CADERNO 1 TFG

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO_TFG FAUUSP

ESCADARIA NO CAMBUCI: FORMAS DE HABITAR E OCUPAR O ESPAÇO COM GRANDE DECLIVE A PARTIR DE

SISTEMAS CONSTRUTIVOS DE MADEIRA

ALUNA | RENATA MONTEIRO PERES ORIENTADORA DE PROJETO | HELENA AYOUB PROFESSORA METODOLÓGICA | KARINALEITÃO





Este trabalho é o resultado final dos meus seis anos e meio de estudos na FAU USP. Gostaria de agradecer, em primeiro lugar, aos meus pais Marco e Regina que, com muito apoio, dedicação e principalmente paciência, não mediram esforços para que eu chegasse até essa etapa da minha vida. Às minhas irmãs, Mari e Thais, pela amizade e aos meus avós Rafael e Arminda, pelo carinho. Aos professores que tive a oportunidade de conhecer nessa jornada de aprendizado, mas principalmente à professora Helena Ayoub, pelas orientações, ajuda e bom humor que me aumentavam minha disposição em continuar fazendo sempre o melhor. Também devo agradecer aos professores Barossi e Acayaba pela disposição em participar da banca e à professora Karina, pelas aulas metodológicas. Agradeço todos meus amigos da FAU, que tornaram minhas manhãs, tardes e noites desses últimos anos ainda mais memoráveis. Às FAUNAS, sem as quais não teria vivido momentos tão incríveis e cuja amizade mora num lugar muito especial do meu coração.

À Carolina, Marci e Ana, minha segunda família, nascida e cultivada em nossa mudança para São Paulo. Ao Pedro, pelas rizadas e conversas intermináveis. Ao Rafa, pelo imenso carinho, ajuda e paciência. Aos amigos que me ajudaram nessa etapa. À Gabi Lotuffo, pelo contato com a fábrica Crosslam e conhecimentos sobre o CLT. À Liene, pelas segundas feiras de produção. À equipe do Bernardes pela compreensão. Ao MAPA Ateliê, por compartilharem suas experiências projetuais. Mais que tudo, dedico esse trabalho ao meu avô Manolo e a minha tia avó Nair (In memoriam) e ao meu pai, que me motivaram a fazer um projeto num bairro onde nasceram, viveram e traçaram suas histórias.

MUITO OBRIGADA!



ÍNDICE APRESENTAÇÃO

SEGUNDO PATAMAR

1. Introdução

4. Sistemas construtivos em madeira indus-

PRIMEIRO PATAMAR

2.

Escadarias urbanas 2.1 São Paulo e seu relevo acidentado 2.2 a escadaria como passagem, como espaço de lazer, como rua 2.3 mapeamento das escadarias de SP

3. Cidades criativas

3.1 projeto escadaria interativa do Cambuci

trializada 4.1 MLC 4.2 CLT 4.3 Workshop MAPA

TERCEIRO PATAMAR

5. Apresentação da área de estudo

5.1 o Cambuci 5.2. A região - leitura urbana 5.3. Estratégias projetuais

6. Referências

6.1 arquitetônicas 6.2 Bibliográficas

QUARTO PATAMAR

7. Projeto


imagem: Escadaria do morro da Providência, no Rio de Janeiro, pelo fotógrafo francês J.R.




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APRESENTAÇÃO A cidade não é o lugar do consenso. É o lugar do encontro com a diferença, onde as várias opiniões e os jeitos de ser convivem e criam um ambiente fértil e criativo. Um ambiente de encontro com situações e modos de viver inusitados, que divergem do nosso próprio modo de viver. É nesse contato com a diferença que podemos crescer, respeitar e vivenciar processos que nos deslocam e que nos tornam também sujeitos dos acontecimentos. Os espaços educam. Espaços criativos geram pessoas criativas. Nossa paisagem faz parte do que nós somos. A cidade construída através de uma lógica funcionalista mecaniza a vida, sem deixar espaço para a construção de um imaginário livre. As diferenças formas de viver já são por si um enorme campo de estudo dentro da cidade de São Paulo, seja pela sua geografia acidentada, suas conexões ora facilitadas, ora dificultadas, suas diferenças sociais e econômicas, suas construções variadas na forma, nos métodos construtivos, nos tamanhos,

nas configurações espaciais, nas relações com a própria cidade. A heterogeneidade do viver é, portanto um tipo de variação criativa, que tem como sujeito as pessoas que aqui vivem. Da favela aos condomínios fechados, dos prédios ocupados no centro aos edifícios murados, dos cortiços aos apartamentos empilhados. O arquiteto e urbanista tem como papel propiciar esses espaços de convívio e troca dentro da cidade, seja na sua mobilidade, na conexão entre suas diversas regiões, no desenho do espaço coletivo, da praça ao equipamento cultural e esportivo, da escola à rua. Da casa. Mais do que o último trabalho da vida acadêmica como graduando em arquitetura e urbanismo da Universidade de São Paulo, esse trabalho final representa uma vontade. A livre escolha de pesquisa instiga dentro de cada estudante um desejo pelo o que a cidade pode ser, o que ela pode propiciar e novas e inusitadas formas de ocupá-la.



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1. INTRODUÇÃO O TGI - “Trabalho de Graduação Interdisciplinar” - assim como era chamado antigamente na FAU o trabalho final de graduação, reluzia a uma proposta mais inspiradora do que um simples trabalho de conclusão de curso, pois insistia - pelo menos no nome - na formulação de um trabalho integrado nas diversas áreas do conhecimento da arquitetura. Acredito nessa capacidade da visão do arquiteto nas diversas óticas de estudo, em diversas escalas. Talvez porque esses cinco - ou mais - anos de curso nos ensinem a enxergar o homem e a cidade sobe diferentes aspectos, e relacioná-los às questões que muitas vezes ultrapassam o desenho do papel. Esse trabalho tem como objetivo a proposta de um projeto que una muitos dos ensinamentos que tive nesses anos que passei na FAU como forma de fechar um ciclo de aprendizagem e de fase acadêmica. A complexidade da declividade topográfica é algo que sempre me instigou durante os anos na faculdade. É o corte o grande revelador, pois a forma de se ocupar um terreno em desnível gera tantas possibilidades

e desenhos que ultrapassam o entendimento da planta. Surge, portanto a escadaria como uma das soluções de conexão viária aos pedestres. E toda escadaria tem seus vizinhos adjacentes. Mas como se relacionam esses vizinhos com a escada em si? Como são as aberturas - porta e janelas - e a relação desse corredor de degraus a céu aberto com seu entorno? Resolvi então buscar uma escadaria. Percorri projetos antigos e espaços antes visitados, que me trouxessem a lembrança de alguma fase da vida e despertassem em mim um sentimento de intimidade. E que, de alguma forma assinalassem algum problema urbano social em que na arquitetura tivesse uma resposta. Uma escadaria no bairro do Cambuci foi escolhida, entre as ruas Silveira Campos e Oliveira Lima, em meio a cortiços e crianças com um desejo de espaço público. Adicionada a essa busca, surgiu também o interesse pelo estudo de elementos e materiais construtivos não tradicionais e, nesse contexto, a madeira, cujas características


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estruturais sempre me interessaram durante a faculdade, se tornou uma grande aliada do projeto. Além da madeira laminada colada, presente em muitos projetos brasileiros atuais e principalmente na trajetória do professor Marcos Acayaba, surgiu uma imensa curiosidade pelo recente sistema construtivo conhecido como CLT. Este último material foi muito investigado no último semestre e tornou-se, sem dúvidas, o grande protagonista deste projeto. Num programa definido com habitações sociais, espaços de lazer e uma biblioteca pública, houve necessidade da utilização dos terrenos das casas do entorno. Desapropriar os cortiços e moradias para trazer de volta essa população para uma situação de mais dignidade, em um projeto que respeite o relevo e que gere espaços de encontro e de cultura. É importante notar que este projeto poderia ser implantado em qualquer parte da cidade de São Paulo - ou em qualquer outra cidade - que tivesse seu relevo acidentado

como uma dificuldade a ser resolvida sob a ótica da arquitetura. Mais que isso, um lugar que apresentasse os mesmos problemas de demanda por moradia, cuja rápida expansão urbana e contrastes sociais fossem presentes e geradores de uma precariedade habitacional de tal ordem. Tanto na escadaria do bairro Cambuci, quanto em qualquer outra escadaria pública, na cidade ou na periferia, no centro ou na favela, poderia haver espaço para a discussão de um desenho de espaço mais humano. Portanto, por mais delimitado que seja a região escolhida, ela se trata de um estudo de caso e uma experiência, mas que poderia ser aplicada, replicada e adaptada por toda a cidade em situações parecidas. O caderno se divide em quarto Patamares – ou quatro capítulos – que organizam o trabalho em temas: Escadarias Urbanas; a Madeira como Elemento Construtivo; o Lugar e suas motivações; e o Projeto, respectivamente.


imagem: uma escadaria pĂşblica em Positano, ItĂĄlia



PRIMEIRO

PATAMAR - escadarias urbanas



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2. ESCADARIAS URBANAS 2.1 SÃO PAULO. Por mais que esse projeto tenha um sítio bem delimitado, a discussão sobre a formação da cidade de São Paulo faz se essencial. Para entender a situação atual, vale ressaltar brevemente como se formou a cidade sob seus aspectos urbanísticos, geográficos e sociais. “O sistema de colinas que asilou o organismo urbano de São Paulo influiu profundamente na forma de expansão e no arranjo geral das ruas, avenidas e radiais da Metrópole. Preferidas pra a localização de ‘habitat’ urbano, através de todas as épocas da história da cidade, as colinas de São Paulo caracterizam sobremodo a paisagem metropolitana. A elas se devem, por outro lado, soluções urbanísticas especiais, tais como nossas tradicionais ladeiras e escadarias, os grandes viadutos e túneis.” (AB’SABÉR, Aziz. 2007, p. 14 e 15)

A estruturação da cidade de São

Paulo é, segundo seus mais importantes estudiosos, o resultado de um processo histórico que envolveu a ocupação urbana e a topografia do planalto paulista. Sua evolução urbana e estruturação metropolitana atestam quem a sua expansão foi sempre determinada seus eixos de comunicação, estradas, avenidas arteriais, trens, bondes. “(...)Já no inicio do século XX a cidade de São Paulo se havia constituído na forma de uma núcleo urbano relativamente estruturado com arredores articulados. (...) ao fechar do século XIX, a articulação do território central da cidade com seu entorno imediato ocorreu, pelo menos num primeiro momento, pela conjugação de um sistema de novos loteamentos residenciais sustentado pelos bondes, que eram naquele momento o seu principal sistema de transporte público. Apesar de incipiente, o transporte público ligou o núcleo centro às suas áreas de expansão, conectando as diferentes atividades urbanas à moradia


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e servindo tanto à casa burguesa quanto ao cortiços operário. Simultaneamente, a rede ferroviária já iniciava a organização dos arredores industriais e de habitação suburbana.” (MAYER, GROSTEIN e BIDERMAN, 2004, p.34) A cidade de São Paulo, entretanto, ainda é marcada por uma enorme carência de conexões. Enquanto sofria grandes surtos de urbanização, testemunhava o soterramento de seus rios e a expansão da população por todos os lados, a cidade se fragmentava social, urbana e economicamente. Essa crise de mobilidade que a cidade enfrenta atualmente, tanto no transporte motorizado quanto no transporte ativo (a pé) é, portanto, fruto dessa negligência nos planejamentos urbanos. São Paulo é hoje muitas cidades em uma. “Cidades” estas marcadas por traços geográficos, populacionais, urbanos, sociais, econômicos e culturais diversos, mas com inegável potencial de transformação.

2.2 A ESCADARIA COMO PASSAGEM, COMO ESPAÇO DE LAZER, COMO RUA Afinal, o que é uma rua? De acordo com a maioria dos dicionários da língua portuguesa, rua é “substantivo feminino 1. via pública urbana, ger. ladeada de casas, prédios, muros ou jardins. 2. p.met. centro dessa via, onde transitam os veículos.” A rua é o palco da vida urbana, onde a interações pessoais acontecem. A vida acontece à pé. Caminhar é um meio de transporte, mas também um início potencial ou uma ocasião para outras atividades. Pois porque é então que essa palavra está sempre tão associada ao veiculo? A partir dos anos 1960, em São Paulo e em muitas cidades no mundo, o veículo privado passou a ser um grande meio de transporte usado pelas pessoas que viviam em cidades.


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O modernismo teve enorme influência, com sua visão de cidade como máquina e com suas partes separadas por usos. O planejamento das cidades passou a atuar muito mais sob a influência do tráfico de veículos que de pessoas. “Quando os urbanistas ambicionam mais do que simplesmente garantir que as pessoas caminhem e pedalem nas cidades, o foco se amplia de simplesmente propiciar espaço suficiente para a circulação, para o desafio, muito mais importante, de possibilitar que as pessoas tenham contato direto com a sociedade em torno delas. Por sua vez isso significa que o espaço público deve ser vivo, utilizado por muitos e diferentes grupos de pessoas.” (GEHL, Jan. 2015 p. 63) Segundo Jan Gehl, caminhar pela cidade permite um tempo mais longo para vivenciar aquilo que as áreas ao nível da rua têm a oferecer, e saborear a riqueza de detalhes e informações. As caminhadas

tornam-se mais interessantes e significativas, o tempo passa mais rapidamente e as distâncias parecem mais curtas. No entanto, em locais onde não existem espaços interessantes de transição - de entrada e saídas de pessoas, de trocas e fluxos urbanos do interior para o exterior, do público para o privado - ou onde as áreas térreas são fechadas e monótonas, a caminhada parece longa e pobre em termos de experiência. As cidades então não podem ser pensadas para os carros, pois o ritmo de encontro, de troca e interação humana e com a paisagem acontece na caminhada. E é no espaço público que essas interações acontecem. Uma vez que houve um aumento crescente do tráfico motorizado e da prioridade dada a ele, as políticas públicas esqueceram dos pedestres. “Ruas, praças, parques: os espaços públicos são essenciais ao bom ambiente urbano. As formas como são desenhadas e mantidas essas ‘salas de estar’ ao ar livre e, sobretudo, a interface


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que a dimensão privada à elas oferece - janelas, ‘olhos’, permeabilidades ao invés de muros, grades e barreiras - é determinante para a vivacidade do cenário citadino.” (LERNER, 2013, p. XII) Esse conceito de rua como sala de estar, se um lugar onde o contato social entre os moradores pode ser estabelecido, foi muito estudado pelo arquiteto e estudioso holandês Herman Hertzberger. Em muitos de seus conjuntos de habitação pela Holanda, os espaços comunitários foram muito bem projetados, de tal moro que funcionassem como uma rua. Rua essa que não serve para o tráfico motorizado, senão para a interação entre os vizinhos, para as brincadeiras de crianças, para o contato humano - uma rua como espaço de convivência. E os moradores foram se apropriando cada vez mais desses espaços. “O conceito da rua de convivência está baseado na ideia de que os moradores têm algo em comum, que tem expectativas mútuas, mesmo que

seja apenas porque estão conscientes de que necessitam um do outro.” (HERTZBERGER, 1991, p. 52) Poderia então uma escadaria pública ser uma rua? Subir escadas é mais difícil do que andar numa superfície plana e sempre que possível evitamos as escadas. Para muitos grupos da sociedade - idosos, deficientes físicos, crianças pequena - as escadas são uma evidente barreira física. Pode se tornar também uma barreira psicológica quando a perspectiva é de cansaço mesmo antes de começar a caminhada. Entretanto, é importante lembrar que São Paulo não é uma cidade plana e a escadas públicas aparecem como formas mais prática de conectar um ponto a outro. Quando são bem desenhadas e interrompidas por patamares, dividindo a subida em segmentos curtos, é como andar de “praça em praça” e o indivíduo não verá toda a escada em sua em sua exaustiva extensão. E ainda se houverem distrações para o olhar,


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com interação das fachadas do entorno com a escada em si, essa caminhada será mais prazerosa.

2.3 MAPEAMENTO DAS ESCADARIAS DE SP

A escadaria pode ser uma rua quando ela fornece ao pedestre uma caminhada segura e interativa, quando as casas, edifícios e comércios ao seu redor se voltam à ela e permitem uma certa permeabilidade visual e física. Quando a escadaria não funciona só como passagem, mas como palco das interações humanas na cidade.

Apesar de estarem espalhadas em toda a cidade, interligando bairros importantes e ruas principais, não há um trabalho significativo disponível sobre este tema, nem mesmo um banco de dados confiável com localização das escadarias e suas características. Assim, um mapeamento colaborativo online de escadarias urbanas da idade de São Paulo foi criado. Organizado pela ONG Cidade Ativa, esse projeto recebeu o nome de “Olhe o Degrau”, movidos pela vontade de aumentar o reconhecimento sobre estes espaços e permitir que pessoas percebam que as escadarias podem ser parte de suas rotinas diárias, sendo incorporadas como atalhos em rotas de pedestres. Além disso, entendendo como conectar escadas e a rede de calçadas existente, existe uma proposta de aumentar o uso do transporte ativo e reduzir o uso de automóveis particulares na cidade, amenizando a crise de mobilidade que São Paulo enfrenta


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atualmente.

Eles já realizaram alguns projetos de intervenção em algumas escadarias em São Paulo. A primeira intervenção foi em um escadaria no bairro de Pinheiros, que ligava a rua Cardeal Arcoverde com a rua Álvares Guimarães. Ela contou com a ajuda de colaboradores da ONG juntamente com moradores da região, de forma colaborativa e participativa.

imagem: screen shot da plataforma do projeto “Olha o Degrau”

Com uma plataforma de base Google Maps, qualquer pessoa pode contribuir nesse mapeamento, inserindo escadarias urbanas que conheçam, hajam passado ou tenham apenas consciência que existam. Ao inserir, você as classifica dentro de uma categoria – como, por exemplo: escadaria entre muros, escadaria zig-zag, escadaria em área verde, etc... - e se quiser pode adicionar fotos.

proposta do projeto da intervenção em Pinheiros




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3. CIDADES CRIATIVAS A cidade contemporânea por si só é um lugar criativo. A cidade se torna criativa a partir de quem vive, trabalha, constrói, ocupa e se diverte na imensidão geográfica e social que ela permite. Por mais histórias e marcos fixos que ela apresente, ela esta a todo o momento se transformando. E como Jan Gehl diria, “Nós moldamos às cidades e elas nos moldam”. “Partindo de seus primórdios, tendo por mote as artes e as indústrias criativas, a ideia de uma cidade criativa se transformou rapidamente, no inicio da década de 1990, para se tornar uma visão aspiracional e de empoderamento da cidade (...). Cidade criativa é, portanto, uma mensagem clara para estimular a abertura mental, a imaginação e a participação pública. Isso tem um impacto enorme na cultura organizacional.” (LANDRY, 2011, p. 13) – LIVRO CIDADES CRIATIVAS. Segundo o importante estudioso britânico e escritor de livros sobre o tema, Chales Landry, para ser criativa, a cidade

requer milhares de mudanças de mentalidade, criando condições para que as pessoas possam se tornam agentes da mudança, ao invés de vítimas dela. Importância dos ativistas e coletivos urbanos no papel de transformação nas cidades. “O pressuposto é que pessoas comuns podem fazer o extraordinário acontecer, se lhes for dada uma chance. A criatividade necessária depende do contexto. No século XIX, a criatividade urbana necessária tinha por foco temas como a saúde pública. No início do século XXI, está mais voltada a encontrar soluções criativas para questões como a mudança climática ou modos inventivos para o convívio das pessoas” (LANDRY, 2011, p. 13). Nesse âmbito, a arquitetura é uma ferramenta importante para criar identidade e criatividade em uma cidade. Ela pode propiciar espaços para conexões e encontro de pessoas, para a troca de ideias, para o bom convívio dos cidadãos. E ao mesmo tempo ela é a fase inicial


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de um ciclo de vida urbano que como etapa posterior vê se transformada pelas pessoas que ocupam, vivem, usufruem desses lugares. As cidades se transformam, transformam pessoas e as pessoas as transformam. “O arquiteto pode contribuir para criar um ambiente que ofereça muito mais oportunidade para que as pessoas deixem suas marcas e identificações pessoais, que possa ser apropriado e anexado por todos como um lugar que realmente lhes ‘pertença” (HERTZBERGER, 1991). O espaço público é primordial para dar contorno à cidade criativa, o que tem sido defendido incessantemente por Charles Landry. A necessidade valorizar, criar e recriar espaços púbicos, entendido como áreas apropriadas pela comunidade local, é o que de fato torna uma cidade ativa. Quando as governanças falham em estabelecer a dignidade desses espaços, entra o papel dos coletivos urbanos e ativistas.

Exemplos para isso são inúmeros e cada vez mais crescentes. E o uso de mecanismos de financiamento coletivo é uma forma de trazer apoio econômico a esses grupos, como é o caso do site “Catarse”. Um exemplo disso é a própria ONG Cidade Ativa mencionada acima e outro vamos ver logo em seguida.


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3.1 PROJETO ESCADARIA INTERATIVA DO CAMBUCI. Em meados de 2013, me envolvi em um projeto no bairro, que se desenvolveu de forma coletiva com arquitetos formados pela UNESP, Escola da Cidade e Mackenzie, os quais haviam se unidos na época com o propósito de abrir um Chapter da ONG norte americana Architecture for Humanity*. A formação da ONG não funcionou como previsto, mas resolvemos atuar como um coletivo de arquitetura, cujo primeiro projeto foi a intervenção em uma escadaria no Bairro do Cambuci, entre as ruas Silveira Campos e Oliveira Lima, em meio aos cortiços e crianças e um desejo de espaço público. Essa escadaria havia sido aberta por conta da instalação de uma tubulação da Sabesp, cuja obra desapropriou e partiu ao meio, dois cortiços e duas casas unifamiliares. Mesmo assim, ela virou passagem e espaço de lazer da região. Chegamos a essa escadaria por meio de um sociólogo que vivia em um dos cortiços da rua, e que nos procurou quando

descobriu a proposta do grupo. O projeto foi tomando forma a partir de ações colaborativas com os moradores do bairro. Foram feitos pesquisas, levantamento de campo, workshops e entrevistas. E o resultado foi um desenho de readequação/ reforma de baixo custo da escadaria, com implementação de mobiliários urbanos interativos que criassem diversos espaços de convivência. Todo esse projeto foi pensado de forma participativa com ação da comunidade nas decisões e ideias. A proposta foi levada para a prefeitura da Sé, mas até hoje nada foi feito, principalmente por falta de financiamento. Mesmo assim, o projeto “Escadaria Interativa do Cambuci” foi apresentado em 2013 na X Bienal de Arquitetura de São Paulo, no Sesc Pompéia, e teve uma repercussão muito positiva.


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O equipamento é dividido em quatro setores, através de patamares estendidos, voltado para faixas etárias e interesses diversos: escadas verde, cultural, lúdica e interativa. O primeiro setor conta com canteiros próprios para hortas e paisagismo. Lá os moradores podem plantar e colher para uso próprio, ao mesmo tempo que aprendem mais sobre agricultura e a vegetação. O segundo ambiente protagoniza a biblioteca, algumas mesas de estudo e um projetor de filmes, que permitem o uso da escadaria à noite. No terceiro espaço, caracterizado pela escada lúdica, está o playground infantil. As crianças podem escolher descer a escada pelo escorregador e também conta com uma sala de aula a céu aberto, pronta para acolher os curiosos e os dispostos a ensinar e aprender. Por fim, o quarto setor representa um espaço de lazer para todos se reunirem, que pode ser utilizado para fazer um churrasco, sentar e passar o tempo.

foto acima: Atividade realizada com as crianças do bairro, moradoras dos cortiços adjascentes


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nesta página, imagem acima: 4 tipologias de uso na página ao lado, imagem acima: pesrpectiva da intervenção


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foto da maquete para exposição da Bienal de Arquitetura de São Paulo




SEGUNDO

PATAMAR - A MADEIRA COMO ELEMENTO CONSTRUTIVO



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4. SISTEMAS CONSTRUTIVOS EM MADEIRA INDUSTRIALIZADA A madeira é um material orgânico com origem no tecido formado pelas plantas lenhosas. É um material naturalmente resistente e relativamente leve, o que permite a sua utilização para fins estruturais e de sustentação de construções. É, certamente, um dos mais nobres e antigos materiais de construção utilizados pelo homem. O início da sua aplicação em construções se dá no período Neolítico, no qual o homem começa a dar os seus primeiros passos na agricultura. Desde esta época, quando se dá o fenómeno da sedentarizarão, o homem sente a necessidade de construir abrigos para se proteger, utilizando, para tal, os materiais e utensílios que tinha à sua disposição na natureza. A madeira, sendo leve, resistente, fácil de talhar e aparecendo em abundância com comprimentos e diâmetros variáveis, deu ao homem a possibilidade de abandonar a caverna e começar a construir as mais elementares estruturas de madeira. “A arquitetura em madeira, partindo destes princípios, foi evoluindo, passando

por uma fase de construção popular, alcançando níveis surpreendentes e de grande realização à medida da evolução do desenvolvimento tecnológico. Nos nossos tempos, podemos admirar extraordinários exemplos de arquitetura em madeira, em diversas zonas do globo.” (COSTA, 2013). A utilização da madeira foi evoluindo paralelamente com os progressos tecnológicos, transformando-se até ao início do século XX, em um dos principais materiais de construção. Porém, o nível de evolução, até então atingido, pareceu não permitir maiores progressos. Este fato está, sem dúvida, relacionado com o aparecimento do concreto armado, que permitiu, simultaneamente, não só acompanhar as exigências do desenvolvimento industrial, como também conduzir ao aparecimento de modernas e arrojadas estruturas, apoiadas no constante aperfeiçoamento do cálculo e do conhecimento das propriedades dos materiais. Esta realidade traduziu-se num crescente declínio da utilização da madeira como principal material de construção.


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Apesar de não tão explorada como o concreto, a madeira continua sendo um importante material construtivo e, aliado aos desenvolvimentos tecnológicos das últimas décadas, muito pode ser criado em termos técnicos e de manufatura. A industrialização da madeira abriu portas para uma enorme evolução tanto na qualidade do material quanto na ampliação de possibilidades de usos que esse material propicia, contribuindo também para o surgimento de elementos préfabricados para o uso na construção civil.

“Com o crescimento da consciência ecológica e com a aplicação da ciência à construção, o Homem passa a compreender melhor e aprende a corrigir o comportamento de alguns sistemas construtivos do passado, que se mostram atualmente bastante mais compatíveis com o equilíbrio dos ecossistemas do que os atuais sistemas construtivos amplamente implementados e disseminados.” (COSTA, 2013).

As construções em madeira são classificadas em três grandes tipos: casas de troncos (Loghomes), casas com estrutura em madeira pesada (Heavy Timber) e casas com estrutura em madeira leve (Light Framing). No entanto, mais recentemente foram criados novos sistemas que, pelo seu grau de desenvolvimento e tecnologias utilizadas, não podem ser englobados nos tipos enunciados, tais como as Estruturas Pré-Fabricadas. Deste último grupo encontra-se a madeira laminada colada e a madeira lamelada colada cruzada.

Existe, portanto, uma consciência ecológica por trás do uso desses sistemas. Durante o crescimento de uma árvore, através do processo de fotossíntese, ela absorve e estoca gás carbônico. Por esse motivo, diz-se que a árvore “sequestra” CO2 da atmosfera e o armazena até que esta sofra deterioração natural ou queima, liberando todo o CO2 de volta ao ar. No caso do manejo sustentável, essa árvore pode ser retirada antes dessa deterioração natural e, assim, ser reutilizada no mesmo formato ou em outros produtos, aumentando o ciclo de vida do material.


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“Como os gastos de energia e emissões de gases efeito estufa durante as etapas de processamento industrial são baixos, a madeira é considerada um material de baixa energia incorporada. Ou seja, os processos de cultivo, extração, processamento e transporte demandam pouco gasto de energia e consequentemente, produzem menor quantidade de emissões, especialmente quando comparados a outros materiais empregados na construção civil” (PASSARELLI, 2013). Em 2011, a área ocupada por plantios florestais de Pinus e Eucalipto no Brasil totalizou 6.515.844 ha, se destacando em área de plantio os estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Bahia, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. A madeira Pinus possui grande facilidade e rapidez de usinagem, excelente penetração e interação com adesivos, e grande retenção de tratamentos preservantes. Além disso, a espécie Pinus oocarpa – uma das espécies

mais utilizadas nos trópicos – tem sua madeira dura e resistente, de alta qualidade para produção de peças estruturais industrializadas da construção civil, como o MLC e o CLT.


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4.1 MADEIRA LAMINADA COLADA - MLC A Madeira Laminada Colada – MLC é um produto formado a partir de lâminas de madeira unidas entre si por um adesivo à prova d’água, certificado para uso estrutural. Surgiu há mais de 100 anos como produto industrial na Alemanha e, desde então, vem sendo utilizado em todos os tipos de estruturas, de pontes a residências; de estádios a edifícios. Utilizando pequenos pedaços de madeira para formar uma peça maior, resistente e durável, a MLC permite um uso racional das florestas plantadas, garantindo assim a sustentabilidade no fornecimento.

“A Madeira Laminada Colada é um produto industrial obtido da união de duas técnicas, a técnica da lamelagem e a técnica da colagem. A colagem é feita em pequenas peças de madeira (denominadas lamelas) de modo a formar um grande elemento estrutural. A junção entre topos das lamelas resultam no comprimento total da viga;

já a altura e largura desejadas na peça de MLC são obtidas pela colagem face a face e borda a borda dessas lamelas, respectivamente. As fibras da madeira ficam dispostas paralelamente ao eixo da peça, possibilitando formam elementos retos ou curvos.” (ICIMOTO, 2013). O processo para a fabricação de uma viga de MLC consiste nas seguintes etapas: 1 - Serraria, onde se preparam as tábuas; 2 - Secagem das tábuas em estufa; 3 - Classificação das tábuas para a espessura da viga; 4 - Emendas no comprimento da viga pelo sistema fingir - joint; 5 - As tábuas são coladas umas sobre as outras, conforme a altura da viga em uma prensa; BENEFÍCIOS: - Grandes envergaduras: ela é caracterizada por uma alta capacidade de carga e um baixo peso


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próprio, o que nos permite componentes de pequenas dimensões e grandes envergaduras; - Formas livres: a MLC proporciona uma grande flexibilidade que permite curvaturas, arqueamentos e dobradas em sua forma; - Alta resistência ao fogo: uma estrutura de MLC é mais segura que um aço desprotegido em caso de incêndio. Nesses casos, a camada carbonizada é formada ao redor do núcleo, reduzindo a entrada de oxigênio e calor, atrasando assim o colapso; - Material natural e processado: devido às técnicas de secagem e homogeneização da matéria-prima, a MLC tem uma estabilidade consideravelmente maior do que outras madeiras para construção; No fim dos anos de 1980 e início dos anos de 1990, o arquiteto e professor brasileiro Marcos Acayaba passou a trabalhar com a madeira industrializada, a partir de estudos juntamente com o engenheiro Hélio Olga, dono da construtora Ita. A primeira obra de destaque

nesse segmento foi a residência Hélio Olga, cujo grande desafio foi trabalhar um terreno com mais de 100% de declividade, o que traria sérios riscos de erosões e impossibilitaria a implantação de um canteiro de obras tradicional. E nesse momento a madeira laminada colada surgiu como uma grande solução de projeto e de construção. Logo, outras geometrias foram adotadas e estudadas pelo arquiteto, a partir da modulação triangular. A casa Baeta e a Casa Iporanga são exemplos disso, ambas montadas com pilares e vigas de madeira laminada colada e conexões e tirantes de aço, tudo produzido numa fábrica Ita. Essa configuração triangular se viu muito eficiente por tornar a estrutura naturalmente auto-travada, permitindo a criação de espaços articulados ou contínuos, uma sucessão de bay-windows, e grande integração interior-exterior.


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acima, esquema estrutural da casa HĂŠlio Olga e ao lado, foto da casa em Iporanga, ambos projetos de Marcos Acayaba


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4.2 CROSS LAMINATED TIMBER CLT O Cross Laminated Timber, ou madeira lamelada colada cruzada, é um material que nasceu em Zurique, Suíça, em 1990, mas foi desenvolvido posteriormente na Áustria, através da cooperação entre a indústria e a universidade. Uma das empresas pioneiras na fabricação do CLT foi a empresa austríaca KLH, fundada por Heimo de Monte e Wolfgang Weirer, em 1998, depois de vários anos de pesquisa e estudos desenvolvidos em parceria com a Graz University of Technology. Este material baseia-se no mesmo conceito de colagem de várias camadas de tábuas (lamelas) de madeira maciça utilizado na produção de madeira laminada colada, mas que, no caso do CLT, cola camadas sucessivas com tábuas dispostas ortogonalmente. A configuração cruzada das lamelas de madeira permite atingir capacidades de resistência e rigidez mais elevadas, que resistem às cargas, tanto de compressão

como de tração. Isso melhora as propriedades estruturais dos painéis, através da distribuição de força ao longo das fibras da madeira em ambos os sentidos, o que praticamente elimina qualquer retração significativa ou deformação dos painéis. Podem suportar grandes cargas, possibilitando construções com vários pavimentos. Processado (cortado, fresado e usinado) por um maquinário de corte de CNC, que traz a precisão da indústria mecânica para o novo ambiente da arquitetura e engenharia, facilitando muito a compatibilização das várias camadas do projeto. Este material, com elevada capacidade de carga, em conjunto com o reduzido peso próprio, permite elementos de elevada esbelteza, mesmo para vãos de grande dimensão. Em comparação com outros tipos de sistemas estruturais, frequentemente usados na construção, este sistema oferece novas possibilidades em termos de transferência de carga. Ao contrário dos sistemas porticados em que as cargas são transmitidas predominantemente em fluxos unidirecionais, nas estruturas em painéis de


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CLT, os elementos comportam-se como placas, de forma que a transmissão da carga seja feita bidirecionalmente. Uma das inovações desse sistema é a produção de elementos em painéis, que podem servir como paredes, lajes e coberturas. Os painéis podem conter entre três e sete camadas, possuindo sempre um número de camadas ímpar, de modo a criar um eixo de simetria na camada central. O comportamento dos edifícios de CLT em altura, quando sujeitos às ações sísmicas, tem vindo a ser alvo de alguns estudos experimentais, que têm provado que esse tipo de edifício possui um desempenho bastante satisfatório, apesar de muito dependente do tipo de ligações utilizadas. O CLT apresenta, também, um excelente desempenho a nível acústico e térmico e um bom comportamento face à ação do fogo. “O CLT é um material que conjuga vantagens relacionadas

com o processo de construção do edifício, com vantagens relacionadas com a própria concepção do projeto. Primeiro, o sistema construtivo reduz o tempo de construção e aumenta a segurança em obra, o que resulta numa consequente diminuição de custos. Segundo, a produção dos elementos em fábrica, permitida pelo reduzido peso dos materiais, torna o processo de construção simples, rápido e silencioso, sendo possível construir o edifício apenas com o auxílio de uma grua, um plano de montagem e mãode-obra especializada em carpintaria. Os painéis chegam à obra prontos a aplicar, ou seja, já “rasgados”, conforme especificado no projeto, o que diminuiu substancialmente os resíduos em obra.” (COSTA, 2013). A Crosslam, fábrica do grupo CG Sistemas Construtivos, iniciou suas atividades com o CLT há pouco mais de três anos e até o momento é a única empresa no Brasil que


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o produz. Desde então, já realizou dezenas de trabalhos com o material, variando entre residências, estúdios, arquibancadas, igrejas, entre outros. Ela se localiza na cidade de Suzano, a pouco mais de uma hora de São Paulo, e atua prestando serviços de engenharia, gestão de projetos, assistência técnica, distribuição do produto e logística.

4.2.1 PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO PAINEL SELEÇÃO DA MADEIRA A madeira, antes de aplicada, é cuidadosamente escolhida, respeitando os valores técnicos exigidos pelas normas de controle e qualidade. Todas as lamelas são sujeitas a um tratamento de triagem visual e mecânica, bem como a medição de humidade. Na produção de painéis, são aceitas diferentes tipos de madeira, desde que as suas características respeitem os limites normativos exigidos para as características mecânicas. Os tipos de madeira aceitáveis para a produção de painéis são: pinho, eucalipto, abeto e choupo. Na fábrica da Crosslam, se utiliza, na grande maioria das vezes, o Pinus da variedade Taeda, e, sob consulta, o Eucalipto da variedade Grandi.


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SECAGEM DA MADEIRA A madeira é seca em estufa até atingir um teor de 12% +/- 3% de umidade, que é o adequado para a perfeita aderência, a fim de evitar variações dimensionais posteriores e fendas superficiais. DEFEITOS Após uma minuciosa avaliação visual de qualidade, defeitos, tais como sobras de resina, grandes nós, nós soltos ou pedaços de casca são removidos.

camada de placas semelhantes, suprajacente e com orientação perpendicular à da camada subjacente. Esse processo já estabelece o comprimento final da placa. COLAGEM E PRENSA A colagem é feita com a utilização de resina adequada, como por exemplo, Purbond (HB 110, HB 530), isenta de solventes, orgânicos voláteis e formaldeído, e sem produção de odores. Este processo permite o contato humano sem risco para a saúde. A cola é aplicada de modo automático e cobre toda a superfície da placa.

FINGER JOINT As lâminas são, então, emendadas para obter os padrões desejados para a qualidade da madeira. MONTAGEM DOS PAINÉIS Após a colocação de várias placas de madeira, lado a lado e orientadas numa mesma direção, procede se à colagem dessas com uma nova

Após o processo de colagem das lamelas, estas são prensadas verticalmente e horizontalmente em uma grande prensa a vácuo a uma pressão de 6MN/m2, fazendo com que as várias camadas fiquem rigorosamente coladas, formando um painel maciço monolítico. CORTE E FRESAMENTO Os painéis prensados são cortados na medida


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de acordo com as especificações iniciais, finalizando o trabalho por um Pórtico CNC. Desse modo é possível “rasgar” rigorosamente os elementos, conforme as indicações de projeto, e diminuir os resíduos em obra. Essa máquina, com 03 cabeçotes e 05 eixos, é capaz de moer e recortar praticamente qualquer especificação ou solicitação de um designer.

ESPECIFICAÇÕES DA CROSSLAM MATÉRIA PRIMA Madeira de Pinus Taeda seca em estufa, com 12% +/- 3% de umidade, podendo ser tratada em autoclave com CCB, ou com imersão em solução de Boro (neste caso o produto acabado). Em casos específicos, e a pedido, pode ser utilizada madeira de Eucalipto Grandis, e, em assim sendo, com tratamento superficial com Cipermetrina (inseticida). ADESIVO À base de poliuretano, monocomponente, livre de formaldeídos, com teor de sólidos de 100%, certificado para uso estrutural e à prova d’água. TAMANHOS Os painéis podem ser de 03, 05 ou 07 camadas (lamelas), variando de 57 mm a 250 mm de espessura. Mínimo tamanho produzido: 2.440mm de largura X 8.050mm de comprimento Máximo tamanho produzido: 3.000mm de largura X 12.000mm de comprimento

foto do processo de fabriicação do CLT, na fábrica Crosslam


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4.2.2 MONTAGEM EM OBRA A montagem simples de paredes e lajes por encaixe reduz o número de possíveis fontes de erros durante a construção, e como essa é feita praticamente a “seco” permite, quase que simultaneamente, a instalação de outros sistemas técnicos e a aplicação de revestimentos interiores e exteriores.

de componentes de CLT da empresa austríaca KLH, a primeira e mais importante empresa do ramo. - LIGAÇÃO DO CLT COM FUNDAÇÃO DE CONCRETO

Este material apresenta grandes vantagens na fase de construção. Além de exigir uma área mínima de canteiro, necessita de equipamentos pouco ruidosos, de pouca produção de pó, minimizando o impacto negativo da construção, perante as comunidades envolventes. As eficazes ligações dos elementos de construção são essenciais para o bom funcionamento deste sistema construtivo. A seguir, algumas sugestões de soluções tipo, uma vez que as soluções a adotar (tipo de conectores/número de conectores por metros lineares de parede) deverão ser avaliadas projeto a projeto. Elas provém de um catálogo

Legenda: 1 - Painel parede de CLT; 2 - Cantoneira para ligação; 3 - Tela impermeabilizante; 4 - Parafuso; 5 – Soleira em concreto armado; 6 - Placa de material resiliente.


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- LIGAÇÃO PAREDE C/ SOLEIRA ELEVADA

Legenda: 1 – Painel parede CLT; 2 – Placa metálica de ligação; 3 – Soleira em concreto armado; 4 - Parafuso ligação vertical; 5 – Trave de madeira maciça p/ assentamento de painéis; 6 – Material resiliente de assentamento.

- LIGAÇÃO PAREDE INTERIOR - PAREDE EXTERIOR - LAJE

Legenda: 1 - Ligação de painéis com parafuso pelo exterior; 2 - Ligação de painéis com parafuso pelo interior; 3 - Cantoneira com parafusos; 4 - Parafusos roscados ligação vertical.


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- LIGAÇÃO PAREDE EXTERIOR – PAREDE EXTERIOR - LAJE

- LIGAÇÃO ENTRE COBERTURAS INCLINADAS

Legenda: 1 - Ligação de canto com parafuso; 2 - Painéis de parede; 3 - Material resiliente de assentamento; 4 - Parafusos roscados ligação vertical; 5 - Cantoneira com parafusos.

Legenda: 1 – Direção da camada externa direção do painel CLT; 2 – Zona de ligação de painéis; 3 – Parafusos rosqueados de ligação entre painéis; 4 – Transferência de forças de corte.


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- LIGAÇÃO ENTRE COBERTURAS INCLINADAS

- LIGAÇÃO ENTRE PAREDES INCLINADAS

Legenda: 1 – Parafuso com posição perpendicular ao painel; 2 – Força provocada pela ligação dos painéis e anulada pela introdução dos parafusos; 3 – Superfície de apoio com ângulo normal na direção das cargas principais; 4 – Painéis CLT.

Legenda: 1 – Painéis CLT 2 – Parafuso com posição perpendicular ao painel; 3 – Zona de ligação de painéis;


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- LIGAÇÃO ENTRE COBERTURAS PLANAS E PAREDES

‘ Legenda: 1 e 5 – Painel cobertura CLT/Painel laje; 2 – Tolerância entre final do painel e parafuso roscado; 3, 8 e 12 – Painel parede CLT; 6 e 10 – Parafuso roscado vertical; 4 e 7 - Parafuso roscado inclinado; 11 – Largura do mecanismo de encaixe; 13 – Junta de dilatação.

- LIGAÇÃO PAINÉIS DE LAJE

Legenda: 1 - Ligação entre painéis; 2 – Material resiliente elástico; 3 – Trave de madeira de ligação; 4 – Painel laje; 5 - Parafusos rosqueados verticais.


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- TRAÇADO DE CORTES VERTICAIS E FURAÇÕES PARA PASSAGEM DE CABOS ELÉTRICOS

- TRAÇADO DE CORTE HORIZONTAL NA LAJE PARA PASSAGEM DE E INSTALAÇÕES

Legenda: 1 – Rasgos horizontais com corte dos estratos verticais, só possível após verificação da estrutura; 2 – Rasgos na direção vertical; 3 – Distância mínima da borda 10cm; 4 – Interruptores; 5 – Furação p/ acesso aos interruptores; 6 – Corte no topo do painel.

Legenda: 1 – Abertura vertical no painel (courette); 2 – Painel de laje CLT; 3 e 4 – Ranhura horizontal para passagem de tubações (apenas até à primeira camada transversal).


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“Na construção de edifícios em CLT, é possível combinar diferentes materiais de revestimento nas fachadas. Para tal, é necessário garantir níveis de ventilação dessas fachadas que serão tanto maiores quanto maiores forem as densidades dos materiais de revestimento. Devese igualmente proceder à aplicação de barreiras para-vapor, corretamente dimensionadas, de forma a proteger os painéis de madeira de condensações e possíveis problemas de degradação precoce.” (COSTA, 2013). A montagem, dependendo da escala do projeto, pode ser realizada tanto na fábrica e levada ao canteiro por meio de um caminhão – como é o caso do projeto da MINIMOD do escritório MAPA – quanto montada em obra. Nesse último caso, e mais comum, as placas são levadas por meio de caminhões e, com auxilio de uma grua, são erguidas e montadas com uma mão de obra especializada.


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transporte da MINIMOD, já montada em fábrica, para o canteiro.

montagem em obra, pela Crosslam, de uma casa em CLT, através de um guindanste.


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4.3 WORKSHOP MAPA Na busca por aprofundar a pesquisa sobre projetos, processos e tecnologias aplicadas à arquitetura, os arquitetos do coletivo binacional Mapa (formado por brasileiros e uruguaios) organizaram o LAB. PREFAB - “investigação sobre madeira digital”, em São Paulo nos dias 4 a 8 de julho. O workshop foi destinado a estudantes de arquitetura, arquitetos e demais interessados. Parte da ideia da pré-fabricação aliada à produção customizada a partir do painel de madeira – daí vem a expressão “madeira digital” que dá nome ao curso. O CLT foi o grande protagonista deste workshop, vastamente explorado pelo escritório e utilizado em algum de seus projetos, como a MINIMOD e a casa em Catuçaba, um dos quatro projetos selecionados para representar o Brasil na Bienal de Arquitetura e Urbanismo. O programa foi dividido em quatro fases: ateliê, fábrica, exposição e instalação. O ateliê se destinou às apresentações e

às conferências introdutórias, seguida por workshop de projeto em dinâmica de grupo. A visita à fábrica da Crosslam em Suzano, SP, teve como objetivo conhecer todo processo de fabricação do CLT, com apresentação técnica e prática. Já a exposição, no último dia, fechou a etapa de projetos com a apresentação e defesas das propostas diante de um júri. Ao final, uma das propostas foi escolhida a representar o Lab. Prefab e será produzida em escala 1:1 pela Crosslam. O workshop surgiu pela vontade do coletivo em explorar a experimentação e construção intelectual de forma coletiva, a partir da pré-fabricação da madeira não só como facilidade construtiva, mas também como linguagem visual e paisagística do escritório. A madeira digital, que tem um dos seus exemplos no CLT, coloca a madeira como grande protagonista na construção dos processos de industrialização, não mais por sua capacidade de repetição, mas sim de customização que o maquinário atual permite.


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Dessa forma, parte-se do pressuposto que a industrialização da construção deve ser operacionalizada pela produção seriada de conjuntos completos, e não pela repetição de elementos simples. “Podemos fazer uma analogia entre a imprensa mecânica e a digital: na digital o custo de imprimir mil vezes a mesma página ou uma página diferente é o mesmo. Assim, dizemos que intervir em um painel de madeira com uma CNC, sempre de diferentes maneiras, é como produzir séries repetitivas. Isso abre caminho para a customização total”. MAPA



TERCEIRO

PATAMAR - O LUGAR E SUAS MOTIVAÇÕES



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5. APRESENTAÇÃO DA ÁREA DE PROJETO 5.1 O CAMBUCI

Conhecido desde o século 16, o Cambuci é um dos bairros mais antigos da cidade que se têm registro. Pouco depois da proclamação da Republica, a grande maioria das chácaras paulistanas localizadas nas proximidades do centro começou a ganhar alamedas, arruamentos, avenidas e até praças públicas. O centro começou a se expandir. No passado, a região era considerada uma divisa entre a cidade e a zona rural. O que separava essas zonas era um córrego que existiu no lugar onde hoje é a Rua dos Lavapés. Lá, para os tropeiros e viajantes que entravam na cidade pela baixada da Glória, era hábito lavar os pés e dar de beber aos animais antes de seguir para a zona urbana. A construção do Museu do Ipiranga (Museu Paulista), em 1890, e da linha de bonde que atravessava o Cambuci, ligando o centro da cidade ao museu, valorizou as chácaras da região que começaram a ceder espaço à exploração imobiliária. Nesta mesma época,

com a chegada de imigrantes europeus, principalmente espanhóis e italianos, começou a ampliação do limite urbano no Cambuci, com a abertura e calçamento de ruas, surgimento da iluminação pública e a construção das casas. Várias fábricas também começaram a ser instaladas na região. O comércio teve um crescimento rápido, e o largo foi se transformando em um importante lugar da cidade. Os moradores do Cambuci convivem hoje com edifícios, pequenas casas da década de 1950, decadentes cortiços fadados à demolição e com novos empreendimentos do setor imobiliário. Ainda restam algumas fábricas e grandes gráficas. Não diferente da maioria dos bairros centrais paulistanos, o Cambuci foi e continua sendo palco de uma grande precariedade habitacional. “A desigualdade social gera inúmeros problemas em diversos aspectos, inclusive na questão habitacional. Os cortiços são parte deste problema, uma vez que neles,


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os moradores são explorados pelos sublocadores ou intermediários, tendo que pagar altos preços de aluguel em relação à pouca metragem quadrada e às péssimas condições de insalubridade.” (SOUZA, 2011) Os cortiços, assim como as ocupações centrais, lidam mais com uma questão da vulnerabilidade mais visível da porta para dentro do que da porta para fora. Isso porque, por estarem em zonas do centro ou centro expandido, contam com mais acesso aos equipamentos públicos, eixos de transporte e áreas de lazer, se comparadas com a mesma oferta nas periferias. A preferência, entretanto, pela proximidade ao centro, afeta a qualidade do viver. “A palavra cortiço apareceu mesmo antes da popularização do termo operário e da expressão casa operária. Mesmo porque o cortiço não era bem uma casa, mas um conjunto de habitáculos singelos onde havia a superposição total de todas as funções

da habitação, simples resguardo, meros asilos precários e providenciais abrigos... vários cômodos completados por uma ou duas instalações sanitárias e alguns tanques para lavagem de roupa. A repetição sistemática dessas acomodações de mesmos tamanhos surgiu, por catacrese, a denominação cortiço, a moradia das abelhas caracterizada pela sucessão de alvéolos de mesmo formato e tamanho.” (LEMOS, 1998, in SOUZA, 2011, p. 41) Com um desnível topográfico de 20 metros e mais de 300 m², a escadaria se encontra entre as ruas Silveira Campos e Oliveira Lima, inserida no bairro do Cambuci, mais a leste, já próxima à linha ferroviária Mooca. Essa região conta com uma grande comunidade de cortiços que abrigam aproximadamente 416 pessoas - segundo os dados obtidos no projeto colaborativo de 2013.



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5.2. LEITURA URBANA (MAPAS E ANÁLISE) A partir do projeto de 2013 apresentado acima, busca-se voltar à área da escadaria e propor um desenho urbano de readequação à mesma e ao seu entorno, que incluía o programa de habitações sociais e equipamentos públicos. O trabalho tem como objetivo principal o estudo e exercício de projeto de intervenção em uma área específica no Bairro do Cambuci - que engloba a escadaria e seus terrenos adjacentes - com a proposta de melhorar as condições de vida do bairro, tanto na esfera da vida pública coletiva, com o desenho da escadaria e da biblioteca, quanto na esfera do individual, no projeto da habitação social, e a relação entre as duas.

subprefeitura da Sé




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imagem de cima: vista da entrada da escadaria pela rua Silveira Campos imagem de cima: vista da entrada da escadaria pela rua Oliveira Lima


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cortes transversais da escadaria atual


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escadaria

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Santorini, GrĂŠcia



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6. REFERÊNCIAS 6.1 REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS


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habitação

Habitação social para a favela da Linha | Base 3 arquitetos São Paulo

Conjunto residencial Maria Cândida Pareto | Sérgio Bernardes Rio de Janeiro, 1970


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Mountain Dwellings | BIG Copenhagen, 2008

Competição Habitação Social de Alvenaria | Fala Atelier Portugal


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equipamento público - biblioteca

Renzo Piano Building Worshop | Renzo Piano Punta Nave (Genoa), Italia, 1989/1991

Jardim de Infância Hakusui | Yamazaki Kentaro Design Workshop Chiba, Japão, 2014


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BBC Scotland, an indoor public space | David Chipperfield Architects Glasgow, 2001-2007

NHL University Leeuwarden | Herman Hertzberger Leeuwarden, Holanda , 2004-2010


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espaço público - escadaria

projeto desconhecido

revitalização da escadaria que liga a rua Cardeal Arcoverde com a Alver Guimarães | ONG Cidade Ativa, 2014


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High Line | James Corner Field Operation and Diller Scofidio + Renfro New York

novo desenho da Ladeira da Barroquinha | METRO arquitetos Centro de Salvador, 2013


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construções em madeira

New Monte Rosa Hut | ZERMATT Monte Rosa ETH Zurich, 2009

MINIMOD Catuçaba | MAPA arquitetos Fazena Catuçaba, SP, 2015


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Centro de Design e Inovação | Michael Green Architecture British Columbia, Canadá, 2014

Stadthaus, Murray Grove - o edifício residencial moderno mais alto de madeira do mundo | Waugh Thistleton Londres, 2009


Masuleh, Iran. Onde as ruas sĂŁo construĂ­das na cobertura das casas subjascentes.



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6.2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AB’SÁBER, Aziz Nacib. Geomorfologia do Sítio Urbano de São Paulo. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2007. ARCHITECTURE FOR HUMANITY (editor). Design like you give a damn: architectural responses to humanitarian crises. New York: Metropolis Books, 2006. “Cortiços – A Experiência de São Paulo”. Prefeitura do Município de São Paulo, SEHAB, São Paulo, Superintendência de Habitação Popular, 2010. COSTA, Ana Alexandra Pontes. Construção de Edifícios com Cross Laminated Timber (CLT): Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 2013. GEHL, Jan.Cidades para as pessoas. São Paulo: Perspectiva,2013 HERTZBERGER, Herman. Lições de Arquitetura. . São Paulo: Martins Fontes,2015

ICIMOTO, Felipe Hideyoshi Icimoto. Dormentes em Madeira Laminada Colada de Pinnus oocarpa. Dissertação de mestrado em engenharia.Faculdade de Engenharia Civil de São Carlos da Universidade de São Paulo. JACOBS, Jane. Morte e vida das grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes,2007. MEYER, Regina Maria Prosperi. São Paulo Metrópole / Regina Maria Prosperi Mayer, Marta Dora Grostein, Ciro Biderman. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Impensa Oficial do Estado de São Paulo, 2004. PASSARELLI, Rafael Novaes. Cross Laminated Timber: Diretrizes para projeto em painel maciço de madeira no Estado de São Paulo . Dissertação de mestrado. Universidade de São Paulo, São Carlos, 2013. PER, Aurora Fernández e MOZAS, Javier. Strategy and Tactics in Public Space (English and Spanish Edition). A+t 3, 2012 Relatório Geral do Programa de atuação em Cortiços – CDHU, Governo de São Paulo


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REIS, Ana Carla Fonseca, KAGEYAMA, Peter. Cidades Criativas: Perspectivas. São Paulo: Garimpo de Soluções, 2011. SILVA, Helena Menna Barreto. Habitação no Hentro de SP: Como Viabilizar essa Idéia?. São Paulo, LabHab/FAUUSP. SOUZA, Thais Cristina Silva de. Cortiços em São Paulo: Programas/ Vistorias / Relatos. Dissertação de mestrado FAUUSP, 2011. CATÁLOGO KLH de CLT do site http://www. klhuk.com/ Site ITA Construtora www.itaconstrutora.com. br Site archdaily.com.br


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