Vivências na Pandemia

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Vivências na Pandemia Obra de autoria dos estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental da Escola La Salle Pão dos Pobres 2020

Direção Marcelo Figueiró Vice-Direção Ir. Élio Valandro Coordenadora Pedagógica Geral Daiane Lopes Orientadora Pedagógica/ Psicóloga Fabiane Flores Professora de Língua Portuguesa e Literatura Nara Odi Castilhos Figueredo Capa - Estudante do 7º ano Vítor Eduardo Simonetti Barbosa

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Escola, uma estrela que continua brilhando... O Sol brilhava expandindo sua sinfonia de raios, Tudo parecia seguir a magia do calendário. A vida se encaminhando, parecia ser mais um ano como os outros. As pessoas trabalhando, estudando, se divertindo... A população de todo planeta estava assustada, abismada. Algo invisível, porém, letal se estabelecia muito perto de nós, Foram e continuam sendo momentos de incertezas. A humanidade perplexa com a velocidade de um vírus desconhecido, Que vem provocando a busca por explicações. Muita gente passou a repensar a vida, os hábitos e a própria existência, Outros se apegaram na fé, rezando para tudo terminar bem. Entre idas e vindas, a escola se manteve firme e forte, Seguindo o rumo norte com alunos e professores demonstrando resiliência. Muita paciência e consciência, estreitando as relações, formando um elo de compreensão, amizade e fortalecimento, Mantendo a chama da escola acesa, viva, com qualidade e eficácia. Todos tivemos que nos reinventar para continuar atuando neste palco iluminado que é a Educação. Cada um seguindo seu rumo, construindo sua caminhada, Porém, como num passe de mágica, algo que parecia inimaginável, aconteceu.

Marcelo Figueró Diretor da Escola La Salle Pão dos Pobres

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Desafios durante a Pandemia A pandemia nos trouxe a experiência de vivermos tempos difíceis. Não queremos dizer que vivíamos sem momentos complexos e incertos, mas todos foram tocados de forma bastante particular por este período. No entanto, o distanciamento social nos fez pensar naquilo que realmente importa. A Psicóloga Débora Noal nos oferece um comparativo com os terremotos, tudo que é material é destruído e o que realmente fica é o que de fato tem valor como nossas relações de afeto, o aprendizado, o carinho por quem nos cuida, o conhecimento, a solidariedade e a empatia pelo outro. Hoje sabemos com convicção que não temos controle da vida, mas podemos escolher como reagir diante de grandes desafios como este. Nossa saúde mental e emocional foi abalada, nossa rotina mudou, a maneira como nos reuníamos com os amigos e familiares sofreu mudanças. A escola, as aulas, os professores e os colegas não estão no mesmo local de sempre, e aquilo que era transitório foi mantendo-se e nos coagindo a replanejar e nos adaptar. Os professores tiveram que se reinventar, e os alunos, optar, juntamente com as suas famílias, por qual modalidade de aprendizagem que iriam trabalhar. Diante desse cenário, muitas coisas novas surgiram, inclusive este lindo trabalho dos 7° anos, em que os estudantes puderam expressar seus sentimentos diante da pandemia através da escrita. É importante reconhecer que sentimentos e emoções contraditórias nesse período de adaptação são comuns a todos. Importa é o que fazemos com estas sensações. Todos precisaram escolher uma forma de expressar a sua incerteza, a sua ansiedade e o seu medo, a escrita foi fundamental. Olhar criticamente para nossas reações serve de base para lidarmos com todas as outras experiências da vida. Nesses novos modelos de convivência, aprendemos que não é o abraço, o beijo que determina o quanto somos especiais. Somos seres humanos e nos adaptamos a diversas situações. E assim como afirma a Psicóloga Sabrina Amaral, não esqueçam que aquilo que você tem de mais diferente é o que te torna especial, e refletindo com o escritor e poeta Oscar Wilde: “Seja você mesmo, todos os outros já existem”. Gostaríamos, enquanto Equipe Técnica da escola, de parabenizar o trabalho da Professora Nara Odi de Língua Portuguesa e dos estudantes dos 7° anos do Ensino Fundamental, por este trabalho. Mesmo em tempos difíceis, houve aprendizagem, dedicação da professora e dos nossos autores nesta linda produção.

Fabiane Flores Orientadora Educacional

Daiane Lopes Coordenadora Pedagógica

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No meio do caminho, um vírus Profª. Nara Odi Castilhos Figueredo Estava na sala de aula e vi o Pedro Amadeus de máscara. Na hora falei que o vírus estava longe de nós. Grande engano. Alguns dias depois começou a contaminação aqui em nossa cidade. Foi decretado o distanciamento social. No início, ainda era novidade, muitas piadas eram apresentadas. Uma curtida na rede, um comentário, uma postagem e parecia que tudo se resolveria rapidamente. A preocupação parecia distante de nós. O tempo foi passando e a verdade não apresentada com seriedade era que as pessoas deveriam, sim, ficarem distantes uma das outras. De uma hora para outra os abraços e apertos de mão foram sumindo. Aumentaram as nossas visitas aos amigos pelo WhatsApp, vídeo chamadas e cada um foi se organizando de uma maneira. As aulas tornaram-se on-line, quem diria. Meu maior medo é chegar o dia em que não será mais possível encontrar um amigo, um parente, porque ele foi embora. Seguidamente, lembro-me do Raphael Torelly, eu estava na aula explicando por que era necessário o distanciamento social. Ele me olhou e muito triste disse: “Estou preocupado, o que acontecerá com a minha vó, com a minha mãe e contigo professora? E, se eu não te encontrar mais?”. Na hora foi um choque. Hoje também tenho essa preocupação, esse medo. A distância faz que o nosso pensamento voe longe. Vão se acumulando as tristezas. Distantes temos estado. Quando eu encontro um amigo, nos raros momentos que saio para ir ao supermercado, já vou dizendo “não me abraça”, “não aperta a minha mão”. É perigoso. Ainda bem que a tecnologia nos permite encontros virtuais. Distantes temos estado, mesmo quando nos juntamos nas aulas on-line. Preparar atividades domiciliares não é nada fácil. Fico em frente ao computador pensando como os estudantes estarão no momento de realizar essas atividades. Penso naqueles que não têm internet para realizar os exercícios. Sinto-me frustrada, nada posso fazer, somente escrever. Há decretos governamentais para que as pessoas fiquem longe umas das outras. Assim deve ser. Estamos vivendo um tempo em que o vírus manda mais em nós do que nós mesmos. O inimigo é invisível, ninguém o vê e ele é o culpado de tudo isso. Ficaremos distantes ainda por algum tempo. Nossa família também se modificou. Há mais união na hora das refeições, mas existe também a preocupação quando alguém precisa sair. Até agora não sabemos como será o retorno para a nossa vida, nem sabemos se ela será como antes. A única certeza que temos é que por muito tempo iremos olhar para os nossos amigos de longe, vamos abanar, gritar algo, desde que não deixemos que as gotículas que carregam o inimigo se instalem no nosso amigo. O poeta Carlos Drummond de Andrade em um poema disse. “No meio do caminho tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho”. No nosso caminho há um vírus. Só entenderemos tudo o que está acontecendo depois que o tempo passar. Seguiremos ainda algum tempo distantes. Enquanto isso vamos pensando na festa que faremos, uma grande festa para o fim do distanciamento, mesmo que ela seja somente para nos olharmos e, mesmo de máscaras, estaremos uns sorrindo para os outros.

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Quarentena Anita Rodrigues da Rosa Era um dia normal como todos os outros, estava no intervalo das aulas com minhas amigas, até que uma delas tosse, brincamos dizendo que ela estava com o Covid-19. O que não sabíamos era que o coronavírus não era só uma brincadeira. Dias se passaram e mais casos em outros lugares aconteciam, mas estavam longe de mim, então não me preocupei. Como eu estava enganada. Quando foi confirmado o primeiro caso de Covid-19 em minha região, foi motivo de muitas risadas e ironias. Queria agora ter motivos para rir dessa situação. Mais casos foram sendo confirmados ao longo dos dias. Então, foi confirmado, entraríamos em quarentena. As redes sociais eram repletas de jovens postando fotos com “#coronaférias”, como eu queria que eles soubessem que não seriam apenas quinze dias sem ir à escola. Depois desses quinze dias, aumentou a quarentena, o que resultou em aulas on-line. Era tudo muito novo para todos, tanto para professores, quanto para alunos, mas como dizia minha professora de Português “precisamos ter disciplina”. No início foi difícil, mas com o tempo foi ficando um pouco mais fácil. Uma das partes ruins do isolamento é ficar longe dos amigos e da família. Eu sinto muita falta dos meus amigos, mas entendo que precisamos desse distanciamento social, e em algum momento eu vou poder vê-los novamente. Queria que as pessoas que vão passear no meio de uma pandemia, tivessem um pouco de consideração, não é por que eles não são do grupo de risco, que podem sair por aí e infectar outras pessoas. Um mês se passou. Um mês em quarentena. Um mês de distanciamento social. Passou rápido e as pessoas começaram a perceber que era algo bem sério. As mesmas pessoas que diziam estar em “coronaférias”, começaram a perceber que não é algo para comemorar. É algo muito sério. Aulas on-line começaram a ficar mais difíceis, porém todos tínhamos que nos adaptar, ninguém esperava por isso. E, mais um mês se passou, já se foram dois meses de quarentena. Ninguém esperava ficar dois meses sem poder ir à escola, sem poder sair com amigos, sem poder ter a opção de sair. As aulas a distância mudaram, os professores passaram a fazer a chamada, e com isso passamos a ter mais contato com eles. Casos do Covid-19 continuam aumentando, o que assusta muito ainda. Parecemos viver em um filme tenso sobre uma pandemia mundial. Sou muito grata aos médicos, que mesmo nesta pandemia, continuam com o trabalho de ajudar na recuperação dos pacientes. Nesse período de quarentena, é necessário sair para fazer algumas atividades essenciais, como por exemplo, ir ao mercado, farmácias de etc. Precisamos usar as tão faladas máscaras. É simplesmente horrível usálas, eu odeio usar máscara. Sempre que uso meus óculos embaçam, porém é necessário, para proteger a nós mesmos e ao próximo. Estamos entrando para o terceiro mês de quarentena, sim, já faz três meses desde o decreto inicial. Já faz três meses de aulas on-line, e digamos que poucas pessoas perceberam que há três meses estamos enfrentando uma pandemia. Eu não sei muito o que pensar sobre a situação atual, talvez um pouco de medo e, ao mesmo tempo, estou assustada. Espero que essa pandemia acabe, e tudo volte ao normal.

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A quarentena do “Cicinho” Cícero da Silva Alves Incrível, não é? Como uma coisa tão pequena conseguiu afetar o mundo inteiro. Devido a isso, nós fomos orientados a ficar em casa, para a segurança de todos. Minha quarentena começou tranquila, pois não havia nada para eu me preocupar, e na época achamos que seria um período rápido de talvez uma ou duas semanas. Então, aproveitei a primeira semana para fazer o que eu realmente gosto, que é jogar com os meus amigos, ficar acordado até de madrugada e dormir até as quatro da tarde. Logo na semana seguinte, recebemos um aviso dizendo que seriam postadas as atividades domiciliares no site da escola, e elas deveriam ser realizadas durante as semanas decorrentes. No entanto, os professores nunca haviam trabalhado com estudos on-line, como tudo era uma novidade, eles enviaram muitas atividades para fazer. Da mesma forma, nós alunos também não estávamos acostumados com essa forma de estudo, alguns tiveram dificuldades em concluir as atividades no período estabelecido. Eu, por exemplo, fui um deles, mas com algumas ajudinhas aqui e ali, eu consegui concluí-las. Lembro-me como se fosse hoje, o dia em que as duas turmas da minha série se juntaram para enviar email para a Daiane, a Coordenadora Pedagógica da escola, por causa da quantidade de atividades. No final foi superengraçado porque na semana seguinte, os professores realmente diminuíram a quantidade de atividades. Os amigos... eu acredito que seja impossível descrever a saudade que estou sentindo de cada um deles. Eu faria qualquer coisa para revê-los agora, mas haveria uma grande lista de riscos que poderiam ocorrer. Em relação a eles, eu só consigo pensar em tudo que poderia acontecer se esse vírus não tivesse surgido. Se eu for parar para analisar, essa quarentena até que está sendo boa, pois estou convivendo mais com minha família. Antes dessa pandemia eu vivia no shopping, tudo era motivo para sair de casa, chamar os amigos, e dar um “rolê”. Agora, eu passo todos os dias em casa, descobrindo mais coisas tanto sobre meus familiares, quanto sobre mim. Minha mãe, finalmente, me fez aprender a fazer arroz, e eu ensinei a ela a fazer “brigadeiro de colher” porque o meu é bem melhor que o dela. Espero de verdade que o Covid-19 vá embora antes de agosto, quero convidar vários amigos para o meu aniversário. Infelizmente, tenho receio de que esse vírus permaneça até setembro, mas acredito que a população consiga combatê-lo. Se cada um fizer o necessário, tomando todas as precauções, o vírus irá ter seu fim em breve e tudo voltará ao normal. Eu espero.

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Um sonho que virou um pesadelo. Felipe Cemiin Brustulin Desde o final do mês de março, quando iniciou o distanciamento social devido à pandemia por causa do coronavírus, minha rotina é acordar, fazer minha higiene, tomar meu café e acessar a aula online. Após terminarem todas as aulas eu vou almoçar. Depois, eu tenho que lavar a louça porque meu pai nunca faz isso, ele acha que é meu dever. Descanso um pouco e volto aos estudos para a realização das atividades, normalmente são duas ou três matérias. A novidade, ultimamente, são os jornais divulgarem sempre as mesmas matérias, pois, não só eu, como a maioria das pessoas já enjoou das mesmas notícias sobre o Covid-19. Eu sei que é uma grande tragédia o que está acontecendo, mas a gente já entendeu o que o vírus causa, mesmo havendo pessoas sem noção que não se importam em se prevenir e não cuidam de sua saúde. Isso me irrita bastante. O que eu mais faço nessa quarentena é estudar, pois meus pais dizem que é com isso que eu devo me preocupar, ou seja, eu só jogo videogame nos finais de semana e até agora eu não aprendi nada de novo, porque venho de uma outra escola. Eu estou sem celular e meus pais não me emprestam os deles. Quando eu termino meus afazeres, se eu terminei os meus estudos, não posso usar o computador para ver um filme ou alguma série, mas às vezes eu faço, tenho que arranjar algo para eu ler, caso contrário, meus pais acham que eu fiquei o dia inteiro só vendo YouTube ou parado sem fazer nada. Fico chateado por eles, às vezes, não reconhecerem o trabalho que eu passo para fazer alguns temas. Quase diariamente termino minhas atividades em torno das 17h. Em seguida, minha mãe chega em casa e já arranja algo para eu fazer, ela não quer que eu fique parado sem fazer nada. Nessa quarentena eu saí algumas vezes para ir ao dentista, fazer exercícios e ir à casa de parentes, essas foram as únicas vezes que eu saí na rua. Nesse período, não só eu, como muitas pessoas queriam ter um pouco mais liberdade. Meus pais, às vezes, são meio insuportáveis, mas também são muito bons. Minha mãe é muito legal e generosa comigo. Quando eu peço alguma coisa que eu gosto, por exemplo, uma comida, dependendo de qual, não pode ser muito exagerada, ela me traz. Meu pai é bem divertido, embora esteja me devendo um celular novo, ele é legal, se importa comigo. Ele é um belo pai, mesmo rateando às vezes. Ele foi a grande pessoa que fez o impossível, fez a proeza de me tirar de casa para fazer exercícios, mas isso já faz alguns meses, comecei e parei. No meu aniversário, não só no meu, como o de várias pessoas pelo o mundo tiveram que passar seus aniversário em casa, aí tu me perguntas: “Foi legal teu aniversário?”, e eu respondo: “NÃO”, com todas as minhas forças, pois o que é que tem de legal em passar o aniversário em casa sem fazer nada só vendo televisão. Se não houvesse essa pandemia, o meu aniversário teria sido muito melhor, pois eu teria ido para a casa dos meus padrinhos e teria feito as coisas de que eu mais gosto de fazer que é comer, andar a cavalo, jogar bola e várias outras coisas. O que eu mais gostei no meu aniversário foi a torta que a minha mãe fez para mim que eu devorei toda, pois é o meu doce favorito. O que mais me surpreendeu nessa quarentena foi o fato do meu irmão ter ficado famoso com os vídeos que ele fez no Instagram dele. Ele faz vídeos de humor em relação a vida dele e o que acontecia por exemplo nos bailes de formatura, no Inter criança indo ao mercado, mãe de criança etc. Ele mesmo disse que não esperava que chegaria aonde chegou, pois ele já até apareceu na televisão e também em uma estação de rádio. Na verdade, ele é meu meio irmão, mas também é o meu único e eu não o vejo há cinco anos. Ele é de Santa Catarina e desde de 2015 está morando nos EUA. O que eu estou mais animado neste ano é que ele vai voltar para o Brasil, pois ele irá fazer um show em um shopping na cidade em que ele nasceu e vou poder matar a saudade de alguém que eu

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não vejo há praticamente meia década, e isso será marcante para mim. Uma coisa que eu estou sentindo mais falta é o fato do futebol no mundo ter sido interrompido, isso é meio chato, era um divertimento que eu sempre gostei. Estava sempre informado sobre o que acontecia no futebol no Brasil e no resto do mundo. Eu estava bem animado, pois esse ano iria ter mais “Grenais” do que jamais teve. Enfim, o que eu mais quero é que volte tudo ao normal para eu poder sair de casa, praticar esportes ir ao shopping, viajar e várias outras coisas que eu não aguento mais ser impedido de fazer. E, muito obrigado a todos os meus professores e minhas professoras que mesmo com essa pandemia estão se esforçando para mandar matéria para eu estudar em casa e fazer as provas.

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A vida com o coronavírus Gabriel Sost Postingher Aconteceu tudo tão rápido, de uma semana para outra já não se podia sair de casa para não ser contaminado por um vírus. Este que podia ser mortal e que mais para a frente tornaria nossa vida um tanto quanto diferente. De uma hora para outra sair de casa já era uma péssima opção, tirando os supermercados e hospitais, tudo estava fechado inclusive as escolas. Foi aí que começaram as aulas on-line. No início, a maioria das pessoas achava que essa pandemia passaria logo, os professores só mandavam matéria, mas o tempo foi passando e passando e nada de voltar às aulas. Então, tivemos que começar as aulas on-line. No início foi meio difícil, pois poucos sabiam como acessar ou não tinham como acessar, mas depois todos foram se acostumando. Para mim, as aulas desse jeito estão sendo bem boas por alguns motivos, não tem o compromisso de levantar e ir para colégio com o risco de se atrasar ou depender de um ônibus ou da kombi. Principalmente, agora que vai começar o inverno, vão começar a ter dias frios, se nós precisássemos ir para a escola provavelmente a gente ia botar muitas roupas, mas como estamos em casa é só pegar uma coberta, ligar o ar condicionado ou o aquecedor e já estamos muito mais aquecidos do que se estivéssemos na escola. Os professores estão fazendo de tudo para nos ensinar mesmo de longe, e também estão nos conscientizando do perigo desse vírus. Para os professores também é uma experiência nova dar as aulas sentados na casa deles olhando para o computador, vendo alguns e com outros só conversando sem ver, não tem certeza se a internet vai funcionar no dia, se o computador, notebook ou computador vai ligar, entre outras coisas. Agora falando da minha família, depois que tudo isso começou eu só saí de casa nos finais de semanas, pois meus pais têm um sítio e como lá é interior o Corona não chegou, por isso eu posso ficar fora de casa. Minha mãe só sai de casa para fazer compras ou quando for alguma coisa de extrema importância, mas com quem eu mais me preocupo e com meu pai, pois ele sai todos os dias de casa para ir trabalhar, mas é claro, tomando todos os cuidados necessários. Como temos que ficar de quarentena e eu só posso sair de casa fim de semana, minha rotina está sendo repetitiva, de manhã tenho as aulas on-line, de tarde terças e quintas eu tenho aula do curso de inglês e o resto do tempo eu jogo com meus amigos no celular ou estudo. O vírus mudou a vida de bilhões de pessoas no mundo. Hoje temos muitas pessoas isoladas em casa e a economia mundial está sendo afetada. Temos menos pessoas viajando, menos pessoas comprando e menos pessoas produzindo. Isso está provocando um aumento no desemprego e dificultando a vida de todos. No futebol, um dos grandes divertimentos esportivos no mundo, também não sabemos quando iremos ver jogos novamente, a mesma coisa vale para os outros esportes. Eventos de grande participação das pessoas como teatros, cinema, circo, entre outros, estão suspensos sem data de retorno. As missas e outras atividades religiosas também foram canceladas e nem mesmo ir almoçar ou jantar em restaurantes é mais possível. Depois que isso acabar, nós que passamos por isso vamos ter um aprendizado de manter a higiene do nosso corpo, lavar as mãos com frequência e evitar ambientes sujos (contaminados). Também devemos cuidar mais das pessoas e do meio ambiente. As pessoas e os governantes também precisam repensar alguns valores,

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como a solidariedade, a distribuição de renda para que tenhamos um mundo melhor e mais igualitário. Eu, particularmente, tenho muito medo desse vírus pelo fato de ele agir rapidamente e ser fatal para o ser humano. Alguém que você conhece pode estar muito bem de saúde e num piscar de olhos ele pode aparecer e espero que tudo isso passe o mais rápido possível para voltar tudo ao normal.

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Minha vida em casa João Pedro da Paz Sampaio Dutra Tudo iniciou em dezembro de 2019, quando vi nos noticiários que estava havendo uma doença que acabava com diversas vidas na China. A princípio fiz diversas piadas sobre o assunto dizendo que os chineses não deveriam ter comido sopa de morcego. Não imaginava o que estava por vir. A internet aproveitou o assunto para fazer piadas ridicularizando o povo chinês até que a doença foi se espalhando para os países próximos. Comecei a me preocupar e pensei como seria quando essa doença chegasse ao Brasil, como seria quando chegasse até meus familiares no Nordeste? E minha mãe? E meus irmãos? Várias preocupações foram enchendo minha cabeça de medo. Quando a doença chegou tinham poucos contaminados, porém com rapidez começaram a aparecer vários infectados e mortos em decorrência dela. Um tempo depois se iniciou a quarentena que se estendeu para o isolamento social indeterminado. Tivemos que ficar em casa para conter o contágio da doença. Além do medo da situação, fiquei muito triste, pois recém havia iniciado em uma nova escola. Nos primeiros dias ficamos sem aulas, depois vieram tarefas e, posteriormente, aulas on-line. No começo fiquei entediado e confuso com esta nova forma de estudar, mas depois fui me acostumando e sigo tentando fazer todas as tarefas diariamente. Recentemente recebi a notícia que meu irmão mais velho, Marcus, que mora no Nordeste, testou positivo para o vírus COVID-19. Tomou medicação e passou vários dias mal. Ficamos todos em pânico. Porém, ele ficou bem. Nos noticiários vi que estão testando a vacina contra o coronavírus em alguns brasileiros. Fiquei surpreso e alegre com a notícia. Se a vacina for aprovada e todos forem imunizados, logo, logo, poderemos sair de casa, brincar nas ruas, ir à escola e voltar toda nossa vida a normalidade. Meu aniversário chegou em meio ao isolamento e seguimos todos trancados ainda. Fiquei feliz pela data, porém, triste por não poder comemorar com meus amigos e familiares. Uma amiga me visitou com sua mãe e me trouxe um cupcake escrito “parabéns”. Comi numa mordida só para comemorar minha data.

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Pandemia pessoal Kauã Fernandes Martins Minha quarentena no início foi bem enjoativa, mas ao longo do tempo foi ficando melhor. Estou estudando muito e jogando bastante e consegui ficar em dia com minhas atividades semanais. Ao longo do tempo passei por muitos problemas, mas deu tudo certo. Fui ao shopping, porque o micro-ondas estragou. Faço caminhadas no condomínio ou jogo bola com meu pai para me manter ativo. Passei a me divertir com minha vó, jogando pife e nos tempos livres jogo vídeo game. Com o tempo, minha quarentena foi melhorando, mas não vejo a hora de voltar as aulas presenciais, já quero voltar, quero conversar e brincar com meus amigos pessoalmente, quero sair para tomar um sorvete, ir a orla do Gasômetro, ir ao McDonald's e ir a uma sala de aula, mas sem links, quero enfim, andar de ônibus escolar. Outra coisa que estou sentido nesta quarentena é que há pessoas com dificuldades no aprendizado. Eu tenho um amigo que está com muitas complicações e não consegue concluir suas atividades, eu fico bem triste, pois nem todo mundo está entrando no ritmo. Para mim a pior semana foi a primeira, pois os professores mandaram MUITAS ATIVIDADES, eu me senti muito mal e preocupado. Terminei todas elas na terceira semana. Agora já está tudo bem, não tenho mais tantas preocupações em relação a isso. Enfim, a minha quarentena está um pouco complicada, mas estou seguindo em frente.

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Isolamento social Kauany de Oliveira Cortes Um novo ano se inicia e com ele a esperança se renova. Para alguns 2020 era o ano de mudanças, de conquistas, de iniciar em um emprego. Era o ano dos sonhos que foi arrastado como furacão. Uma notícia devastadora apavorou o mundo todo. Um vírus havia chegado à China, levando a óbito uma grande parte da população. O coronavírus mais conhecido como Covid-19 ainda é bastante desconhecido, apesar de se saber que atinge a área respiratória. Segundo os especialistas ainda são necessários diversos estudos. Devido algumas pesquisas divulgadas, o Covid-19 chegou ao Brasil no meio do mês de março com muita força, deixando a população em estado de alerta. Foi preciso se precaver e redobrar os cuidados adotando o estado de quarentena. Escolas, lojas, shoppings, praças, entre outros locais foram fechados enquanto todos adotavam as medidas de segurança, fazendo o que podiam para se cuidar das mortes causadas pelo vírus. Todos estavam ainda mais assustados. Hospitais lotados, médicos fazendo campanha nos pedindo para ficarmos em casa e por um instante o Brasil parou. O coronavírus se tornou o assunto principal além do mais temido. Recentemente estamos tentando retomar nossas rotinas sem deixarmos de ser cuidadosos, pois o vírus ainda não tem cura, não sabemos como será o fim dessa pandemia e nem por quanto tempo ela continuará a se alastrar. Tudo o que sabemos é que na falta de cuidados o Covid-19 pode matar. Portanto, cuide de você e dos seus familiares ajude a fazer com que a doença não circule, dessa vez não pense só em você, pois a pandemia hoje atinge a todos nós. A missão de hoje é você ficar em casa, mas se não puder, cuide-se por você, pelos seus pais, pelos seus familiares e por todos os profissionais que estão na linha de frente.

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Eu não aguento mais Kauany Rosa da Silva Eu estava tranquila em casa quando eu percebi que todos falam de um tal coronavírus. E, com o tempo, eu e a metade do mundo percebemos que não era só um vírus, mas uma doença séria. No início, todos achavam que era só besteira. Essa doença parou tudo, escolas, instituições, mercados, shoppings, empresas, entre outros locais. É fácil para quem tem uma boa renda e um responsável que tenha o seu salário garantido no fim do mês, mas para os pais que são autônomos, ou pior, os responsáveis desempregados ficam em uma situação terrível. Há pessoas perdendo emprego por causa do coronavírus, há pessoas morrendo e há aqueles que não acreditam que essa doença existe. Fico pensando que está na hora de acordar e olhar o estado em que tudo chegou. Há um grupo de risco que são os idosos e os hipertensos, há, também, as pessoas que com doenças crônicas. Eu fico impressionada como os meus amigos agem como se nada tivesse acontecendo, e vários estão saindo e marcando festas nos finais de semana. Eles nem estão ligando para a doença, assim como muitos famosos que estão saindo, curtindo, se divertindo, indo para casa dos amigos dormir e passar a semana, e a doença cada vez mais grave. As pessoas que estão saindo para festas, ficam dando a desculpa que não têm que se prevenir e que podem sair, beber e dançar só que não é bem assim. Ninguém está livre de pegar essa doença. Eu não aguento mais ficar assim, sem poder sair de casa, não ir mais para a escola ver meus amigos, meus professores. Estou cansada já disso tudo, de acordar todos os dias e ter que lembrar que o mundo está sendo dominado por uma doença que as pessoas falam que é bobagem. Eu sei que esse tempo agora é para ficar com os familiares mais próximos, e para focar mais nas avaliações e nos trabalhos da escola. Essa rotina de só ficar em casa e estudar e não poder sair está ficando cansativa. Todos merecem viver socialmente. Está muito difícil viver no mundo assim, o nosso país já passou por tantos problemas e doenças, mas o Covid-19, está num nível muito difícil. Antes, a maioria das pessoas duvidavam ser uma doença, se a indicação era somente passar álcool em gel e usar máscara (isso lá é prevenção!). Não há um remédio, uma injeção, nada. Eu não consigo entender como têm pessoas que pensam desse jeito, tendo tantos funcionários sendo demitidos por falta de renda nas empresas. Eu tenho avó de idade aqui em casa, minha mãe com pressão alta, que no caso é hipertensa. Tem muita gente que não está conseguindo enxergar a gravidade da situação. Todos nós da Escola La Salle Pão dos Pobres, em minha opinião, somos privilegiados por termos conteúdos para estudar todos os dias. Os professores se disponibilizam a mandar a matéria e darem aulas online de suas casas, diferente de muitos alunos da escola pública. Mesmo assim, os alunos do La Salle ainda reclamam recebendo conteúdos diários, e tem aluno que pensa, para que ter prova se todos podem colar. Não é bem assim, porque colar ou não nas provas vai de aluno para aluno. As provas, os trabalhos e os conteúdos passados pelos professores são para os alunos adquirirem conhecimento. O coronavírus é muito sério não é piada. Eu oro todos os dias para que encontrem uma vacina ou um remédio que possa curar esse vírus e que essa quarentena acabe e tudo volte ao normal.

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O diário da minha quarentena Leonardo Telles de Almeida Esse ano de 2020 começou diferente para mim, pois prometi estudar mais, porque no final do ano passado pensei que meu ano estava perdido, ficando em várias matérias, aos 45 do segundo tempo, consegui passar para o 7º ano. As aulas iniciaram em fevereiro, e eu estava entusiasmado e com perspectiva de muito aprendizado. Quando já estávamos nos adaptando a nossa rotina escolar, recebemos a notícia que deveríamos ficar em casa por tempo indeterminado. O que não seria ser muito chato. Essa situação não aconteceu do dia para noite, já que acompanho noticiário e vi que em outros países já estavam falando sobre um vírus que estava se expandido para o mundo inteiro. Foi, então, que dia 18 de março tivemos nosso último encontro em sala, dando um “até breve” aos nossos colegas, professores e todos que fazem parte do colégio, e esquecendo de se despedir de alguns também. Já em casa recebendo melhor as informações, sobre o vírus, sobre a higienização das mãos a prevenção em ficar em casa, cada dia mais ficou claro para mim. No início da quarentena, sem muito saber sobre o rumo da escola, com vários sentimentos ao mesmo tempo, tais como, medo de pegar o tal vírus, angustiado de ficar em casa, sem sair de casa e sem ver meus amigos, felicidade por estar em casa com minha família e fazendo o que gosto, e preocupação com o ano letivo. Todos os dias têm essas misturas de sentimentos. Minha rotina em casa é mais maleável, de quando temos que ir para escola, sem precisar acordar cedo, pegar o ônibus, e chegar a tempo no colégio, um alívio para esta correria. Estamos todos em casa aqui, eu, meu irmão e minha mãe. No início estava aproveitando e dormindo um pouco mais tarde, o almoço era tarde, e o resto do dia ficava no celular jogando online (ainda fico depois de estudar). Na segunda semana de quarentena começamos a receber atividades domiciliares, assim dando continuidade aos estudos. Confesso que não está sendo fácil estudar em casa porque não temos a presença dos professores a nossa volta nos ajudando. Graças a Deus têm as aulas on-line para tirar algumas dúvidas e assim poder sentir a presença dos nossos professores. Nesta quarentena estamos aprendendo a lidar com o sentimento da saudade, da empatia... Saudades dos amigos, dos colegas, das rodas de conversas, professores, das tias da limpeza, resumindo estamos com saudades de tudo que tem na Escola La Salle Pão dos Pobres. E, também, estamos com saudades das coisas que ficam fora da escola, como andar na rua, ver os familiares e sair todos os domingos, empatia de se colocar no lugar do outro, se cuidando para cuidar do outro lá fora. Ainda bem que estamos na era da internet, comunicação, assim conseguimos falar e conversar por redes sociais, mensagens, chamadas de vídeo a qualquer momento com os colegas e familiares. Meus dias se resumem em acordar, assistir as aulas on-line, almoço, descanso de uma hora, à tarde realizo as atividades domiciliares, depois fico jogando no celular, e assim vem sendo mais de sessenta dias em casa. Não sabemos quando tudo isso vai terminar e como vai voltar ao normal, o que era o normal, não vai ser mais o normal de agora. E, agora, estou aqui, realizando mais uma atividade domiciliar, de Língua Portuguesa, parecendo um diário da minha vida.

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E tudo virou um filme de ficção científica. Lucas Lima de Lemos Um tempo atrás eu estava conversando com meus colegas sobre um novo vírus que se espalhou pelo mundo. Durante nossa conversa lembrei-me de um filme de ficção científica que eu havia assistido na televisão na semana anterior. Aquilo tudo que os jornais noticiavam estava muito parecido com a história do filme, nunca poderia imaginar nada igual na vida real. Falei para meus colegas sobre o filme que eu havia assistido e que este vírus que os jornais falavam estava longe de nós, que não precisávamos nos preocupar, grande engano o meu, pensar assim. Alguns dias depois foi anunciado que o vírus havia chegado à minha cidade. O Governador e o Prefeito decretaram o distanciamento social e fecharam todo comércio, escolas e faculdades. No início tudo era novidade para mim, nas redes sociais fizeram muitas piadas e eu achava engraçado, curtia e fazia comentários. Naqueles dias a preocupação e o medo pareciam tão distantes de mim, mas com o tempo fui percebendo a seriedade do assunto e vi que as pessoas realmente deveriam ficar em suas casas distante uma das outras. De uma hora para outra os abraços e apertos de mãos ficaram na saudade, as conversas com os amigos, os vizinhos, as reuniões familiares e até os aniversários só eram possíveis através do WhatsApp, olhar as pessoas somente por vídeo chamadas. Pensei estar vivendo tudo aquilo que eu via nos filmes de ficção e achava que nunca iria acontecer na vida real. Com os dias passando as coisas foram se organizando da melhor forma, como dava para aquela situação. As aulas não mais seriam nas salas de aula, mas em nossas casas de forma on-line, ninguém poderia pensar em uma coisa dessas lá no início do ano. Hoje, meu maior medo é chegar um dia em que não poderei encontrar um amigo, um parente, uma pessoa conhecida, pois ele morreu e nem nos despedimos. Nesses dias em casa tenho lembrado muito dos meus primos que moram em outro estado, lembro-me das viagens que fazíamos para nos encontrar, isso não é mais possível. Mas pelo menos temos as tecnologias que nos permitem os encontros virtuais, matar a saudade agora é só por vídeo. A realidade é que estamos distantes mesmo quando nos juntamos, seja nas aulas on-line ou nos jogos em grupo. Fico pensando como deve estar sendo difícil para nossos professores repensarem a forma de preparar as atividades e como tudo isso é desafiador tanto para nós alunos, como para eles. Há também muitos alunos que não têm acesso à internet para assistir às aulas ou realizar as atividades, fico triste, sinto-me frustrado por não poder fazer nada para ajudar. Quando penso que este vírus foi capaz de parar não só uma cidade, um estado ou um país, mas o mundo inteiro, e os governantes de todas as nações tiveram que decretar distanciamento social, mantendo as pessoas longe umas das outras para não se contaminarem e não contaminar os outros, me apavoro. A realidade é que este vírus manda mais em nós do que nós mesmos. Que inimigo invisível é esse? Que direito ele tem de nos afastar de quem queremos ficar perto? Que loucura é essa que vivemos, não o vemos, mas vivemos com medo da sua presença. Ainda ficaremos distantes por algum tempo, não sabemos o quanto. Por outro lado, o distanciamento social fez com que a convivência em nosso núcleo familiar se modifique, como estamos todos em casa, hoje é possível fazermos as refeições juntos, assistirmos filmes, conversarmos mais e nos conhecer melhor. Quando alguém da família precisa sair de casa a preocupação é grande, fica sempre uma dúvida e o medo do contágio. Dá saudade das viagens e passeios, até agora não temos certeza de nada, como iremos retornar para as nossas vidas, ninguém tem a resposta, só sabemos que nada mais será como antes desse vírus. Pena que não podemos fazer como no final do filme de ficção apenas desligar a televisão e seguir a vida.

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Emoções em quarentena Luciana Matuchak Dichuta No começo de março anunciaram que uma pandemia estava chegando ao Brasil. Na verdade, já havia muitos contaminados inclusive no Carnaval, nossa festa mais popular, na qual recebemos mais visitantes em nosso país. Infelizmente, neste ano, muitas pessoas que tanto gostamos de receber, nos traziam um novo habitante “um vírus” mortal. No dia 18 de março, o nosso governo decretou o fechamento das escolas, tudo tão inesperado e desesperador. A partir daquele dia eu comecei a acompanhar mais sobre o assunto e fiquei muito preocupada com o que estava prestes a vir. Logo enviaram um comunicado que iríamos ficar por algumas semanas longe da escola, depois aumentaram o tempo e agora não temos nem previsão de quando vamos retornar e como será. Depois foi a mesma coisa no trabalho da minha mãe, aí sim, fiquei com muito medo. Tenho que admitir que na primeira semana pareciam férias, eu até coloquei todas as “minhas séries” em dia e conversava com minhas amigas por chamada do WhatsApp quase diariamente. Depois as coisas começaram a mudar, e eu me dei conta do que eu estava deixando de viver. Tive pouca oportunidade de conhecer os meus colegas e fazer novas amizades, sou aluna nova na Escola La Salle Pão dos Pobres, sem contar as delícias da cantina que eu nem provei todas a tempo. Hum! As aulas de reforço que ficaram para trás me trazendo as dificuldades diárias nos estudos e me obrigando a pesquisar mais na internet sobre as matérias que tenho dificuldade, como em Língua Portuguesa e Matemática. As demandas de atividades domiciliares também começaram a aumentar. Todos os lugares públicos foram fechados, ficando somente aberto estabelecimentos essenciais com regras de distanciamento social. A saudade imensa de minhas avós e do meu pai, pois agora fica muito complicado de vê-los devido à quarentena. Lembro-me dos dias em que íamos para Tapes, uma cidade bem pequena onde a maioria da minha família por parte de pai se encontra quase todos na mesma rua. É sempre uma festa quando estamos reunidos. Quando estamos lá passamos praticamente o dia jogando pontinho com minhas tias, meus primos, minha avó e uns amigos da família, éramos tantos jogando que, às vezes, faltava cadeira. Queria voltar no tempo para aproveitar mais. Chega me doer o coração de ver minhas avós falando comigo pelo telefone, sei a saudade que elas sentem, pois estavam acostumadas com a casa cheia de netos, sim, as minhas duas avós estão sempre juntas, elas moram bem pertinho uma da outra e se veem quase todos os dias. E cuidam uma da outra como se fossem irmãs. Mas agora para o bem de todos é importante mantermos a distância e os cuidados necessários.

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A Quarentena Marco Rodrigues Barth O primeiro dia da quarentena foi 18 de março de 2020, quando tudo iniciou. Eu fiquei sabendo da notícia na escola, e tal ocorrido acabou interrompendo um dos meus planos. Este era para acontecer na sexta-feira da mesma semana, eu iria na casa do Kauã Fernandes. Com isso eu fiquei chateado, mas acabei seguindo as regras. As primeiras semanas foram incríveis, pois eu não tinha nenhuma responsabilidade e acabei me divertindo muito. No mesmo período de tempo eu percebi o quanto era perigosa a COVID-19 e comecei a ver algumas notícias sobre ela. Além de tudo isso, eu fui tentar adquirir certos conhecimentos sobre a humanidade, alguns exemplos são o feminismo, política, lados políticos, direita e esquerda, entre outros. Com isso eu vi muitos lados da sociedade que me deixaram em dúvida de o que é certo ou errado, pois são muito complexos e vão muito além daquilo que imaginamos. Depois chegaram as atividades domiciliares da escola. Isso foi a pior coisa que teve na semana, pois o tipo de estudo que eu teria que fazer seria o escrito, que para mim o pior tipo de aprendizado que tem. Com esta responsabilidade, eu tive muitos problemas, inclusive atrasos das atividades. Nesse momento tento recuperar as atividades atrasadas, pois eram muito longas e extensas. Com isso fiquei com apenas à noite para descansar e um pouco da tarde após o almoço. Esse é o básico do meu dia nesse momento. O que eu tive de mais interessante na quarentena foram as notícias inusitadas como a confirmação da existência de OVNIS pelo Pentágono, o asteroide que passou perto da Terra, a outra dimensão onde as leis da física não se aplicam, e outros fatos que são bem mais pesados. Também tiveram acontecimentos dentro de casa, como uma linda torta de bolacha que o meu padrasto fez, algumas melhorias na casa, a nova internet que é melhor que a antiga e mais rápida e adquirida pelo mesmo preço da anterior, e outras coisas que não me vêm à mente agora. Agora está sendo diferente, tenho que recuperar algumas matérias atrasadas e não estou tão desanimado quanto antes, mas ainda estou. No fim dos dias, após estudar, eu vou jogar videogame pelas cinco, seis horas com meus amigos, pois é a minha única fonte de diversão, também com isso tenho mais contato com eles. No mais vou indo.

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Uma quarentena entediante Miguel Noguez A quarentena na Escola La Salle Pão Dos Pobres começou dia 18 de março, desde então ainda não voltaram às aulas. A escola tomou a providência, a partir de 23 de março, de continuar as aulas pelo sistema on-line, uma vez que não poderia ser presencial. No início eu não gostei muito, porém pouco a pouco fui me acostumando, e agora até que eu comecei a gostar da mesma. Em todo esse tempo aconteceram algumas coisas como: o Anonymous voltar a aparecer nas mídias como, Twitter e Instagram. Esse grupo de hackers é o mais famoso no ramo de hacktivismo e o grupo começou no ano de 2003. Eles expuseram podres de pessoas importantes na política como, Donald Trump (Presidente dos Estados Unidos), expuseram-no de forma que qualquer pessoa pudesse ver os dados do cartão do mesmo e também de toda a sua família, assim como também, fizeram com o cartão da família de Jair Bolsonaro (Presidente do Brasil). Outra notícia que circulou na mídia foi a morte de George Floyd, sufocado por um policial nos Estados Unidos. A causa da morte foi um policial que o parou quando ele foi comprar em um supermercado com uma nota falsa (segundo Derek Chauvin) que o matou asfixiado com o joelho no pescoço. O dinheiro foi analisado e os peritos chegaram à conclusão de que era uma nota verdadeira. A morte do jovem foi em vão infelizmente. Então, diversas passeatas aconteceram nos Estados Unidos para ressaltar George Floyd. Outra preocupação é que o Brasil está sendo o terceiro país com mais mortes por causa do coronavírus, apenas perdendo para o Reino Unido que é o segundo lugar e o primeiro é o Estados Unidos. O Brasil ainda nem está em seu ápice de contágio, que será entre os meses de julho e agosto quando o inverno é mais rigoroso no território brasileiro. Nosso país não estava com condições financeiras para enfrentar uma pandemia, nem temos um presidente capaz de gerenciar este problema. E assim como as coisas estão, nosso país sendo o terceiro com mais mortes de Covid-19, tenho certeza de que ainda vai durar muito tempo essa quarentena, pois o momento certo de ficar em casa nossos cidadãos estavam nas ruas. Por esse motivo creio que a quarentena em nosso país ainda vai demorar. Segundo nosso governador do estado, Eduardo Leite, a retomada das escolas terá um processo de três partes. Mas, na minha opinião, caso as aulas não retornarem até outubro não irá retornar neste ano, e, sim no próximo que será normalizado, tanto para proteger os alunos quanto os professores e os demais que trabalham. Em todo esse tempo da quarentena o que eu fiz foi praticamente fazer as atividades da escola, ficar com a família, jogar banco imobiliário, jogar carta, assistir as notícias, olhar os canais de “nerd”, entre diversas outras coisas. Ainda procuro semanalmente os índices de casos e mortes do novo Covid-19. E, é assim a minha rotina durante a quarentena.

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Momento família Pâmela Grune da Silva Nesse momento em que estamos, em meio à pandemia, o convívio familiar é constante tendo algumas vezes desentendimentos entre nós. Mesmo assim, em momento nenhum nós deixamos de nos amar. E, também, nos divertimos jogando jogos de tabuleiro e fazendo piadas durante a nossa janta. Jogar jogos on-line possibilita conversar com os meus amigos e primos, principalmente, com o meu primo João. No momento sinto falta de falar com certos amigos, pois não consigo sempre me comunicar com eles. O que me preocupa é a forma de estudo. Está difícil, pois não é a mesma coisa do que estar na sala de aula. Gosto de estar com a minha família, mesmo sabendo que todos temos o nosso tempo, e que há momentos que não queremos olhar um para cara do outro. É necessário estar junto com as pessoas que amamos e sabemos que eles são os nossos verdadeiros amigos, estarão juntos para o que der e vier. Eu quero que os meus pais saibam o quanto eu os amo e quero poder um dia recompensar todo o esforço que eles fazem para que eu me sinta bem. Também não esquecendo, eu quero uma caixa de leite condensado para o meu aniversário.

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Minha quarentena como chef Pedro Amadeus Chiele Dalpiaz Nessa pandemia, estava entediado e pensei em dar uma olhadinha rápida nas redes sócias. Ok! Eu não dei uma olhadinha eu dei uma super olhada. Lá as pessoas se perguntando o que poderiam fazer para acabar com o tédio da quarentena; talvez jogar, falar com os amigos, cuidar da casa, analisar a paisagem. Eu não escolhi uma atividade fácil, eu escolhi cozinhar, aí você pode falar que cozinhar é fácil e tal. Lembre-se de que eu não sou um masterchef da vida. Já que tinha escolhido no que trabalhar comecei a me aventurar nas receitas. Olhei várias e várias receitas, mas poucas me interessavam. Até que achei uma receita de panqueca, pensei, nessa receita se usa poucos ingredientes, vai ser fácil e era fácil de fazer, tinha feito minhas panquecas. Estava feliz. Estavam boas. Até minha mãe experimentar e falar - agora você pode cozinhar para gente. Pensei “nossa sou um masterchef nato”, primeiro prato já tenho um restaurante. Preparei as panquecas para meu avô e agora tenho mais um cliente. Na próxima vez que eu ficar entediado, vou procurar uma coisa mais fácil para fazer, agora eu tenho uma fila cheia querendo experimentar o prato do chef. Estava observando o que as pessoas que estão isoladas, estão fazendo para não enlouquecer, umas estão cortando os cabelos, outras fazendo live, outros como eu cozinhando, jogando vídeo game, correndo, lendo livros e outros sabe lá o quê. O importante é não ficar desocupado, afinal, gente desocupada faz bobagem. Por outro lado, as pessoas que estão trabalhando durante a pandemia, que trabalham com transporte, médicos, professores, não devem estar enlouquecendo por estarem conduzindo suas vidas da mesma forma, apenas usando os meios de proteção, como álcool gel e máscaras.

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O que eu acho do distanciamento social Raphael Torelly Acosta O distanciamento é muito ruim, pois mesmo que eu não goste muito de sair de casa, essa situação me faz pensar que seria tão mais fácil estudar se não estivéssemos nesta pandemia, pois todo o dia eu iria para a escola sem me preocupar com a internet que não funciona certas horas, além de poder ver meus amigos. Se não tivesse a pandemia o nosso país podia estar melhor, mais pessoas estariam trabalhando e não teria essa crise com tantas pessoas desempregadas. Eu não consigo ficar perto da minha mãe, pois ela trabalha no hospital, ela atende o telefone e envia a ambulância para o local que precisa. Parece um trabalho chato e difícil, mas se ela não estivesse trabalhando lá, ninguém ia saber onde estão as pessoas feridas. Esses dias ela me disse que já ouviu várias histórias complicadas e que prefere esquecer tudo quando volta para casa. Eu agradeço aos médicos e enfermeiros que todos os dias vão trabalhar para proteger as pessoas que estão doentes com o vírus chamado Covid-19, o coronavírus. Esses profissionais passam por muitas situações difíceis em sua profissão mesmo sem o vírus, então, agora a situação deve estar muito mais difícil. Eu estou muito ansioso para que pandemia acabe para eu voltar a minha vida comum, poder me acordar às 7 horas, me arrumar e ir à escola dar um abraço nos professores, pois eu adoro todos eles. Saudades de falar com os meus colegas e perceber que a escola tem grupinhos em todo o lugar, cada um espalhado pela escola e eu me juntar a um deles. Com a pandemia todos os meus amigos pararam de falar comigo, sinto-me sozinho de vez em quando, mas tenho a minha família que com certeza é melhor do que eles. Mesmo não tendo muitos amigos na escola eu tenho vários conhecidos nos sites e eles me fazem bem feliz. Eu não ando muito bem na escola, nós não temos uma internet boa, então não conseguimos acompanhar as aulas direito, peço desculpas para todos os professores. Estou em atraso com algumas matérias por causa disso, mas já estou me esforçando para mudar este fato. Recentemente meu computador estava com vírus não conseguia ligar ele, acabei não comparecendo a algumas aulas on-line, mas agora eu estou de volta porque ele foi formatado e já estou fazendo os trabalhos. O lado financeiro está bem ruim em casa, e eu acho que posso ajudar de vários jeitos, eu e a minha irmã Yasmin ajudamos com tarefas domésticas, enquanto nossa mãe trabalha. Nós não estamos nos dando muito bem nesta pandemia, pois parece que minha irmã fala somente com as suas amigas e não comigo, mas isso não importa tanto. Faltam seis meses para terminar este ano e acho que serei aprovado, na verdade, espero muito por isso. Escuto muitas pessoas dizerem “Eu quero ser adulto rápido”, mas eu com apenas 13 anos não tenho essa pressa, pois quero fazer coisas que nesta vida ainda não consegui fazer. Perdi muitos aniversários de parentes e não podíamos comparecer por mais que nos amássemos, mas mesmo assim eu estou feliz por saber que eles estão bem. Estou aproveitando a pandemia para melhorar meu gosto musical e minhas habilidades de edição gráfica, costumo pedir fotos dos meus amigos e saber sobre um personagem que eles gostem para eu poder editar, é um dos meus novos jeitos de passar o tempo. Eu adorei essa atividade, pois com ela eu consegui desabafar o que eu tinha para falar, muito obrigado.

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O estresse e a pandemia Raphaela da Silva Carneiro A minha vida e a de quase todas as pessoas ficou extremamente difícil depois que o coronavírus chegou ao Brasil. Não podemos ir ao colégio e os adultos não podem trabalhar. Pessoas passam fome, pois não conseguem dinheiro para viver. Minha escola parou, porque as pessoas não poderiam ter contato umas com as outras. Este momento foi o mais dolorido para mim, porque meus melhores amigos e companheiros do meu dia a dia são da escola. A saudade de todos só aumenta cada vez mais. Eu sinto muita falta das minhas amizades. Mas ficar sem elas não está sendo uma opção e sim uma responsabilidade. Vamos manter mais vidas salvas no mundo em que vivemos. No momento estamos participando de aulas on-line. Os professores passam atividades e trabalhos no site da escola para fazermos. Durante a semana participamos de videoaulas com os colegas e educadores, é quando corrigimos os exercícios e tiramos dúvidas. A quarentena está me deixando muito louca, não consigo ficar em casa por muito tempo. O shopping era a minha distração nos finais de semana. E, agora, a minha distração é a louça que tem na pia de casa. Passo bastante tempo com a Yasmin e o Raphael, meus amigos da escola, vou o tempo todo para a casa deles. Se eu não for para lá, a Yasmin vem na minha casa. Nós três nos pegamos no pau, brincamos, assistimos vários filmes, principalmente os de terror. Já viajamos para a praia umas três vezes com a mãe da “mini” e do Raphael. Sempre que eu estou com eles me sinto completa, são momentos legais e muito divertidos. Se eu conseguisse passar mais tempo com eles seria melhor. Eu fiquei bem feliz quando ouvi boatos que nós iríamos voltar a sair para a rua. Eu adoro bater perna no centro da minha cidade. As lojas foram abertas, porém fecharam com um novo decreto. Esses tempos, passei mal e achei que era o Covid-19. Fiquei preocupada, mas já estou bem. Um casal de amigos da minha tia fez o teste e deu confirmada a doença. Isso aconteceu porque eles não estavam se cuidando e saiam sem necessidade. Ultimamente fico direto fazendo as atividades da escola, isso não está me fazendo ficar de boa com a vida. Estresso-me por coisas básicas que eu poderia resolver rápido, mas a preocupação das atividades não deixa. Os funcionários da saúde estão fazendo um grande papel na nossa sociedade. Devemos agradecer tudo o que eles estão fazendo por nós. Nossos super-heróis neste momento tão difícil que estamos passando. Essa pandemia está no Brasil desde março deste ano. Ela veio lá da china para nos aterrorizar e nos trancar dentro de casa. O ruim é que há pessoas que não estão respeitando esse momento. Na luta contra o coronavírus o uso de máscara, a higienização das mãos e o isolamento social estão sendo a forma mais eficaz para diminuir a contaminação devido ao vírus. O isolamento social também está servindo para momentos de reflexão, para saber quem somos, e para aprendermos a dar valor as pequenas coisas que a vida nos oferece. E, assim, nos importarmos principalmente com as pessoas que amamos. O bom disso tudo é que podemos passar mais tempo com a nossa família. Espero todos vivam suas vidas normalmente por mais difícil que seja, até por que precisaremos conquistar muito do que perdemos.

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2020, o ano de aprendizados Sabrina Tofoli Ozório Passei a virada do ano em São Paulo, com minha família e fiz a contagem regressiva para 2020 junto com 2 milhões de pessoas na Avenida Paulista. Parecia que seria um ano muito produtivo. Ninguém dava importância para um vírus que já circulava pela China, afinal é tão longe da gente. Voltamos para Porto Alegre e com o passar do tempo as notícias começaram a circular. Outros locais já teriam pessoas com o vírus, que antes estava tão distante. Fico pensando como pode tanta mudança em tão pouco tempo. Um dia estou no meio de uma multidão e no outro não posso ter contato com quase ninguém, nem sair de casa para tomar um ar. Este mesmo ar que tantas vezes me faltou por causa da minha asma. Mas como é para uma pessoa asmática como eu, estar no meio de uma pandemia? Às vezes é sufocante! Crise asmática. Confesso que saio uma vez ou outra para respirar, sempre com os devidos cuidados, afinal recebemos tanta informação, que faz bem sair um pouco. Das muitas coisas que eu sinto falta, uma delas é de conseguir fazer as atividades em sala de aula. Parece que os alunos ficam mais concentrados e rendem mais. Eu, por exemplo, estou atrasada em algumas atividades, e acho muito ruim. Fico até nervosa. E minha mãe diz que vai ficar tudo bem e que vou conseguir colocar tudo em dia. Sei que é uma situação nova para todos. Ninguém esperava por isso. Então, tenho que ter otimismo para que tudo volte ao normal e a escola volte logo com as aulas presenciais. Pensar que há dois meses estávamos felizes e agora não podemos ver ninguém e nem tocar em nada. Por causa dessas limitações, muitas pessoas estão ocupando seu tempo com novas experiências, eu, por exemplo, estou gravando vídeos de dança e conversando com minha prima por mensagens, também vejo séries e faço algumas fotos para o meu Instagram. Mas quero que isso acabe, para que todos possam voltar a fazer o que mais gostavam fora de casa. Eu quero viajar para um lugar bem legal e ir ao show do meu grupo favorito que foi cancelado por conta da pandemia. Em certos momentos, fico pensando como será que vamos contar isso para nossos filhos e netos? Como irão estudar o ano de 2020 no futuro? Ainda não temos a resposta, mas tenho certeza de que teremos muito para contar. E eu poderei dizer que passei por isso e saí muito mais forte.

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Distanciamento social Thaila Jacinto Alves da Silva As medidas preventivas de isolamento são essenciais para evitar o aumento de casos de pessoas doentes pela Covid-19, é necessário evitar aglomerações, assim como, a paralisação de atividades não essenciais, fechamento de escolas, mercados públicos, cancelamento de algumas atividades laborais, eventos, minimizando o deslocamento social. Com a orientação de ficarem em casa, em meio ao aumento de doenças causadas pelo coronavírus, muitas pessoas estão em isolamento em diversos países. Atividades do cotidiano como sair para passear com o cachorro, andar de bicicleta, caminhar na rua, não são atividades proibidas, desde que haja distanciamento de dois metros entre as pessoas e as mesmas estejam usando máscaras. Os profissionais que estão em atendimento constante desde o início da pandemia são trabalhadores da área da saúde, farmácias e supermercados. Em meio a tantas mudanças nesses tempos de pandemia, minha rotina mudou muito, fico em casa pela manhã, me organizo para assistir as vídeos-aulas, mais tarde faço exercícios da aula, ajudo minha irmã nas tarefas de casa e depois eu assisto Netflix. A mudança mais significativa, é ter que aprender através de pesquisas na internet, não ter convivência com os colegas, mas, por outro lado, estou perto dos meus familiares. Contudo, deve-se respeitar as orientações das autoridades locais, por isso, sempre que tiver contato com outras pessoas e objetos que podem ter tido contato com o ambiente externo à sua casa, use máscara, use álcool em gel e higienize as mãos com água e sabão. Somente saia de casa se for necessário, para evitar o contágio.

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Minha vida no distanciamento social e como funciona meu lar nas atividades domiciliares Yasmin Torelly Acosta O vírus chegou e pegou a todos de surpresa. Novas regras durante essa pandemia foram realizadas para que pudéssemos viver nosso cotidiano de forma segura. Nós não podemos sair de casa só em casos extremos e mesmo assim temos que usar máscara e passar álcool em gel. Foi bem ruim tudo isso, pois não posso ter contato com meus amigos. As aulas continuam normalmente e as atividades da escola mudaram um pouco, pois agora é tudo digital. Eu admito que acho as aulas melhores e os alunos cooperam bastante, além de os professores ganharem muito mais tempo por não precisarem chamar a atenção da turma a toda hora. A única parte ruim é que não temos contato físico com nossos amigos, não é igual às aulas presenciais. Mesmo assim, tenho muita gratidão, pois sei que há muitos jovens que não têm condições de estudar e isso é ruim para o futuro deles. Em casa anda tudo normal, agora tenho mais tempo para ajudar minha mãe nas tarefas domésticas e estudar, me concentro melhor, pois não tenho colegas em volta. Eu confesso que estou me enrolando um pouco para enviar e-mail, é mais difícil de entender do que eu imaginava. Sinto saudade dos familiares que íamos visitar de vez em quando, mas logo que isso acabar eu os verei. Às vezes não sei se até o final do vírus vou ver a todos. Eu vi que nessa situação devemos redobrar os cuidados com a nossa higiene e nos manter sempre distante das pessoas. Ao sairmos de casa é importante muito cuidado e ao voltarmos, devemos tomar banho. Os profissionais de saúde estão na linha de frente, se colocando à disposição das pessoas que estão necessitando de ajuda profissional, correndo risco de vida, esta atividade é muito importante, mas eles também têm família que precisam de seus cuidados. Vi no jornal que estes profissionais também estão adoecendo e fico pensando quem vai cuidar dessas pessoas. Muitas das pessoas que pegam o vírus saem de casa sem tomar os devidos cuidados, sem usar máscaras, luvas, álcool em gel e não fogem das aglomerações. Mesmo que não fiquem infectados, podem passar para o familiar que está em casa. Eu não acho que shoppings e lojas de roupas devem abrir, pois há muita aglomeração de pessoas e isso ajudará a espalhar o vírus. Deve-se ter cuidado também com as festas clandestinas, elas só fazem aumentar o tempo de isolamento social, porque o perigo de infecção é muito grande, aumentando o número de infectados que irão procurar os hospitais. A conclusão que chego é que precisamos respeitar a todos, cuidar da nossa família, e, principalmente, devemos manter o isolamento social como forma de proteger aos que amamos e a nós mesmos.

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O distanciamento social Amadeu Angelo Acosta Pretto O período que nós estamos vivendo atualmente, em meio a pandemia do Coronavírus, serve para refletirmos muito. Não é bom ficar longe dos meus amigos, dos professores e de toda a rotina escolar. As atividades domiciliares são bem elaboradas, assim como as aulas online, porém a quantidade de conteúdos faz com que eu me atrapalhe em determinados momentos. Mesmo assim, estou realizando as atividades no meu ritmo. Cada professor tem um jeito para se organizar e transmitir suas aulas, algumas são mais dinâmicas, outras mais teóricas, mas todos nos cobram muito com o objetivo de ajudar. No meu dia a dia, fico em casa respeitando a quarentena com meus cachorros, Shakira e Nenezinho que me fazem companhia, pois minha mãe passa o dia no trabalho. Acordo todos os dias às 7 horas, exceto na quinta-feira que tenho tempo livre sem o compromisso da aula domiciliar. Em alguns finais de semana saio com meus pais, em outros, ficamos em casa revisando as matérias e realizando as atrasadas. Sinto falta dos meus amigos, mesmo que não tenha aula presencial nos comunicamos diariamente, mas não é a mesma coisa do que estar frente a frente no colégio. Talvez essa falta seja maior porque a maioria dos meus amigos são no colégio, já que no condomínio tenho somente dois amigos, mas que no momento não estamos conversando por causa do distanciamento. Com as aulas presenciais suspensas, tive que me adaptar a esse novo formato de ensino, acho difícil, mas me esforço dando meu melhor para conseguir ser aprovado no final do ano. Vivemos muitas incertezas, não só por parte dos alunos, mas dos professores também, porque não sabemos até quando esse vírus permanecerá e quando estaremos seguros para retornar. Fiquei sabendo por uma ex-professora que já existem famílias que estão dispostas a tirarem seus filhos das escolas por não dar credibilidade ao ensino a distância, outras por não conseguirem acompanhar as atividades dos filhos, e há ainda aquelas que estão inseguras a respeito da saúde dos filhos no retorno às aulas, pois terão contato com os colegas. No meu caso, minha família está seguindo as orientações da escola e pretendo voltar para as atividades normais, mesmo sabendo do risco de contágio, não acho desperdício do ano letivo. Acredito que sairemos dessa quarentena fortalecidos e com a certeza de que podemos sempre descobrir novas formas de aprender. Claro que estar na escola com os colegas e professores é muito melhor, mas por enquanto nos resta estudar em casa. Ficar em casa me fez lembrar de um comentário feito pelo professor Pablo que nos alertou, que não devemos ficar só jogando e comendo em frente da televisão, percebi que ele se preocupa com nossa saúde física. Falando em saúde, estava lembrando que esse isolamento longo que estamos vivendo pode nos entristecer e abalar nossa saúde emocional. Mas para finalizar, quero dizer que estou otimista e torcendo por dias melhores.

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Não aguento mais ficar em casa Ashley Renata de Lima Meireles Eu nunca passei tanto tempo longe dos meus amigos, mas eu entendo, é o momento para nos cuidarmos muito devido a transmissão do coronavírus. Não estou feliz, porque no início do ano eu coloquei uma meta pessoal, me esforçar para ser aprovada sem recuperação, com tudo isso estou bem desmotivada. Não tem graça falar que hoje é segunda, ou sexta-feira, os dias parecem todos iguais. Acredito que isso está acontecendo para que as pessoas se preocupem em tratar a todos como seres humanos. Nem os bichos merecem ser maltratados. O mundo deverá ficar diferente. As atividades domiciliares, que os professores estão enviando, são legais, mas eu prefiro ficar na sala de aula. Enquanto nós estamos fazendo os exercícios ou alguma atividade nós conversamos, e os professores nos ajudam. Com as aulas on-line não é a mesma coisa, estou com saudades, não aguento mais ficar em casa. Eu e minha mãe nos aproximamos muito, também eu e minha prima, por um lado está sendo bom ficar em casa, por outro bem ruim. Penso que o mundo vai ser diferente, as pessoas irão mudar. Eu espero mudanças em mim também, deve ter algum motivo para que tudo isso tenha acontecido.

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Tempos de Pandemia Carolina Rauber Nesses tempos de pandemia que estamos passando em casa a rotina de todo mundo mudou. Tanto nossa, alunos quanto de professores, trabalhadores autônomos, empresas etc. Quando os professores anunciaram que nós iríamos ficar de quarentena, pensei que seriam apenas quinze dias como se estivéssemos de “Férias” para falar bem a verdade eu tinha gostado bastante da ideia. Mas foi só uma questão de tempo para eu perceber que os primeiros quinze dias eram apenas o início de um longo período que estamos vivendo. Em casa eu tenho feito as atividades domiciliares que por sinal não são poucas, organizo-me para fazer as atividades nos dias de semana pela tarde assim fico com o final de semana livre para mexer no celular, ver séries na Netflix, assistir TV etc. Eu não tenho ficado muito com minha família, pois meus pais trabalham durante a semana pela manhã e tarde. Com meus amigos eu não tenho nenhum tipo de contato físico, mas converso bastante on-line já que é a única maneira que tenho para me conectar com eles. Pandemia segundo o dicionário significa: enfermidade epidêmica amplamente disseminada. Mas ao meu ver significa: saudade incontrolável. No mínimo, porque a pausa nas atividades e nos encontros chega para todos nós como um grande susto. O Covid-19 influencia a vida de todo mundo que vive em sociedade. Estamos sendo obrigados a lidar com esse vírus que antes era desconhecido pela população inteira. A pandemia faz todos nós percebermos que quando temos nossa família e amigos por perto não saímos da internet e quando estamos longes sentimos falta. Também durante a quarentena tenho feito vários tipos de receitas como: cookies, pudim, brigadeiro etc. Afinal, se estamos presos em casa o que nos impede de aprender, provar e inventar coisas novas? Falando em aprender eu comprei um slackline que é como se fosse uma fita que andamos sobre ela tipo uma corda bamba. Ainda não chegou, mas quando chegar eu vou me atracar para aprender, estou bem ansiosa e feliz com a minha compra. Eu tenho medo de pegar esse vírus ou que a quarentena se estenda mais e eu perca o ano na escola. Eu espero que depois que isso passar não tenhamos que andar de máscara sempre na rua e que possamos abraçar e beijar nossa família e amigos. Nesse momento queria ver o futuro para saber se o corona vai se tornar uma doença crônica ou até quando vamos ficar sem festas de amigos churrascos de família etc. Este vírus está sendo uma espécie de inimigo para nós, mas um inimigo diferente, ele é invisível. Mas como combater algo invisível? O único modo é respeitar as regras do Ministério da Saúde, afinal, se não o estamos enxergando, então, vamos obedecer quem o enxerga. Mas quem o enxerga? Os contaminados, os especialistas e os médicos, por isso a palavra dos especialistas é importante para nos mantermos informados e seguros diante de toda essa situação vivida. Quem não tem tempo para cuidar da saúde não terá tempo para cuidar da doença.

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Covid-19 Clara Elisa Böf Ruas D’Ávila Era 17 de março do ano 2020, ali começou meu isolamento social. Uma doença que ninguém esperava, o pânico batia à nossa porta. Para sair às ruas somente em casos extremamente necessários e com o uso de máscaras e álcool em gel no bolso, assim minha mãe agia e nos ensinava. Juntamente a isso, outra situação inesperada aconteceu, a mãe de meu padrasto vendeu sua casa, e veio passar duas semanas dentro de minha residência, mas acabou se tornado três meses, que pareceram três anos. Para piorar, ela cria a neta dela de três anos, o que parece uma situação normal, todavia não é tão simples assim, vou explicar o porquê. A criança tem três anos, mas seu comportamento era igual ao de um bebê, sequer sabia comer. A “simpática” senhora não a ensinava nem a tomar água, além disso, ela usava fraldas de dia e de noite. A partir daí, penso que já dá para perceber que minha mãe precisou dedicar grande parte do seu tempo para ensinar aquela criança, e ajudar a senhora a entender os cuidados que precisava ter com ela. Eu acabei ficando para segundo plano, mesmo necessitando de auxílio nos meus estudos e na minha organização, contudo entendi que ela carecia realmente de mais ajuda do que eu. Para elas ficarem melhor acomodadas, tive que sair do meu quarto, e meu quarto passou a ser a sala. Para completar, todos os dias às 6h da manhã, elas atravessavam a casa, ida e volta, falando em voz alta, sem respeito algum. As horas restantes em que eu poderia dormir um pouco mais, elas permaneciam acordadas com a televisão a um volume absurdo, e suas falas mais pareciam gritos aos ouvidos de todos da casa. Minha mãe e meu padrasto pediam diariamente que mudassem essa conduta, porém era em vão, a senhora seguia agindo como se nada tivessem ouvido e educar aquela criança para ela era praticamente impossível, pois ela própria ainda precisava se educar. Tirando isso, dentro de mim se fez um sentimento nostálgico, existe a lembrança de quando não era preciso a preocupação com o contato físico. Há muita saudade dos meus familiares, amigos e professores. Ainda assim, precisamos permanecer afastados. As atividades domiciliares que eu precisava fazer acabaram se acumulando, e não por que eu não procurava fazê-las, ao contrário. Sentada diante dos livros e cadernos, assistia vídeos explicativos das matérias de manhã e ainda a tarde inteira, mesmo assim, continuo com dificuldade de compreender diversos conteúdos. A corrida é contra o tempo. Realmente, não é nada fácil estudar em casa distante de um professor. Tive (e ainda tenho) muitas dificuldades a enfrentar com esse distanciamento, mas também aprendi muito com ele. Aprendi que prestar atenção na aula com a presença dos professores e separar algumas horas de estudo para fixar o conteúdo é muito melhor do que ter que aprender sozinha. Aprendi que quando estamos perto das pessoas que gostamos, um simples café da tarde, uma simples hora do recreio é sensacional. São momentos que antes eram comuns, mas agora na recordação são incríveis. Daria tudo para viver a vida maravilhosa que vivia antes (e não sabia). Quanto a mãe de meu padrasto, conseguiram a casa para elas faz alguns dias. Agora, também dou valor a paz da minha casa, ao silêncio do meu quarto. Minha mãe voltou a me ajudar, e estou voltando a me organizar. Mas alguns medos ainda me rodeiam, por exemplo, esta doença que permanece viva, os conteúdos da escola, que não sei se conseguirei vencê-los e as pessoas amadas quando poderei vê-las. Mas em algum momento tudo isso vai ter que passar, e nossa vida vai voltar ao normal. Espero ansiosa.

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Conhecendo a si mesmo Clarissa Bernardes Silveira Nesse momento do distanciamento social senti falta das pessoas, vê-las, abraçá-las, trocar ideias, enfim, o contato humano. Vontade de conversar com meus amigos, das brincadeiras de pega-pega, nossas fofocas e a partilha da merenda. Aprendi com o distanciamento social que em casa, temos que ajudar nos afazeres domésticos, como por exemplo, lavar a louça, limpar o banheiro, juntar o cocô do cão, juntar e lavar a roupa suja, tirar a o pó, arrumar a cama, organizar o quarto, varrer a casa e tudo mais que colabore na organização do ambiente. Estando mais tempo com minha família, percebi que temos muito amor um pelo outro. Minha mãe é muito carinhosa e dedicada com a família, meu pai é divertido e também é muito presente em todos os momentos, minha irmã gosta muito de brincar comigo e fazemos juntas as atividades escolares. Como não podemos sair de casa, minha irmã e eu fazemos os temas da escola no período da manhã, depois do almoço é a hora do lazer, olhamos filmes legais, jogamos jogos diversos e aproveitamos o pátio jogando bola, pulando corda, brincando de esconde–esconde e correndo livremente. Duas vezes na semana, minha mãe faz exercícios físico, alongamento, agachamento, polichinelo, abdominais e ponte, ou seja, tentamos nos manter saudáveis e ativos. Nos finais de semana, vamos a igreja para assistir a santa missa. Esta quarenta está nos ensinando a ficarmos mais próximos uns dos outros, porque essa convivência de vinte quatro horas nos ensina que a família é toda nossa força e estrutura para continuarmos em frente, mesmo com erros e acertos. Mas, mesmo assim, sinto muita saudade da minha escola, que é onde eu aprendo coisas novas e conhecimento para a vida.

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Distanciamento Social Daniel Luann Rahal Hübner Pelo começo de dezembro, na China, foi descoberto um vírus que aparentemente provocava apenas uma pequena gripe, porém, com o passar dos dias, esse “resfriado” se tornou algo além do esperado. De repente, começou um grande número de pessoas a ficar doente, descobriram que os sintomas eram diferentes de uma gripe. Perceberam que era uma nova doença - Covid-19. Com o tempo essa “doença” (no caso, um vírus muito perigoso) foi se espalhando pelo o mundo todo, e em um pequeno período chegou ao Brasil. No primeiro momento, achei que não era nada demais, e que não iria ser tão grave essa história de coronavírus no Brasil, era só relaxar. Porém, foi bem pelo contrário, com o passar do tempo, diversas pessoas estavam sendo contaminadas com o vírus. Na metade de março, anunciaram que fechariam as lojas, escolas e outros lugares, tudo isso por causa da pandemia (uma enfermidade epidêmica amplamente disseminada), que eu achava que não era nada. Obrigaram as pessoas a usar álcool em gel de forma exagerada, e também lavar bastante as mãos. De início usava a máscara apenas quem tinha os sintomas do Covid-19. Isso mudou, agora temos que sair de casa sempre com a máscara em nossos rostos (sempre cobrindo até o nariz). Confesso que se eu usar a máscara por muito tempo, não conseguirei respirar direito. Sem dúvidas, essa é a pior parte de utilizar uma máscara. Infelizmente, junto com a quarentena, veio o distanciamento social, ou seja, ficar longe dos amigos e familiares. Realmente essa é uma das piores partes da quarentena, ficar longe dos amigos e parentes, apenas podemos nos comunicar com eles por alguns aparelhos eletrônicos, mas não é a mesma coisa, a sensação é completamente diferente. Com todo esse tempo longe dos amigos e familiares (mais ou menos três meses sem vê-los) ficamos com saudades de conversar pessoalmente com eles. Por outro lado, estou literalmente ansioso para que a ciência descubra alguma vacina ou remédio para acabar com esse vírus indesejável, e acabar com essa quarentena de uma vez por todas. As únicas pessoas que eu mais vejo são: meu pai, mãe irmã e minha vizinha que mora ao lado da minha da minha casa. A quarentena está parecendo que não acaba nunca, cada vez que olho no relógio, parece que o tempo não passa. Todos nós já sabemos que a origem do coronavírus (Covid-19) é de umas das cidades mais populosas da China, e com um pequeno tempo o coronavírus se espalhou pela a Ásia toda, e logo depois ela se estendeu pela a Europa inteira. O país, atualmente, mais atingido é a Itália, que tiveram milhões de vítimas contaminadas, porém o país que é líder de vítimas do coronavírus é os Estados Unidos, com milhões e milhões de casos confirmados. Três meses sem ver ninguém, é realmente para deixar qualquer pessoa louca. Para as pessoas que não sabem, essa é segunda pandemia da história da sociedade, a primeira da história é a famosa Peste Negra, que chegou a ser mil vezes pior do que o vírus atual. Se o coronavírus já é ruim, imagina a Peste Negra, deveria ser muito pior. Nem sei como a população sobreviveu. Ouvi dizer, que lá por julho ou agosto o governador do estado diz que as aulas irão voltar, porém, irão ser aos poucos. Vamos torcer para que essa quarentena se encerre o mais rápido possível.

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Um vírus poderoso Guilherme Vargas Viegas Antes as aulas eram presenciais, agora são on-line. Antes podíamos nos agrupar, agora isso é impossível. Até onde o ser humano irá suportar esse vírus? Esse distanciamento social está realmente nos separando, mas de uma forma mais agressiva, fazendo estrago geral. Na escola, por exemplo, era muito mais divertido, mais fácil. Agora com este vírus mudou tudo, ninguém estava preparado para mudanças tão drásticas. Não podemos sair de casa, o vírus está no ar, e para realmente sair de casa é necessário o uso de máscara. Reunir-se com os amigos, então, é quase impossível, e não é recomendado. Se um de seus companheiros estiver contaminado, o contágio será quase imediato. Mas ficar longe dos amigos é impossível, e a forma encontrada no momento é online. Vejamos pelo lado bom, a união com a família melhorou, antes para alguns, como eu, era da casa para escola e da escola para casa. Agora tenho mais tempo com minha família, para brincadeiras, etc, e isso é legal, muito legal. Sobre as atividades domiciliares, é muita matéria. As atividades da escola triplicaram, agora são folhas, folhas, folhas e mais folhas. Agora estão muito complicadas as atividades, são muito difíceis, e o professor não está mais conosco, exceto na aula on-line. Nós precisamos voltar ao nosso cotidiano, ir à aula presencial, tirar dúvidas, passear, respirar ar fresco. Estamos aguardando ansiosamente a cura do Covid-19, os médicos estão pesquisando muito para encontrar uma vacina. Nesse tempo de quarentena, não se pode perder a forma, deve-se fazer exercícios em casa, aulas on-line, aproveitar e se reconectar com a família. Tentar aproveitar o máximo a felicidade do agora, mesmo que não se possa sair.

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Dia a dia na quarentena Israel Gonçalves de Lima A escola fechou para fazer a quarentena, mas eu já estava em casa há muitos dias por causa da asma crônica. Estava tossindo muito e por sorte não tossia a noite, senão ninguém iria dormir. Nas redes sociais começaram a aparecer muitas notícias sobre o novo coronavírus, sobre as pessoas doentes e os mortos. Os médicos em busca de uma cura e apresentando os cuidados que precisávamos ter com a higiene das mãos e, principalmente, não sair de casa, por isso as escolas fecharam. No início do isolamento social pareciam férias, mas começamos as atividades domiciliares, mesmo assim, para mim parecem férias porque eu gosto muito de ficar em casa, mesmo com todos os trabalhos e atividades semanais. Os professores estão se adaptando às aulas on-line, no início sempre é bem difícil. Agora já estamos nos adaptando a essa nova rotina que ainda não se sabe até quando vai. O bom é que temos a tecnologia, sem ela o isolamento seria bem pior. Não estou vendo meus colegas todos os dias pessoalmente nem os professores, sei que muitos estão bem porque nós nos vemos nas aulas on-line. Até perdi a noção do tempo, achei que tinha passado um mês, mas faz quase três meses que estou sem sair de casa. Agora consigo ter mais contato com meus amigos virtuais, mesmo não estando juntos conseguimos nos divertir. Não vejo minha avó há mais de três meses porque os idosos não podem sair de casa, mas como diz o ditado: “idoso é pior que criança’’. Ela não obedeceu e saiu de casa várias vezes durante o isolamento, ainda bem que não ficou doente, mas teve uma pré-isquemia, e o médico disse que foi ansiedade com tudo o que está acontecendo, mas ela já está melhor. Essa situação está demorando mais do que as pessoas pensavam, está piorando, por isso é importante todos ficarem em suas casas e se cuidarem. Devemos torcer para os médicos conseguirem encontrar uma vacina, remédio ou tratamento para o coronavírus, mesmo assim, as coisas não vão voltar totalmente ao normal, esse período vai deixar sua marca no mundo. Vamos ter que nos adaptar ao mundo como está.

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Distanciamento Social Luisa Martins de Vargas O distanciamento social é uma forma de controlar o vírus para que não se espalhe na população. Está sendo um momento muito difícil, pois estamos longe dos amigos, familiares e colegas. O afastamento das pessoas que gostamos pode trazer angústia e sentimentos negativos. O isolamento serve também para ficarmos mais próximos de quem convivemos e lidamos diariamente. Porém, em relação aos estudos, está mais difícil de lidar e de se concentrar, pois com a maior circulação de pessoas dentro de casa o tempo todo fica difícil de estudar, porque nem todos que têm um local adequado ou alguém ajudando no que precisa. O lado bom é que estamos fazendo a nossa parte, que é ficar em casa nos protegendo e cuidando de quem amamos. Esses três meses de isolamento, acredito que tenha servido de lição para muitas pessoas, ao ter que valorizar pequenos momentos e diminuir as despesas. Uma triste realidade que vemos nessa quarentena é as famílias que não têm condições de se sustentar e promover os estudos dos seus filhos, pois muitos não têm acesso à internet. Os estudantes que estão terminando o ensino médio, sem esse acesso, terão dificuldade para fazer um bom vestibular. Precisamos fazer todas as atividades, deixar tudo em dia, participar das aulas on-line, entregar os trabalhos nas datas propostas. Não podemos ficar abalados, tristes e com medo de não conseguir entregar tudo. Precisamos pensar também os médicos, e todos que estão na linha de frente, nos serviços essenciais, fazendo o que podem para nos proteger e cuidar da vida das pessoas que estão com o vírus. Com descumprimento do distanciamento social o número de infectados e o número de mortes está aumentando, e com isso os leitos de UTIS estão ficando lotados. Com isso as autoridades do Estado tornam a fechar os shoppings, academias, salões de beleza e os restaurantes, para controlar o avanço da pandemia. No distanciamento social não há restrições para população com menos de 60 anos, desde que não apresentem sintomas do Covid-19, mas as pessoas dos grupos de risco devem seguir as orientações de permanecerem em casa. É necessário usar máscaras para a proteção dos idosos e das pessoas em geral. O distanciamento no ambiente de trabalho também é necessário e as reuniões devem acontecer de forma virtual com horário de trabalho reduzido, com menos funcionários trabalhando, e mais higienização no local, e todas as medidas de segurança. Apesar de muitas vezes haver prejuízos econômicos, o distanciamento social é necessário e deve ser adotado levando em consideração a responsabilidade da autoridade do Estado de garantir a saúde da população. Algumas atividades essenciais como: supermercados e farmácias também devem seguir as medidas de distanciamento no interior dos estabelecimentos, assim como na formação de filas, sempre usando máscaras e álcool em gel. O Ministério da Saúde recomenda manter uma distância de 2 metros de distância de outras pessoas.

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As faltas do isolamento Mariana Schwertz dos Santos A experiência com o distanciamento social das pessoas que amamos e com as quais convivemos todos os dias me fez refletir muito. Hoje, sentada na sala rodeada por meus cadernos, livros, lápis e canetas percebi um silêncio que chegava a me assustar. Senti saudades de tudo que reclamava todo dia, como acordar cedo. Sinto falta de chegar ao portão da escola e encontrar meus colegas antes da aula começar, falta de ficar no pátio conversando sobre as poucas horas que nos separavam antes de mais um dia escolar começar. Nunca eram quaisquer encontros, eram sempre encontros de muitas risadas, beijos e abraços, mesmo que o nosso encontro tenha sido há poucas horas. Claro, muitas vezes, não eram só alegrias porque os meninos gostavam de incomodar. Era nosso tempo de contar as novidades das horas que não estivemos juntas, onde fomos, o que comemos, onde foi o passeio do final de semana. Hora boa era quando ouvia o sinal do intervalo, até dividir o lanche com algum colega que esqueceu o seu era legal. Os professores também fazem falta. Como era bom ouvir e estar na presença deles, parece que o aprendizado se fazia melhor. A cobrança do dia a dia das atividades serem realizadas, o elogio que me era dado quando eu realizava as tarefas corretamente. Penso que quando tudo isso passar seremos diferentes, nossa convivência será diferente, mas com certeza fica o aprendizado da falta que a distância de quem gostamos nos faz sentir. O aprendizado que fica é o quanto sou feliz de ter saúde e a vontade de retornar a todos esses momentos que antes eu achava serem irrelevantes.

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Não aguento essa quarentena Matheus Juliano de Souza santos Não é fácil, viver com minha mãe nessa quarentena, pois já era “um saco” antes, imagina agora, todos os dias tomo um “xingão”. Não estou reclamado da minha mãe ela é “maravilinda”, eu a amo, mas ficar o final de semana inteiro tendo que aguentar ela, já era difícil imagina agora, todos dias. O que não entendo das mães é que elas têm sempre uma resposta, “tipo para tudo”. Elas são semelhantes ao Google Assistente, ele tem sempre uma resposta, é mais ou menos isso, tem resposta para tudo. Um dia desses perguntei para minha mãe, enquanto ela lava a louça: - Mãe quer que eu faça alguma coisa para te ajudar? Ela me respondeu assim: - Não precisa, eu faço sozinha. Passaram-se uns 10 min, ela falou, conversando sozinha: - Ninguém me ajuda nessa casa, eu faço tudo, quero ver o dia que eu morrer. Eu tenho que rir, pois se eu falo algo, ou retruco, toma mais um xingo. Eu tomo um xingo diariamente, quase sempre é por causa da minha irmã, mais nova. Mas eu sei que quando eu estiver lá no futuro, e olhar para o passado, saberei o quanto minha mãe foi importante. Foi ela quem me colocou no mundo, cuidou de mim quando o vagabundo meu pai, viajou no dia que eu nasci, mas não vem ao assunto agora. Eu amo essa mãe, ela é muito especial. Irmão é uma palavra bem forte, eu tenho duas irmãs. Uma por parte de mãe e outra por parte de pai, que não mora comigo, convivo com uma, que é a por parte de pai. Tem uma diferença de idade bem grande entre nós, ela tem 5 anos e eu tenho 12 anos. Neste momento ela está ao meu lado enchendo o meu saco, isso eu enfrento todo santo dia quando estou fazendo alguma atividade da escola. Ela gosta de brincar de tudo mas prefere os brinquedos dela, eu gosto de correr. Brincadeira agitada. O que não faz sentido é minha irmã só copiar as coisas ruins que eu faço, nada bom, também tenho que levá-la a todo lugar que eu vou, tenho que emprestar tudo. Outro dia estava procurando um boneco que era meu, desde muito cedo cuido desse boneco para não quebrar, aí quando vejo estava sem uma mão, sem um braço, eu fiquei com muita raiva. Minha outra irmã não conheço direito, mas deve ser legal eles são testemunhas de Jeová; lembrei de uma vez que fui parabenizá-la pelo aniversário e ela me disse: - A gente que é testemunha de Jeová não comemora aniversário. Eu fiquei como? Sem reação, pedi desculpa, é claro e nunca mais falei com ela desde de então. Ela é desconhecida para mim, mas eu amo as duas do mesmo jeito, amo uma mesmo não conhecendo direito, e a outra eu tendo que “aturar”. Eu não sei quem foi o imbecil que disse que existem dois tipos de irmão, o irmão inteiro e o meio irmão, irmão é irmão independente, se é meio ou inteiro. A importância de estar em casa, todos reconhecem, o que fiquei sabendo é que nem minha vó passou por isso em sua época. Ficar longe dos amigos, ficar longe dos parentes, é muito triste, temos a incerteza de um aperto de mão ou um abraço. Agora, os profissionais que darão exemplos para as gerações futuras são os médicos, os profissionais da saúde. Espero que essa situação não demore e todas as pessoas conhecidas fiquem bem. A todos que morreram, desejo que estejam bem lá no céu. FIQUEM EM CASA! É importante.

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Dificuldades de uma pandemia Miguel Gustavo Bertoli Caetano Distanciamento Social é uma situação comum nos dias atuais a mesma trata de medidas adotadas na mais recente epidemia da história. A situação de medidas de distanciamento Social como o nome sugere, garante o afastamento das pessoas e a redução da transmissão de uma determinada doença. Apesar de causar impactos negativos em todos os setores da economia da região, o distanciamento é essencial para evitar que os números de casos aumentem de maneira descontrolada. Numa situação de distanciamento recomenda-se, por exemplo, o fechamento de escolas, universidades, igrejas, estabelecimentos não essenciais. Além disso, a adoção de “Home office” por aqueles serviços que permitem essa modalidade de trabalho é recomendada. É importante, também, que SAIAM DE CASA APENAS QUANDO FOR NECESSÁRIO, como comprar alimentos e remédios, algumas medidas de distanciamento também devem ser respeitadas, evitando-se a proximidade com outras pessoas. Desse modo, é importante que os estabelecimentos em funcionamento não promovam aglomerações. Em função dessa pandemia, as conversas com colegas e parentes tornaram-se, em princípio, muito difícil, por segurança, medo de contágio e outros problemas decorrentes da pandemia. Outra situação desgastante é o fato de termos que assistir aulas on-line, principalmente, para quem não possui uma infraestrutura adequada como celulares, webcam, computadores, notebooks, etc. Nas próprias atividades escolares observa-se uma dificuldade muito grande em relação ao aprendizado. Tendo em vista o pequeno tempo de aula, e alunos que não dominam as diversas matérias explicadas, não tendo condições de maior orientação já que em muitos caso seus parentes também desconhecem ou não tem preparo pedagógico para desenvolver a área solicitada, o ensino a distância fica muito prejudicado. Outra situação desconfortável é o fato de não se poder assistir um jogo de futebol, ir ao estádio para torcer por seu time preferido, tomar chimarrão com a namorada e amigos do peito, sem contar as idas aos parques de diversos locais da cidade. Mas, a verdade absoluta é que o Covid-19, continua espalhando a cada dia, novos casos e mortes. Situações como essa de extrema dificuldade, acabam por trazer diversas lições. É importante que as lições possam ser realmente apreendidas pelos Governos de todo mundo e aplicadas em suas realidades locais, não apenas quando houver um surto epidemiológico, mas na gestão do dia a dia. É preciso priorizar a população sempre.

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Momento atual Nathália Leal Gutérres O momento atual que estamos passando é algo muito delicado e cada vez mais está piorando. Há milhões de casos no mundo todo e estamos quase chegando a um grande número de mortos. No Brasil não está diferente, diz-se que é igual à capacidade do estádio inteiro do Internacional, sem nenhuma cadeira vazia. Está sendo um momento muito complicado para todos. O isolamento social está fazendo mal para muitas pessoas. Temos que ter cuidado para não tocar em quem amamos, não podemos mais ver nossos amigos, abraçar pessoas, conversar normalmente com algum conhecido que encontramos na rua. Estamos aprendendo a dar valor ao toque de quem amamos da pior forma possível, e, infelizmente, nem todas as pessoas estão vendo o lado bom disso. Muitas famílias estão passando necessidades por culpa da crise, e os casos de violência doméstica aumentaram muito, sem contar as famílias que perderam parentes e amigos por conta do covid-19. Não temos mais a aula presencial, onde tínhamos o auxílio do professor e não precisaríamos depender da internet para poder ser aprovado, e não ter um ano perdido. Eu tenho muita saudade dos meus amigos, saudade da escola, saudade de poder sair de casa e viver normalmente. Às vezes me pergunto por que Deus permitiu essa pandemia mundial, que causa tanta dor e sofrimento, ou por que ele deixa existir a fome no mundo? São muitos questionamentos. Mas aí eu penso que a culpa pode não ser dele. Eu não sei a resposta dessa pergunta. Muitas pessoas acham que isso pode ser a volta de Jesus, outras acham que é o fim do mundo, também tem as que acham que é o momento de libertação, e outros que falam que é tudo política. E eu? Eu não sei o que eu realmente acho, eu simplesmente espero que isso acabe logo, que pare de morrer pessoas, e que não aconteça algo parecido tão cedo, de preferência nunca mais.

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Eu queria sair pra rua Rhian da Silva Ferreira Mais um dia de quarentena e eu já não sei o que fazer para me distrair, pois só consigo pensar em familiares e amigos, de poder sair e caminhar até a padaria, poder ir ver meus amigos para conversar, ir para a aula principalmente. Até que eu gosto de ter uma rotina mesmo que tenha que levantar cedo para não me atrasar, é uma questão de hábito. Minha mãe disse que mesmo que a gente queira, não podemos sair de casa por causa dessa pandemia. Temos que aguentar, fazer o quê? O que mais me incomoda é ficar trancado e não poder sair quando quero, parece que eu não tenho mais liberdade e que as minhas vontades não importam mais mesmo que eu fale. Isso me entristece um pouco. É um momento de vários acontecimentos pelo mundo todo. Anunciaram o coronavírus, em seguida apareceu uma onda de gafanhoto, e, por fim um ciclone gigante, mas, felizmente, não passou por aqui. Hoje eu vi em um noticiário que mais de 60.000 pessoas já morreram devido ao coronavírus. É importante essa divulgação na televisão, pelo menos a realidade está sendo apresentada para todos. Eu estou assistindo às aulas on-line e fazendo as minhas atividades em casa dentro do meu quarto, com a porta fechada e muito pensativo, esperando que alguém descubra uma vacina para acabar com esse vírus.

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Se estivesse acontecido antes... Schtefy Haas Muitas pessoas queriam que a virada de ano passasse rápido e chegasse mais cedo um ano próspero e cheio de felicidade. Provavelmente, muitos não percebem as memórias boas que o ano passado nos traz. Quando nossas vidas ainda eram normais tínhamos tempo para ficar com nossas famílias e talvez escolhermos namorados sem saber quem eles eram realmente. Não sabíamos o que estava por vir. Um ano que talvez as pessoas comecem a dar valor à vida e percebam que a saudade faz voltar atrás e recomeçar tudo o que não teria feito antes. Posso dizer que passamos mais tempo tendo chances e oportunidades na vida de aproveitar do que agora. Pessoas morreram com o novo vírus, e não sabemos se elas já fizeram tudo o que tinham vontade de fazer em suas vidas, mas o certo é que nós não podemos voltar atrás. O objetivo agora é uma nova forma de reconstruir a vida. Às vezes, é necessário quebrar a cabeça para evoluirmos e se sentirmos dor significa que estamos amadurecendo. Uma das coisas que eu vejo de bom nas ruas são as pessoas que antes não se preocupavam umas com as outras, hoje se ajudam, por exemplo, os moradores de rua recebem uma máscara, álcool em gel, comida. Todos parecem se cuidar mais, até mesmo explicando sobre a necessidade do uso de máscara. Muitas pessoas também sentem saudades de sair à rua, ver o sol, correr, cair, se machucar, pegar o vento batendo no cabelo. Eu também sinto falta de tudo isso, e, principalmente, ver meus colegas, minhas amigas e os professores na escola. Inclusive, antes, eu pensava que a aula on-line era melhor que as aulas presenciais e não é verdade porque eu estou atrasada com meus estudos e terei que resolver minha vida num passe de mágica. Penso em sair de casa sem máscara de proteção algum dia e sem ficar toda a hora passando álcool em gel nas mãos, principalmente, o do Zaffari que é grudento. Só quero que tudo passe rápido. A pandemia ficará na minha lembrança. Quero voltar a ser feliz.

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Eu, minha mãe e a pandemia Sebastião Della Giustina Brandolt No início de março, quando ainda nem havia ocorrido nenhum caso ligado ao novo coronavírus aqui em Porto Alegre, a minha mãe já estava preocupada com a doença. Ela é bastante ligada em assuntos de saúde, vive lendo sobre isso, e me avisou que a situação na China era bastante séria. No dia 16 de março eu já nem fui para a escola. A minha mãe foi para o trabalho e achou melhor que eu ficasse em casa. O final de semana anterior, portanto, foi a última vez que saí de casa neste ano. Desde então, meus dias e noites estão restritos ao espaço da minha casa, que é bem pequena, por sinal. A minha mãe começou a trabalhar em casa já no dia seguinte, é um trabalho remoto, que significa que está sendo feito a distância. Como o seu trabalho tem a ver com estudantes de um curso de graduação da UFRGS, ela precisa ficar usando o computador para ficar em contato com os professores e alunos de lá. Assim, somos nós dois tentando levar a vida isolados no ambiente da casa. Ah, tem o gato, que já nem saia daqui, logo, para ele, nada mudou. Quer dizer, ele até está gostando de ter companhia o tempo todo. Percebemos que ele tem dormido menos, passa o tempo todo nos acompanhando, inclusive agora, enquanto faço este texto. Mas estar em casa não é igual aos outros momentos antes do vírus. Estamos ainda mais atentos com a limpeza de tudo, com a higiene das mãos, lavando as compras que vem da rua (tarefa mais chata da galáxia), mais um monte de regrinhas que sou lembrado a todo momento. Eu pensei que tudo fosse voltar ao normal em pouco tempo, mais ou menos uns quinze dias, que seria possível retornar para a escola, andar pela rua sem medo de ser infectado por um vírus. Parece que isso está bem longe de ocorrer, os cientistas ainda estão tentando entender como esse vírus se comporta e como nosso corpo reage a ele quando é contaminado. Durante esse período de pandemia, principalmente, no começo do distanciamento social, eu e minha mãe acompanhamos as notícias com muita frequência, até assisti às lives do biólogo Atila Iamarino, no YouTube. Ele explica direitinho o que já se sabe sobre a Covid-19, que é o nome correto da doença causada pelo Sars-CoV-2, o nome oficial desse coronavírus que está causando todo esse estrago ao redor do mundo. Já estou ficando craque nos termos científicos de tanto que eu ouço esses nomes. Com tanta notícia que eu li sobre essa pandemia, sem contar as leituras das aulas de história que falavam sobre a Peste Negra do século XIV, mais a contagem diária de mortos no Brasil, acabei tendo insônia e pesadelos. Agora, eu e minha mãe temos uma cota diária de notícias sobre a doença para lermos e assistirmos. Assim, além de ficar informado sobre o que está acontecendo no mundo, fazer as tarefas da escola (não estou conseguindo assistir as aulas on-line), eu passo o tempo lendo meus gibis, jogando ping-pong com a minha mãe, ouvindo música e, claro, assistindo televisão. Queria muito poder assistir os jogos do meu time, o Inter, mas só estão passando os antigos campeonatos. Já vi e revi todos os jogos das seleções vitoriosas nas copas do mundo das décadas de 70 e 80. É esquisito dizer, mas até já me acostumei com essa rotina caseira, mas isso por que eu tenho um lugar decente para morar, alguém que está aqui comigo o tempo todo, o básico está garantido. Não é o caso de muitas das outras pessoas. Minha avó, por exemplo, tem que ir trabalhar todo o dia. Estamos sem nos ver há muito tempo. Torço que tudo melhore rápido para que as famílias possam se reencontrar e os profissionais que estão lutando pela vida dos doentes possam enfim descansar.

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Apenas esperar Sophia Melo Um dia eu estava passeando no shopping com a minha tia e vi uma mulher falando sobre o “tal de corona” que tinha contaminado várias pessoas na China. Na época, não sabia o que era e nem mesmo se iria chegar no Brasil. Não sabia do que se tratava, eu apenas tinha ouvido falar. Para mim, era um assunto sem importância, insignificante, até que as pessoas começaram a falar que esse vírus, que até então era só um boato, tinha chegado no Brasil. Nesse momento, várias pessoas começaram a falar da quarentena. No começo, eu estava um pouco preocupada, mas não com a gripe e sim com o fato de que tudo iria fechar, mas no geral, achei super legal ter quinze dias de “férias”, sem escola, sem treinos, sem nada para fazer. Eu estava bem animada e tinha certeza de que não precisava me preocupar. E, assim, foram todos os primeiros dias olhando filme, curtindo minhas “supostas férias”. Eu até ouvia falar que era uma gripe que iria afetar muitas pessoas, principalmente, com problemas respiratórios e cardiovasculares, mas ainda achava que não era muito importante. Até então, não estava tendo aula, mas na segunda semana de quarentena comecei a ter aula e treinos de Ginástica Rítmica on-line. No começo, adorei a ideia, mas depois comecei a ficar enjoada de sempre acordar, estudar, treinar e dormir, fazer sempre as mesmas atividades em casa tornou-se cansativo. Demorou um pouco para eu me acostumar e também para me conscientizar de que esse período é muito importante e muito delicado para todos. Comecei a perceber que a situação era mais grave do que eu pensava quando no aniversário de oitenta anos do meu avô, tivemos que comemorar somente por chamada de vídeo e não pude dar o abraço que nós dois estávamos esperando. Além disso, as pessoas começaram a se preocupar mais com o uso de máscaras e as ruas ficaram vazias. Com tudo isso acontecendo, temos a tendência de nos focar somente no lado ruim dessa situação, porém, em minha opinião, o que estamos passando tem dois lados. O lado ruim, além do fato de ter muitas pessoas contaminadas e prejudicadas financeiramente por conta da pandemia, tem a saudade, pois do que eu mais sinto falta não é de simplesmente sair de casa, e sim de estar na aula e na ginástica, olhar e saber que não estou sozinha, que tem pessoas ao meu lado. Também estou morrendo de saudades de ir ao treino, e no final combinar com as minhas amigas de irmos para casa de alguém, dormir lá, nos divertir e conversar muito. Eu também sinto muita falta de ir para casa da minha avó e poder chegar lá, abraçá-la como se não fosse soltar mais. Todos nós temos muita saudade de coisas que fazemos no nosso dia a dia e de pessoas que convivemos na nossa vida, e que na quarentena, por causa do Covid-19, não podemos fazer e nem conviver. O lado bom é que ao acabar a pandemia, vamos dar mais valor aos momentos que passamos com quem amamos e cada vez que sairmos de casa, não precisaremos nos preocupar com o contato das pessoas. Vamos valorizar mais cada um que na quarentena não parou de trabalhar, que arriscou a vida para salvar a de outras pessoas, como por exemplo, os médicos, enfermeiros, atendentes em farmácias e até os profissionais que não trabalham na área da saúde, como os funcionários de supermercados, bancos, caminhoneiros e outros transportes. Vamos aprender a respeitar mais o ser humano, pois o COVID-19 atingiu pessoas de todas as idades, de todas as classes sociais, de todas as raças, de todas as culturas e religiões. Além disso, acredito que quando tudo isso acabar, iremos lembrar o que fizemos e o que sentimos enquanto estávamos passando por essa pandemia. Penso que quando tudo isso passar, sempre vou lembrar-me dessa frase que escutei enquanto estava em casa na quarentena: “Todos juntos, porém separados, vamos superar

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isso.” Eu considero essa frase muito motivadora e motivação é muito importante neste momento, principalmente, porque temos que incentivar quem sai de casa todo dia, para de certa forma, cuidar de nós que ficamos em casa, literalmente juntos, porém separados. Devemos ter paciência, cuidar de quem amamos e de quem queremos bem. E, enquanto tudo isso não passa, o que temos a fazer é apenas esperar.

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A pandemia do século Valentine Cembranel Vieira Estamos vivenciando momentos de muita tensão em nossa sociedade. Um vírus que veio desorientar a população do mundo inteiro, causando pânico em milhares de pessoas. O coronavírus é uma família de vírus que causam várias infecções respiratórias, ao longo da vida, sendo em crianças, adultos e idosos. Eles circulam principalmente entre animais, como morcegos e roedores, mas passam a infectar pessoas quando a convivência é muito próxima. Estamos sendo privados de tudo o que ocorre à nossa volta, como um abraço, aperto de mão e muito mais para evitar que esse vírus causador de tantas mortes não se espalhe. O distanciamento social nos traz muita solidão causando até depressão em muitas pessoas. Somos frágeis e precisamos de muito afeto para continuar amando o próximo e nos amando. As redes sociais fazem parte do dia a dia, tornando-se prioridade eficaz nesses momentos de saudade, amenizando a falta das pessoas amigas e familiares. Apesar dessa situação e muitas mortes, acredito em dias melhores e um futuro acolhedor para todos nós.

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Só um vírus para atrapalhar Vítor Eduardo Simonetti Barbosa Em um dia normal e monótono, eu ouço no Jornal Nacional que havia indícios de um novo coronavírus surgindo no distrito de Wuhan na China. Pensei que não era nada e que nem iria chegar ao Brasil, segundo o histórico de epidemias anteriores. Eu nem pensava que esse vírus chegasse a uma pandemia. É certo que eu senti um medinho, pois minha mãe tem imunidade baixa e é muito suscetível a doenças, mas ela também dizia que não iria dar em nada e que seria passageiro. Muitas piadas começaram a esconder a verdadeira e horrível face do vírus que se aproximava. Em poucos dias a ignorância das pessoas, assim como a minha, foi se transformando em medo, a situação estava piorando. Explosões de casos em outros países do Covid-19, como é chamado. Já não era uma simples epidemia, mas uma pandemia. O vírus chegou ao Brasil e houve uma explosão de casos em São Paulo, chegando em seguida ao Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, as aulas foram suspensas, e ninguém mais podia sair de casa. O distanciamento social foi decretado. Eu ainda tenho muito medo de que essa situação ruim aconteça com algum amigo ou familiar. Agora eu e minha mãe vemos que esse vírus é significativo, que ele não é uma piada, que ele tem que ser tratado com seriedade. Às vezes, quando vejo as notícias e o número de mortes, penso com raiva no vírus e até gostaria de levar uma caixa de mosquitos da Dengue para a China, mas penso duas vezes se eles não iriam almoçá-los. Por outro lado, os chineses também sofreram muito com esse vírus. Deixando as piadas para trás, penso que os chineses têm sua cultura própria, assim como nós, aqui no Rio Grande do Sul que comemos coração de galinha com o maior prazer no X-Burger, no churrasco e em diversos pratos, por isso não podemos culpar aquele povo. Hoje eu agradeço a Deus, que eu e minha família estamos bem e peço a ele que nada de mal aconteça conosco. Acredito que tudo o que estamos passando é apenas uma fase de aprendizado para termos mais cuidado conosco e com o próximo. O que eu sinto mais falta é das aulas presenciais, pois em minha opinião as aulas online são muito enjoativas. Eu espero que logo volte tudo ao normal, que nada de mal aconteça com ninguém e que esse vírus, não deixe nenhuma sequela negativa em nossos afazeres, nem em nossa sociedade.

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Covid-19 – Reinventa Vitória Aparecida Goulart Werus Nos primeiros dias de distanciamento social, devido à pandemia causada por um vírus chamado Covid-19, confesso que fiquei bastante assustada, tentei seguir as regras básicas da higienização como, lavar as mãos, usar o álcool gel e também a máscara, caso tivesse que ir a algum lugar com extrema necessidade. Em relação aos meus estudos, estamos conseguindo com aulas on-line, não está sendo a mesma coisa que presencial, mas temos que usufruir o que temos em meio essa pandemia. No início não estava dando bola, me sentia como se estivesse de férias, horas e horas no celular, nas redes sociais e vendo séries na Netflix, e acordando tarde, e para não ficar mais entediada, claro tinha que fazer as obrigações de casa, diariamente. Mas após alguns dias da quarentena, os professores começaram com as aulas normais, porém on-line. Muitas atividades e aulas nos horários como se fosse à escola, a partir disso minha rotina foi mudada. Tenho que focar nas aulas, a parte boa das aulas on-line, é que consigo ter mais calma para fazer as atividades, sem muita pressa. Apesar de eu ser bastante devagar, estou conseguindo lidar com a nova situação. Apesar de tudo, não podemos perder a nossas esperanças, porque isso não é uma prisão é uma nova rotina, apenas um jeito novo e inesperado de se viver, temos que aceitar que tudo irá se endireitar novamente, da melhor maneira que for possível. Mas tudo isso é amedrontador, ter que sair para um lugar público, e pensar que ali pode haver um contaminado. Onde posso me encostar? Onde tocar? Todo cuidado é pouco, pois todos nós estamos propícios a esse vírus ruim. A expressão e a tensão estão em todos os lugares e nos olhos de todos nós que estamos vivendo isso juntos. E, as maiores preocupações são com nossos idosos, e com as pessoas que têm doenças crônicas, esses são os que mais precisam ter cuidado, e os idosos por causa de sua idade e a baixa umidade corporal. No Brasil, os desafios são ainda maiores, pouco se sabe sobre as características de transmissão do Covid19. Temos um contexto de grande desigualdade social, com populações vivendo em condições precárias de habitação e saneamento básico, sem acesso sistemático à água e em situação de aglomeração que muitos não respeitam. Muitas pessoas perderam o seu emprego, e com isso a fome, e a falta do básico vai aumentando a catástrofe. E, em meio a isso tudo, eu aprendi que temos que dar valor a nossos familiares e nossos idosos principalmente por causa de suas fragilidades. Foi necessário um vírus para desacelerar o planeta e mostrar que temos que dar valor à vida. Os pais aprenderam que devem dar mais tempo para seus filhos, assim como precisamos de muita oração a Deus, não só por nós, mas para o mundo inteiro. Estando mais tempo com a família percebi que temos muito amor um pelo outro. Todos nós estamos na mesma situação, somos seres humanos, e a nossa maior proteção é Deus.

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