Aeroporto em São Bernardo deve operar em 2017 JULHO/2014
Construtora de viaduto que caiu fará monotrilho
São Caetano completa 137 anos Paulo Pinheiro faz balanço de gestão
Indice
Editorial
Julho/2014
Copa deixa lições e desafios P assada a tristeza pelo fato de nossa seleção não ter brilhado na Copa do Mundo, nos resta agora a oportunidade de reter os ensinamentos das táticas vencedoras, como as adotadas pela Alemanha, a mais nova tetracampeã mundial. A eliminação humilhante diante dos alemães mostrou que, apesar de ter cinco títulos – uma marca que ainda não foi alcançada por nenhuma equipe -, o Brasil precisa avançar muito no esporte. Em todos os sentidos. A reconquista do título de país do futebol passa pela execução de uma profunda mudança nas estruturas das entidades esportivas e por revisão na legislação, para proteger os jovens talentos. O Brasil conseguiu organizar uma Copa bem-sucedida, contra todas as expectativas negativas, e também tem capacidade para reorganizar o seu futebol. Se a organização do Mundial rendeu elogios, os gastos públicos acima do projetado e obras de mobilidade que não foram entregues aparecem como pontos negativos. Nada, no entanto, que comprometesse o espetáculo. As previsões de colapso dos aeroportos, falta de mobilidade e insegurança previstos antes da Copa não se concretizaram. Nesse contexto, uma pergunta se impõe: por que não podemos fazer isso sempre? As instituições e a sociedade têm o dever de oferecer respostas razoáveis,
para que sejam satisfeitas demandas que o Mundial amplificou. As emoções da Copa serão substituídas agora pelas emoções eleitorais. A campanha está na rua e já é hora de o eleitor começar a observar as propostas e construir seu voto para que o nosso ABC cresça de fato. Prestes a completar 137 anos, São Caetano é um dos destaques desta edição da RD Ideias. Em entrevista exclusiva, o prefeito Paulo Pinheiro fez balanço da gestão e se mostrou mais uma vez preocupado com as finanças do município. Apesar das dificuldades financeiras, São Caetano avançou em segurança e saúde, cujo principal compromisso será a reativação do Hospital São Caetano. Nesta edição você acompanha também a discussão sobre o projeto de construção de um aeroporto em São Bernardo (com direito a saia justa), a ausência de investigação sobre a construção da Câmara de Vereadores do município e o que ainda falta para a região ganhar novas faculdades de medicina. Você conhecerá ainda a ligação entre a queda de um viaduto em Belo Horizonte e a construção do monotrilho do ABC. Boa leitura!
Jornalistas e editores responsáveis: Airton Resende - Mtb 16.372 airton@reporterdiario.com.br Maria do Socorro Diogo - Mtb 16.283 msdiogo@reporterdiario.com.br Reportagem: Leandro Amaral leandroamaral.jornalista@gmail.com Luan Siqueira luan@reporterdiario.com.br Tiago Oliveira tiago@reporterdiario.com.br Brenno Souza brenno@reporterdiario.com.br Ivana Andrade ivana@reporterdiario.com.br Victória Lechado victoria@reporterdiario.com.br Diagramação: Flória Napoli Projeto gráfico: Rubens Justo Fotos: Agência Brasil, Ana Paula Lazari, Banco de Dados RD, Du Merlino, Evandro Oliveira, Évora Meira, Morgana Volpato, Pedro Diogo, Roberto Stuckert Filho, PMSCS, Visão Cidadã, Wilson Magão e Divulgação.
Airton Resende Diretor do Jornal Repórter Diário
2 Editorial - Copa deixa lições e desafios 4 Radar - Começou a campanha eleitoral 6 Política - Construtora do viaduto que caiu vai erguer monotrilho do ABC 7 - Projeto de aeroporto em São Bernardo é mantido 8 - Auditoria emperra na Câmara de São Bernardo 9 Artigo - Escola integral não pode ser paliativo 10 Entrevista - Mudanças no secretariado refletem nível de combrança, diz Pinheiro 13 Tecnologia - Instituto Mauá de Tecnologia foca parceria para pesquisas 18 Cidades - Zona Azul gera polêmica na vila Assunção 14 Mobilidade - ABC espera quase um ano por verbas federais para mobilidade 15 - Ações educam para o trânsito 16 Economia - Sebos crescem com internet 18 - Cooperativismo tem cases na região 19 - Déficit atrasa fomento de empresas de serviço em São Caetano 20 Educação - Em 2015, morador de S.Caetano terá 100% de bolsa na USCS 22 Saúde - ABC espera aval do MEC para ganhar faculdades de medicina 23 - Consórcio prioriza emendas para bancar Hospital São Caetano 24 Gastronomia - Goji berry conquista brasileiros 25 Pesquisa - Mapeamento de DNA detecta causas de infertilidade 26 Estética - Homens invadem clínicas de beleza 27 Moda - Botas garantem conforto com mais estilo 28 Esporte - Azulão não consegue repetir boa fase 29 - Novo presidente do Tigre está em busca de mais volante Cinema Adam Sandler e Drew Barrymore voltam em Juntos e Misturados 30 31 Transporte - Vagão rosa pode ser aprovado em São Paulo
Capa: Évora Meira - Monumento Av. Kennedy - São Caetano Departamento Comercial: Claudia Polimeni comercial@reporterdiario.com.br Tecnologia: André Resende resende@gmail.com Suporte operacional: Pedro Diogo Endereço: Rua Álvares de Azevedo, 210 Conjuntos 41/42 - Centro Santo André - SP - CEP 09020-140 Tels.: 11 4436-3965 - 4427-7800 Internet: www.reporterdiario.com.br www.twitter .com/reporterdiario É proibida a reprodução do conteúdo sem prévia autorização por escrito dos editores. A Revista RD Ideias não se responsabiliza pelos conceitos e informações emitidos nos artigos de terceiros.
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Radar
Julho/2014
Gabriel Maranhão declara voto em Dilma
N
ão é novidade entre os políticos do ABC que o único prefeito do PSDB na região tem ótima relação com os petistas. Gabriel Maranhão, de Rio Grande da Serra, não hesita em elogiar colegas do PT e participar, sem nenhum constrangimento, de eventos públicos onde os integrantes do Partido dos Trabalhadores são ampla maioria. Mas desta vez, Maranhão se superou. Em encontro com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, no início de julho, o tucano declarou à petista que terá seu voto em outubro, em razão do reconhecimento e gratidão com a atenção dada a Rio Grande da Serra. A declaração de amor foi feita durante solenidade de assinatura para liberação de verbas do PAC Mobilidade para a região. O fato virou notícia na mídia nacional. A cidade vai receber R$ 41 milhões do governo federal. O tucano foi além: disse que tem o coração e alma vermelhos e, ainda, afirmou que a presidente fez Brasília ficar mais próxima de Rio Grande da Serra do que do Palácio dos Bandeirantes. Apesar do ponto de vista, em outra oportunidade o prefeito colocou panos quentes e declarou e garantiu que vai votar no governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Começou a campanha eleitoral T
erminou no dia 5 de julho o prazo do registro de candidatos que disputarão as eleições de outubro, e começou no dia seguinte o período da campanha eleitoral nas ruas e na internet. No rádio e na televisão, a propaganda institucional de candidaturas e partidos está proibida desde o dia 1º. O horário eleitoral gratuito começa em 19 de agosto. O período das campanhas é marcado por uma série de normas que buscam dar igualdade de oportunidade às candidaturas. A legislação eleitoral determina, por exemplo, o tamanho dos cartazes com o nome de candidatos, os locais onde o material pode ser afixado e os horários para a realização de comícios. Também é definida por lei a atuação de
agentes públicos nas campanhas e o tipo de ação vedada.
TCE elabora lista com nomes de fichas-sujas
Comícios também seguem normas previstas em lei
Legislação - A Lei das Eleições (9.504/97) estabelece que o tamanho de cartazes de propaganda não pode ultrapassar 4 metros quadrados. É vetada, inclusive, a colocação de vários cartazes de tamanho máximo justapostos. O descumprimento da norma gera multa de até R$ 8 mil. Carros usados como outdoor ambulante são irregulares, como aqueles deixados estacionados com adesivos e faixas por todas as partes. Pela Lei Eleitoral, os carros só podem ter adesivos microperfurados até a extensão total do para-brisa traseiro. Nas demais posições do veículo e em outros locais fica permitido o uso de adesivos com dimensão de até 40x50 centímetros.
Para comícios, é permitido o uso de aparelhagem de som entre 8h e 24h. As autoridades policiais devem ser comunicadas sobre a localidade do evento com até 24 horas de antecedência, mas não é preciso autorização. A apresentação de artistas nesse tipo de ação é proibida, ainda que não seja remunerada. Na sede dos partidos, auto-falantes podem ser usados até as 22h. O uso de propaganda em bens públicos, como postes e viadutos, e em locais como praças e parques é expressamente proibido pela lei. No entanto, é autorizado o uso de mesas para distribuição de folhetos e cavaletes ao longo de vias públicas desde que não seja impedida a passagem de veículos e pedestres.Candidatos ou comitês de campanha são impedidos de distribuir qualquer bem, desde cestas básicas até bonés e chaveiros de campanha.
Ex-prefeitos, vereadores, superintendentes de autarquias e outras figuras públicas do ABC integram lista elaborada pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) com nomes de políticos que tiveram as contas rejeitadas. A relação foi entregue pelo Tribunal à Justiça Eleitoral e servirá como base para possíveis pedidos de impugnação com base na Lei da Ficha Limpa. A lista está disponível no site do RD. 4
Julho/2014
Bonome é multado por contrato sem licitação
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) multou o ex-secretário de Finanças de Santo André, Nilson Bonome, e o ex-secretário de Cultura, Edson Salvo Melo, por causa da contratação da Produz Eventos, durante a gestão Aidan Ravin. A punição se deve ao fato de a contratação da empresa ter ocorrido sem abertura de licitação. A Produz representou artistas que se apresentaram na cidade durante diversos eventos, como a Festa Junina, Festival de Inverno de Paranapiacaba e Festival de Cultura Industrial. A multa é de 300 UFESPs, o que equivale a R$ 6 mil.
Fundação Santo André discute dívida em Brasília
Ministra visita ABC para emplacar Vale-Cultura
Criado em 2012 com o objetivo de incentivar o consumo de produtos culturais, principalmente para trabalhadores de baixa renda, o Vale-Cultura ainda beneficia um número pequeno de trabalhadores no ABC. Apenas 82 empresas aderiram até agora. Na segunda semana de julho, a ministra Marta Suplicy visitou a sede da CUT em São Bernardo para convencer os metalúrgicos a incluírem o benefício na pauta de reivindicações da categoria.
Suzantur sai na frente em licitação de Mauá
A empresa Suzantur se tornou a favorita para vencer a licitação do transporte coletivo municipal de Mauá. A viação, que já atua na cidade de forma emergencial, foi a única habilitada a seguir na concorrência. As outras três companhias foram inabilitadas pela Prefeitura por ter descumprido itens do edital.
O reitor da Fundação Santo André, José Amilton, participou neste mês de reunião com o ministro de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, e o deputado federal Vanderlei Siraque (PT). Na pauta da conversa, a necessidade de encontrar uma solução para a dívida de R$ 103 milhões que a Fundação tem com a Receita Federal. Siraque aproveitou o encontro para pedir a liberação de emendas para construção de nova alça do viaduto Adib Chamas.
Mudança aos ‘48’ em São Caetano
Pasta Comunicação em Diadema fica sem Cacá
Cacá Viana não é mais secretário de Comunicação de Diadema. Segundo Viana, a pedido do prefeito Lauro Michels (PV ), a missão será coordenar a campanha eleitoral de Márcio da Farmácia na empreitada por uma vaga em Brasília. “Depois da eleição eu volto”, disse.
Leandro Laranjeira deixa Santo André
Recentemente, Leandro Laranjeira também deixou a Pasta de Comunicação de Santo André. O advogado Ronaldo Feitosa assumiu no lugar. Outros integrantes da Secretaria também foram exonerados a título de redução de custos.
Na última hora, alguns posicionamentos políticos surpreenderam em São Caetano. A suplente de vereadora, Sueli Nogueira, abriu mão de apoiar Alex Manente e decidiu embarcar na disputa por uma vaga como deputada federal. O vereador Fábio Soares (PSD) também é candidato e tomou a decisão na reta final.
Dr. Xavier declara apoio inesperado a candidatos
O vereador Dr. Xavier (PMDB) surpreendeu muita gente do meio político de São Caetano ao anunciar apoio à candidatura da deputada estadual Vanessa Damo (PMDB). Todos aguardavam indicação dele no efetivo da campanha do capitão Robinson Castropil (PMDB), nome que conta com a simpatia de todo o Palácio da Cerâmica.
Scarmelotti se mantém no cargo desde 2013
Desempenho de Ana do Carmo preocupa PT
Por outro lado, dizem que se a deputada estadual Ana do Carmo (PT ) não conseguir a reeleição, dará a ‘mesma dor de cabeça’ que Vanderlei Siraque (PT ) eventualmente causará em um virtual fracasso nas urnas. 5
Se a Comunicação está em pauta, na cidade de São Caetano é um dos depósitos da confiança do prefeito Paulo Pinheiro. O jornalista Fernando Scarmelotti é um dos quatro entre os 17 secretários que ainda permanecem no posto desde o início da gestão em janeiro de 2013. Scarmelotti tirou um período de férias e retornou ao batente no último dia 7 de julho.
Política
Julho/2014
Jurandir Fernandes afirma que esperava mais empresas interessadas no projeto
Monotrilho ligará três cidades a SP. Viaduto construído pela Cowan desabou em Belo Horizonte
Construtora de viaduto que caiu vai erguer monotrilho do ABC R
esponsável pela obra do viaduto que desabou em Belo Horizonte, no dia 3 de julho, a construtora Cowan integra o consórcio interessado na construção e operação da linha 18-bronze, o monotrilho que vai ligar o ABC à Capital. O viaduto que caiu atingiu um micro-ônibus, um carro e dois caminhões na avenida Pedro I, região norte da capital mineira. Duas pessoas morreram e 23 ficaram feridas. A sessão de recebimento de envelopes das propostas da PPP (Parceria Público Privada) da linha 18, na capital paulista, por coincidência, ocorreu no mesmo dia que o acidente aconteceu, na capital de Minas Gerais. A Cowan foi criada na cidade mineira de Montes Claros, em 1958, e tem no currículo obras de infraestrutura em rodovias, saneamento, barragens, aeroportos e mobilidade. A construtora é também a responsável pela implantação do BRT (sistema de transporte que utiliza ônibus articulados) em Belo Horizonte. A obra do viaduto que desabou fez parte dos projetos de mobilidade para a Copa do Mundo. No dia do acidente, a empresa se pronunciou em nota. “A Cowan lamenta, profundamente, o ocorrido e não está medindo esforços para oferecer o apoio necessário às vítimas e aos familiares”, diz. A obra integra um complexo que já havia apresentado problemas de infraestrutura. Em fevereiro, outro viaduto na região, também construído pela Cowan, teve deslocamento, o que obrigou a interdição de trecho da avenida Pedro I.
trâmites burocráticos necessários na Junta Comercial. O passo seguinte será dar prazo de cerca de um mês para o consórcio contratar equipes e montar os canteiros. “Pra começar realmente a obra, ir para campo montar a estrutura, deve levar de 90 a 120 dias”, prevê o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. As desapropriações não têm data para começar. A concessão vai durar 25 anos.
Estado temeu desinteresse na licitação da obra regional O secretário Jurandir Fernandes afirma que esperava mais empresas interessadas em operar a linha 18. “Esperava mais, porém senti um pouco de insegurança. Uma das coisas que assustou um pouco os investidores foi o congelamento das tarifas”, comenta. Fernandes diz que o risco era não ter ninguém interessado. A passagem de trem e metrô, hoje em R$ 3, foi reajustada para R$ 3,20 no ano passado. Mas o aumento foi cancelado depois dos protestos de junho. O empreendimento tem custo estimado de R$ 4,2 bilhões, sendo R$ 3,8 bilhões custeados 50% pelo governo do Estado e 50% pela iniciativa privada. Os outros R$ 406 milhões são referentes às desapropriações que serão executadas pelo Estado. Do valor, R$ 400 milhões vêm do governo federal a fundo perdido, por meio do PAC 2.
Em quatro meses - O consórcio ABC Integrado foi o único a se interessar pela licitação da linha 18 e é formado por quatro empresas: Encalso (que fez a duplicação da rodovia dos Tamoios e participa da transposição do rio São Francisco), Primav (do grupo CR Almeida, que atuou no Rodoanel e na Jacu-Pêssego) e Benito Roggio (grupo argentino de infraestrutura), além da Cowan. No dia 7 de julho, o consórcio foi oficialmente declarado vencedor da licitação. A Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo acredita que a assinatura do contrato entre o governo do Estado e o consórcio ocorra em até dois meses, devido a
Três municípios - A linha 18 terá 14,9 km de extensão, vai passar por três cidades do ABC e terá 13 estações, ligando o centro de São Bernardo (estação Djalma Dutra) a São Paulo (estação Tamanduateí). Apesar de ser chamado por alguns de metrô ABC, não se trata de um metrô tradicional, mas monotrilho. Os trens vão circular por vias elevadas, como ocorrerá nas linhas 15-prata e 17-ouro. Antes, porém, a licitação chegou a ser suspensa pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) por suspeitas de conluio. O governo do Estado decidiu então republicar o edital com alterações. Depois das mudanças, o Tribunal decidiu não suspender a concorrência novamente.
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Julho/2014
Projeto de aeroporto em São Bernardo é mantido
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prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), confirmou que o município não só tem o projeto executivo como estará pronto para operar o aeroporto a partir de 2017. A princípio, o espaço será para transporte de cargas por causa da logística, em razão da proximidade com o Porto de Santos e as ferrovias. A área escolhida para a obra está localizada no entroncamento da rodovia dos Imigrantes com o Trecho Sul do Rodoanel. A Prefeitura protocolou a área que poderia receber o aeroporto, mas Marinho não crava o local exato para evitar especulação imobiliária naquela região. “Muita gente que não acredita, aguarde. Não é um aeroportozinho como alguns imbecis falam. Será um aeroportozão, o próximo aeroporto metropolitano. Não é um aeroporto de brincadeira”, ironizou diante das críticas sobre o projeto. A iniciativa também foi alvo de declaração do ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, durante visita à cidade, de que desconhecia a existência do empreendimento. Nos bastidores, a saia justa deve fomentar uma discussão e tramitação mais ágil do projeto. Após o fato, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, confirmou que já conversou em várias oportunidades com o prefeito Luiz Marinho sobre a obra. Marinho diz que o projeto é semelhante ao de Cumbica, em Guarulhos. “O governo pode determinar que seja transformado em aeroporto de passageiros. Inicialmente é para
suprir uma dificuldade logística do Estado e do Brasil”, diz. O projeto começou a ser discutido com o governo federal desde 2011. Na época, Marinho chegou a se reunir com a presidente Dilma Rousseff (PT) e com o ministro-chefe da Secretaria-Geral da República, Gilberto Carvalho, que considerou, na época, a proposta interessante. Não existe data para a definição da cidade que receberá o novo equipamento.Além de São Bernardo, Caieiras, Mogi das Cruzes e São Roque demonstraram interesse no terceiro equipamento aeroportuário da região metropolitana. No ano passado, a ministra do Planejamento e Orçamento, Miriam Belchior, disse que a construção do aeroporto de carga e executivo em São Bernardo é prioridade no governo federal. “Dentre os novos investimentos, esse (plano de São Bernardo) está sendo estudado. É uma das prioridades”, disse. A iniciativa deve funcionar também para voos fretados. Segundo Marinho, o empreendimento já conta com parceiros da iniciativa privada, que se comprometeram a custear a etapa primordial para execução do terminal. O petista garantiu que não colocará dinheiro público no empreendimento.“O projeto está consignado no governo (federal) e aguarda definição para ser tocado. Os investidores trabalham no projeto, que é de grande investimento, antes mesmo de se botar um prego ou fazer um buraco. Só o projeto (executivo) em si custa milhões”, diz Marinho, sem projetar gastos. 7
Ministro Moreira Franco deixou Luiz Marinho em saia justa
Luiz Marinho diz que o projeto será de um “aeroportozão”
Política
Julho/2014
São cada vez menores as chances de a obra de construção da Casa de Leis ser investigada pelos parlamentares
Tião Mateus diz que preço da auditoria é superior a R$ 400 mil
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Auditoria emperra na Câmara de São Bernardo
ois temas parecem tabus quando são tratados em São Bernardo: a auditoria no contrato da obra do novo prédio da Câmara e a implantação do Código de Ética. A obra, iniciada na gestão do ex-presidente da Câmara, Hiroyuki Minami (PSDB), em 2011, previa uma reforma. Com o andar dos trabalhos, verificou-se que pela complexidade e imponência tratava-se de um novo prédio. A começar pelos valores já é possível identificar a dimensão da obra, que passou de R$ 28 milhões, projetados inicialmente para R$ 34,1 milhões. O espaço, na conta dos vereadores, imprimia um ritmo frenético no custo do metro quadrado: mais de R$ 10 mil. Apesar das suspeitas de eventuais irregularidades, indicadas pelos próprios vereadores, nenhuma investigação foi encaminhada. Apenas uma comissão foi formada em março do ano passado e deliberou pela contratação da auditoria que não irá acontecer devido ao valor. “Para fazer a auditoria o orçamento mais barato que encontramos foi de R$ 400 mil. É muita coisa. Vamos deixar que o próprio Tribunal de Contas e o Ministério Público se pronunciem sobre o assunto e apontem, se houver, alguma irregularidade”, diz o presidente da Câmara, Tião Mateus (PT). O pestista afirma que a auditoria depende, exclusivamente, dos parlamentares e da mesa que dirige a Casa. “E, apesar dos orçamentos apresentados pelas empresas, nós achamos que os valores estão muito alto. (...) Eu tenho todo o prazo ainda para fazer a auditoria, mas tenho tido uma posição de austeridade de não gastar o dinheiro de qualquer forma”, sustenta. Faltou cobrança - Para o vereador Paulo Dias (PT) faltou cobrança efetiva por parte dos moradores para que houvesse uma apuração rigorosa na condução da reforma do novo prédio do Legislativo.
“Desde o início nós cobramos providências. Não é nem tanto ao valor, mas ao modelo. Era para ser uma reforma, mas virou nova construção. Mas isso não teve eco na sociedade. Eu não recebi nenhum email me cobrando sobre isso e nem vi a população se manifestar nas sessões”, pondera o petista. Na visão Paulo Dias, a participação popular pressionaria a Casa a encaminhar o assunto. Em março do ano passado chegou a ser instalada uma comissão para contratar uma auditoria. Porém, os valores cotados arrefeceram o ímpeto da vereança. “A mais barata foi R$ 400 mil. É muita coisa”, avalia Tião Mateus. Segundo o presidente do Legislativo, a empresa responsável está corrigindo os problemas que ainda restam. “Agora é mais detalhe. Mas nós queremos tudo pronto”. Entre as ações estão revestimento e iluminação.
Discussões sobre Código de Ética perduram na pauta
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O outro item polêmico é o Código de Ética. Nas duas últimas legislaturas foram vários episódios em que vereadores trocaram insultos e até houve situação de se chegar a vias de fato em plenário. Porém, em nenhum dos episódios houve punição por não ter documento disciplinar oficial em curso. Em todas as oportunidades, levantou-se a discussão do Código de Ética. Um grupo de parlamentares foi designado para desengavetar o projeto existente na Casa desde o início dos anos 2000, mas parou aí. “Internamente é um tema complicado. Ainda tem vereador que tem medo de aprovar e dar um tiro no pé”, confessou um vereador em troca do anonimato.
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Artigo
Escola integral não pode ser paliativo
Aldo Santos – sindicalista e militante do Movimento Popular e Partidário
O
debate sobre escola de tempo integral ou ensino de tempo integral tem dividido educadores e criado ilhas de excelência. E o movimento sindical se divide entre ser contra mais uma proposta governamental, mas nem sempre apresenta uma proposta pedagógica alternativa. Nesse período eleitoral, a educação, a saúde, a mobilidade urbana e outros temas voltam à tona. Depois das eleições tudo volta ao normal, uma vez que a precarização dessas demandas tem sido a regra. O professor Libâneo discorre e apresenta importantes argumentações sobre essa temática. Diz que no Brasil, em 1950, Anísio Teixeira criou a Escola Parque, na Bahia. Era uma escola de tempo integral. Dentro da mesma orientação, tais escolas foram criadas, também, em Brasília e, ainda hoje, mantêm essa denominação. Em 1977, em Piracicaba, foram criados os CEPECs (centros polivalentes de educação e cultura), que funcionaram em prédios construídos na periferia da cidade. Em 1982 mudou o prefeito e a experiência foi encerrada. No Rio de Janeiro, foram criados em 1984 os CIEPs (centros integrados de educação pública), nos moldes das ideias de Anísio Teixeira. Ainda funcionam, mas sem o brilho que tinham à época do Brizola. Ainda segundo Libâneo, em 1986, foi criado em São Paulo o Profic – Programa de Formação Integral da Criança, um projeto de escola integral muito criticado, que durou pouco tempo. Mais tarde surgiu, também em São Paulo, a Escola Padrão, com objetivos semelhantes. Atualmente, na Prefeitura de São Paulo, há
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os CEUs (centros educacionais unificados), criados na época da prefeita Marta Suplicy, que não sabemos quanto tempo durarão. Por pouco não foram fechados no início da gestão de José Serra. No Estado, foi criado para funcionar neste ano o Projeto Piloto Escola de Tempo Integral, em 140 escolas de ensino fundamental. Como podemos observar, são inúmeras iniciativas no sentido de responder aos percalços da má formação educacional no País, cuja preocupação é a manipulação dos índices negativos em relação à política educacional brasileira. Trata-se, portanto, de uma rede de atividade educacional paralela com forte componente político eleitoral, que, longe de resolver e responder às defasagens existentes, o sistema colabora para o grande engodo e atraso educacional em que nos encontramos. Nesse sentido, o Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp) tem posicionamento contrário ao projeto do Estado por entender que a solução para a educação brasileira está nos investimentos e não somente em medidas parciais e paliativas. Entendemos que é fundamental o nosso posicionamento em favor da educação de tempo integral, para possibilitar que o educando avance a formação propedêutica e acolhedora, instituindo o salário estudantil, com a valorização profissional, instituindo o salário estudantil numa perspectiva transformadora. Esse projeto deve romper com as amarras das políticas neoliberais, cuja formação não deve estar voltada para o mundo do trabalho, e sim para a educação integral dentro de novos paradigmas.
Entrevista
Julho/2014
Mudanças no secretariado refletem nível de cobrança, diz Pinheiro “Não posso dizer que estou com o time ideal, mas são pessoas que eu coloco e espero que façam o que eu quero e o que é melhor para a população”, diz o prefeito
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da educação, como entrega de uniformes e kit escolar, Pinheiro vibra com um segundo ano de mais resultado. A principal vitrine, na visão de Pinheiro, é a segurança. Na avaliação do prefeito, o reforço nos efetivos da GCM e da PM, por meio da Atividade Delegada, implantada em abril, tem ajudado a inibir ações criminosas. Paulo Pinheiro diz, também, que entrará de cabeça na campanha eleitoral no palanque do correligionário Paulo Skaf, candidato a governador em São Paulo, e nas empreitadas de candidatos a deputados, parceiros de São Caetano. Mas admitiu que o esforço será concentrado no pleito do estreante nas urnas Robinson Catropil, capitão na PM. Leia os principais trechos da entrevista.
s vésperas de comemorar o 137º aniversário de São Caetano, o prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) faz um balanço da gestão à frente do Palácio da Cerâmica. O peemedebista conta que tem feito uma cobrança implacável em relação ao desempenho do secretariado. Em um ano e seis meses de governo, 13 dos 17 secretários já foram exonerados ou remanejados dentro do primeiro escalão. Pinheiro adianta que as mudanças vão continuar caso o time não corresponda às expectativas de governo. Depois de um primeiro ano marcado pela ausência de grandes marcas, relata o gestor, devido aos impasses em 19 licitações, principalmente em serviços básicos Repórter Diário - Qual o balanço desse ano de gestão? Paulo Pinheiro - Ano passado foi o primeiro ano. Paguei mais dívida do que investi na cidade. Melhoramos a saúde e a segurança. Neste ano, a segurança é um destaque significativo. A população está vendo e sentindo os avanços na segurança. Nos últimos dois meses fizemos gestão junto a GCM [Guarda Civil Municipal], Polícia Civil e Militar. Em conjunto estamos melhorando com redução da criminalidade, graças ao aumento do efetivo e a implantação do sistema Atividade Delegada, o qual estamos no aguardo do ok do Estado, principalmente da vinda de mais PMs depois da Operação Copa. O contingente que vi-
ria para as cidades do ABC ainda está na Capital por conta das manifestações. RD Ideias – A Saúde segue como o principal problema? Pinheiro - A saúde estava bastante desaparelhada quando assumi em 2013. Eu fui arrumando a casa e os equipamentos, além de humanizar o atendimento. Um dos meus compromissos é reativar o Hospital São Caetano na sua plenitude. É uma urgência adquirirmos a área do hospital. Como existe a divergência entre o Estado e a União neste item, vamos ver se o Consórcio aceita fazer essa divisão no montante da desapropriação. A cidade não precisa mais de espaço físico para o atendimento na saúde. Precisamos é 10
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humanizar os espaços. São Caetano é a cidade com mais leito hospitalar por habitante. Não tem cidade que tenha tanto equipamento proporcionalmente como São Caetano. Nós temos quatro hospitais. Nós precisamos é aprimorar o que já temos, como é o caso do São Caetano. RD Ideias – Ou a mobilidade, desafio metropolitano? Pinheiro - Nosso foco é diminuir o fluxo na avenida Goiás. Só em São Caetano, fruto do PAC Mobilidade, serão mais de R$ 260 milhões em verbas repassadas. Vamos construir viadutos e melhorar os corredores de ônibus, dentro de um projeto regional. RD Ideias- A vinda do monotrilho impactará como? Pinheiro - O secretário de Mobilidade Urbana [Odair Mantovani] já está atento a isso, principalmente, na avenida Guido Aliberti, onde teremos as quatro estações. Vamos colocar quatro estações de ônibus nestes locais para facilitar o deslocamento. Já estamos conversando com a empresa de ônibus para mudar os itinerários. RD - Preocupa a situação da indústria automobilística? A GM é muito importante para a cidade. Pinheiro - A indústria automobilística é cíclica. Quando o governo dá incentivo ocorrem contratações. Quando não, ela corta. Por isso, o governo federal deveria reduzir os impostos da indústria para ela aumentar a produção e gerar mais emprego. RD Ideias - Na Educação houve atraso na entrega de uniformes e kits escolares. Esses problemas foram solucionados visando os próximos anos? Pinheiro - Esse ano melhorou bastante. No ano passado queríamos reformar as escolas, dar uniformes e entregar o kit escolar, mas não conseguimos nada disso por conta das interrupções das licitações. Esse ano esses itens avançaram. Já começamos as reformas e vamos concluir até 2016. Não é obrigação da Prefeitura dar uniforme. Mas esperamos que no próximo ano tudo esteja normalizado já no início das aulas em fevereiro. RD Ideias - As trocas no secretariado afetam de que forma a rotina do primeiro escalão? Pinheiro - A maioria das mudanças se deu pelo nível de cobrança ou em alguns casos mantivemos os gestores e só mudamos o secretário. Não posso dizer que estou com o time ideal, mas são pessoas que eu coloco e espero que façam o que eu quero e o que é melhor para a população. Eu os avalio constantemente. Se não ir bem, eu mudo de novo. RD Ideias - Qual será o tamanho da sua participação nas eleições de outubro? Pinheiro - No caso estadual, por ser do PMDB e por acreditar na candidatura do Paulo Skaf, nós vamos coordenar a campanha dele aqui no ABC. Vamos ajudar os candidatos do meu partido e outros que não são do meu partido, mas são colaboradores eternos aqui. RD Ideias - O senhor acredita em mudanças na base governista do Legislativo após outubro? Pinheiro - Tudo pode acontecer. Quem quiser estar com o governo, se alinhe ao governo. Quem quiser ser contra, seja oposição, mas diga por que é oposição. Não adianta fazer oposição sistemática. Aí vai seguir um caminho solo.
São Caetano reduziu criminalidade com reforço da Guarda Municipal e da PM
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Tecnologia
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Instituto Mauá de Tecnologia foca parceria para pesquisas O
Gestão - Indagado sobre a prioridade na instituição, Olivieri é enfático: a grande mudança será a participação dos colaboradores no processo de gestão. Como eles ficaram afastados muito tempo, a missão será incentivá-los por meio de motivação. “O colaborador deve exercer sua função, mas também apresentar ideias”, explica. Atualmente o IMT possui 520 colaboradores entre professores (98% mestres e doutores e 2% especialistas) e funcionários da área administrativa, espalhados nas unidades São Paulo e São Caetano, onde oferece cursos de graduação e pós-graduação para 4,2 mil alunos. Os cursos de graduação na área de engenharia são oferecidos no período diurno (5 anos) e noturno (6 anos).“Temos um índice de 100% dos alunos inseridos no mercado de trabalho antes de se formarem”, diz o superintendente, que é professor na área financeira do IMT desde 2002. Em 2010 assumiu a superintendência do setor e, em junho, assumiu o comando geral pelo período de três anos.
Instituto Mauá de Tecnologia (ITM) vai ampliar as parcerias com a indústria para a migração de alunos e, principalmente, obtenção de financiamento de pesquisas. No principal cargo da instituição desde junho, o superintendente geral, Francisco Olivieri, destaca que falta ao empreendedor brasileiro a visão da academia adotada nos Estados Unidos. Segundo o dirigente, lá a indústria financia a academia porque é dela que brotam as ideias. No Brasil não existe tal cultura. O empresário tem medo de depender da academia por achá-la sonhadora. “Isso não é verdade”, defende. Olivieri afirma que os profissionais formados pelo “Falta ao ITM têm visão de mercado e são altamente preparaempreendedor dos. A indústria ganharia em capacitação e qualidade e brasileiro a visão da a academia poderia investir ainda mais na formação e academia capacitação. O instituto possui um profissional só para adotada fazer contatos com a indústria em busca de parcerias nos Estados na área de pesquisa. “Temos o último pró-reitor acaUnidos”, diz dêmico que atua como diretor de Relações InstitucioFrancisco Olivieri nais. Ele busca relação de parceria com a indústria para vender pesquisas e receber financiamentos, e mostrar o que temos de ideias. Podemos tirar a solução de um problema que a indústria nem sabe que existe”, afirma. Pesa também no cenário a realidade econômica protagonizada pela gestão do Ministério da Fazenda. “O industrial brasileiro não tem confiança em investir porque não tem uma condução adequada da política econômica. Algumas atitudes tomadas pelo ministério são pontuais e não auxiliam o todo. Não tem almoço de graça. Se dá incentivo em uma área, você retira de outra. O dia que Em 2015, está o controle de gastos for feito realmente e a política fiscal prevista a entrega de novo laboratório levada a sério, nós vamos poder reduzir juros e incentivar a indústria”, alerta. no ITM
Mais investimento - Ao destacar que a educação precisa de mais recursos, Olivieri cita que para 2015 está prevista a entrega de mais um laboratório, que abrigará os diversos cursos, num total de R$ 20 milhões. “Nós iríamos obter financiamento do BNDES, mas devido aos juros, optamos por recursos próprios”, comenta o superintendente do instituto, cuja receita vem das mensalidades e investimentos feitos em alguns fundos. Por ano, o custeio do IMT é de R$ 100 milhões.
Bolsas avançam para alunos de Design e Administração A Prefeitura de São Caetano e o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) assinaram em junho a ampliação das bolsas de estudos concedidas aos moradores da cidade. Agora, além de beneficiar estudantes dos cursos de Engenharia, as bolsas também serão oferecidas aos alunos de Design e Administração. A previsão é que cerca de 270 munícipes tenham algum índice de desconto nas mensalidades da instituição em 2015. Desde o início do programa de bolsas, em 1965, cerca de 10 mil estudantes da cidade foram beneficiados. Além das bolsas oferecidas anualmente, num valor de cerca de R$ 2 milhões, o IMT mantém com recursos próprios e apoio, desde 1999, o Programa de Alfabetização de Adultos (Proalfa), que ajudou São Caetano a receber o título de Cidade Livre do Analfabetismo. Outro benefício direto à cidade é o estímulo dado para que os alunos produzam trabalhos que proponham respostas a desafios de São Caetano em áreas como mobilidade urbana. 12
Cidades
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Zona Azul gera polêmica na vila Assunção
Paulinho Serra diz que a questão está em avaliação
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anto André ampliou o sistema de Zona Azul, porém na vila Assunção um fato tem sido muito questionado pelos moradores. Num dos quarteirões da rua Santo André, a Prefeitura não cobra para estacionar no trecho. A ilha de estacionamento, a única em todo o entorno, tem sido disputada quase a tapas pelos motoristas e gerado queixas dos moradores, que às vezes têm até entrada das garagens bloqueada por carros, tal é a procura. Procurada pelo RD, a Prefeitura não respondeu. As ruas próximas ao quarteirão, como a Coronel Abílio Soares e Coronel Ortiz, estão quase vazias. Há moradores que atribuem a não cobrança no trecho ao prédio do Sindicato dos Rodoviários do ABC, localizado no quarteirão. “Tenho quase certeza que é por causa do sindicato”, diz Solange Cardoso Mendes, dona da C.G.L Imóveis é a favor da Zona Azul. Solange conta que muitas vezes quando chega encontra carro parado em frente à sua garagem. “Essas pessoas estacionam e simplesmente somem”, reclama Solange, que já chegou a deixar bilhetes nos veículos, mas em vão. Carmem Sandra Monteiro, secretária da imobiliária, acha o fato muito estranho. “Demarcaram toda a rua, colocaram postes em toda a sua extensão, mas somente este pedaço não tem Zona Azul, por quê?, questiona. Para Carmem, o único
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ponto positivo foi que manteve o emprego do flanelinha. Esquisito - O jornalista Donizeti Raddi também está indignado com a falha da Prefeitura. “É uma falta de coerência por parte do governo instalar o sistema na região e deixar apenas um quarteirão de fora, coincidentemente, a rua do sindicato, esquisito”, comenta Raddi, que também reclama dos constantes bloqueios da garagem. Por telefone, o secretário de Mobilidade Urbana e Obras e Serviços Públicos, Paulinho Serra, não negou ao jornalista que o “atraso da cobrança” se devia a pedido do sindicato e que a situação seria reavaliada, porém até agora nada aconteceu. “Não tenho nada contra o sindicato, apenas considero o comportamento da Prefeitura errado. A instalação da Zona Azul na vila Assunção também provocou aborrecimentos para os moradores da rua do Sol, próxima à rua Santo André e sem Zona Azul. Formada por casas antigas, a rua começa a lotar perto das 6h. Arlete Barbirato, moradora da rua do Sol, diz que como a rua é estreita, ficou difícil sair da garagem. Quem costumava deixar o carro na rua, agora não encontra mais vagas nem em frente à própria casa. “Meu vizinho foi obrigado a parar na calçada de casa, foi multado e agora tem de estacionar o carro muito longe”, afirma.
Mobilidade
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Avenidas Guido Aliberti, em São Caetano, e Robert Kennedy, em São Bernardo, terão intervenções
ABC espera quase um ano por verbas federais para mobilidade 318
Robert Kennedy/Couros - avenidas marginais e Ribeirão dos Couros) e Ribeirão Pires (R$ 58 milhões - transposição da via férrea interligando Centro Alto e região central). Entre as obras previstas estão a duplicação da Estrada dos Alvarenga, em São Bernardo, construção de terminais de ônibus em São Bernardo e Mauá e duplicação do viaduto Castelo Branco, em Santo André.
dias. Esse foi o tempo decorrido entre a promessa de verbas para mobilidade no ABC feita pela presidente Dilma Rousseff e a efetiva liberação dos recursos para a região. O compromisso de repassar cerca de R$ 793 milhões, feito em agosto do ano passado, finalmente começou a virar realidade no início de julho. Parte do valor, no entanto, ainda não foi liberada. Dilma recebeu no dia 2 de julho os prefeitos do ABC no Palácio do Planalto, para ato de assinatura dos contratos do PAC Mobilidade. Apenas em recursos provenientes do Orçamento Geral da União (OGU) foram liberados R$ 461,6 milhões. Os chefes de Executivo da região tinham a expectativa da presença de Dilma no ABC para assinatura dos contratos. De quebra, a presidente participaria da entrega de unidades habitacionais em Santo André e Diadema. Devido à intensa agenda pré-eleitoral, a petista não teve tempo de vir à região. A entrega das habitações em Santo André ocorreu por meio de videoconferência.
Mauá e Ribeirão Pires - De última hora, Mauá e Ribeirão Pires conseguiram incluir três obras no pacote de verbas para mobilidade liberado no início do mês. Em Mauá, o recurso de R$ 18 milhões será utilizado para a construção de um viaduto que vai ligar as avenidas Barão de Mauá e Presidente Castelo Branco à avenida Antonia Rosa Fioravante, beneficiando diretamente os moradores do Jardim Zaíra. A nova via, no entanto, não poderá ser utilizada pelos motoristas. O viaduto será para uso exclusivo dos ônibus. O município de Ribeirão Pires será beneficiado com verbas para duas obras: construção de um viaduto no Centro e intervenções na avenida Francisco Monteiro, entre elas, a criação de faixas exclusivas de ônibus. A expectativa é que o novo viaduto ajude a desafogar o trânsito da cidade, já que as vias existentes não comportam mais a quantidade de veículos. O principal objetivo da obra é criar uma alternativa para ligar as regiões alta e baixa da cidade, cortadas pela linha férrea. O viaduto vai ligar as avenidas Santo André e Humberto de Campos às avenidas Capitão José Gallo e Prefeito Valdírio Prisco.
Conjunto de obras - Na primeira fase do Plano de Mobilidade serão destinados recursos federais do OGU (Orçamento Geral da União) para Diadema (R$ 125 milhões - Eixo Alvarenga/ Robert Kennedy/Couros e Ligação LesteOeste); Mauá (R$ 108 milhões - Eixo Corredor Sudeste e Viaduto Zaíra/ Eixo Barão de Mauá/Centro) e Rio Grande da Serra (R$ 41 milhões - Eixo Corredor Sudeste). As verbas serão destinadas também para São Bernardo (R$ 98 milhões - Eixos Guido Aliberti, Lauro Gomes, Taioca, Corredor Sudeste, Ligação Leste Oeste e Corredor Alvarenga/
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Ações educam para o trânsito C
de fazer intervenções lúdicas nos semáforos. Com aporte de R$ 900 mil, a iniciativa é sustentada pela arrecadação total do sistema Zona Azul, que repassa 7% para educação no trânsito. Para o secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos de Santo André, Paulinho Serra, é preciso trabalhar o conceito com o motorista na hora de brecar o carro quando o pedestre atravessa. Em São Bernardo, só este ano já foram registrados mais de 2 mil acidentes, com e sem vítimas, de acordo com Valdênia Santos, encarregada do Serviço de Educação e Segurança de Trânsito. Desde 2009 a cidade mantém o programa Mobilidade para a Cidadania, no CRT (Centro de Reflexão de Trânsito), que busca conscientizar os estudantes sobre a importância do trânsito seguro e pacífico, e a utilização de meios de transporte não motorizados, como bicicleta. Cerca de 1,2 mil crianças por mês e mais de 10,5 mil por ano são atingidas pelo programa. Ribeirão Pires também possui índices de acidentes preocupantes. De janeiro a abril deste ano foram registrados 168 acidentes, 44% a mais que o mesmo período do ano passado. O município tenta atacar com distribuição de materiais educativos e palestras sobre direção defensiva. São Caetano registrou só no primeiro trimestre deste ano 43 acidentes de trânsito, principalmente no Centro, zonas comerciais e avenidas com tráfego intenso, como a avenidas Goiás e a Guido Aliberti. No Espaço Móvel de Vivências no Trânsito, um tapete gigante, com vias e ciclovias, convida crianças da rede municipal a conviverem com o trânsito.
om o alto índice de acidentes de trânsito, que neste ano ultrapassaram 2 mil ocorrências, governo e empresas no ABC apostam na educação. A Bridgestone expande em setembro a campanha Educação no Trânsito, em parceria com Santo André para discutir leis, mobilidade urbana e formas de redução de ocorrências com todas as faixas etárias. Para Luiz Fernando de Palma, gerente geral de Assuntos Corporativos da empresa, é importante conscientizar a população que identificar os principais fatores de risco, que podem resultar em acidentes graves ou fatais, é uma ação muito simples. “Leva apenas alguns segundos e pode salvar várias vidas”, diz. Também em Santo André o espaço cultural ODA atende há 15 anos grupos de estudantes, entre três e 11 anos, no Projeto Visão Cidadã. Instalado no Shopping Global, o projeto pedagógico oferece uma mini cidade, onde os jovens visitantes exercitam noções de trânsito e saiam vigilantes. “É uma viagem especialmente preparada para eles”, diz Christina Campello, assistente pedagógica. Para tentar reduzir o número de atropelamentos – foram 150 de janeiro a abril deste ano -, Santo André investe, entre outras ações, no projeto A Faixa é de Todos, lançado em junho, para conscientizar pedestres sobre travessia correta e segura na faixa, e alertar motoristas sobre a conduta em relação ao pedestre. A primeira fase da campanha segue até dezembro. Neste período, seis equipes com cerca de 30 membros, percorrem os principais cruzamentos para distribuir materiais informativos, além
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Economia
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Sebos crescem com internet Venda de livros intensifica em fevereiro e agosto com retorno às aulas
Eduardo Brasil conta que o e-commerce já responde por 20% do movimento
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ercorrer corredores com prateleiras gigantes, manusear infinidade de livros e achar preciosidades literárias são questões de necessidade para alguns e hábito para outros. A oferta de conhecimento e lazer num mesmo espaço é uma das peculiaridades dos sebos, segmento consolidado no ABC. As vendas nas lojas físicas ainda superam o comércio eletrônico em grande parte dos estabelecimentos, mas já respondem por até 80% do faturamento em alguns endereços. Na Poesia & Arte, inaugurada em 2003 e com duas unidades em Santo André, a sócia-proprietária Elenita Santos atribui o avanço das vendas online à comodidade da internet. Ao todo, são mais de 60 mil títulos cadastrados. As obras voltadas para ciências humanas são as mais comercializadas, seguidas de livros paradidáticos. Uma das lojas de Elenita trabalha somente com livros literários e a outra oferece, ainda, objetos antigos e discos de vinil. Todo acervo é organizado e higienizado.“Caso um livro raro não esteja em bom estado, passa por processo de restauração”, diz. Os preços variam conforme as obras e custam até metade dos que é encontrado nas livrarias. Na Pacobello Sebo, as vendas pela internet representam 20% do faturamento contra 80% das lojas físicas. Com 11 anos de atividades e quatro unidades em Santo André, a procura é maior com o retorno das aulas, quando, as vendas crescem até 50%. O proprietário, Eduardo Brasil, diz que o sebo possui mais de 130 mil títulos diferentes e 400 mil livros. No ranking de vendas, as obras infantoju-
venis encabeçam, seguidas de obras técnicas e romances. No sebo Alexandria, em Santo André há 10 anos, as vendas esquentam de 30% a 40% em fevereiro, março e agosto com a volta às aulas. São 15 mil títulos e os de maior saída são os infanto-juvenis, best-sellers estrangeiros, autoajuda e religiosos. Já as vendas online representam entre 35% e 40% do faturamento e a expectativa é que a modalidade aumente. Quem aposta neste mercado deve estar sempre atualizado e investir em estoque. “Como o brasileiro, tradicionalmente, deixa tudo para última hora, acaba precisando de um título que não encontra em livrarias. Então, procura os sebos”, afirma o proprietário, Alexandre Ribeiro. A clientela é eclética, mas as mulheres superam os homens na procura. “Elas compram livros para prazer, aprimoramento profissional e relacionados a cursos universitários”, afirma. Os preços das obras vão desde R$ 2 a R$ 2 mil.
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Amigo secreto - No sebo O Leitor, com cinco anos na praça e duas unidades, com mais de 40 mil títulos cada, a melhor safra é novembro e dezembro, quando o movimento aumenta 50%. “As pessoas costumam presentear o amigo secreto com livros”, destaca Maria José Marchi, gerente. Na filial de Santo André, as vendas online e as realizadas na loja física dividem o faturamento. Em São Caetano, as vendas pela internet representam 30% do movimento. Segundo Maria José, as vendas pela internet têm ganhado força. “O mercado online está em crescimento, tanto que enviamos
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livros para outros Estados por meio de sites especializados”, diz a lojista de São Caetano, onde a procura é atribuída, principalmente, à localização, na região central. A grande concentração de instituições de ensino nas proximidades é outro fator que movimenta bem a unidade. A gerente conta que houve mudança de comportamento por parte do público, maioria jovem com idades de 12 a 25 anos. “A gente percebe que está havendo conscientização política. Estão em busca de informações sobre democracia, Revolução de 1964, entre outros assuntos”, diz. Maia José acrescenta que os livros usados são vendidos 50% mais barato que os comercializados no mercado. Já os novos, podem ter descontos de 5% a 10%, dependendo da editora. No Sebo Segunda Mão, fundado há 10 anos e com duas lojas em São Bernardo, as vendas online representam 50% do faturamento. Para o proprietário, José Ramos de Lima, o comércio eletrônico é a grande aposta do mercado. A melhor época do ano para comercialização é registrada em fevereiro e março com o retorno das aulas. Ao todo, são mais de 14 mil livros catalogados , e a grande procura é por literatura nacional. “Custam 20% a 30% menos que as obras nas livrarias comuns”, diz. Com loja no centro de Diadema e mais de 5 mil títulos, a Fênix tem no online 30% das vendas. “Quando fazem pedido pela internet tem de esperar um prazo para entrega. Na loja física não, só entrar e comprar”, diz Nelson Palombo, gerente, que vende muitos livros espíritas e de autoajuda, seguidos por best-sellers brasileiros, principalmente em fevereiro e março
Leitores não resistem A paixão por leitura começou aos três anos na vida de Kaio Augusto de Oliveira Silva, de São Bernardo, por meio de incentivo da mãe. Aos seis anos, recusava brinquedos em troca de livros. Hoje, aos 20 anos, o estudante de jornalismo lê média 9 obras literárias por mês, com 400 a 500 páginas. A maioria adquirida em sebos do ABC. O estudante explica que nesses estabelecimentos os preços são acessíveis, como O Silêncio dos Inocentes, de Thomas Harris, que pagou R$ 5 num sebo e o novo custava R$ 40.Outra vantagem de se comprar em sebos, de acordo com Silva, é que os livros possuem bom estado de conservação. “Além disso, as obras contam histórias de outras pessoas. Já comprei livros com cartas de leitores dentro. Isso é bacana”, explica. Formado em publicidade e audiovisual, Ângelo Szamszoryk Fierro Davi, de São Bernardo, frequenta sebos desde a infância, quando colecionava histórias em quadrinhos. Com o passar do tempo, o gosto pela leitura se intensificou, e as visitas a esses estabelecimentos se tornaram constantes. Hoje, é menos assíduo, mas não resiste passar em frente a um sebo sem dar uma olhadinha no acervo. “Há livros que estão fora de catálogo, mas estão em sebos”, explica Davi, que se considera rato de sebo. Davi diz que os preços das obras de segunda mão nos sebos valem à pena, mas é preciso pesquisar. “Como estudo cinema, acho raridades nos sebos. Também gosto de literatura, filosofia e teologia”, afirma. 17
Economia
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Cooperativismo tem cases na região
Para Marcio Vale, este ano a Coop terá menor crescimento
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de julho foi o Dia Internacional do Cooperativismo, tema que na região faz história. Existem diversos e bons exemplos de cooperativismo, sistema que possui como principais alicerces a participação democrática, solidariedade, independência e autonomia. O cooperativismo nasceu na Inglaterra por volta de 1840. No ABC, o modelo teve grande impulso nos anos 1990, com o desemprego. Hoje o cooperativismo está consolidado e é sucesso em diversos setores, do transporte, coleta de material reciclável, supermercadista ao crédito. Uma das pioneiras e grande representante do cooperativismo é a sexagenária Coop (Cooperativa de Consumo), 13ª posição do ranking da Associação Brasileira de Supermercados. Os números refletem a potência: 5,9 mil colaboradores e cerca de 1,6 milhão de cooperados, atendidos em 28 unidades, 21 no ABC. A rede reúne, ainda, três postos de combustíveis e três drogarias externas, além de farmácias. Em 2013, fechou com fornecimento bruto de R$ 1,967 bilhão. Para este ano, os investimentos devem chegar a R$ 123,5 milhões. A expectativa de Marcio Vale, presidente da Coop, é de crescimento de 3% este ano. “Olhando a Coop no varejo, teremos porém um ano com menor crescimento”, afirma. Para o empresário, no final de 2013 já havia perda de vigor nas compras e isso não melhorou. “Maio foi o pior mês de contratação desde 1992 e isso reflete no nosso mercado”, explica.
e tem ar condicionado”, explica o dirigente. Outra cooperativa da região é a Coopcent (Central de Catadores de Material Reciclável do ABC), que nasceu em 2008 e possui 170 cooperados. “O número se mantém, porque depende das pessoas se acostumarem e aprenderem como funciona uma cooperativa”, conta Joana Pereira Costa, presidente. Lá, os catadores trabalham todos os dias na coleta dos materiais recicláveis dos municípios. Em Ribeirão Pires, Diadema e Mauá o serviço é feito de porta em porta nos bairros, em dia específico. Nas demais cidades, é com empresas. Após a coleta, todo o lixo vai para os galpões de triagem, onde um grupo faz a separação do material, que depois segue para a prensa, a fim de ser embalado e preparado para venda. Em todo o ABC, são comercializadas mais de 300 toneladas por mês pela Coopcent, que negocia preços para cada filial. “O trabalho em grupo melhora a negociação”, afirma. Joana é defensora do modelo. “O cooperativismo é mais participativo, as pessoas tomam decisões e fazem regras juntas. Existe um corpo diretivo, que funciona mais para a parte legal e burocrática, mas as decisões são tomadas em conjunto”, justifica. A Coopcent está presente em quase todo o ABC. Em São Caetano, que está em processo de formalização com a entidade e Santo André, onde já funcionam duas cooperativas. Crescimento - A Crediacisa (Cooperativa de Crédito da Acisa - Associação Comercial e Industrial de Santo André) é outro exemplo. Com 700 associados e oito anos de mercado, registrou crescimento de 20% em maio na comparação com o mês de 2013, puxado por comerciantes. Wilson Ambrosio da Silva, diretor presidente, afirma que os resultados têm sido muito positivos. “Se o segundo semestre continuar no ritmo, a expectativa é de crescimento de 200%“, conta o dirigente da Crediacisa, que até maio a rentabilidade do ano já ultrapassou 2013. O objetivo é ajudar pequenos e médios empresários com dificuldade de conseguir créditos na praça. “O mercado financeiro está nas mãos das grandes corporações e os pequenos não têm muita opção, senão ser engolidos pelas megaempresas”, explica.
Melhor ir de táxi - Outro exemplo é a ABC Rádio Táxi, que roda em todo o ABC e possui 22 anos de existência e 250 cooperados. “Fazemos o feijão com arroz, não gostamos de Wilson Ambrosio afima que objetivo aparecer. Fazemos nosso trabalho de divulgação em condomíé ajudar pequenos nios, clínicas etc”, afirma Geraldo Almeida, diretor financeiro da cooperativa, que recebe mais de 128 mil chamados/mês, e médios faz cerca de 64 mil atendimentos e cresce entre 10% e 15% ao ano na procura. A razão é simples. “Uma passagem de ônibus Coopcent surgiu custa R$ 3, então se duas ou três pessoas pegam táxi, o preço em 2008 e hoje acaba sendo quase que o mesmo. No ônibus falta conforto, tem cerca de 170 tem a espera no ponto, enquanto o táxi busca na porta de casa cooperados
Desemprego tonificou modelo O engenheiro e professor da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), Luis Paulo Bresciani, comenta que o grande crescimento do âmbito cooperativo ocorreu nos anos 1990, como combate ao desemprego, quando 25% dos empregados da indústria foram demitidos. Nos anos 2000, o crescimento diminuiu e as cooperativas começaram a se consolidar e a se fortalecer como modelo de negócio, fundamentado na reunião de pessoas e não no capital, para atender as necessidades do grupo e não do lucro, e que busca prosperidade conjunta e não individual. Bresciani afirma que a tradição sindical do ABC é determinante para a forte presença do cooperativismo na região, e que o modelo ajuda no desemprego e tem caráter mais importante em pequenas cidades. Sobre o crescimento do setor, o professor acredita que pelo contexto de baixo de desemprego, a demanda pelas cooperativas não é tão grande quanto 20 anos atrás. “O momento é de preservação e fortalecimento das cooperativas existentes”, diz. 18
Julho/2014
Déficit atrasa economia em S.Caetano Espaço Cerâmica tem 70% de espaço disponível para serviço e comércio
Soeltl diz que os custos ultrapassam a arrecadação
Para Pesinato, cidade pode abrigar indústria de menor porte
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déficit que ultrapassa R$ 174 milhões pode inviabilizar fomento de empresas do setor de serviço em São Caetano. Por falta de recursos, projetos que fazem parte do pacote de atrativos aos empreendedores, como a implantação de rede de fibra ótica para a qual estão previstos R$ 25 milhões na primeira etapa, não têm previsão de início. Segundo Francisco Antonio Soeltl, secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade, o andamento de obras de melhoria na infraestrutura para receber as empresas depende do aumento de receita do município, hoje de R$ 900 milhões, em pelo menos 20%. “Os custos com funcionários e serviços são maiores que a arrecadação”, diz. De acordo com o secretário, a Prefeitura pagou cerca de R$ 90 milhões do total do déficit de mais de R$ 264 milhões, herdado da administração anterior. Para facilitar a chegada dos empreendedores, o município oferece o Via Rápida Empresa, que tem o objetivo de reduzir a burocracia para quem quer formalizar negócio. Assim, de maio de 2013 a maio deste ano, 786 empresas foram abertas na cidade por meio do programa. Como incentivo São Caetano estuda a redução de alíquota do ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) de 5% para 2%, mínimo permitido por lei, a 37 atividades econômicas. Hoje já são beneficiados pelo índice empresas de tecnologia da informação e comunicação, serviços de saúde e assistência médica, além de call Center. Este último abriga mais de mil empresas, quase 10% do universo manufatureiro do município, que tem cerca de 13 mil unidades empresariais em operação. Com a redução da alíquota, em julho do ano passado, o setor de call Center já gerou
mais de 600 novos empregos e receita de R$ 500 mil. Poucas opções - William Pesinato, vice-diretor da regional do Ciesp de São Caetano, lembra que a cidade não comporta mais indústrias de grande porte por causa do próprio tamanho. De acordo com Secretaria de Desenvolvimento Econômico, todas as áreas públicas da Prefeitura são de pequeno porte. As disponíveis são áreas privadas, cuja negociação é feita com os próprios donos. O secretário Francisco Antonio Soeltl afirma que São Caetano tem potencial para receber empreendedores, e cita o Espaço Cerâmica, que ocupa área de 300 mil m², tem 70% disponível a serviços e comércio, com total de 210 mil m². Para que tiver interesse, os preços médios de áreas por m² no Espaço Cerâmica para apartamentos custam entre R$ 5,650 mil a R$ 7 mil. Já para salas comerciais, o preço é em torno de R$ 7 mil a R$ 8 mil; lojas R$ 16 mil; e hoteis R$ 10 mil. Após o ParkShoppingSão Caetano, inaugurado em 2011, está previsto no local para 2016 um complexo de hotéis, centro de convenções, salas comerciais e mix de lojas, além de conjunto hospitalar já em construção, com investimentos que ultrapassam R$ 100 milhões. Trata-se de unidade do Hospital São Luiz da Rede, da Rede D’Or, com inauguração prevista, na primeira fase, para o primeiro semestre de 2016, com capacidade para 120 leitos, sendo 40% UTI, e 700 funcionários. Na fase final, o número de leitos passará para 290 e mais de 1,8 mil profissionais. Ao todo, serão 32 mil m² de área construída. “Muitos médicos compraram escritórios para fazer seus consultórios. São Caetano tem hoje pelo menos três hospitais novos em operação. Isso começa a gerar demanda por serviços médicos, o que pode ser uma das vocações da cidade”, destaca. 19
Educação
Julho/2014
Marco Sidnei Bassi diz que instituição investe em obras de modernização e em novidades, como criação de novos cursos de graduação e sistema de fibra ótica
Em 2015, morador de S.Caetano terá 100% de bolsa na USCS O
500 mil foram destinados à recuperação da caixa d´água do prédio do campus Centro, que estava com vazamentos. Outra ação é a compra de equipamentos e montagem dos laboratórios de Medicina, lançado este ano, e cujo segundo vestibular já foi realizado. A cada semestre serão oferecidas 60 vagas.
reitor da Universidade de São Caetano do Sul (USCS), Marco Sidnei Bassi, projeta, em entrevista exclusiva à RD Ideias, que moradores da cidade terão direito a bolsas de estudos integrais a partir de 2015. O reitor explica que se reuniu com a Prefeitura para tratar do assunto. “Hoje, o município destina R$ 3 milhões por ano para as bolsas parciais de 20% a 50%. A ideia é manter esses R$ 3 milhões e acrescentar os novos benefícios”, diz ao lembrar que a ação é uma promessa de campanha do prefeito Paulo Pinheiro (PMDB). Bassi antecipa que haverá critérios econômicos para ter direito às bolsas. “Mas, tudo está sob análise. O bolsista de 100% terá contrapartida de trabalho para Prefeitura. Essa é a forma legal que o jurídico deles, mais o setor de educação, estão estudando”, diz. Sidnei Bassi também revelou que o centro universitário, com cerca de 8 mil alunos, passa por processo de reestruturação e modernização. Com investimentos de mais de R$ 1,5 milhão, a instituição investe em obras de infraestrutura e tecnologia. Também aposta no estreitamento da relação com a comunidade universitária e em novidades, como a criação de novas graduações e implementação da ouvidoria criada em março. Ao fazer balanço da gestão, Bassi diz que o maior desafio era equilibrar as contas da USCS, cujo orçamento gira em torno de R$ 60 a R$ 62 milhões por ano. “As despesas eram elevadas, principalmente com pessoal, que chegou a 87% em 2009. Então, fizemos ajustes na estrutura e revertemos o quadro. Hoje, as contas estão equilibradas”, relata. Com investimentos de R$ 600 mil, os banheiros do campus Barcelona passam por reforma, antiga reivindicação dos alunos. Também foi feita pintura com custos de R$ 400 mil. Outros R$
Novos cursos - Outra novidade, segundo o reitor, é o lançamento dos cursos, em 2015, de Psicologia, Ciências Biológicas, Biomedicina e Odontologia. “Os projetos já estão em desenvolvimento e devem ficar prontos em dois meses”, avisa. Os cursos de Educação a Distância (EAD), abertos este ano, são as novas apostas da USCS. No momento, a modalidade é somente para cursos de Administração e Pedagogia. Para 2015 é avaliada a criação de cursos tecnólogos. A substituição de antena por sistema de fibra ótica nos campus é também uma situação nova. Houve implantação de rede sem fios wirelles/wifi, aberta e disponível na Instituição. Outra novidade é a Ouvidoria, criada em março para atender demandas dos alunos, feitas por vias formais. AIMES-SP - Marco Sidnei Bassi assumiu a presidência da Associação de Instituições Municipais de Ensino Superior do Estado de São Paulo (AIMES-SP), criada em maio deste ano e formada por 40 instituições. O objetivo da entidade é dar mais visibilidade às instituições de ensino superior com mesmo formato da USCS, públicas e que cobram mensalidades. Essa modalidade não é reconhecida. Como exemplo, Bassi cita que quando o Finep – Inovação e Pesquisa (empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência Tecnologia e Informação) abre editais não há como a USCS participar, pois são voltados apenas para instituições de ensino superior federais e privadas. “Assim como o Ministério da Educação, eles não sabem que há perfis como o nosso porque não somos reconhecidos. Isso vale também para financiamento junto ao BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social”, diz. Bassi explica que há várias faculdades com a mesma característica da USCS, e que o papel da AIMES-SP será conversar com gestores e setores de educação do Estado no sentido de ampliar espaço dentro das políticas educacionais. Uma das bandeiras será a captação de recursos, pois algumas instituições de ensino superior passam por dificuldades financeiras. “O governo estadual pode nos considera opção pública para fazer inserção do aluno no curso superior. A vantagem é que não precisamos gerar lucros, temos estrutura montada e, muitas vezes, com vagas ociosas”, argumenta. Sobre essa possibilidade, Bassi diz que a aprovação dependerá de decisão política. Tanto a USCS quanto as instituições que integram a AIMES-SP passaram a ser mais conhecidas por meio da Abruem - Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais. 20
Saúde
Julho/2014
ABC espera aval do MEC para ganhar faculdades de medicina A
Ministro Chioro participou de seminário em São Bernardo
Será aberto um edital por município. De maneira informal, o MEC já comunicou integrantes do governo Luiz Marinho (PT ) de que São Bernardo obteve nota máxima na vistoria técnica. Mauá ainda não teve sinalização sobre o resultado da avaliação. A vistoria técnica consiste em verificar a estrutura da rede de saúde pública de cada uma das cidades. Questionado pelo RD, o Ministério da Educação não informou o resultado da vistoria técnica - se limitou a dizer que o próximo passo para a implantação das faculdades de medicina no ABC é “a publicação do edital para seleção das instituições nos municípios préselecionados”. A previsão do MEC é que o edital seja publicado ainda neste ano.
s duas cidades da região pré-selecionadas para contar com faculdades de medicina ainda aguardam autorização do Ministério da Educação (MEC) para que os projetos saiam do papel. Estão na lista 16 cidades paulistas, entre elas São Bernardo e Mauá. O mais recente passo realizado rumo à abertura dos cursos na região foi a vistoria técnica realizada pelo MEC nos municípios nesse semestre. Em Mauá, a visita ocorreu em junho. De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, as cidades que passarem de forma satisfatória pela vistoria vão estar a poucos passos de conquistar o curso de medicina. Na próxima etapa, as empresas interessadas em oferecer o curso vão se inscrever junto ao MEC, após o Ministério da Educação lançar um edital. “O processo de avaliação pelos certificadores do MEC já foi feito em Mauá e São Bernardo. Vamos agora aguardar o parecer oficial dos membros da comissão de certificação, que deve ser publicado em breve no Diário Oficial”, explica Chioro. “A partir daí o Ministério da Educação vai abrir o edital entre instituições de ensino qualificadas com expertise na área da saúde, para que elas possam apresentar propostas para abertura da faculdades”, completa.
FMABC vai expandir vagas Em paralelo à criação de novos cursos na região, a Faculdade de Medicina do ABC - uma das duas instituições de ensino da especialidade na região -, estuda ampliar as vagas de graduação. Atualmente há 120 vagas disponíveis. A entidade, no entanto, quer fazer a ampliação com cautela. “A ampliação é salutar, mas algo que se deve tomar muito cuidado é com a qualidade. A Faculdade de Medicina do ABC está tomando esse cuidado, deve aumentar as vagas em torno de 50%, mas antes está pensando na estrutura, para que isso seja feito sem cair a qualidade”, afirma o presidente da Fundação do ABC, Marco Antônio Santos Silva. O dirigente prevê que as novas vagas (cerca de 60, que vão se somar às 120 já existentes) estejam disponíveis a partir do ano que vem. Em agosto, técnicos do MEC vão realizar vistoria na instituição de ensino.
Mais Médicos eleva pré-natal O ministro da Saúde, Arthur Chioro, que esteve em junho em São Bernardo, onde foi secretário de Saúde durante cinco anos, comandou seminário do programa Mais Médicos, no Teatro Cacilda Becker. Chioro apresentou números do programa no Brasil, no Estado e também no ABC. Com exceção de São Caetano, que não pediu médicos, todas as cidades da região foram beneficiadas com mais profissionais. São 145 médicos no total hoje na região, que vieram beneficiar população de cerca de 500 mil pessoas. De acordo com o Ministério da Saúde, o programa refletiu em melhoria nos indicadores de saúde do ABC: o atendimento de consultas pré-natal para gestantes da região aumentou 46,8%, ao passar de 4.672 atendimentos em janeiro do ano passado, para 6.857 no primeiro mês de 2014. Também cresceu 22,9% o total de consultas de demanda imediata, passando de 11.847 para 14.856 este ano. 21
Saúde
Julho/2014
Hospital foi declarado massa falida em 2010
Consórcio prioriza emendas para bancar Hospital S.Caetano O
Vicentinho vai analisar e conversar com outros deputados
Consórcio Intermunicipal Grande ABC encaminhou o pedido de estudo jurídico para saber a viabilidade de a desapropriação do Hospital São Caetano - orçada em cerca de R$ 40 milhões - ser custeada por meio de emendas dos deputados federais. O encaminhamento foi feito durante reunião dos prefeitos neste mês, na sede da entidade. O deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT ), que participou do encontro, foi intitulado como o interlocutor para fazer a consulta no Congresso. “Vamos ver se existe essa possibilidade. Se houver, vou falar com os outros três deputados do ABC - Dib, Hélcio e Siraque - e procurar mais um para que os cinco juntos cheguem ao montante dos R$ 40 milhões”, disse Vicentinho. O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, que preside o Consórcio, disse que é uma alternativa encontrada e será batalhada por se tratar de um hospital regional de retaguarda. “Se não der certo, vamos nos reunir para encontrar outro caminho”, salientou. A história de sucesso do Hospital de São Caetano, que foi referência a todo o Grande ABC, durou até 2010, quando a unidade foi declarada falida, consequência das péssimas administrações que teve ao longo dos anos. E, agora, ciente da importância que esse hospital tem para o município, tanto na área de saúde, como em seu significado histórico, a Prefeitura entrou de cabeça no assunto e resolveu assumir a unidade
– os ex-usuários do extinto Plano Di Thiene, que já haviam sido acolhidos pela Prefeitura, terão atendimento especial na unidade hospitalar. No final do ano passado, os governos estadual e federal anunciaram que aceitariam arcar com o custeio da reforma e manutenção do hospital no intuito de reabri-lo plenamente hoje está subutilizado - com o caráter regional. Porém, como a área pertence a uma entidade, a prefeitura precisa arcar com a desapropriação para ter a titularidade da área. O prefeito Paulo Pinheiro já disse que a cidade não dispõe da verba e, por isso, apresentou a proposta de o Consórcio fazer uma divisão entre os sete prefeitos para equacionar a questão.
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Saúde - O presidente do Consórcio Intermunicipal, Luiz Marinho, disse que encaminhou junto ao ministro da Saúde, Arthur Chioro, e o secretário estadual da pasta, David Uip, o pedido de uma reunião para encaminhar os pedidos que já haviam sido pactuados entre os entes. O principal deles é o encaminhamento do Hospital São Caetano. O modelo de Hospital de Clínicas, ao invés de Hospital de Retaguarda, encaminharia mais a demanda local da saúde que hoje carece de leitos. “Neste formato temos uma amplitude no atendimento. Se for um hospital de Retaguarda, dos seis andares do hospital, apenas um poderíamos utilizar para nossas demandas”, afirma o secretário de Saúde de São Caetano, Mário Checkin.
Gastronomia
Julho / 2014
Alessandra Belchior recomenda o consumo da fruta da moda
Para Talita Pessoa, a fruta é superalimento com muitos nutrientes
Celia Barros apostou na novidade e emagreceu dois quilos
Goji berry conquista brasileiros P
equena, vermelha, com sabor levemente doce e azedo, e semelhante à uva passa quando desidratada, a goji berry é a sensação do momento. Cultivada e consumida pelos orientais há milhares de anos, só agora virou moda no Brasil. A fruta, originária do Sul da Ásia, China, Índia e Tibete, é promessa no combate de doenças, emagrecimento e, até, melhora do desempenho sexual. É encontrada em farmácias, supermercados, lojas de produtos naturais, internet e feiras livres. De acordo com a nutricionista Talita Miguel Pessoa, a fruta tem alto valor nutricional. “É riquíssima em vitamina C e betacaroteno. Também possui aminoácidos, vitaminas, minerais, ácidos graxos insaturados, além de polissacarídeos e antioxidantes, que podem prevenir doenças cardíacas”, comenta. A nutricionista explica que a goji berry é considerada superalimento por ter muito mais nutrientes que outras frutas. “O principal benefício é o antioxidante. Existem muitas pesquisas sendo desenvolvidas no tratamento de câncer e diabetes com a goji berry, mas nada foi cientificamente comprovado”, acrescenta. Segundo Talita, 100g da fruta tem cerca de 7,4 mg de betacaroteno, enquanto na cenoura, a mesma porção possui 4,7 mg. Outra comparação é com o feijão. Enquanto o grão possui 6,4 mg de ferro em 100 gramas, a goji berry tem 7,4 mg. Em relação ao poder de emagrecimento da fruta é mito. Ao contrário da propaganda veiculada na mídia sobre os efeitos da goji berry na eliminação de peso, especialistas não confirmam e alertam que o alimento é calórico. Cada 100 gramas da fruta desidratada possui cerca de 256 calorias. Talita diz que a fruta deve ser consumida in natura para maior absorção de nutrientes. “Se cozidas, congeladas, transformadas em recheio, caldas ou geleias, há perda das propriedades funcionais e degradação dos nutrientes durante esses processos”, complementa. No comércio, a fruta milenar é encontrada em diferentes formas, in natura, em pó (chá solúvel), cápsulas e em conserva (desidratada). Por seus benefícios, passou a fazer parte do cardápio de celebridades, como Madonna e Mick Jagger. Sobre o preparo, a nutricionista diz que a fruta pode ser consumida de várias maneiras, a gosto do consumidor. Diz que a goji berry pode ser adicionada em iogurte, sucos, frutas e, ainda, misturada com granola e até em receitas de bolo. Talita alerta que consumir somente a fruta, sem seguir uma dieta balanceada, não
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traz resultados significativos. “Está cada vez mais comum a apresentação de algum alimento como emagrecedor milagroso, porém, nenhum alimento sozinho é capaz de produzir efeitos mágicos para a saúde ou para redução de peso”, explica. Complementar - Segundo a nutricionista, a goji berry é um excelente alimento devido às propriedades nutritivas, mas deve estar incluso de modo frequente e na quantidade adequada em uma alimentação balanceada. “A fruta pode fazer parte de uma dieta para redução de peso, mas não é mais importante do que qualquer outro alimento presente em um plano alimentar equilibrado”, argumenta. Já a nutricionista Alessandra Belchior, lembra que a goji berry, além de ter efeito antienvelhecimento, aumenta a disposição para a atividade física. “Eu indico para pacientes que praticam a atividade”, diz. Assim como Talita, Alessandra acredita que a goji berry sozinha não faz milagre. “É essencial aliar uma dieta equilibrada, fazer atividade física e dormir bem para atingir resultados expressivos”, explica. A artesã Celia Barros experimentou a fruta da moda e aprovou os benefícios. Consome goji berry misturada no iogurte ou em sucos, duas vezes ao dia. “Caminho três vezes por semana, e como a fruta pela manhã e antes de fazer atividade física. Senti uma melhora na energia, me sinto mais disposta”, afirma. Celia afirma que já teve resultados, emagreceu quase dois quilos em dois meses de consumo da goji berry. “Fiquei contente com o resultado, mas pelo preço que paguei nada mais justo”, comenta. A fruta, por ser importada, tem preço pouco salgado: 150 gramas do alimento custam cerca de R$ 60.
Pesquisa
Julho/2014
Caio Parente Barbosa diz que missão do Instituto é oferecer tratamentos com custos baixos
Novos equipamentos permitem avaliação do óvulo e doenças
Mapeamento de DNA detecta causas de infertilidade T
Mulheres são maioria na lista de pacientes do serviço
er filhos é o sonho de quase todos os casais, mas alguns lidam com dificuldades em concretizá-lo por problemas de saúde. A boa notícia é que, a partir de agora, as alterações genéticas ligadas à infertilidade feminina e masculina poderão ser detectadas por pesquisa e mapeamento de DNA com auxílio de equipamentos de alta tecnologia. A iniciativa é uma parceria do Instituto Ideia Fértil de Saúde Reprodutiva, organização sem fins lucrativos, com a Faculdade de Medicina do ABC. A pesquisa, em desenvolvimento, tem como foco a busca da identificação de alterações genéticas que possam prejudicar a fertilidade e, consequentemente, os resultados dos tratamentos. Com a aquisição dos aparelhos, o diagnóstico genético será feito com muita precisão, de acordo com Caio Parente Barbosa, ginecologista e presidente do Instituto. “Com certeza irá aprofundar nosso estudo”, diz. Os equipamentos permitem avaliação do óvulo e detectam doenças genéticas, como câncer de mama. Hoje, o atendimento aos pacientes que buscam serviços de reprodução assistida ultrapassa 200 por mês no Instituto, que recebe entre 20 e 30 novos pacientes por dia. A maior procura ocorre, normalmente, no segundo semestre. Não é um tratamento barato. Como no primeiro semestre existem muitos gastos extras, como pagamentos de impostos, os casais deixam para vir entre agosto e outubro. De acordo com Barbosa, a missão da instituição é oferecer tratamentos de fertilidade com custos baixos. Chegam a ser 70% menores que os praticados por outras clínicas de reprodução humana. Os serviços custam até R$ 10 mil a menos. “A grande maioria dos atendidos é do ABC”, afirma.
Sobre o perfil dos pacientes, a maioria é mulher com idade de 33 a 43 anos, além de homens que fazem vasectomia - cirurgia que interrompe circulação dos espermatozoides. Em média, a renda mensal dos casais é de R$ 6 mil, e cerca de 70% têm convênios médicos, que não cobrem o tratamento de fertilização. Os tratamentos mais simples são coito programado - que utiliza medicamentos para estimular a ovulação -, e a inseminação intrauterina, conhecida como inseminação artificial, que é a colocação do espermatozóide no útero após estimulação da ovulação. Já as técnicas mais elaboradas são feitas via laboratório, como fertilização in vitro, técnica em que o óvulo é fecundado fora do útero e, após avaliação médica, é transferido para a cavidade uterina. Mas o processo de fertilização pode trazer algumas complicações. Além da eficáciade apenas 40% - proporcional à idade da mulher -, aumenta a incidência de gêmeos, o que para os pais é uma felicidade, mas para os médicos pode dificultar os meses de gestação. “Gêmeos ou trigêmeos são sempre casos mais delicados”, afirma Caio Parente Barbosa. Outra clínica de fertilização é a Monteleone, em Santo André. No centro de reprodução humana são realizadas indução de ovulação e fertilizações artificial e in vitro. Segundo Rodrigo José Mirisola Rodrigues, ginecologista e obstetra responsável pela clínica, a indicação de cada tratamento depende dos exames de cada casal. Os serviços têm preços diferenciados. A indução custa em média R$ 1,5 mil, a inseminação R$ 3,5 mil e a fertilização in vitro sai entre R$ 10 mil e R$ 15 mil, conforme complexidade. “Com o aumento da idade, cresce o número de patologias ginecológicas que dificultam a gravidez”, comenta o médico. O carro chefe é a fertilização in vitro, que responde por 80% da procura. Ao todo, são cerca de 60 ciclos de tratamentos por mês. As mulheres, com 35 anos de idade, alto grau de escolaridade e maior poder aquisitivo são as campeãs no movimento. O tratamento dura em torno de um mês, até o primeiro teste de gravidez. Apesar de ser caro, não tem efetividade garantida. As chances são de 15% para indução de ovulação, 20% para inseminação artificial e 45% para fertilização in vitro. Doações de óvulos - No Instituto Ideia Fértil, há dois tipos de doadoras de óvulos. As solidárias, quando as mulheres normalmente conhecem alguém e fazem doação por boa vontade, e as compartilhadas, quando não têm condições financeiras doam os óvulos em troca de parte do pagamento do tratamento. Mas, o número de doações ainda é muito baixo, segundo Caio Parente Barbosa. “São aproximadamente 10 casos de doações por mês para uma fila de espera superior a 300 casais”, lamenta. No Monteleone, o cenário de doações não é diferente, segundo Mirisola. São aproximadamente cinco ciclos no mês. 24
Estética
Julho/2014
Homens invadem clínicas de beleza M
clínica Emagrecentro, em Santo André, eles são 10% dos clientes. De acordo com a gerente Loide Santos, os padrões de beleza da televisão influenciam muito, por isso há tanta preocupação com a aparência. “O homem ficou mais vaidoso. Atrair as mulheres ficou mais difícil, então quem não se cuida tem mais dificuldade”, opina. Vaidoso, o músico Diego Silva Amorim começou o tratamento para perda de peso no final de fevereiro deste ano e já eliminou 22 quilos. Fez carboxiterapia (infusão de gás carbônico sob a pele para combater a celulite, estrias, gordura localizada e flacidez), mesoterapia (aplicação subcutânea ou intramuscular de enzima) e manta térmica. “Eu estava muito relaxado e precisava me cuidar. Sou músico, então minha imagem é muito importante, não posso me largar”, diz. Acrescenta que as mulheres não gostam mais de homens que não se cuidam, e que aparência hoje é muito importante. Na clínica de estética e bronzeamento Stilo D, também em Santo André, 30% dos clientes são homens, que têm, em média, entre 25 e 45 anos. De acordo com a gerente, Basti Camargo, 15% do público masculino procura bronzeamento e depilação.“Quando o paciente é homem, se dedica mais ao tratamento, faz tudo certinho, segue as regras e não abre exceções. As mulheres já não são tão rígidas com relação a isso”, afirma.
achismo à parte, os homens têm se preocupado, cada vez mais, com cuidados do corpo e aparência física. A vaidade é constatada em clínicas de estética, depilação, bronzeamento artificial e salões de beleza do ABC, onde a presença masculina tem aumentado nos últimos anos. É o caso da clínica de depilação Diolaser, em São Bernardo, onde 45% dos pacientes são homens. A maioria faz barba e remove pelos do peito, abdômen e costas. “Acabou aquele perfil do macho, que não pode se cuidar. A sociedade passou a aceitar mais esse comportamento”, explica Leonardo Rodrigues, sócio proprietário. O ferramenteiro Rodrigo Favarini começou a fazer depilação por indicação de sua dermatologista, pois tinha muita irritação na pele quando se barbeava. Com três anos de tratamento, tem obtido ótimos resultados. “Os padrões de beleza mudaram. Sempre fiz esporte e acho essencial cuidar do corpo. Não sou chato, mas me considero vaidoso”, diz. Já o policial Fabiano Souza diz que faz depilação na barba e região do pescoço há quase um ano. Ao todo, foram cerca de 15 sessões. “Optei por esse método por causa de minha profissão, pois tenho que fazer a barba todos os dias, e o barbeador acaba machucando a pele”, justifica. Outro tipo de tratamento que tem atraído homens é o de emagrecimento ou queima de gordura localizada. Na
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Julho/2014
Moda
BOTAS
garantem conforto com mais estilo
O
Ramarin R$ 271,00
inverno trouxe novamente as botas. O calçado, que combina segurança, conforto e beleza, em evidência nas lojas, voltou com tudo de forma bem democrática. A tendência traz modelos com muitas fivelas, zíperes e spikes (tachinhas pontudas de metal) que dão ar de rock n’ roll. O modelo over the knee (cano acima do joelho) é uma das sensações da temporada, além da mistura de texturas. A Piccadilly traz botas com salto super silencioso, que evita o toc toc indesejável, e palmilhas com manta de biofibra, para garantir o bem-estar. Há modelos para todos os gostos e estilos, com linguetas altas, tiras nos tornozelos, laços e recorte em V. A combinação de cores, branco e preto, além do vermelho, nude e mistura de texturas como fosco e brilho, é o ponto forte da linha cheia de estilo, como over the knee, gladiador e abotinado ankle. A bota montaria está muito presente na coleção. É um produto que proporciona elegância e estilo com conforto, por ter salto mais baixo e com uma base de apoio maior. “O bico veio mais longo e levemente ovalado, deixando o produto mais feminino e elegante”, diz Ana Carolina Grings, diretora de Desenvolvimento da Piccadilly. Já a coleção da Beira Rio se inspirou em etnias e no artesanato, com botas aveludadas e acamurçadas e em estampas de animais. A nova coleção retrata a vida moderna das grandes cidades, com toques de rock n’ roll, spikes e detalhes metálicos. O toque de romantismo está nos adornos sutis, laços delicados, além de cristais, broches e cetim. As cores transitam pelos clássicos, como preto, cinza, vermelho e marinho; pelos tons terrosos como chocolate e bege, além de matizes que dão o toque de moda a qualquer visual, como o laranja e o petróleo. A nova coleção Ramarim conta com o estilo ankle boots (usada na altura do tornozelo) e open boots (vão até o tornozelo e possuem uma abertura na frente). Os destaques ficam para os modelos over the knee e montaria. As tendências são canos curto, alto e que dobra, com ou sem estampas. Alguns modelos são ricos em detalhes dourados, com tiras, fivelas e metais. Salto quadrado e bico fino, com predominância de cores básicas, como preto e chocola-
te, além de neutras, também são marcantes na coleção. Em meio à queda de temperatura, a contadora Andreya Alves aposta no uso de botas. “Tenho quatro pares. “Sempre usei esse calçado. Acho um charme”, diz. Andreya prefere os modelos de saltos mais baixos, como montaria, por serem confortáveis. “Adoro a combinação com calça jeans”, diz. A estudante Bárbara Sassi também adora usar botas nesta época do ano. A preferência é por modelos sem salto em razão do conforto. “Gosto tanto que tanto que tenho 10 pares.
Regras garantem elegância Para um look moderno e com estilo, é preciso fazer a combinação certa da bota e da roupa. Mayara de Andrade Diacov, professora de Moda do Senac Santo André, diz que o tipo de calçado requer cuidado para garantir efeito bonito. Tudo depende do perfil da usuária. No caso de mulheres de estatura baixa, a dica é uso de botas nas mesmas cores da roupa, formando uma combinação monocromática, que alonga a silhueta. “É melhor evitar o uso com saias curtas que apareçam as pernas”, recomenda Mayara. Quem tem panturrilha grossa deve evitar modelos do tipo stretch, e usar as botas de cano alto. Mulheres com panturrilhas finas devem adotar botas de cano ajustado em tons mais neutros. As botas podem ser usadas com calças, saias longas e curtas, além de vestidos. “Em termos de moda o que é muito importante observar é que as botas de bico e saltos finos são mais sofisticadas, por isso pedem eventos com requintes”, comenta a professora. Acrescenta que as botas de bicos mais arredondados compõe estilo mais descontraído e casual, e que podem ser usadas com calças. Já as botas de cano alto combinam com calças justas, como skinny, leggins, vestidos curtos ou meia-calça. Mayara diz que, independente do perfil ou estilo, as mulheres podem usar botas, pois existem modelos que agradam a todas. Os modelos vão desde casual, sem salto com bico arredondado, até os mais sofisticados com bico e saltos finos, de canos baixos até os longuíssimos. “O importante é a mulher se sentir bem, confiante e confortável”, ressalta.
Picadilly R$ 236,00
Ramarim R$ 286,00
Ramarim R$ 202,90 Beira Rio R$ 139,90
Ramarim R$ 213,00 26
Esporte
Julho/2014
A zulão não consegue repetir boa fase
Nairo Ferreira pode não se reeleger na próxima eleição
A
zulão de tantas glórias e títulos, hoje sofre no cenário nacional. Campeão Paulista em 2004, vicecampeão da Copa João Havelange em 2000 e até mesmo vice-campeão da Taça Libertadores da América em 2002, o clube não consegue engrenar e enfrenta duras críticas, por parte da Prefeitura, pela diretoria no comando há 18 anos. Hoje, o time está na zona de rebaixamento da série C do Campeonato Brasileiro. Além disso, jogadores já fizeram duas greves por atrasos de salários e até desistiram de jogar um amistoso que estava marcado contra o São Bernardo. “O clube é uma entidade particular, mas a cidade dá suporte com água, iluminação, estádio e funcionário para que o time não gaste tanto e possa investir nos jogadores, mas não estamos vendo isso”, diz o prefeito Paulo Pinheiro. O presidente do time, Nairo Ferreira, foi procurado pela reportagem do RD, mas não quis se manifestar sobre a crítica. Pinheiro já ameaçou tirar os serviços que a cidade oferece para o clube. “O São Caetano está cada vez mais diminuindo seu grau de competitividade. Nos últimos anos só vimos o time na zona de rebaixamento. Isso descontenta todos”, relata. Descontente, Pinheiro garante que quer o bem para o time. “Posso tirar o que a Prefeitura dá, mas não é essa a intenção. Quero que o time leve novamente o nome do São Caetano para fora do País”, acredita.
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Projeto PMFC - No dia 12 de julho, o Primeiro de Maio Futebol Clube lançou em Santo André o Projeto PMFC - Futsal Feminino, em parceria com a Zas Saúde e Esportes. O objetivo é dar oportunidade para que atletas não profissionais participem de competições federativas e confederativas, por meio da integração de talentos do País e de outras nações, ao mesmo tempo ampliar a difusão e o acesso à modalidade do futsal entre a população, no caso a feminina.
Futsal feminino ganha espaço no Primeiro de Maio
Esporte
Julho/2014
Thiago Ferreira assumiu comando do Bernô no lugar do pai, que é candidato a deputado estadual
Novo presidente do Tigre está em busca de mais um volante
O
todos os funcionários e jogadores. Creio que nosso elenco está preparado, pois a maioria foi campeã no ano passado. Trouxemos dois reforços e estamos atrás de mais um volante, já que perdemos o Willian Favoni. RD Ideias: Com a saída do Favoni para o Boa Esporte, o que perde o São Bernardo com a perda desse jogador? TF: Ele chegou aqui em 2011 e cresceu muito de lá pra cá. Em 2013 foi muito importante na conquista da Copa Paulista e nos ajudou no Paulistão. Agora surgiu uma grande oportunidade para ele que é disputar uma série B, mas talvez no final do ano podemos recontratá-lo. RD Ideias: Algum jogador já está em negociação com a diretoria? TF: Ainda não, mas já estamos observando alguns atletas. Daqui a duas ou três semanas divulgaremos esse nome. RD Ideias: Como você avalia o elenco do São Bernardo? Vai precisar de mais jogadores ou o grupo já está fechado? TF: Não precisamos mais de jogadores. Nosso goleiro Daniel foi o mesmo do ano passado. Nossa zaga ficou o Lombardi e o Márcio Garcia e ainda trouxemos o Júnior Alves. Além do Dudu, Magalhães, Kaique, Jean, Judson e Henan. Vamos também olhar os meninos da base, pois sempre quando precisamos, eles se mostraram prontos para o desafio.
São Bernardo está de comando novo. Devido à candidatura de Luiz Fernando Teixeira para deputado estadual nas eleições em outubro, Thiago Ferreira assumiu a presidência do Bernô. O jovem de apenas 24 anos é filho do ex-presidente e já atuava como diretor administrativo do clube. O cartola recebeu a reportagem da RD Ideias no estádio Primeiro de Maio para falar sobre a nova gestão, a preparação para a Copa Paulista, a campanha do agasalho do Tigre e ainda adiantou que o Bernô está atrás de um volante. Confira a entrevista, disponível wna íntegra em RDtv, no site www.reporterdiario.com.br RD Ideias: Como está sendo assumir esse novo compromisso? Thiago Ferreira: Foi me passado esse desafio e com certeza resolvi assumir. Creio que estou preparado, pois sempre participei da diretoria do São Bernardo. Assumo interinamente por cerca de 4 meses que é o processo eleitoral, depois tem 99,9% de chance do meu pai voltar. Ele (Luiz Fernando) me falou que entregou o time campeão da Copa Paulista, e tenho que devolver do mesmo jeito. RD Ideias: Como foi a conversa com os jogadores e a comissão técnica para a disputa da Copa Paulista? TF: Logo que assumi participei de uma reunião com
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Cinema
Julho/2014
Adam Sandler e Drew Barrymore voltam em Juntos e Misturados
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omantismo, humor, animação, realidade e ação podem ser conferidos nos filmes que estreiam no cinema em julho, e trazem atores consagrados de Hollywood, como Adam Sandler e Drew Barrymore. O casal volta a contracenar agora em Juntos e Misturados, comédia romântica. Este é o terceiro longa do gênero estrelada pela dupla, após Afinado no Amor (1998) e Como Se Fosse a Primeira
Livros
Desafiance
Vez (2004). Na trama, Jim (Adam Sandler) e Lauren (Drew Barrymore) viajam e se reencontram, por coincidência, num resort. Ambos levam juntos os filhos de casamentos anteriores. Jim e Lauren são obrigados a conviver no local, onde surge atração entre os dois. O filme já rendeu quase US$ 80 milhões de bilheteria desde a estreia no fim de maio, nos EUA. Classificação 12 anos.
Man Repeller
Transformers 4 – Na quarta série de filme de robôs alienígenas, Transformes: A Era da Extinção, alguns anos após o grande confronto entre Autobots e Decepticons em Chicago, os gigantescos alienígenas são caçados pelos humanos. Quando Cade encontra um caminhão abandonado, ele jamais poderia imaginar que o veículo é na verdade Optimus Prime, o líder dos Autobots. Muito menos que, ao ajudar a trazê-lo de volta à vida, Cade e a filha Tessa entrariam na mira das autoridades americanas. Com orçamento que ultrapassa R$ 165 milhões, a ação tem classificação 12 anos. Vale Tudo – Outra estreia é a cinebiografia de Tim Maia. Baseado no livro Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia, o filme percorre 50 anos na vida do cantor, da infância no Rio de Janeiro, a passagem pelos EUA, onde o cantor descobre novos estilos musicais e é preso por roubo e posse de drogas, até a morte aos 55 anos de idade. O drama tem participações de Babu Santana, Robson Nunes, Cauã Reymond e Alinne Morais. Classificação livre.
O cão amarelo
No interior das muralhas de Baalboden, à sombra do brutal Comandante da cidade, Rachel Adams guarda um segredo. Enquanto as outras garotas fazem vestidos e obedecem a seus protetores, Rachel é capaz de sobreviver nas florestas e de manejar uma espada com destreza. Quando o pai, Jared, é declarado morto, o comandante designa para Rachel novo protetor, Logan, aprendiz de seu pai, o mesmo rapaz a quem Rachel declarou amor há dois anos, e o mesmo que a rejeitou. Com convicção de que o pai está vivo, Rachel decide fugir e encontrá-lo por conta própria. Mas, uma traição contra o Comandante tem um preço alto, e o destino que a aguarda nas Terras Ermas pode destruí-la.
A blogueira Leandra Medine conta memórias de um jeito insolente, uma franqueza desconcertante e fotos de seu arquivo pessoal. Compartilha detalhes de quando perdeu a virgindade, esqueceu de tirar as meias soquetes e descreve o momento em que percebeu que a clutch Hermès vintage da sua avó, feita de pele de avestruz, poderia guardar mais do que sua chave e celular. A blogueira é a prova de que não se precisa trair o estilo repelente nem ao procurar um vestido de noiva. O livro reúne experiências divertidas e meio bizarras, uma história de amor superdoce e, acima de tudo, um lembrete para celebrar o mundo, que é feito pelas mulheres e para as mulheres.
Em Concarneau, região francesa da Bretanha, um mercador de vinhos é assassinado, e a suspeita recai sobre a garçonete submissa, Emma. E não é o único, uma série de atentados contra os ilustres freqüentadores do café de l’Amiral, começa a acontecer. A chave para a resposta, contudo, está num misterioso cachorro de rua, cujos pêlos eram encardidos e amarelados, que vaga pelas redondezas e costuma repousar aos pés de Emma. O fato intrigante é que ele aparece nas cenas de crime. A descoberta do mistério ficará por conta de Maigret, mistura de policial, detetive e psicólogo, sempre disposto a decifrar as mínimas nuances da personalidade de quem está investigando.
Autor: C.J. Redwine Editora: Novo Conceito Preço sugerido: R$ 25,99 Número de páginas: 368
Autor: Leandra Medine Editora: Novo Conceito Preço sugerido: R$ 19,70 Número de páginas: 256
Autor: Georges Simenon Editora: Companhia das Letras Preço sugerido: R$ 20 Número de páginas: 168
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Transporte
Julho/2014
Vagão rosa pode ser aprovado em SP O
público feminino gostou, mas com restrição, do projeto de lei, que obriga trens e o metrô disponibilizar um vagão exclusivo para mulheres. O projeto foi aprovado dia 3 de julho, na Assembleia Legislativa de São Paulo, mas ainda precisa da sanção do governador Geraldo Alckmin para ser aplicado apelo Metrô e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). O vagão rosa vem de encontro com o crescente número de vítimas de assédio no transporte público do Estado. A auxiliar de enfermagem Marcia Cristina Gomes, 47 anos, diz que na hora do rush a separação vai fazer diferença. “O assédio acontece sim e esta medida é necessária”, comenta. Heidy Gomes da Silva, 33 anos, é auxiliar de classe e afirma que o vagão rosa diminuirá os incidentes de abuso e trará mais conforto para as passageiras, que não precisarão se preocupar com “encoxamentos”. Para Maria Aparecida Romano, 53, instrutora de trânsito, o vagão só para mulheres é necessário, embora o ideal era investir na educação e na punição severa contra o abuso. “Só
acho uma pena termos de chegar a isso”, diz a instrutora. A professora de arte, Ingrid Benzi, 24 anos, afirma que a medida é desnecessária, pois o problema está na falta de moral das pessoas. “Não discordo do projeto, mas ele é como tampar o sol com a peneira”, afirma Para Ingrid, a iniciativa é um começo, mas não trata do problema e muito menos é uma solução. Eliona Souza, 41, dona de casa, acredita que a separação por sexo preservará as mulheres e trará um pouco mais de segurança, porém. “Mas nem todas as passageiras aceitarão a iniciativa como algo positivo”, palpita. Eliana Rezendi, 47, cabeleireira, considera que, se o projeto for aprovado, vaia resulta numa mudança importante. “Eu sei me cuidar, mas penso na segurança das minhas filhas”, diz a mãe e passageira. Para Eliana, a medida será um diferencial para combater a quantidade de abusos que ocorrem no transporte coletivo em todo ao Estado. Por outro lado, a CPTM tem uma opinião diferente a respeito da lei. Para a companhia, o vagão rosa infringe o direito de igualdade entre gêneros à livre mobilidade.