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REVELANDO SP CULTURA PAULISTA TRADICIONAL
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revista RMC/2o semestre 2015
At en d i m en t o c o m h or a m a r c a d a
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região metropolitana de campinas/ano 12/ no 9 EDITOR EXECUTIVO Renato Leodário JORNALISTA RESPONSÁVEL Berna Lopes Mtb. 19303/78/88/SP CONSELHO EDITORIAL Achilli Sfizzo Júnior Alessandro Andreo Claudia Garcia Cleber Poli Eduardo Rodrigues Hélio Soares da Silva Luiz Carlos Schlaschta Milton Morila Bonadio Raquel Rojas Ricardo Ribeiro Sérgio Castro Sônia G. Faraco Pires EDITOR DE ARTE & CULTURA Marcos Rizolli REVISÃO Marcelo Felix CONSELHO JURÍDICO Daniel Pinto COMERCIAL Renato Leodário renato@revistacampinas.com.br INTERNET e EDIÇÃO ON-LINE www.revistarmc.com.br cultura@revistacampinas.com.br Facebook: RevistaRMC Twitter: @revistarmc Flickr: RevistaRMC DESIGN GRÁFICO Sueli Rojas COLABORADORES Alberto Nasiasene, Alcinéia Barão Martins, Ana Lúcia Freitas Ana Paula Silva, Bárbara Roncada, Cárita Abdal Célia Gonzalez Pinto, Cláudio Bernardo, Cuca Jorge, Darcy Misa Ede Rojas, Edivaldo Gonzalez, Edivaldo Alves Edlene Rodrigues, Elana Garofo, Gabriel Zanardelli Vince Esgalha Isabel Pagano, Janis Lyn, Jorge Santos, José PBK José Roberto Silva, Karla Ehrenberg, Lais Sansoni Leandro B. Peixoto, Leda Vasconcelos, Loly Demercian Lucy Ribeiro, Margarete Lopes, Maria Lúcia Ribeiro,Mariana Lapa Monyca Kühl, Nathalia Fernandes, Paulo Cesar Nascimento Renata Maccimo, Ricardo Orsi, Rodrigo Lins, Rogério Oliveira Rogério Parros Cappia, Samantha Oliveira, Sônia Maria Rodrigues, Renato Ferreira da Silva (in Memoriam) e Tatiane Fornari
Os artigos assinados e a publicidade são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores e não refletem necessariamente a opinião da revista. Acesso livre pela Internet e, quando impressa, possui 20 mil exemplares e Distribuição Gratuita nas 20 cidades da RMC. Projeto Revista RMC, reconhecido como Produto Cultural por:
EDITORIAL Chegamos ao final de mais um ano! 2015 ainda chora os acontecimentos tristes em Mariana e Paris, além de muitas outras tragédias que o ser humano faz, mas que só ele pode resolver. Mas essa edição da Revista RMC prova que, apesar de toda a brutalidade gerada por problemas políticos, sociais e econômicos, é através da Arte e Cultura que a humanidade avança, unindo os diferentes, dando voz ao excluídos e propondo ao mundo uma reflexão pacífica sobre esses problemas e como resolvê-los. Com muita imaginação, crítica, audácia e paz. Faça Arte, Não Faça Guerra! Por isso nossa Capa é uma homenagem à força e união da cultura do nosso estado: a 19ª Edição do Revelando São Paulo, em Valinhos. Uma festa surpreendente e maravilhosa que trouxe para a RMC um pouco da identidade cultural de 160 cidades do interior, com culinária, artesanato, música, dança e muito mais. Tem ainda o sensacional trabalho do artista Eduardo Kobra, muralista brasileiro que nos encanta a cada obra. O Jantar Compartilhado, uma grande ideia gastronômica do pessoal do Johny & Netto Buffet e Eventos de Campinas. INHOTIM, nosso Museu a céu aberto. E o persistente e desafiador ofício de restauração com Marcos Garcia. Aprecie também a Estação Cultura de Campinas, o Museu do CAFÉ em Santos, Holanda, lindas fotos e muito mais! E como prova que a arte é um meio para superar problemas leia o artigo da Hevlyn Celso, em ‘Cinema sem Barreiras’, com o Festival Assim Vivemos, abordando o protagonismo de pessoas com dificuldades em acessibilidade. Esse é o Brasil. Um país que ainda consegue abrir seus espaços na arte, construindo e desenvolvendo trabalhos aparentemente ‘impossíveis’. A Revista RMC encerra 2015 desejando a todos um grande final de ano e que as comemorações do nascimento de Jesus no Natal possam trazer PAZ a TODOS os cantos do mundo. Afinal de contas, estamos aqui para construir um mundo com mais tolerância e amor. Que venha 2016! Abraços a todos!
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REVELANDO SP CULTURA PAULISTA TRADICIONAL
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Renato Leodário Editor Executivo
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Revista RMC
SUMÁRIO
3 ....................................................................Editorial / Expediente 4 ............................................................................................Índice 6 .............................................................................................Cartas 8 ............................ Cinema Sem Barreiras / Festival ‘Assim Vivemos’ 14 ...................................Restauro, o Ofício de Preservar a Memória
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20 ..............................Estação Cultura em Campinas 28 .Romi-Isetta, Um Lançamento que Mudou o Brasil
46 ...................................................LIVRO: Sérgio Milliet 100 anos Trajetória, Crítica de Arte e Ação Cultural
48 .......................... Arte Urbana – EDURADO KOBRA
104 ..................................... Fotografia CUCA JORGE
112 ....................................................... Fotografia EDIVALDO ALVES 120 ......................................................Fotografia NOILTON PEREIRA
124 ............................Fotografia SP-ARTE 9ª Edição 130 .................................... Museu do Café - SANTOS
132 ..Trem - ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) 136 .......................................11ª Edição do Salão Latino-Americano de Veículos Elétricos 138 ....................................................................... Turismo INHOTIM
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fotógrafo Alan Teixeira
64 ............................................................................SESC-Campinas 68 ................................................................................... Americana 69 .............................................................................Artur Nogueira 70 .....................................................................................Campinas 72 .................................................................................. Cosmópolis 73 .......................................................................Engenheiro Coelho 74 .....................................................................................Holambra 75 ..................................................................................Hortolândia 78 ................................................................................... Indaiatuba 81 ..........................................................................................Itatiba 84 ...................................................................................Jaguariúna 85 ...................................................................................Monte Mor 86 ..................................................................................Morungaba 87 ................................................................................ Nova Odessa 89 ........................................................................................Paulínia 90 ....................................................................................... Pedreira 91 ..................................................................Santa Bárbara d’Oeste 92 ................................................................Santo Antonio de Posse 94 ........................................................................................ Sumaré 95 .......................................................................................Valinhos 96 ....................................................................................... Vinhedo 98 ..................................... CAPA “Revelando São Paulo” - VALINHOS
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143 ............................................ Turismo HOLANDA
156.................................................................. Intercâmbio Cultural 160............................................................................... Gastronomia 162 .............................................................................. CPFL-Cultura 164 .........Justiça/Ministério Público – IMPROBIDADE EMPRESARIAL 167 .......................................Carros - Cristalização sem uso de água 168 ...........................Comportamento – SITE DE RELACIONAMENTO 170 ......................................................Medicina - BALÃO GÁSTRICO 171 ............................................................. Medicina – HOME CARE 172 ................................................. Medicina – CIRURGIA DE NARIZ 174 .............................................................Medicina – ENXAQUECA 176..................................................Medicina – “FALHA NA HORA H” 178.................................................................. Saúde - Eduardo Rios 182................................. Economia – 5 PASSOS PARA SAIR DA CRISE 183..................................................Cosméticos - EFEITO CINDERELA 184.................. Religião/Vida “NÃO TENHA MEDO DE MÁS NOTÍCIAS” 186 ....................................... 42º SALÃO DE HUMOR DE PIRACICABA 192..........................................................................................Frases revista RMC/2o semestre 2015
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cartas E-MAIL’S, TWITTER’S, FACEBOOK’S e MÍDIAS SOCIAIS “Maravilhosa a capa desse 1ºSemestre/2015, adorei!” – Paula Levi – Campinas “Fantástica essa edição da revista, vocês se superam a cada publicação, parabéns!” – Ana Carolina – Monte Mor “É sempre gratificante ler uma revista tão agradável quanto a Revista RMC, a Mostra Mundi de Artesanato estava sensacional.” – Régis Camargo – Cosmópolis “É linda a reportagem do SESC-Campinas, local muito bonito e cheio de atrações, ideal para levar os filhos e os amigos.” – Antônia Silva – Morungaba “Gostei muito da matéria sobre energia solar, acho que esse é o melhor caminho para o Brasil, muito oportuno as informações de que Campinas na RMC vai ter uma fábrica de painéis solares, pode baratear tudo.” – Carlos Rocha – Campinas
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INÉIS ICA DE PA EIRA FÁBRPINAS-SP IM PR AM M EM CA ÇÃO ANUNCI CHINESES AICOS NO BRASIL, . PLACAS PERMITEM A GERA ENTO FOTOVOLT R. VESTIM
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dita que ústria e a BraAgênci Ex- to, Ind Monteiro, acreplanta para o nte da preside Promoção de Armand de uma nova taicos ntos s fotovol apesileira de e Investime io- chegada de painéi da não es portaçõ sil), David Bar e fabricação e ser celebra empregos, dev ent os (Apex-Brae a vice-presid Li, no Brasil ação de nov mulo ger um estí a lla to, Ste ia ni Ne nas pel bém por ser indústr po BYD, terça-feira nto da s tam ime do Gru ma é um na olv menaram desenv nova unidade que anunci 15), investi para o ta gia, para ional. “Es em alta tecnolodo nosso (19.05.20 150 milhões os nto pai- nac tos de R$ eira fábrica de A investime a setores indiret os postos sil. nov estimulará ustrial. São r de grande ão da prim taicos no Bra MW instalaç vol ind seto 400 foto que ir itos um res par . Há mu néis sola presa é produz Na ocasião, alho, em . em de trab nto tecnológico ração”. meta da solares por ano ão um mes adensame itivos nesta ope que a conde painéi e a BYD assinar para ofipos s explica a nto fatores Barioni rtes estrangeiro a Agênci de entendime cerimônia David apo .A muito s para morando investimento ão de que envolve to, no cretizaç o tempo ção de área endo Planal cializar Palácio eiro-ministro é uma decisão por isso leva is, localiza cipalm no um ento, “É com a operacionada fábrica e, prinernamental aconteceu visita do prim ão planejam concretizada. da s par ano bito po g. instalaç ução gov estadual e âm ian do Gru a ser r até três que , interloc Li Keq faz parte 180 par a empresa leva uma decisão te, na esferas: federal chinês, rgy ga pre Ene É caso as um A BYD e chinês que em Neste nas três l. o recurso. ant es instalad aplicar cifras vultosas. dinheiro, vai municipa do BYD, gig s em 15 unidad ndo. Desde empresa envolve soa ito além um avanço do mu s – A mil pes rcado co, mu de pesnta represe sil, inaugu- Mais investimento um centro ias partes specta o me com específi foco mento em vár conta também imento com grupo pro a o Bra produção o investi ulos instalar de 2011, o e, desde então, ncia vingico par desenvolv gias para veíc agê tecnoló a nova frente olo quisa e brasileiro Apex-Brasil, Desenvolvium energia , tecn e do esgrid da dos ran rt ”. erior empresas o em estu baterias, sma o apoio Ministério do re rcio Ext s, energéticax-Brasil apoia ao elétrico ções sob culada ia e Comé o, o grupo A Ape informa de custos Indústr mento, No ano passad milhões na geiras com iro, análise ). tran (MDIC rtou R$ 100 de ônibus o brasile mercad apo a fábrica ). chinês (SP ão de um instalaç em Campinas s elétrico e 2015 o semestr RMC/1 ista rev 132
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trae descen a o limpa itiv , a geraçã is compet Com isso cada vez ma da será pretende po BYD Para o liza Brasil”. n sil. 7, o Gru Até 201 bilhão no Bra amentais no a 1 ern nov R$ r a gov e o esti s çõe O centro serão inv to Maluf, ude rela inação. bém diretor Brasil, Adalber ina solar e ilum paineis tam s solares de as. da BYD nto em painéi rgia limpa. fábrica Campin misso ene me ta, dos em nosso compro tudo investi a nova fase da instala gia de ponsig www. que o ão em gura um uma tecnolo 426.0775 que “Creio gia e a inovaç asil 61.3 brasileiros “Traremos double glass, voltáicos olo te: Apex-Br r foto com a tecn mos, trará aos renovável da de res ma de Fon il.com.b sola cha rgia faze paineis cia e durabilidaais. apexbras em ene s futuros, e o que rnativa nificará iên cion efic ven ior uma alte tar os desafio el e mais dáv ren com ma aos paineis con 133 para enf a vida mais sau -presidente ção 2015 e rela estr em o sem viver um e”, afirma a vice RMC/1 ant revista gratific BYD, Stella Li. sênior da
“Nunca tive a oportunidade de conhecer a cidade de São Paulo, mesmo estando tão perto, mas vendo o artigo sobre Arquitetura e os prédios de lá, me senti muito emocionado, lindas imagens, obrigado!” – Raphael Menezes – Santa Bárbara D’Oeste “Gostoso de ler a matéria sobre a fotógrafa Tina Gomes e os Museus, parabéns a todos da equipe da Revista RMC, vocês são de muito bom gosto, curto muito as postagens de vocês no Facebook, sempre lindas e bem informativas, continuem assim.” – Sofia Garcia da Costa – Hortolândia “Como não se sentir tocado com o artigo sobre o pessoal da OperaCÃO Resgate, é sempre confortante saber que nem tudo está perdido e que ainda existem pessoas de bem perto de nós.” – Áurea Martins Lopes – Itatiba
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SP-ARTE FOTO - 9ª EDIÇÃO - SHOPPING JK IGUATEMI - foto de Alessandro Gruetzmacher
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CINEMA SEM BARREIRAS Festival Assim Vivemos traz protagonismo e acessibilidade às pessoas com deficiência Texto de Hevlyn Celso Fotos de Leandro Joras, Hevlyn Celso e Divulgação
A CADA DOIS ANOS , o Centro Cultural
Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília recebe o Assim Vivemos - Festival Internacional de filmes sobre pessoas com deficiência que além de tê-las como protagonistas, traz toda a acessibilidade para que possam usufruir plenamente da experiência como audiodescrição, catálogos em Braile, legendas em Closed Caption, intérpretes de Libras e arquitetura acessível. Mas não são somente elas que saem enriquecidas com o evento; muitas pessoas sem deficiências ficam admiradas com o que aprendem após verem os filmes. A ideia surgiu em 2001, quando a produtora e diretora de cinema Lara Pozzobon e o marido, o cineasta Gustavo Acioli, foram convidados a levar seu premiado curta metragem “Cão Guia” para um festival de filmes em Munique, na Alemanha. Não sabiam que o evento era temático e ficaram tão fascinados com o que viram, que quiseram trazer o festival para o Brasil, então se inscreveram em um edital do CCBB e, em 2003, montaram a primeira edição. Não época não havia audiodescrição, a descrição detalhada dos personagens e das ações que acon8
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tecem entre os diálogos dos atores, para que pessoas com deficiência visual “ visualizem” as cenas, então Lara chamou a irmã, a atriz que fez a personagem cega em “Cão Guia”, que havia feito diversos laboratórios de reabilitação no Instituto Benjamim Constant e aos poucos, junto com a equipe da Lavoro Produções, da qual é fundadora, foram desenvolvendo a tecnologia pioneira. Para que o festival seja possível, Lara e o marido fazem uma pesquisa extensiva das produções mundiais sobre o tema, convidam os diretores a enviar os filmes e assistem a todos antes de fazer a seleção. Para a 7ª edição deste ano, foram 155 filmes inscritos, entre curtas, médias e longas, sendo os 33 finalistas escolhidos dentre 20 países como Alemanha, Austrália, Bélgica, Chile, Espanha, França, Irã, Israel, Itália, México, Rússia, Ucrânia e sete produções brasileiras entre filmes de ficção e não ficção. Todas as sessões tem entrada gratuita e após algumas delas, são feitos debates sobre os temas mais pertinentes, geralmente com a presença de especialistas em acessibilidade e pessoas com deficiências. A cada sessão, o público recebe uma cédula para
que vote nos filmes que mais gostou. Há uma premiação do melhor filme pelo voto do público e outra feita por jurados com deficiência e/ou profissionais especializados em inclusão. Autonomia em Pauta Segundo a diretora do festival, as duas principais novidades deste ano foram a exibição de filmes de ficção atuados por pessoas com síndrome de Down, o que representa uma evolução e a autonomia do adulto
com deficiência, principalmente deficiência intelectual, o grande tema que perpassa a grande maioria dos filmes. “Este é o tema do momento e nos congressos e seminários que participo tenho ouvido falar muito nisso. Estamos todos batalhando para que as crianças com deficiência entrem nas escolas regulares, os jovens têm vários projetos para o mercado de trabalho, mas e os mais velhos?”. Lara diz que muitas vezes se apaixona pelos personagens dos filmes que seleciona. O filme “Prima Madden”,
por exemplo, ela é uma francesa, prima do rapaz que dirige o filme. A gente tem vontade de encontrar com ela, conversar, trabalhar junto, porque são pessoas muito interessantes. Eu fico encantada, porque apesar das pessoas terem diferenças no comportamento, na conduta social e mesmo na forma de raciocínio, as coisas que elas falam e fazem são muito parecidas com o que nós faríamos e diríamos se tivéssemos menos reservas, menos repressões, porque o que elas expõem são as coisas que passam pela cabeça
Lara Pozzobon
de todo mundo, e isso me intriga, me encanta e por isso me relaciono tão afetivamente com os personagens, por isso gosto tanto de fazer esse festival”. Uma das iniciativas da diretora e sua equipe foi solicitar junto ao orçamento do CCBB o transporte revista RMC/2o semestre 2015
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RMC Cinema gratuito em vans de instituições que dão assistência à pessoas com deficiência, além de grupos de alunos do ensino médio e superior. “Em Brasília tivemos uma professora que pediu, era um grupo de alunos que estavam no primeiro período da faculdade de assistência social, de psicologia, e é um periodo maravilhoso para você mostrar um festival como esse, às vezes pode determinar uma carreira. A pessoa de repente desperta para algo que talvez não fosse despertar tão cedo, talvez só com a maturidade, mas dá um choque muito bom intelectual e afetivo ao mesmo tempo, porque o cinema é isso, a vantagem dele é que o aprendizado que a gente tem com os filmes passa por um lugar de afetividade dentro da gente que fica muito mais forte.” O contato com outras realidades A revista RMC esteve presente durante o Festival Assim Vivemos no CCBB em São Paulo no fim de setembro e conversou com algumas pessoas que assistiram aos filmes. A técnica pedagógica de serviço de assistência à família Cristina Marcelino de Torres, 50 anos, foi ao festival com a amiga Ester Enicei Dias Nascimento e disse ter gostado muito da iniciativa.”Eu achei excelente porque como fazemos a visita à pessoa com deficiência, temos muita dificuldade em saber como abordar. E esse primeiro filme que eu assisti “Record Mundial”, a gente verifica isso mesmo, que às vezes a pessoa não sabe nem como abordar, sempre está fazendo as mesmas perguntas, então isso pra gente, como formação, é muito importante para podermos reproduzir para as pessoas que atendemos”. Assíduo frequentador do espaço 10
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Cristina Marcelino de Torres e Ester Enicei Dias Nascimento
Carlos Alberto de Brito
Rogério Timóteo
Aquico Niuva
cultural, o pintor e artista plástico Carlos Alberto de Brito, 72 anos, viu uma das sessões do festival por curiosidade e achou tão interessante que acabou retornando nos outros dias. Conta que certa vez trabalhou com um rapaz muito inteligente que tinha um comportamento considerado estranho e que por isso, era incompreendido pela família. De acordo com Carlos, ninguém percebeu que ele era autista, mas por tentar compreendê-lo e “entrar em seu mundo” acabou se tornando seu amigo. “Muitas famílias não aceitam, e não é só o autismo não, é qualquer transtorno da criança. A pessoa vai crescendo, e se não enxerga, dizem que enxerga, se não ouve, acham que ouve, negam que há uma deficiência e o autismo mais ainda”. É a segunda vez que o tradutor e intérprete de Libras Rogério Timóteo, 36 anos, comparece ao festival e para ele, a temática é interessante por abordar as especificidades de cada tipo de deficiência e também por mostrar que dificuldades podem ser superadas. “Eu trabalho no núcleo de acessibilidade de uma universidade federal e lá estudamos projetos que contemplam o ingresso da pessoa com deficiência no ambiente educacional. A mostra traz uma visão social da deficiência que é muito importante, porque você tira o estigma que o deficiente é “coitadinho” e que ele precisa apenas de uma visão assistencialista”. Para a aposentada Aquico Niuva, 68 anos, conhecer a realidade de outras pessoas é importante para que possamos ajudá-las. “ Vivemos no mesmo mundo e somos todos irmãos; os cientistas dizem que o ser humano
Debates sobre os temas mais pertinentes, geralmente com a presença de especialistas em acessibilidade e pessoas com deficiências
não usa nem 10% de sua capacidade cerebral, mas penso agora que talvez essas pessoas que vimos nos filmes estejam usando muito mais do que isso e será que não somos nós os deficientes? Acho que as pessoas precisam sair um pouco do seu egoísmo, do seu dia a dia que todo mundo sai atropelando o outro, e se pararem um pouco para ver o exemplo que essas pessoas nos dão, seria um bom aprendizado”. A equipe do festival já entrou em contato com as prefeituras de Campinas e outros municípios do interior de São Paulo e busca patrocínio e parcerias para expandir o projeto para outras cidades. O Festival Assim Vivemos estará no CCBB de Brasília durante os dias 2 a 14 de março de 2016. Mais informações: www.assimvivemos.com.br
O público recebe uma cédula para que vote nos filmes que mais gostou
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“A onda trz, o vento leva” - Brasil
“Soluções promissoras”- França
“Pássaros sem asas”- Ucrânia
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“Marina não vai a praia” - Brasil
Documentário “Enriqueta” - Chile
Alguns dos filmes do festival no CCBB
“E agora José, Maria e João” - Brasil
“Carmina, viva a diferença” - Alemanha
“Alenka” - Eslováquia
“Conjuntos” - Brasil
“A criança e o golfinho” - Bielorussia
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RESTAURO, O OFÍCIO DE PRESERVAR A MEMÓRIA Marcos Garcia de Oliveira
NOS DIA DE HOJE, com essa atual febre pela tecnologia, a palavra “memória” só tem o significado da informática, pois estamos vivendo a era da novidade, do moderno, do original, e viramos as costas para o ontem, para os valores que esse ontem nos trás. Deixamos a palavra sábia dos mais velhos e passamos a ouvir nossos filhos, são os nossos filhos as prioridades, são eles que nos trazem a novidade. Com essa loucura da novidade e da tecnologia, estamos vivendo cada dia mais rápido a cultura do descartável, na qual tudo dura no máximo seis meses. Logo surge uma nova versão que transformar tudo que era novo até então em sucata. Nessa “era do novo” o restauro das coisas é desconhecido. Portanto, nos dias atuais, é uma coisa estranha se falar em conservação de patrimônio, restauro de um objeto ou imóvel, pois parece mais lucrativo e vantajoso destruir para construir algo novo. Mas é preservando a 14
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Sede da Corporação Musical Carlos Gomes Fachada do Prédio após o restauro
Casarão antes do início dos restauros.
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memória de quem fomos que descobrimos a verdade de quem somos. Sem memória cortamos nossas raízes e perdemos valores importantes na nossa formação como seres humanos e como coletividade. Preservar os monumentos históricos e artísticos de uma cidade nos torna mais ricos, pois a cada época o homem produziu belezas diferentes, e são essas belezas os verdadeiros tesouros de um povo. Trabalhando com arte há trinta e cinco anos, com formação artística em Paris e Bruxelas, onde estudei e trabalhei durante dez anos, aprendi a importância da preservação de obras de arte e patrimônio artístico e histórico, pois a Europa detém hoje os recordes de visitantes interessados em conhecer sua historia e sua cultura. Esses países consagram grandes somas de dinheiro à conservação de seu patrimônio porque sabem da importância da história tanto para sua população quanto para atrair visitantes de todo o planeta. Esse é, sem duvida, um investimento rentável em todos os aspectos. O Atelier Marcos Garcia foi responsável por alguns projetos de restauro, destacamos aqui quatro deles. Dois foram realizados por financiamento particular e os dois outros com verbas obtidas através de leis de incentivo. Museu da Energia de Itu O Projeto de instalação do Museu da Energia foi feito por uma associação de São Paulo e restaurado com recursos vindos de leis de incentivo. Um casarão datando de meados
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do século XIX que após vários usos foi transferido em 1998 para a Fundação de Energia e Saneamento que o restaurou. Neste projeto o Atelier Marcos Garcia foi responsável pelo restauro das pinturas internas do casarão. Sede da Corporação Musical Carlos Gomes Prédio construído no inicio do século XX para abrigar a sede da banda. Neste projeto o Atelier Marcos Garcia foi também responsável pelo restauro de todo madeiramento interno e externo e o restauro das pinturas. Capela da Casa de Saúde de Campinas Capela pintada na década de cinqüenta pelo pintor Nicola Zezza, foi restaurada graças à iniciativa de um grupo de senhoras associadas da Casa de Saúde que arrecadaram os fundos necessários à preservação de um lindo patrimônio artístico de Campinas. Neste projeto também fomos responsáveis por todo o restauro das pinturas e dirigimos o restauro dos preciosos vitrais da Capela, feitos pelos funcionários da Casa Conrado. Restauro do Painel do Salão Nobre da Associação Atlética Ponte Preta. Painel encontrado durante os trabalhos de reforma do Estádio por ocasião do Centenário do Clube. Todo pintado a cal pelo artista Thomaz Perina.
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Museu da Energia de Itu - Detalhe do restauro do salão principal, com pintura feita em stencil e barrado com falso mármore.
Sede da Corporação Musical Carlos Gomes finalização dos trabalhos, a aplicação do sinteco protetor do piso inteiramente reformado.
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Painel do Salão Nobre da Associação Atlética Ponte Preta - vista geral do painel por ocasião de sua descoberta.
Painel totalmente restaurado
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Capela da Casa de Saúde de Campinas - Etapa intermediária, quando os reparos já foram feitos e o preparo esta pronto para receber a camada final e ao fundo, parede finalizada com a reintegração das cores originais revista RMC/2o semestre 2015
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ESTAÇÃO
A ESTAÇÃO CULTURA é um centro cul-
diversas atividades culturais, como tural administrado pela Secretaria oficinas, ensaios, reuniões e encontros Municipal de Cultura de Campi- de iniciativas culturais e de órgãos nas, onde são realizadas diariamente da Prefeitura de Campinas. Por sua 20
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localização central e seu amplo estacionamento, é também um espaço com vocação para grandes eventos, com capacidade para receber até 10
CULTURA mil pessoas na antiga plataforma de A Estação Cultura é um local púembarque. Abre diariamente e funcio- blico, aberto e voltado para o povo de na de segunda à sábado das 8h às 22h Campinas, um espaço da diversidade, e domingos das 9h às 20h. onde pessoas e linguagens artísticas se
encontram e convivem em harmonia pelas ricas manifestações culturais de nossa cidade. É também o local onde os movimentos sociais se reúnem para
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estação cultura
sair em cortejo pela Rua 13 de maio, o principal “calçadão” do centro de Campinas. Diariamente a Estação é ocupada com agendamento de suas salas e sala dos toninhos auditório com alta taxa de utilização, contando com a presença de diversos rinstitucionais) e tem como objetivo agentes culturais, além de outros. coletivos da sociedade civil, entre eles implementar um sistema permanente de gestão compartilhada, contando Gestão Compartilhada de Espaços – Dengrupos de teatro, dança e capoeira. com o envolvimento, a integração e tro da frente de Gestão CompartiLaboratório de Produção Cultural da Es- a participação das iniciativas culturais lhada, a Estação Cultura também tação Cultura – O Laboratório de que frequentam e utilizam o espaço, promove alguns espaços nos quais Produção Cultural é a metodologia buscando construir e potencializar a sociedade civil organizada divide de gestão da Estação Cultura, en- processos culturais e artísticos em responsabilidades de organização e volve 6 frentes de trabalho (Gestão rede, com foco na Estação Cultura. programação. Entre esses espaços Compartilhada, Produção Colabo- Conta também com a participação de há a Casa do Hip Hop, a Sala dos rativa, Comunicação Colaborativa, redes parceiras, formada por coletivos, Toninhos, a Sala do Coletivo de SalvaFormação, Memória e Relações inte- universidades, pontos de cultura e guarda de Capoeira, o Vagão de Teatro 22
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vagão dos bonecos
de Bonecos e a maquete de trens da exposições e encontros artísticos. Em AMFEC (Associação de Modelismo sua frente de formação oferece cursos Ferroviário de Campinas). gratuitos de teatro adulto e infantil, iluminação cênica, mamulengo e Sala dos Toninhos – É uma sala cênica teatro de bonecos, artes plásticas e que comporta em torno de 70 pes- contação de histórias. soas. Trata-se de uma sala dentro de um barracão, que estava desativada Vagão de Bonecos – É um teatro e e foi reformada pela Rede Usina espaço museológico destinado à pesGeradora, um coletivo formado por quisa da linguagem teatral (teórica 11 grupos artísticos da cidade, que e prática), apresentações, formação, se uniram e se dedicam com tempo e difusão e tem como objetivo ser um trabalho em três principais frentes de espaço permanente de diálogos sobre atuação: fruição cultural, formação e a nobre e tradicional arte do teatro comunicação. de bonecos. A iniciativa é inédita no Na frente de fruição cultural, pro- Brasil e está sendo implementada pelo move temporadas teatrais regulares, Ponto de Cultura Inventor de Sonhos,
pela Rede Usina Geradora e pelo Laboratório de Produção Cultural da Estação Cultura. Um antigo vagão de trem da plataforma passou por leves intervenções sem afetar a sua estrutura original, recebeu um processo de interação estética do artista plástico João Bosco que, com sua plasticidade, fez adaptações de seus espaços internos e externos para que o universo lúdico estivesse presente em todo o ambiente. Casa do Hip Hop – É uma Casa de Cultura que trabalha com diversos grupos de Hip Hop, que ensaiam diariamente tanto em salas da Estação, quanto na revista RMC/2o semestre 2015
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estação cultura
plataforma. A dança é a linguagem mais presente e aos sábados a Estação Cultura é procurada por diversos jovens da Região Metropolitana de Campinas que se encontram para treinar as diversas variações das danças de rua.
Antiga estação ferroviária central
lismo ferroviário, que além do gosto de “rodar um trenzinho” têm paixão e prezam pela preservação histórica das ferrovias. Fundada em 10 de maio de 2007, tem sua sede na Cabina #2 da Estação Cultura e seu horário de funcionamento é aos sábados, das 9h às 17h. Para agendar visitas durante a semana, entrar em contato amfec. AMFEC pres@hotmail.com. A Cabina #2 foi construída por Associação de Modelismo Ferrovivolta de 1922, quando a Companhia ário de Campinas – é uma associação que congrega aficcionados em mode- Paulista eletrificou o trecho entre Sala da Salvaguarda da Capoeir – Espaço dedicado às ações de salvaguarda da capoeira, reconhecida como patrimônio imaterial de Campinas e debatida pelo coletivo formado por mais de 15 grupos de capoeira, que também compartilha a gestão da sala com o Laboratório de Produção Cultural.
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Jundiaí e Campinas para gerenciar o controle de desvios no pátio da Estação. Os comandos de controle, apesar de desativados, ainda estão no mesmo lugar onde foram instalados. A AMFEC possui uma maquete, já em seu 6º ano de construção, em escala HO[1] (1:87) com mais de 300 metros de trilhos assentados, distribuídos em 2 linhas principais e 4 pátios de manobras. Por ser totalmente digital[2], comporta até 14 composições distintas se locomovendo ao mesmo tempo.
Mercado Mundo Mix
Contexto histórico – A Estação Cultura (também conhecida no passado como Estação Central de Campinas, Estação da FEPASA ou Estação de Campinas) é a antiga estação ferroviária central da cidade de Campinas, onde 3 companhias ferroviárias se interligavam. Inaugurada em 11 de agosto de 1872 com uma grande festa e contou com a presença do então Imperador D. Pedro II, que veio de trem com sua comitiva desde Jundiaí. Foi inaugurada em 1872 e tombada como patrimônio histórico e cultural da cidade em 1982. Considerada um dos pontos turísticos da cidade, recebeu em 9 de setembro de 2011 o
nome de Estação Cultura - Prefeito Antônio da Costa Santos. Foi utilizada como estação ferroviária até 15 de março de 2001, data em que partiu o último trem de passageiros com destino a Araraquara. Desde julho de 2002, com a desativação completa da RFFSA (Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima), passou a abrigar a Estação Cultura, administrada pela Prefeitura Municipal de Campinas. Desde julho de 2002, com a desativação completa da RFFSA, o local passou a abrigar a Estação Cultura, administrada pela Secretaria de Cultura de Campinas, que além de
promover diversas atividades culturais abriga também a 4ª Delegacia da Junta Militar e a parte administrativa da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas. O primeiro edifício construído tinha um corpo central térreo e dois blocos laterais com sobrados. Apesar do boato de que suas paredes foram construídas com a técnica de taipa de pilão, as paredes da estação eram de tijolos. Sua localização ficava onde hoje estão as plataformas 1 e 2, em frente ao saguão de entrada. Porém, com o aumento do número de passageiros e carga transportados, a primeira estação teve de ser demorevista RMC/2o semestre 2015
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Encontro de Samba Rock
lida, pois já não comportava mais o fluxo de pessoas, tornando necessário a construção de uma nova. Esta Estação abrigou os serviços burocráticos e também de gerenciamento de toda linha, pois todo controle de tráfego das composições partiam de Campinas. Da plataforma 1 e 2 partiam as composições da Companhia Paulista tanto no sentido Capital como interior, que seguia rumo à cidade de Itirapina, onde havia uma bifurcação, sendo que de um lado a estrada seguia para Bauru, chegando até a cidade de Panorama, e do outro seguia para São Carlos, Ribeirão Preto até Santa Fé do Sul. 26
Ao lado da plataforma 1, onde hoje está uma faixa de concreto, partiam as composições da Companhia Mogiana, que seguiam para Mogi Mirim, Aguaí, Triângulo Mineiro, chegando até a Capital Federal, Brasília. Ao lado da plataforma da Mogiana, hoje uma faixa de asfalto, partiam as composições do Ramal Férreo Campineiro, que seguiam para Sousas, Joaquim Egídio chegando até as Fazendas de Cabras e a do Dr. Lacerda. A Cia. Carril Agrícola Funilense, que tinha seu ponto de partida na estação onde hoje está em funciona-
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mento o Mercado Municipal, na Rua Benjamin Constant, seguia rumo à estação Guanabara, indo em direção a Barão Geraldo, Paulínia, Cosmópolis, Artur Nogueira chegando até Conchal. A Companhia Sorocabana tinha um ramal que ligava Campinas à cidade de Itu e com o tronco principal da ferrovia, que ligava São Paulo à região de Ourinhos e norte do Paraná. Importância da Estação no desenvolvimento de Campinas – Por volta de 1870, Campinas despontava como uma das principais cidades da província, tanto que recebe o título
de “Princesa d’Oeste”. Com a concentração de “Barões” do café na região e na esteira da revolução industrial, onde a ferrovia era um dos símbolos mais emblemáticos desta época, Campinas teve tudo para se desenvolver e se tornar uma grande cidade e a Estação foi o símbolo deste desenvolvimento, pois a vinda da ferrovia para a região propiciou seu rápido crescimento. Para se ter uma ideia, no ano de inauguração da Companhia Paulista, 1872, foram transportados 24.894 passageiros e 24.807 toneladas de mercadorias e, em 1890, 766.505 passageiros e 438.879 toneladas de mercadorias. Pelo volume de passageiros e mercadorias dá para se ter uma noção da importância da ferrovia e, consequentemente, da estação neste contexto, além de aglutinar em seu entorno todo o tipo de comércio.
Virada Cultural
da diversas linguagens. Entre os grandes eventos planejados para este ano estão a Feira Cultural Afromix (08/11), Portugal Fest (14 e 15/11), Campinas Hip Hop Festival (29/11), Mercado Mundo Mix (5 e 5/12) e o Encontro Paulista de Rodas de Samba, junto com o 1º Festival de Culinária Afrobrasileira e Africana (19/12). Boteco na Estação
book com o nome de Estação Cultura de Campinas, que se encontra neste link: https://www.facebook.com/ estacaocultura?fref=ts Programa de Formação do Laboratório de Produção Cultural da Estação Cultura Na frente de formação o Laboratório de Produção Cultural tem como rede parceira a Universidade das Culturas - UniCult, uma rede cultural que conecta projetos, coletivos, universidades, Pontos de Cultura, agentes culturais, entre outros, para refletir, fomentar e propor projetos no campo da formação cultural. Promove a articulação entre sociedade civil, organizações públicas e privadas e políticas públicas, mapeando dinâmicas culturais e potencializando estratégias de formação. Tem como parceira também a EMCeA - Escola Municipal de Cultura e Arte, da Secretaria Municipal de Cultura de Campinas, cuja sede fica na própria Estação Cultura. O objetivo é gerar troca de repertório entre as iniciativas e promover um processo de formação cultural e artística continuada.
O Boteco na Estação é um projeto mensal que neste ano de 2015 acontece no terceiro sábado de cada mês das 13h às 19h e que reúne apresentações musicais, um boteco convidado para Programação servir petiscos, uma cozinha cultural A Estação Cultura já recebeu com comidas típicas, uma cervejaria neste ano de 2015 mais de 170 mil especial e uma iniciativa de bazar. pessoas, aproximadamente 15% da Temporada Teatral população de Campinas em diversas atividades culturais, entre elas A temporada teatral na Sala grandes shows e eventos, como o dos Toninhos é uma programação Mercado Mundo Mix, o Encontro de Samba Rock e a Virada Cultural, mensal que em 2015 acontece no oficinas de teatro, artes plásticas e segundo final de semana de cada mês, dança e projetos com continuidade, com espetáculos às sextas, sábados como a temporada teatral da Sala dos e domingos e com o Celebrando o Toninhos, que acontece no segundo Outro Lado, uma confraternização final de semana do mês e o Boteco que encerra a programação com na Estação, que acontece no terceiro música ao vivo e que busca reunir e Fonte: Estação Cultura sábado do mês e completou um ano integrar artistas e público. A programação da Estação Cultu- Fotos de Neander Heringer, que faz parte da na edição de setembro deste ano. ra é divulgada pela página do Face- Rede Usina Geradora A programação é variada e aborrevista RMC/2o semestre 2015
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UM LANÇAMENTO QUE MUDOU O
BRASIL
Romi-Isetta - o primeiro carro de passeio fabricado em território nacional NO INÍCIO DOS ANOS 1950 , o Brasil ini-
ciava sua projeção rumo ao futuro: a economia crescia, e novos comportamentos e costumes surgiam. No País, vivia-se otimismo e uma necessidade por modernidade, que se espalhava por toda a sociedade: nas artes, na arquitetura, na indústria. As grandes cidades brasileiras tornavam-se maiores e mais complexas, recebendo a população, de todas as partes do país, que partia do campo. Getúlio Vargas fazia um governo nacionalista. Criou a Petrobras. Fundou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, hoje BNDES. Elaborou o Plano Nacional de Reaparelhamento Econômico, o Plano Nacional de Rodovias, o Fundo Nacional de Eletrificação. O objetivo dessas ações era transformar o Brasil, modernizá-lo e industrializá-lo. 28
Nesse contexto, em São Paulo, com 2,2 milhões de habitantes, os ônibus “papa-filas” representavam a realidade do transporte público. No começo da década, existiam apenas 299 mil automóveis particulares em todo o Brasil. Esses poucos automóveis eram importados ou montados no país em regime CKD, sistema que, trabalhando com peças importadas, limitava a geração de empregos, valor e distribuição de renda. No entanto, nesse novo país que crescia e demandava por modernidade, um fato iria modificá-lo para sempre: há 55 anos, no dia 5 de setembro de 1956, uma ensolarada quarta-feira, São Paulo testemunhou um desfile com os primeiros 16 exemplares do primeiro carro de passeio produzido em série no Brasil. Pela primeira vez, via-se circular por nossas ruas um car-
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ro que não era meramente montado com componentes importados, mas sim um carro realmente fabricado no Brasil – com 72% (em peso) de suas peças de fato produzidas localmente. Um carro Brasileiro, enfim. Um carro chamado Romi-Isetta. 1930 – O início de tudo 1930 marca o início das atividades da Romi, empresa que iria, apenas 26 anos após sua fundação, lançar o primeiro carro de fabricação nacional. Surgida como uma modesta oficina de reparação de automóveis, a “Garage Santa Bárbara” foi fundada por Américo Emílio Romi e seu enteado, Carlos Chiti. A pequena empresa, aberta no município paulista de Santa Bárbara d’Oeste, localizado a cerca de 138 km a noroeste da capital do Estado, logo se viu envolvida na manutenção de arados e outros implementos agrícolas, trazidos por imigrantes norte-americanos que povoaram a região. Da manutenção, partiu-se para sua produção seriada, e logo a empresa se transformou na maior fábrica de implementos agrícolas do País. Durante a Segunda Guerra, com as dificuldades de importação do aço e o racionamento dos derivados de petróleo, a produção de arados sofreu uma importante queda. No entanto, havia uma nascente indústria brasileira que necessitava de máquinas, especialmente tornos. Com os obstáculos à importação, tornos eram equipamentos essenciais. Lançados em 1941 com o nome Imor, os tornos Romi logo se tornaram presentes não só no mercado nacional mas também internacional. No final dos anos 1940,
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a Romi iniciou a produção de tratores, tendo sido a primeira empresa do Brasil a fabricá-los, sob a marca Toro. A Romi se tornou uma marca sólida, e é hoje um importante produtor mundial de máquinas-ferramenta e máquinas para processamento de plásticos, além de produtor de fundidos e usinados. Os produtos da Romi atendem às necessidades da indústria automobilística e de autopeças, entre muitos outros setores industriais. 1955 – Uma revista italiana. E a Romi conhece o Iso Isetta Carlos Chiti teve acesso a uma revista italiana, e, ao lê-la, se deparou com uma matéria sobre um carro que chamava a atenção de público e imprensa mundiais: o Iso Isetta. Um carro criado e fabricado na Itália, e inovador em todos os seus aspectos: da aerodinâmica forma em gota de chuva a seu projeto revolucionário. Chiti percebeu que o Isetta, um carro de conceito racional e idéias inteligentes, poderia representar uma revolução no mercado brasileiro de automóveis, pois o Isetta poderia finalmente inaugurar a era da indústria brasileira de automóveis, com carros genuinamente fabricados no país. Até aquele momento, os automóveis vendidos no Brasil eram ou importados já prontos ou apenas montados nas operações das multinacionais aqui instaladas, num sistema chamado CKD (“complete knock-down”, ou seja, carros completamente desmontados, cujas peças eram produzidas fora do país e aqui enviadas – para serem montadas pelas multinacionais). No pós-guerra, 30
o governo Getúlio Vargas iniciou o processo de efetiva industrialização do Brasil, com a criação, em 1951, da Comissão de Desenvolvimento Industrial (CDI), organismo que, pela primeira vez na história do Brasil, pôs em prática o planejamento industrial como um dos pilares para o desenvolvimento nacional. A CDI coordenava os trabalhos da Subcomissão de Tratores, Caminhões, Jipes e Automóveis, criada para estimular a implementação da indústria automobilística no Brasil. Os reflexos desta política desenvolvimentista produziram resultados já na primeira metade dos anos 1950, quando grande parte das peças de reposição ofertadas no mercado brasileiro já era produzida localmente. Neste momento, começavam a ser criadas as condições para a implementação efetiva do setor no País. Após estudar a concepção do Isetta e suas características produtivas, Chiti sugeriu a “Seu” Emílio: “Por que não trazemos um ou dois carros destes para saber que bicho são?” A idéia foi prontamente atendida, e duas unidades do Iso Isetta, de cor branca, foram logo importadas pela Romi, a fim de estudar a viabilidade de sua produção local. Um carro pensado em ser mini Na indústria automobilística, uma tendência ao se produzir automóveis pequenos e econômicos é tentar miniaturizar dimensões e componentes internos do veículo – solução incorreta, pois apenas reduzir dimensões e peso não torna o carro mais econômico ou funcional. Rusticidade,
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desconforto, falta de equipamentos básicos e de segurança são outros recursos que podem ser usados para se reduzir custos. Na contramão destas idéias inadequadas, o conceito do Isetta partiu do zero. Ele seria um carro econômico e confortável. Pequeno, mas espaçoso. Seguro e com performances adequadas. E sem perder a graciosidade e estilo. Assim, seus detalhes foram concebidos tendo estes e vários outros fatores fundamentais do projeto em mente, entre eles: as pequenas dimensões, a sua mecânica, os materiais empregados, os processos industriais de produção seriada, seus custos de aquisição e manutenção. Tudo no Isetta havia sido projetado de modo diferente, revolucionário, num conceito inteiramente novo: o carro foi deliberadamente pensado para não ser um carro comum. Dos aviões ao Isetta O Isetta nasceu de um conceito do engenheiro aeronáutico Ermenegildo Pretti e de seu assistente Pierluigi Raggi. Pretti trouxe para a indústria automobilística sua experiência acumulada ao projetar aviões. Assim, algumas das características marcantes do Isetta são puramente aeronáuticas: A carroceria aerodinâmica em forma de gota d’água, visando a minimizar a resistência ao ar A porta única frontal, trazida dos aviões cargueiros, que facilita o acesso ao interior do carro, fortalecendo a estrutura do veículo A cabine totalmente envidraçada, como nos caças a jato, possibilitando grande visibilidade Amplo uso de materiais caros mas
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leves, como o alumínio injetado ou fundido, o que resulta em alta eficiência energética, menor peso, boas performances e redução do consumo de combustível A ergonomia avançada, com todos os comandos ao alcance da mão, reduzindo a distração do motorista. Cuidado com a localização do centro de gravidade e distribuição de peso, resultando em altos níveis de estabilidade e segurança. Uma das patentes do Isetta se referia à possibilidade de estacionar o carro de frente para a calçada, reduzindo o risco de atropelamentos durante a entrada e saída dos passageiros. Dois carros, e surge uma indústria Um dos primeiros passos para a produção do carro no Brasil foi agendar uma visita à Itália, a fim de negociar um contrato. Junho de 1955. Américo Emílio Romi e Carlos Chiti embarcaram num Lockheed Super Constellation rumo à Milão, onde se encontrariam com Renzo Rivolta, o proprietário da Iso. Emílio passou mal durante o vôo e, assim que desembarcaram em Milão, foram recebidos pela diretoria da Iso que o levou a um hospital. Internado, constatou-se um infarto. Carlos Chiti se incumbiu dos negócios. Chegou-se a um consenso quanto ao direito de licença e aos royalties: 3% sobre o preço de venda de cada unidade. Carlos Chiti revelou, anos depois: “Na verdade, nossa intenção era maior, era convencer a Iso a se associar a nós, investir conosco, montar aqui uma empresa capaz de produzir 50 mil carros por ano. Só que a Iso não tinha recursos: no 32
pós-guerra, as companhias italianas estavam mal de caixa e não podiam investir fora do país, preocupadas em colocar ordem na casa, desarranjada com a guerra. Mas acreditávamos no mercado, no potencial, na marca, e em fabricarmos o primeiro carro brasileiro.” Produzir o Isetta no Brasil era viável, pois sua produção se encaixava em dois requisitos básicos estabelecidos pela Romi: produção rápida; baixos custos. A Iso enviou ao Brasil um piloto de testes e técnico, Domenico Stragliotto, que submeteu os dois Isettas importados pela Romi a todo tipo de testes de rodagem, para que se estudasse o comportamento e a durabilidade dos componentes do carro nas ruas e estradas brasileiras. Na Romi, um pavilhão de estrutura metálica e concreto, com 25 mil metros quadrados, foi construído para se instalarem as linhas de montagem do Romi-Isetta. Ao mesmo tempo, iniciou-se a busca por fornecedores. Em São Paulo, Aldo Magnelli era o proprietário da Tecnogeral, metalúrgica dotada de ferramentaria e estamparia pesada. Contatada pela Romi, a empresa produziria todo o ferramental (estampos) e também se encarregaria de fabricar as carrocerias e chassis. Para isso, também investiu num pavilhão na rua Brigadeiro Tobias. O inovador processo produtivo acertado entre Romi e Tecnogeral previa a entrega, em Santa Bárbara d’Oeste, das carrocerias já montadas e pintadas. A Romi, portanto, procederia à montagem dos componentes ao chassis, assentando posteriormente a carroceria acabada, reduzindo o
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tempo de fabricação de cada unidade. Processos similares foram negociados junto aos demais fornecedores, de modo que o índice de nacionalização do Romi-Isetta atingiria 72% do peso do carro: nesse período, já havia mais de 400 fabricantes de autopeças produzindo localmente, reunidos sob agremiações como o Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores). Afinal, um carro brasileiro Os jornais já haviam percebido a importância do lançamento iminente e noticiavam. Manchete do Diário de São Paulo, da rede Associados: “Deve ser lançada até o fim do ano a primeira série de automóveis de fabricação nacional”. No dia 30 de junho de 1956, um dia após o aniversário de Emílio Romi e apenas um ano após a assinatura do contrato com a Iso, Emílio; os filhos Giordano, Alvares, Romeu; e Carlos Chiti, receberam nas instalações fabris em Santa Bárbara d’Oeste uma equipe de TV que transmitiu ao vivo – ainda não existia no Brasil o VT – o momento histórico em que o primeiro exemplar do Romi-Isetta foi exibido ao País. As câmeras mostraram, ainda, o carro número um circulando pelo pavilhão fabril, mostrando a realidade que já era a indústria brasileira de automóveis; Naquele momento, estava lançado o carro brasileiro. Um lançamento histórico O lançamento oficial do Romi-Isetta teve de esperar um pouco
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mais. Foi necessário um trimestre para a composição de um estoque mínimo, visando ao abastecimento do mercado. Também nesse período se constituiu a rede de vendas e assistência técnica. A primeira loja, a Companhia Distribuidora Brasileira Comércio e Indústria, se estabeleceu na rua Marquês de Itu, 133, no centro de São Paulo. E foi dessa loja que partiu, no dia 5 de setembro de 1956, uma caravana composta pelos primeiros 16 carros de passeio produzidos no Brasil. O desfile marcou oficialmente o lançamento do Romi-Isetta. O evento foi dividido em etapas: Na primeira, os dezesseis automóveis deixaram a Marquês de Itu e seguiram pela Rego Freitas, largo do Arouche, rua do Arouche, praça da República, avenida São Luís, viaduto Nove de Julho, rua Maria Paula, avenida Brigadeiro Luís Antônio, rua Treze de Maio, até o Palácio Episcopal. O Centro ainda era o coração e o cérebro de São Paulo. No Palácio Episcopal, na Bela Vista, o cardeal D. Carlos Carmelo Motta abençoou os Romi-Isettas: “Invoco a proteção de Deus para esta iniciativa, que visa a dar ao Brasil mais um forte apoio para sua independência econômica”. Do palácio, seguiram para a segunda etapa, em direção à avenida Paulista, avenida Angélica até a praça Marechal Deodoro. Depois, avenida São João e alameda Glete, chegando aos Campos Elíseos pela avenida Rio Branco, que na época abrigava 34
a sede do governo do estado. O governador Jânio Quadros recebeu a caravana e entrou num dos carros, acompanhado pelo secretário da Fazenda, Carvalho Pinto. D. Eloá Quadros, primeira-dama do estado, também deu uma volta. As palavras de Jânio: “Honra a nossa indústria, honra São Paulo e honra os brasileiros um carro como esse” Do palácio, a caravana partiu para a terceira etapa. Avenida Rio Branco, rua Guaianases, largo do Paissandu, avenida São João, rua Libero Badaró, viaduto do Chá, praça Ramos de Azevedo, rua 24 de Maio, praça da República, regressando à Marquês de Itu. A notícia do lançamento foi dada em primeira mão pela Folha, que tinha uma edição vespertina chamada Folha da Noite:
O Romi-Isetta visto por empresários do setor Declarações feitas em referência ao lançamento: “O carro brasileiro está ótimo. Creio até que melhor do que o nosso italiano.” Carlos Kirberg, representante da Iso que veio da Itália para o lançamento “Gostei. Gostei bastante. Agora, quero andar num.” Humberto Monteiro, diretor da Ford do Brasil “É um grande passo para a eman cipação industrial brasileira.” Manoel Garcia Filho, presidente da Vemag “O carro está acabado de maneira perfeita. A pintura é agradável. Está muito cômodo e prático para a balbúrdia dos transportes. É ainda econômico ao extremo. Bela iniciativa, essa.” Étienne Rossetti, gerente comercial da Pirelli “Um carro pequeno para o Brasil é algo interessante e terá um desenvolvimento importante e patriótico.”
“Lançado hoje no mercado o carro nacional de marca Romi-Isetta” E continuava: “O primeiro automóvel brasileiro — A primeira matrícula Caravana Romi-Isetta — Características do novo automóvel — Características A primeira matrícula registrada no técnicas — É 70% nacional” livro-mestre da Produção de Veículos Romi-Isetta foi de um automóvel cujo Os outros diários, matutinos, vei- número de chassi era RIP 56001, cularam no dia seguinte. A manchete fabricação tecn/c-121. Número de foi praticamente a mesma. No mes- motor RIP 56001, cárter Iso-225. mo dia do lançamento, o presidente Cor creme (1952) e vermelho (1591). Juscelino Kubitschek recebeu um Pneus com faixa branca. Nota fiscal telegrama do sindicato setorial, afir- 8647. O carro foi destinado à S.A. mando: Industrial de Óleos Nordeste, em Porto Alegre – RS. “A Romi se antecipou aos projetos governamentais, estabelecendo um marco Uma campanha para um pioneiro – na industrialização brasileira” Além da divulgação da notícia, uma
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campanha publicitária extensa foi criada, com os grandes jornais paulistanos, como o Estado, os Diários e a Folha, liderando a divulgação publicitária. Para o lançamento nacional, seriam utilizadas revistas de ampla penetração, como O Cruzeiro, Manchete, Visão e Seleções: as opções não eram tantas nem tão variadas como hoje, com a mídia inteiramente segmentada. Para a TV, com apenas cinco anos de existência no país, foram programados comerciais ao vivo ou filmados e, em menor escala, a apresentação de slides de trinta segundos. O rádio, sempre um poderoso veículo, divulgaria jingles. A agência contratada salientava que “a promoção visa a um trabalho de pioneirismo que refletirá beneficamente em todo o futuro do produto”. Criou-se um slogan, a ser veiculado nacionalmente: Rodar à frente do progresso. Anúncios de página inteira diziam: Dirigir o Romi-Isetta é uma experiência única. O lado bom da vida é o lado de dentro de um Romi-Isetta. Só conduzindo um Romi-Isetta poderá apreciar-lhe as qualidades. Um meio de transporte rápido, elegante e sobretudo prático em todos os percursos e durante os doze meses do ano para as senhoras, homens de negócios, profissões liberais, turismo etc.
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Romi-Isetta, uma estabilidade O foco do Geia, portanto, era o setor automotivo, ou seja, definir as direverdadeiramente excepcional. trizes básicas referentes à implantação Romi-Isetta, realmente econô- dessa indústria no Brasil. Para esse mico na compra e na manutenção. objetivo, o Geia emitiria documentos, em forma de decretos assinados pelo No verão, você abre a capota do Presidente da República, concedendo carro e goza as delícias de um con- estímulos aos interessados na produversível. No inverno ou na chuva, ção de automóveis. Um dos decretos, o de número você está 100% protegido, pois o seu Romi-Isetta é hermeticamente 41.018, de 26 de fevereiro de 1957, instituía o Plano Nacional da Infechado. dústria Automobilística, relativo a Tão fácil de dirigir… Você ma- automóveis de passageiros. O decreto nobra sem esforço, tem uma visão fixava os níveis de estímulo à ativitotal dos quatro lados, faz a volta dade fabril, vinculadas a exigências completa num círculo de sete metros de realizações manufatureiras que seriam impostas aos beneficiários dos de diâmetro. estímulos. Entre as exigências (artigo 4o), era estabelecido um cronograma que determinava, para 1o de julho de JK, o Geia e o Romi-Isetta 1957, um índice de nacionalização de O Governo de Juscelino Kubits- 50% em peso. O Romi-Isetta, com chek iniciou-se em 31 de janeiro de 72% de nacionalização em peso, já 1956, iniciando um período desen- superava amplamente esse índice volvimentista através do Plano de desde seu lançamento, em 1956. No Metas, estruturado em seis grupos: artigo 3o, entretanto, o Geia estabeleeducação, alimentação, transporte, cia em quatro o número mínimo de energia, indústria de base e a cons- passageiros que um automóvel deveria transportar. A intenção era estimular a trução da nova capital. Visando regulamentar o setor da fabricação de carros utilitários, e não indústria automobilística, criou-se, de luxuosos, esportivos. Todos os investimentos para a através do decreto 39.412, de 16 de junho do mesmo ano, o Grupo Exe- produção do Romi-Isetta se realizacutivo da Indústria Automobilística ram num momento em que estavam (Geia), subordinado ao Conselho do ainda imaturas as metas de desenvolDesenvolvimento e presidido pelo vimento de origem governamental, portanto nenhum estímulo foi utilialmirante Lúcio Meira. Ao Geia não cabia homologar os zado – ou sequer solicitado: “Não foi automóveis, mas, como descrito no necessário”, afirmou Emílio Romi ao artigo 1o do decreto, “Estabelecer governador de São Paulo, Jânio Quanormas diretoras para a criação da dros, durante o lançamento. Emílio se Indústria Automobilística Brasileira”. referia à proposta paulista de estímulo
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Encontro de Romi-Isettas em 3 de setembro de 2011 em Santa Bárbara d´Oeste. Fotos: CEDOC Fundação Romi
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à produção do Romi-Isetta, realizada em 1955 pelo Governo Estadual. Com o Romi-Isetta já em produção desde 1956, o decreto 41.018 impactou apenas na composição do preço do veículo, que, sem a referência ao número de passageiros, teria permitido à Romi importar alguns dos componentes do carro a melhores preços, tornando-o mais acessível. No entanto, ainda em 1957, a Romi já estava em fase avançada de estudos para introdução de novos modelos: Carlos Chiti, em visita à BMW na Alemanha, negociava uma associação entre as duas empresas, para produzir no Brasil novos modelos. O programa fixava como meta a produção anual de 5 mil unidades de diferentes veículos: Modelo A: Romi-Isetta para dois passageiros. Modelo B: Pick-up Romi-Isetta para 250 kg de carga útil, com 0,86 m3 de capacidade de carga. Modelo C: Pick-up Romi-600 para 600 kg de carga útil, com 1,36 m3 de capacidade de carga. Modelo D: Furgão Romi-600, carroceria fechada, para 600 kg de carga útil, com 3,17 m3 de capacidade de carga. Modelo E: Romi-BMW 600, de uso misto, para quatro passageiros, 350 kg de carga útil, duas portas e velocidade máxima de 95 quilômetros por hora. A meta de lançamento era 1958 e, para isso, a Romi adquiriu área de 50 mil m2 para a construção de uma nova unidade industrial. O investimento necessário à execução do projeto, que incluía também a aquisição de maquinário, totalizava 535 milhões 38
de cruzeiros. O plano previa uma joint-venture entre Romi e a empresa bávara BMW. Através da resolução 62, expedida pelo Geia ainda em 1957, o plano para a produção dos automóveis Romi foi aprovado. A BMW, que produzia sob licença o BMW Isetta na Alemanha, enfrentava dificuldades financeiras devido a perdas sofridas durante a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), seguida, em 1956, pela crise do Canal de Suez. Como consequência, o plano para investimento em conjunto foi cancelado, e o projeto Romi teve de ser suspenso.
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Linha do tempo Agosto de 1955 – assinatura do contrato entre Romi e Iso 31 de janeiro de 1956 – Início do governo JK 16 de junho de 1956 – Decreto 39.412, instituindo o Geia 30 de junho de 1956 – O primeiro Romi-Isetta, produzido com índice de nacionalização de 72%, deixa a linha de montagem 5 de setembro de 1956 – Lançamento oficial, em São Paulo, do Romi-Isetta, anterior às definições governamentais de estímulo ao setor 5 de setembro de 1956 – Início das vendas do Romi-Isetta 26 de fevereiro de 1957 – Decreto 41.018, Instituindo o Plano Nacional da Indústria Automobilística, relativo a automóveis de passageiros Segundo semestre de 1957 – Romi
apresenta plano industrial para produção de 5 mil carros ao ano Segundo semestre de 1957 – Através da Resolução 62 expedida pelo Geia, o plano para a produção de automóveis Romi é aprovado
Um carro, um astro O Romi-Isetta teria uma vida social intensa. Por suas características únicas, despertou o interesse de uma classe particularmente sensível ao novo e à moda: os artistas. O Brasil vivia o apogeu do cinema nacional, a idade de ouro da televisão, e o rádio vivia uma grande fase. Os artistas desses meios detinham grande popularidade, e eram importantes formadores de opinião. E muitos deles se tornaram proprietários de Romi-Isetta. Anselmo Duarte, conhecido ator da companhia cinematográfica Vera Cruz, estreou na direção com o filme “Absolutamente Certo”, de 1957, um grande sucesso de público. Anselmo foi um dos artistas que se renderam ao Romi-Isetta, a ponto de ter escalado o carro como um dos protagonistas do filme: Odete Lara, que contracenava com Duarte, participava em várias das cenas a bordo de um Romi-Isetta. Para lançar o filme no Rio de Janeiro, foi organizada uma caravana com quarenta Romi-Isettas, tendo à frente Anselmo Duarte, Dercy Gonçalves, Odete Lara, Aurélio Teixeira, Liris Castelani (bailarina e símbolo sexual do momento), Camilo Sampaio. Saindo de São Paulo no dia 11, os carros foram para o Rio, desfilaram por lá e se perfilaram diante do Co-
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pacabana Palace. Regressaram no dia 14. Na capital paulista, a caravana foi recebida pelo prefeito Negrão de Lima e pelo general Porfírio da Paz, vice-governador de São Paulo. O entusiasmo era grande, e Anselmo Duarte anunciou a fundação do Clube dos Proprietários de Romi-Isetta, destinado a reunir-se em atividades sociais e esportivas, organizar excursões, gincanas e corridas. A partir de “Absolutamente Certo”, os profissionais de comunicação descobriram que qualquer evento que tivesse o Romi-Isetta no meio era êxito garantido. Mazzaropi, que dominava o maior público do cinema no país, colocou também o Romi-Isetta num filme, pilotado pelo cantor Agnaldo Rayol. A Associação dos Técnicos e Artistas de Cinema do Estado de São Paulo (Atacesp) e o Clube dos Proprietários de Romi-Isetta organizaram uma gincana, reunindo três elementos fundamentais para garantir promoção: artistas de nome, o Romi-Isetta e o Guarujá, balneário do litoral paulista. O presidente da Atacesp, o ator Alberto Ruschel, da Vera Cruz, obteve o apoio da prefeitura da cidade. A prova era para artistas, mas dela podiam participar todos os proprietários do Romi-Isetta. Entre os participantes, destacavam-se Eva Wilma e John Herbert, casal que tinha o maior ibope da TV brasileira; Odete Lara; Dorinha Duval, estrela da televisão, apresentadora, comediante; Vera Nunes; Renato Consorte; Aurélio Teixeira; Liana Duval; Araçary de Oliveira, mulher do cineasta Lima Barreto; Maurício Nabuco; Xandó Batista; Mara Mesquita; Milton Morais; Irene Kramer; Lola Brah; 40
Elizabeth Henreid; Milton Ribeiro, o capitão Galdino de O cangaceiro; Jussara Meneses, garota-propaganda; e Carlos Alberto de Souza Barros, diretor de cinema. Em São Paulo, no estádio do Pacaembu, foi organizado um grande evento pela Associação Brasileira das Emissoras de Rádio (Aber), cujo diretor operacional era Enéas Machado. Depois de um show que reuniu artistas, acrobatas, domadores, palhaços e comediantes, entrou o Clube dos Proprietários de Romi-Isetta com bolas gigantescas no teto dos carros. Desfilaram pela pista de atletismo e praticaram um futebol automobilístico. Pelé, grande sensação da Copa do Mundo de 1958, visitou Bauru, onde se revelara para o futebol. Quando desembarcou, ele encontrou 60 mil pessoas, praticamente toda a população local. No momento culminante, Pelé recebeu um Romi-Isetta. O fato ocupou as primeiras páginas da imprensa brasileira e circulou pelo mundo. Na TV, o sitcom nacional “Alô, doçura”, interpretado pela atriz Eva Wilma ao lado do marido, John Herbert, atingia o auge da popularidade. Wilma dirigia o carro dentro e fora das telas, além de ser garota-propaganda do modelo. Um carro com alma feminista No mundo dos anos 50, Brasil incluído, as mulheres não haviam ainda conquistado muitos dos direitos básicos que fazem parte do dia-a-dia atual. Dirigir era para homens. Carros eram masculinos demais, grandes demais,
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pesados demais: quem os projetava entendia que o lugar das mulheres deveria ser no lado do passageiro. Mas, diferentemente dos demais, o Romi-Isetta era gracioso, leve e fácil para dirigir. A direção era dócil; as trocas de marchas, suaves. A embreagem leve e a ampla visibilidade, aliados ao bom desempenho, conforto e facilidade para estacionar representavam um convite para dirigir. Assim, com o surgimento do Romi-Isetta, ficou claro para elas que “carros podiam ser coisa de mulher, sim senhor!” A Romi havia notado essa faceta do caráter do Romi-Isetta e, percebendo as crescentes demandas femininas por maior autonomia, igualdade e liberdade, tomou a atitude social e comercialmente arrojada de endereçar grande parte da publicidade e ações comerciais ao público feminino. Dizia uma das peças: “Agora sou livre, o Romi-Isetta é o carro que faltava para meu transporte às compras, visitas e passeios” Em outra publicidade, o texto afirmava que “Você ficará maravilhada ao dirigir um Romi-Isetta.” Em pouco tempo, o carro se tornou uma constante nas mãos de mulheres. Grandes formadoras de opinião, como artistas do cinema, TV e rádio eram vistas circulando ao volante de seus Romi-Isettas – cenas muitas vezes registradas pelas colunas sociais: “Nunca o Romi-Isetta foi tão heráldica carruagem quanto na tarde em que Cecília Matarazzo Braga, com um lenço multicor sobre os cabelos, guiava um através da avenida Nove de Julho”, escreveu Tavares de Miranda.
Concursos premiavam com Romi-Isetta a “Mais bela esportista”. Foram organizadas corridas de Romi-Isettas exclusivamente para mulheres, que provaram àquela sociedade a plena capacidade feminina na condução de automóveis – incluindo as competições. Seguro em qualquer tempo O Romi-Isetta demonstrou grande preocupação com aspectos da chamada segurança ativa, que são as características do projeto que contribuem para se evitar um acidente: freios, suspensões, sistema elétrico, entre outros. O inovador formato da carroceria, em monovolume, permitiu a instalação dos órgãos mecânicos em posição central, o que permite a ideal distribuição da massa (“peso”) entre os eixos dianteiro e traseiro, contribuindo para a melhoria da estabilidade do veículo, seja na reta, seja nas mais fechadas curvas. A original solução da transmissão traseira, um eixo rígido com bitola de 520 mm, inicialmente pode ter levantado suspeitas de alguns, mas o comportamento do veículo demonstrou o oposto, com uma vantagem adicional: como ambas as rodas motrizes se movem de modo solidário, sem diferencial, na prática temos um automóvel com tração traseira permanente, com distribuição de força igual em ambas as rodas, (50% / 50%), melhorando a aderência ao solo – especialmente em estradas escorregadias ou não pavimentadas. Enquanto alguns carros do período ainda possuíam freios a varão (mecânicos), no Romi-Isetta eles já eram hidráulicos, com capa-
cidade de frenagem, modularidade e confiabilidade superiores. Grande parte dos carros do período possuíam câmbio com apenas três marchas, porém o Romi-Isetta disponibilizava quatro marchas à frente (além da ré), solução obviamente de custo superior, mas que proporciona melhor aproveitamento da força motriz, melhorando dirigibilidade, aceleração e economia de combustível. A excelente visibilidade, obtida graças ao extenso uso de janelas de grandes dimensões, permite ao condutor amplo conhecimento do ambiente ao redor do carro, minimizando riscos. Também, o sistema elétrico de 12 V (vale lembrar que muitos dos carros do período eram equipados com sistema elétrico de 6 V), alimentado por um quase revolucionário alternador (usavam-se ineficientes geradores) contribuía para uma melhor iluminação – ademais, o Romi-Isetta possuía sinalizadores de direção através de pisca-piscas, enquanto muitos carros ainda optavam por instalar as arcaicas “bananinhas”, pequenos “braços” que se levantavam da carroceria, indicando a direção da conversão. O sistema elétrico avançado também permitia o uso de limpador de pára-brisas elétrico, enquanto o usual era o uso do ineficiente e irregular sistema a vácuo. Parar o carro de frente para a calçada, como possível com o Romi-Isetta, é um aspecto de segurança que minimiza os riscos de atropelamento. Um esportista nato As notáveis características de
estabilidade e comportamento do Romi-Isetta logo o levaram a seu uso esportivo, em competições. Em 1954, a Iso inscreveu dois exemplares para participar da conhecida e dura prova italiana chamada Mille Miglia (Mil Milhas), que atravessa regiões montanhosas daquele país. A notável média alcançada, de 79 km/h – apenas 6 km/h inferior à velocidade máxima do carro – foi mais elevada que a média obtida pelo OM, vencedor da primeira edição da prova. O comportamento do carro, considerado pela imprensa especializada da época como exemplar, é obtido pela já citada distribuição da massa, auxiliada pelo uso de suspensões dianteiras independentes, que acompanham o movimento das rodas – mantendo a geometria das suspensões otimizada durante a tomada de curvas. Os resultados e publicidade obtidos na Mille Miglia certamente influenciaram os corredores brasileiros a testar o Romi-Isetta. De fato, uma das atividades promovidas pelo Clube dos Proprietários de Romi-Isetta eram as competições esportivas. Entre os primeiros que se renderam ao espírito esportivo do carro, estava Arthur Torula, acostumado a pilotar carros da Alfa Romeo, e que fez uma viagem de Belo Horizonte a São Paulo em catorze horas, via Rio de Janeiro (a rodovia Fernão Dias ainda não existia) gastando apenas 35 litros de gasolina. Foi criada uma categoria voltada para carros de 250 cc, na qual participavam também João Pacheco Fernandes, Anselmo Duarte, Alberto Ruschel, Adalberto Clemente, Emilio Comino – este último um conhecido preparador de carros de competição, revista RMC/2o semestre 2015
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e cuja empresa era uma Oficina Autorizada Romi-Isetta. A Gazeta Esportiva descreveu uma das corridas em Interlagos como um “espetáculo raro a largada, quando os dez carros saíram em direção à primeira curva em ‘bolo’, proporcionando um aspecto original e pitoresco que chegou a provocar murmúrios de espanto e expectativa entre a assistência”. Provas de aceleração seriam realizadas no aeroporto de Cumbica, ainda uma base aérea militar. Outras provas incluíram disputadas subidas de montanha, realizadas no Caminho do Mar, um sinuoso e íngreme percurso de 7,2 km. As provas em Interlagos eram disputadas regularmente, sem dificuldades mecânicas e com alto índice de segurança, onde os carros obtinham a média de noventa quilômetros por
torque de 18,4 N.m. O novo motor permitia alcançar a mesma velocidade de cruzeiro, de 85 km/h, mas em menor tempo. O maior torque também melhorou a elasticidade e dirigibilidade, especialmente em subidas. As suspensões dianteiras também foram modificadas, agora com amortecedores hidráulicos telescópicos verticais, Maiores performances: visando a maior conforto de marcha. o Romi-Isetta 300 de Luxe Externamente, o carro se diferenciava dos anteriores por ter a luz Em 1959, após bem-sucedidas de pisca-pisca no centro da lateral e negociações com a BMW, que passou tomada de ar na parte traseira da cara fornecer os motores, é lançado pela roceria, enquanto que internamente o Romi o Romi-Isetta 300 de Luxe, carro dispunha de novos acabamentos versão dotada de importantes modifi- e cores. cações mecânicas, visando a melhores performances, mantendo a grande O fim de uma era economia de combustível que já era uma das marcas registradas do carro. Muito se especula sobre o fim da O motor BMW de quatro tem- produção do Romi-Isetta; até mesmo pos fornecia 13 hp de potência, com teorias conspiratórias –falsas – envolvendo o Geia ou as multinacionais insCuriosidade taladas no Brasil, são recorrentes entre Tabela de Preços - Automóveis Nacionais - 1960 (Fonte - Revista Quatro Rodas) colecionadores e até na imprensa. Em Valor do Salário-Mínimo: Cr$ 9.600,00 (Cr$ = Cruzeiros) 1960, novos produtos na efervescente Modelo Preço de venda Salários-Mínimos indústria brasileira traziam concorrência e frescor ao crescente mercado Romi-Isetta 370.000 38 consumidor de automóveis. O país já Fusca 540.000 56 contava, além da Romi, com modelos Kombi Furgão 498.000 52 fabricados pela Vemag, Volkswagen, Kombi Luxo 598.000 62 Simca, Willys, Toyota e FNM, numa indústria que alcançava crescente voBelcar 668.000 60 lume de produção local. Assim, com as Dauphine 530.000 55 evidentes qualidades do Romi-Isetta, Land Cruiser 600.000 63 ainda atuais, seu ciclo natural de vida Candango 591.000 62 se aproximava do fim. Deste modo, Rural 4x2 645.000 67 o Romi-Isetta teria sua produção planejada para até o início de 1961, com Rural 4x4 695.000 72 a formação de estoques suficientes Simca Chambord 1.098.000 114 para comercialização do modelo até FNM JK 2000 944.000 98 o fim daquele ano. No dia 13 de abril Aero Willis 895.000 93 de 1961, o último Romi-Isetta – um 42
hora. Outros nomes que se destacavam eram Eduardo Ardinghi, Álvaro Andrade, Silvio Amaral L. Júnior, Silvano Pozzi – este, mais um conhecido preparador de automóveis de competição. Pozzi e Comino também construíram um monoposto baseado no Romi-Isetta.
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exemplar branco e amarelo-limão – deixou a linha de montagem, como planejado. Foi despachado no dia 1o de dezembro de 1961 para venda pela Premier Importação e Exportação, em São Paulo. Carlos Chiti fez, em 2006, uma panorâmica radiografando a experiência com o Romi-Isetta: “Tínhamos razão quando quisemos entrar na produção de automóveis, pensando num carro de modestas proporções e reduzido consumo de combustível. O que se vê hoje senão carros mais compactos e uma preocupação cada vez maior com a questão da gasolina, do petróleo, da busca de soluções alternativas? Cinquenta anos atrás, estávamos avançando no tempo.” O Romi-Isetta, afinal, entrava para a História brasileira como pioneiro de uma indústria que, em 1961, já havia redesenhado a paisagem brasileira. Em 2011 o carro popular mais barato custa por volta de R$ 23.000,00, considerando o salário mínimo de R$ 545,00, a equivalência é de 42 salários mínimos.
PRINCIPAIS DIFERENÇAS DOS MODELOS PRODUZIDOS NO BRASIL 1956-1958 (modelo Iso) Motor e caixa de câmbio Iso. Suspensões dianteiras com amortecedores horizontais. Tampas de combustível e óleo cobertas por uma capa em forma de “bolha”. Aberturas do capô do motor “guelra de tubarão”. Painel triangular reto (velocímetro dourado). Direção de dois raios, preta ou marfim. Alavancas de pisca-pisca e faróis no painel. 1956 Faróis em posição baixa, integrados aos pára-lamas. Indicadores de direção (pisca-pisca) sobre os faróis. Pára-lamas dianteiros “curtos”. Rebaixo na carroceria para encaixe do suporte de placa traseiro. Porta dianteira minimamente mais estreita em relação aos demais anos. 1957 Faróis acima dos pára-lamas, nas laterais e abaixo dos quebra-ventos. Indicadores de direção (pisca-pisca) sobre os faróis. Pára-lamas dianteiros “longos”, alinhados ao batente inferior da porta. 1958 Faróis acima dos pára-lamas, nas laterais e abaixo dos quebra-ventos. Indicadores de direção (pisca-pisca) sobre os faróis. Pára-lamas dianteiros “curtos”. 1959-61 (modelo BMW) Motor e caixa de câmbio BMW. Suspensões dianteiras com amortecedores verticais. Tampa de combustível cromada, exposta. “Nariz” na parte posterior da carroceria, para ingresso de ar ao carburador Aberturas do capô do motor em “persiana”. Faróis acima dos pára-lamas, nas laterais e abaixo dos quebra-ventos. Indicadores de direção (pisca-piscas) centralizados nas laterais, abaixo das janelas centrais. Todos os vidros ligeiramente menores que os do modelo Iso. Borrachas dos vidros mais largas em relação ao modelo Iso. Alavancas de pisca-pisca e faróis na coluna de direção 1959 Direção de três raios, bege. Cano curto de abastecimento de óleo. Carenagem do motor com as letras BMW. 1960 Direção de dois raios, bege. Cano longo de abastecimento de óleo. Carenagem do motor sem as letras BMW. 1961 Direção de dois raios, bege. Cano longo de abastecimento de óleo. Carenagem do motor sem as letras BMW.
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LINKS E CREDITOS Links para download das fotos de divulgação: https://www.dropbox.com/s/pgrogn3avyq697k/romi-isetta.zip?dl=0 https://www.dropbox.com/s/n0me9b3f08wmol3/03-setembro-2006.zip?dl=0 https://www.dropbox.com/s/a21bwjg91g9qjxx/encontro-romi-isettas-3-setembro-2011.zip?dl=0 Centro de Documentação Histórica O CEDOC é um espaço vivo de preservação da história, que atua na guarda, conservação e disponibilização do acervo da Fundação Romi e da Indústrias Romi – com destaque para o acervo do Romi-Isetta –, além de resgatar todo o passado histórico de Santa Bárbara d’Oeste e região. Além de um espaço expositivo vivaz e dinâmico, o Centro de Documentação Histórica recebe exposições e palestras, promove visitas monitoradas e técnicas, oficinas de capacitação e experimentação, educação patrimonial, pesquisa no acervo virtual e serviços de digitalização de imagem. Fundação Romi Criada em 1957, em Santa Bárbara d’Oeste, pelo casal Américo Emílio Romi e Olímpia Gelli Romi, a Fundação Romi tem como missão promover o desenvolvimento social por meio da educação e cultura. Pioneira na promoção da comunidade regional e na realização de ações sociais, atende mais de 37 mil pessoas por ano por meio de seus quatro grandes eixos: Centro de Documentação Histórica (CEDOC), o Centro de Vivências do Desenvolvimento Infantil (CEDIN), o Núcleo de Educação Integrada (NEI) e a Estação Cultural (EC). Tendo como apoiadora as Indústrias Romi S.A. , instituições governamentais, não governamentais e a iniciativa privada, a Fundação Romi objetiva, continuamente, atingir números mais expressivos por meio de suas áreas de atuação, seus programas e seus projetos. A Fundação Romi está localizada na Avenida Monte Castelo, 1095, Jd. Primavera, em Santa Bárbara d´Oeste. (19) 3499-1555.
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LIVRO: SERGIO MILLIET 100 ANOS - TRAJETÓRIA, CRÍTICA DE ARTE E AÇÃO CULTURAL Autor: Organizadora: Lisbeth Rebollo Gonçalves editora:Imprensa Oficial ano: 2005 Loly Demercian
SERGIO MILLIET
muito sabiamente, e totalmente visionário, já implantava em suas críticas literárias e visuais a ideia de interdisciplinariedade e do sistema de complexidade. Dizia ele: “Tenho fé em alguns fatos, acredito em muitas teorias, não aceito nenhuma doutrina inteira, porque tudo, e principalmente a razão, leva-me à certeza da relatividade das coisas, à convicção de sua complexidade e a idéia de que somente em campos muito restrito nos é dado pretender a uma conclusão definitiva”. A complexidade social, segundo LUHMANN, está relacionada a um dado real e concreto, o de que, para o indivíduo e suas ações possíveis, o mundo apresenta-se sempre com muito mais possibilidades do que aquelas que ele pode realizar. Cada escolha gera uma seletividade que diminui essa complexidade e, ao mesmo tempo, aumenta sobremaneira o contingente daquilo que ficou excluí46
do. Para Luhmann […] a sociedade é aquele sistema social cuja estrutura regula as últimas reduções básicas, às quais os outros sistemas sociais podem referir-se. A sociedade garante aos outros sistemas um ambiente, por assim dizer, domesticado, de menor complexidade (apud TRINDADE, 2008: p.26). Os vários papéis sociais estão em constante interação. A vantagem do papel social reside no fato de ele estabilizar tensões e angústias, exatamente pela expectativa que se tem, em relação a esse processo, daquilo que podemos esperar dele (que pode ser algo positivo ou negativo). Milliet, talvez por ter tido uma formação formal e acadêmica na Suiça no inicio do século XX, aos 14 anos, conviveu com personalidades de vanguarda do seu tempo, a obra desse ensaísta, escritor, poeta, crítico, sociologo, tradutor e pintor (que iniciou sua vida intelectual aos 17 anos) já tinha um pensamento inter-
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disciplinar . E sabia que o sistema é falho, se não estivermos conectados à realidade e às condições sociais e culturais de um povo. Ele não se prendia à militância politica, pois achava diferente das fórmulas reinantes. Mas tinha uma grande preocupação política, mas sem sectarismo. Em 1930, com relativismo, decorrente da sociologia norte-americana, Sergio Miliet reorientou e reforçou sua convicções. Esse método de se observar os sistemas culturais, sem uma visão etnocêntrica da sociedade vigente, ou seja, realizar a observação sem usar nenhum meio ou parâmentro pré concebido pela cultura ocidental, norteou o pensamento de Milliet. Com isso realizou a avaliação sem privilegiar os valores de um só ponto de vista, estruturando o corpo social a partir de suas próprias características. Milliet extraiu daí uma espécie de filosofia relativista e uma visão muito
humana, ao mesmo tempo fervorosa e dubitativa, cheia de crença na explicação sociológica, mas reticente em relação a qualquer conclusão rígida. Segundo Antonio Candido, estas posições poderiam tê-lo levado a certa inconsequência, isto é, a uma abertura de tal modo ampla que o ato crítico se tornaria incaracterístico, perdendo-se na mera constatação. Isto não ocorreu, porque ele assumiu a abertura da mente e do gosto, o relativismo, o ceticismo programado como uma espécie de ato de fé. Para Milliet: “O cepticismo[…] traz em seu bojo o construtivismo, porquanto somente poderá se edificar solidamente aquilo que, antes de servir de alicerce, tenha passado pelo crivo miúdo da dúvida”. Essas convicções, ligadas ao seu modo de ser, contribuiram para definir o corte ao mesmo tempo altivo e modesto da sua atitude mental e da sua ação(cf.Candido, op.cit.,35). Com independência, coragem, senso de responsabilidade, grande capacidade de estimular, a despeito da severidade com que também costuma temperar o seu apoio aos novos. Se pegarmos as ideias críticas, sociais e culturais de Bourdieu, perceberemos o quanto Sergio Milliet era visionário, porque ele já defendia um pensamento transdisciplinar, no qual se fazia necessário reconstruir o processo de construção do cânone, a hierquização que preside os sistemas de classificação em gêneros, escolas e estilos, frutos de disputas que acabam sendo naturalizadas. A micro história própria do “campo” é o pré-requisito para a interpretação.
DIS COR R E NDO SOBR E O G R AF I TTE SEGUNDO BAUMAN, numa sociedade li-
quida-moderna, as realizações individuais não podem solidificar-se em posses permanentes, porque, num piscar de olhos os ativos se transformam em passivos e as condições de ação e as estratégias de reação, envelhecem rapidamente e se tornam obsoletas. Seguindo esse raciocínio, observo o grafitte, nas ruas, nas esquinas, nas casas abandonadas, nas indústrias esquecidas, na periferia, na cidade… na galeria de arte. Mas a questão é o conceito, seria arte expandida, como muitos críticos a definem? Fine art, como esta sendo chamado? Vejo que não, pois a arte expandida tem como cânones a história da arte, o discurso é definido na arte, coisa que o grafitte não , ele é bem indefinido; Campo ampliado? não, porque ele não tem territórios e não se instaura em lugar nenhum; Arte híbrida? Não, porque ele não tem plasticamente várias produções, a manufatura não é retirada da história da arte; Desenquadramento da arte? Não porque ele não tem como conceito algo palpável, do estático, não existe nem modelo e nem uma idealização de um mundo. Então o que define o grafitte na contemporaneidade? Seguindo o raciocínio de Bauman, em que as ações e as estratégias de reação envelhecem rapidamente e se tornam obsoletas, o grafitte é essa
ação, porque a cada segundo, a cada minuto uma parede é pintada, assim, como ela é destruída, demolida. Tudo que se pintou, transformou-se em pó. As técnicas mudam a cada dificuldade que o grafite exige. Os desenhos, os riscos, nada pré-definido, mesmo que queiram marcar o gestual, como uma grife, que é digno, porque somos humanos, queremos dar nossa assinatura como existência que estivemos aqui… Essa é a palavra…existência… tudo se torna obsoleto. A existência, precisamos dela, mesmo que em si, mesmo que sendo. É o aqui, é sendo vivido, ora se ela é sendo , no gerúndio, como podemos dar nomes, se ela é o agora? É nessa ilusão que temos da consciência, que o grafitte cria e recria, leva-nos a refletir sobre o que vemos e sobre o nosso tempo, a nossa consciência das coisas vividas. Termino citando Bergson: “A Imagem é um estado presente, e só pode participar do passado através da lembrança do qual ela saiu. Se a consciência não mais que característica do presente, ou seja, do atualmente vivido, ou seja, enfim, do que age, então o que não age poderá deixar de pertencer a consciência, sem deixar necessariamente de existir de algum modo.” www.lolydemercian.com.br loly@lolydemercian.com.br delolys@gmail.com
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EDUARDO KOBRA INAUGUROU EM 8 DE SETEMBRO EM MINNEAPOLIS O MURAL BOB DYLAN, SUA MAIOR OBRA NO EXTERIOR 48 48
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Kobra entregou na terça-feira, 8 de setembro, em uma parede de 1.400 metros, na área nobre de Minneapolis, no estado de Minnesota, Estados Unidos, o mural “Bob Dylan - The Times They Are a-Changin” (“Bob Dylan - Os Tempos Estão Mudando”).
O MURALISTA brasileiro Eduardo Kobra
inaugura em, 8 de setembro, sua maior obra no Exterior. Desde o dia 26 de agosto, ele fez em Minneapolis, no estado de Minnesota, Estados Unidos, um gigantesco mural do cantor e compositor norte-americano Bob Dylan, em uma parede de 50 metros de largura por 28 metro de altura de um prédio Art Deco, na esquina da Henneping com a S. 5th Street, no Centro da cidade. Kobra chegou aos EUA, acompanhado pelos artistas Agnaldo Brito, Silvio Cesar e Marcos Rafael, todos do Studio Kobra. No trabalho contou também com a colaboração de dois assistentes norte-americanos. “Mostramos no mural três diferentes fases da trajetória de Dylan, inspirados pelo título de uma de suas mais importantes canções, ‘The Times They Are a-Changin’. É um painel permanente, o maior que já fizemos fora do Brasil”, diz Kobra. Bob Dylan (Robert Allen Zimmerman), chegou a viver em Minneapolis, mas nasceu em Duluth, em 24 de maio de 1941. Ambas as cidades ficam em Minnesota. O mural tem repercutido muito nos Estados Unidos. Já foi destaque de uma centena de veículos, entre jornais, revistas, emissoras de televisão, portais, sites e blogs. Kobra foi convidado pela Goldman Sach, proprietária do prédio e de vários outros da região, dentro de um processo de revitalização do centro da revista revistaRMC/2 RMC/2o osemestre semestre2015 2015
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ção, com exposições, shows e diversas intervenções artísticas. Kobra é o único grafiteiro convidado. Dois artistas de Minnesota – Erin Sayer e Yuya Negishi, participaram da equipe de Kobra no projeto. O artista brasileiro destaca a importância do mural: “Realizamos essa obra no lugar mais importante da cidade, em meio edifícios modernos, em um mural de 1.400 metros quadrados, o maior, como já disse, que já fiz no Exterior. Além disso, ficará de forma permanente. Com tantos artistas talentosos que existem aqui no Estados Unidos, fui o convidado para inaugurar este projeto maravilhoso de revitalização”, afirma. Kobra destaca que muitas pessoas acompanharam o processo de criação do mural. “Muitos fãs do Bob Dylan fizeram questão de divulgar a cena, além de algumas pessoas que já conhecem o meu trabalho”, diz, acrescentando que uma artista de Minneapolis, Sarah Peterson, de 65 anos, foi todos os dias até o local para desenhar o mural em cada passo de sua construção. Recentemente Eduardo Kobra chamou a atenção de todo o País com o projeto “São Paulo: uma realidade aumentada”, com dez intervenções - uma por dia, em diferentes regiões da cidade, como Cracolândia, Paraisópolis e Capão Redondo – que destacaram principalmente questões sociais da maior cidade do País. Mural ainda sem nome, Papeete, Taiti Eduardo Kobra já realizou murais cidade: “Queremos que Minneapolis de Eduardo Kobra sobre Bob Dylan nos seguintes países: Inglaterra, Franseja uma cidade 24 horas. E a arte e a inaugura o projeto. ça, Grécia, Rússia, Estados Unidos, cultura em geral devem ser parte de Segundo Vorderbruggen, outros México, Suécia, Polônia Japão, Emicada passo que você der na região”, artistas, de Minneapolis e de outras rados Árabes e Taiti. disse Joan Vorderbruggen, coorde- cidades, dos EUA e do Exterior, serão Após Minneapolis, ele voltou para nadora artística do distrito. O mural chamados para o projeto de revitaliza- o Brasil. Depois, segue para pinturas 50
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no Haiti, Rússia, e, novamente, nos Estados Unidos. Japão, Emirados Árabes e Taiti Eduardo Kobra entregou no dia 10 de maio um mural em Papeete, no Taiti, maior ilha da Polinésia Francesa. O trabalho, ainda sem nome, mostra duas nativas da região e tem 15 metros de altura por 8 de comprimento. “Fomos convidados por um grupo independente da cidade, envolvidos com arte pública na França. E levamos seis dias para fazer o mural”, conta Kobra, que acrescenta: “tivemos a oportunidade de visitar alguns nativos da região em ilhas próximas, como Moorea, o que nos ajudou na inspiração para o mural. Pouco antes, no início de maio, Kobra entregou o impactante mural “O Beduíno” em Dubai, nos Emirados Árabes, com 30 metros de altura por 12 metros. “Quis mostrar um personagem que permanece fundamental para a formação de Dubai, mesmo com toda a modernidade da cidade”, afirma Kobra. A obra impressionou a população da cidade. O muralista foi destaque de capa em diversos jornais e revistas e foi entrevistado por quatro televisões do país. Kobra também fez em Dubai a “Flor do Deserto”, obra em 3D, com 10X6 metros. “Inspirei-me naquelas famosas imagens de barcos montados dentro de garrafas; na minha obra, a água é derramada, formando Dubai, como um Oásis, já que onde Dubai O Beduíno, em Dubai, nos Emirados Árabes é também conhecida como a Flor do Deserto, diz. “O tema do novo traba- que foi tão influenciado pelas cores, lho são as pessoas do Taiti. Para criar sabores, aromas e, claro, pela gente o desenho, procurei inspirar-me na do Taiti”, diz Kobra. Na primeira quinzena de abril Komonumental obra de Paul Gauguin,
bra fez em Tóquio duas intervenções, que “conversam entre si” na Shibuya Scramble Crossing, a mais famosa esquina do badalado bairro de Shibuya, revista RMC/2o semestre 2015
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arte urbana
Ritmos do Brasil, em Tóquio, Japão
na capital japonesa. Em uma parede de 18 metros de comprimento por 4,5 de altura, ele pintou estilos musicais e imaginários personagens da música brasileira. O nome do trabalho é “Ritmos do Brasil”. Do outro lado da rua, em um mural de 7,3 metros por 13,7 metros, Kobra fez uma japonesa do século 19 (obra ainda sem nome definido), que observa a outra obra, em uma espécie de portal do tempo. “Essa personagem clássica olha para o trabalho e descobre no Brasil um país com grande diversidade musical”, diz Kobra. Antes de viajar para Japão, Emirados Árabes e Taiti, Kobra fez no Recife, Pernambuco, o mural “Gon52
zagão”, com 77 metros de altura por 16 metros de largura. É a lateral de prédio com mural mais alta da América Latina e a maior obra, em altura, já feita pelo artista. O trabalho retrata o cantor e compositor Luiz Gonzaga (13 de dezembro de 1912, Exu, a 2 de agosto de 1989, no Recife), o Rei do Baião, com seu chapéu de couro e inseparável sanfona. .. No início de novembro, entregou para São Paulo um painel colorido, retratando o cantor e compositor Chico Buarque de Holanda e o escritor Ariano Suassuna. O painel, medindo 11 metros de altura por 17 metros de largura, ocupa toda a lateral prédio da Fnac Pinheiros, na avenida Pedroso de
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Moraes, em Pinheiros. Pouco antes, no dia 20 de outubro, Kobra finalizou a grande intervenção que fez desde junho em dois grandes tanques de armazenamento de gases da empresa Linde, na rodovia Cônego Domenico Rangoni, no trecho do Sistema Anchieta-Imigrantes que liga Cubatão ao Guarujá, onde passam diariamente milhares de veículos. “Sempre antes de viagens internacionais, faço questão de fazer intervenções no Brasil, especialmente em São Paulo, que é a minha base, onde me inspiro e recomponho minhas energias”, diz Kobra. Em setembro e início de outubro de 2014, Kobra viajou por quatro países - Suécia, Polônia, França e Es-
Chico e Ariano, na avenida Pedroso de Morais, Pinheiros, em São Paulo
tados Unidos -, onde fez vários murais e outros trabalhos, como a pintura de um carro em Paris e a pintura das latas da água Perrier (Em 83, quem pintou a Perrier foi Andy Warhol). Em junho do ano passado, Kobra fez no México o mural “MariArte”. Ainda em 2014, Kobra fez em Roma, em maio, o mural “Paz” (onde destacou a jovem paquistanesa Malala Yousafzai) e inaugurou sua primeira exposição individual no Exterior, “Peace”, na Dorothy Circus Gallery também na capital italiana, onde apresentou dez obras com personalidades que, segundo ele, influenciaram o planeta “no caminho da paz e da harmonia entre homens e mulheres
de diferentes países, raças e religiões”: Malala Yousafzai, Dalai Lama, Albert Einstein, Madre Teresa, Bob Marley, Nelson Mandela, Mahatma Gandhi, Papa (João Paulo II), John Lennon e Martin Luther King. Sobre a trajetória recente de Eduardo Kobra Kobra é um expoente da neo-vanguarda paulistana. Seu talento brota por volta de 1987, no bairro do Campo Limpo com o pixo e o graffiti, caros ao movimento Hip Hop, e se espalha pela cidade. Com os desdobramentos, que a arte urbana ganhou em São Paulo, ele derivou - com o Studio Kobra,
criado em 95 - para um muralismo original - inspirado em muitos artistas, especialmente os pintores mexicanos e no design do norte-americano Eric Grohe -- beneficiando-se das características de artista experimentador, bom desenhista e hábil pintor realista. Suas criações são ricas em detalhes, que mesclam realidade e um certo “transformismo” grafiteiro. É interessante ressaltar que Kobra não faz intervenções sem pedir antes a autorização do poder público ou do proprietário do imóvel. Kobra é autor do projeto “Muro das Memórias”, que busca transformar a paisagem urbana através da arte e resgatar a memória da cidade. Os desenhos são a revista RMC/2o semestre 2015
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arte urbana
Mural da 23 de Maio (projeto Muro das Memórias), av. 23 de Maio (próximo ao viaduto Tutóia), em São Paulo
síntese do modo peculiar de Eduardo Kobra criar - através do qual pinta, adere, interfere e sobrepõe cenas e personagens das primeiras décadas do século XX. Essas obras são uma junção de nostalgia e modernidade, por meio de pinturas cenográficas, algumas monumentais. Através delas cria portais para saudosos momentos da cidade “A ideia é estabelecer uma comparação entre o ar romântico e o clima de nostalgia, com a constante agitação de hoje”, diz o artista. Desde 2006 já foram entregues cerca de 30 murais em avenidas e 54
ruas de São Paulo. Em janeiro de 2009, entregou para o aniversário de São Paulo um mural de 1000 metros quadrados na av. 23 de Maio, que mostra cenas da década de 20. Kobra, que nunca faz uma intervenção sem pedir antes a autorização do poder público ou do proprietário do imóvel, pediu a autorização para a a obra. O então prefeito Gilberto Kassab (“Lei da Cidade Limpa”) prestigiou a inauguração do muro da av. 23 de maio, o que é visto como um marco para a arte de rua, porque pouco antes os fiscais de Kassab andavam destruindo várias
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obras de artistas urbanos. Em janeiro de 2013, Eduardo Kobra fez a impressionante obra “Oscar Niemeyer”, para o aniversário de São Paulo. Kobra, inquieto, estudioso e autodidata, também faz pesquisas com materiais reciclados e novas tecnologias, como a pintura em 3D sobre pavimentos (muito difundida por nomes internacionais, como Julian Beever e Kurt Wenner). O artista realizou diversas obras em 3D, como na Praça Patriarca, no centro da Cidade, a primeira no Brasil; e na Avenida Paulista, símbolo da megalópole.
denuncia) imagens fortes de matança de animais e destruição da natureza; e homenagens a personagens que marcaram a história, em diferentes áreas, como Albert Einstein, Nelson Mandela, Madre Teresa de Calcutá, Abraham Lincoln, Maya Plisetskaya Salvador Dali, Barquiat (grafiteiro), Frida Kahlo e Andy Warhol. Também fez várias viagens para mostrar seu trabalho no Exterior, como para a Inglaterra, França, Grécia, Rússia, Estados Unidos, México, Suécia, Polônia e, agora, Japão, Emirados Árabes e Taiti
A técnica anamórfica consiste em pintar restaurantes, bares e residên“enganar os olhos”. A pintura é dis- cias. Participou de várias edições da torcida ou mesmo incompreensível na Casa Cor São Paulo e da Bienal de maioria dos ângulos de visão, mas ao Arquitetura de São Paulo. ver do ângulo correto, estipulado pelo Eduardo Kobra começou como artista, se torna um 3D com incrível pichador, tornou-se grafiteiro e hoje variação de profundidade e realismo. se define como um muralista. TornouParalelamente, Kobra desenvolve -se conhecido pelo seu projeto Muro sua produção pessoal, que passa pela das Memórias, onde faz releituras pesquisa de materiais reciclados e de cenas da São Paulo antiga, como novas tecnologias. Recicla e recria o muro de 1.000m2 na av. 23 de momentos e formatos das histórias maio. Nos últimos anos também se da Arte e das cidades, especialmente dedicou muito a outros projetos, de São Paulo. Kobra tem sido muito como surpreendentes obras em 3D e o procurado para decorar também para projeto Greenpincel, onde mostra (ou
O grande ano de 2013 Em 2013, além de realizar inúmeros trabalhos em São Paulo, Kobra se projetou de vez internacionalmente. Fez em Los Angeles, ao lado de Agnaldo Brito, artista do Studio Kobra, o mural “Olhar a Paz”, de 400m2, no “La Gays Lesbian Center”, na Highland Ave, em Hollywood. O mural de Kobra mostra três ganhadores do Nobel da Paz: Madre Teresa de Calcutá, Nelson Mandela e Martin Luther King. Também em setembro, o brasileiro fez no muro do atelier de Mr Brainwash a obra “Einstein”. Ao final do ano, acertou com Mr. Brainwash que terão um atelier juntos em Los Angeles já em 2014. Em outubro, o muralista foi para Moscou, a convite da Prefeitura da cidade, para pintar um novo painel, de 16mX10m, em homenagem a um dos principais nomes da historia do balé russo e mundial: Maya Plisetskaya, de 88 anos. No dia 14 de outubro, Kobra avisou, minutos antes de sair da Rússia, que havia deixado revista RMC/2o semestre 2015
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arte urbana
em Moscou mais um mural, feito sem convite ou permissão oficial: a obra “Ana”, onde pedia a liberdade para a ativista Ana Paula Maciel, do Greenpeace. “Ana” foi pintada no bairro Mendeleevskaya, próximo à estação de metrô do mesmo nome, em um local tradicional da Street Art de Moscou. Foi toda feita com spray. A produção da obra demorou cerca de cinco horas. “Primeiro pintei o urso e só ao final escrevi a mensagem, para não despertar tanta atenção de quem passava pelo local”, diz Eduardo Kobra. “Foi maravilhosa a forma como fui recebido em Moscou e São Petersburgo. O tempo todo fiquei impressionado com a força da cultura russa, em seus variados aspectos, mas não poderia deixar de registrar o meu protesto contra a prisão da ativista do Greenpeace. Afinal, não podemos tolerar a falta de liberdade para a expressão”, afirmou na época Eduardo Kobra. O protesto do “artista brasileiro corajoso” foi destaque em sites e jornais de diversos países. De volta a São Paulo, fez no São Paulo Fashion Week um carro em 3D com grande repercussão. Logo a seguir fez nova viagem para os EUA. Primeiro fez em Lexington, Kentucky, uma releitura da famosa obra do ex-presidente norte-americano Abraham Lincoln. O belo trabalho, com cerca de 18 metros, foi realizado na parede de trás de um teatro centenário de Kentucky, e traz o estilo mais recente de Kobra, que une o traço realista com cores vivas. O trabalho foi elogiadíssimo e apareceu em diversos jornais da região. Após Lexington, Kobra seguiu para Sarasota, para participar, pela terceira vez, do Festival de Arte em 56
3D, um dos maiores do mundo. Depois, foi para Miami para a Art Basel, principal feira de artes do mundo. Fez um grande mural com Salvador Dali, Basquiat (grafiteiro), Frida Kahlo e Andy Warhol, na principal avenida de Winwood. Depois, pintou um carro na galeria de arte Babu, em homenagem ao ator e diretor Clint Easwood. Antes de voltar ao Brasil, fez o mural “Tupac and Biggie”, sobre os rappers Tupac Shakur e Notorious B.I.G, em frente ao Winwood Wall, principal ponto de referência dos artistas de rua e Miami. O muro virou um ícone na cidade. 2013 em São Paulo No início de 2013, Eduardo Kobra foi notícia em mais de 30 países ao inaugurar no dia 25 de janeiro, aniversário de São Paulo, na parede lateral do edifício Ragi, na Praça Oswaldo Cruz (número 124), no início da Avenida Paulista, em homenagem ao arquiteto Oscar Niemeyer, falecido no dia 5 de dezembro de 2012. Ele pintou um retrato do artista, com várias referências às suas grandes obras (aparecem no desenho a Pampulha, o Copam, o Museu Oscar Niemeyer e o Palácio do Planalto). A obra tem 52m de altura por 16m de largura. Sobre o Mural “O Beijo”
semanas em que durou a pintura do mural, norte-americanos e turistas fotografaram e filmaram tanto o mural que um funcionário da High Line (antiga linha de trem que hoje virou um importante ponto turístico em Nova York, de onde há uma visão privilegiada para o trabalho de Kobra), precisou permanecer o tempo todo no local pedindo para as pessoas não permanecerem muito tempo paradas, para não causar aglomeração. Em pouco tempo o local se tornou um cartão postal da maior cidade norte-americana. Diariamente centenas de turistas curiosos e muitos casais apaixonados vão até o local para fotos. “É um trabalho de grande reO belíssimo mural “O Beijo” foi percussão e interação com o público. produzido em junho de 2012, em Como a parte superior do mural está Manhattan, na região de Chelsea (no totalmente voltada para o público que 255 10th Avenue), conhecida por caminha pela High Line, muita gente abrigar algumas das melhores galerias para acompanhar o nosso trabalho. de arte de Nova York. Durante duas Nunca vi coisa parecida”, diz Kobra.
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A Bailarina (Maya Plisetskaya), em Moscou, Rússia
Abraham Lincoln, em Lexington, Kentucky, EUA
O tema escolhido para a obra remeteu a Times Square da década de 40. “Em uma das nossas longas caminhadas que fizemos antes de decidirmos o que e onde pintar, chegamos a Times Square e fiquei profundamente emocionado, com todo aquele movimento, as pessoas do mundo inteiro, os painéis enormes e coloridos e a vida pulsando. Buscamos algumas referências e chegamos ao famoso beijo da Times Square (beijo de um marinheiro em uma enfermeira, que ilustrou na capa da revista Life o fim da II da Segunda Guerra Mundial, retratado pelo fotógrafo Alfred Eisenstaedt, em 14 de agosto de 1945, dia em que o Japão se rendeu aos EUA). Esta foi a base deste novo mural. O objetivo foi sensibilizar e mostrar que, mesmo com toda a correria, mesmo com o mundo dos negócios a todo vapor, o Amor está no Ar em Nova York!”, diz Eduardo Kobra. Mais sobre o artista Em novembro de 2012, Kobra retratou duas obras de Niemeyer - a catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, mais conhecida como catedral de Brasília, e a Igreja São Francisco de Assis da Pampulha, em Belo Horizonte, Minas Gerais - no grande mural que fez na Usina Termelétrica Norte Fluminense, em Macaé, Rio de Janeiro (foram ao total 12 painéis com homenagens a monumentos ou construções icônicas de dez cidades brasileiras, além de Paris). “As obras da usina projetei e fiz quando Niemeyer era ainda vivo. Depois, embora ele não fosse paulista, quis homenageá-lo no revista RMC/2o semestre 2015
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aniversário de São Paulo, em um dos cartões símbolos da cidade, que é a região da av. Paulista. Afinal, ele era um cidadão do mundo”, diz Kobra. A pintura de Niemeyer e as obras na usina de Macaé se inserem na mesma da mesma linha dos trabalhos que produziu no ano passado nos EUA, com grande repercussão, quando transpôs o Monte Rushmore de Keystone, em Dakota do Sul, para Los Angeles, na Califórnia (trabalho citando no início do matéria); e fez o belíssimo mural “O beijo’ em Manhattan, na região de Chelsea, conhecida por abrigar algumas das melhores galerias de arte de Nova York. Veja a seguir uma síntese das linhas de trabalho de Eduardo Kobra Muro das Memórias – projeto mais antigo e constante de Eduardo Kobra, que pinta São Paulo antiga. Há cerca de 40 trabalhos em São Paulo. Cria um contraste entre o antigo e o contemporâneo. Na av. 23 de maio, em seu maior trabalho, de mil metros quadrados, as pessoas passam em seus carros, como máquinas, a toda velocidade. O lado humano da avenida está justamente nos rostos pintados no muro. O artista desenvolve trabalhos do Muro das Memórias em outras cidades. Fez, por exemplo, lindas criações em Belém (PA), Rio de Janeiro e Santa Maria (RS), além de cidades em diversos países, como Estados Unidos, Suécia, França, Inglaterra, Rússia, Polônia, México e, agora, Japão, Emirados Árabes e Taiti. 3D – Kobra é pioneiro nesta arte. Surpreendeu São Paulo fazendo um carro 58
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Oscar Niemeyer, Praça Oswaldo Cruz, av. Paulista, em São Paulo
O Beijo, na High Line, em Nova York, EUA
em 3d na Praça do Patriarca. A obra tinha cerca de 30 metros de largura por oito de comprimento. De 98% das posições o espectador via uma mancha no chão. De dois por cento via um carro, “real”, na frente. Fez um Pelé na Av. Paulista; um Michael Jackson no Rio de Janeiro (junto com o artista plástico Romero Brito); uma piscina no Rio (homenagem às Olimpíadas); monumentos de Brasília na Esplanada dos Ministérios e um canyon com elementos brasileiros e sul-africanos na Praça do Patriarca, em São Paulo, durante a Copa do Mundo de 2010. Ao total, fez cerca de 20 trabalhos em 3D no Brasil. Em 2011, participou e foi premiado no Sarasota Chalk Festival, maior evento de 3D do mundo (ler em trabalhos internacionais, ao final do matéria). Galeria de Céu Aberto – O artista começou a colocar seus quadros em muros e outros espaços da cidade de São Paulo. Quer mostrar para as pessoas que a arte é acessível, que todos podem
entrar em galerias. “Muita gente pensa que não gosta de arte simplesmente porque nunca entrou em museus e galerias”, afirma Eduardo Kobra que há pouco mais de quatro meses fez uma obra deste projeto em muro da Praça Panamericana.
Galeria – Kobra se firma como artista plástico. Sua arte é cada vez mais encontrada também nas galerias. Em outubro de 2008, fez na galeria Michelangelo, em São Paulo, a elogiada exposição “Lei da Cidade que Pinta”, onde placas, outdoors, luminosos e outros materiais de comunicação visual retirados pelos fiscais e funcionários da Prefeitura ressurgiram como suporte para as obras de arte. Em julho de 2009 fez, também em São Paulo, na galeria Pró Arte, a exposição “Visitas”, sucesso de crítica e público. Greenpincel – O projeto que o artista desenvolve desde março de 2011, buscando alertar e combater as agressões do homem aos animais e ao planeta como um todo. Kobra entregou vários murais para a cidade de São Paulo, dentro do projeto. Fez em julho um chocante mural de
Carro em 3d na Praça do Patriarca, em São Paulo
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“boas-vindas”, chamado “Welcome to Amazônia”, na av. Rebouças, 167, com cerca de 7mX5m. O cenário mostra um ambiente arrasado. Pouco antes, concluiu o mural “CO2”, na rua Alvarenga, 2.400, com cerca de 10mX5m, também parte do seu projeto Greenpincel, iniciado com o mural “Navio Baleeiro” (obra crua e forte, baseada em uma cena da caça de uma baleia pelo navio Yushin Maru), realizado em março na rua Domingos de Morais, na Vila Mariana. No dia 26 de agosto, Kobra e outros artistas do Studio Kobra pintaram o mural “Sem Rodeios”, na av. Brigadeiro Faria Lima, depois de ficar chocado com as imagens nos jornais e sites do bezerro abatido pelo peão César Brosco durante a 56ª. Festa do Peão de Barretos. Em setembro, fez na rua Cayowa, em Perdizes, o mural “Mar da Vergonha”, onde critica o massacre de centenas de golfinhos no início de setembro, na pequena cidade de Taiji, na costa meridional da ilha japonesa de Honshu. Em outubro do ano passado fez o mural Alta Mira, onde critica a construção da usina, trabalho que atingiu grande repercussão de público e mídia. Segundo Kobra, o Greenpincel denuncia e combate artisticamente as várias formas de agressão do Homem à natureza. “Todas as tragédias naturais que têm acontecido em nosso planeta mostram que proteger os animais e a natureza como um todo é também uma forma de protegermos o ser humano. Particularmente, sou um apaixonado por plantas e animais. São temas que namoro há muito tempo e, por isso, decidi que já era hora de colocá-los também dentro do meu trabalho como artista”, diz. O Gre60
Genial é Andar de Bike, Oscar Freire, São Paulo
enpincel marca uma nova etapa nas obras de rua do artista, que buscam basicamente preservar a memória e trazer beleza aos paulistanos, em meio à correria do dia-a-dia. “Gosto muito de resgatar a história e levar beleza às ruas das cidades, o que faço principalmente no projeto ‘Muro das Memórias’, mas há situações em que devemos denunciar, mostrando artisticamente as agressões feitas contra o nosso Planeta”, afirma. Personalidades – Série que homenageia personalidades importantes da história, como o arquiteto Oscar Niemeyer
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e o compositor Adoniran Barbosa além de nomes como Madre Teresa de Calcutá, Nelson Mandela, Martin Luther King e Albert Einstein. Mosaicos – É fase mais recente do trabalho de Kobra. Usa aspectos coloridos e figuras geométricas sobrepostas nas cenas. Esta técnica dá profundidade e cor aos trabalhos. Alguns exemplos desta fase são os já citados murais “O Beijo está no Ar”, em Nova York; e o trabalho de agora em Moscou. Às vezes a técnica pode se mesclar a outros estilos ou linhas de trabalho do artista. A recente homenagem a Oscar Nie-
Pensador, Senac Tatuapé, em São Paulo
meyer pertence à fase Personalidades a construção de uma ampla avenida, e também à fase Mosaicos. trazendo modernidade às custas da perda de patrimônio histórico e, Trabalhos Internacionais em 2011 e 2012 principalmente, da retirada de antigos – Além dos trabalhos destacados no moradores. “Minha pintura fez parte início deste matéria, o muralista e de uma série de eventos e protestos artista plástico fez, em 2011 e 2012 di- contra essa ação da Prefeitura”, explica versos trabalhos no Exterior. Em maio o artista. Todo o processo produtivo de 2011, em Lyon, França, pintou o de Kobra foi acompanhado pelo mural Imigrantes (de 17mX3,5m), no francês Gilbert Codene, líder de uma bairro de Guillotiére, que é conhecido das principais equipes de pintores por abrigar muitos imigrantes, vindos muralistas no mundo. Antes de Lyon, de diversos países e continentes. Um Kobra passou por Londres, onde fez, novo projeto da Prefeitura da cidade em abril, um mural na bicentenária prevê a demolição de várias casas e Roundhouse. Nesse muro já existiram prédios históricos dessa região, para outros trabalhos. O primeiro foi do
famosíssimo grafiteiro Banksy (um documentário sobre ele concorreu ao Oscar). O trabalho de Banksy foi atacado por uma senhora que mora no bairro e não gostou da obra, destruindo-a com tinta branca. Pouco depois, artistas utilizaram o muro para protestar, desenhando uma onça e colocando frases contra o ataque. A Roundhouse fica no Camden Town, um dos bairros mais descolados de Londres e é umas das casas mais importantes da capital inglesa. Por lá já se apresentaram nomes como Mick Jagger. Na Grécia, Kobra fez, com Agrevista RMC/2o semestre 2015
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EUA, acompanhado pela sua equipe do Studio Kobra, como o único artista brasileiro convidado para o Sarasota Chalk Festival, maior evento de arte em 3D no mundo, que teve a curadoria de Kurt Wenner. Os trabalhos do festival foram realizados de 1 a 6 de novembro e o dia 7 foi exclusivo para a visitação do público, que lotou as ruas da cidade norte-americana. Várias urnas foram espalhadas por Sarasota Projeto: “São Paulo: uma realidade aumentada”, intervenções que mostram e questionam diversos aspectos da vida para que o público vode São Paulo . Acima, Maria Daniela de Oliveira, retratada em mural na ação em Paraisópolis tasse nos 20 melhores trabalhos, entre os 200 naldo Britto Pereira, em um ponto reito de destruí-lo. Se assim o fosse, participantes. A Biblioteca em 3D nobre de Atenas (próximo à estação do esses religiosos poderiam entrar no de Eduardo Kobra esteve entre os 20 metrô Pefkakia), o mural “Evolução Museu de História Natural de Nova trabalhos eleitos e premiados. Após Desumana”, com cerca de 35 metros York, onde a evolução da espécie e, o festival, os brasileiros participaram de comprimento por cinco de altura, principalmente, humana é mostrada da Garage Art (a pintura de um dentro de seu projeto Greenpincel. de forma realista, e destruírem tudo! estacionamento), ao lado de outros Após passar cerca de um mês em Ate- Respeitar o direito de expressão é quatro artistas - cada um responsável nas, voltou ao Brasil no final de agosto, básico na Democracia que, por sinal, por um andar, em Sarasota, e, ainda após concluir o mural, que havia sido começou aqui na Grécia. Por isso deci- na cidade, pintaram a lateral de um atacado por religiosos, revoltados com dimos, ainda que exista algum perigo prédio na avenida Pinapple, também o que chamavam de agressão a Deus, de um novo ataque ao muro, refazer o em Sarasota, retratando uma cena da já que “Evolução Desumana” trazia trabalho, com algumas modificações década de 40. da evolução segundo Charles Darwin. estéticas, mas ainda dentro do mesmo Após Sarasota, Kobra viajou a “Sempre respeitei as culturas e as tema. Não podemos ceder espaço para Miami para participar do Art Basel, religiões. O meu trabalho é com Arte os intolerantes”, diz Eduardo Kobra. evento de arte que acontece em “toda” Urbana e, claro, ele acontece princiO muralista viajou para Atenas a Miami, com cerca de 100 artistas norpalmente nas ruas, o que aumenta convite de Kiriakos Isofidis, sócio da te-americanos e de diversos países pinainda mais a minha responsabilidade, editora Carpe Diem, que já publicou tando os muros da cidade. O Studio já que minhas obras são vistas por to- três livros sobre muralismo (“Mural Kobra pintou um quarteirão inteiro dos os tipos de pessoas. Mas parece-me Art Book 1, 2, e 3”),. O terceiro vo- em Wynwood, com imagens antigas, claro que o fato de não gostar de algum lume de “Mural Art Book” traz duas mas em linguagem contemporânea e trabalho artístico, por sua qualidade páginas sobre o trabalho de Kobra. colorida. No início de 2012, após as ou temática, não dá a ninguém o diNo final de 2011, Kobra foi aos festas de final de ano no Brasil, Kobra 62
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voltou aos EUA para participar da Art Palm Beach, também com um mural que mostrava imagens antigas com linguagem contemporânea. Ainda no EUA fez em Los Angeles o já citado neste matéria mural com oito metros de altura por 14 de comprimento, com uma releitura das esculturas de quatro presidentes dos EUA. Em novembro de 2012 Kobra voltou ao Sarasota Chalk Festival e fez a obra “O Circo”, em 3D. n A seguir as algumas das obras de Eduardo Kobra no Brasil e no Exterior Ex teri o r : 1 - O Beijo, na High Line, em Nova York, EUA 2 - Arthur Rubinstein, em Lodz, na Polônia 3 - Artistas, em Wynwood, Miami, EUA 4 - A Bailarina (Maya Plisetskaya), em Moscou, Rússia 5 - Malala, em Roma, Itália 6 - Olhar a Paz, em Los Angeles, Califórnia, EUA 7 - Sarasota Antiga, em Sarasota, EUA 8 - Abraham Lincoln, em Lexington, Kentucky, EUA 9 – Fight for Street Art (releitura da cena clássica de Andy Warhol e Jean Michael Basquiat), em Williamsburg, Brooklyn, EUA 10 – Alfred Nobel, na cidade de Boras, Suécia 11 – MariArte, em San Miguel de Allende, México 12 – Ritmos do Brasil, em Tóquio, Japão 13 – O Beduíno, em Dubai, nos Emirados Árabes 14 – Mural ainda sem nome, Papeete, Taiti Brasil 1 – Oscar Niemeyer, Praça Oswaldo Cruz, av. Paulista, em São Paulo, São Paulo 2 - A Arte do Gol (projeto Muro das Memórias), av. Hélio Pellegrino com av.
Santo Amaro, em São Paulo, São Paulo 3 - Belém Antigo, esquina da rua Castilhos França com a rua Portugal, em Belém, Pará 4 - Candango, no Complexo Bancário, em Brasília. 5 - Chico e Ariano, na avenida Pedroso de Morais, Pinheiros, em São Paulo, São Paulo. 6 - Novos Ventos, nos tanques da Linde Gases, na rodovia Cônego Domênico Rangoni, no trecho do sistema Anchieta-Imigrantes, que liga Cubatão a Guarujá, São Paulo. 7 - Mural da 23 de Maio (projeto Muro das Memórias), av. 23 de Maio (próximo ao viaduto Tutóia), em São Paulo, São Paulo. 8 - Murais do Parque do Ibirapuera, ao lado do MAM, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, São Paulo. 9 - Pensador, Senac Tatuapé, em São Paulo, São Paulo.
10 – Muro das Memórias Caixa d’água, Senac Santo Amaro, em São Paulo, São Paulo. 11 – AltaMira (projeto Greenpincel), rua Maria Antônia, São Paulo, São Paulo. 12 - Muro das Memórias, Senac Tiradentes, em São Paulo, São Paulo. 13 – Gonzagão, Recife, Pernambuco. 14 - Viver, Reviver e Ousar, Igreja do Calvário, em Pinheiros, São Paulo, São Paulo. 15 - Brasil!, muro da usina termelétrica de Macaé, Rio de Janeiro. 16 – Sem Rodeio (Projeto Greenpincel), av. Faria Lima, em São Paulo, São Paulo. 17 – Muro das Memórias Senac Tiradentes, av. Tiradentes, em São Paulo, São Paulo. 18 – Racionais MC’s, Capão Redondo, São Paulo, São Paulo 19 – Genial é Andar de Bike, Oscar Freire, São Paulo, São Paulo
w w w.eduardokobra.com
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CONFIRA VANTAGENS E BENEFÍCIOS – PROGRAMAÇÃO ABRANGE ATIVIDADES PARA TODOS OS PÚBLICOS E PARA TODAS AS IDADES
CAMPINAS
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O SERVIÇO Social
do Comércio é uma obra resultante da visão de responsabilidade social de empresários do setor de comércio, bens, serviços e turismo para beneficiar seus trabalhadores e a sociedade brasileira. Criado em 1946, hoje no Estado de São Paulo são 36 unidades. O Sesc é uma instituição de caráter privado, sem fins lucrativos e de âmbito nacional. A missão é promover o desenvolvimento de pessoas por meio de ações educativas
comprometidas com a cidadania e a participação social, e procura valorizar as pessoas ao estimular a autonomia pessoal, a interação e o contato com expressões e modos diversos de pensar e agir. Os principais beneficiários do Sesc são os trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo e seus dependentes como pais, cônjuges e filhos, porém as ações do Sesc atendem toda a comunidade. Em Campinas, o Sesc oferece diversas
atividades de lazer, cultura e recreação, que são oferecidas gratuitamente para todos os públicos como oficinas, teatro adulto e infantil, shows; cinema; dança; vídeos; exposições; artes plásticas; teatro adulto e infantil; música; programas esportivos; área verde e redes para descanso em alguns pontos da unidade; biblioteca para leitura de jornais, revistas e tabloides do Brasil inteiro, além de empréstimos de livros; corredor esportivo com jogos de
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mesa como dama e xadrez, além de jogo de botão, jogo da velha, pebolim e peteleco; Espaço de Brincar em que crianças de 0 a 6 anos, ao lado de seus responsáveis, usam o local para brincar, criar e encantar através de variados formatos e linguagens, com uso de materiais simples, do dia a dia das crianças, além de ações voltadas ao meio ambiente, sociedade e cidadania, corpo e expressão, intergerações, terceira idade e valorização social. Para se credenciar ao Sesc é necessário trabalhar no comércio de bens, serviços e turismo com carteira assinada, ser aposentado, ou ter trabalhado há menos de 1 anos nas áreas como supermercados, lojas automotivas, papelarias, shoppings, farmácias, casas lotéricas, hospitais, escolas particulares, cinemas, bares, restaurantes, salões de beleza, clínicas médicas e odontológicas, empresas de segurança e limpeza, agências de publicidade, veículos de comunicação, hotéis, motéis, pousadas e agências de turismo. A credencial plena é gratuita. Para tanto, é necessário comparecer pessoalmente em uma de nossas unidades e apresentar a seguinte documentação: Titular: Foto 3x4*, documento de identidade, CPF e carteira profissional. Filhos e enteados até 21 anos: Foto 3x4*, certidão de nascimento ou documento de identidade; ou, caso tenham até 24 anos, documento de identidade, comprovante de matrícula ou pagamento recente de mensalidade em curso regular, declaração de imposto de renda do titular ou outro documento que comprove ser dependente economicamente dos pais. Para tutelados, além desses documentos e da foto 3x4, apresentar também comprovante de tutela. Cônjuge: Foto 3x4*, certidão de casamento, ou certidão de nascimento de filho havido em comum, ou, ainda,
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declaração de união estável mencionando nomes do casal e números dos documentos de identidade de ambos; neste último caso deverão constar também os nomes e números dos documentos de identidade de duas testemunhas maiores de 18 anos. As quatro pessoas deverão assinar a declaração e reconhecer firma das assinaturas. Pais do titular: Foto 3x4*, documento de identidade e CPF. Viúvos pensionistas de trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo: Foto 3x4*, documento de identidade, CPF e a carteira profissional do cônjuge falecido, extrato do INSS e certidão de óbito. Aposentados no comércio de bens, serviços e turismo: Foto 3x4*, documento de identidade, CPF e a carteira profissional com as anotações comprovando que a aposentadoria ocorreu quando trabalhava em empresa do comércio de bens, serviços e turismo, ou comprovante do Órgão da Previdência Social contendo essas informações. *A foto 3x4 é indispensável no cartão de matrícula, e pode ser trazida ou tirada no momento da matrícula por webcam gratuitamente. A credencial na categoria Plena é gratuita e tem validade 12 meses em território nacional. O Sesc Campinas tem hoje mais de 95.000 credenciados, entre os trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo e seus dependentes. Com a credencial plena do Sesc é possível usufruir das atividades físico esportivas como torneios, campeonatos, vivências e o programa Sesc de Esporte, que promove a educação por meio do esporte e para o esporte, atendendo desde crianças de 3 anos até idosos, além de oferecer clubes esportivos, local de compartilhamento de informações e troca de experiências, como é o caso dos clubes do voleibol, futsal feminino,
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corrida, iniciação à corrida e basquete. Integram ainda atividades de cultura como música, dança, teatro adulto, teatro infantil, cinema e vídeo e artes plásticas. Além de atividades de lazer, programas de educação não formal para crianças como o Espaço de Brincar, direcionado aos pequenos de 0 a 6 anos e o Curumim, direcionado às crianças de 7 a 12 anos, além do Papo Geral, programa direcionado para jovens e adolescentes. O credenciado pode ainda usufruir de roteiros de excursões e passeios de um dia a partir do programa de turismo social, serviços da clínica de odontologia, acesso à biblioteca, literatura, cultura digital, além de ações voltadas ao meio ambiente, sociedade e cidadania, corpo e expressão, intergerações, terceira idade e valorização social. O Sesc também possui um programa de saúde e alimentação, a Comedoria, que oferece uma alimentação saudável, balanceada e que valoriza os ingredientes brasileiros. A programação do Sesc Campinas conta com apresentações artísticas; espetáculos de teatro, apresentação de dança, música, cinema e circo direcionado ao público infantil; Espaço de Brincar, promovendo a convivência através da ludicidade direcionado às crianças de 0 a 6 anos acompanhadas de seus responsáveis; Programa Curumim, que trabalha e educação não formal para crianças devidamente matriculadas na escola e que tenham entre 7 a 12 anos; Papo Geral, programa socioeducativo direcionado a adolescentes de 13 a 17 anos; Programa de Valorização Social, com cursos destinados ao desenvolvimento de habilidades manuais incentivando a geração de renda; Odontologia, exclusivo para credencial plena; Cursos permanentes, com modalidades esportivas como hidroginás-
tica, natação, ginástica multifuncional, programa Sesc de Esportes, clubes da corrida, do vôlei, do futsal feminino, de iniciação à corrida, e do basquete, dança, tai chi chuan e yoga; Recreação esportiva – horários reservados para a prática de modalidades esportivas como basquete, futsal, vôlei, e hidro animação; Intergerações – Inclusão social através da coeducação entre gerações, por meio da realização de atividades como coral, aulas de artesanato e dança; Terceira Idade – encontros, cursos, palestras direcionadas a temática da terceira e idade e envelhecimento; Turismo Social – Excursões e passeios de 1 dia, roteiros mensais com saída de Campinas; Biblioteca – Empréstimo gratuito de livros; Alimentação – Serviço de restaurante no horário do almoço, lanchonete e café; Loja Sesc - Revistas, livros e Cd’s temáticos disponíveis para venda; Espaço de Tecnologias e Artes Espaço destinado à navegação livre com cursos, oficinas e vivências. SERVIÇO SESC CAMPINAS Endereço: R. Dom José I, 270/333 – Bonfim – Campinas – SP, próximo ao Terminal Rodoviário Ramos de Azevedo. Horário de Funcionamento: terça a sexta, das 8h00 às 21h30, sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 18h. Site: www.sescsp.org.br/campinas Telefone: 19.3737.1500
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AMERICANA
PROFESSORA DE CIEP É PREMIADA EM CURITIBA
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Professora do CIEP da Cidade Jardim, a Arte Educadora, Aparecida Bezerra, teve seu projeto “De Ontem, De Hoje, De Sempre... Eu”, premiado em primeiro lugar na categoria Artes, em Curitiba. Os educadores de todo o Brasil foram anunciados em 21/10, no final da tarde, pelos organizadores do Prêmio “Ação Destaque”, proposto pelo Sefe, Sistema Educacional Família e Escola, com sede em Curitiba. Nos dias 19, 20 e 21 de outubro, os educadores finalistas apresentaram seus projetos em cerimônia oficial para premiação de 1, 2 e 3 lugares de acordo com sua categoria. No total, 298 projetos de todo o Brasil foram avaliados, finalizando em 27 selecionados nas diversas categorias. “Este evento e a premiação incentivaram ainda mais minha prática em sala de aula, acredito sinceramente na educação e no papel primordial que o professor exerce na vida destas crianças”, afirmou Aparecida. Para a professora conhecer a diversidade cultural de outros municípios e propostas diferentes que deram certo a incentiva para novos desafios. Apaixonada pela profissão, Aparecida disse que o conhecimento proporcionado pela apresentação de outros projetos “re-
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novou a alma”, acredita. “A educação precisa ser levada a sério e reconhecer os profissionais da educação se faz necessário, a questão salarial é importante, mas o respeito e admiração ainda fazem parte desta profissão que é tão importante quanto o médico, o vereador e o advogado. Tenho orgulho de dizer sou professora do Ciep”, finalizou, feliz por ter recebido o prêmio. O projeto elaborado pela professora procura valorizar a criança através de sua produção artística bem como alterar sua auto-estima, proporcionando desta maneira várias possibilidades de enxergar no mundo, inclusive acreditando, propondo e arriscando-se diante da sociedade. As atividades desenvolvidas incluíram
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desenho, pintura e fotografia. Atividades estas que foram encaminhadas ao Salão do Humor de Americana e Salãozinho do Humor de Piracicaba, com diversos alunos sendo selecionados nestes eventos. Uma das propostas foi usar as linguagens do Salão de Humor como a caricatura, o cartoon e a HQ. “Com esta finalidade, desenvolvemos trabalhos com todos os alunos do Ciep da Cidade Jardim no mês de maio e junho. O objetivo foi desenvolver na criança novos conceitos, incentivando a prática artística, contribuindo para seu desenvolvimento intelectual e crítico através da linguagem do humor gráfico”, disse Aparecida. No Ciep estudam cerca de 500 alunos. Fonte: www.americana.sp.gov.br
ARTUR NOGUEIRA GRUPO TEATRAL DE ARTUR NOGUEIRA É 3º COLOCADO NA REGIÃO DE CAMPINAS DO MAPA CULTURAL PAULISTA
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a tarde de sábado (17/10/15) o grupo teatral nogueirense Movimento Cultural Brincantti se apresentou na cidade de Pirassununga pela fase regional do Mapa Cultural Paulista. O grupo apresentou seu espetáculo de rua “A Margem das Voltas” e recebeu diversos elogios do juri e dicas fundamentais para o crescimento da qualidade do trabalho. Além das valiosas dicas e dos elogios recebidos, o grupo recebeu a Menção Honrosa de Pesquisa de Linguagem e Poesia Cênica, concedida pelo juri do Mapa Cultural Paulista, valorizando todo o trabalho de criação coletiva e mostrando mais uma vez o potencial e o talento dos artistas nogueirenses. Ao final do dia, o grupo recebeu a colocação de 3º lugar na região de Campinas, sendo eles 2º suplentes para a fase estadual, mais uma vez Artur Nogueira se destaca no Mapa Cultural levando inovação de linguagem e audácia no processo de criação e desenvolvimento de um espetáculo de rua. Para o Secretário de Cultura Leandro
Queiroz, “essas participações e elogios que os grupos de Artur Nogueira tem recebido no Mapa Cultural, só mostram o quanto evoluímos em qualidade e variedade cultural, é um orgulho para nós da Secretaria de Cultura e um orgulho para toda a população nogueirense”. Os próximos a se apresentarem no
Mapa Cultural Paulista são os participantes da categoria “Artes Visuais”, eles já estão com as suas obras em exibição na cidade de Socorro e os artistas participaram de um debate com o corpo de jurados na sexta-feira (23/10/15). Fonte: www.arturnogueira.sp.gov.br
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CAMPINAS
CRIATIVIDADE É A TÔNICA DO I CONCURSO DE MODA INCLUSIVA DE CAMPINAS
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estudante de moda Révila Possidonio foi a vencedora do I Concurso e Desfile de Moda Inclusiva de Campinas, realizado na segunda-feira, 14 de setembro, às 19h, no Hotel Vitória. O evento contou com a participação da primeira-dama de Campinas, Sandra Ciocci; do vice-prefeito de Campinas, Henrique Magalhães Teixeira; da secretária municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Emmanuelle Alkmin; além de outras autoridades, convidados, estudantes e professores de moda. Ao abrir oficialmente o desfile, a primeira-dama falou sobre a importância de Campinas realizar o evento para promover a igualdade e fomentar a acessibilidade por meio da moda. “A sociedade de Campinas está quebrando paradigmas e lançando um novo olhar sobre a inclusão ao prestigiar o desfile. Quando se fala em moda inclusiva significa que, por meio da moda, as pessoas 70
têm o direito de ir a todos os lugares, numa condição de igualdade, autoestima e bom gosto”, declarou. Depois de uma seleção preliminar, oito estudantes e designers de moda participaram da final, apresentando onze “looks” desenvolvidos para pessoas com deficiência e com foco nas tendências. Os estilistas selecionados foram Eliana
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Silva dos Santos, Révila Possidônio, Jéssica Novais Sobrinho, Thais Marins Beloso, Rebeca Chiminazzo, Henrique de Lima da Silva, Silvana Batista Pereira e Bárbara da Silva Mascarenhas. A comissão, formada por cinco professores de moda de universidades de Campinas, julgou que o modelo criado por Révila Possido-
nio, além de esteticamente bonito, atendeu ao critério de funcionalidade e conforto para pessoas com deficiência. Para vencer o concurso, a estudante criou um “look” que aliou conforto, facilidade e elegância, mostrado na passarela pela cadeirante Jaqueline Oliveira. Era um conjunto de calça e blusa com tecido flexível. Premiação Com a vitória no I Concurso e Desfile de Moda Inclusiva de Campinas, Révila ganhou uma viagem nacional aérea, com direito a acompanhante, e uma máquina de costura, além de
participar do Desfile Internacional de Moda Inclusiva, que vai ocorrer em São Paulo, no mês de novembro. Em segundo e terceiro lugares, ficaram as estudantes Eliana dos Santos e Rebeca Chiminazzo, respectivamente, que receberam máquinas de costura. Suas criações vão ser mostradas na Feira de Reabilitação, em São Paulo, em novembro. Henrique Magalhães Teixeira elogiou a ação. “Todos nós temos nossas deficiências e é na desigualdade destas que podemos entender onde ajudar o outro”, disse. Segundo a secretária Emmanuelle Alkmin, “a partir de agora, pessoas
SoluçõeS logíSticaS
de
Ganhadora do concurso Révila Possidonio com a modelo. Foto: Giovanna Breve
com deficiência passam a utilizar a linguagem da moda para se expressar no dia a dia. Com a moda inclusiva, que alia beleza e utilidade, é possível fazer com que pessoas sejam só pessoas, podendo expressar sentimentos”. Fonte: www.campinas.sp.gov.br
a a Zoll www.zoll.com.br
A Zoll Assessoria em Comércio Exterior é formada por profissionais com experiência de 20 anos de mercado em Desembaraço Aduaneiro e vem se destacando na execução de todas as etapas do processo de importação. Com o apoio da Câmara de Comércio Exterior de Campinas e Região (CCC&R) auxilia desde a procura e compras no exterior até a colocação dos produtos dentro da empresa importadora. Atua em todos os segmentos da indústria e comércio (farmacêutico, eletrônicos, máquinas, equipamentos, metalúrgico, agrícola, fertilizantes, sementes, perecíveis, refrigerados, etc.) como operador logístico coordenando embarques door to door na Importação e Exportação. É associada à Aexport e à Ciesp, onde tem participação efetiva.
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COSMÓPOLIS COSMÓPOLIS RECEBEU WORKSHOP GRATUITO DE PALHAÇO
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a quinta-feira (15/10/15), aconteceu na Secretaria de Cultura o Workshop de Palhaço, com Teófanes Silveira, ator que dá vida ao palhaço Biribinha. Esta ação foi resultado de convênio firmado com o Programa de Ação Cultural-PROAC, do Governo do Estado. Durante a oficina, que teve 3 horas de duração, foram desenvolvidas técnicas de entrada, tempo de humor, bordões, esquetes de palhaço, práticas em dupla e em trio. Este workshop era indicado principalmente aos atores, palhaços, estudantes de teatro e circo. O Palhaço tradicional no Circo Teatro Os Caminhos do Palhaço Tradicional no “CIRCO TEATRO” trilhados pelo mestre que fala e o aprendiz que escuta, essa é a técnica utilizada no circo para ensinar e aprender os ofícios do Palhaço e do Mestre de Cena, essa também foi desenvolvida nesta oficina. Trabalhando o Tempo de Humor, cada palhaço descobriu como “armar e desarmar uma piada, 72
esquete, uma entrada, tony soyrée ou mesmo uma chanchada, uma dupla que canta Paródias”. Teve a ‘Fala’ e adereços cênicos como maiores recursos na montagem, para a provocação do riso. (Obs: Era necessário que cada aluno levasse adereços (chapéu, sapatos, cachecol, mala...) e se já tiver definido, sua roupa de palhaço)
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Serviço: OFICINA DE PALHAÇO LOCAL: Secretaria de Cultura - Rua Santa Gertrudes, 254 HORÁRIO: Das 19 às 22h OFICINEIRO: Teófanes Silveira (Pallhaço Biribinha) INSCRIÇÕES: 19.3812.3101 ou cultura@cosmopolis.sp.gov.br Fonte: www.cosmopolis.sp.gov.br
ENGENHEIRO COELHO 3ª EXPO ENGENHEIRO COELHO E II DESFILE DE CAVALEIROS E CARROS DE BOI ATRAEM GRANDE PÚBLICO
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Prefeitura de Engenheiro Coelho, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, realizou em maio, a 3ª Expo Engenheiro Coelho e o II Desfile de Cavaleiros e Carros de Boi, que fizeram parte das festividades do 24º aniversário da cidade. No domingo, 17 de maio, aconteceu o 3º Desfile de Carros de Boi e Cavaleiros. Cerca de 22 tropas do sul de Minas Gerais participaram do evento, que resgatou a história e a tradição dos antepassados. Após o desfile, aconteceu a II Queima do Alho, que este ano fez parte do Circuito Estadual, com a participação de 10 Comitivas Paulista de Queima do Alho, cozinhando o melhor da comida tropeira. Houve ainda os shows da dupla “Ramon e Rodolfo” e “Rafael e Adriel”. Já entre os dias 21 a 24 de maio, aconteceu a 3ª Expo Engenheiro Coelho, com competições de rodeio, atrações musicais e provas equestres (3 Tambores e Laço em Dupla). Segundo os organizadores, durante os quatro
dias, cerca de 40.000 (quarenta mil) pessoas passaram pelo recinto, um recorde de público. Ulisses e Moisés se apresentaram na quinta (21). Na sexta (22), a animação ficou por conta de Zé Henrique e Gabriel. No sábado (23), aconteceu o grande show de Carreiro e Capataz e encerrando as festividades no domingo (24), subiram ao palco Caio Cesar e Diego. A festa teve entrada franca, somente na sexta (22) e no sábado (23) foram pedidos 02 (dois) quilos de alimentos não perecíveis, que serão revertidos às famílias carentes do município. Segundo o Prefeito Pedro Franco, “Os festejos, além de movimentar o comércio local, trazem a alegria, o
divertimento, e o mais importante, a união do nosso povo. Outro fator positivo é o lado social, com a arrecadação de alimentos. Este ano tivemos recorde de público, o que nos deixa muito felizes. A população compareceu em grande número para prestigiar os eventos em comemoração ao aniversário do município. Estamos nos sentido com o dever cumprido. Gostaria de agradecer os nossos vereadores, secretários municipais, diretores, professores e todos os envolvidos que trabalharam arduamente para este belo resultado e principalmente a população de Engenheiro Coelho e da região, que compareceram em nossos eventos”, finalizou o Prefeito. Fonte: www.pmec.sp.gov.br revista RMC/2o semestre 2015
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HOLAMBRA FESTA DA CRIANÇA LOTA RUA DA AMIZADE M
ais de 1500 pessoas encheram a Rua da Amizade no sábado, dia 10 de outubro de 2015, para participar da 1ª Festa da Criança e comemorar o feriado em família, com gincanas, música e espetáculos circenses surpreendentes. A programação, inteiramente gratuita, foi aberta às 9h30 por uma apresentação da Fanfarra Amigos de Holambra. Na sequência, monitores do departamento municipal de Esportes assumiram o show com brincadeiras, desafios e muita diversão para todas as idades. Promovido pela Prefeitura, o evento foi criado com o objetivo de aproximar as crianças e seus familiares através de atividades interativas – como o estouro de bexigas por meio de abraços entre pais e filhos. “Foi uma manhã muito especial. Uma festa repleta de risos, alegria e diversão. Como toda festa de crianças deve ser”, comentou o prefeito Fernando Fiori de Godoy, presente no evento ao lado da esposa Diva de Souza Godoy e dos filhos. Além das brincadeiras, um espetáculo de circo protagonizado pelo grupo The Big Brother’s Cirkus 74
encantou as crianças com números ousados de malabarismo, contorcionismo e equilíbrio. A irreverência e alegria dos palhaços, por sua vez, arrancou gargalhadas de todo o público. “Planejamos esse evento para
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garantir a todas as crianças da cidade a festa que elas merecem. Foi uma experiência extremamente positiva”, concluiu Dr. Fernando. Fonte: www.holambra.sp.gov.br
HORTOLÂNDIA CENTRO DE MEMÓRIA
1º ANIVERSÁRIO
PRESERVA HISTÓRIAS DA CIDADE
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história de Hortolândia contada por quem faz parte dela. Fotos, depoimentos e objetos de moradores da cidade compõem a exposição permanente “Memorial de Famílias”, uma das preciosidades do acervo do Centro de Memória de Hortolândia “Professor Leovigildo Duarte Júnior”, que completa o primeiro aniversário neste mês. Mais de mil visitantes já passaram pelo local, administrado pela Prefeitura de Hortolândia, por meio da Secretaria de Cultura. Com espaço de aproximadamente 200 m², o Centro de Memória possui bebedouros, banheiro adaptado para pessoas com deficiência, estacionamento e Espaço Café (este último ainda em implantação). No prédio, também foram instaladas rampas para facilitar o acesso de cadeirantes às atrações. Ao todo, a Administração investiu R$ 880 mil na implantação do Centro. A Estação Jacuba, sede do espaço, foi cedida à Prefeitura pelo Patrimônio da União em 2011. Localizada na Rua Rosa Maestrello, nº 02, Vila São Francisco de Assis, na Região Central,
a antiga estação ferroviária da cidade foi reformada pela Administração Municipal entre os anos de 2013 e 2014. O espaço é aberto à visitação gratuita e livre para todas as idades de terça a sexta-feira, das 9h às 16h45, e no último final de semana de cada mês, das 9h às 17h. No dia 22 de setembro de 2015, aliás, o espaço recebeu alunos da escola Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Vilagio Ghiraldelli
para uma aula de história diferente. Grupos e excursões puderam agendar visitas monitoradas à antiga estação por meio do telefone 19.3865.2678. Ao visitar o espaço, ao mesmo tempo em que experimenta uma volta ao passado, o público pode compartilhá-la com outros moradores, de forma atual. É possível fotografar (preferencialmente sem flash) e filmar a visita ao Centro de Memória, bem como postar estas lembranças na internet, revista RMC/2o semestre 2015
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graças à rede wi-fi existente no ambiente. Quatro tablets também estão disponíveis no Centro, com o objetivo de auxiliar os visitantes em pesquisas. Famílias tradicionais No “Memorial de Famílias”, espaço que segue em construção, mais de 30 famílias tradicionais deixaram sua marca. Nos depoimentos, moradores antigos relembram o tempo em que Hortolândia ainda era Jacuba e era necessário usar lamparina nas casas. Naquela época, muito da diversão se devia à Estação Jacuba. Ver os passageiros embarcando, trens e boiadas passando eram formas de entretenimento dos jovens. Curiosamente, até casamentos o costume de ir à Estação já rendeu. Francisco Ghiraldelli de Camargo, de 73 anos, descendente de indígenas e italianos, nascido e criado em Hortolândia, revela que, na juventude, costumava se encontrar com a jovem Neusa no local, além de ir visitá-la de trem. As visitas deram tão certo que Francisco e Neusa estão casados há 52 anos. Para Nelson Blumer, outro cidadão de Hortolândia e personagem do memorial, ver o crescimento da cidade é motivo de alegria. “É um orgulho ter essa lembrança”, declara. Atualmente, Nelson participa do grupo Pioneiros do Catira. A dança, realizada em equipe, é apresentada ao som da viola e conduzida pelo ritmo de bate-pés e palmas, seguido por cantoria. Além da exibição do vídeo com os depoimentos de antigos moradores, o Memorial conta com fotos doadas por Eugênio Cancian, colonizador e 76
ferroviário da antiga Cia Paulista de Estradas de Ferro, que nasceu na Itália; pelo vereador Nelson Alexandre, natural do distrito de Jacuba, que divulgava as histórias das famílias hortolandenses no periódico local “Jornal de Hortolândia” na coluna “Hortolândia que eu Vi e Ouvi”; e por duas famílias, Bueno da Silva e Roweder e Gomes, que presenciaram a colonização da cidade, desde as sesmarias. Para a coordenadora do Centro de Memória, Sônia Zago, as fotos adquiridas são o maior trunfo do espaço em seu primeiro ano de funcionamento. “Muita coisa boa foi encontrada, inclusive em publicações nas redes sociais da internet”, comenta. No primeiro levantamento realizado neste ano, o Centro de Memória contabilizou mais de 6.200 fotos e 15.500 negativos, além de 176 mídias de vídeo e ampla literatura sobre a história da cidade preservada. Além das fotos, peças históricas compõem o memorial. Dentre elas, há objetos históricos adquiridos para o acervo, como cristaleira e cadeiras antigas, e também outros doados pelas famílias, como uma máquina de escrever, uma telha utilizada na construção da Estação e outras originais, produzidas pela antiga Cerâmica Sumaré.
Ferro. No “Memorial Professor Leovigildo Duarte Júnior”, em homenagem ao patrono do órgão cultural, há documentos, anotações, livros e objetos biográficos do cientista social, militante do Movimento Pró-Emancipação de Hortolândia. Nos “Memoriais dos poderes Executivo e Legislativo”, os pesquisadores e o público em geral poderão também consultar fatos e a história política de Hortolândia. No Centro, também há Sala Multiuso e biblioteca técnica. Na Biblioteca Técnica e de Referência, estão disponíveis publicações sobre a cidade para a consulta no local, como obras raras e especializadas em história local e regional, memória ferroviária, história oral, patrimônio cultural, políticas culturais e produção cultural. Lá está a coleção pessoal de Leovigildo Duarte Júnior, com apostilas e publicações próprias. Dentre elas, a coleção de autoria do próprio professor, de 1994, intitulada “Hortolândia Município”, dividida em três volumes: A preparação (volume 1), A campanha (volume 2) e A votação (volume 3). A relação de obras disponíveis pode ser consultada pessoalmente e o acervo pode ser visitado com o acompanhamento do bibliotecário. A Sala Multiuso é o espaço para realização de exposições temporárias, encontros, workshops e apresentações Exposições permanentes e temporárias artísticas. O uso do local está sujeito à disponibilidade na agenda do Centro Outra atração permanente do e à avaliação das obras e atividades pela Centro de Memória é o “Memorial comissão responsável, formada por Estação Jacuba”, dedicado à sede do membros da Secretaria de Cultura e espaço, onde há fotos, mapas, peças do Conselho Municipal de Cultura. ferroviárias e documentos sobre a Atualmente, o local recebe a exCompanhia Paulista de Estradas de posição “Notícias daqui: Nossa terra
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na grande imprensa da Capital”, que reúne mais de 50 páginas de jornais das décadas de 1920 a 2010 que contam a história do antigo povoado Jacuba, que hoje é Hortolândia. Entre as notícias, o caso da “Santinha de Jacuba”, um garota que foi tida como milagreira. Neste ano, duas outras exposições temporárias passaram pelo Centro: “História do Carnaval em Hortolândia”, retratando as escolas de samba, blocos, samba-enredos, desfiles e fantasias dos carnavais de rua da cidade; e “Mulheres Hortolandenses: passado, presente e futuro de nossa história”, que homenageou, em 37 fotos, mulheres de diversas idades que transformam o dia a dia da cidade. A próxima exposição, prevista para 2016, retratará a história do esporte e dos esportistas de Hortolândia. “Aproveitando o ano em que as Olimpíadas serão no Brasil, vamos destacar e homenagear equipes e atletas que defendem ou defenderam esportes em nossa cidade, a nível regional, estadual e nacional”, explica Sônia. De acordo com a coordenadora, todos os trabalhos expostos na Estação Jacuba são criados, elaborados e realizados pela equipe do próprio Centro de Memória. As atrações têm sempre o objetivo principal de retratar Hortolândia e sua população. “Além disso, a Secretaria de Cultura já trouxe para o pátio da Estação apresentação de teatro ao ar livre e o projeto ‘Buzun’, em que um ônibus serve de palco para peça teatral”, afirma Sônia Zago. Segundo o secretário de Cultura, Francisco Raimundo da Silva, o Centro de Memória de Hortolândia “Professor Leovigildo Duarte Junior”
é um importante espaço de preservação da história do município. “Neste mês, o Centro de Memória completa seu primeiro ano, executando um belo trabalho de recuperação de fotos, vídeos e momentos únicos da cidade”, destaca. Para o secretário, esta é uma forma de proporcionar ao público mais conhecimento sobre a cidade onde mora, estuda e trabalha. “Nosso desejo é, cada vez mais, oferecer à população informações sobre a cidade. Esta é uma forma de valorizar o nosso povo”, afirma o secretário. Cultura caipira Neste ano, além de todas as atrações que abriga, o Centro de Memória passou a ser a sede da cultura caipira de Hortolândia. No local, acontecem as atividades dos Grupos de Catira, da Companhia de Folia de Reis e da Orquestra de Viola. Além disso, no espaço são oferecidos cursos gratuitos de violão popular e viola caipira. Jacuba Antes de se tornar Hortolândia, o território onde atualmente se encontra a cidade pertencia a Campinas até 1953. Posteriormente, o espaço
se vinculou a Sumaré, o que se prolongou até 1991, quando moradores se mobilizaram pela emancipação do distrito. Estima-se que a primeira referência ao atual município tenha ocorrido na Carta de Sesmarias, de 1799. Na carta, é citado o Ribeirão do Engano, o qual, segundo historiadores, é o Ribeirão Jacuba, que atravessa o território da cidade. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),“Jacuba” significa “água quente”. A referência se deve a uma bebida, muito consumida no País desde o período colonial até meados do século XX. SERVIÇO: Centro de Memória de Hortolândia “Professor Leovigildo Duarte Júnior” Entrada gratuita Horário de visitação: *de terça a sexta-feira, das 9h às 16h45; *no último final de semana de cada mês, das 9h às 17h Endereço: Rua Rosa Maestrello, nº 02, Vila São Francisco Telefone: 19.3865.2678 Texto: Karen Natasha (estagiária) e Ane Medina Néri (edição) Fotos: Reginaldo Prado
Fonte: www.hortolandia.sp.gov.br revista RMC/2o semestre 2015
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INDAIATUBA
INDAIATUBA, CULTURA DE TODOS PARA TODOS E TURISMO QUE FOMENTA NEGÓCIOS
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lém de oferecer formação básica em oficinas culturais gratuitas para mais de 2.500 crianças e jovens a cada ano, contribuindo assim para a construção do caráter do futuro cidadão, a Cultura em Indaiatuba tem como foco a participação da comunidade artística e da população em geral em todas as atividades, partindo de uma premissa básica: ninguém melhor que o artista para saber o que é prioridade para a área e para trazer ideias novas, que agreguem valor à sociedade e ajude a disseminar a arte em todas as suas vertentes. Cabe à administração pública atuar como agente viabilizador e oferecer suporte a projetos que beneficiem de verdade o maior número possível de pessoas. Já no segmento de turismo, o município hoje possui grande direcionamento para o fomento de negócios, com a realização de eventos e feiras que movimentam o comércio e a visitação na cidade, ampliando fronteiras. Confira abaixo alguns exemplos de iniciativas de sucesso nestes dois setores. 78
Festivais temáticos: celebração da arte e formação de público Entre as inúmeras iniciativas que a Secretaria Municipal de Cultura de Indaiatuba empreende estão os festivais temáticos anuais, criados com o propósito de despertar o gosto da população pelas artes em geral e estimular a formação de público entre as futuras gerações. A cada mês, uma modalidade artística ganha destaque em uma programação gratuita para todos
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os estilos e faixas etárias. Assim é com o Maio Musical, que aborda a música de qualidade; o Agosto das Artes, que festeja as artes plásticas; o Setembro em Dança, que ressalta o talento de bailarinos e bailarinas; o Outubro Literário, grande festa das letras; e o Novembro em Cena, com a celebração das artes cênicas. Já tradicionais no município, estes eventos ganharam este ano uma novidade: a participação maciça dos artistas de Indaiatuba em sua organização, desde a realização
no site www.indaiatuba.sp.gov.br/ cultura/ Turismo de negócios fomenta economia local
de reuniões públicas abertas com a adesão dos interessados, passando pela sugestão de ideias até a definição de grupos de trabalho e cronograma de ações. Embora todas as iniciativas a Secretaria de Cultura já agregassem elementos trazidos pela comunidade artística, desta vez os artistas assumiram o papel de protagonistas, contando com o suporte da administração. “Nós acreditamos que é assim que tem que ser”, aponta a secretária municipal de Cultura Erika Hayashi Kikuti. “A cultura não é algo que tem que vir de cima para baixo, e sim que deve ser trabalhada em grupo, de forma a refletir aquilo que a comunidade artística e que a
população realmente deseja. Nosso papel é de auxiliar, viabilizar e apoiar as ações, sempre dentro das possibilidades do orçamento público. Em Indaiatuba temos ainda a sorte de ter um prefeito como o Reinaldo Nogueira, que possui uma visão ampla da importância da cultura na formação do ser humano e que sempre nos incentiva a busca mais soluções para expandir nosso alcance. Recentemente tivemos a criação do Fundo Municipal de Cultura, que possibilitará o recebimento de mais recursos para este segmento”, conclui a secretária. A programação cultural regular de Indaiatuba pode ser encontrada
Já no segmento de turismo, além de contar com rico acervo histórico que atrai visitantes de todo o país, Indaiatuba vem se consolidando como um forte destino para o turismo de negócios, o que é especialmente favorecido pelo seu variado polo industrial e pela proximidade do Aeroporto de Viracopos. Uma das principais iniciativas da Prefeitura Municipal dentro desta panorama é a Feira das Indústrias & Negócios, que em sua 6ª edição realizada este ano recebeu cerca de 10 mil pessoas em três dias de evento no Pavilhão da Viber. Com proposta de fomentar negócios entre os expositores, destacando ainda produtos e serviços comercializados na região, a feira contou com a presença das empresas Ferrari Metalurgica; A Estação; Action Technology; Air Company; AMPEI – Associação das Micros e Pequenas Empresas; Arganet; Argus; Arquitetura Solar; AW Reparos; Banco do Brasil; Big & Strong; Biro Informática; BNI; BVS Válvulas; Came do Brasil; Caprind; Casagrande Comunicação Visual; Casco do Brasil; CEA do Brasil; CEA do Brasil; Cobaltech; Concceito Mix; Daran Automação; Dunex; Ecobrisa Climatizadores; Faz Group; Fesamac; FIEC; Finita; FSN Fieiras e Sinterizados; G.A. Comércio de Máquinas; Glasshield Security; Globex; Grupo revista RMC/2o semestre 2015
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Balilla / Ivesa; Grupo Kion; GTA Serviços; HITEC; Inductotherm Group; Inset Clean; Interconex; Irritec; Isofluid; J. Ferres Embalagens; Laktus; Machmetals; Manitec Geradores; Marca Brindes; Meco Brasil; Megatec; Metasil; MK Logística; Paintgraf; Panificadora Central; Printline; Recom Metal Duro; Rekiman Empilhadeiras; Renault; Rodomago Transportes; Sambaíba / Mercedes Benz; Samont; Sebrae; Senai; Seriprint; Sethi; SEW Eurodrive; Shopstar Uniformes; Tel Turismo; TK Logística; Unexfort; Unimed; VDA Lubrificantes e Yanmar do Brasil. Por ocasião da abertura oficial da secretário municipal de Desenvolvi- importância de se manter ações como Feira das Indústrias & Negócios, o mento, Renato Stochi, falou sobre a esta mesmo em cenários adversos, a fim de ajudar a incrementar continuamente a economia na cidade e em toda a região. “Apesar do momento econômico que estamos passando hoje, tudo é baseado na atitude e na persistência, e nessa realidade não podemos formar barreiras, vamos lutar pelas nossas indústrias, e hoje parabenizo a cada um pela atitude de estar aqui. Agradecemos a confiança que as empresas depositam na administração pública e a forma positiva de encarar o atual cenário econômico, expondo seus produtos e buscando novas perspectivas”, salientou o secretário. Durante o evento cerca de 900 pessoas prestigiaram ainda a programação de palestras específicas ministradas pela IBN – Indaiatuba Business Network. Todas as novidades do turismo em Indaiatuba podem ser acompanhadas no site www.indaiatuba.sp.gov. br/desenvolvimento/ 80
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158 ANOS 17ª FESTA DE SAN GENNARO DIA
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A Prefeitura de Itatiba, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo, divulgou a programação da 17ª edição da Festa de San Gennaro que aconteceu nos dias 30 e 31 de outubro e 1º de novembro, sexta, sábado e domingo, no Parque Luís Latorre. A Festa também marcou as comemorações de 158 anos de emancipação política de Itatiba. “A tradicional Festa com tempero italiano contou com barracas típicas, shows com artistas locais e regionais, variada praça de alimentação e feira de artesanato. Com a expectativa de repetir o sucesso da Festa de São Pedro, foi realizada também a 2ª edição da Tarde do Rock”, comentou o Secretário de Cultura e Turismo, Profº. Dr. Luís Soares de Camargo. Novamente a parceria com as entidades assistenciais do município foi mantida. Por meio da Associação das Entidades Assistenciais e Filantrópicas de Itatiba (AEASFI), na praça de alimentação, o público pode encontrar pratos típicos italianos, doces, salgados e lanches, tudo pro-
duzido pelos voluntários que atuam nas casas assistenciais do município. A 17ª Festa de San Gennaro também contou com o apoio do Conselho Municipal de Turismo (Comtur). Assim como em todas as Festas promovidas pela Prefeitura o estacionamento foi gratuito e o público também pode realizar um city tour rural.
na sexta-feira, dia 30 de outubro, em ritmo de pagode, com shows da banda Papel.com e do grupo Katinguelê, que se apresentaram às 20h e às 22h, respectivamente, no Palco 1, montado próximo ao galpão da praça de alimentação. Simultaneamente no Palco 2, montado no gramado do Parque, os amantes da música eletrônica puderam dançar a vontade Shows ao som do DJ Show Raffa Thor, que A edição deste ano da Festa de San começou a tocar às 20h. Os portões Gennaro contou com a maioria das do Parque, neste dia, abriram às atrações locais. São artistas de Itatiba 19h com a praça de alimentação, e também da região. A Festa começou exposição e venda de frutas da époNo primeiro dia de festa, no Palco 2, o de alvenaria que fica no gramado do Parque, simultaneamente às outras atrações, os amantes da música eletrônica poderam dançar a vontade com o som do DJ Show Raffa Thor
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ca, artesanato e área de showroom. A abertura oficial ocorreu às 20h. No sábado, dia 31 de outubro, os portões foram abertos às 10h e o público pode aproveitar o espaço criança, praça de alimentação, exposição e venda de frutas da época, artesanato e área de showroom. As atrações musicais começaram às 12h no Palco 1 com o show do cantor de músicas italianas, Arnaldo. Às 13h30, Johnny Voxx e Bill Batera sobiram ao palco com o melhor do Country & Blues; às 15h foi a vez da apresentação da banda de pop rock, Arsenal. Das 16h às 18h, Bonecos Animados garantiram a alegria da garotada circulando por todo o recinto do Parque. A programação no Palco 1 foi retomada às 16h30 com a banda Los Bigodones - Mamonas Cia. & Diversão; às 18h houve mais música italiana com o show do grupo Le Donne; às 20h, o som ficou por conta da banda Funk’s Natra, com o melhor da MPB. Às 22h, a banda itatibense 1986 encerrou com muito pop rock as atrações musicais da noite. Os portões foram fechados às 23h30 e a festa terminou à meia noite.
A banda itatibense 1986 encerrou com muito Pop Rock as atrações musicais da noite de sábado
Pontes & Herbert sobiram ao Palco 1. Encerrando a 17ª Festa de San Gennaro e para comemorar o aniversário da cidade, às 19h no Palco 1, a Prefeitura apresentou o show do cantor e compositor Renato Teixeira, autor de canções de sucesso
Aniversário da cidade No domingo, dia 1º de novembro, aniversário de 158 anos de emancipação político-administrativa de Itatiba, a programação musical começou no Palco 1 com a apresentação da Banda Santa Cecília, às 12h. As músicas italianas voltaram a ter destaque com o cantor itatibense Alan Duarte, a partir das 13h30. Às 15h a Festa recebeu a tradicional Orquestra de Violas dos Violeiros de Itatiba; às 16h os Bonecos Animados voltaram para a Festa no mesmo horário em que Fernanda 82
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nacional, como ‘Romaria’, ‘Tocando em frente’, ‘Dadá Maria’ e ‘Frete’. Com mais MPB, Renato Teixeira foi a atração principal da noite. 2ª Tarde do Rock Enquanto as atrações de Itatiba e re-
Assim como em todas as Festas realizadas no Parque Luís Latorre, a praça de alimentação ficou sob responsabilidade das entidades assistenciais da cidade
gião se revezam no Palco 1, no sábado, dia 31 de outubro, e no domingo, dia 1º novembro, acontecia a 2ª edição da Tarde do Rock com 10 bandas se apresentando no Palco 2 de alvenaria, próximo ao gramado do Parque. A programação começou no sábado, 31, às 14h. Quem abriu a 2ª Tarde do Rock foi a banda Black Plaid; às 15h veio a banda Les Fleurs Du Mal; King Killers se apresentou às 16h; Psycho Soad Tribute às 17h; e finalizando, às 18h, a banda Black Rosie No domingo, dia 1º, o rock voltou com tudo com a banda Tribute Clapton/Hendrix a partir das 14h. Old Chevy às 15h; Tertulia às 16h; Proza às 17h; e encerrando a programação, Rock Top, às 18h. Encerramento Itatiba+ Rosa Parte da programação da Campanha ‘Itatiba + Rosa - Um Toque pela Vida’, do Fundo Social de Solidariedade, no dia 31, sábado, às 16h, durante a Festa de San Gennaro houve o encerramento da campanha de 2015 com o ‘Encontro Itatiba+Rosa’ que contou com a apresentação de dança do Grupo de Fisioterapia - Alegria de Viver do Mapam (Movimento de Apoio às Mulheres Mastectomizadas). Gratuita e beneficente
A tradicional Banda Santa Cecília abriu as atrações musicais Na tarde de domingo, dia 1º de novembro, às 13h30, o cantor itatibense Alan Duarte cantou belíssimas canções em italiano
Johnny Voxx, também itatibense, se apresentou no Palco 1 no sábado, dia 31 de outubro, às 13h30
A Festa foi gratuita e a Prefeitura pediu a população a doação de um quilo de alimento não perecível na entrada do Parque, que foi destinado às entidades assistenciais da cidade pelo Fundo Social de Solidariedade. O estacionamento também foi gratuito. Fonte: www.itatiba.sp.gov.br
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JAGUARIÚNA CENTRO DIA PROMOVE DIA DA BELEZA Visando proporcionar aumento da autoestima e bem-estar aos idosos, o Centro Dia do Idoso promoveu no dia 28 de setembro, o Dia da Beleza. Realizado uma vez por mês com serviços de manicure e pedicure, cuidados com a sobrancelha, cortes de cabelo e escovas feitos por voluntárias da comunidade. Confira as datas dos próximos dias que cada mês terá o Dia da beleza no site do município www. jaguariuna.sp.gov.br
CAFÉ & VIOLA APRESENTA O MELHOR DA MÚSICA DE RAIZ Os amantes da música de raiz conferiram no domingo, 25/10/2015, a partir das 9 horas, na Estação de Guedes mais uma edição do Café & Viola. O evento, promovido pela Prefeitura de Jaguariúna, por meio da Secretaria de Turismo e Cultura, já se tornou tradição na cidade, sob o comando da Orquestra Violeiros do Jaguary e tem atraído público de cidades vizinhas. Fonte: www.jaguariuna.sp.gov.br 84
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MONTE MOR CULTURE FESTIVAL TOUR onte Mor recebeu na sexta (dia 23/10/2015) o Culture Festival Tour. Um festival cultural itinerante que percorreu 12 cidades da Região Metropolitana de Campinas e Grande São Paulo. Em Monte Mor foram ralizadas duas apresentações, atraindo cerca de 400 pessoas. O evento contou com apresentações de danças culturais de diversos países, tendo um elenco composto por jovens voluntários da Coreia do Sul, Estados Unidos, México, Bolívia, Paraguai, Colômbia, Equador e do Brasil. O Culture Festival Tour é realizado pela International Youth Fellowship (IYF Brasil), organização sem fins lucrativos qualificada de OSCIP, com origem na Coreia do Sul, possui filial em mais de 80 países, tem por objetivo incentivar o protagonismo dos jovens, através da diversidade cultural e do voluntariado.
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Fonte: www.montemor.sp.gov.br
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MORUNGABA APRESENTAÇÃO NATAL ENCANTADO evento “NATAL ENCANTADO DE MORUNGABA” vem sendo realizado desde 2010 e a cada ano cresce, tanto em número de atrações, quanto em quantidade de público e repercussão regional. É uma parceria entre o setor público e o privado do município, que juntos enfeitam a cidade e a transformam num palco para a extensa gama de apresentações que ocorrem desde o final de novembro até o dia de Natal. Dentre elas, temos: o GRANDE DESFILE DE NATAL ( que culmina com muita neve artificial), a ABERTURA DA CASA DO PAPAI NOEL, com o Coral Infantil Municipal, nas janelas do mais antigo sobrado do município, apresentado pelo Papai Noel e que finaliza, novamente, com muita neve. A CHEGADA DO PAPAI NOEL, onde as crianças o esperam com suas cartinhas e são recebidas com exibições da boneca viva na janela da Casa do Papai Noel. É um grande diferencial na região, e também o fato de se tratar de uma cidade pequena, caprichosamente enfeitada para os eventos, que ocorrem na praça central, com toda segurança e direcionado às famílias. A cada edição
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do NATAL ENCANTADO, a procura cada vez maior dos turistas que prestigiam pelo clima de magia e de aconchego, que não existe em cidades maiores. A programação segue até 24 de dezembro, todos os finais de semana com apresentações de orquestras, teatros, corais, ballets, dentre outras. Ana Paula Frare Zem - 1ª Dama e Presidente do Fundo Social de Solidariedade Fonte: www.morungaba.sp.gov.br
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CAMINHADA OUTUBRO ROSA REÚNE 2.500 PESSOAS erca de 2.500 pessoas tomaram as ruas da área central de Nova Odessa na manhã do sábado, dia 24/10/2015, com um único objetivo: conscientizar a população contra o câncer de mama e a importância do autoexame e dos cuidados com a saúde. Com camisetas, tênis, bonés, bexigas e muitos outros acessórios na cor símbolo da campanha, os participantes se mobilizaram e deram o recado. A terceira edição da Caminhada Outubro Rosa terminou na Praça Central José Gazzetta com aula de zumba. A concentração do evento, que fez parte da programação do Outubro Rosa preparada pela Prefeitura de Nova Odessa, aconteceu no Paço Municipal. A primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade, Andréa Souza, lembrou a importância da campanha e destacou a terceira edição da caminhada. “Desde a primeira edição tivemos o apoio de nossa cidade e fico feliz em ver que esta causa ganhou voz. Vocês estão todos firmes na prevenção e têm importante papel nessa conscientização”, disse. O prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza também destacou a
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importância do evento. “Estamos cada vez mais unidos por esta causa e pelo bem de nossa cidade. Só tenho a agradecer a todos pelo apoio e por tanto carinho”, afirmou. Os vereadores Lucilene Della Ponta Araújo (PSDB), Sebastião Gomes dos Santos, o Tiãozinho do Klavin (SDD), Avelino Xavier, o Poneis (PSDB), além dos secretários Sérgio Molina (Saúde), Adriano Lucas Alves (Desenvolvimento Econômico), Claudicir Brazilino Picolo (Educação) também participaram da caminhada. Atrás do trio elétrico, os participantes da Caminhada Outubro Rosa levaram a mensagem da importância do autoexame pelas principais ruas da área central. Junto da filha Isabela, Cleide Trovó participou pela primeira vez do evento. Ela disse que faz regularmente os exames de prevenção e ressaltou a importância da campanha. “Acho muito importante uma ação como esta, essa conscientização”, resumiu. Com a professora se tratando de um câncer de mama, Isabela também destacou a importância de participar da ação. “Gostei bastante”, comentou. Fátima Gomes, que também participou da campanha, ressaltou revista RMC/2o semestre 2015
www.revistarmc.com.br
NOVA ODESSA
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de alimentos, que serão doados às ser avaliada por um médico e, se entidades da cidade. “Fico muito feliz necessário, receber encaminhamento com os resultados que conquistamos, para a realização do procedimento. em receber o apoio de nossos moPROGRAME-SE radores, que sempre atendem nosso chamado e nos ajudam”, disse Andréa. Palestras preventivas, exames médicos MAIS PREVENÇÃO - A programação do e encaminhamento para mamografia Outubro Rosa em Nova Odessa Diariamente, nas UBSs do Centro continua na próxima semana. Até o (Avenida Carlos Botelho, 3), Jardim final do mês, a Secretaria de Saúde São Jorge (Rua São Paulo, 65), Jardim oferece diariamente orientações nas São Manoel (Rua Sigesmundo AnUBSs (Unidades Básicas de Saúde) derman, 731), Jardim São Francisco AÇÃO SOCIAL – A Caminhada Outu- sobre a importância do autoexa- (Rua Louis Franscescon, 65) e Jardim bro Rosa contribuiu também me e dos cuidados com a saúde. Alvorada (Rua das Imbuias, 65). em uma importante ação social, já que foi realizada uma campa- Também estão sendo realizados exanha de troca de alimentos não- mes de mamografia em mulheres -perecíveis por camisetas estilizadas. com mais de 40 anos ou que tenham Segundo o Fundo Social de Soli- histórico da doença na família. Quem dariedade, a ação resultou na arrecada- se encaixa nesse perfil deve se dirigir Foto: Osnei Réstio ção de aproximadamente 2 toneladas à UBS mais próxima de casa para Fonte: www.novaodessa.sp.gov.br a importância do alerta sobre o câncer de mama. “A prevenção é cada vez mais importante e vale a pena sempre ressaltar isso”, disse. Além das secretarias e diretorias da Prefeitura de Nova Odessa e de entidades municipais, a Caminhada Outubro Rosa teve apoio da KS Pistões, Supermercado São Vicente, AVT Incorporadora, Unimed, Macarrão Galo, Avon, Vivamed, Imobiliária Jeanete e Confecções Bonfante.
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PAULÍNIA
THEATRO MUNICIPAL “PAULO GRACINDO” APRESENTOU O MUSICAL TRISTÃO E ISOLDA
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Secretaria de Cultura da Prefeitura de Paulínia e a Companhia Florada, do Grupo Primavera de Campinas, trouxe para a cidade, o musical baseado no romance de “Tristão e Isolda”, sob a direção de Sandra Ciocci. As apresentações gratuitas aconteceram nos dias 20 e 21 de outubro de 2015, no Theatro Municipal “Paulo Gracindo”, às 20 horas. Os convites foram retirados uma hora antes do espetáculo. O Romance já foi publicado em livro, ópera e cinema, e a Cia. Florada do Grupo Primavera apresentou a zetti”, EMEFM “Prefeito José Lozano versão musical para o público infanto- de Araújo” e EMEF “Yolanda Tiziani Pazetti”, na terça-feira, dia 20, e na -juvenil. quarta-feira, dia 21, ambas às 14h30. A lenda Alunos da Rede Municipal de Ensino Houve um tempo em que o norte A Companhia, também, fez duas da Europa, que hoje chamamos de apresentações especiais para alunos do Reino Unido, era dividido em vá4º e 5º ano da EMEF “Sol Nascen- rios reinos. Eles guerreavam entre si te”, EMEF “Nelson Aranha”, EMEF pelas terras e pelo poder. Cavaleiros “Professora Flora Aparecida Toledo deixavam seus lares para lutarem em Lima”, EMEF “Yolanda Tiziani Pa- nome de seu rei e seguiam deixando
um rastro de destruição e morte. Contam que naquele tempo, mesmo entre tantas guerras e tanto ódio, aconteceu o amor entre dois jovens. A lenda foi transmitida por séculos e se transformou em uma das mais belas histórias conhecidas: “O Romance de Tristão e Isolda”.
Fonte: www.paulinoa.sp.gov.br revista RMC/2o semestre 2015
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PEDREIRA
PROJETO GURI DE PEDREIRA FEZ BELA APRESENTAÇÃO NO HOSPITAL BOLDRINI
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om o intuito de resgatar a importância da solidariedade e levar alegria para os que passam por tratamentos de saúde, o Projeto Guri de Pedreira, fez, na segunda-feira, 19 de outubro de 2015, uma visita musical ao Boldrini, de Campinas, hospital filantrópico especializado em oncologia e hematologia. A ação faz parte das iniciativas do Guri de envolver seus alunos com temas socioeducativos. Acompanharam as crianças a coordenadora do Polo Pedreira, Graziela Lessa Gomes; os educadores Adriana Daldosso Belli (violino), Lilian Eufrásio de Paula (parte vocal), Ivan Rios (violoncelo) e também o auxiliar do Polo, Aramis Fazzioli. Com o apoio da Prefeitura de Pedreira, o grupo de alunos saiu logo cedo de Pedreira e chegando ao Centro Infantil Boldrini realizaram sua primeira apresentação na ‘Brinquedoteca Terapêutica Ayrton Senna’ junto às crianças, que deram um tempinho aos brinquedos, para se divertirem com as músicas. Cerca de nove alunos, com 90
seus violinos, violas clássicas e violões tocaram canções do universo infantil, para entreter e animar os pacientes mirins. Os guris interpretaram músicas como, Over the Rainbow, Twinkle Twinkle Little Star e Meu Chapéu tem três Pontas. O grupo realizou ainda, mais duas apresentações. Acompanhados por voluntários da Instituição, eles levaram música ao hall do andar inferior do Centro de Radioterapia, Medicina Nuclear e Imagem e também para a área de alimentação do Centro Infantil. Segundo a coordenadora, Graziela Lessa, a visita foi de grande importância para todos. “A música funciona como canal de integração. Para os
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pacientes do Boldrini certamente, a música serviu de terapia. Contribuiu para o bem-estar do organismo e para a melhora da saúde, com leveza e alegria em um momento de superação. Para os “Guris” foi um dia de aprendizado, solidariedade e sensibilização para realidades diferentes”, ressaltou. Além das apresentações, o Grupo pôde conhecer algumas das instalações da Instituição, interagindo com pacientes e seus familiares e conhecendo mais sobre o Hospital, através de seus voluntários. A Instituição presenteou aos integrantes com uma pequena lembrança e agradeceu a visita. Fonte: www.pedreira.sp.gov.br
ST. BÁRBARA D’OESTE TEATRO TROUXE PEÇA SOBRE IMIGRANTES AMERICANOS
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Teatro Municipal Manoel Lyra recebeu no dia 30 de outubro de 2015, às 20 horas, a peça “Sobre Biscuit, frangos e melancias – uma saga americana” do Grupo Pedecana da Unimep Campus Santa Bárbara d’Oeste. Os ingressos custaram R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). O Teatro está localizado na Rua João XXIII, 61, Centro. A peça buscou promover um encontro com a história vivida pelos americanos fixados em Santa Bárbara e também com sua cultura, revelada através das suas crenças, conflitos, dificuldades, conquistas, linguagem, contradições e antigos costumes que ainda subsistem na comunidade (músicas, danças, comidas típicas). O espetáculo mostrou as profundas conexões existentes entre essas duas nações, o lastro cultural e o impacto da centenária presença americana no Brasil, bem como as perspectivas abertas para a cooperação ainda mais profunda entre os dois povos. A personagem Dona Zine é a guardiã da memória que luta, com todas as suas forças, para preservar as lembranças de um passado presente na história desses sulistas. “Quem não tem pas-
sado não tem futuro” se traduz na fala da personagem. A peça gira em torno de três histórias que se desenvolvem simultaneamente mostrando o passado/chegada dos imigrantes, passado/ construção da história desse povo no Brasil e presente/momento atual. Formam o elenco do espetáculo Davi de Paula, Gabriela Guillen, Ga-
briela Pannini, Marcela Rodrigues, Gabriela Custodio, Francisco Ribas, Karen Guarnieri, Patrícia Ribeiro, Larissa Machado, Vinicius Carvalho, Matheus Silva e Urbano Aranha. A pesquisa da trilha sonora e operação de som foi de Jéssica Ribeiro. A direção cênica de Antonio Chapéu. Fonte: www.santabarbara.sp.gov.br revista RMC/2o semestre 2015
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SANTO ANTÔNIO DE POSSE
BRINCADEIRAS, PALHAÇADA E SOLIDARIEDADE
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irreverência do Grupo Namakaka foi a grande atração da estreia do Mosaico na Estrada, projeto cultural do Sescoop/SP (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo) em parceria a Veiling Holambra, em Santo Antônio de Posse, no dia 10 de outubro de 2015. Formado pelo trio de palhaços Montanha, Cafi e Du Circo, o grupo apresentou o espetáculo “É Nóis na Xita”, que une circo, improvisação e música, às 17h, na praça Coronel David Batista (também conhecida como Praça da Matriz). O ingresso foi um litro de leite e o total arrecadado foi doado à APAE do município. “Os primeiros 200 doadores de leite receberam brindes, como rosas e brinquedos para as crianças”. De acordo com os organizadores da ação de cultura, antes da abertura do espetáculo, as crianças puderam participar de brincadeiras, como 92
pula-pula, cama elástica e escorrega, além de oficinas de recreação, com acompanhamento de instrutores. O esquenta deu início às 15 horas e, segundo o assistente de Recursos Humanos da Cooperativa Veiling Holambra, Leonardo Oliveira, o Mosaico na Estrada promoveu ações para homenagear também o Dia da Criança.
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Arte e solidariedade juntos A analista de projetos culturais do Sescoop/SP, Silvia Rodrigues Nascimento, afirmou que o Mosaico na Estrada estreiou em grande estilo em Santo Antônio de Posse, apresentando uma peça infanto-juvenil versátil (pode ser apresentada em recinto fe-
chado e espaço aberto) e de qualidade. O Grupo Namakaka foi fundado em 2002 e em Nóis na Xita o público cai na gargalhada com a convivência hilária do trio de palhaços no palco, alternando com técnicas circo, como malabarismo e equilibrismo, e execução de instrumentos musicais. Para Leonardo Oliveira, a programação é importante para a Veiling Holambra ratificar sua inserção na comunidade. “Foi uma ação positiva, pois atendeu o público infantil e as famílias, além de beneficiar uma instituição social. O Mosaico na Estrada é positivo para a cidade, por proporcionar cultura à comunidade”, destacou o representante da Veiling Holambra.
Sobre o Mosaico na Estrada – O Mosaico na Estrada foi lançado em 2001 e conta atualmente com a parceria de cerca de 140 cooperativas. Seu planejamento e execução envolvem as cooperativas em ações sociais, levando cultura de qualidade às populações de diversas regiões do Estado. Essas ações são revertidas em atos solidários, pois os ingressos são trocados por itens de alimentação ou higiene pessoal, doados para as instituições das cidades que sediam os eventos. O projeto registrou até o ano passado 505 ações em diversas linguagens artísticas - teatro, música, cinema e artes plásticas – em 101 cidades, com um público de 400 mil pessoas.
A programação de espetáculos e oficinas criativas é realizada em diversos locais: cooperativas, escolas, paróquias, teatros, estacionamentos, parques e praças. Fonte: www.pmsaposse.sp.gov.br
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SUMARÉ
REGIÃO DO MARIA ANTONIA RECEBEU O ‘SÁBADO CULTURAL’, DA PREFEITURA DE SUMARÉ, COM ATRAÇÕES GRATUITAS PARA TODA A POPULAÇÃO
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o sábado, dia 24 de outubro de 2015, foi a vez da Região do Maria Antonia receber o “Sábado Cultural”, promovido pela Prefeitura de Sumaré. A participação foi livre e gratuita. A segunda edição do projeto, realizado por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Esportes e Lazer, aconteceu na Praça “Fernando Rodrigues Barra”, no Jardim Ângelo Tomazin. Entre as atrações houve apresentações de teatro, dança e música, além de workshop e exposição de quadros. “A primeira edição do ‘Sábado Cultura’ já foi um sucesso, levando mais de 300 pessoas, e promovendo a interação e convívio social das famílias. E a população do Maria Antonia e de toda a cidade foi convidada a prestigiar o evento e se divertir com as apresentações artísticas e atividades de recreação”, destacou o secretário municipal de Cultura, Esportes e Lazer, Alfredo 94
Albuquerque Mangueira Na sequência, todo sábado, as diversas regiões da cidade receberão o projeto, que seguirá até o final do ano. Confira abaixo as datas e locais das edições organizadas para o mês de outubro. Fonte: www.sumare.sp.gov.br
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VALINHOS
OUTUBRO TEVE NOVA APRESENTAÇÃO DA ORQUESTRA FILARMÔNICA DE VALINHOS NO AUDITÓRIO MUNICIPAL
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o domingo, 25/10/2015, às 11h, a Orquestra Filarmônica de Valinhos se apresentou em seu 5º concerto da temporada 2015, no Auditório Municipal. “Foi um evento dedicado ao apaixonante mundo da ópera”, destacou a Sociedade Filarmônica de Valinhos, que contou com o apoio da Secretaria de Cultura e Turismo da Prefeitura. O concerto levou ao público famosas árias de óperas, como ‘Gianni Schicchi’ de Puccini, ‘Cavalleria Rusticana’ de Mascagni, ‘O Elixir do Amor’ de Donizetti, ‘A Viúva Alegre’ de Franz Lehar e ‘Carmem’ de Bizet. O espetáculo contou com a participação das sopranos Raíssa Amaral e Susana Boccato, do tenor Daniel Duarte, do barítono Willian Donizetti, além da presença do célebre Coro Contemporâneo de Campinas, dirigido pelo professor Dr. Ângelo Fernandes, que desenvolve um amplo trabalho junto ao Ópera Estúdio Unicamp. A direção e regência do concerto foram do jovem maestro Tiago Roscani.
Os ingressos puderam ser adquiridos na bilheteria do auditório, no dia do concerto, com preços de R$ 20 inteira e R$10 (meia). Os ingressos antecipados custavam R$10 e poderam ser adquiridos nos seguintes pontos de vendas: Auditório Municipal de
Valinhos (Rua 21 de Dezembro, nº 66, Centro) e no Centro Cultural Vicente Musselli (Avenida Joaquim Alves Corrêa, nº 627, Santo Antonio). Detalhes em www.filarmonicadevalinhos.com. br e pela página da orquestra no Facebook. Fonte: www.valinhos.sp.gov.br revista RMC/2o semestre 2015
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VINHEDO
COM DEZENA DE ESPETÁCULOS TEATRAIS, CIDADE INCENTIVA TALENTOS LOCAIS
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incentivo ao segmento cultural está em alta em Vinhedo. Na dianteira de muitas cidades da região, o município aposta em projetos que irão fomentar a produção cultural. No primeiro semestre deste ano, a Prefeitura de Vinhedo, através da Secretaria de Cultura e Turismo, realizou mostra de teatro “Vinhedo em Cena”, com a exibição de sete peças no Teatro Municipal “Sylvia de Alencar Matheus”, localizado na Rua Monteiro de Barros, nº 101, no Centro. As inscrições foram totalmente gratuitas e os espetáculos inscritos foram avaliados pela Comissão Organizadora do evento, composta por profissionais da área teatral. O principal objetivo da Mostra é divulgar as manifestações culturais, promovendo espetáculos e grupos teatrais, destacando talentos através do intercâmbio cultural, além de valorizar o teatro, sendo essa uma prática com alto valor sócio cultural e conscientizando a comunidade sobre as importâncias sociais, educativas e culturais da arte de se 96
fazer teatro. As companhias que se apresentaram foram: La Poverina Cia. de Teatro, com a peça “Mais um café”; Grupo Ateliê Casarão com a peça “Pernambucano em 4 anos de histórias e estórias”; Cia. Cultural Os Tonicos, trouxe aos palcos vinhedenses a peça “Clochard”; Cia Corpo Santo apresentou a peça “Os Desterrados”; Grupo Anankê com “O caixeiro da taverna”, Conservatório Ligia Loschi com a peça intitulada “Ou isto ou aqulo” e Gargarejo
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Cia. Teatral com “A cartomante”. Para o segundo semestre, a Prefeitura de Vinhedo realizou a 21ª edição do Festival de Teatro de Vinhedo (Festevi), mais uma vez, sucesso de público. A ordem das apresentações das 16 peças selecionadas para se apresentarem na 21ª edição do Festevi, ocorreu no mês passado. O Festevi é realizado nas categorias iniciante e amador; cada grupo pode inscrever apenas uma peça, independente da categoria.
As instituições de ensino puderam se inscrever com mais de uma peça na categoria iniciante e na categoria amador, com grupos diferentes. Na categoria Iniciante, os grupos selecionados foram: Marias Encrenqueiras; Darci Briski; D. Mathias; É Nóis; Teatro Montoro; RJS; Nilza Maria; AUE; Teatrando; Ekitalento e Integração. Na categoria Amador foram: IndiGesto; Bem Viver; Espaço em Cena e Entre Atos. Tudo isso só é possível graças ao Teatro Municipal “Sylvia de Alencar Matheus”, um dos grandes cartões postais de Vinhedo, sendo mais uma opção de cultura para a população e seus visitantes. Inaugurado dia 22 de Setembro de 2006, o Teatro Municipal possui uma estrutura com mais de 100 equipamentos de iluminação e sistema de som de 3000 watts de potência. A caixa cênica possibilita a utilização de até 10 panos de fundo, com sistema moderno que permite agilidade à troca de cenários. Nos bastidores, há dois camarins, com capacidade para acomodar mais de 15 atores cada um. O teatro tem capacidade de 515 lugares. O nome escolhido é uma homenagem para a esposa do ex-prefeito Dr. Matheus que ficou alcunhada como “a eterna primeira dama” do município por suas inúmeras obras culturais e assistenciais, sendo uma delas: a primeira bailarina da cidade e a primeira a abrir uma academia de dança. Neste ano, o Teatro Municipal passou a abrigar o mais novo Centro de Exposições e Galeria de Artes “Edilson Caldeira”, localizado no
andar inferior do Teatro Municipal “Sylvia de Alencar Matheus”. O espaço era um antigo depósito sem uso há mais de 10 anos; a reforma foi feita exclusivamente com mão de obra dos servidores municipais, fato que é digno de mérito e aplausos à toda equipe. A agenda da Secretaria de Cultura segue intensa neste final de ano. Quem desejar, ainda dá tempo de visitar a 7ª edição da exposição natalina “O Sagrado no Memorial”, iniciativa da Prefeitura de Vinhedo, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo. Com objetivo de mostrar e divulgar a arte sacra do município, com a inestimável participação dos moradores, o evento ocorre de 28 de novembro a 30 de dezembro. Mais informações podem ser obtidas na Prefeitura de Vinhedo, pelo telefone: 19 3826-7800. Fonte: www.vinhedo.sp.gov.br revista RMC/2o semestre 2015
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REVELANDO SÃO PAULO VALINHOS
O FESTIVAL DE CULTURA PAULISTA TRADICIONAL COMEMORA A 19ª EDIÇÃO CELEBRANDO COM AS MANIFESTAÇÕES TRADICIONAIS E FOLCLÓRICAS, CULINÁRIA E ARTESANATO DO INTERIOR PAULISTA E VIVENCIAS COM AS CULTURAS CAIPIRAS, CAIÇARAS E TROPEIRAS.
COM A REALIZAÇÃO do Governo do Estado de
São Paulo, através da Secretaria de Estado da Cultura e a Prefeitura de Valinhos, o Revelando São Paulo - Festival da Cultura Paulista Tradicional comemorou sua 19ª edição estadual na cidade Valinhos contemplando a identidade cultural oriundas de 160 municípios do Estado. O evento aconteceu de 19 a 27 de setembro, no Parque Municipal Bruno Nardini. 98
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Esta edição comemorativa contou com 60 espaços de culinária e 60 de artesanato. O Festival também teve como um de seus destaques o Rancho Tropeiro, com os sabores caipiras, bem como, a participação da centenária Corrida de Cavalhada de São Pedro de Catuçaba, da cidade de São Luiz do Paraitinga. No palco, aproximadamente 200 grupos se apresentaram com manifestações artísticas
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durante os 9 dias do Revelando. Com uma programação diferenciada a cada dia, o Revelando ofereceu ao público a oportunidade de apreciar as Folias de Reis e do Divino, Cortejo de Bonecões, Orquestras de Viola, Violeiros e Sanfoneiros, grupos de Catira, Fandango, Congos e Moçambiques, Noites dos Tambores, de Quadrilhas. O Programa Revelando São Paulo idealizado e produzido pela Abaçaí Cultura e Arte, é voltado para valorizar e salvaguardar a Cultura Tradicional do Estado de São Paulo, desta forma, suas ações possibilitam um grande encontro de manifestações ar100
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tísticas e rituais presente em todo o estado e em muitas vezes desconhecidas do grande público. São Paulo tem vários bens culturais imateriais vivos. Os festejos, as congadas, batuques, império do Divino, cavalaria, fandango, folia de reis, manifestações que continuam e permeiam o estado durante o ano todo, conferindo uma identidade rica e multifacetada. Articulador e promotor de ações culturais que ressaltam e trazem a luz o Patrimônio Imaterial de São Paulo, o Revelando envolve pesquisa, relações institucionais, contatos
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com as mais diversas comunidades, diálogos e parcerias com os dirigentes culturais dos municípios e com instituições privadas de natureza cultural e/ou educacional. Por meio de suas pesquisas e parceiros, este programa revela a importância da cultura imaterial, de saberes e fazeres de várias comunidades e pessoas, procurando contribuir para garantir as condições necessárias para sua continuidade. Criado em 1996, o Revelando avançou e cresceu para quatro edições anuais. Atibaia, Iguape, São José dos Campos e a Capital acolhem o Festival que em 18 anos já chegou a mais de 50 edições. Para efeitos comparativos do potencial de alcance da cultura paulista, quando o Revelando iniciou sua trajetória, reunia 50 municípios, atualmente, mais de 200 municípios participam desta grande Mostra que apresenta culinária, artesanato, palco interno e externo para os folguedos, grupos tradicionais e cortejos das mais variadas matizes culturais e étnicas que formam a identidade do estado. Com sua reverberação, é notável o aumento do interesse dos municípios em participar deste programa que é um inventário conquistado e trabalhado a partir de um mapeamento do patrimônio imaterial. Com suas diversas ferramentas de produção e comunicação, o Revelando é um importante agente de registro dos bens culturais paulistas. Sempre negando a equivocada ideia de a identidade da cultura tradicional se perde através do tempo, o Revelando São Paulo volta-se ao mapeamento, documentação e divulgação deste universo respeitando a 102
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diversidade das manifestações tradicionais. A partir do Revelando São Paulo, pessoas comuns, muitas delas, até então ridicularizadas , passaram a produzir e expor suas ofícios, compartilhando seus saberes e fazeres, caracterizando-os como agentes da identidade cultural paulista. No Festival que se consolidou como um grande legado as tradições identitárias de São Paulo, os “artistas”, os “sujeitos das ações”, são os congadeiros, moçambiqueiros, foliões do Divino e de Santo Reis, São Gonçaleiros e catireiros, violeiros, romeiros, cavalarianos, culinaristas e artesãos de todos os cantos de São Paulo. www.revelandosaopaulo.org.br
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NÃO SOIS MÁQUINAS, FOTÓGRAFOS É QUE SOIS! ASSIM, PARAFRASEANDO Chaplin, Cuca Jorge procura
disseminar a idéia de manter o foco na criação e na autoria da fotografia. Segundo ele, as novas tecnologias digitais podem nos levar ao engano de acreditar que o equipamento pode fazer mais pela arte do que nós mesmos. Os primeiros encontros dele com a fotografia foi ainda quando criança através de seu pai que era fotógrafo amador em tempos que nem fotoquímicos em abundância havia no mercado. Sempre à noite, no laboratório improvisado no banheiro, ele acompanhava as revelações para ver o processo na escuridão total, guiado pelo cheiro do ácido acético que nunca mais saiu do seu sangue. Inspirado nessas experiências, ele fotografou desde criança e pela vida afora. Nos primeiros anos era apenas uma paixão que desenvolvia, enquanto atuava profissionalmente em outras áreas, até que chegou a um ponto inconciliável. Foi preciso abandonar tudo e se dedicar de corpo, alma e coração à fotografia. Esse momento foi importante para descobrir como transformar o desejo e a emoção de fotografar em expressão artística e ao mesmo tempo ingressar no mercado de trabalho. A partir daí compreendeu a importância de estudar e apreciar os grandes nomes da fotografia do século XX, como Cartier-Bresson, Eliott Erwitt, Robert Capa, Doisneau, entre outros, que influenciaram definitivamente sua linguagem. No início, Cuca mergulhou na fotografia de natureza, principalmente no encanto oculto do mundo da macrofotografia. Depois levado por outra paixão, incentivado por seu amigo jornalista
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Paulo de Oliveira, nos ecos da ebulição dos movimentos sindicais dos anos oitenta, partiu para a carreira de fotojornalismo, que perdurou por mais de vinte anos. Atuou muito em imprensa sindical, jornal diário, e foi colaborador por duas décadas das revistas especializadas Química e Derivados e Plástico Moderno, onde estabeleceu importante parceria com a artista Sueli Rojas que resultou em uma transformação radical do projeto gráfico das duas publicações. Durante toda essa vivência, fotografou com filmes de médio formato em câmeras que nem bateria tinham, era tudo na mão. Mais tarde foram os filmes 35 mm, primeiro em preto e branco, que ele fazia questão de revelar e processar em seu próprio laboratório. Depois vieram os cromos, negativos coloridos, sistemas híbridos como o Frontier da Fuji, até chegar à fotografia digital. Por isso, Cuca Jorge costuma dizer que já fez de tudo na fotografia, só faltaram as chapas de vidro. Atualmente, morando na cidade de Socorro, SP, se dedica à fotografia de esportes e turismo de aventura, aproveitando a experiência de fotojornalismo, onde a agilidade, olhar apurado e destreza física são essenciais para contar uma história com emoção. Ao mesmo tempo, mergulhado no exuberante cenário natural do Hotel Fazenda Parque dos Sonhos, na divisa de MG, onde implantou o Projeto fotoVentura, pode voltar
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à sua paixão antiga, a fotografia de natureza, numa fase de olhar e expressão artística mais amadurecidos. Mas o projeto que vem cuidando com carinho especial é o seu curso livre e oficina de fotografia “Despertar do Olhar – a fotografia do autor” que vem incentivando pessoas a descobrir sua própria linguagem artística fotográfica. O objetivo é ajudar os novos fotógrafos de todas as idades – o curso já contou com alunos de dez a 78 anos – a construir sua expressão a partir do seu imaginário, para depois concretizar na fotografia. Segundo ele, o equipamento é apenas uma ferramenta que nos permite traduzir nossas abstrações em imagem, a nossa a obra final. ”O resultado que as pessoas conseguem atingir ao final dos cursos e oficinas já estava dentro delas, eu apenas as ajudo a descobrir seus próprios talentos” explica. Nesse processo, o valor real da obra está no autor e em sua criação e não nas objetivas, câmera, filtros ou programas de edição. Segundo Cuca Jorge, hoje ele consegue distinguir claramente dois pontos de vista totalmente diversos sobre a fotografia atual, logo que conhece um novo fotógrafo. “A primeira pergunta que me fazem é um divisor: alguns perguntam que equipamento eu tenho. Outros perguntam que tipo de trabalho eu faço e é com estes que, certamente, eu vou manter uma amizade daí por diante”, finaliza.
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Vespa (ao fundo)
Cuca Jorge
Borboleta TranslĂşcida
Lagarta de fogo
Borboletas
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Brumas
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Insetos acasalando
Inseto
Ă rvore no caminho
Inseto 2
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Splash
Nuvens esparsas
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Lua
Urubu Teen
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DESCOBRINDO
MODELOS Edivaldo da Silva Alves
Trabalha hà 35 anos em uma Gran-
uma história de vida sobre fotografia, vidas particulares, preconceito em geral quando se procurava um lugar para serem fotografados, daí Edivaldo criou a AgênciaRaceModel, a Race é uma agencia que não descrimina Raça, Cor, não tem Preconceito... Além dos cursos fotográficos e concursos ganhos Edivaldo não parou por aí, investiu alto em: equipamentos fotográficos ,cartões de visitas, telefones,TV a Cabo, Internet, computadores, laboratório, roupas, maquiagem, inclusive fez um curso de Maquiador com o Amigo Walmir Piva dono da You Models e foi pegando alguns macetes de Iluminação em estúdio. Para que uma agência desse certo pensou também em um ponto estratégico bem no Coração de Campinas perto de tudo ônibus, lojas, bares, pessoas, muitas pessoas circulando pelo local, e o lugar escolhido foi a Galeria “Barão Velha”na Rua Barão de Jaguara.
de Empresa de Campinas (Sanasa) Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A . Sendo que destes 35 anos, 33 ele trabalha como Repórter-Fotográfico. Pela adoração da arte fotográfica, Edivaldo já participou de vários concursos e exposições, nos concursos ele acumula 25 premiações e trabalhos selecionados 7 vezes no Maior Concurso de Fotografia do Mundo PHOTOFRANCE. Nas premiações a maioria são em Meio -Ambiente. Algumas décadas atrás montou na cidade de Campinas um estúdio fotográfico onde eram produzidos alguns ensaios fotográficos e Books, ao passar dos anos Edivaldo resolveu transformar esta profissão de repórter fotográfico também em fotografo de moda, e abriu então uma Agencia de Modelos, pensou bem em que nome daria a sua agência pois lembrou que em épocas passadas quando trabalhava apenas com estúdio, seus clientes Modelos descobertas(o) por Edivaldo - A que se tornaram admiradores de seu cada modelo descoberta uma história trabalho e amigos, cada um tinha de Vida diferente e lugares 112
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Edivaldo na correria do dia a dia trabalhando na Sanasa descobriu sua primeira modelo em 2007, fotografando uma Grande Obra na Av.Norte Sul, Edivaldo avistou uma linda garota trabalhando em uma campanha de panfletagem na esquina em posto de gasolina, sem que ela percebesse Edivaldo fez uma única foto, foto esta que ficou na memória da maquina e também do fotógrafo, pois estava ali uma verdadeira jóia que precisava apenas ser lapidada, no primeiro momento fez apenas a fotografia, o contato fez um mês depois, quando voltou à obra para fazer mais fotos e avistou novamente a mesma garota, e um amigo dele motorista da empresa disse você mostrou a foto para ela, e eu disse não vou lá agora, chegando lá eu me mostrei a ela, dai ela me disse: como você fez isso eu disse: Apertei este botão aqui ela ficou dando risadas dai me apresentei, e a convidei para agenciá-la sem custo algum eu queria tirar das ruas uma pessoa muito bonita (como uma jóia a lapidar e tornar mais preciosa, mais brilho, mais valor, se vestir melhor, falar melhor....ofereci o agenciamento e também um Book Fotográfico grátis, pois naquele momento foi a primeira vez senti diante de uma pessoa que iria ficar famosa, só precisava cruzar com alguém enviada por Deus, eu fui esta pessoa que Deus escolheu para ajudar não só a Juliana Delbone como também muitas outras que descobri ao longo da minha carreira.
-SP,enfrentava todos os dias 3km de caminhada até à Rodovia D.Pedro, de lá pegava um ônibus de linha até rodoviária de Campinas e mais um circular até chegar no destino de trabalho, depois era deslocada para fazer a panfletagem no centro da Cidade, o dinheiro ganho por ela não pagava nem passagem e nem uma simples marmitex, mas esta menina tinha um sonho de ser modelo um dia, e esse dia chegou.
Marcamos o primeiro ensaio/Book – Lembro até hoje a data 27/08/2006, ela chegou na agência com apenas uma troca de roupa e por sinal muito surrada pela ação do tempo uma calça jeans e uma blusinha vermelha tipo corvim , fizemos uma grande ação para deixá-la mais lind, e assim eu consegui fazer o Book, por sorte dela e minha também na mesma semana surgiu o concurso do Miss-Campinas onde eu acabei fazendo a inscrição da Juliana de última hora pois eu só tinha o endereço dela muito longe e não tinha telefones tudo acabou dando certo, chegou o dia do primeira etapa e ela passou no teste de altura e beleza, então foi para etapa final do concurso de Miss-Campinas 2007, eu por minha vez nunca Imaginei , que uma garota que conheci na rua seria nossa Miss. Durante o concurso que foi realizado em 2006 para tomar posse do Trono em 2007, a cada entrada e saída da passarela todos ficavam eufóricos pois ela ficou na final entre as mais de 60 participanJuliana Delbone – Quando eu a conheci tes, foram peneirando até ficar as 3 era: Uma Humilde de família pobre finalistas, meu coração parecia que morava em um casebre no meio de iria sair pela boca pois, a emoção era mata fechada na cidade de Valinhos muita até chamar as ganhadoras, foi 114
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quando anunciaram Juliana Delbone Miss-Campinas 2007, chorei muito de emoção pois era como se fosse uma filha minha vencendo o concurso. E não parou por ai Juliana foi na mesma semana enviada para fazer um teste em SP, de cara passou no teste já com viagem marcada a Paris, para uma das maiores angências de modelo do mundo, a Madamoiselle, onde desfilou em vários países já como modelo Internacional, mês seguinte voltou para o Brasil para o desfile do fashion week. Essa foi a primeira modelo que eu descobri em toda minha vida e também mudou do dia pra noite como água para o vinho. Minha segunda Miss-Campinas foi Jocasta Cristina Costa, ela eu descobri na faculdade que eu estudava, ela fazia Marketing e eu Publicidade, durante algumas escapadas da Faculdade para beber umas loiras geladas eu conheci uma loira de verdade, acabei convidando no mesmo ano que
Juliana Delbone
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conheci a Juliana, mas a Jocasta ficou enrolando acabou perdendo o concurso eu fiquei insistindo o ano todo de novo, mas acho que tudo foi por Deus se ela tivesse aceitado a minha proposta seria concorrente da Juliana Delbone daí a briga pelo Titulo seria mais acirrada, apesar das modelos serem de Belezas estonteantes. Chegou 2008 o novo concurso eu fiquei no pé dela até fazer a inscrição, mesmo assim eu tive que ir falar com o pai dela na loja onde ele trabalha, e para minha surpresa, sem saber o pai dela já era amigo meu de longas datas, eu tive que pedir e implorar para que ele deixasse eu fazer inscrição pois ele duvidou da capacidade da filha e me disse que ela não ganharia nem para Miss-Bairro e já estava cansado de investir por ela e não ter nem um resultado positivo, e gastar dinheiro e tempo em vão com ela, e ela deveria tomar conta da loja da família que era mais prático, dai eu insisti e me propus acompanhar e levar ela quando não desse para ele levar ela aos ensaios, ele me disse: Edivaldo eu vou deixar ela participar só esta vez porque também te conheço, se não nunca mais ela iria participar de nenhum tipo de concurso, então pela segunda vez, mais uma Miss-Campinas, a de 2008 foi descoberta, além de Miss no mesmo ano ela também deslanchou e ganhou também o concurso de Rainha do Rodeio de Jaguariuna 2008 e muito outros como Miss garota RMC e também o Miss-São-Paulo Word em 2010, além de muitos outros trabalhos de moda revistas, propagandas, etc..
na faculdade também que eu estudei, ele era técnico de informática da Faculdade e observei que todas mulheres comentavam sobre ele, até as professoras falavam sobre o tal rapaz, eu o convidei para participar de vários testes ele nunca aceitava, pois ele achava que eu estava cantando ele e não é que eu gosto, sou apenas um profissional descobridor de modelos, ele foi fotografado e consegui fazer o trabalho para uma loja de roupas, depois um amigo meu iria ter um casting na sua agência e me perguntou se eu tinha algum modelo masculino para indicar, eu levei somente o Paulo e entre os 39 da agência do meu amigo somente ele passou no casting e foi contratado por uma agência de São Paulo. Hoje ele continua na profissão é um dos modelos internacionais mais famosos de Campinas. Minha terceira Modelo Internacional a ser descoberta Angélica Lino Descoberta na Rua 13 de Maio no Centro de Campinas, também Descobrindo o Único modelo masculino fiz o Book, Agenciamento, desfiles, Paulo Piton – Esse rapaz eu descobri levava ela para cima e para baixo, em 116
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todo tipo de concurso que eu ficava sabendo até no Miss-Campinas eu a coloquei mas sem resultado positivo, foi então que eu tive a ideia de enviá-la para a mesma agência que eu enviei a Juliana, mas Angélica demorou mais tempo até conseguir várias revistas, propagandas, alguns desfiles, inclusive com viagens para fora do Brasil, onde mora desde 2009 em Istambul na Turquia, fez várias propagandas, inclusive TV no Japão, Ásia... Minha 4°Modelo a Ser descoberta foi Amanda Saturnino da Silva (Rainha do Rodeio de Americana 2010) Amanda eu descobri pelo extinto OrKut ao Adicionar pessoas bonitas a procura de uma Nova Miss, eu me deparei com uma linda morena com chapéu de Peão na cabeça e já a inscrevi no concurso da Rainha de Rodeio de Americana, já neste concurso eu inscrevi umas 10 garotas pois o total do concurso foram escritas quase 300 concorrentes de várias Cidades da Região pois neste concurso poderiam participar meninas de qualquer cidade.
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Com várias eliminatórias até a Final, no Clube dos Cavaleiros de Americana, Amanda foi a vencedora e ficou muito feliz, a Bela Morena também ficou ainda mais famosa pois foi a Miss CheerLeader de torcida do Guarani. É modelo profissional até hoje. Minha 6 descoberta foi a Modelo e Rainha do Rodeio de Monte Mor 2010 – Georgia :Esta Linda morena eu a conheci quando sua mãe era inspetora do colégio que eu estudei em 1988, fiz algumas fotos dela quando ela tinha apenas 6 anos de idade passados vários anos eu a encontrei de novo, foi muito emocionante pois fiz seu Book e ela já era uma mulher muito linda, fizemos a inscrição na cidade onde ela morava, em Monte Mor e também foi a vencedora do concurso. Em 2012 eu descobri minha 7 Modelo (Dora Oliveira uma das Finalista do concurso Garota Fantástica) – Essa Top Model eu descobri e levei para fazer inscrição do mesmo dia. Fui ao estúdio do meu Amigo Walmir, para que ele que me acompanhasse para ver como funcionava o tal concurso e fiz o convite para a Dora Oliveira, ela aceitou e fomos ao estádio do Morumbi em SP, onde haviam mais de 16 mil participantes e mesmo assim ela conseguiu ficar entre as 8 escolhidas, foi para a casa do Fantástico chegou a quase ser a uma das finalistas do concurso. Nossa Atual Miss-Campinas 2015 Ana Carolina Valadares – Também foi uma das meninas que eu descobri 118
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Dora Oliveira
quando ainda ela tinha seus 13 anos de idade, em uma Festa do Servidor Público em Campinas, lá eu estava em serviço quando vi uma linda menina alta e magra, dei meu cartão para mãe dela e marcamos para conhecer minha agência, eu por minha vez fiz as fotos e também enviei ela para aprender teatro e moda com Claúdio Lima. Ela batalhou muito até chegar aonde chegou, o Miss-Campinas 2015, Entre todas estas meninas podemos destacar também outras modelos Internacionais, como Luciene Carvalho, Aline Sena, e a modelo Nacional Karol Almeida.
www.agenciaracemodel.com Ana Carolina Valadares
Edivaldo da Silva Alves, formado em ArtesPlásticas (Escola de Desenho Campinas), Jornalista (Repórter-Fotográfico) MTB.21.268-88-26-SP, Publicitário (Fac-3)
“Se me ver com mulher feia, separa que é sua sogra”
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AMOR PELA FOTOGRAFIA
O FOTÓGRAFO Noilton Pereira nas-
ceu em Ruy Barbosa interior da Bahia, o amor pela fotografia apareceu logo cedo, pois ele além da vontade de fotografar já tinha influência da cultura nordestina, e através da música em 2002 ganhou uma câmera de presente e não parou mais de fotografar, sendo autodidata vem atraindo admiradores com o conteúdo fotografado. Os registros fotográficos de Noilton Pereira foram reconhecidos recentemente pela revista eletrônica National Geographic http://viajeaqui.abril.com.br/materias/sua-foto-agosto-de-2015#1 , influenciado por nomes como Sebastião Salgado, Tina Gomes, Araquém Alcântara, ele busca resgatar a valorização do homem do campo que vive no sertão da Bahia.
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SP-ARTE FOTO TROUXE 31 EXPOSITORES EM SUA 9ª EDIÇÃO “Fotografar é colocar na mesma linha, a
cabeça, o olho e o coração.” A frase de Henri Cartier Bresson (19082004) define a essência do ofício, da arte e de sua apreciação. Consolidada como um dos principais suportes da arte dos séculos 20 e 21, a fotografia, em suas vertentes moderna, contemporânea e vintage, ganha o centro expositivo na SP-Arte/Foto, principal feira de fotografia da América Latina, que abre para convidados, sua 9ª edição no Dia Mundial da Fotografia, 19 de agosto, com 31 expositores que representam os principais nomes da fotografia. Com entrada gratuita, a feira acontece entre os dias 20 e 23 de agosto. Destaques A Dan Contemporânea levou à feira obras dos artistas brasileiros Christian Cravo, como Aérea IX, da série Namíbia, e Cristiano Mascaro, como Cascata na Serra do Cipó (2011), além de trabalhos do fotógrafo espanhol José Manuel Ballester, um dos destaques da 8ª SP-Arte/Foto. Neste ano, a galeria exibiu fotografias de Ballester feitas a partir das pin124
turas do holandês Piet Mondrian, como Variaciones a partir de Mondrian 13, na qual o espanhol realiza uma interferência digital, modificando o formato da obra (da vertical para a horizontal), mas mantendo suas cores linhas originais. A galeria Celma Albuquerque (Belo Horizonte) trouxe a obra Marta (2014), de Rochelle Costi, artista que participou da 30ª Bienal de São Paulo e se destacou na SP-Arte/2015 com a obra Residência – Escada. A Galeria Lume apresentou um caminho alternativo para a leitura da contemporaneidade, através de um diálogo aberto, pautado pela pesquisa curatorial e pelo espírito do tempo por meio de obras como as dos artistas Penna Prearo e Martin Parr, dois dos destaques da edição de 2015 da SP-Arte/Foto. A Galeria Millan, cujos artistas já tiveram exposições em museus como o Louvre (Paris), MoMA (New York) e o Reina Sofía (Madri), levou fotos de alguns dos mais importantes artistas como o espanhol Miguel Rio Branco (Las Palmas, 1948), e as brasileiras Lenora de Barros e Sofia Borges, a mais jovem artista a participar da 30ª
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Bienal de São Paulo, ganhadora do prestigiado BES Photo, de Portugal. A galeria Luciana Brito (São Paulo) apresentou alguns dos principais nomes da fotografia contemporânea, como Hector Zamora, autor de O Abuso da História, feita durante a revitalização do antigo Hospital Matarazzo no ano passado, além de obras de fotógrafos modernos, como a de Thomas Farkas, com Barca de Niterói (1940). A galeria Zipper expôs produções da artista Adriana Duque, cujo trabalho está intrinsecamente ligado à moda, assim como fotografias da série Zoo, do mineiro João Castilho. A FASS (São Paulo) teve uma mostra individual dedicada a Jean Manzon, que este ano completaria 100 anos. Entre as obras do artista, que retratou cenas privadas e públicas de São Paulo e do Rio de Janeiro nos anos 1940, estiveram Desfile na Casa Canadá (1940) e Transeuntes no Viaduto do Chá (1950). A galeria apresentou também trabalhos de Germán Lorca e de Luiz Carlos Barreto. Novas galerias Entre as novidades desta edição, foi a participação de Portas Vilaseca, uma das mais jovens galerias de arte contemporânea do Rio de Janeiro, cuja proposta é trazer ao público da arte contemporânea produções de alta qualidade. Entre os destaques teve Íris Helena, com obras das
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séries “Zona de Conforto” e “Lembretes”; Jorge Soledar, com as séries “Torre, Casa, Ponte” e “Arquiteturas Pessoais”, e Alex Yudzon, com a série “A Room for the Night”. Criada em 2013, em parceria com a fotógrafa e artista Claudia Jaguaribe, a editora Madalena estreiou na SP-Arte/Foto apresentando sua produção contemporânea de fotolivros, desde os tradicionais livros de artistas consagrados até os livros experimentais. Alair Gomes recebe individual na SP-Arte/Foto 2015 Pioneiro na fotografia homoerótica no país, Alair Gomes (1921- 1992) retratou, entre os anos 1960-80, homens atléticos na orla da Zona Sul carioca, na praia de Ipanema, e no trabalho. Um dos destaques do acervo de fotografia brasileira do Museum of Modern Art – MoMA, de Nova York, Alair teve uma individual no stand da galeria Bergamin & Gomide, durante a SP-Arte/Foto. A individual do artista contou com seis obras compostas por uma série de retratos provenientes de coleções particulares e quase inteiramente inéditas para o público brasileiro. Sarah Meister, curadora do Departamento de Fotografia do MoMA, foi convidada especial da SP-Arte/Foto 2015 Há 18 anos no MoMA – um dos primeiros museus do mundo a criar um acervo fotográfico –, Sarah Meister trouxe sua experiência como curadora do Departamento de Fotografia, onde realizou importantes mostras e publicações voltadas para 126
a fotografia. O debate TALKS/Foto: Reflexões foi realizado no shopping JK Iguatemi durante a SP-Arte/Foto, na quinta-feira (20/08). Meister tem um grande percurso no campo da fotografia, foi responsável pela instalação da Edward Steichen Photography Galleries, voltada para a história da fotografia entre os anos de 1840 e 1970. Ela também organizou o livro e a exposição Picturing New York (2009), com 150 obras do acervo do MoMA. Em parceira com as curadoras Roxana Marcoci e Eva Respini, também do museu nova-iorquino, Meister organizou a exposição Pictures by Women: A History of Modern Photography (2010), que gerou o livro Modern Women: Women Artists at The Museum of Modern Art (2010). Ela A curadora publicou também Rudy Burckhardt: An Afternoon in Astoria (2002); Michael Wesely: Open Shutter (2004); Life of the City (2007) e Sabine Hornig: Der Zweite Raum/The Second Room (2006). Sua exposição mais recente no MoMA, From Bauhaus to Buenos Aires: Grete Stern and Horacio Coppola, ficou em exposição até 4 de outubro. A curadora preparou especialmente para a o catálogo da SP-Arte/Foto 2015 um artigo sobre a presença brasileira na coleção de fotografia do MoMA. O catálogo da SP-Arte/ Foto ganhou novo formato de livro, como da SP-Arte, com várias matérias
encomendadas sobre o tema, assim como debates recentes. Expositores Arte 57 [São Paulo], Arteedições Galeria [São Paulo], Athena Contemporânea [Rio de Janeiro], Bolsa de Arte de Porto Alegre [Porto Alegre e São Paulo], Carbono [São Paulo], Casa Nova Arte [São Paulo], Casa Triângulo [São Paulo], Celma Albuquerque Galeria de Arte [Belo Horizonte], Dan Contemporânea [São Paulo], Emma Thomas [São Paulo], Estúdio Madalena [São Paulo], FASS [São Paulo], Fita Tape [Porto Alegre], Fólio Livraria [São Paulo], Fotospot [São Paulo], Bergamin & Gomide [São Paulo], Galeria da Gávea [Rio de Janeiro], Galeria de Arte Rosa Barbosa [São Paulo], Galeria de Babel [São Paulo], Galeria Marcelo Guarnieri [São Paulo e Ribeirão Preto], Galeria Rabieh [São Paulo], Luciana Brito Galeria [São Paulo], Lume [São Paulo], Millan [São Paulo], Paralelo [São Paulo], Pequena Galeria 18 Fine Art Photography [Rio de Janeiro], Portas Vilaseca Galeria [Rio de Janeiro], Room8 [São Paulo], Schoeler Editions [São Paulo], SIM [Curitiba], Zipper [São Paulo]. Fonte e mais informações: 11.3897.4122 Danilo Thomaz – danilothomaz@a4com.com.br Neila Carvalho – neilacarvalho@a4com.com.br Mai Carvalho - maicarvalho@a4com.com.br www.sp-arte.com
FEIRA ACONTECEU DE 20 A 23 DE AGOSTO NO JK IGUATEMI
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museu do café
O CAFÉ E SUA HISTÓRIA Um dos principais pontos turísti-
cos da cidade de Santos, o Museu do Café, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, foi criado em 1998 com o objetivo de preservar e divulgar a histórica relação entre o café e o Brasil. Entre objetos e documentos que formam seu acervo, é possível perceber como a evolução da cafeicultura e o desenvolvimento político, econômico e cultural do país estão intimamente ligados. Uma relação que começou em meados do século XVIII e que se mantém forte até hoje. Instalado no edifício da antiga Bolsa Oficial de Café, inaugurado em 1922, o Museu do Café tem entre seus principais destaques telas e painéis de Benedicto Calixto e o Salão do Pregão – composto por uma mesa principal e setenta cadeiras -, onde eram realizadas as negociações que determinavam as cotações diárias das sacas de café na época. Os pregões foram realizados no edifício da Bolsa Oficial de Café até a década de 1950, quando os negócios foram transferidos para São Paulo. A estreita relação entre a cafeicultura e a transformação do Brasil está registrada na nova exposição de média duração “Café, patrimônio cultural do Brasil: ciência, história e arte”, inaugurada em dezembro de 2014. Dividida em quatro módulos” Da planta à xícara, História do Café, Praça de Santos e Artes e 130
Ofícios”a curadoria foca diferentes perspectivas: científicas, históricas e arquitetônicas por meio de objetos, imagens, vídeos e mapas que contextualizam as particularidades da produção e comércio do grão ao longo da história até os dias atuais. A exposição possui imersões no tema que vão desde aplicativos interativos, nichos específicos da história do café, até cafeeiros que são cultivados no próprio espaço expositivo. Além disso, o Museu do Café também realiza regularmente exposições temporárias que contemplam épocas e aspectos pontuais da história do café no Brasil. Em suas instalações, o Museu do Café ainda possui o Centro de Preservação, Pesquisa e Referência Luiz Marcos Suplicy Hafers, que conta com diversas publicações e documentos sobre o café e sua história em seu acervo e está aberto ao público para visitação gratuita, e o Centro de Preparação de Café, que disponibiliza cursos e oficinas relacionados ao conhecimento e ao preparo da bebida. Mais do que o principal responsável pela preservação da história do café, o Museu do Café é também referência na comercialização do produto por meio de sua cafeteria. Inaugurada em 2000, a Cafeteria do Museu possui em seu cardápio diversas opções de bebidas que têm o café como principal ingrediente. Além
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disso, conta com grande variedade de grãos, produzidos em diferentes regiões do Brasil, à disposição dos visitantes para apreciar na hora ou levar para casa. Atualmente, a Cafeteria do Museu trabalha com os cafés Cerrado de Minas, Sul de Minas, Chapadão do Ferro, Alta Mogiana, Bourbon Amarelo, Bourbon Vermelho, Blend da Cafeteria, Orgânico e Jacu Bird Coffee. Este último é o café mais caro e raro do Brasil, obtido com os grãos expelidos pelo pássaro Jacu, que se alimenta dos frutos do café. O Museu do Café é uma instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e fica à rua XV de Novembro, 95, no Centro Histórico de Santos. Seu horário de funcionamento é de terça a sábado das 9h às 17h, e aos domingos entre 10h e 17h. Entre os meses de novembro e março, o Museu abre também às segundas-feiras, das 9h às 17h. Os ingressos para visitação custam R$ 6. Estudantes e pessoas acima de 60 anos pagam meia-entrada. Já a Cafeteria do Museu funciona de segunda a sábado, das 9h às 18h, e aos domingos entre 10h e 18h. Bolsa Oficial de Café – O edifício da Bolsa Oficial de Café foi construído para centralizar, organizar e controlar as operações cafeeiras. Inaugurado em 1922, como parte das comemorações do centenário da
independência do Brasil, o prédio se tornou um dos símbolos maiores da riqueza dos negócios do café e um dos cartões-postais mais conhecidos da cidade de Santos. No dia 12 de março de 2009, o edifício da antiga Bolsa Oficial de Café foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Com estilo arquitetônico eclético, a suntuosidade do palácio, a qualidade dos materiais escolhidos em sua construção e a riqueza
de detalhes de decoração ajudam a compreender a importância do edifício na época áurea do mercado cafeeiro. Após período desativado, o prédio foi restaurado e em 1998 passou a abrigar o Museu do Café. Desde então, se consolidou com um dos pontos turísticos mais visitados da cidade. Antes de se tornar patrimônio histórico e artístico nacional, a Bolsa Oficial de Café já era tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de
Santos (Condepasa) e o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), em esfera estadual. Fonte e mais informações: Museu do Café 13.3213-1751 / 13.98153-1666 Caroline Nóbrega / Karina Frey / Vinícius Morales comunicacao@museudocafe.org.br / museudocafe@museudocafe.org.br / vinicius@museudocafe.org.br www.museudocafe.org.br revista RMC/2o semestre 2015
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trem - ABPF
BREVE HISTÓRICO DA ABPF ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
de Preservação Ferroviária (ABPF) – OSCIP (qualificada pelo Ministério da Justiça através do Processo MJ nº 08071.000388/2004-59, conforme despacho da Secretaria Nacional de Justiça de 16 de dezembro de 2004, publicado no D.O.U. de 24 de dezembro de 2004) é uma entidade cultural sem fins lucrativos fundada em 5 de setembro de 1977. O objetivo principal da associação é a preservação da memória e da história ferroviária brasileira através da preservação e guarda de bens históricos de sua propriedade ou de propriedade da União ou de terceiros, a ela confiados. A preservação desses bens móveis e imóveis é feita de modo a manter suas características originais, resgatando sua história. É objetivo também da associação o resgate do ferroviário, enquanto profissional. Graças a uma profícua parceria mantida com a Rede Ferroviária Federal S/A desde 1977, a ABPF tornou-se depositária de um grande patrimônio histórico ferroviário representado por locomotivas a vapor, locomotivas elétricas, locomotivas diesel, carros de passageiros, vagões, autos de linha,
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guindastes ferroviários, além de estações, instalações físicas e trechos de via permanente desativados. Hoje a ABPF é detentora do maior acervo de material ferroviário histórico da América Latina, talvez um dos maiores do mundo. A “Viação Férrea Campinas-Jaguariúna”, uma das ferrovias da associação, é o maior Museu Ferroviário Dinâmico do Brasil. Com isso, a ABPF implementou e vem mantendo em funcionamento nove trens turístico-culturais com tração a vapor, resgatando para as gerações atuais a história da ferrovia brasileira. Nesse aspecto a ABPF já é a maior operadora de ferrovias turístico-culturais do país. Esse fato, aliado aos 29 anos de existência e à participação de muitos associados atuando nas mais diversas áreas ferroviárias, conferem à associação o status de entidade com notória especialização no âmbito ferroviário. A ABPF conta com 5 oficinas de restauração de carros e vagões e 4 oficinas especializadas em locomotivas a vapor. Enumeramos, a seguir, os trechos ferroviários turístico-culturais operados pela ABPF – Associação Brasileira de Preservação Ferroviária.
Sede Nacional: Rua Dr. Antonio Duarte da Conceição, 1501 – 13091-606 – Campinas, SP
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trem - ABPF Os trens da ABPF VIAÇÃO FÉRREA CAMPINAS-JAGUARIÚNA Em operação desde 1984, é o segundo trem turístico a vapor a entrar em funcionamento no Brasil. A extensão do trecho de bitola métrica é de 24 km com 6 estações. Todo esse trecho, com estações e pátios é cedido em comodato pela RFFSA. Nesse local encontra-se o maior Museu Ferroviário Dinâmico do país, onde é possível apreciar locomotivas, carros e vagões originários das mais diversas ferrovias brasileiras. Esse trecho ferroviário está sendo ampliado em mais 1.200 metros com o apoio da prefeitura de Jaguariúna e da Secretaria de Estado de Turismo, o que possibilitará a chegada do trem até o centro da cidade TREM DO IMIGRANTE Opera entre os bairros do Brás e da Moóca, próximos ao centro de São Paulo, anexo ao Memorial do Imigrante. Nesse local está concentrado o maior acervo ferroviário brasileiro em bitola de 1,60 m. O passeio tem apenas 1.200 metros. TREM DAS ÁGUAS Funciona entre São Lourenço e Soledade de Minas (MG) em trecho de 10 km. TREM DA SERRA DA MANTIQUEIRA Com 10 km de extensão, o passeio vai de Passa Quatro a Coronel Fulgêncio (MG), terminando junto ao túnel da Serra da Mantiqueira. TREM DA SERRA DO MAR De Rio Negrinho a Rio Natal (SC) o passeio é em operação compartilhada com a ALL – Logística. TREM DAS TERMAS Com 26 km, este passeio vai da estância hidromineral de Piratuba (SC) até a estância hidromineral de Marcelino Ramos (RS). TREM DO CONTESTADO Um trem de operação eventual que funciona apenas durante 3 meses do segundo semestre atendendo as cidades do meio oeste catarinense (região do Contestado). TREM PRINCESA ISABEL O único trem da ABPF com tração diesel. Opera com uma automotriz de 1935 restaurada, entre as cidades de Morretes e Antonina (PR). TREM DOS INGLESES Operando com tração a vapor no pátio ferroviário de Paranapiacaba, no município de Santo André (SP). BONDE DO IMIGRANTE Além dos trens, a ABPF opera em São Paulo um bonde entre o Memorial do Imigrante e a estação Bresser do Metrô. Museu de Paranapiacaba O Pátio Ferroviário de Paranapiacaba, onde funcionou o sistema funicular que ligava o planalto ao porto de Santos (único no mundo) foi entregue pela RFFSA à administração da ABPF. Nesse local funciona o maior museu ferroviário brasileiro a céu aberto. As parcerias da ABPF A imensa folha de serviços da ABPF no que diz respeito à preservação da memória ferroviária brasileira determinou que, ao longo dos anos, a Rede Ferroviária Federal se tornasse a sua grande parceira. Hoje, com as ferrovias privatizadas, a ABPF já estabeleceu novas parcerias com as concessionárias: CVRD/FCA Com a Cia. Vale do Rio Doce/Ferrovia Centro-Atlântica a ABPF estabeleceu uma parceria onde a entidade colaborou com a cessão de 8 carros de passageiros e uma locomotiva a vapor de grande porte para viabilizar o “Trem da Vale”, entre Ouro Preto e Mariana (MG). A locomotiva foi restaurada pela ABPF. Em contrapartida, a FCA cedeu 32.000 dormentes de concreto para assentamento na“Viação Férrea Campinas-Jaguariúna”. MRS LOGÍSTICA A MRS Logística e a ABPF firmaram parceria para a restauração do acervo ferroviário que se encontra no pátio de Paranapiacaba, SP. ALL LOGÍSTICA
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Em Santa Catarina, a ABPF cuida da manutenção dos 350 km de linha do trecho ferroviário do Contestado, com o apoio da ALL que, por sua vez, faculta o funcionamento do “Trem da Serra do Mar”. FCA FERROVIA CENTRO-ATLÂNTICA Através de um intercâmbio cultural, onde crianças dos municípios da malha da antiga Cia. Mogiana fazem passeios no trem da ABPF recebendo uma conscientização sobre o papel da ferrovia, a FCA retribui fornecendo dormentes de concreto para a “Viação Férrea Campinas-Jaguariúna”. PARCERIAS COM ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS Com as Prefeituras Municipais a ABPF vem estabelecendo parcerias para a elaboração de Estudos de Viabilidade Técnica, restauração de material rodante, pesquisa histórica sobre ferrovias e consultorias especializadas em via permanente e operacionalização de trens turístico-culturais. Parcerias nesse âmbito já foram feitas com as prefeituras de Jaguariúna (SP), Viana (ES), Conceição da Barra (ES), Petrópolis (RJ), São Carlos (SP), Monte Alegre do Sul (SP) e com o Ministério dos Transportes.
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carros
Na 11ª edição
do Salão Latino Americano de Veículos Elétricos, Componentes e Novas Tecnologias, as novidades e a análise das perspectivas desse mercado foram mais uma vez alavanca para negócios e planejamento das empresas do setor. Para o público, foi a oportunidade de conferir lançamentos em carros elétricos e híbridos, geradores de energia, como também experimentar a sensação de andar em bikes, scooters, skates, patinetes e monociclos - todos elétricos. As principais empresas do setor automobilístico marcaram presença com lançamentos, como a Porsche que, pela primeira vez, trouxe ao Brasil o Cayenne E-Hibrid; a Eletra, que lançou o primeiro ônibus elétrico híbrido dual; a WOIE, com novas linhas de bicicletas elétricas; e a Build Your Dream (BYD), com um ônibus 100% elétrico, que será incorporado a primeira frota de ônibus elétricos de Campinas (SP). A BMW, Volvo, Toyota, VO2, WEG, Moura, IPSEC, Bosch, KYA, BRMobilit, ClubCar, CPFL Energia, JAC Motors, Cooltra, Riba, EP Modelismo, Power Solutions, SI, Grupo Schréder e Caixa Econômica Federal também marcaram presença expondo seus produtos e projetos. Para quem trabalha nesse mercado, o Salão ofereceu uma parruda agenda de conferências com especialistas do Brasil e do exterior, que debateram temas como novas tecnologias, mobilidade urbana, perspectivas e experi136
ências na implantação de mobilidade elétrica e os impactos na infraestrutura atual, entre outros. O presidente da ABVE, Ricardo Guggisberg, apontou a importância do segmento contar com o apoio do poder público. “Os incentivos governamentais são de fundamental importância. Recentemente contamos com a redução de IPVA e liberação do rodízio para veículos elétricos e híbridos da cidade de São Paulo. Mas ainda há muito a ser feito para que o veículo elétrico se torne uma realidade nas ruas brasileiras”, explicou. Vários países já contam com programas de incentivo ao carro verde para favorecer a transição para tecnologias mais limpas. O resultado é um crescimento de 95% na frota global de veículos elétricos, que somava mais de 665 mil unidades em todo o mundo no final de 2014 e que deve chegar a quase 20 milhões em 2020, segundo estudos internacionais. “No caso do Brasil, cujo processo de industrialização mais recente está umbilicalmente ligado à indústria automotiva, a migração para o carro verde é uma oportunidade ímpar de revitalizar o setor, gerando empregos e consolidando o país no seleto rol das nações exportadoras de veículos elétricos”, analisa. A próxima edição do Salão será realizada entre 01 e 03 de setembro de 2016, no Expo Center Norte. Mais informações podem ser obtidas em: www.velatinoamericano.com.br
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SALÃO LATINO-AMERICANO DE VEÍCULOS ELÉTRICOS MOSTROU O FUTURO DA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA
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INHOTIM Brumadinho, MG, 2015
– Situado em Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte (MG), o Instituto Inhotim é um Centro de Arte Contemporânea e Jardim Botânico. Possui uma área de 140 ha de visitação composta de fragmentos florestais e jardins, com uma extensa coleção de espécies tropicais raras, onde estão instaladas obras de arte contemporânea de relevância internacional. Idealizado pelo empresário mineiro Bernardo Paz, o Inhotim foi aberto ao público em 2006 e tem forte compromisso com o desenvolvimento da comunidade na qual está inserido. O Instituto participa ativamente da formulação de políticas para a melhoria da qualidade de vida na região, seja em parceria com o poder público ou com o setor privado, seja em atuações independentes. A estrutura e a organização do espaço garantem um lugar singular. Além de romper com a arquitetura e o modo de exposição e visitação associados aos museus convencionais, o Instituto oferece aos visitantes a oportunidade da fruição, aproximando obras de arte e circuitos ambientais. Mais de 2 milhões de pessoas já visitaram esse lugar
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singular, um dos principais destinos turísticos e culturais do Brasil. O Instituto Inhotim é uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida pelo Governo Federal e pelo
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Governo do Estado de Minas Gerais como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). As ações do Inhotim são amparadas pela Lei Federal de Incentivo à Cultura por
meio do Ministério da Cultura. Arte Contemporânea Pinturas, esculturas, desenhos, fotografias, vídeos e instalações de mais de 100 renomados artistas brasileiros e estrangeiros, de 30 diferentes países, formam a coleção do Instituto Inhotim. De um acervo com cerca de 800 obras, 160 trabalhos encontram-se em exposição atualmente. Produzidos nacional e internacionalmente desde os anos 1960 até os dias atuais, estão dispostos ao ar livre no Jardim Botânico do Inhotim ou exibidos em galerias. Das 22 galerias, cinco são dedicadas a exposições temporárias: Lago, Fonte, Praça, Mata e Galpão. Com aproximadamente 1.000 m² cada, contam com grandes vãos que permitem aproveitamento versátil dos espaços para apresentação de obras de vídeo, instalação, pintura ou escultura. Bienalmente, esses espaços apresentam uma nova mostra para apresentar aquisições do Instituto e criar reinterpretações da coleção. Além disso, novos projetos individuais de artistas são inaugurados anualmente, fazendo do Inhotim um lugar em constante evolução. As 17 galerias permanentes foram desenvolvidas especificamente para receber obras de Tunga, Cildo Meireles, Miguel Rio Branco, Hélio Oiticica & Neville d’Almeida, Adriana Varejão, Doris Salcedo, Victor Grippo, Matthew Barney, Rivane Neuenschwander, Valeska Soares, Doug Aitken, Marilá Dardot, Lygia Pape, Carlos Garaicoa, Carroll Dunham e Cristina Iglesias.
Jardim Botânico O Instituto Inhotim não só se preocupa com o meio ambiente, mas está inserido em uma relevante porção florestal remanescente de Mata Atlântica e Cerrado – dois dos biomas mais ricos em biodiversidade e, ao mesmo
tempo, ameaçados do planeta, considerados hotspots mundiais. Dos 140 hectares da área composta de florestas estacionais semideciduais secundárias, 42 são de jardins. Soma-se a essa porção extensa uma área de 254 ha protegida na forma de Reserva Particular de Patrimônio
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Natural (RPPN) que, desde maio de 2010, está determinada a colaborar de forma vitalícia para a conservação da biodiversidade conectando o Inhotim ao sul da Cadeia do Espinhaço, considerada um dos mais importantes centros de diversidade e plantas do mundo.
Em meados da década de 1980, iniciaram-se as obras paisagísticas dos exuberantes jardins que futuramente viriam formar o Instituto Inhotim. Ao longo do tempo foram sendo adquiridas diversas espécies de palmeiras e árvores nativas brasileiras e exóticas de várias regiões do mundo, que se
adaptaram muito bem na região. Os jardins valorizaram a exuberância da flora integrando-a de forma espontânea e harmônica com as paisagens e lagos por meio de caminhos, escadas e pátios construídos a partir de formações rochosas de quartzito natural – inovações que se popularizaram no paisagismo brasileiro. Em 2010, a expressiva coleção do Instituto permitiu o reconhecimento deste como Jardim Botânico com uma coleção botânica. Composta por aproximadamente cinco mil espécies, duas famílias se destacam: a de palmeiras (Arecaceae), com cerca de mil espécies e variedades, e a dos imbés, antúrios e copo-de-leite (Araceae), com mais de 400 espécies e formas – consideradas uma das maiores do mundo. Vale destacar que o amplo acervo botânico, combinado com a extensa estrutura do Viveiro Educador, possibilita a realização de pesquisas e atividades educativas que colaboram para a conservação ex situ da flora. O Inhotim tem cada vez mais se comprometido com a Rede Brasileira de Jardins Botânicos para o desenvolvimento de estratégias que colaboram para o alcance das metas da Estratégia Global de Conservação de Plantas. Ações Educativas Cerca de 1.500 alunos das redes particular e pública de ensino de Brumadinho e da Grande Belo Horizonte visitam o Inhotim toda semana. Os projetos educativos promovem uma série de ações para aproximar a sociedade dos valores
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da arte, do meio ambiente, da cidadania e da diversidade cultural. Com a proposta de auxiliar o desenvolvimento crítico dos estudantes que visitam o Inhotim e alertar sobre a situação atual do meio ambiente, seu status de conservação ou em como a arte permeia nossas vidas, o Instituto atua em duas frentes: Arte e Educação e Educação Ambiental. Além das parcerias com as escolas, Prefeituras e secretarias municipais e estaduais de Educação, também são oferecidas gratuitamente visitas mediadas educativas para o público em geral. Ideais para aproximar o visitante daquilo que o parque oferece em Arte Contemporânea, Botânica e Meio Ambiente, acontecem em horários e locais preestabelecidos: - A visita temática sobre arte proporciona um encontro entre o educador e o visitante para discussão sobre artistas e obras do acervo. A proposta é fazer um recorte conceitual das obras em exposição, que pode ter como pontos de partida uma galeria, um artista, ou um roteiro específico dentro do parque. Com duração de 1h30, acontece aos sábados, domingos e feriados, às 14h30, saindo da recepção. - A visita temática ambiental permite ao visitante transitar pelos jardins, conhecer parte da coleção botânica disposta paisagisticamente, além de apreciar os lagos ornamentais, as aves aquáticas e outros elementos que compõem o espaço. Com duração de 1h30, acontece aos sábados, domingos e feriados, às 10h30 (saída da Recepção) e às 14h30 (saída do Tamboril).
compromisso com o desenvolvimento de Brumadinho, município no qual está inserido e se localiza na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Constituído por uma área de 640 km² e com uma população estimada de 37.314 habitantes (IBGE, 2014), o município encontra-se dividido territorialmente em cinco distritos: Brumadinho, Aranha, Piedade do Paraopeba, São José do Paraopeba e Ações sociais Conceição do Itaguá. A população A partir de 2007, o Instituto rural está distribuída em distritos e Inhotim inicia seu relacionamento e povoados, incluindo seis comuni- A visita panorâmica proporciona uma visão geral sobre a dinâmica do Inhotim. Ao percorrer uma área do parque, a visita dá ênfase ao projeto paisagístico e às obras dispostas nos jardins. Com duração média de 1h, acontece de terça a domingo e feriados, às 11 e às 14 horas. O ponto de partida é a recepção de Inhotim.
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dades quilombolas, sendo quatro delas já reconhecidas pela Fundação Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura. O compromisso com o desenvolvimento social da população local deu origem à criação da Diretoria de Inclusão e Cidadania, que atua, desde 2007, em três áreas: Música, Arte e Cultura - no Vale do Paraopeba; Desenvolvimento Territorial; e Centro Inhotim de Memória e Patrimônio (Cimp). Um dos objetivos principais dessa diretoria é fortalecer o capital social do município com o apoio de lideranças e organizações comunitárias ou de natureza social. Todas as ações visam à autonomia dos sujeitos, tendo as pessoas e os grupos sociais como centro e objeto de seu trabalho. O Inhotim busca a sustentabilidade dos programas, a captação e o manejo de recursos e a ampliação da capacidade das organizações, fortalecendo as lideranças já existentes ou novas. Todos os projetos elaborados procuram garantir a acessibilidade, a interação e a inclusão social da população aos conceitos e processos desenvolvidos pelo Instituto Inhotim.
tes, extensa carta de vinhos, além de uma mesa de sobremesas com doces diversos. Idealizado pelo designer Paulo Henrique Bicalho, o Bar do Ganso é atualmente uma extensão do Restaurante Tamboril. É uma verdadeira galeria de arte com peças assinadas por renomados designers brasileiros, iluminação especial e ambientação que remete aos anos 1950 e 1970. Localizada no Centro de Educação e Cultura Burle Marx, o Café do Teatro é o ambiente ideal para saborear um delicioso café, especialidade da casa. Também possui diversas opções de bebidas quentes e geladas, sanduíches, salgados e doces. Mais amplo, o Restaurante Oiticica está localizado próximo à obra Penetrável Magic Square # 5, De Luxe. O buffet é a quilo e o menu inclui saladas e opções de caçarolas quentes. O público pode ainda conferir outros espaços gastronômicos do Inhotim, que servem desde pizza a sanduíches naturais, salgados, pão de queijo, suco, refrigerante, etc.
Gastronomia
Horário de visitação Terças, quartas, quintas e sextas-feiras, das 9h30 às 16h30 Sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30 Transporte Saritur Saída da Rodoviária de Belo Horizonte de terça a domingo, às 8h15 e retorno às 16h30 durante a semana e 17h30 aos fins de semana e feriados. Localização O Inhotim está localizado no município de Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte (aproximadamente 1h15 de viagem). Acesso pelo km 500 da BR-381 – sentido BH/SP.
No Inhotim, os visitantes contam com várias opções de alimentação, que vão de lanches rápidos a pratos mais elaborados. O Restaurante Tamboril possui um ambiente agradável e integrado aos jardins e ao acervo de arte contemporânea da instituição. O cardápio é formado por um excelente e variado bufê de saladas e pratos quen142
INFORMAÇÕES GERAIS
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Pode-se chegar ao Inhotim também pela BR-040 (aproximadamente 1h30 de viagem). Acesso pela BR-040 - sentido BH/Rio, na altura da entrada para o Retiro do Chalé. Lojas As Lojas do Inhotim, localizadas na entrada do Instituto, oferecem itens de decoração, utilitários, livros, brinquedos, peças de cerâmica, vasos, plantas e produtos da culinária típica regional, além da recém-lançada linha institucional do parque. Em junho o Inhotim inaugurou sua primeira loja fora do parque, em Belo Horizonte, na região da Savassi. O espaço oferece produtos institucionais, livros, plantas e peças da Cerâmica Oti. Entrada Às quartas-feiras, a entrada é gratuita. Terças e quintas-feiras, R$ 25. Sextas, sábados, domingos e feriados, R$ 40 (meia-entrada válida para estudantes identificados, maiores de 60 anos e parceiros). Crianças de até cinco anos não pagam. Informações www.inhotim.org.br 31 3194 7300 | 31 3571 9700 Informações para imprensa Malu Gonçalves – malu.goncalves@inhotim.org.br 31 3194 7322 | 31 9765 2470 Marcelo Martins – marcelo.martins@inhotim.org.br 31 3571-9744 | 31 9765-5494
HOLANDA
A pequena Holanda é um grande País Diz um velho
ditado que uma pessoa inteligente aprende com os próprios erros. E que uma pessoa genial aprende com os erros dos outros. Antes de você continuar a ler o texto, esse repórter confessa que esta matéria começou errada. No planejamento! O fato é que calculamos que seis dias seriam suficientes para uma
Texto: Airton Gontow Fotos: Maria Pereira Gontow
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Itália, Alemanha e Espanha. Com apenas 41.528 km² (18,41% de água) e 16,9 milhões de habitantes, a Holanda é um país magnífico e complexo, dotado de diversidade cultural e geográfica, repleto de lugares completamente diferentes - mas sempre encantadores - uns dos outros. Como já deixamos claro no início do texto, nossa viagem foi de pouco menos de uma semana. Nesses seis dias, visitamos “apenas” três cidades: Amsterdã, Haia e Roterdã, além do incrível parque Keukenhof, que abre essa série de artigos sobre o país. Mesmo assim, como você verá, vivemos momentos espetaculares, boa e completa reportagem sobre a um bate-volta para alguma cidade intensos e encantadores. Holanda. Que através dessa matéria você, próxima a Amsterdã. Que engano! É claro que você Mas o ideal é que você pense no caro e genial leitor, se sinta estimulado pode fazer um “simples” passeio de pequeno território de Netherlands a visitar a linda Holanda de forma 24 ou 48 horas a partir de Londres (Países Baixos) como um grande e mais longa e ainda mais prazerosa ou Paris para bater perna ou pedalar notável país e dispense a ele o mesmo que a minha... pela capital holandesa. E é possível tempo e sede de conhecimento que com um dia a mais você fazer também teria diante de uma Inglaterra, França, Amsterdã Famosa por sua red light e pelas drogas disponíveis em tantos cantos da cidade, a capital holandesa (cujo nome vem da barragem – dam - construída em 1275 no rio Amstel) é, antes de tudo, linda e romântica. Ao contrário do que se diz por aí, a bike não é a melhor forma de descobrir as maravilhas que Amsterdã reserva. Todas as formas são as melhores, de acordo com o seu perfil de turista. Dá para ir pedalando. De barco. Dê ônibus. De tram (bonde). Ou você pode simplesmente caminhar pelos exuberantes canais da cidade. Construídos nos séculos 16 e 17, durante um notável período de crescimento econômico e cultural, 144
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os 120 canais, com cerca de 90 ilhas, são belos, apaixonantes e considerados desde 2010 Patrimônio Cultural da Humanidade. Destaque para os canais Herengracht, Prinsengracht e Keizersgracht. Além de atrações turísticas, são essenciais à vida da população. As pessoas trafegam, passeiam, sentamse em bares e restaurantes às suas margens e até mesmo vivem em casas-barcos. Estima-se que existam 2.700 casas flutuantes (algumas delas para serem alugadas, o que pode ser uma diferente e inesquecível hospedagem). Junto aos canais estão as bucólicas pontes. São 1.280 delas! A maioria das atrações da cidade está na região dos canais ou bem próximo. O trajeto é entrecortado por bares, praças, prédios de poucos andares e museus. Esses últimos, cerca de 60, enchem de orgulho os habitantes, que garantem que Amsterdã tem a maior densidade de museus do mundo. Além disso, ao longo dos
100 quilômetros de canais há cerca de 1.550 monumentos. Que o leitor perdoe o trocadilho, mas o nome da cidade bem que poderia ser “AMEsterdã”, tamanho a paixão que ela desperta. Veja a seguir um breve roteiro sobre o que fazer na cidade. Roteiro! Tente chegar bem cedo ao Museu Van Gogh, já que em alguns dias e horários a fila dobra o quarteirão. Mas se a espera estiver grande, ao invés de se estressar, lembre-se que o pintor holandês pós-impressionista do século 19, cujo museu atrai cerca de 1,5 milhão de visitantes ao ano, não obteve reconhecimento em vida e vendeu apenas uma obra. Sua presença é uma homenagem! É o museu no mundo com o maior acervo de obras de Van Gogh, que faleceu há 125 anos, o que rende uma série de exposições especiais este ano. Ao total, há mais
de 200 telas, 500 ilustrações e 750 documentos. Entre as obras-primas estão “Os Girassóis”, “Quarto em Arles” e “Os Comedores de Batatas”.. Aproveite a proximidade e vá até o Museu Nacional da Holanda, o Rijksmuseum. Ali há uma aula de história da arte, com os grandes nomes holandeses - do século 12 aos dias atuais. No acervo, obras de mestres como Jan Steen, Frans Hals e Vermeer. O grande destaque é “Ronda Noturna”, de Rembrandt, o maior nome da pintura holandesa. *Se você é do tipo que adora arte, estenda a ronda e vá visitar o Museu da Casa de Rembrandt, toda ambientada e decorada, como se nela ainda vivesse Rembrandt van Rijn. O imóvel conheceu o apogeu financeiro e a derrocada do artista, que decretou falência em 1656. (Se você já esgotou a cota de arte do dia, não ficará a ver navios em matéria de turismo. Mas poderá ver barcos! Isso porque é bem interessante visitar o Houseboat Museum, nascido da criatividade de um morador ao perceber que os turistas tinham curiosidade de saber como é a vida em uma casa-barco.) Chega de museus? Então é hora de passear pelos canais e pontes. Você pode procurar pelos mais conhecidos ou simplesmente seguir “por aí”, já que é quase impossível escolher o mais bonito. A Magere Brug, ou “Ponte Magrela”, no rio Amstel, construída em 1934, é uma das mais instigantes especialmente à noite. Também é imperdível chegar à esquina da Reguliersgracht com a Herengracht, com sua estonteante vista das 15 pontes. Navegar é preciso! Especialmente se você está em Amsterdã. Percorrer revista RMC/2o semestre 2015
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de barco os canais é lindo e, perdoenos pela insistência do termo, muito romântico. Tanto de dia quanto à noite. Há muitos pacotes que partem de diversos pontos da cidade. No passeio, é possível ver tudo de um ângulo diferente e se encantar com os prédios baixinhos e charmosos, de vários estilos; com a beleza das pontes e dos canais; as bikes estacionadas nas ruas estreitas; o movimento, agitado ou pacato, de acordo com a região; e as pessoas curtindo os bares e restaurantes. Inesquecível para os olhos e o nariz é visitar o Mercado de Flores Flutuantes, inaugurado em 1862. Situado no canal Singel, recebeu esse nome porque os produtos estão sempre à mostra em barcos flutuantes. O local recebe diariamente milhares de turistas, mas também é frequentado pelos holandeses em busca de flores como tulipas e gerânios, de todas as cores. Tudo bem, não é justo que Amsterdã seja conhecida principalmente por sua Red Light, mas ela segue como uma das grandes atrações. Os turistas adoram ir para a região da Luz Vermelha, onde a prostituição é legalizada e as profissionais ficam em vitrines, expostas ao público. A cena é clássica. Quando conseguem um novo cliente, fecham a cortina, que só é reaberta quando ele vai embora. Há três regiões principais da Red Light. A mais conhecida é a que fica próxima à Estação Central, repleta de casas de sexo explícito, lojas e alguns bares e restaurantes e cafés. As garotas não costumam reclamar de quem está apenas observando, mas é preciso evitar fotografias, o que pode gerar problemas. 146
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Agonia e esperança na Casa de Anne Frank No Centro de Amsterdã, está uma das principais atrações turísticas do país: a Casa de Anne Frank. O prédio não é o local onde Anne vivia antes dos nazistas ocuparem Amsterdã e começarem sua perseguição aos judeus. Foi o lugar que serviu de abrigo para um total de oito pessoas e onde a menina judia, nascida na Alemanha, escreveu o mais famoso diário de todos os tempos. As pessoas caminham, observam em silêncio e percorrem a casa em que Anne, sua irmã Margot e seus pais, Otto Frank e Edith Frank-Hollânder, juntamente com outra família judaica, dividiram por praticamente três anos o sufocante espaço e conviveram permanentemente com o medo de que um simples ruído denunciasse sua presença para as pessoas e as tropas que passavam constantemente na rua. Na “Casa de Anne Frank – um museu com uma história” aprendemos que durante todo o tempo quatro cristãos arriscavam suas vidas para salvar os judeus. A sensação é sufocante. Tudo está ali: o armário que escondia a passagem para os quartos, as colagens cheias de vida, os retratos e os sonhos de Anne. Cenas de filmes e documentários ajudam a contar a terrível história. Todos acompanham atentamente, mas desde o início já conhecem seu final. Anne, nascida em 12 de junho de 1929, morreu em março de 45. Assim como ela, os outros clandestinos da casa perderam a vida nos campos de concentração. Apenas Otto Frank sobreviveu à Guerra e, na volta, encontrou o diário escrito pela filha. Ao final da visita, vemos expostas várias edições da obra de Anne Frank, traduzida em todo o mundo. Todos os meses, milhares de pessoas visitam a casa. É auspicioso que nesses tempos em que recrudesce a intolerância e o preconceito no mundo, tanta gente interrompa divertidos passeios e enfrente muitas vezes horas de fila para conhecer e ouvir a história da menina, de sua família e das outras pessoas que ali se escondiam para fugir ao extermínio. A gente sai da casa angustiado, mas com sensação de otimismo. De certa forma, suas palavras ainda vivem. É possível ter esperanças em um mundo melhor. (A.G)
Veja aqui algumas das atrações da cidade Uma forma legal de começar a conhecer Den Haag (como os holandeses chamam Haia) é percorrer as áreas das embaixadas e ver as casas suntuosas, situadas em ruas belíssimas, como a Tobias Asserlaam. Lá estão as representações diplomáticas de países como Japão, Estados Unidos e França. Embora não seja a capital do País, é em Haia que ficam a sede do governo e da monarquia. Grande parte da família real vive na cidade. Também ali estão situados a Corte Internacional de Justiça, a Corte Permanente de Arbitragem e o Tribunal Penal Internacional. Não fuja de Haia! Um dos prédios mais bonitos é o Palácio da Paz (O “Het VredespaNão fuja de Haia. Ou melhor, não leis”), que foi concluído em 1913, deixe de ir para lá. A cidade encanta- pouco antes da eclosão da I Guerra dora, com cerca de 500 mil habitantes, Mundial, em 14. Passados tantos anos a terceira mais populosa da Holanda, e tantas guerras, o local segue como surpreende com sua diversidade de um símbolo de esperança de que o opções. Fica a pouco menos de uma hora de trem de Amsterdã. Você pode ir e voltar no mesmo dia. Mas o melhor seria permanecer mais tempo, para não fazer tudo correndo. Afinal, o nome é Haia, não Raia... As sugestões que apresentamos aqui podem ser feitas em dois dias. Ao mesmo tempo em que não é bom fazer tudo apressadamente, o turista precisa tomar cuidado e combater a vontade que dá de simplesmente caminhar, caminhar e deixar o tempo passar entre as ruas limpas, charmosas e arborizadas; os diversos canais, as praças como a Plein e a Grote Markt, os bares e restaurantes e as lojas marcadas pelo charme, em muitas regiões da cidade, com destaque para o Centro. O tempo parece ter parado em Begijnhof, “Jardim das Begônias”, um dos lugares mais encantadores de Amsterdã. É mágico entrar no pátio interno construído por volta de 1300, com casas no estilo típico da cidade, à época. O local tem uma energia especial, é repleto de histórias. Ali, em uma irmandade, mulheres católicas, denominadas “begijnen”, viviam como freiras, ainda que se recusassem a fazer oficialmente o voto. Em Begijnhof está a mais antiga casa de fachada de madeira de Amsterdã. O turista também pode visitar o lindo jardim, assim como a capela das beguinas e a igreja presbiteriana.
diálogo um dia resolva os conflitos entre povos e nações. Hoje, é utilizado pela Corte Internacional de Justiça, Corte Permanente de Arbitragem, Academia de Direito Internacional de Haia e Biblioteca do Palácio. Visto por fora, o passeio já vale muito a pena, mas você também pode optar por um tour. Já no “Paleis Noordeinde”, palácio da Casa Real desde 1609, não é permitido entrar, mas dá para observar e desfrutar da beleza do prédio, da rua e de seu famoso jardim. O Mercado de Haia não é dez. É 500. Ou mais que isso: é o maior mercado ao ar livre de toda a Europa, com mais de 500 barracas, que oferecem de tudo: roupas, produtos de informática, doces, frutas, sanduíches, peixes, sorvetes...Para quem aprecia a arte da degustação é um prato cheio. Também é bom demais parar um pouco para curtir a praça com seus bares e cafés. Os holandeses e europeus em geral adoram sentar às Het Binnenhof, o Parlamento
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Panorama Mesdag
mesas ao ar-livre naqueles dias em que o sol brilha e enche de luminosidade a praça, embora muitas vezes para quem é do Brasil, o calor primaveril da cidade seja um frio danado, que não passa dos 15 graus, que com o vento pareça ser ainda mais gélido. *Quando você chega ao Het Binnenhof, o Parlamento, edifício histórico do século 13, considerado o coração político da Holanda, a impressão que tem é que poderia ter começado a visita por aqui. São lindos os prédios que compõem o Het Binnenhof, como o Salão dos Cavaleiros (Ridderzaal), a I e II Câmaras do Parlamento e a pequena torre do primeiro ministro. Mesmo para quem não quer fazer essas visitas, é desses lugares que não dá para não ir. Por que não entrar? É que a gente não consegue parar de observar cada detalhe do prédio e também o olhar é atraído para a beleza das águas que tocam parte de sua fachada e para a praça do outro lado, onde, além 148
das árvores, há grandes brinquedos, tradicionais e modernos. O contraste é evidente, mas harmônico. De um lado são decididos os destinos da nação. Logo em frente, o povo brinca e se diverte. O governo próximo da população, diferente do que acontece em cidades como Brasília. Dependendo do tempo (do seu tempo e das condições climáticas!) aproveite para descansar na Het Buitenhof e na já citada Het Plein, praças próximas, com muitos lugares charmosos para comer, beber e observar a magia do lugar e as pessoas que passeiam descontraidamente. *Bem pertinho do Het Binnenhof, como se fizesse parte de um mesmo complexo, está a Real Galeria de Arte Mauritshuis, antigo palácio classicista do século 17, construído por Maurício de Nassau. Sim aquele mesmo governador do Brasil Holandês que estudamos no colégio! Poucos lugares são tão charmosos, por fora e por dentro, e reúnem acervo tão magnífico,
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com destaque para os notáveis artistas dos séculos 17 e 18. Entre as obras, procure “O Touro”, de Paulus Potter; “A Lição de Anatomia do Dr. Nicolas Tulp”, de Rembrandt; “Como se ouve como se canta”, de Jan Steen e a “Vista de Delft”, de Jan Vermeer. Também de Vermeer é a obra mais conhecida do museu, a “Moça com Brinco de Pérola”, que muitos chamam de “A Mona Lisa Holandesa”. Procure também pela leve e delicada pintura de um pintassilgo, feita por Carel Fabritius, o que remete ao período em que Nassau governava no Brasil. *Deslumbrante! Único! Sensacional! Emocionante! Incrível! São tantos os adjetivos que podemos usar para falar do Panorama Mesdag, que não dá para saber direito se quando se referem a ele como “360º” é devido à sua natureza circular ou pelo calor e emoção que provoca na gente. Sim, é isso mesmo: o Panorama Mesdag aquece o corpo e a alma! No local, até que existem algumas outras obras, quase todas com motivos náuticos, mas no fundo o Panorama Mesdag é um museu de uma obra só. E é o suficiente! É um grande momento quando, após ultrapassar um corredor e subir uma escada, o visitante, de repente, está em um pequeno tablado, no centro de uma “cúpula” de 120 metros de circunferência e 14 metros de altura. É de tirar o fôlego! É de acelerar a respiração! E um desafio aos sentidos. O que se vê é uma obra monumental que ocupa toda a circunferência, do final do piso até o teto, pintada por Hendrik Willem Mesdag, sua esposa e alguns amigos. Tudo foi feito em apenas quatro meses. A paisagem nos conduz de
Escher in Het Paleis (Escher no Palácio)
volta ao ano de 1880. Na praia, vemos pescadores com seus barcos no mar e, na areia, soldados que fazem exercícios militares, gaivotas cortando o céu, pessoas em diversas atividades ou mesmo descansando ao sol. Também vemos a Den Haag daquele período, com suas ruas tortuosas, repletas de casinhas simples e belas, seus habitantes e seu insipiente comércio. No cenário conseguimos até observar a esposa de Hendrik, pintando na praia.
Como a pintura é feita na parede e teto transparentes, dependendo do horário e luminosidade do dia, o cenário adquire tons distintos, como acontece em qualquer praia real se o dia está nublado ou se somos brindados com um estonteante pôr-do-sol. *Surge um novo desafio aos sentidos tão logo você entra no Escher in Het Paleis (Escher no Palácio), museu inaugurado em 2002 e dedicado ao genial Mauritis Cornelis Escher,
mestre da ilusão de ótica que viveu entre 1898 e 1972. Praticamente todos os desenhos e gravuras do artista desafiam (e vencem!) a perspectiva e os sentidos, com situações absurdas e inverossímeis. Ao longo dos diversos andares da casa, o antigo palácio da Família Real, no Centro Histórico, acompanhamos a trajetória do artista plástico e vemos suas escadas infinitas (não dá para saber onde começam ou terPraia de Scheveningen
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minam); desenhos de calçadas que se transformam em pássaros, mãos que desenham a si mesmas em uma folha de papel e objetos interativos que permitem fotos engraçadas que subvertem o tamanho de pessoas e objetos ou que permitem que você também se torne um artista ao criar suas próprias ilusões de ótica. Parece frase feita. E talvez seja mesmo! Mas o fato é que Madurodam é o típico lugar que serve para as crianças de todas as idades. O local, construído em 1952, traz, em perfeitas miniaturas feitas em escala 1:25, praticamente tudo o que você viu nesta matéria: lá estão os canais de Amsterdã e as suas casas e prédios típicos, o Rijksmuseum, os campos de tulipa, o Palácio da Paz.... É delicioso caminhar entre as pequenas ruas e visitar em um só lugar praticamente todo o País. Ao mesmo tempo, a visita ao local tem um valor cruelmente educativo. As maquetes parecem ter voz e dizem para os turistas: “Você não viu nem um décimo do que existe na Holanda!” Ou então: “Está percebendo, meu caro jornalista, que você não visitou a maioria das belezas naturais, culturais e arquitetônicas que existem na nossa Netherlands e que, portanto, sua matéria terá muitas faltas?” Reminiscências à parte, é um lugar para a gente aprender, se encantar, se divertir e ter vontade de voltar à Holanda mais vezes para desbravar as outras regiões desse pequeno grande país. Não há na praia de Scheveningen aqueles cantinhos paradisíacos que vemos no Nordeste, no litoral norte de São Paulo, no Rio de Janeiro, em Fernando de Noronha, em Santa Catarina e em tantos outros lugares 150
do litoral brasileiro. Aquele trecho do Mar do Norte, com grandes enseadas, poderia ser comparado, talvez, ao litoral gaúcho, onde há pouco ou nada para se fazer quando não existe o sol forte do Verão. Mas logo você descobre que em Den Haag a praia é deslumbrante. Imagine você caminhando no calçadão e, no lado oposto ao mar, há bares, restaurantes, teatros, cinema, boliche, escolas de surfe e lojas. Do outro, após descer alguns degraus de escada, há, acompanhando toda a orla, antes da areia e do mar, bares e restaurantes de todos os estilos: de sanduíches, de petiscos, de alta gastronomia, com música, silenciosos, descolados... Mesmo no frio, holandeses e turistas passam horas se divertindo. Bebem, dançam e curtem imensamente aquela praia que fizeram questão de tornar bonita. Do pier, é possível observar o mar e o movimento de tudo. Ao caminhar pelo calçadão, você ainda se deparara e se encanta com
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Restaurant Blauw
as esculturas à beira-mar, de vários formatos e tamanhos, do Museu Beelden aan Zee. É o final do passeio. E a gente fica até com certa inveja daquelas esculturas, que ficam por lá, em frente ao mar, para sempre, em Haia... Onde Comer – Restaurante The Penthouse, no Skybar da Haagse Toren - Rua Rijswijkseplein 786 -Tel.: 31703051003 - www.thepenthouse.nl É alta gastronomia em todos os sentidos. Localizado no último andar da Torre de Haia, a 135 metros, é o restaurante mais alto da Holanda! A comida é magnífica, variada e internacional. Destaque para os peixes e frutos do mar. Há uma ótima carta de vinhos e também muitas opções de cerveja. A linda vista pode ser apreciada através dos janelões ou da varanda. À noite, as janelas se transformam em telas de alta definição para projeção de filmes e fotos. Vale muito a pena, seja para almoço, happy hour ou jantar. Após a meia-noite, as mesas são afas-
tadas e o local se torna uma agitada e elegante balada, com jovens de Haia e de outras cidades holandesas. Restaurant Blauw– Rua Javastraat 13 - Tel.: 31 707200090 - www. blauw070.nl Para quem busca algo diferente, aqui está uma boa chance para conhecer, na Holanda, a tradicional cozinha indonésia. O lugar tem arquitetura e design modernos, com belas fotos em preto e branco dos parentes indonésios do proprietário do restaurante.
Keukenhof, o Parque das Tulipas Ao ler este trecho da matéria, você precisa ser paciência. Não que o texto seja longo demais ou maçante. E mesmo que fosse, essas fotos compensariam tudo. É que logo você terá vontade de pegar o avião e ir até a Holanda para visitar essa maravilha, que é o Keukenhof, o Parque das Tulipas. Mas você não poderá ir rapidamente para lá. Isso porque o maior e mais belo parque floral do mundo só abre para a visitação poucas semanas por ano, quando as tulipas mostram seu esplendor. Em 2015, abriu somente de 20 de março a 17 de maio. Em 2016, o período será praticamente o mesmo. Com sete milhões de bulbos plantados à mão anualmente por verdadeiros artesãos da jardinagem e mais de 2.700 árvores, em uma área de 32 hectares, com muitos jardins e quatro pavilhões, o parque recebe, em apenas dois meses, cerca de 800 mil visitantes, em busca de suas flores - narcisos, jacintos, rosas, orquídeas, íris, cravos lírios e, principalmente, cinco mil variedades de tulipas - de cores e formas variadas; além de grama verde, moinho, cafés, lagos e lindos trabalhos ornamentais, como o mosaico floral de 250 m² feito este ano, só com tulipas, com o autorretrato de Van Gogh. A cada ano é criado um novo tema central e em 2015 o homenageado foi justamente Vincent van Gogh, para marcar os 125 anos da morte da sua morte. O Keukenhof fica em Lisse a “meia hora” de Amsterdã, Haia, Haarlen, Leiden e Delft, mas é importante que você não se deixe acomodar pela curta distância e tente chegar bem cedo, para escapar do trânsito no caminho. Para quem tem o hábito de andar de bike, uma excelente pedida é partir de Noordwijk, Zandvoort ou mesmo de Leiden, e pedalar até Keukenhof. Dá para fazer o parque em um dia, mas também é boa pedida dividir o passeio em dois e fazer tudo mais preguiçosa e prazerosamente. Um dos grandes momentos do parque é a famosa Parada das Flores, em maio. Você só deve visitar o Keukenhof nesse dia se for um apaixonado por grandes eventos, multidões e, claro, flores. Nessa ocasião, com tanta gente, você vê um grande e florido desfile, mas o parque perde parte de sua identidade e tranquilidade cotidiana. Pedalar (ou caminhar) no parque é uma experiência incrível. Você pode – e deve – alugar uma bike para percorrer os campos de tulipas (algumas pessoas fazem também um belo e bucólico passeio de barco). Sair por aí, em estradinhas planas, que margeiam os campos de tulipas, de diversas cores, é dessas experiências para guardar por toda a vida. Um bom percurso dura cerca de duas horas. Ao pedalar por essa região a gente se sente flutuando, a caminho das nuvens, como na clássica cena do filme “E.T”, de Steven Spielberg. Este ano, a humanidade viu com espanto e alegria que uma sonda enviada pelo homem finalmente chegou próxima de Plutão, após percorrer incríveis 4,8 bilhões de quilômetros. Também assistimos com esperança em um futuro melhor a notícia de que pela primeira vez astronautas comeram alface plantada no espaço. No último mês de maio, este repórter caminhou, pedalou e sonhou com o dia em que cada ser humano pudesse ver em nosso planeta ao menos um lugar tão encantador quanto Keukenhof, plantado pela natureza e pela mão do homem. Apesar de tantos problemas, a nossa querida Terra é maravilhosa e repleta de lugares que são de outro mundo. (A.G)
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Markhal Rotterdam
Ao longo do canal Westersingel, no Centro, você passeia, deliciosamente, pela Rota das Esculturas, com 14 obras. Um notável exemplo da modernidade dessa incrível cidade é o Markhal Rotterdam, o primeiro mercado coberto da Holanda. É talvez o único no mundo onde há um mix de comercio e moradia. O local abriga, em forma de ferradura ou túnel, 228 apartamentos, situados na parte superior de nove andares do prédio. Dos apartamentos, os moradores visualizam a movimentação do mercado. Nos dois andares inferiores, há 96 boxes de alimentos, oito restaurantes e um supermercado. O local é uma festa para os sentidos e os sabores. Há boxes que vendem de especiarias a sanduíches, carnes diversas, pães, sorvetes, cervejas, comida japonesa e outros. É deslumbrante olhar para o magnífico e colorido mural, com desenhos feitos pelos artistas Arno Coenen e Iris Roskam, juntamente com uma equipe de designers e animadores. A pintura envolve todo o espaço interior do “túnel” e ocupa mais de 36.000 metros quadrados de espaço. É um lugar para você passar horas passeando e parando nas barracas e estabelecimentos. Um dos grandes ícones da cidade
Peça o menu que traz 18 pratinhos. 600 mil habitantes, a segunda mais Beba muita água, já que alguns pratos populosa do país, você encontrará muito do que existe em outras cidades são bem picantes. holandesas – canais, bicicletas, barcos, população simpática... – mas também Encontro “Mercado” com Roterdã! verá os mais modernos, ousados, fuNascida em 1270, a partir de uma turistas e “malucos” prédios do país. Por isso, aguce o olhar e busque marepresa (dam), construída no Rio Rotte, Rotterdã se tornou aos poucos ravilhas em toda a parte: das grandes um centro internacional de sucesso. estruturas aos detalhes. É preciso olhar Ao final do século 17, a cidade já era para frente, para baixo, para cima... É também uma cidade rica em um importante centro de transporte marítimo, que se beneficiava do in- cultura, com muitas exposições em tenso tráfego de navios, associado ao museus, alguns deles situados em comércio das Índias Orientais Ho- parques. A arte está em toda a parte. landesa. A cidade ampliou sua estrutura portuária, fez novas instalações e estendeu-se ao longo do rio Maas. Roterdã foi a única cidade holanI Amsterdam city card: esse vale a pena! desa destruída na Segunda Guerra Mundial. Foi implacavelmente bomDe nome criativo, o I amsterdam city card é um bom investimento, mesmo para quem bardeada pelos nazistas em 1940. prefere fazer grande parte do percurso a pé. Com as versões 24, 48 ou 72 horas, você tem Precisou nascer de novo. Das cinzas da direito a transporte ilimitado de tram, metrô e ônibus e a um tour de barco pelos canais; destruição surgiu uma cidade criativa, além de consideráveis descontos em diversos bares, restaurantes e passeios, assim como especialmente sob o ponto de vista na locação de bicicletas e até a quitutes gratuitos. (A.G) arquitetônico. Nessa metrópole de pouco mais de 152
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Markhal Rotterdam
são as 40 casas em cubo, feitas com inclinação de 45º bem próximas ao Mercado. Foram projetadas pelo arquiteto Piet Blom, em 1984 (mas também dão a nítida impressão de serem obras de Escher). O design de cada casa remete a uma árvore. E todas juntas formam um bosque. Olhar para essas casas desperta curiosidade e fascínio. Alegria ao quadrado. Ou melhor, ao cubo. Quando vistas de seu interior, são perfeitamente habi-
táveis. Não deixam nenhum morador tonto, embora a criatividade seja estonteante. Uma das atrações da cidade é Erasmusbrug, a bela e imensa Ponte Erasmus de Roterdã, que liga as zonas Sul e Norte. Inaugurada em 1996, tem 800 metros de comprimento, com uma coluna de 139 metros, presa a 32 cabos. É lindo cruzar a ponte e passar sobre os barcos que circulam e também pelas pessoas que passam de
bicicleta de um lado para outro, em todos os tipos de trajes – de roupa esportiva a terno e gravata. A ponte perdeu um pouco do brilho com a proliferação de obras semelhantes em “todo” o mundo, mas ainda é muito impactante. Serve também de palco para vários espetáculos musicais, filmes, eventos de dança e até mesmo o Tour de France. O nome da ponte é uma homenagem ao renascentista e humanista holandês Desiderius Erasmus (1466 a 1536). Não é só a arquitetura moderna que fascina os turistas. Vasite o Hotel New York, localizado na antiga sede da Holland América Line, no distrito Kop van Zuid. Foi dali que durante um século embarcações partiam do Wilhelmina Pier conduzindo milhares de pessoas para Nova York. O último barco de passageiros zarpou em 1971. Depois, a Holland América Line se mudou e a sede permaneceu vazia por longo tempo. Hoje, o Hotel New York atrai milhares de hóspedes e turistas, em busca de seus bares, cafés, restaurantes e livraria, mas também de sua arquitetura original e o interior praticamente intactos. O hotel está localizado em uma região cercada de prédios de instigante arquitetura. Termine sua viagem à Holanda com um inesquecível passeio a Kinderdijk. Conjunto de 19 moinhos de vento, incluído em 1997 na relação de patrimônios da humanidade pela Unesco. Você pode ir de ferry-boat, que sai de pertinho da Erasmusbrug. Ao descer da embarcação, ainda precisa caminhar por 30 ou 40 minutos até o local (algumas pessoas levam a bike para o trajeto final, sem custo adicional na passagem). Os moinhos revista RMC/2o semestre 2015
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40 casas em cubo
não estão mais em operação, mas ainda são fontes de emoção e energia. Caminhar, pedalar ou mesmo navegar entre os moinhos será, certamente, um grande final para a sua viagem. Se bem que grande final não é o termo correto. Após visitar a impressionante Holanda provavelmente sua sensação será a mesma que este repórter sentiu ao partir do Aeroporto Internacional de Schiphol. Um gostinho de “quero mais”. - Até a vista, linda Holanda! A gente se vê em breve!
e sussurram: “Veja o turista”. Isso porque não existe nenhum prato genuinamente holandês! Talvez haja um certo exagero. Originais ou não, há muito para pedir nos charmosos estabelecimentos nas praças, ruas elegantes e ao longo dos canais. É só olhar, escolher e curtir. Mesmo no frio, prove as cervejas artesanais holandesas (e as belgas também!). Há ótimas opções de comida. Os holandeses adoram os queijos nativos, como Gouda e Edam, assim como sorvetes e iogurtes. Os sanduíches broodjes, variados recheios, podem ser verdadeiros almoços. Há muitos Mesmo “sem existir”, a gastronomia pratos à base de batatas (como vemos holandesa é uma delícia no já citado quadro “Os Comedores de Batata”, de Van Gogh). Um desses Diz uma velha história que quan- pratos é o Boerenkook met Rookworst do alguém pede uma comida típica (repolho crocante e batatas, acomna Holanda, os garçons se olham panhados por salsicha defumada). 154
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Principalmente nos dias quentes, grande pedida – mas não para todos os paladares – são os Haring (arenques) crus, geralmente servidos com picles e cebolas. São ótimos o ano inteiro, mas garantem que em junho – a estação dos arenques – são ainda melhores. Na mesma linha do paladar estão as enguias defumadas. Já no frio, um dos pratos mais pedidos é a Erwtensoep (Sopa de Ervilhas com bacon). Na hora do café, não deixe de experimentar a Appelgebak met slagroom (Torta de Maçã com Chantilly). Imperdível é o Stroopwafel, biscoito recheado – com duas metades coladas por um caramelo. O pacotinho é vendido em qualquer lugar, de docerias e cafés a barraquinhas das feiras. Muitos comem essa delícia enquanto caminha ou mesmo pedala. Nos cafés, o hábito holandês é tapar a boca da xícara com o Stroopwafel. O calor derrete um pouco o caramelo e o aroma do café penetra no biscoito! Hum..! Simples e maravilhoso! Fazem também sucesso as pannekoeken ou flensjes (panquecas holandesas, salgadas ou doces). Os holandeses são loucos por frituras. Você não pode deixar o país sem provar os bolinhos crocantes, especialmente o Frikandel (espécie de croquete de carne) e o Bitterbalen (bolinhos recheados com creme de carne). É curioso ver as paredes de comida, que existem em vários bares, estações de trem e diversos outros lugares. São paredes inteiras, com pequenos forninhos. Você coloca dinheiro e pega seu quitute. A gente tem a impressão de que estará meio passado e sem crocância. Que nada! A saída é tanta que sempre é fresquinho e delicioso! Também para comer caminhando ou sentado no bar, outras das atrações gastronômicas do país: as Vlaamse Frites (batatas fritas com maionese). Os lugares mais refinados servem em um pratinho, com as batatas de um lado e a
maionese do outro. Nos mais simples e nas ruas, a “iguaria” vem em um cone, com tudo misturado. Deliciosas! Van Gogh faria um remake de seu quadro! Tudo bem, é tudo muito calórico, mas você está de férias, caminhando ou pedalando o dia inteiro. Ao viajante, as batatas! Você tem o direito de ser feliz! (A.G) Onde Ficar Amsterdã Mövenpick Hotel – Piet Heinkade 11 – 1019 BR – Tel: 31205191200 http://www.moevenpick-hotels.com/en/europe/netherlands/amsterdam/hotel-amsterdam/overview/ Haia Carlton Ambassador Hotel – Sophialaan 2 – 2514 JP – Tel: 31703630363 www.carlton.nl/ambassador Roterdã Mainport Hotel - Leuvehaven 77 - Tel.: 31102175757 www.mainporthotel.com A Holanda possui uma ampla rede de hotéis, pousadas, albergues e até “botels” (barcos que são hotéis na água), para todos os gostos e bolsos. Também há muitas opções de alugueis de quartos, apartamentos e casas, além de casas-barcos. Como Chegar KLM – há voos para Amsterdã a partir de São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro e Recife. Visto: não é necessário. Idioma: Holandês, também chamado de neerlandês. Moeda: Euro *Airton Gontow e Maria Pereira Gontow viajaram com o apoio da Holland Alliance. revista RMC/2o semestre 2015
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RMC
intercâmbio
MANUAL DO INTERCÂMBIO 10 coisas que o intercambista precisa saber sobre intercâmbio antes de fazer É cada vez maior o número de bra-
sileiros que buscam uma vivência internacional através do intercâmbio cultural, que vai além da viagem turística e que se materializa através da educação fora do país. Não é a toa que, a IE - agência especializada em educação internacional e carreira teve um crescimento de 32% em 2014 e espera aumentar em 30% o seu faturamento em 2015. Desde 1998, ano de sua fundação, a agência já enviou mais de 80 mil brasileiros para o exterior, sendo que último ano, a IE enviou para o exterior 10.820 estudantes de todo o Brasil. “As novas exigências do mercado de trabalho, a busca por um diferencial profissional, o interesse por outras culturas e a procura por novas oportunidades de trabalho são os fatores que motivam a pessoa estudar no exterior”, afirma Marcelo Melo, diretor da IE. Assim, por conta do crescimento da demanda de intercâmbio, há um aumento das opções de cursos, escolas, universidades, destinos, tipo de acomodação e até de operadoras de intercâmbio. “Com tantas opções, fica difícil para o estudante identificar o melhor o caminho a seguir, aí que entra a agência de intercâmbio, ela 156
ajudará o intercambista a traçar sua rota, irá orientá-lo para que possa viabilizar o seu embarque e prepará-lo para lidar da melhor maneira com questões difíceis que possa se deparar durante a sua estadia no exterior”, complementa Marcelo Melo. Há algumas informações básicas e importantes que o estudante precisa saber sobre intercâmbio antes de fazer. Preparamos um manual para esclarecer as principais dúvidas: Passaporte – Para tirar o passaporte, o primeiro passo é preencher o formulário eletrônico de solicitação e agendamento no site da Polícia Federal (dpf. gov.br) e, depois, imprimir o Guia de Recolhimento da União. Feito isso, deve-se apresentar pessoalmente na data marcada no posto de atendimento escolhido com os documentos originais: RG, certidão de casamento ou certidão de nascimento (em caso de menores de 12 anos sem RG), CPF (próprio ou do responsável), título de eleitor, comprovante de eleitor ou declaração de cumprimento das obrigações eleitorais, documento que comprove a quitação de serviços militares (para homens), comprovante da Guia de Recolhimento da União
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(GRU), passaporte anterior (para quem irá renovar), autorização dos pais ou responsável legal (menores de 18 anos). O prazo para o passaporte ficar pronto é de seis dias úteis e só pode ser retirado pelo solicitante. No caso de dúvidas, a pessoa pode ligar no número 194. Se no decorrer do intercâmbio o estudante perder o passaporte, ele deve procurar a embaixada do Brasil no país em que está. É imprescindível que o passaporte tenha validade de no mínimo 6 meses para frente da data que está programada a volta do intercambista. Visto – O tipo de visto depende do país e da duração do intercâmbio. Para os EUA, se a pessoa ficar 3 meses estudando meio período, ela pode usar o visto de estudante. Caso, fique mais ou faça um curso intensivo, que dura mais de 18h semanais, o visto que deve ser apresentado é o de estudante. Já quem vai para o Canadá e pretende ficar menos de seis meses, poderá usar o visto de turista, se ficar mais que isso, deverá utilizar o de estudante. Se o destino for Austrália e o intercambista ficar até 3 meses, o visto pode ser o de turista. Argentina,
Chile, África do Sul, Nova Zelândia e Europa dispensam vistos (tanto de turista como de estudante) para estadias de até três meses. Quem tem dupla cidadania europeia não precisa de visto nem para Europa e nem para os EUA. Para solicitar o visto, o intercambista é encaminhado para um despachante de vistos especialista no assunto. Não esqueça que para solicitar o visto é necessário já ter o passaporte. Cursos – O aluno deve escolher a opção de educação e experiência internacional que melhor se adéqua ao seu objetivo profissional. As opções existentes são: cursos regulares de idiomas, cursos de idiomas com atividades, cursos de idiomas com foco profissional, cursos de especia-
lização, high school, graduação, pós-graduação, trabalho temporário no exterior e voluntariado. O estudante que deseja aprender ou aperfeiçoar um idioma pode optar por diversas escolas em todo o mundo, com data de início às segundas-feiras ou no início de cada mês. Os cursos de idioma com atividades é para os que desejam não só aprender o idioma, mas também aliá-lo a um hobby (gastronomia, dança, esporte etc) e conhecer pessoas com interesses em comum. Quem quer aprender o idioma com foco na sua área de atuação profissional (direito, medicina, engenharia, etc) e já tem um nível intermediário do idioma, pode se matricular em um curso de idioma especializado. Para menores de 18 anos que ainda cursam o ensino médio, há duas
opções: teen experience, com duração de 3 a 5 semanas e sem exigência de fluência no idioma do país escolhido. Uma espécie de “grupo de férias” que se reúne para atividades e aperfeiçoamento dos idiomas, sob a supervisão de professores e monitores da escola internacional escolhida. A segunda opção é o high school, indicado para estudantes que já se comunicam em inglês e estão dispostos a passar seis meses em outro país, sob a supervisão de outra família. Para aqueles que já têm o idioma, estão terminando o ensino médio e desejam cursar universidade no exterior ou os que já cursam a faculdade aqui no Brasil e gostariam de fazer uma parte desta em outro país para aprimorar o currículo, além de terem disponibilidade de ficar fora do país por um período mais longo, a melhor escolha é a da graduação. A pós-graduação deve ser a escolha daqueles que já possuem o idioma, desejam aprimorar o currículo com uma experiência acadêmica no exterior, procuram uma vivência internacional e dispõem de um período maior para estudar fora. O trabalho temporário no exterior é para os jovens com foco na experiência em trabalhar por até quatro meses fora do Brasil tendo uma remuneração em dólar. Há também a opção de estudar e trabalhar meio expediente durante o período do intercâmbio de estudos de idioma, nesse caso o estudante precisará se aprimorar no idioma para conseguir um emprego no país escolhido. revista RMC/2o semestre 2015
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intercâmbio
Destino – A primeira pergunta que o futuro intercambista deve se fazer é: qual o meu objetivo com esta viagem? Todo o plano de viagem envolve preferências: datas, clima, disponibilidade financeira e comportamento cultural. O destino da viagem deve ir de acordo com os interesses profissionais e pessoais do estudante, pois para que o curso seja proveitoso a pessoa tem que sentir bem no lugar que ela se encontra. Se o intercambista quer ir para um lugar que seja mais barato, deve fugir das grandes metrópoles e buscar outras cidades do país. O mesmo funciona para aqueles que não querem conviver com muitos brasileiros para que possam praticar mais o idioma, esses estudantes devem evitar lugares mais badalados. Caso o interesse do intercambista seja fazer uma imersão em uma cultura bem diferente da nossa, é importante que ele conheça as regras básicas do país, para que não as desrespeite e sofra consequências desagradáveis ou até mesmo graves. “Quem deve se adaptar à cultura do país escolhido é o estudante e não o contrário” Hospedagem – As opções de hospedagem são: casas de família, dormitórios e residências estudantis, apartamentos e hotéis. Sendo que na maioria dos casos o intercambista pode optar por quarto individual ou compartilhado. Se a pessoa quer aprender o idioma e a cultura do país in loco, é colaborativa, e gosta da experiência de ter contato com pessoas locais, o lugar indicado é a casa de família. Já se o estudante quer dividir o mesmo teto com alunos de diversos países 158
para conhecer pessoas de várias nacionalidades, gosta de cozinhar ou não se importa de fazer refeições em refeitórios, deseja ficar perto da escola/ universidade, gosta de festa e não liga se tiver que compartilhar banheiros ou quarto, ele deve optar pelos dormitórios e residências estudantis. Para aqueles que querem ter total independência; não têm receio de enfrentar os trâmites burocráticos do aluguel; prezam pela privacidade e conforto, não suportam bagunça, querem escolher a dedo a região que ficarão de acordo com suas necessidades e possuem condições financeiras para pagar um lugar mais caro, o ideal é se hospedar em um apartamento alugado ou em um hotel. Uma sugestão para quem está em dúvida de onde se hospedar é negociar um período curto (duas a quatro semanas) em um tipo de moradia na hora da matrícula e deixar para decidir no exterior aonde acha mais interessante passar o restante do tempo depois que vencer o prazo do contrato. Assistência de viagem e Seguro saúde – Para todo intercâmbio é exigido que o estudante tenha cobertura de saúde durante a estada no país escolhido, para tanto são oferecidas diversas opções de assistência ou seguro. Sendo a que principal vantagem da assistência é que para o estudante ser atendido, ele não precisará realizar pagamentos e pedir reembolsos que levam até seis meses. A assistência também oferece atendimento em português e coberturas extras, como extravio de bagagem. A escolha do valor de cobertura também é essencial, planos com
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valor reduzido costumam não cobrir custos hospitalares de incidentes que infelizmente acontecem, portanto é recomendado optar por planos com cobertura de pelo menos quinhentos mil dólares. Os seguros ou assistências atendem acidentes e não tratamentos médicos para doenças pré-existentes. Por isso, quem tiver algum tipo de doença pré-existente deve fazer um plano de saúde no exterior ou checar se o seu plano de saúde no Brasil cobrirá os tratamentos no país de destino. Dinheiro – O intercambista deve levar parte do dinheiro em espécie para a chegada, cerca de US$ 200. O restante do montante é sugerido e mais seguro levar em cartão pré-pago, também chamado de cartão VTM. A segunda opção é oferecida pela própria agên-
cia de intercâmbio e é recomendada pois possibilita um maior controle dos gastos, além da facilidade . Uma média do cálculo mensal de gastos que o intercambista pode ter com transporte, alimentação e lazer é: US$ 2000 - EUA, US$ 1500 - Canadá, US$ 1400 - Austrália, US$ 1400 Europa - com exceção da Inglaterra - US$ 2000, US$ 250 - High School. Bagagem – Fazer as malas pode parecer simples, mas é uma tarefa importante. Na hora de montá-las o estudante precisa apostar em roupas versáteis aquelas peças chaves que combinam com várias outras, deve evitar conjuntos - eles têm uso mais restrito, pode esquecer aquelas peças que estão há tempos no guarda-roupa e quase nunca foram usadas por falta de vontade e leve sapatos confortáveis. Para facilitar a vida na hora de preparar as malas é interessante fazer uma listinha antes com as coisas que serão levadas, assim não há risco de esquecer de colocar nada na mala. Uma dica é não abarrotar a mala, pois pagar a taxa pelo excesso de peso pode sair mais caro do que comprar alguns itens lá fora. O estudante não deve deixar de levar a bagagem de mão, pois em caso de extravio de bagagem ela que salvará a pele do intercambista. Por isso, é importante que a pessoa carregue nela algumas mudas de roupas, remédios e eletrônicos. Em relação ao limite da bagagem, cada companhia tem as suas regras, mas geralmente é possível viajar daqui para o exterior com duas malas de até 32 quilos, no caso de excesso, paga-se uma taxa de cerca de US$ 100. Já a
bagagem de mão deve ter no máximo 5 quilos e suas dimensões devem ir de acordo com as exigidas pela empresa aérea. Outra dúvida recorrente é o que se deve carregar na bagagem de mão e o que precisa ser levado nas malas. Não podem ser levados na bagagem de mão objetos pontiagudos ou cortantes e substâncias explosivas ou inflamáveis. Também há restrições para carregar líquidos, gel, pasta, creme, aerossol e similares. Eles só podem ser conduzidos em frascos com capacidade de até 100 ml e colocados em embalagem plástica transparente e vedada. Em alguns aeroportos o passageiro não pode deixar a mala sozinha em nenhum momento, estando sujeito à multa caso isso ocorra, é o caso de aeroportos americanos. Estudo – No primeiro dia na escola, o intercambista passa por um teste de nivelamento do idioma. Através desta avaliação é definido o nível em que o estudante irá se encaixar. É importante salientar que para obter um resultado satisfatório, o intercambista deve estudar diariamente em casa. Como no exterior os alunos têm aula diariamente, o aprendizado é bem mais rápido. Enquanto no Brasil o estudante tem 2 a 3 horas de aulas por semana, no intercâmbio são média 20 horas por semana, ou seja, no exterior 1 mês de estudo intensivo equivale a 10 meses de estudos no Brasil. A fluência no idioma varia de acordo com o histórico do estudante. Em média uma pessoa que já estudou o idioma e já tem um nível intermediário vai precisar de 2 a 4 meses para
alcançar a segurança para se comunicar. Já um aluno que nunca estudou e deseja voltar falando inglês, levará 6 meses para conseguir ser comunicar. Vale ressaltar que a maioria volta falando fluente, mas outros não se dedicam tanto, acabam precisando ficar mais tempo para obter a fluência. Agência de intercâmbio – O papel da agência de intercâmbio é importantíssimo, pois ela que ajudará o estudante a conciliar seus objetivos profissionais e pessoais e, através destes, escolher o curso e o destino ideal para um resultado satisfatório que proporcione uma realização positiva na vida do intercambista. Uma boa agência de intercâmbio tem o selo da Belta (Associação Brasileira das Agências de Intercâmbio) e preocupa-se com os objetivos, preferências e perfil do aluno, oferecendo escolas com qualidade comprovada. O intercambista deve desconfiar de escola com valor muito reduzido, além do excesso de brasileiros, essas escolas correm o risco de perder a licença de funcionamento. SOBRE A IE A IE é uma das maiores redes de intercâmbio cultural do Brasil, com agências de norte a sul do país. Especialista em intercâmbio de estudo, trabalho ou universidades no exterior é uma das empresas mais reconhecidas e tradicionais do segmento. Para estudar no exterior, fazer high school, viajar nas férias ou ter uma experiência de trabalho, a IE oferece intercâmbios para todas as idades. Site: www.ie.com.br Fonte: www.rojascomunicacao.com.br revista RMC/2o semestre 2015
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gastronomia
JANTAR COMPARTILHADO Tendência em grandes cidades como
Nova York, Belim, Tóquio e em outra variedade de países da Europa, a experiência de compartilhar jantar vem ganhando força com o conceito sharing, que quer dizer partilha em inglês. Lá fora, o encontro acontece por meio do Meal Sharing, rede social que coloca em contato usuários que gostam de cozinhar com pessoas que gostam de comer. O conceito tem um único propósito, que é unir pessoas por meio da gastronomia. No Brasil, este conceito ainda é minúsculo, e atinge somente as capitais São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, e em uma pequena escala. O brasileiro ainda é conservador quando se trata de restaurantes, mas esta característica tende a mudar, pois comer fora hoje em dia não sai tão barato. Então, as pessoas passam a procurar outras opções, algo mais intimista. O jantar compartilhado é um mercado que tem um público, o que falta, é um interesse maior ao movimento, e por outro lado, a média gasta pelos brasileiros com refeições, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é de 25% de sua renda com alimentação fora do lar. Pensando nisso, e em trazer esse conceito para Campinas, uma das marcas da nossa empresa, a Johny & Netto Buffet e Eventos, traz o conceito, onde oferecemos nossa experiência para quem quiser desfrutar de um ótimo jantar na companhia de outras 160
pessoas em um ambiente descontraído, aconchegante e bem intimista! A ideia é bastante interessante, para cada jantar, estamos compartilhando os melhores cardápios do nosso buffet, os tops menus, criados pelo Chef Johny Miranda e é claro, o que a gastronomia mundial oferece de melhor, tudo isso com preços acessíveis e com número de pessoas limitado a cada jantar. Escolhemos as redes sociais para as reservas e divulgação do jantar compartilhado. O brasileiro anda lado a lado da tecnologia, no qual o interesse pelo uso da rede tem aumentado consideravelmente. Soma-se aproximadamente no Brasil 52,5 milhões de pessoas ativas na internet e já possuímos diversas inovações tecnológicas de aplicativos. Por este motivo, de as pessoas estarem cada vez mais conectadas, as reservas estão sendo feitas principalmente através das nossas redes sociais, e-mail e telefones. Os jantares acontecem no espaço dos assessores de eventos de Campinas Johny Miranda, até então, um renomado Chef de Cozinha e Netto Santos, administrador e sócio da empresa que leva os nomes dos dois. “Em menos de 2 horas de lançamento da nossa proposta, em um único site onde foi lançado, já tinham aproximadamente 35 pessoas interessadas. Outras já deixaram depoimentos nas nossas páginas nas redes sociais, outros mandaram mensagens procurando saber como funciona o serviço
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e até mesmo querendo reservar data. Isso mostra o quanto as pessoas estão carentes de novidades e a grandeza do projeto em si, finaliza Netto Santos. Os jantares são compostos por estradas, prato principal, sobremesa e uma bebida (vinho branco ou tinto, espumante, ou outra bebida que combine com o menu do dia). É um evento com tendência mundial que estamos trazendo para nossa cidade, que com certeza irá fazer o maior sucesso por aqui também, com uma combinação entre boa comida e pessoas interessantes e com os mesmos objetivos. Venha conhecer esse novo conceito!!! http://jeneventos.webnode.com.br/ http://www.facebook.com/#!/johnyenettobuffeteeventos
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RMC
cultura
CPFL - Cultura
Tempos de crise são tempos de reflexão.
Os desafios do mundo contemporâneo exigem novas saídas para velhas questões. O impasse não é apenas político ou econômico, mas de modelos: o impacto das transformações tecnológicas dos últimos anos mudou a forma como pensamos, agimos, sentimos, e seria pouco razoável tentar compreender o novo mundo com as velhas receitas. Atentos a esse imperativo, encaramos as indefinições da atualidade como desafios e conseguimos ampliar, no segundo semestre de 2015, nossa agenda de eventos. Além da 162
nossa programação regular, com os tradicionais debates do Café Filosófico CPFL, os concertos da Música Erudita Contemporânea e as sessões gratuitas do Cine CPFL, trouxemos à nossa Galeria de Arte alguns dos mais importantes trabalhos de Tomi Ohtake. Entre agosto e outubro, foram expostas, para o público geral e visitas escolares agendadas 44 gravuras e nove esculturas da embaixadora das artes visuais do país. Ainda em outubro, receberemos, no mesmo espaço, com entrada também gratuita, a exposição “Linha d’Água”, que reúne 30 fotografias do
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acervo de Amyr Klink. As imagens destacam o uso racional da água nas expedições feitas pelo velejador. Klink já realizou mais de 40 viagens oceânicas e tornou-se referência nacional quando se fala em consumo consciente. No Café Filosófico, realizamos uma série de debates em torno das grandes questões da atualidade. Um dos temas foi “O Valor da Diversidade no mundo Compartilhado”, que teve a curadoria do psicanalista e professor da Faculdade de Medicina da Uerj Benílton Bezerra Jr. e contou com a participação de nomes como
o do jornalista e tradutor Carlos Medeiros, que falou sobre racismo no Brasil, da ex-secretária nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência Izabel Maria Maior (para o encontro sobre “Deficiências e Diferenças) e de Laerte Coutinho (“Gênero e sexualidade: a vida além do rótulo”). Em setembro, o tema dos debates, com a curadoria do filósofo Vladimir Safatle, foi “O Circuito dos afetos”. A série propôs uma crítica social atenta à natureza de afetos como medo, segurança e esperança para colocar em xeque a ideia contemporânea de indivíduo e suas formas de desejar e sofrer. Participaram dos encontros o filósofo e professor da Unicamp Oswaldo Giacóia Jr. e a psicanalista Maria Rita Kehl. Além dos debates gratuitos, todos transmitidos ao vivo em nosso site (www.cpflcultura.com. br/aovivo), disponíveis para os internautas de qualquer lugar do país, editados e exibidos, posteriormente, na TV Cultura, o Instituto CPFL organizou, ainda, uma série de ciclos de cinema no intuito de aguçar o espírito crítico do nosso público. Em agosto os espectadores puderam observar em perspectiva a obra de Sofia Coppola, cineasta consagrada por levar às telas o tédio e a dispersão de uma geração em busca de sentidos cujos tecidos de solidariedade são reconstituídos entre encontros, desencontros e desejos de se perder. Da mesma forma, o público conferiu em setembro a obra de outro grande cineasta da atualidade:
Richard Linklater, diretor da trilogia Antes do Amanhecer, Antes do Pôr-do-Sol e Antes da Meia-Noite e do clássico Boyhood – da Infância à Juventude, que acompanha a vida de um garoto durante 12 anos. A ideia era mostrar, em perspectiva, a obra de um cineasta que incorporou, na tela, a música de John Lennon para seu filho Sean: “A vida é o que acontece enquanto estamos ocupados fazendo outros planos”. Diretor e produtor de Narcos, a série mais falada do momento, José Padilha também teve parte de sua obra exibida gratuitamente no Cine CPFL Cultura durante a mostra “Quem é o Herói? Quem é o Inimigo?” Ainda no segundo semestre, ampliamos nossas atividades presenciais e levamos para as comunidades da área de concessão da CPFL Energia o que há de melhor na cultura brasileira da atualidade. Por meio do Circuito de Arte e Cultura CPFL, realizamos mais de 50 sessões de cinema e oficinas de sustentabilidade com o Cinesolar, primeiro cinema itinerante movido a energia solar do país, uma série de espetáculo gratuitos de música popular, com o circuito Caravanas Sotaques do Brasil, e música erudita, com os concertos do projeto “Na Roda com o Maestro – Uma Homenagem a Heitor Villa-Lobos”, que passou por cidades como Jundiaí, Ribeirão Preto, Piracicaba e Bauru. Na sede da CPFL Cultura, em Campinas, o público pode conferir também às apresentações gratuitas da mais tradicional programação regular de música erudita do país. Nomes como Claudio Cruz, ma-
estro titular e diretor artístico da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo, Gabriel Marin, Rogerio Zaghi, Raîff Dantas Barreto, além do Grupo Contemporâneo Emesp. As apresentações tiveram como tema “Os Mundos de Mário de Andrade e a Contemporaneidade”, uma proposta de apresentar ao público a influência da produção do gênio modernista na música brasileira a partir da segunda década do século XX. Ainda no segundo semestre, e em sintonia com a política de incentivo ao esporte e à qualidade de vida da CPFL Energia, participamos também, em setembro, da Etapa Água da Night Run, maior circuito de corridas noturnas do país, em Campinas. A companhia marcou presença no evento com o Grupo de Corrida CPFL e parte de seus colaboradores. Dividido em duas modalidades (5km e 10km), o tradicional evento do calendário da cidade envolve mais de 4 mil atletas, que iniciarão o trajeto a partir da Praça Arautos da Paz, perto do Taquaral. Reconhecido pelas ações culturais desenvolvidas há mais de dez anos pela CPFL Cultura, o Instituto CPFL tem hoje no esporte uma das bases de sua atuação, tanto no apoio ao esporte de alto rendimento quanto no incentivo à prática esportiva dentro da empresa como uma forma de harmonizar corpo e mente em um ideal de bem-estar e vida saudável. Mário Mazzilli - Diretor-superintendente do Instituto CPFL www.cpflcultura.com.br revista RMC/2o semestre 2015
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Ministério Público
PANORAMA DA LEI 12.846/2013 EM IMPROBIDADE EMPRESARIAL VALTER FOLETO SANTIN
O combate à corrupção é busca incessante das instituições públicas, para fiscalização e persecução de crimes e infrações administrativas e civis, que dependem de apoio normativo para o desempenho da tarefa. A Lei 12.846/2013, vigente desde janeiro de 2014, é um reforço importante para desestimular condutas ilícitas de pessoas jurídicas em desfavor de entidades públicas, seguindo algumas anotações. Improbidade empresarial. Não se trata da única “Lei Anticorrupção”, pois faz parte de um conjunto de diplomas legais contra corrupção e ilicitudes que vitimizam a Administração Pública. Para combater atos de corrupção, há tipificações penais (corrupção passiva e ativa, arts. 317 e 333, do Código Penal), por improbidade administrativa (Lei 8.429/1992), administrativas, civis e criminais por ilicitudes em licitações (Lei 8.666/1993), dentre mais. Assim, a melhor denominação para a nova lei seria “Lei de Improbidade Empresarial”, por conter condutas administrativas e civis de preservação da probidade de empresa ou pessoa jurídica de qualquer formato jurídico (art. 1º, parágrafo único) em seu relacionamento com a Administração Pública, semelhante ao sistema para servidor público (Lei 8.429/1992). Concurso em improbidade administrativa. A empresa já podia responder por improbidade administrativa (enriquecimento ilícito, prejuízo ao 164
erário e violação aos princípios da Administração), quando recebesse benefício ou em concurso de pessoas com servidor público (art. 3º, da Lei 8.429/1992), este agente necessário (art. 1º, da mesma lei). Agora, mesmo sem atuação ilícita de agente público, a empresa ou pessoa jurídica pode ser sancionada pela sua própria conduta individual, sem prejuízo da normal aplicação das Leis 8.429/1992 e 8.666/1993, em harmonia. Atos lesivos de pessoa jurídica. A Lei 12.846/2013 enfoca a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas, por atos lesivos de interesse ou benefício societário, contra Administração Pública nacional e estrangeira, consistentes em atentados contra o patrimônio
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público, os princípios da administração pública e os compromissos internacionais (art. 5º). Os atos lesivos ao patrimônio público dizem respeito à atuação ilícita direta ou indireta de pessoa jurídica e seus dirigentes ou colaboradores, como corrupção ativa, financiamento e subvenção de forma ilícita, uso de interposta pessoa (chamada de “laranja”), ajuste, fraude ou frustração em licitação e contrato e suas alterações, inclusive por criação fraudulenta de empresa, e dificultação de investigação e fiscalização pelos órgãos públicos. Os princípios da Administração Pública constam do art. 37, da Constituição Federal (legalidade, moralidade,impessoalidade, eficiência e publicidade), além de outros princípios. Os compromissos internacionais são as convenções, tratados e acordos, destacando as Convenções de Paris (Decreto 3.678/2000) e de Mérida (Decreto 5.687/2006), que cuidam de combate à corrupção de servidor público, estímulos para a novel lei. Inovações e peculiaridades. O novo diploma legal previu algumas inovações e peculiaridades jurídicas para prevenção e repressão de condutas ilícitas envolvendo pessoas jurídicas. Podem ser citadas: responsabilidade objetiva, cumulação de responsabilidade, sanções administrativas e civis e acordo de leniência. objetiva. A responsabilidade objetiva da pessoa jurídica é prevista no art.
1º e consiste na possibilidade de reprovação e aplicação de sanção pela ocorrência de ato lesivo e dano à entidade pública, independentemente de prova de culpa ou dolo. Tal modalidade de responsabilidade (objetiva) não é novidade e já constava de infrações por serviço de transporte (presunção de culpa, art. 1º, da Lei das Estradas de Ferro, Decreto 2.681, de 1912), revigorado pelo ordenamento civil (art. 734, do Código Civil de 2002); permanece em caso de lesão às relações de consumo (responsabilidade pelo fato do produto e serviço, arts. 12 a 14, do CDC), danos ambientais e nucleares. Porém, em relação à responsabilidade do dirigente ou administrador da sociedade empresarial, que é cumulativa e não excludente de coautores ou partícipes (art. 3º, caput), a sanção depende da sua “culpabilidade” (art. 3º, § 2º), de alguma avaliação subjetiva da conduta e da proporção da atuação pessoal para a dosimetria. Sanções. As sanções previstas são administrativas (multa civil de 0,1% a 20% ou de 6 mil a 60 milhões de reais e publicação de extrato da decisão) e civis (perdimento de bens, suspensão e interdição de atividades, dissolução compulsória e proibição de receber incentivos e benesses, de 1 a 5 anos, art. 19). A maioria das sanções era prevista na Lei 8.429 (arts. 12); a dissolução da pessoa jurídica, por atividade ilícita ou imoral, já constava dos art. 670 do Código de Processo Civil, art. 115 (a contrario sensu), da Lei 6.015/1973, Lei dos Registros Públicos, e arts. 50, 51, 1034, II, e 2034 do CC de 2002 (antes no art. 21, III, do CC de 1916). A dissolução compulsória exige comrevista RMC/2o semestre 2015 165
provação de uso habitual para atos ilícitos e sua constituição para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiários dos atos (art. 19, § 1º, I e II). Dosimetria. Para a dosimetria
da sanção devem ser verificadas as peculiaridades, gravidade e natureza das infrações, com destaque para a vantagem do infrator, consumação, grau de lesão, efeito negativo, situação econômica, cooperação na apuração,
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existência de mecanismos internos de integridade da empresa (compliance) e valor dos contratos. Os mecanismos internos para cumprimento de normas legais serão regulamentados pelo Executivo, por delegação instrumental (art. 7º, parágrafo único), podem ser fatores essenciais para evitar a própria prática ilícita, além de considerados para minimização da pena. Várias empresas já possuem código de ética empresarial, de compliance, e a nova lei deve estimular a criação e aumento de estrutura de integridade interna. Desconsideração da pessoa jurídica. A atuação ilícita pode determinar a necessidade de desconsideração da pessoa jurídica, por abuso do direito ou confusão patrimonial (art. 14), originária da teoria disregard of legal entity, já possível ao fornecedor na relação de consumo (art. 28, Lei 8.078/1990, CDC) e à pessoa jurídica em geral (art. 50, do CC de 2002). Leniência. O acordo de leniência pode ocorrer com pessoas jurídicas que colaborem efetivamente com a investigação e o processo, na identificação de envolvidos e obtenção célere de informações, desde que seja a primeira interessada, cesse completamente envolvimento na infração, admita a conduta, e coopere plena e permanentemente na apuração dos fatos (arts. 16 e 17). A avença pode prever dispensa de publicação de condenação, exclusão de proibição de recebimento de incentivo e benefício da Administração e isenção ou redução de multa. A possibilidade deste acordo já é prevista na atuação do CADE, por 166
infração à ordem econômica, competência mantida (art. 29, da Lei 12.846/2013). Também já consta da Lei 12.850/2013 a possibilidade de colaboração premiada (art. 4º) para agente que auxiliar na investigação e no processo criminal para combate de organização criminosa. Compatibilidade e independência. A responsabilização judicial é compatível e independente da administrativa, sem exclusão (art. 18), por diferença de atuação de esfera estatal. Chama atenção a possibilidade de o Ministério Público pedir em Juízo sanção administrativa em conjunto com as sanções civis, em caso de omissão da Administração na persecução administrativa (art. 20), esta fora da sua atuação tradicional. Legitimidade ativa. A legitimidade ativa específica é apenas dos entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e do Ministério Público, de forma semelhante aos legitimados para a ação de improbidade administrativa (art. 17 da Lei 8.429/1992). As associações não estão autorizadas a atuar, diferentemente da defesa de direitos coletivos e difusos tradicionais (art. 1º, da Lei 7.347/1985 e art. 82, CDC). Rito. O rito processual para a ação por “responsabilização judicial” é o mesmo da ação civil pública (Lei 7.347/1985), mais uma espécie de ação coletiva, de prescrição quinquenal. Ele traz uma grande vantagem para a celeridade e eficiência processual, ao evitar a demorada e pouco eficiente defesa preliminar ou manifestação escrita (art. 17, § 7º, da Lei 8.429/1992).
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Se não houver razão fática ou jurídica, o juiz pode indeferir a inicial (art. 295, do CPC) ou extinguir o processo sem julgamento de mérito (art. 386, CPC). Reparação de danos. A falta de previsão específica da reparação de dano como sanção não impede a indenização, pois é implícita e harmônica com o próprio espírito da lei de reprovação de atos lesivos de pessoa jurídica, por obrigação tradicional do causador de reparar o dano por ato ilícito, além de ações com tais objetivos (art. 3º da LACP e art. 5º da LIA). A própria Lei 12.846 prevê a certeza da obrigação de reparar integralmente o dano pela condenação (art. 21, parágrafo único), um dos requisitos para a exequibilidade do débito (certeza, liquidez e exigibilidade). A indenização deve beneficiar o órgão público prejudicado. A novel lei provocou expectativas de grandes alterações, mas ela é apenas mais um instrumento para a melhoria do combate à corrupção, da preservação do patrimônio público e do atendimento aos princípios da Administração Pública, em conjunto com o Código Penal e as leis de ação civil pública, improbidade administrativa e de licitação, tudo para prevenção e repressão de atos de corrupção e outras ilicitudes praticados por pessoa jurídica em desfavor de entes públicos, esperança da sociedade. VALTER FOLETO SANTIN é Promotor de Justiça em São Paulo, Professor do programa de Mestrado em Direito da UENP (Jacarezinho/PR), Doutor em Processo (USP), e líder do GP Políticas públicas e efetivação dos direitos sociais (UENP).
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auto
ECOTREND
O produto Autoprotection Titanium é o carro-chefe da empresa, pois é um novo produto para cristalização de carros sem uso de água que promete ser uma evolução da lavagem a seco, já que limpa, cristaliza e forma uma camada protetora. Tudo sem utilizar uma gota d´água. Alternativa para os tempos de crise hídrica. A empresa possui mais de 3 mil consultores de venda direta de produtos e está presente em todos os estados brasileiros. Atualmente, 11 lojas físicas já estão em operação no sistema de franquia no país. As vendas são feitas somente através de um consultor, que pode atender o cliente online ou presencial. O cliente pode ter acesso ao produto através de um consultor ou a partir das lojas físicas que fazem as cristalizações nos veículos. Com uma embalagem, é possível fazer de 10 a 12 aplicações dependendo do tamanho do veículo e se for feita da forma correta, pois uma vez utilizado da forma incorreta, pode ir meia embalagem embora em apenas uma aplicação. A vantagem também é em termos de valores. Pois cada aplicação custa então 30 reais, levando em consideração que uma cristalização em oficinas custa cerca de 150 reais. Para mais informações: www.ecotrend.com.br
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SITE DE RELACIONAMENTO PARA MADUROS ATRAI COROAS EM BUSCA DE NAMORO SÉRIO O Coroa Metade (www.coroametade. com.br) é voltado para pessoas maduras, a partir de 40 anos, que procuram na Internet alguém com os mesmos valores e objetivos para compartilhar os bons momentos da vida a dois. Em três anos, que completa no dia 22 de novembro de 2015, o site ultrapassou a marca de 2,4 milhões de visitantes e 89 mil cadastros. O site de relacionamento Coroa Metade (www.coroametade.com.br) foi idealizado e criado pelo jornalista e cronista Airton Gontow, com base na sua história* pessoal e também nas histórias de amigos que estavam solteiros ou separados aos 40 anos e vivenciaram as dificuldades para se encontrar pessoas para uma relação estável. “Já temos 64 pessoas que saíram do site porque encontraram um parceiro ou parceira. São 32 casamentos! Isso sem contar as pessoas que saíram do site e não disseram o motivo. É gratificante. Digo sempre que devo ser um caso raro de empresário, porque festejo a cada cliente que perco”, afirma Gontow. Em três anos, o Coroa Metade ultrapassou a marca de 2,4 milhões de visitantes e 89 mil cadastros. O Coroa Metade segue o modelo de matchmaker, sites de encontros, surgidos nos EUA, onde as pessoas preenchem amplos cadastros antes de começar a teclar. O objetivo é traçar o perfil pessoal do eventual 168
parceiro (a) e assim aumentar as chances de encontrar alguém que realmente valha a pena. O preço da assinatura mensal do Coroa Metade vai de R$ 18,90 a R$ 37,90, dependendo do prazo e forma de pagamento. A assinatura de apenas um mês sai por R$ 37,90. A trimestral sai por R$ 74,70 (em até 3 X de 24,90 com cartão de crédito) e a semestral à vista por R$ 113,40 (que equivale a R$ 18,90 por mês, ou seja, 50% de desconto em relação ao preço da assinatura mensal) ou R$ 125,40 a prazo (em até 6 X de 20,90, com cartão de crédito). O site dá de presente a “degustação” da assinatura por uma semana. O nome Coroa Metade foi uma grande sacada, por resumir em duas palavras o objetivo do site e, claro, remeter à conhecida expressão “procuro pela minha cara metade”. Mesmo assim, Gontow só decidiu que esse seria mesmo o nome após meses de exaustivas pesquisas de opinião em diferentes lugares de São Paulo e Porto Alegre, sua cidade natal. “Vimos que algumas pessoas não querem ser chamadas de coroas, mas o nome teve 84% de aprovação. Foi a informação que precisávamos para lançar o site. De maneira geral, as pessoas percebem que é um nome carinhoso e, acima de tudo, hoje a moda não é esconder a idade, mas mostrar que tem saúde e qualidade de vida, na idade que a pessoa tem”, afirma.
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“Vimos também, em nossas pesquisas e encontros realizados com grupos que têm o perfil do site, que a idade torna as pessoas mais seletivas. O site é procurado basicamente por homens e mulheres que não têm tempo a perder em encontros sem sentido, mas que ainda acreditam que é possível encontrar a sua coroa metade”, conta Gontow, que acrescenta: “Buscamos garantir aos nossos usuários a oportunidade de conhecer com discrição, foco e privacidade pessoas interessantes, com os mesmos valores e objetivos, para compartilhar os bons momentos da vida a dois”. Números gerais do site Coroa Metade 89 mil cadastros; 26,9 milhões de páginas vistas; 2,4 milhões de visitantes; 42% com formação superior. 56% de mulheres; 44% de homens; 42% entre 40 e 49 anos; 41% entre 50 e 59 anos; 15% entre 60 e 69 anos; 2% acima de 70 anos. 32 casamentos realizados.
Sobre minha história pessoal e o surgimento do site Separei-me aos 43 anos e por dois anos, mesmo não sendo tímido, vivenciei as diversas dificuldades que um homem mais velho passa para encontrar uma nova companheira. A gente já não está mais na faculdade, muitas vezes não tem vontade de frequentar baladas, geralmente não quer se envolver afetivamente com a alguém do trabalho... Como casei novamente aos 45 anos,
deixei esta história “adormecida”. Há cerca de três anos e dez meses fui a uma festa de amigos que se formaram juntos na antiga oitava série e que não se encontravam há 30 anos. No encontro, vi que 60% dos antigos colegas eram solteiros, viúvos ou divorciados. E nas conversas ouvi muitas queixas do tipo: “Pô cara, companhia para uma noite eu encontro fácil. Mas uma companheira para a vida toda é tão difícil...” e “Faço academia, estou em forma, os homens olham para mim no shopping, em restaurantes... não tenho problema de encontrar um homem que passe um dia, uma semana ou um mês comigo, mas é tão complicado achar alguém que queria uma relação estável com uma mulher que vive com dois filhos...” Voltei para casa pensando em criar alguma coisa para esse público. Aí surgiu a ideia de criar um site de relacionamento. Como existem muitos, teria de ser um site específico para o público maduro. Mas teria de encontrar um nome que resumisse por si só a proposta do site. Finalmente veio o nome: Coroa Metade, o site de relacionamento para as pessoas maduras. (Airton Gontow)
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BALÃO GÁSTRICO PODE SER ALTERNATIVA PARA QUEM NÃO CONSEGUE PERDER PESO Técnica insere dispositivo no estômago e provoca saciedade, ajudando a emagrecer sem cirurgia Pessoas que vivem em guerra contra a balança, que já tentaram todas as dietas e mesmo assim não conseguem vencer a batalha, podem ser candidatas ao tratamento com o balão gástrico, uma alternativa não cirúrgica que vem se mostrando eficaz para ajudar na redução de medidas. Estudos mostram que voluntários tiveram perda significativa de peso mesmo após anos de tentativas frustradas. Além de fazer as pazes com o espelho, eliminar os quilos extras ajuda a prevenir várias doenças, desde infartos e derrames até alguns tipos de câncer. O dispositivo, como o próprio nome diz, é um balão de silicone introduzido no estômago por meio de uma endoscopia. Uma vez lá dentro, ele é preenchido com uma solução salina de azul de metileno. Ao ocupar boa parte do órgão, ele diminui a capacidade gástrica pela metade, provocando sensação de saciedade, ou seja, a pessoa sente menos fome. O balão fica dentro da barriga por até seis meses. Ao longo desse tempo, ocorre uma perda de peso gradual – mas o paciente precisa adotar hábitos saudáveis e fazer uma reeducação alimentar para manter o que foi con170
quistado. Ou seja, enquanto ajuda a eliminar os quilos extras, ele estimula uma mudança de estilo de vida, com baixo risco de complicações, mostram estudos. “Uma das vantagens do balão gástrico Silimed é que ele possui a membrana mais fina e a menor válvula de abertura do mercado, o que garante mais conforto ao paciente”, afirma o gastroenterologista Carlos Eduardo Moraes. Ele também tem uma forma anatômica que permite mais suavidade ao colocar e retirar o dispositivo. Além de ajudar quem precisa de um empurrão para ganhar mais saúde e entrar em forma, o balão também é indicado para aqueles obesos mórbidos, com índice de massa corporal (IMC) acima de 40, que estão se preparando para uma cirurgia bariátrica e precisam perder massa. Em relação às cirurgias, o balão é um método reversível e auxiliar no emagrecimento, e não uma operação. Mas tem resultados limitados, em torno de 20% de perda ao longo de seis meses. Por isso, para casos mais graves, indica-se o procedimento cirúrgico. Mas não basta estar apenas um pouco fora das medidas ideais para lançar mão dessa técnica. O uso do balão gástrico é recomendado para quem tem obesidade graus 1 e 2, ou
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seja, quando o IMC está entre 30 e 39,9. Ele também não é colocado em mulheres grávidas ou que estão amamentando. Mais da metade da população brasileira têm excesso de peso. O Brasil também ocupa um triste quinto lugar no ranking dos países com mais pessoas acima do peso no mundo, segundo um estudo recente publicado na revista científica The Lancet.
Como calcular seu IMC
Peso (quilos) /Altura x altura (metros) = IMC Resultado: Abaixo de 18,5 – abaixo do peso Entre 18,6 e 24,9 – peso normal Entre 25 e 29,9 – sobrepeso Entre 30 e 34,9 – obesidade grau I Entre 35 e 39,9 – obesidade grau II Acima de 40 – obesidade grau III Fonte: Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica)
ATENÇÃO DOMICILIAR POSSIBILITA ATENDIMENTO HUMANIZADO A PACIENTES DE TODAS AS COMPLEXIDADES Popularmente chamado de Home Care,
atendimento em casa está em fase crescente no Brasil Segundo a Agência Nacional de Saúde (ANS), o volume de internações domiciliares saltou de 50 mil no 2º semestre de 2012 para mais de 270 mil no mesmo período de 2013. A explicação para o crescimento se dá pela junção de benefícios tanto para os pacientes como para quem paga pelos serviços. Pacientes de alta complexidade, como aqueles que dependem de respiração artificial, e casos mais simples, como curativos e medicações, podem ser atendidos na própria casa dos pacientes, na companhia de familiares e amigos. Nesse ambiente humanizado, há chances de uma recuperação mais rápida, além do menor risco de complicações clínicas, reinternações desnecessárias e infecções. O gasto para manter um paciente em casa é menor: uma internação domiciliar custa R$ 1.351,52 por dia, contra R$ 2.170,11 no caso dos hospitais, de acordo com dados da Pesquisa Nacional Unidas de 2014. De olho nesse cenário, os serviços de home care vêm se especializando e funcionam como uma alternativa capaz de garantir um atendimento de qualidade sem que o paciente precise
sair de casa, mesmo que apresentem quadro grave. A Home Doctor, empresa pioneira nesse mercado e que atende as principais operadoras de saúde, é referência em casos de alta complexidade e oferece estrutura compatível com uma UTI. Fundada há mais de 20 anos, já atendeu mais de mil pacientes em ventilação mecânica - quando é necessário o uso de aparelhos para manter a respiração. Hoje 20% dos seus clientes em São Paulo recebem esse tratamento. Baixa hospitalização Mesmo cuidando de casos complexos, o serviço consegue manter o paciente longe do hospital: apenas 8 em cada 100 atendidos por mês pela Home Doctor retornam para internação hospitalar. Para conseguir esses resultados, uma equipe formada por mais de 2.500 profissionais, entre médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionis-
tas, fisioterapeutas e fonoaudiólogos atende cerca de 3.500 pessoas em várias cidades brasileiras, como São Paulo e região metropolitana, Baixada Santista, Campinas, Vale do Paraíba, Brasília, Rio de Janeiro e Bahia. A assistência vai desde um atendimento pontual a casos de internação domiciliar, com serviço de enfermagem em tempo integral. A estrutura alia alta tecnologia a uma central de atendimento 24 horas, com farmácia própria e pronto-atendimento com ambulâncias. Desde sua fundação, foram mais de 40 mil atendidos, em sua maioria na faixa etária dos 60 aos 80 anos. Mas há também crianças e recém-nascidos: 10% são pequenos com até cinco anos. De acordo com o Dr. José Eduardo Ramão, médico e sócio-diretor da Home Doctor, o serviço de home care é uma tendência mundial com revista RMC/2o semestre 2015
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perspectivas de crescimento. Para o próximo semestre a empresa espera um aumento significativo no número de atendimentos. Líder no mercado, a empresa investe também em Centros-Dia para idosos e na área de O Dr. André Colaneri explica como é Emergências Médicas. feita a cirurgia para harmonização Sobre a Home Doctor Você já ouviu falar a respeito de cirurEmpresa brasileira atuante no gia de nariz? Sim, ela existe. Conhemercado de Atenção Médica Do- cida como rinoplastia, a cirurgia miciliar e Soluções em Gestão de tem sido comumente procurada Saúde. Fundada em 1994, é líder por homens e mulheres. De acordo em seu segmento, somando mais de com o cirurgião plástico Dr. André 43 mil atendimentos. Reconhecida Colaneri, a cirurgia é indicada para por sua atuação em casos clínicos de correções da estética do nariz e a alta complexidade, a Home Doctor procura pela harmonização do nariz já atendeu a mais de 1.000 pacientes tem crescido nos últimos meses. “As em ventilação mecânica (respiração cirurgias devem ser feitas após a fase por aparelhos). Possui aproximada- da puberdade, para evitar operar o mente 2.500 profissionais atuando nariz em crescimento rápido” afirdiretamente à assistência domiciliar: ma o especialista. A estrutura do nariz apresenta médicos, enfermeiros, farmacêuticos, grande variação entre as raças, sexo nutricionistas, fisioterapeutas, entre outros que levam mais conforto, e indivíduos, sendo muito importranquilidade e segurança aos clientes. tante para a estética facial, visto Com sede na capital Paulista, pos- que praticamente dita o contorno sui ainda seis unidades de negócios do perfil do indivíduo. O cirurgião dividas entre os estados de São Paulo, explica que a eficácia da cirurgia Rio de Janeiro, Bahia e Distrito Fe- está associada à correção da função deral. Sua infraestrutura contempla respiratória, como septoplastia e alta tecnologia, inovação, central de turbinectomia, em pacientes com atendimento 24 horas, atendimento dificuldades para respirar. pré-hospitalar, farmácia própria com Veja abaixo as curiosidades logística para distribuição de medida cirurgia de nariz: camentos e materiais, pronto aten dimento médico com ambulâncias 1.Cicatrizes e SAC (Serviço de Atendimento ao Não existem cicatrizes evidentes Cliente). depois da cirurgia plástica, elas são ocultas ou colocadas em locais pouFonte: www.rojascomunicacao.com.br co perceptíveis. Em casos especiais, quando as asas nasais são tratadas,
10 CURIOSIDADES QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE CIRURGIA DE NARIZ
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existem duas cicatrizes nos sulcos entre as asas e a face, que com o passar do tempo costuma tornar-se quase imperceptível. Já a técnica fechada não deixa cicatrizes, pois todas as incisões são feitas por dentro do nariz. A técnica mais moderna, a rinoplastia estruturada, é geralmente realizada pela técnica aberta, que permite melhor visualização das estruturas nasais, facilidade de simetria e estruturação do nariz. 2. Exames pré-operatórios Antes de realizar a cirurgia é preciso fazer exames para checagem da saúde em geral, que pode variar entre os pacientes, devido à idade e fatores de risco. Para isso é preciso de exames de sangue para verificar se há anemia, infecção, distúrbios da coagulação, diabetes, rim, gravidez e tireoide. Os cirurgiões normalmente também solicitam os exames do coração e a tomografia computadorizada para ver a estrutura do nariz. 3.Preparação pré-operatória Os pacientes precisam realizar a todos os exames descritos anteriormente, evitar tomar medicamentos anticoagulantes, parar o uso de anticoncepcionais e de cigarros 30 dias antes. Deve-se evitar esforços, a prática esportiva, banhos quentes e sol, no período de um mês. Traumas no nariz e exercícios com contato físico, devem ser evitados por 2 meses.
4.Pós-operatório Realizada a cirurgia, não é preciso ficar em repouso, mas se deve evitar esforços. O trabalho de escritório pode ser retomado em poucos, dias, apesar do inchaço e roxidão. Após dois meses os pacientes podem voltar a prática de exercícios físicos quaisquer e também, a tomar sol. 5. Idade A rinoplastia é indicada as pessoas pós-puberdade. A faixa etária mais comum está entre os 18 e 30 anos. 6.Como é feita a cirurgia A cirurgia moderna (rinoplastia estruturada) visa a correção das desproporções do nariz e a reestruturação do mesmo, buscando um resultado harmônico, natural e funcional. Na rinoplastia pode-se mexer em toda a estrutura do nariz: osso, cartilagens e pele. 7.Riscos A cirurgia é bastante segura, dura em torno de 1 a 3 horas. Entre as raras complicações podem ser citados: sangramentos, infecção, dificuldade respiratória, trombose e fibrose. 8. Anestesia A anestesia pode ser local com sedação ou geral. 9. Pós-operatório O paciente deverá utilizar um curativo de acrílico por sete dias e outro de fita adesiva pelo mesmo período. “É comum aparecer na face edema (inchaço) e equimose (roxidão) após 21 dias de realizada a cirurgia. O inchaço do nariz pode perdurar por meses.”
ressalta o especialista. Os pacientes precisam evitar qualquer trauma no nariz, pois pode levar ao deslocamento dos ossos. Deve-se evitar o sol e banhos muito quentes, por ocasionarem o aumento do edema. 10. Resultados O cirurgião plástico alerta que alguns pacientes querem ficar com o nariz parecido com o de alguma celebridade, mas isso não é possível. Cada paciente tem uma genética, tipo de pele, osso e cartilagem. Não é possível afinar muito um nariz com pele muito grossa, por exemplo.
Sobre o Dr. André Colaneri – O cirurgião plástico é especialista e membro pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. O especialista fala sobre diferentes assuntos dentro da cirurgia plástica, como cirurgia íntima (ninfoplastia; monte de vênus; correção dos grandes lábios), próteses em geral (mama, panturrilha, glúteo etc), lifting, lipoaspiração, lipoescultura, lipo-abdominoplastia, reconstrução de mama, rinoplastia, blefaroplastia, mentoplastia etc.
Fonte: www.rojascomunicacao.com.br
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30 MILHÕES DE BRASILEIROS SOFREM DE ENXAQUECA
Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), a enxaqueca é a 10ª doença mais incapacitante e acomete em torno de 15% da população mundial. No Brasil são aproximadamente 30 milhões de pessoas que sofrem da doença. E não faltam motivos que podem desencadear o problema: estresse, obesidade, sono inadequado, jejum, alguns alimentos, cheiros fortes, tempo seco, entre outros. A enxaqueca ainda é mais comum entre as mulheres, pois além de fatores ambientais e emocionais, elas tem também os fatores hormonais. Na enxaqueca, a dor ocorre geralmente em um dos lados da cabeça, é latejante ou pulsátil, dura de 4 a 72 horas e pode vir acompanhada de náuseas e/ou vômitos, tonturas, in-
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Além de analgésicos, anti-inflamatórios e vasoconstritores isolados ou associados para abortar a dor, entre os tratamentos disponíveis atualmente no Brasil estão o uso da Problemas da automedicação toxina botulínica e a neuromoduMas esse cenário já está mudan- lação, que permitem uma melhora do. Novos tratamentos chegam ao na qualidade de vida das pessoas país para combater um dos erros com enxaqueca, diminuindo o uso mais comuns de quem sofre com a de medicamentos. enxaqueca: a automedicação. A neuNeuromodulação como alternativa rologista Dra. Célia Roesler explica que há diversos tipos de tratamentos Quando se fala em enxaqueca, disponíveis no país de acordo com o estágio da doença e o perfil de cada a mais recente novidade é a neuropaciente. o uso abusivo de analgé- modulação. Um novo aparelho em sicos sem prescrição médica pode formato de arco que, ao ser colocado transformar uma dor de cabeça que na cabeça, gera pequenos estímulos era episódica em enxaqueca crônica elétricos ao nervo trigêmeo, princicom dores de cabeça quase diárias”, pal causador das dores de cabeça, e por meio desses impulsos, altera a completa a especialista. tolerância à luz (fotofobia), barulho (fonofobia), cheiros (osmofobia) e movimentos (cinetofobia).
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forma que a dor é assimilada. O método não invasivo e sem efeitos colaterais, é ideal para quem possui dores de cabeça e crises de enxaqueca frequentes como: enxaqueca comum, enxaqueca com aura, enxaqueca oftálmica, enxaqueca episódica, enxaqueca crônica, enxaqueca menstrual, sinusite, dor na região anterior da cabeça e dor de cabeça crônica. Com duas opções focadas ao tratamento das cefaleias, a primeira deve ser utilizada no momento da crise, voltada a melhora dos sintomas reduzindo a intensidade da dor, já o segundo programa atua na prevenção de enxaqueca e
o uso do aparelho deve ser diário, com sessões de cerca de 20 minutos, pois seu uso frequente induz a uma diminuição da quantidade, intensidade ou até mesmo o desaparecimento das dores. Os efeitos são sentidos cerca de um ou dois meses depois. “Seu uso só deve ser feito com acompanhamento médico”, sinaliza a Dra. Célia.
Fonte: Rojas Comunicação www.rojascomunicacao.com.br 11.3675.4940 / 11.3873.6261
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o www.revistarmc.com.br semestre 2015 175 175 revista RMC/2
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DESMISTIFICANDO A “FALHA NA HORA H” Especialista tira dúvidas e desvenda os mitos relacionados à impotência sexual Assunto pouco comum nas mesas de bar e principalmente, entre os lençóis, a “falha na hora H”, tratada como mito entre muitos homens, precisa ser tratada como uma disfunção do organismo e, principalmente, passível de tratamento. Abaixo dos 50 anos de idade, 30% dos homens têm disfunção erétil leve, enquanto que 45% daqueles com mais de 70 anos têm alterações moderadas ou graves. Assim, não se deve ter vergonha. Quanto antes for diagnosticado a causa, mais eficaz poderá ser o tratamento. A disfunção erétil ou impotência sexual é a incapacidade persistente de iniciar e de manter uma ereção durante uma relação sexual, impossibilitando a penetração vaginal. “Queda da testosterona pode ser responsável pela dificuldade de ereção, assim como diabetes, hipertensão arterial, insuficiência renal, tabagismo, álcool e medicações (como anti-hipertensivas, antidepressivos, estatinas, etc.). Existem ainda as causas psicogênicas, mais comuns nos homens mais jovens.”, explica Marcos Lucon, médico especialista em Urologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
“falhar na hora H”, mas sim quando o problema é recorrente. Estou ficando velho, por isso estou tendo problemas com impotência? Verdade. A probabilidade de sofrer de Disfunção Erétil aumenta com a idade, mas este problema não constitui uma inevitabilidade. Além dos vasos responsáveis pela ereção, vale citar que no pênis existem fibras de colágeno que preenchem os tecidos. Com o envelhecimento, altera-se o colágeno e a irrigação dos vasos penianos. “A consequência natural é a Mito ou verdade? perda da qualidade de ereção. Muitas Falhei na hora H, já sou considerado vezes o homem é capaz de alcançar a ereção, mas não consegue mantê-la e impotente. Mito. Não caracteriza como disfunção em outros casos não existe ereção.”, erétil o fato do homem eventualmente completa o urologista. 176
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Consigo a ereção, mas não consigo manter até o final, por isso não tenho disfunção erétil. Mito. Os homens com disfunção erétil podem ter sintomas muito diversos, desde não conseguir ter uma ereção total, ou não apresentar um nível de rigidez suficiente para permitir a penetração até, conseguir ficar rígido, mas não mantêm até ao fim da relação sexual. Estou com depressão há dois meses e comecei a ter dificuldades de ereção. Verdade. São causas da disfunção erétil distúrbios psicológicos diversos e doenças neurológicas (lesões na medula, mal de Alzheimer e Parkinson). Sou hipertenso e meu cardiologista disse
As pílulas estimulantes não têm funcioque posso ter dificuldade de ereção. Verdade. Doenças vasculares, que nado mais, acabou a minha vida sexual. causam entupimento das artérias e Mito. Quando as medicações não veias, prejudicando a chegada do funcionam, o paciente pode ser subsangue ao pênis (hipertensão arterial, metido à colocação de uma prótese aterosclerose) podem contribuir para peniana. De acordo com Marcos Lua disfunção erétil. Não costumam con, existem no mercado dois tipos ocorrer nos casos iniciais, mas em de básicos de próteses: as maleáveis, pacientes crônicos e, principalmente, compostas por um cilindro metálico envolto numa espécie de silicone e as com mau cuidado da saúde. infláveis, promovem ereção a partir Excesso de bebida e cigarro podem ser do acionamento manual de um dispositivo. causas da disfunção erétil. Verdade. Pesquisas apontam que o “Para cada paciente SEMPRE tabagismo aumenta em 85% o risco de impotência e o álcool também in- existe uma estratégia específica de traterfere diretamente na função sexual tamento. Mesmo já tendo usado medicação por conta própria, pode haver masculina. ainda espaço para as medicações orais quando isso é feito com a orientação Vasectomia causa impotência. Mito. De acordo com a Associação de de um especialista.”, finaliza Lucon Urologia dos Estados Unidos, a vasec- Cada caso é um caso! O importante tomia simples não causa impotência é discutir e desmistificar o assunto. como um dos efeitos colaterais. Doutor Marcos Lucon – Médico espe Tomo estimulante sexual com frequên- cialista em Urologia pela Faculdade cia sem prescrição, e acho que isso não de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e pela Sociedade Brasifaz mal. Mito. Por se tratar de um tratamento, todo medicamento deve ser receitado pelo médico, atendendo a necessidade de cada paciente. Esses estimulantes podem causar efeitos colaterais como dores de cabeça, rubor facial e enjoo. Meu médico disse que consigo curar a disfunção erétil. Verdade. O tratamento inicial passa pelas causas reversíveis. Largar vícios e manter uma vida saudável é imprescindível! Em seguida, o médico irá prescrever medicações orais. Se não houver resposta, podem-se empregar medicações injetáveis. revista RMC/2o semestre 2015 / 177
leira de Urologia. Residência Médica em Urologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Doutor em Urologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Fonte: www.rojascomunicacao.com.br
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saúde
TERAPIA AO AR LIVRE EM CAMPINAS Comemorando a semana de entrada da Primavera o terapeuta Edu fez atendimentos ao ar livre na área externa privativa do Studio Vanessa Mantovani em Campinas Certificados de Cursos e endereços para contato. SHIATSU E ZEN SHIATSU
O Edu Rios é do Mato Grosso Sul,
radicado há mais de 40 anos em Campinas no estado de São Paulo. Foi gerente na área de logistica por mais de 30 anos (atuando em multinacionais em grandes metrópoles como Rio de Janeiro, Recife, São Paulo, Santos e Campinas). Desde 2009 preparou o Plano B em sua carreira indo para a área de Estética como Terapeuta em Zen Shiatsu, Reflexologia, Along Massage associando estas terapias em um atendimento de 1:30 hrs. De178
Shiatsu é uma técnica de massagem oriunda do Japão que é muito conhecida pela pressão que o terapeuta exerce com os polegares nos meridianos (canais de energia). Saiba, porém, que esta pressão nos meridianos pode ser também realizada com cotovelos, joelhos e mãos. É uma técnica de massagem de origem japonesa e significa “pressão com os dedos”. Estas pressões não se limitam apenas aos dedos, pois o terapeuta utiliza também as mãos, cotovelos e até mesmo os joelhos para estimular os meridianos, que nada mais são os mesmos pontos utilizados na acupuntura, visando sempre a retomada do equilíbrio e o bem estar do cliente.
senvolveu outros tipos de massagem como modeladora, drenagem, também tratamentos faciais e corporais (porque foi Consultor Natura por 10 anos até 2015, dedicado ao público feminino, até premiado com troféu) e na época criou o mini-spa. Está sempre acompanhando na internet a evolução das terapias e associando as novas técnicas ao seu ZEN SHIATSU dia à dia. Sua página no Facebook é Reflexologia.edu onde guarda O Zen Shiatsu surgiu com a proem seu Àlbum de Fotos as Reco- posta de tornar os métodos do Shiatmendações de suas clientes, seus su mais agradáveis para quem recebe
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a massagem, com toques mais sutis e alongamento dos músculos. Neste método não são somente os polegares que tocam os pontos meridionais, mas o profissional também trabalha com as palmas das mãos e movimentos articulares. Benefícios do zen shiatsu – Entre os benefícios mais comuns encontrados no método do Zen Shiatsu para relaxamento e equilíbrio, temos: lA restauração do bom funcionamento do organismo lEquilíbrio das energias do corpo lRelaxamento dos músculos lAlívio do estresse lAlívio de dores musculares lAlívio de tensões lRelaxamento mental Este tipo de massagem não tem como objetivo curar doenças, mas devido a seus benefícios pode preveni-las. REFLEXOLOGIA A reflexologia é uma técnica que
Já pessoas com osteoporose, artrite, artrose, torções ou ferimentos, não devem receber este tipo de massagem sem antes fazer uma avaliação detalhada com um profissional da área. A técnica de reflexologia podal atua desbloqueando a energia vital, favorecendo a circulação sanguínea e o sistema imunológico do corpo. O sangue leva para todos os nossos órgãos uma quantidade essencial de nutrientes para que eles se mantenham saudáveis. Ao estimular a circulação sanguínea favorecemos que estes órgãos recebam uma grande quantidade de nutrientes. Além disso, nosso sistema de vasos linfáticos, também passam a ser estimulados e aumentam a imunidade do corpo contra infecções. A reflexologia podal tem sua história e origem datada de mais de 4000 anos e é recomendada para as seguintes finalidades:
utiliza a pressão dos dedos em pontos específicos que estão conectados e correspondem a todas as partes do corpo. Entre os benefícios da reflexologia podal, podemos destacar a melhora do metabolismo, alivio da prisão de ventre e seus sintomas desagradáveis, melhora de dores de estômago, alívio de dores nas costas ou na coluna, alívio de dores nos pés, e melhora do desequilíbrio hormonal. lEstimular o sistema imunológico Indicações e contraindicações da lLiberar as toxinas existentes reflexologia podal lAliviar a dor A dor nos pés geralmente é um sinal lMelhorar a circulação sanguínea de problema na coluna, que desenlPromover relaxamento geral do cadeia outros tipos de sintoma como corpo dores de cabeça, todos estes sintomas relacionados podem ser tratados com Contraindicações – São poucas as coneficiência a partir desta técnica. É um tipo de massagem que tam- tra indicações da reflexologia. Podebém favorece o equilíbrio da mente, mos destacar os seguintes cuidados: lDoenças cardiovasculares o relaxamento e mantém a saúde em lPessoas com doenças graves melhor estado. lRestrições médicas Jovens e mulheres grávidas podem lPessoas com pés machucados (ferealizar a reflexologia podal com ridas abertas) profissionais gabaritados, pois estes lProblemas graves de circulação sabem evitar os pontos hormonais sanguínea que podem levar à complicações. revista RMC/2o semestre 2015
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MASSAGEM MODELADORA A massagem modeladora como diz o nome é indicada para modelar o corpo. Ela age reduzindo as gorduras que ficam localizadas em partes como barriga, coxas e glúteos. A massagem modeladora serve para reduzir medidas e modelar o corpo. O benefício dessa massagem é a melhora da circulação sanguínea e a redução dos inchaços. Contraindicações da massagem modeladora? Este tipo de massagem não é indicado para grávidas, pessoas que sofrem com alguns problemas de saúde como infecções, osteoporose, trombose, algum tipo de fratura óssea e os gânglios inchados devem evitar qualquer tipo de massagem, principalmente a massagem modeladora, que é feita com movimentos intensos e repetitivos.
Damaris Santra : ela fez questão de tirar esta foto no dia.
Priscila Azevedo : “Edu, quero agradecer pela sessão de ontem! Saí leve e em equilíbrio com meu corpo. Parabéns pelo profissionalismo de sempre e pelo carinho com suas clientes!”
ALONG MASSAGE Técnica de alongamento, massagem e relaxamento profundo os quais auxiliam no combate do estresse, ansiedade, insônia, dores musculares e tensões diárias. Indicado também para quem pratica atividades esportivas, chamado alongamento passivo. O alongamento aplicado pelo massoterapeuta promove redução das tensões musculares. Precauções devem ser tomadas com pessoas recentemente operadas, com artrite, artrose ou doenças mais graves como em outras terapias.
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Jacqueline Bandeira: “Adorei! Não vejo a hora de voltar, obrigada por tudo Eduardo da Silva Rios “
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economia
5 PASSOS PARA SAIR DA CRISE MELHOR DO QUE ENTROU A vida não
está fácil pra ninguém. Inflação nas alturas, desemprego galopante, dólar com síndrome de gigantismo… Quem é que consegue chegar ao final do mês no azul desse jeito? Muita gente, se você quer saber. E sabe qual é o segredo das pessoas que conseguem manter o equilíbrio financeiro mesmo na crise? Controle e disciplina. Se você esperava uma solução mágica, desculpe. Os 5 passos para sair da crise melhor do que entrou nela dependem mais de você do que de qualquer outra pessoa. Se depois desse balde de água fria você ainda continua aí, é porque tem potencial. Seja firme e boa sorte. 1 - FAÇA O ORÇAMENTO DOMÉSTICO DETALHADO Saber exatamente quanto entra e quanto sai é o primeiro passo para estabelecer metas de crescimento a curto, médio e longo prazos. Durante os próximos 30 dias anote todos os gastos até mesmo os que lhe parecerem insignificantes, como o trocado dado ao entregador de pizza, ou a bala depois do almoço. Não se esqueça de ordená-los por categorias, como alimentação, lazer, transporte, etc. Este exercício lhe dará a noção exata do destino dos seus recursos financeiros. 2 - PRIORIZE O QUE É ESSENCIAL Descobriu quais são as gorduras no orçamento? Ótimo! Hora de priorizar o que é essencial. Reflita com a família (ou sozinho, se for o caso) quais são 182
as necessidades prioritárias e firmem um acordo para que todos tenham as necessidades imprescindíveis atendidas. É importante que a família se conscientize a respeito do que é realmente necessário para manter as necessidades básicas e o mínimo de conforto e lazer. 3 - OTIMIZE SEU TEMPO Tempo é dinheiro, como você sabe. Mas poucas pessoas usam o tempo a seu favor no momento de economizar ou ganhar mais dinheiro. Precisa abastecer a casa? Que tal arranjar um tempo para ir ao supermercado mais barato ou ao atacadista que oferece preços até 50% mais baixos? Porque não bater um pouco mais de perna antes de comprar um presente? Imagine só quanta coisa você poderia fazer com o tempo desperdiçado em redes sociais? Bastam duas horas de dedicação do seu dia para um novo projeto que pode aumentar a sua renda, pense nisso.
a aquisição de bens mais importantes.
5 - APRENDA A INVESTIR Poupar dinheiro é importante, mas saber multiplica-lo é o que vai fazer a diferença no futuro. Graças à crise a renda fixa no Brasil tem alcançado patamares que há tempos os investidores não encontravam. A oferta de sites que oferecem informação de qualidade sobre educação financeira gratuitamente é imensa e incluo aí o mepoupenaweb.com que há dois anos vem educando financeiramente 4 - TRACE METAS Quem não tem objetivos claros de milhares de brasileiros. Nossa missão é construir um país curto, médio e longo prazo se perde mais próspero e independente atranas oportunidades que pipocam o tempo todo na crise. O impulso de vés de uma linguagem simples e de comprar um objeto que não estava na ferramentas eficazes pra que todos lista de prioridades pode colocar em possam sair da crise melhor do que risco todo o planejamento feito em entraram nela. família. Com metas realistas fica mais difícil se render ao apelo do “mais ba- Fonte: www.rojascomunicacao.com.br e www. rato” e focar na reserva necessária para mepoupenaweb.com
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cosméticos
EFEITO CINDERELA SIM, MAS COM RESULTADOS DURADOUROS Em tempos de selfies e inúmeras posta-
gens de fotos nas redes sociais, não há mulheres e homens que não desejam dar aquela disfarçada nas rugas antes de sair para uma festa, balada, ou até mesmo para o trabalho. Agora todos podem contar com o primeiro produto cosmético facial, que além de contar com os benefícios instantâneos do efeito cinderela, é também um tratamento facial de uso contínuo – o Ecolift da Ecotrend Health. Sua fórmula exclusiva com nanotecnologia NANOSYN promove o efeito nanotensor imediato e reversível associada a propriedades de renovação das células da pele. O Ecolift auxilia na renovação da pele e estimula a produção de colágeno, apresentando efeito densificador na derme. O resultado proporciona uniformidade visual da pele, diminuindo visivelmente rugas, linhas de expressão e as bolsas debaixo dos olhos, além de reduzir a aparência de cansaço. O novo cosmético foi desenvolvido com matéria prima da Alemanha, produzido por um laboratório em São Paulo e dermatologicamente testado. De acordo com estudos, os testes comprovaram melhora de rugas “tipo pé de galinha” em mais da metade dos 30 candidatos em apenas 28 dias de testes realizados e 100% dos candidatos apresentaram melhora na hidratação da pele, entre outros benefícios. “Com o uso contínuo durante alguns meses, é possível aumentar a taxa de eficácia”, garante a empresa.
Modo de usar: A aplicação do produto deve ser feita em pele limpa e seca. Com a ponta dos dedos, aplique suavemente na pele uma fina camada do produto, sempre na mesma direção. Evite esfregar. Permanecer com o rosto totalmente inexpressivo durante a aplicação até que o produto seja totalmente absorvido pela pele, o que deve ocorrer entre 3 a 5 minutos. Para um resultado mais rápido, ventile o rosto manualmente até a secagem completa. Caso opte pela maquiagem, aguarde o processo completo de absorção e secagem. 1 caixa com 10 sachês de aplicação, sendo que cada sachê faz até 3 dias de tratamento. Valor sugerido de venda R$ 250,00. Mais informações: www.ecotrend.com.br Fonte: Rojas Comunicação www.rojascomunicacao.com.br 11.3675.4940 / 11.3873.6261
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religião/vida
NÃO TENHA MEDO DE Foi ouvindo uma música de Michael Card
está o valor daquela graça que você professa ter recebido? Onde fica a dignidade daquela nova natureza que você alega possuir? Novamente, se tiver de se abater como os demais, você será levado, indubitavelmente, aos pecados tão comuns aos outros sob as mesmas circunstâncias. Os incrédulos, quando são surpreendidos por más notícias, rebelam-se contra Deus; murmuram e pensam que Deus os trata com aspereza. Você cairá nesse mesmo pecado? Você provocará o Senhor como eles fazem? “Tais pessoas geralmente correm para os meios errados a fim de escapar das dificuldades, e você certamente fará o mesmo se a sua mente ceder à pressão atual. Confie no Senhor e espere pacientemente por Ele. O procedimento mais sábio é obedecer ao conselho de Moisés diante do mar Vermelho: “Aquietai-vos e vede o livramento do Senhor.” Afinal, se você ceder ao medo quando ouvir as más notícias, será incapaz de enfrentar o problema com aquela serena atitude que nos estimula ao dever e nos sustenta sob a adversidade.” Seja diferente, viva pela fé na promessa de Deus: “O justo jamais será abalado; para sempre se lembrarão dele. Não temerá más notícias; seu coração está firme, confiante no Senhor” (Sl 112.6-7). Com carinho, Leandro B. Peixoto
(Older than the rain) que eu me toquei. Nunca havia pensado nisso. O refrão, em tradução livre, diz assim: “Lágrimas caem de olhos que caíram; nossos rostos com uma mancha incomum; fomos expulsos do jardim sob um céu sem nuvens; as lágrimas humanas são mais velhas que a chuva.” As lágrimas humanas são mais velhas que a chuva! Elas caíram primeiro. Molharam o solo antes das águas do céu. Não era para ser assim, mas o nosso pecado causou essa tragédia. Desde então, tsunamis de más notícias se abatem sobre o ser humano, fazendo lágrimas rolarem. Você tem medo de más notícias? Respondendo a essa pergunta, Charles H. Spurgeon fez algumas afirmações indispensáveis, que merecem cuidadosa observação. Abaixo, transcrevo parte do argumento do príncipe dos pregadores: “Cristão, você não deve temer a chegada de más notícias. Se você ficar angustiado por elas, o que dizer dos outros homens? Eles não têm o seu Deus a quem recorrer, nunca provaram da fidelidade divina como você já provou, e não é de surpreender que eles estejam alarmados e encolhidos de medo. Você, porém, professa ser de outro espírito; foi gerado novamente para uma viva esperança, e seu coração vive no céu, e não nas coisas terrenas. “Pois bem, se você for visto confuso como os outros homens, onde Fonte: Texto completo em www.ibcentral.org.br 184
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MÁS NOTÍCIAS
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salão de humor
COM HOMENAGENS AO CHARLIE HEBDO, 42º SALÃO DE HUMOR DE PIRACICABA TEVE 50 AÇÕES EM SUA PROGRAMAÇÃO Rafael Bitencourt
O atentado ao jornal francês Charlie Hebdo que chocou o mundo no início do ano de 2015 continua reverberando e servindo de referência para os artistas. O tema foi escolhido pelo carioca Paulo Sérgio Jindelt, grande vencedor do 42º Salão Internacional de Humor de Piracicaba, que retratou o cartunista Jean Cabut (Cabu), um dos mortos no ataque. O evento aconteceu entre os dias 22 de agosto e 04 de outubro, no Engenho Central, em Piracicaba, com realização da Prefeitura da cidade, por meio da Secretaria da Ação Cultural (Semac) e Centro Nacional do Humor Gráfico (Cedhu Piracicaba). Jindelt recebeu R$ 5 mil por seu trabalho ter sido eleito pelo júri como a melhor caricatura e mais R$ 10 mil pela escolha para o Grande Prêmio Troféu Zélio de Ouro, pelo qual competem os melhores de cada categoria. “A caricatura que recebeu o Grande Prêmio, além de sua grande qualidade técnica, é uma justa homenagem aos cartunistas que perderam suas vidas daquela forma extremamente covarde, como infelizmente vimos no início do ano. É uma forma de reverenciar, 186
R$ 5 mil. Entre os cartuns, o contemplado é o ucraniano Igor Kondenko. Recebem menções honrosas Konstantin Kazanesky, também da Ucrânia, Andrey Popov, da Rússia e Atefeh Yaryan, do Irã. Angel Boligan Corbo, cubano radicado no México, é o vencedor entre as charges, que terá anda menções honrosas ao italiano Marco de Angelis e ao belga Ludo Goderis. O brasileiro Rafael Corrêa foi o campeão entre as tiras/histórias em quadrinhos, categoria que tem ainda as menções aos também brasileiros Daniel Dias Lafayette e Anderson de Oliveira Delfino e ao iraniano Ali Miraee. O prêmio temático Corrupção foi dominado inteiramente por brasileiros. Carlos Alberto Paes de Oliveira é o contemplado. Rafael Corrêa e Paulo Sérgio Jindelt recebem menções honrosas. Há ainda outras premiações especiais: o Prêmio Câmara Municipal de Piracicaba, exclusivo para caricaturas, será entregue ao brasileiro Lézio Custódio Junior. Também OUTRAS CATEGORIAS – Os premiados em do Brasil é o vencedor do Prêmio cada uma as categorias receberam Águas do Mirante, Laerte Silvino. não só o Cabu, mas todos que foram vítimas deste triste acontecimento e, ainda, um meio de contemplar a liberdade de expressão”, afirma a secretária municipal da Ação Cultural de Piracicaba, Rosângela Camolese. Jindelt que, apesar de nascido no Rio de Janeiro, vive em Joinvile desde 1988, faturou ainda uma menção honrosa na categoria temática corrupção. “O Salão de Humor de Piracicaba me mostrou que, além de ser um salão, é uma escola, por meio da qual os artistas podem melhorar tecnicamente. Participo do salão há alguns anos e meus primeiros desenhos não eram tão bons e a cada ano fui melhorando, observando o trabalho de grandes nomes. Até que cheguei nesse dia muito especial, em que ganhei esses três prêmios, que nunca esquecerei”, afirmou o artista. Receberam ainda menções honrosas na categoria caricatura o uruguaio Pablo Lopez, o iraniano Nasrin Abdosheykhi, o brasileiro Sergio Gonçalves Brito e o peruano Walter Toscano.
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Igor Kondenko
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Já o indiano B.V. Panduranga Rao é o campeão do Prêmio Saúde Unimed. O presidente do 42º Salão Internacional de Humor de Piracicaba, Jairinho Mattos, destacou a importância do evento. “É um salão que mostra a pujança do humor no Brasil e no mundo, com uma grande participação de artistas de diferentes países. É interessante destacarmos como o evento foi criado, numa época de repressão, em que as pessoas demonstravam seu descontentamento por meio do humor. E essa edição mostra que o humor é ainda uma importante ferramenta de expressão e crítica”, opina. Para o prefeito de Piracicaba, Gabriel Ferrato, o sucesso está no perfil do evento. “Não se trata do humor que só faz rir, gargalhar, mas principalmente do humor crítico, que analisa situações, que ensina a pensar, que apura a qualidade do cidadão. Um verdadeiro exercício da inteligência”, afirma.
Rafael Corrêa
MAIS HOMENAGENS – Houve espaço ain-
da para outras duas homenagens, em forma de mostras paralelas que compuseram a programação do salão. “Um Desenho Para Charlie”, contou com desenhos produzidos por cartunista de diferentes nacionalidades, que demonstram repúdio à violência. “Wolinski, O Inconformista”, foi realizada em parceria com o PortoCartoon e mostra o trabalho de um dos profissionais assassinados no atentado, por meio de capas do Charlie Hebdo, desenhos sobre a política mundial, sobre o euro e, naturalmente, sobre sexo, tema que Wolinski sempre abordou sem tabu. 50 ATRAÇÕES – A programação do 188
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Carlos Alberto Paes de Oliveira
Paulo Sérgio Jindelt
42º Salão Internacional de Humor de Piracicaba contou com cerca de 50 atrações, que foram totalmente gratuitas ao público. Além da mostra competitiva, houve espaço para exposições paralelas em diferentes locais de Piracicaba e também em São Paulo, além de workshops, lançamentos de livros e publicações distintas, espetáculos teatrais e atividades especiais, como o 8º Festival Paulista de Circo e a 4ª Caminhada com Humor. A mostra competitiva teve 429 trabalhos, expostos no Armazém 14 do Engenho Central. O Salãzinho de Humor, que chegou a sua 13ª edição com 212 obras, teve como sede o Armazém 5, próximo à Passarela Pênsil e contou com trabalhso produzidos por crianças e adolescentes entre 7 e 14 anos. Para o presidente do Conselho Consultivo do Salão, Adolpho Queiroz, “Piracicaba tem vários privilégios, entre eles o Salãozinho. É muito gratificante ver a capacidade e a observação da realidade desses jovens artistas”, opinou. Ainda no Engenho e também em outros pontos da cidade, mostras paralelas destacaram o trabalho de grandes artistas gráficos brasileiros e estrangeiros. Três estações do Metrô de São Paulo receberam exposições de caricaturas. HISTÓRIA – O Salão Internacional de
Lézio Custódio Junior.
Humor de Piracicaba surgiu em 1974, durante a ditadura militar, como iniciativa de um grupo de jornalistas, artistas e intelectuais atuantes no cenário político. A partir do sucesso das primeiras edições e do apoio da turma do jornal carioca “O Pasquim”, importantes cartunistas brasileiros revista RMC/2o semestre 2015
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contribuíram para a transformação do Salão em um dos mais conhecidos encontros do humor gráfico no Brasil e no exterior. É um dos concursos mais antigos do gênero, que se mantém como espaço de reflexão e fruição das artes gráficas através da valorização do cartum, da caricatura, da charge e das tiras. As obras premiadas constituem um rico acervo, com trabalhos por meio dos quais é possível acompanhar as transformações sociais, econômicas, além das relações humanas, questões ambientais e outros assuntos. www.salaodehumor.piracicaba.sp.gov.br
Pedro Fernades Coelho, 11 anos, 1O lugar na categoria 11 a 14 anos, do Salãozinho, nostra paralela do 42º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
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Laerte Silvino
Angel Boligan Corbo
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FRASES
“Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz”. Platão “A cultura forma sábios; a educação, homens”. Louis Bonald “Falar é uma necessidade, escutar é uma arte”. Johann Goethe “Vencer é o que importa. O resto é a consequência”. Ayrton Senna “Não viva para que a sua presença seja notada, mas para que a sua falta seja sentida”. Bob Marley “Quem não sabe o que é a vida, como poderá saber o que é a morte?” Confúcio “Quando se ouve boa música fica-se com saudade de algo que nunca se teve e nunca se terá”. Samuel Howe “Coragem é a resistência ao medo, domínio do medo, e não a ausência do medo”. Mark Twain “Acredite que você pode, assim você já está no meio do caminho”. Theodore Roosevelt “O dinheiro não dá felicidade. Mas paga tudo o que ela gasta”. Millôr Fernandes
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ilustradora
artista plรกstica
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