9 minute read

PROGRAMA ESPORTE 9 E O WHATSAPP

Next Article
INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

apesar de todas as modificações geradas pelas novas tecnologias (FERRARETTO, 2014, p. 3). Apesar disso, vale repensar o papel dos receptores, também como produtores de conteúdo, já que cada vez mais, qualquer pessoa pode criar e redistribuir materiais

sonoros.

Advertisement

Enquanto qualquer instância particular da quase-interação mediada geralmente implica um fluxo de informação ou comunicação de sentido único, nas reais circunstâncias da vida social os padrões de fluxo de informação são quase sempre muito mais complicados. Nas circunstâncias reais há uma pluralidade de fontes e canais de comunicação de tal maneira que os indivíduos podem se encontrar na posição de serem simultaneamente produtores e receptores (THOMPSON, 2002, p. 106).

Com esta realidade das novas mídias, os modelos de negócio dentro do rádio precisam ser renovados. Marcelo Kischinhevsky (2016, p. 421-422) acredita que de um lado, a convergência acirra a concentração empresarial em torno de um punhado de conglomerados industriais com interesses na comunicação e na cultura, e de outro franqueia acesso ao mercado de bens simbólicos a novos atores, desde pequenas companhias inovadoras, até indivíduos, passando por movimentos sociais, organizações não-governamentais, universidades e outros atores sociais antes privados de meios próprios de comunicação.

PROGRAMA ESPORTE 9 E O WHATSAPP

O que é esse jornalismo multitarefa? O que é necessário para entender o que está acontecendo neste meio, devido à escassez de vagas por conta da pandemia e por um grande número de tecnologias que temos disponíveis hoje. O WhatsApp e outras formas de tecnologia fizeram com que o jornalista tivesse que aprender muito mais do que seu próprio ofício. Necessitando virar um profissional multitarefa. Ter o entendimento das mudanças nas relações humanas e profissionais. Identificar as necessidades que trouxeram o uso do whatsapp dessa forma tão avassaladora ao mercado do rádio esportivo.

Os entrevistados conseguem mostrar a diferença em que se aplica a teoria do

Trabalho de Conclusão de Curso em Newsmaking de acordo com cada forma de atuação dentro do programa. Com o presente artigo buscamos passar informações sobre a teoria abordada e, juntamente, trazer à tona, uma realidade em que ela é utilizada nos veículos de comunicação. Usando como base o programa esporte 9 da rádio 9 de julho AM.

Falamos três colaboradores do programa, que são fundamentais para um bom funcionamento da atração e que trazem conteúdos ao programa. Foram escolhidos Fabio Augusto, jornalista e produtor do programa, Fábio Lázaro, setorista santista do programa e Patrícia Diniz, produtora da atração e programadora geral da rádio.

Fábio Augusto da Silva, de 25 anos, é morado de São Paulo, formado em jornalismo e produtor do programa de esporte da Rádio 9 de Julho. Faz três anos que ele é funcionário da empresa e expressa vários ganhos que traz a ferramenta WhatsApp ao seu dia a dia de trabalho. “É muito eficiente no trabalho do jornalista, porque aumentou a facilidade do contato com as fontes, tem mais rapidez no conteúdo por ser uma mensagem instantânea”, disse Fabio. Ele faz questão de citar que compartilhar dados em tempo real é a melhor alternativa nos dias de hoje. “A ferramenta facilita bastante as sonoras, temos setoristas nos quatro clubes grandes de São Paulo e consigo receber os conteúdos para o programa Esporte 9 com Alex Muller e colocar ao vivo. Posso recebê-los e editar os áudios de uma forma mais rápida e prática”, afirma Fabio Augusto.

Essa praticidade e agilidade que Fabio menciona, é dada pelo fato de os setoristas utilizarem o aplicativo para gravação de áudios direto de onde estão acompanhando os times, seja no estádio, num hotel ou até mesmo nos centros de treinamento. O produtor contou que antigamente ele recebia essas gravações por fita ou por telefone e tinha que dar um jeito de reproduzir para um arquivo digital e melhorar a qualidade do áudio para o rádio. Ele diz que mesmo com uma qualidade não muito elevada, até mesmo pela compressão do arquivo que é feita dentro do aplicativo. Mesmo assim, ainda é uma qualidade melhor do que uma ligação telefônica gravada. Para um bom funcionamento de um programa de rádio, essa foi uma das profissões que ainda foi fundamental a presença de alguns colaboradores presencialmente na empresa.

As reuniões de equipe, que antes da pandemia eram presenciais, passaram a ser

Trabalho de Conclusão de Curso em realizadas via whatsapp com os setoristas do programa. Antigamente, até mesmo os ouvintes, que ligavam na rádio para dar sugestões ou participar do programa Esporte 9, passaram a enviar mensagens de áudio via whatsapp. Isso, de acordo com o Fábio, só trouxe benefícios para o programa.

O WhatsApp facilita muito o trabalho, antigamente a troca era via e-mail, ou mais, através de fax. Então, para o produtor o aplicativo contaminou e vem para ficar. Um alerta que ele mencionou são a quantidade de vírus espalhados na ferramenta, por conta de mensagens maliciosa e a clonagem de dados. “Todas essas coisas ruins que acontecem na rede sociais, a gente tem que tomar cuidado. O WhatsApp, infelizmente, é vítima disso e muitas pessoas acabam caindo nesses golpes, mas tirando essa parte negativa que temos em todas as redes sociais, ele é um sem dúvida um dos aplicativos assim usados no jornalismo.

Outra visão da ferramenta foi transmitida pelo jornalista setorista do Santos Fábio Lázaro. Ele é integrante do programa há alguns anos e, desde a pandemia, está cem porcento remoto trazendo informações diárias do Santos. A primeira citação dele foi em relação ao intercâmbio de informações e armazenamento de contatos, que temos como praticidade no aplicativo. Todos os boletins informativos da coordenação do programa são rapidamente encaminhados direto na ferramenta, dispensando a formalidade até de emails entre os integrantes do programa. Da mesma forma os setoristas fazem para a produção, encaminhando suas produções de conteúdo via WhatsApp. Gerando uma cadeia de comunicação uniforme. “Ele faz com que os conteúdos sejam transmitidos “intercambiados” entre um ponta e outra do iceberg de forma bem mais rápida. Fazendo uma rota entre, setorista, produtor e coordenação”.

Recentemente, Lázaro informou que participou de uma cobertura de seleção brasileira com acessos muito restritos a porta de hotel e porta de centro de treinamento. Por vezes, se deparou com a falta de uma tomada para ligar seu notebook e fazer a produção do conteúdo. O WhatsApp por ser através do celular, tem agilidade de já ter internet e texto, onde fica prática mandar os textos para a produção ou até mesmo um arquivo de áudio, que pode ser editado na rádio e reproduzido para os ouvintes. Hoje,

Trabalho de Conclusão de Curso em muitas vezes não há mais a necessidade do uso do notebook para uma cobertura jornalística. “Antigamente trabalhávamos com cartucheiras e você não conseguia mandar a distância da forma que você queria, na praticidade de hoje. Para entrar ao vivo era muito difícil. Tínhamos diversos problemas de comunicação através de ligações telefônicas. Com o celular em mãos, abrimos o aplicativo WhatsApp e utilizamos o recurso de chamada de voz, que é mais leve e usa somente a internet. Facilita o trabalho do repórter e de todas as pessoas envolvidas na construção daquele conteúdo”. Além disso, existe a facilidade para conversar com pessoas de diversas localidades do mundo, isso ajudar em muitos “furos” de reportagem. Algo que está acontecendo no futebol internacional, por exemplo, pode ser “intercambiado” por um amigo jornalista e através dos contatos é possível trazer essa notícia de uma forma mais ágil em primeira mão. Ele nos conta que existem alguns grupos de jornalistas, que inclusive ele participa, onde serve para troca de contatos e informações com um nível de apuração mais elevado. “Através desse tipo de contato, conseguimos falar com o empresário do jogador William, e apuramos quando ele estava conversando para fechar com o time paulista [Corinthians]. Na minha opinião são multiplos positivos”, conta Fábio. Ele aponta ainda, que um grande problema da ferramenta é a disseminação de falsas notícias, as famosas fake news. “Esse é um ponto negativo universal”, diz o Setorista. Como as informações são criptografadas no aplicativo e não é possível identificar quem realmente fomentou a notícia, ao mesmo tempo que ajuda, também atrapalha. Esse ponto levantado pelo jornalista é muito importante, pois a desinformação virou um mal social que o jornalismo tenta combater, diariamente.

Por fim, Patrícia Diniz, produtora e programadora da Rádio 9 de Julho que essa adaptação do WhatsApp é uma constante não só para os jornalistas, mas também para os ouvintes e boa parte desses são idosos. Portanto, o mesmo dilema que eles tem dia após dia para melhorar sua comunicação via ferramenta, seus ouvintes também tem e sempre são apoiados pela equipe de produção do programa. Ela conta que os ouvintes adoram participar com mensagens de áudio e com os convidados também. Ponto importante, que solicitou muito nos atendimentos e Solicitações do programa. “O WhatsApp é uma ferramenta de para todas as idades, hoje nosso público é um público muito mais da terceira idade, então eles utilizam bastante e não só o áudio como também texto facilitou muito o contato com eles. A forma de participação no programa de um dinamismo por áudio, por exemplo, e melhorou bastante para gente esse contato, disse Patrícia.

Trabalho de Conclusão de Curso em Ela contou que algumas vezes já aconteceu de não ter o telefone para esse contato com os ouvintes e o WhatsApp foi essa ferramenta que supriu a necessidade do programa. Porque muitas vezes com a quantidade de ligações, o telefone não dava conta de aceitar tantas pessoas ao mesmo tempo. Somente através do WhatsApp foi possível administrar a quantidade de mensagens e áudios que chegam.

Para marcar entrevistas e muito mais prático, ela consegue o contato da pessoa por WhatsApp e marca com muito mais fácil facilidade do que antes, quando tinha que pegar o telefone e ligar para pessoa, que na maioria das vezes não podia atender naquele momento. Com o WhatsApp facilita, porque ela vai responder na hora que ela pode. Na pandemia ajudou bastante, porque conseguir áudios de convidados ficou mais fácil e prático, uma vez que não é possível uma visita presencial. Um conteúdo mais leve e fácil de trabalhar tanto com a equipe, quanto com o participante. “Ajudou bastante pelo WhatsApp, pois entrar com ações que antes eram feitas por telefone melhorou a qualidade que muitas vezes não era tão boa. Até para fazer um agendamento com o entrevistado do programa facilitou muito”, conta a produtora. Um ponto negativa muito bem colocado pela produtora, é que para ela nem sempre o trabalho de produção acaba quando você bate seu cartão na rádio, pois para esse tipo de função são essenciais os contatos que você cultiva. E nem sempre dá para deixar de falar com essas pessoas via aplicativo quando está descansado em casa. “É que na verdade no WhatsApp a gente acaba ficando muito preso até fora do horário de trabalho e acaba mesmo fora do horário trabalhando muito. É uma coisa muito ruim dele que você mesmo tem que administrar e isso nem sempre é uma coisa fácil de se fazer. Se você não cuidar, trabalha o tempo todo”, afirma Patrícia. De modo geral, ela acredita que a ferramenta trouxe muito mais benefícios e praticidade para o seu trabalho como produtora e programadora da Rádio Nove de Julho. “Acredito que para a maioria dos meus colegas de profissão, realmente, o WhatsApp é muito importante e, aliás, estou participando desse TCC, através de um áudio de WhatsApp, facilitando muito porque eu respondi na hora que pude”, conta a produtora do programa Esporte 9.

This article is from: