Revista Conexão ICC - 12ª Edição

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Revista do Instituto do Câncer do Ceará - ICC Ano 04 | Nº 12 | Mai - Ago 2014

EXPEDIENTE SÉRGIO FERREIRA JUAÇABA Diretor Geral e Superintendente Técnico- ICC PEDRO MENELEU Superintendente Corporativo de Negócios - ICC ALBERTO FIÚZA Superintendente de Suporte Corporativo - ICC REGINALDO COSTA Superintendente Clínico - HHJ HELANO NEIVA Superintendente de Processos e Qualidade - HHJ MANFREDO LINS Superintendente da ECO DÉBORA BONI Superintendente de Responsabilidade Social - ICC LÚCIA MARIA ALCÂNTARA DE ALBUQUERQUE Presidente da Rede Feminina do ICC CONSELHO EDITORIAL Aline Marques Bezerra José Fernando Bastos Moura Lúcia Maria Alcântara de Alburquerque Marcelo Gurgel Carlos da Silva (Presidente) Maria Cleunice Veras Vanessa Loureiro Benigno COORDENAÇÃO GERAL Vanessa Benigno (Marketing ICC) COORDENAÇÃO EDITORIAL AD2M Engenharia de Comunicação JORNALISTA RESPONSÁVEL Mauro Costa (CE 01035 JP)

Palavra do

editor

REDAÇÃO E EDIÇÃO Adailma Mendes, Lane Vilas Boas e Larissa Freire (AD2M) PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Camila Marques (Marketing ICC) DIRETOR COMERCIAL Luíz Marcelo B. de Paiva (85) 8847.6151 FOTOGRAFIA Davi Cacau (Marketing ICC) Banco de imagens ICC IMPRESSÃO Gráfica Cearense (85) 3260.7100 TIRAGEM 3.000 exemplares PUBLICIDADE revistaconexaoicc@hospcancer-icc.org.br A Revista Conexão ICC é uma publicação do Instituto do Câncer do Ceará – ICC com circulação gratuita. As opiniões expressas ou artigos assinados são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução total ou parcial de seu conteúdo, somente mediante citação da fonte.

Por Marcelo Gurgel Carlos da Silva Presidente do Conselho Editorial

A

Conexão ICC comemora em quase todas as suas páginas os avanços do Instituto do Câncer do Ceará ao longo de sua história. O cuidado com a nutrição dos pacientes é a grande temática desta 12ª edição. O

que mudou na área de Nutrição e os resultados até então são contados na matéria principal desta revista. Importantes membros do ICC falam também de seus envolvimentos com a Instituição e de como fizeram e fazem parte da luta de combate ao câncer no Ceará. Como, por exemplo, a entrevista com a Dra. Lúcia Alcântara, presente no

PUBLICAÇÃO

ICC desde a chegada da Radioterapia na Instituição. O primeiro ano do Centro Oncológico São Mateus – ICC, tratamento por intensidade modulada, conhecida por IMRT (Intensity-Modulated Radiation Therapy) no Hospital Haroldo Juaçaba, dicas de como comunicar más notícias e a experiência da primeira turma de Residência Mutiprofissional são outros destaques da nossa publicação. Boa leitura!

R. Papi Júnior, 1222 - Rodolfo Teófilo | Fortaleza/CE (85) 3288.4400 | www.icc.org.br /RedeICC @RedeICC @redeicc

CONEXÃOICC

03


SUMÁRIO 26 SESSÃO CLÍNICA Tecnologia e humanização: mais qualidade de vida para o idoso com câncer

29

MULTIDISCIPLINARIDADE Comunicação de más notícias: talento ou habilidade

32

ECOANDO Programa de residência multiprofissional prepara estudantes para atendimento integral em oncologia

33

CONTA GOTAS Notícias breves

06 CAPA

40 PESQUISA NO ICC A resposta no interior das células para riscos de câncer

Terapia Nutricional: a assistência fundamental para a recuperação do tratamento do câncer

44

GALERIA Luiz Gonzaga da Silveira

12

ENTREVISTA Dra. Lúcia Alcântara: uma vida de dedicação aos pacientes do Instituto do Câncer do Ceará

14

ICC EM FOCO

45

Rol de procedimentos

46

DE OLHO NO SOCIAL Mais empresas criam ações em prol do Instituto do Câncer do Ceará

19

HOSPITAL HAROLDO JUAÇABA EM PAUTA IMRT: a Radioterapia na constante busca por melhorias no tratamento oncológico

25

ÚLTIMA PÁGINA Especialização em Enfermagem Oncológica da ECO chega a sua quinta turma

Centro Oncológico São Mateus - ICC amplia número de atendimentos e especialidades no primeiro ano de funcionamento

18

TIRANDO DÚVIDAS

DIGA, DOUTOR! HPV

36 ATUALIDADES NA ONCOLOGIA A oncogenética na detecção de propensão ao câncer de mama e de ovário



CAPA

O

tratamento oncológico tem o

tado de desnutrição. Segundo a Sociedade

objetivo de curar ou aumentar a

Brasileira de Nutrição Parental e Enteral

sobrevida, e reduzir os sintomas

(SBNPE), aproximadamente 20% das mor-

ocasionados pela presença do câncer e,

tes de pacientes com câncer são secun-

consequentemente, melhorar a qualidade

dárias à desnutrição.

de vida do paciente. Um dos fatores rele-

“Alimentar melhor o paciente dá mais

vantes para o sucesso do tratamento onco-

chances a ele de sucesso no tratamento. A

lógico é o estado nutricional do paciente. E

Terapia Nutricional (TN) pode, a partir de

neste campo, os dados apontam para uma

uma avaliação individualizada do paciente

realidade preocupante no Brasil. De acordo

oncológico, ajudar na garantia de mais

com o Inquérito Brasileiro de Avaliação

bem-estar e de menos chance de desis-

Nutricional Hospitalar (IBRANUTRI), a des-

tência frente ao tratamento”, ressalta o Dr.

nutrição calórica e proteica em pacientes

Henrique Costa, coordenador da Equipe

internados com câncer no país chega a

Multidisciplinar de Terapia Nutricional do

66,4%, índice bem mais alto do que de pa-

Hospital Haroldo Juaçaba.

cientes internados por doenças de modo geral (50%).

Por isso, pacientes do Hospital Haroldo Juaçaba, mantido pelo Instituto do Câncer

Com a ingestão de fortes medicamen-

do Ceará (ICC), recebem cuidados especiais

tos e a realização de rádio e/ou quimiote-

durante todo o tratamento. De acordo tam-

rapia durante o tratamento contra o câncer,

bém com a gerente de Nutrição do HHJ,

é comum que efeitos colaterais como alte-

Semíramis Santos, a área de nutrição clínica

ração do paladar, náuseas, vômitos, diar-

do Hospital segue as diretrizes do Consenso

reias ou constipação intestinal, diminuição

Nacional de Nutrição Oncológica, do Ins-

do apetite, sensação de boca seca, lesões

tituto Nacional de Câncer (INCA), que tem

em cavidade oral, estomatite, entre outros,

como objetivo uniformizar a terapia e assis-

apareçam. Estes sintomas tornam deficiente

tência nutricional dos pacientes oncológi-

o processo de nutrição permitindo, muitas

cos de todo o Brasil.

vezes, que o paciente chegue a um es06 CONEXÃOICC

“A vitória contra o câncer não depende

Alimento sendo preparado na Sala de Enteral


somente da força de vontade do paciente e

to à consistência da dieta, a quantidade de

dos tratamentos disponíveis. Métodos co-

macro e micro nutrientes que devem ser in-

mo a quimioterapia, a radioterapia e, em

seridos nas refeições, o uso de suplementos

alguns casos, cirurgias, deixam o paciente

e o acompanhamento de intercorrências.

Enfermagem - HHJ

debilitado e enfraquecido. São necessários

Além disso, o plano traça a caracteri-

outros cuidados no dia a dia de combate à

zação da doença e a periodicidade da rea-

enfermidade. Assim, a nutrição clínica tem

valiação do paciente. Posteriormente, um

um papel fundamental no processo de re-

cardápio diferenciado e rico em opções é

cuperação, pois pode minimizar os efeitos

oferecido aos internos, que se alimentam

negativos dos tratamentos, garantindo uma

seis vezes ao dia. As refeições são distri-

recuperação mais rápida e eficiente”, acres-

buídas em café da manhã, lanche da manhã,

centa Semíramis.

almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. “Todo

“A Terapia Nutricional representa todo

este cuidado resulta em menos sofrimento

um processo de reconhecimento de riscos,

e recuperação humanizada, princípios bási-

da dinâmica dos perigos e flexibilidades

cos que integram o tratamento dispensado

durante a internação, assim como de acom-

pelo ICC aos seus pacientes”, completa a

panhamento dos resultados da própria te-

gerente de nutrição.

rapia”, completa o Dr. Henrique. No HHJ, a assistência nutricional inicia

O Plano de Assistência Nutricional avalia também, a condição atual do paciente

sua atuação com uma visita admissional,

para se alimentar e a melhor forma dele

onde a equipe de nutrição clínica realiza

receber a dieta. Para pacientes com trato

uma triagem nutricional com aplicação do

gastrointestinal íntegro, a via preferencial

Termo de Identificação de Risco Nutricional.

de administração da terapia nutricional é

A partir da identificação do risco nutricional

sempre a enteral ou oral. Já nos casos em

do paciente (alto, médio ou baixo risco), é

que há complicações gastrointestinais que

traçado um Plano de Assistência Nutricio-

impeçam a ingestão adequada de alimen-

nal, que consiste em um planejamento

tos, a via de administração passa a ser a

individualizado da terapia nutricional quan-

parenteral. CONEXÃOICC

07


CAPA

Avanços da nutrição do HHJ Desde setembro de 2013, o HHJ conta

área em que estão sendo atendidos e com

com Terapia Nutricional. Os ganhos são

que tratamentos. Existe um controle do que

crescentes e seguem surpreendendo a e-

deve ser dado a cada paciente, como deve

quipe multidisciplinar envolvida no traba-

ser dado (via enteral ou parenteral) e o que

lho. Redução no uso de antibióticos, dimi-

realmente foi aceito pelo mesmo. Este

nuição do tempo de internação e menor

trabalho visto de perto, acaba por trazer

número de intervenções cirúrgicas são

várias respostas à equipe do Hospital e,

alguns exemplos de quadros conquistados

consequentemente, apoio ao aperfeiçoa-

por conta da adoção de cuidados especiais

mento da Terapia Nutricional do HHJ.

Resultados obtidos com a implantação da Terapia Nutricional no ICC 100% 80% 60% 40% 20% 0%

cuidado de fazer uma avaliação anterior terapia e quimioterapia. Temos como pre-

Conquistas do ICC com a Terapia Nutricional

parar o paciente para melhores respostas durante e depois desses processos”, explica o Dr. Henrique. Com o uso de uma ferramenta até relativamente simples, o Termo de Identificação de Risco (TIR), criado no Ceará, o HHJ acompanha com uma equipe própria toda a nutrição dos pacientes, independente da

Aula inaugural 2013

08 CONEXÃOICC

83,34%

Calorias prescritas X Calorias ingeridas pelo paciente

com os pacientes. “Hoje temos todo o também a cirurgias e tratamentos de radio-

68,95%

3 2

? Diminuição de 40% no número de ingestão de antibióticos; ? Diminuição do tempo de internação do paciente; ? Diminuição nos casos de intervenções cirúrgicas.

2,7 1,8

1 0 Tempo de alcance da meta calórica (dias) 2013 2014


Como está organizada a área de Nutrição Clínica

dos pelo próprio tumor e, pela radioterapia, quimioterapia e por fortes medicamentos

Mitos e Verdades

ingeridos no combate à enfermidade, colaA equipe da área de Nutrição Clínica do

borando assim, para maior conforto emo-

Hospital Haroldo Juaçaba, do ICC, é forma-

cional, diminuição da ansiedade e aumento

da por seis profissionais da área da saúde.

da autoestima do paciente.

Na gerência da nutrição, Semíramis Santos, na nutrição clínica, Bárbara Danuta, Patrícia Diniz, André Costa e Lara Machado, e na

Dicas para uma boa alimentação durante o tratamento oncológico

nutrição de produção, Rafaella Fragoso. Em busca de manter o padrão de exce-

Uma das recomendações dos médicos é

lência e oferecer a melhor assistência ao

que o paciente oncológico se mantenha

paciente oncológico, em 2013, a área de nu-

cumprindo o máximo de atividades possí-

trição clínica do ICC participou do Inquérito

veis em seu dia a dia, principalmente em

Brasileiro de Nutrição Oncológica do INCA

relação à rotina alimentar. Isto pode evitar

e já está se preparando para participar do

um possível estado de desnutrição. O Dr.

Inquérito Luso-Brasileiro de Nutrição Onco-

Henrique Costa, nutrólogo, explica que du-

lógica do paciente idoso do INCA de 2014.

rante o tratamento oncológico é muito co-

Como intervir no tratamento oncológico por meio da nutrição

mum a perda de apetite, ressecamento da boca, dificuldade de deglutir, entre outros efeitos colaterais que dificultam a alimentação saudável, por isso, é importante to-

Em busca de oferecer as melhores condi-

mar algumas ações que colaboram para

ções ao paciente para enfrentar o tratamen-

que o paciente consiga se alimentar bem.

to contra o câncer, a terapia nutricional tem

Se o horário ou o ambiente incomoda o

como objetivo aplicar, já na admissão hos-

paciente, a melhor opção é alternar a hora e

pitalar, técnicas de triagem nutricional e

o lugar das refeições. Comer na companhia

com isto, identificar “sinais de alertas” para

de pessoas agradáveis e sempre que sentir

que a Equipe Multidisciplinar de terapia Nu-

fome, variar no menu e ter sempre um lan-

tricional (EMTN) possa fazer uma avaliação

chinho à mão são outras dicas. No caso de

e traçar um plano alimentar que coopere

pacientes completamente sem apetite, a

para uma recuperação rápida e eficaz du-

indicação do médico é comer de hora em

rante o tratamento e no período pós-ope-

hora, mesmo que seja uma mordiscada ou

ratório, quando há intervenções cirúrgicas.

uns goles, e neste caso, o acompanhamento

Esta intervenção precoce por parte da

nutricional é fundamental para que suple-

área de nutrição clínica do Hospital faz com

mentos sejam ingeridos na dieta e o pa-

que o paciente esteja melhor preparado

ciente receba os nutrientes necessários para

para enfrentar os efeitos colaterais causa-

garantir uma alimentação saudável.

1. É verdade que ao invés de alimentar o paciente a terapia nutricional alimenta o tumor? Não. Estudos comprovam que a terapia nutricional ajuda no combate ao câncer. 2. Adoçante causa câncer? Não. Isto não é cientificamente comprovado. 3. Não como frango porque são injetados hormônios nele. Isto é verdade? Não. O custo para as granjas injetarem hormônio no frango é altíssimo e se isto fosse verdade, com certeza não compraríamos um frango por valores tão baixos. O frango e o ovo são fontes importantes de proteína. 4. Existem tipos de peixes que são remosos? Não. Peixes são nutritivos e ótimas fontes de proteína.

CONEXÃOICC

09



Operando no mercado cearense há mais de 27 anos, a Voyage Turismo é uma referência para viagens no âmbito nacional e internacional. Fundada por Célia Juaçaba, a Voyage Turismo é reconhecida por ser a agência que realiza seus sonhos! Trabalhando com fornecedores locais, nacionais e internacionais, a Voyage busca oferecer as melhores opções de roteiros e tarifas para os seus clientes. Sempre trabalhou ao lado do Instituto do Câncer do Ceara e do Hospital Haroldo Juaçaba. A Voyage foi a Agência Oficial do XXII Congresso Brasileiro de Cancerologia, realizado em Fortaleza, Ceará, em novembro de 1991, presidido pelo então Presidente, Dr. Haroldo Juaçaba, acumulando desta forma, uma vasta experiência e se tornando agência oficial de vários congressos de alcance estadual. Administrando a Voyage Turismo desde 2011, Andrea Juaçaba continua com a mesma visão de empreendorismo e eficiência, marca registrada da Voyage. A experiência anterior de oito anos de serviços prestados a Voyage Turismo influenciou Andrea a se formar em “Bachelor of Science em International Business” pela Universidade do Colorado Denver e com mestrado em “Master of Science em International Business” e o “Master of Science em Marketing”, também pela Universidade do Colorado em Denver. Andrea ainda lecionou na Faculdade Metropolitana Estadual de Denver a cadeira de Comercio Exterior, somando uma vasta experiência internacional nas áreas de negociações, marketing e pesquisa, incluindo ainda curso de Logística e Finanças Internacional pelo “ World Trade Center Denver – Rocky Mountains”.

R. José Vilar, 262 - Meireles | CEP: 60.125-000 Fortaleza | Ceará | Brasil www.voyageturismo.tur.br


ENTREVISTA

DRA. LÚCIA ALCÂNTARA uma vida de dedicação aos pacientes do Instituto do Câncer do Ceará

adioterapeuta por formação e com mais de 30 anos de experiência, a Dra. Lúcia Alcântara tem trocado o “branco” de seu jaleco pela cor “rosa”, que representa a Rede Feminina do Instituto do Câncer do Ceará (ICC), presidida por ela desde 2009. Feliz pelo trabalho que exerce hoje, mas sem deixar de acompanhar de perto os pacientes mais antigos da Radioterapia, ela conta os avanços e diferenciais realizados pela Rede com o objetivo de acolher pacientes em tratamento no Hospital Haroldo Juaçaba.

R

12 CONEXÃOICC


CONEXÃO ICC: Como começou sua relação com o Instituto do

contando atualmente com quatro aceleradores lineares, simulador

Câncer do Ceará?

e braquiterapia de alta taxa de dose (HDR). A radioterapia intraope-

LÚCIA ALCÂNTARA: Quando nasci, a história do ICC, que este ano completa 70 anos, já estava em curso. Sou filha de um dos fundadores do Instituto, Waldemar Alcântara, e de Dolores Alcântara, uma das fundadoras da Rede Feminina do ICC. Acompanhei o crescimento dessa instituição e participei das campanhas promovidas pela Rede Feminina em prol do paciente carente ali atendido.

ratória para câncer de mama é um diferencial do serviço bem como a braquiteraipia para câncer de próstata. Com esses equipamentos é possível oferecer ao paciente tratamentos que permitem uma dose maior e, consequentemente, controle do tumor e minimização de sequelas, no caso dos tratamentos conformacionais e de intensidade modulada (IMRT). Esperamos implantar a radiocirurgia.

Foram talvez esses os motivos que me fizeram optar pela área de

CI: A Rede Feminina é responsável hoje por que ações dentro

oncologia como especialidade médica. Em janeiro de 1975, após

do Instituto?

conclusão de Residência Médica no INCA, na área de Radioterapia, iniciei minhas atividades no ICC, integrando a equipe de Radioterapia, serviço que naquela época era o único no Ceará. Mais da metade da minha vida foi de dedicação a essa instituição.

LA: A maior atividade da Rede Feminina é o acolhimento do paciente e de seu familiar provenientes do interior do Estado na Casa Vida, oferecendo hospedagem e alimentação. Muito mais que isso, a Rede Feminina proporciona um ambiente acolhedor dando Alberto Fiúza

CI: Como é o seu trabalho na Radioterapia? Que diferenciais

Superintendente de Suporte Corporativoassis- ICC amparo, apoio psicológico, práticas de atividades manuais,

podem ser destacados na Radioterapia do Hospital Haroldo

tência religiosa, tudo no intuito de tornar o ambiente mais ameno e

Juaçaba?

agradável durante o tratamento a que estão sendo submetidos

LA: Foram mais de 35 anos trabalhando na Radioterapia, mas sempre me envolvendo em outras atividades referentes à evolução e consolidação da Instituição como referência no tratamento do câncer. Com a chegada de novos profissionais qualificados na Radioterapia entendi que era o momento de atuar em outras áreas que atendessem mais diretamente às necessidades dos pacientes carentes. Atualmente, atendo pacientes por mim tratados há muitos anos o que dá uma grande satisfação em vê-los sem evidência de doença em atividade. A Radioterapia do ICC hoje tem uma equipe integrada com radioterapeutas formados em instituições reno-

pacientes no Hospital Haroldo Juaçaba. A Rede Feminina promove eventos com intuito de angariar fundos para manutenção da Casa e campanhas educativas de prevenção de câncer. O bazar e o café do ICC também são administrados pela Rede Feminina em parceria com a Superintendência de Responsabilidade Social, gerenciada por Débora Boni, também para ajudar no sustento da Casa. CI: Como evoluiu o trabalho da Rede e que vitórias a senhora destacaria do grupo? LA: A Rede Feminina fundada em 1954 pela senhora Heloísa Jua-

madas, Física Médica qualificada e Enfermagem treinada. O traba-

çaba vem acompanhando o crescimento do ICC. Cada dia nós te-

lho dessa equipe proporciona um excelente atendimento desde a

mos uma vitória a comemorar: o paciente que volta agradecido por

primeira consulta no setor, durante o tratamento e até o término do

ter sido bem acolhido durante sua permanência na Casa Vida nos

mesmo. A Residência Médica em Radioterapia, reconhecida pelo

motiva cada vez mais a continuar esse trabalho. A satisfação dos pa-

Ministério da Educação (MEC), é outro diferencial do Instituto do

cientes bem atendidos pelos nossos voluntários (hoje mais de 300,

Câncer, que o torna um centro de ensino e pesquisa reconhecido,

a quem somos muito agradecidos) nas salas de espera também é

por meio da Escola Cearense de Oncologia – ECO.

muito gratificante. A vitória maior da Rede será a conclusão da nova

CI: Quais os avanços conquistados em tecnologia para a Radioterapia e o que ainda é esperado? LA: A Radioterapia do ICC vem se modernizando ao longo dos anos

sede da Casa Vida, totalmente projetada, contemplando enfermarias mais amplas e ventiladas, refeitórios e cozinhas planejados atendendo um maior número de pacientes em instalações melhores com ampla visão para Lagoa do Porangabuçu. CONEXÃOICC

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ICC EM FOCO

Centro Oncológico São Mateus - ICC amplia número de atendimentos e especialidades no primeiro ano de funcionamento

D

etentor de avançadas tecnologias e de uma equipe multidisciplinar de profissionais, o Instituto do Câncer do Ceará, por meio de sua nova unidade de atendimento, o Centro

Oncológico São Mateus - ICC, em um ano e meio de funcionamento, já ampliou o

número de atendimento a pacientes em tratamento contra o câncer.

14 CONEXÃOICC


O desenvolvimento da unidade tem sido muito positivo. Hoje são realizadas, em média, 280 consultas ao mês e, atualmente, 60 pacientes estão realizando quimioterapia no Centro Oncológico São Mateus – ICC.” Larissa Gurgel Enfermeira e Coordenadora do Centro Oncológio São Mateus - ICC

“Há alguns meses faço tratamento de câncer no ICC e vou à unidade do São Mateus semanalmente para fazer quimioterapia. Lá é tudo perfeito! A estrutura é maravilhosa, as enfermeiras são muito educadas e boazinhas comigo e o Dr. Markus Gifoni tem um lugar especial no meu coração, ele é ótimo. Quando estou lá recebo apoio total e fico tão à vontade que nem me sinto doente. Volto para casa impressionada com o carinho e a assistência que encontro na unidade,” afirma Dona Lindalva, 85 anos, paciente do ICC. Segundo a enfermeira e coordenadora do Centro, Larissa Gurgel, “o desenvolvimento da unidade tem sido muito positivo. Hoje são realizadas, em média, 280 consultas ao mês e, atualmente, 60 pacientes estão realizando quimioterapia no Centro Oncológico São Mateus - ICC”. Além do crescimento no número de atendimentos, também foram ampliadas as especialidades na unidade. Agora são: Urologia, Reumatologia, Radioterapia, Mastologia, Ginecologia, Torácica, Aparelho Digestivo, Hematologia, Oncologia Clínica, Plástica, Cabeça e Pescoço e Terapia da Dor. O Centro já nasceu com o que há de mais avançado no tratamento oncológico integral com o mesmo padrão de qualidade do Hospital Haroldo Juaçaba. A infraestrutura diferenciada conta com quatro consultórios totalmente equipados e nove apartamentos individuais para sessões de quimioterapia. A unidade tem sido também palco para importantes eventos na área da medicina oncológica. Já foram realizadas discussões sobre câncer de próstata com especialistas do Grupo de Estudos em Tumores Urológicos (GETUC) e sobre câncer de mama, com o tema “Câncer de mama: hormonioterapia na era da Biologia Molecular” e palestra de Daniel Luiz Gimenes, oncologista clínico de São Paulo. Nos eventos, profissionais da saúde de diversas áreas têm marcado presença e garantido uma ótima oportunidade de troca de experiências, o que colabora diretamente para o aprimoramento desses profissionais em suas respectivas áreas de atuação. CONEXÃOICC

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DE OLHO NO SOCIAL

Mais empresas criam ações em PROL do Instituto do Câncer do Ceará

N

os últimos anos, algumas empre-

responsabilidade social, já vivenciamos a

e sei da seriedade do Instituto, por isso,

sas têm despertado para a impor-

luta contra o câncer. Eu, particularmente, te-

doar para a Instituição, além de um projeto

tância da responsabilidade social,

nho pessoas da minha família que são vo-

social, é uma questão pessoal. Sei que o tra-

não só para trabalhar suas imagens como

luntárias e eu mesma tenho o projeto de ser

tamento contra o câncer não é fácil, então, a

para estar verdadeiramente engajada com a

voluntária lá. O que fazemos é de coração.

partir das doações, tentamos amenizar a

sociedade em que está inserida. Parceira do

Sabemos da necessidade dos pacientes.

situação de pessoas em tratamento que

Instituto do Câncer do Ceará (ICC), a Fill Sete

Sempre que vamos ao ICC, voltamos de lá

geralmente são muito carentes e necessi-

é uma das marcas que tem intensificado a

com outra visão da vida. Conviver com as

tadas”, explica o proprietário.

promoção de diferentes ações de responsa-

pessoas que trabalham, se tratam e pra-

Atualmente a Casa Vida tem capacidade

bilidade social. Este ano, a empresa fez a

ticam o voluntariado no ICC nos torna

para atender cerca de 120 pessoas por dia

doação de aproximadamente 500 camise-

alguém melhor,” afirma Tatiane Rabelo, pro-

fornecendo hospedagem e alimentação ao

tas que foram estampadas com o tema

prietária da marca Fill Sete.

paciente e seu cuidador, além de ações mul-

“Copa do Mundo – Ser Campeão é Ser soli-

“Com as camisetas tentamos ir além e

tiprofissionais, como: médico, enfermeiro,

dário”. Parte delas foi vendida na 9ª edição

mostrar que a partir da moda outras pes-

psicólogo, nutricionista, terapeuta ocupa-

do Bazar La Boutique (BLB), promovido nos

soas também podem ajudar o Instituto. A

cional e voluntários que auxiliam nos cui-

dias 10 a 13 de abril, no Centro de Eventos

nossa parte é ajudar fazendo o que sabe-

dados e com oficinas artísticas. “O trabalho

do Ceará. O restante seguiu à venda no

mos fazer de melhor: moda,” acrescenta

social vai além da caridade, é uma forma

Bazar do ICC, localizado no estacionamento

Tatiane.

humanizada de olharmos para o próximo e

do Instituto. Toda a renda arrecadada a

Outra parceira do ICC que também usa

agirmos em favor dele sem esperar recom-

partir das peças é revertida para a conclusão

a moda para trabalhar a responsabilidade

pensa. A manutenção da Casa Vida do ICC

das obras da Casa Vida – casa de apoio a

social é a Couro Café. A marca faz doações

depende do trabalho voluntário e de doa-

pessoas carentes em tratamento contra o

de sapatos de couro para o Instituto e já tem

ções, por isso, o ICC reconhece e valoriza

câncer no Hospital Haroldo Juaçaba.

esta prática como uma política interna da

quando se depara com marcas como a Fill

empresa. Segundo Elmano Filho, proprie-

Sete, que colabora com o Instituto na luta

A 9ª edição do BLB deu todo o apoio para essa ajuda, tendo como parceiros,

tário da Couro Café, os funcionários da loja

pela humanização do tratamento do câncer

além da Fill Sete, a revista InVoga e mais

têm consciência da responsabilidade social

por meio do acolhimento dos pacientes“,

profissionais renomados da moda cearense.

e se sentem orgulhosos por fazer parte,

explica Débora Boni, superintendente de

“Sempre admiramos o trabalho do ICC.

mesmo que indiretamente, deste trabalho.

Responsabilidade Social do ICC.

Nossa relação com o Instituto vai além da

“Conheço pessoas que já precisaram do ICC

18 CONEXÃOICC


HOSPITAL HAROLDO JUAÇABA EM PAUTA

IMRT: A RADIOTERAPIA NA CONSTANTE BUSCA POR MELHORIAS NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO

A

radioterapia é um dos tratamen-

Esta última subdivisão, a teleterapia, vem

a técnica chegou ao Hospital Haroldo

tos utilizados no combate ao cân-

evoluindo drasticamente, aproveitando-se

Juaçaba (HHJ), passando este a ser pioneiro

cer. E, segundo o Ministério da

dos avanços tecnológicos da informática,

na execução do método no Estado do

Saúde do Brasil, cerca de dois terços dos

desde a teleterapia convencional ou 2D,

Ceará. “Com o IMRT conseguimos `esculpir´

pacientes com câncer necessitarão desta

onde os campos de irradiação são delimi-

a dose da radiação de forma mais precisa ao

modalidade, seja ela exclusiva ou combi-

tados basicamente por estruturas ósseas,

redor do tumor, poupando ainda mais os

nada a outras. Esses números reforçam a

passando-se pela 3D ou conformacional,

órgãos sadios próximos”, explica o Dr.

sua importância na rotina da oncologia e

onde se planeja a partir de uma tomografia

Carlos Heli Bezerra Leite, chefe do serviço

fazem com que todos os avanços na área

da área a ser irradiada, utilizando modernos

de Radioterapia do HHJ.

sejam comemorados e tidos como grandes

softwares que permitem o delineamento

No IMRT, o feixe de radiação tem sua

vitórias na luta contra a doença.

das estruturas (normais ou tumorais) e o

intensidade modificada através de lâminas

Na radioterapia existem duas grandes divisões: a braquiterapia e a teleterapia. Na primeira, a fonte de irradiação é posicio-

melhor conhecimento da distribuição da

localizadas dentro do acelerador linear que

radiação na região de interesse.

se mexem durante o tratamento, deixando

Um outro grande avanço é a radiote-

passar mais ou menos radiação de acordo

nada em contato ou dentro do tumor. Já na

rapia com intensidade modulada, conheci-

com a posição e anatomia das estruturas

segunda, o feixe de radiação é produzido

da por IMRT (Intensity-Modulated Radia-

sob aquele feixe. A velocidade e forma com

por aparelhos como aceleradores lineares,

tion Therapy), uma evolução da conforma-

que tais acessórios se movem são sugeridos

com a fonte a certa distância do paciente.

cional-3D. No segundo trimestre deste ano,

pelo software após se informar os objetivos CONEXÃOICC

19


a serem alcançados para aquele caso, ou

fruto da avaliação cuidadosa da relação

seja, que dose se quer chegar no tumor e

custo-benefício e após amplo esclareci-

que limite de dose se aceita chegar nos

mento ao paciente. Segundo ele, as princi-

órgãos normais próximos. O resultado que

pais indicações são para tumores de ca-

se vê, como no caso de tumores de próstata,

beça e pescoço, próstata, canal anal e gi-

por exemplo, é a possibilidade da distri-

necológicos, entretanto, várias outras situa-

buição da radiação ficar mais restrita à

ções clínicas podem ser consideradas a

próstata, permitindo que o médico pres-

partir de uma avaliação médica com o

creva uma maior dose, e ainda com a parte

radio-oncologista. “O novo procedimento

final do intestino (reto) e a bexiga mais pou-

requer alta tecnologia, maior investimento e

pados, com menor taxa de complicações

demanda maior esforço e tempo de

intestinais e urinárias, por fim.

dedicação por parte da equipe responsável

De acordo com o Dr. Carlos Heli, vale

(médicos, físicos médicos, dosimetristas e

destacar que alguns critérios devem ser

técnicos), sendo um importante passo do

considerados ao se indicar a técnica, pois o

HHJ na busca por um tratamento onco-

tratamento não é recomendado a todos os

lógico com um mínimo de toxicidade,

pacientes, sendo que sua realização, assim

permitindo maior qualidade de vida ao

como de qualquer intervenção médica, é

paciente”, acrescenta.

Grupo de Acolhimento no HHJ

20 CONEXÃOICC


rá, a e c o d r e c n â c o d o t u it t s In ão À ç a iz n a m u h o d n ia l a s o n a há 70 de

integralida

dade. o sonho se tornou reali ss no o e qu sim as i Fo . qualidade Importa é fazer o bem foco na integralidade e m co as vid de r ida cu ofissionais O compromisso de de humanização, de pr ar lug ICC o ou rn to to cial, de atendimen , de responsabilidade so gia olo cn te a alt e o çã u tempo há especializados, de inova de gente que dedica se , te en lm ipa inc pr e, a e. de ensino e pesquis importante: a sua saúd ais m m be do cia lên ce m ex 70 anos para cuidar co

R. Papi Júnior, 1222 - Rodolfo Teófilo www.icc.org.br /RedeICC @RedeICC @redeicc


LABORATÓRIO DE PATOLOGIA Livino Pinheiro Hospital Haroldo Juaçaba

PRECISÃO DIAGNÓSTICA AGORA POR MEIO DA BIOLOGIA MOLECULAR

AQUI VOCÊ ENCONTRA SERVIÇOS CADA VEZ MAIS AVANÇADOS GARANTINDO PRECISÃO DIAGNÓSTICA E TRATAMENTOS PERSONALIZADOS.

EXAMES REALIZADOS Exame histopatológico de rotina: ? - Biopsias simples - Peças cirúrgicas simples - Peças cirúrgicas complexas Citologia em geral ? Exame de congelação ? Imunoistoquímica: ?

DIFERENCIAIS Disponibilização de laudos online; ? Centro de referência DAKO/Ventana Norte e Nordeste; ? Único laboratório do Norte/Nordeste de referência em Her2-SISH? Plataforma Vigher; Tratamento mais personalizado por meio da Biologia Molecular; ? Profissionais altamente capacitados e especializados no diagnóstico ?

- Painel de IHQ de fatores prognósticos do câncer - Painel de IHQ para imunofenotipagem de tumores malignos - Painel de IHQ para detecção de sítio primário de neoplasia metastática Biologia Molecular: ? - Pesquisa de HER-2 - SISH - Testes moleculares preditivos de resposta a tratamentos alvo-específicos (EGFR, KRAS e BRAF)

dos mais variados tipos de câncer; Atuação integrada com todas as especialidades médicas do Hospital ? Haroldo Juaçaba;

Biobanco composto de diversas amostras para auxiliar pesquisas ? que beneficiam os atuais pacientes e futuras gerações. Laboratório de Patologia Livino Pinheiro R. Papi Júnior, 1222 - Rodolfo Teófilo - (85) 3288.4509 /RedeICC

@RedeICC

@redeicc | www.icc.org.br


ia do p a r e t o Radi roldo a H l a t erna i d o m Hosp s i , a ma ará, a b a ç a Ju do Ce a i g o l tecno IMRT. m o c a agor

Pioneirismo e excelência fazem da unidade de Radioterapia do Hospital Haroldo Juaçaba - HHJ o maior centro de radioterapia do Ceará. Com um moderno parque tecnológico e uma equipe de saúde multidisciplinar altamente especializada, atua de forma integrada com todas as especialidades do HHJ no tratamento do câncer, proporcionando eficiência terapêutica e excelência nos resultados com segurança para seus pacientes. E é por isso, que o HHJ, sempre investindo no melhor para a sua saúde, oferece agora a modalidade de Radioterapia de Feixes Modulados (IMRT), que associa técnicas de alta precisão a um rigoroso controle de qualidade, aumentando as chances de cura. Referência no estado e nas regiões Norte e Nordeste, o Serviço de Radioterapia do HHJ destaca-se, também, na área de ensino, integrando um dos maiores Programas de Residência Médica em Oncologia do País.

Atendimento humanizado, rapidez no tratamento e excelência nos resultados.

R. Papi Júnior, 1222 Rodolfo Teófilo Fortaleza/CE (85) 3288.4400 www.icc.org.br /RedeICC

@RedeICC @redeicc

Responsável: Dr. Sérgio Juaçaba - Superintendente Técnico - CRM 2701



DIGA, DOUTOR!

HPV Fonte: Dr. Ricardo Juaçaba Ginecologista e Mastologista do Hospital Haroldo Juaçaba - HHJ

ENTENDA MAIS SOBRE O HPV O Papiloma Vírus Humano (HPV) pode provocar lesões na pele e nas regiões oral, anal, genital e da uretra. A infecção pelo vírus HPV está relacionada diretamente com o aparecimento de tumores malignos, especialmente do câncer do colo do útero e do pênis. Existem diversos tipos de HPV, que são classificados de acordo com o risco de desenvolverem tumores malignos. Portanto, os tipos de HPV de baixo risco estão relacionados à formação de verrugas, os condilomas. Os de alto risco estão relacionados tumores malignos.

HPV TEM TRATAMENTO!

O tratamento é direcionado para as alterações provocadas pelo vírus, e pode ser realizado com medicamentos ou cirurgias: cauterização química, eletrocauterização, crioterapia, laser ou cirurgia convencional em casos de câncer instalado. No entanto, há casos em que o vírus é eliminado espontaneamente, não sendo percebido pela pessoa infectada.

PREVENÇÃO

O uso do preservativo previne a infecção pelo HPV e outras doenças sexualmente transmissíveis, embora não seja totalmente eficaz; Caso você tenha um resultado positivo para HPV, informe o seu parceiro, pois ele também precisará de tratamento; Gestantes portadoras do HPV, com lesões genitais em atividade, não são indicadas a ter parto normal; Após início da vida sexual, faça os exames prescritos regularmente;

Vírus do HPV

Ter o diagnóstico e tratamento precoce ajuda a controlar o vírus e manter a saúde em dia; Não esquecer a vacina, que deve ser aplicada antes do início da vida sexual.

VACINA CONTRA O VÍRUS Verrugas genitais, conhecidas popularmente como “crista de galo”

FORMAS DE TRANSMISSÃO Embora seja uma doença sexualmente transmissível (DST), há a possibilidade de transmissão da mãe ao feto e de inoculação por objetos contaminados com o HPV.

As vacinas existentes desde 2007 previnem contra a infecção por HPV, mas não substituem a realização regular do exame preventivo de citologia, o Papanicolau. Elas funcionam estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A principal vacina contra o HPV imuniza contra os quatro tipos mais frequente de HPV.

CONEXÃOICC

25


SESSÃO CLÍNICA

TECNOLOGIA E HUMANIZAÇÃO:

mais qualidade de vida para o idoso com câncer

A

estimativa da Organização Mun-

cupação. A luta dos profissionais de saúde

dial da Saúde (OMS) é que o Brasil

está em encontrar um tratamento seguro e

De acordo com o Dr. João Bastos, o

seja o sexto em número de idosos

menos agressivo para cada caso, já que há

cuidado deve ser centrado no paciente e

Geriatria e Gerontologia.

em 2025, quando deve se chegar a 32 mi-

uma diferença no perfil dos idosos, po-

não na doença. Os profissionais de saúde

lhões de pessoas com 60 anos ou mais. Já

dendo ser ativos, frágeis ou dependentes.

devem agir/tratar “através dos olhos dos

de acordo com dados do Instituto Nacional

Tudo tem que passar por uma avaliação do

pacientes”. O médico reforça algumas prá-

do Câncer (INCA), o aumento do envelhe-

que vai resultar em mais qualidade de vida e

ticas que tornam o tratamento mais huma-

cimento populacional nas últimas décadas

a garantir de tolerância do indivíduo aos

nizado, como a manutenção de pacientes e

é seguido por um aumento exponencial da

medicamentos.

familiares bem informados e ativamente

incidência de câncer na população idosa.

Para avaliar todas essas possibilidades

envolvidos nas decisões médicas; integra-

Logo, grandes desafios se apresentam no

e mostrar que é possível fazer um trata-

ção entre grupos que prestam os cuidados

que se refere ao cuidado do paciente idoso

mento humanizado aos pacientes idosos

ao idoso; sistema que oferta conforto físico

com câncer, Sessão Clínica realizada no

e suporte emocional aos pacientes e

No tratamento oncológico do idoso, a

primeiro semestre deste ano no Hospital

familiares; e, como mais importante, ava-

fragilidade do paciente é a principal preo-

Haroldo Juaçaba (HHJ) trouxe para debate o

liação dos desejos do paciente por infor-

com câncer.

tema “Como humanizar o cuidado do pa-

26 CONEXÃOICC

Para o Ministério da Saúde do Brasil, a

ciente idoso no mun-

meta estratégica sobre o envelhecimento e

do tecnológico?”. O

à saúde da pessoa idosa é conseguir pro-

assunto foi tratado

mover a atenção integral e integrada à

pelo especialista em

saúde da pessoa idosa e dos portadores de

Clínica Médica, Medi-

doenças crônicas, estimulando o envelhe-

cina de Família e Co-

cimento ativo, a prevenção e o controle dos

munidade e Geriatria,

agravos em todos os níveis de atenção.

João Bastos Freire Ne-

Da esquerda para a direita: Manfredo Lins, Dr. João Bastos e Marcelo Gurgel

mação e por participação nas decisões.

"Para humanizar o cuidado do paciente

to. O médico é for-

idoso no mundo tecnológico é preciso res-

mado pela Universi-

peitar todas as dimensões e necessidades

dade de Brasília e a-

do idoso e levar em conta os aspectos bio-

tual presidente da So-

médicos, psicológicos, sociais, emocionais e

ciedade Brasileira de

ambientais", conclui o médico.


O cuidado deve ser centrado no paciente e não na doença. Os profissionais de saúde devem agir/tratar “através dos olhos dos pacientes.” Dr. João Bastos Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia

CONEXÃOICC

27


Hospital Haroldo Juaçaba: inovação, pioneirismo e humanização no tratamento integral do câncer no Ceará.

Conheça as especialidades do Hospital Haroldo Juaçaba: Cabeça e Pescoço ¡

¡ Mastologia

- Cirurgia Abdominal

- Braquiterapia

Cardiologia ¡

¡ Neurologia Clínica

- Cirurgia de Cabeça e Pescoço

- Radioterapia Intra-operatória

Clínica Médica ¡

¡ Nutrição

- Cirurgia Ginecológica

- Teleterapia (Acelerador Linear)

Cirurgia Geral ¡

¡ Ortopedia/Traumatologia

Cancerologia Cirúrgica: ¡

¡ Radioterapia

- Cirurgia Plástica Reparadora

¡ Diagnóstico por Imagem

Cirurgia Plástica ¡

¡ Otorrinolaringologia

- Mastologia

¡ Hematologia

Cirurgia Torácica ¡

¡ Pneumologia

¡ Hormonioterapia

Cirurgia Vascular ¡

¡ Proctologia

Dermatologia ¡

¡ Psicologia

Endocrinologia ¡

¡ Reumatologia

Fisioterapia ¡

¡ TOC - Pele, Ossos e Partes Moles

Fonoaudiologia ¡

¡ Urologia

- Pele e Tecido Ósseo - Urologia

Oncologia Clínica ¡ Medicina Nuclear ¡ - Iodoterapia

¡ Laboratórios de Análises Clínicas, Anatomia Patológica, Biologia Molecular e Imunohistoquímica ¡ Terapia da Dor e Cuidados Paliativos

/RedeICC

Ginecologia ¡

@RedeICC @redeicc

Rua Papi Júnior, 1222 - Rodolfo Teófilo | (85) 3288.4400 | www.portalicc.org.br


MULTIDISCIPLINARIDADE

COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS:

talento ou habilidade

Q

uando uma notícia de morte,

comunicação, indicando, por exemplo, se é

doença grave ou tratamento difícil

importante detalhar a informação naquele

precisa ser comunicada, é comum

momento. “O protocolo construído por mé-

ver pessoas despreparadas para essa tarefa

dicos é importante para orientar sobre os

que exige muita sensibilidade. Para os pro-

cuidados e o que fazer, mas quem dará a

fissionais da área da saúde, em especial, é

diretriz é o próprio paciente, a sua reação

fundamental desenvolver uma habilidade

determinará como o fato será comunicado”,

para entender o contexto do paciente e mi-

disse Bruna Leitão.

nimizar os danos de uma revelação desa-

A inclusão da família no processo de

gradável. Este contexto, tão presente no dia

comunicação é uma preocupação do HHJ,

a dia dos médicos, foi tema de palestra da

pois todo o tratamento interfere direta-

psicóloga Bruna Leitão, no Hospital Haroldo

mente na dinâmica familiar. “A família se

Juaçaba (HHJ).

torna alvo do nosso cuidado também”, afir-

Embora algumas pessoas tenham natu-

mou Bruna Leitão. Além disso, os familiares

ralmente o talento da boa comunicação, os

são os melhores apoiadores do paciente,

profissionais da área da saúde precisam

são os que acompanham e dão importante

adquirir a habilidade no exercício da pro-

suporte emocional.

fissão. Para ajudar nessa tarefa, existem

Nos dias de hoje, com a facilidade

alguns protocolos que servem como dire-

de acesso à informação, os pacientes po-

trizes de como agir na comunicação de más

dem gerar muita expectativa com leituras

notícias: cuidado com o local, percepção

sobre a doença ou tratamento a que se

das condições do paciente e/ou familiares,

submeterão. Nesses casos, a comunicação

troca de informações, possibilidades de tra-

realizada corretamente fortalece a con-

tamento, validação dos sentimentos e fina-

fiança no profissional da saúde e orienta de

lização e síntese.

forma segura e individualizada. Comunicar

Porém, a comunicação é uma via de

más notícias não é uma tarefa fácil, mas

mão dupla e, por isso, ao dar uma notícia

quando realizada com sabedoria, traz con-

ruim, é importante observar a outra pessoa.

fiança e maturidade para o paciente en-

A reação imediata do paciente ou ouvinte

carar as diversas situações, inclusive as

pode ser uma pista que conduzirá toda a

mais difíceis.

CONEXÃOICC

29


INFORMATIVO ¡ ¡ ¡

Antônio Rivadávio T. Moreira - Diretor Téc. Riva Saúde Ambiental

Respeito ao cliente, o nosso primeiro passo Ao longo dos anos temos desenvolvido e aperfeiçoado técnicas realmente revolucionárias quando o tema é manejo integrado de pragas. Estamos monitorando sempre os níveis de infestações ambientais e oferecendo, na dose certa, o paliativo correto para que possamos nos ver livres das pragas domésticas. Projetamos e executamos programas contínuos de tomada de decisões e ações de controle de pragas. Utilizamos metodologias de ponta de educação, sanitização, intervenções químicas e barreiras físicas para reduzir a probabilidade de riscos de contaminações dos

alimentos e in-sumos por produtos químicos. E os resultados são extremamente animadores. Ter o ambiente livre de pragas tem sido o nosso ponto forte. E para tanto não nos descuidamos um só minuto do monitoramento da área, do controle ecologicamente correto para reduzir praticamente a zero o risco dos clientes. Afinal, estamos adequados aos sistemas de qualidade preconizados pela ANVISA, ISSO e outras instituições. Ademais somente utilizamos produtos com registros em órgãos competentes. Por isso oferecemos ficha de segurança dos produtos químicos por nós utilizados. Mas a

nossa maior diferença é estar acompanhando, de maneira sistemática e contínua, as nossas ações. Apenas uma maneira de pósvendas? Absolutamente! Zelo e profundo respeito ao cliente! Buscar soluções para reduzir e controlar infestações, garantindo um ambiente realmente isento de pragas indesejáveis ao cotidiano urbano e rural, sem agressões maiores ao meio ambiente tem sido o nosso trabalho, a marca registrada da Riva Saúde Ambiental ao longo de pelo menos duas décadas. Temos convicção plena de que os nossos objetivos estão sendo plenamente atingidos.



ECOANDO

PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL PREPARA ESTUDANTES PARA ATENDIMENTO INTEGRAL EM ONCOLOGIA

Geisa Gomes Fisioterapeuta da Residência Multiprofissional

A

criação da Residência Multipro-

fissional em Cancerologia, feita a

responsável por orientar e supervisionar os

em grupo, unindo equipes multiprofis-

residentes pela ECO.

sionais”, defende Manfredo Lins, superin-

partir de parceria entre a Escola

Para Bruna, a experiência de oferecer

de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE) e a

uma residência nesses padrões também

tendente da ECO. E sobre toda a experiência no HHJ, Geisa

Escola Cearense de Oncologia (ECO), já vem

tem sido muito enriquecedora para o HHJ.

acrescenta: “uma das coisas mais difíceis é

rendendo excelentes resultados. Com a ini-

“Além de termos ganho mais profissionais

aprender a lidar com a dinâmica do

ciativa, a área oncológica ganha mais pro-

no dia a dia do Hospital, com resultados

atendimento, com pacientes que vão e

fissionais capacitados e esses, por sua vez,

positivos para o atendimento aos pacientes,

voltam e com a perda de alguns. É inevitável

ampliam seus conhecimentos e possibili-

vemos um clima de mais interesse por espe-

o vínculo com esses pacientes. Mas hoje

dades de trabalho. “A escolha foi feita por afinidade com a área hospitalar e com a oncologia. E o que

cializações dos colaboradores já da Insti-

tenho muito mais propriedade em falar do

tuição”, explica.

que faço”.

“Nosso foco é capacitar profissionais

A segunda turma da Residência chegou

percebo hoje é que estou cada vez mais

para trabalhar na promoção da saúde,

em junho ao HHJ. A seleção para uma ter-

integrada com o serviço, aprendendo não

controle e reabilitação de pacientes com

ceira turma só deve ser aberta no começo

só com a instituição e com os seus pro-

câncer, além de gestão em cuidados palia-

de 2015. Para acompanhar a oferta basta

fissionais, mas com o paciente”, coloca Gei-

tivos. A Residência oferece ainda uma for-

acessar o site www.esp.ce.gov.br .

sa Ferreira Gomes, fisioterapeuta que faz

mação diferenciada, pois ensina como atuar

parte da primeira turma Multiprofissional, já com mais de um ano de residência no Hospital Haroldo Juaçaba (HHJ). Além de Geisa, a primeira turma da Residência Multiprofissional em Cancerologia, iniciada em janeiro de 2013, acolhe mais 23 estudantes das áreas de Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia e Serviço Social. “São 60 horas semanais de residência, que somadas ao longo do curso de dois anos estão divididas entre estágios de percurso, rodízio por linhas de cuidado e ainda estágio eletivo”, explica Bruna Leitão, 32 CONEXÃOICC

2ª Turma de Residentes Multiprofissionais


CONTA GOTAS

Dança de salão no ICC O Grupo Bem Viver reuniu, no mês de junho, pacientes em tratamento no HHJ para uma aula de dança de salão com o bailarino Diego Borges, participante do quadro Dança dos Famosos, do programa Domingão do Faustão da Rede Globo. O clima do encontro foi tão contagiante que além dos pacientes, médicos que estavam de passagem pelo auditório acabaram parando para dar uma espiadela e participar um pouquinho da aula. O bailarino que compareceu ao ICC acompanhado de sua equipe garantiu que irá voltar para agitar o Instituto com seu ritmo.

Instituto participa da V Breast Câncer Weekend O Instituto do Câncer do Ceará marcou presença no V Breast Câncer Weekend (V Fim de Semana do Câncer de Mama). O congresso que é realizado pela Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Ceará e coordenado pelo presidente da Sociedade e chefe do serviço de Mastologia do ICC, Dr. Ércio Ferreira Gomes, discutiu avanços e novas técnicas para o tratamento do câncer de mama. No evento, que aconteceu no Oceani Beach Park, em março, médicos e profissionais de saúde falaram sobre temas polêmicos da área da saúde.

Profissionais da saúde se aprimoram em Física Médica com curso da ECO Na busca por oferecer o melhor em saúde e ensino, o ICC, por meio da Escola Cearense de Oncologia (ECO), abriu inscrições no mês de junho e julho para o Programa de Aprimoramento em Física Médica na área de Radioterapia. Este é mais um curso da ECO que oferecerá aos candidatos aprovados no processo seletivo a mais alta qualidade no ensino científico e aprendizado prático com atuação no Hospital Haroldo Juaçaba, além de bolsa de estudos. O curso tem duração de 24 meses, sendo a carga horária semanal de 60 horas em dedicação exclusiva.

ICC recebe 30 novos candidatos a voluntários no HHJ O encontro de capacitação de novos voluntários do Instituto do Câncer do Ceará continua sendo um sucesso. Em sua última edição, recebeu 30 candidatos que, na ocasião, se candidataram para conhecer melhor o trabalho voluntário do ICC e serem treinados para atuar no Hospital Haroldo Juaçaba. No processo de capacitação, os pretendentes participaram de uma apresentação sobre a importância do voluntariado no Instituto e, atualmente, passam por um treinamento setorial para, a partir disto, poderem atuar efetivamente como voluntários no HHJ.

CONEXÃOICC

33




ATUALIDADES NA ONCOLOGIA

A ONCOGENÉTICA NA DETECÇÃO DE PROPENSÃO AO CÂNCER DE MAMA E DE OVÁRIO Muitos dos avanços da ciência nos parecem ainda distantes do nosso dia a dia, mas alguns deles já estão fazendo parte da realidade da área médica e oncológica. Exemplos de novidades em recursos para avaliar doenças e tratamentos estão na oncogenética, que se trata do uso da genética para mapear Síndromes Neoplásicas Hereditárias (SNH), de forma a se ter um diagnóstico precoce.

U

m caso que veio a público e fez

logia empregada para a análise escalonada

muita gente entender um pouco

de CMOH (Câncer de Mama e Ovário

sobre o ramo da Oncogenética

Hereditário).

envolveu a mastectomia preventiva realizada pela atriz internacional Angelina Jolie.

dentro de casos determinados pelos mé-

Frente ao histórico familiar de casos de

dicos (ver quadro), é grande. Dados do pró-

câncer, ela realizou um teste genético que

prio Instituto Nacional de Câncer – Inca -, de

avaliou a presença de mutações nos genes

2009, indicam que os familiares de porta-

BRCA1 e BRCA2. Quando presentes, tais

dores de Síndromes Neoplásicas Hereditá-

mutações podem confirmar a suspeita clíni-

rias (SNH) podem apresentar o mesmo

ca de propensão aumentada ao câncer de

risco, visto que a maioria das SNH segue um

mama e ovário em mulheres jovens. De

padrão de herança autossômica dominante,

acordo com as Diretrizes de utilização dos

ou seja, 50% dos irmãos e 50% dos filhos de

procedimentos de análise molecular de

um afetado podem ser portadores da mes-

DNA da Agência Nacional de Saúde (ANS,

ma mutação, isso levando em conta todos

2013), o sequenciamento bidirecional pelo

os tipos de câncer.

método de Sanger deve ser uma metodo36 CONEXÃOICC

A importância desses exames genéticos,

No caso do Câncer de Mama e Ovário


Sobre as mutações genéticas: } Quando fazer o estudo dos genes BRCA 1 e BRCA 2: } 1. Mulheres com diagnóstico atual ou prévio de câncer de

- Estima-se que 5% dos casos de câncer estejam associados a

mama quando preenchido pelo menos um dos seguintes

alterações conhecidas.

critérios:

- A presença dos genes BRCA1 e BRCA2 aumenta entre 56% e

a) Que apresentem dois parentes de 1º ou 2º graus do

85% o risco de desenvolver câncer de mama e ovário.

mesmo lado da família com diagnóstico de câncer de mama

- As mutações genéticas estão associadas a tumores em

abaixo de 50 anos (destes pelo menos um deve ser parente de

mulheres mais jovens.

1º grau); b) Que apresentem três parentes de 1º ou 2º graus do mesmo lado da família com diagnóstico de câncer de mama abaixo de 60 anos (destes pelo menos um deve ser parente de 1º grau); c) Que apresentem quatro parentes com qualquer grau de parentesco do mesmo lado da família com diagnóstico de câncer de mama em qualquer idade (destes pelo menos um deve ser parente de 1º grau). Fonte: revista Onco& de outubro/novembro 2011

Hereditários (CMOH), o diagnóstico é ba-

tectomia – remoção cirúrgica das mamas - e

herdada. No caso do Brasil, fala-se em apro-

seado na história pessoal e familiar do pa-

a salpingooforectomia – remoção cirúrgica

ximadamente 2.600 a 5.300 novos casos de

ciente, com análise detalhada da ocorrência

dos ovários -, bem como a reconstrução das

câncer de mama hereditários por ano, de

de câncer na família, sendo que a história

mamas, são opções de medidas profiláticas,

acordo com estimativas do INCA.

familiar é analisada a partir da elaboração

quando indicadas pelo médico.

do heredograma - um tipo de gráfico que

A importância em se avaliar, caso a caso,

representa a herança genética de determi-

as opções colocadas acima pode ser com-

nada característica dos indivíduos, muito

preendida através das estatísticas atuais. Do

semelhante a uma árvore geneológica.

total de casos de câncer de mama diagnos-

E o que vem depois, após diagnóstico

ticados a cada ano, por exemplo, estima-se

clínico e, especialmente, com confirmação

que de 5% a 10% sejam hereditários, ou

pela detecção de mutações nos genes

seja, causados por uma alteração genética

BRCA1 ou BRCA2, varia de caso a caso. Existem várias estratégias para diagnóstico precoce e redução de risco. Dentre as medidas de rastreamento semestral recomendadas estão, por exemplo, a mamografia, a ressonância magnética das mamas e a ultrassonografia transvaginal. São opções também a quimioprevenção com tamoxifeno (capaz de reduzir o risco de câncer de mama em até 50%) ou o uso de contraceptivos orais (fator protetor para o câncer de ovário). Já em pacientes em que forem encontradas mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2, mesmo que assintomáticas, a masCONEXÃOICC

37





Tabela 1

Características iniciais dos pacientes estudados Variável

Valor

Idade mediana (anos)

55,3 (33- 74)

Gênero Masculino

40%

Feminino

60%

Peso mediano (kg) IMC mediano (kg/m2)

23,3 (16,2-42)

CEA (mg/mL)

23,7 (6,9-1833,0)

Perfomance status (ECOG) 0

36%

1

52%

2

12%

Estádio IV ao diagnóstico Sim

80%

Não

20%

Sítio de metástases Fígado

60%

Pulmão

28%

Carcinomatose peritoneal

20%

Tabela 2

Dados comparativos de permeabilidade intestinal com diferentes regimes Regime (espécie)

Lactulose

Metotrexato (Rato)

Não afetado

Irinotecano (Camundongo)

Manitol

Lactulose/ manitol

Não afetado

Cirurgia para o tumor primário Sim

72%

Não

28%

IFL (Humanos)

Não afetado

Presença de estoma Sim

24%

Não

76%

IMC: Índice de Massa corpórea, CEA: Antígeno Carcinoembrionico, ECOG: Grupo cooperativo oncológico do leste

Poli-QT (Humanos)

Não afetado

Teste lactulose manitol pode ser útil para avaliar padrão de dano intestinal para fármacos particulares

CONEXÃOICC

41




GALERIA

Luiz Gonzaga da Silveira Por Marcelo Gurgel Carlos da Silva Coordenador do CEP-ICC

L

uiz Gonzaga da Silveira nasceu em São Benedito, Ceará, em 7 de março de 1907. Desde muito jovem, ansiava abraçar a carreira médica, mas, atendendo ao desejo da família, matriculou-

se no Colégio Militar de Fortaleza, em 1921, para se dedicar às Forças Armadas. Entretanto,

dois anos depois, conseguiu permissão do pai e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio Pedro II. Em 1929, foi admitido na Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, graduando-se médico em 1932. Em seguida, fez especialização em ginecologia e obstetrícia no Hospital Pro-Mater, Rio de Janeiro, e concluiu um curso de Cirurgia Torácica, no Hospital Miguel Pereira. Além de participar da fundação do Instituto do Câncer do Ceará, Luiz Gonzaga da Silveira foi sócio-fundador da Casa de Saúde São Raimundo, médico do Instituto de Previdência do Estado do Ceará e tesoureiro do Centro Médico Cearense. Como professor da Faculdade de Medicina do Estado, foi titular da disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, e também professor titular da Faculdade de Farmácia e Odontologia. Defensor assíduo do aleitamento materno, Luiz Gonzaga da Silveira escreveu vários artigos defendendo a criação de um ambulatório destinado ao atendimento às gestantes, munindo-as das necessárias orientações. Aposentou-se aos 65 anos, passando a colaborar com o projeto Casas de Parto, criado pelo médico Galba Araújo, em parceria com a Maternidade Escola Assis Chateoubriand. Faleceu, em Fortaleza, no dia 18 de novembro de 1986. 44 CONEXÃOICC


TIRANDO DÚVIDAS

Rol de procedimentos e eventos em saúde O que é Rol de procedimentos e eventos em saúde? É a listagem dos procedimentos, exames e tratamentos com cobertura

Quantos procedimentos foram incluídos na revisão do Rol que entrou em vigor em 02/01/2014?

Como o consumidor pode denunciar uma operadora que não está cumprindo o Rol de procedimentos?

obrigatória pelos planos de saúde. Essa

Foram incluídos

cobertura mínima obrigatória é válida

87 novos procedi-

contato com o Disque ANS (0800 701

para planos de saúde contratados a

mentos e eventos

9656) ou comparecer a um dos 12

partir de 1º de janeiro de 1999, ou

em saúde en-

Núcleos da ANS existentes em todas as

O consumidor pode entrar em

adaptados à legislação. A revisão dessa

tre: tratamentos, exames e procedi-

regiões do Brasil. Para consultar a lista

lista é realizada a cada dois anos, e

mentos odontológicos. Beneficiados

completa de procedimentos do Rol bas-

conta com o apoio de um grupo técnico

pela revisão do Rol, os pacientes em

ta acessar http://migre.me/jBiG5.

formado por representantes de órgãos

tratamento do câncer passam a ter

de defesa do consumidor, prestadores,

acesso a 37 novos medicamentos orais

operadoras de planos de saúde, conse-

e a radioterapia com IMRT (modulação

lhos e associações profissionais, repre-

da intensidade do feixe) para tumores

sentantes de beneficiários, dentre ou-

da região de cabeça e pescoço (com

tras entidades.

diretriz de utilização).

CONEXÃOICC

45


ÚLTIMA PÁGINA

ESPECIALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM ONCOLÓGICA DA ECO CHEGA A SUA QUINTA TURMA

A

evolução do conhecimento em

ciente oncológico exigem uma equipe qua-

nadora da especialização, Hérica Vascon-

cancerologia e a necessidade de

lificada e especializada. Com programas

celos, o curso possui uma rica matriz cur-

excelência no atendimento ao pa-

diferenciados de residência, especialização

ricular, com disciplinas que contemplam

e doutorado, a Escola Cearense de Onco-

desde conteúdo de formação básica até os

logia (ECO) assumiu desde sua criação, em

de formação aplicada ao processo de tra-

2005, a responsabilidade de formar profis-

balho do enfermeiro, além de uma preo-

sionais que atendam a essa demanda.

Fotos: aula inaugural Especialização Enfermagem Oncológica - 2014

Refletindo a qualidade e o padrão de

46 CONEXÃOICC

cupação com a formação científica, incluindo disciplinas que contemplam a pesquisa

excelência que faz do Instituto do Câncer do

científica e clínica. O programa possui,

Ceará (ICC) uma referência no Norte e Nor-

ainda, o diferencial de as aulas serem mi-

deste, a ECO coloca em prática a missão de

nistradas por professores que possuem vi-

gerar e difundir conhecimento técnico-

vência na área oncológica e, além disso, a

científico em cancerologia por meio do

possibilidade dos alunos poderem aplicar

aperfeiçoamento profissional. Com a gran-

os conhecimentos adquiridos em um hos-

de demanda do mercado de trabalho, qua-

pital reconhecido e especializado como o

tro turmas de profissionais ligados à área da

Haroldo Juaçaba.

Enfermagem já se formaram no curso de Es-

Já para a enfermeira Nilza Leitão, que

pecialização em Enfermagem Oncológica, e

concluiu a especialização juntamente com a

desde o segundo trimestre do ano, a Escola

4ª turma do curso, a experiência foi única e

recebe a 5ª turma da especialização.

o diferencial do curso é ser completamente

A partir deste ano, o curso passa a ter a

voltado para a Enfermagem, uma assis-

certificação da Universidade Estadual do

tência fundamental no tratamento do pa-

Ceará (UECE), além de ser o único programa

ciente oncológico. “Mesmo já atuando na

de especialização em Enfermagem Oncoló-

área há oito anos, a especialização contri-

gica de Fortaleza. Composto por 540 horas,

buiu muito para minha vida profissional,

sendo 360 horas de aulas teóricas, 90 horas

pois consegui aprimorar o conhecimento

de aulas práticas e 90 horas dedicadas à

na área, já que a Enfermagem tem muitas

monografia, o curso tem duração de 18 me-

especificidades. Além disto, o mercado ne-

ses distribuídos em aulas quinzenais, às

cessita de profissionais qualificados e a es-

sextas-feiras e aos sábados.

pecialização nos capacita a atender essa

De acordo com a enfermeira e coorde-

demanda”, acrescenta a enfermeira.




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