03 o amor chega em casa

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Andrew Grey Sentido 03

Resumo Quando o filho do arquiteto Gregory Hampton, Davey, começa a ter problemas em Little League, Greg leva-o a um oftalmologista. O diagnóstico atinge-os com força. A visão de Davey está degenerando rapidamente, e eventualmente ele ficará cego. Tom Spangler está acostumado a conseguir o que quer. Quando Greg capta sua atenção, ele pede a Greg um encontro. Eles têm um bom tempo até Greg receber um telefonema dos amigos cuidando seu filho, dizendo-lhe que Davey caiu. Greg e Tom e descobrem que o pior aconteceu. Davey não pode mais ver. Com tantas coisas acontecendo em sua vida, Greg duvida que ele volte a ver Tom. Mas Tom pesquisou beep beisebol, onde bolas e bases fazem sons para permitir que os deficientes visuais para participar da Little League. Tom lança um esforço para formar uma equipe para Davey pode continuar a jogar o jogo que ele ama. Mas quando a ex-mulher de Greg aparece com seu namorado médico, oferecendo uma possível cura através de um procedimento radical, Greg deve decidir até onde ele vai dar a Davey uma chance para ter sua visão de volta.

Capítulo Um — Mantenha seu olho na bola, Davey. Greg Hampton gritou das arquibancadas do jogo da Liga Júnior do seu filho. — Eu sei que você consegue! Davey virou-se para ele e assentiu. Greg ignorou a forma como os jogadores da outra equipe se moviam, concentrando-se e esperando que desta vez Davey se conectasse com a bola e a 3

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tirasse do estádio. Esse era o sonho de todo pai ver seu filho se destacar em algo como ele. Greg tinha jogado beisebol na faculdade e tinha sido espiado por mais de uma equipe profissional. Ele até tinha recebido uma oferta, mas ao mesmo tempo também havia recebido uma proposta de trabalho de uma empresa de arquitetura nacionalmente conhecida por seus desenhos. Eles lhe ofereceram um bom salário e uma chance de continuar sua educação para que pudesse se tornar um arquiteto como seu pai. Então, ele havia assumido o emprego e colocado seus sonhos de beisebol na prateleira. Em retrospecto, tinha sido uma boa decisão. Basebol profissional era muito competitivo. Ele tinha sido um bom jogador, mas olhando para trás, ele podia ver que ele nunca teria sido um grande jogador. Em vez disso, ele era um grande arquiteto. As pessoas procuraram-no para projetar suas casas, que eram feitas de forma inovadoras nos clássicos. Ele tinha projetado chalés Cotswold para a colocação em Chicago, chalés suíços com todo o charme do lado de fora e espaços incríveis dentro. Ele até havia projetado um castelo para um famoso bilionário que parecia que pertencia ao campo francês e tinha centenas de anos de idade, sentado em uma área de 100 acres de jardins e relvados nos arredores de Grand Rapids, Michigan. Greg era um vencedor, e queria que seu filho fosse um vencedor no jogo que ele tanto amara. — É o seu filho? Perguntou um dos pais sentados ao lado dele. — Sim. Greg sorriu, olhando para o homem e depois se virando para Davey. — Você pode fazê-lo. Gritou novamente quando Davey colocou o capacete pegou o bastão. Seu balanço parecia bom, exatamente como Greg tinha ensinado a ele, e seus balanços de prática parecia poderoso. Os elementos estavam todos lá, mas o primeiro passo veio e Davey balançou duro, recebendo nada além de ar. — Tudo bem. Tome seu tempo e espere seu passo! Davey deu um passo para a base e ficou na posição. Ele pegou só o ar novamente, e no próximo passo, também, antes de voltar para o banco de reservas. — Tudo bem. Você vai pegá-los da próxima vez.

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Greg assistiu o próximo jogador vir e o jogo continuou. Ele festejou com cada jogador, por sua vez, certificando-se de que todas as crianças foram aplaudidas. Greg sabia que alguns dos pais não eram capazes de estar em todos os jogos e lembrou-se de como ele se sentia quando era jovem, fazendo uma grande jogada ou acertando um home run sem ninguém lá para vê-lo. Os batedores passaram, e Davey veio até a base novamente. — Ele está balançando muito tarde. O homem ao lado dele disse. — Eu sei. Nós trabalhamos nisso durante toda a semana, e eu pensei que tínhamos melhorado seu tempo. Disse Greg. — Não estou reclamando, apenas observando. Disse o homem. — Jerry Fisher. Acrescentou, estendendo a mão. Greg sacudiu e se apresentou. — Ele tem feito tanto tempo? — Não. É algo que começou a acontecer nesta temporada. No ano passado ele foi um bom lançador, mas ele subiu, e eu acho que os lançamentos mais avançados estão chegando até ele. Disse Greg. — Vou trabalhar com ele mais esta semana. Ele conseguirá. — Você trabalha muito com ele? Perguntou Jerry. — Algumas vezes por semana. Eu joguei na faculdade e eu quero que ele ame o jogo, então eu não acho que é bom empurrar. Tem que ser divertido. Disse Greg. — Mas todos sabemos que ganhar é muito mais divertido do que perder. Jerry assentiu. — Esse é o meu sobrinho. Disse Jerry enquanto Bobby, um dos companheiros de Davey, se aproximava. — Minha irmã e cunhado estão fora da cidade, então eu sou a babá. Jerry sorriu. — A equipe perdeu muito? Greg voltou ao jogo quando ouviu uma gritaria aguda e viu Bobby correr para a primeira base. As arquibancadas romperam em gritos enquanto a bola navegou sobre a cerca para um home run.

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— Não. Disse Greg. Mas sabia que quando você não estava jogando bem e não se sentia como se estivesse contribuindo, as vitórias não se sentiam como as suas. Ele não disse nada e fez o seu melhor para ser encorajador. O jogo continuou, até que Davey e seus companheiros de equipe comemoraram sua vitória. Greg esperou por Davey, revoltando o cabelo do filho quando se aproximou. — A equipe vai a algum lugar para comemorar? — Pizza. Davey respondeu. — Bem, então, vamos. Greg disse a ele. Ele se despediu de Jerry e seguiu Davey até o carro. Davey foi tranqüilo todo o passeio até a Pizza Place. Assim que chegaram, alguns dos companheiros de Davey o encontraram no carro, pulando e gritando. Davey juntouse, e Greg esperava, pelo menos por enquanto, as lembranças dos pontapés de Davey recuarem. Os meninos entraram e sentaram-se juntos em uma grande mesa na parte de trás. Greg juntou-se aos pais, abriu a carteira e entregou uma nota de vinte ao responsável. A ordem era bastante padrão, e uma vez colocada, os treinadores e os pais tomaram mesas perto dos jogadores para atuar como um amortecedor entre eles e os outros clientes. Jerry sentou-se em frente a ele, e Greg aproveitou a oportunidade para examinar o homem um pouco. Ele era meio bonito, mas Greg não deixava seus pensamentos viajarem muito longe. Quando a comida chegou, o ruído de trás dele se estabeleceu quando os meninos começaram a comer. A pizza para os adultos chegou alguns minutos depois, e o estômago de Greg estourou ao ver a pizza carregada. Ele colocou uma fatia em seu prato e esperou para os outros para se srvirem antes de tomar uma segunda fatia. — Eu queria falar com você se eu pudesse. Jerry disse quando os outros estavam envolvidos em uma discussão de algumas mudanças de regras propostas.

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— Claro. Disse Greg. Ele tinha tido mais de uma conversa começado assim, e geralmente centrada em torno da "coisa gay", como um homem tinha colocado. Ele deu uma mordida e esperou Jerry continuar. — Eu não faço isso normalmente, mas você já teve os olhos de Davey checados? Jerry perguntou e então enfiou a mão em seu bolso e tirou um cartão. — Não estou tentando fazer negócios, vou examiná-lo de graça. — Ele usa óculos. Disse Greg. — Sou oftalmologista, não optometrista (oculista). Não vou cobrar pela visita. Repetiu Jerry. — Você acha que há algo errado? O estômago de Greg apertou. — Eu não sei. Mas você não tem nada a perder por tê-lo verificado. Como eu disse, vou fazê-lo de graça. Disse Jerry. Greg assentiu e olhou para o cartão. Ele leu e colocou no bolso. — Vou ligar na próxima semana. Disse ele, sem acreditar na resposta. Mas tinha começado a pensar a respeito do que Jerry disse, e cresceu até chegar em casa, quando Greg pegou o telefone e marcou o número no cartão. Ele deixou uma mensagem na máquina para Jerry e pediu um retorno de chamada, recebeu na primeira hora na manhã seguinte. Uma semana mais tarde, Greg levou Davey para sua consulta. — Por que estamos fazendo isso, pai? Davey perguntou, se mexendo no banco da frente. — Eu posso ver muito bem. Desde que Greg tinha marcado a consulta, Davey tinha a sua maneira demonstrado o quão bem ele podia ver, mas Greg notou pequenas coisas, como Davey se aproximando de um livro e depois o empurrando quando viu seu pai olhando. Greg não queria discutir e pensou que Davey provavelmente precisava de uma receita diferente. Quando chegaram ao consultório de Jerry, a recepcionista pegou suas informações, e Greg preencheu um monte de formulários. Mas ela não pediu qualquer tipo de pagamento ou mesmo um cartão de seguro.

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— David Hampton? Chamou a enfermeira depois de algum tempo, e os conduziu pelo corredor de salas de exame. As pessoas passavam por eles entrando e saindo para exames oculares, e ela levou Greg e Davey mais para trás, para um quarto ao lado de um consultório com o nome de Jerry na porta. — Por favor, sente-se lá. Instruiu. Davey e Greg se acomodaram nas cadeiras de plástico ao lado. Eles não tiveram que esperar muito antes de Jerry entrar. Sentou-se em seu banquinho e imediatamente começou a conversar com Davey. — Não há nada com que se preocupar. Nada do que vamos fazer hoje vai doer. Mas eu vou brilhar uma luz em seus olhos e ter um bom olhar ao redor. Eu também vou executar alguns testes padrão, e então, com base nesses, poderemos fazer alguns outros. Certo? Perguntou a Davey, que olhou para Greg e depois de volta ao médico e assentiu. — Boa. Eu vi você jogando na outra semana. Jerry disse enquanto preparava seus instrumentos. Uma enfermeira entrou e se sentou no balcão atrás de Jerry. — Esta é a Annette. Ela vai me ajudar hoje. Davey sorriu nervosamente. — Quando eu vi você jogando, eu notei que você estava balançando tarde, e seu pai disse que você não teve esse problema no ano passado. — Não. Eu estava batendo bem no ano passado. Pelo menos, o treinador disse que estava. Davey respondeu. — Você teve algum problema vendo na escola? Você se senta mais perto da frente agora para que você possa ver? Jerry perguntou e deslizou sua cadeira mais perto de Davey. Greg viu seu filho tenso. — Nada com que se preocupar. É apenas uma luz. Você vai tirar seus óculos para mim? Davey fez e entregou a Jerry, que passou a Annette. — Nós temos lugares fixos na escola. Davey disse. — Você achou a escola mais difícil este ano? — Sim. Davey respondeu. — É a quinta série.

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Jerry assentiu. — Olhe o cartaz sobre o meu ombro e não siga a luz. Apenas olhe o gráfico. Isso é bom. Jerry alternou conversando com Davey e falando com Annette no que deve ter sido código de médico oftalmologista. Ele continuou trabalhando com Davey, olhando seus olhos através de vários tipos de equipamento. Ele fez o teste de sopro, que Davey fez melhor do que Greg já fez. Foi à pior parte de seu exame ocular. Greg tentou não ficar nervoso enquanto o exame continuava. Jerry fez os vários exames de carta de olho, bem como alguns que Greg nunca tinha visto antes. — Eu vou dilatar seus olhos com algumas gotas. Vai se sentir engraçado por um tempo, mas eu preciso fazer isso para ter uma aparência melhor. Não faz mal, mas quando você sair posso dar-lhe alguns óculos de sol temporários, porque estará mais sensível à luz. Davey concordou, e eles passaram o resto do exame. Quando Jerry terminou, ele se despediu de Davey. — A enfermeira o ajudará na sala de espera. Eu gostaria de falar com seu pai por alguns minutos. Davey se levantou e saiu com Annette, que fechou a porta atrás deles. — Eu gostaria de fazer alguns testes adicionais. Disse Jerry. — A visão de Davi com seus óculos é de cerca de vinte/quarenta; sem eles, é vinte/cem. Quantos anos têm esses óculos? Greg pensou por alguns segundos. — Menos de um ano. Por que, eles deram a prescrição errada? — Eu gostaria que você me dissesse onde você os fez e desse permissão para que seus registros fossem transferidos para mim. Mas eu duvido que eles tenham dado a receita errada. Em vez disso, parece que a visão de David se deteriorou consideravelmente nos últimos oito meses. Aqueles óculos devem ter lhe dado vinte/vinte visão. Eles não disseram nada para você, quando você fez os óculos? Greg sacudiu a cabeça.

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— Não se preocupe neste momento. Disse Jerry. — Eu vou mandar você assinar os formulários para que eu possa obter os registros, e uma vez que eu faço, vou chamá-lo. Também podemos marcar uma consulta para os testes que eu preciso. — Você não pode fazer isso aqui? — Não. Estes precisam de um radiologista. Eu quero uma tomografia computadorizada da parte de trás dos olhos de David. — Você realmente acha que há algo errado com seus olhos? Perguntou Greg. Ele engoliu em seco, seu estômago apertando com preocupação. — Sinceramente, estou preocupado com a aparente deterioração de sua visão. Eu não terei certeza até que eu receba os registros de seu exame anterior, bem como os resultados dos testes que eu gostaria de fazer, mas eu tenho preocupações. Jerry fez uma pausa. — Eu não quero fazer um diagnóstico com base em informações incompletas. Os testes serão agendados o mais rápido possível para que possamos obter algumas respostas. Jerry assentiu para dar ênfase, levantou-se e abriu a porta. Greg saiu na frente, e Jerry o seguiu. Jerry deu a recepcionista algumas instruções, e eles ajudaram a obter as consultas marcadas. Greg assinou os formulários para a liberação dos registros e juntou-se a Davey na sala de espera. — Vamos para casa. Disse ele com um toque de excitação que não sentia. Davey acenou com a cabeça e lentamente se levantou, e eles deixaram o consultório. Eles caminharam para o carro em silêncio e entraram. — Pai, o que o médico queria? Alguma coisa errada? Pânico afiou a voz de Davey. Greg não tinha respostas e decidiu pela verdade, ou pelo menos parte dela, era o melhor caminho a percorrer. — Ele quer fazer mais alguns testes. Ele viu algo, mas não tem certeza do que é. Vamos mandar transferir seus registros, e os testes devem contar a ele o que está acontecendo. Ele se moveu em direção a seu filho, vendo Davey piscar seus olhos azuis enquanto ele olhava para trás. Greg se inclinou sobre o assento e abraçou Davey o melhor que pôde. Ele não sabia o que mais fazer. 10

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— Não pode ser nada, papai. Disse Davey. Greg sabia em seu coração que não era provável que não fosse nada. Mas eles podiam fazer coisas incríveis nos dias de hoje, e o que estava errado, Greg esperava que fosse algo corrigível. Ele podia sentir o nervosismo de Davey, assim como o dele, mas não havia nada que pudessem fazer agora. Então Greg decidiu continuar suas vidas o mais normalmente possível até que eles tivessem algumas respostas. Nas semanas seguintes, Davey fez os testes e os registros foram transferidos. Uma vez que os resultados estavam dentro, Greg e Davey esperaram não em uma sala de exame, mas no escritório de Jerry, com estantes atrás da mesa e diplomas e prêmios pendurados nas paredes. Davey se agitou em sua cadeira, e Greg sentiu-se fazendo a mesma coisa. Seja lá o que aconteceu nessa reunião, ele sabia que seria importante. — Bom dia. Jerry disse quando entrou e fechou a porta antes de sentar-se atrás de sua mesa. Ele abriu a pasta na frente dele e olhou para Davey e depois para Greg. Durante os dez minutos seguintes, Jerry explicou os resultados dos testes e o que eles queriam dizer. Davey ficou surpreso, e Greg ouviu o melhor que pôde, tentando tomar toda a informação que Jerry tinha para eles. No final, Greg chupou ar por ar quando as lágrimas encheram seus olhos, sabendo que seu filho acabaria por ficar cego.

Capítulo Dois Tom Spangler virou a esquina e fez o seu melhor para encontrar um lugar para estacionar. A festa de Ken e de Patrick este ano ia se superar se todos estes carros estivessem aqui para ela. Ele adorava esta época do ano em Pleasanton, na bela 11

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Península Superior do Michigan. Ele pegou a garrafa de vinho da parte de trás, bem como a grande tigela de salada de macarrão da sua avó. Depois de bater a porta fechada com seu quadril, ele atravessou a rua e volta para a parte de trás. — Ken. Chamou Tom quando viu seu amigo apressando a caminhada. — Parece que a reunião ta bombando. Ken abriu o portão, e Tom correu dentro antes de seguir Ken em direção ao estrondo de conversas sobrepostas. — Você teve algum problema com as instruções? Ken perguntou, tomando a tigela, e Tom balançou a cabeça. — Eu vou colocar isso lá dentro. Há refrigerantes no refrigerador azul, e o vermelho tem vinho e cerveja. Fique a vontade. Vou voltar para fazer as apresentações. — Está tudo bem, eu sou bom em me apresentar. Disse Tom, olhando ao redor da reunião. — Você está com as mãos cheias. Ele acrescentou com um sorriso. Ken correu para dentro, e Tom abriu o refrigerador de cerveja e puxou uma garrafa gelada de Sam Adams Summer Ale. Abriu-a e tomou um gole antes de começar a circular. Se havia uma coisa que ele sabia, era como percorrer uma festa. Ele estava fazendo isso desde que tinha dez anos e tinha sido permitido assistir ao primeiro de suas lendárias reuniões sociais de sua mãe. Todos os fins de semana havia algum tipo de festa, jogada por seus pais ou por seu círculo de amigos bem-vestidos. Ele se virou em uma leve batida no ombro e se encontrou cara a cara com o parceiro de Ken, Patrick. Ele foi imediatamente engolido em um abraço. Patrick tinha sido um cantor de ópera antes de um acidente lhe tinha roubado sua voz. Tom nunca o tinha mencionado, porque seria insensível da parte dele, mas tinha visto Patrick se apresentar quando ele foi para a Ópera de Cleveland com sua mãe. — Como você está? Perguntou Tom. Patrick sorriu e acenou com a cabeça, então apontou para Tom, como se fizesse a mesma pergunta. — Estou indo bem. É tão bom ver você de novo. Ele não podia se ajudar e abraçou Patrick novamente. O homem era a pessoa mais tátil que Tom conhecera. Ele também foi um dos mais maravilhosos. 12

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— Você está trabalhando em algum projeto? Eu tenho um quarto que eu gostaria de reformar, e eu adoraria se você fizesse a mobília. Quero um quarto completo, armários, escrivaninha, as obras. Patrick se moveu para o lado do convés e passou a mão pela grade. Tom acenou com a cabeça. — Você pode usar qualquer madeira que você quiser. Eu sei que será maravilhoso, e você é o artesão. Patrick deixou Tom saber que tinha o e-mail, fazendo uma mímica de digitação. Tom concordou, e então Patrick foi chamado por um dos outros convidados, que estava bem. Ele era o anfitrião. Patrick não podia falar, mas sua personalidade e coração eram tão grandes quanto todo ao ar livre. Desde que Tom conhecera Ken e Patrick em uma festa de artistas para a Cruz Vermelha, quase um ano antes, ele estava com ciúmes que Patrick era casado. Ele deu um passo para trás e algo bateu na parte de trás de sua perna. Ele se virou para ver um homem sentado em uma das cadeiras, segurando uma bengala branca. — Desculpe, eu não acredito que nos conhecemos. Sou Tom Spangler, um amigo de Ken e Patrick. — Howard Justiniano. Disse o homem, erguendo a mão. Tom a tomou na sua, sacudindo brevemente e depois soltou. A cadeira ao lado de Howard estava vazia, então ele se sentou. — Meu parceiro, Gordy, está por aqui em algum lugar. Não tem como não vê-lo. — Camisa amarela, realmente grande? Tom disse e depois parou. A bengala branca deveria ter sido uma pista. Ele queria estapiar a si mesmo na testa dele. Howard riu. — Não se preocupe com isso. Sim, Gordy é grande, e acho que ele disse que estava usando amarelo. Pessoalmente, eu gosto quando as pessoas me tratam como todo mundo. Howard sentou-se na cadeira. — Como você conhece Ken e Patrick?

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— Eu estava envolvido em um evento da Cruz Vermelha o ano passado. Nós estávamos fazendo uma noite artística, e Ken doou uma de suas obras e concordou em agir como uma espécie de mestre de cerimônias para a noite. Desde que eu estava organizando o evento, trabalhamos juntos por algumas semanas e conseguimos nos tornamos amigos. E se você sabe alguma coisa sobre Ken e Patrick, eles parecem acolher as pessoas em suas vidas. — Sim, eles fazem. Howard concordou e então girou ligeiramente. — Gordy, este é Tom. Howard sorriu. — Antes que você pense que eu sou psíquico, eu conheço seus passos em qualquer lugar. Tom se levantou e apertou a mão de Gordy. — Ele adora fazer isso. Gordy disse e virou-se para Howard. — Token está no quintal, observando as crianças. — Token, venha. Disse Howard, e Tom observou como um pastor alemão atravessou o pátio e subiu as escadas até o convés antes de sentar aos pés de Howard. — Isso é realmente algo. Disse um dos homens a algumas cadeiras. Howard pegou o arnês entre as cadeiras. Tom nem percebeu. Ele a colocou, e Token entrou nas aberturas para que Howard pudesse puxá-lo para cima e apertá-lo em torno dele. Então ele se enrolou aos pés de Howard. A cada minuto ou mais, ele olhava para Howard e depois relaxava. — Você se importa se eu interromper? O homem perguntou, aproximando sua cadeira. — Eu sou Greg Hampton, e eu não pude deixar de notar o seu cão. — Token é um cachorro treinado Seeing Eye. Disse Howard. Gordy sentou-se do outro lado de Howard e entrelaçou os dedos. — Eu estou com ele a dois anos agora. Howard acariciou levemente a cabeça do cão. — Às vezes eu me pergunto se ele está mais ligado a ele ou a mim. Brincou Gordy, e Howard bateu levemente contra o homem grande. Era óbvio para Tom que não era o caso. 14

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Greg parecia desconfortável, e Tom se perguntou se era por estar perto de Howard. — Como eu faria para conseguir um cachorro como aquele para meu filho? A dor na voz de Greg bateu duramente em Tom. — Ele é cego? Perguntou Howard. — Ainda não. Greg respondeu. Tom olhou para os outros ao seu redor e depois voltou seu olhar para Greg. — Se você quiser falar sobre isso, você está no grupo certo. Disse Howard, inclinando-se ligeiramente para a frente. — Papai, eu bati na bola. Disse um garoto ao aproximar-se. Ele ficou na frente de Greg. — Os meninos estavam jogando beisebol, e eu acertei. Foi uma boa tacada também. — Isso é ótimo, Davey. Disse Greg. Tom podia ouvir o entusiasmo em sua voz e viu a excitação nos olhos de Greg, mas parecia oco para ele. Felizmente, Davey não parecia notar. — Volte para o jogo e divirta-se. Davey sussurrou algo. — Você pode ter um, mas você tem que beber tudo. Davey abriu o refrigerador de refrigerante e inclinou-se para perto. Ele puxou uma lata e depois colocou de volta antes de pegar outra. Eventualmente ele fechou a tampa. Quando ele se virou, a primeira coisa que Tom viu foram os copos de garrafa de CocaCola de Davey. O rapaz se apressou, quase tropeçando na escada. Greg estremeceu e ficou imóvel até que Davey atravessou a grama. Então ele se levantou e atravessou o convés para ficar junto à grade, observando as crianças brincarem. — Pode ser muito difícil para os pais quando descobrem que seu filho está ficando cego. Disse Howard ao lado dele. Tom continuou observando Greg, seu coração incapaz de permitir que ele desviasse o olhar. — Você poderia... Você estava...? Tom começou. — Está bem. Não me lembro de ter sido capaz de ver. Foi-me dito uma vez que havia a possibilidade que eu poderia ter sido capaz de ver quando eu nasci, mas eu 15

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acho que foi um pensamento ilusório por parte dos meus pais. No entanto, foi difícil para eles, e se Davey está ficando cego, será difícil para seu pai. Tom levantou-se. — Com licença. Ele disse suavemente. Ele pegou outra cerveja e então decidiu pegar duas. Ele caminhou até Greg e cutucou seu braço, oferecendo a segunda cerveja. Greg pegou um leve aceno de cabeça, mas não disse nada enquanto se retorcia do topo. Às vezes, um cara não precisava falar. Às vezes, e Tom imaginou que este era um daqueles tempos, um cara só precisava de alguém para ficar calado ao seu lado. — Ele costumava ser tão ativo. Greg disse, colocando a garrafa vazia sobre a grade. — Agora, vê-lo correr e jogar assim é uma raridade. Ele fica a dois pés da televisão e observa o tempo todo. — O que aconteceu? Greg suspirou. — Ninguém sabe. Eles acham que é provavelmente genético. Ele chegou a certa idade e os genes aberrantes chutaram ou algo assim. No ano passado, ele era basicamente normal, jogando beisebol como qualquer outro garoto. Esta primavera, sua brincadeira ficou mais difícil e levei-o para um oftalmologista. Este ano teve três pares de óculos em nove meses, cada um mais forte do que o último. Mas eles só o ajudam por um tempo. Greg se virou para ele. — Três meses atrás, quando eu lhe trouxe esses óculos, ele podia ler e estava realmente fazendo as coisas, mas lentamente os livros se aproximaram de seu rosto, e ele se aproximou da televisão. Seu mundo está ficando mais escuro a cada dia, e não há nada que eu possa fazer sobre isso. — Talvez você não possa impedi-lo de ficar cego. Mas você pode ajudá-lo a ajustar-se às suas circunstâncias. Tom disse, e então ele percebeu como ele soou. — Desculpe, não queria soar prático. — Não é nada que eu não tenha dito a mim mesmo várias vezes. Eu quero dar a ele tudo o que eu não tive.

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— Você ainda pode. Ele vai precisar de você mais do que nunca. Disse Tom. — Não que eu saiba o que é ser cego ou ter uma criança ficando cega, mas eu sei sobre querer o amor e a atenção de um pai e não tê-lo. Então eu posso dizer por experiência que é a coisa mais importante. Tom pulou quando ouviu uma voz atrás dele. — Você tem tudo dentro de seu poder para ajudar a fazer a transição de avistado para pessoa sem visão verdadeiramente ou algo que seu filho pode aprender a viver, eventualmente, prosperar, apesar de não ver. E ele vai prosperar. A rapidez com que isso vai acontecer depende de você e dele. Tom se virou e viu Howard de pé atrás dele. — Eu posso fazer qualquer coisa que uma pessoa com visão pode. Sim, existem limitações, mas o mundo não está fechado para mim. É apenas diferente do que você tem. Howard olhou para cima. — Você notou o esquilo na árvore acima de nós? Todos eles levantaram seus olhares e viram um esquilo saltando de um galho para o outro. — Não, eu não. Greg admitiu. — Eu também não. Disse Tom enquanto observava o acrobata. — Eu o ouvi. Ele está brincando e tagarelando lá em cima durante a última meia hora. Como eu disse o mundo não é fechado ou menor, é apenas diferente. Tenho dificuldade para me locomover em lugares estranhos. É por isso que tenho Token. Ele me guia e ajuda a me manter longe de problemas. Gordy está lá para mim também. Howard se aproximou, segurando o arnês de Token. — Mas vou avisá-lo. Seu instinto como pai é proteger Davey de tudo o que puder. A coisa é você vai ter que deixá-lo explorar o mundo de uma maneira totalmente nova, e você não será capaz de mantê-lo do perigo. Você tem que deixá-lo descobrir as coisas por conta própria. Guiar, mas não limitar. Minha família me protegia quase até o ponto onde eles estavam me cortando do mundo. Eu me rebelei, e as coisas não foram tão boas por um tempo. — Mas ele tem dez anos. Disse Greg.

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— E como uma pessoa que vê, ele está encontrando seu caminho. Você tem que deixá-lo fazer a mesma coisa como uma pessoa cega. Howard lhe disse. — Antes de partir, eu vou pedir que Gordy lhe dê o meu número de telefone. Eu ficaria feliz em conversar com você um pouco mais, e conversar com Davey se você quiser. — Isso seria bom, obrigado. Disse Greg. — A qualquer momento. Disse Howard, e depois desceu lentamente as escadas com Token de um lado e Gordy no outro. Uma garotinha correu pelo pátio para eles, tranças voando. Gordy a pegou e levantou-a enquanto ela ria. Tom não tinha certeza se Greg queria conversar e achou que o deixaria em paz, mas Greg disse: — Davey sempre praticava esportes. Agora, o que ele vai fazer? Tom encolheu os ombros. — "Google" esportes para os cegos ou descobrir se existem programas para crianças que têm deficiência visual. Tem que haver alguns nesta área. Pode ser bom para ele estar com outras crianças que têm o mesmo problema que ele. — Você acha? — Sim. Às vezes, as crianças, só precisam saber que não são os únicos no mundo com esse problema específico. Tom sabia que, se sentir bem também. Ele tinha escondido quem ele era da sua família por um longo tempo. Nenhum de seus amigos era gay, e seu círculo era tão fechado e limitado que ele raramente conseguia ver fora dele até que ele estava fora de casa. Então o mundo que se abriu para ele tinha sido enorme. — Parece que está falando por experiência própria. Greg observou. — Estou. Toda a coisa gay realmente me jogou como uma criança. Eu realmente pensei que eu era a única pessoa no mundo assim. Meus pais nunca falaram sobre coisas assim comigo. Inferno, eles não falaram muito comigo. Eles estavam muito envolvidos em suas festas, benefícios e causas. Eu era criado por babás até que eu tinha dez ou onze anos, e então eu estava mais ou menos ao redor. Mamãe e papai 18

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estavam lá, mas ainda envolto em suas vidas. Então eu fui deixado para resolver as coisas sozinho ou ouvir coisas das outras crianças. Tom deu de ombros. O passado era o passado e ele realmente não queria se debruçar sobre ele ou queixar-se dele durante uma festa. — Que tal se nos juntarmos à festa e nos divertirmos? Eles estão montando uma rede de voleibol. Se você pegar Davey, nós poderíamos fazer uma boa equipe. — Sim, vamos. Disse Greg. — Mas eu preciso de outra cerveja para isso. Parecia que os dois o faziam. Talvez voleibol era melhor com um zumbido. Ele não tinha certeza, mas as poucas cervejas pareciam fazer o jogo mais divertido. Eles tocaram por cerca de uma hora, Até que Ken disse que a comida estava pronta. Os convidados formaram uma linha e encheram seus pratos, depois se sentaram nas cadeiras, em mesas ou em cobertores no gramado. Tom se estabeleceu em um lugar na sombra. Greg e Davey se juntaram a ele, ainda um pouco ofegante do jogo, mas feliz e sorridente. — O que você faz? Perguntou Greg. — Sou uma espécie de gerente financeiro. Respondeu Tom vagamente. — E você? — Arquiteto. Respondeu Greg. — Espere um minuto, você... você é o Greg Hampton? Perguntou Tom com um sorriso. — Você sabe quem eu sou? Perguntou Greg. A maioria das pessoas fora dos círculos de arquitetura provavelmente nunca tinha ouvido falar dele. Não era como se tivesse desenhado um edifício famoso como. Pei ou Santiago Calatrava. — Você projetou uma casa. Tom não pôde deixar de rir. — Talvez seja melhor chamá-lo de castelo ou mansão. Para alguns amigos de meus pais. Eles adoraram você. Greg sorriu. — É bom ouvir isso, e lembro-me desse trabalho. Foi um prédio interessante com desafios definidos. Jurei que queriam o Castelo Hearst num

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orçamento McMansion. O sorriso de Greg desapareceu. — Desculpe, eu não deveria falar sobre clientes dessa maneira, especialmente se eles são amigos de sua família. — Não. Os Fosters são baratos. Eles fizeram o seu dinheiro do jeito antiquado: herança. E eles mantiveram a maneira ainda mais antiga: eles beliscam cada centavo. O rei Midas não tem nada nessas pessoas. Tom riu silenciosamente para si mesmo, lembrando-se do tempo que ele tinha ido para a casa enorme deles para brincar e os únicos brinquedos que as crianças tinham eram aqueles que sua mãe tinha comprado nas vendas de jarda. Metade deles estava quebrada, mas era tudo o que as crianças tinham. — Mas eles certamente ficaram impressionados com você, e eles adoram a casa. Tom também amava a casa do lado de fora. O interior, não tanto, mas ele sempre culpou os Fosters e sua barateza, não o arquiteto. Os espaços internos tinham ossos definidos de grandeza, mas o mobiliário barato e tapete feio estragavam a obra. — Papai está trabalhando em uma casa de campo agora. Eu quero que ele faça igual para mim algum dia. Davey disse. Ele ficou quieto enquanto comia devagar. — Pode aposta, Davey. Greg disse, puxando seu filho em um abraço de homem, claro. Não demorou muito para que as crianças estivessem correndo e brincando de novo. Davey terminou de comer e se juntou a eles. — Ele está se divertindo muito. — Eu sei que você está preocupado, mas ele parece estar se ajustando muito bem. Observou Tom. — Davey compensa, mas há coisas que ele não pode compensar. Greg suspirou. — Desculpe, eu não quero apenas falar sobre meus problemas. Afinal, esta é uma festa. — É certamente. Ken disse enquanto se aproximando. — Isso significa que há muito mais comida, e sobremesa será trazida para fora em pouco tempo. Ken parecia que ia se juntar a eles, mas então Tom se virou e viu Patrick sinalizando para a atenção de Ken. — Falarei com você daqui a alguns minutos. Disse Ken. Ele se apressou e Tom e Greg se encontraram sozinhos mais uma vez.

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Tom não tinha imaginado que Greg era gay, ele tendo um filho e tudo, mas quando ele se virou, ele percebeu que estava sendo verificado. Não que ele se importasse no mínimo. Greg era bonito, aparado com ricos olhos azuis e cabelos castanhos ondulados. Tom sempre gostara dos velhos filmes mudos, e Greg lembroulhe uma dessas estrelas, com suas grandes maçãs do rosto e incrivelmente expressivo. Ele desviou o olhar quando Tom o pegou espreitando. Tom tocou levemente a mão de Greg para que ele soubesse que estava tudo bem. Greg sorriu ante o gesto. — Posso te perguntar uma coisa? Se for muito pessoal, você não precisa responder. Estou assumindo que você é gay. Disse Tom um pouco nervoso, caso seu gaydar estivesse bem longe. Greg assentiu com a cabeça. — Como eu consegui Davey? — Sim. Tem que haver uma história lá. Disse Tom. Ele adorava uma boa história. Quando criança, costumava deixar suas babás roucas pedindo-lhes para ler mais uma história. Greg deu de ombros. — Eu fui casado. As sobrancelhas de Tom se ergueram. — Foi uma estupidez total da minha parte. Eu engravidei a mãe de Davey, e seu pai quase veio até mim com uma espingarda. Eu fiz as coisas certas e casei com ela. Greg olhou para a copa de folhas acima. — Foi um erro e a melhor coisa que eu já fiz na minha vida. Joyce foi à parte do erro. Uma vez que a lua de mel terminou, e que aconteceu rapidamente, estávamos na garganta um do outro. Ficou melhor entre nós quando ela teve o bebê, e ficamos juntos por um ano depois disso. Eu estava ocupado tentando construir minha carreira e reputação, enquanto Joyce só queria se divertir. Aconteceu que eu era apenas o cara que se casou com ela. — Então Davey é seu? Perguntou Tom. — Sim. Ela tentou afirmar que ele não era no divórcio, mas eu fiz testes, e ele definitivamente é meu. Greg sorriu. — Isso realmente funcionou a meu favor, porque 21

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depois disso eu processei exigindo a custódia completa por motivos morais e comportamentais. Ela tinha admitido dormir com vários, e meu advogado puxou um desfile de caras que ela tinha estado. Parecia que nenhum deles gostava muito dela. Greg acrescentou com certa alegria. — O prego no caixão de Joyce foi quando um de seus amigos se apresentou e testemunhou que tinha dito a ele que a única razão pela qual ela estava lutando pela custódia era para receber a pensão pela criança. O amigo de Joyce disse na audiência que Davey teria uma vida melhor comigo do que jamais faria com Joyce. — Uau. Ele a vê? Tom perguntou, deslocando o olhar para onde Davey estava brincando. Ele viu Greg fazer o mesmo e amou o sorriso que enrolou em seus lábios. — As vez. Oficialmente ela tem visitação, mas ela vive na Flórida agora e ela não exerceu esses direitos em um tempo. Eu contei a ela sobre a visão de Davey, e eu poderia jurar que não ouvi nada além de alívio. Ela tem sua carreira e sua própria vida agora. Felizmente, não tem mais crianças. Greg balançou a cabeça. — Eu não consigo entender como ela poderia se afastar de seu próprio filho. Se tivesse sido eu e os tribunais tivessem decidido o contrário, ainda estaria lutando por Davey. Tom ouviu o engate na voz de Greg. — Alguns anos atrás eu tinha um namorado. Na época, Charles e eu estávamos muito sérios. Nós estávamos prestes a morar juntos e conversamos sobre crianças. Mas... Tom encolheu os ombros. — As coisas ficaram azedas depois disso. Ele tentou não soar amargo e minimizou todas as razões pelas quais as coisas tinham ido mal. — Eu sinto Muito. Davey é a melhor coisa que já aconteceu comigo. — Ele sabe que você é gay? Perguntou Tom. Greg riu. — Sim. Ele continua me perguntando quando eu vou encontrar um homem e me acalmar. Ele diz que não se importa se ele tem dois pais. Um dos meninos em sua equipe de softball tem duas mães, e é claro que ele conhece Ken e Patrick através de Hanna.

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De repente ficou quieto. Greg mudou de posição e olhou para onde as crianças estavam brincando. Todos pararam. Hanna, a filha de doze anos de Ken, estava caminhando lentamente, sentindo ao redor. Então ela parou, e Tom viu a mão de Davey em seus óculos. — Ele não gosta de falar sobre isso, mas ele só pode ver o esboço das coisas sem seus óculos. As crianças retomaram ao jogo, mas Davey caminhou até a borda do grupo e se apoiou contra uma das árvores. Greg se levantou e continuou observando. — O que está acontecendo?, Perguntou Tom, também de pé. Ele observou enquanto Hanna falava com Davey e então o pegou pela mão e o levou de volta para onde as crianças estavam brincando. — Não tenho certeza. Disse Greg. Mas qualquer que fosse o problema foi de curta duração, e Davey começou a brincar novamente. — Você trabalha em apenas uma comissão de cada vez ou tem vários projetos ao mesmo tempo? Perguntou Tom, esperando mudar de assunto. — Bom depende... Greg disse e sentou-se para baixo. As pessoas começaram a se mover pelo convés, e Tom viu pessoas descendo as escadas com bolo. As crianças devem ter visto também, porque eles vieram em massa. — Acho que você não está com vontade de lutar pelo bolo. — Se eu conheço Ken, haverá muito. Disse Tom. — Você estava dizendo… — Geralmente, posso lidar com vários projetos ao mesmo tempo. Quantos dependem da sua complexidade. Alguns clientes só me pagam para elaborar os planos e, em seguida, eles encontram um construtor para executá-los. Outros me envolveram no projeto até a conclusão. Eu tenho uma rede de pessoas que eu posso entrar em contato com alguns dos requisitos mais especializados para um projeto. Certa vez, um cliente pediu uma casa com grades de ferro estilo Nova Orleans e eu os coloquei em contato com um artesão da Louisiana que conseguiu fabricar o que eles queriam. Especialistas em ferro, escultores em madeira, artistas em vidro, todos esses entram em jogo em um ponto ou outro quando você projeta os tipos de casas que eu faço. No 23

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ano passado eu tinha um casal na Pensilvânia, fora de Pittsburgh, que queria que eu criasse e então supervisionasse a construção de sua casa. Davey e eu passamos três meses lá fora. Eu fui capaz de conciliar outros trabalhos, e ele foi para a escola lá por um tempo. Foi difícil para nós dois, mas era o que ele queria. Eu teria refugado o trabalho se Davey não estivesse disposto a mudar. Descobriu-se que o cliente tinha um número de conexões, então Davey foi para uma escola particular, juntamente com os filhos do cliente e eles deram-lhe um currículo especializado, então quando ele voltou, ele não tinha perdido nada. — Aposto que foi alguma coisa - disse Tom. Davey não queria ir embora. Foi à melhor experiência escolar para ele. Mas este é nosso lar, e foi bom voltar. Greg desviou o olhar enquanto Davey se aproximava, andando com cuidado enquanto equilibrava um número de pratos. — Eu trouxe pra vocês dois bolos. Ele disse, entregando os pratos. — Obrigado. Disseram ambos, e Davey sorriu e voltou apressado para onde as crianças tinham começado a brincar novamente. — Ele vai dormir bem esta noite. Observou Tom. Ele comeu o bolo e observou Greg sem olhar como se estivesse observando. Enquanto eles se sentavam e comiam, as sombras continuaram a se alongar. Tom sabia que logo ia escurecer e o piquenique chegaria ao fim. — Olha eu estava pensando... Ele começou, colocando seu prato na grama e depois mexendo com uma das garrafas de cerveja vazias. Este tipo de coisa sempre o fez se sentir como um adolescente novamente. — Talvez você aceitasse de jantar comigo algum dia? Não parecia importar quantos anos ele tinha, convidar alguém para um encontro sempre sentia como se fosse a primeira vez, borboletas no estômago e tudo. Greg não respondeu imediatamente. — Isso seria legal. Disse ele com um leve sorriso. — Eu não vou a um encontro a um tempo. Quando a maioria dos caras descobre que tenho um filho, eles tendem a virar em outra direção e ir para a porta muito rápida. 24

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— Eu não sou a maioria dos caras. Disse Tom seriamente. Ele estendeu a mão atrás dele e tirou a carteira, então entregou a Greg um de seus cartões. Ele era personalizado, portanto, simplesmente tinha seu nome e número de telefone. Então foi a vez de Greg ficar nervoso até que ele deu a Tom um dos seus. — Use o número do celular. Disse Greg. Tom tomou o cartão e o colocou em sua carteira. — Quer outra bebida? — Não, obrigado. Precisamos ir em breve, e eu tenho que dirigir. Greg se levantou e chamou Davey. Outros pais estavam chamando seus filhos, bem, portanto, definitivamente se aproximava a hora do fim da festa. Tom deu um abraço em Greg e o soltou. Greg pegou Davey e, em seguida, fez as rodadas para dizer adeus, com ambos os abraços antes de sair. Tom caminhou até o convés e se juntou aos outros sentados e conversando. — Parecia que os dois se entenderam. Disse Ken. Tom percebeu que tinha passado a noite inteira com Greg. — Espero não ter sido rude. Tanto Ken quanto Patrick riram e sacudiram a cabeça. — Tudo está bem. Ken disse e sentou em uma das cadeiras vazias com um suspiro. Ele puxou uma cerveja do refrigerador e abriu, relaxando depois de jogar anfitrião durante toda a tarde. — Você não estava sendo rude com ninguém. Greg parecia se divertir e o filho também. — Isso é bom. Disse Howard do outro lado do caminho. — Eu me pergunto quem está tendo um tempo mais difícil com Davey perdendo sua visão, ele ou seu pai. — Greg está sendo pai. Ele está preocupado com seu filho. Ninguém pode culpálo. Observou Ken. — Não, não se pode. Howard concordou. — De modo nenhum. Ser cego não é o fim do mundo, mas também não é a coisa mais fácil do mundo. Não consigo imaginar o que é ver porque nunca consegui, mas acho que seria como se eu ficasse surdo. Howard estremeceu e Gordy pegou a mão dele. 25

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— Nem todo mundo é como você. Gordy disse levemente. — Você é tão forte. Davey é uma criança. Ele viu o mundo, e isso está lentamente sendo tirado dele. Deve ser difícil saber que você tem algo agora, mas acabará por desaparecer. — Exatamente. Tom concordou. — Mas Davey pareceu ter um bom tempo. — Ele é legal Hanna disse, chegando a ficar ao lado de seu pai. Ela sussurrou algo para ele, e Ken acenou com a cabeça. Hanna levou a sobrinha de Howard, Sophia, pela mão e levou-a para dentro. — Hanna e Sophia vão brincar. Disse Ken a Howard. — Tem certeza de que está tudo bem para Sophia ficar a noite? Howard perguntou. — Você vai ter muito trabalho para limpar tudo. — Claro. Eles terão uma bola, e Sophia ajudará a manter Hanna ocupada para que possamos fazer o que precisamos. É principalmente jogar fora o lixo e recolher cadeiras, mesas, etc... A maioria das pessoas levou seus pratos com eles, então não há problema. Eles se sentaram e conversaram por mais uma hora, então Howard e Gordy se levantaram para sair. Tom imaginou que era sua sugestão para sair também. Ele pegou seu prato, que tinha sido raspado limpo, e disse boa noite antes de sair para seu carro. Tom dirigiu para casa e estacionou na vaga vazia na garagem. Ele olhou para os outros dois carros e ficou contente por não ter tomado nenhum deles. Claro, eles eram divertidos de dirigir, mas para um encontro como o de hoje à tarde, eles chamavam um pouco de atenção, e Tom não queria chamar atenção, pelo menos hoje não. Ele agarrou a tigela vazia e saiu, depois fechou a porta do carro. Então ele entrou. Todos os dias estava agradecido por não ter comprado uma casa grande. Ele cresceu em um lugar enorme e antigo com mais quartos do que a família poderia usar. Era uma casa modesta. Apesar de ainda ser maior do que ele precisava, vivendo sozinho, mas ele amava o lugar antigo, com sua escada de painéis de madeira e tetos altos. Ele não podia deixar de se perguntar o que Greg pensaria sobre isso com o olhar de arquiteto. A grande dama tinha estilo, e foi isso que o atraiu para ela. Ele tinha visto 26

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o tamanho sobre a substância em muitas facetas de sua vida, e isso não era o que ele queria. Depois de colocar suas coisas na cozinha, ele se estabeleceu no que ele usou como uma sala de star e ligou a televisão. Perguntou-se se era cedo demais para chamar Greg, percebendo, é claro, que era muito cedo e tarde demais. Ele colocou o cartão com o telefone na mesa de café para que ele se lembrasse de ligar na tarde seguinte. Ele não queria parecer necessitado, mesmo se ele estava ansioso para ver o homem novamente. Seu telefone tocou quase às onze. — Como foi a festa? Perguntou seu amigo Skip, parecendo um pouco grogue. — Você está perdendo toda a diversão que você poderia estar tendo aqui. — Sim, deixe-me ver. Você esteve em um clube e está no seu caminho para outro. Você não pode andar em linha reta, e em um par de horas você não será capaz de levantar-se. Um dos caras que você está vai arrastá-lo para casa ou você vai acabar na cama de um cara que você nunca viu antes, perguntando como diabos você chegou lá. — Você diz isso como se fosse uma coisa ruim. Skip brincou. — Pelo menos eu estou me divertindo e não me escondendo no norte gelado. Ele começou a rir. — Um dos dançarinos só ficou na porta e acenou para mim. Outro risinho. — E não era a mão dele. Skip cantarolou. — Você não pode me dizer que têm caras como este em qualquer inferno que você se mudou. Tom se sentou no sofá. Skip estava apenas começando, e ele podia conversar por horas. Era a única coisa em que ele era realmente bom. — Não, duvido que haja go-go boys em Marquette. Não que isso importe, porque há caras muito bonitos aqui. Eles recebem seus músculos de um trabalho real, não sentado em um escritório durante todo o dia e depois ir ao ginásio e obter ajuda farmacêutica. — Blah, blah, blah. Disse Skip. — Eu não entendo como você pode deixar Nova York, com tudo que tem, por... Aquele lugar. 27

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— Estou aqui há quase dois anos. Você já deveria ter se acostumada a isso. Sempre que falamos, você me fala sobre todos esses clubes. Eu nunca estive na maioria deles porque abriram depois que eu me mudei. Tom ficou confortável e fechou os olhos. — É silencioso aqui e eu posso pensar. Eu estou fazendo amigos, e não apenas o tipo que querem ficar ao meu redor por meu dinheiro. — Eu nunca fiz isso. Disse Skip indignado. — Claro que não, mas a maioria dos outros caras com quem namorei fizeram. Lembra de Romeu? Desafiou Tom. — Sim. Eu o vi há algumas semanas. Ele não esta tão bonito como costumava ser. Mas ele ainda está puxando o mesmo “Preciso de um homem forte e grande para me ajudar”. Eu não posso acreditar que você caiu para essa porcaria. Skip riu novamente, e Tom ouviu música tocando no fundo. Skip deve ter se aproximado de qualquer clube que estava indo. — Se eu me lembro, você pensou que ele era um cara legal, e nós não sabíamos que era tudo parte de sua fachada até que começou a pedir dinheiro. — É verdade. Disse Skip. A música no fundo estava mais alta agora. — Eu acho que você está no clube seguinte. Vá se divertir e falo com você mais tarde. Disse Tom. Skip disse adeus, e eles desligaram. Tom colocou o telefone sobre a mesa e olhou para o teto por um tempo. Então ele subiu as escadas.

Capítulo Três Uma semana depois, Greg se preparou para o encontro. Tom tinha dito que iam para um jantar agradável, e ele estava ansioso por dias. Estava vestido, pronto e nervoso. — Davey, Ken e Patrick estarão aqui em breve para buscá-lo. Suas coisas estão embaladas? 28

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— Estou pronto, papai. Disse Davey. — Você tem pijama e sapatos extras? — Sim. — Escova de dente, bem como seus óculos extras? Perguntou Greg. — E o seu telefone? — Sim. Eu peguei tudo o que você colocou na lista. Davey colocou a pequena mala na porta e olhou pela janela da frente. — Eles estão aqui. Disse excitadamente e correu para a porta da frente, batendo a mesa de café ao passar por ela. Davey não parou, mas Greg sabia em seu coração que Davey nem sequer tinha visto. Ele queria se iludir que era por que estava com pressa, mas Davey tinha feito isso por semanas e Greg não podia ignorá-lo mais. Jerry tinha dito que deveria pensar em ter Davey matriculado em aulas para os cegos, para que pudessem começar a ensinarlhe as habilidades que ele precisaria saber, mas Greg tinha resistido na esperança de um milagre que, obviamente, não iria vir. Davey abriu a porta, e Greg empurrou sua preocupação momentânea de sua mente. Não havia nada que ele pudesse fazer sobre isso no momento. Ken e Patrick entraram. Davey abraçou os dois e imediatamente levou Hanna para o fundo da casa para mostrar a ela algo que ele tinha feito no computador. — Ele pode dormir com vocês? — Não há problema. Disse Ken. — Nós temos quarto de hospede, e eles se dão tão bem. Na verdade, eu queria saber se você se importaria se eu pintasse Davey. Gostaria de usá-lo em uma série que estou fazendo. — Se está tudo bem com Davey, está tudo bem comigo. Disse Greg com um sorriso. — O conceito está vindo para mim, mas se ele estiver disposto, eu vou começar com alguns esboços. Disse Ken enquanto Davey e Hanna voltavam para a sala. — Eu não tenho uma objeção. Greg se virou para Davey. — O tio Ken gostaria de incluí-lo em uma de suas pinturas, se estiver tudo bem com você. 29

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Davey virou-se para Hanna, que sorriu em troca. — Papai me pintou um monte de vezes. Ele fez algumas quando eu estava doente e depois também. — Você poderia me pintar sem meus óculos? Davey perguntou. Ken sorriu. — Se é isso que você gostaria. Mas deixe-me fazer os esboços primeiro e você pode ver o que você pensa. OK? Davey acenou com a cabeça e deu um abraço em Greg. Então pegou sua mala. Greg segurou a porta e observou enquanto os quatro saíam para o carro de Ken. Ele acenou, e Davey acenou de volta antes de entrar no carro. Greg olhou enquanto eles se afastavam, e então ele fechou a porta. Ele verificou o relógio. Tom deveria chegar em dez minutos. Greg apressou-se a subir as escadas e verificou como ele estava no espelho de corpo inteiro no seu quarto antes de voltar para baixo para esperar. Tom bateu na porta alguns minutos depois. Greg abriu-a e deu-lhe as boasvindas. Tom imediatamente olhou em volta. — Isso é muito legal. Você projetou? — Não. A casa estava aqui, mas eu remodelei o interior. Era uma casa de fazenda normal, mas eu abri-a para criar mais espaço interior e, em seguida, adicionei a ala com o quarto da família. Havia tantas casas como esta construída nos anos cinqüenta, sessenta e setenta. Eu queria mostrar que você pode pegar uma dessas casas um pouco branda e transformá-la em algo especial. Greg explicou quando mostrou Tom ao redor. — Existem espaços definidos, mas é definido por móveis e vigas, em vez de paredes, o que faz com que tudo pareça maior. — Isso é muito legal. Disse Tom. E adoro o jeito que você usou o bordo por toda parte. Unifica os vários espaços e torna tudo coeso. — Eu me debati se deveria incluir a cozinha no espaço ou não, mas estou feliz que fiz. Davey pode fazer sua lição de casa na mesa enquanto eu estou fazendo o jantar, e eu posso vê-lo e ajudá-lo. Tom assentiu enquanto continuava olhando ao redor. — Legal. Ele disse de novo, e Greg sorriu. — Eu adoro o antigo lustre na área de jantar. Tudo é tão simples, mas elegante. Eu amo esse lugar. 30

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— Obrigado. Disse Greg. — Os quartos estão no final do corredor. Não tive que muito aqui mais do que trocar o corredor para igualar e o banheiro refeito. Ainda há algumas coisas que eu gostaria de fazer, mas essas podem esperar. A maior parte do projeto foi feito. Greg observou Tom olhar em volta, e então eles se prepararam para sair. — Onde está o Davey? — Ele está no Ken e Patrick, vai dormir lá. Greg respondeu. Ele se certificou de que tinha tudo o que precisava e liderou o caminho para a porta. Segurou-o para Tom e o seguiu, trancando-o atrás dele. Ele seguiu Tom até seu BMW azul-escuro. O carro era lindo, e Greg sentiu uma leve pontada de inveja. — Eu sempre quis um desses. Ele pensou em comprar um poucos anos antes, mas colocou o dinheiro no fundo da faculdade de Davey em vez disso. Isso era muito mais importante do que dirigir um carro caro. — Eu realmente gosto. Disse Tom. Eles entraram no carro, e Tom arrancou. — Eu fiz reservas para nós. Eu não tinha certeza do que você gostava de comer, então eu aproveitei uma chance e escolhi comida boa e básica. Greg tinha esperado um lugar extravagante, mas Tom os levou a um pequeno restaurante perto de uma das principais ruas comerciais. — É muito bom italiano básico, mas bem feito. Tom estacionou, e eles saíram. — Espero que isso esteja bem. — Claro. Disse Greg enquanto seguia Tom dentro. Era pequeno, mas o cheiro de alho e ervas era o paraíso. Eles foram encaminhados a sua mesa e receberam seus menus da anfitriã. Greg olhou para o cardápio, mas passou mais tempo olhando para Tom. Depois de alguns momentos, ele soube que ele tinha sido pego observando e corou um pouco. Tom sorriu e colocou o cardápio sobre a mesa, olhando-o abertamente. Nenhum deles falou, e Greg começou a se perguntar se eles tinham alguma coisa para falar. Na festa eles passaram horas juntos sem uma pausa na conversa, mas eles 31

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haviam conversado sobre Davey, e Greg não queria passar o encontro falando sobre seu filho. Tinha que haver algo. — Você faz algum esporte? Greg perguntou. — Na faculdade eu estava na equipe de lacrasse. Tom disse com um sorriso. — Nós éramos um grupo bagunceiro e barulhento, como se esperaria. Eu também fiz alguns esportes intramuros, como beisebol e basquete, principalmente porque era divertido. Tom mudou ligeiramente. — Descobri muito cedo que sou muito competitivo e não gosto de perder. A maioria dos caras no lacrasse era assim. Mas as coisas intramurais não se sentiam tão competitivas e eu podia deixar essa parte passar. Isso me ajudou a me concentrar no que era importante. E quanto a você? — Beisebol todo o caminho. Meu sonho de criança era jogar pro e chegar às grandes ligas. Poderia ter funcionado, mas outras oportunidades se apresentaram, e eu escolhi a arquitetura em vez disso. — Você é treinador ou algo assim? Perguntou Tom. O garçom se aproximou, e sua conversa parou enquanto eles ouviam os especiais. Em seguida, cada um pediu uma cerveja. — Onde estávamos? Perguntou Greg. — Ah, sim, treinador. Eu pensei sobre isso, mas eu realmente odeio quando os pais treinam seus próprios filhos. Ou eles acabam querendo favoritismo ou são muito duros com o filho. Nem é bom, então eu ajudei com a equipe da Davey's Little League e fiz doação e coisas assim, mas eu não treino. — Eu sempre quis saber se eu teria paciência. Gosto de crianças, mas ter umas quinze ou dezesseis crianças de dez anos é suficiente para tentar a paciência de um santo. Disse Tom, e Greg concordaram com a cabeça. Às vezes só o barulho poderia ser esmagador. — Eu concordo, mas alguém tinha que fazer isso, caso contrário, as crianças perdem. Nos últimos dois anos, Davey teve ótimos treinadores. Um tinha sido treinador durante anos, e ele era tão bom com as crianças. Nunca gritava nem sequer levantava a voz. Ele nunca teve que fazê-lo. As crianças queriam agradá-lo tão mal que nunca foi necessário. Em seguida, no ano passado, o pai de um dos outros rapazes treinou-os. 32

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Parecia atingir o equilíbrio muito bem. Mas às vezes havia tensão. É normal, mas ele era um homem justo e um bom treinador. Mas Davey não pode jogar toda a temporada. Sua visão ficou muito ruim. — Davey gostava de jogar? Perguntou Tom. — Ele fez. Ele era bom nisso. Coordenado, poderia pegar e bater. —Greg não conseguia manter o orgulho fora de sua voz e um sorriso fora de seu rosto. — Eu esperava que ele fosse melhor do que eu. Greg deu de ombros. — Não era para ser. — Ele jogou mais alguma coisa? Perguntou Tom, e assim eles estavam no assunto de Davey. Greg percebeu que ele tinha levantado e provavelmente seria inevitável. — Ele queria experimentar o futebol, mas ele não tinha a constituição para isso. Eu joguei quando eu era jovem, mas eu não tinha a constituição também. Greg tomou um gole de seu copo de água. — Eu não queria que ele jogasse. Ser físico é uma coisa, mas esse jogo é muito difícil para os corpos jovens. Pode parecer antiamericano, mas eu queria que ele participasse de esportes menos perigosos. — Você é pai e se preocupa com seu filho. Disse Tom. — Eu sei que eu seria cauteloso de deixar meu filho fazer algumas das coisas que meu pai me deixou fazer. — Você cresceu aqui? Perguntou Greg. — Deus, não. Nós moramos fora de Grand Rapids, e eu fui para Columbia para a escola. Depois da faculdade, fiquei em Nova York por quase quatro anos. Foi uma longa festa. Quando chegou a hora de crescer, decidi deixar Nova York e me estabelecer em outro lugar. Meus pais tinham me trazido aqui de férias quando eu era criança, então dei uma olhada e me mudei para cá um par de anos atrás. O garçom trouxe sua cerveja e um prato de pão. — Meus amigos pensam que eu sou louco porque eles ainda estão tão na cena do clube e da vida noturna de Nova York. Mas já passei essa fase. Mudei-me para cá porque queria uma casa. Tive amigos visitando e eles amaram por alguns dias. Então o ritmo lento e o silêncio começam a bater neles. Tom riu. — E quanto a você? 33

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— Eu cresci fora da cidade. Meus pais tinham uma fazenda que eles perderam nos anos oitenta. Papai pediu emprestado demais por muitos anos, e em um ano de seca, não havia dinheiro. Tudo foi leiloado, e eu sonhava em ser um jogador de beisebol profissional. Foi o que me manteve indo e o que me levou para a faculdade. Recebi bolsas de estudos e peguei emprestado o resto do dinheiro. Fui até mesmo examinado e recebi uma oferta. Agora, ele sabia que ele tinha feito a escolha certa. Mas na época tinha sido uma decisão difícil. — Então você estava fora da escola quando teve Davey. — Sim. Como você, vim aqui em busca de uma casa. No meu caso, era mais para Davey. À medida que minha reputação crescia, eu descobri que as pessoas iriam me procurar, então eu não precisava estar em uma cidade enorme. Greg tomou um gole de cerveja. — O que me surpreendeu foram às artes e o senso de comunidade aqui. — A universidade ajuda com isso um pouco, mas as pessoas também gostam de Ken, que é um artista de renome nacional e ajudou a colocar esta área no mapa. Disse Tom. Havia um brilho nos olhos de Tom, e Greg se perguntou o que isso significava. Ele estava prestes a perguntar quando o garçom trouxe seus pratos, e Greg voltou sua atenção para comida. Seu pesto (tipo de molho) cheirava de maneira incrível, e seu estômago roncava em antecipadamente. — Gostoso. Greg disse depois de tomar a primeira mordida. Ele tentou não rolar os olhos e falhou. — Eu sei. Depois de todo esse tempo em Nova York com excelente comida italiana, este lugar supera todos eles. Perguntei uma vez, e disseram que usam as receitas da bisavó. Os seus molhos são todos feitos a partir do zero, e eles só utilizam os melhores ingredientes. — Se percebe. Concordou Greg. Seu telefone vibrou em seu bolso e depois parou imediatamente, indicando uma mensagem de texto. Ele puxou o telefone e viu 34

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que Davey estava se divertindo. Ele enviou-lhe uma resposta rápida e, em seguida, colocou o telefone de cabeça para baixo sobre a mesa. — Apenas Davey dizendo que ele está se divertindo. Ken perguntou se ele poderia usar Davey em uma de suas pinturas. — O telefone zuniu novamente. — Ken o está esboçando. — Isso é legal. Disse Tom. — Davey pediu-lhe para não incluir seus óculos. Ele os usou por alguns anos, mas os que ele tem agora são tão grossos. Ele os odeia, mas não pode ver muito sem eles. "O telefone vibrou mais algumas vezes, e então Greg enviou uma mensagem para Davey para se divertir e as mensagens pararam. — Não tenho certeza do que falar. Confessou Greg. — E quanto ao sexo? Perguntou Tom, e Greg quase pulverizou cerveja sobre a mesa. — Veja, isso é sempre um assunto que todo mundo tem muito a dizer sobre. Eu não sei sobre você, mas eu sou tudo para ele. Greg olhou com a boca aberta, e então Tom sorriu. — Quando você está sem assunto, disser algo ultrajante; é garantido para iniciar uma conversa. Ou isso, ou a outra pessoa se afasta, deixando espaço para alguém mais interessante. Pelo menos geralmente funciona em festas. Embora existisse uma vez em que eu fiz isso e o cara respondeu de volta, não perdeu uma batida. O problema foi que ele falou e falou no meu ouvido o resto da noite sobre a substituição de cartuchos de toner (de impressora), se você pode acreditar nisso. Parece que ele tinha desenvolvido algum processo para reutilizar os antigos. O homem era tão chato quanto a sujeira. — Os olhos de Greg se arregalaram. Acho que você raramente fica se assunto. — Não se eu puder ajudar. Crescer da maneira que eu fiz, fez da conversa fiada era uma arte. Posso passar horas conversando com qualquer pessoa sobre qualquer coisa e realmente não dizer nada. — É isso que você está fazendo agora? — Oh, Deus, não. Tom piscou. — É apenas uma das minhas habilidades. 35

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— Você disse que mexe com dinheiro para ganhar a vida. Disse Greg. — Sim. Minha família tem uma fundação de caridade, e eu estou encarregado de administrar o dinheiro e distribuir os rendimentos para organizações dignas. Tom parou abruptamente e ficou enamorado com sua comida. Greg sabia que havia algo que ele estava tentando evitar dizer. Ele esperou. — Tento evitar certos assuntos, não porque tenha vergonha, mas porque eles fazem conhecer alguém se tornar difícil. — Você tem dinheiro. Respondeu Greg com um encolher de ombros. — Eu já sabia disso, baseado nas pessoas que sua família conhece e da maneira como você cresceu. A maioria das pessoas não tem babás. — Sim, bem, a última pessoa com quem namorei só me queria por meu dinheiro. Disse Tom. Greg soltou o garfo. — Não me importa o que você tem ou não tem. Eu não tinha muito antes mesmo que perdêssemos a fazenda, mas meus pais nos amaram e gastaram seu tempo e energia fazendo com que cada um de nós se sentisse importante e cuidado. Isso é o que eu tento fazer com Davey. Tenho uma vida melhor do que os meus pais, e espero que Davey tenha uma vida melhor do que eu, mas o dinheiro é apenas parte da resposta. Então o que você tem é seu e você pode mantêlo. Eu não quero nem preciso disso. — Ok, então. Tom disse. — Desculpe, eu não quis soar como um idiota. Eu não estou aqui por causa do que você tem. Se eu não gostasse de você, eu não iria gastar tempo com você. E para o registro, eu não sou rico, mas eu estou bem, e Davey e eu temos uma boa vida. — Eu entendo. Disse Tom. — O dinheiro é um assunto estranho. Podemos conversar sobre todos os tipos de outros tópicos, incluindo sexo e religião, mas o dinheiro deixa meus nervosos e tensos. — Sim, eu suponho. Disse Greg. — Então você realmente teve caras com você por seu dinheiro? 36

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— Sim. Um cara era tão bom no ato que me levou meses para descobrir. Ele usou meu nome em toda Nova York para enganar as pessoas. Eles pensaram que eu pagaria suas contas, e ele deixou que eles pensassem isso. Eu tive pessoas vindo a mim por meses tentando ser pago. Imbecil estúpido. Uma coisa que meu avô sempre me disse era para nunca pagar as contas de ninguém e nunca emprestar dinheiro para a família ou amigos. — Especialmente família. O avô sempre acrescentou no final. Greg voltou ao jantar. — Ele parece uma piada. — Ele era. O vovô era um cara inteligente. Ele começou o negócio de mercearia da família do nada, e agora há lojas em todo o país sob uma série de nomes. Ele trabalhava quase todos os dias de sua vida, assim como minha avó. Todos os seus filhos trabalharam nas lojas também. Vovô fez-lhes aprender o negócio. Eu também trabalhei lá, mas parei quando fui para a faculdade. As pessoas estavam sempre maravilhadas com meu avô. Ele era um homem grande e chamava atenção em cada sala em que entrava. Mas para mim ele era apenas vovô, o homem que costumava me levar em viagens de pesca e camping no verão. Ele fez com os outros netos também, mas ele e eu sempre tivemos esse vínculo especial. Quando eu era jovem, ele era mais importante para mim do que meus pais. Tom virou o rosto. — Ele morreu quando eu tinha quatorze anos. Então, sim, você tem razão, as coisas importantes na vida não vêm de dinheiro, e eu daria cada centavo para tê-lo de volta. — Eu sei exatamente o que você quer dizer. Greg disse, pensando em Davey. — Eu realmente entendo isso. Mas isso muda as coisas, e eu quero que as pessoas gostem de mim pelo que sou isso é tudo. Disse Tom. Greg alcançou a mesa e tocou a mão de Tom. — Eu gosto de você pelo que é. Ele fez pequenos círculos com o polegar nas costas da mão de Tom. — Isso é legal. Tom assentiu, e eles ficaram em silêncio. Ao contrário de mais cedo, Greg não se perguntou o que eles deveriam falar ou o que viria a seguir.

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Ambos começaram a comer de novo, só que agora eles continuavam compartilhando olhares, olhares e sorrisos na mesa. Realmente sentia como um adolescente de novo, só que agora eram as partes boas, a excitação e a energia de algo novo com possibilidades que se estendem para ser explorado. Ambos recusaram sobremesa, e o garçon trouxe o conta. Greg ia pefar, mas Tom a pegou primeiro. — Você pode cuidar disso da próxima vez. O pensamento de uma próxima vez com Tom trouxe um sorriso ao seu rosto. Greg esperava que ele não parecesse muito pateta. Tom pagou e assinou o recibo. Depois se levantaram e saíram do restaurante. Eles caminharam para o carro no início da noite de verão. Uma semana antes, as noites tinham sido excepcionalmente quentes, agora produziam um leve arrepio. Greg desejava ter trazido uma jaqueta leve, mas uma vez no carro estariam quente o suficiente. Tom não ligou o motor, e Greg se virou para ver o que estava fazendo. Os assentos de couro se curvaram ligeiramente enquanto Tom se aproximava, deslizando lentamente sua mão pelo pescoço de Greg. O toque era leve e suave, guiando, persuadindo, e Greg se moveu para dentro dele. Seus lábios se tocaram, e Greg quase se afastou. Ele tinha sido beijado antes, mas nunca tinha sido acompanhado por um zing de eletricidade. Ele não percebeu a princípio. Tom parecia que sim, porque ele aprofundou o beijo, trocando o peso um pouco e pressionando contra Greg. Quando eles se separaram, Greg engasgou para respirar e piscou algumas vezes, demorando um segundo para se certificar de que ele não tinha imaginado o que tinha acontecido. — Uau. Gemeu Greg, e Tom sorriu. — Você pode dizer isso de novo. Sussurrou Tom. Um casal caminhou passando o carro, quebrando o feitiço. Tom ligou o motor e saiu do estacionamento. Depois de alguns minutos, Greg teve uma idéia muito boa para onde estava indo. Tom entrou na entrada de um dos parques e parou na beira de um penhasco. À frente deles, o Lago Superior brilhava com a luz de um milhão de estrelas e a lua quase cheia.

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O lago quase nunca parecia assim, mas hoje à noite, em vez do extremo norte de Michigan, eles poderiam estar flutuando no Caribe. — Este é um dos meus lugares favoritos. Quando o lago é tempestuoso, as ondas às vezes pulverizam o carro, mas em uma noite como esta... As palavras de Tom flutuaram quando ele abriu o cinto de segurança e se aproximou para outro beijo. Greg se recostou no banco, sem fôlego depois, a energia tremulando através dele da cabeça aos pés. Tom segurou sua mão, e eles ficaram em silêncio por um tempo, observando a luz dançar nas ondas. Seu interlúdio silencioso foi quebrado quando o telefone de Greg zumbiu no bolso. Ele tentou ignorá-la no início, achando que era uma mensagem, mas continuou, e ele se moveu no assento, pegando seu telefone. — É Ken. Ele disse a Tom e então respondeu à ligação. — Greg, acho que você precisa chegar aqui o mais rápido que puder. Ken disse a ele. — Há algum problema? Perguntou ele automaticamente. — Sim. Você precisa chegar aqui. O coração de Greg correu e ele transmitiu a mensagem para Tom, que ligou o motor. Greg tentou colocar seu cinto de segurança enquanto Tom saía rapidamente do parque e da estrada principal em direção a Pleasanton. — Davey está bem? Greg perguntou a Ken. — Eu não sei. Algo está definitivamente errado. — Estamos mantendo-o calado e quieto, mas ele caiu e bateu a cabeça. Disse Ken. — OK. Estamos a caminho. Greg disse o telefone tremendo contra sua orelha. — Deve demorar uns dez minutos. — Nós cuidaremos dele até então. Ken disse. Ele desligou e Greg guardou o telefone.

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— Eles disseram que Davey caiu e bateu a cabeça. Eles estão mantendo ele quieto, mas a algo definitivamente errado. Posso dizer que Ken estava evitando me dizer algo pelo telefone. A imaginação de Greg correu em um milhão de direções. — Eles chamaram uma ambulância? Perguntou Tom. — Eu não sei; Eu não pensei em perguntar. Greg disse, tremendo no assento. — Eles teriam dito a você. Disse Tom, muito provavelmente tentando ser reconfortante. Greg sentiu o carro acelerar, e eles voaram pela estrada. Greg queria que o carro fosse ainda mais rápido e esperava que não fossem detidos por um policial. Em tempo recorde, eles pararam na frente da casa de Ken e Patrick. Tom estacionou bem na frente. Greg saiu do carro quase antes de parar completamente e correu em direção à porta da frente. Ele sabia que Tom estava bem atrás dele, mas não se virou para olhar. A porta da frente da casa se abriu e Patrick se deteve para o lado para deixá-lo entrar. Davey estava sentado no sofá com Hanna abraçando-o. Ele tinha as mãos sobre os olhos, chorando e balançando para frente e para trás. — Ele tem estado assim desde pouco antes de te telefonar. Eu tentei convencê-lo a falar comigo, mas não consegui nada. Sussurrou Ken. Greg se aproximou mais depressa. — Davey. Ele disse sua garganta se contraindo de medo. — O que foi? Davey ficou de pé, mas não se moveu. Greg correu até ele, abraçando Davey. — Já se foi, pai. Disse ele. Davey começou a chorar, e o resto de suas palavras foi murmurado e não compreensíveis. Greg sabia que Davey estava tentando falar, mas nada estava saindo. — O que se passou Davey? Respire fundo e me diga o que há de errado. — Papai, eu não consigo mais ver. Davey disse e então o segurou apertado, enterrando sua cabeça contra o peito de Greg.

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Greg acariciou o cabelo de Davey e sentiu seus próprios olhos se encherem de lágrimas. — O que aconteceu? Perguntou ele com a maior calma possível. Ele ainda segurou Davey e fez o seu melhor para confortá-lo. — Estávamos no quarto. Ele se levantou e tropeçou na mesa de café. Explicou Hanna. — Quando levantou, se virou e ficou chateado. Nós o colocamos aqui. Ela estava quase tão chateada quanto Davey. — Davey, vai ficar tudo bem. Vou ligar para o médico e veremos o que ele diz. Greg disse, tão calmamente quanto seu coração trêmulo permitia. Patrick se aproximou e embalou Davey em seus braços. Greg recuou e pegou o número de Jerry da carteira. Ele deixou uma mensagem com o serviço de atendimento e receberam uma chamada de Jerry de volta alguns minutos depois. Greg explicou o que tinha acontecido. — Tudo certo. Quero que o leve para o consultório na segunda-feira pela manhã. Ele pode ver alguma coisa? Perguntou Jerry. — Davey. Disse Greg, e Davey virou-se para a sua voz. — Você consegue ver alguma coisa? — Somente brilho. Ele guichou e Patrick seguraram Davey novamente. Greg transmitiu a mensagem ao médico. — OK. Já vimos isso antes. Sua visão estabiliza por um mês ou dois e depois se deteriora novamente. Sabemos que este dia estava chegando. Eu só estava esperando que ele tivesse mais tempo. — Todos nós estávamos. Há alguma razão para levá-lo ao hospital? — Você pode. Eu te encontro lá se quiser. Eles provavelmente o admitirão, e farão testes, mas posso fazer o mesmo na segunda-feira e ele estará em casa com você pelo resto do fim de semana. Eu vou apoiar o que você decidir. Jerry esperou. — Pensando bem, leve-o ao consultório às nove da manhã. Domingo ou não, eu te encontro lá.

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— Obrigado. Greg não estava interessado em ter Davey no hospital - manter as coisas as mais normais possíveis era provavelmente melhor. — Nós vamos ver você então. Greg desligou e olhou ao redor da sala, tentando recuperar o fôlego. Ele se perguntou o que ele ia fazer. O que Davey faria. Sim, ambos sabiam que este dia estava chegando, mas ele queria que Davey tivesse uma vida tão normal quanto possível. Ele ainda queria isso, mas colocar as coisas fora agora não ajudaria ninguém. Eles viveram de esperança e orações por meses, e agora ambos tinham acabado. — Davey. Disse Greg gentilmente. — Nós vamos voltar para casa agora. Davey acenou com a cabeça, mas não se afastou de Patrick. — Eu vou pegar suas coisas. Disse Hanna e se afastou rapidamente. — Vai ficar tudo bem. O médico vai te ver amanhã de manhã, e vamos descobrir o que fazer a partir daí. Ele pegou a mão de Davey e Davey afastou-se de Patrick. Greg colocou o braço em volta dos ombros do filho e o segurou perto. Ele continuou se perguntando como se sentiria se não fosse mais capaz de ver. Parte do mundo de Davey tinha acabado de desligar como um interruptor. Hanna voltou com a mala de Davey, e Greg a tirou dela. — Por favor, deixe-nos saber o que você descobrir. Disse Ken, ao lado de Patrick, que acenou com a cabeça. — Claro. Disse Greg. — Sinto muito por tudo isso. Ele sussurrou, sem saber o que mais dizer. — Nada com que se desculpar. Disse Ken. Eles estavam claramente chateados e preocupados. Greg dirigiu-se para a porta, guiando Davey, que sentiu seu caminho na frente dele. — Está tudo bem. Eu tenho você. Greg sorriu suavemente. — Dê um único passo para baixo. Há mais três à sua frente. Ele guiou Davey pelas escadas e ao longo da caminhada para o carro. Tom seguiu atrás deles e entrou no banco do motorista. Greg entrou no banco de trás com Davey, e seguiram em silêncio para casa. — Eu realmente aprecio isso, Tom. Disse Greg. 42

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Tom estendeu uma mão e gentilmente tocou a perna de Greg. — Está perfeitamente bem. Eu entendo. Tom não parecia o mesmo, e Greg imaginou que depois deste tipo de fim para seu encontro... Tom não falou muito no carro. Ele estacionou na entrada e correu para ajudá-los a sair do banco traseiro. — Obrigado por tudo. Disse Greg formalmente. Ante o silêncio e desconforto de Tom, Greg não pensou que estaria o vendo novamente. Eles poderiam ter se dado bem, mas isso não era um bom presságio para qualquer relacionamento futuro. — Você precisa de alguma ajuda? — Não. Nós ficaremos bem. Vou levá-lo para dentro e ir para a cama. Eu acho que amanhã vai ser muito agitado. — Falaremos em breve. Disse Tom. — Claro. Greg respondeu e então se virou, guiando Davey em direção à casa. Ele ouviu Tom se afastar, seus faróis cruzando o pátio. Ele mal teve tempo ou energia para pensar que era provavelmente a última vez que ele o via. Greg os colocou dentro e ajudou Davey a subir as escadas para seu quarto. Tudo levou mais tempo, e uma vez que ele tinha Davey no pijama, ele começou a escovar os dentes e depois, cama. Ele se sentou com Davey e falou com ele suavemente até que ele adormeceu. Então Greg foi para seu próprio quarto e se preparou para a cama. Não que ele esperava ser capaz de dormir muito. Ele estava preocupado com Davey, mesmo sabendo as respostas. Todas as possibilidades corriam pela cabeça dele repetidamente. Nas primeiras horas da manhã, quando ele ainda estava olhando para o teto, ele começou a se perguntar sobre Tom e percebeu que ele ia sentir falta dele. Greg realmente gostava dele, mas caras dispostos a entrar em uma família como a dele eram difíceis de encontrar, muito menos caras que estavam dispostos a fazer parte de uma família com uma criança cega. Não importava o que Tom pudesse ter dito, era muito que esperar, e Greg ouvio o suficiente na voz de Tom. O encontro tinha ido bem e

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eles se acertaram, mas o final da noite provavelmente assinalou o fim dessa possível relação.

Capítulo Quatro Por mais de uma semana, Tom se perguntou se as coisas estavam bem com Greg e Davey. Tentou ligar, mas não obteve resposta. Ele sabia que provavelmente deveria ter deixado uma mensagem, mas se eles estivessem ocupados, ele não queria incomodar. Ele também imaginou se Greg estava muito ocupado e não queria falar com ele agora, ele não ia se intrometer, então quando se dirigiu a casa de Ken e Patrick, ele esperava receber uma atualização sobre o que estava acontecendo. Tom subiu o caminho e tocou a campainha. Ele tinha dito que provavelmente iria dar uma passada, mas não tinham definido o dia. A porta se abriu. — Entre. Ken disse, acenando para ele entrar. Tom entrou na sala de estar e viu Howard e Gordy sentados no sofá de Ken, com Patrick em uma das cadeiras. Todos se levantaram, e ele apertou as mãos de cada um deles. — Você se lembra Howard e Gordy da festa? — Claro. Disse Tom, tomando a cadeira oferecida. — Eu queria saber se você sabe como Davey esta. Ken pareceu surpreso. — Você não sabe? Tom sacudiu a cabeça. — Eu tentei ligar, mas não obtive resposta, e eu não queria me intrometer. Eu suspeito que as coisas estejam difíceis agora. — Sua visão está praticamente desaparecida e não há nada que possa ser feito. Disse Ken. — Ele pode ver alguma luz às vezes, mas basicamente ele está cego agora. — Eles passaram para conversar comigo uma vez, e eu acho que ambos estão tentando descobrir como seguir com a vida. Mas isso leva tempo, o que eles ainda não 44

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tiveram. Greg está falando sobre a obtenção de um cão para Davey como Token, mas duvido que eles vão considerá-lo nesta fase. Ele precisa descobrir como fazer as coisas básicas sem sua visão antes de colocá-lo com um cão de serviço. Mas é ótimo ver o apoio que Greg está dando a Davey. Howard estendeu a mão e tocou levemente a cabeça do cachorro antes de se levantar. — Nós provavelmente devemos ir para que vocês possam conversar. — Por favor, não vá por minha causa. Tom aclarou sua garganta. —Este momento é bastante afortunado, porque parte do que eu queria falar com Ken e Patrick era de como entrar em contato com você. — Eu? Ele perguntou, sentando-se novamente. — Sim. Eu estava ouvindo o rádio há alguns dias, e eu ouvi uma história que me fez pensar em você e Davey. Eu fiz algumas pesquisas e preciso de um conselho. — Sobre o que foi a história? — Beisebol beep (sonoro). Disse Tom. — Beisebol para cegos. Greg disse que Davey costumava jogar bola e que ele era bom nisso, mas não podia jogar mais por causa de sua visão. Eu procurei e li sobre isso. A bola faz um sinal sonoro, assim como as bases. Em vez de pegar a bola e jogá-la, o corredor segura se passam a primeira base antes dos defensores pegarem a bola. Realmente soou interessante, e eu queria saber se você poderia ajudar. — Porque eu sou cego? Howard perguntou. — Bem, sim. Tom disse. — Parecia interessante, e o beisebol é algo que Davey fez antes de começar a perder a visão. Eu sei que se ajustar vai ser difícil, então eu pensei que isso poderia lhe devolver algo que ele costumava fazer. E também poderia ajudá-lo a se adaptar a ser cego. Ele terá que aprender a seguir sons em vez de usar seus olhos. Isso poderia dar-lhe uma maneira de ajudar a aprender isso. Verifiquei e não há nada como isso na área, então eu estava pensando em tentar criar aqui, mas eu não posso fazer isso sozinho. Também não adianta tentar se as pessoas não estão interessadas. 45

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— O que você precisa que eu faça? Ajudar a levantar dinheiro ou algo assim? — Nós não precisamos de dinheiro. Eu posso conseguir isso da fundação da minha família. Mas você deve ter contatos na área, organizações que trabalham com cegos, grupos de apoio? Eu preciso dar a notícia para os jogadores cegos e ajudantes videntes. Posso sondar algumas outras organizações para ver se podemos obter ajuda de pessoas que já estabeleceram isso em outros lugares. — Você está falando sério sobre isso, não é? Howard perguntou. — Sim. A visão de Davey deve estar sobepujando seu pai. Ele deve ter pensado que sua vida acabou, mas não. Não tem que ser. Mas vai levar alguém ou algo para mostrar-lhe que ele pode fazer algumas das coisas que ele fez antes. — Tudo bem. Disse Howard. — Vou entrar em contato com os grupos que conheço e ver se eles vão ajudar a divulgar se houver qualquer interesse. — Então, como isso funciona? Perguntou Gordy. — Quero dizer, Howard não pode jogar ou pegar para salvar sua vida. — Os lançadores enchergam da equipe do rebatedor. Determinadas funções são feitas pelos que enchergam, como ajudantes dos batedores à placa. As regras são ajustadas, e há apenas três bases, primeira, terceira e casa. As bolas são sonoras, e as bases são verticais e zunem. Os sons são diferentes. O equipamento pode ser encomendado on-line. É caro, mas isso não é um problema. Posso obter o que precisamos no que diz respeito ao equipamento. O que não posso conseguir são pessoas que possam estar interessadas em jogar. — Você também precisa de um lugar para treinar. Disse Gordy. Tom assentiu com a cabeça. — Isso não deveria ser um problema. O condado tem parques com espaço aberto. Não parece necessitar de um campo real de baseball porque as bases são diferentes. Tudo o que realmente precisamos é um espaço aberto que seja nivelado e livre de buracos e perigos. Tenho certeza de que podemos fazer com que o condado disponibile algo. — Eles podem ser muito teimosos. Disse Ken. 46

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— Sim, mas eles vão querer ser associados a serem contra os cegos? Tom sorriu. — Não é provável. E mesmo que o façam, posso fazer pressão como nunca viram. Tom estava bastante certo disso. — OK. Eu acho que você ganhou todos nós. Agora você tem a parte difícil para fazer: convencer Greg e Davey. — O que há para convencer? Tom perguntou, olhando para todos. Foi Howard quem respondeu. — Eu posso dizer por experiência que o pai mais protetor do planeta é aquele com um filho cego. Os meus foram protetores por anos. Eu não encontrei qualquer liberdade em minha própria vida até que eu fui para a faculdade, e mesmo assim meus pais tentaram descobrir como eles poderiam ir comigo. Não, passar Greg vai ser como entrar no Fort Knox. Além disso, Davey pode não estar interessado em jogar. Eu nasci cego, então eu nunca tive que me ajustar por perder minha visão. Davey está fazendo esse ajuste e isso vai ser enorme para ele. — Oh. Tom disse. — Eu estava tão animado com a idéia que eu não tinha pensado nisso. — Nós não estamos dizendo que você não deve abordá-los. Gordy disse, e quando Tom olhou para Patrick, ele estava sorrindo e balançando a cabeça. — Eu acho que é uma ótima idéia, e eu vou ajudar como treinador ou o que você precisa que eu faça. Gordy pegou a mão de Howard. — Eu acho que seria bom para este aprender a jogar também. — Você acha? Howard perguntou ceticamente e soando um pouco apagado. — Exercício em um ambiente controlado, onde você pode fazer as coisas que você nunca foi capaz quando criança seria bom. Nós ouvimos o baseball no carro o tempo todo porque eu o aprecio. Agora você teria a chance de se divertir. Gordy cutucou o ombro de Howard, então se inclinou e sussurrou alguma coisa no ouvido de Howard. Howard cutucou Gordy de volta. — OK. Eu vou ajudar também. Howard concordou. — Nós queremos ajudar," Hanna acrescentou, de pé na entrada com Sophia. 47

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— Excelente. Disse Tom. — Então temos um plano. Vamos espalhar a palavra e conseguir permissão. O equipamento pode ser encomendado on-line, e eu providenciarei isso assim que puder. Eles conversaram sobre temas gerais por um tempo, e então Tom se levantou para sair. Ele recebeu um abraço de todos, especialmente Patrick, e depois saiu da casa. Dirigiu-se de volta para Marquette e, sem pensar muito, entrou na rua de Greg. A porta da garagem estava fechada e ele não viu um carro na frente, mas entrou no estacionamento de qualquer maneira, então marchou até a porta da frente e tocou a campainha. — Eu vou ateder. Ouviu Davey dizer, e então ele esperou. A porta não se abriu e Tom ficou preocupado. Ele tentou o botão e abriu a porta, olhando para dentro. Davey estava parado no meio da sala, imóvel. — Pai! Ele gritou. Uma porta se fechou e Greg correu para a sala, prendendo o cinto. — Não sei onde estou. — Está tudo bem. Disse Greg e ajudou Davey a sentar no sofá. — Desculpe. Tom disse uma vez que Greg teve Davey sentado. — Está tudo bem. Disse Greg. — Eu tentei ligar algumas vezes, mas eu sabia que você estava ocupada e eu não queria incomodá-lo. Tom explicou, engolindo com dificuldade. Greg parecia abatido, como se ele não tivesse dormido desde que Tom o tinha visto pela última vez, e Davey estava nervoso. — Como você está indo, Davey? Ele encolheu os ombros. — Não consigo ver nada e continuo me perdendo. Ele agarrou a borda da almofada do sofá em seu punho. — Eu não posso fazer nada, e toda vez que me movo, não consigo me lembrar onde estou nem como chegar onde eu quero ir. Eu odeio. — Ele bateu na almofada do sofá e pisou em seus pés. Greg imediatamente se sentou ao lado dele e tentou proporcionar conforto, mas não estava funcionando. Tom olhou ao redor da sala e depois fez um gesto para Greg, que se levantou e caminhou até onde estava. — Eu não sei muito sobre esses tipos de coisas, mas você tem passeado fora do quarto com ele? 48

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— Ele não pode ver. Gaguejou Greg. Tom insistiu. — Eu tenho lido muito nos últimos dias, e se ele vai se familiarizar com sua casa, então precisa ser mostrado a ele de uma nova maneira, um ele possa entender. — Davey, você se levantaria para mim? Ele fez, mas então não se moveu. — O que está bem a sua frente? — A mesa de café? Davey respondeu, estendendo a mão para tocá-lo. — Agora, se você tomar dois pequenos passos para a esquerda e, em seguida, dois pequenos passos para frente você deve estar na frente da cadeira. Pode fazer isso? Tom não tinha certeza de que ele devia assumir o comando como este, mas tudo o que ele tinha lido dizia que Davey precisava entender os espaços ao seu redor a partir de sua nova perspectiva. Davey se moveu lentamente. — Isto está certo? — Sinta atrás de você. Disse Tom com um sorriso. — Esse é o braço da cadeira... e lá você tem o segundo braço, agora, sente-se. Davey fez. — Você se lembra onde os móveis estavam na casa e como eram as áreas? Davey assentiu. — Então sinta seu caminho de sua cadeira para a mesa de jantar. Vou instruí-lo se você precisar. Nós dois estamos aqui para ajudar, mas não vamos guiá-lo. Tudo bem? Davey sorriu para ele e assentiu. Quando Tom olhou para Greg, ele esperava ver a raiva, mas em vez disso sentiu-se aliviado. Tom pegou a mão de Greg e apertou-a ligeiramente. — Obrigado. Sussurrou Greg. — Diga-me o que está próximo da cadeira em que você está sentada? — Há uma mesa com uma lâmpada sobre ela, e então ao lado outro sofá. Em seguida, uma abertura que posso usar para chegar à área de jantar. — OK. Então, por que você não se levanta e cuidadosamente faz seu caminho para o sofá, em seguida, ao longo dele até que você esteja fora da área de estar. A distância entre o sofá e mesa de café é de cerca de um pé e meio. Use as mãos se precisar, mas experimente-o. Tom encorajou. 49

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Davey hesitou. — Eu sei que você pode fazê-lo. Greg disse e veio para a mesa de café, limpando-a de qualquer coisa que Davey poderia bater. Ele colocou essas coisas fora. — Você está indo bem. O sofá está ao lado e não há nada em frente. A mesa de café está à sua direita e você está bem. Greg sorriu, e o sorriso ficou maior quando Davey chegou à beira do sofá. Tom permaneceu em silêncio, já que Greg parecia ter assumido. — A mesa tem cinco pequenos passos à sua frente. Davey deu os passos, procurando na frente dele com as mãos até sentir a parte de trás de uma das cadeiras. Ele se virou e sorriu para eles. — Viu? Você conseguiu. Disse Tom. De onde você está de pé, a cozinha está à sua esquerda. Se você virou e andou cerca de oito pequenos passos, você estaria em linha com a entrada. Se você virar à direita e subir oito ou nove degraus, estaria na entrada do corredor para os quartos. — Você quer continuar? Perguntou Greg. — Sim. Davey disse, soando aliviado. — Então para onde você quer ir? Você está no centro da parte aberta da casa. Há uma coluna de volta um pouco e alguns passos para a direita. Por que você não tenta encontrá-lo? Dessa forma, você pode usar isso como um marcador. Davey se moveu e alcançou o poste, então o sentiu de cima a baixo. — Por que você não nos diz o que é onde esta. Tom sugeriu. — Imagine a sala em sua mente e diga onde você está e o que está em cada direção. Davey estava quieto, e Tom pensou que talvez ele tivesse empurrado demais muito cedo. — A um sofá está lá. Davey deu alguns passos e chegou até ele. A uma mesa de café, cadeira e outro sofá estão lá. Atrás de mim está a mesa da sala de jantar, com a cozinha ali. Ele apontou na direção certa. — A lareira está lá, e a porta da frente em seguida.

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— Muito bem. Disse Greg. — Você acha que pode ir para o seu quarto a partir daqui? — Vou tentar. Disse Davey. Tom se sentou e observou enquanto Greg trabalhava com Davey, abrindo seu mundo escuro para ele. Uma vez que Davey chegou à porta de seu quarto, soltou um pequeno grito. — Eu vou para o banheiro. — Você precisa de mim? Greg perguntou, mas Davey já tinha chegado à porta e estava entrando. — Isso foi ótimo. Disse Greg a Tom, uma vez que Davey fechou a porta do banheiro. Então parou, como se não soubesse o que dizer. — Eu vi que você ligou, mas eu... Eu não tinha certeza se você iria querer me ver novamente. E eu estive tão ocupado na semana passada com compromissos e... — Eu parei para ver como você e Davey estavam. De repente, Tom sentiu-se desconfortável. — Eu não quis interromper ou me meter. Eu estava apenas preocupado e queria ter certeza de que ambos estavam bem. — Não. Greg disse mais levemente. — Estou feliz que você veio. Estivemos chafurdando a maior parte da semana. O médico de Davey nos enviou a um especialista, mas não há esperança. Ele viu todos os médicos que poderiam ajudar em centenas de quilômetros, não que fossem muitos, mas todos disseram a mesma coisa. — Tudo bem. Disse Tom. — Então precisamos ajudar Davey a se adaptar a ficar cego. Ele precisa ser capaz de encontrar seu caminho em torno da casa e ele precisa aprender a ler Braille. Já o inscreveu nas aulas? — Sim. Ele começa na próxima semana. Greg respondeu. — Ele não está entusiasmado com isso. — Claro que não, porque ele ainda está esperando por esse milagre, exatamente como você estava. Mas ele precisa de ajuda e ele precisa aprender. Deus, ele soou com um pregador. Tom se acalmou. — Eu tive uma idéia que Davey pôde gostar, mas eu quis falar sobre isso com você primeiramente. Ouvi uma história e li on-line sobre beisebol beep. É para os cegos. Você disse que Davey costumava jogar, e eu pensei que se pudéssemos arranjar isso, que ele gostaria de participar. 51

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Greg sacudiu a cabeça. — Como Davey pode pegar uma bola? Ele parecia cético. — Ele não. As regras são diferentes. A bola emite um sinal sonoro, assim como as bases. Há papéis para pessoas vque enchergam, mas os jogadores são deficientes visuais. Eu pensei que se você estivesse interessado, eu adquiriria um equipamento e poderíamos ver se Davey gosta. Ele vai ter que aprender a seguir sons, e uma vez que ele já pode jogar beisebol, esta pode ser uma atividade de transição para ele. Howard e Gordy vão espalhar a notícia. Eu não sei se teremos jogadores suficientes para uma equipe, mas pode ser divertido, apenas como uma atividade. — Tom tinha pensado originalmente em tentar criar jogos reais, mas talvez isso não fosse necessário. Talvez apenas brinacar e permitir a Davey jogar e tentar colocar bola em campo iria ajudá-lo. Se ele fosse o único jogador cego, não importaria, contanto que aprendesse algo com isso. — Eu aposto que nós poderíamos fazer Howard jogar também. — Eu não sei. Disse Greg. Correr e bater, com bolas sonoras ou não. E se ele se machucar? Tom tinha sido avisado e pensou nisso durante todo o passeio. —Haveria muita supervisão, incluindo você. Talvez você pudesse ser o lançador. Sugeriu. — Você costumava jogar, então você tem que ter um bom braço de arremesso. Não precisa ser rápido nem nada. O objetivo é torná-lo divertido. — Faça o que divertido? Davey perguntou parado em frente à porta do banheiro. Sua camisa estava meio dobrada e havia papel higiênico no sapato. — Nada, Davey. Greg disse apressadamente. — Não é nada. Davey sentiu com a mão ao longo das paredes quando fez o seu caminho em direção a onde Greg estava de pé. Quase tropeçando várias vezes. Greg se aproximou. — Não me ajude, papai! Davey gritou. — Eu quero fazer isso. Eu não sou um bebê, e eu quero saber do que você estava falando. — Ele chegou ao sofá e meio sentou, meio tropeçou nas almofadas. — Tornar o que divertido?

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— Davey, tem sido uma semana difícil e você está chateado. Greg disse calmamente. — Claro que estou chateado, papai. Eu estou cego. Eu quero brincar com meus amigos, mas não posso. Davey sentou-se e começou a balançar para frente e para trás, ocasionalmente batendo nas almofadas. — Eu quero... eu quero... Davey continuou cantando repetidamente. Tom achou que não tinha as palavras para explicar o que queria, mas estava claro como o dia para Tom. Ele queria sua velha vida de volta, que era algo que ele nunca poderia ter. Sua vida, e, aliás, a vida de Greg, tinha mudado para sempre. — Davey. Greg sussurrou e sentou ao lado de seu filho, tentando confortá-lo, mas não deu certo. Depois de um tempo, Davey começou a golpear seu pai com golpes rasos. — Acalme-se. Davey continuava lutando e batendo. Os golpes não tinham outro poder senão ferir o espírito de Greg. Tom podia ver a magoa com cada golpe de frustração. — Davey. Tom disse firmemente, e Davey fez uma pausa. — Você não deveria bater em seu pai. Davey olhou na direção de Tom e depois pareceu entender o que ele estava fazendo. As lágrimas brotaram em seus olhos, e então Davey agarrou seu pai apertado, soluçando em seu ombro. — Tudo bem. Greg acalmou. — Você não me machucou. Greg segurou Davey, e Tom estava pronto para ir. Os dois tinham que resolver as coisas. Ele não tinha um lugar aqui, e ele provavelmente teria ultrapassado suas boas-vindas e ultrapassado seus limites já. — Tom estava me contando uma versão de beisebol para pessoas que não conseguem ver muito bem. Disse Greg. — A bola e as bases fazem barulho para que você possa encontrá-las. Ele veio perguntar se você estaria interessado em jogar. Ele disse que o tio Howard poderia jogar, e eles estão tentando encontrar outras pessoas

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para jogar também. Greg parou e olhou para ele. — Você não tem que jogar se você não quiser. Ninguém vai obrigar você. — Como posso bater uma bola que não consigo ver? Como posso fazer qualquer coisa quando não posso ver? — Davey. Disse Tom tão suavemente e cuidadosamente quanto pôde. — Há pessoas que jogam este jogo em todo o país. Pessoas como você e tio Howard. Eles se divertem. Não é o mesmo que era antes, mas você pode bater a bola porque são sonoras. Assim como as bases. Tudo que você tem a fazer é seguir o som. Manter seu ouvido ao som da bola. Davey parou e levantou a cabeça do ombro de Greg. Ele enxugou os olhos e lentamente se deslocou no sofá, mas não muito longe de seu pai. — Você gostaria de tentar? Perguntou Greg. — Como eu disse você não precisa. — O tio Howard vai fazer isso? Davey perguntou. — Sim. Disse Tom, esperando que ele não dissesse uma mentira careca. Howard não tinha dito exatamente que iria jogar, mas ele disse que iria ajudar, e que provavelmente era bom o suficiente por agora. — Eu vou encomendar o equipamento, e uma vez que vier, podemos configurá-lo e ver como ele funciona. Tudo bem? Davey assentiu. Pelo menos ele parecia mais calmo. Greg se afastou de Davey e lentamente se levantou. Ele apontou para a parte de trás da sala de estar, e Tom o seguiu. — Obrigado. Ele esteve assim a maior parte da semana, e eu não sei o que fazer. — Ele está sofrendo. Disse Tom. — Ninguém morreu. Sussurrou Greg. — Sua visão fez. Ele está sofrendo sua perda. Eu acho que é provavelmente normal. Ele tem dez anos e não tem as palavras para descrever todas as coisas que ele está sentindo, então sai como frustração e raiva. — Como você sabe tudo isso?

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— Eu me formei em psicologia na escola. Explicou Tom. — As coisas do dinheiro vieram puramente por acidente. Ajude-o através do que ele está sentindo e faça o seu melhor para dar-lhe uma voz. Greg assentiu e olhou para Davey. — Ele também precisa de algo para ocupar seu tempo. Uma importante entrada sensorial desapareceu. Ele costumava assistir televisão, jogar videogames e coisas assim. Esses também se foram. Ele vai lamentar a perda de cada coisa que ele descobre que não pode fazer mais. Então você tem que ter idéias de coisas que ele pode fazer. Se ele fosse mais velho, ele mesmo encontraria, mas ele é jovem e vai precisar de sua ajuda. — Posso ouvi-lo. Davey disse. Greg ergueu as sobrancelhas. — Você gostaria de ficar para o jantar? Acho que poderíamos precisar de alguma companhia. — Se você não acha que eu estou me intrometendo. Tom disse. — Você seria uma dádiva de Deus. Tom concordou em ficar enquanto pudesse ajudar com o jantar. — Então o que você quer fazer, Davey? Ele perguntou enquanto caminhava para mais perto de onde ele estava sentado. Davey deu de ombros. — Você tem um computador? — Duh. — Davey. Greg repreendeu. — Está no meu quarto. Davey forneceu com uma atitude menos debochada. — Vou pegar. Greg se ofereceu, e ele voltou com um tablete. Greg o entregou a ele, e Tom começou a procurar. — Você já leu O Hobbit? Perguntou Tom. Davey balançou a cabeça. — Você quer? Quando Davey acenou com a cabeça, Tom encontrou uma versão em áudio e comprou-a depois que Greg colocou a senha, então esperou que ela fosse baixada. Ele colocou o tablete nas mãos de Davey e começou a história. Então ele explicou onde estava o controle de volume e afastou-se. Poucas coisas acalmavam um espírito 55

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abatido como uma boa história. Uma vez que Davey parecia se instalar no conto, Tom se levantou e deixou Davey sozinho. — Eu deveria ter pensado nisso. Disse Greg. — Eu sugiro que você obtenha um bom fone de ouvido, porque há muitas histórias disponíveis, e desde que você disse que ele gostava de ler, ele vai passar por um monte de audiobooks. Gostaria de obter-lhe um iPod ou algo portátil e configurá-lo com uma conta que ele pode usar. Você precisará ajudá-lo no início. Existem produtos de software que vão ler o conteúdo da tela do computador para ele, mas eu não acho que você vai precisar ajudá-lo por muito tempo. Ele vai descobrir como usar computadores para ajudar a si mesmo muito rapidamente. Greg se virou para ver Davey sentado no sofá. — Isso é o mais calmo que tem sido quieto em dias. Mesmo quando está sentado, está nervoso e inquieto. — Ele é jovem e tem muita energia, mas não sabe o que fazer consigo mesmo. Tudo mudou para ele na semana passada. Seu mundo inteiro mudou. Eu sei que continuo dizendo isso, mas é verdade. Tom abaixou a voz. — Mas isso não significa que você tem que dar a ele o que ele quiser. Assim como você fez antes, você precisa ter certeza de que ele entenda os limites. Em algum momento ele vai descobrir que pode tentar usar sua condição para obter o que ele quer, de você e de outros. Talvez não imediatamente... Greg inalou profundamente. — Nunca pensei nisso. — Claro que não, e provavelmente estou jogando muito em você de uma vez, mas parece que o mundo está fazendo isso também. Greg parecia esmagado, então Tom interrompeu seu comentário. Havia apenas tanto que eles poderiam compreender de uma só vez. — Eu deveria começar a fazer o jantar enquanto tenho a chance. Disse Greg. — Eu tenho feito comida com pedaços grandes porque isso parece ser o mais fácil para Davey comer. Quando eu o inscrevi para as aulas, eles disseram que iriam ensinar a ele como usar utensílios e coisas assim. Greg parou. — Eu nunca pensei nisso antes, 56

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mas Davey vai ter que reaprender quase tudo. Ele estendeu a mão para a mesa e se estabilizou. — Tudo ficará bem. Há pessoas que podem ensinar-lhe o que ele precisa saber. Howard pode ajudá-lo também, e uma vez que Davey seja capaz de fazer as coisas por si mesmo, a vida de ambos será mais fácil. Davey precisa ser o mais independente possível. Eu sei que Howard vivia sozinho antes de conhecer Gordy. Pode ser feito. Tom se aproximou de Greg. — Eu sei que parece esmagador para você. Tom colocou seu braço ao redor da cintura de Greg. — As pessoas esquecem que não é apenas Davey que foi afetado por tudo isso. Sua vida também mudou. — Eu faria qualquer coisa por Davey. — Não estou dizendo que não. Mas a vida que você tinha onde Davey era um garoto normal jogando esportes e indo para a escola como todos os outros se foi. Está tudo bem para você sofrer. Greg se virou para ele. — Não tenho tempo. Tom não discutiu. Greg se mpveu para a cozinha e começou a fazer o jantar. Nos momentos calmos, Tom podia ouvir o áudio da história de Davey. A refeição foi realmente simples, com nuggets de frango, alguns produtos hortícolas, e batatas fritas preparados no forno. — Nós estamos vivendo com coisas como esta, porque é o que ele pode comer. Explicou Greg. — Eu me ofereci para ajudar a alimentá-lo... O tom de Greg era doloroso. — As coisas vão melhorar. Tom o tranquilizou. A tristeza e a dúvida que ele viu nos olhos de Greg rasgaram o coração de Tom. — A comida não importa. Não é para sempre, e Davey vai aprender um novo conjunto de habilidades. Então ele será capaz de fazer um monte de coisas por conta própria. Ele vai precisar de algum tempo, mas vai acontecer. — Davey, você acha que pode chegar à mesa sozinho ou precisa de ajuda? Perguntou Greg.

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O áudio parou e Davey ia largar o tablete na mesa, mas pareceu mudar de idéia. Ele segurou-o e levantou-se, lentamente fazendo o seu caminho ao longo da rota que ele usou mais cedo. — Você não precisa levar o tablete. Disse Greg. — Mas se eu soltar, eu não vou ser capaz de encontrá-lo novamente. Davey disse, segurando o tablete em seu peito. Tom não disse nada e ligeiramente tocou Greg no braço. Ele poderia dizer que Greg estava segurando a respiração. Tom também estava, e ambos respiraram novamente quando Davey tocou as costas de uma das cadeiras de jantar. Ele colocou o tablete sobre a mesa e depois puxou a cadeira e fez o seu caminho até que ele estava sentado. — Muito bem, Davey. Disse Greg. — Você gostou da história? Perguntou Tom, carregando os pratos que Greg tinha preparado para a mesa. Greg acenou para que ele se sentasse, e Tom se sentou. — Sim. É muito boa. Davey colocou a mão em cima da mesa, como se tivesse que ter certeza de que ainda estava ali. — Posso ouvir mais depois do jantar? — Sim. Mas primeiro você precisa comer. Greg colocou um prato na frente de Davey e explicou onde estava tudo. Davey sentiu ao redor e pegou uma das batatas fritas e começou a comer. Ele segurou o prato e continuou comendo. Tom notou que Greg observava Davey em vez de comer sua própria comida. Tom não disse nada e apenas comeu o jantar. O que eles estavam comendo era menos importante do que a companhia. Tom descobriu que estava com fome, então ele comeu, e, eventualmente, Greg fez tambem. Davey, é claro, fez uma bagunça. Metade de sua comida terminou na mesa em vez de seu prato. Ele pegava um pedaço de frango e no processo derrubava outro fora de seu prato. Tom ignorou, e ocasionalmente Greg colocava a comida no prato de Davey. Tom pensou que poderia ser confuso para Davey, mas ele manteve-se calado e deixou Greg fazer o que ele pensou que era melhor. Não que realmente importava. Davey parecia satisfeito, e Greg um pouco menos nervoso.

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No momento em que a refeição terminou, Davey tinha comido a maioria de seu jantar e conseguiu beber um copo cheio de leite sem derramar muito. Ele se levantou, batendo na mesa. Tom assentiu, e ambos observaram Davey fazer o seu caminho para o sofá. Esquecera-se do tablete e começou a voltar para a mesa. Greg começou a se levantar, mas Tom tocou sua mão e sorriu quando Davey chegou à mesa e começou a procurar o tablete. Ele se aproximou duas vezes, e finalmente Tom pegou e entregou a ele. — Obrigado. Davey disse enquanto pegava e começou a voltar pelo caminho que ele veio. — Você precisa de ajuda para reiniciar o livro? Perguntou Tom. Davey alcançou seu assento com um pequeno suspiro. Tom se levantou e caminhou até onde Davey se sentou, então o ajudou a localizar os botões para reiniciar o audiobook mais uma vez. — É difícil. Davey disse e depois se virou. — Eu nunca pensei sobre o quão difícil poderia ser até que eu não pudesse ver. — É por isso que vai para a aula, então você será capaz de fazer as coisas por si mesmo. Tom diz que há um software que vai ler as telas para você. Vou ver se podemos colocá-lo em seu tablet. Disse Greg. — Ok. Davey sorriu ligeiramente e depois se acomodou de volta com sua história. Tom voltou para a mesa e sentou-se diante de Greg. — Eu acho que ele vai ficar bem. Tom sussurrou. — Ele quer aprender e ser capaz de se locomover. Ele só precisa da instrução e das habilidades. Ele vai aprender rápido, tenho certeza. Greg acenou com a cabeça. — Muito mais rápido do que eu. — Vocês dois têm apoio. Tudo o que você tem que fazer é estar disposto a pedir. Tom disse quando alcançou a mesa e pegou a mão de Greg. — Por que você faria isso? Perguntou Greg. — Por que se importar com isso, se esforçar em pesquisar esportes e coisas para Davey? O que você ganha com isso?

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Tom ficou atordoado, mas desde que Greg não se afastou de sua mão, ele não a puxou de volta. — Por que eu tenho que cganhar algo com isso? Ninguém pode ser prestativo? — Sim, mas as pessoas raramente são. Disse Greg. — Pelo menos eu não experimentei muito. Claro, eu tenho amigos, mas quanto posso pedir a eles antes que não tenha mais amigos? Eu tenho que fazer as coisas para mim e para Davey. — E se alguém está lá para ajudar ou está disposto a gastar algum tempo e esforço para fazer a vida de ambos um pouco mais fácil, ou adicionar algum divertimento, então essa pessoa quer algo de você? Tom desafiou. Ele gentilmente puxou sua mão e balançou a cabeça. — Eu fui criado para ajudar os outros. Quando eu nasci, eu tinha tudo o que o dinheiro podia comprar... exceto a atenção dos meus pais. Felizmente eu tinha meu avô, que passou tempo comigo. Eu falei sobre ele na festa. Ele veio do nada e disse que com o dinheiro e a prosperidade vem a responsabilidade. — Então Davey e eu somos um caso de caridade para cumprir seu senso de responsabilidade? Desafiou Greg. Tom olhou para Davey, agradecido por ter fones de ouvido. Tom se perguntou onde os teria levado por um segundo, mas então voltou sua atenção para Greg. — Você não é um caso de caridade. Disse Tom, levantando-se. — Eu gosto de você e eu me preocupo com Davey. Ele é um bom garoto que vai ter um momento dificuldades. Quando ouvi aquela história sobre crianças cegas jogando beisebol, pensei nele, e você. A raiva brotou dentro dele. — Eu não entendo como você poderia pensar que eu iria querer qualquer coisa de você. Ele afastou-se da mesa. — Passei a semana me perguntando se você estava bem. Independentemente de como as coisas terminaram a última vez que estivemos juntos eu gosto de você e eu pensei que você gostava de mim também. Talvez eu estivesse errado. Tom sussurrou sua raiva mudando para decepção. — Inferno, eu estava apenas sendo agradável. Tom deu mais um passo para trás e então se dirigiu para a porta da frente. Ele não tinha certeza do que pensar, mas pensou, sempre parecia acabar com os loucos 60

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ou os caras que só queriam usá-lo. Ele abriu a porta e parou, decidindo se deveria se despedir de Davey. Quando ele parou para olhar para Davey, ele estava absorto em sua história. Tom se virou para sair e sentiu um toque leve em seu ombro. — Por quê? Perguntou a Greg. — Eu... Greg hesitou. Tom esperou por algum tipo de explicação. — É difícil de explicar. Desculpe por ter chegado a essa conclusão. Eu não deveria. — Você está certo sobre isso. Tom balançou a cabeça para dar ênfase, a dor se instalando como uma dor em seu coração. — Freud disse que às vezes um charuto é apenas um charuto, e às vezes uma pessoa que está disposta a ajudar é apenas isso, alguém fazendo algo altruista. — Eu sei - sussurrou Greg. — Eu sinto muito. Eu não devia ter pensado nisso. Você não foi nada, mas gentil e prestativo. Greg se moveu para trás, fazendo sinal para que Tom voltasse, e Tom fechou a porta. — O que está acontecendo? Davey perguntou, tirando os fones de ouvido. — Nada. Tom e eu estávamos conversando. Volte para a sua história. Greg manteve sua voz nivelada. Ele fez um gesto para a mesa de jantar, e Tom o seguiu. Ele não tinha certeza se queria ouvir o que Greg tinha a dizer. Seu melhor julgamento lhe dizia para sair e diminuir suas perdas, mas ele se sentou de novo. — Eu disse a você na festa sobre a briga com minha ex-esposa. Greg começou, e Tom assentiu. — Depois que ganhei a custódia, meus pais ofereceram para ajudar. Eles estavam vivendo nas proximidades e se ofereceram para me ajudar a cuidar de Davey. Tirou um peso de meus ombros e uma enorme ajuda. Eu não tinha dito a eles que eu era gay, mas quando Davey tinha cerca de um ano de idade, eu tive uma conversa com eles sobre isso. Eles ficaram surpresos e não disseram muita coisa. Quando terminamos, levantei-me para pegar Davey, e meu pai ficou entre mim e meu

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filho e disse que eu não estava apto a criá-lo. Greg parou, sua voz quebrando ligeiramente. — Meu próprio pai. — Meu Deus. Sussurrou Tom. — Eles disseram que iriam me ajudar a cuidar de Davey, mas apenas em seus termos. Na verdade, meu pai falava, e minha mãe estava sentada em silêncio. Se ela discordava, ela não disse nada. Greg respirou fundo e olhou para onde Davey se sentou inconsciente dessa conversa. — Eu nunca disse a ele o que eles disseram, mas levei Davey naquele dia e disse a meu pai não, obrigado. A ajuda deles não valia a pena. — Eu não entendo. Disse Tom. — O que eles queriam? — Que eu vivesse minha vida da maneira que eles queriam. Não haveria nada dessa porcaria gay. Disse meu pai, e ele me instruiu sobre a maneira de viver minha vida se eu quisesse sua ajuda. Greg gemeu. — A coisa engraçada era, naquele tempo, estava começando a realmente descobrir quem eu era. Mas naquele segundo eu sabia que sua ajuda viria com um preço muito alto. Então eu disse: Não, obrigado, peguei Davey e sai. — Você se afastou de seus pais? Bem desse jeito? — Eu não tive escolha. Eles estavam tentando ditar quem eu era. A parte mais estranha foi que até que eles deram seu ultimato ainda não tiha realmente feito minha mente. Eu acho que você pode dizer que eu tive uma epifania em pé na frente do meu pai. Veja, ele é um homem grande, formidável, e quando ele olha para você, você não apenas o vê, mas o senti também. Ele me encarou com força, os braços cruzados sobre o peito e eu olhei para trás. Depois peguei Davey e fui embora. — Então você o criou sozinho? — Sim. Meus pais descongelaram depois de um tempo, mas eu nunca esqueci a lição daquele dia: a ajuda vem com um preço. — Sim, mas e se for um preço que você está disposto a pagar? Perguntou Tom. — Desculpe-me? Greg disse. 62

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— E se o preço exigido pela ajuda de alguém é o que você está disposto a pagar. Veja, eu tenho uma história sobre o outro lado de ajudar. Eu estava... Tom pensou por alguns segundos. Talvez com nove anos, e em um dos nossos sábados juntos, meu avô me levou para um lugar no centro da cidade onde eles serviam refeições grátis para as pessoas. O avô ia lá às vezes, e eles o conheciam. Eu não sei se eles sabiam quem ele era, mas as pessoas que dirigiam o lugar o conheciam. Ele trouxe uma doação, encheu o porta-malas, e era meu trabalho trazer tudo para dentro. Então ele e eu ajudamos com a preparação da comida. Foi uma longa manhã, e lembro-me de estar muito quente sem ar-condicionado no verão. Uma vez que estava pronto, eu ajudei a servir a comida, de pé em uma cadeira porque eu não era alta o suficiente. Entreguei comida para as pessoas que passaram pela linha. Tom parou. — O que me chocou foi o número de crianças, não mais velhos do que eu, e então eu quase caí da cadeira quando eu reconheci uma das crianças. Ele tinha estado na minha escola no ano anterior, mas tinha ido embora. Nós tínhamos ouvido rumores, mas nada mais, e então ele estava parado na minha frente, confirmando o que eu tinha ouvido: sua família não poderia pagar as mensalidades por mais tempo. — O que você fez? Perguntou Greg. — Você disse algo a ele? — Não. Disse Tom. — Dei-lhe a comida como todo mundo e fingi que não sabia quem ele era. Mas o avô notou. Ele viu o jeito que eu olhei para ele, e no caminho para casa perguntou o que me abalara. Eu disse a ele que eu tinha visto Billy e quem ele era. Meu avô apenas balançou a cabeça e me levou para casa. Quando a escola começou no outono, Billy estava lá na minha classe mais uma vez. Nunca lhe perguntei por que o vi no abrigo, e ele nunca o mencionou. Da próxima vez que vi o vovô, perguntei-lhe sobre isso. Ele deu de ombros e fingiu não saber nada a respeito. — Você realmente acha que seu avô teve alguma coisa a ver com isso? Greg perguntou, inclinando-se sobre a mesa — Eu nunca pensei muito depois disso. Disse Tom. — Billy era esperto, realmente esperto. Enfim, ele e eu continuamos na escola juntos, e ele foi eventualmente o orador 63

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da nossa turma de formandos. Em seu discurso, ele falou sobre perseverança e ser gentil com os outros. Tom inclinou-se sobre a mesa. — Ele falou sobre como seu pai perdeu o emprego e teve que deixar a escola. Em seguida, sua família foi contatada e que ele tinha sido premiado com uma bolsa de estudos, e logo após seu pai conseguiu um bom trabalho com Country Foods. Ele nunca descobriu como obteve a bolsa, mas as coisas voltaram para ele e sua família. Ele passou a falar sobre como devemos todos partilhar a nossa boa sorte com os outros. Foi quando eu soube que o vovô tinha feito alguma coisa. Eu não sei o quê, mas ele estava por trás de tudo isso. Lembro-me de estar sentado na minha formatura do colégio com todos os outros alunos, ouvindo esse discurso. Quando Billy terminou, todos aplaudiram. Eu fiz também, mas não pela mesma razão que os outros. Eu estava aplaudindo meu avô. Embora ele estivesse morto por vários anos, ele ainda estava tocando a vida das pessoas e nem sequer sabia disso. Tom respirou fundo. — Veja, ele fez tudo isso sem que ninguém soubesse. Ele não fez grande coisa com isso, ele apenas ajudou e os deixou com sua dignidade. Esse foi o exemplo que me foi dado enquanto crescia. Eu ganhei muito na minha vida, e eu tive sorte. — Eu entendo, eu acho. Disse Greg. — Mas o que você quis dizer com o pagamento do preço que eu estava disposto a pagar? — Você tem razão, Greg, que às vezes ajuda vem com um preço, e às vezes é mais do que estamos dispostos a pagar. E às vezes, é exatamente o que queremos pagar para conseguir exatamente o que queremos. Tom olhou profundamente nos olhos de Greg, desejando que ele entendesse o que estava dizendo. — Eu não entendo o que você está dizendo. Disse Greg. Tom assentiu com a cabeça e se levantou, então caminhou para o outro lado da mesa. Ele se inclinou, olhando para Greg, e beijou-o. Greg hesitou por uma fração de segundo antes de responder, devolvendo o beijo. Não se aprofundou, mas a energia estava lá como um fio vivo. Tom correu sua mão suavemente sobre o pescoço de Greg, mergulhando na veia aberta de sua camisa e 64

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então parando. Ele desejava tocar, e cada instinto o impeliu a mergulhar mais fundo, a passar os dedos sobre os pequenos botões que tinha visto através da camisa de Greg e depois deslizá-los mais para baixo na barriga de Greg. Queria ouvir Greg gemer suavemente e saber que era para ele. Tom ouviu o movimento e puxou-se de volta para o presente. Ele empurrou a mão e olhou para Davey, que ainda estava absorto em seu audiobook. Mesmo que ele não podia vê-los, ainda assim não queria que Davey o pegsse se agarrando com seu pai. Tom se afastou, parando para olhar nos olhos de Greg. Nenhum deles se moveu por alguns segundos. Tom sorriu suavemente e então tocou levemente o ombro de Greg. — Eu deveria ir. Ele disse, trocando as coisas o mais discretamente possível. Ele respirou fundo para acalmar seu coração acelerado. — Vou ligar para você nos próximos dias e deixar você saber o que está acontecendo. Imaginei que poderíamos montar um teste com Davey e Howard assim que o equipamento chegar. Ele não tinha ilusões de que um encontro de qualquer tipo estava em um futuro próximo. — Eu gostaria de almoçar ou jantar com você e Davey. Talvez possamos arranjar um piquenique junto ao lago ou algo assim. Sugeriu, imaginando que não importaria se Davey ainda estava confuso e algum tempo ao ar livre poderia ser bom para ele. — Acho que gostaríamos disso. Disse Greg, pegando-lhe a mão. — Eu falarei com você em alguns dias, se não antes. Greg apertou sua mão, e Tom retornou o pequeno toque. Depois caminhou até o sofá, tocou o ombro de Davey e disse adeus quando Davey tirou os fones de ouvido. — Eu vou pedir o equipamento de beisebol quando chegar em casa. Davey levantou-se, e para surpresa de Tom, deu-lhe um abraço. — Eu quero jogar beisebol de novo. Ele sussurrou. — Então você vai. Prometeu Tom. — Pode não ser exatamente o mesmo, mas você vai jogar de novo. Ele retribuiu o abraço de Davey e disse adeus a ambos antes

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de ir para a porta. Ele disse um adeus final e depois saiu da casa. Começara a chover, e ele correu para o carro, destrancando-o ao longo do caminho. A viagem para casa não demorou muito, mas o tempo todo ele não pôde deixar de pensar em como as coisas seria mais fáceis se ele simplesmente se afastasse e deixasse Greg e Davey continuarem com suas vidas. Eles iriam se dar bem sem ele, e o Senhor sabia que sua vida seria mais simples. Tom parou na sinaleira próxima a sua casa. Era uma sinaleira de duração longa, especialmente quando ninguém estava chegando, mas desta vez, ele se lembrou desse beijo quente, rico e elétrico, e as horas que passaram conversando. Mesmo hoje à noite, com a tensão ocasional, eles tinham sido capazes de falar um com o outro facilmente. A sinaleira mudou, e ele pressionou o acelerador, continuando seu retorno para casa. A bola estava rolando no campo de Greg. Tom tinha feito um esforço e tinha mesmo oferecido uma idéia para eles se reunirem novamente. Mas ele não forçaria. Quanto ao beisebol beep, ele definitivamente iria avançar com isso, independentemente de como as coisas se desenvolvessem com Greg. No entanto, o era com Greg. Tom entrou no estacionamento em sua casa e apertou o botão para levantar a porta da garagem. Ele estacionou o carro e saiu, então fechou a porta e se dirigiu para dentro. Tanto quanto ele queria ficar perto de Greg, tinha que ser a escolha de Greg. Com sua mente feita, Tom foi direto para seu escritório e abriu seu PC. Ele precisava encomendar o equipamento, e ele provavelmente tinha dúvidas e propostas para revisar da fundação, então ele achou que poderia muito bem fazer algum trabalho. Levou-o á noite para fazer o que deveria ter levado algumas horas. Eventualmente ele não pode mais lutar contra sua mente vagante e foi para a cama.

Capítulo Cinco 66

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— Davey? Greg disse da porta. — É hora de você se levantar. Ele tinha notado seu filho dormindo mais tarde e mais tarde. — É de manhã? Davey perguntou com um bocejo. — Sim. É um grande dia, quente e ensolarado. Respondeu Greg. — Não que eu possa vê-lo. Murmurou Davey. Greg deixou deslizar, imaginando que era um pouco mais da frustração de seu filho saindo. — Eu vou preparar o café da manhã e podemos comer no deck. Você... Ele parou de perguntar se Davey precisava de ajuda. Ele tinha que aprender a fazer por si mesmo. Ele tinha limpado o banheiro de qualquer coisa afiada e tinha mostrado a Davey onde tudo estava. Ele também havia trabalhado com Davey para simplificar seu quarto para facilitar a mobilidade e diminuir a possibilidade de que ele pudesse se machucar. — Ligue se precisar de mim. Se você me disser que roupa você quer usar, eu vou colocá-los na cadeira para você. — Não importa. Davey murmurou antes de sair da cama e sentir seu caminho através do quarto e do outro lado do corredor para o banheiro. Greg colocou algumas roupas e saiu do quarto. Quando fez o seu caminho para a cozinha, ele puxou o telefone fora do seu bolso e discou. — Tom? Disse brilhantemente quando seu telefonema foi respondido. — Essa oferta de um piquenique ainda esta de pé? — Claro. Tenho algumas coisas que preciso fazer. Posso pegar você em duas horas, entretanto. Tom ofereceu. — Perfeito. Eu... Estou ansioso por isso. Disse Greg com um sorriso. — Vou pegar o Davey e embalar o almoçar. — Posso pegar o almoço, se quiser. Você deixa Davey pronto. A excitação na voz de Tom era contagiante, e Greg sentiu uma explosão de energia que ele não tinha sentido em um tempo. — OK. Você se importaria se eu ligasse para Gordy e Howard? Você estava certo, a raiva está lá quase todo o tempo. Seu terapeuta ocupacional diz que é normal e 67

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sugeriu que ele gaste algum tempo com outras pessoas cegas. Howard foi a primeira pessoa em quem pensei. — Chame-os. Só me diga quantos, então eu sei o quanto de comida devo pegar. Tom parou por alguns segundos. — Eu estava esperando que você me chamasse. Ele realmente parecia feliz. — Eu não tinha certeza se eu deveria. Eu estava esperando que você me ligasse, e quando você não fez... Greg começou. Isso soava muito parecido com uma conversa na escola, então ele a cortou. — Estou sendo burro, desculpe. Te vejo daqui a algumas horas. — Ok. Tom disse a ele com uma risada e desligou. Greg então chamou Howard e Gordy. Howard respondeu ao telefone, e parecia que todos, inclusive Sophia, estavam entusiasmados com a idéia de um piquenique. Ele finalizou os detalhes e então chamou Tom de volta antes de ir a busca de Davey. Ele estava puxando sua camiseta, e Greg rolou os olhos. Era de dentro para fora. Como Davey tinha conseguido fazer isso, ele não tinha idéia. — O tio Howard e o tio Gordy vão conosco. Sophia também virá. Então, de alguma forma eu não acho que você quer que eles te vejam com a sua camisa do lado avesso. — Papai. Lamentou Davey. Greg ajudou-o a tirá-lo e se certificou de que estava certo. — Está tudo bem em pedir ajuda. Isso não significa que você esteja fraco ou desamparado. Greg se sentou na beira da cama. — Venha aqui. Ele disse suavemente e esperou Davey encontrar o seu caminho, então ele guiou Davey até que ele estava sentado ao lado dele. — Haverá coisas que você pode fazer com facilidade, algumas que levarão mais tempo para aprender, e outras estou triste em dizer, será impossível. — O tio Howard se veste. Disse Davey. — Sim, mas você não acha que ele também tem o Tio Gordy para ajudá-lo? Ser tão independente quanto seu tio Howard é bom. Não me interpretem mal. Mas isso não 68

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vai acontecer da noite para o dia. Ele é mais velho e teve mais tempo para aprender e lidar com ser cego. Você está apenas aprendendo. Greg colocou seu braço em volta do ombro de Davey, puxando-o para perto. — Estou muito orgulhoso de você. Você sempre me deixou orgulhoso, e nada pode mudar isso. Greg acariciou levemente o cabelo de Davey. — Eu te amo do mesmo jeito que sempre. Nada mudou lá. — Você teria me amado se eu tivesse nascido cego, como o tio Howard? — Claro que eu teria. Você ser capaz de ver ou não, não teria feito a diferença. Eu te amo independentemente de qualquer coisa. Davey acenou com a cabeça e ficou quieto por um minuto. Greg quase podia senti-lo pensando. — Mamãe sabe sobre mim? Você acha que ela vai se importar? — Eu não falei com sua mãe em um tempo. Disse Greg. Quando se tratava de sua ex-esposa, Greg sabia muito pouco sobre o que ela gostava ou não gostava ou como ela se sentiria sobre qualquer coisa. — Eu vou ligar para ela se você quiser e me certificar de que ela saiba. Greg parou. — Ou você pode dizer a ela. Você decide. Davey balançou a cabeça. — Ok, eu vou ter certeza que ela saiba. Agora, vamos tomar um café da manhã e então podemos nos preparar para ir. Reunir as coisas para sair demorou mais do que costumava. Greg tinha que arrumar as coisas para ele, assim como para Davey. Ele também fez um café da manhã muito mais rápido do que ele normalmente faria em um sábado. Ele estava recebendo as últimas coisas da praia juntos quando Tom bateu na porta. Greg abriu, e eles começaram a carregar as coisas no carro. Quando estiveram prontos, ele orientou Davey para o carro. — Você provavelmente deve deixar seu tablet aqui. Haverá areia por toda parte. — Vou deixá-lo no carro. Disse Davey, e Greg concordou. Ele fechou a porta do carro e correu para a casa para trancar. — Eu disse a Gordy para onde estávamos indo. Imaginei que poderíamos ir ao parque onde você me levou há algumas semanas. 69

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— Boa escolha. Tom disse e saiu do carro. — Então, Davey, como vão as aulas? Você está aprendendo alguma coisa? — Eles são bons. Eles disseram que queriam começar com coisas básicas, então eles estão me ensinando a comer sem fazer uma bagunça. Eles também têm salas falsas onde eles movem as coisas para que eu possa me acostumar a sentir o meu caminho. Essa parte realmente é uma merda, porque na última vez eles colocaram coisas para eu ficar preso. — O que você fez? Perguntou Tom. Greg já tinha ouvido essa história. — Eu era suposto eu caminhar ao redor e encontrar outra maneira de sair. Eu apenas empurrei o sofá para fora do caminho para que eu pudesse passar. — Inteligente. Disse Tom. — Não realmente. Greg forneceu. — Ele empurrou sobre uma mesa que eles tinham atrás do sofá e derrubou sobre duas lâmpadas no assoalho. Greg sorriu e então deu uma risada. — Você devia ter visto o choque em seus rostos. Aparentemente ninguém tinha feito isso antes. Agora eles lhe dão instruções mais específicas. — Aposto. Disse Tom. — Davey, não há nada de errado em querer tirar os obstáculos do caminho. Haverá momentos em que você precisará. Mas tenha cuidado para não machucar ninguém nem a si mesmo, mesmo que nem sempre faça o que eles esperam. O telefone começou a tocar, e Greg tirou o telefone do bolso. — É a sua mãe. Ele disse a Davey e então respondeu à ligação. — Eu recebi a sua mensagem. Disse ela, irritada. — Deus, Joyce, não há necessidade disso. Eu liguei porque Davey me pediu. — O que ele precisa? Ele quase podia ouvi-la calcular a quantia em sua cabeça. — Joyce. Disse Greg. — Davey não pode mais ver. Sua visão tem falhado por um tempo, e algumas semanas atrás, o último de sua visão se foi. Ele me pediu para ligar e lhe dizer. Ele não ouviu nada. — Joyce? Greg disse. 70

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— Eu estou aqui. Ela disse mais suavemente. — Você está dizendo que Davey, nosso filho, esta cego? — Sim. Isso é exatamente o que estou dizendo. Ele esclareceu. — Estivemos em especialistas e, infelizmente, é genético. Ele sentiu que Tom levemente colocava a mão na perna dele. Seu coração estava correndo, mas ele se acalmou rapidamente. Ela estava a milhares de quilômetros de distância e não havia necessidade de ficar chateado. — Nós examinamos vários tratamentos, mas não há nenhum disponível para o que ele tem. Os nervos foram basicamente fechados. — Ele se virou para espiar o assento traseiro. É claro que Davey estava ouvindo cada palavra, e Greg se arrependeu de fazer este telefonema hoje. Mas já era tarde demais. — Como ele está tomando isso? Joyce perguntou, engasgando. — Como um bom rapaz. Está tomando algum ajuste, mas temos um amigo que é cego e ele está trabalhando com Davey. Ele também está em aulas de terapia para ensiná-lo a se locomover e executar tarefas diárias. No outono ele vai ter aulas de leitura em Braille. Eu acredito firmemente que ele vai prosperar. Ele tinha dito isso tanto para o benefício de Davey quanto para o de Joyce. Greg tinha há muito tempo deixado de se preocupar ou se importar com o que ela pensava. Mas Davey precisava ouvir que as pessoas tinham confiança nele. — Quer falar com ele? Estamos no carro em nosso caminho para a praia para encontrar alguns amigos, mas temos alguns minutos. Ele colocou o telefone nas mãos de Davey, e Davey segurou a sua orelha. Greg se virou e olhou para Tom. — O que está te preocupando? Tom sussurrou quando eles pararam em uma sinaleira. — Estou bem, mãe. Disse Davey. — Papai cuida bem de mim. O médico disse que eu teria ficado cego, não importa o quê. Davey ficou quieto, e Greg desviou o olhar. Tom assentiu e eles começaram a se mover novamente. — Eu posso andar pela casa muito bem agora. E eu estou aprendendo a comer sem fazer uma bagunça. Ele parou

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por alguns segundos. -— É o que fazem. Disse ele, ficando agitado. Ele não disse mais e estendeu o telefone. Greg pegou. — O que foi? — Eu não posso acreditar que você não tem tempo para ensiná-lo a comer. Ela cuspiu. — O que você faz com ele? Deixá-o com uma babá ou algo assim? — Isso é o suficiente. Disse Greg. — Davey me pediu para te dizer e eu fiz isso. Além de um cartão em seu aniversário e um presente no Natal, ele não tem notícias suas a dois anos. — Ele é meu filho também. Ela começou. — Bem, isso é discutível. Disse Greg e respirou fundo. Ele não estava indo para entrar em tudo isso no carro com Tom e Davey, que parecia miserável. — Desculpe por chamarmos. Disse Greg e desligou. Virando-se para o banco traseiro, Greg perguntou calmamente. — O que ela disse? Davey balançou a cabeça e franziu os lábios. Greg sabia que não iria conseguir nada dele imediatamente. Esperemos que alguma diversão ajudasse a aliviar seus sentimentos feridos. Pouco depois eles se viraram para o parque, e Tom puxou para o estacionamento. — Estamos aqui. Disse Tom, feliz. Davey não se moveu, sentado no banco de trás com os braços cruzados sobre o peito. — Eu quero ir para casa. Ele disse calmamente. Greg juntou os dentes. Ele sabia que nunca deveria ter a deixado falar com Davey. Agora ele estava chateado, e aquela vadia de sua ex-esposa tinha provocado isso do outro lado do país. — Estamos aqui, e também o tio Howard e o tio Gordy. Sophia está aqui também. Então deixe ir o que quer que sua mãe disse e tenha um bom tempo. Nós vamos comer, e então Tom e eu vamos levá-lo na água. Você não pode ir sozinho, mas pode entrar se quiser. Isso pareceu apaziguá-lo, e Davey procurou a maçaneta da porta, abriu a porta e começou a sair.

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— Davey. Sophia disse, correndo para ele. Ela o pegou pela mão e o guiou pela areia para onde Howard e Gordy já estavam esperando. Greg observou por alguns segundos enquanto ela tagarelava, ajudando-o em direção à mesa. — É o que ele precisa... Alguém de sua idade que não o veja diferente de qualquer outro. Disse Tom a seu lado. Tom pegou sua mão. — Vamos, vamos pegar a cesta e as coisas do porta-malas. Eu trouxe comida suficiente para alimentar um exército. Tom abriu o porta-malas e puxou uma cesta, refrigerador e um saco de comida. Ele entregou a cesta e refrigerador a Greg antes de fechar a porta do portamalas. Então eles atravessaram a areia. Quando chegaram à mesa, Sophia ainda estava tagarelando, e Davey falava quase tão rápido. Foi bom ver a personalidade animada de Davey fazer um reaparecimento. — Deixe-me ajudar. Disse Gordy. Ele pegou o cesto e depois o saco. Tom começou a abrir as coisas e arrumar tudo. Na verdade, era um banquete, com saladas, pão, pastas, biscoitos, molhos. A maioria comida de pegar com os dedos. O estômago de Greg roncou, e até mesmo Davey se inclinou sobre a mesa com ávido interesse quando eles disseram que a comida estava pronta. — Sente-se e podemos começar. Disse Tom. Ele entregou os pratos. Greg ajudou Davey a conseguir o que queria, e Sophia sentou-se ao lado dele, explicando onde tudo estava como um profissional. — Ela é impressionante. Tom sussurrou, e Greg seguiu seu olhar. Davey estava rindo e sorrindo. — Depois do almoço, Gordy vai me levar para nadar. Disse Sophia. — Na verdade, eu vou nadar, e ele vai levar o tio Howard na água. — Eu também vou. Disse Davey. — Sim. Concordou Greg. Ele estava determinado a fazer o Davey se divertir o máximo possível. — Davey é um bom nadador. — Eu não sou. Respondeu Howard. — Eu posso manter minha cabeça acima da água, mas eu nunca aprendi muito bem. Meus pais tinham medo de me deixar perto da

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água, por isso não foi até que eu era mais velho que eu arrisquei-me em piscinas e coisas assim. — Eu estarei com você. Gordy disse suavemente, e Greg olhou Howard se aproximar dele. Com esses dois, era como um ímã atraindo-os juntos. Howard parecia saber onde estava Gordy, independentemente de ele pudesse vê-lo. Greg se virou, mas seu olhar se voltou para eles. Eles estavam felizes, contentes e seguros um com o outro. Era algo para se aspirar. Greg desviou o olhar para Tom e sorriu um pouco para si mesmo. Ele queria o que Gordy e Howard tinham, isso ele sabia. Greg engoliu em seco enquanto via Tom como anfitrião. Ele se assegurou que todos fossem servidos e assentados antes de tomar o assento ao lado dele. Eles compartilharam um sorriso, e Tom bateu o ombro ligeiramente, acenando para Davey, que estava comendo com relativa facilidade em comparação com uma semana antes. Ele estava quieto, provavelmente se concentrando no que estava fazendo, mas Sophia tagarelava, e de vez em quando Davey respondia. — É bom vê-lo feliz. Sussurrou Tom. — Você sabe, é bom ver você feliz e sorrindo. — Não tenho muitos motivos para sorrir ultimamente. Disse Greg. — Desculpe. Ele adicionou rapidamente. — Isso não é um reflexo de você, mas a vida em geral. — Você está pensando sobre sua ex-mulher, não é? Tom sussurrou para ele. Greg acenou com a cabeça. Ele olhou para o outro lado da mesa e soube que Howard tinha ouvido sua pequena conversa. Felizmente, Davey não tinha. Greg desviou o olhar para a comida na frente dele. Ele não queria estragar o dia, especialmente para Davey. Ele parecia tão feliz, e Greg se sentiu como um cobertor molhado. — Podemos brincar na areia? Sophia perguntou. — Não iremos perto da água. — Muito bem. Disse Gordy. — Mas fiquem onde pudemos ver vocês. — Vou pegar os baldes e os brinquedos. Disse ela a Davey e, em seguida, correu para onde uma bolsa de rede cheia de coisas repousava com o resto dos sacos de 74

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praia. Sophia ergueu-o e voltou para a mesa. — Eu vou encontrar um bom lugar e então eu venho buscá-lo. Disse ela para Davey. Ela se apressou de novo e pôs as coisas na areia. — Davey, venha por aqui. Eu quero colocar um protetor solar em você, e eu tenho seus óculos de sol. Greg disse, e Davey fez o seu caminho em torno da mesa. Greg pulverizou protetor solar nas pernas de Davey, braços, e cuidadosamente fez com que seu rosto, ouvidos e a parte de trás de seu pescoço fossem protegidos. Entregou a Davey seus óculos, e uma vez Sophia recebeu o mesmo tratamento de Gordy, ela orientou Davey para onde ela tinha colocado os brinquedos. — Greg, eu poderia estar fora dos limites, mas Davey parece estar indo muito bem. Disse Gordy. — Eu sei que é difícil ser o cuidador de alguém que é cego. Disse Howard. — Gordy faz parecer fácil, mas eu sei que há um monte de coisas que ele faz apenas porque eles precisam ser feito. — Quero ajudá-lo. Disse Greg. Gordy deu uma risadinha. — Claro que você faz. Mas há momentos em que parece esmagador. Acredite ou não, é o mesmo para mim e para Sophia. Nós dois amamos Howard muito, e ele é a outra metade do meu coração, mas há momentos em que eu preciso de algum tempo para mim. Algum tempo para mim. Gordy enfiou os dedos no de Howard. — Isso não significa que eu não o ame ou que não esteja com ele. Significa apenas que sou humano. Greg olhou para Howard, que não parecia chateado com o que Gordy dissera. — Eu sou perfeitamente capaz de cuidar da maioria das coisas em minha vida. Mas é fácil confiar em alguém quando eles estão lá. Assim, pelo menos uma noite por semana, Gordy sai sozinho, geralmente para um dos bares locais de esportes para algumas bebidas. Ele encontra alguns amigos, e eles conversam sobre o que as pessoas estão fazendo ou jogando. O importante é que lhe dá uma noite própria, pra fazer o que ele gosta. Howard suspirou. — Coisas em nossas vidas podem muito 75

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rapidamente se tornar sobre mim. E em sua vida, as coisas são muito sobre Davey agora. — Você está dizendo que eu preciso de uma noite de bar? Greg provocou. — Talvez. Howard brincou de volta. — O que estou dizendo é que está tudo bem se sentir sobrecarregado e até um pouco zangado. Inferno é normal. Você tinha uma vida que foi tirada de você. — Lembra como eu disse que Davey estava sofrendo? Greg acenou com a cabeça. — Está tudo bem para você se lamentar também. — Eu sei. E eu pensei que fiz um bom trabalho com Davey. Eu empurrei para onde eu pensava que eu precisava e tentei guiar onde eu pudesse. Seus pensamentos foram para o que Joyce tinha dito. — Minha ex-mulher, que não faz parte da vida de Davey, me acusou de não cuidar bem dele. Davey perguntou se ela sabia, e ela retornou minha chamada enquanto estávamos no carro. Ele balançou a cabeça para tentar banir o que ela tinha dito. — Vamos falar sobre outra coisa. — O equipamento de beisebol chegou. Disse Tom, como um adolescente animado. — Se está bom amanhã, eu queria saber se você gostaria de levar Davey para um dos parques para jogar. Você quer tentar também, Howard? — Claro. Ele respondeu. — Eu não tenho referência para jogar beisebol, mas poderia ser divertido. Eu entrei em contato com algumas das organizações de apoio aos cegos na área. Eles estavam extremamente interessados em ajudar. A comunidade de deficientes visuais nesta área é pequena, mas acho que eles vão acolher quaisquer recursos. Eu posso chamá-los e deixá-los saber quando vamos jogar. Eles podem ajudar a divulgar a notícia. — Perfeito. Eu pedi dois conjuntos de bases e bolas múltiplas, bem como alguns capacetes. Acho que vai ser divertido. Não importa se nós nunca realmente jogar um jogo. Acho que ter a atividade disponível será um benefício. Disse Tom.

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— Concordo. Disse Howard rapidamente. — Onde você quer se encontrar amanhã? — As dez no Grafton Park? Tom ofereceu. — Não vai ser muito quente. Eu estava pensando que poderíamos trabalhar em bater e correr para as bases. Tom olhou para ele. Greg assentiu com a cabeça, a energia de Tom e o entusiasmo eram contagiantes. — Bom. Howard disse com um pouco de apreensão em sua voz. — Não se preocupe, eu estarei lá. Isso deve ser divertido. Disse Gordy suavemente, dando palmadinhas na mão de Howard. — Token pode assistir você também. O cão se moveu ligeiramente abaixo da mesa, roçando a perna de Greg antes de se estabelecer novamente. Eles terminaram o último almoço, e Greg ajudou Tom a arrumar as coisas. — Eu trouxe a sobremesa, mas eu pensei que poderíamos ir para a água primeira. — Davey está assustado e empolgado por entrar na água. Admitiu Greg enquanto observava Davey cavar na areia. Sophia estava construindo um castelo de areia, e parecia que Davey estava fornecendo-lhe areia molhada de um buraco próximo. — Vou colocá-lo em uma boia. Greg disse, finalmente soltando uma parte da tensão que ele tinha permitido construir. Ele não tinha percebido que estava lá até que ele tomou algumas respirações profundas e deixou sair. — Vou levar Howard parase trocar. Disse Gordy. — Vamos cuidar de Davey e Sofia. Tom ofereceu. — Não é pra devorar o bolo de chocolate, no entanto. Avisou Howard. — Como você soube? Tom perguntou. — Gordy deu uma risadinha. — Howard pode cheirar chocolate de qualquer tipo a meia milha de distância, eu juro. Eles se afastaram, com Howard entre Gordy e Token. — Eu preciso pegar um cachorro para Davey. Eu sei que ele precisa aprender as coisas primeiro, mas ter um cão para ajudá-lo e ser seu companheiro constante seria 77

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bom. Disse Greg, observando Davey, que tinha se mudado para onde Sophia estava trabalhando, sentindo seu caminho em torno do castelo, que era realmente apenas uma pilha de areia suavizada. — Ei. Tom chamou e saiu na direção de Davey enquanto um grupo de três meninos mais velhos correu para a praia. Eles marcharam diretamente sobre o castelo, derrubando Davey para trás na areia. — Você deve prestar atenção, bebê! Um dos meninos debochou. Greg correu pela areia até Davey. Sophia já o estava ajudando, franzindo o cenho para os meninos. — Você idiota! Ela gritou para eles, suas mãos em seus quadris. — Estou bem, papai. Davey disse. — Eles me surpreenderam. Eu os ouvi chegar, mas esperei que eles se afastassem. Greg olhou na direção em que tinham ido e viu Tom andando para eles, segurando dois meninos pelos braços. Ele os arrastou até a praia para onde duas senhoras estavam sentadas em cadeiras. Eles estavam muito longe para ouvir o que Tom estava dizendo, mas pelo que parece os meninos e suas mães estavam ficando bastante incomodados. Greg viu Tom deixar os garotos ir e ficou para trás para observar, junto com o terceiro ofensor, que tinha trabalhado o seu caminho de volta, embalado suas coisas. Tom ainda estava carrancudo enquanto ele fazia seu caminho de volta. — Eles não vão incomodá-lo novamente. Eles se foram. Tom disse para Davey e Sophia e então mudou de olhar. — Eu expliquei a suas mães que eles tinham a opção de sair ou eu chamaria Don Marshal, o gerente do parque, e eles poderiam ser jogados fora e proibidos para o resto do ano. — Você pode fazer isso? Sophia perguntou-lhe olhos arregalados. Essa era exatamente a pergunta que Greg estava se perguntando. — Sim. Disse Tom com um sorriso irônico. — Gordy e Howard foram trocar de roupa para ir nadar. 78

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— Já tenho meu maio sob minhas roupas. Disse Sophia. Greg estava grato por ter pensado e Davey tinha também. Salvaria uma muda de roupas arenosas. Sophia voltou apressada para a mesa de piquenique. Gordy e Howard voltaram. Greg guiou Davey de volta. — Você realmente poderia tê-los banido do parque? Davey perguntou. — Sim. Disse Tom, estalando o "s". — As mulheres argumentaram que era um parque público. Simplesmente informei que no último ano o Park precisou de mesas de piquenique e banheiros. A fundação da minha família ajudou-os a garantir o dinheiro. Eu trabalhei com o gerente do parque, e ele estava grato pela minha ajuda e deve-me alguns favores, para tê-los banido do parque pelo mau comportamento apenas custaria um telefonema e nada mais. Eles sairam. Greg sentou-se e guiou Davey para o banco. Ele o ajudou a sair da camisa e então começou a pulverizar mais protetor solar. — Eu preciso me trocar, então você fica aqui com o tio Howard e o tio Gordy até eu voltar. Eu não devo demorar, e então eu vou levar você na água. Greg correu para o banheiro e tpa. Quando ele voltou, Tom estava sentado ao lado de Davey, pronto para entrar na água. Greg fez o possível para não olhar. Ele e Tom tinham mais ou menos a mesma idade, mas Tom não se parecia com a maioria dos caras em seus trinta e poucos anos. Poderia ter havido um toque de cinza em seu cabelo, mas a força e a aptidão que tinham sido sugeridas sob as camisas de Tom era, na maioria das vezes, uma exibição cheia e deliciosa. — Vamos nos molhar. Gordy disse, e seu grupo fez o seu caminho em direção à água. Sophia correu à frente, entrando na beira da água enquanto esperava por todos os outros. — Dê mais alguns passos e você será capaz de sentir a borda das ondas. Disse Greg. Eles pisaram na areia molhada, e alguns segundos depois, a água correu em torno de seus pés e depois correu de volta para fora. — Deus, isso é frio. Greg estremeceu. — Banana. Davey disse ao lado dele, rindo. 79

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— A água fica mais profunda logo à frente. Disse Greg. — Você quer ir? — Sim. Davey disse, avançando para frente. Em alguns passos a água passou do tornozelo até a profundidade do joelho. Greg estremeceu, e Davey se abaixou. — Se você me jogar água você está sozinho. Advertiu Greg. Sophia se aproximou, espirrando um pouco de água em Davey, e ele retaliou. Em poucos segundos, a água estava voando por toda parte, com Greg no meio. Ele soltou Davey, que ficou parado e enviou água em todas as direções. Gordy e Howard entraram em ação. Greg saiu da água, observando Davey de perto. Tom estava ao lado dele na areia, ainda seco, rindo como um idiota. — Agora, isso é algo que eu nunca pensei que iria ver - uma luta de água entre dois rapazes cegos. Gordy tinha se afastado, levando Sophia junto com ele, deixando Davey e Howard para espirrar uns aos outros, rindo e sorrindo como tolos. Tom se aproximou, e Greg sentiu-o deslizar o braço ao redor de sua cintura. Sentia-se bem, e fechou os olhos. Ele sempre imaginou que estava sendo arrancado de seus pés com paixão e desejo, mas isso era muito mais calmo. Mais calmo e igualmente agradável. — Talvez eu devesse ficar perto de Davey caso ele caia. Gordy se juntou a eles, carregando uma Sophia gritando e rindo. — Não. Deixeos ter sua diversão. As ondas são pequenas, e duvido que algum deles dê um passo até que elas se desgastem. Token correu para frente e para trás ao longo da costa, jogando bem junto com os dois. — Ok, Davey. Howard disse. — Você ganhou. Davey colocou as mãos no ar, e Greg voltou para a água para ajudar seu filho a sair. — Eu acho que você se divertiu. Tom trouxe uma toalha e Greg enrolou Davey nela. A água estava realmente fria, e Davey estava tremendo quando Greg o tirou. — Vamos colocar você em roupas secas e então podemos ter sobremesa. 80

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Davey assentiu, tremendo. Greg pegou o saco de roupas secas e guiou Davey para os banheiros. Uma vez dentro, ele ajudou Davey a se secar e trocar de roupa. Então eles fizeram o seu caminho de volta para a mesa. — O que é isso? Davey perguntou inalando profundamente. — Bolo de chocolate de Hasper. Disse Tom. O estômago de Greg roncou. Era a padaria premier na cidade, e eles faziam o melhor bolo na terra. Tom cortou e colocou pedaços em pratos, depois os passou para todos. Sophia se aproximou e sentou ao lado de Davey, explicando onde estava o bolo e guiando-o para que Davey pudesse comer. Ela era uma dádiva de Deus. Greg sentou-se ao lado de Tom. — Esta foi uma ótima idéia. Comentou Gordy. — Isso foi. A água está fria como o inferno, mas o ar está quente e é bom estar lá. Disse Greg, e os adultos riram antes de comer. Quando terminaram, as nuvens começaram a rolar pelo lago. Tom empacotou o último dos alimentos, e depois puxou as coisas para o carro. Os outros também empacotaram, e pouco antes de todos entrarem nos carros, as primeiras gotas de chuva começaram a cair. — Se você não gosta do tempo, espere dez minutos. Ele vai mudar. Brincou Greg. Viver perto do lago, o tempo poderia ser perigoso. O grande lago pode gerar tempestades mesmo em um dia claro. Houve momentos em que conduzir dez minutos do lago poderia elevar a temperatura vinte graus e ser a diferença entre a chuva e o sol. — Alguma idéia? - perguntou Tom. — Vamos voltar para minha casa. Se não está chovendo lá, nós podemos ter uma cerveja no convés. Caso contrário, você é bem-vindo para sair se quiser. Greg ofereceu. Ele realmente não planejou além de seu piquenique. Tom foi até a casa e estacionou na garagem. A chuva era pouco mais do que um chuvisco, mas quando eles entraram, começou a cair mais forte. Tom trouxe a cesta e 81

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colocou os restos de comida no refrigerador de Greg. Depois que tudo foi guardado, Greg pegou um par de cervejas e eles se se acomodaram no sofá. Davey estava em seu quarto ouvindo outro livro, então eles tinham o lugar principalmente para eles. — O silêncio é legal. Disse Greg suavemente. — Sim. Às vezes, porém, fica um pouco demais. Disse Tom. — Você não tem um milhão de amigos? Perguntou Greg. — Tenho amigos em Nova York, mas... Tom encolheu os ombros. — Tenho amigos aqui, mas não é o mesmo que ter alguém em sua vida. Ele se moveu. — No entanto, posso dizer-lhe que é melhor estar sozinho do que com a pessoa errada, e eu passei tempo suficiente com o cara errado então sei do que estou falando. Tom colocou sua garrafa na mesa de café sem beber. Ele então pegou a garrafa da mão de Greg e colocou-a ao lado da dele. Tom inclinou-se mais perto, deslizando uma mão ao redor do pescoço de Greg, aproximando-os. Tom era um beijador incrível: firme, autoritário e terno ao mesmo tempo. Não havia dúvida sobre isso, e Greg amava cada segundo. Ele se beijou e sentiu que Tom o apertava contra as almofadas. Ele resistiu por alguns segundos e então deu a Tom controle. — Eu vi você me observando hoje. Disse Tom. — Sim, eu estava te observando. Greg admitiu. — Eu estava observando você também. Tom disse, deslizando a mão sob a camisa de Greg. — Você é um homem bonito. De alguma forma, Greg duvidou disso. Ele nunca pensou em si mesmo como bonito. Mas ele não ia discutir, não agora. Greg enterrou os braços em volta do pescoço de Tom e se segurou enquanto Tom o beijava mais uma vez. — Não podemos fazer isso. Disse Greg depois de alguns minutos. Sentou-se e escutou Davey, mas não ouviu nada. — Ele está ouvindo um livro.

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Greg acenou com a cabeça. Ele sabia disso, mas não parecia certo estar no sofá enquanto Davey estava na sala ao lado. — Você tem permissão para se divertir. Disse Tom. — Eu sei que as últimas semanas foram difíceis, mas você não precisa tornar as coisas mais difíceis para você. Tom se aproximou. Ele envolveu um braço em torno dele, mas não empurrou. — É bom ser feliz. Você não fez nada para causar a cegueira de Davey. — Os médicos disseram que acreditam que é uma anormalidade genética. Disse Greg. — O que significa que parte de tudo o que está errado com ele veio de mim. Tom zombou e Greg franziu o cenho. — Olha, todos nós herdamos coisas de nossos pais. Alguns atingiram a loteria genética com boa aparência, cérebro e capacidade atlética, e outros não. Mas posso garantir que Davey não te culpa, então você não precisa se culpar. Greg sacudiu a cabeça. — Joyce e eu ficamos juntos como cão e gato durante a maior parte do tempo que estávamos juntos. Eu deveria ter sabido que a mistura de nosso DNA resultaria em alguns... Ele não conseguiu encontrar a palavra imediatamente. — A mistura de seu DNA criou Davey. Ele é um ótimo garoto. Então ele é cego. Há coisas piores. Tom se aproximou e simplesmente o abraçou. — Você acha que Davey está falhando de alguma forma? Greg pensou por um segundo. — Ele não é, mais do que nós somos falhos por ser gay. Não ser capaz de ver é parte de quem ele é. Eu sei que é recente, mas você tem que ajudá-lo a entender e aceitar isso. — Mas como? Greg perguntou. — Aceitando você mesmo e agindo como se não fosse grande coisa. Trate-o da maneira que sempre fez. Ele não é feito de vidro e não vai quebrar. Então deixe que ele encontre seu caminho. Você fez hoje, e ele teve um bom tempo brincando na água com

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Howard. Tom se inclinou lentamente mais perto. — E eu vou dizer de novo: é bom para você ser feliz também. Greg pensou que Tom iria beijá-lo, mas ele parou. — Eu faço você feliz? Greg enrugou os lábios para cima. — Sim. Ele sussurrou, e Tom o beijou.

Capítulo Seis Tom carregou duas das bases, bolas e um par de bastões no porta-malas da BMW. Estava um dia belíssimo fora, sem dica da chuva que teve no dia anterior. Ele tinha se debatido em pegar um dos outros carros, mas o sedan funcionava melhor para o que ele tinha que carregar, então ele decidiu por esse mesmo. Ele dirigiu até o parque e começou a descarregar o equipamento. Um dos espaços estava em uso, mas o outro estava livre, então ele se aproximou e começou a montar e verificar as bases. Tom conectou as bases, que parecia estar funcionando bem. Ele tinha começado as bolas carregadas, também, e eles pareciam estar funcionando. Com tudo pronto, esperou que os outros chegassem. Greg chegou alguns minutos depois. Ele e Davey saíram do carro, obviamente um pouco animados. Era ótimo de ver. Tom também observou a maneira como Greg olhava para ele. Tom tinha ficado na casa de Greg até bem tarde e depois voltou para casa. Ele esperava meio que um convite para ficar mais tempo, mas Greg tinha hesitado, e Tom não queria empurrar. Ele entendeu que Greg queria ir devagar, e Tom estava percebendo que, tomando tempo, ele não estava repetindo os erros que tinha cometido no passado. Mesmo que apenas a visão de Greg fizesse seu coração bater mais rápido e agora ele queria tomar Greg em seus braços, beijá-lo por tudo que valia a pena e, em seguida, lentamente afastá-lo, colocá-lo no capô de seu carro, e...

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— Estou pronto. Chamou Davey, puxando os pensamentos de Tom de volta para onde deveriam estar. Tom piscou algumas vezes. — Você certamente esta. Ele disse, compartilhando um sorriso com Greg. Ele se aproximou e colocou uma bola na mão de Davey. — É do tamanho de uma bola de softball. Davey disse, girando a bola em sua mão. Tom ativou a bola, e começou a soar. — Neste jogo, o arremessador e o apanhador estão em sua equipe, e eles enchergam. Não há pancadas. Há seis pessoas em uma equipe. Explicou Tom. — Hoje não vamos jogar nem nada. Eu pensei que nós tentaríamos bater e correr para as bases, ok? — Sim. Davey disse animadamente. — O tio Howard está aqui? — Ainda não. Disse Greg, mas enquanto ele respondeu um carro estaciounou, e depois de alguns segundos, Howard saiu do carro e Token saltou para fora, tomando seu lugar ao lado de Howard. Sophia saiu do banco de trás, e Gordy apareceu e guiou Howard até onde esperavam. — Tom estava apenas explicando as coisas. Disse Davey enquanto se aproximavam. Ele estendeu a bola e Tom a pegou, depois a colocou nas mãos de Howard. Tom explicou o que estariam fazendo. — Greg vai lançar, e ele vai dizer. Pronto e depois arremesso quando libera a bola. Ele quer que você acerte, porque ele está em sua equipe, então ele vai ser gentil e fazer o seu melhor para colocar a bola na posição certa. Eu vou pegar. Se você acertar, as bases serão ativadas e zumbir. Tom orientou Davey para a base e deixá-lo sentir. Gordy fez o mesmo com Howard. Então ele ativou a outra base, e Davey correu em direção a ela. Quando ele alcançou a base, ele se agarrou a ela, sorrindo para eles. Tom ativou a outra base, e Davey correu para aquela. Greg o pegou e girou Davey ao redor. Howard era mais reticente, e eles passaram um tempo ativando as bases e deixando Davey e Howard correr entre elas para que eles pudessem ter a sensação do 85

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chão. — Normalmente, jogaríamos em um campo plano em vez de um assim. Estou perto de ter permissão para usar o campo de futebol na escola. O jogo só tem três bases, por isso não se encaixa em beisebol regular, mas eu vou trabalhar isso. Por enquanto, vamos nos divertir. — Posso bater? Davey perguntou pronto para saltar para fora de sua pele. — Claro. Tom disse. Ele foi pegar um bastão enquanto Greg ajudava Davey a colocar um capacete, e então Tom o colocou em posição enquanto Greg pegava uma das bolas. — Você deve estar a seis metros de distância. Tom disse a ele. Greg entrou em posição, e Tom colocou uma luva e ficou em posição atrás de Davey. — Placa da casa está bem na frente de você. Lembre-se que seu pai está em sua equipe, então ninguém está tentando te enganar. — Vá, Davey! Sophia gritou de onde ela sentou com Token na fileira inferior das arquibancadas. — Pronto. Greg disse e puxou para trás seu braço. — Arremesso. Ele jogou a bola, e ela emitiu um som quando se aproximou. Davey balançou e perdeu. Tom pegou a bola e jogou-a de volta. — A culpa foi do seu pai. Disse ele e ajudou Davey a voltar para o lugar. — Mantenha seu ouvido na bola. Pode demorar algumas tentativas, mas não se preocupe com isso. Tom voltou à posição. — Você pode fazer isso, Davey! Gritou Sophia. — Pronto… Disse Greg. Davey balançou e perdeu. — Escute isso. Disse Tom. — Você está acostumado a ver a bola, e é isso que você está tentando fazer. Então use o som para visualizá-lo. Ele pegou o bastão das mãos de Davey, tendo outra idéia. — Talvez nós estejamos movendo demasiado rápido. Seu pai e eu vamos jogar a bola de um lado para o outro. — Ele fez sinal para que Gordy aproximasse Howard. — Basta ouvir a bola enquanto jogamos. Você pode segui-lo pelo som e aprender a reconhecê-lo quando se aproxima. 86

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Davey começou a inquietar-se. — Você aprendeu a bater antes de você perder a visão, não é? Howard perguntou a Davey. — Sim. Ele respondeu. — Então seja paciente. Você vai bater essa bola antes que você perceba. Howard disse, colocando as mãos nos ombros de Davey. — Diga pronto, arremesso como você fez quando estava jogando para Davey. Disse Tom, e Greg acenou com a cabeça. Ele atirou, e Tom pegou. De um lado para outro a bola foi, com Greg dizendo: — Pronto... Arremesso. Uma e outra vez. — Você ouve Davey? Howard perguntou. — Você pode dizer quando está chegando perto. — Eu posso quase ver isso acontecer. Disse Davey. — Bom. Tom se levantou e jogou a bola para Greg. — Tente bater de novo, e desta vez use todos os seus sentidos para tentar fazer contato. Howard se afastou com a ajuda de Gordy, e Tom colocou Davey no lugar. — Pronto... Arremesso. Greg disse e jogou a bola. Davey balançou e perdeu. Tom pegou e atirou de volta. — Tente novamente, basta balançar para o som da bola em vez de o que seu pai diz. Use o som que a bola faz e depois acerte. Tom entrou em posição, e Greg jogou a bola. Davey balançou e conectou, enviando a bola passando a base e rolando para fora do campo. — Eu fiz isso. Davey gritou e então soltou o bastão e correu para a base zumbindo. Ele a alcançou com outro grito. Tom ativou a outra base, e Davey correu até ela, gritando quando a alcançou: — Pai, eu bati na bola. — Você certamente fez. Greg disse. — Você tenta tio Howard. Disse Davey.

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Howard concordou, e Gordy o ajudou a ficar na caixa da massa. Então ele mostrou a Howard como segurar o bastão e balançar. Eles lançaram algumas bolas, e Howard finalmente conectou, enviando a bola rolando ao longo da terceira linha de base. Sophia gritou para Howard correr, e ele correu para a base e, em seguida, caminhou para a outra base quando Tom ativou. — Eu acho que isso é para os jovens. Disse Howard. — Token e eu seremos os mascotes. Eles colocaram Davey em posição, e Greg lançou mais algumas bolas. Alguns foram golpes, mas Davey conseguiu alguns golpes sólidos. As habilidades que ele tinha de Little League foram transferidas lentamente para o novo jogo. — O que é isso? Perguntou um homem, andando do outro campo, estendendo a mão enquanto se aproximava de Tom. — Peter Crawford. Eu sou o treinador dos Tigres. — Tom Spangler. Disse Tom, apertando as mãos. — É beisebol sonoro. Disse ele. — Parece... Diferente. Disse ele. — Eu estive observando você e não consigo entender. Greg entrou da área de lançamento e orientou Davey. Tom viu os olhos de Peter se arregalar quando a compreensão se aproximou dele. — Ele é cego. Sua boca se abriu, e ele olhou para as bases. Tom colocou uma bola na mão. — Tudo é projetado para fazer barulho. Há um número de diferenças do baseball tradicional, mas a idéia é pela maior parte a mesma. Acabamos de pegar o equipamento e estávamos trabalhando com Davey aqui. Ele jogou na liga juvenil até que sua vista desvaneceu-se. — Parece bastante fácil. Disse Peter. — Isso é porque você pode ver a bola. Rebatedores e defensores são cegos. Coletores e lançadores são avistados (enchergam). Atrevo-me a dizer que não é tão fácil quanto parece. — Você está tentando começar uma liga? 88

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— Eu acho que seria legal, mas principalmente eu estou esperando conseguir algumas outras crianças envolvidas para que eles possam se divertir. Explicou Tom. — O equipamento deve ser caro. Comentou Peter. Tom sorriu. — O dinheiro não é um problema, não para isso. É sobre permitir que os miúdos joguem e que não tem oportunidade de outra maneira. Algumas das organizações de apoio a cegos na área estão divulgando o que estamos fazendo. Tom puxou sua carteira e extraiu um de seus cartões. — Vou deixar a liga saber. Talvez eles possam ajudar. Peter pegou o cartão e o guardou no bolso. Tom apertou a mão e voltou para o grupo. — Você quer mais? Perguntou Tom. Davey obviamente queria. — Então vamos ao campo. Quando a bola é atingida, o corredor está fora se os jogadores de campo pegar a bola antes que eles atinjam a base. Então seu pai vai levá-lo para o campo, e eu vou acertar a bola em sua direção. Tudo que você precisa fazer é pegá-la. Você pode fazer isso? Perguntou Tom. — Vou tentar. Disse Davey. Greg levou-o para o campo, e Tom bateu a bola. Rolou em direção a ele e passou por ele. Davey correu atrás dela e conseguiu encontrá-la. Ele a ergueu em triunfo. — Eu realmente poderia segui-la. Disse ele. Greg pegou a bola e jogou-a de volta. Tom bateu em outro, e Davey decolou. Ele alcançou a bola mais rapidamente desta vez. — Ele é destemido. Disse Gordy atrás dele. — Eu acho que ele está em casa. Disse Tom, quando Greg lhe jogou a bola. Ele bateu de novo. Ele saltou direto passado Davey e ele se mexeu para pará-la. Tom viu Davey virar e depois cair no chão. Ele viu Greg correndo, mas Davey já estava de pé e indo para a bola. Ele alcançou e segurou alto. — Esta é uma das coisas que ele está perdendo. Ele jogou beisebol antes, e agora ele pode novamente. Tom bateu outro e Davey correu para ele. Desta vez, ele veio com a bola antes que ele chegou por ele. 89

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— Você está facilitando para ele. Gordy disse. — Claro. Ele precisa de confiança para correr e alcançar, e um pouco de sucesso é um grande motivador. Disse Tom, olhando para Howard. — Ele também pode jogar se quiser. — Howard nunca viu beisebol ou qualquer esporte. Duvido que ele sinta a necessidade, mas nós dois estaremos aqui para fazer o que pudermos. Explicou Gordy. Tom pegou a bola que Greg jogou e bateu mais uma vez, esta um pouco mais difícil. Ele zuniu por Davey, e ele correu para pegá-lo. — Ele é muito bom. Greg parecia orgulhoso. Tom concordou com a cabeça. — Vamos chamá-lo de um bom dia. Ele disse. Greg guiou Davey, e eles reuniram todo o equipamento. Sophia correu até Davey, rabo de cavalo voando. — Você foi ótimo. Ela disse e então se virou para Tom. — Você acha que eu poderia jogar também? Isso nunca lhe ocorrera. — Eu não vejo porque não. Nós precisaríamos te comprar uma venda, mas isso poderia funcionar. — Ele se virou para Gordy e Howard. — Fale sobre isso com seus tios, mas seria bom ter outro jogador. Precisamos de seis para uma equipe. — Eu vou. Sophia disse e se apressou para Davey. Os dois conversaram enquanto os homens empacotaram o equipamento e o levaram para o baú de Tom. — Há outras coisas que precisamos? Perguntou Greg, enquanto trazia o último equipamento. — Eu tenho quatro outras bolas, bem como carregadores. Eu estava pensando sobre luvas, mas provavelmente seria melhor se eles usassem suas mãos. Talvez luvas finas para proteção. — E se não conseguirmos mais jogadores? Perguntou Greg. — Vamos descobrir isso. Disse Tom. — Por agora não importa, e se necessário eu vou pedir um monte de vendas e vamos ver se outras crianças estão dispostas a 90

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participar, avistado ou não. Ele fechou o porta-malas. — Por que você e Davey não vêm para minha casa? Podemos almoçar e Davey pode explorar um novo lugar. — Isso seria legal. Concordou Greg. — Vou colocar Davey no carro e seguiremos você. Tom convidou Howard, Gordy e Sophia também, mas eles tinham outro compromisso, então Tom esperou por Davey e Greg e depois entrou no carro e dirigiu a curta distância para casa, certificando-se de que Greg ficou atrás dele. — Esta é sua casa? Perguntou Greg, depois que pararam e saíram do carro. — Eu tenho dirigido por aqui um número de vezes e sempre me perguntei o que parecia por dentro. Greg se virou para Davey. — Você se lembra da casa com muitas cores e da torre redonda? Essa é a casa de Tom. — Legal. Tem quartos redondos? Davey perguntou. — Sim. Venha para dentro e você pode explorá-la. Tom disse, extremamente satisfeito. Ele pegou o braço de Davey, e Greg permitiu que ele guiasse Davey. Uma vez dentro, Tom descreveu a casa para Davey para que ele pudesse encontrar o caminho de volta. Mas o que o fazia mais feliz eram os sons que ouviu de Greg. — Isso é incrível. Como você conseguiu suas mãos neste lugar? Deve ter havido uma linhagem de pessoas querendo obtê-lo. — Não parecia assim quando eu comprei. Eu tive que ter a carpintaria tocada, tapete removido, papel de parede despojado, e em alguns lugares, a pintura removida. Eles tinham feito algumas coisas terríveis para a pobre casa. No escritório. Ele apontou para a sala na frente. — Eles realmente fizeram painéis nas paredes com uma porcaria barata. Foi removido e, em seguida, o gesso foi reparado. As molduras de coroa tiveram de ser fabricadas e substituídas. E o banheiro lá em cima, eram dois quartos, então eu os combinava. — Você deve ter trabalhado aqui por meses. Disse Greg. — Eram muitas pessoas. A cozinha teve que ser feita também, então eu tinha uma dúzia de pessoas trabalhando aqui em um ponto. Mas eu queria que fosse feito, 91

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então as pessoas do banheiro trabalhavam lá em cima, as pessoas da cozinha lá embaixo e outras no meio. Davey tinha feito o seu caminho para a escada e começou a sentir o seu caminho até o corrimão. — Tenha cuidado. Greg disse, e Davey retornou seus passos de volta para Greg. — As janelas são originais? — Sim. Estavam aqui, mas em forma terrível. — Você os mandou para consertar? — Não. Eu mesmo fiz. Eu transformei o porão em um estúdio de vidro. Eu fiz esse tipo de trabalho desde que eu era um adolescente. Eu queria ser o próximo Tiffany, mas é apenas um hobby. Estou trabalhando em uma das janelas da sala de jantar agora. É a última que tenho que fazer. Tom conduziu o caminho para o escritório. — Eu queria ter algo para você fazer. Eu tenho o aparelho de som aqui, e está ligado ao computador. — Está tudo bem. Eu trouxe meu tablete. Davey disse. — Papai carregou um software de voz legal para que eu possa controlá-lo melhor. Tom levou Davey para a cadeira mais confortável da casa. Davey sentou-se e imediatamente se acomodou e começou a emitir comandos para a mesa. Ele tirou alguns earbuds de seu bolso e colocou. — Ele está ouvindo Harry Potter agora. Você realmente abriu as coisas com a coisa audiobooks. Disse Greg. — Isso é bom. Vou mostrar-lhe o resto da casa, se quiser. Tom ofereceu. Greg disse a Davey onde ele estava indo, e então Tom levou Greg de sala em sala. — A lareira tinha sido pintada, e nós encontramos que era castanha sob oito camadas de tinta. Foi necessário muito trabalho para obter essa merda fora, mas valeu a pena. As portas ainda precisam ser desmontadas, mas eu só posso ter um pouco de agitação por vez. Tom terminou. Tom conduziu Greg pela despensa original para a cozinha. 92

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— Enquanto eu tentei restaurar o máximo da casa possível para seu esplendor original, acredito em cozinhas e banheiros modernos. Explicou Tom enquanto entravam na sala. — Não havia nada de original nessa sala. Tanto quanto eu posso dizer, ele tinha sido eviscerado nos anos cinqüenta, então eu usei madeira natural e materiais para fazer um espaço que fosse confortável e não exigente. — Adoro o granito. Disse Greg, e Tom o observou passar a mão por cima. Ele se aproximou e envolveu Greg em seus braços. — Eu queria fazer isso a manhã toda. Disse Tom, e então ele o beijou com força. — Toda vez que eu olhei para você, eu pensei em beijar sua boca doce.Greg riu quando Tom quebrou o beijo. — Essa não era a reação que eu esperava. — Não é você. É que ninguém nunca disse essas coisas para mim. Parecia... Estranho. — Tudo bem. Disse Tom. — Que tal agora? Quando estamos juntos, tenho dificuldade em tirar meus olhos de você. Estávamos jogando o jogo e minha atenção continuava vagando para o arremessador em vez de ficar na bola. Seu instinto no momento era ser agressivo e ir para o que ele queria. Era o que ele estava acostumado a fazer. Mas isso não era o que Greg precisava, então ele recuou um pouco. — Eu tenho essa sensação de que às vezes eu te assusto. — Não assusta, mas eu me pergunto o que você quer. Disse Greg. — Eu não quero nada além de um pouco de seu tempo e atenção. Tom fez um gesto. — Olhe em volta. Eu tenho o bastante. A garagem tem carros que custam mais do que a maioria das pessoas fazem em anos. Posso comprar o que quiser. Mas eu quero o que eu não posso comprar. Tom se recostou contra a ilha da cozinha. — Isso é tão difícil de explicar. Não digo às pessoas o que tenho e onde moro porque não quero que elas gostem de mim pelo meu dinheiro. E ainda no passado eu sempre usei meu dinheiro para conseguir o que eu quero, incluindo o interesse de outras pessoas. Como, encontrar um cara em um clube, e nós sairíamos em alguns encontros. Então eu decidi impressioná-lo, então eu aparecia para o nosso próximo encontro em uma Ferrari. Ele 93

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ficaria impressionado, e eu teria sua atenção, que é o que eu queria. Mas eu tinha estragado o relacionamento. Tom começou a inquietar. — Quase cometi esse mesmo erro no outro dia, mas... — O que você quer Tom? Perguntou Greg. -— Por que você me quer? Eu não sou tão interessante, e eu venho com bagagem. Ele se encolheu quando ele disse a palavra. — Você sabe o que eu quero dizer. — Você tem um bom coração. Disse Tom. — E faz muito tempo que não conheço alguém assim. Ele colocou a mão no peito de Greg. — O que eu quero é a mesma coisa que a maioria das pessoas quer , alguém para se importar comigo por mim. Tom acariciou a bochecha de Greg e depois o cabelo dele. — Eu sei que você tem muita coisa acontecendo em sua vida. Tudo o que estou pedindo é que você me deixe fazer parte disso. — Por que você quer ser parte disso? Minha vida é uma bagunça. No minuto em que eu largar Davey na escola, vou trabalhar e fazer o máximo que posso para que eu possa estar lá quando Davey chegar em casa. Ele toma quase toda a minha energia restante, e uma vez que eu o coloco na cama, eu volto ao trabalho. No meio, há todas as tarefas domésticas e... a vida. — O que você está dizendo? Tom perguntou com um pouco com de medo. — Eu não sei o que estou dizendo, a não ser que minha vida está tão ocupada agora que não tenho tempo nem energia para muito além do Davey, trabalho e me manter. Tom abriu a boca para dizer que podia ajudar, mas parou. Ele estava prestes a cometer outro de seus erros. — Que tal levarmos as coisas um dia de cada vez? Passamos ontem na praia e hoje jogamos no parque. Ambos foram divertidos. Greg suspirou. — Sim. Mas nem um encontro ou qualquer tempo sozinho. Foi com Davey e outros amigos. Eu não posso ver-nos ficar muito tempo sozinho. São muitas as exigências do meu tempo. Greg fechou os olhos e Tom suspeitou que Greg estivesse se sentindo oprimido. 94

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Um telefone tocou, e Tom tirou o celular do bolso. Greg fez o mesmo e gemeu alto. — O que é? Perguntou Tom. — A mãe de Davey está vindo para a cidade para vê-lo. Disse Greg. — Isso é bom. Talvez ela queira fazer parte de sua vida, e você pode resolver as coisas com ela. Sugeriu Tom. Greg sacudiu a cabeça definitivamente. — Não. Eu não sei por que ela está vindo, mas se a conversa que tive ontem é uma indicação, esta visita não vai ser boa. O telefone tocou novamente. — Ela está perguntando onde ela pode ficar. — Diga a ela para ir para o Hampton Inn. Tom respondeu. — Eu sei o que você está pensando, mas você não tem que colocar a sua ex-mulher em sua casa. Se as coisas correrem tão mal como você suspeita, então você não teria saída. É melhor mantê-la a distância de você e Davey. Greg mordeu o lábio inferior e, em seguida, digitou em seu telefone e enviou a mensagem. Quando o telefone tocou novamente, Greg leu a mensagem e depois mostrou o telefone para ele. Tom leu o que ela tinha enviado e disse. — Mais uma razão. Ela tem problemas de gerenciamento de raiva. E não exclua esses textos. Você pode precisar deles. — Devo responder a ela? — Eu não faria. Deixe que ela no ar e ela vai ter a idéia. Se ela ligar, deixe passar para o correio de voz. — Ela é a mãe de Davey. — Quem não faz parte de sua vida há anos. Respondeu Tom. — Você não deve nada a ela. Se você quiser responder, pergunte a ela quando ela estará aqui e diga a ela que ela precisa ligar antes que ela venha. Você e Davey têm compromissos e um horário que não pode ser alterado. Greg começou a responder e fez uma pausa. — Você sempre faz isso? — Fazer o que? 95

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— Assumir o controle desse jeito? Greg esclareceu. — Não que sua idéia não seja boa. — É uma das minhas muitas falhas. Eu sempre acho que tenho a resposta para os problemas dos outros, mas raramente vejo as respostas aos meus com tanta clareza. Disse Tom, quando Greg enviou o texto. — Eu adicionei que nós podemos jantar quando ela chegar. Quero parecer firme sem ser mau. Disse Greg. — Mesmo que ela possa ser abrasiva, ela está vindo para ver Davey, e ele deve conhecer sua mãe além de um telefonema ocasional. Tom assentiu com a cabeça. — Viu? Você tem um bom coração. O texto que Greg recebeu em resposta foi muito mais civilizado, explicando quando ela estava chegando e perguntando quando ela seria capaz de ver Davey. Greg respondeu e voltou a colocar o telefone no bolso. — Como eu estava dizendo, você foi legal com ela mesmo quando ela foi rude e agressiva. Eu seria igualmente rude e insistente de volta, mas você foi gentil. Tom sorriu. — Papai. Chamou Davey. Tom se afastou, e eles caminharam em direção à sua voz. Davey estava no corredor. — Eu sinto muito. Ele virou para onde tinha acabado vir, e Greg viu o tablete no chão. — Eu ouvi quebrar. Ele escorregou do meu colo e eu não peguei a tempo. Tom entrou no escritório. O vidro estava rachado em vários lugares. Funcionaria, mas era claramente inutilizável. — Está tudo bem. Vamos pegar outro. Talvez o tio Howard possa sugerir o que podemos conseguir. Greg colocou os braços em torno de Davey para acalmá-lo. — Eu tenho um que ele pode usar. Tom ofereceu. — Howard instalou alguns dos comandos de voz e software de reconhecimento sobre ele há alguns meses para fins de teste. São alguns anos mais velhos do que o que você tinha, mas você vai poder usar até você conseguir outro. Tom abriu a gaveta da mesa e encontrou o tablete junto 96

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com o carregador. Ele ligou-o perto da cadeira de Davey, imaginando que a bateria provavelmente estava muito baixa ou estava morta. Então Tom ligou e esperou que ele inicializasse. — Você precisa ter cuidado com o cabo. Explicou Tom, guiando a mão de Davey para que ele soubesse onde estava. Tom então ligou as funções de leitura de tela e de comando de voz. — A voz tem um nome? Como Siri para iPhones. Davey perguntou. — Ralph. Tom respondeu. — Seu tio Howard tem um verdadeiro senso de humor. Basta seguir as instruções. Ralph o guiará. Tom saiu da sala e Greg o seguiu. — Você não tem que deixá-lo usar seu tablete. Veja o que ele fez com o outro. — É mais velho, e ele não vai derrubá-lo. Dano era a última coisa em sua mente. — As coisas vão quebrar. Pergunte a Howard. Ele vai te contar sobre coisas que ele quebra. Ele vai com o território, e a menos que você limpe seu ambiente de tudo, vai acontecer. Eu não manteria um vaso de Ming ao redor de Davey, mas... Tom riu. — Ele tem dez anos. Ele quebraria as coisas se pudesse ver ou não. Eu fiz. Leve o tablete para casa. Ainda está funcionando. Você provavelmente pode tirar os dados dele e depois transferi-los para o próximo. — Como você pode ser tão paciente? Perguntou Greg. Tom fez sinal para o sofá, e Greg se sentou. — Ele é um ótimo garoto, e a verdade é que eu sempre quis ter um filho, mas nunca tive a chance de começar uma família. Eu pensei sobre isso mais de uma vez, mas eu não ia fazer isso sozinho. Criar uma criança adequadamente é difícil o suficiente. Minha familia não concordaria com isso, mas eles tinham pessoas que aliviaram a carga e colocaram distância entre nós. Eu não quero fazer isso. — Então você espera ter um bebê algum dia? Greg perguntou com um sorriso. — Eu conheci alguns caras que descobriram que eu tinha um filho e correram para as colinas. — Sim, posso imaginar isso. Tom pensou em Skip em Nova York, que preferia morrer a se aproximar de uma criança de qualquer tipo. — Eu gostaria de ter um filho 97

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meu se as coisas derem certo. Se não dão, eu posso viver com isso também. Às vezes a vida joga da voltas. Fez para Howard quando ele pegou Sophia. Eu sei que ele não se arrepende por um segundo, mas ele me disse que foi uma decisão difícil para ele. Não que ele não quisesse Sophia. Ele queria. Mas era difícil para ele decidir por causa do que ele achava que era melhor para ela... — Porque ele era cego. Greg terminou. — Ele me contou sobre isso uma vez. — Então você sabe que não tem nada com o que se preocupar com Davey. Ele será tão capaz quanto Howard e tão capaz de ter uma vida plena e rica, onde ele será amado e cuidado da maneira como Howard é. — Como nós voltamos a isso? Greg perguntou. — Eu sou astuto e eu estou tentando fazer um ponto. Você merece a mesma coisa. Tom mudou de sua cadeira para o assento ao lado de Greg. — Davey não pode permitir que sua cegueira dite tudo em sua vida, e você não pode permitir que dite asua também. — Certo. Greg disse. — Você fez a seu ponto. — Bom. Agora eu tenho que enfatizar isso. Tom retrucou e beijou-o. Agora não era a hora de levar as coisas adiante, mas Tom se certificou de que Greg entendesse que ele estava disposto, mais do que disposto, sofrendo por fazer exatamente isso. Mas não podia. Tom sufocou um gemido e se inclinou contra Greg. Davey saiu do escritório, sentindo o caminho. — Dê seis passos e você estará do outro lado do corredor. Apenas siga minha voz e você entrará na sala de estar. — Tom continuou falando até Davey se aproximar do sofá. Então ele o dirigiu para a cadeira. — Você está indo muito bem. Você está com fome? Eu posso conseguir algo para comer e beber. Ele deveria ter pensado nisso antes. Ter Greg por perto tinha mexido seu cérebro. Ele se levantou e correu para a cozinha. Havia lanche na geladeira, mas ele desejava ter planejado algo melhor. Ele encontrou alguns tacos pequenos no freezer, colocou alguns em uma forma, e colocou-

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os no forno. Então ele pegou alguns pratos e bebidas antes de começar a levar as coisas para a sala de jantar. Ele imaginou que seria mais fácil sentar e comer na mesa. — Ela estará aqui na terça-feira. Ele ouviu Greg dizer a Davey. — Por que ela está vindo? É porque eu não consigo ver? Davey perguntou. — Acho que sim. Disse Greg. — Então ela pode ficar longe. Eu não quero que ela venha. — Ele cruzou os braços sobre o peito. — Davey. Greg disse calmamente. — Ela está vindo de longe. — Mais de dois anos, pai. Ela não me viu há mais de dois anos. Disse ele dramaticamente. — Agora ela só vem porque eu sou cego. Bem, ela pode me deixar sozinho por tudo o que me importa. Não a quero aqui e não vou a lugar nenhum com ela. — Nós não falamos dessa maneira. Greg repreendeu, mas Tom captou sua expressão e viu que Greg estava fazendo o melhor para não rir. — E eu não estou mais feliz do que você, mas precisamos ser gentis. Ela é sua mãe. Espero que ela não vá ficar muito tempo, e então as coisas vão voltar ao normal. Eu disse a ela que não estamos mudando nossa rotina, então você ainda vai para terapia e suas aulas para cegos. Greg sorriu para ele. Tom assentiu enquanto terminava de descarregar a bandeja e voltou para a cozinha. Ele esperou até que os tacos estavam prontos, em seguida, transferiu-os para um prato e trouxe o último de um almoço leve para a sala de jantar. Greg trouxe Davey para a mesa e passou alguns minutos fazendo o seu prato e explicando onde tudo estava. Então todos começaram a comer. — Eu não sei por que ela tem que vir. Davey disse. — Você não quer passar tempo com sua mãe? Perguntou Tom. — Por quê? A última vez que tudo que ela fez foi me dizer o que fazer e agir como uma mandona. Ela não queria fazer nada divertido e então ela se foi, sem um telefonema ou nada. Ela mora na Flórida, a menos de um par de horas da Disney 99

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World, mas ela me convida para lá? Não. Eu pedi e ela disse que estava muito ocupada. Então estou muito ocupado para ela. — Uau. Tom balbuciou, e Greg revirou os olhos. — Joyce tem sido muito impulsionada desde o divórcio. Explicou Greg. Tom se perguntou por que ele estava dando desculpas para ela. Greg provavelmente estava tentando ser legal, mas ainda assim Tom ficou curioso. Ele estava se tornando cada vez mais interessado em conhecer essa mulher. Ela não podia ser toda ruim; Ela deu à luz a Davey. Mas Greg tinha sido o único a educá-lo, então talvez ela não merecesse qualquer crédito, afinal. — Coma seu almoço e se preocupe com sua mãe mais tarde. Davey franziu o cenho, mas lentamente começou a comer. Ele estava realmente muito mais apto do que ele tinha sido a primeira vez que Tom tinha ido jantar com eles. — Eu não gosto dela. — OK. Você não precisa gostar dela. Greg concordou. Eles comeram em silêncio por um tempo. — Quando podemos jogar beisibol novamente? Davey perguntou. — Você acha que pode conseguir mais jogadores? — Que tal quarta-feira à noite depois que seu pai chegar em casa do trabalho? Tom sugeriu, falando para Davey, mas olhando para Greg, que assentiu. — Se o tempo estiver bom. Vou ver se tio Howard e tio Gordy podem trazer Sophia para que ela possa jogar também. Isso pareceu fazer Davey esquecer o negócio sobre sua mãe, pelo menos por um tempo, e ele falou sobre o jogo durante o resto do almoço. No meio da tarde, Greg e Davey se prepararam para partir. Tom disse adeus a Davey, que o abraçou e agradeceu por deixá-lo jogar beep ball. — Chame-me, ok? Tom pediu, e Greg assentiu. — Talvez na próxima sexta-feira. Posso ver se Gordy ou Ken podem cuidar de Davey. Greg disse animadamente. — Felizmente Joyce não vai ficar muito tempo e as coisas podem voltar ao normal. 100

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Tom puxou Greg para um abraço, segurando-o firmemente. — Não deixe ela chegar até você. Eu estarei aqui se você precisar de mim ou apenas quiser conversar, e se nada mais, eu vou te encontrar no parque às sete na quarta-feira. — Ele beijou Greg e depois o deixou ir. "Eu falo com você em breve. Greg guiou Davey em direção à porta. — Obrigado por me deixar usar o tablete. Davey disse enquanto saíam da casa. — Não há problema. Tom respondeu. Ele acenou para Greg e observou enquanto Davey entravam no carro e saíam. Tom fechou a porta e percorreu as salas de estar e de jantar, cuidando dos pratos e levando-os para a cozinha. Ele carregou a máquina de lavar louça e começou a correr, em seguida, apagou as luzes e perambulou pela casa. Ele amava o lugar, mas até agora, ele não tinha percebido como a casa era grande, ou como era vazia. Tendo Greg e Davey lá tinha enchido a casa de vida por algumas horas, mas agora só parecia grande e tranquila. Precisando de alguém para conversar, Tom decidiu pegar todas as fofocas de Nova York e pegou o telefone. Ele olhou para Skip em seus contatos e pressionou enviar. Foi bem depois do meio-dia, então ele deveria estar acordado. Tom sorriu quando seu telefonema foi respondido, e sorriu quando Skip gritou de prazer ao ouvir sua voz. Ele amava sua vida aqui e não tinha nenhum interesse em voltar para Nova York, mas às vezes ouvir sobre coisas familiares o acalmava, e depois de dois anos de convites, ele finalmente convenceu Skip para vir para uma visita. Tom não tinha certeza do que Skip iria pensar dessa cidade "no meio do nada", como disse Skip. — Então eu vou conhecer esse namorado com uma criança? Skip perguntou com uma risadinha. — Eu não posso acreditar que você está namorando um cara que tem uma criança de dez anos. — O que é tão difícil de acreditar? Perguntou Tom. — Eu sempre gostei de crianças. — Club kids, mas não crianças. Skip disse. 101

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— Eu não sou o mesmo que eu era então. Tom explicou. — As coisas não são as mesmas aqui. É difícil descrever, mas eu me sinto como um adulto aqui. Viver em Nova York era como morar na Disneyland. Aqui eu me sinto como um adulto e posso fazer a diferença. Nova York é enorme, e tudo acontece tão rápido e acontece com você. Aqui, eu posso fazer a diferença. Você verá quando você vier. — Sim, ok, eu vou, mas eu ainda não consigo ver você namorar um cara com uma criança. Um garoto cego, nada menos. — Skip. Disse Tom, advertindo. — Eu não estou sendo rude. Só estou surpreso, só isso. Deve ser um garoto e tanto. Disse Skip. — Pense nisso: ele e seu pai descobriram que ele estava perdendo a visão há cerca de três meses, e então, há algumas semanas, ele ficou quase cego. Agora, Davey diz que raramente vê. Tudo isso dentro de um curto período de tempo. E ele está se adaptando e aprendendo a lidar e adaptar-se. Ele é surpreendentemente incrível, e o papai também. Greg guia Davey sem tentar dominá-lo. Ele é um pai maravilhoso e tem um coração incrível. — Ah, merda. Skip disse. — Você está se apaixonando pelo cara, não é? Não responda, porque você vai querer dizer que não é, e eu posso ouvir a verdade em sua voz. Pelo menos me diga que ele é bom na cama. Tom não respondeu imediatamente. — Merda. Skip continuou. — Ele é tão ruim assim? — Skip, nós não... Tom começou, e ele ouviu o silêncio completo do outro lado da linha. — Dupla merda. Você está se apaixonando por um cara com quem nem sequer teve relações sexuais? O telefone chiou, e Tom olhou para a tela, pensando que eles haviam sido desconectados, mas a chamada ainda mostrava-se ativa. — Estou procurando vôos agora mesmo.

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— Este não é o fim do mundo. Disse Tom, mas sabia que era inútil. Uma vez que Skip começou o seu drama, não havia como detê-lo. — Estamos explorando as coisas. — Por favor. Um dos meus melhores amigos está caindo de cabeça para um cara, e ele nem sequer descobriu se ele é bom de cama. E se ele não for? Você vai começar a dizer coisas como não é tão importante ou é como os sentimos superam isso, ou alguma outra podridão como essa. — Skip, isso não é necessário. — Oh, sim, é. Disse Skip. — Sim, há um vôo na manhã de terça-feira. Tenho de mudar de avião em Detroit. Yuck, eu odeio esse aeroporto! Mas eu estarei lá antes do meio-dia. Preciso de um carro, ou posso usar um dos seus? Vou enviar-lhe os detalhes em alguns minutos. Há algo que você quer que eu leve? Vou parar no Zabar's e pegar algumas provisőes. Lá estamos, esta tudo pronto. Chego às onze da manhã de terçafeira. Skip finalmente parou de falar. — Você está sem fôlego? Isso foi um grande trecho, mesmo para você. — Tom sorriu. Skip sempre imaginou que se a outra pessoa não conseguia falar uma palavra, então eles não poderiam discutir e ele iria conseguir o seu caminho. Tom sempre tinha imaginado que Skip poderia falar e fazer o caminho para a paz no Oriente Médio. Ambos os lados desistiam e dariam a ele o que ele queria simplesmente para fazê-lo parar de falar. — E se eu tivesse planos? Skip zombou. — Você já teria me dito. Vamos, Tom, eu te conheço, e já faz muito tempo. Ele fez uma pausa. — Estou ansioso para vê-lo. OK? — Você é impossível. Tom provocou. — Eu estou ansioso para ver você também. Tom desligou o telefone, se sentindo melhor e se perguntando em que diabos ele tinha se metido. Seria uma semana muito interessante. Ele esperava que todos os planos não explodissem em seu rosto. Terça-feira de manhã, perto das onze horas, Tom dirigiu até o aeroporto e estacionou no estacionamento. Ele entrou no pequeno terminal e olhou para a placa. 103

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Seis vôos foram exibidos, e o voo de Detroit mostrou eu chegaria na hora. Alguém tinha tido a premeditação de colocar cadeiras de balanço na área de espera, e Tom se estabeleceu em um, observando a área de chegada. Não demorou muito para ouvir a voz animada de Skip ecoando pelo terminal. Então o viu, andando ao lado de uma mulher alta. Os dois estavam falando para frente e para trás enquanto outro homem seguia calmamente, olhando para eles a cada poucos segundos e depois voltando sua atenção para o telefone. Skip disse adeus e se separou, correu, abraçou-o com força, e depois o beijou na bochecha. — Eu fiz isso e em uma só peça. Eles nos colocaram neste avião minusculo. Era tão pequeno que nem sequer era de primeira classe. Tom esperou Skip rir, mas estava falando sério. — Eu conheci uma mulher interessante. Ela está aqui da Flórida para visitar seu filho, e como não havia mais nada para fazer, ela e eu conversamos durante a maior parte do vôo. Ela está viajando com algum médico. Ofereci para trocarmos de assentos, mas não parecia se importa. Ele passava o tempo com a cabeça enterrada no laptop ou mexendo nos papéis. Perguntei se ele era seu marido, mas ela balançou a cabeça e piscou para mim. Skip riu. — Um médico que faz chamadas domésticas, ou talvez chamadas de boto. Eles caminharam até a bagagem. — Estou feliz que você tenha feito uma boa viagem. Disse Tom. — Não foi ruim. Os vôos mantiveram seu horário, e eu parei para uma bebida em Detroit, que fez as coisas suportáveis. Disse Skip. — O aeroporto é um pouco pequeno. — E a cidade, Skip. Disse Tom. — Há uma universidade, mas principalmente esta é uma cidade pequena. A esteira começou a se mover, e as malas começaram a aparecer. Foi fácil localizar as de Skip's. Seu conjunto de bagagens de Louis Vuitton se destacava das demais. — Quanto tempo você está planejando ficar? Tom perguntou enquanto arrastou a segunda mala da esteira. — Apenas alguns dias, mas eu trouxe guloseimas que encheram este saco, e eu não sabia o que estaríamos fazendo, então eu trouxe roupas para cada ocasião. 104

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— Tenha uma estadia agradável. A mulher disse a Skip quando passou. — Você também, Joyce. Disse Skip. Tom quase deixou cair a mala que estava carregando. — O que? Tom engoliu em seco. — Vamos para o carro. Ele liderou o caminho para fora do terminal para onde ele tinha estacionado o carro. Depois de colocar as malas no portamalas, elas entraram. Tom ligou o motor e ligou o ar para iniciar o resfriamento do interior. — Ok, me diga o que você e aquela mulher falaram. Ela disse por que ela estava aqui e para que fosse o médico? — Ela disse que estava aqui para visitar seu filho e que tinha convencido seu médico amigo para vir junto. Ele disse que tipo de médico ele era, mas eu não consigo lembrar a palavra. Não importava; Ele era um peixe morto, mas ela era interessante. Por quê? O que está acontecendo? — Eu não tenho certeza, mas eu acredito que ela é a ex-esposa de Greg e o filho que ela está vindo para visitar é Davey. Eu tenho um mau pressentimento sobre isso. — Se ela é a mãe do garoto... Disse Skip. — Se o que Greg diz é verdade, então ela faz minha mãe parecer um santo e a sua a mãe do ano. Pelo menos as nossas estavam por perto. Greg foi capaz de provar durante o divórcio que ela só queria Davey para receber a pensão da criança, e à excepção de alguns cartões e presentes, seu único filho não a viu em anos. Agora ela aparece com um médico no reboque. Ela ta planejando alguma coisa. — Ok. Skip voltou para o banco. — O que você vai fazer? Tom colocou o carro em sentido inverso e saiu do estacionamento. — Nós vamos levar suas coisas para a casa, e então eu vou ligar para Greg e deixá-lo saber o que está acontecendo. — Por que não faz agora? — Porque eu preciso de uma chance de pensar, e a pequena viagem de carro até em casa vai me dar isso. Disse Tom, saindo do aeroporto e depois dirigindo tão rápido quanto ousava os poucos quilômetros até sua casa na cidade. 105

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— Lugar agradável. Disse Skip quando Tom entrou no carro e depois para a garagem, estacionando fora da última porta. Tom abriu o porta malas e então entregou a Skip as chaves. — Você pode dirigir isso enquanto estiver na cidade. Eles levaram as malas para dentro, e Tom ligou para Greg, mas a chamada foi para o correio de voz. Enquanto Skip se acomodava, Tom andava de um lado para o outro na sala de estar e depois tentava de novo. Foi para correio de voz mais uma vez. — Greg, é o Tom. Por favor, me ligue. — Você conseguiu? Skip perguntou, descendo as escadas. Tom sacudiu a cabeça. — Este lugar é incrível. Você me descreveu isso, mas eu não tinha idéia. Você poderia transformar isso em um bed-and-breakfast. Tom sorriu. — Perfeito. Vou contratá-lo para limpar os banheiros e fazer as camas. Vou arranjar-te um uniforme de empregada. — Não há necessidade de ser maldoso. Disse Skip. — Eu só quis dizer que esta casa é cama-e-café da manhã de qualidade. — Obrigado. Tom disse, pegando seu telefone e tentando novamente. Sem resposta. Ele desligou quando a mensagem veio. — Vamos. Disse ele. — Nós vamos dirigir até lá e ver o que está acontecendo. Tom trancou a porta da frente e abriu caminho pela casa e pela porta da cozinha. Eles andaram a curta distância até a garagem. — Vá em frente e puxe o BMW para dentro. Tom disse, levantando a porta. Ele levantou outra porta e caminhou até a Ferrari vermelha. Abriu a porta e entrou no banco do motorista. Uma vez que Skip tinha puxado o carro dentro da garagem e fechado a porta, ele entrou no assento do passageiro da Ferrari e dobrou-se. O motor ganhou vida com um rugido, e Tom saiu do carro e apertou o botão para abaixar a porta da garagem. Então ele recuou a unidade e para a rua, virou o carro em marcha e saiu em direção ao Greg. — Você poderia me deixar dirigir isso ou o Lamborghini em vez do Beemer. Disse Skip. 106

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Tom simplesmente franziu o cenho e acelerou. Alguns minutos depois, eles pararam na entrada de Greg. Tom desligou o motor e saiu, então caminhou até a porta da frente. Ele não tinha certeza se alguém estava em casa, então ele foi em frente e tocou a campainha. A porta se abriu e Greg piscou para ele. —- Tom, eu não estava esperando você. — Eu tentei ligar, mas eu só tenho o correio de voz. Disse ele. — Eu devo ter deixado meu telefone no quarto enquanto eu estava preparando as coisas para Joyce. Entre. Greg disse, empurrando a porta. — Este é meu amigo Skip, de Nova York. Este é o Greg. Davey está na aula? Tom perguntou, e Greg assentiu. — É bom conhecê-lo. Greg disse para Skip enquanto apertavam as mãos. Tom foi direto ao ponto. — Skip chegou faz puco, e acredito que ele compartilhou o vôo com Joyce. A coisa é, ela estava viajando com um médico. Desde que eu não poderia te pegar no telefone, eu pensei que seria melhor deixá-lo saber. Eu não sei o que ela está fazendo. — Obrigado. Desculpe-me um minuto. Greg saiu da sala e voltou um minuto depois com seu telefone. — Não queríamos incomodá-lo, mas eu estava preocupado. Admitiu Tom, aproximando-se um pouco mais. Ele se inclinou e deu a Greg um beijo suave nos lábios. — Está tudo bem. Ainda esta tudo certo para amanhã? Davey tem falado sobre o beisibol por dias. Eu juro que ele foi a todos os sites que ele pode encontrar para tentar aprender mais. — Claro. — Ken e Patrick vão assistir Davey no próximo sábado à noite. Ele, Hanna e Sophia planejaram uma festa do pijama, então eu estava pensando... Tom puxou Greg em seus braços e o beijou novamente, desta vez mais profundo e com muito mais energia. 107

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— Acho que você aprova. — Uh-huh. Tom murmurou. — Vou levar Skip, mas se algo acontecer e precisar de ajuda, basta ligar. Posso voltar aqui em alguns minutos se precisar de mim. — Obrigado. Tenho certeza que vou ficar bem, mas agradeço a oferta. Greg voltou seu beijo, e Tom se virou para sair. — Vejo você amanhã no parque. Howard disse que o Lions Clube da cidade encontrou algumas outras crianças que estavam interessadas em brincar, então eles passaram o convite. — Excelente, vejo você então. Disse Tom. — E eu estava falando sério antes. — Eu prometo se eu precisar de alguma ajuda, eu vou ligar. Disse Greg com um pequeno sorriso. Tom e Skip saíram da casa e caminharam até o carro, depois deslizaram para os assentos de couro. — Você fez a coisa certa. Disse Skip. — Você não pode forçá-lo a permitir que você ajude. Skip se mexeu no assento baixo. — Ele tem seu orgulho, e você não estaria interessado nele se ele não tivesse uma certa quantidade de força interior, então não se preocupe. Tom acenou com a cabeça e ligou o motor, depois saiu do carro, desejando que se sentisse melhor com isso.

Capítulo Sete Greg observou Tom e seu amigo saírem e fechou a porta. Ele sorriu, satisfeito com a preocupação e cuidado que Tom tinha mostrado com ele e Davey. Ele correu para lhe dizer o que descobrira. Isso foi muito atencioso e disse a Greg um pouco. Ele tinha sido relutante e distante tanto quanto Tom tinha se preocupado, ele sabia disso, mas agora ele estava pensando que ele poderia ter estado errado. Talvez, se 108

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permitisse pensar, talvez os sentimentos de Tom fossem reais. Ele tinha que ter certeza, não só por causa dele, mas por Davey. Greg sabia que estava desenvolvendo sentimentos por Tom, mas ele se recusou a nomeá-los. Fazer isso lhes daria poder, e ele não estava preparado para isso. Ele estava disposto a fazer o que Tom havia dito na última vez em que estavam juntos e levar as coisas um dia de cada vez. Ele podia fazer isso. Mas foi justo para Davey? Greg voltou para seu escritório. Ele tinha muito trabalho a fazer. Ele se sentou e olhou para o desenho na tela do computador. Tudo parecia distante e estranho. Ele não conseguia se concentrar no que estava ali, sua mente voltando para Tom. Davey o adorava, e Greg estava satisfeito, mas essa adoração poderia ter um custo se as coisas não funcionassem com ele e Tom. Não só Greg poderia se machucar, mas Davey também poderia, e Greg não poderia ter isso. Davey já estava bastante magoado. Greg verificou a hora. Ele tinha que pegar Davey em uma hora, então ele desistiu do trabalho e decidiu que ele poderia muito bem fazer algumas coisas em casa. Então espanou e aspirou por um tempo, mas acabou colocando tudo fora e olhando para o espaço ao seu redor. Muitas vezes ele se perguntava se ele deveria arrumar as coisas por causa de Davey, remover coisas que ele poderia quebrar ou danificar. Ele pensou em fazer isso agora, mas não o fez. Esta era sua casa, e se Davey poderia vê-los ou não, ele queria ele cercado por imagens e memórias das coisas que eles tinham feito juntos. E se Davey não pudesse vê-los, ainda faziam parte de sua casa, e Davey saberia que eles estavam lá. Mais importante ainda, Davey saberia se tivessem saido. Greg não tinha certeza de quando tinha começado, mas Davey estava se tornando tão perspicaz quanto Howard. Greg se abaixou para o sofá e aproveitou o silêncio por um tempo. Quando chegou a hora, ele se levantou e saiu de casa para pegar Davey na escola. Às vezes as aulas incluíam-no, mas agora os professores queriam trabalhar apenas com Davey. Quase chegara ao carro quando o telefone tocou. Sem olhar, ele sabia que era Joyce. 109

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— Olá. Greg disse calmamente. "Eu entrei na cidade e eu queria saber quando eu poderia vir e ver Davey. Joyce começou sem preâmbulo. — Eu vou pegar Davey das aulas agora. Deveríamos estar de volta em meia hora, então você pode vir atéema casa. Disse de forma nivelada, decidindo manter todas as perguntas para si mesmo por enquanto. Imaginou que seriam respondidas a tempo. — Nós não temos planos para o jantar, então se você gostaria de se juntar a nós, eu tinha planejado levar Davey para um dos restaurantes locais. Ele ia ser hospitaleiro, mas ele não queria que ela gastasse nenhum tempo além do que o necessário sob seu teto. — Eu pensei em levá-lo para jantar. Joyce disse agressiva como sempre. — Como eu disse você é bem-vinda para se juntar a nós para o jantar. Greg repetiu. — De qualquer forma, eu preciso pegar Davey. Você pode passar em meia hora, se quiser. — Tudo bem. Ela concordou, e Greg desligou. Então ele entrou no carro e dirigiu para um pequeno edifício de tijolos. A escola era composta principalmente por voluntários e usava espaços da sala de aula doados pelo distrito escolar local. Ele saiu e entrou, indo para o escritório. Eles sabiam quem ele era, e Davey se juntou a ele alguns minutos depois. — Como foi a aula? — Ótima. Disse ele. — Estou aprendendo muito sobre ouvir. — Estamos começando aulas em Braille no outono, e achamos que Davey vai fazer tudo bem. Disse a instrutora de Davey, Christine. — Ele está indo muito bem, e acreditamos que ele deve ser capaz de assistir a algumas aulas regulares quando a escola começar. Ele vai precisar de atenção especial e apoio, mas isso pode ser fornecido. E uma vez que ele aprende Braille, ele pode ser configurado com os mesmos livros didáticos que os outros alunos.

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— Isso é excelente. Disse Greg. — Eu sabia que você faria bem. Disse ele para Davey. — Temos alguns exercícios que você pode fazer com ele em casa para ajudar a fortalecer suas habilidades. Christine disse, entregando a Greg uma folha de papel. — Ele nos disse que vai jogar beisebol beep(sonoro)? O instrutor soou céptico. — Beisebol beep é projetado para jogadores cegos. Estamos apenas começando. Você seria bem-vindo para assistir se quiser. Nós nos encontraremos no Grafton Park amanhã às sete. Principalmente o que fazemos é praticar e se divertir. Mas nós gostaríamos de desenvolver uma equipe. Ela ainda não parecia convencida. — Confira na Internet. Há até uma liga. Davey estava na Little League. Acrescentou, e Christine assentiu seus olhos brilhando com o que Greg entendia. — Você está pronto para ir? Ele perguntou Davey, e ele deixou Davey liderar o caminho para a saída do edifício. — Mamãe chegou aqui? Davey perguntou uma vez que eles estavam no carro. — Sim. Provavelmente ela estará em casa quando chegarmos lá. Davey definitivamente não se sentira bem com a idéia de sua visita. — Apenas seja agradável. Eu disse que ela poderia ir jantar conosco no jantar se ela quisesse. Davey cruzou os braços sobre o peito e não disse nada enquanto voltavam para casa. Ele não precisava; Sua linguagem corporal gritou que não queria ir para casa. Greg tinha propositadamente não mencionado nada a Joyce sobre a hostilidade de Davey. Deixe-a ver o que ela tinha feito para Davey e como ela se alienou de seu filho. Talvez Greg devesse ter dito algo. Ele tinha se debatido em dizer a ela, mas no final ele decidiu deixá-la ver por si mesma. — Ainda estamos indo para o restaurante? Davey ainda não parecia feliz. — Sim. Eu convidei sua mãe para vir. Greg repetiu, recebendo uma careta em troca. Tom parou na casa hoje cedo. Ele tem um amigo, Skip, de Nova York, mas eu

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posso ligar e ver se eles querem vir também. Isso não ia ser bonito, e algum apoio podia ser bom. — Ok. Davey disse, relaxando um pouco. — Tom é seu namorado agora? — Eu gostaria de pensar assim. Nós não falamos sobre isso. Disse Greg. Mas Tom certamente agia como seu namorado, e Greg gostava da idéia. — Se fosse, estaria tudo bem com você? — Sim. Tom é muito legal, e acho que ele gosta de você. Disse Davey. — Ele fala com você diferente do que quando ele fala com qualquer outra pessoa. Sua voz fica mais baixa, e é como se ele estivesse falando com você mesmo quando há uma sala cheia de pessoas. — Davey disse. Greg continuou dirigindo. Ele sabia que Davey tinha algo que estava correndo pela cabeça, mas Greg tinha que deixá-lo dizer isso em seu próprio tempo. — Eu quero que você seja feliz, papai. Eles fizeram a curva para a rua deles, e Greg puxou o carro da estrada e parou. Ele colocou em ponto morto e tirou o cinto de segurança. Então ele se inclinou sobre o assento. — Eu quero que você seja feliz também. Você é a pessoa mais importante do mundo para mim. — Eu não quero ir a qualquer lugar com a mãe. Quero ficar aqui com você. — Claro que você vai ficar aqui comigo. O que faria você pensar que não seria assim? Greg perguntou. — Bem, eu estive com você há muito tempo, e eu pensei que poderia ser a vez da mamãe agora. Você também tem um namorado agora, e você precisa de tempo com ele. Então eu pensei que você me mandaria embora com a mamãe para que pudesse estar com Tom. Davey parecia tão pequeno, e Greg sentiu lágrimas nos olhos dele. — Nunca. Você é meu filho e você vai ficar comigo. Não vou mandar você para a Flórida ou para qualquer outro lugar. Esta é a sua casa, aqui. Ele abraçou Davey apertado. — Tenho uma boa idéia de por que sua mãe decidiu vir para uma visita agora, e eu quero que você seja legal porque ela é sua mãe. Mas você não precisa 112

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fazer nada que não queira. Ela provavelmente estará esperando por nós, se eu conheço Joyce, então vamos conversar e descobrir o que ela quer. Eu disse que ela pode ir para jantar, e ela é bem-vinda, mas depois disso cabe a você. Se você não quer mais vê-la, diga isso. — Mas e se ela ficar brava com você? As crianças na aula disseram que ela o culparia por me virar contra ela. Disse Davey. — Eu posso cuidar disso. Não se preocupe com o que sua mãe pensa de mim. Você é velho o suficiente para começar a tomar algumas decisões por si mesmo. Então você começa a decidir o que quer e com quem gasta seu tempo. Greg abraçou Davey mais uma vez. — Agora, vou ligar para Tom e pedir-lhe para vir para o jantar, e depois vamos para casa e enfrentar a sua mãe. Ele exagerou as últimas palavras, e Davey riu. Greg chamou Tom, e ele e Skip concordaram em encontrá-los na casa às cinco e meia e depois ir para o Rainbow Rocks Diner. Com isso feito, Greg dirigiu o resto do caminho para casa. Havia um carro esperando lá, como esperado. Greg entrou no carro e disse a Davey onde estavam em relação à porta da frente. Ele saiu e começou a andar pelo caminho usando a bengala que acabara de receber para procurá-lo. Greg ficou para trás e deixou Davey fazê-lo por conta própria. — O que você está fazendo? Joyce disse, correndo pelo caminho em saltos altos. — Ele vai cair e se machucar. Greg se virou para ela, seu olhar atirando punhais. Ela se acalmou quase que instantaneamente. — Ele está aprendendo a fazer seu próprio caminho. Disse ele suavemente para ela. — Você está indo bem, Davey. Apenas mais alguns pés e então você pode virar para a porta da frente. Não esqueça que há um degrau. Davey tinha parado, mas ele lentamente começou a se mover novamente. Ele fez a curva e deu o único passo até o patamar, alcançando a porta da frente. Quando Davey tocou a maçaneta da porta, soltou um grito pequeno. Greg soltou a respiração que estava segurando. 113

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— Venha para dentro. Greg ofereceu e começou a caminhar em direção à porta. — Você foi ótimo. Disse ele ao Davey, remexendo seu cabelo antes de destrancar a porta. Davey entrou e Greg esperou. Joyce voltou-se para o carro em que entrara, e um homem saiu e caminhou a passos largos para se juntar a ela. Greg segurou a porta e deixou os dois dentro. — Davey, diga olá para a sua mãe. Ele disse gentilmente. Davey avançou de onde estava parado, seguindo a voz de Greg. Quando Davey estava ao lado dele, ele se aproximou. — Davey, sou eu. Disse Joyce. Ela estendeu os braços, e Greg rolou os olhos. — Quem é? Perguntou Davey, virando-se para Greg. — Eu sou sua mãe. Joyce disse, visivelmente abalada. — Oi, mãe. Davey disse sem se afastar. — Papai disse que você estava vindo. Ele soou como se estivesse falando com um estranho, que Joyce era principalmente para ele. — Quem é esse? Perguntou Greg, indicando o homem com Joyce. Ela se animou. — Este é o Dr. Sanjay Patel. Ele é um notável neurologista de Tampa. Do jeito que Joyce olhou para o médico, Greg soube instantaneamente que eles estavam dormindo juntos. Obviamente seu casamento atual estava nas pedras e ela estava indo para pastagens mais verdes. — Ele é um amigo, e ele concordou em vir comigo para tentar ajudá-lo. Greg estendeu a mão e Sanjay a sacudiu. -—É bom que você tenha vindo aqui, mas Davey já viu oftalmologistas e neurologistas. Seus nervos ópticos quase pararam de funcionar. Estamos trabalhando juntos para ajudá-lo a aprender como lidar e florescer com a sua cegueira. Greg colocou seu braço em volta do ombro de Davey. — Existem alguns tratamentos que poderiam ser tentados para reestimular os nervos em ação. Tivemos alguns sucessos notáveis.

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— Esses tratamentos são experimentais? Greg perguntou quando Joyce lhe lançou um punhal que Greg ignorou. — Neste país eles são considerados experimentais, sim, mas em outras partes do mundo, eles têm sido usados com algum sucesso. Joyce me pediu para examinar seu filho e determinar se ele seria um candidato para o tratamento. Se for, ela deu permissão para que os tratamentos fossem realizados. Disse ele de forma calma, e Joyce parecia satisfeita. — Não. Disse Greg. — Joyce não tem autoridade para dar permissão para nada no que diz respeito a Davey. A raiva de Greg subiu à superfície. — Davey, por favor, vá para o seu quarto. Preciso conversar com sua mãe. — Isso me envolve? Ele perguntou desafiadoramente. Greg se inclinou para baixo. — Por favor, vá por mim? Falaremos mais tarde, eu prometo. Esta não era a maneira que ele esperava que essa visita começasse, mas ele precisava estabelecer as regras básicas para a visita de Joyce. Ele honestamente esperava que Davey pudesse construir algum tipo de relacionamento com sua mãe, mas isso não iria funcionar enquanto ela estivesse sob qualquer delírio. Davey assentiu com a cabeça e lentamente caminhou pelo corredor. Uma vez que a porta do quarto se fechou, Greg fez sinal para as cadeiras, para ser civil. — Ele é meu filho também, e eu quero o melhor que posso dar. Disse Joyce assim que se sentou. — Sim, ele é seu filho, mas eu disputo a segunda parte de sua declaração. Greg disse tão bem quanto ele poderia. — Eu não sei por que você está aqui de repente com um médico no reboque, já que você não faz parte da vida de Davey a anos. Ele fez uma pausa, tentando descobrir como ele queria lidar com isso. — Isso não a torna menos mãe de Davey. Disse Sanjay, estendendo a mão para pegar a mão de Joyce. Um barulho baixo atingiu seus ouvidos, e Greg se levantou, olhando pela janela da frente. O carro esportivo vermelho de Tom parou logo atrás do alugado de Joyce e 115

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Sanjay. Sanjay olhou também, e seus olhos se arregalaram. Greg caminhou até a porta e puxou-a aberta, permitindo Tom e Skip para entrar. Ele fez apresentações. Davey saiu para cumprimentá-los, dando um grande abraço a Tom. Tom se sentou na cadeira ao lado do dele. — Davey, você gostaria de me mostrar seu quintal? Skip perguntou. Davey parecia confuso, mas depois de alguns segundos, ele parecia ter a idéia. — Você já esteve em Nova York? Skip perguntou enquanto os dois se dirigiam para trás. — Não. Respondeu Davey. — Bem, então, talvez você, Tom, e seu pai devem vir para uma visita. Poderíamos fazer algumas coisas muito divertidas. Suas vozes pararam quando eles ficaram mais longe, mas Davey parecia encantado com Skip. — Eles vão se dar bem. Ambos estão no mesmo nível de maturidade. Sussurrou Tom com uma piscadela. — O que ele tem a ver com isso? Joyce perguntou com ironia. — Eu só estou aqui para apoio moral. Disse Tom, e ele pegou a mão de Greg da mesma maneira que Sanjay ainda segurava Joyce. — Davey vai ficar bem sozinho com ele? — Davey é muito auto-suficiente em casa. Tom e eu temos trabalhado com ele por horas tanto dentro como fora, então ele tem marcadores que ele usa como pontos de referência. Tudo foi passeado. Claro, ele ainda fica frustrado e com raiva às vezes, mas ele está lidando, e eu não vou permitir que ninguém lhe dê uma falsa esperança. Greg apertou a mão de Tom, contente por ele estar aqui. — Então, como eu disse, desde que Joyce não forneceu nenhum apoio, como os tribunais ordenaram, e não faz parte da vida de Davey há mais de dois anos, eu abri uma ação, e seus direitos de visitação e custódia foram encerrados. — O quê! Joyce praticamente gritou. — Você fez o que? — As cartas certificadas foram enviadas para o seu endereço, notificando-a da ação. Você nunca respondeu, então um julgamento sumário foi inscrito contra você. 116

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Basicamente, isso significa que sua capacidade de tomar qualquer tipo de decisão no que diz respeito a Davey não tem validade alguma. Greg parou para respirar e viu Joyce se levantando de cabeça. — É por isso que você veio? Para afirmar algum tipo de autoridade? Tom perguntou. — Greg disse que você estava aqui para ver Davey. — O que é para você? Joyce estalou. Greg sabia que outro insulto estava ao virar da esquina e abriu a boca para interromper. — Eu me importo com Davey e Greg. Disse Tom. — Você não faz parte da família. Retorquiu Joyce. — Joyce, já chega. Disse Greg com firmeza. — Eu fiz o que eu tinha que fazer para a proteção de Davey. Você não teve tempo para ele e você nunca esteve por perto. Anos sem visitas, poucos telefonemas, sem ajuda ou apoio, e quase ignorando completamente isso não foi simpático para o tribunal ou para mim. Ele merece pessoas em sua vida que se preocupam com ele e você obviamente não. Você foi notificada e não respondeu. Disse Greg. — Você deveria ter ligado quando descobriu que ele estava ficando cego. Ela disse com firmeza. — Eu sou sua mãe. Você deveria ter ligado. Greg respirou fundo para manter a voz sob controle. Havia tantas coisas que ele queria dizer a ela, e todos elas pareciam querer cair ao mesmo tempo. — Joyce. Começou Greg. Você disse que veio aqui para ver Davey e passar algum tempo com ele. Em vez disso, você traz um doutor com você e tenta fazer exame sobre seu cuidado médico. Isso não faz qualquer sentido. Greg sentiu poder com Tom sentado ao lado dele. Joyce era uma pessoa de personalidade forte, e ele raramente se levantou ante ela em seu casamento. Mas agora era fácil. Ele sabia que parte daquilo era tempo e uma mudança em sua atitude, mas ter Tom ao lado dele facilitou. — Se você quiser passar algum tempo com Davey, vá lá e conheça-o.

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Joyce se moveu desconfortavelmente. — Eu quero falar sobre como podemos ajudar Davey a recuperar sua visão. Ela parecia um disco quebrado. Tom apertou sua mão, e Greg soltou o fôlego que ele estava segurando e forçouse a relaxar. — Você quer saber por que nunca te chamamos? Perguntou Greg, e ele descobriu que tinha toda a atenção de Joyce. — Nunca pensamos sobre isso. Não ocorreu a nenhum de nós. Você não faz parte de sua vida de nenhuma maneira. Greg se levantou. — Eu já volto. Ele saiu do quarto e foi para o seu, voltou alguns minutos depois. — Esses são os óculos que Davey usou há um ano. Estes são de três meses depois disso. Ele entregou cada par para ela. — Três meses depois, ele usava estes. Então ele colocou um par final em suas mãos. — Estes eram os que ele usava antes de perder a visão. Ele passou por testes e par depois de par de óculos para tentar corrigir sua visão fracassada. Durante esse tempo você nunca ligou, nem uma vez. Você não fazia parte de nossas vidas e não faz a muito tempo. Joyce segurou os óculos e não disse uma palavra. — Olha, você tem coisas mais importantes com que se preocupar do que o tipo de assistência médica que Davey está recebendo. Quando eu lhe disse que você estava vindo, ele deixou claro que ele não queria te ver. Ele está magoado por tê-lo ignorado todos esses anos. Inferno, ele está no quintal com alguém que ele acabou de conhecer, porque ele não quer estar aqui com você. — Você o virou contra mim. Ela acusou, e Greg pôde dizer que ela estava a segundos das lágrimas. — Eu não fiz nada disso. Você fez isso por conta própria. Greg disse e sentiu que Tom se aproximava um pouco mais. Foi bom saber que eletinha apoio. — Talvez eu não seja o pai perfeito, mas estou aqui e tento. Até onde Davey está preocupado, tem uma montanha enorme para escalar para ser uma parte de sua vida. Ele sente que você o abandonou, e agora, porque ele não pode ver e você sente pena dele, você quer aparecer e ser parte de sua vida. Bem, Joyce, ele não está comprando, e nem eu. Eu nunca fui grosseiro, você sabe disso, mas se eu achar que você vai machucá-lo de 118

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qualquer maneira, eu vou ter certeza que você não faça parte de sua vida por mais tempo. Greg olhou duro para sua ex-mulher. — Mas se você quer ser parte de sua vida, então, contanto que você seja sincera, eu estou feliz com isso. Joyce sorriu ligeiramente e assentiu. — Entretanto, você tem que conquistar Davey, e vai se igualar a uma escalada ao Mt. Kilimanjaro (montanha). Ele não quer vê-la e deixou claro para mim que não tem intenção de ir a algum lugar com você. Então se você quer um relacionamento com ele, você vai ter que mostrar ao Davey que isso é o que você quer e você terá que ganhar o seu perdão. Greg balançou a cabeça. — Eu não posso imaginar que será uma tarefa fácil. Ele está machucado, e essa dor tem crescido por um tempo. Ele passou por muita coisa no ano passado, então você vai ter que ser gentil. Joyce se levantou e olhou pelas janelas para o quintal. Davey e Skip sentaram-se à mesa com Davey agitando as mãos e falando o que parecia uma milha por minuto. — O que eu faço? Ela perguntou, e então ela engoliu em seco. — Você sabe que eu nunca fui muito boa com crianças. — Davey não é uma criança. Ele é um jovem que cresceu muito no ano passado. Depende de você, Joyce. Se você decidir que não quer um relacionamento com ele e está aqui apenas para ter de alguma forma a tomada de decisão para que você possa parecer que você está fazendo alguma coisa, então vá agora, porque ele não precisa. Caso contrário, ele está lá fora. Greg apontou, e Joyce parecia insegura do que ela iria fazer. —Essas são suas únicas escolhas. — Não sei o que dizer a ele. Disse Joyce. — Eu não posso te dizer nada quanto a isso. Disse Greg. — Apenas fale com ele. Ele esperou, e Joyce se virou e caminhou para as portas de vidro deslizantes. Quando ela abriu, Greg ouviu a voz animada de Davey entrar. Ela cortou instantaneamente, e Joyce fechou a porta. Greg voltou o olhar para Sanjay, que se moveu desconfortavelmente.

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— Eu não posso acreditar que você vai ficar no caminho de uma possível ajuda para seu filho. Sanjay começou, e Greg lançou-lhe um olhar que o congelou midsentence. — Você não pode dizer nada disso a ele. Disse Tom. — Greg é um pai incrível. Greg acariciou a mão de Tom. — Davey tem um médico, e tudo o que você propõe seria coordenado através dele. Não vou permitir que a aventura de minha exmulher seja parte direta dos cuidados de saúde de Davey. Isso não vai acontecer. Se o oftalmologista regular de Davey acreditar que o que você propõe tem mérito, então ele entrará em contato com você e fará qualquer arranjo. A raiva de Greg estava começando a tirar o melhor dele. Como se atreve esse sujeito a insinuar que não tinha os melhores interesses de Davey no coração? — Você está mesmo licenciado para praticar medicina neste estado? Perguntou Tom. — Não. Os procedimentos seriam concluídos na Flórida. Disse Sanjay. — Bem, você pode esquecer isso. Disse Greg e então se forçou a se acalmar. — Mas como eu disse, se você realmente acredita que você pode ajudar Davey, então eu vou dar o nome do seu médico e você pode falar com ele. Se ele acredita que a idéia tem mérito, então eu vou considerar. Era tudo o que Greg estava disposto a fazer. Sanjay deu-lhe arrepios. Se o tratamento tivesse promessa, então eles encontrariam alguém para realizá-lo. A porta de vidro se abriu e Skip entrou. — O que está acontecendo? Perguntou Tom. — É como se a rainha do gelo encontrasse o Sr. Freeze lá fora. Eles estão falando, mas ela não tem idéia do que dizer e o garoto não está interessado em conversar com ela, então eles passam a maior parte do tempo sentados na mesa, olhando um para o outro. O que provavelmente é um pouco estranho, considerando que Davey não pode vê-la. Skip caiu em uma das cadeiras. — Esta tem que ser a casa de rancho mais legal que eu já vi. 120

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— Greg é um arquiteto, e ele projetou a remodelação. Disse Tom. — Ele é incrível. Ele fez algum trabalho para pessoas que minha família conhece. Na verdade, ele é bem conhecido. Skip inclinou a cabeça para o lado um pouco e sorriu. Greg perguntou-se de que se tratava. — Essa é a maneira de Skip dizer que ele pensa que eu estou sendo bonito. Tom estalatou o dedo, e ele riu. — Alguém gostaria algo para beber? Greg perguntou e se levantou. — Sanjay, o que posso lhe trazer? — Vinho ou cerveja está bem. Ele respondeu. — Cerveja está bem para nós. Disse Tom, e Greg entrou na cozinha. Ao passar pelas janelas, viu Davey e Joyce. Não parecia que algum tipo de degelo tivesse acontecido. Ele suspirou, entrou na cozinha e tirou garrafas de cerveja da geladeira. Ele pegou um abridor e copos, colocou em uma bandeja, e levou-os de volta para a sala de estar. — Sanjay. Disse Greg, abrindo duas garrafas. — Você levaria uma para Joyce? E enquanto você estiver lá, diga a ela para perguntar a Davey sobre jogar beisibol beep. Contei-lhe um pouco sobre isso no telefone. Poderia ajudar a quebrar o gelo. Ele entregou as cervejas para ele, e Sanjay se levantou e se dirigiu para trás. — Isso foi muito legal. Sussurrou Tom enquanto abria as garrafas restantes e enchia os copos. — Ninguém deve passar pela vida pensando que sua mãe não gosta deles. Isso simplesmente não está certo. Eu sei que Davey quer sua atenção, mas ele está muito magoado para admitir isso. Então, se ele conseguir superar um pouco desse dano, é bom. Eles provavelmente nunca serão super ligados a menos que ela faça um grande esforço, embora eu não vejo isso acontecer, mas Davey conhecendo a mãe de alguma forma é melhor do que ele pensando o pior dela.

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Greg sentou-se ao lado de Tom e de vez em quando se levantou para poder ver. Pelo modo como estavam sentados, parecia que o degelo havia chegado, pelo menos um pouco. Eles estavam conversando, e depois de alguns minutos, Sanjay voltou e se juntou a eles. — Foi uma coisa boa que você fez. Disse ele. — Isso quebrou o gelo e eles estão falando. Davey está contando tudo sobre esse jogo, e ele até disse que poderia vir assistir amanhã se quisesse. Greg sorriu. — Então o que vocês fizeram hoje? Ele perguntou a Skip. — Tom me levou pela cidade. É legal.Eu esperava algo menor. Nós vimos o lago, e ele disse que enquanto eu estou aqui, ele vai me mostrar as vistas na área. Aparentemente, há cachoeiras, e eu vi um sinal para algo chamado Pictured Rocks. E eu acho que estou jogando beisebol beep amanhã. Tom disse que tem uma venda que eu posso usar. Skip riu. — Eu não estava brincando. Precisamos de mais jogadores para a equipe. Você sabe o que é o beisebol, então você pode jogar. E depois vamos sair para comer pizza. — Há... Há... Disse Skip antes de beber do copo. — Então, o que há para fazer por diversão por aqui? — Skip, é isso. Não há clubes top e restaurante gourmet extravagantes como em Nova York. — Nem mesmo um? Skip perguntou em completa descrença. — Não. A vida aqui é mais básica e menos frenética. Nós estamos nos juntando para o jantar e então talvez voltar e tomar uma bebida e conversar. Amanhã à noite, estamos jogando beisebol beep com Davey. — A que horas você vai para a cama? Skip perguntou antes de tomar outra bebida. Greg olhou para Tom. — Cerca de dez ou mais. Greg pensou que Skip iria se engasgar. Ele olhou para Tom, perguntando-se do que ele tinha desistido mudando-se para cá, e se ele acabaria se cansando e iria voltar para Nova York. A vida aqui não era 122

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nada assim, e se esse ritmo e atividade era o que ele estava acostumado, então inferno, talvez Tom se aborrecesse com ele. — Bom Deus. Vocês passam suas vidas dormindo? Skip perguntou, olhando para todos eles, mas centrando-se em Tom. — Não. Vamos para a cama a uma hora razoável. Além disso, quando foi a última vez que você estava fora da cama antes do meio-dia? Você dorme toda a manhã, todos os dias. Tom provocou. — Amanhã de manhã terei que usar um pé-de-cabra para tirá-lo da cama a uma hora razoável. — Não, não mesmo. Eu tive que levantar cedo para pegar meu vôo. Eu provavelmente vou estar cansado. Disse Skip. — E eu não saio todas as noites, só a maioria das noites. Acrescentou timidamente. — Como você e Skip se conheceram? Sanjay perguntou. — Nós fomos para a faculdade juntos, e depois que nos formamos, nós continuamos amigos e ficamos em Nova York. Disse Tom e depois virou-se para Greg. — Skip e eu nunca fomos nada mais do que amigos, no entanto. Costumávamos ir dançar juntos e pegar caras. Às vezes tentamos o mesmo. Deus, isso era ruim, especialmente quando o cara em questão não estava interessado em nenhum de nós. — Tom começou a rir, e Skip riu junto com ele. — Isso era tão embaraçoso. Disse Skip. E idiota. Estávamos delirando? Lembro-me de dizer um ao outro que íamos conhecer alguém realmente interessante, mas tudo que nós encontramos foram barflies (pessoa que gasta muito tempo em bares). Acho que vimos os mesmos caras repetidamente. Depois de um tempo ficou muito chato. Disse Tom. — As coisas mudaram. Há tantos novos clubes agora. Disse Skip. — Com os mesmos caras, procurando as mesmas coisas de sempre, apenas em um cenário diferente. Eu gosto disso aqui. As pessoas são reais e não jogam. Tom pegou a mão de Greg, e eles compartilharam um sorriso. — Se você ficar mais doce, eu vou precisar de um dentista. Skip brincou. 123

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Greg não sabia como aceitar isso, mas Tom riu. — Não há nada errado em ser feliz. Você deveria tentar. Tom disse e então se levantou. — Eu vou sair para o pátio. Preciso esticar as pernas. — Por que não vamos todos? Sugeriu Greg. — Há uma abundância de cadeiras, e é um bom dia para estar lá fora. Sanjay não pareceu convencido, mas Greg estava morrendo de vontade de descobrir como as coisas estavam indo entre Davey e Joyce. Todos o acompanharam pela sala até a porta, que ele abriu, deixando todo mundo lá fora. Uma vez que eles estavam acomodados, Greg voltou para dentro para uma segunda rodada de cervejas, juntamente com uma Coca-Cola para Davey, antes de sentar ao lado de Tom no sofá de vime. — Você e sua mãe tiveram uma boa conversa?" Greg perguntou Davey. — Sim. Davey disse com apenas um toque de entusiasmo. — Eu expliquei sobre o beisebol beep para ela, e ela vai vir amanhã para me ver jogar. Joyce virou-se para ele, e Greg acenou com a cabeça uma vez. Depois olhou para o relógio e voltou a sentar-se na cadeira. Por todos os meios, ele estava ancioso e nervoso. Ele estava sentado em seu pátio traseiro com sua ex-esposa e ela... o que Sanjay fosse... e seu namorado. Ele gostava da maneira que soou em sua mente, e Skip, junto com Davey parecendo um pouco confuso, tentando seguir as conversas. — Davey, Skip vai jogar beisebol beep com você amanhã também, e nós podemos ter alguns outros jogadores. — Algum deles é como eu? Davey perguntou. — Espero que sim. Disse Tom. — Lembre-se, seu professor pode vir também. Greg disse. — Parece que há muitas pessoas que acham isso curioso, então podemos ter mais espectadores do que jogadores. — O bom é o interesse, e tudo ajuda a ganhar apoio. Explicou Tom. — Você está esperando que seja capaz de praticar jogos? Joyce perguntou. — Quero dizer, e se ele se machucar? 124

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— Estou bem, mãe. Disse Davey. — Papai está lá, Tio Tom está lá, e também o tio Howard e o tio Gordy. Eles se certificam de que estou seguro. Bem, não tio Howard. Ele é cego como eu, mas ele tem Token e ele diz que são os mascotes da equipe. Davey se levantou e se moveu para onde Greg estava sentado. Greg moveu uma cadeira ao lado dele e ajudou Davey a sentar. Joyce passou a lata de refrigerante, e Greg colocou-a nas mãos de Davey. — Davey era muito bom na Little League. Disse Greg. — Acho que enviei algumas fotos de sua equipe. Acrescentou para Joyce, que assentiu. — Todo o objetivo do jogo é abrir outra porta para as pessoas que são deficientes visuais. Disse Tom. — Há campeonatos e até mesmo uma Série Mundial. — Deve haver equipamento especial. Disse Sanjay. — Sim. Tom conseguiu tudo isso. Temos tudo o que precisamos, exceto os jogadores, e esperamos ter isso logo. Disse Greg, pegando a mão de Tom. — Não se trata tanto de jogar e ganhar mas de como de ter atividades interessantes e desafiadoras para pessoas que não podem ver. Nós até saímos para comer depois, assim como outras equipes. Ele não mencionou que eles tinham ido para a casa de Tom e tinham tacos congelados. Isso não era importante. O que ele estava tentando transmitir era que qualquer coisa que fizesse Davey sentir como se ele tivesse perdido menos por causa de sua cegueira era uma coisa boa, e ele iria apoiá-la, não importa o quê. — Você se divertiu, não foi, Davey? — Sim, e vamos jogar novamente amanhã, certo? Davey perguntou a Tom. — Enquanto não estiver chovendo, vamos jogar amanhã. Skip e vou encontrar você e seu pai no parque às sete. Vou levar o equipamento, e vamos jogar. Sophia vai se juntar, assim como Hanna. Todos querem entrar no ato e se divertir. Fui contactado por outras pessoas que podem estar interessadas, por isso podemos ter sorte. Nós vamos ter que ver. Tom se estabeleceu contra ele, e a conversa se moveu por um tempo.

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Greg verificou seu relógio algumas vezes enquanto conversavam. Esta experiência foi mais do que um pouco surreal, sentado em seu deck com sua exesposa e na verdade esperando que ela e Davey poderiam reparar algumas das feridas entre eles, pelo bem de Davey. — Você está bem? Tom sussurrou quando já era quase hora de partirem para o jantar. — Eu vou te dizer mais tarde. Greg disse enquanto colocava sua garrafa meio vazia de lado. Ele notou que Tom não tinha tomado muito de sua bebida também. Skip, por outro lado, parecia estar se divertindo. Quando chegou a hora de sair, Greg deu a Joyce e Sanjay com instruções para o restaurante. Tom perguntou a Davey se ele queria andar com ele, então Greg dirigiu Skip em seu carro, seguindo a Ferrari, com Joyce e Sanjay seguindo-o. Eles fizeram um comboio interessante. Davey estava sorrindo quando saiu da Ferrari no restaurante. Greg tinha ligado e feito as reservas anteriormente, e eles facilmente conseguiram uma mesa. Jantar foi agradável. Bem, como se poderia esperar. Davey sentou-se ao lado dele e falou com todos menos com sua mãe e Sanjay, exceto para responder a suas perguntas diretas. Estava perturbando Joyce, mas não havia nada que Greg pudesse fazer sobre isso. Ela precisava ser a única a fazer o esforço, e enquanto ele estava disposto a ajudar a dar-lhes um pequeno impulso, que era tudo o que ele podia fazer. O resto era com eles. — Então você realmente acha que pode ajudar Davey? Tom perguntou a Sanjay no final da refeição. — Eu posso tentar. Sanjay respondeu, e Greg gostava dele um pouco mais. Se tivesse feito grandes promessas, Greg poderia facilmente ter dispensado ele. Mas ele não o fez. — Sanjay vai entrar em contato com o Dr. Jerry, e eles vão discutir as coisas. Disse Greg a Davey. 126

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— Eu posso ser capaz de ver de novo? Davey perguntou a esperança instantaneamente brotando. Greg olhou severamente para Sanjay. — Nós não sabemos, Davey. Seu pai pediu que eu trabalhasse com seu médico para ver se é possível. Não há nada mais por enquanto. Sanjay respondeu. — Davey, já vimos muitos médicos, e descartaram todos os tratamentos disponíveis que eles conhecem. Isso poderia ser um desses. Também poderia ser algo novo, e se for, então você e nós vamos decidir juntos se queremos ter a chance. Eu prometo a você isso. Eles tinham montado esta montanha-russa de esperança de novo e de novo apenas para ter um declive em alta velocidade e chegar a nada. Greg não queria que esse fosse outro daqueles tempos. — Eu sei, pai. Davey disse suavemente, e o coração de Greg doeu. Ele colocou seu braço em torno do ombro de Davey para confortá-lo, e alternativamente olhou para os rostos ao redor da mesa. Joyce enxugou os olhos com um lenço, e até mesmo Sanjay parecia comovido. Ele não tinha que olhar para Tom para saber como se sentia, mas quando o fez, não viu nada além de apoio. Skip parecia que estava tentando descobrir o que estava acontecendo. Felizmente, o garçom trouxe a conta e Greg pago. Então todos se prepararam para sair. — Será que vou poder ver Davey amanhã? Joyce perguntou. — Ele tem aula, e eu tenho que ir para o escritório. Teremos um jantar rápido e depois iremos ao parque. Então por que você não nos encontra lá? Planejamos ir comer pizza depois, e você pode se juntar a nós se quiser. Explicou Greg. Joyce parecia irritada. — Eu expliquei que tínhamos compromissos e horários que precisamos manter. Ela bufou ligeiramente e então sua expressão se iluminou um pouco. — Vou ligar para o médico do Davey pela manhã e pedir-lhe para entrar em contato com você. Disse Greg a Sanjay e tomou o cartão que ele ofereceu. — Tchau, Davey, vejo você amanhã. Disse Joyce. 127

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Greg podia dizer que ela estava esperando por um abraço, mas Davey não se moveu. Ela deu um passo à frente, e Greg sacudiu a cabeça, esperando que ela não forçasse a questão. Ela pegou sua mão e segurou-a por alguns segundos, depois a soltou e saiu. — Você quer voltar para a casa? Greg ofereceu. Skip bocejou bastante drasticamente. — Tom, por que você não me leva de volta para sua casa? Eu posso relaxar por um tempo, e você pode passar um tempo com Greg. Tom fez uma pausa. — Você tem certeza? — Claro que sim. Disse Skip, abrindo a porta do restaurante. Ele segurou, e todos eles caminharam para fora. Greg orientou Davey para o carro, e eles voltaram para casa em quase silêncio. — Você sabe, está tudo bem para Tom passar a noite. Davey disse. Greg quase saiu da estrada. — Eu sei sobre os pássaros e as abelhas. Você gosta do Tom, e ele gosta de você. Tudo bem se você quiser fazer a dança sem calças. — Davey, onde você ouviu isso? — Televisão. Respondeu ele, rindo. — É assim que você se sente sobre Tom, não é? — Eu gosto muito do Tom e... Greg engoliu em seco. Ele não podia acreditar que ele estava falando sobre isso com seu filho. Ele era muito jovem e... Mas Davey estava crescendo, e ele precisava entender isso. — Você gosta do Tom ou deseja o Tom? Davey perguntou. — Eu... Isso... Isso é algo que eu prefiro conversar com ele. Greg finalmente respondeu. — Ok. Ele concordou dramaticamente e então ficou quieto, para o alívio eterno de Greg. — Você acha que eu vou ser gay porque você é gay? — Você vai ser quem você é, e eu vou te amar, não importa o quê. Greg respondeu aliviado sobre a questão relativamente fácil. 128

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— Você acha que mamãe me odiaria se eu fosse gay? Davey perguntou. — Acho que sua mãe vai te amar, não importa o quê. — Por que ela não me ama agora? Davey retrucou. — Ela está sendo amigável porque quer algo. Eu só não descobri o que é. Greg se encolheu, porque era exatamente o que ele pensava sobre Joyce. Ele tinha que se lembrar de ser mais cuidadoso com o que Davey ouvia. — E se tudo o que ela quer é ser parte de sua vida? Greg perguntou gentilmente. — Ela parecia realmente se importar. — Mas só porque eu sou cego. Davey disse com o já familiar movimento de braços sobre o peito. Greg fez a curva para a rua e entrou no estacionamento. — Às vezes é preciso algo ruim acontecendo antes que as pessoas percebam o que têm ou poderiam ter perdido. Davey deu de ombros, e Greg continuou. — Você não pode ver mais, e nenhum de nós está feliz com isso. Mas como pai, penso em coisas piores que poderiam ter acontecido. Greg respirou fundo, suas emoções perto da superfície. — Veja, e se algo tivesse acontecido e você não estivesse mais aqui? Isso é o que realmente me assusta. — Ser cego me assusta. Disse Davey. — Eu sei, isso me assusta também, mas a idéia de não ter você comigo me assusta ainda mais. Greg desligou o motor e desfez seu cinto de segurança. Davey fez o mesmo e abriu a porta. Ele pegou a bengala que tinha colocado a seus pés. — Eu odeio essa coisa. Davey disse, saindo do carro. Greg saiu também e correu para onde Davey estava. Ele queria abraçá-lo, mantê-lo apertado, e nunca deixá-lo ir. Dessa forma ele não poderia se machucar. Claro, ele não poderia fazer isso, e Davey inevitavelmente se machucaria, provavelmente mais de uma vez. — Como eles disseram para você usar isso? Perguntou Greg. Davey moveu a bengala para fora na frente e levemente arrastou para frente e para trás, batendo no chão. — Ainda parece estranho. Davey disse. Nesse momento, a 129

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bengala escorregou do pavimento para a grama. Davey se ajustou onde ele estava andando e fez isso em torno do carro, movendo-se em direção o caminho da frente. — Eu sei como usá-lo. Eu simplesmente não gosto. Davey jogou a bengala no chão. — Quero ver de novo, pai. Greg pegou a bengala e ficou quieto. Davey parou e sacudiu a cabeça. — Você me ouve? Quero ver de novo! — Sim, eu ouvi você. Mas eu não sei se alguém pode fazer isso acontecer. Greg daria qualquer coisa que Davey quisesse. Todos os pais queriam dar ao filho o melhor que podiam. Mas Greg estava impotente, porque o que Davey queria estava fora de seu poder para dar. — Dr. Sanjay disse... — Ele disse que havia um possível tratamento que poderia trabalhar para restaurar alguma de sua visão. Disse Greg. — Isso é um monte de talvez, quem sabe, e esperanças. E se isso não acontecer, Davey? Você já viu especialistas. Greg se aproximou de Davey, abraçando-o. — Eu não quero que você fique desapontado por nada. Greg fechou os olhos e sentiu Davey agarrá-lo. — E se eles são capazes de obter a sua visão de volta e, em seguida, ela vai embora novamente? Não sei mais o que é possível. — Mas, pai... — Davey, eu sei como você se sente, e eu quero a mesma coisa. Se eu acho que há alguma esperança real, então você e eu vamos sentar e falar sobre isso, eu prometo, do fundo do meu coração. Você e eu tomaremos a decisão juntos. Mas você não pode parar de tomar aulas e usar as ferramentas que você tem. Greg pressionou a bengala de volta na mão de Davey. — Agora, você está quase no fim da caminhada. Você pode chegar à porta da frente. Ele estava empurrando, ele sabia disso, e ele se perguntou se ele estava fazendo a coisa certa enquanto Davey lentamente navegava a caminhada e subia o degrau. Greg destrancou a porta e esperou que Davey entrasse.

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Greg estava prestes a seguir quando ouviu um carro poderoso aproximar-se. Tom e sua Ferrari apareceram e, em seguida, estaciounou. Greg esperou enquanto Tom colocava a capota. Tom então saiu e se aproximou. Sem dizer uma palavra, puxou Greg para um abraço. — O que é foi? — Nada. Davey está apenas frustrado. Ele quer e o que quer e eu não posso dar. — Desculpe por ter trazido isso para o jantar. Eu deveria ter mantido minha boca fechada. Tom se desculpou. — Não foi sua culpa. Estou ciente de que Davey provavelmente nos ouviu falar mais cedo, mesmo enquanto ele estava em seu quarto. Você me avisou que haveria momentos como esse, e está acontecendo agora. Greg deixou-se soltar, era o que ele precisava.

Capítulo Oito — Tom amava abraçar Greg e faria o dia inteiro se ele pudesse. — Onde está o Davey agora? Ele sussurrou. — Dentro. Respondeu Greg, mas ele não se afastou. — Ele odeia sua bengala e jogou-a no chão. Tom assentiu com a cabeça. — Ele vai dirigir sua raiva para você, ou para o que ele vê como a armadilha de sua cegueira. Tom os moveu lentamente para a casa. — Você cuida do Davey, mas quem cuida de você? — Estou bem. Disse Greg. — Eu acho que estou realmente segurando muito bem, considerando... — Eu também. Tom sussurrou. Eles entraram, e Tom fechou a porta, então olhou em volta e pressionou Greg contra ela. — Mas eu gostaria de uma inspeção muito mais próxima apenas para ter certeza. Greg falou. — Davey perguntou se nós estávamos juntos dessa maneira. 131

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— Bem, depois que ele for para a cama, por que você e eu não entramos em seu quarto e vemos o que acontece? — Eu não sou realmente um cara do tipo “ver o que acontece”. Não com Davey, e... Tom o beijou-o para cortar suas palavras. Eles foram substituídos por um gemido pequeno e carente. — O que eu quis dizer foi, vamos passar algum tempo juntos e deixar as coisas seguirem seu curso. Sem planos, sem expectativas, sem preocupações, só você e eu. Por algumas horas, podemos deixar o resto do mundo fora da porta. Greg acalmou-se e prendeu seus olhares. — Algumas horas? Tom suspirou. — Oh sim. Eu pretendo levar todo o tempo no mundo com você. Você vale a pena cada segundo, e se ninguém nunca te tratou dessa forma, então você não tem estado com os caras certos. E eu pretendo fazer tudo o que posso para mudar isso. Tom o beijou com intensiadade, e Greg estremesseu um pouco. Então Tom se afastou com um sorriso, olhando para si mesmo para ter certeza de que ele não estava muito obsceno. Greg fez a mesma coisa, e Tom sorriu quando ele se virou um pouco. — Pai, podemos ter sorvete? — Claro que podemos. Greg respondeu em voz alta. — Eu tenho chocolate e lascas de hortelã aqui, está tudo bem? Ele realmente não estava particularmente interessado em sair para um sorvete, mas ele faria o que Davey queria. — Eu quero chocolate. Flutuou em seus ouvidos como uma resposta. — Você quer sorvete? Perguntou Greg. — Eu posso conseguir alguns para todos nós. — Claro. Tom disse com um sorriso. Isso parecia tão normal. Sua família nunca fez coisas simples como esta. — Você tem que vir para o convés. Greg disse para Davey e então se dirigiu para a cozinha. — No caso de você não ter adivinhado, a forma mais eficiente do mundo de controle de natalidade são as crianças. 132

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Tom riu. — Ei, não importa. Uma vez que ele estiver na cama, você é todo meu. Greg puxou o sorvete para fora do congelador. — Estou pensando em algumas coisas interessantes que poderíamos fazer com aquele sorvete. Greg parou e balançou a colher para ele. — Nem pense nisso. Provei amostras grátis de diversão com alimentos uma vez que fiu uma Odisséia e foram necessárias três lavagens para obter o xarope de chocolate manchando fora dos lençóis. Eles devem ter um enorme orçamento de limpeza na pornografia, porque na vida real, isso é apenas uma bagunça. Greg sorriu e tirou pratos do armário. — O que você quer? Eu também tenho morango, mas Davey não gosta. — Hortelã está bem. Isso me dará uma respiração mais fresca para mais tarde. Tom provocou. Davey desceu o corredor e fez o seu caminho em torno da mobília em direção ao convés. Algumas das cadeiras foram movidas. Tenha cuidado lá fora. Disse Greg. — Eu vou. Davey respondeu e saiu. Tom observou e viu-o sentar na primeira cadeira que encontrou. Greg terminou de distribuir o sorvete. Tom carregava as tigelas enquanto Greg seguia atrás. No convés, Tom colocou as tigelas sobre a mesa e entregou a Davey com um guardanapo. — Eu não vou fazer uma bagunça. Davey disse. — Não disse que você faria. Tom disse, perguntando-se de onde isso veio. — Eu ouvi mamãe sussurrar para Sanjay no jantar que eu estava fazendo uma bagunça. Davey franziu o cenho em sua tigela e então com cuidado começou a comer. — Ela não está acostumada a estar perto de você e não sabe o quão difícil é aprender algo novo assim. Tom sorriu quando uma idéia o atingiu. Teria que conversar com Greg sobre isso mais tarde. O comentário de Joyce ele considerou errado, e eles precisavam fazer algo a respeito. Greg se juntou a eles e sentou-se ao lado de Tom no sofá. — É muito legal aqui. 133

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— Às vezes pode esfriar quando o sol se põe, mas o ar ainda está, então o lago não tem a chance de esfriar as coisas demais. — Você se deu bem com sua mãe? Perguntou Tom a Davey. Ele encolheu os ombros. — Eu acho. Ela está tão nervosa e preocupada com a aparência das coisas. Ela realmente me perguntou se eu escolhia minhas próprias roupas. Acho que ela pensou que eu não combinava ou algo assim. Davey continuou comendo, e Tom se virou para Greg. Ele iria dizer-lhe mais tarde. — Não seja muito duro com sua mãe. Eu não acho que ela quer ser malintencionada. Ela simplesmente não sabe como agir ou o que dizer. Disse Tom, e Davey quase bufou sorvete pelo nariz. Tom entregou-lhe outro guardanapo e pegou a tigela de Davey enquanto ele dobrava de riso. — Davey, já chega. — Mas Tom disse... — Eu sei o que Tom disse, e se você quer ser tratado como algo diferente de um garoto, então você precisa agir como tal. Ele não estava chamando a sua mãe de uma cadela, ele disse que ela estava sendo mal-intencionado, e ela provavelmente era. Então, se você não pode se comportar, vamos começar a censurar o que dizemos ao seu redor. Davey endireitou-se e Tom entregou-lhe a tigela. — Agora, como eu estava dizendo. Acho que ela não quer agir dessa maneira. Ela não sabe agir diferente. — Se você diz isso. Davey disse, voltando ao seu sorvete. — Ainda acho que ela era má. — Ignorante e um pouco assustada não é o mesmo. Davey parou. — Ela estava com medo... de quê? — Você, provavelmente. Disse Tom. Ele olhou para Greg, que assentiu com a cabeça, então ele se virou para Davey. — Estar perto de você vai deixar algumas pessoas desconfortáveis. Às vezes eles vão passar e esperar que você não perceba. Outros vão tentar iniciar uma conversa, mas não sabem o que dizer. Eles podem querer 134

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conversar e eles serão curiosos, mas eles não vão querer perguntar sobre ser cego, porque isso os torna desconfortáveis ou eles acham que é rude. Isso poderia ser o que está acontecendo com sua mãe. Apenas dê um pouco de tempo. Davey não parecia convencido. — Ela deve ter feito algo certo. Você a convidou para vir amanhã. Disse Greg. — Sim, bem. Davey começou a comer com seriedade, e eles o deixaram em paz. — Você está projetando algo interessante? Perguntou Tom a Greg. — Eu tenho um construtor que comprou um número de propriedades em leilão e ele quer remodelá-los em lugares mais elevados. Então eu estou redesenhando os interiores, abrindo-os, como eu fiz aqui. Uma das casas tem uma grande área de jantar, então depois de abri-lo, estamos adicionando lustres de cristal em todo o espaço. O comprador tem uma coleção de espelhos venezianos, por isso vamos usá-los para refletir o brilho. Deve ser um efeito. — Isso soa tão legal. Disse Tom. — Pense em Versalhes em miniatura. Um pouco de luz deve percorrer um longo caminho e criar um espaço incrivelmente quente por causa do vidro antigo. Eu também estou fazendo um interior ultramoderno. Não sei como isso vai passar, mas foi o que ele pediu. Eu estou segurando algo um pouco mais tradicional na reserva apenas no caso, embora. E quanto a você? — Nada de novo comigo. Tenho que ir até Grand Rapids em algumas semanas para uma reunião da diretoria da fundação. Tom revirou os olhos. —Falam até a morte e não dizem nada. Mas é um mal necessário. A pior parte é que muitas das pessoas no conselho são membros da família com suas próprias agendas, feridas antigas e alianças. — Um campo minado político. Greg ofereceu. — Sim e não. Eles podem brigar, mas quando cheguei a bordo, me assegurei de ter autoridade real. Tom sorriu. — Além disso, eu sou bom no que faço. A fundação faz muito bem por causa de mim, e eles sabem disso. As pessoas disseram que eu deveria 135

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abrir a minha própria empresa de investimento, mas isso não é o que eu estou interessado, gosto da coisa de investimento, mas não me interprete mal, transformá-lo em um trabalho em tempo integral iria chupar a diversão, e então eu não teria tempo para as outras coisas que eu quero fazer. — Como o quê? Greg perguntou, colocando sua tigela de lado. — Eu tenho algumas idéias flutuando agora mesmo, mas ainda não tomaram forma. Tom respondeu. — Eu sempre faço o que acho que são grandes idéias, mas com o tempo as maiorias delas não evoluem por uma razão ou outra. Agora eu estou trabalhando com o departamento de parques novamente em um projeto de remodelação de trilha. Mas esse tipo de coisa é bem pequeno. — Eles são importantes. Disse Greg. — As pessoas sempre querem pensar grande, mas são as pequenas coisas que podem fazer a diferença. Naquela casa com todos os espelhos, eles têm de ser pendurados e não é como se pudessem apenas colocar a unhas nas paredes. Eu projetei um método para pendurar os espelhos para que eles possam ser colocados e facilmente removidos mais tarde. Os espelhos serão anexados por um pequeno gancho que irá fixar o pino. Se esse pequeno pedaço de metal não for suficientemente forte, não segurará os espelhos. O efeito total que nós estamos querendo descansa em uma única peça. Então, sim, eu entendo sobre pensar grande, mas não desprezo as pequenas coisas. — Eu vejo o seu ponto. Disse Tom. Greg deslocou sua atenção para Davey. — Se você terminou, então coloque seu prato no balcão e prepare-se para a cama. Você tem aula amanhã, e jogo amanhã à noite. — Ok. Davey respondeu e se levantou. Tom observou enquanto Davey entrava. Ele levou a taça em uma mão e usou a outra para sentir o seu caminho. — Noite, Davey. Tom disse atrás dele. — Vou passar para dar boa noite em poucos minutos. Acrescentou Greg, antes que Davey fechasse a porta. 136

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— Ele está aprendendo a dar a volta muito bem. — Sim. Greg disse e depois se moveu no assento. — Você sabe que eu faria qualquer coisa para que Davey pudesse ver novamente. Tom calou-se. — De onde veio isso? — Eu continuo pensando no que Sanjay disse sobre ajudar Davey a ver de novo, e eu estou me perguntando se eu descartei o que ele tinha a dizer, porque ele estava com Joyce. E se ele realmente pudesse ajudar Davey a ver de novo? — E se ele está apenas oferecendo falsas esperanças? Perguntou Tom. — Pelo que eu sei, eu acho que você fez a coisa certa. Deixe o médico de Davey saber disso e avaliar o que Sanjay está propondo. Ele terá acesso a recursos que você não tem. Não é como se você o tivesse descartado completamente. Você foi cauteloso, e eu não posso culpá-lo por isso. Ninguém pode, nem mesmo Sanjay. Tom parou um segundo. — Não há nada de errado em ser cauteloso. — Obrigado. Disse Greg suavemente, sem parecer convencido. — Não adivinhe seus instintos. Provavelmente estão no lugar certo. Greg sorriu e se levantou. — Eu preciso dizer boa noite para Davey. Não devo demorar. Greg saiu e Tom se sentou no assento, olhando para o pátio e imaginando que podia ouvir o som das ondas no lago. Eles provavelmente estavam muito longe, mas às vezes jurou que podia ouvir as ondas constantes na praia. Tom fechou os olhos e deixou sua mente vagar. Quando ouviu a porta se abrir novamente, ele não abriu e esperou. Nada aconteceu. Ele sabia que Greg estava perto, sua respiração suave, mas além disso, ele não ouviu um som. Greg acariciou sua bochecha, delicadamente e suavemente. Tom ficou imóvel, mantendo os olhos fechados, e deixou Greg ter liberdade. — Você é tão… — O quê? Tom sussurrou. — Perfeito. Respondeu Greg. — Eu não consigo descobrir o que eu fiz para chamar sua atenção. Você tem tudo, e eu sou apenas... normal. 137

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Tom inclinou-se para frente e passou os braços em torno de Greg, puxando-o para mais perto. — Você não é comum. Eu já vi o que parece comum e age, e acredite em mim, você não é nada parecido. O jeito que você está com Davey são extraordinários, acredite em mim, e toda vez que estou com você, eu me sinto especial. Ninguém me fez sentir assim. Tom descansou a cabeça contra o peito de Greg, ouvindo seu coração bater. — Eu tive muitos sujeitos querem estar comigo, sujeitos que me queriam por meu dinheiro, ou pensavam o que eu podia fazer por eles, mas não você. Tom levantou seu olhar, e Greg beijou-o ligeiramente, embalando suas bochechas. — Vamos entrar. Murmurou Greg. Ele afastou-se, segurando a mão de Tom. Tom se levantou e seguiu Greg para dentro, depois fechou a porta atrás deles. A casa estava escura e silenciosa. — Eu costumava deixar uma luz acesa para Davey... Disse Greg enquanto passavam pela sala de estar. Greg o conduziu pelo corredor, passando pelo quarto de Davey, que estava escuro e silencioso, até a porta final à esquerda. Entraram e Greg fechou a porta atrás deles. Então ele se acalmou no quarto mal iluminado. Havia apenas luz suficiente para Tom ver o contorno da cama e cômoda. — Não sei o que fazer - sussurrou Greg. — Eu estive com caras antes... Mas não em um tempo, e ninguém que eu já... — Ninguém que...? Tom perguntou. — Ninguém com quem eu quisesse fazer amor. Greg disse, e Tom o tomou em seus braços, segurou Greg com força e beijou-o com toda a alegria em seu coração. Greg vibrou ligeiramente em seus braços, a energia passando entre eles. — Tom estou nervoso. Sussurrou Greg, uma vez que ele quebrou o beijo. — Por quê? Tudo que você tem que fazer é ser você. — Mas e se isso não é bom o suficiente? Perguntou Greg. — É mais que suficiente. Disse Tom. — É perfeito. Greg riu, e Tom se acalmou. Ele estava tentando ser romântico e não entendia a reação de Greg. 138

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— Eu sinto muito. Estou longe de ser perfeito; Eu sei disso. — Nenhum de nós é perfeito, mas essa é a beleza do amor. — Onde você ouviu isso? Perguntou Greg. — Do meu avô. Ele sempre disse isso, ele não teria feito nada. Foi à avó que deu a ele o impulso e o apoio de que precisava para construir o negócio. Ele disse que ela compensou todas as suas falhas. Uma vez ele disse que a trouxe para uma reunião do banco para que ela pudesse encantar um o gerente de empréstimo que o deixou louco. Ele disse que a avó o encantou e o fez comer na palma de sua mão em alguns minutos, e ele conseguiu o que queria sem qualquer do barulho e drama que ele teria que passar. Veja, o vovô pode ser agressivo e impaciente com as pessoas, e a vovó estava quieta e tinha a paciência de um santo. Tom acariciou levemente a bochecha de Greg. — O que o vovô me disse foi que neste mundo, se você tiver sorte, você terá a chance de conhecer a pessoa que é a outra metade de sua alma. Ele disse que Gram era aquela pessoa para ele. — Ok, mas... — Ele me disse que Gram não era perfeita, apenas perfeita para ele. Tom alisou seu polegar sobre o lábio inferior de Greg e então se inclinou mais perto. Greg acalmou, e Tom o beijou. Juntos, eles se moveram para a cama. Tom apertou Greg de volta contra ele e depois para baixo. Ele continuou beijando, tomando todo o tempo do mundo. Greg gemeu suavemente e agarrou seus ombros. — Mas como você sabe? Tom fez uma pausa. — Você realmente quer falar sobre isso agora? Greg ficou calado por alguns segundos. — Tudo o que vovô sempre me disse quando eu perguntei a ele é que saberia quando acontecesse da mesma forma que ele fez com a Gram. Tom sorriu e esperou que Greg pudesse vê-lo. Ele esperou para ver se Greg tinha mais perguntas. Ele não pareceu, então Tom inclinou-se, inalando profundamente, absorvendo o rico cheiro de Greg. Ele acariciou a base do pescoço de Greg e depois o

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beijou. A riqueza salgada assaltava suas papilas gustativas, e ele beijava e saboreava. — Droga, você cheira bem. Ele sussurrou. — E você também. Grunhiu Greg. Tom beijou Greg com força, agarrou a barra da camisa e tirou-a das calças de Greg. Então ele deslizou sua mão sob o tecido. Greg estava quente e liso. Tom amava o modo como os músculos tremiam sob seu toque. — É isso que você quer? Perguntou Tom. — Sim. Faz muito tempo que alguém me tocou assim. Sussurrou Greg, mas a tensão em sua voz acalmou a mão de Tom. — Você quer que eu pare? Perguntou Tom. — Não. Gemeu Greg. — Como eu disse, estou nervoso e... — Ei. Tom sussurrou. — Não há nada em que ficar nervoso, eu prometo a você. Feche os olhos para mim e respire fundo... Bom... Agora o solte lentamente. — Greg fez, e Tom fez pequenos círculos em sua barriga. — Deixe-se ir com os sentimentos por dentro. Ele fez círculos maiores e se moveu para o peito de Greg, fantasmagando as pontas dos dedos sobre os mamilos de Tom. — Eu sei que tem sido um tempo, e eu sei que você tem um milhão de coisas em sua mente, mas deixe tudo ir. Pois agora, só há você e eu. O mundo está lá fora e não pode entrar. Portanto, não se preocupe nem cuide de ninguém, exceto você. Tom levantou a camisa de Greg. Agora que seus olhos tinham se ajustado, ele podia ver Greg bastante bem. Ele se moveu um pouco e lambeu o peito de Greg, depois sugou suavemente um mamilo. Alguns caras não gostavam disso, mas Greg certamente o fez, a julgar pelo coro de suaves gemidos que enchiam a sala. Greg se esticou, e Tom o segurou ainda, expondo o máximo de pele possível. Ele beijou e lambeu a barriga lisa de Greg e subiu por seu lado, então provocou um mamilo antes de capturar os lábios de Greg. — Tom, por favor...

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— Eu lhe disse que eu ia tomar meu tempo, e eu vou. Ele puxou a camisa de Greg e conseguiu colocá-la sobre sua cabeça. Tom ignorou sua própria necessidade e a rigidez em suas calças em favor de aceitar tudo o que era Greg. — Escorregue para cima na cama. Ele sussurrou. Ele permitiu que Greg se sentisse confortável, então ele montou as pernas de Greg e começou uma massagem que ele esperava que pudesse conduzir Greg selvagem. Começou com os ombros e o pescoço de Greg, acariciando levemente porque não tinha óleo. Depois baixou os braços para as mãos de Greg, erguendo cada um deles, acariciando cada dedo antes de retornar aos ombros de Greg. O peito de Greg era o próximo para acariciar, tocar, e definitivamente provocando. Este tipo de massagem não era para relaxar, mas para aumentar a sensação. Sua esperança era fazer a pele de Greg cantar e aumentar sua excitação, e pela forma como os músculos de Greg pulsavam sob suas mãos e a maneira como ele tremia quando Tom parou, estava funcionando. Quando chegou ao ventre de Greg, os músculos se enrijeceram e tremeram rapidamente. Greg conteve a respiração, e Tom sabia exatamente o que Greg estava fazendo. — Você está orando para ir mais longe? — Uh-huh. Greg respondeu sem fôlego. — Como assim? Perguntou Tom e passou os dedos por baixo da cintura das calças. Greg moveu seus quadris, e Tom sorriu para a saliência proeminente. Ele fez de novo, e Greg empurrou os quadris para cima o melhor que pôde, choramingando suavemente. — Tom. Gemeu Greg. Tom riu suavemente e abriu o cinto de Greg, puxou-o e deixou-o cair no chão. Greg estava dolorido e ficando mais animado a cada segundo. A energia na sala subiu mais e mais. Tom tinha estado com muitos caras, alguns mais do que outros, mas ele nunca tinha encontrado esse tipo de excitação sexual, e os dois ainda tinham a maior parte de suas roupas. — Eu prometi a você que eu levaria meu tempo, e eu quero que você saiba, sem dúvida, o que eu sinto por você. Isto não é uma foda rápida ou um 141

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tempo rápido. Como você disse isso é fazer amor, e eu acho que é hora de alguém fazer isso até o fim para você. Ele se inclinou para beijar Greg e ouviu um baque do lado de fora da sala. Greg se acalmou e ambos escutaram nenhum deles se movendo. O som não veio novamente e não havia nada mais. — Eu deveria verificar Davey. Disse Greg. Tom assentiu e se afastou das pernas de Greg. Ele observou quando Greg se afastou da cama e caminhou em direção à porta. Ele abriu e saiu do quarto. Não era assim que ele esperava ou queria que isso acontecesse. Ele tinha planejado isso e queria conduzir Greg selvagem, mas isso exigia um feitiço erótico, que agora estava quebrado. Greg voltou e fechou a porta atrás dele. Davey bateu a cabeceira da cama. Ele nem sequer acordou. — Ele voltou para a cama. Ele está se tornando mais ativo quando ele dorme, batendo e chutando as cobertas. Greg sentou-se de volta para o lado do colchão. — Eu sinto Muito. Eu sei que isso arruinou tudo, mas eu tinha que ter certeza que ele estava bem. — Claro que sim. Disse Tom, tentando manter qualquer indício de sua frustração fora de sua voz. Ele sabia que Greg estava certo, mas também queria sua total atenção por apenas algumas horas. Greg mudou de posição e se virou, aproximando-se. - Deve dormir o resto da noite. Sussurrou Greg. — Eu vou entender se... Tom não se moveu por uma fração de segundo. Então ele puxou Greg para ele e beijou-o com força. — Você é pai. Disse ele. — Sim… Tom não o deixou partir. — Quero dizer... Eu sou basicamente uma pessoa egoísta. Estou acostumado a ser o centro das atenções, seja por causa do que tenho ou as pessoas na minha vida. Mas eu não posso ser o centro de sua atenção porqueaé Davey, e sempre haverá Davey. 142

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— Ele é meu filho. — Eu sei. Tom tomou um segundo para ter seus pensamentos juntos. — Eu não estou dizendo que é uma coisa ruim, ou errada, apenas algo que eu preciso me acostumar. — É algo que você está disposto a viver com? Eu não posso não cuidar de Davey ou colocá-lo em uma prateleira para pegar mais tarde, porque você e eu queremos fazer alguma coisa ou passar algum tempo juntos. Ele precisa de mim, e o fará por muito tempo. Tom assentiu com a cabeça e se aproximou, tocando os lábios de Greg com os dele. — Eu não acho que eu me importaria tanto com você se colocasse Davey de lado por mim ou para qualquer um. As palavras estavam fora de sua boca antes que ele pudesse detê-los. Isso geralmente não era como ele. Sim, Tom era generoso com muitas coisas, mas ele sempre exigiu a total atenção de seus namorados. Inferno, na maioria dos seus relacionamentos anteriores, ele tinha sido o único a chamar os tiros. Talvez por isso os relacionamentos tivessem acabado. Ele não sabia ao certo, mas era possível. Greg o beijou, e Tom o devolveu, puxando-os de volta para a cama. Greg se entrelaçou ao redor dele, empurrando-o contra ele. Tom puxou sua própria camisa, quebrando o beijo o tempo suficiente para colocá-la sobre sua cabeça. Então os beijos continuaram. A energia que parecia evaporar mais cedo voltou rapidamente, e Tom percebeu que era por causa dos dois, juntos. Greg acariciou-lhe as costas e enlaçou os dedos no cabelo. Gemidos suaves encheram o quarto, só que desta vez não era apenas Greg, mas ambos. Tom puxou as calças de Greg, mudando o acesso e separando o tecido. Então ele os pressionou sobre seus quadris. Eles trabalhavam um no outro tirando roupas cada vez mais rápido. Calças, sapatos e meias acabaram espalhadas no chão. A grande sedução de Tom tinha mudado para a paixão mútua. Eventualmente, Greg se moveu contra ele. Tom suspirou 143

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quando, peito com peito e quadris com quadris, se tocaram. Isso era o que ele estava desejando e esperando. — Tom. Sussurrou Greg, arqueando as costas e movendo ligeiramente os quadris. Tom os enrolou na cama, pressionando Greg no colchão, amando o contato pelea-pele. Ele acariciou a bochecha de Greg, quase incapaz de conter a energia que percorreu ele. — Eu sei, eu também sinto isso. Tom beijou Greg e deslizou lentamente para baixo, beijando uma longa trilha molhada sobre o peito de Greg e depois abaixo de sua barriga. O galo de Greg saltou e tremeu. — Não vou durar muito tempo. Greg gemeu. Tom pensou e podia dizer que se fosse esse o caso ele estava indo embusca do ouro, então ele abriu sua boca e chupou Greg duro e profundo. Greg desfez-se. Era a única maneira de descrevê-lo. Ele gemeu alto e enfiou asua mãofechada em sua boca, respirando com dificuldade e deixando-se ir. Greg saboreava exatamente como Tom pensava que seria, rico e picante. Ele chupou duro, correndo sua língua em torno da cabeça e, em seguida, sugando-o profundamente mais uma vez. Tom acariciou a barriga de Greg e então até seu peito para ajustar seus mamilos. Greg parecia ficar mais excitado, empurrando os quadris enquanto Tom se movia. — Tom, pare. Greg respirou depois de alguns segundos. Tom fez uma pausa e deixou Greg escapar de entre seus lábios. — Eu vou vir e eu não quero ainda. É muito cedo, e eu não quero que pare... — Não vai, eu prometo, mas podemos diminuir um pouco, se quiser. Ele não estava muito certo quanto tempo os dois durariam, mas não importava. Greg acariciou suas costas e sobre sua bunda, acariciando suas bochechas e depois pressionando contra Tom ainda mais forte. — Tenho a sensação de que vai levar muito tempo antes de eu ter o suficiente de você. Sussurrou Tom, e então ele sugou um pouco em seu pescoço. 144

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Greg gemeu e se contorceu debaixo dele. Para o inferno com lento. Tom enrugou a pele de Greg, lambendo e chupando seu caminho por cima de um peito abanando e barriga ondulante. Greg se acalmou, e Tom o sugou profundamente em um movimento fluido, então sacudiu a cabeça e lambeu ao longo do comprimento de Greg, seu pau latejando ao longo da língua de Tom. Droga, Tom amava essa sensação, e o gosto rico e ligeiramente amargo o impeliu. Tom sugou cada vez mais e quando a respiração de Greg se deteve, ele se acalmou. Tom sabia que Greg estava perto, então ele dobrou seus esforços, querendo mais do que qualquer coisa que Greg gozasse. Ele não teve que esperar muito. Greg ficou tenso, gemeu profundamente, e sacudiu um pouco antes de começar a vir. Greg deu a Tom tudo o que tinha para dar, a boca aberta e os olhos ligeiramente vidrados. Tom esperou até que Greg se esticou na cama. Então Tom o deixou escapar de entre seus lábios. O olhar de quase completa maravilha nos olhos de Greg lhe disse tudo o que ele precisava saber. Tom juntou os lábios em um beijo profundo que alimentou sua própria paixão negada. A pele de Greg em seu pau o deixou louco. Tom agarrou Greg para ele, empurrando seus quadris com abandono, deslizando seu pênis ao longo da pele morna e suada de Greg. Em poucos segundos, a pressão construída a partir de profundamente dentro e ele veio duro entre seus corpos. Nenhum deles se moveu por um longo tempo. Respiraram e abraçaram-se em um brilho suave que parecia continuar, para deleite de Tom. Eventualmente, Greg se levantou e saiu correndo do quarto para o banheiro. Ele voltou com um pano e uma toalha que ambos usaram para limpar. — Você quer que eu vá? Tom perguntou. — Eu vou entender se você não quer que eu esteja aqui quando Davey se levantar de manhã. Greg terminou com o pano e colocou-o no cesto antes de se juntar a ele na cama. — Eu acho que Davey aprovaria, na verdade. Ele me perguntou por que eu não estava namorando, e eu acho que ele ficaria encantado ao saber que éramos sérios um com o outro. Greg fez uma pausa. — Nós somos sérios, não somos? Quer dizer, se isso é 145

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apenas uma coisa de sexo, eu posso viver com isso, mas eu preciso que você me diga. Davey gosta de você, e eu não quero que ele se machuque. Acho que posso lidar com isso, mas ele... Tom tocou levemente os lábios de Greg com um dedo. Ele gostava da coisa balbuciante que Greg tinha feito, mas precisava acertá-lo. — Sim, eu acho que o que temos é sério, e não, eu não tenho intenção de ferir propositadamente você ou Davey. Mas você tem que perceber que eu estou neste relacionamento com você. Eu me importo muito com Davey, mas a pessoa que está roubando meu coração é você. Essa foi uma admissão difícil para ele, mas ele achou que era necessária. — Eu não costumo derramar meu coração para ninguém, mas você conseguiu em torno de minhas defesas, e o que me surpreende é que eu não me importo, no mínimo. Você é um homem bom e gentil sem uma agenda, e eu não conheci muitos assim. — Tom puxou Greg para ele, dando-lhe carinho, fazendo círculos lentos em sua barriga. — Quero ficar, Greg, muito. Greg ficou quieto por um bom tempo. — Estou feliz que você fique. E eu… — Você não tem que dizer qualquer coisa que você não está pronto. — Eu sei. Greg rolou. — Eu também me importo com você. Essas últimas semanas foram difíceis para nós dois, e você esteve conosco todo o caminho. Tom sorriu e fechou os olhos, beijou Greg ligeiramente e depois o segurou em seus braços. Esta foi a primeira noite juntos, e Tom não queria que terminasse. Ficou acordado por uma boa hora, ouvindo Greg respirar e deixando-se começar a acreditar o quão maravilhosas poderiam ser as coisas. — Você ainda está acordado? Perguntou Greg na escuridão. — Sim. Tom respondeu. — Algo está errado? — Não. Tom respirou. — Eu não consigo dormir porque não estou acostumado a ter alguém na cama comigo assim. Estou animado e feliz. 146

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— Mas isso é bom. Sussurrou Greg. — É, mas isso é também é quando minhas tentativas anteriores de um relacionamento explodiram. — Certo. Greg riu um pouco. — Não haverá nenhum nenhuma explosão ou qualquer outras terminologias estilo-militar para acabar com esta relação. OK? Então, relaxe e vá dormir. Greg apertou-se contra ele, e Tom ouviu outra risada. — Vejo por que você não consegue dormir. Disse Greg e começou a mover seus quadris, deslizando o pau agora latejante de Tom ao longo de sua bunda. — Eu estava tentando não ser muito óbvio. Tom sussurrou no ouvido de Greg, segurando-o mais apertado enquanto ele empurrava seus quadris. Tom deixou suas mãos vagarem pela barriga de Greg e passou os dedos em torno do pênis de Greg. Ele lentamente começou a acariciar, e Greg empurrou seus quadris contra ele. — É isso, deixe-se flutuar na sensação. Tom sussurrou e depois sugou a orelha de Greg. — Eu amo a maneira que você se sente contra mim, mas eu amo ainda mais a maneira que você agita com emoção quando eu toco em você. — Eu me sinto tão egoísta. Disse Greg. — Não. Você está me deixando dar, e é isso que eu quero. Você precisa ser feliz, e fazer você feliz faz o mesmo por mim. Tom acariciou mais forte e empurrou mais rápido, e Greg pressionado contra ele em uma súplica silenciosa para mais. A cama tremia ligeiramente enquanto eles se moviam lentamente juntos em uma dança horizontal que envolveu Tom em um calor diferente de qualquer coisa que ele já tinha sentido antes. Ele sabia quando Greg estava perto, podia dizer por suas pequenas respirações ofegantes e movimentos desesperados. Tom não estava muito distante, seu corpo se ajustando ao de Greg. — Seus pequenos gemidos me deixam louco. Sussurrou Tom, tocando Greg como um instrumento, conduzindo-os a um crescente desejo que rapidamente se espalhou ao redor deles em um flash de calor abrasador que se afunilou em um desbotamento quente e lento, e depois de mais uma limpeza, eles se estabeleceram de volta na cama, e desta vez, Tom adormeceu. 147

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Primeira coisa na parte da manhã, ele beijou Greg dando adeus e saiu da casa. Tom precisava chegar em casa, e é claro que uma vez que chegou lá, ele encontrou um número de garrafas de cerveja na mesa de café e Skip adormecido no quarto de hóspedes. Tom achou que deveria estar satisfeito por não ter encontrado Skip jogado no sofá ou adormecido no chão do banheiro. Ambos eram experiências que ele não estava realmente disposto a reviver. Tom decidiu deixá-lo dormir e foi para seu quarto. Ele pegou roupas frescas e foi ao banheiro, onde se limpou, tomou banho e depois se vestiu. Quando ele saiu, ele foi agraciado com Skip vindo em sua direção, de olhos azuis e brilhantes, vestido apenas com um par de shorts de ginástica velho. — Quando você chegou em casa — Há pouco tempo. Tom respondeu, e Skip deu-lhe um sorriso. — Foi bom, obrigado. — Não há problema. Skip disse e então bocejou. — O que está na agenda para hoje? — Eu pensei em levá-la para as cataratas, se você quisesse. É mais de uma hora de viagem. Pensei que poderíamos passar algum tempo conversando com a natureza antes que seja hora de voltar e jogar com Davey. — Você realmente gosta dele, não é? — Sim, Davey é um ótimo garoto. Tom respondeu. — Eu estava falando sobre Greg. Skip disse com uma risada suave, seguido por um bocejo. Ele arranhou a bunda e caminhou em direção ao banheiro. — Eu vou me limpar e mr vestir, e então poderemos ir. Ele fechou a porta, e Tom foi para seu quarto para terminar de se vestir. Então Tom foi para a cozinha. Ele fez café, o que inevitavelmente chamou Skip no andar de baixo. Depois de agarrar uma mordida rápida, eles entraram na Ferrari e saíram para o dia. — Você sabe... Disse Skip enquanto dirigiam. Eu vim aqui para tentar convencêlo a desistir dessa tolice e voltar para Nova York. Todo mundo sente falta de você, 148

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inclusive eu, mas você não vai voltar, eu sei agora. Por alguma razão insondável, você está realmente feliz aqui no fim do mundo. — Eu gosto daqui. O que há de errado com isso? — Nada. Isso é o que eu estou chegando a entender. Quando você saiu, eu continuei pensando que você ficaria entediado e voltaria. Quero dizer, Nova York tem tudo, e este lugar muito pouco. Mas eu estou começando a entender que Marquette tem algo que te faz feliz. Desejo a Deus que eu soubesse o que era, porque o pensamento de viver aqui no meio do nada me empurraria para longe no fundo. — Você é tão dramático. Disse Tom. — Não é tão ruim tudo isso aqui. As pessoas são amigáveis, e há muito que fazer. Você apenas tem que olhar mais duro e estar disposto a fazer o seu próprio divertimento. Eu sou parte da comunidade e eu posso ser produtivo aqui. Eu não era em Nova York. Tom fez uma pausa. — Ok, honestamente, eu gostaria de poder dizer por que eu gosto disto aqui, mas eu faço. E eu acho que você pode gostar daqui se você der uma chance. Tom esperou a inevitável negação. Quando não veio, ele sorriu e ficou quieto. Eles dirigiram por um tempo, com Skip olhando pela janela para o cenário que passava. Ele fez algumas perguntas, e Tom fez o seu melhor para fornecer as respostas. Tom desviou da estrada principal, depois desacelerou quando uma grande forma saiu das árvores. Ele parou e ouviu Skip ofegar, então disse, — É um urso de merda? Tom sorriu. — Eu não sei sobre a parte da merda, mas sim, isso é um urso preto. Estamos prestes a entrar no parque estadual, e é muito selvagem. A maior parte de Michigan foi registrada em um ponto ou outro, mas grandes porções do parque estadual foram preservadas e reservadas antes que isso acontecesse. — Tom parou na estação do guarda florestal, onde o guarda florestal de plantão verificou a etiqueta do parque estadual no pára-brisa, perguntou sobre o carro com um enorme sorriso e um toque de ciúme, e deixou-o passar. — Gostaria que Greg pudesse ter vindo conosco. Disse Tom. 149

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Skip suspirou. — Sabe, houve um tempo em que eu desejei que você tivesse esse tipo de sentimentos por mim. Tom quase perdeu a entrada que ele estava procurando, ele ficou tão chocado com a admissão. — Nós éramos amigos, melhores amigos... Ele não sabia o que mais dizer. — Eu sei. Skip disse, e então, depois de um momento de silêncio, ele acrescentou. — Eu não queria estragar isso. Tom puxou para um lugar de estacionamento e desligou o motor. — Você poderia ter dito algo. Tom começou a correr através de sua história juntos como um filme em execução em super-fast-forward. — Acho que nunca pensei em você assim. Quero dizer, você era meu amigo, e é muito ruim dar em cima de seu amigo. — É, então. Eu sabia que não era para ser quando você saiu da cidade. Enquanto você estava lá eu continuei pensando que poderia ter uma chance, mas você nunca olhou para mim desse jeito, então eu acho que eu... — Afogou suas dores em um desfile de homens? Tom provocou. — Não se lisonjeie. Disse Skip, abrindo a porta. Tom fez o mesmo, e eles saíram. — Eu não estou de coração partido ou qualquer coisa. Eu fui. Vamos falar sobre outra coisa. Provavelmente deveria ter mantido minha boca fechada em vez de soar como um personagem trágico de uma comédia romântica. Tom sacudiu a cabeça. — Vamos. Vamos ver alguma natureza. Ele liderou a caminhada pelo caminho do estacionamento para o centro de visitantes. Eles pararam dentro para obter algumas informações básicas antes de caminhar pelo caminho através da floresta, o rugido de água caindo misturando-se com o vento através da copa espessa. Ele realmente queria poder estar aqui com Greg. Greg tinha dito uma vez que Tahquamenon Falls era um dos lugares favoritos dele e Davey. — A floresta aqui tem milhares de anos. Ele olhou para as fileiras de árvores grandes e grossas, apoiadas na grade de madeira que percorria o caminho. — Você sabe o que me dói? Tom perguntou, quase sem fôlego. 150

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Skip estava ao lado dele. — Que Davey nunca mais vai ver isso? Tom assentiu lentamente. — Você me conhece tão bem. — Sim, eu sei. Skip concordou. — E eu sei que o menino e seu pai ambos estão sob sua pele. Mas quero lhe perguntar uma coisa, e não quero que fique louco. Tom se virou para ele. — É Davey quem está apertando seus botões, ou é Greg? Tom abriu sua boca para responder, raiva levanta-se à superfície. Skip levantou as mãos. — Eu só estou perguntando porque eu conheço você e suas causas. Você se envolve em coisas, e eu te amo você sabe disso. Mas eles não são uma causa. Tom respirou fundo e afastou-se da trilha. Skip fez o mesmo, e eles continuaram pelo caminho em silêncio. O caminho percorreu o bosque, e o rugido da água caindo ficou mais alto. Então fizeram uma curva, e lá estavam elas, as grandes quedas superiores. As quedas eram espetaculares, uma grande extensão de água caindo sobre cem pés, natural e intocada. Tom parou e simplesmente observou o jeito que sempre fazia quando ele vinha aqui. As pessoas passavam por ele para se aproximar, mas Tom simplesmente olhava fixamente, contemplando toda a cena, o deserto, o rio e depois as cataratas. Havia algo sobre esse lugar que falava com sua alma. — Você está pronto para seguir em frente? — Me dê um minuto, Greg. Disse Tom. — Quero dizer, Skip. Ele se corrigiu apressadamente, balançando a cabeça para puxá-lo para fora da fantasia que ele estava se permitindo tecer. — Eu acho que eu só tenho a minha resposta. Skip murmurou, e então ele se virou e começou a caminhar pelo caminho. Tom o seguiu e eles continuaram até que se aproximaram, caminhando até o topo das cataratas, onde eles observaram a água quando ela se aproximava do precipício e depois caíam, passando de uma clara e escura água espumante em uma fração de segundo. — É incrível. Disse Skip sobre o rugido, com mais animação que Tom tinha ouvido o dia todo. 151

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— Sim. Tom concordou, balançando a cabeça. — Eu posso sentir a energia ao redor. É como se o ar estourasse com ela. Tom sabia exatamente o que ele queria dizer. Depois de um tempo, eles retornaram ao longo do caminho, com as pessoas passando-os como se respondessem a chamada do rio selvagem. — Você sabe, eu nunca quis te machucar. Tom disse enquanto se aproximava da Ferrari, um grupo de crianças reunidas ao redor dele, olhos cheios de saudade e admiração. Tom abriu a porta e deixou que os meninos olhassem para dentro. Eles queriam saber todas as estatísticas, e ele com prazer forneceu as informações. Então ele e Skip entraram. — Você não me machucou. Disse Skip. — Eu me machuquei com minhas ilusões, mas honestamente isso foi há um tempo atrás e eu estou sobre você. Acho que eu precisava limpar o ar. Tom assentiu e não disse nada. Ele não achava que Skip estava dizendo a verdade, mas dizer isso machucaria seu orgulho, então ele ficou em silêncio enquanto eles dirigiam para as cataratas mais baixas. Eles almoçaram e depois pagaram por uma viagem de barco para a ilha, onde seguiram o caminho ao longo da borda onde o rio correu sobre pequenas quedas bem perto do caminho. Estes não eram tão grandes como as quedas superiores, mas as cascatas em cima das menores caindo não eram menos inspiradoras. No momento em que tinham andado a trilha ao redor da ilha, eles estavam prontos para voltar. Tom remontou o barco pela lagoa e voltou para o embarcadouro. — Isso foi incrível. Disse Skip enquanto subiam o caminho para a loja de presentes. Skip olhou através de prateleiras de lembranças enquanto Tom tentava calcular quanto tempo tinha sido desde que a variedade de mercadoria tinha mudado. Todo o lugar se sentia como algo outras moedas antigas e ursos negros recheados, tudo era mais inocente. Talvez fosse o sorteio. Famílias vieram aqui em férias para escapar da 152

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agitação da vida cotidiana. Tom sorriu quando um rapaz pegou um dos ursos e se virou para o pai, um sorriso estourando quando o pai assentiu. — O que há de errado? Skip perguntou. — Você está comtemplativo. — Não quis fazer isso. Apenas pensando em merda. Desejando que seu pai tivesse feito algo tão simples com ele quando ele tinha essa idade. — Vamos voltar. Temos de nos certificar de que tudo está carregado e pronto para o beisebol beep. Havia algo que você estava interessado? Skip caminhou de volta pela loja e voltou com meia dúzia de camisetas em várias cores. — Eu preciso de algo para levar de volta para os caras, e eles vão ter um pontapé fora destes. Ele pagou, e então eles caminharam de volta para o carro, onde outro grupo de pessoas tinham cercado. Tom fez a mesma rotina que antes, e então eles foram para casa. O céu se nublou quando se aproximaram da cidade. — Davey ficará desapontado se chover. Skip puxou seu telefone e começou a verificar as coisas. — Não há nada no radar, provavelmente apenas nuvens. Eles entraram no carro e Tom colocou o carro na garagem. Em seguida, ele começou a recolher o equipamento, certificando-se de que estava tudo carregado antes de embalá-lo no porta-malas da BMW. Uma vez que foi feito, ficaram fazendo tempo e, em seguida, dirigiu-se para o campo de bola. Skip ajudou-o a montar, e quando Greg entrou com Davey, Tom sorriu. — Você teve um bom dia? Greg perguntou quando ele saiu do carro e Tom correu até ele. — Sim. Tom respondeu e depois o beijou. — Mas isso ainda era um dos destaques. —Está tudo pronto? Davey perguntou. Ele estava tão animado que mal podia ficar parado.

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— Sim. Outros carros chegaram. Ele reconheceu o carro de Howard e Gordy juntamente com o de Ken, Patrick e o alugado de Joyce, mas outros também chegaram. — Nós temos tudo preparado. Greg guiou Davey para onde eles estavam indo jogar, e Tom foi junto com eles. — Nós temos alguns jogadores adicionais. Disse Howard com um sorriso de onde segurava o braço de Gordy. — Excelente. Disse Tom e levantou a cabeça. — Por favor, junte-se a nós ao pé das bancas, e eu vou explicar o jogo e o que vamos fazer hoje. Os videntes caminharam até as arquibancadas, enquanto os novos pais ajudavam seus filhos cegos. Demorou um pouco, e Tom rapidamente percebeu que as coisas iriam acontecer mais lentamente do que ele esperava. Quando eles tinham tocado com apenas Davey, as coisas tinham ido relativamente rápidas. — Bem-vindos ao basebol beep, ou como Davey o chama, 'beep ball'," Tom disse quando todos se reuniram. — Nós não estamos aqui para jogar um jogo ou para a competição, pelo menos não hoje. Isso é sobre diversão. Sou Tom Spangler. — Você é o treinador? — Não, eu sou apenas o organizador. Greg. Ele apontou. — Vai agir como treinador, mas realmente estamos aqui apenas para se divertir. Como temos rostos novos, acho que devemos fazer as apresentações. — Eu sou Marty Phillips, e este é meu filho Kurt. — Quantos anos você tem, Kurt? Tom perguntou em um tom muito mais calmo. — Nove. Disse Kurt. — Você já jogou beisebol antes? — Kurt nasceu cego. Marty respondeu por ele, e Kurt se virou para ele. — Isso não é um problema, não é? — Meu Deus, não. Disse Tom. — Todos nós estamos aprendendo, e nós vamos fazer isso juntos. Ele estava tão animado, e Tom olhou para Greg, vendo algum de sua

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excitação voltando para ele. Ele queria correr e abraçá-lo com força, porque as coisas pareciam estar se juntando. Ele se virou para o outro homem que tinha vindo. — Eu sou Frank Gardner, e esta é Heather. Disse ele. — Oi. Heather disse alegremente. — Estou muito animado para jogar. — Ela é uma verdadeira fã de beisebol. Disse Frank. — Você já jogou? Perguntou Tom. — Não. Escuto os jogos com o papai. Disse Heather. — Quando ouvimos sobre isso através de Howard, ela estava tão animada. Frank fez uma pausa. — Não é só para meninos, não é? — Não. Certamente que não. Tom respondeu a Frank. — Hanna e Sophia também vão jogar. Elas terão os olhos vendados. Frank sorriu e abraçou Heather para ele. As apresentações continuaram, e então Tom explicou as regras básicas do jogo antes de passar as coisas para Greg. Tom verificou o equipamento enquanto Greg explicava que eles iriam começar com o movimento entre as bases. Eles achavam que uma habilidade em um momento era melhor. Os pais tomavam lugares nas bases, e os garotos se alternavam entre eles, como Tom e Greg tinham feito com Davey anteriormente. Com cada sucesso, as crianças riram. Heather era totalmente destemida, e depois de uma viagem de ida e volta, ela correu entre as bases com uma explosão de velocidade. Sophia e Hanna foram as mais tentativas, o que não foi surpreendente. — Você quer trabalhar em bater? Greg perguntou. — Eu acho que Heather está tão ansiosa que se ela se conectar com a bola, ela vai bater para fora do parque. — Eu concordo. Kurt ainda esta reticente. Eu o deixaria correr as bases mais algumas vezes. Tom olhou para Joyce. — O que você está pensando? Perguntou Greg. — Hanna. Chamou Tom, ela tirou a venda e correu. — Você estaria disposta a ajudar por alguns minutos para que eu possa emprestar sua venda?

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— Claro. Ela disse, soando um pouco aliviada antes de lhe entregar a venda. — Não é tão fácil como eu pensava que seria. Sophia disse a mesma coisa. Tom não pôde deixar de abraçá-la. — Vocês duas estão fazendo muito bem, e eu estou... Orgulhoso de vocês por tentarem. Os outros precisam disso. Tom olhou para Joyce, depois para Heather. — Obrigado por isso. Agora vamos nos divertir um pouco. Hanna olhou para ele, provavelmente se perguntando o que ele estava falando. Tom a soltou e caminhou até onde Sanjay e Joyce estavam sentados. Eles haviam conversado entre si, e algumas vezes ele tinha ouvido seus comentários sussurrados. — Você gostaria de tentar? Ele perguntou, estendendo a venda. Esta idéia estava passando pela cabeça dele desde o dia anterior. Tom se assegurou de que seu tom de voz se cruzasse com a sugestão de um desafio. — Vá em frente. Sanjay disse quando ela olhou para ele. Joyce tirou a venda da mão de Tom e caminhou para a base. Então ela colocou. — Você pode ouvir a outra base? Tom perguntou, e Joyce acenou com a cabeça. — Então caminhe em direção a ela. Eu estarei com você. — Você não espera que eu corra, não é? Havia medo em sua voz. — Não, apenas faça o seu caminho em direção ao som. O chão está nivelado, e eu não vou deixar que nada fique no seu caminho. Ela andou devagar. Tom a guiou duas vezes, e ela finalmente alcançou a base. Assim que tocou, puxou a venda e devolveu-a. — Eu acho que você fez o seu ponto. Disse ela suavemente. — Eu fiz? Desafiou Tom. — Sim. Ela respondeu esta vez muito mais suavemente. — Eu mal podia andar em linha reta. Ela deu um passo para trás da base, e Tom fez o mesmo para que eles não se tornassem um obstáculo. — Sim. E Davey tem que reaprender como fazer quase tudo em sua vida, incluindo comer, beber e andar. Por mais frustrante que seja para você, porque você quer que ele faça bem, é ainda mais difícil para ele. Tom não estava certo de que ele 156

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estava conseguindo passar com suas palavras, mas tinha certeza de que sua pequena demonstração lhe dera algo para pensar sobre. — Tom? Greg chamou, e Tom se afastou de Joyce e correu para ele. Ele entregou a Hanna de volta a venda, e eles conseguiram que as crianças estivessem prontas para se revezarem. Ele notou que havia muito mais gritos e encorajamento, especialmente quando Davey chegou até a base, e Tom compartilhou uma piscadela com Greg que foi devolvida com um sorriso. Deus, Tom adorava quando Greg olhava para ele desse jeito. Entre ele e Greg, explicaram como o jogo funcionava e passaram a meia hora seguinte dando a cada um dos jogadores a chance de acertar. Eles fizeram notavelmente bem. Davey e Heather iam ser poderosos. Kurt era muito mais tentativo, e Tom trabalhava com ele de perto, mas ao final da prática de bater, ele conseguiu acertar duas vezes. Tom não pôde deixar de sorrir quando Kurt pulou para cima e para baixo depois de seu segundo hit, e seu pai correu até ele e levantou Kurt no ar com lágrimas nos olhos. — Você fez isso. Tom piscou algumas vezes e viu Greg fazendo o mesmo. Sophia e Hanna fizeram bastante bem. Para elas, Tom tinha certeza de que era uma questão de se acostumar a usar um sentido diferente da visão. Ele tinha poucas dúvidas de que as duas se tornariam boas jogadoras eventualmente. — Isso é incrível. Disse Frank uma vez que a prática de rebatedores acabou. — Eles realmente estão fazendo isso. — Sim, eles estão. Disse Tom. — Vamos tentar jogar. Disse Greg com energia. Eles reuniram os jogadores. — Agora nós vamos colocá-los cada um em uma área do campo. Vamos jogar as bolas em sua direção. O objetivo não é pegá-las, mas buscá-los fora do chão antes que o corredor chegue à base. Agora, terão que falar uns com os outros para que os outros saibam onde você está. Uma das coisas importantes é aprender as vozes um do outro. Em um jogo haverá pessoas falando e outros ruídos, então eu quero que você comece dizendo seu nome como você está no campo. Coisas como "Sophia, e eu tenho", ou 157

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"Davey, e eu estou nele." Também periodicamente basta dizer o seu nome para que os outros jogadores se orientem. Podem fazer aisso? — Sim. Disseram todos animadamente, e os adultos ajudaram a colocar as crianças em posição. Os pais estavam por perto para ajudar a evitar possíveis colisões, e Greg começou a bater bolas em cada jogador. As crianças riram, gritaram seus nomes e correram para a bola. Algumas vezes eles caíram, mas surgiram sorrisos enquanto continuavam seguindo o sinal sonoro. Algumas colisões foram encabeçadas, e em geral as crianças se divertiram. — Vocês fizeram tudo bem. Você se divertiu? Greg perguntou, e um coro de sims subiu da pequena equipe. — Estou feliz. Acho que da próxima vez vamos fazer os mesmos treinos e, em seguida, tentar combinar bater e correr para a base. Será que todo mundo gosta de pizza? Outro coro de sins excitados subiu, e Greg explicou onde eles estavam indo para comer. — Quando chegarmos ao restaurante, vamos definir um horário. Disse Greg aos pais. — Eu também vou obter informações de contato para que possamos ficar em contato. — Tenho algumas perguntas. Disse Frank, e Tom se virou para ele. — Quanto custa isso? O equipamento não pode ser barato. — Todo o equipamento foi doado, assim como os uniformes, pizza, bebidas, e qualquer outra coisa que precisamos. Estamos trabalhando para tentar montar uma equipe oficial dentro da liga para que possamos ser sem fins lucrativos também. Há pessoas olhando para o que precisa ser feito. — Como você conseguiu isso? Perguntou Frank. — Eu tenho meus caminhos. Disse Tom, e ele compartilhou um breve olhar com Greg. — Vamos guardar o equipamento, e então poderemos levar esses jogadores para comer alguma pizza. Ele gritou alto, e os adultos se espalharam pelo campo, incluindo Joyce e Sanjay. Tom viu Joyce conversando com Greg e se perguntou brevemente sobre o que estavam falando, mas voltou a arrumar as bases.

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Poucas horas depois, quase todos tinham comido e tinha deixado pizzaria. Greg, Skip e Tom estavam sentados à mesa com Davey, que se inclinou cansadamente contra Greg. — Eu deveria levá-lo para casa. Disse Greg suavemente. — Eu vou ficar aqui se vocês dois querem falar alguns minutos. Skip ofereceu. Greg mudou de posição, e Davey sentou-se. Então Greg e Tom se moveram para uma das mesas vazias na parte de trás. — Joyce mudou de idéia depois do que fez com ela. Disse Greg. — Eu pensei que ela faria, mas eu não quero falar sobre ela. — Oh. Greg disse endurecendo. — Algo está errado? — Não. Eu senti sua falta hoje. Skip e eu fomos para as cataratas, e eu estava em este grande ponto de vigia e tudo que eu poderia pensar era você. Fiquei desejando que você e Davey estivessem comigo. — Costumava ser um de seus lugares favoritos. Gostaríamos ir para lá para o dia, pegue um piquenique, e quando visitamos as quedas mais baixas a última vez, eu deixei ele na frente. Ele estava no céu. Greg sorriu. — Quando ele estava perdendo a visão, fizemos todos os tipos de coisas juntos. Eu sabia que era provável pela última vez, mas eu não lhe disse isso. Não será o mesmo agora, mas eventualmente podemos levá-lo de volta. Tom olhou ao redor deles e depois se inclinou sobre a mesa. — Eu quero ir para casa com você, mas eu não posso deixar Skip sozinho novamente. Davey vai para a escola amanhã? — Não. Ele tem o dia de folga, mas tenho um trabalho que está se acumulando. Howard e Gordy vão buscá-lo de manhã para mim. Howard quer passar tempo com ele para ajudá-lo com a mobilidade e outras questões. Ele também tem um gravador e vai ajudar com a leitura. — As coisas estão acontecendo rápido demais para Davey? Ele teve muito que fazer. Tom não pôde evitar olhar para onde Davey e Skip estavam conversavam. 159

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— Eu perguntei a seus professores, e eles disseram que ele é um dos alunos mais brilhantes que eles tiveram. Eles dizem que ele mostra frustração de vez em quando, embora na maioria das vezes eles dizem que é porque Davey ainda espera ser capaz de ver novamente. Falando nisso, recebi um telefonema do médico do Davey, e ele quer se encontrar comigo e com o Sanjay amanhã à tarde. Greg moveu-se no banco. — Eu queria saber se você iria comigo. — Claro, se você quiser. Greg olhou para Davey e depois se inclinou para mais perto. — Estou tão assustada que não consigo pensar direito. Quer dizer, se há algo que poderia funcionar, como posso dizer não? E, no entanto, provavelmente não existem garantias. E se tentarmos o que Sanjay propuser e não funcionar? Isso devastaria Davey... e eu. Tom entendeu. — Eu sei. Por um lado, você quer dar Davey cada oportunidade de ser capaz de ver, e por outro lado, o que se faz mal? Nada é garantido. Greg assentiu muito devagar, e Tom tomou sua mão. — Eu estarei lá com você, se você quiser, e você pode tomar a decisão, uma vez que você ouvir todos os fatos. Tom desejou que pudesse ser mais animador. — Obrigado. Greg disse e se levantou. — Eu tenho que levá-lo para casa. — Vejo você amanhã. Disse Tom, puxando Greg para um abraço. — Eu ... As palavras estavam na ponta de sua língua, mas ele as segurou de volta. Ele não tinha certeza do por que. — Vou sentir sua falta. Ele disse e puxou Greg mais apertado antes de soltá-lo. Greg pegou Davey, e eles disseram boa noite e sairam, com Tom e Skip atrás. — Por que você não lhe disse como você se sente? Skip perguntou uma vez que eles estavam no carro. Tom não tinha uma resposta, pelo menos, não estava disposto a vocalizar. Como diabos ele poderia dizer que nas poucas vezes em sua vida ele tinha dito a alguém que ele amava eles tinham o deixado ou morreram, ou pior, ele descobriu que eles não o

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amavam de volta, apenas seu dinheiro. Ele tentou fazer as palavras chegarem, mas elas estavam presas em sua garganta. Tom olhou para Skip, que olhou para ele. — Acredite em mim, eu sei como é manter seus sentimentos para você mesmo. Tom sabia pelo jeito que Skip olhava para ele que ele estava se referindo a ele, e ele estremeceu involuntariamente. — O que você sente por Greg está escrito em todo o seu rosto, pelo menos para mim. — Skip, eu não posso falar sobre isso. Ele não disse nada, e eu... Skip fez que sim com a cabeça e se virou. Tom ligou o carro e dirigiu para casa, nenhum deles dizendo uma palavra até que Tom entrou na entrada. Então Skip disse: — Olhe, vou correr o risco de me morder a cabeça. Mas você não quer deixar Greg se perguntando sobre isso. Ele merece saber como se sente, e você merece saber como ele se sente. Tom rosnou. — Droga. Esse homem te ama, mas ele está tão assustado quanto você. Skip balançou a cabeça. — Onde está o Tom que eu sei que faria qualquer coisa e não tinha medo de nada? Você vai assumir a criação de uma liga de beisebol para crianças cegas sem um segundo pensamento, ou ajudar bibliotecas e parques todo o dia de merda. Mas você não vai fazer a única coisa que vai fazer você feliz, a única coisa que eu queria ter dito anos atrás, antes que perdesse a minha chance.

Capítulo Nove Greg estava tão nervoso quanto um gato de cauda longa em uma sala cheia de cadeiras de balanço. Cada carro que passava pela frente o fez pular. Davey tinha ligado para dizer-lhe que ele e Howard estavam se divertindo muito juntos. Se ele conhecesse Howard, o homem astuto descobrira como transformar o aprendizado em jogos e 161

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provavelmente tinha alistado a ajuda de Sophia. Finalmente, ouviu um carro puxar na entrada, e olhou para fora a janela a Ferrari vermelha de Tom. Certo, Tom tinha dito a ele que Skip estava usando o BMW. Em qualquer outro dia ele teria estado emocionado para andar no carro ultrafast, mas hoje ele estava muito nervoso até para se preocupar com nada além do que os médicos iriam dizer-lhe. Ele trancou a casa e saiu para o carro. — Vai ficar tudo bem. Disse Tom. — Mas… Tom apontou para a porta, e Greg a abriu e deslizou no assento. -—Greg. Qual é o pior que poderia acontecer? Fez uma pausa. — Eles me dizerem que podem fazer algo para ajudar Davey, eu concordar com isso, e no final, não funcionar e suas esperanças forem levantadas para nada. O melhor é que ele recupera a visão, mas eu sinceramente acredito que isso é um sonho, e eu odeio pensar em alguém dando a Davey uma falsa esperança. Greg parou, e Tom ligou o motor. Greg lhe disse onde estava o escritório, e eles estavam a caminho. — Posso entender como se sente. Eles se aproximaram da sinaleira, e Greg se virou para Tom. — Davey está apenas começando a aceitar que ele não pode ver. Ele já percorreu um longo caminho em pouco tempo. Inferno, eu estou apenas começando a ver vislumbres da personalidade espumante que ele tinha antes de tudo isso começar. Eu não quero perder isso. Tom assentiu, e quando o sinal mudou, eles deslizaram pelo cruzamento. — Eu tenho dito a mim mesmo que tudo o que eles propuserem, se qualquer coisa em tudo, seria melhor ser mais do que algum tiro no escuro. — E se for um tiro no escuro? Perguntou Tom. Greg estremeceu ao pensar. — Eu continuo dizendo a mim mesmo que não vou aceitar, e então me pergunto como posso deixar passar qualquer chance que Davey possa ver novamente. Está me despedaçando. 162

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— Com muitas coisas, o não saber é a parte mais difícil. A resposta pode ser fácil. Sugiro que você tente parar de se preocupar. Greg respirou fundo e assentiu, acomodando-se no assento. Ele não deveria ter gostado tanto do passeio quanto gostou. O carro andava como um sonho, e todo mundo parou para olhar quando passaram. Tom parou no escritório e estacionou na sombra. Eles saíram, e Tom caminhou com ele até a porta, pressionando ligeiramente a mão dele em suas costas, o suficiente para deixar Greg saber que ele estava lá. — Sr. Hampton. A recepcionista disse quando entraram. — Por favor siga-me, eles estão esperando por você. Greg acenou com a cabeça e se virou para Tom, que tomou sua mão, apertandoa ligeiramente. — Vai ficar tudo bem. Ninguém vai tomar nenhuma decisão por você, e você não precisa correr. Você pode ouvir os médicos e então pensar sobre o que eles têm a dizer. Greg seguiu a recepcionista de volta ao escritório de Jerry, onde tanto Sanjay como Jerry esperaram por ele. Ambos pareciam surpresos ao ver Tom. Greg fez as apresentações, e então eles se sentaram. — Dr. Patel apresentou um tratamento interessante. Começou Jerry. — Eu ouvi rumores e especulações sobre este tipo de terapia genética, mas eu não estava ciente de que tinha sido aperfeiçoado. Jerry olhou para Sanjay. —E eu tenho medo que não tenha... Ainda. — Você pode começar do começo? Tom disse. Jerry olhou para Greg, e Greg assentiu. — Claro. Jerry disse e veio ao redor de sua mesa para sentar na borda dela. — O problema de David é genético, e sua condição afeta seu nervo óptico. Na verdade, David teve muita sorte, porque manteve sua visão mais longa do que a maioria dos casos documentados nessa condição. A maioria das crianças perde a visão na idade de cinco ou seis. Seus nervos ópticos têm se deteriorado por um tempo, e parece que no último ano ele progrediu mais rapidamente, levando a cegueira agora quase total. 163

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— Certo. Disse Greg, assumindo o comando. — O que é esse tratamento? — Terapia genética. Disse Sanjay. — Desde o mapeamento do genoma humano, acreditamos que temos uma boa compreensão de qual gene exato provoca esta condição. Basicamente, pegamos amostras genéticas de Davey e tentamos reparar a anormalidade genética usando células-tronco, então inseriríamos o material genético corrigido em seu corpo. Greg olhou para Tom e depois para Jerry e Sanjay. — Parece simples, mas eu sei que tem que haver mais do que isso. Será que ele realmente funciona? — Há um problema. Disse Jerry. — Em teoria, já que o material genético de Davey seria usado, seu corpo não deveria rejeitá-lo, mas é o corpo que usa os novos genes para replicação que é o problema. Basicamente, o corpo é destinado a lutar contra qualquer coisa que não se encaixa. — E muitas vezes não leva a menos que... Sanjay disse, e Greg enrijeceu, sabendo que o "mas" estava chegando. — Eu tive sucesso ajudando pacientes. Sanjay parou novamente. — Eu preciso saber todas as informações para tomar uma decisão. Disse Greg. — Muitas vezes, temos que passar pelo mesmo processo como um transplante de medula óssea. Nesse procedimento, matamos a medula óssea do paciente e inserimos o material genético corrigido para garantir que o corpo use o novo código genético no futuro. Neste caso, a anormalidade genética de Davey seria corrigida, e o corpo é muitas vezes capaz de reparar-se. Greg olhou com olhos arregalados e com a boca aberta. Ele apenas ouviu corretamente? — Você está louco? Perguntou Tom, meio gritando. Greg virou-se para ele e olhou para Jerry. Isso soou como algo de um filme de terror. — Desculpe. Disse Tom. — Não é da minha alçada.

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Greg prendeu a respiração. — Não é isso que eles fazem para pacientes com leucemia? Eles matam a medula óssea e depois transplantam. Você quer fazer isso com Davey? — É a única maneira de substituir seu código genético por um que não contenha o gene doente. Então o que fazemos é semear a área afetada com células-tronco para que reparem seu nervo óptico, e isso permitirá que Davey veja novamente. Sanjay soou tão natural, como você faz isto e coloca e mexe assim, e de repente você tem um bolo para a venda de bolos. Ele fez parecer tão fácil. — Quais são os riscos? Perguntou Greg, virando-se para Jerry. — Muito amplo, estou com medo. Isso implicaria matar sua medula óssea saudável e substituí-la pelo que foi projetado no laboratório. Claro, é principalmente seu próprio DNA... Jerry engoliu em seco. — Olha eu acho que isso tem possibilidades no futuro, mas agora é altamente experimental, e francamente minha ética está gritando comigo. — Não faça isso. Greg acenou com a cabeça. — Seria doloroso? Ele perguntou, e ele ouviu Tom inalar bruscamente. — Haveria alguma dor envolvida. Respondeu Sanjay. Greg olhou fixamente para os dois médicos, e sem poder pensar em outras perguntas no momento, levantou-se e apertou ambas as mãos. — Eu aprecio o tempo de ambos. Disse ele e depois saiu do escritório com Tom atrás dele. Com cada passo que se movia mais rápido ele ia até que estava fora do consultório e engoliu ar fresco. — Eu não posso acreditar que você está considerando isso. Disse Tom. — Como é que eu não posso? Perguntou Greg. — Eu sei como soou, e eu estou tão chocada quanto você. Ele respirou fundo outra vez. — Mas se eu não considerar, então como posso me sentar com Davey e explicar-lhe que eu poderia ter desistido de sua única chance de ver novamente? Não posso fazer isso com ele. — Fazer isso com ele? Eles estão falando sobre quimioterapia e radiação em uma criança saudável de dez anos de idade. 165

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— Eu sei! Grunhiu Greg. — Eu estava lá. Eu ouvi cada palavra. Greg sentiu o último de seu controle começar cair. — Maldição. Praguejou. — Eu estava esperando que isso fosse algo real. Mas eu ainda não posso descartá-lo fora de mão. — Vamos, vamos voltar para sua casa. Disse Tom. Greg assentiu e caminhou até o carro. Entrou e fechou a porta. — O que eu vou fazer? Como posso dizer a Davey que desisti da única oportunidade que ele pode ter de ver novamente? — Porque essa chance poderia lhe custar a vida. Disse Tom. — Olhe, seu médico disse que havia questões éticas que ele não estava confortável, e eu não posso culpálo. Além de ser cego, Dave é uma criança normal, saudável de dez anos de idade. Esse tratamento lhe causaria dor, e Deus sabe o que mais, com a possibilidade de ver novamente. Esta é sua decisão, não minha. Estou apenas dizendo como eu vejo. Tom ligou o carro e saiu do estacionamento. O tom de Tom disse a Greg tudo o que ele precisava saber. Ele sabia qual seria a decisão de Tom, e Greg queria fazer a mesma coisa. Mas ele não podia fazer isso de forma ofensiva, não se pudesse permitir que Davey pudesse ver novamente. Eles anadaram em silêncio, Greg olhando pela janela e Tom dirigindo, tensão entre eles. Quando entraram na casa de Greg, Tom virou-se para olhá-lo. — Eu só não posso dispensar nada. Disse Greg suavemente. Tom piscou. — Eu... Isto... Isso é tão escanadaloso e tão ultrajante. Eu apenas não posso acreditar que você está considerando mesmo isto. Greg sacudiu a cabeça. — É pecado não querer que Davey seja cego? Eu sei que isso é ir muito longe, e Deus sabe que eu quero dizer-lhes que não. Mas isso condenaria Davey a uma vida sem visão. Eu também sei que aumentaria suas esperanças apenas para te-la despedaçada. Ele não estava conseguindo convencer Tom, ele sabia disso. Pelo menos não agora. Greg pegou a maçaneta da porta para sair e sentiu que Tom colocou a mão em seu braço. — Você disse que ninguém iria me

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empurrar para uma decisão, mas isso inclui você também? Seu tom era mais severo do que ele pretendia, e Tom puxou a mão dele. — Você está certo. Ele respondeu seu tom igualmente mordendo. — Você precisa de tempo para tomar a decisão certa. Greg saiu do carro e fechou a porta. — Tom, eu aprecio você ter ido comigo. Ele desejou que Tom viesse dentro com ele, mas ele se sentou no assento do motorista sem se mover. — Eu sabia que isso seria difícil. Tom finalmente se virou. — Você realmente esta pensando em colocar Davey para passar por isso? — Eu acho que estou tentando descobrir como eu posso dizer não e ainda dormir à noite. Greg admitiu antes de se virar para caminhar em direção à porta da frente. Ele tinha alcançado os degraus da frente antes de ouvir passos correndo atrás dele. Greg girou ao redor, e Tom puxou-o em um abraço esmagador. — Que namorado que eu acabei sendo. Disse Tom. Greg hesitou e, em seguida, retribuiu, colocando os braços ao redor das costas de Tom. — Às vezes eu posso ser um burro completo. — Eu vou me lembrar disso. Brincou Greg. — Quer entrar? — Não. Vamos pegar Skip em casa e depois podemos ir até Howard e Gordy. Acho que você precisa ver Davey. — Isso é parte de algum plano para me levar a tomar a decisão que você acha que eu deveria fazer? Perguntou Greg. — Provavelmente. Mas acho que você só precisa ver seu filho. Greg acenou com a cabeça e deixou Tom guiá-lo de volta para o carro. — Quando Skip vai voltar para Nova York? Perguntou Greg enquanto eles dirigiam. — Amanhã. Eu acho que ele gosta daqui, mas é muito teimoso para admitir isso. Então talvez ele venha visitar novamente. Greg sentiu-se culpado. — Você deveria estar passando tempo com seu amigo e eu estou levando você. 167

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Tom sorriu. — Quando eu saí estava no Skype com alguns amigos de Nova York, e ele pode conversar por horas. Vamos sair para jantar esta noite. Ignora as conversas como o maior garoto do mundo, mas ele é uma pessoa muito particular, também, e realmente parece desfrutar do seu tempo sozinho. Pelo menos é o que ele continua me dizendo. Tom começou a rir. — Eu sempre pensei que os clubes e os homens eram uma cobertura para alguma coisa, e depois de certa conversa eu sei que agora eu estava certo. — Que tipo de conversa? Perguntou Greg, desconfiado. — Ele disse que costumava ter sentimentos por mim, mas nunca disse nada. Greg revirou os olhos quando pararam diante de uma luz. — Você é realmente desligado. Ele ainda tem sentimentos por você. Eu posso ver isso. Ele tenta escondêlos, mas em momentos que esta destraido se pode ver. — Droga. Tom jurou levemente. -— Esperava que falássemos sobre isso na nossa viagem de ontem. O sinal mudou e Tom atravessou a intersecção. — Por que você não está chateado com isso? — Se algo acontecesse entre vocês dois, isso teria acontecido há muito tempo. Ele é seu amigo, e nada arruína uma amizade mais rápido do que sexo. Vocês dois são espertos e sabem disso. Também é óbvio que vocês são muito pr´ximos... Mas não se surpreenda se ele se afastar de você depois que ele partir. — Sim. Tom suspirou. Eles chegaram até a casa de Tom. O BMW foi estacionado na garagem, e Skip saiu de dentro enquanto saiam do carro. “Yeah,” Tom sighed. They pulled up to Tom’s house. The BMW was in the drive, and Skip came out as they were getting out of the car. “We’re going over to Howard and Gordy’s and thought you might want to come along.” — Estamos indo para Howard e Gordy e pensei que você poderia querer vir junto. — Legal. Skip disse e correu para dentro. Greg seguiu enquanto Tom colocava o carro esportivo. Quando Tom se juntou a eles, Skip estava pronto para partir. Tom trancou a casa e levou todos para Howard. 168

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Davey saiu da casa e parou na encosta da frente quando eles pararam. — Eu sabia que era o seu carro. Ele disse. — Skippy está com você? — Estou aqui, seu monstro. Respondeu Skip, ao som de risos. Os dois tinham de alguma forma desenvolvido uma amizade. — O tio Howard está lá dentro. O tio Gordy está na loja. Davey explicou, e seguiu Skip dentro, tagarelando todo o caminho. — Ele certamente encontrou um amigo. Disse Howard. — Eu nunca teria imaginado que Skip gostava de crianças. Observou Tom, observando-os pela porta de tela. — Sente-se. Disse Howard. — Posso trazer-lhe alguma coisa para beber? — Não, obrigado. Disse Greg. — Como foi com os médicos? De seu tom, eu acho que não está bem. Howard se mexeu em sua cadeira, e Token se levantou, bocejou e se reassentou a seus pés. — O que eles disseram? — Que há esperança, mas o procedimento é arriscado, possivelmente doloroso, e pode não resultar em qualquer mudança. Disse Greg, e então ele explicou o que Sanjay tinha proposto. Tom estendeu a mão e pegou a mão dele. — Eu não quero fazer isso. — Então não faça. Disse Howard. — Mas e se é algo que funciona e eu estou tirando a chance de Davey para ver de novo? Perguntou Greg. Howard ficou quieto por um longo tempo. — Poderia surpreendê-lo saber que se dado a possibilidade ver, eu girasse para baixo. Estou feliz com a minha vida e quem eu sou. Ser cego é uma parte de mim, tanto quanto ser gay é parte de mim. Ser cego se tornará parte de quem Davey é tambem. E já está acontecendo. Agora Davey está fora com Skip, falando sobre uma tempestade como qualquer criança normal de sua idade. Ele também está se adaptando surpreendentemente rápido. Claro, ele quer ver novamente, mas vou dizer-lhe que todos os riscos não devem ser aceitos para permitir 169

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que isso aconteça. O que eles estão propondo é invasivo, potencialmente perigoso, e soa extremamente antiético. Ser capaz de ver não vale a vida de Davey e felicidade potencial, porque como você pode ver e ouvir de fora, ele é perfeitamente capaz de ser feliz como ele é. E isso é o que finalmente conta, além de ter pessoas em sua vida que o apoiam e o cuidam acima de tudo. E não estou falando apenas de você, Greg. — Oh. Eles disseram em uníssono. — Vocês pessoas avistadas não podem ver o que está na frente de seus rostos. Eu posso ouvir como você se sente um com o outro em suas vozes. Greg se virou para Tom, e então ambos começaram a rir. — Eu estou fazendo uma suposição aqui. Howard deu de ombros. — Me processe, se quiser, embora você não vá a lugar algum contra o cego, mas dizer as palavras só tornam as coisas melhores. Greg não sabia o que dizer, então ficou quieto. Tom fez o mesmo, e logo eles olharam um para o outro e depois para Howard antes de se olharem novamente. — Pelo amor de Deus, pegue um quarto, eu posso sentir a tensão entre vocês dois. Howard se levantou e pegou o arreio de Token. — Vamos voltar. O ar fresco nos fará bem. Ficaram também e esperaram que Howard saísse do quarto antes de unir as mãos. — Eu decidi por mim. Disse Greg a Tom enquanto eles saíam. — O que o médico disse? Davey perguntou assim que ouviu suas vozes. Greg estava se perguntando o que ele diria a Davey e decidiu uma versão mais próxima da verdade. — Que havia uma pequena chance que você pudesse ver novamente. Ele se sentou com Tom na próxima cadeira e gentilmente puxou Davey para ele. — As coisas que eles teriam que fazer exigiria mais risco do que eu estou disposto a tomar. — Mas, papai... Começou Davey. — Não. Eu vou explicar tudo para você, eu prometo, mas o procedimento pode ser perigoso, e eu não vou deixar nada te tirar de mim. Eu ouvi-os, e você pode me 170

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odiar por isso, mas eu não acho que devemos fazê-lo. Dr. Jerry também não foi fã da idéia. Greg abraçou Davey para ele. — Sinto muito se você está decepcionado comigo, mas não posso arriscar perder você. Eu não me importo se você é cego ou qualquer outra coisa. você é meu filho e eu estarei aqui enquanto você precisar de mim. — Oh. Davey disse suavemente. — Eu sei que você está decepcionado, mas eu não estou. Eu te amo do jeito que você é, e você nunca tem que mudar para mim. Sua voz quebrou e ele abraçou Davey novamente. — Está tudo bem, pai. Já falei com o tio Howard sobre coisas. Davey bateu na cabeça dele, e Greg não tinha certeza se ele deveria rir ou chorar. — Tio Skip disse que ele estava indo para casa amanhã, então podemos jogar novamente antes que ele vá? — Podemos jogar o que você quiser, se tio Skip está disposto. Disse Greg, olhando para os outros. — Gordy estará em casa em uma hora, e então todos nós podemos ir ao parque. Seria bom para Token ter algum tempo para correr, e todos vocês podem jogar. Howard se sentou na cadeira. — Davey, você entende o que seu pai tentou lhe dizer? — Sim. Eu sempre vou ser cego, como você. Disse ele. — Uh-huh, mas isso não significa que você não pode fazer nada que você quer na vida. Às vezes é mais difícil, e temos que trabalhar mais, mas podemos fazer o que quisermos. — Eu quero ser um jogador de beisebol profissional. Davey disse, e Greg sabia instantaneamente que ele estava sendo um pirralho. — Bem, talvez tudo menos isso. Mas você poderia crescer para ser um jogador de beep ball profissional se você quisesse, ou um músico, ou um programador de computador como eu. Gordy está sempre assistindo aqueles shows de culinária, e ele disse que uma pessoa cega como nós ganhou. Temos talentos extras porque não podemos ver. Ouvimos melhor, cheiro e sabor são mais nítidos, e o toque é mais sensível. Tudo vai acontecer com você. 171

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— Eu sei. — Bem, o que você não sabe é que não vai demorar muito até você esquecer o que é ver. Você não vai precisar mais dela, e então quando crescer, você encontrará alguém especial como Tio Gordy ou Tom, que o amará por quem você é. Davey riu. — Tio Howard, eu gosto de meninas. Ele parou por uma fração de segundo. — E eu vou me casar com Sophia algum dia. Acrescentou num sussurro. Howard riu, e Greg assistiu enquanto puxava cuidadosamente Davey para um abraço. — Eu ficaria feliz em tê-lo como um genro, mas você tem que terminar a faculdade em primeiro lugar, ok? — Ok. Davey concordou. — E você sabe que eu estou aqui, e seu pai também, se você quiser falar sobre qualquer coisa. Muitas pessoas pensam em ser cego como uma deficiência, mas eu nunca. De certa forma, é um presente, porque ouvimos e realmente sentimos o mundo ao invés de apenas vê-lo. Eu sabia que poderia fazer qualquer coisa que eu decidisse na minha mente, e eu cuidei de mim mesmo por um longo tempo. Você pode fazer tudo o que eu ou qualquer outra pessoa pode, basta lembrar-se disso. Greg se perguntou por que ele Howard falou com Davey antes. Talvez eles houvessem conversado antes e ele não tinha consciência disso. Ele percebeu quão isolados ficaram desde que Davey perdeu a visão. Eles haviam sido apanhados nas minúcias da vida diária até o ponto de que ele não tinha realmente explorado quaisquer outros recursos além do beep beisebol que Tom basicamente colocou a seus pés e a escola onde Davey foi. — Eu vou. Davey disse e depois caiu nos braços de Howard. Greg virou-se para Tom e sorriu, aliviado quando recuperou um sorriso e Tom se aproximou. Tudo ia dar certo. — Eu disse que a preocupação era pior do que a realidade.

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— Sim, deu certo. Agora eu tenho que dizer Joyce e Sanjay e espero que eles vão embora sem muito barulho. Ela pode ser teimosa como o inferno quando ela quer alguma coisa. Greg disse. — Dê um tempo para ela. Ela só quer o que ela acha que é melhor para Davey. Sussurrou Tom. Greg achou que quanto mais cedo melhor, então ele puxou seu telefone e lembrou o número de Joyce antes de fazer a ligação. — O que você decidiu? Ela perguntou, tão abruptamente como sempre. — Sanjay disse que você não parecia convencido. — Então ele estava certo. Eu não vou permitir que nosso filho se submeta a esse tipo de procedimento. Davey está começando a aceitar quem ele é, e eu acho que é melhor para ele. No final, é muito experimental e arriscado. Espero que você entenda, mas eu aprecio você fazer o esforço. — Ele é meu filho. Ela disse suavemente. — Eu sei que fui uma mãe de merda, mas eu queria tentar ajudá-lo. — Quando você tem que voltar? Perguntou Greg. — Nosso vôo é amanhã de manhã. Sanjay tem pacientes que ele precisa ver, e eu tenho compromissos que preciso fazer. — Vamos ao parque jogar bola em algumas horas. Disse Greg. Ele provavelmente se arrependeria de fazer a oferta, mas em seu coração ele sabia que era a coisa certa a fazer. — Você é bem-vindo para se juntar a nós. O amigo de Tom, Skip, também está saindo, então vamos todos para jogar antes que ele vá para casa. — Davey ama o jogo, não é? — Ele sempre fez. Eu sei que não é o mesmo que quando ele estava jogando Little League... — Não. É melhor. Disse Joyce. — Ele está cercado por pessoas que se preocupam com ele. Ele está brincando com amigos e família. Ele a ouviu fungar um pouco. — Sim, eu gostaria de ir ao parque. 173

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— Então eu ligarei quando estivermos prontos para partir. Greg disse, e desligou. — Mamãe está vindo para o parque? Ela não vai jogar, vai? Davey perguntou. — Ela pode se você convidar ela. Greg disse a ele. Ele acomodou Davey ao lado dele na cadeira, e pouco depois Gordy voltou para casa. Ele guardou os mantimentos na cozinha e, em seguida, todos empilhados nos carros para ir para o parque. Greg chamou Joyce, e uma vez que chegaram lá, eles montaram as bases e se prepararam para jogar. Quando Joyce chegou, Greg observou enquanto Davey se aproximava nervosamente e esperava. — O que é? Ela perguntou, e Greg se afastou, deixando-os falar em particular. Ele olhou por cima cada poucos segundos e viu Joyce puxar Davey em um abraço. Sanjay sentou-se nas arquibancadas com Howard enquanto o resto deles se preparava para jogar, incluindo Joyce, para deleite de Davey. Foi bom ver Joyce e Davey passar algum tempo juntos. Greg realmente não confiava nela ainda, mas ela estava fazendo um esforço tanto quanto Davey, e que percorreu um longo caminho para ele. — Posso bater agora? Davey perguntou depois de correr as bases. Eles montaram em um dos campos da Little League que não estavam em uso na época, então Tom tinha colocado as três bases. Casa, primeira e terceira, e Davey, Joyce, Sophia e Skip haviam corrido entre o sinal sonoro das bases para saber onde estavam. — Claro. Greg respondeu. — Sophia, você vai ajudá-lo? E eu vou arremessar. Ele se virou para Joyce e Skip. — Vocês dois estariam no campo? Dessa forma, podemos torná-lo mais interessante. Tudo o que você precisa fazer é pegar a bola antes que Davey torne a base. Lembrou. Tom ficou atrás do prato, e Greg passeou os vinte pés para chegar em posição de arremesso. Gordy parou para o lado para observar e Sophia juntou-se aos outros no centro do campo. Greg não pôde deixar de sorrir para os três jogadores vendados, e quando ele se virou para olhar para Tom, seu sorriso se iluminou, especialmente quando Tom sorriu de volta. Howard tinha razão. Ele não tinha visto, mas deveria ter.

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Os sentimentos de Tom estavam escritos por todo o rosto. Ficou ali por alguns segundos. — Papai, você está pronto ou só está lá de pé fazendo olhinhos para Tom? Davey entrou em posição com um pouco de treinamento de Tom e levantou o bastão, tudo pronto para a bola. — Pronto... Passo. Greg disse e soltou a bola. Navegou sobre a placa, beeping como se moveu. Davey balançou e se conectou, e a bola partiu para o campo. Foi uma bela tacada. Davey largou o bastão e saiu para a primeira base. Tocou-a e correu para o terceiro. — Eu tenho isso. Gritou Joyce, e foi só então que Greg percebeu que ele estava gritando em seus pulmões para Davey ir. Todos tinham. Gordy, Tom, todos os jogadores e espectadores que podiam ver gritaram suas cabeças. Davey pulou para cima e para baixo na base, sua excitação muito para conter. — Isso foi um sucesso. Disse uma voz familiar. Greg olhou e viu Peter Crawford, um dos treinadores da Liga, caminhando pela grama em direção a eles. — Eu adoraria ter um batedor assim nos Tigres. Tem certeza de que ele não pode ver? Davey se aproximou, seguindo suas vozes, e quando ele chegou perto, Greg pegou sua mão para guiá-lo o resto do caminho. — Essa é a beleza deste jogo. Você não precisa ver. — Você já encontrou outra equipe para jogar? Peter perguntou. — Não. Não há outra na área, e nós não somos realmente uma equipe de qualquer maneira. Isto é apenas por diversão. — Bem, se você quer jogar um jogo, vamos jogar com você. Os meninos precisam aprender a confiar mais do que apenas no que vêem. Mesmo o baseball regular é mais do que apenas manter seu olho na bola. — Você está falando sério? Eu posso te dizer, isso tem uma sensação muito diferente. Disse Greg.

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— Eu sei. Mas eu acho que vai torná-los melhores jogadores, e se os gritos, e risos que eu continuo ouvindo daqui é qualquer indicação, parece muito divertido. — Seus jogadores são bem-vindos para se juntar a nós a qualquer momento. Poderíamos ter alguns jogos se tivéssemos jogadores suficientes, e acho que seria incrível. Greg deu a Peter suas informações de contato. — Vamos falar sobre como você gostaria de fazer isso. Eles apertaram as mãos, e Greg voltou ao seu lugar. — Ok, todos, de volta à posição. Eles jogaram pela próxima hora, com todos se revezando batendo, ou tentando bater, correr e lançando. Foram quedas e solavancos, mas foi incrível. Quando terminaram, todo mundo estava coberto de manchas de grama, e embora houvesse alguns arranhões e contusões, sorrisos adornavam cada face, especialmente a de Greg, enquanto ele ajudava Tom a arrumar o equipamento. — Eu queria que você e Davey pudessem vir para casa comigo, mas esta é a última noite de Skip, e... sinto sua falta. Estivemos juntos uma vez, e parece que tudo está conspirando contra nós. — Eu tenho muito trabalho a fazer amanhã, mas podemos vir à noite se você quiser, ou você pode vir para a nossa casa. Davey é mais confortável lá, e haverá muitos menos problemas com ele se locomover. Tom se inclinou para mais perto. — Vejo você então. Tom piscou, e uma pequena onda de excitação percorreu Greg. Eles terminaram de carregar o equipamento, então todos disseram adeus. Davey acabou abraçando todos, pelo menos duas vezes, incluindo sua mãe, e Greg pensou que ele teria que tirar Davey de Skip. — Voltarei, prometo. Disse Skip a Davey, e só então Davey o soltou. Greg guiou Davey até o carro e eles se amontoaram. Tom os deixou na casa, e Greg desejou que Tom pudesse ter ficado. Ele ficou lá fora e acenou, observando até que Tom se afastou antes de entrar e ver se Davey se preparava para ir para a cama. Então ele trabalhou por algumas horas com um desenho que não deixaria a sua cabeça antes de ir para a cama. 176

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Greg tinha dormido sozinho por anos, mas agora a cama parecia grande, vazia e solitária. Ele sabia que era uma noção ridícula, ele só passou uma noite com Tom, mas eles estavam juntos, e só agora Greg estava realmente começando a entender o quanto Tom tinha enterrado em seu coração. — Papai. Ouviu deitado na cama, olhando para o teto. Ele se levantou e vestiu um robe antes de caminhar até o quarto de Davey. — O que é? — Não consigo dormir. Disse Davey. — Ok, me de espaço. Ele sussurrou e sentou-se na beira da cama. Ele deslizou a mão sob o pijama de Davey e esfregou lentamente as costas. — Isto é melhor? — Uh-huh. Davey disse. E então o quarto ficou quieto antes que Davey dissesse: — Você ama Tom? Ele contornou a pergunta. — Isso ficaria bem com você se eu fizesse? — Uh-huh. Davey disse, obviamente tornando-se mais sonolento. — Ele se mudaria para cá conosco? — Vamos conversar sobre isso quando chegar a hora, ok? Greg perguntou, mas ele não obteve resposta. Davey estava dormindo. Greg parou e então puxou a mão dele, ajustou o pijama de Davey e então puxou as cobertas. Ele se levantou cuidadosamente e saiu do quarto o mais silenciosamente que pôde. Greg voltou para a cama e mais uma vez olhou para o teto. Incapaz de dormir, olhou para o relógio e suspirou pouco antes de seu telefone vibrar. Ele saltou e respondeu sem ver quem era, instantaneamente se perguntando o que estava errado. — Olá. Ele disse sem fôlego. — Eu acordei você? Tom perguntou. — Eu não conseguia dormir e esperava que você ainda estivesse em pé. — Não, estou acordado. Estive por um tempo. Eu só tenho Davey para dormir e eu estava começando a conhecer todos os meandros do meu teto. E quanto a você? — O mesmo. Disse Tom. — Eu realmente desejaria... 177

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— Eu sei. Eu também. Ele sussurrou. — Eu realmente queria agradecer por tudo hoje. — Isso é o que você faz quando... Tom parou. Greg calou-se. — Quando o quê, Tom? Ele ouviu um suspiro e nada mais. — Eu realmente não quero que a primeira vez que eu lhe diga isto seja por telefone. Eu quero que seja face a face onde eu possa beijar e segurar você por horas depois. Greg se excitou e afastou as cobertas. — O que você está fazendo? Tom perguntou em um tom profundo e rico. — Bem... Eu... Greg podia sentir-se corar. — Eu estava prestes a... Você sabe. — Eu prefiro que você... Você sabe... Quando estivesse lá para te observar. Greg gemeu e colocou a mão no colchão. — Eu gostaria de poder estar lá esta noite, mas eu vou te ver amanhã, e eu prometo fazer valer a pena esperar. Tom desligou. Greg colocou o telefone de volta no criado-mudo. Ele suspirou e sorriu antes de rolar para o seu lado. Quando fechou os olhos, descobriu que o sono chegou facilmente. A casa estava muito silenciosa. Greg passara a manhã e a maior parte da tarde tentando manter sua mente em seu trabalho. Ele tinha sido apenas moderadamente bem sucedido. Felizmente o projeto que ele estava se concentrando estava quase pronto. Ele tinha outros que ele precisava começar, mas isso não ia acontecer hoje. Mudando de direção em seu computador, ele afastou os pensamentos de Tom e o que ele parecia antes da casa nua que ele estava projetando acabou com uma chaminé de forma obscena. Ele trabalhou por mais uma hora e conseguiu terminar o projeto, salvar o arquivo e fazer backup dele. Depois saiu e foi buscar Davey de suas aulas. Quando chegou, Greg entrou. Ele foi recebido por Davey e seu professor vindo pelo corredor em sua direção. 178

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— Aprendi a ler. Pronunciou Davey, radiante. — Acho que ele teve alguma ajuda. Disse o professor de Davey. — Sim, acho que ele também. — Davey está fazendo muito bem, e eu acho que com alguma ajuda, ele deve ser capaz de freqüentar a escola com as outras crianças. Ele ainda vai precisar de tempo de aula especial, bem como as aulas centradas em torno de Braille, mas vamos tentar fazer a experiência escolar tão normal quanto possível para ele. — Isso é ótimo. Disse Greg. — Eu realmente gostei disso. — Vocês dois precisam saber que haverá desafios, mas vamos enfrentá-los de frente. Certo? — Certo. Davey disse, para deleite de Greg. — Tenha um bom fim de semana, e eu vou vê-lo na próxima semana. Disse. Greg agradeceu novamente e deixou Davey mostrar-lhe como ele poderia navegar o edifício e ir para fora para a borda da calçada. Greg então guiou vocalmente Davey para o carro. — Você está indo muito bem. Disse Greg. — Eu vou ficar bem, pai. Davey disse antes de abrir a porta do lado do passageiro. Greg ficou imóvel enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto. Às vezes Davey parecia muito mais velho do que seus anos. — Você não precisa se preocupar comigo. Greg entrou no carro e fechou a porta. — Você é meu filho, meu único filho, e como seu pai, eu vou me preocupar com você para sempre. Não importa quantos anos você tem ou quando se torna o jogador mais famoso do mundo, eu ainda vou me preocupar com você. É o que os pais fazem. — Ok. Davey disse com um encolher de ombros. — Podemos pegar sorvete a caminho de casa?

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— Hoje não. Disse Greg. — Tom está vindo, e eu preciso chegar em casa para que eu possa começar a fazer o jantar. Você tem coisas que tem que fazer para a aula, tenho certeza. — Não. Eu tenho tudo pronto e estou aprendendo a ler muito bem. Posso ligar para o tio Howard e ver se ele tem algum livro ou material que eu possa ler? Greg riu. Quando Davey entrou em alguma coisa, ele fez todo o caminho. — Duvido que o tio Howard tenha coisas para as crianças, mas acho que podemos encontrar livros e coisas para você, se quiser. Eu também posso olhar para obter alguns livros através da biblioteca. Eles têm acesso a um monte de material para os cegos. — Realmente? Davey perguntou como o garoto que ele era. — Certo. Podemos fazer isso amanhã. Disse Greg e puxou para o trânsito. A casa de passeio não demorou muito. Greg ficou surpreso ao ver o carro esportivo vermelho de Tom estacionado na unidade. Quando ele parou e saiu, ele olhou ao redor, mas não viu Tom em nenhum lugar. Ele imaginou que Tom devia ter dado uma volta ou algo assim, então esperou que Davey chegasse até a porta e lhe desse as chaves para destravar a casa. Ele estava tentando cada vez mais fazer com que Davey fizesse coisas normais na casa para se acostumar com elas. Dentro, a casa estava exatamente igual de quando saíram, e Greg perguntou-se novamente onde Tom estava, até que ele viu um movimento fora da porta de correr do pátio. — O que estava fazendo lá fora? Perguntou Greg. — Apenas esperando por você. Eu cheguei aqui cerca de quinze minutos atrás e estava apenas sentado. Tom levantou um enorme buque de rosas vermelhas da mesa e entregou a ele. — Eu queria te dar algo especial e espero que ninguém te tenha dado flores antes, porque eu queria ser o primeiro. Greg sorriu e se inclinou para um beijo, bom com um abraço esmagador que o deixou sem fôlego. — Não, eu nunca recebii flores. Sussurrou Greg, sabendo que

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Davey provavelmente estava escutando cada palavra. — Deixe-me colocar elas na água. — Ei... Tom começou, parando-o. — Senti sua falta. — Eu também senti sua falta. Disse Greg com um sorriso caloroso que não pôde evitar. — Eu preciso cuidar delas e preparar o jantar ou não comeremos mais tarde. Tom pareceu desapontado, e Greg se inclinou para perto. — Quanto mais cedo comermos, mais cedo Davey estará pronto para a cama, e então poderemos ficar sozinhos durante a noite. Tom o beijou de novo e depois o soltou. Greg pegou um vaso e colocou as flores nele, adicionou água e, em seguida,colocou o buquê enorme sobre a mesa. A sala encheu-se rapidamente com o cheiro doce das flores, e Davey se aproximou, inalando profundamente. Greg estava excessivamente feliz com o presente, e que manteve um sorriso em seu rosto durante toda a preparação do jantar. — Quando vamos jogar novamente? Davey perguntou enquanto comiam. — Em poucos dias. Esta marcando chuva por um tempo, então vamos jogar novamente quando parar. Eu chamei os pais dos outros jogadores, e nós estabelecemos um horário regular para jogar cada segunda-feira e quinta-feira. Temos também mais duas crianças que querem jogar, então com Hanna e Sophia, temos uma equipe completa. Para manter as regras, precisamos encontrar coletor que sejam da idade das crianças com visão, mas eu acho que Peter pode ajudar com isso, então parece que estamos oficialmente funcionando. Nós só temos o suficiente para uma equipe, mas acho que vai mudar com o tempo. Uma vez que s pessoas fiquem sabendo, nós teremos mais miúdos e mesmo alguns adultos que possam querer jogar. toda boa. Tom remexeu o cabelo de Davey. — Você teve um bom dia na escola? O que você aprendeu? — Aprendi que ele precisa de material de leitura. Disse Greg. — Vamos à biblioteca para descobrir o que podemos conseguir amanhã. Ele não podia acreditar 181

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como as coisas tinham mudado em poucos meses. Davey estava prosperando, suas vidas estavam se estabelecendo em uma rotina, e ele se sentiu mais resolvido do que ele podia se lembrar. Tudo isso foi por causa de Tom. Ele podia ver isso agora. Greg parou de comer e demorou alguns minutos para ouvir enquanto Davey contava a Tom tudo sobre seu dia e tudo o que ele tinha feito. Tom ouviu tudo entre as mordidas com um sorriso nos lábios. E Greg sentia que ele realmente era uma das pessoas mais sortudas do mundo. Ele tinha um filho maravilhoso, e um namorado que cuidava de ambos. Greg odiava admitir a si mesmo enquanto se sentava observando-os que realmente pensara que Tom iria correr para as montanhas uma vez que percebesse o que seria necessário para fazer parte de suas vidas. O que o surpreendia todos os dias era que Tom não se importava apenas com ele e Davey, mas demonstrava como ele se importava. Tom podia ser tão calmo e reticente quanto a seus sentimentos como Greg, mas ele já estava mostrando a ambos o quanto ele se importava. Ele havia reunido essa equipe de beisebol, comprando o equipamento porque queria que Davey pudesse ter algo de volta que Greg pensara que Davey tinha perdido para sempre. E ele tinha estado perto dele quando Joyce estava causando dor sobre a terrível opção de tratamento. — O que você está olhando? Tom perguntou suavemente e seguiu seu olhar para a parede. — Eu gosto da cor da tinta também, mas eu não acho que seja tão interessante. — Papai sempre olha para as coisas quando ele está pensando. Davey disse. — Em que você está pensando? Perguntou Tom. — Terminei. Posso ir ler? Davey perguntou. Tom olhou para ele, e Greg acenou com a cabeça. — Papai disse que veria que tipos de livros esburacados ele poderia obter para mim na biblioteca amanhã. — Livros esburacados? Disse Tom com diversão, e Davey se levantou e caminhou lentamente pela casa, tocando levemente seus marcadores para que ele

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soubesse onde ele estava. — Eu não posso acreditar o quanto ele chegou. Ele pode encontrar seu caminho em torno da casa, e ele está aprendendo a ler. — Ele sempre foi super esperto, mas isso simplesmente me deixa em paz. Eu sei que ainda há mais por vir. Haverá contratempos e frustração, acredito que isso é inevitável, mas não poderia estar mais orgulhoso dele. Disse Greg. — Não se esqueça de dizer a ele. Disse Tom. — Eu vou, e você tem que dizer a Skip que Davey está pronto para ele visitar novamente a qualquer momento. De alguma forma eu acho que ele o ajudou. Disse Greg. — Ele era alguém que tratava Davey como uma pessoa ao invés de uma pessoa cega. Quando você falar com ele novamente, diga a ele, obrigado por nós dois. — Skip é apenas um garoto grande. Disse Tom antes de terminar a última refeição. Greg começou a limpar os pratos, depois os levou para a cozinha. Ele guardou as coisas, observando Tom enquanto o observava. — É sempre bom ter visitas... Tom se levantou e caminhou até ele. — Mas é bom quando eles vão para casa também. Disse Tom, completando o pensamento de Greg, e então se aproximou. Greg tinha pratos em ambas as mãos, e ele de alguma forma conseguiu levá-los para o balcão como Tom beijou-o quase duro o suficiente para ferir. Greg mal podia pensar, e uma vez que soltou os pratos, ouviu um ruído elétrico, esqueceu-se de tudo, exceto dos lábios de Tom sobre os dele e da maneira como Tom o apertava. O cérebro de Greg se fechou e ele abraçou Tom de volta, devolvendo o beijo com tudo que ele tinha. — Isso me faz uma vadia que depois de ficar só uma vez, eu quero você o tempo todo? — Não. O que faz de você meu, e isso me faz malditamente um sortudo. Tom o beijou novamente. — Pai, eu não consigo fazer isso funcionar. Davey disse. Greg gemeu suavemente e afastou-se. 183

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— Vocês estavam se beijando? Davey perguntou maliciosamente enquanto ele continuava em direção a eles. — Deixe-me verificá-lo. Greg disse. Ele pegou o tablete de Davey e ligou o software de reconhecimento de fala que Howard havia instalado. — Deve funcionar agora. Quando vemos o tio Howard, vamos pedir que ele faça isso começar logo que ligado. — Obrigado. Disse Davey. — Agora você pode voltar para a sucção. Ele riu, e Greg tentou seu melhor para manter-se de rir e falhou. — Você vai gostar de chupar cara, eventualmente. Tom disse em torno de seu próprio sorriso. Davey encolheu os ombros e pegou seu tablete, já procurando o que queria. — Pensei que você fosse ler. — Eles só me deram o único livro, e eu só tinha algumas páginas restantes. Davey respondeu, e em poucos segundos ele tinha se estabelecido no sofá, absorvido em sua história, pé saltando. Greg balançou a cabeça e voltou a limpar. — É quase hora de dormir. Disse Greg, e Davey bufou. Mas ele desligou sua história e trabalhou seu caminho até onde Greg estava. — Tom vai dormir aqui? Ele sussurrou. — Sim. Greg respondeu e esperou pela reação de Davey, mas não houve nenhuma. Davey abraçou-lhe deu boa noite e depois fez o mesmo com Tom antes de ir para o seu quarto. — Vou passar para dar boa noite dentro de alguns minutos. Greg ouviu enquanto Davey se acomodava. — Eu já volto. Disse ele a Tom. Encontrou Davey na cama, esperando por ele. Greg sentou-se na beira da cama. — Estou tão orgulhosa de você. Disse ele. — Você fez coisas incríveis. — Para um garoto cego, certo? Davey perguntou. — Não, para qualquer criança. Eu não poderia estar mais orgulhoso de você se você tivesse visão de raio-X. Greg pegou Davey em seus braços. — Eu te amo mais do que posso dizer, e estou tão orgulhoso de você que eu poderia estourar. Ele balançou Davey para frente e para trás, fazendo-lhe cócegas levemente. Risadas encheram o 184

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quarto, e então Greg acomodou Davey na cama. Ele estava prestes a se levantar quando Davey mudou de posição e se sentou. — Se você se casar com Tom, você vai me amar menos? — Às vezes você faz as perguntas mais loucas. Eu nunca poderia te amar menos, não importa o que eu faço ou você. É a coisa engraçada sobre corações. Quanto mais pessoas você ama, maiores ficam. Greg abraçou Davey e o acomodou na cama antes de sair do quarto e fechar a porta. Então ele calmamente voltou para a sala de estar. As luzes tinham sido apagadas, uma música suave tocava, e Tom esperou por ele no sofá. Tom se levantou e se encontrou com Greg, tomando-o em seus braços. — Eu não sou um dançarino muito bom. Greg sussurrou uma vez que ele entendeu o que Tom tinha em mente. — Eu também não sou. Tom sussurrou e puxou-o para perto. Greg foi com ele. A música continuou, e balançaram para frente e para trás juntos. Greg apoiou a cabeça no ombro de Tom e fechou os olhos, deixando que o aroma e o calor de Tom penetrassem em sua alma. Ele amava cada segundo, e em poucos minutos ele apenas se segurou firmemente e foi com tudo o que Tom tinha em mente. — Nós estivemos a ponto de dizer coisas um ao outro. Eu senti isso mais de uma vez. Disse Tom. — Foi por isso que fez tudo isso? — Não, eu fiz isso porque eu queria que você soubesse como me sinto e que eu não aceito o que estou prestes a dizer de leve. Ken me contou uma vez como Patrick lhe contou como se sentia. — Também ouvi essa história. Disse Greg. — É bastante surpreendente, e eu sabia que não podia competir com isso, então decidi algo mais tradicional. Eu queria te dizer que te amava quando estávamos sozinhos, assim, para que você soubesse que eu estava falando sério. Eu te amo, Greg, e eu amo Davey também. Vocês dois são as partes mais incríveis da minha vida. 185

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Eu sabia que você era alguém especial no primeiro dia na festa de Ken e Patrick, quando conversamos o tempo todo, ignorando todos os outros. Mas eu realmente sei quando olho para você. Apenas um vislumbre e quero sorrir. Tom suavemente esfregou sua bochecha. — Eu não sei o que o futuro vai trazer, mas eu sei que quero que você nele. — Mesmo com tudo o que vem com isso? — Se você está se referindo a Davey, então definitivamente. Davey é uma grande parte de quem você é. Você é um pai, e eu não o teria de outra maneira. Ele é uma das pessoas mais incríveis deste planeta, logo atrás de seu pai e Howard. Greg parou de se mover. — Tem certeza de que está pronto para tudo o que estar comigo e Davey implica? Tom parou de se mexer também. — O que você está dizendo? — Nada. É que estar comigo significa que Davey virá primeiro. Você está acostumado a vir em primeiro. Disse Greg. — Então você está dizendo que eu sou mimado? Tom disse. — Bem... Sim, Sr. quarto-de-milhão-de-dólares de Carro Sport. Eu não estou dizendo que eu não te amo também, porque eu faço. Você construiu seu caminho em meu coração rápido, mas eu estou preocupado que não serei capaz de lhe dar o que você vai querer. Quero dizer, não há nada que eu possa lhe dar que você não tem. — Exceto você. Disse Tom. — E, sim, eu acho que posso aprender a não ser o centro das atenções o tempo todo, enquanto eu chegar a ser o centro de sua atenção quando estivermos sozinhos. Eu cresci com pais egoístas, e eu prometi que não ia ser assim. Davey deve ser o centro de sua vida, se ele é cego ou não. Acho que posso viver um pouco fora do centro... Tom parou. — Espere, isso não saiu direito. Greg não pôde deixar de rir. — Eu acho que saiu perfeitamente. Você está um pouco fora do centro. Greg sorriu, e Tom franziu o cenho ligeiramente. — Desculpa. Você estava tentando ser romântico, e eu estou atrapalhando você. — Você disse que me amava certo? Perguntou Tom. 186

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— Ah, sim. Disse Greg, suas risadas morrendo quando seus olhares se encontraram. O calor imediatamente enviou tudo mais de sua mente. Tom inclinou ligeiramente a cabeça e beijou-o. O toque era gentil e atencioso. Greg murmurou suavemente enquanto Tom lentamente aprofundava o beijo. — Eu te amo, Tom. Sussurrou Greg quando ele se afastou. Tom o beijou de novo, mais profundamente, sua paixão crescendo. Greg se perguntou se eles estavam indo para o quarto, mas Tom simplesmente o abraçou, beijando e acariciando seu cabelo. — Nós somos… Tom começou a se mexer novamente com a música. Quando a canção terminou e o quarto tornou-se quieto, Tom tomou-o pela mão e o conduziu silenciosamente pelo corredor ao quarto. Tom fechou a porta atrás deles. Era como se estivessem em seu pequeno mundo. Davey estava dormindo, e eram apenas os dois, sem preocupações, pelo menos nas próximas horas. A tensão sempre presente em Greg parecia estar a ponto de desaparecer quando Tom tirou primeiro sua camisa, depois a de Greg. Eles caíram na cama juntos, beijos, suspiros e gemidos suaves enchendo o quarto. — Já faz muito tempo, mas eu quero você. Quero te sentir profundamente. Sussurrou Greg. — Tudo a seu tempo. Sussurrou Tom em troca, e então continuou a cumprir sua promessa. Gred formigava onde quer que Tom tocasse. Horas de amor suave e lento o deixaram espremido, sem fôlego e coberto de suor, e ainda não tinham terminado. Greg mal conseguia respirar e ele não se importava. Tudo o que lhe importava era o toque de Tom em sua pele e a maneira como ele o olhava. Quando Tom entrou depois de prepará-lo profundamente, Greg pensou que ele se separaria do puro desejo reprimido. Suas mãos tremiam, e Tom finalmente começou a acariciá-lo, oferecendo um pouco de alívio para a tensão que começou em seus pés e foi todo o caminho através dele. — Esperamos muito tempo. Disse Greg. — Não, nós não. Respondeu Tom, estalando os quadris. — Fizemos isso na hora certa. Eu te amo, e você me ama. Tom fez de novo. — Agora eu vou fazer você voar. E 187

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Tom continuou a fazer exatamente isso, enviando Greg em uma viagem que ele jurou que o levou a lua e de volta. Mas a melhor parte foi depois, quando eles tomaram banho juntos e se secaram e voltando para a cama. Tom tomou as costas dele, segurando-o apertado. — Agora isso é perfeito: feliz, amado, quente e contente. — Faz muito tempo que não sinto tudo isso ao mesmo tempo. Tinha sido, mas Greg tinha a sensação de que a próxima vez estava ao virar da esquina.

Fim

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