Revista exposição 0001

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2016 - Ano I – número 1

revista teológica

exposição aplicando a Palavra de Deus

à vida cotidiana

livro do mês Introdução À Metodologia Das Ciências Teológicas de Hermisten Maia Pereira da Costa

Piedade Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, 2Pedro 1.3

O Cristão e a Ansiedade “Não andeis ansiosos de cousa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça.” Filipenses 4.6


Palavra Pastoral Agradeço a Deus, a oportunidade de colocar em sua mão o primeiro exemplar da Revista Exposição. Ela surge com o objetivo de trazer sempre uma palavra pastoral bíblica, sempre fundamentada na verdade da Escritura. Nela você encontrará artigos escritos por alunos, aqui do Seminário Teológico Presbiteriano “Rev. José Manoel da Conceição”, mais conhecido como “JMC”, muito embora, não seja uma revista oficial do seminário. Nesta revista você sempre terá uma breve ficha técnica de um livro, e também uma sugestão de aplicação para poder tirar o máximo proveito em sua igreja local, ou mesmo para o seu próprio crescimento espiritual. Na última página, se você estiver lendo em um dispositivo móvel, como celular ou tablete, ainda poderá fazer um print da tela, e usar como papel de parede. Que Deus abençoe sua vida, e se quiser, fique à vontade para compartilhar esta revista com seus familiares, amigos, colegas, para que, tanto quanto possível, a Escritura e suas verdades, cheguem ao maior número possível de pessoas. Rev. Daniel Piva https://www.facebook.com/revdanielpiva

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Quem É Este Que Até Os Ventos E O Mar Lhe Obedecem? No Evangelho de Marcos uma pergunta permeia o livro: "Quem é este?"

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Piedade O mundo precisa que Deus seja refletido nos crentes.

09 Olha Sem Graça Porque você não evangeliza o que deveria e poderia

Deus É Bom Mas nem sempre você entende do jeito certo

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Resgatados e Adotados Como alguém mau, pode ser feito filho de Deus?

O Cristão e a Ansiedade Já parou para pensar a quem você entrega suas petições?

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Livro do Mês Para seminários teológicos, institutos bíblicos, ou docência na igreja local.

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Não há nada melhor no Universo senão o próprio Deus, e por isso mesmo, ele não procura outra coisa senão a si mesmo, pois jamais procuraria outra coisa menor, inferior ao seu próprio ser


Rev. Daniel Piva Pastor auxiliar na 1ª Igreja Presbiteriana de São Bernardo do Campo Professor de Hebraico Bíblico e Hermenêutica no Seminário Teológico Presbiteriano “Rev. José Manoel da Conceição” (JMC) Mestre em Teologia pela Universidade Mackenzie Doutorando em Ministério pelo Centro de Pós-Graduação “Andrew Jumper” (CPAJ) _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Piedade Afinal, que é piedade, e ser piedoso?

Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, 2Pedro 1.3 Não há nada melhor no Universo senão o próprio Deus, e por isso mesmo, ele não procura outra coisa senão a si mesmo, pois jamais procuraria outra coisa menor, inferior ao seu próprio ser, pois é perfeito. Esta é uma das causas pelas quais Deus exige que os seus filhos sejam piedosos; em outras palavras, ele quer ser visto na vida deles, e quer que o mundo tenha uma clara e concreta visão de seu ser, seu caráter, seu amor, justiça, sabedoria, e todas as perfeições para que seja devidamente glorificado. À primeira vista, pode parecer que se trata de um Deus egoísta, e narcisista. Isto acontece porque você tem a tendência de ver Deus, como vê a si mesmo, ou seja, de um modo imperfeito, tendencioso e pecaminoso. Quando você deseja ser o foco das atenções, o faz por motivos errados, corrompidos e egoísticos. Quando Deus determina que o foco da vida do homem seja voltado para ele, não é por egoísmo, mas sim, porque não há nada melhor do que ele em todo o Universo. Então, na verdade, ele quer o melhor para o homem. João Batista sabia bem disso ao ver o Filho de Deus encarnado e começando seu ministério, como está em João 3.30. Como então abandonar esta natural tendência ao egoísmo, narcisismo e falta de atitudes piedosas? A Escritura nos ensina tanto no Antigo como no Novo Testamento a necessidade desta piedade, e o faz utilizando basicamente duas palavras. A primeira ocorre no hebraico do Antigo Testamento é ‫חָ ִסיד‬ (lê-se hassid). Esse termo tem o significado básico de “amável”, “fiel na demonstração do amor”; e por decorrência, todas as outras qualidades e ações relacionadas a este amor demonstrado. Em resumo, podemos dizer que ser “pio”, ou “piedoso” significa

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“demonstrar com fidelidade, na própria vida, o ser de Deus, através da prática de um dos principais atributos divinos, o amor”. É assim que o ser de Deus é demonstrado e melhor compreendido pelo homem, inclusive, pelos que rejeitam a própria existência de Deus. No período do Antigo Testamento, Deus escolheu Israel para ser seu povo, e este deveria ser luz para as nações (Isaías 42.6; 49.6), ou seja, fazerem com que as outras nações vissem não o povo, nem seus feitos; mas sim, como Deus os havia escolhido, engrandecido, e como tudo o que eram e tinham se devia única e exclusivamente à ação de Deus. Este testemunho internacional deveria ser de tal forma intenso e constante, que as nações deveriam querer ser como Israel, e ter o mesmo Deus (Deuteronômio 28.10; Josué 4.24; Salmos 45.17). Israel tinha uma grande responsabilidade como povo escolhido de Deus em revelá-lo em todas as esferas da vida. Isto era ser piedoso no Antigo Testamento. A segunda palavra ocorre no grego koiné do Novo Testamento é εὐσέβεια (lê-se “No período do Antigo eussébeia). Essa palavra, e suas variações Testamento, Deus escolheu originaram os nomes próprios na Língua Israel para ser seu povo, e Portuguesa Eusébio. Esse termo tem o este deveria ser luz para as significado básico de “demonstrar profundo nações.” respeito filial”, especificamente, no caso bíblico, significa “devoção a Deus, como fruto de uma crença correta sobre Deus”. Com o passar dos anos, Deus foi se revelando cada vez mais ao homem, principalmente, ao seu povo e nesta progressividade, a ideia de “piedoso” também foi ficando cada vez mais ampliada em seu alcance. No Novo Testamento, podemos notar que não é somente uma prática do amor. Ela conta com uma sólida base de conhecimento de Deus, que aliás é um dos importantes temas do Novo Testamento como, por exemplo em Romanos 11.33; 15.14; Efésios 4.13; 2Pedro 3.18. Com esses dois conceitos básicos, chega-se à conclusão de que todo o filho de Deus precisa revelar o ser do seu Salvador, Mestre, Pastor, e Pai Celestial; contudo, é simplesmente impossível fazê-lo sem verdadeiro conhecimento. Isso é bastante lógico, pois como você pode demonstrar e explicar algo que não conhece, de fato? Como você vai responder perguntas práticas sobre algum assunto, se apenas leu sobre, ou ouviu alguns conceitos de segunda mão, e tem apenas teorias em mente? Impossível. Diante destes conceitos, e da dificuldade de vivenciá-los, talvez alguém possa dizer, que a piedade é algo muito belo, sublime, mas, simplesmente, impossível de conseguir vivenciá-la no dia a dia. Bem,

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de fato, se você pensar apenas em suas forças, seu coração tendendo ao pecado, e que está em um mundo que jaz no maligno, você não terá sequer ânimo para algo piedoso. É neste momento que o texto em questão de 2Pedro 1.3 te dá as certezas de que você precisa para a prática da piedade. Você não conta com as suas próprias forças. Você é o responsável, é verdade; mas o poder vem de Deus, inclusive para capacitá-lo a ser responsável, como nos diz Paulo em Filipenses 2.13. Este poder é maior do que você, do que seu pecado, sua contumácia, e natural letargia para com as coisas de Deus, pois vem do Todo Poderoso. Lembra de que Deus quer ser visto em você, e que você precisa revelá-lo a outros? Então, porque pensar que seriam suas forças e inteligência que realizariam esta obra? Somente o poder vindo da parte dele, pode realizar o que ele mesmo demanda. Este poder é a fonte de toda a energia que você precisa para testemunhar dele ao mundo.

“Este poder é maior do que você, do que seu pecado, sua contumácia, e natural letargia para com as coisas de Deus (...)”

O texto também mostra que não falta nada para que você possa obedecer. Deus tem dado todos os instrumentos de que você precisa e que conduzem à pratica da piedade. Aqui você pode descansar quanto aos resultados, pois os instrumentos funcionam. O Deus todo perfeito, somente pode dar instrumentos perfeitos.

Ainda mais, você poderá utilizá-los sabendo que necessariamente conduzem à piedade, bem diferentes dos instrumentos que são fruto do próprio coração humano, como por exemplo a falsa religiosidade, falsa ética e honestidade, e tantas outras coisas que todos têm a tendência de fazer uso. Por outro lado, eles se tornam como que um aferidor para sua própria vida. Ora, se eles, necessariamente, conduzem à piedade; e não for percebida piedade alguma, ou muito pouca, é porque estes instrumentos não estão sendo bem utilizados. Como eles exigem submissão, muito rapidamente, você tenderá a substituí-los por outros. Somente os instrumentos divinos é que levam a verdadeira piedade. Finalmente, o texto nos diz que a vida de piedade não é um fim em si mesma, como, de fato, o chamamento pessoal não é. Todas as coisas apontam para a glória dele. A vida de piedade aponta para a glória de Deus, assim como o seu chamamento. Esse é o objetivo primeiro de sua vida, glorificar a Deus. A melhor maneira de você fazer isso é usar os instrumentos dele para que ele próprio se veja em você, e consequentemente os homens o vejam, e possam reconhecê-lo como ele é, e venham a glorificá-lo também.

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No Evangelho de Marcos uma pergunta permeia o livro: "Quem ĂŠ este?" Mc 4.41b


Sem. Daniel Simoncelos É casado com Marina e está plantando uma igreja em Diadema. É formado em Economia pela UFJF, em Teologia pelo Seminário Servos de Cristo, e seminarista no Seminário JMC.

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Quem É Este Que Até Os Ventos E O Mar Lhe Obedecem? Conhecendo melhor a Jesus através de seu ministério nos Evangelhos

No Evangelho de Marcos uma pergunta permeia o livro: "Quem é este?" (Mc 4.41b). Essa pergunta está na boca da multidão e dos discípulos aos verem as obras e a vida de Jesus. Em Marcos 11, nota-se um estilo próprio de escrever. Ele relata o momento em que Jesus encontra uma figueira sem frutos e a amaldiçoa (Mc 11.12-14). Logo em seguida, Jesus entra no templo e o purifica (Mc 11.15-19), na sequência da narrativa, Marcos volta à figueira que fora amaldiçoada por Jesus, que agora está seca (Mc 11.20-26). Marcos fala da figueira, da purificação do templo e, posteriormente, da figueira seca, para mostrar que ela está relacionada ao templo, que também perdera seu propósito e seria destruído. Este estilo se repete nos capítulos 8 a 10 de Marcos. Em Mc 8.22-26 inicia-se com a cura do cego de Betsaida, e em Mc 10.46-52 com a cura do cego de Jericó, sendo que, logo em seguida, Jesus entra em Jerusalém para cumprir sua missão. O que está entre essas duas curas de cegos, nos explica a questão de quem é Jesus, e como seus discípulos e os homens não viam claramente isso. Em Mc 8.22-26, Jesus cura o cego de Betsaida em dois estágios: em um primeiro momento, este passa a enxergar, não de forma clara, mas vendo homens como árvores. Em um segundo momento, aquele que era cego passa a enxergar claramente. Será que o poder de Jesus falhou naquele momento? Por que Marcos relata isto? Creio que a explicação se encontra na visão do todo dos capítulos 8 a 10. Jesus mostra que seus discípulos ainda não viam claramente quem era ele. Logo após curar o cego de Betsaida, Jesus pergunta a seus discípulos quem ele era ao que Pedro responde ser ele o Cristo, o Messias, o Ungido (Mc 8.27-30). Parecia que compreendiam bem quem era Jesus. Entretanto, na sequência, Jesus começa a explicar sua missão como Cristo, sendo que morreria e ressuscitaria ao terceiro dia. Depois de falar sobre como seus discípulos devem levar a cruz, e a transfiguração, a incapacidade de seus discípulos de expulsarem um demônio de um menino; novamente, Jesus explica sua missão em Mc 9.30-32 dizendo que morreria e ao terceiro dia ele ressuscitaria.

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Neste momento seus discípulos não questionam mais, porém Marcos enfatiza que não compreendiam isso. Tanto não compreendiam que logo em seguida (Mc 9.33-37) os discípulos disputam entre si qual seria o maior no reino. Essa atitude revela que não compreenderam ainda. Veem, mas como árvores. Em Mc 10.32-34 quando pela terceira e última vez, Jesus explica sua missão predizendo que iria morrer em Jerusalém e ao terceiro dia ressuscitaria. Logo em seguida (Mc 10.35-45) Tiago e João lhe requisitam tronos ao seu lado direito e esquerdo quando ele vier a reinar. Eles não entendem quem é Jesus. Por fim, em Mc 10.46-52 Jesus cura o cego de Jericó. Em pouco tempo seus discípulos compreenderiam e enxergariam as coisas como o sol do meio-dia. Agora Marcos nos releva Jesus chegando a Jerusalém. É recebido como rei, com ramos e toda pompa. Aqueles que o recebem assim são os mesmos que ainda não entendem e posteriormente o abandonarão para ser morto na cruz como ladrão uma semana depois. Jesus é crucificado e seus discípulos não compreendem, afinal a cruz é para homens que foram amaldiçoados por Deus. Seria o Messias amaldiçoado por Deus? Não deveria ele salvar o povo? Mas como pode um homem “O que está entre essas morto salvar o povo de Deus? duas curas de cegos, nos

explica a questão de quem é Jesus, e como seus discípulos e os homens não viam claramente isso.”

Naquela sexta-feira à tarde os céus enegreceram e a terra tremeu. Desolação. A esperança acabou. Seus discípulos estavam frustrados e o negaram na última hora. Porém ao terceiro dia ele ressuscitou. Agora eles podem ver o Rei da Glória. O Senhor Todo-Poderoso. Antes não entendiam, agora tudo faz sentido. Jesus é o servo sofredor de Isaías 53. Ele pagou pelos nossos pecados e nos salvou da condenação. Ele venceu a morte e o pecado para todo sempre. Agora eles enxergaram. Agora eles falarão acerca do Rei. Eles viram o Rei glorificado, ressurreto. Antes aqueles que o negaram, agora estão dispostos a servi-lo e obedecê-lo até a morte. Agora seus olhos não estão mais obscurecidos, tudo está claro. Seus olhos viram o Rei de forma clara. Eles agora compreendem. Diante do Rei do Universo, o Senhor dos Senhores, Jesus Cristo, aquele que tem toda autoridade, nos céus e na terra, aquele que pagou pelos nossos pecados. Agora eles estão dispostos a tomar sua cruz e seguilo, não para serem os maiores no reino, mas em meio à perseguição e mesmo a morte, levarem o reino de Deus por onde forem. Quem é Jesus para você?

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Porque vocĂŞ nĂŁo evangeliza o quanto deveria, e poderia...


Sem. Jorge Melhado É membro da 1a Igreja Presbiteriana de São Bernardo do Campo onde atua, como professor da Escola Dominical na Sala de Catecúmenos. É seminarista no Seminário JMC. Prega nos cultos dominicais, dirige estudos bíblicos e trabalha com a UPH _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Olhar Sem Graça Porque você não evangeliza o quanto deveria, e poderia... 12 E disse o SENHOR: É razoável essa tua ira? (Jonas 4.4) A grande maioria das pessoas não tem como ocupação de tempo integral a pregação do evangelho. Não são pessoas que têm em sua agenda diária atividades predominantemente relacionadas com o anúncio formal do evangelho de modo deliberado e planejado. Pregar o evangelho é um dever de todo cristão, mesmo que nem todo cristão exerça como ocupação principal a pregação do evangelho daquele jeito específico que entendemos ser o caso dos pastores e missionários. Isso implica que você deveria estar sempre atento para que, onde quer que esteja, em qualquer atividade, aproveitasse as oportunidades para expor o evangelho. Esse entendimento e essa disposição deveriam ser comuns a todos que já foram alvos da mesma pregação do evangelho. Razões não faltam para essa postura: obediência e louvor a Deus, amor, compaixão e serviço às pessoas. Há, no entanto, uma postura diferente, na prática. Por diversos motivos, você tende a se esquivar da prática de anunciar o evangelho às pessoas que estão ao seu redor; talvez você não se sinta preparado para expor a mensagem do evangelho; contudo, admita, há pessoas que, de fato, você sequer deseja evangelizar. Por mais estranha que possa parecer, essa declaração é uma realidade. Apesar de ser nova criatura em Cristo, regenerada pelo Espírito Santo por meio da pregação da Palavra, o pecado continua a habitar em você, mesmo já tendo sido liberto dele. Essa luta constante da carne contra o espírito – reminiscências do pecado – ainda causa em você atitudes espúrias e indesejadas para alguém que já compreendeu sua indignidade de ser salvo pela graça de Deus. Pessoas para com as quais, há sentimento de mágoa, tristeza ou raiva, você não terá o desejo de vê-las também alcançadas por essa graça. Discussões, ofensas e brigas podem ser a causa de um sentimento que se mantém mais forte do que o dever de apresentar o evangelho a toda criatura. Na verdade, seu sentimento revela que, em sua mente


e coração, essas pessoas não merecem ser salvas: “Não é possível que Deus possa alcançá-las com graça salvadora! “Como alguém de coração tão duro e capaz de atitudes tão más pode ser digno de ser alcançado por Cristo?”. Não se pode conceber que alguém que eu julgo culpado por males que me atingiram pessoalmente possa se tornar meu irmão em Cristo. É isso que pode se observar na atitude de Jonas. O profeta não desejava ir à Nínive porque tivesse medo da reação violenta dos moradores à sua mensagem. Ao perceber que Deus não derramou sua ira sobre os ninivitas por estes terem se arrependido, Jonas irou-se grandemente (Jn 4.1). Ele confessa que em seu coração habitava o desejo de que Deus agisse com juízo sobre a nação que oprimia o povo do qual ele fazia parte. O desejo de Jonas era que os ninivitas fossem destruídos e não poupados pela graça divina. O olhar de Jonas e o olhar que, hoje, você dirige ao outro não é o de alguém que ama ao próximo como a si mesmo. É um olhar, em si mesmo, carente da graça de Deus.

“(...) você tende a se esquivar da prática de anunciar o evangelho às pessoas que estão ao seu redor; (...) admita, há pessoas que, de fato, você sequer deseja evangelizar.”

Todas as vezes que você age assim, torna-se um juiz severo, esquecendo-se de que, aquele que julgará o mundo todo é um juiz gracioso e, que, graciosamente, perdoa o pecador arrependido. Você é prova disso. Você quer ser mais justo que Deus? É óbvio que não! Se Deus olhou com graça para você, por que determinar que o Salvador não deveria se compadecer de outros?

Deus ensinou a Jonas uma lição por meio do surgimento sobrenatural de uma planta que, num dia trouxe sombra à sua cabeça e noutro, tendo desaparecido, não impediu que o sol o fizesse desfalecer. O desgosto de Jonas pela ausência da planta fez com que ele desejasse a morte. Atualmente, há aqueles que demonstram ter mais compaixão por animais e florestas que por pessoas. Mas, mesmo quem não chega a tais extremos, em certas situações, pode nutrir um íntimo desejo de que o juízo de Deus caia sobre aqueles que ele julga que não merecem a graça divina. Será razoável tal ira? Não é razoável que você pense, e viva deste modo. Não há nada em você mesmo que te torne melhor do que os ninivitas ou quaisquer outros pecadores deste mundo. Deus tem misericórdia de quem Ele quer ter misericórdia (Rm 9.15). Que você procure, em Deus, o olhar cheio de graça para cumprir sua missão de anunciar a salvação a todos ao seu redor. Pois esta – a salvação – não te pertence: pertence ao Senhor.

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Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação. Habacuque 3.17-18


Sem. Eron Franciulli Coutinho Jr É seminarista da IPB no seminário presbiteriano José Manoel da Conceição (JMC), casado com Amélia Coutinho Atualmente, trabalha na Igreja Cristã Reformada do Campo Belo, em São Paulo, SP

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Deus é Bom Mas nem sempre você entende isso do jeito certo ... 15 Deus é bom? Preocupo-me quando ouço algumas pessoas dizerem que Deus é bom. Não com a afirmação em si, até porque a Escritura Sagrada nos revela que bondade é um atributo de Deus. Davi, no Salmo 31, escreve: “Como é grande a tua bondade, que reservaste aos que te temem, da qual usas, perante os filhos dos homens, para com os que em ti se refugiam” (vs. 19). Deus, em essência, é bom e ele não somente revela essa bondade aos homens que o temem, mas também a usa para com aqueles que se refugiam nele. O que me preocupa é a justificativa que alguns usam para fundamentar essa afirmação. Deixe-me dar alguns exemplos a você. Algumas pessoas afirmam: “Deus é bom, porque ele me curou de uma doença gravíssima”. Outras dizem: “Deus é bom, porque ele permitiu que eu fosse efetivado ao cargo que eu tanto sonhava”. Ainda outras falam: “Deus é bom, porque ele me deu condições financeiras para comprar um carro, ou um apartamento novo”. Quase sempre esse tipo de afirmação segue a mesma estrutura, na qual a bondade de Deus fica condicionada somente ao que ele pode dar ou fazer em benefício daquele que o declara bom. Eu realmente compreendo a alegria e a gratidão que movem o coração das pessoas para que elas façam esse tipo de afirmação. É gratificante receber bênçãos de Deus seja de qual natureza forem. Porém, essas afirmações podem ser muito prejudiciais à fé quando o declarante não tem uma perspectiva biblicamente fundamentada sobre a bondade de Deus. Permita-me lhe explicar meu ponto aqui. Suponhamos que depois de muito orar e suplicar por algo, Deus em sua soberana vontade não atenda à nossa súplica. Partindo de argumentos como esses descritos acima a conclusão inevitável a que chegaremos é que Deus, então, não é bom. Se ele é bom somente porque atende aos pedidos das pessoas, o contrário também será válido. É exatamente aí que se encontra o perigo dessas afirmações: o reducionismo que elas fazem da bondade de Deus à saciedade dos desejos e vontades. O grande problema não é afirmarmos que Deus é bom. O grande


problema é a justificativa que usamos para isso. É certo fazermos essa afirmação, mas não somente pelo fato de ter as vontades e os desejos saciados. Então, poderíamos perguntar: como realmente sabemos se Deus é bom? Como podemos experimentar essa bondade de forma palpável em nossa vida? Onde podemos enxergar essa bondade? A Escritura Sagrada, através do profeta Habacuque, nos dá a resposta: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação” (Hc 3.1718). Diante da pior projeção para o futuro, o profeta Habacuque percebeu onde ele poderia enxergar a contagiante bondade de Deus: na salvação que Deus provê ao seu povo.

“Se Deus é bom somente porque atende aos pedidos das pessoas, o contrário também será válido.”

A expressão máxima da bondade de Deus para conosco não se resume à concessão de bens materiais, curas físicas ou conquistas profissionais, embora também o sejam. A expressão máxima da bondade de Deus para conosco se resume à concessão de uma pessoa: Jesus Cristo, que foi quebrado e moído na cruz do Calvário para propiciar salvação a pecadores como eu e você. Se desejamos justificar a bondade de Deus, devemos fazê-lo com o argumento principal: Deus é bom, acima de tudo, por Jesus Cristo. Deus é bom por nos dar condições financeiras para comprarmos o carro, o apartamento ou qualquer outro bem material. Ele é bom pela cura física que tanto esperamos – sejam por meios ordinários ou extraordinários. Ele também é bom pelas conquistas profissionais que temos ao longo da vida. Contudo, ele continua sendo bom caso a cura da enfermidade não aconteça, caso a sonhada promoção não se concretize, caso o sonho do carro ou do apartamento novo nunca se realize. Sabemos disso, porque Deus nos deu algo mais precioso que todas essas coisas: seu único filho – Jesus Cristo.

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Percebe-se, entĂŁo, o duplo propĂłsito de Deus: resgatar e adotar


Sem. Daniel Aoki 35 anos, presbítero, atualmente seminarista na Congregação da Igreja Presbiteriana Unida de Suzano, prega nos Cultos Vespertinos e ministra aulas de Escola Dominical. Cursando o quarto ano no Seminário Presbiteriano José Manoel da Conceição.

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Resgatados e Adotados Como alguém mau, pode ser feito filho de Deus? 18 Gálatas 4.1-7 O conceito de que todas as pessoas são filhas de Deus ainda é bem corrente na cultura brasileira e pouco compreendido até mesmo no meio evangélico. Será que todas as bênçãos destinadas aos que creem em Cristo Jesus são aplicáveis também aos que ainda não creem? Para esclarecer melhor esta questão, veremos a partir de alguns textos bíblicos na epístola de Paulo aos Gálatas, a grandiosa obra de Deus na adoção de filhos, bem como nossa atitude diante de tão grande bênção. Em primeiro lugar, é necessário compreender que ninguém pode se justificar diante de Deus, pois é considerado “maldito todo aquele que não permanece em todas as cousas escritas no livro da lei, para praticá-las” (Gl 3.10). Assim, como “malditos” ou “sob a maldição e condenação de Deus”, precisamos reconhecer que não merecemos a mínima bênção de sua parte, bem como reconhecer nossa total incapacidade de obedecer perfeitamente sua lei para obtermos a salvação. Por isso, afirma o apóstolo que a “Escritura encerrou tudo sob o pecado, para que” a promessa de bênção concedida a Abraão, por sua fé, fosse também “concedida aos que creem”, a saber, nossa filiação em Cristo Jesus e a habitação de seu Espírito em nosso coração (Gl 3.79, 14, 22, 26). Contudo, para que essa promessa chegasse até nós, Paulo explica no capítulo quatro, vs. 4-7, que no tempo oportuno, adequado e designado pela sua providência, Deus, o Pai, por amor, “enviou seu Filho, nascido de mulher”, para sujeitar-se à lei e cumprila em favor de seus eleitos, e lhes conceder a adoção (υἱοθεσίαν, lê-se hiostessían) de filhos. O verbo “resgatar” (ἐξαγοράσῃ, lê-se exagorásse) em Gl 4.5, traz a ideia de redimir, “resgatar do poder de outro pelo pagamento de um preço, pagar um valor para libertar alguém do cativeiro”, e metaforicamente, a libertação do “eleito da dominação da lei mosaica pelo preço” da morte vicária de Cristo. A ideia é de que, por natureza, os seres humanos estão debaixo da escravidão do pecado e apenas pelo alto valor do resgate, o sangue de Cristo, poderão ser libertos.


Isso se conforma com o Antigo Testamento, onde o conceito de sacrifício de expiação apontava para o resgate do ofertante, o qual o próprio Jesus confirmou dando sua vida em resgate por muitos. Em outras palavras, a justiça e a lei divinas exigiam que, por causa dos seus pecados, pecadores sofressem a requerida punição. Portanto, para satisfazê-las, o Filho de Deus teve que nascer de uma mulher, viver de maneira perfeita diante da lei, morrer como o “cordeiro perfeito” e ressuscitar, resgatando pecadores “da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar”, por sua morte de cruz (Gl 3.13). Percebe-se, então, o duplo propósito de Deus: resgatar e adotar. Ambos, frutos da misericórdia e graça de Deus, conforme confirma a Confissão de Fé de Westminster, no capítulo sobre a adoção: “Todos os que são justificados é Deus servido, em seu único Filho Jesus Cristo e por ele, fazer participantes da graça da adoção” (CFW XII.1). Além de enviar o Filho, Deus enviou também o “Espírito de seu Filho” para penhor e “A ideia é de que, por garantia da adoção, assegurando sua atitude natureza, os seres humanos paternal para com seus novos filhos. A palavra estão debaixo da escravidão “Aba” é um diminutivo aramaico de “Pai”, a do pecado e apenas pelo mesma palavra que Jesus utilizou no alto valor do resgate, o Getsêmani em oração a Deus (Mc 14.36), e sangue de Cristo, poderão seu propósito é dar a certeza de filiação ser libertos.” através do Espírito. Dessa forma, os crentes recebem não somente o status de filhos, mas também a íntima comunhão que dele provém. Vemos, então, o aspecto forense e legal, como também, o familiar e pessoal. Como filhos, os crentes se tornam “herdeiros por Deus”, coerdeiros com Cristo (Gl 4.7; Rm 8.17), de forma muito mais rica que os filhos do antigo pacto, pois têm agora Cristo presente e o Espírito em seu coração, dádivas de Deus-Pai. Diante da sublime obra e presença do Deus trino em nossa vida, naturalmente, somos levados à santidade de vida, buscando ser mais parecidos com nosso Pai celeste (Mt 5.48) e com nosso irmão mais velho, Cristo Jesus (Rm 8.29), por meio do Santo Espírito que habita em nós e nos transforma (2Co 3.18). Para isso, nosso Pai nos abençoa com “toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo Jesus” (Ef 1.3), que são aplicadas amorosamente em nosso coração pelo Espírito derramado sobre nós (Rm 5.5; Gl 4.6). Diante de tantas bênçãos, podemos concluir que a adoção é o mais alto privilégio do evangelho, maior até do que a justificação. Esta última é a bênção principal e fundamental, mas aquela, a mais alta por causa da dimensão do relacionamento com Deus que ela abrange”. De semelhante modo, devemos nos maravilhar como o fez o apóstolo João: “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus” (1Jo 3.1).

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A ansiedade ĂŠ considerada por muitos especialistas, como um mal dos tempos modernos


Sem. Rodolfo Breder de Oliveira É seminarista da IPB no seminário presbiteriano José Manoel da Conceição (JMC), 29 anos, casado com Leilane Rossi Breder. Atua na Igreja Presbiteriana de Vila Guiomar, em Santo André, na EBD para adultos.

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O Cristão e a Ansiedade Você já parou para pensar a quem você está entregando suas petições? 21 “Não andeis ansiosos de cousa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça.” Filipenses 4.6 A ansiedade é considerada por muitos especialistas, como um mal dos tempos modernos. Um levantamento feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que 33% da população mundial sofrem de ansiedade. E quem pensa que a ansiedade escolhe um grupo determinado de pessoas se engana, ele ataca desde jovens até idosos. Uma a cada dez crianças sofrem de ansiedade. Muitas vezes, o problema que, supostamente você tem de enfrentar, ainda está muito longe de acontecer de maneira concreta, mas a preocupação acontece, agora, como se ele já existisse. Pessoas ansiosas, muitas vezes, criam problemas porque não sabem viver sem ter preocupação. Você precisa perceber que não fica mais fortalecido para o dia de amanhã, se preocupando com o problema, hoje. Existem três aspectos na ansiedade: ela é inútil, prejudicial e revela a sua incredulidade. Inútil porque não te levará para lugar algum; prejudicial porque faz com que fique sofrendo; e, também, revela a sua incredulidade, pois mostra que duvida da suficiência de Cristo. A ansiedade afeta seus relacionamentos, seus estudos, seu trabalho, e sua vida social. Nenhuma ameaça deste mundo pode te deixar tão preocupado que não consiga mais viver. A ansiedade não deve ter lugar dominante na vida de um cristão. De uma maneira positiva, os Filipenses são aconselhados a apresentar as suas petições diante de Deus. Nesse versículo, nos é mostrado o verdadeiro remédio para esse mal: adorar a Deus, orar a Deus e dar ações de graças a Deus. Deus é adorado por tudo que Ele é, e você dá graças por tudo que ele faz em sua vida. Deus é poderoso e todas as coisas estão no controle de suas mãos. Deus não precisa que você conte suas necessidades, pois as conhece melhor do que você mesmo, mas deseja que você se aproxime e, que sinta que depende Dele.


Paulo no diz para que as petições sejam apresentadas diante de Deus pela oração e pela súplica. A primeira significa uma oração em geral; súplica enfatiza o sentido de necessidade, de algo específico. Então, antes de ficar ansioso por alguma coisa, você tem o remédio necessário: buscar a Deus com toda a sinceridade de seu coração, confiando que sempre Ele fará o melhor para sua vida. É muito interessante a maneira como Paulo acaba esse versículo, ele diz que é preciso fazer todas as nossas petições com ações de graças, isto é, em qualquer situação da vida, tanto agradável como adversa. É preciso agradecer por tudo que ele faz em sua vida. Em 1Tessalonicenses 5.18 diz: “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”. Não importa qual seja o seu problema, não importa o que esteja enfrentando, em tudo dê graças. James Montgomery escreveu: “Nós podemos, precisamos nos aproximar. Perecemos se deixamos de orar”. Todos nós precisamos orar e sabemos disso. Você já parou para pensar a quem você esta entregando suas petições? Olhe a grandeza de seu Deus, ele é pessoal, ou seja, ele é um ser que fala. De Gênesis ao Apocalipse, encontramos Deus em relacionamento com as pessoas de uma maneira plenamente pessoal. Deus é perfeito, a ele não falta nada, ele está além de qualquer coisa. Deus é poderoso. “A ansiedade afeta seus Tudo o que ele decide fazer ele faz, ele está relacionamentos, seus em todos os lugares e sabe de todas as coisas. estudos, seu trabalho, e sua Deus é aquele que cumpre tudo aquilo que vida social.” prometeu. Todas essas verdades são sobre o caráter de Deus e, por isso, ele é digno de todo louvor, ele merece toda a sua adoração. Você não tem motivos para andar ansioso, quando olhar para nosso Deus e todas essas características, se achegue a ele, com toda confiança. Entregue as suas petições e espere em Deus, pois como está escrito em Isaías 40.31: “...mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem como asas com águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.”. Que a cada dia você tenha a certeza que está servindo ao Deus maravilhoso, e que tenha suas forças renovadas para enfrentar qualquer situação. E não ande ansioso por cousa alguma.

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Livro do Mês 23

Título: Introdução À Metodologia Das Ciências Teológicas Autor: Hermisten Maia Pereira da Costa Editora: Editora Cruz, Goiânia, 2015 Aplicação: Pode ser, principalmente, aplicado em seminários teológicos, institutos bíblicos, ou mesmo classes para a preparação de líderes para a pregação e docência na igreja local.


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