Tese de Doutorado

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ANÁLISE DAS REDES SOCIAIS DE INCUBADORAS DE EMPRESAS LOCALIZADAS EM REGIÕES DE ALTA DENSIDADE TECNOLÓGICA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Renato Fonseca de Andrade

SÃO CARLOS 2009


UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ANÁLISE DAS REDES SOCIAIS DE INCUBADORAS DE EMPRESAS LOCALIZADAS EM REGIÕES DE ALTA DENSIDADE TECNOLÓGICA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Renato Fonseca de Andrade

Tese apresentada ao Programa de PósGraduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de São Carlos como parte dos requisitos para obtenção do Título de Doutor em Engenharia de Produção. Orientadora: Profa. Dra. Ana Lúcia Vitale Torkomian

SÃO CARLOS 2009


Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da Biblioteca Comunitária/UFSCar

A553ar

Andrade, Renato Fonseca de. Análise das redes sociais de incubadoras de empresas localizadas em regiões de alta densidade tecnológica do Estado de São Paulo / Renato Fonseca de Andrade. -- São Carlos : UFSCar, 2009. 253 f. Tese (Doutorado) -- Universidade Federal de São Carlos, 2009. 1. Uso de tecnologia (Administração da produção). 2. Incubadora de empresas. 3. Empreendedorismo. 4. Inovações tecnológicas. I. Título. CDD: 658.514 (20a)


PROGRAMA

DE PÓS-GRADUAÇAO

UNIVERSIDADE DEPARTAMENTO

EM ENGENHARIA

FEDERAL

DE

DE ENGENHARIA

sAo

DE PRODUçAo

CARLOS

DE PRODUçAo

Rod. Washington Luis, Km. 235 - CEPo 13565-905 - sao Carlos - SP - Brasil Fone/Fax: (016) 3351-8236/3351-8237/3351-8238 (ramal: 232)

Email:

ppgep@dep.ufscar.br

FOLHA DE APROVAÇÃO Aluno(a): Renato Fonseca de Andrade TESE DE DOUTORADO DEFENDIDA E APROVADA EM 04/09/2009 PELA COMISSÃO JULGADORA:

~~~"V'

Prof. r. Edemilson Nogueirà PPGEP/UFSCar

Prot. Dr. G CECAEI

.11._ Prof" D Êiclãne Silveira Porto i FEA-R1?/ SP »>:

Coordenador do PPGEP


Para Fabíola, Stefano e Isabella, que nos ensina a cada dia a importância de perseverar sempre. E para Giuliana.


AGRADECIMENTOS À Profa. Dra. Ana Lúcia Vitale Torkomian, minha orientadora, que soube transformar uma vida. À Profa. Dra. Emilia Luigia Saporiti Angerami, pelo estímulo permanente e contribuições fundamentais. Ao Prof. Dr. Mauro Rocha Cortês, pelas valiosas contribuições e por me apresentar às redes sociais. Ao Prof. Dr. Guilherme Ary Plonski, pela trajetória de vida e conhecimento sobre tecnologia e incubadoras, o que muito contribuiu com este trabalho. Ao Prof. Dr. Edemilson Nogueira, pelo conhecimento e apoio desde o início da vida acadêmica. À Profa. Dra. Geciane Silveira Porto, pela atenção e apoio na análise do trabalho. Aos docentes e alunos do DEP/UFSCar, que contribuíram direta ou indiretamente para o desenvolvimento desta pesquisa. Aos Conselheiros, Diretores, Gerentes e a todos os colegas do SEBRAE-SP, entidade que inspirou e apoiou o desenvolvimento deste estudo, pela ajuda em todos os sentidos, em todos os momentos. Ao Prof. Dr. Sylvio Goulart Rosa Júnior, pioneiro em Incubadoras Tecnológicas no Brasil, pelo exemplo de empreendedorismo e dedicação. A todos os entrevistados que com paciência e atenção foram fundamentais para a realização do trabalho. À UFSCar – Universidade Federal de São Carlos, pela infra-estrutura disponibilizada, em especial a Raquel e ao Robson pelo apoio em todas as etapas do Programa de Doutorado. À rede de amigos que contribuíram com materiais, informações e muito conhecimento. Aos meus pais, irmãos e ao José Roberto, que me apoiaram sempre. À amada Fabíola, que está sempre ao meu lado, em todos os momentos. À equipe de profissionais e cuidadores da área da saúde, em seu incansável apoio, que proporcionaram condições para dedicação ao trabalho. À sociedade brasileira, que contribuiu para que todos os recursos estivessem disponíveis.


ANDRADE, R.F. Análise das redes sociais de incubadoras de empresas tecnológicas do Estado de São Paulo. 2009. xxx f. Tese. (Doutorado em Engenharia de Produção) – Departamento de Engenharia de Produção, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2009. Investir no desenvolvimento de empresas inovadoras tem sido uma estratégia contemporânea adotada por países em busca de aumento de competitividade. Estimular a inovação significa tornar o ambiente de negócios propício ao florescimento da criatividade, da pesquisa aplicada e da transferência de tecnologia. Empresas inovadoras têm uma relação estreita com tecnologia, especialmente quando o objetivo é ultrapassar a vanguarda em termos de desenvolvimento de novos produtos. Assim, para desenvolver a capacidade de inovação, uma nação deve constituir um arcabouço institucional favorável no sentido de proporcionar condições para a expansão do conhecimento e dos negócios tecnológicos. Essa é uma condição fundamental sem a qual iniciativas públicas ou privadas isoladas tornam-se frágeis. Uma das estratégias utilizadas por países para o estímulo da inovação é a implementação de projetos de Incubadoras de Empresas - IEs, cuja essência é o fortalecimento e viabilização de propostas de negócios inovadores, desde sua concepção e estruturação, até sua integração plena com o mercado. Considerando esse contexto, este trabalho foi realizado em Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica – IEBTs, com o propósito de identificar e caracterizar as redes formadas pelas instituições com as quais as incubadoras se relacionam, buscando a compreensão dos resultados produzidos por estas redes, em termos de benefícios para as empresas de base tecnológica instaladas - EBTs e para a própria IEBT. A abordagem das redes institucionais é baseada na teoria neo-institucionalista que, ao contrário da teoria clássica, considera a influência de aspectos sociais na economia. O estudo foi desenvolvido através de pesquisa aplicada em IEBTs com mais de dez anos de operação, pertencentes à rede de Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica apoiada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo – SEBRAE-SP, entidade que fomenta a inovação e o desenvolvimento tecnológico de empreendimentos de pequeno porte no Estado de São Paulo. Para a obtenção dos dados foram realizadas entrevistas com os diretores e gestores de IEBTs e EBTs, no sentido de mapear as relações institucionais existentes e suas características. Foram identificados noventa atores institucionais em cento e doze egoconexões, o que permitiu concluir que as redes constituídas em torno das IEBTs têm características predominantemente endógenas e particularizadas, constituindo-se sistemas “semi-fechados”, com pouca conexão entre si, o que torna lenta sua evolução como grande rede. Para promover a aceleração do crescimento é necessária a aproximação entre os níveis local, estadual, federal e internacional do sistema de inovação

Palavras-chave: incubadora de empresas, empreendedorismo, redes sociais, tecnologia, inovação


ANDRADE, R.F. Analysis of the social nets of incubadoras of companies located in regions of high technological density of the State of São Paulo. 2009. xxx f. Thesis (PhD in Production Engineering) – Department of Production Engineering, Federal University of São Carlos, São Carlos, 2009. To invest in the development of innovative companies has been a strategy contemporary adopted for countries in search of competitiveness increase. To stimulate the businessoriented innovation means to become the propitious environment the bloom of the creativity, the applied research and the technology transfer. Innovative companies have a narrow relation with technology, especially when the objective is to exceed the vanguard in terms of development of new products. Thus, to develop the innovation capacity, a nation must constitute one a institutional environment favorable in the direction to provide conditions for the expansion of the knowledge and the technological businesses. This is a basic condition without which isolated public or private initiatives become fragile. One of the strategies used for countries for the stimulation of the innovation is the implementation of projects of Technology Business Incubators - TBI, whose essence is to fortify and make possible the innovative business-oriented proposals, since its conception and organization, until its full integration with the market. Considering this context, this work was carried through in Technology Business Incubators, with the intention to identify and to characterize the nets formed for the institutions which the incubators have relations, searching the understanding of the results produced for these nets, in terms of benefits for the installed companies of technological base and for the proper TBI. The boarding of the institutional nets is based on the neo-institutionalism theory that, in contrast of the classic theory, considers the influence of social aspects in the economy. The study was developed through research applied in TBIs with more than ten years of operation, pertaining to the net of Technology Business Incubators supported by the Service of Support to the Micro and Small Companies of São Paulo - SEBRAE-SP, entity that foments the innovation and the technological development of enterprises of small transport in the State of São Paulo. For the collect of the data, interviews with the directors and managers of TBIs and companies had been carried through, in the direction of design the existing institutional relations and its characteristics. Ninety institutional actors in one hundred twelve ego-connections had been identified, what he allowed to conclude that the nets consisting around the TBIs have predominantly endogenous and distinguished characteristics, consisting “half-closed” systems, with little connection between itself, what he becomes slow its evolution as great net. To promote the acceleration of the growth the approach between the levels local, state, federal and international of the innovation system is necessary.


LISTA DE FIGURAS FIGURA 2.1. Esquema de três níveis de Willianson .........................................................29 FIGURA 2.2. Taxa de mortalidade empresarial.................................................................35 FIGURA 3.1. Modelo de operação de uma incubadora de empresas.................................54 FIGURA 3.3. Evolução do número de incubadoras de empresas - 1984/2006 .................63 FIGURA 3.4. Evolução do investimento no Programa de Incubadoras 2004/2006...........63 FIGURA 3.5. Evolução do faturamento das empresas incubadoras 2004/2006 ................64 FIGURA 4.1. Rede sociocêntrica .....................................................................................71 FIGURA 4.2. Rede egocêntrica pura..................................................................................71 FIGURA 4.3. Rede egocêntrica interconectada .................................................................71 FIGURA 4.4. Tipos de redes de acesso e oportunidades ...................................................73 FIGURA 5.1. O roteiro metodológico................................................................................88 FIGURA 6.1. Estrutura de governança CINET..................................................................95 FIGURA 6.2. Estrutura de governança CIETEC................................................................119 FIGURA 6.3. Estrutura de governança UNIVAP ..............................................................144 FIGURA 6.4. Estrutura de governança CIATEC ...............................................................152 FIGURA 7.1. Modelo da rede egocêntrica do CINET .......................................................159 FIGURA 7.2. Natureza dos grupos de atores .....................................................................161 FIGURA 7.3. Localização dos atores .................................................................................162 FIGURA 7.4. Tipos de relacionamento institucional .........................................................163 FIGURA 7.5. Origem dos relacionamentos .......................................................................164 FIGURA 7.6. Formas de contato........................................................................................164 FIGURA 7.7. Freqüência mínima dos contatos .................................................................165 FIGURA 7.8. Protagonistas dos contatos ...........................................................................166 FIGURA 7.9. Receptores dos contatos...............................................................................166 FIGURA 7.10. Resultados dos relacionamentos ................................................................167 FIGURA 7.11. Representatividade dos resultados .............................................................169 FIGURA 7.12. Convergência dos resultados .....................................................................170 FIGURA 7.13. Contribuição relativa dos atores ................................................................171 FIGURA 7.14. Contribuição dos atores no conjunto de resultados ...................................171 FIGURA 7.15. Atores relacionados diretamente com as EBTs incubadas ........................172 FIGURA 7.16. Resultados de relacionamentos institucionais voltados para as EBTs.......173 FIGURA 7.17. Representação da rede egocêntrica da IEBT CINET e EBTs incubadas...173


FIGURA 7.18. Potencial de repercussão dos relacionamentos institucionais....................174 FIGURA 7.19. Representação da rede egocêntrica do CIETEC ........................................175 FIGURA 7.20. Natureza dos grupos de atores ...................................................................178 FIGURA 7.21. Localização dos atores ...............................................................................179 FIGURA 7.22. Tipos de relacionamento institucional .......................................................179 FIGURA 7.23. Origem dos relacionamentos .....................................................................180 FIGURA 7.24. Formas de contato......................................................................................180 FIGURA 7.25. Freqüência mínima dos contatos................................................................181 FIGURA 7.26. Protagonistas dos contatos .........................................................................182 FIGURA 7.27. Receptores dos contatos.............................................................................182 FIGURA 7.28. Resultados dos relacionamentos ................................................................184 FIGURA 7.29. Representatividade dos resultados .............................................................185 FIGURA 7.30. Convergência dos resultados .....................................................................186 FIGURA 7.31. Contribuição relativa dos atores ................................................................187 FIGURA 7.32. Contribuição dos atores no conjunto de resultados 1/3 .............................188 FIGURA 7.33. Contribuição dos atores no conjunto de resultados 2/3 .............................188 FIGURA 7.34. Contribuição dos atores no conjunto de resultados 3/3 .............................188 FIGURA 7.35. Atores relacionados diretamente com as EBTs incubadas ........................188 FIGURA 7.36. Resultados de relacionamentos institucionais voltados para as EBTs.......189 FIGURA 7.37. Representação da rede egocêntrica da IEBT CIETEC e EBTs incubadas 190 FIGURA 7.38. Potencial de repercussão dos relacionamentos institucionais....................190 FIGURA 7.39. Representação da rede egocêntrica da IEBT UNIVAP .............................191 FIGURA 7.40. Natureza dos grupos de atores ...................................................................192 FIGURA 7.41. Localização dos atores ...............................................................................192 FIGURA 7.42. Tipos de relacionamentos ..........................................................................193 FIGURA 7.43. Origem dos relacionamentos .....................................................................194 FIGURA 7.44. Formas de contato......................................................................................194 FIGURA 7.45. Freqüência mínima dos contatos................................................................195 FIGURA 7.46. Protagonistas dos contatos .........................................................................196 FIGURA 7.47. Receptores dos contatos.............................................................................196 FIGURA 7.48. Resultados dos relacionamentos ................................................................197 FIGURA 7.49. Representatividade dos resultados .............................................................198 FIGURA 7.50. Convergência dos resultados .....................................................................199 FIGURA 7.51. Contribuição relativa dos atores ................................................................200


FIGURA 7.52. Contribuição dos atores no conjunto de resultados ...................................200 FIGURA 7.53. Atores relacionados diretamente com as EBTs incubadas ........................201 FIGURA 7.54. Resultados de relacionamentos institucionais voltados para EBTs ...........201 FIGURA 7.55. Representação da rede egocêntrica da IEBT UNIVAP e EBTs incubadas .............................................................................................................................................202 FIGURA 7.56. Potencial de repercussão dos relacionamentos institucionais....................202 FIGURA 7.57. Modelo da rede egocêntrica da IEBT CIATEC.........................................203 FIGURA 7.58. Natureza dos grupos de atores ...................................................................204 FIGURA 7.59. Localização dos atores ...............................................................................205 FIGURA 7.60. Tipos de relacionamento institucional .......................................................205 FIGURA 7.61. Origem dos relacionamentos .....................................................................206 FIGURA 7.62. Formas de contato......................................................................................206 FIGURA 7.63. Freqüência mínima dos contatos................................................................207 FIGURA 7.64. Protagonistas dos contatos .........................................................................208 FIGURA 7.65. Receptores dos contatos.............................................................................208 FIGURA 7.66. Resultados dos relacionamentos ................................................................209 FIGURA 7.67. Representatividade dos resultados .............................................................210 FIGURA 7.68. Convergência dos resultados .....................................................................211 FIGURA 7.69. Contribuição relativa dos atores ................................................................212 FIGURA 7.70. Contribuição dos atores no conjunto de resultados ...................................212 FIGURA 7.71. Atores relacionados diretamente com as EBTs incubadas ........................213 FIGURA 7.72. Resultados de relacionamentos institucionais voltados para as EBTs.......213 FIGURA 7.73. Representação da rede egocêntrica da IEBT CIATEC e EBTs incubadas 214 FIGURA 7.74. Potencial de repercussão dos relacionamentos institucionais....................214 FIGURA 7.75. Natureza dos atores em ego-conexões do conjunto das IEBTs .................215 FIGURA 7.76. Indicador de participação dos atores nas redes das IEBTs analisadas......216 FIGURA 7.77. Conjunto de redes com intensidade de participação dos atores................217 FIGURA 7.78. Localização dos atores no conjunto das IEBTs .........................................218 FIGURA 7.79. Tipos de relacionamento institucional do conjunto de EBTs ....................219 FIGURA 7.80. Origens dos relacionamentos institucionais do conjunto de EBTs............219 FIGURA 7.81. Formas dos contatos utilizadas pelo conjunto de IEBTs ...........................220 FIGURA 7.82. Freqüência mínima dos contatos institucionais do conjunto de IEBTs .....221 FIGURA 7.83. Protagonistas dos contatos relacionados ao conjunto de IEBTs................222


FIGURA 7.84. Receptores dos contatos institucionais relacionados ao conjunto de IEBTs .............................................................................................................................................222 FIGURA 7.85. Resultados relacionados ao conjunto de IEBTs.........................................223 FIGURA 7.86. Representatividade dos resultados do conjunto de IEBTs.........................224 FIGURA 7.87. ConvergĂŞncia dos resultados do conjunto de IEBTs .................................225 FIGURA 7.88. Potencial de repercussĂŁo dos relacionamentos institucionais do conjunto de IEBTs...................................................................................................................................225


LISTA DE QUADROS

QUADRO 2.1. Princípios institucionalistas e neo-clássicos ..............................................27 QUADRO 2.2. Diferentes conceituações de MPEs............................................................31 QUADRO 2.3. Propostas de políticas públicas para melhoria do ambiente empreendedor no Brasil....................................................................................................................................36 QUADRO 2.4. Evolução da inovação no Brasil ................................................................40 QUADRO 2.5. Potencial de inovação no Brasil.................................................................41 QUADRO 2.6. Tipologias de estratégias tecnológicas.......................................................46 QUADRO 3.1. Indicadores dos processos das incubadoras de empresas ..........................55 QUADRO 3.2. Definição ampliada de spin-offs ................................................................59 QUADRO 3.3. Tipos de incubadoras pertencentes ao Programa SEBRAE-SP.................62 QUADRO 4.1. Escolas teóricas na perspectiva egocêntrica ..............................................70 QUADRO 4.2. Dimensões das redes sociais ......................................................................75 QUADRO 4.3. Métricas básicas de redes...........................................................................76 QUADRO 5.1. Softwares para análise de redes sociais .....................................................81 QUADRO 5.2. Variáveis analisadas no estudo ..................................................................84 QUADRO 5.3. Desdobramento dos resultados estudados .................................................85 QUADRO 5.4. Concentrações de estabelecimentos em CNAEs específicos.....................90 QUADRO 5.5. IEBTs pertencentes ao Programa SEBRAE-SP de Incubadoras de Empresas .............................................................................................................................................91 QUADRO 5.6. IEBTs com mais de 10 anos de operação localizadas em regiões tecnológicas .............................................................................................................................................91 QUADRO 5.7. Detalhamento das entrevistas realizadas....................................................92 QUADRO 6.1. Empresas incubadas no CINET .................................................................94 QUADRO 6.2. Empresas incubadas no CIETEC...............................................................114 QUADRO 6.3. Empresas incubadas na UNIVAP ..............................................................144 QUADRO 6.4. Empresas incubadas na CIATEC...............................................................151 QUADRO 7.1. Grupos de resultados..................................................................................170 QUADRO 7.2. Atores e sua natureza principal..................................................................176 QUADRO 7.3. Conjunto de relacionamentos institucionais nas IEBTs estudadas ...........216


SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................. ...............................................19 2 AS PEQUENAS EMPRESAS NA ERA DA INOVAÇÃO ........................................25 2.1 O Conceito de Instituição ..............................................................................................26 2.2 O Ambiente Institucional Brasileiro e as Pequenas Empresas ......................................30 2.3 A Inovação e o Ambiente Institucional Brasileiro ........................................................37 2.4 Empresas de Base Tecnológica .....................................................................................43 3 INCUBADORAS DE EMPRESAS ...............................................................................48 3.1 Projetos de Incubadoras de Empresas ...........................................................................49 3.2 A criação de EBTs.........................................................................................................56 3.3 O Programa SEBRAE-SP de Incubadoras de Empresas ..............................................60 4 REDES SOCIAIS ...........................................................................................................66 4.1 Redes Sociais e o Neo-Institucionalismo ......................................................................66 4.2 Tipologias das Redes Sociais ........................................................................................69 5 METODOLOGIA...........................................................................................................78 5.1 Conceitos Metodológicos Gerais para Estudos de Redes Sociais .................................78 5.2 Definição da Metodologia .............................................................................................82 5.3 Roteiro Metodológico....................................................................................................87 5.4 Regiões com vocações tecnológicas no Estado de São Paulo .......................................89 5.5 Definição do Campo da Pesquisa ..................................................................................91 6 APRESENTAÇÃO DOS CASOS .................................................................................93 6.1 Apresentação do Caso 1 ................................................................................................93 CINET - Centro Incubador de Empresas Tecnológicas 6.1.1 Estrutura física............................................................................................................93 6.1.2 Estrutura de governança .............................................................................................94 6.1.3 Estrutura de tecnologia de informação e comunicação – TIC...................................96 6.1.4 Planejamento e gestão dos relacionamentos institucionais ........................................96 6.1.5 Capacitação do corpo técnico para relacionamentos..................................................97 6.1.6 Principais relacionamentos institucionais da IEBT ....................................................97 6.1.6.1 SEBRAE-SP – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo....97 6.1.6.2 EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.................................98 6.1.6.3 UFSCar – Universidade Federal de São Carlos ......................................................99 6.1.6.4 USP – Universidade de São Paulo...........................................................................100


6.1.6.5 PMSC - Prefeitura Municipal de São Carlos...........................................................101 6.1.6.6 MCT/CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 102 6.1.6.7 MCT/FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos ...............................................103 6.1.6.8 SD – Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo ...............................103 6.1.6.9 ANPROTEC - Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores ...........................................................................................................................104 6.1.6.10 SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial ......................................105 6.1.6.11 CIESP – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo .......................................105 6.1.6.12 ETEC Paula Souza – Escola Técnica Paulino Botelho .........................................106 6.1.6.13 FAPESP – Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo ..................107 6.1.6.14 UNESP – Universidade Estadual Paulista.............................................................107 6.1.6.15 AURP – Association of University Research Parks..............................................108 6.1.6.16 SOFTEX – Sociedade Brasileira para Promoção da Exportação de Software......108 6.1.6.17 ADVB – Associação dos Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil................109 6.1.6.18 IASP – International Association of Science Parks ..............................................110 6.1.6.19 NBIA - National Business Incubation Association ...............................................110 6.1.6.20 ICSB - International Council for Small Business .................................................111 6.1.7 Resultados dos relacionamentos institucionais sob a perspectiva das empresas incubadas. ............................................................................................................................112 6.2 Apresentação do Caso 2 ................................................................................................113 CIETEC – Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia 6.2.1 Estrutura física............................................................................................................113 6.2.2 Estrutura de governança .............................................................................................119 6.2.3 Estrutura de tecnologia de informação e comunicação – TIC....................................120 6.2.4 Planejamento e Gestão dos Relacionamentos Institucionais......................................120 6.2.5 Capacitação do corpo técnico para relacionamentos..................................................121 6.2.6 Principais relacionamentos institucionais da IEBT ....................................................122 6.2.6.1 IPEN – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares ..........................................122 6.2.6.2 IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas ..............................................................123 6.2.6.3 SEBRAE-SP – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo....123 6.2.6.4 MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia ............................................................124 6.2.6.5 SD - Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo ................................125 6.2.6.6 USP – Universidade de São Paulo...........................................................................125 6.2.6.7 SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas...............126


6.2.6.8 MCT/FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos ...............................................127 6.2.6.9 MCT/CNPQ – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico .............................................................................................................................................127 6.2.6.10 ANPROTEC – Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores ...........................................................................................................................128 6.2.6.11 FIESP – Federação das Indústrias de São Paulo ...................................................128 6.2.6.12 ANPEI – Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras...........................................................................................................129 6.2.6.13 SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial ......................................129 6.2.6.14 ABIPTI – Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica .........130 6.2.6.15 PMSP – Prefeitura Municipal de São Paulo..........................................................130 6.2.6.16 FGV – Fundação Getúlio Vargas ..........................................................................131 6.2.6.17 ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing ........................................132 6.2.6.18 FUNDAP – Fundação do Desenvolvimento Administrativo ................................132 6.2.6.19 NBIA – National Business Incubation Association ..............................................133 6.2.6.20 IASP – International Association of Science Parks ..............................................133 6.2.6.21 EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária...............................133 6.2.6.22 FAPESP – Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo ..................134 6.2.6.23 Sociedade do Sol ...................................................................................................134 6.2.6.24 EMPRESAS PRIVADAS .....................................................................................135 6.2.6.25 EMPRESAS DE EVENTOS .................................................................................136 6.2.6.26 FUNDOS DE INVESTIMENTOS........................................................................137 6.2.6.27 FACULDADES DA USP......................................................................................137 6.2.6.28 OUTRAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO .............................................................138 6.2.6.29 ENTIDADES REGULADORAS ..........................................................................138 6.2.6.30 ABIMAC - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos.....139 6.2.6.31 ABIPLAST - Associação Brasileira da Indústria do Plástico ...............................139 6.2.6.32 ABINEE - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica.....................140 6.2.6.33 ABIMO - Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios...................................................................140 6.2.6.34 Fundação Vanzolini...............................................................................................141 6.2.6.35 CIEE - Centro de Integração Empresa-Escola ......................................................141 6.2.7 Resultados dos relacionamentos institucionais sob a perspectiva das empresas incubadas. ............................................................................................................................142


6.3 Apresentação do Caso 3 ................................................................................................143 UNIVAP – Incubadora Tecnológica 6.3.1 Estrutura física............................................................................................................143 6.3.2 Estrutura de governança .............................................................................................144 6.3.3 Estrutura de tecnologia de informação e comunicação – TIC....................................145 6.3.4 Gestão dos relacionamentos institucionais .................................................................145 6.3.5 Capacitação do corpo técnico para relacionamentos..................................................146 6.3.6 Principais relacionamentos institucionais da IEBT ....................................................146 6.3.6.1 PMSJC - Prefeitura Municipal de São José dos Campos ........................................146 6.3.6.2 SEBRAE-SP – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo....147 6.3.6.3 ANPROTEC – Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores ...........................................................................................................................147 6.3.6.4 MCT/FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos ................................................148 6.3.6.5 CIESP – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo .........................................148 6.3.6.6 REDE VALE ...........................................................................................................149 6.3.7 Resultados dos relacionamentos institucionais sob a perspectiva das empresas incubadas. ............................................................................................................................149 6.4 Apresentação do Caso 4 ................................................................................................150 CIATEC – Companhia de Desenvolvimento do Pólo de Alta Tecnologia de Campinas 6.4.1 Estrutura física............................................................................................................150 6.4.2 Estrutura de governança .............................................................................................151 6.4.3 Estrutura de tecnologia de informação e comunicação – TIC....................................152 6.4.4 Gestão dos relacionamentos institucionais .................................................................153 6.4.5 Capacitação do corpo técnico para relacionamentos..................................................153 6.4.6 Principais relacionamentos institucionais da IEBT ....................................................153 6.4.6.1 ANPROTEC – Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores ...........................................................................................................................153 6.4.6.2 MCT/CNPQ – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico .............................................................................................................................................154 6.4.6.3 FAPESP – Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo ....................154 6.4.6.4 MCT/FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos ................................................155 6.4.6.5 FÓRUM CAMPINAS ............................................................................................155 6.4.6.6 INCUBADORA DE MONTPELLIER ...................................................................155 6.4.6.7 PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS .....................................................156


6.4.6.8 SEBRAE-SP – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo....156 6.4.6.9 SOFTEX – Sociedade Brasileira para Promoção da Exportação de Software........157 6.4.6.10 UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas...............................................157 6.4.7 Resultados dos relacionamentos institucionais sob a perspectiva das empresas incubadas .............................................................................................................................................158 7 ANÁLISE DOS RESULTADOS ..................................................................................159 7.1 Análise do Caso 1 ..........................................................................................................159 CINET - Centro Incubador de Empresas Tecnológicas 7.1.1 Natureza dos atores.....................................................................................................159 7.1.2 Localização geográfica dos atores..............................................................................161 7.1.3 Tipos de relação interinstitucional..............................................................................162 7.1.4 Origem do relacionamento ........................................................................................163 7.1.5 Formas de contato.......................................................................................................164 7.1.6 Freqüência mínima dos contatos ................................................................................165 7.1.7 Protagonistas dos contatos..........................................................................................165 7.1.8 Resultados dos relacionamentos.................................................................................167 7.1.9 Contribuição dos atores na geração de resultados ......................................................171 7.1.9.1 Contribuição dos atores para geração de resultados do ponto de vista das empresas incubadas .............................................................................................................................172 7.1.10 Potencial de repercussão do relacionamento ............................................................174 7.2 Análise do Caso 2 ..........................................................................................................175 CIETEC – Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia 7.2.1 Natureza dos atores.....................................................................................................175 7.2.2 Localização geográfica dos atores..............................................................................178 7.2.3 Tipos de relação interinstitucional..............................................................................179 7.2.4 Origem do relacionamento .........................................................................................180 7.2.5 Formas de contato.......................................................................................................180 7.2.6 Freqüência mínima dos contatos ................................................................................181 7.2.7 Protagonistas dos contatos..........................................................................................181 7.2.8 Resultados dos relacionamentos.................................................................................183 7.2.9 Contribuição dos atores na geração de resultados ......................................................186 7.2.9.1 Contribuição dos atores para geração de resultados do ponto de vista das empresas incubadas .............................................................................................................................188 7.2.10 Potencial de repercussão do relacionamento ............................................................190


7.3 Análise do Caso 3 ..........................................................................................................191 UNIVAP – Incubadora Tecnológica 7.3.1 Natureza dos atores.....................................................................................................191 7.3.2 Localização geográfica dos atores..............................................................................192 7.3.3 Tipos de relacionamento institucional........................................................................193 7.3.4 Origem do relacionamento .........................................................................................193 7.3.5 Formas de contato.......................................................................................................194 7.3.6 Freqüência mínima dos contatos ................................................................................195 7.3.7 Protagonistas dos contatos..........................................................................................195 7.3.8 Resultados dos relacionamentos.................................................................................196 7.3.9 Contribuição dos atores na geração de resultados ......................................................199 7.3.9.1 Contribuição dos atores para geração de resultados do ponto de vista das empresas incubadas .............................................................................................................................200 7.3.10 Potencial de repercussão do relacionamento ............................................................202 7.4 Análise do Caso 4 ..........................................................................................................203 CIATEC – Companhia de Desenvolvimento do Pólo de Alta Tecnologia de Campinas 7.4.1 Natureza dos atores.....................................................................................................203 7.4.2 Localização geográfica dos atores..............................................................................204 7.4.3 Tipos de relação interinstitucional..............................................................................205 7.4.4 Origem do relacionamento .........................................................................................206 7.4.5 Formas de contato.......................................................................................................206 7.4.6 Freqüência mínima dos contatos ................................................................................207 7.4.7 Protagonistas dos contatos..........................................................................................207 7.4.8 Resultados dos relacionamentos.................................................................................208 7.4.9 Contribuição dos atores na geração de resultados ......................................................211 7.4.9.1 Contribuição dos atores para geração de resultados do ponto de vista das empresas incubadas .............................................................................................................................212 7.4.10 Potencial de repercussão do relacionamento ............................................................214 7.5 Análise do Conjunto de Casos.......................................................................................215 7.5.1 Natureza dos atores em ego-conexões........................................................................215 7.5.2 Localização geográfica dos atores..............................................................................217 7.5.3 Tipos de relação interinstitucional..............................................................................218 7.5.4 Origem dos relacionamentos ......................................................................................219 7.5.5 Formas de contato.......................................................................................................220


7.5.6 Freqüência mínima dos contatos ................................................................................220 7.5.7 Protagonistas dos contatos..........................................................................................221 7.5.8 Resultados dos relacionamentos.................................................................................222 7.5.9 Convergência dos resultados ......................................................................................224 7.5.10 Potencial de repercussão...........................................................................................225 7.5.11 Contribuição dos atores para geração de resultados do ponto de vista das empresas incubadas .............................................................................................................................226 7.5.12 Gestão dos relacionamentos .....................................................................................226 7.5.13 Qualificação do corpo técnico ..................................................................................226 8 CONCLUSÃO.................................................................................................................227 ANEXO I ............................................................................................................................232 ANEXO II ...........................................................................................................................239 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................243


19

1

INTRODUÇÃO

A importância das pequenas empresas para o desenvolvimento sócioeconômico tem sido cada vez mais reconhecida mundialmente. No Brasil, nação de grandes dimensões continentais e populacionais, pode-se considerar que as pequenas empresas funcionam como átomos integradores do tecido econômico, promovendo a circulação do capital, a geração de renda e de postos de trabalho, além de significarem possibilidade de melhoria da qualidade de vida de grande parte da população. Por outro lado, constata-se também uma taxa de mortalidade empresarial elevada que reflete a grande volatilidade dos pequenos empreendimentos. Este movimento econômico, criado pelo nascimento e desaparecimento de empresas, produz perdas enormes para o país, tanto de caráter social como financeiro. Surge então um grande desafio para o Brasil: desenvolver maneiras de aumentar a sobrevivência empresarial e, mais além, de potencializar a competitividade das empresas para que possam crescer e prosperar num mundo globalizado. E neste início do século XXI a principal palavra associada à competitividade é inovação. Investir no desenvolvimento de empresas inovadoras tem sido uma estratégia contemporânea adotada por países em busca de aumento de competitividade. Estimular a inovação significa tornar o ambiente de negócios propício ao florescimento da criatividade, da pesquisa aplicada e da transferência de tecnologia. Por outro lado, é a busca da supremacia através do conhecimento, do poder do intelecto e da influência na criação do futuro. Em outras palavras, soluções inovadoras em produtos, serviços e processos empresariais são poderosas porque podem contribuir para a redução de custos, otimização do tempo e melhoria da qualidade. Esses resultados fazem com que as empresas atraiam mais clientes, ganhem mercados e obtenham maiores lucros. Quando esse fenômeno ocorre em escala e em diversos setores, a competitividade daquele determinado país tende a aumentar. Portanto, o processo de inovação tem sido considerado uma força dinâmica relevante, dentre aquelas que impulsionam a competitividade das empresas e levam ao crescimento econômico. Esta constatação faz com que países no mundo todo como Espanha, Finlândia, Itália, Reino Unido, Coréia, entre outros, busquem maneiras de fomentar e estimular a inovação (LEMOS, 2002). Este posicionamento é reforçado quando o período contemporâneo é caracterizado como a era do conhecimento, na qual o principal ativo é a capacidade de coletar


20

informações do mundo e transformá-las em soluções de maior valor agregado, direcionadas para o atendimento das necessidades de alguém ou de uma coletividade. Neste sentido, SAVOIA (1999, p. 358), argumenta que a riqueza é o know-how, isso é, aquele conjunto de conhecimentos que permitem criar valor agregado em bases competitivas, e a mais valia não é mais determinada pelo esforço físico e pelo trabalho mecânico, mas pelo esforço mental e criativo; e POWELL (2001), cita que a competência central de uma empresa do século XXI está na produção do conhecimento e na construção de uma vantagem sustentável através de produtos e serviços, num encadeamento entre relacionamentos e mercados. Portanto, idéias, conhecimento e inovação são palavras de ordem no contexto econômico global, sendo importante a compreensão de que são resultados de processos de aprendizado, interações diversas e experiência acumulada, influenciados pelos contextos social, político e institucional existentes (LASTRES & CASSIOLATO, 2000, HARGADON & SUTTON, 2000). Empresas inovadoras têm uma relação estreita com tecnologia, especialmente quando o objetivo é ultrapassar a vanguarda em termos de desenvolvimento de novos produtos. Assim, para desenvolver a capacidade de inovação, uma nação deve constituir um arcabouço institucional favorável no sentido de proporcionar condições para a expansão do conhecimento e dos negócios tecnológicos. Esta é uma condição fundamental sem a qual iniciativas públicas ou privadas isoladas tornam-se frágeis. Uma das estratégias utilizadas por países para o estímulo da inovação é a implementação de projetos de Incubadoras de Empresas - IEs, cuja essência é o fortalecimento e viabilização de propostas de negócios inovadores, desde sua concepção e estruturação, até sua integração plena com o mercado. “O nome incubadora (...), vem a cada dia sendo mais representativo. O significado dessa palavra evoca maternidade (nascimento) e indica aparelho controlável (condições de apoio individualizado) destinado a manter recém-nascidos prematuros ou muito fracos (idéias, projetos e empreendimentos nascentes). Esse ambiente controlado aumenta muito o nível de sobrevivência dos bebês (novas idéias ou empreendimentos), pois, deixa-os mais bem preparados para enfrentar as condições adversas do ambiente (ARANHA, 2008, p. 4142)”. Muitas das empresas existentes em Incubadoras têm cunho tecnológico e são frequentemente originadas em universidades e institutos de pesquisa.

Em países em


21

desenvolvimento como o Brasil, estas empresas nascentes estão sujeitas às fragilidades de um ambiente de negócios caracterizado por elevadas taxas de mortalidade empresarial e por um sistema de inovação ainda em consolidação. Desta maneira, em decorrência da importância estratégica da inovação para uma nação, é fundamental a realização de estudos sobre Incubadoras de Empresas, no sentido de gerar descobertas que permitam reflexões e contribuam para o fortalecimento do arcabouço institucional que as envolve. A implementação de uma Incubadora de Empresas geralmente engloba vários atores pertencentes ao sistema de inovação e é uma iniciativa que pode ser originada de diversas maneiras, como por exemplo, através de universidades, instituições governamentais, como prefeituras, secretarias de Estado ou agências de fomento ao desenvolvimento, como é o caso do SEBRAE-SP, Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo, entidade sem finalidade lucrativa e integrante do sistema constituído pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o SEBRAE. Existem várias modalidades de IEs, tais com as de Base Tecnológica, as de Base Tradicional e as Mistas. Portanto, criar condições para que estes investimentos sejam fortalecidos em termos de seus resultados para a sociedade é um desafio para as nações em busca do desenvolvimento e, assim, a compreensão da dinâmica das Incubadoras de Empresas é também fator relevante para a formulação e implementação de políticas públicas e privadas que signifiquem uma evolução em relação aos modelos vigentes. Torna-se

relevante

então

contextualizar

o

conceito

de

campo

de

desenvolvimento, possibilitando a compreensão das diversas forças que compõe a transformação de uma localidade. RIBEIRO (2008, p. 110), considera que o “desenvolvimento sempre implica transformação e tipicamente ocorre por meio de encontros entre insiders e outsiders localizados em posições de poder diferentes”. Considerando que um campo pode ser compreendido como um conjunto de relações e interrelações entre atores, sustentado por valores, práticas, pressões e regulações, que ocorrem em determinadas situações, o chamado campo de desenvolvimento é heterogêneo, constituído por diversos atores que representam segmentos de populações locais, empresários, políticos, funcionários públicos, funcionários de agências de desenvolvimento nacionais e internacionais etc;

instituições como sindicatos, entidades empresariais,

organizações governamentais, organizações não-governamentais e corporações financeiras;


22

pensamentos e forças em tensão. “Dentro de um campo, tudo faz sentido em termos relacionais por meio de oposições e distinções. Estratégias de cooperação ou conflito entre atores determinam se uma doutrina particular é hegemônica, não obstante seus sucessos ou falhas” (RIBEIRO, 2008, p.110). A distribuição do poder dentro do campo de desenvolvimento é decorrente dos processos pelos quais as redes são formadas e das intervenções institucionais inerentes a dinâmica do desenvolvimento. A abordagem das redes institucionais é baseada na teoria neo-institucionalista que, ao contrário da teoria clássica, considera a influência de aspectos sociais na economia, configurando-se como uma construção social que aborda a geração de instituições como resultante da interação social entre atores que se confrontam em campos, jogos ou arenas (FLIGSTEIN, 2001). Nessa vertente, a dinâmica econômica não é considerada decorrente somente da oferta e da demanda de mercado, mas de interações sociais e institucionais que estabelecem o comportamento dos mercados. Considerando o contexto apresentado, este trabalho foi realizado em Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica – IEBTs, com o propósito de identificar e caracterizar as redes institucionais com as quais as incubadoras se relacionam, buscando a compreensão dos resultados produzidos por estas redes, em termos de benefícios para as empresas instaladas e para a própria IEBT. O estudo não se ocupa das questões de poder inerentes às relações institucionais, mas das características que modelam estas relações, em uma perspectiva de análise estrutural do ambiente organizacional. Para esta caracterização, foram considerados atributos relacionados aos atores que constituem as redes das IEBTs, como localização, formalização da relação institucional, origem do relacionamento, forma de contato utilizada, periodicidade dos contatos, protagonistas, potencial de repercussão e resultados produzidos. Em relação aos resultados, ou benefícios, proporcionados através dos relacionamentos estabelecidos, considerou-se todo o tipo de valor agregado à IEBT ou às empresas incubadas, como por exemplo, aporte de recursos financeiros, possibilidade de acesso a cursos e orientações, divulgação da incubadora, contatos com outras instituições, dentre outros que serão apresentados posteriormente. No sentido de buscar a uniformização dos métodos e propósitos a partir dos quais as IEBTs se originaram, o estudo foi desenvolvido através de pesquisa aplicada em incubadoras pertencentes à rede de Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica apoiada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo – SEBRAE-SP, entidade que fomenta a inovação e o fortalecimento tecnológico de empreendimentos de pequeno porte


23

no Estado de São Paulo. Os casos estudados foram o CINET – Centro Incubador de Empresas Tecnológicas, localizado em São Carlos; o CIETEC – Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, situado São Paulo; a CIATEC – Companhia de Desenvolvimento do Pólo de Alta Tecnologia de Campinas e a UNIVAP – Universidade do Vale do Paraíba, localizada em São José dos Campos, todos localizados em regiões de alta densidade tecnológica. Para a obtenção dos dados foram realizadas entrevistas com os diretores e gestores de IEBTs, no sentido de identificar as relações institucionais existentes e suas características. O tratamento dos dados obtidos foi feito a partir de métodos de análise de redes sociais egocêntricas, com vistas à construção de “fotografias” das redes para cada incubadora e à identificação das suas características. Esta pesquisa deverá ser útil para embasar estudos sobre políticas públicas e outras iniciativas voltadas ao desenvolvimento da inovação através de IEBTs. O tema surgiu a partir da constatação da relevância dos investimentos feitos em incubadoras de empresas no Estado de São Paulo e da inexistência de trabalhos similares. Em sua conclusão, este trabalho apresenta resposta para a seguinte questão de pesquisa: como se caracterizam e quais os resultados gerados pelas redes de relacionamento constituídas pelas incubadoras de empresas de base tecnológica? Inseridos nesse propósito, os seguintes objetivos, geral e específicos, são estabelecidos para o trabalho: Objetivo geral: - Caracterizar as redes de relacionamento constituídas pelas IEBTs e seus resultados, a partir de elementos previamente definidos para essa caracterização. Objetivos específicos: - Mapear as redes de relacionamentos existentes no conjunto de IEBTs analisado; - Apresentar propostas para incrementar políticas públicas de estímulo à inovação através de IEBTs. O trabalho está estruturado da seguinte forma: o capítulo 2 apresenta conceitos referentes às pequenas empresas de base tecnológica e aos sistemas de inovação, considerando um contexto relacionado à abordagem institucionalista. O capítulo 3 volta-se para a caracterização das Incubadoras de Empresas, sua evolução histórica e importância. O capítulo 4 aborda a teoria das redes e suas relações com aspectos conceituais do neo-institucionalismo.


24

No capítulo 5 são apresentados os aspectos metodológicos do trabalho e os capítulos 6 , 7 e 8 contêm, respectivamente, a apresentação dos casos e análise dos resultados e a conclusão.


25

2 AS PEQUENAS EMPRESAS NA ERA DA INOVAÇÃO

As pequenas empresas são elementos relevantes no âmbito do desenvolvimento de economias emergentes como a do Brasil e assim devem ser consideradas na formulação de políticas públicas. SACHS (2004, p.144) comenta que devido ao seu grande peso na estrutura de empregos e auto-empregos, a consolidação, expansão e geração de empreendimentos de pequeno porte devem ocupar um lugar de destaque na estratégia de inclusão social pelo trabalho. Em particular, as empresas de base tecnológica, que “complementam o tecido produtivo do núcleo modernizador e desempenham uma função extremamente útil na interface entre a pesquisa acadêmica e o setor produtivo” (SACHS, 2004, p.150), e “introduzem produtos, processos e serviços intensivos em conhecimento científico e tecnológico, gerados a partir do aproveitamento comercial de um resultado de pesquisa” (BARRA, 2005 apud GONÇALVEZ, 2002, p.50), necessitam de um sistema de inovação robusto e que proporcione suporte à criação e aprimoramento dos negócios. A associação da inovação com a atividade de pesquisa e desenvolvimento (P&D) tende a estabelecer uma relação direta entre o volume investido de recursos financeiros e o grau de inovação resultante, o que leva a suposição de que as empresas de maior porte teriam vantagens em relação às de menor porte. Entretanto, apesar das dificuldades de acesso a recursos, cada vez mais surgem e se disseminam as pequenas empresas de base tecnológica, atuando como “fontes básicas de conhecimento e produtividade” (BARRA, 2005, p.14), muitas delas inseridas em estratégias de grandes empresas que terceirizam as pesquisas de novas tecnologias, promovendo a divisão do trabalho em diferentes estágios, reduzindo custos do ciclo de P&D e aumentando a agilidade do processo, numa abordagem conhecida como open innovation. “Portanto, é possível afirmar que existem transbordamentos positivos para toda a cadeia produtiva na presença de EBTs” (BARRA, 2005, p.14). Considerando estes aspectos à luz de elementos da teoria neo-institucionalista e com a finalidade de conceituar elementos relevantes ao desenvolvimento do estudo, neste capítulo são apresentadas características das micro e pequenas empresas brasileiras, com destaque para as de base tecnológica – EBT e suas relações com o ambiente de negócios e com o sistema de inovação brasileiros.


26

2.1 O Conceito de Instituição

As diversas interações sociais existentes no planeta moldam a cada instante uma configuração diferente da sociedade e influenciam os mercados e a economia. Este entendimento é resultante de uma linha de pensamento originária na Alemanha no século XIX. Inspirados pelo romantismo e pelas idéias de Kant e Hegel, vários economistas desafiaram o pensamento vigente de que a economia poderia ser reduzida a um conjunto de leis universais. Tendo Gustav Schmoller como líder, esta corrente acreditava que a dinâmica econômica ocorreria dentro de um contexto social que, por sua vez, era modelado por forças históricas e culturais. Muitas das idéias desse período foram absorvidas e mais tarde desenvolvidas por economistas institucionalistas americanos (SCOTT, 1995). Ao final do século XIX, três economistas receberam destaque por sua influência no pensamento econômico. Apesar de pontos de vista diferentes, criticavam os modelos econômicos tradicionais. Eram eles Thorstein Veblen, John Commons e Westley Mitchell. SCOTT (1995) cita que Veblen, veemente crítico da economia clássica, defendia o poder dos hábitos e convenções como direcionadores do comportamento da economia e definia as instituições como um conjunto de pensamentos comuns à maioria dos homens. Por sua vez, Commons sugeriu que a melhor unidade de análise econômica seria a “transação”, e que esta estaria submetida às regras de conduta, que nada mais são do que as instituições, necessárias para definir os limites nos quais indivíduos e firmas poderiam estabelecer seus objetivos. Já Mitchell, um dos fundadores do National Bureau of Economic Research, iniciou uma coleção de dados empíricos que influenciaram a economia, buscando demonstrar que os princípios econômicos deveriam ser baseados em fatos e não em teorias abstratas. Em seu estudo a respeito das principais diferenças entre os pensamentos dos economistas institucionalistas e dos neoclássicos, Jaccoby, comentado por SCOTT (1995), destaca quatro aspectos relevantes, apresentados a seguir (quadro 2.1):


27

Princípio

Institucionalistas iniciais

Indeterminismo

versus Mercados

determinismo

Neo-clássicos

influenciados Perfeita competição e equilíbrio

pelo poder e incertezas em único cada competição

Determinação

de Preferências são moldadas Preferências são individuais

preferências

endógenas pelas instituições sociais

versus exógenas Realismo comportamental Maior

utilização

versus

pragmáticos

pressupostos modelos

simples

de Utilização de modelos baseados e em pressupostos utilitários

psicologicamente realistas da motivação econômica

Análise diacrônica versus Consideram a influência do Consideram a economia como sincrônica

tempo

e

espaço

na independente

economia

do

tempo

e

espaço

QUADRO 2.1: Princípios institucionalistas e neo-clássicos Fonte: adaptado de Scott (1995) Apesar de todo o seu impacto, as idéias institucionalistas não prevaleceram aos conceitos neoclássicos que continuam presentes até os dias de hoje. Em 1970 poucos economistas atuavam na agenda institucionalista, sendo os mais conhecidos Joseph Schumpeter, John Kenneth Galbraith e Gunnar Myrdal. Entretanto, várias influências foram geradas em subcampos da economia, como em economia do trabalho, relações industriais e economia industrial. Porém não somente na economia houve argumentos desenvolvidos a favor do pensamento institucionalista, nas ciências políticas e na sociologia floresceram os trabalhos de vários autores como Cooley e Park - interdependência dos indivíduos e instituições, Durkheim - sistemas simbólicos formados por crenças, conhecimento e representações coletivas, como também de Weber, Mead, Mannheim, Berger e Luckmann e Meyer e Rowan (SCOTT, 1995). Por volta de 1950, com o reconhecimento das organizações como campo de estudos, começaram a existir ligações entre os argumentos institucionalistas e as teorias sobre estrutura e comportamento das organizações. Em torno da metade dos anos 70 foi desenvolvida a teoria neo-institucionalista na área das ciências sociais, com desdobramentos na economia, nas ciências políticas e na sociologia. Neste período, três correntes de pensamento buscaram ser chamadas de neo-institucionais, são elas o institucionalismo histórico, o institucionalismo da escolha racional e o institucionalismo sociológico.


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De uma forma sintética, os seguidores do institucionalismo histórico acreditam em uma causalidade social dependente da trajetória percorrida - path dependence, que faz com que as propriedades de cada contexto local influenciem os resultados. As propriedades nada mais são do que as instituições, que assim modelam os trajetos com o passar do tempo. Já os defensores do institucionalismo da escolha racional postulam que os indivíduos compartilham um conjunto determinado de interesses e assim buscam maximizar a satisfação de suas preferências através de estratégias calculadas. Da mesma forma, existe também todo o interesse em reduzir os custos de transação, de produção e de influência das organizações. Assim, as instituições possibilitam o ambiente para as articulações necessárias. Por sua vez, os institucionalistas sociológicos passaram a considerar as influências culturais, ritos e cerimônias, na modelagem de uma organização, e não somente a eficácia (HALL & TAYLOR, 2003). Originam-se nessa última corrente os primeiros conceitos sobre redes de organizações, que serão detalhados no capítulo 4. De uma maneira geral, instituições consistem de estruturas cognitivas, normativas e regulativas e de atividades que provêem estabilidade e significado ao comportamento social. Apesar de construídas e mantidas por atores individuais, as instituições assumem o status de uma realidade impessoal e objetiva (SCOTT, 1995). As instituições “constituem o arcabouço imposto pelo ser humano em seu relacionamento com os outros”, conforme argumenta NORTH (1994, p.13), e são tão poderosas a ponto de afetar a eficácia da produção, principalmente por sua influência em relação aos custos de transação, que são os custos não diretamente associados com a produção, necessários à operação do sistema econômico e que podem ser entendidos como os custos de se obter informações, negociar, contratar, fazer cumprir e monitorar uma determinada operação. Como exemplos desses custos podem ser citados os salários de supervisores e auditores (FARINA & AZEVEDO, 1997). Os custos de transação, “nem sempre precificados,“impõem certas “fricções” que impedem a alocação ótima dos fatores produtivos e o alcance de condições ideais de “otimização da economia”” (DE TONI, 2006, p.41). As instituições existem em diferentes níveis analíticos, que podem ser tanto de âmbito macro, como a legislação de um país; quanto de nível micro, como os regimentos de uma empresa. Estes dois caminhos de análise, com foco no ambiente institucional ou nas instituições de governança, compõem a chamada Nova Economia Institucional - NEI. Entretanto, existem relações intrínsecas entre os níveis macro e micro e Williamson, citado por FARINA & AZEVEDO (1997), propõe um esquema de três níveis,


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considerando a influência mútua entre o ambiente institucional, a estrutura de governança e o indivíduo (figura 2.1).

Ambiente Institucional (a)

(b) Estrutura de Governança

(c)

(d)

(d) Indivíduo

FIGURA 2.1: Esquema de três níveis de Willianson Fonte: FARINA & AZEVEDO (1997) O modelo proposto considera que a estrutura de governança é formada pela influência dos limites impostos pelo ambiente institucional (regras e formas organizacionais) (linha a) e pelo comportamento de indivíduos racionais e oportunistas (linha c). Efeitos secundários também existem no arcabouço, e podem ser verificados pelas linhas (b) e (d), que representam respectivamente a influência das estruturas de governança sobre o ambiente institucional – um lobby setorial por exemplo; e do ambiente institucional e das estruturas de governança sobre os indivíduos, no sentido da alteração de suas preferências endógenas, isso é, um novo direcionamento para o interesse individual (FARINA & AZEVEDO, 1997). Assim as instituições podem ser entendidas como as regras do jogo, no qual jogam as organizações que, por sua vez, são formadas por indivíduos que convergem esforços para um mesmo propósito. NORTH (1994, p.13) considera ainda que “as limitações impostas pelo contexto institucional (ao lado de outras restrições normais em qualquer economia) definem o conjunto de oportunidades e, portanto, os tipos de organizações que serão criadas”. A que se considerar ainda no contexto institucionalista o conceito de “embeddedness”, que traduz-se no sentido de algo envolto, embebido, cristalizado em alguma outra coisa. Neste sentido, as instituições e o comportamento dos indivíduos são influenciados por relações sociais existentes, não devendo ser considerados de maneira independente (GRANOVETTER, 1985).


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RIBEIRO (2008) complementa, considerando que instituições são as cristalizações de redes que têm projetos claros e que podem ser realizados dentro de um futuro previsível. A construção de instituições envolve uma grande quantidade de cooperação técnica e monitoramento, e é, também, uma forma de domesticar o ambiente imprevisível onde ocorre o “desenvolvimento” (RIBEIRO, 2008, p.114). Todos estes conceitos são importantes para a compreensão do posicionamento das pequenas empresas no ambiente institucional brasileiro.

2.2 O Ambiente Institucional Brasileiro e as Pequenas Empresas

Em decorrência da diversidade dos objetivos (regulamentação, crédito, estudos e pesquisas, dentre outros) das instituições que promovem o enquadramento das MPEs, não existe um critério único de classificação, sendo às vezes baseado em quantidade de empregados ou em valor de faturamento ou até em ambos. O quadro 2.2 a seguir apresenta exemplos de classificações existentes. A definição legal vigente é estabelecida pela Lei 123/06, também conhecida como a Lei Geral das Pequenas Empresas, na qual uma micro-empresa – ME, é aquela que possui receita bruta igual ou inferior a duzentos e quarenta mil reais por ano e uma empresa de pequeno porte – EPP, é aquela com receita bruta superior a duzentos e quarenta mil reais e igual ou inferior a dois milhões e quatrocentos mil reais por ano (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, 2006).


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Critérios de enquadramento

Lei 123/06 Microempresas Empresas de pequeno porte

Valor de receita

Número de pessoas ocupadas

até 240.000 reais/ano de 240.000 reais até 2.400.000 reais/ano

SEBRAE Microempresas

até 09

Empresas de pequeno porte

de 10 a 49

BNDES (critério dos países do Mercosul para fins creditícios) Microempresa

até 400.000 dólares

Empresas de pequeno porte

de 400.000 dólares a 3.500.000 de dólares

QUADRO 2.2: Diferentes conceituações de MPEs Fonte: adaptado de IBGE, 2003 Com relação à distribuição das empresas na economia, estudo do SEBRAE-SP (2006c) reporta que 56% das MPEs atuam no comércio, 30% em serviços e 14% na indústria. No comércio a concentração dos empreendimentos volta-se aos segmentos de mercearias e mini-mercados, varejo de vestuário, varejo de material de construção, farmácias e perfumarias e comércio de autopeças. No setor de serviços, aos segmentos de lanchonetes e restaurantes, transportes terrestres, serviços de informática, atividades recreativas e de entretenimento e serviços às empresas e no setor industrial, à construção civil, confecções, alimentos e bebidas, produtos de metal e móveis. Em termos regionais, 50,9% das empresas localizam-se na região sudeste, 24,0% no sul, 14,6% no nordeste, 7,2% no centro-oeste e 3,3% no norte do país. Além disso, 85% das MPEs estão localizadas nos dez Estados com maior número de empresas: São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Bahia, Goiás, Ceará e Pernambuco (SEBRAE-SP, 2006c). Apesar da grande diversidade de atividades e localização territorial, as micro e pequenas empresas apresentam características inseridas em um mesmo padrão. Neste sentido o IBGE (2003) cita a baixa intensidade de capital, altas taxas de natalidade e mortalidade,


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forte presença de proprietários, sócios e familiares como mão-de-obra ocupada no negócio, centralização de poder, grande proximidade entre as pessoas e as empresas (mistura entre pessoa física e jurídica em termos contábeis e financeiros), contratação direta de mão de obra, baixa qualificação da mão-de-obra, baixo investimento em inovação tecnológica, dificuldades de acesso ao financiamento de capital de giro, registros contábeis pouco adequados e relação de complementaridade e subordinação a empresas de grande porte. Em estudo similar, o SEBRAE-SP (2006c) reporta como características das MPEs a predominância de vendas ao consumidor final, produtos e serviços de baixo valor unitário, escalas de produção baixas, voltadas para o atendimento das necessidades básicas da população e utilização de tecnologia de domínio público, isso é, com baixo valor agregado em termos de inovação. Por sua vez, SACHS (2004) considera o reduzido custo em capital de entrada na atividade, o que se reflete em baixa produtividade e necessidade de práticas como salários baixos, ausência de proteção social, sobrecarga de trabalho, sonegação de impostos e inadequação de condições de trabalho, o que pode acarretar informalidade. Ao se considerarem as características apresentadas, novamente surge a percepção da fragilidade das pequenas empresas em contraposição à sua relevância econômica e social, o que reforça a necessidade do aperfeiçoamento contínuo do ambiente institucional no qual estão inseridas. Neste sentido, é incontestável a relevância das pequenas empresas em todo o mundo e pode-se até afirmar que o século XXI será cada vez mais deste tipo de empreendimento, que no Brasil já é responsável por 28% do faturamento, 20% do Produto Interno Bruto e 56% dos empregados com carteira assinada. Além disso, representam 99% das empresas existentes no país (SEBRAE-SP, 2006a). As pequenas empresas funcionam como vetores da distribuição de renda e possibilitam oportunidades de trabalho a milhões de pessoas no país e em todo o mundo. No Brasil a importância deste segmento empresarial começou a ser constatada na década de 80 em decorrência da redução do ritmo de crescimento da economia e do aumento do nível de desemprego. Na época, os pequenos negócios passaram a ser considerados uma alternativa para a ocupação de mão-de-obra e houve várias iniciativas de estímulo à abertura de micro e pequenas empresas na economia, dentre elas (IBGE, 2003): - implantação do primeiro Estatuto da Microempresa (Lei no 7.256 de 27 de novembro de 1984) e a inclusão das micro e pequenas empresas na Constituição Federal de 1988, que proporcionou a garantia do tratamento diferenciado;


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- criação do SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, em 1990, a partir da transformação do CEBRAE, Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena Empresa, que tinha sido implantado em 1972; - criação de linhas especiais de crédito no BNDES, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil; - instituição do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES, através da Lei no 9.317 de 05 de dezembro de 1996; - implantação do Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, através da Lei no 9.841 de 05 de outubro de 1999; - estabelecimento do Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, demonstrando a relevância das micro e pequenas empresas para a evolução da economia nacional; - criação de diversos programas especiais nos anos 90, como o Programa de Geração de Emprego e Renda – PROGER, coordenado pelo Ministério do Trabalho e do Emprego e financiado pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, que integra aspectos de capacitação gerencial, assistência técnica, participação social e apoio creditício, fortalecendo as micro e pequenas empresas formais e informais e o Programa Brasil Empreendedor, que proporcionou capacitação e apoio financeiro, além de grande exposição na mídia, sensibilizando a população para a importância das MPEs e do empreendedorismo (IBGE, 2003). Muitos anos depois, a semente plantada através dessas iniciativas culminou com a aprovação da Lei Geral das Pequenas Empresas, em 14 de dezembro de 2006 (Lei Complementar no123/06). Após grande mobilização da sociedade na construção dos aspectos a serem tratados, o texto final da lei abordou, dentre outros, temas como desburocratização, redução tributária, acesso ao crédito e capitalização, simplificação das leis do trabalho, associativismo e estímulo à inovação. Em relação a este ultimo tópico, a lei determina em seu capítulo X, artigo 65, parágrafo 2º, que as “pessoas jurídicas referidas no caput deste artigo terão por meta a aplicação de, no mínimo, 20% (vinte por cento) dos recursos destinados à inovação para o desenvolvimento de tal atividade nas microempresas ou nas empresas de pequeno porte”. As pessoas jurídicas às quais a lei se refere são a agência de Fomento, definida como orgão ou instituição de natureza pública ou privada que tenha entre os seus objetivos o financiamento de ações que visem a estimular e promover o desenvolvimento da


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ciência, da tecnologia e da inovação; a Instituição Científica e Tecnológica – ICT, órgão ou entidade da administração pública que tenha por missão institucional, dentre outras, executar atividades de pesquisa básica ou aplicada de caráter científico ou tecnológico; o Núcleo de Inovação Tecnológica, que corresponde a um núcleo ou órgão constituído por uma ou mais ICT com a finalidade de gerir sua política de inovação e a Instituição de Apoio, que são aquelas criadas sob o amparo da Lei no 8.958, de 20 de dezembro de 1994, com a finalidade de dar apoio a projetos de pesquisa, ensino e extensão e de desenvolvimento institucional, científico e tecnológico (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, 2006). Pode-se assim constatar o amplo grau de conscientização a respeito da relevância dos pequenos empreendimentos no Brasil e também do estímulo à inovação e tecnologia, o que revela um amadurecimento das políticas públicas e do ambiente institucional brasileiro em relação ao tema, importantes para o enfrentamento do desafio que se apresenta no mundo globalizado. Entretanto, quando de trata de pequenos negócios no Brasil, além das empresas formais devem ser considerados os milhões de negócios informais que funcionam no país e criam uma economia paralela de grandes dimensões. Enquanto existem cerca de cinco milhões de empresas registradas no Brasil e estimam-se pelo menos dez milhões de negócios sem registro, o que sugere a proporcionalidade de dois negócios informais para cada um formal (SPÍNOLA, 2006). Esses números, aliados ao impressionante volume de empresas nascentes todos os anos – somente no Estado de São Paulo surgem anualmente em torno de cento e vinte mil novos empreendimentos; caracterizam a importância das empresas de pequeno porte para o equilíbrio sócio-econômico da nação. Porém, se por um lado surgem muitos negócios, o Global Entrepreneurship Monitor -

GEM, importante pesquisa de âmbito mundial que, em sua edição de 2007

pesquisou quarenta e dois países com o objetivo de aprofundar o conhecimento e a compreensão do empreendedorismo, posicionou o Brasil na 9ª posição em termos da taxa de empreendedores em estágio inicial (TEA), que considera a porcentagem da população adulta (entre 18 e 64 anos), e que está diretamente envolvida na criação de novos empreendimentos ou na condução de empreendimentos que têm até 42 meses de vida (KRUGUER, 2008); por outro lado as taxas de mortalidade alcançam patamares também elevados. No Estado mais rico da Federação, São Paulo, pesquisa realizada pelo SEBRAE-SP (2008b), revelou que para cada 100 empresas que surgiram em 2000, 64 já não


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operavam mais em 2006, caracterizando uma taxa de mortalidade empresarial de 64% antes dos seis anos de existência. Já no primeiro ano de atividade, 27% dos negócios encerraram suas atividades, 38% não atingiram o final do segundo ano, 46% não chegaram ao final do terceiro ano, 50% não ultrapassaram o quarto ano e 62% não continuaram suas atividades após o quinto ano

(SEBRAE-SP, 2008b). A figura 2.2 ilustra a evolução da taxa de

mortalidade empresarial no Estado de São Paulo para o período de seis anos.

FIGURA 2.2: Taxa de mortalidade empresarial Fonte: SEBRAE-SP, 2008b As causas da mortalidade apontadas pela pesquisa são a falta de planejamento prévio à abertura da empresa, deficiências em gestão empresarial, baixa intensidade do comportamento empreendedor, insuficiência de políticas públicas de apoio, influências da conjuntura econômica e problemas pessoais dos empreendedores, relacionados principalmente à sucessão, sociedade, saúde e criminalidade (SEBRAE-SP, 2008b). Outro aspecto que contribui para ilustrar as causas da mortalidade empresarial é a motivação para empreender. O relatório GEM (2006) constatou que este é o fator que melhor diferencia a dinâmica empreendedora dos países de renda média (PIB per capta inferior a US$ 20.000,00) em relação aos países considerados ricos (PIB per capta superior a US$ 20.000,00). Nos países de renda média, existem 3,3 empreendedores por oportunidade aqueles que iniciam um negócio a partir da identificação de uma oportunidade com vistas à geração de riqueza e prosperidade; para cada empreendedor por necessidade – aqueles que iniciam um negócio como única forma de sobrevivência; enquanto eles são 8,9 nos países de


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renda per capta alta. No Brasil o mesmo indicador é de 1 empreendedor por oportunidade para cada 1 empreendedor por necessidade. É possível então constatar a fragilidade existente em grande quantidade dos negócios criados no país. Ou seja, é fundamental o investimento em políticas públicas capazes de proporcionar condições cada vez melhores para que as empresas se desenvolvam e prosperem. O GEM (2006) aponta algumas sugestões destacando ações em políticas governamentais, programas governamentais, apoio financeiro e educação e capacitação. O quadro 2.3 a seguir apresenta os principais aspectos sugeridos:

Condições relacionadas

ao

Proposições

empreendedorismo - Desburocratização dos procedimentos de abertura; - Criação de uma Política Nacional específica ao Empreendedorismo; - Criação de mecanismos para formalização de negócios; - Criação de novos modelos de Sistemas de Investimentos; Políticas

- Instituição de incentivos fiscais para empresas que desejam abrir outra empresa na

Governamentais

sua própria cadeia de valor; - Instituição de incentivos fiscais para pessoas que desejam iniciar uma empresa de alta tenologia; - Instituição de processos de licitação mais flexíveis para os casos de empresas incubadas e pré-incubadas. - Instituição de programas de apoio financeiro: estímulo para as instituições privadas estabelecerem taxas de juros mais baixas para novos empreendimentos;

Programas Governamentais

- Intensificar as parcerias e as trocas de informações entre as diversas entidades, integrantes do PNI – Programa Nacional de Incubadoras, do Ministério da Ciência e Tecnologia, para fortalecimento e melhoria do desempenho das incubadoras; - Criação, através de agências de desenvolvimento, de mecanismos de incentivos à criação de rede de angels, com apoio inclusive financeiro nos investimentos iniciais. - Ampliação de alternativas para acesso ao crédito; - Criação de mecanismos de acesso ao capital de risco para criação de empresas; - Reestruturação de políticas de concessão ao crédito para as micro e pequenas empresas;

Apoio Financeiro

- Facilitação do acesso ao crédito para as micro e pequenas empresas; - Estímulo às empresas nascentes através do estabelecimento de taxas de juros menores; - Definição de recursos financeiros para o fomento à criação de Parques Tecnológicos e Espaços de Incubação de Empresas em troca da realização de projetos tecnológicos;


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- Disponibilização de linhas de crédito específicas para fomento às iniciativas empreendedoras. - Instituição do ensino de empreendedorismo em todos os níveis da educação formal, inclusive com disciplinas específicas; - Repensar as diretrizes do Sistema Educacional no Brasil, enfatizando habilidades como autonomia, criatividade e independência. - Instituição de parcerias entre entidades de ensino e empresas para a promoção da Educação Capacitação

e

prática do empreendedorismo; - Facilitação do acesso das empresas formalizadas à informação e à capacitação; - Teinamento dos professores de todos os níveis da educação formal para o desenvolvimento de atividades pedagógicas voltadas ao empreendedorismo; - Criação de programas de capacitação do empreendedor; - Intensificação dos programas de apoio à criação de incubadoras para negócios nascentes e não restringi-los apenas ao âmbito das instituições de ensino.

QUADRO 2.3: Propostas de políticas públicas para melhoria do ambiente empreendedor no Brasil Fonte: adaptado de GEM, 2006

Por sua vez, SACHS (2004, p.145) considera que a desinformalização dos empreendimentos de pequeno porte e o aumento contínuo da sua produtividade de trabalho constituem as prioridades máximas nas políticas voltadas para este setor da economia. Ao mesmo tempo, é necessário consolidar as micro e pequenas empresas – MPEs existentes e diminuir os altos índices de mortalidade. Por último, deve-se pensar na expansão das empresas de pequeno porte existentes e, sempre que possível, na sua graduação para a categoria de médias empresas. As argumentações apresentadas pelos autores demonstram o amplo caminho a ser seguido na formulação e aplicação de políticas públicas no Brasil para fortalecimento do ambiente de negócios, e permite destacar a importância dos investimentos em incubadoras de empresas e na capacitação e formação do indivíduo empreendedor.

2.3 A Inovação e o Ambiente Institucional Brasileiro

O processo de inovação tem sido considerado uma força dinâmica relevante, dentre aquelas que impulsionam a competitividade das empresas e levam ao crescimento econômico. Esta constatação faz com que países no mundo todo como Espanha, Finlândia,


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Itália, Reino Unido, Coréia, entre outros, busquem maneiras de fomentar e estimular a inovação (LEMOS, 2002). A definição de inovação deve ser precedida pela compreensão do significado de tecnologia. Para BURGELMAN et al (1998), este termo refere-se aos conhecimentos teórico e prático, às habilidades e artefatos que podem ser usados para desenvolver produtos e serviços, e também aos seus sistemas de produção e distribuição. A tecnologia pode estar nas pessoas, nos materiais, nos processos cognitivos e físicos e nos equipamentos utilizados e pode ser aplicada na geração de inovações. DEITOS (2002) argumenta que a inovação pode se dar tanto pelo emprego de uma tecnologia totalmente nova para a empresa e para o mercado, quanto pela introdução de uma tecnologia utilizada em outro campo de atividade, porém, inédita no campo de atuação da empresa. A inovação pode acontecer tanto no produto – inovação nos bens e serviços produzidos, quanto no processo – inovação na forma como os bens e serviços são produzidos, e pode ter caráter incremental ou radical. A plena caracterização da inovação ocorre quando o produto é introduzido no mercado ou quando o processo entra em operação (IBGE, 2000). As inovações radicais causam grande impacto sobre a sociedade, gerando novos hábitos de consumo, novos mercados e oportunidades e geralmente estão associadas a grandes esforços de pesquisa e desenvolvimento. Como exemplos de inovações radicais podese citar o nylon, a televisão, o processo de craqueamento térmico do petróleo, entre outros. Por sua vez, as inovações incrementais descrevem mudanças técnicas de menor impacto, presentes em produtos ou processos, normalmente resultantes da acumulação de conhecimentos e experiências (MONTEIRO, 1994). Entretanto, as inovações incrementais são aquelas que ocorrem com maior freqüência. Sobre elas, PLONSKI (2005), considera que mudanças tecnológicas incrementais são, por vezes, percebidas como de segunda categoria. Caberiam, quando muito, no vestíbulo do olimpo da inovação - este inacessível às empresas de porte pequeno e às sociedades que não dispõem dos elevados recursos (notadamente talento e capital) requeridos para gerar inovações radicais. Ledo engano, entre outros motivos, pelo fato de desconsiderar o expressivo efeito econômico e social do processo cumulativo de mudanças tecnológicas incrementais (p.28). Os chamados Sistemas Nacionais de Inovação são mecanismos institucionais que têm sua origem na concepção de Friedrich List sobre o Sistema Nacional de Política Econômica, datado de 1841 (FREEMAN, 1995). Com relação a uma conceituação para o termo sistema de inovação, LASTRES & CASSIOLATO (2000, p.247-248) argumentam que


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pode ser definido como um conjunto de instituições distintas que conjuntamente e individualmente contribuem para o desenvolvimento e difusão de tecnologias. Este conjunto constitui o quadro de referência no qual o governo forma e implementa políticas visando influenciar o processo inovativo. Neste contexto de inter-relacionamento, podem existir também sistemas de inovação regionais, estaduais e locais, estes muitas vezes chamados de pólos tecnológicos. Segundo MEDEIROS et al (1991), existem quatro componentes que definem a existência de um pólo tecnológico: presença de instituições de ensino e pesquisa, especializadas em novas tecnologias; empresas envolvidas nesses desenvolvimentos; interação universidade-empresa, através de projetos de inovação tecnológica e estrutura organizacional apropriada, normalmente caracterizada por uma entidade coordenadora. Por sua vez, o conceito de ação econômica socialmente enraizada embeddedness, proposto por Karl Polanyi (VINHA, 2001) e amplamente debatido por GRANOVETTER (1985a), permite a argumentação de que sistemas de inovação robustos têm sua origem em instituições vigorosas, decorrentes de arranjos culturais, sociais, econômicos e políticos. Algo como um conjunto de influências, muitas vezes desconectadas, que resultaram em um ambiente propício para a criação e desenvolvimento de Empresas de Base Tecnológica. Neste sentido, a inovação poderia ser compreendida como um processo de aprendizado não linear, constituído por complexas interações em nível local, nacional e mundial, entre agentes diversos como indivíduos, firmas e outras organizações dedicadas a prospectar e consolidar novos conhecimentos. Este conjunto de relações direcionada para o conhecimento, aprendizado e interatividade, proporcionou o embasamento ao conceito de sistemas de inovação (DE TONI, 2006, apud CASSIOLATO et all, 2005). Não é de se estranhar então que em países com arcabouço institucional marcado por deficiências, como o Brasil, existam dificuldades para o estabelecimento de pólos de tecnologia virtuosos e, por conseqüência, de EBTs competitivas. No Brasil, os dados obtidos pela Pesquisa Industrial Inovação Tecnológica, em duas edições realizadas nos períodos de 1998 a 2000 e 2001 a 2003, revelam que “devido ausência de transformações estruturais relevantes na indústria brasileira, entre os dois períodos pesquisados, os patamares das taxas de inovação não sofreram modificações significativas e continuam crescentes com o porte das empresas” (IBGE, 2003, p.35) . A atividade inovativa que mais se destaca na versão recente da pesquisa é a aquisição de máquinas e equipamentos, seguida de atividades internas de P&D e projeto industrial.


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Entretanto, de um modo geral nota-se uma redução dos investimentos com atividades inovativas em relação ao período anterior, o que gera taxas de inovação menores (IBGE, 2003), conforme quadro 2.4:

Faixas pessoal ocupado

Taxa de inovação

de

Produto

Produto novo para o Processo mercado nacional

Processo novo para o setor no Brasil

2001 – 2001 - 1998 – 2003 2000 2003 26,9 2,8 1,2

Total

1998 1998 – 2001 – – 2000 2003 2000 31,5 33,3 17,6

20,3

4,1

2,7

25,2

De 10 a 49

28,6

31,1

14,1

19,3

2,5

2,1

21,0

24,8

1,3

0,7

De 50 a 99 43,0 De 100 a 49,3 249 De 250 a 56,8 499

34,9

24,5

19,1

6,3

2,3

33,6

28,6

4,4

0,8

43,8

30,0

25,3

9,0

3,9

41,4

37,7

7,2

1,7

48,0

34,4

28,4

10,6

5,8

48,6

38,8

9,7

3,4

72,5

59,4

54,3

35,1

26,7

68,0

64,4

30,7

24,1

Com 500 e 75,7 mais

2001 – 1998 - 2001 - 1998 2003 2000 2003 2000

QUADRO 2.4: Evolução da inovação no Brasil Fonte: adaptado de IBGE – Diretoria de Pesquisas, Coordenação da Indústria, Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica, 2003. De outro ponto de vista, o GEM (2006) revela que, no período de 2002 a 2006, 52,7% dos empreendedores iniciais e 60,3% dos empreendedores estabelecidos estavam à frente de empreendimentos com mínimo potencial de inovação. Por outro lado, somente 0,7% dos empreendedores iniciais e 0,4% dos estabelecidos figuram na condução de negócios com o máximo potencial de inovação. Esta análise é realizada com base em três fatores: potenciais clientes que consideram o produto/serviço novo ou desconhecido, nível de concorrência e tempo de utilização de tecnologias e processos no empreendimento. O quadro 2.5 a seguir apresenta os resultados da pesquisa:


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Potencial de inovação do empreendimento

Estágio

(Fatores: novas tecnologias, baixa concorrência, Empreendedores Empreendedores produto novo ou desconhecido)

iniciais

Estabelecidos

(%)

(%)

Máximo potencial (três fatores presentes)

0,70

0,40

2 fatores presentes

12,80

7,00

1 fator presente

33,80

32,30

Mínimo potencial (nenhum fator presente)

52,70

60,30

QUADRO 2.5: Potencial de inovação no Brasil Fonte: adaptado de GEM (2006) Complementarmente, a sondagem “Práticas e Necessidades de Inovação na Indústria Paulista” apresenta um detalhamento sobre a inovação no Brasil. Segundo a pesquisa, os principais obstáculos apontados para a realização para atividades de inovação são o alto custo de aquisição de máquinas e equipamentos, escassez de recursos próprios, dificuldade de acesso a financiamento público e riscos elevados de retorno financeiro, carência de pessoal qualificado, falta de apoio governamental, falta de estrutura interna para P&D&I e rigidez organizacional/cultural da empresa (FIESP, 2007). Neste contexto, é relevante destacar o aspecto do financiamento da inovação como condicionante à inovação. BARRA (2005) apud MANI & BARTZOKAS (2002) cita a existência de três correntes na literatura que tratam o tema. A primeira delas considera o financiamento privado da pesquisa e desenvolvimento (P&D). A segunda trata, de uma forma mais ampla, do financiamento do setor de alta tecnologia e, de forma específica, das EBTs, abordando as medidas de políticas públicas em diversos países do mundo e associando o grau de sofisticação tecnológica das empresas ao desenvolvimento do mercado financeiro, uma vez que é necessária a existência do compartilhamento do risco dos investimentos com os agentes financeiros. A terceira vertente apresenta a alternativa do capital de risco (venture capital), que significa o aporte de recursos financeiros em empreendimentos com grande potencial de crescimento, através da aquisição de parte do negócio, com o objetivo de revenda ou realização de lucros, geralmente a médio ou longo prazos. Os investimentos podem ser feitos de diversas maneiras, de acordo com a seguinte classificação, segundo o autor: Seed Capital capital semente ou embrionário, voltado para a criação de empresas; Start-up (capital de primeiro estágio), voltado para o lançamento de um novo produto no mercado; Development,


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tem o propósito de proporcionar crescimento de empreendimento em fase não autofinanciável; Mezzanine, financia a busca de novos produtos e mercados por empresas já consolidadas e Private Equity, que concentra recursos nas etapas avançadas das empresas.No Brasil, o capital de risco apresentou uma evolução morosa, principalmente devido ao mercado de capitais pouco desenvolvido, com pouca liquidez para investimentos, ao baixo dinamismo da indústria brasileira, que significa poucas empresas interessadas neste tipo de financiamento e a barreiras culturais relacionadas ao compartilhamento do controle do negócio. A melhora do cenário econômico nos anos 90 possibilitou a existência de um ambiente favorável à atividade de capital de risco e em 1994 houve a aprovação pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM, da Instrução 209 de 25.03.1994, que regulamentou os fundos mútuos de investimentos em empresas emergentes, possibilitando o acesso das pequenas e médias empresas ao mercado de capitais. A partir de então surgiram diversos fundos e mecanismos regulatórios para a realização dos investimentos nessa modalidade. Cabe destacar a atuação da FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos, com o Projeto Inovar; do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, dos Fundos de Pensão, do SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, da FAPESP - Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo e também dos chamados investidores Angels, que apesar de ainda terem pouca expressão no país, já são responsáveis por iniciativas como a do grupo de investidores individuais Gávea Angels, constituído no Rio de Janeiro por iniciativa do Instituto Gênesis da Pontifícia Universidade Católica – PUC-Rio e da Associação dos Antigos Alunos e Amigos da PUC-Rio. Entretanto, as diversas iniciativas existentes no Brasil constituem um volume considerado baixo para as referências mundiais (BARRA, 2005). “Estamos longe de entrar na primeira divisão dos países que caminham firmes na chamada “economia do conhecimento”, ou da aprendizagem” (DE TONI, 2006, p. 38) O resultado geral de todo este cenário estrutural é a baixa taxa de inovação existente no país que, embora seja apontado como uma nação de empreendedores, não o é por negócios inovadores e sim por empresas que atuam em segmentos tradicionais de elevada competição e que demandam baixo investimento. PINHO et al (2002) complementam este entendimento, e revelam que as EBTs brasileiras apresentam uma baixa taxa de criação, principalmente em decorrência de um sistema universitário que não estimula a formação de empreendedores e de um sistema de inovação de pouca expressão, o que possibilita a compreensão de que as primeiras empresas de base tecnológica iniciaram suas atividades em territórios específicos do país, nos quais


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existia um conjunto de aspectos favoráveis ao desenvolvimento de novas tecnologias. BARRA (2005, p.15) apud SANTOS (1987), cita que essas empresas pioneiras surgiram espontaneamente em localidades onde havia clima favorável, propiciado pela existência de infra-estrutura científica e tecnológica, disponibilidade de recursos humanos qualificados e proximidade de pólos industriais, constituídos de setores mais dinâmicos, como informática, aeroespacial, biotecnologia e mecânica de precisão, dentre outros. Entretanto, DE TONI (2006) considera que, apesar da situação de dificuldades, existem fortes sinais de mudanças da política industrial brasileira, principalmente através de esforços para fortalecer ambientes, capacidades e competências, com base no comportamento inovador e em novos paradigmas tecnológicos. Exemplos podem ser citados como a Lei de Inovação, a reorganização das linhas de crédito de bancos oficiais e o direcionamento de fundos públicos para projetos com conteúdo de inovação tecnológica (fundos setoriais – FNDCT - Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia/MCT). 2.4 Empresas de Base Tecnológica

Dentre as empresas, as pequenas recebem uma atenção especial por parte da sociedade, tanto por apresentar características intrínsecas impulsionadoras, como a flexibilidade, poucos níveis hierárquicos e baixa burocracia, quanto características restritivas, como a pouca disponibilidade de recursos para investimento, dificuldade de acesso a recursos humanos especializados e à tecnologia (LEMOS, 2002). Em decorrência de sua capilaridade e capacidade de geração de postos de trabalho e riqueza, pode-se concluir que estimular a inovação nesse segmento significa contribuir para o aumento da competitividade empresarial e influenciar diretamente os indicadores sociais do país. Ou seja, trata-se de um nicho estratégico para as políticas públicas no Brasil e em todo o mundo. Nesse contexto, diversidade é uma realidade e múltiplas formas de atuação podem ser identificadas, sendo que uma pequena parcela deste contingente é formada pelas chamadas Empresas de Base Tecnológica – EBTs que, criadas sobre uma proposta inovadora de atuação em termos de produtos e processos, têm o desafio de consolidar esse posicionamento com todas as dificuldades de uma economia em desenvolvimento.


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PÉREZ e SÁNCHES (2003) consideram que as pequenas empresas high-tech são o principal fator para a criação e transferência de conhecimento e sua importância vai além da geração de empregos, faturamento e geração de produtos e serviços inovadores. Este tipo de empreendimento tem um importante papel como catalisador de tecnologia e processos de acumulação de conhecimento, principalmente através de conexões em redes voltadas à inovação. As Empresas de Base Tecnológica apresentam a característica inovadora como o eixo central em sua estratégia competitiva. FERRO & TORKOMIAN (1988, p.44), definem este tipo de empresa como sendo aquelas que “dispõem de competência rara ou exclusiva em termos de produtos ou processos, viáveis comercialmente, que incorporam grau elevado de conhecimento científico”. Por sua vez, FERNANDES et al (2000), esclarecem que a conceituação de EBT deve considerar a realização de esforços tecnológicos significativos e a concentração de operações na fabricação de novos produtos. Desta forma, as EBTs apresentam uma preponderância da dimensão das tecnologias de produto com relação às de processo, diferenciando-se daquelas empresas que atualizam suas bases de produção, mas que direcionam suas operações para produtos tradicionais; e também daquelas que, embora estejam focadas em produtos inovadores, não apresentam esforços tecnológicos relevantes no sentido de pesquisa e desenvolvimento. FERRO & TORKOMIAN (1988) citam a tendência de que a chamada suscetibilidade da novidade, isso é, uma maior chance de insucesso nas fases iniciais, seja maior nas EBTs em decorrência da dinamicidade do ambiente em que geralmente se encontram. Além disso, os autores consideram também a necessidade de uma política estatal favorável, da existência de recursos humanos qualificados, de uma economia avançada, e de “uma base de legitimidade ideológica transcapitalista, para vencer as desconfianças do meio científico, uma das bases desse processo de criação”. Normalmente este tipo de negócio é dependente de organizações como universidades, empresas públicas ou privadas e de institutos de pesquisa, pois é a partir delas que os empreendedores identificam oportunidades de negócio. Essas considerações permitem associar a esse tipo de firma a necessidade de um ambiente institucional específico no qual as EBTs possam ser criadas, crescer e prosperar. Para ser considerada inovadora, uma empresa deve apresentar variações em seus produtos e/ou processos, de forma a alterar suas características competitivas. FERRO (1984), citando Scherer, argumenta que a inovação tecnológica ocorre em quatro etapas: invenção, empreendimento, investimento e desenvolvimento. Neste sentido, invenção é a


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proposição de uma solução relacionada a uma necessidade do mercado, empreendimento é a tomada de decisão para o investimento de recursos. A fase de desenvolvimento compreende a adequação do projeto inicial às características necessárias para a entrada no mercado. A execução dessas etapas é a expressão do processo de gestão da inovação. Desta forma, para caracterizar uma Empresa de Base Tecnológica, diversas dimensões podem ser utilizadas, tais como (CORTÊS et al, 1998, FINEPa, 2006): -

natureza dos produtos desenvolvidos;

-

gastos com P&D em relação ao faturamento da empresa;

-

existência de um departamento de P&D na empresa, estruturado ou não;

-

proporção de engenheiros e demais profissionais graduados em relação ao conjunto total de funcionários da empresa;

-

relação com universidades e/ou centros de pesquisa;

-

despesas em aquisição de novas tecnologias relacionadas à acumulação tecnológica;

-

parcela do faturamento derivada de novos produtos desenvolvidos internamente à empresa (não licenciados) e introduzidos no mercado a menos de cinco anos;

-

patentes solicitadas a menos de cinco anos;

-

projeto de novos produtos em andamento. É também relevante verificar que a forma pela qual uma EBT posiciona-se em

relação ao mercado está relacionada com a estratégia tecnológica praticada que, segundo COUTINHO (2004), significa as respostas para questões relacionadas às alternativas tecnológicas, recursos tecnológicos disponíveis, habilidades necessárias, acúmulo de conhecimento e suas fontes, gestão do processo de inovação e integração com a estratégia de negócios. Nesse contexto, ao longo da história diversos autores procuraram identificar e qualificar as estratégias tecnológicas e, para essa ilustração, o quadro 2.6 apresenta um conjunto de tipologias e seus respectivos autores.


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Ansoff e Stuart Freeman (1974) (1967)

Miles e Snow A.D. (1978) (1981)

Primeiro no mercado Seguir o líder Engenharia de aplicação Eu também

Ofensiva

Defensor

Líder

Fornalha

Defensiva Imitador

Prospector Analítico

Seguidor Nicho

Espiral Campo Fértil

Racional

“PacMan” Explorador

Dependente Reativo Tradicional Oportunista QUADRO 2.6: Tipologias de estratégias tecnológicas Fonte: adaptado de COUTINHO (2004)

Little Loewe (2001)

et

al

Por exemplo FERRO (1984), citando Freeman, apresenta seis possíveis estratégias empresariais: a primeira é chamada de ofensiva e caracteriza aquelas empresas que buscam liderança de mercado através do constante lançamento de novos produtos. Para isso precisam ter uma intensa atividade de planejamento e desenvolvimento. Caracterizam-se também pelo registro de patentes como forma de proteção de seu posicionamento no mercado e também por correr riscos como pioneiras. A segunda tipologia é a defensiva. As empresas que empregam esta estratégia buscam estar atualizadas em seu segmento de negócio, com o objetivo de defender suas posições. Não procuram firmar-se como líderes, uma vez que não estão dispostas a correr riscos e procuram adaptar-se rapidamente às mudanças que ocorrem, muitas vezes aproveitando para incorporar avanços em novos modelos lançados pela concorrência, e tentando diferenciar-se em produtos. Existe ainda a estratégia imitativa. As empresas que a adotam apresentam uma forte competência em engenharia de produção, direcionada para a cópia de produtos ou serviços existentes, seja sob a forma de licenciamento ou não. Estas empresas apresentam baixo investimento em pesquisa e desenvolvimento. Empresas também podem adotar a estratégia dependente, na qual atuam diretamente subordinadas a um cliente, que direciona o que devem produzir e a tecnologia a empregar. Atuam, dessa forma, sem praticamente nenhuma iniciativa de pesquisa e desenvolvimento. Uma outra estratégia que pode existir é a tradicional, praticada por empresas com poucas qualificações e que modificam muito pouco seu produto ou serviço. São incapazes de introduzir inovações tecnológicas e apresentam grande vulnerabilidade na concorrência com empresas inovadoras.


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O último tipo de estratégia apresentada pelo autor é a chamada oportunista, na qual as empresas aproveitam oportunidades para o lançamento de novos produtos que não requerem grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Desta forma, a estratégia tecnológica expressa a maneira pela qual a empresa posiciona-se no mercado e pode levar tanto a resultados positivos quanto ao desaparecimento, caso a estratégia adotada esteja equivocada. PINHO et al (2002), com base nos estudos de Torkomian, argumentam que as principais dificuldades das EBTs estão associadas à obtenção de capital, instabilidade da conjuntura econômica, fragilidade do marketing e falta de preparo gerencial. Estes fatores fazem com que as empresas criadas tenham dificuldades em estabelecer uma dinâmica pioneira de atuação, assumindo muitas vezes a posição de imitadoras. Além disso, em decorrência da abertura às importações, fornecedores internacionais podem a qualquer momento exercer concorrência no mercado, constituindo-se uma barreira ao crescimento das EBTs. Por outro lado, as variações de mercado e a existência de janelas de oportunidade podem fazer com que o potencial de inovação seja catalisado ou reduzido neste tipo de empresa. Neste aspecto estão considerados os movimentos da concorrência, as necessidades do mercado, a existência de fornecedores e todas as variáveis que fazem parte do ambiente de negócios da organização e sobre as quais ela possa exercer alguma influência direta. Além disso, fatores exógenos podem também exercer influência no processo de inovação. Dentre eles estão aspectos políticos, tecnológicos, econômicos, sociais, estruturais, entre outros, que são incontroláveis por parte da empresa. Todos estes aspectos associados constituem a chamada dinâmica “travada” de crescimento das EBTs, levando-as a buscar um posicionamento em nichos de mercado, de dimensão reduzida e não atrativos aos grandes concorrentes. Ao assumir esta posição, as empresas tornam possível sua consolidação, apesar de que sua escala de crescimento seja naturalmente limitada (PINHO et al, 2002). Uma das maneiras de se estimular a criação de EBTs é através de Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica, apresentadas no próximo capítulo.


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3 INCUBADORAS DE EMPRESAS

ARBIX (2007) apresenta novas tendências de instrumentos para C&T&I, focados na melhoria do ambiente empresarial, além dos tradicionais relacionados às atividades de P&D nas empresas, tais como renúncia fiscal, subsídios e doações. De um modo geral, as tendências referem-se a mecanismos voltados à cooperação entre empresas privadas e o setor público, à proteção intelectual, à garantia de crédito para a inovação e à formação de arranjos institucionais que proporcionem a difusão do conhecimento e a transferência de tecnologia para o setor produtivo nacional. Dentre elas, o autor cita as tendências de “impulsionar a criação de redes nacionais e internacionais de pesquisa, de acesso, geração e difusão de conhecimento e de estimular a criação e o desenvolvimento de empresas de base tecnológica, ampliar sistemas de capacitação gerencial para a inovação e reduzir barreiras que dificultam a promoção do empreendedorismo tecnológico” (ARBIX, 2007, p. 47). As Empresas de Base Tecnológica representam um importante segmento para o desenvolvimento da inovação e o investimento em equipamentos e processos de fomento e apoio é fundamental para o estabelecimento de uma dinâmica empresarial diferenciada e competitiva. Mesmo com um ambiente desfavorável, as EBTs brasileiras têm um importante papel no sentido do aproveitamento de oportunidades, geração de inovações e, principalmente, por demonstrarem resultados e, desta forma, serem indutoras de melhorias institucionais, abrindo caminho para que outras empresas surjam em um ambiente propício, característico das economias desenvolvidas. Uma das formas utilizadas para fomentar e apoiar EBTs são as incubadoras de empresas, concebidas para abrigar e desenvolver iniciativas empreendedoras voltadas à tecnologia e inovação. Com a finalidade de proporcionar a compreensão sobre o funcionamento desse tipo de projeto, este capítulo discorre sobre os diferentes aspectos relacionados às incubadoras de empresas e, especificamente, detalha a atuação estadual do Programa SEBRAE-SP de Incubadoras de Empresas, adotado como referência metodológica para garantir a uniformização dos métodos e propósitos a partir dos quais as IEBTs analisadas se originaram.


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3.1 Projetos de Incubadoras de Empresas

Para a plena compreensão da relevância de um projeto de Incubadora de Empresas é necessária antes uma reflexão a respeito princípios que a circundam. LAHORGUE et al (2004) relatam a transformação vivenciada na década de 80 pela indústria tradicional, reflexo de crises do petróleo e término dos investimentos em reconstrução pós 2ª Guerra. As políticas de desenvolvimento regional, até então concentradas na realização de investimentos fixos e consolidação de segmentos geradores de maior valor agregado passaram a lidar com a decadência dos métodos de produção fordistas e com o fortalecimento da manufatura flexível e novas tecnologias. Era o surgimento da era do conhecimento e do diferencial competitivo a partir da inovação em produtos e processos, refletindo-se nas bases produtivas em dimensão mundial. Neste contexto, passou-se a considerar os territórios como essenciais para a promoção do desenvolvimento regional, em decorrência de sua capacidade de organização, de sua história e da conseqüente possibilidade de enraizamento de processos de fomento. Desta época vêm o conceito de ambiente inovador, resultado de estudos sobre os processos de difusão de inovações através da interação entre empresas e a localidade na qual estão instaladas (LAHORGUE apud LAHORGUE, 1994). Nessa nova perspectiva, a busca por estruturas e mecanismos inovativos, que proporcionassem a concepção e a aplicação de novos conceitos a produtos e processos, passou a ser relevante no sentido da implementação de políticas de desenvolvimento econômico. Assim, os parques tecnológicos e as incubadoras de empresas tornaram-se focos de estudos e investimentos, uma vez que combinam recursos institucionais da sociedade com elementos educacionais e de negócios (LALKAKA & BISHOP, 1997).

Segundo a Internacional Association of Science

Parks, um parque tecnológico é uma organização administrada por profissionais especializados, cujo principal objetivo é aumentar a riqueza de sua comunidade através da promoção da cultura da inovação e da competitividade das empresas e das instituições baseadas em conhecimento a ele associadas. Para garantir que esses objetivos sejam alcançados, o parque tecnológico estimula e administra o fluxo de conhecimento e tecnologia entre universidades, instituições de pesquisa e desenvolvimento,


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empresas e mercados; facilita a criação e o crescimento de empresas de base tecnológica através de processos de incubação e de spin-offs; e provê outros serviços de valor agregado junto com espaços de alta qualidade e facilidades (IASPa, 2007). Por sua vez, a LAHORGUE et al (1994) citam que a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores – ANPROTEC, define um parque tecnológico como um complexo produtivo industrial e de serviços de base científico-tecnológica, planejado, de caráter formal, concentrado e cooperativo, que agrega empresas cuja produção se baseia em pesquisa tecnológica desenvolvida nos centros de P&D vinculados ao parque. Trata-se de um empreendimento promotor da cultura da inovação, da competitividade, do aumento da capacitação empresarial fundamentado na transferência de conhecimento e tecnologia, com o objetivo de incrementar a produção de riqueza de uma região (LAHORGUE et al, 1994, p.48). Numa perspectiva institucionalista, CABRAL (1998), considera que a abordagem em redes é apropriada para o entendimento da relevância dos parques tecnológicos e, para isso, recorre ao conceito de custos de transação. Para gerar novas empresas, atores inseridos em centros de produção do conhecimento naturalmente desenvolvem redes externas através de processos divergentes e neste sentido, cada novo processo significa a duplicação de recursos. Para estabelecer convergência dos limitados recursos existentes, uma decisão política é necessária no sentido da criação de um parque tecnológico, instrumento que hierarquiza os processos existentes e reduz os custos de transação entre a academia e o mercado. Em outras palavras, um parque tecnológico existe por que representa a organização necessária para a redução dos custos de transação nas relações entre centros de ciência e o mercado, colaborando para tornar atrativas as operações voltadas à inovação. Um parque tecnológico é ao mesmo tempo uma combinação de redes de caráter social e industrial. Social porque proporciona aos atores uma integração essencial ao processo de inovação e isso inclui o estabelecimento de conexões pessoais e informais; e industrial no sentido da centralização de recursos e atividades. Em consonância com essa argumentação, o autor define inovação como um novo elemento qualitativo introduzido em uma rede específica e que proporciona modificações, mesmo


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que momentâneas, nos custos de transação existentes entre os atores que fazem parte da rede; e apresenta em seu “Paradigma de Gerenciamento de Parques Tecnológicos de Cabral-Dahab”, os aspectos essenciais que devem fazer parte do contexto de um parque tecnológico (CABRAL, 1998b): 1) Ter acesso a pesquisa qualificada e desenvolvimento de pessoal nas áreas de conhecimento que definem a identidade do parque; 2) Conseguir mercados para seus produtos e serviços de alto valor agregado; 3) Ter a capacidade de prover expertise de marketing e habilidades gerenciais para as empresas, principalmente as MPEs, com dificuldades em relação a esses recursos; 4) Estar inserido em uma sociedade que permite a proteção de produtos ou processos secretos, através de patentes, seguros ou outros meios; 5) Ter a capacidade de selecionar as firmas que farão parte do parque e as que serão rejeitadas. Os planos de negócios das empresas devem ser coerentes com a identidade do parque; 6) Ter uma clara identidade, frequentemente expressa simbolicamente através do nome do parque, seu logotipo e nos discursos institucionais; 7) Ter um gerenciamento com expertise estabelecida ou reconhecida em finanças, expressa através de planos de desenvolvimento econômico de longo prazo; 8) Ter conexões com poderosos, dinâmicos e estáveis atores econômicos nacionais e/ou locais, como agências de fomento, instituições políticas ou universidades locais; 9) Incluir em seu gerenciamento uma pessoa de visão, com poder de decisão e percebida por atores relevantes na sociedade como plenamente envolvida na interface entre academia e empresas e competente para a elaboração de planos e realização de um bom gerenciamento. É o senhor/senhora Parque Tecnológico; 10) Ter conexões com empresas de consultoria e de serviços técnicos, incluindo laboratórios e firmas de controle de qualidade. É interessante notar nas argumentações do autores, a importância da cooperação, da sinergia entre os atores localizados nos ambientes de inovação. Essas relações traduzem-se em aprendizado social, compartilhamento de experiências e confiança, que são elementos fundamentais para o surgimento e prosperidade do capital


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social, além de contribuírem para a redução dos custos de transação. As incubadoras de empresas podem ou não estar inseridas em um parque tecnológico, entretanto, como parte de um todo, refletem os conceitos anteriormente apresentados relacionados a eles. SERRA et al (2008, p.16) complementam esta perspectiva afirmando que “as incubadoras são caracterizadas pelas suas redes de relacionamento sociais que ligam e aglomeram firmas e indivíduos em um espaço geográfico delimitado. Podemos nos referir as incubadoras como redes de relacionamento”. Precursores do assunto no Brasil, MEDEIROS & ATAS (1996, p.11), conceituam a incubadora como um “pequeno shopping center empresarial. Projetos que, ao invés de lojas, abrigam micro e pequenas empresas industriais, de serviços ou agrícolas (...) que têm como finalidade básica criar ambientes propícios ao surgimento de novas empresas ou à modernização das já existentes”. Uma incubadora de empresas oferece espaço físico compartilhado, serviços especializados, infra-estrutura e recursos humanos para empreendedores que tenham a intenção de iniciar um novo negócio, o que permite “acelerar o processo de desenvolvimento empresarial, assegurando uma taxa de sucesso nos negócios bem acima das taxas comuns de insucessos” (BERMÚDEZ, 2000, p. 31). Existem diversos tipos de incubadoras de empresas o que permite a seguinte classificação (LAHORGUE et al, 1994; MEDEIROS & ATAS, 1996): - Incubadora de empresas de base tecnológica ou de primeira geração: abriga empreendimentos resultantes de pesquisa científica, baseados no conhecimento e que aplicam tecnologias específicas. Normalmente são instaladas próximas às universidades, institutos de pesquisa ou escolas técnicas. - Incubadora de empresas de setores tradicionais ou de segunda geração: abriga empreendimentos relacionados aos setores considerados tradicionais da economia e que buscam agregação de valor aos seus produtos ou processos através do incremento em seu nível tecnológico. Apesar de contar com o apoio de instituições de ensino e pesquisa, não é exigência que estejam próximas às entidades científicas. São apoiadas pelo poder público, associações comerciais, industriais e agrícolas. - Incubadora de empresas mista: abriga ao mesmo tempo empreendimentos de base tecnológica e de setores tradicionais.


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- Incubadora de empresas temática: abriga empreendimentos pertencentes a uma mesma cadeia produtiva. Por exemplo: incubadora cultural ou incubadora de agronegócios. Da mesma forma, com relação às empresas que participam das incubadoras, existe também uma tipologia que permite a seguinte estratificação (ANPROTEC&SEBRAE, 2002): - empresa residente ou incubada: organização que está abrigada em uma incubadora de empresas e recebe apoios técnico, gerencial e financeiro de rede de instituições constituída especialmente para criar e acelerar o desenvolvimento de pequenos negócios. - empresa associada: utiliza a infra-estrutura e os serviços oferecidos pela Incubadora, sem ocupar espaço físico, mantendo vínculo formal. Podem ser empresas recém-criadas ou já existentes no mercado. - empresa graduada: organização que passou pelo processo de incubação e alcançou desenvolvimento suficiente para sair da Incubadora. As empresas graduadas podem manter vínculo com a Incubadora na condição de associada. O investimento em incubadoras no Brasil vem registrando aumentos consideráveis, traduzido na quantidade de projetos em operação. A pesquisa Panorama Nacional ANPROTEC (2006a) demonstra essa evolução: de 02 incubadoras existentes em 1988 para as 377 na atualidade. As regiões com o maior número de projetos instalados são Sudeste e Sul, com 127 incubadoras cada uma, seguidas pelo Nordeste, com 63, Centro Oeste com 28 e região Norte com 14 incubadoras. Deste universo, 25,6% estão em cidades com mais de um milhão de habitantes e 32,18% em cidades com menos de 100 mil habitantes (ANPROTEC, 2006a). A mesma pesquisa do ano anterior revela a contribuição das incubadoras para a economia brasileira: 5618 empresas, entre graduadas, incubadas e associadas; faturamento de 1,5 bilhão de reais e geração de 28.000 empregos. Neste mesmo ano, 40% das incubadoras eram de base tecnológica, 23% mistas e 18% de setores tradicionais (ANPROTEC, 2005b). O sucesso de uma incubadora é diretamente relacionado ao êxito das empresas incubadas e existem diversos modelos que podem traduzir esta situação. IOZZI e SALLES (2004) apresentam um exemplo de processo de incubação, descrito na figura 3.1:


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Pré-incubação

Graduação

Seleção

Acompanhamento e assistência

Acompanhamento das graduadas e dos impactos

Captação de recursos

FIGURA 3.1: Modelo de operação de uma incubadora de empresas Fonte: adaptado de IOZZI e SALES, 2004 No modelo existem os seguintes processos: - Pré-incubação: conjunto de iniciativas voltadas ao estímulo do empreendedorismo. O propósito é despertar o interesse de candidatos ao programa de incubação; - Seleção de candidatos ao programa de incubação: Definição de candidatos aptos a participarem do programa de incubação; - Acompanhamento e assistência às empresas residentes: Conjunto de atividades de acompanhamento do desempenho das empresas incubadas e assessoria para melhorias e crescimento; - Graduação: Conjunto de atividades realizadas para que a empresa possa instalar-se no mercado; - Acompanhamento das graduadas e dos impactos: Análise periódica das empresas graduadas e do seu impacto econômico, social e tecnológico; - Captação de recursos: Elaboração de projetos de captação e recursos de instituições de fomento e órgãos financiadores até a execução e acompanhamento dos projetos. Ao processo de incubação os autores associam indicadores que permitem o monitoramento de cada etapa do processo (quadro 3.1) :


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Indicadores processos

dos número de atendimentos a interessados; número de retiradas de

pré- de editais/número de planos de negócio produzidos; número

incubação

de projetos estimulados/número de projetos realizados

Indicadores

do número de candidatos/número de selecionados; planos de

processo de seleção Indicadores

negócios apresentados/selecionados do taxa de inadimplência; taxa de ocupação; total de faturamento

período de residência

das empresas residentes; tempo médio de residência; taxas de mortalidade e de sucesso; número de funcionários empregados; quantidade de empregos qualificados gerados; número de produtos gerados/salários pagos; número de estágios; impostos gerados; índice de custos operacionais cobertos pelas empresas; taxa de crescimento das empresas; satisfação dos clientes (empresários); número de patentes geradas; investimentos de capital de risco nas empresas

Indicadores

das total de faturamento; taxa de mortalidade e de sucesso;

empresas graduadas

número de funcionários empregados; número de empregos qualificados; números de produtos; investimentos/número de empresas; número de empresas geradas; impacto de modernização das empresas; potencial de importação das empresas; inovação classe mundial

Indicadores

do número de projetos preparados/aprovados

processo de captação de recursos Indicadores da gestão Índice da incubadora

de

auto-sustentação;

incubadora/empregos

gerados;

custo custo

operacional

operacional

da

incubadora por empresas geradas; transferência de tecnologia; satisfação da equipe da incubadora; qualificação da equipe da incubadora; % dos custos totais cobertos pela incubadora QUADRO 3.1: Indicadores dos processos das incubadoras de empresas Fonte: adaptado de IOZZI e SALLES (2004) O processo de incubação e os decorrentes indicadores descritos expressam a dinâmica multifacetada na qual está inserida uma Incubadora de Empresas.


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É necessário combinar aspectos de articulação institucional, inserção na comunidade, atratividade do projeto e gestão com foco em resultados. Um projeto de incubadoras de empresas bem sucedido reflete seus resultados através de relevantes contribuições para o desenvolvimento local, tanto na criação de referenciais de empreendedorismo, quanto na geração de empregos e renda. Especificamente, as EBTs bem sucedidas influenciam estudantes universitários, pesquisadores e professores a considerarem a possibilidade de também tornarem-se empreendedores a partir de seus conhecimentos e área de atuação.

3.2 A criação de EBTs

A criação de empresas normalmente remete à palavra empreendedorismo que, por sua vez, é associada a uma realização, ao “fazer acontecer”, no sentido de aproveitamento de uma oportunidade identificada. Os conceitos de Joseph Schumpeter, datados

de

1911,

incorporaram

o

conceito

de

inovação

à

definição

de

empreendedorismo. O autor argumentou que o empreendedor é aquele que desenvolve “novas combinações”, que se traduzem no desenvolvimento de novos mercados, novos produtos, novos serviços e novos métodos de distribuição e produção (STEVENSON, 1999). A inovação é, portanto, a ferramenta específica dos empreendedores, isto é, a maneira como eles exploram mudanças como oportunidades para diferentes negócios ou diferentes serviços (DRUCKER, 1986). Com o transcorrer da história, várias definições foram associadas também à palavra empreendedorismo, no entanto, as proposições de Schumpeter permanecem na pauta de debates até os dias de hoje, o que permite considerar que a existência de uma liderança empreendedora à frente de uma empresa é fundamental para que seu aproveitamento de oportunidades seja constante. Para compreender os fatores que influenciam o surgimento de Empresas de Base Tecnológica, é importante antes o conhecimento do processo de criação de empresas, denominado processo empreendedor. Este modelo apresenta em sua descrição dois focos principais: um constituído pelas etapas necessárias ao surgimento de empresas e o outro formado pelos aspectos que influenciam estas etapas. BYGRAVE (1997) argumenta que o processo inicia-se pela proposição de que um novo empreendimento é criado a partir de uma idéia inovadora, que


57

signifique um posicionamento diferenciado em relação ao mercado e que também expresse o aproveitamento de uma oportunidade, ou seja, atenda aos requisitos de necessidade de um determinado público. Esta caracterização da oportunidade é de incumbência do empreendedor, que deve empregar esforços no sentido de conhecer as especificidades do segmento no qual pretende atuar, buscando informações que permitam a identificação de necessidades. Após esta etapa, caso continue com o propósito de criação do novo empreendimento, o empreendedor passa por um período de reflexão no qual analisa diversos fatores pessoais que podem fazê-lo desistir do projeto ou continuar. A continuação do processo é o detalhamento dos estudos iniciais de oportunidade através de um projeto de empresa, ou plano de negócio, cujo objetivo é a verificação da viabilidade da exploração da oportunidade existente. Confirmada essa viabilidade tem início então a fase de implantação do negócio e o gerenciamento para o crescimento. Estas etapas constituem o processo empreendedor que é influenciado por quatro tipos de aspectos: pessoais, sociais, organizacionais e ambientais. Os aspectos pessoais estão relacionados ao conhecimento, valores, tolerância, disposição para assumir riscos, independência, educação, comprometimento e experiência do empreendedor; os aspectos sociais têm relação com redes de relacionamento e família; por sua vez, os aspectos organizacionais são associados à definição de estratégias, produtos, estrutura física e gerenciamento e, por último, os aspectos ambientais englobam os concorrentes, clientes, fornecedores, investidores, banqueiros, leis, políticas governamentais etc. O processo empreendedor pode ser considerado também para caracterizar o surgimento de uma EBT, todavia convém caracterizar algumas especificidades. É comum este tipo de negócio ser dependente de organizações como universidades, empresas públicas ou privadas e de institutos de pesquisa, pois é a partir delas que os empreendedores identificam oportunidades de negócio e as transformam em realidade através do processo de transferência de tecnologia. Entretanto EBTs também podem ser criadas de outras maneiras, como por exemplo, através do investimento direto no desenvolvimento de uma nova tecnologia.


58

A transferência de tecnologia envolve uma fonte que detém competências técnicas especificas, e a transferência para receptores que não possuem estas especialidades e nem têm possibilidade de desenvolvê-las. A transferência de tecnologia pode ser feita por um variado conjunto de canais de comunicação, como publicações, conferências, licenciamento dos direitos de propriedade intelectual e movimento de pessoas, dentre outros. Um mecanismo de transferência comumente praticado é a criação de uma empresa que aplica a tecnologia desenvolvida por uma outra empresa ou instituição. As

empresas

juridicamente

constituídas

com

a

finalidade

do

aproveitamento de oportunidades a partir de resultados de pesquisas universitárias são chamadas de spin-offs acadêmicas e aquelas oriundas de empresas privadas são conhecidas por corporate spin-offs (CARRER, 2005). Neste caso, a criação de um novo negócio pode ocorrer especificamente quando uma grande empresa procura externalizar atividades de inovação tecnológica como alternativa contra seus próprios procedimentos burocráticos, cultura rotineira e lentidão. Já o surgimento de um empreendimento a partir de uma universidade ocorre como forma de transformar resultados de pesquisa em produtos finais. Normalmente pelo menos um sócio é ligado à universidade ou centro de pesquisa, garantindo o domínio tecnológico necessário ao desenvolvimento e aplicação do produto no mercado. As empresas spin-offs podem então ser classificadas de acordo com o tipo de organização da qual elas se originaram – privadas ou acadêmicas e também com relação ao local onde o empreendedor obteve sua experiência. Existem muitos pontos em comum aos dois tipos de spin-offs, entretanto também existem diferenças. Por exemplo, enquanto uma empresa privada busca manter a pesquisa e a tecnologia ligadas a ela, a universidade frequentemente estimula a transferência dos resultados para utilização além dela (PÉREZ & SÁNCHEZ , 2003). Considerando os aspectos transferência de pessoas e tecnologias, CARAYANNIS et al (1998) propõem uma definição ampliada para spin-offs, expressa no quadro 3.2 a seguir:


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Spin-off:

definição Spin-off: definição “complexa”

“simples” 1- O fundador e/ou colaboradores chave

organização geradora, porém a tecnologia essencial são

transferidos

1- O fundador da spin-off era colaborador da

não foi transferida a partir dela.

de

2- A tecnologia essencial foi originária de uma

uma organização

organização geradora, porém o fundador da spin-off

geradora.

não foi transferido dela.

2- A

tecnologia

3- O fundador da spin-off desenvolveu a tecnologia

essencial

foi

essencial, mas não quando era colaborador da

transferida

de

organização geradora.

uma organização geradora.

4- O fundador da spin-off não era colaborador da organização geradora e a tecnologia essencial não foi transferida dela, porém a spin-off utiliza recursos da organização geradora. 5- A tecnologia essencial e os fundadores são originários da organização geradora e continuam trabalhando para ela.

QUADRO 3.2: Definição ampliada de spin-offs Fonte: adaptado de CARAYANNIS et al (1998) Os autores argumentam que o conceito deve considerar também o apoio a ser fornecido pela organização de origem. Este suporte seria em termos de fundos de investimento, conselhos para gerenciamento do negócio, disponibilização de infraestrutrura e outros recursos. Desta maneira, o conceito de spin-off deve considerar a transferência de pessoas com características empreendedoras, de tecnologias essenciais e também de recursos de uma organização geradora, que pode ser um laboratório de pesquisa, uma universidade ou uma empresa privada. Além disso, os autores apresentam quatro papéis relacionados ao processo de spin-offs: - o gerador da tecnologia: que conduz a inovação tecnológica desde o processo de desenvolvimento até o ponto no qual a transferência da tecnologia pode ser iniciada;


60

- o empreendedor: que pretende criar um novo empreendimento e comercializar um produto ou serviço a partir da inovação tecnológica; - a organização geradora: na qual ocorrem as atividades de pesquisa e desenvolvimento da inovação tecnológica e que tem a função de disponibilizar os direitos de propriedade intelectual através de licenciamentos; - o investidor: que provê os recursos financeiros para o funcionamento do spin-off, além de aconselhamentos em gestão empresarial. Estes atores desenvolvem os processos necessários à criação e desenvolvimento de empresas de base tecnológica, sendo relevantes para a construção da dinâmica tecnológica na era do conhecimento.

3.3 O Programa SEBRAE-SP de Incubadoras de Empresas

O SEBRAE-SP faz parte de um sistema criado em 1972 Centro Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa (Cebrae ) vinculado ao Governo Federal. A partir de 1990, a entidade desligou-se do setor público, transformando-se num serviço social autônomo, denominado Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE. Na realidade, este foi o primeiro organismo afinado com o antigo Programa Nacional de Desestatização, embrião de uma nova prática de gestão de determinados serviços controlados pelo Estado, ou seja, a privatização. Formalmente, trata-se de uma entidade civil sem fins lucrativos, criada pela Lei número 8.029, de 12 de abril de 1990, regulamentada pelo Decreto número 99.570, de 9 de outubro de 1990, posteriormente, alterada, pela Lei número 8.154, de 28 de dezembro de 1990 (SEBRAE, 2004). Sua finalidade é a de apoiar e desenvolver o universo dos pequenos negócios brasileiros e seus recursos provêm de uma contribuição compulsória de 0,6% calculada sobre o total da folha de salários das empresas. Esse dinheiro é recolhido aos cofres públicos, mais precisamente ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), que, posteriormente, repassa ao SEBRAE que, por sua vez, repassa-o segundo critérios definidos em lei, para as diversas unidades da federação, como o SEBRAE-SP. Desta maneira, cada unidade estadual atua de forma autônoma, mas ao mesmo tempo vinculada às diretrizes gerais definidas pelo SEBRAE, que possui um Conselho Deliberativo Nacional – CDN, composto por representantes da iniciativa


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privada e do setor público. Da mesma forma, cada unidade da federação possui seu Conselho Deliberativo Estadual – CDE, que no caso de São Paulo apresenta a seguinte constituição: Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (ANPEI), Banco do Estado de São Paulo S.A. (Banespa), Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (FAESP), Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FECOMÉRCIO), Fundação Parque Alta Tecnologia de São Carlos (ParqTec), Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda, Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Sindicato dos Bancos do Estado de São Paulo (Sindibancos), Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal (CEF) e Superintendência Estadual do Banco do Brasil (BB). Complementando o CDE existe também o Conselho Fiscal. O CDE é o responsável pelo direcionamento estratégico da entidade, o que é feito através de um plano trienal de investimentos, composto por projetos que têm por finalidade o apoio às micro e pequenas empresas do Estado de São Paulo. Dentre os projetos está o Programa SEBRAE-SP de Incubadoras de Empresas, iniciado em 1996 e que congrega 79 incubadoras em operação, com 1356 empresas atendidas, sendo73 préresidentes, 368 associadas e 915 residentes, que geram 6908 postos de trabalho (informações referentes a novembro de 2007). É relevante também considerar que Sistema SEBRAE apóia projetos de incubadoras desde 1991, com o propósito de proporcionar o desenvolvimento de pequenas empresas inovadoras (AIUB, 1998). As 79 incubadoras que fazem parte do Programa são caracterizadas da seguinte maneira (quadro 3.3):


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Tipo de Incubadora

Quantidade de projetos

Base Tecnológica

19

Tradicional

36

Mista

18

Agronegócios

04

Cooperativas

01

Cultural

01

Total

79

QUADRO 3.3: Tipos de incubadoras pertencentes ao Programa SEBRAE-SP Fonte: adaptado de relatório SEBRAE-SP, 2007d Especificamente, as IEBTs estão localizadas nos municípios de Barretos, Botucatu, Campinas - Ciatec, Campinas – Incamp, Campinas – Softex, Jaboticabal, Piracicaba, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, São Bernardo do Campo, São Carlos, São José dos Campos – Cecompi, São José dos Campos – Incubaero, São José dos Campos – Revap, São José dos Campos – Univap, São Paulo – ITS, São Paulo – Cietec e Sorocaba. A evolução do Programa SEBRAE-SP de Incubadoras de Empresas pode ser constatada através das figuras 3.3, 3.4 e 3.5 que retratam o aumento do número de IEs existentes desde 1984, o investimento da entidade no programa e o aumento do faturamento das empresas incubadas no período 2004 a 2006 (SEBRAE-SP, 2007d):


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Evolução do número de Incubadoras

80

70

70

60

60 50

36 36 34 37

40

43

26

30 20 10 0

76

1 84

2 91

3 92

7 94

9 12

95

96

16

97

98

99

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

FIGURA 3.3: Evolução do número de incubadoras de empresas - 1984/2006 Fonte: adaptado de SEBRAE-SP, 2007e

Investimento SEBRAE-SP Incubadoras de Empresas (R$) 7.600.000,00

7.200.000,00

7.330.609 6.800.000,00

6.803.160

6.400.000,00

6.000.000,00

6.225.015

5.600.000,00

2004

2005

2006

FIGURA 3.4: Evolução do investimento no Programa de Incubadoras 2004/2006 Fonte: adaptado de SEBRAE-SP, 2007e


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Faturamento das empresas 200000000

160000000

154.738.000

120000000

105.172.000

80000000

85.432.000 40000000

0

2004

2005

2006

FIGURA 3.5: Evolução do faturamento das empresas incubadoras 2004/2006 Fonte: adaptado de SEBRAE-SP, 2007e Tendo como referência o período de 2004 a 2006, nota-se o crescimento do número de incubadoras em 26%, o aumento do investimento no programa em 17,7%, enquanto o faturamento das empresas incubadas aumentou em 81,1%, o que revela resultados interessantes do programa. A instalação de uma Incubadora de Empresas em uma localidade pressupõe um plano de negócios, caracterizando as oportunidades e ameaças existentes e uma completa avaliação das condições de instalação, incluindo logística, infraestrutura, ambiente de negócios, possibilidades de parcerias, dentre outros aspectos. O SEBRAE-SP adota a política de parcerias para apoio aos projetos, o que requer obrigatoriamente a mobilização e investimentos por parte de entidades, geralmente locais, para viabilização dos projetos. Desde o início do programa até julho de 2007, a instituição operacionalizou as parcerias através de convênios com entidades parcerias. A partir de agosto de 2007, as instituições interessadas em desenvolver projetos de incubadoras de empresas em parceria com o SEBRAE-SP passaram a apresentar suas propostas através de regras expressas em edital específico elaborado pela instituição.

Trata-se de uma nova fase para o Programa de Incubadoras de


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Empresas e na primeira chamada do edital houve a apresentação de 94 propostas de projetos. A atuação através do edital significa um novo patamar para a instituição no sentido da operacionalização do programa, proporcionando melhorias em vários aspectos, como no tempo de tramitação interna, no foco em investimento para as empresas incubadas, na operação da coordenação, no detalhamento das contrapartidas necessárias, entre outros (SEBRAE, 2007d). Como visto, um dos aspectos essenciais para o êxito de uma incubadora de empresas é decorrente de seu posicionamento institucional nos ambientes de negócios e de inovação e sua articulação em redes sociais passa a ser essencial. No capítulo seguinte são apresentados os conceitos de redes sociais e seus desdobramentos teóricos.


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4 REDES SOCIAIS

Os preceitos neo-institucionalistas apresentados no segundo capítulo desdobraram-se em correntes nas diversas áreas do conhecimento. Especificamente na sociologia, o conceito de embededness foi fundamental para a concepção do arcabouço teórico das redes sociais. Este capítulo apresenta fundamentos relativos ao tema, bem como discorre sobre as tipologias das redes.

4.1 Redes Sociais e o Neo-Institucionalismo

A área das Ciências Sociais foi uma das que ofereceu grande contribuição para a construção da base conceitual neo-institucionalista. Especificamente a chamada Nova Sociologia Econômica – NSE, busca a integração das teorias econômicas e sociológicas, produzindo veementes críticas à teoria neoclássica. O princípio da NSE é de que economia e sociedade são mutuamente associadas, ou enraizadas. A NSE é uma evolução da Sociologia Econômica de Karl Polanyi, que observou a existência de sociedades humanas pré-capitalistas nas quais a subsistência era estruturada por laços de parentesco, religião ou práticas culturais, não existindo a alocação de recursos escassos com o objetivo de incrementar a eficiência da produção, ou seja, nessas sociedades, a maximização dos ganhos econômicos, o comportamento competitivo, a noção de lucro e a propensão à barganha não eram aspectos relevantes na modelagem das transações comerciais, sendo o sistema econômico decorrente da organização social. Para sustentar sua argumentação para a ausência de motivações estritamente econômicas, Polanyi

atribuiu a dois princípios de comportamento -

reciprocidade e redistribuição - a garantia da ordem na produção e distribuição. Por sua vez, estes princípios têm como pilares os conceitos de simetria, que pressupõem a existência de um parceiro, como por exemplo, outra aldeia na sociedade primitiva, com a qual havia um acordo para trocas de reciprocidade; centralidade, que considera a existência de uma autoridade institucional, responsável pela distribuição dos bens com justiça e o intercâmbio, conceito originário da chamada domesticidade (householding),


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que consistia em produzir somente para utilização do grupo ou da comunidade (VINHA, 2001). O conceito de reciprocidade, relacionado à confiança e à cooperação, permite pressupor a existência de fluxos de recursos e de informações entre sociedades simétricas e que configuram um sistema, cujo funcionamento se dá através de networks e constitui-se numa forma alternativa de coordenação das intenções sociais.

Na visão de Polanyi, o processo econômico é “instituído” porque está definido pela interação, empiricamente construída, entre o homem e seu ambiente, resultando na satisfação tanto das suas necessidades materiais quanto das psicológicas. O termo “instituído” pressupõe que as atividades sociais que formam este processo – exercido por movimentos de mudanças locacionais ou apropriacionais – estão, concentradamente, contidas em instituições (VINHA, 2001, p. 211). A conclusão de Polanyi foi de que a economia humana está enraizada em instituições econômicas e não econômicas, ambas vitais para seu funcionamento. A Nova Sociologia Econômica aperfeiçoou a teoria de Polanyi e autores como Granovetter e Swedberg sugerem que a visão de enraizamento original é parcialmente limitada, uma vez que não reconhece influências sociais na economia de mercados capitalistas e afirmam que a ação econômica é socialmente situada, isso é, enraizada em redes de relacionamentos pessoais e não em indivíduos atomizados. Neste contexto pode-se vislumbrar um conjunto de organizações sociais interligadas entre si, formando arranjos institucionais que definem a eficiência da economia. Na concepção da NSE, as instituições são o locus das relações econômico-sociais. Por conseguinte, através delas forma-se a cultura econômica que informa as atividades, valores, comportamentos e regras que as orientam. Neste sentido, o mercado não tem autonomia em face das instituições, isso é, não se encontram em campos distintos – mas, ao contrário, são as formas institucionais, historicamente construídas (isso é, enraizadas por contextos específicos), que cada sociedade encontra para fazer valer os interesses dos seus grupos sociais, que criam mercados (VINHA, 2001, p. 223).


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Desta maneira, baseadas no princípio de enraizamento, ou cristalização, as redes de organizações funcionam com uma lógica de intercambio diferente da lógica de mercados - atomizada e racional, e proporcionam uma estrutura que exerce influência sobre o desempenho econômico (UZZI, 1996). Torna-se notório então que a presença de reciprocidade e de confiança mútua entre os atores é fundamental em uma rede. Segundo SMOLKA (2006, p.17),

quando se analisam as organizações como redes sociais, devese concentrar esforços para entender como ocorrem as trocas de informações, o porquê dos agentes estarem ligados uns com os outros, como ocorrem os benefícios para cada agente, a disseminação de informações pela rede formada e qual a força das ligações. Deve-se estar atento para a reciprocidade entre os agentes, a confiança mútua estabelecida e o tempo que a ligação existe. O termo utilizado para caracterizar esta situação é capital social. O conceito reconhece e valoriza os recursos intrínsecos às redes sociais, constatando que ambientes propícios a processos interativos e cooperativos de aprendizado e inovação proporcionam melhores condições de competitividade e de desenvolvimento econômico-social (ALBAGLI & MACIEL, 2003).

É possível então pressupor

diferentes estágios de relações entre atores que levam ao estabelecimento do capital social: contato, interação e confiança. No estágio do contato os atores são apresentados entre si e registram o conhecimento uns dos outros. Não existe um processo profundo de trocas e tampouco confiança plena. O fato de surgir um objetivo para alguma das partes pode provocar um processo de resgate do contato inicial e o início de uma interação. As trocas existentes nessa fase são fundamentais para a consolidação ou fragmentação da confiança entre os atores. Se prosperarem, a confiança mútua se estabelecerá, caso contrário, a ligação será interrompida ou permanecerá superficial. MOLINA (2007) cita que a literatura sobre capital social se divide em três grandes grupos, o capital social centrado no indivíduo, o capital social centrado na rede e o capital social centrado na rede de associações cívicas. O primeiro grupo considera o capital social como algo intrinsecamente relacionado à pessoa e diretamente associado ao número e à qualidade das relações estabelecidas pelo ego. Neste caso,


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considerando-se uma rede egocêntrica, o capital social existe em dois momentos, o do acesso, que leva em conta a capacidade social de acessar os recursos e do uso, que é a captação dos recursos de maneira intencional. Já o segundo grupo transfere os recursos para a rede de relações sociais e o capital social é então definido pela estrutura das redes, isso é, quanto maior a existência de conexões entre grupos diferentes, maior será o capital social. Por sua vez, o terceiro uso do conceito de capital social baseia-se nos estudos de Robert Putnam, que relaciona o sucesso econômico de uma região com a rede de entidades cívicas e econômicas existentes. Desta maneira, uma densa rede de organizações contribui para o bom desenvolvimento de uma região.

4.2 Tipologias das Redes Sociais

Uma rede é composta por uma gama de relações entre atores – organizações ou indivíduos, que podem ser de diversos tipos ou intensidades (POWELL & SMITH-DOERR, 1994). Redes existem quando indivíduos estão comprometidos, de maneira formal ou informal, em relações recíprocas, mutuamente apoiadas, num ambiente de confiança e com propósitos compartilhados, não envolvendo posturas comumente praticadas no mercado, paternalismo familiar ou hierarquias. A atuação em redes proporciona trocas de conhecimento e condições para rápido atendimento a demandas diversas (POWELL, 1990). MOLINA (2007), referindo-se a literatura de análise de redes sociais, cita que existem duas aproximações distintas: a sociocêntrica e a egocêntrica. A aproximação sociocêntrica estuda as propriedades de um conjunto de conexões entre um grupo de nós definidos previamente. Por outro lado, a perspectiva egocêntrica parte das conexões que podem ocorrer a partir de um determinado ego. Esta linha de estudos floresceu entre pesquisadores de diferentes épocas e gerou várias escolas de pensamento, como por exemplo, as apresentadas no quadro 4.1.


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Escola

Enfoque teórico

Principais estudos

Métodos

Escola

de Complemento do Paradigma estrutural funcionalista em um mundo urbano fluido.

Barnes (1954) Bott (1955,1957) Epstein (1957, 1963) C. Mitchell (1969) Boissevain (1973) Kapferer (1972)

Sociogramas, observação participante, conceitos sobre teoria de gráficos e álgebra de matrizes.

Escola de Estudos Laços comunitários além dos de Comunidade limites residenciais, apoio social e mudança da rede pessoal ao longo do tempo.

Laumann (1973) Fisher (1982) Wellman (1979, 1982, 1988, 1997, 1999) Litwin (1996) Tilburg (1998) Ferrand (1999)

Grandes pesquisas egocentricas. Bases de dados públicos com dados de redes sociais.

Escola

Poole y Kochen (1978) Killworth e Bernard (1978, 1984) Killworth et al. (1998,1990) Freeman e Thompson (1989) Bernard (1990, 1998) McCarty (1997,

Amostras de guias telefônicos locais ou listas de nomes, “Mundo Pequeno ao contrário, RSW”, método “Scale-up”.

Manchester

de Tamanho, estrutura ou amostras Estimativa de representativas de Tamanho das Redes redes pessoais. Pessoais

2000) Capital Social

Acesso a pessoas em posições sociais superiores e seus recursos associados. Gerador de nomes a partir de posições sociais, gerador de nomes a partir de recursos acessíveis.

Lin (1982, 2001), Lin et al. (2001), Burt (1992), Flap et al. (1999), van der Gaag e Snijders (2003)

Gerador de nomes a partir de posições sociais, gerador de nomes a partir de recursos acessíveis.

QUADRO 4.1: Escolas teóricas na perspectiva egocêntrica Fonte: adaptado de MOLINA, 2007 Por sua vez, RODRIGUES (2006) considera que as redes sociocêntricas (figura 4.1) são redes que estudam as relações entre todos os atores da rede. Redes completas são as que contêm maior quantidade de informação e permitem


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melhores análises, porém, são mais difíceis de coletar, pois é necessário obter informação de todos os elementos da rede (p. 33). Já as redes egocêntricas estudam as relações entre atores partindo apenas de um ator da rede. Há dois tipos de redes egocêntricas: puras e interconectadas. Nas redes egocêntricas puras (figura 4.2), são levadas em consideração apenas as relações entre o ator principal e outros atores. Na rede egocêntrica interconectada (figura 4.3), além das relações entre o ator principal e os secundários, as relações entre os atores secundários também são consideradas (p. 34).

FIGURA 4.1: Rede sociocêntrica Fonte: RODRIGUES L.C, 2006.

FIGURA 4.2: Rede egocêntrica pura Fonte: RODRIGUES L.C, 2006.

FIGURA 4.3: Rede egocêntrica interconectada Fonte: RODRIGUES L.C, 2006. Já PINHEIRO (2007), argumenta que nas redes egocêntricas deve-se definir alguns nós focais e construir a rede a partir das relações constituídas por eles.


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No estudo das redes egocêntricas, o foco volta-se para o papel social desempenhado por um indivíduo. E esse papel é entendido não somente pela análise dos grupos aos quais ele pertence, mas também pela posição que ocupa dentro da rede. Neste tipo de análise, faz-se uma seleção dos nós que serão o foco da investigação e verifica-se com quais outros nós eles estão ligados. Apesar de não trabalhar com a totalidade da rede e, portanto, não possibilitar a medição de algumas de suas propriedades como distância, centralidade ou outros tipos de equivalência posicional, o enfoque egocêntrico com conexões possibilita estudar a rede completa, enquanto que os estudos das redes completas fornecem dados da população inteira e suas sub-populações, mas não revelam as situações individuais. Os estudos das redes egocêntricas podem fornecer uma imagem boa e confiável dos tipos de redes (ao menos dos vizinhos locais) nas quais se encontram inseridos os indivíduos. Podemos obter resultados tais como quantos nós de conexões têm e até que ponto esses nós formam núcleos fortes. Tais dados podem ser muito úteis para entender as oportunidades e restrições que têm os indivíduos, como resultado da forma em que estão inseridos em suas redes (PINHEIRO, 2007, p. 53-54, apud HANNEMAN, 2001). A perspectiva egocêntrica fornece a base teórica para o desenvolvimento deste estudo. Por sua vez, POWELL & SMITH-DOERR (1994) apresentam uma tipologia classificando as redes como de acesso e oportunidade, de poder e influência e também de produção. As redes de poder e influência partem da premissa da existência de uma estrutura de relacionamentos construída a partir de posições de poder, o que é de difícil ocorrência no contexto deste trabalho por tratar de diversas entidades. Nas redes de acesso e oportunidades a estrutura das relações sociais modela o fluxo de informações e permite a identificação e o aproveitamento de oportunidades. Em outras palavras, esse tipo de rede faz com que ofertas encontrem demandas, e vice-versa. Ilustrações desse conceito dizem respeito à obtenção de um emprego no mercado de trabalho ou à propagação de inovações e pressupõem a existência da difusão das informações através de laços informais entre indivíduos. GRANOVETTER (1973b) demonstra o funcionamento desse tipo de rede, na qual a informação trafega por conexões entre indivíduos que interagem eventualmente (os chamados laços fracos), conseguindo assim superar as fronteiras dos relacionamentos próximos e alcançar núcleos heterófilos de indivíduos. Daí a


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importância dos laços fracos no processo de difusão (ROGERS,1995). À proposição dos laços fracos deve ser também inserida a definição de buracos estruturais, que expressa a a separação existente entre contatos não redundantes (BURT, 1995).

“O buraco

estrutural é uma brecha ou lacuna que se forma entre dois atores (individuais ou coletivos, situados em grupos sociais ou redes distintas, sem conexão entre si, que detêm recursos complementares” (VALE et al, 2008. p.4). O ator que conseguir atravessar o buraco estrutural e desenvolver uma conexão estabelece vantagens no acesso à informações, recursos e oportunidades em relação a outros. Em termos de difusão de informações, UGARTE (2008), considera a existência de três tipos de redes, a centralizada, a descentralizada e a distribuída (figura 4.4) e argumenta que a explicação da maioria dos novos fenômenos sociais e políticos é relacionada à diferença existente entre a distribuição da informação de forma descentralizada ou de forma distribuída. Segundo ao autor, as estruturas descentralizadas são produzidas pela interconexão de redes centralizadas e desenvolvem uma lógica própria a longo prazo.

FIGURA 4.4 : Tipos de redes de acesso e oportunidades FONTE: UGARTE, 2008 Entretanto, a necessidade contemporânea de agregar valor através da informação, do conhecimento e da criatividade passou a exigir uma nova forma de


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estrutura, que permita o acesso direto às fontes, sem a obrigatoriedade de passar pelos filtros dos nós centrais. Neste ambiente, viabilizado pelas modernas tecnologias de informação, surge a rede distribuída, constituída por pessoas e seus computadores hierarquicamente iguais, interagindo em busca de objetivos. Nessa nova configuração, o poder descentralizado passa a ser um poder distribuído e desaparece por completo a hierarquia existente nas redes descentralizadas, embora nos dois tipos de redes, tudo se conecta com tudo. As convergências passam então a ser baseadas no prestígio de determinados atores, que podem de certa forma influenciar rumos, porém sem a capacidade de direção. Por outro lado, ocorre a expansão da autonomia individual em relação às instituições vigentes. Essa arquitetura recente é a base para a criação de novas formas de pensar e agir, provocando inclusive mudanças culturais e políticas. “A rede (distribuída) nos permite atuar socialmente em certa escala sem ter que contar com a mediação de instituições externas, nos permite atuar de fato como instituições individuais e, nesse sentido, ser muito mais livres, ter mais opções” (UGARTE, 2008, p.41). Uma ferramenta tecnológica para o funcionamento de uma rede distribuída é a comunidade de prática que, por sua característica de voluntariado, atratividade e acesso, proporciona intercâmbios sem a necessidade de controles externos. Por sua vez, as redes de produção abrangem relações colaborativas entre empresas, que têm a confiança como princípio central. Como exemplos de redes de produção podem ser citados os distritos industriais, compostos por unidades descentralizadas, que criam laços entre si, compartilham valores e cooperam numa atmosfera produtiva; as redes de pesquisa e desenvolvimento, nas quais as organizações unem-se com propósitos comuns de desenvolvimento de tecnologias e intercâmbios diversos, tendo normalmente a inovação como pano de fundo; os grupos de negócios, nos quais existe uma identidade e objetivos comuns entre as empresas participantes e as alianças estratégicas, que definem políticas de relações entre firmas autônomas, o que permite que sejam mais competitivas do que outras não aliadas. As pesquisas sobre redes também levam em consideração análises quantitativas de dimensões, como por exemplo, densidade, freqüência e distância entre ligações.


75

A densidade aumenta quanto maior é o número de ligações existentes. Por sua vez a distância considera a proximidade das comunicações. Assim, laços fracos apresentam baixa proximidade de comunicação, uma vez que conectam indivíduos que não compartilham as mesmas ligações com outros indivíduos (ROGERS, 1995). Nesses casos é possível ocorrer difusão de informações, porém sem a robustez da comunicação próxima. Já a freqüência considera a quantidade de contatos entre os indivíduos em um período de tempo. Alta freqüência nas estruturas relacionais significa fortalecimento das relações de confiança e do capital social. O quadro 4.2 a seguir ilustra as dimensões das redes e aspectos relacionados em casos de alta e baixa intensidade:

Freqüência

Densidade

Distância

Intensidade Alta - Muitas relações entre agentes - Fortalecimento do capital social Estabelecimento de confiança e reciprocidade Fortalecimento da estrutura da rede (embeddedness) - Existência de governança - Difusão de informações e da inovação

Intensidade Baixa - Poucas relações entre agentes

- Relações localizadas entre agentes

Troca robusta informações através laços fortes - Pouca difusão

de de

QUADRO 4.2: Dimensões das redes sociais Fonte: adaptado de Rogers (2005)

Outro aspecto relevante na análise quantitativa de redes sociais é a utilização de métricas para a avaliação de um nó ou de um conjunto de nós da rede. O quadro 4.3 apresenta os conceitos relativos a métricas básicas de uma rede social (GUIMARÃES & MELO, 2005, APUD CROSS & PARKER, 2004):


76

Métricas para um nó Métrica In-degree centrality

Out-degree centrality

Betweenness centrality

Descrição É o número de setas que entram em um nó em um dado tipo de rede. Fornece uma perspectiva de centralidade local. É o número de setas que saem de um nó em um dado tipo de rede. Fornece uma perspectiva de centralidade local. É um indicador de quanto um nó particular está entre os vários outros nós na rede.

É um indicador de quanto um nó está no menor caminho entre outros vários nós da rede. Fornece uma perspectiva de centralidade global. Métricas para conjunto de nós Métrica Descrição Densidade É o número de conexões existentes dividido pelo número de conexões possíveis. Reciprocidade Indica qual a proporção de conexões que tem uma relação de reciprocidade. Closeness centrality

Forma de cálculo Somatório das setas que entram no nó.

Somatório das setas que saem do nó.

Número de vezes que o nó aparece como caminho entre todos os nós, dividido pelo número de caminhos existentes entre todos os nós. Somatório da distância entre um determinado nó para com todos os outros da rede. Esse valor é normalizado em relação ao nó de menor valor.

Cálculo Número de conexões existentes dividido pelo número de conexões possíveis. Número de conexões bidirecionais (recíprocas) dividido pelo número de conexões. Coesão É o menor caminho médio Somatório dos tamanhos entre cada par de nós da dos menores caminhos rede. entre todos os nós da rede dividido pelo número de caminhos. QUADRO 4.3: Métricas básicas de redes Fonte: adaptado de GUIMARÃES & MELO, 2005 (apud Cross & Parker, 2004)


77

Neste universo multifacetado, é necessária clareza de propósitos para o estabelecimento da melhor maneira de tratamento das informações.

Considerando

também a complexidade da teoria, como realizar a análise egocêntrica das redes sociais inseridas no contexto das incubadoras de empresas de base tecnológica? O próximo capítulo trata da metodologia utilizada para a caracterização das redes de relacionamentos das IEBTs, bem como dos resultados obtidos através delas.


78

5

METODOLOGIA

O caráter científico de uma tese de doutorado pressupõe uma abordagem metodológica bem definida e corretamente associada ao problema em questão. A tese deve contribuir para a evolução da ciência, através do acréscimo de novas contribuições (SEVERINO, 2000). Este capítulo apresenta a metodologia utilizada para desenvolvimento do trabalho, contextualizando o problema da pesquisa em relação às recomendações técnicas para estudos de redes sociais em incubadoras de empresas de base tecnológica.

5.1 Conceitos Metodológicos Gerais para Estudos de Redes Sociais

Ao discorrer sobre métodos voltados para o estudo das ciências sociais, SCOTT (2000) considera que os dados são envoltos em símbolos e valores culturais e, desta forma, constituídos por significados, motivações, definições e tipologias. Isso significa que a pesquisa em ciências sociais está relacionada a um processo de interpretação e o pesquisador deve utilizar o método de análise apropriado aos dados produzidos, de forma a permitir uma leitura interpretativa. Os principais tipos de dados são os de atributo e os relacionais. Os dados de atributo revelam as atitudes, comportamentos e opiniões dos atores e podem ser coletados através de entrevistas ou surveys e analisados através de procedimentos estatísticos. Os métodos relacionados aos dados de atributo são aqueles que utilizam a análise de variáveis. Já os dados relacionais correspondem aos contatos, ligações e conexões que relacionam um ator com outros. As relações não são propriedades de atores, mas de sistemas de atores. Os métodos utilizados neste tipo de estudo são inseridos no contexto da análise de redes sociais, que consiste num conjunto de abordagens qualitativas em uma estrutura de rede, abrangendo também aspectos quantitativos e estatísticos. Os dados relacionais enfatizam a investigação da estrutura da ação social que, por sua vez, é construída a partir das relações. Entre os anos trinta e setenta do século XX, antropólogos e sociólogos inseriram ao escopo de estrutura da ação social as metáforas


79

da teia, ou web, e da fábrica, e então surgiram conceitos como densidade e textura das redes sociais (SCOTT, 2000). Por sua vez, WASSERMAN & FAUST (1994) argumentam que a escolha do método para a análise de uma rede social deve ser realizada em decorrência de quais variáveis se deseja medir e qual a melhor técnica para essa mensuração. A natureza do estudo determina também a quantidade de atores a serem pesquisados, podendo ser o universo ou uma amostra. Os autores definem dois tipos de variáveis associadas a uma rede, as estruturais e as de composição. As variáveis estruturais são mensurações características de pares de atores, por exemplo, amizade entre pessoas e as variáveis de composição referem-se aos atributos dos indivíduos, por exemplo, localização geográfica da residência. Com relação às técnicas de coleta de dados, diversas opções podem ser adotadas, como por exemplo, a aplicação de questionários, entrevistas, observações, análise de arquivos, experimentos, entre outras. A técnica mais comum é a aplicação de questionários, que podem ser desenvolvidos de diversas maneiras, com questões abertas ou fechadas. As entrevistas são utilizadas quando a aplicação do questionário não se mostra viável, por questões de impessoalidade ou outras. As entrevistas são comumente utilizadas para respondentes em redes ego-centradas. Para CRUZ NETO (1994, p. 57), através dela, o pesquisador busca obter informes contidos na fala dos atores sociais. Ela não significa uma conversa despretensiosa e neutra, uma vez que se insere como meio de coleta dos fatos relatados pelos atores, enquanto sujeitos-objeto da pesquisa que vivenciam uma determinada realidade que está sendo focalizada. Uma entrevista pode ser realizada de uma forma totalmente aberta ou não estruturada, deixando fluir livremente a comunicação entre entrevistador e entrevistado, como também de forma estruturada, que pressupõe a existência de um roteiro de perguntas anteriormente desenvolvido. É possível também a realização das entrevistas através da composição das duas maneiras, neste caso esta entrevista é denominada semiestruturada (CRUZ NETO, 1994, p.58). As entrevistas devem ser realizadas após contato anterior com o entrevistado, no sentido da definição de uma agenda comum. Durante a realização das


80

entrevistas o pesquisador deve tentar ser o mais neutro possível, não influenciando o entrevistado com inferências ou linhas condutivas de raciocínio. As boas entrevistas produzem uma riqueza de dados, recheados de palavras que revelam as perspectivas dos respondentes. As transcrições estão repletas de detalhes e de exemplos. Um bom entrevistador comunica ao sujeito o seu interesse pessoal, estando atento, acenando com a cabeça e utilizando expressões faciais adequadas (BOGDAN e BIKLEN,1999, p. 136). Outra possibilidade é a observação das interações entre atores, técnica utilizada para estudo de pequenos grupos nos quais os atores realizam interações face-aface ou em grupos de não humanos, como macacos. Algumas pesquisas utilizam ainda de registros em arquivos, que possibilitam a identificação dos relacionamentos entre os atores. Neste escopo, jornais, revistas, gravações de reuniões, citações bibliográficas, entre outras, são fontes de informação de grande valia. Além dessas, outras técnicas podem ser utilizadas como a Estrutura Social Cognitiva, que considera as percepções do ator a respeito dos relacionamentos de outros atores, a Experimental, nas quais o pesquisador controla e direciona determinadas situações para observar interações resultantes e a Ego-centrada, que envolve um respondente e um conjunto de atores que interage com ele. São então obtidas mensurações das relações entre o ego e os outros atores e também entre os outros atores. WASSERMAN & FAUST (1994) também citam a utilização de cadeias de pessoas mobilizadas, por exemplo, pelo envio de um cartão de uma pessoa para outra, possibilitando a análise dos relacionamentos ao longo da corrente, técnica chamada de Pequeno Mundo. O registro em diários também é uma técnica possível de ser adotada para o levantamento de dados a respeito de relacionamentos. Existem também diversos softwares que possibilitam a realização de análises de redes sociais. Considerando o ponto de vista do usuário, SCOTT (2000), comenta as funcionalidades de alguns aplicativos disponíveis para computadores pessoais, apresentados no quadro 5.1. Os softwares analisados são o Gradap – Graph Definition and Analysis Package, o Structure, o UCINET e o PAJEK. Além deles também podem ser citados o Krackplot, distribuído pela Analytical Technologies, o Netimage, produzido por Linton Freeman e o Negopy, de Bill Richards. A INSNA –


81

International Network for Social Network Analysis disponibiliza em seu portal informações sobre softwares utilizados para a análise de redes sociais (INSNA, 2009). Software GRADAP

Funcionalidades Principais Subgrafos, centralidade, adjacência e distância

Complemento

- Possibilita análise de séries de dados razoavelmente grandes em computadores com configuração simples - Baseado em princípios básicos da teoria dos grafos STRUCTURE Coesão, - Facilidade de utilização, equivalência simulações estrutural e - Possibilidades limitadas proeminência de procedimentos de uso geral UCINET Coesão, Características componentes, poderosas para centralidade, mensuração de variáveis subgrupos, - Interatividade com papéis e Windows posições PAJEK Visualização de - Facilidade de utilização redes, análise de - Os sociogramas criados grandes podem ser exportados em quantidades de grande variedade de dados formatos QUADRO 5.1: Softwares para análise de redes sociais Fonte: adaptado de SCOTT (2000)

Referência de informações http://keur.eldoc.ub.r ug.nl/wetenschappers /5/13498/

http://citeseerx.ist.psu .edu/viewdoc/summa ry?doi=10.1.1.24.572 1 http://www.analyticte ch.com/downloaduc6. htm

http://vlado.fmf.unilj.si/pub/networks/paj ek/

As características do presente estudo preconizam o método indutivo para a abordagem, o que define um processo no qual, “partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas” (LAKATOS & MARCONI, 2001). Ou seja, é possível a obtenção de conclusões de maior amplitude do que as premissas iniciais. No entanto, é preciso considerar que essa abordagem não pressupõe necessariamente uma generalização das descobertas, mas sim uma possibilidade de que sejam encontradas também em outros universos. Dessa forma, por se tratar de uma investigação cuja contribuição científica é a apresentação de elementos


82

iniciais que permitam a formulação de problemas e estudos futuros, este trabalho tem características exploratórias (LAKATOS & MARCONI, 2001). Com relação ao método de procedimento, YIN (2001) ressalta que o estudo de caso é a estratégia de pesquisa apropriada quando uma questão de pesquisa é aplicada sobre um conjunto contemporâneo de acontecimentos que não é controlado pelo pesquisador, e deverá ser desenvolvida em um território especificamente delimitado, constituindo assim uma pesquisa de campo. O autor argumenta também que “a pesquisa de estudo de caso pode incluir tanto estudos de caso único quanto de casos múltiplos”. Este último tipo é também chamado de método de estudo de caso comparativo. Para a obtenção dos dados em um estudo de caso, a maioria dos pesquisadores qualitativos utiliza o trabalho de campo (BOGDAN e BIKLEN, 1999). Segundo CRUZ NETO (1994, p. 51), em Ciências Sociais”, tendo como referência a pesquisa qualitativa, o trabalho de campo se apresenta como uma possibilidade de conseguirmos não só uma aproximação com aquilo que desejamos conhecer e estudar, mas também de criar um conhecimento, partindo da realidade presente no campo. A definição de um campo de trabalho permite ao pesquisador a delimitação tanto em aspectos geográficos quanto das pessoas ou grupos que estabelecem no local uma dinâmica de interação social (CRUZ NETO, 1994, p. 54). A partir dos conceitos apresentados nessa seção, pôde-se definir a metodologia empregada no trabalho, apresentada a seguir.

5.2 Definição da Metodologia

Nesta pesquisa, o campo estabelecido para o desenvolvimento do estudo de caso é constituído por IEBTs preferencialmente instaladas em localidades caracterizadas por vocação tecnológica no Estado de São Paulo, expressa por um sistema local de inovação relevante e identificado pela presença de universidades, institutos de pesquisa e empresas de base tecnológica. A opção pela realização do estudo no Estado de São Paulo deveu-se a sua posição econômica destacada no cenário


83

brasileiro e também por concentrar a maior densidade de incubadoras do país. Neste âmbito, as IEBTs serão selecionadas pelos seguintes critérios: 1) tempo de operação superior a dez anos. Este critério tem o objetivo de possibilitar a captação do enraizamento social da IEBT desenvolvido ao longo do tempo e por conseqüência, expressar o “estado da arte, o amadurecimento, as melhores práticas” dos relacionamentos institucionais estabelecidos. Este critério tem por premissa que dez anos de operação seja tempo suficiente para a consolidação das redes de atores das IEBTs; 2) IEBTs multisetoriais que participem do Programa SEBRAE-SP de Incubadoras de Empresas. Este critério visa a uniformização de compreensões conceituais e metodologias utilizadas nos projetos analisados. O propósito do estudo realizado, tendo como base teórica a análise de redes egocentradas, foi direcionador para a escolha de técnicas para obtenção dos dados relacionais ou das variáveis estruturais, provenientes das relações entre os atores e as IEBTs e também dos dados de atributos ou variáveis de composição, estritamente focados nas IEBTs estudadas. Neste contexto, foram prospectados dados referentes às seguintes variáveis (quadro 5.2):


84

Variável

Detalhamento

Natureza dos atores

Natureza das entidades públicas ou privadas com as quais ocorre o relacionamento e sua organização em grupos

Localização Tipo

Localização geográfica dos atores em relação a IEBT

de

relação Tipo de relação existente, considerando a existência ou

institucional

não atual de relacionamento formal

Origem

dos Formas como os relacionamentos institucionais surgiram,

relacionamentos

podendo

ser

decorrentes

de

contatos

pessoais,

profissionais ou ambos Formas de contato

Canais de comunicação utilizados para a realização dos contatos, como reuniões presenciais, virtuais, telefone, email ou carta

Freqüência mínima dos Periodicidade mínima na qual ocorrem os contatos por contatos

qualquer canal de comunicação

Protagonistas

dos Nível hierárquico dos protagonistas dos relacionamentos,

relacionamentos

tanto na IEBT e como nos atores

Potencial de repercussão Fronteiras para as quais informações da IEBT podem ser do ator

levadas através dos atores

Resultados

- Benefícios proporcionados através dos relacionamentos, tanto para a IEBT como para as EBTs incubadas - Representatividade de cada resultado em relação ao conjunto de resultados - Contribuição dos atores para a geração de resultados - Resultados sob a perspectiva das EBTs incubadas

Gestão

dos Processo de gestão dos relacionamentos institucionais

relacionamentos Qualificação técnico

do

corpo Capacitações

existentes

para

relacionamentos institucionais

QUADRO 5.2: Variáveis analisadas no estudo Fonte: elaboração própria

a

realização

de


85

Especificamente sobre os resultados que poderiam ser proporcionados por um determinado relacionamento institucional, foi estabelecido um conjunto a partir de estudos preliminares realizados em duas incubadoras de empresas, uma de base tecnológica e outra tradicional. O conjunto definido é apresentado no quadro 5.3:

Resultados

Detalhamento

Aporte de recursos

Ator aporta recursos financeiros na IEBT

financeiros Aporte de recursos

Ator aporta recursos econômicos na IEBT

econômicos Incremento da imagem

Imagem institucional da IEBT perante a sociedade é

institucional

melhorada

em decorrência

da

associação

o

ator

(associação de marcas) Apoio aos incubados – tecnologia

Ator apoia EBTs incubadas em assuntos referentes a

Apoio aos incubados –

Ator apoia EBTs incubadas em assuntos referentes a

gestão

gestão de negócios (cursos, orientações, consultorias etc)

Apoio aos incubados – acesso a mercados

Ator apoia EBTs incubadas para obtenção de novos

tecnologia (cursos, orientações, consultorias etc)

clientes (feiras, rodadas de negócios, missões comerciais etc)

Apoio aos incubados – acesso ao crédito

Ator apóia EBTs incubadas para obtenção de recursos

Apoio aos incubados –

Ator

acesso a investidores

investidores de risco

Apoio aos incubados – recursos humanos

Ator apóia EBTs incubadas para identificação e

Apoio aos incubados –

Ator apóia EBTs incubadas para redução ou obtenção de

isenção de impostos e

melhores condições relacionadas a impostos e tributos

financeiros apóia

EBTs

incubadas

para

contatos

com

contratação de recursos humanos especializados

tributos Novas oportunidades em

Ator proporciona novas possibilidades em projetos para a

projetos para a IEBT

IEBT


86

Contato com interessados em criar negócios

Ator proporciona o contato de empreendedores com a

Contato com interessados em participar da incubadora

Ator

Contato com outras instituições

Ator proporciona o contato da IEBT com outras

IEBT proporciona

o

contato

de

empreendedores

interessados em estabelecer negócios na IEBT

instituições

com

as

quais

ela

tenha

interesses

institucionais Intercâmbio de conhecimento

Ator e IEBT estabelecem trocas de conhecimento que resultam em aprendizado (processo de gestão de IEBTs, técnicas específicas etc)

Apoio operacional

Ator realiza atividades operacionais para a IEBT

Fortalecimento institucional

Atuação da IEBT no ambiente institucional torna-se

Divulgação da incubadora

Ações da IEBT são difundidas através do ator

Outros

Eventuais benefícios proporcionados pelo ator e não

fortalecida em decorrência de relacionamento com o ator

previstos QUADRO 5.3: Desdobramento dos resultados estudados Fonte: elaboração própria Neste escopo de prospecção de dados, a opção feita foi pela utilização de duas técnicas: aplicação de entrevista presencial semi-estruturada junto às pessoaschave das IEBTs e a aplicação de um questionário estruturado junto às EBTs incubadas. As duas técnicas são detalhadas à seguir:

1) Entrevista presencial semi-estruturada, realizada com pessoas-chave das IEBTs, (gerentes/diretores) das entidades gestoras, por deterem amplo conhecimento das atividades da IEBT e por serem elas as pessoas que estão no dia-a-dia do projeto. O modelo de roteiro aplicado constitui o anexo I deste trabalho. 2) Aplicação de um questionário estruturado junto às EBTs incubadas, com a finalidade de complementar as informações obtidas através das entrevistas com pessoas-chave, especificamente no que se refere aos resultados obtidos pelas empresas


87

através da rede de atores da IEBT. O modelo do questionário aplicado pode ser verificado no anexo II deste trabalho. À luz das considerações metodológicas anteriores, a questão de pesquisa proposta neste projeto: “como se caracterizam e quais os resultados gerados pelas redes de relacionamento constituídas pelas incubadoras de empresas de base tecnológica?”, direcionou para a adoção da seguinte estratégia metodológica: pesquisa qualitativa utilizando o método de estudo de caso comparativo.

5.3 Roteiro Metodológico

A partir dos conceitos metodológicos descritos, pôde-se então definir um roteiro para a pesquisa: 1) Pesquisa em fonte secundária: Levantamento com o objetivo de identificar localidades com vocação tecnológica no Estado de São Paulo; 2) Definição das incubadoras a serem pesquisadas: Por se tratar de um estudo de caráter exploratório, os casos estudados foram estabelecidos considerando o tempo de operação e a participação na rede de incubadoras tecnológicas do SEBRAE-SP. A vocação tecnológica da localidade consistiu fator preferencial para a seleção, de forma que no conjunto de casos pesquisados existem IEBTs com experiências relevantes. 3) Pesquisa qualitativa: Através de entrevistas pessoais semi-estruturadas com pessoas-chave e com o auxílio de um roteiro pré-elaborado de questões (anexo I), foram obtidas informações que permitiram a identificação dos atores participantes e as variáveis características das redes egocêntricas de relacionamentos das IEBTs, bem como os resultados proporcionados pelas relações estabelecidas. As informações relativas aos resultados foram complementadas por questionário aplicado junto às empresas incubadas (anexo II). 4) Apresentação e análise dos dados Os dados coletados são apresentados e analisados permitindo os seguintes desdobramentos:


88

a) informações gerais sobre os casos estudados; b) caracterização dos relacionamentos existentes; c) caracterização da gestão dos relacionamentos; d) compreensão da qualificação existente para gerenciamento de relacionamentos; e) elaboração do modelo de redes de relacionamento existente em cada caso estudado; 5) Considerações finais A conclusão retrata características das redes existentes nos casos estudados possibilitando uma compreensão sobre os relacionamentos, seus resultados e a proposição de melhorias, que poderão contribuir para a evolução do Programa SEBRAE-SP de incubadoras de empresas e também para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para fortalecer interações sociais nas IEBTs. Esquematicamente, as etapas aplicadas pela metodologia são descritas na figura 5.1: Etapa 1: Pesquisa em fonte secundária para identificação de localidades com vocação tecnológica no Estado de São Paulo

Etapa 2: Definição das IEBTs a serem estudadas

Etapa 3: Entrevistas qualitativas com pessoas-chave responsáveis pela IEBT com base em roteiro pré-estruturado e com empresas incubadas através de questionário estruturado.

Etapa 4: Análise e apresentação dos dados.

Etapa 5: Elaboração da conclusão. FIGURA 5.1: O roteiro metodológico Fonte: elaboração própria


89

5.4 Regiões com vocações tecnológicas no Estado de São Paulo

O Estado de São Paulo destaca-se no contexto brasileiro pela sua pujança e prosperidade. Responsável por cerca de um terço do PIB do país, a economia estadual revelase fortemente integrada e com uma dinâmica intensa. Em termos percentuais, as empresas de micro e pequeno portes perfazem 1.544.065 estabelecimentos no setor privado e significam 98% das empresas existentes. Complementarmente, as médias e grandes empresas somam 30.322 estabelecimentos. Em relação aos setores econômicos, 52% das empresas atuam no setor do comércio, 35% em serviços e 13% na indústria (SEBRAE-SP, 2006). Apesar da grande riqueza, sua distribuição não é de forma homogênea pelo território e é possível identificar três cortes territoriais economicamente integrados. O primeiro refere-se à Região Metropolitana de São Paulo – RMSP, onde se localizam mais da metade da atividade industrial, caracterizada por grande diversificação e mais de dois terços dos serviços. O segundo corte é formado pelas regiões que compõem o entorno da RMSP: Campinas, São José dos Campos, Santos e Sorocaba. Estas regiões integram-se à metrópole e possuem uma base econômica fortemente industrial. “Em conjunto com a RMSP, esse complexo territorial responde por 90% da atividade industrial paulista, ou 40% de toda a indústria nacional” (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2008, p.20). O terceiro refere-se a maior parcela da superfície do estado e tem na agroindústria sua principal atividade econômica, principalmente nas culturas de cana-deaçucar e laranja, voltadas para as usinas de açúcar e álcool e esmagadoras e na pecuária (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2008, p.20). Para a identificação das regiões tecnologicamente relevantes utilizou-se como referencial o estudo sobre as características de inovação das pequenas e médias empresas de base tecnológica de São Paulo, desenvolvido por CORTÊS et al (2004) e que revela a existência de seis regiões intensamente caracterizadas pela existência de EBTs: a RMSP – Região Metropolitana de São Paulo, especificamente no território denominado ABCD – Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano e Diadema; Campinas, detentora de centros de pesquisa especializados em tecnologias de comunicação e informação; São Carlos, importante pólo tecnológico e de pesquisa científica; São José dos Campos, com concentração de empresas voltadas ao setor aeroespacial e Ribeirão Preto, com um desenvolvido setor de equipamentos médico odontológicos e de instrumentos de precisão. Essas regiões serão


90

adotadas neste trabalho como “territórios de tecnologia”, nos quais as IEBTs selecionadas deverão estar preferencialmente inseridas. A relevância tecnológica destes territórios pode também ser constatada através do levantamento das concentrações de estabelecimentos com as seguintes classificações no CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas (quadro 5.4).

Total de CNAE Descrição

estabs no ESP

Pesquisa

379

experimental ciências

B

São José

Rib

São

Preto

Carlos

12

20

10

135

3% 11%

3%

5%

3%

36%

24

15

11

14

230

3%

2%

2%

39%

2

1

50

C

Campinas

D

dos Campos

São Paulo

e

desenvolvimento 72100

A

10

41

em

físicas

e 100%

naturais Educação superior – 586 85325

Graduação

e

Pós-

Graduação

100%

Educação superior – 115 85333

Pós-Graduação

Educação profissional – nível técnico

Educação 85422

profissional de nível tecnológico

4% 6% 0

4

4

e

extensão

85414

37

100%

0% 3%

3%

2%

1%

43%

1013

49

17

4

23

308

100%

5% 2%

2%

0%

2%

30%

90

4

1

1

0

27

100%

4% 0%

1%

1%

0%

30%

25

0

QUADRO 5.4 : Concentrações de estabelecimentos em CNAEs específicos Fonte: RAIS/MTE – Relação Anual de Informações Sociais, financiada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT, 2006.


91

5.5 Definição do Campo da Pesquisa

Em seu Programa de Incubadoras de Empresas, o SEBRAE-SP classifica como IEBTs as seguintes incubadoras (quadro 5.5):

INCUBADORA INAUGURAÇÃO BOTUCATU Novembro/2005 CAMPINAS – SOFTEX Maio/1996 CAMPINAS – CIATEC Junho/95 CAMPINAS – INCAMP Março/2002 MARÍLIA Setembro/2000 RIBEIRÃO PRETO Julho/2003 RIO CLARO Outubro/2003 SANTO ANDRÉ Setembro/2002 SÃO BERNARDO DO CAMPO Dezembro/1999 SÃO CARLOS Dezembro/1984 SÃO CARLOS - DESIGN INN Julho/2005 SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – UNIVAP Fevereiro/1997 SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – UNIVAP/REVAP Março/2000 SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – INCUBAERO Novembro/2005 SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – CECOMPI Julho/2005 SÃO PAULO Abril/1998 SOROCABA Dezembro/2003 QUADRO 5.5: IEBTs pertencentes ao Programa SEBRAE-SP de Incubadoras de Empresas Fonte: SEBRAE-SP, 2008 A partir deste referencial, a exclusão das IEBTs com menos de 10 anos de operação, considerando o ano de 2008 como referência, permite a obtenção das IEBTs a serem estudadas na pesquisa de campo (quadro 5.6). Deve-se considerar também que, com a finalidade de uniformização dos casos estudados em termos de IEBTs multisetoriais, será excluída da base da pesquisa a IEBT Softex de Campinas, devido à sua especialização no desenvolvimento de softwares.

INCUBADORA INAUGURAÇÃO CAMPINAS – CIATEC Junho/1995 SÃO CARLOS – CINET Dezembro/1984 SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – UNIVAP Fevereiro/1997 SÃO PAULO – CIETEC Abril/1998 QUADRO 5.6: IEBTs com mais de 10 anos de operação localizadas em regiões tecnológicas Fonte: elaboração própria


92

A análise das IEBTs selecionadas à luz dos territórios de tecnologia anteriormente descritos permitiu a validação das quatro incubadoras como casos de estudo e a realização das entrevistas. O quadro 5.7 detalha as pessoas-chave responsáveis pelos projetos que foram entrevistadas, bem como fornece informações sobre as empresas incubadas que responderam ao questionário.

IEBT

Entrevista

com Entrevista com empresas Quantidade

pessoas-chave

incubadas (anexo 2)

empresas

(anexo 1) CINET

Diretor Técnico e Empresário Gerente do Projeto

CIETEC

entrevistadas

responsáveis pela empresa

Gerente do Projeto Empresário e

ou

14

ou

Coordenadores responsáveis pela empresa

16

Executivos UNIVAP

Gerente do Projeto

Empresário

ou

responsáveis pela empresa CIATEC

Gerente do Projeto

Empresário

ou

responsáveis pela empresa QUADRO 5.7: Detalhamento das entrevistas realizadas Fonte: elaboração própria

10

11

de


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6 APRESENTAÇÃO DOS CASOS

Neste capítulo são apresentados os dados obtidos nas entrevistas realizadas, entre março de 2008 e abril de 2009, nas Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica: CINET

Centro

Incubador

de

Empresas

Tecnológicas;

CIETEC

Inovação,

Empreendedorismo e Tecnologia; UNIVAP – Universidade do Vale do Paraíba e CIATEC – Companhia de Desenvolvimento do Pólo de Alta Tecnologia de Campinas , nesta ordem.

6.1 Apresentação do Caso 1 CINET - Centro Incubador de Empresas Tecnológicas

O Centro Incubador de Empresas Tecnológicas – CINET, é uma incubadora fundada em 1984 e instalada na Fundação Parque de Alta Tecnologia São Carlos – Parqtec, no município de São Carlos – SP. Ao longo de seu tempo de funcionamento já foram incubadas 62 empresas de base tecnológica. A Fundação atua em diversos programas para apoio às pequenas empresas, dentre eles o Parqtec.Net - Programa de Incubação de Empresas, que opera oito incubadoras de empresas, dentre elas o CINET; o Parqtec Business School, voltado para treinamento e capacitação; o Parqtec.Org, focado em parcerias com outras entidades para apoio às EBTs de São Carlos e região; o Instituto Parqtec de Design e o Parqtec.Parks, no qual está inserido o Núcleo Operacional do Parque Tecnológico de São Carlos – S. Carlos Science Park (PARQTEC, 2008). Toda essa intensa dinâmica reflete-se sobre o CINET em termos de relacionamentos e oportunidades. Nesse estudo de caso procurou-se isolar a IEBT nesse contexto geral, muito embora alguns aspectos abordados em termos de relacionamentos estejam associados ao escopo da Fundação Parqtec, numa sinergia natural.

6.1.1 Estrutura física

O CINET oferece 17 boxes para incubação, que atualmente apresentam 100% de ocupação por empresas de base tecnológica. Em termos de área dos boxes, existem três diferentes metragens: 21, 28 e 50m2. Além das empresas incubadas, existem 3 projetos em pré-incubação e 90 empresas associadas, que foram ou não incubadas em épocas passadas. Somente as empresas incubadas geram em torno de 112 postos de trabalho O conjunto de


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empresas incubadas, com um descritivo sobre suas competências centrais, é apresentado no quadro 6.1:

Empresa Empresa 1 Empresa 2 Empresa 3 Empresa 4 Empresa 5 Empresa 6 Empresa 7 Empresa 8 Empresa 9 Empresa 10 Empresa 11 Empresa 12 Empresa 13 Empresa 14 Empresa 15 Empresa 16 Empresa 17

Competência central Consultoria e pesquisa em construção civil Indústria de equipamentos para fotodegradação Soluções de software e hardware para instrumentação e controle industrial Soluções para redes informatizadas Soluções tecnológicas baseadas em hardware e software com aplicações em robótica Soluções em software e consultoria em informática Concepção e aplicações em sistemas de produção enxuta Engenharia e serviços de cálculo estrutural e dinâmica Projetos de instrumentos para medição da qualidade de peças produzidas em máquinas ferramentas Soluções tecnológicas para a gestão ambiental Aplicações de robótica para fins educacionais Consultoria e assessoria empresarial para estratégias de crescimento e inovação Industrialização e pesquisa em materiais vítreos, vitrocerâmicos e cerâmicos Desenvolvimento e viabilização de produtos inovadores Soluções em software para engenharia civil Desenvolvimento e produção de livros plásticos Desenvolvimento e fabricação de transdutores e equipamentos ultra-sônicos

QUADRO 6.1: Empresas incubadas no CINET Fonte: CINET, 2008 O horário de funcionamento da IEBT é das 08:00-12:00 e das 13:30-17:30, embora as equipes de cada empreendimento tenham acesso à sua empresa nas 24 horas do dia. Com relação à equipe de funcionários dedicados à incubadora, foram identificados três cargos: gerente, secretária e apoio. Em termos de serviços às empresas e empreendedores, o CINET oferece consultoria em gestão, consultoria tecnológica, treinamentos, apoio para participação em feiras, missões comerciais e missões técnicas, show-room, acesso à internet, serviços administrativos (recepção, cozinha, copiadora, fax), biblioteca, auditório, laboratório, oficina mecânica, equipamentos eletro-eletrônicos, sala de reuniões, apoio para pré-incubação, espaço para divulgação no portal internet e linha telefônica.

6.1.2 Estrutura de governança


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A estrutura de governança da IEBT está diretamente relacionada à da própria Fundação ParqTec, uma vez que o CINET é um dos seus projetos de atuação. A figura 6.1 apresenta a estrutura de governança vigente:

Conselho Curador ParqTec Diretoria Executiva ParqTec

Diretor Presidente

Diretor Técnico

CINET

Diretor Financeiro

Gerência

Secretaria

Empresas associadas

Outros projetos

Apoio administrativo

Empresas incubadas

Empresas em pré-incubação

FIGURA 6.1: Estrutura de governança CINET Fonte: elaboração própria O Conselho Curador da Fundação é formado pelas seguintes instituições: - um membro indicado pela USP - Universidade de São Paulo; - um membro indicado pela UFSCar - Universidade Federal de São Carlos; - um membro indicado pelo CIESP - Centro das Indústrias de São Paulo, regional de São Carlos; - um membro indicado pela Prefeitura Municipal de São Carlos; - um membro indicado pela UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho; - um membro indicado pela EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, de São Carlos. - dois membros indicados pelo Conselho de Curadores da Fundação Parque de Alta Tecnologia São Carlos;


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- um membro indicado pelo SEBRAE-SP - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo; - seis representantes de empresas instaladas em São Carlos, designados pelo Conselho de Curadores a cada quatro anos. 6.1.3 Estrutura de tecnologia de informação e comunicação - TIC

A IEBT possui acesso à internet através de banda larga, disponibilizado aos incubados. Para comunicação, além do telefone, normalmente utiliza email. Não existem ferramentas de comunicação do tipo Voip, chat, web ou teleconferência e comunidades de prática instaladas. A incubadora está inserida no portal da Fundação ParqTec e pode ser acessada pelo endereço eletrônico: http://www.parqtec.com.br/incubadora.php. O CINET está presente em portais relacionados à tecnologia e em ferramentas de buscas on-line. Pesquisa realizada em janeiro de 2009 no site de buscas google.com.br com as palavras-chave “incubadora CINET” apresentou 1 referência e no site yahoo.com.br não foram encontrados registros. Já com a terminologia “incubadora parqtec” foram encontradas no google, 790 referências e no yahoo, 24 referências.

6.1.4 Planejamento e gestão dos relacionamentos institucionais

A IEBT possui plano estratégico associado ao planejamento da Fundação Parqtec, assim como metas de expansão e de incubação. Entretanto, não existe processo de planejamento das relações institucionais em termos de mapeamento e análise de atores relacionados a determinado objetivo ou projeto. As conexões necessárias são realizadas de maneira empírica, conforme ações do dia-a-dia e necessidades específicas. Com relação à manutenção dos relacionamentos existentes, é fundamental o contato da diretoria e membros do conselho com as universidades e entidades parceiras. Os contatos realizados são armazenados em porta cartões centralizado, bem como registrados em listas de presença ou em listas de grupos especiais de conselhos e entidades. É também relevante citar que a IEBT promove periodicamente eventos que incrementam sua rede de relacionamentos, como cafés tecnológicos, seminários e congressos, missões a outras instituições, receptivo de visitas e palestras com fundos de capital de risco, além de participar de outras entidades, como associada ou membro de conselhos. Como exemplo, podem ser citadas a ANPROTEC - Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores, o ICSB - International Council for Small Business, a


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ADVB - Associação dos Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil e o IASP - International Association of Science Parks, cujos detalhes das relações estabelecidas serão apresentados a seguir. Com relação especificamente às outras IEBTs objeto de pesquisa neste estudo – CIATEC - Campinas, UNIVAP - São José dos Campos e CIETEC – São Paulo, o CINET demonstra a existência de laços, principalmente decorrentes de relacionamentos pessoais e profissionais.

6.1.5 Capacitação do corpo técnico para relacionamentos.

Os integrantes do corpo técnico da IEBT nunca receberam capacitação específica para a realização de articulações na área de tecnologia, até por que cursos ou programas de qualificação relacionados ao tema são praticamente inexistentes. O aprendizado é desenvolvido através da prática do dia-a-dia e da observação e, sob o ponto de vista da realização de conexões, de uma maneira geral não existem dificuldades, uma vez que as imagens da incubadora e da Fundação Parqtec facilitam o acesso às pessoas e instituições. Em termos de sugestões para melhoria das relações existentes, destacam-se os contatos com as universidades, no sentido da atração de novos negócios potenciais, aos fundos de investimento e para conexões que proporcionem acesso a novos mercados pelas empresas incubadas.

6.1.6 Principais relacionamentos institucionais da IEBT

6.1.6.1 SEBRAE-SP – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo

A grande sinergia entre as missões do SEBRAE-SP, entidade de abrangência nacional, e da Fundação Parqtec (e por conseqüência do CINET), ambas voltadas para o apoio às micro e pequenas empresas, é o elo que motivou o estabelecimento de um forte relacionamento institucional, iniciado em 1985 através de contatos profissionais. Naquela época a Fundação Parqtec foi uma das entidades integrantes do Conselho Deliberativo Estadual da entidade recém criada, permanecendo até os dias de hoje, o que facilitou o estabelecimento de relações institucionais, sendo a incubadora CINET referenciada como modelo de incubadoras de empresas no Brasil. Por sua vez, o SEBRAE-SP possui uma cadeira no conselho da Fundação ParqTec.


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Na atualidade, o relacionamento com o SEBRAE-SP é formal, havendo entre as instituições a assinatura de um convênio que regulamenta os investimentos mútuos no CINET. Decorridos vários anos de parceria, os resultados que o relacionamento com o SEBRAE-SP proporciona para a IEBT são aportes de recursos financeiros e econômicos, voltados para o financiamento de gestão administrativa e apoio aos incubados em termos de tecnologia, gestão e acesso a mercados, principalmente através da participação em feiras em estandes comuns; contato com interessados na criação de novos negócios e candidatos a incubados, muitos deles empreendedores originários do escritório local; intercâmbio de conhecimento e trocas de experiências sobre gestão de IEBTs; fortalecimento institucional; contato com outras entidades; incremento da imagem e divulgação da atuação da incubadora. Com relação à maneira como é feito o contato entre as instituições, constata-se a existência de reuniões presenciais ao menos uma vez por trimestre e os contatos por telefone e email ao menos uma vez a cada quinze dias. O gerente do CINET, a diretoria e membros do conselho realizam os contatos. As conexões efetuadas são em sua maioria com a diretoria do SEBRAE-SP, com a gerência e técnicos da área de tecnologia e com a gerência e técnicos do escritório local. A repercussão proporcionada pelo SEBRAE-SP em relação ao CINET pode ser caracterizada como de âmbito nacional.

6.1.6.2 EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

A Embrapa é uma entidade de abrangência nacional, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e criada em 26 de abril de 1973. Tem por missão viabilizar soluções para o desenvolvimento sustentável do espaço rural, com foco no agronegócio, por meio da geração, adaptação e transferência de conhecimentos e tecnologias, em benefício dos diversos segmentos da sociedade brasileira (EMBRAPA, 2008). Possui duas unidades na cidade de São Carlos, uma voltada ao desenvolvimento de forrajeiras e a outra à instrumentação agropecuária. A produção de tecnologia é a motivação para o relacionamento entre Embrapa e o CINET desde a abertura das unidades, em uma relação surgida através de conexões profissionais. A Embrapa é integrante do conselho da Fundação Parqtec. Os resultados decorrentes da relação são o incremento da imagem institucional; o apoio aos incubados em termos de tecnologia, principalmente devido à possibilidade de acesso a pesquisadores e laboratórios; acesso a mercados, através da participação em feiras e


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contatos com investidores em decorrência de indicações. O contato com a Embrapa proporcionou também novas oportunidades para o CINET e neste sentido pode ser citado o Projeto PROETA - Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de Empresas de Base Tecnológica Agropecuária, que tem por objetivo a criação de novas empresas baseadas em tecnologia agropecuária, em parceria com incubadoras existentes nos municípios contemplados pelo projeto. Neste projeto, inicialmente é realizado processo de pré-incubação na própria Embrapa, para aproximação do empreendedor à tecnologia disponível e, posteriormente, este é encaminhado ao CINET. Um exemplo de aplicação do projeto é a transferência de tecnologia para um aparelho denominado Língua Eletrônica, utilizado para avaliar a qualidade sensorial de bebidas (PIEKARSKI, 2007). O PROETA possibilita também o contato com empreendedores interessados na criação de negócios e em incubação, além do fortalecimento institucional e divulgação da IEBT. Os contatos ocorrem através de reuniões presenciais pelo menos uma vez a cada semestre e por telefone e email, pelo menos a cada trimestre. As conexões são mantidas através do gerente, da diretoria e membros do conselho e são feitas com o gerente local da Embrapa (que é também conselheiro da Fundação Parqtec), com o coordenador do projeto PROETA e com técnicos relacionados a projetos específicos. Com o passar do tempo ocorreu o desenvolvimento de laços pessoais entre as instituições, o que facilita o estabelecimento de conexões voltadas à solução de problemas mútuos e realização de projetos, além de existir formalização das relações, como por exemplo, no caso do projeto PROETA. Com relação à repercussão proporcionada pela EMBRAPA ao CINET, pode ser caracterizada como de abrangência nacional.

6.1.6.3 UFSCar – Universidade Federal de São Carlos

A Universidade Federal de São Carlos foi fundada em 1968 e é a única instituição federal de ensino superior localizada no interior do Estado de São Paulo. A Universidade possui três campi: São Carlos, Araras e Sorocaba (UFSCar, 2008). A própria existência da Fundação Parqtec e do CINET deve-se ao ambiente proporcionado pela existência de universidades em São Carlos e o relacionamento com a UFSCar existe desde o início da incubadora, facilitado por contatos pessoais existentes através dos membros do conselho que fizeram e fazem parte da universidade, que por sua vez faz parte do conselho da Fundação Parqtec e do CINET, o que caracteriza uma relação formal.


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A principal sinergia existente entre as entidades é a complementaridade no que diz respeito a proporcionar o acesso de empreendedores aos negócios tecnológicos e transferência de tecnologia. Pode-se dizer que a UFSCar é uma grande fornecedora de potenciais negócios a serem incubados. Os principais resultados para o CINET, decorrentes deste relacionamento são o incremento da imagem institucional; apoio aos incubados em tecnologia, em termos de acesso a pesquisadores e laboratórios; contato com interessados na criação de negócios e em incubação, o intercâmbio de conhecimento através de pesquisas conjuntas; fortalecimento institucional; a divulgação dos serviços para alunos e professores e a participação em seminários e palestras. Em termos de influência da UFSCar em relação ao CINET, pode-se dizer que é estadual. Os contatos são realizados em sua maioria através de reuniões presenciais, ao menos uma vez a cada semestre, e por email ou telefone, ao menos uma vez a cada trimestre. As conexões são feitas pelo gerente, por diretores ou membros do conselho, que contatam professores ligados principalmente aos departamentos de engenharia de produção, computação e física, pesquisadores e empresas juniores. Em sua maioria os contatos são informais, embora já tenham existido diversos instrumentos jurídicos assinados entre as instituições.

6.1.6.4 USP – Universidade de São Paulo

Criada em 1934, a Universidade de São Paulo destaca-se pela excelência no ensino e pesquisa. Atualmente possui campi em São Paulo (4), Bauru, Piracicaba, Pirassununga, Lorena, Ribeirão Preto e São Carlos (2), nos quais são oferecidos 214 cursos de graduação e 587 de pós-graduação (USP, 2008). No início da década de 80, pesquisadores acadêmicos interessados no desenvolvimento de processos alavancadores de negócios tecnológicos, apoiados pelo CNPq, Prefeitura Municipal e CIESP, lançaram a semente da Fundação Parqtec e do próprio CINET (NOSELLA & BUFFA, 2003). Estes docentes, fortalecidos por laços pessoais e profissionais em torno do propósito comum de proporcionar acesso aos interessados em empreendimentos tecnológicos, pertenciam aos quadros da Universidade de São Paulo, tornando-a entidade berço dos projetos. Desta forma, o CINET surgiu com uma sinergia natural com a USP.


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Atualmente, a Universidade participa com dois membros do conselho do Parqtec e do CINET, com fortes ligações em diversas áreas de pesquisa. Os principais resultados para a IEBT são o incremento da imagem institucional; o apoio aos incubados em termos de acesso a tecnologia; o contato com interessados na criação de negócios e em participação na incubadora; o fortalecimento institucional; a divulgação através da participação em eventos conjuntos; o contato com outras entidades, como por exemplo, o Instituto Fábrica do Milênio; o intercâmbio de conhecimento e o acesso a novas oportunidades; como por exemplo o projeto com o Núcleo de Manufatura – NUMA, com interação entre laboratórios de prototipagem e de CAD/CAE e produção de pequenos lotes, bem como a participação no Projeto SOFTEX, em parceria com outras instituições. Através da USP, o CINET atinge repercussão internacional. Os contatos institucionais são realizados através de reuniões presenciais, ao menos uma vez a cada semestre, e por email ou telefone, ao menos uma vez a cada trimestre. As conexões são feitas pelo gerente e por diretores, que contatam professores, pesquisadores, diretores e o reitor da universidade. Além de toda dinâmica informal existente, o relacionamento com a USP apresenta também o caráter formal, através de protocolo de intenções firmado entre as instituições.

6.1.6.5 PMSC - Prefeitura Municipal de São Carlos

À época da criação da Fundação Parqtec, São Carlos já demonstrava sua vocação tecnológica e a implantação da Fundação significava naturalmente uma oportunidade para o município. Por outro lado, uma iniciativa dessa envergadura de propósitos precisava ser inserida e sedimentada em relação à governança local. Desta forma, desde o início e através de contatos profissionais, foram estabelecidos laços entre as instituições, existindo o apoio da Prefeitura Municipal através da viabilização de recursos. A PMSC é membro do conselho da Fundação e do CINET. Os resultados obtidos com o relacionamento são o aporte de recursos financeiros (parte do aluguel do imóvel no qual o CINET está instalado); incremento da imagem institucional, apoio aos incubados em acesso a novos mercados através de feiras locais como a Expopecus, na qual é disponibilizado estande para participação das empresas incubadas; fortalecimento institucional; divulgação através de eventos e encontros empresariais; contato com outras instituições, proporcionado por missões à IEBT e isenções de impostos e tributos para as empresas incubadas, previstos em lei municipal, como por


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exemplo a isenção de IPTU e o pagamento mínimo de impostos. A PMSC utiliza também espaços da Fundação/CINET como o auditório para a realização de cursos e laboratórios. Os contatos são realizados através de reuniões presenciais, email, telefone ou carta/ofício, ao menos a cada três meses, pela diretoria da IEBT e direcionados ao gabinete do senhor prefeito ou às secretarias de desenvolvimento ou tecnologia. A relação existente entre as instituições é de caráter formal, existindo instrumento jurídico que regulamenta o investimento da PMSC na IEBT. Em termos de difusão de informações, a PMSC proporciona uma repercussão de âmbito local para o CINET.

6.1.6.6 MCT/CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

O propósito de apoio ao desenvolvimento tecnológico das MPEs é o catalisador da sinergia entre o MCT/CNPq e o CINET. O relacionamento entre as instituições surgiu a pelo menos dez anos e muitos dos resultados são em decorrência da atuação do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, organismo que atua como uma agência do MCT destinada ao fomento da pesquisa científica e tecnológica e à formação de recursos humanos para a pesquisa no país (CNPq, 2008). Em seu escopo de atuação, o CNPq opera projetos direcionados às EBTs e IEBTs. Dentre os resultados de maior expressão do relacionamento estabelecido podem ser citados o incremento da imagem institucional; o apoio tecnológico aos incubados; novas oportunidades em projetos para a IEBT, como o SEPIN - Programa de Apoio à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Tecnologia da Informação; fortalecimento institucional e apoio aos incubados em recursos humanos, através da Bolsa RHAE, operacionalizada pelo CNPq. Os contatos são feitos pelo gerente da IEBT, principalmente em questões de cunho administrativo de apoio aos incubados e pelo diretor, no que diz respeito a editais e direcionados a técnicos responsáveis por linhas de projetos. Estes contatos ocorrem ao menos uma vez por mês através de email ou trimestralmente através de carta/ofício. Existe formalização no relacionamento, normalmente em convênios decorrentes de projetos para apoio aos incubados, no qual a Fundação/CINET é interveniente. A relação com o MCT/CNPq proporciona uma repercussão de âmbito nacional para a IEBT.


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6.1.6.7 MCT/FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos

A FINEP é uma empresa pública vinculada também ao MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia, criada em 1967. Tem a missão de promover e financiar a inovação e a pesquisa científica e tecnológica em empresas, universidades, institutos tecnológicos, centros de pesquisa e outras instituições públicas ou privadas, mobilizando recursos financeiros e integrando instrumentos para o desenvolvimento econômico e social do País (FINEPb, 2008). A mútua missão de apoio ao desenvolvimento tecnológico das empresas é o cerne do relacionamento estabelecido entre o CINET e a FINEP há mais de dez anos e que surgiu através do contato profissional entre membros das instituições. Os principais resultados desta relação são o incremento da imagem institucional; apoio aos incubados em tecnologia; gestão, através de financiamento de treinamentos e serviços como contabilidade; acesso a investidores proporcionado pelo site venture capital (http://www.venturecapital.gov.br); fortalecimento institucional e também a divulgação das ações da IEBT através do site acima citado. O apoio aos incubados ocorre na maioria das vezes através da linha Subvenção Econômica. Os contatos com a FINEP ocorrem ao menos uma vez ao mês por telefone ou email e ao menos a cada seis meses por carta/ofício. O gerente do CINET realiza a maioria dos contatos, conectando-se com técnicos de projetos com o cunho administrativo voltado à prestação de contas. Outros contatos são feitos pelo diretor do CINET diretamente com o diretor da FINEP. A relação entre as entidades apresenta caráter formal, em sua maioria através de convênios decorrentes de projetos de EBTs incubadas e que tem a Fundação/CINET como interveniente. No que diz respeito à repercussão da FINEP em relação à IEBT, pode-se caracterizar como nacional. 6.1.6.8 SD - Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo

As relações com a atual SD são decorrentes dos propósitos comuns de apoio ao desenvolvimento tecnológico e surgiram a partir de contatos profissionais entre integrantes das instituições a pelo menos dez anos. No passado houve relações formais para apoio aos incubados em tecnologia, entretanto atualmente existem somente relações informais, no que diz respeito ao CINET, uma vez que com a Fundação existe forte relacionamento voltado ao projeto do parque tecnológico.


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Os principais resultados deste relacionamento são o incremento da imagem e o fortalecimento institucional. Os contatos são realizados pelo menos uma vez a cada ano, em reuniões presenciais entre diretores e o secretário, para tratar de assuntos relacionados ao CINET. A SD tem um escopo de repercussão estadual para a IEBT.

6.1.6.9 ANPROTEC - Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores

A ANPROTEC é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 1987, e tem o papel de criar mecanismos de apoio às Incubadoras de Empresas, Parques Tecnológicos, Pólos, Tecnópoles e outras Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores. Sua competência central está em estimular a capacidade empreendedora e a inovação em seus diversos níveis de conhecimento. Dessa forma a entidade atua como elo de ligação e representação das incubadoras de empresas brasileiras e o relacionamento com a Fundação/CINET é decorrente de relacionamentos pessoais e profissionais desde o seu surgimento. O atual diretor executivo da Fundação/CINET, foi um dos fundadores da associação e exerceu sua presidência em duas gestões, no período 1989 a 1993 (ANPROTEC, 2008), o que em muito contribuiu para o estreitamento das relações. Os principais resultados obtidos com este relacionamento são o incremento da imagem institucional; o apoio aos incubados em gestão (treinamentos) e acesso a mercados (exposições no seminário anual); intercâmbio de conhecimento (capacitação para gestão de IEBTs e compartilhamento de pesquisas); fortalecimento institucional; divulgação e contatos com outras instituições, principalmente através de missões internacionais promovidas pela ANPROTEC. Os contatos são realizados pelo gerente do CINET e diretoria e normalmente voltados aos diretores da associação. As conexões ocorrem pelo menos a cada três meses por email e telefone e presencialmente ao menos uma vez por ano, durante o seminário ANPROTEC. Uma vez que a Fundação/CINET é sócia com direito a voto no conselho da ANPROTEC, considera-se formal a relação institucional existente. O escopo de repercussão do CINET através da associação é de âmbito internacional.


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6.1.6.10 SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Criado em 1942, o SENAI é hoje um dos mais importantes pólos nacionais de geração e difusão de conhecimento aplicado ao desenvolvimento industrial (SENAI, 2008). Desta maneira, a atuação junto às indústrias e o foco em aprendizagem industrial são os grandes fatores de convergência entre as duas instituições no âmbito local. Os contatos existem há mais de 10 anos e foram estabelecidos por relações profissionais. Os principais resultados obtidos são o incremento da imagem institucional; apoio aos incubados em recursos humanos, através do fornecimento de estagiários e profissionais qualificados; o acesso a novas oportunidades de projetos, como por exemplo, a participação no SOFTEX; contatos com interessados em iniciar negócios e participar da incubadora; fortalecimento institucional; contatos com outras instituições, principalmente através de visitas à IEBT; e a participação de incubados em cursos promovidos pelo SENAI. No passado, ocorreu sessão de espaço para exposição das empresas incubadas na feira de tecnologia – FEALTEC e também a doação de motores, móveis e equipamentos de informática por parte da Fundação/CINET. Os contatos com o SENAI são realizados através de reuniões presenciais ao menos uma vez a cada semestre, bem como por telefone e carta/ofício nessa mesma periodicidade. O gerente do CINET e o diretor são os responsáveis pelo relacionamento que é de caráter informal, não havendo nenhum tipo de formalização interinstitucional. Para a IEBT, esta conexão proporciona repercussão em âmbito local.

6.1.6.11 CIESP – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo

As relações comuns com o setor industrial são o mote para a convergência das relações entre o CINET e o CIESP, entidade civil sem finalidade lucrativa, fundada em 1928, que congrega empresas industriais e suas controladoras, bem como associações ligadas ao setor produtivo e empresas que tem por objeto atividades diretamente relacionadas aos interesses da indústria (CIESP, 2008). Em um relacionamento surgido há mais de dez anos e a partir de contatos profissionais, as duas entidades revelam uma sinergia natural, demonstrada em diversas atividades já realizadas no município. Através do CIESP, a Fundação/CINET se relaciona com a FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, importante organismo


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representativo e que também é conselheira do SEBRAE-SP, conjuntamente com a Fundação, perfazendo um relevante circuito de conexões institucionais. Os principais resultados das relações com o CIESP são o incremento da imagem institucional; fortalecimento institucional; divulgação através de eventos conjuntos; contato com outras instituições, como a FIESP e a participação tanto da IEBT quanto das EBTs incubadas em eventos, cursos e palestras promovidos pelo CIESP. Os contatos são realizados pelo diretor da IEBT, de maneira presencial, ao menos uma vez a cada semestre e são direcionados para o diretor do CIESP. A participação do CIESP no conselho da Fundação/CINET caracteriza o relacionamento formal existente. Por sua vez, o grau de repercussão que o CIESP proporciona ao CINET é de âmbito local.

6.1.6.12 ETEC Paula Souza – Escola Técnica Paulino Botelho

As relações com a indústria e o foco em aprendizagem industrial, especificamente nas áreas de eletrônica e mecânica, proporcionaram contatos profissionais com a Escola Técnica pertencente ao Centro Paula Souza há mais de dez anos. O Centro Paula Souza iniciou suas atividades em 1969, em decorrência da necessidade de formação profissional para acompanhar a expansão industrial paulista. Atualmente o Centro administra 140 Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) e 39 Faculdades de Tecnologia (Fatecs) em 120 cidades no Estado de São Paulo (CENTRO PAULA SOUZA, 2008). Os principais resultados deste relacionamento referem-se ao incremento da imagem institucional; novas oportunidades em projetos para a IEBT, como por exemplo, o SOFTEX; contato com interessados em criar negócios e em participar da IEBT; fortalecimento institucional, divulgação das atividades do CINET, principalmente através de palestras para alunos e apoio aos incubados em recursos humanos, através do fornecimento de estagiários e profissionais qualificados. Por sua vez, o CINET doou no passado equipamentos de informática para treinamento de alunos na escola. Com relação à freqüência dos contatos, ocorrem pelo menos uma vez a cada seis meses, tanto presencialmente quanto por telefone ou carta/ofício. As conexões são realizadas pelo gerente e pelo diretor da IEBT e são direcionadas ao diretor da Escola. Não existe relacionamento formalizado entre as instituições, somente contatos informais e o âmbito de repercussão da ETEC em relação ao CINET é local.


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6.1.6.13 FAPESP – Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo

A FAPESP é uma entidade criada em 1962 e é reconhecida como uma das principais agências de fomento à pesquisa científica e tecnológica do país. Está ligada à Secretaria de Ensino Superior do Governo do Estado de São Paulo. Com autonomia garantida por lei, a FAPESP concede auxílios a pesquisa e bolsas em todas as áreas do conhecimento e financia outras atividades de apoio à investigação, ao intercâmbio e à divulgação da ciência e da tecnologia em São Paulo (FAPESP, 2008). As relações com a Fundação/CINET ocorrem naturalmente pela mútua missão de apoio ao desenvolvimento tecnológico, possibilitando contatos profissionais desde o início, há mais de dez anos. Os resultados gerados por esta conexão são o incremento da imagem institucional; apoio aos incubados em tecnologia (financiamento de pesquisa e desenvolvimento), gestão (financiamento de capacitação) e recursos humanos (financiamento de bolsas para pesquisadores responsáveis), através de projetos de apoio como o PIPE – Pesquisa Inovativa na Pequena e Micro Empresa e fortalecimento institucional. Os contatos são feitos pelo menos uma vez a cada seis meses por telefone e email, em conexões realizadas pelo gerente e diretor da IEBT, voltadas para diretoria e gerentes de projetos da FAPESP, com a finalidade de acompanhamento de propostas de EBTs incubadas em andamento. Neste sentido, a Fundação/CINET apóia as empresas incubadas atuando como interveniente nos projetos apresentados. Esta atuação caracteriza a formalização das relações institucionais com a FAPESP, entidade que proporciona uma repercussão estadual às atividades do CINET.

6.1.6.14 UNESP – Universidade Estadual Paulista

A Universidade Estadual Paulista, criada em 1976, resultou da incorporação dos Institutos Isolados de Ensino Superior do Estado de São Paulo, então unidades universitárias situadas em diferentes pontos do interior paulista (UNESP, 2008), tornando-se uma referência em educação até os dias atuais. O relacionamento com o CINET iniciou-se de através de contatos profissionais, principalmente associados ao apoio para a implementação da incubadora


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tecnológica de Rio Claro, intercâmbio de conhecimentos em design com o campus de Bauru e trabalhos em prototipagem para área odontológica no campus de Araraquara. A UNESP é membro do conselho da Fundação/CINET e as relações inter-instituições resultaram em incremento da imagem; contatos com interessados em criar empresas e participar da incubadora; fortalecimento institucional e divulgação, através de atividades como cursos e palestras para difusão da IEBT. Os contatos são realizados de forma presencial ao menos uma vez a cada semestre e por telefone e email a cada trimestre e são demandados pelo gerente e diretores e membros do conselho da IEBT, que contatam principalmente o gerente da incubadora de Rio Claro, pesquisadores e professores. A formalização do relacionamento é decorrente da participação da Universidade no conselho da Fundação e a repercussão que a UNESP proporciona para o CINET é de âmbito estadual.

6.1.6.15 AURP – Association of University Research Parks

Fundada em 1986, a AURP tem por missão promover o desenvolvimento e as operações dos parques de pesquisa que promovem a inovação, a comercialização e a concorrência econômica em uma economia global, com a colaboração entre universidades, indústria e governo (AURP, 2008). A conexão com a AURP é decorrente do debate sobre assuntos ligados à área de tecnologia e parques tecnológicos e o relacionamento foi formado a partir de contatos profissionais há mais de dez anos. Os resultados principais obtidos são o incremento da imagem institucional; o intercâmbio de conhecimento, principalmente durante o encontro internacional anual e o fortalecimento institucional. Os contatos ocorrem ao menos uma vez por semestre por telefone e email e anualmente de maneira presencial no encontro internacional. As conexões são realizadas pelo diretor da IEBT, contatando diretores da entidade. Não existe formalização das relações institucionais, somente contatos informais e a repercussão que a AURP proporciona ao CINET é de cunho internacional.

6.1.6.16 SOFTEX – Sociedade Brasileira para Promoção da Exportação de Software

O início do relacionamento com a Sociedade SOFTEX ocorreu em 1994, através de contatos profissionais, com a criação da incubadora SOFTNET, para apoio às


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empresas de software, e que atualmente opera conjuntamente com o CINET. Atualmente a Fundação/CINET é um dos quatro núcleos do SOFTEX existentes no Estado de São Paulo, o chamado GENETEC. A Sociedade SOFTEX é uma organização não-governamental que tem por objetivo executar, promover, fomentar e apoiar atividades de inovação e desenvolvimento cientifico e tecnológico de geração e transferência de tecnologias e notadamente de promoção do capital humano, através da educação, cultura e treinamento apropriados, de natureza técnica e mercadológica em Tecnologia de Software e suas aplicações, com ênfase no mercado externo, visando o desenvolvimento socioeconômico brasileiro, através da inserção do país na economia mundial (SOFTEX, 2008). As relações entre SOFTEX e CINET são muito intensas, produzindo vários resultados como aporte de recursos econômicos (equipamento); incremento da imagem institucional; apoio aos incubados em tecnologia (treinamentos em linguagem de programação), gestão (vendas), acesso a mercados (através de projetos voltados à exportação em parceria com a APEX – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e em recursos humanos (bolsas); contato com interessados na criação e negócios e em incubação; oportunidades em novos projetos; divulgação; fortalecimento institucional; intercambio de conhecimento, por exemplo, através da disponibilização de pesquisas e contatos com outras instituições, principalmente através de missões internacionais. Os contatos são realizados de forma presencial e por telefone ao menos uma vez a cada trimestre e por email ao menos em intervalos quinzenais. O relacionamento é mantido através de contatos do gerente e do diretor e voltados para técnicos e diretoria. A relação entre o CINET e o SOFTEX é formal, uma vez que existe termos jurídicos para embasar o GENETEC e para regularizar o comodato de equipamentos instalados na Fundação/CINET. A repercussão proporcionada ao CINET em relação ao SOFTEX é de caráter internacional.

6.1.6.17 ADVB – Associação dos Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil

A vocação da ADVB, entidade sem fins lucrativos focada no aprimoramento, no fomento, na difusão e na valorização de técnicas de marketing e vendas (ADVB, 2008), bem como o networking proporcionado pela associação e o relacionamento pessoal e profissional existente entre membros das diretorias foram os principais vetores que culminaram, há mais de dez anos, com o estabelecimento da relação institucional com a


110

Fundação/CINET que se mantém de maneira vigorosa até hoje, sendo as entidades membros de ambos os conselhos. Os resultados obtidos com este relacionamento são o incremento da imagem institucional; o apoio aos incubados em gestão, principalmente através de treinamentos de vendas e marketing realizados no CINET; contato com outras instituições e fortalecimento institucional. Os contatos apresentam uma freqüência ao menos mensal e são realizados através de reuniões presenciais, telefone e email. Em torno da metade dos contatos são feitos pelo gerente da IEBT e a outra metade pela diretoria. As pessoas contatadas na ADVB são o gerente, principalmente para assuntos operacionais e a diretoria. A relação inter-institucional pode ser caracterizada como formal, uma vez que existe termo que define a Fundação/CINET como representante local da Associação. A repercussão proporcionada pela ADVB para ao CINET é de abrangência nacional, uma vez que a ADVB é organizada em todo o país pela FENADVB – Federação das Associações dos Dirigentes de Marketing e Vendas.

6.1.6.18 IASP – International Association of Science Parks

Os contatos com a IASP, rede mundial da ciência e dos parques de tecnologia, que tem por finalidade conectar profissionais no mundo todo (IASPb, 2008), surgiram através de relações profissionais há mais de dez anos, em decorrência do debate de assuntos de negócios tecnológicos e parques científicos. Os principais resultados são o incremento da imagem institucional; o intercâmbio de conhecimento, principalmente no encontro anual e o fortalecimento institucional. As conexões são realizadas pelo diretor do CINET e direcionadas para o diretor da IASP e ocorrem presencialmente ao menos uma vez por ano no encontro internacional promovido pela entidade e semestralmente por telefone e email. A Fundação/CINET é associada da IASP, o que caracteriza a existência de relação interinstitucional formal. Além disso, a repercussão possibilitada pela IASP é de âmbito internacional.

6.1.6.19 NBIA - National Business Incubation Association

A NBIA é uma rede mundial construída em torno do tema incubação de empresas e empreendedorismo e fornece a milhares de profissionais os recursos da


111

informação, da instrução, da defesa e dos trabalhos em rede para trazer a excelência ao processo de apoiar empresas em estágio inicial no mundo inteiro (NBIA, 2008). O relacionamento com a NBIA surgiu a mais de dez anos através de relações profissionais devido ao mútuo interesse institucional relacionado a assuntos de incubadoras de empresas de base tecnológica. Os resultados decorrentes são o incremento da imagem institucional; o intercâmbio de conhecimento, principalmente no encontro anual e o fortalecimento institucional. Os contatos são realizados pelo diretor do CINET e direcionados ao diretor da NBIA e ocorrem presencialmente ao menos uma vez por ano no encontro internacional promovido pela entidade e semestralmente por telefone e email. A Fundação/CINET é associada da NBIA, o que caracteriza a existência de relação institucional formal. Além disso, a repercussão possibilitada pela associação é de abrangência internacional.

6.1.6.20 ICSB - International Council for Small Business

O ICSB é uma organização fundada em 1955, com a finalidade de promover o crescimento e o desenvolvimento de empresas de pequeno porte em todo o mundo. A organização reúne educadores, investigadores, políticos e profissionais para compartilhar conhecimento e a experiência em seus campos de atuação sob a ótica das pequenas empresas e do empreendedorismo (ICSB, 2008). A sinergia na tratativa de assuntos relativos aos pequenos negócios aproximou as instituições desde 1997. Atualmente a Fundação/CINET é associada e representante da ICSB no Brasil, o que confere característica formal ao relacionamento institucional. Os principais resultados do relacionamento são o incremento da imagem institucional; o intercâmbio de conhecimentos, principalmente através de troca de informações no encontro anual e pesquisas; fortalecimento institucional; divulgação mútua em material institucional e contato com outras instituições. Os contatos são realizados pelo diretor da IEBT diretamente com a diretoria do ICSB (100%) e ocorrem com freqüência trimestral, por telefone e email e presencial, no encontro anual promovido pela entidade. A repercussão proporcionada pelo ICSB é de abrangência internacional.


112

6.1.7 Resultados dos relacionamentos institucionais sob a perspectiva das empresas incubadas.

Das 17 EBTs atualmente em operação no CINET, foram recebidos 15 retornos ao questionário (anexo II), sendo que uma EBT relatou uma conexão direta com o Ministério da Cultura, que foi desconsiderada pelo fato deste ministério não fazer parte da rede CINET. Isso significa que pelo menos 82% das empresas incubadas desenvolveram conexões com pelo menos um ator da rede CINET. O mapeamento dos atores diretamente relacionados com as EBTs e os resultados produzidos, são apresentados no capítulo sete, sub-item 7.1.9.1 .


113

6.2 Apresentação do Caso 2 CIETEC – Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia

O CIETEC – Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, fundado em 1998 como Centro Incubador de Empresas Tecnológicas, está instalado em São Paulo, na Cidade Universitária – USP, em área do IPEN – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares. Nestes dez anos de atividades, a incubadora já graduou dezenas de empresas de base tecnológica e posiciona-se como elo entre pesquisadores e o ambiente de negócios. A missão do Cietec é promover o desenvolvimento da ciência e da tecnologia nacional, incentivando a transformação do conhecimento em produtos e serviços inovadores e competitivos. Para isso, o Cietec coloca-se na vanguarda de uma estratégia nacional de desenvolvimento capaz de incentivar o empreendedorismo, melhorar a qualidade de vida e posicionar o país como um pólo criador e exportador de tecnologias inovadoras nas mais diversas áreas do conhecimento.O Cietec possibilita a ampliação do índice de sobrevivência e competitividade das micros e pequenas empresas, oferecendo a esses empreendimentos de base tecnológica a excelência de sua infra-estrutura e dos recursos humanos que dela participam.Entre os diferenciais que fazem do Cietec um dos mais importantes centros incubadores do País, o primeiro deles é sua localização privilegiada. Dentro da Cidade Universitária de São Paulo, as empresas têm acesso aos laboratórios do IPEN, IPT e USP, fundamentais para garantir a qualidade de seus projetos. Por ser um elo entre instituições de ensino e pesquisa, órgãos governamentais e a iniciativa privada, faz parte da filosofia do Cietec melhorar constantemente a troca de informações e o atendimento a toda sua rede de relacionamento formada por empreendedores, investidores, pesquisadores, cientistas, jornalistas, consultores, estudantes, educadores e empresários (CIETEC, 2008).

6.2.1 Estrutura física

O CIETEC é a maior IEBT da América Latina. Suas instalações são compostas por 31 módulos, ou boxes, para empresas tecnológicas, 29 módulos para empresas no hotel de projetos, 20 módulos para empresas de software e 8 módulos para empresas residentes no préparque tecnológico.


114

Desde sua criação, 72 empresas já foram graduadas pela IEBT e, atualmente, 119 empresas desenvolvem atividades (dado de julho/08), gerando 740 empregos. A metragem dos boxes varia conforme a utilização: no hotel de projetos, de 7 a 10m2; na área de software, de 10 a 20m2; na área de tecnologia, de 30 a 50m2 e

na

área de pré-parque tecnológico, de 50 a 450 m2. O horário de funcionamento da IEBT é das 07:00 às 22:00 e sua estrutura de operação é composta por uma secretaria, um auxiliar administrativo, quatro estagiários e quatro ajudantes de serviços gerais, que exercem suas atividades em regime de contratação celetista. Complementarmente, um quadro de profissionais terceirizados desenvolve ações específicas junto à incubadora, exercendo as funções de gerência do projeto, coordenação de tecnologia da informação, coordenação financeira, coordenação técnica, coordenação de gestão tecnológica, coordenação de negócios internacionais e coordenação de marketing e comercialização. O Centro Incubador de Empresas Tecnológicas oferece diversos serviços às empresas e empreendedores inseridos no projeto, dentre eles consultoria em gestão, consultoria tecnológica, treinamento, participação em feiras, missões técnicas e comerciais, acesso à internet, serviços administrativos diversos, espaço no portal, hotel de projetos, biblioteca, auditório, laboratório, oficina mecânica, equipamentos eletro-eletrônicos, sala de reuniões, consultoria para patentes, serviços de advocacia e tradução. O conjunto de empresas incubadas e suas competências centrais são apresentados no quadro 6.2:

Empresa

Competência central

Empresa 1

Produtos a base de silicone e copolímeros de silicone

Empresa 2

Sistema inteligente para gestão de eventos

Empresa 3

Revestimento polimérico para proteção de superfícies metálicas e não metálicas

Empresa 4

Movimento de água por ar comprimido em condomínios

Empresa 5

Monitoramento e diagnóstico de equipamentos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica

Empresa 6

Plataforma para gestão do conhecimento e gerência de conteúdo

Empresa 7

Software e tecnologia da informação para o agronegócio

Empresa 8

Produção de absorvedor reativo para conservação de produtos vegetais colhidos

Empresa 9

Ligas de ouro colorido em pó e sinterizadas

Empresa 10

Matérias primas (fármacos) de alto valor agregado para produção de medicamentos


115

Empresa 11

Forno plasma para reciclagem de alumínio sem o uso de sais fundentes 1)Aquecedor solar de baixo custo em modo auto-construção 2) Sistema de reuso de água de banho para habitação popular

Empresa 12

3) Forno solar para redução do desmatamento e do uso de GLP 4) Bomba dágua de alta pressão em modo auto-construção para fornecimentol de água potável 1) Monitoramento Sismográfico de Reservatórios Hidrelétricos;

Empresa 13

2) Avaliação do Risco Sísmico para Grandes Obras de Engenharia; 3) Prospecção de Petróleo com Sísmica Passiva; 4) Monitoramento Sismográfico de Fundo Oceânico.

Empresa 14

Equipamentos médico-hospitalares para estimulação e deteção por ultra-som

Empresa 15

Dispositivo auto aplicador de adrenalina

Empresa 16

Membranas poliméricas reabsorvíveis para engenharia de tecidos

Empresa 17

Combate e controle de pragas urbanas

Empresa 18

Produtos farmoquímicos de alto valor agregado 1) Lente para ampliar escalas (lupa) manual

Empresa 19

2) Lente para ampliar escalas (lupa) de apoio – pré-focada 3) Lente de aumento acoplada a prancha de leitura para baixa visão

Empresa 20

Sistemas geradores de ozônio

Empresa 21

Filtros Metálicos e Pós Metálicos Especiais

Empresa 22

Tambor reciclável e biodegradável

Empresa 23

Turbinas ecológicas para geração de energia elétrica

Empresa 24

Equipamentos e softwares científicos para aplicações na área de Tecnologia Nuclear

Empresa 25

Planejamento e veiculação de mídia interativa

Empresa 26

Microencapsulamento de células e desenvolvimento de biofármacos inovadores para tratamento de Diabetes Mellitus e outras doenças humanas

Empresa 27

Assinatura digital em documentos, processos e transações eletrônicas, com a utilização do carimbo do tempo

Empresa 28

Laudos técnicos na área de radiologia

Empresa 29

Resinas, Vernizes e Aditivos para recobrimento de superfícies.

Empresa 30

Ensaios de toxicidade para produtos nanoestruturados

Empresa 31

Soluções de software para Mobile Business

Empresa 32

Torneira com acionamento eletrônico para residências


116

Empresa 33

Kits para controle de qualidade de insumos farmacêuticos e fitoterápicos

Empresa 34

Dispensário de medicamentos em ambientes hospitalares

Empresa 35

Antenas para TV

Empresa 36

Sistema de gerenciamento eletrônico de utilidades 1)Tarifador para PABX

Empresa 37

2)Sistema auditor de contas telefônicas 3) Sistema de roteamento automático de chamadas telefônicas ao menor custo

Empresa 38

Equipamento para monitoramento e controle ambiental

Empresa 39

Célula a Combustível

Empresa 40

Medidor digital de energia elétrica

Empresa 41

Exames por DNA e pesquisa genética para Agropecuária (Genotipagem Paternidade - Consanguinidade)

Empresa 42

Localizador de produtos por radiofreqüência

Empresa 43

Homogeinizador para soluções usadas em nefrologia

Empresa 44

Produção de silano alquifluorado como aditivo de tintas

Empresa 45

Sistema de monitoramento e rastreamento portátil para pessoas, equipamentos e animais

Empresa 46

Dispositivos integrados para o controle de qualidade de imagens em equipamentos de radiodiagnóstico.

Empresa 47

Desenvolvimento de instrumentos endoscópios

Empresa 48

Monitoramento de qualidade de SVA em telefonia móvel; garantia de receita de SVA móvel; Modems de dados móveis.

Empresa 49

Soluções de Automação e Sistemas de monitoramento, diagnóstico, controle e proteção.

Empresa 50

Banco de células tronco e DNA animal

Empresa 51

Medição precisa de vazão de fluxos líquidos, gases e vapores

Empresa 52

Sistema construtivo de edifícios de madeira de "aproveitamento"

Empresa 53

Soluções integradas de telemetria e telemática voltadas ao segmento petroquímico

Empresa 54

Fábrica de jogos interativos para celular

Empresa 55

Desenvolvimento de produtos e plataformas tecnológicas para o setor farmacêutico

Empresa 56

Sistemas onipresentes para o cuidado da vida dos pacientes

Empresa 57

Sistemas de controle aplicado em iluminação comercial e residencial

Empresa 58

Materiais com alta precisão, utilizando o laser como ferramenta de produção

Empresa 59

Tecnologia para bombeamento de líquidos em doses precisas e controladas


117

Empresa 60

Desenvolvimento de jogos eletrônicos

Empresa 61

Kits educacionais

Empresa 62

Equipamentos para recuperação de metais e tratamento de efluentes

Empresa 63

Soluções em comunicação e sinalização para deficientes auditivos

Empresa 64

Pesquisa, desenvolvimento e inovação de ensaios e testes pré-clínicos, biológicos e toxicológicos, in vitro e in vivo

Empresa 65

Alimentos funcionais naturais orgânicos e liofilizados

Empresa 66

Produtos e serviços em Nd:YAG lasers

Empresa 67

Nanoemulsões para aplicação em cosméticos

Empresa 68

Chapas plásticas de alto desempenho para construção civil

Empresa 69

Audiômetro digital

Empresa 70

Módulos inteligentes para equipamentos médicos

Empresa 71

Sistemas interativos Multimídias

Empresa 72

Armadilhas fotográficas e Rádio-colares

Empresa 73

Instrumentos para obtenção de dados biológicos por telemetria

Empresa 74

Gestão Técnica de Saúde

Empresa 75

Produção de insumos para laboratórios de biologia molecular

Empresa 76

Produtos e serviços nas áreas eletrônica e mecânica para a aviação de pequeno porte

Empresa 77

Software de gestão do cadastro de redes de água, esgoto e drenagem

Empresa 78

Sistema de suporte à decisão para a cadeia de suprimento na Indústria de Processos, Agronegócios e Logística

Empresa 79

Nanocompósitos de polímeros e argilas

Empresa 80

Desenvolvimento de Software

Empresa 81

Softwares em Realidade Virtual e Filmes 3D. Aplicações em realidade virtual

Empresa 82

Produção de pérolas no Brasil

Empresa 83

Produtos fitoterápicos

Empresa 84

Infra-Estrutura aplicada a Sistemas de Geração de Energia

Empresa 85

Laboratório de prestação de serviços de caracterização de polímeros e sintéticos e nanopartículas

Empresa 86

Máquina de venda automática de sandálias

Empresa 87

Agroquímico bactericida e fungicida de baixa toxicidade ao homem e ao meio ambiente

Empresa 88

Molécula biperideno para a indústria farmacêutica

Empresa 89

Telemedicina aplicada no tratamento de portadores de diabetes


118

Empresa 90

Beneficiamento de fibras naturais para desenvolvimento de novos produtos de uso industrial

Empresa 91

Sistema de informações sobre recursos hídricos

Empresa 92

Inoculante para soja

Empresa 93

Unidade de coleta automática de embalagens para reciclagem

Empresa 94

Recobrimento de dispositivos médicos para medicina minimamente invasiva

Empresa 95

Diagnóstico de eletrocardiograma realizado com telefone celular

Empresa 96

Uso racional da água

Empresa 97

Engenharia de tecido para modelos de pele humana e ephitelial in vitro

Empresa 98

Software, desenvolvimento de projetos e treinamento em simulação de processos

Empresa 99

Testes imunobiológicos para acompanhamento clínico de progresso tumoral

Empresa 100

Solução logística para comercialização de materiais recicláveis

Empresa 101

Gestão do conhecimento para o setor elétrico e industrial-software e treinamento presencial e à distância, manuais de procedimento no formato digital.

Empresa 102

Consultorias, Pesquisas e Parcerias para Planejamento e implantação de projetos em Educação a Distância; transposição de conteúdos; avaliação e elaboração de propostas pedagógicas

Empresa 103

Infra-estrutura P2P para IPTV

Empresa 104

Pesquisa, desenvolvimento e comercialização de dispositivos químicofarmacêuticos de liberação controlada de princípios bioativos

Empresa 105

Desenvolvimento de nanopartículas e dispositivos moleculares

Empresa 106

Produtos para monitoração de biodeterioração

Empresa 107

Pesquisa, desenvolvimento e comercialização de produtos e serviços educacionais

Empresa 108

Desenvolvimento de ambiente de inteligência artificial para seleção de materiais

Empresa 109

Tecnologia de imagens ocultas

Empresa 110

Tecnologia para descontaminação e reciclagem de lâmpadas fluorescentes

Empresa 111

Academia para pessoas com necessidades especiais

Empresa 112

Equipamento eletrônico para tratamento de varizes

Empresa 113

Probióticos na prevenção de amigdalites

Empresa 114

Laboratório de prestação de serviços em testes de estabilidade e análise de produtos farmacêuticos

Empresa 115

Destruição de pesticidas obsoletos por meio de oxidação de sais fundidos


119

Empresa 116

Veículos não tripulados

Empresa 117

Creme e sabonete hipoalergênicos com fitoterápico de ação antiinflamatória

Empresa 118

Equipamentos de manometria

Empresa 119

Desenvolvimento de processos de peletização para a área farmacêutica

QUADRO 6.2: Empresas incubadas no CIETEC Fonte: CIETEC, 2008 6.2.2 Estrutura de governança

A estrutura de governança do CIETEC é estruturada através do conselho e de uma unidade gestora, composta pelas coordenações de tecnologia da informação, técnica, financeira, gestão tecnológica, marketing e comercialização e negócios internacionais e secretaria, que se relaciona diretamente com as empresas incubadas (figura 6.2).

Conselho

Gerência

Coordenação de Negócios Internacionais

Coordenação de Tecnologia da Informação

Coordenação Financeira

Coordenação Técnica

Secretaria

Empresas incubadas

FIGURA 6.2: Estrutura de governança CIETEC Fonte: elaboração própria

Coordenação de Gestão Tecnológica

Coordenação de Marketing e Comercialização


120

O conselho é constituído pelas seguintes instituições: - um membro indicado pela SD - Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo; - um membro indicado pela USP – Universidade de São Paulo; - um membro indicado pelo IPEN – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares; - um membro indicado pelo IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo; - um membro indicado pela FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo; - um membro indicado pela ANPEI – Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras; - um membro indicado pelo IBu - Instituto Butantan; - um membro indicado pela SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência; - quatro representantes pessoas físicas.

6.2.3 Estrutura de tecnologia de informação e comunicação – TIC

A IEBT possui conexão com a internet e provê acesso através de banda larga aos incubados. Para sua comunicação, além do telefone, utiliza email, ferramentas de chat, voip e comunidades de prática. O CIETEC possui portal em operação, que pode ser acessado pelo endereço eletrônico: http://www.cietec.org.br e está presente também em portais como IDGNOW (www.idgnow.uol.com.br), USP (www.usp.br) e IDISC (www.idisc.net). O centro incubador está presente também em ferramentas de buscas on-line. Pesquisa realizada em janeiro de 2009 no site de buscas google.com.br com a palavra chave “incubadora CIETEC” apresentou 95 referências e no site yahoo.com.br, 18 referências.

6.2.4 Planejamento e Gestão dos Relacionamentos Institucionais

A IEBT possui planejamento estratégico, construído à partir de uma visão de futuro para 2020. O conjunto de metas anuais é ajustado anualmente em decorrência das características do momento. Com relação ao planejamento das relações institucionais, de um modo geral não existe procedimento formal, somente ações empíricas conforme demanda situacional. Uma exceção é o projeto CIETEC 10, que apresenta em seu escopo, relacionamentos institucionais pré-definidos. As relações institucionais existentes são mantidas de maneira pró-ativa através da utilização de procedimentos tais como contatos em datas especiais como aniversários,


121

contatos pessoais periódicos com os principais atores relacionados com a incubadora e programação periódica na mídia, realizado pela assessoria de imprensa, que se relaciona com cerca de 510 veículos de comunicação. Os relacionamentos estabelecidos pela equipe da IEBT são registrados em agenda telefônica e banco de dados digital (Microsoft Outlook). A incubadora participa também de diversas redes existentes como a ANPROTEC e a IASP International, principalmente através da presença em eventos como o Seminário ANPROTEC, reuniões de incubadoras de empresas, congressos e encontros temáticos, feiras setoriais e de tecnologia. Da mesma forma, promove eventos que incrementam sua rede de relações como rodadas de negócios e relacionamentos, cafés tecnológicos, seminários e congressos, receptivo de visitas nacionais e internacionais, palestras com fundos de capital de risco entre outros. Do ponto de vista das relações com outras incubadoras do Estado de São Paulo e do país, são de caráter institucional, decorrentes de relações pessoais e profissionais. Neste contexto, merece destaque o fato de que o CIETEC coordena a RAITEC - Rede de Apoio a Inovação Tecnológica nos Empreendimentos de Criação, composta pela Agência de Desenvolvimento de Guarulhos (AGENDE – Incubadora Guarulhos), Incubadora da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz de Piracicaba, Incubadora Tecnológica de Empresas de Sorocaba (INTES), Incubadora da Associação Instituto de Tecnologia de Software de São Paulo (ITS), Incubadora de Empresas de Santos (IES), Incubadora de Empresas de São Bernardo do Campo (IESBEC), Incubadora de Empresas Barão de Mauá (IEBM), Innova Santo André e Incubadora Tecnológica de Mogi das Cruzes.

6.2.5 Capacitação do corpo técnico para relacionamentos

Os colaboradores do corpo técnico da IEBT nunca receberam capacitação específica para a realização de articulações institucionais na área de tecnologia, entretanto, o corpo coordenador apresenta características de senioridade, com experiências de vida e redes pessoais que facilitam a atuação. O gerente da IEBT exerce ou exerceu atividades em diversos núcleos que favorecem o estabelecimento de conexões, como por exemplo, em diretoria temática da ANPROTEC. Considerando o atual estágio do CIETEC, é relativamente fácil o estabelecimento de relações institucionais, sendo que o principal desafio atualmente é o estabelecimento de parcerias com a iniciativa privada.


122

6.2.6 Principais relacionamentos institucionais da IEBT

O processo de mapeamento dos principais atores que se relacionam com o CIETEC revelou a existência de 72 instituições, apresentadas a seguir. Em decorrência do número elevado de atores, optou-se, nas situações de similaridade, pela sua organização em grupos.

6.2.6.1 IPEN – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares

O IPEN é uma entidade de relevância nacional que tem por missão "a melhoria da qualidade de vida da população brasileira, produzindo conhecimentos científicos, desenvolvendo tecnologias, gerando produtos e serviços e formando recursos humanos nas áreas nuclear e correlatas” (IPEN, 2008). A entidade foi uma das lideranças para a instalação da incubadora no período de 1995/1996, juntamente com o SEBRAE-SP, tendo cedido a área na qual o CIETEC está instalado desde 1998 até os dias de hoje. Essas relações surgiram por contatos pessoais entre os líderes de instituições como na época a SCTDESP - Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento do Estado de São Paulo, o IPT, a USP e o próprio SEBRAE-SP. O IPEN é uma das entidades que integra o conselho da incubadora. Atualmente, os principais resultados decorrentes da conexão com o IPEN são o aporte de recursos econômicos, o que inclui o aluguel, segurança, energia elétrica, acesso à internet e telefone, auditório, sala de áudio visual e clube de campo; o incremento da imagem institucional, decorrente da associação com marca de expressão; apoio aos incubados em tecnologia, viabilizado pela disponibilização de acesso à reatores nucleares e biblioteca tecnológica; contato com interessados em criar negócios, principalmente spin-offs; contato com interessados em participar da incubadora; contato com outras instituições, em decorrência de trânsito do IPEN no sistema de inovação brasileiro; fortalecimento institucional e divulgação da incubadora, o que ocorre através do portal e revistas. Os contatos ocorrem de forma presencial, telefone, email ou carta ao menos uma vez a cada quinze dias, revelando grande freqüência de comunicação e são realizados pelo gerente ou coordenadores da incubadora que contatam o superintendente ou diretores de área, gerente de tecnologia da informação, pesquisadores e técnicos. A relação com o IPEN é formalizada através de um convênio de cooperação técnica científica e um convênio específico para utilização das instalações. Em termos de influência, o IPEN proporciona uma repercussão de âmbito internacional para o CIETEC.


123

6.2.6.2 IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas

As relações com o IPT remontam à fase de articulação para criação do CIETEC, principalmente em decorrência de contatos pessoais existentes na época, sendo a instituição participante do conselho da incubadora. Desta maneira, existe sinergia entre as instituições desde antes da fundação da IEBT, principalmente no que diz respeito a competências e conhecimentos tecnológicos. Os resultados agregados ao CIETEC através da conexão com o IPT são o incremento da imagem institucional; o apoio às empresas incubadas em tecnologia, através da disponibilização de laboratórios, pesquisadores, cursos de curta duração e do projeto PRUMO – Projeto de Unidades Móveis, que conta com unidades móveis para atendimento tecnológico; contato com interessados em criar negócios e participar da incubadora; contato com outras instituições, por exemplo com a REMESP - Rede Metrológica do Estado de São Paulo; fortalecimento institucional e divulgação da incubadora através de eventos, blogs e entrevistas. Os contatos são realizados pelo gerente da incubadora, que se relaciona com o corpo diretor, gerentes ou chefes de departamento. As formas mais freqüentes são o telefone e email a cada quinze dias e contato presencial ao menos uma vez por trimestre. Existe um convênio de cooperação técnica científica que regulamenta as relações institucionais. O grau de influência do IPT em relação ao CIETEC é considerado local.

6.2.6.3 SEBRAE-SP – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo

O Programa de Incubadoras de Empresas foi a mola propulsora que estimulou a participação do SEBRAE-SP no movimento de criação do CIETEC, o que culminou com uma grande convergência de missões, no que diz respeito ao apoio às empresas de pequeno porte em todas as suas fases de existência. Os contatos iniciais foram facilitados por relacionamentos pessoais existentes e remontam a 1996. Os resultados obtidos atualmente através da conexão com o SEBRAE-SP são o aporte de recursos financeiros e econômicos; incremento de imagem institucional por associação com a marca; apoio aos incubados em tecnologia, através do Programa SEBRAETEC; em gestão, através de capacitações e consultorias; em acesso a novos mercados, proporcionando a participação em feiras e rodadas de negócios; contato com interessados em criação de negócios e em participação na incubadora; contatos com outras instituições; intercâmbio de conhecimento, principalmente sobre aspectos de gestão de


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incubadoras; fortalecimento institucional e a divulgação da IEBT, através de mídia voltada para os empreendedores. Os contatos são feitos com grande freqüência, ao menos uma vez a cada quinze dias de forma presencial, por telefone, email ou ofícios. No CIETEC, os protagonistas dos contatos são o gerente e coordenadores e voltados para os diretores, gerentes e técnicos do SEBRAE-SP. A relação interinstitucional é regida de maneira formal, através de um convênio de cooperação inserido no programa SEBRAE-SP de incubadoras de empresas. A influência que o SEBRAE-SP exerce no sentido de propagação do CIETEC é de abrangência internacional. O SEBRAE-SP foi integrante do conselho do CIETEC até 2008.

6.2.6.4 MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia

O Ministério da Ciência e Tecnologia é responsável pela formulação e implementação da Política Nacional de Ciência e Tecnologia, e foi criado em 15 de março de 1985, pelo Decreto nº 91.146 , como órgão central do sistema federal de Ciência e Tecnologia. Sua área de competência abriga: o patrimônio científico e tecnológico e seu desenvolvimento; a política de cooperação e intercâmbio concernente a esse patrimônio; a definição da Política Nacional de Ciência e Tecnologia; a coordenação de políticas setoriais; a política nacional de pesquisa, desenvolvimento, produção e aplicação de novos materiais e serviços de alta tecnologia (MCT, 2008). O MCT foi integrante do conselho do CIETEC no período de 2001 até 2008 e a principal motivação para o estabelecimento das relações iniciais, decorrentes na época de contatos pessoais, foi o Fundo Verde e Amarelo. Atualmente os principais resultados decorrentes do relacionamento institucional são a divulgação da incubadora e o fortalecimento institucional. Os contatos ocorrem ao menos uma vez por semestre através de reuniões presenciais e são realizados pelo diretor da IEBT com o Ministro ou assessores diretos. Não existe instrumento jurídico para formalização das relações, somente contatos pessoais e a influência que o MCT proporciona ao CIETEC pode ser considerada de âmbito nacional.


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6.2.6.5 SD - Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo

A SD é o “órgão do Governo do Estado de São Paulo responsável pela promoção do desenvolvimento sustentável. Articulação, planejamento estratégico e coordenação das políticas estaduais na área econômica são suas atividades principais” (SECRETARIA de DESENVOLVIMENTO, 2008). Em decorrência da sinergia de missões relacionadas com o desenvolvimento científico e tecnológico e as conexões estabelecidas e provenientes de contatos pessoais à época da fundação, a SD é parceira e integrante do conselho do CIETEC desde sua fundação, o que caracteriza uma relação formal. O resultados proporcionados atualmente através do relacionamento com a SD são o incremento da imagem institucional, contato com interessados em criação de negócios e em participar da incubadora; contato com outras instituições e conexões políticas; fortalecimento institucional e divulgação das atividades do CIETEC através de seus instrumentos de mídia. Os contatos são realizados pelo diretor e gerente da IEBT através de telefone e email, pelo menos a cada quinze dias e ao menos uma vez por semestre em reuniões presenciais e por ofícios. As conexões são estabelecidas diretamente com o Secretario de Estado. Já houve no passado convênio interinstitucional, que possibilitou em 2002 investimentos financeiros para a incubadora desenvolver empresas de software. O grau de influência da SD para o CIETEC é estadual.

6.2.6.6 USP – Universidade de São Paulo

O relacionamento com a Universidade de São Paulo teve início na fase de elaboração do projeto do CIETEC em 1996, principalmente devido a contatos pessoais existentes entre líderes institucionais, que consideraram como premissa a instalação da IEBT dentro da cidade universitária de São Paulo, no sentido do aproveitamento da rede de conhecimento instalada. Na época, as conexões era feitas junto ao CECAE – Coordenadoria de relações universidade/sociedade. Os principais resultados oriundos desta relação institucional é o incremento da imagem do CIETEC; apoio aos incubados em tecnologia, considerando a disponibilização de laboratórios, pesquisadores e professores; em gestão, através de alunos e professores; em recursos humanos, com a possibilidade de acesso a estagiários e bolsistas; contatos com


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interessados em criação de empresas e em participar da incubadora; contatos com outras instituições; intercâmbio de conhecimento; apoio operacional, por exemplo, nos processos de seleção de empresas; fortalecimento institucional e divulgação da incubadora através de seus veículos de mídia como rádio, televisão, jornal e eventos relacionados. A Universidade de São Paulo é também integrante do conselho do CIETEC. Os contatos são efetuados pelo gerente e coordenadores da IEBT e, dependendo do assunto, direcionados à diretores, pesquisadores ou técnicos da Universidade. Ocorrem ao menos uma vez a cada quinze dias em reuniões presenciais e por email e ao menos uma vez a cada trimestre por telefone. Existe um convênio de cooperação técnica científica que rege as relações entre as instituições e a repercussão proporcionada pela USP ao CIETEC é de escopo internacional.

6.2.6.7 SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

O SEBRAE Nacional é também um parceiro relevante do CIETEC desde 1998 e teve um papel fundamental nos dois primeiros anos de operação da incubadora, sendo o responsável por aportes financeiros através de editais voltados à estimular o surgimento de incubadoras de empresas. Os contatos surgiram através de relações profissionais, desenvolvidas no período de articulação do projeto. Atualmente, os resultados proporcionados pela conexão com o SEBRAE são o incremento da imagem institucional; o contato com novas oportunidades de projetos, como por exemplo o edital de acesso a mercados; o intercambio de conhecimentos, realizados por colaborações mútuas a respeito de gestão de incubadoras, desenvolvimento e elaboração de editais; fortalecimento institucional e a divulgação do CIETEC, pela atuação da assessoria de imprensa. Os contatos são realizados ao menos uma vez por mês, principalmente por telefone e email, e ao menos uma vez por semestre em reuniões presenciais; e são realizados pelo gerente da incubadora, que interage com diretores, gerentes e técnicos do SEBRAE. As relações entre as instituições já foram regidas de maneira formal, através de convênio de cooperação, mas atualmente não existe esta característica e as conexões são mantidas por contatos pessoais. Por sua vez, o grau de influência em termos de propagação das atividades do CIETEC, pode ser considerado de âmbito nacional.


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6.2.6.8 MCT/FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos

A aproximação com a FINEP

iniciou-se em 2001 através de contatos

profissionais e tem por finalidade principal apoiar os incubados no acesso a recursos provenientes de editais públicos. Os principais resultados proporcionados por este ator são o apoio aos incubados no acesso ao crédito, pelos fundos setoriais e projeto Subvenção Econômica; e novas oportunidades em projetos para a IEBT, como por exemplo a Rede RAITEC, coordenada pelo CIETEC e financiada pela FINEP. Os contatos são realizados pelo gerente da incubadora pelo menos a cada quinze dias por telefone ou email e ao menos uma vez por mês, em reuniões presenciais. São contatados o diretor ou gerentes da FINEP, em interações relacionadas com projetos de empresas incubadas. Atualmente não existe relacionamento formal entre as entidades, embora já houve convênio estabelecido para apoiar as ações de incubação de empresas de software. A repercussão proporcionada pela FINEP ao CIETEC é de abrangência nacional.

6.2.6.9 MCT/CNPQ – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

O relacionamento com o CNPQ iniciou-se em 1998 com contatos profissionais e foi fundamental para a montagem da equipe inicial da incubadora, devido à disponibilização de três bolsas voltadas a recursos humanos qualificados durante três anos. Na atualidade, o principal resultado decorrente da relação com o CNPQ é o apoio aos incubados em recursos humanos, o que é feito pelo projeto RHAE. O contato com o CNPQ ocorre presencialmente ao menos uma vez por semestre, principalmente em eventos e são efetuados pelo gerente da incubadora em relacionamentos com o nível gerencial. No dia-a-dia, as interações são feitas pelas empresas com projetos submetidos à análise pelo órgão. Não existe instrumento formal que estabeleça as relações entre as instituições, entretanto já houve convênio no passado, que viabilizou recursos humanos para operação da IEBT.


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6.2.6.10 ANPROTEC – Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores

A convergência de foco em relação ao universo das incubadoras de empresas é o principal aspecto que fundamenta este relacionamento, iniciado em 1998 em decorrência de contatos pessoais e profissionais existentes na época. Os principais resultados gerados são o incremento da imagem institucional; novas oportunidades de projetos para a incubadora, como por exemplo, o PRIME – Primeira Empresa Inovadora; contato com interessados em criar negócios e em participar da incubadora; contato com outras instituições, uma vez que a associação detém grande capital social; intercâmbio de conhecimento, principalmente em aspectos de gestão de incubadoras; fortalecimento institucional e divulgação da IEBT. Os contatos são bastante freqüentes, ocorrendo ao menos uma vez a cada quinze dias por reuniões presenciais, reuniões virtuais (skype); telefone, email e carta e são realizados pelo gerente e voltado para a diretoria da associação. O CIETEC é associado da ANPROTEC, desta maneira existe um vínculo formal entre as instituições. Por sua vez, a ANPROTEC proporciona ao CIETEC uma repercussão internacional.

6.2.6.11 FIESP – Federação das Indústrias de São Paulo

As relações com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo existem desde 1998, principalmente devido à existência de relações pessoais e motivada pela existência de rede de incubadoras coordenada pela FIESP no passado e pela própria representatividade da entidade em relação ao empresariado. Os resultados proporcionados para o CIETEC são o incremento da imagem institucional; contato com interessados em criar negócios e participar da incubadora; contato com outras instituições; fortalecimento institucional e divulgação da IEBT, através de matérias em revistas e informativos. A partir de 2008 a FIESP passou a fazer parte do conselho da IEBT, o que caracteriza a relação formal. Os contatos são realizados tanto pelo gerente quanto por coordenadores da incubadora, ao menos a cada quinze dias em reuniões presenciais e voltados para vicepresidentes e chefes de departamento. O grau de repercussão proporcionado pela FIESP é de âmbito nacional.


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6.2.6.12 ANPEI – Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras

A sinergia com a ANPEI, entidade que “trabalha para estimular a competitividade do País, por meio da promoção da inovação tecnológica nas empresas brasileiras” (ANPEI, 2008),

provém principalmente da necessidade do CIETEC em

proporcionar contatos externos para as empresas incubadas, na busca por agregação de valor a seus produtos, serviços ou processos; no chamado princípio de open innovation. A partir de 2008 a ANPEI passou a integrar o conselho da IEBT. Diversos professores da USP fazem parte da ANPEI e as relações institucionais surgiram através de contatos pessoais e profissionais e remontam à época de fundação do CIETEC. Os principais resultados decorrentes são o incremento da imagem institucional, por meio de participação destacada da IEBT em eventos e articulações políticas; apoio aos incubados em gestão, por meio de treinamentos para algumas empresas incubadas; apoio aos incubados em acesso a mercados, utilizando feiras e rodadas de negócios; contato com outras instituições, o que proporciona ao CIETEC a inclusão em redes importantes; intercâmbio de conhecimento e fortalecimento institucional. Os contatos ocorrem ao menos uma vez por mês, de forma presencial (participação em eventos), telefone ou email e são realizados pelo gerente da incubadora e coordenadores, que interagem diretamente com o presidente da ANPEI. Atualmente a relação formal estabelecida entre as instituições é a participação da ANPEI no conselho do CIETEC e a repercussão proporcionada pela ANPEI ao CIETEC é de âmbito nacional.

6.2.6.13 SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

A formação de profissionais e o acesso a laboratórios e oficinas são os principais motivações para a relação entre o SENAI e o CIETEC, iniciada quando da fundação da incubadora, por meio de contatos pessoais e profissionais. Os resultados gerados em decorrência deste relacionamento são o incremento da imagem institucional, o apoio aos incubados em tecnologia (laboratórios e oficinas); apoio aos incubados em recursos humanos, proporcionando acesso a professores e alunos; novas oportunidades em projetos para a incubadora, como por exemplo, a participação no consórcio INWENT, realizado junto à Câmara Brasil-Alemanha, no qual existe a participação de empresas incubadas; contatos com


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interessados em criação de negócios e em participar da incubadora; fortalecimento institucional e divulgação da IEBT através de jornais e mídia do SENAI. Os contatos são realizados ao menos uma vez por mês através de email, ofícios e relatórios e são realizados pelo gerente e coordenadores do CIETEC, que interagem com gerentes e chefes de laboratório. Não existe instrumento formal para estabelecimento das relações institucionais e o grau de influência da instituição é de âmbito estadual.

6.2.6.14 ABIPTI – Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica A ABIPTI é uma sociedade civil, de direito privado, sem fins lucrativos, fundada em 03 de dezembro de 1980, com sede na cidade de Brasília, Distrito Federal, que tem por finalidade atuar no sentido de intensificar a participação das instituições de pesquisa científica e tecnológica, no estabelecimento e na execução da política de desenvolvimento nacional. A ABIPTI representa, atualmente, um conjunto de 209 instituições, distribuídas pelo território nacional, apresentando um perfil composto de 90 entidades públicas e 119 privadas. Sua missão é promover a participação das instituições de pesquisa e desenvolvimento tecnológico no estabelecimento e na execução da política de desenvolvimento nacional (ABIPTI, 2008). As relações com a ABIPTI têm sua origem no ano de 1998, período de fundação do CIETEC e foram estabelecidas através de contatos pessoais devido à sinergia em relação aos assuntos tecnologia, inovação e tripla hélice, sendo a Associação uma conexão importante para a incubadora, aproximando-a de entidades de pesquisa, muitas delas com viés acadêmico. Atualmente os resultados obtidos com o relacionamento são o fortalecimento institucional e a divulgação das atividades do CIETEC em informativos da Associação. Os contatos atuais têm pouca freqüência e são realizados ao menos uma vez a cada semestre por telefone ou email e ao menos uma vez por ano de maneira presencial, em eventos. O protagonista dos contatos é o gerente da incubadora, sempre direcionado para o diretor da Associação. Não existe formalização das relações institucionais e a propagação do CIETEC em decorrência da Associação é de âmbito local.

6.2.6.15 PMSP – Prefeitura Municipal de São Paulo

Os contatos com a Prefeitura Municipal de São Paulo tornaram-se mais intensos em 2006 por meio de contatos profissionais desenvolvidos junto à Sub-Prefeitura do Butantã. A


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motivação para este relacionamento é decorrente de atividades relacionadas ao Parque Tecnológico de São Paulo e da busca de isenção de impostos para as empresas incubadas. Os resultados gerados por este relacionamento são o incremento da imagem institucional do CIETEC; novas oportunidades de projetos para a incubadora, principalmente relacionados ao Parque Tecnológico e fortalecimento institucional. Os contatos são realizados ao menos uma vez por semestre em reuniões presenciais, pelos coordenadores da IEBT, em interações com o secretário do meio ambiente e diretores da secretaria de planejamento. Não existe formalização do relacionamento e a repercussão proporcionada pela PMSP ao CIETEC é de característica local.

6.2.6.16 FGV – Fundação Getúlio Vargas

Os contatos com a Fundação Getúlio Vargas, entidade que tem por missão avançar nas fronteiras do conhecimento na área das Ciências Sociais e afins, produzindo e transmitindo idéias, dados e informações, além de conservá-los e sistematizá-los, de modo a contribuir para o desenvolvimento sócio-econômico do País, para a melhoria dos padrões éticos nacionais, para uma governança responsável e compartilhada, e para a inserção do país no cenário internacional (FGV, 2008). iniciaram-se em 2007 por meio de contatos pessoais e profissionais, a partir da necessidade do CIETEC em desenvolver conhecimento sobre fundos de investimento e relações com investidores. Desde esta data, houve a participação da incubadora em eventos como o Fórum de Empreendedorismo e o Fórum de Private Equity. Os resultados decorrentes deste relacionamento são o apoio aos incubados no que diz respeito ao acesso a investidores; contatos com interessados na criação de negócios e em participar da incubadora, muitos deles decorrentes do concurso de negócios Latin-Moot; intercâmbio de conhecimento, com foco no tema relações com investidores, participação no Venture Fórum e acesso aos alunos para auxílio na análise de plano de negócios; além de fortalecimento institucional. Os contatos são realizados com freqüência, ao menos uma vez a cada quinze dias, em reuniões presenciais ou por email. São normalmente desenvolvidos por coordenadores da IEBT, que dirigem-se a coordenadores ou professores da Fundação. Não existe instrumento formal estabelecido entre as entidades e a repercussão proporcionada pela FGV ao CIETEC é de característica local.


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6.2.6.17 ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing

A ESPM é considerada um centro de excelência no ensino de marketing e propaganda e foi essa vocação que motivou, em 2005, através de relacionamentos pessoais, o contato do CIETEC, interessado em proporcionar às empresas um aprimoramento em relação às questões de marketing. A partir de 2006, firmou-se uma parceria institucional na qual grupos de alunos apóiam empresas selecionadas, sem nenhum custo, especificamente no que diz respeito a aspectos da marca. Desde então, mais de 50 empresas já utilizaram o serviço. Os resultados gerados são apoio aos incubados em gestão e intercâmbio de conhecimentos relativos ao assunto marca; fortalecimento institucional e divulgação da incubadora, em materiais da ESPM; o que proporciona visibilidade junto aos pais de alunos, potenciais empreendedores da IEBT. Os contatos são feitos pelo coordenador do CIETEC, dirigindo-se a diretores e coordenadores de área da ESPM; ao menos uma vez por mês por telefone e email e pessoalmente ao menos uma vez por trimestre. A parceria funciona através de acordo informal e a repercussão que a escola proporciona para a incubadora é de âmbito local.

6.2.6.18 FUNDAP – Fundação do Desenvolvimento Administrativo

A FUNDAP, entidade criada com o objetivo de “contribuir para a elevação dos níveis de eficácia e eficiência da Administração Pública estadual” (FUNDAP, 2008), é contratada da Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo para a elaboração do projeto de Políticas Públicas referente ao Projeto Parques Tecnológicos e é este o fato que estimulou o relacionamento do CIETEC com a Fundação, iniciado em 2007 através de contatos profissionais, e que tornou o CIETEC colaborador do projeto. Os principais resultados obtidos com a conexão são novas oportunidades de projetos para a IEBT; contatos com outras instituições e o fortalecimento institucional, pois o CIETEC posiciona-se na rede institucional voltada à construção do parque tecnológico da Região Metropolitana de São Paulo. Os contatos são realizados com grande freqüência, ao menos uma vez a cada quinze dias de maneira presencial, por meio de interações entre o gerente, coordenadores e diretores do CIETEC com Presidente e consultores da Fundação. Não existe formalização do relacionamento entre as instituições.


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6.2.6.19 NBIA – National Business Incubation Association

O intercâmbio de informações e conhecimento sobre incubadoras de empresas é o mote e o principal resultado do relacionamento entre a NBIA e o CIETEC, que em 2004, devido a contatos profissionais, colaborou para a elaboração do toolkit Idisc, conjuntamente com a ANPROTEC. O Idisc é um projeto-chave dentro da iniciativa do programa Information for Development – infoDev, do Banco Mundial, que tem por finalidade disponibilizar informações e orientações de gestão para incubadoras de empresas. O relacionamento é mantido através do gerente e coordenadores da incubadora, que interagem com diretor e pesquisadores da NBIA, pertencentes ao time de projetos, ao menos uma vez por ano de maneira presencial, no encontro da IASP. Não existe formalização do relacionamento institucional.

6.2.6.20 IASP – International Association of Science Parks

O contato com a IASP está relacionado com a participação em redes de incubadoras de empresas de base tecnológica, uma vez que a entidade congrega diversos projetos de todo o mundo. As primeiras conexões surgiram no ano 2000 através de relações profissionais e proporcionam como principais resultados o contato com outras instituições; o intercâmbio de conhecimento, com a disponibilização da biblioteca de informações sobre incubadoras e parques tecnológicos e o fortalecimento institucional. Os contatos são feitos de forma presencial ao menos uma vez por ano, normalmente no encontro anual realizado pela associação e por email ao menos uma vez a cada trimestre. São realizados pelo gerente e diretor do CIETEC, em interações com o presidente e gerente da associação. O CIETEC é associado formal da IASP e o grau de repercussão proporcionado pela associação é de âmbito internacional.

6.2.6.21 EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

A possibilidade de transferência de tecnologia da EMBRAPA (unidade central) para empresas incubadas nas áreas de genética, cultivo e agrotóxicos, através de convênios estabelecidos com IEBTs é a principal motivação para a existência deste relacionamento,


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iniciado em 2006 por meio de contatos profissionais e que se encontra em fase inicial. Atualmente o principal resultado decorrente desta parceria é o fortalecimento das instituições. Os contatos ocorrem ao menos a cada seis meses, de maneira presencial em eventos e são realizados pelo gerente e coordenadores do CIETEC, interagindo com diretor técnico. Não existe formalização do relacionamento institucional.

6.2.6.22 FAPESP – Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo

A FAPESP é uma entidade fundamental para o CIETEC devido sua característica de fomentar empresas nascentes por meio de projetos para financiamento de pesquisas e recursos humanos especializados. O relacionamento com a FAPESP existe desde a fundação do centro incubador, desenvolvido através de contatos profissionais e que produziu inicialmente diversos projetos PAPI - Programa de Apoio a Propriedade Intelectual. Atualmente os projetos realizados com maior intensidade são da linha PIPE – Programa Pesquisa Inovativa na Pequena e Micro Empresa, totalizando 72 projetos aprovados em todo o período. Desta forma, os resultados obtidos com a relação institucional desenvolvida são o incremento de imagem institucional; apoio aos incubados em tecnologia (financiamento de pesquisa e desenvolvimento), gestão (financiamento de capacitação) e recursos humanos (financiamento de pró-labore para um dos sócios); contatos com interessados em criar negócios e participar da incubadora, atraídos pelo possibilidade de acesso ao PIPE; fortalecimento institucional; contato com outras instituições, principalmente relacionadas ao governo e academia; e divulgação da incubadora, através de revistas e palestras promovidas pela Fundação. Os contatos são realizados pelo gerente e coordenadores da IEBT, que interagem principalmente com diretores técnico e científico da Fundação utilizando email pelo menos uma vez a cada quinze dias e presencialmente ao menos uma vez por ano. Não existe relação formal estabelecida entre as entidades e a repercussão proporcionada pela FAPESP ao CIETEC pode ser considerada no escopo nacional.

6.2.6.23 Sociedade do Sol

A Sociedade do Sol é uma organização não governamental que foi incubada no CIETEC em 1998 e atualmente é a entidade de conexão do Centro Incubador com o universo


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das tecnologias sociais relacionadas a energias alternativas, recursos hídricos e eficiência energética. Os contatos surgiram de forma profissional, uma vez que a ONG participou do primeiro processo de seleção de empresas da IEBT. Os principais resultados proporcionados por esta relação institucional são o incremento da imagem institucional; novas oportunidades de projetos para o CIETEC, principalmente relacionados à sustentabilidade; contatos com interessados em criar negócios e em participar da incubadora; contato com outras instituições como por exemplo, PNUD, UNCTAD, Ashoka, Artemísia (projeto jovens empreendedores sociais), Movimento Nossa São Paulo (Rede da Cidade) e Cruz de Malta (projeto aquecedores solares); intercâmbio de conhecimento em tecnologias sociais; fortalecimento institucional e divulgação da incubadora, através da difusão de informações em diversos canais sobre projetos realizados. Os contatos são realizados pelo gerente e coordenadores da incubadora, relacionando-se com o diretor e gerente da Sociedade do Sol, pessoalmente e por email ao menos uma vez a cada quinze dias. Com relação à formalização das relações, existe um Termo de Apoio deliberado pelo Conselho do CIETEC que valida a permanência da Sociedade do Sol nas instalações após o período de incubação, devido à importância de sua atuação para o centro incubador. Com relação ao grau de repercussão proporcionado pela Sociedade do Sol para o CIETEC, pode-se caracterizar como internacional, uma vez que existem projetos implantados e intercâmbio com Chile, Peru e Argentina; projeto em Angola via UNCTAD e receptivo de estudantes do México e Peru.

6.2.6.24 EMPRESAS PRIVADAS

Os relacionamentos com empresas privadas são voltados ao atendimento de demandas de empresas incubadas, como acesso a soluções tecnológicas, apoio na engenharia de desenvolvimento de produtos e avaliação de viabilidade de mercado para utilização de ferramentas tecnológicas fornecidas pelas grandes empresas, que têm interesse na criação de referências no mercado brasileiro. As empresas com as quais o CIETEC se relaciona são a Google, Sabó, HP, Sun, Totvs, Prodam Prodesp, Motorola, Freescale, Ibm Racional, Intel, AMD, Telefônica, Siemmens, Sybase, Microsoft, Biolab Eurofarma e Gnosis e os principais resultados para o centro incubador são o apoio aos incubados em tecnologia, através do acesso a ferramentas diversas; apoio aos incubados em acesso a mercados, por meio de conexões com demandas


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dos clientes das grandes empresas; contatos com outras instituições e fortalecimento institucional. Os contatos são realizados através de conexões profissionais, ao menos uma vez a cada semestre de forma presencial em eventos promovidos pelo CIETEC e por email ao menos uma vez por mês, por meio de interações entre o gerente e coordenador da IEBT com diretores e gerentes das empresas. Algumas relações com empresas são informais, entretanto existem acordos formais também, podendo ser um acordo de solution provider (licenças de software e hardware para o CIETEC e acesso para incubados); acordo de ISV – Independent Software Vendor, assinado diretamente com a empresa incubada e o convênio de cooperação tecnológica.

O grau de repercussão de empresas privadas para o CIETEC pode ser

considerado de âmbitos estadual, nacional e internacional, dependendo da atuação da empresa.

6.2.6.25 EMPRESAS DE EVENTOS

Uma das formas de promover o acesso a novos mercados pelas empresas incubadas é proporcionar a participação em feiras setoriais de negócios. Somente em 2007, houve a participação do CIETEC em 25 feiras com custos compartilhados entre empresas participantes e a incubadora. Em decorrência desta atividade, o CIETEC desenvolveu relacionamentos iniciados em contatos profissionais com empresas promotoras de feiras setoriais como Francal, Alcântara Machado, Transamérica e Lemos Brito. Os principais resultados são o aporte de recursos econômicos, traduzidos em condições especiais para a participação nas feiras; incremento de imagem institucional; contato com interessados em criar negócios e em participar da incubadora; contatos com outras instituições; fortalecimento institucional e divulgação das atividades da incubadora, através das mídias das empresas promotoras. Os contatos são feitos por coordenadores da incubadora que interagem com gerentes das promotoras, ao menos uma vez por mês por telefone e email. Existe relação formal entre as organizações, através de contrato firmado em cada evento.


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6.2.6.26 FUNDOS DE INVESTIMENTOS

As relações com fundos de investimentos têm por finalidade viabilizar operações de empresas incubadas através do acesso a recursos financeiros aportados pelos fundos. É interessante registrar que em todo o período de funcionamento do CIETEC, quatro empresas graduadas receberam aportes deste tipo. Os contatos são realizados com os fundos Bandeiranti, Mercatto, Investec, Woodbrook, Rio Bravo, Infinity, BNDES, Atech/Amazontec e Criatec. Existem também pessoas físicas (angels) que fazem investimentos em empresas do CIETEC, mas não serão considerados neste estudo, uma vez que 25% das empresas incubadas utilizam angels ou o chamado love money, que são recursos aportados por amigos ou parentes, através de conexões pessoais diretas. O início dos contatos é realizado de forma profissional, devido à mútua procura, e foram intensificados a partir do ano 2000. Normalmente são feitos ao menos uma vez por mês por email e reuniões presenciais. Os principais resultados são o apoio aos incubados por meio do acesso a investidores; contatos com interessados em criar negócios e em participar da incubadora; intercâmbio de conhecimento, no que se refere a critérios de seleção de empresas para investimento e métodos de melhoria da competitividade das empresas e o fortalecimento institucional. As conexões ocorrem entre o gerente e coordenadores do CIETEC e gerentes e técnicos dos fundos de investimento. Não existem formalização das relações institucionais e o grau de repercussão proporcionado pelos fundos pode ser caracterizado como nacional.

6.2.6.27 FACULDADES DA USP

A Escola Politécnica, a Escola de Comunicação e Artes e a Faculdade de Economia e Administração da USP, interagem diretamente com o CIETEC no sentido de difusão do empreendedorismo e apresentação da incubadora, e por isso foram destacadas no contexto geral do ator USP (6.3.6.6). Os contatos foram iniciados de forma profissional através da procura das instituições, e ocorrem desde o início das atividades do Centro Incubador. Os principais resultados são o incremento da imagem institucional, principalmente com a associação do CIETEC ao tema inovação tecnológica; o apoio aos


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incubados em gestão, através de palestras realizadas pelos docentes; contatos com interessados na criação de negócios e em participar da incubadora; fortalecimento institucional e divulgação da incubadora em palestras, congressos e eventos, como por exemplo a Feira da Escola Politécnica. Os contatos ocorrem pelo menos uma vez a cada trimestre em contatos por email entre coordenadores do CIETEC e professores ou coordenadores de cursos. Não existe formalização dos relacionamentos e o grau de repercussão proporcionado é de âmbito nacional.

6.2.6.28 OUTRAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO

O CIETEC mantém relacionamentos com instituições de ensino com o objetivo de difundir o empreendedorismo, apresentar o CIETEC, acessar estagiários para empresas incubadas e estimular estudantes a considerarem a opção de iniciar um empreendimento. As instituições com as quais o centro incubador se relaciona são FATEC, CEFET, IBMEC, Ibirapuera, Unip, Uniban, Nove de Julho, Unifieo e PUC. Geralmente as escolas, através de seus professores, entram em contato com a incubadora para desenvolver o relacionamento, o que ocorre desde 1998. Os principais resultados obtidos com estas conexões são o apoio aos incubados em recursos humanos (estagiários); contato com interessados em criar negócios e participar da incubadora; fortalecimento institucional e divulgação da incubadora, principalmente em palestras de apresentação. Os contatos são realizados pelo gerente e coordenadores da IEBT, principalmente com professores ou coordenadores de cursos e ocorrem ao menos uma vez por semestre através de email. Não existe formalização dos relacionamentos e o grau de influência proporcionado pelas instituições de ensino é local.

6.2.6.29 ENTIDADES REGULADORAS

O CIETEC desenvolve desde 1998 relacionamentos com a CETESB e ANVISA, com o objetivo de apoiar empresas incubadas que atuam nas áreas farmacêutica, fitoterapica, de biotecnologia, saúde e médico-hospitalar, entre outras, em questões relacionadas a registro de produtos e licença de funcionamento, principalmente no sentido de acelerar prazos e acompanhar o processo de inspeção.


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Os contatos foram iniciados de maneira profissional e o principal resultado é o apoio aos incubados em questões de licenciamento. Com a ANVISA ocorrem ao menos uma vez por semestre em reuniões presenciais, telefone e email; e com a CETESB ao menos uma vez por ano em reuniões presenciais; através de interações entre o gerente e coordenadores da incubadora com diretoria e técnicos das instituições. Não existe relação formal entre as entidades.

6.2.6.30 ABIMAC - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos

O relacionamento do CIETEC com a ABIMAQ remonta à 1999, quando foi iniciado através de conexões pessoais em decorrência da sinergia de missões no que se refere ao apoio às empresas do setor. Os principais resultados decorrentes deste relacionamento são o apoio aos incubados em tecnologia, especificamente no que se refere a desenvolvimento de novos procedimentos, normas e manuais técnicos; em acesso a mercados, como por exemplo a participação do CIETEC na AGRISHOW, tradicional feira de tecnologia agrícola e organizada pela ABIMAQ; intercâmbio de conhecimento, através da utilização de equipamentos concebidos por empresas incubadas e que auxiliam no desenvolvimento de novas normas e divulgação da IEBT, principalmente em revistas da associação. Os contatos são realizados ao menos uma vez por mês, em reuniões presenciais, telefone e email, e são realizados pelo gerente ou coordenadores da incubadora, normalmente interagindo com o presidente ou secretario executivo da ABIMAQ. Atualmente não existe relação formal estabelecida entre as entidades.

6.2.6.31 ABIPLAST - Associação Brasileira da Indústria do Plástico

O CIETEC se relaciona com a Associação Brasileira da Indústria do Plástico desde o ano 2000. O relacionamento foi iniciado por meio de contatos pessoais, pela convergência das missões das instituições em apoiar empresas do setor. Os principais resultados proporcionados por este relacionamento são o apoio aos incubados em tecnologia, principalmente em assuntos relacionados à prototipagem de novos produtos, em parceria com o SENAI Centro Mário Amato; fortalecimento institucional e divulgação da IEBT nas revistas da associação.


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Os contatos são realizados em interações entre o gerente da incubadora e o diretor da associação, ao menos uma vez por ano de maneira presencial e ao menos uma vez por semestre pelo telefone. Não existe formalização do relacionamento entre as entidades.

6.2.6.32 ABINEE - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica

A parceria formada pelo consórcio INWENT, no ano 2000, foi o mote para o estabelecimento do relacionamento entre as instituições, iniciado através de conexões pessoais. Os resultados obtidos com este relacionamento são o incremento da imagem institucional; o apoio aos incubados em acesso a mercados, especificamente na Feira de Eletro Eletrônica na qual o CIETEC ocupa espaço de destaque; intercâmbio de conhecimento, tanto em consultorias realizadas para a ABINE através de especialistas relacionados ao consórcio INWENT (projeto finalizado em dezembro de 2008), quanto em assuntos de certificação, em ações junto à UCIEE – União Certificadora da Indústria Eletro Eletrônica, coligada à ABINEE; fortalecimento institucional e divulgação da IEBT, através da repercussão de matérias. Os contatos ocorrem ao menos uma vez por mês por telefone e email e presencialmente ao menos uma vez a cada semestre, em eventos e são realizados em interações do gerente ou coordenadores (comercial e internacional) da IEBT com o diretor da associação. Não existe formalização do relacionamento entre as entidades (somente no caso de feiras já foi celebrado um contrato pontual - não considerado neste trabalho).

6.2.6.33 ABIMO - Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios

O apoio para as empresas que atuam na área da saúde, principalmente nas questões de legislação sanitária, foi o principal motivo para o estabelecimento do relacionamento entre o CIETEC e a ABIMO, inicialmente construído a partir de contatos pessoais em 1997. Os principais resultados são o incremento da imagem institucional; o apoio aos incubados em acesso a mercados, principalmente através da participação em exposições e feiras; a divulgação da IEBT, no site e revista da associação e o fortalecimento institucional, destacando que atualmente o CIETEC é conselheiro na comissão de saúde da ABIMO/FIESP.


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Os contatos são feitos com grande freqüência, ao menos uma vez a cada quinze dias, por telefone e email e presencialmente ao menos uma vez por mês, em interações entre o gerente ou coordenadores da IEBT com diretor ou gerente da associação. Existe formalização do relacionamento entre as entidades, expresso pela participação do CIETEC no conselho de saúde da ABIMO/FIESP e a influência e repercussão da associação para o CIETEC pode ser caracterizada como estadual.

6.2.6.34 Fundação Vanzolini

A Fundação Vanzolini atua em assuntos relacionados a certificação de processos e é este o principal motivo para o estabelecimento de relações com o CIETEC, iniciado em 1999 através de contatos pessoais. Os principais resultados da conexão institucional são o apoio aos incubados em tecnologia, notadamente pela aplicação de cursos relacionados a certificação e subsídio nos valores a serem pagos pelas empresas interessadas nos serviços da Fundação e o fortalecimento institucional. Os contatos são realizados ao menos quinzenalmente de maneira presencial, telefone e email; em interações entre o gerente ou coordenadores da IEBT com a presidência, diretoria, gerentes e técnicos da Fundação. Existe formalização no relacionamento institucional através de um termo de cooperação técnica e a repercussão e influência da Fundação para o CIETEC é de âmbito estadual (considerada nesse trabalho), embora para empresas incubadas, esta repercussão chega a ser internacional.

6.2.6.35 CIEE - Centro de Integração Empresa-Escola

O Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE é uma associação filantrópica de direito privado, sem fins lucrativos, beneficente de assistência social e reconhecida de utilidade pública que, dentre vários programas, possibilita aos jovens estudantes brasileiros, uma formação integral, ingressando-os ao mercado de trabalho, através de treinamentos e programas de estágio (CIEE,2009). A finalidade da entidade, convergente com a necessidade das empresas incubadas em relação a estagiários, foi o mote central que proporcionou o estabelecimento de relações com o CIETEC, inicialmente através de contatos pessoais, no ano de 2000. Desde


142

então os resultados obtidos pelo relacionamento são o apoio aos incubados em recursos humanos (10 estagiários já atuaram em EBTs) e divulgação da incubadora, tanto em matéria de revistas como em palestras para estudantes universitários. Os contatos são realizados ao menos uma vez a cada trimestre por telefone e email e ao menos uma vez por ano de forma presencial (palestras), e ocorrem em contatos do gerente da IEBT com presidente e secretario executivo do CIEE. Não existe formalização do relacionamento institucional.

6.2.7 Resultados dos relacionamentos institucionais sob a perspectiva das empresas incubadas.

Devido ao grande número de empresas participantes do CIETEC optou-se pela aplicação da pesquisa (anexo II) em uma amostra aleatória de 20 empresas, das quais foram obtidos 16 retornos devido ao condicionante da disponibilidade. O mapeamento dos atores diretamente relacionados com as EBTs e os resultados produzidos, são apresentados no próximo capítulo, sub-item 7.2.9.1.


143

6.3 Apresentação do Caso 3 UNIVAP – Incubadora Tecnológica

A incubadora tecnológica UNIVAP está instalada no Campus da Universidade do Vale do Paraíba, em São José dos Campos e foi fundada em março de 1997. Naquela época, a economia da região foi afetada por dificuldades no setor de tecnologia bélica, o que acarretou o fechamento de grandes empresas e uma onda de desemprego de profissionais especializados.

A cidade já era sede do SOFTEX e o projeto da incubadora foi então

considerado uma das soluções a serem implementadas no sentido de proporcionar possibilidades para a criação de novos empreendimentos e estimular uma cultura baseada no empreendedorismo. Até o momento já foram graduadas 12 empresas de base tecnológica na IEBT, várias delas geradoras de muitos empregos atualmente. A gestora da incubadora é a Fundação Valeparaibana de Ensino - FVE que é também a mantenedora da Universidade do Vale do Paraíba – UNIVAP. A Fundação foi criada em 1963, visando constituir novos cursos de aprendizado em todos os níveis, além de incentivar a pesquisa e a investigação científica em prol do desenvolvimento da região e do país. A FVE é uma entidade jurídica de direito privado, comunitária e sem fins lucrativos, sendo administrativamente composta por um Conselho Deliberativo, Presidência, Conselho Diretor e Conselho Curador (UNIVAP, 2008). A FVE hospeda a incubadora em seu campus da UNIVAP desde o início, fornecendo a infra-estrutura necessária para seu funcionamento. 6.3.1 Estrutura física A incubadora UNIVAP atualmente está com 100% de sua oferta de espaço preenchida, que totaliza 10 boxes, sendo 5 com 30m2 e 5 com 24m2.

O horário de

funcionamento da administração é das 08:00 às 17:30, entretanto não existe limitação de horário para as empresas incubadas. A administração da IEBT é terceirizada e é composta por um gerente e uma assistente administrativa/financeira. São oferecidos pela incubadora os seguintes serviços: consultoria em gestão, consultoria tecnológica, treinamento, participação em feiras, acesso à internet, serviços administrativos (recepção, copa, copiadora, fax, linha telefônica), espaço no portal, auditório (universidade), laboratório (universidade), oficina mecânica (universidade) e sala de reuniões.


144

Não existe a modalidade de pré-incubação, somente de empresas associadas, que são cinco, e o conjunto de empresas incubadas e suas competências centrais, apresentado no quadro 6.3: Empresa Competência central Empresa 1 TI – engenharia de software Empresa 2 Automação e controle Empresa 3 Engenharia ambiental Empresa 4 Engenharia biomédica Empresa 5 Engenharia mecânica Empresa 6 TI - engenharia de software Empresa 7 TI – desenvolvimento de software Empresa 8 TI – desenvolvimento de software Empresa 9 Tecnologia em aquacultura Empresa 10 Geoprocessamento QUADRO 6.3: Empresas incubadas na UNIVAP Fonte: elaboração própria 6.3.2 Estrutura de governança A estrutura de governança da incubadora UNIVAP é baseada num Conselho Gestor formado por:

- um membro indicado pela FVE; - um membro indicado pela Prefeitura Municipal de São José dos Campos; - um membro indicado pelo SEBRAE-SP e - um membro indicado pelo CIESP-SJC.

A figura 6.3 apresenta a estrutura de governança vigente:

UNIVAP

Conselho Gestor Gerente

Apoio administrativo

Empresas incubadas e associadas FIGURA 6.3: Estrutura de governança UNIVAP Fonte: elaboração própria


145

6.3.3 Estrutura de tecnologia de informação e comunicação – TIC A incubadora UNIVAP está conectada à internet através de banda larga e disponibiliza o acesso às empresas incubadas. Para comunicação, além de telefone utiliza email. Não existe utilização de outras ferramentas de comunicação como chat, Voip ou webconferência. O

portal

da

IEBT

pode

ser

acessado

através

do

endereço

http://www.incubadoraunivap.com.br e a incubadora não está inserida em portais específicos de tecnologia. Em pesquisa realizada em janeiro de 2009 no site de buscas google.com.br, com as palavras-chave “incubadora UNIVAP”, constatou-se a existência de 181 referências e no site yahoo.com.br, 60 referências.

6.3.4 Gestão dos relacionamentos institucionais A IEBT possui plano estratégico (plano de negócios), direcionador de ações para o futuro, bem como metas estabelecidas. Porém, não existe planejamento dos relacionamentos institucionais, que ocorrem de maneira empírica, conforme as demandas do dia-a-dia. Da mesma forma não existe também nenhum procedimento para manutenção das relações institucionais existentes, o que ocorre de maneira espontânea. Os contatos são armazenados em porta-cartões. A incubadora participa como associada de entidades como ANPROTEC e de grupos como a Rede Vale – Rede de Incubadoras de Empresas do Vale do Paraíba, e participa de eventos que incrementam sua rede de relacionamentos como reuniões de incubadoras de empresas, congressos e encontros temáticos e feiras setoriais ou de tecnologia. Promove também eventos como encontros periódicos, visitas, palestras com fundos de capital de risco e palestras em faculdades da região. Com relação às outras incubadoras de empresas, especificamente aquelas que fazem parte deste estudo, a UNIVAP mantém contato com o CIATEC em visitas periódicas e por telefone; com o CINET, para utilização de serviços de prototipagem e com o CIETEC, em reuniões e contatos telefônicos. Realiza também contatos com as incubadoras do Vale do Paraíba, sendo reuniões semanais com as incubadoras locais REVAP, INCUBAERO e CECOMPI e contatos periódicos com as incubadoras de Jacareí, Pindamonhangaba, Lorena, Guaratinguetá e Taubaté, que buscam aprendizado com a experiência da UNIVAP.


146

6.3.5 Capacitação do corpo técnico para relacionamentos Os integrantes do corpo administrativo da incubadora UNIVAP receberam orientações genéricas para realizar articulações em encontros técnicos como o seminário ANPROTEC e reuniões do SEBRAE-SP, porém é relatada a necessidade de um aprofundamento em relação ao assunto. Em relação à realização de conexões, é citada maior facilidade em parcerias locais e regionais e dificuldades em parcerias nacionais e internacionais.

6.3.6 Principais relacionamentos institucionais da IEBT

6.3.6.1 PMSJC - Prefeitura Municipal de São José dos Campos

A PMSJC é parceira do projeto incubadora UNIVAP desde sua fundação, sendo uma das articuladoras para sua criação em 1997, no sentido de estimular o desenvolvimento de novas empresas no município. Nos momentos iniciais, os contatos foram realizados por meio de conexões pessoais e profissionais, entre diversas instituições que formavam o chamado POLOVALE. Atualmente, o contato com a Prefeitura é realizado através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, de Ciência e Tecnologia. Os principais resultados obtidos com o relacionamento são o aporte de recursos financeiros (desde 2002); incremento da imagem institucional; contatos com interessados na criação de negócios e em participar da IEBT; fortalecimento institucional e divulgação, através do site, jornal e participação institucional na Feira do Jovem Empreendedor Joseense e em eventos de tecnologia. Os contatos são realizados pelo gerente e funcionário da incubadora, em interações com o secretario municipal, normalmente nas reuniões do conselho gestor e com técnicos; ocorrendo ao menos uma vez a cada quinze dias por telefone e email e ao menos uma vez por trimestre de maneira presencial. As relações institucionais são formalizadas através de um convênio e a influência proporcionada pela PMSJC à incubadora é de âmbito local.


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6.3.6.2 SEBRAE-SP – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo

A sinergia de missões em relação ao fomento de empresas nascentes e desenvolvimento tecnológico aproximou o SEBRAE-SP da Incubadora UNIVAP desde 1997, através de contatos profissionais. Os principais resultados proporcionados pela parceria são o aporte de recursos financeiros e econômicos; o incremento da imagem institucional; apoio aos incubados em tecnologia, gestão, acesso a novos mercados e investidores (apoio em eventos); contato com interessados na criação de negócios e em participar da incubadora; contato com outras instituições como ANPROTEC e outras incubadoras; intercâmbio de conhecimento em aspectos de gestão de incubadoras; fortalecimento institucional e divulgação da incubadora, através de diversos canais de comunicação como jornal, revista e CD. Os contatos são realizados ao menos uma vez a cada quinze dias por telefone e email e ao menos uma vez por mês em reuniões presenciais. São feitas pelo gerente e funcionário, que normalmente contatam técnicos do escritório regional local. Um convênio formaliza o relacionamento institucional e o grau de influência do SEBRAE-SP para a IEBT pode ser caracterizado como estadual.

6.3.6.3 ANPROTEC – Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores

A incubadora UNIVAP é associada da ANPROTEC desde sua fundação em 1997 por meio de contatos profissionais com o objetivo de obter informações e participar do movimento de incubadoras de empresas no Brasil. A relação institucional foi realizada inicialmente através da Fundação POLOVALE e a partir de 2002 pela FVE. Os principais resultados decorrentes deste relacionamento são o incremento da imagem institucional, sendo que uma empresa incubada recebeu prêmio da entidade; contato com outras instituições, principalmente no seminário anual; intercâmbio de conhecimentos sobre incubadoras; fortalecimento institucional e divulgação da incubadora através de lista no portal e jornais da entidade. Os contatos são realizados ao menos uma vez por trimestre por telefone e email e ao menos uma vez por ano de maneira presencial, normalmente no seminário; tanto pelo gerente como por funcionário da incubadora, em interações com diretores e equipe técnica operacional.


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O fato de ser associada da ANPROTEC confere a característica da existência de relacionamento formal entre as instituições e o grau de influência da Associação para a incubadora é nacional.

6.3.6.4 MCT/FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos

A existência de recursos voltados para capacitação de empresas incubadas em gestão foi o fator motivador para o início do relacionamento com a FINEP, em 2005, através de contatos profissionais associados ao lançamento de editais. Os principais resultados obtidos são o apoio aos incubados em gestão, tanto de maneira direta através de projetos das empresas incubadas (subvenção econômica) como por meio de projeto específico no qual a incubadora recebe recursos para essa finalidade; apoio aos incubados em recursos humanos; novas oportunidades em projetos para a IEBT, como é o caso do Programa Primeira Empresa Inovadora – PRIME, do qual a incubadora é representante regional e fortalecimento institucional. Os contatos são realizados pelo gerente em interação com técnicos da FINEP e ocorrem ao menos uma vez a cada trimestre por telefone e email. Atualmente existe formalização do relacionamento institucional através de convênio que regulamenta o projeto de capacitação em gestão, do qual a incubadora é a gestora.

6.3.6.5 CIESP – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo

Relacionamentos pessoais e profissionais, bem como a sinergia com a criação de empresas posicionaram o CIESP SJC como uma das entidades articuladoras da criação da incubadora UNIVAP e desde sua fundação faz parte do conselho gestor. Os principais resultados obtidos com esta conexão são o incremento da imagem institucional; apoio aos incubados em gestão, através da participação em cursos; apoio aos incubados em acesso a mercados, com a participação em rodadas de negócios; contatos com interessados em criar negócios e em participar da incubadora; contato com outras instituições, como SESI e SENAI; fortalecimento institucional e divulgação da incubadora, através de participação na reunião plenária mensal e em jornal da entidade. Os contatos são realizados pelo gerente e funcionário da incubadora, interagindo com diretores e gerente do escritório. A existência de uma indicação no regimento interno da IEBT para que o CIESP seja membro do conselho gestor confere a característica de


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formalização ao relacionamento institucional; anteriormente ajustada por meio de um convênio. Com relação ao grau de influência e repercussão proporcionado, pode-se considerar como local.

6.3.6.6 REDE VALE

A Rede de Incubadoras do Vale do Paraíba é formada pelas quatro incubadoras existentes na cidade de São José dos Campos. Além da UNIVAP, as incubadoras REVAP, também gerenciada pela FVE; INCUBAERO e CECOMPI. Os relacionamentos surgiram em contatos profissionais devido à sinergia existente entre os projetos e foram alavancados em 2006 através da participação conjunta em um edital FINEP. A atuação conjunta proporciona a realização de ações robustas e também maior visibilidade para as incubadoras. Os principais resultados obtidos com a Rede Vale são o incremento da imagem institucional; apoio aos incubados em gestão (convênio FINEP); novas oportunidades em projetos para a IEBT, como por exemplo, a gestão do convênio FINEP; contatos com interessados em criar negócios e em participar da incubadora, uma vez que existe grande troca de informações; contato com outras instituições, como ITA, CTA, INPE e Petrobrás; intercâmbio de conhecimento; fortalecimento institucional e divulgação da incubadora em ações conjuntas. Os contato são freqüentes e ocorrem ao menos uma vez a cada quinze dias em reuniões presenciais, por telefone e email, em interações entre os gerentes. Existe formalização das relações entre as incubadoras da Rede Vale, unidas por meio do convênio relacionado ao projeto FINEP. O grau de repercussão proporcionado pela Rede Vale para a incubadora UNIVAP é local.

6.3.7 Resultados dos relacionamentos institucionais sob a perspectiva das empresas incubadas.

Todas as 10 empresas incubadas enviaram informações a respeito dos relacionamentos estabelecidos com os atores mapeados. Isso significa que 100% das empresas incubadas desenvolveram conexões com pelo menos um ator da rede UNIVAP. O mapeamento dos atores diretamente relacionados com as EBTs e os resultados produzidos, são apresentados no capítulo sete, sub-item 7.3.9.1.


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6.4 Apresentação do Caso 4 CIATEC – Companhia de Desenvolvimento do Pólo de Alta Tecnologia de Campinas

A Companhia de Desenvolvimento do Pólo de Alta Tecnologia de Campinas – CIATEC, é uma empresa municipal de economia mista, formada por uma sociedade entre a Prefeitura Municipal de Campinas, acionista majoritária, e o Conselho de Administração da CIATEC. Com ativa participação no planejamento e execução da política de ciência e tecnologia da cidade, a Ciatec além de abrigar o programa de incubadora de empresas de base tecnológica, denominada NADE (Núcleo de Apoio ao Desenvolvimento de Empresas), também coordena a implantação de empresas e organizações de pesquisas científicas e tecnológicas nos Pólos de Alta Tecnologia, situados em duas áreas específicas da cidade (CIATEC, 2008). Dessa maneira, a incubadora de empresas é um projeto inserido num contexto de atuação da entidade para o desenvolvimento municipal sob a perspectiva da tecnologia. Atualmente a companhia é a gestora da nova etapa de estruturação do chamado parque tecnológico II, localizado nas proximidades da UNICAMP. 6.4.1 Estrutura física A incubadora CIATEC disponibiliza 25 boxes, com dimensões de 30m2, 50m2 e 70m2 para instalação de empresas de tecnologia, todos eles atualmente ocupados e que geram em torno de 140 postos de trabalho. Não existe o processo de pré-incubação. Desde sua fundação em 1996, já foram graduadas 40 empresas. Seu horário de funcionamento é das 08:00 às 18:00 e a equipe de administração é formada por dois diretores, uma secretaria, um analista financeiro e um analista de rede. Com relação aos serviços oferecidos às empresas incubadas, são realizados consultoria em gestão, consultoria tecnológica, treinamento, apoio para participação em feiras, show-room, acesso à internet, serviços administrativos (recepção, cozinha, copiadora, fax e linha telefônica), espaço no portal da incubadora, auditório e sala de reuniões. O conjunto de empresas atualmente incubadas é apresentado a seguir (quadro 6.4):


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Empresa Empresa 1 Empresa 2 Empresa 3

Competência central Design áudio-visual Pesquisa e desenvolvimento compartilhados Tecnologia em umidificadores, resfriadores e purificadores de ar Empresa 4 Tecnologia em filtros ópticos de transmitância variável (VTOF) baseados em propriedades eletrocrômicas de polímeros condutores Empresa 5 Serviços de teleinformática Empresa 6 Tecnologia em filtro de areia para poços de petróleo Empresa 7 Tecnologia em equipamentos odontológicos Empresa 8 TI - Gestão pessoal do tempo, comunicação interpessoal em soluções WEB Empresa 9 Tecnologia para eliminação de cepas Empresa 10 Tecnologia em equipamentos hospitalares Empresa 11 Tecnologia tampográfica aplicada em microsensores eletroquímicos Empresa 12 TI – Soluções tecnológicas para área desportiva Empresa 13 TI – Soluções para envio de código de barras para celulares, com integração em sistemas de pagamentos Empresa 14 Biotecnologia aplicada em NISINA para bioproteção de processos e produtos Empresa 15 TI – Soluções de mobilidade Empresa 16 Prestação de serviços para o meio ambiente através de energias alternativas Empresa 17 Biotecnologia aplicada a agentes de controle biológico de doenças de plantas e vetores de saúde pública Empresa 18 Otimização de uso de energias passivas Empresa 19 Instrumentação industrial aplicada a equipamentos de medição multiuso para controle e monitoramento de recursos hídricos Empresa 20 Tecnologia eletrônica aplicada em sistemas de testes para circuitos impressos e automação Empresa 21 Telefonia IP e redes de computadores Empresa 22 TI – Sistemas de rastreabilidade para animais vivos, plantas e sementes e sistema de gestão para usinas de açúcar e álcool Empresa 23 TI – Desenvolvimento de softwares Empresa 24 Tecnologia laser para produtos Empresa 25 Desenvolvimento de sistemas construtivos QUADRO 6.4: Empresas incubadas na CIATEC Fonte: elaboração própria 6.4.2 Estrutura de governança

A estrutura de governança da incubadora CIATEC espelha a estrutura da própria companhia. A figura 6.4 a seguir apresenta a organização vigente:


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CIATEC

Conselho de Administração Presidência

Diretorias

Empresas incubadas

Apoio administrativo

FIGURA 6.4: Estrutura de governança CIATEC Fonte: elaboração própria O Conselho de Administração da CIATEC é formado por sete notáveis da cidade de Campinas, pessoas físicas. O presidente e diretores da entidade são definidos pelo Prefeito Municipal. Um dos diretores é responsável pelo gerenciamento da incubadora, apoiado pela equipe administrativa e, neste estudo, será denominado “gerente”.

6.4.3 Estrutura de tecnologia de informação e comunicação - TIC

A IEBT possui e disponibiliza acesso à internet banda larga e utiliza o email para sua comunicação. Para o ano de 2009 existe o projeto de utilização de VOIP. O portal da CIATEC pode ser acessado pelo endereço http//www.ciatec.org.br; nele estão inseridas notícias sobre incubadoras de empresas e parques tecnológicos, bem como conexões com as empresas incubadas e graduadas. A IEBT está presente em portais de tecnologia como o da ANPROTEC. Em pesquisa realizada em janeiro de 2009, nos sites de busca google.com.br e yahoo.com.br foram constatadas 21 e 8 referências às palavras “incubadora CIATEC”, respectivamente.


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6.4.4 Gestão dos relacionamentos institucionais

A incubadora CIATEC possui seu plano estratégico (plano de negócios) consolidado e com metas estabelecidas. Entretanto, não existe planejamento das relações institucionais e nem procedimentos para manutenção dos relacionamentos estabelecidos, o que ocorre de maneira empírica conforme as situações do dia-a-dia. Os contatos realizados são registrados em porta cartões e banco de dados digital. A IEBT participa como associada da ANPROTEC e constantemente em eventos que possibilitam a realização de conexões, como reuniões de incubadoras de empresas, congressos e encontros temáticos, feiras setoriais e de tecnologia e do próprio seminário ANPROTEC. Também promove eventos que incrementam sua rede de relacionamentos como encontros periódicos e palestras com fundos de capital de risco. A incubadora participa também do conselho fiscal da INCAMP, incubadora de empresas localizada na UNICAMP.

6.4.5 Capacitação do corpo técnico para relacionamentos

Todo aprendizado sobre articulação institucional é obtido através de vivências no dia-a-dia, sendo que a equipe técnica nunca recebeu capacitação específica para tal. Entretanto, não são relatadas dificuldades para o estabelecimento de conexões, dentro das atuais necessidades da incubadora CIATEC.

6.4.6 Principais relacionamentos institucionais da IEBT

6.4.6.1 ANPROTEC – Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores

A proximidade com a entidade que congrega o movimento de incubadoras no Brasil e o acesso às informações atualizadas é o motivo para o estabelecimento de relacionamento com a ANPROTEC, o que ocorre desde 1999 através de contato iniciado de forma profissional. Os principais resultados obtidos com esta conexão são o incremento da imagem institucional; contato com outras instituições, principalmente em decorrência do


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seminário anual; intercâmbio de conhecimento sobre incubadoras de empresas; fortalecimento institucional e divulgação da incubadora, através do site da entidade. As interações são realizadas ao menos uma vez por ano de forma presencial, no encontro anual e também por email e efetuadas pelo gerente da IEBT com técnicos da associação. O caráter de associado confere a característica de relacionamento formal entre as instituições.

6.4.6.2 MCT/CNPQ – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

O CNPQ é uma entidade que teve relevante papel na fase inicial da CIATEC, em contato profissional estabelecido em 1996, e que proporcionou recursos para um ano de aluguel de prédio que na época incubava 08 empresas. Ao final do convênio, as empresas incubadas criaram a AET – Associação de Empresas de Tecnologia, que existe até hoje e administra o empreendimento. Atualmente o CNPQ provê acesso às bolsas RHAE. Os principais resultados alcançados são o incremento da imagem institucional; apoio aos incubados em recursos humanos (RHAE) e fortalecimento institucional. Os contatos ocorrem ao menos uma vez a cada semestre por telefone, normalmente em interações entre o gerente e a diretoria da instituição para acompanhamento de projetos. Não existe formalização jurídica neste relacionamento institucional.

6.4.6.3 FAPESP – Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo

O acesso à recursos através do PIPE é o fator motivador do relacionamento entre a CIATEC e a FAPESP, iniciado em 1996 através de contato profissional e que já financiou mais de 50 projetos para empresas incubadas. Os principais resultados obtidos com o relacionamento são o incremento da imagem institucional; apoio aos incubados em tecnologia, gestão, acesso a mercados e recursos humanos (PIPE) e fortalecimento institucional. Os contatos são realizados entre a empresa incubada interessada e a FAPESP, porém a incubadora realiza apoio para acompanhamento dos projetos. Desta maneira, as interações ocorrem ao menos uma vez por mês por telefone e email e presencialmente ao menos uma vez por semestre, normalmente entre o gerente e técnicos da entidade. Não existe formalização dos relacionamentos institucionais.


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6.4.6.4 MCT/FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos

O acesso a recursos através da linha Subvenção Econômica é o fator motivador para o relacionamento da CIATEC com a FINEP, iniciado em 1996 através de contatos profissionais. Desde o início, mais de 30 projetos já foram aprovados para empresas incubadas. Os principais resultados obtidos com a conexão com a FINEP são o incremento de imagem institucional, através da associação de marcas; o apoio aos incubados em tecnologia, gestão, acesso a mercados e recursos humanos e o fortalecimento institucional. As interações são realizadas pelo gerente da IEBT e técnicos da instituição e ocorrem ao menos uma vez por mês por telefone e email. Não existe formalização dos relacionamentos entre as instituições.

6.4.6.5 FÓRUM CAMPINAS

Em 2002 foi criado o Fórum Campinas, formado por entidades locais de tecnologia para trocas de experiências e aprendizado mútuo. Dentro do fórum, a CIATEC estabeleceu relações através de contato profissional com a PUC Campinas, o CPQD – Centro de Pesquisas em Telecomunicações e o CTI – Centro de Pesquisas Renato Archer, o que resultou em apoio aos incubados em tecnologia, através da participação em vários cursos técnicos oferecidos; em gestão, também através de cursos gerenciais; contatos com outras instituições integrantes da rede local de tecnologia, como o LNLS – Laboratório Nacional de Luz SINCROTRON e a INOVA - agência de inovação da UNICAMP; intercâmbio de conhecimento sobre desenvolvimento local e fortalecimento institucional. Os contatos ocorrem entre gerentes e diretores das instituições ao menos uma vez por mês de forma presencial, telefone e email. Não existe formalização das relações entre as entidades, até porque o caráter do fórum é informal. Em decorrência de sua atuação, podese caracterizar o grau de influência do fórum para a CIATEC como local.

6.4.6.6 INCUBADORA DE MONTPELLIER

A participação da CIATEC em 2006, em missão internacional promovida pela UNICAMP, proporcionou contato profissional com a incubadora tecnológica francesa de Montpellier, o que produziu um protocolo de intenções para intercâmbio de conhecimento


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entre as instituições, incluindo o envio e recepção de empresários para períodos de aprendizagem. Os contatos são feitos ao menos uma vez por mês por meio de telefone, em interações entre o presidente da CIATEC e o cônsul da França. O protocolo já citado caracteriza a formalização do relacionamento e o grau de influência proporcionado pela conexão é de âmbito internacional.

6.4.6.7 PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS

A Prefeitura Municipal de Campinas é a criadora da CIATEC, em 1985, com o objetivo de administração do parque tecnológico e contribuição para o desenvolvimento da cidade através de empresas. Desta forma, o relacionamento com a incubadora pode ser considerado desde a época de sua fundação, em 1996, derivado de contatos pessoais entre lideranças interessadas na implementação da incubadora. Os principais resultados produzidos pelo relacionamento são o aporte de recursos financeiros, utilizados para pagamento de limpeza, segurança, aluguel, água, luz, telefone, salários dos diretores e do presidente; aporte de recursos econômicos, como para o salário dos funcionários; incremento da imagem institucional; apoio aos incubados em isenção de impostos e tributos, como IPTU e ISS (extensivo para empresas das incubadoras e dos parques tecnológicos, em lei municipal); fortalecimento institucional e divulgação da incubadora, em materiais gráficos, assessoria de imprensa e jornal. O contato com a Prefeitura ocorre ao menos uma vez a cada quinze dias em reuniões presenciais, por telefone e email e são realizados em interações entre o gerente, presidente e funcionários da IEBT com secretários do município, diretores de áreas e técnicos. O relacionamento é formalizado através de um contrato de prestação de serviços e o grau de influência e repercussão proporcionado pela Prefeitura à CIATEC pode ser considerado nacional, em decorrência de conexões existentes.

6.4.6.8 SEBRAE-SP – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo

A sinergia entre missões e contatos profissionais ocorridos em 1996 com o Presidente do SEBRAE-SP, proporcionaram o estreitamento das relações entre as instituições e desde então o SEBRAE-SP apóia a CIATEC através de seu Programa de Incubadoras de Empresas.


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Os principais resultados são o aporte de recursos financeiros e econômicos; o incremento da imagem institucional; o apoio aos incubados em tecnologia (Programa Sebraetec); em gestão (orientação empresarial e treinamentos, como o Empretec) e acesso a mercados (missões); contatos com interessados em criar negócios e em participar da incubadora; contato com outras instituições (eventos); intercâmbio de conhecimento (reuniões de gerentes de incubadoras); fortalecimento institucional e divulgação da incubadora, através de material informativo. Os contatos são freqüentes, ao menos uma vez a cada quinze dias de forma presencial, telefone e email, em interações entre o gerente da incubadora e o técnico gestor do projeto. O relacionamento é formalizado por um convênio entre as instituições e o grau de influência pode ser considerado estadual.

6.4.6.9 SOFTEX – Sociedade Brasileira para Promoção da Exportação de Software

No ano de 2000, após contatos profissionais com o Governo Federal, a CIATEC foi escolhida para incubar a unidade local do núcleo Softex em Campinas, destinado ao fomento de novas empresas de software, o que iniciou sua relação até os dias de hoje. Os resultados obtidos com esta conexão são o incremento da imagem institucional; apoio aos incubados em tecnologia e gestão (treinamento em softwares, engenharia de softwares e capacitação em vendas); contatos com interessados na criação de negócios e em participar da incubadora; fortalecimento institucional e divulgação da IEBT em seu site. Os contatos são freqüentes entre os gerentes das entidades, e ocorrem ao menos uma vez a cada quinze dias em reuniões presenciais, por telefone e email. Atualmente não existe relacionamento formal entre as instituições, embora no passado já tenha existido um termo de cooperação técnica que possibilitava o apoio financeiro da CIATEC ao núcleo. O SOFTEX Campinas possui atualmente mais de 90 empresas associadas e fortes conexões com redes nacionais, o que possibilita a caracterização de um grau de influência e repercussão nacional para a CIATEC.

6.4.6.10 UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas

Desde seu início em 1985, a CIATEC mantém relações institucionais com a UNICAMP, inclusive tendo havido, na época, grande influência de professores junto à


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Prefeitura Municipal, no sentido da criação da companhia. Com a incubadora implementada em 1996, os relacionamentos continuaram, estendendo-se atualmente à incubadora INCAMP e à Agência de Inovação INOVA (neste trabalho entendidas como intrínsecas à UNICAMP). Neste período, pode-se dizer que 60% dos projetos incubados na CIATEC têm sua origem na Universidade, que permite também a utilização de seus laboratórios com custos reduzidos. Os principais resultados obtidos foram o incremento da imagem institucional, devido à associação com a marca UNICAMP (da qual a CIATEC faz parte do conselho fiscal); apoio aos incubados em tecnologia (laboratórios); contato com interessados em criar negócios e em participar da incubadora; contato com outras instituições como UNB – Universidade de Brasília e UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais; fortalecimento institucional e divulgação da incubadora em visitas técnicas, site, jornais e boletins. Os contatos ocorrem uma vez a cada quinze dias em reuniões presenciais, por telefone e email, em interações entre os gerentes das instituições. Com relação à formalização do relacionamento, existe termo de cooperação técnica assinado entre as instituições e o grau de influência pode ser considerado internacional, devido à difusão que ocorre fora do país, inclusive através de missões técnicas para visitas à incubadoras estrangeiras, como por exemplo na França, incubadora de Montpellier, com a qual a CIATEC desenvolveu relações.

6.4.7 Resultados dos relacionamentos institucionais sob a perspectiva das empresas incubadas.

Foram recebidos 11 retornos ao questionário (anexo II), o que significa que pelo menos 44% das empresas incubadas desenvolveram relacionamentos com atores da rede CIATEC. O mapeamento dos atores diretamente relacionados com as EBTs e os resultados produzidos, são apresentados no capítulo seguinte, sub-item 7.4.9.1.


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7 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo é realizada a análise dos dados coletados em cada caso, organizados nas dimensões anteriormente previstas pela metodologia. A ordem das análises é a mesma do capítulo anterior.

7.1 Análise do Caso 1 CINET - Centro Incubador de Empresas Tecnológicas

O conjunto de dados obtidos através do estudo de caso 1 – CINET, permitiu a elaboração de aspectos relevantes no que diz respeito à caracterização da rede. Especificamente são apresentados, a partir do modelo egocêntrico existente (figura 7.1), os elementos definidos na metodologia.

FIGURA 7.1: Modelo da rede egocêntrica do CINET Fonte: elaboração própria com utilização do software UCINET 6 7.1.1 Natureza dos atores

O CINET se relaciona com vinte atores, que podem ser classificados nos seguintes grupos: entidades de fomento, universidades, redes de conhecimento e escolas técnicas.


160

Grupo 1 – Entidades de Fomento

No escopo deste trabalho, compreende-se entidades de fomento como aquelas que

realizam

investimentos

em projetos tecnológicos

e

pesquisas,

voltados

ao

desenvolvimento econômico e social. Neste entendimento, alguns institutos de pesquisas tecnológicas, que não são órgãos de fomento “stricto-sensu” foram considerados como tal, uma vez que, da perspectiva das IEBTs, aportam recursos financeiros ou econômicos aos projetos, através de serviços ou programas institucionalizados, como é a EMBRAPA neste caso. Nove atores fazem parte deste grupo e aportam recursos principalmente para viabilização da incubadora e apoio às empresas incubadas. São eles o SEBRAE-SP, a EMBRAPA, a Prefeitura Municipal de São Carlos, o CNPQ, a FINEP, a SD o CIESP, a FAPESP e o SOFTEX, significando 45% do conjunto.

Grupo 2 – Universidades

Todas elas públicas, atuam com o escopo de educação superior e difusão de tecnologias. Representam a fonte principal de interessados em novos negócios e em participar da incubadora, além de contribuir com o intercâmbio de conhecimentos. São elas a USP, a UNESP e a UFSCar, o que equivale a 15% do total de atores.

Grupo 3 – Redes de conhecimento

As entidades que têm por finalidade a formação de redes de profissionais e instituições para intercâmbio de conhecimento formam este grupo, que possui 30% dos atores. São elas IASP, NBIA, AURP, ANPROTEC, ICSB e ADVB.

Grupo 4 – Escolas técnicas

Representam 10% do conjunto e têm importante papel no fornecimento de profissionais qualificados para as empresas incubadas. São elas a ETEC Paulino Botelho (Paula Souza) e o SENAI.


161

A figura 7.2 ilustra a natureza de cada grupo de atores que se relaciona com o CINET.

Natureza principal dos atores

10%

G1 - Fomento 45% 30%

G2 - Universidades G3 - Redes de conhecimento G4 - Escolas técnicas

15%

FIGURA 7.2: Natureza dos grupos de atores Fonte: elaboração própria 7.1.2 Localização geográfica dos atores

Considerando os locais para os quais existe a convergência do contato do CINET, pode-se verificar que existem relacionamentos com entidades localizadas no município de São Carlos, em outras cidades do Estado de São Paulo, em outros estados e também fora do país. A figura 7.3 demonstra que 80% contatos são realizados com entidades do país, sendo que somente o Estado de São Paulo reúne 65% das entidades com as quais são estabelecidas relações.


162

Localização dos atores

20%

40%

Em São Carlos Em outra cidade do ESP Em outros Estados

15%

Em outros países

25%

FIGURA 7.3: Localização dos atores Fonte: elaboração própria 7.1.3 Tipos de relação interinstitucional

Atualmente existem dois tipos de relações institucionais entre o CINET e o conjunto de atores que com ele se relacionam: formal e informal. As relações de caráter formal denotam que atualmente existe algum tipo de instrumento jurídico que define as relações institucionais, podendo ser protocolo de intenções, convênio, contrato, termo de cooperação técnica, contrato de associação, participação em conselho ou outros. Já as informais revelam ausência de qualquer tipo de instrumento jurídico. Ambas as relações proporcionam resultados para o CINET. A análise do conjunto de atores demonstra que 80% das relações são formais (16 atores) e que 20% são informais (4 atores) (figura 7.4).


163

Tipos de relacionamento institucional - CINET

20%

Formal Informal

80%

FIGURA 7.4: Tipos de relacionamento institucional Fonte: elaboração própria 7.1.4 Origem do relacionamento

Os relacionamentos interinstitucionais podem originar-se por duas maneiras ou pela combinação delas. A primeira refere-se a relacionamentos pessoais existentes anteriormente e que facilitam as conexões, e a segunda, que diz respeito aos relacionamentos estabelecidos pelas conexões profissionais possibilitadas pelo próprio escopo de necessidades da incubadora de empresas. Já a mistura das duas pode ser exemplificada da seguinte forma: o diretor de uma incubadora encontra-se com o diretor de outra, antigo amigo que não via há muito tempo, em um evento de negócios tecnológicos. No caso estudado, 80% das relações (16 atores) surgiram através de contatos profissionais, 5% por contatos pessoais (1 ator) e 15% (3 atores) pela combinação dos dois contatos (figura 7.5).


164

Origem dos relacionamentos

15% 5% Contato profissional Contato pessoal Ambos os contatos

80%

FIGURA 7.5: Origem dos relacionamentos Fonte: elaboração própria 7.1.5 Formas de contato

As formas de contato utilizadas nas conexões são a presencial, por email, telefone e carta ou ofício. Não existe a prática de reuniões virtuais, seja por internet ou vídeo conferência. Existe o predomínio do contato presencial, em reuniões ou encontros técnicos (32%), seguido da utilização do telefone (31%), do email (29%) e da utilização de carta (8%) (figura 7.6)

Formas de contato

8% 32%

Reuniões presenciais Reuniões virtuais

29%

Telefone Email 0%

31%

FIGURA 7.6: Formas de contato Fonte: elaboração própria

Carta


165

7.1.6 Freqüência mínima dos contatos

A periodicidade com que ocorrem os contatos é apresentada na figura 7.7. Dentre o total dos contatos, 10% ocorrem com periodicidade quinzenal, 15% mensal, 35% trimestral, 35% semestral e 5% ao menos uma vez por ano.

Frequência mínima dos contatos

5%

Ao menos uma vez a cada 15 dias

10%

Ao menos uma vez por mês 15% 35%

Ao menos uma vez por trimestre Ao menos uma vez por semestre Ao menos uma vez por ano

35%

FIGURA 7.7: Freqüência mínima dos contatos Fonte: elaboração própria É relevante também a constatação de que os relacionamentos de curto prazo (até 30 dias) exclusivamente na cidade de São Carlos correspondem a 5% do total, enquanto que os de médio prazo (até 180 dias) representam 35%.

7.1.7 Protagonistas dos contatos

Os relacionamentos são exercitados por pessoas e é importante conhecer quem estabelece as conexões. O estudo do caso CINET revela que os contatos são realizados predominantemente por membros da diretoria ou do conselho (61%) e pelo gerente da incubadora (39%), enquanto outros funcionários não efetuam contatos. A figura 7.8 ilustra este aspecto. Por outro lado, os contatos direcionados aos atores compõem-se da seguinte forma, 42% são direcionados para funções de liderança organizacional, como diretores, reitores e prefeitos, 27% são para gerentes e secretários municipais ou estaduais, 15% para


166

técnicos, 12% para professores ou pesquisadores e 4% para integrantes de empresas juniores (figura 7.9).

Pode-se considerar então que a maioria dos protagonistas dos relacionamentos são diretamente responsáveis pela tomada de decisão, o que facilita o desenvolvimento de ações conjuntas e a produção de resultados. Protagonista do Contato 0%

39% Gerente Diretor/Membro Conselho

61%

Funcionário

FIGURA 7.8: Protagonistas dos contatos Fonte: elaboração própria

Receptor do contato - atores 4% 0% 0% Diretor/reitor/prefeito

15%

Gerente/secretario Pesquisador/professor 42% 12%

Tecnico Empreendedor Consultor Empresa júnior

27%

FIGURA 7.9: Receptores dos contatos Fonte: elaboração própria


167

7.1.8 Resultados dos relacionamentos

Considerando as informações obtidas no estudo de caso, pode-se construir a figura 7.10 a seguir, que revela os resultados obtidos com os relacionamentos institucionais estabelecidos.

Resultados dos relacionamentos Outros Divulgação da IEBT Contato com outras instituições Fortalecimento institucional Apoio operacional Intercambio de conhecimento Interessados em incubar Interessados em negócios Novas oportunidades Apoio - isenção impostos e tributos Apoio - recursos humanos Apoio - investidores Apoio - crédito Apoio - mercados Apoio - gestão Apoio - tecnologia Imagem Rec Econ Rec Fin 0

5

FIGURA 7.10: Resultados dos relacionamentos Fonte: elaboração própria

10

15

20

25


168

A escala gráfica significa a quantidade de vezes que o resultado foi citado nas relações com o conjunto de atores. Nota-se que os resultados “apoio aos incubados” no que diz respeito a credito e apoio operacional não foram citados nem uma vez, ou seja, não existem como resultados das relações com os atores. Por outro lado, é possível observar na figura 7.11 a participação relativa de cada resultado no conjunto total.


169

Representatividade dos resultados dos relacionamentos

Outros 2% Divulgação da IEBT 9%

Rec Fin 2% Rec Econ 2% Imagem 16%

Contato com outras instituições 8% Apoio - tecnologia 6% Fortalecimento institucional 16%

Apoio - gestão 5% Apoio - mercados 5%

Apoio operacional 0%

Apoio - crédito 0%

Intercambio de conhecimento 8%

Apoio - investidores 2%

Interessados em incubar 6%

Apoio - recursos humanos 4% Apoio - isenção impostos e tributos 1% Novas oportunidades 5% Interessados em negócios 6%

FIGURA 7.11: Representatividade dos resultados Fonte: elaboração própria


170

O conjunto de resultados existentes pode ser classificado em cinco grupos: recursos e apoio para a incubadora, apoio aos incubados, imagem/comunicação da incubadora, contatos com empreendedores e aquisição de conhecimento. Procedendo desta maneira, a organização dos grupos apresenta-se da seguinte forma (quadro 7.1):

G1 – Recursos e apoio Recursos Financeiros Recursos Econômicos

G2 - Apoio aos G3 - Imagem e G4 - Contato incubados Comunicação empreendedores Interessados em Tecnologia Imagem negócios Fortalecimento Interessados em Gestão institucional incubação Mercados Divulgação Investidores Recursos Humanos Isenções Novas oportunidades

G5 - Intercâmbio de conhecimento Intercambio de conhecimento Contatos com instituições

QUADRO 7.1: Grupos de resultados Fonte: elaboração própria Esta organização permite verificar a convergência de resultados para os grupos (figura 7.12), que revela que o grupo imagem e comunicação recebe a maior contribuição dos atores, seguido do grupo de apoio aos incubados. Em terceiro lugar vem o grupo aquisição de conhecimento e o grupo contato com empreendedores. Finalmente, o grupo de recursos e apoio para a IEBT é o que menos recebe contribuições de atores.

Convergência dos resultados G5 - Intercâmbio de conhecimento G4 - Contato empreendedores G3 - Imagem e Comunicação G2 - Apoio aos incubados G1 - Recursos e apoio

FIGURA 7.12: Convergência dos resultados Fonte: elaboração própria


171

7.1.9 Contribuição dos atores na geração de resultados

Os dados coletados permitem também a verificação da contribuição de cada ator para o conjunto de resultados da IEBT (figuras 7.13 e 7.14). Neste aspecto é importante considerar que a análise feita é somente quantitativa, ou seja, a contribuição de um ator em poucos resultados não significa que sua atuação não seja relevante qualitativamente. Além disso, é muito natural que atores atuem sobre resultados específicos. A informação interessante neste aspecto é a possibilidade da visualização da abrangência e possibilidades de cada ator.

Contribuição relativa dos atores no conjunto de resultados ADVB 3% ICSB 4%

NBIA 2%

AURP SEBRAE-SP 2% 9%

IASP 2%

Embrapa 7%

UNESP 5%

UFSCar 6%

SOFTEX 10%

USP 7% PrefSC 5%

ANPROTEC 5% SD MCTCNPQ2%

SENAI 6% CIESP FAPESP ETEC PS 4% 5% 4%

4% FINEP 5%

FIGURA 7.13: Contribuição relativa dos atores Fonte: elaboração própria Contribuiç ã o dos a tore s no c onjunto de re s ulta dos

FIGURA 7.14: Contribuição dos atores no conjunto de resultados Fonte: elaboração própria

P

A

R AU

BI N

B V

S

P AD

IA

SB IC

P U

N

ES

X

C

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TE O R P

AN

SO

SD

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AI C

N

S

SP

C SE

ef Pr

U

C

ar

a FS U

br ap Em

M

SE

BR

AE

-S

P

14 12 10 8 6 4 2 0


172

7.1.9.1 Contribuição dos atores para geração de resultados do ponto de vista das empresas incubadas

Complementando as informações obtidas com relação aos resultados provenientes da rede de instituições, as EBTs participantes na incubadora CINET relatam a existência de relacionamento com 55% dos atores mapeados (Figura 7.15), que são pertencentes ao G2 Grupo de Apoio aos Incubados, o que revela a importância e a utilidade do estabelecimento dos laços institucionais pela IEBT.

Rede de atores CINET diretamente relacionados com as EBTs incubadas 25% 20% 15% 10% 5%

B IC S

A NB I

IA SP

AD VB

SO FT EX

AU RP

ES P UN

P PE S FA

ET EC

SP CI E

AI SE N

SD

RO TE C AN P

FI N

EP

PQ M

CT

C N

SC

CT

PM M

US P

CA R UF S

BR EM

SE BR AE

-S P

AP A

0%

FIGURA 7.15: Atores relacionados diretamente com as EBTs incubadas Fonte: elaboração própria Com relação aos resultados decorrentes do relacionamento entre as EBTs e os atores institucionais, pode-se constatar pela figura 7.16, grande abrangência e diversidade, com destaque para o apoio em tecnologia, acesso a recursos humanos, participações em grupos de projetos e pesquisas e ações de capacitação. É expressiva também a existência de resultados dos relacionamentos através da obtenção de projetos PIPE e RHAE. Entretanto, nota-se pequena contribuição referente a acesso ao crédito e investidores, uma vez que a rede não apresenta atores com esta especificidade.


173

Utilização da rede CINET pelas EBTs incubadas

Consultoria/apoio tecnológico Ação de capacitação Ação de mercado

16%

21%

Projeto PIPE

1% 2%

Projeto RHAE

1% Projeto Subvenção Econômica Acesso recursos humanos 17%

15% Acesso ao credito Acesso aos investidores 4%

7% 8%

Isenção de impostos e tributos

8% Participação em grupo de projeto/pesquisa

FIGURA 7.16: Resultados de relacionamentos institucionais voltados para as EBTs Fonte: elaboração própria Com respeito ao modelo egocêntrico da rede CINET, considerando as EBTs incubadas que informaram a existência de relacionamentos, pode-se desenvolver a seguinte representação (figura 7.17):

FIGURA 7.17: Representação da rede egocêntrica da IEBT CINET e EBTs incubadas Fonte: elaboração própria com utilização do software UCINET 6


174

7.1.10 Potencial de repercussão do relacionamento

Significa o potencial de difusão de informações da IEBT para diferentes redes a partir dos atores. A figura 7.18 revela que 35% das conexões estabelecidas tem potencial internacional, 25% nacional, 20% estadual e 20% local.

Potencial de repercussão dos relacionamentos institucionais

0% 20% 35%

Local Estadual Nacional 20%

Internacional Inexistente

25%

FIGURA 7.18: Potencial de repercussão dos relacionamentos institucionais Fonte: elaboração própria


175

7.2 Análise do Caso 2 CIETEC – Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia

A partir dos dados obtidos nas entrevistas referentes ao estudo do caso CIETEC, foi construído o modelo egocêntrico da rede, formado por 72 atores e apresentado pela figura 7.19.

Sem escala

FIGURA 7.19: Representação da rede egocêntrica do CIETEC Fonte: elaboração própria com utilização do software UCINET 6 7.2.1 Natureza dos atores

O conjunto de atores identificado pode ser classificado nos seguintes grupos: entidades de fomento, universidades, redes de conhecimento, escolas técnicas, empresas privadas, empresas de eventos, fundos de investimento, entidades de apoio técnico e entidades setoriais. Além das conceituações apresentadas no caso anterior para os grupos 1 – entidades de fomento, 2 – universidades, 3 – redes de conhecimento e 4 – escolas técnicas, este caso revela a existência de outros grupos ainda não conceituados: Grupo 5 – Empresas privadas: constituído por empresas que estabeleceram relações de parceria com EBTs, principalmente para transferência de tecnologia.


176

Grupo 6 – Empresas de eventos: formado por empresas organizadoras de eventos e que apóiam o CIETEC em suas atividades. Grupo 7 – Fundos de investimentos: refere-se aos diversos fundos de investimento que buscam oportunidades de negócios junto às empresas de base tecnológica. Grupo 8 – Entidades de apoio técnico: abrange organizações que prestam serviços técnicos para EBTs Grupo 9 – Entidade setorial: formado por entidades de representação setorial e que estabelecem aliança com a IEBT para apoio às EBTs. A natureza de cada ator é apresentada no quadro 7.2:

Atores IPEN IPT SEBRAE-SP SEBRAE NA MCT SD USP MCT FINEP MCT CNPQ ANPROTEC FIESP ANPEI SENAI ABIPTI PMSP FGV ESPM FAPESP SOC SOL EMBRAPA IASP NBIA FUNDAP Google HP Sun Totvs Prodam Prodesp Motorola IBM Racional Intel AMD Telefônica Siemmens Sybase Microsoft

Natureza principal Fomento Fomento Fomento Fomento Fomento Fomento Universidade Fomento Fomento Rede de conhecimento Fomento Rede de conhecimento Escolas Técnicas Rede de conhecimento Fomento Universidade Universidade Fomento Rede de conhecimento Fomento Rede de conhecimento Rede de conhecimento Rede de conhecimento Empresa privada Empresa privada Empresa privada Empresa privada Empresa privada Empresa privada Empresa privada Empresa privada Empresa privada Empresa privada Empresa privada Empresa privada Empresa privada


177

Biolab Eurofarma Gnosis Sabó Francal Alcântara Transamérica Lemos Brito FATEC CEFET IBMEC Ibirapuera Unip Uniban Nove de Julho Unifieo PUC POLI ECA FEA Bandeiranti Mercatto Investec Woodbrook Rio Bravo Infinity BNDES Atech Criatec Cetesb Anvisa ABIMO ABINE ABIPLAST ABIMAQ FUND VANZOLINI CIEE

Empresa privada Empresa privada Empresa privada Empresa eventos Empresa eventos Empresa eventos Empresa eventos Universidade Universidade Universidade Universidade Universidade Universidade Universidade Universidade Universidade Universidade Universidade Universidade Fundo de investimento Fundo de investimento Fundo de investimento Fundo de investimento Fundo de investimento Fundo de investimento Fundo de investimento Fundo de investimento Fundo de investimento Entidade de apoio técnico Entidade de apoio técnico Entidade setorial Entidade setorial Entidade setorial Entidade setorial Entidade de apoio técnico Entidade de apoio técnico

QUADRO 7.2: Atores e sua natureza principal Fonte: elaboração própria A figura 7.20 apresenta as representações de cada grupo no universo dos atores da IEBT CIETEC. Nota-se a existência de uma rede de empresas privadas, que representa 21% dos atores, seguida por universidades (20%), entidades de fomento (17%), fundos de investimento (13%), redes de conhecimento (10%), empresas de eventos (6%), entidades de apoio técnico (6%) e entidades setoriais (6%) e escolas técnicas (1%).


178

Natureza principal dos atores

6% 6%

17%

G1 - Fomento 13%

G2 - Universidades G3 - Redes de conhecimento G4 - Escolas técnicas G5 - Empresas privadas

6%

20%

G6 - Empresas de eventos G7 - Fundos de Investimento G8 - Entidades Apoio Técnico G9 - Entidade setorial

21%

10% 1%

FIGURA 7.20: Natureza dos grupos de atores Fonte: elaboração própria

7.2.2 Localização geográfica dos atores O CIETEC relaciona-se predominantemente com atores localizados no município de São Paulo (87%), a seguir com atores de outros estados (10%), especificamente Brasília e com atores localizados no exterior (3%) (figura 7.21). Esta caracterização é natural uma vez que São Paulo é uma das grandes metrópoles do mundo, concentrando contatos de entidades públicas e privadas.


179

Localização dos atores

10%

3%

0% Em São Paulo Em outra cidade do ESP Em outros Estados Em outros países

87%

FIGURA 7.21: Localização dos atores Fonte: elaboração própria

7.2.3 Tipos de relação interinstitucional A figura 7.22 revela que 71% das relações estabelecidas pelo CIETEC tem caráter informal (51 atores), ou seja, não possui nenhum tipo de relação jurídica institucional e 29% têm caráter formal (21 atores).

Tipos de relacionamento institucional

29%

Formal Informal

71%

FIGURA 7.22: Tipos de relacionamento institucional Fonte: elaboração própria


180

7.2.4 Origem do relacionamento

No que diz respeito à origem dos relacionamentos identificados, a figura 7.23 demonstra que 73% são oriundos de conexões profissionais (53 atores) e 21% de contatos pessoais (15 atores) e 6% de ambos os contatos (4 atores). Origem dos relacionamentos

6% 21% Contato profissional Contato pessoal Ambos os contatos 73%

FIGURA 7.23: Origem dos relacionamentos Fonte: elaboração própria

7.2.5 Formas de contato

O CIETEC utiliza o email como principal instrumento de comunicação com sua rede de atores (43%), seguido por reuniões presenciais (38%), telefone (15%), carta/ofício (3%) e reuniões virtuais (1%) (figura 7.24).

Formas de contato

3%

38%

Reuniões presenciais Reuniões virtuais

43%

Telefone Email Carta 1% 15%

FIGURA 7.24: Formas de contato Fonte: elaboração própria


181

7.2.6 Freqüência mínima dos contatos

Com relação à freqüência mínima para realização dos contatos, a figura 7.25 demonstra que 49% dos relacionamentos ocorrem ao menos uma vez por mês, 22% ao menos semestralmente, 19% ao menos quinzenalmente, 7% ao menos uma vez por trimestre e 3% ao menos uma vez por ano.

Frequência mínima dos contatos

Ao menos uma vez a cada 15 dias

3% 19% 22%

Ao menos uma vez por mês Ao menos uma vez por trimestre Ao menos uma vez por semestre

7%

Ao menos uma vez por ano 49%

FIGURA 7.25: Freqüência mínima dos contatos Fonte: elaboração própria

Constata-se também que os relacionamentos de curto prazo (até 30 dias) exclusivamente na cidade de São Paulo correspondem a 64 % do total, enquanto que os de médio prazo (de 90 a 180 dias) representam 16 % e os de longo prazo (de 180 a 360 dias), 1%.

7.2.7 Protagonistas dos contatos

Os realizadores das conexões do CIETEC são o gerente e funcionários (coordenadores), com um equilíbrio de 49% e 48% respectivamente. Por sua vez, os contatos feitos através de diretores ou membros do conselho significam 3% do total (figura 7.26). Em outra perspectiva, os receptores dos contatos são em sua maioria pertencentes ao nível gerencial ou de secretários públicos (36%), seguidos por diretores ou presidentes (35%), pesquisadores ou professores (14%), técnicos (14%) e consultores (1%), o


182

que revela grande quantidade de contatos voltados a funções de liderança organizacional (figura 7.27).

Protagonista do contato

48%

49%

Gerente Diretor/Membro Conselho Funcionário

3%

FIGURA 7.26: Protagonistas dos contatos Fonte: elaboração própria

Receptor do contato - Atores

1% 0% 0%

14%

Diretor/reitor/prefeito Gerente/secretario 35%

14%

Pesquisador/professor Tecnico Empreendedor Consultor Empresa júnior

36%

FIGURA 7.27: Receptores dos contatos Fonte: elaboração própria


183

7.2.8 Resultados dos relacionamentos

Os resultados obtidos com os relacionamentos estabelecidos pelo CIETEC são apresentados pela figura 7.28. Pode-se verificar a inexistência de resultados no que se refere a apoio para isenção de impostos e tributos (figura 6.32).


184

CIETEC - Resultados dos relacionamentos

Outros Divulgação da IEBT Contato com outras instituições Fortalecimento institucional Apoio operacional Intercambio de conhecimento Interessados em incubar Interessados em negócios Novas oportunidades Apoio - isenção impostos e tributos Apoio - recursos humanos Apoio - investidores Apoio - crédito Apoio - mercados Apoio - gestão Apoio - tecnologia Imagem Rec Econ Rec Fin 0

10

20

FIGURA 7.28: Resultados dos relacionamentos Fonte: elaboração própria

30

40

50

60

70


185

Por sua vez, a figura 7.29 apresenta a participação relativa de cada resultado no conjunto total.

Representatividade dos resultados dos relacionamentos Outros 1% Divulgação da IEBT 10%

Rec Econ 2% Rec Fin 0%

Imagem 6%

Apoio - tecnologia 7% Apoio - gestão 2% Apoio - mercados 6%

Contato com outras instituições 9%

Apoio - crédito 0% Apoio - investidores 3%

Fortalecimento institucional 19% Apoio operacional 0% Intercambio de conhecimento Interessados em 6% incubar 10%

Novas oportunidades 2%

Apoio - recursos humanos 4% Apoio - isenção impostos e tributos 0%

Interessados em negócios 10%

FIGURA 7.29: Representatividade dos resultados Fonte: elaboração própria O agrupamento dos resultados obtidos em grupos permite a elaboração da figura 7.30, que revela a predominância de resultados relacionados com imagem e comunicação (grupo 3), apoio aos incubados (grupo 2), contato com empreendedores (grupo 4), aquisição de conhecimento (grupo 5) e recursos e apoio (grupo 1).


186

Convergência dos resultados

G5 - Aquisição de conhecimento G4 - Contato empreendedores G3 - Imagem e Comunicação G2 - Apoio aos incubados G1 - Recursos e apoio

FIGURA 7.30: Convergência dos resultados Fonte: elaboração própria 7.2.9 Contribuição dos atores na geração de resultados Cada ator apresenta sua parcela de contribuição com o conjunto de resultados, o que pode ser constatado através das figuras 7.31, 7.32, 7.33 e 7.34. É importante sempre considerar que esta análise trata somente de maneira quantitativa as contribuições dos atores, conforme citado no estudo de caso anterior.


187

Contribuição das entidades parceiras no conjunto de resultados

ANVISA 0%

ABIMO 1%

ABIMAQ 1%

AtechAmazontec 1%

F VANZOL 1%

ABINEE 1%

SEBRAE-SP 3%

IPEN 2%

CIEE 1%

SEBRAE-NA 1%

IPT 2%

USP 3%

SD 2% ABIPLAST 1%

Rio Bravo 1%

MCT 1% MCT FINEP 1%

CETESB 0%

Woodbrook 1%

MCT CNPQ 0%

Criatec 1% BNDES 1%

Investec 1%

ANPROTEC 2%

Infinity 1%

FIESP 2%

Mercatto 1%

ANPEI 2%

SENAI ABIPTI 2% 1%

Bandeiranti 1% FEA 2%

PMSP 1%

ECA 2% POLI 2%

FGV 2%

PUC 1% Unifieo 1%

ESPM 1%

FAPESP 3%

Nove Julho 1%

SOC SOL 2%

Uniban 1%

IASP 1%

Unip 1%

EMBRAPA 0%

NBIA 0%

Ibirapuera 1% IBMEC 1% CEFET 1% FATEC 1% Lemos Brito 2%

FUNDAP 1% Alcantara 2%

Totvs 1%

Sabó 1%

Biolab 1% Microsoft 1%

Transamerica 2%

Google 1%

Francal 2%

Gnosis 1%

Sybase 1%

Prodam 1% AMD Siemmens 1% 1% Telefonica 1%

FIGURA 7.31: Contribuição relativa dos atores Fonte: elaboração própria

Intel 1%

IBM 1%

Motorola 1%

Sun 1%

HP 1%


188

Contribuição dos atores no conjunto de resultados

14 12 10 8 6 4 2

DA P

BI A

P

FU N

N

IA S

A

SO L

EM BR AP

SP

SO C

FA PE

ES PM

FG V

TI

PM SP

AB IP

AI

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SP

SD

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A

M C

AE -N

AE -S P

SE BR

SE BR

IP E

N

IP T

0

FIGURA 7.32: Contribuição dos atores no conjunto de resultados 1/3 Fonte: elaboração própria

Contribuição dos atores no conjunto de resultados

C

FA TE

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T

IB M EC

C

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el In t

IB M

or ola M ot

Pr od am

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H

G oo gl

P

e

8 7 6 5 4 3 2 1 0

FIGURA 7.33: Contribuição dos atores no conjunto de resultados 2/3 Fonte: elaboração própria

Contribuição dos atores no conjunto de resultados

IE E C

NZ O L F

VA

AB IM AQ

T LA S AB IP

AB IN EE

AB IM O

SB

AN VI SA

C

C

ET E

ria te

c

BN D ES At ec hA m az on te c

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Ba nd ei ra nt i

EC A

PO LI

U

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PU C

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Ju lh o ov e N

Ib ira

U

U

ni p

ni ba n

pu er a

7 6 5 4 3 2 1 0

FIGURA 7.34: Contribuição dos atores no conjunto de resultados 3/3 Fonte: elaboração própria 7.2.9.1 Contribuição dos atores para geração de resultados do ponto de vista das empresas incubadas

Complementando as informações, as EBTs participantes na incubadora CIETEC, que responderam ao questionário, relatam a existência de relacionamento com 46% dos atores mapeados (Figura 7.35), participantes de diversos grupos.

FIGURA 7.35: Atores relacionados diretamente com as EBTs incubadas Fonte: elaboração própria

CIEE

FUND

ABIMAQ

ABINEE

ABIPLAST

ABIMO

Anvisa

Cetesb

Criatec

Atech

Infinity

BNDES

Rio Bravo

Investec

Woodbrook

Mercatto

FEA

ECA

Bandeiranti

PUC

POLI

Unifieo

Uniban

Nove de

Unip

IBMEC

Ibirapuera

CEFET

FATEC

Lemos Brito

Transamérica

Sabó

Francal

Alcantara

Biolab

Gnosis

Sybase

Microsoft

AMD

Siemmens

Telefonica

Intel

Motorola

IBM Racional

Totvs

Prodam

Sun

HP

Google

FUNDAP

IASP

NBIA

EMBRAPA

ESPM

FAPESP

SOC SOL

FGV

PMSP

SENAI

ABIPTI

FIESP

ANPEI

ANPROTEC

MCT FINEP

MCT CNPQ

SD

USP

MCT

SEBRAE NA

SEBRAE-SP

IPT

IPEN

Rede de atores CIETEC diretam ente relacionados com as EBTs incubadas 18% 16% 14% 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0%


189

Com relação aos resultados decorrentes do relacionamento entre as EBTs e os atores institucionais, pode-se constatar pela figura 7.36 as concentrações em ações de consultoria, apoio tecnológico, capacitação e de mercados. São consideráveis também as conexões voltadas para a obtenção de projetos Subvenção Econômica e RHAE. Entretanto, nota-se pequena contribuição referente a acesso ao crédito e investidores.

Utilização da rede CIETEC pelas EBTs incubadas

Consultoria/apoio tecnológico Ação de capacitação

0% 3%

Ação de mercado

7%

1% 8%

Projeto PIPE 27% Projeto RHAE Projeto Subvenção Econômica

6%

Acesso recursos humanos 6% Acesso ao credito

0%

Acesso aos investidores 15%

27%

Isenção de impostos e tributos Participação em grupo de projeto/pesquisa

FIGURA 7.36: Resultados de relacionamentos institucionais voltados para as EBTs Fonte: elaboração própria Com respeito ao modelo egocêntrico da rede CIETEC, considerando as EBTs incubadas que informaram a existência de relacionamentos, pode-se construir a seguinte representação (figura 7.37):


190

FIGURA 7.37: Representação da rede egocêntrica da IEBT CIETEC e EBTs incubadas Fonte: elaboração própria com utilização do software UCINET

7.2.10 Potencial de repercussão do relacionamento

Os atores que compõem a rede do CIETEC apresentam um potencial de difusão principalmente nacional (42%), complementado por 19% local, 18% internacional e 7% de âmbito estadual (figura 7.38). Potencial de repercussão dos relacionamentos institucionais

14%

19% Local 7%

18%

Estadual Nacional Internacional Inexistente

42%

FIGURA 7.38: Potencial de repercussão dos relacionamentos institucionais Fonte: elaboração própria


191

7.3 Análise do Caso 3 UNIVAP – Incubadora Tecnológica Os dados provenientes do estudo de caso permitiram a elaboração do modelo de rede egocêntrica que caracteriza as conexões estabelecidas pela IEBT UNIVAP (figura 7.39), bem como a análise dos demais elementos previstos, detalhados a seguir:

FIGURA 7.39: Representação da rede egocêntrica da IEBT UNIVAP Fonte: elaboração própria com utilização do software UCINET 6 7.3.1 Natureza do atores

A incubadora UNIVAP se relaciona com oito atores, qualificados nos grupos de entidades de fomento e redes de conhecimento. Grupo 1: Entidades de Fomento Fazem parte deste grupo as entidades voltadas ao desenvolvimento econômico e social, são elas a Prefeitura Municipal de São José dos Campos, a FINEP, o CIESP e o SEBRAE-SP, que representam 50% do conjunto de atores. Grupo 2: Redes de conhecimento


192

Neste grupo estão inseridas as entidades que intercambiam conhecimento, são elas a REVAP, INCUBAERO, CECOMPI e ANPROTEC, que também significam 50% dos atores da rede UNIVAP. A figura 7.40 apresenta a natureza dos dois grupos de atores que se relacionam com a IEBT.

Natureza principal dos atores

50%

50%

G1 - Fomento G2 - Redes de conhecimento

FIGURA 7.40: Natureza dos grupos de atores Fonte: elaboração própria 7.3.2 Localização geográfica dos atores Existem contatos com entidades localizadas em São José dos Campos, Rio de Janeiro e Brasília. A figura 7.41 revela que existe grande concentração no próprio município da IEBT, perfazendo 75% dos contatos. Por outro lado, nota-se a inexistência de conexões no exterior. Localização dos atores em relação a UNIVAP

0% 25% Em SJC Em outra cidade do ESP

0%

Em outros Estados Em outros países 75%

FIGURA 7.41: Localização dos atores Fonte: elaboração própria


193

7.3.3 – Tipos de relacionamento institucional Com referência aos tipos de relacionamentos estabelecidos pela IEBT UNIVAP, observa-se que são em sua totalidade de âmbito formal (8 atores) (figura 7.42), ou seja, existem instrumentos jurídicos que regem todas as relações institucionais estabelecidas. Interessante notar a conexão estabelecida com as IEBTs da Rede VALE, que forma um grupo coeso e com sinergia na localidade.

Tipos de relacionamento institucional - UNIVAP

0%

Formal Informal

100%

FIGURA 7.42: Tipos de relacionamentos Fonte: elaboração própria 7.3.4 Origem do relacionamento No que diz respeito à origem dos relacionamentos estabelecidos, nota-se que 75% das conexões decorrem de contatos profissionais (6 atores) e 25% de ambos os contatos (2 atores), o que revela que o projeto foi elemento catalisador de relações que não existiam anteriormente (figura 7.43).


194

Origem dos relacionamentos

25%

Contato profissional 0%

Contato pessoal Ambos os contatos

75%

FIGURA 7.43: Origem dos relacionamentos Fonte: elaboração própria 7.3.5 Formas de contato As formas de contato utilizadas pela IEBT UNIVAP são as reuniões presenciais, o telefone e o email. Não existe a utilização de ferramentas de comunicação virtual, como web ou vídeo conferências. A comunicação por telefone (37%) e email (36%) são predominantes, seguidas pelas reuniões presenciais (27%), conforme apresentado na figura 7.44.

Formas de contato

0% 27% Reuniões presenciais

36%

Reuniões virtuais 0%

Telefone Email Carta

37%

FIGURA 7.44: Formas de contato Fonte: elaboração própria


195

7.3.6 Freqüência mínima dos contatos A periodicidade mínima com a qual ocorrem os contatos com os atores é apresentada pela figura 7.45, que revela que 62% das conexões ocorrem ao menos uma vez a cada quinze dias, 13% ao menos mensalmente e 25% ao menos trimestralmente.

Frequência mínima dos contatos

0%

Ao menos uma vez a cada 15 dias

0%

Ao menos uma vez por mês

25%

Ao menos uma vez por trimestre Ao menos uma vez por semestre 13%

62%

Ao menos uma vez por ano

FIGURA 7.45: Freqüência mínima dos contatos Fonte: elaboração própria Pode também notar

que os relacionamentos de curto prazo (até 30 dias)

exclusivamente na cidade de São José dos Campos correspondem a 75 % do total.

7.3.7 Protagonistas dos contatos O caso UNIVAP revela que a maioria dos relacionamentos é protagonizada pelo gerente da incubadora (67%), seguido de outros funcionários (33%) (figura 7.46). As interações são realizadas principalmente com o nível intermediário das organizações (gerentes ou secretários públicos), perfazendo 46%, seguida por 36% com o nível técnico e 18% com funções de liderança organizacional (diretores ou prefeitos) (figura 7.47). Observa-se que a maioria das conexões são com níveis hierárquicos diretamente responsáveis pelas decisões, o que facilita a realização de ações.


196

Protagonista do Contato - UNIVAP

33% Gerente Diretor/Membro Conselho Funcionário

0%

67%

FIGURA 7.46: Protagonistas dos contatos Fonte: elaboração própria Receptor do contato - Atores 0% 0% 0% 18%

Diretor/reitor/prefeito Gerente/secretario

36%

Pesquisador/professor Tecnico Empreendedor Consultor Empresa júnior

0% 46%

FIGURA 7.47: Receptores dos contatos Fonte: elaboração própria 7.3.8 Resultados dos relacionamentos Os resultados obtidos com os relacionamentos estabelecidos podem ser verificados na figuras 7.48 e 7.49 em termos quantitativos. Nota-se que os resultados “apoio operacional”, “apoio aos incubados em isenção de impostos e tributos e crédito” e “apoio aos incubados em crédito”, não foram apontados como resultados das relações com os atores.


197

UNIVAP - Re s ultados dos re lacionam e ntos

Outros

Divulgação da IEBT

Contato com outras instituições

Fortalecimento institucional

Apoio operacional

Intercambio de conhecimento

Interessados em incubar

Interessados em negócios

Novas oportunidades

Apoio - isenção impostos e tributos

Apoio - recursos humanos

Apoio - investidores

Apoio - crédito

Apoio - mercados

Apoio - gestão

Apoio - tecnologia

Imagem

Rec Econ

Rec Fin 0

FIGURA 7.48: Resultados dos relacionamentos Fonte: elaboração própria

2

4

6

8

10


198

Representatividade dos resultados dos relacionamentos

Outros Divulgação da IEBT 2% 11%

Rec Fin 3%

Contato com outras instituições 9%

Rec Econ 2% Imagem 11% Apoio - tecnologia 2% Apoio - gestão 9%

Fortalecimento institucional 13% Apoio operacional 0% Intercambio de conhecimento 8% Interessados em incubar 9%

Apoio - mercados 3% Apoio - crédito 0% Apoio - investidores 2% Apoio - recursos humanos 2% Apoio - isenção impostos e tributos 0% Novas oportunidades 6% Interessados em negócios 9%

FIGURA 7.49: Representatividade dos resultados Fonte: elaboração própria


199

Como nos outros casos apresentados, a classificação dos resultados em cinco grupos permite a verificação da convergência dos resultados para o grupo imagem e comunicação, seguido do grupo de apoio aos incubados, grupo de contato com empreendedores, grupo de aquisição de conhecimento e grupo de recursos e apoio para a IEBT, que é o que menos recebe contribuição dos atores (figura 7.50).

Convergência dos resultados G5 - Aquisição de conhecimento G4 - Contato empreendedores G3 - Imagem e Comunicação G2 - Apoio aos incubados G1 - Recursos e apoio

FIGURA 7.50: Convergência dos resultados Fonte: elaboração própria 7.3.9 Contribuição dos atores na geração de resultados Considerando que a contribuição de um ator em poucos resultados é natural e também relevante, a contribuição de cada ator em seu relacionamento com a UNIVAP é apresentada pelas figuras 7.51 e 7.52.


200

Contribuição das entidades parceiras no conjunto de resultados

FINEP 6% Cecompi 14%

ANPROTEC 8%

PMSJC 11% Incubaero 14%

CIESP 13%

REVAP 14%

SEBRAESP 20%

FIGURA 7.51: Contribuição relativa dos atores Fonte: elaboração própria Contribuição dos atores no conjunto de resultados

14 12 10 8 6 4 2 0 FINEP

ANPROTEC

PMSJC

CIESP

SEBRAESP

REVAP

Incubaero

Cecompi

FIGURA 7.52: Contribuição dos atores no conjunto de resultados Fonte: elaboração própria 7.3.9.1 Contribuição dos atores para geração de resultados do ponto de vista das empresas incubadas A totalidade das EBTs incubadas na UNIVAP relatam a utilização de serviços de 13% dos atores mapeados, especificamente o SEBRAE-SP (figura 7.53). Foi constatada também a realização de uma conexão direta entre empresa e a FAPESP, no âmbito do projeto PIPE.


201

Rede de atores CINET diretamente relacionados com as EBTs incubadas 120% 100% 80% 60% 40% 20% 0% FINEP

ANPROTEC

PMSJC

CIESP

SEBRAE-SP

REVAP

INCUBAERO

CECOMPI

FIGURA 7.53: Atores relacionados diretamente com as EBTs incubadas Fonte: elaboração própria Já com referência aos resultados com o ator institucional identificado, nota-se um equilíbrio entre ações de mercado, de capacitação e de consultoria/apoio tecnológico. É perceptível também uma diferença entre os atores que produzem resultados de apoio aos incubados e a efetiva utilização por parte da empresa incubada. Isso significa que existem recursos potenciais disponíveis que provavelmente não foram utilizados, como por exemplo, a oferta de vagas em cursos (figura 7.54).

Utilização da rede UNIVAP pelas EBTs incubadas

Consultoria/apoio tecnológico Ação de capacitação Ação de mercado

0%

Projeto PIPE 33%

34%

Projeto RHAE Projeto Subvenção Econômica Acesso recursos humanos Acesso ao credito Acesso aos investidores Isenção de impostos e tributos

33% Participação em grupo de projeto/pesquisa

FIGURA 7.54: Resultados de relacionamentos institucionais voltados para EBTs Fonte: elaboração própria Considerando as empresas incubadas no modelo egocêntrico da rede UNIVAP, obtêm-se a seguinte representação (figura 7.55):


202

FIGURA 7.55: Representação da rede egocêntrica da IEBT UNIVAP e EBTs incubadas Fonte: elaboração própria com utilização do software UCINET 6 7.3.10 Potencial de repercussão do relacionamento O potencial de difusão de informações da IEBT UNIVAP para outras redes e mercado, através dos atores com os quais existem relacionamentos, é predominantemente local (62%), seguido pela repercussão estadual (13%) (figura 7.56).

Potencial de repercussão dos relacionamentos institucionais

13% 0% Local

13%

Estadual Nacional 12%

62%

FIGURA 7.56: Potencial de repercussão dos relacionamentos institucionais Fonte: elaboração própria

Internacional Inexistente


203

7.4 Análise do Caso 4 CIATEC – Companhia de Desenvolvimento do Pólo de Alta Tecnologia de Campinas

O conjunto de atores formado pelos relacionamentos estabelecidos pela incubadora CIATEC, permite a construção do seguinte modelo egocêntrico (figura 7.57):

FIGURA 7.57: Modelo da rede egocêntrica da IEBT CIATEC Fonte: elaboração própria com utilização do software UCINET 6 7.4.1 Natureza dos atores

A CIATEC se relaciona com doze atores, que podem ser classificados nos seguintes grupos: entidades de fomento, universidades, redes de conhecimento e escolas técnicas.

Grupo 1: entidades de fomento como SEBRAE-SP, Prefeitura Municipal de Campinas, FINEP, FAPESP e o CNPQ/MCT, que representam 41% do conjunto. Grupo 2: Universidades PUC Campinas, privada e UNICAMP, pública; que significam 17% do universo de atores.


204

Grupo 3: Redes de conhecimento, incluindo SOFTEX Campinas, incubadora de Montpellier, CTI, CPQD e ANPROTEC, que englobam 42% do conjunto.

A figura 7.58 ilustra a natureza dos grupos de atores que se relacionam com a CIATEC: Natureza principal dos atores

42%

41%

G1 - Fomento G2 - Universidades G3 - Redes de conhecimento

17%

FIGURA 7.58: Natureza dos grupos de atores Fonte: elaboração própria 7.4.2 Localização geográfica dos atores

A partir das cidades sede dos atores que se relacionam com a CIATEC, pode-se verificar a existência da maioria dos contatos em Campinas (59%); seguida de outros estados (Brasília, 25%); em outras cidades do Estado de São Paulo (8%) e em outros países (8%), como pode ser notado pela figuras 7.59.


205

Localização dos atores em relação à CIATEC

8%

Em Campinas

25%

Em outra cidade do ESP Em outros Estados 59%

Em outros países

8%

FIGURA 7.59: Localização dos atores Fonte: elaboração própria 7.4.3 Tipos de relação interinstitucional A análise do conjunto de atores com os quais a CIATEC relaciona-se atualmente demonstra que 42% das relações são formais (5 atores) e 58% são informais (7 atores) (figura 7.60).

Tipos de relacionamento institucional - CIATEC

42% Formal Informal 58%

FIGURA 7.60: Tipos de relacionamento institucional Fonte: elaboração própria


206

7.4.4 Origem do relacionamento A figura 7.61 demonstra que, no caso estudado, 83% dos relacionamentos surgiram em decorrência de contatos profissionais (10 atores) e 17% de contatos pessoais (2 atores).

Origem dos relacionamentos

17%

0%

Contato profissional Contato pessoal Ambos os contatos

83%

FIGURA 7.61: Origem dos relacionamentos Fonte: elaboração própria 7.4.5 Formas de contato As formas de contato utilizadas pela incubadora CIATEC são as reuniões presenciais (30%), telefone (37%) e email (33%). Não existe a prática de reuniões virtuais e nem o envio de cartas (figura 7.62). Formas de contato

0% 30%

33%

Reuniões presenciais Reuniões virtuais Telefone

0%

Email Carta

37%

FIGURA 7.62: Formas de contato Fonte: elaboração própria


207

7.4.6 Freqüência mínima dos contatos A periodicidade com que ocorrem os contatos é apresentada pela figura 7.63, na qual pode-se notar que 33% ocorrem pelo menos a cada quinze dias, 51% ao menos uma vez por mês, 8% ao menos uma vez por semestre e 8% ao menos uma vez por ano.

Frequência mínima dos contatos

Ao menos uma vez a cada 15 dias

8%

Ao menos uma vez por mês

8% 33%

0%

Ao menos uma vez por trimestre Ao menos uma vez por semestre Ao menos uma vez por ano 51%

FIGURA 7.63: Freqüência mínima dos contatos Fonte: elaboração própria Pode-se constatar ainda que os relacionamentos de curto prazo (até 30 dias) exclusivamente na cidade de Campinas correspondem a 58 % do total.

7.4.7 Protagonistas dos contatos O estudo do caso da incubadora CIATEC revela que na grande maioria das interações realizadas (79%) existe a participação do gerente, em 14% a de um diretor ou membro do conselho e em 7% a de um funcionário da IEBT (figura 7.64). Os contatos são feitos com a diretoria das entidades parceiras (31%), corpo gerencial (38%) e técnicos (31%), como ilustrado pela figura 7.65.


208

Protagonista do Contato - CIATEC 7% 14%

Gerente Diretor/Membro Conselho Funcionário

79%

FIGURA 7.64: Protagonistas dos contatos Fonte: elaboração própria

Receptor do contato - Atores

0% 0% 0% 31%

Diretor/reitor/prefeito 31%

Gerente/secretario Pesquisador/professor Tecnico Empreendedor Consultor

0%

Empresa júnior

38%

FIGURA 7.65: Receptores dos contatos Fonte: elaboração própria 7.4.8 Resultados dos relacionamentos A figura 7.66 revela o conjunto de resultados obtidos com a rede de contatos desenvolvida em torno da CIATEC. Nota-se que os itens apoio operacional, apoio aos incubados em crédito e investidores não foram citados, ou seja, são lacunas nos relacionamentos da IEBT.


209

CIATEC - Re s ultados dos re lacionam e ntos

Outros

Divulgação da IEBT

Contato com outras instituições

Fortalecimento institucional

Apoio operacional

Intercambio de conhecimento

Interessados em incubar

Interessados em negócios

Novas oportunidades

Apoio - isenção impostos e tributos

Apoio - recursos humanos

Apoio - investidores

Apoio - crédito

Apoio - mercados

Apoio - gestão

Apoio - tecnologia

Imagem

Rec Econ

Rec Fin 0

FIGURA 7.66: Resultados dos relacionamentos Fonte: elaboração própria

2

4

6

8

10

12


210

Por sua vez, a figura 7.67 apresenta a participação relativa de cada resultado no conjunto total.

Representatividade dos resultados dos relacionamentos

Divulgação da Rec Fin IEBT Outros 3% 7% 0% Contato com outras instituições 9%

Rec Econ 3% Imagem 12%

Fortalecimento institucional 16%

Apoio - tecnologia 12%

Apoio operacional 0%

Apoio - gestão 10%

Intercambio de conhecimento 9%

Apoio - mercados 4% Apoio - crédito 0%

Interessados em incubar 4% Interessados em negócios 4%

Apoio investidores 0% Apoio - recursos humanos 4% Apoio - isenção impostos e tributos 1% Novas oportunidades 0%

FIGURA 7.67: Representatividade dos resultados Fonte: elaboração própria


211

Com relação ao agrupamento de resultados em grandes grupos, observa-se na figura 7.68 a convergência para imagem e comunicação, seguida de apoio aos incubados, aquisição de conhecimento, contato com empreendedores e o grupo recursos e apoio.

Convergência dos resultados G5 - Aquisição de conhecimento G4 - Contato empreendedores G3 - Imagem e Comunicação G2 - Apoio aos incubados G1 - Recursos e apoio

FIGURA 7.68: Convergência dos resultados Fonte: elaboração própria 7.4.9 Contribuição dos atores na geração de resultados As figuras 7.69 e 7.70 demonstram a contribuição de cada ator para o conjunto de resultados da IEBT, lembrando sempre que se trata de uma análise quantitativa e que não se traduz em relevância da contribuição.


212

Contribuição das entidades parceiras no conjunto de resultados PMSJC 9%

UNICAMP 10%

SEBRAESP 19% MONPELIER 1% FINEP 9%

CNPQ 4%

PUCC 7%

FAPESP 9%

CPQD 7%

ANPROTEC 7%

CTI 7%

SOFTEX 11%

FIGURA 7.69: Contribuição relativa dos atores Fonte: elaboração própria

Contribuição dos atores no conjunto de resultados

IC N

SJ C

U

PM

AM P

EP

SP

FI N

R P AN

FA PE

O TE C

X FT E

TI C

D PQ C

C C PU

PQ N C

SO

N M O

SE

BR

AE

SP

PE LI ER

14 12 10 8 6 4 2 0

FIGURA 7.70: Contribuição dos atores no conjunto de resultados Fonte: elaboração própria 7.4.9.1 Contribuição dos atores para geração de resultados do ponto de vista das empresas incubadas As EBTs inseridas na CIATEC que retornaram o questionário, relatam a existência de conexões com 83% dos atores mapeados (figura 7.71), a maioria deles pertencentes ao G2 – Grupo de Apoio aos Incubados.


213

Rede de atores CINET diretamente relacionados com as EBTs incubadas 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% ANPROTEC

CNPQ

CPQD

CTI

FAPESP

FINEP

MONTPELLIER

PM Campinas

PUC Campinas

SEBRAE-SP

SOFTEX

UNICAMP

FIGURA 7.71: Atores relacionados diretamente com as EBTs incubadas Fonte: elaboração própria Os relacionamentos das EBTs com os atores estão associados a diversos resultados, como pode ser notado pela figura 7.72. Destacam-se no conjunto o apoio às empresas em tecnologia, capacitação, acesso recursos humanos, mercados e a investidores. Observa-se também pequena contribuição para acesso ao crédito.

Utilização da rede CIATEC pelas EBTs incubadas

Consultoria/apoio tecnológico Ação de capacitação Ação de mercado

12%

17%

Projeto PIPE

5% Projeto RHAE Projeto Subvenção Econômica

10%

Acesso recursos humanos

17% 2%

Acesso ao credito Acesso aos investidores

14% 9% 5% 2%

Isenção de impostos e tributos

7%

Participação em grupo de projeto/pesquisa

FIGURA 7.72: Resultados de relacionamentos institucionais voltados para as EBTs Fonte: elaboração própria Com base

nas

EBTs

incubadas

que

informaram

a

existência

de

relacionamentos com os atores mapeados, pode-se desenvolver o seguinte modelo egocêntrico (figura 7.73):


214

FIGURA 7.73: Representação da rede egocêntrica da IEBT CIATEC e EBTs incubadas Fonte: elaboração própria com utilização do software UCINET 6 7.4.10 Potencial de repercussão do relacionamento A maioria das conexões estabelecidas apresenta potencial estadual de repercussão (33%), seguida por 25% local, 17% nacional e também 17% para potencial de difusão internacional (figura 7.74). Potencial de repercussão dos relacionamentos institucionais

25% 33%

Local Estadual Nacional 8%

Internacional Inexistente

17%

17%

FIGURA 7.74: Potencial de repercussão dos relacionamentos institucionais Fonte: elaboração própria


215

7.5 Análise do Conjunto de Casos

As características identificadas nos casos estudados permitiram uma análise conjunta das diversas variáveis, apresentadas a seguir.

7.5.1 Natureza dos atores em ego-conexões

Considerando as quatro IEBTs estudadas, foram mapeadas cento e doze egoconexões dentre os vários tipos de entidades que perfazem o universo de noventa atores, cujo perfil pode ser verificado na figura 7.75.

Natureza dos atores em ego-conexões

4% 4% 8%

26%

4%

14%

3%

Foment o Universidade Rede de conheciment o Escola t écnica Empr esas privadas Empr esas de event os Fundos de Invest iment o Apoio t écnico Ent idade set orial

18% 19%

FIGURA 7.75: Natureza dos atores em ego-conexões do conjunto das IEBTs Fonte: elaboração própria

Nota-se maior concentração nos grupos de entidades de fomento(26%), seguidas pelas redes de conhecimento(19%), universidades(18%), empresas privadas(14%), fundos de investimento (8%), entidades de apoio técnico (4%), entidades setoriais (4%), empresas de eventos (4%) e escolas técnicas(3%). É possível também verificar que todas as IEBTs realizam relacionamentos institucionais ao menos com entidades de fomento e redes de conhecimento (quadro 7.3). Este fato tanto demonstra a importância das políticas públicas de períodos anteriores que proporcionaram a criação destes atores institucionais, corroborando com as argumentações de


216

LASTRES & CASSIOLATO (2000) sobre sistemas de inovação como plataforma na qual os governos implementam políticas visando influenciar o processo inovativo, como também revela a busca das IEBTs para firmarem-se no campo do conhecimento, possivelmente motivadas pela necessidade do aprendizado e compartilhamento de informações nas fases iniciais dos projetos no Brasil.

Qualifi cação

Entidade de Fomento

Universidade

Rede de Conhecimento

Escola Tecnica

Empresa Privada

Empresa Eventos

Fundos Investimento

Entidade Apoio Técnico

Entidade Setorial

CIATEC CIETEC CINET UNIVAP

QUADRO 7.3: Conjunto de relacionamentos institucionais nas IEBTs estudadas Fonte: elaboração própria Outro aspecto a ser observado é a intensidade de participação dos atores nas quatro redes estudadas. Considerando-se um indicador de participação em redes e uma escala estruturada em participações plena (o ator conecta-se à todas as quatro redes), parcial (o ator conecta-se a duas ou três redes) e isolada (o ator conecta-se somente a uma rede), nota-se que somente 3% dos 90 atores fazem parte das quatro redes analisadas, são eles MCT FINEP, SEBRAE-SP e ANPROTEC. Além disso, 10% participam parcialmente e 87% estão inseridos em somente uma rede (figura 7.76 e 7.77). Este fato revela um adensamento localizado das instituições em redes específicas e possibilita a formulação da hipótese de que os ativos existentes nas redes individuais atuais poderiam ser maximizados através de conexões com maior amplitude sistêmica, em uma robusta rede de redes. Indicador de participação em redes

3%

10%

Plena Parcial Isolada

87%

FIGURA 7.76: Indicador de participação dos atores nas redes das IEBTs analisadas Fonte: elaboração própria


217

Legenda: Vermelho : EBTs Verde : participação em 4 redes Laranja: participação em 3 redes Marrom: participação em 2 redes Azul: participação em 1 rede Sem escala

FIGURA 7.77: Conjunto de redes com intensidade de participação dos atores Fonte: elaboração própria com utilização do software UCINET 6 7.5.2 Localização geográfica dos atores

Os atores com os quais as EBTs se relacionam estão concentrados na mesma cidade na qual a incubadora está instalada (76%), o que revela uma forte sinergia com o sistema de inovação local, indicando que a comunidade tecnológica está envolvendo o projeto e fornecendo insumos importantes ao seu funcionamento (figura 7.78). Conforme ROGERS (2005), existe uma intensa troca de informações, porém com pouca difusão. Por outro lado, as conexões para fora da localidade, embora minoritárias, indicam também aprendizados provenientes de outros sistemas de inovação, o que é profícuo para a evolução das atividades. Entretanto, somente 5% das conexões são estabelecidas com outros países, o que representa uma lacuna a ser preenchida com o objetivo de agregar valor aos projetos.


218

Localização dos atores

6% 13% Mesma cidade 5%

Outra cidade ESP Outro estado Exterior 76%

FIGURA 7.78: Localização dos atores no conjunto das IEBTs Fonte: elaboração própria 7.5.3 Tipos de relação interinstitucional

As IEBTs desenvolvem conexões predominantemente informais (55%), sustentadas pelo fato de que “relacionamentos pessoais são de extrema importância para navegar através das complexas redes de interesses que existem dentro e ao redor dos projetos” (RIBEIRO, 2008, p.113). Já as conexões que possuem algum tipo de relação formal representam 45%, considerando convênios, contratos, protocolos de intenções, termos de cooperação técnica científica e documento de associação a determinada entidade (figura 7.79). Isso significa que, embora não seja necessária a formalização de todas as relações, existe uma


219

Tipos de relacionamento institucional

45%

Formal Informal

55%

FIGURA 7.79: Tipos de relacionamento institucional do conjunto de EBTs Fonte: elaboração própria 7.5.4 Origem dos relacionamentos

Pode-se notar que os relacionamentos institucionais desenvolvidos pelas IEBTs apresentam origem predominantemente decorrente de conexões profissionais (76%). Isso significa que as pessoas conheceram-se em decorrência de sinergias existentes em torno do projeto de incubadoras. Por outro lado, 16% dos contatos ocorreram devido a conhecimentos pessoais que antecediam o projeto e 8% a contatos pessoais que foram aproximados em atividades profissionais, por exemplo, uma reunião (figura 7.80). Isso revela a convergência de competências direcionadas para o projeto, o que facilita o desenvolvimento de ações e a consolidação de laços de confiança e reciprocidade, conforme ALBAGLI & MACIEL (2003). Origem dos relacionamentos

8% 16% Profissional Pessoal Ambos

76%

FIGURA 7.80: Origens dos relacionamentos institucionais do conjunto de EBTs Fonte: elaboração própria


220

7.5.5 Formas de contato

A figura 7.81 revela que os contatos por email representam a maneira mais utilizada pelas IEBTs para comunicarem-se com os atores das redes (38%). Além disso, 35% realizam conexões presenciais em reuniões e eventos, 23% através de telefone e 4% por meio de carta ou ofício. Nota-se a inexistência de utilização de ferramentas virtuais, como webconferências e telefone por IP. Este é um aspecto importante para reflexão, uma vez que a tecnologia atual fornece inúmeras possibilidades de conexão a custos reduzidos, além de proporcionar a inserção dos projetos em redes sociais diversas.

Formas de contato

4%

35%

Presencial Virtual

38%

Telefone Email 0%

Carta

23%

FIGURA 7.81: Formas dos contatos utilizadas pelo conjunto de IEBTs Fonte: elaboração própria

7.5.6 Freqüência mínima dos contatos

Considerando o período de um mês como referência de curto, semestral como médio e anual como longo prazos, pode-se observar pela figura 7.82 que o conjunto de IEBTs desenvolve 62% dos relacionamentos com freqüência de curto prazo (considerando o período de até 30 dias) . Já 34% são a médio prazo (trimestral e semestral) e somente 4% a longo prazo (anual). Isso significa que existe uma dinâmica de conexões freqüentes, o que, segundo ROGERS (2005), proporciona o fortalecimento do capital social existente.


221

Frequência mínima dos contatos

4% 22% 21% quinzenal mensal trimestral semestral 13%

anual 40%

FIGURA 7.82: Freqüência mínima dos contatos institucionais do conjunto de IEBTs Fonte: elaboração própria

Constata-se também que os relacionamentos de curto prazo exclusivamente no mesmo município do projeto correspondem a 54 % do total, enquanto que os de médio prazo representam 21 % e os de longo prazo, 1%, o que reforça a constatação da existência de capital social na localidade, decorrente de laços fortes estabelecidos ao longo do tempo (ROGERS,2005).

7.5.7 Protagonistas dos contatos

O conjunto dos casos estudados revela que 50% dos contatos são realizados pelos gerentes das IEBTs, 36% por funcionários e 14% por membros da diretoria ou conselho (figura 7.83). Isso demonstra a importância da capacitação da equipe técnica para a condução dos relacionamentos institucionais existentes e também a delegação da diretoria para a condução das atividades. Pela perspectiva dos receptores das conexões, observa-se na figura 7.84 que 36% das interações ocorrem com o nível hierárquico gerencial/secretarias públicas, 34% com o nível de diretoria, 17% com áreas técnicas, 11% com professores/pesquisadores, 1% com consultores e 1% com empresas juniores, o que demonstra um contato intenso com os níveis diretamente responsáveis por tomadas de decisões nas instituições com as quais as IEBTs se relacionam.


222

Protagonistas

14% 36% Conselho/Diretoria Gerência Funcionário

50%

FIGURA 7.83: Protagonistas dos contatos relacionados ao conjunto de IEBTs Fonte: elaboração própria

Receptores 1%

1%

0% 17% Conselho/Diretoria 34%

Gerência/Secretarias Pesq/Prof

11%

Técnico Empreendedor Consultor Emp Júnior 36%

FIGURA 7.84: Receptores dos contatos institucionais relacionados ao conjunto de IEBTs Fonte: elaboração própria

7.5.8 Resultados dos relacionamentos

O conjunto de resultados apresentados pelos casos estudados, demonstrados nas figuras 7.85 e 7.86 revela uma predominância dos aspectos fortalecimento institucional e divulgação da IEBT, seguidos de contatos com outras instituições, imagem e contatos com interessados em incubar empresas ou em novos negócios . Por outro lado, nota-se pouca expressão do apoio às EBTs incubadas nos aspectos isenção de impostos e tributos, crédito e


223

acesso a investidores, em conformidade com as argumentações de BARRA (2005) e PINHO et al (2002) a respeito de dificuldades para obtenção de capital. Resultados dos relacionamentos

Outros Divulgação da IEBT Contato com outras instituições Fortalecimento institucional Apoio operacional Intercambio de conhecimento Interessados em incubar Interessados em negócios Novas oportunidades Apoio - isenção impostos e tributos Apoio - recursos humanos Apoio - investidores Apoio - crédito Apoio - mercados Apoio - gestão Apoio - tecnologia Imagem Rec Econ Rec Fin 0

20

40

FIGURA 7.85: Resultados relacionados ao conjunto de IEBTs Fonte: elaboração própria

60

80

100

120


224

Representatividade dos resultados Outros 1% Divulgação da IEBT 10%

Rec Fin Rec Econ 1% 2% Imagem 9%

Apoio - tecnologia 7% Apoio - gestão 4% Apoio - mercados 5%

Contato com outras instituições 9%

Apoio - crédito 0% Apoio investidores 2%

Fortalecimento institucional 17%

Apoio - recursos humanos 4% Apoio - isenção impostos e tributos 0%

Apoio operacional 0% Intercambio de conhecimento 7%

Interessados em Interessados em incubar negócios 9% 9%

Novas oportunidades 3%

FIGURA 7.86: Representatividade dos resultados do conjunto de IEBTs Fonte: elaboração própria 7.5.9 Convergência dos resultados

A figura 7.87 ilustra a convergência do conjunto dos resultados dos relacionamentos para o grupo 3 - imagem e comunicação, seguido do grupo 2 – apoio aos incubados, grupo 4 – contato com empreendedores, grupo 5 – aquisição de conhecimento e grupo 1 – recursos e apoio. Esta situação reflete a busca, pelas IEBTs, de um posicionamento institucional perante a sociedade, no sentido de firmarem-se como projetos relevantes e inseridos no sistema de inovação. Trata-se de uma dinâmica que reforça os argumentos de GASPARINDO & RISOLA (2008, p.153) de que “o reconhecimento da inovação, como um motor do processo de mudança que caracteriza o desenvolvimento, ocorre graças a comunicação”,

e também reflete o esquema de três níveis de Willianson (FARINA &

AZEVEDO, 1997). Em outras palavras, significa um esforço para fazerem-se reconhecer, espelhando a trajetória pioneira que esses projetos percorreram em seus anos de existência. Por outro lado, nota-se a existência de poucos atores voltados ao aporte de recursos financeiros e econômicos destinados à financiar a operação dos projetos.


225

Convergência dos resultados Grupo 5 - Aquisição de conhecimento Grupo 4 - Contato empreendedores Grupo 3 - Imagem e comunicação Grupo 2 - Apoio aos incubados Grupo 1 - Recursos e apoio 0

50

100

150

200

250

FIGURA 7.87: Convergência dos resultados do conjunto de IEBTs Fonte: elaboração própria 7.5.10 Potencial de repercussão

Com relação ao potencial de repercussão dos atores, no sentido da propagação de informações a respeito das IEBTs, verifica-se que 34% é de abrangência nacional, 24% local, 20% internacional e 12% estadual, o que revela oportunidade para incrementar a presença dos projetos nos circuitos relacionados à tecnologia e criação de empresas (figura 7.88). Potencial de repercussão dos relacionamentos institucionais

12% 24% Local Estadual

20%

Nacional 10%

Internacional Inexistente

34%

FIGURA 7.88: Potencial de repercussão dos relacionamentos institucionais do conjunto de IEBTs Fonte: elaboração própria


226

7.5.11 Contribuição dos atores para geração de resultados do ponto de vista das empresas incubadas

Dentre as quatro IEBTs estudadas, foram obtidos 51 retornos de empresas incubadas com relação à contribuição dos atores institucionais para resultados diretamente percebidos por elas. Nota-se que, dentre os resultados apontados em cada IEBT, apresentam maior intensidade a consultoria e o apoio tecnológico, as ações de capacitação com foco em gestão, as ações de mercado e de acesso a recursos humanos. Com relação a programas de apoio financeiro, depreende-se a utilização dos Programas RHAE, PIPE e Subvenção Econômica. Em termos de menor intensidade de resultados, identifica-se o acesso ao crédito e também aos investidores, o que sinaliza uma lacuna a ser preenchida pelo sistema de inovação brasileiro. O conjunto das empresas expressa a existência de valor agregado a sua competitividade em decorrência das conexões estabelecidas pelas IEBTs.

7.5.12 Gestão dos relacionamentos

Pode-se constatar que a gestão dos relacionamentos é realizada de maneira empírica, conforme as necessidades do dia-a-dia e que não existe planejamento prévio a respeito das conexões a serem realizadas ou mantidas. De um modo geral, o planejamento estratégico das IEBTs poderia considerar também os atores relacionados com os propósitos e metas definidos, estabelecendo uma priorização de atuação institucional. Este aspecto suscita a necessidade do desenvolvimento de modelos gerenciais voltados ao gerenciamento das conexões, em consonância com a argumentação de ARBIX (2007, p.47), referindo-se a importância de se “reduzir barreiras que dificultam a promoção do empreendedorismo tecnológico”.

7.5.13 Qualificação do corpo técnico

O aprendizado para a realização de articulações e relacionamentos é obtido através da prática diária, principalmente devido a não existência de cursos com esta abordagem, o que também é um elemento a ser considerado pelo sistema de inovação nacional.


227

8 CONCLUSÃO

Os resultados apresentados devem ser compreendidos à luz do referencial teórico e das considerações a respeito do estágio de desenvolvimento do sistema de inovação brasileiro, no qual o universo de IEBTs está inserido. Com relação ao objetivo da pesquisa de caracterizar as redes de relacionamentos constituídas por Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica e seus resultados, através do estudo de projetos em operação há mais de dez anos em regiões de alta densidade tecnológica do Estado de São Paulo, nota-se que as redes identificadas têm convergência teórica com as redes de acesso e oportunidades e as redes de produção, havendo encontros de ofertas com demandas e intercâmbios diversos, tendo a inovação como pano de fundo. Percebe-se também intensa dinâmica de relacionamentos com o sistema de inovação local, o que revela a importância de investimentos concentrados em territórios tecnológicos. Por outro lado, somente 3% dos atores fazem parte das quatro redes estudadas e cada caso apresenta especificidades em relação aos tipos de atores e sua densidade, variando de 8 a 72 atores. Pode-se então inferir a existência de buracos estruturais e que as relações institucionais desenvolvidas influenciaram e foram influenciadas pelo contexto institucional local existente antes e durante o tempo de operação de cada projeto. Esses contextos espelham diferentes dinâmicas de posicionamento das incubadoras, que são decorrentes dos objetivos e necessidades dos projetos ao longo de suas trajetórias. O estudo demonstra que 26% dos atores com os quais as IEBTs se relacionam são entidades de fomento, o que é decorrente do esforço público de constituir um sistema de inovação que proporcione a existência de iniciativas desenvolvimentistas, como são as IEBTs. Muitos atores somente integraram-se à rede e desenvolveram especialidades devido às entidades de fomento, que funcionam como elementos de ignição dos projetos. As relações institucionais, 55% caráter informal, e a periodicidade de conexões de curto prazo (62% em até 30 dias) reforçam a constatação da existência de comprometimento mútuo entre indivíduos inseridos nas diversas organizações. Por outro lado, o estímulo de formalização de relacionamentos proporcionaria maior robustez institucional para as IEBTs. Este aspecto deveria ser objeto de análise estratégica por parte dos dirigentes das incubadoras. Foi possível perceber também que 76% dos contatos com os atores foram iniciados através da participação em atividades profissionais relacionadas ao projeto, o que revela que os investimentos realizados para o início das IEBTs proporcionaram uma série de


228

conexões que provavelmente não ocorreriam de outra forma, refletindo-se na produção de conhecimentos tácito e explícito a respeito de criação de empresas de base tecnológica no Brasil. Nota-se também que 76% dos atores localiza-se na mesma cidade que a incubadora, destacando a importância das conexões locais para o fortalecimento das IEBTs, o que expressa a relevância do papel do catalisador da rede local, que pode tanto ser um indivíduo, quanto uma instituição líder, atuando como netweaver, isso é, um animador dos diversos atores em sua convergência para propósitos comuns relacionados às IEBTs. Entretanto, 24% dos atores estão em localidades geograficamente distantes e destes, somente 5%

dos atores localizam-se no exterior. Criou-se convergência social principalmente

localmente, o que torna natural a existência de maior densidade de laços fortes neste nível. Uma hipótese pode ser formulada para este fato: a própria evolução do sistema de inovação nos níveis estadual e federal, que no início das IEBTs apresentava uma estrutura ainda em formação e condicionava a existência dos projetos às articulações principalmente locais, por questão de sobrevivência. Com relação aos resultados propiciados pelas conexões, contatou-se que são em sua maioria relacionados a imagem e comunicação. Este é um aspecto que revela os esforços dos projetos, ao longo de sua história, para posicionamentos perante a sociedade, uma vez que, em um sistema de inovação em constituição, é necessária a formação de uma opinião positiva em relação aos investimentos realizados. Entretanto nota-se a ausência de resultados em termos de conexões com o sistema financeiro e investidores de risco, corroborando com as dificuldades para obtenção de capital no Brasil e revelando a necessidade de melhorias nesse sentido. Mesmo com diferenças entre os casos, outro aspecto relevante em termos de resultados das redes estudadas é a real agregação de valor para as empresas incubadas através dos serviços decorrentes de relacionamentos institucionais e a provável redução de custos de transação para a criação e gestão das empresas. Ainda no contexto de resultados dos relacionamentos, constata-se também baixa densidade de atores que aportam recursos para a operação dos projetos, o que revela uma ameaça em termos de continuidade, caso estes atores modifiquem sua atuação. O estabelecimento de fontes alternativas de recursos é a solução para a situação. Todos estes aspectos, no escopo das limitações naturais do método de estudo de casos, como por exemplo o tamanho reduzido da amostra, a seleção não randômica e a natureza subjetiva do processo de medida (BRESSAN, 2000); permitem uma extrapolação


229

para o universo das Incubadoras de Base Tecnológica Brasileiras e a conclusão de que as redes constituídas em torno delas têm características predominantemente endógenas e particularizadas, constituindo-se redes “semi-fechadas”, com pouca conexão entre si e buracos estruturais, o que torna lenta sua evolução como grande rede. Para promover a aceleração do crescimento é necessária a aproximação entre os níveis local, estadual, federal e internacional do sistema de inovação, incluindo a própria interação entre incubadoras de todo o país e a utilização do potencial de difusão instalado nos atores já existentes. Trata-se de amplificar o acesso a informação, conhecimento e recursos. Em outras palavras, significa otimizar a força dos laços fracos, instaurando uma rede distribuída. Este é um grande desafio que significará um novo patamar na evolução do movimento brasileiro de incubadoras e o estabelecimento de um modelo de referência de rede. Esta ação poderia ser viabilizada através das tecnologias digitais existentes, entretanto, o grande esforço deve voltar-se ao incremento do capital social entre os atores, principalmente através do estabelecimento de relações cada vez mais intensas de confiança e reciprocidade, o que permitirá a geração de fluxos de recursos e informações, constituindo-se em uma grande rede com possibilidade de fluidez das intenções sociais. Neste contexto de relações sociais é necessário preparo para articulações e a constatação de que a gestão dos relacionamentos é realizada de maneira empírica denota a fragilidade da situação. Este aspecto suscita a necessidade do desenvolvimento de modelos gerenciais e de políticas públicas voltados ao incremento e gerenciamento das conexões e muita capacitação. Torna-se fundamental a instauração de uma consciência do poder das redes de instituições tecnológicas, norteando as relações que devem ser estrategicamente estabelecidas. Assim, tratar projetos de IEBTs à partir de suas conexões sociais é ponto relevante para a formulação de políticas públicas que fortaleçam estas iniciativas e culminem com a disseminação do empreendedorismo e a geração de empresas de base tecnológica competitivas. Nesse contexto, algumas proposições podem ser apresentadas, a partir das constatações reveladas através dos estudos de casos: 1) a criação de mecanismos para aproximação das diversas entidades voltadas ao apoio de negócios tecnológicos, buscando sinergia e complementaridade de ações, com foco nas incubadoras, nas empresas incubadas e no adensamento da rede. Uma proposta para a realização desta ação seria a formação de uma comunidade multi-institucional colaborativa, baseada na internet e que possibilitasse a participação dos diversos atores institucionais e das EBTs, através dos indivíduos que constituem as equipes dessas organizações. Os resultados


230

seriam uma maior convergência de ações, identificação de necessidades, intercâmbio de conhecimento e agilidade. Esta plataforma possibilitaria também o adensamento do sistema de inovação e a redução de custos de transação devido a facilidade de se estabelecer intercâmbios produtivos; 2) o estímulo às relações junto a investidores de risco, o que poderia ser feito através de encontros e rodadas de negócios e até mesmo de um portal de oportunidades tecnológicas na internet, reunindo as EBTs de incubadoras do país e exterior; 3) o desenvolvimento de conexões com instituições de crédito e a disponibilização de produtos financeiros especiais, no sentido de proporcionar aos incubados novas possibilidades de financiamento de seus empreendimentos tecnológicos, mesmo após a graduação; 4) o estreitamento do contato com as universidades públicas e privadas, principalmente no que diz respeito ao contato com potenciais empreendedores e projetos com grande potencial de mercado; 5) a capacitação de diretores e gerentes de IEBTs em habilidades, planejamento e gestão de relacionamentos institucionais. Algumas temas poderiam ser abordados em futuros programas de qualificação, tais como: conceitos de redes sociais e de comunidades virtuais e desenvolvimento de projetos através de colaboração virtual; 6) a qualificação do planejamento e gestão de relacionamentos institucionais em IEBTs, o que poderia ser feito através da produção e difusão de software voltado a essa finalidade; 7) o incremento ao uso intensivo de TICs – Tecnologias de Informação e Comunicação, no sentido da redução de custos e aproximação de entidades convergentes ao propósito de apoio ao desenvolvimento tecnológico; 8) a ampliação e diversificação de fontes de recursos para projetos de IEBTs e outras modalidades, financiadas por linhas amparadas na Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. O tema deste trabalho é estritamente exploratório, uma vez que existem ainda poucas incursões científicas no campo das incubadoras de empresas tecnológicas e suas redes sociais. A continuidade do processo de pesquisa é imperiosa para a geração de conhecimento sobre o assunto e, assim, algumas sugestões são elencadas para trabalhos futuros: análise das redes sociais de IEBTs em uma perspectiva sociocêntrica, considerando a relevância das conexões estabelecidas; análise de redes sociais de empresas incubadas em relação ao valor agregado pelas IEBTs através das conexões estabelecidas; mensuração dos custos de transação de EBTs incubadas em relação a EBTs não incubadas sob a perspectivas dos relacionamentos estabelecidos pelas IEBTs; processo de criação e desenvolvimento de redes


231

sociais de EBTs incubadas e compreensão das redes sociais estabelecidas entre empresas incubadas em IEBTs. Tanto as medidas de políticas públicas quanto os estudos, alinhados com a consciência do poder das redes por parte de lideranças no meio tecnológico, irão proporcionar condições para a evolução do Brasil em seu posicionamento futuro como referência em competitividade e inovação.


232

ANEXO I Modelo do questionário

1) Caracterização da Incubadora de Empresas

- Nome da Incubadora de Empresa: __________________________________________________________________ - Ano da Fundação: __________________________________________________________________ - Integrantes do Conselho Gestor: ______________________________________ - Qual a estrutura de governança da IEBT?_______________________________ - Quadro de empregados da IEBT:______________________________________ - Quantidade de boxes existentes: ______________________________________ - Percentual de ocupação dos boxes: ____________________________________ - Metragem dos boxes: _______________________________________________ - Horário de funcionamento: ___________________________________________ - Quantidade de empresas incubadas:____________________________________ - Qualificação das empresas incubadas: Empresa incubada

Área de atuação

- Quantidade de empregos gerados em empresas incubadas: ___________________ - Quantidade de empresas graduadas: ___________________________________


233

- Quantidade de empresas em pré-incubação: _____________________________ - Quantidade de projetos em pré-incubação: _______________________________ - Quais os serviços oferecidos pela IEBT? ( ) Consultoria em gestão ( ) Consultoria tecnológica ( ) Treinamento ( ) Participação em feiras ( ) Participação em missões técnicas ( ) Participação em missões comerciais ( ) Show-room ( ) Acesso a internet para incubados ( ) Serviços administrativos (recepção, cozinha, copiadora, fax, linha telefônica) ( ) Espaço no portal da incubadora ( ) Hotel de projetos (pré-incubação) ( ) Biblioteca ( ) Auditório ( ) Laboratório ( ) Oficina mecânica ( ) Equipamentos eletro-eletrônicos ( ) Sala de reuniões ( ) Outros ___________________________________________________________

2) Caracterização das tecnologias de informação e comunicação da IEBT - A IEBT possui acesso a internet? ( ) não ( ) sim - Quais ferramentas de comunicação utiliza? ( ) email ( ) chat (messenger etc) ( ) Voip(skype) ( ) webconferencia ( ) comunidades de prática ( ) outros ____________________________________________________________

- A IEBT possui portal na internet? ( ) não ( ) sim Site: _____________________________________________________________


234

- A IEBT está presente em portais de tecnologia? ( ) não ( ) sim Quais? ____________________________________________________________

- A IE está presente em ferramentas de busca on line? ( ) não ( ) sim Quais? ____________________________________________________________ - O serviço de busca on line é pago? ( ) não ( ) sim

3) Caracterização da participação da IEBT em redes - A IEBT participa de associações, entidades representativas ou similares? ( ) Associação Comercial e Industrial ( ) ANPROTEC ( ) Conselhos ( ) Outras _______________________________________________________

- A IEBT participa de eventos de terceiros que incrementam sua rede de relacionamentos? ( ) Seminário ANPROTEC ( ) Reuniões de IEs ( ) Congressos temáticos – incubadoras/parques/inovação/tecnologia ( ) Feiras setoriais ou de tecnologia ( ) Encontros temáticos de tecnologia/inovação/empreendedorismo ( ) Outros

- A IEBT promove eventos que incrementam sua rede de relacionamentos? ( ) não ( ) sim ( ) Encontros periódicos (Rodadas, cafés etc) ( ) Seminários e congressos ( ) Visitas (universidades, autoridades, empresários, missões etc) ( ) Palestras com fundos de capital de risco


235

( ) Outros ___________________________________________________________ - A IEBT se relaciona com Incubadoras ? Como é o contato? ( ) Campinas ____________________________________________________________ ( ) São Carlos ___________________________________________________________ ( ) São José dos Campos___________________________________________________ ( ) São Paulo____________________________________________________________ ( ) Outras ______________________________________________________________

4) Caracterização dos relacionamentos da IEBT (respostas para cada instituição com a qual a IEBT se relaciona) - Com quais instituições a IEBT se relaciona? ___________________________________________________________________ - Qual a motivação para este relacionamento? ___________________________________________________________________ - Como surgiu o relacionamento? ( ) Contato pessoal (amizade, apresentação por amigos comuns) ( ) Contato profissional ___________________________________________________________________ - Quando iniciou-se o relacionamento? ___________________________________________________________________ - Quais os resultados obtidos com o relacionamento atualmente? ( ) aporte de recursos financeiros ( ) aporte de recursos econômicos ( ) incremento da imagem institucional ( ) apoio aos incubados – tecnologia ( ) apoio aos incubados – gestão ( ) apoio aos incubados – acesso a mercados ( ) apoio aos incubados – acesso ao crédito ( ) apoio aos incubados – acesso a investidores ( ) apoio aos incubados – recursos humanos ( ) apoio aos incubados – isenção de impostos e tributos ( ) novas oportunidades em projetos para a IEBT


236

( ) contato com interessados em criar negócios ( ) contato com interessados em participar da incubadora ( ) contato com outras instituições ( ) intercâmbio de conhecimento ( ) apoio operacional ( ) fortalecimento institucional ( ) divulgação da incubadora ( ) outros _____________________________________________________

- Surgiram oportunidades decorrentes do relacionamento? ________________________________________________________________ - Como é feito o contato na maioria das vezes? E com que freqüência? Forma

menos Ao menos Ao menos Ao menos Ao menos Ao uma vez a uma vez por uma vez por uma vez por uma vez por ano semestre trimestre cada 15 dias mês

Reuniões presenciais Reuniões virtuais Telefone Email Carta

- Quem faz os contatos (percentual)? ( ) gerente da incubadora ( ) diretor da entidade gestora ( ) funcionário da entidade gestora ( ) membro do comitê gestor ( ) membro do conselho da gestora ( ) outros ____________________________________________________________ - Quem é contatado? ( ) diretor/reitor/prefeito ( ) gerente/secretario ( ) pesquisador/professor ( ) técnico ( ) empreendedor ( ) consultor ( ) outros ____________________________________________________________

- Existe algum tipo de formalização do relacionamento?


237

( ) não, somente contatos pessoais ( ) sim ( ) convênio ( ) contrato ( ) protocolo de intenções ( ) termo de cooperação técnica ( ) outros _________________________________________ ( ) Atualmente não existe, mas já existiu: ( ) convênio ( ) contrato ( ) protocolo de intenções ( ) termo de cooperação técnica ( ) outros _________________________________________ Quais os principais resultados anteriores? ___________________________________________________________________

- Qual o grau de influência da instituição? ( ) local ( ) estadual ( ) nacional ( ) internacional

4) Caracterização da gestão dos relacionamentos institucionais - A IE possui planejamento estratégico? ( ) não ( ) sim - A IEBT possui metas estabelecidas? ________________________________________________________________ - Existe planejamento das relações institucionais da IEBT? ( ) não ( ) sim - Como ele é feito? ________________________________________________ - A IEBT realiza algum procedimento pró-ativo para manutenção das relações institucionais existentes? ( ) não


238

( ) sim - Qual? _________________________________________________________ - A IEBT registra os relacionamentos desenvolvidos? ( ) Porta cartões ( ) Banco de dados digital ( ) Lista de telefones ( ) Outros ________________________________________________________

5) Caracterização do corpo técnico - O gerente e membros do comitê gestor participam de associações, clubes de serviços ou similares? ( ) Associação comercial e industrial ( ) Clube de serviço ( ) Associação de profissionais ( ) Outros - O gerente ou funcionários da IEBT recebem capacitação ou orientação para realizar articulações? ( ) não ( ) sim Qual? _____________________________________________________________ - Existem facilidades para o estabelecimento de relações institucionais locais, estaduais, nacionais ou internacionais? __________________________________________________________________ - Existem dificuldades para o estabelecimento de relações institucionais locais, estaduais, nacionais ou internacionais? _________________________________________________________________ - Existe necessidade de uma melhor articulação institucional? Sugestões para melhorias. __________________________________________________________________


239

ANEXO II Modelo do questionário utilizando como exemplo o caso 1 – CINET.

Prezado(a) senhor(a) empresário(a) da Incubadora CINET Com o objetivo de elaboração de tese de doutorado relacionada às redes sociais desenvolvidas através da incubadora de empresas - CINET, solicitamos seu apoio no preenchimento da planilha a seguir. Obrigado. Renato Fonseca de Andrade Doutorando DEP/UFSCar 1) Instruções: - Quando houver, marcar com “X” a relação entre ações já desenvolvidas por sua empresa durante o período de incubação e os atores institucionais responsáveis ou facilitadores das ações. Poderão ser registradas quantas relações “ação x ator” forem necessárias. - Enviar arquivo digital preenchido para a gerência da Incubadora até 30/09/08. Uma breve conceituação das ações é apresentada a seguir. 2) Lista de ações: Consultoria/apoio tecnológico: realização de atividades de consultoria relacionadas ao desenvolvimento de novas tecnologias ou à resolução de problemas tecnológicos. Ação de capacitação: realização de atividades (cursos, palestras, seminários, workshops) de capacitação em gestão de negócios, empreendedorismo ou tecnologia. Ação de mercado: participação em atividades relacionadas ao desenvolvimento de mercados (feiras, rodadas de negócios, missões comerciais, etc). Projeto PIPE: existência de projeto PIPE aprovado no período de incubação. Projeto RHAE: existência de projeto RHAE aprovado no período de incubação. Projeto Subvenção Econômica: existência de projeto Subvenção Econômica aprovado no período de incubação. Acesso a recursos humanos: contratação de recursos humanos (CLT, estágio, terceirização etc). Acesso ao crédito: obtenção de recursos financeiros para investimentos na empresa. Acesso a investidores: contato com investidores interessados em aportar recursos em empresas de tecnologia.


240

Isenção de impostos e taxas: benefícios legais concedidos à empresa instalada na incubadora (por exemplo: IPTU, ISS etc) Grupo de projetos/pesquisa: participação conjunta em grupo de projeto/pesquisa (desenvolvimento de produtos ou processos, pesquisa tecnológica etc).

3) Relação de siglas de atores:

SEBRAE-SP - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária UFSCar - Universidade Federal de São Carlos USP - Universidade de São Paulo PMSC - Prefeitura Municipal de São Carlos MCT CNPQ – Ministério da Ciência e Tecnologia/ Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico MCT FINEP - Ministério da Ciência e Tecnologia/Financiadora de Estudos e Projetos SECT - Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo ANPROTEC - Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial CIESP - Centro das Indústrias do Estado de São Paulo ETEC Paula Souza – Escola Técnica Paulino Botelho FAPESP - Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo UNESP - Universidade Estadual Paulista AURP - Association of University Research Parks SOFTEX - Sociedade Brasileira para Promoção da Exportação de Software ADVB - Associação dos Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil IASP - International Association of Science Parks NBIA - National Business Incubation Association


241

ICSB - International Council for Small Business


242

(*)Empresa: Isenção Participação em Projeto Acesso Acesso Acesso aos Consultoria/apoio Ação de Ação de Projeto Projeto de grupo de Subvenção recursos ao investidores impostos tecnológico capacitação mercado PIPE RHAE projeto/pesquisa Econômica humanos credito e tributos SEBRAE-SP EMBRAPA UFSCAR USP PMSC MCT CNPQ MCT FINEP SECT ANPROTEC SENAI CIESP ETEC FAPESP UNESP AURP SOFTEX ADVB IASP NBIA ICSB

(*)Obs. Por razões de confidencialidade, o nome da empresa não será apresentado no trabalho final.


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