Boletim do Sínodo
Edição nº 11 | 08/08/2019 | Informativo produzido pela Assessoria de Imprensa da REPAM-Brasil e Comissão Episcopal Especial para Amazônia/CEA
RELATOR DO SÍNODO CELEBRA ANIVERSÁRIO E RECEBE HOMENAGENS Com engajamento profético e testemunho de compromisso com a Igreja, o Cardeal, que foi nomeado pelo Papa para ser o relator do Sínodo para a Amazônia, a ser realizado em outubro, também celebrou 61 anos de sacerdócio e serviço ao povo de Deus no último sábado (03). Silencioso, contido, atencioso, mas com atuação firme, Dom Cláudio, como é carinhosamente chamado por muitos, nasceu na cidade de Montenegro, no estado do Rio Grande do Sul. Foi ordenado padre em agosto de 1958 e sagrado bispo em março de 1975. Com o lema escolhido para seu apostolado “OMNES VOS FRATRES” (Todos são irmãos), atou em diversas dioceses e arquidioceses do Brasil, além de lecionar e contribuir em diferentes setores da Igreja, no Brasil e no mundo, e da sociedade. O Cardeal Cláudio Hummes, por ocasião de seu 85º aniversário recebeu, por meio da REPAM-Brasil, uma série de homenagens e lembranças, como as que seguem a seguir:
A voz da Amazônia e um apaixonado por aquele território. Assim é reconhecido o Cardeal Cláudio Hummes em algumas das homenagens que recebe, hoje, por ocasião da celebração dos seus 85 anos de vida. Muito querido em toda a Igreja da região por sua atuação profética e defesa do território e dos povos, ele é o presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM e o presidente da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia/CEA da CNBB.
Estimado Dom Cláudio, Nós, bispos na Igreja do Maranhão, queremos expressar a nossa alegria e gratidão pelo dom de sua vida nesta ocasião dos seus 85 anos. Somos tocados e beneficiados pela sua grande paixão revelada no seu ministério: o amor pela Amazônia. Fazemos votos de que os seus esforços sejam coroados com os frutos do Sínodo, que irrigarão esta terra fazendo transbordar às águas do dom da fé, da justiça e da solidariedade entre nossos povos e revigorando o testemunho de esperança de nossas Igrejas. Que Nossa Senhora, Mãe da Amazônia, seja sempre a sua inspiração e proteção. Dom Sebastião Bandeira Coelho - bispo de Croatá/MA e presidente do Regional Nordeste 5 da CNBB
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Querido Dom Cláudio, desde CAFOD, desejamos um feliz aniversário. Que Deus continue presente em sua vida inspirando e dando-lhe muita força. Desejamos que a graça divina continue guiando o seu caminho nesta jornada de luta pelo respeito aos povos e à natureza amazônica. Que Deus o bendiga hoje e sempre. Com muito carinho, Cecília Iorio - representante da CAFOD para o Brasil Nosso Regional Noroeste quer se unir a todos os povos da Amazônia, neste dia, dando graças a Deus pela vida, vocação e missão de Dom Cláudio e, sobretudo, pela sua entrega, dedicação, defesa e serviço em favor de todos os amazonenses. Que Deus lhe recompense na sua bondade infinita com a abundância de sua graça, e muitos anos de vida, paz e felicidade para continuar servindo à Igreja neste chão amazônico. Com nossas orações e abraço fraterno. Muito obrigado por tudo! Dom Joaquín Pertiñez Fernández – bispo de Rio Branco/AC e presidente do Regional Noroeste da CNBB Salve, Dom Cláudio! Que bom ter você conosco, sendo testemunha da paixão pelo Reino da vida, o Reino oriundo do Deus Criador, cuja beleza está bem arraigada na tão linda e disputada Amazônia. Tenha um aniversário feliz, pois sua vida é um imenso dom para todos nós que cuidamos do bem comum! Viva a vida! Ir João Gutemberg – religioso marista e membro da equipe de Formação e Métodos Pastorais da REPAM
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Meu caríssimo Dom Claudio, Diz o salmo 90 que rezamos sempre de novo em nosso breviário: “Pode durar setenta anos nossa vida, os mais fortes talvez cheguem a oitenta” (Sl 90,10). O senhor já ultrapassou todas essas promessas e todos nós agradecemos a Deus pelo dom de sua vida, verdadeira dádiva divina para o nosso Brasil, em especial para a Amazônia. Dizia o célebre psiquiatra vienense Viktor Frankl: “Quem tem um ‘porquê’ enfrenta qualquer ‘como’“. O seu ‘porquê’ é o amor incondicional a Deus e ao Povo de Deus. Não fez de sua “emeritude” um repouso idílico em algum convento aprazível. O contínuo empenho em favor de uma grande causa não diminui sua vitalidade, antes aumenta o seu entusiasmo. Penso que pode repetir as palavras de São Paulo: “Pela graça de Deus sou o que sou: e sua graça em mim não foi estéril. Mais do que todos eles, trabalhei; não eu, mas a graça de Deus que está comigo” (1 Cor 15,10). AD MULTOS ANNOS! Paz e Bem! Dom Erwin Krautler – bispo emérito da Prelazia do Xingu Querido dom Cláudio, agradecemos juntos a Deus por hoje festejarmos seus 85 anos! Que alegria! Que Ele continue lhe dando, ainda por muitos anos, aquele brilho nos olhos e na alma para nos iluminar e traçar nossas rotas. O Sínodo de outubro será, sim, dos povos amazônicos, mas graças ao senhor, é também de todos nós, ‘néo-amazônicos’ abençoados por seu corajoso compromisso. Parabéns, do fundo do coração. Cristiane Murray – vice-diretora da Sala de Imprensa da Santa Sé Confira outros depoimentos no site da REPAM
REPAM E CEA LANÇAM SUBSÍDIO DE ORAÇÕES PARA O SÍNODO Sintonia, celebração e compromisso resumem o Tríduo do Sínodo para a Amazônia. O material, publicado hoje pela Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM-Brasil e pela Comissão Episcopal Especial para a Amazônia/CEA e já enviado para as comunidades da Amazônia brasileira, reúne roteiros celebrativos para as comunidades rezarem em sintonia com a assembleia sinodal. Preparado pela equipe da REPAM-Brasil e da CEA, o livreto é composto por três encontros iluminados pelos eixos temáticos do Instrumentum Laboris, que podem ser rezados como Ofício Divino das Comunidades nas semanas que acontecem o Sínodo, em Roma. De acordo com as orientações enviadas para as comunidades “para cada semana do Sínodo, a comunidade pode escolher o melhor dia para celebrar. É importante que antes dos encontros as pessoas responsáveis preparem o ambiente com os materiais sugeridos e outros do território, organizem o local para a celebração e convidem as comunidades, pastorais, grupos”, recomenda a equipe que preparou o conteúdo. Leon de Souza, coordenador de articulação da REPAMBrasil, disse que o material foi pensado para contribuir com a vida e a dinâmica das comunidades que já têm suas celebrações, da Palavra, da Eucaristia, dos Ofícios, para estarem em sintonia
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com o Sínodo em Roma. “Mais do que se conectar com o evento, deixar que o Espírito possa soprar no território da Amazônia é o mais importante”, afirmou Leon sobre os roteiros celebrativos. O material impresso foi encaminhado para os regionais da CNBB presentes na Amazônia brasileira, que distribuirão às dioceses do território. A versão virtual do material pode ser baixada aqui no site da REPAM-Brasil: Tríduo do Sínodo.
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SEMINÁRIO, NO MARANHÃO, DISCUTE SÍNODO PARA A AMAZÔNIA
Dioceses do Sul do Maranhão (Regional Nordeste 5: Carolina, Imperatriz, Viana, Grajaú e Balsas) e a Diocese de Tocantinópolis, do Norte do Tocantins, se reuniram para discutir o documento de trabalho do Sínodo para a Amazônia. Acolhidos pelo bispo de Carolina, Dom Francisco Lima Soares, o seminário de estudos, realizado em Estreito/ MA nos dias 03 e 04, contou com a presença de leigos, bispos, padres, religiosos, membros de movimentos e conselhos sociais e representantes do governo. Na ocasião, foram discutidas ações para antes, durante e depois da Assembleia Sinodal, a ser realizada em Roma no mês de outubro. Padre Dário Bossi, assessor da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM-Brasil, destaca o sentimento de esperança pela defesa da vida transmitida pelos participantes. “Saímos desse encontro com muito ânimo, com a certeza de que o que foi decidido aqui vai ser multiplicado pelas mãos, corações e pensamentos das pessoas que participaram”, comemorou o assessor. “Nós mesmos somos o Sínodo que caminha com nossas pernas, e isso, a partir de outubro, poderemos mostrá-lo em nossas comunidades cristãs”, completou. Unidade A Diocese de Tocantinópolis é membro do Regional Norte 3, mas faz divisa com o Sul do Maranhão. O bispo diocesano Dom Giovane Pereira de Melo, explica que devido à proximidade, muitas problemáticas são comuns, e por isso é importante somar forças. “Dentro da metodologia da Repam a gente tem sempre buscado trabalhar como ‘bacia’, então nós estamos situados aqui na bacia do Rio Tocantins”, explicou. „
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Para o bispo, o seminário foi um momento propício para avançar na propagação do processo sinodal. “Queremos ser essas antenas, aqueles que vão divulgar o sínodo, sensibilizar os atores, os grupos, os movimentos sociais, as nossas pastorais, as nossas dioceses, no sentido de abraçar a problemática que o sínodo está discutindo”. Dom Giovane destaca ainda que a problemática do Sínodo não é só dos bispos da Amazônia, “é uma problemática que interessa a toda a Igreja, que interessa o mundo inteiro”. Vozes ouvidas Além de discutir o documento de trabalho do Sínodo, o seminário ouviu as vozes dos povos amazônicos que participaram ativamente do encontro. Heraldo Guajaja, é indígena da aldeia Sabonete do Leão, no município de Grajaú/MA. Ele conta que foi a primeira vez que participou de uma atividade promovida pela Igreja Católica e ficou admirado com a abertura dada a ele e aos demais indígenas presentes. “Foi muito bom a gente ter tido a oportunidade de expressar o que a gente sente, o que a gente passa nas nossas aldeias. A gente teve essa oportunidade de expressar nossas ideias, nossa visão, nossa gente, nossa forma de ser, e a Igreja respeitou isso. A Igreja quer que gente venha a opinar, venha a expor as nossas ideias com a nossa própria visão, com a nossa própria forma de ser”, declarou. Carta Aberta Ao final do seminário foi elaborada uma carta aberta para ser lida nas paróquias e comunidades, a fim de anunciar o compromisso com o Sínodo para a Amazônia. Por Rodrigo Martins/Agência Sagrado
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REPAM DIVULGA RELATÓRIO DO PROCESSO DAS ESCUTAS DO SÍNODO
Foi disponibilizado, na manhã desta quarta-feira (24/07), um relatório com informações do processo de escutas em vista do Sínodo para a Amazônia. Elaborado pela Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM, o material contém dados, gráficos e imagens que ajudam entender o processo realizado até agora nos 9 países da Pan-Amazônia e os próximos passos da caminhada sinodal. De acordo com os organizadores do material, ” à REPAM foi confiado formalmente o apoio à Secretaria do Sínodo e ao Conselho Pré-Sinodal, presidido pelo Papa Francisco, no processo de escuta ativa e direta em toda a extensão do território Pan-Amazônico, no levantamento adequado da informação para ajudar na elaboração do Documento Preparatório (Lineamenta) e do Documento de Trabalho (Instrumentum Laboris), que foi elaborado considerando as diversas contribuições recebidas durante o processo de escuta, e para animar a maior participação possível dos diversos atores da Amazônia”. Confira o material: Relatório das Escutas do Sínodo no site da REPAM: repam.org.br
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SEGUNDA EDIÇÃO DO VOZ DA AMAZÔNIA É LANÇADA
Novos vídeos começam a ser divulgados nessa semana pela Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM-Brasil na série “Voz da Amazônia”. A segunda edição do projeto traz diferentes Novos vídeos começam a ser divulgados nessa semana pela Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM-Brasil na série “Voz da Amazônia”. A segunda edição do projeto traz diferentes perspectivas do Sínodo para a Amazônia e suas implicações na vida da Igreja da região, a partir das diversas vozes das pessoas daquele território e assessores da Rede. Os 32 vídeos da série, que serão postados por blocos ao longo das próximas semanas, foram produzidos em parceria com a Verbo Filmes e a Agência Católica para o Desenvolvimento no Exterior/CAFOD. As vozes foram gravadas em atividades realizadas pela REPAM. De acordo com Ir. Maria Irene Lopes, secretaria executiva da REPAM-Brasil, as escutas realizadas ao longo de todo o processo sinodal fizeram com que se retomasse o projeto, agora, na perspectiva de visibilizar, para todo o mundo, os gritos, sonhos e anseios da Igreja daquela região. “É importante que nós, como REPAM, façamos com que essas vozes sejam ouvidas fora da Amazônia”, destacou Ir. Irene. O “Voz da Amazônia” foi lançado em novembro de 2017. O Projeto surgiu durante as coberturas dos Seminários Laudato SI’, promovido pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e com o apoio do Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na Amazônia Legal. Os novos vídeos podem ser conferidos na página da REPAM ou no canal do Youtube da Rede.
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AJURI AMAZÔNICO DIVULGA CARTA DE PRINCÍPIOS
Participantes do I° Ajuri Amazônico publicaram hoje (09/07) uma carta princípios, resultado da semana de estudos e reflexões sobre Sínodo para a Amazônia. Compromisso com os povos da floresta, com a realidade urbana, com o protagonismo das mulheres e com o bem viver estão entre os 12 itens elencados pelo grupo de 80 participantes da atividade. Inspirado na proposta do Curso de Verão, organizado pelo Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular/CESEEP de São Paulo, o Ajuri foi realizado entre os dias 01 e 07 de julho, no Instituto de Teologia, Pastoral e Ensino Superior da Amazônia/ITEPS, em Manaus, e buscou aprofundar a reflexão sobre o Sínodo nos campos bíblico, teológico, pastoral, sobre as questões ecológicas e sociais emergentes, por meio da metodologia da Educação Popular. “O Ajuri marca historicamente nosso fazer conhecimento e nosso fazer teológico de modo participativo, dentro de uma metodologia descolonial, para que possamos amazonizar nossa vida e nossas realidades sociais, políticas e eclesiais”, afirmou o padre Ricardo Castro, assessor da REPAM-Brasil, diretor do ITEPES e um dos coordenadores do Ajuri. Ele destacou, ainda, a importante participação dos jovens, das mulheres e dos itinerantes da Amazônia nessa atividade que, de forma popular e lúdica, propiciou um grande aprofundamento.
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“Com as sabedorias indígenas e com a luta das mulheres inauguramos o novo da história em meios aos desafios de nosso tempo”, concluiu padre Ricardo. Lidiane Cristo, do Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental/SARES, também organizadora do evento, destacou a pluralidade de experiências dos participantes do Ajuri, bem como as partilhas de desafios e esperanças que foram levadas. “Acreditamos que o Curso de Verão Ajuri Amazônico foi espaço de diálogo, diversidade, integração, troca de conhecimento e, sobretudo, lugar onde foi possível aprofundar as questões mais relevantes sobre a Amazônia”, afirmou Lidiane. Os sete dias de atividades foram divididos em seis temas e vinte e quatro oficinas. O Ajuri Amazônico foi organizado pelo ITEPES, Rede Eclesial Pan-Amazônica/ REPAM-Brasil, Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental/SARES, Faculdade Dom Bosco, Arquidiocese de Manaus, Comunidades Eclesiais de Base/ CEBs e Centro de Estudos Bíblicos/CEBI. Leia o texto da Carta de Princípios do Iº Ajuri Amazônico:
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Carta de Princípios do 1º Ajuri Amazônico – 01 a 07/07/2019 Nós, participantes do 1º Ajuri Amazônico, daqui das margens do Rio Negro, no coração da Amazônia, saudamos com afeto as Irmãs e Irmãos da Amazônia e do Brasil, que sonham conosco com novos céus e nova terra, nas trilhas do Sínodo para a Amazônia, de atuar como Igreja Sinodal cuidando de maneira respeitosa e amorosa toda a criação! O Curso teve seus aspectos históricos, de como iniciou o projeto do primeiro Curso Ajuri Amazônico, que significa mobilização ou mutirão Amazônico. A inspiração desse curso veio do Curso de Verão de São Paulo, sendo que a proposta do Ajuri foi sete dias, que foram divididos em seis temas e vinte e quatro oficinas, dentro da metodologia da Igreja católica, o Ver, Discernir e Agir. O Curso teve por objetivo: aprofundar a reflexão sobre o Sínodo para e com a Amazônia no campo bíblico, teológico, pastoral, sobre as questões ecológicas e sociais emergentes, privilegiando-se a metodologia da Educação Popular. Nós do Curso Ajuri Amazônico, nos comprometemos: 1. Com os povos da floresta, a conhecê-los e apoiar suas lutas, porque são eles que protegem nossas matas e são os verdadeiros guardiões e guardiães da floresta; 2. Com a Amazônia urbana, pois queremos trabalhar juntos com as comunidades, as políticas públicas urbanas como planejamento, saneamento básico, saúde, educação e os processos migratórios; 3. A partir deste Ajuri, queremos resgatar, reler e compreender para melhor atuar, a memória histórica do Brasil e da Amazônia. Beber desta história de resistência contra a servidão e a escravidão, como foi a Cabanagem. Precisamos adentrar na compreensão e vivência das Mitologias Indígenas e na dinâmica de vida de nossos povos, para cultivar e aprofundar uma espiritualidade indígena e cristã; 4. Queremos ser uma Igreja com um jeito Amazônico, que o Papa Francisco sonha com a gente; 5. Convocamos todas as juventudes da Amazônia, para a participação cidadã na luta por políticas públicas adequadas e efetivas que respondam as necessidades no âmbito da saúde, educação, emprego e segurança; 6. Propiciar a juventude possibilidade de se educar para um protagonismo na busca de soluções na área eclesial e social, tendo a arte como um dos meios para gerar consciência e processos emancipatórios; 7. Comprometemo-nos também a ver e escutar as juventudes, principalmente as juventudes indígenas; 8. Queremos, a partir desse Ajuri, nos comprometer com o protagonismo das mulheres que vêm assumindo seu lugar de fala na Igreja e na sociedade, que sejam reconhecidas e valorizadas em suas ações e projetos emancipatórios; 9. Fazer uma leitura bíblica que reconheça a terra, como herança de Deus, terra de todos e todas nós. Essa Terra que é a nossa grande Maloca. Isso significa apoiar e se fazer presente nos movimentos de cuidados (com amor) dos territórios simbólicos e de vida para os povos urbanos e ribeirinhos; 10. A crescer e cultivar uma teologia e uma espiritualidade a partir das relações complexas da vida, das interdependências e das redes que nos ajudam a compreender que o ser humano é a própria terra, que supere espiritualismo individualista e nos ajude a tecer comunidades cristãs mais ecológicas. Deixemo-nos Amazonizar; 11. Com a Ecologia da Laudato Sí, perceber a Florestania dentro de nós, para olharmos melhor o compromisso com a Ecologia Ambiental, Ecologia Econômica (respeitando o processo de descanso da Terra), Ecologia Social, Ecologia Cultural e Ecologia Urbana; 12. Com o princípio do bem viver, bem comum e da justiça. AMÉM! AXÉ! AUERE! ALELUIA! ALELUIA! ALELUIA! Reflexões, discernimento e consensos marcaram
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BISPOS SE PREPARAM PARA O SÍNODO DA AMAZÔNIA EM SEMINÁRIO
Reflexões, discernimento e consensos marcaram o Seminário de Estudo do Documento de Trabalho do Sínodo para a Amazônia que terminou no final da tarde dessa quinta-feira (18), em Brasília. Com o objetivo de assessorar os bispos para compreender melhor os desafios e potencialidades do Sínodo, a atividade foi organizada pelo Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular/CESEEP e pela Rede Eclesial Pan-Amazônica/ REPAM-Brasil. Durante os três dias de atividade, iniciados na última terça-feira (16), os participantes puderam aprofundar as temáticas discutidas no Instrumentum Laboris, bem como identificar as possíveis carências e imprecisões no texto. Ainda, os bispos participaram de oficinas de texto como preparação das aulas sinodais, que ocorrerão na assembleia de outubro, no Vaticano. O Seminário de Estudo está dentro de um caminho de reflexões em preparação para o Sínodo, iniciado em janeiro desse ano por diversas instituições que auxiliam os bispos. De acordo com Moema Miranda, assessora da REPAMBrasil, depois do encontro de teólogos promovido pela REPAM, do encontro da Rede Ameríndia, a atividade desses dias foi um grande marco. “A presenta dos especialistas e das especialistas deu muita força com a consciência de que são os bispos agora. É deles agora a tarefa, mas não estão sozinhos, eles contam com a nossa oração e também com toda a nossa ajuda”, completou Moema. Dom Canísio Klaus, bispo de Sinop, no Mato Grosso, avaliou como positiva a metodologia de trabalho e o aprofundamento que foi feito no Seminário. “Ele agregou
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as novidades, sobretudo dos encaminhamentos para o Sínodo, e também de estudo e de compromisso de preparar bem a nossa participação ativa na assembleia sinodal”, afirmou Dom Canísio. Durante a atividade, o presidente e o secretáriogeral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil/CNBB passaram pelo Seminário e manifestaram apoio ao processo sinodal, e os dois vice-presidentes da CNBB participaram de todo o evento. “Esse desejo de encontrar saídas e soluções, ou indicações para a evangelização no território da Amazônia, acho que esse esforço desses três dias em torno dessa busca caracterizaria esses dias”, destacou Dom Jaime Spengler, 1º vice-presidente da CNBB. Além dos brasileiros residentes na Amazônia, o Seminário reuniu participantes de outras regiões do país, de outros países da Pan-Amazônia e de outras igrejas cristãs. Os pastores luteranos Roberto Zwetsch e Romi Bencke, secretária-geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil/CONIC, participaram do Seminário de Estudo. “Fiquei muito alegre com o convite e muito honrado. A aula sinodal para mim já começou. Fiquei muito feliz de conhecer os bispos presentes e esse grupo fantástico de assessores e assessora. Saio daqui muito esperançoso, mesmo sabendo das dificuldades do processo”, afirmou o pastor Roberto. Ao final do encontro, os participantes elencaram possíveis estratégias, ações e os próximos passos que serão dados até a realização do Sínodo, em outubro.
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AMAZÔNIA COMO PRIORIDADE MISSIONÁRIA
Dom Joel Portella, secretário-geral da CNBB, sonha que a Igreja do Brasil assuma mais a Amazônia como prioridade para a missão. Ele esteve na última semana no Seminário de Estudo do Documento de Trabalho do Sínodo para a Amazônia e na ocasião conversou com a equipe da REPAM-Brasil sobre o Sínodo, as discussões sobre os ministérios e os sonhos que tem, a partir do Sínodo, para a Igreja do Brasil. Confira a entrevista. Quais as contribuições o Sínodo para a Amazônia oferece para a Igreja, em especial no Brasil? É um Sínodo muito diferente de todos os que já vivemos na Igreja até agora, embora nós tenhamos Sínodos, por exemplo, para a América, para a Europa, para a Oceania. Nós temos hoje um Sínodo que tem uma marca transnacional, que pega uma região que é ecológica, que é cultural, que é humana. Eu diria que uma primeira grande contribuição que o Sínodo da Amazônia fornece é essa nova forma de compreender a realidade que nos interpela. É uma realidade que não está circunscrita a um horizonte geográfico, político, sociopolítico, a um país, não está circunscrita a uma cultura, porque são inúmeras culturas presentes, mas ela está desafiando o Evangelho nessa nova compreensão de realidade em que está. Para mim, é a maior contribuição. Como seria uma Igreja com rosto Amazônico? Eu não conheço a realidade amazônica a esse ponto, mas eu pergunto, mais do que afirmo: não seria uma Igreja com rostos amazônicos? Porque, por exemplo, aí é a minha área, nas grandes cidades você não pode falar de um rosto urbano, você tem que falar rostos urbanos. Mesmo comparando as duas maiores cidades, ou três, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, as três maiores cidades do Brasil, você dizer assim: é o mesmo rosto urbano… agora convivendo em Brasília, digo que não, não é. É diferente São Paulo. É diferente Rio. É diferente Brasília.
Créditos de fotos e imagens Arquivo REPAM-Brasil CNBB
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Eu diria que a grande beleza do Sínodo vai ser encontrar caminhos em rede, que é a grande palavra hoje, que ajude a gente a perceber, na diversidade cultural, humana, de relações com a natureza, de relações com a criação, encontrar caminhos para costurar tudo isso. Eu fico imaginando alguém da periferia de Manaus e alguém que vive em contato direto com a floresta: um é asfalto e todas as sequelas e mazelas da cidade, o outro vive a situação da floresta, do meio mais natural. Eu fico em dúvida, me pergunto se dá para falar do mesmo rosto, se dá para falar da mesma realidade, tem que encontrar um patamar comum. Uma das questões que estão sendo levantadas nas discussões sobre o Sínodo está relacionada aos ministérios, ordenação de homens casados e novo espaço para as mulheres. Em relação a esse assunto, o que o senhor vislumbra com o Sínodo? Eu diria que Igreja da Amazônia pode contribuir, que o Sínodo pode contribuir, com o reconhecimento de que é uma Igreja altamente ministerial, com diversos serviços, com diversos ministérios. Não é possível você pensar o momento evangelizador atual sem pensar também a questão da ministerialidade. Isso é tranquilo e ninguém discute. A Igreja no Brasil tem uma experiência ministerial fantástica. Não apenas no ministério ordenado, mas nos diversos outros ministérios. Por exemplo, eu me lembro muito bem disso, quando aconteceu a Conferência de Aparecida, se não me falhe a memória, no número 99 ela vai agradecer a Deus uma série de situações, e ela agradece a Deus a presença dos inúmeros ministérios. Eu diria que Igreja da Amazônia pode contribuir, que o Sínodo pode contribuir, com o reconhecimento de que é uma Igreja altamente ministerial, com diversos serviços, com diversos ministérios. Outras questões são muito amplas, são muito grandes, e aí a gente vai ter que medir muito até que ponto nós temos pernas para dar esse passo. A partir do Sínodo, qual é o sonho do senhor para a Igreja da Amazônia e para a Igreja do Brasil como um todo? Que a Igreja no Brasil assumisse mais a Amazônia como uma prioridade missionária. Nós estamos quase no mês missionário extraordinário que vai ser concomitante ao Sínodo, por que não a região Amazônica ser aquela opção do Brasil em termos missionários? Porque, afinal de contas, na Igreja ninguém é estrangeiro. Então, eu diria, assim, que se cada missionário pudesse ir à Amazônia fazer a sua experiência, quando ele volta, ele volta diferente. São nossos padres das nossas dioceses, quando vão, eles voltam diferente de terem aprendido, de terem convivido outro tipo de relação. Se o Brasil, missionariamente, acolhe a Amazônia como um todo a gente ganha muito, o Brasil inteiro ganha, há um intercâmbio muito grande.
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