Rosilene Miliotti
maio de 2015 - Maré, Rio de Janeiro - distribuição gratuita
Quem foi Ivanildo Alves
Campanha Jovem Negro Vivo, da Anistia Internacional, movimentou a Feira da Teixeira e conseguiu apoio de moradores e grupos locais como o Passinho da Rua C e bailarinos da Escola Livre de Dança da Maré. Todos assinaram o manifesto “Queremos ver os jovens vivos”. Pág. 10 a 12
Elisângela Leite
Rosilene Miliotti
O morador Ivonildo Alves pendurou uma placa com seu nome na própria rua para que seus parentes localizassem a sua casa. E assim a rua acabou ficando com seu nome, com uma alteração: virou Ivanildo Alves. O filho dele, Cleber, conta essa e outras histórias do pai, falecido em 2013, nas páginas 8 e 9
Pela vida, na Maré
laqueadura em questão Pág. 6 e 7
Banda Algoz
Grupo de rock da Maré Pág. 3 Centro de Artes Lona da Maré Pág. 15
Silvia Noronha
Saúde
Paulo Barros
A foto pegou o motociclista passando na Teixeira no momento em que a camisa manchada de tinta vermelha estava suspensa
Nosso garimpeiro do mar
Carlos Tornado, morador da Praia de Ramos, há 44 anos vive de garimpar objetos de valor, perdidos por banhistas nas praias do Rio. Ele mergulha à procura do seu sustento. Já achou anel com 16 diamantes e muitos cordões de ouro, mas diz que, hoje em dia, essa fartura não acontece mais. Pág. 4 e 5
Rosilene Miliotti
62
Ano VI, No
Passe o tempo
Palavras cruzadas Pág. 13
Delícias
Bolinho de chuva: Pág. 15 Chá de casca de laranja: Pág. 16
Editorial Pressão popular A história da Maré, contada por moradores, é uma das principais seções do jornal, intitulada “Nossa história”. Nesta edição, o que Cleber (filho de Ivonildo Alves) nos conta nas páginas 8 e 9 evidencia – mais uma vez – o protagonismo dos primeiros que aqui chegaram e ajudaram a formar a Maré.
sucesso dentro e fora da Maré Fabíola Loureiro
A parte divertida – um morador pendurar uma placa com o seu nome e acabar ‘batizando’ a rua – ilustra como as coisas funcionavam no passado. Era preciso organizar o lugar e cada um fazia o que podia. O poder público só começou a investir aqui muito tempo depois, após muita pressão dos próprios moradores. Anos depois, registramos inúmeros avanços, mas ainda há outro tanto de coisas a serem feitas. Como sempre, a pressão da população continua fundamental em todos os campos, alguns deles comuns a várias partes do Rio e do Brasil, a exemplo da luta contra a morte prematura de jovens, tema de outra reportagem, publicada da página 10 a 12. Leia e saiba como participar! A todas e todos, boa leitura!
Instituição Proponente
Redes de Desenvolvimento da Maré
Diretoria
Andréia Martins Eblin Joseph Farage (Licenciada) Eliana Sousa Silva Edson Diniz Nóbrega Júnior Helena Edir Patrícia Sales Vianna
Instituição Parceira
Paulo Barros
Formada por três moradores da Maré e um de São João de Meriti, a banda Algoz já tem 11 anos de estrada e vem fazendo sucesso por onde passa. A banda está finalizando seu primeiro CD, homônimo, que deve ser lançado no mês de julho.
Documento entregue ao Pezão Conforme antecipado pelo Maré de Notícias, na edição passada (pág. 3), os dirigentes das associações de moradores das comunidades da Maré entregaram ao governador Luiz
Fernando Pezão um plano de ações com as principais necessidades locais. O documento foi entregue em maio, nas mãos do governador. Vamos cobrar? Leia o plano na íntegra no site da Redes: redesdamare.org.br
Erramos: Na edição anterior, na página 10, a autoria da foto é de Elisângela Leite A seção Povos da Baía, sobre os pescadores da Maré, será publicada na próxima edição.
Expediente
Banda Algoz
Associação dos Moradores e
Conexão G
Amigos do Conjunto Esperança
Conjunto Habitacional Nova Maré
Pablo Ramos
Conselho de Moradores da Vila dos Pinheiros
Monica Soffiatti
Associação de Moradores do Conjunto Marcílio Dias Associação de Moradores do Conjunto Pinheiros Associação de Moradores do Morro do Timbau
Luta pela Paz União de Defesa e Melhoramentos do Parque Proletário da Baixa do Sapateiro União Esportiva Vila Olímpica da Maré
Associação de Moradores do Parque Ecológico
Proj. gráfico e diagramação Logomarca
Colaboradores Anabela Paiva André de Lucena
Coordenador de distribuição Luiz Gonzaga
Associação de Moradores do Parque Habitacional da Praia de Ramos
Imagem de cabeçalho na capa: Tornado, o garimpeiro do mar (leia na pág. 4 e 5), fotografado por Rosilene Miliotti.
O guitarrista Diogo Nascimento, morador da Vila do Pinheiro, conta que no início o grupo tocava por hobby, fazendo cover de outras bandas e sem preocupação de mercado. Com o tempo, eles foram percebendo que era isso o que queriam da vida e começaram a fazer suas próprias músicas. Elza La Sombra, vocalista da Algoz, também responsável pela produção executiva, diz que cada um tem uma segunda função na banda e ainda contam com a ajuda de colaboradores. “O Diogo faz as gravações e edições, é nosso produtor musical. O Klaus atua na área de marketing, fazendo as divulgações nas redes sociais. Eu entro em contato com os locais e marco os shows e temos os amigos e nossa família
motocicleta é uma figura de linguagem”, explica Elza (leia a letra de Fungos na página 16).
Klaus Grunwald, baixista e morador da Baixa do Sapateiro, diz que a música continua sendo o hobby deles, mas agora de uma maneira mais séria, na tentativa de entrar no mercado musical. “Temos feito shows mais fora do que dentro da Maré. Divulgamos nosso material na internet e aparecem os convites para shows. Já tocamos no Circo Voador, Terreirão do Samba, em Belo Horizonte, Lonas, Arenas e em vários festivais”, elenca Klaus. O baterista Robson Pontes é o único integrante que não mora na Maré e entrou recentemente na banda.
Eventos mensais de rock na Maré
Os ensaios acontecem na casa de Elza e Diogo, onde também ocorrem reuniões e encontros com os amigos. Com letras todas em português, as músicas são uma mistura de new metal com pósgrunge. New Metal funde influências do grunge e do metal alternativo com funk, hip hop e punk, rap e música eletrônica. Já o Pós-grunge geralmente é mais pop. “As letras são muito subjetivas, depende da interpretação de cada um. Uma de nossas músicas, Fungos, fala de uma pessoa em cima de uma motocicleta e sua vida em torno disso, mas a
Os artigos assinados não representam a opinião do jornal.
40.000 exemplares
Editor assistente
Redes de Desenvolvimento da Maré
Observatório de Favelas
Associação de Moradores do Parque Rubens Vaz
Ação Comunitária do Brasil
Apoio
Associação de Moradores do Parque União
Administração do Piscinão de Ramos
Associação de Moradores da Vila do João
Associação Comunitária Roquete Pinto
Associação Pró-Desenvolvimento da Comunidade de Nova Holanda
Fabíola Loureiro (estagiária) Rosilene Miliotti
Associação de Moradores e Amigos do Conjunto Bento Ribeiro Dantas
Biblioteca Comunitária Nélida Piñon Centro de Referência de Mulheres da Maré - Carminha Rosa (CRMM)
Elisângela Leite
Silvia Noronha (Mtb – 14.786/RJ)
Hélio Euclides (Mtb – 29919/RJ)
Leia o Maré e baixe o PDF em www.redesdamare.org.br
Repórteres e redatores
Fotógrafa
/redesdamare
“Estamos pensando em tornar o Rock em Movimento um evento itinerante e mais vezes ao mês, em outros espaços do Rio de Janeiro. Hoje o cenário rock está assim: constrói eventos para criar o intercâmbio entre bandas dentro e fora da cidade. Dessa forma as bandas se auto beneficiam”, esclarece Diogo.
Veja mais na página 16! ),
Parceiros:
Tiragem
Rua Sargento Silva Nunes, 1012, Nova Holanda / Maré CEP: 21044-242 (21)3104.3276 (21)3105.5531 www.redesdamare.org.br comunicacao@redesdamare.org.br
@redesdamare
Além de fazer shows, a Algoz integra o coletivo “Rock em Movimento” juntamente com as bandas Levante e Café Frio. O coletivo surgiu durante a construção do evento Maré de Rock, em 2008, e tem o intuito de dar espaço para bandas autorais mostrarem suas produções. Os shows acontecem uma vez por mês no Largo do IV Centenário, no bar do Zé Toré, sempre com três bandas, uma da região e duas de fora, respeitando as datas de outros eventos na Maré.
Nova formação com o novo baterista, Robson (à esqu. e os moradores da Maré: Elza, Klaus e Diogo
Permitida a reprodução dos textos, desde que citada a fonte.
Impressão
Editora executiva e jornalista responsável
Grupo de rock nascido e criado na Maré há 11 anos lançará em breve seu primeiro CD
que nos ajudam e incentivam bastante. Os fãs acompanham nosso trabalho e compartilham os eventos no Facebook”, conta Elza, que é esposa do Diogo.
Jornal do Comércio
Associação de Moradores do Parque Maré
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Diogo, Márcio (que compôs a maioria das músicas e veio a falecer em 2014), Elza e Klaus
MÚSICA
HUMOR - André de Lucena: “Advogado de político”
Maré de Notícias No 62 - maio / 2015
Maré de Notícias No 62 - maio / 2015
EDITORIAL
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Jorge Tornado
Rosilene Miliotti
Muitas profissões são do cotidiano, já outras são diferentes. É o caso do trabalho de Jorge Ribeiro Mariano, conhecido como Tornado. Nosso personagem de 67 anos exerce há 44 a carreira de garimpeiro do mar. Ele visita as praias e passa o dia dentro do mar, aliás no fundo, procurando algo que tenha algum valor financeiro. Das praias por onde circula a que mais gosta é a de Ipanema, que ele acha a mais linda, seguida da Barra da Tijuca e de Copacabana. Carioca, passou a infância e a juventude no bairro do Jardim Botânico, zona sul, onde atuou como balconista e entregador de farmácia, além de trabalhar em mercearia e açougue. Uma remoção imposta pelo então governador Miguel Couto mudou sua vida, e veio morar na Praia de Ramos. E assim começou seu garimpo
com uma primeira peça, uma pulseira com escrita a ouro, que ele vendeu e usou o dinheiro para encher o carrinho de compras no mercado. “No passado da Praia de Ramos peguei muito ouro, a felicidade era quando encontrava jóias”, comenta.
Garimpeiro de bengalinha e microfone Nosso profissional depois de tanto vasculhar a areia pesada do mar com ancinho, hoje sofre com um problema na coluna, que o faz usar uma bengalinha. No mar abandona a bengala e se sente livre. Apesar de aposentado há um ano, ele não larga a rotina. “Ainda saio às 4h30 e volto às 19h. Só retorno mais cedo quando quero assistir a novela A Feia Mais Bela, do SBT”, revela ele.
Com sua profissão inusitada, Tornado já foi matéria dos jornais O Globo, O Dia, Extra e TV Record. Durante esse tempo, acumulou muitas histórias curiosas. “Na praia do Diabo levei um susto com uma tartaruga grande, saiu do nada, o coração bateu forte, achei que era um tubarão. Há 22 anos achei um anel de 16 diamantes, em outra ocasião foram 26 cordões em uma semana, foi um fenômeno de quando as vacas eram gordas”, relata.
Para relaxar, nas horas vagas, ele se transforma em cantor. “Como lazer, cantei muito no Cassino do Chacrinha, mas só ganhei buzinadas. Já no programa do Sergio Malandro, recebi 120 mil cruzeiros cantando La Bamba. De lá para cá, já são 15 anos acompanhando o cantor Bhega nos shows.” Tornado costuma fazer segunda voz. Apesar de viver numa área de lazer, ele nunca foi de passear com a família na praia, por acreditar ser um espaço de trabalho.
Hoje a poluição atrapalha muito a procura de cédulas, relógio ou joias. “Agora o que acho mais é óculos, recentemente achei um Ray-Ban Tem plástico no fundo do mar, até laranjão. São milhões de garrafas no mar, um perigo”, alerta. Sua alegria era quando vendia alguma peça e enchia o carro de compras. Com o garimpo do mar conseguiu criar seus cinco filhos. Um dos pupilos queria seguir a profissão, mas ele não deixou por achar o mar muito perigoso. “Para quem deseja começar na carreira, a dica é ter cuidado e saber nadar muito bem, pois precisar ir ao fundo. E quando há ressaca não se deve entrar”, ensina. Além disso, ele lembra que nem todo dia é de festa, que diversas vezes voltou para casa sem dinheiro. “Hoje são uns 33 profissionais, todos de gancho (ancinho usado para peneirar objetos na areia), até bombeiro está indo para o garimpo, a coisa está feia. O que faço é não me apegar aos objetos, o que vale algo, eu vendo.” Há também dias de prejuízo. Outro dia perdeu a bengalinha em Ipanema e uma medalhinha do Vasco na Barra.
Arquivo Pessoal
Hélio Euclides
“Há 22 anos achei um anel de 16 diamantes, em outra ocasião foram 26 cordões em uma semana, foi um fenômeno de quando as vacas eram gordas”
Perfil
PERFIL Maré de Notícias No 62 - maio / 2015
Jorge Tornado, morador da Praia de Ramos, busca o pão de cada dia no fundo do mar
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Maré de Notícias No 62 - maio / 2015
O garimpeiro das marés
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Lucélia e Antônio: primeiro filho após os 30 anos
LAQUEADURA: É um processo de esterilização que consiste no fechamento das tubas uterinas para impedir a descida do óvulo e a subida do espermatozoide. Quase 100% das mulheres que fazem laqueadura não engravidam mais. (Fonte: http://drauziovarella.com.br/)
Laqueadura sem espera
Rosilene Miliotti
Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS), feita em 2006, apontou que 46% dos nascimentos no país ainda não são desejados ou planejados. No levantamento anterior, de 1996, o percentual era de 48%. Ou seja, houve um avanço muito pequeno, o que mostra problemas no acesso a métodos contraceptivos, mau uso deles ou falhas na tecnologia disponível. Há várias maneiras de planejar a família. Se a ideia for ter filhos mais tarde, é possível fazer uso de anticoncepcional, DIU, camisinha, entre outros métodos. Para quem já possui dois filhos ou mais e deseja parar por aí, existe a laqueadura das trompas, mas como se trata de esterilização, essa decisão deve ser tomada em momento apropriado. A recomendação médica é que o casal participe de reuniões de planejamento familiar e que esse tipo de procedimento seja feito após muita conversa, já que a reversão é difícil e não é feita pelo SUS. A esteticista Renata da Cruz Silva, hoje com 32 anos, moradora da Nova Holanda, iniciou o planejamento familiar após o primeiro filho, mas engravidou enquanto tomava o anticoncepcional distribuído pelo SUS. “Não esperava engravidar porque estava me preparando para entrar na faculdade. Parei com tudo, tive meu filho. E depois, há cinco anos, fiz a laqueadura. O processo durou oito meses. Acho que a minha saiu rápido, algumas mulheres já estavam esperando há mais de dois anos”, conta ela, que fez ainda pelo método antigo. Renata realizou o procedimento quando o tempo de espera era realmente elevado. Samara Neder, médica de família e responsável técnica da Unidade Américo Veloso, na Praia de Ramos, explica que a fila que existe hoje é bem menor. Entretanto, algumas mulheres têm receio de optar pelo novo método de laqueadura, o Essure: menos invasivo, sem cortes, sem jejum, anestesia, cirurgia e internação para realizar a laqueadura de trompas, podendo voltar à rotina normal no mesmo dia. Acabam esperando mais tempo para ter acesso ao método antigo.
1ª gestação após os 30 anos também na Maré
Esterilização masculina
Saúde
Renata fez laqueadura há cinco anos
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FA MÍLIA ?
Hoje, com novo método e sistema integrado, o SISREG, quase não há fila de espera para fazer laqueadura. Antes, a fila na Maré chegava a 200 pessoas, mas essa decisão deve ser tomada com consciência
Mi liot ti
a Que tal pla nejar
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Ro sile ne
SAÚDE
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“Vi muitas meninas de 15 anos se achando velhas para ter o primeiro filho porque elas viam as amigas terem seus primeiros filhos com 13 anos ou menos. Hoje, aqui na Praia de Ramos, 30% das gestantes que atendemos têm entre 31 e 45 anos”
Ivonildo novamente
Cleber conta que, na época, a rua era palafita, então o pai pagava três cruzeiros (moeda da época) por caminhão para aterrar. Segundo ele, Ivonildo era um líder, assim como alguns de seus amigos da Maré, entre eles Zé Careca, ex-presidente da Associação de Moradores do Parque Maré (entrevistado pelo jornal na Ed. 10); do sapateiro, que na versão dele deu denominação à comunidade; do Oliveira, que dá nome a outra rua da Baixa; e do pai de Milton Pereira, o Menininho, atual coordenador do CCDC.
com a família
um metalúrgico em sua casa na década de 1980. Era Luiz Inácio, o Lula, seu amigo, que na época ainda não era tão famoso. Depois militou também no Partido Democrático Trabalhista (PDT).
“Ele foi expulso do país, veio para a favela ficar escondido, acreditando que não o achariam aqui. Nessa fase a rua não tinha nome, então para facilitar a chegada de parentes, ele colocou o nome dele numa placa e pendurou”
Outros fatos acenderam seu desejo de mobilização, conforme conta o filho, como no cadastro de muita gente para pegar leite na Legião Brasileira de Assistência (LBA) e em 1984 na organização dos moradores junto ao Banco Nacional de Habitação (BNH), nos reassentamentos do Projeto Rio.
Nossa História
Pintou uma curiosidade sobre a história da sua rua? Indique o nome para a próxima reportagem, e até lá!
Cleber Alves, filho de Ivonildo
Arquivo da fa
mília
Toda a família em tra
jes de festa
Ivonildo em passeio com os filhos Foto antiga de Ivonildo à esqu.; ao centro, uma de suas últimas fotos, tirada na igreja que frequentava; e à direita, o filho dele, Cleber, na Rua Ivanildo Alves
Elisângela Leite
Arquivo da família
Além de líder da rua, ele foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT) e trouxe Arquivo da família
“Ele foi expulso do país, então veio para a favela ficar escondido, acreditando que não o achariam aqui. Nessa fase a rua não tinha nome; e para facilitar a chegada de parentes que vinham visitá-lo, ele colocou o nome dele numa placa e pendurou. Na placa que ele fez era Ivonildo, mas quando registraram a rua, ficou Ivanildo”, lembra o filho Cleber Alves. Hoje algumas placas têm outro erro, o nome Evanildo.
Lula na Maré com Ivonildo
Na Rua Ivanildo Alves, morou no número 51, hoje 55. “Por essa criatividade, quase fui preso no alistamento militar, pois o sargento não acreditou que eu morava na rua com nome do meu pai, e que ele estava vivo na época. Tive que provar com conta de luz”, relembra o caçula Cleber. Seu pai faleceu em 2013, aos 85 anos, vítima de pneumonia, por não aceitar os remédios. Teve 11 filhos, 22 netos, 18 bisnetos e quatro tataranetos.
Maré de Notícias No 62 - maio / 2015
Hélio Euclides Ivonildo nasceu em Pernambuco e chegou ao Rio em 1960, para morar em Piabetá, na Baixada Fluminense. Cinco anos depois, veio para a Maré. Era marinheiro e tinha o ofício de soldador de navio. Com o golpe militar, em 1964, não aceitou a ditadura, passando a ser considerado desertor.
“Meu pai nunca divulgou isso, não gostava de colocar a cara, de viver de fama. Dois escritores de fora queriam escrever uma biografia, mas ele se recusou. Foi um grande líder que arrastou multidão, contudo era muito humilde”, revela Cleber. Ivonildo só gostava de falar que morava na rua que havia fundado. O único ser vivo com nome de rua. E que quando morresse não levaria nada, mas o nome na rua deixaria gravado.
Arquivo da fa m
O Maré de Notícias abre espaço para as ruas da favela. Para começar, vamos falar de Ivonildo Alves, ex-morador que dá nome à rua situada entre Nova Holanda e Baixa do Sapateiro, que veio foragido da ditadura militar e, anos depois, trouxe até sua casa o metalúrgico Lula, antes da fama Cada traçado tem sua história, que muitos desconhecem. O Maré de Notícias vai circular pelas ruas, começando pela Ivanildo Alves, onde se localiza a Lona Cultural Municipal Herbert Vianna. Na maioria das vezes, a rua tem o nome de alguém que nenhum morador chegou a conhecer; trata-se simplesmente de uma homenagem do poder público. Nesse caso, porém, Ivonildo foi mesmo morador. Mas atenção: o nome dele era Ivonildo e não Ivanildo.
Onde ficava a antiga casa de Ivonildo, falecido em 2013
ília
Minha rua tem um nome
Arquivo da família
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Elisângela Le ite
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NOSSA HISTÓRIA
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Moradores da Maré e trabalhadores da Feira da Teixeira recebem a campanha Jovem Negro Vivo e apoiam a iniciativa Anabela Paiva Elisângela Leite
Todos os sábados, a Rua Teixeira Ribeiro, a mais movimentada do Parque Maré e Nova Holanda, se enche de moradores e visitantes em busca dos mais diversos itens, de temperos a mesas de som para DJs, de filés de sardinha a enfeites para casa. Sábado, dia 9 de maio, por volta das 16h, o burburinho da feira cessou quando as batidas de dois tambores anunciaram a entrada dos jovens bailarinos da Escola Livre de Dança da Maré. Um a um, eles se alinharam ao longo da rua, entre as barracas. Entre eles, traziam roupas com furos e manchas que lembravam marcas de tiros e sangue. As roupas representavam os sete jovens mortos a cada duas horas no Brasil, segundo dados da Anistia Internacional. “Jovem ... negro... vivo!!”, gritaram, antes de vestir as roupas manchadas. Criada pelos bailarinos, em parceria com a Lia Rodrigues Companhia de Danças, a performance foi um dos destaques do lançamento da campanha Jovem Negro Vivo na Maré. A campanha, realizada pela Anistia Internacional em parceria com a Redes da Maré e o Observatório de Favelas, alerta para a chocante realidade brasileira: dos 56 mil homicídios cometidos no Brasil por ano, mais da metade atingem os jovens de 15
Moradores relatam situações de racismo A maioria dos abordados apoiava a ideia – alguns por terem passado por experiência própria por situações de racismo e violência. Na Maré, segundo dados do IBGE, 61% da população se declara negro ou pardo. O mineiro Jacques Ferreira Figueiredo, de 22 anos, era um deles. Numa pausa da venda de caldos de cana na sua barraca, ele contou já ter vivido muitas experiências de discriminação. “Quando a gente chega para comprar uma coisa, se só tem pessoas mais claras que a gente, acham que a gente é excluído. Não querem atender. Pessoal branco é muito estranho. Chegam aqui na barraca e pedem o caldo de cana com ignorância”.
“No Rio de Janeiro, segundo o Mapa da Violência de 2014, a taxa de jovens brancos mortos é de 20 por 100 mil; a de jovens negros é de 64,1” a 29 anos e 77% das vítimas são negros. No Rio de Janeiro, segundo o Mapa da Violência de 2014, a taxa de jovens brancos mortos é de 20 por 100 mil; a de jovens negros é de 64,1. Essa era a mensagem que cerca de 30 jovens, entre negros e brancos, moradores da Maré ou de fora, buscaram transmitir aos compradores e trabalhadores da feira. Além de entregar o folheto da campanha, eles pediam a assinatura do manifesto “Queremos ver os jovens vivos” (leia o documento no Box ao lado e saiba como assiná-lo). Com a campanha, a Anistia convida todas as pessoas a romper o silêncio e a indiferença diante dessa realidade. O manifesto defende o direito à vida e ainda pede políticas públicas de segurança, educação, saúde, trabalho, cultura, mobilidade urbana, entre outras, que possam contribuir para o enfrentamento dessa realidade.
Direitos Humanos
Pela vida, na Maré
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“É preciso desnaturalizar as mortes de jovens negros e mostrar que essa questão é da cidade e do país e não só da Maré ou das favelas”, disse Edson Diniz, diretor da Redes da Maré.
Apresentação do Passinho da Rua C, da Maré, na Teixeira
Assistindo à performance da sua barraca, em que vendia óculos escuros, o camelô Nelson Gomes, 25 anos, fez questão de elogiar a campanha. “É muito importante o que vocês estão fazendo. Se você é negro e mora na
favela, já sabe: é esculachado”, afirmou. Morador da Nova Holanda há cinco anos, ele já teve a casa invadida por policiais: “Bagunçaram, jogaram tudo no chão, quebraram coisa. A gente sua para comprar e acontece isso”.
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DIREITOS HUMANOS
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DICAS CULTURAIS
Direitos Humanos
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A partir da esqu.: Mayara (Espocc), Dudu de Morro Agudo (Enraizados), Giordana (Roque Pense), Valnei Succo (Espocc), Binho Cultura (Flizo), David Amen (Raízes em Movimento) e Gilmara Cunha (Conexão G)
Violações: “até quando?” O lançamento da campanha ocorreu em um contexto tenso na Maré, quando as forças especiais da Polícia Militar que preparam a ocupação estavam sendo acusadas de atitudes arbitrárias, violações de direitos e até agressões físicas a moradores. “Estamos pedindo aos moradores que estejam muito atentos e denunciem os abusos das forças policiais”, ressaltou Edson.
Teatro do Oprimido ao vivo e a cores
Esta mobilização não é recente. Em 2014, a Redes e o Observatório realizaram com a Anistia Internacional a campanha “Somos da Maré e temos direitos”, de prevenção de violações por parte das forças policiais. Raquel Willadino, diretora do Observatório de Favelas, lembrou que em 2005 uma exposição de fotografias realizada pela organização já denunciava a violência contra a juventude e perguntava, no seu título: “Até quando?”.
O projeto Teatro do Oprimido na Maré iniciou em maio um período de apresentações semanais que irão até novembro, em diversos pontos do bairro. Com a participação de moradores no palco, as peças discutem as problemáticas do cotidiano local. O projeto trabalha com a juventude, usando o teatro para fazer a leitura estética da realidade onde vivemos, buscando conhecer, debater, propor e intervir com novas formas de atuação comunitária.
“É preciso desnaturalizar as mortes de jovens negros e mostrar que essa questão é da cidade e do país e não só da Maré ou das favelas”
As peças contam histórias reais vividas por jovens da Maré, como por exemplo o preconceito que existe no mercado de trabalho em relação ao morador de comunidades pobres, o machismo, a questão de gênero, a violência sexual dentro de casa etc.
DICAS CULTURAIS
Fique por dentro da agenda das apresentações pelo facebook (https:// www.facebook.com/ctomare), twitter (https://twitter.com/ctomare) ou pelo blog do projeto (http://www.ctorio.org.br/ctomare/). A entrada é gratuita.
Edson Diniz, diretor da Redes da Maré.
Grupo que se apresentou em 9 / 05 na Escola Municipal Armando de Salles Oliveira
Cine Favela na Rocinha A primeira edição do “Cine Favela Festival” acontecerá de 10 a 20 de junho, na Praça Ailton Rosa, na Rocinha. Estão previstas exibições e uma série de oficinas, fórum e debates. Com o tema “A favela e os 450 anos do Rio de Janeiro”, os filmes participantes concorrerão ao Prêmio Eduardo Coutinho em oito categorias, entre elas Favela Ontem e Favela Hoje. Acompanhe pelo site: www.cinefavelafestival.com.br. Entrada gratuita.
Reprodução
Visitantes da Feira da Teixeira assinam o manifesto
Mediado por Bruno Duarte – rosto que aparece na campanha Jovem Negro Vivo – , o encontro teve a presença de Valnei Succo e Mayara Donaria, da Escola Popular de Comunicação Crítica (Espocc); do rapper Dudu de Morro Agudo, líder do movimento Enraizados; Giordana Moreira, organizadora do festival Roque Pense; Gilmara Cunha, do grupo Conexão G; e Binho Cultura, criador da Festa Literária da Zona Oeste (Flizo). Ao fim do encontro, houve apresentação musical do grupo Los Chivitos, com a participação teatral da Cia. Marginal.
Divulgação
Após a performance da campanha da Anistia, houve uma apresentação do dançarinos de passinho da Rua C - Companhia de Dança. Logo após, jovens da Maré, voluntários da Anistia, integrantes das duas organizações e especialistas em segurança pública se reuniram no Centro de Artes da Maré (CAM), na Nova Holanda, para uma roda de conversa com ativistas que desenvolvem ações de mobilização para o enfrentamento da violência.
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Elisângela Leite
Silvia Noronha
D. Helena, Neilde e Patricia com os bolinhos fresquinhos
No dia 29 de abril o local escolhido foi o terreno da Associação da Vila do Pinheiro. Verônica Oliveira Rodrigues veio da Nova Holanda. “Muito bom, não é todo dia que há gratuidade no casamento. Já estamos juntos há 15 anos, pois o valor do casamento é muito caro nos cartórios”, explicou. Para Luiz Alberto de Castro Silva, também da Nova Holanda, o problema não é só de dinheiro. “É um incentivo, pois não é só o financeiro, é o tempo. É perto de casa e fica mais fácil, não atrapalha nem o casal nem as testemunhas”, contou Luiz, que já vive com a companheira há 20 anos.
Maré de Notícias No 62 - maio / 2015
Mais de 500 casais já aproveitaram os serviços do ônibus da Justiça Itinerante para formalizar a união estável. O braço da justiça na favela envolve 50 funcionários, incluindo quatro juízes, dois promotores e dois defensores. O objetivo é resolver casos de divórcios, reconhecimento de paternidade e certidão de nascimento tardia, além do casamento civil gratuito e ações relacionadas ao direito do consumidor.
Cultura
NOTAS
Enviada por : Helena Edir, moradora da Nova Holanda e diretora da Redes da Maré
Justiça perto de casa com casório grátis
Informe-se sobre o calendário pelo telefone 3133-3468 ou na associação de moradores da sua comunidade.
A Associação de Moradores da Nova Holanda está oferecendo uma série de serviços para os moradores. Veja a relação: advogado criminalista (5ª feira - 16h); advogado trabalhista e da vara cível (sábado - 8h às 12h); clínico geral, ginecologista, pediatra, cardiologista, endocrinologista (2ª a 4ª 13h); oftalmologista (de 15 em 15 dias na 3ª - 9h às 14h); reforço escolar (2ª a 5ª - três turnos de duas horas - de 14h às 22h); alfabetização e informática para a 3ª idade (2ª a 5ª); balcão de emprego (sábado - 8h às 12h).
A passarela 6 da Avenida Brasil foi tema do Maré de Notícias na edição 51, de março de 2014. Uma nova passarela não é uma reivindicação apenas dos moradores da Maré. O Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN) entrou na briga e colocou faixa em frente à Fundação, onde se lê: “Não precisamos passar por isso, passarela permanente já!”
Elisângela Leite
Tem ainda o Projeto Economia Solidária - Rio Ecosol -, financiado pelos governos federal e municipal, com a finalidade de qualificar artesãos locais e inseri-los no mercado de trabalho com a venda de material em feiras. O foco é o uso de material reciclado. A associação fica na Rua Trancredo Neves esquina com Teixeira Ribeiro.
“No ano passado veio uma equipe, fizeram uns reparos e só isso. O problema continuou. Essa passarela tem uns dois anos e o provisório se tornou normal”, contesta a vice-presidente da Asfoc-SN, Justa Helena Franca.
Entrada gratuita!
Introdução ao balé
Entrada gratuita! Dança urbana
2as e 4as, 17h30 às 18h30 8 a 14 anos
MAIO DE 2015 Bailão de encerramento AMARÉFUNK
JUNHO DE 2015 Arraiá da Lona
Sábado, 23 de maio, às 19h no Pontilhão Cultural Batalhas de Passinho, DJs, Shows Mcs
Afetos Sonoros
Lona Música Livre
de maio, 9h30 e 14h Espetáculo Infantil
6a, 12 de Junho, às 21h Com Chico Chico, Ava Rocha e Canto Cego
Pagode da Resistência
Sábado, 30 de naio, às 18h Com Pipa Vieira, João Martins, Rodrigo Carvalho, Gabriel de Aquino, Peterson Vieira Vieira, Tiago Misamply e Grupo Samba Orgânico (Maré)
Show do Bloco O’ Passo
Espetáculo
6a, 19 de junho, às 21h
4a, 17 de junho, às 14h
Dub Ataque e André Sampaio e os Afromandigas Rock in Lixo
Domingo, 31 de maio, às 18h Com Pipa Vieira, João Martins
4a, 24 de junho, às 9h e às 14h
PROGRAMAÇÃO COMPLETA PELO FACEBOOK: LONA DA MARÉ
4as, 9h às 10h30
as
as
3 e 5 , 16h às 17h30 a partir de 12 anos 5as, 19h às 20h intermediário
Dança de salão
as
6 , de 18h30 às 19h30 e de 19h30 às 21h a partir de 16 anos
Consciência corporal Dança criativa
5as, 18h às 19h 6 aos 12 anos
Pilates para a 3a idade 6as, 9h às 10h30
Teatro em comunidades
sábado, dia 07/03, 9h30 às 12h30 (parceria Redes e Unirio)
Pahoma - Dança em versos
Sábado, 30 de maio, às 18h Novo espetáculo do coreógrafo João Saldanha. Com Nadia Nardini e Luciana Froes - Indicação de faixa etária: 14 anos
DANÇA MARÉ
Projeto apoiado pela Secretaria Municipal de Cultura apresenta:
“Olho Nu”, com a Cia Híbrida 2a, dia 18 de maio, às 18h Espetáculo de dança de rua
Batalha de Breaking
Sáb., 23 de maio, às 15h Oficinas de dança de rua abertas ao público; e às 19h - Mostra Coreográfica com grupos de danças urbanas. Dom., 24 de maio, às 15h Seleção dos inscritos p/ Batalha; e às 17h - Batalha c/ Premiação em dinheiro para os três primeiros colocados
Biblioteca Popular Municipal Jorge Amado
Ao lado da Lona, atende a toda a Maré: Amplo acervo, brinquedoteca, gibiteca e empréstimo domiciliar R. Ivanildo Alves, s/n - Nova Maré Tels.: 3105-6815 / 7871-7692 - lonadamare@gmail.com FACE: Lona da Maré - Twitter: @lonadamare
Dança contemporânea
3as e 5as, 14h30 às 16h intermediário
6a, 3 de junho, a partir das 18h Com Os Três Forrozeiros e Forró Descalço (comidas típicas / quadrilhas / brincadeiras)
4a, 27
Balé
2as, 18h30 às 19h30 iniciantes 2 e 4as, 19h30 às 21h intermediário as
cultura
Ruy Correa
Passarela com nota zero
A nova numeração chamou atenção dos moradores, por ser a mesma da primeira linha de ônibus que circulou na Maré, que foi descontinuada devido à concorrência com as kombis. Na época o letreiro de quando vinha para a Maré era Iapetec.
Herbert Vianna
Renato Mangolin
Serviços na Nova Holanda
Na edição 56, de agosto de 2014, o Maré de Notícias trazia a boa notícia de mais uma linha de ônibus. Infelizmente a linha 334 parou de circular pela Maré logo em seguida, em 19 de setembro. Em abril deste ano a empresa Gire retornou com o itinerário, mas com nova numeração: 909 - Cordovil x Morro do Timbau, via Praça das Nações.
Lona cultural
Elisângela Leite
Quem sai na Vila do Pinheiro pela rua em frente à passarela da Linha Amarela leva um susto com o poste que tem toda a sua ferragem exposta. A moradora que se identificou como Raimunda diz que o medo é de que toda a comunidade fique às escuras, pois o poste é um dos que levam energia às demais ruas. Segundo ela, um tanque do Exército bateu e deteriorou o poste, que fica próximo a Avenida Canal. A Light informou que enviará equipe ao local para fazer o reparo.
909: mais uma opção para Praça das Nações
Elisângela Leite
Poste ameaça cair no Pinheiro
Elisângela Leite
Maré de Notícias No 62 - maio / 2015
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O que acontece e o que não deixa de acontecer por aqui
Ao menos um espetáculo por mês. Programação no Facebook: Redes da Maré
R. Bitencourt Sampaio, 181, Nova Holanda. Programação no local ou pelo tel. 3105-7265 De 2ª a 6ª, de 14h às 21h30
ESPAÇO ABERTO
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Apresentamos a seguir mais uma dica de aproveitamento dos alimentos.
Chá de casca de laranja
Omdur (morguefile)
Maré de Notícias No 62 - maio / 2015
Retire a casa de uma laranja aproveitando ao máximo a parte branca de dentro. Coloque numa panela com um litro de água. Ferva por cinco minutos. Desligue e deixe repousando na panela por 15 minutos. Depois é só retirar as cascas e beber o chá ao longo do dia.
Garanta seu jornal - busque seu exemplar na Associação de Moradores da sua comunidade todos os meses! Envie seu desenho, foto, poesia, piada, receita ou sugestão de matéria. Rua Sargento Silva Nunes, 1.012 – Nova Holanda Tel.: 3105-5531 E-mail: comunicacao@redesdamare.org.br
Fungos
Reprodução
Autoria: Banda Algoz
Escute esta música no youtube. Digite “banda algoz fungos” no campo de busca. Vai aparecer a versão oficial do clipe do grupo, com várias imagens da Maré. Nota 1.000! Leia sobre a banda Algoz, formada por moradores, na página 3 desta edição.
Penso em parar. Se paro! o que vão pensar! Do meu mundo sobre as rodas Desta motocicleta. Basta! de excessos! Em mim já existem fungos [e no meu mundo que governo Desta motocicleta.] (2x) E no meu mundo que governo... E até o acidente Do acaso, sem proteção Me distrair Pra te ver contente e longe Deste mundo que inventei. E pra te contar, como temia! Nem sei começar
Por Hélio Euclides Boa ação - Mamãe, pode me dar dois reais para dar a um velhinho que está gritando no meio da rua? - Claro, meu filho, tudo por uma boa ação. e ainda, curiosa, pergunta: O que ele está gritando? O menino detalha: Olha o cuscuz! Apenas dois reais!
)
Rindo at o a
Sem ter a leve impressão De resumir meu tudo em você. [e no meu mundo que governo Desta motocicleta.] (2x) E no meu mundo que governo... Contra atos pedantes Caminho passo a passo Vivo a vida itinerante. Até que na hora marcada Que o desvio sem noção Me fizer sem qualquer demora Te ver no último pulso desta ilusão. Eu quero! te ver!! [e no meu mundo que governo Desta motocicleta.] (3x) E o meu mundo eu governo!
Num posto de saúde Um homem vai se consultar com um pediatra. O médico questiona: Como pode um adulto marcar consulta com um especialista em criança? O homem interrompe: Por aí o senhor vê há quanto tempo estou na fila de espera dessa consulta.