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2.2 Audiovisual Queer e Sua Representatividade

2.FundamentaçãoTeórica

Neste item abordaremos através do ponto de vista teórico, o gênero audiovisual escolhido pela produtora para dar seguimento ao projeto. Aqui também terá uma pesquisa de um contexto histórico.

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2.1ComunicaçãoeoCinema

A comunicação está presente na vida do ser humano desde os tempos mais remotos, quando nossos antepassados desenhavam gravuras em cavernas e contavam histórias para sua comunidade. É através do ato de se comunicar que a humanidade pode expressar os seus sentimentos, pensamentos, e quereres, Após os avanços da nossa sociedade, vindos da necessidade de comunicar, hoje, o jornal, o rádio e o cinema permitem que uma mesma mensagem possa ser captada por inúmeras pessoas ao mesmo tempo. A fotografia e o cinema surgiram na França, e existem graças à invenção do cinematógrafo, inventado pelos Irmãos Lumière no fim do século XIX. Nesta mesma época, o mágico ilusionista Georges Méliès começou a produzir filmes também, que contavam com os primeiros efeitos especiais da história do cinema. De acordo com Bazin, o cinema é “um fenômeno idealista, sendo pouco retribuído a um sentimento de busca científica”. A partir desta forma de arte a linguagem videográfica começou a dar seus primeiros passos, mesmo se considerando que o início conta muita experimentação, a mesma já encantava pessoas com um ‘trem atravessando a tela’, ou ‘uma viagem à lua onde se encontravam seres extraterrestres’. "Desde o início, reconheceu-se que o cinema era o único em seu imediatismo e acessibilidade.” (BAZIN, 2018). A ficção no cinema, que assim como em outras mídias, nada mais é que o “contar histórias”, fazendo o espectador presenciar ou participar de algo irreal transparecido na nossa realidade. Doc Comparato define ficção no seu livro Da Criação ao Roteiro como:

A ficção em sua mais singela definição trata da arte de "contar histórias” . Serena e antiga propriedade humana, normalmente sob responsabilidade de membros mais velhos das tribos o que ocasionava estranhas emoções na plateia. [...] A ficção não pode deixar de agradecer a nossa realidade pela sua contribuição, já que faz uma representação do humano. (COMPARATO, 1988)

Podemos dizer que a ficção tem um grande poder de convencimento em seu público, por mesmo abordando histórias criadas por seus roteiristas, diretores e produtores, pode modificar e influenciar desde sentimentos momentâneos ou até comportamentos duradouros em quem presencia. A ficção vem se transmutando e reinventando independente de ser por literatura, teatro, filmes, telenovelas, ou séries, tudo para assim poder fazer seu papel de contar histórias.

2.2 AudiovisualQueereSuaRepresentatividade

Flor do Ártico é uma história que classificamos como queer, mas o que isso significa? Primeiro definiremos “Queer”, um termo guarda-chuva que abrange um grupo de conceitos que têm algo em comum, neste caso em específico, o grupo de sexualidades e gêneros. No inglês o termo tem seu significado livre como ”estranho” ou ”peculiar”, já na língua portuguesa seu equivalente seria ”viado” e/ou ”bicha”, por se tratar de um termo anteriormente considerado pejorativo. Na história do movimento queer um de seus principais eventos foi a Rebelião de Stonewall. Uma série de manifestações dos membros da comunidade gay contra uma invasão da polícia de Nova York que aconteceu nas primeiras horas da manhã de 28 de junho de 1969, no bar Stonewall Inn, localizado no bairro de Greenwich Village, em Manhattan, de acordo com Simão e Facchini “Após o ocorrido os ativistas passam a ressignificar o termo queer, para um viés positivo.” No Brasil, o movimento queer começou no final da década de 1970, “com o surgimento de grupos voltados explicitamente à militância política, [...] e buscavam promover e difundir novas formas de representação da homossexualidade” (SIMÃO e FACCHINI, 2009), porém, traços deste movimento político já vinham se desenvolvendo desde os anos de 1950.

A antropóloga Regina Facchini divide o movimento queer em “ondas”. A 1ª onda, corresponde ao fim dos anos 1970, final da Ditadura Civil Militar, na qual surgiram os “primeiros grupos articulados de homens e mulheres homossexuais”. Na 2ª onda, entramos no período de redemocratização, na década de 1980, e de acordo com Facchini “a mobilização em torno da Assembleia Constituinte, que coincide com a eclosão da epidemia do HIV-AIDS, quando se desenharam as condições de institucionalização do movimento”. Com relação a este período se diz também que “com a AIDS, reacendeu-se a ligação entre homossexualidade

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