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ELOS
maio / junho 2019 - nº 46
Uma publicação bimestral da Associação Recriar. É proibida a venda de exemplares. Distribuição gratuita e dirigida.
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DIRETOR EXECUTIVO Wander Ferreira Gomes wander@revistaelos.com.br EDITOR DE CONTEÚDO Utahy Caetano dos Santos Filho MTB 52730-080RJ . utahysantos@ gmail.com
NESTA EDIçÃO 05 // editorial: determinação e ousadia
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utahy santos
COORDENAÇÃO E PUBLICIDADE Dhiego Almeida dhiego@revistaelos.com.br
13 // a ditadura da criatividade
CONSELHO EDITORIAL Wander Gomes; Joel Leandro; Utahy Santos; Marcio Souza.
15 // tdah
PROJETO GRÁFICO criat.va
dhiego almeida simone gomes
16 // todas as marias do novo testamento
30 // 30 anos à frente da igreja do recreio
paulo panconte
entrevista: wander gomes
18 // os pobres vocês sempre terão consigo
34 // trabalhar até morrer
joel de brito soares
21 // senhores e senhoras do tempo
israel belo de azevedo
utahy santos
38 // crises conjugais acabam em divórcio?
luiz fernando gevaerd
41 // cuidado! querem prejudicar a sua mãe
22 // a principal pedra da esquina
joel leandro
24 // elos indica
43 // o inverno e as infecções respiratórias
sylvio macri
filmes e séries
bruna fernandes
26 // os desafios da mãe moderna
entrevista: joel santana
maura rute
28 // a economia da experiência
46 // joel santana (parte 2) 49 // viva feliz
reflexões diárias
william freitas
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EDITORAÇÃO Alexandra Martins; William Freitas CTP E GRÁFICA Grupo Smart Printer Rua José Mendes de Souza, 07 Sampaio Correia . Saquarema . RJ 21. 3609.2878 | 22. 3518.0075 TIRAGEM 10.000 exemplares INFORMAÇÕES Associação Recriar Rua Helena Manela, 101 . Recreio . 22790-655 (55.21) 3434.1200 Ramal 1222 elos@revistaelos.com.br O conteúdo e informações contidos nas matérias e artigos assinados são cedidos e de responsabilidade exclusiva dos autores. É livre, fazendo-se a devida citação do veículo, a reprodução total ou parcial do conteúdo. As publicidades veiculadas nesta edição são de responsabilidade exclusiva dos anunciantes.
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EDITORIAL
utahy caetano dos santos filho jornalista utahysantos@gmail.com
determinção e ousadia C
onheço o pr. Wander Ferreira Gomes há algumas dezenas anos. Há 30 acompanhei a chegada dele à Igreja do Recreio. Os mais próximos não tinham dúvidas de que ele seria um destacado pastor no cenário nacional. Inteligente, determinado e ousado, havia poucas chances de Wander não dar certo no caminho que escolhesse. Evangélicos, hoje, têm até bancada no Congresso. Não era assim no final da década de 1970. Os batistas, com rica história, não eram relevantes dentro do país. Ser pastor batista, portanto, não era “carreira” almejada por arrivistas. O pr. Wander tinha à frente, de verdade, alternativas de carreira (e alcançaria sucesso, por temperamento e determinação, em qualquer uma delas) e preferiu ser pastor, porque internamente cria que era vontade Deus para sua vida. A igreja e o bairro do Recreio dos Bandeirantes cresceram muito. Há 30 anos, havia ruas esburacadas e sem asfalto, falta de estrutura, iluminação pública precária. Hoje, o Recreio é um bairro sonho de moradia de muitos cariocas. O pr. Wander completou 30 anos de pastorado na Igreja do Recreio e falou à nossa revista. Não deixe de ler a entrevista. “Os desafios da mãe moderna”, de Maura Rute Carvalho Antunes, examina tema atualíssimo. “Na prática, precisamos ter consciência da complexidade dos problemas que a mulher moderna enfrenta. São tantas atribuições, cobranças e julgamentos, que as mães costumam enlouquecer tentando dar conta de tudo com êxito. Muitas se questionam e pensam: ‘Será que volto ao trabalho ou empreendo para ficar mais perto das crianças?’”, constata Maura Rute, que aprofunda o assunto em texto claro e objetivo. “Crises conjugais acabam em divórcio?”, de Luiz Fernando Gevaerd, mostra que as crises não precisam terminar em divórcio nem se arrastar eternamente. “Modernas abordagens de treinamentos sobre felicidade
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conjugal, uso crescente de recursos da neurociência e, até mesmo, coaching de relacionamento são ferramentas acessíveis para casais que, muitas vezes, precisam de apenas um pequeno movimento para saírem do verdadeiro tormento que seus respectivos relacionamentos se tornaram”, diz Gervaerd. “A ditadura da criatividade”, de Dhiego Almeida, é texto de tecnologia, empreendimento e... criatividade. “Lembro-me do lançamento do primeiro iPhone, um evento cercado de deboche pelos adeptos dos Blackberries e afins. Um telefone que não possuía botões não parecia ser útil e não teria chance contra o predileto do mundo corporativo, mas o iPhone não queria ganhar os homens de negócio. Sua ambição era ganhar o mundo.” E ganhou. Há muitos outros textos de grande relevância em ELOS deste bimestre. Nossos colaboradores, como sempre, se esmeraram em entregar o melhor. Sempre ressalto que colaborador, em nosso caso, não é eufemismo. Nenhum dos escritores de ELOS recebe por seus textos. São essencialmente colaboradores. Excepcionais colaboradores. ELOS está em suas mãos. Boa leitura!
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NOTAS
BARRA QUER SEGURANÇA PRIVADA NO BAIRRO A Câmara Comunitária da Barra lançou um projeto para que o bairro tenha segurança privada e exclusiva. O plano, dividido em etapas, inclui desde um cadastro unificado de funcionários de condomínios até a possibilidade de vigilantes de empresas particulares
atuando em áreas públicas. De acordo com a Câmara da Barra, já em uma fase mais avançada, o projeto tentará fazer com que empresas de segurança privada possam fazer rondas no entorno dos condomínios e centros comerciais que as contrataram.
Se um suspeito tentar entrar num prédio se passando por um entregador de flores, as informações sobre ele serão repassadas para uma conta de WhatsApp. Um profissional de segurança filtrará o conteúdo e encaminhará o alerta aos parceiros do sistema. É um trabalho de prevenção. Vamos fazer com que condomínios vizinhos se falem, troquem dados”, disse Delair Dumbrosck, presidente da Câmara Comunitária da Barra. O grupo elaborou uma central integrada para receber informações, como relatos de ocorrências ou descrição de suspeitos, de sete empresas de vigilância que estão juntas no projeto. São cerca de 30 contratos no bairro, com clientes que vão de condomínios a shoppings. A proposta será apresentada a autoridades, entre elas o vice-governador Cláudio Castro. (Por Felipe Lucena, do diariodorio.com)
YOUTUBE À FRENTE Uma pesquisa realizada em fevereiro deste ano pela Sandvine, empresa norte-americana de equipamentos de rede e serviços de cibersegurança, apontou que o YouTube é responsável por 37% do tráfego mundial de Internet móvel, ou seja, quando acessada a partir de dispositivos como smartphones, tablets e smartwatches. Os dados foram divulgados no estudo The Mobile Internet Phenomena Report (em tradução livre, O Relatório
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de Fenômenos da Internet Móvel). O YouTube detém quase 40% do uso mundial de Internet em dispositivos móveis, diz a pesquisa. O alcance da plataforma de vídeo está muito à frente dos outros apps, sendo 29 pontos percentuais maior do que o segundo colocado, o Facebook, com 8,4% do total do consumo de Internet no mundo. (Olhar Digital)
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BRASILEIRO MARCELO GLEISER VENCE PRÊMIO TEMPLETON 2019 Marcelo Gleiser é o primeiro latino-americano a ganhar o prêmio Templeton, criado em 1972, e vai receber 1,1 milhão de libras esterlinas, o equivalente a R$ 5,5 milhões. A cerimônia de premiação será em 29 de maio, em Nova York. “[Ele é] Um dos principais proponentes da visão que ciência, filosofia e espiritualidade são expressões complementares que a humanidade precisa para abraçar o mistério e explorar o desconhecido”, diz Heather Templeton Dill, presidente da fundação John Templeton, no vídeo que anuncia o premiado. Gleiser tem 60 anos e vive atualmente nos Estados Unidos, onde ensina física e astronomia no Dartmouth College, em Hanover, New Hampshire. Ele já teve mais de 100 artigos revisados e publicados até o momento e pesquisas sobre o comportamento de campos quânticos e partículas elementares e a formação inicial do universo, a dinâmica das transições de fase, a astrobiologia e as novas medidas fundamentais de entropia e complexidade baseadas em teoria da informação. Agnóstico, seu trabalho se destaca por demonstrar que ciência e religião não são inimigas.
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“A compreensão e a exploração científica não é apenas sobre a parte material do mundo. Minha missão é trazer para a ciência e para os interessados na ciência esse apego ao mistério. Fazer o público entender que ciência é apenas mais uma maneira de entendermos quem somos”, disse Gleiser no vídeo que anuncia o prêmio. “O ateísmo é inconsistente com o método científico”, afirmou Gleiser. “Devemos ter a humildade para aceitar que estamos cercados de mistério”. O prêmio Templeton foi criado para “servir como um catalisador filantrópico para descobertas relacionadas às questões mais profundas que a humanidade enfrenta”, de
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acordo com a instituição. A Fundação apoia pesquisas que vão desde a complexidade, evolução e emergência até a criatividade, perdão e livre-arbítrio. De acordo com a fundação responsável pelo prêmio, Gleiser foi o escolhido pelo conjunto do seu trabalho que, ao longo dos anos, evoluiu para a quebra de simetria, transições de fase e estabilidade de sistemas físicos, conceitos que influenciariam sua crítica às “teorias de tudo”. (G1 – Editado)
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EUA PREPARAM SUPERCOMPUTADOR COM POTÊNCIA RECORDE PARA 2021
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s Estados Unidos anunciaram um novo projeto de supercomputador que deixará para trás (e muito) em termos de potência o que hoje se entende como um supercomputador. Batizada de Aurora, a máquina custará cerca de US$ 500 milhões para ser construída, usará componentes da Intel e deve ter sua instalação no Laboratório Nacional de Argonne concluída em 2021. O que faz do Aurora tão especial é que o projeto visa quebrar a marca do “exascale”, o que significa alcançar a capacidade de 1 exaflop de poder computacional, ou o equivalente a 1 quintilhão de cálculos por segundo. Para
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referência, isso é um número 1 seguido de 18 zeros. Para dar uma dimensão ainda maior de quão gigantesco é este número, cada pessoa na face da Terra precisaria resolver 140 milhões de operações matemáticas por segundo para igualar a capacidade da máquina. A máquina também será consideravelmente mais poderosa do que qualquer outra que esteja em atividade atualmente. Para referência, o atual líder no índice top 500, atualizado a cada seis meses, é o Summit, desenvolvido pela IBM, e que está ativo no Laboratório Nacional de Oak Ridge, nos EUA. Em seu pico, o computador consegue alcançar 200 petaflops, o que é cinco vezes menos do que o projetado para o
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Aurora. A expectativa do Departamento de Energia dos Estados Unidos é que a máquina seja usada para fins de pesquisa, alavancando especialmente simulações que exijam muito poder computacional, como, por exemplo, criação de modelos do universo ou o desenvolvimento de materiais para painéis solares. A questão, no entanto, é que o Aurora tende a nascer já com grande competição, porque há uma corrida intensa pela marca do exaflop. Não são apenas os EUA: China, Japão e França também estão desenvolvendo supercomputadores que podem ter suas próprias máquinas exascale a partir de 2020.
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LIVROS
DEUSES FALSOS Timothy Keller
PERDIDO NO MEIO Paul David Tripp
Sucesso, dinheiro, amor verdadeiro – a vida perfeita. Muitos de nós depositam a fé e a esperança nessas coisas, acreditando que sejam capazes de trazer a felicidade. No fundo, porém, sabemos que nada disso pode garantir satisfação plena. Por isso não é de surpreender que nos sintamos perdidos, solitários, desencantados e ressentidos. Só o Deus verdadeiro pode satisfazer totalmente nossos desejos, e este é o momento perfeito para encontrálo novamente... ou, quem sabe, pela primeira vez. Em Deuses falsos, Timothy Keller mostra que uma compreensão adequada da Bíblia revela a verdade acerca da sociedade e de nosso próprio coração. Nessa mensagem poderosa, enxergamos nossa tendência de buscar em outras coisas aquilo que só Deus pode nos dar. Também somos apresentados a um novo caminho: aquele que leva a uma esperança que não pode ser abalada pelas circunstâncias da vida. (Divulgação)
Paul David Tripp trata com franqueza e graça os dilemas próprios daquela fase da vida chamada meia-idade. Quando os anos começam a chegar, muitas vezes também chegam sentimentos de arrependimentos, inadequação e a conclusão de que alguns sonhos ficaram para trás e de que o tempo adiante já não é tão longo. Alguns se percebem paralisados com tal sensação, sentindo-se desanimados com o peso dos anos. Perdido no Meio revela que essas dificuldades da vida não são evidência da falta de cuidado de Deus, mas sinais de sua graça, amor e fidelidade e da oportunidade de crescer e desenvolver um caráter mais maduro e dependente de Deus. Este livro oferece a esperança de uma graça desconfortável, a qual, quando entendida e abraçada, nos capacita a seguir adiante confiantes daquilo que Deus quer de nós. (Divulgação)
CANAL NO YOUTUBE TRANSFORMA VOVÓS COZINHEIRAS EM INFLUENCERS” Um canal culinário está transformando velhinhas cozinheiras em influenciadoras na internet. Tratase do Pasta Grannies, que, traduzindo, seria algo como “vovós da massa“. O canal, que já tem 372 mil inscritos e 124 mil seguidores no Instagram, traz exatamente o que anuncia – vovós de origem italiana ensinando receitas e dicas de cozinha para fazer aqueeeeela massa. A criadora do canal, Vicky Bennison, de 60 anos, disse que se motivou a lançar os vídeos ao perceber que as tradiçoes culinárias nao estavam sendo passadas em frente. Que bom que existe a tecnologia, nao é? (Blue Bus)
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A ditadura da
criatividade por
dhiego almeida
“Fomos convencidos de que este pequeno dispositivo é a melhor maneira de exercermos nossa criatividade (...)”
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nossa vida é permeada de gadgets e eletrônicos com maior potencial de processamento matemático que a pequena parcela que utilizamos de nosso cérebro. Eu sei, exagero meu. Nas mãos ou nos bolsos da maioria da população do planeta encontra-se um pequeno dispositivo capaz de admiráveis feitos, aparelho este que tem, por vezes, mais governado e ditado o que fazemos do que o oposto. Era para ser uma ferramenta, um auxiliador, algo que servisse de catalisador do futuro, contudo, os smartphones que carregamos tornaram-se determinadores de nosso comportamento, controladores do nosso consumo e condutores do uso de nosso tempo. Apesar disso, nós ainda continuamos esperando ansiosos pelo próximo modelo, que provavelmente trará características inovadoras, como melhores câmeras fotográficas, um aprimorado sistema de reconhecimento de voz e a tão incompreendida inteligência artificial. Queremos ser conscientes do uso de nosso tempo, queremos ter completa noção de que temos o foco na coisa certa, entretanto, são tantas mensagens
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de WhatsApp para ouvir, tantos e-mails para responder, tantas imagens para dar dois toques e comentários para publicar a fim de expressar nossa opinião, que acabamos atolados em um lamaçal de ladrões de tempo e de usurpadores de energia onde, por vezes, só afundamos. Como viemos parar aqui? Qual foi a artimanha com a qual nos convenceram de que esta pequena tela reluzente em nossas mãos seria algo tão indispensável? Lembro-me do lançamento do primeiro iPhone, um evento cercado de deboche pelos adeptos dos Blackberries e afins. Um telefone que não possuía botões não parecia ser útil e não teria chance contra o predileto do mundo corporativo, mas o iPhone não queria ganhar os homens de negócio. Sua ambição era ganhar o mundo. Uma tela maior, sensível ao toque, acompanhada de câmera para registrar fotos e vídeos e, o que foi na verdade o grande salto tecnológico, a abertura da possibilidade de desenvolvimento de aplicativos de terceiros e a venda destes por meio da loja proprietária da Apple. Não era mais apenas um produto e suas características de fábrica, era uma tecnologia mutável, uma plataforma para inovação, uma ode aos criativos, uma estratégia bem comum da natureza do saudoso Sr. Jobs. De repente, todos precisavam de um iPhone. As empresas concorrentes da Apple se apressavam em dar uma resposta. Atualmente, 12 anos depois, vemos uma infinidade de opções, onde, em números absolutos, o sistema da Google é mais dominante, mas as possibilidades ainda parecem não conhecer limites. A forma que o marketing da Apple desenvolveu este novo mercado é modelo no qual ela ainda opera. Os smartphones são extremamente necessários, atualmente, pois é através deles que nos expressamos. Sim, é claro, você pode fazer como eu estou fazendo agora e sentar-se diante de um computador e escrever algo na ambição de ser publicado em papel, mas nem sempre isto será
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possível, tampouco o meio é acessível a todos, entretanto, o smartphone pode, e deve, estar colado na palma da sua mão. Fomos convencidos de que este pequeno dispositivo é a melhor maneira de exercermos nossa criatividade, seja com retratos lindos e bem produzidos de paisagens estonteantes que encontramos em viagens ou simplesmente no registro de caretas e “beicinhos” que se fazem ao tirarmos selfies. É por meio de múltiplos toques na pequena tela que contamos nossas histórias, que discutimos sobre os temas mais atuais, profundos ou não. No “celular” acessamos nossas redes sociais e defendemos nossas ideologias, bandeiras e clubes de futebol, é nele também que o cidadão moderno apresenta a melhor versão de si mesmo com o propósito de encontrar um par. É no smartphone que somos criativos. Isso foi o que nos disseram em 2007, isso é o que continuam nos dizendo hoje. Somos todos criativos, cada um ao seu modo, idiossincraticamente utilizando experiência e habilidades para criar e, por isso, necessitamos tanto e dependemos tanto deste aparelho. Dizem os futuristas que ele há de passar, que a inteligência artificial habitará outros aparelhos a nossa volta e não precisaremos mais carregá-lo em nosso bolso, entretanto, continuaremos consumindo, acreditando que sempre nos faltará a melhor e mais nova ferramenta para criar, pois este desejo é o que nos move, de criar. Queremos exercer nossa semelhança com aquele que nos criou. O marketing sabe e se aproveita disso, e, como em tudo na vida, nosso desejo mais profundo nos move, nos governa, dita nossas ações e comportamento. Existe outro caminho? Existe um jeito de fugir desta ditadura? Acho que isso, assim como a maneira de criar, é uma jornada de cada um.
dhiego almeida
coordenador de comunicação dhiego@igrejadorecreio.org.br
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É possível aprender tendo TDAH (Déficit de Atenção com Hiperatividade). Ao pensar nesse transtorno, logo vem à mente a imagem de um cérebro, como diz Ana Beatriz Barbosa Silva (Mentes inquietas), “em estado de caos”. Cérebro este marcado por distrações e desequilíbrios, mesmo assim podendo ter a ideia equivocada que o TDAH estaria marcado pelo fracasso na área profissional e social. Muitas teorias têm sido elaboradas com o intuito de elucidar a aparente “inexplicabilidade” do sucesso obtido por personalidades com comportamento TDAs nos mais diversos setores do conhecimento humano, pois sua mente é acelerada e muitas vezes se atrapalha com as palavras. Pessoas com esse transtorno se destacam em atividades ligadas à arte, canto, poesia e literatura. Não há rotinas nesses trabalhos. Ana Silva relata que existe um grande número de artistas que são TDAs. A própria Ana Silva, em seu livro Mentes Inquietas, cita várias personalidades que têm TDAs como: Albert Einstein, Fernando Pessoa, Henry Ford, Mozart, Beethoven entre outros. O professor de Beethoven disse que ele jamais aprenderia música por ser indisciplinado. Este se tornou-se talentoso e conhecido com sua mente inquieta. Professores: sejam diferentes do educador de Beethoven, usem a criatividade, amem seus alunos com suas diversas particularidades, inventem formas plurais de aprender. As intervenções dos docentes e psicopedagogos ajudam na construção do conhecimento do educando com esse transtorno.
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Resumirei algumas dicas que foram citadas por Ana Silva para contribuição de um aprendizado com TDA: • Conhecer o assunto e querer ajudar; • Procurar trabalhar em equipe, parceria família/escola; • Manter contato com profissionais da escola, professores, médicos, psicólogos e psicopedagogos; • Falar palavras curtas e claras; • Deixar que se levante em alguns momentos da sala de aula; • Regras bem nítidas. Com base em pesquisas, o docente tem a função de mediar o conhecimento, propiciando intervenções que colaborem para o desenvolvimento das funções psicológicas. Em suma, quando o TDA acredita em seus talentos naturais e criativos, adquire confiança em si próprio para perseverar e entender seus erros, para então persistir em seus sonhos os tornando reais. simone gomes psicopedagoga
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todas as marias
do novo
testamento por
Um nome bem conhecido entre os judeus do Novo Testamento era Maria. Ele se tornou popular com a difusão do cristianismo, como a forma latinizada do nome original em hebraico Miriam, que significa “senhora, soberana”. O Novo Testamento faz menção a algumas mulheres com esse nome.
Maria, mãe de Jesus De todas as Marias, certamente o nome mais conhecido era o da mãe de Jesus. Conforme mostram os evangelhos, Maria era uma jovem virgem, como normalmente eram as moças de sua época, possivelmente da tribo de Judá, que enquanto noiva de José (descendente do rei Davi, da tribo de Judá), viu-se grávida, por sua obediência ao Espírito Santo de Deus (Lc 1.26-38). José e Maria casaram-se e habitaram em Nazaré, na Galileia. Mais tarde, foram para Belém, local onde José havia nascido, para participarem de um recenseamento, convocado naquela época pelo imperador romano César Augusto, onde Maria acabou dando à luz a Jesus (Lc 1.5). Mateus relata que, após Jesus ter nascido, a família precisou ir ao Egito, para livrar-se do rei Herodes (Mt 2.13,14), que estava buscando todos os meninos menores de dois anos para matá-los, por saber da
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paulo pancote
profecia sobre Jesus, pois se sentia ameaçado de perder o trono. Depois, a família voltou, residindo novamente em Nazaré (Lc 2.39). Não se conhece mais informações a respeito de Maria. Com certeza ela deve ter sido uma mãe cuidadosa, como registra Lucas 2.48, em uma advertência que deu a Jesus. Mais adiante, ela manifestou admiração pela habilidade de Jesus, que agiu solucionando o problema da falta de vinho no casamento em Caná (Jo 2.1-4). Além de Jesus, Maria ainda teve outros filhos, conforme afirma Mateus 12.46,47. Ela se encontrava ao pé da cruz, quando Jesus estava sendo crucificado, e Ele pediu a João (o “discípulo amado”) que zelasse por sua mãe (Jo 19.25-27). Algum tempo depois da ressurreição, Maria e os irmãos se encontravam entre os discípulos que assistiram a chegada do Espírito Santo no dia de Pentecostes (At 1.14). Depois disso, não existe mais citações sobre Maria no Novo Testamento.
Maria de betânia Maria de Betânia era irmã de Lázaro (que havia sido ressuscitado por Jesus) e Marta. Maria era uma consagrada serva de Jesus, que inclusive esqueceu de seus afazeres para ficar ouvindo
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os ensinos do Mestre (Lc 10.38-42), conduta esta que teve o apoio de Jesus. Em outra situação ela mostrou-se chateada com Cristo por Ele não ter chegado a tempo para impedir a morte de Lázaro, seu irmão (Jo 11.28-33).
que essa Maria deveria ser a tia de Jesus, pois Clopas era irmão de José (conforme o historiador Eusébio de Cesareia afirmou no seu livro História Eclesiástica 3.11).
É importante destacar que João identificou Maria de Betânia como a mulher que deixou cair sobre Jesus uma grande porção de nardo puro, uma planta de fragrância intensa, que era valiosíssima (Jo 11.1,2), e equivalia a quase um ano de salário de um trabalhador.
Maria, mãe de joão marcos Ela foi mencionada somente uma vez no texto bíblico (At 12.12). Sua residência era um local de encontros da igreja. Maria devia ser uma mulher de posses, pois sua casa, ao que tudo indica, era ampla e havia servos para cuidar, sendo possível que fosse viúva, pois o seu marido não foi citado no texto bíblico.
Maria MADALENA
Em sua residência, os irmãos intercediam pelo apóstolo Pedro, que estava preso. Foi para esta casa que Pedro se dirigiu quando foi solto da prisão. João Marcos, que era filho dessa Maria, viajou com Paulo e, provavelmente, também com Pedro.
Quase nada se sabe sobre essa mulher, a não ser que havia nascido em Magdala, na região da Galileia. Em alguma parte da Galileia ela esteve com Jesus, que expeliu dela sete demônios (Lc 8.2). Maria Madalena juntou-se aos discípulos, acompanhando Jesus em toda parte, inclusive em Jerusalém ao pé da cruz, enquanto os demais discípulos tinham saído em retirada (Mc 15.40).
Maria de ROMA
Maria Madalena observou o sepultamento de Jesus (Mc 15.47) e os fatos a respeito da sua ressurreição. Os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas a citam junto com as mulheres que se dirigiram à sepultura de Cristo pela manhã após a crucificação.
Na epístola aos Romanos 16.6, o apóstolo Paulo citou uma mulher, da cidade de Roma, meramente intitulada de “Maria, que trabalhou arduamente por vocês”. Quando se encontrava em Roma, essa Maria conheceu Paulo, tendo certamente sido convertida por intermédio dele, e depois trabalhado intensamente com o apóstolo na obra do evangelho e no cuidado da igreja romana.
João declarou que Maria Madalena foi a primeira das mulheres a encontrar o sepulcro vazio, a primeira pessoa que informou sobre a ressurreição, e também a primeira a avistar Jesus ressurreto, ao continuar junto ao túmulo depois de todos terem partido (Jo 20.11-18).
É provável que tenha sido exilada de Roma, junto com o casal Áquila e Priscila (At 18.2, por volta do ano de 49 d.C.). Durante certo tempo, ela habitou na Grécia e na Ásia Menor (região onde hoje se situa a Turquia). Ela voltou para Roma, em 56 d.C., aproximadamente.
Maria, mãe de tiago e josé Essa Maria teve diversos nomes; a narrativa bíblica a mostra como uma serva fiel de Jesus, ficando junto da cruz e presenciando a sepultura vazia.
Maria foi destacada pelos elogios feitos por Paulo, assim como aos outros irmãos que moravam na cidade de Roma.
O evangelista Mateus a denominou de “Maria, mãe de Tiago e de José” ou “a outra Maria” (Mt 27.56,61). Marcos a apresentou como “Maria, mãe de Tiago, o mais jovem e de José”, “Maria, mãe de José”, ou “Maria, mãe de Tiago” (Mc 15.40,47). Em seu evangelho, João se referiu a ela como “Maria, mulher de Clopas” (Jo 19.25). A tradição mostrou
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Estas seis Marias são todas as que foram mencionadas nas páginas do Novo Testamento.
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pastor e professor de teologia ppancote53@gmail.com
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“OS POBRES VOCÊS SEMPRE TERÃO CONSIGO…” por
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batistas brasileiros, a cada ano, no primeiro domingo de maio, lembram do denominado Dia Batista de Ação Social. Este artigo vem a propósito da data e da questão da responsabilidade social da Igreja, tema sempre discutido.
Parece que, nos últimos anos, estamos ganhando consciência da responsabilidade que nos pesa sobre os ombros, de testemunho e ação. O assunto, amplo, vasto, situa-se, por sua natureza e essência da própria missão da Igreja no mundo, sua obra e testemunho. Basta uma leitura atenta da Palavra de Deus para percebermos que ela dedica especial atenção ao problema da justiça e a ênfase que dá à responsabilidade social dos cristãos. Os salmos, mensagem poética de extraordinária sensibilidade, estão cheios de recomendações em defesa da justiça, partindo sempre de um pressuposto: o caráter justo de Deus (v.g. – Salmo 9.4 e 18; Salmo 10.12 e 14). O profeta Amós, poderoso no testemunho e ousado na condenação das injustiças sociais de seu tempo (Amós 2.6; 5.12; 8.4-6). O ministério de Jesus Cristo traduz, do princípio ao fim, a sua preocupação, pelo homem como um todo, como objetivo de sua missão. Tiago é semples, prático, objetivo. Sua mensagem é categórica quanto ao dever social dos cristãos.
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Conclui-se, pois, à luz dos mais categóricos princípios bíblicos, que a responsabilidade social dos cristãos não só é privilégio, mas, também, um imperativo. Já os fundamentos teológicos da ação social cristã decorrem, necessariamente, dos princípios e postulados bíblicos que a informam. Mensagem transcendente e eterna, por sua significação finalista e teológica, o cristianismo, se por um lado dá ênfase especial ao sentido escatológico da fé, visa, também, o homem na sua existencialidade, dentro da complexa realidade social em que vive. Então a questão não pode ser colocada em termos de opção: evangelismo ou obra social. À luz do Novo Testamento não existe esta alternativa (ler Mateus 10.7-8). Evangelizar é proclamar o Reino de Deus; evangelizar é humanizar, amar, fazer bem ao próximo. Nossa tarefa é, pois, realizar a obra neste duplo sentido – evangelismo e obra social. Não tenhamos dúvidas para proclamarmos a verdade que possuímos. Impõe-se, para tanto, nos credenciemos, se a queremos aceita pelos sofredores e oprimidos. Se a Igreja, pelo seu indiferentismo, fecha os olhos às condições sub-humanas em que vivem milhões de brasileiros, entendendo que foge à sua competência semelhantes preocupações, estará, sem dúvida, correndo o perigo de não ser ouvida também por milhões de pessoas. O problema maior do presente século é a aguda questão da justiça, em todo o mundo. A humanidade vive em grandes
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desníveis, sob todos os pontos de vista. Não só em relação às populações, como também no que diz respeito a nações e povos. Desníveis culturais, sociais, econômicos, quanto à saúde e a dignidade da pessoa humana.
ação social, cheches, escolas, cursos, amparo a velhice, alberques, campanhas contra os males – alcolismo, tabagismo, drogas, etc). • É preciso criar instrumentos de ação mais eficazes. Adquirir, fundados nos princípios do Evangelho, critérios que nos assegurem uma ação correta, dinâmica, propulsora. Não há como retirar ao cristianismo o caráter de presença e transformação. A história está cheia de exemplos de como o cristianismo alterou, mudou, reformou ideias, conceitos e instituições.
A realidade brasileira é: favelas, mucambos, malocas, palhoças, palafitas, etc. Mortalidade infantil, analfabetismo, pauperismo, subnutrição, fome, miséria...
As formas de ação social decorrem das condições objetivas com as quais a igreja local se defronta. A realidade brasileira é tal que muitas ações poderiam ser mencionadas (citei algumas possibilidades antes). A Igreja precisa desenvolver, primeiramente, o sentido comunitário de vida, a começar dela e nas suas relações internas, para daí partir na direção da(s) comunidade(s) que a cerca(m). (Ler Gálatas 6.10). No sentido lato de ação social, cabe à Igreja distinguir aquilo que ela deve e pode fazer, como tal, diretamente, e aquilo que ela terá de fazer indiretamente, ou seja, através dos crentes, como cidadãos. Temos que reconhecer que a grande tarefa da Igreja é prepará-los para o testemunho pessoal, para que eles possam agir nas organizações de classe, nos sindicatos, nas associações de bairros, nos partidos políticos, nas casas legislativas, nas esferas governamentais, enfim, nos postos de comando a que possam ser levados.
Então, precisamos entender que agora é tempo de encararmos mais de perto e com audácia o problema de nossa responsabilidade social para com o nosso povo, vivenciando e praticando sempre as verdades do Evangelho. Duas formas de responsabilidade social:
expressar
A Igreja deve agir positivamente. É um trabalho, sobretudo, de formação de mentalidade (ler Mateus 5.13-16).
nossa
Tudo isto porque “os pobres vocês sempre terão consigo...” (ler Marcos 14.7; Mateus 26.11).
• Do ponto de vista prático e concreto, prende-se às atividades assistenciais ou de beneficência que possamos, como igreja, realizar. É o que chamo de ação social em sentido restrito. Aí se inclui todo um conjunto de obras sociais, visando o benefício das pessoas, sua recuperação, regeneração, redenção (centro de
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joel de brito soares
pastor joel@igrejadorecreio.org.br
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senhores e senhoras do tempo
não tem, ainda não pensamos sabiamente.
“Os dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um homem.“ - Marcel Proust
Se acumulamos fracassos que atribuímos à brevidade do tempo, é porque ainda não nos conhecemos adequadamente.
Como o tempo é o que fazemos com as horas, temos que decidir se ele é nosso inimigo ou nosso aliado, urgentemente. Quando trazemos o tempo para o nosso campo, realizamos o que desejamos competentemente. Quando permitimos que o tempo seja nosso inimigo, amargamos decepções tristemente. É no tempo que a nossa vida acontece, frutífera ou frustradamente.
Diante de uma atividade a desenvolver, precisamos calcular o tempo necessário, para não chegarmos atrasados lamentavelmente. Como o tempo só anda para a frente, felizes seremos se o seguirmos obedientemente. Se valorizamos o tempo, sem desperdiçá-lo; se planejamos bem como usá-lo, sem deixar que nos conduza; se saímos cedo para chegar, calculando os minutos, então o tempo será nosso aliado permanente.
O tempo não tem adjetivos em si mesmo, senão os que nele colocamos. Nós é que o tornamos “curto”, “longo”, “implacável” ou “perdido”, palavras de nossa mente.
“Portanto, tenham cuidado com a maneira como vocês vivem, e vivam não como tolos, mas como sábios, aproveitando bem o tempo, porque os dias são maus” (Efésios 5.15-16).
Que o modo como nos relacionamos com o tempo testemunhe que estamos crescendo integralmente. Se reclamamos do tempo, gastamos energia inutilmente. Se culpamos o tempo, é porque não vivemos saudavelmente. Se imaginamos horas que o tempo
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israel belo de azevedo pastor israelbelo@gmail.com
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por
sylvio macri
AS
grandes construções da antiguidade eram feitas de pedras e argamassas variadas, conforme a cultura do povo que construía. Nessas construções, assim como até hoje, o alicerce era uma coisa fundamental, e nele havia sempre uma pedra principal, de esquina, que servia para estabelecer, de maneira correta, três elementos fundamentais da edificação: o esquadro, o nível e o prumo. Por isso a pedra tinha que ser perfeita em todos os seus lados, pois era a pedra mestra, da qual dependiam todos os demais detalhes da construção. Na parte de baixo devia estar perfeita, de maneira a assentar uniformemente no solo, a fim de impedir que o prédio se deslocasse. Nas partes laterais externas, para um lado e para o outro, e no sentido horizontal, deveria ter ângulos perfeitos, para que a construção não saísse do esquadro; e no sentido vertical deveria ser perfeitamente prumada, para que o prédio não se inclinasse. Nas partes laterais internas deveria ser bem reta, para permitir que as pedras intermediárias se ajustassem
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perfeitamente. Por estas qualidades é que Jesus é chamado de “a principal pedra de esquina”. Ele “é o mesmo ontem, hoje e eternamente” (Hb13.8). Jamais sairá de sua posição de firmeza: “Ele não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano” (1Pe. 2.22). É reto e justo tanto para com os homens (sentido horizontal), como para com Deus (sentido vertical). E ele se identificou (se ajustou) perfeitamente conosco. O propósito de Deus é de “fazer convergir em Cristo todas as coisas, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra” (Ef 1.10). É notável que em Isaías 28.17, após falar da “pedra preciosa de esquina” (no v.16), o Senhor diga que fará do juízo a linha para medir, e da justiça, o prumo. Já naquela época os construtores usavam este instrumento milenar que é o prumo. Jesus é aquele que dá prumo à igreja. Quando esta é fundada sobre a justiça que vem da cruz, tem poder para viver uma vida de vitória contra o mal e estará pronta para enfrentar o juízo de Deus.
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No texto acima mencionado o Senhor fala também da linha de medir, e não menciona o esquadro, mas Jeremias 17.10 diz: “Eu, o Senhor, esquadrinho a mente, eu provo o coração”. E Apocalipse 2.23 diz: “Todas as igrejas saberão que eu sou aquele que esquadrinha os rins e o coração”. Frequentemente os pedreiros usam também uma linha para estabelecer os ângulos corretos da construção. O esquadro e a linha são também ferramentas milenares, até hoje usadas pelos construtores para verificar se uma parede está em perfeito ângulo reto com outra, quer dizer, se está alinhada. Temos ouvido muito falar que a igreja deve se alinhar com a modernidade, mas devemos mesmo é estar em perfeito alinhamento com Jesus e sua Palavra. Falemos agora do nível. Dissemos que a principal pedra de esquina deveria ter perfeito o lado que dava para o solo, para dar estabilidade à construção, mas deixamos de falar do lado de cima, que também tinha que ser perfeito, para que ninguém nele tropeçasse e caísse. Em outras palavras, para que o prédio pudesse ser perfeitamente
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nivelado, principalmente o piso. Para assentar um piso de pedra, os construtores até hoje usam o método milenar de verificar o nível em vários pontos com um líquido qualquer, principalmente a água, e depois usam a linha para que o nivelamento seja perfeito. Pedro diz que quem crer em Jesus não será desapontado, mas os descrentes nele tropeçarão (1Pe 2.6-8). Esta mesma referência é citada por Paulo em Romanos 9.33. O fato de Jesus ser uma pedra perfeitamente nivelada ou uma pedra de tropeço muitas vezes depende do nosso próprio testemunho. Portanto, Jesus é o prumo, o esquadro e o nível perfeito para a igreja e para nós individualmente. Por isso é que Paulo afirmou que “ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está lançado, o qual é Jesus Cristo” (1Co 3.11). A palavra alicerce tem um sentido literal, referindo-se ao alicerce de uma casa ou edifício, mas também tem um significado figurado ou simbólico, referindo-se à base de um sistema de pensamento, de uma teoria ou de uma doutrina.
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Realmente, a igreja está alicerçada sobre os atos e os ensinos de Jesus. Sobre a sua morte na cruz, sobre a sua ressurreição, sobre a sua ética, sobre as suas promessas. Enfim, sobre a sua própria pessoa divina. Tudo o que se quiser crer, ensinar, avaliar, julgar e decidir na igreja, ou a respeito dela, baseia-se em Jesus e na sua Palavra. Quem tentar mudar isso será como o homem tolo, que construiu a sua casa sobre a areia. Aliás, esse é outro sentido de fundamento, quando aplicado a Jesus e à sua igreja. É a ideia de firmeza, de estabilidade, de ser inabalável. A igreja é uma casa edificada sobre a rocha que é Jesus! Pode descer a tempestade das incertezas, podem correr as torrentes de águas da perseguição, pode até soprar o vento dos furacões satânicos. Mesmo que batam com todo ímpeto contra ela, não cairá, pois está fundada sobre a Rocha (Mt 7.25).
sylvio macri
pastor sylviomacri@gmail.com
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elos indica
filme
filmes e séries
DUMBO Filme Direção: Tim Burton Com Colin Farrell, Danny DeVito e Michael Keaton Gênero: Aventura | EUA, 2019
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1919, Joplin, Estados Unidos. Holt Farrier (Colin Farrell) é uma ex-estrela de circo que, ao retornar da Primeira Guerra Mundial, encontra seu mundo virado de cabeça para baixo. Além de perder um braço no front, sua esposa faleceu enquanto estava fora e ele agora precisa criar os dois filhos. Soma-se a isso o fato de ter perdido seu antigo posto no circo, sendo agora o encarregado em cuidar de uma elefanta que está prestes a parir. Quando o bebê nasce, todos ficam surpresos com o tamanho de suas orelhas, o que faz com que de início seja desprezado. Cabe então aos filhos de Holt a tarefa de cuidar do pequenino, até que eles descobrem que as imensas orelhas permitem que Dumbo voe.
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es e séries a caminho de casa Filme Direção: Charles Martin Smith Com Ashley Judd, Jonah Hauer-King e Edward James Olmos Gênero: Drama policial | EUA, 2019 Bella é uma cadelinha especial que vive com Lucas, um estudante de medicina veterinária que trabalha como voluntário em um hospital local. Um dia ela é encontrada pelo Controle de Animais na rua e acaba sendo levada para um abrigo a 400 milhas de distância de seu dono. No entanto, Bella, uma cachorra extremamente leal e corajosa, decide iniciar sozinha uma longa jornada de volta para a casa, emocionando a todos que cruzam o seu caminho.
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os
desafios
mãe moderna da
S
omos todos produtos do nosso tempo. Fui uma menina que cresceu entre os anos 1970 e 1980. Enquanto me desenvolvia, no quadro político brasileiro crescia a insegurança econômica. Presenciei, desde os anos do governo militar, até a volta da democracia e as “Diretas Já!”. O conflito feminino moderno entre o trabalho e a família também já eram tema na minha infância. A 2a Onda do Movimento Feminista, que havia começado no início da década de 60 e durado até o fim da década de 80, chegou queimando sutiãs e convocando às mulheres a fazerem campanhas por direitos sexuais, reprodutivos, econômicos e à igualdade. Como consequência, os anos de 1980 também foram cenário de uma batalha intitulada “Guerra das Mães”. Essa foi ostensivamente travada entre as mães que ficavam em casa, criando seus filhos e aquelas que trabalhavam fora. Mas, não importava quais escolhas eram feitas, parecia que elas nunca se sentiam fazendo a coisa certa. Todo esse cenário influenciou
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mulheres como eu, que hoje são mães, profissionais, casadas ou solteiras. Em meio a tantos conflitos culturais, políticos e ideológicos é muito difícil encontrar o equilíbrio no papel feminino da maternidade. Não existe receita pronta. Ser mãe é uma experiência singular no aspecto mais amplo da palavra. Cada filho chega num momento diferente na vida da mulher, cada um deles tem suas características e personalidade; e para completar, cada filho também é influenciado pelo seu tempo. Na prática, precisamos ter consciência da complexidade dos problemas que a mulher moderna enfrenta. São tantas atribuições, cobranças e julgamentos, que as mães costumam enlouquecer tentando dar conta de tudo com êxito. Muitas se questionam e pensam: “Será que volto ao trabalho ou empreendo para ficar mais perto das crianças?”. Mas quando uma criança chega na vida de mulher, tudo muda. As prioridades mudam. Os filhos trazem situações definitivas. Outras situações podem ser passageiras, mas maternidade não.
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emocional, para se entregar à maternidade na sua plenitude e aproveitar ao máximo essa experiência. A mulher deve estar em equilíbrio em todos os seus papéis, seja de mãe, esposa, filha, amiga, irmã e profissional.
A psicóloga Cecilia Troiano, em seu livro “Vida de Equilibrista, dores e delícias da mãe que trabalha”, afirma: “Eu acho que a principal dor tem a ver com a culpa. A gente acha que dá pouca atenção para os filhos e também acha que o trabalho vai ficando aquém do que poderia. A gente acha que deve dos dois lados. E as delícias têm a ver com o orgulho pelas conquistas, pelo novo modelo de mulher. Trabalhar é muito bom, ser mãe é muito bom também! (...) Mesmo com tantas informações disponíveis hoje em dia, toda mulher se descabela na tarefa de criar seus filhos. Às vezes, a gente pensa que não vai conseguir dar conta.” E segue dizendo: “A gente tem de ter orgulho mesmo, somos, sim, heroínas. Mas a minha dica é a seguinte: não se cobre tanto. Nota 8 está bom demais. Se a gente quiser ter 10 em tudo, a gente enlouquece.”
Talvez você esteja esgotada emocionalmente, mas se deseja recuperar seu equilíbrio e encarar suas limitações, busque ajuda, compartilhe seus sentimentos com aqueles que te cercam, especialmente sua família. Esteja disposta a alcançar uma vida equilibrada. Dê um passo de coragem e tenha uma atitude proativa. Uma excelente maneira de começar é dando um passo em direção a Deus. Converse diariamente com Ele e o tenha também como seu amigo mais chegado. Mantenha uma atitude saudável espiritualmente. E lembre-se: se posicione! Toda mulher precisa se sentir respeitada em suas decisões. Se você escolher abdicar de sua carreira por causa da maternidade, faça por convicção e não por cobrança. Se não pode renunciar ao trabalho, até mesmo por necessidade, fará alguns sacrifícios, mas pode e deve ter o apoio de sua família e de pessoas confiáveis. E mesmo trabalhando, dedique tempo de qualidade aos filhos. Ore e leia a Bíblia com eles. Se for possível, leve-os ao seu local de trabalho pelo menos uma vez, para que saibam o que faz e possam compreender a importância de sua profissão.
Não existe receita pronta! Eu particularmente acredito que o equilíbrio emocional seja o segredo do sucesso. A mulher precisa se conhecer “por dentro”. Saber seus limites e possibilidades. É necessário aprender a lidar com os sentimentos, ter inteligência
Ser mãe sempre foi um grande desafio, mas nunca foi tão difícil como nos dias de hoje. Você foi escolhida por Deus para desempenhar o papel de mãe. Ele tem um chamado para cada uma de nós. Nossa cultura valoriza o sucesso, a riqueza, o conhecimento e o poder; mas esquece de que nossos filhos, são os nossos bens mais preciosos. Se desejarmos criar filhos que sejam boas sementes para a próxima geração, precisamos nos dedicar a esse chamado com propósito e determinação, nos equilibrando entre a profissão e a maternidade ou sendo mãe em tempo integral, não importando quantos anos nossos filhos tenham.
maura rute
assistente social e educadora religiosa maurarute@bol.com.br
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treinados na arte de fazer café? Na verdade, tudo isso poderia ajudar a justificar o preço, mas não o porquê de esta loja ser mundialmente conhecida pela quantidade enorme de gente que entra nela todos os dias atrás de algumas doses de espresso ou um latte – mesmo havendo quem diga que não percebe nenhuma diferença entre a bebida preparada lá e a de outra lanchonete.
playlist que toca ao fundo, nas confortáveis poltronas, nas mesinhas de madeira com tomadas próximas, no wi-fi gratuito e na possibilidade de customizar sua bebida, evidenciado quando o atendente escreve o nome do cliente na lateral do copo (mesmo que errado em alguns casos). Tudo isso tem o objetivo de criar um ambiente acolhedor onde o cliente pode se sentir à vontade para passar de alguns minutos a algumas horas, conversando com amigos, fazendo uma reunião de negócios ou trabalhando em seu laptop. E não importa o lugar do mundo, se você estiver em Nova Iorque, Paris, Dubai, Milão, Tóquio, Rio de Janeiro ou em outra cidade nos mais de 60 países em que a marca está presente, saiba que existe um lugar aconchegante, onde pode se sentar e carregar seu celular ou computador, acessar a internet e ainda tomar um café do jeito que você gosta. E por isso um café lá pode custar “um pouquinho” mais. E este fenômeno é chamado de Economia da Experiência.
O real segredo da Starbucks está na decoração da loja, na
Um artigo publicado pela Harvard Business Review, escrito por
A ECONOMIA DA EXPERIÊNCIA á se perguntou o que faz uma cafeteria como a Starbucks ser um fenômeno mundial, mesmo cobrando por um copo de café muito mais do que uma cafeteria comum normalmente cobra?
J
Seria um tipo diferente de grão de café? Uma máquina de café high tech que permite o preparo de uma bebida mais pura? A presença de baristas com habilidades especiais e altamente
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Joseph Pine e James H. Gilmore em 1998, mostra que, na história da civilização, a economia passou por três grandes mudanças. No início, o comércio era local e se resumia à venda e compra de commodities, que basicamente são produtos da natureza como grãos, madeira, ouro, ferro, etc. A primeira grande mudança acontece quando passamos a utilizar estas mercadorias como matéria-prima para a confecção de produtos, através da manufatura e, mais tarde, da indústria. Devido à produção em larga escala dos mais variados produtos e do aumento da concorrência, a diferenciação entre um produto e outro passou a ser baseada em preço. Com isso, ocorreu algo conhecido como “comoditização”, ou seja, os produtos ficaram muito parecidos. A solução para isso veio através da customização, o que deu origem aos serviços. E esta foi a segunda grande mudança. Empresas como a IBM, por exemplo, passaram de vendedoras de equipamentos de informática (produtos) para prestadora de serviços de tecnologia da
informação. O fenômeno mais recente, que indica que um novo momento nesta história toda, é a comoditização dos serviços, onde o preço acaba sendo o principal diferencial competitivo entre os concorrentes. Vemos isso em praticamente todos os tipos de serviços, como é o caso das companhias telefônicas, tvs a cabo, companhias aéreas etc. E é exatamente isso que abre espaço para a terceira grande mudança: a experiência como o principal diferencial competitivo. Voltando ao caso da Starbucks, em 2014, a empresa lançou a Starbucks Reserve Roastery & Tasting Room, uma loja em Seattle, cidade da sede da empresa, com um conceito totalmente diferente das demais lojas. Trata-se de um estabelecimento gigantesco e sofisticado, com grandes máquinas que torram o café que é consumido no local, com um cardápio diferenciado e que, nas palavras de Howard Schultz, expresidente da Starbucks, pretende promover uma experiência de varejo diferente, envolvente e
inovadora que celebra a arte do café de maneira inédita. Hoje, já existem unidades da Starbucks Reserve em Shangai, Milão, Nova Iorque, Tóquio e, em breve, Chicago. Mas e você, empresário? Como conseguir aproveitar melhor as oportunidades deste novo momento da economia e se destacar da concorrência? Seja lá qual for o seu mercado e tamanho, saiba que você pode e deve pensar em como desenvolver uma experiência única e marcante para seu serviço. Para isso, é importante identificar todos os pontos de contato que você estabelece com seu cliente, durante sua jornada de consumo, e a partir daí pensar em como gerar valor em cada um deles. Até mesmo se você é um profissional de carteira assinada, pense em você como uma empresa que está vendendo suas horas e prestando um serviço a uma empresa. Você possui uma marca pessoal que pode se valorizar ou desvalorizar com o tempo. Como você pode se diferenciar da competição? Para isso, investir em capacitação é fundamental para desempenhar um trabalho com excelência. Mas não se limite a isso. Pergunte-se: como posso proporcionar uma experiência de trabalho mais agradável, criativa e que gere valor para meu chefe, meus colegas e, obviamente, meus clientes? Ao que parece, o futuro dos negócios é de quem se empenha em transformar produtos, serviços, e até horas de trabalho, em experiências extraordinárias. william freitas
publicitário williamfreitas@igrejadorecreio.org.br
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ELOS conversou com o pr. Wander Ferreira Gomes. Ele completa 30 anos de relevante ministĂŠrio pastoral na IGREJA do Recreio.
Entrevista a Utahy Santos e Dhiego Almeida
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30 ANOS À FRENTE DA IGREJA DO RECREIO Na juventude, você tinha vários caminhos a seguir. Por que o ministério pastoral?
Em algum momento da vida, você pensou: “Eu poderia ter seguido em outra direção”.
Realmente, vários caminhos se apresentaram diante de mim, mas uma inabalável convicção do chamado de Deus me fez prosseguir para o seminário e depois ao ministério pastoral.
Apesar de todas as dificuldades pessoais que enfrentei e dos grandes desafios que se apresentaram a mim no ministério pastoral, nunca tive duvidas de que eu estava na direção certa, que Deus havia traçado para minha vida.
Sinto-me realizado como pessoa, no centro da vontade de Deus para minha vida, cumprindo a missão para a qual ele me capacitou: ser pastor e exercer o pastorado nas suas mais diferentes dimensões. Em breves palavras, fale sobre as dificuldades do início do ministério. Meu primeiro ministério pastoral foi com jovens na Igreja Batista de Moça Bonita onde permaneci por um ano. Cheguei ao Recreio no dia 1º de abril de 1989, numa igreja que tinha sido organizada há cinco meses. Foi um início difícil. Eu era jovem ainda, sem experiência, e encontro uma comunidade nova que estava numa região promissora da cidade, porém, ainda com muitas carências estruturais. Entendi que o trabalho deveria ser realizado com criatividade e excelência desde o seu início. Passamos muitas lutas, mas com a graça de Deus conseguimos vencer uma a uma. Hoje, quando olho a história desses 30 anos, posso contemplar um crescimento maravilhoso do bairro, da igreja e de toda sua história. A Igreja do Recreio é uma igreja com uma linda história de transformação de vidas e impacto social.
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Com certeza você já enfrentou momentos difíceis no ministério pastoral, algum o marcou mais? O ministério pastoral é um caminho maravilhoso, mas muitas dificuldades se apresentam diante de nós. Trabalhamos com o ser humano e todas as suas complexidades. Somos desafiados todos os dias a aprendermos as novas realidades da existência humana, o desenvolvimento da cultura e as transformações do indivíduo na realidade do tempo e do espaço. A cada momento o mundo está em constante mutação, trazendo ao pastor o grande desafio de proclamar o cristianismo e ajudar os discípulos de Cristo a uma vida íntegra e coerente com os princípios do evangelho. Viver neste mundo é um desafio permanente e isto é motivador. Gosto de desafios e pastorear é uma grande aventura, apesar de todas as lutas que passamos. Mas nos encoraja sabermos sempre que não estamos sozinhos, pois o Senhor da igreja está conosco.
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Que momentos você destacaria em seu ministério pastoral? A Igreja do Recreio tem uma das histórias mais fantásticas que conheço. Sempre uma igreja em desenvolvimento, vibrante, alegre e consciente da sua missão neste mundo. Sua atuação contempla a integralidade do ser humano. Uma igreja que se preocupa com o indivíduo de forma holística e contemporânea. O trabalho que fazemos com todas as faixas etárias, especialmente com a geração dos milênios, é fantástico. Atender as pessoas através do Centro de Ação Social ou no Centro de Cuidado Humano é maravilhosamente empolgante. Ver a transformação de vidas, a restauração de pessoas, a libertação de jovens, o desenvolvimento de crianças e a valorização das gerações mais amadurecidas é simplesmente motivador para todo pastor. Recreio é uma igreja para o seu tempo que aprendeu a valorizar e cuidar do indivíduo levando a ele o poderoso evangelho de Jesus Cristo. Isto é vida e vida abundante. Fica muito difícil destacar fatos em 30 anos de ministério, mas não posso deixar de ressaltar as incríveis experiências com o poder de Deus na vida de tanta gente. O crescimento da igreja é
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outra marca que jamais pode ser esquecida. Não faço nem ideia do número de vidas que a Igreja do Recreio já alcançou. Milhares e milhares que foram abençoados, restaurados, transformados pelo nome de Jesus, nome sobre todo nome. Tivemos que ampliar prédios, comprar propriedades, expandir, crescer, sempre no propósito de alcançar o maior número possível como foi a ordem de Jesus. Muitas vezes sem os recursos necessários, mas Deus providenciava de maneira miraculosa. O dinheiro segue a visão! A obra missionária realizada pela igreja no Brasil e no exterior, enviando e sustentando missionários por várias partes do mundo: África, Ásia, Europa e até na América do Norte. A Igreja do Recreio se faz presente pelo mundo. Sem dúvida, é uma de nossas maiores alegrias. Enfim, temos sempre que louvar a Deus por esta grande obra na cidade do Rio de Janeiro e no mundo. O ministério pastoral e a família. É difícil conciliar as duas coisas? O ministério pastoral não pode ser realizado sem a cumplicidade e a presença da família do pastor. Agradeço a Deus a vida de Amanda, minha esposa, e Gabriel, meu filho, e por me apoiarem e entenderem que Deus também
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entregou a eles este ministério. Deus chama a família para realizar a obra. Tantas vezes a família se sacrifica em prol do ministério pastoral. É uma família sempre exposta e sua privacidade fica muitas vezes comprometida. Só a graça de Deus para nos ajudar em tão grande obra. A igreja cresceu. Quanto mais a igreja cresce, mais demandas tem. Como você gerencia seu tempo? Não há outra maneira de gerenciar o tempo se não delegarmos e formarmos uma boa equipe de trabalho. Agradeço a Deus a equipe de pastores e líderes que trabalharam comigo ao longo destes 30 anos. Minha equipe é fantástica! Pastores, líderes das mais diferentes áreas, que trazem à igreja inteligência, estratégia e uma ação efetiva. Líderes de qualidade fazem toda diferença. Rick Warren disse: “Ou você controla ou deixa a igreja crescer.” Delegar é conselho bíblico. Mesmo assim não e fácil gerenciar o tempo, mas a gestão é parte importante do exercício ministerial. Para quem está chegando agora no ministério pastoral, o que você tem a dizer? Você precisa ter a convicção que está no lugar certo. Saiba que Deus tem uma vontade e devemos
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nos encaixar nela. Ninguém é feliz fora da vontade de Deus. Tenha bons mentores, pessoas que te aconselhem e ajudem no teu crescimento pessoal e ministerial. Treine sempre, participe de tudo de bom que está sendo oferecido, para que você esteja sempre se atualizando e tendo automotivação.
mais relevante neste tempo e nesta geração. A igreja precisa responder às perguntas que o mundo está fazendo. Com amor e firmeza doutrinária nos ensinos de Jesus, creio que a igreja pode fazer pelo ser humano o que nenhuma outra instituição pode fazer na face da terra. A igreja é
Concluindo. Como deve ser a relação do pastor e suas ovelhas? A relação com as pessoas é sempre uma arte. O pastor precisa de inteligência emocional para se relacionar com suas ovelhas. Sua saúde interior será refletida nestas relações. O pastor tem que aprender a cada dia a amar as pessoas. Os atendimentos em aconselhamento, estar no meio das pessoas, se tornar acessível sempre será importante para que exerçamos nosso trabalho. Creio que os próximos anos serão ainda melhores na Igreja do Recreio.
algo fantástico porque é humana e foi alicerçada nos fundamentos de Cristo. “Eu edificarei minha igreja”.
na foto: Gabriel, Wander e Amanda
Agora, com mais maturidade, poderemos fazer uma obra ainda
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trabalhar atĂŠ morrer por
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utahy santos
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H
á 30 anos, no Japão, o estudante saía do curso superior e ingressava em uma empresa onde trabalhava até a velhice. O que o trabalhador ganhava era suficiente para seu sustento e de sua família. Hoje, tudo mudou: lá e aqui. A partir do meio da década de 1970, comecei minha vida como trabalhador. Respondi a um anúncio que li no Jornal do Brasil e me submeti a um processo de seleção. As exigências eram segundo grau completo e conhecimento do Português. Não precisava experiência profissional. Ótimo para um jovem de 19 anos, ingressando tardiamente no mercado de trabalho. Só depois de umas três etapas de testes psicotécnicos e de proficiência no idioma, nós, candidatos aprovados, soubemos que trabalharíamos no Jornal do Brasil. O posto conquistado: conferente de revisor de texto. A revisão do Jornal do Brasil contava com mais de 100 revisores, distribuídos, a partir das 13h, em vários turnos de trabalho. Na época, jornalista trabalhava 30 horas por semana. Em 1974, havia 100 revisores no Jornal do Brasil; em 1984, só restaram 10. Logo depois, acabou. Abordei três aspectos do mercado de trabalho que mudaram (e sempre mudarão) através das décadas.
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A seleção para emprego era feita de forma impessoal. Você respondia a um anúncio, participava de um processo de seleção e, se aprovado, começava a trabalhar. (Havia falcatruas, mas também era possível você chegar a um emprego sem conhecer alguém que o ponha para dentro.) Cargos e funções acabam. A enorme revisão do Jornal do Brasil com uma centena de profissionais, um supervisor geral, quatro chefes de turno, distribuidores de serviço e contínuos terminou em nada. A profissão de revisor praticamente acabou, no Jornal do Brasil. Na década de 1980, trabalhei na Manchete. 50 revisores em três turnos. Um deles (e não era o único) trabalhava no Corpo de Bombeiros, na Manchete e no Jornal dos Sports. O único preguiçoso que batia ponto em um só emprego era eu, mas fazia frilas para várias editoras. A evolução tecnológica exige de nós esforço para evoluir. Minha avó sempre repetia um velho ditado para mim (eu era muito chorão; modernamente, mimizento): “Não adianta chorar sobre o leite derramado.” Entrei no mercado em época de grandes mudanças. O Jornal do Brasil mudou-se para a moderna sede que ocupava, no começo da década de 1970, uns dois anos antes de eu lá aportar como funcionário (hoje, no lugar do JB está o Instituto de Traumato-
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Ortopedia, na Av. Brasil, 500). Antes o jornal funcionava na Av. Rio Branco. Diz a lenda que a derrocada do JB começou com a mudança de endereço. Mas há versões mais confiáveis que garantem que má gestão e péssimos investimentos, inclusive em equipamentos para a impressão do jornal, foram os responsáveis pela queda. Na década de 1970, o Jornal do Brasil era lido pelo pessoal descolado. O jovem que lia O Globo era malvisto. Cheguei no Jornal do Brasil e o periódico era composto em linotipos. Composição quente que matava linotipistas que respiravam chumbo. Havia um funcionário para montar cada página. As linhas de texto eram encaixadas, uma a uma. Se houvesse um erro, a linha era refeita e reencaixada. O linotipo acabou e alguns profissionais partiram para empresas menores, aguardando que a evolução os alcançasse. Os que trabalhavam com as páginas, montadores e emendadores, foram aproveitados, na medida do possível. Na Manchete, década de 1980, cheguei depois do “fim do linotipo”. Havia uma sala para a turma da composição das revistas, outra para a arte e a da revisão. Em outros andares, as redações das revistas: Manchete, Amiga, Fatos & Fotos e muitas outras. A empresa faliu, mas antes já fazia uma reestruturação que não deu em nada.
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O trabalho mudou. Empregos acabaram e outros foram criados. Os novos exigem novas capacitações. Eu, só no final da década de 1990, com mais de 40 anos, me rendi ao computador. Se não o fizesse teria morrido de fome. À Internet, me entreguei bem depois. O amigo Israel Belo me perguntou se eu tinha
entre 25 países pesquisados por uma organização finlandesa. Muitas empresas têm salas de repouso para que seus funcionários durmam por 30minutos depois do almoço. Há duas expressões no vocabulário japonês: karoshi, trabalhar até morrer, e Inemuri, dormir em qualquer lugar. Impressionante, pelo menos para mim, é que estas ações, apesar de preocupantes, não são malvistas pelos japoneses. Eles sentem certo orgulho de dormirem em qualquer lugar, extenuados. Se estão cansados, afinal, é porque trabalham.
Há duas expressões no vocabulário japonês: karoshi, trabalhar até morrer, e Inemuri, dormir em qualquer lugar. Internet. Disse que não e ele me explicou que precisava de um revisor, mas o trabalho precisava ser feito via Internet. Eu que ficava deslumbrado com meu fax Panasonic, endoidei. O amigo me inscreveu em um provedor, me ensinou a usar o Carta Certa e, graças a ele, um novo mundo se abriu.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) informa que a média global de desemprego é de 5%. O Brasil tem 11,6% de sua população ativa fora do emprego formal. Há no país 37 milhões de trabalhadores informais, 40% da população ocupada do Brasil (91,2 milhões de pessoas – IBGE 31-7-2018).
Voltemos ao começo do texto. Ao Japão.
Neste texto não tratei de reforma trabalhista nem de reforma da previdência. O motivo é simples: ignorância. As conclusões a que chego aqui são empíricas. Por exemplo, trabalhar, hoje, é mais fácil do que ontem. Tenho a impressão que não, mas é só impressão. O trabalhador de hoje deve fazer o que fazia o de ontem, o da metade final do século passado, principalmente: ficar ligadíssimo e se preparar para
O Japão tem uma taxa de desemprego de 2,4%. Baixa, se comparada à do Brasil. É uma economia estagnada, segundo especialistas (o que eu estou longe de ser). A população é envelhecida. O japonês precisa trabalhar muito para ter o padrão de vida que deseja, dorme 6h35, a pior média de horas de sono
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mudar de rumo. Olhe em volta, estude e se antecipe às mudanças. Não teria sido difícil eu ter percebido que o mercado de trabalho estava mudando. Cheguei à aposentadoria pagando carnê do INSS, por imprevidência e falta de foco. Não permita que isso aconteça com você.
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CRISES CONJUGAIS ACABAM EM DIVÓRCIO? por luiz fernando gevaerd advogado de família, palestrante e escritor
Nem sempre! Como advogado de família há mais de 36 anos, com milhares de casos atendidos, pude verificar, na prática, que relacionamentos tóxicos são enorme fonte de estresse, causando conflitos e divergências entre o casal. Na maioria das vezes, as crises conjugais são o principal motivo de enfermidades, algumas até bem graves, mas nem sempre resultam em divórcio.
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seller do New York Times, com milhões de livros vendidos em todo o mundo, ensina em sua obra “Sete passos para o casamento dar certo”, um minucioso roteiro, cuja aplicação é capaz de: (i) melhorar incrivelmente a comunicação entre um casal em crise, aspecto fundamental para a retomada do diálogo, que é o fator decisivo para a reconstrução do relacionamento; (ii) fazer cessar ou reduzir consideravelmente a hostilidade entre o casal, permitindo a recuperação do respeito mútuo, elemento essencial para que o diálogo possa ocorrer em bases construtivas; (iii) restaurar os melhores sentimentos e a alegria que levaram aquelas pessoas a se unirem, sendo, nessa fase, muito utilizadas as memórias afetivas dos bons momentos vividos pelo casal; e, finalmente, (iv) ensinar um caminho de felicidade real para o futuro, com novos planos e projetos de engajamento com vistas a solidificar o vínculo restaurado.
Aqueles relacionamentos afetivos que mais parecem um vício, em que há brigas constantes, permanentes provocações de ambas as partes, onde até os próprios filhos sugerem que os pais se divorciem, por mais incrível que pareça, muitas vezes duram anos e até décadas sem qualquer sinal de ruptura e o que é pior: sem a menor sombra de solução. As pessoas que vivem esta situação parecem se acostumar com o sofrimento e se habituam àquele estilo de vida, com violências verbais, discussões públicas e constantes desacertos e discórdias, uma verdadeira montanha russa emocional. Durante muitos anos, a “solução” sugerida para estes casos quase sempre foi o divórcio e as poucas tentativas de terapias clássicas ou aconselhamentos apresentavam pequenos resultados efetivos, infelizmente. Porém, atualmente existem muitas outras alternativas para minorar o sofrimento desses casais e também da família como um todo, possibilitando que todos vivam harmonicamente. Modernas abordagens de treinamentos sobre felicidade conjugal, uso crescente de recursos da neurociência e, até mesmo, coaching de relacionamento são ferramentas acessíveis para casais que, muitas vezes, precisam de apenas um pequeno movimento para saírem do verdadeiro tormento que seus respectivos relacionamentos se tornaram.
Nunca é demais lembrar que casamentos felizes tem enormes vantagens para os parceiros, já existindo estudos sérios que demonstram que nos casamentos felizes as pessoas vivem em média oito anos a mais, assim como há relatos de que as crises conjugais e os conflitos decorrentes do divórcio aumentam as doenças, principalmente, enfartos e outros graves problemas de saúde. Como se não bastasse isso tudo, como a cereja do bolo, reduzem drasticamente os problemas financeiros do casal.
Buscar ou aceitar ajuda são passos muito importantes, mesmo quando tudo parece estar perdido!
E, se ainda fosse pouco, melhoram o rendimento escolar dos filhos e produzem gerações de jovens que também terão casamentos mais felizes.
É claro que existem casos de desajustes doentios que devem ser tratados como tal e trazem riscos enormes para os envolvidos, se não receberem cuidados especializados, inclusive psiquiátricos, mas este tipo de situação representa uma pequena parcela; a esmagadora maioria das crises conjugais tem solução!
Pode-se afirmar com segurança que crises conjugais, além de, na imensa maioria, poderem ser tratadas e superadas, se tornam excelentes oportunidades de fortalecimento dos melhores sentimentos entre o casal, permitindo que o casamento siga em frente, duradouro e feliz. Sempre é possível construir um novo futuro.
O psicólogo americano John Gottman, professor PHD da Universidade de Washington e autor best
A felicidade te espera!
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cuidado! querem prejudicar a sua mãe Isto aconteceu há alguns anos, no meio do feriado de Páscoa. Após o almoço, minha mãe se aproximou e perguntou se eu podia avaliar os seus investimentos. Há um tempo ela vinha comentando que estava fazendo aplicações com ajuda do seu gerente no banco em que mantém conta. Quando perguntava quais eram os ativos, ela não sabia explicar exatamente. Respondia, sem muita confiança: “é tipo uma poupança” ou “é um investimento para o longo prazo”. Na correria do dia a dia, nunca conseguia parar para ajudá-la. Em um sábado, quando costumava visitá-la, abri a “caixa-preta” e descobri o portfólio da minha mãe, a investidora. O que encontrei me deixou muito preocupado. Sem ter a menor noção de como investir, minha mãe seguiu cegamente
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os conselhos “amigos” do seu gerente no banco. O resultado não foi nada lucrativo para ela... O dinheiro dela estava distribuído entre poupança, fundo DI e títulos de capitalização. A poupança eu nem discuti, pois para quem é mais velho, ela representa um porto-seguro, quase algo sagrado. Mas quando descobri o título de capitalização, confesso, fiquei bravo e fui firme com a minha mãe: 30 por cento do seu portfólio estava alocado no título, um absurdo. No entanto, após a raiva passar, percebi que ela nem entendia como o produto funcionava – principalmente pelo nome abstrato usado pelo banco. Olhando o histórico, vi que há pelo menos dois anos ela aplicava nos títulos. Recuperado da indignação, fui analisar os fundos DI. A minha primeira pergunta foi a
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justificativa da aplicação e se eles cumprem o mesmo papel? A resposta estava na leitura das informações básicas, algo que todo investidor deveria fazer. Um dos fundos estava OK: baixa taxa de administração e rendimento próximo de 100 por cento do CDI. Já no outro caso a taxa era bem maior e o desempenho pior. Descoberto o mistério, o tratamento para resolver foi diminuir os investimentos na poupança, livrar-se do título de capitalização e focar no fundo bom, ajeitando assim o colchão de emergência da minha mãe. Outra ação adotada foi analisar os investimentos oferecidos pelo seu banco. Lá encontrei dois ativos: uma LCI e um Invest Fácil. Fiquei contente ao encontrar a Letra de Crédito Imobiliário-LCI, mas tive que consultar o Google para descobrir
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o que era o misterioso Invest Fácil, que descobri ser uma aplicação automática em CDBs com um rendimento ridículo! Recomendação: manter LCI e fugir do Invest Fácil. Meu foco era gerar uma renda adicional de maneira segura, pois ela poderia precisar de valores superiores aos que recebia da sua aposentadoria. As suas despesas só ficavam mais altas por causa de plano de saúde e complicações relacionadas à idade. Outro aspecto relevante é que minha mãe precisava aproveitar a vida fazendo o que gostava, suas viagens missionárias e curtir com as amigas o tempo mais livre. O que desejava para a minha mãe é que investisse bem suas economias, garantindo uma velhice confortável, com qualidade de vida. Hoje ela já não está mais comigo, o Senhor decidiu levá-la. Porém, tive a oportunidade de ajudá-la, quando ela se dispôs a me pedir orientação sobre as suas decisões financeiras. O próximo passo que daríamos seria abrir uma conta em uma corretora independente, para que ela tivesse acesso a melhores produtos, com custo financeiro menor. Por causa do exemplo da minha mãe e neste mês em que se comemora o seu dia, faço este
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alerta a você: Seus pais, irmãos ou amigos podem estar na mesma situação – e o pior, não pedem ajuda. Com a experiência de quase 30 anos no mercado financeiro, passei a dedicar um tempo da minha vida ajudando pessoas a buscar as melhores soluções financeiras para investimentos, reestruturar suas
se fossem os nossos filhos. Por isso, penso que a felicidade e a segurança da minha mãe eram minha responsabilidade. Sob o ponto de vista pessoal, também é preciso considerar o seu futuro financeiro, ou seja, se reserva algum dinheiro todo mês para investimentos e se estão sendo aplicados corretamente e não em títulos de capitalização e CDBs ruins, por exemplo. Neste caso pedir ajuda e orientação a quem sabe é sempre recomendável. Afinal, aprendemos sempre e morreremos um dia sem saber tudo.
“somos assim: sonhamos o voo, mas tememos a altura. para voar, é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. porque é só no vazio que o voo acontece. o vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. mas isso é o que tememos: o não ter certezas. então, trocamos o voo por gaiolas. as gaiolas são o lugar onde as certezas moram” Dostoievski
joel leandro
professor, especialista em finanças comportamentais joelml@uol.com.br
finanças, ajudando-as a alcançar a liberdade financeira. Você sabia que a Igreja do Recreio tem um espaço para auxiliá-lo nesta área? Informe-se na secretaria. É interessante, quando nossos pais ficam mais velhos, nós nos preocupamos com eles como
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o inverno e as infecções
respiratórias por
Em geral, tem evolução por período limitado, de um a quatro dias, mas pode se apresentar de forma grave. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferta a vacina que protege contra os tipos A e B do vírus.
urante o inverno, é comum o aumento no número de casos de problemas respiratórios. As alergias respiratórias pioram muito devido às infecções virais frequentes, ao aumento da poluição ambiental, às constantes e bruscas mudanças climáticas, ao ar seco e ao fato de que casacos e cobertores são retirados dos armários depois de muito tempo guardados. As doenças respiratórias que possuem relação com mudanças climáticas são, na maior parte das vezes, as infecciosas, causadas por vírus e, em segundo lugar, por bactérias. Os vírus são responsáveis pela gripe (também chamada de influenza) e pelo resfriado, enfermidade que apresenta sintomas parecidos aos da gripe, mas com intensidade menor.
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A gripe propaga-se facilmente e é responsável por elevadas taxas de hospitalização. Idosos, crianças, gestantes e pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, ou imunodeficiência são mais vulneráveis aos vírus. Um indivíduo pode contrair a gripe várias vezes ao longo da vida. Ela é uma doença sazonal, mais comum no inverno, que causa epidemias anuais, podendo haver anos com maior ou menor intensidade de circulação de vírus influenza e, consequentemente, maior ou menor número de casos e óbitos. No Brasil, devido às diferenças climáticas e geográficas, podem ocorrer diferentes intensidades de sazonalidade da influenza e em diferentes períodos dentre os Estados. Esta circulação do vírus se intensifica no período de chuvas e enchentes, e consequente aglomeração de pessoas.
O que é a gripe (influenza)? A influenza ou gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, ocasionada pelo vírus influenza, com elevado potencial de transmissão. Inicia-se com febre, dor muscular, e tosse seca.
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quais são os sintomas da gripe (influenza)? A gripe (influenza) inicia-se com febre, em geral acima de 38°C, seguida de dor muscular e de garganta, prostração, cefaleia e tosse seca. A febre é o sintoma mais importante e dura em torno de 3 dias. Os sintomas são muito intensos nos primeiros dias da doença. Com a sua progressão, os sintomas respiratórios tornamse mais evidentes e mantêm-se
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em geral por 3 a 4 dias, após o desaparecimento da febre. Nas crianças, a temperatura pode atingir níveis mais altos, sendo comum o achado de aumento dos linfonodos cervicais e também podem fazer parte os quadros de bronquite ou bronquiolite, além de sintomas gastrointestinais. Já com os idosos quase sempre se apresentam febris, às vezes, sem outros sintomas, mas em geral, a temperatura não atinge
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níveis tão altos. Os demais sinais e sintomas da gripe (influenza) são habitualmente de aparecimento súbito, como: calafrios, mal-estar, cefaleia, dor muscular, dor de garganta, dor nas juntas, prostração, secreção nasal excessiva e tosse seca. Podem ainda estar presentes na gripe (influenza) os seguintes sinais e sintomas: diarreia, vômito, fadiga, rouquidão, olhos avermelhados e lacrimejantes.
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prevenção Para redução do risco de adquirir ou transmitir doenças respiratórias, orienta-se que sejam adotadas medidas gerais de prevenção, tais como:
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Frequente higienização das mãos, principalmente antes de consumir algum alimento;
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Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
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Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
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Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
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Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
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Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
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Manter os ambientes bem ventilados;
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Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de influenza;
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Orientar o afastamento temporário (trabalho, escola etc.) até 24 horas após cessar a febre;
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Evitar sair de casa em período de transmissão da doença (até 7 dias após o início dos sintomas).
Evitar aglomerações e ambientes fechados (procurar manter os ambientes ventilados); Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos;
campanha nacional contra a gripe O Ministério da Saúde também está antecipando a Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe para a primeira quinzena de abril (de 10 de abril a 31 de maio), cerca de 15 dias mais cedo que nos anos anteriores, que costumavam ocorrer na segunda quinzena do mesmo mês. Nesta primeira etapa nacional, que começa no dia 10 de abril, serão priorizadas as crianças de um a seis anos de idade, gestantes e puérperas em decorrência da vulnerabilidade desse público. A partir do dia 22 de abril, todo o público-alvo da campanha poderá se vacinar.
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É importante alertar para sinais e sintomas de gravidade para a busca imediata de avaliação em uma unidade de saúde, pois se não for tratada a tempo, a gripe pode causar complicações graves e levar à morte, principalmente nos grupos de alto risco, como pessoas com mais de 60 anos, crianças menores de cinco anos, gestantes e doentes crônicos. bruna fernandes
enfermeira obstreta gravidasetc.blogspot.com.br
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joel santana
“nunca pensei em chegar aonde cheguei” (parte 2 de 2) escito por
rosária farange
Nesta edição de ELOS, concluímos a entrevista do técnico de futebol Joel Santana.
J
oel Santana diz que são os atletas, entre si, que comentam sobre os treinadores, falam de suas personalidades e da convivência.
“Encontrei um jogador famoso numa festa e ele me disse que ficava chateado de ter ouvido tanto falar em mim e nunca ter trabalhado comigo. Esse apelido de Papai Joel quem me deu não foi a imprensa, foi um jogador. Eu tinha mania de ir nos quartos dos jogadores me despedir, dar boa noite. Às vezes, até contar uma história ou bater papo. Eles gostavam disso. Alguns que estavam dormindo, eu até cobria. Um dia, numa das preleções, o Ibson, do Flamengo, comentou: “Isso é mais que um treinador, é um pai para gente!” Ficou marcado. Caiu na boca torcida e virou até música: O Papai
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chegou!”, lembra satisfeito. Joel explica que estar no comando é complexo e que os comandados precisam entender, pois quando as coisas dão errado, o treinador acaba sendo o primeiro a sair. “Foi maravilhoso, por exemplo, ter trabalhado no Botafogo. As duas vezes que entrei, estavam com dificuldades. Cheguei quando o time tinha levado de seis e ganhamos a Taça Guanabara e a Taça Rio. Os jogadores fizeram o que foi traçado. Não tive nenhuma dificuldade. Tinha dois grupos, os dóceis e os selvagens, eu trabalhava com ambos. Mas isso só vou contar no meu livro”, afirmou, dando uma boa risada. A vida de Joel Natalino Santana começou a mudar novamente quando ele encarou o desafio de ser técnico da Seleção da África do Sul.
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Foi um tempo de muitas reviravoltas para o treinador. “Foi uma grande honra pra mim. Estava traçado um trabalho de dois anos e oito meses, num local totalmente diferente para Copa do Mundo. Quando se fala de África, só se pensa em leão, hiena e zebra. Mas a África do Sul é um país muito bonito, tem lugares que dão impressão de estar na Europa. Passei quase dois anos e meio lá, num trabalho muito bom”, diz. Joel estava à frente da África do Sul na Copa das Confederações e ficou em quarto lugar. A Seleção Africana acabou perdendo para a Espanha, por 3 a 2, na prorrogação, e para o Brasil, com gol de Daniel Alves aos 45 minutos do segundo tempo. “Brasil e Espanha, um era primeiro e o outro segundo do ranking, nós éramos 80. Tínhamos um time
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que estava sendo preparado para uma campanha excepcional. Tanto que recebi carta de agradecimento do governo. Mas como futebol é diferenciado, da noite para o dia resolveram me dispensar, após jogos amistosos, na própria África, que não tinham nada a ver. Eu disse a eles que precisávamos de experiência internacional. O problema não era ganhar, mas pegar experiência. Tínhamos um time com apenas dois jogadores que atuavam fora do país. Um jogava na Ucrânia e outro num time da terceira divisão da Inglaterra. Era uma disparidade grande. Nosso time era totalmente inexperiente”, afirma. Entretanto não foram as decisões no comando da Seleção Africana que chamaram tanto a atenção dos brasileiros. De forma inesperada, um vídeo com Joel dando uma entrevista em inglês naquele país bombou na internet e foi muito comentado também pela mídia esportiva. No principio, ele nem gostava de comentar a respeito, mas com o tempo o episódio se tornou uma nova fonte de renda e abriu as portas para um outro viés profissional. “Fiz do limão uma limonada. Hoje meu inglês é famoso no mundo todo, por causa das minhas propagandas. Tive que me reinventar”. A comunicação em outra língua, de certa forma improvisada, gerou uma onda de brincadeira com o treinador e um fenômeno de audiência que despertou o interesse publicitário. Joel foi convidado e aceitou gravar uma campanha, brincando com essa condição. Foi um sucesso além do esperado e vieram outras. “A onda de comerciais que iniciei foi muito bem recebida pelas crianças e idosos. O brasileiro parte mais para o lado da gozação. Não se preocupa muito em saber se você tem competência ou não. Essa situação surgiu na África do Sul porque eu tinha uma tradutora que falava um português de Portugal e um inglês parecido com o meu. Os repórteres entendiam mais eu falando do meu jeito do que ela. Um dia eles disseram para eu falar do meu jeito que eles entendiam melhor do que a tradutora. Eu não entendia o que ela falava, ela não entendia de futebol. Eu me reunia com ela três horas antes das entrevistas”, explicou o novo garoto-propaganda. A primeira campanha estrelada por Joel Santana, nesta linha de brincar com a própria pronúncia e não fluência na língua inglesa, foi “Pode To Be” da Pepsi, premiada como a melhor do ano. Depois vieram
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outras. Agora ele não para mais. Joel tem saudades do seu trabalho em campo. O último clube brasileiro que treinou foi o Boavista em 2017. E a imprensa esportiva também sente falta das suas entrevistas e ótimas tiradas. E POR FALAR EM SAUDADE “Pra mim é sempre uma satisfação conversar com a imprensa, porque fui técnico do Flamengo e Vasco umas cinco vezes, comandei Fluminense e Botafogo umas três, e era para ter ganhado uns 12 títulos, não só oito. Mas viajei muito e perdi alguns que bateram na trave. Fora as passagens que tive em outros clubes como Corinthians, Internacional, Cruzeiro, Guarani, América, Vitória, Bahia, e por aí afora. Passei por quatro clubes na Arábia Saudita, fora os Emirados Árabes, África do Sul e Japão. São clubes que fizeram a minha vida”, comenta. A vontade de continuar dentro do futebol, ajudando, também amplia sua visão para a atual situação do esporte no país. “As nossas bases são mal dirigidas. São amigos do amigo. E não tem essa. Na vida, ou você tem competência ou não tem. Não se pode dirigir crianças se não tiver currículo e preparo. É difícil trabalhar com jovens, principalmente aqueles que vêm das comunidades onde muitas vezes falta o básico. Sobre Filipão: “As pessoas ficam rotulando. Ver defeito é muito fácil, ver virtudes é difícil pra caramba. Só falam na derrota da Seleção Brasileira em 2014, mas esquecem que Luiz Felipe Scolari ajudou a colocar mais uma estrela na camisa do Brasil”, fala com propriedade. Joel foi muito feliz durante meio século trabalhando com futebol, mas fala sobre o momento longe dos campos: “Você sai fora daquele lugar que está acostumado a ir... Não dá uma dorzinha no coração? Dá”, finaliza o treinador. Para quem acompanha o futebol, o sentimento é recíproco. Joel is the BEST!
rosária farage
jornalista rosariafarage@gmail.com
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Quarta, 1º de maio
Maio
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Um projeto rejeitado por Deus
“Meus pensamentos são muito diferentes dos seus, diz o Senhor, e meus caminhos vão muito além de seus caminhos.” Isaías 55.8
É natural que tenhamos nossos projetos e como crentes nos acostumemos a colocá-los diante do Senhor, em oração, e peçamos que Ele abençoe para que sejam bemsucedidos e graças a Deus que alguns fazem isso, talvez uma minoria, mas creio que agradaríamos mais ao nosso Pai do Céu se pedíssemos que Ele nos mostrasse os seus projetos para nós, e, como filhos, decidíssemos obedecer e com certeza, seríamos bem-sucedidos. A Bíblia nos conta a história de um projeto dos homens que foi rejeitado por Deus e por isso não prosperou. Logo após o dilúvio, Deus ordenara aos homens que se espalhassem por toda a terra, mas eles acharam melhor ter um projeto deles que consistia em se concentrarem numa região. Ignoraram a ordem de Deus e decidiram mostrar quem eram e o que podiam e, então, começaram a construir uma torre que chegasse “até o céu”. Tinham como ambição que Homens e Deus estivessem no mesmo nível. A Bíblia diz que Deus desceu para ver a construção e a reprovou, e a torre nunca foi concluída (Gn 11.1-9). Ainda hoje a pretensão do ser humano é se colocar no nível de Deus, através de diferentes projetos, diferentes escolhas, mas em momento algum nos tornaremos autossuficientes ou independentes de Deus. Nunca seremos bem-sucedidos, mesmo sendo o projeto Dele, sem a sua ajuda. A Bíblia nos diz que Deus se agrada quando nós reconhecemos seu poder e sua autoridade, lhe damos graças pelos nossos talentos e habilidades e nos confiamos à sua providência para nossas vidas. Diz ainda, através de Jeremias, que “Só eu conheço os planos que tenho para vocês: prosperidade e não desgraça e um futuro cheio de esperança”. Qual o “projeto” que você decidiu construir? Deus jamais irá se adaptar à sua ideia, mas, creia, as ideias Dele para você são ótimas.
_ Tiago Gomes
Quinta, 2 de maio
Conselhos às famílias
“Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo.” Efésios 5.21
Maio é tradicionalmente conhecido como “O Mês da Família”, em razão do dia do trabalho, fonte que sustenta a casa, mas, acima de tudo, pelo dia das mães e de uma outra tradição, os numerosos casamentos que sempre acontecem. Que a chegada deste mês traga bênçãos para você e sua família! A Bíblia é uma coleção de livros e, em muitos deles, há preciosos exemplos, ensinos e conselhos às famílias: às mulheres, aos homens, às crianças, aos pais, aos filhos, aos tios, aos avós etc. A Bíblia não deixa ninguém de fora, ela é inspirada por Deus e sempre útil (2Tm 3.16,17). A carta que o apóstolo Paulo escreveu aos cristãos que viviam na cidade de Éfeso registra uma série de orientações práticas de como podemos cumprir a vontade de Deus na sociedade, na igreja e também na família. Do capítulo 5, versículo 21, até o capítulo 6, versículo 4, encontramos claras recomendações aos casados, aos pais e aos filhos. Efésios 5.21 fundamenta os versículos seguintes. Em todos os relacionamentos, cada participante pode e deve
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adotar uma atitude de respeito, tolerância e conciliação. Essa mútua sujeição ou submissão está associada a uma vida cheia do Espírito Santo, seguida de outras práticas (vs. 18-20). Convido você a levar em consideração o que diz a Escritura Sagrada. Vai valer a pena!
_ José Paulo Moura Antunes
Sexta, 3 de maio
Homens de Deus
“Você, porém, fale o que está de acordo com a sã doutrina. Ensine os homens mais velhos a serem moderados, dignos de respeito, sensatos e sadios na fé, no amor e na perseverança.” Tito 2.1-2
Muitas vezes olhamos para certos pastores, missionários ou líderes, ou até mesmo aquele irmão simples e discreto, e pensamos conosco: “Eis aí um Homem de Deus”. Em geral, temos a imagem de que são pessoas santas, que não pecam, dedicadas à oração, à leitura da Palavra e às boas obras. Porém, a Palavra nos ensina que ser um discípulo envolve mais do que nossa vida devocional e de serviço, envolve todos os nossos relacionamentos cotidianos. Um homem de Deus é alguém moderado, que desenvolveu domíniopróprio e não se excede em nada, e que, portanto, inspira o respeito dos demais por sua conduta irrepreensível. O homem de Deus é equilibrado e tem uma fé saudável, baseada firmemente na Palavra e não influenciada por filosofias mundanas. Ele desenvolveu o amor bíblico e fraternal por todos, permanecendo firme e constante na fé e no serviço do Senhor. Infelizmente, a cada dia estes têm se tornado mais raros. Deus está procurando homens como estes. Você é voluntário?
_ Franco Albano
Sábado, 4 de maio
Evangelize as crianças
“E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles.” Mateus 18.2
A evangelização de crianças deve ser uma prioridade em casa e na igreja. Jesus usou as crianças como ilustração de fé e humildade, que são requisitos básicos para quem quer fazer parte do Reino de Deus. Mesmo que Deus tenha capacitado algumas pessoas, de modo mais específico, para ensinar crianças, todos os crentes têm essa responsabilidade. Nosso papel, como igreja é de transmitir o evangelho a todos, sem exceção. A mensagem da salvação é universal, para todos os indivíduos e para o indivíduo todo. Deus ordena que seus discípulos preguem a toda criatura (Mt 28.19; Jo 3.16). O amor de Deus se estende aos indivíduos e uma resposta é requerida àqueles que têm idade suficiente para entender a diferença entre o certo e o errado, entre santidade e pecado, entre salvação e perdição. As crianças estão preparadas para receber a Cristo, como Senhor e Salvador. Elas têm seu coração aberto e receptivo. É por natureza humilde, ensinável e crédula. Amanhã, seu coração jovem e influenciável pode ficar endurecido ao Senhor e à Sua Palavra. Portanto, evangelize as crianças, porque delas (também) é o Reino de Deus.
_ Maura Rute Carvalho Antunes
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Domingo, 5 de maio
do Espírito Santo, passou a ser vergonha de sábios entojados e o Davi que derruba os Golias.
_ Utahy Caetano dos Santos Filho
“Assim, Saulo ficou com eles, e andava com liberdade em Jerusalém, pregando corajosamente em nome do Senhor. Falava e discutia com os judeus de fala grega, mas estes tentavam matá-lo.” Atos 9.28,29
Terça, 7 de maio
O banho
O Apóstolo Paulo é um dos homens mais importantes da história. Foi ele o responsável pelo Evangelho de Jesus ter chegado aos não-judeus. Através da vida dele milhares e milhares de pessoas se converteram a Jesus. Igrejas foram edificadas. Mas nem sempre foi assim. Ele começou mal. Muito mal na verdade. Depois de sua conversão Paulo não obteve muito sucesso na sua jornada ministerial. Em todo lugar que ele falava, em vez de as pessoas se converterem, elas queriam matá-lo. E o interessante é que no mesmo capítulo temos o relato do sucesso ministerial de Pedro. Se Paulo tivesse se guiado por aquele momento da vida, certamente não teria se tornado o que se tornou. Nós muitas vezes nos definimos pelo momento da vida que estamos vivendo. Se vivemos um momento de fracasso, geralmente nos definimos como fracassados. Olhamos para outras pessoas que estão tendo sucesso e nos sentimos ainda piores. A questão é que a história que Deus tem para nós não se resume a um momento apenas. O que você está vivendo hoje não conta toda a sua história, no máximo um capítulo. Paulo sabia disso. Deus tinha muito a fazer através da vida dele. No entanto, o autor de quase metade do Novo Testamento ficou mais de uma década no esquecimento antes que a grande obra que Deus tinha para ele se realizasse. Deus tem coisas maravilhosas para sua vida. Pode ser que esse capítulo que você esteja vivendo não represente isso, mas se lembre, Deus tem outros muitos capítulos a escrever na história da sua vida.
“Quem é fiel nas coisas pequenas também será nas grandes...” Lucas 16.10
Parece ser um tema recorrente nos textos que venho escrevendo aqui nesse espaço. Mas não posso deixar de perceber que cada vez mais é necessária uma palavra acerca daquilo que é realmente importante para o ser humano. E, às vezes, é algo tão pequeno ou tão corriqueiro que você não dá a devida importância. Você já tomou banho hoje? Mesmo com o risco de parecer invasivo, repito a pergunta: você já tomou banho hoje? Sinceramente, não estou sendo sem noção e nem mesmo quero detalhes sobre o papel do asseio em sua vida. Na verdade, eu queria saber se você curtiu? Isso mesmo, se você valorizou o fato de poder tomar banho a hora que quiser? Água fria, morna ou quente. Cada um toma banho do jeito que lhe convier. Sabonete líquido ou não. Chuveiro, banheira ou mangueira. De balde ou ducha... agradeceu a Deus por seu banho? Dia desses ouvi de uma mãe dedicada e amorosa acerca da enfermidade de seu filho... “Pastor, ele sente tantas dores por causa das chagas no seu corpo todo, que não podemos dar banho nele todos os dias. Ele não aguentaria a dor. Então temos que fazer isso de 5 em 5 dias ou 6 em 6...” Entendeu agora? Às vezes, não valorizamos algo que parece rotineiro sem darmos conta de que só é rotina porque podemos fazer quando quisermos, com os meios que dispomos... Mas, veja, uma doença impede o jovem de quem tive notícias de tomar banho diariamente. Algo tão comum para você, não é? E por ser comum, você sequer agradece. Por ser comum, não atinamos do seu valor. Preste atenção, faça tudo que tiver que fazer e lembrese de agradecer. Por menor que seja. Por mais simples que seja. Pode ser o seu banho. Seja grato. Faça-o agora. Agradeça a Deus pelo que você vai vivendo!
_ Miquéias Lima
Segunda, 6 de maio
Direitos e deveres
“Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento. Mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes.” 1Coríntios 1.26,27
_ Rogério Luiz
Quarta, 8 de maio
Fome de Deus
De vez em quando, precisamos ser lembrados de nosso real tamanho porque é natural que nos achemos mais do que somos. Sobre pessoas assim, minha avó dizia: “Comem sardinha e arrotam garoupa”. Jesus não nos chamou por sermos poderosos, sábios e endinheirados. Alguns de nós, somos. Mas, como diz Paulo: “Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento...”. Não estamos passeando pelo mundo. Ninguém, simplesmente, escolhe ser cristão. Somos convocados, chamados, pelo Espírito Santo e temos grandes responsabilidades por ostentarmos o título de cristãos. Temos, como cristãos, direitos e deveres. Fixamo-nos em direitos, mas relevantíssimos são os deveres. Cristão ajuda, coopera, pacifica, fala sobre sua fé (não a impõe)... Cristão é cidadão exemplar (ou busca ser). Dá testemunho com a vida. Cristão (aí, em minha opinião) não se gasta em polêmicas tolas. Considere seriamente: você, quando atendeu o chamado
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“Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. O tentador aproximou-se dele e disse: ‘Se você é o filho de Deus, mande que estas pedras se transformem em pães’. Jesus respondeu: ‘Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus’.” Mateus 4.2-4
Jesus tinha passado quarenta dias e quarenta noites sem comer, em jejum. Seu corpo necessitava de comida. Alimentar-se é fundamental para manutenção da vida. O tentador apresenta a primeira tentação naquilo que ele desejava. Logicamente que Cristo não aceitou a proposta e cumpriu o propósito que Deus tinha para ele. E declarou que a manutenção da vida não vem apenas do alimento físico, mas da palavra que vem de Deus. A fome nos impulsiona em nossas decisões, nos locais que escolhemos para comer. Se queremos carne, vamos a uma churrascaria. Se temos vontade de sushi, um restaurante japonês é o local escolhido. Pergunto: Temos fome de quê? Alguns têm fome de poder, do dinheiro, luxúria, reconhecimento, sexo,
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entre outras. Às vezes, pela busca da vida e sobrevivência, nos alimentamos daquilo que não gera vida. Temos que buscar em Deus nosso alimento verdadeiro. Só Ele pode saciar nossa fome. Cristo declara que Ele é o pão. Diz que felizes são os que têm fome e sede de justiça, pois serão saciados. Quando nossa fome é de Deus, de sua Palavra, sua revelação, do sobrenatural que experimentamos, vamos querer mais desse alimento. Busque em Deus seu alimento, seja Ele sua fonte e você saciado.
_ Thiago Cavalcanti
um pai, acreditando cegamente nas suas palavras, olhando com espanto e admiração, vendo seus pequenos atos em nossa vida como grandes e vendo os grandes como algo inenarrável. Vamos todos entrar no reino, não tem a ver com maturidade, tem a ver com o relacionamento.
_ Guilherme Nascimento
Sábado. 11 de maio
Reconstruindo muros
“Quando ouvi essas coisas, sentei-me e chorei. Passei dias lamentando, jejuando e orando ao Deus dos céus.” Neemias 1.4
Quinta, 9 de maio
Humanos 1
“Eu os conduzi com laços de bondade humana e de amor; tirei do seu pescoço o jugo e me inclinei para alimentá-los.” Oséias 11.4
Nós, humanos, somos marcados pela complexidade e pela fragilidade. Se considerarmos o corpo humano apenas, logo se descortinam sistemas altamente sofisticados e ainda não plenamente conhecidos, como o cérebro, por exemplo. Assim somos uma mescla de fenômenos cognitivos, emocionais/psicológicos e comportamentais que se relacionam com estes dois ambientes: o interno e o externo, ou seja, a complexidade do corpo se choca com a complexidade do ambiente e, consequentemente, na interação com outros corpos humanos, outras pessoas, melhor dizendo. Assim, vamos vivendo na sombra da cultura “deste século” que tanto nos influencia. E esta cultura materialista, consumista, hedonista, individualista e altamente competitiva, afeita à estética e “mergulhada” na ausência de profundidade (sociedade filosoficamente rasa) produz humanos que negam a essência da própria humanidade. Ainda assim, temos gente de carne e osso que ainda resiste, que ainda luta, que ainda é representante de Deus, estes “laços de bondade humana”. Não desista das pessoas. Elas ainda podem ser tudo o que Deus anseia, e muito do que o mundo espera. Não se espante se Deus decidir, por amar você, lhe atrair com tais cordas de bondade, Não se espante se for uma pessoa a lhe estender as mãos. Ainda tem muita gente boa de Deus pronta para o amar e o alimentar, saciando fomes e sede do corpo e da alma.
_ Daniel Camaforte
Sexta, 10 de maio
Criança
“Em seguida disse: ‘eu lhes digo a verdade: a menos que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no reino dos céus…’” Mateus 18.3-4
Fico muito impressionado com o brilho no olhar das crianças. Elas se alegram com qualquer presente, às vezes, uma pequena lembrança arranca sorrisos que marcam. Para ver uma criança sorrir, basta que seu pai se sente e brinque com ela. Esse pequeno ato parece mudar de verdade a vida dela. Mas o que mais me deixa feliz é o brilho no olhar, o espanto com tudo. Jesus, ensinando sobre quem seria o maior no reino, nos ensina a não perder esse espanto no olhar, a nos encantarmos com a sua presença. Depois de algum tempo, o mover de Deus em nossa vida se torna normal, nós perdemos mesmo o espanto no olhar. Por isso, gostaria de convidá-lo a olhar para Jesus como uma criança olha para
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Olhando o muro, que representa proteção, tudo pode parecer bom e seguro. Mas, examinando-o de perto, pode surpreender-se com áreas que precisem ser restauradas. Como estão os muros do seu lar? Se fizer esta avaliação e entender que precisa restaurá-los, conduza sua família a esta mesma visão. Humilhem-se diante de Deus e façam a obra de reconstrução. As pequenas brechas, se não fechadas a tempo, tornam-se enormes buracos bem visíveis, prejudicando espiritualmente toda a família. Então, erga-se em favor do seu lar, se coloque na posição e marche! Deus lhe dará as armas de que precisa. Deus se agrada de corações quebrantados, prontos a obedecer e de vidas no altar. Sua mão será com sua família. Uma vez restaurado por Deus, seu lar estará seguro. Mas, vigie para que os muros reconstruídos permaneçam firmados na Rocha.
_ Saionara Marques
Domingo, 12 de maio
Proteja o seu casamento (1ª. parte)
“Mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor… Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela…” Efésios 4.22 e 25
Dentro do tema deste ano de nossa Igreja – Viva o cuidado, nos meses de maio e junho estamos pensando sobre Viva o cuidado na família. Daí esta reflexão. O casamento precisa ser protegido, não só a instituição – tão vilipendiada nos dias de hoje – como e principalmente, o seu casamento, para que você não caia na vala, hodiernamente tão comum, do desfazimento. E isto depende de você e seu cônjuge. Talvez mais de você. Saiba o seguinte: • Todo dom que nos foi dado por Deus será contestado por Satanás. Você lembra da família de Jó? Satanás ficou zangado porque Jó e sua família alegravam a Deus (ler o texto de Jó 1.2, 4 e 5). Cuidado: a bênção de Deus sobre o seu lar é um convite ao ataque do diabo. Ele colocará espinhos no seu ninho. Ele quer se infiltrar nos seus relacionamentos familiares. Ele quer criar confusão e decepção, usando para isso suas fraquezas. Ele alimenta sua imaginação através da televisão, da internet, etc., até que a presença de Deus pare de dominar o seu lar e deixe de ser o alvo da sua união. Cuidado com os relacionamentos doentios. Torne-se um atalaia em favor de sua família, na defesa dele. (prossegue na reflexão do próximo dia 25 de maio).
_ Joel de Brito Soares
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Quarta, 15 de maio
Mulheres, sujeitem-se
Teimosia X Fé
“Mulheres, sujeitem-se cada uma a seu marido, como ao Senhor.” Efésios 5.22
“Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.” Hebreus 11.8
Esse é um dos versículos mais distorcidos das Escrituras e, portanto, mal empregado. Geralmente, é um texto analisado fora do seu contexto. O feminismo moderno abomina a ideia da submissão feminina, como se isso fosse uma aberração da natureza. O que o apóstolo Paulo escreve é apenas um detalhe da submissão mútua ensinada no versículo anterior. O homem foi criado por Deus e a mulher formada a partir do homem. É assim que nos ensina o relato bíblico (Gn 1,2). Homens e mulheres são iguais perante Deus, pois são criaturas, mas desempenham papéis diferentes e ambos se complementam, são recíprocos. Ou seja, não deve existir rivalidade nem luta por espaço e poder. A esposa, ao se sujeitar ao seu marido, não está atestanto a sua inferioridade. Muito pelo contrário, está sendo sábia e administrando áreas no relacionamento conjugal que Deus concedeu somente a ela. A mulher deve respeitar o marido como um ato de submissão ao Senhor. Agindo assim, ela terá muito mais chance de ser amada. A submissão da esposa deve ser correspondida pelo amor do seu marido, semelhante ao de Cristo pela Igreja. Mulheres, sujeitem-se. Levem em consideração esse conselho. Vai valer a pena!
O conceito de fé: “Fé é uma palavra que significa confiança, crença, credibilidade. A fé é um sentimento de total de crença em algo ou alguém, ainda que não haja nenhum tipo de evidência que comprove a veracidade da proposição em causa.” E teimoso: “Pessoa que não cede a opiniões de terceiros, cujo temperamento se caracteriza por não mudar no que acredita mesmo que esteja visivelmente errado.” Abraão obedeceu ao Senhor saindo de sua terra com tudo o que tinha e indo para um lugar que ele mesmo não sabia onde era. Ele creu, acreditou em quem o orientava – O Senhor Deus! Mas temos a história de Jonas que teimava em fazer o que achava conveniente. Ele mesmo quis traçar sua vida. Ambos estavam diante de uma ordem, mas procederam de formas diferentes. Abraão, citado até hoje como o pai da fé, em toda sua trajetória, a fé o movia! A partir dele veríamos uma grande nação – os Israelitas. Jonas precisou ir para dentro de um grande peixe, e ali fez uma oração: “E disse: Na minha angústia clamei ao Senhor, e ele me respondeu; do ventre do inferno gritei, e tu ouviste a minha voz” (Jonas 2.2). Diante desta palavra, sugiro que façamos uma análise de nossos comportamentos, a fim de avaliarmos de que maneira estamos vivendo… Se teimosos, fazendo o que achamos indicado, sem nem ao menos perguntar ao Senhor se é realmente esse ou aquele caminho que devemos trilhar, ou se agimos pela fé, buscando, obedecendo e crendo na vontade do Senhor, que é sempre boa, perfeita e agradável pra nós! “Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança” (Jeremias 29.11).
_ José Paulo Moura Antunes
Quinta, 16 de maio
Mulheres de Deus
“Semelhantemente, ensine as mulheres mais velhas a serem reverentes na sua maneira de viver, a não serem caluniadoras nem escravizadas a muito vinho, mas a serem capazes de ensinar o que é bom. Assim, poderão orientar as mulheres mais jovens a amarem seus maridos e seus filhos, a serem prudentes e puras, a estarem ocupadas em casa, e a serem bondosas e sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja difamada.” Tito 2.3-4
_ Mariley Chagas
Terça, 14 de maio
Crie o hábito de vitória,
Lembro-me de como as avós eram reverenciadas por serem exemplo de sabedoria e virtude. Pelo menos era assim na minha família. Interessante que a Bíblia traz um retrato bem atual, em que tenhamos talvez desaprendido a envelhecer na tentativa de permanecermos jovens. Mulheres de Deus têm uma vida consagrada, moderada e fazem outras discípulas na família e na igreja através de seu exemplo. Em tempos de pós-feminismo é contracultura falarmos no cuidado do lar. E nossas famílias e filhos têm sofrido de abandono. Uma casa cuidada gera filhos abençoados para a glória de Deus. Sujeição significa ser obediente mesmo, honrando a liderança dada ao marido por Deus, e, pelo exemplo, ensinando sujeição aos filhos.
“Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por meio do nosso Senhor Jesus Cristo.” 1Coríntios 15.57
Como é bom pensar e falar em vitória. Todos desejamos ser vitoriosos. Algumas forças atuam na nossa vida para impedir. Uma força contrária à vitória é à consciência das nossas fraquezas e a outra é a força do mal. Realmente, elas existem, mas não podemos nunca nos esquecer da terceira força que é mais poderosa que qualquer um de nós ou que o poder do mal, e que está à nossa disposição, é só lançarmos mão dela. Essa terceira e mais poderosa força é termos a certeza que estamos em Cristo, e que Cristo está em nós por meio do seu Espírito. Esta certeza nos leva a uma rendição incondicional à fé em Cristo; a prática dessa fé que cresce mais naturalmente pelo exercício, pela lembrança, pelo lançar mão de sua força nos momentos de tentação e não apenas recorrer aos nossos recursos. Pratique sua fé naquele que pode todas as coisas e, assim como o Apóstolo Paulo, crie o hábito da vitória, ao afirmar e viver de todo o seu coração: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.13).
_ Franco Albano
Sexta, 17 de maio
A mulher bonita de verdade
“O enfeite delas não seja o exterior.” 1Pedro 3.3
O objetivo da revolução feminista era de que as mulheres fossem realizadas e livres; mas isso levou as mulheres a uma competitividade com os homens, que as tornaram grosseiras, masculinizadas e agressivas, cada vez mais parecidas com eles no modo de falar, andar, vestir, se
_ Tiago Gomes
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Segunda, 13 de maio
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relacionar e liderar. A mulher bonita de verdade é corajosa, determinada, empreendedora, sem deixar de ser dócil, afável e cordata. A sociedade nos transmite a ideia de que a mulher dócil é bobona, covarde e frágil – isso é mentira! A docilidade tem a ver com temperamento calmo, amável e atencioso. É a força que se ajusta na fraqueza de outra pessoa. Ser dócil não significa dizer que precisam deixar as coisas “acontecerem” ou caírem do céu; a doçura é fruto da confiança em Deus – saber que Ele está no controle de tudo, mas que também trabalha para que as coisas aconteçam. Doçura não é autodegradação, é a verdadeira marca da mulher cristã. Mulher, seja você mesma, bonita de verdade!
_ Maura Rute Carvalho Antunes
Sábado, 18 de maio
Fé
“Disse-lhe Pedro: ‘Enéias, Jesus Cristo vai curá-lo! Levantese e arrume a sua cama’. Ele se levantou imediatamente.” Atos 9.34
Enéas estava sem poder andar já fazia 8 anos. De repente, um homem de Deus sob o comando desse Deus diz a Enéas que ele estava curado. No entanto, após o comunicado da cura, Enéas recebe uma ordem: levantar e arrumar a cama. Enéas era um homem de Fé. Muito provavelmente não houve ali uma mudança visível no estado físico de Enéas. Ele confiou que aquela palavra era verdade e se levantou constatando a sua cura miraculosa. Muitas vezes pedimos a Deus coisas que não cremos de fato que Ele vá realizar. Outras tantas vezes ouvimos de Deus algumas ordens claras, mas, por julgarmos impossíveis, nos recusamos a obedecer. Nos milagres de Deus para nós existe um aspecto que exige de nós fé e ação. Crermos que Deus fez e agir em relação ao que Ele fez. Existem muitas pessoas que já foram curadas, mas por não crerem continuam vivendo como se doentes fossem. Creia e aja. Levante e arrume sua cama. O Senhor te curou.
_ Miquéias Lima
Domingo, 19 de maio
Humanos II
“O Senhor me disse: ‘Vá, trate novamente com amor sua mulher, apesar de ela ser amada por outro e ser adúltera. Ame-a como o Senhor ama os israelitas, apesar de eles se voltarem para outros deuses e de amarem os bolos sagrados de uvas passas’.” Oseias 3.1
A dor do coração que Deus sente pela queda de Israel é aqui representada no drama familiar do profeta Oseias, um ser humano, uma pessoa como eu e você, ou quem sabe como Elias, “homem sujeito as mesmas paixões que nós”. Esse homem de Deus tem uma esposa a quem ele amou, e não apenas isso, materializou este amor e a tratou com o devido amor e respeito, teve com ela filhos e ia exercendo seu ministério profético, como Deus lhe ordenara. No meio da história, ela cai e se separa dele, o deixando em exposição vexatória, vivendo dissolutamente, com agravantes severos, pois naquela época a mulher tinha por sentença (e também o homem) de ser apedrejada até a morte. Mas Deus ordena ao profeta que a ame de novo, que a perdoe, que a restaure, que construa uma cerca ao seu redor que a proteja dela mesma, principalmente. Deus
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se sentia assim, traído por Israel. Mas seu amor sempre foi maior que sua Ira; sua Graça sempre foi maior que todas as leis do decálogo. Assim Deus ensina a nós humanos que o perdão e a reconciliação estão na base da mensagem do evangelho e estão, consequentemente, no coração de Deus. Não desista de amar, não desista de perdoar.
_ Daniel Camaforte
Segunda, 20 de maio
Resista
“Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições.” Hebreus 10.32
É impossível que saibamos detalhadamente os problemas de todos os que nos rodeiam. Eu não sei exatamente as crises as quais você está submetido nesse momento. Mas há algo que eu sei, a vitória sobre isso pode estar na próxima curva da estrada. Você precisa fazer a curva. Ir adiante. Dar mais um passo. Dobrar os joelhos em oração mais uma vez... Você precisa resistir ao desânimo! O desânimo é uma arma do mal contra homens e mulheres. Por conta dele, pessoas abandonam a esperança e as possibilidades que poderiam ver em cada situação para se prostrarem e viverem aquém daquilo que poderiam viver. O desânimo é um mal terrível. Afeta praticamente tudo em nossas vidas. Abala nossa atitude diante das enfermidades, das lutas contra as circunstâncias e deixa um rastro de inutilidade em tudo que fazemos. Você está desanimado? Não quer levantar da cama e encarar mais um dia? Acha que sua luta é em vão? Acha que está sozinho? Pois você não está lendo esse texto à toa. Deus trouxe seus olhos até aqui para ler que Ele se importa com você e quer o melhor para sua vida. E ainda que a terra pareça seca, que a saúde pareça ter ido embora para sempre, que tudo esteja sombrio – ainda que você esteja andando “pelo vale da sombra da morte”, o Senhor Deus é contigo. Hoje, talvez você ainda não veja sentido, e as coisas estão longe de ser aquilo que você queria que fossem, mas eu, humildemente, peço a você: dê uma chance a Deus de se revelar nisso tudo! Nem sempre as portas se abrirão ou doenças sararão... mas Ele tem sempre algo especial pra TODOS NÓS! Resista. Persista. Quem sabe a próxima curva não é logo ali?
_ Rogério Luiz
Terça, 21 de maio
As marcas de Cristo
“Sem mais, que ninguém me perturbe, pois trago em meu corpo as marcas de Jesus.” Gálatas 6.17
Provavelmente, a carta aos Gálatas foi a primeira escrita pelo apóstolo Paulo. Ele orientava um grupo de igrejas quanto a falsos lideres que se infiltraram na igreja e queriam fortalecer as antigas práticas judaizantes. Paulo também defende seu apostolado, que os mesmos falsos líderes colocavam em dúvida. Finaliza a carta com uma declaração de autoridade, que não estava em sua retórica, mas nas marcas que trazia de Jesus. Em mundo tão hostil, precisamos ser marcados por Cristo. Marcas de um encontro com Deus, marcas através da oração e adoração, marcas de persistência e perseverança e marcas de viver o propósito de Deus. As marcas de Jesus
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Sexta, 24 de maio
Laços de amor
_ Thiago Cavalcanti
“Seja bendita a sua fonte! Alegre-se com a esposa da sua juventude.” Provérbios 5.18
Quarta, 22 de maio
Tempos difíceis
É impressionante ver o encantamento de um casal quando começa a namorar. Ambos só pensam um no outro, trocam mensagens a todo tempo e, sem ter mais o que dizer, silenciam no aconchego da confiança em se sentirem amados. Que fascínio é esse, que em boa parte dos casos se dissolve com o casamento? Enquanto namoram, o casamento é visto como o ápice da relação, é tudo o que se quer. E depois, acabou? Não pode ser assim. Uma relação firmada em Deus é madura, estável, prazerosa, onde ambos se respeitam e se amam. É perfeitamente possível conviver com seu cônjuge e amá-lo como antes, sendo agora uma só carne. E isso é fantástico! A proximidade com Deus fortalece o amor entre o casal. Veja sua relação como um triângulo, onde os vértices inferiores são vocês, fortalecidos pelo vértice superior, que é Deus. Quanto mais buscarem a Deus, mais próximos um do outro estarão.
“Evite, porém, controvérsias tolas, genealogias, discussões e contendas a respeito da lei, porque essas coisas são inúteis e sem valor.” Tito 3.9
Descontextualizarei um pouco, mas acredito que ficarei dentro do assunto. Tratarei de política nacional, mas daquela que é discutida dentro da igreja. Só tratarei do tema dentro do nosso espaço devocional porque percebo que a polarização lá de fora veio para dentro da igreja. Na época da eleição, fui almoçar com um amigo. Ele me convidou. Ia pagar a refeição. Começamos o papo furado político. Ele de um lado, eu de outro. Ouvi muito, falei pouco. O cara ia pagar. A certa altura, fiz contas de cabeça e percebi que dava para pagar minha despesa. Soltei o freio de mão. Discutimos exaltadamente. Ele pagou o almoço, mas jogamos por terra 30 anos de camaradagem. Lamento sempre aquele dia e o meu descontrole. A repórter Monica Bergamo perguntou a um quase centenário Antonio Cândido: “O que o senhor acha do mensalão?” Cândido, literato de esquerda, respondeu: “Hoje em dia, só me interessa saber se o café com leite está com açúcar e se o pão está quentinho”. Precisamos discernir o que é possível discutir e o que não é. Depois de perder o amigo, adotei para meu consumo a regra da “uma discordância”. Falo alguma coisa, o interlocutor discorda; procuro fundamentar melhor minha posição, o interlocutor discorda; mudo de assunto. Somente as grandes questões devem ser debatidas e, assim mesmo, com muita delicadeza. Vivemos tempos difíceis.
_ Saionara Marques
Sábado, 25 de maio
Proteja o seu casamento (2ª. parte)
“Mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor… Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela…” Efésios 4.22 e 25
Leia ou releia a 1ª. parte desta reflexão na devocional do dia 12 de maio. Prossigo, então. • Os pensamentos deixam rastros. No instante em que você entra numa casa, percebe se há conflitos ou contentamento, ciúmes ou alegria. Um marido observou que alguns programas de televisão alimentavam dentro dele uma inquietação sexual. Ele estava comparando sua esposa a algumas atrizes que via. Uma jovem esposa percebeu que, após ler um romance, ela passava a ter ciúmes inexplicáveis de seu marido. Toda emoção tem uma origem. “Do coração procedem as saídas da vida”. Portanto, seja sensível a quaisquer mudanças no ambiente de seu lar ou de sua vida emocional. • Amar tem mais a ver com ouvir do que com falar. Ouça, durante o tempo que for necessário para que as emoções escondidas possam ser expressas. Os maridos, parece, têm dificuldade ou não querem ouvir suas esposas. E isto é um problema. Ouça com bastante atenção para que possa entender o que está sendo dito. Ouça cuidadosamente e conheça aquelas reais necessidades de seu cônjuge, que ninguém foi capaz de satisfazer. As suas perguntas revelam aquilo que é importante para você. Portanto, faça-as mansamente, repetidamente, ore e pense antes de agir ou reagir. Assim você estará protegendo o seu casamento, aperfeiçoando-o para a honra e glória de Deus.
_ Utahy Caetano dos Santos Filho
Quinta, 23 de maio
O Deus da história
“A terra e tudo que nela há são do Senhor; o mundo e seus habitantes lhe pertencem.” Salmo 24.1
Como uma frase pode mudar as nossas vidas. Tudo o que existe vem do Senhor. Essa expressão tem transformado o meu relacionamento com Jesus. Quando leio Genesis, vejo um Deus que age através da sua promessa, da história de um povo. Quando leio Êxodo, vejo um Senhor que é fiel mesmo na escravidão humana. Quando leio Josué, encontro um Deus que encoraja e capacita… E assim vai por toda a Bíblia. Deus é o Senhor da história, é o Senhor de tudo. Se isso é real, o que vamos temer? Deus age o tempo todo, guia a nossa história, como fez com a história do mundo. Os reis, os governantes, todos são escolhidos por Deus. Ele guia a história da humanidade. No cativeiro, na escravidão, na terra prometida, na morte ou na ressurreição, Deus continua no mesmo lugar, reinando sobre o mesmo trono, as nossas vidas não perdem o controle. Esse entendimento transforma meu relacionamento com Ele, gera em mim total confiança de que não importa o que irá acontecer, Ele continua sendo Deus. Continua sendo bom, amoroso, um Pai perfeito, mesmo que eu não veja, Ele continua a me guiar. Aprenda a confiar em Deus, Ele nunca perdeu o controle.
_ Joel de Brito Soares
Domingo, 26 de maio
Mais de Deus
_ Guilherme Nascimento
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“Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e
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geram autoridade, credibilidade e verdade.
todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mateus 6.33
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Hoje, mais do que nunca, a informação está acessível a todos. Num simples toque nos sites de busca e temos uma gama de matérias relacionadas a qualquer assunto. A comunicação está cada vez mais “facilitada” e podemos participar de diversos grupos ao mesmo tempo. Podemos passar uma mesma mensagem a centenas de pessoas instantaneamente! A chamada geração Millennials, dos que nasceram entre os anos de 1980 a 2000, cresceu com a tecnologia à sua volta, e, apesar dos muitos benefícios, essa geração tem sofrido muito mais com ansiedade, estresse e, consequentemente, improdutividade, se comparada com outras faixas etárias. Há em nós sede insaciável de mais, e mais, e mais! Somente algo maior e mais poderoso poderá preencher a lacuna que existe em cada um de nós. Temos nos afastado cada dia mais dos planos do Senhor; queremos andar por nossa própria conta e temos visto o caos que tem nos acometido. Desde a mais tenra idade até aos mais idosos, carecemos da graça do Senhor. A cura para toda carência do homem está no Senhor Jesus! Em João 10.10 Jesus diz: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” Está na hora de pararmos um pouquinho e darmos o verdadeiro lugar àquele que tem o poder de saciar por completo nossa necessidade. Nada e nem ninguém é mais importante que darmos o devido lugar ao Senhor Deus. É questão de prioridade! Se assim o fizermos, Ele cuidará de cada detalhe de nossa vida. Não precisaremos nos preocupar com as coisas da vida, porque saberemos que o Senhor está no controle de todas elas. Que Deus seja o centro de nossas vidas!
_ Mariley Chagas
Terça, 28 de maio
Maridos, amem
“Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela.” Efésios 5.25
O apóstolo Paulo dá aos maridos uma missão muito difícil, comparada ao sacrifício que Cristo fez pela Igreja. Doar-se e entregar-se à morte, se preciso for, em favor da amada, é a mais autêntica manifestação e a mais extrema devoção de um ser pelo outro. Esse é o padrão de como o homem deve dedicar-se à sua mulher; ao bem que ela merece; ao cuidado que ela precisa; ao amor que ele deve corresponder, mesmo sem receber dela a sujeição. O fato de um falhar não justifica a falha do outro. A ordem é, simplesmente, amar! Muitos homens não entendem esse mistério, que não é tão misterioso assim, e preferem se omitir. Não amam e com isso não cuidam, não respeitam, não protegem, não assumem o sacerdócio da casa, se dedicam mais ao trabalho ou ao lazer do que à família e deixam de ser a referência masculina, tão necessária, tanto para a esposa como para os filhos. Os graves problemas que enfrentamos na sociedade moderna perpassam, em parte, pela ausência de amor dos homens e isso inclui, primeiramente, às mulheres mais próximas, que são: sua mãe, irmãs, filhas, tias, avós e a sua esposa. Homens, eu creio que ainda dá tempo de revertermos esse quadro e virarmos esse jogo. Maridos, amem. Levem em consideração esse conselho. Vai valer a pena!
_ José Paulo Moura Antunes
Quarta, 29 de maio
Cuidando pelo exemplo
“Em tudo seja você mesmo um exemplo para eles, fazendo boas obras. Em seu ensino, mostre integridade e seriedade; use linguagem sadia, contra a qual nada se possa dizer, para que aqueles que se opõem a você fiquem envergonhados por não poderem falar mal de nós.” Tito 2.7-8
Segunda, 27 de maio
Um convite a mudanças
“Logo, todo aquele que está em Cristo se tornou nova criação. A velha vida acabou e uma nova vida teve início.” 2Coríntios 5.17
Uma nova vida repleta de mudanças começou, isso porque ela está sob a nova direção do Espírito Santo de Deus. Jesus lhe convida para uma doce revolta espiritual, onde você guerreará consigo mesmo, sem, contudo, entrar em guerra para alcançar uma vida com sabor de graça e uma graça com sabor de vida. Este convite implica preenchimento, em paz de dentro para dentro, onde o nosso “eu” estará cheio do Espírito e vazio de si mesmo. Entregar-se a Jesus é participar de um descarrego e do único que pode descarregar a carga de dores existenciais que pesa sobre nós. Jesus o/a convida à graça, a ser escravo/a da liberdade e ao paradoxo de só se tornar o maior quando você se dispuser a servir. Neste longo processo de mudanças, o velho homem que ainda habita em nós, com suas peculiaridades e pecados, precisará ser destruído para, enfim, construir um novo ser, criado pela renovação da mente e pela metanoia do Evangelho. Desfrute desse maravilhoso convite que nos leva a uma nova consciência diante do que somos e do porquê de sermos o que somos. O propósito deste convite é nos fazer nascer de novo em um mundo real e espiritual de respostas e soluções para algo que só depois desta mudança iremos conhecer: a vida. Você não quer aceitar este convite hoje, agora?
_ Tiago Gomes
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Já ouvi muito: “Faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. Tremenda confissão de incoerência! Nossos filhos, nossos liderados, nossos discípulos, nossas ovelhas etc. são, em certa medida, nossos imitadores. A Bíblia nos exorta a sermos íntegros, o que significa que em nós não devem ser encontradas falhas. Que alvo! Nossa luta diária deve ser pela superação de nossas falhas e aperfeiçoamento de nosso caráter, buscando a identidade com Cristo. É imitando nosso crescimento que as pessoas à nossa volta crescerão também. As palavras que usamos devem ser puras. Jesus é a Palavra. Como discípulos de Cristo, não podemos usar palavras que desonrem nosso Mestre. Uma das formas de o diabo encontrar brechas em nossas vidas é no linguajar que usamos. Devemos aprender a abandonar as críticas e sermos encorajadores, usando palavras que agradam a Deus.
_ Franco Albano
Quinta, 30 de maio
Nutridoras da fé
“A fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice.” 2Timóteo 1.5
Eunice e Loide foram convertidas ao Senhor em Listra. Mãe e filha refletiam a fé genuína, elas viviam o que criam. Esse foi um combustível e tanto para Timóteo. Ele cresceu
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_ Daniel Camaforte
Domingo, 2 de junho
O dia a dia com Deus
_ Maura Rute Carvalho Antunes
“‘Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês’, diz o Senhor, ‘planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro. Então vocês clamarão a mim, virão orar a mim, e eu os ouvirei. Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração’.” Jeremias 29.11-13
Sexta, 31 de Maio
Convencido ou convertido?
“Vendo Simão que o Espírito era dado com a imposição das mãos dos apóstolos, ofereceu-lhes dinheiro e disse: ‘Dêemme também este poder, para que a pessoa sobre quem eu impuser as mãos receba o Espírito Santo’.” Atos 8.18,19
Mais um dia em sua vida e dessa vez ao ler essa devocional há algo que você precisa fazer. Uma decisão importante. Daquelas que mudam a dinâmica de tudo ao redor. Bem, tenho aprendido que essas decisões, invariavelmente, costumamos pedir ajuda de Deus. E Ele vem em nosso auxílio. Saber disso e experimentar essa realidade é um passo muito importante. Creia, é verdade. Entretanto, o alvo desse texto não são as grandes decisões. São as pequenas. Aquelas que consideramos quase insignificantes e que saem quase que automaticamente. Aliás, que perigo, hein? Certa vez eu li que nossas vidas são superlotadas de pequenas decisões. Muito mais do que de grandes. Ocorre que essas, que são mínimas e automáticas, acabam não recebendo nossa atenção como deveriam e, sim, elas acabam influenciando poderosamente tudo o mais. O que você come ou bebe? O que assiste na televisão? Que músicas ouve? Com quem se reúne pra fazer as coisas? Como se relaciona com as pessoas ao redor? Que linguajar você usa para expressar suas alegrias e insatisfações? Que exemplos dá para o seu filho? Que brinquedos você já deu para ele? Quantas vezes disse a seu esposo que o ama nos últimos dias? Quantas flores você deu a alguém que ama? Leu a Bíblia, hoje? Mas leu o Whatsapp? Enviou quantas mensagens legais? Ajudou a alguém que precisava nessa última semana? Reclamou da vida? Foi ao médico fazer o check up? Já reparou que costumeiramente essas decisões saem de qualquer maneira? Não elaboramos. Mas agora essa pequena lista parece uma coisa sem sentido e você está impelido a pensar “é claro que eu penso sobre isso...” Seja como for, queria estimular você a cuidar daquilo que parece sem importância da mesma maneira e zelo que você dedica ao que é importante. Olhe para essas pequenas decisões com foco. Com o mesmo zelo que você tem com as grandes decisões. Você vai se surpreender com as mudanças. Chame o Senhor para participar dessa parte de sua vida também. Esse é o próximo passo para uma vida abundante!.
A história de Simão é muito interessante. Ele era alguém que impressionava a todos em Samaria. As pessoas afirmavam que ele tinha poder que vinha dos deuses. Felipe prega o evangelho na cidade e muitos daqueles que seguiam a Simão se tornam discípulos de Jesus crendo em sua mensagem. O texto declara que o próprio Simão creu. No entanto, quando Pedro e João chegam à cidade e pela imposição de mãos as pessoas começam a receber o Espírito Santo, Simão tenta comprar esse poder. A finalidade da ação de Simão seria pessoas receberem o Espírito através da imposição de mãos dele. Não parece algo tão ruim assim, mas a intenção dele é perversa. Simão sentiu saudades do tempo em que era influente e poderoso. Queria de novo ser o centro. A preocupação dele não era com as pessoas receberem o Espírito, mas que ele tivesse notoriedade. Simão tentou encaixar os velhos padrões à sua nova crença. Simão foi convencido, no entanto, não foi convertido. A conversão é mais do que convencimento intelectual. É uma transformação de vida. Quando tentamos a todo custo adaptar nossos velhos hábitos à nossa crença em Jesus, é um sinal que talvez tenhamos sido convencidos, mas não convertidos. Que a sua crença em Jesus transforme quem você é.
_ Miquéias Lima
Sábado, 1º de junho
Humanos III
“Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; Eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa.” Isaías 41.10
O medo é uma emoção humana cuja função é importantíssima. Nos dá senso de limite, pois está relacionado com a preservação da espécie humana. O medo também funciona como um sistema de alerta quando estamos em risco, ameaça ou perigo. Assim, existem três reações básicas diante do medo: paralisação, esquiva ou ataque-enfrentamento. Na sua expressão patológica, o medo pode se transformar em ansiedade,
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_ Rogério Luiz
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Maio
e seus consequentes desdobramentos em sintomas ansiosos, com grandes sofrimentos para a pessoa. Quando leio este texto, me sinto como uma criança, acalentada pelo pai, segura em suas poderosas mãos. Lembrome de todos aqueles que vivem em solidão, sem mãos humanas que possam tocar, acariciar, ajudar, trabalhar, gesticular apontando o caminho. É nessa ausência de gente de carne e osso que Deus nos possibilita sua ajuda, seu fortalecimento. A experiência de “segurar” a mão de Deus se dá na impossibilidade ou total inexistência de mãos de pessoas a nos socorrer. Acredite. É a melhor das experiências. Depois que a Ele minha mão estendi, nunca mais sozinho me senti.
01 02
Junho
“respirando Bíblia”. A partir daí, dois fatores passaram a moldar a vida do rapaz: salvação e ministério pastoral. O apóstolo Paulo afirmou que no jovem habitava a mesma fé das duas mulheres. A fidelidade de sua mãe e avó à doutrina verdadeira, fundamentada na Palavra e firmada no Espírito Santo, não era abalada facilmente. Elas eram modelos valiosos. As mulheres podem conhecer a Palavra de Deus e, fielmente, ensiná-las aos seus filhos. Devem com zelo estimular a fé verdadeira e apresentarem a doutrina correta. Na família, o ideal é que o homem tome a posição de ministrar e ensinar a Palavra de Deus aos filhos. Entretanto, é a mulher que passa mais tempo com eles em casa, cabendo-lhe esse privilégio maravilhoso. Seja uma mulher nutridora de fé na vida de seus filhos e netos!
Segunda, 3 de junho
Junho
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Derrube suas montanhas
“Jesus teve fome. Vendo a figueira com folhas, foi ver se encontraria nela algum fruto. Aproximando-se dela, nada encontrou, a não ser folhas, porque não era tempo de figos. Então lhe disse: “Ninguém mais coma de seu fruto”. E os seus discípulos ouviram-no dizer isso. De manhã, ao passarem, viram a figueira seca desde as raízes. Lembrando-se Pedro, disse a Jesus: ‘Mestre! A figueira que amaldiçoaste secou!’ Respondeu Jesus: ‘Tenham fé em Deus. Eu lhes asseguro que se alguém disser a este monte: ‘Levante-se e atire-se no mar’, e não duvidar em seu coração, mas crer que acontecerá o que diz, assim lhe será feito.” Marcos 11.12-14, 20-23
Em uma de suas caminhadas ministeriais com seus discípulos, Jesus, com fome, caminha em direção a uma figueira com a expectativa de comer figos. Frustrado em sua vontade de comê-los, amaldiçoa aquela figueira. Os discípulos não entenderam o gesto de Jesus, pois não estava na estação adequada para os figos brotarem. Aquela figueira, na sua natureza, não deveria ter fruto naquela época. Questionado pelos discípulos sobre o porquê daquela atitude, Jesus dá uma resposta aparentemente sem sentido para a pergunta. Ele diz: “Tenha fé”. A fé poderia lançar montanhas ao mar. Carregamos uma mala com nossa história. Lutas, vitórias, derrotas, tristezas, alegrias, tudo dentro dessa mala. Temos convicções em nossa mente que norteiam nossas decisões, escolhas, nossos sins e nãos. Carregamos montanhas nas nossas emoções, na nossa alma, que nos impedem de dar frutos em Cristo. Pensamos que não estamos na estação correta. Não somos capazes, não é para nós, não temos o perfil, não chegou a hora. Aprendemos com Jesus, que através da fé derrubamos nossas montanhas internas, nosso medo, rancor, e tudo aquilo que nos impede de sermos frutíferos em todas as estações. Tenha fé. Lança sua montanha no mar, no ar, no esquecimento. Seja em Cristo, e através dele, uma arvore frutífera, para honra de Gloria do próprio Jesus.
_ Thiago Cavalcanti
Terça, 4 de junho
As pernas curtas da mentira
“Não mintam uns aos outros, visto que vocês já se despiram do velho homem com suas práticas...” Colossenses 3.9
Minha sábia vovó dizia: “A mentira tem pernas curtas”. E tem, mesmo. Uma mentira “inocente” que me contaram em minha garotice: a existência de Papai Noel. (Lembrem-se: fui garoto há 60 anos.) Há uns dois natais, 60 anos atrás, eu já andava meio na bronca com o bom velhinho. Pedia um brinquedão, ganhava um brinquedinho. Dia 25, na rua, a garotada tirava onda com seus pedidos atendidos e eu a ver navios (imaginários, claro), frustrado. Um Natal, aos 7 anos, fui à casa de umas amiguinhas. Lá, só estava o pai delas, arrumando na árvore de Natal o presente que elas ganhariam à noite do Papai Noel. Entendi, na hora, que Papai Noel não existia. Nunca fiz terapia, mas creio que o incidente me marcou, pois o relembro vividamente 60 anos depois. Mentir nunca é a melhor alternativa, mas há diversas formas de se dizer a verdade. Tive uma amiga, já falecida, que se orgulhava de ser franca. E era. Dizia, na lata, tudo
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o que passava por sua cabeça. Não era a melhor pessoa a quem pedir uma opinião, também não era muito bem entendida por muitos. É preciso sabedoria para dizer a verdade. Sabedoria, bom senso e sensibilidade. O que não é opção é mentir. Trabalhei com uma secretária que não mentia. Não era minha secretária. Éramos índios, os dois. Nosso chefe, um religioso, de vez em quando, pedia para que ela dissesse que ele não estava, quando telefonavam. Ela sempre o chamava. Acabou sendo despedida. É uma situação difícil, reconheço. Eu entendo (friso: é entendimento meu) que devemos dizer a verdade, quando ela nos é pedida. Não há necessidade de jogá-la na cara de ninguém. Eu, no lugar de minha amiga secretária, não teria pejo de “mentir” ao telefone. A mentira era do chefe, mas muitos não entendem assim e eu respeito. Como bom cristão, não minta.
_ Utahy Caetano dos Santos Filho
Quarta, 5 de junho
Relax
“Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso” Mateus 11:28
Um versículo tão conhecido, mas não praticado, na mesma proporção. O estresse tem sido uma das maiores causas de doenças em nosso tempo. Seja no corpo ou na alma, pessoas têm sido levadas a situações tristes demais, por conta do estresse que vivem. Peocupamo-nos com tudo, coisas realmente preocupantes e coisas que sequer são reais, tiram o nosso sono. Mas o que Jesus tem a ver com isso? Ele nos dá DESCANSO. Quando foi a última vez em que você se sentiu descansado? Sentiu-se tranquilo e completamente em paz? Nosso relacionamento com Jesus precisa nos gerar esse descanso, não no sentido de sermos descansados, mas no sentido de que as preocupações não podem virar nossos deuses. É compreensível que fiquemos preocupados com contas, filhos, faculdade… Mas o que não devemos é não colocar essas coisas todas nas mãos de Deus. Quando colocamos nossas lutas nas mãos do Senhor, Ele cuida de nós. Mesmo se naquele momento tivermos que perder, por algum motivo, sabemos que Nele encontraremos o descanso.
_ Guilherme Nascimento
Quinta, 06 de junho
Importe-se
“...Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel”. Jeremias 18.6b
Grandes mentes são resultados de pais que se impontaram com seus filhos. Um desenho sem forma representa um carro para uma criança, e se seus pais não se importarem com sua criação, a probabilidade de ela voltar a criar é pequena. Ela não imprimirá esforços se não encontrar a motivação que necessita. Se de outra forma, ao apresentar a tal obra, receber reconhecimento, se sentirá motivada a produzir mais. E não se admire que ela possa vir a ser alguém notável na sociedade. Somos fonte de inspiração para nossos filhos, por isso
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e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória” (Romanos 8.17). A maior herança dos filhos de Deus é a vida eterna e nós a recebemos quando Jesus Cristo morreu por nós! Nossa herança é diferente da herança deixada de pais para filhos; nossa herança é incorruptível, não se deteriora ou perde o valor; é incontaminável. Ela nos traz paz, alegria e segurança. Mesmo que tenhamos lutas e aflições pelo caminho, é muito bom lembrar que a herança já nos foi dada! Vivemos hoje das promessas contidas na Palavra de Deus! O Senhor sempre cuidou e sempre cuidará de nós; e quando essa vida aqui findar, então seremos herdeiros da glória de Jesus Cristo; a vida eterna é a nossa maior herança!
_ Saionara Marques
Sexta, 07 de junho
O cuidado para com os pastores
“Agora lhes pedimos, irmãos, que tenham consideração para com os que se esforçam no trabalho entre vocês, que os lideram no Senhor e os aconselham. Tenham-nos na mais alta estima, com amor, por causa do trabalho deles.” 1Tessalonicenses 5.12 e 13
_ Mariley Chagas
Domingo, 09 de maio
Entre os batistas, o segundo domingo de junho é lembrado como o dia do pastor. Esta reflexão vem a propósito. Se você ler o texto completo de 1Tessalonicenses 5.1228 (eu recomendo), perceberá que o apóstolo Paulo ensina qual deve ser o nosso comportamento a) entre os homens (de modo geral), b) entre os irmãos em Cristo, c) em relação a Deus e d) na Igreja. Cada um de nós está enquadrado em todas estas hipóteses. Nossa vida inteira, como crente, está encerrada nestas curtas exortações. Recomendações de Paulo em relação ao nosso tema de agora (texto acima): a) os que trabalham sejam acatados; b) os que presidem no Senhor; c) os que admoestam. São atribuições dos pastores. O pastor é uma figura, naturalmente, de destaque na igreja. Um dos problemas que enfrentam é o da questão da autoridade que, de modo geral, a sociedade rejeita (também quando se trata de pais, professores). Há rebeldia, desobediência. No Antigo Testamento encontramos a experiência de Moisés (leia Números 12.1-16; Números 14.1-23). Não é, portanto, novidade. Os pastores devem ser amados, considerados por causa do trabalho que realizam – “Lembrem-se dos seus líderes, que lhes falaram a palavra de Deus. Observem bem o resultado da vida que tiveram e imitem a sua fé” (Hebreus 13.7).
Encontrando sentido nas provações
“Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria sempre que passarem por qualquer tipo de provação, pois sabem que, quando sua fé é provada, a perseverança tem a oportunidade de crescer. E é necessário que ela cresça, pois quando estiver desenvolvida vocês serão maduros e completos, sem que nada lhes falte.” Tiago 1.2-4
Há sentido nas provações, por mais difícil que seja entender esse processo de amadurecimento, que o Senhor nos permite passar. Cada provação é uma oportunidade para a graça do poder vencer. Sempre há um motivo para a provação estar no mundo, e por mais estranho que seja, ela está aqui para um bom propósito: desenvolver a força e a perseverança. A provação é uma tarefa moral e espiritual e difícil de fazer. Tanto no mundo espiritual como no físico, aumentamos a nossa força quando nos deparamos com as dificuldades, as provações. Tente imaginar um mundo sem qualquer problema, que certamente seria um lugar de fraqueza espiritual e indolência moral. Mas, graças a Deus, podemos dizer, que cada dia está repleto de inquietações, trazendo para cada um de nós questões, preocupações e tarefas, e uma quantidade suficiente de dificuldades, provações, e por isso temos nosso exercício espiritual diário. Agradeçamos ao Senhor por permitir as provações, porque todos os dias somos abençoados com novas oportunidades para desenvolvermos a força da alma, crescermos na perseverança, a fim de que sejamos maduros e completos, sem que nada nos falte.
_ Joel de Brito Soares
Sábado, 8 de junho
Herança eterna
_ Tiago Gomes
“Para uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós.” 1Pedro 1.4
Segunda, 10 de junho
Filhos, obedeçam
Nós que somos pais, temos sempre a preocupação em cuidar dos nossos filhos e não deixar faltar nada para eles; deixar uma herança para eles é uma de nossas metas. É certo que bens materiais se desgastam e se gastam; reinos passaram de pais para filhos, e tudo ficou por aqui mesmo; só trocou de mãos. E ainda, algumas vezes, foram causa de discórdia em algumas famílias. Mas herança não são somente bens materiais: caráter, reputação, valores elevados também são heranças preciosas. E se a herança é para os filhos, então será para eles e ninguém poderá tirar deles esse direito. Somos filhos de Deus e Jesus Cristo se entregou naquela cruz para nos garantir a vida eterna: Essa é nossa herança! “Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus
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“Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo.” Efésios 6.1
Vivemos uma geração de filhos rebeldes e inconsequentes. Alguns são superprotegidos, criados dentro de uma redoma; outros são deixados de lado, criados “pela vida”. A submissão aos pais parece ser coisa ultrapassada. A recomendação bíblica está sendo esquecida ou, como em alguns casos, sequer foi aprendida. A tradição judaicocristã ensina e valoriza esse tema: “Meu filho, obedeça aos mandamentos de seu pai e não abandone o ensino de sua mãe” (Pv 6.20). Filhos precisam obedecer aos pais, por uma simples questão de justiça. É justo e necessário obedecer, porque os
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precisamos ser reflexos de Deus, nos importando com os detalhes mais efêmeros de suas vidas. Enxergue seu filho como Cristo o/a vê, com olhos que veem mais que você pensa ser. Ele vê quem pode vir a se tornar. Sua orientação e exemplo moldam seu filho. Então, se importe e esteja atento ao modo como tem agido na vida dele.
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pais já fizeram (ou deveriam fazer) muito por eles. Nenhum pai ou mãe é perfeito, mas eles foram os responsáveis em doar e gerar a vida. Apenas essa preciosa dávida já seria o suficiente para levar os filhos a uma vida de constante obediência. Filhos obedientes são mais prósperos, felizes e bemsucedidos. O versículo dois, de Efésios seis, reforça essa ideia. É uma promessa condicional. A honra, que inclui a obediência, o respeito, o cuidado, por exemplo, leva os filhos a experimentarem uma vida boa e longa. Filhos, obedeçam. Levem em consideração esse conselho. Vai valer a pena!
_ José Paulo Moura Antunes
Terça, 11 de junho
Cuidando dos parentes
“Se alguém não cuida de seus parentes, e especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um descrente.” 1Timóteo 5.8 A família nuclear é formada quando um homem e uma mulher deixam (abandonam) a casa de seus pais e se unem em santo matrimônio, formando assim uma nova família. Esta nova família, em geral, gera filhos, que por sua vez um dia deixarão suas casas, repetindo o ciclo criado por Deus. O que fazer com os pais? Em geral, quando envelhecem e ficam viúvos, podem precisar de cuidados pelos seus filhos. Há que se verificar se eles realmente têm necessidade (não têm recursos, estão doentes etc.) Entre os filhos, é necessário que cada um contribua na medida de suas possibilidades. O idoso deve morar próximo dos filhos sempre que possível, mas em sua própria casa também, a não ser que necessite de cuidados durante todo o dia. A rotina de cuidado é desgastante, e a família também precisa estar saudável emocional e espiritualmente. Cuidar dos parentes, em especial dos pais, é um dever de todo o cristão. Os idosos de sua família estão sendo cuidados devidamente?
_ Franco Albano
Quarta, 12 de maio
Namoro, relacionamento sério
“Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem (...)” Mateus 1.18
Relacionamentos de namoro não são descritos na Bíblia, mas Deus é muito claro sobre a maneira ideal de se relacionar sério com uma pessoa. No namoro, o parceiro deve ser considerado e respeitado. O namoro é um estágio para o casamento. Comece o seu namoro já pensando no casamento. Quando começamos a namorar sem nenhum tipo de perspectiva, não estabelecemos nenhum tipo de compromisso. Quando temos um objetivo, traçamos um “plano” para alcançá-lo. Da mesma forma, quando se tem um objetivo, você irá esperar o tempo que for necessário para chegar até ele e fará tudo da maneira correta para atingi-lo. Namore visando o casamento, mesmo que ele não venha a acontecer, mas quando você pratica isso, sempre estará cuidando desse relacionamento para que seja levado da melhor maneira. Leia e pratique a Palavra de Deus. Se a praticamos, isso se refletirá positivamente no namoro.
_ Maura Rute Carvalho Antunes
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Quinta, 13 de junho
Quem nós realmente somos
“Enquanto apedrejavam Estêvão, este orava: ‘Senhor Jesus, recebe o meu espírito’. Então caiu de joelhos e bradou: ‘Senhor, não os consideres culpados deste pecado’. E, dizendo isso, adormeceu.” Atos 7.59,60
Um dia desses conversava com um amigo a respeito de algumas convicções que tenho dentro de uma perspectiva cristã. Foi quando ele me interpelou dizendo: “quero ver você manter essas convicções se um estuprador fizer mal a sua filha”. Aquilo mexeu comigo. E quando o mal bater à minha porta? Como agirei? Naquela mesma semana me deparei com o texto acima. Estêvão é o primeiro mártir cristão. E quando li a última frase de Estêvão imediatamente me lembrei da frase de Jesus sendo crucificado: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.” Estêvão, quando a maldade bateu à sua porta, no auge da violência e da injustiça, revelou quem realmente era: alguém profundamente parecido com Jesus. Quem nós realmente somos é revelado justamente quando o mal bate à nossa porta. Ser pacífico num mundo pacífico qualquer um consegue, no entanto, somente um discípulo de Jesus consegue ter paz em meio à guerra. Que as suas convicções não sejam apenas fruto de um convencimento intelectual, mas que seja fruto de uma transformação profunda que o Espírito de Deus está fazendo em você. E que nos dias maus Jesus seja ainda mais percebido em você.
_ Miquéias Lima
Sexta, 14 de junho
Humanos IV
“Ó tu que ouves as orações, a ti virá toda a carne.” Salmos 65.2
Não se pode negar a essência das coisas. Ferro é ferro, um metal com propriedades físioquímicas bem definidas. Outras são as propriedades do níquel, outro metal com outras propriedades. Assim, cada ser ou “ente” se autodefine. Quem, como ou o que é o homem? Na Bíblia sabemos que o homem foi criado à sua imagem e semelhança, ou seja, possuímos nada menos que as propriedades do próprio Deus. Não todas, mas muito (ou quem sabe totalmente) de sua pessoalidade. Por mais que este humano fuja da sua essência, não lide de forma equilibrada com seus conflitos e se mostre com enormes dificuldades de manejar suas escolhas, Deus não desiste de buscar este homem, de atrai-lo a Ele mesmo. Não buscamos a Deus naturalmente, pois estamos separados Dele pelo pecado. Ele nos afirma que está pronto a ouvir nossas orações, e nos promete que a Ele virá toda carne, ou seja, todos os humanos. Sim, um dia, todos os que nasceram de mulher vão comparecer ante o tribunal de Cristo. Mas, antes disso, que você na sua humanidade o encontre por aqui mesmo, antes dos “tempos eternos”, onde não haverá mais possibilidade de retorno ou conversão. Logo, ore a Deus para que você seja atraído por ELE e que ELE MESMO o leve até a presença DELE. Acredite: Ele ouve nossas orações.
_ Daniel Camaforte
Sábado, 15 de junho
O perigo das distrações
“...livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado
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pensava como seus pais, tão amorosos, criaram filhos tão problemáticos. Bastava eu me aproximar para descobrir que havia muita coisa errada no relacionamento. Moro há 30 anos no mesmo endereço. Testemunhei muitas histórias. Havia por aqui um casal que sempre desfilava abraçadinho. Casal de meia idade. Ele, educadíssimo. Ela, atenciosa. Tinham uma filha de vinte e poucos anos. A filha estudara com minha esposa. O homem morreu, menos de um mês depois, a mulher também faleceu. Minha esposa encontrou a amiga e lamentou a morte do casal. A amiga disse p\ra ela: “Meu pai era um carrasco. Não tenho coragem de dizer como ele nos maltratava. Minha mãe se libertou e morreu.” A jovem logo depois engravidou, se casou com um homem bem mais velho e suas duas filhas, hoje adultas, são completamente desestabilizadas. O relacionamento era só aparência. A criança leva para toda a vida os ensinos da infância. Uma boa criação dos filhos não é garantia de adultos, mental e espiritualmente, saudáveis, mas ajuda bastante. Ensine seus filhos com zelo. É a melhor garantia de vê-los felizes no futuro.
Eu sei que estes tempos são tão cheios de coisas a fazer que quase não sobra oportunidade para fazer mais nada. O pior é que fazemos planos tão legais de fazer aquilo que é certo: dedicação a Deus e à família, cuidar da saúde, do autoaperfeiçoamento etc. Mas nos distraímos no meio. Faça um autoexame rápido. O que você planejou para hoje, está conseguindo levar adiante? É disso que estou falando. O escritor da carta bíblica “Aos Hebreus” percebeu que há um “tudo” que nos atrapalha. Situações intervenientes que corroboram para trazer desarrumação à nossa vida e atrapalham demais nossos planos. Então, no final do dia bate aquela frustração por não conseguirmos fazer o que havíamos planejado. Nessa curta devocional quero desafiar você a se planejar melhor. A ter mais foco sobre as suas prioridades e realmente FAZÊ-LAS! Não se distraia. Vá até o fim em seus propósitos. Tenho certeza de que seus dias mudarão. E muito.
_ Rogério Luiz
_ Utahy Caetano dos Santos Filho
Domingo, 16 de junho
Geradores de paz
Terça, 18 de junho
O poder do secreto
“Bem-aventurado os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus.” Mateus 5.9
“Mas, quando você orar, vá para o seu quarto, feche a porta e ore a seu pai que está em secreto. Então seu pai, que vê em secreto, o recompensará.” Mateus 6.6
“Lá vai o flamenguista!” Quando um torcedor é apaixonado pelo seu time é assim que alguns falam ao avistar o fanático torcedor. Poderia ser: “Lá vai o trabalhador!” “Lá vai o apaixonado por automobilismo!” “Lá vai um bom pai!” A verdade é que quando nos envolvemos em algo que realmente acreditamos e amamos, os outros nos veem com o reflexo de nosso comportamento. Não adianta termos um discurso religioso e cheio de citações bíblicas e um bom “evangeliquês” se nossos atos estão distantes dos pronunciamentos bonitos e rebuscados. Levamos a Paz. O Espírito Santo habita em nós. Os lugares que frequentamos têm que ser impactados por essa Paz e presença. As pessoas têm que ver algo além do discurso. Nossos atos e gestos gritam tão alto que os que estão à nossa volta não conseguem escutar a nossa voz. Como você é conhecido? Ao passar pelas pessoas o que dizem sobre você? Lá vai quem? Levamos a Paz, pois levamos em nós o próprio Deus. Somos pacificadores. Somos filhos de Deus. “Lá vai um pacificador!” “Lá vai um filho de Deus!”
Quando foi a última vez que você teve um tempo com Deus? Precisamos estar em nosso lugar secreto, precisamos buscar a Ele. Por não buscarmos, por muitas vezes nos tornarmos frequentadores regulares de uma reunião religiosa, perdemos a melhor parte, perdemos o contato direto com o Papai. Perdemos as promessas, as palavras de cura, as revelações mais poderosas. As maiores experiências que temos não deveriam ser em conferências, acampamentos, séries de mensagens… As nossas maiores experiências deveriam ser em nosso lugar secreto. Imagina se em vez de ir a um culto receber, fôssemos todos aos cultos transbordar do que Deus está fazendo em nós? Seria algo ainda mais poderoso. Comece hoje, crie uma rotina, leia essas devocionais diariamente, faça orações, escute louvores ao Senhor… Comece a mudar a forma como você se relaciona e Deus irá mudar a forma de se revelar a você.
_ Thiago Cavalcanti
_ Guilherme Nascimento
Segunda, 17 de junho
Instrua a criança
Quarta, 19 de junho
Matrimônio no CTI
“Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles.” Provérbios 22.6
“Porque há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos.” Jó 14.7
Assisto ao Canal do Negão, no YouTube, todos os dias. O Negão trabalha com reciclagem, é conservador e tem cerca de 300 mil inscritos em seu canal. É um pai rigoroso. Cria os filhos como foi criado: com severidade. Seu filho Jamal algumas vezes aparece com ele. Dá a impressão de ser uma criança bem encaminhada. Não sou pai nem autoridade em educação de filhos, mas não conheci crianças criadas com amor, responsabilidade e atenção que tivessem descambado por caminhos tortuosos. Às vezes, vi crianças seguindo vias tortas e
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Para alguns, este título causou estranheza. Para outros, interesse, porque é justamente onde seus matrimônios estão. Se seu casamento está tão fragilizado que necessita estar no Centro de Cuidado Intensivo para não morrer, então há esperança, porque é da vontade de Deus que viva e que seja renovado o seu casamento. Mas, assim como no hospital o doente precisa de pessoas que acreditem e que dediquem tempo ao seu tratamento e cuidado, assim também acontece com o seu casamento, se estiver neste
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que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé...” Hebreus 12.1,2
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estado. Deus quer usar você para salvá-lo, ainda que seu cônjuge não acredite mais. Seja você o instrumento que Deus usará para curar seu relacionamento. Ele está te confiando a busca pelo tratamento do seu matrimônio. Seja o vaso no qual Deus depositará o remédio que trará a restauração. Creia e veja o agir miraculoso de Jeová Rafá.
_ Saionara Marques
Quinta, 20 de junho
O pedido de uma mãe
“Então aproximou-se de Jesus a mãe dos filhos de Zebedeu com seus filhos e, prostrando-se, fez-lhe um pedido. ‘O que você quer?’ perguntou ele. Ela respondeu: ‘Declara que no teu Reino estes meus dois filhos se assentarão um à tua direita e o outro à tua esquerda’.” João 20.20-21
Jesus Cristo e seus discípulos constituíam como que uma família. Naturalmente, eles tinham os seus familiares e o Senhor os seus, como sabemos. E ter família é muito importante. A mãe de Tiago e João desejava proeminência para seus filhos. Destaque entre os demais discípulos. Posições de prestígio e poder. Mas a solicitação revelou insensatez. (Leia o texto completo nos versos 20 a 28.) O desejo dos dois de ter posição e poder só seria atendido caso se submetessem de bom grado à condição de servos. Jesus Cristo não poderia conceder-lhes o pedido. Ele não usurparia a autoridade de Deus Pai. Só ele sabe como será a disposição das pessoas. Poderiam até “beber do cálice”, pois o cristianismo exige sacrifício de seus seguidores. Mas só o Pai poderia decidir em relação ao pedido. A ação da mãe provocou uma reação dos demais discípulos, talvez de indignação. O Senhor aproveitou o ensejo para passar uma grande lição para os “pidões”, para os demais discípulos e para nós: humildade é o que se requer do discípulo de Jesus Cristo. Ele derruba a estrutura de valores do mundo. A vida do discípulo deve caracterizar-se pelo serviço humilde e amoroso. Deve ser servo. E exemplo de servo é o Senhor Jesus Cristo. Ele deu a própria vida como resgate, para nos livrar da escravidão do pecado.
_ Joel de Brito Soares
Sexta, 21 de junho
Os dois barquinhos
“Todo o que é chamado pelo meu nome, a quem criei para a minha glória, a quem formei e fiz.” Isaías 43.7
“Um carpinteiro muito competente construiu dois barquinhos e os deixou presos no cais. Ele os fez com muito cuidado e carinho; equipou os dois com tudo necessário para uma viagem segura e confortável. Durante a noite, os barquinhos resolveram sair por conta própria para aproveitarem a vida de barquinho. Se soltaram do cais e aproveitaram a maré. Estava divertido e pensaram ter feito a coisa certa! Mas, durante a tarde, as ondas começaram a aumentar e os barquinhos já não conseguiram manter o controle. Um deles reconheceu o mal que havia feito e com toda força preferiu voltar, mas o outro continuou na sua tentativa. Ao chegar no cais, o dono do barquinho ficou feliz em revê-lo, mas sobre o outro, nunca mais se ouviu falar… O barquinho que voltou, reconheceu que não poderia chegar a lugar algum, se o piloto não estivesse nele.”
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É apenas uma historinha, mas que nos faz refletir que assim como o barquinho, somos nós. Deus nos fez com bastante carinho e cuidado e tem planos de paz para cada um de nós. O Senhor quer dirigir nossa vida, mas alguns de nós preferem experimentar a vida de sua maneira. Desprezam a vontade do seu dono. Mas quando as ondas da vida aumentam e tentam nos afundar, nos lembramos que precisamos de um piloto competente para nos guiar em nossa viagem. Jesus Cristo é o Nosso Piloto! Ele nos levará por caminhos seguros! O Senhor nos fez para sua honra e glória. Tudo o que Ele deseja é que entreguemos nossa vida ao seu comando.
_ Mariley Chagas
Sábado, 22 de junho
Senhor, tem misericórdia de mim.
“O amor do Senhor não tem fim. Suas misericórdias são inesgotáveis. Grande é sua fidelidade; suas misericórdias se renovam cada manhã.” Lamentações 3.22-23
Talvez esse já tenha sido o seu grito de socorro: Senhor, tem misericórdia de mim. A nossa caminhada com Cristo é uma experiência de total misericórdia. A misericórdia de Deus tem a ver com todos os recursos dados por Deus para caminharmos em meio às muitas contradições, paradoxos e contingências que fogem por completo de nosso controle. Por exemplo: você fica ansioso e com medo do seu futuro? Jesus nos ensina com sua misericórdia “Prestem atenção apenas no que Deus está fazendo agora e não se preocupem quanto ao que pode ou não acontecer amanhã. Quando se depararem com uma situação difícil, Deus estará lá para ajudá-los” (Mt 6.34 – A Mensagem). Isso significa que podemos contar com o auxílio de Deus para cada dia da nossa vida. Outra pergunta: Você tem medo de não suportar às provações? A misericórdia de Deus nos ensina que o mesmo Deus que nos prova ou mesmo permite a provação, providencia forças para suportarmos, e mais, nos livra dela. “As provações em sua vida não são diferentes daquelas que outros enfrentaram. Deus é fiel, e Ele não permitirá provações maiores do que vocês podem suportar. Quando forem provados Ele mostrará uma saída para que consigam resistir” (1Co 10.13). Diante do poder, da presença e do conhecimento do nosso Pai, podemos afirmar, e confiar que as suas misericórdias são suficientes e para toda a vida. Seja um dependente das misericórdias de Deus, buscando-as, desejando-as e contando com elas em todos os dias que o Senhor lhe der. Amém.
_ Tiago Gomes
Domingo, 23 de junho
Pais, não irritem
“Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor.” Efésios 4.4
Criar filhos nunca foi tão complicado e desafiador como agora. Se aos filhos cabe a obediência aos pais; aos pais cabe não irritar os filhos. Simples? Claro que não! Se há pais superprotetores, há outros permissivos demais. O desafio é tentar encontrar o equilíbrio entre esses extremos. É muito fácil ser severo demais ou tolerante demais, mas os filhos vão precisar de disciplina e limites para viverem de forma ajustada e saudável. Terceirizar a criação e a educação são atitudes simples
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e fáceis, mas os resultados, na maioria das vezes, são trágicos e irreversíveis. Pais precisam ser exemplos na criação, eles são um modelo, observados o tempo todo. O ensino de Provérbios 22.6 é emblemático e reforça essa ideia: “Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles”. Os pais precisam encaminhar seus filhos, segundo as regras que eles estabeleceram como padrão ideal. Pais que amam o estudo e o trabalho, por exemplo, terão mais facilidades em gerar filhos com esse perfil. Pais que são honestos, justos e verdadeiros, idem. Pais que oram e leem a Bíblia, os filhos aprenderão a fazer o mesmo. Pais, não irritem. Levem em consideração esse conselho. Vai valer a pena!
de Deus, para que, nos momentos de pressão, sejamos capazes de permanecer firmes com integridade.
Quarta, 26 de junho
Livramento
“Estêvão, cheio do Espírito Santo, levantou os olhos para o céu e viu a glória de Deus, e Jesus de pé, à direita de Deus, e disse: ‘Vejo o céu aberto e o Filho do homem de pé, à direita de Deus’. Mas eles taparam os ouvidos e, gritando bem alto, lançaram-se todos juntos contra ele, arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo.” Atos 7.55-58
Geralmente, quando oramos ao Senhor pedindo algum livramento, temos em nossa mente a estratégia que Deus deveria usar para nos livrar. Chegamos já para Deus com expectativas a respeito da atuação dele em determinadas situações. Essas expectativas chegam a certo ponto de imaginar que Deus é obrigado a fazer tudo o que esperamos que Ele faça. Já ouvi alguns dizerem: “Servo de Deus não fica doente. E se ficar doente é curado, porque o Senhor livra os que são seus.” E quando isso não acontece? E quando servos fiéis não são curados? E quando o mal acomete gente de coração sincero ao Senhor? Estêvão era um homem fiel a Deus. E isso não impediu que ele fosse injustamente acusado, injustamente condenado e injustamente executado. Estêvão, cheio do Espírito Santo, vê a glória de Deus e ainda assim sofre com o mal. Estarmos cheio do Espírito, andarmos segundo o propósito de Deus não nos impede de sofrer. No entanto, nos garante que mesmo no sofrimento o Senhor estará conosco. O amor de Deus não pode ser medido em relação as alegrias e sofrimentos que passamos na vida. Estêvão, mesmo sendo morto violentamente continuou sendo amado por Deus. O livramento que Deus deu a Estêvão foi muito além do que de um simples apedrejamento. Deus tomou Estêvão para si. Livrou-o de toda dor e de todo sofrimento. Deus sempre nos dá livramento, mas nem sempre da forma que nós esperamos.
_ José Paulo Moura Antunes
Segunda, 24 de junho
Família da fé
“Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé.” Gálatas 6.10
As riquezas são um falso deus, conforme denunciou Jesus, e o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. A conversão precisa alcançar todos os aspectos de nossa vida, inclusive o financeiro. O servo de Deus precisa ser generoso e hospitaleiro, zeloso em suprir as necessidades de seus irmãos da fé, na medida de suas possibilidades. O mundo atual tem valorizado o individualismo, e temos nos tornado gradativamente mais egoístas. O Evangelho precisa nos tornar novamente compassivos em relação ao nosso próximo. A Bíblia nos ensina a aproveitar as oportunidades. Quando surge o momento, é então que devemos agir, guiados pelo Espírito de Deus, que nos impele. Não devemos calar a voz do Espírito dentro de nós. Se não formos abençoadores, qual o propósito de nossas vidas? Deus nos convoca a compartilhar as bênçãos recebidas de suas mãos por sua misericórdia e graça. Que possamos ser espelhos de Cristo em tudo, inclusive no compartilhar e no abençoar.
_ Miquéias Lima
_ Franco Albano
Quinta, 27 de junho
Humanos V
Terça, 25 de junho
Certo ou errado?
“Até a minha alma está perturbada; mas tu, Senhor, até quando?” Salmos 6.3
“Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.” Romanos 7.19
Em nossa fragilidade e em nossa fraca capacidade de prever o próprio futuro ou de antecipar o inesperado, nos perturbamos. Talvez o grande desafio para todos nós seja o de esperar. No entanto, a vida em certo sentido, envolve a arte de saber esperar. Uma arte, de fato. Não apenas pelo pulso ansioso e frenético em que vivemos, mas a vida tem, estabelecido por Deus, seu próprio compasso. A mulher, em uma gravidez saudável, esperará por (em média) 38 semanas, ou 9 meses se você preferir, para dar à luz a uma nova vida. Esperamos crescer para depois lamentar a idade e o tempo que insiste em não parar! Assim, esperar é viver. Ocorre que, quando nós, humanos que somos, sentimos dor, seja ela de que natureza for, percebemos o tempo e sua passagem, bem como a ação de Deus como tardia e demorada. Você que ja esteve em uma emergência de hospital e aguardou ansiosamente os cuidados médicos enquanto sentia dor sabe que a chegada do médico ou enfermeiro é entendida como uma verdadeira epifania,
A consciência é a capacidade universal e inata, dada por Deus, para distinguir entre o certo e o errado. Ela tem duas funções: mover o indivíduo a fazer o que é percebido como certo e/ou condenar o indivíduo por ele não ter realizado o que sabia ser o certo. A consciência nos aprova ou condena. Ela sensibiliza a humanidade para a busca de soluções de problemas tais como a poluição, a fome, a explosão demográfica, o respeito pela dignidade humana, e muitos outros. Numa calamidade pública, por exemplo, ela pode gerar humanitarismo, suscitar a generosidade dos avarentos, ou tocar no coração dos endurecidos. No caso dos cristãos, sua consciência, moldada pela Palavra e pelo Espírito Santo de Deus, é decididamente uma força moral para o bem. Somos chamados para ter a mente de Cristo, conhecer o bem e possuir mente e coração treinados na verdade
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_ Maura Rute Carvalho Antunes
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uma aparição do divino. Quem escreveu o salmo acima foi Davi, o grande Rei, homem segundo o coração de Deus que lamentava ali a “demora” de Deus. É que nós humanos não estamos na mesma dimensão em que habita Deus, esse ser atemporal que NUNCA chega atrasado. Nossa alma e corpo é que doem. Assim, aprenda as lições da espera, pois enquanto Deus não lhe atende especificamente naquilo que voce anseia, Ele trabalha em todas as outras coisas. Confie, Creia. Entregue.
_ Daniel Camaforte
Sexta, 28 de junho
Você tem valor...muito mais do que um pardal! “Não se vendem dois pardais por uma moedinha? Contudo, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do Pai de vocês. Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados. Portanto, não tenham medo; vocês valem mais do que muitos pardais,” Mateus 10.29-31
Anos atrás o cenário evangélico brasileiro era “invadido” por uma canção que falava do valor que temos para Deus. Armando Filho cantava essa canção que passou a ser parte do louvor de praticamente todas as reuniões cristãs daquela época... Os anos passaram e chegamos ao ponto de precisar dizer às pessoas desesperançadas que elas têm valor pra Deus. Essa mensagem que você lê aqui e agora não chega “sem querer” ao seu coração. Não é autoajuda. É, na verdade, o centro da mensagem cristã: Deus se importa conosco, nos ama e nos valoriza de tal modo que foi capaz de enviar o seu único filho para fazer o impensável: morrer por todos. Ele, o Cristo, morreu, para que não precisássemos morrer para sempre. Uau! Portanto, eu não sei em que buraco você está e nem o motivo de Deus me ter inspirado a escrever sobre isso... mas saiba: DEUS VALORIZA VOCÊ! Busque alguém. Abra as portas à ajuda. Permita que o Senhor chegue até esse lugar onde você está. Um novo dia virá. A esperança brilhará. E a vida será, de novo, uma experiência inesquecível! Que Deus abençoe você, amado de Deus!
_ Rogério Luiz
Sábado, 29 de junho
Cheios de quê?
“Então Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: (...) Vendo a coragem de Pedro e de João, e percebendo que eram homens comuns e sem instrução, ficaram admirados e reconheceram que eles haviam estado com Jesus.” Atos 4.8,13
Cheios de quê? Essa pergunta tem pairado na minha mente. De que estamos nos enchendo? Ao assistir ao noticiário corremos o risco de ficarmos cheios de medo da criminalidade, de raiva e indignação da corrupção, de tristeza e pesar no coração da pobreza e injustiça social. As relações sociais, seja com familiares, amigos ou desconhecidos podem nos encher de rancor, angústia, ressentimento, etc. O que assistimos, ouvimos, lemos acaba nos enchendo. Podemos inclusive ser cheios de nós mesmos, com egoísmo, egocentrismo, individualismo e acharmos que tudo e todos giram em torno de nós. Fizme e lhe faço essa pergunta: Cheios de quê? Pois nossas
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decisões, comportamento e atitudes são resultados daquilo que tem nos preenchido ou enchido. Escolhemos o que nos preenche, o que se expande dentro de nós. Se sentimos e pensamos oriundos de nós ou se somos cheios do Espírito Santo. Quando somos cheios do Espírito Santo, nos levantamos em meio ao caos de nossa vida e nos deixamos ser guiados para algo surpreendente, sobrenatural e restaurador. Enfrentamos as lutas, resistimos às ameaças e perseguições, temos coragem, força e ânimo. Resplandecemos a luz do Senhor. Então, sejamos cheios do Espírito Santo.
_ Thiago Cavalcanti
Domingo, 30 de junho
Dá para fugir do tolo?
“Melhor é encontrar uma ursa da qual roubaram os filhotes do que um tolo em sua insensatez.” Provérbios 17.12
O urso é um animal magnífico. O urso pardo pode ter mais de três metros sobre as patas traseiras. Pesa mais de 700kg. Um urso corre a 65km/h (Usain Bolt, 43km/h). Imagine dar de cara com um bicho desse? Se ele estiver desmotivado, fará farelo de você. Se for uma mamãe ursa de quem roubaram os filhotes e ela entender que é você o ladrão... É só entregar-se à morte. O escritor de Provérbios afirma que é melhor encarar uma ursa enfurecida do que um tolo. Em interpretação bastante livre, entendo que o escritor diz: “Se você vir um tolo insensato, se jogue num buraco, se esconda, fuja.” O tolo insensato não ouve ninguém. Se for sua intenção convencê-lo de algo, por mais óbvio que seja, perderá seu tempo. Tenho um parente que, criança, precisou enfrentar a separação dos pais. A mãe mudou-se para um país europeu. Ele sempre contou em um dia reunir-se a ela. Os anos se passaram, uns vinte, e ele, finalmente, está vivendo com ela. Durante todo o período de espera, eu dizia para ele: “Estude o idioma do país para onde você vai, desenvolva os talentos que tem para tentar sobreviver por lá”. As habilidades natas que possui com informática são impressionantes. Nunca me ouviu. Jamais parou em um trabalho. Quem o sustentou aqui lhe deu todos os meios de se desenvolver. Não aproveitou. Hoje, está no estrangeiro, sem sair de casa, incapaz de encontrar um meio de vida. Mas é um tolo, ainda não entendeu que agiu erradamente e precisa mudar o rumo. Conversar com um tolo é dar murros em ponta de faca. O tolo só ouvirá o chamado à razão se deixar de ser tolo. Não é fácil. Na internet, vi um jovem russo que morreu durante uma selfie. Ele apontou uma arma para a própria cabeça, ajustou o celular e, na hora H, em vez de disparar o celular, disparou a arma. Morreu, obviamente. Em minha juventude, um conhecido gostava de “brincar” jogando o carro em cima dos “amigos” sentados na calçada. Sossegou quando conseguiu atropelar e quase matar um dos infelizes. Não podemos nos furtar de lidar com tolos. Como cristãos, esse luxo não nos é concedido. Temos que entender, no entanto, que é duríssimo convencer quem já está convencido. E o convencimento do tolo não vem de argumentos racionais, é produto de sua estupidez. Então, o escritor de Provérbios está certíssimo: “É melhor dar de cara com uma ursa do que com um tolo”. Há muitos tolos por aí, seria bom que pudéssemos escapar deles, mas Deus não nos dá esta alternativa.
_ Utahy Caetano dos Santos Filho
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