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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Isso vai totalmente de encontro ao que essa pesquisa quer trazer em relação aos difíceis tempos onde as rotinas são cansativas e o valor notícia vem se perdendo. As considerações finais foram um retrato do cenário abordado na pesquisa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Podemos dizer que sim, as hipóteses levantadas nesse presente artigo são fundadas. Levando em consideração a teoria de newsmarking de construção e seleção das notícias, nota-se que mudou totalmente com a evolução da tecnologia. Não existe mais um formato de seleção para reconhecer fatos ou até mesmo para elaborar formas de relatar assuntos. O valornotícia, a noticiabilidade e a sistematização estão em transformação. Os jornalistas não estão mais trabalhando como uma indústria, eles estão remotos ou em pontos diferentes coletando e apurando da melhor forma possível para conseguir entregar um material verídico para os ouvintes. O trabalho ficou muito mais individualizado, cansativo e compartilhado dentro de uma ferramenta mobile que via interação entre as pessoas. Como não existe mais contato diário, por conta da pandemia, que só agravou a questão, os colaboradores estão trabalhando mais tempo do que o habitual. Uma vez que, estão mesmo fora de horário, conectados a uma ferramenta que suga tempo, causa um cansaço visual e mental. Tanto é verdade, que pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que a terceira doença que mais afeta a sociedade são as doenças mentais. Agravadas pelo o uso contínuo de celular e redes sociais e o WhatsApp, instrumento de pesquisa desse artigo é um desse causados.
Outro combate árduo dos jornalistas esportivos encontrado nesse trabalho é a luta contra as fake News. Notícias falsas que consistem na distribuição em massa de uma deliberada desinformação via canais digitais ou impressos. O WhatsApp é uma ferramenta de informações rápidas e que até pela agilidade que se pede na sociedade atual, gera uma enorme frequência de mensagens falsas e sem apuração. Cabe ainda ao jornalista levantar elementos que provem esse tipo de banalização da informação, além do seu trabalho de levantar e selecionar informação adequada para seus ouvintes.
Ferraretto (2012) dividiu a história do meio em quatro fases - implantação, difusão, segmentação e convergência - cada uma delas com suas inovações tecnológicas e mudanças substanciais no dia a dia dos profissionais. Entretanto, essa convergência foi informatizada, por exemplo, agora as produções são mediadas por uma nova ferramenta e fazem parte do atual trabalho de repórteres de radiojornalismo esportivo. O WhatsApp aparece como figura central na rotina destes profissionais, que utilizam do aplicativo em diversos momentos de seu dia e para os mais variados fins. A metodologia do newsmaking descrita por Wolf, com ótimas observações participante Fábio Lázro foi possível entender melhor a lógica dos
processos por trás do uso do aplicativo na rotina dos jornalistas, até mesmo a organização do trabalho atual e suas percepções de quanto às mudanças na rotina são produtivas, mesmo com o fato da apuração ser mais difícil e concorrente com as fake news.
O aplicativo de mensagens reestruturou o contato com as fontes, a busca pela notícia e a chegada de informação ao jornalista. Permitindo conversas durante todo o dia com fontes, mesmo que as fontes estejam em qualquer lugar do mundo. Um custo menor que nos formatos antigos, como a ligação telefônica. O único adendo fica pela rotina mais cansativa ainda que o profissional recebe por ter que ficar 100% do tempo conectado. Por esses motivos, diminuiu o número de jornalistas interagindo com fontes em locais públicos, até mesmo por conta da pandemia, isso só fez com que a ferramenta tomasse uma proporção ainda maior na rotina do trabalhador do rádio, isto é, possibilitando que a notícia chegue mais fácil ao repórter. A facilidade com que os ouvintes usam a ferramenta e tem acesso fácil, até mesmo pelo baixo custo para envio de mensagens, também aumentou a possibilidade de que as fontes, entrevistados e ouvintes entrem em contato com o radialista.
Como mencionado pelo Jornalista Fábio Lázaro e pela produtora Patrícia Diniz nessa pesquisa é importante ver como a informação transita cada vez mais rápido e que a troca de mensagens instantânea com qualquer pessoa que possa ter algum tipo de informação, ou mesmo o fato de poder conversar com diversas fontes ao mesmo tempo, traz uma velocidade jamais vista no processo de coletagem da notícia, mas é expressamente importante ressaltar que o jornalista precisa ter cuidados. As facilidades proporcionadas pelo aplicativo não podem fazer com que os profissionais se tornem preguiçosos ou dependentes da ferramenta. É fundamental utilizar outros recursos para confirmar as informações.
Os pontos principais observados na influência do WhatsApp dentro da rotina de trabalho do radiojornalismo esportivo, ainda vale ressaltar que o aplicativo proporciona uma grande economia as empresas. Raramente os jornalistas viajam para outros estados ou países e quando é necessário conversar com fontes que estão distantes, a ferramenta proporciona a troca de mensagens. Algo fundamental, principalmente no contexto em que estão inseridas as emissoras de rádio, que buscam se reinventar e tornar o negócio mais rentável, ainda mais em tempos tão difíceis de pandemia.
Por fim, vale ressaltar que não se prega nesta monografia a substituição do uso do telefone celular pelo aplicativo, até porque, a ferramenta só funciona com um celular que tenha acesso a internet. A telefonia móvel e a internet foram as duas grandes plataformas de inovação recentes, usadas tanto pelos jornalistas e pelos ouvintes, cada uma com seus próprios recursos e momentos exatos de usabilidade, mas também com a possibilidade de estarem conectados, justamente, pelo uso do celular. O periférico segue sendo a principal ferramenta de trabalho dos repórteres, e o WhatsApp, como recurso tecnológico, só trouxe mais possibilidades, facilidades e velocidade nos processos atuais.