Suplemento SCaetano 2012

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Sexta-feira, 27 de julho de 2012

MunicĂ­pio faz 135 anos


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REPÓRTER DIÁRIO

Editorial

Boas reboladas

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ão Caetano faz 135 anos neste dia 28 de julho com boas histórias para contar mas, ainda, grandes desafios, a começar pela escolha dos melhores postulantes ao Legislativo e Executivo em outubro para cuidarem bem da cidade e garantirem o seu desenvolvimento nos próximos quatro anos. Embora desejada por muitos para morar, São Caetano tem, assim como seus vizinhos, problemas nas áreas de mobilidade, saúde, segurança, enchentes, habitação e várias outras. Em finanças, o novo comandante terá de arregalar os olhos para algumas importantes fontes de receita e a movimentação do mercado, como a indústria automobilística, ou melhor, a General Motors, que em São José dos Campos ameaça 1,5 mil demissões em razão do encerramento da produção do Zafira, Meriva e Corsa Hatch. Outra questão é sobre o ICMS da Transpetro, distribuidora da Petrobras, que fica no município, quando o produto é refinado em Mauá. Os cortiços são outra encrenca que São Caetano nunca resolveu sob a justificativa da escassez de áreas. O próximo mandatário terá, a todo custo, de resolver os gargalos no trânsito se quiser deixar boa imagem de Administração. A população não aguenta mais os congestionamentos até mesmo fora de horários de pico, na Goiás, Guido Aliberti e Kennedy. São 154 mil veículos hoje para 149 mil habitantes. É preciso estimular o uso do transporte coletivo e de bicicletas. Na segurança, como a frota é maior que o número de habitantes e o índice de verticalização é elevado, o novo prefeito vai ter de rebolar para criar garagens para tanto carro. Do contrário, não adianta a PM aumentar o efetivo para tentar frear os índices de furto e roubo de veículos. Os nós são muitos a desatar na terra do Azulão.

Rua Álvares de Azevedo, 210 Centro – Santo André Tels.: 4427-7800 / 4436-3965 www.reporterdiario.com.br Jornalistas responsáveis: Airton Resende e Maria do Socorro Diogo Textos: Aline Bosio, Camila da Silva Bezerra, Nathália Blanco e Marcelo Melo Diagramação: Flória Napoli - Projeto gráfico: Rubens Justo Fotos: Forlan Magalhães e divulgação Comercial: Claudia Polimeni Suporte operacional: Pedro Diogo Administrativo: Mirella Teixeira

Tiragem auditada por:

27 de julho de 2012

Auricchio defende saúde e habitação

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prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB), afirmou que encerrrará o último mandato com a realização de até 90% das ações prometidas no plano de governo. O político agora vive a expectativa de eleger Regina Maura na sucessão ao Executivo. Auricchio também rebateu críticas feitas à saúde e habitaçãoao dizer que é necessário entender que uma década atrás a saúde pública era compartilhada ou minimamente exigida do governo municipal. O processo é novo, ainda apresenta dificuldades estruturais, mas discorda tenha falhas por falta de investimento ou de gestão. Disse que imaginar que São Caetano não precisará do Hospital Mario Covas é utopia ou ignorância. O prefeito também afirmou que espera ainda atacar o déficit habitacional, provocado pelo grande número de cortiços. O gargalo está na escassez de áreas e os altos preços dos terrenos. Para isso pretende buscar recursos junto à CDHU e ao governo do Estado.Confira abaixo alguns trechos da entrevista: RD: Quais as principais marcas do seu governo? Auricchio: A maior foi tratar das pessoas. Entendemos que o munícipe precisa ter estrutura suficiente que lhe dê a manutenção da propagada qualidade de vida de nossa cidade, mas muitos não tinham acesso mínimo a esses sistemas. Com investimento em saúde, educação e inclusão social, criamos uma rede voltada pra melhorar a qualidade de vida do morador de São Caetano. O ser humano foi atendido. RD: Outra marca foi a municipalização do ensino. O que falta para atingir 100%? Auricchio: A municipalização é um processo contínuo, tivemos coragem de iniciá-lo. Era posição muito dúbia, tanto que respondo ação do sindicato dos profissionais da educação. É uma concepção que precisa ser continuada e complementada, pois temos um número significativo de escolas em poder do Estado. Vivemos uma política de aproximação, para trazer mais equipamentos, qualificar e ampliar o acesso, mas já conseguimos trazer qualidade, padrões de igualdade e acesso universal. RD: Alguma novidade ainda para este governo? Auricchio: Possivelmente. Teremos nova escola na vila Gerty. Já possuímos outros colégios que atendem à demanda, mas essa completará a rede e fará com que todos consigam vaga. RD: Como o senhor avalia a saúde na cidade? Os críticos apontam a necessidade de fazer cirurgias e outros procedimentos fora. Auricchio: É necessário entender a gênese do processo de saúde pública, que uma década atrás era compartilhada ou minimamente exigida do município. Para se ter ideia, no ultimo ano da administração de Luiz Tortorello, foram investidos em torno de 10% do orçamento em saúde. Devemos completar o ano com 23%. É um pro-

cesso novo que ainda apresenta dificuldades estruturais. Eu desafio alguém dizer que estamos falhando por falta de investimento ou de gestão. As faltas são pontuais e essa história de que as cirurgias têm que ser realizadas fora parte de nossos adversários políticos, que por má fé ou por falta de conhecimento técnico, não conseguem compreender que o SUS é um sistema regionalizado e hierarquizado, onde alguns equipamentos são de atenção regional, Imaginar que São Bernardo e São Caetano não vão precisar do Hospital Mário Covas é utopia ou ignorância. RD: Qual foi importância do Hospital São Caetano nessa equação? Auricchio: Foi é e será muito importante, porque é uma das bandeiras. Queremos transformálo em Hospital de Clínicas, mas isso não significa que não precisaremos do Mário Covas ou de outros equipamentos. RD: Na mobilidade urbana, qual seu prognóstico? Dá pra melhorar a fluidez do trânsito em curto prazo? Auricchio: Não acredito. É um problema mundial e não vejo outra forma de amenizá-lo sem fazer investimentos em transporte público de qualidade, especificamente trilhos. Seremos a primeira cidade metropolitana a recebê-lo, na linha Tamanduateí – São Bernardo, até 2015. Estamos no início de processo e existem outros projetos sobre trilhos em andamento, como o Expresso ABC, mas a matriz de deslocamento sobre rodas está esgotada. Somos a favor do incentivo à indústria automobilística, porque vivemos ligados ao setor, a nossa principal atividade econômica, mas há contrassenso em relação à mobilidade urbana e nós temos que trazer equações que atinjam bom resultado. RD: O que o senhor fez como solução e o que vai sobrar para o próximo prefeito? Auricchio: Conquistar de forma coletiva o metrô para a região foi a marca maior. Tenho orgulho de ter participado e continuarei a ser batalhador neste sentido. As ações para os próximos quatro

anos estão relacionadas a estacionamentos, com a oferta abundante a preços competitivos, para o motorista ter opção, e vias com mais áreas de rolagem e fluidez. É necessário trabalhar na inteligência semafórica, e em outras intervenções, como a alternância de mão de vias em horários de pico. Tudo isso regionalizado, com o Consórcio. RD: Em sua última administração, foram contempladas todas as ações projetadas para este mandato? E os cortiços? Auricchio: Alcançamos entre 80 e 90% de nosso plano de governo. Tivemos todas as frentes atacadas, algumas com mais e outras com menos êxito. Na habitação, temos gargalo que é a escassez de áreas e os altos preços. Estamos estudando saídas e espero deixar situação encaminhada antes de deixar o cargo de prefeito. A saída é buscar recursos junto à CDHU e ao governo do Estado. RD: Qual o déficit hoje? Auricchio: Perto de mil residências. O último estudo é de quatro anos atrás, mas como não tivemos a expansão de áreas, o número fica muito próximo a isso. RD: Se não existem áreas, qual a solução? Auricchio: Existem muito poucas, que têm de ser aproveitadas da melhor maneira possível. Na política de cortiços, temos um problema maior no entrave jurídico, porque são propriedades privadas. O que pode ser feito e existem planos é fazer permutas com proprietário para a realização de melhorias no padrão habitacional, ainda coletiva, mas com níveis socioambientais satisfatórios. RD: Em entrevista ao RD, o candidato do PT ao Paço de Mauá, Donisete Braga, disse que tentará transferir o ICMS dirigido a São Caetano pela BR Distribuidora para Mauá, já que a refinaria está lá. Como senhor vê esta questão? Auricchio: Isso não é um privilégio de uma cidade, mas regra na política fiscal nacional, do pacto federativo regido pela Constituição. Sempre fomos defensores desta tributação, porque a empresa atua aqui, se um dia mudar, outra cidade receberá o ICMS. RD: A receita de São Caetano está concentrada em poucas empresas? Auricchio: Não, está pulverizada. Mas a arrecadação com ICMS, uma das principais, está concentrada na atividade industrial. RD: A GM é uma das maiores fontes e em São José dos Campos passa por crise. Não pode respingar em São Caetano? Auricchio: O reflexo possível é o aumento da produção local. Ao longo dos oito anos, as tratativas com a GM foram as melhores possíveis, com perspectivas de longo prazo e atividades de renovação da planta.


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Prefeituráveis apresentam projetos

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Quatro candidatos tentam a oportunidade de comandar São Caetano pelos próximos quatro anos. Edgar Nóbrega (PT), Fernando Turco (Psol), Paulo Pinheiro (PMDB) e Regina Maura (PTB) conversaram com a equipe do RD e apresentaram seus principais projetos para o município em áreas como mobilidade, educação, saúde, habitação, segurança e meio ambiente. Entre as propostas estão transformar o complexo hospitalar municipal num equipamento regional, rebaixar a avenida Goiás, ampliar as ciclovias e estimular a instalação de empresas com alto valor agregado. Confira as principais propostas dos prefeituráveis:

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Edgar Nóbrega

vereador Edgar Nóbrega (PT) afirma que quer ser prefeito de São Caetano por achar que “a cidade pode ser melhor”. Entre as principais propostas apresentadas pelo candidato está o Sistema Integrado de Segurança, que visa a utilização das imagens de câmeras de segurança de prédios públicos e privados como forma de coibir a criminalidade. “Este projeto já existe em uma cidade de Santa Catarina e quero trazê-lo para São Caetano. O uso da inteligência da polícia é fundamental”, defende. Na Educação, Nóbrega defende a criação de CEUs (Centros Educacionais Unificados) – assim como ocorreu em São Paulo –, intensificação na qualificação dos professores, reajuste salarial a estes profissionais e levar ao município uma escola técnica federal. Quando o assunto é mobilidade, o petista afirma que dará atenção às calçadas

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e ao sistema viário. “Algumas mudanças simples como alteração de mão de rua e transporte coletivo mais efetivo podem contribuir bastante para a melhoria do trânsito”, acredita. Garante que articulará ações regionais por meio do Consórcio Intermunicipal. O parlamentar afirma ainda ser possível criar 28 km de ciclofaixa nos seis primeiros meses de mandato. “Vou fazer em seis meses cinco vezes mais do que foi feito nos últimos oito anos”, provoca. São Caetano possui 5 km de ciclovias. Outra bandeira é a transformação do complexo hospitalar municipal regional. “Isso é possível com parceria com o governo do Estado, assim como com os hospitais Mário Covas, em Santo André, e Serraria, em Diadema”, afirma. O prefeiturável diz ainda que manterá diálogo com a rede privada de saúde para que o município se transforme em referência em atendimento..

Paulo Pinheiro

médico e vereador Paulo Pinheiro (PMDB) elenca segurança, saúde e mobilidade como os principais gargalos no município. Entre as propostas está a equiparação salarial dos GCMs (Guarda Civil Municipal) e a implantação da atividade delegada. “Se equipararmos os salários dos guardas e darmos boas condições de trabalho, eles ficarão na cidade”, defende. Ampliar a ação de videomonitoramento também integra a lista de projetos de Pinheiro. Na área de saúde, apesar dos munícipes poderem ser encaminhados para hospitais de referência (como Mário Covas, em Santo André, e Serraria, em Diadema) em casos de média e alta complexidade, Pinheiro defende que eles fiquem na cidade, ou seja, que a Prefeitura tente suprir todas as necessidades dos moradores. “O que pudermos tratar aqui na cidade, é melhor que fique por aqui. São Caetano tem orçamen-

to para isso”, defende. Quanto à educação, a ideia do vereador é transformar a USCS (Universidade São Caetano do Sul) em instituição gratuita para os moradores. “Para isso acontecer precisaremos verificar com o departamento jurídico quais são as possibilidades, mas o ideal é que não se pague para estudar na USCS”, defende. Para acabar com os cortiços, o peemedebista também garante que a administração tem condições financeiras de arcar com a construção de unidades habitacionais para estes moradores. Já com relação aos idosos, Paulo Pinheiro se compromete a construir a Casa Dia do Idoso. “Esta seria uma espécie de creche para o idoso, onde a família que não pode ficar com ele durante o dia em casa o leva até este espaço, que terá atividades o dia todo, e no fim da tarde passa para pegá-lo”, explica.

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Fernando Turco

principal lema de Fernando Turco (Psol) é que o orçamento municipal (R$ 901 milhões em 2012) é suficiente para gerir a cidade. “Se o dinheiro for bem aplicado, sempre com transparência, é possível fazer muita coisa por São Caetano”, defende. Para resolver – ou ao menos amenizar – o congestionamento na avenida Goiás, principal via da cidade e que serve como rota de passagem entre São Paulo e Santo André, o socialista pretende rebaixar parte da via. “Estamos elaborando estudos técnicos sobre isso, mas a ideia é fazer da Goiás uma ‘mini-Perimetral’. Mas só isso não é possível para resolver a questão da mobilidade. Este tipo de assunto tem que ser resolvido de forma regional”, completa. A criação de ciclofaixas ao longo da Goiás também será estudada pelo prefeiturável. Apesar de o município não ter favelas,

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ainda conta com cortiços. Turco avalia ser possível resolver esta equação por meio de parcerias com os governos federal e estadual. “Ainda temos áreas disponíveis para a construção de unidades habitacionais para as pessoas que vivem nestes cortiços”, lembra. O candidato destaca ainda a importância de manter investimentos na área de saneamento ambiental. “A rede de coleta de esgoto deve ser atualizada para conseguir acompanhar a nova realidade de São Caetano. Com a verticalização acentuada, se nada for feito, teremos problemas no futuro”, reforça. Quanto ao meio ambiente, Turco defende a efetiva realização da coleta seletiva e a criação de cooperativas, que teriam o papel de incentivar a separação dos resíduos sólidos e ainda geraria renda para famílias mais necessitadas.

Regina Maura

egina Maura (PTB), candidata do atual prefeito, José Auricchio Júnior, acredita que a saúde, a educação e a questão social estão bem atendidas e que as áreas mais urgentes a serem resolvidas são as de cunho regional, como é o caso das enchentes. “Com a vinda do piscinão do Jaboticabal (que ficará na divisa de São Caetano com São Bernardo e São Paulo), devemos minimizar esse problema, já que o volume de água que ele terá capacidade de receber é cinco vezes maior que a capacidade do reservatório atual. Além disso, devemos continuar com o alteamento do muro da avenida Guido Alibertti e esperamos o alteamento da Ponte São João Batista”. Para a área de mobilidade, a candidata afirma que adotará a campanha ‘car-pool only’, que estimula a utilização do automóvel por

duas ou mais pessoas ao mesmo tempo. “Carros com mais de duas pessoas dentro terão faixa exclusiva nas avenidas Goiás, Kennedy e Guido Alibertti. Além disso, as ciclovias devem ter função modal de transporte e não apenas recreativa”, completa. Por falar em ciclovias, a candidata apresenta projeto que prevê a conexão de algumas áreas da cidade com os parques Chico Mendes, Chiquinho e Bosque do Povo por meio de ciclovias e caminhos verdes. “Com a proposta será feita recuperação de uma área linear de 11 km e o início do projeto de ciclovia que deve interligar grande parte dos principais corredores da cidade”, diz. Na segurança econômica, Regina Maura pretende dar estímulo para atrair empresas co alto valor agregado (como serviços e Tecnologia da Informação).


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Gasto com vereadores aumentará em 159%

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partir de janeiro de 2013, os gastos com salários dos vereadores de São Caetano vão dobrar. Isso porque o salário dos membros do Legislativo municipal teve reajuste de 63% - de R$ 6,1 mil passará para R$ 10 mil. Além do aumento do salário, o município terá mais cadeiras. No dia 6 de outubro, 19 vereadores serão eleitos, sete a mais do que os atuais 12 na Câmara. O impacto destes dois fatores é 159,56% a mais nos cofres de São Caetano, que em vez de R$ 73,2 com salários, terá de desembolsar R$ 190 mil por mês. No entanto, a assessoria de comunicação da Câmara informou – em nome do presidente Sidnei Bezerra da Silva, o Sidão da Padaria - que o número de cadeiras e do salário dos membros do Legislativo não irá pesar no orçamento da cidade, já que a verba mensal destinada às despesas da Câmara será a mesma: R$ 32 milhões por mês. Do montante, R$ 4 milhões seriam devolvidos aos cofres municipais semestralmente. O número de vereadores foi aumentado em 2011, baseado na Constituição Federal,

Número de cadeiras na Câmara passará de 12 para 19 a partir de janeiro

que determina que cidades com 120 mil a 160 mil habitantes (São Caetano possui pouco mais de 149 mil munícipes) tenham 19 representantes populares. Mas a disputa por uma cadeira na Câmara Municipal não será tão simples: 229 candidatos aspiram

uma vaga no Legislativo. São 15,73 candidatos por vaga, disputa que se assemelha à concorrência do vestibular para a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (15,91 candidatos/vaga). Fundado pelo atual prefeito de São Paulo,

Gilberto Kassab, o PSD (Partido Social Democrático) é a sigla que reúne o maior número de candidatos à Câmara, com 36 aspirantes à representação popular. Em seguida estão o PP (Partido Progressista), com 30 candidatos; e o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), com 28 candidatos. PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) e PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) têm 27 candidatos cada. O PT (Partido dos Trabalhadores) lançou a candidatura de 25 postulantes. Entretanto, o eleitor deve ter atenção antes de escolher seu representante na Câmara, pois dos 299 candidatos, apenas 119 estavam aptos para se eleger até o fechamento desta edição. Os demais aguardam liberação judicial. Neste caso, conquistar uma vaga no Legislativo fica mais fácil, porque a relação candidato/vaga cai para 6,26. Em 2011 e este ano, 2.753 proposituras, entre projetos de lei, indicações e requerimentos, foram aprovadas pelos vereadores de São Caetano, sendo 1.124 delas neste ano.


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Municipalização das escolas não foi concluída D

e janeiro de 2009 até o julho deste ano, 12 escolas do Estado passaram para a tutela de São Caetano. Apesar de a meta da Administração é municipalização de todas as escolas, a menos de seis meses do fim da gestão a aposta não foi alcançada. Ainda há escolas controladas pelo Estado, como a Alfredo Burkart, Padre Alexandre Grigolli e outras seis instituições de ensino fundamental. “O projeto precisa ser continuado e complementado, pois temos um número significativo de escolas em poder do Estado. Vivenciamos uma política de aproximação no sentido de trazer mais equipamentos, para qualificar e ampliar o acesso e conseguimos trazer qualidade, padrões de igualdade e acesso universal para a cidade”, afirma o prefeito José Auricchio Júnior. Para o presidente do Sindicato dos Professores do ABC, José Jorge Maggio, ainda falta investimento na educação municipal da cidade. “A rede pública é bem estruturada, mas em termos de ensino médio não tem muita oferta nas escolas públicas”, diz. Com um orçamento de R$ 225,6 milhões (R$ 192 milhões em 2010), São Caetano conta na rede com 18.582 alunos, sendo 5.645 do ensino infantil, 11.149 do fundamental e 1.788 do ensino médio. Apesar dos investimentos, há moradores que ainda preferem a rede particular quando o assunto é filho. A veterinária Ceci Almembra Évora, de 26 anos, diz o ensino municipal é bom, mas prefere o privado. “Acho que o conteúdo é bom, mas faltam investimentos e professores mais dedicados, com melhores salários. As escolas municipais são fortes, mas ainda tem mais chance de entrar na faculdade quem estuda na escola particular”, afirma Ceci.

Línguas O ensino de línguas estrangeiras é um ponto forte no município. Na Escola

Municipal de Idiomas Paulo Sérgio Fiorotti, estudantes podem aprender inglês, espanhol, alemão, italiano, francês e português. Quem não consegue vaga na unidade podem utilizar o convênio firmado com escolas de idiomas privadas, que oferecem 1,8 mil bolsas de estudo em troca de benefícios fiscais, sempre no início do período letivo. Além das escolas estaduais, a cidade pretende também erradicar o analfabetismo na cidade, esforço que já foi reconhecido pelo Ministério da Educação, em 2007, por meio do Selo de Município Livre do Analfabetismo, concedido às cidades que atingem 96% de alfabetização dos munícipes. Com o selo, São Caetano é um dos 64 municípios que se aproximam da meta e é o único da Região Metropolitana de São Paulo a receber o título. Hoje o índice de analfabetismo é de 2.99%.

S.Caetano também tenta erradicar analfabetismo, que hoje atinge 2,9% da população

Instituto Mauá de Tecnologia lança engenharia da computação

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o ensino particular, a boa notícia é que São Caetano ministrará em 2013 o primeiro curso superior de engenharia da computação. A graduação será ministrada pelo Instituto Mauá de Tecnologia, que oferecerá 80 vagas para o curso no período diurno. A nova modalidade vem ampliar o leque de engenharias que o ITM disponibiliza no município: de Alimentos, Civil, de Controle e Automação, Elétrica, Eletrônica, Mecânica, de Produção e Química. A prova para o processo seletivo será aplicada em 10 de novembro. “Não é apenas uma demanda regional local, mas nacional. Existe uma demanda de engenheiros para desenvolvimento de softwares e gerenciamento de redes. Com o crescimento da economia, entendemos que

é o momento de oferecer este profissional para o mercado”, afirma o professor Marcello Nitz, diretor da Escola de Engenharia Mauá, pertencente ao IMT. Ao contrário dos outros cursos de engenharia da computação oferecidos por universidades no ABC, que têm ênfase em software, o novo curso da Mauá visa a formação de um profissional apto para o mercado. “No nosso caso, não temos ênfase, pois pretendemos formar um engenheiro generalista que possa trabalhar tanto com software (programas) quanto hardware (periféricos e equipamentos)”, diz Nitz. São Caetano possui apenas uma instituição pública de ensino superior, a Fatec (Faculdade de Tecnologia) de São Caetano. Secretariado, Jogos Digitais, Segurança da Informação e

Análise e Desenvolvimento de Sistemas são as graduações oferecidas pela unidade. Outra opção é o Programa Municipal de Acesso ao Ensino Superior (Graduar), que concede bolsas de estudo parciais ou integrais a quatro mil estudantes do município. Há também o programa Auxílio Educacional Complementar, que garante até R$ 600 para jovens da cidade frequentarem, em outros municípios, cursos não oferecidos em São Caetano. “Mas nem tudo no ensino superior é maravilhoso em São Caetano”, ressalta José Jorge Maggio, presidente do Sindicato dos Professores do ABC. O sindicalista reclama da falta de qualidade no ensino e da ausência de plano de carreira em algumas instituições particulares.


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Saúde aposta no Hospital da Mulher C

om previsão de entrega para o final de agosto, o Hospital da Mulher é uma das apostas para a melhoria da qualidade da Saúde de São Caetano. O equipamento, que ficará em prédio anexo ao Complexo Hospitalar Márcia e Maria Braido, no bairro Olímpico, terá investimento na ordem de R$ 20 milhões – além de cerca de R$ 3 milhões para a aquisição de equipamentos. Com 84 leitos, o hospital contará com maternidade, pronto-socorro de ginecologia, leitos de observação, berçário de médio risco e UTI (Unidade de Pronto Atendimento) Neonatal. Uma das vantagens será a disponibilidade de mais três salas do Centro Cirúrgico para clínica médica, pois o equipamento terá três salas direcionadas à obstetrícia, setor neonatal, atendimento 24 horas de ginecologia e pré-parto. “Com isso, o Centro Cirúrgico do Márcia Braido ficará mais livre para atender outros pacientes”, comenta a secretária de Saúde, Helaine Baliero.

O equipamento está sendo construído numa área de 6 mil m2, onde funcionava o estacionamento do Márcia e do Maria Braido, entre a rua São Paulo e a avenida Vital Brasil Filho. Após a entrega do Hospital da Mulher, o complexo municipal de Saúde terá enfermarias de internação com cinco andares com leitos de clínica médica e cirúrgica.

Rede Com orçamento deste ano em torno dos R$ 214,4 milhões (R$ 30 milhões a mais que no ano passado), São Caetano possui atualmente uma rede de 10 UBSs (Unidade Básica de Saúde), 13 Centros de Especialidades Médicas, quatro Centros de Terceira Idade e quatro unidades hospitalares. Ao todo, são 240 leitos. “Esta quantidade é suficiente para o atendimento da população do nosso município, mas acaba sendo prejudicado algumas vezes pela invasão proveniente de moradores de cidades vizinhas que vêm em busca de atendimento”, diz a secretária.

Equipamento contará com maternidade, pronto-socorro de ginecologia e UTI neonatal

Regionais atendem alta complexidade

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ema alvo de críticas pelos candidatos ao Executivo, o encaminhamento de pacientes para hospitais regionais, como o Mário Covas, em Santo André, em casos de alta complexidade, é rebatido pelo prefeito José Auricchio Júnior. Para o prefeito, as faltas são pontuais e a história de que as cirurgias têm que ser realizadas fora do município parte de nossos adversários políticos, que por má fé ou por falta de conhecimento técnico, não conse-

guem compreender o SUS (Sistema Único de Saúde), que é um sistema regionalizado e hierarquizado onde alguns equipamentos são de atenção regional. “Imaginar que cidades como São Caetano ou São Bernardo não vão precisar do Hospital Mário Covas é utopia”, rebate o prefeito. Helaine Baliero segue a linha de pensamento. “Casos de neurologia, principalmente trauma, e cirurgias cardíacas e ortopédicas com utilização de prótese são referendados pelo Estado”, diz.

São Luiz realizará mil cirurgias por mês

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om previsão de abertura para 2013, a primeira unidade do Hospital e Maternidade São Luiz fora da Capital disponibilizará serviços particulares de alta complexidade. Com 20 mil m² de área construída, a projeção é que o novo hospital terá 200 leitos, como serviços de UTI, maternidade e hospital geral, além de prontos-socorros adulto e infantil e centros operatórios. Estão dimensionados 20 mil atendimentos de emergência e até mil cirurgias mensais. Construída no Espaço Cerâmica, a obra do São Luiz

está orçada em R$ 90 milhões. Apesar de integrar a rede particular, o equipamento será importante para a saúde suplementar da região, acredita a secretária de Saúde de São Caetano, Helaine Baliero, ao considerar que o Hospital São Luis vem para aprimorar a rede privada de atendimento, não só em São Caetano, mas em todo ABC. “A chegada desse equipamento pode desviar pacientes da rede pública, que por ventura prefiram ser atendidos na região, sem ter de se deslocar para São Paulo”, diz.


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Park Shopping puxa crescimento econômico Arrecadação total de São Caetano deve passar de R$ 734 milhões para R$ 760 milhões neste ano

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economia de São Caetano sempre foi considerada saudável em relação à conjuntura do País. Com um PIB per capita bem acima da média do Estado de São Paulo (R$ 58.649 contra R$ 26.202, segundo dados de 2009 da Fundação Seade), o município tem a receita ancorada, principalmente, no desempenho da indústria automobilística, de metal e plásticos. Entretanto, no seu 135º aniversário, São Caetano também vive um momento de alta no setor de serviços, proporcionada, especialmente, pelo retorno do Park Shopping São Caetano, hoje um dos maiores centros comerciais da região. Inaugurado em novembro, o shopping é o principal responsável pela estimativa de aumento de R$ 30 milhões na arrecadação total prevista para 2012, em comparação ao resultado do ano passado. A receita passará dos R$ 734 milhões para R$ 760 milhões. “Sem dúvidas, a inauguração do Park Shopping serviu para estimular nossos núme-

ros no setor de serviços e de comércio, ao criar mais de cerca de 4 mil empregos e fazer com que o consumo de nossos munícipes também ficasse mais na cidade”, comemora Celso Amâncio, secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade. Apenas no primeiro semestre de 2012, a arrecadação verificada no setor de serviços passou de R$ 61,4 milhões para R$ 67 milhões, em relação aos seis primeiros meses do ano passado. Para ajudar a população local a aproveitar as recentes oportunidades de colocação, Amâncio destaca o trabalho do Cemeq (Centro Municipal de Emprego e Qualificação), responsável por intermediar mais de 4,2 mil recolocações no mercado de trabalho. “Este centro se transformou num grande ícone no processo de busca de emprego”, diz. São Caetano também procurou estabelecer parcerias com entidades, como o Sebrae e o Senai, que ainda colaboram com a orientação e preparação dos profissionais.

Crise na GM e ICMS da Transpetro acendem alerta no municipio

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istoricamente, o resultado econômico de São Caetano sempre teve origem na participação direta da General Motors e da Transpetro, distribuidora de petróleo da Petrobras. Nas últimas semanas, ambas foram alvos de polêmicas que acenderam luz de alerta no município. Enquanto a montadora passa por uma crise que resultou no plano de demissão voluntária na planta de São José dos Campos e assustou os cerca de 10 mil funcionários da fábrica de São Caetano, a Transpetro foi envolvida numa disputa por tributos com Mauá. O deputado estadual e candidato a prefeito da cidade, Donisete Braga (PT) alega que por ser refinado em território mauaense o ICMS pago pela Transpetro deveria ser destinado ao município. No entanto, em entrevista concedida ao RD, o prefeito de São Caetano, José Auricchio Junior (PTB), fez questão de negar qualquer tipo de mudança nas questões relacionadas com as duas empre-

sas. Segundo Auricchio, o único reflexo que poderá ser sentido na fábrica da GM na cidade será o aumento da produção como estrategia para contornar o desfalque de mão de obra causado pelas demissões em São José dos Campos. “As tratativas com a GM sempre foram as melhores possíveis, com perspectivas de longo prazo e atividades de renovação da planta” afirma. O prefeito é ainda mais enfático em relação ao repasse de ICMS pago pela Transpetro, ao alegar que não há a mínima possibilidade desta condição ser alterada pela vontade de um único político. “Isso não é um privilégio de uma cidade ou de outra, é uma regra muito clara na política fiscal nacional, do pacto federativo regido pela Constituição. Não é a vontade de um prefeito ou de um agente público que mudará isso”, garante. Auricchio diz que sempre foi defensor desta tributação, porque a Transpetro atua em São Caetano. “Se um dia ela mudar, outra cidade receberá esses valores”, diz.

Shopping é o principal responsável pela estimativa de aumento na arrecadação


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Apesar da queda de índices, PM aumenta efetivo A

pesar da queda no índice de roubo (22%) e furto (10%) de veículos nos últimos cinco meses deste ano em São Caetano, o assunto ainda é tratado com atenção pela Polícia Militar. O município recebeu nos últimos meses 45 novos policiais (40 no final de março e cinco no último dia 23) para reforçar a patrulha e traçar estratégias para coibir os crimes. Dados da SSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) apontam que entre janeiro e maio deste ano foram 274 casos de roubo a carros no município, contra 338 no mesmo período do ano passado. Já os furtos passaram de 320 em 2011 para 290 neste ano. Levando em consideração o número de veículos licenciados no município e a quantidade de furtos e roubos registrados no último ano, São Caetano é a terceira cidade que mais sofre com este tipo de ação, atrás de Diadema e Santo André. “Constatamos que estes crimes apresentaram queda, mas isso ainda não é suficiente

São Caetano é a terceira cidade que mais sofre com furto e roubo de veículos, que ficam nas ruas em razão de falta de garagem

para gerar sensação de segurança nos munícipes. Por este motivo temos traçado algumas estratégias e aumentando o efetivo”, conta o tenente Robert Honorato, da 3ª companhia do 6º Batalhão da Polícia Militar.

Atualmente o município conta com 210 policiais militares e quatro Bases Comunitárias Móveis, duas delas 24 horas. As unidades estão no bairro Jardim São Caetano e próximo às ruas Almirante Delamare e Guido Aliberti. “Entendemos que estas são rotas de entrada e fuga dos criminosos. Mais importante que não deixá-los sair da cidade ou recuperar um veículo é atuar na prevenção, quando um meliante entrar na cidade perceber que a PM está por perto”, diz. O tenente ressalta que não há vias ou bairros mais visados, por há ‘rodízio’ no tipo de crime. “Quando focamos ação num bairro, os roubos e furtos migram para outros”, conta. Neste mês, os índices da PM apontam que o Jardim São Caetano e o

Cerâmica são os que mais registraram casos de roubo, enquanto o Santa Maria teve mais ocorrências de furto.

Prevenção A população pode ajudar na prevenção de furtos e roubos. Entre as dicas policiais estão não parar no farol com o vidro do carro aberto, prestar atenção se há algum suspeito na rua antes de abrir o portão da garagem e evitar deixar o carro na rua. “Como São Caetano tem muitos prédios, quem não tem garagem deixa o carro estacionado na rua durante toda a noite. Isso não é indicado”, completa. Além disso, Honorato recomenda ligar para a polícia (190) sempre que o morador observar alguma atitude suspeita.

População reclama de insegurança

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auro Salvalaio Júnior, morador de São Caetano há 32 anos, relata que já teve seu carro roubado e furtado três vezes. “Uma vez foi perto de casa, no bairro Barcelona, e outras duas vezes próximo à avenida Kennedy. A sensação é de impotência total. É horrível”, lamenta o fotógrafo. Para Salvalaio, as rotas de fuga facilitam as ações dos bandidos. “Se tivéssemos mais policiais nas ruas seria melhor, daria mais segurança”, diz. Rose Araujo, na cidade há 43 anos, também não está satisfeita. “A insegurança é muito

grande. Não é de hoje que ocorrem muitos furtos de automóveis e até de residências. Este ano quando fui renovar o seguro do meu automóvel percebi que teve aumento por causa do índice de furto”, conta. Já o operador de produção Victor Mariano da Silva, de 26 anos, vive na cidade há pouco mais de um ano e diz se sentir seguro no município. “Já ouvi algumas pessoas falando sobre roubo a carro, mas eu mesmo nunca presenciei”, diz, aliviado. Assim como disse o tenente Honorato, Silva acredita que os carros que passam a noite na rua são um atrativo para os criminosos.


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27 de julho de 2012

Trânsito é a principal queixa da população

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ão Caetano é uma cidade de carros. O número de veículos licenciados é maior que o de moradores. São 154 mil veículos e pouco mais de 149 mil habitantes. Um dos reflexos aparece entre 6h30 e 8h, quando os pais levam filhos à escola, e também das 17h30 às 20h, somado ao horário de saída do trabalho e ao fato de São Caetano ser passagem para a via Anchieta e avenida dos Estados. Para a população, a mobilidade é uma área que Santo Caetano tem ainda muito a melhorar. “O trânsito está caótico na avenida Kennedy, Goiás e nas rua Amazonas e Espírito Santo, todos os dias. A situação fica ainda pior na volta às aulas”, afirma o taxista Luis Carlos Campanharo, de 50 anos, que gasta pelo menos 15 minutos para passar por estas vias nos horários de pico. A avenida Guido Aliberti é outro ponto emblemático. O taxista gasta pelo menos 30 minutos para atravessar o corredor que liga a cidade com São Paulo. Em relação ao trânsito, o secretário afirmou que a Administração não possui soluções para reduzir o congestionamento entre as 17 e 19h30, visto que, por ser uma cidade de passagem, a solução deve ser discutida em âmbito regional. “O projeto de trânsito tem de ser metropolitano e a região do ABC deve entrar no rodízio, proposta que o Consórcio Intermunicipal está discutindo”, conta Darronqui. Iliomar Darronqui, secretário da Pasta, justifica que o congestionamento é uma consequência do aumento da frota na cidade. Em 2000, São Caetano tinha pouco mais de 95 mil carros licenciados. Hoje são 154 mil veículos, 62,1% a mais e o número de ruas continua praticamente o mesmo. Foram construídos apenas 7 km de vias nos últimos 12 anos. São apenas 237 km de vias para os 154 mil carros, fora a frota externa.

Ciclovias Ciclista há quatro anos, o metalúrgico Ademir Santos, de 51 anos, reclama da manutenção das ciclovias. “Podia melhorar. A sinalização podia ser mais presente”, diz. Para Santos, a Prefeitura precisa investir mais neste meio de transporte. “Precisamos de uma ciclovia na Guido Aliberti, porque tem muitos ciclistas lá. Mas ninguém quer fazer, porque São Caetano joga a responsabilidade para São Paulo e vice-versa”, afirma. César Zanelatto Fernandes, de 41 anos, não se conforma com a sinalização da avenida Presidente Kennedy. “Está terrível, muito complicado para atravessar aqui. Não sei como não

“O trânsito está caótico na avenida Kennedy, Goiás e nas rua Amazonas e Espírito Santo, todos os dias. A situação fica ainda pior na volta às aulas”. Luis Carlos Campanharo, 50 anos, taxista

“A conservação das ciclovias está bastante razoável, mas podia melhorar. A sinalização podia ser mais presente”. Ademir Santos, 51 anos, metalúrgico

Avenida Guido Aliberti é um dos pontos de congestionamentos que irritam os motoristas

Integração e ciclovias são propostas

“É complicado para atravessar. Não sei como não aconteceu um atropelamento ainda. Tem de pintar faixa, lombada e mais sinalização”. César Zanelatto Fernandes, 41 anos, pizzaiolo

“O transporte é muito bom. Os ônibus são bem cuidados e o valor da passagem é justo, em comparação com outras regiões”. Antonio José da Silva, 52 anos, operador de serra

aconteceu um atropelamento ainda. Eles têm de pintar faixa, lombada e colocar mais sinalização”, adverte Fernandes, que é pizzaiolo. Outra queixa é da secretária Sonia Maria Coledam, de 47 anos, que reclama do transporte público municipal. “Sempre fico esperando meu ônibus por 30 a 40 minutos. Só tem uma linha que vai para o meu destino e é sempre esta canseira”, desabafa a secretária. Ao contrário de Sonia, Antonio José da Silva, de 52 anos, operador de serra e morador de Santo André, gosta do serviço de transporte coletivo de São Caetano. “É muito bom, os ônibus são bem cuidados e o valor da passagem é justo, em comparação com outras regiões”, comenta Silva, que desembolsa R$ 0,15 a menos para usar os coletivos do município.

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os próximos meses, os moradores de São Caetano poderão usar o cartão municipal também para embarcar nos trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Com a integração, prevista para setembro, a viagem ficará mais barata. O valor da integração ainda não foi negociado, mas será menor do que a soma das duas tarifas atuais: R$ 2,75 dos ônibus municipais e R$ 3 dos trens. Outra proposta para o transporte público local é a criação de dois terminais nas divisas do município, já que, para a Administração, os munícipes estão satisfeitos com o serviço municipal de ônibus, mas reclamam do serviço prestado pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transporte Público). “O transporte público é bom. Quase não há recla-

mações. As queixas que recebemos aqui são do transporte intermunicipal”, defende Iliomar Darronqui. Se a proposta de construção dos novos terminais for aceita pela EMTU, o número de linhas intermunicipais, que hoje soma 42 destinos, será reduzido em 80%. Até 2015, de acordo com a previsão do secretário Iliomar Darronqui, a cidade receberá o metrô leve, com cinco pontos de parada: ruas Maria Macedo, São Paulo, Estrada das Lágrimas, Guido Aliberti e outro ponto atrás do Instituto Mauá de Tecnologia. Além do transporte público, São Caetano pretende incentivar o uso das bicicletas. Até setembro, a cidade ganhará seis bicicletários: dois na avenida Kennedy, um no Parque Chico Mendes, um na rodoviária, um na rua Visconde de Inhaúma e outro no Shopping São Caetano.


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27 de julho de 2012

São Caetano se mantém referência no esporte

lém do sucesso do time de futebol que leva seu nome desde o início da década de 2000, São Caetano sempre foi referência na formação de atletas de outras modalidades, como judô, atletismo e tênis de mesa. Para manter a vocação e aproveitar as oportunidades geradas pela Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, o município investe na adequação dos centros esportivos e na massificação do esporte junto à população. São Caetano se prepara não apenas para formar atletas, mas para receber delegações interessadas em usufruir da estrutura na preparação para os jogos, principalmente do ginásio BMF/Bovespa, inaugurado em maio. Exemplo é o centro destinado à prática de modalidades do atletismo erguido em terreno de 31 mil m², cedido em comodato pelo município e localizado no bairro São José. “Também possuímos novos centros de judô, de tênis de mesa e de ginástica artística de alto nível”, conta Marcos Siarvi, secretário de Esportes. Por possuir estrutura moderna e se enquadrar no padrão olímpico exigido pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro), o complexo recebeu em junho a visita do coordenador de esporte de

Atletas classificados para os Jogos Olímpicos 2012 Atletismo (200m) – Ana Cláudia Lemos Silva Atletismo (Salto com Vara) – Fabiana de Almeida Murer Atletismo (Salto em Distância) – Mauro Vinícius Lourenço da Silva Atletismo (Salto com Vara) – Fábio Gomes da Silva Atletismo (Lançamento do Disco) – Ronald Odair Oliveira Julião Atletismo (Maratona) – Marilson Gomes dos Santos Atletismo (Salto Triplo) – Keila da Silva Costa Atletismo (Salto em Distância) – Keila da Silva Costa Atletismo (800m) – Diomar Noêmio de Souza Ginástica Artística (Argolas) – Arthur Nabarreti Zanetti Tênis de Mesa – Caroline Aiko Kumahara Tênis de Mesa – Gustavo Tsuboi Tênis de mesa – Bruna Alexandre (Paraolimpíada) Judô - Magno Marques Gomes (Paraolimpíada) alto rendimento do Canadá, que visitou o espaço e vislumbrou sua utilização nos treinamentos para os jogos do Rio. Para Siarvi, o fato demonstra que os investimentos anuais de cerca de R$

20 milhões na área estão atingindo o objetivo. ”Esta iniciativa partiu dos próprios canadenses, que souberam deste centro pela repercussão dentro do universo do atletismo”, acredita. Outra força está na participação da cidade na Olimpíada de Londres, iniciada nesta semana. São Caetano terá 12 atletas do município na edição e oito profissionais que integrarão diferentes comissões técnicas. A expectativa para 2016 é ainda maior, já que possui cerca de 250 atletas com potencial olímpico.

Massificação Além do investimento no esporte de alto rendimento, São Caetano também apostou no social proporcionado pela prática esportiva, como a mudança na administração dos 16 centros esportivos, que deixaram de

cobrar mensalidade e passaram a oferecer atividades resultantes de estudos sobre o perfil de cada bairro. Deste modo, modalidades como pilates, dança de salão e patinação artística também são oferecidas gratuitamente aos munícipes. Nas contas de Marcos Siarvi, ao todo São Caetano possui aproximadamente 25 mil praticantes de esportes, somados os números dos cadastrados nas aulas oferecidas nos centros e nas equipes de competição. Outro projeto com viés social está em experiência e visa levar as aulas esportivas às escolas de período integral. A ideia é levar uma equipe que possa detectar talentos e abastecer os centros específicos de treinamento. Na prática, o município quer alcançar a criança que estuda o dia inteiro e não tem tempo para praticar esportes. “A intenção não é simplesmente descobrir talentos, mas sim oferecer aulas no ambiente escolar. O caminho do esporte é ir para dentro das escolas”, completa.

A zulão Em relação ao time campeão paulista de 2004, a participação do município é mais restrita. Por se tratar de um clube particular não há possibilidade de destinar parte do orçamento para o desenvolvimento e recuperação da equipe que hoje sofre para se manter na Segunda Divisão do campeonato nacional. Entretanto, a agremiação está constrói um novo CT (Centro de Treinamento), que deve ser finalizado ainda este ano e vai colaborar para a realização de ações com parcerias. A expectativa é de que a partir do momento em que já estiver funcionando, São Caetano desenvolva projetos ligados às categorias de base, movimento que beneficiaria o clube e os jovens interessados em seguir carreira no futebol.


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Festa tem show de Gusttavo Lima e concerto

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how de Gusttavo Lima e um concerto conjunto da Stuttgart Youth Orchestra, da Alemanha, e Orquestra Sinfônica Jovem da Fundação das Artes são os destaques das comemorações do 135º aniversário de São Caetano, celebrado dia 28 de julho. Neste final de semana, a programação, que é toda de graça, começa às 12h30 desta sexta-feira (27), com o trio Alma Brasileira, na praça Cardeal Arcoverde, Centro. Composto pelos tenores Sérgio Wernec e Danilo Stollagli e pianista Miguel Laprano, o trio realiza espetáculos que vão da música de câmara à ópera. Ainda sexta-feira, às 20h, Gusttavo Lima sobe ao palco montado no início da avenida Nelson Braido, bairro Cerâmica. Conhecido pela música Balada (Tchê Tchê Rere), Gusttavo Lima também agita a pista com a música 60 Segundos. A Expocar acontece também nesta sexta-feira (27), no Espaço Chico Mendes, das 8h às 22h e segue até domingo (29), até as 19h.

Orquestras O concerto acontece às 20h, do sábado (28), no Teatro Paulo Machado de Carvalho, resultado de intercâmbio entre as duas orquestras. A apre-

sentação inclui obras, como Abertura Poranduba e Djopoi, de E. Villani Cortes, Sinfonie in c-moll (op.67), de L. V. Beethoven e Mambo aus West Side Story, de Bernstein. Alexander Adiarte é o regente da Stuttgart Youth Orchestra, enquanto Geraldo Olivieri Junior está à frente da orquestra brasileira. No sábado (28), o Bolo de Aniversário será cortado às 11h30, na rua 28 de Julho, na Paróquia São

Caetano (antiga Matriz). Para quem gosta de esporte, ainda no sábado, o SERC Santa Maria (rua Cavalheiro Ernesto Giuliano, 1.301) terá partida de futebol entre Veteranos Sta.Maria e Combinado de São Paulo, às 14h. Mais tarde, às 19h30, tem o Baile no Cise João Nicolau Braido. No domingo (29) as festividades de aniversário encerram com a 2ª eliminatória do V Festival de Talentos, às 14h, no Salão da Creche Zilda Natel, rua Oriente.

Intercâmbio A Stuttgart Youth Orchestra reúne 80 jovens s, que chegaram dia 22 para o I Encontro Internacional de Orquestras, da Fundação das Artes e a Prefeitura. Até o dia 29 de julho, o grupo fica no Brasil onde ensaia e recebe aulas práticas de música brasileira com professores daqui. Já a Orquestra Jovem da Fundação recebeu aulas com professores do instituto alemão.


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