Nº 20, Ano 04, Outubro de 2014
DIGA NÃO ÀS QUEIMADAS Págs. 4 e 5
Nascentes Membros da CAE visitam o Programa de Monitoramento da Qualidade da Água das Nascentes.
Raízes do Sertão O Programa Catavento inaugurou a Unidade de Beneficiamento da Mandioca, no distrito de Morrinhos.
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Cata-vento do Sertão Confira crônica feita por aluna de Igaporã sobre a chegada das empresas de energia eólica à região do Alto Sertão. Pág. 8
Informativo O CIRCULADOR
MEMBROS DA CAE VISITAM NASCENTES
PRÓXIMAS A PARQUES DA RENOVA
“A visita dos membros da CAE às nascentes foi de extrema importância porque pudemos contar com a participação de representantes tanto do poder público, quanto das comunidades do entorno..."
A Renova Energia possui um programa de Monitoramento da Qualidade da Água das Nascentes nas áreas de influência direta dos Parques Eólicos nos municípios de Caetité, Guanambi, Igaporã e Pindaí. Ao todo são monitoradas 22 nascentes da região que, após o início do trabalho de acompanhamento, passaram a ter suas características preservadas com maior cuidado. Durante os meses de julho e agosto, este monitoramento foi realizado, de forma participativa, com a presença dos membros da Comissão de Acompanhamento do Empreendimento (CAE) do Alto Sertão II. Foram realizadas visitas a seis destas nascentes e analisadas as ações de impacto adotadas pela Renova em cada uma delas, como a instalação de filtros de pedras, limpeza de
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barragens e do entorno, recomposição da vegetação natural no entorno e também o isolamento e sinalização dos pontos de monitoramento. Hoje, a maioria das nascentes nas áreas de influência da Renova Energia têm as suas águas utilizadas para abastecimento de fazendas da região e também para dessedentação animal. “A visita dos membros da CAE às nascentes foi de extrema importância porque pudemos contar com a participação de representantes tanto do poder público, quanto das comunidades do entorno e, em todos os casos, os membros puderam observar os cuidados da Renova na conservação e no cuidado com estas nascentes”, avalia o analista ambiental da Renova Energia, Eduardo Fattori.
Informativo O CIRCULADOR
“RAÍZES DO SERTÃO” É EXEMPLO DE GESTÃO COPARTICIPATIVA EM MORRINHOS Biscoito, beiju, pão, suco, bolo, pudim, estas e outras delícias, todas feitas com a mandioca, são produzidas por mulheres do distrito de Morrinhos – Guanambi – na Unidade de Beneficiamento de Mandioca, inaugurada no último mês de julho, pelo Programa Catavento, da Renova Energia. A Unidade é de uso coletivo e possui gestão co-participativa entre quatro associações de moradores: Curral de Varas, Jurema dos Barbosa, Beira-Rio e Pajeú do Josefino. O grupo, denominado Raízes do Sertão, é composto por 21 mulheres que se revezam na produção e comercialização dos produtos. Cleia Ramos, moradora da comunidade de Curral de Varas, vai todos os dias cedo para a Central de Beneficiamento, atende as encomendas e testa novas receitas. “Antigamente, ficava em casa e cuidava da roça produzindo para comer em casa, hoje não imagino mais a minha vida sem vir aqui”, comenta. Desde a sua formação, em outubro de 2013, o grupo recebeu assessoria técnica do Programa Catavento e do CESOL Sertão Produtivo (Centro Público de Economia Solidária) e já comercializa os produtos no mercado local e institucional. Desde então, a Unidade de Beneficiamento da Mandioca assinou convênio com a prefeitura de Pal-
mas de Monte Alto para o fornecimento de produtos alimentícios para merenda escolar municipal e já negocia novos contratos com outras prefeituras do Alto Sertão. Anexo à Unidade de Beneficiamento, foi construída também, uma Unidade de Beneficiamento da Raiz da Mandioca. A nova estrutura substitui uma antiga casa de farinha que funcionava próxima ao local, mas agora a comunidade dispõe de um local construído totalmente de acordo com as normas da vigilância sanitária, com equipamentos modernos que têm a capacidade de aumentar a produtividade diminuindo o esforço físico dos operadores. Como exemplo é possível citar o lavador e descascador de raízes com capacidade de 800 Kg/hora, prensa hidráulica com chave de partida elétrica, extrator de fécula com acionamento elétrico, forno elétrico com capacidade de torrar 100 kg de farinha hora, dentre outros. Também foi construída uma estufa para secagem do polvilho com total higiene e otimização de tempo. E para fechar o ciclo, foi construída a unidade de produção de derivados da mandioca também respeitando as normas de vigilância sanitária, com equipamentos modernos e de produtividade elevada.
Encomendas podem ser feitas pelo telefone : (77) 9990-0403 - Cleia
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Informativo O CIRCULADOR
DIGA NÃO ÀS Estamos em uma época do ano crítica no nosso sertão. Os meses de setembro e outubro, infelizmente costumam registrar um grande aumento no número de queimadas. Devido as características da nossa região, como existência de morros, vegetação rasteira e tempo seco, o fogo tende a se espalhar bem mais rápido do que em outros locais. Por isso, é bom tomarmos algumas atitudes para prevenirmos o nosso patrimônio e até mesmo o de nossos vizinhos das queimadas. Jogar bituca de cigarro e fósforos nas estradas e no campo pode provocar um incêndio. Abandonar velas e fogueiras acesas também é muito arriscado. Qualquer pequena queimada pode ter consequências devastadoras. Além de algumas práticas sustentáveis que já substituem as queimadas, o ACEIRO é uma importante técnica de prevenção. Aceiros são faixas ao longo das cercas que ajudam a prevenir
a passagem do fogo para a área de vegetação, evitando assim queimadas ou incêndios. Para fazer o aceiro é necessário tirar a vegetação dos dois lados da cerca. As faixas devem medir 4 metros de largura. A Renova já deu início ao seu plano de ação contra as queimadas. Desde o final do mês de setembro, os colaboradores da área de segurança estão distribuindo cartilhas e orientando os moradores sobre práticas sustentáveis e medidas de prevenção que podem ser tomadas. “Pequenas queimadas podem se transformar rapidamente em incêndios de grandes proporções. Por isso, é muito importante que todos tenham consciência e passem a fazer uso de práticas sustentáveis. Isto preserva não apenas o seu patrimônio como também o dos seus vizinhos”, explica Noé Souza, Técnico de Segurança da Renova.
RIZAÇÃO ESTÁ SUJEITA A: TO AU M SE AS AD EIM QU IZA AL A PESSOA QUE RE dano ambiental; • Obrigação de reparar qualquer concedidos pelo Poder Público; • Perda ou restrição de benefícios de R$ 500,00 a R$ 50.000,00; crédito do Estado; • Pagamento de multas que variam o em estabelecimentos oficiais de ent am nci fina de as linh de são s Ambientais • Perda ou suspen com o dispositivo da Lei de Crime rdo aco de ão pris de s ade ilid sib • Processo criminal, com pos a de reclusão de 2 a 4 anos e multa) (Lei Federal nº 9.605/98, Art 41: Pen
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Informativo O CIRCULADOR
QUEIMADAS! OS PREJUÍZOS AMBIENTAIS CAUSAD • Danos à saúde; o; • Empobrecimento gradual do sol do solo, • Aumento do processo de erosão o; causando compactação e salinizaçã
PELAS QUEIMADAS:
a; • Danos as redes de energia elétric dos animais; • Destruição dos habitats naturais • Deterioração da qualidade do ar; ado. • Danos ao patrimônio público e priv
LEMBRE-SE: O fogo não é mais uma solução para controlar pragas na pastagem, limpar áreas para plantio e renovar o pasto. Hoje, tecnologias eficientes substituem o uso do fogo nos sistemas de produção. O melhor é procurar soluções alternativas para as principais atividades agropecuárias.
SOLUÇÕES: • Aproveitar a palha das plantações na produção de adubo e ração; • Ao invés de queimar o material acumulado durante a limpeza da área, triturar este material e espalhar sobre o solo. As palhas e as raízes são a maior fonte de matéria orgânica para o solo; • Aproveitar a entressafra para reflorestamento de matas e margens de rios e córregos; • Implantar um novo modelo agrícola com o rodízio de culturas que impede o empobrecimento do solo.
“O tempo da nossa região favorece que o fogo se espalhe rapidamente. Aqui temos muitos morros, vegetação rasteira, ar seco e muito vento. Pequenas queimadas podem se transformar rapidamente em incêndios de grandes proporções.”
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Informativo O CIRCULADOR
RENOVA INCENTIVA
FORMAÇÃO DE GRUPO DE ARTESANATO Nove mulheres da comunidade quilombola de Gurunga, em Igaporã, estão sendo capacitadas para a formação de um grupo de artesanato local com aproveitamento de retalhos. A formação do grupo tem o apoio da Renova Energia, por meio do programa Território do Saber, em parceria com o Instituto Mauá e com a Associação de Moradores do local. O trabalho em Gurunga teve início há um ano com a realização do curso de corte e costura com vinte mulheres da comunidade, fruto do Programa de Qualificação de Mão de Obra, realizado pelo programa Território do Saber. Entre os meses de junho e julho de 2014, nove moradoras da comunidade voltaram à sala de aula para três módulos de aprendizado de artesanato com o Instituto Mauá. Agora, elas
prometem caprichar em detalhes como acabamento e perfeição nas peças para garantir o registro como artesãs. “Antes eu não tinha nem ideia de como é que poderia fazer um trabalho desses e hoje tenho o resultado aí. Sei que precisamos melhorar para ter a carteirinha (de artesã) e seria muito bom ter a professora aqui de novo”, comentou Sueli Silva dos Santos. Em agosto e setembro, a equipe da Renova voltou ao local para acompanhar a formação e fortalecimento do grupo de artesanato. Uma nova etapa de capacitação com o Instituto Mauá terá início neste mês de outubro, antes da comercialização das peças. “Já estou até pensando em organizarmos uma festa aqui na comunidade com uma feira de artesanato”, completou a aluna Celma Nogueira.
“Antes eu não tinha nem ideia de como é que poderia fazer um trabalho desses e hoje tenho o resultado aí.
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Informativo O CIRCULADOR
STATUS DA OBRA
ALTO SERTÃO II Esta é uma imagem feita pelo nosso colaborador Gilson Ferreira de Araújo, da Área 5, em Pindaí, do Complexo Eólica Alto Sertão II. A imagem retrata o status atual da Área e do Complexo.
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Cata-vento do sertão
Sempre gostei de observar a vista da minha janela, as árvores retorcidas, a capoeira num verde cinza ressequido e a serra ao longe, imponente e segura. Esse sempre foi o meu cenário, ao acordar pelas manhas com o canto dos pássaros do sertão e a imensidão de barulhinhos e estalos da caatinga. Porém, em um dia não tão típico o meu cenário começou a mudar. Um projeto que foi tão discutido e comentado começa a ser implantado aqui no meu quintal, na minha serra. Caminhões e maquinas grandes invadem a caatinga e sobem serra para instalarem as famosas e faladas torres eólicas. Elas, segundo ensinaram na escola, beneficiarão milhões de pessoas com a produção de energia, tudo isso com o vento da minha serra. Os gigantes brancos e imponentes foram plantados no meu solo e de alguma forma parecem mutantes ali, como se desafiassem a serra que outrora
reinava só. Pergunto-me se Dom Quixote ao olhar para os moinhos, nas suas andanças, reagiu assim como eu, intrigada, curiosa, fascinada com a grandiosidade dos invasores. Entretanto, a natureza em sua sabedoria sertaneja acolhe as torres e o parque em seu meio, logo os animais já não estão tão assustados com o barulho, as plantinhas nascem sobre a terra revirada e agredida e as luzes do parque a noite confundem se com o céu do meu sertão. Hoje ao acordar lembro-me nostálgica da antiga paisagem, mas esperançosa com os “mutantes renováveis” que levarão energia e luz para esse meu sertão e iluminarão escritoras noturnas como eu.
Tainara Boa-Sorte Nogueira - 9º ano
Núcleo Escolar Adília Rodrigues Neves Comunidade Rural Gameleira/Igaporã-BA
EXPEDIENTE
APOIO
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