ABCZ - A REVISTA BRASILEIRA DO ZEBU E SEUS CRUZAMENTOS • nº 60 • janeiro - fevereiro/2011
Pecuária no Brasil
Por: Eduardo Biagi • presidente da ABCZ
foto: Rubio Marra
Transparência
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Brasil não se tornou referência mundial na área de genética bovina por acaso. Os contínuos investimentos em melhoramento genético por parte dos criadores, os avanços das biotecnologias de reprodução e das pesquisas fizeram do zebu brasileiro um produto de grande aceitação no mercado internacional. O fato de o Brasil ter um eficiente controle da genealogia dos animais zebuínos, por meio do Serviço de Registro Genealógico das Raças Zebuínas (SRGRZ), confere ainda mais credibilidade à pecuária nacional. Além de ser modelo para outros países, o SRGRZ nos permite disponibilizar a pesquisadores e pecuaristas informações essenciais para o melhoramento genético do rebanho. Com tantos avanços na área genética e o crescimento constante do rebanho de animais registrados, a ABCZ tem buscado aprimorar seus serviços para garantir credibilidade aos dados que gera. Esse trabalho vem sendo realizado com total transparência e dentro das normas e exigências do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. É desta forma que também estamos tratando a denúncia a respeito da divergência do perfil alélico do touro gir Radar dos Poções. Logo que fomos informados oficialmente do problema, suspendemos o registro genealógico de nascimento dos produtos comunicados como filhos do touro. Também adquirimos uma dose de sêmen do reprodutor e doamos o material genético para o MAPA, para que o exame de DNA pudesse ser realizado e o caso esclarecido. A ABCZ está aguardando o posicionamento do MAPA sobre o caso para tomar as medidas cabíveis. Tenham
certeza de que os responsáveis pela falsificação serão punidos. Já os criadores vítimas dessa ação de má-fé, que tenham em seus plantéis produtos tidos como filhos do reprodutor em questão, deverão ter, de nossa parte, todo o apoio técnico para reestabelecer a verdade em suas genealogias. Estamos trabalhando na implantação do Banco de DNA de zebuínos, pois isso evitará futuras divergências de perfil alélico dos animais, como ocorreu no caso do Radar dos Poções. O Banco de DNA está sendo desenvolvido pela FAZU, com o apoio do Polo de Excelência em Genética Bovina/ Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e a ABCZ. Vale lembrar que em 73 anos de SRGRZ e mais de cinco milhões de registros efetuados, esta é a primeira vez que temos um caso dessa natureza. Temos certeza que se trata de um caso isolado, e não reflete a realidade da indústria de material genético do Brasil, um segmento formado por empresas sérias e comprometidas com o avanço genético de nosso rebanho, referenciais tecnológicos para todo o mundo.
“Com tantos avanços na área genética e o crescimento constante do rebanho de animais registrados, a ABCZ tem buscado aprimorar seus serviços para garantir credibilidade aos dados que gera”
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Revista ABCZ
ABCZ
ABCZ aguarda decisão do MAPA sobre caso Radar dos Poções
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Serviço de Registro Genealógico das Raças Zebuínas comunica que ainda está suspenso o registro de nascimento dos produtos filhos do touro Radar dos Poções - RGD A7368. Está em andamento a nova verificação do perfil alélico do touro. Esta verificação foi solicitada, pois houve uma denúncia por parte de um laboratório credenciado, devido à divergência do perfil alélico do referido reprodutor entre Laboratórios de Imunogenética credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A ABCZ é a entidade responsável pela dose utilizada para verificação do permanente. Após um levantamento de informações juntamente com o MAPA, a ABCZ adquiriu uma dose do touro Radar dos Poções e a doou ao MAPA para realiza-
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ção dos procedimentos. A partida da dose de sêmen foi confirmada pela Lagoa da Serra, e conferida por um Fiscal Agropecuário do MAPA e dois fiscais do Laboratório Nacional Agropecuário - Lanagro, em Pedro Leopoldo (MG), onde a amostra foi entregue para análise. A dose de sêmen para verificação foi enviada para os Estados Unidos no dia 13/12/2010. A situação do processo pode ser acompanhada pelo site do MAPA, o nº é 21000010191/2010-78. Segundo a Divisão de Fiscalização de Material Genético Animal, assim que o permanente for confirmado, o MAPA passará à ABCZ os procedimentos que deverão ser realizados para liberação e conferência dos produtos do Radar dos Poções. Foi realizada também coleta de amostras de material para DNA de produtos antigos do touro Radar dos Poções. Este material servirá de contraprova ao resultado obtido a partir do sêmen. Vanessa Barbosa Responsável Técnica do ETR/BH
“Edital de Convocação Assembleia Geral Ordinária”
e acordo com as disposições estatutárias, convoco os senhores associados da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu para reunirem-se em Assembleia Geral Ordinária, no dia 30 de março de 2011, às 14:00 horas, na sede da entidade, no Parque Fernando Costa, na Praça Vicentino Rodrigues da Cunha, 110, Bloco 01, Uberaba/MG, para tratar dos seguintes assuntos: a) Tomar conhecimento do relatório do Presidente; b) Discutir e votar o parecer do Conselho Fiscal sobre o balanço e contas do exercício anterior; c) A mesma assembleia deliberará, também, sobre a autorização, à Diretoria da ABCZ, para que faça promoções, com a finalidade de angariar fundos, para in-
vestimento em publicidade e marketing, relacionados à promoção das raças zebuínas e do agronegócio em geral. Deverá deliberar, ainda, sobre a possibilidade de a ABCZ fazer a aplicação de quantias em dinheiro, em programas relacionados à promoção mencionada, seja ela com recursos exclusivos da verba porventura angariada, seja com recursos próprios da entidade. Deverá deliberar, finalmente, sobre a possibilidade de a ABCZ participar como “Associada Contribuinte”, na Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócios - ABMR&A, entidade sem fins lucrativos, na qualidade de gestora de campanha de marketing institucional, bem como em qualquer outra entidade congênere, para as mesmas ou outras finalidades. Não havendo número legal na primeira convocação, ficam convocados, desde já, para a segunda convocação, às 15:00 horas, no mesmo local e dia aprazados. Eduardo Biagi - Presidente janeiro - fevereiro • 2011
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Editorial
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etentor do maior rebanho comercial do mundo, o Brasil está trabalhando para conquistar os mercados mais exigentes em relação à qualidade da carne. Os investimentos em tecnologia para formação de plantel de genética superior e nas outras etapas do sistema de produção, permitiram o avanço significativo do setor nos últimos anos. É um caminho sem volta. Manter-se no topo desse mercado, onde a concorrência é forte, exige uma incessante busca pela modernização em todos os elos da cadeia produtiva. O mesmo vale para o setor leiteiro, que vem trabalhando para futuramente estar entre os grandes exportadores de lácteos. Dentro da porteira, uma das formas de continuar essa evolução é investir em animais registrados e com avaliações genéticas positivas. Uma medida que vale para pequenas, médias e grandes propriedades, independente do tipo de pecuária que desenvolvem. Felizmente, o touro “pé duro” está perdendo espaço para o touro registrado. Com a grande demanda por reprodutores no Brasil, o mercado anda aquecido para quem produz machos com avaliação genética e registro genealógico. Este é o assunto de capa desta edição. Técnicos da ABCZ dão dicas de como comprar ou selecionar touros, os cuidados com nutrição e sanidade e quais características morfológicas merecem maior atenção. Dentro deste tema, ainda trazemos um balanço dos quatro anos do programa Pró-Genética, que tem possibilitado a pequenos e médios produtores rurais a adquirir reprodutores de qualidade. O excesso de burocracia na comercialização de gado de corte, seja ele rastreado ou não, é outro tema desta edição. Os pecuaristas reclamam que as inúmeras exigências deixam o processo oneroso, longo e complicado e têm levado muitos a abandonar a atividade. Por outro lado, a previsão da FAO de aumento do consumo de alimentos para os próximos anos tem animado os brasileiros, pois o Brasil seria um dos poucos países com capacidade para aumentar a produção de carne e leite. Continuando nosso giro pelo país, desta vez fomos conferir a pecuária do Pará, grande produtora de gado de corte e de bezerros. A atividade é o motor da economia local e aposta na melhoria do status sanitário para crescer ainda mais. Já no universo das exposições, o destaque é a 77ª ExpoZebu. O tema da feira este ano é tecnologia e qualidade. Com inscrições abertas, a expectativa é de que o evento tenha a participação de mais de três mil animais. Outros assuntos interessantes desta edição são: gerenciamento de pessoas, desmama racional de bezerros, volume e composição do leite de fêmeas zebuínas e uma despedida a um dos grandes colaboradores da revista ABCZ e da pecuária zebuína, o pecuarista Nelson Pineda, que faleceu em dezembro.
Larissa Viera Editora 06
Revista ABCZ
Órgão oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu Conselho Editorial
Eduardo Biagi, Frederico Diamantino, Gabriel Prata Rezende, Leila Borges de Araújo, Luiz Cláudio Paranhos, Mário de Almeida Franco Júnior, Randolfo Borges Filho, Luiz Antonio Josahkian, Agrimedes Albino Onório e João Gilberto Bento. Editor e Jornalista responsável: Larissa Vieira. Repórteres: Laura Pimenta, Renata Thomazini e Márcia Benevenuto. Fotos (exceto as especificadas nos créditos): Maurício Farias. Colaboradores: Patrícia Peixoto Bayão. Redação: (34) 3319 3826 • larissarvieira@netsite.com.br Revisão: Sandra Regina Rosa dos Santos. Departamento Comercial: (34) 3336-8888 Miriam Borges (34) 9972-0808 - miriamabcz@mundorural.org Jasminor Neto (34) 9108-1217 - revista.abcz@mundorural.org Walkíria Souza (35) 9135-6360- walkiriaas@mundorural.org Assinaturas: (34) 3319-3984 • assinatura@abcz.org.br Projeto gráfico: Dgraus Design • contato@dgraus.com.br Diagramação: Cassiano Tosta, Gil Mendes e Issao Ogassawara Jr. Produção gráfica: Rodrigo Koury. Impressão - CTP: Gráfica Bandeirantes. Tiragem: 12.800 exemplares. Capa: Nativa Propaganda
Diretoria da ABCZ (2010-2013) Presidente: Eduardo Biagi 1º Vice-pres.: Jonas Barcellos Corrêa Filho. 2º Vice-pres.: Jovelino Carvalho Mineiro Filho. 3º Vice-pres.: Gabriel Prata Rezende Diretores Antonio Pitangui de Salvo, Carlos Alberto de Oliveira Guimarães, Celso de Barros Correia Filho, Frederico Diamantino Bonfim e Silva, José de Castro Rodrigues Netto, Leila Borges de Araújo, Luiz Antônio Fellippe, Luiz Cláudio de Souza Paranhos Ferreira, Mário de Almeida Franco Júnior, Orestes Prata Tibery Júnior, Rafael Cunha Mendes, Ricardo Caldeira Viacava, Vilemondes Garcia Andrade.
Assessorias Jurídica: Gilberto Martins Vasconcelos. Relações Públicas: Keite Adriana da Silva Conselheiros Consultivos: Acre: Adálio Cordeiro Araújo, Nilo Lemos Baptista da Costa e Roque Reis Barreiro Júnior; Alagoas: Álvaro José de Monte Vasconcelos, Celso Pontes de Miranda Filho e Marcos Ramos Costa; Bahia: Carolina Nascimento Pedreira, Aroldo Cedraz de Oliveira e Manoel Messias de Sousa Oliveira; Ceará: Francisco Roberto Pinto Leite, Francisco Feitosa Albuquerque Lima e Gerardo Majela Fonteles; Distrito Federal: Antônio Carlos Gonçalves de Oliveira, Gil Pereira e Virgílio César de Castro; Espírito Santo: Cláudio Antônio Coser, Nabih Amin El Aouar e Paulo Cezar Gallo; Goiás: Clenon de Barros Loyola Filho, Eurípedes Barsanualfo da Fonseca e Marcos Antonio Astolphi Gracia; Maranhão: Cláudio Donisete Azevedo, Nelson José Nagen Frota e Ruy Dias de Souza; Mato Grosso: Jairo Machado Carneiro Filho, Maria Auxiliadora Castro Arcângelo e Olímpio Risso de Brito; Mato Grosso do Sul: Cícero Antônio de Souza, Francisco José de Carvalho Neto e José Carlos Costa Marques Bumlai; Minas Gerais: Arthur Souto Maior Fillizzola, Cristiano Prata Rezende e Ronan Eustáquio da Silva; Pará: Carlos Gonçalves, Djalma Bezerra e Luiz Guilherme Soares Rodrigues; Paraíba: Paulo Roberto Miranda Leite, Pompeu Gouveia Borba e Waldevan Alves de Oliveira; Paraná: Alexandre Lopes Kireeff , Gustavo Garcia Cid e Waldemar Neme; Pernambuco: Carlos Fernando Falcão Pontual, José Carlos Neves Lobo Silva e Marcelo Alvarez de Lucas Simon; Piauí: Hélio Fonseca Nogueira Paranaguá, José de Ribamar Monteiro Silva e Lourival Sales Parente; Rio de Janeiro: Aprígio Lopes Xavier, Jorge Sayed Picciani e Rosana Guitti Gamba; Rio Grande do Norte: Camillo Collier Neto, Kleber de Carvalho Bezerra e Orlando Cláudio Gadelha Simas Procópio; Rio Grande do Sul: Luiz Gonzaga Xavier Marafiga, Pedro Monteiro Lopes e Valdir Ferreira Rodrigues; Rondônia: Alaor José de Carvalho, José Ribeiro Junqueira Neto e Marco Túlio Costa Teodoro; São Paulo: Antônio Paulo Abate, José Amauri Dimarzio e José Luiz Niemeyer dos Santos; Sergipe: João Carvalho Pinto, Max Soares Santana e José Carlos Machado; Tocantins: Aloísio Borges Júnior, Epaminondas de Andrade e José Rubens de Carvalho.
Conselheiros Fiscais: Efetivos: Aloísio Garcia Borges, Delcides Barbosa Borges, Marcelo Machado Borges, Luiz Henrique Borges Fernandes, Rui Barbosa de Souza. Suplentes: Euclides Prata dos Santos Neto, Fábio Melo Borges, Flávio Miguel Hueb, Luiz Fernando Rodrigues da Cunha, Wagner de Lourenço Mendes.
Superintendências Geral: Agrimedes Albino Onório. Adm-financeira: José Valtoírio Mio. Marketing: João Gilberto Bento. Técnica: Luiz Antonio Josahkian. Informática: Eduardo Luiz Milani. Técni ca-adjunta de Melhoramento Genético: Carlos Henrique Cavallari Machado. Técnicaadjunta de Genealogia: Carlos Humberto Lucas. Coordenador do Departamento de Jurados das Raças Zebuínas: Mário Márcio de Souza da Costa Moura. Associação Brasileira dos Criadores de Zebu – ABCZ
Praça Vicentino Rodrigues da Cunha, 110 • Bloco 1 • Cx. Postal 6001 • CEP.: 38022-330 Uberaba (MG) • Tel.: (34) 3319 3900 • Fax: (34) 3319 3838
www.abcz.org.br
Índice
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Pará
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Revista ABCZ
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Pecuária no Brasil
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ABCZ aguarda decisão do MAPA sobre caso Radar dos Poções
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Curso oferece credenciamento para ultrassom em bovinos de corte
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Fé nas pessoas
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Edital de convocação
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Necessidade de gestão
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Editorial
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Capacitação da mão-de-obra na pecuária
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Entrevista:
68
Vitrine do Zebu
14
Sistemas agroflorestais
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Zebu: Além da Fronteira
18
Sustentabilidade X Aumento De Consumo
72
Desmama racional
22
Burocracia em excesso
76
Artigo Técnico
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Pará: Vocação para produzir
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Credibilidade e consistência para o zebu leiteiro
34
Pais do lucro
82
Tabelas PMGZ
38
Quatro anos de sucesso
93
Sumário de avaliação genética do PMGZ
42
Zebu tecnológico
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Registro
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Exposições
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Novos Associados
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Os ideais continuam
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Comunicado técnico
52
Antioxidantes naturais e seus efeitos sobre a cor e nível oxidativo de carne bovina
97
ABCZ Serviços
98
Receita
pág.
28
Pais do lucro
58
64
72
pág.
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foto: Miguel Jr.
Entrevista
Zebu preparado para o futuro
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ABCZ deu a largada para elaboração do Plano Estratégico de Gestão. O objetivo é identificar necessidades de adequações para o aprimoramento da qualidade no atendimento aos associados e clientes, e manter calibrada a engrenagem de interação que move as relações com parceiros e fornecedores. O modelo escolhido, para identificar áreas e serviços onde há maior potencial de crescimento e as que merecem mais atenção ou dependem de investimentos para fazer mudanças, é o democrático! A urna de madeira, discreta e simples, materializa o conceito de abertura e transparência do processo. Nela colaboradores, associados e todo profissional envolvido nos segmentos das cadeias produtivas da carne e do leite podem depositar opiniões, sugestões e direcionar comentários para ações isoladas, programas de fomento da ABCZ, atendimento em setores técnicos, administrativos e de serviços. O trabalho é capitaneado pela equipe do professor Marcos Fava Neves, coordenador do curso de Planejamento da USP de Ribeirão Preto. Os profissionais com muita experiência em desenvolvimento de cooperativas e associações de classe do setor agropecuário, não são desconhecidos do público da ABCZ. Eles já atuaram junto ao Brazilian Cattle, ao Instituto Brasileiro de Frutas - IBRAF, à Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos - CITRUS-BR, à União da Indústria de Cana-de-Açúcar - Unica, ao Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas –SEBRAE - nos estados de São Paulo e Minas Gerais, ao Fundo de Defesa da Citricultura – Fundecitrus, à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba - Codevasf, cadeias da cana, laranja, leite, trigo, Coopercitrus, e pelo menos mais 20 projetos no Brasil. Nesta entrevista, Marcos Fava fala como será feito este trabalho, as possibilidades de crescimento das raças zebuínas nos mercados interno e externo, quais pontos o setor precisa melhorar e o potencial do agronegócio brasileiro. 10
Revista ABCZ
Por: Márcia Benevenuto
ABCZ: Qual é a importância do Plano Estratégico para uma entidade como a ABCZ? Marcos Fava: O Planejamento Estratégico é de grande importância, pois fortalece o posicionamento da associação em um mercado cada vez mais competitivo. A ABCZ, como uma entidade de grande representatividade nacional, precisa de diretrizes para alcançar seus objetivos, ou seja, precisa traçar um “norte” para desenvolver projetos que visem atender a demanda de seus associados e das necessidades da pecuária nacional e, através de uma análise profunda de variáveis internas e externas à organização, é possível identificar essas necessidades e dificuldades dos associados, enxergar as oportunidades no mercado e traçar caminhos para alcançar os objetivos futuros. ABCZ: Como sua equipe consegue indicar rotas menos turbulentas para as raças zebuínas e as empresas ligadas alçarem voo e pousarem definitivamente no mercado global? Marcos Fava: Para se conseguir essas rotas menos turbulentas é preciso um grande trabalho focado no estudo de toda a cadeia pecuária, não apenas em nível nacional como também estudar outras instituições internacionais, como Australian Brahman Breeders Association, American Hereford Association, observando o que elas fazem e adaptar as nossas necessidades. Além disso, é muito importante ouvir todos os elos da cadeia, como pequenos pecuaristas, grandes agropecuárias, selecionadores de genética, frigoríficos, associações, etc. Desta forma, é possível identificar a realidade e apontar as necessidades, fraquezas, bem como os pontos fortes e as oportunidades focadas para cada mercado, pois cada mercado possui
suas exigências e demandas. O mundo cada vez mais reconhece o Brasil como “fornecedor mundial de alimentos”; portanto, é de extrema importância que possamos traçar objetivos para atender essas demandas, já que somos os maiores exportadores mundiais de carne. ABCZ: Em sua opinião, qual a dimensão do zebu e potenciais de crescimento interno e externo nas interfaces da produção de carne, leite e genética? Marcos Fava: As raças zebuínas são e serão de extrema importância para o Brasil e para o mundo. No Brasil, a maior parte do rebanho é de gado zebuíno. Visto que, devido ao crescimento da população mundial, nos próximos 10 anos teremos que dobrar a produção de alimentos e o Brasil é o grande participante dessa demanda. No caso da carne, não é diferente. O país é o maior exportador mundial de carne, e sua eficiência em produção é importante para o mercado externo. Assim as perspectivas de crescimento para o gado zebuíno são muito grandes tanto para o mercado interno quanto para o mercado externo. Para o gado de leite a atenção deve focar a viabilidade econômica da escala de ordenha. Não se pode concentrar esforços apenas em aprimoramento genético; é preciso desenvolver os sistemas de produção, manejo, nutrição animal, sanidade e qualidade do produto. Temos que alinhar genética e manejo na mesma velocidade e rumo. ABCZ: Há previsões de quebra de produção de algumas commodities agrícolas em várias partes do mundo. A pecuária do Brasil pode ser favorecida de que forma por este fator? Marcos Fava: Em 2010, os produtores nacionais de alimentos abasteceram o mercado brasileiro, competiram com os produtos importados que invadiram as gôndolas devido ao real valorizado e, ao proporcionarem uma exportação recorde de US$ 76 bilhões, permitiram grande ingresso de recursos no país. A receita com exportações atuou como força propulsora da valorização do real, que ajuda no controle da inflação. O respeito internacional que nosso agronegócio conquistou é indescritível. Todos querem saber mais para entender o que fizemos e da nossa capacidade de suprir o mundo de alimento e energia renovável de maneira sustentável e única. Para coroar, recebemos agora o excelente endosso da respeitada revista “Economist” (26/08), que diz: “o mundo está enfrentando janeiro - fevereiro • 2011
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foto: Miguel Jr.
Marcos Fava Neves: “ABCZ é sempre líder e inovadora!”
uma crise na produção de alimentos e deveria aprender com o Brasil”. Podemos listar alguns pontos que sinalizam o caminho correto a ser percorrido, em termos de resultados a longo prazo, para a produção sustentável da pecuária e de alimentos em geral: *Expandir horizontalmente a produção em novas áreas, com sustentabilidade ambiental. *Expandir verticalmente e no mesmo espaço aumentar lotação ou produção com investimentos em tecnologia. *Redução das tarifas de importação, queda de barreiras importantes e protecionismo. Os preços de certos alimentos são artificialmente inflacionados. Como exemplo, cito a carne bovina. Uma rede varejista internacional compra o produto brasileiro. Na União Europeia eles vendem o mesmo corte com preço 4 ou 5 vezes mais alto do que nas lojas do Brasil ou da Argentina. O novo patamar alcançado pelos preços das commodities agrícolas pode permitir que os produtos locais sejam competitivos. *Outras taxações e impostos internos sobre gêneros alimentícios poderiam também ser reduzidos pelos governos a fim de aliviar as pressões nos preços. *Investimentos em logística internacional. Os governos deveriam aumentar seus investimentos nessa área e a sociedade deveria trabalhar mais para promover as mudanças institucionais necessárias e assim facilitar a privatização de portos, estradas, aeroportos, ferrovias e outros equipamentos logísticos para distribuição de alimentos através de parcerias público-privadas (PPPs). *Redução dos custos de transação, através de reformas institucionais. Grandes cadeias internacionais de alimentos são mal coordenadas, apresentam redundâncias, usam mal os ativos e são vitimas de corrupção, oportunismo e outras ineficiências responsáveis 12
Revista ABCZ
por grande parte das perdas, aumento dos custos e manutenção de agentes que não adicionam valor à cadeia de alimentos. *Cooperativas, associações de produtores e outros movimentos coletivos de produtores comprovadamente sérios e eficientes devem ser ouvidos e fortalecidos. *Manter e aumentar investimentos em pesquisas, fomentar o profissionalismo e o uso de tecnologia, e estimular preços funcionam como injeções de incentivo para o crescimento da produção. ABCZ: Quais são nossas deficiências? Onde a cadeia produtiva precisa cuidar mais para ser o principal player mundial? Marcos Fava: Para conseguir ser um grande player é necessário fazer com que a tecnologia chegue ao campo, a todos os pecuaristas, mesmo que pequenos. Não podemos esquecer do crescimento sustentável, e nisso temos grande vantagem em nosso gado zebuíno que consegue ser criado em todo seu ciclo de vida a pasto. Além disso, temos que mostrar a nossa marca e nossa qualidade para o mundo, mostrar o quanto somos bons e nossa carne e leite tem qualidade para valorizar nossa produção. Num cenário de demanda mundial futura fortemente crescente com a produção de alimentos tendo que dobrar, e com nossas condições competitivas sem subsídios, um exercício mantendo nossa taxa de crescimento das exportações na década (eram de US$ 23 bilhões em 2001) temos a chance de sonhar com US$ 200 bilhões de exportação em 2020. Para atingir este objetivo, necessitamos de um plano estratégico fundamentado principalmente na “criação e captura de valor nas cadeias produtivas integradas”, via três eixos ou pilares: custos, diferenciação e ações coletivas.
Meio ambiente
foto: Ana Ruth de Zamora
Sistemas agroflorestais para a sustentabilidade na pecuária
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ão extremamente variáveis os impactos causados pelas atividades humanas sobre comunidades vegetais, onde áreas extensas de florestas são reduzidas ou totalmente dizimadas para a ocupação de pastagens ou culturas. Dentre os maiores problemas enfrentados pela pecuária brasileira estão a degradação de pastagens, causando grandes prejuízos econômicos e ambientais, sendo a principal atividade degradadora do solo em termos de extensão. Com isso, tem se tornado cada vez maior a busca de estratégias que promovam a recuperação dessas áreas degradadas e, dentre os modelos alternativos, ou tecnologias agroecológicas sustentáveis, destacam-se os sistemas agroflorestais (SAF’s). Para Macedo (2000), os SAF’s têm sido utilizados para atender a produção de alimentos, associando cultivos agrícolas com manejo de espécies florestais de valor comercial; a produção de “plantações energéticas” combinadas com cultivos agrícolas ou pastagens e a valorização das pastagens naturais e melhoradas. Vários conceitos para sistemas agroflorestais têm sido propostos. A definição adotada pelo International Center for Research in Agroforestry (ICRAF) é que sistemas agroflorestais são tecnologias de uso da terra onde lenhosas e perenes são usadas com culturas agrícolas e/ou animais na mesma área, com alguma forma de arranjo espacial e sequência temporal. Quanto as associações dos componentes, os SAF’s são 14
Revista ABCZ
classificados por Souza (2005) como Sistemas Silviagrícolas; Sistemas Silvipastoris, sendo uma das tecnologias e processos de produção ambientalmente viáveis para que a pecuária brasileira se torne mais competitiva; e Sistemas Agrossilvipastoris. Para Dias-Filho (2007), os sistemas silvipastoris (SSP’s) têm como objetivo principal a suplementação da dieta do gado, durante períodos de baixa produtividade do pasto, por meio do consumo da folhagem e frutos produzidos pelas árvores, já que consorciam árvores aos animais e/ou a pastagem para produção de madeira, celulose, frutos, carvão e alimento para animais domésticos. Como componente dos SSP’s, a biomassa das árvores contribui para melhorar a fertilidade do solo, aumentar a disponibilidade de nitrogênio (N) para as forrageiras herbáceas e melhorar a qualidade da forragem, além de gerar renda extra pela venda e/ou uso de postes, mourões, lascas e madeira (MELLOTO et al, 2009). Castro e Paciullo (2006) citam, ainda, que o sistema radicular das árvores também contribui na modificação da porosidade do solo e da taxa de infiltração de água, reduzindo sua erodibilidade.
Por: Ana Carolina Alves Silva
Porfírio-da-Silva (2009) comenta que sob estresse térmico ocorrem disfunções homeotérmicas que afetam a eficiência na conversão de alimentos contribuindo para a emissão de metano pelos bovinos. Ele completa ainda que essa prática atende também aos hábitos dos animais de se roçarem nos troncos das árvores, manifestando sua defesa natural contra bernes e carrapatos. De acordo com estudos realizados por pesquisadores da Embrapa Gado de Leite, a arborização permite uma distribuição mais apropriada da ruminação durante o dia e garante mais tempo de descanso, além dos fatores de conforto térmico refletir no desempenho produtivo e reprodutivo dos animais. O estresse pelo calor reduz a taxa de concepção e peso ao nascer dos bezerros, afetando a fertilidade do rebanho. Outro benefício é a melhoria na atividade biológica do solo, principalmente se a árvore for capaz de associar-se a microrganismos que fixem o nitrogênio do ar, como ocorre com certas leguminosas (DIAS-FILHO, 2007). Os sistemas agroflorestais ou silvipastoris ainda promovem o sequestro de carbono por meio do processo fotossintético; contribui no processo de regulari-
zação da vazão dos mananciais hídricos e garantem uma maior estabilidade ecológica das áreas de regeneração natural, áreas de preservação permanente (APP) e área de reserva legal (SOUZA, 2005). As espécies introduzidas podem controlar ou reduzir o desenvolvimento da toxidez do solo existente bem como da acidificação e salinização (SANTOS, 2000). O valor nutritivo das forragens também é influenciado pelo sombreamento. Paciullo e Aroeira (2006) indicam uma tendência de redução dos teores de fibras (FDN) e aumento da digestibilidade em pastagens compostas por Brachiaria decumbens sombreadas, sendo de 76% a pleno sol e uma redução de 73% sob a copa das árvores. Os teores de proteína bruta também foram influenciados pela luminosidade, sendo 29% maiores na sombra do que no sol. Quanto a digestibilidade, o capim apresentava valores de 53% mais elevados à sombra contra 48% dos valores obtidos a sol. Os autores completam ainda que o efeito do sombreamento na digestibilidade varia conforme a espécie de pastagem escolhida pelo produtor, o grau de sombreamento e as condições climáticas, como temperatura e umidade. Castro e Paciullo (2006) citam que vários estudos indicam que as gramíneas forrageiras tolerantes à redução da luminosidade apresentam crescimento satisfatório à sombra moderada. Assim, nos sistemas silvipastoris a densidade de árvores não deve ser superior àquela que intercepte, aproximadamente, 40% da radiação solar incidente. Ensaios a campo conduzidos na Embrapa Gado de Leite apontam que tal interceptação pode ser obtida com o espaçamento de 3 x 3 m, desde que as espécies arbóreas sejam distribuí-
foto: Maurício Farias
das em faixas e possuam adequada arquitetura de copa. A retirada dos galhos (desrama) até a altura aproximada de 6 m é outro procedimento que pode ser adotado para aumentar a passagem de luz para o sub-bosque, ainda contribuindo para melhorar a qualidade da madeira destinada à laminação e serraria. Uma pesquisa realizada na Nicarágua, na época seca, citada por Dias-Filho (2007), mostrou que o percentual de tempo gasto no pastejo por vacas mestiças Pardo-Suíça com Zebu foi maior em pastos com cobertura de árvores, enquanto que os percentuais de tempo gasto na ruminação e descanso tenderam a ser maiores nas pastagens com menor cobertura arbórea. Ainda nesta pesquisa, a produção média de leite foi 29% mais alta nas vacas dos pastos sombreados. Os estudos realizados por Paciullo e Aroeira (2006) demonstram que os sistemas silvipastoris constituem eficiente método para criação de animais especializados na produção de leite e resultam em maior procura dos animais por ambientes sombreados durante o verão. No inverno, as vacas mestiças em lactação permaneceram 43% do tempo de pastagem à sombra das árvores, enquanto que, no verão, este percentual subiu para 69%. Em termos econômicos, Macedo (2000) cita que os custos de implantação e manutenção podem ser mantidos
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entre limites aceitáveis para o pequeno produtor e conduzem a menores riscos econômicos para os produtores, já que há uma maior diversificação da produção em cada propriedade. Os SSP’s teoricamente têm o potencial de diversificar a renda da propriedade rural pela possibilidade de comercialização dos produtos gerados pelas árvores, como madeiras, frutos, óleos, resinas, além de agregar valor à área (DIAS-FILHO, 2007). De acordo com Silva (2007), os mecanismos da certificação de origem sustentável, tanto da carne, do leite, do couro, quanto da madeira são melhores atendidos quando produzidos em pastagens arborizadas, bem como suas cadeias de custódia. Já em termos sociais, Souza (2005) cita que, quando bem planejada e em parceria com a agroindústria, gera emprego e aumento de renda, além de permitir um melhor aproveitamento da mão-de-obra. Macedo (2000) completa que este sistema diminui o êxodo rural pelo fato de manter o solo produtivo por longos períodos e torna o trabalho no campo mais confortável, pois à sombra, o trabalho se torna mais produtivo, além de preservar a saúde do homem. Esta tecnologia proposta permite não apenas a recuperação de pastagens que estejam em diferentes estágios de degradação, constituindo-se, também, em um modelo de exploração pecuária capaz de controlar e minimizar a erosão, proporcionar melhoria da fertilidade do solo e contribuir para elevar a disponibilidade de forragem ao longo do ano, garantindo a sustentabilidade da exploração pecuária. Os sistemas silvipastoris utilizados como estratégia de restauração têm o desafio de facilitar a adoção de práticas restauradoras de ecossistemas e de possibilitar sistemas de produção ecologicamente equilibrados, que contribuam para a recuperação de forma global. • Ana Carolina Alves Silva Bióloga e gestora ambiental
Revista ABCZ
foto: Jadir Bison
Mercado
SUSTENTABILIDADE X AUMENTO DE CONSUMO
Um desafio possível
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sustentabilidade na pecuária vem dominando a pauta de discussões do setor nos últimos anos. Apesar de previsões pessimistas, especialista acredita que o Brasil tem todas as ferramentas para despontar como o grande fornecedor mundial de carne bovina sustentável Abastecer um mercado em constante crescimento com carne produzida de forma sustentável. O tema é, por si só, contraditório e vem gerando debates em todo o mundo. Enquanto a cadeia produtiva do setor e especialistas esperam por um aumento contínuo do consumo, a Agência para Alimentos e Agricultura da Organização das Nações Unidas (FAO) estima que, no futuro, o produto desaparecerá como produto de massa. 18
Revista ABCZ
Durante o Congresso Mundial da Carne, realizado em outubro, em Buenos Aires, Henning Steinfeld, chefe do setor de análise e políticas para produção animal e divisão de saúde do Departamento de Agricultura da FAO, avaliou que, em função das crescentes exigências para produção de carne de uma forma sustentável, o produto deixará de ser uma commodity num mundo com a população em crescimento. A agência estima que o consumo de carnes em geral deve dobrar em 2050, mas o aumento da produção da carne bovina será pequeno.
Por: Patrícia Peixoto Bayão
Fernando Sampaio, coordenador de Sustentabilidade da Abiec
queda na oferta por conta do grande abate de matrizes quatro anos atrás. De qualquer forma, hoje há cortes que são mais vendidos no mercado interno do que no externo”.
foto: divulgação
A revolução da pecuária brasileira
Ainda segundo Steinfeld, as restrições sobre países que produzem gado de forma extensiva – como Brasil, Argentina, Índia e Etiópia – crescerão, impulsionadas pela necessidade de diminuir as emissões de gases de efeito estufa e, para reduzir o impacto ambiental da pecuária bovina, os países produtores terão de investir em ganho de eficiência e em melhorias genéticas. Coordenador de Sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio avalia que as projeções para o Brasil são mais otimistas do que as da FAO. O crescimento da demanda mundial por carne bovina já é uma realidade, ocasionada pelo aumento da população e da renda dos consumidores, principalmente nos mercados emergentes, que ainda registram um consumo baixo de carne per capita. “Há uma relação direta entre renda e consumo de carne. Na primeira oportunidade financeira que tem de melhorar sua dieta, o consumidor aumenta o consumo, pois as famílias sabem a importância nutricional da proteína animal, especialmente para as crianças em crescimento. Aqui mesmo no Brasil percebemos isso, já que a demanda do mercado interno tem sido cada vez mais importante”, explica. Na avaliação de Sampaio, o aumento da renda dos consumidores é um dos fatores que explicam a alta nos preços do produto. “Além da demanda alta, houve uma
Para Sampaio, que participou dos debates em Buenos Aires, ao fazer sua estimativa, a FAO não considerou a grande revolução tecnológica que a pecuária brasileira está atravessando: investimento em genética, nutrição animal, manejo de pastos, integração lavoura-pecuáriafloresta (ILPF). “Tudo isso leva a uma maior eficiência da pecuária. E quanto mais eficientes nos tornamos, mais iremos reduzir as emissões de gases de efeito estufa, porque aumentamos a taxa de desfrute e reduzimos a idade de abate. Teremos mais animais prontos e em menor tempo”, esclarece o coordenador da Abiec. Ele ainda cita pesquisa realizada pelo professor Paulo Mazza, da FMVZ-USP/Pirassununga, que mostra que, nos últimos 20 anos, dentre todos os maiores exportadores de carne bovina, o Brasil foi o país que mais reduziu emissões de metano por quilo de carne produzida. Sampaio acredita que nenhum outro país tem o potencial do Brasil para aumentar a produção e ao mesmo tempo preservar seus recursos naturais. “A área de pastagens no Brasil nos últimos anos tem diminuído e não aumentado. Antigas áreas de pastagens têm sido convertidas em cana-de-açúcar, soja e eucalipto. Isso é especialmente visível no Mato Grosso do Sul, por exemplo. A legislação ambiental fez com que a abertura de novas áreas na fronteira agrícola do norte do Mato Grosso e no sul do Pará se tornasse cada vez mais difícil. O desmatamento ainda acontece em regiões onde a floresta, na forma de madeira e carvão, é a fonte mais óbvia de renda, mas, de forma geral, o desmatamento na Amazônia caiu para níveis recordes, e é importante lembrar que tanto a moratória da soja como a da carne, assinada pelos três maiores frigoríficos do país, contribuíram para isso”, frisa. Ainda de acordo com Sampaio, em nenhum outro país o setor produtivo assume um peso tão grande na preservação ambiental como no Brasil por causa do Código Florestal. “É possível, sim, aumentar a produção sem desmatamento. A chave para isso é a tecnologia, e nisso temos a melhor do mundo”, completa.
Intensificação da produção Para sobreviver na atividade, o pecuarista brasileiro não tem outra saída senão a intensificação, avalia Sampaio. janeiro - fevereiro • 2011
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Dentro desse quadro, há uma série de técnicas que podem ser adotadas, desde as mais simples – como rotação de pastagens, mineralização e medicação adequada – até as mais sofisticadas, como, por exemplo, inseminação artificial, creep feeding (sistema de suplementação para bezerros), adubação, confinamentos e ILPF. Quanto mais eficiente a atividade, melhor para o meio ambiente, pois menor a necessidade de novas áreas, menor a emissão de gases, menor uso de água e maior o estoque de carbono no solo. “O governo sabe das metas que assumiu e criou linhas de crédito específicas para isso dentro do programa ABC do MAPA, por exemplo. Porém, o mais importante de tudo é a gestão da atividade. Não adianta investir em tecnologia sem saber calcular seu custo de produção”, ressalta.
Desafio global, soluções regionais A Conferência Mundial sobre Carne Sustentável, organizada pela WWF, em novembro, na cidade americana de Denver, também foi palco de discussões sobre pecuária sustentável e reuniu, principalmente, indústrias e pecuaristas americanos, australianos e brasileiros. “Em Denver, concluímos que, apesar de os desafios serem globais – no que diz respeito ao uso de solo, água, emissões e proteção de comunidades –, as soluções precisam ser regionalizadas”, conta o coordenador de sustentabilidade da Abiec, que participou do evento. “Brasileiros, americanos e australianos têm realidades, ecossistemas e regulamentações completamente diferentes. Mesmo dentro do Brasil, a pecuária no Pantanal não pode ser a mesma que a do sul do Pará, Goiás ou Rio Grande do Sul. O importante é evoluir em suas realidades respectivas, e isso estamos fazendo”, explica. Sampaio lembra ainda que enquanto entidades como
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Uso da inseminação artificial é uma alternativa para intensificar a produção
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a WWF começam a se preocupar com a produção pecuária sustentável, o Brasil vem trabalhando no assunto há cerca de 100 anos. “A ESALQ tem cem anos; o Instituto de Zootecnia de Nova Odessa tem cem anos; o herd book do zebu é de 1915, ou seja, há quase cem anos a ABCZ trabalha a genética do gado brasileiro; a Embrapa é de 1973, quase quarenta anos trabalhando na produtividade na pecuária”, analisa. Para o coordenador, o que aconteceu no passado não irá obrigatoriamente se repetir no futuro. “É claro que o planeta não poderá aguentar nove bilhões de pessoas em 2050 se hoje o impacto de uma população de mais de 6 bilhões já é grande. Mas as coisas evoluem, a pecuária evoluiu no Brasil e irá evoluir ainda mais, pois seu potencial produtivo está ainda longe de ser alcançado”, analisa. Nesse contexto, Sampaio lembra que os Estados Unidos têm um rebanho que é a metade do brasileiro, porém a produção americana é maior: “Imaginem o que podemos fazer com um rebanho de 200 milhões de cabeças”.
Diálogo De acordo com Sampaio, o diálogo entre os elos da cadeia produtiva é extremamente importante para que essa evolução na pecuária brasileira seja otimizada. “Em Denver, apresentamos o Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), do qual Abiec e ABCZ também fazem parte. O grupo é uma iniciativa única no mundo que reúne stakeholders tão diferentes quanto bancos, supermercados, indústrias, produtores e sociedade civil, mas todos com vo mesmo interesse, fazer a cadeia evoluir”, conta. O GTPS, segundo o coordenador de Sustentabilidade da Abiec, não tem a função de ditar regras aos produtores. Sua função é estudar soluções técnicas para a produção sustentável e encontrar maneiras de financiar e disseminar essas soluções. “É um exemplo que estamos dando ao mundo”, finaliza.
foto: Maurício Farias
Mercado
Pecuaristas reclamam da burocracia no sistema de rastreabilidade na comercialização de gado e da falta de controle sobre o produto na venda para os frigoríficos. Setor pede mudanças, sob pena de mais produtores saírem da atividade
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desburocratização do sistema de rastreabilidade e da comercialização do rebanho nacional – rastreado ou não – é uma das principais reivindicações dos produtores de carne brasileiros. O problema atinge tanto o pecuarista cuja propriedade é certificada para exportar para a União Européia (UE), quanto aquele que tem sua produção voltada ao mercado interno e a países que não exigem a rastreabilidade do rebanho. Porém, no primeiro caso, o processo é mais oneroso, longo e complicado. “É um processo totalmente teórico, nem um pouco prático. As exigências, a cada dia, ficam mais absurdas. São procedimentos sem justificativa, sem razão 22
Revista ABCZ
de ser. Não trazem vantagem para o pecuarista, só preocupação”, avalia o pecuarista e presidente do Sindicato Rural de Uberlândia (MG), Paulo Ferolla. Custos com brincagem dos animais e certificação da propriedade pesam no bolso e dão muito trabalho ao produtor, mas são apenas o início do processo para os interessados no mercado europeu. Rafael Mendes, pecuarista e diretor da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), explica que para a fazenda ser
foto: Maurício Farias
Por: Patrícia Peixoto Bayão
O pecuarista Paulo Ferolla afirma que exigências são absurdas
certificada para fornecer ao mercado europeu é preciso cumprir uma longa lista de exigências, que vai desde a relação de cada animal, com idade, raça e brincagem até os medicamentos usados nos animais, por exemplo. “O produtor faz tudo certo, mas às vezes falta apenas um documento. Ou seja, uma burocracia que gera uma não-conformidade, que pode desclassificar a propriedade, no caso da certificação, ou o lote a ser exportado”, avalia. Mendes conta que este ano, com a prolongada seca no Centro-Oeste do país, muitos pecuaristas tiveram problemas com a rastreabilidade de seu rebanho. “Por causa da seca, foi preciso retirar o gado da fazenda e levar para uma terra arrendada, com pasto. O fato de tirar o animal de sua propriedade e levar para um arredamento faz com que se perca toda a rastreabilidade, porque esse arrendamento é provisório, não é uma propriedade rastreada”, explica. Ferolla, proprietário de fazenda certificada no Triângulo Mineiro, conta que já perdeu bons negócios por causa da burocracia do sistema de rastreabilidade. “Perdi o credenciamento de uma fazenda em Uberaba (MG) por causa de uma bobagem. Após um ano, veio uma missão para fazer outra fiscalização e nenhuma
irregularidade foi encontrada”, conta. Porém, no relatório de fiscalização a numeração dos brincos existentes na propriedade foi registrada de forma equivocada, o que impediu o recredenciamento da fazenda. “O que não dá para entender é que para comprar os brincos precisa-se pedir autorização para o ministério (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA); depois, é preciso informar quais brincos foram usados, para dar baixa. Ou seja, ninguém melhor que o MAPA para saber a numeração dos brincos que não foram usados”, explica. O credenciamento da propriedade foi suspenso e a situação só foi regularizada após 40 dias. “Por causa disso, perdi bons negócios. Tive a oportunidade de vender a um preço bom por arroba, mas não pude, porque o credenciamento estava suspenso por um erro que não foi meu. O que mais importa nisso tudo é a parte de sanidade do gado, e neste aspecto o Brasil tem o melhor rebanho do mundo. Nenhum país tem um rebanho com a qualidade do brasileiro em termos de sanidade. Isso é que deveria ser olhado”, avalia o pecuarista.
Comercialização Pegando como exemplo o estado de Mato Grosso, maior produtor nacional de carne segundo o IBGE, é possível ver o tamanho da burocracia envolvida na comercialização do gado para os frigoríficos. Além do pagamento antecipado de tributos, contribuições e taxas federais e estaduais – GTA (Guia de Trânsito Animal), FETHAB (Fundo Estadual de Transporte e Habitação), FABOV (Fundo de Apoio à Bovinocultura), FESA (Fundo Emergencial de Saúde Animal) e TSEs (Taxas sobre Emissão) –, o pecuarista se vê às voltas com preenchimento, emissão, impressão e fotocópias de documentos, e deslocamentos para validação de toda documentação. “É preciso ainda que o produtor confirme na Secretaria de Estado de Fazenda do Mato Grosso (SEFAZ-MT) se a situação do frigorífico está regular, sob pena de o produtor ter de pagar o imposto que caberia à indústria. O mesmo acontece com o frigorífico. Ou seja, fazemos o trabalho do Estado, fiscalizamos o comprador e eles, o fornecedor”, completa Mendes. No caso dos rebanhos rastreados, a brincagem e o DIA (Documento Individual por Animal) devem ser enviados junto ao gado para o frigorífico para as devidas baixas no sistema de rastreabilidade. É importante lembrar que se a numeração do DIA de um animal não conferir com a numeração do brinco, todos os animais do lote são desclassificados para exportação. Deuvécio Roma, prestador de serviço na área de comerjaneiro - fevereiro • 2011
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cialização de gado para pequenos e médios produtores no sudoeste do MT, explica que alguns frigoríficos da região estão exigindo o protocolo da LAO (Licença Ambiental de Operação) ou a CAR (Cadastro Ambiental Rural), além da Declaração do Produtor e da Carta de Garantia para que o animal possa ser abatido. “É uma burocracia atrás da outra. Essa declaração, por exemplo, é um documento assinado e registrado em que o produtor afirma que o gado não veio de origem desconhecida, de estados inabilitados e não recebeu alimentação de origem animal. Tudo isso é uma burocracia exigida pelos frigoríficos, que passam toda a responsabilidade sobre o produto, inclusive judicialmente, para o produtor. Sem esses papéis, não é possível sequer desembarcar o gado no frigorífico”, explica.
Pequenos e médios produtores Com mais de 15 anos de atuação na comercialização de gado, Roma avalia que o pequeno produtor saiu da atividade de engorda. “Quem mantém o mercado hoje é o médio e o grande produtores. Aquele produtor que engordava dois, três caminhões de boi por ano, não existe mais. Uma das causas para a falta de boi no mercado é essa”, analisa. Segundo o prestador de serviço, era o pequeno produtor que mantinha o movimento dos frigoríficos. “Nos últimos dois anos, houve uma grande diminuição da participa-
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Uma das exigências da rastreabilidade é que o gado enviado ao frigorífico tenha o brinco
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ção do pequeno produtor na engorda. O excesso de burocracia e de exigências somado aos problemas de pastagem, pragas e o manejo malfeito tiraram o pequeno produtor da engorda. Este produtor agora está na cria e recria”, explica. De acordo com Roma, outro fator que prejudicou a atuação do pequeno na atividade de engorda foi o preço pago pelos frigoríficos para pequenas quantidades de gado. “Quando se negocia um lote de mil bois, o valor pago pelo frigorífico pela arroba é bem superior àquele pago por um lote de 18 bois. Então, faço lotes maiores e separo, no frigorífico, os animais por produtor para, assim, conseguir um preço melhor. Essas empresas visam lucro, não estão preocupadas se o produtor vai conseguir ou não se segurar na atividade”. Na avaliação de Roma, o produtor médio, mantidas as exigências atuais, consegue se permanecer na atividade apenas por mais alguns anos. “Mas o pequeno vai sumir. Por enquanto, ele está criando e recriando, mas não acredito que ele vai dar conta de continuar na atividade”.
Quadro de despesas – Fazenda rastreada no MT Embarque de 18 animais para abate em frigorífico do MT Arrecadação SEFAZ/INDEA GTA – 18 animais a R$ 1,06/cabeça TSE (Taxa Sobre Emissão DAR – GTA) FETHAB/FABOV 18 animais a R$ 8,33/cabeça TSE (DAR - FETHAB/FABOV) FESA – 18 animais a R$ 0,80/animal TSE (DAR – FESA) Valor total despesas diretas
R$ 19,08 R$ 3,20 R$ 149,94 R$ 3,20 R$ 14,40 R$ 3,20 R$ 193,02
Despesas referentes à quilometragem para pagamento de DARs e validação de documentos (R$1,00/km) Deslocamento fazenda a Barra do Garças (120 km) R$ 120,00 Deslocamento interno Barra do Garças (cerca de 7 km) R$ 7,00 Deslocamento Barra do Garças à fazenda (120 km) R$ 120,00 Deslocamento fazenda /escritório (12km X 4-48 km) R$ 48,00 Valor total – 295 km R$ 295,00 Despesas arrecadação Despesas quilometragem rodada VALOR TOTAL DESPESAS
R$ 193,02 R$ 295,00 R$ 488,02
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Mendes defende a desoneração fiscal do produtor. “Nós não vemos onde essas taxas estão sendo aplicadas. Por exemplo, a GTA era para ser aplicada na melhoria de rodovias, mas as rodovias do MT estão em péssimo estado. No caso do boi rastreado é preciso ter uma racionalização entre a UE e o Brasil sobre o que é realmente importante para eles e tentar desburocratizar esse processo, principal-
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mente para facilitar para pequenos e médios. Bastaria que os produtores tivessem o controle do tempo em que o animal ficou na sua propriedade”, sugere.
Rendimento de carcaça Segundo Roma, a vacina contra aftosa e o estado de conservação das estradas prejudicam o pecuarista. “Nosso estado está livre da aftosa faz aproximadamente 15 anos. A inspeção federal não tira apenas o hematoma da vacina, ela tira tudo, ou seja, somos lesados neste aspecto. Além disso, as estradas são péssimas, o que faz com que o boi chegue ao frigorífico machucado, prejudicando muito o rendimento da carcaça”, ressalta. Para o prestador de serviço, esses fatores ajudam o produtor a desistir da atividade. “Depois de tudo isso, de toda essa burocracia, para não serem lesados no frigorífico, vários produtores estão acompanhando o abate”, revela. Para Roma, a venda do animal pelo peso vivo seria a alternativa mais viável para o pecuarista. “Porém, para que isso aconteça é preciso que o produtor venda produtos que interessem à indústria, animais de qualidade. Não dá para mandar animais que negaram engorda para os frigoríficos. É preciso uma parceria entre pecuaristas e indústria para que a venda pelo peso vivo dê certo. Infelizmente, não é o que acontece hoje”, finaliza. A falta de controle sobre o produto na comercialização com os frigoríficos é uma reclamação comum dos produtores – que trabalham com rastreabilidade ou não. “Vendemos para o frigorífico um animal com toda a documentação para exportar, mas ele informa que o produto não vai para o mercado externo e não paga de acordo. Como vou saber se o produto será exportado ou não?”, questiona. E completa: “Não temos controle nenhum sobre isso, não há forma de controlar o destino da carne que vendemos para os frigoríficos”.
Vocação para produzir O Estado do Pará possui inúmeras atrações turísticas e é considerado a porta de entrada para quem deseja conhecer as belezas e riquezas naturais da Amazônia. Em meio a tantas atrações, a pecuária tem se destacado como uma das principais atividades que impulsionam a economia no estado. Mas ainda existem desafios para serem superados, dentre eles a melhoria do status sanitário e a certificação ambiental
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foto: Jadir Bison
característica mais marcante que o turista observa quando desembarca no estado do Pará se refere ao clima, sempre quente e úmido. Durante toda a sua estada, o visitante é gentilmente convidado a experimentar uma extensa e deliciosa gama de produtos típicos que vão do mais puro açaí, passa pelo tacacá e pelo pato no tucupi até chegar ao refrescante sorvete de tapioca. Além da culinária, o paraense tem orgulho das muitas
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peculiaridades de sua cultura, como sua história e as expressões artísticas, bastante influenciadas pelos indígenas. Outro fato que tem se tornado motivo de orgulho para o paraense nas últimas décadas é a produção pecuária. A região Norte do país foi a que mais apresentou crescimento no efetivo por cabeças no
Por: Laura Pimenta
rebanho bovino brasileiro nos últimos 10 anos, conforme aponta o Anualpec 2010. A região saltou de aproximadamente 25 milhões de cabeças, em 2001, para quase 37 milhões neste ano que passou. Nesse aspecto, o Pará tem uma representatividade significativa. Quase 42% do rebanho da região Norte se encontra no estado. O grande destaque da pecuária paraense é a produção de gado de corte, com colaboração bastante expressiva da raça nelore. Tanto que, do rebanho bovino do Pará, mais de 94% dos animais tem aptidão para a produção de carne. A evolução do abate de bovinos no estado demonstra esta vocação. Em 2001, foram abatidos no estado 1.175.426 cabeças, enquanto em 2010, foram abatidas mais que o dobro dessa quantidade. Isso faz com que o Pará mantenha o status de maior produtor de carne bovina da região Norte, com 491.865 tonelada equivalente carcaça. O estado do Pará é também um importante produtor de bezerros, perdendo em termos numéricos apenas para estados com grande tradição pecuária como Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Já na produção de leite, o estado ocupa a segunda posição na região Norte, atrás apenas de Rondônia. A pecuária leiteira começa a mostrar que tem inúmeras possibilidades de expansão, ainda que o Pará continue tendo que importar grande quantidade de leite de outros estados para atender a demanda de sua população. Em 2009, segundo estimativas do Anualpec, o estado produziu mais de 4,6 milhões de litros de leite. O Pará se destaca também como um importante centro de logística para exportação, especialmente para gado em pé, com destino certo para países como Líbano e Venezuela. Em 2011, já há animais quarentenados para exportação ao Egito, conforme informações da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARA). As raças zebuínas de corte são as principais produtoras do estado. Além do ne-
lore, outras que despontam também na pecuária seletiva, além de dar contribuição ao rebanho comercial do Pará, são o tabapuã e o brahman. “Aqui no nordeste do Pará, já somos seis selecionadores, o que considero um número bom. Nenhum destes criadores tem touro em estoque para vender. O mercado tem absorvido toda a produção”, relata Daniel Dias, pioneiro na criação de brahman PO no estado. Ele conta que a seleção teve início há 12 anos, quando foram adquiridos 3 touros e 15 novilhas. “Optamos pela raça brahman por acreditar que a pecuária nacional necessita produzir carne de melhor qualidade mesmo nas adversidades de manejo de nossa região. “Nosso criatório está na margem da Rodovia Belém/Brasília, região de Paragominas, em Ipixuna do Pará. Quando falamos em brahman, estamos falando em carne e qualidade. A partir deste ponto, o número 1 de nossa seleção é fertilidade tanto de machos como de fêmeas”, revela Dias. As principais doadora de Dias encontram-se na região Sudeste (Minas e São Paulo). “Este mês transferimos 120 embriões. Nossa meta é fazer 300 prenhezes/ano sem contar com a parição normal de nossas matrizes a campo. Estamos começando nossa primeira prova de ganho de peso a campo em março. Nossa intenção é realizar duas por ano”, diz o selecionador paraense, salientando desta forma a importância das provas zootécnicas para avaliação das raças zebuínas com aptidão para corte.
Leite sim! O pecuarista Álvaro Calilo Kzan Filho acredita que assim como para a pecuária de corte, o Pará apresenta inúmeras vantagens para fazer de sua pecuária leiteira uma atividade plenamente desenvolvida. Justamente por isso, sua família se dedica ao gir leiteiro no estado desde 1972. O investimento no gir começou com o pai de Álvaro, que era produtor de leite na fazenda São Francisco, no município de Ourém. “Porém, nós só começamos o controle zootécnico da raça e um efetivo acompanhamento 17 anos depois, em 1989, já com minha administração, que hoje tem o importante e decisivo apoio de meu filho Alexandre Kzan. Nossas primeiras matrizes e reprodutores foram adquiridas junto à Calciolândia e à Boi Branco, de Gastão Carvalho Filho, Terra Vermelha, do Kinkão, e Terras de Kubera, de Ângelus Cruz Figueira, que formam hoje a base genética de nosso rebanho”, conta Álvaro Kzan Filho. A Chácara das Palmas, onde está concentrado o plantel de Álvaro, encontra-se na região Bragantina, no município de Santa Izabel, distante 38 km da capital Belém e 20 km de Castanhal (principal polo de industrialização do janeiro - fevereiro • 2011
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foto: divulgação/ Chácara das Palmas
leite na região). “Nosso foco está na genética com a comercialização de reprodutores e matrizes, e na produção leiteira que abastece parte de nosso município com 420 litros diários. A produção de leite na região norte ainda é bem inferior à necessidade de consumo, o que nos faz importadores de produtos lácteos. Por outro lado, temos a fartura de forrageiras, o clima estável durante todo o ano e índices pluviométricos constantes com pequeno período de estiagem. As raças de origem indiana são as mais adaptadas e produtivas para esta região e entre estas o gir leiteiro e seus cruzamentos são as máquinas leiteiras apropriadas para transformar pastagens em leite”, garante o criador, que lembra que a pecuária é a terceira fonte de renda nas exportações paraenses (1º Ferro e 2º Alumínio), sendo explorada em todos os municípios, tornando-se vital fonte de renda para o Estado. A pecuária leiteira em especial está concentrada nos polos de Castanhal, Moju, Paragominas, Rondon do Pará e Eldorado de Carajás. “Estamos com o rebanho leiteiro em formação no Pará, com amplas áreas para esta instalação. Temos vastas áreas de pastoreio e condições climáticas favoráveis para produzirmos leite a pasto, que norteia a criação e seleção na Chácara das Palmas. Para o mercado exportador de matrizes, a distância entre os portos paraenses e da Venezuela (principal comprador) estreitou a comercialização e criou um importante mercado”, esclarece Álvaro. Segundo o pecuarista, o estado do Pará tem demonstrado que está de olhos bem abertos para as demandas do mercado para os lácteos. Um exemplo é a formação de Arranjo Produtivo Leiteiro (APL), coordenado pela SAGRI - Secretaria de Agricultura do Pará, que incentiva e coordena o aumento do rebanho e exploração láctea no
Criadores do Pará apostam na raça gir para alavancar a produção de leite do estado
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Estado. “Mas ainda hoje importamos cerca de 90% do leite consumido no Estado, conforme a Amazônia Rural - Central de Agronegócios da Amazônia, ligada à FAEPA (Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Pará). Na região Bragantina, temos apenas dois laticínios localizados nos municípios de Castanhal e Mãe do Rio”, conta Álvaro Kzan Filho. Álvaro lembra ainda que uma das principais barreiras do estado continua sendo a sanitária, que inviabiliza o trânsito interno entre as regiões do sul paraense, Baixo Amazonas e nordeste paraense. Além da questão sanitária, outro desafio dos criadores paraenses diz respeito a produção sustentável. “Concluir o Zoneamento Ecológico Econômico da Calha Norte e Zona Leste do Estado do Pará, e cumprir o cronograma estabelecido no plano de recuperação das Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal, que estão de acordo com o “PROJETO PRESERVAR”, do Instituto Alerta Pará que preconiza o programa “desmatamento zero”. Estas são as bases políticas para viabilizarmos a agropecuária na Região Amazônica”, ressalta o criador.
Zebu no litoral Na região litorânea do Pará, próxima à famosa praia de Salinas, o zebu também
mostra sua pujança, em especial para a produção de genética. Criadores de nelore, tabapuã, brahman e guzerá investem ali em genética de qualidade, como o caso do criador e presidente da Associação dos Criadores de Guzerá do Norte e Nordeste, Luís Guilherme Soares Rodrigues. A fazenda Encarnação, onde o pecuarista se dedica à seleção de guzerá há 10 anos, está localizada a aproximadamente 40 quilômetros da praia de Salinas. O rebanho foi formado com base em animais oriundos do Rio Grande do Norte e da Paraíba. “Posteriormente, participamos de leilões e fizemos compras em São Paulo, Brasília e Minas Gerais, agregando ao nosso rebanho genética do Brasil inteiro”, explica o selecionador. Antes dedicada à produção de bovinos de corte, a propriedade deu lugar à pecuária seletiva com foco na produção de tourinhos. “A escolha pelo guzerá se deu pelo fato de já termos visualizado anteriormente no rebanho de corte o resultado que a raça imprimia nos cruzamentos. Quando trabalhávamos com engorda, meu pai comprou um garrote guzerá que gerou bezerros que se destacavam”, conta Luís Guilherme. Participante do PMGZ (Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos), o pecuarista paraense diz que o objetivo da seleção é a precocidade e o ganho de peso, duas características que tem evoluído muito nos últimos anos graças ao apoio do programa. Atualmente, a fazenda chega a produzir entre 40 e 45 tourinhos guzerá por ano. “A demanda é extremamente aquecida. E após a fusão entre os núcleos da raça existentes no Norte e Nordeste, feita há dois anos, culminando na formação da associação, percebemos que aumentou muito o interesse dos pecuaristas, dando um
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Luís Guilherme Soares Rodrigues aposta na seleção de guzerá no estado paraense
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pouco de fôlego à pecuária. Com isso, a raça tem conseguido visibilidade nas exposições”, afirma. Apesar de participar de exposições no Norte e em alguns estados do Nordeste como Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas, os animais do Pará esbarram ainda no problema sanitário. “O Pará sempre foi um grande produtor de genética, mas ficamos escondidos. A grande luta da pecuária paraense é alterar o status para área livre de aftosa. Acredito que devemos conseguir isto este ano”, diz Luís Guilherme.
Ações contra a aftosa De acordo com Mário Moreira, diretor geral da ADEPARA, a luta contra a febre aftosa no Estado encontra-se atualmente em três estágios distintos. A área 1 encontra-se mais avançada nos trabalhos, classificada atualmente como área de baixo risco para a ocorrência da febre aftosa, sendo representada por 44 municípios da região Centro-Sul, tendo alcançado o “status” de área livre de febre aftosa com vacinação, com reconhecimento internacional no ano de 2007, após trabalhos desenvolvidos durante o ano de 2005. A área 2, representada por 67 municípios da região Nordeste Paraense, que possui índices satisfatórios de vacinação, classificada atualmente pelo MAPA como área de médio risco, e a área 3, representada por 32 municípios das regiões do Baixo Amazonas e Arquipélago do Marajó, recentemente classificada pelo MAPA de médio risco para a ocorrência da febre aftosa, em outubro de 2010. “O desafio de avançar a zona livre a todo o estado vem sendo o foco principal das ações da Agência. Para tanto, durante o ano de 2010, o serviço veterinário oficial presente na área 3 foi estruturado através da aquisição de equipamentos de informática, comunicação, locomoção, dentre outros. Os recursos humanos na área foram ampliados com a lotação de Médicos
Veterinários concursados, principalmente no Arquipélago do Marajó, e as atividades técnico-operacionais padronizadas através de equipes de supervisão interna que percorreram todos os escritórios da região”, conta Moreira. Ele lembra ainda que paralelamente a esta atividade, a ADEPARA, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Federação de Agricultura do Estado do Pará (FAEPA) e prefeituras, realizou uma grande atualização cadastral com coordenadas geográficas em todo o Estado, objetivando o perfeito conhecimento do espaço agroprodutivo paraense, estando atualmente o projeto em fase de digitalização das informações. “Em outubro de 2010 foi homologado o avanço do status sanitário da área 3 do estado que evoluiu de área de alto risco para médio risco, etapa fundamental para o avanço da zona livre de febre aftosa na região. Esta homologação ratificou a qualidade do trabalho desenvolvido na área, após uma auditoria do MAPA ocorrida em julho de 2010”, comenta Moreira. Para o ano de 2011, o diretor da agência explica que as atividades da ADEPARA estão voltadas para o avanço da zona livre
de febre aftosa com vacinação nas áreas 2 e 3, e informatização dos procedimentos técnico-operacionais, como a emissão eletrônica de Guias de Trânsito Animal (GTA), que hoje são emitidas desta forma em 6 municípios do Estado (Marabá, Eldorado do Carajás, São Félix do Xingu, Tucumã, Ourilândia do Norte e Água Azul do Norte). “A conquista desta certificação sanitária possibilitará a recuperação da economia advinda da pecuária no pólo de Santarém, que, antes da regionalização do combate a febre aftosa era fornecedora de animais jovens a regiões do Pará e do Brasil, hoje livres da febre aftosa, e uma facilitação nos processos de exportação de animais vivos, que têm sua origem tanto na região citada quanto no Arquipélago do Marajó. Hoje, determinados centros consumidores exigem a certificação de origem em zona livre ou que os animais sejam isolados e testados laboratorialmente contra a doença. Isto tudo em um primeiro momento, o que já eleva a remuneração obtida pelos produtores rurais”, informa Mário Moreira, lembrando que em relação à área 2, o ganho, além do anteriormente citado, diz respeito a facilitação da exportação da genética da região, uma vez que os grandes centros genéticos do Pará estão localizados na região nordeste do estado. Outro grande desafio do estado paraense é a obtenção da certificação ambiental da produção. No caso especial da pecuária, o MAPA, em parceria com a ADEPARA e Inpe, criou o Programa Boi Guardião, que utiliza imagens de monitoramento por satélite, informações georreferenciadas de fazendas de gado e a Guia de Trânsito Animal Eletrônica (GTA-e), objetivando o desmatamento zero, em função da pecuária no Bioma Amazônico.
Matéria de capa
foto: Maurício Farias
Pais do lucro
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ão é novidade que a demanda por touros no Brasil é alta. Na última década, o número atribuído a essa carência de reprodutores no mercado manteve-se entre 400 mil a 500 mil animais por ano. O reflexo desse “déficit de machos” pode ser sentido tanto no campo quanto nos leilões, que vêm apresentando alta nos preços e no número de produtos ofertados. De norte a sul do país, a venda de touros tem aquecido os negócios nas propriedades, principalmente naquelas que ofertam zebuínos provados. As comercializações de sêmen também seguem crescendo significativamente. As vendas tiveram alta de 289,98% no período de 1990 a 2009, segundo a Associação 34
Revista ABCZ
Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). Um segmento desse mercado que anda ganhando força nos últimos anos é o de animais com avaliação genética, sinalizando uma mudança no perfil de compradores de touros no Brasil. Tanto os proprietários de grandes rebanhos comerciais quanto aqueles que produzem em pequenas propriedades, querem levar para o pasto reprodutores comprovadamente eficientes. “O perfil do comprador mudou. Como os custos de produção são al-
Por: Larissa Vieira
dução pode influenciar no desempenho de todo o rebanho, essa é uma etapa que requer bastante atenção. Para evitar que animais com defeitos ou fora do padrão racial sejam introduzidos no rebanho, o criador deve optar pela compra de touros com Registro Genealógico Definitivo (RGD). “Isso significa que o bovino já passou pela seleção de um técnico habilitado pela ABCZ, que, através da avaliação visual de tipo pelo método EPMURAS, verificou aspectos funcionais, reprodutivos e raciais. Só recebe o registro o animal apto para reprodução”, explica Guilherme. O uso de touros registrados para reprodução não é indicado apenas para propriedades especializadas em pecuária seletiva. Quem atua na pecuária comercial ou leiteira tem conseguido melhorar a produtividade do rebanho trocando os animais “cabeceira de boiada” por touros melhoradores, colocando fim ao mito de que investir em melhoramento genético é coisa para grandes produtores. É o caso de pequenos produtores rurais de vários estados, como Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Utilizando a genética de touros PO, eles estão conseguindo aumentar a qualidade e uniformidade dos bezerros, assegurando uma reposição anual do plantel com fêmeas mais produtivas e machos de melhor qualidade para comercialização. As compras, em muitos casos, ocorrem com recursos provenientes de linhas de crédito, tanto do programa Pró-Genética quanto de outros financiamentos (Veja página 38). Só podem ser vendidos animais com RGD, exame andrológico, exame negativo de brucelose e tuberculose. No caso de touros de aptidão leiteira ainda é exigido certificado de produção de leite (Controle Leiteiro da mãe ou de uma das avós ou avaliação genética positiva – PTA- do pai do touro). No Brasil, as pequenas propriedades rurais representam 80% das fazendas.
Seleção dos touros tos, não existe margem para erros. O criador sabe que não dá para comprometer todo o negócio utilizando touro sem registro ou sem avaliação genética”, alerta o zootecnista Guilherme Henrique Pereira, responsável técnico pelo escritório da ABCZ em Ji-Paraná (RO). Segundo o técnico, em todas as raças zebuínas as vendas de touros participantes de programas de melhoramento genético, como o PMGZ, estão apresentando maior liquidez. Como a seleção de touros para repro-
Além de utilizar apenas touros PO na vacada, o criador deve verificar a parte sanitária, reprodutiva e produtiva dos machos que serão adquiridos ou selecionados dentro do próprio plantel. O primeiro passo é verificar se o animal selecionado tem as características necessárias para melhorar os pontos considerados deficitários no rebanho. É preciso levar em conta também o tipo de vaca existente na propriedade para que a padronização dos bezerros ocorra como o esperado. Na hora da avaliação, alguns pontos devem ser levados em conta. Bons aprumos são essenciais na reprodução, permitindo ao macho fazer uma boa monta. Além disso, o sistema de criação a pasto exige que os bovinos percorram janeiro - fevereiro • 2011
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grandes distâncias. Os aprumos estão diretamente ligados ao período de permanência do indivíduo no rebanho. Outros pontos que merecem atenção são umbigo, bainha e prepúcio. Caso sejam maiores e pendulosos podem apresentar doenças decorrentes dos traumas ocorridos devido ao constante atrito com a pastagem. Em muitos casos, esses problemas são irreversíveis ou de difícil tratamento, comprometendo a vida útil do animal. O umbigo mais penduloso também dificulta a cópula. No caso dos testículos, a medida do Perímetro Escrotal (PE), relacionado com a precocidade sexual, deve ser compatível com a idade do animal. Segundo o médico veterinário Jordan Meneses, técnico da Associação dos Criadores de Zebu do Planalto, através do exame andrológico é possível avaliar as condições do aparelho reprodutor do macho e a qualidade do sêmen. “A avaliação engloba vários pontos, que vão desde aprumos, sanidade até vigor e concentração do sêmen. O exame andrológico positivo é uma garantia a mais que o produtor tem de estar comprando um animal apto a ser um bom reprodutor”, diz Meneses. De acordo com o médico veterinário, que atende criadores da região de Brasília, algumas doenças que afetam a saúde reprodutiva dos bovinos são brucelose, leptospirose, IBR e BVD. A vacinação é essencial para
foto: Miguel Furtado
Técnico Jordan Meneses destaca a importância de cuidados com sanidade e manejo dos touros
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Revista ABCZ
evitar que essas enfermidades comprometam a reprodução do rebanho.
Sexualidade Este é um dos itens que devem ser avaliados no momento da seleção dos touros. Eles precisam apresentar masculinidade em suas características físicas, ou seja, o touro tem de ter cara de macho. Em animais com desequilíbrio na produção dos hormônios sexuais, o dimorfismo sexual (características físicas, não sexuais, distintas que diferenciam o sexo masculino do feminino) deixa de ser evidente. No caso dos zebuínos, os machos devem apresentar como características de masculinidade: chanfro largo ou grosso, escurecimento da tábua do pescoço e porção anterior do cupim (deve ter a forma característica de castanha de caju e ser bem apoiado sobre o dorso que precisa estar desenvolvido de acordo com a idade), testículos bem conformados.
Avaliação genética Além da avaliação visual de tipo, uma seleção bem planejada deve levar em conta as informações das avaliações genéticas. O técnico Jordan Meneses lembra que o criador deve primeiro ter bem definido o perfil de seu rebanho e o que pretende melhorar. No caso dos touros de aptidão leiteira, o criador deve ficar atento se o animal tem DEP ou PTA positiva (habilidade provável de transmissão do animal como pai que mede a metade do valor genético do animal) para a característica desejada. No Sumário de Touros das Raças Gir e Gir Mocha, é possível encontrar dados de PTA para leite, PTA para gordura, porcentagem de gordura, etc. As avaliações são geradas a partir das informações de produção e genealogia mantidas pelo banco de dados da ABCZ. Os Testes de Progênie das raças leiteiras também são fontes importantes de informações sobre o potencial genético dos machos de aptidão leiteira. O uso dos marcadores moleculares como complemento à escolha dos touros está sendo utilizado por um número crescente de criadores. Já quem busca avaliações genéticas de reprodutores de corte pode utilizar as informações das Provas de Ganho em Peso, do Controle de Desenvolvimento Ponderal (CDP), dos Sumários, etc. O site do PMGZ (www.pmgz.org.br) traz um manual de interpretação do Sumário das raças de corte, onde os criadores podem encontrar explicações sobre as avaliações e o que cada uma significa. Também é possível encontrar relatórios do CDP e as avaliações genéticas dos rebanhos leiteiros.
Cuidados extras Definidos os reprodutores que serão utilizados na reprodução do rebanho, é preciso ter cuidados no manejo para que isso não atrapalhe o desempenho dos machos. Um bom manejo nutricional influencia positivamente na reprodução. Uma dieta equilibrada evita o estresse nutricional. Os cuidados devem ser ainda maiores na fase de crescimento. Os machos adultos também precisam de uma alimentação balanceada. “Um bom manejo proporciona um melhor desempenho reprodutivo aos touros. Quando o assunto é reprodução, nutrição, genética e sanidade devem receber a mesma atenção”, diz o médico veterinário Jordan Meneses. Ele alerta que antes de decidir pelo descarte de um touro, o criador deve avaliar todos os produtos gerados pela fêmea. Se a maioria dos bezerros tiver uma qualidade ruim, ela deve ser descartada. Um bom manejo das fêmeas também precisa ser feito, para evitar interferências na reprodução. Para touros jovens, uma dica é avaliar sua genealogia. O criador deve ficar atento ao número de vacas por touro. Quando se utiliza mais de um reprodutor por lote de fêmeas, eles devem ter o mesmo tamanho e idade, evitando preponderância dos mais velhos e fortes e submissão dos mais fracos. “Recomenda-se um touro para 25 a 30 vacas. Não que um touro não seja capaz de emprenhar muitas vacas a mais, mas devemos lembrar que alguns podem se machucar, outros podem emagrecer durante a estação de monta e necessitar de descanso para recuperação, e existe até a possibilidade de mortes”, alerta Lauro Fraga, gerente PMGZ Corte. Segundo ele, quem trabalha com cria tem que se preocupar com um maior número de bezerros nascidos por ano. Quanto mais touros no rebanho, maior será a produção de bezerros.
foto: Jadir Bison
Depois de checar precocidade, umbigo, caracterização racial, aprumos, sexualidade, resta avaliar os animais quanto à musculosidade e estrutura corporal. Prefira aqueles com maior profundidade de costelas, boa cobertura de carcaça e mais musculosos.
Touros devem ter alimentação balanceada
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Mercado de tourinhos em alta Pró-Genética mostra que está alcançando seu objetivo e beneficia mais de mil pequenos e médios produtores com genética de qualidade
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á se passaram quatro anos desde que a ABCZ criou o programa Pró-Genética (Programa de Melhoria da Qualidade Genética do Rebanho Bovino) em parceria com o Governo de Minas Gerais, com apoio da Emater-MG, Epamig e IMA. No balanço, foram realizados 56 eventos, sendo 50 feiras e seis leilões, totalizando uma oferta de 2.920 animais, com 57,6% de resultado comercial. Foram beneficiados cerca de 1.100 produtores rurais ao longo desses eventos. “Lembrando que não contabilizamos as vendas realizadas no pós-evento”, ressalta o gerente Regional da Emater-MG, Gustavo Laterza. Mas, ainda há muito chão para caminhar, segundo Gustavo. A demanda por tourinhos de qualidade é crescente, quando pequenos e médios produtores são devidamente orientados em prol do uso de boa genética para melhoria do rebanho. O movimento para ampliar o alcance do Pró-Genética segue “de vento em popa”. Prova disso é que a ABCZ promoveu entre os dias 29 e 30 de novembro, em Salvador (BA), o 1º Curso de Atualização Técnica para Extensionistas do Pró-Genética, visando a padronização dos procedimentos de organização das feiras para efetiva implantação do programa no estado. Em 2010, na cidade de Uberaba (MG) um encontro semelhante ocorreu com participação maciça dos técnicos. Foram convidados para participar do curso na Bahia colaboradores da ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia), FAEB (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia), EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola) e Banco do Nordeste. O curso foi ministrado pelo gerente do PMGZ Corte, 38
Revista ABCZ
Lauro Fraga Almeida, e pelo médico veterinário, Ricardo Ruas. Os extensionistas participaram de palestras que abordaram o histórico do programa, a ABCZ e sua estrutura, as raças zebuínas, as vantagens em usar um touro melhorador, a eficiência reprodutiva de machos e fêmeas e a mobilização do PróGenética. Também assistiram palestras que abordaram temas como o papel do extensionista no Pró-Genética, avaliação do evento e ainda aula prática para apresentação das raças zebuínas, que foi promovida por Rubenildo Rodrigues, técnico do escritório da ABCZ em Salvador (BA). Em 2010, foram realizadas duas feiras do Pró-Genética no estado da Bahia. A primeira foi realizada em 31 de julho, em Guanambi, com boa liquidez (48 touros ofertados e vendidos). A segunda foi realizada em Itapetinga, no último dia 21 de novembro. Outras 13 feiras do programa estão previstas para serem realizadas no estado em 2011. A cidade de Januária, localizada no Norte de Minas, também sediou recentemente mais uma feira do Pró-Genética. Nessas feiras, participam animais registrados pela ABCZ e que têm qualidade gené-
Por: Renata Thomazini
tica atestada pela entidade. Além disso, apresentam exame andrológico positivo, teste negativo de brucelose e de tuberculose. Os criadores interessados em financiar a compra de touros zebuínos nas feiras do Pró-Genética podem procurar a Emater para fazer o cadastro e preparar a documentação necessária para a compra. No mês de novembro o superintendente de Marketing e Comercial da ABCZ, João Gilberto Bento, esteve reunido com o presidente da Emater-MG, Antônio Lima Bandeira, para definir o calendário 2011 das feiras. Também ficou definido como será o treinamento dos técnicos da Emater para atuarem no programa. Eles participarão de treinamento sobre a pecuária zebuína, que será ministrado por técnicos da ABCZ. Bento ainda se reuniu com o deputado federal eleito e ex-presidente da Asbraer, José Silva para falar do Pró-Genética e da Femig. A Emater deve apoiar ainda o projeto da associação para levar pequenos e médios produtores para conhecer a ExpoZebu 2011, que acontecerá de 28 de abril a 10 de maio em Uberaba (MG). O Pró-Genética está implantando em Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Já em Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul o programa está em fase de implantação. “A parceria entre ABCZ, Secretarias de Agricultura, órgãos de extensão, de Defesa Sanitária e pesquisa e Federações de Agricultura e Pecuária nesses estados são a chave do sucesso do programa. Além de melhorar a qualidade do rebanho bovino, o Pró-Genética aumenta a renda do produtor, permitindo que ele continue no campo com uma qualidade de vida maior. É um programa de cunho social fortíssimo, que trabalhado em conjunto pode somar muito em toda a cadeia produtiva”, afirma Lauro Fraga, gerente do PMGZ Corte da ABCZ.
Vendas virtuais O Pró-Genética passará a contar com um Banco de Ofertas virtual, que estará disponível no site da ABCZ (www.abcz.org.br). Os compradores poderão acessar as informações de genealogia dos touros colocados à venda antes de definir quais animais comprar. Informações adicionais com Lauro Fraga: (34) 3319-3932. O calendário de feiras do Pró-Genética está disponível no site da ABCZ.
foto: Pitty
Exposições
Zebu tecnológico Com o tema Tecnologia e Qualidade, a 77ª ExpoZebu espera mostrar ao público a evolução do rebanho zebuíno brasileiro, que tem contribuído de maneira efetiva para a melhoria constante da qualidade de produtos como a carne e leite. A feira também promete trazer reflexões importantes sobre ações que ainda precisam ser melhor aplicadas junto às cadeias produtivas
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uito além de uma feira repleta de recordes, negócios e genética de ponta, a ExpoZebu também tem se consolidado ao longo dos anos como um espaço para discussões e reflexões que envolvem a cadeia produtiva da pecuária. Nos últimos três anos, o tema Sustentabilidade foi o mote escolhido pela entidade para direcionar todas as ações da ABCZ, não só durante a exposição. Desta mesma forma, um novo conceito começa a ser trabalhado pela ABCZ, com o intuito de permear todas as ações da entidade, sem deixar de lado a Sustentabilidade, é claro. Trata-se de Tecnologia e Qualidade. “Normalmente, as pessoas preconizam a quantidade em lugar da qualidade. Não queremos 42
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trabalhar o tema apenas em um evento específico como a ExpoZebu. E sim levar este conceito para todas as ações não só da ABCZ como da cadeia produtiva como um todo. A grande verdade é que temos que promover épocas de crescimento e outras de consolidação sem nunca perder de vista a qualidade e a tecnologia”, conta Eduardo Biagi, presidente da ABCZ. Dentre os assuntos que estão sendo colocados na pauta da ExpoZebu deste ano estão as boas práticas de produção, pagamento justo ao pecuarista, além de
Por: Laura Pimenta
ações como oferecimento de degustação da carne brasileira para diversos públicos formadores de opinião. “Além disso, instituições como a Fundação Dom Cabral e empresas como a Markestrat/USP estão prestando consultoria para a ABCZ para apontar caminhos no sentido do melhor direcionamento das ações de toda cadeia pecuária”, revela Biagi. Em breve, com o levantamento feito por estas consultorias em mãos, a ABCZ poderá definir prioridades de atuação. As novidades da 77ª ExpoZebu também estão no modo como são feitas as inscrições dos animais. Desde o dia 24 de janeiro, os criadores já podem inscrever seus times de pista junto à ABCZ. A partir deste ano, as inscrições estão sendo feitas apenas pela internet, com o intuito de facilitar e agilizar o processo. Para fazer a inscrição, o criador deve acessar a área restrita das comunicações eletrônicas no site da ABCZ (www.abcz.org.br). No menu Exposições, basta acessar “Inscrições de Exposições”. Para cadastrar o animal é preciso selecionar a raça, a categoria e o tipo de concurso. Em seguida, através do número de registro de animal, é possível pesquisar se este está apto a participar de determinado concurso. “Esse é um ponto extremamente positivo das inscrições eletrônicas. O sistema aponta as pendências de cada animal no momento da inscrição. Com isso, o retorno da ABCZ ao criador é imediato em relação às pendências, como por exemplo, a necessidade do criador fazer a transferência do animal antes de efetuar a inscrição”, conta Carlos Humberto Lucas, superintendente Técnico Adjunto de Genealogia da ABCZ. Logo após o preenchimento on-line das inscrições, o sistema gera o boleto de pagamento e em seguida a inscrição é confirmada. O Departamento Técnico espera que até o começo de abril, mais de 3.000 animais das raças nelore, brahman, gir (dupla aptidão), gir (aptidão leiteira), indubrasil, guzerá, sindi e tabapuã estejam inscritos
para a feira. Os animais procedentes de locais distantes mais de 700 km começam a entrar no Parque Fernando Costa a partir do dia 22 de abril, enquanto o trabalho de recepção e mensuração tem início no dia 29/04. Já as vagas para o tradicional Concurso Leiteiro começaram a se esgotar ainda no mês de janeiro. No primeiro dia de inscrições para o Concurso da 77ª ExpoZebu, as 78 vagas para a raça gir foram totalmente preenchidas. Como a procura foi maior que a oferta, a ABCZ está cadastrando os interessados em uma lista de espera para preenchimento de vaga, caso haja desistência. Para as raças guzerá e sindi, as inscrições continuam abertas. São 36 vagas disponíveis para cada uma. Os interessados podem fazer inscrição somente pelo site da ABCZ. O prazo termina no dia 1º de abril ou assim que as vagas forem preenchidas. O Concurso Leiteiro será realizado de 3 a 6 de maio, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG). Assim como em anos anteriores, a Superintendência de Melhoramento Genético prepara, para logo após o encerramento do Concurso Leiteiro, o lançamento do Sumário de Gado de Leite, com informações genéticas sobre touros das raças gir e gir mocha, no dia 06 de maio. Durante a feira também serão disponibilizadas as avaliações genéticas de 2011 do Sumário de Gado de Corte do PMGZ, que contempla informações atualizadas sobre os touros avaliados das raças nelore, brahman, gir, guzerá, tabapuã e indubrasil.
Inscrições dos animais da ExpoZebu serão feitas somente pela internet
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Nova patrocinadora Em 2011, a ExpoZebu ganha uma nova patrocinadora de peso. A Nestlé, uma das maiores empresas do setor alimentício do Brasil e do mundo, estará apoiando o evento. A parceria foi negociada no último mês de dezembro em São Paulo/SP quando o presidente da ABCZ, Eduardo Biagi, acompanhado do vice-presidente da entidade Jovelino Carvalho Mineiro Filho e do superintendente de Marketing e Comercial, João Gilberto Bento, estiveram reunidos com o presidente da Nestlé Brasil, Ivan Zurita. “O grande crescimento das raças zebuínas com aptidão para produção de leite no Brasil nos últimos anos, com certeza, foi fundamental para que a Nestlé estivesse presente durante a próxima edição da ExpoZebu. A partir de agora, começaremos a estudar as ações que serão desenvolvidas durante a feira com a participação da empresa, que é referência na fabricação de produtos lácteos”, salienta João Gilberto Concurso Leiteiro é uma das atrações da ExpoZebu
Bento, superintendente da ABCZ. Além da Nestlé, a ExpoZebu já conta com o patrocínio máster de outras grandes empresas, dentre elas a Coca-Cola, Banco do Brasil e Tortuga.
Sala Virtual Além das inscrições, outra inovação no universo de produtos on line da ABCZ é o lançamento durante a ExpoZebu da Sala Virtual da Galeria dos Campeões, um novo site que reunirá informações e fotos de todas as exposições oficiais realizadas em Uberaba. Inicialmente, o projeto trará fotos e informações completas sobre todas as 76 edições da ExpoZebu e posteriormente haverá espaço reservado para o conteúdo das demais exposições realizadas no Parque Fernando Costa, como a ExpoGenética. O projeto está sendo desenvolvido em conjunto por vários setores da ABCZ, dentre eles o Departamento de Informática, Som e Imagem, Museu do Zebu e Assessoria de Imprensa, com textos produzidos pela jornalista Faeza Rezende.
foto: Maurício Farias
Julgamentos
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Revista ABCZ
A grande novidade em relação aos julgamentos é que a partir de 2011, os jurados passam a ser escolhidos exclusivamente pela ABCZ, com a sugestão de nomes podendo ser feita apenas pelas Associações Promocionais das raças, e não mais contando com a sugestão do criador. As Associações Promocionais poderão repassar ao Colégio de Jurados da ABCZ uma lista contendo o nome de sete jurados em ordem de preferência, como forma de sugestão. “A partir daí, a ABCZ se encarregará de escolher os jurados. A intenção com esta mudança é a renovação do nosso quadro de jurados, como uma forma de revelar novos talentos que já estão atuando em outras exposições pelo Brasil. A raça nelore já está utilizando um método que privilegia essa renovação e está sendo positivo. Por isso, resolvemos
Museu do Zebu A tradicional mostra do Museu do Zebu comemorará em 2011 o centenário da primeira exposição oficial de gado zebu realizada em Uberaba. A história da exposição de 1911 será contada através de fotografias da época, catálogos, notícias divulgadas nos jornais Lavoura e Comércio e Gazeta do Triângulo, entre outros objetos. Todas as particularidades da exposição serão apresentadas aos visitantes, como, por exemplo, uma maquete que ilustrará a arquitetura dos pavilhões de animais da época, que foram projetados e construídos por Francisco Palmério. Assim como a ExpoZebu, a primeira exposição realizada em Uberaba foi promovida no início do mês de maio. Durante a 77ª ExpoZebu, o Museu do Zebu também promoverá por mais um ano o projeto Zebu na Escola, levando informação sobre o zebu a alunos de escolas públicas e particulares de Uberaba, do ensino fundamental, médio, técnico e superior. O projeto será desenvolvido pela Fundação Museu do Zebu “Edilson Lamartine Mendes”, ABCZ, Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU), Universidade de Uberaba (UNIUBE) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFET), entre os dias 1º e 10 de maio. Além de crianças e jovens, também participam do projeto Zebu na Escola integrantes da Unidade de Atenção ao Idoso (UAI), de Uberaba. Mais informações sobre a ExpoZebu através do site da www.abcz.org.br e na próxima edição da revista ABCZ.
foto: Maurício Farias
adotar para as demais raças um modelo semelhante”, explica Mário Márcio Souza da Costa Moura, Coordenador do Colégio de Jurados das Raças Zebuínas. Assim como em anos anteriores, o julgamento será feito por jurado único para raças com até 300 animais e por Comissão Tríplice para raças com mais de 300 animais inscritos. Entretanto, no caso de Comissão Tríplice, continua valendo a regra da incomunicabilidade entre os jurados, ou seja, não existe consenso e cada jurado define o melhor animal conforme sua decisão pessoal. Outra mudança que os visitantes poderão sentir durante os julgamentos da ExpoZebu diz respeito à agilidade dos concursos. “Queremos otimizar o julgamento, sobretudo reduzindo o tempo de comentário dos jurados. Esse e outros aspectos serão discutidos durante uma reunião antes do início da Exposição para definir as diretrizes dos julgamentos”, conta Mário Márcio. Para observar e zelar pelo bom andamento dos julgamentos, três jurados observadores, escolhidos pela ABCZ, acompanharão todo o processo.
ExpoZebu atrai visitantes de mais de 20 países e de todo o Brasil
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Exposições
Grandes campeões 2010
(2º semestre)
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Exposição
Cidade (UF)
40ª Divinaexpo 13ª Expo. Agrop. Gurupi Superagro XXII Expoara 27ª Exposição Agrop. Paraúna 15ª Expobrasil 39ª Exponorte Expo Araçatuba 2010 25ª Exposição de Iporá 31ª Exposição de Macaé 19ª Exposição de Sanclerlândia 47ª Expo Uberlândia XIII Expocolinas Exposição Rio Bonito Expopará - 2010 XX Expolagos de Araruama Exposição Corrego do Ouro (Macaé) Expoinel - PR 2010 Expoagro 2010 Expoagro 2010 69ª Expo Nordestina de Animais 4ª Feileite Expo Ibaiti 2010 Expo Marília 2010 36ª Faisa Expo Loanda 2010 16ª Exp. de Animais de Garanhuns Fenagro 2010 Fenagro 2010
Divinópolis - MG Gurupi - TO Belo Horizonte - MG Araguaína - TO Paraúna - GO Paraíso Tocantins - TO Porangatu - GO Araçatuba - SP Iporá - GO Macaé - RJ Sanclerlândia - GO Uberlândia - MG Colinas Tocantins - TO Rio Bonito - RJ Belém - PA Araruama - RJ Corrego Ouro - RJ Londrina - PR Maceió - AL Maceió - AL Recife - PE São Paulo - SP Ibaiti - PR Marília - SP Santo Anastácio - SP Loanda - PR Garanhuns - PE Salvador - BA Salvador - BA
Revista ABCZ
Período 24/05/10 28/05/10 31/05/10 03/06/10 05/06/10 10/06/10 02/07/10 08/07/10 24/07/10 25/07/10 02/08/10 28/08/10 03/09/10 09/09/10 12/09/10 15/09/10 23/09/10 04/10/10 23/10/10 23/10/10 06/11/10 08/11/10 09/11/10 10/11/10 13/11/10 24/11/10 24/11/10 27/11/10 27/11/10
01/06/10 06/06/10 06/06/10 13/06/10 13/06/10 20/06/10 11/07/10 18/07/10 01/08/10 31/07/10 08/08/10 07/09/10 12/09/10 12/09/10 19/09/10 19/09/10 26/09/10 10/09/10 30/10/10 30/10/10 14/11/10 14/11/10 15/14/10 14/11/10 21/11/10 28/11/10 27/11/10 06/12/10 06/12/10
Raça
Grande Campeão
BRA TAB BRA TAB TAB TAB TAB TAB TAB TAB TAB BRA TAB TAB BRA TAB TAB NEL GIL GUZ NEL GIL NEL NEL NEL NEL NEL NEL GIL
Mister Beer Tinajas Poi 636 Zozimo FIV CC Noel da Canaã Farao SM da Amapá Beethoven da NGT Farao SM da Amapá Beethoven da NGT Dalthon FIV da Goly Beethoven da NGT Impulso Gaibu Beethoven da NGT Mister Querença 3593 Zozimo FIV CC Impulso Gaibu Mr 83 Poi da FBA Impulso Gaibu Impulso Gaibu Fenomeno FIV YC Iconi FIV da Epamig Imaginario Ogha da Terley Dom TE da Silvania Kepler FIV PS Serra Granfino FIV da Mandy Master VI TE do JAL Enadur dos Pinhais Domenic TE AV Elegante FIV Cass Apollo CAL
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Conheça os animais das raças zebuínas que consquistaram o título de grandes campeões das exposições homologadas pela ABCZ no segundo semestre de 2010. Dados referentes às feiras realizadas até dezembro.
RG (CAMPEÃO) Grande Campeã
RG (CAMPEÃ)
Jurados
BEER-636 CCCC 4452 BCAN1069 SYME114 NGT124 Syme 114 NGT 124 Goly 197 NGT 124 SRJE 496 NGT 124 QERJ-3593 CCCC 4452 SRJE 496 NLN83 SRJE 496 SRJE 496 YORK1265 FGVP 678 SALL 145 SMP1542 EFC 686 KADO379 LOLO670 JAX1858 ALKA577 AAV1195 CASS423 CAL 7755
BENC-170 SYME 127 QERJ3544 JCVB 1151 GTRT 1012 SYME 92 GTRT 1012 VAC 715 LSLS 101 CCCC 3676 GTRT 1012 QERJ-3544 SYME 92 CCCC 3676 IMPE1160 CCCC 3676 GOLY 209 FRCO950 FRS 609 CCF 599 EPD973 JMMA 731 KADO373 ZRG1618 PONT3298 FRCO950 GNM192 PONT3298 BJAS 1111
Fabio Eduardo Ferreira Arnaldo Manoel S. M. Borges Willian Koury Filho Marcelo Ricardo de Toledo José Henrique F. de Oliveira José Henrique F. de Oliveira Russel Rocha Paiva Paulo Julião Camargo Ellison Luis de Mesquita Guilherme Queiroz Fabri Rodrigo Ruschel Lopes Cançado Enilice C. Cadetti Garbelini Luiz Martins Bonilha Neto Célio Arantes Heim Murilo Miranda de Melo Gilmar Siqueira de Miranda Rubenildo Rodrigues Célio Arantes Heim Rodrigo Coutinho Madruga Rodrigo Coutinho Madruga Célio Arantes Heim José Otávio Lemos, Tatiane A. Drumond Tetzer, André Rabelo Fernandes José Augusto S. Barros Luiz Renato Tiveron Joao Augusto Faria Horacio Alves Ferreira Neto Célio Pires Garcia Arnaldo Manoel S. M. Borges, Marcelo Miranda, Clester Andrade Fontes Fábio Miziara
Farpa FIV Brahman Encanto Formosa SM da Amapá Ms Querença 3544 Pluto da Sta Lucia Janga FIV de Tabapuã Dina TE SM Amapá Janga FIV de Tabapuã Iris Iv TE da Birigui Cigana da Magia Xapa CC Janga FIV de Tabapuã Mss Querença 3544 Dina TE SM Amapá Xapa CC Morena Imperial Xapa CC Dhesa FIV da Goly Frida FIV da FRCO Saudade Uniao FIV de Reilloc Vala FIV da EGR Verona FIV Jmma Kelta FIV PS Serra Leta FIV de Raizes Espanhola da Pontal Frida FIV da FRCO Monique da Malta Espanhola da Pontal Insistência TE BJAS
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Homenagem
foto: Maurício Farias
Os ideais continuam
A
pecuária zebuína se despediu no dia 22 de dezembro de 2010 de um dos maiores entusiastas do melhoramento genético no Brasil, o ex-diretor da ABCZ, Nelson Rafael Pineda Rodrigues. Venezuelano de origem, mas brasileiro de coração, Pineda como ficou conhecido entre os colegas pecuaristas, era titular da fazenda Paredão, em Oriente/SP, onde se dedicava à seleção da raça nelore junto com sua esposa Cláudia Wirth Pineda. Além da pecuária seletiva, sua grande paixão, Pineda se dedicava também à produção de café, leite, culturas anuais como milho e sorgo e ainda ao cultivo de seringueiras. Na ABCZ, Nelson Pineda ocupou lugar de destaque nas diretorias dos presidentes José Olavo Borges Mendes (20012004) e Orestes Prata Tibery Júnior (2004-2007). Na primeira, foi diretor de Informática. Neste setor articulou junto aos demais diretores uma grande reestruturação, que culminou na informatização completa dos serviços hoje prestados pela entidade através das comunicações eletrônicas, via internet. Posteriormente, Pineda assumiu a diretoria técnica da entidade, onde também demonstrou seu engajamento, sobretudo, em relação ao melhoramento genético, tendo sido um grande incentivador do PMGZ (Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos). “A pecuária atual não pode prescindir de programas de melhoramento genético. A seleção demonstra que o produtor deve obter animais cada vez mais produtivos e não há como conseguir isso sem ferramentas adequadas. O PMGZ é, sem dúvida, o que possui o melhor 50
Revista ABCZ
banco de dados do País”, disse certa vez em entrevista à revista ABCZ, em 2005. O ex-diretor da ABCZ também foi articulador de reuniões e eventos que tinham como objetivo dialogar sobre o destino da pecuária nacional, tendo participado efetivamente de vários encontros e discussões sobre o SISBOV (Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos) e sobre a regulamentação da clonagem de bovinos. “Algo que aprendi com Pineda foi não aceitar as coisas como elas simplesmente são. Ele sempre foi muito questionador, crítico, mas ao mesmo tempo extremamente ponderado e preocupado com a opinião dos demais. Foi um grande amigo e parceiro para todas as horas”, lembra Luiz Antonio Josahkian, superintendente Técnico da ABCZ. Na associação, o ex-diretor também deu sua contribuição em outras áreas. Foi articulista da revista ABCZ por vários anos. Através de seus artigos publicados na coluna intitulada “Conexão Pecuária”, Pineda compartilhou conhecimentos sobre seleção bovina, tecnologias, gestão, entre outros temas ligados ao universo pecuário.
foto: SIC
Carne
Antioxidantes naturais e seus efeitos sobre a cor e nível oxidativo de carne bovina
C
Introdução
arne pode ser definida como o produto resultante das contínuas transformações que ocorrem no músculo após o abate do animal. A carne é um alimento altamente nutritivo, possuindo proteínas de alto valor biológico, minerais, vitaminas, em particular aquelas do complexo B (Berges, 1999). Embora o conceito de qualidade seja amplo, referindo-se às características do produto que atendem as necessidades do consumidor, o conceito de qualidade de carne envolve uma série de fatores, dentre eles os que mais se destacam na avaliação do consumidor são o flavor e a cor.
52
Revista ABCZ
A cor da carne é influenciada pela quantidade e estado físico da mioglobina (Swatland, 2004). A oximioglobina é o pigmento responsável pela cor vermelho intenso observada em carnes bovinas (Hayes et al., 2009). A oxidação do pigmento oximioglobina à metamioglobina, pigmento marrom, leva a rejeição do produto, uma vez que o consumidor associa a carne escura como sendo proveniente de animais velhos ou exposta à venda por muito tempo (Fletcher, 2002).
Por: Weskley da Silva Cotrim Coordenador do Curso de Engenharia de Alimentos - FAZU
Figura 1.
Cores correspondentes aos pigmentos Mioglobina, Oximioglobina, Carboximioglobina, Nitrosomioglobina e Metamioglobina (Fonte: AHN, 2003).
Por outro lado, o flavor da carne é altamente influenciado pelo nível de oxidação dos lipídeos presentes na carne. O nível de oxidação na carne é influenciado pelo teor de gordura, principalmente pelo teor de ácidos graxos poliinsaturados, e pela presença de elementos próoxidantes, tais como o ferro presente nos pigmentos da carne. A oxidação das gorduras presentes na carne promove a formação de compostos voláteis, os quais são responsáveis por odores anormais, levando à rejeição das carnes, além de produção de compostos tóxicos ou mutagênicos (Berges, 1999; Soares et al., 2009). Além disso, a oxidação das gorduras leva a formação de radicais livres, os quais promovem a oxidação de outras biomoléculas, tais como a molécula de mioglobina, responsável pela cor da carne (Hayes et al., 2009). Quando estocada sob refrigeração por longos períodos, a cor da carne bovina perde estabilidade, levando ao surgimento de pigmentos escuros, comprometendo a aceitação da mesma. Durante esse processo, a fina camada de oximioglobina tem sua espessura reduzida, enquanto o teor de metamioglobina tende a aumentar. Isso acontece especialmente em carnes embaladas, onde as baixas pressões de oxigênio favorecem a formação do pigmento metamioglobina (Renerre e Labas, 1987). Assim, o uso de antioxidantes se apresenta como alternativa na prevenção da oxidação em produtos cárneos, por retardar os processos de autoxidação ou por inibir a formação dos radicais livres durante o passo de iniciação da reação
de oxidação, ou ainda pela interrupção da etapa de propagação, protegendo os lipídeos presentes na carne e estabilizando as moléculas de mioglobina (O’grady et al., 1996). Dessa forma, o processo de oxidação de gorduras e seus efeitos sobre o flavor e a cor da carne e produtos derivados constitui-se num desafio para a indústria, o qual por muito tempo tem sido controlado pelo uso de antioxidantes sintéticos. Porém, nos últimos anos, tem crescido a pressão por parte do consumidor para que a indústria adote o uso de aditivos naturais em substituição aos sintéticos (Hayes et al., 2009). Diante desse novo cenário, um esforço conjunto entre indústria, academias e institutos de pesquisa tem sido empregado na busca por compostos naturais com propriedades antioxidantes, com potencial para substituir aqueles sintéticos, na prevenção dos processos oxidativos em carnes e derivados.
Antioxidantes naturais Antioxidantes são utilizados nos alimentos para retardarem ou inibirem a oxidação de lipídeos e outras biomoléculas. Embora utilizados em baixas concentrações em relação ao teor de lipídeos e proteínas, sua ação é significativa na prevenção dos processos oxidativos. Ao longo dos anos, alguns antioxidantes sintéticos têm sido utilizados com bastante eficiência. Entretanto, nos últimos anos tem crescido a pressão para que a indústria de alimentos substitua o uso de aditivos sintéticos por aditivos naturais. É nesse novo cenário que indústria e academia têm unido esforços para encontrar substitutos naturais para os antioxidantes existentes. O candidato a antioxidante deve preencher alguns requisitos básicos, dentre eles, ser não tóxico, estável, efetivo a baixas concentrações, barato e não produzir alterações no flavor, cor ou textura dos alimentos (Choe e Min, 2009). Dentro desse contexto, são apresentados a seguir quatro antioxidantes naturais com potencial para uso em produtos cárneos.
Luteína A Luteína é pigmento carotenóide amarelo presente em vegetais e na gema do ovo, sendo um dos mais importantes antioxidantes responsáveis pela saúde dos olhos humanos. O milho apresenta-se como a principal fonte de luteína (Canovas et al., 2009). A atividade antioxidante da luteína baseia-se na sua habilidade de se ligar às moléculas de oxigênio singlete, impedindo assim a iniciação dos processos oxidativos (Hayes et al., 2009). janeiro - fevereiro • 2011
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Estudo com carne bovina demonstrou que doses a partir de 200 µg/mL apresentaram potente ação preventiva no desenvolvimento do malonaldeído, composto indicador do processo oxidativo de lipídeos. Embora doses mais altas tenham apresentado tendência de aumento na proteção contra oxidação dos lipídeos, não foi possível afirmar que essa tendência se manteria. Vale ressaltar que, amostras tratadas com luteína apresentaram redução nos níveis de malonaldeído da ordem de 45% após 24 h (Hayes et al., 2009). Ainda no mesmo estudo, não foi observada ação da luteína nos níveis de oximioglobina após 24 h em relação ao grupo controle. Apesar de potente ação antioxidante, a luteína parece não exercer efeito significativo na estabilidade da cor da carne bovina.
Ácido elágico O ácido elágico é um polifenol com propriedades antioxidantes, encontrado numa grande variedade de vegetais, destacando-se a uva, morango e as nozes (Bianchi e Antunes, 1999). O ácido elágico apresenta em sua estrutura quatro grupos fenólicos, com uma variedade de atividades biológicas, incluindo função antioxidante (Ezdihar et al., 2006). O ácido elágico, assim como a luteína, apresenta boa propriedade antioxidante, prevenido a oxidação lipídica, tendo sido observado redução na produção de malonaldeído da ordem de 85%. O ácido elágico apresenta ainda propriedades protetoras para a cor da carne bovina, tendo mantido os níveis de oximioglobina, após 24 h de estocagem sob refrigeração, nos mesmos níveis observados na carne fresca. Quando comparadas com as amostras tratadas com o ácido elágico, as amostras controle apresentaram redução nos níveis de oximioglobina da ordem de 62%, o que evidencia a ação desse composto na estabilidade da cor da carne bovina (Hayes et al., 2009).
Sesamol O sesamol é um composto orgânico natural, presente no óleo de sésamo. O sesamol apresenta alta estabilidade numa ampla faixa de pH, solubilidade tanto em água quanto em óleo e alta resistência térmica (Joshi et al., 2005). Além disso, o sesamol apresenta atividade anticarcinogênica e inibe a aterosclerose (Decker, 1995). Dentre os antioxidantes naturais, o sesamol é o que apresenta maior atividade, sendo que foi observada redução da ordem de 95% nos níveis de malonaldeído após 24 h de estocagem, quando comparados com a amostra 54
Revista ABCZ
controle. Entretanto, apesar do grande efeito protetor na prevenção da oxidação lipídica, o sesamol não apresentou efeito protetor sobre a estabilidade da cor, sendo que os níveis de oximioglobina nas amostras tratadas com o sesamol apresentaram níveis similares ou inferiores a aqueles observados na amostra controle (Hayes et al., 2009).
Extrato de Folhas de Oliveira O extrato de folhas de oliveira apresenta ação antioxidante, antimicrobiana, antiviral e antiinflamatória. Além disso, também atua protegendo as lipoproteínas de baixa densidade e impedindo a oxidação lipídica (Khayyal et al., 2002; Bouaziz et al., 2008). Assim como o sesamol e o ácido elágico, o extrato de folha de oliveira apresenta-se como alternativa para prevenção da oxidação lipídica, além de contribuir significativamente para a prevenção da oxidação da oximioglobina a metamioglobina. Estudo realizado por Heyes et al. (2009), apresentou efeito antioxidante similar àqueles observados para o ácido elágico e sesamol. A estabilidade de cor da carne bovina apresentou-se levemente inferior ao observado para as amostras tratadas com o ácido elágico, porém ainda suficiente para manutenção da cor vermelho brilhante característica da carne fresca.
Conclusão Cada vez mais a indústria de carnes tem apresentado uma maior variedade de produtos cárneos processados. Esse aumento na variedade de produtos processados traz consigo um aumento na demanda por aditivos que permitam maior período de conservação sem que haja alteração das propriedades organolépticas dos produtos cárneos. Por outro lado, cresce a pressão do consumidor para que a indústria reduza ou mesmo
elimine o uso de aditivos sintéticos, substituindo os mesmos por aditivos naturais. Dentro desse contexto, os aditivos naturais apresentam-se como uma alternativa viável, atendendo ao mesmo tempo os anseios do consumidor e as necessidades da indústria da carne.
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ter subchronic exposure to TCDD. Journal
2004.
•
foto: Pitty
Carne
Curso oferece credenciamento para serviço de ultrassom em bovinos de corte
O
s profissionais interessados em prestar serviços de ultrassonografia em bovinos de corte terão a oportunidade de participar de um curso de certificação dessa tecnologia. De 1º a 4 de março, ocorrerá o “Curso de certificação de técnicos de campo e laboratório para a prática de ultrassonografia de carcaça bovina e programa de educação continuada”, no campus da FAZU, em Uberaba. O objetivo do evento é padronizar a metodologia para a avaliação de carcaça e credenciamento dos técnicos. De acordo com Jaime Tarouco, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, as características medidas por ultrassom têm um alto grau de acurácia, quando associadas a programas e softwares de coleta e interpretação de imagens. “Atualmente, o aumento relativo da quantidade de informação genética disponível sobre as caracte56
Revista ABCZ
rísticas obtidas por ultrassom para estimar as DEPs de carcaça e tomar decisões de seleção, oferece aos produtores de carne uma nova ferramenta para o melhoramento das características da composição corporal de seus rebanhos”, diz Tarouco. O curso conta com a participação de várias entidades de pesquisa e representativas de criadores de várias regiões do país, objetivando aprimorar, cada vez mais, a informação para seleção e melhoramento da qualidade das carcaças e carnes oriundas do rebanho brasileiro. Sob a organização da ABCZ e do Comitê Brasileiro Técnico de Ultrassonografia para Avaliação de Carcaça-CBTUAC, o evento
Por: Larissa Vieira
conta com o apoio da FAZU, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, USP, ANCP e Beckhauser Troncos e Balanças. A certificação será realizada pela certificadora norte-americana Ultrasound Guidelines Council (UGC), que trará alcance internacional para a informação futura gerada a partir de dados obtidos no Brasil. “A certificação pela UGC irá contribuir muito com a padronização e qualificação das avaliações de ultrassonografia, trazendo credibilidade às avaliações de carcaça publicadas em todos os programas de melhoramento genético”, destaca Fabiano Araújo, da empresa AVAL Serviços Tecnológicos. As certificações da UGC são apoiadas por mais de 28 associações de raças internacionais. O superintendente Técnico da ABCZ, Luiz Antonio Josahkian, acrescenta que “esse processo teve início em uma Workshop internacional realizado pela Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande. Naquele evento, foi formada uma comissão de trabalho para criar mecanismos de validação da técnica de ultrasonografia de carcaça no Brasil. Esse primeiro movimento tem o objetivo de padronizar o processo e a participação da UGC é fundamental, mas, futuramente, os próprios técnicos brasileiros, reunidos no Comitê Brasileiro Técnico de Ultrassonografia para Avaliação de Carcaça-CBTUAC, deverão dar continuidade às certificações de outros técnicos.” Todos os técnicos certificados estarão credenciados para fazer coletas e interpretação de imagens em laboratório para envio de dados aos programas de melhoramento genético. Os participantes deverão possuir o seu próprio equipamento para certificação (ex: Ultrassom, guia acústica (stand off), sistema de captura de imagem (Black Box; USB) e cabos. Aqueles que não possuírem seu próprio equipamento, a certificação da UGC será específica ao equipamento (marca e modelo) utilizado durante o processo de avaliação. Ao final da certificação, será ministrada uma prova aos técnicos, que serão
avaliados quanto ao conhecimento teórico adquirido.
Processo para Certificação Para se tornar um técnico certificado pela UGC, é necessário ser aprovado na avaliação de eficiência. O teste de eficiência inclui uma prova escrita, coleta de imagens da garupa, da área de olho de lombo e de gordura intramuscular. Vinte animais com variações em idade, sexo e condição de escore corporal serão avaliados, representando as condições dos animais que se encontram para a avaliação no campo. Cada técnico coletará as imagens de cada um dos animais duas vezes (ex: duas sessões). Os animais serão renumerados entre as sessões de avaliação. Os técnicos-referências da UGC coletarão as imagens dos mesmos animais. As imagens coletas serão interpretadas por técnicos de laboratórios certificados pela UGC, estimando a área de olho de lombo, gordura subcutânea, gordura na garupa e gordura intramuscular. Os técnicos-referências de laboratório irão pontuar todas as imagens por qualidade. As medidas dos animais, obtidas das imagens coletadas pelos técnicos da UGC, serão utilizadas como referência para cada característica avaliada. Os técnicos serão avaliados estatisticamente em relação à qualidade da imagem, correlação, desvio técnico (viés), erro padrão de predição e erro padrão de repetibilidade. O site da UGC (www.ultrasoundbeef.com) possui material de estudo e orientações sobre as avaliações estatísticas utilizadas no processo de certificação. Os resultados das avaliações estatísticas dos técnicos serão analisados pelos membros da UGC para aprovação ou reprovação dos mesmos. Os técnicos receberão os resultados em aproximadamente seis semanas após a certificação.
Inscrições Podem ser feitas através do envio da ficha de inscrição (disponível para download no site www.abcz.org.br) e do comprovante de depósito bancário para o fax: (34)33193920. O valor da inscrição é de R$ 600,00 para a certificação de coleta de imagens e R$ 450,00 para a certificação de laboratório. O depósito deve ser feito na conta da Aval Serviços Tecnológicos, CNPJ 05.515.319/0001-73, Bradesco, Agência 3353, conta corrente 265-8. Informações sobre os critérios de credenciamento estão disponíveis nos sites www.ultrasoundbeef.com e www.abcz.org.br. Outras informações e esclarecimentos podem ser solicitados pelo e-mail brugccertification@hotmail.com. Confira a programação completa do evento no site da ABCZ. janeiro - fevereiro • 2011
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Gerenciamento
FÉ
nas pessoas Escassez de mão-de-obra, baixa qualificação e alta rotatividade são problemas que dificultam a gestão dos recursos humanos das propriedades rurais. Porém, exemplos bem sucedidos mostram que é possível manter funcionários motivados no campo
N
a Fazenda Boa Fé, localizada próxima ao município de Conquista/MG, a fé não está restrita apenas ao nome da propriedade. Está presente também na forma como seus gestores lidam com os funcionários, chamados de “colaboradores”, e também na forma como estes colaboradores lidam com o trabalho diariamente. Não se trata necessariamente da fé religiosa e, sim, da firme convicção de que algo é verdade, e de que é possível realizar o que se pretende desde que haja confiança, respeito e compromisso com o que se busca. A história da Fazenda Boa Fé e das pessoas que nela trabalham teve início na década de 70, quando o economista chinês Ma Shou Tao resolveu investir em agricultura e pecuária no Brasil. Naquela época, a realidade do trabalho do campo era um tanto quanto diferente dos dias de hoje. A precariedade das pessoas que trabalhavam na
58
Revista ABCZ
zona rural não se restringia apenas aos aspectos profissionais. Muitas eram as restrições nas áreas econômicas, culturais, e, principalmente, sociais, em especial devido à baixa escolaridade, salários incompatíveis, descumprimento da legislação trabalhista, entre tantos outros aspectos. Foi justamente a vontade de produzir de Ma Shou Tao, aliada à sua fé nas pessoas, que fizeram com que a fazenda e posteriormente todas as áreas de atuação do Grupo Boa Fé alcançassem o patamar de referência em gestão e produtividade rural, seja na atividade pecuária (hoje a fazenda produz seis mil litros de leite por dia, além de investir em seleção de
Por: Laura Pimenta
gado leiteiro), na agricultura (produção de soja, cana de açúcar e milho) ou na indústria (produção de alimentos industrializados à base de soja). “Nós estamos sim preocupados com rentabilidade e lucro. Mas em seguida vem a preocupação com quem está trabalhando. A primeira mudança implantada por meu pai foi em relação ao tratamento. Não havia ´peão` ou ´patrão`. Todos se tratavam como colegas. Além disso, meu pai se preocupou em reestruturar as moradias onde esses trabalhadores viviam, além de outras questões como o combate ao analfabetismo e a pobreza, além de melhoria nas condições de saúde. Com isso, resgatamos a auto-estima desses trabalhadores”, explica Jônadan. E mesmo após a morte do idealizador de toda esta Boa Fé em julho de 2010, o cuidado com as pessoas continua sendo um forte alicerce da empresa rural. De maneira mais formal, a gestão de pessoas na Boa Fé teve início em 1988 quando foram implantadas na propriedade um Programa de Qualidade Total, que já era amplamente empregado em empresas do Japão e dos Estados Unidos. O princípio número 1 em relação à gestão dos colaboradores diz respeito à valorização das pessoas. “Infelizmente as pessoas não são tratadas como devem. Vejo muita gente dizendo que é mais fácil trabalhar com uma vaca do que com um peão. Entretanto, não existe peão ruim e sim patrão ruim. Quando temos um problema com um colaborador aqui na fazenda, eu sempre me pergunto: onde eu errei? Pergunto aos meus gerentes: o que fizemos de errado?. Acredito que antes de mudar o colaborador é preciso que haja uma mudança conceitual do produtor rural. É a gestão do eu. No dia que ele tiver disposição para mudar e ver que ele é o problema da relação com as pessoas, ele verá que a sua fazenda é um paraíso”, adverte Jônadan. Para se aproximar e motivar os colaboradores, a Boa Fé utiliza uma série de es-
tratégias: como reuniões periódicas, sejam elas individuais ou em equipe, dinâmicas em grupo. Dentre estas estratégias também estão as profecias auto-realizadoras. “Se eu falo que o peão não presta, ele não vai prestar. As profecias costumam funcionar muito com os colaboradores. Por isso é importante que ele saiba que se você o contratou é porque o considera importante”, explica Jônadan. Um exemplo claro na forma de lidar com as pessoas na Boa Fé acontece justamente durante a entrevista que fizemos com Jônadan para esta reportagem. A colaboradora Carina Domingos Maia entra na sala e oferece café. Passados alguns instantes, retorna à sala e pede a ajuda de Jônadan para ajudá-la com a máquina de café que por algum motivo não funciona. O diretor da Boa Fé interrompe a conversa e vai até a máquina para ajudar a colaboradora. Com educação e respeito, mostra à Carina a maneira de fazer com que a máquina volte a funcionar. E pronto. O café é servido gentilmente a todos. ”Estou trabalhando aqui há três meses. Mas a gente vê a diferença. Esta é a primeira vez que assinam a minha carteira de trabalho”, conta a orgulhosa Carina, que além de carteira assinada tem também claramente liberdade para pedir ajuda a qualquer colaborador do grupo para desempenhar bem a sua função. Carina começou a trabalhar na empresa logo após a aposentadoria de uma funcionária mais antiga. Ela é casada com Sinomar, que há 13 anos também trabalha na fazenda. Assim como grande parte dos funcionários, os dois moram em uma das 26 casas da Boa Fé. Ali os colaboradores possuem boas casas, com água, energia elétrica, televisão, telefone e até mesmo internet, além de contarem com coleta seletiva de lixo na porta de casa. Outros aspectos considerados na Boa Fé são a capacitação profissional, remuneração digna, anulação do paternalismo e a preocupação com o futuro. “A capacitação é um item importante. Não são apenas cursos feitos fora da fazenda, mas também cursos internos e treinamento da equipe. Tivemos um gerente que trabalhou aqui por mais de 30 anos. Ele aprendeu a ler e escrever e depois foi vereador na cidade por duas vezes. A remuneração digna também é um item importante, pois o ambiente rural é competitivo. Eu conheço o caso de produtores que fazem o funcionário ´refém`. Não deixam o funcionário sair da fazenda, para não correr o risco dele ver que há coisas melhores no mercado e assim perdê-lo. Outro ponto importante é anulação do paternalismo. Ainda hoje é comum em algumas fazendas o funcionário receber ´agrado´ do patrão ao invés de salário e carteira assinada. E por último a preocupação não apenas com o colaborador, mas tamjaneiro - fevereiro • 2011
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bém com sua família. Seguindo estes princípios evitamos um problema grave, principalmente na atividade leiteira: a rotatividade dos colaboradores. É preciso entender e informar a este colaborador que ele é um elo da cadeia e se este elo não está funcionando, toda a cadeia acaba prejudicada”, conta o diretor da Boa Fé. A preocupação com o futuro também é evidente na Boa Fé. Além de um plano de carreira bem definido pela área de Recursos Humanos, caminhando pela fazenda é comum encontrar várias gerações de colaboradores trabalhando por ali com muita satisfação. Esse é o caso do jovem Rafael Camargo, que se prepara para prestar vestibular para Medicina Veterinária e que é a quarta geração de uma família que trabalha na Boa Fé. Rafael trabalha no escritório do setor de pecuária, onde colabora nas comunicações eletrônicas dos animais. Rafael sabe que ao passar no vestibular, dentre os inúmeros benefícios de trabalhar na Boa Fé, ele poderá contar com mais um: uma bolsa de auxílio de 30% do valor da mensalidade. Adriano Camargo, pai de Rafael, não tem curso superior, mas foi capacitado a tal ponto que hoje ocupa o cargo de gerente de pecuária da fazenda. Ele trabalha na Boa Fé há 23 anos. Começou como tratador dos animais, depois foi para o laboratório de cana, passou pelo setor de Recursos Humanos, foi ajudante de gerente, até chegar ao cargo que ocupa hoje. Antes dele, o pai e o avô trabalharam por décadas no mesmo local. “No mercado pecuário, existem dois grandes problemas: falta de treinamento e comunicação. O que tentamos fazer na Boa Fé é reunir a equipe em busca de metas alcançáveis. Propor desafios e fazer com
foto: Rubio Marra
Gestão de pessoas atua diretamente na motivação dos funcionários para realizar as tarefas diárias
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Revista ABCZ
que a equipe ´compre` esses desafios com a finalidade de superá-los. Nesse caminho, monitoramos e estamos sempre abertos ao diálogo. Muitas vezes os colaboradores precisam de conselhos profissionais, pessoais e até mesmo sentimentais. Essa preocupação que você demonstra é importante para ter uma resposta positiva de quem está ali para trabalhar”, salienta Adriano Camargo. O gerente de pecuária lembra que a correta gestão das pessoas se reflete no negócio através de uma equipe comprometida e que consequentemente gera um trabalho diferenciado. Além disso, a rotatividade de funcionários é baixa, o que gera menores custos, maior rentabilidade e estabilidade da atividade, uma vez que o trabalho não fica a mercê da rotatividade. Um termômetro para avaliar se a empresa está em um bom caminho na gestão de pessoas é o número de processos trabalhistas enfrentados. Em 37 anos, por exemplo, a Boa Fé registrou apenas cinco destes processos. Quando questionados se querem deixar de trabalhar na Boa Fé a resposta dos colaboradores é sempre a mesma: NÃO. Paulo Cézar, Carlos José Anastácio e José Anacélio, três colaboradores do setor de pecuária, enumeram as vantagens de se trabalhar em uma propriedade onde a preocupação com o funcionário está sempre presente: segurança, trabalho em equipe, liberdade, diálogo e confiança. Só então outros aspectos econômicos são levados em conta como remuneração e benefícios, como um bom plano de saúde para si e para os filhos. “Aqui se um colega está doente e precisa faltar, ele avisa e pede a outro colega que o substitua. Pois sabemos que fazemos parte de uma cadeia. Se um de nós se ausentar, todo o trabalho está arriscado”, comenta Paulo Cézar, que está há nove anos na Boa Fé e nesse período fez diversos cursos de capacitação, como curso de ordenhador, lubrificação de máquinas, inseminação artificial e casqueamento.
foto: divulgação/ Calciolândia
Gerenciamento
Necessidade de gestão Empresa rural também deve investir em princípios da Gestão de Pessoas para ser bem sucedida
O
modo de gerenciar os colaboradores que trabalham no grupo Boa Fé é um exemplo emblemático de como as pessoas podem se transformar em um ativo da empresa. O médico veterinário, especialista em liderança e gestão de pessoas e consultor da Rehagro, Marcelo Cabral, explica que na essência não há diferença entre a gestão de pessoas de uma empresa urbana e uma empresa rural. É claro que a empresa rural tem suas peculiaridades de trabalho, suas tecnologias, que devem ser respeitadas. Mas segundo ele, um dos tabus que existem nesta área é o fato do produtor rural acreditar que a gestão só deve ser aplicada em uma empresa urbana, o que é uma inverdade. Outra percepção do especialista diz respeito ao fato de que devido a menor oferta de trabalhadores, isso tem levado o empregador da área rural a ter critérios de seleção baixos uma vez que não encontra pessoas para preencher as vagas. “Em muitos casos o caminho é extrapolar a procura por pessoal para além do meio rural. Ou seja, muitos
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Revista ABCZ
produtores já estão buscando mão-deobra na cidade. Em muitas fazendas, o meio rural já oferece melhores condições de trabalho que na cidade. Geralmente o trabalhador não paga aluguel e IPTU, não paga transporte, ganha produtos alimentícios diariamente como leite, pode ter uma horta no quintal de casa, além de ter uma melhor qualidade de vida. Até mesmo a remuneração às vezes é melhor do que no meio urbano”, pontua ele. O médico veterinário enumera como pontos mais críticos da gestão de pessoas na empresa rural: a relação de oferta e procura, que é desfavorável ao empregador, uma vez que a cada dia cresce a quantidade de reclamações sobre a dificuldade de encontrar mão-de-obra para o campo; a falta de mão-de-obra qualificada; falta de condições de trabalho; falta de investimento em capacitação; a crença de que não vale a pena investir
Por: Laura Pimenta
no trabalhador (principalmente motivada pela falta de consciência do empregador). “O que vemos muitas vezes é que o empregador investe em qualificação e acha que isto é suficiente para o empregado. É importante também investir na capacitação do próprio produtor, em gestão, liderança, etc. Além de investir no trabalhador não só no lado profissional, mas também primar pelo desenvolvimento da pessoa em níveis pessoais e sociais”, esclarece Cabral, revelando na sequência que o impacto da gestão de pessoas é bastante significativo, podendo variar de fazenda para fazenda, ou de acordo com o sistema de produção, entre outras características da atividade. Porém, é sempre significativo. O especialista acredita que é necessário que o produtor rural procure informações sobre gestão de fazendas, faça cursos, pois a partir daí começará a ter uma nova noção sobre gestão. Além disso, é necessário que se mude o jeito de agir. “O criador fica reclamando em vez de ir atrás. A atitude de um produtor geralmente só acontece quando ele perde o funcionário e precisa ir atrás de outro
para preencher a vaga. Neste caso, ele fica refém. É preciso que ele faça parcerias com escolas técnicas agrícolas, insira o trabalho de estagiários na fazenda, utilize empresas de recrutamento como as empresas urbanas já fazem, e em muitos casos não procure mão-de-obra apenas na microrregião onde ele está inserido. Atualmente, percebemos falta de mão-de-obra em cargos como tratoristas, tratadores, inseminadores e apresentadores de animais, etc”, diz Cabral. A fazenda Calciolândia, localizada em Arcos/MG, é um exemplo de empresa rural que se preocupa com o desenvolvimento de seus colaboradores, principalmente no que se refere a treinamento. “Treinamento é uma política adotada nas Fazendas do Dr. Gabriel Andrade há muitos anos. Vários cursos já foram ministrados tanto para os colaboradores com cargo de direção quanto para pessoal de campo. Cursos como gestão de pessoas, planejamento, custos, manutenção e operação de máquinas todos ministrados por profissionais das áreas de RH e controle de custo da Andrade Gutierrez. Fizemos também parceria com o SENAR e Sindicatos para reali-
foto: divulgação/ Calciolândia
Funcionário treinado é fator básico para o sucesso da atividade rural
foto: divulgação
zação de cursos diversos como inseminação, ordenha, tratamento de bezerros, casqueamento, operação de máquinas e manutenção preventiva. Depois do surgimento do Rehagro, fizemos cursos de gerenciamento de empresa rural e temos atualmente nosso gerente de produção concluindo uma pós-graduação em pecuária leiteira”, conta Jordane Silva, diretor da Calciolândia. Nos últimos quatro anos, quatro colaboradores da fazenda que atuam na parte gerencial se especializaram em curso voltado a gestão de pessoas e gerenciamento da propriedade. “Dentre os aprendizados do curso que foram implantados na fazenda estão agenda macro, Pop (Procedimentos operacionais padrão), gestão à vista, quadro de preferências, feedback, reuniões periódicas com o pessoal de campo e programações de serviço”, informa Jordane. Dentre as principais ferramentas utilizadas pelos gestores da Calciolândia na gestão de seus 56 colaboradores estão reuniões periódicas, onde os colaboradores dão sugestões de melhorias, expõem problemas e sugerem soluções. Também são realizados constantemente treinamentos de capacitação, há ainda plano de cargos e salários, bem como um programa de remuneração variável, com gratificações e participação nos resultados. Inúmeros cursos sobre gerenciamento da propriedade rural estão disponíveis no mercado. Para ter acesso a um curso de gestão na Rehagro, por exemplo, com duração de 10 meses, é preciso investir atualmente entre R$ 6 e 7 mil reais. Neste caso, 85% do conteúdo do curso é voltado à gestão de pessoas e treinamento de equipes, revelando a importância desse ponto no gerenciamento. Mas se você é produtor rural e antes mesmo de fazer o curso resolveu que é hora de começar a implantar imediatamente alguns conceitos da gestão de pessoas em sua propriedade, a dica do especialista é trabalhar alguns pontos básicos: a melhoria da comunicação interpessoal, a organização do trabalho, o desenvolvimento humano, pessoal e profissional, ferramentas gerenciais e ainda a motivação. “Motivação não é apenas remunerar bem o funcionário. Muitos dizem que motivação é difícil de ser trabalhada. A questão é que ela não é trabalhada nas empresas. O gestor pode trabalhar a motivação sendo justo
Marcelo Cabral, consultor da Rehagro
“ É importante também investir na capacitação do próprio produtor, em gestão, liderança, etc. Além de investir no trabalhador não só no lado profissional, mas também primar pelo desenvolvimento da pessoa em níveis pessoais e sociais” com o empregado, pois o sentimento de justiça é altamente motivante; propondo desafios; dando retorno ao funcionário em relação ao trabalho, não só elogios, mas com sugestões, críticas construtivas; dando boas condições de trabalho e oportunidades de crescimento e desenvolvimento”, conclui Cabral. Confira os cursos da FAZU em parceria com a Rehagro. Acesso o site: www.fazu.br
“O gestor pode trabalhar a motivação sendo justo com o empregado, pois o sentimento de justiça é altamente motivante; propondo desafios; dando retorno ao funcionário em relação ao trabalho, não só elogios, mas com sugestões, críticas construtivas; dando boas condições de trabalho e oportunidades de crescimento e desenvolvimento” 64
Revista ABCZ
foto: Maurício Farias
Gerenciamento
A importância da capacitação da mão-de-obra no setor pecuário
A
importância do setor agropecuário para a economia do país é cada vez mais comprovada pelos números. Hoje, por exemplo, 1/3 do PIB brasileiro provém de movimentações do agronegócio. Apenas a pecuária representa quase 9% desse índice. Mais do que isso, o agronegócio gera cerca de 16 milhões de empregos, além de diversificar e aumentar consideravelmente as exportações, que atualmente somam mais de US$ 30 bilhões, o que significa 42% do total das exportações brasileiras. A pecuária nacional, atualmente, é uma das maiores e mais rentáveis atividades do agronegócio brasileiro. Em alguns momentos o país registrou estagnação da economia, contudo o PIB rural obteve aumento. Além da consolidação do nosso país como campeão de exportações, ocupou o primeiro lugar no ranking mundial de couro curtido e calçados de couro e assumiu a liderança do mercado mundial de carne bovina em 2003. No caso das propriedades rurais, esses acontecimentos foram fundamentais para que a educação fosse considerada como de importância capital para a remodelação dos valores e atitudes tradicionais, sobretudo ao ensinar a população rural a perceber seus próprios interesses econômicos e motivá-la para a mudança. O crescimento na produção brasileira de carne e leite 66
Revista ABCZ
se deve a fatores como investimentos em novas tecnologias da genética, sanidade, manejo e nutrição. Contudo, mudanças e utilização de novas ferramentas de gerenciamento, especialmente na gestão de pessoas, fizeram a grande diferença. Os sistemas que enxergaram que o apoio profissional qualificado é de grande importância para o crescimento da propriedade rural, atingiram a harmonia e o equilíbrio dentro do sistema de produção, com resultados sustentáveis a curto, médio e longo prazo. Outro fator relevante é o fato desse crescimento ter ocorrido em um cenário de queda real de preço. Conclui-se assim que esse crescimento foi fruto de ganhos na produtividade, que compensaram as perdas de preços e garantiram ganhos de rentabilidade monetária para os produtores. O aumento na produtividade se deve, em parte, à oferta de novas tecnologias e melhoramento genético. Mas, sem a orga-
Por: Deliene Moreira Médica Veterinária Equipe ReHAgro
nização dos recursos humanos e na ausência de uma mão-de-obra qualificada, esses resultados jamais teriam sido alcançados. No mundo contemporâneo, a necessidade evidente de continuar o processo de capacitação profissional é imperativa a todas as pessoas que almejam pela empregabilidade. A educação continuada, tão difundida pelas organizações modernas, indica uma renúncia à paralisação frente aos acontecimentos mundiais e às novas tendências da gestão empresarial. Neste cenário, o capital humano é o diferencial das empresas que, investindo na capacitação de seus funcionários através de processos educacionais, tornam-se cada vez mais competitivas e flexíveis. As pessoas devem ser vistas como os principais agentes no meio rural, sendo responsáveis por gerar soluções e resultados
sustentáveis onde atuam. Ao analisar as pessoas como recursos humanos, é importante não apenas tratá-las como provedoras de habilidades, técnicas e conhecimento, mas também devem ser vistas a partir de sua personalidade, individualidade, criatividade, valores, atitudes e objetivos. A gestão de pessoas está em fase inicial, mas possui um grande futuro na determinação do sucesso da pecuária. A passagem do latifúndio para a estrutura empresarial está acontecendo, e isso tem implicado no desenvolvimento do processo de gerenciamento de pessoas. Para resgatar a importância de profissionais das empresas do Sistema Agroindustrial (SAI) brasileiro, há necessidade de vencer os desafios impostos pela cultura e tradição que há séculos imperaram no meio rural, e investir pesado na capacitação das pessoas de todos os setores do sistema de produção. A mão-de-obra representa um dos recursos mais importantes para qualquer empresa, por isso a gestão correta das pessoas é fundamental para o sucesso das empresas rurais. •
Vitrine do Zebu Nononononon
Presence A Presence, marca criada para permitir a reestruturação do portfólio da Evialis Brasil, acaba de lançar sua linha de produtos para o mercado de ruminantes, a PrimaClass, nutrição de primeira para animais elite. Compõem a nova linha para Gado de Corte Elite: o PrimaClass1, produto multi-partículas (pelete, milho e aveia laminada) destinado à alimentação de bezerros, do nascimento até os 4 primeiros meses de vida; o PrimaClass2 produto multi-partícula, ideal para bezerros de 4 a 10 meses; PrimaClasse3 nas formas peletizada e farelada, formulado especialmente para bezerros de 10 meses até a idade adulta, e o PrimaClass Alfafa, para a alimentação de bovinos em todas as fases de criação e, como o produto possui alto teor de fibra, dispensa o uso de forragens.
Leilão touros O Rancho da Matinha vai aumentar a oferta de animais para o leilão Touros de Uberaba deste ano. Serão colocados à venda 300 machos. Além de aumentar a oferta, o Rancho da Matinha também vai preparar baterias especiais de 16 touros, compostas por 4 lotes de 4 touros. Este ano, o Leilão Touros de Uberaba será realizado no dia 14 de agosto e segundo o realizador Luciano Borges “estará disponibilizando de forma bastante democrática touros da mais alta superioridade genética para utilização em rebanhos comerciais, rebanhos de seleção, ou para coleta de sêmen”. 68
Revista ABCZ
46ª Emapa Começa no dia 12 de março a 46ª Exposição Municipal Agropecuária de Avaré – Emapa 2011. O Núcleo do Nelore de Avaré e região, organizador da Emapa, espera que a feira receba a presença de mais de 30 mil visitantes durante os 15 dias do evento. A feira, anualmente realizada no Parque de Exposições Fernando Cruz Pimentel, aposta alto em novidades para os criadores, o público e em sua longa tradição para, mais uma vez, quebrar recordes tanto em faturamento quanto em número de animais inscritos.
1º Simpósio Integração de Pecuária Bovina Acontece nos dias 25 e 26 de fevereiro o 1º Simpósio Integração Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia de Pecuária Bovina. A ser realizado no Parque de Exposições de Carlos Chagas (MG), o Simpósio contará com nomes de peso do setor, tais como Gilman Viana Rodrigues, ex-secretário da Agricultura de Minas Gerais, Nabih Amin El Aouar, presidente da Associação Capixaba dos Criadores de Nelore (ACCN), e homenageará forças políticas da pecuária, como Jonas Barcellos Corrêa Filho, da Fazenda Mata Velha, Dalton Dias Heringer, presidente do Grupo Heringer, Jair Coser do Grupo Unicafé e Jorge Matsuda, do Grupo Matsuda. No final do evento, todos os participantes receberão certificados.
Nutron Para festejar seus 16 anos, a Nutron desenvolveu uma campanha institucional enfocando a trajetória da empresa. O tema escolhido foi “O ontem é nosso orgulho. O amanhã é
nosso presente”. A campanha inclui mala direta, banner corporativo e plano de mídia com anúncios em revistas do setor de agrobusiness.
Ourofino O Grupo Ourofino obteve alta de 45% nas vendas de sua linha de hormônios em 2010 em relação ao ano anterior. Em questão de volume, o crescimento foi ainda maior. “Em 2009, a Ourofino vendeu protocolo para aproximadamente 850.000 vacas e no ano passado ultrapassamos a casa dos 1,3 milhão de protocolos vendidos, portanto um aumento de 53%”, diz o diretor comercial, responsável pela linha de hormônios da Ourofino, José Ricardo Garla Maio.
TECSA A TECSA Laboratórios conquistou o credenciamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para realização de exames de brucelose. A empresa, que tem o certificado ISO 9001/2000, também é credenciada para testes em outras áreas da medicina veterinária.
fotos: divulgação
Zebu Além da Fronteira Nononononon
Mercado promissor para o zebu em 2011
I
niciamos o ano com uma projeção promissora para o agronegócio. O Brasil, grande protagonista do cenário mundial de alimentos, continuará imprimindo um ritmo de alta produção e competitividade interna e externa. Com a mudança nas regras cambiais do novo governo, as tendências exportadoras são promissoras para o setor. Assim, a ABCZ através do seu Departamento de Relações Internacionais, em parceria com a ApexBrasil ( Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos), desenvolve o projeto Brazilian Cattle, que inicia suas atividades este ano com uma agenda de ações que incluem feiras, workshops e missões técnicas. Desta maneira, o pacote tecnológico do agronegócio brasileiro será levado para as fronteiras tropicais do mundo e proporcionará 70
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grandes negócios para os associados da ABCZ e das empresas do projeto. A primeira ação, já em março, será a participação com estande na feira agropecuária em David, no Panamá. Esta é uma feira estratégica na América Central que reúne oportunidades de negócios e de articulações políticas intensas, principalmente após a abertura de protocolo sanitário com o Brasil. No ano de 2010 foi realizada uma reunião durante a ExpoZebu entre ABCZ, EMATER e Ministério da Agricultura do Panamá para apresentação do Pró-Genética, programa que permite a pequenos e médios produtores adquirirem através de linhas de crédito animais geneticamente superiores. Como resultado deste encontro, os representantes do governo panamenho mostraram interesse em levar o programa para o país. Ainda
no ano de 2010, o ministro da Agricultura panamenho esteve presente no Congresso Mundial do Brahman e reafirmou o interesse em estreitar essa relação política-comercial com a ABCZ. Este ano o objetivo é continuar esta articulação política para que se possa ampliar o Pró-Genética, tornando-o um programa internacional, e ampliar ainda mais a plataforma comercial entre os dois países. O projeto de cooperação técnica com a Universidade de Alexandria, no Egito, terá continuidade com a segunda fase de cruzamentos da raça local baladi com as raças zebuínas brasileiras. As empresas brasileiras de sêmen que participam do projeto doaram doses de sêmen de várias raças zebuínas e, assim, os produtos desses acasalamentos, as fêmeas F1 já estão aptas à reprodução e em abril serão
definidas as ações para o biênio 20112012 em reunião que acontecerá na cidade de Alexandria com a presença do gerente de Relações Internacionais da ABCZ, Gerson Simão. A 77ª ExpoZebu terá como tema principal tecnologia e qualidade. O Salão Internacional está sendo estruturado para receber os estrangeiros. Os Farm Tours, visitas técnicas a centrais de inseminação e fazendas, terão um formato mais dinâmico para que os convidados possam compreender como funciona a cadeia produtiva da carne e do leite no Brasil. O projeto comprador é uma ferramenta utilizada para mostrar as potencialidades produtivas que o país tem e proporcionar uma rede de relacionamentos para gerar negócios. Países como Venezuela, Paraguai, Bolívia serão os alvos para este tipo de ação durante a ExpoZebu 2011. O grande mercado colombiano será mais uma vez alvo para realizações de grandes negócios. A cada ano,
as estatísticas mostram um mercado em franca expansão para a genética zebuína e demais produtos e tecnologias ligadas à produção de carne e leite. No mês de julho o Departamento de Relações Internacionais da ABCZ participará em Bogotá da Agroexpo, a maior feira de agronegócios do país e também no mês de novembro na 64º Exposição Nacional de Zebu, em Monteria. O continente africano foi apontado pela ApexBrasil como um mercado futuro promissor, com alta demanda de tecnologias em produção de alimentos e criação extensiva de animais. Várias empresas do projeto Brazilian Cattle já realizam negócios com países africanos e batem recorde de exportação no setor. A principal ação do Departamento Internacional da ABCZ esse ano estará concentrada na cidade de Luanda, Angola, na Feira Internacional Multi Setorial (FILDA 2011) que vai acontecer em meados de julho. O 7º Congresso Brasileiro das Ra-
ças Zebuínas, que acontecerá durante a Expogenética, no mês de agosto, contará com um projeto comprador que receberá representantes da Costa Rica e do México visando uma aproximação dos mercados. Num mercado global, onde a demanda por proteína animal é cada vez mais crescente, o compromisso principal do projeto ABCZ-ApexBrasil é executar as estratégias traçadas para viabilizar novos mercados e aumentar as exportações brasileiras. Por outro lado, o desafio principal continuará sendo o de maximizar a eficiência produtiva dos animais e das pastagens, com um manejo que respeite os limites naturais de cada bioma brasileiro. É por isso que a ABCZ está cada vez mais sincronizada com os novos horizontes comerciais e na vanguarda da busca de novas tecnologias e de parceiros que possam somar perante os desafios e as oportunidades que o comércio exterior proporciona aos empreendedores.
França Franceses da cooperativa Gènes Diffusion estiveram em Uberaba (MG) nos dias 14 e 15 de janeiro de 2011 para conhecer a pecuária seletiva brasileira. Eles visitaram a sede da ABCZ onde assistiram a duas palestras sobre zebu e sobre o trabalho da associação em prol do melhoramento genético das raças zebuínas. Os temas foram abordados pelo gerente de Relações Internacionais da ABCZ, Gerson Pedro Nunes Simão, e pelo superintendente técnico, Luiz Antonio Josahkian. Além da ABCZ, eles também visitaram a central ABS, as Fazendas Boa Fé e Mata Velha e o laboratório Geneal.
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foto: divulgação
Manejo
Desmama racional é expoente
positivo na conta do pecuarista
A
desmama racional é uma forma positiva de minimizar o impacto do estresse gerado pela separação de mãe e cria. É um momento delicado que resulta na estagnação do ganho de peso por alterar o comportamento alimentar dos bezerros. O trauma de ordem emocional pode igualmente afetar o sistema imunológico. Na fase entre o sexto e o oitavo mês o rúmem já está em funcionamento, mas o animal ainda é muito dependente da presença da mãe. O manejo funciona melhor em modelos de criação que trabalham com estação de monta. Além de alguns detalhes a serem observados e talvez adequados na estrutura disponível em cada fazenda, o serviço é bem simples, seguro e economicamente vantajoso, pois dispensa movimentação em curral e exige poucos vaqueiros na condução do rebanho nas etapas de transferência dos lotes de um pasto para outro. 72
Revista ABCZ
As informações são do zootecnista Alexandre Bizinoto, professor mestre em produção animal na FAZU, Faculdades Associadas de Uberaba. “É importante que o pasto escolhido para abrigar os bezerros seja um capim de bom valor nutritivo e maior digestibilidade para facilitar o metabolismo. Tifton, coast cross, cynodom e as brachiárias, fora dos ciclos de floração ou semente, dão resultados”, destaca o especialista.
Passo a passo • O criador escolhe no meio da vacada solteira, as que reconhecidamente possuem temperamento mais dócil e tran-
Por: Márcia Benevenuto
Alexandre Bizinoto, professor da FAZU
quilo, para serem as “madrinhas” dos bezerros; • Ele deve reservar duas áreas vizinhas, divididas por corredor ou cerca individual reforçada com mais fios de arame, capaz de garantir que o bezerro não consiga varar atrás da mãe; e há quem use ainda um fio eletrificado antes da cerca simples para garantir a eficiência do bloqueio; • O período de adaptação de vacas, bezerros e madrinhas no piquete dura em média quinze dias; • Na sequência as matrizes são conduzidas para o piquete vizinho e os bezerros ficam na companhia das madrinhas que já foram aceitas e reconhecidas como líderes que oferecem segurança, conforto emocional e devem ser seguidos; • Depois de três a cinco dias da apartação a matriz pode ser manejada para lotes de vacas prenhes e as madrinhas permanecem em média por mais três semanas.
Selecionadora de touros, a Fazenda Mundo Novo é adepta da desmama racional A Fazenda Mundo Novo, de UberabaMG, tem uma área de 4.200ha, onde 2.800ha são ocupados com pastagens cultivadas. O sistema de manejo contínuo permite 107 subdivisões em módulos que comportam lotes de 30 cabeças.
foto: divulgação
foto: Maurício Farias
Manter o desenvolvimento do bezerro reflete na comercialização
Nas creches, os jovens repetem o comportamento dos adultos
A separação que busca maior bem-estar para a matriz e o bezerro inibe em cerca de 40% a perda de peso comprovada nessa fase, considerada crítica. As crias ficam menos tempo berrando na beira da cerca tentando se reunir à mãe e, de forma mais natural, tendem a buscar as madrinhas e imitá-las, retornando ao pastejo. Com impacto menor no comportamento alimentar, o metabolismo continua respondendo e o sistema imunológico mantém resistência satisfatória para que o bezerro não fique tão suscetível a doenças comuns da idade, como manqueira e pneumonias. Para cada quilo acumulado pelo bezerro, no período da desmama, existe um ganho econômico equivalente a três dias menos de trato na fase de terminação. As pesquisas zootécnicas comprovam esta relação com base no acompanhamento minucioso do desenvolvimento fisiológico dos bovinos. A informação pode servir de estímulo aos pecuaristas que não têm costume de entortar o nariz para mudanças!
A comida do gado da raça nelore, com genética fechada em linhagem Lengruber, está nas brachiárias que ocupam 85% do terreno, além da mombaça, massai e andropogon. O piquete reservado para a desmama racional é roçado e adubado de forma a apresentar o ponto ideal para nutrição dos animais jovens que também recebem proteinado. Eduardo Penteado, sócio proprietário da empresa familiar com o irmão Fernando, conta sobre a experiência que o ajudou a baixar custo com funcionários e ter produtos de maior valor agregado na hora da comercialização. O pecuarista dispõe de 8 a 10 madrinhas para cerca de 250 a 300 bezerros. As vacas solteiras são escolhidas com muita atenção pela equipe de campo, que conhece de perto janeiro - fevereiro • 2011
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Eduardo Penteado, Fazenda Mundo Novo
foto: divulgação
Revista ABCZ ao seu dispor
o temperamento de cada fêmea. O criador acredita na transmissão do comportamento dócil para os bezerros, pois o zebuíno é gregário e tem a tendência de seguir e copiar as atitudes do adulto. A Mundo Novo coloca no mercado cerca de 350 tourinhos por ano. A genética potencializada com tecnologia e manejo já obteve resultados como os reprodutores A1646 MN, Rambo e Jamanta.
fotos: divulgação
Telso Cherigati, pecuarista
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Revista ABCZ
Foi por sugestão do leitor Telso Cherigati, da Fazenda Sete Voltas, localizada no município de Tombos, região na Zona da Mata mineira, que esta edição da revista ABCZ oferece conteúdo sobre o tema Desmama Racional. Telso faz bezerros destinados ao corte e desenvolve o procedimento racional num sistema que ele chama de desmama progressiva. Como o objetivo é encurtar o ciclo da pecuária, para adaptar o conceito na estrutura da propriedade, nosso leitor lança mão de artifícios criativos e até antigos como a colocação de uma tabuleta de narina no animal para impedir que ele pegue o teto da mãe. Depois vêm as etapas de apartação, com atenção ao bem-estar e sanidade das matrizes e das crias. “Eu padronizo o início da desmama do bezerro aos 7 meses de idade, e finalizo quando ele completa 8 meses. O processo total dura 30 dias e isto evita ao máximo o estresse e uma consequente perda de peso, tanto da cria quanto da matriz.” diz Cherigati.
Leite
Volume e composição do leite de fêmeas zebuínas
foto: Cláudio Freitas
Efeito da produção diária e da ordem de parto na composição físico-química do leite de vacas de raças zebuínas participantes de torneio leiteiro em exposição agropecuária
D
Introdução
o ponto de vista físico-químico, o leite é uma mistura homogênea de grande número de substâncias (lactose, glicerídeos, proteína, sais, vitaminas, enzimas, etc.), das quais algumas estão em emulsão (a gordura e as substâncias associadas), algumas em suspensão (as caseínas ligadas a sais minerais) e outras em dissolução verdadeira (lactose, vitaminas hidrossolúveis, proteínas do soro, sais, etc.). A composição do leite pode variar de acordo com os seguintes fatores: raça, período de lactação, alimentação, saúde, período de cio, idade, características individuais, clima, espaço entre as ordenhas e estação do ano. Dentro do parâmetro raça, os animais zebuínos apresentam maior teor de gordura no leite (4,39%) quando comparado aos animais da raça holandesa (3,32%) e suas cruzas (Fonseca & Santos, 2000). A gordura é o componente mais variável entre as espécies e raças. Sendo também influenciada pela alimentação e a idade do animal. De maneira geral, o conteúdo em gordura é inversamente proporcional à quantidade de leite produzido. No entanto, leite com maiores teores de sólidos totais são interessantes para a indústria de produtos lácteos. Normalmente, o leite tem 87,5% de água e 12,5% de sólidos, na forma de proteínas, lactose, gordura, sais minerais e outros componentes de menor presença; a presença de concentrações elevadas de sólidos totais no leite favorece o rendimento em queijos, manteigas, iorgutes etc. O pagamento diferenciado do leite, fundamentado em
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Revista ABCZ
critérios de qualidade da matéria-prima, é uma evolução do sistema de comercialização do produto e um aprimoramento das relações entre a indústria e os produtores. Dentre os critérios utilizados para a bonificação diferenciada, podem ser destacados os parâmetros físico-químicos, a composição do produto e a qualidade higiênica (Fonseca & Santos, 2000). Atualmente, o termo qualidade ganhou contornos diferentes e abrange não apenas as características intrínsecas do produto como também as características de seu processo produtivo, como a higiene na ordenha e a refrigeração e manutenção do leite em temperaturas de 4°C, que além de garantir a qualidade do produto final, ocorrem dentro de princípios de preservação ambiental, de responsabilidade social e da promoção humana. O objetivo neste estudo foi avaliar a influência da produção de leite e da ordem de parto sobre os constituintes do leite (gordura, proteína, lactose, sólidos totais e extrato seco desengordurado), contagem de células somáticas e nitrogênio uréico no leite, em vacas zebuínas participantes de torneio leiteiro.
Por: Adriano Henrique do Nascimento Rangel Dorgival Morais de Lima Júnior Emerson Moreira Aguiar Rodrigo Coutinho Madruga
Material e Métodos Os dados utilizados para este estudo foram obtidos de controle leiteiro oficial durante o Torneio Leiteiro de Raças Zebuínas da 46a Exposição Agropecuária, na cidade de Parnamirim-RN, situada na região metropolitana de Natal-RN, no período de 12 a 14 de outubro de 2008. Também, foram obtidos os registros dos animais junto à Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Escritório Regional de Natal-RN, referentes às matrizes das raças zebuínas gir, guzerá e sindi, com informações relativas ao código e nome do animal, data de parto e ordem de parto gerando um banco de dados com informações de 33 animais, sendo: 12 guzerá PO adultas e 3 PO jovens; 6 sindi PO adultas e 7 PO jovens; 2 gir PO adultas, 01 PO jovem e 2 LA adultas. As ordenhas foram realizadas manualmente, com tempo limite de 15 minutos, com intervalos de 12 horas (6h e 18h), fazendo-se o registro da produção de leite de cada animal durante os três dias do evento, seguindo rigorosamente uma sequência de ordenha do início ao final do torneio leiteiro. As coletas de leite para análise foram realizadas individualmente, durante os três dias do evento. Ao final de cada ordenha o leite era homogeneizado, obtendo-se amostras compostas proporcionais às respectivas produções, em frascos plásticos estéreis com conservante Bronopol®. Os frascos com as amostras foram identificados com código e nome do animal, acondicionados em caixas isotérmicas com gelo, entre 2º e 6ºC, e enviadas ao laboratório da Clínica do Leite ESALQ/USP, em Piracicaba-SP, para fins de análise da composição (gordura, proteína, lactose, sólidos totais, extrato seco desengordurado) e nitrogênio uréico foi realizado pelo método de absorção de ondas em infravermelho pelo equipamento Bentley 2000 e contagem de células somáticas(CCS) foi realizada pelo método de citrometria de fluxo no equipamento Somacount 300 – Bentley.
Cada registro foi constituído das seguintes informações: código e nome do animal, produção de leite diária, análise dos constituintes do leite (gordura, proteína, lactose, sólidos totais e extrato seco desengordurado), nitrogênio uréico, contagem de células somáticas e ordem do parto. Para os procedimentos de análise do banco de dados, os animais foram distribuídos nos grupos I, II e III, de acordo com a produção média diária obtida durante o período de avaliação. Os animais do grupo I tinham produção média igual ou menor que 10 quilogramas de leite/dia (kg leite/ dia), os do II entre 10,1 e 15 kg leite/dia e os do III acima de 15 kg leite/dia. Os dados obtidos foram comparados utilizando análise de variância e teste “F” de Fisher. As diferenças entre as médias dos tratamentos avaliados foram comparadas utilizando-se o teste de Tukey com 5% de probabilidade. Os procedimentos estatísticos foram efetuados utilizando-se o programa Statistical Analysis System - SAS (1988).
Resultados e Discussão O resultado da análise de variância entre as médias dos grupos (I, II e III) está disposto na Tabela 1. Na análise das amostras, os valores mínimos e máximos para o teor de gordura do leite, apresentaram a seguinte distribuição: Grupo I (2,99% e 6,64%); Grupo II (2,20% e 7,60%) e Grupo III (2,48% e 6,06%). Apesar de não ter ocorrido variância significativa entre os grupos (Tabela 1), podemos verificar que o grupo II atingiu os valores extremos tanto para o mínimo quanto para o máximo deste constituinte.
TABELA 1 - Teores de gordura (GOR), proteína (PROT), lactose (LACT), sólidos totais (ST), extrato seco desengordurado (ESD), contagem de células somáticas (CCS), nitrogênio uréico no leite (NUL), ordem de parto (OP) e produção média de leite (PL) dos animais com produção de até 10 kg/leite/dia (Grupo I), de 10,1 a 15 kg/leite/dia (Grupo II) e mais de 15 kg/leite/dia (Grupo III). GRUPO GOR I 4,48a II 4,00a III 3,94a
PROT LACT ST 3,88a 4,82a 14,16a 3,56b 4,83a 13,37b 3,43b 4,68b 13,06b
ESD 9,68a 9,37b 9,12c
CCS* 2,03a 2,02a 2,19a
NUL OP 13,90a 1,68a 14,23ab 3,89b 10,03ac 4,09b
PL 8,41a 12,63b 20,28c
*Os dados originais foram transformados utilizando log10
Segundo Noro (2004), vários fatores influenciam o teor de gordura do leite. A gordura, por seu mecanismo de síntese, é o componente de maior variação, oscilando 2 a 3 unidades percentuais. Dentre estes fatores, podem ser citados: a genética, o período de lactação, a estação do parto, a ordem do parto, a produção de leite, a nutrição, a saúde, a raça, a idade do janeiro - fevereiro • 2011
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animal, etc. Pela observação dos resultados apresentados o teor de gordura do leite pode ter sido influenciado por características individuais, estágio de lactação, produção diária, ordem de parto e relação entre concentrado: volumoso da dieta dos animais. Contudo, as médias dos teores de gordura do leite mantiveram-se dentro dos padrões exigidos pela IN 51 (mínimo 3%) e não apresentaram variação significativa (P>0,05). Para os níveis de proteína e sólidos totais do leite, houve diferença significativa (P<0,05) entre a média do grupo I e os demais, o que pode ter sido influenciado pelos fatores ligados aos respectivos grupos, tais como: produção de leite, ordem de parto e nitrogênio protéico e não-protéico da dieta. Devido ao efeito de diluição, as concentrações de proteína e gordura tenderam a ser menores conforme o acréscimo na produção de leite nos diferentes grupos analisados. Nas avaliações de lactose do leite foram encontradas médias de 4,82% no Grupo I, 4,83% no Grupo II e 4,68% no Grupo III (Tabela 1). Os níveis de lactose para bovinos de leite variam de 4,7% a 4,9%. A média do grupo III apresentou menores valores (P<0,05) em relação aos grupos I e II, ficando sensivelmente abaixo de 4,7%. O principal precursor da lactose em vacas de leite é a glicose do sangue. A concentração de lactose no leite não pode ser alterada por fatores nutricionais, indicando que seus níveis estão ligados diretamente com a função osmótica e a produção de leite da glândula mamária, ou seja, os teores da lactose tendem a aumentar conforme vão se aproximando do pico de lactação, e conseqüentemente irão diminuir ao final da lactação. Os dados obtidos nas amostras para o teor de nitrogênio uréico no leite (NUL) apresentaram os seguintes resultados mínimos e máximos, em miligramas por decilitro (mg/dl): Grupo I (6,30 e 21,90 (mg/dl), Grupo II (8,05 e 31,20 mg/dl) e Grupo III (4,90 e 17,50 mg/dl). Apesar de todos os grupos terem apresentado níveis médios satisfatórios para o NUL, as amplitudes dos dados apresentaram-se fora do padrão definido por Peres (2000) de 10 a 16 mg/dl. Observou-se variação significativa entre os grupos II e III (P<0,05), a qual pode ter sido atribuída aos aumentos no conteúdo de proteína na dieta e na produção de leite, e não somente ao efeito da produção de leite. Além do balanço energético-protéico da dieta, outros fatores como: produção de leite, idade da vaca, estágio de lactação, gordura e proteína do leite devem ser avaliados. Para o presente estudo, os resultados podem ser diferentes dos obtidos em experimentos de campo, pois os animais em torneio leiteiro, normalmente, recebem dietas com maiores proporções de concentrado, resultando em diferentes respostas pelos animais. Meyer (2003) concluiu que a variabilidade 78
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na quantidade e qualidade dos alimentos pode explicar as diferenças na associação entre uréia no leite e produção de leite. Diante disso, provavelmente, os resultados alcançados para os diferentes grupos sofreram interferência da dieta e das exigências nutricionais dos animais avaliados.
Considerações Finais A produção de leite diária e a ordem de parto tiveram efeito sobre os constituintes do leite. O nitrogênio uréico do leite indicou desajuste entre a composição da dieta dos animais com os seus níveis de produção. Os desempenhos alcançados ultimamente pelas raças zebuínas com aptidão leiteira têm demonstrado uma excelente alternativa para a utilização desses animais nos sistemas de produção de leite nas regiões tropicais. Referências Bibliográficas FONSECA, L. F. L.; SANTOS, M. V. 2000. Qualidade do leite e controle da mastite. São Paulo: Lemos Editorial, 175 p. NORO, G. 2004. Fatores ambientais que afetam a produção e a qualidade do leite em rebanhos ligados a cooperativas gaúchas. 2004. 92f. Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. PERES, J. R. Avaliação do nitrogênio uréico no leite: sintonia fina na nutrição. 2000. Disponível em:<http://www.milkpoint.com.br /?noticiaID=15829&actA=7&areaID=61&secao ID=176>. Acesso em: 20 jul. 2010.
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Adriano Henrique do Nascimento Rangel Prof. D.Sc. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias, UFRN, Natal, RN. Dorgival Morais de Lima Júnior Zootecnista, Mestrando do Programa de Pósgraduação em Zootecnia da UFRPE, Recife, PE. Emerson Moreira Aguiar Prof. D.Sc. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias, UFRN, Natal, RN. Rodrigo Coutinho Madruga Eng.Agrônomo,Técnico do Escritório Regional da ABCZ, Natal, RN.
ABCZ
A
Por: Laura Pimenta
Credibilidade e consistência para o zebu leiteiro
fazenda Mutum, localizada em Alexânia/GO, ao longo dos anos tornou-se referência em produção de animais superiores da raça gir, com foco na produção de bovinos cada vez mais leiteiros, com morfologia adequada para atender o mercado e com atenção especial voltada à produção de leite de qualidade. Mas o bom resultado com o gir não é fruto apenas de um trabalho antigo, que teve início há mais de 40 anos. A seleção foi impulsionada recentemente com a aquisição do gir leiteiro remanescente do plantel 3R de Uberaba, em 1998. Além disso, neste mesmo ano, o pecuarista Léo Machado, titular da Fazenda Mutum, decidiu ir além no trabalho de melhoramento genético que já vinha sendo feito na propriedade. Na época, a fazenda deu início à utilização do PMGZ (Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos). “Nosso objetivo é produzir animais cada vez mais leiteiros, com morfologia ideal. Para alcançar nossos objetivos, utilizamos tecnologia de reprodução de ponta aliado ao PMGZ, boa nutrição e orientação através das exposições e outros”, conta Léo. O plantel, que hoje conta com 600 animais gir leiteiro, é uma mostra de como trabalho com a raça vem sendo feito de maneira estruturada, com base em provas zootécnicas essenciais como o Controle Leiteiro, avaliações genéticas, foto: Jadir Bison
Léo Machado, criador de gir
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entre outras ferramentas. “É através do PMGZ que obtemos dados necessários para nos orientar para fazer melhoramento. Utilizamos o Controle Leiteiro, o Sumário de Touros, Sumário de Matrizes, Eficiência Reprodutiva, ou seja, todas as ferramentas disponíveis que o programa nos proporciona visando melhoramento de gado leiteiro. Tudo isso está aliado aos programas da ABCGIL, como o teste de progênie ABCGIL/EMBRAPA”, explica o pecuarista. Para Léo, o Sumário de Touros é uma das ferramentas mais importantes do trabalho, pois ele dá a certeza que o criador está utilizando touros melhoradores em seu rebanho. Outra ferramenta fundamental é o Controle Leiteiro. “É a base de tudo para fazer melhoramento, sem o Controle Leiteiro não existiria gir leiteiro. O Controle Leiteiro, juntamente com o Sumário de Touros e o Teste de Progênie, é a base para fazer o melhoramento para leite. Sem essas ferramentas não se faz melhoramento para leite. É preciso aferir o leite de todas as matrizes do rebanho”, salienta. Com a utilização do programa visando o melhoramento genético, os animais da Mutum alcançam bons resultados não apenas nas pistas de julgamento e nos concursos leiteiros dos quais participam. “A produção tem aumentado a cada geração, além da melhoria da qualidade do leite. Com isso, a aceitação do produto é cada vez melhor. A pista de julgamento nada mais é do que uma premiação para os animais morfologicamente superiores. Para a pista, o acompanhamento da morfologia é indispensável. Com certeza, hoje ninguém compra gato por lebre. Quanto mais dados zootécnicos obtivermos de um rebanho, teremos mais credibilidade e consistência. Isto é o que o mercado busca”, completa Léo Machado.
Informe Técnico
Novos integrantes
do PMGZ Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos da ABCZ CRIADOR Adelar Geller e Outro Cond. Amilcare Dallevo Junior Ana Claudia Mendes Souza Ana Paula Schimitz Golim Antonio Celso C. Gaiotto Arnobio de Oliveira Filho Caroline Alves Dias Lorenzo Cristiana Gutierrez Diogo Munhoz Ortiz Dirceu Aparecido Martinelli Edson Heitor de Paula Esperanza Agropecuaria Ltda Evandro Silva Barros Gentleman Serviços Ltda Ima Adm. Imoveis Rurais Ltda Ivan Goulart da Mata Jarbas de Freitas Peixoto João Carlos Facholi João Correa João Mattei Jose Luiz Moraes Marcelo Antônio N. B. Ártico Marcio Nantes de Oliveira Murilo Guimaraes Ulhoa Nabor Onari Nelson Devides de Oliveira Orivaldo Tadeu M. de Mello Orlando Aparecido Fuzaro Oton Nascimento Neto Ricardo Ribeiro Tavares Sabrina Alves Sebastiao de Oliveira Confessor Sebastião Gardingo Sergio Augusto Maciel Sergio Mourâo de M. Pinto Sidnei Sanches Zamora Valdemar Pissinatti Guerra Valencio Pereira de Carvalho Vera Lucia Bavaresco Calles William Ali Chaim Wilson R. Gonçalves Rodrigues 82
Revista ABCZ
FAZENDA Agroeste Mata Velha e Cedro Z Santa Cecilia Eldorado Sto. Antº da Conquista Est. do Amor Rancho Miguel Canabrava Mundo Novo Santa Ana Capim Puba Esperanza Ponte Alta Gentleman Agropec. Est. Ima Est. São Francisco Gamela Terra Rica Pirizal Vitória Est. das Araras Terras do Ártico Santa Luzia Vitória Água Branca São Joaquim Guará São José Araguaia Atlântica Manaus Nova Zelândia Simonik Oriente Santan.Tabatinga 13 de Novembro Magda Romualdo Nelore da Ouro Branco Capim Dourado Terra Forte
MUNICÍPIO - UF Mansidão - BA Uberaba - MG Uberaba - MG Itapetininga - SP Terenos - MS Bandeirantes - MS Aurelino Leal - BA Inhauma - MG Jateí - MS Cláudia - MT Itapuranga - GO Divinópolis - MG São Gabriel do Oeste - MS Mara Rosa - GO Cuiabá - MT Bonito - MS Prata - MG Ribas do Rio Pardo - MS V. Bela S. S. Trindade - MT Brasnorte - MT Serra - ES Aparecida do Tabuado - MS Rio Verde de M. Grosso - MS Cristianópolis - GO Coronel Macedo - SP S. Antônio do Aracanguá - SP Campo Grande - MS Nova Granada - SP S. Miguel do Araguaia - GO Pirapora - MG Dois Irmãos do Buriti - MS Pedra Grande - RN Boca do Acre - AM Leopoldina - MG Carmo da Mata - MG Sena Madureira - AC Carlinda - MT Crato - CE Tatui - SP Paraná - TO Cachoeiras de Macacu - RJ
RAÇA Nelore Nelore Guzerá Nelore Nelore Nelore Guzerá Guzerá Nelore Nelore Nelore Brahman Nelore Nelore Brahman Nelore Tabapuã Nelore Nelore Nelore Nelore Tabapuã Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore/Tabapuã Nelore Nelore Gir Brahman Nelore/Tabapuã Guzerá Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Tabapuã
PROVA ZOOTÉCNICA CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal CDP - Controle Des. Ponderal
Prova de ganho em peso Por sua fácil execução e eficiência técnica, seja ela realizada a pasto ou confinada, a PGP - Prova de Ganho em Peso, é uma das provas zootécnicas que mais cresce dentro do PMGZ. Conheça as PGP’s que encerraram e as que iniciaram em 2010 - 2011:
Provas de Ganho em Peso - Confinamento 779ª 780ª 781ª 782ª 783ª 788ª 792ª 793ª 794ª 795ª 796ª 797ª 798ª 799ª 801ª 802ª 803ª 784ª 785ª 786ª 789ª 804ª 805ª 816ª
PGP 49ª Água Milagrosa 24ª Faz.São José (GBR) 2ª Faz. Boticão 11ª Faz. Paturi 5ª Faz. Vera Cruz 1ª Faz. Brasilia 13ª Coletiva AGCZ 14ª Coletiva AGCZ 14ª Coletiva AGCZ 1ª ABCZ/Nelore - MS 1ª ABCZ/Guzerá - MS 1ª ABCZ/Tabapuã - MS 1ª ABCZ/Brahman - MS 2ª ABCZ/Nelore - MS 2ª ABCZ/Brahman - MS 2ª ABCZ/Guzerá - MS 9ª Faz. São Luiz 50ª Corrego Santa Cecilia 51ª Corrego Santa Cecilia 52ª Corrego Santa Cecilia 33ª Morada da Prata 10ª Faz. São Luiz 11ª Faz. São Luiz 2ª Umburana
Nº de criadores Local Tabapuã - SP 1 Barretos - SP 1 Barretos - SP 1 Uchoa - SP 1 Barra do Garças - MT 1 Itumbiara - GO 1 Goiânia - GO 21 Goiânia - GO 4 Goiânia - GO 5 Campo Grande - MS 0 Campo Grande - MS 3 Campo Grande - MS 3 Campo Grande - MS 2 Campo Grande - MS 37 Campo Grande - MS 2 Campo Grande - MS 2 Barra do Garças - MT 1 Uchoa - SP 1 Uchoa - SP 1 Uchoa - SP 1 Batatais - SP 1 Barra do Garças - MT 1 Barra do Garças - MT 1 Água Fria de Goias - GO 1
Nº de animais
34 23 26 27 61 61 48 14 19 192 7 9 7 83 6 6 57 25 25 25 24 40 42 23
Provas de Ganho em Peso - Confinamento 807ª 812ª 813ª 817ª 818ª 821ª 822ª A 822ª 823ª 824ª
PGP 1ª Faz. Brasilia 3ª Faz. Morro Alto 2ª Faz. Pau a Pique 3ª Umburana 1ª Faz São Roque 37ª Arrossenssal 6ª Faz. Braunas 53ª Corrego Santa Cecilia 53ª Corrego Santa Cecilia 8ª Quilombo
Nº de criadores Local Itumbiara - GO 1 Valença - RJ 1 Campo Florido - MG 1 Agua Fria de Goias - GO 1 Sorriso - MT 1 Nortelandia - MT 1 Funilandia - MG 1 Uchoa - SP 1 Uchoa - SP 1 Jaraguari - MS 1
Nº de animais
79 16 9 24 12 44 13 19 19 32
Provas encerradas Raça TAB PO NEL PO NEL PO TAB PO NEL PO NEL PO NEL PO TAB PO GUZ PO NEL PO GUZ PO TAB PO BRA PO NEL PO BRA PO GUZ PO NEL PO TAB PO TAB PO TAB PO TAB PO NEL PO NEL PO NEL PO
Entrada 26/05/10 07/06/10 01/06/10 24/05/10 01/06/10 14/06/10 08/06/10 08/06/10 08/06/10 10/06/10 10/06/10 10/06/10 10/06/10 10/06/10 10/06/10 10/06/10 01/06/10 16/06/10 16/06/10 16/06/10 05/07/10 01/07/10 01/07/10 02/07/10
Final 10/11/10 22/11/10 16/11/10 08/11/10 16/11/10 29/11/10 23/11/10 23/11/10 23/11/10 25/11/10 25/11/10 25/11/10 25/11/10 25/11/10 25/11/10 25/11/10 16/11/10 01/12/10 01/12/10 01/12/10 20/12/10 16/12/10 16/12/10 17/12/10
Provas em andamento Raça NEL PO BRA PO BRA PO NEL PO NEL PO NEL PO BRA PO TAB PO TAB PO NEL PO
Entrada 24/08/10 18/08/10 26/10/10 05/09/10 17/09/10 13/10/10 29/09/10 26/11/10 26/11/10 08/11/10
Final 08/02/11 02/02/11 12/04/11 20/02/11 04/03/11 30/03/11 16/03/11 13/05/11 13/05/11 25/04/11
janeiro - fevereiro • 2011
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Provas de Ganho em Peso - Pasto 633ª 634ª 635ª 639ª 640ª 641ª 642ª 652ª
PGP 1ª Rancho Imperial 1ª Faz. Floresta 2ª Faz. Floresta 43ª Kangayan 8ª Faz. Continental 10ª Tabapua da Sorte 13ª Faz. querença 1ª Faz. Genipapo
Local Vila Rica - MT Vila Rica - MT Vila Rica - MT Cuiaba - MT Colombia - SP Mozarlandia - GO Inhauma - MG Varzea da Palma
Nº de criadores
Nº de animais
1 1 2 1 1 1 1 1
28 25 10 57 22 25 55 49
Provas de Ganho em Peso - Pasto 650ª 651ª 653ª 654ª 655ª 656ª 657ª 658ª 659ª 660ª 661ª 662ª 663ª 664ª 665ª 666ª 667ª 668ª 669ª 670ª 671ª 672ª 673ª 674ª 675ª 677ª 678ª 679ª 680ª 681ª 682ª 683ª 684ª 685ª 84
PGP 16ª Faz. Angico (UNF) 6ª Faz. Boa Vista 2ª Faz. Genipapo 11ª Tabapua da Sorte 16ª Faz Santa Lidia 5ª Faz. Natal 1ª BSB Agropecuaria 1ª Serra Verde 1ª Faz. Bela Vista 4ª Faz. Api 13ª Raama - Serv. Assessoria 59ª Mundo Novo 60ª Mundo Novo 61ª Mundo Novo 62ª Mundo Novo 1ª Faz. Chapadao 5ª Asa Agropecuaria 6ª Asa Agropecuaria 20ª Faz. Copacabana 1ª Tabapua Estancia Zebu 9ª Faz. Continental 29ª Faz. Roncador 30ª Faz. Roncador 17ª Faz. Angico (UNF) 3ª Faz. São Leopoldo Mandic 4ª Cia. Melh. Norte Parana 14ª Faz. Querença 2ª AMCZ 13ª Embrapa/AGCZ 7ª SK Agropec. e Convidados 8ª SK Agropec. e Convidados 8ª NSG do Xingu 9ª NSG do Xingu 6ª NSG Xingu e Convid.
Revista ABCZ
Nº de criadores Nº de animais Local Campina Verde - MG 1 40 Anhembi - SP 1 27 Varzea da Palma 1 53 Mozarlandia - GO 1 17 Santo Antonio Aracangua - SP 1 30 Caiua - SP 1 40 Jussara - GO 1 44 S. Luis Montes Belos - GO 1 23 Nova Alvorada do Sul - MS 1 245 Catu - BA 16 63 Caseara - TO 3 44 Uberaba - MG 1 50 Uberaba - MG 1 54 Uberaba - MG 1 52 Uberaba - MG 1 48 Guarda-Mor - MG 1 40 Maraba - PA 1 32 Maraba - PA 1 28 Xambre - PR 1 109 Uberaba - MG 24 74 Colombia - SP 1 14 Barra do Garcas - MT 1 80 Barra do Garcas - MT 1 109 Campina Verde - MG 1 45 Descalvado - SP 1 22 Tapejara - PR 1 40 Inhalma - MG 1 55 - 9 29 - 35 107 Porto Velho - RO 3 35 Porto Velho - RO 3 15 Sao Felix do Xingu - PA 1 36 Sao Felix do Xingu - PA 1 42 Sao Felix do Xingu - PA 3 44
Provas encerradas
Raça NEL PO NEL PO NEL LA NEL PO BRA PO TAB PO BRA PO NEL PO
Entrada 29/01/10 29/01/10 29/01/10 12/01/10 12/02/10 25/02/10 12/03/10 02/03/10
Final 19/11/10 19/11/10 19/11/10 02/11/10 03/12/10 16/12/10 31/12/10 21/12/10
Provas andamento
Raça NEL PO NEL PO NEL PO TAB PO NEL PO NEL PO NEL PO TAB PO NEL PO NEL PO NEL PO NEL PO NEL PO NEL PO NEL PO TAB PO NEL PO NEL LA TAB PO TAB PO BRA PO NEL PO NEL LA NEL PO BRA PO NEL PO BRA PO GUZ PO NEL PO NEL PO NEL LA NEL PO NEL LA NEL PO
Entrada 14/05/10 15/05/10 11/05/10 16/04/10 11/06/10 10/06/10 02/08/10 05/06/10 06/05/10 10/06/10 25/05/10 01/06/10 01/06/10 01/06/10 01/06/10 04/06/10 05/06/10 05/06/10 15/06/10 07/07/10 01/07/10 07/07/10 07/07/10 23/07/10 30/06/10 04/05/10 02/07/10 18/09/10 09/06/10 20/06/10 20/06/10 10/06/10 10/06/10 10/06/10
Final 04/03/11 05/03/11 01/03/11 04/02/11 01/04/11 31/03/11 23/05/11 26/03/11 24/02/11 31/03/11 15/03/11 22/03/11 22/03/11 22/03/11 22/03/11 25/03/11 26/03/11 26/03/11 05/04/11 27/04/11 21/04/11 27/04/11 27/04/11 13/05/11 20/04/11 22/02/11 22/04/11 09/07/11 30/03/11 10/04/11 10/04/11 31/03/11 31/03/11 31/03/11
Provas de Ganho em Peso - Pasto 686ª 687ª 688ª 689ª 690ª 691ª 692ª 693ª 694ª 695ª 696ª 697ª 698ª 699ª 700ª 701ª 702ª 703ª 704ª 705ª 706ª 707ª 708ª 709ª 710ª 711ª 712ª 713ª 714ª 715ª 716ª 717ª 718ª 719ª 720ª 721ª 722ª 723ª 724ª 725ª 726ª 727ª 728ª 729ª 730ª 731ª
PGP 3ª Rancho Rochael 4ª Rancho Rochael 7ª Faz. Boa Vista 14ª Raama - Serv. Assessoria 3ª Brahman Vitoria 4ª Brahman Vitoria 1ª Agropec. JS 10ª Faz. Kaylua 1ª Eco e Convidados 7ª Nucleo Tres Fronteiras 2ª Faz. Chapadao 1ª Faz Agua Azul 3ª Faz. Genipapo 15ª Raama - Serv. Assessoria 2ª BSB Agropecuaria 1ª Faz. Brahman Santa Barbara 26ª Nossa Senhora das Graças 2ª Faz. Santa Clara 6ª Faz. Natal 17ª Faz Santa Lidia 3ª Faz. Floresta 4ª Faz. Floresta 2ª Rancho Imperial 12ª Tabapua da Sorte 13ª Tabapua da Sorte 14ª Tabapua da Sorte 15ª Tabapua da Sorte 2ª Faz. Ouro Branco e Convidados 3ª Faz. Japaranduba 11ª Oeste da Bahia 12ª Oeste da Bahia 3ª Agropastoril do Araguaia 4ª Agropastoril do Araguaia 1ª Faz. Regalito 10ª NSG do Xingu 11ª NSG do Xingu 63ª Mundo Novo 64ª Mundo Novo 65ª Mundo Novo 66ª Mundo Novo 8ª Norte de Minas 44ª Kangayan 45ª Kangayan 46ª Kangayan 5ª Cia. Melh. Norte Parana 2ª Faz. Morro Alto
Nº de criadores Local Araguana - TO 1 Araguana - TO 1 Anhembi - SP 1 Caseara - TO 4 Aracatuba - SP 1 Aracatuba - SP 1 Chavantes - SP 1 Lajedao - BA 1 São Mateus - ES 7 Nanuque - MG 15 Guarda-Mor - MG 1 Miracema Tocantins - TO 1 Varzea da Palma 1 Caseara - TO 4 Jussara - GO 1 Santa Barbara de Goias 1 Linhares - ES 1 Selviria - MS 1 Caiua - SP 1 S. Antonio Aracangua - SP 1 Vila Rica - MT 1 Vila Rica - MT 1 Vila Rica - MT 1 Mozarlandia - GO 1 Mozarlandia - GO 1 Mozarlandia - GO 1 Mozarlandia - GO 1 Gurupi - TO 9 Muquem S.Francisco 1 Barreiras - BA 1 Barreiras - BA 3 Santana Do Araguaia - PA 3 Santana Do Araguaia - PA 1 Flores de Goias - GO 1 Sao Felix do Xingu - PA 1 Sao Felix do Xingu - PA 1 Uberaba - MG 1 Uberaba - MG 1 Uberaba - MG 1 Uberaba - MG 1 Varzelandia - MG 18 Cuiaba - MT 1 Cuiaba - MT 1 Cuiaba - MT 1 Tapejara - PR 1 Uberlandia - MG 1
Nº de animais
13 11 38 58 23 22 77 27 37 66 51 46 35 58 62 27 21 30 65 19 44 11 22 22 19 21 20 38 50 30 127 80 41 48 41 54 42 42 43 44 78 56 40 43 39 16
Provas andamento
Raça NEL PO NEL LA NEL PO NEL PO BRA PO BRA PO NEL PO TAB PO NEL PO TAB PO TAB PO GUZ PO NEL PO NEL PO NEL PO BRA PO NEL PO NEL PO NEL PO NEL PO NEL PO NEL LA NEL PO TAB PO TAB PO TAB PO TAB PO NEL PO NEL PO GUZ PO NEL PO NEL PO NEL LA BRA PO NEL PO NEL LA NEL PO NEL PO NEL PO NEL PO NEL PO NEL PO NEL PO NEL PO NEL PO BRA PO
Entrada 15/07/10 15/07/10 24/07/10 13/07/10 17/07/10 17/07/10 30/07/10 05/08/10 04/08/10 06/08/10 25/08/10 22/05/10 20/07/10 13/07/10 02/08/10 01/07/10 15/06/10 30/07/10 19/08/10 20/08/10 20/07/10 20/07/10 20/07/10 05/08/10 05/08/10 05/08/10 05/08/10 07/08/10 02/08/10 01/09/10 01/09/10 01/09/10 01/09/10 03/08/10 25/08/10 25/08/10 31/08/10 31/08/10 31/08/10 31/08/10 03/09/10 30/06/10 03/08/10 03/08/10 07/08/10 15/10/10
Final 05/05/11 05/05/11 14/05/11 03/05/11 07/05/11 07/05/11 20/05/11 26/05/11 25/05/11 27/05/11 15/06/11 12/03/11 10/05/11 03/05/11 23/05/11 21/04/11 05/04/11 20/05/11 09/06/11 10/06/11 10/05/11 10/05/11 10/05/11 26/05/11 26/05/11 26/05/11 26/05/11 28/05/11 23/05/11 22/06/11 22/06/11 22/06/11 22/06/11 24/05/11 15/06/11 15/06/11 21/06/11 21/06/11 21/06/11 21/06/11 24/06/11 20/04/11 24/05/11 24/05/11 28/05/11 05/08/11
janeiro - fevereiro • 2011
85
Provas de Ganho em Peso - Pasto 732ª 733ª 734ª 735ª 736ª 737ª 738ª 739ª 740ª 741ª 742ª 743ª 744ª 745ª 746ª 747ª 748ª 749ª 750ª 751ª 752ª 754ª 755ª 756ª 757ª 758ª 759ª 760ª 761ª 762ª 763ª 764ª 765ª 766ª 767ª 768ª 769ª 770ª 771ª 772ª 773ª 774ª 86
PGP 10ª Faz. Continental 7ª Faz. Natal 2ª Faz Agua Azul 1ª Faz Confidencia 1ª Elite Provados 1ª Faz Rosa Naves 1ª Faz Boa Vista 1ª Faz E o Amor 8ª Faz. Boa Vista 1ª Faz Baluarte 4ª Faz. Flor de Minas 21ª Faz. Copacabana 25ª Cabo Verde St. Lúcia 26ª Cabo Verde St. Lúcia 27ª Cabo Verde St. Lúcia 28ª Cabo Verde St. Lúcia 29ª Cabo Verde St. Lúcia 30ª Cabo Verde St. Lúcia 31ª Cabo Verde St. Lúcia 32ª Cabo Verde St. Lúcia 33ª Cabo Verde St. Lúcia 15ª Faz. Primavera 5ª Faz. Sao Jose (GBR) 4ª Faz. Genipapo 2ª Faz. Brahman Santa Barbara 15ª Faz. Querença 1ª Faz . Talisma 2ª Faz . Talisma 47ª Kangayan 48ª Kangayan 27ª Nossa Senhora das Graças 1ª Faz. Regalito 1ª Nelore Jose São Jose 5ª Brahman Vitoria 6ª Brahman Vitoria 7ª Brahman Vitoria 16ª Tabapua da Sorte 2ª Faz. Frari 9ª SK Agropec. e Convidados 10ª SK Agropec. e Convidados 1ª Faz Rancho 60 2ª Faz Rancho 60
Revista ABCZ
Nº de criadores Local Colombia - SP 1 Caiua - SP 1 Miracema Tocantins - TO 1 Cotegipe - BA 1 Pereira Barreto - SP 1 Piranhas - GO 1 Piranhas - GO 3 Araguapaz - GO 1 Anhembi - SP 1 Lagoa dos Patos - MG 1 Malacacheta - MG 1 Xambre - PR 1 Curionopolis - PA 1 Curionopolis - PA 1 Curionopolis - PA 1 Curionopolis - PA 1 Curionopolis - PA 1 Curionopolis - PA 1 Curionopolis - PA 1 Curionopolis - PA 1 Curionopolis - PA 1 Caarapo - MS 5 Barretos - SP 1 Varzea da Palma 1 Santa Barbara de Goias 1 Inhalma - MG 1 Goiania - GO 1 Goiania - GO 1 Cuiaba - MT 1 Cuiaba - MT 1 Linhares - ES 1 Flores de Goias - GO 1 Paraiso do Tocantins - TO 1 Aracatuba - SP 1 Aracatuba - SP 1 Aracatuba - SP 1 Mozarlandia - GO 1 Porto Velho - RO 1 Porto Velho - RO 3 Porto Velho - RO 2 Nova Xavantina - MT 1 Nova Xavantina - MT 1
Nº de animais
18 40 45 16 31 26 28 49 56 61 27 41 22 22 22 22 21 22 23 14 23 77 18 29 20 22 22 15 40 42 34 18 41 21 21 21 22 26 42 12 33 136
Provas andamento
Raça BRA PO NEL PO NEL PO NEL PO NEL PO NEL PO NEL PO NEL PO NEL PO NEL PO TAB PO TAB PO TAB PO TAB PO TAB PO TAB PO TAB PO TAB PO TAB PO TAB LA NEL LA NEL PO NEL PO NEL PO BRA PO BRA PO NEL LA NEL PO NEL PO NEL PO NEL PO BRA PO NEL PO BRA PO BRA PO BRA PO TAB PO NEL PO NEL PO NEL PO NEL LA NEL PO
Entrada 29/10/10 28/10/10 28/08/10 03/09/10 29/06/10 02/10/10 01/10/10 06/09/10 02/10/10 24/09/10 30/08/10 14/09/10 12/09/10 12/09/10 12/09/10 12/09/10 12/09/10 12/09/10 12/09/10 12/09/10 12/09/10 06/08/10 08/11/10 28/09/10 09/09/10 10/11/10 17/09/10 17/09/10 21/07/10 01/09/10 31/08/10 12/10/10 05/10/10 05/10/10 05/10/10 05/10/10 15/10/10 12/12/10 05/12/10 05/12/10 05/10/10 05/10/10
Final 19/08/11 18/08/11 18/06/11 24/06/11 19/04/11 23/07/11 22/07/11 27/06/11 23/07/11 15/07/11 20/06/11 05/07/11 03/07/11 03/07/11 03/07/11 03/07/11 03/07/11 03/07/11 03/07/11 03/07/11 03/07/11 27/05/11 29/08/11 19/07/11 30/06/11 31/08/11 08/07/11 08/07/11 11/05/11 22/06/11 21/06/11 02/08/11 26/07/11 26/07/11 26/07/11 26/07/11 05/08/11 02/10/11 25/09/11 25/09/11 26/07/11 26/07/11
CEP – CERTIFICADO ESPECIAL DE PRODUÇÃO É um dos mais importantes produtos disponibilizados pelo PMGZ. Este certificado alia a superioridade genética do animal ao seu biotipo.O Certificado Especial de Produção é baseado nas avaliações genéticas de todos os animais participantes do PMGZ. A cada safra são verificados nos arquivos gerais da ABCZ os zebuínos (machos e fêmeas) que apresentam os melhores IQG (Índice de Qualificação Genética). Além de apresentar uma superioridade genética, eles devem apresentar um tipo adequado à produção já que o intuito do CEP é identificar e disponibilizar reprodutores com DEP´s elevadas. Para o CEP categoria nacional há 4 selos: • CEP PLATINA: animais que estão entre os 1% melhores IQG • CEP OURO: animais estão entre os 1% a 2% melhores IQG • CEP PRATA: animais que estão entre os 2% a 5% melhores IQG • CEP BRONZE: animais que estão entre os 5% a 8% melhores IQG
CEP 2010 - Criadores que já tiveram animais avaliados e certificados
Raça NELORE
número de cep’s recebidos Criador
Etr
Abel T. Leopoldino Outros Cond. CGB Acioli José Teixeira RDC Agrop. Santa Barbara Xinguara S/A. SEDE Agropast. do Araguaia Ltda. PMW Agropec João Nunes da Silva SEDE Agropec. Fogliatelli S/A CGB Agropec. Fogliatelli S/A CGB Agropec. Grendene Ltda. SEDE Agropec. Imobiliaria Maripa Ltda SAO Agropec. J. S. da Bom Jesus Ltda. SAO Agropec. João Martins S/A SSA Agropec. Mario Franco Ltda. SEDE Agropec. Nova Vida Ltda. JPR Agropec. Sondotécnica S/A MOC Aldo Rezende Telles CGB Alebisa Emp. E Participações Ltda SEDE Alexandre Martendal CGB Almir Alves Conceição CGB Aluísio Lessa Coelho CGR Alvaro José do Monte Vasconcelos MAC Amauri Gouveia BAU Ambrosino Carrijo de Freitas SEDE Antonio C. S. Rezende/Outro-Cond. CGB Antonio Carlos Lopes do Amaral SAO Antonio Sacchi CGR Araguarina Agropast Ltda. PMW Argeu Fogliatto CGB Argeu Fogliatto CGB Ariston Quirino de Morais GYN Arnaldo de Campos CGB Arnaldo Manuel S. Machado Borges SEDE Arrossensal Agropec. E Indl. S/A CGB Arthemio Olegario de Souza CGR Ary Bortolini VIX
Fazenda
California Santa Clara Estância Santa Barbara Santa Fé Mundo Novo Porto do Campo Porto do Campo Guanabara Castelo Santo Antonio B.Vista Grande Vista Mineira Nova Vida Sondotécnica Nove de Julho São Pedro Martendal Alves Pinheiro Santa Mônica Alto Verde Vo Thomaz São Francisco S. Antonio Três Marias Três Marias Los Manos Pé do Morro Porto do Campo Porto do Campo Serra Verde Vale do Aporé Ipê Ouro Camargo Água Tirada Chapadão
platina ouro prata bronze total
– 1 1 – 1 – 1 – – 1 – – 3 – 1 1 1 – – – – – 1 – – – 1 – – – – – – 1
1 – 1 – – – – – 2 1 – 1 2 – – – 1 – – 1 – – – – 1 1 – – – 1 – – – –
– 1 – 1 – – – 1 1 5 – – 17 – – – 4 – – – 1 2 – 1 – 4 – 1 1 – 1 2 1 –
1 1 1 – – 1 – 1 1 2 1 – 18 1 – – 3 1 1 – 1 – 1 – – 1 1 – – – 1 2 1 –
2 3 3 1 1 1 1 2 4 9 1 1 40 1 1 1 9 1 1 1 2 2 2 1 1 6 2 1 1 1 2 4 2 1
Técnico avaliador Divino H. Guimarães Gustavo Rusa Pereira Gustavo Rusa Pereira Aurélio Carlos Vilela Soares Marcos Cunha Resende Fábio Eduardo Ferreira Cristovan B. de Oliveira Cristovan B. de Oliveira Cristiano Perroni Ribeiro Divino H. Guimarães Marcelo M. A. Ferreira Carlos Eduardo Nassif Leonardo Cruvinel Borges Marcos Miguel Mendes Luis Gustavo K. Wenzel Carlos Eduardo Nassif Luis Gustavo K. Wenzel André Luis L. Borges Murilo Montandon Sivieri Frederico Cansanção Acioli Alisson Andrade de Oliveira Divino H. Guimarães Leonardo R. de Queiroz Cristiano Perroni Ribeiro Marcio Assis Cruz Russel Rocha Paiva Fábio Eduardo Ferreira Cristovan B. de Oliveira Marcelo Monteiro Garcia Leonardo R. de Queiroz Luis Gustavo K. Wenzel Fábio Eduardo Ferreira Murilo Montandon Sivieri Roberto Winkler janeiro - fevereiro • 2011
87
CEP 2010 - Criadores que já tiveram animais avaliados e certificados
Raça NELORE
número de cep’s recebidos Criador
Etr
Assoc. Bras. de Educ. Cultura -ABEC SEDE Baluarte Agropec. Ltda. BHZ Carla R. de Freitas/ Out. Cond. CGB Carlos Gomes Bezerra CGB Catarina Noemi Kliemann PMW Celso Crespim Bevilacqua CGB Celso José Dalben e Outros/Cond. PMW Cesar Augusto Pincelli BAU Ciro Pereira Scopel SEDE Claudia M. Lemgruber S. Tavares VIX Claudio Frenando Garcia de Souza TLG SRPR Clori Dionisio Dal Pra MOC Colonial Agropec. Ltda. CGB Comercindo Tomelin CGB Companhia Muller de Bebidas TLG Cornélia Margot Gamerschlag VIX Custódio Forzza VIX Dalton Dias Heringer RIO Danilo Lima Guerra SEDE Diamantino Silva Filho BAU Domingos Souza Medeiros EAO Empreend. Agrop. E Obras S/A SSA JPR Edgar Hatiro Fujita SSA Edimar Luiz Margotto GYN Edson da Silva Torres SEDE Eduardo Biagi e Outros Cond. JPR Eduardo Garcia SEDE Eduardo Saad Gattaz SRPR Eliseo José Pasquali Filho GYN Elson Mario de Castilho Empr. Bras. Pesq. Agropec. - Embrapa GYN Eraldo Missagia Serrão VIX Europa América Empreend. Agropec. CGB Fabio Souza de Almeida SEDE Fábio Souza de Almeida Filho SEDE Faz. do Sabiá Ltda. BHZ Faz. Manga - Condomínio PMW Faz. Reun. Santa Maria Ltda. SSA Faz. Santa Elina S/A CGB Faz. Santa Elina S/A CGB Fernando V. Martins Filho/ Ou-Cond. SEDE Fortaleza S.Teresinha e Part. Ltda. BHZ Francisco Paulo de Magalhães BHZ Gilberto Franco Sampaio Neto CGB Gustavo de Andrade Lopes/Out. Con SRPR 88
Revista ABCZ
Fazenda
Águas da Prata Baluarte Pau D’alho São Carlos Santo Angelo Bevilacqua Dalben Sitio Sto Antº da Grama Floresta Santa Clara Tres Lagoas São José Colonial Macuco Santa Maria Pimenta Nossa Senhora das Graças Paraíso Alabama Buriti II São Pedro Baviera São Lourenço Colatina Lirio do Vale Fazendinha Jaburi Estrella Estância Dispec do Brasil BSB Agropecuária Embrapa Cerrados Mãe Santa Santa Maria São Sebastião São Sebastião Do Sabiá Manga Santa Maria Santa Elina Santa Elina Guanabara Fortaleza Santa Teresinha Juparana Santa Luzia Dona Amélia
platina ouro prata bronze total
2 – – – – – – – – 1 – – – – – 2 – – – – 1 1 – – 13 10 – – 2 4 2 3 3 6 9 7 – – – – – – 10 9 1 – – – – – – – – – – 1 – – – – – – – – – – 1 – – 2 4 2 – – 1 – – – – – 2 – – – – – – – –
– – 1 1 – 2 2 – 1 – 3 1 13 2 3 12 11 7 – – – 15 – 1 – 1 – – – 1 1 3 – – 1 6 – 1 1 1 2 – – 2 1
3 2 – 1 – 1 1 – – 1 1 – 14 – 2 7 8 11 1 1 1 10 – – 1 1 1 – 2 3 – – 1 – – 3 1 – – 2 2 1 1 2 3
5 2 1 2 1 3 3 2 1 1 6 1 50 2 11 24 28 34 1 1 1 44 1 1 1 2 1 1 2 4 1 3 1 1 3 15 1 2 1 3 6 1 1 4 4
Técnico avaliador Alexandre E. de Toledo Luis Fernando F. C. Junior Antonio Emílio G. Junior Luis Gustavo K. Wenzel Luiz F. de Paula Salim Luis Gustavo K. Wenzel Luiz F. de Paula Salim Alisson Andrade de Oliveira Thinouco F. Sobrinho Roberto Winkler Claudio Signorelli Faria Célio Arantes Heim Marcos Miguel Mendes Bruno José M. Mazzaro Antonio Emílio G. Junior Claudionor Aguiar Teixeira Roberto Winkler Roberto Winkler Marcelo Costa Leite Carlos Eduardo Nassif Alisson Andrade de Oliveira Marcelo M. A. Ferreira Leonardo Cruvinel Borges José Marcio de Carvalho Leonardo Figueiredo Netto Carlos Eduardo Nassif Leonardo Cruvinel Borges Carlos Eduardo Nassif Célio Arantes Heim Divino H. Guimarães Rodrigo R. Lopes Cançado Roberto Winkler Leonardo R. de Queiroz Rodrigo Macedo Sousa Luis Renato Tiveron Francisco Carlos Velasco João B. C. Gonçalves Joe Luiz da Silva Fábio Eduardo Ferreira Cristovan B. de Oliveira Marcos Cunha Resende Francisco Carlos Velasco Luis Fernando F. C. Junior Antonio Emílio G. Junior Ireno Cassemiro da Costa
CEP 2010 - Criadores que já tiveram animais avaliados e certificados
Raça NELORE
número de cep’s recebidos Criador
Hélio José de Moraes Herica Cristina Ferreira Diniz Integral Pecuária Ltda. Ivan Szeligowski Ramos Jaguari Com. E Agrícola Ltda. Jairo Machado Carneiro Filho Jayme Rebelo Neto João Delorenzo Neto Jonas Barcellos Correa Filho Jonas Ferreira Franco José Antonio Gal Fernandes José Antonio Valente Gomes José Cantídio Junqueira Almeida José Carlos Prata Cunha José Coelho Vitor José Fernandes Vieira José Hipolito Pereira José Luiz Niemeyer dos Santos José Macedo da Silva José Olavo Borges Mendes José Olavo Borges Mendes José Rubens de Carvalho Júlio Cesar Resende Julio de Mesquita Neto Julio Roberto Macedo Bernardes Lage Agrícola e Pecuária Ltda. Leila Borges de Araujo Lucia Marques Pavan e Outra- Cond. Luis Fernando F. Rocha/Outro-Cond.
Luiz Antonio Menezes de Szechy Luiz Carlos de Oliveira Lux Agropec. S/A. Mara Moreira Andrade Guerra Marcelo Vilela Andrade Marcio Coelho Colen Marco Antonio Carreira Ou/Cond. Marco Antonio M. Pedroza e Outro Marco Antonio Mendonça Pedroza Marco Aurélio de O. Fernandes Maria Elisabeth Pereira Dias Mauricio Cristiano Perego Mauro Rezende de Andrade Mauro Rezende de Andrade Filho Miguel Pardo Muguidjana Agropecuária Ltda.
Etr
Fazenda
GYN RIO SEDE SEDE CGR SEDE MOC SRPR SEDE SEDE SRPR CGR SEDE SEDE RDC JPR CGR SAO JPR SEDE SEDE PMW PMW SAO GYN GYN SEDE SRPR SEDE SEDE JPR BHZ CGB CGB BHZ TLG GYN GYN GYN AUX SLZ CGR CGB SAO SEDE
Mateirinha Alambari Santa Rosa Santa Filomena das Aguas Santana do Apa Vera Cruz Bela Vista Santa Barbara Mata Velha Descansopolis Agropec. Fazenda Montana Pindorama Santa Lídia Fortaleza Santa Lúcia Fernandopolis Paineira Terra Boa SK Agropecuária Primavera Primavera Nossa Terra JR. Sertaneja Agrop. Ltda. Santa Julia Taruma Lage São Lourenço Três Meninas Conquista Madras Nossa Senhora Aparecida Paineiras 4 Meninas Marlice Mato Redondo São Pedro Riacho Fundo Riacho Fundo Sonho Meu São João da Providência N. Senhora Aparecida Marlice Oruam Estância Santa Madalena Nova Aliança
platina ouro prata bronze total
– – – – 1 1 – – – – – – – – – – – 3 – 1 – – – – 1 – 1 – – – – – – – – – – – – 1 – – 1 – –
1 – 1 – 1 1 2 – – – 1 – – – 2 – – 3 1 1 1 – – 1 – – – 1 – – – – – – – – 2 – 1 – 1 – – – 2
4 2 1 – 7 1 2 1 1 1 2 – 6 1 – 1 – 1 1 – – 2 1 1 2 1 – – – – 1 1 – – 1 1 1 – – 5 1 – 7 1 8
1 – 5 4 6 3 2 – – – 3 1 3 1 2 – 1 6 – – – 4 – 1 2 – 2 – 2 2 – 1 4 1 – 1 2 1 2 – – 1 9 – 2
6 2 7 4 15 6 6 1 1 1 6 1 9 2 4 1 1 13 2 2 1 6 1 3 5 1 3 1 2 2 1 2 4 1 1 2 5 1 3 6 2 1 17 1 12
Técnico avaliador Antonio L. do Nascimento Marcelo Costa Leite Carlos Eduardo Nassif Divino H. Guimarães Marcio Assis Cruz Divino H. Guimarães Marcos Miguel Mendes Ireno Cassemiro da Costa Luis Renato Tiveron Leonardo Machado Borges Ireno Cassemiro da Costa José de Melo Emir Antonio Queiroz Marcos Cunha Resende Aurélio Carlos Vilela Soares Leonardo Cruvinel Borges Horácio Alves Ferreira Neto Claudionor Aguiar Teixeira Fabio Roberto Botelho Mariana Alencar Pereira Virgilio B. de A. Camargos João B. Correa Gonçalves José Ribeiro Martins Neto Cristiano Perroni Ribeiro Haroldo H. M. Di Vellasco Antonio L. do Nascimento Luis Renato Tiveron Célio Arantes Heim Marcos Cunha Resende Divino H. Guimarães Guilherme Henrique Pereira Luis Fernando F. C. Junior Luis Gustavo K. Wenzel Antonio Emílio G. Junior João Eudes Lafeta Queiroz Claudio Signorelli Faria Haroldo H. M. Di Vellasco Haroldo H. M. Di Vellasco Haroldo H. M. Di Vellasco João Batista R. de Almeida Cosme Otoni M. Chagas Antonio Emílio G. Junior Antonio Emílio G. Junior Evandro Ribeiro de Almeida Alexandre E. de Toledo janeiro - fevereiro • 2011
89
CEP 2010 - Criadores que já tiveram animais avaliados e certificados
Raça NELORE
número de cep’s recebidos Criador
Etr
Nelson Antonio Neves RDC Nelson Luiz Feital RDC Nizo Grapiuna de Carvalho BHZ Norimoto Yabuta e Outros - Cond. BAU Nylza Menezes de Szechy SEDE Octaviano Raymundo Camargo Silva SAO Orlando Martins do Amaral PMW Osvaldo Nicoletti JPR Patricia Zancaner Caro Out/Cond. TLG Paulino Straliotto CGR CGR Paulo Cezar Rodrigues Ogeda JPR Paulo Curi Neto Paulo N. Lindenberg Von Schilgen VIX RDC Paulo Sergio Moreira Souza SEDE Pedro Augusto Ribeiro Novis Porto R. Cunha Agropec. E Part. Ltda. GYN Renato Sebastião Engracia JPR Reunidas BH Agronegócios Ltda. SSA Rigivelto Riva CGB Rio Doce Café S/A Imp. E Exp. VIX Roberto Egydio Balestra GYN Rosita Cordova Machado CGB Serafim Meneghel SRPR Sergio Casali Prandini CGR Tangará Pecuária e Partic. Ltda. SEDE Unicafé Agric. S/A. VIX Valdenilson Cordeiro Mendes JPR Vandete Vilela Ribeiro GYN Vasco Mil-Homens Arantes Filho SEDE Vicente Severino de Oliveira PMW Vicente Severino de Oliveira PMW Victor Frederico Cruz Leite JPR Walmir Maciel PMW Walter de Castro Cunha SEDE York da Silva Correa CGR
Fazenda
Malula Capitão Cajuby Progresso Santa Filomena das Aguas Siriema do Lago Primavera Nicomar Bonsucesso São Sebastião Nascente São José Santa Laura Encantado Guadalupe Sta Terezinha Madras Belo Horizonte Marauense Pantanal Limeira Estância Santa Fé Estância 3M Prata de Lei Rancho da Matinha Derribadinha Peça Rara Agropecuária Estancia Tres Poderes Marupiara São Lourenço São Lourenço Sant’ana Pioneira Santa Marta São Tomaz
platina ouro prata bronze total
– – 1 – 1 – – – 5 – – 2 – – – – 4 – 2 – – – – 1 1 – – – – – – – – – –
– – – 1 2 – 1 1 5 1 – 1 – – 1 – 4 – 1 1 – 1 – – – 1 – – – 1 – – – – –
1 1 – – 1 1 – – 8 – 1 7 – – – 1 8 1 2 1 3 – – – – 1 1 – – – 2 – – 2 –
1 – – – 3 – – – 4 – – 2 1 1 – – 7 2 2 1 1 – 1 – – – 1 1 1 – 1 1 1 3 2
2 1 1 1 7 1 1 1 22 1 1 12 1 1 1 1 23 3 7 3 4 1 1 1 1 2 2 1 1 1 3 1 1 5 2
CEP 2010 - Criadores que já tiveram animais avaliados e certificados
Técnico avaliador Gustavo Rusa Pereira Gustavo Rusa Pereira Francisco Carlos Velasco Claudionor Aguiar Teixeira Divino H. Guimarães Cristiano Perroni Ribeiro José Ribeiro Martins Neto Guilherme Henrique Pereira Claudio Signorelli Faria Sidnei Martins Almirão Marcio Assis Cruz Leonardo Cruvinel Borges Roberto Winkler Aurélio Carlos Vilela Soares Alexandre E. de Toledo Marcelo Monteiro Garcia Leonardo Cruvinel Borges José Marcio de Carvalho Cristovan B. de Oliveira Roberto Winkler Russel Rocha Paiva Cristovan B. de Oliveira Célio Arantes Heim Adriano Garcia Carlos Eduardo Nassif Roberto Winkler Izarico Camilo Neto Carlos Almir A. Santoro Divino H. Guimarães Aurélio Carlos Vilela Soares José Ribeiro Martins Neto Leonardo Cruvinel Borges João B. Correa Gonçalves Marcos Cunha Resende Sidnei Martins Almirão Raça NELORE MOCHA
número de cep’s recebidos
90
Criador
Etr
Fazenda
Agropast. GB Ltda. Agropec. Fogliatelli S/A Agropec. Nova Vida Ltda. Amauri Gouveia Argeu Fogliatto
SAO CGB JPR BAU CGB
Miraflores Porto do Campo Nova Vida Vo Thomaz Porto do Campo
Revista ABCZ
platina ouro prata bronze total
– – – – 1
– – – 1 –
3 – 1 3 –
1 2 – 3 1
4 2 1 7 2
Técnico avaliador Cristiano Perroni Ribeiro Fábio Eduardo Ferreira Leonardo Cruvinel Borges Alisson Andrade de Oliveira Cristovan B. de Oliveira
CEP 2010 - Criadores que já tiveram animais avaliados e certificados
Raça NELORE MOCHA
número de cep’s recebidos Criador
Etr
Ciro Pereira Scopel SEDE Colonial Agropec. Ltda. MOC Empr. Bras.Pesq. Agropec.-Embrapa GYN Eraldo Missagia Serrão VIX Faz. Reun. Santa Maria SSA Flávio Augusto Cotrim Ferreira SEDE Gouvan Cavalcante de Magalhães ACZP Luiz Carlos de Oliveira JPR Mabagra Agropast. Ltda. CGB Odirlei Queiroz Faria CGB CGB Paulo Terencio Pereira Valle CGR Renato Sabino Carvalho SEDE Ricardo de Andrade de Gouveia BAU Rubens Naman Rizek
Fazenda
platina ouro prata bronze total
Floresta Colonial Embrapa Cerrados Mãe Santa Santa Maria Boticão Nascentes do Rio Verde Nossa Senhora Aparecida Barra Grande Primavera Anacan de São Judas Tadeu Corguinho Santa Helena São João
– – – – – – – – – – – – 5 –
1 1 – – 2 2 – – – – – – 2 –
– 1 2 1 3 3 1 – 1 – – – 1 –
– – – – 1 1 – 1 – 1 1 1 – 1
1 2 2 1 6 6 1 1 1 1 1 1 8 1
CEP 2010 - Criadores que já tiveram animais avaliados e certificados
Técnico avaliador Thinouco F. Sobrinho Marcos Miguel Mendes Rodrigo R. Lopes Cançado Roberto Winkler Joe Luiz da Silva Luis Renato Tiveron Jordan Meneses Alves Guilherme Henrique Pereira André Luis L. Borges Antonio Emílio G. Junior Fábio Eduardo Ferreira Adriano B. de Souza Carlos Eduardo Nassif Eric Luis Marques da Costa Raça BRAHMAN
número de cep’s recebidos Criador
Alfredo de Almeida Alvaro de Oliveira Lima Antonio Renato Prata Eduardo Saad Gattaz Gustavo Torres Vilaverde Hamilton P.Paraiso Junior/ Ou.Con Luiz de Moraes Barros Filho Mauricio Saad Gattaz Paulo de Castro Marques Rancho V8 Brasil Ltda Valdemir de Jesus Gomes
Etr
Fazenda
SEDE BAU BAU SEDE CGR RIO BAU SEDE SÃO SEDE BAU
Pau a Pique Sao Paulo Dois Irmãos Estrella Agropecuária Matoverde Brahman Mucugy Santa Clara Lagoinha Água Limpa Tijuco Bella Colina
platina ouro prata bronze total
– – 1 – 1 1 – – – 1 –
– – – – 1 – – – – – –
– 1 – 1 1 – – – 1 – –
1 – – 2 – 1 1 2 – 2 1
1 1 1 3 3 2 1 2 1 3 1
CEP 2010 - Criadores que já tiveram animais avaliados e certificados
Técnico avaliador Thinouco F. Sobrinho Eric Luis Marques da Costa Alisson Andrade de Oliveira Carlos Eduardo Nassif Márcio Assis Cruz Eliana Rezende Ferreira Frederico da S. Guimarães Carlos Eduardo Nassif Cristiano Perroni Ribeiro Leonardo Figueiredo Netto Alisson Andrade de Oliveira Raça GIR
número de cep’s recebidos Criador
Agropec. Imobiliaria Maripa Ltda. Fernando Antonio Rocha José Luiz Junqueira Barros
Etr
Fazenda
SÃO Castelo FOR Novo Horizonte SEDE Café Velho
platina ouro prata bronze total
– – –
– 1 –
2 – 1
– – –
2 1 1
CEP 2010 - Criadores que já tiveram animais avaliados e certificados
Técnico avaliador Cristiano Perroni Ribeiro Rodrigo Coutinho Madruga Rodrigo Macedo Sousa Raça GUZERÁ
número de cep’s recebidos Criador
Adriano Varela Galvão/Out. Cond. Adriano Varela Galvão/Out. Cond.
Etr
Fazenda
ACZP Entre Rios ACZP Entre Rios
platina ouro prata bronze total
– –
1 –
– –
– 1
1 1
Técnico avaliador Gilberto Elias D. Junior José Eduardo A. B. Anjos janeiro - fevereiro • 2011
91
CEP 2010 - Criadores que já tiveram animais avaliados e certificados
Raça GUZERÁ
número de cep’s recebidos Criador
Agostinho Alcantara de Aguiar Aldo/Angelo Frederico Tonetto-Co Américo Cardoso dos Santos JR. Amilcar Farid Yamin Carlos Fernando Falcão Pontual Joaquim A. Bravo Caldeira Cond. José Osório de Azevedo Junior Manoel Paixão Muniz Barreto Maria A. Queiroz Lindenberg/Out. Marx Alexandre Correa Gabriel São Miguel Agropec. Ltda. Waldir Fiorot
Etr
Fazenda
BHZ SAO PMW SEDE ACP SEDE SAO VIX VIX JPR SEDE VIX
Ilha Funda Barra do Buritizinho Morro Alto São Judas Tadeu Rosilha Cambaúba Rio Claro Cati Três Marias Dois Amigos Paraíso Joerana
platina ouro prata bronze total
– – 1 – – 1 – 1 2 1 – 1
– – – – – – – 1 1 – – –
1 – – 1 – – 2 4 1 1 3 4
1 1 – – 1 1 1 1 2 – 1 5
2 1 1 1 1 2 3 7 6 2 4 10
CEP 2010 - Criadores que já tiveram animais avaliados e certificados
Técnico avaliador Jair de Oliveira Rates Alisson Andrade de Oliveira João B. Correa Gonçalves Emir Antonio de Queiroz Murilo Miranda de Melo Emir Antonio de Queiroz Cristiano Perroni Ribeiro Roberto Winkler Roberto Winkler Guilherme Henrique Pereira Lauro Fraga Almeida Roberto Winkler
Raça TABAPUÃ
número de cep’s recebidos Criador
Etr
Agropec. Capeba Ltda. MOC Agropec. Vale do Mutum Ltda. SLZ Antonio A. V. Bossi e Irma- Cond. BHZ Antonio Carlos Torres CGR Aroldo Vieira Rocha e Ou/ Cond. SSA Claudio A. da Silva Moura Costa SSA Claudio A. da Silva Moura Costa SSA Darlei Natal Gabana SRPR Fábio Zucchi Rodas SEDE Fábio Zucchi Rodas SEDE VIX Gercino Coser Agropec. S/A. RDC José Coelho Vitor SEDE Maria Cecilia Junqueira Germano SEDE Maria Helena Dumont Adams Maria Lucila Assumpção Ortenblad SEDE Maria Mendonça A. Ribeiro/ Out.Cond. SRPR VIX Mario Sergio Bichara Rodrigues VIX Nilo Caiado Fraga Neto Norimoto Yabuta e Outros-Cond. BAU Paulo C. R. Ortenblad e Irmã- Cond. SEDE Pierre Josef Pfulg CGB Raimundo Jezualdo Sales GYN Renato Garcia Fernandes SEDE Soc. Agric. Santa Tereza Ltda SSA Vicente Raimundo Magalhães GYN 92
Revista ABCZ
Fazenda
Capeba Santa Rosa Flor de Minas Água Santa Rita Milagrosa Bela Flor Boi Quebrado Boi Quebrado Estancia do Chicote Água Milagrosa Água Milagrosa Kaylua Santa Lúcia Chapadão Morada da Prata Corrego da Santa Cecília Copacabana Alegria Paraiso Progresso Paturi Santa Fé do Quebo Asa do Brasil 4 Irmãs Bem Viver Brinco de Ouro
platina ouro prata bronze total
3 – 1 – – – 1 – – – 2 1 1 – – 1 1 – – – – – – – –
– – 1 1 – – – – – 1 1 2 – 1 1 – – – 3 1 – – – 1 1
1 – 2 – 1 1 – 2 1 – 6 9 1 3 – – – 1 5 3 1 1 1 2 –
– 1 1 2 – – – 1 – – 10 11 – 1 – – – – 2 2 1 – – – –
4 1 5 3 1 1 1 3 1 1 19 23 2 5 1 1 1 1 10 6 2 1 1 3 1
Técnico avaliador Marcos Miguel Mendes Roberto Cotta Pacheco Francisco Carlos Velasco Walfredo Brandão de Oliveira José Marcio de Carvalho José Marcio de Carvalho Rubenildo C. B. Rodrigues Endre Flaiban Luis Renato Tiveron Marcos Cunha Resende Roberto Winkler Aurélio Carlos Vilela Soares Emir Antonio de Queiroz Emir Antonio de Queiroz Emir Antonio de Queiroz Endre Flaiban Roberto Winkler Roberto Winkler Claudionor Aguiar Teixeira Carlos Eduardo Nassif Cristovan B. de Oliveira Marcelo Monteiro Garcia Carlos Eduardo Nassif Marcos Cunha Resende Marcelo Monteiro Garcia
ABCZ
Sumário de avaliação genética do PMGZ (ABCZ/Embrapa)
P
ara consultar uma avaliação individual de um animal de forma rápida, na tela principal do sumário clique no botão “Filtrar Individual”. Serão disponibilizados 03 tipos de consultas (por série, rgd e nome), basta acionarem qualquer uma das buscas e preencher os campos de cada uma conforme solicitado para que seja feita a busca. Lembrando que só será possível visualizar animais de sua propriedade (matrizes e animais jovens). Quanto aos touros o acesso é público. Após digitar as informações, caso as mesmas encontrem uma avaliação de acordo com o filtro, será redirecionado para a página da avaliação. Esta página contém os dados da última avaliação do animal, a sua genealogia e no seu rodapé tem um campo e-mail, o qual é possível a partir desta página enviar para um determinado email a avaliação. Para salvar em PDF clique sobre o ícone de PDF no canto superior direito, ou pode clicar na impressora para imprimir a avaliação.
Simular um acasalamento de forma rápida Para simular um acasalamento de forma rápida e prática, clique sobre o ícone “Acasalamento Rápido” na tela principal do sumário. Será redirecionado para uma página, na qual teremos os filtros necessários
para a simulação. Em primeiro lugar faça a busca do touro a ser acasalado, em seguida será a busca da matriz, depois clique no botão acasalar para ser redirecionado para a página com o resultado da simulação. Na ficha de acasalamento serão disponibilizados os dados dos animais selecionados, os valores das prováveis DEPs do produto desse acasalamento e as DEP’s da matriz e sua genealogia. No canto superior direito é possível salvar em PDF a ficha de acasalamento e também imprimir essa avaliação.
Mais informação sobre o sumário acesse HTTP:\\www.pmgz.com.br janeiro - fevereiro • 2011
93
Registro
Atualização Técnica A Superintendência Técnica da ABCZ promoveu entre os dias 09 e 11 de fevereiro, no Tatersal ABCZ, em Uberaba/ MG, um curso de atualização técnica para os profissionais que compõem o Colégio de Jurados das Raças Zebuínas (CJRZ). A participação no curso foi obrigatória para os jurados efetivos e opcional para os jurados auxiliares. No encontro, os jurados puderam participar de mesas-redondas sobre Julgamento e Melhoramento, Critérios de Julgamento, além de participar de práticas sobre medição de repetibilidade de critérios, assistirem a uma palestra sobre os benefícios da carne bovina e ouvir depoimentos de criadores sobre os resultados nas pistas.
Expoinel MG Abrindo o calendário de feiras realizadas no Parque Fernando Costa em 2011, a Expoinel MG espera colocar em exposição nos pavilhões do recinto aproximadamente 1500 animais da raça nelore. A feira acontece entre os dias 13 e 20 de fevereiro e é realizada pela Associação Mineira dos Criadores de Nelore. Além dos julgamentos que têm início no dia 14 de fevereiro, a Expoinel MG contará com seis leilões oficiais, sendo um deles de cavalos mangalarga marchador. Mais informações sobre a exposição através do site www.nelore-mg.org.br. A próxima edição da revista ABCZ trará os resultados da feira.
foto: divulgação
Graduação e Especialização
Perda Faleceu no último dia 31/01, aos 66 anos, em São Paulo/SP, o pecuarista José Eduardo Prata Carvalho. Ado, como era conhecido entre os amigos, se dedicou à pecuária de corte e também à seleção de nelore por vários anos. Ele era filho do criador Rubens de Andrade Carvalho, o saudoso Rubiko Carvalho, titular da seleção Brumado, de Barretos/SP. Além de se dedicar à criação de zebu, Ado foi um dos pioneiros no mercado de leilões no Brasil. Juntamente com os sócios Gerson Prata e Ivan Castejon, fundou a Remate leilões na década de 70. O primeiro remate realizado pela empresa foi o leilão Brumado. O velório e o sepultamento de José Eduardo foram realizados na capital paulista, no dia 31 de janeiro. 94
Revista ABCZ
A FAZU (Faculdades Associadas de Uberaba) está com inscrições abertas para o vestibular agendado. O candidato escolhe a data e o horário para realizar a prova. Há vagas para os cursos de Agronomia, Engenharia de Alimentos, Letras, Secretariado Executivo Bilíngue, Sistemas de Informação e Zootecnia. Associados e filhos de associados da ABCZ tem 40% de desconto no curso de Zootecnia da Fazu. Para os que procuram aprimorar o currículo, a FAZU já está com inscrições abertas para os cursos de pós-graduação. São eles: Geração de Energia, Tecnologias Integradas à Educação, Desenvolvimento de Sistemas para Internet, Gestão da Produção na Indústria de Alimentos, Gestão da Tecnologia da Informação, Gestão em Recursos Humanos, Marketing Estratégico, Irrigação e Gestão de Recursos Hídricos e Genética Aplicada ao Melhoramento da Produção de Zebuínos. As inscrições
podem ser feitas pelo site (www. fazu.br).
Conselho do Agronegócio O presidente da ABCZ, Eduardo Biagi, passou a integrar a partir do mês de fevereiro o Conselho Superior do Agronegócio (COSAG) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). O convite para compor o conselho partiu do presidente do COSAG, o ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues e do presidente da FIESP, Paulo Skaf. O mandato de conselheiro tem duração até o dia 27 de setembro de 2011. A primeira reunião do COSAG com a participação do presidente da ABCZ foi no dia 07 de fevereiro, às 10h, na sede da FIESP, em São Paulo/ SP. A reunião teve como tema “Perspectivas do Agronegócio Brasileiro para 2011”, e contou com a participação do atual ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi.
Novos Associados associados associados
associados Cristina Lacki Samek
São Miguel do Iguacu - PR nº 18684
Themis Mendonca B. Vilela Ou/Con
Maceio - AL nº 18753
Humberto Glaucio Jardim
Uberlândia - MG nº 18711
Rafael Nogueira Cavalcanti
Campo Grande - MS nº 18754
Marcio Felipe Bessa Maia
Rio Branco - AC nº 18712
Rodrigo Teixeira de Sales Gomes
Campo Grande - MS nº 18755
Leonardo Anatolio Dantas Dorea
Itapetinga - BA nº 18713
Rodrigo de Castro Borges
Clidenor Simões Placido Filho
Imperatriz - MA nº 18714
Peterson da Costa Paiva
Natal - RN nº 18757
Manasses de Melo Rodrigues
Recife - PE nº 18758
João Batista Dantas Gama Igor de Souza Candido Orion Caetano Rodrigues Roberta Nascimento Paulinelli
Ribeira do Pombal - BA nº 18715 Morrinhos - GO nº 18716 Jussara - GO nº 18717 Rio Maria - PA nº 18718
Miriam Oliveira Borges Mario Antonio Giocondo Mario Jammal Filho
Arapoema - TO nº 18756
Uberaba - MG nº 18759 Arapongas - PR nº 18760 Natal - RN nº 18761
Gilvan Gomes Barros
Maceio - AL nº 18719
Leonardo Silva Rodrigues
Amaro Rosa de Moraes
Brasília - DF nº 18720
Luiz Henrique Pereira
Campinas - SP nº 18763
Jaimir Antonio Pick
Aripuana - MT nº 18764
Rubens Cristofani Omar Steinbrenner Gabriel Pincegher Brasil José Carlos Oliveira Machado Jr Fabio Carvalho Macedo Marcelo Antonio N.Breijão Artico Natalia Martins Diniz Janson Basso Roberval Chaves do Carmo Paula Anastacia Gallo
São Paulo - SP nº 18721 Porto Xavier - Rs nº 18722 Cuiabá - MT nº 18723
Jefferson Doretto de Souza Joel Luis da Silva
Goiania - GO nº 18762
Itapora - MS nº 18765 Manaus - Am nº 18766
Porto Feliz - SP nº 18724
Gustavo José Tavares Abreu
Goiania - GO nº 18767
Paranaíba - MS nº 18725
Gustavo Oliveira E Souza
Goiania - GO nº 18768
São José do Rio Preto - SP nº 18726 Cascavel - PR nº 18727
Gustavo Alberto C. de Miranda Edivan da Silva Amancio
Cuiabá - MT nº 18728
Elton Luiz Quirino
Bonito - MS nº 18729
Davi Tadeu Cotrim Lima
Colatina - ES nº 18730
Davi Lucacin
Recife - PE nº 18769 Caxias - MA nº 18770 Catalão - GO nº 18771 Santa Rita do Sapuca - MG nº 18772 Mariluz - PR nº 18773
Osmar Pedroso
Uberaba - MG nº 18731
Carlos Silva Novais
Caio Pimenta Junqueira
Uberaba - MG nº 18732
Charles Velasco de Paula
Resplendor - MG nº 18775
Cassilândia - MS nº 18733
Asteir Batista de Oliveira
Taguatinga - DF nº 18776
Ildefonso Figueira Dantas Junior Alencar Cesar Martins Zamboni Hamilton Carlos Zamai Wilson Verde Selva Junior Absolon Pedrosa Bezerra Guilherme Augusto Leal Basaglia Frederico C. Simioni/Outros-Cond Eduardo Labegalini Onecio de Souza Prado Neto Adicio Dias Soares Lael Vieira Varella Filho Luiz Carlos de Sa Queiliomar Carvalho Dos Santos Jarbas Barbosa Ronaldo Nadyer Barbosa Agropec. Santa Lucia Ltda Ana Cristina Pereira da Silva Valdir Daroit E Outro/Cond. Agropec. Sempre Amigos Ltda José Fernandes Neto
Alem Paraiba - MG nº 18734 Birigui - SP nº 18735 Campo Grande - MS nº 18736
Agropec Carolmila Ltda Altair José Maria E Out/Cond. Luxemburgo Agropecuaria Ltda
Xapuri - AC nº 18774
Colider - MT nº 18777 Campo Novo do Pareci - MT nº 18778 Ibiai - MG nº 18779
Petrolina - PE nº 18737
Marcelo Faria de Lima
Campina Verde - MG nº 18780
Araraquara - SP nº 18738
João Batista Moutinho
Governador Valadares - MG nº 18781
Barra do Garças - MT nº 18739 Monte Sião - MG nº 18740 Ribeirão Preto - SP nº 18741 Itabira - MG nº 18742 Viana - ES nº 18743 Carangola - MG nº 18744 Mineiros - GO nº 18745 Rio Brilhante - MS nº 18746 Salvador - BA nº 18747 Cuiabá - MT nº 18748 Campo Grande - MS nº 18749 Cuiabá - MT nº 18750 Divisa Alegre - MG nº 18751 Salvador - BA nº 18752
Iraci de Assis Cunha Cristiano Oliveira Canha Modesto Prado de Moraes Neto Ronildo Bras de Carvalho Paulo Cesar Ribeiro Jair Montezel Rafael Faria Freitas Tiago Costa Ferreira Leite Rógerio de Melo Figueiredo Andre Costamarques M. de Araujo Fortunato Franco Borges Pedro Alderico Feltrin Roberto Nascimento Tinti Remilson Aires Cavalcante
Belo Horizonte - MG nº 18782 Rio de Janeiro - RJ nº 18783 Rio Verde - GO nº 18784 Silvânia - GO nº 18785 Pindamonhangaba - SP nº 18786 Aruja - SP nº 18787 Uberlândia - MG nº 18788 Brasília - DF nº 18789 Sete Lagoas - MG nº 18790 Jardim - MS nº 18791 Rondonopolis - MT nº 18792 Rio Branco - AC nº 18793 Guajara Mirim - RO nº 18794 Palmas - TO nº 18795
janeiro - fevereiro • 2011
95
associados Sebastião Chaves de Carvalho
associados associados Alto Araguaia - MT nº 18796
José Salomão Gibran Agropec. S/A
Viradouro - SP nº 18797
Edson Dias Valadares
Agda Mary Bispo Pellegrini
Itabaiana - SE nº 18798
Ulisses Martins Dos Anjos
Londrina - PR nº 18799
Eva El Zein Ortence
Antonio P. P. do Amarante Neto Mauro Mendes de Araujo Sidney Pimenta Alvim Flavio Krebs Ramos Jardel Adonis Niedermeier
Candoi - PR nº 18800 Uberaba - MG nº 18801 Lages - SC nº 18802 Alto Araguaia - MT nº 18803
Adilor Pedro Viana
Jurandy Mourão da Cunha
Weber Franco Villas Boas
Gurupi - TO nº 18806
Andre Sarmento Netto
Palmas - TO nº 18809
A
Antero Ronaldo Castanharo Edna Maria Viana Borges Juliano Gama Pinto
Revista ABCZ
Icara - SC nº 18816
Brasília - DF nº 18819 Salvador - BA nº 18820 Campo Grande - MS nº 18821 Xinguara - PA nº 18822 Belo Horizonte - MG nº 18823
Comunicado técnico
ABCZ vem desenvolvendo ao longo dos últimos anos processos que possam contribuir para a melhoria contínua do Serviço de Registro Genealógico das Raças Zebuínas - SRGRZ. Dentre as ações que foram estabelecidas recentemente, podemos destacar: • A instituição das comunicações eletrônicas, que contribuíram significativamente para aumentar a rapidez dos processos. • A publicação e distribuição do Manual do SRGRZ, que facilitou o entendimento, por parte dos criadores, de suas obrigações e direitos frente ao SRGRZ. • A inspeção de rebanhos por uma empresa terceirizada. Dentro deste mesmo princípio, em 2011 daremos continuidade a estes processos com duas novas ações. A primeira delas é de ordem geral, e abrange todos os rebanhos em todas as visitas dos técnicos da entidade. Trata-se da checagem de alguns pontos considerados relevantes para a obtenção de um registro genealógico confiável. Essa checagem será feita através de um questionário eletrônico, que será aplicado pelos próprios técnicos nas visitas para registro genealógico (Veja modelo do questionário em www.abcz.org.br ) Deste processo é muito importante destacar que uma das verificações será a existência de escrituração zootécnica na propriedade. A ausência das escriturações será considerada como não atendimento ao que determina o regulamento do SRGRZ (Art. 29 e seus Parágrafos), mas não impedirá, na primeira visita, a execução dos trabalhos. 96
Goiania - GO nº 18815
Paineiras - MG nº 18818
Gurupi - TO nº 18805
Jeancarlo Silva de Mello
Milagres - CE nº 18814
Caratinga - MG nº 18817
Marcio Franco Villas Boas
Barretos - SP nº 18808
Goiania - GO nº 18813
Thales Edison Chaves José Maria da Silva
Lazaro Miguel Fernandes
Santana do Araguaia - PA nº 18812
Paulo Cezar Guimaraes Camara
Gurupi - TO nº 18804
Jatai - GO nº 18807
Unai - MG nº 18811
Geraldo Cesar Araujo de Meneses
Lupercio Alves de Melo
Roberto Assis Peres E Out/Cond
Guarapuava - PR nº 18810
Jadir Marcelo Barbieri
Entretanto, o criador deverá providenciar imediatamente o início de uma escrituração de acordo com o que está disposto no Manual do SRGRZ (disponível também em http://local.abcz.org.br/conteudo/tecnica/prozebu.html). Haverá uma tolerância de um segundo atendimento para o criador faltoso. A partir deste ponto, o criador somente será atendido caso tenha providenciado a escrituração zootécnica de seu plantel. A segunda ação refere-se à continuidade das inspeções completas em determinados rebanhos. O critério de escolha desses plantéis que serão inspecionados seguirá sendo o dos líderes dos rankings das diferentes raças, acrescido de outros plantéis que forem indicados pela aplicação do questionário mencionado na ação anterior. Para aqueles criadores que passarão por este processo, uma nova comunicação esclarecendo todos os procedimentos será encaminhada pela superintendência técnica da ABCZ. Luiz Antonio Josahkian Superintendente Técnico Carlos Humberto Lucas Superintendente Adjunto de Genealogia
ABCZ Serviços ABCZ (Uberaba-MG) setor (contato) Presidência (Sandra Regina) • Diretoria (Isa) • ABCZnet (Leonardo Mio) • ADT Online (Fabiana) • Assessoria Comercial (Cláudia) • Brazilian Cattle Genetics (Ice) • CDP • Controle Desenv. Ponderal (Ismar) • Comercial Revista ABCZ (Miriam) • Comunicação Social (Larissa) • Controle Leiteiro (Adriana Alves) • Coordenador do Colégio de Jurados (Mário Márcio) • Departamento de Genealogia (Jaqueline) • Dep. de Coordenação dos Orgãos Executores (Celso) • Financeiro Revista ABCZ (Letícia) • Museu do Zebu (Hugo Prata) • • PGP • Prova de Ganho em Peso (Leandro) PMGZ Corte (Lauro) • PMGZ Leite (Mariana) • Secretaria Geral (Kátia) • Secretária Sup. Adj. Colégio de Jurados (Goretti) • Secretária Sup. Técnica (Josina) • Sistema Procan(equipe de atendimento) • Superintendente Adm./ Financeira (Mio) • Superintendente de Genealogia (Carlos Lucas) • Superintendência Geral (Agrimedes) • Superintendente Informática (Eduardo Milani) • Superintendente de Marketing (João Gilberto) • Escritórios Técnicos Regionais (ETRs) e Filiadas à ABCZ Aracaju-SE (Carlos Lucas) • Araguaína-TO (João Batista) • Bauru-SP (Eric Luis) • Belém-PA (Nelson dos Prazeres) • Belo Horizonte-MG (Vanessa Barbosa) • Brasília-DF • Ass. Criadores de Zebu do Planalto (Marcelo) • Campina Grande-PB • Soc. Rural da Paraíba (Felipe) • • Campo Grande-MS (Adriano Garcia) Cuiabá-MT (André Lourenço) • Fortaleza-CE (Rodrigo Madruga - interino) • Goiânia-GO (Gleida) • Ji-Paraná-RO (Guilherme Pereira) • Londrina-PR • Soc. Rural do Paraná (Taylor Nascimento) • Maceió-AL (Ulisses Aciolli) • Montes Claros-MG (Marcos Mendes) • Natal-RN (Rodrigo Madruga) • Palmas-TO (Luiz Fernando Salim) • Porto Alegre-RS (Edon Rocha) • Recife-PE ( Assoc. dos Criadores de Pernambuco) (Murilo Melo) • Redenção-PA (Aurélio Soares) • Rio Branco-AC (Manoel Aquino) • Rio de Janeiro-RJ (Marcelo Costa) • Salvador-BA (Simeão Machado) • São Luís-MA (Rogério Pires) • São Paulo-SP (Daniel Pupin) • Teresina-PI (José Nogueira) • Três Lagoas-MS (Cláudio Signorelli) • Vitória-ES (Roberto Winkler) •
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janeiro - fevereiro • 2011
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Minha receita
Receita enviada pelo Serviço de Informação da Carne (SIC)
4ª Rins ao molho mostarda SERVE • 2 porções INGREDIENTES nteiga • 4 colheres (sopa) de ma • 2 rins ralada • 1 colher (sopa) de cebola seco nco bra ute verm de • ½ xícara ão lim de suco de a) • 1 colher (sop a tipo Dijon amassada com tard mos de a) (sop • 1 ½ colheres ga 3 colheres (sopa) de mantei o. rein do • sal e pimenta COMO LIMPAR re a rins. Corte-os ao meio e reti os bre Tire a pele que reco s. e os canais interno gordura interna, os nervos e2 vinagre ou limão, durant com a Deixe de molho em águ iro característico. horas, para que perca o che a tempere somente com 1 hor to, gos Utilizando temperos a er perd a is tempo, o rim começará de antecedência. Por ma sua cor.
COMO PREPARAR várias maneiras: grelhados, Os rins podem ser servidos de espetinhos e na panela. refogados, com molho, em r, olhimento pela ação do calo Na grelha: para evitar o enc o tinh espe em s, ade met s em dua recomenda-se fazê-lo aberto a cad de utos min 4 a 3 am -los bast de madeira. Para prepará to. men cozi do l fina ao o a de alh lado, untando com manteig gaos ou em bifes podem ser refo cub em s ado cort Na panela: nto ime coz O . vivo utos em fogo dos na manteiga por 2 min eo s em fogo lento e, conform uto min 2 de a se dará em cerc e leit de e crem a, bebida alcoólic gosto, pode-se acrescentar a um mo mes ou , cebolinhas fresco, mostarda, cogumelos fritas. las cebo e on guarnição de bac ados em pedacinhos ou em cort s, bife m fosse Frito: frite como se utos. mento em cerca de 7-8 min bifes. Calcule o tempo de cozi MODO DE FAZER apando a espuma começar a Aqueça a manteiga e qua sem , nteiga e então os refogue recer, passe os rins na ma a o fogo de maneira que tampar, virando-os. Regule
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nte, mas sem dourar. Um manteiga se mantenha que rins. Os rins devem amopouco de água escapará dos ndo ainda rosados na fica te, lecer e dourarem levemen tempo de cozimento é O s. ado parte central, quando fati rve os rins em uma Rese utos. aproximadamente 10 min na frigideira e ga mantei travessa. Junte a cebola à ute e o suco de verm cione o cozinhe por 1 minuto. Adi idos se redulíqu os até que limão. Ferva rapidamente fogo e acresdo re (sopa). Reti zam a cerca de 4 colheres co de sal e pou um tarda e cente a manteiga com a mos s. Tempefina as rins em fati pimenta do reino. Corte os tamente jun , reino e volte-os re-os com sal e pimenta do eie-os salt ir, Antes de serv com seus sucos, à frigideira. los, ecêaqu 2 minutos para em fogo moderado por 1 a e pod to aquecidos. Este pra sem ferver. Sirva em pratos l, cipa ou como prato prin ser utilizado como entrada té, cebolas refogadas, e sau ata acompanhado de bat ha. um belo vinho tinto Borgon