do que antes. No geral, estou tranquila, fico com o pensamento na cabeça de que, na verdade, estamos muito bem, pois não estamos morrendo, sofrendo nem passando fome! Não deixei de ir ao Mc Donald’s e pegar um milk-shake! Hehehehe!” (Luiza – 9º ano)

Milk-shake = tudo


“Não aguentei ficar em casa e fui andar de bike com meus amigos. Este período de isolamento, dá muito tédio, mas também fez com que eu valorize tudo o que tenho e aproveite o máximo quando posso sair de casa. Nunca imaginei que diria isto, mas estou com saudades da escola e dos meus amigos.” (João Pedro – 9º ano)

“Sorri, chorei, tive meus momentos de alegria e até mesmo tristeza. Aprendi a fazer bolinho de chuva e algumas outras receitas. Fiz novos amigos virtuais, me adaptei à ideia de aulas on-line no ballet e na escola, apesar de ser cansativo, pois sinto falta dos encontros nos quais podíamos ter contato e afeto pessoalmente. Devo admitir que, para mim, está sendo difícil ficar em casa todo esse tempo, porque, antes da quarentena, eu passava uma boa parte do meu dia longe dela, voltava para casa às 22h00 após a escola e o ballet. Mas, por outro lado, consigo estar perto da minha família, já que antes não tinha tempo suficiente para dar a atenção que estou dando a ela neste momento. Acredito que, depois desta pandemia, nem tudo será como antes e neste momento difícil, graças à tecnologia, podemos nos sentir perto uns dos outros através de uma tela de celular ou computador.” (Duda S. – 9º ano)

“Pude refletir que, com este isolamento social, as pessoas querem sair de casa e que, sem ele, elas querem ficar em casa e isso é engraçado, pois um é o contrário do outro. Geralmente, quando vou ao restaurante com os meus amigos, a gente fica mexendo no celular, não conversa muito e agora a gente quer se ver, pois faz muito tempo que não nos falamos pessoalmente. (Pedro – 9º ano)


“Aproveitei para ajudar os meus pais em casa e, em momentos livres, jogar e brincar com eles. Refleti que todos somos frágeis, o mais importante na vida é ter saúde! Aprendi também que o isolamento social é necessário para estarmos seguros contra o coronavírus. No começo dessa quarentena, não me sentia muito confortável com a situação, mas, aos poucos, fui me acostumando. Sei que daqui a pouco a gente vai sair dessa luta e continuar a vida/rotina normal como era antes! Ver os amigos, outros familiares, ir para a escola... Sinto muitas saudades disso!” (Nicole – 9º ano) Jogando ludo com meus pais

“A quarentena está servindo para as pessoas refletirem um pouco mais sobre elas mesma e o quão estávamos felizes quando podíamos ver os amigos e familiares e até sair de casa por vontade própria. Pude perceber que fui ingrata por certas coisas porque não sabia o quão ruim seria ficar sem elas. Não está sendo fácil para ninguém, mas sei que tenho privilégios e tem gente em situação muito pior, então não tenho do que reclamar. Estou aproveitando para fazer atividades que eu não fazia antes. Tento ser muito feliz, mas confesso que não tem sido fácil, porque essa situação mexeu muito com as nossas rotinas e com a minha saúde mental, espero que isso tudo acabe logo e que as coisas voltem ao normal. O que estou fazendo bastante é aprove itar o céu que não está tão poluído como antes e tirar algumas fotos.” (Sophia – 9º ano)


“Aprendi a valorizar muita coisa, coisas que eu valorizava, mas passei a valorizar cada vez mais. Creio que várias famílias estão passando mais tempo juntas, vários pais estão ficando mais tempo com seus filhos, pois sabemos que milhões de famílias trabalham quase o dia inteiro fora de casa, saem de manhã e só voltam à noite, não estando tanto tempo com seus filhos como deveriam. Mesmo que algumas situações de convivência estejam melhorando, ainda acontecem várias mortes em todos os lugares do mundo e há milhares de casos de mulheres sofrendo em casa, com aumento de quase 70% nos casos de feminicídio. Neste período, passei a apreciar mais tudo que tenho: casa, roupas, comida e, principalmente, todos os pores-do-sol de minha janela.” (Duda M – 9º ano) “Estou passando mais tempo com meus pais, razão pela qual nós estamos assistindo a séries e filmes juntos. Além disso, eles estão me ajudando mais a estudar do que antes. Tendo em vista que mudei de escola, estou sentindo muitas saudades dos meus colegas da antiga. Já faz muito tempo que nós não nos vemos e estávamos até combinando de ir ao cinema só que, com a quarentena, não podemos ir. Até alguns colegas da atual escola (EGV) me chamaram para ir ao cinema para nos conhecermos melhor, o que também não é possível em razão da quarentena. Mas, para compensar, eu e meus novos colegas estamos jogando Fortnite juntos. Logo, isso faz com que a gente se conheça melhor. Em dias da semana, antes do distanciamento social, eu não saía muito de casa, então já me adaptei à quarentena, mas, às vezes, nos finais de semana, a gente saía de casa e ia para algum lugar e agora sinto falta disso. Sinto falta de ver meus parentes e, inclusive, um deles, um tio que mora distante, morreu com esse vírus e nem pudemos ir ao enterro. Além disso, eu já estava criando uma rotina de ir para a academia, mas, agora, estou fazendo alguns exercícios em casa, mas não é a mesma coisa. Na academia, tinha mais variedades de treino e, em casa, não tenho equipamentos necessários para fazer um bom treino.” (Felipe M. – 9º ano)


“Percebi que tem muitas coisas que, embora não pareça, fazem muita falta, como a escola, os amigos e várias coisas. Neste período, estou ajudando em casa, passeio todos os dias com meus cachorros. Não tem muito a dizer, pois não faço nada legal o dia todo, além de jogar videogame e ter as aulas.” (Felipe L. – 9º ano)

“Estou fazendo os trabalhos e participando das aulas on-line e, quando sobra tempo depois de terminar os trabalhos, passo a maior parte do tempo jogando videogame. Este tempo está sendo ruim para mim, pois não posso ver meus amigos e sair de casa para fazer outras coisas, pois, quando estava tudo normal, eu passava mais tempo com eles. Estou também mais tempo com os meus irmãos e meus pais e ajudando nas tarefas de casa, o que eu não fazia muito antes. Este isolamento social está sendo chato, mas é importante para as coisas voltarem ao normal e todos se protegerem contra o vírus. O lado bom é que a poluição está diminuindo.” (Hugo – 9º ano) Fortinite, que jogo com meus amigos

“Aprendi como conviver mais com minha família inteira. Acho que, com essa pandemia de Covid-19, nós, humanos, vamos aprender uma lição para o resto de nossas vidas. Sempre fico pensando que se aquele mercado não tivesse aberto, nada disso teria acontecido. Apaguei o aplicativo Instagram para conseguir “me achar” nestes momentos sem outras pessoas. Eu estava planejando apagar o WhatsApp, mas é muito difícil, pois, hoje, tudo é pelo WhatsApp… Comecei a fazer yoga e tenho a impressão de que tudo está mais calmo e tranquilo. Estou tentando me tornar vegetariano também. Até o momento atual, acho que descobri quem realmente sou e na escola sou uma pessoa totalmente diferente, infelizmente.” (João Pedro F – 9º ano) Cantinho de incensos e reflexão em minha casa


“Estudei, descansei bastante aprendi a fazer coisas novas que eu não costumava fazer na cozinha ou fora dela, fiz pão, bolo, esfirra, pastel, até ajudei meu pai a montar uma horta e também conheci muita gente nova por meio dos jogos online. Conversei bastante com minhas amigas e amigos pelo WhatsApp e por chamadas de vídeo. Sinceramente não senti nada diferente em estar em casa sem poder sair como muitas pessoas estão falando, gosto de ficar em casa e antes também não podia sair, minha rotina não mudou muito. Tenho que admitir que refleti bastante como outras pessoas estão passando a quarentena, principalmente, aquelas que têm dificuldades financeiras ou de moradia (muitas pessoas morando em uma casa pequena), por isso não tenho do que reclamar, sou grata pelas coisas que tenho.” (Julia – 9º ano)

“Eu aprendi. Aprendi a me adaptar, a olhar mais ao meu redor e a ajudar mais. Apesar das dificuldades na quarentena, consegui me adaptar às aulas on-line e ao distanciamento até de familiares, pois é com essas mudanças que iremos melhorar a nossa situação do Covid-19, seja perto ou longe de nós. Com esta quarentena, apesar de estarmos longe de muitas pessoas, conseguimos cuidar uns dos outros ficando em casa e saindo apenas quando necessário.” (Rafael – 9º ano)

“Preferi ver o lado bom das coisas e resolvi me dedicar mais por algumas semanas a trabalhos com meus pais, ou até a algumas coisas minhas que nunca tinha feito como: cozinhar e manutenção dos carros. Também tive tempo de sobra para não fazer nada e ficar simplesmente olhando para cima e relaxar com o céu brilhante por cima de nós. No geral, a quarentena me fez abrir os olhos para diferentes tarefas, que nunca teria pensado em fazer.” (Thomas)


“Comecei a aprimorar minha leitura e meu foco nos estudos, também consegui ter maior responsabilidade, pois minha mãe continuou trabalhando e eu que cuidei do meu irmão a tarde toda. Passei a ficar mais com meus familiares, li vários livros que tenho e também li mangás, consegui ver séries que tinha vontade de assistir, consegui melhorar meus estudos, mas acho que os estudos fora da escola estavam/estão mais difíceis e isso me complicou. Minha rotina não mudou muito.” (Tiago – 9º ano) “Assisti a muitos filmes, estudei muito, dormi muito e, principalmente, passei a dar valor a coisas apenas agora, às quais deveria ter dado há muito tempo. Percebi que estava tão presa a um cotidiano, a apenas uma rotina que, a partir do momento em que o Covid-19 mudou tudo isso, fiquei desamparada. Um exemplo nítido seria que sempre pensei que ir para escola, era uma obrigação, porém, desde que essa pandemia começou, a liberdade de ir para a escola foi tirada, percebi que isso me afetou muito, porque eu amava ir para a escola, mas só me dei conta agora nesta quarentena. Portanto, nesta quarentena, eu me redescobri.” (Daniella – 1º EM)

“Estive pensando muito sobre o quanto é importante darmos valor para o que temos. Quando estávamos estudando presencialmente na escola, não via a hora de chegar em casa e parar de estudar… até que aconteceu, porém, não estou nem um pouco feliz por este ocorrido. No momento, sinto falta dos meus colegas, de socializar pessoalmente, de abraçar e beijar pessoas de que gosto muito, principalmente as do colégio. Podemos até ter aulas on-line, mas será que já pensamos nas pessoas que não têm celular, computador? Como elas fazem para estudar? Sinceramente, nessas situações, temos que refletir que é muito importante agradecer por termos boas condições e grandes oportunidades por não perdermos aulas.” (Daniela – 1º ano EM)


“Estou me organizando em relação dos estudos, sobre o que quero para o futuro e o que pretendo fazer para alcançar esses objetivos. Não tive muito tempo para lazer e bemestar durante essas aulas on-line, portanto, já organizei uma pequena rotina para que eu consiga descansar, fazer atividades físicas, consumir um pouco de cultura acessível atualmente e alcançar uma das minhas metas para o futuro. Uma das atividades que coloquei em destaque é o estudo de línguas estrangeiras, principalmente, inglês, francês e italiano, línguas que sempre tive vontade de aprender mesmo que só o básico. Também irei passar a matéria escolar a limpo, fazer resumos, usar apps e assistir a vídeoaulas para melhor compreensão sendo que, um de meus objetivos é entrar na Etec ano que vem. Separei várias atividades físicas para fazer já que, nesses últimos meses, ficamos apenas sentados à frente do computador. Pretendo melhorar o meu sistema respiratório e cardiovascular aumentando a minha imunidade, algo bastante importante nesta época. E, principalmente, vou colocar em ação um projeto que tinha de me tornar vegetariana começando com uma prática chamada “Meat Free Monday” que, se trata do fato de não comer carne às segundas feiras. Pretendo ir diminuindo gradativamente o meu consumo de carne e derivados a ponto de, além de salvar os animais, combater mudanças climáticas já que a produção de carne é responsável pela emissão de gases poluentes que aceleram os efeitos do aquecimento global.” (Fernanda – 1º EM)

“Quero me aprofundar mais nas matérias em que tenho dúvida, para, quando as aulas presenciais voltarem, estar preparada. Nesta quarentena também quero melhorar minhas condições físicas e fazer algumas artes, como pintar quadros, fazer desenhos e cartilagem.” (Gabriela – 1º EM) “Tenho jogado videogame, tido aulas, estou aprendendo a cozinhar, fiz aniversário, trabalhos, exercícios físicos, aulas on-line e maratona de séries. Tem sido difícil me manter longe da minha rotina e de meus amigos, mas isso é necessário, pois nós estamos enfrentando uma pandemia, então devemos tomar os certos cuidados. Devemos higienizar as mãos, tossir e espirrar no braço e não podemos colocar a mão no rosto, só sair de casa em casos extremos e com máscara.” (Henrique – 1º EM)


“Estou tentando absorver todo tipo de conhecimento, aproveitando este tempo para pensar um pouco em mim, a fim de contrariar e entender meus preconceitos, por exemplo. Nestes dias de quarentena, posso dizer que já mudei muito, e que minha perspectiva de mundo está muito mais aberta - no sentido de abranger outras ideias distintas; e aquelas que eu já tinha antes, se fortificaram – e, sinceramente, sintome outra pessoa. Sinto-me inteligente - diria, intuitivo - depois de muito tempo que não sentia algo assim. Além disso tudo, descobri o que possa ser um talento? Não sei, mas adquiri uma paixão por escrever música e não apenas tocar. Percebi que tinha muita coisa presa dentro de mim, mas que, por conta da ansiedade, acabo apenas conseguindo expressar e colocar para fora uns 10% disso tudo, e escrever foi uma maneira de chegar aos 100%. Me sinto mais próximo da música do que nunca, e aquele meu antigo sentimento de querer que a música nunca saia da minha vida agora se tornou emoção e incentivo. Não tenho como objetivo trabalhar com isso, na verdade, seria meu sonho, mas s sabemos que hoje em dia não é fácil, nunca foi para falar a verdade. Então, deixarei a música “por trás das câmeras”, e me focarei no meu trabalho. Caso um dia eu perceba que a música na minha vida se tornou algo com uma proporção tão grande, que me permita viver disso, com certeza, acatarei essa oportunidade sem nem pensar duas vezes, mas esse é o Filippo de agora, e o do futuro?” (Filippo – 1º ano EM)

“Senti muitas mudanças, porque, é claro, houve muitas mudanças. O isolamento social fez com que as aulas fossem on-line, não pudéssemos sair tanto quanto antes, demos mais valor à arte, à escola, ao trabalho, aos amigos, aos professores, a tudo. A rotina mudou completamente, as aulas mudaram de horário, nossas responsabilidades aumentaram, em certa altura, me senti sobrecarregada, pois ainda era um momento de ajuste pelo qual todos estávamos passando, e percebi que ser independente da escola exige muita força de vontade. Nas aulas on-line, temos que nos dedicar muito mais, os professores não veem todos os alunos, então, tecnicamente, se a gente quiser mexer no celular, em vez de prestar atenção, por exemplo, podemos, mas vamos sofrer as consequências depois e nós mesmos vamos perceber. A quarentena está sendo um momento de aprendizado e autoconhecimento, estamos reconhecendo nossos limites, o quão responsáveis (ou não) somos, se dependemos muito de uma rotina, estamos trabalhando nossa concentração e descobrindo gostos e vontades que talvez não tivessem sido explorados ainda, mas que o tédio nos fez encontrar. (Juliana – 1º EM)


“Estou estudando muito e ajudando muito minha mãe aqui em casa. Limpamos a casa toda semana, lavo meu banheiro, passo aspirador na casa toda, lavo a varanda, a garagem e limpo a piscina. O resto é com a mamis. Ela vive brigando comigo que eu não lavo nunca a louça nem a ajudo nas refeições. É que não gosto muito de cozinhar e lavar louça, às vezes, me dá vontade, porém “às vezes”. Gosto sempre de deixar meu quarto limpinho e organizado como o resto da casa (sou meio perfeccionista e gosto das coisas limpinhas). Em relação aos estudos, neste momento acalmou, porém, até umas semanas atrás, passava o dia todo em frente ao computador, escrevendo, lendo, estudando... Fiquei até meio mal por conta do tanto de coisa que tinha, havia dias em que ficava até às onze da noite realizando trabalhos e lições. Bom, mas as provas passaram, fui bem! E agora é férias! Queria estar com todos, sinto muitas saudades, mas sei que estamos nessa posição para um bem coletivo e logo passa. Não tirei um tempo para mim, para fazer algo que quisesse, até porque não tenho ideia de algo para fazer. Não tem nada de que eu PRECISO fazer para mim. Mas, com as férias vindo aí, vou descansar muito, fazer várias videochamadas, ver muitas lives e curtir com a minha mãe e minha cachorrinha.” (Manuela – 1º EM)

“Estou reinventado meus dons artísticos. Comecei a fazer desenhos e a melhorar alguns que já tinha feito. Estou refletindo muito sobre o que vai ser após esta pandemia, minha família e eu estamos falando muito sobre esta situação. Também me dediquei mais aos estudos.” (Murilo – 1º ano EM)


“O que nós aprendemos? O que eu aprendi? Penso que o conceito da quarentena não é realmente aprender algo, porém, como eu aprendi, vou compartilhar, para ver se consigo ajudar alguém que se identifique. Em casa, todos somos muito unidos, demonstramos quando estamos felizes ou tristes, porém nunca tive essa facilidade, mas, com a quarenta, aprendi que tenho que demonstrar e, desse jeito, comecei a me sentir mais leve, foi o distanciamento que consegui quebrar sem máscaras.” (Caio – 2º ano EM)

Bom, nesta quarentena eu não fiz muita coisa boa, mas acabei ganhando uma cachorrinha que tem alegrado um pouco mais minha quarentena. Mas este período teve um ponto positivo, me fez ficar mais próximo da minha família, algo que não acontece na minha semana normal por conta do trabalho deles e tudo mais, e também fomos pescar mais para dar uma descontraída, sempre tomando todos os cuidados.” (Daniel – 2º EM)

“Pude perceber que a vida vale muito mais do que amizades falsas e status em redes sociais, devemos priorizar aquelas amizades que realmente estão sempre conosco e nossa família. No início, levei a quarentena como um castigo, mas depois consegui abrir minha mente, o que me fez valorizar mais as oportunidades que tenho.” (Diego – 2º EM)


“Pude notar que a saudade não é algo que se diz em vão, pois, quando nos afastamos de pessoas e de lugares dos quais gostamos, aí, sim, sentimos saudade de verdade. Acordar todo dia e saber que não vai ver todos os amigos, não vai poder sair, fazer brincadeiras com os amigos, rir e ter contato com outras pessoas é muito difícil. Portanto, nesta quarentena, pude percebi que sentir saudade é muito difícil. ” (Enzo – 2º EM)

“Desde que eu esteja em minha casa, estarei tranquilo, ajudando minha mãe com as tarefas de casa, cuidando do filhote de cachorro que adotamos na semana passada e com meus recursos “do primeiro degrau” da programação. Até sinto falta de ver os meus amigos da antiga escola, mas, embora não seja a mesma coisa, é para isso que serve a ligação por vídeo. Minha rotina tem sido sempre a mesma, não que isso incomode, mas uma simples queda de luz bloqueia completamente meu contato com meus amigos. Gosto de ficar em casa, principalmente durante o frio como de agora, mas não estou mais aguentando lavar a louça todo dia. Mas fazer o quê, né? O jeito é só fazer para já ficar livre. O jogo no meu celular está me chamando, então, tenha um bom conforto deitado no sofá. ” (Felipe – 2º EM) “A quarentena fez muitas pessoas começarem a refletir e, no meu caso, percebi que, para não pirar, precisava de novos hábitos. No começo, estudar e assistir a séries era suficiente para me tirar do “tédio de isolamento”, porém, percebi que só com aquilo ia começar a me tornar parte do meu quarto e talvez até me fundir com a cama, nos tornando uma um só. Por isso, comecei a fazer novas atividades, fiz diferentes receitas na cozinha com a minha mãe e descobri certo talento com confeitaria, comecei a fazer ginástica e adquiri um colchão de academia para isso, voltei a praticar violino, coisa que já não fazia há muito tempo e, como consequência da minha curiosidade sobre a pandemia, criei o hábito de ver as notícias, ler, tentar entender, buscar saber mais etc., sempre com a esperança de boas novas e descobertas.” (Isabela – 2º EM)


“Para mim, este está sendo um momento de reflexões e aprendizados e uma ótima oportunidade para fazer coisas que antes não tinha devido tempo à correria do dia a dia. Estou passando mais tempo com minha família e realizando mais atividades junto com ela, pois, antes, costumávamos ir ao Shopping aos finais de semana, agora passamos a sair para caminhar mais com os cachorros, estamos fazendo maratonas de séries inteiras, e aprendendo a cozinhar novos pratos juntos. Também aprendi que, na vida, há dias ensolarados, mas também há dias cinzas, e mesmo que esses dias possam nos derrubar, devemos nos levantar e seguir adiante, pois, com certeza, dias melhores virão.” (Ferdinando – 2º EM)

“Tenho tentado ocupar o meu tempo para me desvencilhar da situação que estamos passando. Então, tenho me dedicado mais ao meu bem-estar e estou passando mais tempo com a minha família. Estou tentando adquirir novos conhecimentos, fazendo cursos on-line e revisando algumas matérias. Neste período, também procurei cuidar mais de mim, percebi que só preciso de mim mesma para ser feliz e que não tenho que agradar a todos o tempo todo, também pude ver a importância de estar ao lado de quem amamos e como precisamos estar por perto. Com toda a certeza, a quarentena vai ficar na história, não digo só nos livros ou relatos, mas em nossas memórias, espero que todos estejam olhando para si mesmos e ao redor e que muitos mudem suas atitudes daqui para frente.” (Giovanna – 2º ano)


“Estou tendo diversos aprendizados. Estou aprendendo e aperfeiçoando várias atividades… Atividades que antes eu não ligava de fazer, mas que agora viraram minha rotina!! Despertei em mim vários gostos que antes eu não tinha. Além de atividades como, cozinhar, cantar, tocar entre outras, estou também todos os dias da tarde para a noite colocando uma cadeira em minha varanda e apreciando o pôr do sol.” (Isadora – 2º EM)

Pôr do sol da minha varanda!!!

“Percebi que a nossa família faz muita falta e que, muitas vezes, a gente não reconhece isso por estarmos sempre juntos. Minha quarentena está o contrário da de muita gente, porque eu estou longe da minha casa, por isso eu percebi a falta da minha família. Outra coisa que eu, como todo mundo, tenho dificuldade é pensar em coisas diferentes para fazer, por isso tenho cozinhado bastante, cuidado mais de mim mesma, pintado aqueles livros de desenho, lendo e fazendo muitas videochamadas com minhas amigas e, mesmo assim, sempre há momentos em que a gente cansa de tudo e, na verdade, temos que aprender a lidar quando isso acontece porque a gente não pode sair de casa e fazer outras coisas, mas, apesar de tudo, tenho me sentido útil, pois minha avó mora sozinha e ela fica feliz de eu estar aqui e ajudá-la e lhe fazer companhia.“ (Luiza – 2º EM)


“Não me sinto só, a cada dia, cresço e amadureço. Aprendo cada vez mais a conviver comigo mesma e com a minha família. Minha casa é o meu novo mundo, tomo sol e me reinvento. Canto, danço, me exercito e leio, tudo junto e misturado. Tento seguir uma rotina, senão enlouqueço. Pensei que fosse pior, mas os dias passam voando e eu me acostumando.” (Mariana – 2º EM)

“Tenho tido muito tempo para mim mesmo, o que me fez refletir bastante, além de achar coisas para fazer que não fazia antes, muito por causa do tédio, uma delas: rearranjar meu quarto. Primeiro recebi a quarentena como férias adiantadas com uma pitada de castigo, porém, logo depois, coloquei minha cabeça no lugar, percebendo a dimensão que isso tomou e iria tomar, portanto, aceitei o fato de que estava em QUARENTENA, me preocupando em não perder o ano escolar e não ficar louco por não poder sair de casa e ver meus amigos e família, algo que foi aliviado por poder jogar on-line e falar com todos, mesmo que de forma distante. Pude perceber o quanto a convivência é importante, além da convivência, nossas tarefas, que nos mantêm ativos, já que estou me sentindo desmotivado/com preguiça de fazer as atividades possíveis nessa rotina, mas com saudade de outras, como futebol, festas, etc., além de não conseguir dormir cedo. Comecei a dar mais valor à minha casa e ao que tenho. Comecei a passar mais tempo com meu cachorro, por exemplo, mas não deixo de pensar o quão difícil essa situação está sendo para a maior parte da população. E, como consequência, diminuímos a destruição da natureza e pudemos apreciá-la, fatos como muitos poresdo-sol fotografados e o aparecimento de golfinhos em Veneza são exemplos. Concluindo, devemos aceitar, agradecer àquilo que temos, refletir e prosperar.” (Nicolas, 2º EM)


“Estou aprendendo. Além de aprender a viver de uma forma diferente, uso meu tempo livre para adquirir conhecimentos gerais e melhorar habilidades que eu já tinha, como programar. Agora estou usando essas habilidades para fazer um jogo. Além da programação, também estou aprendendo a editar vídeos, conhecimento que pretendo usar para criar filmes. Em suma, nesta quarentena estou aprendendo. (Pedro – 2º ano EM)

“Percebi o quanto algumas coisas fazem falta na minha vida e que, antes, eu não dava o devido valor. Sinto falta de sair com meus amigos, me divertir, voltar de madrugada para casa e com uma sensação de que tive bons momentos com pessoas que eu amo, então acho que isso foi algo sobre o qual a quarentena me fez refletir. Devemos aproveitar sempre ao máximo os momentos, pois não sabemos o dia de amanhã e pode ser que tudo isso demore a acontecer de novo...” (Rafael – 2º ano EM)

“Esta quarentena é um momento de reflexão, no qual todos estão parando para pensar em suas famílias, na saúde, no nosso país. Estamos vivendo algo que estará para sempre na história e, com isso, iremos sempre nos lembrar deste acontecimento. Estou com saudades de tudo que fazia, porém, infelizmente, não temos o que fazer, além de esperar e sermos cautelosos para que todos saiamos disto da melhor forma possível.” (Giulia – 2º ano EM)


“Apesar de tudo isso, eu, por já não ser uma pessoa que não saía muito de casa, tenho arranjado o que fazer, tenho criado histórias, conversado com meus amigos pela internet, criado fantasias, assistindo a séries já vistas, escutado música e aprendendo a cozinhar. Particularmente, não tenho sido afetada pela quarentena, mas admito que sinto saudade de interagir com meus amigos e professores. Este tempo em casa, não só meu deu tempo para pensar em vários temas, como o meu futuro, como também em como isso ‘poderia servir para abrir nossos olhos e percebermos que o que hoje vemos como uma perda, como passear livres pela rua, dar um beijo ou um abraço, ir ao cinema com os amigos’. Realmente acho incrível como só percebemos o valor de algo ou de alguém depois que o perdemos.” (Stephannie – 2º ano EM)

“Tive que aprender a me adaptar um pouco o meu estilo de vida, pois agora tenho que ficar todo momento em casa. Uma das mudanças mais marcantes é ter que estudar em casa pelo computador, já que não tem mais aulas na escola e, consequentemente, tive que me adaptar a não ver mais meus amigos todo o tempo. Fora tudo isso, a minha vida não mudou muito, pois como sempre fui filho único, tive que aprender a me divertir sozinho, quem foi o principal ajudante foi o videogame, então sei como me entreter em casa sem ninguém. Uma consequência de ficar mais em casa é que melhorei muito nos jogos que jogo.” (Tiago – 2º ano EM)


“Estou me dedicando mais aos estudos, pois consegui me organizar com os horários e estou pesquisando muito sobre cursos de faculdade para ver qual me interessa e quais são as melhores, nessa questão, me sinto meio perdido, porque ainda não sei o que vou fazer de faculdade. Este período de quarentena está sendo bem importante para mim, pois estou fazendo muitas reflexões sobre o que eu quero e também penso no muito sobre o que vai acontecer neste ano. Também estou sentido muita solidão, pois queria ver as pessoas que eu amo (família e amigos). Fico muito preocupado e triste, pois não sei se vou entrar na faculdade de primeira e, às vezes, fico com medo de entrar em uma faculdade e não dar orgulho para a minha família, mas, como sou uma pessoa forte, vou conseguir aprender com esses sentimentos e provar para mim mesmo do que sou capaz.” (Felipe L. – 3º ano EM)

“Chorei, dei risada, corri, senti saudade, me senti velho, fiz exercícios, cozinhei, desregulei meu sono, passei raiva, joguei videogame, joguei futebol, pensei (além do que devia), briguei, discuti, limpei, lavei, troquei, colhi, plantei, quebrei, pulei, treinei, escutei música, vi séries, me despedi, cuidei, inovei, mudei!” (Felipe A. – 3º ano EM)


“Aprendi a lidar comigo mesma, pois, antes desta pandemia, tinha muitos problemas com ficar em casa. Pensava que havia muitas coisas fora desse espaço em especial, mas, com o COVID-19, fui obrigada a reconhecer as vantagens desse lugar. Uma delas foi a diminuição do meu estresse que vinha da pressão acadêmica, familiar e responsabilidades, além de clareza sobre meus limites pessoais. Hoje tenho meus próprios horários, que são mais flexíveis e mais adaptados a mim mesma, o que me proporciona maior concentração. Estou dedicando tempo às minhas atividades pessoais como desenho, exercícios, saúde e aquisição de conhecimentos.” (Helena – 3º ano EM) “Estou tentando conviver melhor comigo mesma e com a minha família, este tempo de reclusão quase que força esse tipo de convívio que, às vezes, não temos tempo com a vida cotidiana. Além das descobertas mais abstratas e sentimentais, estou aprendendo (mesmo que nem sempre da melhor forma) a ter uma autonomia maior, o EaD realmente me “pegou de jeito”, confesso que estava com a impressão de que estar em casa significava que a escola seria mais fácil, e é exatamente o contrário disso em vários tópicos, desde a organização para/com os compromissos escolares até o aprendizado em si… Bom, também aprendi a fazer pulseiras!” (Laura – 3º EM)

“Eu quis aproveitar para me entender mais e aprender mais coisas, de fato, não tem muito mais o que fazer em uma pandemia a não ser praticar o isolamento social. Assim, eu voltei a amar cozinhar, achei novas receitas de doces: cookies, biscoitos amanteigados e bolos. Também fizemos uma limpeza em um mezanino que temos e achamos tintas acrílicas, que eu agora estou tentando usar. Não posso esquecer do único fator bom que esta quarentena me trouxe: ter minha mãe em casa, felizmente trabalhando, uma vez que eu a via apenas uma ou duas vezes durante a semana por ela trabalhar longe. No fim das contas, me aproximei mais e mais dos meus gatos e eles se tornaram uma companhia mais do que essencial para este tempo difícil.” (Julia S. – 3º ano EM).


“Nesta quarentena, não fiz nada de especial. Percebi que, talvez, eu gostasse de ficar sozinha porque sabia que sempre que quisesse poderia ter companhia. Os dias passaram despercebidos, talvez alguns poucos momentos tenham sido marcantes como os em que pude ficar conversando com meus amigos ou rindo com a minha mãe. Tive tempo suficiente para fazer de tudo e notei que, no começo do ano, a ideia de morte não passava perto de minha cabeça, mas agora ela não sai. O que mais fiz foi escrever, mas, em geral, a confusão é maior do que qualquer estrutura textual, então provavelmente meus textos não fariam sentido algum para quem os lesse. Acho que nunca mais vou querer ter tanto tempo. (Julia F. – 3º ano EM) “Passei a valorizar mais a antiga rotina que tinha antes da pandemia, sempre reclamava por ser repetitiva e entediante, agora vejo o que é ter uma vida monótona. Também cada dia prefiro a aulas presenciais às EaD. Em casa não é um lugar fácil para “focar”, mas tinha expectativa de que fosse até melhor. Saudades também está sendo parte da rotina na quarentena, saudades de ver os amigos, a família, de praticar esportes entre outros. (Lucca – 3º ano EM) “Comecei a me olhar mais e, infelizmente, tive que tomar uma decisão logo no começo que me deixou triste e pra baixo comigo mesmo, e em um momento em que os amigos e qualquer tipo de contato seriam o melhor remédio, fomos impedidos de nos ver. Comecei a ajudar muito meu pai, como ele é viciado em trabalho e por ser grupo de risco, está mais afastado que os demais funcionários de sua equipe, então ele decidiu começar a fazer uma série de coisas na casa: colocar prateleiras, furar parede, instalar luzes na escada e por aí vai. Além disso, percebi que tinha ficado mais fraco e magro em comparação com o ano passado, então iniciei uma rotina de treinos para fortalecer um pouco mais meu corpo, mesmo nos primeiros dias já comecei a me sentir melhor. Jogar videogame e conversar com meus amigos tem me ajudado muito, mas, mesmo assim, o que eu mais queria é poder abraçar minha irmã. Ela estava no Canadá e teve que ir um pouco mais cedo do que se esperava para os EUA e, infelizmente, o voo dela, que estava planejado para semana que vem, não ocorrerá mais, e fico brincando que ela, por um lado está presa nos EUA e tudo mais, mas, no final, eu precisava dela aqui do meu lado, me chamando de mané e me pedindo para apagar a luz do quarto mesmo ela estando a dois passos de poder fazer isso.” (Pedro F. – 3º EM)


“Aprendi a realmente dar valor para cada esforço dos meus pais e o quanto é necessário ter preparo emocional e físico para aguentar todos os dias diversos problemas. Precisei refazer minha rotina, me adequar aos horários de estudo e ter um momento para poder ajudar na empresa do meu pai. Com tanta coisa para fazer todos os dias, a quarentena torna-se extremamente cansativa, mas tudo está acontecendo por um motivo e, assim, todos os dias preciso me reinventar. Mesmo que meu desempenho escolar tenha diminuído significativamente, estou aprendendo muita coisa tanto em questão de maturidade do que no próprio estudo para meu objetivo final do ano, que é passar no vestibular. Sendo assim, todo dia é um desafio e um caminho bem cansativo, porém, no final, tudo vai dar certo.” (Nickolas – 3º ano EM) “Estou tentando manter meu psicológico organizado, procuro fazer várias atividades, estou ajudando meus pais a restaurarem uma janela de um antigo casarão da Frei Caneca que eles compraram para colocar na sala de casa (minha mãe é apaixonada por coisas antigas). Estou cozinhando bastante e descobrindo novas receitas, tocando muito violino e aprendendo novas partituras, como as suítes do “Quebra Nozes”, de Tchaikovsky. No meu bairro, muitas pessoas são idosas e os familiares só vem para entregar alimento ou remédios e eles gostam muito de carinho, por isso, muitos me ligam de vídeo pelo WhatsApp e conversamos sobre várias coisas, faço pipoca doce para os que podem comer açúcar e, para os que não podem, faço pão, bolo e coloco em pacotes (escrevo usando o meu lettering e, com máscara, entrego na casa deles, a reação deles é incrível, uns choram por não poderem me abraçar, outros sorriem e ficam extremamente gratos), minha mãe fez máscara para todos e entregamos para eles também e todos me mandaram foto usando-as em casa kkkkkk! Com meu pai em casa, estou tendo um contato maior com ele, aos finais de semana, assamos uma carne só nós três. Tenho ajudado minha mãe com os artesanatos e meditando muito, como atividade física, faço o yoga. Estou maratonando todas as animações da Disney (amo!) e fico cantando as músicas na orelha dos meus pais. Também estou estudando muito para o vestibular, mas, em alguns momentos, acabo surtando e fico muito preocupada, acho que não vou conseguir passar de ano, que o mundo vai acabar, mas depois passa e fico bem. Estou fazendo um curso na ONU sobre clima e outro, em Harvard, sobre neurociência, além disso estou tentando aprender alemão, ich liebe dich, tchuss.” (Sophia – 3º ano EM)


“Tenho aprendido a como me organizar em casa para continuar os estudos, a me manter focado em uma atividade, mesmo com inúmeras outras estando disponíveis e sendo de fácil acesso. Tenho estado motivado para voltar às aulas e me reencontrar com amigos. Me sinto apreensivo quanto aos vestibulares de final de ano, apesar de continuar a estudar em casa com material extra. Recentemente tenho jogado um videogame de ficção cujo enredo trata de uma civilização inteligente anterior à humanidade. No jogo, conta-se que essa civilização mais antiga possuía uma linguagem diferente que lhe permitia entender o tempo de uma maneira diferente. Algo parecido é abordado no filme A chegada. É muito interessante pensar sobre como a língua é a base de uma civilização e de seu modo de pensar.” (Thiago – 3º ano EM)


Nuvem de Palavras com os termos recorrentes

2020


DisponĂ­vel em: <http://www.iamspe.sp.gov.br/dicas-contra-covid-19-como-proceder-para-entrar-e-sair-de-casa-econviver-com-pessoas-nos-grupos-de-risco/>. Acesso em: 11 mai. 2020.


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