Revista Integração Ed. 96

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PROVÍNCIA LASSALISTA DE PORTO ALEGRE ANO XXXV - JULHO DE 2006 - Nº 95 www.delasalle.com.br

Entrevista com Daniel Assum, Faúsa de Souza Nedel, Irmão Maurício Perondi e Rosilene Carvalho Nogueira "Escola em Pastoral: jeito lassalista de fazer educação"

Semana de La Salle Núcleo Vida Urgente no La Salle Podemos pensar numa modernidade Católica?

Matéria de capa:

ESCOLA EM PASTORAL FÉ, FRATERNIDADE e SERVIÇO www.revistaintegracao.com.br

2003-2004-2005


EDITORIAL

EXPEDIENTE

A proposta desta edição da Revista Integração é trazer o panorama e a compreensão de Escola em Pastoral. Nestes tempos em que o mercado exige que as instituições de ensino se posicionem e se diferenciem diante dos desafios da concorrência, este tema cai como uma luva nas mãos dos educadores e educandos lassalistas, desejosos por verem a escola se destacando e sobrevivendo diante das dificuldades. Não há dúvidas de que para nós, lassalistas, a Pastoral representa a identidade. Somos e existimos por uma inspiração inicial de alguém que viu uma necessidade humana que esperava uma intervenção divina, esta agindo através da ação de pessoas comuns. A inspiração do Santo Fundador João Batista de La Salle ainda é viva e atuante em todos os rincões onde estão presentes os atuais protagonistas da ação educativa, e também dos que tiveram o privilégio de vivê-la antes de nós, sejam Educadores, Alunos ou Irmãos.

EGRE RTO ALEGR SALISTA DE PO PROVÍNCIA LAS 95 O DE 2006 - Nº HO U LH ANO XXXV - J om.br e.com lle.c delasall ww. w.d w wwl

téria de capa: Maté 5 2003-2004-200

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O XI Capítulo Provincial expressa esta perspectiva de uma forma muito objetiva: “Cremos que as instituições lassalistas têm uma identidade enraizada na missão própria da Igreja. Em vista disso, buscamos garantir que nossos espaços educativos sejam constituídos como Escola em Pastoral. Portanto, nas nossas atividades pedagógicas ou pastorais na Educação Básica e no Ensino Superior, queremos estar sempre atentos à visibilidade de nossa opção cristã através do testemunho; da luta pela dignidade humana; pelo sentido de justiça, paz e fraternidade; formando o espírito crítico e a autonomia responsável nos destinatários de nossa missão.” (XI Capítulo Provincial, p. 16)

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A essência da Pastoral está na prática, na vivência diária. Talvez seja este o grande desafio que nos é proposto: vivenciar a proposta lassalista, criar alternativas de melhor e mais bem viver o cristianismo hoje, em cada comunidade, em cada sala de aula, nas relações entre serviços e na integração com o projeto da Igreja e dos setores da sociedade que buscam a construção de um mundo mais humano e solidário.

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Ser uma escola em pastoral é ter nos educadores pessoas com carisma e identificados com a missão, os alunos sentindo e entendendo as práticas pedagógicas direcionadas ao seu bem, as famílias confiando na escola a continuidade da educação e os Irmãos como sinal de que vale a pena zelar e se dedicar completamente pela causa do Reino através da educação. Desejamos que todos os que tiverem o contato com esta edição compartilhem deste ideal de vida que inspira diariamente os educadores e as educadoras a se dedicarem à vocação de ensinar a bem viver. Irmão Olavo José Dalvit

ANO XXXV – Nº 95 JULHO 2006 A Revista Integração é o orgão oficial de comunicação das Comunidades Educativas da Província Lassalista de Porto Alegre (Reg.Esp.Matr.N.º170), com tiragem de 2500 exemplares e circulação quadrimestral. Provincial Ir. Marcos Antonio Corbellini Diretor Administrativo Ir. Jardelino Menegat Diretor de Educação e Pastoral Ir. Paulo Fossatti Diretor de Formação Ir. Edgar Genuino Nicodem Secretário Provincial Ir. João Angelo Lando Comissão Editorial Ir. Ivan José Migliorini Ir. Olavo José Dalvit Ir. João Angelo Lando Ana Paula Diniz Jornalista Responsável Hugo Bruno Mombach 4065 DRT-RS Redação e Expediente Setor de Comunicação e Marketing da Província Lassalista de Porto Alegre Rua Honório Silveira Dias, 636 Porto Alegre-RS - Brasil - 90550-150 Fone: +55 (51) 3358-3600 Fax: +55 (51) 3343-2322 marketing@delasalle.com.br Editoração Ana Paula Diniz Capa Alunos dos Grupos de Jovens da Escola Fundamental La Salle Hipólito Leite, de Pelotas-RS, fotografados por Elias Eberhardt. Impressão Organizações Nova Prova Os artigos são de responsabilidade dos seus respectivos autores.


ÍNDICE 4.ENTREVISTA

NOSSOS ÍCONES:

Daniel Assum, Faúsa de Souza Nedel, Irmão Maurício Perondi e Rosilene Carvalho Nogueira “Escola em Pastoral: jeito lassalista de fazer educação”

Nome do fotógrafo responsável pela imagem. Arquivo da PLPOA, significa que a fotografia não continha identificação, sendo considerada do Arquivo da Província Lassalista de Porto Alegre.

9.CULTURA Livros

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Indica uma página na internet ou um e-mail.

10.EVENTOS 10. Semana de La Salle 11. IX Fórum Lassalista 12. Copa do Mundo na Rede La Salle

13.RECORDANDO “Como vocês ocupam o lugar dele...”

Referências bibliográficas ou mesmo indicações de leituras que digam respeito à matéria em pauta.

14.REDE LA SALLE Colégio La Salle Medianeira - Cerro Largo-RS

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15.TROCA DE EXPERIÊNCIAS 15. Núcleo Vida Urgente La Salle 16. Projeto Interação Global 18. Uma Escola em Pastoral 19. Grupos Operativos de Pais

20.CAPA Escola em Pastoral - Fé, Fraternidade e Serviço

ENTREVISTA: Pessoas envolvidas em temas interessantes e importantes no meio educacional. CULTURA: Livros, filmes, peças teatrais, eventos, sites, etc. EVENTOS: Eventos significativos na Rede La Salle. TROCA DE EXPERIÊNCIAS: Relatos de ações e estudos que sirvam como experiência positiva. REDE LA SALLE: A cada edição, uma página de destaque para uma de nossas obras. RECORDANDO: Imagens e textos de assuntos que nos remetam ao passado da história lassalista. CAPA: Temas educacionais atuais amplamente abordados pela Revista. ARTIGOS: Temas educacionais e atuais de livre escolha, escritos por quem trabalha com educação na Rede La Salle. DIÁRIO DE CLASSE: Breves comentários de acontecimentos/experiências interessantes vividos pelas instituições lassalistas. CANAL ABERTO: Mensagens recebidas, dicas e orientações sobre Comunicacão. REFLEXÃO: Uma frase, uma poesia, um texto, uma fábula, uma imagem... Para pensar e refletir.

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DIÁRIO

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26. Projeto conscientiza sobre a importância da higiene bucal 26. La Salle Esmeralda tem aula sobre os índios ao vivo e em cores 26. Mário Quintana é tema de sarau no Colégio La Salle, de Canoas-RS 27. Salada de frutas e sanduíches na sala de aula 27. Aluno do La Salle São João faz palestra sobre livro 27. Gincana Antoniana comemorou 10 anos 28. La Salle na Feira Municipal do Livro, em Esteio-RS 28. La Salle Dores traz a autora Leia Cassol para atividade especial 28. Tá Ligado! É o novo informativo do La Salle Niterói 29. Cachecol é a nova moda da miniempresa do La Salle Canoas 29. Alunos encenam clássicos infantis 29. La Salle Santo Antônio participa da 14ª SBPC Jovem 30. Noite de formação para pais lassalistas 30. La Salle Niterói discute redução da maioridade penal 30. Criatividade na abordagem dos conteúdos 31. Grupo de Dança participa do Festival de Dança de São Leopoldo 31. 1ª série passa por mais um desafio 31. Jornal do La Salle Santo Antônio ganha novo layout

32.ARTIGOS 32. Educação para La Salle e Escola em Pastoral 34. Sobre aulas de filosofia numa Escola em Pastoral: ensaio 35. A psicopedagogia no Unilasalle: uma Escola em Pastoral 36. Podemos pensar numa modernidade católica? 37. Hora do Conto

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38.CANAL ABERTO Família on-line: site como ferramenta de comunicação

INTEGRAÇÃO . JULHO . 2006

26.DIÁRIO DE CLASSE

CONHEÇA A REVISTA INTEGRAÇÃO:

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ENTREVISTA

Ana Paula Diniz

Daniel Assum, Professor de História e Ensino Religioso do Centro de Educação Básica La Salle Niterói, de Canoas-RS; Faúsa de Souza Nedel, Professora de História e Ensino Religioso do Colégio La Salle Dores, de Porto Alegre-RS; Ir. Maurício Perondi, Coordenador do Setor de Pastoral da Província Lassalista de Porto Alegre; e Rosilene Carvalho Nogueira, Supervisora Educativa e Vice-diretora da Escola Fundamental La Salle, de Sapucaia do Sul-RS.

Por Cíntia Miguel Kaefer Jornalista

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Ser pastoral. Ser educador lassalista. Ser escola em Pastoral. O que estas afirmações significam? O que elas têm em comum? A partir destas indagações, a Revista Integração reuniu quatro educadores da Rede La Salle de Educação para pensar sobre o tema. Daniel Assum, Professor de História e Ensino Religioso do Centro de Educação Básica La Salle Niterói, Faúsa de Souza Nedel, Professora de História e Ensino Religioso do Colégio La Salle Dores, Ir. Maurício Perondi, Filósofo, Mestrando em Educação, atual Coordenador do Setor de Pastoral da Província, e Rosilene C a r v a l h o N o g u e i r a , Pe d a g o g a , Mestranda em Psicologia Educacional, Supervisora Educativa e Vice-diretora da Escola Fundamental La Salle, em Sapucaia do Sul, foram os convidados a apresentar o tema aos demais educadores lassalistas.

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O tema Escola em Pastoral está pautando diversos encontros na Rede La Salle de Educação: Fórum, Assembléia da Missão Educativa Lassalista e, agora, a Revista Integração. O XI Capítulo Provincial reafirma esta importância ao apresentar uma proposição específica sobre o tema: "Reafirmar a identidade cristã e lassalista, assumindo as implicações de uma Escola em Pastoral". S a b e m o s , c o n f o r m e o Pr o j e t o Pedagógico Lassalista que estas implicações citadas acima estão baseadas na vida, prática, mensagem, propostas e valores de Jesus Cristo, como referência para o ser, viver o relacionar-se das pessoas. O Ir. Paulo Dullius, em um artigo apresentado para reflexão do VIII Fórum Lassalista, em outubro de 2005, apresenta que o conceito de Escola em Pastoral está intrinsicamente ligado à idéia de Pastor, que conduz suas ovelhas, com vigilância, cuidado e zelo. Na entrevista, todos estas reflexões foram relacionadas com a realidade das

Comunidades Educativas, a partir de análises de como se vivem os valores cristãos e lassalistas na atualidade. O entendimento de Escola em Pastoral, a formação integral do educando e do educador e, sobretudo, da identidade lassalista foram colocados na mesa. Resultado: uma tarde de boa conversa e de reflexões que todos os educadores precisam ter, acerca do seu trabalho e do sentido que move a ação educativa. REVISTA INTEGRAÇÃO - A partir das suas áreas de atuação, o que vocês entendem por Escola em Pastoral? DANIEL - O termo Pastoral já requer uma certa conversa. Se pensarmos epistemologicamente, ele leva a uma idéia de condução. Claro que ele está relacionado a uma linguagem da Igreja, a uma questão cristã, de evangelização. Quando a gente tem esta frase Escola em Pastoral, significa algo bem mais complexo do que a ação pastoral. É uma característica lassalista desde sempre. Na verdade, é um jeito de fazer educação. Se eu pudesse resumir, diria que é um jeito cristão de fazer educação, com características, com um jeito de ser próprio, que perpassa toda a ação da escola, e não só daqueles que estão contratados para isso ou relacionados diretamente com esta atividade. FAÚSA - Penso em Escola em Pastoral como conseqüência de um trabalho feito por todos. A Amel, Assembléia da Missão Educativa Lassalista coloca a pastoral como elemento transversal no processo educativo. Quer dizer, é uma maneira de agir, de ser de toda a comunidade escolar. É importante que este sentimento seja vivido por todos, da recepção à direção, em todos os momentos na escola, da admissão à demissão.

Irmão Maurício Perondi

“Escola em Pastoral é um jeito cristão e humanitário de ser e fazer escola. É uma forma de conceber a educação em uma perspectiva de que corpo, mente e espírito são unidades indissolúveis”, Rosilene.

Rosilene Carvalho Nogueira


ENTREVISTA

ROSILENE - Nesta perspectiva a educação lassalista preconiza em seu Projeto Pedagógico e em sua práxis permanente, vislumbrar o indivíduo como um ser integral preocupando-se com o seu desenvolvimento em todas as dimensões: física, psíquica e espiritual. Neste espírito, todos os atores do processo educativo, sejam alunos, professores, funcionários, pais, colaboradores, parceiros e comunidade em geral, percebem-se como co-responsáveis pelo desenvolvimento destas dimensões, ao mesmo tempo, em que também se sentem atendidos e acolhidos nelas. A Escola em Pastoral está

Daniel Assum

RI - Quais são os critérios que determinam a formação dos Colaboradores em Pastoral? FAÚSA - Nós trabalhamos e discutimos bastante a importância da formação, sobretudo sobre a questão da identidade: quem nós somos? Ressalto a importância de discussões realizadas na Amel, em 2005, mas há a necessidade de que estas idéias sejam colocadas em prática como, por exemplo, continuar com o grupo de discussão, levar as reflexões para a escola. A identidade cristã é extremamente importante. O trabalho que se faz é diferenciado, mas fazemos parte da mesma Rede. Nós temos na Província os programas de formação 1, 2 e 3. O programa 1 acontece nas escolas. Como está sendo trabalhado isso? No programa 2 , apenas dois professores, a cada dois anos. participam de uma formação em Criúva e ainda, muitas Comunidades não mandam representantes. DANIEL - O que precisamos é de espaço dentro da vida escolar, de discussão, de encontro do grupo de trabalho. Não tem cartilha pronta, vai muito mais nesta linha da prática. Esta reflexão deve ser permanente. Se propomos uma ação diferente, precisamos viver. A partir desta vivência, ela será concebida, interiorizada. Temos um discurso que diz que a escola não está oferecendo um produto. Nós temos mais do que isso a oferecer: opções de mundo, opções de ser humano, de cristão, um sonho de homem e mulher, que estão

sonho de homem e mulher, que estão aqui presentes. ROSILENE - Para nós, na Escola Fundamental La Salle, em Sapucaia do Sul, é inadmissível que um professor não participe de uma atividade da escola do filho dele. Ele tem que nos dizer e ele tem que ir. Como é que nós vamos dizer aos pais que eles têm que participar das nossas atividades, se os nossos professores não participam. Esse é um exemplo que é possível vivenciar não só na formação, mas no meu dia-a-dia, a Escola em Pastoral. RI - Fé, fraternidade e serviço são princípios lassalistas. Que atitudes refletem a vivência destes princípios nas escolas? MAURÍCIO - Na questão do conceito, parece que é simples, mas na prática, quem justamente não é da área das Humanas, tem dificuldade de entender. Já ouvi dúvidas assim: “quer dizer que agora eu vou ter que parar minha aula de Matemática, para fazer as dinâmicas?". Não é necessário parar a aula, mas pensar como trabalhar esta questão do tripé da fé, da fraternidade e do serviço. É no mínimo trabalhar com os alunos uma forma de respeito ao outro. A forma como se relaciona com os alunos, em função de que eles podem aplicar o conhecimento, são alguns sinais. Se o aluno percebe que em um trabalho de matemática ou química, que é um valor o conhecimento aplicado ao serviço de outras pessoas, a serviço de outras realidades, o professor já está fazendo um trabalho específico, ele está fazendo Escola em Pastoral. Justamente porque quer trabalhar as coisas com sentido. Muitas vezes falta entender que não precisa deixar de fazer aquilo que é para fazer, mas é preciso pensar na forma como tu vais fazer o que tu tens para fazer. O jeito de fazer a educação vai dizer se a instituição está sendo Escola em Pastoral ou não. DANIEL - O simples fato deste educador, das exatas, por exemplo, ter esta compreensão e trabalhar nesta perspectiva, isso é Escola em Pastoral quase na sua essência. MAURÍCIO - Um outro elemento que é amplo, mas acho que diz da nossa identidade, no sentido da fraternidade, remete ao fato de que nós chamamos nossas escolas de Comunidades Educativas Lassalistas. Não são simplesmente escolas. Se trabalhássemos só isso com os alunos, com os educadores, a gente já entenderia o que é Escola em Pastoral: Comunidade Educativa Lassalista. O que é viver em uma

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Faúsa de Souza Nedel

presente em todo o fazer da escola, desde o planejamento de sala de aula, envolvendo os conteúdos, metodologia, currículo como um todo, até as mais diversas ações na escola: atividades festivas, extraclasse, o atendimento que é dispensado por todos e em todos os ambientes da escola. MAURÍCIO - Escola em Pastoral é o modo de ser e fazer educação, que enquanto lassalistas assumimos. Significa uma proposta de educação evangelizadora que busca atuar na formação integral da pessoa. Um aspecto de nossa identidade que ilustra muito bem o que isso representa é o tripé lassalista: fé - fraternidade - serviço. Isto implica numa educação baseada em valores cristãos, numa proposta coletiva e no serviço em favor dos demais. Em vista disso, a Escola em Pastoral desenvolve processos educativos que levam à humanização e à plenificação da pessoa, levando-a a ser digna e a realizar-se enquanto tal.

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ENTREVISTA uma comunidade? É partilhar a vida, é conhecer as pessoas, se importar com elas, ter uma relação mais profunda, isso é, para mim, um dos cernes da identidade lassalista e de uma Escola em Pastoral. É como se fosse uma família, uma pequena comunidade, onde todos se ajudam, nas dificuldades e nas alegrias. Todos se conhecem, se apóiam, se respeitam, inclusive com seus problemas. Repetir tanto ou mais vezes o nome Escola em Pastoral não traz como resultado a vivência, mas é necessário compreender como algumas questões dentro deste conceito se dão na prática. Estudar este nome Comunidade Educativa Lassalista já resolveria grande parte das nossas questões de identidade. FAÚSA - No Colégio La Salle Dores, naquelas avaliações realizadas no final do ano, vimos que a portaria e a recepção foram os itens mais bem avaliados, mais bem comentados pelas famílias. Trata-se da forma como as pessoas são acolhidas. RI - Que aspectos de identidade ainda precisam ser reforçados?

“Quando conseguirmos chegar a esta compreensão de que todas as pessoas na escola são educadoras, vamos ver o

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fruto acontecer”, Daniel.

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DANIEL - Qual o fruto que a gente deseja, senão o próprio aluno diferente? O fruto disso está no desejo de mudança, de transformação, de seres humanos diferentes, um homem e uma mulher que sejam coerentes com suas práticas. Não vamos ser ingênuos em saber que o mundo tem muitas coisas mais sedutoras a oferecer que este nosso desejo de acolher as pessoas e tal, porque é a selvageria que conta... porque temos que competir. Às vezes, a escola é a representante do mundo que a gente não deseja. Usamos a lógica competitiva até hoje. FAÚSA - Sabemos nosso papel enquanto professor, mas esta identidade, esta linha de ação da Rede precisa fazer parte da formação de todos. Nas escolas lassalistas não precisamos ler a cartilha, mas precisamos ter uma postura cristã. Nas escolas La Salle se trabalha assim... MAURÍCIO - A minha impressão é que ainda temos uma concepção de que a aprendizagem se dá de tais formas que já estão ultrapassadas. Por exemplo, a idéia

de que a gente faz educação através do convencimento, ou seja, falando que é deste ou daquele jeito. É um dizer que é assim, mas não tem um viver que é assim. Trata-se da própria questão metodológica do ensino, de compreender como é a educação hoje. A educação não existe se não existe interação. Quem está aí não é objeto da educação, é sujeito, que está justamente construindo. Muitas vezes sabemos os conteúdos, sabemos os valores da identidade lassalista, mas o que não dá certo, justamente, ao tratar com estudantes do Ensino Médio, é pensar que eles vão se convencer de alguma coisa, pelo fato de dizeres que é de um determinado jeito... Eu acho que falta mais sutileza no modo de trabalhar. RI - Quais os processos formativos a serem desenvolvidos em cada nível de ensino dentro de uma visão de Escola em Pastoral? ROSILENE - O conceito de uma Escola em Pastoral tem uma dimensão muito importante, principalmente no momento em que a criança se insere no contexto escolar, na Educação Infantil, uma vez que até então o maior contato de referência que a criança tinha era o núcleo familiar. Primeiramente temos que ser bem próximos daquilo que ela vivencia. No núcleo familiar, a relação é muito individual, porque lá a dinâmica é diferente, lá as relações são parentais. A questão da amizade nesta faixa etária é muito forte e toca muito a criança. A relação com o outro é um grande ponto de partida, pois a partir daí, pode-se trabalhar a relação do eu com o outro, e é possível transcender à relação de Deus, da fé e da fraternidade. A partir daí, claro, todos os outros valores vêm atrás, como a solidariedade, o respeito ao outro, o amor. A vivência do amor ao outro vai me levar a Deus, porque esta é a premissa. Outro elemento importante neste contexto é a relação da criança com a natureza. FAÚSA - Eu trabalho com a 7ª série na disciplina de Ensino Religioso e o tema da Campanha da Fraternidade deste ano foi maravilhoso para conseguir enfocar esta questão das diferenças. Desde um colega com dificuldade até aquele que não tem dificuldade nenhuma, mas que igualmente precisam ser aceitos no grupo. A Campanha possibilitou um trabalho focado assim, na questão do respeito, dos valores, e isso não tem religião para trabalhar. Nós começamos um projeto este ano que é o Tá Limpo?

Passamos uns dois meses discutindo só sobre a pergunta. Daí surgiram respostas fantásticas: estar sem drogas, estar sem nenhuma coisa ruim... Agora, o enfoque do projeto dentro das salas é a consciência na escola, enquanto espaço a ser cuidado. O Centro é um lugar muito sujo, então a partir do Centro e das famílias, vamos fazer o mapa do lixo na escola, quais os setores da escola fazem mais lixo, a questão da sala de aula, do ambiente. Nossos alunos não têm muita vivência de pátio, são filhos de apartamento, e o que eles enxergam da janela é o Guaíba. Vamos envolver o pessoal da limpeza, os professores... MAURÍCIO - Tem uma questão que perpassa todos os níveis: Educação Infantil, Ensinos Fundamental e Médio. Nós fomos preparados para viver mudando a toda hora, constantemente, com muitas informações, muitas atividades. A gente não pára. E aí, com isso, não estabelecemos práticas, não no sentido de determinação ou de um negócio rígido, mas práticas de sentido. Lá na Educação Infantil, se vive um mundo que parece que pára. Por que lá acontece Escola em Pastoral e depois não? Lá as crianças têm a hora do lanchinho, aí eles dão as mãos, fazem a oração...existe um ritual. Acredito que deveríamos enfocar isso em cada um dos níveis, criar referências. Referências, que eu digo, são práticas e são pessoas. Falamos muito que a educação é processo e nós não fazemos processo com coisa nenhuma. Essa idéia do Tá Limpo pode ocorrer um ano inteiro, não só num plano de aula... Se nos perguntarmos o que nos marcou nos tempos de escola, certamente responderíamos que foram elementos que criaram processos. Então criar referências é super importante em termos de práticas. Uma coisa que aconteceu, colocar e instituir como uma prática, e toda semana tu vais fazer a mesma coisa. Tem um sentido de fazer e isso até é muito cristão. A gente faz há 2.000 anos o mesmo ritual, sem perder o sentido, mas isso tem uma referência. Eu acho que em um mundo de movimento, nós temos que propor estas coisas sem achar que isto é careta. Não é só o discurso que marca a identidade, são as práticas que marcam a identidade, são as pessoas: professores, Irmãos. DANIEL - Eu sou apaixonado por trabalhar com os adolescentes. Acho maravilhoso e é uma opção trabalhar com o Ensino Religioso no Ensino Médio. O primeiro passo para que não percam as coisas no caminho, no processo, é


ENTREVISTA

RI - O que seria uma prática de sala de aula coerente com o conceito Escola em Pastoral? FAÚSA - Eu fiquei impressionada lendo as meditações de La Salle, da atualidade, com o fato de São João Batista de La Salle fazer escola para filhos de operários, que não tinham acesso à educação. Uma prática condizente é aproveitar o tempo em sala de aula para demonstrar que La Salle escreveu as meditações, falou de firmeza de pai e ternura de mãe. Ainda mais quando, muitas vezes, nosso aluno não tem um dos dois - pai

ou mãe - em casa. Precisamos nos dar conta que a sociedade andou e que estes valores mudaram. Temos que perceber a realidade dos alunos. ROSILENE - Enquanto Escola em Pastoral, a escola tem que se preocupar com isso: o que eu enquanto escola, enquanto instituição, estou sendo útil para a comunidade? O que o trabalho está sendo útil, está sendo humano para aquele aluno. É fundamental esta questão da utilidade da escola. RI - Vocês acreditam que esta concepção de Escola em Pastoral deva passar por todos os acontecimentos e eventos da escola? FAÚSA - Isso é uma conseqüência. Se a escola caminha, se a escola trabalha junto, o pai sente isso, a família sente isso. São práticas cristãs, lassalistas, e devem acontecer em todos estes momentos. Um educador não é educador somente na sala de aula. MAURÍCIO - Eu diria assim: se todas as relações não estiverem dentro desta perspectiva, a escola não é Escola em Pastoral. Não existe “estas ações são de Escola em Pastoral e estas não”. Todas as ações dentro da escola devem ser vistas dentro desta perspectiva. Hoje o que queremos dizer é traduzir a mesma concepção de La Salle, de que uma escola lassalista é uma escola de qualidade e uma escola que ensina a bem-viver. Daí, para isso vamos ter os elementos religiosos, os elementos de fraternidade, os conteúdos que irão ser aprofundados, um projeto pedagógico de qualidade, quer dizer, todas as

ações estão inseridas, senão a instituição não está sendo uma Escola em Pastoral. RI - Quais os elementos de uma visão antropológica que podem ser aplicados dentro de uma formação integral do educando? MAURÍCIO - Antropologicamente, a fundamentação lassalista diz que nós entendemos a pessoa como um ser integral, que tem diversas dimensões que perpassam pelo físico, pelo psíquico e pelo espiritual. Eu seria mais ousado em dizer que tem uma quarta dimensão: o nível social. Por mais que digam que esta concepção entra no psíquico, se notarmos, inclusive a aprendizagem é social. Os sentimentos que achamos ser algo tão pessoal, também é social, não é só da pessoa. Por que em determinadas sociedades, numa pessoa o sentimento teve um significado e na outra, um diferente? Por que na sociedade em que ela vive o sentimento tem um significado, permite e faz com que ela tenha este sentimento? O sentimento não é algo inato. Antropologicamente eu percebo que há a perspectiva de que nós concebemos o indivíduo de uma forma integral e relacionada com os outros indivíduos. Esta concepção é fundamental de se trabalhar. Aí eu percebo uma visão fazendo uma linha histórica, antropológica, sendo que o indivíduo, tradicionalmente ou historicamente, nunca foi valorizado. Sempre foi valorizado o grupo social. De repente, nós chegamos ao séculoXX onde se percebeu que isso acabava com a individualidade da pessoa, porque tu eras mais alguém na massa, e aí vamos para o outro extremo: ele é responsável por si, ele tem que trabalhar para conseguir um emprego, ele tem que trabalhar para ser alguém na vida, parece que não há fatores internos que condicionam, que influenciam e

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estar bem ciente de qual realidade cerca esta meninada. Pode parecer cruel, mas, às vezes, a culpa não é deles, a culpa é nossa. E é bem complicado. Tem horas que os jovens são sábios nas coisas que dizem. Às vezes num grito de rebeldia, existe coerência. Cabe sabermos ler e saber estar imerso neste mundo sem perder o referencial. Outra coisa que eu estava pensando é que existem nas nossas escolas algumas práticas ou espaços de formação e vivências que são específicas: a nossa Pastoral da Juventude é uma delas. Vale a pena a gente acreditar que existe um espaço que rompe, que foge da formalidade da escola. As pessoas que aprofundaram o modelo são encantadas por isso, como nós somos, porque perceberam que existe uma possibilidade muito rica de se aprender, através da vivência. E isto é que um Grupo de Jovens faz. Ainda temos as Jornadas de Formação, que são pequenos espaços dentro do universo pedagógico formalizado para pensar a formação integral.

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ENTREVISTA que ajudam para que ele seja isto ou seja aquilo. Fomos para um outro extremo e a perspectiva antropológica hoje, que eu acho um dos maiores desafios, é voltar aos princípios aristotélicos de que a virtude está no meio, ou seja, que é a coisa mais difícil de buscar, o equilíbrio. O indivíduo tem uma personalidade. Nós temos que valorizar a subjetividade, mas que ela não se basta a si mesmo, existe uma intersubjetividade e o indivíduo está num contexto mais amplo e social. Nesse sentido eu incluo a quarta dimensão que chamo de social. Quanto mais perto deste equilíbrio, mais antropologicamente humanos estaremos sendo.

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RI - Que ações estão sendo feitas na Província por uma Rede La Salle em Pastoral?

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MAURÍCIO - Neste início de ano, por exemplo, praticamente todas as escolas, ou pelo menos a maioria delas, trabalharam nas Jornadas Pedagógicas, o tema Escola em Pastoral. Inclusive algumas escolas fizeram em conjunto: escolas de Porto Alegre, Canoas e Esteio, Cerro Largo e Carazinho. O pessoal se reuniu para discutir esta questão e o que implica lá na prática uma concepção de Escola em Pastoral. Eu lembro que em alguns lugares onde fomos trabalhar, deixamos claro que era uma sensibilização, que era um início de conversa na escola e isso precisaria ser retomado ao longo do ano, nas escolas, pelas equipes diretivas, pelo pessoal, enfim, que contribuiria para retomar como a está a dimensão pastoral na prática. DANIEL - Eu acho que é necessário dispor de um acompanhamento das Comunidades para que seja dado este apoio, não no sentido de fiscalização, mas de apoio mesmo. Se a gente acredita que a unidade é necessária, vamos dar condições para que ela aconteça, fazendo-nos presentes, acompanhar. São pequenos passos que já dão algum sinal depois lá no fim da caminhada. É importante. FAÚSA - Eu sinto assim, andando pelas nossas escolas, que elas acabam sendo muito individualistas. Precisamos destas referências: os Irmãos são as nossas referências. Não são só os nossos patrões, eles são a nossa referência: religiosa, de postura, enquanto cristão, enquanto colaborador.

RI - Quais as grandes perspectivas da Escola em Pastoral? O que vocês, educadores lassalistas, imaginam do futuro deste tema? DANIEL - Meu desejo é que possamos caminhar em direção a isso, porque o produto final é a transformação do jeito de fazer de cada um em nossas escolas. Esse é o meu desejo e essa é a esperança de todos nós. É acreditar que isso é possível, não desistir. FAÚSA - Espaços como este têm que ser abertos nas escolas para discussão, para reflexão. Espero que os professores, a comunidade, a parte administrativa, os funcionários, todos consigam fazer parte da discussão. Eu acredito muito que se não tem participação, não tem fundamentação, o negócio não anda. Então tem que ter a participação de toda a Comunidade e esta discussão, tenho certeza, vai visualizar todas as outras coisas que são extremamente importantes, como a Rede La Salle. É um tema lógico em uma comunidade cristã lassalista. Somos naturalmente, mas ainda não somos. Nós paramos e nos damos conta de que recém estamos começando a discutir, a pensar, graças a Deus! ROSILENE - Eu vejo como promissor também, mas vejo que depende de cada um de nós este processo amplamente humanizador. Cada um, dentro da Comunidade e fora dela, dentro da Rede, sermos multiplicadores e compartilhar isso a todo o momento, a toda hora, querendo espaço e apoio. Eu vejo como bem promissor este jeito de fazer educação lassalista. MAURÍCIO - Eu também percebo assim que é fruto daquela teoria que eu dizia anteriormente do constante movimento, por exemplo, uma outra característica também do nosso contexto é querer um resultado imediato, querer plantar de manhã a bananeira e colher já para o almoço. Eu não tenho uma expectativa de que as coisas se resolvam assim tão rapidamente. Eu vejo esta perspectiva de um trabalho que não é fácil. Eu vejo perspectivas porque é uma proposta que gera vida, é uma proposta que, como diria La Salle, ensina a bem-viver, para que as pessoas possam construir projetos de vida e possam se realizar, através e com a ajuda da educação desenvolvida. O processo que estamos fazendo é uma proposta de educação e de vida, mas que ainda precisa aprofundar e precisa passar por todas as instâncias da escola, até que seja uma coisa assim tranqüila, da identidade. Se passar por estes ângulos, se passar pelos professores e funcionários, os pais, os próprios alunos, então eu acho que isto vai dizer de como eu sou lassalista, eu tenho uma identidade, uma forma, um jeito de fazer e conviver. Então eu vejo perspectivas à medida que isto for passando com muita tranqüilidade pelos processos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Estágios da Fé - Editora Sinodal - Fowler, James W. A fé, na acepção deste livro, não é necessariamente um fenômeno religioso. Ela é a forma como cada um de nós dá sentido à vida; é o sistema dinâmico de imagens, valores e compromissos que orientam nossa existência. Assim, “Estágios da Fé” nos ajuda a entender não só a fé como fenômeno humano universal, mas também nossa própria peregrinação em busca de sentido.

* Deus Mora no Céu Editora Sinodal, 1989 Klein, Remi Streck, Danilo Wachs, Manfredo

O Desafio de Ser Educador Busca de respostas construtivas para um mundo em modificação

Editora Salles Morales, Alfredo A.


CULTURA

Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Editora Vozes 64 págs. A educação é um processo singular, mas que simultaneamente reflete toda forma de pensar, de orientar a vida em uma sociedade. Para compreender a educação como área de conhecimento é necessária uma ação interdisciplinar. Portanto, em conseqüência de sua complexidade, a educação exige um profundo diálogo com outras áreas de conhecimento e com outras experiências, pois, na realidade, mesclamos, a cada dia, vida com educação. Um espaço em que a educação ocorre é na instituição escola, com dinâmica própria, assumindo sua co-responsabilidade na formação do cidadão que, atento ao tempo, poderá assumir um papel contextualizado de pensar e fazer, de ser e de conviver. Ao lado dos últimos trinta anos, profissionais da educação estão refletindo sobre uma das disciplinas do currículo que ocorre na escola, a Pastoral Escolar, que geralmente é manipulada, sendo que muitas vezes nem nos perguntamos qual é de fato a sua identidade. Este trabalho visa discutir a presença da Pastoral Escolar na Evangelização realizada dentro do processo da Escola Católica e as formas diferentes e complementares que podem contribuir para uma formação integral do estudante.

CRIANÇAS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Uma abordagem cognitiva

RESILIÊNCIA descobrindo as próprias fortalezas

Julie Dockrell e John McShane Artmed Editora 208 págs.

Aldo Melillo, Elbio Néstor suárez Ojeda e colaboradores Artmed Editora 160 págs.

Neste livro, Julie Dockrell e John McShane apresentam um abrangente panorama das dificuldades de aprendizagem, unindo teoria e prática em uma linguagem bastante acessível. Um dos temas centrais do livro é o papel dos fatores cognitivos nas dificuldades de aprendizagem. O que impede que uma criança adquira novos conhecimentos? Por que as crianças com dificuldades de aprendizagem são fracas no que diz respeito ao uso de estratégias? Como elas diferem das crianças que se desenvolvem sem esses problemas? Os autores argumentam que, para se avaliar os problemas da criança e montar um programa de intervenção bem-sucedido, é imprescindível a compreensão do sistema cognitivo. Os autores descrevem ainda as habilidade e as estratégias que as crianças necessitam para ler, soletrar, falar e usar a aritmética; mostram como avaliar quais habilidades e técnicas estão ausentes nas dificuldades de aprendizagem e discutem técnicas que podem ser usadas para corrigir e compensar esses problemas.

A exclusão e a pobreza que se estendem sem limites nos países desfavorecidos, normalmente se somam a situações de risco decorrentes da enfermidade, da prisão, da deterioração pessoal, familiar e social, resultando em um quadro desolador. Contudo, há crianças, adolescentes e adultos que são capazes de sobreviver, superar as adversidades e, mais ainda, sair fortalecidos delas. Essa capacidade é conhecida como “resiliência”. Com a convicção de que este conceito deve instrumentar os programas sociais, este livro examina os fatores que intervêm na produção de resiliência individual, familiar e comunitária, pois a capacidade de certos povos de enfrentar catástrofes de todo tipo, constitui uma possibilidade certa de luta contra as desigualdades da sociedade atual.

INCLUSÃO ESCOLAR O que é? Por quê? Como fazer? Maria Teresa Eglér Mantoan Editora Moderna 95 págs.

Este livro enfoca a inclusão escolar e expõe didaticamente o que esta inovação educacional propõe para atender aos anseios e necessidades de todos os alunos de qualquer nível escolar. A autora procura clarear idéias sobre o ensinar e o aprender, em uma escola aberta às diferenças e a todos os alunos.

INTEGRAÇÃO . JULHO . 2006

PASTORAL ESCOLAR conquista de uma identidade

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EVENTOS

IX FÓRUM PERMANENTE DE EDUCAÇÃO LASSALISTA Ana Paula Diniz Setor de Comunicação e Marketing Sede Provincial, Porto Alegre-RS.

9º TECENDO A REDE: DA TRAMA DOS DISCURSOS À TESSITURA DAS PRÁTICAS Ana Paula Diniz

No dia 20 de maio de 2006, encerrando as comemorações da Semana de La Salle, Irmãos, Formandos e Colaboradores Lassalistas reuniram-se no salão de atos do Centro Universitário La Salle - UNILASALLE, de Canoas-RS. Após a acolhida do Irmão Provincial, Marcos Antonio Corbellini, o Ir. Paulo Fossatti parabenizou a presença de 17 Instituições Lassalistas no evento. Foram 230 participantes que presenciaram uma marcante ação de Rede proporcionada pela Província Lassalista de Porto Alegre. A tessitura da Rede está em crescente atividade e muitos momentos de integração foram pontualmente lembrados pela palestrante Sandra V. Nogueira.

INTEGRAÇÃO . JULHO . 2006

Com amplo currículo e forte atuação no UNILASALLE, de CanoasRS, a Profª Drª Sandra V. Nogueira, aceitou o desafio de palestrar sobre a tessitura da Rede La Salle. Os Fóruns Lassalistas foram relembrados um a um e as Comunidades Educativas Lassalistas tiveram imagens apresentadas no telão. Uma palestra dinâmica e bem fundamentada abriu o evento norteando os trabalhos em grupo da parte da tarde. A integração entre os grupos de discussão geraram pontos que serão relevantes para o trabalho da Rede La Salle durante o ano de 2006.

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EVENTOS

COPA DO COPA DO MUNDO MUNDO N NA A REDE REDE LA LA SALLE SALLE Tiago Schmitz

Ana Paula Diniz Setor de Comunicação e Marketing Sede Provincial, Porto Alegre-RS.

Silvia Dewes

COLÉGIO LA SALLE MEDIANEIRA, DE CERRO LARGO-RS FUTEBOL...ENVOLVENDO CULTURA O mundo em ritmo de Copa. Nada melhor do que vibrar com este acontecimento, não só através de festas, mas também através da cultura. Pensando assim, os alunos da 6ª série, orientados pela professora Valdete Krindges, de Língua Portuguesa, pesquisaram o significado de alguns termos usados no ambiente futebolístico. O objetivo foi compor um Dicionário do Futebol. Cada aluno pesquisou o significado da palavra ou expressão e o apresentou numa folha de ofício, devidamente ilustrada, usando o formato ou desenho de um objeto do mundo do futebol: bola, camiseta, campo, arco, rede, chuteira. O trabalho resultou em um rico glossário de palavras, como carrinho, escanteio, gol de peixinho, chuveirinho, salto alto, gol de virada, frango, cartolas, lençol, gol olímpico, tapetão, gandula e cambistas. Após a pesquisa, os alunos também organizaram a narração de um jogo de futebol, desenvolvendo a expressão oral, e apresentaram a letra de uma música contendo expressões esportivas.

Biblioteca, Direção, Laboratório de Informática, Secretaria, SCT e Educação Infantil estiveram devidamente ornamentados para Copa da Alemanha. uel Kaefer Cíntia Mig

Juliane Penteado

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TORCEU PELO BRASIL

torcer pelo Brasil durante a

COLÉGIO LA SALLE DORES, DE PORTO ALEGRE-RS Educação Infantil prepara Hora Cívica com tema da Copa do Mundo Toda a semana os jovens e crianças do La Salle Dores se reúnem no pátio para fazer reverência aos símbolos do Brasil. Mas parece que no dia 12 de junho, a Hora Cívica preparada pela Educação Infantil tomou um significado ainda mais especial. Enfileirados e em posição de sentido, todos assistiram ao hasteamento da bandeira e cantaram o hino mergulhados no orgulho de ser brasileiro. A Hora Cívica é muito importante para incentivar os alunos a cultivarem e fortalecerem o sentimento pátrio.

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COLÉGIO LA SALLE, DE CANOAS-RS

COLÉGIO LA SALLE SANTO ANTÔNIO, DE PORTO ALEGRE-RS TORCEU PELO BRASIL NA COPA DO MUNDO A torcida contou com camisetas da seleção, balões e apitos.


RECORDANDO

“COMO VOCÊS OCUPAM O LUGAR DELE...” Irmão Edgard Hengemüle

A Pastoral pode ser definida como o cuidado que o pastor tem pelo bem de suas ovelhas. O Concílio Vaticano II fala de “solicitude pastoral”. La Salle, o criador das “Escolas Cristãs”, tem algo a dizer sobre isso? Tem. E o diz em vários lugares dos seus escritos. Sobretudo na Meditação 33, inteiramente dedicada a este tema. Ele apresenta Jesus Cristo falando do bom pastor em geral, das ovelhas e de si mesmo como O Bom Pastor. Das passagens do Evangelho em que Jesus Cristo fala do pastor que é bom, La Salle lembra duas: aquela em que o Salvador diz que o bom pastor conhece cada uma de suas ovelhas, e que a conhece distintamente, e a outra em que afirma que ele deixa as cem ovelhas que estão a seguro no aprisco, para ir em busca da centésima que se tresmalhou. Das referências de Jesus às ovelhas, registra a sua referência às duas “atitudes” das ovelhas com relação ao seu pastor: elas o seguem e o escutam. De tudo o que Jesus fala de si mesmo como O Bom Pastor, primeiro se fixa na asserção de que Ele veio para que as ovelhas tivessem vida e a tivessem em abundância; e depois aplica a Jesus o que este diz do bom pastor em geral. A saber que, se uma de suas ovelhas se desgarra, busca-a, coloca-a sobre os ombros e a traz de volta para reintegrá-la no rebanho. E a propósito de que, e com que propósito todas essas referências? A propósito do educador cristão e com o propósito de fazerlhe pensar que ele é chamado a ser e deve ser efetivamente - como o bom pastor em geral e O Bom Pastor em particular. Para La Salle, assim como o bom pastor em geral, o educador cristão tem grande cuidado de suas ovelhas, quer dizer, de seus educandos. Manifesta-o começando por procurar conhecer a cada uma delas. Depois, merece ser seguido por suas ovelhas. Isto é, ele mesmo anda no bom caminho, quer dizer, é de vida exemplar, para que as ovelhas não se desencaminhem seguindo-o. Igualmente, mostra-lhes interesse carinhoso, para que gostem de segui-lo e estar com ele. E faz-se ouvir por elas, para que o possam escutar. Se catequista, pela instrução cristã regular e ao alcance delas; se professor de qualquer outra matéria, pela exortação, isto é, pela prática lassaliana da “reflexão”. Com relação a O Bom Pastor, La Salle diz ao mestre cristão que ele “ocupa o lugar” de Jesus Cristo junto a seus educandos, que O representa (Isto é, o faz presente de novo, aqui e agora) junto a eles. E, nesta lógica, pede-lhe que contemple ao Salvador enquanto Exteriormente, propondo aos educandos a mesma mensagem teórico-prática proposta pelo Mestre Divino e reproduzindo a sua pedagogia, conformando-se a seu proceder, particularmente procurando que nenhuma ovelha se perca e, se alguma se desviar do bom caminho, ajudando-a a regressar imediatamente. Interiormente, cultivando a mesma intencionalidade de Jesus: Dizendo como Jesus, para cada um de seus discípulos: Se Deus me colocou no teu caminho, foi para que eu te ajudasse a que tenhas vida, e a tenhas em abundância!

INTEGRAÇÃO . JULHO . 2006

Bom Pastor, inspire-se nEle e O imite exterior e interiormente.

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REDE LA SALLE

Silvia Dewes Assessoria de Comunicação, Colégio La Salle Medianeira, Cerro Largo-RS.

O Colégio La Salle Medianeira surgiu em 1935 com a chegada dos Irmãos Albino Paulo, Gabriel Donato e Egino Paulo, conhecido como Irmão Teodoro, na ainda Colônia Serro Azul, hoje município de Cerro Largo, localizado no noroeste gaúcho. O desenvolvimento da obra lassalista no município teve impulso em 1941, com a criação da primeira Escola Normal Rural do Rio Grande do Sul em um prédio próximo ao do colégio. Em 1959, o La Salle Medianeira criava o primeiro curso ginasial da região. Ao ginasial somaria-se, em 1969, o curso científico (equivalente ao Ensino Médio). Atualmente, o La Salle Medianeira é a única escola particular do município com 342 alunos. Sempre buscando melhorar a qualidade de ensino, o Colégio investe constantemente na renovação de seus espaços físicos e pedagógicos. Em 1998, foi construído um ginásio de esportes para a prática da Educação Física e da integração dos alunos da Escolinha de Futsal La Salle com outras agremiações. Este ano, a Educação Infantil recebeu novos ambientes lúdico-educativos, e uma rampa foi construída para permitir o melhor acesso das pessoas com deficiência e das crianças. Dois laboratórios um de Ciências e outro de Informática estão à disposição dos alunos para pesquisas e atividades pedagógicas, além de uma biblioteca com um variado acervo de obras literárias e científicas.

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Diversos projetos e eventos movimentam durante o ano a Comunidade Educativa. A arte e a música são incentivados por dois festivais estudantis da canção o FIC (interno) e o FREC (regional) e também são desenvolvidos no Cantalle e Cantallinho, grupos permanentes de formação em dança e canto que trabalham a desenvoltura e a capacidade de expressão. A Gincalle é outro evento que envolve os estudantes em uma maratona cultural. São testes de conhecimento e outras atividades que requerem espírito de equipe e pesquisa. A Gincalle tem como ponto alto um desfile artístico que incentiva a criatividade dos alunos. O vínculo comunitário também é concretizado com as ações dos jovens da pastoral da juventude. São cinco grupos que organizam todo tipo de atividade, desde campanhas de arrecadação de alimentos e de agasalhos até organização de projetos de estímulo à cidadania e à solidariedade. Periodicamente, a pastoral promove jornadas de formação em local arborizado no interior do município. O objetivo é a reflexão e a integração das turmas com Deus e com a natureza, além do fortalecimento de valores como a amizade e o coleguismo. A qualidade da educação oferecida pelo La Salle Medianeira é comprovada pelo bom desempenho de seus alunos em exames de avaliação. No ENEM 2005, a média da nota dos alunos no exame alcançou 60,66%, um índice superior, inclusive, às médias estadual e nacional, inferiores a 50%. O resultado colocou o La Salle Medianeira entre as 45 melhores escolas de toda a rede de ensino do Rio Grande do Sul, que totaliza 1.240 instituições de Ensino Médio. O alto percentual de aprovação dos alunos em concursos vestibulares é outro resultado que engrandece o ensino da escola. 87,5% dos jovens lassalistas da instituição que participaram de processos seletivos conseguiram ingressar no Ensino Superior em 2006, grande parte em universidades federais.

No próximo número: Centro Educacional La Salle, de Manaus-AM.

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Arquivo PLPOA

MEDIANEIRA - CERRO LARGO - RS


TROCA DE EXPERIÊNCIAS

Colégio La Salle, de Canoas, oficializa parceria com a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga Tiago Schmitz Assessor de Comunicação e Marketing Colégio La Salle, de Canoas-RS.

Na manhã do dia 16/5, na presença de diversas autoridades locais, aconteceu a Solenidade Oficial de Criação do Núcleo Vida Urgente La Salle. A presidente da Fundação, Diza Gonzaga, juntamente com a diretora do Colégio, Nilza Irulegui Bueno, oficializaram a parceria. Na cerimônia, o padrinho do primeiro núcleo da Vida Urgente em Canoas, professor Carlos Alberto Barcellos, conduziu os voluntários até o Auditório Ir. Arsênio Both. Depois, os estudantes receberam os certificados do curso de capacitação e camiseta oficial do núcleo lassalista. A aluna Polinne Batista Timm, coordenadora do grupo, foi a primeira a falar, manifestando a emoção de participar do projeto. O momento mais emocionante da solenidade Tiago Schmitz

ficou por conta do discurso de Diza Gonzaga. Com tocantes palavras Diza conseguiu sensibilizar os presentes. “Não me surpreende que um projeto como este chegue a um colégio lassalista”, afirmou Diza, lembrando a preocupação com a vida que uma instituição lassalista tem. Ao final do seu discurso, quando muitos prendiam o choro, Diza agradeceu. “Obrigado por deixarem esta borboleta invadir o La Salle”. A diretora do Colégio também aproveitou sua fala para agradecer. “Obrigado alunos por estarem neste projeto, estamos depositando nossa esperança em vocês”, lembrou. A primeira ação de conscientização para o trânsito aconteceu na Festa do Trabalhador, dia 01/5, com a distribuição de mais de 1500 volantes com instruções sobre como ser um bom motorista. Já no dia 23/6, os jovens voluntários percorreram Canoas na primeira Madrugada Viva do núcleo, abordando os adolescentes nas festas, postos de gasolina e bares noturnos. O Núcleo ainda participou da Feira do Livro de Canoas com oficinas infantis sobre trânsito seguro. Campanha Vida Urgente Criada pelo casal Régis e Diza Gonzaga no dia 13 de maio de 1996, data em que o jovem Thiago completaria 19 anos, a Fundação que leva o nome do seu filho tem sido a forma de evitar que outros jovens percam a vida quando o que mais querem é viver. Através dela e da campanha Vida Urgente são desenvolvidos diversos programas que visam à preservação da Vida.

INTEGRAÇÃO . JULHO . 2006

O respeito, a preocupação com o próximo e a vontade de mudar a situação de violência no trânsito, foram alguns dos motivos apontados pelos 28 alunos do Colégio La Salle que ingressaram como voluntários da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga. A partir de uma reunião entre a direção do colégio e o professor Carlos Barcellos, da Fundação, surgiu a idéia da criação de um núcleo, em Canoas, para realizar trabalhos do projeto Vida Urgente. Depois, foi a vez do Teatro Exército de Sonhos entrar em cena. O evento, que aconteceu no Salão de Atos, reuniu mais de 500 alunos que aplaudiram de pé ao espetáculo que conta um pouco da história da Fundação. A partir daí foram abertas as inscrições para os voluntários que participaram de um Curso de Capacitação, na última semana de abril. Com o curso, os estudantes se tornaram aptos para realizar atividades voluntárias da Vida Urgente.

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TROCA DE EXPERIÊNCIAS A Vida Urgente é um conjunto de ações que visam, através da conscientização, minorar os acidentes de trânsito, principalmente os que envolvem jovens. O Núcleo, dentro do La Salle, tem limite máximo para 50 voluntários e as ações são pensadas e elaboradas pelos jovens participantes que trabalham com as comunidades interna e externa de Canoas. Os estudantes lassalistas ainda são responsáveis pela capacitação de novos grupos que possam surgir em Canoas e também oferecem oficinas e atividades especiais para escolas da Rede La Salle. Mais informações sobre o Núcleo Vida Urgente La Salle e seus trabalhos pelo e-mail vidaurgente@colegiolasalle.com.br ou através do site www.vidaurgente.com.br.

Janete Teresinha Weigel, Marlei Gomes Costa e Laudelina Zílio Professoras, Colégio La Salle Peperi, de São Miguel do Oeste-SC. Tendo em vista que para o corrente ano um dos projetos a serem desenvolvidos com os alunos das séries iniciais tem como tema principal o meio ambiente, se faz necessário refletir sobre a nossa importância enquanto seres que interagem nesse organismo vivo que é o planeta terra. Dessa forma, os educandos das 3ªs e 4ªs séries, durante a semana do meio ambiente - 05 a 09 de junho de 2006-, tiveram a oportunidade de manter contato, se sensibilizarem e se conscientizarem sobre os problemas ambientais existentes na atualidade. Além de discutirem essas questões que atingem não apenas um grupo social ou algumas pessoas, mas o mundo como um todo, os alunos apresentaram soluções práticas, através de mudanças de comportamento, aplicadas ao espaço que ocupam. O tema Interação Global foi trabalhado em oficinas de aprendizagem, coordenadas por facilitadores (Profª Marlei, Profª Laudelina, Profª Janete, Kárliton, Ângelo, Rafael, Junior e Grupo de Jovens da 7ª série), que discutiram, juntamente com os alunos, subtemas relacionados ao tema gerador. Nas oficinas foram refletidas questões relacionadas à energia, às infrações ambientais, à água, aos transgênicos, ao efeito estufa, à Mata Atlântica, à gripe aviária e ao lixo.

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Tiago Schmitz

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Os coordenadores das oficinas avaliaram o desenvolvimento do Projeto Interação Global e, conforme a Profª Marlei, que discutiu com os alunos sobre a água, “precisamos estar sensíveis aos problemas do meio ambiente, sendo que questões referentes à água precisam ser abordadas com maior seriedade, visto que ela é fonte de toda a vida e o acesso a ela é um direito de todos os seres, por isso a necessidade de se aprender a zelar e respeitar esse recurso que é esgotável”. Consoante a isso, a Profª Laudelina, coordenadora da oficina sobre infrações ambientais, diz que “se não pensarmos globalizadamente, corremos o risco de não conseguirmos nos defender quando os efeitos das ações humanas nos atingirem devido ao desequilíbrio causado pelo consumo desenfreado dos recursos naturais”. Ângelo, coordenador da oficina sobre os transgênicos, afirma que toda a atividade desenvolvida durante a semana do meio ambiente foi positiva e enriquecedora, sendo que a Profª Janete, que trabalhou sobre o efeito estufa, reforça essa reflexão dizendo que “os trabalhos referentes ao meio ambiente precisam ser intensificados e realizados com os pequenos, pois eles são a nova geração, além de serem os grandes agentes, atuais e futuros, da preservação ambiental”.


TROCA DE EXPERIÊNCIAS

Assim, diante de todo o trabalho realizado, Karliton, coordenador da oficina sobre Mata Atlântica, reflete que “além do envolvimento da totalidade dos alunos nas atividades, percebemos que houve grande entusiasmo, curiosidade e empolgação, o que nem sempre se percebe quando esses assuntos são trabalhados apenas em sala de aula. Sendo que todo o trabalho valeu como desafio na mudança de atitudes”. Junior, coordenador da oficina sobre Gripe Aviária, concorda com a importância dos temas trabalhados para fortalecer o conhecimento dos alunos e para futura prevenção e detecção da doença.

Concordando com a relevância das atividades realizadas, a Profª Marisa, que além de registrar todas as oficinas com fotografias, foi espectadora do trabalho realizado, diz que “os temas foram bem escolhidos por serem atualizados e envolverem questões do meio ambiente que geram preocupação nos dias atuais”. Diz também que “todos os alunos participaram ativamente dos grupos de estudo, construindo conhecimento a partir da troca de informações, aprendendo a serem críticos e a avaliarem situações polêmicas”. Assim, partindo de todas as reflexões sobre o tema trabalhado, percebemos que os resultados foram significativos, pois além dos alunos desenvolverem pesquisas e discussões referentes aos subtemas, eles trabalharam a oralidade e formularam sugestões/ações que precisam ser feitas para que ocorram mudanças de hábitos a partir da conscientização ambiental. Queremos agradecer a contribuição e colaboração dos coordenadores das Oficinas de Estudos, pela partilha e mediação de conhecimentos, garantindo a excelência dos resultados.

INTEGRAÇÃO . JULHO . 2006

Rafael, coordenador da oficina sobre energia, comenta que “por serem interessantes e abrangentes, os temas precisam ter maior tempo e espaço para discussão, já que é uma discussão necessária”. Carolina Erbes, participante do Grupo de Jovens da 7ª série -, coordenadora da oficina sobre o lixo, relata que os temas escolhidos são importantes e que nós temos um trabalho valoroso a ser realizado.

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TROCA DE EXPERIÊNCIAS

Equipe Pastoral Colégio La Salle, de Caxias do Sul-RS. A Arquivo PLPO

Nos 70 Anos do Colégio La Salle, de Caxias do Sul-RS, somos novamente desafiados a contribuir na construção de uma escola de vida, consolidando a identidade cristã e lassalista, na vivência de um processo educativo humanizante. Cada membro da Comunidade Educativa é convidado a inspirar-se na prática de Jesus, o Bom Pastor, aquele que busca a inclusão de todas as ovelhas no rebanho, que defende e vigia, que se compromete com o outro de forma amorosa e exigente. Ao pastor, aquele que está diretamente envolvido na construção de uma ESCOLA EM PASTORAL, é atribuída a responsabilidade de conduzir suas ovelhas com discernimento. E como fazê-lo? O discernimento do educador, aqui entendido como todas as pessoas que trabalham na Escola, é construído através da busca constante de autoconhecimento, da disponibilidade à reflexão, de formação continuada, da vivência do projeto pedagógico da Escola e da opção por uma educação humanizante e seu engajamento nela.

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O Colégio La Salle tem como missão o crescimento integral do ser humano e a vivência do processo de uma Escola em Pastoral; contempla a possibilidade de desenvolvimento dos níveis físico, psíquico e espiritual. ESCOLA EM PASTORAL é o diálogo sincero que alicerça as construções do grupo, é o engajamento de cada educador na construção de uma metodologia coletiva que propicia o crescimento pessoal e grupal. ESCOLA EM PASTORAL é cultivar uma prática de valores éticocristãos, sendo portadores de alegria e esperança, contribuindo na construção de um outro mundo possível, com a vivência da solidariedade, fazendo das diferenças complementaridade e não exclusão. ESCOLA EM PASTORAL é o jeito lassalista de fazer educação, mostrando a dinamicidade na construção de uma nova história, é o comprometimento que cada pessoa da Comunidade Educativa deve assumir para construir uma escola de vida. A Equipe de Pastoral do Colégio La Salle, entre outras atribuições, é responsável pelo planejamento, coordenação e dinamização de encontros formativos, pedagógicos e religiosos, evidenciando a formação pessoal integral de professores, alunos e funcionários; pela organização e assessoria aos grupos de jovens de estudantes do Colégio; pela celebração de datas comemorativas que promovem os valores ético-cristãos; e, pelo planejamento e coordenação de vivências solidárias, e a promoção de interfaces com as agremiações representativas dos segmentos da Comunidade Educativa.

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A ESCOLA EM PASTORAL se constrói a partir de você!!!


TROCA DE EXPERIÊNCIAS

Luciane Bernardo Orientadora Educacional, Escola Fundamental La Salle, de Sapucaia do Sul-RS. Diante dos dados levantados pela pesquisa sócioantropológica realizada em fevereiro de 2006, ficou evidente a dificuldade dos pais em gerenciarem algumas situações com seus filhos, por não terem tempo para acompanhá-los e por não saberem lidar com questões pertinentes à educação dos mesmos. Neste sentido a Equipe Diretiva da Escola percebeu a necessidade de se trabalhar mais efetivamente com estas famílias.

Arquivo PLPOA

O Serviço de Orientação Educacional elaborou o projeto “Grupo Operativo de Pais” com o objetivo de auxiliar as famílias a aprimorarem seus conhecimentos no sentido de re(significar) as relações familiares e seu funcionamento. A metodologia utilizada é de grupo operativo, baseada na psicologia social de Enrique Pichon Rivière.

INTEGRAÇÃO . JULHO . 2006

O grupo teve início em abril, com reuniões semanais com duração de 1h15min. As temáticas abordadas até este momento foram: Importância do diálogo entre pais e filhos; Desentendimentos familiares; Os pais não são perfeitos; Limites (saber dizer “não”); Organização da rotina familiar; A importância da brincadeira no processo de aprendizagem; Sexualidade infantil e juvenil; Auto-estima dos pais e dos filhos; Família ideal X família real. Cabe mencionar que estas temáticas foram trazidas e avaliadas pelo próprio grupo.

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EVENTOS

SEMANA DE LA SALLE Ana Paula Diniz Setor de Comunicação e Marketing Sede Provincial, Porto Alegre-RS. JOVEM LASSALISTA É TEMA DE PALESTRA NA SEMANA DE LA SALLE Direitos Humanos e participação social foram abordados no encontro com alunos do Colégio La Salle, de Canoas-RS. O terceiro e quarto dia da Semana De La Salle foram marcados por palestras envolvendo os estudantes do Colégio La Salle, e lançamento do Unilasalle Virtual, um novo conceito de educação a distância do Centro Universitário La Salle, de Canoas-RS. As palestras tinham como tema "A Identidade do Jovem Lassalista", e o objetivo foi de fortalecer a identidade do estudante com elementos que o fizessem assumir seu papel de protagonista. EVENTOS LEMBRAM LA SALLE E AS MÃES A Escola Fundamental La Salle, de Sapucaia do Sul-RS, promove eventos em comemoração ao Dia das Mães e ao dia de São João Batista de La Salle. No dia 12 de maio a Escola contou com a presença do Padre Adilson que presidiu uma belíssima missa e, com todo seu carisma, sensibilizou a todos os presentes. Além disso, trouxe presente La Salle, nosso padroeiro, que teve sua vida dedicada à educação de jovens e crianças. Os alunos participaram com muito entusiasmo da celebração e vivenciaram momentos significativos. Após a missa, cada turma prestou uma homenagem às mães, através de apresentações artísticas e culturais, emocionando-as com todo o carinho demonstrado pelos alunos. A celebração dessas duas datas em conjunto foi muito significativa uma vez que, a exemplo da dedicação incondicional das mães, La Salle também abdicou de seus estudos para assumir a educação dos seus irmãos. Tendo como um dos seus princípios: educar com firmeza de pai e ternura de mãe.

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LA SALLE 15 de maio emora o Lassalista com A Comunidade LA SALLE E D TA O BATIS dia de SÃO JOÃ s. dos Professore como Padroeiro

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Salle foi io de 1950, La No dia 15 de ma res por eiro dos Professo declarado Padro 1958, de dezembro de Pio XII. E, em 22 dos no o tr a P o declarou Ildo Meneghetti . io Grande do Sul Professores do R assalista Comunidade L Nesta data, a es as dos os professor invoca sobre to eafirma r e o eir Padro bênçãos de seu vivendo, isso de continuar o seu comprom os ideais ção constante, za ni der o m m co La Salle. de educação de : ista no RS e SC Presença Lassal sica La Salle Niterói, de Canoas-RS

ão Bá Centro de Educaç , de Canoas-RS Colégio La Salle S de Carazinho-R Colégio La Salle, -RS de Caxias do Sul , e l Colégio La Sal as do Sul-RS Carmo, de Caxi Colégio La Salle Alegre-RS o ort P Dores, de Colégio La Salle o Largo-RS Cerr Medianeira, de Colégio La Salle guel do Oeste-SC Peperi, de São Mi Alegre-RS Colégio La Salle tônio, de Porto n A to n a S e l al S Colégio La to Alegre-RS São João, de Por Colégio La Salle C rê-S xe , de Xan Alegre-RS Colégio La Salle eralda, de Porto tal La Salle Esm lotas-RS Escola Fundamen ólito Leite, de Pe ntal La Salle Hip Escola Fundame alle, de Esteio-RS icentenário La S Tr ntal e -RS am d egre Escola Fun io, de Porto Al de Santo Antôn Canoas-RS O Pão dos Pobres rio La Salle, de entro Universitá UNILASALLE - C

Na atividade, que aconteceu na sala 126-1, os alunos participaram de dinâmicas em grupo, conversas e conheceram alguns trabalhos sociais realizados pela Rede La Salle. “Ser jovem lassalista hoje é saber relacionar-se com o outro, acolher o diferente e comprometer-se com uma causa”, afirmam a Profª Graziela Silva Santos e o Irmão André Luiz Dall’Acqua que realizaram a assessoria desse trabalho. Segundo os assessores, as dinâmicas e os trabalhos realizados oportunizaram que os estudantes pudessem entender a preocupação de São João Batista De La Salle com a educação. “Os estudantes precisam de espaços de formação em grupo que lhes oportunizem manifestar e elaborar os seus sentimentos e conhecimentos. Esses espaços tornam-se significativos à medida em que o jovem sente-se construtor de sua história de vida podendo buscar e viver uma causa que o alimente por toda a vida.” Participaram das palestras, alunos de 5ª série do Ensino Fundamental à 1ª série do Ensino Médio. No dia 20/5, a II Caminhada Festiva De La Salle, parou as ruas centrais de Canoas, quando os estudantes do Colégio homenagearam seu padroeiro. Encerrando as atividades, aconteceu o Concerto Semana De La Salle, na Capela São José, a partir das 19h30min. Tiago Schmitz


CAPA CONCEITO DE ESCOLA EM PASTORAL Irmão André Luiz Dall’Acqua, Irmão Maurício Perondi e Graziela Silva Santos Coordenação do Setor de Pastoral, Sede Provincial, Porto Alegre-RS.

ESCOLA EM

FÉ, FRATERNID

A terminologia "Escola em Pastoral" pode ser encontrada em diversos textos lassalistas já publicados, tais como no Projeto Pedagógico, nos Princípios Pedagógicos Pastorais, no Plano de Pastoral e outros. No entanto, foi a partir das discussões nos diversos espaços de reflexão da Província Lassalista de Porto Alegre que se ampliou e aprofundou o conceito. Muitas reflexões e práticas estão sendo desenvolvidas em vista do amadurecimento, tanto dos conceitos como das ações de uma Escola em Pastoral, a fim de enriquecer o nosso jeito de ser lassalista no mundo de hoje. Aqui procuramos partilhar algumas idéias que foram sistematizadas a partir das discussões já realizadas sobre o tema.

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Considerem Jesus Cristo como o Bom Pastor do Evangelho. Já que vocês ocupam o seu lugar... (La Salle. Meditação 196) A expressão "Escola em Pastoral" é um conceito composto: "escola" + "pastoral". A fim de melhor compreendê-lo, é importante esclarecer o conceito de pastoral e sua relação com os processos educativos. O termo "pastoral" deriva de uma profissão conhecida em grande parte do universo, o pastoreio, normalmente de ovelhas. Daí surge a figura do pastor, que tem a função de pastorear o rebanho. Desta figura emergem três aspectos importantes: a pessoa do pastor, a função de cuidar e proteger o rebanho e, por fim, a missão de conduzir o rebanho a boas pastagens. A pessoa do pastor deve ter certas características que lhe permitam cumprir com sua função e missão. O pastor usa o cajado para cuidar e conduzir o rebanho. Ele tem influência sobre o rebanho, a fim de que este possa desenvolver tranqüilamente a sua tarefa. No âmbito educativo, o pastor representa a pessoa do educador, que também exerce um papel importante de orientar os educandos no processo de construção do saber e em sua formação integral. O educador também utiliza meios pedagógicos que lhe ajudam em sua tarefa de propiciar as melhores condições para que os estudantes possam aprender e crescer. Além disso, quanto melhor o educador conhecer os educandos, mais poderá contribuir em seu crescimento. Ele adquire estas características de pastor a partir de sua história pessoal, em sua formação, em sua filosofia de vida, em sua opção fundamental de ser educador. O segundo aspecto importante é a função do pastor de cuidar e proteger o rebanho.

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Grandes atitudes características da pastoral são a vigilância, o cuidado e o zelo. Cuidado para que as pessoas possam crescer e aprender a lidar com as situações de desumanização. O cuidado trata-se do crescimento integral, com a atenção ao processo e ao conteúdo progressivos, com atenção aos aspectos do ser humano, e a cada particularidade. Pode haver diversas formas de cuidado, de ternura, de vigilância, mas o mais autêntico é aquele que se inspira na pessoa de Jesus Cristo e em seu projeto de vida. O educador que se dedica procura ter este espírito de zelo e de cuidado em seu trabalho. "O cuidado somente surge quando a existência de alguém tem importância para mim. Passo então a dedicar-me a ele; disponho-me a participar de seu destino, de suas buscas, de seus sofrimentos e de seus sucessos, enfim, de sua vida". O cuidado no cotidiano escolar implica preocupar-se com a forma como o conhecimento é trabalhado, mas também implica estar atento aos demais aspectos da vida, além do cognitivo. O terceiro aspecto do pastoreio, diz respeito à missão de acompanhar/conduzir o rebanho a boas pastagens. Podemos dizer com isso, que o pastor também é protagonista em sua missão. As pastagens, num sentido amplo, especialmente educacional, significam os processos e os conteúdos que são utilizados na educação. Muitos conteúdos e muitos processos ajudam à humanização e ao crescimento, e são as boas pastagens; outros menos; e ainda outros prejudicam. Sabe-se que a educação não é neutra e que, dependendo das opções em termos de currículo, conteúdos e processos, podemos ter um processo educativo mais próximo ou mais distante da identidade lassalista e de uma educação integral. Esta distinção é fundamental quando se fala da pastoral. A Igreja compreende a Pastoral como sua ação organizada para evangelizar, a partir da inculturação nas diferentes realidades. Para se desenvolver este processo a CNBB destaca quatro exigências: o serviço, o diálogo, o anúncio e o testemunho. Compreende que, primeiramente, é preciso realizar um serviço que contribua, na realidade onde se está atuando para melhorar as condições de vida e de dignidade das pessoas envolvidas. Em seguida, deve-se estabelecer o


CAPA

M PASTORAL

Princípios Pedagógico-Pastorais de uma Escola Lassalista em Pastoral TRIPÉ LASSALISTA

DADE E SERVIÇO

PRINCÍPIO DA FÉ Cristão: a vida, a prática, a mensagem, as propostas e os valores de Jesus Cristo são os referenciais de nossa Educação e do ser humano que desejamos ajudar a formar, tendo em vista suas decisões e ações. Ecumênico e de Diálogo Inter-religioso: enquanto cristãos buscamos respeitar e promover os aspectos referentes às demais religiões cristãs, assim como também às religiões de outros credos não-cristãos. Acreditamos que a diversidade religiosa nos enriquece humanamente uma vez que cada uma enfatiza certo número de variáveis antropológicas.

PRINCÍPIO DA FRATERNIDADE

Quando se fala em conceito de pastoral, destaca-se todo o processo que humaniza e plenifica o ser humano, buscando primar pelos sinais de vida, onde se prima pela ética sobre a técnica, pelo testemunho e a experiência sobre as palavras e doutrinas, pelo serviço sobre o poder, pela identidade cultural sobre as influências de culturas hegemônicas, pela fé e a transcendência sobre a absolutização da pessoa em si.

Comunitário: a transformação pessoal e social passa pela vivência comunitária como lugar onde se gera experiência de novas relações, de encontro e de fraternidade. Apostamos na valorização do coletivo, em face da tendência contemporânea de incentivo ao individualismo.

Outro aspecto fundamental da dimensão pastoral é o seu comprometimento com a causa social, especialmente com os mais pobres e excluídos. A fé vivida com maturidade deve levar a um comprometimento dos indivíduos e das instituições com estas realidades. Nesse sentido, o apóstolo Tiago questiona "De que serve alguém dizer 'tenho fé', se não tiver obras? Será que essa fé o salvará? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e desprovidos do pão de cada dia, e alguém de vós lhes disser 'ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos’, sem lhes dar o necessário para a vida corporal, o que adiantaria? Assim também se passa com a fé: se não for acompanhada pelas obras, por si mesma está morta".

Participação: cada pessoa, a partir de sua experiência de fé, é convidada a evangelizar e a ser evangelizada, a educar e a educar-se. Estimula-se o intercâmbio, o uso da palavra, a capacidade de pensar, de tomar decisões, de coordenar e de realizar ações em conjunto. Respeita-se o ponto de vista de cada um e sua forma de contribuir no processo.

Esse é o conceito amplo de Pastoral em que se fundamentam as implicações para o que se chama de pastoral educativa, ou Escola em Pastoral. Em seu texto apresentado no 8º Fórum Lassalista, o Ir. Paulo Lari Dullius destaca que "Escola em Pastoral não é uma questão de catequese, de ensino religioso ou de celebrações litúrgicas. Ela é uma instância unitária de humanização de toda realidade educacional, vigiando sobre a estrutura, sobre os educadores e educandos, sobre as metodologias etc, de acordo com uma antropologia de base, que em nosso caso é a antropologia cristã." Essa compreensão nos remete a pensarmos como fazer acontecer este conceito na prática educativa.

Personalizado e Personalizante: personalizado significa que a comunidade acompanha a pessoa individualmente no seu processo de crescimento, de amadurecimento, de discernimento vocacional e de elaboração do seu projeto de vida. Personalizante significa que cada pessoa deve assumir sua vida, tomando-a nas mãos e construindo-a com responsabilidade.

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diálogo, como forma de partilha de idéias, valores e concepções, buscando a inculturação neste meio de atuação. Como terceiro passo deve ser realizado o anúncio, ou seja, trabalhar os referenciais e valores que orientam a fé cristã, em vista de conseguir que todos tenham vida plena, conforme nos aponta Jesus Cristo. Por fim, como quarto passo está o testemunho de uma comunidade que assume e vive uma proposta de vida baseada nos mesmos princípios.

De Coerência e Testemunho: O anúncio é uma mensagem que se acolhe e se constrói pela coerência que existe entre o conteúdo que se anuncia e o modo de anunciá-lo; entre o que se vê e o que se ouve. Principalmente para as crianças e os jovens vale a idéia lassaliana de que “as nossas ações devem confirmar as nossas palavras”.

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CAPA

PRINCÍPIO DO SERVIÇO De Experiência: levar em conta que o elemento central é a experiência, a vivência como ponto de partida. Para que algo seja marcante, é preciso que toque o coração e não apenas que se saiba teoricamente. De Ação Transformadora e Libertadora: é preciso propor ações e projetos comprometidos com uma prática de transformação das pessoas e da realidade em que se vive. Quanto mais livre, melhor a pessoa será e mais poderá ajudar aos outros. Também é importante fortalecer ações de cooperação ao invés de competição. Missionário: a comunidade educativa lassalista compreende-se a si mesma como missionária. Ela percebe que sua missão ultrapassa os muros da escola e por isso desenvolve ações evangelizadoras e solidárias de alcance local e/ou mais amplo, principalmente em vista dos mais pobres.

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A construção da Escola em Pastoral passa pela vivência do tripé lassalista: a Fé, a Fraternidade e o Serviço. Pensar a escola lassalista em Pastoral é articular para que o tripé esteja presente em todos os segmentos da Comunidade Educativa. No Projeto Pedagógico, estão presentes os diversos princípios que norteiam a educação lassalista, dentre os quais os "Princípios teológico-pastorais". O número 31 do documento salienta que "na Comunidade Educativa Lassalista buscamos viver um processo de Escola em Pastoral, com implicações decorrentes". O XI Capítulo Provincial também discutiu a questão e dentre as proposições aprovadas, a nº 8 busca "Reafirmar a identidade cristã e lassalista, assumindo as implicações de uma Escola em Pastoral". Esta concepção leva a considerar a dimensão pastoral como algo amplo e que abrange toda a comunidade educativa. A dimensão pastoral torna-se visível na prática educativa quando todos os membros a assumem e a vivem como uma dimensão essencial da comunidade educativa". O assumir e viver a Escola em Pastoral como dimensão essencial visa ao crescimento e ao amadurecimento integral da pessoa, bem como ajudar-lhe a construir seu projeto de vida. Em vista disso, é importante a utilização de metodologias e referenciais teóricos que estejam em consonância com a proposta lassalista, considerando desde as relações humanas até as práxis transformadoras do currículo como conteúdos de humanização assumidos por toda a Comunidade Educativa.

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PRÁTICAS DE ESCOLAS EM PASTORAL Ana Paula Diniz Setor de Comunicação e Marketing, Sede Provincial, Porto Alegre-RS. Após refletir sobre o conceito amplo de “Escola em Pastoral” percebemos que todas as ações realizadas pelas Comunidades Educativas visando à integração entre pais, alunos, corpo docente e/ou comunidade são práticas efetivas de pastoral. Com objetivo de esclarecer o significado do tema desta revista e por que está sendo abordado, é preciso apresentar as ações práticas desenvolvidas. Muitos responsáveis por alunos lassalistas passarão a entender a importância de integrarem uma comunidade lassalista onde o discurso busca a inserção fraterna, com fé e ações de serviço ao próximo e, principalmente, onde os discursos servem de base para criação de projetos que viram realidade. REFLEXÃO - PRÁTICA AÇÃO, um ciclo de atitudes que formam a identidade lassalista. Segundo dicionário da língua portuguesa: FÉ: “Crença; convicção em alguém ou alguma coisa”. FRATERNIDADE: “Amor ao próximo; harmonia; amizade”. SERVIÇO: “Ato ou efeito de servir; assistência; utilidade ou préstimo de alguma coisa”. As três dimensões que formam o tripé lassalista são percebidas nas Comunidades Educativas, onde cada setor que desempenhe com dedicação as funções pelas quais existe está exercendo seu papel na construção da pastoral. Um olhar fraterno, uma oração no pátio, uma palavra dita com firmeza, mas com carinho, uma campanha de conscientização da importância de doar roupas, de separar o lixo ..., são exemplos de atividades que envolvem alunos, professores, pais e as comunidades na execução de serviço pastoral, com fé em um futuro melhor e na disseminação da fraternidade em tempo integral. Como afirma o Irmão Paulo Lari Dullius “em síntese, Escola em Pastoral não é somente uma questão de ensino religioso, nem de catequese, nem de celebrações litúrgicas, mas, sobretudo, é questão de veicular um processo educativo humanizante amplo, inspirado numa profunda antropologia cristã”. Esse processo humanizante precisa ser integrado, pois não basta um Diretor ou um Supervisor Educativo tratarem seus alunos fraternamente, é preciso INTEGRAÇÃO. Quando as famílias e a escola tratam, naturalmente, de forma afetiva um aluno, ele, também naturalmente, multiplicará essa ação.


CAPA PROJETO RECICLAR Escola Fundamental La Salle Hipólito Leite, de Pelotas-RS Coordenação: Irmão Luís Carlos Dalla Rosa e Professora Vivian M. Alan A Escola La Salle Hipólito Leite, localizada nas proximidades do bairro Navegantes, no município de Pelotas-RS tem o desafio de oferecer um serviço educativo de qualidade e de promoção de vida aos educandos que atende. O Navegantes, do qual provém a maioria dos nossos educandos, é um dos bairros mais pobres de Pelotas. Neste, diversas formas de exclusão (econômica, cultural, política, religiosa...) se interpõem. Pelotas, cidade formada a partir da lógica “senhores do charque e escravos”, ainda parece carregar tal característica. É uma história que ainda não é muito contada, pois o povo do Navegantes, que por muito tempo lhe foi negado o acesso à cidadania, tem dificuldade de dizer quem ele é.

e funcionários da Escola sobre a necessidade de se implantar este projeto. A proposta inicialmente foi apresentada aos professores e logo após, estendida em sala de aula. Os jovens desenvolveram atividades educativas nas turmas, com o apoio dos professores, dentro do tema proposto. Buscando um símbolo que pudesse representar o Projeto Reciclar, no intuito de valorizar a criatividade dos alunos e divulgar a proposta, montou-se o “Concurso do Mascote”. A distribuição de fôlderes, a busca de parcerias externas com entidades que atuam com reciclagem são outras atividades em andamento. Importante destacar que, durante o segundo trimestre, o cuidado com o meio ambiente foi escolhido pelos professores para ser tema gerador dos conteúdos e ações a serem desenvolvidos nas respectivas séries e disciplinas. A preocupação inicial em torno do descaso com o lixo que uniu os Grupos de Jovens e o Serviço de Orientação Educacional está aos poucos sendo assumida pela Comunidade Educativa como um todo. E desse jeito, a Escola La Salle Hipólito Leite expressa sua identidade de ser sinal de fé, fraternidade e serviço junto à comunidade em que atua, como uma característica específica, dentre as muitas, de uma Escola em Pastoral.

Assim, diante da experiência de exclusão que nossos educandos vivem, percebemos o desafio de ultrapassar a idéia de uma prática educativa reduzida a ações mecânicas, em que bastaria saber “ler, escrever e contar” para se virar na vida. E nesse desejo de ajudar os nossos educandos a buscarem viver um processo de humanização é que nasceu o “Projeto Reciclar”. O descaso com o meio ambiente, nossa morada e nicho vital, tanto dentro como fora da escola, despertou-nos a preocupação de se trabalhar o problema com os educandos e também com a Comunidade Educativa em geral. Além de atitudes inconseqüentes apresentadas pelos alunos quanto ao cuidado com a limpeza dentro da escola, nos arredores, o lixo é depositado em local aberto e desprotegido, não existindo um reaproveitamento e reciclagem do mesmo.

Os Grupos de Jovens, como agentes multiplicadores do projeto, depois de uma consistente preparação, começaram a desenvolver práticas educativas de sensibilização e conscientização a respeito da relação do homem com seu meio e sobre as conseqüências advindas de suas ações. Com a utilização de fotos, referente ao descaso com lixo dentro e fora da escola, montou-se uma apresentação através de slides (Power Point) para conscientizar alunos, professores

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Como forma de se estabelecer um processo de formação de pessoas conscientes, comprometidas com a comunidade em que vivem, começando pelo cuidado do meio ambiente, o Serviço de Orientação Educacional e os Grupos de Jovens da escola, em parceria, criaram e assumiram o “Projeto Reciclar”.

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CAPA EDUCAR É ENSINAR A BEM-VIVER! Colégio La Salle Santo Antônio, de Porto Alegre-RS Professora Iliane Pereira As Escolas Cristãs, fundadas por João Batista de La Salle, desde a sua origem tiveram a preocupação de educar na prática do bem de acordo com as máximas do Evangelho. “É de fato vosso principal cuidado instruir os discípulos nas máximas do santo Evangelho e nas práticas das virtudes cristãs? É vossa preocupação principal fazer que aceitem isso de boamente? Considerais o bem que procurais fazer-lhes como o fundamento de todo o bem que eles vão praticar durante, o resto de sua vida? Pois os hábitos das virtudes, cultivados desde a juventude, encontram menos obstáculos na natureza corrompida e deitam raízes mais profundas nos corações assim formados.” MTR 194 Com o objetivo de resgatar essa intuição original presente no começo da Escolas Cristãs inicia-se por volta da década de 70, na Província Lassalista de Porto Alegre, as Jornadas de Formação com os alunos. Eram encontros especiais onde trabalhavam-se princípios básicos para um saudável desenvolvimento humano e cristão. Geralmente, as jornadas aconteciam fora do Colégio, nas casas de retiro, em meio da natureza. Atualmente, os Colégios ainda mantêm esta prática, com algumas mudanças nas questões de tempo, espaço e enfoques de acordo com as demandas e possibilidades atuais. Os Encontros de Formação, no Colégio La Salle Santo Antônio acontecem em parceria com o Serviços de Animação Pastoral, Orientação Educacional, Supervisão Educativa e Coordenação Pedagógica. A ação acontece desde a Educação Infantil e se estende até a 3ª série do Ensino Médio. Os Encontros são realizados na Sala de Formação, esta tem

carpete, almofadas coloridas e está situada no último andar do Colégio. A utilização da sala requer que tanto estudantes como educadores tirem os calçados, sentem no chão e em círculo para dialogar antes e depois das atividades. Essas combinações que parecem ser apenas formalidades já fazem parte da proposta de sair do lugar comum da sala de aula e favorecer uma maior aproximação entre todos/as. As temáticas e dinâmicas dos encontros são definidas a partir das necessidades de cada faixa-etária, das vivências da turma, e dos valores que a escola cristã-lassalista se propõe a trabalhar como: ética, responsabilidade, honestidade, solidariedade, trabalho em equipe, convivência em grupo... Entendo que o Serviço de Animação Pastoral não pode limitar-se à esfera religiosa; a vivência e aprendizagem desses conteúdos é uma das suas dimensões. Sendo assim, a pastoral no seu contexto escolar, passa a ser um espaço privilegiado do fazer teológico e também pedagógico. A pastoral escolar é determinada pela dimensão pedagógica. É nessa base que ela deve estar apoiada pois caso contrário, ela será descontextualizada e torner-se-á um apêndice do fazer pedagógico. Por isso, é necessário garantir que os Encontros de Formação não sejam ações pensadas e executadas somente pelo Serviço de Animação Pastoral, mas sim que aconteçam como um projeto valorizado e assumido por toda a instituição na parceria dos Serviços e educadores diretamente envolvidos com os estudantes. É urgente, como educadores lassalistas, renovar o compromisso com uma Escola em Pastoral, que anuncie Jesus Cristo não tanto pela doutrina, mas pelo testemunho no modo de ser, de amar que Ele ensinou em seu viver. Seria esse o sonho de La Salle ao orientar seus professores? Cíntia Miguel Kaefer

“Se quiserdes que sejam proveitosas as vossas instruções e exortações à prática do bem, é preciso que vós mesmos as pratiqueis primeiro e estejais cheios de zelo, para que possam

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receber a comunicação das

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graças que estão em vós e vos fazem praticar o bem. Que vosso zelo atraia sobre vós o espírito de Deus para animar os alunos à prática do bem.” MTR 194


CAPA PRÁTICAS DE UMA ESCOLA EM PASTORAL Escola Fundamental Tricentenário La Salle, de Esteio-RS Diretora Adriana Braga de Matos Babot A principal ação pastoral é feita dentro da sala de aula. Contudo, as atividades propostas pelos animadores pastorais em diálogo com os demais setores da escola sempre são um incentivo aos alunos e professores. Destacamos, por exemplo, as jornadas de formação que acontecem com as turmas. Desenvolvidas pela pastoral e a orientação educacional, procuram trabalhar temas pertinentes à vida dos educandos. Lembramos as reflexões feitas, todos os dias, com os professores e alunos no início das aulas. No final de cada mês, rezamos e prestamos a nossa homenagem aos aniversariantes. Destacamos também o projeto “Canto e reflexão” com as séries iniciais do Ensino Fundamental, desenvolvido com atividades sistemáticas semanais. O projeto visa, pela música,

proporcionar momentos de oração, reflexão, interação e diálogo, tendo como princípios norteadores os valores cristãos, a fé, a fraternidade e o serviço. Para estender a nossa ação, em diálogo com a Igreja Coração de Maria e o seu pároco, temos uma participação mensal na animação da celebração dominical, bem como oportunizamos celebrações e missas, mensalmente, em nossa escola. Essas são algumas das atividades que acontecem sistematicamente em nossa escola, pensadas de acordo com a proposta educativa e que revelam o esforço que estamos fazendo para atender melhor aos nossos alunos e pais. Essas atividades e outras mais que realizamos não nos deixam acomodados com o assunto. Sabemos das dificuldades em assumir claramente a nossa identidade de Escola em Pastoral. Por isso, nos esforçamos em meio à Comunidade Educativa para desenvolver atividades que possam contemplar o espírito cristão. Jeferson Acunha Aguiar

PASTORAL APROXIMA JOVENS DA COMUNIDADE Colégio La Salle Medianeira, de Cerro Largo-RS Assessoria de Comunicação, Silvia Dewes A ação da Pastoral da Juventude (PJEL) envolve os jovens alunos do Colégio La Salle Medianeira em uma série de atividades que fortalecem o vínculo com a formação religiosa e a integração comunitária. Os cinco grupos de jovens da PJEL estão sempre em atividade e desenvolvem reflexão e ação voluntária de forma simultânea.

Cada vez mais cedo os jovens demonstram interesse em serem solidários, e a Pastoral da Juventude tem sido decisiva para esse entendimento, tanto dentro como fora da comunidade. Durante a Páscoa Jovem, em Carazinho-RS, muitos sentiram o momento precioso proporcionado pelo recolhimento e oração. “Aprendi a dar o verdadeiro valor para as coisas que vem de Deus e ao mesmo tempo às coisas que vivo no dia-a-dia”, comenta o jovem Vinícius Ferst. A esse aprendizado somam-se lições de vida, acumuladas pela experiência do voluntariado. Após a Páscoa, os grupos convocaram a comunidade educativa para doar parte dos doces e presentes recebidos. O resultado da arrecadação proporcionou alegria às crianças da creche municipal Bem-Me-Quer. Além dos doces, o grupo de jovem da 8ª série fez leituras e brincadeiras com os pequenos.

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Os momentos de reflexão são cultivados tanto na organização de celebrações como na participação em jornadas de formação e retiros promovidos pela rede lassalista. Os jovens do La Salle Medianeira têm um local especial para essa formação no interior do município. Este ano, os alunos do 1º ano do Ensino Médio fizeram essa capacitação para orientar a criação de um grupo de jovens na Escola Estadual Eugênio Frantz, maior colégio público do município.

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DIÁRIO DE CLASSE PROJETO CONSCIENTIZA SOBRE A IMPORTÂNCIA DA HIGIENE BUCAL A escola também é lugar de se ensinar higiene bucal. Pensando nisso é que a professora Ivânia Lemos desenvolveu um projeto com os alunos do Turno Integral. Através de atividades práticas e lúdicas, busca-se conscientizar as crianças sobre questões de higiene e explicar o quanto é importante manter hábitos saudáveis. Num primeiro momento, a professora explicou a maneira correta de escovar os dentes e o uso adequado da pasta de dente, da escova e do flúor. Em seguida, os alunos fizeram trabalhos de recorte e colagem e leram as obras “Notícias da Rua dos Dentes de Leite”, de Anna Russelmann, e “Zezeca”, de Magana Diniz Matos, que tratam dessa temática. A turma demonstrou muito entusiasmo pela atividade e o aprendizado parece não ter ficado somente na teoria. “A recepetividade dos alunos em relação ao assunto foi muito boa. A higiene está sendo levada mais a sério pelos próprios alunos”, disse a professora Ivânia Lemos. Juliane Penteado, Assessoria de Comunicação, Colégio La Salle Dores, Porto Alegre-RS.

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Arquivo PLPOA

MÁRIO QUINTANA É TEMA DE SARAU NO COLÉGIO LA SALLE, DE CANOAS-RS Alunos da 2ª série do Ensino Médio participaram da atividade no Salão de Atos. “Meu Quintana, os teus cantares. Não são, Quintana cantares; são Quintana, quintanares”. Foi com algumas estrofes do poema que Manuel Bandeira pronunciou para Mário Quintana em 1966, que a Profª Sinara Gomes Verardi inicou um belo sarau literário, na manhã do dia 14/6, no La Salle, de Canoas-RS. Depois de apresentar a atividade, que aconteceu no salão de atos, o Quintarau – nome dado ao momento em homenagem ao centenário do poeta gaúcho – começou com diversas manifestações artísticas e culturais. Em uma delas, as alunas Daniela Tomaz e Camila Martins, declamaram os poemas Um Dia e O Luar. “Achei o Quintarau muito bom, pois além de integrar as turmas, aprendemos mais sobre Quintana”, afirma Daniela, 15 anos. Um outro grupo, misturou textos do poeta com música dos Beatles. Danças e apresentações de canções com voz e violão também fizeram parte da atividade. “Ele é o poeta das coisas simples e é isso que temos que trazer para a vida da gente”, comenta a Profª Sinara, que ministra aulas de Literatura e Português. Encerrando o momento, que durou cerca de uma hora, o Prof. Daniel Silva Souza, de Física, leu o poema “Quando eu morrer”. Tiago Schmitz, Assessoria de Comunicação, Colégio La Salle, Canoas-RS.

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Juliane Penteado

LA SALLE ESMERALDA TEM AULA SOBRE OS ÍNDIOS AO VIVO E EM CORES No último dia 19 de abril, os alunos do Turno da Tarde receberam uma visita muito interessante: um grupo de indígenas da tribo dos Caingangues que residem numa aldeia próxima à Escola. A idéia do convite surgiu entre os alunos da 2ª série, Turma 23, da Profª Laila, como uma atividade do Projeto “Solidariedade e Respeito às Diferenças”, desenvolvido por toda a Escola neste bimestre. As crianças índias, sendo algumas alunas da Escola, vieram acompanhadas por uma índia idosa que, com grande desembaraço e segurança, falou sobre os usos e costumes que ainda hoje os índios preservam e utilizam, como tipo de alimentação, significado das cores usadas nas pinturas e adornos do corpo, e a significação de expressões e manifestações de linguagem. O grupo, devidamente caracterizado, apresentou algumas danças e cantos típicos, o que encantou os alunos que também participaram ativamente da apresentação com perguntas previamente preparadas e escolhidas pelas turmas. Essa partilha enriqueceu nosso projeto de trabalho, reafirmando também o respeito às diferenças e às diversidades culturais. Sonia Maria da Silva Fraga, Supervisora Educativa, Escola Fundamental La Salle Esmeralda , Porto Alegre-RS.

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Tiago Schmitz


DIÁRIO DE CLASSE SALADA DE FRUTAS E SANDUÍCHES NA SALA DE AULA

Silvia Dewes

Chocolate ou fruta? Qual alimenta mais? A dúvida surgida entre os alunos da 2ª série do ensino fundamental levou a Profª Ana Cristina Fritzen a desenvolver com a turma um trabalho de investigação sobre o valor nutricional dos alimentos, principalmente das frutas. Em uma primeira etapa, os alunos conheceram as frutas e verduras e seus valores nutritivos. O trabalho foi apresentado através de adivinhações, pesquisas, textos e dramatizações. Os alunos fizeram fantasias e cada um personificou uma fruta ou legume diferente. A proposta também levou a turma para a cozinha, onde todos prepararam uma gostosa salada de frutas. “A idéia foi elevar o conhecimento dos alunos sobre a importância das frutas e verduras na alimentação e estimulá-los a adquirir hábitos saudáveis”, explica a professora. Outro projeto enfocando a importância de uma alimentação adequada foi realizado com a turma da 1ª série. Partindo da premissa de que todo ser vivo precisa de energia para estar em atividade, a Profª Vera Machado conscientizou a turma sobre os alimentos ideais para o bom desenvolvimento do corpo humano. O projeto Alimentação Saudável mostrou qual a melhor forma de alimentar-se. Silvia Dewes, Assessoria de Comunicação, Colégio La Salle Medianeira, Cerro Largo-RS. ALUNO DO LA SALLE SÃO JOÃO FAZ PALESTRA SOBRE LIVRO

Arquivo LSSJ

O aluno Giordano Dexheimer Gil, da 8ª série do Colégio La Salle São João, foi convidado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), para ministrar uma palestra sobre seu último livro “Quebrando o Código Verde”. O evento ocorreu no dia 17 de maio na Escola Estadual Coelho Neto, que integra um projeto de literatura da Faculdade de Letras da PUC. Giordano falou sobre as histórias contidas no seu livro, abordando temas ecológicos, como a extinção de animais, a poluição das águas e a revolta da natureza, por meio de ciclones e ondas gigantes. O autor fez relações com os acontecimentos recentes que ocorreram no mundo e causaram grande perplexidade. Mais de 200 crianças estiveram presentes no encontro, fazendo perguntas e comentando a obra do escritor. No final do evento, Giordano foi presenteado com desenhos feitos pelos estudantes sobre as histórias que haviam sido trabalhadas. É o segundo livro lançado por Giordano, através dos lançamentos de publicações literárias do Colégio La Salle São João, com a coordenação da Profª Miriam Regina Beckenkamp Krause. Nadia Leal, Assessoria de Comunicação, Colégio La Salle São João, Porto Alegre-RS.

GINCANA ANTONIANA COMEMOROU 10 ANOS

INTEGRAÇÃO . JULHO . 2006

Cíntia Miguel Kaefer

Nos dias 09 e 10 de junho ocorreu o encerramento da 10ª Gincana Antoniana. O evento integrou toda a Comunidade Educativa do La Salle Santo Antônio, incluindo estudantes das Séries Finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, Professores, Funcionários, Pais, Mães e Ex-alunos. As equipes A Barca, CDV, The Darkness, Censurados e Tropa de Elite se envolveram em diferentes tarefas durante o evento. Arrecadação de roupas, tardes de recreação, preparação de carreteiro coletivo foram as tarefas de solidariedade. Outros momentos foram marcados pela carreata dos 10 anos, encenações no Bourbon Shopping Ipiranga, apresentação de bandas, visita aos QGs, entre outras atividades esportivas, culturais e recreativas. O encerramento da Gincana ainda contou com a apresentação da Banda Solarise, em comemoração aos 10 anos de história. Cíntia Miguel Kaefer, Assessoria de Comunicação, Colégio La Salle Santo Antônio, Porto Alegre-RS. Envie seu “Diário de Classe” para marketing@delasalle.com.br

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DIÁRIO DE CLASSE

Arquivo PLPOA

LA SALLE NA FEIRA MUNICIPAL DO LIVRO, EM ESTEIO-RS A participação da Escola Tricentenário La Salle na Feira Municipal do Livro, em Esteio-RS, foi importante para divulgarmos o trabalho que realizamos nessa Instituição. O desenvolvimento das atividades escolares é realizado através da interação entre alunos e educadores, com o apoio tanto pedagógico quanto administrativo. Durante a Feira do Livro tivemos a oportunidade de mostrar ao público esteiense o nosso trabalho, o qual é realizado com comprometimento e qualidade com o educando, a família e a comunidade lassalista. Em especial queremos destacar o lançamento do livro “Poesia em Sala de Aula” que foi uma produção desenvolvida ao longo de três anos com os alunos de 6ª, 7ª e 8ª séries, sob a coordenação da professora Ivani de Almeida, durante as aulas de Língua Portuguesa. Foi um trabalho maravilhoso, pois a poesia leva o aluno a uma reflexão sobre a subjetividade e sua ambiência, ou seja, ao espaço imaginário desse. Ivani de Almeida, Professora, Escola Fundamental Tricentenário La Salle, Esteio-RS. LA SALLE DORES TRAZ A AUTORA LEIA CASSOL PARA ATIVIDADE ESPECIAL

Juliane Penteado

História, teatro, música e humor. Esses foram os atrativos da atividade realizada pela autora Leia Cassol e pelo ator Victor Siegle com a 4ª série do La Salle Dores. De um jeito envolvente, capaz de prender a atenção de todos os alunos da turma, essa dupla contou fatos importantes da história do Rio Grande do Sul a partir de interpretações e muito dinamismo. Os alunos relembraram o Tratado de Tordesilhas, a Revolução Farroupilha e Colonização do Rio Grande do Sul e ainda tiveram a oportunidade de participar das encenações com direito a trajar figurinos épicos. Juliane Penteado, Assessoria de Comunicação, Colégio La Salle Dores, Porto Alegre-RS.

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TÁ LIGADO! É O NOVO INFORMATIVO DO LA SALLE NITERÓI

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Desde o início de 2006, 2 grupos de alunos da 6ª série do Ensino Fundamental e 2º ano do Ensino Médio, do Centro de Educação Básica La Salle Niterói, idealizavam projetos para a produção de um jornal, que tratasse do ambiente escolar. As idéias dos grupos chamaram a atenção da direção, que resolveu reativar o projeto do informativo. O resultado foi a criação do Tá Ligado!, lançado na Festa Junina da instituição. No projeto, coordenado pelo responsável do setor de Comunicação e Marketing, Émerson Almeida, e pela animadora de pastoral, Simone Moreira, os alunos participam tanto da coleta de dados, quanto da construção do texto final. A publicação contará com a participação dos estudantes do La Salle Niterói através de espaços interativos como a Enquete, que tem como objetivo mostrar a opinião da comunidade escolar sobre um assunto determinado e o Ahá!, que publicará fotos de momentos variados dos recreios. Para o vice-diretor do La Salle Niterói, Irmão Alvimar D'agostini, o informativo pode contribuir, em muito, para a formação dos alunos que estão participando de sua produção: "É um instrumento de aprendizagem e veiculação do conhecimento", define. Estão envolvidos diretamente na produção os alunos Lucas Bell, Gabriel Brandão, Alahna Santos, Daniela Araújo, André Ferreira, Laís Boneli, Priscila Souza e Cristiano Glustack. Émerson Vasconcelos, Assessoria de Comunicação, Centro de Educação Básica La Salle Niterói, Canoas-RS. Envie seu “Diário de Classe” para marketing@delasalle.com.br


DIÁRIO DE CLASSE Tiago Schmitz

CACHECOL É A NOVA MODA DA MINIEMPRESA DO LA SALLE CANOAS Alunos da Schall Miniempresa S.A/E promoveram desfile de modas no Pátio Central. A nova miniempresa do Colégio La Salle, de Canoas-RS, fez o lançamento de seus produtos no dia 02/6. Com participação dos professores como modelos, um desfile de modas parou o intervalo da manhã, no pátio central. O produto escolhido neste ano são cachecóis das mais diversas cores e tons. “O nosso produto é um ícone da próxima estação”, afirma Paula Miranda de Castro, 15 anos, diretora de marketing da Schall. Segundo ela, o lançamento foi em grande estilo e a idéia foi convidar os professores do Ensino Médio como estrelas do desfile. “Eles são as principais celebridades do Colégio” lembra. Aproveitando o clima de Copa do Mundo, o nome escolhido para miniempresa foi Schall S.A/E, que significa cachecol em alemão. Participam do programa miniempresa deste ano, 27 alunos da 2ª série do Ensino Médio. O desfile teve cobertura do Diário de Canoas, TV Polvo Net, Jornal O Polvo, Solto Colegial e Pop Rock. A Schall começou suas atividades no final de abril e tem como instrutores: Sérgio Schuck, da Petroflex, Valéria dos Santos Costi, do Unibanco, Rosa Carmine Fullone e Tiago Schmitz, do La Salle, de Canoas. Tiago Schmitz, Assessoria de Comunicação, Colégio La Salle, Canoas-RS.

ALUNOS ENCENAM CLÁSSICOS INFANTIS Dar vida aos personagens clássicos da literatura infantil motivou os alunos da 2ª série a ir além dos textos dos livros. Através da interpretação teatral, eles viveram momentos de muita alegria e emoção na biblioteca. Divididos em grupos, contaram à sua maneira, com auxílio de fantasias e máscaras, histórias conhecidas, como a do Chapeuzinho Vermelho e a dos Três Porquinhos e o Lobo Mau. Os pequenos consideraram muito divertida e criativa a experiência. “O teatro na escola tem uma importância fundamental na educação. Ele permite ao aluno um aprendizado diversificado como, por exemplo, a socialização, a memorização, a criatividade e o enriquecimento do vocabulário”, destaca a professora Maíse Preussler, que orientou o projeto. Silvia Dewes, Assessoria de Comunicação, Colégio La Salle Medianeira, Cerro Largo-RS.

Silvia Dewes

Cíntia Miguel Kaefer

O Colégio La Salle Santo Antônio participou da 58ª Reunião Anual da Sociedade para o Progresso da Ciência (SBPC), através da 14ª SBPC Jovem, em Florianópolis-SC. As apresentações do Colégio ocorreram entre os dias 18 e 21 de julho, na Universidade Federal de Santa Catarina. Trabalhos de várias regiões brasileiras foram representadas. Em Porto Alegre, apenas quatro trabalhos foram selecionados, entre eles Culinária e Preservando a Vida Emissão Zero. Os Professores Eros Alex de Azevedo Ribeiro, Neidi Luciana de Oliveira e o Supervisor Augusto Braul Júnior viajaram com um grupo de estudantes para representar a instituição. A SBPC Jovem traz como título "Jovens talentos transformando a sociedade". A SBPC Jovem conta com uma programação dinâmica, destinada aos alunos do Ensino Básico (Fundamental, Médio e Técnico), e propõe atividades que agregam informações de ciências, cultura e artes. O objetivo é oportunizar o desenvolvimento do espírito científico e cultural dos estudantes, ao aproximá-los dos grandes pesquisadores e sociedades científicas brasileiras. Cíntia Miguel Kaefer, Assessoria de Comunicação, Colégio La Salle Santo Antônio, Porto Alegre-RS.

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INTEGRAÇÃO . JULHO . 2006

LA SALLE SANTO ANTÔNIO PARTICIPA DA 14ª SBPC JOVEM

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DIÁRIO DE CLASSE NOITE DE FORMAÇÃO PARA PAIS LASSALISTAS

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Émerson Vasconcelos

Uma noite de formação para pais de alunos da Educação Infantil até a 4ª série do Ensino Fundamental. Experiência muito interessante, onde os pais compareceram e participaram de dinâmicas de grupo, interagindo e trocando idéias para o fortalecimento da educação das crianças. Esta é uma proposta de caráter lassalista, demonstrando o cuidado pela vida e a formação humana, cristã e lassalista. A equipe de Pastoral e Psicologia Escolar, demonstrou um grande envolvimento com a proposta e reconhecem o valor desse trabalho para as pessoas que compõem nossa escola, a fim de que possam sentir-se acolhidas e envolvidas pela Proposta Educativa. Eloisa Ávila, Diretora, Colégio La Salle, Carazinho-RS.

Arquivo PLPOA

LA SALLE NITERÓI DISCUTE REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL O Centro de Educação Básica La Salle Niterói promoveu na manhã do dia 07 de junho um painel dialogado sobre a redução da maioridade penal para 16 anos. O evento ocorreu no ginásio de esportes e contou com a participação de cerca de 250 pessoas, entre educadores, alunos, familiares e convidados. O evento foi coordenado pelo Setor de Pastoral e fez parte das atividades comemorativas à Semana da Cidadania. Os painelistas foram o vereador e comissário de polícia Juarez Hoy (PDT), que defendeu a redução e a coordenadora da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do RS Patrícia Lucy Machado Couto, que defendeu a permanência da idade penal de 18 anos. Cada painelista teve 20 minutos para expor seus argumentos iniciais. Depois cada um realizou mais duas explanações de cinco minutos, que foram intercaladas com espaços para perguntas ou considerações da platéia. “Trabalhando na polícia há 30 anos, já vi muitas quadrilhas que usam jovens menores de idade para cometerem crimes horríveis”, contou Hoy. Já Patrícia defendeu que “se concordarmos com esta redução podemos chegar em um ponto em que quando uma criança nascer terá que ser avaliada, sob aspectos sociais, para que se decida se ela vai poder viver solta ou se é melhor privá-la desde cedo do convívio com a sociedade”. Ao final do painel os alunos votaram, dando sua opinião sobre o assunto. Com 135 votos, a redução da maioridade foi aprovada pelos estudantes. Émerson Vasconcelos, Assessoria de Comunicação, Centro de Educação Básica La Salle Niterói, Canoas-RS.

CRIATIVIDADE NA ABORDAGEM DOS CONTEÚDOS O entendimento de que a atividade do professor é, além de transmitir conhecimento, uma forma de interação social, possibilita uma abordagem mais criativa dos conteúdos. Sob essa perspectiva, planejamos uma Jornada Cultural, tendo por motivação uma visita ao Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS. A partir do tema gerador a História na Terra, elaboramos tarefas e atividades que abrangeram as disciplinas de Matemática, Física, Química, Biologia, História, Geografia, Língua Portuguesa, Literatura Brasileira, Artes, Ensino Religioso e Educação Física as quais levaram os alunos à pesquisa, à criação de maquetes, à decifração de charadas entre outras práticas cognitivas e sociais. Assim, a organização, a responsabilidade, a criatividade, o raciocínio lógico foram essenciais para que cada aluno e conseqüentemente sua equipe pudessem atingir seus objetivos. E, a partir dessas problematizações, a análise e interpretação das atividades tornou-se desafiadora tanto para os alunos quanto para os professores. Professores do 1º ano do Ensino Médio, Colégio La Salle Carmo, Caxias do Sul-RS.

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DIÁRIO DE CLASSE GRUPO DE DANÇA DA ESCOLA LA SALLE, DE SAPUCAIA DO SUL-RS, PARTICIPA DO FESTIVAL DE DANÇA DE SÃO LEOPOLDO-RS Na noite do dia 20 de Junho de 2006, o Grupo de Dança Eternos Aprendizes da Escola Fundamental La Salle, de Sapucaia do Sul-RS, se apresentou no São Leopoldo em Dança. O grupo participou da Mostra Estudantil cujo objetivo é valorizar os projetos desenvolvidos nas escolas na área da dança. O Grupo de dança faz parte do projeto Dança-Educação coordenado pelo Ir. Jeime Gonçalves Viana. Os principais objetivos deste projeto são: Ensinar a dança como arte criativa e seu papel no desenvolvimento e aprendizagem da criança e do adolescente como um ser integral; proporcionar o desenvolvimento das habilidades artísticas na área da dança, bem como uma boa sincronia corporal, coordenação motora corporal e uma boa expressão por meio de gestos e também da fala; proporcionar experiências no desenvolvimento da capacidade de criar; mostrar, através da dança, que é possível um mundo mais humano e solidário; desenvolver o espírito de cooperação e de liderança grupal; adquirir, por meio da dança, alguns valores bem como o respeito aos diferentes modos e tempos de aprendizagens; motivar os estudantes a apreciarem a dança, pautados em três ações: ver, criar e executar. Uma das mensagens que acompanham o grupo Eternos Aprendizes é a de Santo Agostinho que diz: “Eu louvo a dança, pois ela liberta o ser humano do peso das coisas, une o solitário à comunidade. Eu louvo a dança, que tudo pede e tudo promove; saúde, mente clara e uma alma alada. Dança é a transformação do espaço, do tempo e do ser humano. Eu louvo a dança! Ser humano, aprenda a dançar! Se não os anjos do céu não saberão o que fazer de você”. Esta citação de Santo Agostinho comprova que não é de hoje que a dança encanta. Jeime Gonçalves Viana, Professor, Escola Fundamental La Salle, Sapucaia do Sul-RS.

Arquivo PLPOA

1ª SÉRIE PASSA POR MAIS UM DESAFIO

Arquivo LSSJ

Dentre tantos outros, os alunos da 1ª série, do Ensino Fundamental do Colégio La Salle São João, passam por mais um importante desafio: Montar um grande cruzadão, com nove palavras, levantadas a partir da palavra MÃE, que se possa ler na horizontal ou na vertical. Mas atenção: as palavras não podem estar alternadas nestas posições. A tarefa parece um pouco complicada, mas para os alunos da turma 111, da professora Tânia, nem tanto. Debruçados em meio às folhas de papel, e atentos às instruções da professora, literalmente, tiram de LETRA. Nadia Leal, Assessoria de Comunicação, Colégio La Salle São João, Porto Alegre-RS.

O Jornal do Colégio La Salle Santo Antônio ganhou novo layout. O informativo trimestral agora traz design mais leve, com padronização de fontes e conceitos editoriais. O papel couchê também deu maior clareza às imagens e relevância aos textos. Toda essa configuração serve para apresentar à Comunidade os resultados do Projeto Pedagógico Lassalista desenvolvido pela Instituição. A primeira edição apresenta como tema a área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Os próximos jornais trarão as áreas de Ciências Humanas e Ciências da Natureza e Matemática. Cíntia Miguel Kaefer, Assessoria de Comunicação, Colégio La Salle Santo Antônio, Porto Alegre-RS.

A intenção é demonstrar os projetos e a relação de trabalho estabelecida entre as áreas do conhecimento.

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INTEGRAÇÃO . JULHO . 2006

JORNAL DO LA SALLE SANTO ANTÔNIO GANHA NOVO LAYOUT

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ARTIGOS

EDUCAÇÃO PARA LA SALLE E ESCOLA EM PASTORAL Irmão André Luiz Dall’Acqua, Irmão Maurício Perondi e Profª Graziela Silva Santos Coordenação do Setor de Pastoral, Sede Provincial, Porto Alegre-RS. Buscaremos tratar neste artigo, de forma sintética, a educação no tempo de La Salle e a sua relação com a concepção de Escola em Pastoral que atualmente trabalhamos. Como bem sabemos, a compreensão de Escola em Pastoral já vem sendo discutida e permeia os diversos âmbitos das Comunidades Educativas Lassalistas há um bom tempo. No entanto, foi no ano de 2004, com a construção e aprovação do Projeto Pedagógico da Província Lassalista de Porto Alegre, que ela se tornou mais evidente. O XI Capítulo Provincial também discutiu a questão e dentre as proposições aprovadas, a nº 8 trata diretamente deste aspecto: “Reafirmar a identidade cristã e lassalista, assumindo as implicações de uma Escola em Pastoral”. Esta concepção leva a considerar a dimensão pastoral como algo amplo e que abrange toda a comunidade educativa. Esta, torna-se visível na prática educativa quando todos os membros a assumem e a vivem como uma dimensão essencial do seu trabalho.

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Falar de Escola em Pastoral consiste basicamente em tratar da questão da identidade. É a maneira como atualizamos o carisma lassaliano para os nossos dias. Uma boa forma para entender a sua gênese é nos remetermos à origem, ou seja, a La Salle, para ver como esta questão foi concebida e desenvolvida, e deste modo, fazer a relação com a educação lassalista hoje. O nascimento de La Salle se dá na França no século 17. No âmbito político da época, não havia uma constituição ou leis que limitassem o poder do Rei. Ele administrava como bem entendia, seu poder era absoluto. Neste período, o rei francês era Luiz XIV. Nota-se o descaso com a população pelo simples fato de que o Rei residia num castelo, cercado por nobres e desfrutava de boas comodidades. Já o povo vivia na pobreza e na miséria. A Educação era precária. Haviam poucas

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escolas. Algumas, para jovens mais ricos, que eram pagas. Outras, mantidas pelas paróquias, eram gratuitas aos pobres. Nestas, as crianças deveriam aprender a ler para estudar o catecismo, porém, poucas delas iam para a escola com regularidade. O Rei pouco contribuía na esfera educacional. Diante desta realidade vários padres tentam contribuir para reverter este quadro. Dentre eles, destaca-se La Salle que, juntamente com um grupo de educadores leigos, esmerase na educação de crianças e jovens. A partir desta experiência, muitos educadores resolvem dedicar sua vida à causa da educação e então é criado o Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs, onde estes educadores se consagram. Preocupam-se com a situação de abandono das crianças e buscam educálas para o bem viver, ou seja, o educar como um exercício de vida e de preparação para ela, na perspectiva de uma educação humana e cristã. Outro aspecto a ser ressaltado, quanto à educação da época, se refere ao descuido dos pais perante a educação dos filhos. Muitas vezes os pais não tinham consciência da necessidade e importância de enviar os filhos à escola. Em outros casos, eram as escolas que não ofereciam atrativos às crianças e famílias. Não correspondiam à real necessidade das famílias que era a preparação para a vida. Esta contextualização inicial nos ajuda a compreender melhor alguns princípios pedagógicos lassalianos, bem como a sua relevância e implicação ainda hoje, com a concepção da Escola em Pastoral. Abaixo procuramos destacá-los sempre na perspectiva dialética da concepção original lassaliana e da atual Escola em Pastoral. a) A centralidade do aluno no processo de aprendizagem No tempo de La Salle: Para que o aluno seja o centro do processo de aprendizagem é preciso

conhecê-lo e acompanhá-lo. Há mais de trezentos anos, La Salle já previa uma ficha de observação e acompanhamento do processo do aluno. Para ele, o conhecimento do aluno por parte do professor constitui-se como uma das bases de uma boa educação. Através deste conhecimento, o professor pode adequar conteúdos, linguagem e tratamento às necessidades e características do educando. Escola em Pastoral: Diante da complexidade em que estamos inseridos, das diferenças de cada um dos educandos, torna-se necessário um acompanhamento mais personalizado destes. Um “olhar de Pastor”, atento ao seu rebanho. Atualmente, algumas dificuldades tais como o número de alunos em cada sala de aula, carga horária dos professores etc, tornam o acompanhamento personalizado mais difícil. Também por isso é que, hoje, contamos nas Escolas com diversos Setores que, trabalhando conjuntamente, contribuem para este fim: Laboratório de Aprendizagem, Serviço de Orientação Escolar, Psicologia, que juntos somam forças qualitativas para entender a história, as atitudes de cada educando, ajudando o professor no processo de mediação da construção do conhecimento. b) Equilíbrio nas relações No tempo de La Salle: Enfatiza-se na pedagogia lassaliana a postura de ensinar com firmeza de pai e ternura de mãe, tendo com isso, uma relação equilibrada entre educador e educando. La Salle insistia, ainda, para que os mestres amassem ternamente seus alunos. Escola em Pastoral: Hoje sabemos que firmeza não é somente característica do pai, assim como ternura não é só característica de mãe, porém continua válida a afirmação de que o educador necessita de ambas na relação com os alunos. O equilíbrio nas relações consiste numa ajuda significativa no


ARTIGOS

c) Importância do professor No tempo de La Salle: A formação de professores era precária na época. Em vista disso, La Salle cria as primeiras escolas normais com o intuito de qualificar os processos educativos. Destaca-se a importância do magistério como profissão, mas chama a atenção de como é importante o preparo, a vivência e, sobretudo, a paixão por esta escolha. Escola em Pastoral: Diante das constantes mudanças e inovações no âmbito educacional, a formação permanente dos educadores se torna primordial. Hoje, sabemos que não basta apenas estar graduado para estar em condições de dar conta das demandas do cotidiano escolar. Deste modo, a formação permanente torna-se indispensável na vida do educador. Na escola lassalista não basta o educador ter propriedade da sua área do conhecimento. Ele necessita estar em sintonia com os demais conteúdos e princípios da educação lassalista para melhor desempenhar o seu ministério. O educador motivado contagia seus educandos. Torna o aprender mais prazeroso por fazer de seu ofício a sua vida. Ele é reconhecido e respeitado por tal postura. Frente a uma realidade que carece de bons exemplos como esta em que estamos inseridos, o educador é sempre uma referência e, por isso, é indispensável uma postura coerente e exemplar frente aos educandos que o espelham. d) Busca da qualidade educativa: No tempo de La Salle: Na linguagem de La Salle, a questão da qualidade refletia-se na expressão “fazer a escola andar bem”, isto é, ser eficaz no alcance de seus objetivos e eficiente em sua organização e funcionamento. Escola em Pastoral: A busca da qualidade educativa na escola atual está permeada por diversos fatores, dentre os quais pode-se destacar: a qualidade pedagógica/aquilo que se aprende na escola; formação permanente

do quadro docente, dos serviços e funcionários; processos participativos, tanto dos educandos, como dos pais; a boa infra-estrutura; bom trabalho da identidade da escola. Atualmente, no geral, temos muito boas infra-estruturas em nossas escolas. Isso favorece o desempenho e o aprendizado, no entanto, este aspecto não pode estar desvinculado dos processos internos que são realizados na comunidade educativa, principalmente quanto à qualidade dos conteúdos desenvolvidos. e)Educação Cristã No tempo de La Salle: A característica cristã é uma das marcas da educação lassaliana, tanto que as escolas tinham a denominação de “Escolas Cristãs” e La Salle chamou a congregação recém formada de “Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs”, o qual perdura oficialmente até hoje. A escola lassaliana estava toda pautada pela questão religiosa, desde os conteúdos até os práticas e hábitos. No início e nos intervalos das aulas, sempre se recordava a presença de Deus, a freqüência na missa era cotidiana, os alunos tinham estudos específicos sobre os sacramentos. Inclusive quando havia alguma premiação por destaque nos estudos, o prêmio era algum símbolo religioso, uma imagem de Maria ou de um santo. Escola em Pastoral: Hoje, vivemos numa realidade de grande pluralismo religioso, apesar de o Brasil ainda ser considerado o país com o maior número de católicos do mundo. Mesmo diante desta realidade, a Escola Lassalista mantém a sua identidade cristã. Ela não nega as demais crenças, nem faz proselitismo religioso, outrossim busca junto com estas uma relação ecumênica e de diálogo inter-religioso. O objetivo é trabalhar para repassar valores que ajudam a pessoa a descobrir-se ainda mais e a encontrar a sua verdadeira fé de forma madura. f) Participação do aluno na vida escolar: No tempo de La Salle: A pedagogia lassaliana previa distribuição, entre os alunos, de tarefas práticas para auxiliar no bom andamento das atividades. Também havia a abertura para que os alunos com mais facilidade no aprendizado pudessem ajudar os demais colegas.

Escola em Pastoral: O processo educativo deve estar direcionado a contribuir para que o educando seja um protagonista. Ele é o elemento central do processo educativo, portanto, não deve estar na escola apenas para “receber”, mas também para contribuir com suas vivências e experiências. Além dos processos de sala de aula, o educando é convidado a construir sua aprendizagem e protagonismo nas diversas atividades que as escolas oferecem, sejam nos grupos de jovens, oficinas de teatro e de dança, grêmios estudantis, rádio escolar, desenvolvimento de projetos, líderes de turma etc. Cabe a cada escola oferecer estas oportunidades e acompanhar o seu desenvolvimento nas atividades. Todas estas características nos ajudam a perceber o quão inovador e ousado foi o projeto educativo de São João Batista de La Salle e dos primeiros Irmãos Lassalistas. Também nos oferecem pistas de como hoje, enquanto Lassalistas, Irmãos, educadores e educandos, podemos continuar esta bela missão que muito tem a contribuir na área da educação. Também nos possibilitam perceber que fazer a Escola Lassalista em Pastoral acontecer é tarefa de todos nós e diz respeito diretamente à nossa identidade educativa. Sejamos ousados e criativos na continuidade desta missão.

BIBLIOGRAFIA KIRCH, José Odillo. Lassalista: um Belo Sonho de Deus. Província Lassalista de Porto Alegre, 2003 HENGEMÜLE, Edgard. La Salle, uma leitura de leituras. O Padroeiro dos Professores na História da Educação. Canoas: gráfica/editora Salles, 2000 JUSTO, Henrique. La Salle: Patrono do Magistério, Vida - Escritos - Inovações Pedagógicas. 5ª. ed. Porto Alegre: Salles, 2003 Província Lassalista de Porto Alegre. Subsídio “Por que padroeiro dos professores?”

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processo da aprendizagem. Ao ter estes aspectos presentes no trabalho se estabelece uma relação de reciprocidade levando a uma aprendizagem mais efetiva e entusiasmada.

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SOBRE AULAS DE FILOSOFIA NUMA ESCOLA EM PASTORAL: ENSAIO Irmão César Fernando Meurer Equipe Pastoral do Colégio La Salle Medianeira, Cerro Largo-RS. Proliferam argumentações em torno da importância do retorno do ensino de filosofia na escola básica. As razões da supressão desse componente curricular provavelmente incluíam evitar que os jovens fossem pervertidos e desencaminhados pelo exemplo de Sócrates. Não raro, mesmo em nossos dias, os praticantes da ironia e da maiêutica são vistos e tratados com reservas. O debate político-pedagógico acerca da filosofia oportuniza inscrever uma reflexão no âmbito da escola em pastoral. O ponto de partida é simples: o que as aulas de filosofia podem acrescentar ao desenvolvimento e fortalecimento de uma escola em pastoral? A tese também é simples: aulas de filosofia podem sugerir levar o tempo a sério. Platão inventou a filosofia como uma tentativa de escapar para um mundo no qual nada jamais mudaria. Para ele, as diferenças entre o fluxo do passado e o do futuro eram insignificantes uma vez que alimentava a esperança de ganhar o conhecimento do eterno. Seguramente esse desejo seduziu pensadores até o fim da Idade Média. No século de Bruno e Bacon a filosofia começou a tentar levar o tempo a sério. No século XIX a perda de interesse pelo eterno adquiriu completa autoconsciência através das detalhadas e explícitas dúvidas não apenas sobre a tentativa platônica de escapar do tempo, mas sobre o projeto kantiano de descobrir condições a-históricas para os fenômenos temporais.

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Provavelmente a sugestão

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de Darwin de nos vermos como continuidade da natureza, como temporais e contingentes, mas nem por isso piores, contribuiu para que o tempo fosse levado mais a sério.

Conjeturo que levar o tempo a sério possibilita-nos abandonar a prioridade da contemplação pela da ação. Penso que Marx estava certo quando disse que nosso trabalho é ajudar a fazer o futuro diferente do passado, em vez de alegar conhecer o que o futuro deve necessariamente ter em comum com o passado.

da profissionalização também não é um bom investimento. Esse desejo faz o filósofo declarar que pretende “limitar-se aos problemas da filosofia”, como se eles estivessem escritos em alguma lista, fossem eternos e passíveis de serem estudados por uma disciplina que trabalha independentemente da mudança social e cultural.

Outra vantagem de levar o tempo a sério é que isso nos ajuda a perceber as mudanças social e cultural. Essas mudanças geralmente tornam obsoletas as descrições que fazemos de nós mesmos e de nossas situações e, com isso, forçam uma nova linguagem a fim de formular novas descrições.

Tenho ainda outra idéia que não é um bom investimento. É aquela que diz que cada país ou cada região deve ter uma filosofia distinta. Não sei bem porque, mas parece mais interessante construir pontes entre nações e empenhar-se em iniciativas cosmopolitas. Tudo bem, existem formas desprezíveis de cosmopolitismo, mas refiro-me àquelas que nos tornam sensíveis e indignados diante de uma agressão à liberdade, mesmo que seja lá do outro lado do mundo.

A filosofia não é uma atividade tão autônoma a ponto de não precisar considerar o tempo. Aquela autoimagem do filósofo como sacerdote conhecedor das necessidades incondicionais e a-históricas é inconciliável com uma proposta de filosofia que emerge do conflito entre as instituições herdadas e as novas tendências. Se não vale a pena preocupar-se com a autonomia da filosofia, também não vale a pena tentar traçar linhas claras entre questões filosóficas e questões políticas ou religiosas. Em outras palavras: desconfio da preocupação de alguns com a pureza de nossa disciplina. A filosofia não está no topo da hierarquia das disciplinas e o vanguardismo filosófico não é um bom investimento. Chamo de vanguardismo filosófico a idéia do filósofo revolucionário que prega que nossa linguagem e nossa cultura necessitam de uma mudança radical e que os filósofos são justamente as pessoas que devem iniciar essas mudanças. Está subentendido, de certo modo, que nada pode mudar a menos que nossas crenças filosóficas mudem. O desejo de manter a filosofia como disciplina intacta e autônoma por meio

Sugiro que nós, professores de filosofia, pensemos menos na eternidade e mais no futuro. A verdade é eterna e resistente, mas é difícil saber se a possuímos. A honestidade, tal como a liberdade, é temporal, contingente e frágil, mas podemos reconhecê-las quando as temos. Rorty estava certo ao escrever que a liberdade que prezamos é a de ser honestos com outros e não a de ser punidos por isso.

É evidente que vivemos num mundo intelectual completamente temporalizado, num mundo em que a esperança por certeza e imutabilidade desapareceram. É por isso que acho razoável sugerir que levemos o tempo a sério.


ARTIGOS

Em 2002, o Sr. Pró-Reitor Acadêmico, hoje Provincial Ir. Marcos Antonio Corbellini, propôs aos professores a apresentação de projetos para novos cursos junto a uma justificativa. Em 2003, como decorrência do crescimento dos cursos do Centro Universitário La Salle, foram implantados novos cursos, entre eles o de Psicopedagogia Clínica e Institucional. Usando em nossa instituição o referencial teórico da abordagem sistêmica, ou seja, uma perspectiva contextualizante que compreende as dificuldades de aprendizagem não como uma “falha” individual de um sujeito que resiste a se adequar a um padrão estabelecido, mas como uma confluência de fatores que consideram a família, a escola, os educadores e a rede mais ampla de relações sociais e que são, dessa maneira, vigorosamente envolvidos. A especificidade característica desse trabalho dá-se através da atuação e da necessidade dos usuários desse serviço (escolas, professores, alunos, famílias, hospitais, espaços sociais). Entre estes aspectos se encontra o diagnóstico em educação/saúde e a intervenção nas dificuldades e transtornos do desenvolvimento e aprendizagens dos indivíduos, orientação na transição escola-trabalho, nos métodos de investigação em educação, e trabalho, sua aplicação nos problemas e dificuldades de aprendizagem e integração escolar e social. O presente plano de estudos responderia à demanda social e profissional que existe na procura deste profissional. Os setores de atuação de um psicopedagogo são em clínicas psicopedagógicas, instituições de ensino infantil, fundamental, médio, superior e pós-graduação, editoriais, museus, indústrias vinculadas à educação (para qualquer idade), postos de saúde, hospitais. O Centro Universitário La Salle, instituição de educação nacional, confessional, católica lassalista, tem entre alguns dos seus objetivos institucionais: •promover a extensão aberta à

participação da comunidade, visando socializar os conhecimentos gerados na Instituição; •colaborar para a melhoria da qualidade de vida das pessoas por ele atingidas; •desenvolver a cultura dentro de uma visão cristã e adaptada à realidade; •colaborar na investigação da verdade e na busca de soluções dos problemas humanos, através da análise e difusão do pensamento ético, moral e social cristão; •integrar-se à comunidade local, contribuindo para o seu desenvolvimento social e cultural. Em nossos dados de Rede Lassalista do RS, de março de 2004, do total de 21.381 educandos, distribuídos nas vinte e uma comunidades educativas, 14.671 educandos de quatorze comunidades educativas estão beneficiando-se do trabalho do psicopedagogo; o que significa 68,62% do total de educandos. O Centro Universitário La Salle, através do curso de Bacharelado em Psicopedagogia Clínica e Institucional, presta atendimento à comunidade através de atendimentos gratuitos à comunidade, entre eles “a escuta e intervenção em pais de alunos que apresentam déficit de atenção e hiperatividade, através da Teoria Psicopedagogia Sistêmica.” Apesar da elevada associação entre Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDA-H), a observação clínica ao longo de muitos anos de trabalho permite constatar que as relações peculiares de pais com filhos que apresentam esse transtorno mostram-se, de forma geral mais estressantes quando comparadas/contrastadas com as relações de pais de crianças que não as apresentam. Está amplamente demonstrado na literatura empírica que as crianças com TDA-H têm mais interações negativas com seus pais, os quais se mostram mais autoritários, repetindo o que é solicitado com maior freqüência do que outros (Gerdes, Hoza&Pelham, 2003). Esses pais também percebem essas interações de forma mais negativa do que aqueles que têm filhos sem o diagnóstico de TDA-H.

“Olha por ti e pela instrução dos outros. E persevera nestas coisas. Se isto fizeres, salvar-te-ás a ti mesmo e aos que te ouvirem” (I Tim.4,16) O presente artigo mostra um trabalho de pesquisa que estudou os pais das crianças em idade escolar com o diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDA-H) com intuito de: 1) identificar que tipos de estratégias educativas eles utilizam e quais consideram mais eficazes na orientação e educação dos filhos. 2) rever os aspectos da interação paiscrianças, em uma abordagem sistêmica, em termos de detectar aspectos de saúde e da funcionalidade existentes nestas famílias que convivem com essas dificuldades; 3) identificar os tipos de estratégias e solução de problemas educativos empregados pelos pais, quais são considerados mais eficazes, quais as formas de orientação e educação dos filhos e quais recursos são utilizados frente às dificuldades que surgem na vida escolar de seus filhos. Neste estudo realizamos uma pesquisa qualitativa de natureza participante tipo grupo focal. Compuseram a pesquisa 20 pais e mães de crianças em idade escolar, que tinham um ou mais filhos com diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade que estivessem manifestando dificuldades de aprendizagem. Estes pais tinham um nível sócio-econômico e cultural médio-baixo e não apresentaram patologias associadas que impedissem de serem entrevistadas. Encontramos como resultados: • Dificuldades educativas do TDA-H com estresse familiar; • Estrutura familiar com emaranhado nas relações; • Pais entrevistados expressaram também ter apresentado TDA-H na infância; trazendo, portanto, um padrão de repetição na aprendizagem familiar; •Discursos de pais de crianças com TDAH revelaram o quanto estas são imaturas nos seus trabalhos escolares ou brincadeiras; •Estratégias Educativas, utilizadas pelos pais, para criarem filhos portadores de TDA-H, são incrivelmente desafiadoras.

INTEGRAÇÃO . JULHO . 2006

Gilca Lucena Kortmann Coordenadora dos Cursos de Graduação e Pós-Graduação em Psicopedagogia do Centro Universitário La Salle - Unilasalle, Canoas-RS.

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ARTIGOS

PODEMOS PENSAR NUMA MODERNIDADE CATÓLICA? Irmão Rogério Foschiera Centro Universitário La Salle, Canoas-RS. Propomos uma reflexão sobre possíveis relações entre modernidade e catolicismo. Para isso valemo-nos do pensamento do filósofo canadense Charles Taylor e da apropriação desse estudo feita pelo professor italiano Paolo Costa. Com isso aproximamo-nos de uma das questões mais relevantes dos tempos atuais, ou seja, o confronto entre secularismo e transcendência. 1. Modernidade e transcendência Em seu texto Modernità e transcendenza, Paolo Costa analisa alguns dos mais recentes escritos de núcleo religioso do filósofo canadense Charles Taylor particularmente A catholic modernity?. O autor destaca o renascimento da religiosidade nos últimos tempos, não como um retorno ao passado, mas como algo original e tipicamente moderno. Nisso, a relação entre filosofia e religião não é fácil, isso é o que nos mostra a reflexão de Taylor.

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O texto de Taylor tem três núcleos temáticos principais: 1) interpretação do catolicismo com uma chave pluralista; 2) lutas e conflitos entre religião (particularmente o cristianismo) e cultura moderna; 3) o problema do nexo entre afirmação do humano e a transcendência da vida. 2. Profissão de fé no pluralismo Costa destaca que o primeiro tema que Taylor aborda em A catholic modernity? é o que ele compreende como sendo o significado profundo da fé cristã, que culmina numa profissão de fé no pluralismo. A principal crítica que Taylor faz ao catolicismo histórico é a de ter falhado na catolicidade e ter buscado a totalidade. Para ele a promessa de redenção contida na mensagem evangélica e mediada pela encarnação divina, precisa ser pensada em termos de conciliação em termos de unidade e complementaridade, mais do que em pura e simples identidade. A unidade a ser alcançada é uma unidade fundada na diferença, por três motivos: 1) a humanidade mesma é essencial e constitutivamente plural; 2) pela diversidade originária entre os homens e Deus; 3) o próprio Deus cristão,

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concebido como trindade, carrega a diferença como um elemento primário e constitutivo. Disso, Costa observa que Taylor extrai o princípio autenticamente católico de defesa da variedade de devoções, espiritualidades, formas litúrgicas e respostas à encarnação. Se tem faltado respeito a este princípio não só nos trágicos erros da cristandade, mas também hoje na relação com a cultura moderna. 3. Confronto entre catolicismo e cultura moderna No dizer de Costa, Taylor convida os cristãos, particularmente os católicos, a um confronto com a cultura moderna e a assumirem uma atitude de abertura com o diferente como a de Matteo Ricci no confronto com a China. Sendo que hoje o desafio é bem maior, já que a cultura contemporânea se auto-apresenta não só como não cristã, mas em muitos setores como anticristã, como fundada no repúdio de um passado enganador e superado. Hoje se enfatiza mais os elementos de descontinuidade a respeito do passado, do que os de continuidade que existem.

Segundo Costa, a cultura atual é, por um lado, animada por sentimentos anti-religiosos e, por outro, uma cultura de direitos universais. E isso constitui, para Taylor, uma experiência, ao mesmo tempo, humilhante e libertadora. Humilhante porque desvela um erro fatal do cristianismo: a tentativa de conjugar a fé com uma determinada forma de cultura e um certo tipo de sociedade (o ideal da cristandade). Libertadora, por favorecer a emancipação completa do potencial espiritual contido na mensagem evangélica e a redescoberta da vocação original do cristianismo que é a de imporse sem o peso das armas. Este é o aspecto positivo do fenômeno histórico da secularização. Costa nos lembra que para Taylor é possível fornecer uma interpretação cristã do processo histórico

da secularização, desde que entendida como a rigorosa separação entre estado e igreja e a desconfessionalização da esfera pública. Com isso a Igreja ganha espiritualmente ao livrar-se do ônus do trato das questões seculares e do perigo do clericalismo, tão bem representado na figura do Grande Inquisitor em Dostoievski, que favorece o conservadorismo, o pessimismo e o paternalismo que contradizem o impulso militante e humanístico presente na mensagem evangélica. Para Costa, Taylor lê a secularização como um tipo de kenosis para a Igreja, uma experiência que humilha e ao mesmo tempo eleva a comunidade dos fiéis, manifestando o sentido profundo da encarnação divina. O Deus da tradição teísta judaico-cristã deixou de ser a única fonte moral adequada a uma vida correta e à qual os indivíduos orientam a própria existência. A perda da centralidade da fonte teísta coincide e é fruto da descoberta de novas fronteiras da experiência moral, de novas fontes morais mais diretamente ligadas à experiência concreta dos homens, por assim dizer mais “humanocêntricas”. Contudo, para Taylor, não se trata da morte de Deus e sim da condição do indivíduo moderno que é uma condição de exploração permanente. A pluralidade das fontes morais (que mais que simples fontes morais são novas dimensões do espaço ético no qual os indivíduos se orientam) tornou o universo moral moderno extremamente complexo e até hesitante e incerto. Costa observa que para Taylor as múltiplas fontes morais modernas representam um ganho epistêmico na medida em que são uma expressão de autênticas potencialidades humanas. Essas fonte são todas imanentes, são emanações diretas da humanidade dos indivíduos ou a ela relacionadas e não dependentes de um princípio transcendente, totalmente outro. 4. A afirmação do humano e a transcendência da vida Para Costa, o verdadeiro núcleo teórico de A catholic modernity? e mesmo de Sources of the Self pode ser caracterizado a partir da antropologia filosófica tayloriana que descreve o ser humano


ARTIGOS

O ser humano é para Taylor um “avaliador forte” (strong evaluator) que se move sempre num universo carregado de distinções qualitativas dotadas, em alguns casos, de um valor intrínseco, isto é, não dependente da atividade de valoração do sujeito. As pessoas são “seres para quem as coisas importam”, cujo mundo não se apresenta nunca como um agregado axiológico neutro, privado de valores e significado, mas como uma esfera de ação (um horizonte) estruturado segundo bens, que Taylor distingue em “bens vitais” (life goods) e “bens constitutivos” ou “fontes morais”. Costa nos lembra que em Taylor os bens constitutivos exercem uma função privilegiada, e são bens hierarquicamente superiores aos outros enquanto constituem o valor (goodness) dos outros bens e funcionam como fonte motivacional de ordem superior. Exemplos de bens constitutivos são para Taylor a idéia platônica de bem, a estóica de cosmos, a kantiana de razão, a romântica de natureza e, obviamente, a cristã, e mais em geral teísta, de Deus. Segundo Costa, o impasse do humanismo secular se mostra quando este se confronta com a inadequação de sua próprias fontes motivacionais. Por outro lado, como diz Taylor, a nossa época exige das pessoas os mais altos níveis de solidariedade e benevolência. Para fazer frente a isso os indivíduos são induzidos ou (1) a radicalizar o próprio sentido de integridade, expondo-o ao risco da hipocrisia e do rigorismo inflexível; ou (2) a considerar os seres humanos potencialmente capazes de tal, expondo-os constantemente ao risco da desilusão com os limites e as imperfeições das pessoas de carne e osso e levando ao despotismo; ou, ainda, (3) os indivíduos se tornam vítimas de uma obsessão pela justiça, tornando o universo um campo de batalha maniqueísta, dividido entre bons e maus. Para Costa, o mundo do moderno secularismo está atravessado por tensões e riscos de degeneração. Por isso Taylor propõe um humanismo aberto e ancorado na idéia de um amor incondicional que tem seu fundamento

último na imagem de um Deus benevolente e transcendente, do qual nós somos imagem e semelhança, mesmo na diversidade e na complementaridade que nos caracteriza. 5. Considerações finais Costa nos lembra que Taylor está plenamente consciente de que o fato de ter uma crença apropriada não é uma solução para os dilemas da nossa época. O objetivo realista de sua pesquisa é apenas de propor uma representação mais adequada, mais sensata, da situação na qual todos nos encontramos, esperando que ela ilumine. Nada mais. Nem uma tentativa de mostrar a veracidade dos ditames cristãos, nem muito menos de provar a existência de Deus. Taylor enfrenta seu desafio de pensador cristão propondo uma viagem pela modernidade inspirando-se em Matteo Ricci e convidando a todos a tomarem certa distância, se não geográfica, ao menos histórica, nos confrontos com o próprio tempo. Nessa viagem, Taylor descobre as fontes morais da cultura moderna e um panorama espiritual constituído por várias fontes, sendo que nenhuma pode ser considerada como privada de significado. No dizer de Costa, para Taylor, de um lado estão os humanistas seculares que sustentam uma ética da benevolência mas fechados a toda forma de transcendência; de outro lado estão os neonietzschianos, antihumanistas seculares, céticos quanto à esperança de renovação moral e de transformação social, violentamente críticos da cultura burguesa moderna; por último, estão os defensores de uma abertura à transcendência, sem ser um retorno ao passado, e esses se dividem entre os que são opositores ferozes e implacáveis da modernidade e os que são admiradores com reserva (entre estes últimos, se coloca o filósofo canadense). BIBLIOGRAFIA C O S TA , Pa o l o . M o d e r n i t à e transcendenza. Paradigmi. Revista di critica filosofica. Schena editore, Anno XVIII, n. 54, nouva serie, p. 601-617, set/dic 2000 TAYLOR, Charles. A catholic modernity? Oxford University Press, 1999, p. 13-37. As Fontes do Self. A construção da identidade moderna. São Paulo: Loyola, 1997

HORA DO CONTO Janete T. Weigel Colégio La Salle Peperi, São Miguel do Oeste-SC.

HORA DO DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL E COGNITIVO Quem nunca ouviu histórias quando criança talvez não imagine o quanto isso fez/faz falta em seu cotidiano. Por quê? É simples. As histórias nos proporcionam momentos únicos, nos fazem viajar pelo mundo da imaginação e isso, conseqüentemente, elabora em nossa mente os meandros da criatividade, da percepção, dos limites e liberdade impostos e criados por nós mesmos. A contação de histórias, além de ser um ato de entrega, contribui para a constituição da personalidade emocional de forma sadia e equilibrada; elas também levam a criança a manter contato com fatos da realidade humana, vivenciando momentos de afeto e estimulando a concentração, a interatividade contador - história - criança - imaginação. Trazendo o momento da história para o contexto escolar, percebemos quão é válido o contato que os alunos têm com os livros infantis, sendo esses lidos, contados e/ou vivenciados pelo professor e pelo grupo discente. Podemos chamar esse momento de Hora do Conto, verificando que ele é capaz de levar e trazer até à criança a magia da literatura e um mundo repleto de significados. Em nosso Colégio La Salle Peperi desenvolvemos a Hora do Conto com as turmas da Educação Infantil e Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série. Nessa hora todas as crianças ficam na espreita de ouvir tanto os clássicos da literatura infantil, como Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Os Três Porquinhos, quanto livros de certa forma desconhecidos, como Lucimar - O Peixinho, A Flauta Encantada, Procurando Firme, entre outros. Na Hora do Conto as crianças participam ativamente das atividades, desenvolvem projetos de leitura e aguçam a vontade e o prazer de ler. E isso é muito importante, pois precisamos reeducar nossos pequenos quanto à magia dos livros, quanto a procura pelas obras sem obrigação, a procura feita unicamente por prazer, já que, como dissemos anteriormente, as histórias têm “poderes” grandiosos no que se refere ao desenvolvimento cognitivo e emocional de nossos educandos. Em vista disso, percebemos que a Hora do Conto ou Hora da História contribui positivamente no processo ensino e aprendizagem e que a partir dela é promovida a ânsia de ler e de adquirir conhecimentos pelo viés da leitura.

INTEGRAÇÃO . JULHO . 2006

como um ser, mais particularmente como um agente, constitutivamente moral.

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CANAL ABERTO

Cíntia Miguel Kaefer, Assessora de Comunicação, Colégio La Salle Santo Antônio, Porto Alegre-RS porta de entrada virtual da instituição, e Tiago Schmitz, Assessor de Comunicação, devendo apresentar a missão, visão, Colégio La Salle, Canoas-RS valores, projeto pedagógico, entre “Paralelamente ao avanço tecnológico dos outros fatores da identidade da meios de comunicação massiva, existe uma escola. O design deve ser moderno, busca de meios alternativos de arrojado, e ao mesmo tempo clean. comunicação direta, cuja seleção é feita Não se pode carregar a página inicial pelo próprio homem, que avalia e escolhe o com muita informação, pois desta que mais lhe interessa.” forma, tiramos a atenção dos usuários Margarida Kunsch e cansamos sua visão. O pensamento de Margarida Kunsch refere-se a uma necessidade que a sociedade aponta nos Atualização: A atualização diária ou dias atuais de ter uma comunicação voltada para semanal dos conteúdos e notícias é relações de proximidade. extremamente necessária. Um site no ar, com as imensas possibilidades que As novas tecnologias têm modificado a maneira a Internet traz, não pode ser da família se comunicar com a escola. O desatualizado. Para isso, deve possuir surgimento da internet causou mudanças no uma dinâmica de atualização das conceito de tempo e espaço. Ela permite que informações e notícias da instituição. transformemos diversos sinais gráficos e sonoros O tempo destinado para esta ação, as em sinais digitais que podem ser combinados, pessoas envolvidas no trabalho e o processados e manipulados de diversas formas equipamento necessário para a em um único formato multimídia. Porém, um site atividade devem ser definidos no perde sua funcionalidade se não respeitar certas projeto inicial do site/portal. premissas básicas e o profissional de comunicação pode auxiliar neste sentido. Na Acessibilidade: As informações construção e manutenção de um site, as devem estar ao alcance do usuário, principais preocupações da escola devem ser: visíveis e de fácil localização. Quanto design, conteúdo, e atualização. O site é menos o pai, mãe, aluno ou aluna, considerado, atualmente, a porta de entrada precisar clicar para achar o que virtual de um produto ou serviço. Em educação, deseja, melhor. O acesso rápido faz o cenário não é diferente e, por isso, alguns com que o usuário volte a acessar o cuidados precisam ser tomados quando a escola site em outros momentos. decide usar tal ferramenta para se comunicar Conteúdo: O conteúdo do site deve com seus públicos. demonstrar a essência do serviço que Apresentação: O site deve ter uma proposta, oferecemos: educação. Assim, o site um objetivo, respondendo às perguntas: deve ter como pauta o acomcomunicar o quê, para quem? Ele é a panhamento da dinâmica de trabalho

da escola: projetos, eventos, atividades... Mas sempre vale o alerta: textos curtos para uma leitura rápida, pois um usuário de Internet quer informação direta e objetiva. Facilidade de publicação: Para acompanhar a dinâmica da escola, se faz necessário, que o site tenha um canal de fácil atualização das informações. Serviços: Um site também pode agregar serviços. Consulta de notas, acompanhamento pedagógico, impressão de 2ª via de boleto bancário podem estar associados à ferramenta de comunicação. Galeria de fotos, enquetes e tudo mais que torne o acesso interativo e atraente são sempre bem-vindos. Atratividade: A página inicial do site deve ter uma padronização visual, apresentando os principais acontecimentos e eventos da instituição, através de link, menus e outros canais que possibiltem maiores informações sobre o acontecimento. No Colégio La Salle Santo Antônio e no Colégio La Salle, de Canoas-RS, procuramos estar atentos para estes itens que, se bem trabalhados, propiciam a comunicação entre família e escola. Como resultado, os nosso sites conquistaram, em 2005, o primeiro e segundo lugares, respectivamente, no Prêmio de Melhor Site das Escolas Particulares do Rio Grande do Sul, demonstrando que se comunicar bem com o público interno traz recompensas também externas.

A R A AAbertoR. E V I S T A A T E R I A LodapP E N V I O D E ueM é da seção Canal até a data estipulada no r

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reg 1. O material deve ser ent

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REFLEXÃO Leonardo Scaravelli, aluno do Colégio La Salle São João, com o pai, Leonir Scaravelli, e a mãe, Darlene Peruzzo Scaravelli, no ginásio, fotografados por Roguer Giordani.

“Se tens para com eles a firmeza de pai para tirá-los e afastá-los do mal, deve ter-lhes também a ternura de mãe para acolhê-los e fazer-lhes todo o bem que depende de você”. São João Batista de La Salle, Med. 101,3


ENCONTRO DAS ESCOLAS DE SERVIÇO EDUCATIVO A POBRES Inovação Pedagógica em Contexto de Exclusão Social Realizado no dia 10 de junho de 2006 o encontro anual das Escolas Lassalistas de Serviço Educativo a Pobres da Província Lassalista de Porto Alegre.


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