Edição 02

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fag hags: elas nos amam all star é tendência entre meninos fashion silicone para homens ressalta os músculos o boom da noite gay de brasília ritinha d´a lôca mostra seus objetos

02 MAR/2007

agora, é o electro pistas gays se abrem para novas vertentes musicais

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jovens jovens ee aids aids miss miss biá biá



A covardia do ser humano parece não ter limite A

covardia do ser humano parece não ter limites. Pouco antes do Carnaval, São Paulo assistiu a – mais um – ataque homofóbico. Desta vez, a vítima foi o rapaz Ali, 35 anos e professor universitário. Ele andava pela Rua da Consolação, entre as alamedas Santos e Jaú, no chamado quadrilátero gay da cidade,quando foi brutalmente atacado por três skinheads. Exatamente onde deveríamos estar mais protegidos, fomos atacados injustamente. Digo fomos porque as regiões dos Jardins e da Vieira de Carvalho são as localidades que mais reúnem gays na cidade. Dias antes, a mídia noticiava a volta do "Farmeganistão", grupo que ameaçava "lavar" os gays que freqüentam a Rua Farme de Amoedo, no Rio de Janeiro. Também impuseram uma barreira limitando a área de freqüência dos gays na Praia de Ipanema. Uma bandeira preta com uma caveira servia como símbolo dessa divisão. E mais uma vez os gays sofriam preconceito em seu reduto mais famoso. Em ambos os casos, pouca coisa foi feita. Mas o que poderíamos fazer se, para começar, nossos direitos são negados e faltam leis que nos resguardem? E foi no meio dessa covardia toda que fizemos a segunda edição da revista. E antes que todos perguntem, o gato-gostoso da capa é o Leonardo Ceni, modelo de 21 anos e do interior de São Paulo. Além de lindo, ele é foférrimo e já virou amigo. O fotógrafo responsável pela capa é o Ricardo Schetty. Diz aí, ele arrasou, não? Então, chega de papo e aproveite mais esta edição.

Leonardo Ceni foi clicado por Ricardo Schetty na D-Edge, em São Paulo. Maquiagem: Douglas Cruz, da Planet Hair. Jeans: Diesel. Produção: A Capa.

EDITORIAL

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HISTÓRICO ROTEIRO

ASSIM QUE SE FAZ

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ATITUDE

HOMEM SILICONADO

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12 SAÚDE 14 MÚSICA 17 ALL STAR 18 ELECTRO 20 CULTURA 24 CONSUMO 26 FAG HAGS 27 SEU ESPAÇO 30 TURISMO

Roberto Cushman Diretor Executivo Sergio Di Pietro sergio@ibe.com.br Editor Chefe Roberto Cushman roberto@acapa.com.br Editor de Arte Régis Olivar regisolivar@ibe.com.br Editor Adjunto Diego Cardoso diego@acapa.com.br Editor Especial Ferdinando Martins ferdinando@acapa.com.br Estagiário William Magalhães william@acapa.com.br

Colaboradores Antonio Neto, Eric Morelatto, Eduardo Moraes, Douglas Cruz, Leandro de Paula, Paco Llistó, Ricardo Lucas, Ricardo Schetty, Rita de Cássia, Thales Sabino, Vitor Mizael, Welton Trindade. Publicidade Helio Oliveira/Gustavo Vianna Publicidade@ibe.com.br Telefone: 55 11 3255- 0384 A Capa é uma publicação da Infonet Business Ltda. Avenida São Luís, 50, 5° andar, 52B, CEP 01046-926, República, São Paulo, SP. Telefone: 55 11 3255 0384. Março/2007. A revista A Capa é uma publicação mensal e de distribuição gratuita. Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução ou cópia dos textos, fotos, ilustrações e outros elementos contidos nesta revista sem a expressa autorização do mesmo.

A menção ou aparição de pessoas e organizações nesta revista não necessariamente definem sua orientação sexual, assim como os artigos assinados, não refletem, obrigatoriamente, a opinião da revista A Capa ou de seus editores. A revista A Capa não autoriza ninguém que não faça parte de nosso expediente a retirar, emprestar ou permutar qualquer tipo de material para produção ou similares, a negociar festas ou eventos em nome da revista ou de outros veículos da Infonet Business, nem agenciar modelos para fotografia. A revista não é ligada a nenhuma casa noturna, festa ou estabelecimento comercial.

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HISTÓRICO

Por Ferdinando Martins FOTOS: EDUARDO MORAES E RITA DE CÁSSIA

Quem

encontra com Eduardo Albarella na Rua Vieira de Carvalho não imagina como aquele senhor baixo, magro e de boina pode se transformar em uma mulher alta, exuberante e vestida com finos tecidos importados. É assim que Miss Biá, um dos mais conhecidos transformistas do país, vive seu dia-a-dia: sem o luxo ou glamour da personagem que criou há mais de 40 anos. Eduardo é um artista genuíno. Dedica-se à arte de transformar-se em Biá como uma missão. Ele mora em um apartamento aconchegante na Vieira, onde também comprou, no mesmo prédio, duas quitinetes só para guardar seu acervo de mais de 3.000 vestidos. “Eu nunca andei vestido de mulher senão fosse para show ou alguma apresentação pública”, explica Eduardo. Hoje, a Biá aparece aos sábados, na Danger, onde apresenta seu show, e em atos políticos ou de defesa dos direitos GLBTs. “As pessoas me convidam para falar sobre muita coisa”, afirma. Também, pudera! Eduardo/Biá passou por momentos importantes da história do país. A personagem surgiu no auge do Teatro de Revista. “Fui caricata durante vários anos. Eu me apresentava vestindo aqueles maiôs antiguinhos, com sainha, muito pudico. Os homens ficavam loucos”, diz mostrando um maiô com calda de peixe vermelho e prata. Pela sua coleção de vestidos, dá para perceber que os tempos eram outros. Nada dos vestidos espalhafatosos das drag queens. Os vestidos de Miss Biá foram destaque na exposição "Roupa de Drag", promovida pela Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual da Prefeitura de São Paulo, em janeiro deste ano.

Miss Biá Muito pelo contrário, só alfaiataria de primeira e modelos de festa chiques, daqueles que minha mãe usaria para se sentir poderosa. “Agora está tudo mais fácil. Antes, eu esperava meses para o tecido chegar de Paris”. O vestido de veludo francês bordado a mão pelo próprio Eduardo prova o que ele está falando. “Não se vê isso por aqui nem hoje. Passa a mão, olha só a maciez. E isso aqui tem quase quarenta anos”. Cada peça do imenso guarda-roupa de Biá é uma história. Tem o que ela fez em 1976 todo dourado, inspirado no filme “007 contra Goldfinger”, com capa de lantejoulas. Tem o de canutilhos que ela emprestou para Hebe Camargo. Tem perucas de todos os tipos. Tem até chapéu do Philip Treacy e vestido de Ted Lapidus, o mesmo estilista da Jackie Kennedy Onassis. Biá é também história da noite em São Paulo. Passou por casas que hoje são só memória, como o Clube Medieval e o Corinto. “Ela é minha mãe adotiva, minha amiga e conselheira para todas as horas”, diz a top drag Salete Campari.

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Fofa, Biá não faz carão. Recebe bem, conta casos, explica coisas. “Você é feliz?”, pergunto. Ela sorri em resposta, com a sabedoria de quem sabe que essa pergunta não é importante.



ROTEIRO

Para alguns é obriga-

tório, enquanto para outros, raro. Alguns preferem fazer sozinho. Outros, em galera. Mas em comum, todos, uma vez ou outra, fazem aquele pit-stopzinho básico para matar a fome após a balada. Pode ser de madrugada ou logo no amanhecer do dia.

FOTO: DIVULGAÇÃO

Em São Paulo, não faltam opções. Chega a ser difícil de escolher. Já na Cidade Maravilhosa, a tradição não se repete. É bem mais difícil encontrar um local aberto durante a madrugada, mas mesmo assim, fomos atrás e encontramos os locais perfeitos para aquele lanchinho ou café da manhã depois da balada. :: Galeria dos Pães

SÃO PAULO Bella Paulista Atrai o público que freqüenta as baladinhas do Centro e Augusta. Público mais moderno e mais descontraído. Os sanduíches que homenageiam bairros da cidade são deliciosos. r. Haddock Lobo, 354, Bela Cintra tel. /11/3214-3347

New's Lanchonete 24h localizada na zona sul da cidade. Segue à risca os tradicionais cardápios de lanchonetes, com burgues, X-tudo e afins. As sobremesas são ótimas. r. Joinville, 377, Vila Mariana tel. /11/ 3884-2138

Galeria dos pães Aberta 24 horas, a padaria é point obrigatório no horário da madrugada. Boa variedade de pães e bolos e buffet de café-da-manhã a partir das 5h. r. Estados Unidos, 1645, Jardim América - tel. /11/3064-5900

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Black Dog A mais famosa rede de hot-dogs tem filial por toda a cidade. A filial da Paulista fica aberta dia e noite e tem mesinhas ao ar livre. al. Joaquim Eugênio de Lima, 612, Jardins - tel. não disponível

Joakin's A lanchonete favorita dos paulistas fica aberta 24h e é mais freqüentada por héteros, mas, mesmo assim, é uma ótima escapada na madrugada. r. Joaquim Floriano, 163, Itaim tel. /11/3168-0030

Temaki Expresss Freqüentado pelos fãs de comida japonesa que procuram um atendimento rápido ou uma comida leve durante a madrugada. Segunda a quarta até às 3h; quinta a sábado, até às 6h; domingo, até às 23h. r. Consolação, 3113, Jardins tel. /11/3088-3719

Lanchonete da Cidade No coração dos Jardins e do fervo gay, a lanchonete oferece um ótimo cardápio. Boas e modernas opções de sanduíches. Aberto até às 2h (sexta e sábado, até às 4h). al. Tietê, 110, Jardim Paulista tel. /11/3086-3399

São Paulo

Rio de Janeiro

RIO DE JANEIRO BB Lanches

Loja de sucos tipicamente carioca. Serve como alternativa mais leve e saudável. Aberta só até às 3h. av. Aristides Espínola, 64, Leblon tel. /21/2294-1397

Big Polis Sucos Segue o estilo de lanchonete de praia. Aberta desde a década de 70, a Big Polis Sucos possui diversas opções de sucos e sandubas naturais. Aberto até às 3h. av. Ataulfo de Paiva, 505,Leblon tel. /21/ 2259-2597

Big Néctar É uma das poucas lanchonetes abertas 24h. Pequena, tem capacidade para apenas 12 pessoas. r. Texeira de Melo, 34, Ipanema tel. /21/2522-3949

Poli Sucos A mais famosa e badalada lanchonete de sucos do Rio. Ótimo cardápio e excelentes sucos. Aberta a partir das 7h. É para os que curtem a balada até o fim. R. Maria Quitéria, 70, Ipanema tel. /21/2247-2518


ASSIM QUE SE FAZ

GATÔ? FOTOS: FERDINANDO MARTINS

Chef gato ensina a fazer um dos clássicos do L'Open Petit gateau de limão siciliano Ingredientes 750g de chocolate branco 500g de creme de leite fresco 425g de farinha de amêndoa (à venda nos grandes supermercados) 425g de farinha de trigo 250g de manteiga sem sal 3 claras 250g de mel 200g de açúcar Raspas de 1 limão siciliano 120g de sorvete de creme (duas bolas)

Em maio, o L'Open faz quatro anos de

Modo de fazer Derreter o chocolate junto com o creme de leite e metade das raspas em banho-maria. Derreter a manteiga. Misturar as farinhas, as claras, o mel, o açúcar, o restante das raspas e a manteiga. Untar forminhas (5 cm x 7 cm) com manteiga e farinha de trigo. Colocar a massa nas laterais internas da forma, de modo que fique com espaço interno. Colocar o chocolate derretido no interior e tampar com a massa. Leve as forminhas ao forno pré-aquecido a 180º por 10 minutos, cobertas com papel alumínio e 5 minutos sem papel. Sirva com o sorvete de creme. Decore com calda de caramelo e raspas de limão siciliano.

Quem domina os fogões é um chef jovem e bonito. Eric Morelatto tem 19 anos, já foi jogador de vôlei e gosta de dançar salsa e merengue. Isso tudo garante ao moço corpo em forma e agilidade para comandar as panelas com a precisão de um Offer Nissin nas pick-ups. Foi assim que ele preparou para A Capa o petit gateau de limão siciliano, um dos pratos mais pedidos no L'Open.

Ao todo, a sobremesa demora cerca de 50 minutos para ficar pronta e rende 16 porções. Diferente do petit gateau tradicional, neste o recheio de chocolate branco é feito separado. É importante assar o bolinho por 5 minutos sem papel alumínio para que a massa fique dourada.

atividades. O restaurante está cheio de gente todos os dias da semana. Além do ambiente agradável, com mesas ao ar livre, velas e crayons para desenhar, a cozinha fusion (mistura de várias influências) surpreende com pratos inspirados, principalmente, na culinária veneziana. O público é mix, como nos lugares mais modernos de São Paulo: gays de qualquer profissão, artistas, povo da moda e do teatro, designers e afins.

Para começar, Eric recomenda estar bem. Seguidor de Alex Atala (do premiado restaurante D.O.M. e fundador do Namesa), o chef garante que as emoções de quem cozinha são ingredientes importantes. “A energia que você está passa para o prato que as pessoas vão comer”, diz. Portanto, relaxe e fique bem. Depois, é só seguir o passo a passo da receita ao lado. Para acompanhar, Eric sugere o vinho argentino San Felipe en Roble Chardonnay. O resto é por sua conta!

L´Open Alameda Itú, 1466, Jardins Tel. /11/3060-9013 www.lopen.com.br

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ATITUDE

Sem medo de errar, E.njoy realiza melhor festa do CARNAVAL carioca. FOTOS: DIVULGAÇÃO/CELSO BADAUÊ

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O primeiro cruising bar do Brasil

VÍDEO MÚSICA MEN ONLY DARK ROOM Rua dos Pinheiros, 352 - Pinheiros Tel.: 3898-1293

www.stationvideobar.com.br


BELEZA

Homens

siliconados

O

público masculino está cada vez mais vaidoso, mas não quer apenas cremes e outros cosméticos na prateleira do banheiro. Agora, muitos homens estão trocando a malhação pelas próteses de silicone como forma de ressaltar a musculatura. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), pelo menos 100 mil implantes são feitos anualmente no país, e os homens já respondem por mais de 30% das cirurgias. “Os homens estão muito mais interessados em cirurgia plástica hoje do que antigamente”, lembra Margaret Figueiredo, diretora da Silimed, empresa brasileira que está entre as três maiores do mundo na fabricação de próteses de silicone. A demanda fez surgir novos modelos, específicos para a panturrilha e o peitoral masculino. “Alguns médicos já estão fazendo cirurgias para ressaltar o bíceps usando implantes pequenos de panturrilha. Se o mercado pedir, talvez apareça uma prótese específica para o braço”, acredita Margaret. Essa tendência é polêmica. Para alguns profissionais, trata-se de uma desculpa para se livrar da atividade física. Para outros, os implantes são uma alternativa à malhação. “Sou um cara conservador e acho que é um modismo. Qual é a perspectiva de uma prótese num peito envelhecido? Será que isso estará bom daqui a alguns anos?”, reflete Ithamar Stocchero, presidente regional da SBCP.

“Eu era bem magrinho e tinha preguiça de ir pra academia, hoje me sinto muito bem com meu visual.” Cristiano Artilheiro, cabeleireiro

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Por Antonio Neto & Diego Cardoso


Para o cirurgião plástico Hans Arteaga, as novas próteses não vão provocar uma corrida dos homens aos consultórios e aposta na velha malhação. “Em alguns casos específicos de atrofia ou falta de músculo, considero o procedimento viável. Mas sou fanático por esportes e sei que fazer atividade física constante dá resultado”, diz. Atualmente com 29 anos, o cabeleireiro Cristiano Artilheiro submeteu-se em 2000 a uma repaginação completa: implantou próteses na panturrilha, coxas, glúteo, peitoral e maçãs do rosto. “Fiz quase todos os implantes de uma só vez e tive que ficar em repouso absoluto por duas semanas. Não podia nem andar.”

Para Cátia, é melhor pensar duas vezes antes de qualquer intervenção cirúrgica e, sobretudo, trabalhar para aumentar sua auto-estima. “Uma pessoa, para aparentar menos idade, às vezes se torna uma caricatura de si mesma. Cada idade tem sua beleza, o passar do tempo traz perdas e ganhos também. É preciso desvincular certas idéias de valor da aparência física.”

E valeu a pena todo esse sacrifício? “Com certeza. Eu era bem magrinho e tinha preguiça de ir pra academia, hoje me sinto muito bem com meu visual”, explica sorridente.

Cuidado nunca é demais

A

psicóloga Cátia Oliveira acredita que a preocupação com a aparência é saudável, desde que não vire obsessão. “O exagero, o desejo de alcançar o inatingível, torna mais difícil perceber os limites daquilo que pode ser realmente melhorado”. Muitas questões de saúde envolvem uma cirurgia plástica, como os efeitos colaterais e principalmente o excesso de intervenções. Segundo os especialistas, é preciso respeitar o período de recuperação antes de novas cirurgias, tempo que varia de acordo com cada paciente e com o tipo de plástica. Outra polêmica gira em torno do prazo recomendado para a substituição das próteses: 10 anos. Para a cirurgiã Audrey Worthington, não dá para estabelecer um limite de validade, mas a troca é recomendada. “Aviso para o paciente que não é uma coisa obrigatória, mas precisa de acompanhamento. O ideal é trocar. Se a gente troca de carro a cada dois ou três anos como não trocar uma coisa que está dentro de você?”, avalia. A questão do tempo, entretanto, está ligada diretamente ao processo de envelhecimento do ser humano, que se reflete na flacidez dos tecidos. “Se uma pessoa fizer uma cirurgia facial para rejuvenescimento aos 40 anos, o resultado pode durar até dez anos. Mas se fizer aos 60, a duração vai ser muito menor, porque a pele dos 40 tem mais elasticidade do que a pele de alguém com 60 anos”, explica Ithamar da SBCP.

Silicone para eles • O tamanho das próteses de panturrilha, que têm sido usadas para o aumento do bíceps, varia entre 12ml (para preencher pequenas falhas) e 180ml (para o contorno completo da batata da perna). • As próteses para peitoral masculino têm formato retangular e são encontradas em três tamanhos: P (120ml), M (230ml) e G (300ml). • Existem algumas próteses para cirurgias reconstrutivas (não-estéticas) exclusivas para homens, como implantes penianos e de testículos G (300ml). FONTE: Silimed e Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

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TURISMO

Go Centro-West! De Terra do Carão a Terra da Jogação, capital do país desponta com festas super bacanas e atrai empresários do Rio e de São Paulo; X-Demente e Blue Space já estão lá

Por Thales Sabino e Ricardo Lucas, especial para A Capa

Todo dia, em todos os telejornais, Brasília

FOTOS: PEDRO MARRA/PAROUTUDO

é notícia. Mas nem só de política vive a capital construída por JK. O Distrito Federal, que já teve fama de 'Terra do Carão' devido à frieza dos candangos, agora é Terra da Jogação.

Se antes os brasilienses desembarcavam aos montes em São Paulo e no Rio todo fim de semana atrás de grandes festas, agora é para Brasília que muito festeiro renomado tem ido em busca do mercado 'de ouro' da cidade, com uma das maiores rendas per capita do Brasil. No dia 17 deste mês, Fábio Monteiro leva a label party carioca X-Demente ao Centro-Oeste. A produção deve ser mega e vai rolar no Espaço de Cultura Contemporânea, nunca usado para uma festa gay antes. Rosane Amaral, produtora da R:evolution, também teria demonstrado interesse em levar sua marca e negocia com um produtor local a ida da festa para lá ainda neste semestre. André Almada recentemente esteve em Brasília a passeio e também revelou ter interesse em produzir festas no Planalto Central. Outro sinal que a noite na cidade é promissora foi o anúncio, no fim de fevereiro, da inauguração da filial da Blue Space em Brasília, no local onde funcionava a extinta boate Garagem. A inauguração deve acontecer até abril.

Reviravolta na noite

O boom da cena GLS de Brasília está diretamente relacionado aos investimentos de produtores locais que, em 2006, abriram o mercado com eventos fora do 'gueto', em locais famosos da corte brasiliense, como o luxuoso Marina Hall. O público que começou a freqüentar esse tipo de festa cresceu de forma impressionante e injetou dinheiro e ânimo no mercado GLS da cidade. Afinal, com mais gente fora do armário, maiores são as baladas.

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A Festa da Lili, de Liliane Santana, por exemplo, chega a reunir 4 mil pessoas. A Festa FUN, de Fernando Toledo, tem superado muita produção carioca e paulista ao mesclar elementos cênicos do


Legenda: 1- Gogo boy na festa Fun; 2 - Museu da República; 3 - Prato do Café Savanna; 4 - Itamaraty; 5 - Corredor no Parque da Cidade 02

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Beabá da jo

teatro com a decoração. Some-se a isso Djs badalados e gente com dinheiro no bolso e já viu no que dá. Pode acreditar que os festeiros lá convivem numa boa, em um espírito de coleguismo super pacífico. Vai ver é isso que está faltando na noite de algumas cidades.

Arrume as malas

Para os forasteiros, sugerimos passar um

fim de semana em BSB. Escolha um com alguma festa marcada e se jogue por lá. Mesmo que você já conheça a cidade, vale a pena voltar para conferir essa nova fase. De dia tem todo um turismo cívico e arquitetônico para visitar e à noite, não tenha medo: faça a linha 'não-sou-daquimesmo' e arrase 05

F gação no D

dade. Parque da Ci Pegação hotéis fica o s por lá a do id rr ho in co rt a • Bem pe pena dar um a le do a v s , za ço le o erida nas 'be Antes do alm r aquela conf sa a da m , a r o, çã eb ga qu e, de a ter pe ite costumav a adminiscerrado'. À no üentadores e eq fr s o ou nt ntos de estacioname violência espa uda fechar os st e l ca lo o traçã Evite. madrugada. tour pela faça um city Cultural to do hotel e a muito r fic pe e do u oc t m o Al m • inistérios. Co M s atuitas, do gr o da a sã Esplan is visitações pa ci in pr rísticas. s a tu próximo, e ar empresas Congresde táxi e evit O ir é 5. r $ R ho o el m tip r o perto vai fica raty são i a al m o a t It e j o ra t oe Cada io do Planalt ác al P o l, a so Nacion amentais. paradas fund

vo s Comidinha ente dita, o po fé lada propriam e o Ca ) l Su 09 (1 • Antes da ba e e o bar Beirut s popular ' é o bar mai se divide entr rte). O 'Beira o N ante ur 16 a st (1 a re Savan ana, um do DF. O Sav e os dois m si as e tradicional é s ado. Há ano cool mais refin re. p m se m a t superlo ngo para com Festas amigo canda um r e. e er iv p t s o se • Se você nã do, não se de esso antecipa ser muito prar seu ingr não costuma ra ho na da a r R$ 25 nt e e do da r O valo antecipa média é R$ 20 mais caro. A . na bilheteria acessar: ações Mais Inform nde se jogar no DF, basta o ília. r s a be Br • Para sa al GLS de do.com, port mana www.paroutu ogramação dos fins de se re, pr est a m da se to ro ei em Lá t do prim tos tas do fervo incipais even pr s do e todas as da s ra tu r be co e s ca além de críti 13 de. gays da cida


SAÚDE

E T S I S R E am mais no P O D E velhos vacil OM ns. e v o j s i s a o sm ue

Gay a do q h n i s i m ca uso da

"Hoje, os gays jovens estão usando menos camisinha porque eles, ao contrário de quem tem mais de 40 anos, não viveram o tempo em que a Aids matava muitos e rapidamente. Depois do coquetel de remédios então... Para eles, a doença deixou de assustar." Esse pensamento, apesar de não ter autor, é quase mantra obrigatório entre rodas de amigos gays quando o assunto é Aids.

Erroneamente, há a impressão de que gays até 24 anos de idade têm deixado de se proteger nas relações sexuais. Os dados disponíveis pelo governo e por ONGs acerca do assunto vão para outro lado, o que parece jogar aquela idéia na lista das lendas urbanas gays. Dados do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo sobre casos em 2004 e 2005 mostram que jovens de 15 a 19 anos são apenas a nona faixa etária, entre 11 pesquisadas, em número de ocorrências. Aqueles que têm de 20 a 24 anos ficaram em sétimo lugar. A maior quantidade de casos notificados ocorreu entre quem tinha 35 e 39 anos. Não há número sobre casos de infecção do HIV, apenas de Aids, que é quando a doença se manifesta. Quando o assunto é prevenção de DST/Aids, outro dado que mostra que a consciência dos jovens gays não anda tão em baixa vem de pesquisa realizada em 2003 pela Universidade de Brasília em parceria com a Gerência de DST/Aids do Distrito Federal e com o Estruturação, entidade GLBT local. A experiência do bancário Rhenan Bezerra Belém, 21, está de acordo com a pesquisa brasiliense. "A maioria dos caras que propõe fazer sexo sem camisinha são mais velhos que eu", diz ele, que mora em Brasília. De fato, enquanto 51,4% dos gays de 18 a 24 anos disseram fazer sexo seguro com parceiros ocasionais, o índice cai para 48% entre quem tem de 25 a 39 anos e para 42% entre aqueles de mais 40 anos.

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Por Welton Trindade


"Minhas primeiras transas foram sem camisinha, mas logo me conscientizei sobre a importância de usá-la", avalia o relações públicas Júlio Cardia, 23, que reforça a tese de que o medo pode não ser a única forma de educação para o sexo seguro. Nos primeiros anos desta década, o Programa Nacional de DST/Aids estava preocupado com a tendência de crescimento da epidemia de HIV entre jovens apontada pelos números de todo o Brasil. A hipótese era que o uso dos coquetéis estaria tirando o receio de se infectar. Entretanto, atualmente, as taxas nesse grupo já se comportam como os índices entre gays e homens bissexuais em geral, que é de estabilização. A comemoração pelo não crescimento da quantidade de casos de Aids entre gays e homens bissexuais deve ser comedida, já que tal fenômeno se dá em patamares altos. Segundo pesquisa do Ministério da Saúde de 2004, apenas 3,5% dos homens transam com homens, mas esse grupo é responsável por 31,3% dos casos masculinos de Aids, ou seja, quase nove vezes mais do que se teria se houvesse proporcionalidade. A mesma pesquisa do Ministério da Saúde mostra que enquanto apenas 28,2% dos héteros se protegem de DST/Aids seja em relacionamentos ocasionais seja em fixos, homossexuais e bissexuais levam esse índice a 44,3%, aí incluso os jovens.

“Jovem teme menos o HIV”

voltado a jovens e adolescentes HSH [homens homossexuais], que atende aproximadamente 1.200 jovens por mês, revela que “gays e bissexuais com menos de 30 anos temem menos o HIV e a Aids por viverem outro época da epidemia”. “O que há, muitas vezes, são informações equivocadas sobre o coquetel, que levam os jovens a subestimar as conseqüências que a doença tem na vida de quem se infectou. No entanto, isso não significa necessariamente que relaxem na prevenção”, completa Regina. Ainda segundo levantamento da APOGLBT, o principal motivo para relaxar na prevenção está relacionada à vivência de momentos específicos da vida amorosa. “A consolidação de uma nova relação, o aumento da intimidade, o desejo de entrega total ao parceiro são os principais motivos do contágio. Mas nisso os jovens e adolescentes não diferem muito dos HSH mais velhos ou de outros segmentos”

Segundo Regina Facchini, da Associação

da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo, estudos envolvendo o projeto “Tenho Orgulho e Me Cuido”,

Prevenção e tesão juntos A fim de conscientizar a população gay e bissexual masculina, o site Disponivel.com e a ONG Estruturação desenvolveram em conjunto a campanha educativa "Meta na sua cabeça: prevenção e tesão devem andar juntos". O principal locus do projeto, que é fixo, é o hot site http://metanasuacabeca.disponivel.com, onde é possível encontrar as primeiras ações da parceria: seção de perguntas e respostas sobre prevenção de DST/Aids, concurso de banners e os inéditos contos eróticos com sexo seguro, uma animada disputa de fotos eróticas que evidenciem o uso de preservativo, além de um vídeo bem direto e reto que ensina o passoa-passo do uso da camisinha.

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MÚSICA Pet Shop Boys “FUNDAMENTAL” SP: Credicard Hall 16 e 17 de março RJ: Claro Hall 14 de março BH: Chevrolet Hall 18 de março Informações: www.ticketmaster.com.br

A gayzice dos Pet Shop Boys Eles

são ícones do universo gay há mais de 25 anos. Com estilo único, daqueles que basta ouvir os primeiros acordes pra gente saber do que se trata, os meninos do Pet Shop Boys arrasam no quesito danço-porque-estou-apaixonado. Afinal, quem resiste ao Neil Tennant - gay assumidíssimo - dizendo "para seu próprio bem, me liga hoje à noite?" ou "você está sempre na minha mente"?

Também chama a atenção o fato deles terem uma estética mais comportada, próxima a de gays reais, sem serem espalhafatosos ou militantes. "É como se eles passassem a idéia de que podemos ser como eles, usar roupas parecidas, cantar quando estamos apaixonados, armar cena para conquistar um namorado e sofrer quando tudo termina", diz Cláudio Fernandes, fundador do fã clube Brazil Pet Shop Boys.

Agora em março, eles se apresentam pela terceira vez no Brasil, para o lançamento do álbum "Fundamental", o nono da carreira. Para provar que a dupla consegue agradar o mundo todo, do Brasil eles partem para Argentina, Chile e Nova Zelândia. Não é à toa que eles são considerados pela crítica especializada o melhor grupo de pop eletrônico de todos os tempos. No repertório, além das músicas do novo CD, tem também sucessos como "West End Girls", "Domino Dancing" e "It's a sin!".

Em outras palavras, além da música ser boa, os Pet Shop Boys fazem sucesso por ser assim, gays como eu e você.

Além disso, eles regravaram "Go West", do Village People, fizeram duetos com Kylie Minogue e Elton John, produziram disco para Liza Minelli, são responsavéis pelo remix de "Sorry", da Madonna, usada na turne do Confessions Tour, e tocaram para Boy George cantar "Crying Game", tema do filme "Traídos pelo Desejo". Para completar, o cineasta gay Derek Jarman (de "Eduardo II") dirigiu um dos principais clipes do grupo, o de "It's a sin!".

Por Redação

FOTOS: DIVULGAÇÃO

A gayzice é fundamental para os Pet Shop Boys. Além do fato de Neil Tennant ter sido um dos primeiros artistas do entertainment a escancarar a porta de seu armário, a dupla revigorou o que se toca nos clubes gays, acabando, lá nos anos 80, com o monopólio das divas Donna Summer, Cher e Gloria Gaynor.

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Estranho é gostar tanto do seu... Na

moda, quase tudo dura pouco, exceto clássicos como a Levi's 505, a pólo da Lacoste ou o Ray Ban aviador. Nessa seleta lista, o pisante mais lembrado é, sem dúvida, o All Star Converse. Ele era usado no basquete. Já foi – e ainda é – símbolo do rock. Virou item fashion. E agora, parece que ele tomou conta de vez da cena gay. Comprido e fino, feito de lona e com bico de borracha, os mais de 900 modelos de All Star têm feito a cabeça das bees mais antenadas. Como não poderia deixar de ser, os novos fãs do pisante têm ousado na escolha de seus modelitos de lona. Branco, rosa, prata e até dourado fazem parte do sapateiro de gays como Flávio Grespan. “Quando vi aquela coisa prateada, super-brilhante, na vitrine, não pensei duas vezes. Comprei na hora”, explica Flávio. “Todo mundo olha pra eles. Adoro dar close com meu All Star”. A versatilidade e um certo despojamento que o All Star passa fazem com que o calçado continue sendo ícone absoluto nesses tempos pós-modernos, quando trocar de identidade é uma brincadeira corriqueira. “Sábado à tarde encontro meus amigos na Galeria do Rock, depois vou a um show de reggae e acabo a noite no Ultralounge. Tudo isso com meu All Star branco ou o preto de cano alto”, diz o fotógrafo Alê Campos, chacoalhando seu cabelo rastafári. Hoje, o tênis não é mais indicado para práticas esportivas, mas virou clássico do design e objeto de fetiche para colecionadores. Também funciona como forma de identificação de tribos urbanas. Quer um exemplo? O povo do metal só usa All Star de cano alto, de preferência na cor preta. Os de cano baixo, com salto ou outros frufrus são considerados burgueses demais.

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Por Redação

Já os fashionistas preferem os estampados. Estilistas famosos como Alexandre Herchcovitch, Sommer e Marcs Jacobs são os prediletos da turma. O jornalista de moda André Do Val, por exemplo, tem como xodó seu All Star em estampa florida do Alexandre Hechcovicth. “A Marcelona [performer paulista] que me deu. Quando uso, me param e perguntam de onde é”, revela André, que ainda adora as edições especiais da Doc Dog e a linha retrô Chuck Taylor.

“All Star é uma tela, dá para fazer de tudo. Uma vez, meu namorado passou spray dourado em um e eu usei até gastar”, comenta André. Uma coisa é certa. Assim como aquela camiseta branca básica e um bom jeans não podem faltar no seu guarda-roupa, um bom All Star Converse também não. Pode ser de couro, azul, verde, rosa, florido, brilhante, fosco...



CAPA

Electro Tribal House

Remixes de electro invadem pista gay dominada pelo tribal Não é de hoje que os gays e a música eletrônica vivem ardente paixão. No final da década de 70 e

começo dos anos 80, surgia na cidade americana de Chicago um novo estilo de festas que ocupavam os antigos armazéns da cidade, os warehouses. Freqüentada principalmente por gays, as warehouse parties ficaram famosas por sua sonoridade diferente. Os DJs, principalmente o americano Frankie Knuckles, remixava clássicos da disco com synthpop europeu e o new wave. Logo, os habitués do clube começaram a chamar essa nova sonoridade de “the house”, fazendo referência ao local onde era possível ouvir o novo estilo musical. Surgia então a sonoridade que embalaria as pistas dos clubes gays por décadas: a house music. Com o tempo, diferentes vertentes da house começaram a surgir e pipocar pelas pistas de todo o mundo, como o techno, o progressive, o electro e o tribal, vertente que ganhou força nas mãos do DJ Junior Vasquez. No tribal house, predominam as batidas fortes e percussões acentuadas casadas com o vocal de divas do r'n'b. Logo, o tribal passou a ser tocado para as bees se acabarem de tanto dançar.

Por Gustavo Vianna & Roberto Cushman FOTOS: RICARDO SCHETTY E DIVULGAÇÃO

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O tum, tum, tum tornou-se característica marcante nas músicas e as pistas passaram a bombar com sucessos e clássicos de Cher, Madonna, Whitney Houston, Mariah Carey, Deborah Cox, Kylie Minogue, Kristine W, Vernessa Mitchell, Christina Aguilera entre outras. No final da década de 90 e começo dos anos 2000, DJs e produtores como Danny Tenaglia, Ralph Rosario, Victor Calderone, Peter Rauhofer, Hex Hector, Robbie Rivera e outros passaram a difundir o estilo musical. Suas produções criaram um estilo particularmente adorado pelos gays e que ficava entre o house e o tribal, o tribal house. Mas como tudo se renova, produtores de tribal e house vêm trazendo em seus remixes grande influência do electro, que era considerado somente a trilha dos clubs undergrounds. Ou seja, com essa nova ousadia nasce o eletro-tribal-house. Estranho? Não. É que cada vez mais os produtores ousam em seus remixes com o intuito de criar batidas novas. A nova tendência electro-tribal-house pode ser observada nos remixes do DJ e produtor Peter Rauhofer para a música " Can U", de Starkillers Feat. Gina Martina , e "Sexy Back", de Justin Timberlake. Neles, Peter mistura base de tribal com electro e dessa mistura produz o remix. Para Leandro Ribeiro, 25, freqüentador assíduo das pistas de tribal, o electro trouxe novidade aos remixes. "Essas produções fazem com que o som seja novo. É como se não tivéssemos ouvido isso antes. Não é tão tribal, nem tão house, nem tão electro. Parece a medida exata entre os três", ressalta.

É uma tendência que pegou. Eu coloco um remix na pista e ninguém fica parado. O pessoal curtiu e aceitou bem essa onda do electro-tribal-house. É uma sonoridade bacana", comenta o DJ Robson Mouse, residente do clube Blue Space, que vira e mexe toca um electro em seu set.

Há pelo menos um ano, o DJ carioca Marcus Vinicius vem apostando suas fichas no electrotribal-house. "O electro está crescendo e logo irá dominar a cena GLS. Claro que existem vários tipos de electro. Vai do underground, que não tocamos nas pistas de tribal, até o electro mais comercial e mais aceito nos clubes", explica Marcus, que toca electro em pelo menos metade de seus sets.

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CAPA

Será mesmo que o electro vai tomar conta das pistas gays? É um pouco difícil de dizer. Para Robson, a modinha é passageira. "Assim como o psy, o trance e o drum'n' bass, o electro também é uma modinha", afirma.

"O electro sempre foi passageiro e agora veio novamente com força, só que em bases de tribal. Mas isso não o transforma em menos efêmero” (Paulo Agulhari, DJ residente dos clubes Bubu e The Week)

Para o residente da festa carioca R:evolution, Flávio Lima, existe um tendência mundial de redescobrimento do electro e uma evolução da house music. "O Brasil é um dos poucos países que insiste em tocar apenas tribal", afirma o DJ.

A DJ Ana Paula, residente da festa X-Demente e das pool parties do clube The Week, acredita que as coisas se reciclam. "Atualmente vivemos uma fase mais harmoniosa e com menos peso nos sets.” “A tendência está mais voltada para o electro, com isso o r'n'b ficou um pouco de lado. Mas daqui a pouco as Fergies da vida lançam alguma coisa e logo o pessoal vai consumir de novo", diz a DJwoman que tem como vertente principal o tribal.

Pequeno dicionário do electro Difícil definir estilos que mudam a cada festa. Além disso, DJs insistem em criar denominações cada vez mais complicadas e particulares para o som que fazem. Mas vamos tentar! House: Estilo que surgiu no final dos anos 70, vertente da disco music, com bateria e baixo eletrônicos e geralmente vem com acréscimos de samplers de voz ou instrumentos de outras músicas. Mas tem gente que diz que tudo aquilo de música eletrônica que você não consegue classificar, é house. Electro: é uma forma de hip hop misturado com sintetizadores. O estilo surgiu nos Estados Unidos no início dos anos 80, quando os sintetizadores se tornaram mais práticos e acessíveis. O som lembra melodias de vídeo games.

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Electroclash: surgiu no início dos anos 2000, mas não vingou. Seu grande guru foi Larry Tee, que organizou um festival com esse nome. É uma estética recheada de glamour, sexo e futurismo, tipo Miss Kittin e Peaches. O selo alemão Gigolo Records, criado pelo DJ Hell, foi um dos principais divulgadores do estilo, hoje decadente. Electro house: vertente que mescla o electro com a house music, gerando graves poderosos em composições mais melódicas, como dá para perceber em Tiga. Tribal house: É o casamento da house com ritmos africanos. Em outras palavras, são batidas mais pesadas, mas menos repetitivas. Electro tribal house: Faça você mesmo...


As pessoas estão mais abertas a novidades e dispostas a conhecer outras vertentes da música", finaliza a queridinha das barbies. Há quem até despreze o electro-tribal-house. O paulista Paulo Agulhari, DJ residente dos clubes The Week e Bubu, acredita não haver tanta novidade por trás do movimento do electro-tribalhouse. "O que se tem hoje em dia é uma mistura de influências. O electro de hoje é uma releitura dos anos 80 sob uma base de tribal".

Tendência, modinha ou não, o fato é que a polêmica está instaurada e daqui alguns meses ou anos iremos descobrir se o electro pegou. Por enquanto, nos resta curtir as festas, de cabeça aberta e livre para novos estilos de música, pessoas e conceitos. Viva a diversidade

Na esquerda, DJ Paulo Agulhari e abaixo, DJ carioca Ana Paula.

Pra não fazer a desentendida A seguir uma lista de músicas com essa nova sonoridade - umas mais nervosas, outras mais comerciais, umas novidades, outras nem tanto, mas perceba como os timbres são familiares. Martin Ten Velden - Bleep (Socaphistication Electro) The Soultern Brothers - Tribal Warrior (Mario Ochoa) Kurd Maverick - The Rub (Steven Lee & Vincent Di Pasquale) Underworld - Born Slippy (Joe K) Outwork Feat. Mr Gee - Elektro (All Electro Remixes) Gregor Salto Feat. Helena Mendes - Viajar (Madskillz Jah) Dons Feat. Technotronic - Pump Up The Jam (Gians Crowd) Chris Lake Feat. Laura V. (Dirty South) Christina Aguilera - Ain't No Other Man (Yaxkin Retrodisco) Royskopp - What Else Is There (Trente Moeller) Tune Brothers Feat. Anthony Locks - I Like It (Ian Carey) Starkillers Feat. Gina Martina - Can U (Kobbe & Austin Leeds ) Justin Timberlake - Sexy Back (Peter Rauhofer) Snow Patrol - Open Your Eyes (Allenday Electro Bootleg) WS Juan vs Mochico Feat. Clara da Costa - Push My Bass (Eddie Amador)

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A FERVEÇÃO RENASCENTISTA DE LEONARDO DA VINCI Promoter, estilista, arquiteto e artista plástico... Hum,

dá pra desconfiar né? Pois essas eram só algumas das atividades de Leonardo da Vinci, figura central para o entendimento do renascimento italiano e personagem marcante da história mundial. Como testemunho da genialidade de Da Vinci, está em exposição na Oca do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, a exposição “Leonardo da Vinci: a exibição de um gênio”, que traz uma série de réplicas de seus trabalhos. Máquinas que durante sua vida nunca saíram do papel, foram construídas e nos são apresentadas, algumas podendo até ser manipuladas. Imagens de seus desenhos, principalmente estudos anatômicos, e de alguns de seus quadros e códices (pequenos livretos onde ele anotava suas idéias) também podem ser vistas.

Balançando Sérgio Roveri deixou de lado o universo do homoerotismo, mas continua mandando bem na comédia. “Andaime”, em cartaz no Teatro Vivo, com Cláudio Pacheco e Cássio Scapin, traz diálogos incríveis sobre o mundo visto por dois limpadores de vidros. Eles falam sobre tudo: do 11 de setembro, que segundo eles deve ter matado primeiro os limpadores de vidro, a toalhinhas de papel (“Daquelas onde está escrito pega dois que que tá bom', diz um deles). FOTO 2 Divinas Existe coisa mais gay do que divas? Se você gosta do Star System, não pode deixar de assistir a versão brasileira do musical “My Fair Lady”, em cartaz no Teatro Alfa. Com direção de Jorge Takla (de “Mademoiselle Chanel”), Daniel Boaventura vive o professor que quer ensinar boas maneiras a uma simplória florista, vivida pela meiga Amanda Acosta. E tem também “Rádio Nacional - As Ondas que Conquistaram o Brasil”, no Teatro Shopping Frei Caneca, com Fátima Valença e Sylvia Bandeira interpretando divas como Emilinha Borba e Marlene. Glamour dos anos 50 revisitado. FOTO 3 Bate-cabelo A exposição internacional “Decifrando o Cabelo” circula pelo mundo desde que estreou em Paris, França, em 2001 e já foi vista por 1,4 milhão de pessoas. Multidisciplinar e totalmente interativa, a mostra propõe, de maneira lúdica, uma viagem pelo universo dos cabelos, mostrando de aspectos culturais a científicos do tema. E vai ocupar um espaço fantástico no Sesc Pompéia na segunda quinzena de março. Corre lá. FOTO 4 Por Redação

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FOTO: DVIGULGAÇÃO

FOTO: VITOR MIZAEL

CULTURA

E o moço arrasou mesmo: projetou máquinas de voar inspiradas em asas de morcegos, bicicletas, pára-quedas, roupas de mergulho, cidades com preocupações de saneamento básico, máquinas de guerra, coisas que levaram séculos para existirem de fato. Tudo isso, é claro, enquanto dedicava-se à pintura de quadros hoje famosos, como o Mona Lisa e o afresco da Santa Ceia. 4

FOTO: DVIGULGAÇÃO

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FOTO: XXXX

Se a sexualidade de Da Vinci ainda não é consenso entre os historiadores, sua genialidade é inquestionável. Mas, fala sério, algum hétero poderia inventar um aparelho que ampliava a luz de uma vela milhares de vezes e a projetava no ambiente de festas, reproduzido hoje na Oca? Pensar num “estrobo” em pleno renascimento? Da Vinci, sim! FOTO 1



ESSENCIAIS

CONSUMA

sua

o

rotina

Carnaval passou e o ano começou. Na volta ao batente, clubbers mostram seu lado dia-a-dia e mais sério. CONFESSE Para relaxar depois do expediente, dance com o DVD da última turnê da diva loira.

LIDERANÇA Aprenda a ser chefe com Miranda Priestly, a toda-poderosa do filme O Diabo Veste Prada, agora em DVD.

ETERNA Todo homem precisa de uma camisa branca. Esta da Calvin Klein vem com detalhes em cinza.

CABE TUDO Essa bolsa da VR é compacta, mas tem espaço para levar tudo que o dia-a-dia pede.

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FOTOS: DIVULG

AÇÃO/RO

BERTONCU

SHMA

LISO, LISINHO O shaving cream da Shiseido contém substâncias que ajudam a evitar cortes e irritações.

NÃO CANSA Entra e sai estação e os ternos Ricardo Almeida continuam atuais.


Fag Hags

ESPECIAL Sempre fiéis e presentes, elas não desgrudam de seus amigos gays

Na

TV ou no cinema, é comum encontrar mulheres heterossexuais que nutrem amizades especiais por gays. Em “O Casamento do Meu Melhor Amigo” (1997), Julia Roberts se consola com Rupert Everett depois de saber que um antigo amigo por quem era apaixonada vai se casar com outra mulher. Já na extinta série “Will and Grace”, o casal do título, uma decoradora de interiores judia e um advogado gay, vivem juntos hilariantes e atrapalhadas situações.

Essa amizade entre uma mulher hétero e um homem gay tem até definição em inglês: fag hag. A origem da expressão remonta a década de 70 e, embora inicialmente fosse atribuída aos fãs de David Bowie, designa na atualidade qualquer mulher que se relacione com as bees. Na vida real, atrizes como a coreana-americana Margaret Cho e a socialite Paris Hilton já assumiram ser orgulhosamente fag hags. Cho, inclusive, publicou um livro, “I’m the One That I Want”, em que fala abertamente sobre o tema. Distante do mundo das celebridades, porém, o “fenômeno” das fag hags não pode ser ignorado. Apesar de ainda não serem maioria, mulheres héteros são vistas com mais freqüência em clubes e bares GLS. Elas nunca passam incólumes e, sem neuras, compartilham abertamente do mesmo espaço que seus amigos homossexuais - às vezes chegam a curtir o mesmo estilo de som e até o mesmo tipo de homem. A jornalista Consuelo Zurlo, 31, tem uma legião de amigos gays – são cerca de 10. Para ela, a geração atual é muito mais aberta em relação à diversidade sexual. “As pessoas mais esclarecidas, ‘open minded’, são amigas dos gays porque não se importam com a orientação sexual do outro, mas pelo que cada um é”, acredita. Na opinião da jornalista, o que diferencia seus amigos gays de seus amigos heterossexuais é que os primeiros “são bem divertidos e sabem ouvir melhor certos assuntos femininos”, e o melhor: não abusam dessa intimidade como arma de sedução. Maria Teresa Gomes, 25, costuma fugir de redutos héteros para acompanhar seus amigos em baladas gays. Tanta paixão leva a professora de inglês a brincar que ela é uma “travesti que deu certo”. “Falta nos héteros mais confiança, sensibilidade e inteligência”, reclama. “Os gays são companheiros, divertidíssimos, sensíveis e prestam atenção em detalhes”, defende a professora, que aproveita para elogiar o clima descontraído dos ambientes GLS. “Sempre respeitei e fui respeitada em lugares assim.” Por Paco Llistó

FOTOS: DIVULGAÇÃO E ARQUIVO PESSOAL

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ESPECIAL

AG IES H te) FAG EBRITantora edaetrgizu)y (sociali tadora) (c en in L Gil mbor alite) /apres E a t a C Pre rcisa T on (soci(modelo

Para a também jornalista Lilian Ambar, 28, as fag hags são resultado de um mundo mais tolerante e sem preconceitos. “Cada vez mais pessoas estão saindo do armário”, diz. “Com isso, elas estão deixando de lado o preconceito e se tornando capazes de viver numa sociedade com tantas diferenças”, observa a jornalista, para quem ser amiga de um gay é algo “natural”. “Sem contar que quem tem um amigo gay tem um grande amigo, alguém com quem sempre vai poder contar e confiar. Por isso, as meninas estão se rendendo aos encantos dos gays.”

Uma relação de cumplicidade

A

bancária Tatiane Magalhães, 29, e o artista plástico Carlos Eduardo Riccioppo, 26, são um exemplo de que a amizade entre um hétero e um gay pode dar mais que certo. Tatiane conheceu Carlos Eduardo quando ele começou a namorar um amigo seu de infância. Desde então, não se desgrudaram mais. “Descobrimos diversas afinidades, inclusive a música - ele toca violão divinamente. Adoro nossa relação, foi paixão à primeira vista, nos identificamos de imediato e estamos juntos até hoje. Isso já faz oito anos”, conta a bancária. Para o artista plástico, sua amizade com Tatiane ultrapassa qualquer barreira da sexualidade. “Dividimos e construímos um gosto comum pela música, pelo estudo, por filmes e, também, por uma espécie de humor negro e esculachado que talvez só se encontre hoje em dia no mundo gay”, diz. Mas o que faz uma mulher heterossexual ficar completamente inebriada pelo meio gay? “Ver comportamentos diversos talvez seja uma forma de pensar sobre o nosso próprio, ou de inventá-lo”, filosofa o artista plástico. “Eu não saberia dizer se existe um universo gay ou se, ao contrário, o mundo pop - que para algumas pessoas é absolutamente interessante - é constituído por ambigüidades e rompimentos de grande apelo sexual: androginias, misturas entre luxo e vulgaridade, bom e mau gosto. Nesse mundo, talvez, qualquer um que possa transitar de um lado a outro se sinta bem-vindo. E, além dos gays, é possível que as

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mulheres também não tenham muito por que se resguardar. Acho que as heterossexuais curtem esse tipo de relação porque ela permite uma abertura a comportamentos inesperados, imprevisíveis”, acrescenta.

Gostos semelhantes? Conflitos na certa!

Mesmo ressaltando as inúmeras qualidades de

seus amigos gays, algumas mulheres reconhecem que, numa relação com tantos gostos semelhantes, podem eventualmente surgir conflitos. Para o psicanalista Julio Cesar Nascimento, mestre pela PUC/SP, os relacionamentos entre gays e héteros são normalmente sustentados por laços inconscientes. “Se uma mulher só tem amigos gays então existe uma impossibilidade de ela ter amigas mulheres ou de ter amigos homens heterossexuais”, observa.

"A minha relação com os meus amigos é ótima independente da orientação sexual. Os gays são, em sua grande maioria, mais autênticos e extrovertidos que os héteros” (Daniela Coelho, 26, analista de marketing)

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Para

Julio, as motivações desse tipo de relação podem ser as mais variadas possíveis. “Ela pode evitar a comparação e a competição imaginária com outra mulher, isso se percebe quando numa turma de gays só há espaço para uma mulher hétero, que reina absoluta. Ela se furta, assim, de se haver com a outra mulher. Geralmente, a matriz inconsciente desta mulher é a própria mãe, ou seja, ela não precisa dividir o amor dos homens com nenhuma outra mulher”, comenta. Mas há ainda outras causas: “Há, por vezes, o desejo sexual pelo amigo gay, e isso se revela em ficadas esporádicas que estas mulheres conseguem arrancar numa balada. Elas nutrem o desejo inconsciente de ser tão atraente a ponto de mudar a orientação sexual do amigo gay e este, por sua vez, ao ficar com uma mulher de vez em quando, alivia a culpa de sua homossexualidade, fingindo para si mesmo que pode desejar uma pessoa do sexo oposto”. “Há também o caso de mulheres que amam o lado feminino destes gays e são na realidade lésbicas ou mulheres que não gostam de aspectos da personalidade machista e acreditam ser impossível achar um homem hétero e viril que possa integrar a feminilidade em sua personalidade masculina”, completa Julio. Essencialmente, continua o psicanalista, todas essas as motivações têm em comum o fato de que homens gays nunca vão desejar sexualmente mulheres heterossexuais. “Mas nada disso é válido para mulheres que namoram héteros e têm amigos e amigas de todas as orientações sexuais”.

"Meus amigos gays são atenciosos, prestativos, companheiros, minha família” (Tatiane Magalhães, 29, bancária)

E os conflitos? Como eles surgem numa relação desse tipo? “Os conflitos não surgem do fato de as orientações sexuais serem distintas. Ao contrário, amizades entre pessoas de orientações sexuais distintas são em geral frutíferas e têm um potencial criativo.” “O que gera o conflito são as motivações inconscientes e inconfessas, em geral quando um dos parceiros da dupla tem um comportamento que flagrantemente tem a ver com a verdadeira motivação da relação: o desejo inconsciente emerge criando o mal estar. Por exemplo, quando a mulher quer ser mais do que amiga, quer ser a namorada, ou quando surge ciúme do namorado gay”, finaliza o psicanalista. Saber conviver com as diferenças, respeitando os gostos e o espaço do outro, independentemente da orientação sexual, é uma forma de tornar a amizade mais prazerosa e duradoura. A fórmula para tudo isso, as fag hags já têm ,

t rgare e, Ma inogu M e i l y ton, K ris Hil io: Pa r á r o oh entid , no s uerda e fag hag. q s e os d tir da A par los clássic p exem

nna

Mado Cho e

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SEU ESPAÇO

Não faz a uó!

FOTO: RO BERTO

uma personagem clássica d'A Lôca. Ela cuida do bar superior, o Bar da Rita, e é a única que consegue impor um pouco de limite ao anseio alcoólico do povo. Como? Com sua faca, objeto escolhido por ela pra preencher Seu Espaço . Junto com a faca, Rita exibe uma tequila, sua garrafa inseparável. Hummm... Um quanto ambíguo, não? Mas não importa. É a Rita e ela pode. Ficou mais fácil de entender porque a Rita é a cara do clube

CUSHMAN

Rita, ou Ritinha para os mais íntimos, é

Uso a faca para espantar as biluzinhas que bebem demais. Elas trabalham e estudam no outro dia, mas mesmo assim ficam aqui manguaçando. Na vida, tem que ter responsabilidade. Quando saio daqui, acabo encontrando com elas na República, ainda bêbadas, e correndo para o trabalho. Daí, eu paro e grito: 'Volta e pede mais um Gin, gayzinha'.

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Quer um encontro? Quer um namorado?

Www.disponivel.com


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