Suplemento Aniversário Mauá e Diadema

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Sexta-feira, 03 de dezembro de 2010


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Hora da virada!

Dois anos já se passaram do governo Oswaldo Dias (PT). Até aqui muita dificuldade em decorrência das turbulências econômicas de Mauá, turbinadas pela herança da administração passada. Porém, mais um aniversário se aproxima, e, mais uma vez, a perspectiva não é das melhores na ótica do prefeito. As críticas ao governo passado devem ser deixadas de lado. De agora em diante é preciso olhar pra frente e não pelo retrovisor. É preciso aproveitar o último e decisivo biênio da atual gestão para acelerar o desenvolvimento e as promessas de campanha. Com certeza, a permanência do PT no Palácio do Planalto deverá ser um elemento facilitador para melhorar as verbas no comprometido orçamento do município, que completa neste dia 8 de dezembro 56 anos de fundação.

Oswaldo Dias:

Não temos R$ 1 para investir

A sina do prefeito de Mauá parece ser mesmo a falta de perspectiva de fechar no "azul" a dívida do município, acrescida no governo anterior. O discurso recorrente entre os petistas em janeiro de 2009 ainda ecoa: "Não temos R$ 1 para investir", reclama o prefeito Oswaldo Dias, no 56º aniversário de Mauá. Em entrevista exclusiva ao Repórter Diário, Oswaldo Dias afirma que o orçamento executado não permite "folga" para investimento. Resta apenas cumprir as demandas já previstas nas áreas, como saúde e educação. Acompanhe a íntegra da entrevista Repórter Diário: Os precatórios são a prin-

cipal dificuldade do seu governo? Oswaldo Dias: Não. A maior dificuldade é a dívida da canalização do córrego Corumbé. Os precatórios nem são tanto porque nós estamos pagando (R$ 933 mil por mês). Já a dívida do córrego – cerca de R$ 700 milhões –, retém (confiscado pela Secretaria do Tesouro Nacional) R$ 2,7 milhões por mês. RD: O que já foi sanado da dívida de R$ 217 milhões herdada da outra administração? Oswaldo: Desse montante, em torno de R$ 70 milhões (INSS, Eletropaulo e Pasep) nós estamos pagando. Os R$ 150 milhões restantes são fornecedores e tendem a virar precatório, pois

não têm solução. Não temos R$ 1 para investir. RD: O que tem previsto de verba do governo federal para 2011? Oswaldo: Estamos entrando no PAC 2, com o pleito de cerca de R$ 40 milhões. Estão previstas obras de contenção de encostas em áreas de risco (R$ 22,51 milhões); urbanização do núcleo Cerqueira Leite e produção habitacional na área de reassentamento do jardim Kennedy (R$ 8,89 milhões), elaboração de projeto de urbanização na área do Chafik/Macuco (R$ 2,34 milhões), elaboração do plano de redução de riscos (R$ 300 mil) e ampliação do sistema de abastecimento de água (R$ 170 mil).

RD: Como é a relação com o governo do Estado? Oswaldo: Eu espero que melhore. O governo que acabou de sair só me fez uma promessa. O José Serra me forneceu chinelo para eu matar barata no hospital. Fora isso não teve nada. No passado (governo Alckmin) eu tive relação melhor. O projeto do governo do Estado aprovado, que espero ser concluído, é o que prevê obras de canalização de córregos e controle de inundação. RD: O senhor falou em arrecadação. A ampliação do Polo Petroquímico vai gerar mais receita? Oswaldo: Isso vai ocorrer a médio prazo. Qualquer empreendimento é assim. Até a geração de melhorias na arrecadação leva tempo. A refinaria está fazendo uma obra para melhorar a produção do óleo diesel. Isso melhora a arrecadação, mas essa arrecadação vai para São Caetano. RD: O Rodoanel não traz benefícios? Oswaldo: O Rodoanel é um grande investimento que nós reivindicamos. No primeiro momento só traz problemas, pois impacta no sistema viário local, traz demanda habitacional e não traz resultado na arrecadação do município. Só depois de alguns anos teremos um outro momento, com a vinda de empresas e aumento na arrecadação. RD: As obras da UFABC (Universidade Federal do ABC) começarão quando? Oswaldo: A UFABC está fechando negócio (compra do terreno). Há 10 dias, foi acertado o desmembramento da área (do INSS) – em torno de 127 mil m2 - para a compra por parte do Ministério da Educação. Queremos lançar o vestibular em 2011. RD: O senhor considera natural a sua candidatura à reeleição em 2012? Oswaldo: Não tem nada natural. O termo é normal, pois o mandato se viabiliza nos primeiros anos. Não tenho nada contra a reeleição.


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Fórum planeja ações de desenvolvimento em Mauá nos próximos 15 anos Foi dado início no último dia 22 de novembro ao Fórum Mauá 2025, um espaço para o poder público e a população da cidade debaterem temas relevantes para os próximos 15 anos. As discussões, em formato de seminário e mesa-redonda, devem se estender no ano que vem, com encontros esporádicos. São seis eixos temáticos que norteiam o Fórum: reforma e modernização do Estado; desenvolvimento econômico; desenvolvimento urbano ambiental; saúde; educação, esporte, cultura e lazer; inclusão social e segurança pública. A ideia é de que, na mesma data do ano de 2011, a Prefeitura apresente o resultado das discussões, com a criação de um documento sobre tudo o que foi debatido e as metas a serem alcançadas.

"Quero buscar com esse debate a participação da população e que todos entendam que nós só podemos gastar de acordo com o que arrecadamos. É importante que o povo de Mauá acompanhe os desafios da administração e se as dívidas do município estão sendo pagas", diz o prefeito de Mauá, Oswaldo Dias. De acordo com o chefe do Executivo, a principal preocupação hoje é quanto à dívida pública de mais de R$ 1,2 bilhão que o município deve ao Tesouro Nacional. "Os seminários e mesas-redondas servirão para encontrar um caminho dentro desta realidade tão perversa que é essa dívida, que hoje nos retira todas as possibilidades de investimento", afirma Dias. Como o Fórum encontra-se em processo de formulação, a expectativa é de que até o mês de

março os eixos de discussão estarão estruturados. O trabalho de cada eixo temático deverá, no fim do processo, apresentar um diagnóstico do setor, com levantamento dos problemas, propostas de soluções, estabelecimento de metas, ações, prazos e parceiros, além de indicadores de avaliação. TRANSPORTE E TRÂNSITO Um dos assuntos que merecem atenção especial nas discussões é quanto ao transporte e trânsito na cidade. Para o prefeito, este é um desafio que começou a ser equacionado ainda neste ano. "Com a vinda do Rodoanel e a exten-

são da avenida Jacu-Pêssego, que será ligada à avenida Papa João XXIII, o trânsito de Mauá está cada dia mais complicado. A expectativa do Governo do Estado, responsável pela obra, é que o empreendimento esteja finalizado até julho do ano que vem. A partir daí, teremos uma melhora no escoamento do trânsito", analisa Dias. Quanto ao transporte público, a empresa Leblon assumiu no dia 6 de novembro 18 linhas de ônibus de Mauá. Com 86 novos veículos, a companhia cumpre o cronograma anunciado pela Prefeitura em outubro para ampliar a oferta de novos ônibus na cidade.


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Mudança no sistema de transporte de Mauá custou R$ 50 milhões As recentes alterações no sistema de transporte de Mauá consumiram investimento de R$ 50 milhões, e culminaram na renovação da frota de ônibus, colocação de abrigos, alteração no sistema de bilhetagem, criação de traçado das linhas de ônibus municipais e mudança no funcionamento dos terminais da cidade. "O usuário tem direito a transporte digno e de qualidade. Estamos trabalhando para adequar sempre a relação oferta e demanda", observa o secretário de Mobilidade de Mauá, Renato Moreira dos Santos. Segundo o titular da pasta, há ônibus suficientes para o atendimento da população. Novo diagnóstico será realizado entre fevereiro e março para avaliar o sistema. Segundo Santos, considerando a renovação da frota – 132 novos coletivos –, colocação de 100 novos abrigos, troca dos bilhetes antigos

para o novo Cartão DaHora, reformulação de dois terminais de integração – na região dos jardins Zaíra e Itapark –, e outras ações demandaram todo o investimento da secretaria, que prevê gastar cerca de R$ 10 milhões, em 2011, com a manutenção dos serviços na área. "Um investimento menor porque hoje a idade média dos ônibus de Mauá é de dois a três anos e o permitido é de cinco anos", explica. MELHORIAS NECESSÁRIAS O secretário conta que estudos realizados em 2010 apontaram a necessidade de mudar a forma de operação do terminal central, que atuava como ponto final, para uma estação de passagem dos ônibus. "Precisamos agilizar. Hoje os ônibus ficam parados no terminal do centro apenas pelo período do embarque", diz.

A expectativa é que o terminal, que beneficiará a região do jardim Zaíra, na avenida Presidente Castelo Branco, fique pronto na segunda quinzena de janeiro. "Hoje, todas as linhas que saem da região do Zaíra têm como destino o centro e passam pela avenida Presidente Castelo Branco, congestionando a via. Serão criadas linhas alimentadoras até este terminal de integração", esclarece. O investimento para a readequação do terminal central e construção da estação no Zaíra foi de cerca de R$ 850 mil.

Secretário diz que queixas caíram 65% ... Para o secretário de Mobilidade do município, Renato Moreira dos Santos, houve melhora no sistema de transportes. "Podemos dizer que houve queda de 65% no número de reclamações", destaca. Ao contrário do que vinha ocorrendo em anos anteriores, Santos revela que a população encaminha emails reconhecendo a melhoria dos serviços. Na visão de Santos, o transporte não caminha de forma isolada. "Estamos revendo a política de estacionamento e paradas, a possibilidade de aumentar o número de bolsões de estacionamento, e também foi feito edital para instalação de zona azul", comenta. Outra ação para melhorar o trânsito é a implantação de 75% de semáforos inteligentes.

Outro terminal que será utilizado para passagem é o localizado entre as avenidas Itapark e Barão de Mauá. A reforma do espaço conta com recurso federal – cerca de R$ 1 milhão – e tem inauguração prevista até agosto de 2011. A estação atenderá a população do Itapark. A promessa de Mauá para 2011 é acelerar a conversa com o governo do Estado sobre a integração tarifária dos ônibus municipais com a CPTM e a EMTU. "Essa discussão trará um impacto positivo para o bolso do usuário", destaca.

...mas moradores reclamam do tempo de espera Os novos ônibus são bem-vindos, no entanto, o desejo dos moradores é para que o tempo de espera pelo coletivo seja meEridan Souza nor. Morador do jardim Hélida, o ajudante geral Eridan Souza, demonstra contentamento com os novos coletivos, mas sem esconder a insatisfação quanto aos horários. "Fico em média 30 minutos esperando um ônibus", confessa. A auxiliar administrativo, Andressa Correa, aponta que já chegou atrasada no trabalho diversas vezes por conta da demora para Andressa Correa conseguir embarcar em um coletivo. "Ainda não tem ônibus novo na linha que eu pego. Tenho que esperar no mínimo 20 minutos no ponto", observa. Na visão da auxiliar administrativo Amanda Silva Santos, houve melhorias no começo, mas agora Amanda Silva já está tudo. "Já relaxou. Chego a esperar 40 minutos para embarcar", dispara a moradora do jardim Zaíra.


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Apesar de evolução no atendimento, Nardini continua sobrecarregado Desde que foi firmado convênio entre a FUABC (Fundação do ABC) e a Prefeitura de Mauá para o gerenciamento do Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini, o equipamento municipal retomou uma série de serviços e apresenta atendimento humanizado à população, no entanto, a demanda de pacientes ainda é superior à capacidade. Para a população, as mudanças são visíveis, assim como a necessidade de melhorias. Na opinião do prefeito Oswaldo Dias, o balanço da nova gestão do Nardini, apesar de não ser técnico e científico, é positivo. "Esse avanço é sentido à medida que as pessoas dão retorno e avaliam o serviço. Sabemos que é uma questão de equacionar a situação e buscar mais recursos para melhorar", observa. Segundo Dias, a partir do próximo ano, com a entrega de quatro UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) e um AME (Ambulatório Médico de Especialidades), haverá uma diminuição na demanda do Nardini. "Hoje, o hospital está sobrecarregado, mas o atendimento especializado das UPAs e do AME vai aliviar um pouco o Nardini", acredita.

O convênio firmado com a FUABC em fevereiro deste ano prevê repasse de R$ 4.029.957,00 por mês, por parte da Prefeitura, para custeio de equipes médica e de enfermagem, gerência, apoio, materiais e medicamentos, serviços contratados, despesas administrativas, entre outros, além de R$ 200 mil para investimentos. UPAS ALIVIARÃO PRONTO-SOCORRO A previsão é de que as quatro Unidades de Pronto Atendimento de Mauá estejam prontas ainda neste ano. As UPAs estarão localizadas na Vila Assis (rua D. José Gaspar, 2.190), Jardim Zaíra (avenida Washington Luiz, 1.952), Jardim São João (avenida Barão de Mauá, nº 3.609) e Centro (avenida Washington Luiz, 3.890) e têm investimento de R$ 8 milhões do governo federal, além de repasse mensal de R$ 700 mil para manutenção e contrapartida de R$ 2 milhões da Prefeitura. Nas unidades de pronto atendimento, que funciona-

População aponta falhas nos serviços do hospital A qualidade dos serviços e o tempo de espera para ser atendido melhoraram, mas para os moradores de Mauá, usuários do Hospital Nardini, ainda há muito para evoluir. "Antes, isso aqui era um lixo. Melhorou muito", comenta a dona de casa Maria José. Apesar do elogio, a moradora do Parque São Vicente está inconformada por ter de ir embora para casa com o marido, que tinha cirurgia de vesícula marcada e não foi operado. "O médico já autorizou, mas chegamos aqui e disseram que ele não está em condições de operar. Acho que deveriam ter pelo menos feito um exame antes de mandar a gente de volta

para casa com mala e tudo", destaca. Para o ajudante geral, Elias José da Silva, o atendimento ainda não é ideal. Acompanhando o filho que sofreu um acidente doméstico, o morador da vila Assis comemora o atendimento rápido. "Ele chegou e já foi atendido. Agora está fazendo exames", conta. Com um irmão internado na enfermaria do hospital, a ajudante geral Vanessa Queiroz de Lima destaca a falta de recursos do equipamento público. "Ele sofreu um acidente no domingo e ainda aguarda uma tomografia para avaliar o quadro", destaca a moradora de Ribeirão Pires, no último dia 1º de dezembro.

rão 24 horas, serão realizados exames diagnósticos e laboratoriais, além de estabilização clínica. Com quatro médicos, clínicos e pediatras e nove leitos de observação, a capacidade de

atendimento é de até 300 pacientes por dia. Dessa forma, o serviço de pronto-socorro do Hospital Nardini passará a atender apenas os casos mais graves.


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Diadema investe na canalização de córregos para desafogar o trânsito O ano de 2010 foi importante para Diadema no que se refere à iniciação de projetos para melhorias no trânsito. Um dos grandes problemas na região é a dificuldade de circulação de veículos que, em horários de pico, formam grandes congestionamentos. Entre os investimentos do poder público para melhorar o quadro estão obras de canalização de córregos. As ações em andamento têm como objetivo melhorar a vazão das águas das chuvas, causar impacto positivo na circulação de veículos e contribuir com a segurança no trânsito da região. O projeto do Ribeirão dos Couros, orçado em R$ 3,2 milhões, abrange a descida da alça da rodovia dos Imigrantes, com prolongamento da avenida Pirâmide e acesso até a avenida Nossa Senhora dos Navegantes. As obras serão direcionadas para drenagem e pavimentação, e irão

beneficiar cerca de 45 mil famílias. Outra ação que facilitará o acesso à Diadema é a canalização do córrego dos Monteiros, que possibilitará a construção de nova via. A obra foi iniciada em junho deste ano e financiada pelo Ministério das Cidades, por meio do Programa Saneamento para Todos, com um investimento de R$ 13 milhões e contrapartida municipal de R$ 800 mil. Com término previsto para agosto de 2011, a obra terá, como maiores beneficiados, as indústrias que fazem divisa entre o bairro Serraria e a vila Conceição. Em maio, a Prefeitura deu início a obras no bairro Campanário e na av. Fábio Eduardo Esquível, na região central do município. Uma das principais modificações é a abertura de alça de acesso que liga a av. Paranapanema à av. Brasília para aliviar o intenso fluxo de veículos na região.

Educação infantil ganha 2,8 mil vagas em 2011 A municipalização de escolas estaduais, a reorganização do ensino e a construção de novos equipamentos fará com que Diadema crie no próximo ano 2,8 mil vagas no atendimento de crianças de 0 a 5 anos, um salto de 23% em comparação com 2010. Com isso, a quantidade de alunos atendidos passará de 12,4 mil para 15,2 mil. Este número é resultado do aumento da verba destinada à educação, que em 2011 será de R$ 14 milhões, ante os R$ 11 milhões reservados para 2010. Com o montante, a cidade deverá repetir o repasse à pasta de 25,5% do orçamento geral do município. Quando o assunto é a pré-escola, a secretária de Educação da cidade, Lucia Couto, explica que neste ano cerca de 1,5 mil crianças de 4 e 5 anos ficaram sem vagas neste ano. "Não sabemos qual a real demanda para

o próximo ano letivo porque as inscrições seguem até o dia 18", conta. Segundo Lucia, a meta da cidade é atender todas as crianças nesta faixa etária até 2016. A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 96A/03, aprovada e sancionada no ano passado, determina que todos os municípios atendam brasileiros de 4 a 17 anos até 2016. CRECHES Cerca de 5,2 mil crianças de 0 a 4 anos esperam por vagas em creches na cidade. "Com a construção de novas unidades, conseguiremos atender 1,2 mil em 2011", afirma a secretária. "Zerar a fila de creche é algo muito difícil e complexo. A demanda é muito grande", argumenta. Para minimizar a fila de espera, a pasta possui plano de construir 10 novas creches até 2012.


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Incubadora pública é alternativa para inserção de empreendedores Dados preliminares do Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) apontam que Diadema possui pouco mais de 370 mil habitantes. Deste total, aproximadamente 110 mil atuam no mercado formal de trabalho. Entretanto, a população economicamente ativa é de quase 250 mil pessoas, ou seja, mais da metade delas estão no mercado informal ou são microempreendedores. Uma das alternativas para preencher este espaço é a economia solidária. A modalidade é uma das prioridades da administração que, para isso, lançou em 2009 a Incubadora Pública, que tem como objetivo prestar assessoria técnica e financeira a dez grupos de empreendedores populares. "É fundamental que aqueles empreendedores que estão começando, principalmente os

de caráter popular e solidário, tenham um plano de negócio estabelecido, que saibam para onde estão indo. O papel da incubadora é ajudar a fazer isso", explica o secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de Diadema, Luís Paulo Bresciani. Segundo ele, "a economia solidária tem se mostrado promissora e deixou de ser uma opção de sobrevivência para ser um negócio, um meio de inserção real na economia da cidade". O trabalho de incubação pode durar até três anos, mas não tem data de validade. Depois deste tempo o suporte continua sendo prestado pela secretaria. Para aumentar o número de empresas e cooperativas atendidas, uma parceria com o Instituto de Tecnologia Social está em fase de formalização e um novo edital deverá ser lançado em 2011.

Varal de garrafa pet é exemplo de sucesso Uma fábrica de varal feito a partir de garrafas pet instalada em Diadema e integrante da Incubadora Pública emprega seis pessoas. No início do próximo ano serão 15, cada um ganhando um salário mínimo. O que antes era um sonho para o ex-catator Claudinei de Lima, agora é realidade para ele e para as famílias que ajuda a sustentar. Há pouco mais de seis anos Lima resolveu desenvolver produtos utilizando garrafas pet. Depois de muita persistência, o Varalpet nasceu. "Fico feliz em poder produzir o que eu criei

e ao mesmo tempo dar emprego para as pessoas", destaca o dono da patente do varal ecológico. "A incubadora ajuda o negócio a expandir e a ideia pode ser utilizada por outras cooperativas e, assim, ajudar mais pessoas", finaliza. "Atualmente são produzidas cerca de 4 mil unidades de varal por mês. A meta é alcançar 12 mil já nos próximos meses", explica a coordenadora do projeto Varal, Maria da Penha Aparecida Cunha de Guimarães. O trabalho é desenvolvido pela CoopCent (Cooperativa Central dos Catadores do ABC).


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tar o programa "Mais Educação" que prevê a presença do aluno mais três horas na escola, além do período normal, para realizar atividades esportivas e culturais.

Perdas e ganhos Diadema saiu eufórica das urnas dia 3 de outubro. As vitórias de Regina Gonçalves (PV) na disputa do Legislativo estadual e do ex-prefeito José de Fillipi Júnior (PT) na esfera federal, abriram espaço para o encaminhamento das demandas locais nas duas Casas de Leis. Porém, o êxito de Regina caiu por terra com a ratificação dos votos de um ficha-suja. Somado ao desastre do PT, que não elegeu nenhum postulante e a frustração de José Augusto que não teve chancelada a reeleição, Diadema perdeu a representatividade no plenário estadual. Apesar do cenário desfavorável no Estado, a expectativa pelos repasses do governo federal – com a permanência do PT no comando do País e a eleição de Fillipi – é a melhor possível e, com isso, já é possível sonhar em participações efetivas do Município na destinação das verbas do PAC 2.

RD: Qual é o déficit hoje? Reali: O Ministério Público fala em sete mil vagas, mas essa contagem apresenta duplicação, porque foi baseada apenas nas matrículas das escolas. Se você não tiver a lista informatizada, você não cruza e os nomes se repetem. Nós contabilizamos cerca de 3 mil.

Reali quer acabar com o 3º turno em Diadema Com o foco da gestão voltado à educação, o prefeito Mário Reali (PT) quer melhorar a qualidade do ensino para tonificar o ingresso dos estudantes locais no mercado de trabalho. O primeiro passo é mexer já nas creches. O petista quer acabar com o terceiro turno, no qual a criança (entre 4 e 5 anos) entra às 11h30 e deixa a unidade às 14h30. Repórter Diário: O precatório ainda é o principal problema como em 2009? Mário Reali: O precatório foi o maior problema. Mas (devido aos sequestros do orçamento em 2009, que somaram R$ 40 milhões) é uma sombra que fica no cotidiano. Se voltar a situação anterior (sequestros) aí será o maior problema novamente, pois até hoje temos reflexos. RD: Quanto a Prefeitura paga mensalmente referente a precatório?

RD: É possível zerar? Reali: Nós vamos trabalhar para zerar, mas a cada ano nascem cerca de seis mil crianças. Então nós ficamos praticamente enxugando gelo.

RD: A cidade já recuperou o ritmo "précrise" e "pré-sequestro"? Reali: A nossa receita melhorou muito e nós estamos com o melhor nível de emprego com 110 mil carteiras assinadas, além da menor taxa de desemprego (6,4%).

RD: Na linha dos investimentos, qual a prioridade da gestão? Reali: Eu ressalto a educação. Nós municipalizamos 10 escolas e, com isso, reorganizamos a rede de acordo com a faixa etária. Conseguimos equacionar algumas escolas que tinham o terceiro turno (crianças entre 4 e 5 anos que entram às 11h30 e saem às 14h30) e nosso objetivo é, até 2012, zerar esse turno.

RD: Essa preocupação educacional reflete diretamente na qualificação para o mercado de trabalho. Reali: Nosso balanço ainda não é o que nós queremos, pois ainda falta qualificação. Atualmente 1/3 das vagas na nossa cidade é ocupado por pessoas de Diadema. Com base nesse quadro, verifiquei que um mito foi derrubado. Eu achava que o problema das vagas de trabalho não preenchidas era decorrente da falta de escolaridade. E não é. Hoje, a nossa população tem média escolar fincada no ensino médio, mas o problema é a qualidade do ensino. O menino tem o diploma do ensino médio, mas não sabe fazer uma boa redação.

RD: A que o senhor atribui essa recuperação econômica? Reali: A posta no mercado interno foi correta. Quando você desonera o IPI do carro, da linha branca. O nosso "cata bagulho", mesmo na crise econômica, aumentou em 50% a coleta.

RD: Qual o desafio da educação para 2011? Reali: Não podemos ter terceiro turno, pois prejudica a qualidade do ensino. Esse turno do meio é horrível, porque a criança vai praticamente para almoçar e sair logo depois. Aliás, com o fim do terceiro turno, podemos execu-

RD: Como é possível aprimorar essa qualidade? Reali: Nós temos fomentado o enfoque em temas extracurriculares, como feiras, eventos culturais, entre outras tantas coisas, para diversificar o olhar crítico do aluno.

Reali: Nós pagamos R$ 800 mil. Esse valor pode variar, porque representa 1,5% da receita líquida como prevê a legislação. E, como essa receita varia, nós recalculamos todo mês. Na avaliação do fluxo do pagamento, é a maior fatia depois do pagamento do lixo. Claro sem contar folha pessoal.

Jornalista responsável: Airton Resende Edição: Aline Bosio e Maria do Socorro Diogo Rua Álvares de Azevedo, 210 – Centro – Santo André - Tel.: 4427-7800 www.reporterdiario.com.br

Reportagem: Angela Martins, Natália Fernandjes, Carolina Neves, Leandro Amaral e Aline Bosio

Comercial: Claudia Plaza e Alessandra Duran Fotos: Marciel Peres e Carolina Neves Projeto Gráfico: Rubens Justo Suporte Operacional: Pedro Diogo


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