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Sobre o I’fashion

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Coleções

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Por Stella Moreira de Souza

SOBRE O I’FASHION

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Em sua primeira edição, em dezembro de 2008, o evento, chamado de CEFET Fashion Day, promovido pelo Curso Técnico de Produção de Moda (na época do CEFET - Centro Federal de Educação Tecnológica), foi um evento idealizado, inicialmente, como uma forma de integração entre alunos, docentes, comunidade externa e empresários do ramo do vestuário, com o foco na divulgação do conhecimento gerado por meio da instituição de ensino.

Logo após a mudança de nomenclatura da Instituição, no ano de 2009, surge o I’Fashion. Uma união de “IF”, Instituto Federal; e “fashion” - moda). Em 2015, o Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda (com 7 fases) chegou no câmpus Araranguá, e em 2017, o evento passou a fazer parte da grade curricular do curso, sendo agora somente promovido pelos estudantes da 6ª fase.

Todo ano, o I’Fashion apresenta uma temática diferente escolhida pelos docentes do curso. Durante o semestre, sob o auxílio das disciplinas de Eventos, Desenvolvimento de Coleção Final e Laboratório de Desenvolvimento de Coleção, os alunos são responsáveis por toda a elaboração do evento, respeitando o tema previamente definido.

Durante as programações, são realizados debates com profissionais da moda, exposições de trabalhos, oficinas, mesas redondas e apresentação do desfile final dos alunos da 6ª fase, um momento de aplicação de todo o conteúdo prático e teórico aprendido e conquistado ao longo do curso em uma coleção autoral.

No ano de 2020, a temática inicial estava sendo definida como “Arte: retrato de um contexto” na tentativa de trazer à tona novas perspectivas no âmbito artístico e cultural da moda. No entanto, devido a toda a situação decorrente da pandemia, o evento foi suspenso, e o roteiro que estava sendo pré definido foi cancelado.

Com o início das Aulas Não Presenciais (ANPs), os alunos da 6ª fase de 2020/2 trouxeram um formato 8 inédito para o evento. Com um novo tema definido pelos professores, “Para nós todo o amor do mundo”, o I’Fashion, prorrogado para abril de 2021, está sendo o primeiro evento 100% digital e virtual desenvolvido por uma instituição de ensino. O momento pede mudanças e adaptações, e em um período de incertezas, a opção cumpre com fatores sociais, econômicos e sustentáveis. O I'Fashion, agora capaz de interagir e ser assistido por qualquer pessoa de qualquer parte do mundo, está, muito provavelmente, renovando a forma como são pensados os desfiles de moda promovidos por instituições de ensino, e pode tornar essa tecnologia ainda mais conhecida e praticada em um momento futuro. Uma pequena reação à algo grande, mas que pode gerar impactos cada vez mais positivos para a sociedade e para o ambiente educacional.

O ano de 2020 e 2021 ficarão para sempre marcados na história. Representados por uma história de muita luta, dor e sofrimento, esse período também trouxe diversos contribuintes para o avanço de uma nova era.

Como todo ser presente na natureza, a adaptação poderia ser vista como uma das suas mais particulares qualidades. Em meio à tanta mudança, é comum que alguns rituais sejam repensados e até reintroduzidos em um cotidiano modificado. Para isso, a moda vem mudando comportamentos, estilos de vida e princípios, que vêm sendo um reflexo em meio à sociedade atual.

Em meio à maior pandemia que já aconteceu, a adaptação em meio à época dos “cancelamentos” fez emergir um ramo tecnológico que estava lentamente ocupando seu espaço dentro dos negócios de um ambiente industrial mais sustentável.

Os avanços tecnológicos já não são mais novidade. Tantos são estes, que fica impossível acompanhar as novas “bugigangas” que surgem diariamente em praticamente todos os setores do mercado. E foi em meio à “revolução social” de 2021, juntamente das revoluções sustentáveis que vêm dominando o mercado de moda desde a reação ao poliéster em meados de 1950, que o ambiente virtual e digital tem poupado muitas árvores e rios por aí nos últimos tempos.

Primeiramente, vale distinguir as duas palavras. Segundo o dicionário de Língua Portuguesa Michaelis, virtual representa uma “criação feita por programas de computador”; enquanto que digital representa um “dispositivo que opera com valores binários exclusivamente”, que é o caso dos próprios computadores. O ano de 2021 trouxe avanços nesses dois âmbitos, no sentido de que ampliou o uso dessas tecnologias computacionais (novas máquinas) e o uso de programas de computador (softwares e aplicativos).

2020

O IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina) - câmpus Araranguá traz pela primeira vez na história dos cursos de moda, um evento de desfile final completamente virtual e digital. O evento está presente em plataformas online, como o Instagram e o YouTube. A ideia de propor de forma inédita um evento nesse modelo se deu inicialmente como uma reação ao movimento atual de isolamento social em meio à pandemia da COVID 19 e às políticas de cancelamento de eventos públicos que pudessem gerar aglomerações.

No fim das contas, o próprio evento trouxe uma nova perspectiva para os anos seguintes, criando um impacto muito mais positivo nas questões ambientais e financeiras, tendo em vista o gasto (tanto de recursos financeiros, como de recursos materiais) que o antigo formato gerava. O atual formato, é o mais sustentável já realizado por qualquer instituição de ensino, por meio do uso da tecnologia e do conhecimento, que fizeram com que este evento seja um evento com “zero waste” (zero desperdícios).

Que o ano de 2021 venha inspirar uma nova era, para que cada vez mais, inovação e tecnologia tragam soluções mais sustentáveis e ecologicamente corretas para dentro dos ambientes educacionais e para a sociedade de modo geral. 10

2020

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“Que o ano de 2021 venha inspirar uma nova era, para que cada vez mais, inovação e tecnologia tragam soluções mais sustentáveis e ecologicamente corretas para dentro dos ambientes educacionais e para a sociedade de modo geral.”

Por Stella Moreira de Souza

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