Ano 8. Nº 8. ABC, sexta-feira, 11 de outubro de 2013. www.reporterdiario.com.br
Atividade extra na medida ABC avança com mais intercâmbio
Construção de creches pauta prefeituras
Período integral chega em mais escolas da região
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Educação é desafio para gestores
Editorial
Na medida No último suplemento do ano, o RD traz um balanço dos esforços do poder público no que tange a Educação, envolvendo impasses na entrega de kits escolares, construção de mais creches, além de investimentos em escolas integrais. Nesse cenário, atenção aos pais, que em fim de ano ficam antenados nas novidades. Para 2014, a notícia é o aumento na mensalidade das particulares... E o universitário que busca experiência no Exterior ou teve problemas para retirar o diploma também foi contemplado. Com tudo isso, esperamos cumprir nosso papel de levar a informação na medida.
RD REPÓRTER DIÁRIO
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Tiragem auditada por:
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legislação estabelece que toda administração execute, no mínimo, 25% do orçamento para ações de educação. Apesar do índice definido, as prefeituras enfrentam dificuldades para viabilizar propostas de melhoria no setor. Licitações questionadas, atrasos na entrega de uniformes e burocracia são alguns dos itens que tornam o cotidiano do gestor um calvário. No início das administrações locais, o primeiro tema a ser discutido é o uniforme. Teoricamente, em fevereiro, começo do ano eletivo, todos os alunos deveriam receber kits. Não foi o que aconteceu. Em São Bernardo, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) recomendou que o Paço fizesse mudanças no edital para compra dos uniformes aos alunos da rede municipal. "Ninguém quer desrespeitar o TCE, mas vamos recorrer a todas as instâncias para conseguir argumentar com o Tribunal”, afirma Cleuza Repulho, secretária de Educação do município. São Bernardo quer manter o formato do edital usado no primeiro mandato de Luiz Marinho (PT), entre 2009 e 2012, que permitia a compra de mais de 1,5
Entrega de kits escolares é dilema milhão de peças de uma mesma empresa, o que, na visão do governo, representa economia e praticidade. Todo ano, a Prefeitura compra camisas, blusas, shorts e calças. A cada dois anos é feita a aquisição de mochilas e tênis. O TCE argumentou que, com esse tipo de edital,
poucas empresas podem participar do processo de fornecimento. Diante do impasse, Marinho anunciou que os alunos só teriam o uniforme em 2014, devido ao imbróglio. Nas contas do Executivo, a recomendação do TCE fará o município gastar de 10% a 15% a mais do que nos anos anteriores. A Secretaria de Educação conta com a reserva de R$ 20 milhões no orçamento para a compra dos uniformes. A licitação foi embargada em dezembro do ano passado. Desde então, São Bernardo tenta argumentar com o TCE sobre a questão, mas sem sucesso. Enquanto isso, encaminhou aos pais carta em que explica o atraso na entrega dos uniformes. Santo André – O município administrado pelo petista Carlos Grana registrou caso semelhante. Porém, o impasse não foi com o Tribunal de Contas, mas com a empresa responsável pela distribuição de 32 mil kits escolares. Os uniformes foram entregues perto das férias do meio do ano, fato que resultou na aplicação de multa. A Prefeitura prometeu abrir novo certame ainda este ano para que, em 2014, o problema não se repita.
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Cidades investem em mais creches N
o ABC, as gestões municipais se debruçaram, mais uma vez este ano, sobre a situação estrutural da rede pública de ensino, principalmente creche, porta de entrada do processo educacional e uma das principais dificuldades de quase todas as administrações para diminuir a fila de espera por vaga. Em Santo André, a Secretaria de Educação planeja 16 novas creches em cinco anos – uma até o final deste ano, para resolver a lista de espera. "Vamos atender 2 mil crianças que estão fora da escola", diz Gilmar Silvério, titular da Pasta. Pelo menos 11 unidades anunciadas pelo município serão custeadas pelo governo federal. Em convênio com o Estado, Santo André irá dispor de R$ 9 milhões para a construção de mais equipamentos da rede. A cidade ainda arcará com os custos de algumas creches. O município conta com 31 creches e 18 conveniadas, que atendem 9.668 crianças de até cinco anos. Silvério cita como conquistas da gestão a redução da carga dos ADIs, agentes de desenvolvimento infantil, de 40 para 21 horas semanais, e o concurso para efetivar 238 professores na rede.
Santo André terá 16 unidades até 2015 Em São Bernardo, a secretaria também resolveu atacar o déficit de vagas que, segundo Cleuza Repulho, responsável pela secretaria, foi resolvido com a entrega das unidades do CEU (Centro Educacional Unificado) e a reforma de algumas escolas. A formação dos professores é outro alvo do município, com promoção de cursos e palestras, além de pós-graduação, suportada pelo Paço. São Caetano A educação passou por alguns impasses em São Caetano. Desde o início da gestão, o secretário Daniel Contro justifica as dificuldades citando a herança deixada pela antiga
São Bernardo investe na entrega de CEUs (Centros Educacionais Unificados) administração frente ao Palácio da Cerâmica. "Dívida enfraquece qualquer governo. Foi um contrapé de R$ 264 milhões. Encontramos uma gestão autoritária com contratos extravagantes", diz. Entre as conquistas, destaque para a parceria com a Fundação Lemann, que garante investimentos na capacitação de gestores da educação e reforço no aprendizado de Matemática nos anos iniciais do ensino fundamental.
Oferta de vagas em creches é desafio
Diadema e Mauá programam quatro unidades
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m Diadema, as quatro creches previstas para serem concluídas até dezembro só abrem as portas a partir de fevereiro de 2014. As unidades, iniciadas ainda na gestão anterior, somam 658 vagas para crianças com idade entre zero e 3 anos, e investimento aproximado de R$ 11,2 milhões, do governo federal. A cidade registra o maior número de crianças fora da creche: cerca de 6 mil. As creches serão construída nos bairros Centro (Betel), Ilhéus ( Yambere), Sagrado Coração (Gazuza) e Naval. Mauá conta com 40 escolas municipais. Também com foco nos pequenos, a
Creche Bebel será construída no centro de Diadema, com ajuda federal
Prefeitura promete construir quatro creches: três em parceria com o governo federal e uma com o governo estadual. Juntas, vão abrir 400 vagas. Além disso, a Secretaria de Educação estuda a construção de 5 unidades CEU (Centro Educacional Unificado), um concluído ainda neste ano no jardim Zaíra. Na formação, Mauá cita como destaque o cursinho preparatório para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) na Universidade Federal do ABC. "Isso é uma grande conquista, pois foca o aluno da rede pública", diz a secretária Lairce Aguiar.
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Curso reconhecido é diferente de autorizado Q
uem planeja cursar faculdade deve observar antes se a instituição é credenciada no Ministério da Educação (MEC), se está apta a exercer seu papel de formadora de profissionais. Além disso, é necessário saber se os cursos oferecidos são reconhecidos ou autorizados. Isso ajuda a evitar problemas depois. A diferença entre os dois modelos é que o curso reconhecido é consolidado, a instituição possui autorização definitiva do Ministério para funcionar, por estar dentro dos padrões exigidos. Quando o curso é apenas autorizado, significa que a instituição tem prazo para a regularização. Até aquela data, a escola só tem autorização para exercer o curso. O estudante pode verificar estas informações no próprio site da faculdade ou no do MEC. Maria Luísa Monteiro Canale, presidente da Comissão OAB vai à Escola, de Santo André, explica que, geralmente, as faculdades de pequeno porte, cursos tecnólogos ou a distância são apenas autorizados. “O curso passa a ser reconhecido após a formação da primeira turma, porém o MEC faz uma vistoria em todas as faculdades a cada dois anos, para que não
haja falhas”, afirma a advogada. Maria Luisa alerta que, muitas vezes, o estudante se preocupa muito mais com o preço do curso pretendido e, por isso, acaba optando pelo autorizado. “O aluno costuma ir atrás do custobenefício e se esquece de ponderar a qualidade da faculdade.” A advogada ensina ainda que a faculdade deve esclarecer ao interessado se o curso é reconhecido ou autorizado. Na falta da informação, o estudante deve procurar o Procon. Há também caso de a faculdade contratar outra instituição para expedir o diploma reconhecido. “Quando isto ocorre, a autorizada contrata uma reconhecida que tenha o mesmo curso, para que o aluno saia com o diploma com reconhecimento pelo MEC e não seja prejudicado, mas ambas têm de verificar a grade horária. Caso tenha aula pendente, o estudante a faz sem pagar nada e retira o diploma”, aponta. Mercado Uma das grandes dúvidas que pode passar pela cabeça do estudante na hora de optar por um curso de ensino superior reconhecido ou autoriza-
Maria Luísa alerta que é preciso dar preferência a quem oferece qualidade
do pelo Ministério da Educação é saber como o mercado de trabalho enxerga essa distinção. De acordo com o Centro de Integração Escola-Empresa (CIEE) – instituição com quase 50 anos de existência, que seleciona estudantes do
nível médio, técnico e superior para o mercado – o aluno que opta pelo curso apenas autorizado pelo MEC não fica atrás de quem decide ingressar em um curso reconhecido. Na hora de direcionar o estudante para uma vaga, outros itens em seu currículo se sobrepõem.
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ABC terá mais 6 escolas integrais em 2014 O
aumento no número de escolas integrais está ligado às necessidades de muitos pais que trabalham e precisam de ambiente seguro e com qualidade para deixar os filhos. No modelo, os alunos podem ampliar as experiências e o aproveitamento escolar com mais tempo inseridos numa instituição. Para atender a grande demanda, a partir do ano que vem, o ABC ganhará mais seis escolas estaduais de período integral. No entanto, na visão dos responsáveis, ainda há muito a ser melhorado nas unidades sob este regime. O novo modelo passará a funcionar em 11 escolas na região, voltadas para alunos do ensino fundamental II, com jornada de oito horas e meia, e ensino médio, nove horas e meia. São Caetano terá o primeiro equipamento adequado ao integral na E.E. Maria Trujilo Torloni, no bairro São José. São Bernardo já possui três escolas nessa versão, e ganhará mais três: Jean Piaget (Rudge Ramos), Senador Robert Kennedy (vila Lúcia) e Professor Amadeu Olivério (vila Vivaldi). Em Santo André, o número saltará de dois para quatro unidades, com a adequação das escolas Professora Cristina Fittipaldi, no bairro Valparaíso, e Professor Nagib Miguel Elchmer, no jardim Ramalho. Como estrutura, as escolas integrais contam com salas temáticas para ensino de português, história, arte e geografia, além de salas de leitura e informática. Na matriz curricular, os alunos têm orientação de estudos, prática de ciências, preparação acadêmica e para o mundo do trabalho, além de auxílio na elaboração de projeto de vida. Matrícula De acordo com a Secretaria de Educação do Estado, os estudantes que já estão matriculados nas escolas que serão modificadas a
partir de 2014 terão prioridade. Os inscritos serão convocados posteriormente e quem não for chamado no próximo ano será acionado em novas fases de investimentos. O período de inscrição ainda não foi definido pela Secretaria, no entanto, os pais interessados em matricular o filho podem procurar a diretoria de ensino do município e manifestar o interesse pelo modelo integral. A diretoria de São Bernardo, que contempla São Caetano, fica na rua Princesa Maria da Glória, 176, bairro Nova Petrópolis. Em Santo André, na rua das Figueiras, 1245, bairro Jardim. No ABC, cerca de 300 mil alunos estão matriculados em escolas estaduais, que totalizam 332 unidades. Santo André é a cidade que possui maior número de equipamentos, com 87, seguida de São Bernardo (73), Mauá (64), Diadema (58), Ribeirão Pires (29), Rio Grande da Serra (11) e São Caetano (10). Profissionais O governo estadual encerrou inscrições para educadores interessados em atuar no regime integral de ensino. Duas mil vagas foram disponibilizadas para professores e gestores com licenciatura plena e atuação de pelo menos três anos. Os convocados recebem gratificação de 75% sobre o salário-base.
Mães cobram melhorias
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aria Campacci, mãe de Isabella, 11, que está na 5ª série da escola Manoel Grandini Casquel, em Santo André, avalia que a proposta de implantar escolas de período integral é atraente mas, na prática, o benefício deixa a desejar.
No total, 11 escolas na região serão adequadas para período integral “Os profissionais não foram preparados para este novo regime e o aproveitamento das matérias básicas foi prejudicado”, aponta a dona de casa. A mãe acredita que a segurança também deve ser priorizada e a hierarquia dentro da escola, respeitada. “Minha filha já foi agredida por outros alunos e os inspetores não reagem, além de a diretoria não cumprir com os combinados após reclamarmos”, conta Maria. Carla Cristina Lima, mãe de Stefany, que estuda na mesma sala de Isabella, afirma que a sala de informática da escola não é utilizada pelos alunos, pois ainda não há professor responsável pela disciplina. “Dizer que tem é bonito, quero ver colocar em prática”, diz.
Integrais no ABC Santo André Professora Cristina Fittipaldi (Ensino Fundamental) – Nova Professor Nagib Miguel Elchmer (EF) – Nova Doutor Manoel Grandini Casquel (EF) – 2013 Jardim Riviera (Ensino Médio) – 2012 São Bernardo Jean Piaget (EF) – Nova Senador Robert Kennedy (EF + EM) – Nova Professor Amadeu Olivério (EM) – Nova Professora Faustina Pinheiro Silva (EF) – 2013 Lauro Gomes de Almeira (EF) – 2013 Rudge Ramos (EF) – 2013 São Caetano Maria Trujilo Torloni - (EF + EM) Nova
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85 mil alunos preferem educação privada A
educação é direito de todos e está prevista na Constituição Federal. Apesar de ser responsabilidade do poder público, quem tem orçamento familiar mais flexível opta pela educação na rede privada. Na região são 85 mil alunos que, atualmente, pagam mensalidades para aprender e aperfeiçoar o conhecimento. O contingente está distribuído entre 850 escolas nos sete munícipios e representam aproximadamente 10% da fatia de estudantes particulares no reduto paulista. "A educação particular é o sonho da classe emergente. Conforme muda o padrão de vida e a pessoa consegue um orçamento maior, a primeira ação é colocar o filho na rede privada", destaca Valdinéia Cavalaro, presidente da Associação das Escolas Particulares do ABC e diretora do Colégio Piaget, em São Bernardo. Segundo Valdinéia, o desafio hoje das escolas particulares é oferecer toda estrutura para fazer o diferencial na vida do estudante. "90% das crianças matriculadas nas escolas particulares chegam ao terceiro grau (ensino superior)", afirma a educadora. Entre as formas de aprendizagem está a
utilização de equipamentos eletrônicos, pelo menos uma vez ao dia, para absorver parte do conteúdo de forma digital. Um departamento multimídia, no Jean Piaget, é responsável pela elaboração do material para as apostilas virtuais utilizadas em sala de aula. Inadimplência Segundo Valdinéia, a região carrega o histórico de ter índice de inadimplência abaixo da média estadual. "Em 2012, por exemplo, a nossa taxa foi de 4,78%. Enquanto isso, SP registrou 6,78%. Isso se deve ao perfil da nossa economia e das garantias que os trabalhadores têm em seus postos de trabalho na região", diz. Apesar do número positivo para os empreendedores educacionais, Valdinéia cita que a legislação ainda é muito falha. "Ela não ajuda. Hoje aluno que não paga a mensalidade continua na escola. Pode até mesmo a escola protestar o pai, que dificilmente reverte", conta. Mensalidade No item educação, que inclui sub item ‘cursos regulares’, é possível acompanhar a
evolução dos preços das mensalidades de creches, educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, graduação e pós-graduação, cujos preços aumentaram, desde janeiro até agosto, sempre acima do IPCA. No acumulado entre 2009 e agosto de 2013, as mensalidades subiram 14,7% a mais que a inflação. As escolas particulares de São Paulo já projetam aumentos para 2014 que podem chegar a 11%, acima da inflação estimada para 2013, que deve fechar em 5,82%. De acordo com a lei que regulamenta o reajuste da mensalidade escolar (nº 9.870), não há um índice a ser seguido pelas escolas. Portanto, o aumento fica a critério de cada instituição de ensino. O valor do reajuste, no entanto, deve estar de acordo com as despesas da escola e só poderá ser realizado uma vez no período de 12 meses. "Não tem uma regra exata. Aqui no ABC, a média deverá ser 10%. Depende do grau de investimento da escola em estrutura e profissionais. As pessoas querem ter retorno do dinheiro investido e na educação Educação particular é preferência dos pais não é diferente", diz Cavalaro.
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Atividade extra deve ser dosada na escola O
utubro é mês de matrícula nas escolas e, também, de indecisão para muitos pais, que devem analisar e optar pelo melhor ensino para o filho. Entre tantas opções, ganha destaque a escola que oferece, além da matriz curricular, maior leque de atividades extracurriculares. Cabe aos pais, entretanto, analisar o perfil do filho e elaborar uma rotina saudável para o desenvolvimento da criança. Dança, teatro, culinária, esportes e idiomas são alguns complementos que escolas públicas e privadas têm implantado para preencher o tempo ocioso das crianças, além de enriquecer a vivência acadêmica e favorecer o processo de formação. Porém, especialistas atentam para a sobrecarga que essas atividades podem trazer no processo de aprendizagem do aluno. O pedagogo Nonato Assis Miranda, gestor do curso de Pedagogia da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), ressalta que os pais devem considerar o tempo de descanso necessário para o aproveitamento da rotina escola cada vez mais atarefada. “Os respon-
escola, que é formar o aluno a partir dos ensinos básicos”, lembra o pedagogo.
Recomendação é os pais analisarem o perfil da criança para elaborar rotina sáveis devem analisar com bastante propriedade a proposta pedagógica da escola, levando em consideração que outras atividades não podem sobrepor ao ensino básico, nem ao tempo de descanso”, diz Miranda. O ensino fundamental tem papel primor-
dial para a formação do indivíduo dos 6 aos 14 anos. Caso a alfabetização seja conturbada na idade própria, gera defasagem que dificulta a passagem para o ensino médio. “Muitas escolas se preocupam tanto com os extras que acabam esquecendo a essência da
Criatividade Para atrair a atenção das crianças e melhorar o rendimento da aprendizagem, muitos professores podem recorrer a elementos criativos para complementar ou ilustrar o conceito a ser passado. “Mesmo com poucos recursos, o educador pode ministrar aulas para que o aprendizado seja mais prazeroso”, aponta Miranda. Maria Leila Alves, pedagoga e professora da Universidade Metodista, frisa que a educação é interessante nas séries iniciais, quando professores atuam em conjunto. “A análise sobre o rendimento dos alunos deve ser repassada e discutida pelos educadores para que possam atuar de maneira assertiva, levando em consideração as particularidades de cada criança”, diz. No momento da escolha, os pais devem traçar qual o vínculo da escola com a educação familiar para que uma complemente a outra. “A família é a base de apoio e o acompanhamento do ensino é fundamental”, completa.
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Retirar diploma pode dar dor de cabeça O
término do curso superior é sempre uma felicidade, porém, a alegria pode virar dor de cabeça na hora de correr atrás o diploma. As faculdades têm obrigações a serem cumpridas e os estudantes precisam estar bem informados. Quem já enfrentou o drama foi o andreense Rafael Volpe, 23 anos, que recebeu o diploma no primeiro semestre de 2012, seis meses depois de ter concluído o curso de Rádio e TV na Universidade Metodista. Volpe conta que seus problemas começaram quando foi viajar, em junho do ano passado, e se esqueceu de realizar a rematrícula no meio do ano, que inclui o pagamento da mensalidade. Quando retornou às aulas, foi considerado como não matriculado. “Esqueci de pagar a mensalidade, e quando tentei entrar na faculdade fui barrado e o segurança me informou que eu não estava matriculado. Era época de TCC, então abri um processo para continur nas aulas. Consegui continuar e até apresentei meu trabalho, mas não me formei. Em 2012, não assisti nenhuma aula, porém paguei o que devia e então consegui tirar meu diploma, mas foi um semestre perdido”, relata.
Por meio de nota, a Metodista informa que o não pagamento da mensalidade de agosto de 2011, configurou-se a não rematrícula por parte do aluno, sendo assim, a universidade não pôde autorizar que cursasse o 2º semestre de 2011, tendo de aguardar o 1º semestre de 2012. A advogada Maria Luísa Monteiro Canale, presidente da Comissão OAB vai à Escola, da da Ordem dos Advogados do Brasil, em Santo André, explica que a colação de grau – entrega oficial do diploma – tem de ser feita até 30 dias após o término do curso. Caso o prazo não seja cumprido, a faculdade tem de se justificar e o aluno pode até procurar a Justiça. “Com o diploma requerido pelo aluno, a instituição tem 15 dias para entregar o documento ao Ministério da Educação para que seja autorizado, e o Ministério tem seis meses para fazer a devolução”, afirma. Os estudantes inadimplentes com a instituição também têm direito de receber o diploma, de acordo com a lei federal nº 9.870/99, que dispõe sobre mensalidades. Segundo a OAB, a escola não pode reter o certificado de conclusão de curso por inadimplência, mesmo que o aluno nunca tenha feito qualquer pagamento à faculdade.
Rafael levou seis meses após o término do curso para conseguir o certificado Entretanto, o aluno pode ser processado. “Caso isso ocorra, o estudante tem de reclamar no Procon, porque é um direito do consumidor”, explica.Outra informação necessá-
ria para os discentes é que de forma alguma a instituição pode cobrar qualquer taxa pela expedição do diploma, conforme artigo 32 da Portaria Normativa nº 40/2007, do MEC.
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Um pé no ABC, outro no Exterior... Nos últimos anos, a intensificação de convênios com instituições privadas, com o governo federal e até diretamente com universidades estrangeiras vem aumentando as possibilidades de universitários, pós-graduandos e professores conquistarem experiência acadêmica e profissional no Exterior. No ABC, as instituições de ensino superior já oferecem várias modalidades de bolsas para intercâmbio. Predomina, em quantidade de matriculados ingressos nessa experiência de mobilidade estudantil, o Ciência sem Fronteira (CsF), projeto realizado em parceria com a União. Marcelo Ruiz Colovato, de 20 anos, já está no Reino Unido desde setembro. Na University of Glasgow, na Escócia, Ruiz cursa Engenharia Mecatrônica. Na sede da Universidade Federal do ABC (UFABC), em Santo André, o jovem cursa Engenharia de Automação, Instrumentação e Robótica. “No Brasil, estou no terceiro ano, mas aqui peguei matérias que variam do segundo ao quarto ano. O tempo total fora do País varia de acordo com o estágio ou pesquisa, que podemos arranjar depois, mas o meu objetivo aqui é ficar no mínimo 10 meses, e no máximo um ano”, conta. Para se manter no Reino Unido, Colovato recebe repasses do governo federal. Até agora, somando a passagem de ida, o seguro de vida, os primeiros três meses de alimentação, compra de materiais didáticos, entre outros gastos relacionados, o universitário recebeu cerca de R$ 20 mil. A mensalidade do curso e a estadia, a União acerta diretamente com a
Mariana está na Austrália University of Glasgow. Até o final do período na Escócia, o governo enviará as mensais restantes de alimentação e a passagem de volta. Mariana Faceto, 20, também estudante da UFABC, conta que seus pais não precisaram enviar “nem um centavo” para ela, que está em Melbourne, na Austrália. “Cheguei aqui no final de julho, estudo na Monash University. Ficarei um ano e meio, seis meses de inglês, um ano faculdade”, comenta a estudante do segundo ano de bacharelado em Ciência e Tecnologia. “Mais tarde quero fazer Engenharia. Vim para cá para fazer matérias relacionadas a estudos ambientais. . Morador de São Bernardo, Paulo Otavio Lucente, 20, viaja em janeiro do próximo ano para a Inglaterra. Estudante
University of Glasgow é na Escócia
do sétimo quadrimestre do curso de bacharelado em Ciências e Tecnologia da UFABC, que posteriormente se tornará Engenharia de Instrumentação, Automação e Robótica, Paulo estudará na De Montfort Universitt, em Leicester, pelo período de um ano. “É uma chance espetacular. Nunca conseguiria passar um ano morando na Europa, ainda mais estudando em uma universidade. E querendo ou não, a maneira como o ensino é visualizado no Exterior é muito diferente daqui”, relata.
Oferta de bolsas vai aumentar na região A
experiência vivida pelos estudantes cadastrados no Ciência sem Fronteiras é desejada por boa leva de estudantes na região. Segundo o professor Roberto Aguiar de Peixoto, assessor da reitoria do Instituto Mauá de Tecnologia, uma pesquisa recente feita com graduandos constatou que 15% do universo de alunos querem praticar esse tipo de mobilidade estudantil. No total, nos últimos dois anos, a Mauá enviou para fora do País cerca de 120 alunos. “Algo em torno de 80% desse número corresponde ao programa Ciência sem Fronteiras”, aponta o professor. O Instituto também tem parceria com universidade na Irlanda e com o Banco Santander. No último caso, os estudantes podem receber entre 3 mil e 5 mil euros para encapar seu projeto de viagem ao Exterior.
O mesmo se repete em outras instituições da região, como a Universidade de São Caetano do Sul (USCS) e a Metodista. A Faculdade de Direito de São Bernardo trabalha para oferecer, em breve, a opção aos alunos. O coordenador de Relações Internacionais do Centro Universitário da FEI Tiago Muzilli conta que, em média, 80 alunos de todos os cursos foram enviados para graduação no Exterior em 2011. Muzilli acredita que, nos próximos anos, as instituições de ensino superior intensifiquem ainda mais a construção de parcerias com universidades ou faculdades estrangeiras e empresas privadas, para suprir a demanda de interessados em intercâmbio. Essa via tende a se tornar prioritária porque o programa Ciência sem Fronteiras é
uma política de governo que pode sofrer mudanças após o período eleitoral. “O programa previa 110 mil bolsas [em todo o País, voltados prioritariamente a estudantes de cursos relacionados à Ciência, Tecnologia e Inovação] até 2015. O ano está aí e acho que não chegamos à metade das bolsas. É provável que o programa se estenda por mais uns anos, mas como está atrelado a um projeto político, é difícil prever. Com uma reviravolta, pode ser encerrado”, argumenta. Seleção Na maioria dos programas, o processo de seleção envolve uma avaliação do desempenho acadêmica do universitário, através do histórico de notas, além de um teste e proficiência na língua utilizada no país de destino.
Colovato estuda Mecatrônica
Aptidão é lei Apesar do número de interessados em experiências de mobilidade estudantil, o coordenador de Relações Internacionais da FEI Tiago Muzilli alerta que os programas têm requisitos específicos. “Não basta a faculdade dispor da bolsa e o aluno querer participar. Ele tem de estar apto”, ressalta. Em grande parte, o mérito estudantil está atrelado ao credenciamento para concorrer a uma bolsa de estudos no Exterior. A maioria das instituições de ensino superior do ABC oferece, em seus portais na Internet, dados acerca dos tipos de bolsas disponibilizados, os cursos envolvidos e os requisitos necessários para concorrer em cada modalidade. Além disso, há telefones e e-mails para contato, inclusive de embaixadas.
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Vestibulares estão com inscrições abertas Universidades da região inscrevem para provas tradicionais, digitais ou agendadas só até novembro. Confira: ANHANGUERA – As inscrições para o vestibular 2014 da Anhanguera vão até 19 de outubro. Para se inscrever, visualizar os cursos disponíveis e unidades na região, basta acessar o site www.vestibulares.br. A prova será aplicada no dia 20 de outubro (exceto para os cursos de Medicina, Odontologia e Medicina Veterinária) e a taxa é de R$ 25. O resultado será divulgado no dia 13 de novembro. ESAGS – A Escola Superior de Administração e Gestão (ESAGS) recebe até a 9 de novembro inscrições para o vestibular 2014. São cerca de 500 vagas nos cursos de Administração, Economia, Ciências Contábeis e Publicidade e Propaganda, oferecidos nos campi Santo André e Santos. As provas estão agendadas para 10 de novembro. A taxa é de R$ 45 e as inscrições são feitas no site www.vestibularesags.com.br. FASB – A Faculdade de São Bernardo do Campo inscreve para o vestibular, nas secretarias das ruas Américo Brasiliense, 449, e João Pessoa, 60, Centro, até 9 de novembro. Pelo site - www.fasb.com.br -, é só até 7 de novembro. Taxa R$ 40.
FEFISA - A Faculdade de Educação Física de Santo André está com inscrições abertas na secretaria da faculdade, na rua Clélia, 161, até 19 de novembro. Pelo site - www.fefisa. com.br – o prazo é 18 de novembro. A taxa de inscrição varia de R$ 25 a R$ 50. FDSBC – A Faculdade de Direito de São Bernardo (FDSBC) abre inscrições para o processo seletivo de 2014 entre 14 de outubro e 13 de novembro. Os interessados poderão se inscrever no site www.vestibular. pucsp.br. O vestibular da Direito São Bernardo é anual e unificado com a PUC-SP. A prova será realizada no dia 1° de dezembro e a primeira chamada, em 18 de dezembro.
FSA/FMABC – A Fundação Santo André (FSA) e a Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) estão com inscrições abertas para o III Vestibular Unificado 2014. A Fundação oferece 39 opções de cursos, e a Medicina ABC tem 7 na área da Saúde, totalizando 5 mil vagas nas duas instituições. Os candidatos podem se inscrever diretamente no campus universitário ou pelo site www.fsa.br até 1º de novembro. A prova será no dia 3 de novembro. Vale usar as notas do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) até de 2012, para cálculo da nota de classificação. A inscrição sai R$ 30 para quem utilizar o ENEM, R$ 40 apenas com a prova e R$ 60 para quem optar por ambos.
FEI – Em 2014, o Centro Universitário da FEI oferece 936 vagas para Engenharia, Ciência da Computação e Administração, diurno e noturno. As inscrições podem ser feitas no site www.fei.edu.br ou na secretária dos dois campi (no bairro Liberdade, em São Paulo, ou em São Bernardo), até 22 de novembro. A taxa pela internet é R$ 90 e na secretária, R$ 110. A prova será nos dias 30 de novembro e 1° de dezembro.
MAUÁ – O Instituto Mauá de Tecnologia oferece 1.370 vagas para graduação em diversos cursos. A inscrição deve ser realizada na página www.maua. br/vestibular até 4 de novembro, e a taxa é R$ 60. A prova será realizada dia 9 de novembro. A Mauá também oferece bolsas e financiamentos (crédito educativo). Informações no http://www.maua.br/ index/bolsas-financiamentos.
METODISTA - A Universidade Metodista de São Paulo inscreve para cursos de graduação presencial até 8 de novembro. Para Educação a Distância (EAD), o prazo é 18 de outubro. Para quem utilizar a nota do ENEM, a inscrição vai até 1º de novembro. Na avaliação presencial, além da prova tradicional (impressa), que acontece em 10 de novembro, há mais quatro opções de datas para provas digitais: 6 de outubro, às 9h; 19 de outubro, às 15h; 20 de outubro, às 9h, e 9 de novembro, às 15h. Todas são aplicadas no campus Rudge Ramos. No momento da inscrição, o candidato deve escolher entre Prova Tradicional, por R$ 70; Prova Digital, R$ 30, e Utilização somente do ENEM, R$ 10. As inscrições devem ser feitas no site www.metodista.br ou pessoalmente, no Rudge Ramos. USCS – A Universidade Municipal de São Caetano (USCS) inscreve pelo site www.uscs. edu.br até 27 e novembro, e no campus Barcelona até 29 de novembro. A taxa de inscrição é de R$ 50 e a prova presencial será dia 1° de dezembro. A lista de classificados será divulgada no site e no próprio campus dia 5 de dezembro. Telefone: 4239-3299.
12 REPÓRTER DIÁRIO
Sexta-feira, 11 de outubro de 2013