Setembro/2014
Consumo consciente Com a falta de água, população aprende a evitar o desperdício
Mauá ganha novos ônibus e inicia integração tarifária com trens da CPTM
Editorial
Setembro/2014
Mobilidade eleitoral E stamos na contagem regressiva do encontro com as urnas. A Justiça, mais do que nunca, está nas nossas mãos, ou melhor, em nossos dedos. O voto vai definir o futuro da região, do Estado e do Brasil pelos próximos quatro anos. Como de costume, várias promessas são protagonizadas pelos candidatos no horário eleitoral gratuito. Prometem mundos e fundos e até recorrem a certas palhaçadas como se cada eleitor fosse um verdadeiro palhaço (com todo respeito aos profissionais do circo que são especialistas nisso e merecem toda a nossa admiração). Mas o eleitor, cada vez mais consciente, já sabe depurar o que é utopia e o que pode se tornar realidade. Nesse trânsito de promessas é importante o eleitor se atentar às plataformas de governo dos candidatos majoritários no que diz respeito à mobilidade urbana. O tema é um gargalo de todo gestor e é estopim de muitas reprovações de governo nas cidades da região metropolitana. Investir definitivamente no transporte coletivo é algo para ontem. O problema é que por trás do transporte estão empresas e empresários, muitas vezes, mais sujos do que pau de galinheiro. Aí reside o problema. Não basta investir no transporte, mas saber o quem está por trás do serviço.
Nesta edição, você terá a possibilidade também de acompanhar mais detalhes das eleições e saber porque tantos votos são confiados em candidatos que sequer conhecem a região. No dia 5 de outubro, o eleitor escolherá cinco representantes para os cargos em disputa: deputado estadual, deputado federal, governador, senador e presidente. Oportunidade ímpar para manter ou mudar a política pública. E mais do que escolher ou confiar o voto, é acompanhar e cobrar o representante depois de eleito. Não adianta apenas votar. É preciso exigir o cumprimento das obrigações e promessa de campanha. Só assim iremos amadurecer a recente democracia brasileira. Só assim teremos avanços consistentes nas gestões administrativas. Só assim seremos uma sociedade cada vez mais politizada e menos refém de certos clientelismos que só jogam na lata do lixo a relação representante/representado. Caro brasileiro, não desperdice a chance. Exerça o seu poder cidadão e o seu poder de eleitor. Escolha um candidato e vote consciente. Boa leitura!!! Forum itiam simum patimus lius. Us, ura? Ari percerraed Airton Resende Diretor do Jornal Repórter Diário
4 Radar – Força-tarefa reduz poluição eleitoral em Santo André
Indice
6 Política – Forasteiros ‘roubam’ votos de políticos da região 9 Artigo – O futuro do mercado imobiliário 10 Meio Ambiente – Sabesp desperdiça 46% de água em S. Bernardo 12 Economia – ABC dá sinal de recessão 14 Mobilidade – Aplicativos ganham espaço no ABC 15
– Mauá recebe 42 ônibus
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– Integração entre ônibus e trem começa em Mauá
18 Saúde – OAB orienta usuários sobre planos suspensos 20
– Receitas médicas viram solução para baixa tolerância
22 Educação – ABC ganha terceira faculdade de Medicina
Jornalistas e editores responsáveis: Airton Resende - Mtb 16.372 airton@reporterdiario.com.br Maria do Socorro Diogo - Mtb 16.283 msdiogo@reporterdiario.com.br Reportagem: Leandro Amaral Luan Siqueira Tiago Oliveira Brenno Souza Ivana Andrade Robson Gisoldi Diagramação: Flória Napoli Projeto gráfico: Rubens Justo Fotos: Banco de Dados RD, Diego Barros, Evandro Oliveira, Évora Meira, Facebook, J. Vilhora, Pedro Diogo, Rafel Neddermeyr, Roberto Mourão e Divulgação. Capa: Rafael dos Reis e Silva, aluno da Creche Municipal República Italiana, de Santo André, testa nova torneira de fechamento automático Foto: Paloma Alvarez Alonso Departamento Comercial: Claudia Polimeni comercial@reporterdiario.com.br Tecnologia: André Resende resende@gmail.com Suporte operacional: Pedro Diogo Endereço: Rua Álvares de Azevedo, 210 Conjuntos 41/42 - Centro Santo André - SP - CEP 09020-140 Tels.: 11 4436-3965 - 4427-7800 Internet: www.reporterdiario.com.br www.twitter .com/reporterdiario É proibida a reprodução do conteúdo sem prévia autorização por escrito dos editores. A Revista RD Ideias não se responsabiliza pelos conceitos e informações emitidos nos artigos de terceiros.
24 Sustentabilidade – Consumo consciente avança 25 Cidades – Revitalização da Oliveira Lima segue sem previsão 27 Esporte – Hugo Hoyama vai treinar o Brasil nas Olimpíadas 28 Projeto social – Projeto revitaliza Centro de Recuperação 30 Cinema – ‘Bela e a Fera’ marca Paolla Oliveira na telona 2
Tiragem auditada por:
Setembro/2014
Radar
Eleições
Força-tarefa reduz poluição eleitoral em Santo André A parceria firmada entre a Justiça Eleitoral e a Prefeitura de Santo André em setembro fez diminuir a quantidade de cavaletes, cartazes e outros tipos de publicidade eleitoral que abarrotaram a cidade nas últimas semanas. A força-tarefa foi criada com o objetivo de combater a propaganda irregular nestas eleições. A prefeitura forneceu quatro caminhões para retirar materiais que desobedecem
Segurança Patrimoniais podem virar GCMs A prefeitura de Santo André estuda incorporar os seguranças patrimoniais da cidade ao efetivo da Guarda Civil Municipal (GCM). O objetivo é reforçar o trabalho preventivo da corporação, aumentando o número de profissionais que estarão nas ruas para atuar no combate ao crime. “A intenção é fazer a integração [dos seguranças patrimoniais], prepará-los e instruí-los para que eles possam ajudar no contingente efetivo da guarda municipal”, revela o secretário de Segurança de Santo André, José Luiz Martins Navarro. “Extinguiria
à legislação. Na primeira semana de trabalho mais de mil itens foram retirados das ruas. De acordo com a lei 9.504/97, é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza em bens sob responsabilidade do Poder Público, como postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos.
a segurança patrimonial e viraria tudo GCM. Mas não sei ainda se juridicamente eu posso fazer isso. Preciso do respaldo legal”, ressalta. A intenção da Prefeitura, revelada com exclusividade pelo RD, causou rebuliço nas duas categorias e dividiu opiniões. Há quem seja a favor da incorporação dos seguranças patrimoniais, mas parte dos profissionais é contra.
Campanha Câmaras reduzem produtividade
O presidente da Câmara de São Bernardo, Tião Mateus (PT), reconheceu que a campanha eleitoral derrubou a produtividade da Casa. “Acaba que nesse momento você não tem aquela produção que vem do Executivo ou do Legislativo, que são projetos. Acho que a gente tem que produzir mais. Não dá pra gente negar”, afirma o petista. “Quando não tem momento eleitoral a produção é muito alta. Às vezes fazemos até sessões extraordinárias pra votar. Todo mundo está envolvido com as eleições, eu também estou envolvido na campanha, nos candidatos que eu apoio”, diz. 4
Consórcio Legislativo andreense resiste a aprovar projeto
O Consórcio Intermunicipal pretende abrir concurso para contratar 31 funcionários, mas para a contratação sair do papel, todas as Câmaras da região precisam dar aval à iniciativa. O problema é que os vereadores de Santo André estão resistindo a aprovar o projeto, entre outros motivos, porque dizem que a proposta foi pouco discutida com a Casa. O prefeito Carlos Grana e o secretário-executivo do Consórcio, Luiz Paulo Bresciani, tentam convencer o Legislativo sobre a importância da aprovação.
Cadê o Busão? Lauro faz enquete para batizar aplicativo
O prefeito de Diadema promoveu uma enquete na sua página no Facebook para a escolha do nome do aplicativo que será utilizado em breve pelos usuários de ônibus. O sistema vai mostrar em tempo real quando o ônibus vai chegar no ponto Os nomes propostos pelo prefeito foram: “Ônibus na hora
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certa”, “Meu ônibus em tempo real”, “Onde está meu ônibus?”, “Cadê o busão?”, “Diadema na hora do bus” e “Diadema no ponto certo”. Com 223 votos, venceu “Cadê o busão”. De lavada. O evento de lançamento do aplicativo ocorreu no dia 16 de setembro. Sistema semelhante já está em uso em São Caetano, e está disponível para sistemas Android e iOS.
apenas seis segundos de notoriedade na tela, os pleiteantes do ABC foram lembrados e aparecem pelos respectivos partidos. Alguns, como Frank Aguiar, candidato a federal e uma das principais apostas do PMDB, tem até uns segundos a mais de visibilidade.
Indeferidos
Depois de Vanessa, Alex Manente na berlinda
Disputa pelo Estado Ciglioni e o aerotrem
Dias depois de a deputada estadual Vanessa Damo ter a candidatura indeferida no TRE (Tribunal Regional Eleitoral), foi a vez de o deputado estadual Alex Manente (PPS) ter a sua candidatura a federal indeferida pelo mesmo TRE por pendência de quitação de multa eleitoral. Segundo pessoas ligadas a Alex, o problema teria sido causado pelo fato de não ter sido apresentada a efetivação do pagamento por meio de uma certidão negativa e, sim, por engano, fora mostrada a positiva. Ainda cabe recurso. Tanto Vanessa quanto Alex correm o risco de terem os recursos julgados só após a eleição. Se isso ocorrer, os votos de ambos serão considerados nulos no dia do pleito.
O candidato a governador de São Paulo pelo PRTB, Walter Ciglioni, dedicou um dia de setembro para fazer campanha em Santo André. O postulante visitou a OAB e a Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André) no dia 11 e também fez uma visita à redação do RD, onde gravou entrevista para o RDTv. A conversa está disponível no site reporterdiario.com.br. Alguns dos assuntos discutidos na entrevista foram a crise hídrica, o índice baixo de resolução de crimes do Estado e os desafios para melhorar a Educação. Ciglioni fez questão de citar o aerotrem, antiga promessa do presidente do PRTB, Levy Fidelix.
Padilha detona Skaf no ABC
Em mais uma agenda de campanha em São Bernardo, o candidato ao governo de São Paulo pelo PT não poupou críticas ao adversário Paulo Skaf (PMDB). Alexandre Padilha pediu votos na fábrica de vidros Wheaton e também na Arteb e detonou a proposta do peemedebista de criar a Secretaria Especial do Povo. “Quem só representou os mais ricos, não será no mês da eleição que vai começar a sentir as dores dos mais pobres”, alfinetou o ex-ministro da Saúde.
Na TV Frank Aguiar tem mais espaço
Os candidatos a deputado (estadual e federal) da região não podem reclamar de falta de espaço no horário eleitoral ‘gratuito’ no rádio e na televisão. Em que pese ser
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PT
Professor Luizinho está voltando?
Quem acompanha os grandes eventos do PT de Santo André tem notado um fato curioso. A cada dia que passa, o ex-deputado federal professor Luizinho tem sido mais destacado nas pautas. Ele era um dos principais nomes do petismo local – cotado até para suceder João Avamileno no Paço em 2008 – mas foi ofuscado pelo episódio do mensalão. Porém, nos últimos tempos, tem retomado a militância partidária e conta com apoio total da cúpula da legenda andreense.
Inspiração
Bahia quer ser ACM
O vereador de Santo André, Evilásio Santana (DEM), o Bahia, candidato a deputado estadual disse ao RD que quer ser um parlamentar assim como Antônio Carlos Magalhães. “Ele era do tipo que tudo que era bom para a Bahia, ele aprovava. Então tudo o que for bom para Santo André, eu vou defender”. Bahia destaca que terá uma atuação, caso eleito, voltada 100% a Santo André.
Política
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Forasteiros ofuscam bandeiras regionais Na eleição de 2010, deputadoo Tiririca obteve quase 100 mil votos no ABC
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ntra e sai eleição e o assunto se repete. Na região, todos entoam o discurso do regionalismo e da importância de se eleger deputados estaduais e federais que estejam não só comprometidos com causas das sete cidades, como conheçam a realidade e as especificidades de cada município. Na teoria é tudo muito bom, mas, na prática, não é isso que ocorre. Primeiro porque sem o voto distrital, o eleitor é bombardeado por todo tipo de postulante, alguns dos quais só se aproximam do eleitorado da região, que possui quase 2 milhões de habitantes, a cada quatro anos. Outro motivo, porque muitas vezes o pleito proporcional – deputado estadual e federal – fica em segundo plano diante das discussões e incursões majoritárias – presidente, governador e senador. Na prática, os tais forasteiros roubam a cena na contabilidade final das urnas. Em 2010, por exemplo, os candidatos de fora fizeram “a festa no ABC”. Em São Bernardo, dos 10 deputados federais mais votados na cidade, quatro foram era forasteiros. Tiririca, o mais votado no pleito passado em todo o Brasil, teve
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28.987 votos na maior cidade da região, sendo o terceiro mais lembrado no âmbito local. Além dele, figuraram entre os “10 mais”: Gabriel Chalita (12.690), Zarattini (7.860) e Devanir Ribeiro (6.233). Eles juntos obtiveram mais de 55 mil votos, ou seja, só o quarteto de forasteiros registrou a votação do deputado federal campeão de votos no município: Vicentinho (PT), que amealhou 56.732 sufrágios. Em Santo André não foi muito diferente. Também quatro forasteiros protagonizaram o topo das votações. Tiririca foi o segundo mais lembrado com 19.954 votos. Depois figuraram Ota (16.524), Gabriel Chalita (15.557) e Arnaldo Faria de Sá (5.828). No reduto andreense também foram quase 60 mil votos neste quarteto, perto da votação de Vanderlei Siraque (66.529), o mais votado da cidade na corrida federal. Em São Caetano a invasão foi ainda maior. Como a cidade historicamente não lança nomes “prata da casa”, o espaço fica ainda mais propício aos de fora. Dos 10 mais votados para federal, seis eram “forasteiros”. Gabriel Chalita foi o ‘estrangeiro’ campeão com 4.503 votos. Logo na sequência apareceram Tiririca (3.829), Arnaldo Faria de Sá
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274,6 mil pessoas se abstiveram do pleito de 2010. A cidade campeã proporcionalmente foi rio Grande da Serra. Na menor cidade do ABC em termos populacionais, 16,5% (5, 3 mil eleitores) se ausentaram. Em números absolutos, Santo André foi a vencedora com o registro de 85 mil eleitores ausentes (15%). Na sequência aparecem Ribeirão Pires 15,3% (13 mil), Diadema 14,25% (44,5 mil), São Bernardo 14% (78,6 mil), Mauá 13,6% (38,8 mil) e São Caetano 8,5% (9,4 mil). Esse ano a expectativa é de uma abstenção ainda maior por conta dos movimentos que tomaram conta das ruas no ano passado e deixaram as pessoas, ou boa parte delas, mais distante da discussão política”, disse Rosângela Giembynski, representante da ONG voto Consciente.
(2.974), José Anibal (1.848), Ota (1.777) e Delegado Protógenes (1.420). Juntos, eles tiveram mais de 10 mil votos, mais que o vencedor, Dib, que teve 9 mil sufrágios. Em Diadema, sete candidatos forasteiros ficaram entre os 10 mais lembrados. Tiririca teve mais de 19 mil votos, seguido por Antonio Bulhões (3.954), Eli Correa Filho (3.532), Chalita (3.230), Arnaldo Faria de Sá (3.028), Marco Feliciano (2.778) e Jorge Tadeu (2.651). Juntos, obtiveram quase 40 mil votos, metade do registro computado pelo parlamentar mais votado, o ex-prefeito José de Fillipi. Em Mauá, seis forasteiros se deram bem. Tiririca foi o segundo mais votado (12.934), seguido por Chalita (8.657), Antonio Bulhões ( 4.065), Vaz de Lima (3.629), Ota (3.481) e Marco Feliciano (3.282). Juntos, registraram mais de 35 mil votos, praticamente a votação do deputado federal mais lembrado na cidade, Helcio Silva, que obteve 39 mil sufrágios.
Sete cidades somam 2 milhões de eleitores
Esse é o número de pessoas aptas ao voto no dia 5 de outubro. Por cidade, São Bernardo lidera com 594, 6 mil (era 560,9 em 2010), seguida por Santo André com 561,7 mil (era 546,7 em 2010), Diadema com 324,9 mil (era 312,3 em 2010), Mauá com 299,4 (era 284 em 2010), São Caetano com 124,2 mil (era 111,4 em 2010), Ribeirão Pires com 88,9 mil (era 85,1 em 2010) e Rio Grande da Serra com 33,6 mil (era 32,1 em 2010). Se pegar o número total de eleitores e a linha de corte que se projeta por partido ou coligação para eleger um deputado, de cara a região teria potencial de sair com 7 deputados federais numa linha de corte de 300 mil, hipoteticamente.
Tiririca também foi destaque em Ribeirão e Rio Grande
Nas duas menores cidades da região, o deputado federal, Tiririca, mais votado no pleito de 2010 também foi protagonista. Na primeira obteve 4.682 votos, sendo o segundo mais votado no município. Ao todo, quatro forasteiros ficaram entre os 10 mais votados. Já em Rio Grande da Serra, o ‘palhaço’ também foi o segundo mais lembrado com 1.953 votos. Na cidade, entre os campeões, três foram forasteiros da região.
Professor de Ética diz que ‘caça’é natural
Segundo o professor de Ética da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Roberto Romano, a busca por voto fora do território de origem é natural, tendo em vista a necessidade de somar apoio para conseguir o quociente para se eleger. “Assim como políticos de fora buscam voto no ABC, gente do ABC também pede voto fora das sete cidades”, lembra o professor. No entanto, o ponto “x” da questão é o comprometimento que o candidato tem com a região. “Se o candidato não é do local, mas visita com frequência e atende as demandas por meio de emendas, não tem problema. Agora quando o candidato só lembra da cidade na hora da eleição é que são elas”, observa o professor da Unicamp. Tiririca, por exemplo, teve mais de 90 mil votos na região e não fez nenhuma visita oficial neste período e não teve atuação destaca por estes eleitores.
Abstenções garantiam mais um nome do ABC
Se todos os eleitores aptos ao voto que deixaram de comparecer às urnas, tivessem ido e votado em um nome da região, o ABC teria, no mínimo, mais um deputado. Ao todo,
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São Bernardo tem 594,6 mil eleitores
Política
Setembro / 2014
Luiz Fernando Teixeira é o campeão no quesito arrecadação
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Candidatos arrecadam R$9,3 milhões na região
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou no início de setembro a segunda parcial de receitas e despesas dos pleiteantes. Segundo os dados verificados, os 108 candidatos do ABC já arrecadaram cerca de R$ 9,3 milhões para a maratona de caça ao voto do eleitor. O montante é 272% maior do que o divulgado há um mês – de R$ 2,5 milhões. As informações foram enviadas ao TSE pelos próprios candidatos a deputado estadual e federal entre os dias 28 de agosto e 2 de setembro. Os candidatos que miram vaga na Assembleia Legislativa representam mais da metade do valor, ou seja, 55% da arrecadação. Dos 57 candidatos a deputado estadual, 50 declararam suas receitas. A soma chegou a R$ 5,1 milhões, 30,8% a mais do que na primeira parcial divulgada no início de agosto. O presidente licenciado do São Bernardo Futebol Clube, Luiz Fernando Teixeira (PT ), lidera a arrecadação com R$ 1,1 milhão, o dobro em relação ao primeiro valor divulgado. Luiz Turco (PT) manteve a segunda posição, com R$ 1,023 milhão. Teonílio Monteiro da Costa, o Barba (PT), passou de quinto para terceiro colocado ao arrecadar R$ 506 mil. Átila Jacomussi (PCdoB) totalizou R$ 410 mil. Em quinto ficou Ana do Carmo (PT), com R$ 385 mil e Orlando Morando (PSDB) que caiu para sétimo com R$ 356 mil. Os candidatos a deputado federal somaram R$ 4,2
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milhões, ou 45% do total. Em primeiro lugar ficou o exprefeito de Diadema Mário Reali (PT), com R$ 814,5 mil – nos dados de agosto o petista declarou ter arrecadado R$ 1 mil. Atrás dele aparecem: Vanderlei Siraque (PT), com R$ 753 mil; Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT) com R$ 485 mil; Gilberto Costa (PEN) com R$ 343 mil e Alex Manente (PPS), com R$ 338 mil. Os gastos também aumentaram entre uma parcial e outra. Segundo os dados do TSE, os candidatos do ABC já gastaram R$ 8,4 milhões em um mês, o valor é 367% maior que os dados informados em agosto – de R$ 1,8 milhão. Os postulantes à Assembleia também lideram as despesas, com 59,6% do total (cerca de R$ 5 milhões). Luiz Fernando Teixeira está à frente no ranking de gastos com R$ 1,036 milhão. Logo depois vem: Luiz Turco, com R$ 500 mil; Ana do Carmo, com R$ 483 mil; Átila Jacomussi, com R$ 471 mil; e Barba, com R$ 410 mil gastos até o momento. Os candidatos a federal gastaram R$ 3,4 milhões (40,4 % do total). O postulante à reeleição Vanderlei Siraque lidera os cinco primeiros colocados, com R$ 480 mil. Logo depois vem Alex Manente, com R$ 440 mil; Gilberto Costa, com R$ 356 mil; o vereador de Ribeirão Pires Anderson Benevides (PSC), com R$ 342 mil; e Vicentinho fecha a lista com R$ 326 mil. A contabilidade final será divulgada na primeira semana de novembro.
Artigo
Setembro / 2014
O futuro do mercado imobiliário H
á mais de 50 anos trabalho no mercado imobiliário do ABC. Aliás, em 19/5/1961, portanto há 53 anos, comecei a trabalhar numa construtora do bairro do Ipiranga-SP (Itapuã) e a construir no ABC. Nesta época a região se resumia em início das empresas automobilísticas no ABC, com milhares de empregos. Por exemplo, a Volkswagen ao longo dos anos teve mais de 40 mil empregados. Hoje tem 13 mil, produzindo próximo do mesmo volume de autos que produzia à época. Os projetos de construção eram aprovados em grandes terrenos, onde as construtoras faziam as ruas, doavam à Prefeitura e executavam centenas de casas térreas. Depois vieram os sobrados, depois os prédios individuais e depois os condomínios verticais com várias torres. Existia um déficit habitacional muito grande para atender os milhares de trabalhadores da região. A construção civil ainda era um tanto amadora. Hoje tudo mudou. Com a abertura de capital das construtoras, a partir de 2007, chegou-se a uma maior profissionalização e produção em série. A remuneração do trabalho passou a ser por produtividade. As construtoras passaram a buscar a excelência de qualidade. As parcerias com órgãos, como o Senai, devem aumentar para melhorar ainda mais a mão de obra. As construções ficaram mais modernas, menores em tamanho privativo, maiores em áreas comuns de lazer, em função do bolso e necessidades dos compradores. Os financiamentos estão mais ágeis e mais abundantes. A tecnologia, cada vez mais está presente na área. A tendência será essa: agilidade e barateamento das obras para alcançar mais compradores. Hoje a burocracia pública ainda onera muito o custo das moradias e deve ser revista pelos órgãos competentes. É preciso aumentar a eficiência da administração pública e diminuir a burocracia que encarece. No futuro, ainda, a padronização também fará com que os custos baixem. Nos Estados Unidos, as casas são construídas com base de concreto, a parte de cima em madeira e as paredes internas todas em drywall. Tudo padronizado. E são bem mais baratas do que no Brasil. Aqui ainda é um problema cultural explicar para o comprador e fazer com que ele aceite essa tecnologia do drywall, mesmo com preços menores. As construções também deverão ser mais sustentá-
veis, mais verdes, com economia de água e luz, coleta de lixo reciclável, energia solar, aumento do uso do gás canalizado não-poluente etc. Isso tudo já está sendo aplicado, mas ainda em pequena escala. Dentro de épocas diferentes, sempre haverá bons e maus momentos de lançamentos e vendas, no entanto, vai prevalecer a necessidade da habitação. Quem casa quer casa. Os empresários da construção civil precisam ter cada vez mais de criatividade para inovar e atitude para agir. Hoje mesmo com o sucesso do programa federal Minha Casa, Minha Vida, ainda há um déficit habitacional acima de 4 milhões de moradias no País. O poder público também deve se atentar para a mobilidade urbana, como por exemplo, a chegada nos próximos anos da Linha 18 Bronze do metrô, por meio do monotrilho, que virá em boa hora. O ABC é a primeira região metropolitana de São Paulo a receber esse transporte público diferenciado. Em cidades maiores e mais avançadas no mundo os espigões sobem a mais de 50 andares e o transporte público é bom, por isso se deve atentar para este item. Não adianta restringir as construções, pois o povo precisa morar; isso só ocasiona a alta de preços. A parceria entre empresas e o poder público é fundamental, sem exageros nas soluções, pois os custos sempre cairão no produto final e a população é quem paga. Uma família sempre pede para os seus entes queridos, primeiro a saúde e em seguida uma moradia digna, é isto que todos temos de buscar. O futuro só Deus sabe, mas sou otimista e tenho muita confiança nesta região, que adoro. Acredito na moradia própria ao alcance de todos. Com bom senso chegaremos lá.
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Milton Bigucci é presidente da construtora MBigucci e da Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC, membro do Conselho Consultivo Nato do Secovi-SP e seu diretor para a Região do ABC, membro do Conselho Industrial do CIESP e conselheiro vitalício da Associação Comercial de São Paulo.
Meio ambiente
Sabesp desperdiça 46 %
É preciso melhorar muito os investimentos, alerta o presidenteexecutivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos
Rompimento de adutora deixou 150 mil pessoas sem água em Santo André
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Instituto Trata Brasil divulgou o ranking de saneacos. Na questão do tratamento de esgoto, que hoje é feito em mento 2014, que revela os indicadores de tratamento 40% dos dejetos gerados na cidade, pode em mais cinco anos de esgoto e distribuição de água nos 100 maiores municípios chegar a 90% graças a uma série de obras e ações que estão do País. Quatro cidades do ABC são citadas: Santo André, em andamento". São Bernardo, Diadema e Mauá. A pesquisa tem como base A empresa informa que em 2013 "retomou as obras de 2012 e revela que houve poucos avanços nos saneamento, que permitiram chegar a 98% de indicadores regionais. O desperdício con- Em S. Bernardo, esgoto coletado e vão levar para tratamento tinua alto e o tratamento de esgoto está do esgoto gerado até dezembro". A meta é 46% da água que 45% muito aquém do ideal. Os números mais chegar a 54% de tratamento de esgoto em 2015, deveria chegar 69% em 2016, 78% em 2017 e 90% em 2020 e alarmantes são de São Bernardo: 46,4% da água que deveria chegar às residências se 96% em 2025. Sobre a perda de água, respondeu: às residências perdem nos vazamentos ou outros proble"Os dados do Trata Brasil sobre perda de água se perdem nos mas na rede, como ligações irregulares. O (24%) são de 2012. Hoje este índice é de 27%. cenário é quase idêntico ao de 2011, quanvazamentos ou A questão de perda de água é muito dinâmica e do o indicador chegava a 48,65%. de investimentos. Como entre 2009 a por problemas depende Em tempos de crise hídrica, os dados 2012 não foram feitos grandes investimentos em na rede são preocupantes. Em Diadema, o índice troca de hidrômetros, troca de redes e combate de perdas subiu no período de um ano, ao desperdício, esse índice aumentou. Para o passando de 39,11% para 43,05% de 2011 próximo ano já veremos a melhoria, exatamente para 2012. Em Mauá, o desperdício de água chega a 30,15% porque têm sido feitos os investimentos necessários". (contra 33,14% em 2011) e em Santo André alcança 24,31% (em 2011 tinha sido de 27,31%). Entre as quatro cidades da região, Santo André é a que tem o melhor índice de tratamento de esgoto: 32,82%. Ainda assim A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), um número baixo, considerando que 67,18% dos resíduos responsável pelo saneamento em São Bernardo e Diadema, informou: produzidos na cidade vão parar nos rios. A cidade com pior "Em relação às obras para melhorar o esgotamento sanitário situação é Mauá, onde apenas 6,27% do esgoto produzido passa de São Bernardo, foram executadas, por exemplo, na área da por tratamento. Os índices em São Bernardo e Diadema são de Bacia do Ribeirão dos Meninos as interligações aos Coletores 17,32% e 11,14%, respectivamente. "O ABC tem evoluído pouco e Interceptores para transporte até o tratamento na Estação de no tratamento de esgoto. Isso é muito problemático porque Tratamento de Esgotos ABC", além de "projetos executivos para provoca doenças, polui os rios. É preciso melhorar muito os implantação de coletores tronco e redes coletoras de esgoto investimentos", alerta o presidente-executivo do Instituto Trata e as obras de prolongamento de redes e ligações de esgoto". Brasil, Édison Carlos. Foram R$ 114 milhões investidos entre 2011 e 2012. A empresa O especialista avalia que a perda de água deveria ser de, diz que vai investir em "serviços e obras com foco na redução no máximo, 20%. "Os fatores para perdas tão grandes são de perdas e aumento da eficiência operacional nos setores vários: vazamentos, redes antigas, obras malfeitas, furto de Batistini, Derivação Alvarenga, Nova Petrópolis e São Pedro; água. São Bernardo, por exemplo, tem muita área irregular entre outras ações e projetos". e muita água roubada", constata. Sobre Diadema, a Sabesp disse que "devido à recente assunção do município (31/03/2014), não é possível comentar sobre Outro lado - O RD procurou as empresas responsáveis a posição ocupada pela cidade no ranking em 2012, bem como pela distribuição de água e tratamento de esgoto. O Semasa os investimentos realizados. Porém, a Companhia já anunciou (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo Anseu plano de investimentos futuros para a região". dré) lembrou que o município subiu dois pontos no ranking Procurada pelo RD, a SAMA (Saneamento Básico de Mauá) (de 26º para 24º) e afirmou que empecilhos vai melhorar o informou que deu início no dia 22 de setembro a uma “grande tratamento de esgoto. "Dentro do quadro nacional, Santo campanha na cidade, envolvendo outdoors, SMS e distribuição André sempre foi referência, mas poderíamos já estar unide folhetos porta a porta, sempre abordando o uso racional versalizados na questão do abastecimento. Infelizmente, da água e oferecendo dicas de consumo”. A autarquia informa dependemos de leis autorizativas em caso de núcleos ainda que “serão realizadas reuniões setoriais com indústrias, subnormais e áreas de mananciais", diz o Semasa em nota. comércio, lideranças comunitárias e representantes de conseO Semasa informa, ainda, que "para o tratamento de lhos municipais, com a intenção de aumentar a conscientização esgoto, também depende de ações da própria Sabesp, que é da população para o problema da escassez da água”. responsável pelo tratamento e por parte dos coletores tron-
Mauá, São Bernardo e Diadema
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da รกgua em Sรฃo Bernardo
Ecoomia
Setembro/2014
ABC dá sinal de recessão D
Sandro Maskio é o coordenador de Estudos do Observatório Econômico da Universidade Metodista
ados divulgados pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista, nesta quinta-feira (28), mostram que a oferta de crédito teve queda no ABC, o que explica parte do desaquecimento da economia da região. Este é apenas um dos fatores que, segundo o levantamento, indicam que a economia regional caminha para entrar em recessão em 2014. Este é apenas um dos fatores que, segundo o Observatório, “revelam fortes indícios de que o ABC apresentará uma recessão no ano de 2014”. O volume médio de crédito no primeiro quadrimestre de 2014 foi de R$ 20,3 bilhões, o que representa uma queda de 1,2% em relação aos R$ 20,6 bilhões registrados no último quadrimestre de 2013. Além disso, nos primeiros quatro meses do ano houve retração de 0,91% no volume médio de operações de crédito mensal, em comparação ao mesmo período do ano passado. O número negativo vinha se desenhando há três anos, já que desde 2011 a taxa de expansão do crédito no ABC começou a cair. A redução no número de financiamentos é um dos motivos para o desempenho ruim da indústria automobilística, o que atinge em cheio a economia regional. O cenário atual – em que montadoras estão suspendendo contratos e possuem estoques altos –, é reflexo da dificuldade de se obter crédito, que está mais caro e menos acessível. “Se em 2010 a cada 10 pedidos de financiamento de carros os bancos aprovavam sete ou oito pedidos, hoje a cada 10 estão aprovando três ou quatro, porque a inadimplência no financiamento de veículos aumentou. Isso explica porque o mercado para carros novos está desaquecido”, comenta o coordenador de Estudos do ObservatórioEconômico da Metodista, Sandro Maskio, responsável pelo estudo. A atual falta de crédito tem a ver com uma sequência de fatos que teve início na crise de 2008. Para amenizar os efeitos negativos na economia brasileira, o governo induziu o consumo por meio de incentivo ao crédito e isenção de impostos. O problema é que desde então a inadimplência cresceu, levando os bancos a dificultarem a liberação de financiamento
e prejudicando a venda de carros e imóveis. Além disso, por estarem muito endividadas, as famílias têm menos disposição em contrair mais dívidas
Importações superam exportações
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Assim como ocorreu no ano passado, o primeiro semestre de 2014 registrou déficit na balança comercial (diferença entre exportações e importações) no ABC. A região atualmente importa mais do que exporta. O déficit na balança da região chegou a US$ 401 milhões no primeiro semestre deste ano, puxado pela indústria automobilística. As exportações caíram 18,3% no período e as importações diminuíram 14,2%. Somam-se a isso as medidas protecionistas da Argentina (principal comprador de veículos do Brasil) e o câmbio, que não tem favorecido as exportações. Quase todos os itens que compõem a balança comercial do ABC tiveram queda entre janeiro e junho: caíram as vendas para o Exterior os insumos industriais (-14,3%), bens duráveis (-49,1%), alimentos e bebidas (-33%), carros (-12,7%), entre outros. O levantamento feito pela Metodista utiliza dados do Caged (Cadastro Geral de Empregos) para fazer um balanço da situação do trabalho no ABC. Houve diminuição de 4.30 vagas de emprego no primeiro semestre na região. As reduções estão concentradas na indústria de transformação e comércio, que perderam, respectivamente, 7.671 e 1.533 empregos formais. O número de empregos cortados na indústria já supera o que foi observado em todo o ano de 2012. Somente os segmentos de fabricação de automóveis, caminhonetas e utilitários e o de caminhões e ônibus foram responsáveis pela redução direta de mais de 3,2 mil empregos formais nos seis primeiros meses do ano na região. “Se pegarmos todos os dados, temos um mercado de trabalho com um número menor de pessoas empregadas, massa de renda menor na região, volume de operação de crédito menor. São todos indicadores que explicam o porquê se ter uma atividade comercial com tendência de estagnação”, explica Maskio.
Setembro/2014
Retração econômica derruba comércio exterior do ABC
U
Giovanni Rocco é o secretário-executivo da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC
m cenário nebuloso e preocupante. Esse é o retrato da economia do ABC quando observados os indicadores de comércio exterior das sete cidades. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a corrente comercial – soma entre o volume de exportações e importações – da região caiu 13, 6% no primeiro semestre de 2014, ao passar de US$ 6,6 bilhões em 2013 para US$ 5,7 bilhões. O resultado demonstra encolhimento no volume de transações, seja de compras ou vendas internacionais, na ordem de R$ 2,2 bilhões. Na opinião do economista Sandro Maskio, coordenador de Estudos do Observatório Econômico da Universidade Metodista, não há indícios de mudanças em curto prazo. “O grande problema é a queda da atividade econômica. Nossa pauta de importações tem força nos bens intermediários, como componentes para compor o produto final, o fato de ter diminuído é um reflexo da queda do nível de transações”, afirma. O especialista argumenta que outros indicadores também convergem para um cenário preocupante. “Eu diria que temos alguns dados que mostram uma trajetória ruim para o ABC. Operações de crédito começaram a cair, o emprego também, no consumo temos visto uma expectativa de retração. Em curto prazo os indicativos não são favoráveis”, salienta. O economista lembra também o resultado do último Boletim Focus, do Banco Central, que trouxe a análise de diversos analistas econômicos, com um cenário preocupante de baixo crescimento para o País. “Eu, particularmente, considero que neste segundo semestre não há melhora, não vejo nenhuma sinalização de reorientação e não temos grandes espaços para isso. O orçamento público tem pouco grau de manobra, pouca margem para isenções e ainda temos a questão da taxa de juros. No último trimestre dificilmente mudam os números”, avalia Maskio. Otimismo - Giovanni Rocco, secretário executivo da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, argumenta que já havia diagnosticado uma desaceleração do comércio exterior em função da Copa do Mundo, com retração da produção industrial, mas aumento em relação aos setores de serviços e comércio. Mas Rocco apresenta uma visão mais otimista para os indicadores econômicos. “Temos alguns dados que indicam uma melhora. Os números de embalagens já sinalizam um aumento no segundo semestre. É um bom termômetro porque consolida as previsões. Se tem uma evolução desse setor, então a indústria já se prepara para embalar o que pretende vender”, explica. Rocco demonstra preocupação com a queda da atividade econômica, mas mantém discurso positivo quanto ao futuro. “Temos de analisar dentro de um contexto. As empresas já importaram seus bens de capital e o mercado está se acomodando. Tem um clima que está sendo criado, parte pela campanha eleitoral, mas a
agência têm boas perspectivas. Esse ano foi atípico, com Carnaval, Copa do Mundo e agora eleições”, lembra. O dirigente afirma que a Agência tem trabalhado em projetos consistentes junto aos pequenos empresários, dando apoio, orientação e firmado parcerias com instituições de fomento. “Estamos investindo R$ 10 milhões incentivando a cultura da inovação nas pequenas empresas, por meio do projeto Inova ABC em parceria com o Sebrae. Dentro este contexto, firmamos parcerias como BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e Finep (Financiadora de Estudos e Projetos de São Paulo) para levar capital com jutos subsidiados ao empresário”, conclui Rocco, ao frisar que 86% do nosso parque industrial da região é formado por pequenas e médias empresas.
Déficit encolhe 30,8% da região Se por um lado o volume de transações internacionais caiu, fruto da redução da atividade econômica, por outro o déficit da balança comercial do ABC diminuiu 30,8% no primeiro semestre de 2014, quando comparado com o mesmo período do ano anterior. O saldo passou de US$ -713 milhões para R$ -493,5. Dentre as cidades do ABC, Santo André exportou US$ 349,1 milhões, contra US$ 420 milhões de 2013 e importou US$ 537.5 milhões, ante US$ 739,1 milhões do ano passado, gerando uma balança comercial deficitária de US$ 188,3 milhões, menor do que os US$ 318,7 milhões do mesmo período de 2013. Já São Bernardo exportou US$ 1,7 bilhão (ante U$S 2 bilhões de 2013) e importou US$ 1,6 bilhão, contra US$ 1,9 bilhão do ano passado. Única da região com saldo positivo, que somou U$S 53,9 milhões. São Caetano exportou US$ 157,8 milhões em 2014 e importou US$ 203,8 milhões, gerando déficit de US$ 45,3 milhões, enquanto a economia de Diadema vendeu US$ 92,1 milhões e comprou US$ 325,9 milhões, ficando com um déficit de US$ 233,8 milhões. Por fim, Mauá exportou US$ 161 milhões e importou US$ 189,2 milhões, ficando com a balança comercial negativa em R$ 28.1 milhões. Ribeirão Pires apresentou déficit de US$ 48,3 milhões e Rio Grande da Serra US$ 3,6 milhões. *Saldo balança comercial por cidade
Santo André
2014
%
-318,7
-188,3
-40,9
São Bernardo
105,8
53,9
-49
São Caetano
-145,9
-45,3
-70
Diadema
-235,1
-233,8
-0,5
Mauá
-63,4
-28,1
-55,6
Ribeirão Pires
-52,5
-48,3
-8
-3,6
+12,5
Rio Grande da Serra -3,2 TOTAL *Em milhões de US$
13
2013
-713
-493,5
Mobilidade
Setembro/2014
Aurora Neves é dentista e uma das usuárias dos aplicativos
Luis Eduardo Porto é deficiente visual. O morador de São Caetano é idealizador de um aplicativo
Aplicativos conquistam espaço na mobilidade da população O
mar, pois isso só me ajudou”, garante Aurora, que usa o aplicativo em qualquer local da cidade, principalmente para levar os filhos à escola. “Quando levo eles tudo fica muito prático, pois não preciso ir até o parkímetro para pegar o ticket”, ressalta. Criado pela empresa Intuitive Appz, o Estudante sem Fila também facilita a vida dos usuários. O aplicativo é voltado totalmente para os pais que buscam seus filhos de carro. A tecnologia avisa a escola quando os pais estiverem próximos à instituição e para que preparem as crianças para saírem. O aplicativo reduz o trânsito em frente aos estabelecimentos de ensino. “Hoje em dia o trânsito tem sido um problema constante e, com esse aplicativo podemos oferecer uma solução que ajuda a otimizar o tempo dos pais com mais segurança e, ao mesmo tempo, minimizar os congestionamentos”, explica Leonardo Gmeiner, sócio-diretor da Intuitive Appz e idealizador do aplicativo, com cerca de 25 mil pais cadastrados e 20 escolas, como o Colégio Arbos, em Santo André. Mais novo, o Cittabus Acessibilidade foi lançado em julho, em São Caetano. O aplicativo tem o serviço de mostrar para o usuário onde o ônibus está e ainda conta com um comando de voz para os deficientes visuais. A tecnologia está disponível para download na loja virtual Play Store (para dispositivos com Android) e na Apple Store (para IOS), e é executado em sintonia com os GPSs instalados nos ônibus. São Caetano é a primeira cidade paulista a contar com o sistema em 100% da frota (52 veículos, que atendem as oito linhas). “Em um domingo, parado no ponto, perguntei: ‘Tem alguém para me ajudar a pegar o ônibus?’ Ninguém respondeu. Fiquei com o braço erguido por 20 minutos e parando vários veículos até o coletivo da minha linha chegar”, recorda Luiz Eduardo Porto, deficiente visual, morador de São Caetano e idealizador do projeto.
s aplicativos se tornaram febre na hora de se deslocar de um endereço para outro. O que era algo difícil e tudo manual, hoje um celular, tablet ou smartphone, facilitam trajetos para muita gente. No ABC, algumas ferramentas caíram no gosto da população, como o Vaga Inteligente, em Santo André. Em São Caetano, o Cittabus Acessibilidade ajuda os deficientes visuais. Para os estudantes, o aplicativo Estudante sem Fila, colabora na saída das escolas. Outro aplicativo que está em fase de crescimento é o Easy Taxi, em que o usuário pode pedir o transporte pelo seu dispositivo móvel. O Vaga Inteligente foi lançado em março deste ano pela Prefeitura de Santo André e já possui mais de 10 mil cadastradas e 30 mil usuários. O aplicativo permite ao usuário da Zona Azul adquirir créditos para utilizar vagas de estacionamento, habilitar horas compradas, receber avisos da operadora do sistema e consultar o saldo. Após o download, o motorista tem de cadastrar no site www.vagainteligente. com.br e inserir a placa do veículo e o número do cartão de crédito para cobrança. O sistema está disponível, gratuitamente, para os sistemas operacionais da Apple, Android e Windows Phone. Além de poder ser usado pelo aplicativo, o munícipe pode usar o SMS para garantir vaga. Para Aurora Neves, o aplicativo caiu como uma luva. A dentista sempre anda na correria e o Vaga Inteligente economizou o seu tempo. “Às vezes ele fica fora do ar, mas aí eu uso o sistema de SMS. Não tenho o que recla-
Easy Taxi também cai no gosto
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Em funcionamento em todo o Brasil, o Easy Taxi também chega a influenciar no ABC. O aplicativo faz o serviço para o usuário chamar taxi de qualquer lugar. O cliente também pode saber o caminho que o veículo faz, além de poder pagar a corrida pelo próprio aplicativo. “Esse é o único que funciona, já baixei três e nunca funcionou. Está me facilitando muito”, relata o publicitário Rike Volpato, de 28 anos. Os pais do usuário moram em São Bernardo, e Volpato usa muito taxi para vir até o ABC. “Não uso mais carro, já tive um susto e não quero mais. Eu uso muito taxi e esse aplicativo resolve meus problemas”, relata. Outra qualidade do aplicativo que Volpato aprova é a chance de o usuário poder classificar o taxista e falar como foi a corrida. “Isso vai ser muito bom para os turistas, pois os taxistas não vão mais enrolar os clientes”, acredita.
Setembro/2014
Mauá ganha 42 ônibus novos A
viação Suzantur vai entregar, até o final de setembro, 42 novos ônibus que passarão a circular em Mauá. É a primeira aquisição de veículos realizada depois que a empresa foi confirmada como vencedora da licitação do transporte municipal. Com a entrega da nova frota (prevista para o dia 28) a Suzantur começa a cumprir uma das exigências do edital, que é colocar para rodar no município apenas ônibus zero-quilômetro. Em no máximo quatro meses, a empresa vai assumir a operação de todas as 49 linhas de Mauá e terá que, dentro desse prazo, passar a utilizar somente coletivos novos. Mais veículos serão entregues em outubro. A Suzantur é responsável hoje por 32 linhas de ônibus municipais de Mauá. A Viação Cidade de Mauá (VCM), que opera as outras 17 linhas, está prestes a sair de forma definitiva da cidade. Apesar de a Suzantur ter até o final do ano para assumir todas as linhas, a tendência é que essa transição ocorra até outubro. Renovação - Presente de forma constante em Mauá desde o final do ano passado (quando passou a operar de forma emergencial no município no lugar da Leblon), a Suzantur inicialmente foi alvo de reclamações por causa da qualidade dos ônibus que entraram em circulação. As queixas levaram a empresa a substituir, aos poucos, os ônibus antigos por veículos com menos quilômetros rodados, o que fez diminuir os casos de problemas como quebra de coletivos. Declarada vencedora da licitação, a Suzantur terá que trabalhar somente com 100% de frota nova. Serão ao todo 248 novos carros que precisarão estar nas ruas até o final do ano. Já existem 13 ônibus zero-quilômetro que estão em circulação. Além dos 48 que chegam ainda este mês, ainda há 15 veículos que serão incorporados à frota em outubro.
Até o final do ano, Suzantur vai passar a rodar apenas com veículos zero-quilômetro; Empresa venceu licitação do transporte
Licitação - A Suzantur foi declarada vencedora da licitação do transporte em Mauá no final de julho e o contrato com a prefeitura foi assinado em agosto. A empresa vai ficar responsável por operar todas as linhas de ônibus da cidade pelos próximos dez anos e era a única que participava da concorrência. As viações Express, Viação Diadema e Princesa Turismo apresentaram propostas, mas foram inabilitadas a continuar no certame por descumprimento de exigências do edital. A licitação chegou a ser suspensa há dois meses por determinação da Justiça, a pedido da Viação Cidade de Mauá. O edital previa que venceria a licitação aquela empresa que apresentasse a maior proposta de outorga onerosa. O valor mínimo exigido era de R$ 5 milhões e a Suzantur apresentou proposta de R$ 6,2 milhões. De acordo com a prefeitura, esse montante será investido em melhorias na mobilidade da cidade. Greve - Em agosto, os usuários de transporte de Mauá enfrentaram duas greves de ônibus, uma no dia 11 e outra no dia 28. As duas paralisações ocorreram por iniciativas de funcionários da Viação Cidade de Mauá, empresa que foi descredenciada pela Prefeitura e que em breve será substituída definitivamente pela Suzantur. Os profissionais protestaram contra o dono da VCM, Balta-
zar de Souza, que demitiu motoristas e cobradores sem fazer as homologações e pagar as verbas rescisórias. A greve do dia 28 de agosto causou ainda mais transtornos do que a primeira paralisação ocorrida duas semanas antes, porque ocorreu repentinamente, sem nenhum aviso aos usuários ou à Prefeitura. A paralisação foi finalizada após acordo intermediado pelo governo Donisete Braga, em que a Viação Cidade de Mauá se comprometeu a pagar as dívidas trabalhistas. 15
Mobilidade
A
Mauá começa integração entre ônibus e trens
um validador amarelo e depois depositar o bilhete de papel no validador verde (veja ao lado). O próximo passo será encostar o cartão SIM na catraca do terminal rodoviário, onde haverá desconto de R$ 2,50 – o custo seria de R$ 3 se não houvesse a integração. Essa espécie de “bilhete-integração” de papel será vendido em todas as estações da CPTM, mas não estará disponível no Metrô. Quem, por exemplo, trabalha na avenida Paulista e mora em Mauá não terá o desconto na volta para casa porque não terá acesso ao bilhete de papel: Vai pagar R$ 3 de Metrô, pegar o trem em Tamanduateí e depois pegar ônibus em Mauá, pagando a tarifa cheia de R$ 3.
prefeitura de Mauá e a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) deram início no dia 20 de setembro à integração tarifária entre ônibus municipais e trens. O convênio entre a administração municipal e a companhia estadual foi assinado no ano passado e prevê desconto de R$ 0,50 na ida e R$ 0,50 na volta. Novas catracas foram instaladas tanto no terminal de ônibus de Mauá, quanto na estação central da CPTM. Os equipamentos estão programados para ler o SIM, novo cartão utilizado pelos usuários de ônibus da cidade, que substituiu o cartão DaHora. Entenda a seguir como vai funcionar a integração na prática:
Ida - Quem mora em Mauá e trabalha em São Paulo, por exemplo, não vai enfrentar dificuldades para ser beneficiado pela integração. Quando o usuário pegar o ônibus municipal para ir ao Centro, vai passar o novo cartão SIM na catraca do coletivo e terá descontado R$ 3. Quando for pegar o trem, vai encostar o mesmo cartão na catraca da CPTM, e terá descontado R$ 2,50. Ou seja, vai economizar R$ 0,50 no trajeto de ida de casa para o trabalho.
Modalidades do cartão SIM, que substituiu o cartão DaHora em Mauá
Histórico e futuro
A integração em Mauá foi uma promessa de Donisete Braga durante a campanha de 2012 e começou a sair do papel nos primeiros meses de gestão, em reuniões que o petista teve com representantes da CPTM. Em dezembro do ano passado, a prefeitura assinou o convênio com o governo do Estado. Inicialmente a integração ônibus-trem será feita no terminal central, que atende a maior demanda do transporte coletivo. De acordo com a secretaria de Mobilidade Urbana, 80% da transferência do sistema ocorrem na estação Mauá da CPTM. A Prefeitura promete que as outras duas estações de trem da cidade (Guapituba e Capuava) serão adaptadas em uma segunda etapa, sem a necessidade de assinatura de um novo convênio. Dias antes de a integração começar a funcionar, o prefeito Donisete Braga visitou o terminal e a estação da CPTM. Um evento foi realizado no dia 15 de setembro com o governo do Estado para marcar o lançamento oficial do sistema. “A integração dos ônibus com os trens é um pedido antigo da população, e nos empenhamos para conseguila. Agora os passageiros de Mauá que utilizam o trem conseguirão um desconto de até R$ 1 por dia em suas viagens”, destacou o chefe do Executivo. O prefeito destacou que, nos primeiros dias de implantação da integração, equipes treinadas pela secretaria vão atuar, tanto no terminal de ônibus quanto na estação, para esclarecer eventuais dúvidas da população. “Nossos funcionários estarão a postos para ajudar a todos, e tenho certeza de que a adaptação será bem rápida”, assegurou o prefeito de Mauá.
Volta - Na volta para casa o usuário vai enfrentar alguns percalços para garantir o desconto - e em alguns casos nem conseguirá o benefício -, porque o cartão SIM não será aceito em nenhuma outra estação, nem de trem, nem do Metrô. Pelo menos nos primeiros dias, os usuários podem ter dificuldade para se adaptar ao sistema. Exemplo: Imagine um morador de Mauá que trabalha em São Caetano e vai voltar para casa. Para poder se beneficiar do desconto, este usuário vai precisar comprar na estação São Caetano um bilhete de papel específico para realizar a integração em Mauá, pelo preço de R$ 3. Ao chegar em Mauá, ele terá que encostar o cartão em
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Terminal de Mauá recebeu novas catracas para viabilizar integração entre ônibus municipais e trens da CPTM
Usuário terá 2 horas para pegar ônibus após validar cartão
Representante da CPTM, secretário de Mobilidade e prefeito testam integração
Bilhete de papel será depositado no validador verde
Bloqueios da estação Mauá da CPTM foram adaptados ao novo sistema 17
Saúde
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OAB orienta usuários dos 123 planos suspensos pela ANS A
Marcelo Roque é presidente da Comissão de Direitos do Consumidor da OAB de Santo André
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) suspendeu dia 16 a comercialização de 123 planos de saúde de 28 operadoras por desrespeito aos prazos máximos de atendimento e por negativas indevidas de cobertura. A medida é o resultado do 10º Ciclo do Monitoramento da Garantia de Atendimento, que recebeu 13.009 reclamações. Hoje, são 50,7 milhões de consumidores com planos de assistência médica e 21 milhões com planos exclusivamente odontológicos no Brasil. Segundo a Ordem dos Advogados, o consumidor que tiver o plano suspenso tem direito de contratar outra operadora sem prejuízos. Das 28 operadoras com planos suspensos neste novo ciclo, 22 permanecem na lista - elas já tinham planos em suspensão no ciclo anterior. Ao todo, há seis operadoras que não constavam na lista de suspensões e cinco que têm planos suspensos pela primeira vez. A medida é preventiva e perdura até a divulgação do 11º ciclo. É importante destacar que esta não é a única medida administrativa aplicada pela ANS às operadoras reclamadas, que ainda recebem multa de R$ 80 mil a R$ 100 mil por cada caso de negativa indevida de cobertura ao consumidor. No ABC, 11 empresas foram suspensas: Allianz Saúde, BioVida, Comed, Centro Transmontano, Coopus, Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda, Green Line, Ma-
rítima Saúde Seguros, Santo André Planos de Assistência, Saúde Medicol, Tempo Saúde e Unimed Paulistana. A ANS deixou claro que a proibição de venda “é resultado das reclamações de consumidores que tiveram os prazos para consultas, exames e cirurgias descumpridos ou coberturas indevidamente negadas”. Marcelo Roque, presidente da Comissão de Direitos do Consumidor da OAB de Santo André, afirma que a partir do momento em que o plano foi suspenso, o consumidor tem o direito de buscar outras operadoras. Porém, acrescenta que a antiga operadora tem responsabilidades com o consumidor. “Ela deve arcar com os prejuízos do consumidor caso o novo contrato feito com outra operadora não cubra determinado tipo de tratamento”, explica. Roque ensina que os consumidores que se sentirem prejudicados podem procurar o Ministério Público ou buscar solucionar os problemas com advogados particulares ou por meio da união. O advogado acrescenta que, em caso de não urgência, o consumidor pode procurar o Procon.
FenaSaúde defende associados
Em nota, a FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), informa que as operadoras associadas estão atentas às necessidades dos beneficiários de seus planos e seguros de saúde
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e se colocam à disposição, por meio dos canais oficiais de comunicação, para esclarecer dúvidas ou solucionar ocasionais impasses na relação com os consumidores. Segundo a última edição da publicação Foco – Saúde Suplementar, da ANS, em março de 2014, o Índice de Reclamações dos beneficiários caiu pelo quinto mês consecutivo, para os conjuntos de operadoras de pequeno, médio e grande porte, o que demonstra o empenho das operadoras em corrigir eventuais imperfeições no atendimento. Há vários ciclos, no entanto, as associadas à FenaSaúde defendem que o órgão regulador precisa adotar metodologias precisas e transparentes de monitoramento do atendimento aos consumidores, corrigindo critérios de medição que distorcem as realidades da prestação desse serviço e do desempenho de cada operadora avaliada. Tais ajustes são fundamentais à solidez das organizações que respeitam a Lei dos Planos, consequentemente à sustentabilidade do mercado, que precisa se consolidar receptivo aos investimentos. Um grupo técnico foi criado pela ANS, e mudanças estão em discussão. Dos 123 planos suspensos de 28 operadoras, apenas as associadas Allianz Saúde e Caixa Seguradora tiveram alguns de seus planos suspensos. A FenaSaúde esclarece que a suspensão de alguns dos planos em nada afeta o atendimento aos beneficiários, que segue garantido. Recentemente, a Federação lançou o hotsite Plano de Saúde – O que Saber e o Guia do Consumidor, justamente com a finalidade de infor-
mar sobre os direitos assegurados pela lei 9.656/98 e as regras que regem os contratos, segundo normas estabelecidas pela ANS. O guia pode ser obtido por download gratuito.
Corretores reclamam do critério da medida
O presidente da Acoplan (Associação dos Corretores de Planos de Saúde de São Paulo), Ariovaldo Marques, afirma que a suspensão das vendas prejudica muito o trabalho dos corretores. “Ficamos sem opções para oferecer aos clientes. Parece que não queremos vender tal plano, mas na verdade estamos impedidos de vendê-lo”, explica. Marques acredita que as vendas cairão drasticamente por causa da medida. O corretor apoia a ação do órgão nacional, mas critica os critérios utilizados. “Se a operadora está com excesso de reclamações, é preciso tomar uma atitude”, afirma. O presidente acredita que deixam muita margem para dúvidas. Acrescenta que o usuário que já possui o plano não será prejudicado, apenas as empresas que contrataram as operadoras, pois não poderão incluir novos funcionários nos planos coletivos de operadoras suspensas. “Uma empresa que contrata um novo funcionário não poderá colocá-lo no plano de saúde. Seguramente ela será prejudicada financeiramente”, opina.
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Saúde
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Receitas médicas viram solução para baixa tolerância com crianças
Jonathas Salathiel é conselheiro do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo
A
medicalização de crianças e adolescentes tem se tornado cada vez mais comum. Segundo o Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP-SP), a Ritalina deixou de ser um remédio temido e, atualmente, pais que não têm paciência ou não querem se estressar com a agitação dos filhos, os levam ao médico por hiperatividade. Segundo Jonathas Salathiel, conselheiro do CRP-SP, há uma baixa tolerância ao que é ser criança, ao comportamento dos pequenos. E isso incentiva a medicação sem receios. “A criança fica no videogame o dia inteiro porque os pais não têm mais tempo para brincar com ela. A noite, não dorme bem, e os pais levam ao médico porque ela está hiperativa e não consegue dormir”, comenta. Acrescenta que hoje, os pais preferem levar ao médico e ganhar um remédio do que estudar o problema e ver que a criança que jogou videogame por muito tempo ficou com o cérebro ativo e por isso não tem sono. “O imediatismo virou máxima da nossa sociedade, não há a necessidade de pensar no problema, os pais querem apenas uma solução”, explica. Para o psicólogo, é preciso sentar com a criança, conviver, brincar, estudar etc. “A falta de tempo dos pais acabou com isso”, afirma. Para Salathiel, a infância perdeu espaço. Hoje em dia se espera uma criança mais madura, que brinque menos, que faça menos bagunça e se mantenha quieta e calma em frente ao computador ou videogame. “A criança que quer brincar e sair correndo é taxada como hiperativa e posteriormente medicada, isso é muito perigoso”, afirma o psicólogo. “É preciso deixar a
criança fazer o que ela quer, dentro dos limites, claro.”, afirma. Acrescenta que não dar tantas regras, dar opções de atividades e diversão para entreter a criança são essenciais para manter a criança atenta e interessada. Salathiel diz que o tempo que os pais ficam com as crianças também está relacionado ao comportamento delas. “A atenção e o desempenho escolar, por exemplo, estão diretamente ligados a presença dos pais na vida da criança”, opina. Segundo o conselheiro, a Ritalina é o remédio mais usado nessas ocasiões. Em relação ao desempenho escolar, Salathiel acredita que a medicação pode não ser a solução do problema. “A criança pode até ficar menos agitada, mas isso não significa que ela irá aprender mais, o interesse pelo conteúdo é essencial, e o remédio não da isso”, diz. Para ele, cada vez mais as crianças ficam entorpecidas. O conselheiro do CRO-SP também critica o sistema escolar atual. Acredita que as crianças mudaram e a escola ficou estagnada num modelo de muitos anos atrás. “O modelo de todos sentarem e ouvirem o professor falar por horas deixou de ser atrativo para as crianças. É preciso algo mais dinâmico, que as envolva mais, pois muitas delas já não se encaixam neste sistema antiquado”, explica. O psicólogo ainda critica a postura de alguns profissionais, que aceitam as imposições do mercado e receitam os remédios em qualquer situação. “A Ritalina deve ser usada em último caso, é um remédio muito forte que não pode ser usado sem necessidade”, opina.
Especialista diz que criança que quer brincar é taxada como ‘hiperativa’
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Nardini vira hospital-escola em Mauá A
Estas matérias não têm campo de atuação no município, já que os pacientes têm seu atendimento realizado em Santo André, que têm referência no serviço.
té pouco tempo sinônimo de polêmica e críticas, o Hospital Nardini, aos poucos, recupera a sua capacidade de atendimento e de prestação de serviços em Mauá. Além de ser palco de uma grande reforma, prevista para ser concluída até o próximo ano, que já o batiza de Novo Nardini, o equipamento também é protagonista na área de ensino. O hospital virou escola para atender uma das exigências do governo federal para que a cidade fosse uma das 39 escolhidas para sediar uma faculdade de Medicina. A aula inaugural aconteceu no primeiro semestre para 13 profissionais. Os profissionais entraram no Programa Hospital-Escola, implantado pela Secretaria de Saúde, em que aperfeiçoarão suas funções dentro do conceito de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). “Desta forma, os residentes vão vivenciar, pelo período de dois anos, o cotidiano dos profissionais da rede municipal de Saúde, passando por todos os serviços, como no próprio hospital, nas unidades básicas de saúde, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Centro de Reabilitação e outros do município”, disse a secretária de Saúde, Célia Cristina Pereira Bortoletto, já projetando a ampliação de vagas até o fim deste ano. Em algumas áreas, a Residência Médica terá apoio da Faculdade de Medicina do ABC, como nas disciplinas de neurocirurgia e cirurgia de cabeça e pescoço, por exemplo.
Faculdade – Até o fim de setembro, o governo federal vai lançar o chamamento para atrair parceiros interessados na realização da faculdade na cidade. “O prefeito já sinalizou inclusive como contrapartida a possibilidade de bolsas de estudos para alunos egressos da escola pública”, destaca a secretária. O objetivo é promover o vestibular já no início de 2015. “Isso resolve o problema a médio prazo da falta de médicos”, lembra Célia Bortoletto. A custo prazo, a conquista citada é o programa Mais Médicos, do governo federal. “Recebemos 47 médicos. Foi a cidade mais beneficiada. Hoje, com isso, temos uma cobertura de 76% na atenção básica com o programa saúde da família”, concluiu. Reforma - A Prefeitura de Mauá recebeu o aporte de R$ 6,5 milhões do governo estadual destinado à reforma de dois andares do Hospital de Clínicas Radamés Nardini, na Vila Bocaina. O anúncio da liberação da verba foi feito em maio do ano passado, quando o governador Geraldo Alckmin (PSDB) compareceu a evento realizado no complexo hospitalar. Com a liberação dos recursos, a Secretaria de Saúde poderá dar sequência à contratação de empresa para execução dos trabalhos.
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Educação
Setembro/2014
ABC ganha terceira faculdade de medicina T
Arthur Chioro é ministro da Saúde e exsecretário da Pasta em SBC
Leila Mejdalani Pereira é diretora geral da Faculdade das Américas
Como foi o processo de autorização para implantação do curso de medicina em São Bernardo? A Faculdade das Américas foi autorizada pela portaria 399/2014, com conceito máximo pelo MEC (Ministério da Educação). Há nove anos o Conselho Nacional da Saúde não dava um parecer favorável para um novo curso de medicina. A Faculdade está sendo pensada há dois anos e meio, tempo em que esse projeto está tramitando no MEC. É um projeto extremamente moderno, diferenciado, onde o aluno desde o primeiro ano tem contato com o paciente. Claro que monitorado pelos professores. Não é um curso onde o aluno fica trancado numa sala de aula. O investimento é de aproximadamente R$ 100 milhões em equipamentos, em aquisição de imóveis. Inclusive em São Bernardo o nosso campus do curso de medicina fica na rua Wallace Simonsen, em frente à secretaria da Educação. Eu não tenho dúvida que o sistema de Saúde de São Bernardo contribuiu para esse nível de excelência que obtivemos no MEC. Fico muito feliz, com esse grande projeto, que vem agregar a todo o trabalho que São Bernardo tem feito na área da Saúde.
erão início em fevereiro de 2015 as aulas da primeira faculdade de medicina de São Bernardo. Esta será a terceira instituição de ensino que formará médicos na região, depois da Faculdade de Medicina do ABC e da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) A Faculdade das Américas (FAM) vai funcionar na avenida Wallace Simonsen, no bairro Nova Petrópolis, e oferecerá cinco cursos: medicina, gestão hospitalar, enfermagem, radiologia e biomedicina. Parceria firmada com a prefeitura de São Bernardo vai permitir que os alunos tenham contato com a rede municipal de saúde. A FAM pediu que o Ministério da Educação permita a abertura de cursos de psicologia e educação física no município. E vai pedir também autorização para abrir curso de odontologia no campus de São Bernardo. Nesta entrevista, a diretora geral da Faculdade das Américas, Leila Mejdalani Pereira, revela detalhes sobre a chegada da instituição de ensino em São Bernardo, e explica porque o município foi escolhido para receber um campus da FAM.
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Quando começam as inscrições? No início de outubro. E o início das aulas será em fevereiro. Desde quando a FAM existe? A Faculdades das Américas foi criada em 1998. Atualmente temos 17 cursos autorizados, e 45 cursos em estágio bem adiantado no processo de aprovação no MEC. Em São Bernardo pretendemos colocar não só medicina, mas toda a Saúde, enfermagem, biomedicina, gestão hospitalar, radiologia e biomedicina. Por que São Bernardo foi escolhida? Simplesmente porque São Bernardo tem a melhor rede de saúde do Brasil. Pretendia fazer um curso de medicina de ponta e precisava escolher uma cidade onde o sistema de saúde seria de ponta. O que nós pretendemos é formar médicos generalistas. Médicos para atuar no sistema público de saúde. Já se sabe quanto vai custar a mensalidade? Ainda não está precificado. Mas isso não é problema, hoje o aluno só não estuda se não quiser, existem programas que facilitam o ingresso de alunos, como o FIES e o ProUni. Todos esses programas de governo federal podem beneficiar alunos da Faculdade das Américas. Quantos professores vão atuar no campus de São Bernardo? Serão 28 professores. Como o curso foi auto-
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serão ministradas em São Bernardo. São tão poucas as aulas que serão ministradas em São Paulo que posteriormente pretendo até colocar 100% das aulas em São Bernardo. Alguns laboratórios estão na capital, por isso as aulas de laboratório serão a princípio em São Paulo. Como estão as obras para reforma do local onde vai funcionar a faculdade? Está sendo finalizada a reforma, era um antigo colégio. Eu pretendo construir mais no ano que vem. Tem um terreno ao lado onde será construído um novo prédio, sem mexer na estrutura que já está pronta. O imóvel onde vai funcionar o campus de São Bernardo é alugado ou próprio? Todos os imóveis da Faculdade das Américas são próprios. Temos esse aqui em São Bernardo, temos quatro em São Paulo. Quantos cursos a FAM oferece hoje, levando em consideração todos os campus? Temos 17 cursos autorizados e 45 em andamento no MEC. Acredito eu até o final do ano tenhamos autorizado mais 10. Entre os cursos estão arquitetura, direito, pedagogia, letras, ciências contábeis, gestão financeira.
rizado agora, todos esses profissionais possuem cartas de intenção com a gente. Vamos conversar com cada um deles, ver a disponibilidade deles e aí começar a contratação. O importante é frisar que o MEC aprova projetos. Independentemente das pessoas que estiverem trabalhando nesse projeto, tem que seguir o que o Ministério da Educação indicou. Independentemente da pessoa, vai ser com aquele perfil que foi autorizado pelo MEC. Os professores estão em processo de contratação. Serão 80% doutores e 20% mestres. Como será o processo seletivo? Que tipo de prova vai ser aplicada? O processo seletivo não será feito pela Faculdade das Américas. Nós vamos contratar empresas terceirizadas para fazer as avaliações. Fica uma coisa mais segura. Tem empresas extremamente idôneas, que são capacitadas para fazer esse tipo de processo seletivo. Parte das aulas será ministrada em São Paulo. Que aulas são essas? A maioria das aulas será ministrada em São Bernardo. Nosso aluno, desde o primeiro ano, vai ter contato com a rede pública de saúde, então 90% das aulas
Prédio Faculdade das Américas vai funcionar no bairro Nova Petrópolis
Ministério da Educação aprova novos cursos para Mauá e São Bernardo O Ministério da Educação (MEC) anunciou no início de setembro os 39 municípios selecionados para receber cursos de medicina. Duas cidades são do ABC: Mauá e São Bernardo. As instituições privadas que tiverem interesse deverão responder ainda neste mês a chamada pública que será feita pelo MEC. Para participar do edital, os municípios deveriam ter população superior a 70 mil habitantes, não ser capital de estado e não ter cursos de medicina no seu território. Em Mauá, uma das instituições interessadas é a Renil, que já possui um colégio na cidade que oferece cursos técnicos na área da Saúde, como auxiliar e técnico de enfermagem e técnico em radiologia. A ideia é oferecer o curso de medicina no mesmo prédio do colégio, na rua Luiz Lacava. A Universidade São Judas Tadeu também demonstrou interesse. Já São Bernardo passará a ter duas faculdades de medicina - em julho o MEC já havia autorizado a Faculdade das
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Américas a instalar um campus no município. O processo de seleção e avaliação dos municípios, realizado por uma comissão de especialistas, sob a coordenação da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), começou em outubro de 2013. No total, 205 municípios manifestaram interesse em sediar os cursos e 154 encaminharam a documentação solicitada. Foram pré-selecionados 49. Destes, 39 preencheram os requisitos para receber os cursos e sete têm prazo de seis meses para se adequar. Há no Brasil 21.674 vagas autorizadas para cursos de medicina, conforme dados consolidados até 23 de julho de 2014. Desse total, 11.269 estão no interior e 10.405 em capitais, resultado do processo de interiorização da educação superior. Até 2012, predominava a oferta de vagas nas capitais (8.911 do total), enquanto no interior havia 8.772.
Henrique Pain é o Ministro da Educação, responsável pela autorização dos cursos no MEC
Sustentabilidade
Setembro/2014
Consumo consciente avança no ABC A
preservação do meio ambiente sempre foi levada a sério para a dona de casa andreense, Maria Teresa Wojciechowski Marcondes, que ao longo dos anos passou a economizar energia elétrica e reduzir o tempo de banho, principalmente agora em meio à crise de abastecimento de água em São Paulo. Essa preocupação é verificada na maioria das sete cidades do ABC, conforme pesquisa do Inpes - Instituto de Pesquisa da Universidade Municipal de São Caetano (USCS) sobre consumo consciente. Por meio de notas, que vão do zero (nunca fez) ao 10 (sempre faz), os 1.250 entrevistados responderam questões relacionadas ao tema, como se evitam deixar lâmpadas acesas em ambientes desocupados. Nesse caso, o valor médio das notas foi semelhante em todos os municípios, acima de 8, com destaque para Santo André e São Caetano (9.09). Em relação ao fechamento da torneira enquanto se escova os dentes e desligamento de aparelhos eletrônicos quando não estão sendo usados, a média das notas também ultrapassou 8 em seis cidades da região, exceto Rio Grande da Serra (7.33). Sobre guardar alimentos quentes na geladeira, que faz com que o compressor trabalhe mais e gaste mais energia, as únicas notas médias abaixo de 8 ficaram com Rio Grande da Serra (7.08) e Ribeirão Pires (7.63). Por classificação econômica, os hábitos de desligar lâmpadas e aparelhos eletrônicos em desuso, e fechar torneiras na hora da escovação dos dentes são comuns nas classes D e E, cujo valor médio das notas foi acima de 9. “Está relacionado à questão financeira. As despesas pesam no bolso. Além disso, são atividades que não exigem esforços”, explica Leandro Prearo, gestor do Inpes/USCS. O levantamento aponta também que a maior parte das pessoas que têm o tipo de comportamento passa maior parte de tempo em casa, pois não estão inseridas no mercado de trabalho. Do ponto de vista de escolaridade, a maioria dos consumidores que se preocupa em apagar lâmpada, desligar aparelhos, como TV, e economizar água é analfabeta ou possui primário incompleto (notas acima de 9), seguida por pessoas que possuem primário completo ou ginasial incompleto (notas de 8.63 a 9.21). Quanto ao planejamento de compras de alimentos, o valor médio das notas dadas pelos entrevistados, tanto por homens quanto mulheres, foi acima de 7 em todos os municípios, com destaque para classe D e E (8.46), que também se preocupa com planejamen-
to de compra de roupas (6.29), valor semelhante ao da C (6.22) e superior as demais classes sociais. Já os hábitos de pedir nota fiscal no ato da compra e reaproveitar o verso das folhas de papel já utilizadas são mais frequentes por parte das classes A e B, cujas notas dadas pelos entrevistados foram acima de 7. “Frequentam estabelecimentos, onde podem exercer seus direitos, como cobrar nota fiscal. Já pessoas das classes D e E compram em locais do próprio bairro, que aceitam anotar compras e não emitem notas”, diz o gestor do Inpes.
Três cidades lideram na compra de produtos orgânicos
No que se refere à compra de produtos orgânicos (cultivados sem adubos químicos e agrotóxicos) nos últimos 6 meses, a nota média dos homens foi 3.23 e das mulheres 2.92. “A diferença é que as mulheres já estão acostumadas a usar determinadas marcas e quando vão ao supermercado, já sabem o que comprar. Os homens são atraídos pelas novidades, produtos orgânicos e não marcas”, destaca. Prearo acrescenta que esses tipos de produtos são mais consumidos pela classe A (nota 4.81), pois são caros e encontrados em poucos locais específicos. Na comparação por municípios, a pesquisa mostrou que os consumidores que mais adquiriram produtos orgânicos nos últimos seis meses, foram os de São Bernardo (4.04), São Caetano (4.01) e Santo André (3.96). No caso de apoio às entidades de proteção do meio ambiente, por meio de compras de produtos ou doações em dinheiro ou materiais, é um comportamento observado também na classe A (3.52), diferente da E (1.65). Em relação à prestação de queixas em órgãos de defesa do consumidor, as notas dos entrevistados foram baixas; menos de 1 em Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, e menos de 2 em Santo André, São Bernardo e São Caetano.
Meio ambiente não é prioridade em cidades históricas
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O que chama atenção na pesquisa é que os entrevistados de Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires, municípios históricos com vocação para turismo ecológico, deram notas baixas para a maioria das questões. No caso de separação do lixo para reciclagem, os valores médios foram 3.97 (Rio Grande da Serra) e 5.11 (Ribeirão Pires). “É um fato negativo, pois são cidades com grande predominância de áreas verdes, e as pessoas deveriam estar mais conscientes em relação à preservação do meio ambiente”, diz Prearo. O desligamento de aparelhos eletrônicos em desuso teve nota média de 7.33 em Rio Grande da Serra, enquanto nas demais seis cidades ultrapassou 8. Já a compra de produtos orgânicos nos últimos 6 meses obteve nota média de 1.71 em Rio Grande da Serra e de 2.31 em Ribeirão Pires.
Cidades
Setembro/2014
Revitalização total da Oliveira Lima continua sem previsão A
transformação da rua Coronel Oliveira Lima, importante centro de compras em Santo André, em um shopping linear - a terceira e última etapa do projeto original de revitalização do arquiteto, Décio Tozzi, em 1998 -, está longe de ser concretizada. Antes, é preciso colocar em prática a segunda etapa do projeto, que estava parada há anos, desde a gestão Celso Daniel, morto em 2002, de expandir a cobertura atual da rua até o final, onde cruza com a rua General Glicério, aguardada há muito tempo pelos lojistas da região. A iniciativa seria um grande impulso para alavancar a economia local, de acordo com o presidente da SOL (Sociedade da Oliveira Lima e Região), Flávio Martins. Os lojistas criticam. “Fizeram a obra pela metade. É preciso Décio Tozzi concluí-la. Se não têm verbas, que façam uma coisa mais é arquiteto, responsável pelo simples, mas funcional”, diz Darci Tofoli, gerente da Galluprojeto original zzi, loja de calçados que está na Oliveira Lima há 27 anos. da Oliveira Lima A contratação de Décio Tozzi, por meio de inexigibilidade de licitação (inviabilidade de competição) publicada oficialmente em agosto pela Prefeitura de Santo André, para a revisão do projeto arquitetônico da Oliveira Lima e substituição das atuais fontes com recursos de R$ 30 mil, foi feita na semana passada, segundo o arquiteto. O secretário de Obras e Serviços Públicos de Santo André, Paulinho Serra, explica porque a assinatura demorou para acontecer. “Como não se trata de modalidade comum de contratação, infelizmente houve atraso por causa de entraves burocráticos”. Paulinho Serra afirma que a substituição das fontes pasPaulinho Serra, é secretário de sou a fazer parte do pacote de revitalização do calçadão, Mobilidade, e que deve ter início até final de outubro, assim como a Obras e Serviços troca do mobiliário urbano da rua, além do retorno do Urbanos de monumento Concreção 0005, que foi retirado do local e Santo André está guardado na Prefeitura, após sofrer depredações. A retirada da peça, de autoria do escultor, Luiz Sacilotto, foi alvo de polêmicas e protestos. Tozzi ressalta que o projeto das fontes não obteve êxito em função de vandalismos, além da utilização do local por moradores de rua. “Diante disso, me chamaram para fazer outra proposta. Tivemos ideia interessante, que não existe no mundo. Mas, é surpresa”. O arquiteto acrescenta que não houve definição ainda sobre a expansão da cobertura da Oliveira Lima, mas que a intenção da Prefeitura é dar sequência às obras, que serão acompanhadas e fiscalizadas por ele. Sobre o valor estimado para se fazer a cobertura em estrutura metálica com vidros, Tozzi diz que fica em torno de R$ 3 mil o metro quadrado, o que é pouco em sua opinião, em relação ao custo-benefício que trará aos lojistas e Administração Pública. O projeto de finalização dessa etapa é estimado pela Prefeitura em R$ 20 milhões. “Estamos buscando parceria junto à iniciativa privada para nos dar apoio do ponto de vista orçamentário. Por
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Cidades
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tanto, ainda não há datas definidas. No momento, estamos especificando o projeto e orçamentos”, explica Serra. Para 2015, está prevista a troca do piso da Oliveira Lima, cujo orçamento é de cerca de R$ 2 milhões Até o momento, as melhorias feitas na Oliveira Lima, como iluminação nova, reinauguração de fonte, pintura e limpeza, somaram R$ 900 mil.
terá aumento significativo. “Isso trará, com certeza, acréscimo da receita, o que é bom, pois o desempenho do segmento não tem sido bom, em função da desaceleração da economia”, diz. Sobre a 3ª etapa, construção do segundo piso das lojas, Martins explica que é preciso reativar a conversa com os lojistas a respeito do assunto, inclusive para ver a possibilidade de participarem financeiramente da fase. “Em 1998, houve adesão dos lojistas em relação a isso. Agora, não sei o que pensam sobre essa possibilidade, pois não houve mais conversa”, explica. Se tudo der certo, a intenção é atrair novas marcas de lojas para a Oliveira Lima, além de público diferenciado, não apenas das classes C e B. Acrescenta que uma das vantagens de se instalar no local é que os custos são inferiores aos praticados pelos shoppings. Para Benjamin Talent, proprietário da Riveira, loja de roupas masculinas há 55 anos na Oliveira Lima, a ideia de expansão de lojas em piso superior é boa, mas dificilmente será aceita por todos os lojistas. “As vendas já estão difíceis, então não vão querer gastar dinheiro”. Paulinho Serra, diz que essa etapa do projeto original é economicamente viável. Porém, há uma complexidade em função da consolidação das lojas atuais, que utilizam o segundo piso como depósitos e vitrines. “Então, dependerá dos próprios comerciantes. Após finalizarmos a etapa das fontes, troca do imobiliário e recolocação da escultora do Sacilotto, poderemos discutir a questão”. Acrescenta que a própria vice-prefeita, Oswana Fameli, também secretária de Desenvolvimento Econômico de Santo André, sinalizou que essa iniciativa trará benefícios econômicos e logísticos para a cidade.
Galerias devem atrair outro perfil de consumidor
Em relação à 3ª etapa, Décio Tozzi diz que se for executada, a Oliveira Lima passará a ser um shopping de rua, com lojas com segundo piso, mezaninos e interligadas por passarelas. “Serão verdadeiras galerias, onde os prédios poderão contar com escritórios e consultórios. Quem sabe, até, haja inauguração de restaurantes, bares e cinema, o que atrairá novos consumidores. Há, inclusive, projeto de lei aprovado para quem quiser fazer lojas”, ressalta. Ao fazer comparativo da Oliveira Lima, de 16 anos para cá, Tozzi diz que houve grande avanço, pois o local era deserto. Para o arquiteto, Santo André se tornou referência nesse tipo de projeto no Brasil. “A Coronel Oliveira Lima estava deteriorada, em 1998, porque haviam chegado dois shoppings na cidade. Então, a ideia foi criar um shopping de rua, coisa nova no urbanismo”, destaca. Hoje, a Coronel Oliveira Lima tem cerca de 300 lojistas e recebe um público de 30 a 40 mil pessoas por dia e de 70 a 100 mil no final de ano, de acordo com Flávio Martins. O dirigente acredita que, após a conclusão do projeto da via, a rentabilidade do comércio
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Esporte
Setembro/2014
O mesatenista brasileiro já faturou 10 medalhas de ouro em Jogos Pan-Americanos
Hugo Hoyama será técnico do Brasil nas Olimpíadas
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cipantes, números de escolhinhas e principalmente o nível dos atletas. Hoje temos três atletas entre os 70 melhores do mundo. Na categoria feminina fomos campeões da segunda divisão do Campeonato Mundial por equipes, um fato inédito. Então acho que só tende a crescer mais. Você começou a praticar o esporte com sete anos de idade. Como foi o começo? Minha mãe também é daqui e os meus avós são do Japão. Com sete anos eu estudava numa escola japonesa de manhã e à tarde numa escola brasileira. E eu sempre brincava de pingue-pongue com meus amigos. Na época tinha um menino que jogava muito bem e comecei a aprender com ele e fui ao local onde ele treinava. A partir dali não parei mais. Como você vê a seleção brasileira para o Pan em 2015 e as Olimpíadas em 2016? O Pan será muito importante principalmente para a equipe feminina, pois nunca conquistou medalha de ouro e eu quero ajudá-la. As meninas estão bem motivadas e treinam muito. Esse será um caminho para 2016, apesar de ser muito difícil encarar os países da Ásia nas Olimpíadas. Além de jogar pelo Palmeiras São Bernardo, você é palmeirense assumido. Qual é a homenagem que você faz para o clube que completou 100 anos? Desde que eu me conheço como torcedor de um time de futebol, sempre fui Palmeiras. Acredito que teve a influência do meu pai, pois ele também é palmeirense. Não comecei a torcer numa boa época, pois o último título do Palmeiras tinha sido em 1976 e depois ficou 17 anos na fila e foi nesse período que comecei. Já chorei e vibrei muito e só tenho de agradecer ao Palmeiras.
aior mesatenista da história do Brasil, 10 medalhas de ouro em Jogos Pan-Americanos e, ainda, seis participações em Olimpíadas. Este é Hugo Hoyama, que ainda joga profissionalmente e hoje é técnico da Seleção Brasileira Feminina de Tênis de Mesa. Natural de São Bernardo, onde ministra aula para jovens e crianças federados no esporte, Hugo concedeu entrevista exclusiva ao RD, em que falou sobre a situação da modalidade no Brasil, comentou sobre as chances que a seleção tem nos Jogos Pan-Americanos em 2015 e nas Olimpíadas e, ainda, comentou sobre a paixão pela Sociedade Esportiva Palmeiras, que completou 100 anos em agosto. Leia a entrevista, disponível também em RDtv no site www.reporterdiario.com.br Além de atuar profissionalmente como jogador, você dá aulas no estádio Primeiro de Maio, em São Bernardo. Como está sendo esse trabalho? Desde 2010, quando meu ex-técnico Maurício Kobayashi se aposentou eu me encarreguei de ajudar a equipe nesta questão. Ajudo nos treinamentos e também nas competições com os atletas. Mas também disputo, talvez até no ano que vem, jogo pela cidade. Como funcionam as aulas em São Bernardo? É aberto ao público? Aqui no estádio Primeiro de Maio, onde treinamos, as aulas são apenas para os federados. Temos alguns alunos iniciantes, mas a maioria é jogador que disputa os jogos abertos e jogos regionais. Aberto ao público é apenas para assistir, para inscrição só nas escolinhas espalhadas pela cidade. Como você avalia o tênis de mesa hoje no Brasil? O esporte cresceu bastante em termos de número de parti27
Projeto Social
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A instituição ganhou sala de artesanato para que os assistidos façam aulas
Projeto do Polo revitaliza Centro de Recuperação P
cuperação Camille Flamarion, em Mauá, que acolhe moradores em situação de rua, em especial idosos. Com investimentos de cerca de R$ 1 milhão, em doações feitas pelo Polo e de 150 patrocinadores, o Centro foi totalmente revitalizado. As obras foram finalizadas e entregues no dia 16 de agosto como destaca o vice-presidente do Polo Design Center, Roberto Babler. Ele explica que grande parte da mobília e revestimentos da 4ª edição do Polo Design Show são destinados ao projeto social. “É muito gratificante contribuir na transformação dos locais, como comunidades e abrigos para idosos, crianças e pessoas em vulnerabilidade social. Temos 25 arquitetos que trabalham como voluntários”, destaca.
elo décimo ano consecutivo, o Polo Design Center trabalha na reforma de casa assistencial da região. Essa ação, conhecida como Projeto Social, tem como objetivo oferecer melhorias estruturais e, por meio dessas adequações, promover uma melhor qualidade de vida para os assistidos e funcionários / voluntários das instituições. O Centro de Recuperação Camille Flamarion, de Mauá, foi escolhido neste ano. “O décimo Projeto Social do Polo será lembrado como o maior realizado, tanto em metragem quadrada quanto em profissionais envolvidos. O grupo de trabalho, formado por 25 arquitetos e designers de interiores, esteve analisando as reais necessidades para que cada espaço fosse reformado de acordo com a legislação vigente. Tudo foi pensado para melhorar a estrutura da instituição”, explica Roberto Babler, coordenador do Projeto Social. Desde 2005, o Polo Design Center, com ajuda voluntária de seus associados e empresas patrocinadoras, realiza projetos de revitalização nas estruturas físicas de Instituições Assistenciais da região do Grande ABC. Neste ano, a instituição contemplada foi o Centro de Re-
Projeto - A revitalização do Camille Flamarion alcançou os objetivos iniciais e da fachada aos ambientes internos, tudo foi modificado, ampliado e construído. Projeto visual unificou os espaços. Lavanderia e cozinha foram completamente reestruturadas para atenderem as legislações em vigor.
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Os quartos ganharam novos acabamentos para facilitar a manutenção. O salão social foi reformado para que a instituição possa locar essa área e com isso arrecadar recursos. Para tornar o espaço mais atrativo, o antigo telhado foi trocado para oferecer conforto térmico. O bazar, outra fonte de recursos, também teve sua estrutura melhorada para receber as doações e melhor expor os produtos. Os banheiros foram completamente refeitos e adequados. O projeto ainda incluiu a construção de uma sala de fisioterapia, de aula e de artesanato, além de um espaço para oração. “Vale lembrar que esse Projeto Social contou com o apoio de várias empresas patrocinadoras. Lojistas e profissionais envolvidos buscaram parcerias para a realização da revitalização. Essas parcerias são fundamentais para que a cada ano uma nova entidade possa ser beneficiada por essa ação”, finaliza Babler.
Banheiros ganharam ar de modernidade
Grupo de Trabalho – Projeto Social 2014
O vice-presidente do Polo, Roberto Babler é o coordenador do Projeto Social, que em 2014 foi elaborado pelosseguintes profissionais e lojistas: Angela Tasca, Ana Maria Bogar, Ana Paula de Luca, Andrea Martin, Andreia Hernandes, Andréia Medice, Audrea Castro, Cibele Petrangelo, Claudia Macedo, Claudio Lorca, Damazio Silva, Daniela Casella, Daniela Marim, Deborah Basso, Dionice Palácio, Enrico Bernardinelli, Fernanda Mattos, Gisele Pacheco, Joia Montibeller, Kátia Borges, Ligia Gratão, Margareth Grecco, Maria José Czimmermann, Mariana Mattos, Nair Babler, Nelson Tanaka, Paloma Cardoso, Pilar Hernandez, Rosana Pintor, Sergio Delpino, Silvana Borzi, Silvia Dias, Silvia Silot, Simone Amoroso, Teresa Simões e Valeria Beer. Os profissionais e lojistas foram divididos em 10 grupos, onde cada um ficou responsável por uma área de atuação.
Espaço foi reestruturado com pintura e móveis novos
Sala de aula é um dos destaques da reforma
Área externa ganhou jardim com muito verde 29
A entidade - O Centro de Recuperação Camille Flamarion acolhe, auxilia e instrui pessoas maiores de 18 (dezoito) anos, carentes dos mínimos recursos para a sua sobrevivência, sem discriminação de sexo, raça, credo religioso, credo político e nacionalidade, visando seu completo desenvolvimento, re-socialização, e preparandoas para o pleno exercício da cidadania.
Setembro/2014
Cinema
A Bela e a Fera traz Paolla Oliveira na telona
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m setembro, uma das principais estreias dos cinemas é o filme de A Bela e a Fera. Com dublagem de Paolla Oliveira, o romance se passa em 1810. Após o naufrágio de seu navio, um comerciante financeiramente arruinado fica exilado no campo com seus seis filhos. Apenas a filha mais nova, Bela, fica entusiasmada com a vida rural. O destino surge
Getúlio vol. 3 - Da volta pela
Termine este livro
A Seleção
No último volume da série bibliográfica sobre Getúlio Vargas, Lira Neto aborda os temas mais importantes dos anos finais do ex-presidente, fatos da vida pública e privada que fazem de Getúlio Vargas um personagem histórico do Brasil. Lira Neto se serviu de cartas pessoais e memorandos oficiais, de diários íntimos, autos judiciais, boletins de ocorrência, notícias de jornal, anúncios de publicidade, charges, livros de memórias, entrevistas e depoimentos para escrever a trilogia. O autor conta como a deposição após o golpe militar, em outubro de 1945, e a história do país se entrelaça à ponto do político cometer suicídio em agosto de 1954.
Enquanto passeava por um parque, Keri Smith, autora de Destrua este diário, encontra um livro de contéudo misterioso, folhas soltas e palavras embaralhadas, e na capa quase ilegível, estava escrito “Manual de instruções”. Diante desse material curioso, a autora decide passar esse mistério para as mãos do leitor. Mas Smith não vai deixar você, leitor, desamparado. Antes de solucionar os segredos deste manual, o leitor passará por um treinamento intensivo em espionagem e investigação e aprender a desvendar este mistério. Mais que um estímulo à imaginação, “Termine este livro” é uma obra que visa mostrar como os livros interferem na vida cotidiana.
Para trinta e cinco garotas, a “Seleção” é uma maneira de fugir da realidade imposta por castas em Illéa, um jovem país dos Estados Unidos. A competição reúne moças de todas as partes entre dezesseis e vinte anos para se casar com o jovem príncipe, e fugir da realidade imposta a elas no berço. A oportunidade de alcançar um mundo de vestidos deslumbrante e joias valiosas, conquistar o coração do belo príncipe Maxon e um dia ser rainha não é um desafio simples. America Singer, jovem forçada pela mãe para se candidatar, deixa para trás Aspen, um garoto que partira seu coração e que agora trabalha no castelo. Ao conhecer o príncipe, America e Maxon criam uma forte relação, porém cheia de obstáculos. Mas tudo pode sair do controle, e o futuro de America talvez não seja como ela sonhou.
Autor: Lira Neto Editora: Companhia das Letras Número de páginas: 448 Preço sugerido: R$ 52,50
Autor: Keri Smith Editora: Intrínseca Preço sugerido: R$ 27,90 Número páginas: 208
Autor: Kiera Cass Editora: Seguinte Preço sugerido: R$ 29,90 Número de páginas: 352
consagração popular ao suicídio
Livros
implacável mais uma vez, e quando o pai arranca uma rosa para a filha de um jardim encantado e é condenado à morte pelo proprietário do castelo, um monstro, a destemida Bela se oferece no lugar do pai. Uma vez dentro do palácio, Bela encontra uma vida estranha, cheia de magia, luxo e tristeza. Todas as noites, sem exceção, a moça janta com a fera, e todas as noi-
tes ela é visitada por sonhos que retratam a triste história dela. O gigante começa a se sentir cada vez mais atraído pela bela jovem, que usa toda a sua coragem para chegar ao fundo da maldição que atormenta seu estranho admirador. As outras principais estreias do mês ficam por conta do filme brasileiro Isolados, e Fúria, estrelando Nicolas Cage. Em Isolados, Lauro (Bruno Gagliasso) e Renata (Regiane Alves) decidem alugar uma casa na região serrana do Rio de Janeiro para descansar e reanimar a relação. O casarão é meio sombrio e Lauro escuta histórias sobre atos violentos na região, mas não conta nada para a mulher. Além de Bruno e Regiane, participam do filme José Wilker e Juliana Alves. Em Fúria, o personagem de Nicolas Cage, Paul Maguire, esteve envolvido durante muito tempo com o mundo do crime, mas hoje ele tenta viver uma vida tranquila, protegendo a sua filha. Um dia, no entanto, a garota é sequestrada pelos líderes da máfia russa. Paul decide reunir os amigos de antigamente e se vingar dos sequestradores. Classificação 12 anos.
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Meio Ambiente
Setembro/2014
Santo André promove seminário ambiental em novembro P
rofessores, estudantes e outros profissionais idealizadores de projetos relacionados à educação ambiental na cidade têm até 30 de setembro para se inscrever no seminário Educação Ambiental na Gestão e Conservação dos Recursos Hídricos - compartilhando saberes e práticas. Os selecionados farão a apresentação durante o evento, que acontecerá nos dias 4 e 5 de novembro no Anfiteatro do Paço de Santo André e no Centro de Formação de Professores Clarice Lispector. O seminário é organizado pela Escola de Formação Ambiental Billings em parceria com a Secretaria de Educação e o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). Segundo os organizadores, a iniciativa tem como objetivo compartilhar informações e experiências sobre os processos de educação ambiental na gestão e conservação dos recursos hídricos, abordando os principais resultados obtidos nos Projetos “Escola de Formação Ambiental Billings - Plano de Educação Ambiental”, desenvolvido pela Secretaria de Gestão de Recursos Naturais de Paranapiacaba e Parque Andreense, e o “Reágua”, programa estadual de apoio à recuperação das águas, no qual o Semasa coordena as ações realizadas na cidade, além de outras experiências educativas relacionadas ao tema.
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A Escola de Formação Ambiental Billings é uma iniciativa da Secretaria de Gestão de Recursos Naturais de Paranapiacaba e Parque Andreense, responsável pela administração da região de proteção e recuperação de mananciais de Santo André e da Vila Ferroviária de Paranapiacaba. Mais informações sobre o seminário podem ser obtidas pelo endereço eletrônico eeambiental@santoandre.sp.gov.br, ou pelos telefones 4439-5022 e 4439-5023. Secretaria – A pasta de Gestão de Recursos Naturais de Paranapiacaba e Parque Andreense é responsável pela administração de 55% do território de Santo André e compreende, além da histórica vila ferroviária de Paranapiacaba, a área de proteção e recuperação dos mananciais do município. Paranapiacaba, considerada patrimônio histórico nacional, foi construída por uma companhia inglesa a partir de 1860, quando da implantação da ferrovia pioneira no Estado de São Paulo, que ligou o porto de Santos à Jundiaí. A Parte Baixa da Vila foi comprada pela Prefeitura de Santo André em 2002. A atual Administração pretende voltar a investir no local para preservar o seu patrimônio histórico e natural e explorar o seu potencial turístico.