Rd abril 2014

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ABRIL/2014

Santo André faz 461 anos

Carlos Grana quer qualificar melhor os gastos

Mauá abre gestão da água para empresas

Greve provoca discussão sobre destino do lixo


Editorial

Abril/2014

Jornalistas e editores responsáveis: Airton Resende - Mtb 16.372 airton@reporterdiario.com.br Maria do Socorro Diogo - Mtb 16.283 msdiogo@reporterdiario.com.br Reportagem: Leandro Amaral leandroamaral.jornalista@gmail.com Luan Siqueira luan@reporterdiario.com.br Tiago Oliveira tiago@reporterdiario.com.br Brenno Souza brenno@reporterdiario.com.br Caio Soares caio@reporterdiario.com.br Diagramação: Flória Napoli

Vista do Paço de Santo André, que comemora 461 anos no dia 8 de abril

Projeto gráfico: Rubens Justo

Olhares de Santo André A

Fotos: Banco de Dados RD, Du Merlino, Norberto da Silva/PMSA, Marcos Bezerra/Futura Press, Pedro Diogo, Rodrigo Lima e Divulgação.

celebração dos 461 anos de Santo André, comemorado no último dia 8 de abril, suscita a realização de balanços e desperta olhares clínicos sobre a cidade. A tendência, nestas datas festivas, é sempre mostrar as boas notícias. Mas é impossível deixar de cobrar dos gestores a solução das diversas demandas do cotidiano. O RD entrevistou, com exclusividade, o prefeito Carlos Grana e elaborou matérias especiais sobre diversos pontos da gestão, iniciada em janeiro de 2013. O chefe do Executivo crava que já realizou 25% do plano de governo e diz que vai deixar um legado no quesito mobilidade, caso consiga realizar intervenções urbanas, como a construção de viaduto que ligará a avenida Prestes Maia ao bairro Santa Terezinha, a implantação de um anel viário entre a divisa de São Bernardo e o terminal rodoviário da vila Luzita, além de apostar no incentivo da constituição de um novo Centro a partir da nova estação ferroviária, nos arredores da antiga Parada Pirelli. Esta edição também traz um apanhado do cenário político da região, às vésperas do pleito do próximo dia 5 de outubro. Além dos acontecimentos mais importantes das últimas semanas dos sete municípios, não

só na política, mas na realidade dos cidadãos como a greve de oito dias dos coletores de lixo. A paralisação serviu para mostrar a importância do trabalho destes profissionais e, principalmente, mas a triste realidade de quanto lixo cada cidadão produz diariamente e a falta de espaços apropriados para sua destinação. Não basta ter aterros ou áreas para literalmente jogar o lixo. É preciso pensar e praticar alternativas que sirvam para transformar os resíduos. Projetos existem neste sentido, como a usina de incineração discutida em São Bernardo, e o idealizado pela cidade de Mauá em parceria com Santo André. Faltam agora prazos concretos de quando tudo isso ganhará forma. Afinal, os aterros estão com os dias contados. Boa leitura das próximas páginas de conteúdo radicalmente regional, dos principais temas que interagem com os cenários dos quase 3 milhões de habitantes do ABC. Um olhar diferente dos fatos mais marcantes.

Capa: Monumento ao Trabalhador/ Tomie Ohtake, no Paço de Santo André. Foto: Rodrigo Lima Departamento Comercial: Claudia Polimeni comercial@reporterdiario.com.br Tecnologia: André Resende resende@gmail.com Suporte: Pedro Diogo Endereço: Rua Álvares de Azevedo, 210 Conjuntos 41/42 - Centro Santo André - SP - CEP 09020-140 Tels.: 11 4436-3965 - 4427-7800 Internet: www.reporterdiario.com.br www.twitter .com/reporterdiario É proibida a reprodução do conteúdo sem prévia autorização por escrito dos editores. A Revista RD Ideias não se responsabiliza pelos conceitos e informações emitidos nos artigos de terceiros.

Tiragem auditada por:

Airton Resende Diretor do Jornal Repórter Diário



Indice

Abril/2014

Rompimentos de adutora de água se tornaram menos frequentes em Mauá

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EDITORIAL - Olhares de Santo André

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RADAR - Não vou interferir na direção da Câmara, diz Grana

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RADAR - São Caetano anuncia Pacotão

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ENTREVISTA - Carlos Grana quer concentrar foco na qualidade

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OPINIÃO - População elogia parques, mas reclama da saúde

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POLÍTICA - Mauá abre gestão da água para iniciativa privada

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POLÍTICA - Átila aponta eficiência como grande legado na Sama

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CIDADES - Santo André avança com indicadores de desenvolvimento

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EDUCAÇÃO - Cidade possui cerca de 5 mil analfabetos

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SAÚDE - Bairro Campestre terá Centro de Reabilitação até 2015

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MEIO AMBIENTE - ABC no meio do lixo

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SANEAMENTO - Semasa planeja tratar 70% do esgoto já e 100% até 2016

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TRABALHO - Cidade foi sexta em ranking estadual de emprego

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LAZER - Paranapiacaba sedia Festival do Cambuci

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CINEMA - O Espetacular Homem Aranha 2 chega ao cinema

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ECONOMIA - Empresários aceleram para atender demandas da Copa

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ESPORTE - À espera de oportunidade, Picerni relembra Azulão

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ARTIGO - Problema nas alturas com monotrilho


Política

Abril/2014

Não vou interferir na escolha da direção Câmara, diz Grana O

será mais tranquila”, revela. Por ser um ano eleitoral, a pauta em plenário será recheada por discursos partidários e apoios. O projeto que vai gerar maior impacto será enviado no segundo semestre. “Este ano, o mais importante é o Plano Diretor. Vamos adequar a cidade. Eu fiquei muito preocupado quando vi que a avenida dos Estados, por exemplo, tem local de moradia. Lá é local de atividade produtiva e nós precisamos orientar a atividade econômica’, diz Carlos Grana. Participação - Terminado o expediente oficial na Câmara de Santo André, em 2013, os 21 vereadores receberam em seus gabinetes 49.171 moradores ao longo do ano. Se comparado ao ano anterior, quando 51.203 pessoas estiveram na Casa, houve queda. Porém, deve ser levado em conta o fato de 2012 ter sido ano eleitoral, momento em que as pessoas naturalmente se envolvem mais com a política. O número foi comemorado pelo presidente da Câmara, Donizeti Pereira. Embora não tenha nenhum levantamento específico sobre a presença de munícipes nos dias de sessão - terça e quinta -, o parlamentar afirma que houve, nitidamente, uma procura maior da população pelas discussões em plenário. “Em todas as sessões tivemos grande presença nas galerias da Casa. Isso mostra que aumentou o interesse”, avalia.

prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT) não pretende interferir na escolha do novo presidente do Legislativo, processo que marcará a virada do biênio na Casa. Grana alega que está cedo para discussão do assunto. “A minha orientação é não interferir. Mesmo se elegendo um vereador que não me apoiou, eu tive um ótimo relacionamento’, diz o petista ao se referir ao fato de Donizete Pereira ter sido eleito com os votos fora da chamada base de apoio. Na eleição da atual Mesa Diretora, em janeiro de 2013, Carlos Grana apoiou a indicação do correligionário José Montoro Filho, o Montorinho. O prefeito salientou que a atual situação de governabilidade na Casa se deve ao fato de manter agenda frequente com os vereadores. “Eu fui o prefeito que mais esteve na Câmara para levar projetos, debater ou participar de solenidades. Tenho convidado os vereadores para inaugurações e, com isso, fomos mudando o cenário de minoria’, afirma. A presença efetiva do Executivo foi um gesto para a vereança de que o Paço está aberto ao diálogo. O fato simbólico foi necessário, pois nos primeiros meses o governo encontrou dificuldades em articular o apoio da maioria na Casa. Já na primeira sessão, dia 1º de janeiro, o governo perdeu ao ver um vereador sem o seu apoio conquistar a principal cadeira. Na sequência, o mesmo G-12 (Grupo de 12 vereadores) - que elegeu Donizeti Pereira (PV) - deu as cartas no plenário o que obrigou o Executivo a destinar mais atenção aos pares no intuito de construir uma base sólida, ou seja, a maioria para obter governabilidade. No ano passado, 70 projetos do Executivo foram aprovados, dos quais 50 só no segundo semestre. O número de matérias aprovadas, cuja iniciativa partiu da vereança, foi significativo: 40 contra 22 em 2012. Se somadas às proposituras (requerimentos, indicações, etc) o número total chega a 6.279. “Nosso relacionamento é de independência, mas de respeito. Aquilo que é bom para a cidade, nós votamos a favor”, destaca o presidente Donizete Pereira. Projetos - Segundo o prefeito, os projetos mais relevantes foram enviados para os vereadores ainda em 2013. “Este ano a pauta

Prefeito orienta comissionados sobre a campanha eleitoral Carlos Grana revela que terá participação ativa na campanha eleitoral de outubro, quando serão escolhidos presidente, governador, senador e deputados – estadual e federal em todo o País. O prefeito adianta que vai trabalhar pelos seus apoiados fora do horário de expediente e que tem buscado alertar os comissionados sobre o assunto. ”Vou ter cuidado com o uso dos equipamentos públicos e estou orientando todos os departamentos”, diz. 5

Casa das Leis, em Santo André, aprovou 70 projetos do Executivo no ano passado


Radar

Abril/2014

Aécio Neves se encontrou com nomes da política regional

Sem prefeitos, Aécio reúne lideranças no ABC

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pré-candidato do PSDB à Presidência da República, o senador mineiro Aécio Neves, esteve em São Caetano no início de abril. Na bagagem, o tucano trouxe a missão de ampliar a visibilidade no reduto paulista, mais especificamente na região marcada pela presença do ilustre morador, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar de reunir líderes do PSDB, como o senador Aloysio Nunes, os deputados tucanos da região – William Dib (federal) e Orlando Morando (estadual) -, faltou prefeito tucano. O único gestor municipal da sigla na região, Gabriel Maranhão, prefeito de Rio Grande da Serra, não compareceu devido a um show na capital paulista. Aécio prometeu voltar!

Lula receberá título dia 30 E por falar em Lula, o petista estará em Santo André, no dia 30 de abril, para receber o título de cidadão andreense. A agenda, que ocorrerá no Teatro Municipal, promete ser concorrida, tendo em vista a imagem de maior cabo eleitoral. Na mesma semana, o pré-candidato a governador pelo PT, Alexandre Padilha, também estará na região.

Kiko em Ribeirão? Durante entrevista exclusiva ao RD, o ex-prefeito de Rio Grande da Serra, Adler Kiko Teixeira (PSC), revelou que cogita a possibilidade de disputar a Prefeitura de Ribeirão Pires na sucessão municipal de 2016. Tudo vai depender do desempenho eleitoral deste ano, quando disputará uma cadeira como deputado federal.

Marinho quer ampliar parcerias O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), fez viagem internacional com o objetivo de ampliar as parcerias, principalmente na área da Defesa. Marinho esteve em Israel e trouxe na bagagem boas perspectivas de ações concretas. O prefeito foi o principal responsável pela escolha dos caças suecos no processo de compra feito pela FAB. Eder Xavier fora do PCdoB O vereador e ex-secretário de Esportes, Eder Xavier, deverá sair do PCdoB de São Caetano. A direção da sigla e Xavier não mais falam a mesma língua. Conhecido pela postura polêmica, o parlamentar deverá ingressar numa legenda integrante da base aliada do prefeito Paulo Pinheiro (PMDB). Dizem que o vereador já descartou o PMDB.

Regina perde mandato na Assembleia O ABC conta agora com apenas cinco deputados estaduais. A região elegeu sete, porém, Carlos Grana e Donisete Braga foram eleitos prefeitos de Santo André e Mauá, respectivamente. A deputada Regina Gonçalves (PV) foi a última baixa. Era suplente do Edson Giriboni, que foi alçado pelo governador para a Secretaria de Saneamento.

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Ex-prefeito não será chamado em CPI Por enquanto, os integrantes da CPI da Craisa não enxergam motivos para convocar o exprefeito de Santo André, Aidan Ravin (PSB), a depor. “Se eventualmente for necessário, vamos chamar. A CPI tem este poder. Mas, por enquanto, não pensamos nisso ainda”, diz o vereador petista Montorinho.


Abril/2014

São Caetano anuncia pacotão S

ão Caetano anunciou pacote de ações para turbinar os pontos mais criticados pela população: a saúde e a segurança. As medidas vão desde a equipagem de hospitais até a melhoria da infraestrutura de todos os serviços do setor (centros de especialidades e unidades básicas de saúde (UBSs). O pacote de benfeitorias à área é denominado Saúde Avançando. O prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) explicou que o conjunto de ações a ser adotado oferecerá melhores condições aos munícipes e aos profissionais. “A Saúde é um setor que não pode parar e deve receber aperfeiçoamento constante”, enfatizou. As ações começaram a serem implementadas no dia 7 de abril, com o princípio dos trabalhos de revitalização dos próprios municipais de Saúde. O Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), no bairro Boa Vista, e a UBS Amélia Richard Locatelli, no bairro Santa Maria, são os primeiros a receber as intervenções, de acordo com cronograma pré-estabelecido do Paço. Pinheiro disse que, com as obras, a intenção é uniformizar todos os postos, no que diz repeito às questões de acessibilidade, pintura e disposição dos locais. “Também ministraremos treinamentos aos funcionários, no intuito de aperfeiçoar o atendimento”, completa Mário Chekin, secretário de Saúde do município.

No Hospital de Olhos Dr. Jayme Tavares, bairro Oswaldo Cruz, São Caetano inaugurou o Centro Cirúrgico de Oftalmologia Neusa Bassetto. O espaço tem capacidade para realizar cerca de 300 procedimentos por semana, entre os quais de catarata e glaucoma, O município também equipou o Hospital São Caetano com aparelho de ultrassonografia, com a capacidade à realização de 528 exames por mês, como doppler e ultrassom transvaginal. Cedido gratuitamente à cidade por meio de parceria com a Associação de Beneficência e Filantropia São Cristóvão, o equipamento foi entregue oficialmente no dia 10 de abril.

Operação Delegada encabeça lista com mais demandas

Paulo Pinheiro diz que a ideia é padronizartodos os postos

Na segurança, o pacote aponta para adesão de São Caetano à Operação Delegada da Polícia Militar, realização de concurso público para a contratação de 50 guardas civis, reformulação da atividade diferenciada da GCM - com a gratificação passando de R$ 125 para R$ 158 por jornada, e o limite de plantões mensais passando de quatro para 10, renovação e aumento da frota, passando de 37 para 50 viaturas e compra de armas de munição para GCM - 367 pistolas calibre 380 e 12 espingardas calibre 12. O pacote inclui, ainda, compra de fardamento para todos os GCMs, após quatro anos, novo refeitório da GCM, transferência do canil da GCM para a avenida Guido Aliberti, revitalização de todas as sete bases da GCM, aquisição de rádios HTs para a GCM, entrega de subvenções para a PM e Polícia Civil, revitalização da sede da Terceira Companhia, revitalização do Segundo DP, manutenção da base da PM e do Primeiro DP. Além disso, serão iniciados estuos para reformulação do sistema de monitoramento por câmeras.

Albert Sabin - No dia 8, teve início o funcionamento do novo tomógrafo do Hospital Municipal de Emergências Albert Sabin, situado no bairro Santa Paula. O equipamento é um aparelho modelo 470 s, da Philips. Chekin explica que os exames de tomografia de alta complexidade serão concentrados no Sabin, embora o município tenha aparelho semelhante também no Hospital Maria Braido. “Entretanto, com o novo tomógrafo, será agilizado diagnóstico”, observa.

Novo tomógrafo começou a funcionar no Albert Sabin

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Entrevista

Abril/2014

Prefeito Carlos Gana, concede entrevista exclusiva a Leandro Amaral e Airton Resende, do RD

Carlos Grana quer concentrar foco na qualidade dos gastos A

poucos dias de Santo André completar 461 anos - faz terça-feira (8) -, o prefeito Carlos Grana (PT) definiu a redução dos custos como prioridade para o segundo ano de mandato. Sem ter minimizado o problema da dívida, atribuída ao gestor passado, o prefeito cita a necessidade de discutir com a população o financiamento do município. Carlos Grana pretende aproveitar o debate das 20 plenárias do Orçamento Participativo, em maio, para discutir o assunto. “Discutir quanto custa o cotidiano da cidade e o que precisamos tomar de medida para melhorar o orçamento, além de melhorar a fiscalização e diminuir custos”, diz. Ao descartar imediatamente a possibilidade de aumento linear dos impostos, como IPTU, Grana afirma que vai corrigir distorções. “Vamos ser mais eficientes na arrecadação do ISS, ampliar o ICMS. É possível também melhorar a qualidade do gasto público. Não vou cortar ninguém, mas podemos, por exemplo, reduzir uma série de contratos que temos hoje de alugueis”, afirma o prefeito petista. Para isso, o prefeito aguarda a definição da Justiça para liberar o antigo terreno da Rhodia. Com o aval, Grana deve alocar na área secretarias e departamentos hoje sediados em locais que custam aluguel, como as pastas de Obras, Trabalho e Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia.

Abaixo seguem outros pontos abordados pelo prefeito Carlos Grana durante entrevista exclusiva ao RD. Foi uma hora de conversa no gabinete que contou com a visão do petista sobre diversos temas do cotidiano da cidade. A entrevista também pode ser vista na íntegra no site do RD – www.reporterdiario.com.br e, ainda, na revista RD Ideias que sai ainda este mês. Marcas da gestão – “Nós inovamos. A realização do PPA, Plano Plurianual, retomando a participação popular, talvez seja a maior marca. Tivemos até participação das crianças. Isso é ousadia. Abrir a cidade aos mais jovens. Retomamos também símbolos, como Casa do Olhar, Casa da Palavra, Teatro, Estádio Bruno Daniel, primeira passarela ecológica do ABC, além de implantarmos o Bilhete Único, GPS nos ônibus e metade da frota acessível aos deficientes”.

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Faixas exclusivas de ônibus – “A ideia é ampliar com o cuidado de saber que a cidade não está preparada para isso, porque muitas ruas são estreitas. Fizemos ajustes na rua Carijós, vila Linda. Vamos aguardar mais. Mostrou resultado já, como na avenida Santos Dumont, mas não vamos nos precipitar com isso”.


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Política

Abril/2014

Reunião do PPA em2013, plano que é a marca da gestão Carlos Grana

Mobilidade – “A vinda do Metrô nos trará quatro estações em Santo André – Palmares, Fundação, Bom Pastor e Atlântica. Isso vai mudar itinerários e movimentação. Ao invés de o cidadão vir para o Centro da cidade vai direto ao Metrô. Vamos sair da lógica bairro centro, pois vamos ter um circuito de mobilidade. Isso será um legado. Vamos ter um novo centro – na Cidade Pirelli - na cidade até resgatando um projeto do Celso Daniel [ex-prefeito]. Mas não vamos esquecer ou abrir mão do centro atual”.

bramos de 11 para 22 unidades o Samu. Estamos retomando obras para concluir 75 leitos na vila Luzita, além das três UPAs [unidades de pronto atendimento] – Bangu, vila Luzita e PA Central. Copa – “Nós vamos ter momento de acompanhar os jogos. O Paço vai se transformar num grande palco com telões. Vamos buscar atrair turistas e visitantes e estamos tratando com a rede hoteleira. Santo André é mais próximo do Itaquerão do que o Centro de São Paulo. Vamos fazer roteiro de visitação de tour pela cidade e região. Temos o primeiro estádio do Brasil projetado em Paranapiacaba, por exemplo”.

BID – “A decisão está no Banco Interamericano de Desenvolvimento. O pedido é ousado, de 125 milhões de dólares. A principal obra é constituir o viaduto no bairro Santa Terezinha, principal gargalo da cidade. Com o ok do banco, se abre o processo de apresentação do projeto executivo e damos início ainda neste mandato”.

Eleição - “No processo eleitoral eu tenho lado. Vou apoiar a Dilma Rousseff, Alexandre Padilha, Vanderlei Siraque e o Luiz Turco, além do Suplicy. Não vou fazer campanha fora daquilo que a legislação permite. Estou orientando todos os departamentos para saber como se portarem”.

Precatórios – “Estamos pagando em dia. Nós pagamos 3,27% mensal do orçamento líquido e, agora, pagamos 3,87%. Isso corresponde a mais R$ 1 milhão por mês. Pagamos R$ 50 milhões em 2013 e vamos pagar R$ 60 milhões em 2014”.

Legislativo – “Não tenho do que me queixar. E com diálogo, aproximação, visitas, prestigiando os vereadores, nós criamos um ótimo relacionamento. Tanto que os 70 projetos foram aprovados. Por se tratar de ano eleitoral a temperatura, claro, será elevada e isso é normal. O Plano Diretor é o principal projeto a ser enviado para os vereadores. Será encaminhado no segundo semestre. Precisamos apontar as áreas para não crescer de forma desorientada. A avenida dos Estados tem de atrair atividade produtiva e não moradia. Precisamos orientar a atividade econômica”.

Usina de incineração do lixo – “Um dos 17 desafios de campanha era recolocar o aterro em sua total capacidade. Isso nós conseguimos através do Semasa, requalificando o aterro, reduzindo nosso custo pela metade, pois não precisamos mais utilizar Mauá. A ideia da parceria de transformar o resíduo em energia e dispor para a industria é fundamental. Mauá está tocando e nós apoiamos Mauá tem 400 toneladas de resíduos e Santo André quase o dobro. O aterro tem vida curta e eu estou olhando não só para este mandato. A usina é algo de 500 milhões por isso não é da noite para o dia”.

Secretariado - “É a única Prefeitura do ABC que não trocou secretários. Cada um tem sua autonomia, mas nós acertamos na escolha. É um governo plural. Talvez a gestão que mais se abriu. Essa pluralidade faz o governo ir muito bem”.

Poupatempo – “Não vai ser no cronograma que a gente imaginava, ou seja, ainda neste semestre, mas vai sair neste ano ainda. Vocês sabem, no poder público o processo é mais lento”. Saúde – Foi a área que mais avançou e a Saúde é também o maior desafio. Investimos 30% do orçamento municipal. Ampliamos o número de leitos de UTI no CHM [Centro Hospitalar Municipal]. Do-

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Paixões - “Sou um torcedor pé quente. Nos jogos que eu vou no estádio, o Santo André vence. Estou na expectativa de o Ramalhão subir no Paulista e vamos decidir no clássico contra o São Caetano. Espero a subida do Santo André e o título do Santos contra o Ituano”.


Opinião

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População elogia parques, porém reclama dos serviços de saúde Santo André completou 461 anos dia 8 de abril. Para saber a opinião do munícipe sobre o que gosta e poderia melhorar na cidade, a RD Ideia foi às ruas e obteve alguns depoimentos. Os parques são a melhor parte na visão de quem vive no município, enquanto a saúde ganha entre as reclamações.

“O transporte não está 100%, mas é um ponto a se destacar no município. De negativo, eu acredito que a educação é o problema. Quando eu estudei, o ensino era muito melhor, nosso sistema está muito fraco, deixa a desejar”. João Torres, 48 anos

“Nasci aqui, é a minha cidade! Santo André tem tudo o que eu quero e preciso. Discordo de algumas coisas da Administração, mas estou contente. A reforma do Parque Celso Daniel não vejo necessidade, nem significado. Um detalhe ou outro sim, mas repaginar não”. José Bueno Lima, 76

“Falta em Santo André serviço de zoonose. Adotei um cachorro da rua semanas atrás e agora que estou me mudando para apartamento, não tenho para onde levar o animal. O que eu acho positivo é o transporte público. Vendi meu carro porque tenho labirintite e hoje só utilizo o transporte público”. Isabel Elisa, 69

“A saúde de Santo André cidade está precária, bem ruim, é uma vergonha. A população daqui precisa de mais atenção e cuidado na hora de escolher um dirigente”. Irene Ferreira

“Gosto muito do parque Sabina, pois é muito criativo e muito bom para as crianças. O que precisa melhorar em Santo André é segurança. Há violência, muitos ônibus sendo queimados e isso só prejudica a população”. Edna Marques, 45

“Os hospitais públicos de Santo André estão precários, pessoas são atendidas nos corredores, um absurdo. A cidade precisa acompanhar a evolução, a cidade cresceu e o governo não acompanhou o processo”. Osvaldo Cruz Rodrigues, 63

“Os parques de Santo André, como o Central, Sabina e o Celso Daniel são a parte boa. O lazer está legal. O maior problema é a saúde. Os hospitais deveram oferecer melhor atendimento para toda a população, principalmente idosos e crianças”. Rosemari Cristina Baldin, 45

“O Departamento de Cultura de Santo André me chama a atenção. A programação de eventos me agrada bastante. Agora a saúde está muito complicada. Faltam equipamentos e remédios no pronto socorro e precisamos de mais médicos nos hospitais”. Carlos Roberto Freitas, 63

“Interessante em Santo André é o comércio, tem bastante opção. Já de negativo, acho que o vandalismo e a segurança é uma coisa que tem colocado medo nas pessoas. Tenho duas filhas e sempre fico com a atenção redobrada quando estou com elas”. Claudia de Paula, 31

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POLÍTICA

Abril/2014

Donisete Braga convoca empresas a apresentarem soluções para Plano de Saneamento

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Mauá abre gestão da água para iniciativa privada terá neste novo contexto ficará mais claro depois que for encerrada a fase de apresentação dos estudos, nos próximos 60 dias. A pedido da prefeitura, a iniciativa privada vai apresentar, dentro de dois meses, modelos de gestão da distribuição de água em Mauá. É com base nesses estudos que a licitação da PPP será aberta. Os relatórios podem propor desde a extinção da Sama - hipótese já descartada pela prefeitura -, até uma gestão compartilhada da autarquia com uma empresa privada. “O modelo que não queremos fazer é o proposto pela Sabesp, onde a Sama seria extinta e os funcionários seriam migrados para a prefeitura ou então poderiam ser aproveitados por um período de 3 a 5 anos na própria Sabesp”, garante o prefeito de Mauá. O fato é que as funções da Sama serão esvaziadas, e por essa razão, há preocupação quanto ao futuro dos funcionários. Cerca de 90 profissionais concursados trabalham na autarquia.

distribuição de água na cidade de Mauá vai mudar de mãos. A prefeitura vai lançar uma PPP (Parceria Público-Privada) para que uma nova empresa passe a cumprir a função hoje exercida pela Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá). A avaliação da gestão Donisete Braga (PT) é que a autarquia municipal não tem condições financeiras de tocar sozinha os investimentos necessários para melhorar o serviço na velocidade que a prefeitura deseja. O diagnóstico é que o investimento privado vai trazer benefícios mais imediatos ao município. “Não podemos esperar 30 anos para ir fazendo os investimentos de acordo com a capacidade que a receita da Sama permita. Então a gente estrutura uma parceria com a iniciativa privada, que permite que a gente antecipe esses investimentos”, explica o secretário de Planejamento Urbano de Mauá, José Afonso Pereira. O prefeito de Mauá justifica a medida. “Estamos limitados hoje financeiramente. Vamos fazer um chamamento para as empresas apresentaram estudos, e mediante o que aprovamos na Lei de Saneamento no ano passado, a empresa que apresentar a melhor proposta poderá fazer a operação de saneamento no município”, explica Donisete Braga.

Quem assume - O grupo Odebrecht já demonstrou interesse em participar da PPP e assumir o lugar da Sama como responsável pela distribuição de água em Mauá. A Odebrecht conhece a fundo o município, porque a Foz do Brasil, responsável pela coleta e tratamento de esgoto na cidade, pertence ao grupo. Outra empresa que deve participar da disputa é a Sabesp, que tem interesse em expandir sua atuação pelo ABC. A companhia chegou a tentar costurar em Mauá um acordo semelhante ao assinado em Diadema, onde a Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) foi extinta e cedeu integralmente as funções para a empresa estadual.

Futuro da Sama - De acordo com a prefeitura de Mauá, a Sama vai continuar existindo. No entanto, na prática, a autarquia vai perder a sua principal função de existir, que é distribuir água para o município. Segundo a gestão Donisete Braga, o papel que a empresa

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Abril/2014

Átila aponta eficiência como grande legado à frente da Sama D

epois de 15 meses na superintendência da Sama (Saneamento Básico de Mauá), Átila Jacomussi elege a eficiência na prestação do serviço municipal de água como maior legado ao sucessor Paulo Sérgio Pereira. Entre as conquistas elencadas estão o fim do problema da falta de água – antes os rompimentos na adutora eram frequentes – e a valorização dos cerca de 180 servidores da autarquia. Para equacionar a questão dos constantes rompimentos da adutora, Jacomussi destaca que o fator preponderante foi a manutenção do sistema. “Nós substituímos peças que não eram trocadas há mais de 10 anos”, afirma. Atualmente, 98% da cidade conta com rede de abastecimento de água. “Nós assumimos com cerca de 93%,. O que ainda não tem hoje se deve ao fato de serem bairros localizados em área de proteção ambiental e, por isso, não podemos estender a rede. Porém, esses locais são abastecidos com caminhão pipa”, explica. Na valorização dos servidores, Átila aponta o aumento no valor do vale refeição. “Nós mais que dobramos. Passou de R$ 11 para R$ 25”, disse, ressaltando a troca da frota de veículos e o investimento na aquisição de novas máquinas e equipamentos aos trabalhadores, além da mudança na jornada de trabalho, principalmente para os funcionários com atividade externa, no sistema 12x36.

PAC - Outro ponto citado como fundamental é a obtenção de R$ 25 milhões, por meio do PAC Saneamento, parceria com o governo federal que vai possibilitar, entre outros ganhos, a redução da perda de água com vazamentos na rede. “Hoje o índice é de 40%. Com as obras, que começam em novembro, vamos em três anos fazer o índice cair para 23%. É uma vitória nossa junto com o prefeito Donisete Braga. Vamos reformular 70% de todo o sistema de abastecimento graças a verba do PAC”, diz. Átila ressalta que durante os 15 meses estabeleceu diálogo com a Sabesp. Apesar do bom diálogo, disse que há um equívoco na cobrança feita pela companhia estadual. “Nós instalamos macromedidores para sabermos o tempo e a quantidade de vazão no nosso município e, com nove dos 12 equipamentos já instalados, já registramos uma diferença de 30% no que entra de água e o que a Sabesp cobra”, comenta.

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Política - Átila Jacomussi deixou o comando da Sama para assumir a pré-candidatura a deputado estadual pelo PCdoB no pleito de outubro. Entre as bandeiras a serem defendidas, o ex-superintendente aponta o transporte como prioridade, por meio da interligação ônibus e trem, ampliação da gratuidade – a exemplo de São Paulo - para os idosos a partir de 60 anos no transporte coletivo, entre outros.

Átila Jacomussi diz aue resolveu os constantes rompimentos da adutora


Cidades

Abril/2014

Santo André avança com indicadores de desenvolvimento Leandro Prearo coordenou o novo estudo com base no último Censo IBGE

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anto André celebra 461 anos de emancipação com motivos para comemorar. Segundo dados de estudo elaborado pelo Instituto de Pesquisa da Universidade de São Caetano do Sul (Inpes-USCS), a cidade avançou, nos últimos anos, nos quesitos educação, Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios (IDHM) e renda per capita. Hoje Santo André ocupa o segundo lugar dos melhores índices em todo o ABC. O estudo, de acordo com o gestor do Inpes, professor Leandro Prearo, foi elaborado com base em dados fornecidos pelo último Censo do IBGE e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). No que tange o IDHM, Santo André aparece apenas atrás de São Caetano. Enquanto no município administrado por Paulo Pinheiro (PMDB) o índice é de 0,862, Santo André registra 0,815. Na educação, Santo André também fica em segundo lugar, com 0,769, enquanto São Caetano apresenta 0,811. “A variação vai de 0 a 1, sendo que as cidades que atingem um valor acima de 0,800 são consideradas com alto desenvolvimento”, reforça o gestor do Inpes. Na avaliação de Prearo, os dados refletem a evolução de Santo André nos últimos anos. “Todas as cidades do

ABC, na verdade, estão em desenvolvimento contínuo, mas Santo André conseguiu desenvolver políticas e desbancar São Bernardo nos principais índices”, destacou. “No quesito IDHM, principalmente, podemos destacar que diferente de São Bernardo, Santo André tem bem menos bolsões de pobreza, o que intensifica as diferenças sociais”, avaliou. Outro dado positivo para Santo André é que a cada bloco de 100 munícipes com 25 anos ou mais, 20 já concluíram o ensino superior. São Caetano aparece com a maioria dos graduados (31% da população). Depois de Santo André estão, respectivamente, São Bernardo, Ribeirão Pires, Mauá, Diadema e Rio Grande da Serra.

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Diaristas - Do total de domicílios de Santo André, 24,6% conta com empregada doméstica diarista. A cidade fica atrás apenas de São Caetano, com 25,8%. São Bernardo registra 17,3%, seguida de Diadema (4,2%), Ribeirão Pires (3,0), Mauá (2,5) e Rio Grande da Serra (1,0). Contabilizando os domicílios que têm empregada mensalista, o número cai, mas Santo André permanece em 2° lugar. Em São Caetano, o número chega a 6,5% dos domicílios, em Santo André, são 3,1%.


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Município tem maior proporção de posse de imóvel Quando o assunto é possuir um imóvel próprio, Santo André desponta no ranking regional. Segundo dados da pesquisa do Inpes, 83% das famílias da cidade compraram pelo menos um imóvel. São Bernardo fica em segundo lugar, com 81%, e São Caetano em terceiro, com 64%. “Os dados se justificam porque em São Caetano, dada a situação favorável da cidade, todos querem morar lá, mas nem todos têm condições financeiras de comprar um imóvel. Então, acabam alugando”, destacou Prearo. “Já Santo André, como tem muitas áreas periféricas e forte adesão ao programa Minha Casa, Minha Vida, consegue ter maior número de pessoas em posse de um imóvel”, explica o professor. Outro destaque é a renda média per capita de Santo André, que está acima da média nacional, que é de R$ 800,00. O município apresenta renda per capita de R$ 1.304,00, ficando somente atrás de São Caetano (R$ 2.044,00). Depois de Santo André, aparecem, respectivamente, São Bernardo, Ribeirão Pires, Mauá, Diadema e, por último, Rio Grande da Serra. “Santo André é a segunda no ranking do ABC pela economia pujante desenvolvida nos últimos anos, com forte industrialização”, considera o pesquisador.

71% dos domicílios possuem pelo menos um veículo Santo André é, hoje, a cidade com maior posse de veículos por domicílio entre as sete cidades do ABC. De acordo com a pesquisa do Inpes, 71% dos domicílios possuem pelo menos um veículo particular. Em São Caetano, o índice é de 69,5%. Já em São Bernardo, terceiro município na lista, o índice é de 68%. Para o gestor do Instituto de Pesquisas da USCS, Leandro Prearo, a dimensão territorial de Santo André e os problemas com transporte público estão relacionados ao grande número de domicílios com veículos. “Dá para pensar que Santo André é uma cidade grande do ponto de vista geográfico, e com problemas claros de transporte público, principalmente nas regiões periféricas. Eu creio que quem tem acesso – e a redução de IPI para automóvel, imposta pelo governo federal nos últimos anos ajudou nisso – à compra de um carro, certamente vai optar por comprá-lo. Até porque ainda há uma grande demanda por isso nas classes C e D”, justifica Prearo. Já em relação à posse de computadores com internet e TV de plasma, Santo André aparece em terceiro lugar no ABC. Antes de Santo André estão São Caetano e São Bernardo.

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Educação

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Cidade possui cerca de 5 mil analfabetos, segundo pesquisa Gilmar Silvério, secretário de Santo André, diz que houve avanços na área

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anto André avançou na educação – é segundo lugar no desenvolvimento da área, após São Caetano, segundo pesquisa elaborada pelo Instituto de Pesquisa da Universidade de São Caetano do Sul (Inpes-USCS) -, mas ainda possui muitos desafios. Um deles é ampliar o diálogo com o Estado para implantar o Sistema Único de Educação. Outra lição é trazer mais alunos para as salas de EJA (Educação de Jovens e Adultos) e, assim, combater o analfabetismo. Hoje há, aproximadamente, 15 mil analfabetos na cidade. É preciso combater a evasão nas salas de EJA, provocada por motivos, como trabalho e demandas da família. A educação integral para o ensino fundamental é outra tarefa que Santo André tem de realizar. O município possui 18 escolas municipais inseridas no programa Mais Educação, que oferece aulas em período mais extenso, de sete horas, para os estudantes do fundamental. O projeto atende 1,8 mil alunos e prevê ampliação. Com relação aos uniformes, grande problema neste começo de ano, Gilmar Silvério, secretário de Educação, conta que o município já trabalha para que no ano que vem e em 2016 o material seja entregue sem atraso. “Concluindo o processo de compra que está em andamento, após ser suspenso pelo TCE, e já estamos com a entrega em 2015 garantida”, declara.

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A rede municipal de ensino possui cerca de 35 mil alunos e aproximadamente 1,7 mil professores. Ainda há mais alunos que precisam da educação pública do que vagas nas escolas. Por isso, o déficit chega a duas mil crianças sem creche, mesmo com a disponibilização de quase 3 mil vagas para crianças de zero a três anos. Nas Emeiefs (Escola Municipal de Educação Infantil) toda a demanda tem sido atendida, para crianças da educação infantil (4 e 5 anos) e do ensino fundamental (6 a 10 anos). Como forma de combater esse problema e acabar com a fila de espera, em 2013 foi lançado o programa Educar para crescer, que prevê a construção de novas creches para atender toda a demanda até o final da gestão. Segundo Silvério, estas obras vão permitir a criação de mais de 3,1 mil vagas. Está prevista, ainda, a construção de uma Emeief no Jardim Irene e no Jardim Carla. Recentemente, foi inaugurado o Cesar Parque Andreense, depois de muito tempo de obra abandonada. O parque proporciona a ampliação do atendimento e novas oportunidades para a região. O prédio de seis pavimentos abriga agora Emeief, creche, Centro Público de Formação Profissional e Centro Comunitário. “São mais de 700 vagas para estudantes da região, diz.


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Além disso, no ano passado também foi entregue a Emeief José Lazzarini Jr , na vila Marina, reconstruída e equipada, com capacidade para 420 alunos da região. Está prevista a entrega de uma nova creche no Jardim Milena, com atendimento para cerca de 190 crianças, ainda este ano. Gilmar Silvério conta que 13 unidades da rede, entre Emeiefs, Cesas (Centos Educacionais de Santo André) e Centros Públicos de Formação Profissional, vão entrar em reforma nos próximos meses. Além de 10 espaços, cujas intervenções já foram iniciadas no ano passado. “Ao todo, mais de 8 mil estudantes serão beneficiados”, calcula. As primeiras escolas a passarem por obras foram definidas de acordo com o estado de conservação, mas a ideia, segundo a Secretaria, é promover intervenções em todas as unidades, conforme a necessidade de cada uma.

Projeto música avança no ensino fundamental Conquista que começou no ano passado em Santo André e se amplia este ano é o Projeto Música na Escola. O projeto teve início no segundo semestre de 2013, e acontece nos 11 Cesas da cidade. Nestas Emeiefs, os alunos do primeiro ano do ensino fundamental começaram a ter aula de música com instrumentos e de canto coral no período de aulas, e foram formadas turmas para alunos da rede

de outras unidades estudarem fora do período de aula. Ano passado, 1,5 mil alunos da rede participaram do programa. Este ano, o número já dobrou ao incluir estudantes do 2º ano. “Hoje já temos uma mini orquestra de cordas com 30 crianças e nosso objetivo é a criação de uma orquestra infanto juvenil para Santo André”, afirma o secretário de Educação Gilmar Silvério.

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Creche Mon Senhor João do Rego Cavalcanti foi reformada


Saúde

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Bairro Campestre vai ganhar Centro de Reabilitação até 2015 O

Homero Nepomuceno diz que unidade é de grande importância

bairro Campestre, em Santo André, vai abrigar novo Centro Especializado de Reabilitação (CER). A obra, que começa nos próximos meses, é uma das principais promessas da gestão Carlos Grana (PT) na área da Saúde, fruto de parceria da Administração com o governo federal. A área que vai receber a unidade abriga hoje o Centro Comunitário Campestre, na rua Vitória Régia, em frente à Paróquia São Judas Tadeu. A verba necessária para a construção, que custará cerca de R$ 5 milhões, já está garantida. Com orçamento previsto de R$ 449,07 milhões para 2014, Homero Nepomuceno Duarte, secretário de Saúde do município, considera o projeto importantíssimo. “Nós fomos bemsucedidos, pegamos recursos, e no prazo de 1 ano e 8 meses a obra estará disponível para a população”, afirma o titular da Pasta, em entrevista ao RD.O lançamento da pedra fundamental do novo centro vai acontecer no dia 30 de abril e fechará o calendário de eventos do aniversário de Santo André. Santo André já conta com Centro de Reabilitação municipal, no entanto o serviço não dá conta da demanda da cidade. Entre as vantagens do novo CER, segundo Nepomuceno, será a possibilidade de fabricação de próteses para portadores de necessidades especiais. O Ministério da Saúde envia para cada município o projeto

arquitetônico do CERs e este tem autonomia para fazer alterações que julgar necessárias no projeto original. Aniversário - Em comemoração ao aniversário da cidade, estão programadas outras inaugurações na área da Saúde no mês de abril. No dia 25, o município entrega à população 29 leitos destinados exclusivamente ao tratamento de traumas no Centro Hospitalar Municipal (CHM). Também no dia 25, o CHM ganha nova cozinha e nova área de diagnósticos por imagem. Na última segunda-feira do mês (28), será entregue a reforma e ampliação da Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila Luzita.

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Vila Luzita - Santo André prevê inaugurar no segundo semestre de 2016 as obras do Hospital da Vila Luzita, que tiveram início em 2011. A unidade cumprirá a importante função de absorver parte dos pacientes que hoje são atendidos pelo Centro Hospitalar Municipal. “Será um hospital de apoio ao CHM. Vamos poder destinar o Centro Hospitalar para os casos mais graves e o Hospital da Vila Luzita vai dar suporte para os casos que necessitam de atendimento menos complexo. A unidade vai remodelar nossa rede”, avalia o secretário de Saúde de Santo


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André, Homero Nepomuceno Duarte. Serão 75 leitos no total. Outro projeto em curso é a reforma do pronto-socorro do CHM, que depende de verbas estaduais para sair do papel. O município pediu R$ 7,6 milhões ao Estado, mas ainda não conseguiu agenda com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) para reforçar a demanda. “Para assumir um projeto do porte, o município sozinhovai ter muita dificuldade. Mas não tenho dúvida que o secretário estadual da Saúde, David Uip, vai ter sensibilidade e o projeto será aprovado, com certeza”, acredita Homero. A agenda de Santo André com o Estado vai além do projeto de reforma do PS do Centro Hospitalar. A cidade ainda aguarda a realização de promessas do governo Alckmin que ainda não se tornaram realidade: a instalação de um centro de referência do idoso e de uma unidade da rede de reabilitação Lucy Montoro.

Sistema UPA chega ao Capuava e Centreville Santo André planeja mais UPAs, como a unidade localizada no Centro da cidade

Santo André possui hoje três unidades de pronto atendimento (UPAs), no Sacadura Cabral, no Centro e Jardim Santo André. Três pronto-atendimentos (PAs) serão adaptados para também funcionar como UPAs: Bangu, Vila Luzita e PA Central. As duas UPAs que serão construídas serão instaladas no Capuava/Jardim Rina e Cidade São Jorge/Centreville. A unidade do Capuava começa a ser erguida neste ano e será entregue no primeiro semestre de 2015. Já o equipamento do Centreville começa a ser construído em 2015, com previsão de término em 2016.

Abril

Médicos estrangeiros - Entre os destaques em investimentos de Saúde neste período de 1 ano e 4 meses da gestão Carlos Grana estão a inauguração do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) Vila Vitória, do Laboratório de Análises Clínicas e do Centro de Especialidades Odontológicas. Santo André conta hoje com 10 médicos enviados pelo governo federal, através do programa Mais Médicos. Mais 11 profissionais chegam nas próximas semanas. Estrutura - A rede de saúde municipal é composta por 33 USs (unidades de saúde); dois hospitais (Centro Hospitalar Municipal e Hospital da Mulher); três UPAs 24 horas; quatro PAs (prontos atendimentos) 24 horas; três centros de especialidades médicas; um Centro de Reabilitação Municipal; dois centros de especialidades odontológicas; Ambulatório de Moléstias Infecciosas; um Centro de Referência de Saúde do Trabalhador, um Centro de Terapia Comunitária e um laboratório de análises clínicas, além do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Atualmente, na área de Saúde Mental, Santo André possui quatro Naps (Núcleos de Atenção Psicossocial), um Caps, quatro residências terapêuticas, duas repúblicas terapêuticas, um consultório na rua (veículo), um Centro de Atenção à Saúde Mental e um Núcleo de Projetos Especiais. Na diretoria de Vigilância à Saúde, o município dispõe de divisões de Vigilância Sanitária; Epidemiológica; Saúde do Trabalhador e Controle de Zoonoses e Ambiental.

Obras do hospital na Vila Luzita estão previstar para terminr em 2016

Centro Odontológico no bairro Santa Terezinha é uma das últimas apostas 19


Meio Ambiente

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ABC no meio do lixo Coletores e varredores pararam uma semana e o ABC quase entra em colapso

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gari acordou”. Foi assim, proclamando esse grito de guerra, que os profissionais da limpeza urbana fizeram passeata por algumas das principais avenidas de São Bernardo na primeira segunda-feira do mês (7). A data seria marcada não só pelo protesto, mas também pelos atos finais de uma articulação que envolveu prefeitos e empresas de coleta, e que resultaria no fim da greve dos coletores e varredores naquele mesmo dia. Durante uma semana, os profissionais ficaram de braços cruzados, causando dor de cabeça aos moradores do ABC e obrigando prefeituras a adotar medidas de emergência para tentar minimizar o problema. Rio foi inspiração - Tudo começou no Rio de Janeiro, durante o Carnaval, para depois se espalhar pelo País. A mobilização dos garis da capital fluminense serviu de inspiração para outros profissionais do setor reivindicar pelos seus diretos. O movimento chegou ao ABC no final do mês passado. A categoria no ABC não pediu 37% de reajuste, como aconteceu no Rio, mas apenas 15,39% de aumento. As empresas se recusaram a dar mais do que 10% e foram até as últimas conseqüências. O impasse levou os coletores e varredores de lixo cruzar os braços no dia 31 de março. O caos tomou conta das ruas da região: Lixo espalhado por avenidas e calçadas, moradores estocando resíduos em casa, lixões sendo improvisados - um lembrete amargo da importância que os coletores têm no dia a dia das cidades. Articulação - As seguidas tentativas de conciliação entre empresas e funcionários não surtiram efeito. O impasse levou o Tribunal Regional do Trabalho a declarar no dia 4 de abril a greve como abusiva. A ordem foi encerrar a paralisação, mas os grevistas ignoraram

a determinação judicial. O próprio sindicato que representa a categoria recomendou a volta ao trabalho, sem sucesso. Teve início então um novo capítulo da greve, com a participação direta dos prefeitos da região. Uma negociação entre trabalhadores e empresas, intermediada pelos três municípios administrados pelo PT (Santo André, São Bernardo e Mauá). A proposta costurada pelas administrações garantiu abono de R$ 300,00, estabilidade de seis meses, e garantia de que os dias parados não seriam descontados. Mas o aumento de 15,39% não saiu – ficou mesmo o reajuste de 10%. No final da tarde de segunda-feira (7), em uma entrevista coletiva marcada às pressas, os prefeitos anunciaram oficialmente o fim da paralisação. E deram uma semana para o lixo acumulado sumir das ruas.

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Destinação do lixo - Nada como uma paralisação de coletores de lixo para mostrar, na prática, o que a maioria da população finge desconhecer: A quantidade de resíduos que produzimos é absurda. Só em São Bernardo – cidade do ABC que produz mais lixo –, nada menos que 3,5 mil toneladas de lixo ficaram acumuladas em calçadas, ruas e avenidas durante a greve. O problema da destinação dos resíduos voltou mais uma vez à pauta: O que fazer para dar fim de forma correta a tantos resíduos? Em São Bernardo, a usina de incineração de lixo é o principal projeto em curso. A proposta aguarda aprovação da Cetesb. Santo André e Mauá estudam em parceria criar também uma usina. Mas o projeto ainda é somente uma ideia. Enquanto as soluções não saem do papel, o lixo produzido na região vai para aterros. Com exceção de Santo André, que deposita o lixo na própria cidade, todos os municípios do ABC mandam os resíduos para o aterro Lara, em Mauá.


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Saneamento

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Semasa quer tratar 70% do esgoto este ano e 100% até 2016 Estação de Tratamento receberá toda coleta de esgoto de Santo André

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anto André vai dar um salto no índice de tratamento de esgoto da cidade ainda em 2014. O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), responsável pela coleta dos resíduos, traça uma meta ousada: chegar a 70% de tratamento até o final de 2014. Atualmente, cerca de 40% do esgoto coletado em Santo André é tratado – a mesma quantidade desde o governo João Avamileno (2002-2008). De acordo com Sebastião Ney Vaz Júnior, superintendente do Semasa, a meta poderá ser alcançada porque entrarão em funcionamento coletores-tronco que levarão os dejetos para a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) ABC. “Estamos terminando as obras dos coletores-tronco, tanto da Sabesp, quanto do Semasa. A Sabesp está finalizando uma parte grande, principalmente aquele da bacia do Córrego Guarará. Estamos fazendo a interligação”, explica Sebastião Ney Vaz Júnior. “70% é um excelente índice, vamos dar um super ganho para a cidade”, comenta. Se a promessa for cumprida, Santo André vai se tornar a segunda cidade do ABC com o melhor índice de tratamento de esgoto, ficaria atrás apenas de São Caetano, que trata 100% dos dejetos. “Outra meta ousada nossa é chegar ao final deste mandato do prefeito Carlos Grana com quase 100% do nosso esgoto tratado”, explica Ney Vaz.

A promessa é antiga. Em 2007 o então prefeito João Avamileno (PT) projetava que até 2011 todo o esgoto produzido na cidade seria tratado.

Desconto de 30% chega a 36 mil residências

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O Semasa divulgou no início de março o primeiro balanço da campanha criada com o objetivo de reduzir o consumo de água na cidade. Em fevereiro, a autarquia anunciou que daria desconto de 30% na conta dos munícipes que economizassem pelo menos 20% de água. De acordo com o Semasa, 22% dos consumidores residenciais de Santo André alcançaram esta meta - ou 36.562 casas. A cidade tem 165.874 consumidores residenciais. Os números foram considerados excelentes pela direção da autarquia. “Esse é um número fantástico. Na próxima conta virá anotado que as pessoas economizaram”, explica o superintendente do Semasa, Sebastião Ney Vaz Junior. O desconto na conta de água é calculado com base no valor médio da fatura de água e esgoto dos últimos seis meses. A meta de economia para cada morador aparece impressa na conta.


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município gerenciar a produção e distribuição de água. Os níveis dos dois principais sistemas que atendem Santo André (Rio Grande e Rio Claro) estão em níveis considerados satisfatórios, acima de 90%. No entanto, o ABC está em alerta e não vai sair ileso da crise hídrica que tomou conta da região metropolitana. O Sistema Cantareira, que abastece todo o município de São Caetano, registra níveis alarmantes dia após dia. As medições mais recentes mostram que o armazenamento está com menos de 12% do total. O Sistema Alto Tietê, que passou a ser utilizado para socorrer o Cantareira, atende principalmente o município de Mauá e tem caído a níveis preocupantes, abaixo dos 40%. A crise no Sistema Cantareira levou o Ministério Público de São Paulo a instaurar um inquérito civil para apurar se houve má gestão por parte do Governo do Estado. A ideia é apurar informações sobre a possibilidade de erros de gestão da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Há suspeita de falhas na precaução contra as adversidades climáticas. O trabalho deverá contar com integrantes do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) das unidades de Piracicaba e do Vale do Paraíba, além de estudos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e de troca de informações com o Ministério Público Federal em São Paulo (MPF/SP), que também investiga a questão.

A campanha para a redução do consumo teve início no final de fevereiro e segue até o dia 31 de maio. Diadema, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e São Bernardo também contam com ação semelhante, capitaneada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo): Quem economiza 20% de água, ganha desconto de 30%. São Caetano e Mauá são as únicas cidades que ainda não oferecem incentivos no valor da fatura para que os munícipes economizem água.

Estação de tratamento pode dar basta à falta d’água Está prevista para 2015 a inauguração da principal aposta de Santo André no combate à falta d’água que atinge bairros da cidade: a ETA (Estação de Tratamento de Esgoto) do Pedroso. De acordo com o Semasa, o incremento de água será suficiente para dar um ponto final ao desabastecimento. “Vamos licitar ainda em abril nossa Estação de Tratamento de Água, que vai resolver o nosso problema”, garante o superintendente da autarquia, Sebastião Ney Vaz Júnior. “Vamos incrementar 25% do que a gente necessita de água. Não vai faltar mais água na cidade”, ressalta. A ETA vai tornar Santo André menos dependente dos reservatórios da Sabesp, dando mais autonomia para o

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Sebastião Ney Vaz diz que não vai faltar água em Santo André

No ABC, Sistema Cantareira abastece, principalmente, cidade de Mauá


Trabalho

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Cidade foi 6ª em ranking estadual de emprego no ano passado Martinha assumiu secretaria em janeiro

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á mais de um ano Santo André lidera quando a pauta é geração de emprego. Agora, com a criação da Secretaria de Trabalho e Renda a expectativa é ainda maior. A Pasta fez balanço positivo nesses três meses de trabalho e verificou que se tornou canal de relação próxima entre as empresas e os trabalhadores. Segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), em fevereiro, a cidade ficou na 15ª colocação no ranking paulista e liderou a temática no ABC, ao abrir 916 novas vagas. Ano passado, o município ficou em 6º lugar no ranking de geração de empregos em todo o Estado e liderou a lista no ABC, com 6.389 novas oportunidades, volume superior à soma das outras seis cidades da região. Ao todo, foram contratados na cidade 105,2 mil trabalhadores, contra 98,8 mil desligamentos. Como reflexo da demanda, a Secretaria de Trabalho e Renda recentemente foi palco de encontro que reuniu quase 80 gestores de RH do ABC. Os profissionais discorreram sobre as prioridades e cursos que são necessários para que os trabalhadores possam atender aos anseios das empresas. De acordo com o Caged, o setor de serviços registrou saldo positivo de 1.025 contratações em fevereiro. “Esses dados nos deixam ainda mais otimistas, principalmente

com a criação da nossa secretaria focada no trabalho. Agora, vamos trabalhar ainda mais no desenvolvimento econômico, qualificação profissional e economia solidária”, afirma o secretário de Trabalho, Emprego e Economia Solidária do município, Cícero Martinha. Apesar do saldo positivo, Martinha destaca que a Pasta atua para intensificar a geração de empregos. “Estamos visitando todos os sindicatos de Santo André e faremos o mesmo com a iniciativa privada. Nosso objetivo é cada vez mais unir trabalhador e mercado de trabalho”. No comando da Secretaria desde janeiro deste ano, Martinha destaca também que já conversou com o prefeito Carlos Grana sobre a mudança do endereço da Pasta. “Quando a Justiça liberar a área do terreno da antiga Rhodia nosso objetivo será migrar para lá”, comenta. Mudança - Atualmente na avenida Artur de Queirós, no bairro Casa Branca, instalada na Central Pública de Emprego, Trabalho e Renda, a estrutura física não comporta como deveria os 16 integrantes direto da secretaria, além de outros profissionais e a demanda de trabalhadores que diariamente passa pelo local. Como o terreno da antiga Rhodia foi adquirido pelo município, a ideia é aproveitar o espaço para isso. 24


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Economia solidária cresce no ABC T

rabalhadores do ABC têm sem engajado cada vez mais em fonte alternativa de geração de trabalho e renda, chamada Economia Solidária. É uma forma diferente de empreender, em que o lucro é visto com outros olhos. Diferentemente dos empreendimentos tradicionais, na Economia Solidária a empresa não tem dono. Todos são proprietários do negócio e a gestão é desenvolvida em conjunto com todos os colaboradores. É uma alternativa importante, por exemplo, para quem teve pouco acesso à escolaridade e enfrenta dificuldade de entrar no mercado tradicional de trabalho. “É uma grande ferramenta de inclusão social dos trabalhadores que tiveram menos oportunidades na vida”, avalia o secretário de Trabalho e Renda de Mauá, Marcelo Lucas Pereira. “Muitas [pessoas] tiveram de parar de estudar, foram buscar trabalho para ajudar no sustento do lar e não conseguiram”, constata o secretário. Histórico - Para o coordenador do GT (Grupo de Trabalho) Trabalho e Renda do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Nelson Tadashi, a região tem potencial para contar com mais iniciativas de economia solidária. Tadashi lembra que o processo de crescimento deste ramo da economia, de perfil cooperativista, teve início no final dos anos

Feira em Mauá concentra pequenos comerciantes

1990 na região. “Algumas empresas não se adaptaram ao novo patamar competitivo e à abertura de mercado. Acabaram sucubindo à crise de 1997”, recorda Tadashi. “Trabalhadores dessas empresas se reuniram através de cooperativas para assumir o controle das empresas falidas”, completa. Um exemplo é a Uniforja (Cooperativa Central de Produção Industrial de Trabalhadores em Metalurgia), em Diadema, criada em 2000 por trabalhadores que assumiram a massa falida da Conforja. Outro exemplo de peso é a Coopcent (Cooperativa Central do ABC), formada por grupos organizados que realizam a coleta seletiva na região.

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Lazer

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Paranapiacaba sedia 11° Festival do Cambuci rão Pires, Paraibuna, Salesópolis e São Paulo, estão juntos com os moradores locais durante a feira de produtos feitos com cambuci, que oferece, ainda, souvenires. As atividades são realizadas sempre nos fins de semana, das 10h às 17h.

onsolidado no calendário regional, o Festival do Cambuci, de Santo André, chega na 11ª edição, desta vez com apresentações de bandas regionais. O festival, que intgegra as comemorações do 461º aniversário do município, completados em 8 de abril, abriu na primeira semana do mês e segue até dia 27 com série de atrações, a grande maioria realizada na vila de Paranapiacaba, onde desde o dia 12 oferece programação especial. Uma das atrações é a feira de produtos gastronômicos e artesanais, no Antigo Mercado, onde são apresentados receitas de pratos salgados, doces e bebidas preparados, pelos estabelecimentos locais, com o cambuci, fruto típico da Mata Atlântica. A exposição fotográfica Trilhas e Trilhos é outra atração e pode ser visitada na Casa Fox. A vila inglesa recebe, também, os representantes dos municípios que integram a 6ª Rota Gastronômica do Cambuci. Os empreendedores de cidades como Mogi das Cruzes, Rio Grande da Serra, Ribei-

Música - Outro ponto alto do festival são as apresentações de bandas musicais no palco do Mercado, que desde o dia 13. Na programação ainda faltam se apresentar o Trio do Blues, dia 20; Maurício Pedrosa e Blues Quartet, dia 26; e Guga Stroeter& Orquestra Hb: Salsa! Com Hamilton Moreno, ou que encerra a programação musical, dia 27, às 14h30, também na vila inglesa. Na vila, o 11º Festival do Cambuci de Santo André é organizado pelas secretarias de Cultura e Turismo e de Gestão de Recursos Naturais de Paranapiacaba e Parque Andreense. Mais informações sobre a programação estão disponíveis no site: www.santoande.sp.gov.br ou pelo telefone (11) 4439-0109.

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Cinema

Getúlio

O Espetacular Homem-Aranha 2 chega ao cinema

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ilme que promete agitar as salas de cinema em breve é O Espetacular Homem Aranha 2. Depois das aventuras de O Espetacular Homem-Aranha (2012), Peter Parker (Andrew Garfield) tenta manter a promessa que fez ao pai de Gwen Stacey (Emma Stone), de que a protegeria sem chegar perto dela. Mas o herói está apaixonado e não consegue ficar longe da garota. Ao mesmo tempo, vários inimigos tomam conta da cidade, e a formatura da escola se aproxima.

Livros

O jogo de Ripper

Herói da Marvel volta para a telona

Neste contexto, surge novo vilão, o poderoso Electro (Jamie Foxx), para desafiar as habilidades do HomemAranha. Mas Peter Parker poderá contar com a ajuda do velho amigo Harry Osborn (Dane DeHaan), que o ajudará a descobrir novos segredos sobre o seu passado. O filme, que chega dia 1º de maio, conta com participação de Andrew Garfield, Emma Stone e Jamie Foxx. Na trama, o futuro de Gwen Stacy será revelado numa produção de alto investimento da Sony. Classificação 10 anos.

Desaparecido para sempre

Presidente do Brasil durante 15 anos, deposto pelo exército, voltou como presidente eleito pelo povo. Esse foi Getúlio Vargas, ditador para alguns e querido por outros brasileiros. Esse é o embasamento histórico do filme Getúlio, que estreia em maio. O filme retrata os 16 últimos dias de governo de Getúlio Vargas, antes de decidir acabar com a vida. As pressões sofridas que levaram o governante ao suicídio e outros detalhes daquela época serão retratados. Com elenco global (Tony Ramos, Alexandre Borges e Drica Moraes), a produção brasileira deve chamar a atenção do público. O longa também chega dia 1º de maio e é para 12 anos.

Sob a pele

Para quem gosta de suspense, dia 8 de maio estreia Sob a pele, com Scarlett Johansson. Na ficção, a personagem de Scarlett é uma alienígena que busca presas humanas, mas que tem um pouco de humanidade dentro de si. Classificação 14 anos.

Steve Jobs – As verdadeiras lições de liderança

A autora peruana Isabel Allende conta a história de Ripper, um inocente jogo de RPG que envolve cinco participantes de diferentes países, reunidos via Skype, para desvendar enigmas criminais. Amanda, filha de um policial da divisão de homicídios de São Francisco, é viciada em crimes sinistros e neste jogo de mistério online. Quando o vigia de uma escola é assassinado e uma série de mortes misteriosas começa a acontecer em São Francisco, os cinco jogadores de Ripper se envolvem com os casos. Mas o que deveria ser apenas um entretenimento vira questão de vida ou morte quanto Amanda percebe que o cerco do serial killer se fecha em torno de alguém que ela ama. Um plano perverso está prestes a se tornar realidade.

O livro é um romance policial e de mistérios publicado em 2002. No leito de morte, a mãe de Will Klein revela que seu irmão mais velho, Ken, desaparecido há 11 anos e acusado do assassinato da vizinha Julie Miller, estaria vivo. Embora a polícia o considere culpado, a família sempre acreditou na inocência de Ken. Ainda atordoado pela descoberta, Will se depara com outro mistério: Sheila, seu grande amor, some de repente e é acusada de matar dois homens. Um suspense que mostra a busca pelos assassinos, pela vítima e, acima de tudo, pela verdade. O livro é de autoria do norte-americano Harlan Coben, considerado um dos grandes mestres do gênero thriller de ação.

Depois de publicar a biografia definitiva de Steve Jobs, Walter Isaacson perdeu a conta de quantas vezes teve de responder a perguntas sobre quais as verdadeiras lições de liderança deixadas pelo gênio da Apple. Não é para menos. Para escrever a biografia, Isaacson conviveu por meses com o reservado Jobs e teve livre acesso a seu misterioso escritório em Palo Alto, além de ter entrevistado mais de uma centena de seus amigos, parentes, concorrentes, adversários e colegas. Em ‘Steve Jobs - As verdadeiras lições de liderança’, o escritor revisita os momentos decisivos da trajetória do gênio para revelar de que forma a personalidade do fundador da Apple integrava o jeito como fazia negócios.

Autora: Isabel Allende Editora: Porto Preço sugerido: R$ 40,00 Páginas: 490

Autor: Harlan Coben Editora: Arqueiro Preço sugerido: R$ 29,90 Páginas: 320

Autor: Walter Isaacson Editora: Schwarcz Preço sugerido: R$ 14,50 Páginas: 72

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Economia

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Rosineide fabrica, em Mauá, bolas canarinho até para o Nordeste

Empresários aceleram produção para atender demandas da Copa A

proximidade da Copa do Mundo no País tem apertado o passo dos fabricantes que atuam com produtos para o grande evento esportivo. Quem atendia apenas clientes no ABC agora recebe pedidos de Norte a Sul do Brasil, quem produzia pouco artigo personalizado passou a atender mais neste nicho. A expectativa de resultados é muito boa e deve garantir o caixa de empresários de vários setores. Até a indústria de vestimentas militares está com a produção de vento em poupa na região. Rosineide Silveira, diretora da Bolas Mauá, é exemplo. À frente da empresa apenas dois anos, pois comprou do cliente quando administrava imóveis, Rosi, como é conhecida, viu a pequena fábrica de bolas de vinil crescer 50% em volume de pedidos apenas este ano. A empresa, que atendia apenas a região e tinha pouca demanda da Grande São Paulo, hoje envia bolas até para o Nordeste e atende grandes empresas. Produzidas em quatro tamanhos e em resina plástica, as bolas são para crianças e muito procuradas para postos de combustíveis. Mas entraram fortemente na decoração de lojas, principalmente concessionárias de automóveis, e da área de eventos corporativos. A empresa produzia 4 mil bolas/dia e teve crescimento de 50% no número de pedidos inspirados na seleção canarinho. Na linha produção é tudo verde e amarelo

e para o visitante que nunca entrou a impressão é de que os funcionários deram uma trégua para brincar. Mas o ritmo é frenético. A cada nove minutos, do bater a massa de óleo e resina, assar no forno com 150 graus de temperatura até a mesa de enchimento, são jogadas pelos rapazes 104 bolas para o grande cesto de esfriamento e descanso. A fábrica possui quatro máquinas, duas delas adquiridas este ano, como parte de investimento de R$ 350 mil para aguentar o rojão de pedidos de bolas.

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Sem bola murcha - Rosi está feliz. Não esperava ver o negócio crescer tanto e está cheia de planos, porque sabe que a demanda deve aumentar mais ainda. Por causa disso, a empresa de 12 funcionários puxará mais seis e, também, acabará com as folgas nos fins de semana. Pelo menos até a Copa. “Temos de aproveitar a época”, justifica a empresária, que calcula mais 50% de crescimento na demanda. Rosi diz que tem capacidade para produzir 10 mil bolas dia. Além da Copa, atribui a procura à qualidade do produto. Quando começou foi atrás de informações para melhorar a resistência do material. “E consegui, pois não há coisa pior do que a bola estourar na mão da criança”, comemora. Outro que está rindo à toa é Oswaldo Ribeiro Filho, o Va-


Abril/2014

dinho, da empresa Vadinho Esportes, fabricante de materiais esportivos para atletas amadores e profissionais. Com duas lojas e fábrica em São Caetano, a Vadinho produzia 10 mil peças mês e teve um aumento de 25% no volume de pedidos. “Estamos trabalhando que nem besta”, diz o empresário ao criticar aqueles que deixam para fazer encomenda na última hora. Com mais de 30 anos de mercado, a Vadinho fabrica, principalmente agora, agasalhos e bandeirinhas para carro. O forte é sublimação, técnica de transferência de imagem para tecido, por meio de máquina. O empresário diz que os clientes agora querem, não apesar oferecer a opção do verde amarelo na linha de produtos, como também trocar o uniforme dos funcionários com foco no grande evento esportivo. “Muitos dos pedidos também já têm a ver com as Olimpíadas de 2016”, diz. A empresa, que atende clubes, agências de publicidade, escolas de futebol e seguradoras, possui 12 funcionários e optou pela terceirização da produção para atender a demanda. Proteção militar - Em São Bernardo, a Astro Equipamentos, do Grupo Moais e que atua desde 2001 no desenvolvimento e confecção de uniformes, acessórios e equipamentos militares, está com muitos pedidos. Victor Hugo Munhoz, diretor comercial da empresa, conta que a procura é para proteção dos militares, porque tem saído muito conjunto antitumulto, composto de escudo, cacetete e protetores. “Talvez o Exército esteja prevendo manifestações”, acredita o diretor da empresa, que investiu cerca de R$ 200 mil este ano para, principalmente, dobrar a mão de obra, hoje com 50 funcionários. “Mas estamos contratando o mínimo possível e optando por hora extra e pessoal terceirizado, porque alguns itens, em ano de eleição, param de vender”, afirma.

Conjunto é antitumulto é da Astro, de São Bernardo

Vadinho usa processo de sublimação nas camisas, em São Caetano 29


Esporte

Abril / 2014

Picerni teve passagens por Santo André e Palmeiras

À espera de oportunidade, Jair Picerni relembra A zulão

J

air Picerni, treinador que mais marcou época no São Caetano, é o destaque da série Feras no ABC. Com 68 anos e morando na terra natal, em Vinhedo, interior paulista, Picerni diz que recebeu algumas propostas, mas nenhuma foi interessante. Questionado se há perspectivas para voltar esse ano, Picerni já pensa no caso. “Tenho um amigo que disse que vai me levar para fora do Brasil após a Copa do Mundo. Vamos esperar”, afirma. Com três vice-campeonatos - da Taça Libertadores da América de 2002, da Copa João Havelange de 2000 e o Campeonato Brasileiro de 2001 – Picerni ainda teve passagens por Santo André e Palmeiras, clubes nos quais conquistou o título da série B em 2003. Como jogador, Picerni começou no Nacional, depois foi vendido para o Verdão, mas onde se destacou foi na Ponte Preta. “Minha melhor passagem foi na Ponte. Estive no time de 1977, que foi vice-campeão Paulista contra o Corinthians. Foi incrível, pois tinha mais de 150 mil pessoas no Morumbi e apenas mil eram pontepretanos”, lembra. Após a carreira como jogador, Jair Picerni foi técnico também na Macaca. “Disputamos bons títulos, pois tínhamos ótimo time. Comandei o início do Abobrão na Ponte”, afirma. Picerni brinca em relação ao hoje técnico do São Bernardo, Edson Boaro. “O Abobrão foi o melhor lateral da história da Ponte, depois do Picerni. Alcançamos muitos objetivos juntos”, comenta.

Jair Picerni chegou ao São Caetano em 2000. “Cheguei e admirei a estrutura e a administração, com isso os resultados foram aparecendo com naturalidade”, diz. Com o vice da Copa João Havelange, o time foi forte para a Taça Libertadores da América. Na final com o poderoso Olímpia, o A zulão perdeu nos pênaltis e conseguiu outro vice-campeonato. “Não acredito como perderam aqueles pênaltis”, conta Picerni. O técnico ainda revela que mesmo hoje, quando revê a partida torce pelos jogadores converterem as penalidades. “Quando vejo torço pelo Marlon e o Serginho fazerem o gol. Mas não adianta, a bola veio aqui em Vinhedo, na minha terra”, brinca. Briga com repórter - Outro fato marcou a passagem de Jair Picerni no São Caetano. Após o treino que antecedia a decisão da Copa João Havelange, o treinador saiu aos tapas com um repórter da região. “Ele era muito chato. Estava atropelando os outros profissionais e não gostei. O processo se encerrou há pouco tempo, e ganhei a causa”, comenta. Jair Picerni também teve boa passagem pelo Palmeiras, onde foi campeão Brasileiro da série B de 2003. “Cheguei ao verdão quando não tinha mais a Parmalat. Estava um terremoto, mas fiz uma limpa de jogadores e subi 10 da base. Chamaram-me de louco, mas deu certo. Dentre os atletas, Vagner Love era um deles”, lembra o ex-treinador. 30


Artigo

Problemas nas alturas com monotrilho O

Vitor Seravalli é engenheiro especializado em segurança e membro da Rede de Mobilidade Urbana Sustentável

sistema de transporte público é um dos gargalos dos municípios brasileiros, principalmente nas capitais. Para enfrentar os problemas causados pelos congestionamentos cada vez mais frequentes, a solução está na implantação de um sistema de transporte público eficiente, que estimule o cidadão a deixar o carro em casa. Os custos de implantação e operacionais de cada modal, além do quesito segurança, devem pesar nas decisões governamentais. Analisando as diversas variantes, fica difícil entender a crescente opção pelos monotrilhos em detrimento de outros modais com vantagens substanciais. Com custos de infraestrutura altos, que variam de US$ 50 milhões a US$ 150 milhões por quilômetro, o modal enfrenta ainda dificuldade de acessibilidade e operações de emergência, além do alto impacto urbanístico. Por outro lado, o BRT (Bus Rapid Transit) tem custos muito inferiores, que variam de US$ 0,5 milhão a US$ 15 milhões por quilômetro e pode servir muito bem como opção em vários projetos. Enquanto o sistema de BRT se expande em várias cidades do mundo, o monotrilho é um projeto considerado de custo elevado, com necessidade de altos subsídios. A expansão do modal em Las Vegas e Seattle (EUA) foi abandonada. A questão de segurança pesou na decisão de abandonar o monotrilho e optar pelo BRT em vários lugares. Nos últimos meses, temos acompanhado problemas frequentes no sistema metroviário paulistano, com passageiros abandonando vagões no meio do percurso, causando grande estresse no sistema. Imagine problema semelhante num monotrilho, com o vagão numa altura de aproximadamente 15 metros do chão. Ao contrário do Metrô, que tem área de escape no túnel, a retirada de passageiros de um monotrilho é muito mais difícil e perigosa. O sistema não conta com saídas de emergência e a retirada de passageiros só poderá ser feita por meio de escadas Magirus. Os sistemas de monotrilho em várias partes do mundo enfrentam ainda problemas com pneus que estouram com frequência. Por isso, o sistema é usado em lugares menores, como aeroportos e parques de diversão, mas não em ambiente metropolitano, que tem necessidade atender um grande número de viagens e passageiros. Além das cidades americanas já citadas anteriormente, o monotrilho também foi abandonado em Kuala Lumpur (Malásia) e Dubai (Emirados Árabes). O monotrilho colabora ainda para aumentar impacto urbano na vizinhança, com sistema elevado que, em muitos lugares, vai passar próximo às janelas dos moradores, provocando os mesmos problemas que o Minhocão [Elevado Costa e Silva, em São Paulo] provoca para os moradores vizinhos ao local. São dificuldades como essas que fazem do modal uma fonte muito maior de problemas do que de soluções para o transporte público. 31



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