Elos 2018 - 2019

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ELOS

10ª EDIÇÃO - 2018 | 2019

EDUCAÇÃO: LINHAS & OLHARES Sacré-Coeur de Marie

DESDE 1849, COMPROMISSO COM SEU TEMPO. 1


SUMÁRIO Missão, Visão e Valores Apresentação Habilidades socioemocionais Simpósio Científico 2017 Construindo crenças de autoeficácia Literatura e Matemática: uma conexão possível Novas metodologias no ensino do atrito BNCC no cotidiano escolar Intercâmbio Internacional Rede Global de Escolas RSCM Ex-alunos 90 anos do colégio de BH

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EXPEDIENTE SUPERIORA PROVINCIAL: Ir. Terezinha Cecchin CONSELHEIRAS: Ir. Geny Alves de Oliviera Ir. Helena Pin ECÔNOMA PROVINCIAL: Ir. Maria Cristina Caetano CENTRO ADMINISTRATIVO EDUCACIONAL DA PROVÍNCIA (CAEP) CONSELHO EDITORIAL: Ana Carla da Cruz - Secretária do CAEP Deise Elen Abreu do Bom Conselho - Coordenadora Estratégica de Processos Educativos Maria Beatriz Silva - Assessora Pedagógica Regiane Érika Avelar - Coordenadora de Comunicação Estratégica Vanessa Lopes - Assessora Técnico-pedagógica Waldemar Bettio - Coordenador do Serviço de Orientação Religiosa do CAEP Colaboradores: Diretores (as), pedagogas, professores e funcionários Projeto gráfico: Reciclo Comunicação Preparação de textos: Equipe do CAEP Revisão: Reciclo Comunicação Impressão: Gráfica Paulinelli Tiragem: 3.000 exemplares

MISSÃO

Proporcionar uma educação de excelência para crianças, adolescentes, jovens e adultos fundamentada nos valores cristãos, promovendo protagonismo na construção de competências, cultura da solidariedade e compromisso com a transformação social.

VISÃO

Ser referência em educação de excelência e inovação, pautada pelos valores éticos e cristãos.

VALORES

• Compromisso com a vida - expressa a essência da instituição e convoca a atitudes concretas como solidariedade, partilha e respeito à diversidade. • Ética - fundamenta as atitudes e relações com transparência, honestidade e cidadania. • Excelência - busca permanente por qualidade, competência e protagonismo. • Sustentabilidade – refere-se à responsabilidade quanto a geração, uso e manutenção dos recursos ambientais, econômicos e sociais. • Inovação – busca um conjunto de práticas inovadoras e troca de saberes.

SOCIEDADE CIVIL CASAS DE EDUCAÇÃO Rua Cura d’Ars, 62 - Prado Belo Horizonte/MG - CEP:30411-123 Tel.: (31) 3334-5730 redesagrado.com.br – comunicaep@rscmb.com.br 2

APRESENTAÇÃO É com satisfação que materializamos, mais uma vez, na forma desta revista, o compromisso com uma educação de excelência que contempla as múltiplas dimensões da formação humana. A revista Elos - Educação, Linhas e Olhares, nesta 10ª edição, que coincide com os 90 anos do Sacré-Coeur de Marie de Belo Horizonte, reforça o posicionamento da Rede Sagrado – Colégios Sagrado Coração de Maria, por uma educação em prol da igualdade, da Defesa da Vida e da Ética. Entendemos que as nossas práticas escolares devem ser iluminadas pela esperança, inovação e capacidade de promover o desenvolvimento integral dos estudantes. Vivenciamos isso em nossas cinco unidades localizadas em diferentes estados do Brasil. Conheça um pouco mais sobre nós no site www.redesagrado.com.br. Ao compartilharmos informações e práticas pedagógicas de sucesso realizadas nos Colégios Sagrado Coração de Maria, buscamos criar uma rede de troca de conhecimentos entre educadores, almejando que os projetos divulgados sejam inspiração para outros docentes. O nosso desejo é tornar pública novas abordagens educacionais e metodologias de ensino, por meio da partilha de saberes e experiências relacionadas ao processo de aprendizagem. Queremos “ser pontes de justiça e solidariedade” e, para isso, investimos em uma concepção de educação que substitui a competição pela cooperação, a intolerância pelo respeito, a exclusão pela integração, o fatalismo pela transformação. Você poderá saborear nesta revista depoimentos de alguns de nossos exalunos que fazem diferença mundo afora. Ao longo destes 169 anos, colaboramos para a formação de muitos estudantes. Como é bom acompanhá-los e saber que eles estão engajados socialmente e demonstrando suas competências nos mais variados espaços e profissões.

Nossos professores e colaboradores também sabem fazer e ser a diferença na vida de nossos estudantes! Convidamos você para a leitura dos relatos de experiências escritas por eles, vivenciadas com os alunos: “Habilidades socioemocionais, habilidades para a vida!” (CSCM Belo Horizonte); “Simpósio científico” (CSCM Brasília); “Construindo crenças de autoeficácia na aprendizagem da matemática” (CSCM Rio de Janeiro); “Literatura e Matemática, uma conexão possível” (CSCM Ubá); “Aplicação de novas metodologias no ensino de Física” (CSCM Vitória). Importante fazer notar que as experiências relatadas contemplam o desenvolvimento de habilidades previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que já estão incorporadas aos processos de ensino da Rede Sagrado, demonstrando a competência e a atualidade dos nossos profissionais. A temática referente à BNCC está contemplada no artigo do professor Aldeir Rocha, consultor das Edições SM e nosso convidado para esta edição da ELOS. Informações também sobre a Rede Global de Escolas RSCM e a mais recente formação internacional sobre liderança realizada em Lisboa-Portugal. E, ainda, sobre a dimensão da internacionalidade, compartilhamos os relatos de estudantes que viveram a inesquecível experiência do intercâmbio internacional da Rede Sagrado: Nova Iorque, Londres, Medellin... E teremos novidades em breve! Por todas estas produções e pela beleza do que os nossos educadores realizam no cotidiano escolar, agradecemos. “Enquanto estamos neste mundo, temos todos a obrigação de trabalhar para sermos melhores. É impossível ficar parado, ou se avança ou se recua, ou se sobe ou se desce... Apresse-se, pois...” (Pe. Gailhac) Desejamos a todos uma ótima leitura!

Sacré-Coeur de Marie

DEISE ELEN ABREU

Coordenadora Estratégica de Processos Educativos

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CSCMBH

HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS, HABILIDADES PARA A VIDA! ANA LUISA GUIMARÃES

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Especialista em Educação Infantil. Graduada em Pedagogia. Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil no Colégio Sagrado Coração de Maria - Belo Horizonte.

1º Período - Oficina Lá Vem História -Customização de adereços para construção de personagens

Nos últimos anos, o estudo sobre o desenvolvimento infantil ganhou reconhecida importância. Ter acesso a imagens do cérebro em funcionamento possibilitou aos pesquisadores compreender a função executora ou de integração do córtex préfrontal na aprendizagem de habilidades cognitivas e socioemocionais, bem como o fortalecimento ou enfraquecimento das redes neurais, por meio das experiências e interações vividas pelas crianças no ambiente escolar e familiar. Neste artigo, tratarei de conceitos como ambiente, experiência, mediação, interação, funções executivas e autorregulação de forma análoga às teorias da Psicogênese do Psiquismo de Henry Wallon, da Teoria Social Cognitiva de Bandura e de estudos da Neuropsicologia. A primeira infância é um campo fértil para o desenvolvimento de cada um desses conceitos

e se constitui como fonte ampla de investigação científica. No entanto, o que se sabe hoje é suficiente para justificar a atenção dada a esses conceitos. Pesquisadores de diferentes áreas, como pedagogos, psicólogos e neurocientistas das mais variadas tendências, começaram a apresentar fatos que questionam pressupostos da teoria cognitiva - acreditar que notas altas e teste de QI são indicadores de uma educação de qualidade ou de inteligência e, mais ainda, que por si só garantirão sucesso na vida pessoal, acadêmica e profissional é, no mínimo, ingenuidade! Nas atuais publicações científicas sobre o cérebro, pode-se verificar que não será a quantidade de informação oferecida à criança nos seis primeiros anos de vida que garantirá a aprendizagem de algumas importantes capacidades como a persistência, autocontrole, autoconfiança, determinação e curiosidade. Na bibliografia científica, encontramos diferentes denominações para

essas capacidades - os psicólogos definem-nas como habilidades socioemocionais. Trata-se, a meu ver, de um conjunto de capacidades expressas em atitudes e valores responsáveis pelo desempenho acadêmico, profissional e social. De fato, são habilidades que, em parte, podem assegurar o sucesso na vida! A primeira infância, de 0 a 6 anos, é o tempo fecundo para a aprendizagem dessas habilidades. Um período do desenvolvimento humano extraordinário, mas igualmente perigoso, pois é nesse período que está sendo formada toda a infraestrutura neurológica de capacidades cognitivas, como ler, contar, analisar, mas também de capacidades socioemocionais como o apego seguro, o autocontrole e a confiança das próprias capacidades. Período de desenvolvimento perigoso, como dito, pois habilidades cognitivas e socioemocionais não são oriundas apenas da nossa herança genética, mas também do ambiente - conceito

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CSCMBH

Atividade com a família - customização de máscaras

SÃO HABILIDADES QUE, EM PARTE, PODEM ASSEGURAR O SUCESSO NA VIDA!

Maternal III - Oficina Menino de Pano - atividade com a família

aqui entendido para além de construções

QUAL É O PAPEL DA ESCOLA?

físicas. O ambiente é também espaço em

Em registros de projetos, sequência de

que a qualidade da interação e da mediação

atividades e publicações na web referentes à

se dá pelo estabelecimento de vínculos e

Educação Infantil da Rede Sagrado, a professora

respostas positivas para a ação infantil, por

do Baby-maternal I, Danielle Gonzaga, verifica

parte de pais, professores e cuidadores,

e afirma que atividades sensoriais estimulam a

o que potencializará o desenvolvimento

inteligência: “determinadas práticas educativas

saudável da criança. Em suma, a herança

contribuem efetivamente para que as crianças, como exploradoras natas que são, utilizem seus sentidos para descobrir o mundo. De uma maneira bem envolvente, a criança começa, aos poucos, por meio de brincadeiras, a estabelecer relações lógicas, desenvolver sua atenção, equilíbrio, memória e criatividade. A partir

genética, os estímulos que o cérebro receberá e o ambiente serão determinantes tanto para a constituição cerebral como para a aprendizagem das capacidades cognitivas e socioemocionais – daí a importância do ambiente escolar e familiar.

dessas experiências é que a inteligência se constituirá”. Jennifer Menezes, Soraya Belonia, Fernanda Rodrigues e Jessica Walter, professoras do 2º período EI e 1º ano do Ensino Fundamental e autoras do Projeto “Criança de 5”, defendem que situações de aprendizagem em que os adultos regulam muito as ações das crianças não favorecem o desenvolvimento das funções executivas. No Projeto Criança de 5, as professoras descrevem situações de cuidado e aprendizagem pensadas, planejadas e aplicadas pelas crianças, como por exemplo, “Oficinas de tutoria” –

“Aprendendo a fazer tranças”; “Aprendendo a amarrar os sapatos”; “Aprendendo a escovar os dentes” - que certamente as ajudarão a aprender a planejar, a se conhecer, a ter autoconfiança e responsabilidade. Projetos como os citados fazem com que o currículo da EI da Rede Sagrado, voltado para a formação integral, inclua, além das habilidades intelectivas, a aprendizagem de habilidades socioemocionais - ferramentas, como o autoconhecimento, possibilitarão às crianças reconhecer e adequar suas emoções, adaptando seu comportamento a diferentes situações do cotidiano. As habilidades das funções executivas determinam a capacidade de planejar e fazer escolhas. São, portanto, habilidades importantes para o processo de aprendizagem, o comportamento adaptativo e a autorregulação. Aprender a regular (controlar e postergar) os pensamentos e as emoções é fundamental para que o estudante tenha condições de se envolver voluntariamente e de forma comprometida com sua aprendizagem. Na EI da Rede Sagrado desenvolvemos um projeto voltado para a autorregulação, a partir de narrativas de histórias e contos clássicos, levando as crianças à reflexão, à discussão e à aprendizagem a partir da leitura e interpretação. O acesso à informação, somados à reflexão e

ao diálogo que se faz sobre ela são ferramentas das quais o professor precisará dispor se quiser ajudar o estudante a desenvolver habilidades de alta complexidade, como a análise, a resiliência, a persistência e a tenacidade acadêmica.

E QUAL É O PAPEL DA FAMÍLIA? O primeiro e mais importante ambiente em que habilidades cognitivas e socioemocionais são desenvolvidas é o familiar. Portanto, torna-se imprescindível interagir de forma qualitativa com os filhos, a fim de evitar a subestimação, ou seja, a falta de interesse ou de respostas por parte dos pais frente às ações dos filhos, relegando-os a exposições frequentes, longas e desnecessárias ao uso do celular, computador ou televisão, por exemplo. Interações de qualidade não significam grande esforço ou inventividade, por parte dos pais, professores, cuidadores parentais, ou não, exigem apenas um envolver-se com aquilo que a criança observa ou manipula: “Ah! Vejo que você gostou do aviãozinho que a vovó trouxe”! “Sim, o chocalho faz barulho”! Mesmo que nesses momentos tenhamos dificuldade em acreditar o quão preciosas são essas interações, as ações de curiosidade,

atenção, enfrentamento e disposição para aprender, que futuramente as crianças apresentarão, são carregadas de mensagens valiosas advindas de experiências como essas. Por vezes, os pais demoram a aceitar o crescimento dos filhos. Fazem por eles aquilo que, ao longo do processo de aprendizagem e desenvolvimento, tornam-se capazes de fazer: carregar a lancheira até a entrada da escola, organizar os brinquedos e outras ações que constantemente emitem às crianças, mensagens de que crescer é bom, exige esforço e os pais validam isso.

COMO MÃE E PROFESSORA, ME PERGUNTO: - De que maneira as escolhas dos pais determinam a pessoa que nos tornamos? Quando olho para as “infâncias” vejo essas diferentes escolhas e uma grande vontade de acertar. Mas, como? Talvez o melhor caminho seja começarmos por nós mesmos, revisitando sempre quem somos. Dessa forma, nossos filhos terão o melhor que pudermos ser em cada fase da vida! Incluindo nossa incompletude, tão necessária a mentes saudáveis.

BIBLIOGRAFIA • BANDURA, A.; AZZI, R. G. e POLYDORO, S. Teoria Social Cognitiva: conceitos básicos. São Paulo: Artmed, 2008. • BRYSON, Tina Payne; SIEGEL, Daniel J. O cérebro da criança. Tradução de Cássia Zanon. São Paulo: Nversos, 2015. • SIEGEL, Daniel J. O cérebro adolescente. Tradução de Ana Claudia Hamati. São Paulo: Nversos, 2015. • TOUGH, Paul. Como as crianças aprendem? Tradução de Clóvis Marques.

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Rio de Janeiro: Intrínseca, 2017.

WALLON, Henri. Psicogênese do Psiquismo Infantil. 2010. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=5yBj9H3FFgI&>. Acesso em: 20 jun. 2018.

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CSCMBSB

UMA OUTRA CARACTERÍSTICA FUNDAMENTAL NO PERFIL PROFISSIONAL É A CAPACIDADE DE TRABALHAR EM EQUIPE

SIMPÓSIO CIENTÍFICO 2017 RONAN LIMA PAIVA FIGUEIREDO 8

Licenciado e Bacharel em Ciências Biológicas. Coordenador de Ciências da Natureza do Colégio Sagrado Coração de Maria – Brasília e professor de Ciências dos 6º, 7º e 8º anos do Ensino Fundamental II.

Apresentação de um dos projetos do 9º Ano.

Hoje, um profissional disputado pelas empresas de trabalho é aquele que consegue ter a visão do todo um mercado em frequentes mudanças. Neste caso, deve-se consultar o autor. Atualmente, é exigido mais do que conhecimento. É necessário ser um profissional que saiba aplicar esse conhecimento em diferentes situações, como planejar, monitorar e solucionar situações problemas. Além disso, uma outra característica fundamental no perfil profissional é a capacidade de trabalhar em equipe, que é benéfica não somente para o

ambiente corporativo, por permitir eficiência, e estimular o aprimoramento das habilidades essenciais a cada atividade desempenhada, mas, ainda, e mais importante, por contribuir para a formação do indivíduo ao vivenciar situações que o capacitam a conviver em harmonia. Porém, como, ao longo de sua trajetória escolar, os alunos podem desenvolver essas habilidades e obterem sucesso no mercado de trabalho atual? Esse foi um dos principais questionamentos que levaram o Colégio

Sagrado Coração de Maria de Brasília a desenvolver os projetos de trabalhos no 1º Simpósio Científico – 2017. Segundo Schneider e Santos (2014), a Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) é uma abordagem educacional centrada no estudante e que instiga o desenvolvimento de habilidades e tomada de decisões na resolução de problemas e tarefas propostas. Desse modo, por meio da aprendizagem por descoberta, o aluno pode construir o seu próprio conhecimento. 9


CSCMBSB a animais geneticamente modificados; Questão indígena e sustentabilidade; Como tornar a agricultura mais sustentável sem causar prejuízos econômicos; Arquitetura e conforto térmico etc.

Alunas do 9º Ano.

Buck Institute for Education (BIE, 2008, p. 27) também enfatiza e detalha essa abordagem educacional A ABP é um método de ensino poderoso, porém desafiador, que exige visão, estrutura e uma sólida compreensão do processo de aprendizagem. Bons projetos não ocorrem por acidente. Eles são resultado de rigoroso planejamento direto que inclui resultados ponderados, cronogramas e estratégia de gerenciamento. Dessa forma, a construção dos projetos no 1° Simpósio Científico do Colégio Sagrado Coração de Maria de Brasília objetivou a

Projeto desenvolvido por um grupo do EM.

Apresentação de um dos projetos do EM.

apresentação do saber pedagógico, demonstrando o aprender a conviver, o aprender a fazer e o aprender a aprender numa perspectiva integral e integradora do trabalho com as áreas do conhecimento, articulando os conteúdos com as experiências práticas dos estudantes. Mais especificamente na área das Ciências da Natureza, foi possível desenvolver atividades voltadas para as habilidades relacionadas a avaliar ações humanas de intervenção no ambiente e propor soluções para os problemas de degradação ambiental, além de relacionar as atividades econômicas mais importantes, como, por exemplo, agropecuária, garimpos e

outras atividades mineradoras, urbanização, especulação imobiliária, com as principais alterações nos ecossistemas brasileiros. Estudantes das turmas do 9° Ano do Ensino Fundamental II à 2ª Série do Ensino Médio formaram grupos com integrantes da mesma turma e série, e cada um escolheu uma disciplina entre as diferentes áreas do conhecimento para a construção de seus respectivos projetos. O professor responsável por cada disciplina foi o orientador, tendo como função dar suporte ao grupo durante a elaboração do trabalho. Diversas frentes de pesquisas foram abordadas, como Ética relacionada

Abertura do evento.

A construção teve três etapas avaliativas internas, iniciadas em abril e outra etapa em que houve culminância do evento, no dia 30 de setembro, quando ocorreu a apresentação dos trabalhos para pais, responsáveis e familiares. Na primeira etapa, os grupos, a princípio, escolheram um problema a ser discutido. A intenção era fazer com que os alunos compreendessem que um processo de pesquisa se inicia com a problematização de uma temática. Dessa forma, os grupos fizeram uma breve discussão justificando a escolha do tema e formularam uma questão que se buscou responder por meio de pesquisa, elaboração de hipóteses e levantamento bibliográfico. Na etapa seguinte, os grupos deram sequência ao desenvolvimento dos projetos, avaliaram e testaram as hipóteses formuladas. Ao final, foi entregue um trabalho escrito cujo objetivo era promover a interpretação crítica das informações levantadas, fazendo com que os alunos compreendessem diversos fenômenos e transformações naturais em relação à análise

de situações problema, relacionando as áreas do saber, formulando hipóteses e aplicando diferentes recursos científicos e tecnológicos em seus trabalhos. Na terceira etapa do projeto, os grupos foram avaliados por uma banca composta por professores especialistas, simulando um trabalho de conclusão de curso (TCC). Cada grupo teve um tempo definido para a exposição, após o qual a banca teve um tempo para expor considerações finais sobre a apresentação, pontuando as possíveis melhorias no trabalho. No dia 30 de setembro, por fim, ocorreu a última etapa do projeto. Inicialmente, foi realizada a abertura do evento, com a participação de todos os envolvidos, pais, responsáveis e familiares. Seguiu-se a apresentação de 46 grupos em diferentes espaços da escola. Novamente, uma banca composta por professores especialistas avaliou os trabalhos. Além deles, a equipe de coordenação e direção, junto com responsáveis e familiares, prestigiou a apresentação dos trabalhos. Após a apresentação, a banca fez as considerações finais sobre a apresentação e promoveu uma discussão em relação aos temas abordados.

CONFIRA ALGUNS DEPOIMENTOS EM RELAÇÃO AOS TRABALHOS. O Simpósio é um dos diferenciais da nossa instituição de ensino, pois é uma valorização das produções científicas que motiva o estudante a produzir projetos incríveis. Todos estão de parabéns! DANIELA LAENDER coordenadora educacional do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio.

Eu achei esse novo formato proposto mais exigente e difícil. A preparação de todos os grupos foi mais intensa e exigiu mais dedicação e empenho. Os professores foram rigorosos, mas muito participativos com dicas valiosas de como nós poderíamos melhorar a nossa postura de apresentação e os nossos projetos. Meu pai adorou o Simpósio! ANA BEATRIZ MIRANDA aluna do 9° Ano do Ensino Fundamental Anos Finais.

Parabenizo todos os alunos e mestres pela dedicação e pelo empenho na organização e na execução do Simpósio Científico. O Sagrado inova ao inspirar os estudantes a investigar e expor ideias com conteúdo. Assisti a todas as apresentações entusiasmado com o potencial dos projetos com temas voltados à família e à sociedade. Estarei presente na próxima edição do evento! Educar cidadãos para novos desafios é algo nobre. FLÁVIO TELES pai da aluna Ana Beatriz, do 9° Ano B.

BIBLIOGRAFIA • BUCK INSTITUTE FOR EDUCATION (BIE). Aprendizagem baseada em projetos: guia para professores de ensino fundamental e médio. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. • SCHNEIDER, Henrique Nou; SANTOS, Christiano. A (In)Adequação do Moodle como Plataforma à Aprendizagem Baseada em Projetos, In: International Journal of Knowledge

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and Engineering Management, ISSN 2316-6517, Florianópolis, v.3, n.6, p. 89-117, jul/nov, 2014.

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CSCMRJ

POSSO MELHORAR SE EU ESTUDAR MAIS 30 MINUTOS POR DIA

CONSTRUINDO CRENÇAS DE AUTOEFICÁCIA NA APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA 12

ROSEMAR BARBOSA

Especialista em Ensino da Física no Ensino Médio. Pós-graduanda em Psicopedagogia. Graduada em Pedagogia e Ciências Exatas e Biológicas. Professora de Matemática do 5º ano do Ensino Fundamental I no Colégio Sagrado Coração de Maria - Rio de Janeiro.

Alunos produzindo um cartaz Pensamentos que paralisam versus pensamentos que nos fazem crescer – Atividade baseada no livro “Mindset”, Carol Dweck

Quando se fala em Matemática, muitas pessoas sentem um arrepio na espinha, franzem a testa e não demoram muito em soltar expressões como “Nunca fui boa nisso!”, “Cálculo não é para mim!”, “Isso é coisa para homens!” etc.. O que fazer quando se é professor de Matemática e se depara com alunos com essa mentalidade? Ouvir declarações de tal tipo em um ambiente acadêmico, de desenvolvimento humano e produção de conhecimento, traz bastante incômodo para o corpo docente dessa disciplina, pois, ao contrário do que se pode pensar, o professor também começa a criar uma mentalidade de fracasso e impotência ao se deparar com a situação. Dados de pesquisas e avaliações confirmam essa “dificuldade” no componente. A partir

dos resultados da Prova Brasil 2015, vimos que apenas 39% dos alunos alcançaram adequadamente a competência de resolução de problemas até o 5º ano. No 9º ano do Ensino Fundamental, esse alcance de competência cai para 14% (Fonte:http://www.qedu.org.br/brasil/aprendizado). Os dados podem estar relacionados não somente a dificuldades ou transtornos na aprendizagem, mas também às crenças que cada um vai formando ao longo de sua vida escolar, tendo em vista a queda drástica do 5º para o 9º ano. Todo educador tem uma parcela de responsabilidade nisso, pois sabemos de sua importância na vida do aluno e de sua “força” para despertar o interesse e

o encantamento pelo aprender. Para que isso aconteça, o professor precisa lançar mão de diferentes estratégias de ensino-aprendizagem, de forma a satisfazer o desejo de aprender de cada aluno, por vias diferentes. Além disso, é papel do professor ajudar o discente a se organizar, a planejar e a estruturar sua aprendizagem de forma clara e consciente, do ponto onde está e para onde precisa avançar, oferecendolhe feedbacks sobre seu aprendizado e mostrando-lhe a direção em que deve seguir. A mediação do professor é essencial no processo de autoconhecimento do aluno sobre a melhor forma de aprender. Esse empoderamento é característica básica da aprendizagem autorregulatória.

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CSCMRJ Aprender é inato ao ser humano e, biologicamente falando, dados da Neurociência nos dizem que produzimos substâncias relacionadas ao prazer quando aprendemos algo novo e adequado à nossa faixa etária, gerando uma grande felicidade em nós. O novo caminho que o professor poderá percorrer a fim de despertar o interesse do estudante diante das novas aprendizagens é por meio das conexões afetivas e emocionais do sistema límbico, sendo estas ativadas no cérebro de recompensa. Por isso, precisam ser preservadas e respeitadas, pois são centelhas energéticas que provocam a liberação de substâncias naturais, os mensageiros químicos conhecidos como serotonina e dopamina, pois estão relacionados à satisfação, ao prazer e ao humor. 1 Com base nesses pressupostos, as aulas de Matemática do 5º ano do Colégio Sagrado Coração de Maria no Rio de Janeiro são desenvolvidas a partir de práticas em que o aluno deixa de ser um aprendente passivo, apenas reprodutor mecânico de conhecimento, e passa a ser um aprendente ativo, participativo, responsável por sua aprendizagem. Assim, torna-se protagonista do próprio processo de construção do saber e é estimulado a alcançar objetivos através de ferramentas e estratégias metacognitivas e autorregulatórias. Trabalhar a desconstrução de crenças limitadoras foi o ponto de partida da minha prática docente. Antes de ensinar

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os conceitos matemáticos, era preciso transformar os pensamentos que limitavam a aprendizagem dos alunos, propondo novas estratégias para tornar a sala de aula um espaço prazeroso e desafiador. Na primeira semana de aula, no acolhimento dos alunos, refletimos sobre a aprendizagem através dos seguintes questionamentos: O que é aprender? Quais atitudes devemos ter para aprender melhor? Todo mundo aprende da mesma maneira? Como você gosta de aprender? Que estratégias de estudo você mais gosta de usar? Usa a mesma estratégia para todas as disciplinas? Desta forma, fomos elaborando um caminho para a aprendizagem. Para finalizarmos essa etapa, fizemos uma analogia do catavento com a aprendizagem. Assim como o cata-vento necessita do vento para se movimentar, nós precisamos do movimento para aprender. Construímos um grande cata-vento com ações de aprendizagem. Vivemos em uma sociedade que não sabe lidar bem com o erro, vendo-o como fracasso e não como possibilidade de aprendizagem. Essa mentalidade aparece muito na aprendizagem matemática, e o aluno tende a desistir quando os erros aparecem. Para trabalhar a importância do erro, os alunos assistiram a uma pequena animação: “Os grandes personagens da história: Thomas Edison”. O objetivo foi levá-los a concluir que o erro, a persistência e o trabalho em equipe fazem parte da aprendizagem, tal como Thomas Edison diz no vídeo: “Com os erros, aprendi como não fazer”. Depois de

assistir ao vídeo, fizemos algumas reflexões como as seguintes: “Quais características ou forças de Thomas Edison você também tem?”, “Segundo Thomas Edison, gênios existem?”,”O que você aprendeu com o vídeo que pode usar em nossas aulas de Matemática?, “Ele trabalhou sozinho?”, “Como foi o caminho percorrido para atingir sua meta? Ele acreditava nele mesmo?”. Produzimos um cartaz baseado no livro Mindset, que em português significa “Mentalidade”, da autora Carol Dweck. Nele separamos quais pensamentos nos fazem crescer e quais nos paralisam no processo de aprendizagem. Algumas frases que usamos foram: “Eu odeio isso”, “Eu não gosto dessa matéria”, “O que eu não estou entendendo aqui?”, ”Eu não consigo fazer AINDA”, “Posso melhorar se eu estudar mais 30 minutos por dia”. O grupo teve a oportunidade de refletir sobre os desafios que a Matemática e a aprendizagem de conceitos novos proporcionam, utilizando o The Learning Pit, que chamei de “Vale da Aprendizagem”, criado por James Nottingham, um renomado palestrante britânico e autor na área da educação, em seu livro Challenging Learning. Esse “vale” ajuda o aluno a pensar sobre sua aprendizagem e se colocar em algum estágio do desenvolvimento, refletindo sobre o que precisa fazer para continuar progredindo e não desistir. Assim, ele deve se planejar e monitorar seus processos, desenvolvendo a metacognição.

Alunos utilizando material concreto para aprender o conceito de fração.

A solução de um problema de relativa dificuldade é uma tarefa que, muitas vezes, exige persistência para se alcançar a solução. Nesse sentido, de acordo com Stevens, Olivarez, Lan & Tallent-Runnnels (2004), estudantes que acreditam que podem cumprir uma tarefa com sucesso continuarão a trabalhar na atividade mesmo que encontrem dificuldades. Essa persistência pode levá-los a tentar uma variedade de estratégias diferentes até encontrar a solução do problema. (Caderno de textos complementares - Profead 2013) Durante o estudo dos números naturais, ampliamos as classes e as ordens numéricas. No entanto, apesar do grande interesse dos alunos por esses números gigantescos, há muita dificuldade na leitura, escrita e arredondamento deles. Então, para melhor fixação, os alunos trabalham com fichas dos algarismos de 0 a 9 e das classes e

ordens, com as quais têm que criar números, fazer a leitura e o arredondamento. Espera-se que, ao chegar ao 5º ano, o aluno já domine grande parte da tabuada, mas nem sempre isso acontece. Então, com o objetivo de estimular esse processo de aquisição, fizemos um jogo para descobrir regularidades e novas maneiras de perceber as coisas. Como reflexão sobre o jogo, construímos um gráfico sobre as principais dificuldades que apareceram, e cada aluno pôde pensar sobre elas e planejar ações futuras. Finalizamos com uma lista de estratégias para estudar e memorizar no caderno. O 5º ano é marcado por uma transição considerável no conhecimento matemático, pois amplia bastante os conceitos até então já estudados, e as frações são um grande

desafio. Por isso, construí um material que os alunos poderiam manipular, relacionar, testar e trocar com seu par, trabalhando as possibilidades e a autogestão. Com esse material manipulável, eles estudam o conceito e a leitura de frações, além de fazer relações como equivalência e comparação. Preparei uma ficha com alguns questionamentos a fim de guiar o estudo, e os alunos foram testando em duplas, trocando com seus colegas e registrando as descobertas. Ao final do ano letivo, concluímos o quanto essas experiências significativas de aprendizagem são importantes para os alunos, pois tivemos uma grande melhora no rendimento escolar, com estudantes mais engajados em sua aprendizagem, encorajados, mais autoeficazes, felizes e comprometidos com sua vida acadêmica.

BIBLIOGRAFIA •

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=YrsGbRf3kYE

1 - Relvas, M. P. (2012). Neurociência na Prática Pedagógica. Rio de Janeiro: Wak.

Caderno de textos complementares - Profead 2013

Site: https://www.jamesnottingham.co.uk/

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CSCMUBÁ

LITERATURA E MATEMÁTICA UMA CONEXÃO POSSÍVEL LIVÂNIA FERREIRA GUMIER FLAVIANE DE ARAÚJO RIBEIRO 16

Vários autores destacam que a literatura para a infância é a forma de recreação e jogo lúdico mais importante na vida da criança. Para Bruner (1991) as experiências diárias e os acontecimentos humanos são, por natureza, contadores de histórias e muitas delas se repetem de geração em geração.

Pós-Graduanda em Psicopedagogia. Licenciada em Normal Superior. Professora da Educação Infantil no 1º período no Colégio Sagrado Coração de Maria - Ubá. Pós-graduada em Coordenação, Supervisão e Orientação Escolar. Licenciada em Letras. Graduada em Pedagogia. Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil no Colégio Sagrado Coração de Maria - Ubá.

“....através da conexão entre a Literatura e Matemática, o professor pode criar situações em sala de aula que encorajem os alunos a compreenderem e a se familiarizarem mais com a linguagem matemática, estabelecendo ligações cognitivas entre a linguagem materna, conceitos da vida

real e a linguagem matemática formal...” Por meio das histórias é possível explorar a imaginação, o raciocínio e a capacidade criadora das crianças, pois, a cada atividade, elas são levadas a construir hipóteses, pensando e solucionando os problemas propostos. Portanto, as histórias são ricas fontes de exploração de conhecimentos matemáticos, propiciando, ao mesmo tempo, situações divertidas e desafiadoras às crianças, bem como um importante instrumento de modelação de comportamentos desejáveis.pela clareza e correção textuais.

Estimular o raciocínio lógico-matemático é muito mais do que ensinar matemática, é estimular o desenvolvimento mental, é fazer pensar. As histórias infantis contribuem para que os alunos aprendam e desenvolvam a matemática, assim como nela explorem espaço e tempo, características e acontecimentos, o que permite que habilidades matemáticas e de linguagem se desenvolvam juntas. A literatura infantil em conexão com o trabalho de resolução de problemas permite aos alunos e professores utilizarem e valorizarem, naturalmente, diferentes recursos na busca por uma

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CSCMUBÁ levem o aluno à metacognição, ou seja, a pensar sobre suas respostas. Chamamos atenção também para as formas geométricas presentes em nosso cotidiano e o uso delas nas produções realizadas.

O QUE PODE SER OBSERVADO E AVALIADO NO CONTO GABRIEL MEDE 99 CENTÍMETROS – ANNETTE HUBER solução, tais como desenho, oralidade, dramatização, tentativa e erro. A solução das problematizações pode ser evidenciada nos registros orais, pictóricos ou escritos, associada a representações numéricas e espaciais. O trabalho unindo leitura e matemática permite evidenciar e desenvolver novas habilidades, auxiliando na organização dos pensamentos matemáticos, auxiliando na interpretação de dados, na contextualização e na problematização, refinando suas soluções e esclarecendo melhor os conteúdos e suas aplicações, tornando o aprendizado da matemática muito mais interessante para o aluno. A mediação do professor e o diálogo são indispensáveis para despertar o espírito questionador dos alunos e encorajá-los a compartilhar suas ideias durante as aulas. O que pode ser observado e avaliado na fábula A cigarra e a formiga - La Fontaine. Essa fábula oportunizou trabalhar os conceitos matemáticos envolvendo tamanho dos insetos e agrupamento, identificação, localização e movimento, usando-se mais de um ponto de referência, e desenvolver as

noções de referência espacial (lateralidade). Qual foi o caminho percorrido pela cigarra até a casa da formiga? Ela poderia fazer outro percurso? Qual? Foram explorados também as noções de quantidade (número de patas), forma, noção temporal (quando acontece a história), seriação (ao respeitar a sequência da história durante o reconto), comparação e agrupamento (agrupar os insetos de acordo com suas características comuns) e invariância da quantidade (simetria da formiga, estabelecendo uma relação de paridade em respeito à altura, largura e comprimento). Exploramos também a função social do número ao realizarmos uma receita “bolo formigueiro”, bem como medidas de capacidade.

O QUE PODE SER OBSERVADO E AVALIADO NAS TRÊS VERSÕES DO CONTO OS TRÊS PORQUINHOS Inicialmente, foi realizada uma leitura da capa, observando o espaço, as personagens, quantidades de elementos, o que as personagens estão fazendo, se o título adianta o conteúdo da história ou apenas

cita o nome de personagens principais e formas geométricas presentes. Ao ler ou contar a história, foi destacado que cada folha representa uma página (função social do número). Ao término da história, percebemos a matemática quando trabalhamos a correspondência (uma casa para cada porquinho), a comparação (estabelecendo diferenças e semelhanças entre as diferentes versões do conto), classificação (na separação dos contos de acordo com suas semelhanças e diferenças), seriação (no momento que o aluno é solicitado a desenhar ou colar cenas na ordem cronológica do conto), sequenciação (ao observar as construções feitas pelos personagens em “Os três lobinhos e o porco mau”, onde faz suceder a cada construção, outra, sem considerar a ordem entre elas). Percebe-se então, a presença de cinco dos sete processos mentais básicos para a aprendizagem da matemática (correspondência, comparação, classificação, seriação, sequenciação). Observa-se também o trabalho com quantidades e situações problemas que

Para introduzir o conceito altura, iniciamos a contação dessa história, explorando a capa do livro. Questionamos os alunos: o que vemos na capa? Quantas pessoas têm na capa? Sobre o que será esta história? Quem é a autora do livro? Em seguida, foi contada a história permitindo que os alunos fizessem inferências no decorrer da mesma. Para isso, a turma foi organizada em roda de conversa. Nesse livro, a autora explora a história de Gabriel, um menino que ora se percebe pequeno, noutra grande para fazer determinadas coisas. Depois da contação da história, foram explorados oralmente os aspectos: o que vocês acharam da história? Quem se acha grande? E quem acha que é pequeno? Vocês sabem a altura de vocês? E o que podemos utilizar para medir a altura (nessa exploração fizemos uma lista sobre as opções elencadas pelos alunos)? Quem vocês acham que é o mais alto da turma? E o mais baixo? Por

quê? Utilizando a fita métrica, foi medida a altura de cada aluno. Em seguida, eles foram agrupados de acordo com o tamanho e construímos um gráfico para registrar essas quantidades. Foram também abordados os conceitos alto/ baixo, maior/menor/mesmo tamanho, ordem crescente e decrescente. O desafio consistiu em ordenar uma fila na qual iniciaria do menor para o maior (ordem crescente), assim as crianças encontraram várias formas de verificação e comparação de tamanho, tais como: ombro no ombro, e cabeça com cabeça. Em um segundo momento foi feito o inverso do maior para o menor (ordem decrescente). Trabalhar conceitos matemáticos através de histórias infantis possibilitou a oportunidade de uma aprendizagem lúdica e prazerosa. A partir das histórias trabalhadas surgiram diversos questionamentos como o motivo de não nevar onde moramos, por que existem poucas borboletas, dentre outros, que proporcionaram às crianças explorarem vários materiais. Até neve fizemos e localizamos o Brasil no globo terrestre. Dessa forma, oferecemos a oportunidade para as crianças construírem seu conhecimento matemático através da principal atividade da infância - o brincar, visto que permite que as crianças elaborem suas ideias de forma natural, socializando ideias, elaborando hipóteses e as compartilhando.

BIBLIOGRAFIA • CONSTRUINDO A LINHA DO TEMPO. Revista do Professor, Abril a Junho de 2007 – Ano XXIII n. 90. ISSN 1518-1839. • KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. 3ed. São Paulo: Cortez, 1999. • MOYLES, Janet R. Só brincar? O papel do brincar na Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002. • PROPOSTA PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÃO INFANTIL – REDE SAGRADO-CSCM. Belo Horizonte: 2016/2017.

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• SMOLE, Kátia Cristina Stoccoet et al. Era uma vez na matemática: uma conexão com a literatura infantil. 4. ed. São Paulo: IME – USP, 2001. WILLIS, Jeanne.

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CSCMVIT

APLICAÇÃO DE NOVAS METODOLOGIAS NO ENSINO DO ATRITO IGOR STORCH 20

Mestrando no Ensino de Física. Pós-Graduado em Prática de Ensino nas Instituições do Ensino Superior. Licenciado em Física. Professor de Física e de Práticas Investigativas do 9º ano do Ensino Fundamental II, 1ª e 3ª séries do Ensino Médio no Colégio Sagrado Coração de Maria - Vitória.

Grande parte dos alunos do Ensino Médio enfrenta dificuldades na aprendizagem de Física, o que se comprova pelos elevados índices de baixo desempenho associados a essa disciplina. Um dos problemas no ensino da Física pode referir-se a uma metodologia de ensino pouco investigativa e que não estimule os alunos. Normalmente, as aulas são realizadas por meio de uma didática pautada em livro didático e em resolução de questões. Nesse sentido, visando avançar os alunos no seu nível de proficiência em Física, buscamos novas metodologias de ensino, que propiciassem aos alunos estabelecerem relações entre os estudos de forças de Atrito e algumas situações concretas vividas no dia a dia, como situações relacionadas à segurança no trânsito, de maneira a apresentar-lhes

a aplicabilidade desse conteúdo em suas relações práticas do convívio social. Além de despertar no aluno uma nova maneira de aprender Física, também se viu que seria importante encontrar uma maneira de trabalhar, segundo a perspectiva do aluno, os conceitos de uma forma mais interessante, sendo mais dinâmica e na qual o aluno pudesse ser o protagonista do processo ensino-aprendizagem. Pesquisando sobre o assunto, deparamo-nos com o trabalho realizado pelo professor Eric Mazur, que desenvolveu um método chamado Peer Instruction, que envolve os alunos em sua aprendizagem durante a aula e foca sua atenção nos conceitos subjacentes. Esse método foi utilizado em nossas aulas, durante

a aplicação de nosso produto educacional. As aulas são intercaladas com questões conceituais, os Concept Tests, cuja finalidade é explicitar as dificuldades comuns na compreensão do assunto, instigando a metacognição, a fim de propiciar a posterior discussão. Os alunos têm um ou dois minutos para pensar sobre a questão e formular suas próprias respostas, pois eles, em seguida, irão passar de dois a três minutos discutindo suas respostas em grupos de 3 ou 4 alunos, tentando chegar a um consenso sobre a resposta correta. Esse processo os estimula a pensarem por meio dos argumentos a serem desenvolvidos, permitindo-lhes, bem como ao professor, avaliar a sua compreensão dos conceitos no mesmo tempo da aula, 21


CSCMVIT próprio para interações, argumentações e

Assim, percebemos que as bases desse método são:

A partir do nível de acertos e de erros

• Estudo prévio, com levantamento de hipóteses, a partir de fontes de pesquisa, como livros, apostilas e sites, por exemplo; • Feedback constante entre aluno e professor em relação à aprendizagem; • Interação entre alunos no debate das possibilidades de resposta, comparando e argumentando; • Validação da resposta no coletivo; O estudo prévio do conteúdo antes da realização da atividade é de fundamental importância para o sucesso da aula, pois na aula o professor faz uma rápida exposição do tema – supostamente estudado em casa –, com duração de 7 a 10 minutos, e aplica as questões – Concept Test. Estas podem ser realizadas com o uso de Plickers para coletar as respostas, ou formulários como os do Google Docs ou Lime Survey, ou até mesmo cartões com as respostas – Flash Cards. O importante é que, no primeiro momento, os alunos não saibam as respostas uns dos outros para não atrapalhar o levantamento de hipóteses e para aguardar o momento

compreensão. Em nosso produto aplicamos o Plickers, que será abordado em seguida.

dos alunos, a aula tomaria então diferentes direções: • Abaixo de 30% de acertos: o professor replaneja a explicação do conteúdo, utilizando outros recursos e exemplos; • Entre 30% e 70% de acertos: formam-se grupos de alunos que discutem os temas expostos, comparam, argumentam, levantam hipóteses; • Acima de 70% de acertos: o professor reafirma a explicação sobre o tema e passa para a próxima questão; Uma das explicações possíveis para os resultados positivos seria o ambiente colaborativo criado quando os alunos estudam em grupo, discutem diversos temas e assumem, inclusive, funções de monitores/orientadores. Além disso, depois de responder a uma questão, errando-a, o aluno estaria mais aberto para ouvir tanto o professor quanto seus colegas. O desafio e o propósito do Peer Instruction, portanto, seriam mobilizar o aluno a criar uma disciplina de estudo, preparando-se, previamente, para a aula.

Buscando inserir a tecnologia nas aulas como forma de torná-las mais atrativas e eficazes, otimizando o tempo no diagnóstico de resultados, é que foi utilizada na leitura das respostas durante a aplicação dos Concept Tests a ferramenta Plickers. Trata-se de uma ferramenta disponível na versão web e aplicativo para dispositivos móveis, de administração de testes rápidos, que permite ao professor verificar as respostas e conhecer em tempo real o nível de proficiência da turma quanto à compreensão de conceitos e de habilidades de uma aula. O aplicativo gera e salva automaticamente o desempenho individual dos alunos, além de produzir gráficos e dados. Esses dados são úteis para identificar dificuldades, tendências, estratégias de personalização do ensino, sendo possível, portanto, adotá-los como critérios de avaliação. Além disso, os alunos têm participação ativa no processo, pois, ao informarem suas respostas, sabem, instantaneamente, o seu desempenho. Isso permite que interajam com os colegas, argumentando suas respostas e criando confiança na disciplina e segurança nos posteriores processos avaliativos, tanto internos quanto externos. O funcionamento do aplicativo se inicia com o cadastro da turma e de seus alunos. É possível a introdução de todos os alunos simultaneamente por meio da opção “Add Roster”. A cada aluno é atribuído um número/ card, que será útil mais à frente.

Em seguida, elaboramos as questões sem nos esquecermos de assinalar a resposta correta. As possibilidades aqui são de escolha múltipla (A, B, C e D) e verdadeiro/falso (A e B). As questões podem ser organizadas e agrupadas por diretórios, por exemplo: disciplinas, módulos ou temas. No final e antes de passarmos à ação, devemos adicionar as questões que desejamos propor aos alunos à lista de questões (“Question Queue”). Na prática começamos por distribuir para cada aluno o seu respectivo cartão (card), atentando-se à ordem definida na criação da turma. Cada cartão tem quatro posições (A, B, C e D), conforme orientação, o que permitirá a resposta por cada um dos alunos. No site do Plickers há um ficheiro, em PDF, com os cartões no seu formato padrão e prontos para serem imprimidos. Contudo, no fórum da ferramenta, existem outros cartões com diversas personalizações.

otimizando tanto o planejamento do professor quanto a apropriação da aprendizagem dos alunos em relação ao conteúdo ministrado.

O APLICATIVO GERA E SALVA AUTOMATICAMENTE O DESEMPENHO INDIVIDUAL DOS ALUNOS, ALÉM DE PRODUZIR GRÁFICOS E DADOS.

Com o computador e o projetor, mostramos aos alunos as questões, uma por uma, da atividade que será realizada. Em cada pergunta, apontamos o tablet/smartphone para a sala e aguardamos que a aplicação faça a coleta das respostas dos alunos. Na aplicação, podemos verificar as respostas de cada aluno em tempo real! Segundo Ralph Waldo Emerson (1803-1882), o que é ensinado em escolas e universidades não representa educação, mas são meios para obtê-la. Acredito, assim como ele, que a nós professores cabe a tarefa de orientar os alunos no caminho que devem seguir, sempre destacando o papel protagonista deles nesse processo, visto que, conforme Ernest Renan, “... o essencial, com efeito, na educação, não é a doutrina ensinada, é o despertar”. Como se percebe, trabalhar no desenvolvimento de novos métodos de ensino e em novas tecnologias dentro do contexto educacional torna-se imprescindível. Por isso, reforçamos que as duas ferramentas citadas neste relato desenvolvem as etapas fundamentais do ensino-aprendizagem: para o aluno, não só no estudo prévio às aulas como também na aplicabilidade da habilidade e do conteúdo associado a ela; para o professor, na possibilidade de conhecer em tempo real a efetividade da sua aula, podendo ter tempo hábil para replanejar o seu ensino, em busca de melhores resultados. A prática dessa metodologia no CSCM – Vitória tem contribuído para o crescimento dos atuais índices de desempenho acadêmico dos alunos em Física, confirmando a sua eficácia.

BIBLIOGRAFIA • https://plickers.zendesk.com/hc/en-us/articles/212065088-Assigning-Cards-to-Students • https://micool.org/updates/blog/2016/05/18/plickers-assessment-for-learning/

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• https://www.plickers.com

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BNCC Vejo com bons olhos o fato de o Brasil ter, enfim, uma Base Nacional Comum Curricular (Doravante, BNCC ou Base). É uma diretriz importante para o desenvolvimento de um sistema educativo. Ela aponta um conjunto de aprendizagens necessárias aos estudantes da educação básica. A Base não é um currículo, mas é boa fonte de inspiração para que as escolas possam revisitar seus projetos. Já no texto de apresentação do documento, percebe-se essa dimensão (grifos nossos): “A BNCC é um documento plural, contemporâneo, e estabelece com clareza o conjunto de aprendizagens essenciais e indispensáveis a que todos os estudantes, crianças, jovens e adultos, têm direito. Com ela, redes de ensino e instituições escolares públicas e particulares

passam a ter uma referência nacional obrigatória para a elaboração ou adequação de seus currículos e propostas pedagógicas. Essa referência é o ponto ao qual se quer chegar em cada etapa da Educação Básica, enquanto os currículos traçam o caminho até lá.” (MEC, 2017) Desde quando comecei a acompanhar as discussões e elaborações, tenho procurado perceber quais seriam as contribuições do documento para a educação brasileira. Mais particularmente, uma reflexão sobre o potencial de impacto na sala de aula. Apesar de reconhecer seus efeitos na sequência de conteúdos, por meio de uma sugestão de objetos de conhecimento por ano e por componente curricular, não creio que a contribuição mais relevante esteja neste aspecto.

Uma contribuição bastante significativa talvez esteja no estímulo a uma ampliação no eixo estruturante do processo que organiza nossa educação escolar

BNCC NO COTIDIANO ESCOLAR - IMPACTOS NA “SALA DE AULA” ALDEIR ROCHA 24

PLANEJAR

EXECUTAR (A SEQUÊNCIA DIDÁTICA)

O conteúdo tem sido, historicamente, o eixo organizador predominante, quando não exclusivo, do planejamento das escolas. Mesmo aquelas que possuem um planejamento por habilidades têm alguma dificuldade de mudar a sala, o cotidiano das aulas. Como a Base veio organizada por competências e habilidades (inclui direitos e objetivos de aprendizagem no caso da educação infantil), temos aí uma proposta e uma inspiração para o desenvolvimento e a execução de currículos com um eixo estruturante que vá além

AVALIAR

dos conteúdos. Neste caso, também o documento nos inspira quando diz que em matéria curricular: as competências e diretrizes são comuns, os currículos são diversos. (...) Ao dizer que os conteúdos curriculares estão a serviço do desenvolvimento de competências, a LDB orienta a definição das aprendizagens essenciais, e não apenas dos conteúdos mínimos a ser ensinados. Essas são duas noções fundantes da BNCC. (MEC, 2017, p.11)

Mestre em Educação pela UFJF, possui MBA em Gestão de Instituições Educacionais, além de Especialista em Educação e Tecnologias contemporâneas pela UNB e Licenciado em Ciências pela PUC-MG. É professor e diretor de Serviços Educacionais na SM Educação, com 24 anos de experiência em escolas e grupos editoriais. 25


BNCC

O PLANEJAMENTO E A “AULA” EM PERSPECTIVA Não basta planejar que “vou ensinar multiplicação de números naturais com dois dígitos” na próxima semana. Numa perspectiva mais ampla de planejamento, é importante considerar que teria como objetivo desenvolver uma (ou várias) habilidade(s): planejo desenvolver, por exemplo, a habilidade de identificar, de relacionar ou de comparar, valendo-me de um conteúdo como argumento.... Mas estou em busca de desenvolver habilidades.

Considerando esta perspectiva, conseguimos perceber outra contribuição da BNCC: na medida em que vemos os verbos no início de cada habilidade e avaliamos seu contexto, já podemos fazer a associação com o nível cognitivo (da dimensão cognitiva da Taxonomia de Bloom). Assim, conseguimos dar mais sentido ao planejamento e programar ações que nos ajudem a desenvolver com o estudante a capacidade, por exemplo, de analisar, ou de compreender. Lembrando que a referência é a Taxonomia revisada de Bloom.

Além da dimensão cognitiva, a habilidade, conforme está construída na BNCC, tem uma estrutura que, além do verbo que indica a dimensão cognitiva, traz o complemento, que indica o objeto de conhecimento e o modificador, que traz contexto, ou eventuais necessidades de especificar algo.

EXEMPLO Diferenciar escravidão, servidão e trabalho livre no mundo antigo. Modificadores do(s)

CRIAR AVALIAR

Verbo(s) que explicita(m)

Complemento do(s) verbo(s), que

o(s) processo(s) cognitivo(s) envolvido(s)

explicita o(s) objeto(s) de conhecimento mobilizado(s)

na habilidade.

na habilidade.

verbo(s) ou do complemento do(s) verbo(s), que explicitam o contexto e/ou uma maior especificação da aprendizagem esperada. Fonte: MEC, 2017, p.29.

Com essa clareza já no planejamento, estabelecido em diferentes dimensões, (conteúdos, competências, habilidades, níveis cognitivos) é o caso de utilizá-lo efetivamente, partindo de objetivos claros, para desenvolver as sequências didáticas, aula a aula.

ANALISAR

Essa clareza completa de objetivos ajuda ao professor na medida em que ele é sempre alertado para a necessidade de pensar que a intenção pedagógica deve estar centrada no desenvolvimento de uma habilidade (em seu respectivo nível cognitivo) e, para isso, ele utiliza um conjunto de conteúdos.

APLICAR COMPREENDER RECORDAR

O tr abalho com as habilidades nos leva ao desenvolvimento das competências que trazem, em si, a essência da educação integral que é o eixo condutor da BNCC. Conforme o texto: Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e

do mundo do trabalho. (MEC, 2017, p.8) A avaliação, neste contexto, deve ser coerente com o que se planejou e executou. A retomada constante de objetivos claros ajuda no momento de escolher e elaborar um instrumento de avaliação (seja com função de acompanhamento, seja com função diagnóstica, seja com função classificatória, ou todos juntos). Nessa perspectiva, avaliar é muito mais que “verificar a aprendizagem” de um conteúdo, é reunir elementos para refletir sobre a contribuição que a escola tem dado ao desenvolvimento integral das pessoas. Encerrando, destaco que é um momento em que cada rede, cada escola, deve exercer sua autonomia ao rediscutir seus currículos, inspirados pela Base, mas , acima de tudo, alicerçados na própria identidade, ancorados na competência de seus times e sintonizados com os anseios da comunidade escolar do entorno.

Taxonomia de BLOOM diagrama

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INTERCÂMBIO

PARA ALÉM DAS FRONTEIRAS PROGRAMA DA REDE SAGRADO POSSIBILITA EXPERIÊNCIA DE ESTUDO EM OUTROS PAÍSES

REGIANE AVELAR 28

Coordenadora de Comunicação Estratégica

Com o objetivo de desenvolver o sentido de fraternidade e respeito, promovendo o encontro de jovens brasileiros (as) com estudantes de outras nacionalidades, ampliando, assim, a visão de mundo dos participantes, anualmente, a Rede Sagrado – Colégios Sagrado Coração de Maria promove o intercâmbio entre a Rede Global de Escolas RSCM. O programa busca oportunizar a internacionalização dos estudos e o aprimoramento das línguas inglês

e espanhol, por meio de atividades extracurriculares e do convívio diário com outra cultura.

tornando-os mais qualificados para futura colocação profissional, bem como para as diversas situações da vida.

A experiência favorece a aquisição de conhecimentos que ajudam na definição de projetos pessoais mais consistentes e maduros, bem como oportuniza o desenvolvimento da capacidade de superação, espírito de liderança e demais habilidades empreendedoras. Tudo isso que qualifica os participantes

Para viverem essa rica experiência no exterior, todos passaram por processo seletivo, que incluiu análise curricular, redação e teste de conversação em inglês e/ou espanhol. Em 2018, 11 jovens participaram da experiência e, nas próximas linhas, você irá conhecer o relato de cada um deles. Confira:

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INTERCÂMBIO

NOVA YORK

COLÔMBIA

“O intercâmbio foi uma experiência incrível e única, que não só me ajudou a praticar a língua espanhola de maneira efetiva, mas também foi uma forma de aprimoramento pessoal, de conhecer novas pessoas, de aprender sobre uma cultura diferente e de me tornar mais independente. Por tudo o que proporciona, indico o intercâmbio a todos os alunos.”

“O intercâmbio para Medellín foi uma oportunidade para desenvolver meu protagonismo, já que, estando tão longe de casa, tive que resolver muitos problemas sozinha. O melhor foi poder aprender o espanhol e conviver com outra família e com uma cultura completamente diferente. Essa viagem me ensinou muito sobre a diversidade e respeito ao outro.”

Ana Betriz Monteiro Miranda – Ubá

Mariana Sepulcri Basilio – Vitória

“O intercâmbio para a Colômbia foi uma experiência super válida e importante, já que, além do meu desenvolvimento como aluna, pude evoluir pessoalmente. Estando em outro país sem a minha família e em contato com outra cultura, aprendi a confiar mais em mim, ser mais independente, responsável, mais aberta a novas experiências e que sou capaz de realizar muitas coisas que antes nem imaginava. Além do mais, fiz amizades que mantenho até hoje. Então, sem dúvidas, esse mês, que mais pareceu uma semana, vai ficar na minha memória para sempre.”

Isabela Monteiro Polini – Vitória 30

“O intercâmbio para a cidade de Medellín foi muito importante para a minha vida acadêmica e pessoal pois, além de acrescentar conhecimento em uma língua estrangeira, me ajudou a ser mais responsável e independente. As amizades criadas serão guardadas para o resto da vida e o conhecimento sociocultural ajudará em minha caminhada acadêmica. A escola foi muito acolhedora e a visão da cidade melhorou muito após o intercâmbio. Recomendo essa experiência para todos!”

“Ir para um país estrangeiro, com uma língua que não é a minha nativa e com uma outra menina que nunca havia visto anteriormente, foram somente as primeiras de muitas experiências inusitadas, embora extremamente enriquecedoras. Além da minha mais nova família, as companheiras de viagem colombianas e até mesmo as amigas da Marymount School fizeram de minhas tardes após as aulas, e até mesmo durante elas, uma contínua exploração da cidade que nunca dorme, por meio de visitas ao Museum of Modern Art (MoMa), Empire State Building, teatro na Broadway e passeios diários no Metropolitan Museum of Art (MET) e Central Park. Durante esse curto mês fora, senti-me extremamente bem acolhida e, além de sentir a evolução acadêmica, é notável o desenvolvimento pessoal conquistado. As amizades que se originaram nesse intercâmbio se perpetuam até hoje, deixando para trás somente a saudade daquele curto período que, embora estando longe de casa, será lembrado como uma das melhores experiências por mim vividas.”

“Acho que o mais importante foi o tanto que eu aprendi; aprendi a conviver (e morar) com pessoas novas, aprendi a lidar com uma outra língua, a lidar com o frio e aprendi a confiar mais em mim - saber que eu consigo ficar longe dos meus pais e me virar bem em uma cidade tão grande como Nova Iorque. Além disso, por meio do Colégio, pude conhecer uma cidade que sempre sonhei, conhecer novos lugares, novos hábitos e novas pessoas. Definitivamente, foi uma oportunidade maravilhosa.”

Vivian L´Abatte Beaumord -BH

Maria Clara Biccas Braga -Vitória

Lucca Costa Nicchio - Vitória 31


INTERCÂMBIO

BLOG DO INTERCÂMBIO

LONDRES

Os Intercambistas brasileiros compartilharam, “Acredito que esse programa é de extrema importância, pois, além de os alunos brasileiros irem para o exterior, nós também recebemos alunos intercambistas vindo de países como Colômbia, Inglaterra e Estados Unidos. Então, essa troca cultural permite um grande crescimento para todos os estudantes, no sentido pessoal e escolar.”

Isabelle Crisitine Moreira Rosa – BSB

“O intercâmbio da Rede Sagrado me proporcionou muita aprendizagem e experiências incríveis. Além de conhecer a cidade de Londres, fazer passeios inesquecíveis e melhorar muito minha fluência em inglês, a viagem me proporcionou um grande desenvolvimento da minha autonomia e maturidade. O ambiente da escola (internato) me ensinou a convivência com diferentes culturas, com pessoas do mundo inteiro. Enfim, foi uma experiência de muito crescimento, prazer e disciplina.”

“O intercâmbio com certeza entrou para a minha história. Nada nunca irá superar a cultura inglesa, o contato com meninas diferentes, culturas riquíssimas, independência e, principalmente, o contato com um novo tipo de educação. As amizades que nasceram com certeza me oportunizaram a enxergar diferentes visões de mundo, me ensinaram a ser uma pessoa mais compreensiva e interessada em conhecer novos países. Uma experiência como essa nos faz quebrar muros e conhecer o mundo de verdade, guardo para sempre no meu coração.”

Clarissa Zanotti B. Silqueira – Vitória 32

descobertas, amadurecimento e crescimento. As postagens completas estão disponíveis na página: intercambiorscm.blogspot.com.br.

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Em maio, o Colégio Sagrado Coração de Maria Belo Horizonte recebeu quatro estudantes colombianas. Isabella Gaviria, Sara Tabón, Daniela Echeverri e María Alejandra, que estudam no Marymount School Medellín, passaram o mês assistindo às aulas nas turmas do 9º Ano e tiveram a oportunidade de conhecer um pedacinho do Brasil.

Ramana Scardua Jonas – Vitória

“O Brasil nos deixou sem palavras. A simpatia das pessoas, a cultura, a comida, a música, cada um desses detalhes fez com que essa experiência fosse algo impossível de esquecer”, contou Isabella Gaviria.

“Passar quase 40 dias num intercâmbio em um colégio em Londres foi uma das melhores experiências da minha vida. Nessa escola interna chamada Marymount, pude fazer amizades com meninas de todas as nacionalidades e aprendi sobre diferentes culturas. Tive a chance de crescer como pessoa, conquistando a minha independência e autonomia, e melhorando a minha capacidade de adaptação. Além disso, consegui aprimorar meu inglês. O colégio foi sempre muito acolhedor e nos ajudou em tudo que precisávamos. E, ainda, nos presenteou com passeios incríveis para o Cirque du Soleil, o musical Amadeus e o Hamptom Court Palace. Sou muito grata pela oportunidade de ter participado desse intercâmbio.”

Mariana Gonçalves Pequeno – Rio de Janeiro

vivências pedagógicas, culturais e curiosas

COLOMBIANAS VIVEM EXPERIÊNCIA NA CAPITAL MINEIRA

Helena do Vale G. de Paula Lana – BH

“O intercâmbio foi com toda a certeza a experiência que mais agregou em minha vida. Além de ter tido contato com diferentes culturas, novos lugares, diferentes métodos de ensino, um dos pontos mais importantes foi a independência que desenvolvi. Voltei uma pessoa completamente diferente, descobri coisas sobre mim mesma que nunca teria imaginado. As pessoas que conheci, o conhecimento que absorvi, os momentos que passei vou levar para sempre. Aprender inglês de uma forma teórica é totalmente diferente de aplicá-lo de uma maneira prática, e a troca de culturas é algo que só se tem vivenciando. Espero que mais pessoas possam ter essa maravilhosa oportunidade. Agradeço muito ao colégio por ter cedido a chance, sempre havia sonhado em estudar na Inglaterra.”

por meio do blog Diário de Intercâmbio, as

As meninas se hospedaram em casas de famílias de alunas do Colégio e tiveram a oportunidade de conhecer os pontos importantes da capital mineira, visitaram a Lagoa da Pampulha, fizeram o Circuito da Praça da Liberdade e, também, o Projeto

AGORA É SUA VEZ!

Vida Padre Gailhac, localizado na região de Venda Nova. Para Daniela Echeverri, o projeto é responsável por formar seres humanos baseando-se nos valores básicos que são primordiais e que todos deveriam ter. “Penso que estão fazendo um trabalho muito legal, pudemos perceber que os meninos são muito felizes lá. E essa felicidade eles nos transmitiram. Uma experiência muito enriquecedora”. Além disso, as quatro estudantes passaram um dia na histórica cidade de Ouro Preto (MG). “O intercâmbio nos deu a oportunidade de descobrir lugares incríveis e histórias cheias de experiências e de vida, todos os museus, parques e passeios e nos deu memórias, conhecimento, ensinamentos e muitas boas lembranças do Brasil”, acrescentou Isabella.

Quer fazer história na próxima turma de intercambistas da Rede Sagrado Coração de Maria? Acesse o site e acompanhe os editais:

WWW.REDESAGRADO.COM.BR 33


BNCC RSCM

LÍDERES DA REDE GLOBAL DE ESCOLAS RSCM SE REÚNEM EM PORTUGAL PARA ENCONTRO REGIANE AVELAR 34

Coordenadora de Comunicação Estratégica

Sob a luz do tema “ Alimentados pelas Escrituras e pelas Fontes das RSCM”, irmãs, lideranças e diretores de Escolas da Rede Global RSCM se reuniram em Lisboa e Fátima, Portugal, para refletir sobre o tema “Teologia da liderança”. O encontro foi conduzido pela biblista irmã Luísa Almendra e pela historiadora Kathleen Connell, Religiosas do Sagrado Coração de Maria. Representando a Província brasileira, participaram do encontro a Coordenadora Estratégica de Processos Educativos, Deise Elen, o diretor da unidade de Belo Horizonte, Fernando Barros, e o diretor da unidade Rio de Janeiro, Amaro França. Durante os dias de retiro, os líderes puderam fazer várias reflexões e partilhar experiências em grupo. Eles participaram, também, de reuniões de definição e alteração dos termos de referência do comitê internacional e de reuniões preparatórias para a próxima conferência geral, que acontecerá em Los Angeles (EUA), em 2019.

Dentre os momentos de espiritualidade, os diretores tiveram oportunidade de visitar os lugares sacros, como a Basílica do Santuário de Fátima e todo o complexo. Conheceram, também, a Capela das Aparições, a Basílica da Santíssima Trindade, Valinhos (povoado dos três pastorinhos videntes de Nossa Senhora de Fátima), além de participar da Santa Eucaristia e da abençoada Procissão das Velas. Para os participantes brasileiros o retiro é uma oportunidade de refletir sobre o próprio processo de liderança relacionando-o ao legado e ensinamentos do fundador Pe. Gailhac. Em grupo houve o aprofundamento sobre as características de algumas lideranças do IRSCM ao longo da história, assim como de outros personagens bíblicos. Como parte da agenda do encontro, os líderes foram recebidos no Colégio Sagrado Coração de Maria de Lisboa e fizeram um passeio turístico pela capital portuguesa. Ao final do primeiro dia, o diretor Fernando Barros, membro do comitê internacional da

Rede Global de Escolas RSCM, participou da reunião para encaminhamentos sobre: Conferência Global em Los Angeles, avaliação sobre o comitê e funcionalidades, além de iniciativas que possam fortalecer a Rede Global. No segundo dia, o grupo seguiu para Fátima, onde aconteceu o retiro (na Casa das Irmãs do Amor de Deus). Os líderes foram recepcionados pela provincial irmã Isabel Grangeon e pelos Diretores dos Colégios de Porto, Fátima e Lisboa.

WEBSITE INTERNACIONAL A Rede Global RSCM contará com um site internacional, desenvolvido pela província brasileira. A plataforma bilíngue (português/ inglês) trará notícias, materiais e reflexões das escolas RSCM localizadas nos mais de 14 países. O encontro, que aconteceu entre os dias 28 de junho e 02 de julho, reuniu líderes de diversos países.

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EX-ALUNOS

EX-ALUNOS COLECIONAM HISTÓRIAS DE SUCESSO

Um dos principais instrumentos para avaliação da qualidade de uma escola é a capacidade dela em fazer a diferença na vida dos estudantes. A colaboração que a escola oferece na formação intelectual, profissional e, sobretudo, humana é levada para a vida inteira. Já que é no ambiente escolar que o estudante, desde a primeira infância, desenvolve valores, habilidades cognitivas

PROJETO DE VIDA: COLÉGIOS DA REDE SAGRADO ATUAM NA FORMAÇÃO INTEGRAL DOS ALUNOS, DA INFÂNCIA ATÉ APÓS A FORMAÇÃO

atitudinais e sociais e aprende lições de cidadania. Para exemplificar essa colaboração na formação humana, a Rede Sagrado convidou alguns ex-alunos para contar as próprias histórias, identificando como e em que o colégio contribuiu para que

REGIANE AVELAR 36

Coordenadora de Comunicação Estratégica

eles sejam quem são hoje. A atuação desses alunos na vida e na sociedade está intimamente ligada ao processo formativo vivido nos Colégios SCM e aos projetos educacionais que são realizados.

Como exemplo do compromisso com uma educação de excelência, está o esforço para que o estudante encontre sentido maior nas próprias escolhas. Por meio do Projeto de Vida, os Colégios Sagrado Coração de Maria oferecem subsídios para que o estudante aprenda e consiga planejar a existência nas várias dimensões da vida, não apenas no que tange à formação profissional. Afinal, ser verdadeiramente feliz é viver em plenitude, fazer o bem, deixar um legado para a sociedade, autorrealizar-se como pessoa e conquistar objetivos. E ninguém melhor para exemplificar como isso acontece na prática e de que forma os valores da Rede Sagrado (CSCM) contribuem para a vida que os próprios estudantes. Confira, a seguir, a importância da formação humana no desenvolvimento pessoal e profissional de ex-alunos da Rede Sagrado.

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EX-ALUNOS CLARISSA PAZ Fundadora da ONG APO-FU (Apoiando o Futuro). “Acredito que a formação acadêmica é a base de tudo. Se eu cheguei aonde cheguei, foi devido ao ensino oferecido pelo colégio. Se eu consegui ser aprovada e ingressar nas instituições de ensino superior em que estudei, foi porque adquiri uma boa base no Sacré-Coeur de Marie, onde estive a vida inteira. Até porque, na escola, o indivíduo aprende muito mais do que na faculdade ou até na pós-graduação, já que trabalha e desenvolve a formação completa, o que abrange a formação intelectual, cultural e social. Nós íamos a museus e vários outros locais. Isso tudo era muito interessante porque não aprendíamos somente em sala de aula. A escola ter, também, como foco, conteúdos e passeios extracurriculares, foi com certeza um outro diferencial no meu processo de aprendizagem. Como um todo, estudar no Colégio Sagrado Coração de Maria foi muito importante para a minha vida.”

PATRÍCIA PHILIPPI Agente de polícia da Polícia Civil do Distrito Federal, atuando na Coordenação de Repressão aos Crimes contra o consumidor, a propriedade imaterial e a fraudes. “Tenho a lembrança de uma frase que sempre foi muito presente em minha jornada no Colégio Sagrado Coração de Maria: ‘ser conhecido pelo nome faz toda diferença, não somos mais um número’. E nunca fomos! Sempre fomos acolhidos pelo que somos, com nossas dificuldades e problemas. Vivi muitos momentos maravilhosos em gincanas, saraus e em projetos sociais. A escola era extensão da família. Aprendi a respeitar o outro nas escolhas que tem. Afinal, quando nos sentimos amados, respeitados, inseridos e acolhidos, queremos sempre que o outro experimente a mesma sensação. Nos formamos com mestres que nos direcionaram para o caminho do bem, e hoje, podemos direcionar outras pessoas com nosso exemplo, porque aprendemos com os melhores.” YARA TUPYNAMBÁ, Artista plástica renomada e reconhecida mundialmente. “Completei o Curso de Formação no Sacré-Coeur de Marie em 1949 e o colégio foi fundamental para o meu futuro como artista plástica. Eu já estudava desenho, mas foi na escola que tive o meu primeiro contato com a pintura. Naquela época, além de me dedicar muito aos estudos, acabei ganhando destaque na pintura e o meu pai foi chamado no colégio pela professora justamente para dizer-lhe que eu tinha habilidade, mas já tinha aprendido tudo o que ela poderia ensinar. Foi então que iniciei um curso profissional de pintura. Sou muito grata ao Sacré-Coeur por tudo isso e pelo amadurecimento intelectual. Ter estudado matérias como Metodologia e Psicologia foi muito importante, especialmente quando eu comecei a lecionar na Escola de Belas Artes da UFMG, pois foi a minha base de conhecimento para que eu pudesse exercer a minha função”.

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ALEXANDRE LOURENÇO DE LOYOLA Empresário no Comércio Internacional e fundador da Associação de Diabéticos do Espírito Santo e Amigos.

BRUNO ROCHA Jornalista e blogueiro brasileiro que interpreta o personagem Hugo Gloss.

“Além da excelente formação acadêmica que recebi durante meus anos letivos no Colégio Sagrado Coração de Maria, houve, sempre, um importantíssimo e constante reforço no lado espiritual e religioso, através dos princípios e ensinamentos cristãos, tendo em evidência o exemplo da importância do AMOR em nossas vidas. Acredito muito na importância do olhar ao próximo, assim teremos um mundo melhor para todos. Se tivermos o compromisso em fazer algo que possa melhorar a vida de alguém e não somente em detrimento próprio, alcançaremos um mundo com mais amor, justiça social e solidariedade.”

“O CSCM foi muito importante para a minha história. Com certeza um dos colégios onde mais aprendi lições, não só para os estudos, mas para toda a vida. No Colégio, fui muito estimulado a criar. Todos os professores me incentivavam a colocar em prática minhas ideias, desde uma peça de teatro até uma quadrilha junina diferente. Mais do que em outras escolas que já estudei, no CSCM eu percebi uma grande vontade de todos os professores em encontrar o melhor dos alunos. Sou muito grato a todos da escola por terem me ajudado na difícil caminhada que é a adolescência. Um beijo grande para todos que foram meus professores, Glaucia, Murilo, Wagner, Magno. Espero que os alunos atuais saibam aproveitar esse espaço maravilhoso que é o SCM Brasília!”

OLÍVIA FREITAS Repórter de rede nacional de televisão. “Ter estudado no Sagrado Coração de Maria foi fundamental para consolidar as escolhas que fiz ao longo da vida. Tive professores ótimos que ensinaram não só o conteúdo pedagógico, mas a pensar, a questionar o mundo, a questionar minhas próprias atitudes. E o valor disso é impossível medir. E assim aprendi muito sobre cidadania, respeito e sobre “brigar” pelo que acho certo. Hoje, sou jornalista! Sem uma visão crítica a respeito do mundo e sobre mim mesma não há chance de se fazer um trabalho responsável e, principalmente, humano. São muitos os desafios de quem escolhe seguir pelo caminho que decidi trilhar. Mas no enfrentamento de todos eles, entre vitórias e derrotas, jamais podem faltar o olhar atento, a cabeça aberta e a mente inquieta. Considero-me uma pessoa em construção permanente. E sou muito grata por isso. Acredito que é muito importante poder olhar para trás e perceber que fiz boas escolhas. Nem sempre as melhores, mas aquelas que eu QUIS fazer. Isso, para mim, é realização.”

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TRADIÇÃO

O Colégio Sagrado Coração de Maria é parte integrante de uma rede nacional e internacional de escolas pertencentes à Congregação das Religiosas do Sagrado Coração de Maria. Uma das mais tradicionais instituições de ensino da capital mineira, localizada na região Centro-Sul de Belo Horizonte, tem cerca de mil estudantes da Educação Infantil ao Ensino Médio, e também a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Na galeria de ex-alunos, figuram personalidades aimportantes, dentre elas, a artista plástica Yara Tupynambá. [Leia matéria completa na página 36]. A história do Sacré-Coeur de Marie na capital mineira teve início em 1928, quando a sede provisória ficava em uma casa na Rua Timbiras, no Centro. Lá, as irmãs da Congregação do Sagrado Coração de Maria criaram a escola que, inicialmente, era um internato exclusivo para meninas, passando a aceitar garotos a partir de 1969.

COM NOVE DÉCADAS DE FUNDAÇÃO, O COLÉGIO ESTÁ ENTRE OS DE MAIOR TRADIÇÃO EM BELO HORIZONTE

Ao relembrar o tempo como aluna, Rosa de Lima Pereira, carinhosamente conhecida como Ir. Rosinha, conta como era a estrutura do Colégio nos anos de 1950. “Parte da edificação não existia quando eu estudava naquela época. No fundo do pátio, atrás da gruta, havia um bosque que se estendia até a Praça Milton Campos. A rua, que hoje é habitada por prédios e casas, era, na verdade, o muro do Sacré-Coeur”. Segundo Ir. Rosinha, quem também já foi professora no colégio, o atual Parque das Mangueiras é uma homenagem ao antigo bosque do Sagrado.

cristãos, promovendo protagonismo na construção de competências, cultura da solidariedade e compromisso com a transformação social.

Para os membros do Trio Gestor da unidade, as nove décadas de trajetória demonstram a importância que o Sagrado Coração de Maria tem para a capital, que em dezembro passado chegou aos 120 anos. “É uma escola que faz parte de Belo Horizonte, com uma educação voltada para os valores éticos, a formação cidadã e o desenvolvimento humano. Como consequência, nossos Há 90 anos, o Sacré-Coeur de Marie alunos se destacam nas principais busca proporcionar uma educação de universidades do país, com excelência excelência para crianças, adolescentes acadêmica”, enfatiza o diretor Fernando e adultos fundamentada nos valores Barros.

Foi em 1930 que a sede do Colégio começou a ser construída na rua Estevão Pinto, 400, esquina com a então rua Ramalhete, que hoje se chama rua Palmira, mas que na década de 70 tornou-se uma canção que faz parte da história de Belo Horizonte: “Rua Ramalhete”, do cantor, instrumentista e compositor Tavito:

“Sem querer fui me lembrar De uma rua e seus ramalhetes, O amor anotado em bilhetes, Daquelas tardes.

PRISCILLA ÁZARA 40

Assessora de Comunicação do Colégio Sagrado Coração de Maria Belo Horizonte.

No muro do Sacré-Coeur, De uniforme e olhar de rapina, Nossos bailes no clube da esquina, Quanta saudade!”

Ex-aluna, Ir. Rosinha construiu história junto com o Sacré-Coeur. Integra atualmente o IRSCM e coordena a Área da Missão no Conselho Provincial Ampliado 41 41


TRADIÇÃO COMO TUDO COMEÇOU Em 1849, foi fundado em Béziers, no Sul da França, o Instituto das Religiosas do Sagrado Coração de Maria, uma obra originada por meio da união de forças entre Padre Gailhac e Ir. Saint Jean. Após expandir-se por países da Europa, África e América do Norte, em 1911, as primeiras religiosas do Instituto chegaram ao Brasil. Vindas de Portugal, Madre Maria de Aquino Vieira Ribeiro, Madre Maria de Assis Gomes

da Fonseca e Madre Santa Fé Gomes Conde iniciaram a missão em terras brasileiras com a fundação de orfanatos e colégios. O primeiro colégio fundado no país foi o de Ubá (MG), ainda em 1911, seguido pelo Rio de Janeiro (RJ), no mesmo ano. Em 21 de janeiro de 1928, celebrou-se a missa que marcou a fundação do Colégio Sacré-Coeur de Marie em Belo Horizonte, cuja primeira

superiora foi Madre Tereza Inês de Jesus Soares Teixeira, também portuguesa. A primeira matrícula foi efetivada por uma família vizinha ao Colégio. O Sr. Sócrates Alvim e a esposa, Armênia Rezende, matricularam a filha de 11 anos, Astrea Rezende Alvim. À primeira matrícula seguiu-se a matrícula de Maria Celeste de Andrade Janot. O

Colégio cresceu e novas alunas eram matriculadas todos os meses, ao final do ano, 58 meninas estavam sob os cuidados educacionais das religiosas. Ao final de 1929, o Sacré-Coeur já contava com 112 alunas e o reconhecimento legal do estabelecimento. A história do Sacré-Coeur se mistura com a de pessoas que dedicaram a vida ao Sagrado

Coração de Maria. Maria José Teixeira, a Ir. Zezé, é uma delas. Ex-aluna do colégio completou, também neste ano, bodas de diamante na Congregação. “Poder acompanhar de perto a trajetória do Colégio onde estudei é maravilhoso. Aqui dei os primeiros passos, rumo à minha vocação e meu sentimento é de muita alegria, amor e gratidão pela oportunidade de lidar com a juventude e o corpo docente ainda hoje”, ressalta.

Aos 90 anos recém-completados, o Colégio Sagrado Coração de Maria continua com o compromisso de oferecer ao estudante condições de aprender a aprender, a ser, a conviver e a fazer. A proposta pedagógica se volta para a oferta de uma educação de qualidade destinada a crianças, jovens e adultos, comprometida com a excelência acadêmica, a cultura da solidariedade, da paz e da justiça e com o processo de transformação social.

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ANOS 60

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Com o objetivo de inovar o ensino e envolver ainda mais os estudantes, a Rede Sagrado acaba de firmar uma importante parceria educacional: a Google ForEducation. A partir de agora, toda a comunidade acadêmica terá à disposição inúmeras ferramentas que favorecem a aprendizagem e

SOMOS PARCEIROS GOOGLE

interação entre alunos e professores. Este novo tempo será marcado pela implementação da metodologia de fluência digital para o corpo docente dos colégios e para os estudantes, que já estão habituados e completamente inseridos na “Era da Tecnologia”. Com isso, serão adotadas metodologias próprias e tecnologias abertas e gratuitas em sala de aula. Para estruturar este processo, a Rede Sagrado está investindo em capacitação e no desenvolvimento profissional de 100% dos professores, coordenação Pedagógica, bem como as áreas

REGIANE AVELAR

Coordenadora de Comunicação Estratégica

técnicas e administrativas. Estão sendo realizados cursos e formações, além de workshops presenciais e remotos. Os colaboradores terão, ainda, a oportunidade de participar de Grupo de Estudos para a Certificação Google. Além do investimento direto em Recursos Humanos, todas as unidades estão sendo equipadas com Chromebooks de alta tecnologia, leves e com design arrojado, que podem ser

site

facebook

youtube

utilizados como tablets. Tudo isso visa, a partir da inovação tecnológica, tornar o aprendizado mais dinâmico, significativo e atraente para todos os alunos, contribuindo com a missão da Rede

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Sagrado de transformar o mundo por meio da educação.


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