arq meeting point
arquitetura design arte
2012
julho
02
Especial Mulheres
[Espanha _ Brasil]
Lina Bo Bardi e a Modernidade Brasileira Matilde Ucelay Burle Marx e a Construção da Paisagem Moderna do Rio de Janeiro Julia Molino Arquitectura Y León Arquitectura y Urbanismo CRA Arquitectura e Amor Cañada Luque Mcluna Arquitetura e Design Adriana Pascheto Ingeniería Lourdes Bueno Garnica Arquitetura e Design Carolina Veloso Brunete Fraccaroli Arquitetura & Interiores Caricilli Arquitetura Hevelyn Baer Villar_TFG Blanca Benjumea Núñez_PFC Introdução à arquitetura contemporânea de Andaluzia Entrevista com Carmen del Campo Carina Bokel María Ortega Estepa Sonia Varela
editor Manuel Ruiz design gráfico Sergio Rocha Lopes redação / editorial arq21arquitectos documentação Ruth Díaz tradução Sergio Rocha Lopes / Alejandro LLanes administração Isabel Márquez Lanzas produção arq21arquitectos design Sergio Rocha Lopes colaboradores João Álves / Sergi Gómez Planella Calle Marqués de Pickman, 5 esc.2 1ºB 41005 Sevilha - Espanha www.arqmp.revistadearquitectura.com www.arq21arquitectos.com e-mail: arqmp@arq21arquitectos.com
Arq meeting point
Apresentação Arq meeting point é uma revista digital de arquitetura, urbanismo, design, arte e outras formas de criação contemporânea. A publicação foi criada com a idéia de promover a arquitetura, o design, a arte e outras atividades criativas, com a intenção de contribuir para uma maior divulgação do setor e de seus profissionais. Seu objetivo é desenhar um quadro atual através da criação contemporânea e os novos conceitos relacionados com a sustentabilidade, reciclagem, globalização, tecnologia e as mais recentes transformações culturais e sociais. Ao mesmo tempo Arq mp deseja projetar internacionalmente à nova geração de profissionais que desenvolvem um trabalho criativo comprometido com a qualidade e inovação. A diferença fundamental entre outras publicações digitais do setor é a nossa aposta por produzir um espaço editorial aberto a todos os profissionais da América Latina, Espanha e Portugal, e contribuir com uma maior aproximação, conhecimento e relação profissional, com o objetivo claro de construir uma ponte entre culturas, a onde Arq mp funcione como espaço para todos os tipos de propostas, ponto de encontro, reflexão e crítica sobre a criação contemporânea e o desenvolvimento profissional e social.
Editorial Durante séculos, as mulheres estiveram presentes no mundo das artes, engenharia, medicina, ou da pesquisa. Mas estiveram muitas vezes no anonimato, ou na sombra. A legislação em vigor no passado, proibia as mulheres dar a conhecer as suas realizações em qualquer campo. Um ato tão simples, como por exemplo, o registro de uma patente, era impensável para elas. Muitos esconderam os seus nomes detrás de pseudônimos, ou assinavam somente com a abreviatura do seu nome, por medo de represálias, ou simplesmente para que o seu trabalho fosse aceito. A hegemonia do homem e o medo de perdê-la, não permitiam que se publicasse, inclusive faziam desaparecer as descobertas feitas por elas. Até a metade do século passado, os historiadores não haviam documentado e publicado, as descobertas feitas pelas mulheres. Injustamente, muitas vezes se ouvia dizer que o homem era muito mais qualificado para as artes e as ciências que a mulher. Digo injustamente, porque não foi até meados do século XVII, quando a mulher começa a ter acesso à universidade, e somente no século XX, na Espanha. Com este cenário, era difícil saber que mulher estava ou não qualificada para uma ou outra especialidade. Quanto desperdício de potencial ao longo da história, em todo o mundo, quantas catedrais não se construíram, quantos poemas não foram escritos, quantos quadros não foram pintados, quantas descobertas não foram feitas, quantas vidas não foram salvadas, porque as mulheres que tinham que realizar tudo isso, nunca tiveram a oportunidade de desenvolvê-las? Esta edição da revista quer prestar uma homenagem a essas avós, mães, tias, irmãs, que a vida não deixou a ser, o que por direito lhes foi negado. Um tributo às mulheres que em muitos lugares do planeta, ainda são impedidas de poder escolher, de ter educação, ou de ser capaz de mostrar ao mundo o seu potencial intelectual. Para todas essas artistas, arquitetas, engenheiras, físicas, pesquisadora, médicas, etc. que nunca puderam ser, porque a natureza decidiu que fossem mulheres. Este número de la revista quiere ser un homenaje, a esas abuelas, madres, tías, hermanas, que la vida les impidió ser, lo que por derecho les fue arrebatado. Un homenaje a las mujeres que aún, en muchos lugares del planeta, se les impide poder elegir el derecho a instruirse, el derecho a poder mostrar al mundo su potencial intelectual. Para todas esas, artistas, arquitectas, ingenieras, físicas, médicas, investigadoras, etc. que nunca podrán serlo, porque la naturaleza decidió que fuesen mujeres. Manuel Ruiz
Índice Lina Bo Bardi e a Modernidade Brasileira por Sergio Rocha
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Matilde Ucelay por Sergi Gómez Planella
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Carolina Veloso
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Brunete Fraccaroli Arquitetura & Interiores
62
Caricilli Arquitetura
Burle Marx e a Construção da Paisagem Moderna 10 do Rio de Janeiro por Julia Rey
65
Hevelyn Baer Villar_PFC
72
Blanca Benjumea Núñez_PFC
Julia Molino Arquitectura 15
78
Introdução à arquittura contemporânea da Andaluzia por João Álves
83
Entrevista com Carmen del Campo por Sergio Rocha
87
Carina Bokel
90
María Ortega Estepa
94
Sonia Varela
Y León Arquitectura y Urbanismo 25 CRA Arquitectura e Ingeniería 33 Lourdes Bueno Garnica 38 Amor Cañada Luque 43 Mcluna Arquitetura e Design 47 Adriana Pascheto Arquitetura e Design 52
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Lina Bo Bardi e a Modernidade Brasileira
Podemos considerar que Lina Bo Bardi, e Eileen Gray formaram o lado feminino da modernidade, Lina era uma artista completa, com uma grande criatividade e que trabalhou em diversas atividades, colaborações em escenografías para óperas, cinema e teatro , publicações e jornalismo, pintura, e ativismo cultural, design de mobiliário, moda, jóias e arquitetura. Sua arquitetura contém um espírito humano de grande sensibilidade, longe do maquinismo do movimento moderno. Poderiamos dizer que é uma das mais talentosas arquitetas multidisciplinar do século XX, mas por ser mulher passou despercebida para o movimento moderno, mas isso não era o mais importante de Lina, sua real contribuição foi haver resgatado de forma inteligente e sensível o que Van Eyck, criticou da modernidade: o papel da arquitetura em relação à sociedade e ao lugar. Durante o crescimento regional do período moderno, a América era um terreno fértil para a experimentação de processos conceituais e técnicos, e essa foi uma das principais razões para que as idéias arquitetônicas modernas fossem importadas da Europa e América do Norte, sem revisão prévia da realidade latino-americana. No entanto, o fascínio dos europeus pelo encontro com a natureza, despertou em diferentes graus de impotência em muitos modernos que queriam desafiar ou idolatrar impuseram uma arquitetura monumental com relação a monumentalidade natural e geografia do continente, como faria Le Corbusier com o seu projeto de “veias urbanas” para Rio de Janeiro. Para Lina, a importância do contato com a natureza parecia haver existido desde o início, porque era um dos poucas arquitetas que conseguiram entender essa e outras relações da sociedade, do novo continente, talvez por ter vivido nele. Sua arquitetura é um equilíbrio poético, delicado na aparência, mas veemente na sua realidade, entre o homem natural e a parte humana da natureza. Ao mesmo tempo na arquitetura de Lina aparecer preceitos corbusianos: as janelas, os plano aberto, os pilotis e paredes brancas, formam o repertório da paleta dessa artista, mas são tratados com simplicidade e clareza em oposição quase instintiva da premeditação racional da modernidade Franco-Saxão. Esta intuição é evidente na Casa de Vidro, São Paulo [1951], uma obra peculiar que se assemelha a uma fusão entre a Casa Douglas House de Meier e Ville Savoie. Com esta casa podemos apreciar o seu domínio da linguagem moderna e utilização pictórica da paisagem natural do contexto.
Lina Bo Bardi estudou na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Roma, durante a década de 1930. Depois de formada, mudou-se para Milão, onde trabalhou com Gio Ponti, editor da revista Quaderni di Domus, da qual chegará a ser editora. Já possuindor uma certa notoriedade, estabeleceu o seu próprio escritório. Durante a Segunda Guerra Mundial, enfrenta um período de pouca atividade profissional, e seu escritório foi destruído em 1943 após um ataque aéreo. Conhece Bruno Zevi, com quem fundou o semanário “A Cultura della Vita”. Em 1946, após a guerra, se casa com o jornalista Pietro Maria Bardi, com quem decide emigrar para o Brasil, e obtene a cidadania brasielira em 1951. No Brasil, Lina expande suas idéias influenciadas pela cultura brasileira. Junto com Pietro, decidem a viver no Rio de Janeiro, encantados com a natureza da cidade e seus edifícios modernos, como o edifício Gustavo Capanema, conhecida como Ministério da Educação e Cultura, projetado por Le Corbusier, Oscar Niemeyer, Lucio Costa, Roberto Burle Marx e um grupo de jovens arquitetos brasileiros.
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Lina Bo Bardi e a Modernidade Brasileira
No entanto, Lina não era perniciosamente moderna, em sua arquitetura podemos apreciar referências históricas que se distanciam do produtivismo contemporânea. Uma de suas obras mais anti-moderna é o Museu de Arte Popular de Salvador da Bahia [1959], um exemplo perfeito da reabilitação arquitetônica e design urbano com um forte conteúdo social e histórico e que é difícil se não impossível de ve-ser em outro projetos da época. O edifício localizado no centro histórico, do século XVI, sofreu várias mudanças realizadas ao longo do tempo, foi igreja, fábrica, armazém. Lina transforma em um centro cultural dedicado à arte e à cultura popular do Nordeste do Brasil. A intervenção neste edificio foi tão exacta e precisa que se torna difícil de detectar a uma observação inicial de que se trata de uma recuperação do espaço apresentado como um fragmento de uma história urbana esquecida. Lina Bo Bardi com este projeto mantém e respeita a simplicidade colonial, e com uma atualização adequada desenvolve um programa espacial.
Na arquitetura de Lina aparece algo similar a obra de Alvar Aalto: o espaço assume uma conotação autônoma de lugar e de sociedade que não surge nas obras com uma austeridade funcionalista como as de Gropius, Mies ou Lucio Costa. O SESC Centro Cultural Pompéia, é uma das grandes obras da arquiteta brasileira, localizado na cidade de São Paulo e construído em 1977. Um velho conjunto industrial, convertido na sede de um dos edifícios mais importantes de São Paulo, uma instituição de prestígio cultural e desportivo. No terreno de uma antiga fábrica que estava para ser demolida, foi projetado um centro comunitário de lazer, cultura e esporte. Lina Bo Bardi, em um gesto simbólico, preserva a construção histórica de tijolo, e complementa com dois grandes volumes de concreto para reforçar a idéia de que a fábrica deveria preservar-se, e entrar em diálogo com os outros volumes através de passarelas.
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Lina Bo Bardi e a Modernidade Brasileira
Configurando, um caráter monumental do espaço. Lina utiliza os grandes galpões para albergar as atividades. O SESC é o centro cultural com piscina, pavilhão esporte, área de oficina, biblioteca, salas de estar e de exposições, um auditório, um restaurante e um terraço grande, distribuídos em cinco andares. Uma nova e gigantesca chaminé se levanta em frente a dois volumes ortogonais. Um dos elementos de essa intensa expressão plástica são o cuidado e o variado uso do concreto. Lina Bo Bardi estabelece uma relação com o contexto do lugar, que para ela não é só um espaço geográfico, mas uma sedimentação da memória social, costumes e valores. Lina observa cuidadosamente todo o ambiente, a fim de recriar e traduzi-lo no seu trabalho. Tenta encontrar novas áreas de uso para transformar e fortalecer as existentes. Nas paredes das torres, podemos ver as marcas das placas horizontais e verticais usadas na construção do concreto armado, no bloco de esporte, vemos buracos com formas orgânicas, e nas paredes, as perfurações dos andaimes. Lina Bo Bardi, sem muita retórica sobre o caráter da arquitetura moderna, foi capaz de diagnosticar e reparar muitas das primeiras críticas da modernidade que enfatizavam os
arquitetos da terceira geração, reafirmando o pacto social da arquitetura e que obedece às exigências de um contexto físico e ideológico. Nesse caso, o contexto foi a América Latina, e as suas propostas, apesar de não estarem espalhadas por toda a extensão do continente, se converteram em uma lição importante para a região, que, juntamente com a herança de Villanueva, poderia servir como chaves para o desenvolvimento de uma identidade arquitetônica de tempo e lugar em conexão aberta com a realidade social. A obra de Lina Bo Bardi, apesar de ter raízes identificáveis, não corresponde a uma arquitetura específica, seu trabalho é único. Há sempre uma idéia forte traduzida em imagens poéticas que a orientam formalmente e funcionalmente. O croqui de Lina Bo Bardi, Sombra da noite, como se poderia traduzir o título da imagem, representa a cota zero do MASP, Museu de Arte de São Paulo. Retratado nessas horas antes da noite, quando as sombras da cidade começam a aparecer, e muitas vezes no caso de São Paulo de cor avermelhado, como na imagem,
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Lina Bo Bardi e a Modernidade Brasileira
O projeto consiste de dois atuações, uma tectônica e outro estereotônica. A estereotônica é definida por um grande volume suportado por quatro pernas verticais. As dimensões do grande volume são de 70 m de comprimento, 29 de largura e 14 metros de altura, suspenso a 8 metros do chão por quatro pilares de grande dimessão. A parte tectônico baseia-se na parte semi-enterrada do edifício, que gera a seqüência da construção de uma maneira em cascata. Poderíamos falar em um terceiro ato: o "vazio", considerando este como um espaço exterior e interior, como um pilar das duas performances tanto como o diálogo com a cidade.
marcando e definindo os volumes. As grandes sombras projetadas pelos pilares e pessoas, indicam o pôr do sol. O edifício do MASP está localizado em um lugar privilegiado da cidade, no cruzamento de duas avenidas que se sobrepõem, Avenida Paulista e do túnel da Avenida 9 de Julio. A grande mancha cinza que define a frente do prédio, define um espaço, um vazio representado por um fluxo vermelho, e cinza e verde para as margens esquerda e direita, que definem o que acontece com ambos os lados do edifício MASP articulando o diálogo entre as duas dimensões. A vegetação também é importante no projeto. O vazio o fluxo e a vegetação do parque do Trianon, uma massa vegetal alta e próxima, em comparação com massas baixas do edifício na fachada que dá para a Avenida 9 de Julio. As sombras, a transitoriedade, a abstenção, o silêncio e o vazio são característicos dos silêncios que articulam a paisagem da arquitetura de Lina Bo Bardi. Este "vazio" é o único lugar de descanso, e de sombra, de toda a área de arranha-céus de São Paulo. Lina Bo Bardi concebeu um museu "para além dos limites". O termo refere-se a limitar as dimensões e as considerações de concepção.
Lina Bo Bardi trabalha com o que é considerado "background", ou seja, a natureza, o silêncio, o vazio, e também trabalha com o perdido, quebrado ou abandonado. Aproveita as dificuldades o imprevisto, e a insegurança, a falta de meios, tentando obter uma expressão máxima da arquitetura. Nos seus edifícios existe um dialogo entre o velho e o novo, a arte popular e a erudita, intelectuais e analfabetos, ricos e pobres, adultos e crianças, passado e presente. Tente acomodar o constantemente esquecido pela civilização, assegurando um equilíbrio da mistura.
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Matilde Ucelay Por Sergi Gómez Planella Como seria evidente na edição atual da revista, queríamos fazer uma homenagem à primeira mulher espanhola Arquiteta, Matilde Ucelay Maortúa, cujo título obteve em 1936 pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Madrid. Matilde ingressou na Faculdade em 1931 com outras duas mulheres, Lali Urcula e Cristina Gonzalo. Foi companheira de faculdade de Fernando Chueca Goitia e Felix Candela, com quem manteve amizade. Foi aluna de Modesto López Otero [arquiteto tradicionalista espanhol pertencente ao regionalismo e ecletismo de influência francesa, que investigou e desenvolveu um estilo arquitetônico espanhol. Ele foi o autor do Hotel Gran Via e do edifício "A União" e " Phoenix Espanhol ", em Madrid, entre outros]. Em 15 de julho de 1936, Matilde Ucelay termina sua carreira de arquitetura [alguns dias antes da eclosão da Guerra Civil Espanhola], seus colegas de faculdade organizam uma homenagem no Hotel Gran Via em Madrid, por ser a primeira mulher licenciada em arquitetura, com a presença de personagens no ambiente intelectual e política da República. Este fato prejudicou a carreira de Matilde durante os anos posteriores a guerra civil española. Matilde Ucelay foi julgada pelo Departamento de Arquitetura e condenada, a desqualificação permanente para cargos públicos, gestão e cargos de confiança, e durante cinco anos, nao poderia exercer sua profissão. Como resultado nunca realizou nenhuma obra pública e seus primeiros projetos foram assinados por outros arquitetos. Em 1937 Matilda consegue ser secretária do Instituto de Arquitetos de Madrid, durante a presidencia de Eduardo Robles Piquer. O Instituto havía sido feichado durante o início da guerra e por uma iniciativa de Matilda, foi reaberto um ano depois. Naquele mesmo ano casou-se em Valência com José Ruiz Castillo, diretor e editor de importantes escritores da geração de 98 e 27. Regressa a Madrid depois da guerra, onde começa a fazer suas primeiras obras assinadas por outros amigos arquitetos. Depois de sua primeira obra, “La Granja” uma casas de veraneio em Madrid, gradualmente consegue varios outros projetos, principalmente de clientes estrangeiros que moram em Espanha ou da elite burguesa, casas como, Casa Oswald em Puerta de Hierro em Madrid, Casa Gulliermo Bernstein Casa Teresa Marichalar, Casa Espotorno Ortega, Casa Simone Ortega, Casa Benítez de Lugo, em Las Palmas de Gran Canaria ou a Casa Margarita Ucelay, sua irmã, em Long Island, entre outros.
Matilda Ucelay nasceu em 1912 e cresceu em uma família burguesa e em um ambiente intelectual liberal. Sua mãe, Pura Maortúa, era diretora de um grupo independente "Anfistora", e organizava encontros literários no terraço de sua casa na Rua Liertad, 20 de Madrid, e que frequentava Federico Garcia Lorca. Matilda pertence à primeira geração de mulheres espanholas que entram no mundo profissional. Um mundo profissional controlado pelos homens, onde as mulheres não tinham direitos. Aquelas que conseguiam participar do mundo intelectual, fizeram dentro de um circulo muito íntimo e na maioria das vezes controlado por um homem. Ao longo da história da arquitetura, vemos poucas mulheres que alcançaram o sucesso atravéz do seu trabalho, muitas foram eclipsadas pela popularidade de seus maridos ou mentores: Margaret Mac Donald por Charles Rennie Mackintosh, Lilly Reich por Mies van der Rohe, Aino Marsio Aalto por Alvar Aalto, Charlotte Perriand por Le Corbusier y Pierre Jeanneret.
Matilde rodeada por alguns de seus colegas de faculdade, pouco antes de graduar-se. A direita, quando já havia terminado seus estudos. Casa Oswaldo em Puerta de Hierro_Madrid
Casa Benítez de Lugo_Las Palmas de Gran Canaria
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Matilde Ucelay
Interior da Casa_Estudio de Matilde Ucelay no Edificio “Castaño” de Madrid
Entre 1945 e 1981 realiza mais de cem projetos. Os anteriores a 1945 foram assinados por outros arquitetos. Durante sua carreira profissional também fez obras de edifícios industriais e comerciais como a Editorial Turner e a Livraria Hispano Argentina, de Madrid. Sua obra favorita era uma casa de campo construída em Palma de Mallorca. Em vários porjetos usou o parabolóide hiperbólico uma técnica também utilizada pelo arquiteto Félix Candela, que importou a sua patente do México com a ajuda de seu filho arquiteto. Seu estilo é marcado por um funcionalismo e tem como base o bem-estar das pessoas que vivem em seus edifícios além da grande riqueza de detalhes arquitetônicos e um design que reflecte questões cotidianas relacionadas com o usuário e seu ambiente. Matilde também realizou varios trabalhos de paisagismo em colaboração com a paisagista Couchepin. Em 2004, recebeu o Prêmio Nacional de Arquitetura do Ministério da Habitação do Governo da Espanha, em honra de sua carreira. "Como acontece com tantas mulheres pioneiras que abriram o caminho nas Artes e nas Ciências, Matilde Ucelay foi pionera em um área particularmente difícil como a arquitetura", disse a ministra da Habitação na hora da entregar do prêmio à arquiteta.
Livraria Hispano Argentina_Madrid
Interior do Estudio de Matilde Ucelay em Madrid
Interior del Estudio de Matilde Ucelay en Madrid
Interior de uma das Casas Projetadas por Matilde Ucelay
Laboratorio Medix_Centro Industrial Miracampo_Carretera de Madrid Barcelona
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Burle Marx e a Construção da Paisagem Moderna de Rio de Janeiro por Julia Rey Pérez As obras de Burle Marx no Rio de Janeiro entre 1930 e 1980, desempenharam um papel fundamental na construção da cidade moderna, ao mesmo tempo transformaram significativamente a paisagem da cidade e o conceito de espaço público. Ao contrário da arquitetura moderna brasileira, fortemente criticado pelos seus excessos formais e falta de consideração com os problemas sociais, a paisagem construída por Burle Marx caracterizou-se justamente pelo oposto: por considerar o indivíduo como o centro da concepção da paisagem. Esta questão conceitual é a sua grande contribuição para a construção da paisagem moderna. Não é o material usado, ou a estética da sua intervenção, mas a carga teórica e projetiva com a qual executa as suas intervenções. Burle Marx não só modifica a forma, mas também modifica as ideias de partida . De acordo com a paisagista brasileira Ana Rosa de Oliveira, estas são razões suficientes para considerar inaugurada a modernidade no campo da construção paisagística.
Graduada em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura de Sevilha em 2005. Em 2006_07 realizou um Mestrado em Arquitetura e Patrimônio Histórico. Aluna do Doutorado, "Arquitetura e Patrimônio: Investigação, Reflexão e Ação", do Departamento de História, Teoria e Composição Arquitetônicas da Universidade de Sevilha, com Diploma de Estudos Avançados [DEA] em 2009. Em 2012 começou a desenvolver a tese doutoral com titulo; “Burle Marx e sua intervenção na paisagem cultural de Copacabana - Documentação, análise e proteção de um patrimônio contemporâneo.” Em 2008 realizou uma estância investigadora na sede da Superintendência Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, no Rio de Janeiro, e em 2004 uma formação no Instituto Andaluz de Patrimônio Histórico em Sevilha. Entre sua produção científica destacamos a publicação de um livro sobre Roberto Burle Marx e o Patrimônio Contemporâneo, publicado pela IAPH em cooperação com o IPHAN. Julia Rey foi professora da III edição do Máster em Gestão do Patrimônio Urbano da América Latina e da Andaluzia, da Universidade de Sevilha. Desde 2005 vem desenvolvendo a sua carreira como arquiteta do Departamento de Projetos do Centro de Intervenção IAPH, participando na elaboração de projetos de intervenção na paisagem cultural da região da Andaluzia. Além de participar na elaboração e gestão de projetos de investigação relacionados com o patrimônio cultural.
Atualmente foram inventariados, jardins, painéis, murais, projetos não executadas e outros projetos, tanto públicos como privados, mais de duzentas obras de paisagísticas. São suas intervenções urbanas de carater público, as mais representativas de sua atuação, por sua localização, extenção o por sua amplatude visual. Suas grandes intervenções paisajisticas estão ligadas à infra-estrutura de grandes obras de urbanizaçao, realizadas atravéz de aterros, com o objetivo de ganhar terreno ao mar e solucionar os problemas de crescimento da ciudade. Burle Marx foi contratado para desenvolver propostas para espaços públicos obtidos após as medidas urbanas acima mencionadas . Devido à relação complicada entre a base do processo de crescimento e transformação da cidade, Rio de Janeiro foi formada sobre uma base sectorial. Podemos perceber uma extensão hierárquica no território entre os morros e a margem litorânea, provocando um processo de discriminação da área central, ou antiga cidade colonial. A saturação da cidade histórica pelo sector terciário faz necessário procurar um lugar para realizar as funções culturais e de lazer, porque já não podem ser desenvolvidas na cidade histórica. O complexo Projeto do Aterro do Flamengo, realizado em 1960, durante a prefeitura de Periera
Fotografia de J. Kfuri
Julia Rey Pérez_Arquiteta
Vista aérea da praia do Flamengo [1900_1930]
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Intervenção de Burle Marx no litoral de Rio de Janeiro
Desenho de J.Rey sobre planimetría
Burle Marx e a Construção da Paisagem Moderna de Rio de Janeiro
Passos, resolve essas necessidades funcionais ao mesmo, tempo cria uma conexão entre a cidade histórica e os bairros de Copacabana e Ipanema localizadas na zona sul. Desenho de Burle Marx
O projeto do Aterro do Flamengo esta desenvolvido na praia do mesmo nome. Esta intervenção permitiu construir uma área verde, a praça Senador Salgado Filho, o Parque do Flamengo, que ocupa quase toda a superfície [1.301.308 m2] , e os jardins da praia de Botafogo. Burle Marx foi contratado para desenvolver as propostas para os espaços públicos obtidos pelo processo de aterros. A primeira operação realizada foi os jardins da praia de Botafogo e da praça Senador Salgado Filho [1938], em frente ao aeroporto Santos Dumont. Ambas propostas corresponde ao conceito de jardim biomórfico, onde Burle Marx desenvolve as suas primeiras experiências com formas orgânicas e biomórficas relacionadas com a pintura de Jean Arp. A composição plástica dessas intervenções é uma combinação inteligente de formas amebóides que delimitam os canteiros e as referências aos volumes vegetais experimentados pelo francês Glaziou, nos espaços públicos da cidade carioca.
Desenho de Burle Marx
Perspectiva do Parque do Flamengo [1961]
Pintura de Burle Marx
Detalhe do projeto de paisagismo do Aterro do Flamengo
trutivistas influenciado pela Arte Concreta defendida por Theo van Doesburg. O conhecimento adquirido da vegetação nativa, aliada à grande área de intervenção, permitem criar uma proposta paisajistica caracterizada pela heterogeneidade espacial, combinadas por um lado, pela reinterpretação contemporânea dos canteiros franceses e por outro, com os espaços vazios típicos dos jardins românticos ingleses.
A última intervenção na Av. Beira Mar é o grande parque do Flamengo em 1961, onde Burle Marx projeta uma seqüência de espaços com diferentes ambientes e usos. Antes do desenvolvimento do parque o paisajista realiza um projeto para o entorno do Museu de Arte Moderna entre 1956-1960. Sua intervenção nos jardins do Museu marca o início de seus primeiros desenhos de jardins cons-
Burle Marx
Praça Senador Salgado Filho [1938]
Fragmento do plano de intervenção em torno do Museu de Arte Moderno de Río de Janeiro, e Monumento aos Pracinhas [1961]
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Burle Marx e a Construção da Paisagem Moderna de Rio de Janeiro
Além do vazio como um componente da intervenção, o seu caráter pictórico é realmente único e marcante. O desenho abstrato que se estende ao longo da Avenida Atlântica esta cheio de semelhanças com a movimento Lírica Abstrata, sendo um dos maiores expoentes o artista holandês Bram van Velde. Mas também encontra-se referências na fase em que realiza desenhos de organismos vegetais [Arquetípico biomórfico], as pinturas dos ceramistas indíginas da América do Sul, e as pintura corporal dos índios da Amazônia, e de maneira mais ampla, todos os experimentos formais desenvolvido ao longo de sua produção profissional. Mais tarde, nos anos setenta e oitenta, Burle Marx desenvolve otro projeto paisajistico, dessa vez para o aterro da Lagoa Rodrigo de Freitas.
Theo van Doesburg
Fotografía de Marcel Gautherot
Nesse caso, Burle Marx combinar magistralmente uma composição plástica de referência mondriana construída com materiais muito heterogêneos [areia, pedra, concreto, água, vegetação e esculturas], com o Museu de Arte Moderno e a paisagem da Baía de Guanabara. O resultado é uma variedade de sequências espaciais muito interessantes, aonde destacam os contrastes cromaticos e a diversidade de perspectivas. Esta intervenção permite à adequação do espaços livre de um edifício e seu uso cultural, incorporando um novo lugar ao espaço público da cidade.
Museu de Arte Moderno de Río de Janeiro [1960]
O posicionamento de Burle Marx com relação a paisagem, esta relacionado com a modificação, e a intervenção sobre ela para atender as necessidades do homem em termos de utilidade e prazer. Assim, no hora da construção da paisagem urbana, Burle Marx considera o indivíduo e suas necessidades como o centro da sua criação, superando assim a visão moderna da consideração da paisagem como um objeto de contemplação. Para Burle Marx, o homem precisa praticar esporte, caminhar, jogar, entrar em contato com a natureza, socializar-se ... e para isso necessitam de espaços públicos que garantam padrões mínimos de conforto, “O verdadeiro progresso seria proporcionar cada vez maior bem-estar á população. Entretanto, o que vemos é a diminuição gradativa dos padrões de conforto.” Burle Marx
Bram van Velde
Fotografía de J. Rey
A próxima faixa de terra conquistada ao mar durante o governo de Pereira Passos é a Avenida Atlântica, com uma extenção de 4,5 km e localizada entre o Forte do Leme e o de Copacabana. No final dos anos cinquenta se realiza o processo de aterro da Avenida Atlântica, que passa de 2 a 8 faixas , e a praia de Copacabana alcança 80 metros de largura. No final dos anos sessenta Burle Marx, foi contratado para realizar o projeto da Av. Atlàncica, participando uma vez mais em um projeto urbanistico basado em um processo de aterro, traçado viario e paisagismo moderno.
Av. Atântica, Copacabana [2011]
Na entrevista concedida ao paisagista francês Jacques Leenhardt em 1992, Burle Marx afirma que o seu desejo não é projetar jardins privados, mas trabalhar para todos os cidadãos, através das suas intervenções nos parques públicos da cidade. Esta afirmação esta em sintonia com a visão funcionalista do movimento moderno com relação a criação da cidade, já que uma das quatro funções que inclui o urbanismo moderno é o lazer.
Sem título [1954]
Em última análise, a intervenção em frente ao mar de Copacabana ocorre em um momento profissional, caracterizado pela sedimentação das muitas influências e experiências paisagísticas desenvolvidas em seus quarenta anos carreira profissional. A decisão de destinar totalmente a superfície do passeio ao cidadão levalhe a construir o seu primeiro jardim mineral, con referência ao urbanismo português, Burle Marx utiliza o mosaico português nas calzadas de Copacabana.
Burle Marx
Composição XIII [1918]
Em todas essas intervenções, Burle Marx reflete nos seus projetos paisagísticos a importância da função social. O trabalho conceitual de Burle Marx gira em torno de duas idéias radicalmente novas em relação à construção do espaço público da época: o indivíduo e projeto e o estudo do próprio espaço. Conceitos como a contemplação do lugar, a transmissão de sensações ao pedestre através de seus desenhos nos espaços públicos da cidade, a socialização através da arte ou espaço público que liga a cidade e a natureza, são alguns dos fatores que afetam a sua maneira de projetar o espaço público.
Fragmento do desenho da calçada da Av. Atlântica, Copacabana
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Burle Marx e a Construção da Paisagem Moderna de Rio de Janeiro
Burle Marx tem um interesse especial na criação de espaços de qualidade para o gozo dos cidadãos, pois esta ciente dessas deficiências. O objetivo das intervenções derivadas de aterros de todo o litoral da cidade é atender as necessidades de espaço público exigida pela população, concentrada no centro e sul da cidade. Tal é a necessidade dos cariocas de áreas de esportes, recreação, que durante o período de construção, fazem uso dos espaços públicos, coisa que faz a Burle Marx sentir-se satisfeito pelo seu trabalho, “Uma das observações mais acuradas sobre esses problemas foi feita por Burle Marx ao destacar o fato de que o povo se apropria das áreas durante as obras, tal a sua avidez por espaços livres. Isso aconteceu praticamente em todo o litoral da cidade, onde tenham sido feitos aterros. No Flamengo, improvisaram-se campos de futebol e pistas para corridas de Kart, estas últimas aproveitando trechos já asfaltados das futuras avenidas. Em Copacabana, uma multidão de crianças transformou o canteiro das obras de alargamento da Avenida Atlântica num imenso playground, onde se mistu- raram bicicletas, patins, correrias, passeios com cachorros, tudo em meio aos calceteiros que executavam o desenho do piso com pedras portuguesas”. Jose Tabacow.
Haussmann em Paris, Alphand em EUA e Glaziou, com uma marcante influência francesa. Confrontando essas visões tradicionais sobre a cidade, Burle Marx, romper com os padrões existentes e propõem uma intervenção que apresenta uma abordagem inovadora estéticamente, artísticamente e técnicamente, em seus projetos. Na maioria dos projetos construídos, e em seus planos, podem ser encontrados alguns dos traços que caracterizam a estética da paisagem moderna: a ênfase na tropicalidade do país, a ausência de elementos decorativos do passado, o uso da forma livre de geometria correntes de inspiração e temática da época, como a vanguarda européia e a introdução de cor e a utilização de diversas espécies de plantas.
Parque do Flamengo em construção [1960]
No caso do Parque do Flamengo considera-se paradigmático a este sentido, porque a sua proposta centra-se na paisagem por um lado, e contemplar uma enorme variedade de instalações de lazer, quadras de esportes, uma praia artificial, um museu, um teatros ... e por outro lado, permite na medida do possivel a apresiação e percepção visual por um grande número de pessoas. A mesma atenção aparece na intervenção da Avenida Atlântica, cuja novidade reside na localização ao longo da avenida, de uma especie de pintura feita de pedras portuguesas, criando um espaços públicos em uma área altamente congestionado. Esta forma de construção de espaço público é uma inovação significativa no uso e significado de parques urbanos da cidade. As Intervenções paisajistica do Rio de Janeiro na década de vinte, são marcadas pelos precedentes estabelecidos por
Fotografía de J. Rey
Fotografía de Marcel Gautherot
No entanto, a associação das atividades de Burle Marx com as grandes obras de urbanização moderna, busca uma nova estética da paisagem construída, além do uso da geometria livre e o apoio em uma escala diferente e outra velocidade perceptual. Esta é uma das características mais significativas de suas composições paisagisticas radicalmente modernas. Burle Marx é consciente de que as suas intervenções na cidade são paralelas às grandes Avenidas. Por esse motivo situa ao longo das vias uma sucessão de vegetações diferentes. Assim, elimina ao longo do caminho qualquer idéia de repetição, simetria, elementos-chave ou a predominância do verde. Daí a ideia de introduzir constantes manchas coloridas.
Intervenção de Burle Marx no Parque doFlamengo [2011]
Seu trabalho responde a um novo conceito de planejamento urbano da cidade moderna, e a confluência por um lado, dos cidadaos que vivenciam a paisage a uma velocidade humana, gozando dos espaços heterogêneos de suas intervenções de forma próxima, e por outro lado, os cidadãos que vão em carro, a outra velocidade, e com pouco tempo para contemplar o espaço e que só podem perceber a cor da paisagem. A experiência estética nas intervenções de Burle Marx está garantida, seja através da registro corporal, seja através do registro visual. Em última análise, pode-se argumentar que as intervenções de Burle Marx no Rio de Janeiro não só representam uma significativa transformação da paisagem urbana, mas representam o ideal da cidade moderna. Sua concepção do espaço público e sua abordagem da pai-
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Burle Marx e a Construção da Paisagem Moderna de Rio de Janeiro
Bibliografía BARATELLI, Alberto (1990): Cittá e architettura in Brasile. Firenze: Alinea Editrice, 1990. BONDUKI, Nabil (org.) (2000): Affonso Eduardo Reidy. Lisboa: Editorial Blau/Instituto Lina Bo e P. M. Bardi, 2000. BURLE MARX, Roberto (1954): Conceitos de composição em paisagismo. En TABACOW, José (coord) (2004): Roberto Burle Marx, Arte y paisagem. São Paulo: Studio Nobel Ltda., 2004, pp. 23-33.
Fotografía de J. Rey
FERNANDES DE MELLO, Fernando; FREITAS, Jeanice (2010): A obra de Roberto Burle Marx para a cidade do Rio de Janeiro–um patrimônio cultural carioca. En SEGRE Roberto et al... (2010): Arquitetura+arte+cidade: um debate internacional. Rio de Janeiro: Viana & Mosley, 2010, pp. 212-223.
Diferentes velocidades de registro do Parque do Flamengo [2011]
FLORIANO, César (1999): Burle Marx: el jardín como arte público. Tesis doctoral inédita. Universidad politécnica de Madrid, 1999. LEENHARDT, Jacques (2006): Nos jardins do Burle Marx. São Paulo: Perspectivas, S.A., 2006. MONTERO, Marta (2001): El paisaje lírico. Barcelona: Gustavo Gili, 2001. OLIVEIRA, Ana Rosa (1998): Hacía la Extravasaria. La naturaleza y el jardín de Roberto Burle Marx. Tesis doctoral inédita. Universidad de Valladolid, 1998.
sagem desde as qualidades estéticas da flora brasileira, geram uma composição plástica completamente nova, que, por um lado, está em consonância com o pensamento estético do tempo e, por outro, coloca o homem no centro das políticas urbanas. Em suas próprias palavras, “A minha conceituação filosófica da paisagem construída, seja o jardim, o parque ou o desenvolvimento de áreas urbanas, baseia-se na direção histórica de todas as épocas, reconhecendo, em cada período, a expressão do pensamento estético que se manifesta nas demais artes. Neste sentido, a minha obra reflete a modernidade, e a data em que se processa, porém jamais perde de vista as razoes da própria tradição, que são válidas e solicitadas”.
REY PÉREZ, Julia (2011): La intervención de Burle Marx en el paseo de Copacabana: un patrimonio contemporáneo. Sevilla: Instituto Andaluz del Patrimonio Histórico. Consejería de Cultura de la Junta de Andalucía, 2011. TABACOW, José (2009): Instrumentos conceituais e compositivos nos projetos de Roberto Burle Marx: o passado presente. Leituras paisagísticas: teoria e práxis / Do imaginário a matéria: a obra de Roberto Burle Marx, núm. 3, 2009, pp. 76-103. TOMBAMENTO do conjunto urbano paisagístico localizado na orla do Copacabana no Rio de Janeiro (1991). Inédito. INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural), Rio de Janeiro, 1991. VV.AA (1990): Bram van Velde. Valencia: Instituto valenciano de Arte Moderno (IVAM) y Centro de Arte Reina Sofía, 1990.
Fotografía de J. Rey
As contribuições de Burle Marx para a construção da paisagem urbana moderna fazem que suas intervenções adquiram um inestimável significado histórico, artístico e cultural para Rio de Janeiro. Por tudo isso suas intervenções tornaram-se ícones da cidade carioca. Protege-las torna-se uma ação importante para salvaguardar o registo da constituição da cidade moderna, e suas ações estão intimamente ligadas à paisagem cultural do Rio de Janeiro.
Diferentes velocidades de registro do Parque do Flamengo [2011]
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Julia Molino
"Ordenação do Parque Natural de los Toruños, Baía de Cádiz, Espanha." Ficha Técnica
Localização: Marisma de los Toruños, Parque Natural Baía de Cádiz, Espanha Área: 800 hectares Promotores: Junta de Andalucía Arquitetos: Cesar Portela Fernández Jardón,Antonio Barrionuevo Ferrer, Julia Molino Barrero. Engenheiro Industrial: Antonio Reboreda Engenheiro de Edificação: Francisco de Jesús Pareja, Antonio Carretero Hernández, David Baena Sánchez, Daniel Villegas Morón Empresas de Construtora: OHL S.A. , JOCA e MOVICONTEX Fotógrafo: Clemente Delgado
Julia Molino Barrero_Arquiteta
Graduada em arquitetura pela Escola Técnica Superior de Arquitetura da Universidade de Sevilha, em 1986. Começou sua carreira profissional junto ao arquiteto Antonio Barrionuevo Ferrer, com o qual compartilhou escritório até 2008. No mesmo ano, abriu seu próprio escritório de arquitetura em Sevilha, Julia Molino Arquitetura, e desde então, vem realizando uma série de projeto como arquiteta. O escritório conta com uma equipe de arquitetos, tais como: Fabián García Agudo, Alfonso Álvarez Blanes, e Pilar Ferrero Calabuig, encarregada da administração. Além de vários profissionais como parceiros, como o engenheiro Antonio Reboreda Martínez, a equipe de instalações de INSUR JG, dirigida por Tomas Ruiz de Terry, Isabel Soltero Chaves e Daniel Villegas Morón, encarregados da direção de execução, seguridade e saúde, Ricardo Vinent responsável do design gráfico e comunicação gráfica, e Clemente Delgado, fotógrafo de arquitetura. Além da sua atividade como arquiteta, desde 1999 até o presente, Julia Molino é professora de Projetos 3, associada ao Departamento de Projetos da Escola Técnica Superior de Arquitetura de Sevilha.
O Parque A Rede Andaluza de Áreas Protegidas foi criada como resultado do surgimento de novos valores da sociedade, especialmente aquelas relacionados com à conservação da natureza e da necessidade de espaços de qualidade ambiental para o desenvolvimento de atividades recreativas e de lazer. Essa rede, ocupa um lugar de destaque na baía de Cádiz, com figura de Proteção à Natureza. Esta forma de proteção baseou sua filosofia em fazer possível a realização de dois interesses aparentemente conflitantes: a preservação dos valores ambientais da área e o desenvolvimento necessário e adequado dos seus habitantes. É nesta área da Baía de Cádiz na qual está inserida Los Toruños – Rio San Pedro - Pinar de La Algaida, recentemente está sendo convertido em Parque Metropolitano ..... Os ecossistemas existentes na zona são o resultado do diálogo entre o terrestre, aquático-marinhos e fluviais, durante centenas de anos. Em geral, os paisagens encontrados nesta localização são novos, algumas apenas têm uma década de antiguidade. Existem dois processos naturais que explicam a configuração do espaço: a freqüência e duração da imersão em água salgada e da natureza do substrato. Aproximadamente mil hectares que ocupam a área desenvolvem-se em uma cota não superior a quatro ou cinco metros.
Entre os projetos, obras e concurso realizados por Julia Molino, destacamos os seguintes:
. “Manzana Blanco White”, Habitação Social, Sevilha, Espanha . Marina Esportiva e Mercado de Peixe de Chipiona, Cádiz, Espanha . Estação de Ônibus de Ayamonte, Huelva, Espanha . Prefeitura de Aguilar de la Frontera, Córdoba, Espanha . Casa da Juventude de Écija, Sevilha, Espanha . Reabilitação estrutural das “Atarazanas” de Sevilha, Espanha . Estação Ferroviária de Cádiz, Espanha . Estação de Prat de Llobregat, Barcelona, Espanha . Estação Central de Valencia, Espanha . Auditório e Biblioteca em Alcalá de Guadaíra, Sevilla, Espanha . 3º Prêmio - Concurso Internacional para a Ampliação e Remodelação do Museu do Prado, Madrid, Espanha . 2º Prêmio-Concurso Internacional para a Ordenação do Píer nº 2 do Porto de Málaga, Espanha
Julia Molino Arquitectura
www.juliamolino.es e-mail: arquitectura@juliamolino.es telf.:+(34) 954213834
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Julia Molino
A linha da Praia de Levante está sujeita a um processo de modelagem ativa. Essa dinâmica costeira aparece como um valor a preservar por sua singularidade e potencial educativo, de modo que o projeto realizado para esta área combinou esse aspecto do sistema. A Península de los Toruños, por seu tamanho e intervenção limitada em si mesma, representa uma área de grande importância na Baía de Cádiz, sendo a única área da marisma não transformada disponíveis no parque. A marisma está alagada desde o rio San Pedro até a Praia de Levante, de modo que é onde o zoneamento é desenvolvido totalmente. Se do outro lado da margem atinge 40-60 m de largura, neste lado são 1700-1900 m fazem parte do projeto. O Pinar de la Algaida, pelo seu menor grau de intervenção é o mais interessante da Baía de Cádiz. Apesar de sua aparência natural, sua origem não podem ser, sem dúvida, artificial. O bosque é variado, nele estão presentes, aroeira, bufalagas, vassoura, espinheiro, labiérnagos, oliva, palma, jaguarzos, espargiras, etc. Ocasionalmente as manchas de matagal são suficientemente espessas para permitir a presença de trepadeiras que se conectam com copas inferiores dos pinheiros com os arbustos. Nas áreas desmatadas aparecem atraentes flores bulbosas, como orquídeas, gamones, cebolas, alho selvagem, etc. Na margem da floresta de pinheiros junto do Rio San Pedro Cano, é resolvido com um pequeno penhasco arenoso, a cujos pés são desenvolvidos bandas distintas de vegetação de acordo com a possibilidade de sobrevivência em contato com a água do mar.
A paisagem na Baía de Cádiz é caracterizada pela sua horizontalidade. É possível ter uma visão panorâmica, em todas as direções, sem encontrar itens que se destacam de forma significativa. Apenas em um plano longe, a Serra de San Cristobal e as colinas de Puerto Real e Chiclana, são vistas como um pano de fundo da Baía. A paisagem é extremamente aberta e predominando os primeiros planos e a linha do horizonte, aonde a falta de perspectiva de suas dimensões é o que mais se destaca. A diferença paisagística ocorre em condições de maré baixa em comparação com a maré alta. Na maré alta o aumento do nível de água inunda córregos e pequenas depressões que refletem as cores do céu, introduzindo reflexos que mudando com a direção e intensidade do vento, incorporando valores e sentimentos anteriormente insuspeitados. Esta característica de paisagem horizontal resulta espacialmente difícil realizar uma intervenção nesses espaços, que não prejudique a pureza da perspectiva livre ao criar um observatório que permite uma visão panorâmica do território. A preservação deste espaço, e dos seus valores naturais e ambientais não é incompatível com o uso deste espaço por uma população, ciente e consciente dos valores neles contidos, é necessário ser respeitar os substratos, as plantas,e os animais, e também com as pessoas, que acedam ao lugar para desfrutar dos valores deste paraíso únicos. As intervenções realizadas possibilitaram a acessibilidade e incentivado o respeito pelo riqueza natural existentes na área, contribuindo para uma redefinição do território, e evitando a sua destruição. Ou seja, um diálogo com os elementos existentes, estabelecendo uma tolerância entre cultura e natureza ... A natureza é cultura? ..., Cultura é a natureza?
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1. Fechamento do Parque 2. Mirador de Valdelagrana 3. Módulo Equipamento Praia 4. Caminho de Madeira Reciclada 5. Ponte Rio San Pedro 6. Torre Observatório 7. Ponte Rodado Caño Menor 8. Pavilhão de Descanso 9. Mirador de Poente 10. Ponte Caño de Cortadura 11. Centro de Recepção de Visitantes
1. Salinas de los Desamparados 2. Rio San Pedro 3. Marisma de los Toruños 4. Pinar de la Algaida 5. Caño de Cortadura 6. Ponta de los Saboneses 7. Praia de Levante 8. Porto de Santa María 9. Rio Guadalete 10. Porto Real 11. Artilheiros 12. Cádiz
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Descrição da Intervenção A proposta em sua totalidade, é organizada em torno de uma série de ações voltadas a definir a área como um único âmbito espacial, intercalado com espaços menores, caracterizados, seja territorial ou arquitetural, no qual é possível acomodar múltiplos usos. Para a satisfação geral, o projeto estabelece a possibilidade de várias trajetos, aonde existem vários espaços como: salas de repouso e de serviços, situando mirantes, torres, pontes e passarelas, como pontos de observação estrategicamente localizados no território sem danificar o meio ambiente. Além disso, como um alvo de linha de base foi decidido restaurar a paisagem danificada pelas obras de infraestruturas anteriormente executadas. Portanto, os elementos destinados a traçar os caminhos do parque, que representam uma rede de caminhos longitudinais e transversais, foram aproveitados os preexistente, usando um sistema de construção que regenera o sistema natural perdido. Os caminho são de terra compactada ou de madeira reciclados de vias de trem, ligeiramente elevados do terreno pantanoso, e articulada em profundidade a península de Toruños com a Praia de Levante. Além desse trajeto no sentido longitudinal, realiza-se outro no sentido transversal através da construção de uma passarela elevada que atravessa todo o parque, constituindo a maior infra-estrutura viária. Assim, desde o de Pinar de la Algaida, se sobe até a ponte sobre o Rio San Pedro que cai sobre um caminho que atravessa os pântanos da Toruños passando pelas dunas da Praia de Levante. Esta rota, com um caminho incorporado à topografia, serve de via para a observação da natureza, e caneta os diferentes ecossistemas presentes no Parque.
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Em essa rotas estão disponíveis os espaços de repouso e observação, situados em pontos cruciais e centrais, como o mirante da ponte sobre o rio San Pedro e o pavilhão de descanso no final de um dos caminhos. Um jogo de luz e sombra, sem procurar qualquer efeito padrão, sem mais meios que a madeira, paredes nuas e sua relação com as dunas, mangue e mar, onde a luz consegue penetrar tão longe, gerando composições mágicas. Uma característica genérica da intervenção é a elevação dos caminhos e pavilhões, construídos como palafitas, cujo nível varia de acordo com o regime das marés, algo que dá extraordinária beleza e vitalidade ao lugar, pelas constantes mudança de percepção do território terrestre e ao mesmo tempo marítimo.
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O Centro de Visitantes, concebido como uma porta de entrada para a natureza, é organizado como um conjunto modulado, cujas peças podem ser combinadas de acordo com regras fixas para alcançar a funcionalidade e equilíbrio estético procurado. A composição do espaço, incorporada em uma sistema quadricular de 5,00 mx 5,00 m, organiza a distribuição de cheio ou vazio, em salas fechadas ou pátios, procurando uma ligação entre esses espaços valorizando as proporções, texturas , luz e sombra. Nesta quadricula, feita com pilares de madeira e paredes estruturais em linha, são preenchidas com módulos para conseguir um volume edificado que atende às necessidades de uma área de recepção e de serviço do parque. Foram construídas duas faixas longitudinais, uma em direção à cidade e um para a natureza, definindo entre os mesmos os terraços e construindo volumes prédio transversais para alojar as funciones do programa de mais dimensão, como a sala de exposições e funções polivalente e o bar restaurante. De cada um dos espaços abertos ou fechados, forma um marco que se pode apreciar as diferentes visões e ecossistemas existentes dentro do parque, formando parte da beleza da arquitetura construída. Por esse motivo, o sistema de construção foi empregado com mais altura e fechamento a parte que dá a Valdelagrana e mais baixo e com grandes janelas com vista para o parque. E neste gradiente da seção transversal do edifício, aparece a grande varanda, um mediador entre a paisagem artificial e a paisagem natural. Esta relação de transição tem um importante o papel dos terraço introduzidos como pedaços de terra separados da natureza selvagem que vão aparecendo, em uma escala pequena em relação à natureza.
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No princípio da ordenação do projeto, existe o estabelecimento de um limite físico que é definido como um invólucro em torno da área. Este limite é uma arquitetura que se identifica com o parque, protege e cria o necessário equilíbrio de seu ambiente natural, isolando das obras de infra-estrutura, estradas de tráfego rápido e intenso, centros industriais. Utiliza-se um sistema linear de cerca vegetal, que aumenta de espessura devido aos edifícios que serão construídos como área de recepção e acolhida, que organizam formalmente como portas para a circulação interior-exterior, tanto para os visitantes como para automóveis de uso interno do parque. A presença contínua de madeira como material básico de construção no parque, e uma arquitetura de perfil nítido, contínuo, e seguro, também são característicos da organização, que assim se manifesta em uma unidade completa, destacando os valores naturais do lugar. Mas entre todos os elementos físicos que configuram o parque, dois deles, a água e a luz, podem ser considerados os principais destaques, tanto porque são volumetricamente o mais importante, como por sua influência sobre os outros: terra, flora, fauna, paisagem, usos. A água é crucial na formação de cada uma das partes do projeto e serve como uma ligação entre elas, estrutura toda a superfície do parque, e continua sendo a conexão geográfica e histórica da Baía com o resto do mundo. Julia Molino
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Isabel León
Parque Ambiental em Castilla y León, Espanha O projeto PRAE, Propostas Ambientais e Educacionais, começou como uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente do Governo de Castilla y León, Espanha, a proposta aqui apresentada, foi a vencedor com o Primeiro Prémio no concurso organizado pelo próprio Governo, em 2005. Também ganhou o Primeiro Prêmio no segundo concurso sobre "Construção Sustentável de Castilla y León", em 2008. O Parque Ambiental, nasceu com uma clara vocação educacional e ambiental, e desenvolve vários aspectos relacionados com as actividades da Secretaría do Meio Ambiente. Sendo a água e a reciclagem os dois principais protagonistas.
Isabel León_Arquiteta
Fundou em 1984 o escritório técnico, Y León Arquitetura e Urbanismo, a onde vem desenvolverndo a sua carreira profissional dentro da área da arquitetura e urbanismo, com especial destaque em habitação social. Por sua qualidade e compromisso com o meio ambiente, em mais de 25 anos de experiência profissional, Y Leon fue o primeiro escritório técnico de arquitetônico de Madrid em obter em 2010 os Certificados de Qualidade: ICCL Sistema Certificado de Qualidade Ambiental, além do Sistema de Certificado de Ecodesign. O compromisso com a arquitetura, sustentabilidade e um urbanismo sensível com o meio ambiente e natureza, com uma visão global e social, tem sido uma preocupação constante desde o início da sua carreira profissional, e continuar sendo os critérios básicos de concepção e design dos projetos que desenvolve. Atendendo a este compromisso, podemos destacar que Isabel León foi presidente fundadora da Associação para a Sustentabilidade e Arquitetura [ASA], e desde 2009 é Tesoureira do Green Building Council Espanha.Com relação à experiência internacional, Isabel Leão, como Secretária do Conselho Superior do Instituto de Arquitectos de Espanha [CSCAE], entre 1988 e 2000, organizou cursos e exposições e colaborou com o Instituto de Comércio Exterior [ICEX ]. Promoveu e organizou a partir de vários institutos de Arquitetos e em conjunto com a Escola de Organização Industrial (EOI), cursos de formação e especialização em Meio Ambiente. Isabel Leon também faz parte do Conselho da Fundação CEAR HABITÁFRICA desde 2006. Nesta posição, supervisiona o trabalho das ONGs em termos de habitabilidade, em países africanos. Em 2009, desenveu um Masterplan em conjunto com a empresa SATEC, para o Governo da Angola, que consistiu na construção de 5.000 habitações sociais em Benguela.
O conceito de espaço público foi uma prioridade desde o início deste projeto, enfocada na sustentabilidade e eco-eficiência, é um exposição viva sobre a diversidade botânica de Castela e Leon. Para isso, realizu-se um plantio de cerca de 500 árvores e 8.500 arbustos, com um número de espécies diferentes de 270, das quais 61% são regionais. Para a manutenção e paisajismo foram usados as aplicações mais modernas de sustentabilidade e técnicas de xerojardinería. A água utilizada para irrigação de todas as plantações é 13.200 m3/ano, com 60% de água reciclada no primeiro ano e 100% nos anos seguintes. A água procede de um grande lago de 4.500,00 m2 através de bombeamento com painéis fotovoltaicos, a água da lagoa é enviada ao sistema de irrigação do parque, ao ecossistema vertical e ao canal perimetral, a onde as plantas realizam a fitodepuração. Através de um sistema de recolhida e recuperação de água de uma área de 13.000 m2, 1.300 m3/ano recupera-se o excesso de água de irrigação e de águas pluviais 5850m3/ano, retornando à Laguna e depósitos de regulação. A contagem total de água tratada no primeiro ano é 7.740 m3, 60% das necessidades totais de água. Após este primeiro ano, o Parque será auto-suficiente.
Isabel León_Y. León Arquitectura y Urbanismo Paseo de la Habana,18_ 3ºB 28036_ Madrid_Espanha www.yleon.com e-mail: yleon@yleon.com telf.:+(34) 91 561 82 07
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Isabel León
Todo o parque foi construído com materiais reciclados e recicláveis ao 100%. Usamos 55,000 kg de plástico reciclado, o que é consumido por uma população de 3.000 habitantes / ano. Se reutilizou 1.400 T de matéria orgânica procedente da compensação do terreno, equivalente a 6.000 m3 de matéria orgânica. Os materiais de entulho gerado pela demolição de edifícios existentes foram reutilizados na formação da topografia do parque que recria os ecossistemas de Castela e Leon. A passarela, que atravessa o parque, foi construída 100% com ripas preparadas a partir de resíduos de embalagens de plástico doméstico misturado com serragem. Com uma aparência muito similar a madeira e com o mesmo tipo de manutenção. O jardim das 3 Eres, é um espaço de 3.500 m2, aonde foram criadas varias salas educativas de reciclagem com containers aonde se podereutilizar, reciclar e reduzir todos os resíduos produzidos no Parque. No Parque se utiliza varios tipos de energía renovavel: energia solar térmica e biomassa para aquecimento da água sanitária, e a energia solar fotovoltaica para o bombeamento e descarga direta na rede de exesso de produção, além da eólica para a eletricidade. Tudo isso como uma demonstração do uso racional da mesma. O Parque Ambiental é flexível, se pode adaptar e aumentar, de acordo com as mudanças e tempo, evitando o risco de rapidamente tornar-se obsoleto com o surgimento de novas energias alternativas ou novas necessidades. É totalmente acessível e adaptado às pessoas com deficiência física.
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agua BOMBE O SOLAR riego
ARROYO CANAL PERIMETRAL
SISTEMA ATLANTIS
fitodepuración
LAGUNA EL CICLO DEL AGUA
Mediante un bombeo por paneles solares , el agua de la laguna es enviada hacia el sistema de riego del parque y hacia el canal perimetral en el que las plantas situadas en él realizan una fitodepuración. Las sobrantes del riego vuelven a la laguna mediante el sistema de captación Atlantis
FUNCIONAMIENTO DEL SISTEMA ATLANTIS El S ISTEMA A TLANTIS emula el ciclo natural del A G U A , conjugando superficies muy permeables con sistemas que permiten su RECOGIDA Y CANALIZACIÓN , preservando y restaurando su calidad ya que se DEPURA progresivamente mediante procesos naturales de filtración y oxidación. Además de contribuir a la SOLUCIÓN de los problemas inherentes a la ESCASEZ y al CONSUMO IRRACIONAL DEL AGUA , este sistema permite afrontar una de las formas más comunes de CONTAMINACIÓN : la derivada del arrastre o escorrentía del agua de lluvia por las superficies impermeables de nuestras ciudades. Los sistemas tradicionales de desagüe y alcantarillado recogen y acumulan la mayor parte de los agentes contaminantes generados por las urbes en sumideros abiertos, tuberías o canales lo que crea hábitats naturales para insectos y ratas y favorece la proliferación de bacterias anaerobias. Éstas son transportadas durante periodos de lluvia a ríos y océanos, incrementando los niveles de contaminación.
DEPÓSITOS DE REGULACIÓN: Para poder aprovechar las aguas pluviales que caen en el parque y que son recogidas por el Sistema Atlantis, existen dos grandes depósitos de regulación, uno superficial y otro subterráneo. Éstos almacenan el agua que será utilizada posteriormente para mantener el nivel de la laguna.
NIVEL FREÁTICO ARTIFICIAL : se crea una estructura bajo los ecopaisajes formando una CAPA IMPERMEABLE en profundidad para poder recuperar las aguas de riego y pluviales que caigan sobre la zona. Ésta abarca una superficie de aproximadamente 7.000 m2, lo que supone una recuperación de agua de lluvia de 3.150 m3 al año, (sobre 450mm de precipitación media en Valladolid) LAGUNA Una vez alcanzada la cota + 0,50 se nivela el terreno procurando unas caídas hasta la y se apisona. Se coloca una TELA IMPERMEABLE sobre la cual se ponen las CELDAS DE A TLANTIS . Sobre estas celdas se pone un GEOTEXTIL para evitar que los sedimentos colmaten el sistema de drenaje. Finalmente se cubre con el volumen de tierra que corresponda al perfil topográfico. La capa de tierra mínima para cultivar sobre este sistema es de 50 cm. Para favorecer la entrada de los drenajes hasta esta capa todas las escorrentías se dirigirán hacia unas CAJAS DE DRENAJES de Atlantis colocadas sobre la capa freática.
PAVIMENTO DRENANTE : bajo la superficie ajardinada, se colocan CELDAS rígidas de POLIPROPILENO , huecas, tridimensionales, muy resistentes a la compresión, con el fin de aprovechar el agua de lluvia para el riego de las zonas ajardinadas de esta zona del parque, reconduciendo los posibles excesos a la laguna. El sistema se completa con una serie de elementos enterrados, CELDAS DE DRENAJE , CANALES Y DEPÓSITOS , que recogen y gestionan el agua filtrada en superficie.
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materiales
TALLER DE COMPOSTAJE Y JARDINERÍA RUEDA DE RECICLAJE TALLER DE ESCULTURAS
UNIBORDER , borde para jardín de material reciclado y ecológico
ARENERO
TALLER DE MÚSICA MULTIAVENTURA
MONTAÑA DE NEUMÁTICOS
PAVIMENTO ARIPAQ: contínuo, formado por áridos estabilizados con ligante a base de calcín devidrio reciclado y reactivos básicos, de gran resistencia y durabilidad. PAVIMENTO DE CAUCHO RECICLADO: producto ecológico, en el que aproximadamente el 90% de sus componentes son cauchos ya utilizados (neumáticos), los cuales son triturados y seleccionados para su posterior uso. PFRV, POLIÉSTER REFORZADO CON FIBRA DE VIDRIO : utilizado en diferentes estructuras del parque, de nulo mantenimiento y poco peso. El Ecosistema Vertical será uno de los elementos fundamentales del parque hechos con éste material.
MADERPLAS: la pasarela esta formada por listones modelo Maderplas Macizo Máxima, elaborados a base de composite, MEZCLA DE RESIDUOS PLÁSTICOS Y DE SERRÍN . Se trata de un material que combina la versatilidad del plástico en cuanto a acabados, formas y colores con el tacto y atractivo visual de la madera. Sus ventajas son evidentes: tiene mejor comportamiento en intemperie y ambientes húmedos que la madera, puede personalizarse en prácticamente cualquier color y es muy resistente frente a cargas y condiciones antifuego. Es un material de larga duración, SIN MANTENIMIENTO .
CIRCUITO
RAMPA DE ESCALADA
JARDIN DE LAS 3R
Espacio del reciclaje por excelencia. R EUTILIZACIÓN , de objetos como ruedas de coches, bidones como jardineras, cauchos coloreados, suelos de cristal de botellas. R ECICLADO de materiales para la creación de pasarelas, suelos y paneles. R EDUCCIÓN del uso de materias primas y recursos naturales con técnicas de xerojardinería
SYNTAL: es una combinación de MATERIALES RESIDUALES tanto de ORIGEN COMO INDUSTRIAL . La ventaja que presenta el SYNTAL es que puede ser recubierto con una capa externa sintética, que permite cualquier tipo de acabado de alta calidad. Se puede presentar en multitud de colores desde el blanco hasta el negro, y en dos acabados: liso y veteado. Su composición presenta una gran resistencia estructural, y es un material ideal para el mobiliario urbano de exteriores. Este material será utilizado en la BARANDILLA empalizada de la pasarela y en el BANCO Walden Tu y Yo
DOMÉSTICO
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residuos La tierra vegetal del desbroce de toda la parcela se ha reservado para su posterior utilización en la obra.
El escombro procedente de la demolición del Centro de Interpretación de la Naturaleza, debido a la construcción de un nuevo Centro de Recursos Ambientales, se reutiliza de diversas maneras. Los escombros cerámicos, de teja y ladrillo, se incorporan en los gaviones para la sujeción de las tierras de las terrazas que se generan en la parte semienterrada del aulario.
Los residuos de piedra y hormigón armado, se reutilizan para la formación de la topografía artificial que se genera, en capas de pequeño espesor, localizadas en el perímetro exterior de la lámina impermeabilizante (Atlantis), sobre los que se ha extendido la tierra con una buena compactación. Se aportará agua en forma de riego para ayudar a la compactación.
El aglomerado asfáltico existente en pequeñas cantidades en los montones de la parcela se han enviado a una planta de reciclado.
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energía
PANELES FOTOVOLTAICOS
PANELES SOLARES TÉRMICOS
CALDERA DE BIOMASA
AEROGENERADORES
CUBIERTA DEL AULARIO: ZONA DE ENERGIAS RENOVABLES
ENERGÍA FOTOVOLTAICA BOMBEO: Se precisa realizar una instalación de bombeo de agua, alimentada por energía fotovoltaica bajo el concepto de isla, es decir, no conectada en salida a la red de distribución de energía eléctrica, que permita elevar el agua desde el pozo interrelacionado con la laguna central, sobre una estructura creada expresamente y en su caída libre nuevamente a la laguna formando una lámina extensa que en su contacto con el aire permita la oxigenación del agua. Se pretende que este proceso sea lo más autosuficiente posible desde el punto de vista del consumo y uso de energías renovables . El bombeo del agua solamente será realizado cuando la existencia de luz solar alcance un cierto valor y arranque la actividad del proceso. No requiriéndose en momentos de falta de energía solar, motivo por el cual no se considerarán conceptos tales como almacenamiento de energía y en consecuencia sistemas tecnológicos asociados a ello como baterías y acumuladores. Para el bombeo del agua de la laguna, se utilizan 24 paneles fotovoltaicos de 150 W con sus respectivos accesorios. Los paneles fotovoltaicos para el bombeo del agua se situarán encima del ecosistema vertical.
ENERGÍA FOTOVOLTAICA CON VERTIDO DIRECTO A LA RED: Se instalarán paneles fotovoltaicos sobre el Aulario. La energía aportada será enviada o vendida a la Red eléctrica ya que esta alternativa es más económica y menos agresiva medioambientalmente que almacenarla en baterías. Este tipo de actuación viene recogida dentro del Real Decreto 436/2004 de 12 de marzo, en el que la compañia suministradora de electricidad tiene la obligación de comprar la energía producida por elementos fotovoltaicos. Estos paneles producirán 10kWp, con lo que la diferencia entre aportado a la red y recibido de la misma puede ser en ocasiones positiva a favor de la energia generada, optimizando el principio de sostenibilidad del parque.
ENERGÍA EÓLICA Se instalarán tres aerogeneradores dispuestos en el espacio dedicado a las energías renovables. Esta instalación es para uso interior del parque y de muy limitada potencia, de carácter experimental y destinada al autoconsumo eléctrico sin conexión a la red eléctrica de distribución, de potencia inferior a los 100 KW. PANELES SOLARES TÉRMICOS Para ACS, calefacción y refrigeración. Se instalarán 36 m2 de colectores de vacío para agua caliente sanitaria y calefacción, situados sobre la cubierta del Aulario, zona destinada a las energías renovables. CALDERA DE BIOMASA Situada en los cuartos de máquinarias, de 80 kv, con pellets u hoja de piña formando parte de la instalación de ACS y calefacción y la instalación de refrigeración mediante absorción.
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Centro de Lazer para Idosos e Reforma do Mercado Municipal de Archidona_Córdoba, Espanha [2011]
Charo Ramos Ábalos_Arquiteta
CRA Arquitetura e Engenharia representada pela arquiteta Charo Ramos Ábalos, é um escritório essencialmente dedicado à gestão de projetos e obras, projetos de arquitetura e urbanismo, engenharia civil e design de interiores, além de estudos de eficiência energética de edifícios e arquitetura bioclimática. O escritório conta com uma equipe de engenheiros, arquitetos técnicos, designers gráficos e outros profissionais que não estão integrados na estrutura do escritório, mas colaboram ocasionalmente, aumentando as possibilidades do escritorio de atuar em diferentes tipos de projetos, com o maior profissionalismo e rigor possível. As obras e projetos mais importantes de CRA são os seguintes: Centro Multiuso em Salinas [2009], Centro Multiuso da Estação da Romera [2009], Reforma da Urbanização e da estrada de acesso ao Santuário Archidona [2010,] Projeto de um Centro de Idosos e Reforma do Mercado Municipal de Archidona [2011], que apresentamos nesta edição. Charo Ramos recebeu recentemente o prêmio "Mulheres, sem diferenças 2012", do Governo de Málaga, pela sua carreira profissional, e a menção como “Mulher do ano”, dentro das atividades organizadas pela Prefeitura de Archidona, Córdoba, para o “Dia Internacional da Mulher”, pelo seu trabalho dentro da área do desenvolvimento urbano.
O antigo mercado é um edifício histórico de Archidona e a sua localização esta situada em um ponto estratégico da cidade, em frente das três entradas de uma das jóias do barroco andaluz: a Plaza Ochavada, o núcleo essencial da vida social archidonesa do passado. Esta área passou recentemente por uma revitalização por motivo da mudança da Prefeitura para um prédio que antes era o antigo Colégio Junior, ao lado do Mercado. Portanto, era necessário uma reforma completa do mercado, que se tornou ultrapassado e praticamente obsoleto devido ao mau estado. Por outro lado, o antigo Centro para Idosos, praticamente não havia sido usada como tal, porque estava localizado em uma área inacessível com muitas barreiras arquitetônico e falta de luz natural. No projeto foram incluidas ações na envolvente do edifício, em geral para o reforço da eficiência de energia e incorpora medidas de economia energética, além de adapta-se ao uso como Mercado Municipal e ao mesmo tempo como Centro de Atividades de Lazer e Culturais para Idosos. O principal uso continua sendo o comercial, e o Centro de Lazer para Idosos passa a ser um uso secundário, com acesso através do mercado para ser mais acessível, ja que existe uma diferença de cota na rua que dificultava um acesso direto, por esse motivo optou-se por excluir a entrada antiga. Foi mantida as dimensões originais da porta, e colocou-se um painel de vidro para uma maior visibilidade do interior do Centro para a Praça e Prefeitura. A principal ação para melhorar a eficiência de energia foi substituir a capa de impermeabilização existente na laje do telhado plana por um sistema de laje Filtron, escolhida pelo baixo peso e pela inclusão de isolamento térmico e estética, ja que esta muito visível desde a prefeitura. A máquina de arcondicionado foi colocada na parte de trás do edifício, para diminuir o impacto visual do centro histórico. Também foi pensado como realizar a integração arquitetônica dos painéis solares. A cor é a protagonista do novo mercado e sua marca, outras das preocupações foi manter e melhorar a estrutura, e a adaptação aos modernos padrões comerciais. Além da ação integral nas áreas de distribuição, de um total de 12 postos comerciais, dando-lhes uma qualidade de construção mais contemporânea e melhorando a aumentar a sua funcionalidade. Mantendo as proporções iniciais do mesmo, mas diminuindo a altura.
Charo Ramos Ábalos_CRA Arquitectura e Ingeniería
C/Gallardo,5_Bajo 29300_Archidona_Málaga_Espanha www.cra-estudio.es e-mail: charo.ramos@coamalaga.es telf.:+(34) 629342056
33
Charo Ramos Álabo
Também foi substituído, o revestimento do chão, telhas e portas. Além de criar um espaço para cada comerciante por a sua imagem corporativa personalizada em cada posto. No Centro de Lazer foram criadas ações específicas na área de atividades lúdicas e culturais para os idosos. O projeto foi pensado para que exista uma conexão visual com o exterior, e que o usuário esteja envolvido pelo contexto, através da eliminação da antiga entrada, substituída por um painel de vidro. Para alcançar espaços funcionais, foram usados materiais leves, técnicas e instalações contemporâneas. Então, novamente a cor, juntamente com a luz natural, são os transmissores de alegria e vitalidade. O conforto interior foi conseguido através da ventilação e a instalação de um piso radiante e refrescante.
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Charo Ramos Ă labo
Antes da Reforma
Despois da Reforma
1 35
Charo Ramos Ă labo
1 36
Charo Ramos Ă labo
37
Lourdes Bueno Garnica
Apartamentos para pessoas maiores de 60 anos e menores de 35 anos, em San José de la Rinconada [Sevilla] Partindo do conceito dehabitação como um espaço temporário para um tempo intermediário na vida das pessoas. Propomos um projeto de um forte compromisso com o aspecto do bem-estar social do ciudadão. O edifício esta concebido como um volume dinâmico e contemporânea partindo do exterior, com um tamanho pequeno verticalmente e com um movimento de fachadas para causar uma interação com o espaço urbano.
Lourdes Bueno Garnica_Arquiteta
Formada pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Sevilha em 2003, com especialização em construção. Em 2004 criou “Arquitextonica” com Miguel Villegas Ballesta. vários projectos, tanto individualmente como em colaboração com outros arquitetos, tais como: reforma do Centro de Treinamento Municipal Juan Pérez Mercader, para o escritórios “Soderin 21”, em 2009, com o arquiteto José Miguel Mora Chaparro, ou o Projeto de 100 Moradías Sociais na cidade de “ La Rinconada” [Sevilla], com o arquiteto Miguel Angel Romero Cañete, além do projeto apresentado neste edição, 51 Apartamentos para jovens e idosos em “San Jose de la Rinconada”, [Sevilla], realizado em 2007, junto com o arquiteto Luis Valero Díez e o escritório “Soderin 21”. Em 2009 ganhou o primeiro prêmio no concurso de “Idéias para Arquitetura Efêmera”, com um projeto de “Cobertura” para a Rua Dos de Mayo em Bilbao, Espanha, junto com o arquiteto Miguel Villegas e com a colaboração de Mayka Sambruno e Cristina Romero. para a Reabilitação do Cinema Avenida, em Barbate, Espanha, com a colaboração do arquitecto Miguel Villegas e Rosario López de Carrizosa. Já participou em inúmeras exposições de arquitetura, das que podemos estacar: Projeto para a Renovação Urbana da Área do Estadio de Futbol Manuel Ruiz de Lopera e Sanchez Pizjuan, no FIDAS de Sevilha, exposição do Projeto QUERK em Eindhoven, Holanda, e a exposição do Projeto Mind The Gap, na Technische Fachoschule Köln , em Colónia, Alemanha.
O projeto tem como objetivo ser um local de convívio entre gerações, para que todos se relacionem e ao mesmo tempo mantem a privacidade e o desenvolvimento pessoal. Nas áreas comuns, dadas as características e dimensoes do para crear espaços de encontro e de reunião, parcialmente protegidos por uma passarelas no primeiro andar. Tanto o pátio como as varandas não se limitam aos espaços de comunicação simples, são como extenções dos caminhos e deixam de ser corredores nas áreas comuns entre os apartamentos, e estão protegidos do exterior. Além disso, o teto esta concebido como um grandes espaço ao ar livre, para uso privado, a onde se podem realizar diversas atividades comuns. O espaço público torna-se um lugar social para toda a dia ou conversar com um vizinho. Embora favorecemos o encontro e a relação entre vizinhos, cada apartamento esta construído com um grau de intimidade e privacidade, entre as áreas comuns e as paredes exteriores dos apartamentos, posicionando e desenhando com muito cuidado as janelas das fachadas interiores. A versatilidade dos espaços interiores dos apartamentos faz com que as opções de habitar-lo estejam abertas para as necessidades e desejos de cada usuário e decisão de cada um dos vezinhos. . Arquiteto co-autor do projeto: Luis Valero Díez . Promotor: Século XXI Rinconada . Contratante: Soderin SA . Estruturas: Edartec . Instalações Dimarq . Arquiteto técnico: Alberto de la Cruz Martínez . Fotografías: Jesús Granada, Arquitextonica, Sergio Rocha . Desenho: José Manuel Morilla
Lourdes Bueno Garnica C/ Perséfone 3, esc 2, 2º4 41005_Sevilha_Espanha
www.villegasbueno.net e-mail: lourdesbueno@villegasbueno.net telf.:+(34) 954693008
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Lourdes Bueno Garnica
Primeira Planta
Planta Baixa
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Lourdes Bueno Garnica
Corte AA’
1 40
Lourdes Bueno Garnica
Tipologías
Tipología Especial [Deficientes Físicos]
Tipología 1
Tipología 2
41
Lourdes Bueno Garnica Areas de serviรงos
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Amor Cañada Luque
Centro Hospitalario_ Loja, Granada, Espanha [2009] Ao considerar uma proposta de arquitetura para um Hospital de Alta Resolução, tinhamos que pré-definir alguns objetivo do projeto tanto funcional como econômico para estabelecer e clarificar os requisitos da equipe no momento de propor uma solução para o programa funcional. Estes objetivos foram os seguintes: meio ambiente, funcionalidade, flexibilidade de expansão do edifício, circulação, otimização dos custos operacionais, custos de manutenção e gasto de energia, construção sistemática, inovação tecnológica, e ecologia. O diagrama proposto baseia-se na necessidade de responder às demandas dos cidadãos, transmitindo uma sensação de espaço e conforto, evitando pontos de aglomeração dos doentes, proporcionando acesso fácil a todos os serviços e manutenção das diversas áreas funcionais inter-relacionadas que exigem este tipo de conexão. Tudo isso integrado com a filosofia do Serviço Andaluz de Saúde da Espanha, com o objetivo de responder as necessidades dos pacientes que necessitam deste serviço.
Amor Cañada Luque_Arquiteta
Graduada em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Sevilha em 2002. Realizou um mestrado em Arquitetura Organização e Gestão de Infra-estruturas Hospitalarias na Universidade Européia de Madrid. Iniciou sua carreira profissional, colaborando em diversos projetos e em vários escritórios de arquitetura, dos quais destacamos: Escritório de Rafael Manzano Martos e Escritório de Javier Terrados Cepeda. Atualmente, exerce como arquiteta-chefe de projetos do Departamento Técnico da empresa Ámbito Arquitetura e Urbanismo SL, com sede em Sevilha, desde 2002, aonde vem realizando uma série de projetos dentro da área hospitalar, comercial e residencial, como: o Centro Comercial e de Lazer de Sanlucar de Barrameda, Cádiz [Espanha], Centro de Alta Resolução Hospitalar de Loja, Granada [Espanha], que apresentamos nesta edição, Centro de Saúde de Pilas, Sevilla, Centro Hospitalar de Alta Resolução de Alcalá la Real, Jaén [Espanha]. Além de outras atividades como profissional independente.
O programa funcional englobava uma serie de necessidades, um departamento de emergência, salas de operações, e diagnósticos, ambulatório, salas de especialidades, administração, laboratórios, hospitalização e serviços gerais. Desta forma, o edifício foi realizado em 2 plantas, sobre um pavimento subterrâneo. Nos dois primeiros pavimentos o programa foi distribuído em dois corpos longitudinais [norte-sul e leste-oeste], que se cruzam em um grande hall que se desenvolve em torno de um terraço, com circulações horizontais devido ao padrão radial proposto e vertical já que em ambas extremidades leste e oeste, são colocadas as duas escadas e elevadores. A peça leste-oeste longitudinal se abre dois em sua ala oeste, facilitando o passo do jardim para o terraço, articulando desta forma todos os espaços de circulação e gerando esferas públicas de escala, luz e natureza. Abaixo do nível do chão o programa está disponível ao redor do terraço principal e em baixo de este nível existe um jardim que proporciona uma melhor refrigeração das diferentes salas. Foi proposta uma solução de circulação radial, com o objetivo de obter dois tipos de circuitos públicos [pacientes e família] e privado [médico e serviços], com um grande nível de independência. Outro fator de importância é a flexibilidade do edifício e a possibilidade de crescimento e de redistribuição, já que foi com a idéia de concentrar diferentes áreas em torno de um grande hall central que articula as diferentes áreas.
Amor Cañada Luque
C/ Pelay Correa, 75_2º G Sevilha_Espanha e-mail: amor.canada@gmail.com telf.:+(34) 687 747 034
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Amor Ca単ada Luque
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Amor Ca単ada Luque
1 45
Amor Ca単ada Luque
1 46
Maria Claudia Luna
Projeto de reforma de interior para a empresa Constellation_ Itaim Bibi, São Paulo Inicialmente o cliente pensava que necessitaria alugar outro escritório mais amplo, no entanto, depois de uma analise do lugar detectou-se que o escritório estava mal distribuído, parecia um labirinto com várias salas sem nenhuma funcionalidade. Depois de um pré-estudo demonstrou-se ao cliente que não era necessário alugar outro escritório, que com um único espaço de 250m2 era suficiente, e assim, eles economizariam em aluguel. Todo o mobiliário e as divisórias de vidro que divide os espaços foram projetados pela arquiteta. Também foi criado um lavabo para uso exclusivo dos clientes e diretores da empresa.
Maria Claudia Luna_Designer de Interiores Graduada em Belas Artes pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, em 1999, e em Decoração de Inteiores pela Academia Brasileira de Arte de São Paulo, em 1996. Em 2001_02 , Maria Claudia dicide ampliar sua formação acadêmica e realiza um Master em Arte e Design de Interiores na Suffolk University de Boston e um Master em Design na Boston Architectural Center. Sua experiencia profissional inicia em 1996 como arquiteta senior, trabalhando no escritio de Roberto Candusso Associados, a onde esteve até o ano 2000, realizando projetos de design inteiror residenciais, comerciais e corporativos. Posteriormente trabalhou no estudio de Brunete Fraccaroli Arquitetura, em São Paulo, como designer e supervisora de projetos de interiores. Em 2001 colaborou no estudio de Mark Ottmann Design Associados em Boston, realizando acompanhamentos de projetos comerciais. Trabalhou como assistente no estudio J/Brice Design de Boston, em 2003, na área de inteiorismo de hotelaria, para cliente como: Best Westrn e Sheraton. Em 2004 abre o seu próprio escritorio, Mcluna Arquitetura e Design em São Paulo, a onde realiza projetos residenciais, corporativos, e administração de obras em parceria com outros arquitetos e engenheiros, além de design de moveis e projetos de interiores.
Maria Claudia Luna_Mcluna Arquitetura e Design Rua Marquês de Paraná, 651_9º andar_94 05086-010 _São Paulo_Brasil www.mcluna.com e-mail: mcluna@mcluna.com telf.:+(55) 11 3832-1319
47
Maria Claudia Luna
Tela Screenglass fixada na parede
12 pessoas
recepç
1. 2 0
T E .L
Sala reuni
2,61 E Q U. I P
A R C O .N D
Lavabo
P R O. JF O R R O
S A N. I M T A.S C
Espaço para Caf
Espaço para 30 pessoas CIRCULA~C~AO
fechado
1. 3 5
COPA
aberto
servidor Colocar 2 dijuntores separados embaixo do piso
LEGENDA: Cabeamento estruturado no piso elevado Cat 5e (rede/telefonia) Cabeamento estruturado h=0.80 (rede/telefonia) Tomada no piso elevado Tomada baixa h=0.30cm 110v Tomada baixa h=0.30cm 220V Tomada meia altura h=0.80m Tomada alta h=2.20m Ponto de rede h=o.30cm Ponto USB h=0.80m Ponto USB no piso Ponto para projetor no teto Ponto para tel Ponto para TV h=2.20m Exaust
Sala reuni
2
Sala reuni
1
3,93
3,92
3,92
12 pessoas
0,1
2,81
recepç 1. 2 0
3,10
TEL.
2,71
Circulaç
Divis de vidro alinhada
A RCOND .
3,20
Lavabo
2,14
EQUIP .
2,14
8,92
1,52
M I.C SANIT . MASC .
M I.C
PROJ. FORRO
2,45
1,32
2,39
2,52 CIRCULA~C~AO
3,09
COPA
0,1
1. 3 5
de trabalho para 30 pessoas
2,90
2,95
servidor 3,05
7,20
Fechar esse espaço com dry-wall.
3,92
Sala reuni
2,81
3,92
0,1
6,00
2,06
48
Maria Claudia Luna Madeira Freij Linheiro no teto/faixo de luz na parede
Iluminaç
Ver se usar o logo existente Eliminar a moldura branca existente.
no logo
Cor de parede a definir
Iluminaç
Porta existente pintada de preto
embutida
0,70
1,10
Madeira Freij Linheiro
Constellation Constellation ASSET MANAGEMENT
1,10
Iluminaç
ASSET MANAGEMENT
3.91
0,45
0,45
1,50
LATERAL ESQUERDA
1,05
1,05
1,73
FRONTAL
Madeira a definir Iluminaç
no teto/faixo de luz na parede
1,10
Cor de parede a definir
Constellation Constellation
0,45
ASSET ASSETMANAGEMENT MANAGEMENT
1,20
1,05
1,20
LATERAL DIREITA
FRONTAL COM PORTAL
recepç
Lay-Out/elevaç
02A
sem escala
19 4
.
Maria Claudia Luna
Cor de parede a definir
0,4
0,4
0,4
0,6
0,4
0,4
1,5
Frigobar existente do LxAxP (48x62x52cm) 0,6
0,043
0,96
0,3
0,15
0,3
Frigobar existente do cliente LxAxP (48x62x52cm)
Arm s fechados em laca N colocar puchador, fazer a porta de toque ou com puchador embutido, o que ficar mais
0,19
0,3
0,35
0,79
FRONTAL
0,69
0,21
0,69
0,21
Salas de reuni com persianas
SALAS DE REUNI
0,79
Vidro Jateado
0,69
Vidro Jateado
0,69
0,21
Vidro Transparente
2,60
0,21
Vidro Transparente
Vidro Jateado
SALA DE TRABALHO
50
Maria Claudia Luna
0,6
Pia de apoio quadrada da Deca L7300 - 35larg x 31prof x 10alt.
parede a definir
0,35
Espelho
E
Santo
0,2
Santo
0,15
E
Bancada de
0,35
de
Front
Parede pintada de preto
0,25
Bacia branca DECA Nuova
Rodap de madeira pintado de branco
1,32
3,9
1,2
1,35
1,2
Calha para: 4 pontos para cabeamento estruturado 2 pontos para el
0,8
Calha para: 4 pontos para cabeamento estruturado 2 pontos para el
0,8
Calha para: 4 pontos para cabeamento estruturado 2 pontos para el
Passagem dos fios pela base da mesa do piso elevado
MESA DE REUNI
PARA SALA DE 12 LUGARES
MESA DE REUNI
PARA 2 SALAS DE 4 LUGARES
Obs: Definir madeira
2,8 Vidro transparente Puchado da pr madeira branco embutido
0,7
Madeira a ser escolhida s envolta do
0,05
Portas e interno pintado de branco Profundidade 0.50 P branco
0,26 0,03
VISTA EXTERNA DO M
Prateleira
VISTA INTERNA DO M
51
Adriana Pascheto
Centro de Estética e Beleza Ritz Beauty Care Situado em Moema, São Paulo, implantado em um terreno de 400m2. O Centro esta distribuído em dos plantas, sendo que o térreo ocupa uma superfície de 311m2 e o piso superior 277m2. O Ritz foi criado com a idéia de transcender ao conceito tradicional de Centro de Estética. Em um ambiente amplo, com um pé direito duplo e com uma coberta de vidro. A iluminação natural exerce uma importância fundamental e serve para definir uma arquitetura minimalista, inserida dentro da corrente arquitetônica contemporânea. Todo isso vai acompanhado por uma decoração criativa e inovadora que projeta modernidade e glamour.
Adriana Pascheto_Arquiteta
Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade UNINOVE de São Paulo, em 2007 e com pós-graduação em Restauro y Patrimônio Histórico pela Universidade Cruzeiro do Sul. Com experiência em arquitetura civil, engenharia e construção. Funda em 2006 o seu próprio escritório de arquitetura “Adriana Pascheto Arquitetura e Design” aonde vem desenvolvendo projetos de arquitetura corporativa, comercial, institucional e residencial. Conta com uma equipe de engenheiros, arquitetos e agrônomos especialistas en cálculos, madeira certificada e de demolição, pedras e eco-sustentabilidade. Suas atividades vão desde a pesquisa e análise, programas, projeto de reformas, arquitetura de interiores, paisagismo a coordenação, fiscalização e acompanhamento de obras. Dentro do campo da pesquisa científica, podemos ressaltar sua iniciativa na elaboração de uma edição sobre Paisagismo e Arquitetura, realizada na Universidade UNINOVE. Seus trabalhos foram publicados em vários revistas especializadas, podemos destacar o projeto que apresentamos nessa edição de ARQ Meeting Point, um Centro de Estética realizado em Moema, São Paulo.
Adriana Pascheto Arquitetura e Design Av. João Paulo Ablas, 377 sala 7 _ 2º andar 06711-250_Cotia_São Paulo_Brasil www.adrianapascheto.com.br e-mail: arquitetura@adrianapascheto.com.br telf.:+(55) 11 47022245
52
Adriana Pascheto
Planta Baixa - Térreo
Planta Baixa - 1ºPav.
Painel com Imagem Tijolinho
Espelho
Corrimão igual ao guarda corpo
Armário existente Branco Madeira
Detalhamento Escada
Detalhamento Escada
Fachada Frontal
53
Adriana Pascheto
1 54
Carolina Veloso
Projeto de reforma de interior e luminotecnía para a multinacional Expeditors_ Curitiba O projeto tem a intenção de criar um ambiente sofisticado e aconchegante, no qual os empresários pudessem receber os seus clientes de uma forma agradável, contribuindo para a concretização dos negócios. O cliente contribuiu com algumas idéias a respeito do tipo de ambiente que queria criar para sua empresa e os arquitetos ofereceram suas propostas e sugestões, de forma que o cliente participou em algumas decisões do projeto. Carolina Veloso, do Studio Jomar de Mello, apresenta um exemplo impecável, que reúne todos os elementos necessários para contribuir com o aumento da produtividade e eficiência de qualquer equipe. Com 120 m2, esta sala comercial localizada no Centro de Curitiba, sede de uma multinacional de logística de transporte, esta projetada de forma inteligente e criativa.
Carolina Veloso_Arquiteta
Começou a sua carreira profissional colaborando em varias empresas de construção civil. Atualmente faz parte da empresa Studio Jomar de Mello, a onde realiza projetos em diferentes âmbitos da arquitetura, do design e decoração. A imaginação e a inquietude fazem parte da rotina do escritório JM. Para Carolina Veloso, esta inquietude nada mais é do que a recusa dos padrões, modelos ou pré- concepções que, por serem tradicionais ou de senso comum, costumam ser adotados passivamente sem questionamento. Por esse motivo o seu trabalho implica uma constante busca pela singularidade de cada projeto e pela capacidade de construir reflexões novas no âmbito interno da arquitetura. Nascida em Curitiba, possui um interesse constante pela inovação, sempre com o objetivo de surpreender e satisfazer os desejos dos clientes.
Os ambientes de recepção, sala de reuniões, sala da gerência, financeiro, instalações sanitárias, copa, e TI, estão todos voltados para a grande sala operacional, todas integradas por divisórias em vidro blindex. Onde foram demolidas as paredes antigas internas, para chegar a este visual arrojado e estimulante. Destaca-se no projeto o aspecto luminotécnico, inteiramente composto pela tecnologia em leds, para reduzir o consumo de energia elétrica. É uma política tanto da multinacional quanto dos arquitetos, para soluções ecologicamente responsáveis. O ambiente mais inusitado da empresa é o colorido lounge, onde os funcionários podem fazer paradas durante o expediente para relaxar e conversar. Nos espaços corporativos, como a sala de operações e de reuniões, a linguagem é ao mesmo tempo minimalista, clean e funcional, para garantir o conforto e facilidade de concentração durante os momentos de trabalho. Já no lounge, a busca foi por uso de cores mais fortes, justamente para estabelecer o contraste de atividades. O vocabulário cromático do lounge é realmente um grande destaque do projeto. Obras de arte também pontuam com charme e elegância o ambiente da recepção.
Carolina Veloso_Studio Jomar de Mello Av. Batel,1230 Conj. 111_Ed. BBC Batel 80420-090 _Curitiba_Brasil www.cvarq.com.br e-mail: carolina@cvarq.com.br telf.:+(55) 41 33431111
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Carolina Veloso
Planta de iluminação
56
Carolina Veloso
Planta Primeira fase de execução
Planta Segunda fase de execução [ampilação]
1 57
Carolina Veloso
1 58
Brunete Fraccaroli
Design de interior de um apartamento de luxo de São Paulo
Brunete Fraccaroli_Arquiteta
Graduada en Arquitectura e Urbanismo pela Universidade Mackenzie de São Paulo. Sua carreira profissional como design de interiores, vem sido exercida tanto no Brasil como em varias cidades do mundo: Milão, Punta Del Este, Nova York, New Orleans e Miami. Na década de 90 Brunete passou a integrar a diretoria da Associação Brasileira de Designers de Interiores_ABD, cargo em que permaneceu por 13 anos em busca de maior reconhecimento e regulamentação dos profissionais da categoria. Em 2003 se tornou presidente da ABD, período de grande crescimento da associação. A partir de 2006 se tornou membro do conselho deliberativo, função em que permanece atualmente. Suas obras são publicadas em revistas de arquitetura e decoração e também figura em uma grande quantidade de livros e periódicos especiais. Entre os seus projetos mais conhecidos estão o “Jardim de Vidro” para o Espaço Deca em 1999, que conquistou o prêmio CREA de Belo Horizonte, além do 1º Prêmio no Espaço D, a “Garagem de Vidro” da Casa Cor 2001, que recebeu o premio Solutia Design Awards 2002. Com o projeto comercial da Glass Store de São Paulo, recebeu o premio Solutia Design Awards em 2003. Seu último projeto demonstra a grande preocupação da arquiteta com a sustentabilidade. Batizado como Casa-contêiner, o projeto utiliza materiais que seriam descartados como sucata para criar ambientes conceituais e contemporâneos. Este projeto conquistou o prêmio de ambiente mais sustentável da Casa Cor 2011.
Nesse projeto é possível notar o caráter inovador da porta de entrada, em formato curvo, com desenho da própria arquiteta. No hall podemos destacar a peça Elephant, obra do designers Charles e Ray Eames, as cadeiras são Montenapoleone e o chapeleiro SphausForrest, desenhado por Gian Luigi Landoni. O revestimento das paredes é da Wallpaper. O amplo living possui uma personalidade marcante, o contraste entre branco e preto está presente no mobiliário complementado com objetos de design sofisticado. Neste ambiente se destaca a HorseLamp e o espelhos que dão amplitude ao espaço. A sofisticada sala de lareira esta composta por mobiliário de tons claros, estantes espelhadas e lareira em mármore. A sala de jantar é toda espelhada e conta com mesa de laca preta, pendentes de cristal da Scatto. A sala de almoço é oposta ao jantar, em tons claros. A área íntima do apartamento é marcada por amplo hall e abriga dois quartos de hóspedes, sala de games, Spa, e a suíte principal. Esta é toda em tons de prateado e com paredes revestidasc de tecido. O Spa, conta com móvel de madeira desenhado pela própria Brunete, coberto com futón e parede forrada com espelho. Os quartos de hóspedes são brancos com detalhes coloridos e possui cama em laca branca. O apartamento também possui um amplo terraço com projeto paisagístico de Paula Magaldi.
Brunete Fraccaroli Arquitetura & Interiores Rua Batataes, 460 – 4º andar 01423-010_São Paulo_Brasil www.brunetefraccaroli.com.br e-mail: brunete@brunetefraccaroli.com.br telf.:+(55) 11 3885-8309
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Brunete Fraccaroli
60
Brunete Fraccaroli
1 61
Daniela Caricilli
Projeto Residencial Esta residência de 460m2, esta localizada em um condomínio fechado no interior de São Paulo, sobre um terreno de 1.200m2. Dividida em dois pavimentos, um térreo a onde se encontra a área social, serviço e lazer e um pavimento superior a onde esta a área intima. A idéia inicial do projeto era unir dos estilos arquitetônicos, por um lado o Neoclássico e por outro o Contemporâneo. A fachada frontal esta marcada pela porta de entrada, em ferro e vidro com dimensões generosas de 500m de altura, essa porta foi usada como eixo central para determinar uma simetria marcada por dois colunas de estilo Neoclássico. Na fachada traseira, esta configurada por grandes panos de vidro que integram o interior com o exterior e servem de comunicação entre o jardim e a piscina. No interior um pé-direito duplo, além de dar a sensação de maior amplitude, serve de comunicação entre os dois pavimentos.
Daniela Caricilli_Arquiteta
Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela PUCCAMP (Pontifícia Universidade Católica de Campinas) em 1997. Iniciou sua trajetória profissional atuando em diversos escritórios de arquiteturas da cidade de Americana, São Paulo. Em 2002 abri o seu próprio escritório, Caricilli Arquitetura, situado na cidade de Americana, com o qual trabalha para clientes de toda a região metropolitana de Campinas. Caricilli Arquitetura desenvolve projetos de arquitetura residenciais, comerciais e industriais, além de design de interiores e iluminação. O escritório desenvolve todas as etapas de uma obra, da escolha do terreno a entrega final da obra, como também toda parte de interiores, decoração, iluminação e paisagismo, com uma equipe especializada, que procura estar atualizada sobre as novidades tecnológicas e novas tendências.
Caricilli Arquitetura
Av. Campos Salles, 500 _Vila Jones 13465-590 _Americana_SP_Brasil www.caricilliarquitetura.com.br e-mail: caricilli@ig.com.br telf.:+(55) 19 3406-3970
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Daniela Caricilli
Planta Primeira
Planta Baixa
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Daniela Caricilli
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Hevelyn Baer Villar_ Trabajo Final de Graduação Interdisciplinar
Trabalho Final de Graduação Interdisciplinar Centro Cultural Maembipe O projeto foi indicado pela Universidade Estadual de Londrina para participar no concurso Ópera Prima de projetos de Fim de Graduação. O Projeto do Centro Cultural foi desenvolvido com o objetivo de abordar o conceito de paisagem cultural e proporcionar um lugar de encontro entre comunidade e turistas, além servir como lugar de produção e experiência cultural. O Centro Cultural abriga uma Biblioteca Municipal, um Museu de Cultura Caiçara, uma Escola de Arte, Dança e Música e um auditório para congressos e conferências. Em este projeto o espaço público transforma-se em um elemento unificador das diferentes funções do Centro.
Hevelyn Baer Villar_Arquiteta
Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual de Londrina com o Trabalho Final de Graduação Integrado: Centro Cultural Maembipe – Ilhabela – Nomeado ao Prêmio Ópera Prima em 2008. Mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Utah – Salt Lake City – EUA, com tese em Reabilitação de Edificações Abandonadas como instrumento de sustentabilidade. Apresentando como Projeto Final de Graduação um projeto para o Cirque de Soleil de Las Vegas, com o que foi nomeada ao prêmio de arquitetura da Universidade de Utak. Sua experiência profissional no Brasil e nos Estados Unidos é de aproximadamente oito anos, incluindo projetos residenciais e comerciais, acompanhamento e gerenciamento de obra. Sua experiência acadêmica esta relacionada com projetos de pesquisa como o de “Vigas de madeira reforçadas com aço”, com o que ganhou o primeiro Prêmio no Congresso Nacional de Iniciação Científica, e monitoria a alunos da graduação na Universidade de Utah. Colaborou como voluntaria na organização de auxílio humanitário internacional Habitat for Humanity, na construção de projetos residenciais para comunidades carentes e participou em projetos e instalações artísticas em museus e instituições culturais.
Localização O projeto apresentado foi desenvolvido no Centro Histórico do Município de Ilhabela, litoral norte de São Paulo. Colonizada a partir de 1608 e conhecida como lugar de resgate de prisioneiros e troca de mercadorias, trata-se da segunda maior ilha marítima do Brasil, com 348km2 e com o 85% da sua superfície coberta por Mata Atlântica e protegida pelo Parque Estadual de Ilhabela. Possui 24 mil habitantes, porém conta com um fluxo de 1 milhão de turistas anuais. Desenvolvimento do projeto Partindo da premissa de que a paisagem é o elemento de caracterização e unidade da ilha, considerando que a paisagem não é apenas um cenário natural, mas uma associação de ações antrópicas que configuram uma paisagem cultural. Buscou-se desenvolver uma proposta formal que dialogasse e contribuísse com essa paisagem e uma solução funcional dos espaços utilizados pelo Centro como instrumento para esse fim. A análise do lugar apontou duas diretrizes principais: A percepção do espaço e da paisagem através do percurso gerado por dois eixos; o natural e o urbano, e a valorização do espaço de encontro entre turistas e nativos, entre o passado e o presente, remitindo à essência da Vila.
Hevelyn Baer Villar
Rua Marques do Pombal 1824, sala 201 Porto Alegre_RS_Brasil
www.wix.com/hevelynvillar/architecture-and-photography e-mai: hevelynvillar@hotmail.com telf.:+(55) 43 91490314
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Hevelyn Baer Villar_ Trabajo Final de Graduação Interdisciplinar
Programa O programa foi elaborado junto à comunidade e representantes, de acordo com as necessidades e objetivos do Município. Divide-se em 4 atividades principais: 1. Biblioteca: Pretende-se projetar um espaço destinado a biblioteca, onde se espera atender as necessidades da comunidade. Consiste de salas de leitura, acervo local, sala de informática, recepção e administração. 2. Fundaci: A Fundação de Arte e Cultura de Ilhabela é uma iniciativa da Secretaria de Cultura do Município, que busca proporcionar educação e lazer aos jovens e crianças da Ilha. O programa consiste de uma serie de oficinas de atividades como: música, dança, artes plásticas, teatro, ballet, capoeira, tai-chi-chuam, artesanato e canto coral. 3. Recepção e ponto de informação turístico, integrado ao café e ao museu, com salas de exposições temáticas, as quais valorizarão os elementos da cultura local, comuns as 17 comunidades existentes na Ilha. 4. Auditório com 106 lugares. É uma iniciativa que vai de encontro com uma das estratégias do plano gestor de turismo, que propõe a construção de um espaço para realização de eventos, congressos e seminários na Ilha, com o objetivo de proporcionar um espaço cultural, e suprir a carência existente.
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Hevelyn Baer Villar_ Trabajo Final de Graduação Interdisciplinar
Museu O Museu esta configurado por uma caixa de vidro que abriga além do Museu uma cafeteria. Sua situação de frente para o mar, permite que o visitante tenha uma vista privilegiada da paisagem ao mesmo tempo uma inserção visual dos objetos regionais expostos no seu ambiente natural.
Auditório Esta constituído por um volume de madeira retangular e semi-encaixado a um volume de concreto que configura o traçado urbano. O seu acesso permite ao visitante percorrer os diferente edifícios do conjunto cultural, passando pelo Museu e pelo Auditório. Possui uma localização privilegiada, pois esta em frente a Bahia de São Sebastião e o Centro Histórico.
Fundação As fachadas voltadas para rua respeitam o alinhamento urbano, porém o eixo natural gera uma diagonal no projeto. As salas deslizam-se sobre trilhos, alterando a as zonas interiores e a fachada sul, reforçando o conceito de flexibilidade pretendido. O dinamismo é a palavra chave na concepção dos espaços interiores e ao mesmo tempo reflete os diferentes tipos e usos dos espaços.
Biblioteca O volume que abriga a Biblioteca repousa sobre a Fundação, e apresenta uma diferenciação de materiais e forma. Os espaços internos foram dispostos de forma que criam espaços íntimos propícios a leitura. Foi decido preservar uma árvore existente no terreno de forma que esta perfura o volume da Biblioteca e ao mesmo tempo propicia uma maior integração do edifico com a paisagem o com a madeira que reveste a fachada.
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Hevelyn Baer Villar_ Trabajo Final de Graduação Interdisciplinar
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Hevelyn Baer Villar_ Trabajo Final de Graduação Interdisciplinar
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Hevelyn Baer Villar_ Trabajo Final de Graduação Interdisciplinar
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Hevelyn Baer Villar_ Trabajo Final de Graduação Interdisciplinar
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Blanca Benjumea Núñez_Projeto Fim de Carreira
Proposta de recuperação do antiguo Mercado “Puerta de la Carne”, Sevilla_España Projeto Original / Estado Atual
Blanca Benjumea Núñez_Arquiteta
Graduada em Arquitetura pela Escola Técnica Superior de Arquitetura de Sevilha em 2012. Em 2008 realizou uma estância acadêmica na Escola de Arquitetura de Veneza IUAV, onde teve a oportunidade, além de realizar projetos relacionados com o paisagismo e patrimônio, participar de um workshop com o arquiteto paraguaio Solano Benítez. Em 2010 realizou um estágio no escritório de arquitetura EDDEA, dentro da área internacional, onde colaborou no Concurso Internacional A101 Block City de Moscou, e depois de ganhar o concurso, continuou participando na redação e elaboração de um Master Plan “Fractal Block Project” na capital russa. Além disso, colaborou em um projeto de execução e reabilitação habitacional em Linz, na Áustria, e participou da investigação sobre Low Cost Massive Housing.
O mercado de Gabriel Lupiañez Geli e Aurelio Gómez Millán, é um edifício de estilo racionalista inovador dentro do contexto arquitetônico de Sevilha a finais dos anos 20, cujo estilo predominante era claramente definido pelo regionalismo. Por volta de 1926, os edifícios estavam sendo construídos, como o Hotel Alfonso XIII (1916-1928) de José Espiau ou a casa Luca de Tena (1923-1926) de Aníbal González, além de estar praticamente concluída a maioria dos edifícios da Exposição Ideroamericana de 1929. É impressionante como um edifício projetado em 1926 é projetado com uma linguaje arquitetônica tão contrária aos pressupostos do chamado Movimento Moderna. Este é um edifício pioneiro não só localmente, mas também a nível nacional, já que quando foi projetado, havia poucos exemplos de arquitetura moderna de âmbito nacional e muito menos em Sevilha. Um pouco mais tarde, em 1929, aparece outro dos edifícios mais significativos do Movimento Moderno em esta cidade, como a Casa Duclos, de José Luis Sert, mas até à data, este edifício é a primeira aproximação à arquitetura moderna em Sevilha. A planta do edifício original esta caracterizada por um vão perimetral, com dois andares, que define um espaço livre central onde estão localizadas algumas lojas construídas em madeira, de baixa altura para evitar interferir na continuidade e amplitude do espaço. Este é um edifício perfil escalonado com um telhado inclinado que cobre todo o espaço central, definindo uma praça que esta delimitada pelo perímetro do edifício, aonde se situa uma fachada contínua. No telhado do edifico esta construído por quatro arcos de grandes dimensões onde existem umas enormes claraboias. Seu dimensionamento permite que a luz entre no edifício pela lateral do telhado e por duas claraboias.
O Trabalho Final de Graduação que aqui apresentamos, recentemente obteve a maior nota entre os TFG da ETSA, por sua proposta de recuperação do antigo Mercado “Puerta de la Carne”, situado em Sevilha, e projetado em 1926 pelos arquitetos Gabriel Lupiañez Gely e Aurelio Gómez Millán.
Blanca Benjumea Núñez
Avda. San Francisco Javier,8-A 5º2 41018_Sevilha_Espanha e-mail: blancabenjumeanunez@gmail.com telf.:+(34) 620959905
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Blanca Benjumea Núùez_Projeto Fim de Carreira
Estado Original
Fachada norte
Fachada oeste
Fachada principal
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Blanca Benjumea Núñez_Projeto Fim de Carreira
Alterações
Gradualmente, essas lojas de madeira vão sendo substituídas pelos próprios comerciantes para umas maiores e começam a interferir na amplidão do espaço central. Além disso, em 1935, se realiza um projetado de ampliação do mercado acrescentando habitações e escritórios municipais, pelo arquiteto Juan Talavera, que vão alterando o segundo andar da parte central, alterando o volume e linearidade do edifício. Esses acréscimos não só afetam a aparência externa do edifício, mas também diminui a intensidade de iluminação natural, alterando a percepção do espaço interior do mercado e causando que a iluminação seja irregular.
Projeto
Os elementos que permanecem no mercado hoje são o telhado, que abrange o espaço central e a fachada perimetral do edifício. O objetivo do novo projeto é recuperar a imagem original mercado de Lupiañez Gely e Gómez Millan, removendo as alterações que foram feitas no mercado desde sua construção recuperando a racionalidade do edifício original. O projeto é dividido principalmente em três níveis nos quais se desenvolvem diferentes atividades gastronômicas:
Mercado Tradicional
O piso térreo será dedicado ao mercado de alimentos tradicionais. Isto irá resolver o problema de distancia que existe, já que o mercado mais próximo está localizado na antiga estação de Cádiz. Todos os proprietários do mercado estão muito insatisfeitos com a situação, pois tem 11 anos que estão em um lugar supostamente "temporário", aberto, onde as condiciones de higiene e saneamento são muito deficientes. O tipo de usuário do mercado tradicional é o cidadão comum que mora no bairro de San Bernardo e freqüenta diariamente o mercado para fazer suas compra. No primeiro pavimento estarão situadas as lojas de frutas, legumes, carne, peixe e mariscos, como acontece hoje em dia num mercado atual.
Mercado de degustação
No segundo andar se desenvolverá um novo conceito de mercado que se caracteriza principalmente como um lugar de lazer e gastronomia, onde pode saborear os produtos oferecidos no primeiro pavimento do mercado. Existe a possibilidade de comercializar todo tipo de comida e estilo: Mediterrâneo, Japonês, galego, grego, etc. É um grande espaço disponível para todos os tipos de sabores simultaneamente.
O Restaurante
O restaurante no segundo andar abre para o exterior por um terraço que é entendido como uma continuação da linha de fachada do restaurante, criando uma área coberta por uma pequena estrutura que está localizada no lado oeste do edifício, projetando sombra na área mais ampla do terraço.
A Praça Exterior
O objetivo do novo projeto é recuperar a Praça da Rua Alejo de los Rios, para isso se propõem transformar toda a área em pedestre e abrir uma porta para que a entrada do mercado tenha a mesma importância desde esta rua que pela Rua Demetrius de los Ríos. Além disso, uma escada externa servirá de acesso direto a área de degustação e de restaurantes, sem ter de entrar pelo mercado, o que poderia ter um horário de funcionamento diferente do resto do edifício.
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Blanca Benjumea Núñez_Projeto Fim de Carreira
Corte A
Corte B
Corte C
Programa Planta Baja
a. Puestos de mercado a.01. Puestos de carne_78.9 m² a.02. Puestos de pescado_119.6 m² a.03. Puestos de fruta y verdura_166.4 m² b. Zona administrativa b.01. Punto de Información_10.9 m² b.02. Seguridad / Vigilancia_26.3 m² c. Zonas comunes c.01. Espacio común mercado_927.3 m² c.02. Zona expositiva c.03. Aseos Clientes_40.9 m² c.04. Aseos Personal_13.9 m² c.05. Vestuarios Personal_34.1 m² d. Zonas técnicas d.01. Carga y descarga_111.3 m² d.02. Pasillo de mercancías_198.5 m² d.03. Centro de transformación_24.6 m² d.04. Cuarto de limpieza_9.5 m² e. Núcleos de comunicación e.01. Escalera 1 e.02. Escalera 2 e.03. Escalera de emergencia e.04. Escalera exterior.
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Blanca Benjumea Núñez_Projeto Fim de Carreira
Programa Planta Primera
a. Puestos de mercado de degustación a.01. Puestos con cocina_339.8 m² a.02. Puestos sin cocina_92.1 m² b. Zona administrativa b.01. Dirección mercado_30.7 m² b.02. Administración mercado_18.2 m² c. Zonas comunes c.01. Espacio común degustación_652.2 m² c.02. Aseos Clientes_40.9 m² c.03. Aseos / Vestuarios Personal_26.6 m² d. Zonas técnicas d.01. Almacén_48.7 m² d.02. Cuarto de limpieza_16.6 m² e. Núcleos de comunicación e.01. Escalera 1 e.02. Escalera 2 e.03. Escalera de emergencia e.04. Escalera exterior
Programa Planta Segunda
a. Restaurante a.01. Zona común restaurante_242.5 m² a.02. Cocina restaurante_45.3 m² c. Zonas comunes c.01. Terraza_303.3 m² c.02. Aseos Clientes_25.9 m² e. Núcleos de comunicación e.01. Escalera 1 e.03. Escalera de emergencia e.04. Escalera exterior
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Blanca Benjumea Núñez_Projeto Fim de Carreira
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Introdução à arquitetura contemporânea em Andaluzia
Por João Alves e Alessandro Tessari_Arquitetos
Vinte anos passaram desde a Exposição Universal de 1992, um evento crucial para Sevilha, a capital da região espa nhola da Andaluzia transformou-se no centro da atenção pela discussão sobre a identidade da arquitetura andaluza, eliminando os laços com o panorama emergente espanhol que sempre a caracterizou. Sua posição periférica, um caráter muito conservadora com relação ao criativo, uma pobre cultura urbana e a falta de uma burguesia progressista, haviam deixado de fora as grandes transformações que a arquitetura moderna realizou na Espanha. A abertura da primeira Escola de Arquitetura de Sevilha em 1967 foi um importante momento de transição cultural em frente ao cenário europeu, mas não marcou de aconteceriam nas décadas seguintes, através da iniciativa regional que proporcionaria energia aos arquitetos locais. Na metade dos anos 70 grandes nomes da arquitetura de nível nacional e internacional integram-se ao grupo de professores da Universidade de Sevilha, e deixam suas um dos arquitetos que mais contribuíram, suas lições proporcionaram uma especial atenção sobre o tema da arquitetura tradicional, baseando-se na expressão formal da história, incentivando uma maior sensibilidade ao fator urbano e suas declinações históricas e sociais. A Expo92 foi como uma grande oportunidade para reivindicar a nova maturidade da arquitetura andaluza, diante dos dois centros principais espanhóis, Madrid e Barcelona. Essa ressonância apareceu quase em exequo as grandes referências da arquitetura Sevilhana, como o caso de Cruz e Ortiz e Guillermo Vazquez Consuegra, os primeiro arquitetos que rompeu as fronteiras locais e que exportam produção arquitetônica da região. Obras como a estação de trem de Santa Justa e o Pavilhão da Navegação revelam uma maturidade capaz de criar uma arquitetura de marca Andaluza, como um modelo internacionalmente reconhematriz comum de tentativas com base em certos valores fundamentais, os temas principais do movimento moderno, resultando em uma decomposição recomposição e reinterpretação através dos materiais, imagens e a forma da tradição regional. O transfundo social é de uma forma de regionalismo banal aberto a contaminação de uma linguagem moderna. O rigor do projeto, a tensão na direção de sua materialidade, o realismo dos aspectos da construção e do trabalho paciente nos interstícios da continuidade histórica começou a ser caracterizado como
A contribuição interna dos arquitetos locais se suma com as intervenções dos grandes arquitetos envolvidos em grandes concursos públicos internacionais e que oferecem chave interpretativa de raízes profundas dessa região. Rafael Moneo ao projetar o aeroporto de Sevilla rejeita a imagem de uma tecnologia de recipiente e inspira-se nas grandes seqüências de espaço em cúpula da arquitetura árabe e romana. Campo Baeza expressa na construção de pequenas casas particulares e edifícios públicos como a sede da Caja Granada, as possíveis variações sobre a tipologia de “pátio” espaço interior aberto, tratando a luz como uma matéria física no projeto. Herzog & de Meuron criam para a cidade do Flamenco, em Jerez de la Frontera um edifício que deixa livre a cota zero, criando um jardim como o “Ortus Conclusus”, no tratamento da pele, re-escrever a escrita árabe, revelando uma inovadora interpretação de uma fachada meticulosa, que caracteriza todo o volume da torre da esquina que ambiguamente estabelece uma relação entre interior-exterior através dos grande muro de delimitam a obra. Nieto e Sobejano propõem para Medina Al Zahra um centro de visitantes semelhante a uma grande escavação arqueológica, aonde diferentes tipos de pátios alinhados, fazendo que o espaço vazio seja o elemento organizador da intervenção; para Córdoba, deixando de lado a controversa proposta do Centro de Congressos de Koolhaas, do Parque de centro de mídia artes, onde a cadeia de grandes espaços hexagonais evoca a lógica da agregação geométrica da arte decorativa árabe. ização por vezes exasperada não deve desviar a atenção da dimensão mais autêntica e genuína da arquitetura andaluza, que continua procurando a sua melhor expressão em edifício de escala proporcionada a um contexto com fortes laços com a sociedade e estilo de vida, com um tratamento meticulosamente detalhado e artesanal. O diálogo contínuo e frutífero com a terra, história, clima, mediterrâneas dessa região litoral do sul da Europa continua sendo o valor fundamental da arquitetura andaluza e a única maneira gradual e coerente para o desenvolvimento futuro.
arquitetura. Juan Domingo Santos, José Antonio Carbajal, Antonio Jiménez Torrecillas representam apenas alguns dos arquitetos que depois da Expo 92, continuam na linha da pesquisa e inovação dentro da área da tradição, encontrando expressões particulares na a escala do barrio histórico ou novas intervenções na construção popular promovida pelo governo local.
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Introdução à arquitetura contemporânea em Andaluzia
1 projeto
Museu de Almería
2 projeto
Praça da Catedral
3 projeto
tipologia
Edificio_Exposição Arqueológica
tipologia
Praça_Espaço Público
tipologia
arquiteto
Paredes Pedrosa
arquiteto
Alberto Campo Baeza
arquiteto
realização
2000_2004
realização
2000
localização
Carretera de Ronda, 91_Almería
localização Plz. de la Catedral_Almería
4 Junta de Andalucía Secretaria de Saúde
projeto
Teatro em Níjar
Escritorio Alberto Campo Baeza Modesto Sánchez Morales Francisco Salvador José María García
tipologia
Teatro
arquiteto
José Morales_Sara de Giles Juan G. Marical
realização
2001_2006
realização
2002
localização
Carretera de Ronda, 101_Almería
localização Villa de Níjar_Almería
ALZADO FRO NTAL 0
5
5
8
7
6
10 m
Teatro em Vicar
projeto
Edificio Zaida e Casa Pátio
projeto
Muralha Nazarí
projeto
Caja Granada
tipologia
Teatro
tipologia
Escritorio e Residencial
tipologia
Intervenção em Patrimônio Histórico
tipologia
Agencia Bancaria
arquiteto
Nicolás Carbajaò Ballell, Simone Solinas Gabriel Verd Gallego
arquiteto
Alvaro Siza Juan Domingo Santos
arquiteto
Antonio Jiménez Torrecillas
arquiteto
Albertyo Campo Baeza
realização
2001_2006
realização
2006
realização
2005_2006
realização
2001
localização
Vícar_Almería
localização
Plaza del Campillo_Granada
localização
Alto Albaicín_Granada
localização
Carretera de Armilla, 6_Granada
projeto
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Introdução à arquitetura contemporânea em Andaluzia
9 Museu da Memoria de Andalucía
projeto
tipologia
Exposição Arqueológica
tipologia
arquiteto
Alberto Campo Baeza
arquiteto
realização
2008
realização
localização C/San Juan Lorenzo_Granada
13 projeto
11
10
projeto
localização
12
projeto
Planta de Pesquisa e Produção Farmaceutica
projeto
Centro Empresarial de Granada
tipologia
Serviço Terciario
tipologia
Edificio Empresarial
Carlos Ferrater_Yolanda Brasa Eduardo Jimenez
arquiteto
Ramón Fernández Alonso Borrajo
arquiteto
Alejandro Muñoz
2008
realização
2007
realização
2007
localização
C/ Ricardo López Cofre_Granada
Ampliação do Parque da Ciência de Granada Museu
Av. Mediterraneo_Granada
localização Parque Tecnológico de Granada
Jardins do Quarto Real de Santo Domingo Jardim_Espaço Público
projeto
Museu da Agua
projeto
Casa da Horta das Cerejas
tipologia
Museu
tipologia
Residencial
15
14
16
projeto
tipologia
Confederação Empresarial de Granada Edificio Empresarial
arquiteto
Alejandro Muñoz Miranda
arquiteto
Carlos Ferrater_Yolanda Brasa Eduardo Jimenez
arquiteto
Juan Domingo Santos
arquiteto
Juan Domingo Santos
realização
2007
realização
2004
realização
2008_2009
realização
2004_2006
localização
C/Maestro Montero, 23 Granada
localização
C/Cuarto Real de Santo Domingo Granada
localização
Lanjarón_Granada
localização
Camino de Lenchín_Cájar Granada
tipologia
1 80
Introdução à arquitetura contemporânea em Andaluzia
19
18
17
20
projeto
Casa da Ladeira
projeto
Dois Casas em Uma
projeto
Torre da Homenagem
projeto
Centro Social
tipologia
Residencial
tipologia
Residencial
tipologia
Espaço Público
tipologia
Edificio Público
arquiteto
Juan Domingo Santos
arquiteto
Carmen Moreno Álvarez
arquiteto
Antonio Jimenez Torrecillas
arquiteto
Elisa Valero Ramos
realização
2003_2006
realização
2003_2006
realização
2008
realização
2007
localização
Urbanización Cortijo de la Luz_Otura Granada
localização
Obéilar_Granada
localização
Huéscar_Granada
localização
Lancha del Genil_Granada
21
22
projeto
Estadio Municipal de Fútbol
projeto
tipologia
Esportiva
tipologia
24
23 Centro de Arte Contemporâneo Museu
Ponte Miraflores
projeto
tipologia
Ponte
tipologia
arquiteto
Rafael Casado Martínez Antonio Julio_Herrero Elordi Juan Suárez Ávila
arquiteto
Juan Navarro Baldeweg 2001_2005
projeto
Restauração da Varanda do Molino de Martos e da Varanda do Guadalquivir Espaço Público
arquiteto
Pura García Márquez Ignacio Rubiño_Luis Rubiño
arquiteto
Fuensanta Nieto Enrique Sobejano
realização
2001
realização
2008_2010
realização
2002_2003
realização
localização
Jaén
localização
Parque de Miraflores_Córdoba
localização
Parque de Miraflores_Córdoba
localização Urbanización Ribera del Estadio Córdoba
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Introdução à arquitetura contemporânea em Andaluzia
28
27
26
25 projeto
Junta de Andalucía Administração de Turismo
projeto
Museu_Centro de Pesquisa Madinat al Zahra
projeto
Aeroporto San Pablo de Sevilla
projeto
Instituto do Patrimônio Histórico Andaluz
tipologia
Alojamento de Estudante
tipologia
Museu
tipologia
Aeroporto
tipologia
Restauração
arquiteto
Guillermo Vázquez Consuegra
arquiteto
Fuensanta Nieto_Enrique Sobejano
arquiteto
Rafael Moneo
arquiteto
Guillermo Vázquez Consuegra
realização
2009
realização
2005_2008
realização
1987_1991
realização 1987_1995
localização
C/ Islas Sisargas_Córdoba
localização Recinto Arqueológico Madinat Zahra Córdoba
localização
Autovia del Sur_Sevilla
localização Isla de la Cartuja_Sevilla
projeto
Pavilhão da Navegación Expo’92_Sevilha
projeto
Metropol Parasol
projeto
Escritorio da Secretaría de Cultura
projeto
63 casa_Curral das Virgens Tromperos
tipologia
Edificio de Exposição
tipologia
Espaço Público
tipologia
Escritorio
tipologia
Residencial
arquiteto
Guillermo Vázquez Consuegra
arquiteto
Jurgen Mayer
arquiteto
Cruz y Ortiz arquitectos
arquiteto
Fernando Carrascal
realização
1989_19919
realização
2005_2010
realização
1989_1992
realização
2000
localização
Isla de la Cartuja_Sevilla
localização
Plz. de la Encarnación_Sevilla
localização C/ San José, 13_C/ Levíes, 3 Sevilla
localização
C/ Conde de Ibarra, 15_Sevilla
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30
31
32
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Entrevista com Carmen del Campo Por Sergio Rocha
Outra novidade é o showroom, um lugar onde você pode encontrar desde arte gráfica, até esculturas, desenhos, aquarelas e óleos.
Carmen del Campo_Diretora de Galeria
A galeria Carmen del Campo, fundada em 2002 em Córdoba, acaba de celebrar seu 10º aniversário e transformar-se em um centro de arte contemporânea privado. Sem deixar de ser uma galeria de arte, oferece diversos serviços relacionados ao setor cultural. Após dez anos de existência, enfrentam com ilusão este novo projeto com a intenção de adaptar-se às atuais circunstâncias sociais e as necessidades culturais da cidade. Por esse motivo decidiram aumentar os serviços que vinham oferecendo, mas sem deixar de lado a promoção da arte contemporânea e da coleção.
No entanto, com essa transformação do Centro de Arte Contemporânea Carmen del Campo, continua durante a temporada de 2011-2012, apoiando a promoção artística. Como de costume, a temporada de exposições começou com uma nova autora, neste caso local, Ana Martínez, graduada em Artes Plásticas pela Universidade Complutense de Madrid, e que desenvolve uma linguagem pictórica claramente conceitual. Essa amostra foi seguida por outras, de autores locais de diferentes gerações e estilos pictóricos, como Juan Luque, Javier Bassecourt, Antonio Bujalance e María Ortega. Durante a temporada 2011-2012, o Centro de Artes também organiza ateliers infantis e palestras com artistas. Essas atividades estão sendo realizadas com uma grande afluência de público. E como é de costume, em cada exposição edita-se um catálogo completo das obras. Este material também está disponível no site da galeria Carmen del Campo, assim como, todo tipo de informação complementaria.
Entre os serviços oferecidos pelo novo centro de arte contemporânea encontra-se a gestão e desenvolvimento de projetos culturais, a valorização de obras de arte e promoção artista. Além disso, foi criado um espaço dedicado à educação artística, palestras e apresentações, e uma livraria onde você pode comprar livros publicados pelo próprio centro.
Centro de Arte Contemporâneo Carmen del Campo
C/ Conde de Robledo, 5 14008 _Córdoba_Espanha www.galeriacarmendelcampo.com e-mail: info@galeriacarmendelcampo.com telf.:+(34) 957477642
83
Entrevista com Carmen del Campo
SR: Por que você decidiu ser diretora de galeria? CC: Por vocação, um dono de galeria tem que ter muita paixão e sensibilidade, não apenas com a arte, mas também com a situação social. A galeria deve estar envolvida com a realidade atual. É uma empresa que precisa de uma pessoa com uma ilusão e uma mente muito aberta, disposta a aprender e alcançar novos desafios futuros. Deve ser uma pessoa ativa, ter uma visão por diante do consumidor, espectador e dos movimentos estético. Ser muito dinâmica e inovadora. Uma diretora de galeria nasce com esse dom. É verdade, que devemos ter uma base de conhecimento, mas também características pessoais necessárias ao desempenho de esta profissão. É uma espécie de aventura, pois trabalhamos em conjunto com artistas e criadores e os resultados são muitas vezes imprevisíveis. Os diretores de galeria devem estar de mãos dadas com o artista, e realizar um seguimento da sua carreira artística.
mas sim o resultado final da obra. Eu estudei arte e design de interiores em Córdoba, e serviu-me como uma base para dedicar-me a esta profissão. Primeiro, comecei a trabalhar com design de interiores, realizando vários projetos, e, em paralelo, montei uma loja de materiais de belas artes. Mais tarde, abri um espaço grande com atelier e loja, onde desenvolvia todo tipo de projetos de interiores, e desenvolvia peças exclusivas, até que montei a galeria. Quando montei a galeria percebi que a galeria necessitava muita dedicação, e quando eu fiz 40 anos, chegou um momento em que eu tinha que decidir o que eu realmente queria fazer com a minha carreira, então decidi pela arte, por dedicar todo o meu tempo a essa profissão.
SS: Qual é o estilo artístico da galeria?
SS: Como surgiu a idéia de abrir uma galeria de arte contemporânea em Córdoba? CC: Eu nasci em Córdoba, e quando era muito jovem, em Córdoba não existiam galerias comerciais, havia apenas alguns espaços institucionais. No meu caso, a arte fazia parte da vida cotidiana da minha família, era algo muito natural. Minha avó pintava, lembro-me do cheiro da pintura, visitávamos muito o Museu do Prado e o Centro de Arte Reina Sofia de Madrid. Faz muito tempo, que eu tenho claro que não existe um tipo de arte inferior ou superior. A forma de expressar-se não determina o que é arte ou não,
CC: A galeria tem um estilo eclético, Córdoba é uma cidade muito pequena. Quando montei a galeria havia dois objetivos específicos: conseguir que os artistas de Córdoba fossem conhecidos pelos cidadãos da cidade, e o outro era promover os artistas de Córdoba, nacionalmente e internacionalmente. Um dos meus critérios é sempre trabalhar com artistas profissionais, com os que têm uma base teórica, um estilo único e pessoal. Eu estou aberta a todos os estilos, me interessam os estilos que combinam base histórica com a atualidade, novas tecnologias, com técnicas mais tradicionais, no final de contas somos o resultado do passado. Eu não rejeito nada que seja original ou que tenha qualidade, me interessa tanto a fotografia e a instalação, como as intervenções urbanas, o óleo, ou o lenço. 84
Entrevista com Carmen del Campo
SS: Você esta muitos anos na frente de uma galeria, o suficiente para fazer um balanço. O que, em sua opinião, é o melhor e o pior dessa profissão? CC: A melhor coisa é que em cada mostrar vivo uma espécie de renovação pessoal, é como começar algo novo. A galeria esta viva, e me enriquece como ser humano. Ser capaz de compartilhar com outras pessoas, adultos e crianças, a dinâmica da galeria através de nossas atividades, as palestras com os artistas que fazemos todas as quartas ou o atelier para crianças; desembalar obras e viver uma nova emoção, o processo de montagem em si, aonde as peças vão colocando-se. O pior pode ser não poder realizar todos os projetos que eu gostaria de fazer, mas tento realizar todos os projetos que pretendo, dentro de uma base consistente, primeiro desenvolveu o projeto e, em seguida, procuro a forma de conseguir a parte material e econômica. Atualmente não existe apoio financeiro para o setor, por isso tenho que contar com meus próprios meios, eu gostaria de ter mais fluidez econômica, para poder realizar meus projetos de forma mais cômoda.
SS: Os diretores de galeria estão cercados por portfólios, recomendações e artistas que querem uma chance. Quais são os critérios de seleção e que recomendaria aos jovens artistas que procuram uma galeria? CC: Eu recomendo aproximar-se a una galeria através da mídia, facebook, site o e-mail, por exemplo, para que possamos fazer uma avaliação do seu trabalho antes de decidir estabelecer um contato mais direto, e ver se realmente existe um interesse. Para minha é importante, não apenas o trabalho atual, o último realizado, mas a trajetória a carreira. Gosto de visitar os estúdios, ver como eles trabalham, e conhecer a sua personalidade, eu aprecio os pequenos detalhes.
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Entrevista com Carmen del Campo
SS: Parte de seu trabalho é o de participar em feiras de arte e outras manifestações artísticas. O que você acha da feira de arte ARCO e das outras ferias de arte contemporânea? CC: A cena artística atual, nacional e internacional, esta atravessando uma situação complicada, me parece que existe uma confusão sobre onde estão as fronteiras entre arte e decoração, eu não estou baseando-me na material e sim no resultado, é o que me preocupa, e vejo refletido no mercado de arte, e nas críticas. Com relação à feira ARCO, acho que deveriam ser mais aberto a propostas de galerias mais novas, o que me preocupa de ARCO é a intervenção das instituições, que exercem muito poder, uma feira de arte privada deve separarse da instituição . Atualmente muitas feiras novas estão surgindo, com uma dinâmica mais abertas a novas propostas.
SS: Que artista atual te interessa e aconselharia conhecer sua obra? CC: Um dos artistas com quem trabalho e tem uma carreira muito interessante, é Enrique Brinkmann, um artista com muito prestigio e com as obras no MOMA, no Centro de Arte Reina Sofia, e Albertina Museum, em Viena, e tem um trabalho muito maduro artisticamente.
SS: E sobre os colecionadores? Como é sua relação com os compradores? CC: Minha relação com o colecionador é muito bom, em Córdoba, até recentemente, não havia uma costume de fazer uma coleção de arte, isso é algo muito novo. Os diretores de galeria devem conhecer muito bem aos colecionadores, para saber que tipo de proposta deve ser feita a cada um, orientá-los para fazer uma coleção coerente e representativa. O papel da galeria é muito importante para os colecionadores, pois a comunicação entre o artista e colecionador é mais complicada, a galeria serve como uma ponte entre artistas e colecionadores, facilitando a comercialização da obra.
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Carina Bokel
“Colméia”, obra mural realizada em 2011 “Com a metamorfose da casa de abelha, Carina Bokel sugere a cartografia de um mundo mágico. Elementos como a celulose, o cobre, o ferro e a terra, unidos e fustigados pela oxidação e pigmentação, se unem numa rede de “cidades, vilas e núcleos”. Segundo Henry Dreyfuss, a forma hexagonal é a representação da natureza, da esperança, do auspicioso, do frescor... É o reconhecimento da alma. Nesses trabalhos está a tradução do momento atual da artista: a reconstrução e exposição de seus próprios limites. Os pequenos elementos que se multiplicam ganharam força e vida, em um grande painel, criado pela artista”. Luis Alberto Garcia Zúñiga
Carina Bokel_Artista Plástica
Carina Bokel possui uma trajetória artística dentro do campo da escultura. Percorrendo caminhos pessoais com técnicas apuradas, criando formas orgânicas muitas vezes impregnadas de movimento e intimamente relacionadas com o meio ambiente, inclusive os materiais que utiliza nas suas criações, a maior parte deles procede da recuperação. Com tudo isso a artista realiza construções escultóricas impregnadas de vivência. A geometria que exerce um fator fundamental nas suas criações, provém de arranjos sensíveis e curvas orgânicas que singularizam o seu trabalho. Atualmente, as obras realizadas por Carina possuem dimensões amplas e produzem um grande impacto, provocado por um cambio de escalas que vai do macro ao micro, e que concretizam o momento atual desta artista em busca de um olhar renovador, de campos maiores, experiências sofisticadas e um profundo autoconhecimento. Carina Bokel vem participando em várias exposições individuais e coletivas, durante sua trajetória profissional, dentro das quais podemos destacar sua última exposição individual no Centro Cultural dos Correios de Rio de Janeiro em 2011/12, cujo trabalho apresentamos nesta edição, a exposição realizada na Galeria do Centro Cultural Cândido Mendes, ou a realizada no Pier do Rio de Janeiro, além da Mostra Permanente da Galeria Anna Maria Niemeyer e uma serie de exposições coletivas na Fabrica Bhering e muitas outras realizadas em lugares como: Londres, Miami e Lisboa.
O ultimo trabalho de Carina Bokel, titulado “Colméia” consiste em um painel de dimensão mural de 3,30 x 7,70 m, composto por 26 pedaços que, sem perder a autonomia de obra singular, se articulam entre si para formar uma unidade perfeitamente integrada. A primeira impressão é de que o mural esta composto por uma peça única. Mas um olhar mais próximo e cuidadoso revela que o trabalho na realidade, esta composto por partes menores e desiguais dispostas de maneira uniforme. Colméia configura uma tridimensionalidade empregando os materiais que caracterizam o trabalho de Carina: a madeira, a argila, a porcelana, o metal. Tudo isso remete a uma essencialidade da matéria primordial que se submete à vontade da artista para ganhar formas e cuja simplicidade orgânica contrasta com uma artesanía complexa e delicada. Carina criou seu projeto Colméia no ano de 2011, em seu Atelier na antiga Fabrica da Bhering, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, Brasil. Um processo lento, refletindo a reconstrução interior da artista e a busca por um aconchego metafórico, uma morada, a vontade de criar sua própria casa interna. Esta foi a válvula propulsora de Colméia. “Colméia para mim é, ao mesmo tempo, um tema e um processo de trabalho. O painel se fez aos poucos, como um labirinto de pensamentos infindáveis, monótonos, que foram se desdobrando em busca de uma harmonia maior. Lembra-me a imagem de uma cidade vista bem do alto, como uma foto hiperampliada da rede neural de um cérebro. E que, por sua vez, por uma analogia misteriosa que eu apenas intuo, remetem à orgânica perfeição de uma colméia." Carina Bokel
Carina Bokel Becker Rua Orestes 28_ 4º andar_Santo Cristo 20220-070 _Rio de Janeiro_Brasil www..fabricabhering.com/carina-bokel-becker/ e-mail: carinabbecker@gmail.com telf.:+(55) 21 96099170
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Carina Bokel
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Carina Bokel
Titulo: Colméia [2011] Medidas: 3,30 x 7,70 m Materiais: • Madeiras [pau marfim, ipê, cedro , canela] • Metais [cobre, latão, alumínio, ferro] • Pintura Acrílica • Argila
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María Ortega Estepa
Sobre a obra de María Ortega Estepa
María Ortega Estepa_Artista Plástica Licenciada em Artes Plásticas pela Universidade de Sevilha em 2006. Realizou uma parte da sua formação na Accademia di Belle Arti di Brera em Milão, em 2004. Atualmente vive e trabalha em Sevilha, onde combina seu trabalho artístico com a realização de um Mestre em Arte-Terapia na Universidade Pablo de Olavide de Córdoba. Em 2006 recebeu o "Prêmio Córdoba Jovem" do Instituto Andaluz da Juventude e do Governo da Andaluzia, e consquitou o primeiro prêmio de pintura "Villa de Montellano" de Sevilha. Apesar da sua curta carreira, Maria Ortega ja realizou diversas exposições individuais e coletivas das quais destacamos as seguintes: "Suas raízes transformarão a terra" [2012] na Gaelria Carmen del Campo de Cordoba, "Entre Vales " Projeto JaramaDanúbio [2012], no Instituto Cervantes de Belgrado," Parando para vê-las crescer" [2011], na Galeria Trindade de Porto, Portugal, "Um jardim no bolso" [2011], na Galeria Murnau de Sevilha, "Viajando o Paraiso" [2011] no Museu de Huelva, "Constelações sobre a Terra" [2011] na Galeria Most Novi Sad de Sérvia, "Arte e Natureza" [mostra itinerante 2011], no Jardim Botânico José Celestino Mutis de Bogotá, Colombia, Academia de Música de Espinho, Porto e Centro Cultural IMPA de Buenos Aires, Argentina, “Affordable Art Fair” [2011] na Murnau Gallery de Londres. Suas obras se encontram nas seguintes coleções públicas e privadas: Prefeitura de Alcalá de Guadaíra, Sevilha, Prefeitura de Córdoba, Centro de Artes la Reitoria, Sant Pere de Vilamajor, Barcelona, Coleçao particular "Lapcici Vile", Budva, Montenegro, Câmara Municipal de Sanxenxo, Pontevedra, Delegação de Córdoba, Governo de Andaluzia, Faculdade de Belas Artes de Sevilha, Galeria Jovan Popovic Opovo, Sérvia e Instituto Andaluz da Juventude.
.... "Na obra de Maria Ortega Estepa existe uma rica variedade de recursos da tradição pictórica, administrados com uma invejável liberdade ao serviço de uma poética muito precisa. Acredito que o núcleo dessa poesia é o que alguns autores chamam mimesis. O coro grego, como se sabe, não se limitava a recitar, e sim cantavam, e marcavam com o seu corpo o ritmo do poema, dançavam, procurando transmitir uma emoção básica ao espectador. Um elemento essencial nesse esforço correspondia ao Corifeu, diretor do coro, que através de seu corpo conseguia influir nas formas poéticas uma paixão, um impulso natural. Essa é a força mimética do Corifeu, transmissor e rival das forças naturais. Esta mesma força podemos encontrar nas obras de Maria Ortega, uma vitalidade que existem em certas formas naturais, densas forma e belos corpos, diante dos que não ousamos dizer uma palavra. Eles estão aí para lembrar-nos de que somos materia. A Arte às vezes consegue competir com eles." Juan Bosco Diaz-Urmeneta
“Sus raíces transformaron la tierra” Exposição individual Galeria Carmen del Campo_Córdoba_Espanha 18 Maio_16 de Junho 2012
María Ortega Estepa
Córdoba_Espanha www.mariaortegaestepa.com e-mail: mariaortegaestepa@gmail.com telf.:+(34) 686446891
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María Ortega Estepa
Torremocha de Jarama, Madrid _Intervenção [2009] Muro de 3,20x8,40 m Acrílico, troncos de madeira e cera
“Viajando en el paraiso” _Instalação [2008] 34 telas de 195x97 cm, troncos de madeira, arame e papel
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María Ortega Estepa
“Cuaderno de campo” 2010 Técnica mixta sobre madeira 30x30 cm
“Cuaderno de campo II” 2010 Técnica mixta sobre madeira 30x30 cm
“Consecuencia del roce de una estrella XVII” 2010 Técnica mixta sobre papel 57x27 cm
“Un jardin entre manos” 2010 Técnica mixta sobre tela 50x50 cm
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María Ortega Estepa
“Infinito” 2012 Impressão sobre madeira 110 x 50 cm
“Les Papillons” 2012 Técnica mixta sobre papel 35 x 35 cm
“Sus raíces transformaron la tierra” 2012 Técnica mixta sobre papel 20 x 25 cm
“Atmósferas cercanas II” 2012 Técnica Mixta
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Sonia Varela Serie Retratos [2010]
África [2010] - Óleo sobre lenço - 70X100 cm
Sonia Varela_Pintora, Restauradora e Escultora
Graduada em Artes Plásticas pela Universidade de Sevilha, em 1999. Iniciou sua formação na Academia de Belas Artes de Sevilha em 1994, durante este período trabalhou em vários ateliers de escultores consagrados como aprendiz. Em 2000 mudou-se para a Galícia, onde trabalhou como professora de desenho artístico na Escola de Cantera e Escultura em Pontevedra, além de participar em vários projetos de restauro e conservação de obras de arte. Depois de alguns anos regressou a Sevilha e montou seu próprio atelier. Atualmente reside em Cádiz. Seus trabalhos artísticos estão realizados através de diferentes meios, como pintura, escultura, e restauração de obras e projetos artísticos.
Pianista [2010] - Técnica mixta sobre papel -170X110 cm
Niña/Menina [2010] - Técnica mixta sobre madeira - 60X75 cm
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Sonia Varela Serie Interiores [2011] Aquarelas
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Sonia Varela Serie Atos [2012] Técnica mixta sobre lenço
Ato 1 - 70X100 cm
Ato 2 - 70X100 cm
Ato 3 - 180X70 cm
Ato 4 - 70X100 cm
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tlfn +34 954 094 248 fax +34 954 094 308 mobile + 34 685 537 875 Calle Marqués de Pickman 5 Escalera 2 1ºB 41005 Sevilla (SPAIN) administracion@arq21arquitectos.es www.arq21arquitectos.com