CENTRO TÉCNICO DE AERONÁUTICA
DO CONCURSO DE ANTEPROJETOS AOS E D I F Í C I O S ESQUECIDOS DE N I E M E Y E R RENATA BACHESCHI MORI
CENTRO TÉCNICO DE AERONÁUTICA
DO CONCURSO DE ANTEPROJETOS AOS E D I F Í C I O S ESQUECIDOS DE N I E M E Y E R RENATA BACHESCHI MORI
ORENTADOR: LUIZ RECAMÁN TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO F
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D E Z E M B R O / 2 0 1 3
AGRADECIMENTOS
Mesmo que o TFG seja um exercício individual, este trabalho só foi possível ser construído com a participação de várias pessoas queridas, seja por esse um ano e meio de pesquisa sobre o CTA, seja pelos (mais de) cinco anos de FAU. Agradeço ao professor Luiz Recamán, por sua orientação atenciosa e, principalmente, pela paciência com o meu ritmo de trabalho. À Rejane Cantoni, pelas conversas inspiradoras, sempre com mil e uma referências novas a cada encontro. À todos os funcionários do DCTA, em São José dos Campos, que foram muito receptivos e sempre solícitos a me ajudar a encontrar os documentos que precisava para minha pesquisa. Agradeço em especial aos funcionários do GIA-SJC, Jenner, Cláudio, Martinez, Humberto, Tenente Matos e Tenente Michelle; e aos funcionários do Arquivo Central do DCTA, à Ermelina e Mazala. Aos amigos da FAU, Jihana Nassif, Amanda Raimondi, Amanda Ragusa, Diogo Bella, Victor Berbel, Luis Tavares, Gabriel Rocchetti e Tiago Martinelli por todas as conversas, os trabalhos em conjunto, as noites em claro no frio da FAU,
as críticas e elogios, as discussões acaloradas e, acima de tudo, as muitas risadas. Aos queridos Raquel e Marcio Kogan, pelo carinho, sempre, e pelas grandes lições no cotidiano. Ao meu pai, Renato, pelo amor, apoio e incentivo que, mesmo distante, esteve sempre presente, em especial neste trabalho, sempre disposto a ler meus textos e comentá-los. À minha irmã Adriana, pelo trabalho árduo de transcrever o texto do Edital do Concurso para o meu TFG e, principalmente, pelo companheirismo sempre e pelas sábias palavras quando surge o desespero, como “não sei por que você fica tão cansada na FAU, se passa o dia inteiro só desenhando...”. Ao Gabriel Kogan, que há quatro anos mudou completamente a forma como eu via a Arquitetura e me mostrou que era possível fazer uma FAU diferente. A quem eu devo não só a diagramação deste livro, mas também as diversas críticas e sugestões sinceras que me estimularam a trabalhar mais e melhor, e “quase nunca” perder o foco. É quem eu sempre procuro pela primeira opinião, mesmo que, no final, eu faça o oposto.
Por fim, agradeço e dedico este trabalho à minha mãe, Dulce, com quem dividi todas as alegrias e tristezas, as conquistas e frustrações no processo de elaboração do TFG e que me apoiou incondicionalmente em todas as decisões que tomei durante a graduação. É o meu ponto fora da curva.
ÍNDICE
INTRODUÇÃO _6 METODOLOGIA _10 A ERA VARGAS _12 A AERONÁUTICA _16 O PLANO DE CRIAÇÃO DO CENTRO TÉCNICO DE AERONAUTICA _20 A CIDADE ESCOLHIDA: SÃO JOSÉ DOS CAMPOS _22
O CONCURSO _24 O EDITAL _26 OS ANTEPROJETOS E O JULGAMENTO _39 ANTEPROJETO A: CIA BRASILEIRA DE ENGENHARIA _40 ANTEPROJETO B: OSCAR NIEMEYER _56 ANTEPROJETO C: MARCELO ROBERTO _84 ANTEPROJETO D: BENEDICTO DE BARROS _95 ANTEPROJETO E: AFFONSO REIDY _112 ANTEPROJETO E x ANTEPROJETO B _134 O RESULTADO _136
A CONSTRUÇÃO _140 O CONSTRUÍDO _146 O PLANO URBANÍSTICO _152 A ZONA RESIDENCIAL _156 O RESTAURANTE _196 A ZONA ESCOLAR _200 A ZONA INDUSTRIAL _210
A CONCLUSÃO _220 BIBLIOGRAFIA _224 ICONOGRAFIA _228 ANEXO _234
INTRODUÇÃO 8
Em 1991, meus pais, militares da Força Aérea, foram transferidos de suas bases em São Paulo, para o Centro Técnico Aeroespacial_ CTA, em São José dos Campos. Naquele ano, minha irmã acabara de completar seu primeiro ano de vida e eu estava com 3 anos. Nos mudamos do nosso apartamento de 75m2 na Lapa, para uma casa assobradada (o H22) com um pouco mais que 180 m2, com enormes janelas, jardim e uma imensidão de ruas e bosques para desvendar de bicicleta. Cinco anos mais tarde, a casa que estávamos começou a apresentar muitos problemas de infiltração, e tivemos que nos mudar para uma outra casa (o H19B), maior do que a antiga (250m2) mas muito parecida ainda. Na época, lembro a primeira vez que eu ouvi o nome de Niemeyer, quando uma vizinha, que é arquiteta e era mestranda da FAU na época, contava que o CTA era um dos grandes projetos do arquiteto de Brasília e que “havia pilhas de móveis incríveis da época, criando mofo” em algum galpão perdido dentro do Centro. Dez anos se passaram desde que chegamos à vila militar e meus pais foram novamente transferidos. Meu pai foi morar em Brasília e minha mãe, minha irmã e eu voltamos para
o antigo apartamento em São Paulo, agora com seus “minúsculos” 75m2. Demoramos alguns anos para nos adaptarmos ao velho apartamento, principalmente minha irmã e eu, que crescemos em outra dinâmica de espaço, tanto dentro de casa, quanto fora dela. As casas e o CTA foram referências em comparações por um longo tempo. A vontade de desvendar o projeto do CTA nasceu no primeiro ano de faculdade, em 2007, na disciplina AUP608- Fundamentos de Projeto, quando quis mostrar ao professor de onde eu havia tirado a ideia da estrutura em brise-soleils da fachada do projeto do meu pavilhão. Fui à biblioteca procurar um livro qualquer de Niemeyer, onde pudesse mostrar o projeto de residência H19, no CTA e, para minha frustração, não encontrei nenhum exemplar que mencionasse o CTA, muito menos que desse autoria do projeto a Oscar Niemeyer; no site do Centro, os créditos eram dados a um desconhecido arquiteto, Rosendo Mourão. Conformei-me com a ideia que minha antiga vizinha estivesse enganada e, mesmo sem a assinatura de Niemeyer, acreditava que o conjunto construído tivesse seu valor arquitetônico, valendo como tema de um trabalho de iniciação científica futuramente. O trabalho nunca aconteceu e o CTA foi esquecido ao longo do meu curso. 9
Até que, no final do primeiro semestre de 2012, “sofrendo” para encontrar um tema para o TFG, o CTA de Niemeyer ressurge quase em um tropeço. Enquanto esperava por meu namorado no escritório em que trabalha, vasculhando as lombadas dos livros na estante, me deparo com o título “Arquitetura Moderna: São José dos Campos”. Em uma rápida folheada no livro, lá estavam, em um capítulo dedicado exclusivamente ao CTA, todos os projetos e mais alguns edifícios que eu não conhecia, todos com autoria de Oscar Niemeyer Soares Filho.
dução industrial. Nele encontram-se o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA); o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE); o Instituto de Estudos Avançados (IEAv); o Instituto de Pesquisas e Ensaios de Voo (IPEV); o Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA); o Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI); o Centro de Computação da Aeronáutica de São José dos Campos (CCASJ); e detém o comando do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, e do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte.
O CTA, hoje Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), está instalado em uma área de aproximadamente 14km2, em uma antiga área de fazendas de São José dos Campos.
No campus do DCTA, além dos institutos e seus laboratórios, foram construídos diversos equipamentos de apoio aos seus funcionários como aeroporto, restaurantes, agências bancárias, hotéis, mercado, clubes esportivos, posto de gasolina, escolas e uma zona habitacional, onde residem cerca de três mil moradores em novecentas residências, que servem tanto a militares, quanto a professores e alunos do ITA, pesquisadores, técnicos e servidores em geral. O DCTA pode ser entendido como uma pequena cidade dentro de São José dos Campos, ocupando
Criado pelo Ministério da Aeronáutica, na década de 40, hoje é mantido pelo Comando da Aeronáutica, subordinado ao Ministério da Defesa, e pode ser caracterizado como um órgão de ensino superior e de pesquisa e desenvolvimento tecnológico no campo aeroespacial, aliado a pro10
uma área correspondente a 4% da zona urbana joseense, com população de servidores girando em torno de 3 mil pessoas – já chegou a ter mais de 5mil –, sendo 40% deles militares (SILVEIRA, 2013). O trabalho que desenvolvi trata de quatro etapas importantes da história do DCTA: 1. O início da Aeronáutica, a ideia de criar um centro de excelência nacional em ensino e pesquisa em aeronáutica, e seu contexto histórico na política desenvolvimentista dos anos 40. 2. O concurso fechado de anteprojetos: os participantes, os projetos apresentados e o julgamento. 3. A consagração de Niemeyer como vencedor do concurso e os percalços na assinatura do contrato, o projeto definitivo e a sua construção. 4. O que foi construído do plano de Niemeyer e seu estado atual.
H22 nº 127. CTA. São José dos Campos, SP Setembro de 1991
Para melhor entendimento desta dissertação e devido as diversas mudanças na nomenclatura do campus ao longo dos anos, resolvi adotar apenas dois termos, diferenciados pela posição temporal do contexto: utilizo CTA, quando me refiro ao passado; e DCTA, quando me refiro ao conjunto no tempo presente. Na FAU, são poucas as pessoas que, vindas de fora da cidade de São Paulo, conseguem não fazer do TFG um meio de projetar alguma nova estrutura ou infraestrutura que vá mudar e melhorar a vida da sua cidade de origem, quase como se fosse um presente para aquele lugar que lhe é tão conhecido. Apesar de ter nascido em São Paulo, também não consegui fugir desta tradição e tive que voltar, não para São José dos Campos, mas para o CTA. A ideia do meu Trabalho Final de Graduação nunca foi projetar um novo edifício para o campus, mas apresentar um projeto bem antigo, desconhecido por muitos: um velho novo projeto de Oscar Niemeyer. 11
METODOLOGIA 12
A metodologia dessa dissertação incluiu, tanto pesquisa em fontes primárias em arquivos históricos, quanto o uso de bibliografia específica de apoio sobre o contexto histórico e sobre o próprio CTA, e.g. livro “Arquitetura Moderna: São José dos Campos”. Após os primeiros meses de leitura, foi autorizada pela Direção do DCTA a minha visita aos arquivos do Grupamento de Infraestrutura e Apoio (GIA-SJ) onde estão guardadas as plantaas, cortes e elevações de todas as construções empreendida no Centro. Realizei mais de quinze visitas durante nove meses a esse arquivo histórico, localizado dentro do conjunto do DCTA em São José dos Campos. No arquivo do GIA-SJ, além de todo material gráfico dos projetos construídos, tive acesso às fotografias das pranchas dos anteprojetos apresentados no concurso de 1946. Esses projetos se deterioram com o tempo e foram descartados, o que fez com que essas fotografias sejam os únicos registros existentes deste concurso no DCTA. Sobre esses registros fotográficos, segui um longo período tentando recuperar as imagens dos anteprojetos, muitos deles nunca publicados por seus autores.
Na mesma época, encontrei na biblioteca do ITA três publicações essenciais para a compreensão do concurso de anteprojeto e as obras do CTA: a revista Arquitetura e Engenharia nª5 de 1947, onde foi publicada uma extensa matéria sobre o concurso de anteprojetos, mostrando não só alguns dos projetos, como também o edital do concurso; o relatório do Professor Smith, consultor técnico e primeiro reitor do ITA, que abrange desde a concepção do CTA às obras realizadas até 1950; e o “Histórico Cronológico: 20 janeiro de 1946 a 31 de dezembro de 1986”, primeiro levantamento histórico sobre o Centro, organizado por Carlos Breyne Montenegro. Por fim, tive acesso ao Arquivo Central do DCTA, onde são armazenados todos os Boletins Extensivos. Esses Boletins são registros diários de tudo o que acontece no Centro, desde o início da sua construção em 1947 até os dias de hoje.
Uma das 190 fotografias de pranchas dos anteprojetos, único registro desses trabalhos no CTA. A foto acima (10x15 cm) mostra o projeto para a Escola Primária, de Affonso Reidy.
Foram utilizados neste trabalho um grupo de documentos históricos, de diferentes fontes, possibilitando uma compreensão geral do objeto. 13
A ERA VARGAS 14
Para explicar a construção do Centro Técnico de Aeronáutica, é importante contextualiza-lo no momento político brasileiro. A ideia para este campus surge com Santos-Dumont, em seu livro O que eu Vi / O que nós Veremos publicado em 1918, mas só se coloca em discussão no início do governo de Getúlio Vargas (1930-1945). Entre 1945 e 1946, houve sua concretização com a criação da Comissão de Organização do Centro Técnico de Aeronáutica (COCTA) e o lançamento do Concurso de Anteprojetos para o CTA, já no Governo Dutra (1945-1951). Em 1948, teve início a sua construção, sendo parcialmente inaugurando em 1953, quando Getúlio Vargas (19511954) estava de volta à Presidência da República. O PROJETO DO BRASIL MODERNO Em novembro de 1930, através de um golpe de Estado, com apoio de setores das Forças Armadas e oligarquias descontentes com a política de alternância do poder entre candidatos de São Paulo e Minas Gerais (conhecida como Política do Café-com-Leite), Getúlio Vargas assumiu a presidência do Brasil em caráter provisório, sendo depois legitimado Presidente da República pela Assembleia Constituinte de 1934 (SKIDMORE, 2010). Seu mandato venceria em janeiro de 1938, quando eleições diretas foram marcadas mas, em novembro de 1937, Vargas declarou que o Brasil devia deixar a “democracia dos partidos” que ameaçavam a “unidade pátria”. Dissolveu o Congresso, alegando ser um “aparelho inadequado e dispendioso” e sua continuação “desaconselhável”. Assim, para Vargas não restava alternativa senão instituir um “regime forte, de paz, justiça e de trabalho” (VARGAS,1937). Começa assim o regime ditatorial conhecido como Estado Novo.
A principal pauta do governo de Getúlio Vargas era transformar o Brasil em um país desenvolvido economicamente. Para isso, o plano de governo de Vargas se apoiou em três pilares: a industrialização, a criação de uma identidade cultural e a produção de tecnologias e conhecimento nacionais. Com as graves consequências da crise gerada pela quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929 e com a crise do café no Brasil, Vargas desejava que a economia do país não fosse mais dependente apenas da exportação de commodities e importação de bens industrializados de outros países. Inviabilizando a presença de capital estrangeiro nessas áreas fundamentais com o pretexto da “soberania nacional”, entendendo que setores estratégicos da economia como indústrias de base e energia deveriam estar sob o comando do Estado, e com a ausência de capacidade empresarial habilitada e disposta a dar início às mudanças necessárias, o Estado assume então a responsabilidade de formar uma rede de órgãos com o objetivo de planejar e concretizar as políticas públicas (CARRARO E FONSECA, 2003). Esse período foi marcado pela criação de empresas como a Companhia Siderúrgica Nacional (1941), a Companhia Vale do Rio Doce (1942), a Fábrica Nacional de Motores (1943) e a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (1945). O novo regime também considerava como parte integrante e essencial desse projeto de desenvolvimento a construção de um sentimento de unidade nacional, buscando assim criar uma identidade entre a sociedade e o modelo econômico nacionalista (CALDEIRA, 2010). Havia o sentimento – muito propagandeado na época– de que o país ainda não havia encontrado sua identidade própria, sendo essa uma meta a ser
alcançada: a construção de uma identidade para uma sociedade nova, um brasileiro novo. Com a ambição de ser identificado como patrono de ideias renovadoras e progressistas, Vargas se aproximou e se apropriou do movimento modernista, como um bloco único, não distinguindo as várias correntes de pensamento que as diferenciavam. Assim, com uma sólida base cultural construída, investiu fortemente em órgãos estatais que apoiassem manifestações culturais que exaltassem o Brasil e os brasileiros. Dentre estas instituições estatais ressalto duas: o Ministério da Educação, comandado por Gustavo Capanema; e o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), de Lourival Fontes. As suas diferentes atuações e público alvo é explicitada por Velloso [...] o ministério Capanema voltava-se para a formação de uma cultura erudita, preocupando-se com a educação formal ; enquanto o DIP buscava , através do controle das comunicações, orientar as manifestações da cultura popular. Esta diversidade de orientação na política cultural transparece na própria composição dos intelectuais nos referidos organismos. O ministério Capanema reunia um grupo de intelectuais ligado à vanguarda do movimento modernista: Carlos Drummond de Andrade (chefe de gabinete), Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Portinari, Mário de Andrade. Bem diferente era a composição em torno de Lourival Fontes, que incluía nomes como o de Cassiano Ricardo, Menotti Del Picchia e Cândido Motta Filho. Intelectuais estes conhecidos pelo pensamento centralista e autoritário, que viria a imprimir um rígido controle nos meios de comunicação. (VELLOSO, p.4)
O Estado passou a funcionar como um mecenas (BOMENY, 2001), defendendo a função social do intelectual, e chamando-o a participar do planejamento do novo país, incumbindo-o da missão de ser o representante da consciência nacional. 15
Edifício do Ministério da Educação e Saúde Rio de Janeiro (1943) Getúlio Vargas (em primeiro plano), Gustavo Capanema (atrás de Getúlio) e comitiva no Rio de Janeiro (1930)
É também neste período que há maior valorização da profissão de arquiteto e, principalmente, da arquitetura modernista, pelo Estado. Em 1932, Affonso Eduardo Reidy é nomeado arquitetochefe da Diretoria de Engenharia da Prefeitura do Rio de Janeiro. Em 1933, a profissão foi regulamentada através de Decreto-Lei da Presidência da República e, em 1936, a equipe formada por Affonso Reidy, Carlos Leão, Ernani Vasconcellos, Jorge Moreira e Oscar Niemeyer, tendo como arquiteto chefe Lúcio Costa e Le Corbusier como consultor, iniciou o projeto do edifício do Ministério da Educação e Saúde (MES), “marco da transformação da arquitetura contemporânea no Brasil” (BRUAND, p81), concluído em 1943. Importante destacar também o aumento de interesse pela profissão: entre 1930 e 1939, a Escola Nacional de Belas Artes formou no total 344 arquitetos. É um número bastante significativo quando confrontamos com 37 profissionais formados ao todo entre 1901 e 1929 e, entre 1890 e 1900, apenas três arquitetos graduados em dez anos. Os arquitetos modernos foram conquistando cada vez mais espaço e influência, detendo para si o controle do planejamento e construção das grandes edificações e planos urbanísticos do país. A incorporação da arquitetura em políticas públicas não aconteceu de forma unânime, sendo debatida dentro do próprio meio da arte. O crítico de arte Mario Pedrosa, em um artigo publicado em 1953, teceu severas críticas aos arquitetos aliados ao Estado Varguista, apontando que os arquitetos só puderam realizar suas grandes obras por se apoiarem na ditadura varguista: Além do mais, esta obra [MES] é uma realização coletiva de Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso
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Reidy, Carlos Leão, Jorge Moreira e Ernani Vasconcelos. No mesmo momento, realizava-se o Conjunto da Pampulha, verdadeiro oásis, fruto das condições políticas excepcionais da época, quando um grupo de governantes com plenos poderes, pelo amor a seu prestígio, decidiram, como os príncipes absolutistas dos séculos XVII e XVIII, construir esse capricho magnífico. (PEDROSA, p.99) Os novos construtores utilizaram-se do poder de ação dos ditadores para por em prática suas ideias. Souberam fazer compreender então tudo o que pensavam e sonhavam. A ditadura lhes ofereceu esta possibilidade, mas resultou daí uma contradição, ainda não totalmente superada, entre os ideais democráticos e sociais implícitos na nova arquitetura, entre seus princípios racionais e funcionalistas e as preocupações de autopropaganda, de exibição de força, o gosto do suntuoso e da riqueza para impressionar os responsáveis pela ditadura, simbolizada, talvez então, pelo “brio” as vezes excessivo e as formas gratuitas que se tornaram moda. (PEDROSA, p.101)
Tendo domínio do futuro, faltavam-lhes administrar também o passado: assim, foi criado em 1937, subordinado ao Ministério da Educação de Capanema, o Serviço do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (SPHAN), órgão este que teria o poder de decidir o que deveria ser preservado e o que poderia ser removido. O SPHAN se diferenciava dos outros órgãos internacionais com o mesmo objetivo pois, enquanto nos outros países os responsáveis pela preservação normalmente eram escolhidos entre intelectuais identificados com uma concepção nostálgica e conservadora da cultura, no Brasil, os modernos sempre buscavam fundamentar seus pareceres através de rigorosos estudos técnicos e históricos, almejando a criação de um elo entre a tradição e modernidade (CALDEIRA, p.36).
O terceiro pilar do plano de soberania nacional do Estado Novo era a educação. Com uma nova economia e uma nova cultura, era necessária também uma revolução na educação, com a produção de conhecimento e novas tecnologias genuinamente brasileiras. Para isso, o Estado Getulista investiu na reforma do ensino secundário, com forte embasamento na matriz clássica humanista, e montou também um sistema de ensino profissional, de ensino industrial, que daria início aos Senai, Senac, Sesi, etc. Para arrematar este projeto, o Ministério da Educação reestruturou o ensino superior, criando e dando corpo ao grande projeto universitário (BOMENY, p.138), sendo os dois principais expoentes deste empreendimento a Universidade do Brasil (antiga Universidade do Rio de Janeiro) e a Universidade de São Paulo, com iniciativa do governo estadual. A Universidade do Brasil teve papel fundamental neste contexto por implantar o padrão nacional e único de ensino superior, ao qual todas as faculdades e universidades deveriam seguir. Esta concepção unitária do projeto universitário e a normatização de procedimentos para a nacionalização do ensino superior talvez sejam as heranças mais fortes do Ministério da Educação do Estado Novo. O projeto de modernização lançado no governo de Getúlio Vargas tinha como objetivo principal criar uma base sólida para transformar o Brasil em um país desenvolvido. A tríade formada pela industrialização, a “nova identidade cultura” e a reforma do ensino foi a peça fundamental para abrir caminho para o desenvolvimento do país, sendo a criação do ITA e do CTA grandes exemplos de síntese desses três pilares em um só produto.
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A AERONÁUTICA 18
Os primeiros passos que levaram à criação da Aeronáutica no Brasil datam de 1927, quando a aviação foi incorporada no Exército e na Marinha como arma de guerra, isenta de qualquer autonomia administrativa, operacional ou técnica. Nos anos de 1930, foram iniciados debates entorno da criação de um Ministério da Aeronáutica como mais um braço das Forças Armadas do país, em concordância com as doutrinas militares europeias, onde a supremacia militar era condicionada à utilização em larga escala da avião, “principalmente em um país com dimensões continentais e totalmente carente de infraestrutura de transportes e comunicações” (FORJAZ, p.283) como o Brasil. Esta supremacia era mais abalada em território brasileiro em decorrência da fragmentação da aviação (Marinha, Exército e aviação civil, vinculado ao Ministério da Viação e Obras Públicas), sendo operadas e gerenciadas separadamente, cada uma com a sua doutrina. Na mesma época, a aviação civil nacional também começava a ganhar importância, amplamente estimulada por Getúlio Vargas, notório amante da aviação. Até a primeira metade da década de 20, as linhas aéreas eram operadas por empresas estrangeiras, cabendo ao governo apenas as funções de concessão de linhas e a fiscalização das operações. Essa situação começou a mudar a partir de 1927, quando foi fundada a Viação Aérea Riograndense- VARIG e, em 1933, a Viação Aérea São Paulo – VASP, que competiam no mercado com empresas como a Panair do Brasil e a Sindicato Condor, usufruindo de algumas vantagens oferecidas por Vargas apenas às empresas nacionais (DIEGUEZ, 2013). Com a crescente valorização da aviação no país, começou-se a também discutir a formação de
uma indústria de produção aeronáutica, aliada a pesquisa e o ensino. Em 1934, foi realizado o I Congresso Nacional de Aeronáutica onde foram colocadas duas vertentes antagônicas a respeito da formação de especialistas e o futuro da indústria aeronáutica: a Marinha defendia que não havia necessidade de criar em território nacional, novos institutos e escolas, que seriam altamente dispendiosos para o governo, sendo que no exterior, existiam diversas instituições já equipadas, qualificadas e com maior experiência, onde poderiam ser enviados os estudantes brasileiros e, só depois de concluídas as suas formações, iniciaria a compra dos maquinários e a construção das grandes fábricas. Já o Exército, considerava que o desenvolvimento tecnológico nacional da aeronáutica só se iniciaria quando o país dispusesse de uma escola equipada com máquinas e laboratórios modernos, onde os conhecimentos teóricos pudessem ser aplicados em um fábrica de aviões, tudo isso coordenado por um poderoso órgão central governamental. Deste embate, a sugestão do Exército saiu vitoriosa em partes quando, em 1935, foi determinada o início da construção de protótipos de aviões, desenhados pelo Ten. Cel. Engenheiro do Exército Antônio Guedes Muniz, para estimular o desenvolvimento de uma indústria privada de aviões, deixando em segundo plano a criação de um instituto forte de ensino e pesquisa aeronáutica (BOTELHO, 1999). Quando a II Guerra Mundial estourou, em 1939, Alemanha e Estados Unidos disputavam a adesão brasileira para fortalecer seu poderio militar no Atlântico sul. Apesar de comandar um regime ditatorial claramente simpático ao modelo fascista, Getúlio Vargas bateu o martelo a favor dos norte americanos, em troca de um crédito de 19
O primeiro Ministro da Aeronáutica do Brasil (ao microfone), Joaquim Pedro Salgado Filho Artigo do “O Jornal” de 1935, de autoria do Cap. Eng. Aurélio de Lyra Tavares, com pseudônimo Observador Militar, onde faz propaganda pela criação de um Ministério próprio para Aeronáutica
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20 milhões de dólares para a construção da usina de Volta Redonda. A entrada definitiva do Brasil na guerra fez com que os militares mais inclinados à criação do Ministério da Aeronáutica, colocassem de forma mais veemente a necessidade de uma Força Aérea que garantisse a segurança das fronteiras e do espaço aéreo o General Eurico Gaspar Dutra alertou para o perigo de “cedermos a nossos aliados armados os mares, o céu e os campos de nossa terra que, desarmados, não podemos defender, como devêramos (FORJAZ, p.296)
Após amplo debate – com direito a campanha na imprensa –, Vargas assina em 20 de janeiro de 1941, o Decreto- Lei nº2961 que cria o Ministério da Aeronáutica e estabelece Art. 4º Ficarão pertencendo ao novo Ministério, constituído inicialmente com os elementos existentes nas aeronáuticas do Exército e da Marinha e no Departamento de Aeronáutica Civil, os estabelecimentos, instituições e repartições públicas que se proponham à realização de estudos, serviços ou trabalhos especificados no art. 2º Art. 5º As instituições, repartições, órgãos e serviços referentes à atividade da aviação nacional, atualmente subordinados aos Ministérios da Guerra, da Marinha e da Viação e Obras Públicas, passam, a contar da publicação do presente decretolei, à jurisdição do Ministério da Aeronáutica. § 1º A transferência abrangerá não só o pessoal, permanente ou extranumerário, que as guarnece, como também o material permanente, variável e de consumo que as equipa. § 2º Serão ainda transferidos todos os créditos que lhes estejam à disposição, assim como os que lhes consignem a favor a lei orçamentaria para o exercício do corrente ano de 1941.
Vargas nomeou Joaquim Pedro Salgado Filho para Ministro da Aernáutica, um civil, para evitar disputas entre os quadros da Marinha e do Exército para o novo cargo e manter o controle político da nova instituição. Logo após a criação do ministério, foram definidas as normas e regulamentos, assim como a sua doutrina: –Comando único, político e estratégico, sobrepondo-se a todas as atividades aeronáuticas do país, civis e militares; –Integração de órgãos dispersos em três Ministérios com atividades absolutamente correlatas; –Integração de infraestrutura aeronáutica para uso comum, civil e militar, com grande economia de meios; –Lançamento das bases para implantação definitiva da indústria aeronáutica brasileira; –Institucionalização da pesquisa, com vistas ao desenvolvimento tecnológico. (INCAER, p.74)
Fica explicito neste trecho, as duas grandes ambições da Aeronáutica: a construção de uma indústria aeronáutica forte e a criação de um instituto de pesquisa e ensino de engenharia aeronáutica, ambos sob comando da Força Aérea Brasileira. Durante o período da guerra, esses planos foram colocados de lado, principalmente pela assinatura entre o Brasil e os EUA, em junho de 1941, do acordo de cooperação baseado no Lend and Lease Act, que regulava os programas de empréstimos e arrendamentos subsidiados, por meio dos quais os Estados Unidos forneciam ajuda militar aos países aliados. Foram trazidos mais de quatrocentos aviões de treinamento e quase todos os oficiais da Aeronáutica na época fizeram um curso de estado-maior nos Estados Unidos. A contrapartida brasileira foi a per21
missão para a instalação de várias bases militares norte-americanas em território nacional: Amapá, Belém, São Luís do Maranhão, Fortaleza, Recife e Natal, a maior e mais importante delas, que chegou a contar com 60 mil homens. (FORJAZ, p.297)
O envolvimento do Brasil na guerra e o maior contato com as tecnologias que os países aliados traziam ao país, evidenciou que o projeto de “construir aviões” do Brasil era muito ambicioso e um pouco ingênuo, revelando um plano extremamente frágil tanto economicamente, quanto intelectualmente, dependendo dos outros países para conhecimento e competência tecnológicas. A guerra mostrou também que a surpresa tecnológica era um elemento estratégico e decisivo na vitória; mais do que isso, dava poder ao Estado que a controlasse, a exemplo da bomba nuclear lançada pelos EUA no Japão (MENEZES, 2006). O PLANO DE CRIAÇÃO DO CENTRO TÉCNICO DE AERONÁUTICA Em 1938, foi criada na Escola Técnica do Exército (ETE) um curso de Engenharia Aeronáutica. A primeira turma de engenheiros aeronáuticos, com 7 militares e 4 civis, se graduou em 1942, mesmo ano em que o curso foi encerrado, devido a criação do Ministério da Aeronáutica (MAer) e o desmembramento da Marinha e Exército de qualquer atividade que envolvesse a aeronáutica. Entre os alunos mais brilhantes desta turma, estava o Ten. Cel Av. Casimiro Montenegro Filho, que logo foi nomeado a subdiretor de Técnica Aeronáutica do novo ministério. Insatisfeito com o conteúdo, os docentes e o nível das aulas que foram ministradas, passou a procurar uma alternativa ao curso recém extinto da ETE. A solução mais rápida para a formação de mais engenheiros 22
aeronáuticos no país, foi enviar estudantes para o curso de Engenharia Aeronáutica do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos. Foi realizado um concurso e, em setembro de 1944, oitos civis ingressaram no MIT com bolsa de estudos integral paga pelo MAer, sendo quatro deles matriculados na pós graduação. Das oito pessoas, apenas os que entraram para a graduação concluíram o curso; dos outros quatro, nenhum terminou o curso de pós graduação, abandonando as aulas por não conseguirem acompanhar o resto da turma. O fracasso nos EUA da turma de engenheiros formados no Brasil foi o fator determinante para que Casimiro Montenegro se convencesse que era necessária uma escola de engenharia aeronáutica de alto nível no próprio país. Em missão aos Estados Unidos, no final de 1944, Montenegro levou consigo um rascunho do plano de criação dessa instituição de alto nível, para discutir com o Professor Richard Smith, diretor do Departamento de Engenharia Aeronáutica do MIT. Em outra viagem aos Estados Unidos, Montenegro visitou o campo de Wilbur Wright, no estado de Ohio, que na época era o maior centro de pesquisas da Força Aérea americana, e incorporou ao plano da sua escola a ideia de um centro como o americano. O Prof. Smith recebeu o projeto de Montenegro com entusiasmo, entrou com um pedido de licença no MIT e, em junho de 1945, veio ao Brasil para trabalhar como consultor técnico do MAer, por seis meses. Um mês após a sua chegada, Smith realizou uma conferência no Instituto Aeronáutico Brasileiro intitulada “Brasil, futura potencia aérea”, onde discorreu sobre a importância do desenvolvimento da indústria
aeronáutica brasileira, aliada ao ensino, pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias nacionais. Aproveitando-se da reação positiva que recebeu do público e profissionais do setor, Smith entregou no mesmo mês ao Ministro Salgado Filho o “Plano Geral de Criação do Centro Técnico de Aeronáutica”. O extenso plano desenvolvido por Smith e Montenegro foi dividido em três partes pelos autores: Parte I - Dedicada ao estudo das melhores e mais bem sucedidas instituições de ensino e pesquisa no exterior, e quais destes modelos seriam melhor adaptáveis para o Brasil. Parte II – Definida a “forma” da instituição, é necessário estabelecer as principais regulamentações e políticas na qual uma instituição, tendo esse status e essa forma, irão de fato funcionar. Parte III – Fica claro, a partir dessas regulamentações e políticas, os poderes mínimos necessários a serem conferidos para a legislação básica do CTA.
Em “Primeiro Levantamento Histórico 1945/1950”, Richard Smith faz um resumo dos principais pontos do Plano “ 1. O Centro Técnico de Aeronáutica seria o órgão técnico do Ministério da Aeronáutica destinado a trabalhar para a Força Aérea Brasileira, companhias aeroviárias e indústria aeronáutica, de acordo com a orientação do Ministério. 2. Para alcançar esse objetivo, o CTA deveria: 2.1. Conduzir pesquisas de natureza teórica e experimental, tendo por fim o desenvolvimento e a expansão da aeronáutica brasileira. 2.2. Prover de meios que assegurassem o funcionamento de uma Universidade de Engenharia, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), didaticamente autônoma. 2.3. Organizar-se em:
2.3.1. Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Universidade. 2.3.2. Laboratórios dos diversos ramos da ciência ligados à aeronáutica. 2.3.3. Administração. 3. Para que pudesse ser atingido um elevado padrão técnico e científico, foi adotada a seguinte orientação básica: 3.1. O período inicial, até 1951, seria dedicado às fases de construção, organização e adaptação. 3.2. Durante o período inicial, o Instituto funcionaria com maioria de professores norte americanos, contratados por cinco anos, depois do que poderia o contrato ser renovado por períodos sucessivos de três anos, se houvesse conveniência entre as partes (tal período de cinco anos previstos para o contrato inicial foi, posteriormente, reduzido para quatro anos, por exigências legais). 3.3. Embora com maioria de professores norte americanos, no período inicial, o ITA deveria ter maioria de assistentes brasileiros, exceto nos dois primeiros anos de execução do Plano. 3.4. Findo o período inicial, todo o pessoal norte americano seria gradualmente substituído por pessoal brasileiro, possivelmente formado no próprio ITA. 4. O Instituto funcionaria como parte integrante do CTA, mas teria autonomia didática, sendo regido por normas elaboradas por sua Congregação de professores, calcadas nas diretivas gerais que constassem do Regimento do ITA. 5. O primeiro reitor do ITA (Chefe da Congregação), que exerceria tal cargo até dezembro de 1951, seria escolhido pelo governo. Findo esse período, os reitores passariam a ser eleitos pela Congregação, com mandato de dois anos. 6. Os chefes de laboratórios especializados do CTA seriam professores das respectivas cadeiras do ITA.” (SMITH, p.2–4)
O Plano foi acolhido pelo Ministro da Aeronáutica e aprovado pelo Presidente da República. A despesa total estimada durante os cinco anos iniciais de desenvolvimento do Centro foi de Cr$148 milhões. Com o plano aprovado, começaram a ser tomadas as primeiras providências para sua aplicação. Em 29 de janeiro de 1946, pela Portaria nº36 do Exmo. Sr. Ministro da Aeronáutica, foi criada a Comissão de Organização do Centro Técnico de Aeronáutica (COCTA), diretamente subordinada à Superintendência de Técnica Aeronáutica, que tinha direção agora de Casimiro Montenegro. A COCTA era formada pelo Cel. Av. Eng. Benjamim Manoel Amarante, o Cap. Av. Eng. Aldo Vieira da Rosa e o engenheiro civil Helio Gonçalves; para o Conselho Técnico da COCTA, foi designado o Professor Richard Smith. A primeira incumbência da COCTA foi definir onde seria implantado o Centro. Após cuidadosa investigação, foi escolhido o local onde se encontrava o Aeroclube de São José dos Campos “(..) à margem da nova rodovia Rio-São Paulo, em virtude das favoráveis condições de clima, topografia, facilidade de comunicação e de obtenção de energia, assim como pelo relativo afastamento das grandes cidades, sem estar muito distante da cidade de São Paulo, a qual poderia dar o mais completo atendimento à futura comunidade ceteana, em questões de saúde, cultura, comércio, etc., que estivessem além das possibilidades locais de São José dos Campos; também pelo maior grau de acessibilidade de professores e técnicos do CTA às faculdades superiores e institutos de tecnologia, como às associações técnicas e às indústrias de grande, médio e pequeno porte da capital e da parte alta do Vale do Paraíba, entre Jacareí e Volta Redonda.” (MONTENEGRO, 1984 p.459)
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A CIDADE ESCOLHIDA: SÃO JOSÉ DOS CAMPOS A construção do CTA foi um dos fatores determinantes para as transformações urbanas de São José dos Campos. O município era praticamente rural, com forte na pecuária e laticínios. O pequeno centro urbano servia tanto aos fazendeiros, quanto às duas indústrias da região: a Tecelagem Parahyba e a Fábrica de Louças Santo Eugênio, a Bonadio. São José dos Campos também era conhecida por abrigar o maior sanatório do país, o Vicentina Aranha, e por ter “propriedades terapêuticas”, sendo o destino dos pacientes tuberculosos que não tinham recursos financeiros para se instalarem na estância de Campos do Jordão. Com o início da construção do CTA, no final da década de 40, diversas empresas e indústrias se instalaram em São José dos Campos para atender as demandas do canteiro (e.g. Móveis Artísticos Z). A população urbana cresceu devido, tanto as pessoas que saíram do campo para trabalhar na obra, como também da emigração de trabalhadores vindos de outras cidades. A inauguração da Via Dutra, em 1951, trouxe mais indústrias a se instalarem na cidade, ao longo da rodovia. 24
Se ao final da década de 30, a população do município não chegava a 37mil habitantes, sendo que 60% deles ainda viviam no campo, no início de 1950 a população chegou a 45mil habitantes e 60% agora vivia na cidade. Já nos anos 60, São José dos Campos contava com 77mil habitantes, 73% deles residindo na área urbanizada do município (SANTOS, 2008). Com o CTA em funcionamento mas com algumas obras ainda em curso, cerca de 2% da população trabalhava no Centro. Na década de 70, o CTA novamente impulsionou a indústria brasileira, a geração de empregos e o crescimento urbano joseense com a instalação da Embraer, consolidando o parque aeroespacial. Se, nos anos 60, com o aumento do número de novas indústrias se instalando na cidade, a população passou dos 77mil para 148mil, com a chegada da Embraer e algumas outras indústrias, a cidade passou a contar com 278mil habitantes. Hoje São José dos Campos (IBGE) tem área total de 1.099,77km2, sendo 353,9km2 correspondentes a área urbana. Sua população é de 673 255 habitantes, ocupa a 12ª posição no ranking de melhor IDH nas cidades do Estado de São Paulo e, em 2010, correspondia ao 22º maior PIB do Brasil.
Mapa do Estado de São Paulo onde estão indicados os municípios de São Paulo (em preto) e São José dos Campos (em cinza)
Na página ao lado, São José dos Campos em quatro tempos (a partir do topo à esquerda): Anos 30: a pequena vila servia aos fazendeiros e funcionários das indústrias Tecelagem Parahyba e Bonadio, além dos sanatórios. Anos 40: o crescimento da zona urbana joseense com a construção do CTA (em preto, maior) e a chegada de novas indústrias à São José dos Campos, como a Rhodia. Anos 50: expansão do perímetro urbano com a instalação de novas indústrias como a Johnson & Johnson, Ericsson e General Motors ao longo da Rodovia Presidente Dutra. Anos 70: São José dos Campos passa por outro grande crescimento da população e do perímetro urbano com o surgimento da EMBRAER (em preto) e outros parques industriais como a Panasonic, Engesa, Philips e Monsanto.
1930 a 1939
1940 a 1949
1970 a 1979
1950 a 1959
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O CONCURSO 26
“É tempo, talvez, de se instalar uma escola de verdade em um campo adequado... Margeando a linha da Central do Brasil, especialmente nas imediações de Mogi das Cruzes, avistam-se campos que me parecem bons. Os alunos precisam dormir junto à Escola, ainda que para isso seja necessário fazer instalações adequadas... Penso que, sob todos os pontos de vista, é preferível trazer professores da Europa e dos EUA, em vez de para lá enviar alunos. Meu mais intenso desejo é ver verdadeiras Escolas de Aviação no Brasil. Ver o aeroplano, hoje poderosa arma de guerra, amanhã meio ótimo de transporte, percorrendo as nossa imensas regiões, povoando nosso céu, para onde, primeiro, levantou os olhos o Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão.” (SANTOS-DUMONT, p.20)
Tendo sido definido o terreno a ser construído o CTA, a Comissão Organizadora do CTA estabeleceu um Plano Geral, apresentando um programa para as edificações, um cronograma de funcionamento do ITA e recomendações para a imediata construção do CTA (SAMPAIO, 2000). O cronograma de funcionamento do ITA previa a execução das obras e pleno funcionamento do Instituto em um período máximo de cinco anos. Dada a urgência do início dos trabalhos, a COCTA sugeriu ao Ministro da Aeronáutica a abertura de um concurso de anteprojetos, em que pudessem ser discutidas diferentes propostas para o Centro. O Ministro, considerando a sugestão, optou pela modalidade de um concurso privado, no qual a COCTA proveria uma relação de arquitetos brasileiros qualificados para participar de um projeto de grandes proporções como o CTA. Com a relação de possíveis candidatos para participar do concurso em mãos, o Ministro escolheu os seguintes escritórios e arquitetos:
Affonso Eduardo Reidy Benedicto de Barros Cia Brasileira de Engenharia Marcelo Roberto Oscar Niemeyer Soares Filho Após o convite ser aceito por todos os escritórios selecionados, a COCTA, sob a orientação e coordenação do Engenheiro Arquiteto Hélio de Oliveira Gonçalves desenvolveu o edital do concurso, de acordo com as normas preconizadas pelo Instituto de Arquitetos do Brasil. Em várias reuniões que seguiram com os participantes, foram-lhes entregues, junto com o edital, vários outros documentos para auxiliar o desenvolvimento dos projetos (ARQUITETURA E ENGENHARIA n.5 1947): Mosaico Aerofotogramétrico Plantas da região, na escala 1:5000, em três folhas Estudo térmico e de insolação da região Resumo climatológico da região, no período de 1939 a 1942 Anemograma da região Estudos gráficos climatológicos comparativos Planta roteiro, indicando as áreas a serem utilizadas Estudo do traçado das pistas e áreas ocupadas pelo aeródromo
O edital foi publicado em 19 de julho de 1946 e o prazo para a conclusão e envio dos projetos para o Ministério da Aeronáutica ficou fixado para o dia 15 de dezembro do mesmo ano, tendo os participantes cinco meses para concluir os trabalhos. 27
O EDITAL O edital elaborado pela COCTA contemplava vários pontos levantados pelo Prof. Richard Smith em seu relatório técnico Plano Geral de Criação do CTA. Em entrevista concedida a Celso Aparecido Sampaio (2000, p.36), o arquiteto Roseando Mourão, que participou da equipe de desenhistas de Oscar Niemeyer, atentou para as dificuldades em projetar o Centro pelo ineditismo da proposta: “O concurso foi muito mais exigido na sua interpretação, ninguém sabia o que era fazer um Centro de Aeronáutica, e a Comissão que fez o programa também não tinha noção do que fosse isso... imagine, isso foi feito em 1947, (...) foi feito pela Diretoria de Engenharia da Aeronáutica, pelo arquiteto Hélio de Oliveira Gonçalves, que era o responsável, o coordenador da elaboração do programa...” (SAMPAIO, p. 36)
O texto definia que o CTA “destinava-se à execução de pesquisas e experiências que interessem à Aeronáutica de modo geral e à Força Aérea Brasileira em particular, cabendo-lhe ainda assegurar o funcionamento do Instituto Técnico de Aeronáutica, órgão de ensino técnico superior do Ministério da Aeronáutica”, sendo assim, a COCTA estimava a população do CTA em 1500 alunos e 2500 pessoas divididas em 1000 pessoas entre docentes e pessoal administrativo e 1500 sendo seus familiares. Tendo estabelecido o objetivo do Centro e seu número de usuários, o edital coloca o objeto do concurso sendo um plano do conjunto, compreendendo o estudo da urbanização, paisagismo, área de edificações e as redes de iluminação, abastecimento de água, esgotos e escoamento de águas pluviais das zonas: 28
1. Aeródromo 2. Escolar 3. Industrial 4. Residencial 5. Recreativa 6. Aeroporto Militar 7. Aeroporto Civil 8. Aeroclube 9. Hospital Para a representação deste plano, é explicitado na Parte II, com título Trabalhos e Dados a Serem Apresentados do edital: 1. Planta do conjunto indicando posição de todos os edifícios e espaços livres projetados, inclusive a área de pouso e recreio, os espaços reservados ao aeroporto civil e aeroclube, bem como a localização da área destinada às reservas de combustíveis e inflamáveis, e vias de comunicação, na escala 1:5000. 2. Planta de cada conjunto do zoneamento indicado no item 1.4 da Parte I(Zonas Escolar, Industrial, Esportiva e Residencial) mostrando, em plantas na escala 1:2000, em cada um, o esquema das redes de 2.1 abastecimento d’água; 2.2 distribuição de energia elétrica para iluminação interna e externa; 2.3 escoamento de águas pluviais e 2.4 esgotos primários e secundários.
3. Planta esquemática da distribuição paisagística e indicação de todos os elementos imprescindíveis à perfeita compreensão do aspecto final a obter, apenas das partes tratadas, a escala 1:2000. 4. Perspectiva exata do conjunto, com ponto de vista arbitrário, a gosto do arquiteto, abrangendo todos os edifícios e espaços livre projetados, mostrando a sua posição em relação às pistas e à cidade de São José dos Campos. 5. Anteprojeto de todos os edifícios relacionados à Parte IV, compreendendo para cada edifício: 5.1 planta de cada pavimento na escala de 1:200 5.2 dois cortes ortogonais, em posição escolhida pelo autor, para perfeita apresentação da ideia, na escala 1:100 e 5.3 fachadas principais, na escala 1:100 6. Memorial justificativo de: 6.1 solução da distribuição das zonas do conjunto; 6.2 solução da distribuição dos prédios em cada zona;
hospital seriam indicados quanto a sua posição e zoneamento no sítio e, portanto, não seriam objeto de estudo ou projeto no concurso. Cabia ao Programa também atentar o arquiteto quanto ao uso dos materiais e serviços nos estudos dos edifícios e demais partes do projeto, deixando claro que estes deveriam existir em abundância; de aquisição fácil, barata e rápida; com preparo e construções fáceis e de grande duração e resistência ao tempo e ao uso, mantendo a finalidade a que foi empregado. Além de fazer observações quanto ao uso racional dos materiais, o edital também ratifica a escolha dos arquitetos participantes do concurso, que despontavam na arquitetura moderna brasileira, quando se refere à aparência das edificações: “deve refletir sua relação com um centro de divulgação de conhecimentos aeronáuticos modernos e avançados e apresentar, de modo franco e lógico, os elementos estruturais que devem ser eleitos e empregados racionalmente”. Os novos edifícios também deveriam ser estudados de forma que pudessem ser expandidos no futuro, caso houvesse necessidade.
Devido ao grande número de desenhos pedidos, cada arquiteto participante do concurso apresentou ao júri uma média de 40 pranchas.
Quanto ao limite da implantação do projeto, diz: “Há grande preferencia que o projeto seja enquadrado na área delimitada, a qual será doada ao Ministério. Se a solução encontrada exigir a invasão das área próximas, isto poderá ser feito desde que a solução compense a despesa adicional”. Isso deixa bem claro que, se bem justificado, o Ministério não pouparia gastos para eventuais aquisições de novos terrenos a serem incorporados.
Na Parte IV do edital se encontra o Programa para o Anteprojeto. Nele a COCTA coloca que o aeródromo, o aeroporto civil, o aeroclube e o
Finalizando a Parte IV e também o edital, o COCTA apresenta o programa detalhado de cada uma das zonas de edificações. Destacarei alguns pontos de cada:
6.3 solução da distribuição da distribuição interna dos prédios e 6.4 outras conclusões a que o arquiteto tenha chegado e deseja realçar
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1. AERÓDROMO
3. ZONA INDUSTRIAL
Os arquitetos receberam uma planta esquemática com um conjunto de pistas e um manual com instruções padrões sobre aeródromos. Cabia a eles isolar as pistas de acordo com esses padrões. O edital ainda diz que os participantes tinham completa liberdade em remover edificações existentes e mudar traçados de estradas, caminhos, cursos d’água, etc., observando que deveria ser levado em conta a questão econômica da situação, sob os pontos de vista de custo inicial, tempo de execução e custo de manutenção.
A Zona Industrial deveria ser isolada completamente da Zona Escolar, com distância mínima de 500 metros entre os conjuntos. Deveriam ser traçados no projeto os arrumamentos e demais condições, não sendo necessário projetar nenhum dos laboratórios no anteprojeto, mas indispensável indicar suas posições no zoneamento, admitindo para cada laboratório uma área aproximada de 1000 m2. Era designado à Zona Industrial: a. Laboratório de Aero- Instrução Industrial
2. ZONA ESCOLAR
b. Laboratório de Pesquisas Aéreas
O edital definia as escolas como áreas destinadas à frequência de alunos civis e professores também civis que, em sua maioria, seriam americanos, inicialmente. Previa-se que os alunos poderiam ser de ambos os sexos, mas que prevaleceria uma maioria masculina. Quanto as instalações, o edital especifica exatamente a metragem, função e capacidade que cada sala, conjunto de escritórios, laboratório e biblioteca deveriam ter. O conjunto escolar compreendia: a. Edifícios de Administração (área total 4 755 m2) b. Escola Profissional (área total 12 269 m2) c. Escola Preparatória (área total 11 272 m ) 2
d. Laboratórios de ensino, anexos a Escola Profissional (área total 300 m2) e. Aeroporto Militar (escola de voo) 30
c. Laboratório de Motores d. Túneis Aerodinâmicos Junto à Zona Industrial, deveria haver um projeto de ramal de estrada de ferro da EFCB. Sua posição era indicada na Planta roteiro entregue pela comissão. O edital caracterizava todas as especificidades técnicas que o ramal deveria ter como raios mínimos, rampas máximas e as obras de arte. Demandava ainda que o cruzamento com a Rio- São Paulo deveria ser em nível diferente e os demais cruzamentos deveriam ter passagens de nível. Próximo ao desvio da EFCB, era necessário que fossem projetados um Depósito de Combustíveis e Lubrificantes e um conjunto para Almoxarifado. Os depósitos de combustíveis deveriam ser estudados a uma distância de 5 metros do eixo da estrada de ferro e, pelo menos, a 100 metros
de distância da zona de edificação mais próxima. A distância entre depósitos deveria ser de, no mínimo, 40 metros.
5. Apartamentos para funcionários
O conjunto para Almoxarifado deveria prever um mínimo de 4 pavilhões de 15 metros de largura por 30 metros de comprimento, dispostos de tal forma que pudessem se estender quando fosse necessário. Os pavilhões deveriam prever também pátios de carga e descarga e estacionamento para veículos. Além de serem de fácil acesso à estrada de ferro, os almoxarifados deveriam ter acesso à estrada de rolagem.
7. Restaurante
4. ZONA RESIDENCIAL Segundo o edital, a zona residencial deveria ser “do tipo misto, prevendo-se habitações isoladas para os diretores e catedráticos e apartamentos para os demais habitantes”. Além das residências, esse conjunto também deveria contar com um restaurante, um reembolsável (pequeno mercado), uma escola primária e uma lavanderia, que deveria atender aos conjuntos Escolar, Industrial e Residencial. O conjunto seria composto por:
6. Lavanderia 8. Reembolsável 9. Escola Primária Quanto a implantação das residências, era permitido ao arquiteto escolher o tipo de urbanização, loteamento, as dimensões dos lotes e distâncias entre prédios e divisas. Era apenas pedido que os edifícios fossem projetados de modo a poderem ser construídos isoladamente, tendo cada uma das residências uma área de terreno própria, no sistema de cidade- jardim. Os prédios de dormitórios e apartamentos poderiam ser estudados em um único bloco ou em vários, observando que o solo não permitia (economicamente) mais de 3 pavimentos. É interessante notar que a COCTA dava a impressão de total liberdade para o arquiteto projetar estas residências, mas ao definir o programa de cada tipo de casa ou apartamento, já instituía que algumas construções teriam um ou mais pavimentos e, mais importante, o que cada pavimento iria conter, segundo tabelas e textos reproduzidas nas próximas páginas
1. 2 casas para Diretores do CTA e do ITA 2. 30 casas de residência isolada, para Professores 3. Apartamentos de residência dos assistentes 4. Apartamentos de alojamento dos alunos 31
A. RESIDÊNCIAS DO DIRETOR DO CTA OU DO ITA
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B. RESIDÊNCIAS ISOLADAS PARA PROFESSORES
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C. APARTAMENTOS DE RESIDÊNCIA DOS ASSISTENTES
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D. APARTAMENTOS DE ALOJAMENTO DOS ALUNOS
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E. APARTAMENTOS PARA FUNCIONÁRIOS
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F. LAVANDERIA
H. REEMBOLSÁVEL
Era previsto uma lavanderia para atender a todas as Zonas do conjunto. A lavanderia (300m2) deveria ser projetada pra “dar um rendimento de trabalho correspondente a 900 a 1000 kg de roupa, em 7 operações completas, realizadas dentro das 8 horas de trabalho”.
O reembolsável é um pequeno mercado que comercializa produtos alimentícios e artigos militares. O projeto, dentro de 500m2 , requeria: locais para armazenamento de gêneros de sacaria, caixotes, latas, a granel, bebidas engarrafadas e bebidas em barris; uma loja; 3 salas de administração com instalações sanitárias; depósito de sacos e sucata; frigoríficos; e sanitários do pessoal, circulação e plataforma de recebimento.
G. RESTAURANTE O restaurante deveria prever uma capacidade de 800 lugares sentados, em mesas de 4 pessoas, em salão de refeições com pé direito duplo de 1000m2. O programa exigia copa e cozinha completas, com aparelhamento mecânico adequado; área para arrecadação de víveres e frigoríferos; caldeiras, vestiários do pessoal de serviço e depósito de sucatas; gabinete do aprovisionador e escritórios com instalações sanitárias; e padaria e pastelaria. Deveria ser previsto acesso de caminhões de abastecimento de víveres e combustível, além de estudos para solucionar problema de armazenamento de lixo e resíduos aproveitáveis e inaproveitáveis. Foi destinado ao restaurante uma área de 2650m2.
I. ESCOLA PRIMÁRIA Pequena escola para atender uma média de 60 alunos, com 3 salas de aula, sala para jardim de infância, sala para secretaria e administração, sala da diretoria, instalações sanitárias adulto e infantil, 1 quarto com cozinha e banheiro para encarregada. Área total de 300m2.
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5. ZONA RECREATIVA
ginásio, não há no edital área total determinada.
A Zona Recreativa deveria ser planejada para atender tanto os moradores do CTA quanto a todos os cidadãos da cidade de São José dos Campos. Por isso, na Parte IV do edital, diz-se que as zonas esportivas e hospitalar poderiam estar localizadas fora da área demarcada para o Centro. Entre os documentos entregues pela COCTA continha uma planta onde se localizava uma “área compreendida entre a cidade e a atual estrada RioSão Paulo”, a qual poderia ser destinada para tais zonas.
C. ESTÁDIO PARA COMPETIÇÕES
O conjunto da Zona Recreativa era composto por: A. SEDE DO CLUBE Se destinava à reuniões e eventos sociais dos usuários e moradores do Centro. Deveria conter no projeto um hall principal; portaria e chapelaria; toalete de ambos os sexos; salão de danças, com placo; salão de estar; bar; sala da Diretoria e Secretaria; vestiários de empregados; apartamento do zelador; e local para guardar materiais de limpeza. A área aproximada era de 500m2 B. GINÁSIO E VESTIÁRIOS Para o Ginásio, era esperado do arquiteto um projeto que permitisse uma arquibancada que acomodasse 300 pessoas, além de um salão de jogos com dimensões suficientes para conter uma quadra de basquete. Esse edifício deveria dispor ainda de uma sala para biometria; uma sala de curativos e repouso; uma sala para guarda de materiais esportivos; chuveiros e vestiários com 350 armários, com acesso à piscina. Para o 38
O estádio deveria ter capacidade para atender não só ao CTA e à São José dos Campos, como também aos jogos das Olimpíadas do Estado de São Paulo. O estádio para competições deveria ter: arquibancadas para 10mil pessoas; campo de futebol; pistas de atletismo, saltos em altura, salto com vara e saltos em distância; quadras de vôlei, basquete e tênis; local para lançamentos de peso, martelo, disco e dardo; e pórtico de ginástica. O estádio também deveria contar com uma estrutura para vestiários com banheiros e sanitários para atletas disputantes, de ambos os sexos; salas de massagem e preparo dos atletas; sala de primeiros socorros; local para guarda de material esportivo; e sala para juízes e fiscais. Próximo ao estádio, o arquiteto deveria incorporar ao projeto um amplo estacionamento de veículos. D. CINEMA E TEATRO Espaço de 4 040m2 para abrigar uma sala de espetáculos com plateia, camarotes e galerias com dois mil lugares. O bloco deveria contar com sala de entrada, hall e bilheterias; palco e bastidores, ribalta e local de orquestra; camarins para ambos os sexos com instalações sanitárias; depósitos de cenários e acessórios; administração; cabine de projeção e depósito de filmes; instalações de acondicionamento do ar; e instalações para as maquinarias do palco. E. PISCINA Eram previstas três piscinas, servidas pelos vestiários do Ginásio, com arquibancada para dois mil lugares: uma para competições e treinamentos olímpicos de natação; uma para competição e treinamentos
olímpicos de saltos; uma para recreação infantil.
rio na COCTA, esclareceu as dúvidas.
F. LAGO REPRESADO
8. HOSPITAL
Estudo para uma represa com dimensões suficientes para permitir a prática de esportes náuticos ligeiros, sem caráter olímpico.
O hospital não foi assunto de projeto abrangido pelo concurso, sendo que seria detalhado quando o projeto vencedor fosse executado. No edital, só era pedido que o hospital fosse situado em um local onde se pudesse dispor de uma área de, no mínimo, 50 000m2.
G. CAMPOS DE JOGOS, PISTAS, ETC. Além dos campos e pistas do Estádio, a área esportiva também deveria ter 2 campos de futebol com dimensões reduzidas; 10 quadras de vôlei; 6 quadras de basquete; 6 quadras de tênis; 1 pórtico de ginástica; pistas para salto em altura, salto em distância, salto com vara, para corrida com obstáculos, para corrida rasa, com obstáculos para equitação e playgrounds. 6. AEROPORTO MILITAR O Aeroporto Militar deveria ser projetado “nos moldes de uma moderna escola de voo”. Deveriam ser previstos: uma zona técnica com, pelo menos, três hangares-escola de 40 x 40m, com alas laterais e uma torre de controle suficientemente ampla para caber, no mínimo, o triplo de equipamentos e aparelhagem normais, com altura das portas de 8m; uma zona de manutenção, com previsão para reparos de 3º escalão (apenas para material de voo); e uma zona de serviços correlatos independentes. 7. AEROPORTO CIVIL E AEROCLUBE Tanto o Aeroporto Civil e o Aeroclube não são discriminados neste edital. Provavelmente os arquitetos escolhidos para o concurso questionaram a COCTA sobre suas instalações e o Engenheiro Arquiteto Helio de Oliveira Gonçalves, representante da Diretoria de Obras do Ministé-
Além do hospital, a COCTA demandava ao arquiteto que previsse um edifício de ambulatório próximo às Zonas Escolar e Industrial, que fosse destinado a alojar serviços médicos mais urgentes, para assistência imediata aos acidentes de trabalho e de ambulatório especialmente profilático, devendo ter a mesma categoria de Posto Médico de acordo com o Regulamento do Serviço de Saúde da Aeronáutica. Área total de 245m2. 9. VIAS DE COMUNICAÇÃO O edital pedia que fossem estudadas as posições de três grandes vias: uma “nova variante da estrada Rio- São Paulo” (Rodovia Presidente Dutra); uma nova estrada São José dos CamposParaibuna; e uma estrada São José dos camposAeroporto Civil. Além dessas grandes vias, era pedido estudos das vias de comunicação interna entre as diferentes Zonas e a comunicação entre os diferentes elementos de cada Zona. São caracterizados com raios mínimos de 20m, faixas de trânsito pesado com 7m de largura, faixas de trânsito leve com 3m e calçadas com 1,50m de largura. As rampas deveriam ter inclinação máxima de 6% e a largura total das vias não deveria exceder 37m de largura. A pavimentação deveria ser feita com concreto ou asfalto. 39
Uma parte interessante na leitura do edital destinada a “9. Honorários e Propriedade dos Trabalhos”, dentro do Plano do Anteprojeto, demonstra a importância e reconhecimento da Arquitetura e do trabalho do arquiteto na época. Lê-se: “A cada um dos concorrentes, cujos trabalhos apresentados tenham satisfeito as condições de julgamento, será paga a importância de Cr$250 000,00 (duzentos e cinquenta mil cruzeiros), correspondente ao prêmio estimado do anteprojeto”. Esse valor, corrigido para valores atuais, corresponde a cerca de $159 533,00 (R$335mil, aproximadamente) 1. Ainda falando em remuneração, na Parte III do edital, em que é colocado o contrato a ser assinado pelo arquiteto vencedor do concurso, na “Clausula 7- Pagamentos” tem-se que: “Esta Sub- diretoria pagará ao arquiteto a importância correspondente a 3% do valor de construção das obras projetadas, computados na base de Cr$1000,00 (mil cruzeiros) por metro quadrado por área construída. Para efeito de registro, é dado ao presente contrato o valor de Cr$3 000 000,00 (três milhões de cruzeiros)”. Corrigindo para valores atuais, era pago por metro quadrado de área construída o equivalente a $638,15 (R$ 1340) e, para o valor total do contrato, o equivalente a $1 914 406,64 (R$4 020 254). Quanto ao conteúdo global do Edital, apesar da COCTA não ter experiência na construção de um programa para um centro tecnológico aeronáutico e as referências internacionais serem escassas, 1 Foi verificada a cotação do dólar em relação ao cruzeiro do dia 15 de dezembro de 1946 ($1 = Cr$18,72). Convertidos em dólares, os valores foram aplicados em uma calculadora para correção da inflação até o ano de 2013 (http://www.usinflationcalculator.com/). 40
soube desenvolver uma plataforma mínima em que os arquitetos puderam dispor de diretrizes sólidas para desenvolver o projeto. É interessante comparar este Edital, para o Concurso de Anteprojetos do CTA, com o edital desenvolvido pela Novacap para o “planejamento da construção e da mudança da Capital Federal”, Brasília. O Edital do Concurso Nacional do Plano Piloto da Nova Capital do Brasil, publicado no Diário Oficial em 20 de setembro de 1956, foi transcrito na íntegra por Milton Braga em sua dissertação de mestrado O Concurso de Brasília: Os Sete Projetos Premiados. Em seu texto, Braga expõe que “o Edital exigia muito pouco- só o plano piloto e o seu relatório justificativo-, mas facultava muito. Permitia a apresentação de uma série de estudos e dados, os quais, reunidos, acabariam por constituir, além do plano urbano, um plano regional. (...) o Edital não estabelecia ou mesmo indicava qualquer definição relativa à nova cidade, na forma de um programa preliminar, nem ao menos a população prevista.” (BRAGA, p.37) Analisando o conteúdo dos dois editais, é possível identificar que o produto final que seria apresentados pelos participantes dos dois concursos aos júris, era o mesmo: um projeto de uma nova cidade. Afora isso, as diferenças são bem marcantes. Brasília estava sendo projetada para ser a nova capital, em uma área de quase 6mil km2, no centro do país. O texto do edital não deixava claro na época se além do Plano Piloto, o vencedor também realizaria o projeto dos edifícios, além da ausência de dados mínimos para definição de uma base de projeto comum, o que fez com que fossem desenvolvidas propostas muito dispares, que poderiam conter desde o detalhamento das soluções até a própria natureza da cidade (tamanho, programa, etc.) (BRAGA, 1999).
Alguns dias após a publicação do Edital, Niemeyer foi contratado pela Novacap como chefe do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da companhia, e já havia dado inicio ao projeto de alguns edifícios da futura capital, sem ainda ser conhecido o Plano Piloto vencedor. Ficou claro então que o escritório que vencesse o concurso, ficaria incumbido somente de desenhar a base onde seriam implantados os projetos de Niemeyer. Olhando por esses aspectos, é possível afirmar que o concurso de anteprojetos do CTA foi bem mais emblemático quanto ao conceito de Cidade Moderna do que o concurso de Brasília. O Edital desenvolvido pela COCTA continha um detalhamento minucioso de tudo o que deveria ser apresentado pelos arquitetos para o campus, desde o zoneamento e instalações de infra estrutura, até as áreas de cada edifício, com o número de salas, cômodos e departamentos que deveriam existir no projeto; além de oferecer todas as base necessárias para o desenvolvimento dos projetos com=o levantamentos topográficos, climáticos, população esperada, etc. Mas, o que faz do concurso de anteprojetos do CTA – e depois, a sua construção – um dos eventos mais importantes da Arquitetura Moderna, foi a possibilidade dada ao seleto grupo de arquitetos de colocar em experimentação as linguagens e conceitos modernistas em todos os níveis de projeto, da implantação ao mobiliário, do 1: 2000 a 1:100. OS ANTEPROJETOS E O JULGAMENTO Em 8 de fevereiro de 1947, a Comissão de Julgamento publicou a ata de parecer dos projeto enviados ao Ministério da Aeronáutica. O júri foi composto, segundo o edital, pelo aviador e engenheiro Ten. Cel. Benjamim Manoel Amarante, o engenheiro e
arquiteto da COCTA Hélio de Oliveira Gonçalves, o representante do IAB Alcides Aquilla da Rocha Miranda e o engenheiro civil Luiz Cantanhede de Carvalho Almeida Filho, representando o Diretor de Engenharia do Ministério da Aeronáutica. A Comissão de Julgamento levou cerca de 20 dias para estudar, comparar e qualificar cerca de 250 pranchas, para entregar o resultado dentro do prazo previsto no edital. Para melhor avalialas, a Comissão expôs as pranchas apresentadas no 4º andar do edifício ainda não concluído da estação de passageiros do Aeroporto Santos Dumont. Com a ausência de vidros nas esquadrias do andar, as intemperes fizeram com que muitos dos trabalhos fossem danificados, impedindo sua reprodução em clichê. Nos arquivos do CTA, não há mais nenhum desses projetos, originais ou em cópias, sendo os únicos registros desses projetos no Centro são fotografias tiradas das pranchas durante o julgamento dos trabalhos. Na literatura, foram publicados com boa qualidade, apenas as propostas dos arquitetos Oscar Niemeyer e Affonso Reidy. O relatório de classificação dos concorrentes foi publicado na íntegra na revista Arquitetura e Engenharia nº5, em 1947. O texto inicia a explanação, em ordem, pelo Anteprojeto A até o Anteprojeto E, aparentando ser decrescente o tempo gasto em explicar e pontuar os aspectos positivos e negativos de cada projeto, visto que o Anteprojeto A, da Cia Brasileira de Engenharia, frui de um texto com quatro longos parágrafos enquanto o Anteprojeto E é analisado em apenas 15 linhas. Todos os pareceres apresentam texto muitas vezes confuso, que possibilita diferentes interpretações ou nenhuma. Seguem, a seguir, as análises dos pareceres de cada anteprojeto. 41
ANTEPROJETO A_ CIA BRASILEIRA DE ENGENHARIA O Júri iniciou a interpretação do projeto da Cia Brasileira de Engenharia ressaltando que o escritório utilizou da abertura dada pelo edital de separar as Zonas Recreativa e Hospitalar da área delimitada para o Centro , sendo locadas do outro lado da estrada Rio- São Paulo. Nessa situação, o júri pontuou que a Cia foi feliz em colocar o hospital junto ao parque recreativo mas que essa situação levou a uma aproximação demasiada do aeroporto às Zonas Residencial, Escolar e Administrativa, afastando a Zona Recreativa da Zona Residencial. Apesar de concordar com a divisão das Zonas pela estrada, os jurados creditam a falha na situação proposta pela Cia a uma má solução na única ligação das duas áreas, localizada numa parte afastada, numa extremidade da área principal do CTA. Foram bem qualificados o projeto paisagístico do conjunto todo e a localização as Zonas Industrial e de Abastecimento, e caracterizando como “razoável” o desenho do ramal da estrada de ferro. Sobre os arruamentos e a circulação de veículos e pedestre de um modo geral, a Comissão julgou que ofereciam um desenho muito complexo, 42
com comprimentos exagerados e traçados “caprichosos” que acarretariam em “despesas iniciais e manutenção elevadas” e obrigariam a um “projeto oneroso de águas, esgotos e iluminação pública” pela sua extensão. O projeto elaborado pela Cia Brasileira de Engenharia foi muito criticado pela implantação dos edifícios das Zonas Residencial e Escolar, devido a um estudo mal resolvido dos edifícios em relação a orientação do sol, proporcionando uma “insolação demasiada”. Segundo a Comissão, não houve uma solução satisfatória, por exemplo, “nos apartamentos, de um modo geral, onde o eixo maior do prédio está na direção N-S e os quartos indistintamente abrem para Leste e para Oeste; e nos prédios escolares, onde as salas de aula têm a insolação exagerada a Leste, prejudicando as aulas pela manhã”. Por fim, o Júri coloca os edifícios do Clube e da Escola Primária como destaques do projeto e salientam que a maioria das áreas de construção são superiores as que foram indicadas pelo edital, sendo que algumas tiveram acréscimos ultrapassando uma vez e meia a área recomendada.
n
ANTEPROJETO A_ ZONEAMENTO
zona recreativa
zona residencial
zona industrial
zona hospitalar
zona escolar
aeroporto
estrada Rio - S達o Paulo 43
ANTEPROJETO A_ ADMINISTRAÇÃO E CANTINA
Edifício de Administração e Cantina
VISTA_ADMINISTRAÇÃO
CORTE LONGITUDINAL_ADMINISTRAÇÃO
VISTA_CANTINA
CORTE LONGITUDINAL_CANTINA
0
44
8
16
32
ANTEPROJETO A_ ADMINISTRAÇÃO E CANTINA
1_ hall nobre 2_ elevador 3_ portaria 4_ vestiário de serventes 5_ reserva de limpeza 6_ banheiro 7_ serviço 8_ administração 9_ permanência 10_ alojamento
11_ correios e telégrafos 12_ telefone 13_ hall 14_ térreo livre 15_ circulação 16_ chefe 17_ espera 18_ salas 19_ fotografia e cinematografia 20_ multilith
21_ fotostática 22_ heliografia 23_ mimeografia 24_ pequenas utilidades 25_ barbearia 26_ copa 27_ bar 28_ sala de recreação
28
6 27 6 12 26 11
15
15 24
14
20
21
22
23
5
2
13
3
4
6
6
10
9
1
14
19
18
18
18
18
18
18
6
16
8
6 12
11 13
14
TÉRREO
0
8
16
32
45
ANTEPROJETO A_ ADMINISTRAÇÃO E CANTINA
1_ hall nobre 2_ elevador 3_ oficiais de ligação 4_ inspeção 5_controle 6_ instalações sanitárias 7_serviço 8_ diretor geral 9_ espera 10_ secretaria 11_ arquivo 12_ estranhos 13_ hall
6
6
20
20
14_ congregação e salão nobre 15_ circulação 16_ conjunto do diretor da escola de engenharia eletrônica 17_ conjunto do diretor da escola de engenharia aeronáutica 18_ conjunto do diretor da escola profissional 19_conjunto do diretor da escola preparatória
21
21
5
4
42
24
23
20_ conjunto do diretor da escola de aerologia 21_ conjunto do diretor da escola de comércio aéreo 22_ diretor 23_ planejamento 24_ diretório 25_ reitor 26_ conjunto do reitor de admissão 27_ conjunto do reitor de alunos
22
7
3
24
1
28_ conjunto do reitor de registros 29_ compras 30_ finanças 31_ chefe de serviço 32_ chefe de operações 33_ recanto de estar 34_ cobertura da cantina 34
26
26
27
27
33
28
30
29
29
42
19
19
18
18
17
17
16
1º PAVIMENTO
0
46
8
16
32
16
12
11
10
8
14
6
31
6
15
13 9 6
30
14
25
9 6
24
11
29
29
32
32
11
13 10
22
9
33
ANTEPROJETO A_ ESCOLA PROFISSIONAL
Escola Profissional
VISTA FRONTAL
VISTA LATERAL
0
5
10
20
47
ANTEPROJETO A_ ESCOLA PROFISSIONAL
42 15 42 45
24
33
42
18
33
33
30
18
18
25 13
6 6 6
3 3
5 31 43
14 48 10 33 10 36
16
43
19 17 2323 23 22
22 2121
20
7 4 2
47
14 21 21 22
19 22 232323 17
1
2 43
1212 1212 1212 11
1033
32
11
11
11 3 10
9
3
8
47 34
32
47
19
29
3 36 37 40
38
44 26 32
27 18
43 42
33
TÉRREO
0
48
10
20
3
40
27
18 33
43
1_ hall nobre 2_ escritório de registro dos alunos 3_ instalações sanitárias 4_ ante sala da biblioteca e fichário 5_ sala de leitura 6_ sala para consulta e estudos 7_ biblioteca 8_ diretor 9_ espera 10_ elevador 11_ escritórios de administração 12_ tesouraria e administração
13_ sala para controle 14_ sala para intendência 15_ acesso para alunos 16_ acesso para professores 17_ banheiro dos professores 18_ banheiro dos alunos 19_ circulação 20_ hall 21_ catedráticos 22_ adjuntos 23_ assistentes 24_ sala
25_ sala da divisão de comércio aéreo 26_ sala para comércio aeronáutico 27_ salas para produção aeronáutica 28_ sala para máquinas e ferramentas 29_ sala para ensaio de materiais 30_ laboratório para estruturas 31_ laboratório para instrumentos de engenharia aeronáutica e aerologia 32_ salas para meteorologia 33_ depósito 34_ ligação coberta 35_ hall do auditório
36_ chapelaria 37_ sala do conferencista 38_ plateia 40_ palco 41_ acesso para a cabine 42_ espera coberta de alunos 43_ pátio coberto 44_ entrada principal 45_ estacionamento para bicicletas 46_ estacionamento para automóveis 47_ jardim 48_ sala em seminário
49
ANTEPROJETO A_ ESCOLA PROFISSIONAL
18
14
12
14
10
12
12
10
14
18
13
14
14
10
14
14 13
13
14 2
18 17
17
18 9
15 9
7 7 7 7 7 7 4
11
9
8
13 8
11 8
8
8
8
8
8
8
8
8
9
4
11
1
7 7 7 7 7 7 7 7 6 6 6 6 6 6 9
3
5
15
14
16 14
16
16
13
13
16
16
10
10 16
16
12
1º PAVIMENTO
0
50
10
20
40
12
1_ hall nobre 2_ sala de aula principal 3_ sanitários 4_ elevador 5_ sala de reuniões 6_ catedráticos 7_ assistentes 8_ adjuntos 9_ sanitários dos professores 10_sanitários dos alunos 11_ acesso para professores 12_ acesso para alunos
13_ circulação 14_ sala para 50 alunos 15_ depósito 16_ sala para 100 alunos 17_ salas de aula em seminário 18_ sala de desenho principal
ANTEPROJETO A_ RESTAURANTE E REEMBOLSร VEL
Restaurante e Reembolsรกvel
VISTA FRONTAL
CORTE LONGITUDINAL
VISTA LATERAL 0
5
10
CORTE TRANSVERSAL 20
51
ANTEPROJETO A_ REEMBOLSÁVEL
6 5
2 3
10
4 11
12 12
11
11
11
11
1 3
2
13 4
16
9
5 6
1_ aquisição de fichas 2_ entrada 3_ lavatórios 4_ sanitário feminino 5_ sanitário masculino 6_ rampa
TÉRREO
0
52
5
10
20
17
14 15
7_ saída 8_ cigarros 9_ padaria e pastelaria 10_ víveres 11_ frigoríferos 12_ escritório
18
13_ hall de serviço 14_ caldeira 15_ vestiário masculinos 16_ vestiário feminino 17_ saida de lixo 18_ serviço
ANTEPROJETO A_ RESTAURANTE
6
7
5 9
2
3
4
8
7
6 1
1_ salão de refeições 2_ café 3_ entrega de bandejas 4_ copa 5_ monta carga
1º PAVIMENTO
0
5
10
6_ rampa 7_ entrega de refeições 8_ cozinha 9_ terraço
20
53
ANTEPROJETO A_ ESCOLA PREPARATÓRIA
VISTA FRONTAL
VISTA LATERAL
0
54
5
10
20
Escola Preparatória
ANTEPROJETO A_ ESCOLA PREPARATÓRIA
CORTE LONGITUDINAL
CORTE TRANSVERSAL
PERSPECTIVA HALL DOS ALUNOS (ESPERA DE INVERNO) 0
5
10
PERSPECTIVA PÁTIO COBERTO (ESPERA DE VERÃO)
20
55
ANTEPROJETO A_ ESCOLA PREPARATÓRIA
12
12
12
14
14
14
14
14
14
14
14
7
13
15161716
12
7
13
15161716
12
7
8
13
15161716
14
14
14
14
14
14
14
14
14
18
9
6 3 6 6 3 5 43
18
12
7 10
11 2 1
19
7 1717171715151515151515 7
20 20 21 21 19 19 7 7 22
18
28 29
TÉRREO 1_ grande hall 2_ sala de estar 3_ sala de espera 4_ secretaria 5_ diretor 6_ catedrático 7_ serviço sanitário 8_ sala de leitura 0
56
10
20
40
9_ controle 10_ entrada externa 11_ biblioteca 12_ espera dos alunos 13_ hall de escada 14_ sala de aula 15_ assistentes 16_ sala de conferência
17_ adjuntos 18_ abrigo de bicicletas 19_ hall 20_ escritórios 21_ camarim 22_ palco 23_ platéia 24_ espera do público
29
29 27
27 29
23
7
25_ bilheteria 26_ saída em rampa 27_ circulação de autos e bicicletas 28_ pedestres 29_ bicicletas
24 25
7
ANTEPROJETO A_ ESCOLA PREPARATÓRIA
5
1
5
4a
5 3
1
5
4 3
1
5 13
11 12 8 8 9 7
5 13
11 12 8 8 9 7
5
6
5
13
11 12 8 8 9 7
14
11
5
5
1a
10 7 8
12
9
5
1a
2
1a
5 17 18 19
5 4
1º PAVIMENTO 1_ sala de desenho 1a_ sala de desenho 2_ laboratório de química 3_ laboratório de física 4_ sala de aparelhos 4a_ sala de material de desenho 5_ sala de aula 0
10
20
6_ sala de aula principal 7_ sala de conferência 8_ escritório de adjuntos 9_ escritório de assistente 10_ sala de conferência de professores 11_ sanitário de alunos 12_ sanitário de professores
13_ hall de espera de alunos 14_ hall nobre 15_ vazio do auditório 16_ terraço e saída em rampa 17_ depósito 18_ caixa d’água 19_ cenários ou cabine de projeção
19
16
40
57
ANTEPROJETO B_ OSCAR NIEMEYER O projeto concebido por Oscar Niemeyer foi elogiado por sua simplicidade no desenho dos arruamentos; por obter uma fácil ligação entre as Zonas Escolar e Recreativa; e pelo posicionamento da Zona Recreativa (fora da área demarcada para o Centro) de forma acessível ao CTA e aos cidadãos de São José dos Campos, assim também por ter mantido o traçado original da estrada Rio- São Paulo. Se destacaram no projeto como que melhor atenderam as exigências do edital os edifícios da Escola Profissional, onde o auditório era bem servido de iluminação e ventilação naturais; os apartamentos dos professores assistentes e dos alunos da Escola Preparatória; restaurante e as casas dos Diretores do ITA e do CTA; as residências tipo I, II e III; os depósitos de combustíveis e lubrificantes; as oficinas de manutenção; o reembolsável; a sede do clube, o ginásio, os vestiários, as piscinas, o cinema e o teatro. Mesmo não atendendo da melhor maneira o edital, a Comissão também destacou os apartamentos residenciais para funcionários de categoria, para os funcionários subalternos e 58
os apartamentos individuais para funcionários; o estádio; o almoxarifado; os hangares; a lavanderia e o edifício de ambulatório. A Comissão de Julgamento fez algumas críticas quanto à Zona Industrial , os edifícios de manutenção e de abastecimento, qualificando como impróprio o local onde foram implantados. Também não agradou ao Júri o acesso da via férrea a Sudoeste, sendo justificado por tal posicionamento necessitar uma construção demorada e de preço elevado; o hospital, projetado fora da área disponível, ficou muito distante das instalações do CTA; a Rio- São Paulo foi locada muito próxima aos limites do CTA, dificultando uma possível ampliação das pistas; e, por fim, as redes de abastecimento de água e esgoto, que dispôs o despojo dos esgotos a montante da cidade, o que era contraindicado e não atendia ao edital. No geral, a Comissão de Julgamento caracterizou positivamente o projeto pela “simplicidade e lógica da composição” e pelo arquiteto se restringir às áreas dos edifícios pedido pelo edital.
n
ANTEPROJETO B_ZONEAMENTO
zona recreativa
zona residencial
zona industrial
zona hospitalar
zona escolar
aeroporto
estrada Rio - S達o Paulo 59
ANTEPROJETO B_ADMINISTRAÇÃO
VISTA FRONTAL
VISTA POSTERIOR
CORTE LONGITUDINAL
0
60
6
12
24
ANTEPROJETO B_ADMINISTRAÇÃO 14
1_ acesso de funcionários
6_ central telefônica
11_ pessoal serviço
2_ polícia administração
7_ vestiários
12_ bar
3_ correios e telégrafos
8_ pequenas utilidades
13_ cantina
4_ informações
9_ serviço
14_ estufa
5_ hall
10_ sanitário público
13
12
8
10
9
8
2
4
3
6
7
7
1
1
TÉRREO
3
2
1
5 4
SEMI ENTERRADO 1
0
6
12
1_ fotografia e
5_ vestiários e sanitários
cinematografia
6_ composição
2_ câmara escura
7_ imprensa oficinas
3_ sanitário
8_ controle
4_ polícia, permanência e
9_ depósito de papel
alojamento
10_ hall
9 6
7
8
10 5
SEMI ENTERRADO 2
24
61
ANTEPROJETO B_ADMINISTRAÇÃO
4 3 2
5
6
7
8
9
10
11
12
13
12
14
9 1
8
62
16
17
18
1
1
1º PAVIMENTO
0
15
6
12
1_ vestiários de funcionários
7_ reitor de alunos
13_ hall
2_ sanitário f
8_ secretaria e arquivo
14_ diretor
3_ sanitário m
9_ sanitários
15_ c. salão nobre
4_ diretório
10_ conjunto do diretor
16_ oficial de ligação
5_ reitor de registros
11_ sala de estranhos
17_ inspeção e controle
6_ reitor de admissão
12_ sala de espera
24
4 3 2
ANTEPROJETO B_ADMINISTRAÇÃO
4
5
6
7
8
9
10
12
13
14
11
15
16
17
18
19
20
21
21
21
21
21
21
21
21
11 3 2
1
1
4 3 2
2º PAVIMENTO 1_ vestiários de funcionários
8_ diretor da e. eng. aeronáutica
15_ diretor administrativo
2_ sanitário f
9_ diretor da e. preparatória
16_ secretaria e arquivo
3_ sanitário m
10_ planej. e coord. dos laboratórios
17_ finanças
4_ diretor da e. profissional
11_ sala de espera
18_ compras
5_ diretor da e. de comércio aéreo
12_ secretaria
19_ chefe de operações
6_ diretor da e. de aerologia
13_ diretor técnico
20_ chefe de serviço
7_ diretor da e. eng. eletrônica
14_ hall
21_ chefe do pessoal
CORTE TRANSVERSAL 0
6
12
24
63
ANTEPROJETO B_ESCOLA PREPARATÓRIA
VISTA FRONTAL
CORTE LONGITUDINAL
VISTA POSTERIOR
CORTE DO AUDITÓRIO
0
64
7
14
28
ANTEPROJETO B_ESCOLA PREPARATÓRIA
1_ hall 2_ portaria 3_ espera 4_ diretor 5_ sanitário 6_ entrada dos professores 7_ entrada dos alunos 8_ portaria e controle 9_ vestiários de pessoal 10_ sanitários de pessoal
11_ laboratório de física 12_ aparelhos 13_ laboratório de química 14_ sanitário dos alunos 15_ sala de desenho: 30 alunos 16_ sala de desenho: 10 alunos 17_ sala de aula 18_ pilotis 19_ acesso ao auditório 17
14
18
13
13
TÉRREO
14 16 15
16
5
4 2
3
19 1
12
8
9 10 14 11
13
12 11
0
7
14
28
65
ANTEPROJETO B_ESCOLA PREPARATÓRIA
1_ hall e espera
11_ sala de conferências
2_ professores catedráticos
12_ acervo e material técnico
3_ sala para esclarecimentos
13_ auditório
4_ professores adjuntos
14_ cabine de projeção
5_ professores assistentes
15_ depósito
6_ sanitários
16_ entrada de público
7_ fichário e controle
17_ tela
8_ sala de leitura
18_ rampa
9_ bibliotecário
19_ sanitários
10_ depósito de livros
20_ entrada de alunos
5
6
SOBRE LOJA
5
6 20
15
19
12
19
9
15 14
13
15 15 16
0
66
7
14
28
8
7
17
10
2 2 2
18
1
4 4
18
3 4
ANTEPROJETO B_ESCOLA PREPARATร RIA
6
8
6
8
6
8
6
8
6
8
8
6
1ยบ PAVIMENTO
5 5
6
8
6
8
6
8 2
6 3 6
4 5
1_ acesso de alunos 1
2_ hall 3_ controle 4_ sala dos professores 5_ sanitรกrios 6_ sala de aula 50 alunos
6
8
6
8
6
8
6
8
7_ depรณsito de materiais 8_ sala de aula 30 alunos
0
7
14
28
67
ANTEPROJETO B_ESCOLA PROFISSIONAL
VISTA FRONTAL
VISTA LATERAL
CORTE LONGITUDINAL
0
68
11
22
44
ANTEPROJETO B_ESCOLA PROFISSIONAL
20
17 17 18 19
17
19
17 10
10
21 16
16
9 9
TÉRREO
10
20
6
6
15_ sala de professores 16_ comunicação e controle de tráfego 17_ meteorologia 18_ comércio aéreo 19_ produção aeronáutica 20_ sala principal_400 alunos 21_ instrumentos para prod. aeronáutica e aerologia 22_ estruturas 23_ comercio aéreo 24_ ensaio de materiais 25_ estruturas 26_ jardim 27_ rampa 28_ entrada dos professores
1_ hall 2_ portaria 3_ espera 4_ diretor 5_ sanitário 6_ administração 7_ tesouraria 8_ registro de alunos 9_ intendência 10_ sanitários dos alunos 11_ entrada de alunos 12_ controle 13_ vestiário e sanitário de pessoal 14_ depósito 0
8 8 8 8 8 7 7 6
5
4
3
1
11
27
2 6
15
29
26
12 14
23
23
24
13
25
10
22
28
40
69
ANTEPROJETO B_ESCOLA PROFISSIONAL 13
14 13 15
14
13
15 16 11
6
10 8
6
14
11
13 15 9
2 7
1
3
5
4
SOBRE LOJA 6_ sanitários
11_ depósito
2_ fichário e controle
7_ sala do conferencista
12_ rampa
3_ bibliotecário
8_ auditório
13_ sala do catedrático
4_ depósito de livros
9_ palco
14_ sala dos adjuntos
5_ terraço jardim
10_ sala de projeção
15_ sala dos assistentes 16_ pilotis
70
10
14
15
1_ sala de leitura
0
12
20
40
16
13
14
15
ANTEPROJETO B_ESCOLA PROFISSIONAL
4
5
5 4
5 6
4
4
5
5
5 4
1
8
2 3
1ยบ PAVIMENTO
4
1_ hall
5_ sala de aula 50 alunos
2_ controle
6_ sanitรกrios
3_ sala de professores
7_ seminรกrio
4_ sala de aula 100 alunos
8_ rampa
5 6 4 5 7
5
7
0
10
20
40
7
5
71
ANTEPROJETO B_RESTAURANTE E REEMBOLSÁVEL
VISTA FRONTAL
VISTA POSTERIOR
CORTE LONGITUDINAL
0
72
8
16
32
ANTEPROJETO B_RESTAURANTE E REEMBOLSÁVEL
6
12 8 8
10
9
16
7 11
18 12
5 3
4
17
13
9
8
3
4
7
6
10 11 1 11
15
13
16
19 14
2
12
15
17
2
5
1
16
TÉRREO RESTAURANTE
REEMBOLSÁVEL
1_ salão de refeições
7_ gabinete do administrador
1_ administração
9_ gêneros em sacaria
13_ sanitário do público m.
2_ loja
10_ gêneros a granel 11_ sanitários
2_ copa / cozinha
8_ escritórios
14_ sanitário do público f.
3_ depósito de sacos e sucata
3_ padaria e pastelaria
9_ descarga
15_ jardim
4_ gêneros em barris
12_ sanitários e vestiários 13_ pesagem e controle
4_ caldeira
10_ controle
16_ rampa
5_ frigorífero
5_ depósito de sucata
11_ espera
17_ circulação
6_ gêneros em garrafas
14_ descarga
18_ entrada de serviço
7_ gêneros em latas
15_ plataforma
19_ telefones
8_ gêneros em garrafões
16_ rampa
6_ arrecadação e frigorífico 0
8
16
12_ sanitários e vestiários 32
73
ANTEPROJETO B_ APARTAMENTO PARA PROFESSORES ASSISTENTES
professores assistentes
VISTA FRONTAL
VISTA POSTERIOR
CORTE LONGITUDINAL 0
5
10
CORTE TRANSVERSAL 20
PAVIMENTO TIPO_ 16un
TÉRREO 0
74
5
PLANTA_ 47,82M2 10
20
0
2.5
5
ANTEPROJETO B_ DORMITÓRIOS INDIVIDUAIS PARA PROFESSORES ASSISTENTES
individuais
VISTA FRONTAL
VISTA POSTERIOR
CORTE LONGITUDINAL 0
7
CORTE TRANSVERSAL 14
28
PAVIMENTO TIPO_ 16un
TÉRREO 0
PLANTA_ 19,91M2 `7
14
28
0
3.5
7
75
ANTEPROJETO B_ RESIDÊNCIA PARA OS ALUNOS DA ESCOLA PROFISSIONAL
PROFISSIONAL
VISTA FRONTAL
VISTA POSTERIOR
CORTE LONGITUDINAL 0
7
14
CORTE TRANSVERSAL 28
PAVIMENTO TIPO_ 25un
TÉRREO 0
76
7
14
PLANTA_ 56M2 28
0
3.5
7
ANTEPROJETO B_ RESIDÊNCIA PARA OS ALUNOS DA ESCOLA PREPARATÓRIA preparatória
VISTA FRONTAL
VISTA POSTERIOR
CORTE LONGITUDINAL 0
8
16
CORTE TRANSVERSAL 32
PAVIMENTO TIPO_ 16un
TÉRREO 0
8
PLANTA_ 79,96M2 16
32
0
4
8
77
ANTEPROJETO B_ DORMITÓRIOS INDIVIDUAIS PARA FUNCIONÁRIOS SUBALTERNOS
subalternos quartos individuais
VISTA FRONTAL
VISTA POSTERIOR
CORTE LONGITUDINAL 0
5
10
CORTE TRANSVERSAL 20
PAVIMENTO TIPO_ 50un
PLANTA_ 10M2
TÉRREO 0
78
5
10
20
0
2.5
5
ANTEPROJETO B_ APARTAMENTO PARA FUNCIONÁRIOS SUBLATERNOS
subalternos APARTAMENTOS
VISTA FRONTAL
VISTA POSTERIOR
CORTE LONGITUDINAL 0
5
10
CORTE TRANSVERSAL 20
TIPO 1_ 45M2 PAVIMENTO TIPO_ 18un
TIPO 2_ 45M2
TÉRREO 0
5
10
20
0
2.5
5
79
ANTEPROJETO B_ RESIDÊNCIA PARA DIRETORES TIPO I
DIRETOR
12 11 15
13
11
VISTA POSTERIOR
10 9 14
14
15
15
17
16
19
18
8
14
5
7
2 3
2
4
1
20
CORTE TRANSVERSAL
6
4
TÉRREO _ 347,70M2
0
80
1_ pórtico
11_ quarto de empregada
2_ hall
12_ lavanderia
3_ escritório
13_ pátio de serviço
4_ sala de estar
14_ quarto
5_ sala de jantar
15_ banheiro
6_ varanda
16_ circulação
7_ copa
17_ armários
8_ cozinha
18_ pátio
9_ sala de almoço
19_ garagem
10_ pórtico de serviço
20_ circulação externa
5
10
VISTA FRONTAL
20
CORTE LONGITUDINAL
ANTEPROJETO B_ RESIDÊNCIA PARA DIRETORES TIPO II
DIRETOR
15
14
15
15
14 13
12
VISTA FRONTAL
1º PAVIMENTO CORTE LONGITUDINAL 9
9
8
7
6
5
4
1
3
2
10
VISTA POSTERIOR
11
TÉRREO TOTAL_ 326M2
0
1_ hall
6_ sala de almoço
11_ garagem
2_ sala de estar
7_ cozinha
12_ circulação
3_ sala de jantar
8_ lavatório
13_ rouparia
4_ lavabo
9_ quarto de empregada
14_ banheiro
5_ copa
10_ escritório
15_ quarto
5
10
CORTE TRANSVERSAL
20
81
ANTEPROJETO B_ RESIDÊNCIA PARA PROFESSORES TIPO I
professores tipo 1
11
3 8
2 12
1
6
4
7
9
10
5
VISTA POSTERIOR
4
TÉRREO_ 160M2
CORTE TRANSVERSAL
1_ hall
5_ banheiro
9_ quarto de empregada
2_ escritório
6_ sala de almoço
10_ banheiro de empregada
3_ sala de estar e jantar
7_ cozinha
11_ lavanderia
4_ quarto
8_ lavatório
12_ garagem
VISTA FRONTAL
CORTE LONGITUDINAL 0
82
5
10
20
ANTEPROJETO B_ RESIDÊNCIA PARA PROFESSORES TIPO II
professores tipo 2
3 8
6 2
12
1
4
7
5
11
10
VISTA POSTERIOR
9
4
TÉRREO_ 175M2
4
CORTE TRANSVERSAL
1_ hall
5_ banheiro
9_ quarto de empregada
2_ escritório
6_ sala de almoço
10_ banheiro de empregada
3_ sala de estar e jantar
7_ cozinha
11_ lavanderia
4_ quarto
8_ copa
12_ garagem
VISTA FRONTAL
CORTE LONGITUDINAL
0
5
10
20
83
ANTEPROJETO B_ RESIDÊNCIA PARA PROFESSORES TIPO III
professores tipo 3
11
11
9
11
12
VISTA FRONTAL
1º PAVIMENTO
5
4
CORTE TRANSVERSAL
6 3
7 9 8
10
1 2
TÉRREO TOTAL_ 210M2
0
84
VISTA POSTERIOR
1_ hall
5_ varanda
9_ banheiro
2_ escritório
6_ sala de almoço
10_ lavanderia
3_ sala de estar
7_ cozinha
11_ quarto
4_ sala de jantar
8_ quarto de empregada
12_ rouparia
5
10
20
CORTE LONGITUDINAL
85
III. ANTEPROJETO C_ MARCELO ROBERTO Agradou a Comissão de Julgamento o desenho das vias de tráfego, com arruamentos simples e de fácil construção. A Zona Industrial foi elogiada por sua implantação em terreno plano e extenso permitindo se expandir se necessário, além de fácil acesso à estrada de ferro, que também tem traçado econômico e tem a vantagem de não cruzar com a futura Rio– São Paulo. As Zonas Residencial e Recreativa não seguiram o que foi pedido no Edital pois, além de terem sido projetadas em conjunto, sem distinção, foram locadas em uma área que previa apenas a implantação das Zonas Recreativa e/ou Hospitalar. Foram alvo de críticas também: o projeto dos prédios de apartamentos e hotéis, que foram contra a orientação do Edital de, no máximo, 3 andares de gabarito, fazendo com que fosse previsto “um aumento da densidade da população estranha à Escola”; o Restaurante, que ficou muito distante das escolas e dos prédios de administração; o Hospital, que foi locado muito próximo às pistas do Aeroporto, além de não ser de fácil acesso à população da cidade, somente aos usuários do CTA; e a Lavanderia, que ficou muito distante das residências. 86
Foram elogiados os projetos do Aeroporto, com um desenho que possibilitava uma expansão futura; o desenho das instalações de água, esgoto e energia, que foram estudadas para melhor aproveitamento da topografia; e o projeto paisagístico, por garantir “belos aspectos de forma e cor durante as diversas estações do ano”. Quanto aos edifícios, foram destaque para o Júri: os apartamentos para funcionários de categoria, os apartamentos individuais para funcionários subalternos, a Lavanderia e o Ambulatório. Embora não atendendo da melhor maneira o Edital, destacaram-se também os projetos: do Pavilhão da Administração; o Restaurante; o Reembolsável; as Casas para os Diretores; as residências isoladas tipos I, II e II; e o edifício de Cinema e Teatro. A Comissão Julgadora fez uma observação quanto ao projeto dos edifícios em geral, onde “o autor procurou fugir das soluções correntes adotando alguns partidos que parecem a Comissão não satisfazer aos problemas apresentados, como, por exemplo, a solução dos edifícios escolares e dos edifícios de apartamentos com galeria comum”.
n
ANTEPROJETO C_ ZONEAMENTO
zona recreativa
zona residencial
zona industrial
zona hospitalar
zona escolar
aeroporto
estrada Rio - S達o Paulo 87
ANTEPROJETO C_ ADMINISTRAÇÃO
VISTA FRONTAL
VISTA POSTERIOR
CORTE AB
CORTE EF
0
88
6
CORTE CD
12
24
ANTEPROJETO C_ ADMINISTRAÇÃO
1
2
3
12
4
5 8
7
6
11
10 5
9
16 13
14
15
3
15
5
22
23
5
25 25 25 25 25 25 25 25
15
21 20 18
19
TÉRREO 1_ bar 2_ copa 3_ vestiário 4_ depósito 5_ banheiro 6_ recreação e cantina 0
6
12
7_ pátio 8_ administração 9_ chefe 10_ público 11_ alojamento 12_ permanência 13_ imprensa
14_ fotografia e cinematografia 15_ hall 16_ portaria 17_ reserva de limpeza 18_ correios e telégrafos 19_ escritório
20_ telefones 21_ rampa 22_ sala do chefe de serviço 23_ compras 24_ sala do chefe de operações 25_ sala do chefe de pessoal
24
89
ANTEPROJETO C_ ADMINISTRAÇÃO
28
6
27
29
6
26
6
24
23
21
6
20
19
4
17
7
15 8
9
10
11
12
5
6 6
18
9
13
6
14
30 6
25
15
22
6
9
10
1
4 6
2
1º PAVIMENTO
3 15_ escadas 16_ diretor administrativo 17_ sala de estranhos 18_ salas de inspeção e controle 19_sala do reitor do instituto 20_ conjunto do reitor de registros 21_ conjunto do reitor de admissão 22_ conjunto do reitor de alunos
1_ hall 2_ salão nobre 3_ rampa 4_ sala de espera 5_ diretor geral 6_ banheiro 7_ vazio 8_ portaria 9_ secretaria 10_ arquivo 11_ oficiais de ligação 12_ planejamento 13_ diretor técnico 14_ finanças 0
90
6
12
24
23_ diretório 24_ conjunto do diretor da escola preparatória 25_ conjunto do diretor da escola profissional 26_ conjunto do diretor da escola de comércio aéreo 27_ conjunto do diretor da escola de engenharia aeronáutica 28_ conjunto do diretor da escola de engenharia eletrônica
29_ conjunto do diretor da escola de aerologia 30_ depósito
17
9
10 16 4 6
15
ANTEPROJETO C_ ESCOLA PROFISSIONAL
VISTA FRONTAL
VISTA LATERAL
CORTE EF
CORTE CD CORTE AB
CORTE IJ
CORTE GH 0
6
12
24
91
ANTEPROJETO C_ ESCOLA PROFISSIONAL
21
23
21 22
5
20
16
5
20
26
23
20
24
20
32
16
15
32
20
32
32
20
32
20
32
32
2
15
15
14
6
6
15
15
11
6
2
7 7 7 5 6 6 6 45 3
25
5
5
5 1
29 30
31
13
6
28
20
33 34 33 33 34 33 33 34 33 33 34 33 5 33 34 33 5 32 32 32 32 32 32 32 32
16 15
20
27
25
5
33 34 33 5 33 34 33 33 34 33 33 34 33 33 34 33
18
17
19
5
20
19
19
5
TÉRREO
12
8 8 8 5 8 8 8 10 9
9
15
1_ hall de entrada
22_ sala para
2_ portaria
comércio
3_ espera
aeronáutico
4_ diretor
23_ sala para
5_ sanitários
produção
6_ salas da
aeronáutica
administração
24_ vestiário de
7_ tesouraria
funcionários
8_ registro de alunos
25_ material de
9_ intendência
limpeza
10_ depósito
26_ sala de controle
11_ auditório
27_ sala de
12_ palco
comunicação e
13_ acesso à cabine de
controle de tráfego
projeção
28_ instrumentos
14_ sala de aula
para engenharia
principal
aeronáutica e
15_ anfiteatro
aerologia
16_ sala de desenho
29_ sala de
17_ biblioteca
máquinas e
18_ administração e
ferramentas
controle
30_ sala para
19_ sala em seminário
estruturas
20_ sala de aula
31_ ensaio de
21_ sala para
materiais
meteorologia
32_ adjuntos 33_ assistentes 34_ catedráticos
0
92
5
10
20
ANTEPROJETO C_ ESCOLA PREPARATÓRIA
VISTA FRONTAL
VISTA LATERAL
CORTE AB
CORTE CD CORTE GH
CORTE EF 0
5
10
20
93
ANTEPROJETO C_ ESCOLA PREPARATÓRIA
12
14
14
11
9 5
13 13 7
6
7
7
7
7
7
7
15 15 15 16 17 16 17 16 18 16 16 17 16 17 16 6 17 17 17 17 17 17 6 10
15 15 15 17 17 17 17 17 18 17 17 17 17 17 17 17 16 17 16 18 16 16 17 16 17 16 6 16 20 19 16
6
6
6
7
7
7
7
7
7
7
4
6
3
6 1
6 7
7
7
7
7
7
7
0
94
5
7
10
20
7
8
7
7
7
7
7
7
7
2
TÉRREO 1_ hall de entrada
12_ laboratório
2_ portaria
de química
3_ acesso à cabine de
13_ sala de instrumentos
projeção
do laboratório
4_ auditório
14_ laboratório de física
5_ palco
15_ sala de conferência
6_ sanitários
individual
7_ sala de aula
16_ adjuntos
8_ sala de aula principal
17_ assistentes
9_ sala de desenho
18_ catedrático
10_ depósito
19_ espera
11_ biblioteca e sala
20_ diretor
de leitura
ANTEPROJETO C_ RESTAURANTE E REEMBOLSÁVEL
VISTA FRONTAL_ CORTE AB
VISTA LATERAL
CORTE CD
0
5
PERSPECTIVA
10
20
95
ANTEPROJETO C_ RESTAURANTE E REEMBOLSÁVEL
3
15
1
2
14 5
4
6
13 11
12
10
12 12
11
23
7
12
19
8 8 9
22 22 18
17
8
23
21 20
TÉRREO_ REEMBOLSÁVEL 1_ entrada
5_ granel
9_ depósito
13_ sacaria
17_ carga e descarga
19_ arrecadação de
22_ lixo
2_ caixas
6_ barris
10_ peixes
14_ caixões
18_ sala de
víveres
23_recepção de
3_ saída
7_ garrafas
11_ carnes
15_ latas
administração
20_ vestiários
cargas
4_ loja
8_ sanitários
12_ frigorífico
16_ inspeção
0
96
5
10
20
21_ caldeira
ANTEPROJETO C_ RESTAURANTE E REEMBOLSÁVEL
10 12
11 13
7
12
9
8
11
5
15
6 2
4 3
4
1
14
4
11
14
1º PAVIMENTO_ RESTAURANTE
0
5
10
20
1_ entrada
5_ copa
8_ café
11_ passagem
14_ rampa
2_ bar
6_ cozinha
9_ salão de
coberta
15_ escada
3_ espera
7_ pastelaria e
refeições
12_ jardim
4_ sanitários
padaria
10_ terraço
13_ saída 97
IV. ANTEPROJETO D_ BENEDITO DE BARROS O projeto elaborado pelo escritório de Benedito de Barros teve críticas quanto aos arruamentos . Qualificado como “caprichoso”, o desenho não agradou por ser extenso e conter inúmeras vias, o que encareceria a obra. Também não agradou o fato do autor ter previsto uma avenida com canal aberto que, pelas condições climáticas locais, estaria seco durante a maior parte do ano. Foi alvo de críticas também o desenho da estrada Rio- São Paulo. A sua posição, segundo o Júri, impedia a “aproximação das pistas”, além de serem desenhadas duas passagens só para pedestres que eram insignificantes no conjunto do projeto, além 98
de serem “um inconveniente para o gabarito da Rio- São Paulo”. Agradou a Comissão do Júri a distribuição das diversas Zonas, o que permitiu uma solução bem estudada e apresentada das redes de esgoto e abastecimento. O único edifício que o Júri destacou como o que melhor atende ao Edital é o prédio do Almoxarifado. Os edifícios da Escola Primária, os apartamentos residenciais para professores assistentes e a Garagem para Máquinas de Preparo de Terreno se destacaram como projeto, apesar de não atenderem da melhor forma o Edital.
n
ANTEPROJETO D_ ZONEAMENTO
zona recreativa
zona residencial
zona industrial
zona hospitalar
zona escolar
aeroporto
estrada Rio - S達o Paulo 99
ANTEPROJETO D_ ADMINISTRAÇÃO
VISTA
CORTE LONGITUDINAL
0
100
3.5
7
14
CORTE TRANSVERSAL
ANTEPROJETO D_ ADMINISTRAÇÃO
9
7 11
8
10
11
12 10
1
6
10
14 13
14
3 4
10
13
15
16
15
5
TÉRREO
6
7 4 5
5
1
2 3
16
1_ área livre 2_ hall 3_ hall de serviço 4_ permanência 5_ administração 6_ polícia 7_ alojamento 8_ correios, telégrafos e telefones 9_ rampa 10_ sanitários 11_ reserva de limpeza 12_ portaria 13_ cinematografia 14_ camara escura 15_ fotografia 16_ imprensa
3
6
1_ hall 2_ hall de serviço 3_ sanitários 4_ cantina 5_ copa 6_ terraço jardim 7_ rampa
1º PAVIMENTO
0
3.5
7
14
101
ANTEPROJETO D_ ADMINISTRAÇÃO
l
k
j
i
h
g
f
6
6
6
6
6
6
11
11
11
11
11
11
8
8
8
8
8
8
3
3
3
3
3
3
10
3
11
1
8
2 3 11
5
4
6
11
7
6
11
a
3º PAVIMENTO
5
3
3
5
6
11
b
9
6
8
11
c
11
s
r
6
6
11
11
17
17
17
17
17
17 17
1
17
3 4
5
8
6
m
4º PAVIMENTO 0
102
3.5
7
6
14
7
13
14
3
8
6
n
10_ diretoria 11_ sanitários 12_oficinas de ligação 13_inspeção 14_ controle 15_ chefe 16_salão nobre 17_ sala
d
16
2
e
11
1_ hall 2_ hall de serviço 3_ sala de espera 4_ sala de estranhos 5_ reitor 6_ secretaria 7_ arquivo 8_ diretor 9_ sala de reuniões
7
15
6
o
6
15
p
15
q
a _ reitor do instituto b _ reitor de admissão c _ reitor de alunos d _ diretor técnico e _ diretor e. profissional f _ diretoria g _ diretor e. com. aéreo h _ diretor e. aerologia i _ diretor e. eletrônica j _ diretor e. eng. aero. k _ diretor e. preparatória l _ reitor de registro m_ diretor geral n_ diretor administrativo o_ chefe de operações p_ chefe de serviços q_ chefe de pessoal r_ chefe de compras s_ chefe de finaças
ANTEPROJETO D_ ESCOLA PROFISSIONAL
VISTA
CORTE LONGITUDINAL
0
4
8
16
32
103
ANTEPROJETO D_ ESCOLA PROFISSIONAL
8
3 9
10
11
9 14 7
1 3
13
2
45 3
6
12
2 14
TÉRREO 1
0 4 8
104
16
32
13
1_ hall 2_ entrada 3_ sanitários 4_ chapelaria 5_ depósito 6_ auditório 7_ reserva de limpeza 8_ sala de piso 9_ área livre 10_ sala de máquinas e ferramentas 11_ ensaio de materiais 12_ cabine de projeção 13_ saída 14_ quebra sol móvel
ANTEPROJETO D_ ESCOLA PROFISSIONAL
3 20
1
3
20
2 20
2 1
17
3
11
13
13
1
12
3 2
13
13
13
13
22
3
11 3
15
12 3
2
15
16
13
13
13
18
13
14
14
19
3
3 3 10 10
1º PAVIMENTO
3
2 9
0 4 8
16
1
5 4
83 6
2 7
21
1_ hall 2_ circulação 3_ sanitários 4_ diretor 5_ sala de espera 6_ administração 7_ tesouraria 8_ intendente 9_ sala de intendência 10_ escritório prof. catedrático 11_ escritório prof. adjunto 12_ escritório prof. assistente 13_ sala de aula 14_ sala de seminário 15_ sala de produção aeronáutica 16_ sala para comércio aeronáutico 17_ sala para controle 18_ biblioteca 19_ sala de leitura 20_ sala de desenho 21_ laboratório 22_ laboratório estrutura
32
105
ANTEPROJETO D_ ESCOLA PROFISSIONAL
1_ hall 2_ circulação 3_ sanitários 4_ escritório prof. assistente 5_ escritório prof. adjunto 6_ sala de aula 7_ sala de aula em seminário 8_ sala de aula de metereologia 9_ sala de comunicações e controle do tráfego 10_ sala de registro de professores
2 6
8
1
9
6
3 5 5 5 5
2 6
2º PAVIMENTO
0 4 8
106
16
32
6
3
1
6
3
10 10 10 2 3 5 10 10 5 10 5 4 5 4
2 6
6
6
6 3 3 4 4 4 4 1 4
4 4 4 4 4
7
ANTEPROJETO D_ RESTAURANTE
VISTA
CORTE LONGITUDINAL
CORTE TRANSVERSAL
0
5
10
20
107
ANTEPROJETO D_ RESTAURANTE
4
4
5 21
19
20
22 22
1
7
3 3
9
7
4
7
12
8
13
7
2
10 7
3 6
14
11
3
18 16
15
PLANTA TÉRREO 1_ recepção 2_ controle 3_ administração 4_ vestiários 5_ depósito 6_ despensa 7_ frigoríficos 8_ padaria
0
108
5
10
9_ forno 10_ sala de preparo 11_ refeitório dos funcionários 12_ forno 13_ copa suja 14_ copa limpa 15_ varanda
20
16_ entrada e lavatórios 17_ sanistários 18_ salão de refeições 19_ café 20_ saída 21_ caldeira 22_ lixo
17
17
ANTEPROJETO D_ ESCOLA PREPARATÓRIA
VISTA
CORTE LONGITUDINAL
CORTE TRANSVERSAL
0
4
8
16
109
ANTEPROJETO D_ ESCOLA PREPARATÓRIA
4
1
3
3
1 5
1 3
3
1
2
6 5 3
3 1
TÉRREO
1_ hall 2_ reserva de limpeza 3_ sanitários 0
110
4
8
16
4_ sala de piso 5_ área livre 6_ auditório
ANTEPROJETO D_ ESCOLA PREPARATÓRIA
3 2
1
3
1
3 14
11
11
12
15
10
10
10
10
10
10
10
10
10
13 7 9 9 9 3
8 8 8 3 3 8 8 8 8 8
3 7 9 9 9 7
20
3
1
3
6 21
20
6 6 4 5
1º PAVIMENTO
4
8
16
16
17
18
18
18
18
18
18
3
19
0
2
1_ hall 2_ circulação 3_ sanitários 4_ diretor 5_ sala de espera
1
6_ sala para prof catedráticos 7_ sala para conferências 8_ escritórios para prof adjuntos 9_ escritórios para prof assistentes 10_ sala de aula
11_ sala de aula anfiteatro 12_ laboratório de física 13_ sala de aparelhos 14_ laboratório de química 15_ sala de aparelhos
16_ sala de leitura e controle 17_ biblioteca 18_ sala de desenho 19_cabine 20_ rampa 21_ galeria
111
ANTEPROJETO D_ ESCOLA PREPARATÓRIA
3 4 6 6 2 6 6 6 6 6 4 3 3 6 6 6 9 4
2º PAVIMENTO
0
112
4
8
16
3
7
7
2 7
7
7
7
7
7
7
7
7
5 5 1
6 6 6 6 6 6 6 6
1
2
2
5 3 3 5 5 5 5 5
3
7
7
7
7
1
3
7
7
1
1_ hall 2_ circulação 3_ sanitários 4_ sala para conferências
5_ escritório prof. adjunto 6_ sala para prof. assistente 7_ sala de aula
7
7
113
V. ANTEPROJETO E_ AFFONSO EDUARDO REIDY Sendo muito breve nos comentários quanto ao Anteprojeto E, a Comissão do Júri critica o fato do projeto ser muito semelhante ao Anteprojeto B, de Oscar Niemeyer, com características comuns no desenho do zoneamento e implantação dos edifícios, com a “desvantagem de ter arruamentos mais extensos e numerosos” que excedem as áreas indicadas no Edital, além de instalações mais onerosas e complicadas. 114
n
ANTEPROJETO E_ ZONEAMENTO
zona recreativa
zona residencial
zona industrial
zona hospitalar
zona escolar
aeroporto
estrada Rio - S達o Paulo 115
ANTEPROJETO E_ ADMINISTRAÇÃO
Edifício de Administração
VISTA FRONTAL
VISTA POSTERIOR
CORTE LONGITUDINAL
0
116
5
10
CORTE TRANVERSAL 20
ANTEPROJETO E_ ADMINISTRAÇÃO
13 10
15
12
18
14 9
6
5
3
4
16
17
8 7
1 2
TÉRREO 1_ cantina 2_ bar 3_ copa 4_ sanitário f 5_ sanitário m
0
5
10
6_ depósito 7_ chapelaria 8_ jardim 9_ hall 10_ telefones
11_ central telefônica 12_ portaria 13_ hall de serviço 14_ correios e telegráfos
15_ sanitários 16_ adminstração 17_ permanência 18_ alojamentos
20
117
ANTEPROJETO E_ ADMINISTRAÇÃO
1
2
13
1º PAVIMENTO
0
118
5
10
1_ sanitário f 2_ sanitário m 3_ sala em seminário 4_ reitor de registros 5_ reitor de alunos
20
22
22
23
23
22
4
3
16
17
23
22
22
23
23
6_ reitor de admissão 7_ hall 8_ informações 9_ hall de serviço 10_ vestiário f 11_ vestiário m
18
22
5
19
23
22
22
23
23
20
12_ limpeza 13_ oficiais de ligação 14_ sala de inspeção e controle 15_ diretor da escola preparatória 16_ diretor da escola de engenharia aeronáutica
22
6
21
7
23
21
22 23
8
25 24
17_ diretor da escola de engenharia eletrônica 18_ diretor da escola de aerologia 19_ diretor da escola de comércio aéreo 20_ diretor da escola profissional
9 10 2 25
26
27
12 11 13 1 22 23
14
21
14
21
21_ secretaria e arquivo 22_ sala de espera 23_ sala de estranhos 24_ escritório do reitor 25_ sanitário privativo 26_ salão nobre 27_ diretor geral
ANTEPROJETO E_ ADMINISTRAÇÃO
1
2 14a
14a
3
14
4
15
5
16
5
5
17
5
5
18
5
5
8
5
23
23
24
24
19
20
6
7
23
23
24
24
2
21
9
22
11 10 1
23 24
12
25
13
26
2º PAVIMENTO 1_ sanitário f 2_ sanitário m 3_ fotografia 4_ cinematografia 5_ chefe de pessoal
0
5
10
6_ hall 7_ informações 8_ hall de serviço 9_ vestiário f 10_ vestiário m
11_ limpeza 12_ diretor técnico 13_ secretaria 14_ fotostática 14a_ câmara escura
15_ heliografia 16_ multilith 17_ mimeografia 18_ chefe de serviços 19_ chefe de operações 20_ chefe de compras
21_ chefe de finanças 22_ diretor administrativo 23_ sala de espera 24_ sala de estranhos 25_ secretaria e arquivo 26_ planejamento
20
119
ANTEPROJETO E_ ESCOLA PREPARATÓRIA
VISTA FRONTAL
CORTE LONGITUDINAL
VISTA LATERAL
0
120
7
14
21
Escola Preparatória
ANTEPROJETO E_ESCOLA PREPARATÓRIA
CORTE TRANSVERSAL
0
7
14
21
121
ANTEPROJETO E_ ESCOLA PREPARATÓRIA
3
4
5
6 4
7
1 14
15
8 2
24
18 21
16
16
17
22
22
22
13
10 11 12
13
10 11 12
8
0
122
7
1_ auditório 2_ material para conferências 3_ sanitário m 4_ depósito 5_ cabine de projeção 6_ ar condicionado 7_ sanitário f 8_ rampa 9_ diretor 10_ catedrático 11_ conferência 12_ adjunto
14
21
22
22
8
9 10 11 12
TÉRREO
22
19 20
13_ assistentes 14_ sala de aula principal 15_ aparelhos de física 16_ laboratório de física 17_ laboratório de química 18_ sala de preparo 19_ aparelhos de química 20_ sanitário de professores 21_ sanitários de alunos 22_ sala de desenho 23_ sala de leitura 24_ biblioteca
13
23
ANTEPROJETO E_ESCOLA PREPARATร RIA
4
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
3
1
1
1
1
1 1 1 1 1
0
7
14
1_ sala de aula 2_ sanitรกrio de alunos 3_ sanitรกrio de professores 4_ cobertura
1
1
1
4
1
1
1ยบ PAVIMENTO
2
1 3
2 1 1 1 1 1
21
123
ANTEPROJETO E_ ESCOLA PROFISSIONAL
Escola Profissional
VISTA FRONTAL
VISTA POSTEIROR
CORTE LONGITUDINAL
CORTE TRANSVERSAL 0
124
7
14
21
ANTEPROJETO E_ESCOLA PROFISSIONAL
Escola Profissional
0
7
14
21
125
ANTEPROJETO E_ ESCOLA PROFISSIONAL 7
10
8 9 12 11
13
1_sala de desenho 2_ sala de aula principal 3(4/5)_ meteorologia 4_ comércio aeronáutico 5_ controle 6_ produção aeronáutica 7_ intendência 8_ escritório de administração 9_ diretor
10_ sala de espera 11_ hall 12_ tesouraria 13_ registro de alunos 14_ portaria 15_ sanitário 16_ depósito 17_ rampa 18_ auditório 19_ sanitário f
20_ cabine de projeção 21_ sanitário m 22_ máquinas e ferramentas 23_ ensaio de materiais 24_ comunicação e controle de tráfego 25_ instrumentos para engenharia aeronáutica e aerologia 26_ estruturas
17
19 18
20 16 21
22 17
15
17 14 15 16
3
3
2
3
5
4
6
6 15
1
1
23
1
TÉRREO 24
25
0
126
7
14
21
26
ANTEPROJETO E_ESCOLA PROFISSIONAL
1
4 7
1 6 1
5 10 1
9
1 4 1
7 6
1
5
1
1_ sala de aula 2_ biblioteca 3_ sala de leitura 4_ seminário 5_ assistentes 6_ adjuntos 7_ catedráticos 8_ controle 9_ sanitário para professores 10_ sanitário para alunos 11_ informações 12_ cobertura
1 7 1
12
6 10
1 2
9 3
11
12 7
1º PAVIMENTO
1
6
1 1
5
1 1 0
7
14
21
4
1
127
ANTEPROJETO E_ RESTAURANTE E REEMBOLSร VEL
Restaurante e Reembolsรกvel
VISTA FRONTAL
VISTA POSTERIOR
CORTE LONGITUDINAL
CORTE BB
0
128
10
20
40
CORTE CC
ANTEPROJETO E_RESTAURANTE E REEMBOLSÁVEL
Restaurante e Reembolsável
4 18 26
23 24
25 22 21 20
9
19
7
11
2
12 10
TÉRREO
15 13
14
SOBRELOJA
10
20
5
17 16
0
6
9
8
1_ terraço 2_ sala de refeições 3_ sanitário m 4_ sanitário f 5_ copa 6_ cozinha 7_ arrecadação de víveres 8_ caldeira 9_ vestiários 10_ depósito de sucata
1
3
11_ padaria e pastelaria 12_ controle 13_ cabine do aprovisionador 14_ escritório 15_ depósito de farinha 16_ plataforma coberta 17_ loja 18_ administração 19_ frigoríficos
20_ sacaria 21_ caixões 22_ latas 23_ garrafas 24_ barris 25_ sacos e sucata 26_ gêneros a granel
40 129
ANTEPROJETO E_ ESCOLA PRIMÁRIA
Escola Primária
VISTA FRONTAL
CORTE LONGITUDINAL
VISTA LATERAL
* original sem indicação de escala
130
CORTE TRASNVERSAL
ANTEPROJETO E_ESCOLA PRIMÁRIA
7
1_ hall 2_ secretária 3_ diretoria 4_ sanitários 5_ sala de aula 6_ aula ao ar livre
8 6 9
7_ jardim da infância 8_ sanitário m 9_ sanitário f 10_ sanitário de profesores 11_ quarto da encarregada 12_ pátio
10
6
5
6
5
6
5
12
1
2
4 3
11
* original sem indicação de escala
131
ANTEPROJETO E_ ALOJAMENTO DOS ALUNOS DA ESCOLA PREPARATÓRIA
Alojamento para os alunos da Escola Preparatória
VISTA FRONTAL
VISTA POSTERIOR
CORTE LONGITUDINAL 0
5
10
CORTE TRANSVERSAL
20
TÉRREO
132
PAVIMENTO TIPO_ 16un
PLANTA_ 67M2
0
0
5
10
20
5
10
ANTEPROJETO E_ APARTAMENTOS PARA FUNCIONÁRIOS DE CATEGORIA
Apartamentos para Funcionários de Categoria
VISTA FRONTAL
VISTA POSTERIOR
CORTE LONGITUDINAL 0
5
10
CORTE TRANSVERSAL 20
PAVIMENTO TIPO_ 18un
TÉRREO PLANTA_ 55M2 0
5
10
20
0
5
10
133
ANTEPROJETO E_ ALOJAMENTO PARA FUNCIONÁRIOS SUBALTERNOS
Apartamentos para Funcionários de SUBALTERNOS
VISTA FRONTAL
VISTA POSTERIOR
CORTE LONGITUDINAL 0
6
12
CORTE TRANSVERSAL 24
PAVIMENTO TIPO_ 75un
TÉRREO 0
134
6
12
PLANTA_ 10M2 24
0
3
6
ANTEPROJETO E_ APARTAMENTOS PARA PROFESSORES ASSISTENTES
VISTA FRONTAL
VISTA POSTERIOR
CORTE LONGITUDINAL 0
5
10
CORTE TRANSVERSAL 20
PAVIMENTO TIPO_ 18un
TÉRREO PLANTA_ 50M2 0
5
10
20
0
5
10
135
ANTEPROJETO B x ANTEPROJETO E A semelhança dos trabalhos apresentados por Reidy e Niemeyer não foi por acaso, sendo levantada a hipótese de que os trabalhos tenham sido feitos em conjunto. A engenheira Carmem Portinho, esposa de Reidy, em entrevista concedida a Nabil Bonduki e a Maria Sampaio, descreve que tanto Niemeyer quanto Reidy eram pobres no começo da carreira e, como Oscar tinha uma tia que cederia uma casa para o funcionamento do escritório de arquitetura, os dois resolveram se juntar para dividir o espaço, por volta de 1940 (SAMPAIO, 2000). É importante destacar que, mesmo dividindo o espaço, os arquitetos constituíram escritórios diferentes. Entrevistado por Sampaio em 1998, o arquiteto Rosendo Mourão retrata como foram desenvolvidos os projetos para o CTA pelos arquitetos: “Eles (Niemeyer e Reidy) começaram juntos este projeto, pensaram por um certo período fazerem juntos um só projeto, houve um desentendimento entre os dois e eles se separaram, cada um foi para um canto; eles já tinham definido o partido, as ideias básicas. Então os trabalhos são bem semelhantes, tem muita coisa do Niemeyer que está em Reidy e do Reidy que está aqui.” (SAMPAIO, p.64-65)
Mais do que essa cooperação nos primeiros traços do projeto, Reidy e Niemeyer, além de 136
dividir o espaço do escritório, dividiam também os desenhistas, o que fica bem evidente quando são comparadas as pranchas dos arquitetos. Diferenciadas apenas por pequenos detalhes como indicações de corte ou utilização ou não de escalas humanas em algumas situações, fica quase impossível identificar qual projeto é de quem. Segundo Eduardo Corona, que participou da equipe de Niemeyer na época, os desenhistas trabalhavam nos projetos em salas distintas, mas que era muito comum saírem de suas salas e se sentarem junto às pranchetas do “escritório vizinho”. Era quase inevitável a troca de informações e discussões sobre o que estava sendo desenvolvido em cada projeto. Além disso, o arquiteto Marcos Konder, que trabalhou com Reidy, conta que: “E o Oscar que, inegavelmente, é um arquiteto muito talentoso, mas que nunca foi de se aprofundar muito nas coisas, ao contrário do Reidy que, talvez até tivesse menos talento que o Oscar, mas que era muito estudioso. O Reidy então se dedicou com o seu tradicional profissionalismo a estudar de maneira muito aprofundada o programa, os organogramas e outras questões sobre o projeto do CTA. O Oscar ficou muito interessado nas ideias e nos estudos do Reidy e, vez por outra, passava nas pranchetas do Reidy para observar e também fazer perguntas ao Reidy sobre determinadas questões que ele havia estudado.” (BARBOSA, 2007)
A participação no concurso de anteprojetos do CTA foi decisivo nos rumos que tomaram o escritório em conjunto e a amizade dos dois arquitetos. São muitos os relatos de que Reidy rompeu definitivamente com Niemeyer quando, revelado o parecer do Júri que os dois projetos se apresentaram extremamente semelhantes e que Oscar Niemeyer foi nomeado vencedor do concurso. Em entrevista a Américo Freire e Lúcia Lippi Oliveira, o arquiteto Alfredo Luiz Britto comentou a situação em que os dois amigos se afastaram: “Não conheço os detalhes, mas para o Reidy e para a Carmem Portinho ficou a sensação de que o Oscar desenvolveu a concepção, a linha do projeto do Reidy e ganhou o concurso; mais que o Reidy, a Carmem Portinho nunca o perdoou.(...) A partir daí, o Reidy se afastou, saiu do escritório e nunca mais quis contato com o Oscar. Não tenho a menor dúvida de que este foi um fato determinante no afastamento dos dois” (FREIRE, OLIVEIRA. p.19)
Carmem Portinho confirmou a história posteriormente, relatando que Reidy chegou a ser acusado de ter plagiado o projeto de Niemeyer e que este não se manifestou a respeito, deixando o arquiteto em uma situação muito constrangedora. Não há registros de comentários sobre o episódio, nem de Niemeyer ou Reidy.
Na página ao lado, os projetos de residência dos alunos da Escola Preparatória de Oscar Niemeyer e, logo abaixo, o projeto de Affonso Reidy 137
1. O RESULTADO
2. O CONTRATO COM O VENCEDOR
Após avaliar cada projeto, a Comissão Julgadora chegou ao seguinte texto final:
Em março de 1947, Oscar Niemeyer se dirigiu ao edifício do Ministério da Aeronáutica para a assinatura de contrato para a execução do projeto final. No dia 24 de março de 1947, foi publicado pelo Ministério da Aeronáutica o Boletim Interno nº06 onde lê- se:
“Do meticuloso exame que a Comissão procedeu nos trabalhos e tendo em vista as considerações acima expostas, para cada um dos cinco trabalhos, parece à Comissão que os projetos B e C, nessa ordem de preferência, são os que proporcionarão a garantia de obter os melhores colaboradores para a construção do Centro Técnico de Aeronáutica, em São José dos Campos, com instalações mais convenientes. Os outros três trabalhos (A, D e E), embora apresentando algumas contribuições de valor, não indicam – conforme pensa a Comissão – um destaque especial entre eles, o que leva a Comissão a propor, finalmente, a seguinte ordem de preferência dos trabalhos em cumprimento do item 4 – parte I – do edital de concurso: 1)
Anteprojeto B
2)
Anteprojeto C
3)
Anteprojetos A, D e E
Rio de Janeiro, 8 de Fevereiro de 1947”
138
“Faço público, para os devidos fins, que no concurso de anteprojetos para o Centro Técnico de Aeronáutica, realizado por essa Comissão, foi escolhido o trabalho do arquiteto OSCAR NIEMEYER SOARES FILHO, tendo sido firmado o contrato para a elaboração do projeto definitivo em 7/03/1947, registrado sob o número seis do livro de contratos dessa Comissão” (COCTA_E, 1947 nº6)
Na mesma época, Niemeyer foi convocado pelos arquitetos Wallace K. Harrison e Le Corbusier para fazer parte da equipe de arquitetos que projetariam o edifício sede da ONU, em Nova Iorque. Na ocasião, foi negado ao arquiteto o visto de entrada nos Estados Unidos – fato que já havia se repetido um ano antes, quando convidado a ministrar um curso na Universidade de Yale – por sua filiação e participação no Partido Comunista Brasileiro(PCB). Pela relevância do projeto e a insistência do comitê organizado pela ONU da importância de Oscar Niemeyer no grupo, o governo norte americano concedeu a Niemeyer um visto especial, válido apenas na cidade de Nova Iorque.
No Brasil, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) entrou com processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para cancelar o registro do PCB, alegando que se tratava de partido político com caráter ditatorial e internacionalista, alegando ainda que a agremiação política estava a serviço da União Soviética e que, em caso de guerra, seus militantes lutariam contra o Brasil (TSE, 2012). Dois meses após abertura do processo, em maio de 1947, o TSE decidiu por três votos a dois o cancelamento do registro do PCB, com base na infringência ao artigo, da nova Constituição de 1946, que “vedava a organização, o registro ou o funcionamento de qualquer partido político ou associação cujo programa ou ação contrariasse o regime democrático”(TSE, 2012). Em janeiro de 1948, todos os parlamentares eleitos pelo PCB perderam seus mandatos. Com a aberta caça aos comunistas no país e com a repercussão negativa que o veto a Niemeyer de visto de entrada nos EUA teve na alta cúpula do governo, o então Presidente da República General Eurico Gaspar Dutra, avaliou que ter como responsável pela realização do projeto e construção do primeiro Centro de Tecnologia Aeronáutica do Brasil – e por ser uma instituição militar – um arquiteto declaradamente comunista, era proibitório. Assim, em 29 de março de 1947, cinco dias após a publicação oficial da assinatura do contrato,
a COCTA emitiu um Boletim Reservado onde, sem descrever a justificativa, informava que o contrato não seria submetido a exame e registro pelo Tribunal de Contas e, em consequência, o desenvolvimento do anteprojeto não deveria ser levado adiante. Sobre o ocorrido, Niemeyer comentou em 2007: “Primeiro houve o concurso. Eu ganhei o concurso. Estava nos Estados Unidos quando recebi a notícia de que o concurso havia sido anulado pelo Dutra, que era o presidente. Eu me lembro que fui falar com o Oswaldo Aranha ( então chefe da delegação brasileira na ONU) e ele telefonou para o Rio, para saber o que é que havia, qual era o pretexto, e então lhe disseram: “segurança nacional”. Tinham levado ao Dutra a ideia de que eu era comunista, que este elemento” não era razoável mantê-lo junto ao ITA” (AEITA, 2007)
Na Clausula 14 do contrato a ser assinado pelo arquiteto vencedor do concurso, consta que quaisquer “controvérsias que porventura surgirem entre os membros da COCTA e o arquiteto, durante a execução do presente ajuste, serão resolvidas por esta Sub Direção, cabendo ao arquiteto recurso ao Exmo. Sr. Ministro da Aeronáutica”. O Sub Diretor de Técnica Aeronáutica na época era o Cel Aviador Engenheiro Casimiro Montenegro Filho. Em depoimento concedido em 1988 ao Centro de Pesquisa e Documentação de História 139
Contemporânea do Brasil, da Fundação Getúlio Vargas, o então Brigadeiro Montenegro faz um breve relato sobre a situação de Niemeyer no concurso e seu desdobramento: “Eu mandei o plano do Niemeyer para ser aprovado pelo presidente da República. Era o Dutra. O Dutra era muito intransigente. O Dutra não aprovou o... Não, aprovou com uma condição: que não fosse o Niemeyer, porque o Niemeyer era comunista. Então, eu: “Poxa, eu vou chamar o Niemeyer aqui”. Disse que o plano dele não foi aprovado. Ele disse: “Eu posso ir para a Justiça!” Eu digo: “Não adianta. Isso aqui é uma autorização do Presidente da República, isso não é lei.” (...) Eu digo: “Você fica de fora, mas o seu plano é que vai ser executado.” Botei o Niemeyer de fora e disse a ele: “Você apresenta um substituto.” Ele apresentou um substituto, Saturnino não sei o quê. Eu sei que eu fui tocando.” (FILHO, p.9)
Niemeyer de fato entrou com recurso ao Ministério da Aeronáutica para que fosse reconsiderada a decisão, sendo indeferido pelo Ministro. Não há registro da data ou do conteúdo do embargo, sendo a única comprovação de que houve um pedido é o Boletim nº133, publicado em 26 de agosto de 1947: “Pelo Exm. Sr. Ministro da Aeronáutica OSCAR SOARES NIEMEYER FILHO, Solicitando seja reconsiderada a decisão que mandou fosse suspenso o contrato assinado com o Requerente para a “elaboração do projeto definitivo da urbanização e dos edifícios que constituem o Centro Técnico de Aeronáutica em S.José dos Campos” – “Mantenho decisão recorrida. Arquive-se.”” (COCTA_E, 1947 nº133)
Sem encontrar uma solução alternativa e querendo dar continuidade ao projeto desenvolvido para o concurso, Niemeyer acatou a sugestão do 140
Brigadeiro Montenegro e indicou como seu substituto o arquiteto Fernando Geraldo Saturnino Rodrigues de Britto, seu colega de faculdade e companheiro de projeto no concurso para a sede da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro. No dia 17 de julho de 1947, Saturnino assinou contrato com validade de três anos com o Ministério da Aeronáutica para a elaboração do projeto definitivo do CTA, com base no ante projeto de Niemeyer. Os honorários do arquiteto foram acertados em Cr$30,00 por metro quadrado de área construída, bem inferior aos Cr$1000,00 por metro quadrado de área construída que seriam pagos a Niemeyer quando assinado o contrato. É evidente que não há registros oficiais da participação de Niemeyer na sequência dos trabalhos do CTA, mas é possível encontrar alguns indícios que o arquiteto esteve ativamente ligado ao projeto dos edifícios do Centro e que esteve presente no canteiro de obras por diversas vezes. O próprio Casimiro Montenegro chegou a relatar que Saturnino reclamou a ele que “Niemeyer não sai daqui!” e que colocava seu cargo a disposição, por não se achar necessário no CTA (FILHO,1988). A presença de Niemeyer era tão frequente no canteiro de obras que, segundo PENEDO (1997), chegou a ter uma pequena sala de desenho, onde poderia resolver os problemas específicos de cada obra. Além disso, Rosendo Mourão, em depoimento a PENEDO(1997), afirmou que Niemeyer só deixou de ir ao canteiro e realizar projetos para o Centro quando o Governo Federal deu início à construção de Brasília, em 1957.
Oscar Niemeyer, Le Corbusier e os outros membros da equipe de arquitetos selecionados para projetar a sede da ONU em Nova Iorque Carimbo padr達o das pranchas de arquitetura do CTA 141
A CONSTRUÇÃO 142
Encerrada a etapa do concurso de anteprojetos, o Ten. Brig. do Ar Armando F. Tropowisky, Ministro da Aeronáutica, fez algumas alterações nos membros da COCTA: o Cel. Av. Eng. Casimiro Montenegro Filho foi designado como Chefe da Comissão, tendo o Ten. Cel. Av. Eng. Benjamim Manoel Arantes como Subchefe; para a chefia da Divisão Administrativa, foi escolhido o Maj. Eng. do Exército Heitor Bonapace; e, como Chefe da Divisão Técnica, o engenheiro e arquiteto civil Helio de Oliveira Gonçalves. O professor Richard Smith e o Cap. Av. Eng. Aldo Vieira da Rosa foram dispensados da Comissão. Pelo mesmo boletim, o Ministro concedeu à COCTA autonomia administrativa, ficando subordinada diretamente ao Gabinete do Ministro da Aeronáutica, e não mais à Subdiretoria Técnica da Aeronáutica. Estava a Comissão agora responsável por tratar com o Governo do Estado de São Paulo sobre a aquisição ou desapropriação de áreas para o CTA; tratar do projeto, construção e fiscalização das edificações e demais instalações; aquisição de materiais por meio de coleta de preços e abertura de licitações
para empresas de engenharia e seus contratos; selecionar as indicações a professores, assistentes e pessoal técnico, brasileiros e estrangeiros; e todas as demais medidas necessárias à execução do Plano de Criação do CTA. Necessitando mais espaço para dar início à nova fase do CTA, a COCTA foi transferida do prédio do Ministério da Aeronáutica, no centro do Rio de Janeiro, para o 3º andar do edifício da estação de passageiros do Aeroporto Santos Dumont, onde passou a ocupar uma área de 800m2. Em São José dos Campos foi criada uma Superintendência vinculada a Comissão, para cuidar do andamento das obras no canteiro. No dia 1º de abril de 1947, foi estabelecido pela COCTA a Ordem de Urgência dos Trabalhos, tendo como meta principal fazer com que todo o complexo do ITA estivesse completamente organizado e pronto para receber os alunos e professores até 1952. Assim, a Comissão definiu a prioridade das frentes de trabalho para desenvolver os projetos definitivos e construir os edifícios e redes de infraestrutura, dividindo em sete grupos em ordem decrescente de urgência: 143
GRUPO I Laboratório de Instrução de Aeronáutica Laboratório de Instrução de Motores Escola Profissional e respectivos laboratórios Primeiros edifícios de residência dos alunos da Escola Profissional Restaurante 10 casas de residência tipo II Ambulatório Lavanderia Subestação transformadora e rede elétrica Rede de abastecimento de água e esgoto Horto Florestal GRUPO II
Primeiros edifícios de residência dos alunos da Escola Preparatória
Laboratório de Pesquisas de Motores
Primeiros edifícios de Professores Assistentes
Reconstrução do aeroclube
residência
dos
Edifício de Administração Ginásio e vestiários Garagem de máquinas de terraplanagem Campos esportivos GRUPO IV Últimos edifícios de residência dos alunos da Escola Profissional Últimos edifícios de residência dos alunos da Escola Preparatória
Escola Preparatória
Últimos edifícios de residência dos Professores Assistentes
Almoxarifados
Casas de residência tipo III
Garagens e oficinas Casas de residência dos Diretores Casas de residência tipo I Rede de Águas Pluviais 144
GRUPO III
Hangar e torre escola GRUPOS V Laboratórios de Pesquisas Aerodinâmicas
Reembolsável (pequeno mercado) Represa do Lavapés GRUPO VI Hangares Depósito de combustíveis e lubrificantes Primeiros apartamentos de residência familiar para Funcionários de Categoria casados Primeiros apartamentos de residência familiar para Funcionários Subalternos casados
Escola Primária GRUPO VII
Demais residências dos funcionários Forno de incineração
Enquanto o projeto arquitetônico começava a ser desenvolvido no escritório de Niemeyer (SAMPAIO, 2000) no Rio de Janeiro, a COCTA deu início aos processos de licitação para contratação das empresas responsáveis pela construção do CTA. Entre as diversas empresas que participaram das concorrências, foram empregadas a Empreiteira de Construção (COCTA_R,1947 nº5), para a execução dos trabalhos de terraplanagem e a Empresa Brasileira de Engenharia (COCTA_E, 1947 nº288), para o planejamento e obra das instalações elétricas e hidráulicas. Para a construção civil, foram contratadas as empresas Construtora Guanabara (COCTA_R, 1948 nº1), Santos Monteiro Engenharia Industrial (COCTA_R, 1948 nº31) e a Companhia Brasileira de Engenharia (COCTA_R, 1947 nº5). Além das empresas de engenharia, foi estabelecido contrato com o arquiteto José Zanine Caldas para confecção das maquetes dos projetos. Alguns anos mais tarde, Zanine teve participação importante também na etapa final das obras do CTA, quando começou a ser feita a compra do mobiliário funcional. Em 1948, Zanine transferiu sua oficina de maquetes
do Rio de Janeiro para São José dos Campos, e abriu a fábrica “Móveis Artísticos Z”, onde muitos dos móveis especificados por Niemeyer para compor as residências, foram produzidos. Os primeiros projetos de arquitetura foram apresentados à COCTA e aprovados para dar início às obras, em janeiro de 1948. Inicialmente dentro do cronograma, com o planos de inaugurar o CTA no início de 1952, as obras começaram a sofrer com diversos atrasos de ordem da gestão administrativa da COCTA e dos arquiteto e engenheiros. Segundo Carlos Eurico Montenegro, havia “demora na aprovação das “Diretrizes e Normas para aquisição de material para COCTA”, bem como da delegação de competência ao chefe da COCTA para a admissão de pessoal de obras e, ainda, o tempo requerido para execução e aprovação dos projetos de arquitetura do CTA, dos projetos de instalações e do Caderno de Encargos.” (MONTENEGRO, p.212)
Mas um dos principais problemas na demora da construção do CTA se deu no campo econômico. Em 1947, o governo Dutra, diante da necessidade de coordenar os gastos públicos, diminuir
a taxa de inflação interna e o desequilíbrio no balanço de pagamentos, cortou inúmeras despesas e propôs o Plano SALTE, direcionando o dinheiro público para áreas emergenciais como as a Saúde, Alimentação, Transporte e Energia. Com a política de contenção de gastos, o governo federal negou o pedido de crédito especial para a construção do CTA (SMITH, 1950), levando a COCTA a reorientar todas as suas atividades no sentido de concluir em 1950 somente as edificações mínimas indispensáveis ao funcionamento da Escola de Engenharia Aeronáutica do ITA, que iniciaria provisoriamente suas aulas em abril de 1947 (COCTA_E, 1947 nº5), na Escola Técnica do Exército (hoje, Instituto Militar de EngenhariaIME) no Rio de Janeiro. Ao final de 1948, algumas obras de infraestrutura básica do CTA já haviam sido concluídas como os primeiros serviços de terraplanagem; a instalação provisória da rede de distribuição de energia para os canteiros de obras; o desvio da linha de alta tensão, pela Cia. Light & Power; rede provisória de distribuição de água; e os diversos barracões destinados abastecimento e controle das obras da Superintendência. 145
Finalizadas as obras de infraestrutura mínimas, começaram a ser erguidos o prédio principal da Escola Profissional, a biblioteca e auditório, os laboratórios, além dos blocos residenciais H10B e H10E, para funcionários subalternos. As aulas da primeira turma do Curso Profissional foram transferidas da Escola do Exército para o mesmo andar onde estava instalada a COCTA, no Aeroporto Santos Dumont, dando lugar ao Curso Fundamental do ITA. Em 1949, Niemeyer e Saturnino apresentaram 176 desenhos à COCTA, referentes a: trabalho de movimento de terras das esplanadas e ruas; uma planta do trevo de cruzamento da Rodovia Presidente Dutra com a rua de acesso ao CTA; além de modificações e revisões dos projetos de urbanismo, da Escola Profissional, do Laboratório Aerodinâmico e do Laboratório de Motores, da Zona Industrial. No mesmo ano, foi iniciada a construção dos conjuntos residenciais H18 e H17, e executada a terraplanagem da 3ª pista do Aeroporto do CTA, possibilitando o seu uso no mesmo ano, facilitando a chegada dos equipamentos dos laboratórios do ITA e alguns materiais de obra, ambos importados dos Estados Unidos com isenção de impostos. No ano seguinte, foram desenvolvidos os projetos definitivos do Restaurante e Reembolsável; do Centro Médico; desenho do mobiliário fixo dos 146
edifícios H10 e H17; e uma revisão completa dos desenhos dos Laboratórios de Aerodinâmica e de Motores. Estavam ainda em elaboração os projetos definitivos de paisagismo e arruamentos do CTA, bem como uma nova planta do projeto urbanístico, trazendo as instalações da Zona Recreativa − antes separada do CTA, à esquerda da Rodovia Dutra− para as imediações da lagoa e Restaurante. Foram concluídos os Bloco 1, 3 e 7 da Escola Profissional, e os seus laboratórios estavam em fase de acabamento. Logo no primeiro semestre de 1950, as aulas do Curso Fundamental foram então transferidas para São José dos Campos, o que impulsionou a pavimentação das ruas que ligavam os edifícios residências à Escola. Em dezembro, o Curso Profissional desocupou o prédio do Ministério da Aeronáutica no Rio de Janeiro, e veio a se instalar permanentemente no CTA, inaugurando oficialmente o ITA. As obras dos conjuntos H10B e E foram finalizadas e serviram naquele ano, provisoriamente, de residência de alguns professores do ITA e dos alunos do Curso fundamental. Esta solução foi encontrada em virtude da verba destinada às obras da COCTA não ter permitido a inclusão do H8, destinado ao alojamento dos alunos, no seu programa de obras. A maioria dos professores ocuparam as residências já concluídas dos blocos H17B e C.
Entre 1951 e 1952, foram concluídas as obras dos últimos blocos do ITA e iniciadas as construções dos blocos residenciais H19A e B, H18C, H20A e o H20B. Os blocos H8A, B e C, destinados ao alojamento dos estudantes do ITA, começaram a ser construídos em setembro 1953. No mesmo ano, foram inaugurados o Laboratório de Motores, o Laboratório Aerodinâmico e a estação de tratamento de água. Considerando que as obras do CTA se encontravam em estado de desenvolvimento que permitia sua plena utilização, o Presidente Getúlio Vargas, em novembro de 1953, decretou: “Art. 1º É considerado organizado, no Ministério da Aeronáutica, a partir de 1º de janeiro de 1954, o Centro Técnico de Aeronáutica. Art. 5º Fica extinta, a partir de 31 de dezembro de 1953, a Comissão de Organização do Centro Técnico de Aeronáutica, criada pelo Decreto nº26.503, de 25 de março de 1949.” (BRASIL, 1953)
Com a COCTA extinta, a Superintendência de Obras foi alçada a Divisão Técnica do CTA, sendo agora a responsável por coordenar as obras do Centro. Em 1954, os trabalhos nos canteiros de obra se resumiram ao término das
residências H8, H18, H19 e H20; e a adaptação de um dos galpões de obra para o funcionamento temporário do Reembolsável. Os anos de 1955 e 1956 foram marcados pela construção dos últimos edifícios projetados por Niemeyer que seguiam o edital do concurso: os conjuntos residenciais H21 e H22 e o Restaurante. Os dois conjuntos estavam prontos para ser ocupados no final de maio, enquanto que o Restaurante levou quase 10 anos para ser concluído, sendo entregue em dezembro de 1965. Concluídas essas últimas obras, o CTA não deu continuidade aos projetos desenvolvidos por Niemeyer e tampouco procurou o arquiteto para executar os desenhos definitivos dos outros edifícios que ainda faltavam do plano de urgência publicado pela COCTA em 1947. A Divisão Técnica contava agora, entre seus funcionários do Setor de Construção Civil, engenheiros e arquitetos que ficaram encarregados de projetar e executar as obras do CTA. É de autoria desse setor outros 24 blocos residenciais, o conjunto esportivo, a escola infantil, a escola de ensino fundamental e médio, o hospital, entre outros novos Institutos e Laboratórios.
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O CONSTRUテ好O 148
O PROJETO DEFINITIVO O anteprojeto de Niemeyer apresentado no concurso sofreu diversas alterações ao longo do desenvolvimento, até o projeto executivo. A primeira grande mudança se deu pelo traçado definitivo da Estrada Rio- São Paulo, agora batizada como Rodovia Presidente Dutra. No anteprojeto, Niemeyer havia desenhado uma “nova variante da Estrada Rio- São Paulo” dividindo ao meio o terreno destinado ao Centro, colocando à esquerda todos os equipamentos do CTA e deixando à direita da rodovia as áreas do aeroporto e galpões de abastecimento. O contorno definitivo da Rodovia Dutra seguiu o projeto original do Plano Rodoviário Nacional de 1944 e demoveu da COCTA o poder de posiciona-la onde melhor conviesse ao CTA. Assim, todo o plano urbanístico teve que ser alterado. Todas as edificações que estavam à esquerda da estrada desenhada por Niemeyer foram relocadas à direita da Rodovia, junto ao aeroporto e os galpões, mantendo o desenho original de distribuição dos edifícios e zonas. Apenas as Zonas Esportiva e Recreativa foram mantidas como no anteprojeto, à esquerda da Rodovia, para atender também a cidade de São José dos Campos. A Zona Residencial foi modificada diversas vezes até chegar ao projeto final, sendo a principal a mudança nas tipologias das edificações. Pelo edital do concurso, era requerido aos arquitetos que projetassem uma série de edifícios residenciais, com até três pavimentos, para servir à maioria dos funcionários do CTA e alunos das Escolas e, em menor número, algumas casas isoladas para a residência de professores, diretores e reitor das escolas e militares de alta
O plano urbanístico apresentado no Concurso de Anteprojetos, com todas as instalações à esquerda da Estrada Rio - São Paulo, e as residências em sua maioria em edfícios com três andares. Maquete de uma das últimas modificações no plano urbanístico. É possível ver a nova Rodovia Pres. Dutra, os edifícios residênciais foram substituídos por blocos de casas geminadas e a Escola Profissional em seu desenho final, como foi construída. 149
patente. Acontece que, durante o início das obras de infraestrutura e terraplanagem, foi constatado pelos trabalhos de sondagem que o terreno não tinha condições de suportar a quantidade de edifícios de apartamentos projetados, por ser pouco resistente e muito permeável. Tendo em vista que, para manter o projeto desses edifícios a COCTA teria que fazer um investimento muito alto em projeto e execução de fundações mais elaboradas, os edifícios foram substituídos por blocos horizontais de casas geminadas de um ou dois pavimentos. Nos edifícios da Zona Escola houve duas modificações significativas dos projetos propostos no concurso. O edifício da Escola Profissional consistia em uma construção com três blocos verticais, sendo dois destinados às salas de aula, laboratórios e salas para docentes; e outro destinado ao auditório. Toda essa composição era conectada por um quarto bloco horizontal onde ficaria localizada a biblioteca. Para o projeto definitivo, o edifício original foi totalmente modificado. Os laboratórios foram separados do prédio principal, tendo cada um agora uma construção própria, assim também com a biblioteca, que foi anexada ao auditório. O prédio principal é formado por três blocos destinados às salas de aula, dispostos 150
perpendicularmente à via de acesso. Para as salas dos professores e administração, foi desenhado um bloco único, paralelo à via, que faz a conexão dos outros três blocos. O edifício da Escola Preparatória manteve o conceito original do anteprojeto e, como não fazia parte do primeiro grupo de urgência, sua construção foi adiada até segunda ordem. Com o ritmo intermitente das obras da Escola Profissional e a constante redução do repasse de verbas do Governo Federal para a construção do CTA, o curso da Escola Preparatória foi transformado em Curso Fundamental, ministrado nas dependências do edifício da Escola Profissional. Não havendo mais a necessidade de construir um prédio específico para o Curso Fundamental, o projeto da Escola Preparatória foi abandonado e o edifício nunca construído. Constava no edital do concurso que os arquitetos deveriam locar uma Zona Industrial dentro do plano geral do CTA, onde iriam ser instalados os laboratórios de Aero-Instrução Industrial, de Pesquisas Aéreas, de Motores e Túneis Aerodinâmicos, não sendo necessário projetar nenhum desses laboratórios no anteprojeto. Para a etapa definitiva, Niemeyer desenvolveu o projeto de dois laboratórios: o Aerodinâmico (com o Túnel de Vento) e o de Motores, situados junto ao Aeroporto, como foi definido no anteprojeto.
O conjunto do Restaurante e Reembolsável, apresentado no concurso, foi desenvolvido separados no projeto definitivo devido ao fato do edifício do Restaurante pertencer ao Grupo I de urgência, enquanto que o Reembolsável, fazia parte do Grupo V. O desenho original do Restaurante foi mantido, com algumas modificações. Já o projeto do Reembolsável de Niemeyer não chegou a ultrapassar a etapa do anteprojeto, sendo adaptado um antigo galpão de obras para abrigar o pequeno mercado, em local diferente do especificado no plano geral e que não guarda qualquer semelhança alguma com o projeto apresentado pelo arquiteto em 1947. Afora o plano urbanístico e as poucas construções citadas acima, nenhum dos outros projetos propostos por Niemeyer para o concurso foi desenvolvido. Não se sabe ao certo por que a COCTA ou a administração do CTA, posteriormente à extinção da Comissão em 1953, não deram continuidade ao plano de Oscar Niemeyer, mas há alguns indícios que a relação tumultuada entre o Ministério da Aeronáutica, a COCTA, Niemeyer e Saturnino de Britto tenha sido uma das razões. Saturnino assinou contrato para realizar os projetos executivos baseados no anteprojeto de Niemeyer no ano de 1947. Ao final do mesmo ano, Saturnino apresentou o primeiro pacote de
projetos de arquitetura e, em janeiro de 1948, a COCTA publicou a sua aprovação (COCTA_E, 1948 nº1). Mesmo depois de aprovados, e os projetos encaminhados para os escritórios de engenharia, a COCTA voltava ao arquiteto para fazer alterações nos desenhos. Diante das diversas alterações que a Comissão requeria, do transtorno e trabalho que gerava ao escritório de arquitetura que, por vezes, teve que refazer o projeto por mudanças no programa dos edifícios, Saturnino enviou uma proposta de adição ao contrato de cota de honorários: “(...) encaminho a essa Divisão Técnica, para os devidos fins, a nossa proposta de honorários, para modificações de projetos definitivos, elaboração de projetos novos, cujos programas tenham sido modificados, após a aprovação definitiva dessa Chefia, de conformidade com o que se segue. Propomos para os trabalhos profissionais acima referidos, os honorários de Cr$ 15,00 o m2 de área construída, isto é, 50% dos honorários estabelecidos em nosso contrato em vigor.” (COCTA_E, 1948 nº86)
A insatisfação com a desorganização da COCTA e a parte técnica da obra era latente tanto em Saturnino quanto em Niemeyer. Em seus trabalhos, Penedo(1997, p.42) e Sampaio(2001,
p.110) citam um grande desentendimento entre Niemeyer e a equipe da Divisão Técnica do CTA, quando projetava os Laboratórios de Motores e o de Aerodinâmica. Os motivos, segundo os autores, seriam o rigor acadêmico e as diversas exigências técnicas que a Divisão determinava aos edifícios, necessárias para o funcionamento dos maquinários que eram adquiridos aos poucos, durante as obras. O contrato com Saturnino, com validade de três anos, terminou em 1950, não constando nos boletins, extensivos ou reservados, nenhum acordo de renovação de contrato com o arquiteto ou qualquer outra participação nas obras do CTA. Entretanto, as últimas pranchas de arquitetura com o carimbo com o nome do arquiteto datam de 1953. Outro fator que pode ter pesado na decisão de continuar ou não com os projeto de Niemeyer teria natureza econômica. Muitas das propostas arquitetônicas que Niemeyer trouxe à COCTA eram inéditas tanto em forma quanto em técnicas construtivas, o que demandava um investimento muito maior do que as construções habituais da época. Em depoimento a Sampaio (2000, pg.109), o arquiteto Rosendo Mourão relata que “não tardou para ocorrer diminuição de recursos e, portanto, desencadear o barateamento e eliminação de algumas soluções”.
Apesar do acordo entre Saturnino e o CTA ter se encerrado, Oscar Niemeyer continuou acompanhando as obras e projetando para o Centro, sendo sua última intervenção em 1958. Embora não fizesse parte das demandas do edital, foi solicitado ao arquiteto que desenvolvesse o projeto de uma capela. Niemeyer aceitou o pedido e projetou uma capela que pode ser vista como uma variante da Igreja de São Francisco de Assis, em Pampulha. A proposta realizada (pág 150) tem relevância arquitetônica mas, mais do que isso, sua importância se dá no contexto histórico do CTA, sendo o único desenho em que aparece impresso “projeto de O. Niemeyer” na folha de arquitetura. O que foi executado entretanto, não foi o projeto de Niemeyer e sim de Rosendo Mourão (pág 151), que assumiu a função de arquiteto do Setor de Construção Civil do CTA. Mourão utilizou o projeto de Niemeyer como base para o seu, fazendo diversas alterações na planta e fachada do original.
151
VISTA FRONTAL esc 1:300
CORTE LONGITUDINAL esc 1:300
PLANTA esc 1:300
152
VISTA FRONTAL S/ ESCALA
O projeto de Rosendo Mourรฃo para a capela do CTA, inspirado no projeto de Oscar Niemeyer (pรกgina ao lado)
153
O PLANO URBANÍSTICO O plano urbanístico desenvolvido por Niemeyer sofreu diversas alterações durante os anos de desenvolvimento do projeto definitivo, seja por indecisões da COCTA quanto a localização dos laboratórios, residências, etc., seja por decisões externas ao Ministério da Aeronáutica, como o desenho definitivo da Rodovia Presidente Dutra ou pelo Governo do Estado de São Paulo não ceder os terrenos requeridos pela COCTA.
mantidas, como a divisão do campus em zonas separadas e com funções definidas; a implantação dos blocos no sentido noroeste – sudeste, separados por grandes campos de área verde; e o desenho das vias principais e algumas secundárias. Do projeto de Niemeyer foram construídos: oito tipologias residenciais; a Escola Profissional; os Laboratórios de Motores e de Aerodinâmica; o Restaurante; e as duas lagoas.
A área em que o CTA foi construído é um pouco diferente da demarcação feita pela COCTA quando foram entregues as plantas de terrenos para os participantes do concurso. Após a construção da Via Dutra, a parte do terreno que fora separado do CTA pela Rodovia não foi incorporado ao projeto, diminuindo significativamente a área total do Centro. Com o passar dos anos o CTA foi aumentando seu perímetro, anexando outros lotes a sua gleba, mas permanece ainda com área menor em relação à planta do terreno de 1946.
A lista de edifícios construídos que não seguiram o projeto de Niemeyer ou que tiveram o projeto desenvolvido pelos funcionários do CTA é bem maior, onde podem ser destacados: o reembolsável (1954); uma escola de ensino fundamental e médio (1956) que, no início também era vinculada ao Ministério da Aeronáutica, como o ITA, mas depois foi incorporada pelo Governo do Estado na rede pública de ensino; o hotel de trânsito dos oficiais (1959); a capela (1960); uma praça de esportes (1965); posto de gasolina (1968); uma escola infantil (1975); um hospital (1977); novos institutos; e vinte e quatro blocos residenciais, incluindo três edifícios de apartamentos.
Apesar de todas as mudanças, as diretrizes gerais do projeto apresentado no concurso foram 154
Dois pontos importantes do edital que eram essenciais constarem tanto no anteprojeto, como no projeto definitivo e que nunca foram construídos foram o ramal da Estrada de Ferro e as pistas do Aeroporto, que ocupavam quase metade de área destinada ao CTA. Em 1949, foi construída uma única pista, menor do que a proposta por Niemeyer, e em 1953 foi inaugurada como o Aeroporto de São José dos Campos, em uso até hoje. Das obras realizadas após a saída definitiva de Niemeyer, em 1956, a mais emblemática no que toca a relação do CTA com São José dos Campos, foi a construção da Portaria Principal. Se, desde o edital do concurso até o início das obras em 1948, o CTA havia sido pensado para ser um novo bairro para a cidade, com equipamentos que serviriam tanto ao campus quanto aos cidadãos, fortalecendo o seu caráter inclusivo; com a construção desta guarita – e mais outras três nos anos seguintes – o CTA se fechou para a cidade e, de certa forma, para o país.
Em São José dos Campos, são poucas as pessoas sabem o que se produz no campus, além do ITA. No resto do Brasil, a grande maioria das pessoas não tem nem conhecimento da existência do CTA e seu polo tecnológico, quando muito conhecem o ITA, sem saber ao certo a sua localização. ATUALMENTE O DCTA tem realizado diversas obras ao longo dos anos, como construção de anexos para os laboratórios e institutos existentes, restaurantes, clubes esportivos, novas instalações para o hospital, edifícios administrativos, entre outros. Estão nos planos mais recentes a construção de uma nova biblioteca, auditório e salas de aula para o ITA, assim como novos blocos residenciais para os estudantes; novas residências para oficiais; e edifícios administrativos.
Portaria
principal
do
CTA,
construída
em
1963
155
รกrea destinada ao CTA em 1947 รกrea do DCTA em 2013
n 0
156
1km
2km
4km
1 ITA 2 Restaurante 3 Residência para Estudantes H8 A / H8 B / H8 C
11
7 8
10
7
9
6 4
5
4
12
13
4 Residência para Sargentos H 18 A / H18 B / H18 C 5 Residências para Cabos e Tarefeiros H10 B / H10 E 6 Residência para Sargentos H 21 A 7 Residência para Oficiais Subalternos e Civis Assemelhados H20 A / H20 B
3 2
1
8 Residência para Oficiais Superiores e Civis Assemelhados H19 A / H19 B 9 Residência para Oficiais Intermediários e Civis Assemelhados H22 A 10 Residências para Oficiais Generais, Superiores e Civis Assemelhados H17 B / H17 C 11 Laboratório de Motores 12 Laboratório de Aerodinâmica
n
13 Capela 0
100 200
400
800
157
A ZONA RESIDENCIAL Dos doze tipos de residências solicitadas pelo edital do concurso, nenhuma das propostas que Niemeyer apresentou no anteprojeto foi construída. Se no anteprojeto predominavam os edifícios de apartamentos sobre pilotis, com dois ou três pavimentos e térreo livre, e algumas casas isoladas; no projeto definitivo foram abandonadas essas tipologias e construídos oito variantes de conjuntos de casas geminadas, térreas ou assobradadas, podendo variar entre 16 e 42 unidades residenciais por bloco. Apesar de serem bem diferentes uns dos outros, os oito conjuntos seguem a mesma linguagem projetual definida por coberturas de uma água; elementos vazados de tipos variados que ora são utilizados como brise soleils, ora como recurso para distinguir os blocos de um mesmo conjunto; espaços contíguos, dando maior fluidez aos ambientes; e a adoção dos caixilhos de piso ao teto, estabelecendo uma relação de continuidade entre o interior e o exterior da residência (IPHAN, p.33). Outra característica interessante em comum entre os conjuntos é a ausência de elementos que demarquem o limite do terreno entre uma casa e outra do bloco, deixando dúbia a ideia de onde termina o espaço privado e começa o público. Alexandre Penedo ressalta que o conjunto residencial do CTA mantém uma unidade estética muito particular, devido a um exercício projetual de Niemeyer de desenhar o volume da casa como uma secção de um prisma triangular (imagem à esquerda). Esta fórmula teve inicio na proposta de residência para Oswald de Andrade (1938), se concretizou pela primeira vez na obra de reforma da residência de Juscelino Kubitschek 158
(1943) e teve no CTA seu aperfeiçoamento, se multiplicando em diferentes variações no projeto para os blocos habitacionais. Quanto à construção e materiais, Niemeyer escolheu o concreto armado, utilizando tanto na estrutura quanto nas lajes. As lajes da cobertura seguem um desenho inclinado, recobertas por telhas onduladas de fibrocimento. Para os vedos, foi escolhido o tijolo de barro maciço e para os caixilhos, madeira. O revestimento dos pisos são: ladrilho hidráulico, nas áreas molhadas; granilite polido nas escadas internas; tacos de madeira nas áreas sociais e dormitórios; e, para as áreas externas, piso de concreto. As paredes são revestidas de azulejos nas áreas molhadas e, nas outras áreas, pintadas sobre emboço e reboco. Em 1954, foi especificada a compra de diversos móveis como camas, mesas, cadeiras, e poltronas para que todas as residências fossem entregues aos seus moradores completamente mobiliadas, sendo muitos desses artigos encomendados à fabrica de Zanine Caldas. Com o passar dos anos, muitas dessas peças foram se deteriorando com o uso (e nunca substituídas) ou foram levadas embora pelos residentes para outras cidades, quando transferidos para outra base militar. Fato é que o CTA decidiu não mais disponibilizar as casas com mobílias, guardando as poucas peças que restavam em um galpão. O arquiteto Dilmar Martins, funcionário do CTA, conta que, muitos anos depois, precisando liberar espaço nesse galpão, a solução encontrada foi queimar os móveis restantes. Dilmar, que fez seu trabalho de conclusão de curso de arquitetura sobre o mobiliário do CTA e sua
restauração, conseguiu salvar algumas peças da destruição total. Como resultado de um trabalho em conjunto com a Prefeitura do CTA, foi criada a Morada Montenegro, uma casa do bloco H22 escolhida especificamente por ser uma das únicas a ter sofrido menos reformas e ter mantido muitas características de quando foi construída. A casa foi restaurada ao seu padrão original e abriga alguns exemplares dos móveis adquiridos na época para mobiliar as residências, como forma de preservar a memória do que restou do projeto dos anos 50. Com sessenta e cinco anos passados desde a construção da primeira casa, todas as habitações passaram por algum tipo de reforma durante os anos. Foram executadas desde trocas de piso até reformas de coberturas, com colocação de elementos novos para evitar infiltrações, um dos problema mais recorrente nas casas do CTA. Em junho de 1999, o IPHAN entrou com processo de tombamento do “Conjunto de Edificações Projetadas pelo Arquiteto Oscar Niemeyer para o Centro Técnico de Aeronáutica”, mas só deu inicio ao estudo para o tombamento em março de 2010. Desse estudo resultou um relatório detalhado das informações históricas, das peças gráficas relativas ao projeto urbanístico e de edificações, além de um levantamento das obras de infraestrutura e reformas ao longo da existência do conjunto. A maioria das informações sobre os materiais, padrão construtivo e a situação atual em que se encontra o conjunto encontradas nesta dissertação foram extraídas desse relatório. Os projetos a seguir estão expostos de acordo com a ordem cronológica em que foram construídos.
Anúncio de 1957 do mobiliário da fábrica de Zanine Caldas, a Móveis Artísticos Z Militares experimentam uma “Espreguiçadeira Ergonômica” produzida pela Móveis Artísticos Z, na inauguração do bloco H17 para Oficiais Superiores 159
H10 Os blocos H10B e E foram as primeiras residências construídas do CTA, constituídos por edifícios com dois pavimentos de apartamentos, e apresenta grande semelhança estética com o projeto da Casa Prudente de Moraes Neto(1944) e com a Casa Burton Tremaine(1947). Inicialmente, Niemeyer previu duas etapas de construção: primeiramente seriam construídos os apartamentos do térreo, com a conformação de casas geminadas e, quando houvesse necessidade de mais residências, poderia ser dado início à segunda etapa de construção dos apartamentos no segundo pavimento. Devido à urgência em terminar um número mínimo de casas para o início do funcionamento do ITA, esse plano fracionado foi abandonado e os edifícios foram construídos de uma vez. Os apartamentos, tanto no térreo quanto no andar superior, têm 49,8m2 de área interna, divididos em: dois dormitórios, sala, cozinha e um banheiro. O apartamento no térreo a vantagem de contar com um quintal, onde fica localizada a área de serviço, e um terraço coberto na entrada da casa; enquanto que, no apartamento no segundo piso, há apenas uma varanda que contempla os dormitórios e a sala e a área de serviço, é contígua à cozinha, o que faz com que o espaço da sala seja diminuído. Outro aspecto que diferencia os apartamentos é o seu acesso: no térreo, a entrada dos apartamentos é
160
ATUALMENTE feita através de um pequeno pátio, na projeção da varanda; no piso superior, os moradores ingressam em suas casas do lado oposto ao apartamento debaixo, por um corredor de circulação. Para ter acesso ao segundo pavimento, Niemeyer definiu que os apartamentos no térreo seriam em menor número e, assim, pode posicionar as escadas helicoidais no vão correspondente a dois apartamentos. Além das duas escadas, o projeto executivo previa rampas colocadas nas extremidades dos blocos. Por contenção de gastos ou por serem vistas como desnecessárias, as rampas nunca foram construídas. Os desenhos das fachadas do H10 são os mais elaborados em comparação às outras habitações do CTA. Na face nordeste, Niemeyer desenhou os guarda-corpos e muxarabis de madeira, que proporcionavam maior proteção e privacidade aos moradores, tanto na área de entrada dos apartamentos no térreo, quanto nas varandas dos apartamentos superiores. Para os corredores de circulação do segundo piso, nos fundos, foram adotados três padrões de elementos vazados de concreto armado: um em réguas verticais paralelas; um de placas quadriculares alternadas, configurando um desenho xadrez; e um último de cubos vazados, conformando um desenho de trama. Inicialmente ocupado por estudantes e professores do ITA, hoje o H10 é destinado à moradia de cabos e taifeiros.
Na maioria dos apartamentos, foram trocados os pisos originais por pisos cerâmicos, mantendo alguns ainda o taco de madeira nos dormitórios e sala. Os caixilhos de madeira das áreas sociais permanecem os mesmos mas, em alguns apartamentos, os caixilhos de ferro da cozinha e banheiro foram substituídos por alumínio. Os guarda-corpos e muxarabis de madeira não tiveram manutenção adequada e não resistiram ao tempo. Os antigos guarda-corpos foram trocados por um parapeito em alvenaria com gradil de ferro; já os muxarabis foram completamente extintos do conjunto, sendo substituídos por toldos plásticos, por um ou outro morador. Muitos dos elementos de concreto dos corredores de circulação foram quebrados ou retirados ou sofrem com o mofo resultante de infiltrações. Qualquer que seja o motivo, o estado de conservação desses elementos é extremamente débil. As reformas mais drásticas empreendida pelos moradores e autorizadas pela prefeitura do CTA aconteceram nos apartamentos localizados no térreo. Aproveitando-se do privilegio do espaço do quintal, muitos moradores aumentaram a área útil do seu apartamento, seja cobrindo uma pequena área seja cobrindo totalmente. Dessas intervenções, a mais catastrófica para o projeto original é quando o quintal é transformado em uma nova suíte do apartamento.
Dois detalhes do H10: a fachada da frente atualmente, com os caixilhos aparentes e sem os elementos em madeira; e, aos fundos, com a escada helicoidal e os elementos vazados de concreto armado Na outra página, imagem da chegada dos alunos do ITA ao recém inaugurado H10 (1949), que serviria de residência provisória até a construção do bloco de residência estudantil. 161
VISTA POSTERIOR esc 1:250
VISTA FRONTAL esc 1:200
162
CORTE TRANSVERSAL esc 1:200
TÉRREO esc 1:750
APTO 1º PAVIMENTO esc 1:125
APTO TÉRREO esc 1:125
163
H18 O conjunto H18 pode ser entendido como uma variante do H10, seguindo a mesma disposição de blocos residenciais com dois pavimentos de apartamentos e mesma volumetria. As fachadas contam também com os mesmos guarda-corpos e muxarabis de madeira e, aos fundos, os três tipos de composição de elementos vazados. Os apartamentos possuem o mesmo programa, contando com dois dormitórios, sala, cozinha e banheiro, além do quintal para os apartamentos do térreo e a varanda para os apartamentos do piso superior. A área interna das residências do H18 é maior do que a do H10, com 56,44m2. A varanda do piso superior foi estendida de 1,55m para 2m de largura, o que fez com que o terraço de entrada dos apartamentos do térreo também tivesse sua área aumentada. Com os apartamentos do H18 um pouco maiores, o vão no térreo que dá acesso as escadas helicoidais teve um acréscimo de 13,28m2 em relação ao H10. Apesar de serem muito parecidos a primeira vista, os conjuntos H18 e H10 apresentam uma diferença significativa: os caixilhos das salas. No H10, as aberturas da sala são limitadas à porta de entrada, composta por uma bandeira de vidro 164
Vista do corredor de acesso aos apartamentos no primeiro pavimento. Detalhe da fachada principal, com a variante dos caixilhos do H10.
e uma de madeira, e uma janela alta que abre ou para o quintal dos fundos no térreo, ou para o corredor de circulação, no piso superior. Em ambos os apartamentos, a iluminação natural da sala é bem prejudicada. Já no H18, Niemeyer propôs que o módulo da porta de duas bandeiras fosse usado também para compor mais aberturas para a sala, criando assim um caixilho de piso ao teto, aumentando a luminosidade da sala em todos os apartamentos. Os apartamentos do H18 são destinados a sargentos. ATUALMENTE Os problemas e reformas são os mesmos do conjunto H10. Nenhum dos elementos em madeira existe mais e todos os guarda corpos foram trocados por gradis metálicos. Os elementos de concreto da fachada dos fundos também se encontram em situação precária. Na maioria dos apartamentos, foram trocados os pisos originais por pisos cerâmicos, mantendo alguns ainda o taco de madeira nos dormitórios e sala. Os caixilhos de madeira das áreas sociais
permanecem os mesmos mas, em alguns apartamentos, os caixilhos de ferro da cozinha e banheiro foram substituídos por alumínio. A construção do terceiro dormitório foi realizada por quase todos os apartamentos térreos, sendo que há diferenças nas modificações empreendidas por conta do novo cômodo. Em 1965, foi aprovado um projeto que avançava os limites do quintal, passando de 3m para 5,70m. O novo dormitório foi construído atrás da sala, fazendo com que a janela que abria para o quintal fosse fechada, ou com alvenaria ou simplesmente pintados os vidros. Seu acesso se dava ou pelo quintal ou pela sala, ambos unidos por um pequeno corredor. O segundo projeto, de 1975, previa o novo dormitório e a expansão do quintal como no projeto anterior mas fazia alterações também na cozinha e área de serviço. Onde antes era a cozinha do projeto original, agora serve como copa. A área de serviço foi diminuída pela reconstrução da cozinha na projeção da laje do piso superior, sendo agora o único acesso da área interna para o quintal. O pequeno corredor que dava acesso ao novo quarto e o quintal foi extinto, e o dormitório agora tem acesso direto à sala. 165
1º PAVIMENTO esc 1:750
TÉRREO esc 1:750
APTO TÉRREO esc 1:125 166
APTO 1º PAVIMENTO esc 1:125
VISTA POSTERIOR esc 1:750
167
H17 As casas geminadas do H17 foram as primeiras residências construídas destinadas aos professores do ITA e oficiais superiores. Seu desenho é muito semelhante ao projeto da Casa M. Passos, nunca construída. O programa é distribuído em dois volumes bem marcados: o primeiro, um volume suspenso por pilotis, paralelo à via de acesso e, o segundo, um pouco recuado da projeção do piso superior, se coloca ortogonalmente ao mesmo. Esse recuo faz criar um grande terraço coberto na entrada principal da casa. No térreo estão a sala de estar, sala de jantar, lavabo, cozinha, área de serviço, um quarto de empregada e banheiro. Os três dormitórios e banheiro se encontram no piso superior. As casas vizinhas têm em comum o terraço e um jardim lateral, que também dá acesso à sala de jantar. Para dividir esses espaços e garantir privacidade aos vizinhos, Niemeyer propôs a instalação de placas verticais de concreto armado, levemente rotacionadas, no jardim e entre pilotis do terraço. Pela configuração de volume em L, Niemeyer optou por uma cobertura em duas águas, tipo borboleta. A fachada principal é caracterizada pelo grande volume suspenso e a repetição ininterrupta do módulo de caixilho utilizados tanto nos quartos quanto no banheiro, composto por uma bandeira de vidro fixo e uma bandeira bipartida de vidro, que abre para o exterior. No piso inferior, o caixilho de madeira com vidro de piso ao teto (em módulos de 40x40cm), aumenta a interação entre o externo e o interno e garante grande quantidade de luz natural na sala. Na fachada dos fundos, foi utilizado o mesmo 168
elemento quadrado de concreto encontrado nos H10 e H18, formando um desenho xadrez. Uma particularidade das casas do H17 é a construção de uma pequena laje em curva, sustentada por um único piloti, que serve de cobertura da área de serviço. E esse desenho, muito utilizado por Niemeyer em suas obras, posteriormente, é o único exemplar no CTA. Durante a pesquisa, só foram localizadas as plantas do pavimento térreo e superior, não existindo outros desenhos de elevações e cortes. Os desenhos a seguir são modelos puramente esquemáticos, sem escala. ATUALMENTE A primeira grande reforma realizada pela maioria dos moradores do H17 foi o fechamento de parte do pátio coberto. A solução encontrada, para manter um visual esteticamente parecido ao projeto original, foi relocação do caixilho da entrada cinco metros a frente da sua posição original. Com o movimento de retirada, muitas das peças foram danificadas, sendo necessário fazer ajustes na nova posição, na maioria das vezes não sendo mais possível manter a altura de piso ao teto. Essa ampliação gerou duas novas tipologias ao conjunto: a casa com a sala de estar estendida e a residência com um jardim de inverno, com um novo caixilho no lugar do antigo. Hoje é possível encontrar algumas residências que não passaram por esta reforma. Ainda no bloco do térreo, outra reforma muito comum foi a construção de uma suíte, subtraindo uma parte do jardim lateral, fazendo com que a planta, antes em L, agora configure um U.
Com a construção deste novo dormitório, as casas perderam o térreo livre e permeável, um dos aspectos mais fortes desse projeto, que garantia maior leveza ao bloco de casas geminadas. O jardim lateral de algumas residências foi totalmente cimentado e, muitas vezes, coberto, para dar lugar a mais vagas de estacionamento, prejudicando a entrada de luz natural da sala de jantar. A cobertura prejudica ainda mais a iluminação da casa quando combinada com o a construção da nova suíte, o que faz com que as casas, antes muito bem iluminadas, se tornam extremamente escuras e frias.
Fotografia de 1950, quando o primeiro bloco do H17 foi inaugurado, mostra a sala de estar mobiliada com os móveis de Zanine Caldas. Logo abaixo, a área de serviço. Na outra página, croquis das fachadas principal e dos fundos, e uma pespectiva do bloco inteiro.
As áreas de serviço de quase todas as casas foram inteiramente cobertas com telhas onduladas de fibrocimento. A laje curva agora não exerce função alguma e, muitas delas, foram removidas. No andar dos dormitórios, a única reforma empreendida foi a transformação do antigo roupeiro em um segundo banheiro. Outras pequenas alterações são a instalação de treliças de madeira no parapeito do corredor dos quartos, visível da sala de estar, para maior privacidade; a colocação de tábuas de madeira nos vãos do corrimão metálico da escada; e a substituição dos caixilhos de madeira da cozinha e lavabo por caixilhos de ferro e, mais recentemente, por alumínio. As primeiras casas, tanto do bloco B quanto do C, são as mais modificadas de todo o conjunto. Destinadas aos oficiais de da mais alta patente do CTA, essas casas sofreram grandes reformas, desde as triviais comentadas a cima, até a construção de lajes de cobertura em áreas que já compreendiam terreno público do bloco, churrasqueiras e a introdução de cercas metálicas. 169
VISTA FRONTAL s/ escala
VISTA POSTERIOR s/ escala
IMPLANTAÇÃO DO CONJUNTO s/ escala
170
VISTA LATERAL s/ escala
Tร RREO esc 1:200
1ยบ PAVIMENTO esc 1:200
171
172
Duas fotografias do estado atual das residências do bloco H17: a primeira, vista da sala de jantar para o caixilho de vidro da entrada principal e o corredor do primeiro pavimento.; a segunda, vista da fachada principal, onde se pode observar o avanço do caixilho antigo (casa à direita) em relação à posição original (casa à esquerda). Na página ao lado, imagens do conjunto na década de 1960. 173
H19 O desenho do conjunto H19 retoma o conceito do volume da casa como seção de um prisma triangular empregado nos H10 e H18. As casas deste conjunto foram construídas para residência de oficias superiores. O programa da casa é distribuído em dois pavimentos. No térreo estão as salas de estar e jantar contiguas, cozinha, lavabo, quarto de empregada, banheiro, área de serviço e quintal. A grande sala tem pé direito de 4,65m e, em frente à porta de entrada, está a escada que dá acesso ao andar superior, onde estão os três dormitórios e um banheiro. É o primeiro projeto onde há a delimitação de uma garagem, que utiliza da projeção do piso superior como cobertura. Semelhante ao projeto do H17, as casas do H19 possuem um jardim lateral, acessado também pela sala de jantar, que traz maior incidência de luz natural para o ambiente. É interessante notar a evolução na aplicação do vidro nas residências até então construídas no CTA: no H10, as aberturas são poucas e não têm uma proposta original no seu uso; no H18, Niemeyer cria, a partir do desenho das portas externas, um módulo de caixilho que aumenta o número de janelas da casa mas, mesmo assim, ainda é um pouco reduzido; na proposta para o H17, o arquiteto aproveita que o recuo do bloco da sala em relação ao volume superior proporciona certa privacidade à rua, e desenha um caixilho do piso ao teto, com altura de 2,55m. Para o H19, Niemeyer apresentou uma proposta mais ousada: também do piso ao teto, o caixilho de madeira e vidro da sala contempla os 4,65m de pé direito, em módulos de 93x116cm. 174
Para amenizar a incidência direta do sol e aumentar a privacidade, foi projetada uma estrutura em plano inclinado, afastada três metros do caixilho, com vários brise-soleils horizontais, formando uma espécie de persiana de concreto armado. Essa estrutura não só melhora a qualidade de luz que ilumina a sala, como também configura uma agradável varanda de entrada, no espaço que surge entre o pano de vidro e a persiana. Se durante o dia a luz é farta e bem distribuída pela sala, durante a noite seria difícil conseguir iluminar todo o ambiente com algumas arandelas espalhadas pela sala e o pé direito muito alto dificultava a colocação adequada de lustres e luminárias. Para resolver o problema, Niemeyer desenhou uma calha de concreto armado, que vence todo o vão de 5,80m da sala, onde foram instaladas seis lâmpadas fluorescentes, capazes de iluminar todo o ambiente com uma luz difusa, sem que haja a necessidade de outros lustres pela sala. A fachada dos fundos é marcada pelo módulo repetido do caixilho dos quartos e do banheiro: duas bandeiras, sendo uma fixa de veneziana de madeira, e a outra móvel, podendo ser de vidro ou outra veneziana. Esse módulo foi criado para o H19, mas foi repetido também no conjunto H20. Outro novo elemento que surge na tipologia do H19 são dois pilares metálicos, posicionados inclinadamente, formando uma estrutura em V. Esses pilares não só sustentam a laje que conecta duas casas vizinhas, como serve também como um elemento de separação entre os terraços de uma casa e outra.
Diferentemente dos outros conjuntos, onde a entrada de carros coincide com a entrada da casa, os blocos do H19 têm um imenso jardim linear ininterrupto na fachada principal, comum a todas as casas do bloco, onde não há nenhuma demarcação de limites entre uma casa e outra. ATUALMENTE As mudanças ocorridas no conjunto H19 não interferem tanto na arquitetura do projeto original como nos outros conjuntos apresentados. Foram feitas as reformas mais comuns como troca dos revestimentos de piso, pintura e substituição dos caixilhos de madeira da cozinha por basculantes de ferro. Em algumas casas foram instaladas treliças de madeira no parapeito do corredor de acesso aos quartos; na escada, os degraus, originalmente de granilite, foram recobertos com carpete para deixa-los menos escorregadios; no corrimão, foram fixadas tábuas para fechar os vãos e evitar possíveis acidentes. O quarto de empregada de todas as casas, que antes só tinha entrada pelo área de serviço, teve seu uso modificado devido a abertura de uma nova porta que dá acesso ao cômodo por dentro da casa, transformando o espaço em sala de TV ou escritório.
Lateral de uma das casas do H19, vista a partir da varanda da casa vizinha. Na página ao lado, vista da fachada principal do bloco.
Na área externa, muitos instalaram coberturas sobre a porta de correr que abre a sala de jantar para o jardim lateral. Na maioria das casas, o mesmo jardim foi cimentado e reduzido à um pequeno canteiro lateral, dando lugar a mais uma vaga de carro. No quintal de todas as casas foi construído um pequeno cômodo, bem menor do que os construídos nos outros conjuntos, que serve desde depósito até dormitório de empregada, nos piores casos. 175
DETALHE: CALHA DE CONCRETO esc: 1:25
A ideia de não haver limites bem demarcados do terreno gera incômodo a diversos moradores do H19. Para contornar este problema, foram instalados gradis de ferro à meia altura, que fecham a área que compreende o jardim lateral e a varanda coberta, chegando até a garagem. Não obstante, algumas casas contam ainda com plantas do tipo “cerca viva” no jardim principal, cultivadas de forma geometricamente precisas para que um vizinho não avance na propriedade do outro. Os maiores problemas que as casas do H19 apresentam está relacionado à infiltrações e vazamentos, normalmente ocasionados pelo entupimento de calhas e condutores na cobertura. Foi realizada uma reforma recentemente na qual procurou-se solucionar estes problemas trocando as antigas telhas que recobriam a laje inclinada de concreto armado por novas telhas, também de fibrocimento, mas com maior ondulação, mais apropriadas ao índice pluviométrico de São José dos Campos. Foi previsto também a execução de novos condutores de seção maior do que os antigos, para melhorar o 176
escoamento das águas pluviais. Outro foco de infiltrações está nos caixilhos do banheiro e dormitórios. Além de serem muito pesados, a madeira não teve tratamento e manutenção adequados durante os anos, fazendo com que por diversas vezes a água da chuva invada os ambientes internos. Também relacionado à umidade, outro problema é o aparecimento de mofo nos armários embutidos que se encontram em paredes com uma das faces voltada para a área externa. Com as fortes chuvas na região, a água tende a ser absorvida pelos tijolos da parede, fazendo com que um pouco da umidade emane no fundo do armário. A solução encontrada foi a instalação de lâmpadas dentro dos armários, que são acessas em épocas de maior umidade, evitando o aparecimento de mofo. Há muitas reclamações quanto o excessivo calor dentro de casa, nas épocas quentes, e de extremo frio nas épocas mais geladas. O calor é acentuado principalmente pelo pequeno colchão de ar entre a
laje inclinada da cobertura e a telha de fibrocimento; já o frio é intensificado pela grande quantidade de janelas de vidro na casa, tanto na fachada principal, quanto nos fundos, com os grandes caixilhos dos quartos e banheiros, que faz com que haja alta troca de calor entre o ambiente interno e o exterior. Em reforma recente, o madeiramento da cobertura foi substituído para aumentar a distancia entre as telhas e a laje, expandindo assim o colchão de ar e o perfil da calha. Mesmo com a estrutura de brise-soleils cobrindo a fachada de vidro, a maioria dos moradores do H19 acham que a casa é muito devassada para o exterior, sentindo como se estivessem em uma vitrine. Em quase todas as casas, a primeira medida que o novo morador adota é mandar fazer uma grande cortina para cobrir os 27m2 da fachada de vidro da sala. O desgosto é tão grande que muitos preferem transferir a entrada principal da casa para a porta lateral, para nunca precisar abrir as cortinas.
1ยบ PAVIMENTO esc 1:150
Tร RREO esc 1:150
DETALHE: BRISE esc 1:100
177
VISTA FRONTAL
VISTA POSTERIOR
esc 1:200
esc 1:200
CORTE TRANSVERSAL 1 esc 1:125
CORTE TRANSVERSAL 2 esc 1:125 178
Vista lateral de uma das casas do H19, onde é possível observar a varanda formada pela parede brise-soleils, sombreando a sala de estar; o piar em V metálico; e o jardim lateral, hoje praticamente inexistente em todas as casas do conjunto. Fotografia de quatro casas geminadas do H19 quando inaugurado. Fotografia interna atual da sala de estar, com destaque para a calha de luz de concreto armado e a instalação de uma porta de madeira com tela no caixilho original.
179
H20 Construídas para servirem de residência a oficiais intermediários e subalternos, o conjunto H20 foi projetado com a mesma fórmula do paralelepípedo trapezoidal, usado nos H19, H18 e H10. A casa do H20 segue o mesmo padrão do H19, com um dormitório a menos e área um pouco menor. No térreo, a sala de estar e jantar dividem o mesmo espaço, junto com a escada de acesso ao piso superior; no mesmo nível ainda há o lavabo, a cozinha, o quintal, o quarto e banheiro de empregada. Subindo as escadas, há um corredor com vista para a sala, que dá acesso a dois dormitórios e um banheiro. A tipologia do H20 remonta um pouco os primeiros conjuntos construídos no CTA, por suas casas serem geminadas face a face, sem haver um jardim ou pátio lateral que servisse como um respiro para as duas residências. As paredes laterais da fachada principal, recebem tratamentos diferentes: de um lado, uma parede completamente fechada; do outro, uma parede formada por grandes elementos vazados circulares, que possibilita a passagem de luz e mantém uma comunicação com a casa vizinha. A fachada principal tem desenho de caixilho similar ao H19, contemplando todo o pé direito duplo da sala com 4m de altura. Apesar de ter sido previsto, 180
em um primeiro projeto, a mesma estrutura de brise-soleils do conjunto anterior e uma outra variação tipo treliça para a fachada principal, o projeto que foi construído posteriormente havia abandonado esses elementos, deixando a sala mais exposta ao exterior do que nos blocos H19A e B. Diferentemente do conjunto para oficiais superiores, o grande caixilho de vidro não ocupa toda a fachada, havendo ainda uma parede de tijolo aparente, que delimita a área da sala de jantar. Para aumentar a incidência do sol na sala, a cobertura do pátio de entrada foi dividida em duas: na área em frente ao caixilho, foi construída uma pérgola de concreto armado que, além de iluminar a sala, faz com que o pequeno canteiro também receba luz e água da chuva; e, em frente a parede de tijolos aparentes, foi adotada cobertura completamente fechada, protegendo a única vaga de carro das intempéries. Apesar de o H20 ter o mesmo problema referente a iluminação após o sol se pôr, Niemeyer optou por não especificar a calha de iluminação desenhada para o H19. Por ser uma área bem menor, a iluminação é resolvida por algumas arandelas nas paredes. ATUALMENTE Assim como no H19, foram feitas reformas na cobertura das casas pelos mesmos problemas e necessidades encontrados no bloco anterior.
Entretanto, foram introduzidas soluções diferentes em cada bloco: no H20A, a nova cobertura segue o projeto original e as telhas são posicionadas de modo que fiquem encobertas pela platibanda de concreto armado, sendo necessária a instalação de calhas e condutores verticais; no bloco B, optouse por elevar a telha, criando uma distancia maior da laje, e estende-la além da platibanda, de forma que a água da chuva escoa diretamente no solo. A solução do bloco B, além de criar certo ruído na fachada principal, fez também com que a pérgola fosse coberta. Foram executadas também as mudanças mais frequentes a todos os conjuntos como troca de revestimentos de piso, troca de caixilhos nos banheiros do piso térreo e cozinhas, diminuição do pequeno jardim na fachada principal e a colocação de coberturas para fechamento total ou parcial no quintal. Em todas as casas também foram executadas obras de abertura de uma porta no quarto de empregada para acesso interno à casa, transformando o espaço em sala de TV ou escritório.
Vista da sala de estar com a parede de elementos vazados circulares e os caixilhos de piso ao teto. Na outra página, um croqui da fachada principal do H20.
Se no conjunto H19 os grandes panos de vidro incomodavam a maioria dos moradores, no H20 não é possível encontrar uma casa, nos dois blocos, onde a imensa janela da sala não esteja coberta por cortinas.
181
1ยบ PAVIMENTO esc 1:150
Tร RREO esc 1:150
CORTE TRANSVERSAL esc 1:150 182
VISTA FRONTAL esc 1:250
VISTA POSTERIOR esc 1:250
183
H8 O conjunto H8 foi projetado e construído como alojamento dos estudantes do ITA e a proposta que Niemeyer apresentou é bastante distinta dos outros conjuntos residenciais. Na primeira etapa do projeto executivo, foi mantida a proposta do concurso de anteprojetos que consistia em edifícios de três pavimentos, com dezesseis apartamentos por andar. Seriam construídos três blocos iguais, com capacidade de até 1152 pessoas. Na segunda etapa, foi abandonada a tipologia de edifício de apartamentos, sendo construídos três blocos horizontais de apartamentos. Os 31 apartamentos de cada bloco seguem o mesmo padrão com dois quartos, cada um ocupado por duas pessoas; um banheiro com dois chuveiros, uma bacia sanitária e um lavatório; um vestiário; e quintal. A área comum é composta de corredor de circulação; hall com portaria; salão de jogos; copa e bar; sala de leitura; sala de estar; oficina; e área para estacionamento. A volumetria do H8 e as soluções para iluminação e ventilação são melhor entendidas a partir do corte, onde é possível identificar dois volumes em laje inclinada e cobertura de uma água. O primeiro volume abriga as áreas comuns e o banheiro; e o segundo, os dormitórios. A junção desses dois volumes com lajes inclinadas configura um desenho de cobertura tipo shed, que soluciona a ventilação e iluminação natural no banheiro. Esse arranjo dos dois volumes não é possível ser visualizado se não pelo projeto arquitetônico, visto que foram construídas duas empenas, uma em cada extremidade do bloco, que cria a ilusão de um único volume, seguindo o desenho da inclinação da laje das áreas comuns, até o limite do quintal. 184
A fachada principal tem três elementos bem marcantes: o caixilho de ferro e vidro do salão de jogos, bar e hall; o elemento vazado do corredor principal; e o pilar em V de concreto armado no estacionamento. Nos fundos, o mesmo elemento vazado é utilizado no muro de fechamento do quintal, alinhado à empena. No projeto executivo, o pilar em V tem desenho diferente do executado. O pilar construído, além de ser menos esbelto e com abertura menor do que o projetado, foi adicionado dois elementos triangulares, que aumentam a área da base do pilar. O produto final resulta em uma proporção e desenho estranhos, que pouco lembram a estrutura proposta por Niemeyer. ATUALMENTE O H8 foi o que sofreu o maior número de mudanças de todos os conjuntos residenciais do CTA. Foram tantas as reformas e modificações que hoje só é possível encontrar da arquitetura original uma vaga ideia do que foi construído na década de 50. Todas as reformas listadas a seguir foram empreendidas em todos os blocos. Com o aumento crescente do número de vagas no ITA, os três blocos já não conseguiam suprir a demanda. Em 1957, foi realizada a primeira reforma que consistia em construir um novo cômodo que ocuparia a área do quintal privativo. Dessa forma, foi transferido para lá a área de estudos do apartamento, dando espaço para mais uma cama em cada dormitório. A iluminação e ventilação dos quartos foi parcialmente prejudicada, restando as janelas altas para entrada de ar e luz natural. Para que não fosse perdido o
quintal dos apartamentos, foi construída uma extensão da empena lateral, em diagonal, que delimita a altura e distância do muro em relação a nova sala de estudos. A nova parede foi construída também com elementos vazados, mas de tipologia diferente do original. Mesmo tendo sido aumentado o número de leitos disponíveis, a reforma não foi suficiente para suprir a necessidade de mais dormitórios. Assim, em 1965, a próxima reforma tratou de construir mais quatro apartamentos, em uma das áreas livres destinadas ao estacionamento. O novo apartamento também foi construído com dois dormitórios, para quatro pessoas; um banheiro com dois chuveiros, uma bacia sanitária e um lavatório; e um vestiário, sem o quintal. Com a construção desses apartamentos, os elementos vazados que forneciam iluminação natural e ventilação para o corredor de circulação foram suprimidos. Para remediar a situação, foi aberta uma janela na empena cega lateral, no final do corredor. Logo em seguida, foi realizada a construção de dois blocos de ligação entre os três edifícios, com novas áreas comuns como salas de leitura, salas de jogos, depósitos, lanchonete, sanitários, copa, uma rádio, laboratório de fotografia, rouparia e mais vagas de estacionamento. As duas novas construções foram locadas no meio dos blocos e, por isso, foi necessário demolir dois apartamentos, um no bloco B e outro no C, além da reforma do hall de entrada dos três edifícios.
Abaixo, os pilares em V de concreto armado da fachada principal. Na outra página, ua fachada dos fundos origianl.
Entre as décadas de 70 e 80, foi criada uma área de lazer para os blocos de residência estudantis e os apartamentos do projeto original, reformados. 185
Acima, alguns dos mobiliários escolhidos para compor as residências estudantis. 186
Foram erguidos muros alinhados às empenas para fechar os jardins entre os blocos A-B e B-C, e construídas duas quadras esportivas e uma piscina. Nos apartamentos, onde antes havia o vestiário, foram construídas duas cabines separadas com bacias sanitárias; com a retirada da bacia, o banheiro foi reorganizado, tendo agora dois chuveiros e dois lavatórios; sem a área dos vestiários, os quartos ganharam armários em alvenaria e reorganizados também, voltando a ser ocupado por duas camas apenas; a sala de estudos no antigo quintal passou a ser usado como dormitório também, com dois leitos e armários em alvenaria. Os alunos que moram nesses apartamentos apelidaram os dois dormitórios de “sarcófago” e o terceiro, nos fundos, de “favela”.
revestimentos e melhora nas estruturas de auxilio aos estudantes, como novas copas e banheiros.
Em 1994, as áreas comuns originais do conjunto foram reduzidas, dando espaço a mais sete novos apartamentos por bloco. Até 2009, foram executadas diversas reformas destinadas à ampliação do número de dormitórios, troca de
O número de apartamentos, em 2013, ainda não é suficiente para suprir a demanda de alunos. É possível encontrar em alguns conjuntos residenciais de oficiais do CTA, casas destinadas a “moradia estudantil”, tipo república.
A cobertura de todos os blocos foi inteiramente modificada em virtude dos constantes vazamentos, infiltrações e entupimento das calhas. As telhas de fibrocimento foram trocadas por outras de mesmo material mas com maior ondulação, e foram elevadas acima das empenas, para eliminar a necessidade das calhas. Outra medida foi eliminar as telhas dos dormitórios e estender a cobertura do bloco principal até o alinhamento com a cobertura do terceiro dormitório. Com isso, a janela dos banheiros ficou obsoleta, sendo mantida entretanto, mas com a adaptação de um exaustor, que auxilia na ventilação da área.
PLANTA DO CONJUNTO esc 1:650
VISTA POSTERIOR esc 1:250
VISTA FRONTAL esc 1:250
187
VISTA LATERAL esc 1:125
CORTE TRANSVERSAL esc 1:125
PLANTA DA UNIDADE esc 1:100 188
VISTA LATERAL_ reformado esc 1:125
CORTE TRANSVERSAL_ reformado esc 1:125
PLANTA DA UNIDADE_ reformado esc 1:100
189
H21 O bloco único do H21 é da mesma família dos conjuntos H10 e H18, onde é possível reconhecer a mesma volumetria, implantação e elementos nas fachadas, tanto os muxarabis quanto os elementos de concreto. O programa é um pouco diferente dos outros conjuntos que, além dos dois dormitórios, banheiro, sala, cozinha e área de serviço, ainda conta com um dormitório de empregada e banheiro, que faz com que a área dos apartamentos seja maior. No térreo, os apartamentos também foram construídos com uma área de quintal e, no piso superior, a sala dá acesso a uma varanda, com área um pouco maior que a do H18. Como nos outros conjuntos da mesma família, os apartamentos do segundo pavimento são acessados por um corredor de circulação comum e duas escadas helicoidais. Algumas características diferenciam o H21 dos H10 e H18. A primeira delas é o caixilho da sala de ambos os apartamentos, que passa a ser inteiro de vidro, do piso ao teto. Outra é o recuo criado na entrada principal dos apartamentos do piso superior em relação ao corredor, que possibilita um segundo acesso à casa pela cozinha, como entrada de serviço. ATUALMENTE Entre todos os conjuntos dessa família, o H21 foi o que mais se modificou ao longo dos anos, descaracterizando uma parte importante do projeto original. Na década de 70, a prefeitura do CTA decidiu aumentar a área interna dos apartamentos do piso superior. Foi decidido que cada apartamento 190
Vista da fachada dos fundos após a reforma que demoliu a escada helicoidal e aumentou a área de serviço dos apartamentos do piso superior, em comparação à fachada original, na página ao lado. Detalhe do caixilho de piso ao teto de um dos apartamentos do primeiro pavimento do bloco H21.
incorporaria uma parte do corredor de acesso, transformando esse em uma nova área de serviço. Assim, foi construída uma parede que fechou esse acesso ao público; a entrada de serviço foi alterada; e o quarto de empregada foi transformado em um terceiro dormitório, passando a ocupar também a antiga área de serviço, tendo acesso direto pelo corredor interno do apartamento. Com o corredor principal parcialmente fechado, as duas escadas já não serviam ao andar inteiro. Para resolver o acesso a todos os apartamentos, foram construídas novas escadas para atender a cada dois apartamentos, o que fez com que os quintais dos apartamentos térreos tivessem sua área diminuída. Como as novas escadas não seguiram o padrão helicoidal do projeto original, foram demolidas as antigas escadas e reconstruídas no padrão linear das novas. Outra obra importante realizada na mesma época foi a construção de garagens individuais para todos os apartamentos. Para os apartamentos
do térreo, foram erguidas na área cimentada da fachada principal, paredes divisórias entre dois apartamentos. Sobre estas paredes, foram construídas lajes de concreto armado que se apoiam ainda em dois pilares de sessão retangular. Essa nova cobertura para carros fez com que a quantidade de luz que antes entrava na sala pelo grande caixilho fosse diminuída drasticamente. Seguindo o mesmo desenho, foram construídas as mesmas coberturas na fachada dos fundos, ao pé das novas escadas. Assim como no H10 e H18, os elementos em madeira das fachadas não resistiram ao tempo e já não existem mais. Muitos dos elementos de concreto armado da fachada dos fundos foram cobertos ou estão em situação precária, devido às reformas empreendidas nas novas áreas de serviço dos apartamentos. Também foram executadas trocas de revestimentos, de caixilhos na cozinha e banheiro, além da colocação de toldos plásticos como substituto dos antigos muxarabis. 191
CORTE TRANSVERSAL
H10
esc 1:150
H18
APTO TÉRREO esc 1:150
H21
APTO 1º PAVIMENTO esc 1:150
Os disferentes tipos de caixilhos adotados por Niemeyer para cada um dos blocos residenciais de mesma família 192
CORTE TRANSVERSAL_ reformado esc 1:150
APTO Tร RREO_reformado esc 1:150
APTO 1ยบ PAVIMENTO_reformado esc 1:150
193
H22 Última residência construída com projeto de Niemeyer, o H22 é outro bloco destinado a oficiais superiores. O bloco apresenta a mesma volumetria do conjuntos H20, com as casas geminadas face a face e cobertura inclinada, em uma água. Há ainda o mesmo tipo de elemento vazado circular, utilizado para dividir o terraço entre duas casas vizinhas. Os cômodos da casa são distribuídos em dois pavimentos. No térreo estão sala de estar e sala de jantar, escritório, lavabo, cozinha, área de serviço com quintal, dormitório e banheiro de empregada. Para acessar o segundo pavimento, foi construída uma escada em dois lances na sala de estar, escondida por uma parede de tijolos aparentes. O H22 é o único bloco que não tem o corrimão metálico na escada interna. No pavimento superior, um corredor de circulação com vista para a sala dá acesso a um banheiro e três dormitórios, sendo dois com janelas que se abrem para o quintal dos fundos e um outro quarto com vista para o jardim frontal. A fachada principal tem o desenho bem marcado por três faixas horizontais: a primeira é formada pelo caixilho de madeira e vidro, que se inicia na sala e segue até o final do escritório; a segunda, uma faixa em alvenaria, serve de guarda corpo para a 194
Imagem da pérgola e a parede de elementos vazados circulares que faz a divisa de uma casa com a vizinha geminada. Abaixo, a sala de estar da casas restaurada ao mais próximo da original pelo CTA. Na página ao lado, uma fotografia atual da fachada da casa restaurada.
janela do quarto; e, a última, uma segunda linha de caixilhos, com o mesmo padrão e alinhamento da estrutura da sala, que contribui para a iluminação da sala, corredor e do terceiro dormitório. Assim como no H20, a cobertura do terraço foi bipartida tendo de um dos lados a pérgola de concreto armado e, do outro, a cobertura da laje. A fachada posterior é marcada pelo volume do segundo pavimento e o desenho repetido diversas vezes do módulo da janela, usado tanto no banheiro quanto nos quartos. Excepcionalmente neste bloco, os cômodos do segundo piso, voltados para o quintal, têm pé direito superior ao dos outros conjuntos, com altura de 3,30m. O módulo desenvolvido consiste em três bandeiras iguais de vidro de 76 x 95cm, sendo dois fixos e um móvel, sem venezianas. Por questão de manter a privacidade no banheiro, o vidro da parte móvel dos caixilhos nesta área têm um tratamento diferente, que o deixa com aspecto rugoso e semitransparente. ATUALMENTE Além das reformas comuns a todos os blocos residenciais como a troca de revestimentos e caixilhos da cozinha e lavabo, e a construção de coberturas no quintal, não foram feitas mudanças muito significativas na arquitetura original da casa.
O dormitório de empregada foi incorporado ao interior da casa através de uma pequena reforma que diminuiu a área do escritório e proporcionou a abertura de uma porta no pequeno corredor de acesso à cozinha e lavabo. O quarto agora é usado como sala de TV para a maioria das casas. Na cozinha, a parede construída para fechar o vão embaixo da escada foi demolida e o espaço aberto foi adaptado para servir de despensa. Uma modificação que teve adesão de todos os moradores do bloco (e que não envolveu reformas) foi a utilização como sala de jantar a área destinada ao escritório, livrando mais espaço para a sala de estar. O escritório foi transferido para o quarto voltado para a frente da casa, por ser menor e receber menos luz direta do sol do que os outros, por estar em área sombreada. Assim como todos os conjuntos residenciais desenhados por Niemeyer para ao CTA, o H22 não é diferente e sofre bastante com problemas de umidade e infiltrações. Foi realizada reforma semelhante a realizada no H20, com a troca das telhas antigas de fibrocimento por novas com maior ondulação, além de eleva-las acima da platibanda, para que fosse aumentado o colchão de ar entre as telhas e a laje, e a água da chuva fosse escoada diretamente para o solo, sem a necessidade de calhas e condutores. 195
CORTE TRANSVERSAL esc 1:150
Tร RREO esc 1:150 196
1ยบ PAVIMENTO esc 1:150
252,7 m PLANTA DO CONJUNTO s/ escala
VISTA FRONTAL
esc 1:125
VISTA POSTERIOR esc 1:125
197
O RESTAURANTE_ H13 O restaurante, última obra construída a partir do projeto de Niemeyer em parceria com Saturnino, teve diversas versões do projeto executivo durante a obra. Ao contrário das residências que ao longo dos anos foram se modificando e descaracterizando do projeto original, na inauguração do restaurante, o edifício construído era apenas uma vaga lembrança do desenho de Niemeyer. A primeira versão foi elaborada entre os anos de 1951 e 1953, e seguia a proposta apresentada no concurso de anteprojetos. O projeto consistia em três volumes distintos: o restaurante, definido por uma estrutura em arco em concreto armado, tinha a fachada marcada pelo caixilho de vidro e uma parede de elementos vazados circulares; um bloco de auxílio à cozinha, aos fundos do restaurante, posicionado ortogonalmente ao edifício principal; e o reembolsável, edifício com desenho bem similar ao da biblioteca do ITA, colocado alinhado ao restaurante e se conectavam por uma marquise continua na fachada. Esse projeto foi guardado e só retomado em 1956, quando o CTA decidiu construir o restaurante, mas sem o reembolsável. As obras foram iniciadas e logo surgiram as primeiras alterações. Com o contrato de Saturnino terminado e Niemeyer ocupado com outros trabalhos na época, os desenhos e detalhamentos dos novos projetos agora ficaram a cargo da equipe de infraestrutura do CTA. Com a intenção de conter custos e facilitar a sua execução, a estrutura do restaurante, antes inteira em concreto armado, foi redesenhada com uma treliça metálica formando o arco, ancorada por pilares em V invertidos de concreto armado, com desenho semelhante aos do H8. Com a inserção 198
desse componente metálico na estrutura, não foi possível manter o desenho do arco como no primeiro projeto, com as bases de seção mais larga e a curva se estreitando até o topo; o arco agora mantém a mesma altura em toda sua extensão. Também nessa etapa, os cinco arcos que estruturam o restaurante foram reduzidos a quatro, diminuindo a área do salão. No primeiro projeto, o grande salão seria dividido em dois para atender a exigência de um restaurante com serviço tipo self service de refeitório; e uma área um pouco menor, para um restaurante e bar com serviço a la carte. Ao fundo do salão estaria a cozinha industrial, com copa, área destinada a padaria e pastelaria, e duas seções separadas para lavagem de pratos e utensílios. A cozinha daria acesso também ao bloco construído para auxílio ao restaurante, com escritório, áreas de controle e arrecadação, frigoríferos e vestiários para funcionários. Com a supressão de um dos arcos e, consequentemente, a diminuição da área no térreo, os arquitetos do CTA decidiram construir um mezanino sobre o salão, aproveitando que o pé direito de quatorze metros comportava essa construção, e assim aumentaram a área de refeições. Com a criação do piso superior, agora designado aos oficiais de alta patente, foi especificada a construção de uma segunda entrada para o restaurante, onde se teria acesso direto à escada. No piso térreo, onde antes seria a parte a la carte e bar, foi definida uma área fechada para “boite”, com desenho das paredes convergindo em diversos ângulos.
A proposta dos elementos vazados na fachada foi abandonada e substituída por mais caixilhos de vidro, ainda no início da obra, fazendo com que a fachada inteira do restaurante fosse um enorme pano de vidro transparente. Entretanto, o projeto foi modificado novamente e a área de caixilho de vidro foi reduzida à base do edifício, com altura de 3,45m. Para o fechamento do restante da fachada, foram instalados módulos de venezianas em madeira, em duas versões: uma faixa móvel, basculante, logo acima do caixilho de vidro, que permite maior ventilação do ar pelo salão; e outra fixa que também permite a ventilação interna, mas reduzida. Por ser um edifício muito largo (67m) e alto (14m), essa combinação de vidro e veneziana não foi benéfica ao projeto, de forma que o volume do restaurante aparenta ser bem mais “pesado” do que o proposto no anteprojeto. Além de ter diminuído muito a incidência de luz do sol, o fechamento de ¾ da fachada com as venezianas tirou o propósito do edifício ter um pé direito tão alto, principalmente para o mezanino: se no projeto original, as pessoas que estivessem ocupando aquele espaço teriam uma vista privilegiada para o lago e grande quantidade de luz natural, agora fazem suas refeições em um espaço escuro e com uma vista entediante para as pequenas ripas de madeira inclinadas.
Vista aérea do Hotel de Trânsito, construído no final da década de 50 (projeto de Rosendo Mourão) e o Restaurante ao fundo. Na página ao lado, duas fotografias atuais do edifício do Restaurante, uma externa e outra interna, a partir do mezanino.
Na fachada dos fundos, a proposta era apenas uma linha do módulo de caixilho de vidro acompanhando o desenho do arco. Durante a obra, esse desenho foi substituído por algumas linhas de vidro fixo, posicionados de forma aleatória na parede. 199
VISTA FRONTAL esc 1:1000
VISTA POSTERIOR esc 1:1000
CORTE LONGITUDINAL esc 1:1000
PLANTA
esc 1:1000 200
A cozinha teve sua área diminuída, em virtude do novo mezanino, e transformada em uma área de apoio do salão e higienização das louças e utensílios, além de dar espaço para a construção de sanitários. Assim, o bloco destinado aos frigoríferos e afins, teve que ser reprojetado para abrigar não só a cozinha industrial, como também uma cozinha de apoio no segundo piso, para atender ao mezanino.
VISTA FRONTAL_construído esc 1:500
A cobertura do edifício foi mantida como no projeto original, de telhas onduladas de fibrocimento. Internamente, foram instaladas placas para tratamento acústico. Com tantas mudanças ao longo de sua construção, não é por acaso que a obra do restaurante levou quase dez anos para ser concluída.
CORTE LONGITUDINAL_construído esc 1:500
ATUALMENTE
wc f
bar wc m
cozinha boite
restaurante
PLANTA_construído
esc 1:500
copa
wc m
wc f
Após sua inauguração, em 1965, o restaurante passou por muitas outras reformas que vão desde trocas de revestimentos e instalação de toldos de cobertura nas entradas do edifício, até ampliações. Apesar do seu tamanho, o edifício do restaurante se tornou pequeno para receber todas as pessoas que trabalham e estudam no CTA. Por isso, entre as décadas de 60 e 70, foram construídos mais dois refeitórios, sendo um para civis e outro para os alunos do ITA. Os restaurantes foram implantados estrategicamente atrás do edifício principal, de forma que o bloco da cozinha pudesse também servir aos novos refeitórios. Com o aumento da demanda, a cozinha passou por uma nova reforma posteriormente, com a construção de novas áreas para depósitos, frigoríficos, cozinhas de apoio, etc. 201
A ZONA ESCOLAR ESCOLA PROFISSIONAL No projeto definitivo da Escola Profissional, os Laboratórios de Estruturas e o de Máquinas e Ferramentas se separaram do conjunto com as salas de aula e administração, ocupando agora dois edifícios. O Laboratório de Estruturas ocupa o prédio conhecido como “elefante branco” e foi o primeiro edifíco a ser finalizado do conjunto da Escola Preparatória. Sua estrutura é composta por sete pórticos de concreto armado, na forma de ferradura. As paredes laterais entre pórticos foram erguidas com elementos vazados de ventilação permanete e, sua cobertura é em telhas metálicas onduladas. O edifício do Laboratório de Máquinas e Ferramentas foi projetado como um paralelogramo com cobertura em estrutura tipo shed, implantado atrás do Laboratório de Estruturas. A biblioteca também foi deslocada do conjunto principal e foi anexelementos vazados de ventilaçãada ao auditório. Niemeyer redesenhou este novo volume 202
4 1
1
1
5
2 3
com a mesma forma do antigo Reembolsável, composto por um conjunto de abóbadas na biblioteca e um volume trapezoidal, levemente curvilíneo na parte do auditório, com cobertura em uma água. O conjunto principal manteve-se como no último projeto, sendo três blocos para salas de aula, ortogonalmente dispostos a um bloco maior, que serve à circulação interna e administração. Os três volumes destinados às salas de aulas são ocupados tanto no térreo como no segundo pavimento. As salas de aula são acessadas por um corredor interno, que também serve às salas de apoio (salas de reunião, professores, secretaria, etc) e sanitários. Um corredor externo dá acesso às mesmas salas de apoio e às escadas, protegido em algumas áreas por brises verticais de concreto armado. O bloco da administração é inteiro suspenso por pilotis, com o térreo livre para circulação.
1_ Salas de Aula 2_ Administração 3_ Auditório e Biblioteca 4_ Laboratório de Estruturas 5_ Laboratório de Máquinas
O acesso aos pisos superiores é feito com um conjunto de escadas helicoidais, externas aos blocos, protegidas pelo mesmo tipo de brise usado nos corredores externos dos blocos de salas de aula.
dução de aparelhos de ar condicionado e de vidros temperados no hall principal do pavimento superior e o fechamento da área dos pilotis no térreo.” (IPHAN, pág.49)
ATUALMENTE
A obra mais marcante após a saída de Niemeyer do CTA foi a construção da Escola Preparatória, na década de 70, pelo arquiteto Rosendo Mourão. Os blocos construídos, apesar de seguirem o esquema dos três blocos de salas de aula concebidos por Niemeyer, diferem totalmente do projeto original.
“Apesar de se encontrar em bom estado de conservação e manterem as características essenciais do projeto de Niemeyer, muitas modificações ocorreram nesse edifício. Os sheds originais em concreto armado foram recobertos por telhados de duas águas para solucionar os problemas de vazamento, encerrando-se a iluminação e ventilação dos ambientes. As demais reformas foram menos radicais e dizem respeito à troca de revestimentos, ao rearranjo dos ambientes internos e à substituição dos caixilhos de madeira por caixilhos de PVC que seguem o mesmo desenho do original, motivados por novas necessidades, pelo desgaste dos materiais ou por problemas estruturais. Outras modificações ocorreram nas fachadas com a intro-
Posteriormente, foi construída a Ala Zero, realizada a partir do projeto de Niemeyer, com a intenção explícita de reproduzir integralmente a solução desenvolvida para a Escola Profissional. A Ala Zero interligou os três blocos originalmente independentes de Mourão, o que implicou adaptações no projeto de Niemeyer, como a diminuição da circulação externa e o acerto do desnível entre o novo edifício e os antigos, além de outras mudanças relativas aos acabamentos e atendimento aos portadores de necessidades especiais. 203
LABORATÓRIO DE ESTRUTURAS
PLANTA DE COBERTURA
VISTA LATERAL
esc 1:500
CORTE TRANSVERSAL esc 1:500
204
esc 1:500
VISTA FRONTAL esc 1:500
VISTA POSTERIOR esc 1:500
Três vistas do Laboratório de Estruturas: a primeira, uma vista fachada posterior com o Laboratório de Máquinas em primeiro plano; a segunda, a lateral do “Elefante Branco”; e a última, a fachada principal, nos dias atuais.
205
BIBLIOTECA E AUDITÓRIO
CORTE LONGITUDINAL
esc 1:450
PLANTA_ AUDITÓRIO E BIBLIOTECA esc 1:450
PLANTA_ SUBSOLO esc 1:450
206
O edifício da Briblioteca e Auditório ainda em construção e uma foto montagem (recente) do mesmo edifício, visto pela fachada dos fundos.
207
ESCOLA PROFISSIONAL
TÉRREO * esc 1:1000
* durante a pesquisa, não tive acesso às plantas, cortes e elevações da Escola Profissional. Esta planta é referente ao projeto anterior ao construído. O edifício construído mantém a volumetria e praticamente o mesmo layout desta planta, com algumas mudanças pontuais como as escadas de acesso ao primeiro pavimento, por exemplo. Os desenhos da outra página foram gerados à partir de um estudo volumétrico desenvolvido pelo escritório de arquitetura MMBB para a reforma deste mesmo edifício e construção de novas instalações do ITA. 208
VISTA FRONTAL esc 1:1000
VISTA POSTERIOR esc 1:1000
VISTA LATERAL 1 esc 1:500
VISTA LATERAL 2 esc 1:500
209
O conjunto do ITA, com a Biblioteca e Auditório em primeiro plano, o edifício pricnipal e os Laboratórios de Máquinas e Estruturas ao fundo. Na outra página, do topo à esquerda, uma fotografia do edifíco ainda em obras e, abaixo, o bloco finalizado. À direita, uma vista oposta do mesmo bloco, com o Laboratório de Estruturas ao fundo. Logo abaixo, alunos do ITA conversam no vão livre do bloco de Adminsitração do Instituto.
210
211
A ZONA INDUSTRIAL LABORATÓRIO DE MOTORES Dentro do conjunto da obra que Niemeyer desenvolveu para o CTA, o edifício do Laboratório de Motores é o que apresenta arquitetura mais inexpressiva, com soluções simples e sem inovações projetuais. Muito provavelmente por culpa dos diversos desentendimentos entre Niemeyer e a COCTA ainda na etapa do projeto executivo, sendo feitas várias alterações e revisões do desenho do laboratório durante os anos de 1947, 1948, 1950 e 1951. O edifício foi construído com dois pavimentos e pé direito duplo na maioria das dependências. No térreo foram locados a sala de computação, escritório, salas para experiências de cilindros, salas para dinamômetros, sala para teste de propulsão, salas de serviço, oficina de montagem de motores, oficinas experimentais, depósito de instrumentos e ferramentas, e depósito de combustíveis. O segundo pavimento é formado por grandes salas de depósito para algumas das salas e oficinas, sem comunicação umas com as outras, tendo cada uma sua própria escada de acesso. De fora do edifício, é possível visualizar um volume cilíndrico da torre da sala de testes de propulsor, que avança a altura da laje de cobertura do prédio. A construção seguiu o mesmo padrão de uso de concreto armado na estrutura e lajes, com cobertura em uma água de telhas de fibrocimento. A fachada principal é marcada pela linearidade dos pilares em sequência e pelos brise-soleils 212
verticais nas janelas. Nos fundos, há apenas fileiras de tijolos de vidro que iluminam o interior das salas e oficinas, além de dois grandes portões de ferro. ATUALMENTE Ao longo dos anos, o edifício do Laboratório de Motores foi alterado tanto internamente como externamente, além da construção de dois anexos. O Laboratório de Motores faz parte do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), e o prédio passou a servir também como sede da administração da Divisão de Sistemas Aeronáuticos do Instituto. Em decorrência da nova função, o piso superior do edifício foi transformado em escritórios e uma biblioteca. Algumas salas, que tinha o beneficio do pé direito duplo, tiveram sua altura diminuída por conta da construção de lajes para novas salas e banheiros no segundo piso. Foram demolidas as escadas nas oficinas e depósitos, e construída uma escada única, no corredor de circulação. Em decorrência dos novos usos, foram abertas várias janelas nas fachadas que, além de não seguirem o mesmo desenho dos caixilhos originais, também não foram instalados os brise-soleils. Das antigas instalações, continuam em uso apenas a oficina experimental, a sala de testes de turbinas e a sala dos dinamômetros. A maior parte das atividades acontecem nos dois anexos construídos nos fundos do Laboratório.
Dois momentos do Laboratório: ainda em construção, em 1952, e já finalizado e em funcionamento, na década de 60 (página ao lado). 213
CROQUI_ estudo de fachada
CORTE TRANSVERSAL 1 esc 1:500
VISTA POSTERIOR esc 1:500
VISTA FRONTAL esc 1:500
214
CORTE TRANSVERSAL 2
esc 1:500
VISTA LATERAL esc 1:500
1ยบ PAVIMENTO esc 1:500
Tร RREO esc 1:500
215
LABORATÓRIO DE AERODINÂMICA Construído na mesma época que o Laboratório de Motores, o Laboratório de Aerodinâmica apresenta uma arquitetura muito mais interessante, com alta expressividade plástica, principalmente pelo contraste entre o volume do “túnel de vento” e o edifício em si. O Laboratório também foi motivo de inúmeras discussões entre Niemeyer e a COCTA e teve algumas versões de projeto executivo. Os registros desses trabalhos se perderam com o tempo, sendo possível identificar apenas dois: a primeira versão e a última, parcialmente construída. A primeira versão propunha dois túneis implantados sobre uma base em plano inclinado, unidos por um edifício para oficinas, de mesma altura, sobre pilotis. O edifício para administração, menor e mais alto, foi posicionado ortogonalmente e ao fundo da composição. O conjunto era compacto, apesar das grandes dimensões. No último projeto, Niemeyer rotacionou todo o conjunto de forma que o edifício, que antes ficava ao fundo, foi trazido à fachada principal, recebendo as oficinas e nivelando sua altura às outras construções. Os dois túneis foram acoplados a esse edifício, ficando mais separados um do outro. O edifício sobre pilotis foi mantido em sua forma, transformado em prédio da administração. Outra diferença entre projetos está nos apoios de sustentação dos túneis no qual a base em plano inclinado do primeiro projeto foi substituída por uma estrutura mais delicada de pilares em abóbada que se encontram em cruz, trazendo grande leveza ao conjunto. Não se sabe ao certo o por que mas, do conjunto descrito, foram apenas construídos o edifício 216
para oficinas e um túnel de vento. Para acessar o segundo pavimento das oficinas, foi executado um volume externo ao edifício, em concreto armado e caixilhos de ferro e vidro, para abrigar uma escada helicoidal. O térreo abriga a oficina mecânica, o almoxarifado e a subestação elétrica. No pavimento superior estão as oficinas de modelos, os escritórios, salas de cópia, laboratórios de calibração de instrumentos, salas de leitura de filmes e vestiários. A cobertura do edifício foi construída em laje de concreto armado e aberturas tipo shed, com cobertura de telhas de fibrocimento. ATUALMENTE O Laboratório de Aerodinâmica, ao contrário do Laboratório de Motores, continua em pleno funcionamento e é utilizado ativamente tanto por pesquisadores do IAV quanto por empresas externas ao CTA e a Aeronáutica. O túnel de vento é ainda o maior da América Latina. Das obras empreendidas após o término da sua construção, podemos citar a reforma na oficina de modelos, que foi subdividida para abrigar salas de escritório, obrigando a abertura de novas janelas na fachada principal; a reforma da cobertura, em 1955, onde os sheds foram totalmente cobertos por telhas metálicas, obstruindo as janelas e prejudicando a iluminação e ventilação naturais de todos os ambientes. Foi construído um segundo túnel de vento e um prédio anexo, que não seguiu o projeto de Niemeyer. O túnel da década de 50 permaneceu o mesmo, sendo trocados apenas a sua turbina e revestimento interno.
O primeiro projeto para o Laboratório de Motores e, logo abaixo, maquete do projeto definitivo que foi construído parcialmente. Na página ao lado, foto aérea do conjunto construído. 217
8
8
9 5
1
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3
4
5
7
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6
6
TÉRREO esc 1:600
1_ oficina mecânica 2_ controle de material 3_ almoxarifado
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4_ sub estação elétrica 5_ câmara de ensaio 6_ túnel
7_ torre de ventilação 8_ projeção do túnel 9_ escritório de fabricação
8
3
4
5
6
7
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2 11
1 9
10
11 9
12
12
1º PAVIMENTO esc 1:600
1_ oficina de modelos 2_ circulação 3_ escritório de fabricação
4_ sala de cópias 5_ laboratório de calibragem de instrumentos 6_ laboratório fotográfico
7_ sala para leitura de filmes 8_ sanitários 9_ depósito de modelos
10_ alçapão 11_ câmara de ensaios 12_ torre de ventilação
219
VISTA POSTERIOR esc 1:600
VISTA FRONTAL esc 1:600
VISTA LATERAL esc 1:600
CORTE LONGITUDINAL esc 1:600 220
Fotografia tirada de dentro do Túnel do Vento ainda em construção., com destaque para a escala humana no fundo, à direita.
221
A CONCLUSテグ 222
Para as considerações finais, é imprescindível a colocação da pergunta que pautou o desenvolvimento deste trabalho: Qual a importância do CTA em termos históricos, políticos, econômicos, sociais e arquitetônicos no Brasil e sua posição no conjunto da obra de Oscar Niemeyer? Analisando o percurso da história do Brasil e as mudanças ocorridas entre 1930 e 1945, período examinado no primeiro capítulo deste trabalho, posso afirmar que o Centro Técnico de Aeronáutica só poderia ter sido construído – e nos moldes em que foi projetado – neste período específico do país, época de grandes transformações políticas, econômicas e culturais. O CTA é o desenho da síntese do projeto de Getúlio Vargas da modernização do Brasil: a construção de um campus de ensino, pesquisa e produção de tecnologias de ponta, para a aplicação na novíssima indústria nacional. Não seria mais necessário importar conhecimento dos países desenvolvidos, nem enviar os futuros engenheiros e especialistas para estudar em instituições no exterior.
Com o recém criado Ministério da Aeronáutica e o conhecido apreço que Vargas mantinha pela aviação, o timing dos militares foi perfeito para o convencimento da necessidade do Centro e a justificativa do grande investimento financeiro. A parceria entre Brasil e Estados Unidos neste empreendimento foi essencial, tanto na contratação de professores e técnicos para lecionar no Instituto Tecnológico de Aeronáutica, como também para o financiamento da obra, com a entrada de grande capital norte americano no país com base na “Política de Boa Vizinhança” aos aliados dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. Há de se levar em conta também o papel hegemônico das Forças Armadas na sustentação do regime varguista e na implementação de um projeto estratégico de desenvolvimento nacional baseado na industrialização e na construção de um forte sistema de defesa nacional. Outro aspecto importante a ser destacado nesta época é o prestígio que Arquitetura Moderna usufruiu e a valorização da profissão de arquiteto. Afora Juscelino Kubitschek e a construção de Brasília (quinze anos após o concurso para o CTA), dificilmente houve a mesma preocupação estética/funcional por parte das autoridades para executar um conjunto tão complexo e extenso, 223
com a seleção cuidadosa de um grupo de arquitetos que produziam um tipo de arquitetura muito específica, o tipo que conseguiria traduzir em seus edifícios o que havia de mais moderno sendo produzido no Brasil. Essa atenção extra dada à arquitetura do CTA, em um período de forte educação cultural, fica mais evidente quando confrontamos os edifícios projetados por Niemeyer no CTA e as construções realizadas a posteriori no mesmo lugar, principalmente nas décadas de 70 e 80, onde não se vê qualquer preocupação em manter uma unidade formal ao conjunto, claramente priorizando resolução mais rápida e econômica de um problema. O concurso de anteprojetos do CTA pode ser considerado um dos marcos da arquitetura moderna. Seu edital minunciosamente detalhado, pedia um plano para uma pequena cidade, o zoneamento e suas infraestruturas; os edifícios, com programa completamente definido, onde era possível saber quantas salas, laboratórios, auditórios, ginásios e bibliotecas com quantidade exata de livros; até as residências, dividas em sobrados, casa térreas ou apartamentos, com suas metragens e disposição dos cômodos. Os projetos apresentados eram ricos em detalhes, desde o traçado exato dos arruamentos e que 224
tipos de árvores seriam plantadas nos parques e canteiros, até a disposição dos móveis em um quarto. Poucas foram as oportunidades que arquitetos tiveram em participar de um projeto tão complexo, no qual se pode colocar em prática os conceitos da Arquitetura e da Cidade Moderna em todos as escalas do projeto, do urbanismo ao mobiliário. Apesar da grande importância do concurso de anteprojetos e da construção do CTA, os projetos e a obra acabada foram muito pouco publicados – em sua maioria em revistas e livros estrangeiros – e, quando colocados a público, grande parte das publicações apenas expunham os projetos habitacionais, descontextualizando do plano urbanístico e das outras instalações. Fato esse que pode ser explicado tanto pelo desinteresse de Niemeyer em ter seu nome vinculado ao CTA, como também pela própria Aeronáutica não querer que a área fique conhecida, pelo caráter estratégico militar do campus. Embora Niemeyer tenha renegado por muitos anos a autoria e a participação ativa na construção do entro, ao ponto de dizer que o CTA foi “uma obra feita pela metade, está prejudicada, não tem interesse para mim” (PENEDO, p.48), é inegável
reconhecer que o CTA foi um dos marcos na trajetória profissional de Niemeyer, impulsionando profissionalmente, ao passo que é possível encontrar nos projetos e edifícios construídos do Centro, diversos elementos que Niemeyer só conseguia exercitar em projetos que nunca foram executados. Apesar de não reconhecer textualmente a importância do Centro em sua carreira, não se pode esquecer que, quando na etapa do concurso, com o anúncio de sua vitória e logo após ser demitido pelo Presidente por suas posições politicas, Niemeyer, mesmo assim, aceitou fazer uma acordo “por debaixo dos panos” e deixar que outro assinasse os projetos em seu nome, para poder fazer com que sua cidade saísse do papel. Nesse processo, se sabe qual foi o acordo financeiro que Niemeyer fez com Saturnino, já que no contrato assinado por Saturnino com o CTA tinha registrado o valor a ser pago para o desenvolvimento do projeto definitivo, o que comprendia a metade do valor prometido ao vencedor do concurso, em contrato publicado no edital.
trabalho a outro; seja elaborando um volume imenso de desenhos, revisões, e alterações; seja sendo mal remunerado; para dar continuidade a um projeto que, para ele, não havia interesse algum. Por último, gostaria de ressaltar que o tema deste trabalho ainda pode ser desenvolvido em outras pesquisas, com enfoques diferentes sobre o mesmo assunto. Um exemplo para um futuro desdobramento é o trabalho que eu pretendia realizar quando iniciei o TFG. A ideia era criar primeiro uma base histórica e teórica sobre o CTA onde eu pudesse me apoiar para desenvolver, depois, uma análise sobre a percepção dos moradores e funcionários do CTA sobre a arquitetura de Niemeyer no CTA e como essas pessoas se relacionam com a casa que habitam ou o prédio em que estudam, trazendo assim o projeto do Centro Técnico de Aeronáutica para a escala 1:1, a escala humana.
Ao fim, resta a dúvida de por que Niemeyer se empenhou e se sacrificou tanto, seja se sujeitando a um acordo onde deu todos os créditos do seu 225
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ICONOGRAFIA 230
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Pág. 04 Croqui de Niemeyer. Fonte: PAPADAKI, Stamo. The Work of Oscar Niemeyer, Milão: Saggiatore, 1950
Pág. 16 Artigo do “O jornal” de autoria do Cap. Eng. Aurélio de Lyra Tavares, onde faz propaganda da criação de um Ministério próprio para Aeronáutica. Fonte: Hemeroteca Digital Brasileira
Pág. 85 a 95 Anteprojetos apresentados pela escritório de Marcelo Roberto. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA.
Pág. 06 Vista lateral de uma casa do H19, pela varanda da casa vizinha. Fonte: Marcel Gautherot (fotógrafo). PAPADAKI, Stamo. Oscar Niemeyer: Work in Progress, Milão: Saggiatore, 1961
O Ministro da Aeronáutica, Salgado Filho. Fonte: http://www.forcaaereablog.aer.mil.br/wpcontent/uploads/2014/01/camp-italia-108-srabertha-esposa-de-salgado-filho-entrega-a-bandeirado-1gavca-ao-cap-sabrosa.-001.jpg
Pág. 10 Pág. 22 Foto publicitária da Móveis Artísticos Z. Fonte: Hans Gunter Flieg (fotógrafo). Instituto Mapa do Estado de São Paulo, destacando as regiões metropolitanas de São Paulo e São José dos Campos. Moreira Salles Fonte: IBGE Pág. 11 Pág. 23 Escola Primária, Affonso Eduardo Reidy Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura São José dos Campos em quatro tempos: nas décadas de 1930, 1940, 1960 e 1970. Fonte: SANTOS, Ademir e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA. Pereira dos. Urbanização e Indústria: Interpretação Cartográfica da Evolução Urbana de São José dos Pág. 12 Campos, São Paulo, 1920-2000. H10. Fonte: Fundação Oscar Niemeyer. Pág. 24 Pág. 14 H20. Fonte: Marcel Gautherot. PAPADAKI, Edifício do Ministério da Educação e Saúde, Rio Stamo. Oscar Niemeyer: Work in Progress, Milão: de Janeiro (1943). Fonte: http://rjarquitetura. Saggiatore, 1961 files.wordpress.com/2012/02/ministc3a9rio-daeducac3a7c3a3o-rio-de-janeiro-le-corbusier.jpg Pág. 41 a 55 Getúlio Vargas, Gustavo Capanema e comitiva Anteprojetos apresentados pela empresa Cia. Brasileira no Rio de Janeiro (1930). Fonte: Arquivo Público de Engenharia. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA. Mineiro.
Pág. 97 a 110 Anteprojetos apresentados pela escritório de Benedicto de Barros. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA. Pág.113 a 133 Anteprojetos apresentados pela escritório de Affonso Eduardo Reidy. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA. Pág. 134 Alojamento dos Alunos da Escola Preparatória, de Oscar Niemeyer. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA. Alojamento dos Alunos da Escola Preparatória, de Affonso Eduardo Reidy. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA. Pág. 139 Oscar Niemeyer, Le Corbusier e outros arquitetos em Nova Iorque (1947). Fonte: www.histecon. magd.cam.ac.uk/internationalhistory/architecture
231
Pág. 139 Carimbo padrão das pranchas de arquitetura do CTA. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA.
Pág. 154 Modelo de minha autoria com base no mapa da região metropoligtana de São José dos Campos. Fonte: IBGE
Pág. 140 Construção do ITA. Fonte: PAPADAKI, Stamo. Oscar Niemeyer: Work in Progress, Milão: Saggiatore, 1961
Pág. 155 Plano geral do CTA. Fonte: Departamento de Engenharia do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA.
Pág. 146 Croqui de Niemeyer para a Escola Preparatória. Fonte: PAPADAKI, Stamo. The Work of Oscar Niemeyer, Milão: Saggiatore, 1950.
Pág. 156 Esquema do fracionamento do prisma para as residências. Fonte: PENEDO, Alexandre. Arquitetura moderna: São José dos Campos. 1ª edição, 1997.
Pág. 147 Projeto de Niemeyer para o concurso. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA. Maquete de Zanine Caldas. Fonte: PAPADAKI, Stamo. The Work of Oscar Niemeyer, Milão: Saggiatore, 1950. Pág. 150 Projeto de Niemeyer para a capela do CTA. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA.
232
Pág. 157 Anúncio dos móveis da Móveis Artísticos Z. Fonte: O Estado de São Paulo, 27 de junho de 1957 Militares experimentando uma “Espreguiçadeira Ergonômica” , produzida pela Móveis Artiísticos Z, em uma das casas do H17. Fonte: PENEDO, Alexandre. Arquitetura moderna: São José dos Campos. 1ª edição, 1997.
Projeto de Rosendo Mourão para a capela do CTA. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA.
Pág. 158 Chegada dos alunos do ITA aos alojamentos provisórios. Fonte: AEITA. Histórias para Contar, Amigos para Encontrar. São José dos Campos, SP: ITA/CTA. 2012.
Pág. 153 Portaria principal do CTA, construída em 1963. Fonte: PENEDO, Alexandre. Arquitetura moderna: São José dos Campos. 1ª edição, 1997.
Pág. 159 Detalhe dos caixilhos do H10. Fonte: IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Pesquisa e Levantamento do Centro
Técnico de Aeronáutica em São José dos Campos. São Paulo: junho de 2010. Fachada dos fundos do H10. Fonte: Marcel Gautherot. PAPADAKI, Stamo. Oscar Niemeyer: Work in Progress, Milão: Saggiatore, 1961. Pág. 160 e 161 Projeto de arquitetura do H10. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIASJ), DCTA. Pág. 162 Fachada principal e empena lateral do H18. Fonte: Marcel Gautherot. PAPADAKI, Stamo. Oscar Niemeyer: Work in Progress, Milão: Saggiatore, 1961. Pág. 163 Corredor de acesso aos apartamentos superiores do H18. Fonte: Acervo pessoal de Celso Aparecido Sampaio Detalhe dos caixilhos do H18. Fonte: IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Pesquisa e Levantamento do Centro Técnico de Aeronáutica em São José dos Campos. São Paulo: junho de 2010. Pág. 164 e 165 Projeto de arquitetura do H18. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIASJ), DCTA. Pág. 165 Croqui do H18. Fonte: PAPADAKI, Stamo. The Work of Oscar Niemeyer, Milão: Saggiatore, 1950.
Pág. 166 Croqui do H17. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA. Pág. 167 Foto da Sala de Estar do H17. Fonte: Acervo pessoal de Celso Aparecido Sampaio. Foto da área de serviço do H17. Fonte: Acervo pessoal de Celso Aparecido Sampaio. Pág. 168 a 169 Projeto de arquitetura do H17. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIASJ), DCTA. Pág. 170 Fotografia da sala de estar vista do corredor do piso superior. Fonte: Acervo pessoal de Celso Aparecido Sampaio Fotografia da fachada principal. Fonte: Marcel Gautherot. PAPADAKI, Stamo. Oscar Niemeyer: Work in Progress, Milão: Saggiatore, 1961 Pág. 171 Fotografia da sala de estar vista da sala de jantar. Fonte: IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Pesquisa e Levantamento do Centro Técnico de Aeronáutica em São José dos Campos. São Paulo: junho de 2010. Fachada principal do H17. Fonte: IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Pesquisa e Levantamento do Centro Técnico de Aeronáutica em São José dos Campos. São Paulo: junho de 2010.
Pág. 172 Fachada principal do H19. Fonte: Marcel Gautherot. PAPADAKI, Stamo. Oscar Niemeyer: Work in Progress, Milão: Saggiatore, 1961.
Pág. 178 Projeto H20: Croqui da fachada principal. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA.
Pág. 173 Vista lateral de uma casa do H19, pela varanda da casa vizinha. Fonte: Marcel Gautherot. PAPADAKI, Stamo. Oscar Niemeyer: Work in Progress, Milão: Saggiatore, 1961
Pág. 179 Vista da sala de estar com espreguiçaderia de Zanine Caldas. Fonte: BOTEY, Joseph Ma. Oscar Niemeyer: Obras y Projectos, Barcelona: Gustavo Gili, 1996
Pág. 174 Detalhe da calha de luz. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIASJ), DCTA. Pág. 175 e 176 Projeto de arquitetura do H19. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIASJ), DCTA. Pág. 177 Lateral de uma das casas do H19. Fonte: Marcel Gautherot. PAPADAKI, Stamo. Oscar Niemeyer: Work in Progress, Milão: Saggiatore, 1961. Sala de estar com a calha de luz e brise- soleils. Fonte: IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Pesquisa e Levantamento do Centro Técnico de Aeronáutica em São José dos Campos. São Paulo: junho de 2010. Vista de quatro casas do bloco H19B, recém inaugurado. Fonte: Acervo do IBGE.
Pág. 180 e 181 Projeto de arquitetura do H19. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIASJ), DCTA. Pág. 181 Fachada de casa do H20. Fonte: Marcel Gautherot. PAPADAKI, Stamo.Oscar Niemeyer: Work in Progress, Milão: Saggiatore, 1961 Vista da sala de estar pelo corredor do segundo pavimento. Fonte: BOTEY, Joseph Ma. Oscar Niemeyer: Obras y Projectos, Barcelona: Gustavo Gili, 1996 Pág. 182 Vista da fachada dos fundos do H8. Fonte: Acervo do IBGE. Fachada principal do H8. Fonte: Acervo pessoal de Celso Aparecido Sampaio Pág. 183 Especificação dos móveis de Zanine Caldas. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA. 233
Pág. 185 a 187 Projeto de arquitetura do H8. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIASJ), DCTA. Pág. 188 Vista da fachada dos fundos do H21. Fonte: Marcel Gautherot. PAPADAKI, Stamo. Oscar Niemeyer: Work in Progress, Milão: Saggiatore, 1961 Pág. 189 Fachada dos fundos do H21 após reforma. Fonte: IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Pesquisa e Levantamento do Centro Técnico de Aeronáutica em São José dos Campos. São Paulo: junho de 2010. Caixilho da sala de uma casa do H21. Fonte: IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Pesquisa e Levantamento do Centro Técnico de Aeronáutica em São José dos Campos. São Paulo: junho de 2010. Pág. 190 e 191 Projeto de arquitetura do H21. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIASJ), DCTA. Pág. 192 Vista da fachada principal do H22. Fonte: IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Pesquisa e Levantamento do Centro Técnico de Aeronáutica em São José dos Campos. São Paulo: junho de 201 Pág. 193 Imagem da pérgola do H22. Fonte: BOTEY, Joseph Ma. Oscar Niemeyer: Obras y Projectos, Barcelona: Gustavo Gili, 1996 234
Vista da sala de estar do H22. Fonte: IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Pesquisa e Levantamento do Centro Técnico de Aeronáutica em São José dos Campos. São Paulo: junho de 2010.
Pág. 201 Planta de situação da Escola Profissional. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA.
Pág. 194 e 195 Projeto de arquitetura do H22. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIASJ), DCTA.
Pág. 202 Projeto de arquitetura do Laboratório de Estruturas. Fonte: Departamento de Engenharia do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA.
Pág. 196 Fachada principal do Restaurante. Fonte: IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Pesquisa e Levantamento do Centro Técnico de Aeronáutica em São José dos Campos. São Paulo: junho de 2010.
Pág. 203 O Laboratório de Estruturas visto a partir do Laboratório de Máquinas Fonte: http://www. camarasjc.sp.tempsite.wspromemoriafilesdocumentos1192799164
Interior do Restaurante, vista do mezanino. Fonte: IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Pesquisa e Levantamento do Centro Técnico de Aeronáutica em São José dos Campos. São Paulo: junho de 2010. Pág. 197 Vista aérea do Restaurante, aos fundos. Fonte: Acervo pessoal de Celso Aparecido Sampaio. Pág. 198 e 199 Projeto de arquitetura do Restaurante. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA. Pág. 200 Maquete realizada por Zanine Caldas onde são mostradas as Escolas Profissional e Preparatória. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA.
Laboratório de Estruturas. Fonte: Leonardo Finotti. Vista do Laboratório de Estruturas, à esquerda, e o Laboratório de Maquinas e Ferramentas, à direita. Fonte: AEITA. Histórias para Contar, Amigos para Encontrar. São José dos Campos, SP: ITA/ CTA. 2012. Pág. 204 Projeto de arquitetura da Biblioteca e Auditório. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA. Pág. 205 Vista da construção da biblioteca e auditório. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA. Fotomontagem da Biblioteca. Fonte: Leonardo Finotti.
Pág. 206 e 207 Projeto de arquitetura da Escola Profissional. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA.
Pág. 212 e 213 Projeto de arquitetura do Laboratório de Motores. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA.
Pág. 208 Vista aérea do conjunto da Escola Profissional do ITA. Fonte: Acervo do IBGE.
Pág. 214 Vista aérea do conjunto do Laboratório de Aerodinâmica. Fonte: IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Pesquisa e Levantamento do Centro Técnico de Aeronáutica em São José dos Campos. São Paulo: junho de 2010.
Pág. 209 Construção do bloco principal. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIASJ), DCTA. Vista da fachada com as janelas das salas de aula e o Laboratório de Estruturas ao fundo. Fonte: AEITA. Histórias para Contar, Amigos para Encontrar. São José dos Campos, SP: ITA/CTA. 2012. Vista de um dos blocos de sala de aula. Fonte: Acervo pessoal de Celso Aparecido Sampaio Alunos do ITA entre os pilotis do bloco administrativo da Escola Profissional. Fonte: Acervo do IBGE Pág. 210 Fachada principal do Laboratório de Motores. Fonte: IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Pesquisa e Levantamento do Centro Técnico de Aeronáutica em São José dos Campos. São Paulo: junho de 2010. Pág. 211 Vista da obra do Laboratórios de Motores. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA.
Pág. 228 Foto aérea de São José dos Campos. Fonte: Acervo pessoal de Celso Aparecido Sampaio Pág. 234 Facsimile do jornal O Estado de São Paulo, do dia 12 de dezembro de 1955. Fonte: Acervo do jornal O Estado de São Paulo
Pág. 215 Perspectiva do primeiro projeto. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIASJ), DCTA. Maquete do Laboratório Aerodinâmico, executada por Zanine Caldas. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIASJ), DCTA. Pág. 216 a 218 Projeto de arquitetura do Laboratório de Aerodinâmica. Fonte: Arquivo do Grupamento de Infraestrutura e Apoio - SJ (GIA-SJ), DCTA. Pág. 219 Fotografia tirada de dentro do túnel de vento em construção. Fonte: Acervo do IBGE Pág. 220 Oscar Niemeyer. Fonte: Fundação Oscar Niemeyer. Pág. 224 Fonte: BOTEY, Joseph Ma. Oscar Niemeyer: Obras y Projectos, Barcelona: Gustavo Gili, 1996 235
ANEXO
O EDITAL DO CONCURSO DE ANTEPROGETOS PARA O CTA 236
SUB-DIRETORIA DE TÉCNICA AERONÁUTICA COMISSÃO DE ORGANIZAÇÃO DO CENTRO TÉCNICO DE AERONÁUTICA EDITAL PARA O CONCURSO DE ANTE-PROJETO DAS INSTALÇÕES DO CENTRO TÉCNICO DE AERONÁUTICA EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS PARTE I 1. PLANO DO ANTE-PROJETO 1.1 O Centro Técnico de Aeronáutica, a ser organizado no município de São José dos Campos, destina-se à execução de pesquisas e experiências que interessem à Aeronáutica de modo geral e à Força Aérea Brasileira em particular. Cabe-lhe, ainda, assegurar o funcionamento de Instituto Técnico de Aeronáutica, órgão de ensino técnico superior do Ministério da Aeronáutica. 1.2 O Centro Técnico de Aeronáutica, como está programado neste edital, tem possibilidade de se desenvolver cada vez mais. O Instituto Técnico de Aeronáutica, como foi programado, poderá atingir maior desenvolvimento, porém mais lentamente. 1.3 A população do C.T.A. foi estimada da seguinte forma: a) Alunos – 1.500; b) Pessoal docente e da administração – 1.000; c) Outras pessoas e famílias do pessoal do item b – 1.500 1.4 O presente concurso privado abrange: a) o plano do conjunto, compreendendo o estuda da urbanização, paisagismo, área de edificações e as redes de iluminação, abastecimento d’água, esgotos e escoamento de águas pluviais das seguintes zonas: 1 – Escolar; 2 – Industrial; 3 – Esportiva; 4 – Residencial; 5 – Instalações escolares e aeródromo;
b) edificações constantes da Parte IV, nas condições estabelecidas na Parte II deste edital, das seguintes zonas: 1-Escolar; 2–Industrial; 3–Esportivas; 4–Residencial.
2. DIREÇÃO DOS TRABALHOS 2.1 A Comissão de Organização do Centro Técnico de Aeronáutica (C.O.C.T.A.) representará o Ministério da Aeronáutica na organização, desenvolvimento e seleção dos ante-projetos, bem como na organização e desenvolvimento do projeto final e das obras de qualquer espécie. 2.2 O Engenheiro Arquiteto Helio de Oliveira Gonçalves, representante da Diretoria de Obras deste Ministério na COCTA, ficará especialmente encarregado da parte referente aos esclarecimentos de ordem técnica de que os concorrentes possam necessitar.
3. CONCORRENTES A participação neste concurso é limitada aos seguintes escritórios de arquitetura selecionados por este Ministério: Afonso Eduardo Reidy – Benedito de Barros – Companhia Brasileira de Engenharia – Marcelo Roberto – Oscar Niemeyer.
4.JULGAMENTO DOS ANTEPROJETOS O julgamento dos trabalhos será feito pela comissão designada pelo Exmo. Sr. Ministro da Aeronáutica, assim constituída: Presidente: Tenente Coronel Aviador Engenheiro Benjamin Manoel Amarante, Chefe do C.O.C.T.A. Membros: Engenheiro Civil Alberto de Melo Flores, do Ministério da Aeronáutica; Engenheiro Arquiteto Hélio de Oliveira Gonçalves, da C.O.C.T.A; Engenheiro Arquiteto Alcides Aquilla da Rocha Miranda, do Instituto de Arquitetos do Brasil. A Comissão apresentará um parecer no Ministério da Aeronáutica, indicando a ordem de preferência dos trabalhos.
5. PRAZOS 5.1 O concurso será encerrado no dia 12-12-1946, às 15 horas. 5.2 O julgamento dos trabalhos pela Comissão deverá ser terminado no máximo vinte (20) sessões após o encerramento do concurso. 5.3 A indicação de ordem de preferência dos trabalhos, para homologação, será feita logo a seguir.
6. EXAME DOS TRABALHOS 6.1 Os trabalhos que não apresentem pelo menos os requisitos essenciais pedidos neste edital ou no programa constante na parte IV deixarão de entrar em julgamento, sendo assim, eliminados. 6.2 O exame preliminar dos trabalhos para verificar desses requisitos será feito pelo arquiteto da COCTA; para os trabalhos que não satisfazem tais requisitos mínimos, será feito parecer Comissão de Julgamento propondo sua eliminação. 6.3 Os trabalhos em condição de julgamento serão examinados em sessões sucessivas e secretas. 6.4 A Comissão dará sua conclusão em parecer escrito, indicando o critério adotado para a classificação dos trabalhos.
7. IDENTIFICAÇÃO DOS ANTEPROJETOS 7.1 A abertura dos envelopes contendo o nome dos autores de cada ante-projeto será feita após o julgamento dos trabalhos, em sessão pública, em hora e dia indicados com antecedência mínima de quarenta e oito (48) horas. 7.2 Antes da abertura dos envelopes, será lido aos presentes o parecer da Comissão. 7.3 O resultado do concurso e o nome do arquiteto selecionado para o projeto final serão posteriormente comunicados pela Comissão, por meio de circular a todos os concorrentes.
8. CONTRATO DO VENCEDOR Caberá ao Exmo. Sr. Ministro da Aeronáutica a homo237
logação dos resultados ou a designação do profissional para a colaboração do projeto final, ao qual será adjudicado o contrato, de acordo com o que vai estabelecido na parte III.
9.
HONORÁRIOS. PROPRIEDADE TRABALHOS
DOS
9.1 A cada um dos concorrentes, cujos trabalhos apresentados tenham satisfeito as condições de julgamento, será paga a importância de Cr$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil cruzeiros), correspondente a o prêmio estimado do ante-projeto. 9.2 O pagamento será feito dentro dos quinze (15) dias seguintes ao da assinatura do contrato para a elaboração do projeto final. 9.3 No caso sdo arquiteto selecionado não assinar o contrato para a execução do projeto final, por sua culpa, dentro do prazo de dez (10) dias contados da data de notificação de sua escolha, perderá o direito a duas quintas (2/5) partes do prêmio aqui estipulado, a título de multa. 9.4 Todos os trabalhos julgados e pagos passarão a pertencer ao Ministério da Aeronáutica, que se reservará o direito de dispor dos mesmos, bem como das ideias que o contiverem, conforme for de seu parecer.
10. TRABALHOS NÃO JULGADOS 10.1 Os trabalhos que não preencherem as condições deste edital, não entrando assim em julgamento, não farão jus ao prêmio e serão restituídos integralmente ao seus autores. Igualmente, não poderão ser usadas ideias e soluções dos mesmos, a menos que haja acordo entre o Ministério da Aeronáutica e seus autores.
11. EXPOSIÇÃO DOS TRABALHOS Até que seja conhecido o resultado do concurso pela identificação dos trabalhos, não serão os ante-projetos e os debates do julgamento franqueados ao público.
12. COMUNICAÇÕES 12.1 A partir da reunião a qual começa a ser contado o prazo de execução dos trabalhos, todas as informações 238
esclarecimentos desejados pelo arquiteto deverão ser pedidos por escrito e serão respondidos por meio de circular a todos os concorrentes.
de entrega, comprovadas pelo carimbo postal respectivo, registrado e expresso, deverão ser anteriores às fixadas para o encerramento do concurso.
12.2 As respostas referentes às perguntas encaminhadas à COCTA no decorres de uma semana serão expedidas nos dois (2) primeiros dias da semana seguinte, a menos que haja necessidade de resposta urgente.
15. CUMPRIMENTO DO EDITAL
12.3 As consultas recebidas nos últimos oito (8) dias do prazo de encerramento do concurso não serão consideradas e nem respondidas.
13. ANONIMATO 13.1 Os desenhos, embalagens ou sobrecartas apresentados não poderão trazer qualquer marca ou nome que identifique o ante-projeto.
Os concorrentes admitem que, ao apresentarem seus trabalhos, estão de acordo com as normas pré-fixadas neste edital e concordam que qualquer violação das mesmas invalida sua participação no julgamento.
PARTE II 1.
TRABALHOS E DADOS APRESENTADOS
A
SEREM
13.2 Nenhum concorrente poderá, direta ou indiretamente, revelar a identidade dos seus trabalhos ou manter comunicação referente ao concurso com qualquer membro da Comissão de Julgamento, exceto as já admitidas no número 12.
1.1 Planta do conjunto indicando a posição de todos os edifícios e espaços livres projetados, inclusive a área de pouso e recreio, os espações reservados ao aeroporto civil e aero-clube, bem como a localização da área destinada às reservas de combustíveis e inflamáveis, e vias de comunicação, na escala de 1:5.000.
13.3 Nenhum trabalho poderá ser entregue pelo próprio autos ou por pessoa que traga características ou uniforme que a identifiquem.
1.2 Planta de cada conjunto do zoneamento indicado no item 1.4 da Parte I mostrando, em cada um, o esquema das redes de:
13.4 Cada coleção de trabalhos do ante-projeto deverá ser acompanhada de um envelope perfeitamente fechado, opaco, sem qualquer sobrescrição ou marca, contendo o nome e o endereço do concorrente.
1. abastecimento de água;
13.5 Os envelopes serão fornecidos pela Comissão e, ao serem devolvidos, receberão um número correspondente ao trabalho, sendo publicado por um dos membros da Comissão e pelo entregador do ante-projeto.
14. REMESSA DOS TRABALHOS 14.1 Os trabalhos remetidos ao concurso deverão ser convenientemente embalados e dirigidos a: Comissão de Organização do Centro Técnico de Aeronáutica – Avenida Presidente Wilson, 210 – 12° andar – sala 1203 – Rio de Janeiro, sem quaisquer outros dizeres. 14.2 No caso de expedição pelo correio, a hora e a data
2. distribuição de energia elétrica para iluminação interna e externa; 3. escoamento de águas pluviais e; 4. esgotos primários e secundários. Essas plantas deverão ser apresentadas na escala de 1:2.000. 1.3 Planta esquemática da distribuição paisagística e indicação de todos os elementos imprescindíveis à perfeita compreensão do aspecto final a obter, apenas das partes tratadas, na escala de 1:2.000. 1.4 Perspectiva exata do conjunto, com ponto de vista arbitrário, a gosto do arquiteto, abrangendo todos os edifícios e espações livres projetados, mostrando a sua posição em relação às pistas e à cidade de São José dos Campos.
Na prancha devem estar esclarecidos os elementos adotados para: 1. altura do horizonte; 2. direção visual principal; 3. distancia do ponto de vista e; 4. posição do quadro. 1.5 Ante-projeto de todos os edifícios relacionados na Parte IV, compreendendo para cada edifício: 1. planta de cada pavimento na escala de 1:2.000; 2. dois cortes ortogonais, em posição escolhida pelo autor, para perfeita apresentação da ideia, na escala de 1:100 e; 3. fachadas principais, na escala de 1:100.
2.1.6 Os desenhos deverão ter dimensões tais que pela linha externa das margens meçam comprimentos múltiplos de 20cm sobre a horizontal e de 30cm sobre a vertical. Além da margem esquerda de cada desenho, é exigido que haja uma sobra de papel de 7cm, destinada, mais tarde, aos serviços de arquivo. 2.2 Perspectivas A apresentação será livre escolha do concorrente, devendo ser enviada esticada sobre prancha e em condições de poder ser destacada após o julgamento, para arquivo. 2.3 Memorial As indicações pedidas e as que o arquiteto deseja realçar no projeto poderão ser escritas em separado ou na própria prancha. O memorial deverá ser o mais resumido possível.
1.6 Memorial justificativo de: 1. solução da distribuição das zonas no conjunto; 2. solução da distribuição dos prédios em cada zona; 3. solução da distribuição interna dos prédios e; 4. outras conclusões a que o arquiteto tenha chegado e deseja realçar.
2. APRESENTAÇÃO 2.1 Projetos 2.1.1 A apresentação dos desenhos de plantas, cortes e fachadas deverá ser em papel transparente esticado sobre a prancha de modo que permita seu arquivo, isoladamente, após o julgamento. 2.1.2 As plantas serão desenhadas a nanquim. Com todas as cotas imprescindíveis à perfeita inteligência da ideia. 2.1.3 Cada prédio deverá ser desenhado claramente e em separado, embora a mesma prancha possa abranger mais de um. 2.1.4 Em cada projeto deverá estar indicada a área de construção, de modo claro e preciso. 2.1.5 Os prédios deverão ter indicação que os identifique na planta de conjunto.
PARTE III 1. CONTRATO O arquiteto selecionado neste concurso obriga-se, de pleno conhecimento das cláusulas deste edital, a assinar o contrato abaixo, de execução do projeto final, obedecer a todas as condições estabelecidas a seguir: Termo de ajuste celebrado entre a Sub-Diretoria de Técnica Aeronáutica e o Arquiteto .............................para a colaboração do projeto definitivo da urbanização e dos edificícios que constituem o Centro Técnico de Aeronáutica e órgãos anexos, inclusive espações livres adjacentes e assistência técnica e artística à obras correspondentes. Aos ...... dias do mês de ......... 1946, na Sub-Diretoria de Técnica Aeronáutica, à Avenida Presidente Wilson, 210, 9° andar, presentes o Sub-Diretor, Coronel Aviador Engenheiro Casimiro Montenegro Filho, na qualidade de “contratante”, o Tenente Coronel Aviador Engenheiro Benjamin Manoel Amarante, Chefe da Comissão de Organização do entro Técnico de Aeronáutica, e o arquiteto ......................., com escritório à rua ................ nº ........, que doravante se deno-
minará “arquiteto”, declarou o Coronel sub-diretor que de conformidade com a Portaria nº 36, de 29-01-46, do Ministro da Aeronáutica e com edital do concurso privado de ante-projetos do Centro Técnico de Aeronáutica, ajustava, devidamente autorizado pelo Ministro da Aeronáutica, conforme despacho dado em 19 de julho de 1946 ao processo originado pelo ofício nº 17, de 22-05-46 da COCTA, com o referido arquiteto a elaboração do projeto definitivo de urbanização e dos edifícios que constituem o Centro Técnico de Aeronáutica, em são José dos Campos, e respectivos órgãos anexos, espaços livres adjacentes e assistência técnica e artística às obras correspondentes, mediante as cláusulas abaixo:
CLÁUSULA 1 – CAUÇÃO O arquiteto contratado somente receberá, ao assinar o presente contrato, a importância correspondente a 3/5 do prêmio estipulado para os ante-projetos. Os outros 2/5 ficarão depositados nesta sub-diretoria, como garantia de execução do contrato, sendo pagos por ocasião da terminação dos trabalhos de construção do Centro.
CLÁUSULA 2 – PROJETOS a) O arquiteto obriga-se a projetas todos os edifícios e seus arredores e a projetar ou fazer projetar sob sua direção e responsabilidade de todos os detalhes construtivos e decorativos, não incluídos os cálculos estruturais e instalações especializadas de água e esgoto, eletricidade, ar condicionado, ar comprimido, acústica, telefone, sinais e avisos, subordinando, porém a esses detalhes os demais elementos dos projetos, estudando em colaboração com os especialistas e indicando nas plantas, de modo claro e preciso, os equipamentos fixos, bem como o mobiliário, quando for o caso ou quando este for parte integrante do imóvel. b) A COCTA examinará todos os trabalhos, podendo aprovar o projeto definitivo e os detalhes apesentados ou indicar as alterações e substituições que julgar convenientes, as quais deverão ser integralmente acatadas pelo arquiteto, que fará as necessárias modificações dos detalhes, afim de atender à perfeita adaptação da exigência. 239
CLÁUSULA 3 – DESENHOS O arquiteto obriga-se a fazer uma completa revisão do seu trabalho de concurso, de acordo com o que for necessário ou indicado pela Comissão a fim de completar os estudos preliminares, e a fornecer todos os desenhos e as especificações necessárias para conduzier as obras, de acordo com o seguinte: a) Todos os trabalhos executados e aprovados ficarão pertencendo ao Ministério da Aeronáutica; b) Todos os estudos não aprovados ou não executados serão devolvidos ao arquiteto e c) Todas as folhas de desenhos deverão ser apresentadas dentro das medidas e gabaritos adotados pela COCTA.
CLÁUSULA 4 – ADMINISTRAÇÃO O arquiteto obriga-se a atender qualquer solicitação da COCTA ou do construtor quanto a esclarecimentos verbais, escritos ou desenhados, nos prazos requeridos pela natureza dos mesmos, bem como prontifica-se a comparecer nos dias e horas nos locais onde for solicitado por objeto de serviço.
a) Ao ser aprovado cada ante-projeto de edifício e respectivos arredores a construir, 20% da quota de honorários que deve corresponder ao mesmo; b) Ao serem aprovados as especificações, o orçamento quantitativo e o projeto completo (exceto detalhes), 50% da quota de honorários, nas mesmas condições acima. c) O restante dos honorários relativos a cada edifício será pago por ocasião de terminação das obras respectivas e ficará caucionado, respondendo pelo perfeito cumprimento do contrato do respectivo edifício por parte do arquiteto. d) O projeto dos edifícios, para os efeitos da presente cláusula, inclui também o tratamento paisagístico dos seus arredores.
CLÁUSULA 8 – REEMBOLSOS
CLÁUSULA 5 – ORGANIZAÇÃO
a) O arquiteto será reembolsado sempre que apresentar as faturas, devidamente comprovadas, das despesas extra-contrato realizadas em serviço.
O arquiteto obriga-se a manter em rigorosa ordem e devidamente arquivados, catalogados ou fichados todos os trabalhos, projetos, documentos, amostras, etc., que se relacionem com o C.T.A.
b) No caso de paralização das obras por motivo independente da vontade do arquiteto, o mesmo terá direito a receber todas as importantes caucionadas referentes à obra paralisada.
CLÁUSULA 6 – ORIENTAÇÃO DOS TRABALHOS
CLÁUSULA 9 – MULTAS
O arquiteto obriga-se a orientar, quando lhe for solicitado, todos os trabalhos em relação com os projetos elaborados, conduzindo-se ao local sempre que se fizer necessário.
CLÁUSULA 7 – PAGAMENTOS Esta Sub-Diretoria pagará ao arquiteto a importância correspondente a 3% do valor de construção das obras projetadas, computadas na base de Cr$1.000,00 (mil cruzeiros) por metro quadrado na área construída. 240
Para efeito de registro, é dado ao presente contrato o valor de Cr$3.000.000,00 (três milhões de cruzeiros). Os tempos e somas a serem pagos serão assim distribuídos:
a) Além da multa global correspondente à não terminação do contrato por parte do arquiteto, serão estabelecidas pelo Chefe da COCTA outras multas, não maiores que 10% do valor de cada projeto, a serem descontadas da caução, correspondentes aos atrasos e inobservância das prescrições contratuais que possam ocorrer e proporcionais ao prejuízo causado. b) Nos casos de reincidência, tais multas serão duplicadas, podendo, assim, ultrapassar o valor máximo de 10% estabelecido na letra anterior.
c) O arquiteto obriga-se a manter a caução integralizada, repondo as multas impostas, seja por depósitos em espécie ou por encontro de contas. d) A rescisão do contrato por culpa do arquiteto importará na perda da caução integral.
CLÁUSULA 10 – INFORMAÇÕES E PROVA A COCTA prestará ao arquiteto as informações adequadas à confecção dos projetos, bem como custará as sondagens, ensaios de materiais e corpos de provas que se fizerem necessários.
CLÁUSULA 11 – TRANSPORTE E RESPONSABILIDADES O Ministério da Aeronáutica poderá facilitar, na medida dos recursos disponíveis, a condução do arquiteto ao local de construção do Centro, quando for conveniente. O transporte aéreo poderá ser concedido quando houver os meios necessários à disposição. Em todos os casos, o Ministério não responderá por qualquer risco, tanto pessoal quanto material.
CÁUSULA 12 – SIGILO O arquiteto se obriga, a si e seus prepostos e empregados, a manter o necessário sigilo em relação aos trabalhos em andamento, sempre que tal lhe for indicado pela Comissão, sendo a inobservância desta cláusula motivo de rescisão do contrato.
CLÁUSULA 13 – RESCISÃO No caso de rescisão do contrato por qualquer das partes, o arquiteto se obriga a entregar, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, todos os estudos, projetos, amostras, arquivos, etc. que possuir em relação aos trabalhos abrangidos pelo mesmo, no estado em que se encontrarem.
CLÁUSULA 14 – RECURSOS As controvérsias que porventura surgirem entre os membros do COCTA e o arquiteto, durante a execução do presente ajuste, serão resolvidas por esta Sub-direção, cabendo ao arquiteto recurso ao Exmo. Sr. Ministro da Aeronáutica.
No caso de recurso judicial, as partes elegem o foro do Distrito Federal. E por assim haverem ajustado, mandou o Coronel Aviador Engenheiro Casimiro Montenegro Filho, Sub-diretor de Técnica Aeronáutica, lavrar o presente termo que, depois de lido e achado conforme, assina com o arquiteto ................, com as testemunhas .......... e ............ e comigo ........., escriturário que escrevi.
Rio de Janeiro, ...... de ....................... de 1946.
PARTE IV 1. PROGRAMA PARA O ANTEPROJETO Como foi dito na parte II, item I, deste edital, o arquiteto deverá fazer constar da planta geral das diferentes zonas de edificações e instalações referente a: A – Aeródromo – B – Escola – C – Zona Industrial – D – Zona Residencial – E – Zona Recreativa – F – Aeroporto Militar – G – Aeroporto Civil – H – Aeroclube – I – Hospital. O aeródromo, o aeroporto civil, o aeroclube e o hospital serão apenas indicados quanto a sua posição e zoneamento do sítio, não sendo objeto de estudo ou projeto visado por este concurso. O estudo deve ser feito, tanto para os edifícios como para as demais partes do projeto, observando-se o emprego de materiais e serviços que preenchem as condições abaixo: a)Abundancia; b) aquisição fácil, barata e rápida; c) manutenção fácil e barata; d) preparo e construções fáceis e e) grande duração e resistência ao tempo e ao uso, mantendo a finalidade do emprego. A aparência das edificações deve refletir sua relação com um centro de divulgação de conhecimentos aeronáuticos modernos e avançados e apresentar, de modo franco e lógico, os elementos estruturais que devem ser eleitos e empregados racionalmente. Cada um dos conjuntos deverá ser estudado de forma a se poder estender futuramente, qualquer que seja o
caráter que a escola ou o centro industrial possa tomar. Há grande preferência que o projeto seja enquadrado na área delimitada, a qua sera doada ao Ministério. Se a solução encontrada exigir a invasão das áreas próximas, isto poderá ser feito desde que a solução compense a despesa adicional. Em qualquer caso, será devidamente considerado o caráter econômico da solução. A área compreendida entre a cidade e a atual estrada Rio-São Paulo, marcada na planta, poderá ser utilizada para localização das zonas esportivas e hospitalar, em virtude de a mesma poder ser objeto de desapropriação econômica por parte do governo do Estado de São Paulo, para esse fim. Além do que ficou dito, deverão ser estudados os seguintes elementos: J – Vias de comunicação – K – Rede de distribuição de eletricidade – L – Rede de abastecimento d’água - -M – Rede de esgotos – N – Rede de drenagem das águas pluviais.
2. AERÓDROMO O conjunto de pistas vai indicado na planta esquemática inclusa nesta documentação, cabendo ao arquiteto isolá-las convenientemente, de acordo com as instruções padrões referentes às zonas de aproximação das “Instruções sobre aeródromos” que lhe são fornecidas. Há completa liberdade, dentro da área demarcada na planta, da demolição de edificações existentes e mudança de estradas e caminhos, cursos d’água, etc., observando-se, entretanto, que deverá ser levada em conta a questão econômica da solução, sob os pontos de vista do custo inicial, tempo de execução e custo de manutenção.
3. ESCOLA A escola será destinada a frequência de alunos civis e professores também civis. Os professores serão, em sua maioria, americanos, pelo menos inicialmente, e os assistentes serão, na maioria, brasileiros.
Os alunos poderão ser de ambos os sexos, prevendo-se uma minoria soluta do sexo feminino. Os alunos terão todos o mesmo regímen e tratamento, que correponderão aos que são dispensados nos internatos das universidades americanas. O conjunto da escola compreenderá as seguintes instalações: a)Administração; b)Pavilhão de aulas da Escola Profissional / Pavilhão de aulas da Escola Preparatória / Laboratórios de ensino, anexos a escola / Aeroporto Militar (escola) c) Lavanderia / Almoxarifado / Depósitos de combustíveis e lubrificantes / Oficinas de manutenção / Garagem de viaturas e postos de limpeza e abastecimento / Garagens de máquinas de preparo de terreno / Sub-estação transformadora / Caixa d’água/ Horto Florestal d) Ambulatório / Forno de incineração de lixo / Estação de tratamento de esgotos.
a) EDIFÍCIOS DE ADMINISTRAÇÃO CONJUNTO DO DIRETOR GERAL (C.T.A.): 1 escritório do Diretor, 2 salas para Secretaria e Arquivo, 1 sala de espera, 1 sala para estranhos, 1 sala para Congregação e Salão Nobre, 2 salas para Inspeção e controle, 1 sala para oficiais da Ligação. Total de 220,00 m2. CONJUNTO DO REITOR DO INSTITUTO (Escola): 1 escritório do Reitor, 2 salas para Secretaria e Arquivo, 1 sala de espera, 1 sala para estranhos, 1 conjunto do Reitor de Admissão 1 conjunto do Reitor de alunos, 1 conjunto do Reitor de Registros, 1 sala para Diretório. Total de 320m2. 1 conjunto do Diretor da Escola Preparatória, 2 conjunto do Diretor da escola de Engenharia Aeronáutica, 1 conjunto do Diretor da Escola de Engenharia Eletrônica, 1 conjunto do Diretor da Escola de Aerologia, 1 conjunto do Diretor da Escola de Comércio Aéreo, 1 conjunto do Diretor da Escola Profissional. Total de 280 m2. 241
CONJUNTO DO DIRETOR TÉCNICO: 1 escritório para o Diretor, 1 sala para Secretária, 1 sala para Planejamento e coordenação dos serviços de laboratório. Total de 75,00 m2. CONJUNTO DO DIRETOR ADMINISTRATIVO: 1 escritório para o Diretor, 1 sala de espera, 1 sala para Secretária e Arquivo, 1 conjunto de Finanças, 1 conjunto de compras, 1 conjunto do Chefe de Operações, 1 conjunto do Chefe de Serviços, 1 conjunto do Chefe do Pessoal, com 8 salas. Total de 380m2. CONJUNTOS GERAIS DIVERSOS: Conjunto do pessoal de polícia, administração, permanência e alojamento (150,00 m2) Correios, telégrafos e telefone (40,00 m2) Cantina, sala de recreação e bar, destinada a lanches e refrigerantes, cigarros e pequenas utilidades (700,00 m2) Portaria, vestiário de serventes e reserva da limpeza (40,00 m2) Conjunto para Imprensa (Mimiografia, Heliografia, Fotostática e Multilith) (300,00 m2) Conjunto para fotografia e cinematografia, Instalações sanitárias, circulação, etc. )860,00 m2) Total de 3.480,00 m2
b) ESCOLA PROFISSIONAL Este edifício, o primeiro a ser construído em todo o conjunto deverá inicialmente reunir, além do ensino profissional, as dependências indispensáveis à administração geral da escola que terá que iniciar seus trabalhos na mesma época e se instalará aí provisoriamente. 4 conjuntos, de escritório de administração (100 m2) 1 conjunto de salas para o diretor (25,00 m2) 16 escritórios individuais para professores catedráticos (120,00 m2) 15 escritórios para professores adjuntos (300,00m2) 6 salas para Tesouraria e Administração (provisórias) (72,00 m2) 242
2 conjuntos de salas para intendência (100,00 m2) 20 salas para professores assistentes, com instalações sanitárias (200,00m2) 1 grande auditório com capacidade para 600 lugares na plateia, com equipamento completo de cinema sonoro, com instalações sanitárias (270,00 m2) 1 sala de aula principal com capacidade para 400 alunos, de piso nivelado (900,00 m2) 7 salas de aula com capacidade para 100 alunos cada uma (1.400,00 m2 ) 10 salas de aula com capacidade para 50 alunos cada uma (1.000 m2) 3 salas de aula em seminário com capacidade para 30 alunos cada uma, com instalações sanitárias (270,00 m2) 2 salas para Meteorologia (600,00 m2) 1 sala para Meteorologia (80,00 m2) 1 sala para Comércio Aeronáutico (40,00 m2) 1 sala para Controle (300,00 m2) 2 salas para Produção Aeronáutica (200,00 m2) 1 biblioteca para 200.00 volumes (200,00 m2) 1 sala de leitura, anexa à Biblioteca (150,00 m2) 6 salas para escritório de registro de alunos (72m2) 2 salas de Desenho (800,00 m2) 1 Sala de Desenho (240,00 m2) LABORATÓRIOS: Estruturas , Instrumentos para engenharia aeronáutica e aerologia. 1 sala (300m2) COMUNICAÇÃO E CONTROLE DE TRÁFEGO (Divisão do Comércio Aéreo): 1 sala (300,00 m2) ENSAIO DE MATERIAIS: 1 sala (450,00 m2) MÁQUINAS E FERRAMENTAS: 1 sala para 25 a 30 alunos, com instalações sanitárias (150,00 m2) Área total, inclusive circulação e instalações sanitárias de (3.000,00 m2) Total de 12.269,00 m2 da Escola Profissional.
b) ESCOLA PREPARATÓRIA 1 conjunto de salas para o diretor (25 m2)
3 escritórios para professores catedráticos (75 m2) 6 salas para conferência individual (esclarecimentos) (42 m2) 15 escritórios para professores assistentes (300 m2) 25 escritórios para professores assistentes (300 m2) 1 grande auditório com capacidade total para 1.200 lugares, com equipamento completo para cinema sonoro – com instalações sanitárias (1.800 m2). Este auditório deverá ser disposto de tal modo que, sendo utilizado como parte do edifício da Escola Preparatória, possa sê-lo também como cinema do Centro Recreativo, atendendo a todo o conjunto, enquanto não forem construídos o Cinema e o Teatro previstos isoladamente na Zona Recreativa. 30 salas de aula para 60 alunos cada uma (3.600 m2) 1 sala de aula principal para 350 alunos, piso nivelado (700 m2) 1 sala para aparelhos de Física, com armários embutidos (30 m2) 1 sala para aparelhos de Química, com armários embutidos (30 m2) 2 laboratórios de Física (240 m2) 1 laboratório de Química (360 m2) 3 salas para Desenho, para 50 alunos cada (600 m2) 3 salas para Desenho, para 30 alunos cada (360 m2) 1 Biblioteca para 80.000 volumes (100 m2) 1 sala de leitura e controle da Biblioteca (100 m2) Instalações sanitárias e circulação (2.800 m2) Total de 11.272 m2 da Escola Preparatória LABORATÓRIOS DE ENSINO ANEXOS À ESCOLA: Estes laboratórios estão programados no edifício da Escola Profissional.
b) AEROPORTO MILITAR (Escola) O aeroporto militar deve ser previsto e projetado nos moldes de uma moderna escola de voo, prevendo-se as necessárias áreas do zoneamento padrão, exceto as de alojamento e abastecimento. Nessas condições, deverão ser previstos:
1) Zona técnica, onde deverá haver, pelo menos, três hangares-escola de 40m x 40m com alas laterais e uma torre de controle suficientemente ampla para caber no mínimo, o triplo de equipagem e do aparelhamento normais. Altura da porta, 8 metros. 2) Zona de manutenção, com provisão de reparos de 3º escalão (apenas para material de voo). 3) Zona de administração. 4) Zona de serviços correlatos independentes.
c) LAVANDARIA A lavandaria dse destina a atender todo o serviço dos 3 conjuntos: Escolar, Industrial e Residencial, exceto as casas de residência isoladas. Deverá, portanto, poder dar um rendimento de trabalho correspondente a 900 a 1.000 quilos de roupa em operações completas, realizadas dentro das 8 horas de trabalho. Deverá ser previsto o seguinte: a) Local de recepção da roupa diária; b) local de esterilização da roupa (toda a roupa entrada será esterilizada); c) local de preparo da lixivia; d) local para a limpeza de nódoas e lavagem de roupas especiais; e) local da lavagem geral da roupa; f) local de espremer e secar; g) local para passar; h) local de dobragem e separação; i) local de reparos; j) local para a embalagem e expedição; k) local para administração e almoxarifado; l)instalações e vestiário do pessoal; m) local da caldeira de vapor e água quente; n) local para socata e material de limpeza. Área prevista para o prédio: 300 m2 As operações devem ser previstas repartindo-as no mínimo em duas linhas de trabalho, com todo o equipamento repartido.
c) ALMOXARIFADO Os almoxarifados devem ser localizados próximos ao desvio da linha férrea, tendo também acesso fácil da estrada de rodagem. Os pavilhões devem ser estudados e localizados de
forma a permitirem a carga e descarga fácil e ininterrupta. A previsão deverá ser feita para um mínimo de 4 pavilhões de 15 metros de largura por 30 metros de comprimento, dispostos de tal forma que o conjunto possa de estender quando as necessidades futuras o exigirem. Deverão ser previstos também os páteos de carga e descarga e estacionamento para veículos.
c) DEPÓSITO DE LUBRIFICANTES
COMBUSTÍVEIS
E
Os depósitos de combustíveis deverão ser previstos na proximidade do desvio da E.F.C.B. a ser estudado, distando cerca de 5 metros do eixo da mesma e, pelo menos, a 100 metros da zona de edificações mais próximas. A distância entre os depósitos deve ser cerca de 40 metros. Os depósitos serão assim distribuídos: Depósitos de gasolina construídos acima do solo: 1) Gasolina 100 – Acondicionada em tanques com capacidade de 100.000 litros. 2) Gasolina 91 – Acondicionada em tanques de ..... 100.000 litros. 3) Gasolina 73 – Acondicionada em tanques de ..... 50.000 litros. Depósitos de óleos construídos acima do solo: 4) Lubrificantes – Acondicionados em tambores de 55 galões cada, armazenados em um galpão de 200 tambores. 5) óleo combustível – Acondicionado em 1 tanque de 50.000 litros.
c) OFICINAS DE MANUTENÇÃO E GARAGENS DE VIATURAS E POSTOS DE LIMPEZA E ABASTECIMENTO O parque de manutenção se comporá de várias oficinas conjugadas, destinadas aos diversos misteres da manutenção de viaturas, mobiliário e alguns aparelhos do Centro.
Deverá dispor do seguinte: 1) Oficinas: Serralheiro, carpintarias e marcenaria, pintor e lustrador, lanterneiro, estofador, entelador, borracheiro, metalurgia e fundição, galvanoplastia, eletricidade e rádio, bombeiro, vidraceiro. (550 m2). 2) Almoxarifado. (100 m2) 3) Garagem de automóveis (500 m2) 4) Postos de serviço de lavagem, lubrificação e abastecimento das viaturas (500 m2) 5) Administração, ponto e vestiário (50 m2) Total de 1350 m2 A garagem deve ser disposta de modo a poder ser ampliada facilmente, mantendo a eficiência de fiscalização e utilização dos postos de serviço. O posto de serviço deve ser situado de modo a poder ser multiplicado, quando se fizer necessário, sem dispersão dos serviços.
c) GARAGEM DE MÁQUINAS DE PREPARO DE TERRENO (manutenção do campo e arruamento) Garagem das viaturas e máquinas. (300 m2) Depósito de aparelhos e instrumentos. (50 m2) Almoxarifado de peças e matérias primas. (50 m2) Administração e instalações sanitárias. (100 m2) Total de 500 m2
d) AMBULATÓRIO Este edifício destina-se a alojar os serviços médicos mais urgentes necessitados pela coletividade, preenchendo as funções de assistência imediata aos acidentes de trabalho e de ambulatório especialmente profilático. De acordo com o Regulamento do Serviço de Saúde da Aeronáutica, deverá ter a mesma categoria de porto médico. Estão previstas as seguintes dependências: 1 sala para Administração e Secretaria. (12 m2) 1 sala do médico, com quarto anexo. (25 m2) 243
1 sala de curativos e pequenas intervenções. (20 m2) 1 sala para profilaxia masculina. (20 m2) 1 sala de espera. (10 m2) 1 sala para profilaxia feminina. (10 m2) 1 sala de espera. (10 m2) 1 enfermaria para homens (6 leitos). (30 m2) 1 enfermaria para mulheres (2 leitos). (12 m2) 1 sala de despejo. (6 m2) 1 copa com cozinha de dieta. (15 m2) 1 gabinete dentário com oficina de prótese. (20 m2) Circulação e instalações sanitárias. (60 m2) Total de 245 m2 As entradas e espera do pessoal que se dirigir ao serviço de profilaxia deverão ser inteiramente independentes das demais.
4. ZONA INDUSTRIAL A zona industrial deverá ser localizada completamente separada e independente da escola. A distância mínima entre os conjuntos deverá ser de cerca de 500 metros. Deverá haver no zoneamento desse conjunto os arruamentos e demais condições idênticas às especificadas para a escola. A zona industrial compreenderá: a) Laboratório de Aero-Instrução Industrial; b) Laboratório de Aero Pesquisas; c) Laboratório de Motores; d) Laboratório de Ensaio de Motores; e) Tuneis aero-dinâmicos. Não será projetado nenhum laboratório no ante-projeto, sendo entretanto necessário indicar o zoneamento desse conjunto, admitindo para cada laboratório uma área aproximada de 1.000 m2
5. ZONA RESIDENCIAL A zona residencial será do tipo misto, prevendo-se habitações isoladas para os diretores e catedráticos e apartamentos para os demais habitantes. 244
O conjunto deverá compor-se de: a)1 – duas casas dos diretores, 2 – trinta casas de residência isoladas, para professores; b) 1 – apartamentos de residência dos assistentes; c) 1 apartamentos de alojamentos dos alunos; d) 1– apartamentos para alojamento de funcionários de categoria , 2 – apartamentos para funcionários subalternos, 3- apartamentos individuais para funcionários, 4 – quartos de residência para funcionários subalternos; e) Restaurante; f) Reembolsável; g) Escola Primária. As residências devem ser projetadas de modo a poderem ser construídas isoladamente, tendo cada uma a sua área de terreno própria, no sistema de cidade-jardim, ficando a critério do arquiteto a escolha do tipo de urbanização e loteamento a adotar, bem como as dimensões dos lote e distancias entre os prédios e as divisas. O arquiteto fará a seu gosto a distribuição e proporcionalidade das peças das casas, incluindo os espaços necessários para varandas, circulação, closets, etc., considerando sempre que as casas serão habitadas, em sua maioria, por americanos, inicialmente, e mais tarde por brasileiros. Para cada tipo das casas de professores poderão ser apresentadas várias soluções, tendo em vista a situação topográfica, insolação, etc. Em qualquer caso será considerada a feição econômica da solução adotada em face da habitabilidade da casa. Os prédios de dormitórios e apartamentos poderão ser estudados em um único bloco ou em vários, observando-se, porém, que o solo não permite economicamente mais de 3 pavimentos.
a) RESIDÊNCIA DO DIRETOR DO ITA OU CTA Casa de residência de um só pavimento composta de: Sala de entrada, biblioteca e escritório, sala de estar, sala de jantar, sala de almoço, copa e cozinha, quarto de empregado, banheiro de empregado, 3 quartos de dormir, 1 banheiro completo, abrindo diretamente
em dois quartos, 1 banheiro com chuveiro, WC e lavatório, garagem, quarto do “chauffeur”, lavanderia. Área total coberta, aproximada: 350 m2
a) RESIDÊNCIA DO DIRETOR DO CTA OU ITA Prédio de residência, dois pavimentos, composto de: 1º pavimento: Sala de entrada, biblioteca e escritório, sala de estar, sala de jantar, sala de almoço, copa e cozinha, quarto de empregado, banheiro de empregado. 2º pavimento: 3 quartos de dormir, 1 banheiro completo, servindo a 2 quartos, 1 banheiro com chuveiro, WC e lavatório, garagem, quarto do “chauffeur”, lavanderia. Área total coberta, aproximada: 350 m2.
a) CASAS DE RESIDÊNCIAS ISOLADAS, PARA PROFESSORES Tipo I 10 casas de residência, de um só pavimento, compostas de: Sala de jantar e estar, escritório e biblioteca, 3 quartos, banheiro, cozinha, lavanderia, quarto de empregado e banheiro, garagem. Área aproximada: 160 m2. Tipo II 10 casas de residência, de um só pavimento, compostas de: Sala de jantar e estar, escritório e biblioteca, 3 quartos, banheiro, cozinha, lavanderia, quarto de empregado e banheiro, garagem. Área aproximada: 180 m2. Tipo III 10 casas de residência, com dois pavimentos compostas de: 1º pavimento: Saleta de entrada, sala de estar e jantar, sala de almo-
ço, hall, cozinha, quarto e banheiro de empregado, lavanderia, garagem, banheiro. 2º pavimento: Escritório, 3 quartos, banheiro. Área aproximada: 220 m2.
b) APARTAMENTO DE RESIDÊNCIA DOS ASSISTENTES 100 apartamentos com: 2 quartos, 1 sala, banheiro, cozinha, W.C (50m2) conjunto de salas de utilidade geral, compreendendo: 1 sala de estar. (100 m2) 3 salas de recepção em particular, instalações sanitárias para os 2 sexos e Bar. (30 m2) Administração e zelador. (30 m2) Reserva de limpeza. (20 m2) Total: 5.230 m2.
c) APARTAMENTO DE ALOJAMENTO DOS ALUNOS (Escola Profissional) 600 estudantes alojados em 150 apartamentos constantes de: quarto para 4 camas, sala de estudos, vestiários, instalações sanitárias, circulação, etc. (57 m2) Administração e zelador. (30 m2) Reserva de limpeza. (20 m2) Total: 8600 m2
c) APARTAMENTOS DE ALOJAMENTO DOS ALUNOS (Escola Preparatória) Primeiro Ano 400 alunos alojados em 50 apartamentos com instalações comuns a cada 2 apartamentos: Dormitórios com 8 leitos, sala de estudos, circulação, etc. (63m2) Vestiário comum a 2 apartamentos. (20 m2)
Instalações sanitárias comuns a 2 apartamentos. (14 m2) Administração e zelador. (30 m2) Reserva de limpeza. (20 m2) Total: 4050 m2 Segundo Ano 352 alunos alojados em 44 apartamentos assim distribuídos: Dormitórios com 8 leitos, sala de estudos, circulação, etc. (63 m2) Vestiário comum a 2 apartamentos. (20 m2) Instalações sanitárias comuns a 2 apartamentos (4 m2) Administração e zelador. (30 m2) Reserva de limpeza. (20 m2) Total: 3570 m2 Terceiro Ano 304 alunos alojados em 38 apartamentos contendo: Dormitórios com 8 leitos com sala de estudos. (63 m2) Vestiário e instalações sanitárias comuns a 2 apartamentos (34 m2) Administração e zelador. (30 m2) Reserva de limpeza. (20 m2) Total: 3090 m2
d) APARTAMENTOS PARA ALOJAMENTO DE FUNCIONÁRIOS DE CATEGORIA 100 famílias de empregados subalternos alojadas em: Sala, 2 quartos, copa, cozinha, banheiro, quarto de empregada, banheiro para empregada, circulação (55, m2) Total de: 5500 m2
d) APARTAMENTOS PARA FUNCIONÁRIOS SUBALTERNOS 100 famílias de empregados subalternos alojadas em apartamentos de: Sala, 2 quartos, cozinha e banheiro. (45, m2) Total de: 4500 m2.
d) APARTAMENTOS INDIVIDUAIS PARA FUNCIONÁRIOS 200 funcionários solteiros (ou casais) alojados em: Quarto com banheiro. (20 m2) Circulação. (100 m2). Total: 5000 m2
d) QUARTOS DE RESIDENCIA PARA FUNCIONÁRIOS SUBALTERNOS 300 funcionários subalternos alojados em: Quarto com banheiros comuns (10,00 m2) Circulação (100 m2) Total área coberta: 4000 m2
e) RESTAURANTE Salão de refeição com pé direito duplo, capacidade para 800 lugares sentados, em mesas de 4 pessoas, para servir pelo sistema de cafeteria. (1000 m2) Copa e cozinhas completas, com aparelhamento mecânico adequado a área de chapa suficiente para “menus” de padrão americano. (400 m2) Arrecadação de víveres e frigoríficos. (250 m2) Caldeiras, vestiário do pessoal de serviço e depósito de sucata. (100 m2) Gabinete de Aprovisionador e escritórios com instalações sanitárias. (100 m2) Padaria e pastelaria. (200 m2) Circulação e diversos. (600 m2) Total: 2650 m2
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Prever acesso de caminhões de abastecimento de víveres e combustível. Estudar o problema do armazenamento e remoção do lixo e dos resíduos aproveitáveis e inaproveitáveis.
f) REEMBOLSÁVEL Local para armazenamento de gêneros em sacaria. (30 m2) Local para gêneros armazenados em caixões (30 m2) Local para gêneros armazenados em latas de 10 e 20 quilos (30 m2) Local para gêneros armazenados a granel. (100 m2) Local para bebidas engarrafadas. (30 m2) Local para bebidas em barris. (12 m2) Loja. (50 m2) Administração: 3 salas e instalações sanitárias (50 m2) Depósito de sacos e sucata. (10 m2) Frigoríficos: 3 câmaras, com um total de 70 m3. (30 m2) Sanitários do pessoal, circulação e plataformas de recebimento. (128 m2) Área total coberta: 500 m2
g) ESCOLA PRIMÁRIA 3 salas de aula, com 40 m2 cada uma, 1 sala para jardim de infância (20 alunos), 1 sala para secretaria e administração, 1 sala da Diretoria, instalações sanitárias – meninos, instalações sanitárias – meninas, instalações sanitárias – professores, 1 quarto com cozinha e banheiro para encarregada. Total de: 300 m2
6. ZONA RECREATIVA A zona recreativa deverá ser projetada e localizada de modo a atender simultaneamente o presente núcleo e a cidade de São José dos Campos. Compreenderá: a) sede do clube b) ginástica e vestiá246
rios c) estádio para competições d) cinema e teatro e) piscinas f) lago represado g) campos de jogos, pistas, etc.
a) SEDE DO CLUBE O clube se destina a reunião de todo o pessoal do conjunto, para fins exclusivamente sociais. Deverão ser previstos: Hall, portaria, chapelaria, toalete de homens e senhoras, salão de danças, com palco, salão de estar, bar, Sala da Diretoria e Secretaria, vestiário de empregados, apartamentos do zelador, local para limpeza. Área aproximada: 500 m2
b) GINÁSIO E VESTIÁRIOS O ginásio deve ser projetado de modo a permitir o treinamento mesmo em dias de inverno e chuva. O salão de jogos, com arquibancada para trezentas pessoas, deve ter dimensões suficientes para conter um campo de basquetebol. O ginásio disporá, ainda, de uma sala para biometria, uma sala de curativos e repouso e uma sala de guarda de matérias de atletismo, além de chuveiros e vestiários com 350 armários, separados para os dois sexos. Os vestiários deverão permitir o uso de quem se dirige às piscinas.
c)ESTÁDIO PARA COMPETIÇÕES O estádio para competições deverá conter: Arquibancada para 10.000 pessoas, campo de futebol, pista de corrida a pé, pista de voleibol, quadra de tênis, quadra de basquetebol, pista de saltos em distância, local para lançamento de peso, local para lançamento de martelo, disco e dardo, pórtico de ginástica. As dimensões desses campos, pistas, quadras e pórticos serão olímpicas. As acomodações mínimas: Vestiário com banheiro e sanitários para atletas
disputantes em recintos separados para partidos e sexos. Salas de massagens e preparo dos atletas, sala de primeiros socorros, local para guarda de material esportivo, sala de juízes e fiscais. Deve ser previsto, nas proximidades do estádio, um amplo local para estacionamento de veículos.
d)CINEMA E TEATRO Sala de entrada, hall e bilheterias. (200 m2) Sala de espetáculos com plateia, camarotes e galerias, com 2000 lugares. (3000 m2) Palco, bastidores, ribalta e local de orquestra. (200 m2) Camarins para ambos os sexos e instalações sanitárias. (120m2)Depósito de cenários e acessórios. (100 m2) Administração. (50 m2) Cabine de projeção e depósito de filme. (20 m2) Instalações de acondicionamento de ar. (30 m2) Instalações de máquinas para o palco. (20 m2) Circulação e diversos. (300 m2) Total: 4040 m2 O cinema deverá dispor, ainda, de entrada independente para os serviços de palco e artistas.
e) PISCINAS
Será prevista uma arquibancada com 2000 lugares. 1 piscina para competição e treinamento olímpico de natação. 1 piscina para competição e treinamento olímpico de saltos. 1 piscina para recreação infantil. As piscinas serão servidas pelos vestiários do Ginásio e terão tratamento de água próprio.
f) LAGO REPRESADO
Será estudada uma represa com dimensões suficientes para permitir a prática de esportes náuticos ligeiros, sem caráter olímpico.
g) CAMPOS DE JOGOS, PISTAS, ETC. Serão localizados, além dos campos de jogos existentes no estádio, os seguintes: 1 – campo de futebol, de dimensões reduzidas, para moças e juvenis, 1 – campo de futebol, de dimensões reduzidas, para infantis, 10 – quadras de voleibol, 6 – quadras de basquetebol, 6 – quadras de tênis, 1 – pórtico de ginástica, pista para salto em altura, pista para salto em distância, pista para salto com vara, pista para corrida de obstáculos, pista para corrida rasa, pista de obstáculos para equitação e playgrounds. O centro recreativo se destina a atender, simultaneamente, aao conjunto residencial do CTA e à cidade de São José dos Campos, a qual dispõe, ao momento, de três clubes esportivos perfeitamente organizados.
7. HOSPITAL O hospital deverá ser localizado em sítio onde possa dispor de um parque independente de 50.000 m2 no mínimo, parte do qual é destinada ao playground da clínica infantil. Esse conjunto não será assunto do projeto abrangido pelo presente concurso, constando dele apenas a escolha da situação e a distribuição aproximada das massas de acordo com o destino. Para fins de localização do edifício, esclarece-se que o mesmo deverá abranger o seguinte: Administração, clínicas e respectivas enfermarias e centro cirúrgico. (3500 m2). Laboratórios, farmácia, etc. (300 m2) Maternidade e clínica pediatra. (550 m2) Serviços internos, almoxarifado e alojamento de empregados. (1200 m2) Isolamentos. (1300 m2) Garagem, lavanderia, necrotério, etc. (350 m2) Caldeiras, maquinas, deposito de combustível, sucata. (250m2) Total da área calcula: 7450 m2.
8.VIAS DE COMUNICAÇÃO Serão estudadas as posições das seguintes vias de comunicação: a) Nova variante Rio-São Paulo; b) Nova estrada São José dos Campos-Paraibuna; c) Estrada São José dos Campos-Aeroporto Civil; d) Vias de comunicação interna entre as diferentes zonas; e) Vias de comunicação entre os diferentes elementos de cada zona; f) ramal de estrada de fero.
a) NOVA VARIANTE RIO-SÃO PAULO Os arquitetos estudarão o novo traçado das variantes dentro da faixa indicada na planta roteiro, atendendo da melhor maneira ao plano imaginado, obedecendo porém as seguintes características: Raios mínimos: 1500 m – largura do leito: 50 m. (25 m para cada lado do eixo) – Distância mínima das edificações ao eixo: 40 m– Rampas máximas admissíveis: 3% – Pavimentação: asfalto ou concreto. Deverão ser estudados os cruzamentos com as estradas da ligação dos conjuntos em níveis diferentes.
b) NOVA ESTRADA SÃO JOSÉ DOS CAMPO –PARAIBUNA Prever a nova posição aproximada, tendo em vista que a mesma deverá ser desviada para o contorno NE dos terrenos. A estrada terá as seguintes características: Raios: 80 a 100 metros – Largura do leito: 10 metros – Rampa máxima: 6% - Pavimentação: macadame betuminoso.
c) ESTRADA SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-AEROPORTO CIVIL Prever a posição aproximada, tendo em vista as seguintes características: Raios: 80 a 100 metros – Largura do leito: 100 metros – Rampa: 6% - Pavimentação: macadame betuminoso.
As estradas de São José dos Campos para Paraibuna e do Jardim não terão qualquer influência no julgamento dos ante-projetos, sendo fornecidos os dados apenas para orientação dos arquitetos no que eles possam servir para sua representação aproximada das plantas.
d) VIAS DE COMUNICAÇÃO INTERNA ENTRE AS DIFERENTES ZONAS Essas vias deverão ter as características semelhantes as admitidas para as ruas internas de cada zona constituindo um prolongamento das mesmas. As características são: Raios mínimos: 20,00 m. – Largura das faixas de transito pesado: 7,00 m. – Largura das faixas de transito leve: 3,00 m. – Largura das faixas de transito de pedestres: 1,50 m; - Largura total: 37,00 m. – Rampas máximas: 6% - Pavimentação: concreto ou asfalto.
e) VIAS DE COMUNICAÇÃO ENTRE OS DIFERENTES ELEMENTOS DE CADA ZONA Como foi dito para o item d, essas vias devem ter as características semelhantes àquelas, com a diferença apenas de ser tolerado um raio de curvatura mínimo de 6,00 metros.
f) RAMAL DE ESTRADA DE FERRO Esse ramal a ser indicado no ante-projeto do conjunto, penetrando na área destinada ao CTA na posição mostrada na planta roteiro, deverá ter as seguintes características: Raios mínimos: 180,00 m. – Tangente mínima ente curvas contrárias: 20,00 m. – Rampa máxima: 2,2% bitola: 1,60 m. – entrevia mínima: 2,00 m. – altura do boleto à plataforma de passageiros: 1,52 m. – altura do boleto à plataforma de carga: 0,90 m. Obras de arte: Largura para duas vias, 8,50 m. – Largura para uma via, 4,50 m. – Altura de passagem coberta, 6,50 m. O cruzamento com a Rio-São Paulo será em nível diferente. Os demais cruzamentos terão passagem de nível. 247
9. REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA Serão estudadas: a)Rede de distribuição de energia para iluminação interna dos prédios; b) Rede de distribuição para iluminação externa dos arruamentos, parques e jardins; c) rede de distribuição de força; d)rede de iluminação do aeródromo. O arquiteto estudará a posição da subestação transformadora de modo a atender aos diversos serviços, considerando que os túneis da zona industrial consumirão 4/5 da energia total. A COCTA estudará, posteriormente, a chegada de energia a essa subestação. O total de carga que entrará na subestação será de 25.000 KVA.
10. REDE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E CAIXA D’ÁGUA O estudo deverá prever: a) Reservatório d’água para 1000 metros cúbicos, subterrâneo. b) Reservatórios elevados para distribuição, por gravidade, abastecidos pelo reservatório subterrâneo. c) Localização da rede de distribuição d’água para as diversas zonas. A água potável será toda fornecida pela cidade de São José dos Campos, devendo ser indicada a posição da linha adutora respectiva.
11. REDES DE ESGOTOS O estudo deverá prever: a) A localização da rede de esgotos das diversas zonas, compreendendo os esgotos primários e os elementos dos esgotos secundários que se impõem por seu vulto, como a caixa de gorduras do refeitório, etc. b) Estação de tratamento. O efluente tratado deve à ser jogado ao rio jusante da cidade. 248
12. REDE DE DRENAGEM DAS ÁGUAS PLUVIAIS Deve ser previsto o escoamento das águas pluviais nas regiões do aeródromo e em cada uma das zonas abrangidas pelo ante-projeto.
Não é necessário que os concorrentes estudem ao detalhe a drenagem do campo e das pistas, mas apenas a posição dos coletores gerais e o escoamento respectivo. A drenagem de águas pluviais das demais zonas deve ser mostrada com todos os seus elementos essenciais perfeitamente indicados.
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TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
R E N A T A BACHESCHI MORI O R I E N TA D O R : LUIZ RECAMÁN