Maré de Notícias #66

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Rosilene Miliotti

Ano VI, No

66

setembro de 2015 - Maré, Rio de Janeiro - distribuição gratuita

Tatiana Altberg

“Meu nome é Reginaldo, não Cracudo” Segmentação das Escolas

Em artigo exclusivo, um dos moradores da cena do crack da Rua Flávia Farnese, no Parque Maré, conta um pouco de sua história de vida, em um relato sincero e sensível. Convidamos os leitores Exposição de fotos de pinhole feitas

Pais e profissionais pedem mais diálogo com a Prefeitura Pág. 12

pelos usuários, na Flávia Farnese

Vai ter muita baldeação no caminho

Feira de emprego Pág. 14

Artigo Pág. 3

Reprodução

Mais um talento

Travessias e Comida de Favela Pág. 13

reprodução de vídeo

Pág. 14

Elisângela Leite

A Prefeitura pretende extinguir quase todas as linhas diretas que ligam a Zona Norte a Copacabana, Ipanema e Leblon, e encurtar o trajeto de uma série de outras, que passariam a parar na Candelária. A medida provoca reclamações. Uma das linhas atingidas será a 443 (Maré-Leblon), que circula somente pela manhã cedo e no fim da tarde, de segunda a sexta, ou seja, levando e trazendo trabalhadores. pág. 4 e 5

Favela 450 anos

Andressa no Youtube

a conhecer o Reginaldo e também a dinâmica desses nossos vizinhos, contada num segundo artigo, com as percepções do projeto de aproximação do grupo, realizado por tecedores da Redes da Maré. pág. 8 a 11

Lixo no lixo Com uma história em quadrinhos, jovens moradores apresentam suas reflexões sobre a situação do lixo e pedem melhorias ao coordenador da Comlurb. pág. 6 e 7


Diálogos documentados A busca por diálogo e aproximação entre pessoas permeia as páginas desta edição, a começar pela charge do morador André de Lucena, tocando num tema bem atual (veja aqui ao lado). Boa parte das páginas seguintes reflete o diálogo ou a falta dele e suas consequências para a população.

Já a matéria de capa pretende aproximar os moradores da realidade dos usuários da cena do crack. São vizinhos muito falados, porém conhecidos apenas superficialmente pela maioria dos moradores da Maré (pág. 8 a 11). Na área de saneamento básico, o assunto é o diálogo de jovens moradores com a Comlurb. Mas há outros exemplos. Confira! Boa leitura a todas e todos!

Expediente Instituição Proponente

Redes de Desenvolvimento da Maré

Diretoria

Andréia Martins Eliana Sousa Silva Edson Diniz Nóbrega Júnior Helena Edir Secretaria Executiva: Patricia Vianna Eixo Educação: Coordenadora: Gisele Martins Eixo Arte Cultura: Maíra Gabriel Anhorn Eixo Desenvolv. Territorial: Responsável: Edson Diniz Eixo Segurança Pública Responsável: Eliana Sousa Silva Eixo Comunicação: Responsável: Andréia Martins

Instituição Parceira

Observatório de Favelas

Apoio

Ação Comunitária do Brasil

Adriana Facina, antropóloga, professora do Museu Nacional/UFRJ

Na década de 1990, um gênero musical começava a se afirmar no cenário cultural carioca. O funk trazia para as letras de seus raps as histórias e o cotidiano vivido pelos moradores de favelas do Rio de Janeiro. Era o período de consolidação da redemocratização, em que os brasileiros e brasileiras retomaram o direito de votar para presidente e, com a constituição de 1988, garantiram outros direitos de cidadania.

Vejam a turma da Academia José Aldo, que acontece na quadra da Associação de Moradores do Conjunto Esperança. Todos agora treinam com camiseta do projeto e possuem quimono. A iniciativa está fazendo o maior sucesso e teve de aumentar o número de vagas para atender mais moradores.

Administração do Piscinão de Ramos

Associação de Moradores da Vila do João

Associação Comunitária Roquete Pinto

Associação Pró-Desenvolvimento da Comunidade de Nova Holanda

Associação de Moradores e Amigos do Conjunto Bento Ribeiro Dantas

Biblioteca Comunitária Nélida Piñon Centro de Referência de Mulheres da Maré - Carminha Rosa (CRMM)

Associação dos Moradores e Amigos do Conjunto Esperança

Conexão G Conjunto Habitacional Nova Maré

Associação de Moradores do Conjunto Marcílio Dias

Conselho de Moradores da Vila dos Pinheiros

Associação de Moradores do Conjunto Pinheiros

Luta pela Paz

Associação de Moradores do Morro do Timbau Associação de Moradores do Parque Ecológico

União de Defesa e Melhoramentos do Parque Proletário da Baixa do Sapateiro

Associação de Moradores do Parque Habitacional da Praia de Ramos

União Esportiva Vila Olímpica da Maré

Editor assistente

Hélio Euclides (Mtb – 29919/RJ)

Repórter

Rosilene Miliotti

Fotógrafa

Elisângela Leite

Proj. gráfico e diagramação Pablo Ramos

Logomarca

Associação de Moradores do Parque União

Leia o Maré e baixe o PDF em www.redesdamare.org.br

Imagem de cabeçalho na capa: Cena do crack da Rua Flávia Farnese, no Parque Maré. Foto: Rosilene Milotti

Colaboradores Anabela Paiva

Impressão

Parceiros:

Jornal do Comércio

Tiragem

40.000 exemplares

Editora executiva e jornalista responsável Silvia Noronha (Mtb – 14.786/RJ)

/redesdamare

Rua Sargento Silva Nunes, 1012, Nova Holanda / Maré CEP: 21044-242 (21)3104.3276 (21)3105.5531 www.redesdamare.org.br comunicacao@redesdamare.org.br

Os artigos assinados não representam a opinião do jornal. Permitida a reprodução dos textos, desde que citada a fonte.

Monica Soffiatti

Associação de Moradores do Parque Maré Associação de Moradores do Parque Rubens Vaz

Redes de Desenvolvimento da Maré

@redesdamare

No entanto, a década de 1990 foi também a da vitória do neoliberalismo e da ampliação do Estado Penal: a ameaça às políticas que visavam a igualdade social veio acompanhada do crescimento do encarceramento em massa da população mais pobre. Sem subversivos e comunistas a caçar, o aparelho repressivo que herdamos da ditadura empresarial-militar voltou-se com força para jovens negros e pobres das favelas e periferias. Assim, enquanto o funk cantava as favelas, os funkeiros eram vistos como ameaça à ordem e inimigos da sociedade. A imagem que sintetiza isso no início dos anos 1990 é a dos arrastões ocorridos nas praias da Zona Sul, que a imprensa relacionou na época a galeras que se confrontavam nos bailes funk. Mas, os que eram vistos como ameaças estavam de fato ameaçados. A década de 1990 é também tristemente inaugurada com a Chacina de Acari e depois as Chacinas da Candelária e Vigário Geral, as primeiras de uma série de massacres envolvendo policiais e tendo sempre como vítimas negros e pobres, em sua maioria jovens favelados. Ainda hoje, em pleno século XXI, tivemos, entre 2010 e 2013, nada menos

Maria Buzanovsky

Exemplo clássico (da falta de conversa) são as medidas anunciados pela Prefeitura na área de transportes, que mexerão, para pior, com a vida de quem circula entre as Zonas Norte e Sul (pág. 4 e 5). Na área de educação, o pedido também é de mais diálogo (pág. 12). Bom lembrar que estas são duas áreas sensíveis para os cariocas. O Rio é a cidade do país onde os moradores perdem mais tempo no trajeto casa-trabalho, segundo estudo da Federação das Indústrias do estado (Firjan). Na educação, uma avaliação do governo federal acaba de mostrar que o estado do Rio foi o pior do Sudeste e ficou atrás de muitos outros estados na Avaliação Nacional de Alfabetização. Temos ainda muito a fazer e muito o que debater.

a partir da favela

“As culturas populares sempre foram assunto de polícia. Antes mesmo da existência das favelas. A UPP e suas interferências na vida cultural das favelas são apenas um capítulo de uma longa história feita de lutas, negociações, acomodações e resistências.”

simbólico na cidade e davam a conhecer a todo o Brasil, por meio de suas músicas, os detalhes da vida cotidiana das favelas cariocas. Desse modo, o funk se inscreveu na história de uma cidade que sempre criminalizou os costumes populares, suas formas de convívio, de solidariedade e sobrevivência. Cidade do medo gerado pela escravização dos que aqui chegavam arrancados da África. Medo que se acirrou no pós-Abolição e que teve como uma primeira resposta legal o Código Penal de 1890 e sua criminalização da vadiagem. O trabalho deveria disciplinar esses corpos e docilizar mentes a favor da civilização obcecadamente almejada pela República nascente. Entretanto, a coisa não saiu bem assim. Felizmente. A cidade da ordem era também a cidade do samba, dos batuques, das festas e frestas. Das estratégias de sobrevivência e das negociações que permitiram aos populares existir e resistir.

que 1.275 vítimas de homicídios cometidos pela Polícia Militar, sendo 79% negros e 75% jovens (dados da Anistia Internacional).

Podemos afirmar, assim, que as culturas populares sempre foram assunto de polícia. Antes mesmo da existência das favelas. A UPP e suas interferências na vida cultural das favelas são apenas um capítulo de uma longa história feita de lutas, negociações, acomodações e resistências. Se, por um lado, temos a repetição no tempo de sofrimentos e dores, por outro perdura uma pulsão de vida que há 450 anos singulariza o Rio de Janeiro.

Filhos dos favelados que foram removidos na década de 1960 e dos que, através dos mutirões, urbanizaram seus locais de moradias, os funkeiros enunciavam essa cidade com um olhar sobre seu cotidiano construído a partir da favela. Contra o discurso criminalizante, afirmavam que a favela é lugar bom de se morar, que ali viviam trabalhadores, que diversão não faltava. Contra a democracia racial, denunciavam opressão, pobreza, discriminação. Ressignificavam assim o mapa

No dizer poético de Thamires, moradora da Maré, “a favela foi a forma que o Rio encontrou de se tornar possível.” Que possamos encontrar um outro caminho para que essa cidade possa ser para as pessoas e não para o dinheiro, que se aprenda com aqueles que a tornaram possível como fazer para ela ser uma cidade feliz. Quem sabe ouvindo o recado do funk não possamos inventar a felicidade e andar tranquilamente pela favela e por toda parte?

Memória e identidade

Editorial

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Maré de Notícias No 66 - setembro / 2015

450 anos do Rio ARTIGO

HUMOR: “Internet” - André de Lucena

Elisângela Leite

Maré de Notícias No 66 - setembro / 2015

EDITORIAL

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Depois da retirada das vans para Copacabana, novas mudanças da prefeitura dificultarão ainda mais a ligação do subúrbio com a Zona Sul. Dentro da Zona Norte, a mobilidade também piorou

Desde a última obra de ampliação das pistas da Linha Amarela, um dos postos de ônibus ficou sem a proteção para passageiros. O ponto fica em frente à comunidade da Bento Ribeiro Dantas, sentido Barra. “A Lamsa fez a obra, arrancou as árvores e tirou a cobertura. Outro dia uma senhora passou mal, tivemos que ajudá-la. Entramos em contato com a prefeitura que jogou para a Lamsa”, conta a presidente da Associação de Moradores da Bento Ribeiro Dantas, Cremilda Vicente de Carvalho.

Segundo ele, as linhas da Zona Norte que serão encurtadas possuem alta demanda e não poderão ser substituídas por BRT ou metrô. Ou seja, não atendem aos argumentos da prefeitura. “No caso das linhas alteradas que ligam a Zona Sul a Barra e Recreio, esse argumento faz um pouco de sentido, porque são concorrentes do BRT. Não é o caso dessas 11 linhas encurtadas da zona norte”.

Segundo a Secretaria Municipal de Transportes, o objetivo é “racionalizar” o sistema, tirando linhas sobrepostas de circulação para melhorar o trânsito na Zona Sul. Entretanto, Juciano Rodrigues, pesquisador do Observatório

Fora isso, a mudança deve representar mais gastos públicos, com aumento no valor repassado pela prefeitura às empresas de Léo Lima, do Jacarezinho ônibus, por conta do uso do bilhete único. Além disso, como diz bro, o 474 circulará somente até a CanJuciano, pegar dois ônibus para chegar delária. ao destino é muito mais dispendioso, em relação ao tempo, conforto e segurança. Para o fotógrafo Léo Lima, morador do “Como pensar em quem tem mobilidade Jacarezinho, a medida é carregada de reduzida, como as pessoas de idade, por discriminação racial. “Há anos o 474 é exemplo? Você dá um tratamento diferenalvo de blitz. Curiosamente, perto das ciado a essa parcela da população que Olimpíadas, mexerão no percurso da linão conta com transporte direto”, conclui. nha para afastar a periferia da Zona Sul.

Infelizmente, as más notícias não param. Na edição 62, de maio passado, o Maré de Notícias trazia a boa notícia de mais uma linha de ônibus. Porém, a linha 909 (Cordovil X Morro do Timbau) já parou de circular; apenas a 919 foi mantida. Leitores entraram em contato para reivindicar a volta permanente dessa conexão, pois, sem ela, para algumas localidades é preciso pegar duas conduções. O Maré de Notícias apurou que o motivo da linha 909 chegar ao fim foi que uma das empresas do consórcio se sentiu lesada, com perda de passageiros da linha 485 (Penha x General Osório). A Secretaria Municipal de Transporte informou que a linha 909 não consta no cadastro da Prefeitura.

A Secretaria Municipal de Transportes sabe da inexistência de ligação direta entre dois pontos e sugere aos moradores o usa da linha 696, com transbordo para a linha 371, na Avenida Dom Helder Câmara, altura do número 514. Para o motorista de kombi da linha que liga a Avenida Brasil X Rubens Vaz, Ademir Matos, a solução é a prefeitura regularizar os cabritinhos.

Mudanças que afetarão a Maré Linhas extintas: 405 - Cosme Velho X Ramos (passarela 10) 443 - Maré x Leblon (via Central) - Circular Linhas encurtadas (irão somente até a Candelária): 442 - Maré x Copacabana (via Praça Mauá) 484 - Olaria x Copacabana (via Parque do Flamengo)

O diretor da empresa Gire (dona da 909), Fábio Teixeira Alves, entende a reivindicação dos moradores e deseja reativar a linha. “Da primeira vez, a linha 909 foi suprimida pela questão das kombis e vans. Com a licitação nova, ela não entrou, pois havia a concorrência com kombis da Maré e Cidade Alta. Após a saída das kombis, tentamos reativá-la, sentimos que a Maré precisava”, conta.

Linhas encurtadas:

Quem se sentir prejudicado pode registrar reclamação por meio da Central de Atendimento ao Cidadão 1746.

Sem mudança prevista:

483 - Penha x Copacabana - passa a ser circular como Penha x Siqueira Campos (via Túnel Santa Bárbara) 485 - Penha x General Osório (via Linha Vermelha/ Túnel Santa Bárbara) - passa para Penha x Siqueira Campos (via Linha Vermelha/Túnel Santa Bárbara) 486 - General Osório x Fundão - passa para Circular Siqueira Campos x Fundão (via Túnel Santa Bárbara) 497 - Cosme Velho x Penha 498 - Cosme Velho x Circular da Penha

5 Mobilidade urbana

Juciano explica que o sistema de mobilidade urbana é central na dinâmica da organização social. Assim, mudanças como essas podem criar barreiras às oportunidades de trabalho e de interação social. “O resultado é um espaço urbano que acirra conflitos, provoca e reproduz desigualdade, numa formatação final de cidade segregada”.

Linha 909 já sumiu

As restrições à circulação acontecem também dentro da Zona Norte. Alguns moradores procuraram o Maré de Notícias para reclamar do fim do transporte alternativo da Vila do João/Norte Shopping e da Nova Holanda/Norte Shopping. Eles alegam que nenhum ônibus faz esse itinerário. Para chegar ao shopping, moradores precisam pegar um ônibus ou van até Bonsucesso e depois apanhar outro para seguir viagem.

Elisângela Leite

Dentro desse contexto, a linha 474 (Jacaré-Jardim de Alah, no Leblon) é a mais simbólica, pois trata-se do ônibus que vem sendo alvo das operações policiais que impedem a chegada de jovens negros até a praia, como ocorrido no fim de semana ensolarado de 22 e 23 de agosto. Em dois dias, 160 menores de idade foram retirados do ônibus e retidos sem motivação legal. A partir de 12 de dezem-

É a criação de mais um muro, afetando o direito de ir e vir das pessoas”, afirma ele, que integra o coletivo Cafuné na Laje.

“Há anos o 474 é alvo de blitz. Curiosamente, perto das Olimpíadas, mexerão no percurso da linha para afastar a periferia da Zona Sul. É a criação de mais um muro, afetando o direito de ir e vir das pessoas”

Será preciso fazer baldeação em um dos três pontos de integração previstos pela prefeitura: Central, Rio Sul e Siqueira Campos. Uma série de manifestações contrárias pela cidade vem pedindo a anulação das medidas.

No primeiro semestre deste ano, a prefeitura colocou em vigor o novo Sistema de Transporte Público Local (STPL), que proibiu a circulação das antigas kombis e vans pela Zona da Leopoldina. Ano passado, essa mesma medida já tinha sido tomada na Zona Sul e Centro, extinguindo o transporte alternativo que ligava a Maré a Copacabana e ao Castelo.

Jacarezinho também afetado

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“Quando olhamos para o que vai acontecer, isso fica muito evidente: das 21 linhas encurtadas, 11 fazem integração entre as Zonas Norte e Sul; e a maioria delas faz ligação para Leblon e Ipanema. Após as mudanças, apenas uma linha integrará o Leblon e nenhuma a Ipanema. Isso é o mais forte dessas mudanças, é muito simbólico”, analisa ele.

Conexão ao Norte Shopping

Falta a cobertura do ponto de ônibus

A Lamsa informou que o problema é da Secretaria. Esta, por sua vez, disse não haver viabilidade técnica para a instalação de abrigo ali. “É pior quando está chovendo. Quando está sol fico no cantinho do muro para pegar sombra. Precisamos de uma proteção, vejo que só falta aqui. O ponto ainda é mal localizado, se não olhar bem o ônibus passa direto”, reclama a moradora do Conjunto Pinheiro, Kely Regina. A equipe do Maré de Notícias fez o teste e o ônibus 936 (Campo Grande/Cidade Universitária) realmente passou direto.

A atual política de transportes vem dificultando cada vez mais o deslocamento da população pela cidade. A partir de 3 de outubro, a situação ficará ainda pior, com a extinção ou encurtamento de linhas que ligam as Zonas Norte e Sul, especialmente as conexões diretas para Copacabana, Ipanema e Leblon. A linha 443 (Maré-Leblon), por exemplo, será extinta.

Elisângela Leite

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das Metrópoles, diz que as mudanças são carregadas de simbolismo, por restringirem o acesso da população do subúrbio aos bairros mais caros da cidade, mesmo que haja uma integração tarifária completa.

Hélio Euclides e Silvia Noronha

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MOBILIDADE URBANA

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João Vitor

E o tratorzinho não passa todos os dias, às vezes só uma, duas vezes na semana. Aí fica difícil.

Alguns moradores não contribuem, mas notei que alguns laranjões sumiram.

Laranjão todo deformado!? Já vi o caminhão da Comlurb destruir um desse mesmo jeito. Na hora de coletar, a tampa do laranjão fica solta e cai de qualquer jeito, porque o caminhão solta antes; não espera a caçamba chegar ao chão. Além disso, esse caminhão é alto demais e arrebentou a fiação elétrica de várias ruas no início. Será que foi a Comlurb Maré que escolheu esse sistema?

Allan Cunha

Allan Cunha

Reprodução

João Vitor

Olha só o canal da Ivanildo Alves! São poucos laranjões e muito lixo em todas as comunidades.

Viram isso? A moradora jogou o lixo direto da janela da casa dela pro canal. Olha lá a sacola! É necessário um processo de educação ambiental com os moradores.

Pessoal, sou o Pedro Alcenir Francisco Reis, gerente de Divisão da Comlurb. Quanto aos laranjões, são 60 deles na Maré, mas o ideal seria ter 138. Continuamos com 60, mas alguns foram retirados a pedido dos próprios moradores e levados para outros pontos da Maré onde havia solicitação. Não fomos nós que escolhemos esse sistema, mas a coleta melhorou. Antes, eu não conseguia recolher todo o lixo diariamente. Hoje consigo fechar os roteiros, antes não, porque tinha de remover com pá, por causa do lixo espalhado, o que demandava muito tempo.

Os canais estão cheios de lixo e de esgoto. O governo também não faz a sua parte. É necessário manutenção constante.

Allan Jorge dos S. Cunha, Andreza Carla A. S. de Souza, Brenda Vitória, Bruna Silva de Souza, David Cruz da Silva, Evelyn Pinheiro Barbosa, Ingrid Isabella dos Santos, Jaiane Souza Rodrigues, João Vitor Costa Mendes, Juliana Fernandes, Julio Cesar S. Nascimento (Aquila), Kevin Sergio Silva de Lima, Mahane Oliveira da Silva, Marcileia de C. Barbosa, Marrone da Silva, Roberto Fabiano dos Santos, Roger Soares Gomes, Tainá de Carvalho Barbosa, Yasmim Pinheiro, Silvia G. Pinheiro, Roberta F da Silva, Nicole Henriques da Silva – participantes do projeto “Juventude, direto à cidade e justiça ambiental”, realizado pela Fase em parceria com o Grupo Conexão G e apoiado pela AIN/OD. O tema foi escolhido e desenvolvido pelo grupo, durante Oficina de Comunicação em parceria com o Maré de Notícias/ Redes da Maré.

Como descartar entulho O entulho deve estar em sacos apropriados de 20 litros ou em sacolas de mercado. Não misture lixo comum com entulho e evite dar entulho para pessoas não credenciadas.

Mônica Pontes

Mas o tratorzinho não passa todos os dias e a varredura de ruas é outro problema. Hoje temos poucos garis.

Realmente a prioridade é a coleta do lixo e não varrer as ruas, mas o que vocês estão me dizendo (que o trator não passa diariamente em várias ruas) eu não sabia. Vou checar. No meu planejamento, não existe uma rua transversal onde não deva passar todos os dias, exceto aos domingos.

Reprodução

E esse cachorro no valão do Parque União, perto da Brasil? Será que vem de onde?

Mônica Pontes

Allan Cunha

Allan Cunha

Ligue 3105-3209.

Em outros bairros da cidade, a Comlurb recolhe até 150 sacos de 20 litros de entulho. Basta ligar para o 1746. Aqui na Maré, o gari do trator não tem obrigação de carregar os sacos de entulho. O morador é quem deve colocar os sacos no trator (mas nos demais bairros, o gari coloca). A Comlurb não cobra por este serviço. Se alguém cobrar é fora do procedimento e cabe punição. Há caixa coletora de entulho na esquina da Rua Principal com Ivanildo Alves, na Rua Sargento Silva Nunes perto do campo, dois na Roquete Pinto e dois no Piscinão de Ramos. Nestas, o entulho pode ser deixado sem saco. Móveis – Recolhimento de pequenos móveis feito na coleta normal.

7 Meio Ambiente

Mais entulho pertinho do canal. Se chover forte, já viu...

Allan Cunha

Jovens apontam falhas da Comlurb e também de alguns moradores que não colaboram. Os questionamentos sobre a qualidade do serviço foram levados ao gerente da Comlurb na Maré

Mahane da Silva

MEIO AMBIENTE Maré de Notícias No 66 - setembro / 2015

A caçamba de entulho está com lixo comum. Precisa divulgar melhor o que fazer com o entulho.

Maré de Notícias No 66 - setembro / 2015

Diálogos sobre o lixo

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A partir do projeto de aproximação com os usuários de crack moradores da Cena de Consumo da Rua Flávia Farnese, no Parque Maré, a equipe do Maré de Notícias decidiu dar visibilidade a essas histórias, mas nós não vamos contar a trajetória de ninguém, quem vai contar é o próprio morador Reginaldo, em entrevista concedida a Rosilene Miliotti

Rosilene Miliotti

“Hoje eu acordei com preguiça (28 de julho de 2015). Acordei cedo, depois me deu sono, dormi de novo e estou aqui com uma preguiça danada. Hoje a cracolândia está em paz, mas nem sempre é assim. Eu me chamo Reginaldo Gomes de Arruda, sou um usuário de crack e quero ser chamado pelo nome, não de cracudo. Mas aqui na cracolândia só me chamam pelo apelido, Magrão, mas não gosto. Tenho 43 anos e faço aniversário no dia 22 de setembro, perto do dia de São Cosme e São Damião. Lembro que eu pegava muito doce quando era criança. Já fui criança, joguei bola de gude, soltei pipa, brinquei de amarelinha e pulei elástico. Sempre fui brincalhão. Jogava futebol e diziam que eu era bom. Iam até me buscar em casa. Trabalhei por 14 anos no Colégio PH. Comecei como auxiliar de serviços gerais e depois um rapaz, da escola mesmo, me ensinou a consertar ar condicionado. Comecei a fazer pequenos reparos na escola até que o responsável pela manutenção me chamou para fazer um teste. Virei auxiliar de manutenção, depois fui promovido a técnico em refrigeração. Eu morava no Arará, tinha casa, família, trabalho e depois da morte da minha mãe, que era diabética e hipertensa, minha vida mudou do vinho pra água. Ela era tudo, eu conversava com mamãe todos os dias quando eu chegava do trabalho. Cuidava dela, dava os remédios, levava ao médico. Eu não acreditava, achava que ela ia voltar. Comecei a usar o crack no Jacaré, nem lembro quando. Estou aqui na Maré há cinco anos, mas passei por Manguinhos, Mandela e Centro. Aqui eu já briguei, casei, separei, apanhei, corri da

Comecei a diminuir já tem uns cinco meses por causa da pneumonia. Eu não sabia que estava doente e mesmo assim continuei a fumar até que fui ao médico e ele disse o que eu tinha. Minha família da cracolândia me ajudou. Eles me negavam a droga e eu sabia que era pro meu bem, mas a vontade era grande. Estou tomando os remédios e te digo uma coisa, tenho medo de morrer, já até sonhei com isso. Acho que se eu voltar a fumar como antes, eu morro. Sou um homem de 1,75 e antes do crack eu pesava 64kg, hoje estou com 56Kg, mas já pesei 49Kg. Vou ser sincero, com a vontade que eu tinha pra fumar o crack, eu não teria paciência pra conversar com você não. Ninguém tem. Não comia, só era a droga. Eu arrumo dinheiro vendendo papelão, tomo conta de carro, peço ajuda a um e a outro, não gosto de fazer parada errada. Nunca roubei e não vou roubar por causa da droga.

“Em tudo que é lugar existe o viciado, seja no Brasil ou no Japão. (…) A cracolândia deveria ser citada no jornal não como um lugar de droga, mas uma opção onde os usuários podem usar a droga sem ser incomodados e sem prejudicar ninguém. Dentro de casa é o pior lugar pra usar, imagina seus filhos vendo você se drogar?” polícia e fugi da morte por duas vezes. Já tive momentos de felicidade, mas é pouco diante dos momentos ruins. Eu gosto quando chegam pessoas diferentes aqui querendo conversar.

Vergonha de voltar pra casa Nem lembro a última vez que fui em casa, sinto saudade do meu filho. Minha família sabe que estou aqui, já vieram me buscar, mas a vergonha de ser o que sou não me permite voltar. Tenho vergonha e decepção de mim

mesmo, de tentar e não conseguir. Pra eu voltar pra casa tenho que voltar a ser uma pessoa ‘normal’, sem o vício do crack. Preciso só de uma oportunidade, tirar meus documentos de novo e um trabalho. Só vou sair daqui quando eu tiver condições de me sustentar. Não fumo mais como antes. Hoje, desde que eu acordei (às 8h) até agora (às 16h) só fumei uma pedra. Eu fumava toda hora, nem que fosse uma pedra de R$ 5. Por dia eu chegava a fumar quatro pedras de R$ 20, cinco de R$ 10, as de R$ 5 eu nem lembro quantas. Eu gastava, em média, mais de R$ 150 por dia.

Sobre os zumbis como as pessoas nos chamam, elas nos julgam e pegam pesado, mas não estão erradas. Os caras chegam na casa dos vizinhos pra pedir um copo de água com a mão preta, suja. Não tomam banho e só querem saber de fumar o crack, é um zumbi porque não tem vida. Quando a gente precisa de atendimento médico de emergência, por exemplo, eles não nos atendem ou demoram muito e é por isso que eu não gosto de andar sujo. Chegou sujo em algum lugar logo te chamam de mendigo ou cracudo. Aqui na Flavia Farnese a maioria toma banho, limpa a casa e lava as roupas. Mas já conheci pessoas que ficam dois meses sem se limpar. Eu não gosto de ser tratado assim e nunca fui. Eu, mesmo sendo usuário de droga, tomo banho, tenho educação, sempre converso com os vizinhos e me dou bem com eles. Nunca um vizinho me chamou de cracudo mesmo sabendo que uso o crack. A convivência com os vizinhos já foi pior, mas hoje eles nos ajudam, vêm aqui e conversam, pedem pra gente fazer algum serviço.

Peço que nos olhem com respeito É bom que as pessoas saibam que aqui na cracolândia, apesar dos problemas, vivemos como família para conseguirmos sobreviver. A gente briga e se entende e eu acabo permanecendo aqui também por causa disso. Aqui nós temos que seguir ordens, mas nem sempre as ordens são cumpridas, como em qualquer condomínio, por exemplo. Aí tem confusão. Dona Vera, uma das líderes daqui, eu considero como minha mãe e ela consegue fazer essa união. Peço que nos olhem de outra forma, com respeito. As pessoas aqui têm família e é bom que saibam que em tudo que é lugar existe o viciado, seja no Brasil ou no Japão. E por existir viciado em tudo que é mundo, a cracolândia é algo normal porque é um lugar onde é permitido o uso da droga. Você quer usar a droga sem incomodar a família ou os vizinhos? É só ir na cracolândia. A cracolândia deveria ser citada no jornal não como um lugar de droga, mas uma opção onde os usuários podem usar a droga sem ser incomodados e sem prejudicar ninguém. Se você não usar a droga na cracolândia você vai usar onde? Em casa, na rua, na porta dos outros? Dentro de casa é o pior lugar pra usar, imagina seus filhos vendo você se drogar? Eu não quero que meu filho faça o que eu faço. Por isso que saí de casa. Eu não vou parar de usar o crack de um dia pro outro. As pessoas que vão para instituições falam que podem sair toda hora. Tem uma boca de fumo a menos de 40 metros. Como pode parar de fumar desse jeito? Essa é minha história e o que penso da vida na cracolândia. Não quero sair daqui sem ter para onde ir. Pelo menos aqui eu sei que tenho um chão pra dormir, aqui ninguém vai me matar de bobeira. Também não quero voltar pra minha família na situação em que me encontro. Eles não merecem.”

A cena do crack de perto Aproximação de uma comunidade organizada em torno do uso do crack na Maré Autores: Lidiane Malanquini, Maïra Gabriel Anhorn, Eliana Sousa Silva

No Brasil, as políticas e a opinião pública sobre questões relacionadas a drogas ilícitas se dão essencialmente pela via da repressão criminal. Essa visão, que se traduz na “guerra às drogas”, tem consequências trágicas, principalmente, para as populações de espaços populares. Nos últimos anos, essa questão encontrou um símbolo, visível e midiático, na presença de cenas abertas de consumo de crack, as chamadas “cracolândias”, definidas por meio de estereótipos e transformadas em bodes expiatórios para problemas sociais complexos. CENA

Conceito utilizado nas ciências sociais para referir-se a espaços de interação social e estudar dinâmicas, contextos e grupos sociais delimitados em um espaço específico.

A partir de 2012, a “questão do crack” passou a fazer parte das preocupações dos moradores da Maré de forma mais perceptível quando, em consequência da instalação da UPP de Manguinhos e Jacarezinho, usuários de crack migraram para a Av. Brasil, na altura do Parque União. Cerca de 500 pessoas passaram a circular entre as várias cenas de consumo na localidade. A presença dos usuários em uma via de grande tráfego chamou a atenção da imprensa e provocou intervenções da Secretaria Municipal de Ordem Pública. Os usuários foram transferidos para “dentro” da favela e se fixaram no Parque Maré, onde um grupo de aproximadamente 80 pessoas permanece até hoje. O lugar se constituiu como uma cena de consumo, a “cracolândia da Flávia Farnese”, como é conhecida. Continua...

Direitos humanos

“Prazer, meu nome é Reginaldo, não cracudo”

“É bom que as pessoas saibam que aqui na cracolândia, apesar dos problemas, vivemos como família. A gente briga e se entende e eu acabo permanecendo aqui também por causa disso. Aqui nós temos que seguir ordens, mas nem sempre as ordens são cumpridas, como em qualquer condomínio, por exemplo”

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Maré de Notícias No 66 - setembro / 2015

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DIREITOS HUMANOS

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No espaço da Flávia Farnese, vem se formando, há quase três anos, uma comunidade que se organiza em torno do uso do crack, mas também a partir de relações afetivas e trajetórias coletivas, marcadas por uma extrema vulnerabilidade e pela exposição a inúmeras violências. Uma comunidade onde pessoas construíram arranjos de convivência, e onde existem relações e conflitos, regras e transgressões, violências e solidariedades, medos e desejos. Muitos deles não chegaram ao espaço por causa do crack, mas sim por diversos motivos pessoais, econômicos e sociais, e encontraram ali um apoio para sobreviver.

É comum a percepção dos próprios usuários quanto ao preconceito que a população, de forma geral, tem: “O cracudo é considerado o lixo do homem, as pessoas não veem a gente como gente”, diz um dos entrevistados. “É triste quando a gente passa, as pessoas atravessam para o outro lado da rua, tem

Endereço: Rua da Regeneração nº 654 - Bonsucesso Tel: 98909-1431

Desde janeiro, milhares de pessoas embarcaram em viagens perigosas em busca de segurança na Europa – grande parte delas morreu tentando. Mesmo para quem chega, as dificuldades estão longe de acabar

Projeto da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, inaugurado em 2014, para atendimento da política de assistência social voltada para pessoas que se encontram em cenas abertas de consumo de drogas.

Foto de Vaniele. Segundo Tatiana Altberg, Vaniele quis fazer a foto de uma flor para representar a mãe dela.“Saímos à procura de uma flor, sem muito sucesso. Não há jardins na Maré. Achamos uma plaquetinha com uma flor artificial. Ela disse que aquilo servia. Posicionamos a câmera e ela tirou a isolante. Um tempo depois Henrique chegou com uma flor que acabou achando, longe dali. Perguntei se ela queria refazer a foto. Disse que não. Então demos a flor “real” de presente para ela. Durante as horas seguintes que ficamos lá, ela ficou o tempo todo com a flor na mão, sem soltá-la, como quem segura algo precioso.”

medo de ser assaltado, nem todo mundo aqui é vagabundo”, comenta outro residente. Essa percepção do “cracudo” como ‘não-gente’, potencialmente criminoso, guiado unicamente pelo desejo da droga, está longe do perfil das pessoas que encontramos ao longo desses meses. A maioria delas não recorre a atividades ilícitas para obtenção de renda, mas sim desenvolve um conjunto de atividades informais para satisfazer suas necessidades. Muitos expressam desejos similares aos de boa parte dos brasileiros: mais oportunidades, mais respeito, moradia, emprego, melhor relação com a família. E também, para alguns, parar ou diminuir o uso abusivo de drogas.

“Muitos deles não chegaram ao espaço por causa do crack, mas sim por diversos motivos pessoais, econômicos e sociais, e encontraram ali um apoio para sobreviver”

A pesquisa aponta que cerca de 40% dos que estão na “cracolândia” são nascidos e criados ou possuem algum vínculo familiar na Maré. Destes, a maioria frequenta o domicílio familiar que lhe oferece alimentação, descanso e, de alguma maneira, uma melhor qualidade de vida. Uma mãe confessa: “É muito cansativo saber que ele está lá e eu ter que recebê-lo todo dia, mas pior de tudo é que a própria família e os meus vizinhos me julgam por isso”. O depoimento relata um dos dramas vividos pelos usuários de crack e seus familiares: o estigma relacionado ao “ser cracudo”.

Fora do Brasil, uma das grandes questões é a dos

Observamos, assim, a necessidade de uma intervenção voltada para o cuidado e a garantia de direitos dos usuários de drogas. Nesse sentindo, novas políticas públicas vem sendo formuladas, com a abordagem de redução de danos, permitindo que a prioridade seja colocada

R E D U ÇÃO D E DA N O S

Políticas, programas e práticas que visam reduzir consequências econômicas, sociais e de saúde, causadas pelo uso de drogas psicoativas legais ou ilegais, sem ter a abstinência como pré-requisito.

sobre o atendimento e efetivação de direitos para esta população, tais como acesso à saúde e a rede de proteção social. É esta a premissa de instituições que realizam atendimento direto nas cenas, como o Consultório na Rua, o CAPSad e o Proximidade Esperamos que seja o início de uma mudança progressiva e coletiva na Maré, para que as “cracolândias” não sofram do mesmo abandono a que as favelas foram historicamente relegadas, através de rótulos e estigmas que impossibilitam a construção de politicas públicas sustentáveis. Um passo a mais para que as “cracolândias” não continuem sendo espaços que poucos veem. Esta iniciativa que combinou pesquisa, intervenção e articulação institucional foi realizada entre janeiro e julho de 2015, em parceria com o Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), o Núcleo Interdisciplinar de Ação e Cidadania (NIAC/ UFRJ), e apoio da Open Society Foundation.

C O N S U LTÓ R I O N A R UA

Equipe multidisciplinar de saúde, móvel, que assiste a populações em situação de rua, que trabalham de maneira integrada à rede de saúde e de assistência social. Endereço: Av. Dom Helder Câmara, 1390, fundos – Manguinhos Tel: 2201-4476

CAPSad oferece atenção aos usuários O Centros de Atenção Psicossocial Álcool Outras Drogas (CAPSad) III Miriam Makeba, aberto em 2014, é um serviço municipal de saúde mental, voltado para o cuidado integral a pessoas com problemas devido ao uso de álcool e outras drogas. O trabalho é pautado pela lógica da atenção psicossocial e pela redução de danos, de modo que privilegia os vínculos pessoais e as relações subjetivas com o território. O Caps conta com equipe multidisciplinar que inclui psicólogos, médicos, enfermeiros, terapeuta ocupacional, musicoterapeuta, assistentes sociais, técnicos de enfermagem. Com isso, oferta uma gama de diferentes formas de cuidado, como atendimentos individuais e em grupo, oficinas, medicação, convivência, permanência noturna para pacientes em crise, atividades culturais e visitas domiciliares e às cenas de uso de drogas. Também há atendimento às famílias, em grupo, sempre às segundas-feiras. O CAPSad III Makeba recebe toda pessoa que procura a instituição com uma demanda de tratamento. A área de abrangência A.P. 3.1 correspondente aos bairros da Ilha do Governador, Manguinhos, Bonsucesso, Maré, Ramos, Complexo do Alemão, Olaria, Penha, Brás de Pina, Jardim América, Cordovil, Vigário Geral e Parada de Lucas. Endereço: Rua João Torquato 248 - Bonsucesso Tel.: 3889-8441 / 99721-4209. Atendimento 24h.

Refugiados

Essas pessoas estão fugindo de conflitos armados em seus países, e para isso, enfrentam dias de caminhada ou se aventuram em embarcações precárias no mar Mediterrâneo, muitas vezes com crianças pequenas e parentes idosos. Mais de 4 milhões de refugiados já deixaram a Síria nessas condições. Diferentes dos migrantes, refugiados são pessoas que fogem de conflitos, guerras ou perseguição por raça, gênero, religião ou opinião política.

Em meados de setembro, a Hungria fechou sua fronteira, deixando mais de mil pessoas, incluindo muitas famílias que fugiram do conflito na Síria, Afeganistão e Iraque, presas em condições degradantes em uma estrada na Sérvia. Essas pessoas têm recebido apenas ajuda de voluntários, com acesso restrito a comida, banheiro e água potável. Milhares de pessoas ainda precisam ser realocadas, e outras precisam sair de seu país de origem para sobreviver. Enquanto isso, na Europa, grupos conservadores se fortalecem com o medo de ameaças terroristas, e usam este argumento como pretexto para alimentar a intolerância e não receber os refugiados.

Agora, estamos vivendo a maior crise de refugiados desde a II Guerra. O avanço de grupos extremistas armados, como o Estado Islâmico e o Boko Haram, que perseguem minorias praticando sequestros, tortura e execuções, aumenta o fluxo de pessoas que buscam segurança.

Mas ainda há esperança. Ao redor do mundo temos visto pessoas que se posicionam em defesa dos refugiados e mostram estarem dispostas a receber bem as famílias que precisam de ajuda. Os líderes europeus devem oferecer passagens seguras para a Europa e prover acolhimento de emergência para quem chega. Todos os países que integram a União Europeia precisam honrar a Convenção da ONU sobre Refugiados que assinaram e compartilhar a responsabilidade de receber as famílias.

Mais de 95% das pessoas não conseguiram chegar à Europa e estão concentradas em apenas cinco países próximos à Síria - Líbano, Turquia, Jordânia, Iraque e Egito. Apenas no Líbano são cerca de 1,2 milhão de refugiados sírios, o que equivale a cerca de uma em cada cinco pessoas no país.

Nessa história, o Brasil tem tido uma postura receptiva na acolhida a sírios, estando entre os 10 países que mais concedem refúgio no mundo. Mas ainda podemos fazer mais. Mesmo no Brasil é possível mostrar solidariedade e cobrar as autoridades por mudanças e respostas efetivas a esta crise global.

A Alemanha prometeu mais de 35.000 lugares para os refugiados sírios por meio de seu programa de admissão humanitária e patrocínio individual. Mas para chegar até lá, os refugiados precisam passar por países bem menos receptivos, pois as fronteiras da Europa continuam, em sua maioria, fechadas.

Refugiados esperam na fronteira da Macedônia, perto da aldeia de Idomeni, na Grécia, em 24 de agosto.

Direitos humanos

Ao longo da iniciativa, foram propostas atividades que buscaram interferir no cotidiano do grupo, criando espaços de diálogos, produção e reflexão. Destacamos os encontros fotográficos de pinhole com a fotógrafa Tatiana Altberg; as exibições de filmes com o Cineminha no Beco, de Bhega Silva; e a realização do curta “Cena”, pela Escola de Cinema Olhares da Maré (Ecom).

P R OX I M I DA D E

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Com o desejo de compreender as relações e dinâmicas estabelecidas pelo grupo e iniciar um processo de diálogo sobre o tema das drogas na Maré, uma equipe de tecedores da Redes da Maré passou a frequentar o local regularmente. A parceria com a Associação de Moradores do Parque Maré, que já vinha realizando um trabalho de mediação junto aos usuários de crack, foi fundamental para essa aproximação.

Richard Burton

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Direitos humanos

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DICAS CULTURAIS

educação

Propostas de mudanças na organização das escolas municipais na Maré levantam muitas dúvidas junto aos moradores

do Ciep O que dizem as mães Hélio Smidt

ça. rguntar sobre a mudan a“Ninguém veio nos pe uc Ed de e ela (Secretaria Estamos em conjunto cutar.” - Sirlene Correa ção) tem que nos es m cupim, com ferrugem “Apesar das cadeiras co o, ainda prefiro minha alt e da escola com capim .” - Ivaneide de Sousa criança perto de casa éa caminho de ter que ir at o do ica pl m co r se ai “V yse Rodrigues fronteira e buscar.” - Jo e lá, las sendo aqui, imagin “Já não tem muitas au e segurança.” - Francidalec pois o Estado não ofer

EVENTOS NA MARÉ Festival Comida de Favela

va Otaviano

As mães Edilene, Elia Shirley, Ivaneide, Joy ne, Sonia e Francisdalv ce, a

Elisângela Leite

O Maré de Notícias foi procurado por diretores, professores e pais para opinarem sobre as mudanças anunciadas pela Secretaria Municipal de Educação (SME), publicadas na edição 64, de julho passado. Eles se mostram preocupados com a proposta de segmentação por escola, o que irá obrigar muitos alunos a mudar de unidade. Os moradores da Maré tiveram uma grande conquista no campo dos direitos quando, a partir de uma luta de anos, liderada pelas associações de moradores e outras organizações locais, conseguiram a construção de mais 19 escolas locais de ensino fundamental. O desafio, contudo, é garantir que as novas unidades, juntamente com as 16 existentes, possam, de fato, atender as demandas das crianças e adolescentes que moram na Maré. A lei federal (Plano Nacional de Educação) diz que até 2020 todas as escolas municipais têm de funcionar em horário integral. Por essa razão, o prazo é curto para a SME cumprir essa meta em toda cidade. Mas alguns diretores que atuam em escolas da

Maré, atualmente, acreditam que é preciso estudar bem as mudanças necessárias para todas as escolas da Maré atenderem em horário maior. O receio é que as alterações não garantam os efeitos esperados. Um exemplo refere-se a algumas das antigas unidades se transformarem em EDI (Espaço de Desenvolvimento Infantil) e, nesse caso, não terem o ambiente preparado para receber berçário. Dessa forma, receberão somente crianças de três anos em diante. Por parte dos pais e responsáveis, a preocupação maior é de quem têm filhos em idades diferentes. Como as unidades serão divididas em educação infantil, primário e ginásio, muitos pais terão de levar e buscar cada filho para uma escola. A localização concentrada das novas unidades também não agrada e é vista como mais um dificultador. Os questionamentos sobre os planos da SME, a partir das novas escolas em 2016, têm causado muitas insatisfações a pais das escolas que serão atingidas com essas mudanças. “Somos contra a mudança de escola, por isso estamos passando um abaixo-assinado, que entregaremos ao Ministério Público (MP)”, comenta a mãe de aluno do Ciep Hélio Smidt, no Parque Rubens Vaz, Shirley Rosana Ferreira. Para ela, o que é preciso é o pleno funcionamento das antigas escolas. “Quando há tiros de madrugada, no outro dia os alunos ficam sem aula ou tem redução no horário, e não há reposição. Há o

propósito de dar educação, mas esquecem de dar segurança para as crianças e professores”, detalha Shirley. O presidente da Associação de Moradores do Conjunto Esperança, Pedro Francisco dos Santos, aponta demandas relacionadas às faltas no quadro de professores. “Esse polo de escolas para a Maré é importante, mas necessitamos também de valorização do material humano, que na Escola Teotônio Vilela está com ausência de oito profissionais”, argumenta. Ele sugere a seleção de professores residentes na Maré, pois os de fora nem sempre querem trabalhar nos colégios locais.

Pratos ou petiscos por no máximo R$ 15/pessoa, com direito a votação. A festa de encerramento (17/10) terá premiação e show do cantor Dudu Nobre, na praça do Parque União, a partir das 20h. Para saber mais: www.redesdamare.org.br e Facebook: Comida de favela.

Horário diferenciado No mês de agosto e, também, em setembro as escolas da Maré tiveram redução de horário, sob a alegação de insegurança por conta das constantes operações policiais realizadas em períodos de entrada e saída dos alunos. “Essa questão que o sindicato alegou e reivindicou à Secretaria Municipal de Educação não é motivo para redução de horário, já tivemos momentos piores na Maré. O que tem que acabar são essas operações que causam danos e botam inocentes em risco”, argumenta Pedro. No dia 21 de outubro, ocorrerá uma audiência pública com vereadores, na Maré, para discutir a educação municipal. Até o fechamento dessa edição não tinha sido definido o local.

Travessias 4 – Arte Contemporânea na Maré Artistas participantes: Regina Silveira, Eduardo Coimbra, Marie Carangi e a dupla Henrique Gomes /Antonello Veneri. Estes últimos apresentam fotos de moradores dentro de suas casas. Local: Galpão Bela Maré (Rua Bitencourt Sampaio, 169 – Nova Holanda. Até 14 novembro, de terça a sexta, das 10h às 17h; e aos sábados, das 11h às 17h. Debates: 3/10 e 14/11, às 17h, além de oficinas e visitas guiadas. Para saber mais – Facebook: Travessias / Site: travessias.org.br. Entrada gratuita.

Divulgação

Hélio Euclides

Participantes - Na Vila do João: Frango Assado da Vila (prato: Frango Assado na brasa), Bar e Pensão da Marilda (Rabada com aipim), Point do Macarrão (Croquete de cordeiro com molho de maça) e Bar da Buchada (Galinha ao molho pardo). Na Vila do Pinheiro: Pensão do Wilson (Churrasco misto) e Angú e Cia (Batata recheada). No Timbau: Sonia’s Gourmet (Salmão ao molho de camarão e lula c/ alcaparras) e Sabor Brasileiro (Carne assada com bolinho de chuchu). Na Baixa: Open Bar (Acará com baião de dois), Bar e Pensão da Amparo (Carne assada com batata corada e pão) e Empadinha da Leandra (Empadinha de Frango). Na Nova Holanda: Kiosque da Luci (Feijão Mexicano) e Bar do Gil (Cachupa, feijoada angolana). No Parque União: Boner Gourmet Japonês (Hot Gourmet), Rei das Cabritas (Carne de sol c/ aipim) e Galeto Dourado (Paella).

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Debatendo

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Divulgação

EDUCAÇÃO

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4as, 9h às 10h30 6as 9h, às 10h30

2as, 18h30 às 19h30 iniciantes 2 e 4as, 19h30 às 21h intermediário (a partir de 8 anos)

3as e 5as, 14h30 às 16h

5as, 18h30 às 19h30 6 aos 12 anos

3as e 5as, 16h às 17h30 a partir dos 12 anos 5as, 19h às 20h

6as, 18h30 às 19h30 e de 19h30 às 21h a partir de 16 anos

2as e 4as, 17h30 às 18h30 8 a 14 anos

(parceria Redes e Unirio)

Pilates para a

3a

idade

Balé - intermediário

Mais um talento na Maré Mais um morador da Maré aproveita a internet para divulgar seu talento. E o melhor: vem fazendo sucesso. Desta vez é a Andressa Muniz, da Nova Holanda, que com apenas 18 anos de idade criou seu próprio canal no Youtube, chamado “Andressa Makeup”. Em seis meses, ela cativou mais de 1.400 seguidores interessados em suas dicas sobre o universo feminino. “Sempre tive vontade de gravar vídeos. Gravei vários, mas apagava com medo de como as pessoas iam reagir, se iam gostar ou não. Comecei vendo os vídeos da Bia (Bianca, do Boca Rosa – ver ed. 34), que tem mais de um milhão de seguidores no Youtube. Nossaaaaaa, ela me inspira demais. Amo os vídeos dela e de outras também. Então, fui criando coragem”, conta ela. Estudante do pré-vestibular da Redes da Maré, Andressa está prestes a lançar também um blog, que se chamará “Doce segredo”. “Tenho orgulho de falar que moro aqui porque é de pequenos lugares que saem grandes talentos”, afirma a moça. Parabéns! Os vídeos são mesmo super legais. Acompanhe: Vanessa makeup17, nome do canal no Youtube e da página no Facebook.

Ação social e novo curso de socorristas Na manhã de 12 de setembro, o Núcleo de Socorristas da Maré (Nusomar) comemorou o Dia Mundial de Primeiros Socorros, com uma ação social, na Praça do 18, na Baixa. Os socorristas levaram ao local uma cozinha compacta para mostrar às crianças como se prevenir de acidentes. Demonstraram como acabar com engasgo de crianças e adultos, como fazer o transporte de feridos e simularam os primeiros socorros para casos como o de perfuração. “É muito bom mostrar os nossos conhecimentos, assim se torna um serviço de utilidade pública”, comentou Beth Ramalho. O grupo aproveitou para anunciar um curso de noções básicas de primeiros socorros, que acontecerá no Centro Comunitário de Defesa da Cidadania (CCDC), ao final de setembro, o período da noite. Informações sobre o curso na página: facebook. com/nusomarrj.

Introdução ao balé

mpeonato da Praça foi o vencedor do ca equipe fez 25 gols a) im (ac ão rg Bu e o da O tim Sapateiro. O artilheir ção. A final foi com o eti do 18, na Baixa do mp co da or ad jog r Bayer e foi eleito o melho r de 1 a 0 para o Burgão, gol de Paulo ca pla m Galactico, co no segundo tempo

Dança de salão

Teatro em comunidades Sábados, 9h às 10h30

De 21 a 26 de setembro

Evento com diversas atividades da Escola Livre de Dança da Maré com apoio do Grupo Libra, entre elas: Aulas abertas de todas as oficinas Mostra de Cinema + Sarau, com Iury Lobo e ESPOCC, quarta, 23, às 18h30 Baile de dança de salão, sexta, 25, de 18 às 21h Bazar do CAM, sábado, 26, de 12h às 14h

Debates Travessias 4 Sábado, 03/10, às 17h - O artista vem de onde? Sábado, 14/11, às 17h - O que arte e espaço fazem um pelo outro?

O que acontece e o que não deixa de acontecer por aqui Procurando emprego ou curso? Anote na agenda: dias 15 de outubro, em Marcílio Dias (Av. Treze de Maio, 1, próximo à Igreja Nossa Senhora Aparecida), e em 11 de novembro, na Nova Holanda (Rua Teixeira Ribeiro, 900, em frente a Cedae), acontecem mais duas edições da Feira de Empregabilidade, promovida pela Luta pela Paz. O evento traz empresas para dentro da Maré, com o objetivo de facilitar o acesso dos moradores ao mercado de trabalho formal. São oferecidas vagas de emprego, estágio e jovem aprendiz. Moradores com idades entre 14 e 50 anos devem levar carteira de identidade, CPF e carteira de trabalho. No ano passado, a feira teve cinco edições e encaminhou 767 pessoas para as oportunidades oferecidas pelas empresas. O evento acontece de 10h às 16h. A Luta pela Paz também oferece cursos, realizados em parceria. O projeto Conexão, por exemplo, promove o curso Conexão Varejo Alimentar, com duração de quatro dias, dirigido a pessoas acima de 18 anos de idade. Os formandos serão encaminhadas para trabalhar principalmente em supermercados, nos setores de panificação, açougue, laticínios e peixaria. O curso acolhe um público diversificado, especialmente a população LGBT, idosos e mulheres negras. Estão previstas três turmas ainda este ano, duas na Nova Holanda, de 28 de setembro a 1º de outubro e de 16 a 19 de novembro; e uma em Marcílio Dias, de 19 a 22 de outubro.

Participantes do Dia Mundial de Primeiros Socorros, na Praça do 18

Dança criativa

Semana de Portas Abertas

R. Bitencourt Sampaio, 181, Nova Holanda. Programação no local ou pelo tel. 3105-7265 De 2ª a 6ª, de 14h às 21h30

Lona cultural

Herbert Vianna OFICINAS de segunda a sexta-feira Iniciação Musical Complementação Pedagógica

FavelaRockShow

Sexta, 02/10, às 21h Nove Zero Nove e Facção Caipira Sexta, 06/11, às 21h Ágona e Algoz

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Dança contemporânea

as

Arte de Conviver Contação de História Educação Ambiental - Muda Maré

Espetáculo 4TX

Quarta, 28/10, às 14h – Espetáculo de 40 minutos, com experiências analógicodigitais usando passos de sapateado

“Quem Nunca Foi ao Museu Não Sabe o que Perdeu!”

Quarta, 21/10, às 14h Divertida e instrutiva viagem musical por alguns dos museus da cidade. Na Biblioteca Popular da Maré Jorge Amado

Cine Clube Rabiola

Todas as quintas-feiras, às 16h

Biblioteca Popular Municipal Jorge Amado

Ao lado da Lona, atende a toda a Maré: Amplo acervo, brinquedoteca, gibiteca e empréstimo domiciliar R. Ivanildo Alves, s/n - Nova Maré Tels.: 3105-6815 / 7871-7692 - lonadamare@gmail.com FACE: Lona da Maré - Twitter: @lonadamare

cultura

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OFICINAS - Entrada gratuita! Consciência corporal Dança urbana

CULTURA

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Reprodução

NOTAS

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ESPAÇO ABERTO

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Salgadinho de semente de abóbora

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As sementes de abóbora são ricas em vitaminas A e K, ácido fólico e vitamina B3. São indicadas para quem tem osteoporose, pois contém zinco, beneficiam quem tem artrite por reduzir inflamações e diminuem os riscos de cálculos renais, bem como ajudam no tratamento de problemas relacionados ao sistema urinário.

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Envie seu desenho, foto, poesia, piada, receita ou sugestão de matéria. Rua Sargento Silva Nunes, 1.012 - Nova Holanda Tel.: 3104-3276 ou 3105-5531 - E-mail: comunicacao@redesdamare.org.br

Por Hélio Euclides

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Rindo at o a chegou a hora

Um homem chega de viagem. Ao chegar no quarto do hotel, pega o celular e envia uma mensagem para a esposa. Ao mandar, troca o número e a mensagem vai para uma viúva que tinha acabado de chegar do enterro de seu marido… “Amor, cheguei em paz. Você vem semana que vem, já reservei seu lugar. Tô com saudades. Traz pouca roupa porque aqui tá um calor infernal”. A mulher desmaiou.

Sem título

Por: Alex Bomfim Em nossos pensamentos haviam muitos convidados, mas só você tem um jeito especial de direcionar minha atenção.

Mais um poesia e um desenho desta dupla de tio e sobrinho. Sim, eles não são pai e filho, como havíamos informado. Alex é tio do Diogo.

Não beijei-te pois não estavas por inteira. Mesmo assim, algo me dizia que não foi nosso último encontro. São Jerônimo deu-me orientação esperança e firmeza, que tua alma estava liberta destes sofrimentos mundanos. Atordoado, entrei no labirinto novamente, cruzando om olhos tão encharcados quanto os meus. Mas desta vez, não atirei-me no abismo como de costume…

; Personagem Lion, do desenho animado Thundercats era thund de olho o a ele segur

MaxStraeten morguefile

Retire as sementes da abóbora, lave-as para tirar aquelas partes que ficam grudadinhas; acrescente um pouco de azeite, sal e pimenta; mexa com uma colher. Deixe por 20 minutos no forno ou até elas dourarem. Pronto! você tem um snack delicioso, saudável e ainda evita o desperdício.


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