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Janeiro - Fevereiro/2014

ABC investe na Copa Região aumenta voz na Assembleia e em Brasília

Azulão, Ramalhão e São Bernardo ganham fôlego

Começam até dezembro obras do monotrilho


Editorial

Janeiro - Fevereiro/2014

Ano de oportunidades, mas com implicações Jornalistas e editores responsáveis: Airton Resende - Mtb 16.372 airton@reporterdiario.com.br Maria do Socorro Diogo - Mtb 16.283 msdiogo@reporterdiario.com.br Reportagem: Cíntia Alves cintia@reporterdiario.com.br Iara Voros iara@reporterdiario.com.br Leandro Amaral leandroamaral.jornalista@gmail.com Ligia Berto ligia@reporterdiario.com.br Luan Siqueira luan@reporterdiario.com.br Diagramação: Flória Napoli Projeto gráfico: Rubens Justo Fotos: Banco de Dados RD, Agência Brasil, Rodrigo Lima, Eric Romero, Evandro Oliveira, Forlan Magalhães, Marcos Luiz, Nilson Suguino, Glauber Queiróz, Aelxandre Yort/PMSCS, Du Melindo e Divulgação. Capa: Rodrigo Lima Departamento Comercial: Claudia Polimeni comercial@reporterdiario.com.br Tecnologia: André Resende resende@gmail.com Suporte: Pedro Diogo Endereço: Rua Álvares de Azevedo, 210 Conjuntos 41/42 - Centro Santo André - SP - CEP 09020-140 Tels.: 11 4436-3965 - 4427-7800

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Airton Resende Diretor do Jornal Repórter Diário

ficialmente o ABC não terá nenhuma cidade como subsede da Copa do Mundo deste ano no Brasil. Porém, a região pode, e deve, se fizer a lição de casa, se beneficiar do maior campeonato mundial de futebol. A região pode atrair turistas, vindos de outros lugares e instalados na Capital paulista, para conhecerem os parques e tantos pontos turísticos importantes, como a Rota do Frango com Polenta e o segmento industrial entre outros. O ABC também pode dar o exemplo ao mostrar que abriu as portas para o novo tempo, quando a palavra de ordem é mobilidade urbana. Após uma batalha, o projeto do monotrilho, o tão propaga-

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do Metrô ABC, sai do papel com o início das obras, previsto ainda para 2014. São boas notícias para a região: valorizar seus bens físicos e humanos, potencializando o desenvolvimento econômico, impulsionado pela Copa, e o investimento na mobilidade urbana, capaz de reduzir o caótico congestionamento local. Mas nem tudo é um mar de rosas de otimismo para 2014. Apesar de ser um ano com oportunidades interessantes, o calendário está mais curto do ponto de vista dos negócios. Além dos eventos previstos, haverá eleição em outubro, o que diminuirá, e muito, o prazo para obras e ações de fato. Por isso, gestores técnicos e políticos devem ter atenção redobrada.

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Saúde

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Chioro mostra Saúde na disputa para 2016 A

indicação de Arthur Chioro para substituir Alexandre Padilha, no Ministério da Saúde, credencia o exsecretário municipal a entrar na lista de prefeituráveis em 2016, quando Luiz Marinho (PT) deixará a chefia do Executivo, em São Bernardo, após dois mandatos. Assim como Miriam Belchior, ministra do Planejamento, sempre lembrada pelos lados do PT nas disputas eleitorais de Santo André, Chioro será peça presente no tabuleiro sucessório. O ex-secretário de Saúde de São Bernardo é filiado ao PT de Santos desde a juventude, e sempre militou nas discussões ligadas ao setor. Na década de 1990, foi secretário da Pasta em São Vicente. Com currículo tecnicamente vasto, o médico sanitarista foi alçado ao primeiro escalão do governo Luiz Marinho em janeiro de 2009. A habilidade técnica, porém, logo reservou a Arthur Chioro créditos como articulador político. O seu nome passou a figurar na rota eleitoral do município. Na sucessão passada, em 2012, o médico aparecia em todas as rodas de conversa como vice de Marinho, caso o PT optasse por chapa pura, o que não ocorreu. Na ocasião, Chioro migraria o título e o domicílio eleitoral de Santos para São Bernardo.Com a ida ao Ministério, Chioro pode percorrer o mesmo trajeto de Marinho: presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da CUT, ministro do Trabalho, ministro da Previdência Social e prefeito de São Bernardo.

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Sobre a possibilidade de entrar na próxima disputa eleitoral, Chioro diz que o fato não procede. Porém, os petistas do ABC já apostam fichas na indicação para tentar manter o PT no comando do Paço. “É impossível negar que o Chioro é um nome a ser consultado e pensado também para 2016”, confidenciou um petista que, para evitar rusgas internas, prefere não se identificar. Ao lado de Chioro, Luiz Fernando Teixeira, presidente do Tigre; Tarcísio Secoli, secretário de Serviços Urbanos, e Rafael Marques, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, figuram com prefeituráveis em São Bernardo.


Indice

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Em São Caetano, estudantes recebem orientações sobre alimentação saudável

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EDITORIAL - Copa de oportunidades

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SAÚDE - Chioro mostra Saúde na disputa para 2016

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ARTIGO - Os novos templos do futebol - Aldo Rabelo

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ENTREVISTA - Fifa terá a chave de São Paulo para Copa no dia 14 de abril

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ARTIGO - Momento favorece o Consórcio - Luiz Marinho

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RADAR - ABC projeta mais vozes na Assembleia e em Brasília

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POLÍTICA - Calendário atípico impactará trabalhos do Legislativo

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EDUCAÇÃO - Sem gargalos, ensino em São Caetano planeja reformas

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ECONOMIA - Comércio e serviços se preparam para atender demandas da Copa

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ESPORTE - Garotada é a aposta da nova diretoria do F.C. Santo André.

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ESPORTE - Luiz Fernando projeta Tigre na série C

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ESPORTE - Após pior ano da história, Azulão investe para voltar ao grupo de elite

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CIDADES - São Bernardo oferece internet gratuita em 25 novos ônibus

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CIDADES - Horta urbanas colhem sucesso nos bairros

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CULTURA - Ano é de boas notícias

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CINEMA - Robocop filme é um dos mais esperados

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DECORAÇÃO- Maximira Durigam fatura prêmio de bom gosto e sustentabilidade

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MOBILIDADE - Invasão em faixas de ônibus gera multa em Santo André e Mauá 4


Artigo

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Os novos templos do futebol E

Aldo Rebelo é ministro do Esporte

sporte de devoção próxima ao fanatismo religioso, o antigos, de apenas 11.612. Registraram-se fenômenos típicos futebol precisa de templos. O Brasil já teve o maior do sincretismo esportivo: em Brasília, que não teve um de todos, colossal no tamanho e no mito, o velho Maracanã time sequer na Série B, o Estádio Nacional Mané Garrincha inaugurado em 1950. Agora, dispomos de 14 arenas para recebeu um público médio de 36.644 torcedores, atraídos servirem de palco perfeito ao melhor futebol do pelos clássicos de clubes do Rio e São Paulo. mundo – e o torcedor comparece a ponto de o Restam pontos a acertar, sobretudo o “Campo de Campeonato Brasileiro de 2013 bater recordes de preço dos ingressos, ainda muito altos para futebol e roda de a renda média do torcedor. Uma proposta público e de renda. A bilheteria dos 380 jogos da Série A somou R$ samba, seja em em estudo é a do subsídio cruzado – os 176,6 milhões, um aumento de 48% em relação a lugares ficariam ainda mais caros nesga de terra melhores 2012. O público aumentou 15%, passando de 5 para subvencionar a venda de entradas a milhões para 5,7 milhões de torcedores. Os dados ou no meio da preço mais baixo. Há de ser considerada são da consultoria BDO, que os atribui ao apelo rua, decorrem a experiência do São Paulo, que reduziu o atrativo dos estádios reformados ou construídos preço até a R$ 2 (menos que os R$ 3 da de paixões” para a Copa das Confederações, disputada em passagem de ônibus), lotou o Morumbi e junho, que são o Mineirão (MG), Maracanã (RJ), ainda assim obteve excelentes bilheterias, Fonte Nova (BA), Arena Pernambuco, Mané Garrincha registrando, num jogo com o Fluminense, 55.256 pagantes (DF), Castelão (CE) e mais a arena do Grêmio (RS). e arrecadação de R$ 658, 5 mil. De fato, o público respondeu ao conforto, às cadeiras Campo de futebol e roda de samba, seja em nesga numeradas, à acessibilidade, à visão ampla do jogo. Os de terra ou no meio da rua, decorrem de paixões que estádios modernos, de arquitetura arrojada, ao mesmo integram a identidade nacional. Daí que um dos maiores tempo bela e funcional, rompem enfim a tradição brasileira intérpretes do Brasil, o antropólogo Darci Ribeiro, do desconforto das intempéries e da arquibancada de inventou e deu nome ao primeiro sambódromo, em 1984, cimento. A média nos novos estádios em 2013 chegou a no Rio de Janeiro, sede do Maracanã, entrelaçando a 21.774 torcedores – nada menos que 88% a mais que a dos importância desses espaços sagrados da liturgia profana. 5


ENTREVISTA

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Secretário José Auricchio Júnior diz que o desafio na pauta esportiva é o financiamento

Fifa terá a chave de São Paulo para Copa no dia 14 de abril T

odo o cronograma da Copa do Mundo segue à risca no território paulista para que no dia 14 de abril tudo esteja nas mãos da Fifa (Federação Internacional de Futebol) para testes. A afirmação é de José Auricchio Júnior, secretário estadual de Esportes. Auricchio conta que, por orientação do governador Geraldo Alckmin, não houve investimento do Palácio dos Bandeirantes para a construção do Itaquerão. Para o secretário, o grande legado que a Copa deixará será o ganho no sistema viário e na mobilidade, principalmente na Zona Leste de São Paulo. Mesmo com o ABC fora da rota da lista de subsedes no Estado, José Auricchio Júnior acredita que a região pode se beneficiar se for trabalhado o turismo. Neste sentido, destaca que o desafio para a pauta esportiva é o financiamento. “Nenhum gestor vai tirar dinheiro da saúde e da educação para aplicar no esporte. A alternativa é a lei de incentivos”, aponta. Veja a entrevista exclusiva ao RD, disponível também no www.reporterdiario.com.br Repórter Diário – Qual a importância da Copa? José Auricchio Jr. - A partir do momento que o Brasil se colocou na condição de sediar a Copa, obviamente o Estado de São Paulo tem de ter um papel diferenciado. Só caberia a abertura ou o encerramento da Copa. E ficou decidido por questões circunstanciais pela abertura.

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O Estado tem procurado fazer de tudo para ter a melhor abertura possível. Fazer uma Copa que possa valer a pena aos paulistas e aos brasileiros. RD – Qual foi o investimento público? Auricchio - Desde o primeiro momento, o governador Geraldo Alckmin tem batido na tecla que não quer nenhum real do dinheiro público investido em estrutura de estádio. E nós seguimos isso. O Itaquerão é privado, um legado do Corinthians. O que ficou determinado na matriz de investimentos é que toda a parte de mobilidade, segurança e investimentos no entorno, o Estado ficaria responsável compartilhando, dentro das necessidades, com a Prefeitura paulistana. Nosso investimento está focado em transporte sobre trilhos e modificações do viário na Zona Leste, embora outros investimentos também ocorram, como Fatec e Etec, ao lado do Itaquerão, que trazem polo de desenvolvimento e inovação tecnológica. RD – Qual o investimento sobre trilhos? Auricchio – Hoje, a CPTM e o Metrô atendem duplamente a recomendação da Fifa. Ela recomenda o transporte de 50 mil pessoas por hora e nós temos capacidade de transporte para 100 mil pessoas por hora. Pensando hipoteticamente na necessidade de esvaziar um estádio, em uma hora ele estaria vazio. Isso está além da expectativa.


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RD - E o viário? Auricchio - A Zona Leste ganha muito com todas as intervenções viárias para a Copa. RD – Tudo será concluído sem atraso? Auricchio - Estádio, que não é de competência do Estado, nos cabe a fiscalização. Mesmo com o acidente que houve – com duas mortes - o cronograma está dentro do prazo. Vamos entregar dia 15 de abril. O Corinthians e a empresa têm tido um comportamento muito profissional e técnico. A Fifa terá condições de fazer as três datas teste, etc. Mais de 90 por cento da obra pronta. Existem também as estruturas temporárias. Hoje existe um consórcio, capitaneado com a Ambev, para fazer essa estrutura temporária comportar mais 20 mil pessoas e chegar no número de assentos que a Fifa exige. Também isso será entregue no dia 15 de abril. RD – E as obras de mobilidade? Auricchio - Do que está fora, trilhos, praticamente prontos. Está em análise ainda da CPTM para ver se terá uma linha expressa que fará o trajeto Luz- Itaquera, mas isso é uma decisão técnica da CPTM. As obras viárias estão quase 80% executadas. Portanto, ficarão concluídas também até abril. Fatec entregue, Etec em fase de acabamento. Essas estruturas só serão utilizadas depois da Copa, pois estão cedidas à Fifa para acolher as delegações e equipes que vão acompanhar a Copa. Existe um relativo conforto no cronograma para o Estado de São Paulo. No dia 15 vamos entregar a chave de São Paulo para a Fifa. RD – Qual o legado da Copa para São Paulo? Auricchio - Existe um fator primordial que é a interligação para a Zona Leste de São Paulo, uma das mais carentes, que ganha em mobilidade, pois ganha o usuário do transporte daquela região. A região foi desenvolvida para morar longe do local de trabalho e hoje quem mora lá paga esse preço. Nós, com essas intervenções, tentamos minimizar esse equívoco e, neste aspecto, a melhoria do transporte sobre trilhos é fundamental. Você ganha também sob o ponto de vista dos viários. Traz também opções de cultura para os jovens da periferia de São Paulo. Opção do ensino técnico e tecnológico com o legado da mão de obra qualificada. A Prefeitura de São Paulo deixará um museu para a Zona Leste. Ganhos que se consolidam ao longo do tempo. A Copa acelerou investimentos que aconteceriam em duas décadas. O Estado de São Paulo não investiu nenhum real na questão do estádio e ainda vai ganhar um evento da magnitude da Copa, com a oportunidade de realizar a abertura do evento. É um evento histórico para qualquer país. E no Brasil não é diferente. O investimento público houve sim, mas no sentido da melhoria da qualidade de vida para quem mora na região. RD – E a discussão do esporte vai ser mantida no pós-Copa? Auricchio - A Copa traz uma contribuição importante para o olhar na discussão esportiva, do investimento, formação do atleta entre outros. O Brasil foi premiado no engate de dois grandes eventos – a Copa e, em 2016, a Olimpíada. Eu não tenho dúvida que o Brasil sairá dessa dupla jornada de eventos com uma filosofia e mentalida-

José Auricchio Júnior diz que as leis de incentivo no Brasil são incipientes

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de esportiva diferentes do dirigente brasileiro. RD - O que mudará? Auricchio - Entender que o esporte traz qualidade de vida, integração, sociabilidade, combate a doenças, cultura e educação. É um fator interdisciplinar. Entende-se que o Brasil tem potencial e o que precisa sempre é ter bons gestores dedicados à questão do jovem. Que o esporte possa ser fator de mobilidade social para reduzir a vulnerabilidade. É uma mudança de paradigma. Agora é natural que tenha tudo isso voltado a um investimento. Os governos – e isso vale aos três entes da federação: municípios, Estados e União – têm de pensar em solução alternativa de investimento. Nenhum gestor vai tirar dinheiro da saúde, educação ou mobilidade para investir no esporte, mas é preciso encontrar alternativa. Temos mecanismos importantes como as leis de incentivo. É a grande ferramenta que qualquer um pode e deve ter. Tem de aprimorar o que já existe, pois é muito recente. Todas as leis de incentivo existentes são incipientes. Mas além de aprimorar deve ser difundido, pois têm Estados e municípios que ainda não possuem incentivos. RD – Isso vale para o esporte de base também? Auricchio - Vale. O esporte de base, comunitário, formação, você pode investir. A lei de incentivo ainda é pouco utilizada no Brasil, diferente de países desenvolvidos que já têm isso implantado. O Brasil também carece de centros verticalizados para formação dos atletas de ponta. RD – Como o senhor classifica a crítica daqueles que acham que o Brasil não deveria gastar dinheiro com a Copa? Auricchio - Tem procedência na critica. Não podemos fechar os olhos para algumas distorções. Não é o caso do Estado de São Paulo. Não é por conta dos equívocos de


Entrevista

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Auricchio aponta carência de centros verticalizados para formação dos atletas

alguns dirigentes que nós vamos deixar de ter a Copa no Auricchio - O esporte é o carro-chefe e é impossíBrasil. Porém, eu entendo a crítica. Quando você vê mivel fugir do assunto Copa do Mundo. É o que mobililhões ou até bilhão de investimentos canalizados em esza o cenário esportivo brasileiro. São Paulo tem essa tádios que depois não terão aproveitamento e utilização missão de ser abertura da Copa e o calendário está efetivos, nós temos distorções. Neste aspecto, porém, o muito intenso para o esporte no Estado de São PauEstado de São Paulo trouxe o exemplo. Nós temos melholo. Óbvio que, a despeito dessa intensidade que terá rias para a população como um todo. de aplicar para executar a Copa do Mundo RD – Quais os desafios para a gesalto nível, não podemos parar com ações “Além da Copa, em tão pública do esporte? do esporte, que são hoje capilarizadas no Auricchio - Conscientizar o gestor. É temos de trabalhar Estado, ações da comunidade. Qual o obuma década catalisadora. Enxergar em o esporte como jetivo do esporte? São dois. Um é chegar à dois anos o que enxergaríamos em décomunidade, oferecer ao cidadão o esporte fator social, o que possa fazê-lo ter qualidade de vida, encadas. Isso é bom. O que fica é a questão do financiamento. Da importância pilar comunitário, velhecimento saudável, o jovem ter atividados incentivos fiscais. Aproveitar os tade. Tudo que sabemos de seu caráter social. e o de alto lentos que temos nos rincões do País e E o outro lado é o esporte competitivo, de esta – lei de incentivo - é uma ferramen- rendimento, além alto rendimento. O Estado não pode ficar ta importante para isso. do paraolímpico” fora do conjunto, com um adendo, que é RD – Por que o ABC não foi escolhideterminação do governador: o esporte pado para ser subsede? raolímpico tem de ter toda a prioridade neAuricchio - São 12 seleções já confirmadas e existe a possibilicessária para ser fazer política pública permanente. dade de mais duas ficarem aqui em São Paulo. O ABC ainda pode Temos de trabalhar essas duas frentes. Copa de 2014 aproveitar a oportunidade da Copa. As cidades que não foram e o esporte propriamente dito, o conceito de esporte selecionadas podem fazer eventos públicos, com aval da Fifa. como pilar comunitário e de alto rendimento, além RD – Qual balanço do trabalho na Secretaria? do forte viés para o paralímpico.

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Artigo

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Momento favorece o Consórcio Prefeitos Paulo Pinheiro, Carlos Grana, Luíz Marinho, Gabriel Maranhão, Lauro Michels, Donisete Braga e Saulo Benevides formam o colegiado

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rias como nunca antes visto na região do ABC. oi com grande orgulho, mas também com muita Para 2014 temos grandes desafios. Além da liberação responsabilidade, que recebemos o voto de cone utilização dos recursos federais do PAC Mobilidade, fiança dos prefeitos da região para continuar no comananunciados pela presidente Dilma, que resultarão na do do Consórcio Intermunicipal Grande ABC em 2014. construção de 49,2 quilômetros de corredores de ônibus A recondução ao posto, no entanto, é fruto do acerto entre os sete municípios, estamos dando os primeiros do trabalho dos sete municípios durante o ano de 2013, passos rumo a um Plano Regional de Drenagem, projeto marcado por grandes avanços para a entidade, que já se prioritário para os próximos meses. Além disso, com a tornou referência para todo o Brasil. Pela primeira vez no recente conclusão dos Planos Municipais de Redução de País, um consórcio público de atuação regional consegue Riscos contratados pelo Consórcio já podemos avançar articular investimentos significativos, como os R$ 2,1 bitambém na elaboração de um Plano Regional de Redulhões anunciados em agosto pela presidente Dilma Rousção de Riscos. Outro desafio importante será o detalhaseff para o ABC. Um acordo inédito que mento e a execução do Plano Plurianual nos coloca na dianteira de outras regiões. Regional do Grande ABC, construído ao “Existe hoje uma Quando o colegiado de prefeitos dedo ano passado com plenárias mucidiu apostar numa forma de pensar as consciência na longo nicipais e participação popular. ações públicas não apenas localmente, região de que a Teremos um ano de oportunidades ecomas além dos nossos quintais, ampliannômicas para a região, como as inerentes do os horizontes e, às vezes, até abrindo ação conjunta à realização da Copa do Mundo no Brasil. mão dos interesses imediatos das cidades fovorece cada Também começaremos a vislumbrar os repara resolver problemas comuns que vão flexos da escolha dos caças supersônicos além das nossas fronteiras, os resultados cidade. Através do suecos para equipar a Força Aérea Brasiprovaram que essa postura e esse projeto Consórcio demos leira (FAB), decisão federal que vai inserir fazem toda a diferença. E a discussão do o ABC na fabricação e desenvolvimento do passo importante” PPA (Plano Plurianual) Regional é outro modelo Gripen/Saab, com conseqüências exemplo desse acerto. positivas para empresas, trabalhadores e Existe hoje uma consciência na região de que a universidades da região. Sem contar a produção do préação conjunta favorece cada cidade. Através do Consal e os investimentos na cadeia produtiva de serviços, sórcio demos um passo importante que servirá de materiais e equipamentos de petróleo e derivados, bem modelo para os demais municípios, e alcançamos o como tantos outros avanços que o País deverá experimenreconhecimento por esse caminho que seguiremos tar. Será um ano provocador e trabalharemos muito para trilhando. Estamos dando sequência a um processo que seja também vitorioso. regional idealizado pelo saudoso prefeito Celso Daniel, quando da criação do Consórcio, em 1990. Mas é fato que o momento favorece nossa atuação. Somos Luiz Marinho - presidente do Consórcio Intermunicipal responsáveis por criar essa condição de tranquilidade Grande ABC e prefeito de São Bernardo de relações entre prefeitos de diversas cores partidá9


Radar

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Assembleia está na mira de 4 parlamentares

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ABC projeta mais vozes na Assembleia e em Brasília

tualmente com quatro deputados federais e seis estaduais, o ABC entra neste ano eleitoral com a perspectiva de reforçar as duas bancadas e até vislumbra a possibilidade de ter o maior número de eleitos da história nas duas Casas. A região conta com 3 milhões de habitantes e cerca de 1,7 milhão de eleitores. Porém, boa parte da votação nos sete municípios tem endereço ‘estrangeiro’ – vai para candidatos de fora. Tradicionalmente, o ABC beneficia figurões e renomados, como ocorreu com Paulo Maluf, Tiririca, Clodovil, entre outros, que registraram importantes votações mesmo – no caso dos dois últimos – sem conhecer a regionalidade. Para a Assembleia Legislativa, dos seis atuais deputados, quatro – Orlando Morando, Regina Gonçalves, Pastor Bitten-

Alex Manente tentará lugar em Brasília

Vanessa Damo precisa antes vencer a Justiça

Ana do Carmo é uma dos 4 que tentam ficar

court e Ana do Carmo – tentarão a reeleição. Vanessa Damo precisa antes vencer o impasse na Justiça, por conta de processo na campanha eleitoral de 2012, que pode deixá-la inelegível. “Nós vamos conseguir a vitória em Brasília”, destaca Vanessa Damo, que irá recorrer sobre o processo na capital federal. Alex Manente, atualmente estadual, já disse que tentará cadeira em Brasília, como representante federal. “Tem espaço e a região precisa de mais nomes na Câmara”, destaca. Além de Manente, os atuais deputados Vanderlei Siraque, Vicentinho e Helcio Silva, trio petista, tentará a permanência no Congresso. Só o deputado federal William Dib, ex-prefeito de São Bernardo, anunciou que não disputará a eleição deste ano. O tucano, porém, ainda será alvo do partido que tentará até o final demove-lo da saída.

Orlando Morando busca a reeleição 10

Luiz Turco inicia corrida à Assembleia

Teonílio Barba vai debutar nas urnas


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Estreantes dão peso ao cenário eleitoral em 2014 As eleições de 2014 marcarão a estreia de nomes de peso no teste com o eleitor. Em Santo André, o presidente do PT, Luiz Turco, iniciará a corrida eletiva com apoio do prefeito Carlos Grana e de todos os principais secretários e governistas do Paço. Turco diz que nenhuma eleição é fácil. “Nós sabemos que será preciso muito trabalho”, observa. Com a unidade do PT no currículo e a vitória na retomada do Paço, Luiz Turco chega credenciado a ocupar o espaço que a candidatura de Grana ocupou na eleição estadual de 2010. Naquela oportunidade, o sindicalista teve 25 mil votos na cidade. Hoje, Turco mira ter, no mínimo, o dobro no reduto local. Outro que aparecerá pela primeira vez na urna regional será Luiz Fernando Teixeira, presidente do São Bernardo Futebol Clube. Com apoio da maior parte dos vereadores de São Bernardo e também apoios conquistados nas prefeituras vizinhas, o dirigente tem a meta ousada de ser um dos deputados petistas mais votados em todo o Estado. Se conseguir o feito, Luiz Fernando se credencia como nome forte para suceder Luiz Marinho no pleito de 2016. ‘Não penso nisso agora. Meu foco é a eleição de 2010’, despista. Assim como Turco, Teonílio Barba, um dos diretores do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, vai debutar nas urnas com a missão de preencher o espaço que ocupou a candidatura de Carlos Grana – exceto em Santo André. “Temos um trabalho muito forte com os metalúrgicos em todo o Estado e também com outras entidades’, explica Barba. Em São Caetano, a bola da vez deverá ser o estreante Robinson Castropil. Comandante da PM na cidade, Castropil ajudou o prefeito Paulo Pinheiro na campanha eleitoral de 2012, quando fora inclusive cotado para ser vice. A cada dia o nome dele ganha força para ser o indicado pelo atual comando do Palácio da Cerâmica. Em Rio Grande da Serra, o ex-prefeito Adler KikoTeixeira vai debutar na disputa proporcional federal. Kiko vai tentar uma vaga em Brasília e sabe que a missão não será fácil. Bem avaliado em Rio Grande, o ex-prefeito tem ciência de que será necessário ir além dos 40 mil habitantes da menor cidade do ABC para conseguir o passaporte federal. “Vamos trabalhar em toda a região e em algumas cidades da região metropolitana”, revela. Por falar em ex-prefeito, Aidan Ravin, que disputará uma vaga pelo PSB de Santo André, tentará uma vaga como deputado federal. “Vamos levar nossa experiência de atuação como vereador e prefeito para o Congresso”, afirma.

Ser deputado federal é o foco de Aidan Ravin

Pastor Bittencourt olha para Assembleia

Vereadores vão às urnas para deputado estadual e federal

ABC beneficia figurões na Assembleia

Alguns nomes da vereança do ABC são dados como certo nas urnas em outubro. Em Santo André, Almir Cicote e Ailton Lima são os nomes mais comentados, sendo o primeiro estadual e o outro federal. Em São Bernardo, o vereador em primeiro mandato Rafael Demarchi e o já experiente Gilberto França aparecem como os mais prováveis, ambos na raia federal. Em São Caetano, o parlamentar mais cotado para assumir o bastão é Beto Vidosky. Porém, nos bastidores, já há quem aposte que o político seja demovido do pleito estadual. O ex-vereador Gilberto Costa, hoje no PEN e sem mandato, é nome certo como estadual. Em Diadema, muitas incógnitas. Oficialmente, ninguém assume a pré-candidatura. Em Mauá, o vereador Batoré disputará como federal.

Vanderlei Siraque planeja o Congresso 11

Regina Gonçalves mira a Assembleia

Permanecer no Congresso é foco de Helcio Silva

Vicentinho quer manter cadeira em Brasília


Política

Janeiro - Fevereiro/2014

Calendário atípico no semestre impactará trabalhos do Legislativo O

Sidão da Padaria não tem dúvida da complicação

s 142 vereadores das sete cidades do ABC retornam do recesso no começo de fevereiro e vão se deparar com um calendário atípico que tende a reduzir a produtividade das Casas. Não se trata de ano recheado de feriados. Pelo contrário. A maior parte dos feriados cai no fim de semana, sem chance de emenda. No primeiro semestre ainda tem a possibilidade de emendar o feriado da Semana Santa com 21 de abril, Dia de Tiradentes, que cairá numa segunda-feira. Por outro lado, dois grandes eventos, que acontecem a cada quatro anos, irão canalizar a integralidade das atenções. No dia 12 de junho tem início a Copa do Mundo de Futebol, no Brasil. Sessenta e quatro anos depois da edição histórica, que levou o Brasil até a final, na traumática derrota para o Uruguai em pleno Maracanã, o País e os 200 milhões de brasileiros têm a chance de conquistar o hexa em casa. Fato que, por si só, já mobiliza a todos e não será diferente nas câmaras. O calendário ainda não foi definido nas casas de leis. “Não sabemos ainda como ficará a rotina, mas o Legislativo continuará prioritário. Só se ausentará do trabalho na Copa quem estiver de férias”, diz o petista Tião Mateus, presidente do Legislativo em São Bernardo. “Va-

mos ver quando estiver mais próximo para definir como serão as sessões que, eventualmente, coincidirem com dia de jogo da seleção”, destaca o dirigente andreense, vereador Donizeti Pereira (PV ). A Copa do Mundo começa em 12 de junho com o jogo do Brasil, justamente uma quinta-feira, dia de sessão em Santo André. A partir de julho, normalmente, os Legislativos estão no recesso parlamentar.

Copa do Mundo vai abocanhar campanhas Se o Brasil seguir até a final da Copa do Mundo, o início da campanha eleitoral também estará comprometido. Oficialmente o pedido de votos começa três meses antes do dia do voto, 5 de outubro. Como a final da Copa ocorrerá na segunda semana de julho, os primeiros dias da largada eleitoral deverão ficar em segundo plano com todos de olho nos últimos lances do torneio mundial. “É claro que o futebol é a paixão nacional. Além do mais com a Copa realizada no Brasil o interesse será ainda maior”, comenta Sidão da Padaria (PSB), presidente da Câmara de São Caetano. 12


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Vereadores não precisam de licença para mirar urnas

Embora nesta fase de pré-campanha ainda não seja possível cravar o número de vereadores que almejam o posto de deputado estadual ou federal, já é possível assegurar que no período eleitoral o ambiente interno do plenário será tomado pela atmosfera externa. Vereadores que são candidatos – não são obrigados a pedir licença do cargo – e pela defesa na tribuna dos debates serão feitos pelos presidenciáveis. Nesse clima, é possível afirmar que os vereadores entram em 2014 com a ciência de que o trabalho deverá render um semestre. Depois disso, o que vier é lucro, como destaca um parlamentar em troca do anonimato.

Pauta tem ausência de projetos relevantes

O ano começa nas casas de leis sem a perspectiva de grandes projetos na pauta de discussão. Em São Bernardo, o presidente e petista Tião Mateus já disse que irá debater, logo no início, a retomada da matéria que estabelece o Código de Ética para disciplinar normas e condutas da vereança. Além disso, deve abrir o trabalho parlamentar no município a auditoria para apurar o contrato que culminou na reforma do novo e polêmico prédio do Legislativo. Em Santo André, com a reforma administrativa exe-

cutada, os vereadores ficam no aguardo do envio de algum projeto mais apimentado do Paço para discussões mais acaloradas. O mesmo acontece em São Caetano, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Em Diadema, com o impasse na cobrança do IPTU, os vereadores da oposição devem levar ao plenário todas as críticas e movimentações que fazem neste período de recesso no intuito de reverter o aumento no imposto.

Subordinação ao Executivo continua problema crônico

Embora nenhum vereador admita publicamente, nos bastidores é voz corrente que a pauta de projetos mais relevantes é de origem do Executivo. Se a Prefeitura não encaminha temas palpitantes para o plenário, os parlamentares não conseguem deliberar sobre grandes temas, a não ser fiscalizar e cobrar ações do Paço. Isso porque, pela lei, nenhum vereador pode apresentar projeto que implique em impacto financeiro no cofre público. Sendo assim, qualquer medida causa reflexo e, como tal, o parlamentar pode sugerir para a Prefeitura encampar, mas não como projeto de autoria da vereança. “Essa situação é complicada, mas ficamos de mãos atadas. O que nos resta é cobrar, por exemplo, a execução das verbas e investimentos do orçamento, mas, em alguns casos, não temos a transparência total das informações’, revelou um vereador, sob sigilo da fonte. Algo que não acontece apenas em uma casa de leis, mas, praticamente, em todas da região.

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Donizeti Pereira afirma que é preciso chegar mais perto

Tião Mateus diz que precisa antes debater o Código de Ética


Educação

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Ivone Voltarelli diz que plano de cargos e salários é outra meta da Secretaria

Sem gargalos, ensino em São Caetano planeja reforma R

ecém confirmada como titular na Secretaria de Educação de São Caetano, a professora Ivone Braido Voltarelli, destaca que a cidade não possui déficit de vagas. No ensino infantil e fundamental não o município não possui estudantes à espera de vaga. Além disso, durante entrevista ao RD, Ivone garante que ainda este ano iniciará a reforma em 11 escolas públicas da rede municipal, além de implantar o Plano de Cargos, Salários e Carreiras. Atualmente, São Caetano conta com quase 20 mil alunos na rede pública e mais de 40 escolas. Repórter Diário – Qual o balanço da gestão educacional? Ivone Voltarelli – Diante das dificuldades do início da gestão por conta de dívidas, a educação conseguiu destaque. Nós atendemos toda demanda de crianças do primeiro ano do ensino integral. O balanço foi positivo e de avanço. RD – Quais as perspectivas para 2014? Ivone – O principal desafio é melhorar os índices externos como o Saresp [Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo], Prova Brasil e Prova São

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Caetano. Tudo para avaliarmos o retorno do conteúdo e da grade curricular que elaboramos. Além disso, estamos equipando com utensílios e mobílias as escolas que precisam de reformas estruturais. RD – Como melhorar os índices? Ivone – Nós temos um índice positivo no Saresp. Nossa média é maior que a do Estado. Estamos investindo em tecnologias nas escolas. O índice de melhora vai depender de cada escola. Melhorar meio ou um por cento na pontuação a cada ano é uma meta. RD – Quais tecnologias, por exemplo? Ivone - As escolas municipais de São Caetano iniciaram as aulas deste ano com novas lousas interativas, ferramentas tecnológicas que são utilizadas como apoio ao aprendizado de crianças e adolescentes. E em muitas unidades escolares os pais de alunos também estão sendo convidados a conhecer como os aparelhos são utilizados em sala de aula pelos professores de diversas disciplinas, com benefícios pedagógicos para os estudantes. Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Dom Benedito Paulo Alves de Souza, localizada no bairro Santa Paula, as reuniões de pais e mestres realizadas neste ano contaram com o apoio da lousa interativa. As famílias são incentivadas, ainda, a utilizar o portal educacional da Prefeitura em casa, estimulando o estudo dos filhos. RD – Como é a Prova São Caetano? Ivone – Observar todos os investimentos e capacitações se reflete no dia a dia. A prova é feita nas pontas, quinto e nono anos de ensino. Começou a ser aplicada em agosto. Este ano vamos fazer em março e vamos aplicar duas a três por ano. O conteúdo abrange todas as disciplinas. RD – Como é o plano de reforma das escolas? Ivone – Queremos reformar todas as escolas. Não vamos reformar todas as unidades esse ano. Hoje uma das prioridades é a EMEF Eda Mantoanelli, no bairro Santa Maria. Vamos iniciar o trabalho em 11 escolas. RD – Qual é o investimento? Ivone – O Setor de Obras está fazendo o orçamento para tudo isso e o Setor de Compras preparando todo o procedimento para adquirir os materiais necessários que vamos utilizar na rede. RD – E as parcerias com os governos estadual e federal? Ivone – Na questão da alimentação escolar, por exemplo, nós temos parcerias com os dois poderes, inclusive parceria com o governo federal na ajuda do custeio de reformas. RD – Os uniformes serão entregues? Ivone – Nós vamos receber o uniforme ainda em fevereiro. Duas camisetas, bermuda, blusão, calça etc. RD – O processo de municipalização do ensino vai continuar em São Caetano? Ivone – Por enquanto readequar através da reforma e de-


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pois ampliar o número de escolas em período integral. Nós não estamos com demanda de vaga. Não temos déficit nem no infantil e nem no fundamental. Não precisamos ampliar o número de escolas. As unidades que temos absorvem os nossos alunos. RD – Quantas escolas no sistema período integral existem em funcionamento na cidade? Ivone – Hoje são seis, mas queremos ampliar para atender a demanda. O ideal seriam todas as 20. Atualmente temos 6 e só uma atende o ensino fundamental dois. RD – É possível transformar todas em integral? Ivone – Podemos pensar em tornar integral uma ou duas unidade de ensino por ano. RD – Quais adaptações? Ivone – Ter uma boa cozinha industrial e espaço físico para oficinas. No contraturno existem oficinas para quem passa o dia inteiro. São oferecidos profissionais de dança e música para tornar as escolas integrais. RD – E a valorização dos professores? Ivone – Já está em andamento o plano de cargos, salários e carreira para ser implementado em 2014. Já tem empresa contratada pelo município para isso. RD – Quais os principais pontos? Ivone – Equilibrar o salário. A ideia é colocar o salário base mais alto. O piso hoje é por volta de R$1,5 mil. Ainda estamos chamando professores do concurso do ano passado. São Caetano não tem déficit de professores.

Uma das novidades é a lousa interativa, exposta aos pais (foto acima) na EMEF Dom Benedito Paulo Alves

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Economia

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Comércio e serviços se preparam para atender demandas da Copa A

lhos e acessórios para o inverno. “Tudo verde e amarelo”, Copa do Mundo no Brasil não deve favorecer muiconta. Para dar conta da demanda, a rede A Esportiva já tos setores da economia no ABC, mas para alguns reforça o time de empacotadores, estoquistas e caixas. E é a chance de ganhar bom dinheiro. É mais que um Natal. para garantir o investimento – quantia que não abre – a Não o de 2013, que não foi de vaca gorda. A grande festa empresa dispara dia 1º de abril a campanha Compre e Gado futebol deve inflar o bolso de quem presta serviços de nhe. Todo consumidor que comprar um produto, em uma táxi, bares e restaurantes, oferece cursos de idiomas e vendas lojas, relacionado à Copa do Mundo, leva um brinde. de de carnes, tevês a artigos esportivos. Duas novas lojas, em Campinas e Baixada Santista, seCom cinco lojas somente no ABC, a rede A Esportiva rão abertas ainda nos próximos meses como está rindo à toa. “É um segundo bom Natal, um baita presente”, resume Paulo Duarte, di“Não podemos reflexo da boa maré para A Esportiva, que concentra 20% dos negócios no ABC. “Não retor da empresa, que há quatro anos trabaesquecer esquecer que futebol é uma das lha para o grande evento esportivo. que futebol é podemos paixões do brasileiro”, justifica Paulo Duarte. A Copa das Confederações serviu de termômetro e refletiu até no Natal. Dia 20 de dezem- uma das paixões Positivo - Em Rudge Ramos, São Berbro não tinha mais a camisa oficial para vender. do brasileiro, Não fosse pedido extra ao fornecedor teria falta- portanto essa é nardo, o comerciante Luis Diogo Junior animado com a proximidade da Copa do até a Brazuca, a bola sucessora da Jabulani, uma boa hora” está do Mundo. “É um evento que mexe muito usada no Mundial da África do Sul. A expectativa com o consumidor. As empresas liberam os é muito boa. “Uns 30% de crescimento a mais funcionários pra ver os jogos e eles saem loucos comneste semestre”, calcula. prando o que encontram na frente”, comenta. Com Só na unidade do Shopping Metrópole, em São Berquatro lojas ao redor do Largo São João Batista - Tacha nardo, a rede deve vender no varejo entre 8 mil e 10 mil Magazine (dois endereços), R49 e Rudge OutLet -, o camisas da Seleção Brasileira, fora as licenciadas. Para o lojista recebe agora em fevereiro toda a coleção oficial corporativo, o cálculo é de 60 mil unidades. “Portanto, as e não oficial do Brasil. Mas as vendas de artigos alusivos empresas interessadas devem correr, porque o estoque é à data começaram desde o ano passado. “Só da Brazuca para atender somente até maio”, afirma Luiz Darcio Monestamos no terceiro lote e vão chegar mais dois”, diz. tan, gerente da loja, que já tem estoque também de agasa16


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‘Hasta luego, chica’ José Soares Nogueira, taxista em Santo André, aproveita os passageiros para praticar o espanhol que aprendeu no curso do programa Taxista Nota 10, da Confederação Nacional do Transporte (CNT), em parceria com o Sest/Senat e Sebrae. O programa de 120 horas oferece capacitação gratuita em inglês e espanhol aos motoristas profissionais, que recebem kits com caderno do aluno, caderno de exercícios e CD para estudar quando e onde desejarem. Para Nogueira, aprender a língua não é complicado e o fato de ser bom de papo ajuda muito. O taxista diz que não pode perder passageiro durante os jogos da Copa do Mundo somente porque não sabe falar a língua “do gringo”. “Tenho de arriscar, mesmo que seja o portunhol”, diz ao se despedir da repórter com o termo “hasta luego, chica” ou “até então, menina”. Nogueira é um dos cerca de 1,5 mil taxistas que atuam no ABC têm grandes expectativas de transportar os passageiros torcedores para São Paulo. Ou melhor: para o Itaquerão, estádio escolhido pela Fifa (Fédération Internationale de Football Association) para a realização do jogo de abertura da Copa do Mundo, dia 12 de junho, e outros cinco jogos. Outros destinos são os aeroportos de Guarulhos e o de Congonhas. Além de aprender língua estrangeira, a categoria sonha avançar na profissão. Também de Santo André, Luiz Zapparolli, roda de taxi há 20 anos pelas ruas do ABC. Colega de Nogueira no ponto – rua Xavier de Toledo -, também é aluno do programa Taxista Nota 10, mas preferiu o curso de inglês, idioma que considera

desafio para a carreira. “É difícil, mas tenho de aprender para não perder passageiro”, comenta o taxista, que pretende continuar com o estudo mesmo após a conclusão do curso. Outro trabalho do Sebrae para a categoria foi o curso Taxista Empreendedor. Até outubro de 2013, no ABC, exceto Ribeirão Pires e Diadema, foram certificados 251 motoristas. A qualificação abordou atendimento, marketing pessoal, gestão de finanças, trabalho em equipe e outros assuntos relacionados à atividade. Para o taxista José Soares Nogueira, que já possui o selo empreendedor no veículo, a qualificação ajuda a reforçar a confiança do passageiro na escolha do motorista. “Ele [o selo] atesta que temos interesse em oferecer qualidade no atendimento”, acredita.

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Taxista José Nogueira Soares diz que tem de arriscar o idioma, nem que seja o portunhol

Luiz Darcio Montan, gerente, já começou a ‘vestir’ a loja de Copa do Mundo


Economia

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Bar Figueiras, em Santo André, trocou equipamentos de alta definição para transmitor os jogos da Copa do Mundo

Bares investem em tecnologias

Ensino de idiomas pega carona

No segmento de bares, o clima também é de investimento para o maior campeonato de futebol do planeta. No bairro Jardim, em Santo André, o Boteco Maria e o Fonte Leone já anunciam a troca de TVs, de caixas de som e colocação de projetor HDMI. “Vamos fazer a troca de equipamentos por outros mais modernos e de melhor definição, para receber os nossos clientes durante a Copa”, diz José Miranda, proprietário das duas casas. Na vila Assunção, novo point em Santo André, realizará evento fechado com venda de camisetas para os clientes. “Será no mesmo esquema que fizemos com o Grito de Carnaval”, avisa o proprietário Melchior Neto. O ano da Copa nem havia chegado quando o Bar Figueiras, em Santo André, providenciou vídeo wall, recurso que interligou quatro monitores de vídeo para gerar grandes imagens, somadas de todos os displays, com total de 94 polegadas. Sergio Hiroi, administrador e responsável pelo marketing do estabelecimento, explica que dessa forma a qualidade da imagem não sofre interferência com a claridade do ambiente. “Como os jogos da Seleção Brasileira estão marcados para o período da tarde, mesmo com a luz do sol refletindo no visor, a imagem não será afetada”, diz Hiroi. Além disso, o Bar Figueiras adquiriu mais seis televisores para preencher pontos cegos e instalar mais dois na varanda. Hiroi conta que o investimento até agora é de R$ 20 mil, no entanto, pretende injetar mais R$ 15 mil até o início dos jogos. “Os clientes têm expectativa de encontrar algo diferente e isso nos motiva”, diz o administrador. O estabelecimento, que possui capacidade para cerca de 250 pessoas, terá decoração temática do Brasil, com mesas adesivadas e funcionários com uniforme alusivo à Copa. As promoções ainda estão sendo planejadas, mas Hiroi adianta que vem novidade por aí.

A contagem regressiva para os grandes eventos esportivos no País também movimenta as escolas de idiomas. Para atender a demanda, alguns estabelecimentos trabalham pacotes especiais voltados ao universo do turismo. A Wise Up, escola de inglês oficial da Copa do Mundo 2014, lança em março um curso online gratuito com duração de oito horas. “Milhares de pessoas terão interesse, sendo que parte do nosso trabalho é testar os voluntários da Copa”, aponta Julio de Angeli, CEO do Ometz Group, no qual a Wise Up faz parte. O empresário afirma que o setor está aquecido e o aumento na demanda está acima de dois dígitos, tendência atribuída, também, à percepção do público de que um segundo idioma é essencial para garantir boa colocação no mercado de trabalho. “Os alunos buscam qualidade e rapidez, dessa forma adotamos metodologia de ensinar exatamente o necessário, e em pouco tempo se obtém resultados muito positivos”, diz. O empresário afirma que o setor está aquecido e o aumento na demanda está acima de dois dígitos, tendência atribuída, também, à percepção do público de que um segundo idioma é essencial para garantir boa colocação no mercado de trabalho.

Fabricante de papelão calcula 17% de crescimento

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A Mazurky, fabricante de embalagens e caixas de papelão, em São Bernardo, aposta nos eventos realizados durante a Copa, que podem aumentar em até 17% o faturamento. “Os diversos setores, principalmente o alimentício, aumentam a demanda e as embalagens de papelão devem acompanhar”, explica Eduardo Mazurkyewistz, diretor da empresa.


ESPORTE

Janeiro - Fevereiro/2014

Garotada é a aposta da nova diretoria do E.C. Santo André Jairo Livólis, novo presidente do Ramalhão, investe na base para resgatar os tempos áureos do clube, que está na série A2, do Paulistão

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os últimos anos o EC Santo André não vem nada bem. Em 2014, o clube joga na série A2 do Campeonato Paulista e aposta na base. “Temos de retornar às origens, com a volta do projeto Jovem Santo André”, diz Jairo Livóllis, novo presidente. Leia na íntegra a entrevista: Repórter Diário: O que dizer desse momento da equipe? Jairo Livólis: Estamos em um processo de recuperar o clube nas competições. Nosso objetivo nesse ano está voltado no retorno da equipe para a série A1 do Paulistão, a partir daí vamos fazer novos investimentos, para voltar a ver o Santo André na elite, na Copa do Brasil e a ganhar títulos. RD: Você já esteve na presidência, ganhou a Copa do Brasil. O que repetir e o que mudar? Jairo Livólis: Repetir será uma tarefa difícil. Mas temos de começar com o acesso para a série A1, para pretender coisas mais importantes. Em paralelo, voltamos a investir no Jovem Santo André. RD: Em relação à base, o clube foi eliminado da Copa São Paulo. Mas pode subir algum jogador? Jairo Livólis: Ainda não subiu ninguém, apenas três atletas foram convocados para a pré-temporada. Mas fizeram uma competição fraca, o grupo foi insuficiente para o que precisamos. Vamos ter de investir muito na busca de novos talentos em 2014, dos que temos em casa, apenas três atletas vão ser avaliados, mas é muito pouco. RD: Na antiga gestão, o ex-presidente Celso firmou parceria com a Saged. A parceria foi ruim para o clube? 19

Jairo Livólis: O lado bom é que a parceria surgiu, quando o Santo André necessitava de dinheiro, para sustentar a participação na série B do Brasileiro, e subir para série A. O lado ruim foi que depois de cinco anos do projeto Saged, houve um distanciamento do que se pretendia e do que aconteceu. Essa brecha levou à perda de produção da empresa, e o resultado final foi ruim. RD: Com você no comando, há alguma nova parceria? Jairo Livólis: Parceria não temos. Apenas contrato de patrocínio com o Hospital Brasil, e estamos na busca de segundo patrocínio. Além disso, a Prefeitura está sendo muito importante para o nosso momento. RD: O Santo André já apresentou 10 reforços para esta temporada. O clube vai atrás de mais nomes no mercado? Jairo Livólis: Não. Estão encerradas as contratações, a menos que alguém se machuque ou apareça uma boa oportunidade. Esse é o grupo que vai disputar o Paulista, e vai trazer o Santo André para elite. RD: Dentro do grupo há dois jogadores que são experientes, Marcinho Guerreiro e Nunes, no que esses jogadores podem acrescentar na disputa da série A2? Jairo Livólis: Nós queríamos um volante experiente, e fomos atrás do Marcinho Guerreiro, um atleta importante no setor de meio campo. O Nunes, que foi revelado pelo Santo André, é o centroavante perfeito para as necessidades do clube, já jogou todas as divisões, um jogador valente e que tem o espírito do Ramalhão.


ESPORTE

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Luiz Fernando projeta Tigre na série C Presidente do Tigre, Luiz Fernando Teixeira, faz previsões para 2014

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pós um ano perfeito para o São Bernardo, o clube quer ainda mais em 2014. A principal meta é conseguir a vaga na série D do Campeonato Brasileiro. Para isso o Bernô tem de se classificar para a segunda fase do Campeonato Paulista. “São 10 clubes no Paulistão que não têm vaga no Brasileiro. Acredito que se conseguimos essa vaga, ano que vem estaremos na série C”, acredita Luiz Fernando Teixeira, presidente do São Bernardo FC. Leia a entrevista: Repórter Diário: 2013 foi perfeito para o São Bernardo, além de ficar na série A1 do Paulista e o título da Copa Paulista, conseguiu vaga na Copa do Brasil de 2014. O que representa este ano para o clube? Luiz Fernando: O São Bernardo fez uma boa Copinha, um belo Paulistão, participamos pela primeira vez de uma competição nacional que é a Copa do Brasil, e o título da Copa Paulista. Não tem do que reclamar, somos o único time do ABC na A1 do Paulista. Estamos batalhando forte para nos firmar no futebol de São Paulo. RD: O que o São Bernardo precisa para garantir vaga na série D do Brasileiro? Luiz Fernando: Este ano mudou a regra. Para conseguirmos a vaga temos de se classificar para a segunda fase do Paulista. Estamos no grupo da morte com Santos, Ponte Preta, Portuguesa e Paulista. Se passarmos, a vaga está garantida. RD: Se a vaga for alcançada, o Bernô terá quatro competições para jogar, em um ano que será apertado. Quais os planos do Tigre?

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Luiz Fernando: Temos duas competições que se iniciam no primeiro semestre, e se conseguimos a vaga para a série D, duas que começam no segundo semestre. Se classificarmos, o São Bernardo reforça e focamos no Brasileirão. Acho que subimos já ano que vem para a série C. RD: Após a pré-temporada em Águas de Lindóia, o elenco chega mais preparado do que os grandes clubes no Paulista? Luiz Fernando: O time desse ano é melhor que o do ano passado, está mais preparado na competição. RD: Ano passado, o técnico Edson Boaro usou muitos jogadores na posição do camisa 10. Com a volta do Bady, essa posição já tem dono no time? Luiz Fernando: Eu creio que pelos treinamentos e pelos jogos-treinos que temos feito, o Bady já é o dono da camisa 10. RD: O São Bernardo já apresentou alguns reforços. A diretoria ainda vai atrás de mais nomes? Luiz Fernando: Não, o São Bernardo fechou seu elenco com 30 jogadores, eu creio que isso é o suficiente para fazermos o Paulistão e a Copa do Brasil. Temos bom elenco e reservas à altura. Uma boa chance para o técnico. RD: A garotada faz bonito na Copa São Paulo de Futebol Júnior. Tem algum nome subir para o profissional? Luiz Fernando: Sim, deve subir um zagueiro, um meia, e também um atacante. Pelo menos três jogadores do time da Copinha vão ter chance no time de cima. Vai ser difícil escolher apenas três nomes.


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Após pior ano da história, A zulão investe para voltar ao grupo de elite

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ão queremos jogadores que já chegam com Nike no pé. Têm de passar pelas Havaianas primeiro.” A declaração é de Nairo Ferreira, presidente da AD (Associação Desportiva) São Caetano. Em entrevista exclusiva, o dirigente comentou a fase terrível para o clube em campo ao longo de 2013 – “o pior da história” –, revelou que aposta em jogadores desconhecidos em 2014, e ainda disparou críticas à atual composição e a ex-jogadores. “Temos um grupo bom, mas sem comprometimento com o clube”, cutuca. A entrevista completa com o cartola do Azulão está disponível em vídeo no portal do RD. A seguir, os principais trechos. Repórter Diário: 2013 foi um ano ruim para o clube. Foi a pior temporada desde que você assumiu? Nairo Ferreira: Foi o pior ano da história do São Caetano. Estou desde 1996 na presidência, e digo que 2013 não passou na minha vida, pois fui de 2012 direto para 2014. Foi ruim em todos os campeonatos e tivemos dois rebaixamentos. A equipe não encaixou. Vamos começar 2014 com competições difíceis, e retornar para colocar o São Caetano no lugar dele. RD: Dizem que a culpa pela fase ruim é da diretoria do clube. Inclusive, um dos maiores jogadores do São Caetano, o Adhemar, é muito crítico à atual gestão. Como você lida com a crítica? Nairo: Eu não vou dar ouvido ao que o Adhemar fala ou deixa de falar. Ele ficou aqui quatro anos e jogou apenas um. A diretoria sempre trabalhou da mesma forma. O que acontece é momento do futebol. Quem tem de ser culpado é o grupo de jogadores. O São Caetano paga todo mundo em dia. Eu não perco o gol, o diretor não joga e o treinador não bate pênalti. Temos um grupo bom, mas sem comprometimento nenhum com o clube. RD: Em 2013, o São Caetano apostou em jogadores renomados, como Rivaldo e Jobson. Neste ano, o clube vai atrás de medalhões no mercado? Nairo: O Rivaldo tem um passado maravilhoso no futebol, mas não rendeu o que esperava. O Jobson também é um grande jogador, inclusive faz sucesso fora do País, mas não deu liga aqui. Talvez mal utilizado, não sei. Mas o assunto dentro do São Caetano é comprometimento, vão sair 16 ou 18 jogadores, quem ficar e quem chegar, tem de vir com chinelos Havaianas no pé e sair de Nike, tem de ter vontade de vencer. O clube vai voltar às suas origens. Não vamos trazer jogadores que já chegam de BMW, X5 e que tratam o São Caetano como mais um. RD: Desde 1998 o São Caetano não disputa uma série A2 de Campeonato Paulista, e desde 2000 que não participa de uma série C do Brasileiro. Como o time se prepara para essas competições? Nairo: Não pode abaixar o nível do futebol, o São Caetano compete como equipe de série A1, e de série A. São competições diferentes, mas voltamos como time grande, todos

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vão querer ganhar do São Caetano. O objetivo é classificar entre os quatro. RD: No ano passado, o Azulão teve média de público de 581 pagantes. O que o clube vai fazer para ter de volta a presença do torcedor nos jogos? Nairo: O São Caetano sempre teve esse problema de torcedor, todos os times do ABC. A história do São Bernardo é totalmente diferente, e eu prefiro não falar nada, pois a estrutura deles é para levar público aos estádios. São Caetano não tem a estrutura para isso, nem Santo André, Palestra, Água Santa. Nosso público prefere ficar na televisão. Não vamos fazer nada para trazer o torcedor, só se for buscar na casa dele. O que era para ser feito, já foi. RD: Mesmo com a má atuação, o clube vai subir algum jogador para o nível profissional? Nairo: Sim, já temos cinco meninos que estão em Águas de Lindóia com o grupo. Esse time da Copa São Paulo era um time novo, então não esperávamos muita coisa, era mais para experiência do que esperar qualquer resultado.

Nairo Ferreira, presidente da AD São Caetano, quer apagar2013 e abrir nova página na história do Azulão, com aposta em jogadores desconhecidos


Cidades

Janeiro - Fevereiro/2014

São Bernardo oferece internet gratuita em 25 novos ônibus

Novos veículos custaram para a SBCTrans cerca de R$ 32 milhões e 50 unidades já estão em circulação

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Paço Municipal. Com a tecnologia, o usuário tem direito a cinco horas de conexão diária no terminal, com banda larga de 15 megabytes de velocidade, mas com restrição e bloqueio no caso de conteúdo ilegal. Durante as viagens, o acesso será por meio de tecnologia móvel.

esde o dia 12 de fevereiro, o sistema de transporte coletivo de São Bernardo passou a contar com 25 novos ônibus articulados, equipados com recursos para acesso gratuito à internet. Novidade no ABC. O lote veio somar a outros 50 veículos coletivos zero quilômetro, em circulação na cidade desde o final do ano passado. Na aquisição dos 75 veículos, a SBCTrans, empresa operadora do sistema de transporte no munícipio, investiu R$ 32 milhões, como parte da renovação da frota e modernização dos serviços. Com a ampliação do serviço, o sistema municipal passa a contar com 430 ônibus para atender cerca de seis milhões de passageiros por mês, média de cinco mil partidas por dia, em 59 linhas disponíveis. O tamanho da frota é suficiente para o volume de passageiros, segundo Nelson Ribeiro, diretor de operações da SBCTrans. Os 25 primeiros veículos com internet gratuita serão distribuídos para atender cinco linhas: 01 (Vila São Pedro/Taboão), 05 (Jardim Laura/Paço), 11 (Orquídeas/Paço), 29 (Jd Tupã/Rudge Ramos via Vergueiro) e 51 (Vila São Pedro/Vila Império). Os ônibus articulados são equipados da fábrica com roteadores que permitem aos passageiros, usuários de smartphones e tablets, acesso livre à internet. O sistema wi-fi, para uso da internet livre, também foi instalado no Terminal Rodoviário João Setti, próximo ao

Investimento no transporte - Luiz Marinho (PT), prefeito de São Bernardo, afirma que a aquisição de novos ônibus municipais faz parte das melhorias no sistema de mobilidade do município, encabeçado pela construção dos corredores exclusivos de ônibus. “A tecnologia [wi-fi] será para os veículos em circulação nos futuros corredores de ônibus. À medida que as obras forem concluídas, serão adquiridos novos ônibus para atender a demanda”, aponta o chefe do Executivo. O processo de licitação para a construção do Corredor LesteOeste, que está em fase de conclusão, prevê 20 km de extensão e constitui a maior via entre os 12 corredores programados para serem construídos pela Administração. “Representará, do ponto de vista de investimento e de impacto na cidade, ao equivalente a 10 obras da avenida Lions”, enfatizou o prefeito. A obra, que conta com investimentos da ordem de R$ 420 milhões, deve ser iniciada em abril e tem previsão de término em 18 meses. O projeto deve dar fluidez ao trânsito nas avenidas Faria Lima, Lucas Nogueira Garcez e Piraporinha. 22


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O próximo corredor é o Alvarenga, com início das obras no segundo semestre. “Quando estes dois corredores estiverem prontos serão mais 70 novos ônibus articulados com internet gratuita aos passageiros”, avisa o prefeito, que testou as novidades durante a cerimônia de entrega dos 25 veículos.

SBCTrans garante qualidade de acesso Cada ônibus articulado tem capacidade de transportar 123 pessoas por viagem, se for levado em consideração volume de cinco passageiros por metro quadrado. De acordo com o diretor de operações da SBCTrans, Nelson Ribeiro, o limite de acesso à internet atende a todos os usuários dentro do ônibus. “A conexão simultânea não terá interferência na qualidade da internet”, garante o executivo. O estudante Gustavo Souza Gonçalves diz que a novidade pode ajudar o acesso às redes sociais e eventuais emergências de pesquisa na internet. “Espero que, no futuro, todas as linhas tenham essa tecnologia”, aponta. A ajudante de cozinha Flaviana Regina da Silva torce para que o incremento da frota chegue às demais linhas da cidade. “Com mais ônibus circulando pode desafogar a lotação e evitar eventuais atrasos nos horários de pico”, calcula a munícipe de São Bernardo.

Novos ônibus articulados possuem capacidade para até 123 usuários

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Cidades

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Hortas Urbanas

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Aparecida Souza diz que não abre mão da horta , pois é tudo bem fresco e saudável

Eliaquim gosta do cultivo porque oproduto tem pouco agrotóxico

colhem sucesso nos bairros

egócio, ocupação do tempo, ajuda no sustento familiar ou para doação. A cultura de hortaliças em terrenos das prefeituras e nas faixas da Eletropaulo no ABC continua forte, apesar do crescimento das feiras livres aos domingos e das redes de supermercados, atentas aos desejos do novo consumidor. A região não tem levantamento sobre o universo desta atividade. O que se verifica, porém, é a ocupação cada vez mais comum de terrenos, antes baldios, com plantios de alface, couve-flor, cebolinha e outras hortaliças. Poucas prefeituras estão de olho na atividade, apesar do retorno para o munícipe e o poder público. Em Diadema, Daniel Augusto Silva, aposentado de 73 anos, começou a trabalhar numa horta no parque Reid, ano passado, a convite de político. O aposentado aceitou e, desde então, passa o dia inteiro na plantação de verduras e legumes em espaço de 700 m2, cedido pela Eletropaulo. “Antes o local era frequentado por usuários de drogas”, diz. Na horta, uma das 12 comunitárias da cidade, Silva tem para consumo centenas de pés de alface, tomate, inhame, feijão, brócolis, chuchu, mandioca e cenoura. Uma parte é destinada à venda. “O próximo passo é vender em grande escala para restaurantes”, afirma Silva, que possui mais três vizinhos com horta. No parque Takebe, a ex-fanixeira Irene Francisca representa uma das 40 famílias que cultivam hortaliças, numa área de 1,6 mil m2, também da Eletropaulo. Vende mais de 70 pés de alface por dia. O ofício aprendeu na vila Linda, em Santo André, onde mora, mas que considera pesado e recompensador. “O único problema é a falta de apoio da Prefeitura, que há algum tempo não manda sementes ou verba para a plantação”, reclama. A aposentada Agripina Geralda de Oliveira, 65 anos e

moradora no jardim União, também em Diadema, foi ajudar há mais de três anos a vizinha e nunca mais largou a horta. Descobriu que era um negócio lucrativo plantar verduras e legumes. Diz que a atividade é boa também porque força a fazer exercícios físicos diários e a comer de forma saudável. “Tudo de bom que aconteceu na minha vida ultimamente é culpa da horta”, afirma. Assim como Daniel Augusto Silva e Irene Francisca, Agripina produz para o consumo e venda. Agripina reclama da falta de organização na hora de levar as hortaliças para as feiras. Sem transporte adequado para levar os produtos, os produtores têm muita perda. “Antes a Prefeitura mandava um carro para o transporte, mas já faz tempo que isso não acontece”, diz ao contar que já levou a reclamação adiante, porém não obteve resposta. São Caetano também concentra produtores de hortaliças em terreno da Eletropaulo em regime de comodato. Um deles Arlindo Artur da Silva. Há 40 anos na cidade, dispõe de um terreno com 16 mil m2, mas ainda acha pouco. “Isso aqui não é nada pelo que eu trabalhava no Pernambuco, lá eram 25 alqueires”, diz o pernambucano, que emprega três pessoas e produz para venda, até aos domingos. Carlos Antonio de Freitas trabalha há dois anos na Jardinagem Pirani, em Santo André, onde há produção e venda também de verduras. “É um gosto antigo, minha avó e minha mãe plantavam e eu aprendi a gostar”, relata Freitas, faz entrega para residências e três mercados da região. No local, 15 clientes passam por dia pela horta. “Só a chuva forte que atrapalha o meu trabalho, pois resseca o plantio e, às vezes, tenho de plantar tudo novamente”, diz. 24


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Duas cidades despontam

Em Santo André, a ex-auxiliar de enfermagem Camila de Ângelo Del Caro atua há dois anos no ramo com o marido Guilherme Fortuna da Silva. A família possui três hortas, na vila Pires, herdadas do pai de Guilherme, também em área da Eletropaulo. Além do varejo, fornecem para restaurantes, sacolões e padarias. Tiram de lá todo o sustento do casal, que tem duas meninas, Ana Clara, 10 anos, e Analice, de cinco. A horta da rua Cisplatina é a maior e comercializa uma grande variedade de hortaliças e até tomate e quiabo. São 4 mil a 8 mil novas mudas por quinzena. Atrai cerca de 800 pessoas por semana. No final de semana, tem tanta gente que a mãe de Camila, dona Terezinha, precisa ajudar. Aos 32 anos, Camila comenta que é um grande aprendizado. “É um trabalho árduo que precisa ter muita força de vontade, persistência e muita paciência, até para lidar com a natureza”, ensina Camila, que reclama da falta de mão-de-obra na área.

Diadema é grande incentivadora da agricultura urbana no ABC. São 28 hortas, entre comunitárias, institucionais, ocupacionais e escolares. Mais duas estão a caminho. Do total, 12 são comunitárias, instaladas em faixas da Eletropaulo e Transpetro, nos bairros. A atividade é vista como uma intervenção socioeconômica de integração social e apropriação do espaço público. Mais de 180 famílias estão cadastradas e apenas 30% da produção é comercializada. George Franklin, coordenador do Programa de Agricultura Urbana, comenta que um dos retornos é o abastecimento em regiões distantes. “Outro é a agregação comunitária”, diz ao adiantar que Diadema estuda o impacto do programa de 10 anos na saúde da população. Segundo Franklin, há muito terreno livre e a preferência é para comunidades interessadas. “Damos toda assistência”, avisa. Basta telefonar para 4057-8124. Santo André possui 22 agricultores em 70 hortas, quase todos em áreas da Eletropaulo, numa faixa de 640 mil m2, segundo a empresa. A boa notícia é que o município desenvolve pesquisa para traçar o perfil social e econômico dos agricultores para depois criar plano de ação. São Bernardo conta com seis hortas espalhadas na vila Vivaldi (3), Assunção, Parque Selecta e Baeta Neves. No momento a Prefeitura não realiza qualquer trabalho para incrementar esta atividade. A AES Eletropaulo informa que cerca de 30% dos seus terrenos no ABC estão ocupados com o tipo de cultivo. Os interessados devem se dirigir a uma das lojas para conhecer os procedimentos.

Cliente - O motorista Eliquim Nunes mora há 45 anos em São Caetano. Conta que dificilmente compra hortaliças fora da horta do Arlindo. “Já conheço o trabalho e as pessoas que trabalham aqui. Além do pouco agrotóxico que é colocado, a amizade que temos é mais valiosa”, destaca. O aposentado Antonio Pirchio, também bate carteirinha na horta de Arlindo. “O que compro mais é escarola, alface e brócolis, o gosto é diferente”, elogia. Já Aparecida Souza não vê outro lugar para comprar verduras e legumes. “O que me cativa é ver a pessoa plantando e colhendo, é delicioso você comer algo fresquinho. Nunca plantei, mas tenho vontade”, diz a doméstica também de São Caetano.

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Antonio é cliente de carteirinha do Arlindo

Carlos seguiu a cultura da mãe e a avó

Arlindo cultiva em terreno de 16 mil m2, mas acha insuficiente


Cultura

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Ano é de boas notícias na cultura O

ano começou com boas notícias na Cultura de três cidades do ABC, como São Bernardo, que lança até março o edital de concessão de parte da gerência do complexo Vera Cruz. Mauá deve concluir ainda neste semestre o CEU das Artes, um conglomerado que se levanta no Parque das Américas e abre novo horizonte na área. Além do incremento na agenda cultural, São Caetano aguarda R$ 21 milhões do governo federal para revitalizar os equipamentos e abrir outras frentes. A reforma do Teatro Paulo Machado de Carvalho será a principal ação em São Caetano. Espaço Vera Cruz Cerca de R$ 15 milhões devem vir do governo em São Bernardo, federal só para melhoria do espaço. Outra interserá revitalizado venção será na Fundação das Artes, que terá R$ 5 milhões. Com aporte de R$ 1 milhão, o Pronatec (Programa Nacional de acesso ao Ensino Técnico e Emprego) abrirá 650 vagas para cursos gratuitos, como de agente cultural, DJ, fotografia e maquiagem. “Só falta a aprovação da presidente Dilma Rousseff para o projeto, que está em andamento”, avisa Jander Lira, secretário de Cultura, que trabalha em 2014 com orçamento de R$ 13 milhões, o mesmo de 2013, quando o balanço foi positivo: cerca de 930 ações, 340 mil espectadores e 180 espetáculos teatrais. “Um recorde no ABC”, avalia. A principal atração foi a primeira Festa da Cultura Nordestina, Francis Lopes em outubro, que reuniu público de 42 mil encerrou a Festa pessoas, com artistas, como Frank Aguiar e Nordestina, sucesso Francis Lopes. em São Caetano Em 2014, a cidade pretende expandir o projeto mensal São Caetano Tem Samba, no Bosque do Povo, para outras culturas e ritmos, como o rock e o sertanejo. Outras promessas são de incrementar a Festa Italiana e o encontro de carros antigos, além de ampliar a Festa Nordestina.

Mauá ganha CEU das Artes e de Esporte, no Parque das Américas

Circuito regional - Novidade este ano é que as sete cidades elaboram um calendário regional de eventos, com apoio do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, numa espécie de circuito regional. A ideia é aproveitar a vocação e o foco cultural de cada município, como o Festival de Paranapiacaba, em Santo André, e a Festa do Chocolate, em Ribeirão Pires, para divulgar e potencializar a cultura do ABC. Waldir Luiz da Silva, secretário de Cultura, Esportes e Lazer de Mauá, conta que o debate sobre o projeto começou no final 26

do ano passado, capitaneado pelo Grupo de Trabalho no Consórcio. Sobre a Cultura, em Mauá, Silva afirma que o grande esforço nestes primeiros meses é a conclusão do CEU das Artes e do Esporte. O novo equipamento é erguido em terreno, de 3 mil m², da Prefeitura, cedido ao governo federal e com contrapartida em dinheiro. Coube ao município a manutenção e o custeio do espaço. O investimento total é de R$ 3 milhões. Com recursos do PAC 2 Programa de Aceleração do Crescimento), o CEU terá dois edifícios, que abrigarão o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), salas multiuso, tele centro, cine teatro, auditório com 60 lugares, quadra poliesportiva coberta, pista de skate, aparelhos de ginástica, playground e pista de caminhada. Outra medida será retomar o calendário da Festa dos Povos, em vigor até 2011, e o início do Circo Escola. A cidade também retoma neste ano o Carnaval de Rua, mas descentralizado e sem disputa com premiação. Cada uma das 13 escolas vai desfilar no bairro de origem, numa espécie de “esquenta” para 2015, quando haverá disputa e premiação. A estratégia visa atrair verba da iniciativa privada para o evento. “Já estamos conversando com alguns parceiros para fazer a folia sem dinheiro público”, diz o secretário. Vera Cruz - São Bernardo está centrado em recuperar a memória e os estúdios da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, com a transformação do espaço num centro de referência em formação e produção audiovisual. A empresa que vencer a licitação irá revitalizar o espaço com a construção de sete estúdios – pequeno, médio e grande -, um teatro com capacidade para 800 pessoas, além de restaurante e café. Com projeto desenvolvido por produtores e cineastas, a nova Vera Cruz prevê um centro de formação de cineastas e de atores, além de um centro livre de artes cênicas. “Nós teremos um movimento sinérgico que pode atrair muita gente”, aposta Osvaldo de Oliveira Neto, secretário de Cultura de São Bernardo. No projeto, a cidade será responsável pela formação gratuita de profissionais da área e indução de incubadoras para nutrir futuras empresas no setor. “Nós vamos, a partir disso, atrair o mercado, quem produz e investe em filmes”, observa. A previsão inicial é investir R$ 63 milhões nos primeiros cinco anos para dar impulso ao projeto. A empresa vencedora da concorrência poderá explorar o ramo e aproveitar o grupo formado.


Cinema

Janeiro - Fevereiro/2014

com o ator Michael Fassbender, depois de Hunger e Shame Baseado em fatos reais, o longa apresenta Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), um escravo liberto que é sequestrado em 1841 e forçado por proprietário de escravos (Michael Fassbender) a trabalhar numa plantação na região de Louisiana, nos Estados Unidos. Salomon é resgatado após 12 anos, por um advogado (Brad Pitt).

Robocop Filme é um dos mais esperados

Nova ficção da série se passa em 2028, quando os drones são usados para fins militares

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evereiro e março reservam boas novidades no cinema. Uma das produções mais esperadas é Robocop, que marca a estreia do diretor José Padilha (Tropa de Elite e Tropa de Elite 2). O sexto filme da série estreia no Brasil no final de fevereiro, com Joel Kinnaman, Gary Oldman e Michael Keaton no elenco. A ficção se passa

em 2028, quando os drones são usados para fins militares mundo afora e a empresa OmniCorp decide que eles atuem no combate ao crime nas grandes cidades. Mas a iniciativa tem resistência nos Estados Unidos. Outra grande estreia é o drama histórico 12 Anos de Escravidão, terceiro filme do diretor Steve McQueen

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A Ascensão do Império e Rio 2 Em março, duas novidades vão agitar o cinema, um deles 300 - A Ascensão do Império, filme épico de ação dirigido por Noam Murro. Após a morte do pai, Xerxes (Rodrigo Santoro) dá início à jornada de vingança e vai para a Grécia, com seu exército sendo liderado por Artemisia (Eva Green). Rio 2 estreia em março e é animação com comédia. O filme é a continuação do longa Rio, do brasileiro Carlos Saldanha, sobre as novas aventuras da arara azul Blu e a companheira Jade, no Rio de Janeiro, época de Copa do Mundo.


DEcoração

Janeiro - Fevereiro/ 2014

Maximira Durigan fatura prêmio de bom gosto e sustentabilidade Maximira Durigan foi destaque em 2013 no Polo Design Center

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casa tem de ser aconchegante e funcional. Um bom projeto de decoração precisa transformar o espaço no ponto de equilíbrio perfeito para harmonizar e trazer mais inspiração para seus habitantes. Essa é a opinião de Maximira Durigan, designer de interiores em Santo André. O ponto de vista da profissional tem credibilidade. Em dezembro, Maximira venceu pela segunda vez o Plano de Incentivo, realizado pelo Polo Design Center com cerca de 1,5 mil arquitetos e designers do ABC, onde atuam metade dos profissionais do Estado. Como prêmio, a designer ganhou um automóvel Mercedes A200 e, ainda, três viagens para feiras de Milão, Paris e Londres. Maximira Durigan tem forte preocupação em desenvolver projetos ecologicamente corretos, desde a planta até a reutilização de materiais. Por isso, sempre pede ao cliente, ainda na fase da planta, para não realizar o acabamento da obra, pois o seu trabalho é justamente esse. “Dessa forma, não geramos entulho desnecessário ao planeta”, comenta. No mercado há 21 anos, Maximira diz que o estilo de vida humana nas grandes cidades sofreu enormes transformações nos últimos anos e o profissional em design de interiores tem de acompanhar as evoluções da sociedade. O convívio familiar foi valorizado, as novas construções modificaram a arquitetura e a sustentabilidade virou palavra de ordem. Exemplo? As varandas ficaram maiores e ganharam espaços gourmet.

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Para a designer, decorar é atitude inteligente. Neste sentido, sempre procura incorporar os preceitos do feng shui - técnica chinesa de harmonização de ambientes - no seu trabalho. “O cliente pode não perceber, pois o feng shui é muito sutil para o bem estar, torna o lugar mais agradável e harmonioso”, diz. Mas em sua opinião, no processo criativo do atual design, o bom senso no uso do feng shui é imprescindível. Maximira também utiliza técnicas de diferentes escolas para aplicar os tratamentos adequados de neutralização das estruturas. A profissional também desenvolve projetos comerciais e de paisagismo. Nestas áreas, característica forte são as estéticas contemporâneas e cleans, mas ao gosto do cliente. “Às vezes me pedem um escritório que siga as características da profissão e eu coloco essa necessidade em primeiro plano, e abro mão das minhas estéticas particulares”, conta. Nos projetos comerciais, Maximira considera que o trabalho de decoração representa 1/3 do custo do arquitetônico. Quando planejado logo no início da obra, é possível pensar na construção e no acabamento ao mesmo tempo, o que resulta em soluções versáteis e inteligentes e mais economia, evita adequações futuras. Para se inspirar, a designer está sempre lá fora. “Faço adaptações de forma agradável, confortável e viável para o cliente, pois não adianta ter um design maravilhoso e não ser funcional”, ressalta.


Janeiro - Fevereiro/ 2014

Espaços cultivam amizades Tornar o ambiente mais moderno e sofisticado, ideal para receber os amigos. foi o desafio que Maximira Durigan recebeu de um casal, pais com dois filhos. A obra no imóvel de 275 m² foi concluída em oito meses. A sala de visitas recebeu iluminação vinda de um totem revestido por papel de parede marrom, que corta parte da parede oposta e do teto, escondendo lâmpadas LED. Completam o sistema de luz do ambiente spots embutidos com AR111 centrais e lâmpadas dicroicas próximas à cortina. A decoração é composta por estofados de suede, mesinhas centrais e laterais de laca branca, além de escultura para dar o toque final ao espaço. Para a sala de jantar, Maximira aplicou amplo tapete de nylon escuro e cômoda listrada composta por espelho de moldura de madeira de demolição. “Adoro peças que tenham estilos próprios e gosto de misturá-los”, comenta. Casa dos sonhos - Uma casa de fácil manutenção, com materiais nobres e forte preocupação com a sustentabilidade foram os pontos fortes de outro projeto, que Maximira Durigan desenvolveu para uma família com três filhos, em São Bernardo. Os moradores queriam uma casa dos sonhos, com todo conforto e aconchego para receber os amigos. Resultado: integração da área social, criando espaço amplo onde o home, a sala de jantar, o living e a cozinha conversam com harmonia, em tons neutros e cleans. A obra toda ficou pronta em oito meses, com destaque para ampla área externa, que ganhou elementos de madeira. As peças têm texturas de madeiras rústicas e envelhecidas. O deck flutuante de madeira, com futon, acomoda os convidados, no meio de toda jardinagem. No painel, arandelas para iluminação indireta.

Sala de estar une o moderno e o chique

Madeira valorizou área externa

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Mobilidade

Janeiro - Fevereiro/2014

Invasão em faixas de ônibus gera multa em Santo André e Mauá Rua Gal.Glicério, em Santo André, é um dos corredores com faixas exclusivas na cidade

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o rastro da Capital paulista, as prefeituras de Santo André e Mauá tiraram do papel a implantação das faixas exclusivas para ônibus. A medida tem como objetivo diminuir o tempo que o usuário do sistema de transporte público leva em trânsito. Para garantir que os motoristas de veículos particulares vão respeitar a iniciativa, os governos Carlos Grana e Donisete Braga determinaram que a infração gere multa de R$ 53,20 e 3 pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação), conforme estabelecido no Código Nacional de Trânsito. Em Mauá, a fiscalização e geração de multa relativas ao corredor da Avenida Barão de Mauá começaram dia 27 de janeiro, segundo afirma o Paulo Eugênio. Antes, o corredor funcionou em caráter educativo, sem ônus para quem invadisse o espaço. O trajeto tem 5,9 km e segue do Terminal Central até o Terminal Itapeva. Neste primeiro momento, a faixa exclusiva vigora no horário de pico, das 5h às 8h e das 17h às 20h. Na avaliação de Paulo Eugênio, secretário de Transporte, o teste apresentou resultados significativos. “Temos estudos que apontam que o tempo de deslocamento entre uma estação e outra passou de 30 para 20 minutos. E o nosso objetivo é baixar para 15 minutos”, diz o secretário de Transporte de Mauá.

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Ainda no primeiro trimestre deste ano, em Mauá implantará a segunda faixa exclusiva de ônibus, que vai abranger a região do Zaíra, pela avenida Presidente Castelo Branco. “Essas duas vias juntas são responsáveis por 53% de todo o deslocamento do transporte coletivo da cidade”, explica o secretário Paulo Eugênio. Em Santo André, desde o dia 13 de janeiro, a Prefeitura autua os motoristas que desrespeitam a faixa exclusiva na avenida Perimetral e no binário que compreende as ruas Artur de Queirós e General Glicério, também na região central. O Paço conta 100 agentes de trânsito. Segundo a Secretaria de Mobilidade, Obras e Serviços Públicos, o Departamento de Engenharia de Trânsito do município estuda implantar câmeras de vídeo para reforçar a fiscalização. Para o prefeito Carlos Grana, ainda é cedo para mensurar o impacto das faixas no trânsito, principalmente porque mal terminou o período é de férias escolares. Porém, o prefeito afirma que a expectativa do governo é de que os motoristas respeitem a nova ação de trânsito. “O foco principal não é multar, mas fazer o acompanhamento”, frisa. Os dois corredores de Santo André são os primeiros de um total de 13, com faixa, que serão criados na cidade. O terceiro e o quarto acabaram de entrar em vigor: na rua Carijós e avenida Dom Pedro I.


Janeiro - Fevereiro/2014

Obras do monotrilho podem começar ainda em 2014

Inspeção veicular e rodízio seguem sem data na região

Dia 29 de janeiro, o projeto da Linha 18-Bronze do Metrô teve o primeiro pontapé. O Estado assinou convênio para publicação do edital no Diário Oficial. A linha será a primeira ligação metroviária de São Paulo fora da Capital, e terá 18 estações no ABC. Com projeto funcional de R$ 1,3 milhão, a linha ligará São Paulo, São Caetano, Santo André e São Bernardo. Com extensão total de 20 km e utilizando a tecnologia monotrilho, a via vai integrar a região à Rede Metroferroviária da Região Metropolitana de São Paulo, através da Estação Tamanduateí (Linha 2 Verde) do Metrô e da Linha 10 Turquesa da CPTM, além de se ligar ao Corredor São Mateus- Jabaquara, da EMTU. A expectativa é que as obras comecem ainda este ano. O investimento para a construção da linha é estimado em R$ 3,5 bilhões, sendo R$ 1,276 bilhão do Estado, R$ 400 milhões da União e R$ 1,861 bilhão de Parceria Público-Privada (PPP). Quando concluída a primeira etapa (14,9 Km de extensão), 26 trens atenderão demanda diária de 314 mil pessoas, nas estações Tamanduateí; Goiás; Espaço Cerâmica; Estrada das Lágrimas; Praça Regina Matiello; Instituto Mauá; Afonsina; Fundação Santo André; Winston Churchill; Senador Vergueiro; Baeta Neves; Paço São Bernardo e Djalma Dutra, onde integrará com novo corredor de ônibus. Na segunda etapa prosseguirá até o Alvarenga.

A inspeção veicular regional e o rodízio não têm data para sair do papel. O prefeito de São Bernardo e presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Luiz Marinho (PT), declarou que “pessoalmente” não é adepto do rodízio. “Tenho muitas dificuldades (com o assunto). Acho que não resolve. Precisamos é melhorar a eficiência do transporte coletivo, que ônibus andem mais com os carros, que chegue o monotrilho (linha 18-bronze)”, disse. Apesar da fala, o Consórcio garante que a implantação do rodízio continua em análise. “O Grupo de Trabalho Mobilidade apresentou os resultados de pesquisa regional no final da gestão anterior (2012), que remeteu o assunto para análise. Mas a decisão foi priorizar os projetos que privilegiavam os corredores de transporte público (Plano de Mobilidade Regional). Porém, não foi suprimido da pauta do GT”, afirmaram por meio de nota. Quanto à inspeção veicular, o Consórcio reforçou que criou GT para tratar do assunto, e em 2011 apresentou proposta de convênio com a CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, para programa regional. O GT foi encerrado em função da indefinição do Estado, responsável pela regulamentação da questão.

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Linha 18 Bronze será a primeira ligação metroviária de São Paulo fora da Capital



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