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3. REFERENCIAL TEÓRICO METODOLÓGICO
próprio ambiente de trabalho. O que o Brasil tem feito para proteger as mulheres jornalistas? Como as vítimas lidam com os ataques verbais e insultos no dia a dia?
REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO
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O aspecto teórico dapresente pesquisa foi estruturado emtrêstópicos, a saber:jornalistas mulheres e a desigualdade de gênero; a escassez de jornalistas negras na bancada do telejornalismo brasileiro; cenário feminino no webjornalismo.
Estudar desigualdade de gênero pode ser considerado o meio para se apontar questionamentos mais sérios a respeito da inserção da mulher no meio jornalístico. Pois as dificuldades encontradas por pesquisadores ao tentar captar esse assunto indicam a necessidade de incorporar a questão da desigualdade de gênero.
Para iniciarmos esta parte teórica da pesquisa, apresentamos o conceito proposto por (CRENSHAW, 2002) que define desigualdade de gênero: “O gênero faz intersecção com várias outrasrelaçõesde poder,regidas pelas categorias de classe, raça, orientação sexual, origem e idade” (CRENSHAW, 2002 p. 171).
Tentando esclarecer essas desigualdades que ainda existem entre homens e mulheres no mercado de trabalho nas áreas de comunicação social, é importante saber como as jornalistas mulheres se sentem a partir desse cenário, além de que, também sofrem ataques e assédios pelos homens no ambiente emque trabalham.
Em 2018, um levantamento da Abraji registrou mais de 150 casos de agressão contra jornalistas em contexto político-eleitoral, sendo 87 no ambiente virtual e 72 ataques físicos. Na internet, mulheres foram alvo de 56,3% dos casos registrados pelo levantamento.
Um dos casos registrados pela Abraji no levantamento foi citado pela revista Time no artigo sobre a premiação “Personalidade do Ano de 2018”. A perseguição contra a repórter da Folha de S. Paulo Patrícia Campos Mello aconteceu após publicação de matéria sobre “apoiadores
do presidente eleito, Jair Bolsonaro, que financiaram uma campanha para disseminar notícias falsas no WhatsApp”, descreveu o periódico.
Assim que saiu a reportagem sobre as fakes news, Patrícia Campos Mello respondeu em uma entrevista como outros jornalistas podem se defender contra esses linchamentos digitais assim como os que ela vivenciou.
“Eu acho que não entrar em discussões na internet é uma maneira ótima de deixar essas pessoas falando sozinhas. Assim, não alimentamos troll, robôs ou militantes pagos. Algumas medidas de segurança como autenticação em dois passos em suas redes, separar redes pessoais e profissionais podem ser úteis. Também acho importante que repórteres não se posicionem politicamente.”, (CAMPOS, PATRÍCIA, 2020)
Buscamos resultados também sobre a escassez da mulher negra nas bancadas do telejornalismo e é um assunto de extrema importância já que não encontramos variedades de pesquisas sobre. A trajetória para a representação do negro se tornar no nível de relevância que realmente tem, nos parece bem difícil ainda e é por isso que apresentamos essa pesquisa, para encontrarmos soluções cabíveis para este problema.
(...) Os negros não têm argumentos paracombater o racismo, pois, quando afirmam que este acontece, sempre tem um otimista para relembrar Gilberto Freyre e dizer que o Brasil é umceleiro da mistura das raças e, porisso, o racismo se torna inexplicável (RIBEIRO, 2004, p. 17).
Mesmo que hoje tenhamos a presença de profissionais negros na bancada do telejornalismo ou a valorização de algumas profissionais, como Maria Julia, apresentadora do Fantástico na TV Globo atualmente, um ato simbólico que demorou 50 anos para acontecer na emissora. O caminho parece ainda difícil para que a representação do negro seja condizente com a sua enorme importância na sociedade brasileira.