Formação Humano-Cristã

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Formação

Humano-Cristã Programas Pastorais 1


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Apresentação Um dos valores institucionais da Rede Marista é a audácia, que pressupõe “agirmos com espírito empreendedor, atentos aos sinais dos tempos, (...) explorar novas possibilidades e promover mudanças” (Valores Institucionais da Rede Marista). Impregnados por esse espírito e valor é que os Programas Pastorais Formação Humano-Cristã, Grupos da PJM, Formação de Pastoralistas, Cultivo da Fé, Volunatriado e Ministério da Catequese chegam para ajudar a impulsionar a ação pastoral, qualificando a missão da Rede Marista, já que a evangelização é a razão de ser do Instituto do qual fazemos parte. O principal objetivo dos Programas é garantir a compreensão, alinhamento, sistematização e posicionamento das práticas e temáticas da ação pastoral nas Unidades Maristas. Portanto, é com muita alegria que apresentamos o Programa Formação Humano-Cristã, resultado de muitas mãos, escuta, entreajuda, leituras e observações. Ele vem para oferecer uma possibilidade especial para atender à missão Marista de evangelizar através da educação, proporcionando as crianças, adolescentes, jovens e adultos o aprofundamento e a prática dos valores cristãos frente à complexidade da realidade em que vivemos. Que o Programa possa contribuir em nosso fazer pastoral!

Não se trata de ensinar apenas as ciências humanas, mas preparar o homem todo: seu coração, sua mente, sua vontade e sua liberdade. (São Marcelino Champagnat)

Coordenação de Pastoral

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Sumário

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1. Justificativa

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2. Objetivos 2.1 Objetivo geral 2.2 Objetivos específicos

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3. Fundamentação

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4. Interlocutores

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5. Operacionalização 5.1 Em nível local 5.2 Em nível de Rede Marista

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6. Avaliação

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7. Referências

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Programa Formação Humano-Cristã 1. JUSTIFICATIVA Para Marcelino Champagnat, o núcleo da Missão é tornar Jesus Cristo conhecido e amado. Ele considerava a educação como um meio para levar crianças, adolescentes e jovens à experiência de fé pessoal e de fazê-los bons cristãos e bons cidadãos. A Instituição nasceu com o intuito de desenvolver a educação integral, na busca do bem viver na dimensão biológica, psicológica, sociológica e social instigando a corresponsabilidade com o outro e com o mundo, enfim, com a vida em toda a sua complexidade. O Programa favorece momentos de vivência consigo mesmo, com o outro, com o mundo e com Deus, à luz do Carisma Marista, a partir de uma ação pedagógico-pastoral. Por ser um espaço privilegiado de evangelização e humanização, justifica-se o presente Programa. 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo Geral Sistematizar Encontros de Formação, a fim de vivenciar momentos formativos e de cultivo, na perspectiva do Carisma Marista.

“Uma vez entendido que o homem existe nessas dimensões, isso quer dizer que suas necessidades, sua satisfação e seu funcionamento estão dentro dessas dimensões. O tempo inteiro o homem está se comportando segundo a junção dessas dimensões. Elas não existem isoladas. Você não pode isolar o aspecto biológico do psicológico, por exemplo. Essas dimensões estão interligadas e funcionam como vasos comunicantes” (Cavalcanti, 2013).

2.2. Objetivos específicos • Proporcionar momentos de oração, reflexão e partilha; • fortalecer as relações interpessoais; • orientar-se pelos princípios da integração fé e vida e do processo da educação na fé; • motivar para o protagonismo, a cidadania e a cultura da solidariedade e da paz. 5


3. FUNDAMENTAÇÃO Para pensar e oferecer oportunidades de formação em tempos em que as mudanças acontecem de maneira muito rápida, sobretudo devido aos avanços tecnológicos, se faz necessário identificar princípios e valores que perduram ao longo dos tempos e de que forma podemos testemunhá-los às novas gerações. Conhecer de maneira aprofundada as razões fundamentais que nos motivam a viver pode garantir que sejamos pessoas integradas diante de tanta complexidade e nos desafia a ser método, a ser a diferença que queremos ver no mundo (Gandhi) e a espalhar o Carisma Marista a um número cada vez maior de crianças, adolescentes, jovens e adultos. No documento Missão Educativa Marista (2003, p. 41), “com a cooperação ativa das crianças e dos jovens, buscamos maneiras criativas de: desenvolver a sua autoestima e capacidade de orientar a sua vida; proporcionar uma educação do corpo, da mente e do coração, adequada à faixa etária, às potencialidades pessoais, às necessidades individuais e ao contexto social; motivá-los a cuidar do próximo e da obra da Criação; educá-los para serem, no seu meio, agentes de transformação social, e mais conscientes da interdependência das nações; alimentar a sua fé e compromisso como discípulos de Jesus e apóstolos dos outros jovens; despertar o seu espírito crítico e ajudá-los a fazer opções baseadas nos valores evangélicos”.

Para Champagnat, a pessoa deveria ser educada em todas as dimensões: “não se trata de ensinar apenas as ciências humanas, mas preparar o homem todo: seu coração, sua mente, sua vontade e sua liberdade” (Martins, 2003). Dependendo da linha de pensamento e da época as dimensões do ser humano variam em um modo ou noutro de apresentá-las (cf. Migliori, 2008). Aqui optamos em citar as seguintes dimensões (cf. Cavalcanti, 2009), 6


segundo o psicólogo José Gilson Cavalcanti: a) Dimensão biológica: aspectos físicos do corpo: anatomia, a fisiologia, os sistemas muscular, digestivo, ósseo, hormonal, respiratório, as funções e disfunções dos diversos órgãos, a inter-relação desses sistemas, necessidades fisiológicas. b) Dimensão psicológica: aspectos ligados à personalidade do ser humano, manifestada no comportamento motivado por instâncias conscientes, pré-conscientes e inconscientes, o pensamento, a memória, os raciocínios, o contato e a expressão de sentimentos, emoções, desejos, vontades, necessidades de segurança, de autoestima, de realização. c) Dimensão social: aspectos ligados à vida em grupo, enfocando os fatores econômicos, políticos, ideológicos e culturais. Esta dimensão inclui, necessariamente, a interação e, consequentemente, todos os fenômenos que acontecem na interação entre pessoas e grupos. As necessidades de associação, de uma vida social, estão aqui incluídas. d) A dimensão espiritual: relaciona-se ao sentimento de pertencer ao mundo, de ser uma parte do Universo, à noção da existência de forças maiores que o entendimento não pode ou tem dificuldade de apreender; ultrapassa a matéria tal como a conhecemos. É uma noção interna de transformação da forma de vida conhecida para outro plano que é intuído, mas nem sempre claro para as pessoas. A pedagogia marista permite um diálogo interligando e incluindo as dimensões da pessoa e fundamentando-se numa formação integral que integra a formação afetiva, ética, social, política, cognitiva e religiosa (Umbrasil, 2010, p. 43), portanto, proporcionar Encontros de Formação Humano-Cristã, aprofundando temas pouco tratados em outros espaços e que ajudam a discernir sobre questões fundamentais da vida, se constitui 7


A expressão “Comunidade da vida” é utilizada por Leonardo Boff na “Carta da Terra”. BOFF, Leonardo.

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hoje em um desafio. Cabe a nós fazer o que somente nós podemos fazer, pois somos os primeiros a dar exemplos de que viver o Carisma Marista não é um discurso, mas uma prática. O Carisma Marista é uma vivência de discipulado que, segundo as Diretrizes da Ação Evangelizadora da PMRS, se dá através de 4 características: atenção, serviço, entrega e gratuidade. Com essas características, quem segue Jesus “cria comunhão e educa para um estilo de vida compartilhada e solidária, em fraternidade, na atenção e acolhida do outro, especialmente ao empobrecido” (DAEPMRS, 2011, nº 67). Tratando-se de acolhida ao outro, se faz necessária a abertura para a diversidade religiosa. Proporcionar diálogo inter-religioso no espaço educativo é elemento fundamental na articulação de pessoas para agirem em defesa da vida “dos últimos” (DAEPMRS, nº 39), assim como fez Jesus. Nesse sentido, propõe-se o cristianismo como um dos meios radicais para que todos tenham vida (Jo 10, 10). A partir dessa concepção, o pluralismo religioso pode ser mais praticável e podem acontecer diálogos mais frutíferos em benefício da comunidade planetária ou comunidade da vida. O mundo clama pela união de confissões em torno das causas socialmente justas, e nós precisamos formar pessoas com perfil para ser cidadão da comunidade planetária. Ser cidadão da comunidade planetária implica abrir-se ao fato de que em todas as religiões há verdades, e o essencial está no compromisso de viver a própria fé de forma mais autêntica possível, abertos a aprender com o diferente. Esta visão consiste em pensar que Deus está em todas as religiões e Ele é muito maior que os limites de uma religião ou outra (Villasenor, 2011, p.144s).


O processo formativo que o Programa Encontros de Formação Humano-Cristão se propõe é garantindo os princípios pautados nos Projeto Educativo do Brasil Marista que refere-se a “Educação Integral como ampla visão da pessoa e de seu desenvolvimento, que se traduz no processo formativo de subjetividades, nos modos de ser sujeito, em sua integralidade e inteireza: corpo, mente, coração e espírito” (Umbrasil, 2010, p. 17). Assim, proporcionar espaços para que os interlocutores da Rede Marista dialoguem, sejam acolhidos e valorizados, é uma atitude que continua a reproduzir a experiência de Champagnat, que se deixou guiar pelo Espírito Santo, foi cativado pelo amor de Jesus, leu os acontecimentos e as pessoas, sendo sensível a eles, e deu origem à missão marista (DAEPMRS, 2011, nº 85). 4. INTERLOCUTORES Crianças, adolescentes, jovens e adultos. 5. OPERACIONALIZAÇÃO 5.1. Em nível local Para estruturar os Encontros de Formação é preciso: • planejar os Encontros de Formação integrado com o Serviço de Orientação Educacional e/ou Pedagógico, no caso da Rede de Colégios e Unidades Sociais; • planejar os encontros de formação, no caso da Universidade, juntamente com Pró-Reitoria Acadêmica, Diretoria de Assuntos Comunitários, Diretórios Acadêmicos, Centro de Atendimento Psicossocial; • estabelecer os objetivos dos Encontros de Formação, a partir da realidade de cada faixa etária, na construção de um plano anual, elaborado de forma participativa;

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• Definir temáticas de interesse para cada interlocutor: ·· Educação Infantil: identidade; família; amizade; valores; partilha; corporeidade; cultura da solidariedade e da paz; família de Nazaré, Champagnat, histórias bíblicas, educação na fé. ·· Anos Iniciais do Ensino Fundamental: identidade; corporeidade; família; amizade; escola; valores; respeito ao diferente; cuidado com a natureza; cultura da solidariedade e da paz; família de Nazaré, Champagnat, histórias bíblicas, educação na fé. ·· Anos Finais do Ensino Fundamental: sentido e compromisso com a vida; afetividade; sexualidade; grupo; busca de referenciais; responsabilidade; limites; meios de comunicação social; consumismo e sustentabilidade; espiritualidade e vivência da fé; diversidade social e cultural; cultura da solidariedade e da paz; Jesus Cristo, virtudes de Maria, Champagnat, histórias bíblicas, educação na fé. ·· Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Ensino Superior: ética; projeto de vida; valorização da vida; realidade juvenil; protagonismo; voluntariado; cidadania; valores: ter, ser, fazer e prazer; identidade Marista; cultura da solidariedade e da paz; Jesus Cristo, virtudes de Maria, Champagnat, histórias bíblicas, educação na fé. • Sistematizar os encontros trimestrais ou semestrais com a duração aproximada de: ·· educação Infantil: 45min às 1h; ·· anos Iniciais do Ensino Fundamental: 2h/aula; ·· anos Finais do Ensino Fundamental: 2h às 3h/aula;

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·· ensino Médio, e Educação de Jovens e Adultos (EJA): 2h/aula a 1 turno; ·· ensino Superior: 90min (2 créditos). • Prever onde será realizado e a sua ambientação. Ter a preocupação em realizar os Encontros de Formação em lugares distintos do cotidiano de aprendizagem; • planejar os Encontros de Formação Humano-Cristão a partir do método ver-julgar-agir-avaliar-celebrar apresentados nas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Província Marista do Rio Grande do Sul dando a importância a cada parte do método e sem esquecer que o “ato avaliativo impulsiona a ação pastoral, pois avaliação é processual, gradativa e constante possibilitando continuar avançando” (DAEPMRS, 2011, nº 98, p.56). 5.2. Em nível de Rede Marista A Coordenação de Pastoral será responsável por acompanhar a implantação e desenvolvimento do Programa. 6. AVALIAÇÃO O Programa deverá ser avaliado anualmente com todos os envolvidos no processo nele contido. 7. REFERÊNCIAS BOFF, Leonardo (2010). A carta da terra. Disponível em: <http://agenda 21vacaria.com/2013/03/19/a-carta-da-terra-leonardo-boff/>Acesso em 04 setetembro, 2013. CAVALCANTI, José Gilson (2009). Disponível em: <http://www.libertas. com.br/site/index.php?central=conteudo&id=412> Acesso em 04 setembro, 2013.

Ao longo da experiência educadora da Igreja gerou a clássica metodologia do “ver-julgar-agir”, por iniciativa do Cardeal Cardjn para a juventude Operária Católica da Bélgica, na primeira metade do século XX. Essa Metodologia surge da necessidade de efetuar uma ação pastoral transformadora, adaptada aos diversos ambientes e buscando superar o divórcio entre fé e vida. A Igreja latino-americana introduziu no processo o “revisar/ avaliar” e o “celebrar” (Conselho Episcopal LatinoAmericano, 1997, p. 39).

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COMISSÃO INTERPROVINCIAL DE EDUCAÇÃO MARISTA (32003). Missão Educativa Marista: um projeto para nosso tempo. Tradução de Manoel Alves e Ricardo Tescarolo. São Paulo: SIMAR. CONSELHO EPISCOPAL LATINO-AMERICANO – CELAM (1997), Civilização do Amor: tarefa e esperança - Orientações para a Pastoral da Juventude Latinoamericana. São Paulo: Paulinas. MARTINS, Irmão Adelino da Costa (2003). Estilo marista de educar. Porto Alegre: EPECÊ. MIGLIORI, Regina (2008). Disponível em: http://www.migliori.com.br/artigos_folha.asp?id=8> Acesso em 04 setembro, 2013. PROVÍNCIA MARISTA DO RIO GRANDE DO SUL (2011). Diretrizes da Ação Evangelizadora da Província Marista do rio Grande do Sul. Elaboração e organização da Assessoria de Pastoral. Porto Alegre: CMC. UMBRASIL (2010). Projeto Educativo do Brasil Marista: nosso jeito de conceber a Educação Básica. Brasília: FTD. VILLASENOR, Rafael Lopez (2011). Para uma teologia do pluralismo religioso: visão tripartite. Ciberteologia - Revista de Teologia & Cultura - Edição nº 34 – Ano VII – Abril/Maio/Junho 2011. Disponível em: <http:// ciberteologia.paulinas.org.br/ciberteologia/wp-content/uploads/ downloads/2011/04/02Pluralismo.pdf> Acesso em 20 agosto, 2013.

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EXPEDIENTE Programas Pastorais Organização e textos: Ir. Dionísio Rodrigues, Ir. Rodinei Siveris, Karen Theline Silva, Laura Skavinski Aparicio, Jaqueline Debastiani, José Jair Ribeiro, Marcos J. Broc, Miriam Quarti da Silveira. Revisão: Ir. Salvador Durante Produção: Assessoria de Comunicação Corporativa Design editorial: Design de Maria, por Carolina Fillmann Diagramação: Tássia Mohr Rede Marista RS | DF | Amazônia 15


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