PEQUENO APRENDIZ SALA DE AULA HI-TEC PARA CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL Cada vez mais, o mercado infantil vem consumindo produtos que, até pouco tempo, eram direcionados apenas ao público adulto.
PERIGOS DA TECNOLOGIA EM EXCESSO
Especialistas alertam que abusos podem causar prejuízos no aprendizado intelectual e desenvolvimento social dos filhos.
Maringá - PR Ano I - Nº 01 Abril /2009 Distribuição Gratuíta
CRIANÇAS DA PERIFERIA DE SP TESTAM LAPTOPS DOADOS PELO GOVERNO
Crianças da periferia de São Paulo já começaram a testar os computadores que o Governo Federal pretende distribuir aos alunos das escolas públicas.
VERSÃO INFANTIL DO PACOTE OFICCE CHEGA AO PAÍS Versão adaptada dos programas da Microsoft será vendida no Brasil.
DICAS, FILMES, ENTRETENIMENTO E DIVERSÃO
Revista
PEQUENO APRENDIZ Expediente Diretor Responsável Lilian Soares.
Coordenação de Imagem Valdemir Bressan.
Conselho Editorial Douglas Camotti, Fernanda Bijora, Rericson Moura, Valdemir Bressan
Tratamento e edição de imagem Rericson Moura
Reportagem Fernanda Bijora, Lilian Soares. Projeto Fernanda Bijora, Lilian Soares, Valdemir Bressan. 02 | Pequeno Aprendiz - Abril/2009
Tiragem 1.000 exemplares.
Índice Informação: Versão infantil do pacote Office chega ao país. Versão adaptada dos programas da Microsoft será vendida no Brasil..........................Pg. 4-5 Crianças da periferia de SP testam laptops doados pelo governo. Crianças da periferia de São Paulo já começaram a testar os computadores que o Governo Federal pretende distribuir aos alunos das escolas públicas...................................................Pg. 6-7 Tecnologia: Sala de aula hi-tec para crianças da educação infantil. Cada vez mais, o mercado infantil vem consumindo produtos que, até pouco tempo, eram direcionados apenas ao público adulto.....................................................................Pg. 8-9 Entrenimento: Bebês têm contato com tecnologia educacional. O uso de tecnologia na Educação Infantil pode servir até para preparar crianças de 1 ano para a tecnologia educacional.........................................................................................Pg. 10-11 Perigos da tecnologia em excesso. Especialistas alertam que abusos podem causar prejuízos no aprendizado intelectual e desenvolvimento social dos filhos......................................................................................................Pg. 12 Diversão: Dicas, filmes, entretenimento e diversão..........................................................Pg. 13-14 Pequeno Aprendiz - Abril/2009 | 03
Informação
Versão infantil do pacote Office chega ao país. Versão adaptada dos programas da Microsoft será vendida no Brasil a partir de outubro. Apesar do conteúdo pedagógico, educadores ressaltam foco comercial do produto.
Utilizado por milhões de pessoas em todo mundo, o pacote Office, da Microsoft, é a base da maior parte da criação de documentos no dia-a-dia de quem usa o computador. Com a inserção no mundo da informática cada vez mais cedo para as crianças, será lançado no início de outubro no Brasil um produto já existente no exterior: o Office for Kids, com aplicativos adaptados para crianças de 3 a 12 anos e à realidade brasileira. Apesar da validade da iniciativa, que estimula o uso do PC entre os pequenos, especialistas em educação ressaltam que não se pode esquecer do cunho comercial do produto. “Vejo duas perspectivas complementares: a comercial, como um processo de formação de clientes do futuro, e a educacional”, afirma Gilberto Lacerda, 04 | Pequeno Aprendiz - Abril/2009
professor da Faculdade de Educação da Universidade
de Brasília (UnB). “Hoje, cada vez mais as pessoas precisam estar inseridas digitalmente para participar de processos. E, quanto mais cedo isso acontecer, desde que com inserção em um contexto, melhor para as crianças”, continuou. O Office for Kids foi desenvolvido original-
Informação
tigantes e abrissem caminho para os professores, além de interessarem aos alunos”, conta Antonieta Soares, responsável pelo conteúdo pedagógico do Office for Kids.
mente em 2002 por uma empresa australiana, com autorização da Microsoft. O produto já foi exportado para outros países e em 2006 a Planeta Educação, empresa brasileira que implanta projetos educacionais em escolas, comprou os direitos de comercialização, produção e adaptação para o Brasil. “O programa usa recursos do Office para uma faixa etária mais baixa, joga uma máscara no pacote (é preciso ter uma versão ‘original’ do Office instalada no computador para utilizálo e o deixa mais lúdico”), conta Eduardo Haruna, responsável pela área técnica do software na empresa. Word, Excel e PowerPoint ganharam os nomes de OK Letras, OK Números e OK Multimeios, respectivamente. Além de-
les, o pacote ganhou o OK Imagens (um correspondente ao Paint do Windows) e o OK Sons, aplicativo de voz. “Como se trata de um pacote, é possível trabalhar com qualquer conteúdo nele”, explica Haruna, ressaltando que o produto não interfere no uso do Office normal. Entre as diferenças na versão para crianças, estão ícones maiores, uma interface mais amigável, lúdica e a inclusão de ativi-
dades adaptadas à cultura do país, como jogos com rimas e contos. “Buscamos atividades que fossem ins-
Uma ferramenta ressaltada pelos produtores é um recurso de voz que faz a leitura oral dos textos escritos pela criança, através da figura de um papagaio. Isso permite que elas utilizem ao mesmo tempo a escrita e o som para verificar a correção das palavras. Primeiro, a educação Para os educadores, é preciso olhar com atenção para a proposta. “Sem dúvida, o uso de um software desse tipo é válido, desde que inserido num contexto educativo mais amplo, para a formação de determinadas competências”, explica Lacerda, da UnB. Martha Cristina Sanches Brandão, que faz especialização em educação infantil na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), ressalta que ainda não conhece o novo produto, mas que um software, se for para desenvolver o aprendizado, tem que provocar a reflexão. Pequeno Aprendiz - Abril/2009 | 05
Informação
Crianças da periferia de SP testam laptops doados pelo governo. Crianças da periferia de São Paulo já começaram a testar os computadores que o Governo Federal pretende distribuir aos alunos das escolas públicas. Cada computador deve custar ao governo R$ 250,00 Numa escola, na periferia de São Paulo, computador é novidade pra maioria. O aparelho é pequeno, pesa só um quilo e meio e tem jeito de brinquedo. Mas todo mundo aqui sabe que é coisa séria. - Eles estão sabendo que estão participando de um processo que é novo nos país e que eles têm responsabilidade em tudo que vai acontecer daqui pra frente, fala Jorge Franco, orientador de informática. - Você pode escrever, fazer a lição nele, e também da para você fazer trabalhos, pesquisar as coisas na internet, revela Brisa Dantas, de 11 anos. 06 | Pequeno Aprendiz - Abril/2009
Além do modelo de computador portátil, outros dois estão sendo testados no Brasil. Não só por estudantes, mas também por especialistas de várias universidades. Engenheiros, pedagogos e psicólogos tentam definir como deve
sumidor de informação, mas com esse novo sentido, ter senso critico, afirma Roseli de Deus Lopes, engenheira eletrônica. O um
Governo Federal tem projeto pra entregar à rede pública 150 mil computadores portáteis. Professor do IME critica projeto pedagógico do laptop de US$ 100 Computador oferece uma educação mecanizada que pode ser prejudicial à formação dos alunos, diz professor Valdemar Setzer. Responda sim ou não: o ser humano é u m a
ser o laptop ideal pra ajudar na educação das crianças e jovens. - A gente está falando de direitos. De todos terem direitos. Assim como a gente tem direito a eletricidade e água em casa, o direito ao acesso de informação de qualidade, principalmente não só no formato de con-
máquina? O teste é feito há anos pelo professor titular do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP) Valdemar Setzer em suas apresentações em congressos científicos, e não foi diferente na conferência na Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em Belém.
Informação
O resultado é praticamente sempre o mesmo: 60% das pessoas dizem que o ser humano é uma máquina, o que seria uma concepção errônea. “Diferentemente dos humanos, toda máquina foi projetada e construída. Não existem valores como moral ou dignidade na máquina”, disse Setzer em conferência na tarde desta terça-feira (10/7). Setzer fez a pesquisa no auditório para ilustrar suas críticas à ausência de uma proposta educacional bem definida nos projetos dos computadores de 100 dólares, especialmente no da organização não-governamental One Laptop Per Child, liderada por Nicholas Negroponte, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos. “A única ‘proposta educacional’ desse projeto é que um computador para cada criança automaticamente permitirá um nível de ensino melhor”, disse. “Os computadores são máquinas que executam tarefas matemáticas e, por isso, forçam o usuário a ter pensamentos restritos às funções que o software executa, inibindo o poder da imaginação e da criatividade e também contribuindo para intelectualizar as crianças de maneira precoce”, afirmou. Apesar de ser a favor da inclusão digital, Setzer apontou que isso não ocorrerá sem profissionais que façam a intermediação do conhecimento. “Sou totalmente contra o uso
como as crianças são di-
de computadores na educação, pelo menos até o ensino médio. Estudos mostram que o primeiro contato dos indivíduos com computadores deve ocorrer a partir dos 17 anos, com exceção de crianças com deficiências físicas que não conseguem segurar um lápis, por exemplo.” Para ele, induzir uma criança a mexer em computadores, seja no lar ou na escola, é parecido com situações em que pais “forçam” seus filhos a aprender a caminhar em andadores. “Como ainda não tem força suficiente, a criança não só não anda direito como também pode desenvolver problemas futuros na formação dos músculos. Por que acelerar um processo que ocorrerá naturalmente? Da mesma forma, permitir o uso livre de computadores por crianças pode ser considerado um ‘andador mental’ que força a criança a pensar de uma maneira que ela ainda não está preparada”, disse. Acesso em momentos distintos Fredric Michael Litto, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) e coordenador científico da Escola do Futuro da USP, ouviu da platéia as longas críticas de Setzer e, na seqüência, fez questão de participar do debate. Para ele, os computadores devem ser acessados “a partir do momento em que a criança consiga alcançar o teclado”. “Assim
ferentes, têm impressões digitais, timbres de voz e organização dos neurônios diferentes, cada uma deve começar a interagir com computadores em momentos distintos”, defendeu. Os computadores de 100 dólares, segundo Litto, independentemente de qual modelo seja adotado no Brasil, certamente chegarão com mais abundância nas mãos das crianças. “Mas, realmente, o One Laptop Per Child prioriza o hardware e é carente de um plano pedagógico de treinamento de professores e alunos para utilização das máquinas. Esse é um ponto fraco que realmente nos preocupa nesse tipo de projeto”, disse Litto à Agência Fapesp. Cerca de 25% das escolas públicas no Brasil e perto de 60% das particulares contam com computadores, segundo Litto. “Embora tenhamos argumentos suficientes para criticar os projetos de máquinas de 100 dólares, espero que essa iniciativa seja implementada no Brasil acompanhada de critérios para a avaliação de sua eficácia. Pequeno Aprendiz - Abril/2009 | 07
Tecnologia
Sala de aula Hi-Tech para Crianças da Educação Infantil Imagine uma sala de aula em que a iluminação muda de acordo com o assunto ensinado: para matérias de exatas, luz fria; para o ensino das artes, luz que simula o sol de fim de tarde. Os alunos não precisam responder à chamada, já q u e c â m e ra s especiais reconhecem o rosto de cada um, atualizando automaticamente um banco de presença. O que antes só acontecia no mundo dos Jetsons começa a transformar a dinâmica do ensino e da aprendizagem. Dentre outras coisas a mesma possui lousa digital com acesso a Internet e laptops educacionais Classmate da Intel 08 | Pequeno Aprendiz - Abril/2009
para todos os alunos da turma. O objetivo é promover o uso dos mais diversos recursos tecnológicos no ensino.
estes os recursos mais adequados para crianças de 3 a 6 anos? erá esta uma tendência a qual devemos nos moldar?
A “salinha” de início nos parece um ambiente interessante, pois além de
Quais são os benefícios e prejuízos de se ter uma sala como esta? Nossas crianças sairiam menos da sala de aula devido aos recursos disponibilizados em sala de aula?
confortável possibilita as vantagens oportunizadas pelos recursos disponíveis. Mas, me pergunto serão
Cada vez mais, o mercado infantil vem consumindo pro dutos que, até pouco tempo, eram direcionados apenas ao público adulto. Atual mente é fácil encontrar uma criança de 6 anos com um celular próprio ou ouvindo música em seu ipod; computador então já virou coisa quase
Tecnologia
ultrapassada. Mexer com as novas tecnologias se tornou algo normal na vida das crianças que nasceram em meio ao desenvolvimento destas e começaram a conviver com as novidades antes mesmo de dar os primeiros passos. Segundo a coordenadora de tecnologia educacional do Colégio Dante Alighieri, Valdenice Minatel Melo de Cerqueira, os avanços tecnológicos permitem que os pequenos fiquem por dentro de alguns assuntos que, para os adultos, ainda não são fáceis de compreender. “Hoje a criança é mais multimídia; pode ensinar também”, diz a especialista. Como a exposição às informações na web, na televisão e até mesmo pelo celular, é muito maior, a tendência é que, realmente, os infantes de hoje sejam mais inquisidores do que os de antigamente.
“A convivência com as novas tecnologias é positiva para as crianças, pois elas já crescem habituadas aos avanços; mas, deve haver limites e acompanhamento dos adultos”, explica a monitora de informática do Colégio Santa Maria, Joyce Willis. O mais indicado é que os pimpolhos tenham os primeiros contatos com o computador a partir dos 4 anos, quando estes já têm habilidades motoras desenvolvidas com outros materiais antes do mouse. “Se a criança tem curiosidade antes disso, os pais podem ensina-la a mexer no computador, mas devem sempre acompanhar tudo o que ela está fazendo”. Aula em 3D O ensino de biologia e geografia pode se tornar muito mais agradável se esquemas motores e ma-
pas forem apresentados aos alunos em 3D. A anatomia de uma cora, que impressa em um livro pode não chamar tanto a atenção, na tela ganha vida e faz olhinhos brilharem. A idéia é da P3D, empresa brasileira que desenvolve e exporta para países como Estados Unidos e Finlândia programas educativos em realidade virtual. No Brasil, cerca de 200 escolas já utilizam o recurso. Os softwares podem ser rodados em lousa eletrônica ou em um computador. No segundo caso, basta um projetor e uma tela branca para a exposição dos conteúdos elaborados por oito professores consultores com base nos Parâmetros Curriculares Nacionais. O pacote completo, que inclui 700 aulas de três disciplinas e treinamento para os docentes, tem um custo aproximado de 1500 reais.
Pequeno Aprendiz - Abril/2009 | 09
Entretenimento
Crianças pequenas têm contato com tecnologia educacional Notícia - O uso de tecnologia na Educação Infantil pode servir até para preparar crianças de 1 ano para a tecnologia educacional. O Colégio Magno de SP é um exemplo de escola que disponibiliza aos professores e alunos da educação infantil softwares educativos e acesso à internet para pesquisa em sala de aula. O colégio terá ainda uma lousa digital que arquivará a escrita das crianças. A lousa digital, que começou a ser utilizada durante as aulas em março, permite que as crianças desenhem ou escrevam usando uma caneta especial, que funciona ainda como um mouse. Tudo o que o aluno produzir será também arquivado e fica registrada a evolução da escrita da criança. O objetivo é utilizar a lousa até com crianças a partir de um ano e dois meses de idade. Para estes, as atividades irão priorizar as experiências mais
10 | Pequeno Aprendiz - Abril/2009
sensoriais. Entrevistamos Claudia Tricate, psicóloga e diretora do Mágico de Oz para saber mais sobre a tecnologia na educação infantil. Pode-se dizer que todos os pais acham importante que suas crianças sejam expostas à tecnologia na educação? O que se poderia dizer para um pai que não se entusiasma com a idéia? Pode-se dizer que o uso da tecnologia acontece em duas grandes vertentes no Mágico de Oz. De um lado, é um instrumento que aperfeiçoou muito nossa comunicação com as famílias. Como faz parte de nossos diferenciais o atendimento personalizado, a tecnologia nos ajudou a aprimorar esse trabalho. Basta ver, por exemplo, recursos como o Click Adap-
tação (que permite aos pais acompanhar a adaptação dos filhos, reduzir a ansiedade e assim participar positivamente do processo) ou como o relatório recebido cotidianamente pelos pais com filhos no berçário com fotos, detalhes de sua alimentação, sono, comportamento. A outra vertente é a educacional propriamente dita: nesse caso, além de softwares e outros recursos, temos a Internet como um importante recursos de apoio. Em ambos os casos, não temos notícia de resistência dos pais; ao contrário, todos percebem que a exposição à tecnologia não é algo que acontece de dentro para fora da escola; ao contrário, desde cedo as crianças convivem com os
Entretenimento
recursos tecnológicos e seria muito estranho que a escola os isolasse do mundo real. Se algum pai, em hipótese, nos questionasse sobre isso, esse seria o nosso posicionamento. Evidentemente, no ambiente educativo, trabalhamos com conteúdos e estratégias pertinentes à idade de cada criança. As atividades com tecnologia na educação infantil são diferentes das oferecidas para as séries mais avançadas. Os próprios professsores produzem o conteúdo ou há software no mercado que sirva a esse propósito? A resposta à essa questão está na diversidade do uso que fazemos da tecnologia. Não podemos ficar presos a softwares nem a linguagens específicas. A tecnologia sempre é um ponto de apoio, nunca a atividade central. Para que se tenha uma idéia, nossas crianças têm a possibilidade de, muitas vezes, passar por oficinas de robótica - assim como nossos professores. Do mesmo modo, as pesquisas na internet, a exploração dos recursos abertos a todos (como os softwares gráficos, de paginação) também são frequentes. É claro que também utilizamos muitos softwares. Há boas opções em nosso mercado (embora sempre sejam bem-vindas novas
idéias), mas também utilizamos muitos materiais trazidos do Exterior. Como é o uso da internet na Educação Infantil? Há alguma atividade para iniciar as crianças na rede? Há problemas de exposição a sites inadequados e eventual necessidade de controle?
esclarecendo-os sobre o que é a internet, sobre a necessidade de se separar o que é informação e o que é lixo eletrônico e buscamos formar sempre, em qualquer situação, usuários críticos e inteligentes dos recursos tecnológicos.
Não temos esse tipo de problema porque, na Educação Infantil, todas as atividades são mediadas ou acompanhadas pelo professor e por nossa equipe técnica e pedagógica. O uso não é livre. Ao mesmo tempo, todo acesso à internet - para crianças e adolescentes - é restrito. Somos provedores internos de internet, e bloqueamos o acesso a uma longa lista de sites de conteúdo não educativo. Esse cuidado é necessário, sem dúvida. Ao mesmo tempo, procuramos trabalhar com todos os alunos Pequeno Aprendiz - Abril/2009 | 11
Entretenimento
Perigos da tecnologia em excesso Pesquisa realizada pela UFG revela que crianças preferem ganhar presentes como MP3 e celulares. Especialistas alertam que abusos podem causar prejuízos no aprendizado intelectual e desenvolvimento social dos filhos Ivone Ataíde, 38, e o filho Jefferson Ataíde, 5: menino deixou de lado carrinhos e prefere ganhar celular Quem não se lembra do Bambolê, Vai-e-vem, Genius, Lego, Comandos em Ação, Pega Vareta, Cubo Mágico, Aquaplay e Autorama? Esses brinquedos estão cada vez mais presentes apenas na lembrança dos mais velhos. Pesquisa feita pela Universidade Federal de Goiás (UFG) mostrou que a maioria das crianças quer tecnologia de presente no dia 12 de outubro. As sugestões são MP3, celulares e até computadores. Especialistas alertam que o excesso de tecnologia pode causar prejuízos no aprendizado intelectual e no desenvolvimento social dos pequenos. Levantamento feito com 200 adolescentes e jovens de universidades de São Paulo perguntou quantos ainda guardavam brinquedos de infância. A resposta positiva foi dada por 30%, que ainda possuem bonecas, carrinhos, jogos de tabuleiro e coleções de latinhas, figurinhas e chaveiros. Coordenador da pesquisa, professor Marcos Crivelaro acredita que isso mostra que esses jovens quiseram guardar momen-
12 | Pequeno Aprendiz - Abril/2009
tos bons do passado. Jogos on-line e internet, para o professor, podem ser prejudiciais porque são individuais. “Alguns jovens me disseram que, em lan houses, várias pessoas interagem jogando juntas. Não acredito em interação, porque uns se juntam aos outros para matar o companheiro, que eles se quer olham nos olhos, apenas apertam botões”, critica. Marcos Crivelaro diz que objetos tecnológicos não podem ser considerados
brinquedos porque não estimulam a convivência, nem o aprendizado. O pequeno Jefferson Ataíde, 5, já escolheu o que quer ganhar no Dia das Crianças: um aparelho celular. Depois de pensar muito, a auxiliar de rouparia Ivone Ataíde, 38, mãe do garoto, decidiu que vai dar o presente ao filho. Ela cedeu aos apelos do pequeno, que faz o pedido há mais de um ano. Essa
é uma tendência. Pesquisa do Centro de Estudos e Pesquisas de Relações Públicas (Cepe) da UFG aponta que 75% das crianças preferem ganhar brinquedos eletrônicos aos tradicionais carrinhos e bonecas. A pesquisa ouviu 350 crianças com idade entre 9 e 12 anos. Aparelhos como MP3, celular, computador foram os mais citados na pesquisa. Ganhar o dinheiro vivo para gastar como quiser foi preferido por 63%, e apenas 37% querem o brinquedo. Especialistas apontam para o perigo do excesso de tecnologia. De acordo com a psicóloga Débora Diva Alarcon Pires, brinquedos tradicionais têm capacidade de estimular o raciocínio e o desenvolvimento cognitivo. A mãe de Jefferson diz que só vai dar o presente porque ele pede há muito tempo. Ivone se lembra que a filha mais velha, Lorrainy, 16, preferia bonecas e brinquedos. A tendência atual de querer tecnologias é difícil de controlar segundo ela. Os aparelhos eletrônicos fazem parte do desenvolvimento das crianças de hoje. Ela se diz cuidadosa e estará atenta para possíveis problemas que o uso do aparelho possa trazer.
Divers達o
Pequeno Aprendiz - Abril/2009 | 13
Instruções para Montar o QUEBRA CABEÇA Materiais Utilizados: • 1 Tesoura sem ponta; • 1 Caixa de sapatos; • 1 Cola bastão; Modo de Fazer: Com a ajuda de um adulto, recorte a caixa de papelão do tamanho do quebra-cabeças, passe a cola bastão uniformemente no verso, cole e deixe secar por alguns minutos. Depois recorte de acordo com o desenho das linhas. Pronto, agora é só brincar!
14 | Pequeno Aprendiz - Abril/2009
Pequeno Aprendiz - Abril/2009 | 15