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Sumário Ano. 18 - junho / 2012 - Nº 211
Rádio Digital
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Falta de definição para escolha do sistema que será adotado no Brasil impede a melhora na qualidade do rádio.
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Há algum tempo os musicais da Broadway vêm ganhando versões brasileiras, adaptadas aos nossos teatros. Nesta edição, entramos na produção de Cabaret, que já passou por Rio e São Paulo, sendo indicada ao prêmio Shell de iluminação, e conferimos tudo o que é necessário para se produzir um espetáculo deste porte com luz e áudio de qualidade. Veja também neste mês, uma matéria sobre rádio digital e saiba porque essa ideia ainda não decolou no País.
Danielli Marinho Coordenadora de redação
NESTA EDIÇÃO 18
Vitrine
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Saiba as características do mais novo processador de áudio: o UX-8800, da EAW, e o novo moving head PLS 600.
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Rápidas e rasteiras Músicos aprendem a transformar arte em lucro e a Sennheiser tem novo presidente para a América Latina.
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Gustavo Victorino Mais três nomes são indicados para homenagem na Festa Nacional da Música de 2012.
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Play-rec A banda Cachorro Grande lança o sexto álbum pela Trama e coloca músicas disponíveis para download.
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Gramophone Além Paraíso, disco que foi marco na carreira da banda mineira 14 Bis completa 30 anos.
A CASA Estúdio Pensado para atender gravações clássicas, o espaço na zona norte do RJ hoje atende a diversos estilos.
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Liebe Paradiso O velho que se transforma no novo. Assim pode ser definida a regravação de Paradiso, o segundo disco da trilogia de Celso Fonseca e Ronaldo Bastos.
120 Novo Line Série V A Decomac e d&b audiotechnik apresentam a nova série V, de line array. Evento de demonstração foi durante a AES 2012.
124 Boas Novas O cantor Edu Porto abraça a causa contra o crack e a banda Êxodos volta com novo video clipe, sucesso absoluto no You Tube.
128 Vida de artista No terceiro capítulo Vai de Van, finalmente a banda chega a seu destino, não sem antes passar por mais algumas provações.
Iluminação para Repertório Como dar conta de tantas produções diferentes em um mesmo teatro, por exemplo? A resposta pode estar no Repertory Plot, método que permite planejar uma iluminação geral no palco.
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CADERNO TECNOLOGIA
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Nesta edição, explore o sintetizador ES1, disponível no pacote Logic Pro.
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Cubase Como manipular bem uma workstation e conseguir tirar um grande som.
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66
Logic
Sibelius Este mês, confira a entrevista com James Humberstone, autor do livro Sibelius Essentials.
Fast Track C400 e C600
Conheça as duas novas interfaces que vieram se juntar à família da M-Audio.
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Expediente Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro Lucimara Silva Rodrigues adm@backstage.com.br Coordenadora de redação Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Heloisa Brum Revisão Técnica José Anselmo (Paulista) Tradução Fernando Castro Colunistas Cristiano Moura, Elcio Cáfaro, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Jamile Tormann, Julio Hammerschlag, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, Marcello Dalla, Nilton Valle, Ricardo Mendes, Sergio Izecksohn, Silvia Gadelha e Vera Medina Colaboraram nesta edição Alexandre Coelho, Luiz Urjais, Miguel Sá, Rodrigo Bertollucci e Victor Bello Edição de Arte / Diagramação Leandro J. Nazário arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leandro J. Nazário Foto: Caio Gallucci / Divulgação Publicidade: Hélder Brito da Silva PABX: (21) 3627-7945 publicidade@backstage.com.br Internet webmaster@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Circulação Adilson Santiago, Ernani Matos ernani@backstage.com.br Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Distribuição exclusiva para todo o Brasil pela Fernando Chinaglia Distribuidora S.A. Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 - Sl. A Jardim Belmonte - Osasco - SP Cep. 06045-390 - Tel.: (11) 3789-1628 Disk-banca: A Distribuidora Fernando Chinaglia atenderá aos pedidos de números atrasados enquanto houver estoque, através do seu jornaleiro.
Produção Musical O colunista Ricardo Mendes dá dicas de como trabalhar e escolher os inputs de acordo com o tamanho do seu estúdio.
Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.
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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br
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O Futuro é agora N
o mês de maio, aconteceu a 16ª Convenção Nacional da AES Brasil, juntamente com o 10º Congresso de Engenharia de Áudio, em São Paulo. A presença de centenas de participantes, muitos deles jovens estudantes em busca de conhecimento, mostra que o Brasil, embora esteja sofrendo com a falta de mão-de-obra, anda ávido por educação. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) divulgou, recentemente, que as taxas de rendimento escolar pioraram a partir do 6º ano do ensino fundamental, no entanto, outras estatísticas mostram que o número de pessoas que ingressam no ensino superior aumentou. Esse fato evidencia que a educação vem sendo a escolha dos nossos jovens, seja no ensino técnico profissionalizante ou superior. Na edição de 2012 da AES pudemos, de certa forma, confirmar positivamente essa afirmativa. Com a maioria das palestras lotadas não apenas por profissionais já conhecidos no mercado, mas também por muita “cara nova” e que, com certeza, serão os futuros profissionais do mercado, o encontro anual dos profissionais de áudio do Brasil já faz parte do currículo acadêmico do estudante. Neste caso, ponto para a qualidade da mão-de-obra dos profissionais que vem se formando aqui no País e ponto para a própria nação, que se coloca entre as melhores do mundo nesse segmento, haja vista o grande número de palestrantes estrangeiros que participaram da AES 2012, promovendo um intercâmbio de informações notadamente nunca visto nas duas últimas décadas. Um exemplo desse intercâmbio de informações que acaba também elevando a competência dos nossos técnicos brasileiros são as megaproduções trazidas ou produzidas por aqui mesmo, entre elas os musicais da Broadway, os megashows de Madonna, U2 e Roger Waters e o próprio Rock in Rio, que empregam profissionais brasileiros. Sabemos que ainda há uma grande jornada na esfera educacional, mas a torcida é para que o Brasil tenha finalmente acordado e se levantado do seu berço esplêndido e que comece a caminhar junto com o mundo desenvolvido. Eventos, publicações e escolas que ajudam a construir essa próspera etapa do país devem andar de mãos dadas. Boa leitura, Danielli Marinho
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www.proshows.com.br A Klark Teknik, distribuída pela Proshows aqui no Brasil, criou o DN-540, um compressor compacto e de interface amigável num pacote de processamento dinâmico, condensado e com latência zero. Dentre suas principais aplicações, podemos citar: proteção contra picos de sinal e compressão consciente de frequência para remover ruídos tonais indesejados.
HERCULES www.jptech.com.br A JP Tech trouxe ao Brasil os headphones da Hercules. Com excelente qualidade de áudio, são ideais para DJ’s e produtores de som. Dentre os modelos, podemos citar o HDP DJ-PRO M1001. Esse modelo forma uma curva de uma orelha à outra e é feito com tecido preto, estrutura fosca com linhas azuis ou preta brilhante com linhas verdes e ligamento revestido com uma camada brilhante.
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KLARK TEKNIK
CSR
ROLAND roland.com.br/roland/produtos/783 A Roland traz para o Brasil o mais novo lançamento, o R-Mix, um software de edição musical, que permite selecionar os componentes na mixagem, alterar o volume, adicionar efeitos, controlar afinação, alterar a velocidade da música e realizar limpeza de áudios. Outra novidade é a versão reduzida para iPad, o “R-MIX Tab”, disponível para compra na App Store.
www.csr.com.br A CSR lançou no mercado brasileiro a caixa acústica ativa tipo trapézio 3000A. O equipamento possui excelentes características dentre as quais podemos destacar: Woofer de 12”, Corneta com drive de titânio de 1”, Sistema Bass-Reflex de duas vias e Potência de 200W RMS.
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www.sonotec.com.br/takamine A Sonotec, distribuidora da marca Takamine no Brasil há mais de 20 anos, apresenta o novo modelo EG50TH, série exclusiva em comemoração aos 50 anos da Takamine, produzido com tampo sólido de Spruce, corpo em Mogno, escala em Rosewood e com marcações estilizadas em formato de videiras no braço e no escudo.
STEINBERG br.yamaha.com/pt/news_events/music_production/cubase-v6-5 A Steinberg, marca controlada pela Yamaha Musical, lançou a nova versão de seu sistema avançado de produção musical, o Cubase 6.5. O software conta com novas funções, novos VSTis, Retrologue, Padshop, Morphfilter, DJ-EQ, melhorias no VST Amp Rack, Comping e suporte à SoundCloud, FLAC, Rewire em 64 bits e muito mais.
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TAKAMINE
NORD www.quanta.com.br/web/quanta-music O Nord Piano 88 é um piano digital de alta qualidade sonora, teclas pesadas com hammer-action, porém o teclado é leve e fácil de transportar. Foi desenvolvido visando a melhor performance do músico sem comprometer a qualidade. Timbres de pianos acústicos, elétricos, vintage e contemporâneos estão todos no equipamento e com características únicas, como ressonância das cordas, sons completamente organizáveis pelo usuário, etc.
EAW www.proshows.com.br A Proshows divulgou no Brasil um dos equipamentos mais avançados em tecnologia de processamento de áudio: é o gerenciador de transdutores UX-8800 da EAW. Com uma real capacidade tipo “dual-mode”, esta unidade de quatro entradas e oito saídas adapta-se facilmente para ser utilizada como um processador de uma única caixa ou de um sistema inteiro.
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DIGITECH
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www.digitech.com/en-US/product_families/combo-amps A Harman apresentou a nova linha de amplificadores Digitech, com três modelos: DG15, DG15R e DB15 (para contrabaixo). Modernos e compactos, os produtos foram desenvolvidos para proporcionar qualidade e versatilidade. Os equipamentos possuem 15 Watts RMS, canal Clean e Over Drive, equalização em três vias (grave, médio e agudo) e saída para fone de ouvido. Os falantes JBL Selenium de 8” garantem a fidelidade sonora em diferentes sons e estilos.
LINE 6 www.habro.com.br/habro A guitarra modeladora James Tyler Variax 59 da Line 6, marca distribuída no Brasil pela Habro, possui excelentes características físicas dentre as quais corpo em mogno, top em maple, braço em mogno (colado), escala em rosewood, 22 trastes, marcação dot, 2 captadores humbucker, ponte James Tyler com captadores Piezo, 25 modelos de guitarra e 12 afinações.
CONDOR MUSIC www.condormusic.com.br A Condor Music traz ao mercado o novo afinador / metrônomo CMT 40. O equipamento possui controle de volume, entrada para fone de ouvido e os tipos de afinação são: cromático, guitarra, baixo, violino e ukulele. Também apresenta modos de afinação em microfone ou clip. O alcance de afinação é A(27.50Hz) – C(4186 Hz).
B&C SPEAKERS www.bcspeakers.com O novo subwoofer 18TBW100 da B&C eleva a performance dos subwoofers de 18” com imã em ferrite a níveis nunca conseguidos antes. Isto ocorre graças a uma bobina de 100 milimetros, que utiliza a tecnologia split-wound cooper coile, e é a mais alta bobina em uso na linha de subwoofer cerâmico.
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LINE 6
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AKG
www.habro.com.br A StageScape M20D é o primeiro produto do mercado pensado para produções ao vivo. As operações são feitas a partir de tela com tecnologia touchscreen. Com design moderno e prático, a mesa possui ainda a opção de controlar o que foi mixado a partir de um iPad via adaptador Wi-Fi. A StageScape M20d possui 16 canais, formato WAV de 24 bits para cartão SD e entradas USB.
TASCAM www.quanta.com.br/web/quanta-music O iXZ da TASCAM é uma interface de gravação especialmente desenvolvida para usuários de iPhone/iPad/iPod Touch transformando estes equipamentos em estúdios de gravação. Ele permite ligar microfones, inclusive os que dependam de phantom, guitarras e baixos interagindo com os Apps feitos para iPhone/ iPad/iPod Touch. Esta pequena interface conta com controle de volume de entrada, seleção entre microfone e instrumento e acionamento de phantom, além de saída de fone de ouvido.
www.akg.com A Harman divulgou ao mercado nacional o microfone sem fio AKG WMS 40 mini, da AKG. De fácil manuseio, o produto se destaca pela versatilidade e excelente relação custo-benefício. Desenvolvido com a tecnologia HDAP (Performance de Áudio de Alta Definição) oferece um som de qualidade e alta performance.
YAMAHA br.yamaha.com/pt/products/musical-instruments O PSR-S650, lançamento da Yamaha, tem o novo sistema ampliado para reprodução de “Styles”, com tecnologia “MegaVoice” para reprodução de acompanhamento instrumental ultrarrealista - especialmente para sons de guitarra. Tem ainda o recurso “Voice Expansion”, que permite acrescentar Audio Samples, Voices, Drum Kits e Styles para aumentar as possibilidades de criação.
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PRG OHM www.telem.com.br A luminária OHM, da PRG, é uma fonte de luz com alto nível de saída, correção de cor e maciez e foi projetada para uso em cinema e televisão, onde se requer um grande volume de luz ambiente. Sua lâmpada de LED tem nível de saída similar a uma de tungstênio. O aparelho conta com controle de temperatura de cor sem igual, é equipado com um display LCD e um painel de comando para total flexibilidade e tem a carcaça construída em alumínio e aço.
PLS ROBE
www.proshows.com.br Chegou o moving head PLS 600. A PLS apresentou aos iluminadores brasileiros uma renovada proposta do seu já consagrado portfólio de moving heads com a chegada do novo PLS 600. Uma máquina totalmente remodelada, que oferece ainda mais luz com sua lâmpada NSD 575W e movimentos rápidos e silenciosos, tornando-se o equipamento perfeito para inúmeras aplicações de shows, palcos e até mesmo teatros.
www.robe.cz/products/article/ robin-1200-ledwash O super-slim ROBIN 1200 apresenta o LEDWash de 61 RGBW e multichip LEDs com saída de cores que vão desde tons suaves até a mais rica saturação. Organizado em 4 anéis concêntricos, esses LEDs oferecem possibilidades únicas para a criação de cores deslumbrante e padrão de efeitos de audiência.
PLS www.proshows.com.br O Fan V-60 da PLS é um ventilador especial para uso com máquinas de fumaça. Sua grande vantagem é o duplo sistema de turbilhonamento que espalha a fumaça em múltiplas direções, permitindo ainda o controle de velocidade e direção do vento. Tudo operável via controle sem fio W-2 que já acompanha o ventilador.
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SESC LANÇA PORTAL DE PARTITURAS No dia 14 de abril foi lançado o Sesc Partituras, um portal de acervos que inclui obras brasilei-
ras contemporâneas e do período colonial, além de raras composições de artistas consagrados como Francisco Mignone, GuerraPeixe e Glauco Velásquez. O Sesc Partituras é uma biblioteca virtual e sem fins lucrativos, que foi criada com o objetivo de preservar e difundir o patrimônio cultural brasileiro. O objetivo do portal é democrati-
zar o acesso a partituras digitalizadas, além de funcionar como uma importante ferramenta para músicos, estudantes e pesquisadores da área. As pesquisas podem ser realizadas de várias maneiras: título da obra, nome do autor, formação do grupo ou instrumentos ou obras de relevância histórico-patrimonial. As obras presentes no acervo do SESC Partituras pertencem ao domínio público ou possuem licença para sua inclusão no catálogo, inclusive com autorização para impressão. No entanto, para o caso de gravação fonográfica das obras, adaptação e outras formas de uso não previstas, é necessário realizar negociação direta com cada compositor ou representante legal da obra. O acervo pode ser consultado em www.sesc.com.br/sescpartituras
Fenac abre inscrições Festival de música distribuirá R$200 mil em prêmios A próxima edição do 42º Festival Nacional da Canção (Fenac) acontecerá de agosto a setembro em seis cidades mineiras. Com o objetivo de valorizar e divulgar a cultura nacional, o evento é dividido em cinco etapas eliminatórias, começando pela cidade de Extrema, nos dias 3 e 4 de agosto; e passando por Pouso Alegre, nos dias 10 e 11 de agosto; Formiga, nos dias 17 e 18 de agosto; Guapé, 24 e 25 de agosto; Varginha, entre 31 de agosto e 1 de setembro; e Boa Esperança, entre os dias 6 e 8 de setembro,
quando acontecem as semifinais e a final. Não existem restrições a gêneros musicais, e obrigatoriamente as letras dos participantes devem ser em português. Mais informações pelo site www.festivalnacionaldacancao.com.br
POLYSOM LANÇA A DISCOGRAFIA COMPLETA DO LOS HERMANOS EM VINIL
Uma das bandas mais criativas e festejadas do Brasil, o Los Hermanos terá sua discografia completa lançada em vinil pela Polysom. Com supervisão do próprio grupo, o projeto constará do lançamento dos quatro álbuns de estúdio e de uma caixa de luxe contendo os quatro discos e mais um item exclusivo: o álbum Ao Vivo na Fundição. Tudo em LPs de 180 gramas, com prensagem premium de alta qualidade. Serão três discos duplos - Bloco do Eu Sozinho, Ventura e Ao Vivo na Fundição - e dois simples - Los Hermanos e 4.
ENQUETE Com qual frequência você utiliza fones in-ears durante os shows?
Apenas em gigs. (66,67 %) Utilizo com muita frequencia, mas não gosto. (33,33 %) Nunca utilizo in-ears. (0,00 %) Sempre utilizo, porque gosto. (0,00 %)
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Allen & Heath
TRINTA ANOS DO CONSERVATÓRIO SOUZA LIMA
no Qatar
O Conservatório Musical Souza Lima comemorou 30 anos com uma sessão solene na Câmara Municipal de São Paulo. O evento foi no dia 27 de abril.
A AVTech, distribuidora da Paxt Ltd.’s para a Allen & Heath no Qatar, instalou uma solução amigável no hotel cinco estrelas Torch of Doha, no Qatar. Para fornecer gerenciamento de áudio e controle separados, optou pelo sistema integrado QSys, desenvolvido pela QSC, e pela matrix mixer da Allen & Heath iDR-8, instaladas nas sete salas de conferência do hotel.
CAIXA ATIVA NASHVILLE
SANTOS JAZZ FESTIVAL De 14 a 17 de junho acontece o Santos Jazz Festival, primeiro grande evento do gênero no litoral paulista. O compositor, arranjador e multi-instrumentista Hermeto Pascoal será o patrono do evento e apresentará uma canção inédita no show de abertura, Do Brasil Para o Mundo, feita especialmente para a ocasião. Para os músicos da região e de fora estão programados workshops com
Hermeto Pascoal, Michel Leme, Luis do Monte e Mauro Hector. Toda a programação é gratuita e contará ainda com as participações de André Christovam, Heraldo do Monte, Delicatessen, Yamandu Costa, Filó Machado, Roberto Sion e Arismar Espírito Santo. O festival acontecerá em ruas e boulevares do centro histórico do município, Bolsa Oficial do Café e nos teatros Coliseu e Guarany.
Outro projeto acústico do Professor Homero Sette, em conjunto com os engenheiros Francisco e Ruy Monteiro, é a caixa Nash 1244. Entre as novidades, controle remoto sem fio, player mp3 e WMA com entrada para cartão SD e USB, rádio AM/ FM integrado, mixer com 2 entradas para microfone ou linha balanceadas XLR e P10, mais entrada estéreo P2. As caixas ainda possuem equalizador de 3 bandas, saída mixada e fonte bivolt de seleção automática. A Nash 1244 possui ainda falante de 12" mais driver de titânio acompanhados de biamplificação processada classe AB e classe D de ventilação passiva e silenciosa com potência combinada de 640 watts. Tudo isso em um gabinete com sistema para fly PA integrado, angulação para uso como monitor de palco e suporte para pedestal. O melhor de tudo? O preço, que fica na faixa dos R$ 1.500.
JBL Selenium apresenta linhas de Caixas JS Disponíveis em quatro modelos, a nova linha combina portabilidade e alto desempenho. A JBL Selenium lança a linha de Caixas JS, que oferece a potência já consagrada das Caixas S, aliada à versatilidade de tamanhos. Antes disponíveis apenas em 12 e 15 polegadas, as novas caixas JS agora contam com as opções em 8 e 10 polegadas. Os modelos JS081A, JS101A, JS121A e JS151A são amplificados e vêm com entrada para MP3, no melhor estilo “plug and play”. Basta
ligá-los na tomada, conectar um pendrive com suas músicas favoritas, apertar o play e fazer a festa. Mesmo sendo as menores entre as caixas da linha (com apenas 13,3 Kg), a JS081A e a JS101A têm potência de saída de 4 x 3500W e quatro canais com a tecnologia DriveCore, que garante uma eficiência até 90% superior, sem comprometer o desempenho. Já os modelos JS121A e
JS151A também apresentam entrada para microfone, controle de ganho mic e linha independente, além de equalizador cinco bandas. Para conhecer a linha de Caixas JS, visite o site www.jblselenium.com.br
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Empresa gaúcha adquire Vertec A gaúcha Impacto/Vento Norte Sonorização recentemente adquiriu um Vertec VT 4889 ADP DA, sistema produzido pela JBL e que já foi utiliza-
do em eventos como o Rock in Rio e as Olimpíadas de Pequim. Praticidade e ótima resposta de frequências foram alguns dos motivos que levaram Ricardo Salomão a adquirir o sistema. “Escolhi o Vertec por sua grande pressão sonora. Ele é
amplificado, pertence a uma marca aceita no mundo inteiro e oferece um excelente serviço de pós-venda, o que é um diferencial muito importante. E todos técnicos de som já conhecem sua sonoridade”, explica Ricardo. Entre os eventos realizados pela Impacto/Vento Norte com o VT 4889 ADP DA está o show da cantora Maria Rita, que homenageou sua mãe Elis Regina, no dia 24 de março, no Anfiteatro Por do Sol, em Porto Alegre. O show da banda Sorriso Maroto, no dia 7 de março, durante o Pepsi on Stage, e a festa da Rede Record RS, que reuniu 50 mil pessoas no Anfiteatro Por do Sol no dia 25 de março, também tiveram a qualidade de som proporcionada pelo VT 4889, da JBL. Mais informações sobre a linha Vertec, visite o site www.jblaudio.com.br.
Músicos aprendem a transformar arte em lucro Com o objetivo de orientar músicos sobre as oportunidades e tendências do setor, o Sebrae-MG promoveu no dia 25 de abril o seminário Cenário da Música Brasileira: Oportunidades e Ameaças. O evento foi realizado em Belo Horizonte e contou com a participação de três especialistas que falaram sobre a necessidade da gestão na produção musical, a importância das parcerias e estratégias de relacionamento e em como am-
pliar a comercialização. De acordo com levantamento do Sebrae, aproximadamente 80% da produção nacional de música está nas mãos dos independentes, o que representa cerca de 25% do total vendido no País. Desde 2010 o Sebrae-MG realiza o projeto Comercialização da Produção Musical na RMBH nos Mercados Nacional e Internacional. O projeto abrange a gestão dos empreendimentos musicais, do mar-
SENNHEISER NA NAB Especialistas de áudio da Sennheiser realizaram uma série de apresentações no estande do Intel NAB Show Theater, durante a NAB Show, nos EUA. A exibição destacou os diferenciais do uso dos microfones Sennheiser e Neumann na área de broadcast. Joe Claudelli, diretor de projetos avançados e serviços de engenharia da Sennheiser, e Dave Missal, responsável pelo desenvolvimento da marca nos mercados norte-americanos de broadcast e cinema, falaram sobre a melhoria de qualidade de broadcast e a possibilidade de controle remoto de ajustes de áudio proporcionadas pelos microfones Shotgun Sennheiser MKH 8060/ 8070 (acoplado ao módulo MZD 8000), o Shotgun Neumann KM 184D e o microfone TLM 103D com condensador, o preferido dos locutores de rádio. Dentre as muitas vantagens, a tecnologia dos equipamentos melhora a dinâmica, diminui drasticamente os ruídos e reduz as despesas com cabeamento.
keting e do acesso a mercados. A primeira ação do projeto é uma capacitação para desenvolver as competências fundamentais na gestão da carreira de artistas e grupos musicais. Os participantes aprendem a planejar shows, controlar gastos e participam de missões técnicas. A intenção é aumentar a comercialização da música independente a partir de um modelo de gestão voltado para a busca de novos mercados. “A música é uma ‘empresa’. Saber planejar, administrar a carreira e identificar problemas e solucioná-los são fundamentais para o sucesso”, explica a analista técnica de projetos do Sebrae-MG Kennya Barboza.
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A empresa SXS Events utilizou seu recém-adquirido console digital iLive da Allen&Heath para uma turnê mundial com a instituição de ajuda Islamic Relief. A tour, chamada Noite de Inspiração foi no início de abril e uniu alguns artistas na área de entretenimento da cultura islâmica, incluindo nomes como Outlandish, Zain Bhikha, Junaid Jamshed, Native Deen e o comediante Preacher Moss. “Como adqui-
VANGUARDA PAULISTA rimos ano passado tanto a iLiveT80 como o sistema T112, pressentimos que era perfeita para a turnê”, disse o gerente de projetos Johnny Palmer. “O show foi em variados formatos, o que significou mudanças consideráveis na arquitetura entre cada apresentação, e a iLive foi a escolha perfeita para isso”. Toda a arrecadação ao projeto Islamic Relief foi doada em benefício às crianças e órfãos em mais de 40 países do mundo.
LIVRO RETRATA CENA MUSICAL DOS ANOS 90 O livro Niterói rock underground, que mostra a transição da música no Brasil durante o início dos anos 1990 até 2012 e seus reflexos em Niterói - RJ, foi lançado na Livraria Cultura, na cidade de Guará (DF), no dia 5 de maio. A obra foi produzida pelo gestor cultural Pedro de Luna, que conta essa parte da história do ponto de vista de quem vivenciou aquele momento.
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SHOW BENEFICENTE
Novo vice-presidente da Sennheiser na América Latina A Sennheiser anunciou que Alexander Schek será o novo vice-presidente de vendas para a América Latina. Nessa nova posição, Schek também será responsável pelas estratégias de vendas dentro de cada linha de negócios bem como fará o
gerenciamento da área de vendas da companhia na América Latina. Schek começou sua carreira na Seinnheiser em 2009 como gerente da área de vendas para a América Central e Caribe. Embora seja cidadão alemão, Schek foi criado entre Brasil e Chile, possui formação em marketing pela Universidade de las Américas, Chile, tem experiência como executivo de vendas na indústria de áudio e eletrônicos, e conhece bem o mercado e a cultura Latino Americanos. Como vice-presidente de vendas, Schek substituirá Oliver Baumann, que deixou a Seinnheiser em março. O novo vice-presidente vai se reportar diretamente a Markus Warlitz, gerente geral para a América Latina. Alexander ficará lotado em Miami, na Florida, e viajará para a America Latina com bastante frequência.
De 7 de maio a 25 de junho acontece o projeto Esporte Clube Lira Contemporânea, no Espaço Zé Presidente. Durante o festival, o local abrigará shows com nomes que fizeram parte do movimento Vanguarda Paulista e da nova cena musical paulistana. Realizado às segundasfeiras, a partir das 23h, a ideia do evento é ser ponto de encontro dos mais diversos ritmos, arranjos, estilos e tradições que fazem parte da cena cultural paulistana. Sobem ao palco do Espaço Zé Presidente representantes da cena paulistana como Pélico, Trupe Chá de Boldo, Arrigo Barnabé, Metá Metá e outros nomes que fazem de São Paulo uma cidade referência. Endereço: Rua Cardeal Arcoverde, 1585, São Paulo.
MÚSICA PARA GAMES Em 2012 acontece a segunda edição do Game Music Brasil Festival, o maior festival de composição de música para games e desenvolvimento de jogos do país. Os interessados podem se inscrever gratuitamente pelo site www.gamemusicbrasil.com.br, do dia 14 de maio a 9 de setembro. O Game Music Brasil Festival, organizado pela Conexão Cultural, vai premiar em quatro categorias: melhor trilha sonora, melhor jogo indie, melhor chip tune e melhor remix. A apresentação dos vencedores acontece no dia 14 de outubro, durante o concerto Video Games Live, em São Paulo.
CURSOS INTENSIVOS DE FÉRIAS NO HOME STUDIO A escola está com inscrições abertas para as turmas intensivas de Home Studio (Produção Musical). As aulas acontecem entre os dias 18 e 22 de junho, das 11h às 18h30min, e aos sábados, começando em 21 de julho, das 14h às 18h30. Outras opções são as especializações em Ableton Live (de 9 a 13 de julho) e Sonar (de 16 a 20 de Julho), sempre de segunda a sexta das 10h às 16h. Mais informações em www.homestudio.com.br e pelo telefone (21) 2558-0300.
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Durante a AES 2012 foi inaugurada a nova loja da Vitória Som. O coquetel, realizado no novo espaço da empresa, contou com a presença de centenas pazeiros e nomes ligados ao áudio. O novo endereço passa a ser na Rua dos Andradas, 456, São Paulo.
AUDIO-TECHNICA ANUNCIA ALIANÇA COM PROSHOWS
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Nova loja Vitória Som
Vladimir de Souza, CEO da ProShows
No ano da comemoração de seu 50º aniversário de fundação, a Audio-Technica anuncia a sua aliança estratégica com a ProShows, empresa baseada em Sapucaia do Sul, RS, que será sua distribuidora exclusiva para o Brasil e o Paraguai. O anúncio foi durante a AES Expo 2012. A partir de agora, as duas empresas têm como objetivo encarar, juntas, os novos desafios e realizar as novas oportunidades dos mercados de áudio profissional e de eletrônicos de consumo. Para isso o foco será em eficiência logística, educação e inteligência de mercado e suporte pósvenda para toda a região. Alexandre Algranti, Diretor de Vendas e Marketing para o Brasil da AudioTechnica; Roger dos Santos, Gerente de Marketing da ProShows; e Carlos Santos, Gerente Nacional de Vendas da ProShows, são os nomes que estarão à frente deste novo desafio. Para Phil Cajka, CEO da Audio-Technica US, Inc, a parceria com a ProShows trará um alto nível de satisfação aos clientes e usuário
finais dos produtos Audio-Technica, além de contribuir para o desenvolvimento da marca nesses dois mercados da América Latina. “Estamos muito contentes em ter a ProShows como nosso distribuidor exclusivo para o Brasil e o Paraguai”, afirmou o CEO. A ProShows irá distribuir a linha completa de produtos da Audio-Technica, que inclui os microfones de estúdio da Série 4000, os microfones com interface USB da Série 2000, os microfones com fio e sem fio de alto desempenho da Série Artist Elite, os fones de ouvido da Série ATH e os fones com cancelamento ativo de ruído da Série ATH-ANC. “Estamos orgulhosos de poder distribuir no Brasil e Paraguai esta prestigiada marca, que complementará de forma brilhante nosso portfólio de produtos”, completou Vladimir de Souza, CEO da ProShows. Fundada em 2003 em São Leopoldo, RS, a ProShows é a empresa líder na distribuição de equipamentos de áudio profissional, iluminação profissional e instrumentos musicais no Brasil.
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BOLA DA VEZ O forró tecno brega paraense virou moda. Tendo como puxadores a indefectível banda Calypso e a cantora Gaby Amarantos, o gênero começa a pegar. Como a maioria dos modismos no nosso país, a proposta é musicalmente pobre e revela o natural desespero dos divulgadores dessas coisas em alavancar popularidade e arrancar dinheiro das classes mais baixas da população. A onda já decolou, mas ainda não é possível avaliar o tamanho do estrago e a dimensão de sua sobrevivência.
O Rio das Ostras Jazz & Blues terá na sua décima e festiva edição um componente onipresente, mas amplificado. A conquista do título de um dos maiores festivais do gênero no mundo vai sacudir corações. Nesse ano, certamente a festa terá como marca e principal presença, a emoção. Lágrimas serão inevitáveis. No palco e fora dele...
VOZ
DÓLAR A 2 X 1 A reviravolta no câmbio vem agitando o mercado e lançando algumas questões interessantes. A principal delas é testar a agilidade daqueles que lidam diretamente com o mercado internacional, notadamente os importadores, na sua capacidade de adaptação aos novos parâmetros de cotação da moeda nacional. Essa oscilação, que tem na retórica governamental um fator de absoluto descrédito, não é rara e volta e meia inferniza a vida de quem sonha se planejar a médio e longo prazo em nosso bagunçado país.
RECADO REDONDO Em entrevista a um canal a cabo brasileiro, a cantora inglesa Adele disse pouco se importar com os comentários sobre sua forma física e afirmou que faz música para ouvir e não para ver. Recado direto às enganações que se escondem atrás de megaproduções entupidas de tecnologia que dispensam até voz. Ganhou um fã...
A morte da cantora Donna Summer fez alguns jovens descobrirem seu trabalho pela mídia que a noticiou. Dona de uma das mais belas e potentes vozes da disco music e, quem sabe, de todos os tempos, depois de morta, a americana volta a ser tocada em bares da moda e eventos seletivos. Tem meninada agora que está pensando duas vezes antes de chamar Rihanna, Byoncé e Lady Gaga de “cantoras”.
RECLAMAÇÃO RECORRENTE Os programas de edição de áudio andam pecando nas informações contidas nos seus manuais, sejam eles físicos ou virtuais. Operadores, técnicos e usuários comuns vivem quebrando a cabeça na busca de soluções para procedimentos que deveriam ser simples. Com uma sofisticação desnecessária e na busca de novos recursos também de necessidade questionável, a coisa vem desandando e lembra bem a fase dos super relógios de pulso que faziam tudo, menos mostrar a hora com destaque.
AINDA IMPOPULAR A moda do earphone custa a pegar no Brasil e o motivo parece ser de fácil detecção. O equipamento com uma qualidade mínima é caro e os acessíveis
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têm desempenho sofrível. Pura maldade mercadológica, afinal o sistema não tem nada que justifique custar três a quatro vezes o valor de um bom transmissor sem fio para instrumentos. O princípio é o mesmo, porém de forma reversa e ainda mais simples. Parece que o componente da ganância foi inserido na novidade.
PLÁGIO Aumentam os casos de acusação por plágio no mundo neo sertanejo. Como a ruindade melódica do segmento criou um padrão uniforme para o sucesso, dezenas de casos começam a pipocar nos tribunais e vão virar dor de cabeça para magistrados que diante da obrigatoriedade de analisar o caso ouvindo tudo atentamente deveriam pedir adicional de insalubridade. Até os refrãos vêm sendo também substituídos por grunhidos e gritinhos indecifráveis e fico imaginando o que passará na cabeça de um juiz de direito na hora de sentenciar essas lides. Não custa lembrar que tortura ainda é proibida no Brasil.
ECAD Parece que os políticos deram um tempo na pressão sobre o Ecad. Mesmo longe de ser unanimidade, o órgão é defendido pela classe artística que logo percebeu o olho grande das quadrilhas engravatadas de Brasília nos milhões arrecadados mensalmente pelo órgão. Concluíram que se ainda é ruim com ele, muito pior será sem ele...
RACISMO A acusação de racismo que virou uma investigação por parte do Ministério Público contra o cantor
Alexandre Pires beira ao ridículo. O cantor notadamente usou bom humor no clipe que gerou o mau humor da turma que há muito vem transformando o odioso racismo que ainda existe em nosso país numa indústria de interesses políticos e midiáticos. No Brasil, chamar um afro-descendente de negro ou crioulo tá virando crime, mas o pior é saber que tem gente faturando com isso. Não seria igualmente ridículo reagir se me chamassem de branquelo?
PARCERIA Eventos culturais de todos os segmentos começam a descobrir na música a parceira ideal para captar mídia e frequentadores. Lançar livros com um pocket show no programa não é novidade, mas o hábito se populariza e mostra bons resultados na frequência desses eventos. Exposições de fotografias, artes plásticas e até recitais de leitura abrem espaço para apresentações de músicos como forma de criar uma ambiência ainda mais atrativa. A moda pegou e virou mais uma vitrine para a música de qualidade, afinal, quem lançaria um livro ao som do Michel Teló?
LANDSCAPE Caso raro de empresa nacional que se transformou em referência de mercado, a Landscape praticamente travou a entrada de pedal boards importados no país. Com a qualidade do seu produto, infinitamente superior aos similares orientais, e um custo final acessível ao consumidor, a marca mostrou como enfrentar concorrência com talento e competência. É líder e praticamente hegemônica no mercado. Ponto para a galera de Lençóis Paulista.
SANTA ESMERALDA O grupo que fez estrondoso sucesso nos anos 70 e 80 está a caminho do Brasil. Criadores da iconoclasta Don’t Let Me Be Misunderstood, a banda está de malas prontas para o nosso país. O grupo vai se apresentar a partir da segunda quinzena de setembro em várias cidades brasileiras. Conduzida pelo seu cantor original, Jimmy Goings, e mais cinco integrantes da formação inicial, a banda terá na produção o empresário Sérgio Lopes, criador do Vijazz, evento que nesse ano acontece em duas cidades, Viçosa e Ponte Nova, entre os dias 29 de agosto e 02 de setembro.
HOMENAGEADOS Mais três nomes são divulgados na lista de homenageados da Festa Nacional da Música 2012. João Bosco, George Israel e Leoni receberão o troféu pela contribuição à música brasileira nas últimas décadas. Somados, os três artistas tem quase uma centena de sucessos radiofônicos e clássicos da MPB.
BOM E BARATO Os pequenos pedais da Danelectro precisam ser descobertos pelo mercado. No formato mini, o produto é de qualidade surpreendente pelo preço. Praticamente todos os modelos ficam bem abaixo de 200 reais ao consumidor final, e com desempenho de gente grande. Na relação custo-benefício são imbatíveis.
CALOTEIRO Artista famoso com cheque devolvido por falta de fundos é constrangedor. O rapaz já é bem conhecido na praça. E reincidente...
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DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR
DORMINDO EM CAMA DE PREGOS Patrulha do Espaço A banda lança mais um trabalho, que soa como uma impressão digital da formação da Patrulha, com músicas que dizem algo para cada um dos integrantes. A ideia é que cada faixa do CD tivesse uma mensagem própria e que viesse do fundo da alma de cada integrante, sem esquecer o conceito grupal e sonoro da banda. O resultado pode ser conferido nas faixas Rolando Rock, canção autobiográfica do baterista Rolando Castello, Estrelas Dirão, Máquina do Tempo, que expressa momentos e sentimentos do guitarrista Danilo Zanite, e Riff Matador, uma colaboração conjunta na composição, que expressa o espírito que dirige os caminhos da Patrulha. O álbum totalmente de estrada ainda inclui dois bônus: Rock com Roll, capturada ao vivo no Centro Cultual São Paulo; e Quatro Cordas e um Vocal, uma homenagem a dois queridos e saudosos heróis do rock brasileiro.
BAIXO AUGUSTA Cachorro Grande Gravado nos Estúdios da Trama, em São Paulo, Baixo Augusta é o sexto álbum do grupo e está disponível para download no site www.cachorrogrande.com.br . O CD apresenta 11 faixas com destaque para o single Difícil de Segurar, que ganhou uma versão em clipe. O videoclipe foi dirigido por Ricardo Spencer e pode ser assistido nos canais de internet ou no próprio site da banda.
PLAY AGAIN Cristiano Crochemore Gravado ao vivo em oito canais, com os músicos na mesma sala do estúdio, o que se ouve é exatamente da forma que foi tocado. Os efeitos colocados na mixagem foram apenas para realçar o que já havia sido gravado. O resultado é um som cru, sem efeitos, exatamente como os antigos discos de blues eram feitos, o que agradou muito à banda, indo ao encontro do que o grupo buscava em relação à sonoridade, à ambiência e à maneira de tocar as músicas.
CANTAR PARA VIVER Christina Paz A cantora presenteia os fãs de Guadalupe da Vila com este tributo memorável. E àqueles que ainda não conhecem o músico, ícone da MPB brasileira, o álbum acaba por apresentar da melhor forma possível as obras do compositor, que foi integrante da velha guarda da escola de samba Vila Isabel. Christina, que é sobrinha de Guadalupe, interpreta neste CD músicas que, só agora, seis anos depois da morte do compositor, chega ao conhecimento do grande público. Com exceção de Por Aí, em que divide a autoria com Dunga, as demais 11 canções são de Guadalupe da Vila. O CD conta ainda com Marcilio Lopes no bandolim, Fernando Carvalho no violão acústico, Higor Nunes no cavaquinho, André Dantas, no baixo, e Alberto Farah, no piano, e Jimmy Santa Cruz no baixo.
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SEÇÃO GRAMOPHONE | www.backstage.com.br 42 Disco Além Paraíso, marco na trajetória do grupo 14 Bis, completa 30 anos. Victor Bello redacao@backstage.com.br Fotos: Internet / divulgação
O voo inspirado das melodias
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anto pelo nível de composições como pela inovação em termos de novos equipamentos de avançada tecnologia, este foi um disco marcante na carreira do 14 Bis’ diz o tecladista Vermelho. Gravado depois de uma viagem feita aos Estados Unidos, o disco Além Paraíso foi um marco na discografia da banda mineira 14 Bis. O grupo formado por Vermelho (piano, teclado, violão e vocal), Flávio Venturini (teclado, violão e vocal), Claudio Venturini (guitarra, violão e vocal), Hely Rodrigues (bateria e vocal) e Sérgio Magrão (baixo e vocal) desenvolveu um rock melódico com sofisticadas harmonias vocais que procurou compreender a música brasileira aliada ao rock e construir um som próprio, moderno, lírico e de alcance popular. Antes da fundação do conjunto, os músicos absorveram toda uma bagagem em passagens anteriores por bailes, festivais e bandas, como Flávio Venturini, que desempenhou forte papel em composições do grupo O Terço participando dos
dois primeiros discos da banda e participando também do antológico álbum do Clube da Esquina juntamente com Vermelho. A célula inicial se deu em uma garagem na cidade dos músicos, Belo Horizonte, e de lá saiu o núcleo que viria a formar o 14 Bis tempos depois em São Paulo, em 1979, com a incorporação do carioca Magrão. Nesse mesmo ano sai o primeiro disco do 14, produzido por Milton Nascimento. Em 1982, a banda lança seu aclamado quarto disco que rendeu sucessos como Linda Juventude e Uma Velha Canção Rock’n’Roll. Em conversa com a Backstage, o tecladista Vermelho conta detalhes do disco que, segundo ele, foi elaborado em um período em que a banda se encontrava no auge, realizando um trabalho maduro e experimental ao mesmo tempo.
primeiros estúdios no Rio a oferecer gravação em 24 canais, a guitarra utilizada foi uma GR-300 da Roland, que se acoplava a um módulo-sintetizador e produzia sons incríveis. Um Prophet-5 - um poderoso synth polifônico, teclado digital Sinergy e um Poly-6 considerado o antecessor do atual Kronos, da Korg (esse modelo possuía um arpeggiator que deu praticidade e flexibilidade do ponto de vista musical e foi usado no fim de Uma
A GRAVAÇÃO Gravado no estúdio da SiGLA (Som Livre), um dos
Gravado depois de uma viagem aos Estados Unidos, Além Paraíso foi um marco na discografia do 14 Bis
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No álbum encontram-se canções de estruturas melódicas bem estruturadas, orquestra, sintetizadores, guitarra distorcidas, bateria e baixo pesados convivendo com melodias serenas e vocais elaborados.
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velha canção rock ‘n ‘roll) - foi outro instrumento incorporado às gravações. Um piano CP-70, eletro-acústico da Yamaha; baixo Alembic, um modelo raríssimo (também usado pelo baixista do The Who); violão Ovation, que reproduzia de maneira inédita na época o som acústico: como o sinal podia ser processado, deu o som característico, por exemplo, no inicio de Linda Juventude. Além Paraíso foi gravado depois de uma viagem da banda feita aos EUA. Em Nova Iorque os músicos tiveram contato com muitos equipamentos novos que despontavam em termos tecnológicos na época. Em Los Angeles visitaram a Capitol Tower, sede da EMI nos Estados Unidos, conhecendo os incríveis estúdios onde gravaram tantos artistas famosos, inclusive os Beatles, grande influência do grupo mineiro. Ao voltar, o grupo começou uma série de ensaios que percorreram meses a fio. “Estávamos fascinados pelos sons novos, tocávamos dia e noite, a hora que dava vontade, ou seja, quase toda hora. Ideias fluíam muito rápido e, principalmente eu e Flávio, fizemos boas parcerias como Uma velha canção rock’n’roll, Passeio pelo Interior, Além Paraiso, etc... O tom abstrato de vermelho da capa reflete bem a energia deste disco, o entusiasmo que tínhamos tanto pelos novos equipamentos como por sentir que estávamos num momento muito criativo na banda”, observa Vermelho.
EXPERIMENTAÇÃO A SERVIÇO DA RIQUEZA MELÓDICA No álbum encontram-se canções de estruturas melódicas bem delineadas, orquestra, sintetizadores, guitarra distorcidas, bateria e baixo pesados convivendo com melodias serenas e vocais elaborados. Até canto de passarinhos está presente nesse disco. Passeio pelo interior, por exemplo, é uma música bem rural que exalta uma paisagem do campo. A música começou com um riff tocado pelo Flávio no Prophet-5 e me-
lodia tocada no piano Yamaha pelo Vermelho com letra de Murilo Antunes que, segundo o pianista, valorizou a canção e deu a ela um clima meio bucólico e rural. “Eu nasci numa pequena cidade do interior de Minas. Belo Horizonte por muito tempo teve este ar um pouco interiorano. E todo mineiro gosta sempre de um passeio pelo interior, ainda mais em Minas, onde cada cidadezinha tem sua própria história bem delineada e culturalmente rica”, fala. Pequenas Coisas é uma música do Magrão e possui uma linha melódica bem delineada e lírica. A letra é do Cesar de Mercês, que também fez parte do grupo O Terço, numa formação anterior a de Flávio e Magrão. Além Paraíso, faixa que dá nome ao disco, é uma canção bem pop, ideia melódica do Flávio Venturini inspirada no som do violão Ovation, que caminhou para um vocal bem típico do 14, sobre uma base bem firme de baixo - batera, seguido por um solo de synth do
Além Paraíso (1982) Linda Juventude Passeio Pelo Interior Pequenas Coisas Além Paraiso Retrato Na Praça Querer Bem (Birmingham) Uma Velha Canção Rock’N’Roll Pele De Verão Beijo Sideral Não Tá Com Essa Bola Romance De Amor
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Poly-6 Korg. “Esse grande synth, que tinha coisas interessantíssimas, como seu incomparável Arpeggiator, usado também no final de Uma velha canção... tinha recursos de muita riqueza musical. Infelizmente foram descartados pelas fábricas de instrumentos, muitas vezes com modelos novos que atraíam mais atenção do consumidor comum. Outros até desapareceram, a empresa que fabricou fechou, sei lá. É o caso do Sinergy, primeiro teclado que trazia um gravador digital de 4 canais, coisa que descobri por acaso, já que o manual era péssimo. O Flávio o comprou meio que ‘no escuro’, por um preço bem alto (eu comprei o PH-5), mas tinha sons inigualáveis” observa Vermelho. Romance de Amor foi uma melodia composta pelo Flávio com um som tipo Hammond, do Sinergy, com a letra romântica da poeta Suzana Nunes. No final contém um belo solo de guitarra, acordes bem cheios com o som incomparável do Prophet-5, baixo acentuando e harmonia junto com marcação firme da bateria. Uma velha canção rock’n’roll evoca os velhos clássicos do rock, parceria de Vermelho com o Flaávio. “O som da guitarra, que aparece em todo o disco, é na maioria das vezes, e acho que aqui também, da GR-300 Synth-guitar, da Roland, talvez a melhor guitarra synth que já tenha sido lançada. Parece-me que tinha um sistema próprio e meio complicado (um
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tou algumas horas de conversas num bar foi convencer o Marcinho que o nome da musica tinha de ser Linda Juventude” observa Vermelho. Em 2012, a banda continua na ativa fazendo shows por todo o país e divulgando o atual CD e DVD 14 Bis ao vivo. “Acho o 14 Bis um grupo que, de forma discreta e sem grande alarde, construiu uma discografia consistente e repleta de canções bacanas, conseguindo a façanha de soar como rock and roll e MPB ao mesmo tempo e transitando bem nesses dois cenários musicais com desenvoltura. Suas harmonias vocais e as ótimas canções que gravou, especialmente entre 1979 e 1983, reservaram a eles um lugar importante no rock brasileiro. Esse requinte vocal tem a ver com Beatles e Crosby, Stills & Nash, que os influenciaram bastante. O grupo conseguiu criar um
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Fabio Chacur
sistema da Roland que evoluiu para o midi) que conectava a um modulo JX-300, da linha dos Jupiter-8 e outros do mesmo nível, ou seja, você podia processar o som da guitarra via sons sintetizados, e com isto mexer em afinação, envelopes, filtros, cutoff, ADSR e todas estas coisinhas fantásticas que nós, que programamos sintetizadores, sabemos como é. Somado a isto, o próprio som da guitarra tradicional fica um instrumento muito poderoso e expressivo; coisa que um guitarrista igual ao Claudio, que tem ótima técnica e veia melódica, sabe explorar bem” conta o pianista. Pele de Verão é uma música leve, alegre e descontraída, bem a cara da cidade do Rio de Janeiro, onde foram morar em seguida à fundação da banda e por lá permaneceram durante os seis primeiros discos. Linda Juventude, o grande car-
Acho o 14 Bis um grupo que, de forma discreta e sem grande alarde, construiu uma discografia consistente e repleta de canções bacanas (Fabio) ro- chefe do disco e música de grande sucesso, com letra de Márcio Borges, foi trabalhada em cima de uma ideia em homenagem ao célebre Milton Nascimento. Seu título e letra expressam bem o que é parte do público da banda e exalta um sentimento interior dentro do próprio conjunto. “A última música a ser incluída no disco. Gravamos um pouco mais rápido e mais pesado, com som dos equipamentos novos, começando com o ótimo som do Ovation em stereo. O que deu mais trabalho e me cus-
estilo próprio, facilmente reconhecível logo nos primeiros segundos de cada uma de suas músicas. É uma de suas marcas registradas. Eles certamente também ouviram com atenção grupos vocais brasileiros como Os Cariocas e o MPB-4, pois possuem uma pitada da tradição desses grupos” salienta o jornalista Fabian Chacur. A banda sustenta sua longevidade atraindo não só publico de sua geração, como a moçada mais nova, a linda juventude que cada vez mais percorre seus shows por todo o país.
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Locado em um casarão do século passado, na Zona Norte do Rio de Janeiro, o ‘A Casa Estúdio’ talvez possa ser considerado o resultado de um trabalho no começo despretensioso e experimental que deu certo. Desde o nome do lugar – que inicialmente servia de ponto de referência para os donos – até a aquisição dos equipamentos, o local foi evoluindo conforme a demanda de serviços e, atualmente, não responde apenas por uma sala de gravação, mas é sede de uma produtora e homônimo de um selo fonográfico.
Luiz Urjais redacao@backstage.com.br Fotos: Ernani Matos / Divulgação
AEstúdio CASA N
omes de peso como Quarteto Radamés Gnatalli, Duo Santoro, Armildo Uzeda, Elodie Bounie e Luiz Carlos Barbieri já passaram por lá. Reconhecido no meio musical como um dos principais polos para gravação de música erudita, ‘A Casa’ é dirigido pelo produtor e compositor Sergio Roberto de Oliveira que, ano passado, representou o Brasil na disputa pelo Grammy Latino na categoria “Melhor composição clássica contemporânea”.
O ESTÚDIO Com cerca de 80 metros quadrados, o estúdio possui uma sala de gravação reves-
tida em vidro e madeira, com espelho e rebatedores. Abriu as portas em 1998, fruto de uma parceria entre o produtor e o guitarrista Marcelo Cotta. Sergio conta que tudo começou em 1995, a convite de Cotta, quando participou da gravação de um jingle para um carro de som. “Na época, eu usava um software chamado “Cakewalk” e ele tinha um microfone SM-58. Criamos a trilha usando os timbres de uma placa Turtle Beach. Gravamos através de uma mesinha de som Staner, de 8 canais, emprestada, ligada a um Tape Deck Technics. A cantora ficou no banheiro de empregada da minha casa, e a dependência serviu de “técnica”. Mi-
xagem em tempo real!”, recorda. “A partir deste trabalho, montamos um home studio. E, com o aumento da procura, passamos a alugar um estúdio de ensaio para fazer as gravações, até, enfim, comprar A Casa”, diz. Apesar do reconhecimento pelos trabalhos no gênero erudito, de acordo com o produtor – que desde 2008 atua em parceria com o técnico de áudio Matheus Dias – o estúdio tem a preocupação de ser “bilíngue”. Isso significa não atender apenas a um estilo em específico, principalmente em meio à crise do mercado fonográfico mundial. “A música clássica ocupa 5%, ou menos, do nicho de mercado. Reparei que, apesar deste segmento não ter sido tão diretamente afetado com o momento, não dá para ter um estúdio apenas para isso. Acredito que a versatilidade seja a alma do negócio, desde que você disponha de profissionais específicos para trabalhar nas áreas desejadas. Acredito que a associação com a música clássica se deva aos meus projetos como compositor. Talvez por isso a demanda. Em contrapartida, o Matheus é técnico de PA de vários artistas e traz a experiência da música popular”, avalia. Sergio explica que a proporção de gravações entre os gêneros popular e clássico está de “dois para um”, respectivamente. “Tenho, em mé-
Diversidade de equipamentos permite atender a vários estilos musicais, incluindo o clássico
dia, duas seções de música brasileira por semana. Houve época em que a música gospel era o grande filão do estúdio. Varia bastante. Por isso as portas abertas para ensaios. Acaba sendo entrada de uma potencial gravação. Uma forma de
atrair clientes e, alternativamente, ganhar dinheiro. O dia a dia daqui não é música clássica, apesar das referências. Por isso, a criação da produtora e do selo. Com o mercado volátil, temos que estar atentos”, afirma.
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Geralmente o músico popular está acostumado a ouvir seus instrumentos amplificados, o erudito, desde sempre, se acostuma com o som acústico. Cabe ao profissional ter essa sensibilidade e tentar ouvir, de outra forma, a questão do timbre, como ele funciona naquele gênero.
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Piano meia cauda
Com relação às peculiaridades de se trabalhar com gêneros opostos da música, Sergio confere ao engenheiro de áudio a responsabilidade de entender a cabeça do músico em questão, para obter bons resultados nas seções. “Geralmente o músico popular está acostumado a ou-
vir seus instrumentos amplificados, o erudito, desde sempre, se acostuma com o som acústico. Cabe ao profissional ter essa sensibilidade e tentar ouvir, de outra forma, a questão do timbre, como ele funciona naquele gênero. Entender a sonoridade é o maior desafio. Além do
Lista de Equipamentos Equipamentos 1 Bateria Tama Super Star (bumbo 20, caixa 14, tons 10, 12, surdo 14 - Peles para gravação: Evans G2) 1 Amplificador de Baixo Hartke LH1000 Caixa VX 410; 1 Amplificador MG Fillmore (Modelo Fender Jazzbass 69); 1 Amplificador de Guitarra Laney LV 300; 1 Amplificador de Guitarra Roland Jazz Chorus 55 e 1 Amplificador de Guitarra Marshal MG 100 1 Piano meia cauda Yamaha C6 1 Piano digital Roland FP-1 1 Controlador Roland A-800 Pro (61 teclas) Equipamentos de Gravação: Mac Pro rodando Pro Tools 9 HD 2 Interface Apogee Symphony 24/8 I/O Avalon 737 (1 ch) Amek Neve 8093 (2 ch) TL Audio 5001 (4 ch) Drawmer DL 441 DBX 160A Mesa Presonus Studio Live 24.4.2 20 Fones para Gravação Monitoração: Yamaha NS10M
KRK 13000B Sub Resolv 120A Microfones: 1 Neumann U87 1 Neumann U89 2 AKG C 414 ULS 3 Sennheiser MD 421 2 AKG C 391 2 AKG C 2000B 1 AKG C 3000 1 AKG D 112 1 Crown PZM 2 Shure SM 57 1 Sub Kick Yamaha Equipamentos de Ensaio: 2 Caixas Mackie S 225 2 Caixas Mackie C 200 1 Subwoofer Samsom DB 1500A 1 DBX Drive Rack PA 8 vias independentes de fone 1 Kit Microfones Bateria Shure ( 1PG 52, 2 PG 81, 3 PG 56) Observação: Cabeamento Moogami. Conectores Neutrik Gold. Pianos acústico e digital são alugados à parte
ACÚSTICA
Estúdio possui sala de gravação revestida em vidro e madeira
processo criativo, que é diferente. Por exemplo, no popular tudo é feito em partes separadas; no erudito, todos de uma só vez. Confesso que, como produtor, gosto de
gravar tudo junto. Penso que o registro musical é um retrato que você até pode retocar e adicionar elementos – desde que tenha uma boa foto inicial”, enfatiza.
O projeto acústico é de curadoria do engenheiro de áudio John Patrick Sullivan. Sergio explica que a estrutura do casarão, de 1945, ajudou na questão do isolamento sonoro. “A intenção era aproveitar da melhor forma o espaço. Tanto que, no projeto, a escada foi considerada importante, por separar a gravação da técnica. Depois alteramos a acústica, usando placas de madeira e posicionando oito rebatedores de dupla face. O revestimento é de vidro e madeira. Há um grande espelho, para melhorar o campo de reverberação, e três colunas de tijolo de vidro no interior da sala, para favorecer a claridade natural”, comenta o produtor, que afirma caber uma orquestra, de até 20 pessoas, no interior do estúdio.
SELO Com 11 títulos lançados, Sergio afirma que o enfoque do selo está,
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Gravamos sete obras no ‘A Casa’. É estranhamente positivo gravar lá. Em diversos estúdios, muitos são os engenheiros de som que acabam atrapalhando o músico no processo. Digo isso, pois justamente naquele take valioso, ele se esquece de fazer a sua parte
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Mesa Pre Sonus Studio Live
sobretudo, no segmento erudito. Entre os artistas no catálogo, além de títulos do próprio, figuram nomes como Luiz Carlos Barbieri, Armildo Uzeda e Elodie Bounie. Sergio que, neste ano em que celebra 15 anos de carreira, lançará, em setembro, um box de quatro CDs com obras suas e do compositor americano Mark Hagerty.
PARCERIAS Parceiro do selo A Casa, o violinista Luis Carlos Barbieri conta que conheceu Sergio através de uma mostra em que trabalhou como curador, em 2009. Junto com o selo ‘A Casa’, o músico está preparando o lançamento do seu segundo CD pela produtora, chamado Violão Urbano. “O gerenciamento feito por um compositor com a abrangência do Sergio, que atua em vários tipos de formações camerísticas, dá peso a qualquer material. Além deste, estamos trabalhando juntos no Box comemorativo de sua carreira, e criamos o grupo Oitiz, de música de câmara”, frisa. Integrante do Quarteto Radamés Gnatalli, a musicista Carla Rincón elogia o nível de profissionalismo do estúdio. Segundo ela, o fator mais complicado de gravação é se expressar dentro de quatro paredes cinza, sem a troca humana, proporcionada com a plateia num concerto, por exemplo. “Gravamos sete obras no ‘A
Caixas Mackie podem ser usadas para os ensaios
Casa’. É estranhamente positivo gravar lá. Em diversos estúdios, muitos são os engenheiros de som que acabam atrapalhando o músico no processo. Digo isso, pois justamente naquele take valioso, ele se esquece de fazer a sua parte, seja apertando o botão de ‘rec’, seja na microfonação”, opina. “É importante que o técnico esteja acompanhando o músico no trabalho de execução. O Sergio tem a sensibilidade do ouvido musical. Afinal, é outro músico atuando junto ao quarteto”, completa.
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Leonel Pereda e Duda Mello
Revisitando o paraíso em
Duda Melo e Leonel Pereda falam sobre como a tecnologia renova a arte de construir um álbum. Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação
Liebe Paradiso N
o cinema, muitas vezes se pega um filme antigo e faz- se uma nova versão, uma refilmagem. Talvez esta situação seja a que chegue mais perto quando se tenta explicar o álbum Liebe Paradiso, inspirado no
Paradiso, segundo disco de uma trilogia de Celso Fonseca e Ronaldo Bastos, lançado em 1998. Os outros álbuns foram Sorte, de 1994, e Juventude/Slow Motion Bossa Nova, de 2001, todos lançados pela Dubas.
Além do Paradiso no nome, Liebe tem, com duas exceções, as mesmas canções de Ronaldo Bastos e Celso Fonseca. No entanto, é outro disco. Um novo álbum motivado por novas escolhas artísticas e pelas limitações e possibilidades da tecnologia. O disco foi produzido por Duda Mello – técnico de som e produtor que começou a carreira no antigo AR Studio – e Leonel Pereda, da Dubas. A direção artística foi de Ronaldo Bastos, que deu toda a liberdade para que eles desenvolvessem o trabalho. O diretor artístico elogiou o desempenho técnico e artístico dos produtores. “O Duda é produtor mesmo. Ele e o Leonel Pereda”. O disco original não foi muito difundido. A música Polaroides ainda teve boa execução em rádios segmentadas de MPB, mas, fora isto, o álbum ficou praticamente desconhecido do grande público. Bastante aquém, por exemplo, do terceiro CD da trilogia, que ficou conhecido devido à entrada da música Slow Motion Bossa Nova em um comercial. O produtor musical uruguaio Leonel Pereda ficava intrigado: como um disco de qualidade como aquele não acontecia no mercado brasileiro? “Foi um dos primeiros discos de música brasileira que eu curti, mas não tocava no rádio e as pessoas não o conheciam. Um dia tive a ideia de abrir o disco e tentar algo novo com aquelas canções para aproximá-las das pessoas. Não era para melhorar nada, o disco original é muito bonito, era mais para fazer com que as canções chegassem a mais gente”, reflete.
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A IDEIA
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Um dia tive a ideia de abrir o disco e tentar algo novo com aquelas canções para aproximá-las das pessoas. Não era para melhorar nada na época. “Não quis fazer upsample, já que a ideia era que não entrassem tantas coisas novas”, comenta o produtor. As mixes foram abertas há cerca de três anos. Elas estavam arquivadas
em fitas DDS, o que quase chegou a ser um problema, porque os programas deste tipo de backup e os players das fitas praticamente não existem mais. Na época, o AR Studio ainda estava aberto e era
Hammond do estúdio Rock It usado por Jorjão
“VELHA ERA” DIGITAL Paradiso é um disco já da era do Pro Tools. Bem de quando ele começou a ser mais usado no Brasil. Foi gravado em 24 bits / 44.1 kHz no estúdio Gorila Mix, como era o usual
Neve 8816 usado para a soma dos canais
Prés Neve 1081
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Toda a gravação passou por equipamentos analógicos. Dos prés Neve 1084 até os Urei 1776 passando pelos Summit. Já os efeitos, como reverb, foram todos construídos a partir de plug-ins. O Outverb simula legal algumas coisas, mas não é igual ao som real.
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um dos poucos lugares onde o arquivo ainda poderia ser aberto. “Fizemos a transcrição das fitas para um HD meu. São umas fitinhas tipo as de DAT, mas que armazenam dados. Depois trouxemos para o estúdio (Rock It) e abrimos aqui. Tinha um mapa dos canais antigos, tudo guardado, aí a gente começou o processo de ouvir e ver que caminho seguir”, relembra o técnico de som. Toda a gravação passou por equipamentos analógicos. Dos prés Neve 1084 até os Urei 1776 passando pelos Summit. Já os efeitos, como reverb, foram todos construídos a partir de plug-ins. No formato plug-in, Duda Melo gosta de usar o sistema TC 6000. “Tem efeitos externos que ainda não ficaram bons no formato plug-in. O Outverb simula legal algumas coisas, mas não é igual ao som real. O que sempre uso é o da TC, o VSS3”. A soma dos canais na mixagem foi feita por meio do amplificador Neve 8816, o que melhora a qualidade da soma em relação à que é feita pelo Pro Tools.
DESAFIOS As limitações técnicas acabaram ajudando a fazer surgir a ideia de um novo álbum. Neste momento, o “espírito” Liebe Paradiso – um disco de produtor – começava definitivamente a substituir a ideia do original, um álbum
intimista em que os compositores são os personagens principais. Logo de cara, foi constatado um “problema”: Celso Fonseca havia gravado as vozes junto com os violões em todas as músicas. Não daria para utilizá-las, a não ser que se usasse o violão junto. Ainda que a intenção inicial não fosse mudar muito o disco, tampouco os produtores queriam manter o clima intimista-acústico da primeira versão do álbum em todas as faixas. “Para algumas músicas estava OK, mas para outras, não. Para estas, decidimos chamar o Celso e colocar de novo a voz”, explica Duda. No entanto, os produtores perceberam que o novo disco com as antigas canções pediam algo diferente. Apenas Paradiso ficou com a nova voz de Celso. As outras, ou mantiveram a voz antiga com violão, ou ganharam novos intérpretes. Em Flor da Noite, Nana Caymmi queria que o arranjo original das cordas estivesse presente. Eduardo Souto Neto – arranjador do primeiro disco – ficou com a missão de transcrever o arranjo para o tom de Nana Caymmi, mais baixo que o original. Foi necessário reescrever algumas passagens para que o naipe de cordas pudesse soar bem no novo tom. Já em Polaroides, Duda Mello teve que se esmerar na edição do baixo de Arthur Maia, que ele quis preservar
Um disco de produtor Duda e Leonel “pintaram” o disco como se fosse um quadro, usando várias texturas e cores diferentes, aproveitando as gravações originais e as características dos intérpretes e músicos convidados para a nova gravação. A ordem das músicas foi completamente alterada. Nana Caymmi entrou por sugestão direta de Ronaldo Bastos, que sempre quis que ela gravasse a canção Flor da Noite. Sandra de Sá gravou o sucesso da primeira versão do álbum, Polaroides. Com a voz dobrada em oitavas diferentes Paulo Miklos gravou Você Não Sacou acompanhado pela cozinha do Pharaphernalia, Renato Massa e Alberto Continentino, e do bom gosto roquenrol da guitarra de Pedro Sá. Candeeiro foi a que mais preservou o clima acústico intimista do álbum original, baseada na
percussão “suingada” e nos efeitos sonoros de Robertinho Silva. Adriana Calcanhoto trouxe a música O Tempo Não Passou, originalmente gravada no primeiro álbum da trilogia, para o Liebe Paradiso. Esta foi inteiramente regravada sem uso de nada da versão original, assim como A Thing Of Beauty/Juventude, que teve a participação de João Donato. Os timbres e acordes do tecladista Sacha Amback tiveram participação importante na construção da sonoridade do disco. Vale ainda destacar as participações de Jorjão, dando o toque samba jazz no Hammond; com Leslie na música Denise Bandeira, de Marcos Valle, tocando o Fender Rohdes em Ela Vai Pro Mar, e a de Jota Moraes no vibrafone de Out of the Blues.
com Milton Nascimento, por incontáveis clássicos da MPB – com o guitarrista e compositor Celso Fonseca. A mixagem cristalina de Duda Mello ajuda a valorizar o desempenho dos intérpretes que, por sua vez, foram muito bem escalados para cada uma das músicas. Na Era dos Singles, Liebe Paradiso mostra que, com belas canções e um trabalho apurado de produção, ainda é possível criar um disco com personalidade.
Para saber online
na música. O andamento era um pouco diferente do original e era preciso fazer a edição de forma que o baixo não soasse artificial.
O ÁLBUM NA ERA DOS SINGLES O resultado final é um álbum com “A” maiúsculo, onde os arranjos, efeitos e interpretações estão a serviço das ótimas canções de Ronaldo Bastos – responsável, junto
www.dubas.net
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A versão brasileira do musical da Broadway, assinada pelo ator, diretor e autor Miguel Falabella e estrelada por Claudia Raia, já é sucesso de públicos. Rodrigo Ber tollucci redacao@backstage.com.br Fotos: Caio Gallucci e Rodrigo Bertollucci / Divulgação
UM ESPETÁCULO À PARTE S
ão 80 profissionais envolvidos (entre artistas e técnicos), 150 figurinos, 18 músicas e um cenário de sete toneladas - tudo isso, para deixar o espetáculo Cabaret, estrelado pela atriz Claudia Raia - no papel da cantora Sally Bowles -, sob os holofotes dos principais palcos nacionais. Em cartaz no Rio de Janeiro desde o dia 30 de março,
no Teatro Oi Casa Grande, no Leblon, a megamontagem já é sucesso absoluto de público, com cinco meses de lotação esgotada desde sua estreia, no mês de outubro, na capital paulista. Vinte e um atores compõem o elenco do musical, que conta também com uma orquestra de 14 músicos, regida em cena pela maestrina Bea-
triz de Luca. Cabaret, que é uma versão brasileira de Miguel Falabella, direção de José Possi Neto e produção de Sandro Chaim – em parceria com Claudia Raia, foi encenado pela primeira vez há 45 anos, com texto de Joe Masteroff, música de John Kander e letras de Fred Ebb. A direção musical e vocal ficou sob a responsabilidade do maestro Marconi
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A luz de um musical ajuda a trazer climas de toda sorte, possibilitando conduzir o público de forma sutil e subjetiva para diferentes linguagens de encenação (Paulo Cesar Medeiros)
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Paulo Cesar Medeiros: indicação ao prêmio Shell
Silnei Marcondes é o técnico de monitor e microfonista
Araújo, a coreografia é de Alonso Barros, cenários de Chris Aizner e Renato Theobaldo e figurinos de Fábio Namatame. O brilho dos figurinos, o cenário impecável e as músicas alegres dão o tom audacioso ao espetáculo, orçado em R$ 6 milhões para montar e circular nas principais capitais brasileiras. “Estou cercada de profissionais fantásticos que admiro muito e a versão das músicas e do texto eu tinha certeza que seriam de Miguel”,
garante Claudia Raia, se referindo ao seu grande amigo, o ator, produtor e dramaturgo Miguel Falabella. “Nós temos um amor comum por este musical e dentre todas as adaptações maravilhosas dele, esta é a melhor”, considera. Cabaret foi indicado a dois prêmios Shell na temporada paulista: Melhor Ator Coadjuvante, Jarbas Homem de Mello, e Melhor Iluminação, Paulo Cesar Medeiros. “Trabalhar em Cabaret, para mim, é
Tocko é o responsável pela parte de áudio
uma conquista muito grande, principalmente em São Paulo, onde existe realmente uma visão diferenciada sobre as grandes produções e dificilmente esses trabalhos são indicados a prêmios de teatro”, enfatiza o responsável pela iluminação. O especialista, que reúne uma vasta experiência na área, garante que os musicais com estrutura de reprodução dos musicais da Broad-
way, ou seja, que são cópias fiéis das produções americanas ou inglesas, usam uma quantidade muito superior às utilizadas nas produções nacionais e os moving lights são mais fortes e de melhor qualidade. “Mesmo assim, com menos equipamentos, tentamos fazer luzes tão criativas e bonitas como as deles”, enfatiza Medeiros, justificando que os equipamentos usados são materiais básicos para uma luz atual de musicais: os movings, por sua enorme flexibilidade, e os LEDs por permitirem encontrar diversas gamas de cores com os mesmos aparelhos. Mesmo com os cenários fixos, como é o caso do musical, as luzes criam um ambiente especial à montagem. Para Medeiros, a iluminação de uma megaprodução como esta é de extrema importân-
Lista de equipamentos de áudio PA - Loudness Sonorização 01 Cadac J-Type 16 Meyer Sound M’elodie c/ acessórios e sistema de rigging (Main) 02 Meyer Sound UPA-2P c/ Yoke (Dfill) 03 Meyer Sound CQ 2 c/ Yoke (Inner,FX) 08 Meyer Sound MM-4XP (Frontfill, Foldback piso) 06 Meyer Sound UPM-1P c/ bracket (Surround) 06 Meyer Sound UPA-1P c/ Yoke (Palco) 02 Meyer Sound 650 P (Sub) 01 Meyer Sound UM-1P (Bateria) Processadores e efeitos 02 Meyer Sound Galilleo 616 01 Klark DN 540 (quadra compressor) 01 Klark DN 530 (quadra gate) 02 Lexicon PCM 80 reverb 01 Lexicon PCM 81 (multi-effects processor)
Microfones 01 Shure SM 91 (Bb) e 01 SM B57 (Cx Top) 10 Neuman KM 184 (Cx B, HH, OH, Reeds, Violins) 03 Shure SM 98 com clamp (T1,T2,Sd) 01 Sennheiser E 609 (Pete I, II) 01 Neuman U 87 (Bass) 01 AKG C 414 (Cello) 07 DPA 4099 com acessórios (Violino,Clarinete,3 Sax,Banjo,Bone) 06 Radial J48 DirectBox 02 Shure SM 58 c/ chave on/off Microfones sem fio 16 Sennheiser EM 3732 UHF Receivers (04 Protag,22 Elenco,06 instr) 04 Sennheiser SK 5212 UHF Transmiters 28 Sennheiser SK 50 UHF Transmiters 02 Sistemas UHF Hand Held VOG Senheiser/Shure 04 Sennheiser MKE1 (Protagonistas) 16 Sennheiser MKE2 Gold (Elenco)
cia. “A luz de um musical ajuda a trazer climas de toda sorte, possibilitando conduzir o público de forma sutil e subjetiva para diferentes linguagens de encenação”, reforça. No caso de Cabaret, de acordo com Paulo, existem as cenas dramáticas, sem glamour e ligadas a uma estética de simplicidade e tristeza andando lado a lado com uma iluminação totalmente feérica e grandiosa para os números musicais. Paulo Cesar Medeiros já iluminou intérpretes como Maria Bethânia, Ivan Lins, Edson Cordeiro, Paulinho da Viola e diversos outros nomes, além de ter atuado ao lado de diretores consagrados como Bibi Ferreira, André Monteiro, Marília Pêra, José Possi Neto, Marco Nanini e Amir Haddad. “Tivemos duas indicações e isso é muito válido, pois, já que não temos uma premiação específica para espetáculos musicais, é muito importante que se olhe para es-
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PA principal no Oi Casa Grande: L´Acoustics KUDO
Rigging de iluminação
sas grandes produções com um olhar sem preconceitos”, almeja. Para a montagem nacional de Cabaret, de acordo com Paulo Medeiros, foram utilizados os seguintes equipamentos de iluminação: Moving Lights NEO 700 da American Pró, DTS 700, Pares LED RGBW, Ribaltas de LED RGB da I-Led, Elipsoidais ETC, Pares 64, FresCaixas de som do balcão
Caixa da primeira fileira
néis e Canhões de 1500W, além de Mesa Avolite Pérola 2010.
A SONORIDADE DO MUSICAL Microfones usados por Claudia Raia no espetáculo
O design de som Tocko Michelazzo, responsável por toda a parte de áudio do
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CABARET | CAPA | www.backstage.com.br 64 Musical conta com os melhores equipamentos de áudio e vídeo
Mesa de PA Souncraft Vi6 - 96 canais
musical, enfatiza que trabalhar com Claudia Raia é muito bom, pois, além de ótima atriz, bailarina e cantora, ela é uma excelente produtora e muito exigente quanto à qualidade. “Tive total liberdade
para pedir o melhor equipamento para atender o espetáculo, áudio intercomunicação e vídeo”, garante. Segundo Michelazzo, foram utilizados dois tipos de equipamentos no espetáculo. Na primeira fase, em São Paulo, ele usou um line array M’elodie, da Meyer Sound, pois se adequava mais ao projeto (cenário, tamanho do teatro e proposta musical). A console Cadac JType analógica com automação dupla com dois frames e 86 canais - usadas nos maiores musicais da Broadway como Miss Saigon, Rei Leão entre outros -; 32 canais de microfones sem fio Sennheiser série 3000 com cápsulas Sennheiser MKE 2 gold e processador Galileo 616 Meyer Sound. Na orquestra, foram utilizados micro-
fones Neumann, AKG, Shure e monitoração Yamaha MSP5. Já para a turnê e temporada do Rio de Janeiro, conforme Tocko, foram trocados o sistema de PA por um L’Acoustic KUDO e console digital Soundcraft Vi6, de 96 canais. “A troca dos equipamentos foi devido à diferença entre os teatros que encontraríamos pela turnê e a console digital facilitou tanto na montagem como na programação”, explica. A qualidade das duas consoles, conforme o especialista, são ótimas e atenderam muito bem às necessidades do operador do musical Gabriel Boccuti. “Foi a primeira vez que usei a Soundcraft em musicais e fiquei surpreso pelo número de recursos dedicados a teatro como automação, endereçamentos e gravações de cenas”, avalia Tocko, destacando que o sistema Sennheiser é muito robusto e confiável, necessário para os números de dança e movimento, e as cápsulas MKE 2 têm um timbre mui-
Mesa de iluminação Avolites Pérola 2010
to natural. A empresa locadora foi a Loudness Sonorização, de Campinas. Entusiasmado com o musical, o designer de som, que já esteve à frente do departamento de som do Teatro Abril realizando musicais de sucesso como A Bela e a Fera, Chicago, O Fantasma da Ópera, Miss Saigon, Castelo Rá-tim-bum, Cats e Mamma Mia, frisa que foi muito bom buscar a sonoridade do ambiente de Cabaret criados pelo diretor José Possi Neto e o diretor musical Marconi Araújo. “Há dificuldade de reproduzi-lo em teatros tão diferentes em construção e acústica, mas foi compensador pelo resultado e mostra que as produções nacionais estão cada vez mais preocupadas com a qualidade do áudio e investindo em equipamento e operadores e microfonistas experientes para suas produções”, ressalta.
Magon. Paralelamente ao romance entre os personagens principais há ainda a relação entre uma alemã tolerante, Fräulein Schneider (vivida pela atriz Liane Maya), e um judeu, Herr Schultz (interpretado por Marcos Tumura). A versão original de Cabaret, em 1966, foi escrita pelo dramaturgo Joe Masteroff, que se baseou na peça Eu Sou uma Câmera, de John Van Druten, inspirada, por sua vez, no livro Adeus, Berlim, de Christopher Isherwood. O espetáculo teve 1.165 apresentações na Broadway e depois recebeu uma versão londrina, onde a protagonista era interpretada por ninguém menos que Dame Judi Dench.
CARTAZ Depois da temporada no Rio de Janeiro, onde fica em cartaz até 10 de junho, Cabaret segue para Porto Alegre e Curitiba e depois volta para São Paulo.
A HISTÓRIA Ambientada no Kit Kat Club, uma decadente casa noturna em Berlim, em 1931, a trama, baseada no livro de Christopher Isherwood, gira em torno do relacionamento da inglesa Sally com o escritor americano Cliff Bradshaw, encarnado pelo ator Guilherme
CURIOSIDADE A primeira e única produção nacional do musical foi realizada em 1989, com direção de Jorge Takla. A protagonista foi interpretada por Beth Goulart e o Mestre de Cerimônias foi vivido por Diogo Vilela.
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Foi a primeira vez que usei a Soundcraft em musicais e fiquei surpreso pelo número de recursos dedicados a teatro como automação, endereçamentos e gravações de cenas. (Tocko)
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Fast Track C400 e Fast Track C600 a nova geração de interfaces da M-Audio Luciano Freitas é técnico de áudio da Pro Studio americana com formação em ‘full mastering’ e piano erudito
No final de 2010, a Avid lança o Pro Tools 9. Mais uma quebra de paradigma do que realmente uma nova versão do software considerado o padrão da indústria do áudio profissional, a partir daquele momento seria possível executar o Pro Tools com praticamente qualquer placa de áudio existente no mercado.
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oi então que muitos profissionais se questionaram sobre como ficaria o mercado de interfaces da Avid e da MAudio perante esta “bem-vinda” liber-
dade exposta a um mercado repleto de maravilhosas opções. Um ano após, a Avid apresenta o Pro Tools 10. Recheado de novidades, ainda ficaram de fora desta nova versão as requisitadas funções off line bounce (bounce mais rápido que em tempo real) e freeze track (renderiza o processamento do canal, liberando o processamento do computador), presentes em grande parte dos seus principais concorrentes. No entanto, com a intenção de prestigiar os usuários da M-Audio, a Avid realizou no início de 2012 uma readequação de preços do Pro Tools MP (atualmente em
sua versão 9), o qual não possui toda a robustez da versão 10, porém oferece ferramentas capazes de suprir todas as necessidades de qualquer home studio. Novos bundles (pacote contendo uma interface + Pro Tools MP) foram disponibilizados no mercado, tornando a relação custo-benefício ainda mais atrativa, além do lançamento de duas novas interfaces, elevando a família Fast Track da M-Audio (agora com seis diferentes modelos) a um novo patamar de produtos. Conheçamos um pouco sobre as novas interfaces Fast Track C400 e Fast Track C600.
COMPONENTES METICULOSAMENTE SELECIONADOS Com o objetivo de oferecer a melhor qualidade sonora disponível nas interfaces da M-Audio, a Avid empregou na C400 e na C600 tecno-
logia derivada da sua atual família Mbox (3ª geração), com um fluxo de sinal reduzido e novos pré-amplificadores de microfones muito mais transparentes, utilizando componentes high-end a fim de garantir a mais fiel reprodução das fontes sonoras. Operando em amostragens de até 96 kHz/24 bits, seus novos conversores (A/D - D/A) respondem de 20 Hz a 20 kHz, com +/- 0,2 dB, nas entradas de microfones, linha e instrumentos e de 20 Hz a 20 kHz, com +/- 0,1 dB, nas saídas analógicas (margem dinâmica de 106 dBs e 104 dBs, respectivamente, para entradas e saídas analógicas). Fast Track C600, o “Big Brother” Oferecendo seis canais de entrada (sendo dois desses digitais) e oito canais de saída (sendo dois desses digitais) em sua seção I/O, a C600 apresenta-se como o modelo mais completo da linha. Seus dois primeiros canais permitem ao usuário acessar as entradas de alta impedân-
cia (Hi-Z) existentes na parte frontal do equipamento, as quais se mostram dedicadas à conexão de guitarras e contrabaixos. Já as conexões analógicas existentes na parte traseira (quatro, com conectores XLR combo) permitem ao usuário conectar microfones (disponível Phantom Power e Pad com -20 dBs) e equipamentos musicais com sinal de linha (teclados, baterias eletrônicas, samplers etc.), proporcionando áudio balanceado. A interface ainda conta com duas saídas de fones de ouvido (com controle de volume e mixagens independentes) e com um par de conexões Midi (16 canais bilaterais). Sua alimentação de energia pode se dar via A/C externa (alimentador incluso) ou diretamente pela porta USB (neste caso a quantidade de canais de áudio se apresenta reduzida). Uma novidade nesta categoria de interfaces é a existência de um processador de efeitos dedicado
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Os novos controles de condução (transport controls) permitem ao usuário navegar facilmente pelo projeto musical através dos tradicionais comandos Play, Stop, Rec, Rew e Fw
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(MX Core DSP) para a monitoração nos fones de ouvido (recurso também disponível nos modelos Fast Track Ultra e Fast Track Ultra 8R). Este processador, que possui oito algoritmos entre reverbs e delays, possibilita ao usuário ouvir o sinal processado nas saídas dos fones de ouvido sem que este efeito seja registrado (gravado) na pista do software de gravação (DAW). Ou seja, o usuário não precisará utilizar plug-ins de reverb (os quais, geralmente, consomem boa parte do processamento do computador) no momento da captação, permitindo trabalhar com menores valores de buffer, o que representará menor latência no sistema, fator crucial nesta etapa da produção musical. Outra novidade da C600 é a sua seção de gerenciamento de monitoração. Graças às suas seis saídas de áudio analógicas, aliadas a três seletores de monitoração existentes em seu painel (A = seleciona as saídas 1 e 2 / B = seleciona as saídas 3 e 4 / C = seleciona as saídas 5 e 6), o usuário pode conectar a
interface, bem como gerenciar, em tempo real, três diferentes pares de monitores de áudio (sistemas de monitoração). Deste modo, sem a aquisição de outros equipamentos auxiliares, será possível ouvir sua mixagem em três diferentes sistemas de alto falantes (possibilita diferentes perspectivas), analisando como esta soará em diferentes sistemas de monitoração. Como alternativa, o usuário poderá substituir os três pares de monitoração individuais por um sistema surround 5.1 (ou 7.1, quando também utilizadas as saídas digitais S/PDif). Os novos controles de condução (transport controls) permitem ao usuário navegar facilmente pelo projeto musical através dos tradicionais comandos Play, Stop, Rec, Rew e Fw. Como alternativa, o usuário poderá definir outras funções (comandos ASC II) a esses botões individualmente, permitindo personalizar suas ações às reais necessidades de cada projeto. Além desses cinco botões de condução personalizáveis, encontra-se
disponível na C600 um botão “curinga” denominado “Multi”. Este botão permite estabelecer (criar) um fluxo de ações com até oito comandos disparados sequencialmente. Em um rápido exemplo, imagine que você repete comumente a uma determinada sequência de comandos: (1º) iniciar a gravação; (2º) parar a gravação; (3º) salvar o projeto; (4º) retornar ao início da música; (5º) iniciar a reprodução da música. No software de comando da interface, estas cinco (poderiam ser até oito) ações são registradas de forma sequencial. Finalizada a configuração, a cada vez que o botão Multi é pressionado, uma das cinco ações (chamadas pelo software de “passos”) referidas é executada conforme a sequência pré-determinada. Executada a última função (iniciar a reprodução da música), a sequência retorna novamente à primeira função (iniciar a gravação) e assim sucessivamente. Com um pouco de planejamento na configuração do comando Multi é possível reduzir significantemente a necessidade de acessar o teclado e o mouse do computador na etapa de gravação.
FAST TRACK C400, QUALIDADE SONORA POR PREÇO ATRATIVO A grande diferença entre a C600 e a C400 está na quantidade de conexões de áudio analógicas. Com quatro canais de entrada (sendo dois desses digitais) e seis canais de saída (sendo dois desses digitais) em sua seção I/O, a C400 mantém a mesma qualidade sonora da C600 por utilizar os mesmos componentes, pré-amplificadores e conversores. Em virtude da redução na quantidade de canais de saídas analógicas, estão disponíveis apenas dois seletores de sistemas de monitoração (A e B) e uma saída de fones de ouvido. Outra perda são os controles de condução, porém, o controlador Multi foi mantido no projeto.
Para saber on-line
www.quanta.com.br
Para saber mais luciuspro@ig.com.br
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TECNOLOGIA| LOGIC | www.backstage.com.br 70
Este mês vamos abordar o sintetizador ES1 que vem dentro do pacote Logic Pro. É um dos sintetizadores mais versáteis do pacote e vale a pena entender como programar novos sons, uma vez que podem ser criados de pads e cordas até baixos bem definidos.
Sintentizador ES1 Vera Medina é produtora, cantora, compositora e professora de canto e produção de áudio
E
S1
Com o ES1, a Emagic introduziu em 1999 na versão 4 do Logic o seu primeiro desenvolvimento no campo de instrumentos virtuais com base em síntese subtrativa e oferecendo tudo que um sintetizador análogo possui. Um sintetizador análogo trabalha com um fluxo de sinal análogo, ou seja, sinais elétricos que podem ser mensurados em volts. No contexto em que estamos trabalhando, a síntese pode ser definida como a reprodução de um som que emula ou sintetiza o som de outro instrumento ou de sons que não são naturais. Um sintetizador virtual análogo, tal qual o ES1, trabalha com um fluxo de
sinal digital, simulando a arquitetura e características de um sintetizador análogo, inclusive os controles que permitem acesso aos parâmetros de geração de som. O ES1 é totalmente programável, pode ser automatizado, polifônico com até 16 notas simultâneas e sensível à intensidade (key velocity). Possui um oscilador e um sub-oscilador que gera formas de ondas ricas. Assim é possível subtrair ou filtrar partes destas formas de onda e reformatá-las para criar novos sons. O ES1 tem alguns pontos em comum com o ES-M, mas é bem mais flexível. Podemos dividir a janela do ES1 em 6 regiões específicas, conforme a figura 1: •Osciladores
•Filtros •Amplificador •Modulação •Envelope •Parâmetros gerais
dos órgãos e assim permaneceu nestes sintetizadores. Temos então as formas de ondas dos osciladores, as quais serão responsáveis pelo timbre do instru-
Temos as seguintes opções de suboscilador, além de desligado (off) : •Uma onda Square que soa uma ou duas oitavas abaixo da frequência do oscilador principal. •Uma onda Pulse que soa duas oitavas abaixo da frequência do oscilador principal. •Variações destas formas de onda com diferentes relacionamentos entre mixagem e fases. Para entender como as formas de onda soam, teste primeiro o primeiro oscilador e depois o suboscilador. Para ouvir um de cada vez, mova o botão deslizante Mix para as extremidades.
2)FILTRO Figura 1 – ES1 – Parâmetros
Vamos abordar cada um desses grupos nos próximos itens:
1)OSCILADORES DO ES1 O ES1 possui um oscilador e um sub-oscilador que se encontram à esquerda do painel e são responsáveis por gerar as ondas de som básicas que formam o som. O oscilador principal gera uma forma de onda que é enviada para outras partes do sintetizador para processamento. O sub-oscilador gera uma forma de onda secundária que se caracteriza por estar uma ou duas oitavas abaixo da forma de onda gerada pelo oscilador principal. Totalmente à esquerda temos um painel com as opções 2, 4, 8, 16 e 32. Estes botões permitem escolher a oitava onde se quer trabalhar, sendo o mais grave 32 pés e o mais alto 2 pés. •2 – duas oitavas acima •4 – uma oitava acima •8 – valor original •16 – uma oitava abaixo •32 – duas oitavas abaixo Essa medida em pés está baseada em termos utilizados para tubos
mento. Podemos classificar rapidamente as principais (considere os parâmetros da direita para a esquerda no seletor Wave): Forma de onda: Timbre básico Triangle: Mais leve que a sawtooth e útil para construção de flautas e pads. Sawtooth: Mais pesada. Pode ser utilizada na construção de cordas, pads, baixos e sons de metais. Square: útil para construção de metais, clarinetas e oboés Pulse: Som nasal, útil para baixos, efeitos O seletor Sub gera formas de onda Square, Pulse e White Noise e desligado (off). Também permite rotear um sinal em side chain através do sintetizador ES1: basta colocálo em off e escolher um sinal de entrada no menu Side Chain da janela (visualizado no Logic). No slider de Mix, é possível definir a porção de cada um dos sinais a serem utilizados. Se o sub-oscilador estiver em off, o Mix representará somente o oscilador principal (Wave). O Sub dá um peso maior ao oscilador principal, portanto, é bastante utilizado.
Os parâmetros de filtro delineiam as formas de onda enviadas pelos osciladores. •Cutoff: Controla a frequência de corte (cutoff frequency) do filtro passa baixa do ES1. •Resonance: diminui ou aumenta a porção do sinal que circunda a frequência definida no parâmetro Cutoff. Se o Boost é muito intenso, o filtro pode oscilar por si mesmo. Tanto o parâmetro Cutoff quanto o Resonance podem ser alterados simultaneamente arrastando o mouse sobre a palavra Filter, bem no centro da tela. •Slope: O filtro passa baixa oferece 4 tipos de curvas de rejeição de banda acima da frequência cutoff. Os quatro parâmetros da esquerda para a direita são: •24 dB classic: imita a conduta de um filtro Moog. Aumentando a ressonância, gera uma redução dos graves do sinal. •24 dB fat: compensa pela redução de frequências graves causada por valores altos de ressonância. Imita a conduta de um filtro Oberheim. •12 dB: gera um som mais doce, relembrando o filtro do Oberheim SEM.
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O gerador de envelope modula o filtro de frequência cutoff de acordo com a duração de uma nota. A intensidade desta modulação, assim como a resposta à informação de intensidade (velocity), é definida pelas setas ADSR via Vel (na seção de Filtro)
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• 1 8 d B : imita o filtro da TB-303 da Roland. •Drive: Um controle de nível de entrada que permite sobrecarregar o filtro. Utilizado para alterar a conduta da ressonância, distorcendo o som. •Key: controla como a altura do teclado (número da nota) modula o filtro de frequência cutoff. Se utilizado 0 (zero), a frequência cutoff não se altera, não importa a nota que seja tocada no teclado. Faz com que as notas mais graves soem mais brilhantes do que as mais altas. Se utilizado o nível máximo, o filtro segue a altura das notas, resultando em um constante relacionamento entre altura e frequência de corte. Espelha as propriedades de alguns instrumentos acústicos, onde notas mais altas soam mais brilhantes. •ADSR via Vel slider: Define como a intensidade da nota (velocity) afeta a modulação do filtro de frequência de corte.
3)AMPLIFICADOR Os parâmetros desta seção permitem ajustar a conduta do nível de saída. Estão separados do parâmetro geral de saída (Out Level), o qual atua como um volume master. •Level via Vel slider: Define como a intensidade da nota afeta o nível do sintetizador através da saída Out Level (parâmetro geral). A seta superior indica o nível quando se toca com grande intensidade (fortíssimo). A seta inferior indica o nível quando se toca com menor intensidade (pianíssimo – velocity =1). Quanto maior a distância entre as setas, mais o volume é afetado pelas mensagens de intensidade (velocity) recebidas. É possível arrastar o cursor do mouse sobre a barra intermediária entre as setas para ajustes. •Seletor de Amplifier Envelope: definem quais dos controles do ADSR têm um efeito sobre o amplificador.
4) ENVELOPE O ES1 tem um envelope ADSR (attack, decay, sustain, release) que modela a frequência de corte e o nível do amplificador. •Attack: define o tempo que leva para o envelope alcançar o nível desejado.
•Decay: define quanto tempo leva para o envelope cair no nível de sustentação, após o tempo de ataque inicial. •Sustain: define o nível de sustentação até que a nota do teclado seja liberada. •Release: define o tempo que leva para o envelope cair do nível de sustentação para zero. O gerador de envelope modula o filtro de frequência cutoff de acordo com a duração de uma nota. A intensidade desta modulação, assim como a resposta à informação de intensidade (velocity), é definida pelas setas ADSR via Vel (na seção de Filtro). A faixa de modulação é definida pelas duas setas que já vimos. A modulação mínima está representada pela seta inferior e a máxima pela seta superior. Já definimos a sigla ADSR. Gate se refere ao sinal de controle utilizado em sintetizadores análogos para informar ao gerador de envelope que uma tecla está sendo pressionada. Enquanto a tecla está pressionada, o sinal de gate mantém uma voltagem constante. No ES1, o seletor Amplifier Envelope tem o seguinte efeito sobre as notas tocadas: •AGateR: Os botões deslizantes do Attack e Release do Envelope ADSR controlam as fases de ataque e release do som. Entre estas fases, o controle do sinal Gate é utilizado para manter um nível constante, enquanto a nota é pressionada. Assim que a nota é liberada, a fase de release começa. Os botões deslizantes de Decay e Sustain do Envelope ADSR não têm impacto no nível do áudio. •ADSR: este é o modo padrão de operação da maioria dos sintetizadores, onde o nível do áudio no decorrer do tempo é totalmente controlado pelo Envelope ADSR. •GateR: O controle de sinal Gate é utilizado para manter um nível constante, enquanto a nota é pressionada. Assim que a nota é liberada, a fase de release se inicia. Os botões deslizantes de Attack, Decay e Sustain do Envelope ADSR não têm impacto no nível do áudio. Ainda temos que falar sobre modulação e parâmetros gerais, mas estes serão abordados na próxima edição.
onda Square para sub-oscilador. 3)Regule o Envelope ADSR para A, D e R próximos ou iguais a zero e S no máximo. 4)ADSR via Vel e demais parâmetros, conforme figura 2. 5)Pronto, você já pode testar seu primeiro som programado. Teste o impacto de alterações nos parâmetros para ir se acostumando com este tipo de programação de sons.
Para saber online
Figura 2 - Programação Lead
Para não ficar com água na boca, seguem dicas para construir um som de lead no ES1. 1)Primeiro, dê um reset no ES1. Vá no menu do sintetizador e onde está
#default procure na lista Reset. 2)Nas oitavas, escolha 8’. Escolha em Wave a forma de onda Saw (a segunda do lado esquerdo) para o oscilador principal e uma
vera.medina@uol.com.br www.veramedina.com.br
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Olá amigos. Um dos principais objetivos em se manipular bem uma workstation é conseguir tirar um grande som. Seja uma produção com instrumentos virtuais ou a gravação de uma banda, no final das contas o que queremos é que tudo soe bem, equilibrado e com transparência. É aí que mora a maioria dos problemas, sofrimentos, alegrias e o senso artístico do que se produz. Tenho falado de vários recursos do Cubase, ferramentas, funções etc, mas sempre retorno a conceitos fundamentais e essenciais que podem servir a todos os níveis de usuários.
Mistura
e manda Marcello Dalla é engenheiro, produtor musical e instrutor
A
mixagem é o que vai definir a função de cada canal no contexto artistico do que se deseja como “produto final”. Na verdade é uma delicada “cirurgia” onde procuramos equilibrar o que temos de material. Tenho observado discussões calorosas sob plug-ins e toda a sorte de acessórios que se usam na empreitada da mix, mas muitas vezes percebo que o desconhecimento de funções básicas do mixer compromete resultados. Por este motivo resolvi dar uma pas-
Figura 1
sada geral em coisas básicas e importantes dentro do mixer do Cubase. Niveis de medição de sinal – clicando sobre qualquer campo vazio do mixer com o botão auxiliar temos um menu de varias opções, dentre eles o que determina o ponto de medida do sinal, o que é importantíssimo. A figura 1 mostra esse menu. Meter Input – Mede o sinal na entrada do software antes dos slots de inserts, ou seja, antes de serem processados por qualquer plug-in inserido em série. Nas
Figura 2
edições anteriores da Backstage temos dois artigos completos sobre roteamento. Recomendo que voltem lá e deem uma olhada nos diagramas. Meter Post Fader – Medição do sinal após os inserts e após o fader. Acompanhe a medição do sinal antes e depois dos slots de inserts. Equalizadores e compressores podem introduzir ganho de sinal e clipar ou distorcer, então é uma boa prática verificar o sinal a cada etapa do seu caminho.
Meter Post Panner – Mede o sinal após o controle de pan. Até aí começamos bem com uma das coisas mais importantes: monitora-
mento do sinal. Observar o nível de sinal de cada canal é básico e indispensável. Para visualizar melhor estes níveis, podemos trabalhar com o mixer estendido como mostra a figura 2. À esquerda do mixer selecionamos a visualização das funções na parte superior. Temos neste painel a possibilidade de escolher o que queremos visualizar e controlar: Níveis de sinal, equalizadores, mandadas em paralelo, mandadas de monitoração, inserts etc. À medida que passamos o mouse sobre os ícones, observamos o nome de cada painel a ser visualizado (Figura 3). Dominando essas
Figura 3
Figura 4
visualizações, temos controle sobre tudo que está relacionado ao mixer. O ideal é que se trabalhe com 2 monitores no computador onde teremos a tela principal de projeto em um monitor e o mixer em outro. Outra dica importante é saber utilizar as diferentes apresentações do mixer do Cubase. No menu Devices temos as opções Mixer,
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Todas as configurações do mixer podem ser salvas num formato próprio de arquivo para ser aproveitado em outros projetos. Isto pode ser feito no mixer como um todo ou em canais selecionados.
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Figura 5
Mixer 2 e Mixer 3 (Figura 4). Isso não quer dizer que o Cubase tenha 3 mixers. O que temos aqui são apresentações diferentes do mixer mostrando funções diferentes. Na figura 4 podemos ver as mandadas auxiliares no Mixer e os equalizadores no Mixer 2 referentes aos mesmos canais. Poderiamos ter ainda o Mixer 3 mostrando, por exemplo, as mandadas de monitoração em estúdio. São apenas telas separadas de comandos, referentes aos mesmos canais. Mais uma vez compensa o trabalho com 2 monitores de video para o computador. Nada impede de termos um só monitor com campo visual maior, como uma TV LCD ou LED. A título de exemplo: uma das minhas máquinas no estúdio tem saída para 4 monitores em sistema SLI ( 2 placas de vídeo idênticas em paralelo). Posso visualizar a janela principal da sessão de trabalho numa tela para edições, 2 telas dedicadas a Mixer/ Mixer2/ Mixer3 e uma tela específica para edição de parâmetros dos plug-ins. Para edição e mixagem simultâneas, é a Disneylândia. Todas as configurações do mixer podem ser salvas num formato próprio de arquivo para ser aproveitado em outros projetos. Isto pode ser feito no mixer como um todo ou em canais selecionados. Clicando numa área vazia do mixer com o botão auxiliar abrimos novamente nosso menu de comandos. A fi-
gura 5 mostra as opções de salvar as configurações do mixer em “Save All Mixer Settings”. Temos ainda outras funções disponíveis e muito úteis no mixer do Cubase. Sugiro que explorem o que falamos aqui e que façam uso prático. Já abordamos em nossos artigos o conceito de “Somador” que o software atribui ao mixer. Conhecer o básico desta ferramenta e utilizá-la como paleta de cores que desejamos para nosso resultado sonoro final, é um ótimo começo no complexo trabalho de mixagem. O assunto “mixagem “ é amplo e sempre estaremos voltando a ele em nossos artigos. Abraço a todos e até a próxima.
Para saber online
dalla@ateliedosom.com.br www.ateliedosom.com.br Facebook: ateliedosom Twitter:@ateliedosom
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Entrevista com
James
Neste mês, tive a oportunidade de conversar com James Humberstone. Compositor e arranjador que vêm desenvolvendo métodos de ensino para o Sibelius há muitos anos na Austrália e que me ajudou a desenvolver o mesmo treinamento no Brasil. Seu trabalho foi coroado neste ano, em que lançou o sensacional livro Sibelius Essentials, pela editora Cengage e adotado pela Avid como seu material didático para seus cursos oficiais.
Humberstone Autor do livro de treinamento oficial
da Avid “Sibelius Essentials” Cristiano Moura é produtor, engenheiro de som e ministra cursos de Sibelius na ProClass-RJ
C
ristiano Moura: Fale mais sobre sua história com o Sibelius. Sei que você chegou até a trabalhar na Sibelius antes dela ser comprada pela Avid. James Humbertone: Depois de completar meu bacharelado em Composição, pela universidade de Exeter, Inglaterra, eu me mudei para a Austrália. Descobri como era difícil viver apenas como compositor ou até mesmo como copista para editoras, e por isso, fui trabalhar para uma loja e editora em Sydney. Rapidamente ficou claro para mim que música era um mercado em expansão, não apenas em vender livros e arranjos, mas que existia um público interessado em aprender software.
Então comecei a dar demonstrações de como o Sibelius poderia ser usado como recurso de ensino, e comecei a trabalhar como “o cara que en-
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tende de Sibelius” para um distribuidor australiano. Alguns anos depois, a Sibelius (empresa) comprou este distribuidor e assim nasceu a divisão da Sibelius na Austrália da qual,fui diretor de aplicativos e educação. Isto também gerou uma oportunidade em colaborar com a equipe de desen-
maioria das grandes editoras como a Warner Chappell, ajustando seus livros por mais de 7 anos. Em 2002, completei meu mestrado em composição na universidade de Sidney e comecei a dividir meu tempo como compositor-residente da escola MLC, que tem uma bela tradição no ensino de composição e dando suporte à música contemporânea australiana. Então, durante todo este tempo, fui refinando meus métodos não apenas de como ensinar Sibelius mas também de como ensinar usando Sibelius. Em 2010, conclui meu mestrado em educação e venho lecionando composição e tecnologia musical em muitas universidades de Sidney por mais de 5 anos. Em 2008 me tornei compositor-residente da MLC School em tempo integral, o que na prática, me obrigou a deixar a Sibelius (empresa), mas foi um passo muito importante para minha carreira como compositor. Atualmente, estou quase termi-
Além de trabalhar para a empresa, Sibelius sempre foi minha ferramenta profissional. Comecei com um computador Acorn usando Sibelius 7
volvimento da Inglaterra, com a qual hoje ainda mantenho contato como grandes amigos. Além de trabalhar para a empresa, Sibelius sempre foi minha ferramenta profissional. Comecei com um computador Acorn usando Sibelius 7 (a versão original! Não a versão atual – em 1996). Eu criava minhas composições no Sibelius, mas também trabalhava como copista para o compositor-residente da Halle Orquestra em Manchester, na época, Camden Reeves. Na Austrália, trabalhei para a
nando meu doutorado em composição na universidade de New South Wales, escrevi uma ópera para crianças, uma sinfonia e outros pequenos trabalhos, além de desenvolver este curso e livro sobre Sibelius pela Cengage. CM: Há quanto tempo você ensina Sibelius? JH: Comecei a ensinar Sibelius desde a primeira versão para Windows, em 1998. Também fui aprendendo conforme eu ia usando. Peguei um trabalho na Warner no primeiro dia em que cheguei!
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Basicamente, acredito que se você nunca usou nenhum dos dois softwares, é nítido que o Sibelius é muito mais intuitivo para aprender. Também vale ressaltar que nos últimos anos, o software ganhou funções incríveis – onde Magnetic Layout talvez seja a principal – que usuários de Finale ainda não têm
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Assim que comecei a trabalhar na Sibelius, desenvolvi uma rede “training partners”, escolas que tinham o mesmo objetivo de realizar treinamentos em Sibelius. Juntamente com Peter e Katie Wardrobe, criamos um sistema-padrão de treinamento e material de ensino. Neste momento, tínhamos o segundo maior número de usuários de Sibelius per capita do mundo, logo atrás da Islândia. Certamente nosso treinamento teve influência nisso, e virou um ciclo. Treinamento de qualidade gerou 85% de usuários e acabou recebendo mais investimento e todos ficavam cada vez mais animados. Enfim, treinamento é bom para todo mundo – usuários de todos os tipos e para a própria empresa. CM: Eu comecei escrevendo música no computador com o Encore 4.5. Depois, fiz algumas tentativas com o Finale e por último acabei “me achando” no Sibelius. E você, tem experiências com outros softwares de notação musical? JH: Comecei lá atrás com Steinberg Pro 16. Depois o Pro 24, e, naquele tempo, queria saber porque alguém precisaria de mais tracks do que o protocolo MIDI comportava. Na universidade, tínhamos o Score, mas por mais que eu gostasse de computadores (comecei a programar por diversão quando eu tinha 10 anos), eu realmente odiava aquele software. Tudo era difícil nele! Consegui minha primeira cópia do Sibelius em 1996. Eu também consegui licenças de Encore e Finale quando trabalhava em lojas, e até cheguei a fazer alguns trabalhos em que precisavam que o resultado final fosse entregue no Finale, mas eu os achava tão lentos e não-intuitivos que cobrava o dobro do preço nestes casos. Apesar disso, eu nunca fiz questão de dar atenção a todo esse debate de “Sibelius vs. Finale”. O que eu sei é que, de fato, todos os dois softwares são capazes de produzir resultados excelentes e usuários experientes de Finale têm dificuldade de sequer pensar em mudar para o Sibelius, pois isso significa que eles teriam que “desaprender” a maneira do Finale rea-
lizar as tarefas. A verdade é que existem coisas que o Sibelius faz melhor que o Finale, e vice-versa. CM: Depois de utilizar outros softwares, qual motivo fez você entender que o Sibelius era o software ideal para você? Existe alguma função que só exista no Sibelius que você não pode viver sem? JH: Posso dizer que realizei trabalhos bem complicados no Sibelius, apesar de não achar que minha música seja complicada. Basicamente, acredito que se você nunca usou nenhum dos dois softwares, é nítido que o Sibelius é muito mais intuitivo para aprender. Também vale ressaltar que nos últimos anos, o software ganhou funções incríveis – onde Magnetic Layout talvez seja a principal – que usuários de Finale ainda não têm. Eu realmente não poderia mais viver sem essa função. Existem muitas ótimas funções que uso o tempo todo. Me considero muito rápido usando o alphabetic layout, e a tempos atrás, quando eu tinha que terminar uma partitura grande, me custava alguns dias para realizar os últimos ajustes na partitura e parts. Hoje não gasto mais do que uma hora para realizar o mesmo trabalho. Então no final das contas, essas funções representam um ganho de produtividade e de dinheiro por conse quência. Qualquer compositor profissional que esteja lendo isso e ainda não usa Sibelius, precisa conhecer o software, pelo menos por esta função. É tão bem implementada que ela não simplesmente evita colisões, mas também leva em consideração a posição de outros objetivos similares na partitura para manter uma consistência. CM: Agora vou pegar pesado. E para vocês, existe alguma função em outros softwares que você sente falta no Sibelius? JH: Não agora, com a implementação do Rewire. Obviamente não existe nenhuma função avançada de sequenciamento, apesar de ser possível fazer muita coisa com o Live Playback. No final, se
é isso que se procura, é o caso de fazer Rewire para um Sequencer mais sério. CM: Vamos falar do seu livro. Já dei uma olhada e não é apenas “um livro”. Eu diria que é “O livro”. Gostei muito da maneira como você o dividiu. Ele tem lições, capítulos, exercícios e vídeos. Fale mais sobre isso. JH: Muito obrigado. Bem, se a Avid não tivesse me dito que gostaria que todas as suas publicações tivessem que ter projetos para o aprendizado, provavelmente eu não teria feito. Mas eu adorei a ideia de escrever o livro – Daniel e Tom da Sibelius em Londres e eu na verdade planejamos algo parecido em 2007, e alguns dos projetos do Tom foram baseados nisso. Então, desenvolvi 15 projetos, onde será possível aprender função por função do Sibelius (é sério! Eu mapeei isso!), e este livro contém os cinco primeiros projetos. Se tudo der certo, vou dar continuidade em mais dois livros com os outros 10 projetos, onde usuários poderão aprender Sibelius num nível extremamente elevado. Cada projeto aparece no livro como uma “lição” (é a nomenclatura que a Avid adotou). Cada lição é subdividida numa série de passos, e para cada passo, eu fiz um vídeo de 10 minutos explicando. No final de cada projeto existe um exercício, como se fosse um “dever de casa”, para que o aluno tenha oportunidade de praticar o que foi aprendido. E, novamente, existe um passo a passo para consulta. Os vídeos não são apenas um “extra” do curso. Você pode, efetivamente, ver todo o curso apenas em vídeo e usar o livro apenas como revisão ou obter mais informações. Eu imaginei que seria realmente importante possibilitar estes dois métodos porque cada um aprende melhor de uma maneira. Atualmente, o YouTube já está enraizado na nossa cultura, e as pessoas esperam que informações estejam colocadas lindamente e prontas para o uso, então, é exatamente isso
que você obterá ao comprar este livro – 31 vídeos e todos os recursos necessários para realizar os projetos. Se você compra a versão eBook, também recebe um link para download de todo o material. CM: Com este livro, você e a Avid estão trazendo uma coisa nova para o mercado da música. Este livro será material didático para o programa de certificação internacional da Avid em Sibelius. Você pode explicar um pouco mais o que isso significa?
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SIBELIUS| www.backstage.com.br JH: O exame de certificação ainda não está terminado, mas essencialmente o que significa é que ao concluir o curso, você poderá procurar
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ficação em Sibelius, que é voltada mais para o mercado musical? JH: Sibelius é uma grande ferramenta de ensino, então eu vejo
CM: Algum plano para tradução? O Brasil carece de material como este na sua língua local, e o público sente muita falta. JH: Esta é uma questão a ser levada para a Cengage ou Avid. Sem dúvida eu gostaria muito de ver isso, mas não tenho muita certeza se existe demanda suficiente que justificasse o custo para eles.
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JH: Eu projetei para três livros, com cinco projetos em cada livro. Então, sim, se tudo der certo, existe uma boa chance disto acontecer. Mas é importante entender que nestes primeiros cinco projetos eu ensino tudo que você precisa para fazer partituras e parts e provavelmente é o que mais da metade dos usuários de Sibelius precisam saber. É uma questão de observamos qual a demanda para usuários em busca de conhecimentos mais elevados do que já existe neste livro.
Este sistema já existe para Pro Tools e Media Composer faz algum tempo e atesta a legitimidade de seus conhecimentos perante o mercado
uma escola credenciada da Avid na sua região e realizar um exame de proficiência em Sibelius. Se aprovado, você será reconhecido pela Avid como um “Sibelius Certified User”. Este sistema já existe para Pro Tools e Media Composer faz algum tempo e atesta a legitimidade de seus conhecimentos perante o mercado. CM: Certificação é algo já bem conhecido em áreas tecnológicas. Além da Avid temos a Adobe, Oracle, Apple, Cisco e Microsoft como algumas empresas que levam seus treinamentos e certificação a sério. A pergunta é: por que alguém deveria tentar a certi-
professores sendo muito beneficiados com essa certificação. Também arranjadores e compositores em busca de colocar um diferencial em seu currículo. E como hoje em dia o Sibelius é o software padrão para editoras e produção de filmes, acho que dizer que você atingiu um nível de reconhecimento e competência pela própria Avid, sem dúvida, pode contar a favor num possível emprego ou trabalho. CM: Vamos voltar ao livro. A Cengage (editora do livro), diz que ele faz parte da Avid Learning Series. Podemos então esperar um novo módulo mais avançado no futuro?
CM: Muito obrigado pela entrevista e pela sua atenção. Se quiser, fique à vontade e deixe a sua mensagem para os usuários brasileiros do Sibelius. JH: Eu que agradeço por prestigiar meu livro e pelas suas palavras de incentivo. Eu estou torcendo para que seja muito útil ao público brasileiro.
Para saber online
cmoura@proclass.com.br http://cristianomoura.com
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PRODUÇÃO MUSICAL| www.backstage.com.br
O tamanho
do seu
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Estúdio PARTE 2
Ricardo Mendes é produtor, professor e autor de ‘Guitarra: harmonia, técnica e improvisação’
Como vimos no último artigo, ao se falar de um estúdio de médio porte, não podemos falar de menos de 16 inputs. No entanto existem interfaces baratinhas que oferecem até mais do que isso por menos de 700 dólares...
A
questão é: que tipo de inputs são esses? Bem, toda interface é um conversor AD, DA ou ADDA (o A quer dizer analógico e o D quer dizer digital). Não adianta ter um bom microfone, um bom pré-amplificador, se quando este sinal for transformado em 0 e 1 esta conversão não for feita com uma boa qualidade. Ou seja, para você poder chamar um estúdio de “médio”, com certeza você terá de ter um conversor topo de linha. Os nomes mais conhecidos são Apogee, RME, Great River, Lynx, Lavryl. Lembre-se de que cada conversor também é um word-clock (relógio digital usado para sincronizar interfaces). Se você estiver utilizando mais de uma interface, você terá que escolher uma delas para ser a master e as outras as slaves. Caso as suas interfaces não sejam da mesma marca ou do mesmo modelo, você deve utilizar a melhor delas como a
master, pois o seu word-clock será utilizado para o cálculo da taxa de amostragem das outras interfaces, o que irá aumentar a qualidade do áudio. Em caso de sistemas com múltiplas interfaces pode ser recomendável a utilização de um relógio dedicado, como o Big Ben, da Apogee, que permite a conexão direta de várias interfaces ADDA a uma mesma interface que sincronizará todas elas através de conexão BNC, também considerada a mais segura para o propósito de sincronismo de word-clock. Normalmente a conexão feita em “cascata” entre várias interfaces pode começar a apresentar problemas de jitter (clicks e pops no áudio) após a terceira conexão no sistema. Com um relógio dedicado isto não ocorrerá, pois todas as conexões serão diretas. Em minha opinião, um relógio dedicado só é necessário em um sistema com mais de três interfaces.
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em consideração nos nossos planos, mas que, com certeza, custam bem mais do que imaginamos. Mais uma vez, não caia na tentação do xing-
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Uma vez vista a questão ADDA e word-clock, temos que pensar no próximo ponto: se temos um sistema que irá registrar o áudio impecavelmente,
Normalmente a conexão feita em “cascata” entre várias interfaces pode começar a apresentar problemas de jitter (clicks e pops no áudio)
temos que nos preocupar em como vamos alimentá-lo. Como esse áudio chega até os conversores? Através de cabos e conectores. É uma parte que normalmente costumamos não levar
ling. Existem conectores XLR que podem custar de R$ 3 a R$ 30 a unidade. E não é uma questão de grife. Conectores são feitos de metais condutivos e a condutividade de um
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Com certeza comprar uma lunchbox de 10 unidades será mais barato que comprar 10 préamplificadores do mesmo nível separados. A lunchbox da API aceita módulos de outros fabricantes
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material é ligada diretamente à composição química do mesmo. Por isso, alguns conectores são mais caros do que outros. Uma boa dica: normalmente um conector mais pesado costuma ser melhor do que um mais leve. Existem marcas conhecidas tanto de cabos como de conectores como Neutrik, Switchcraft, Amphenol, Planet Waves, Mogami, Monster Cable, Santo Angelo, Sparflex. Não se esqueça também de que a solda que irá unir estes cabos também tem que ser de boa qualidade. Soldas ruins podem ter uma condutividade mais baixa, o que causa perda de sinal e também podem se partir ou se soltar gerando maus contatos no sistema. Ok. Interfaces “topo de linha” com cabos escolhidos a dedo e soldados com maestria, vamos talvez para a parte mais cara do estúdio. É muito comum os home studios terem um ou dois pré-amplificadores topo de linha. No entanto, quando falamos de um estúdio de médio porte, existirão algumas situações onde teremos que gravar vários inputs de uma só vez com qualidade máxima. O ideal é que um estúdio de médio porte possa gravar pelo menos uma banda (bateria, baixo e guitarra) ao vivo, em canais separados e passando por bons pré-amplificadores. Se você já tem uma noção de quanto custa um bom pré-amplificador, já deve estar suando frio, pois esse custo será multiplicado por, no mínimo, dezesseis. Apesar de ainda ser caro, felizmente alguns pré-amplificadores topo de linha vêm oferecendo modelos em rack de um, dois ou quatro canais que permitem irmos passando gradativamente o nosso estúdio de home para médio. Alguns deles na faixa entre 2.000 e 3.000 dólares são o Universal Audio 2-610, o Neve 1073 DPA, o Avalon 737, o API 3124, entre vários outros. Outra grande opção
é o formato lunch-box, como a 500 VPR, da API, que é um rack que permite alocar dentro dele de 6 a 10 pré-amplificadores da série 500. Normalmente cada módulo fica abaixo de mil dólares, por que o power-supply já fica na própria lunch-box alimentando todas as unidades que nela forem colocadas. Com certeza comprar uma lunch-box de 10 unidades será mais barato que comprar 10 pré-amplificadores do mesmo nível separados. A lunch-box da API aceita módulos de outros fabricantes. Os préamplificadores da série 500 são: 512c da API, Neve 1073 LB 500, Chandler, Great River, Empirical Labs, SSL etc. Alguns desses pré-amplificadores também possuem compressores e equalizadores como o Avalon 737. Na verdade, esses pré-amplificadores são mais do que justamente isso. Eles são conhecidos como channel strips, ou seja, um canal inteiro. Novamente, em minha opinião, acho desnecessário que todos os pré-amplificadores do seu estúdio sejam channel strips. Muito dificilmente você estará gravando, comprimindo e equalizando todos os inputs de uma mesma sessão. Para um estúdio médio, ter um par de channel strips já é o suficiente. Uma outra boa alternativa é ter compressores e equalizadores separados para utilizá-los após o préamplificador quando for necessário. Mais uma vez a série 500 (lunch-box) é uma ótima opção com equalizadores como o Neve 1073 LBEQ, o API 550b entre outros e compressores como o API 527, ou o Portico 543. As escolhas são muitas. Mês que vem falaremos sobre os microfones que um estúdio médio deveria ter. Abraços.
Para saber mais redacao@backstage.com.br
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Jorge Pescara é baixista, artista da Jazz Station e autor do ‘Dicionário brasileiro de contrabaixo elétrico’
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BAIXO ELÉTRICO| www.backstage.com.br
Pawnshops Neste mês damos início à nova saga de artigos na bass setup, onde teremos bate-papos e entrevistas com gente interessante do meio baixístico, reviews e análises de equipamentos, dicas e conceitos sobre estudos, gravação e performance ao vivo nas cordas graves.
hega uma hora em que precisamos trocar ou adquirir novos equipamentos para nosso setup. Mas podemos nos deparar, volta e meia, com uma realidade que aflige muitos de nós, ou seja, a falta de verba naquele momento específico, para a compra tão desejada e necessária. Qual a solução possível? Lojas,
Krocodille, em São Paulo
sites e publicações de troca e venda de equipamentos usados! Novos equipamentos podem ter-nos despertado o interesse apenas por sonho de consumo, ou mesmo por um investimento. Quem sabe até por uma necessidade real do momento, como, por exemplo, entrar para uma gig onde o
baixolão seja insubstituível, e você não tenha um naquele instante. Pode ser também um upgrade do setup, pensando em, num futuro próximo, ter mais opções na palheta sonora. Ok, tudo isto é justificável, aqui ou ali, mas se não tivermos a verba necessária para um equipamento novo, ou mesmo usado, que esteja acima de nossas posses momentâneas, teremos que buscar opções: 1 - venda de algum equipamento que não esteja mais nos planos… o famoso jargão futebolístico: ‘negociação do jogador que não está mais sendo usado na equipe’. 2 - troca simples e direta, por vezes com alguma compensação financeira por causa de uma possível diferença de valores entre si. Equipamento não mais utilizado x equipamento desejado! Para todas as opções acima temos que recorrer a alguns artifícios, para além do ‘boca a boca’ de divulgar entre nossos colegas músicos. Vejamos, então, cada caso.
WORD OF MOUTH As revistas especializadas, tais como nossa querida Backstage aqui, ou mesmo as amigas concorrentes (M&T, Guitar Player, Modern Drummer, GuitarLoad etc.) possuem um mural nas páginas finais onde se pode anunciar a venda/troca de instrumentos e equipamentos que se deseja. Estas mesmas publicações, atualmente, também oferecem um serviço online onde há espaços para estas finalidades. Então… tá esperando o que? Acesse http://www.backstage.com.br/ classificados e veja! Podemos colar anúncios e cartazes de compra/venda/troca de instrumentos e equipamentos nos murais das escolas de música, conservatórios e faculdades das artes musicais, ou mesmo nas lojas de instrumentos, livros de música e/ou lojas de discos. Outra forma são os famosos jornais e portais da web que disponibilizam es-
paços para compra e venda de usados, sendo os mais famosos o Balcão (www.anunciouvendeu.com), Primeira Mão (www.primeiramao.com.br) e, o mais usado atualmente pela comunidade musical, o Mercado Livre (www.mercadolivre.com.br). Porém, a maneira que, por vezes, se mostra mais eficaz e cômoda fica por conta das lojas especializadas em venda e troca de equipamentos e instrumentos usados. Para isto temos algumas opções interessantes, mas vou centrar em descrever duas em São Paulo e outra no Rio de Janeiro. Claro que existe uma ou outra opção extra em outras cidades, mas estas são as que, por uma razão óbvia, possuem mais oferta (e também mais procura) e variedade. O famoso: “é fresquinho porque vende mais, ou vende mais porque é mais fresquinho?” Nestas lojas é possível garimpar usados tais como: efeitos, amps, caixas acústicas, racks, instrumentos, enfim, quase tudo que se possa interessar na área musical.
PAWNSHOPS Uma prática iniciada na Europa e EUA desde há muito tempo, os pawnshops, ou melhor, as lojas de usados, aqui chamadas de sebos (de livros, discos, roupas, calçados, móveis etc), também migraram para os instrumentos musicais! Em São Paulo temos a conhecida Krocodille. Localizada na badalada rua Teodoro Sampaio, esta loja tem uma interessante possibilidade de ‘comprar’ instrumentos usados, além das trocas e venda direta. Rua Teodoro Sampaio, 826 Jardim América São Paulo - Tel: (11) 3064-1617 Outra opção interessante fica no ABC paulista, mais precisamente em Santo André, onde está situada a Ponto de Troca. Aqui se pode também ‘locar’ equipamentos de áudio e iluminação, para além das, também, troca e venda direta de instrumentos. Rua Prefeito Justino Paixão, 266 Centro - Santo André (SP) tel: (11) 4990-7033
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BAIXO ELÉTRICO| www.backstage.com.br 90 Ponto de troca em Santo André
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Portanto fique atento aos preços, marque sempre as trocas de instrumento e/ou equipamento com pessoas desconhecidas em locais públicos
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Já no Rio de Janeiro temos a conhecida ProMusic Rio. No segundo andar de um antigo prédio da Rua Barata Ribeiro, em Copacabana, estão dispostos os mais variados artigos que podem seduzir qualquer músico. Nela temos sessões específicas para a área de sopros, cordas etc, contando com luthieria. Rua Barata Ribeiro, 391 - Copacabana - Rio de Janeiro (RJ) tel.: (21) 2236 0394. Claro que temos que ter critério e certos cuidados quando anunciamos a troca e venda de equipamentos, hoje em dia. Portanto fique atento aos preços, marque sempre as trocas de instrumento e/ ou equipamento com pessoas desconhecidas em locais públicos onde se possa eventualmente ter uma sensação maior de segurança. Pesquise sempre sobre a origem e o uso do equipamento já usado, obtenha manuais de usuário para melhor compreender o modus operandi de tudo que venha a ser trocado e, principalmente, tente testar muito bem os instrumentos e equipamentos usados que venham a ser trocados, ou mesmo comprados, tanto em lojas como diretamente com seus antigos proprietários. Nunca é demais atentar para cheques, transferências bancárias etc, que
sejam necessárias por conta das já citadas possíveis diferenças de valores entre os equipamentos, pois todo cuidado é válido, quando se envolve dinheiro! Além do mais, a finalidade deste artigo é como uma dica. Não devemos encarar este texto como um comprovante de que as coisas sairão 100% corretas numa troca ou aquisição de usado, se não tomarmos as devidas precauções por nós próprios. E olha que podemos até nos encontrar em algum momento num Pawnshop destes para comprar ou trocar equipamentos. Hasta la vista, babe… Paz Profunda .:.
Para saber online
jorgepescara@backstage.com.br http://jorgepescara.com.br
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Elcio Cáfaro é baterista e professor. Já gravou com Chico Buarque, Ivan Lins e
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outros, e toca com a cantora Roberta Sá
Oi pessoal. Estava assistindo na TV o Foo Fighters (sou fã total!!) no festival Lollapalooza, em SP, e achei interessante o set de bateria do Taylor Hawkins. Ele usa uma Gretsch e todos os tambores, inclusive os surdos, são single head (sem pele de resposta) com direito a 3 tons menores (6x6”, 8x6” e 10x7”) à esquerda acima do hihat. Isso me fez lembrar dos sets usados na década de 70/80, quando a música progressiva estava em alta com bandas como Yes, Genesis, Emerson, Lake and Palmer e muitas outras.
Sets de bateria O
próprio Phill Collins usava uma Gretsch com tambores single head também. Tudo é cíclico mesmo, o que é moda hoje, deixa de ser amanhã e o que era há um tempo atrás (ou muito tempo) acaba voltando. Isso acontece em tudo, e não seria diferente no mundo da bateria. Refletindo sobre isso, resolvi falar um pouco sobre sets de bateria e suas peculiaridades. Não vou contar a história da bateria desde o início, mas vou fazer observações sobre os sets que tenho visto
desde que me entendo como baterista, nos idos dos anos 70/80. Nessa época os sets eram enormes agregando alguns intrumentos de percussão como tímpanos e gongos. Usava-se uma variedade grande de pratos de vários tamanhos e timbres. A música progressiva possibilitava o uso desse set poderoso. Na época tive muita influência desse gênero, meu sonho era ter a maior bateria possível, coisa que não era muito fácil naqueles tempos aqui no Brasil. Em
Mike Portnoy
1981 acabei dando sorte de conseguir comprar de um amigo uma Pearl de maple por um preço justo, bateria que tenho até hoje. Proporcionalmente aos “gringos”, meu set era pequeno, mas cheguei a usar um com 4 tons, 1 surdo e 2 caixas - e me diverti bastante! É claro que o tamanho de um set depende do gênero de música que se quer tocar. Não tem sentido por exemplo o Charlie Watts ter um kit grande lá nos Stones, pois seria
carregar peso à toa. As levadas são bem econômicas e básicas e é assim que tem que ser, tudo se encaixa, é o estilo deles, gosto muito da banda e adoro tocar as músicas. No dia a dia do baterista freelancer no Brasil, os sets tem que ser flexíveis de acordo com o trabalho e as condições de infraestrutura e também do local onde se toca. Eu toquei um bom tempo num quiosque na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio, e foi nessa época que meu sur-
do de 16” foi “promovido” a bumbo - para se chegar ao quiosque eu tinha que andar uns 100 metros do estacionamento até o local, então montei um set o menor possível para facilitar. Era o bumbo/surdo de 16x16”, ton de 10” e outro ton de 14” como surdo, um crash de 16” como ride, outro crash de 14” e hihat de 13”. Esse kit ficou tão gostoso de tocar, e tão prático de transportar, que acabei usando em outros shows maiores e até mesmo
Bateras estranhas
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Terry Bozzio
em teatros grandes. Esse “bumbinho” bem microfonado e equalizado, com um reforço no grave, fala como gente grande. Nessa época vi muita gente usando aquele modelo da Pearl, o Rhythm Traveler, que realmente é bem pequeno e prático de carregar. Cheguei a testá-lo, mas não gostei muito da sonoridade - para meu gosto pessoal achei que falta som e um certo peso, principalmente no bumbo. Temos também os sets que chamam de “percuteria”, um set onde se misturam elementos de percussão e bateria. Às vezes com um bumbo pequeno e bongôs, às vezes com um cajon e um hihat, é um universo ilimitado e funciona muito bem abrangendo diversos estilos. Uma coisa que eu nunca mais usei foi um segundo ton, hoje em dia eu prefiro ter 2
surdos a ter 2 tons e pelo que vi por aí tem muitos bateras nessa mesma onda, tanto aqui como lá fora. Muitos gostam de usar um ride exatamente na posição dele, mas eu uso um segundo hihat nesse lugar. Aqui no Brasil acho que é muito mais difícil você se especializar só num gênero musical como freelancer, pois temos que ter um grande leque de opções para conseguirmos sobreviver, e isso acaba refletindo nas opções do instrumento. É importante estarmos preparados para compor um set de acordo com o trabalho que aparecer. O ideal seria ter um bumbo de 20” para cima e um outro menor de 16” ou 18”, além de alguns tambores entre 10” e 14”, o que vai te deixar confortável e apto a tocar em muitas gigs. O mesmo se aplica aos pratos: mesmo que você tenha um prato que em princípio será pouco usado, é bom tê-lo ali na case para essa ou aquela ocasião. Já os bateras que fazem parte de bandas tem uma situação mais confortável, pois em princípio tocam um estilo só e em geral a banda toma todo o seu tem-
Taylor Hawkins
po, então o set seria mais fixo, salvo mudanças de acordo com a evolução do próprio instrumento e da renovação musical da banda. A infraestrutura com roadies e transporte também facilita muito, é muito bom poder tocar sempre com sua própria batera onde quer que você vá. Um estilo onde não houve muitas mudanças com o passar dos anos foi o metal. Os sets continuam grandes, como exemplificado nos ícones do Big Four: Slayer, Megadeth, Metallica e Anthrax, e outros. Talvez também porque o estilo segue sem grandes mudanças: ele é o que é e, no meu entender, é assim que deve continuar; se mudar, perde a identidade. Temos bateras que usam quase sempre seus sets enormes, como Neil Peart e seu kit 360º (esse cai na categoria banda) e Mike Portnoy, dentre outros. Fico impressionado com a capacidade desses bateras “polvo” - olhar o set por trás e ver aquele mundo de pedais é impressionante!! Um dos ícones dessa categoria é Terry Bozzio, um capítulo à parte, um dos maiores e mais bizarros sets que já vi, com um mundo de tambores, pratos, pads eletrônicos, marimba, etc... Ele é artista solo hoje em dia e já fez parte da banda do Frank Zappa e Missing Persons (nessa época ele tinha um kit
eletrônico super inovador para aqueles tempos). A bateria não é só ritmo, ele elevou o instrumento a outro nível. Só tenho pena mesmo é do roadie dele, imagino quanto tempo leva para montar tudo e quantos caminhões são necessários para o transporte... Brincadeiras à parte, Terry é um músico excepcional com técnica, musicalidade e coordenação impressionantes e está sempre à frente do seu tempo. Para terminar vemos uns sets estranhos e bizarros. Alguns são feitos apenas como brincadeira e outros para serem tocados realmente, entrando no terreno do (mau) gosto... Mas aí é cada um na sua, o importante é ser feliz e se divertir e, sobretudo, manter a música rolando! Abraços e até a próxima.
Para saber online
http://www.myspace.com/elciocafaro
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Como fizemos A REVOLUÇÃO Sergio Izecksohn, músico, é dire-
tor e coordenador pedagógico da escola de produção musical Home
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Studio. www.homestudio.com.br
É Quando ligamos o computador ou o iPad e assistimos a um clipe no YouTube nem nos passa pela cabeça a verdadeira guerra que vêm sendo travada nas relações entre a produção e o consumo de música, e a sonorização da internet.
sensacional podermos criar uma música e, em minutos, podermos gravá-la em múltiplos detalhes, com inúmeros recursos equivalentes aos dos maiores estúdios. Em seguida, pegamos uma câmera, gravamos algumas cenas e as editamos com outros tantos recursos. Mais alguns minutos e nossa obra-prima está sendo vista por milhares de pessoas no YouTube.
Hoje, gravar e publicar se tornou banal
Hoje, temos todas as ferramentas para produzir nossos sons e imagens com a mesma qualidade das grandes produtoras de áudio e vídeo. Só não usa esses recursos quem não quer ou quem ainda não teve como obter conhecimentos suficientes para isso. Esta é uma situação recente, ainda vivenciando profundas transformações. Há alguns anos, a produção de gravações
Estúdio nos anos 1990
era toda realizada em estúdios comerciais. Os equipamentos analógicos eram muito caros, e ainda são. Até os cabos para conectá-los tinham preço proibitivo para a maioria. Todo estúdio tinha um gravador multipista. Os estúdios comerciais usavam gravadores de fita de rolo com 24 pistas de áudio. As pequenas produtoras usavam gravadores de rolo com oito ou 16 pistas e os home studios, na maioria, “porta-estúdios” com quatro pistas em fita cassete. Quanto mais barato, mais o gravador gerava ruídos.
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Há alguns anos, a produção de gravações era toda realizada em estúdios comerciais
Além desse gravador multipista, os estúdios tinham um gravador estéreo (rolo, cassete deck ou DAT), uma mesa com o dobro de canais, mais quantos processadores de efeitos pudessem comprar. As produtoras e os músicos usavam incontáveis teclados sintetizadores e samplers. Os estúdios tinham muitos racks de efeitos e de instrumentos. E cabos. Muitos cabos. Sem a opção das bibliotecas dos instrumentos virtuais, a sonoridade era obtida com a acústica tratada de grandes salas de gravação e ótimos microfones. É fácil imaginar que esses recursos ficavam nas mãos de uma ínfima minoria que tinha poder aquisitivo suficiente para investir na sua montagem e manutenção. Os músicos criavam suas obras e alugavam os estúdios para registrar o som em fitas de demonstração e partir em busca de um contrato.
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Gravar custava caro
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Estrategicamente falando, as grandes gravadoras tinham o controle do processo porque seguravam as duas pontas: a qualidade da gravação e a capacidade de comercialização dos CDs.
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Nesse período, toda a divulgação musical e todo o comércio de gravações estavam a cargo das gravadoras. Essas empresas mantinham grandes estúdios e se encarregavam de definir todos os aspectos da carreira musical de seus contratados, também chamados de “artistas”. Assim, o artista podia gravar com arranjador, banda, orquestra, produtor musical e todo o conforto, desde que fosse lucrativo para a gravadora. Sem nenhuma despesa. Em troca, deixava por lá bem mais de 90% do que era arrecadado com as vendas de cópias da sua criação. Com o tempo, a estratégia de marketing dessa indústria passou a ser o pagamento regular em dinheiro a programadores de rádio e TV, prática conhecida como “jabá”. A partir daí, só as produções musicais que pagassem jabá seriam tocadas pelas emissoras, criando-se um verdadeiro latifúndio ou monopólio musical. Sem ganhar tanto, mas com toda essa divulgação, sobrava para artistas e bandas o sustento através de apresentações em público. A mentalidade que justificava toda essa relação entre artistas, gravadoras e a mídia era a de que “o artista vive de shows”. E não era pouco sustento. Quando a gravadora trabalhava um artista razoável, ele ganhava bem. Mas os artistas lançados por gravadoras sempre foram uma ínfima minoria no meio musical. Os raríssimos privilegiados que conseguiam um contrato que fosse posto em
prática pela gravadora realmente ganhavam bem. Alguns estão riquíssimos. As gravadoras tinham total poder sobre os seus contratados, como a escolha de músicas, de músicos, de arranjos, da sonoridade, das estratégias publicitárias e até da aparência do “artista”. Muitas vezes, essa indústria recorria a práticas comerciais e trabalhistas abomináveis, como os “contratos de geladeira”, em que o disco não era lançado, mas o incauto ficava preso a cláusulas contratuais que praticamente encerravam a sua carreira, sem poder assinar com outra gravadora por anos, nem lançar o disco de forma independente. Isto ocorria com frequência, sempre que uma gravadora temia que um artista novo, concorrente de um contratado seu, fosse lançado por outra “coirmã”. O contrato não previa lançamento de disco (!), só as obrigações do artista, como a exclusividade por alguns anos. A geladeira. Muitos músicos assinaram sorrindo. Ninguém chamou a polícia. Aliás, só o Tim Maia. Depois, Lobão botou a boca no mundo e denunciou o jabá, mas ficou por isso mesmo e ele vendeu cem mil cópias do CD no jornaleiro. Mas isso, quando a maioria das pessoas compravam CDs. As coisas começaram a mudar para valer quando apareceram os arquivos mp3, os gravadores de CD-R e as novas interfaces de áudio ou placas de som, no final dos anos 1990.
Discos de platina e os sem-gravadora
CD), elas tiveram a pior reação possível, buscando censurar a novidade. Criaram a campanha de marketing antipirataria e deram outros tiros no pé, como a destruição do Napster e as tentativas de proibir o mp3.
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em que apresentávamos aos leitores uma novidade: uma placa de som com interface separada que custava 999 dólares. Leia em http://homestudio.com.br/artigos/Layla.htm. Ela tinha oito canais de entrada e saída de áudio em conectores ba-
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Estrategicamente falando, as grandes gravadoras tinham o controle do processo porque seguravam as duas pontas: a qualidade da gravação e a capacidade de comercialização dos CDs. As placas de som eram caras como os gravadores de rolo, chegando a custar dezenas de milhares de dólares. São elas que garantem a qualidade do material gravado, pois contêm os conversores de áudio analógico-digital (AD) e digital-analógico (DA), os principais responsáveis pela fidelidade do som no computador. As interfaces mais baratas adicionavam ruídos e distorções consideráveis, inviabilizando o seu uso para fins comerciais ou profissionais. E levar os CDs aos quatro cantos do país ou do mundo era prática impensável fora da indústria. E a internet? Naquele tempo, com os modems telefônicos de 14,4 ou 28,8 kbps, arquivos WAV com qualidade de CD consumiam horas de conexão para serem enviados. O surgimento do mp3 levou a um fenômeno que foi chamado de “áudio líquido”, ou sem suporte físico. Como as gravadoras estavam acostumadas ao monopólio da venda de músicas baseadas em suporte (vinil,
Para um músico, a distância entre ele e as gravações de alta qualidade passou a ser o preço de uma placa de som. O objetivo não era só afugentar o ouvinte de música da prática incipiente dos downloads. O temor das majors, como essas empresas gostavam de ser chamadas, era que a classe musical percebesse que não precisaria mais delas.
FOI AÍ QUE APARECEU A LAYLA No final de 1997, a Revista Backstage publicou uma matéria minha
lanceados, conversores AD/DA de alta qualidade e um processador DSP igualzinho ao Mac da época. Essa joia era compatível com quase todos os programas, ao contrário das concorrentes, muito mais caras e cada qual compatível somente com seu software proprietário. Anunciadas antes de ficarem prontas, Layla e suas acessíveis irmãs Gina e Darla, também de alta qualidade, só com menos canais, foram tão assediadas pelo público consumidor que quase a fábrica quebrou devido ao inchaço. Empresas melhor estruturadas como a M-Audio, a MOTU, a Edirol (Roland) e a RME souberam rapidamente ocupar este mercado, com larga vantagem para a primeira. A partir daí, para um músico, a distância entre ele e as gravações de alta qualidade passou a ser de poucas centenas de dólares, o equivalente a um dia de aluguel de um bom estúdio. O preço de uma placa de som. Os programas e os computadores continuaram evoluindo, permitindo aos poucos usarmos uma quantidade crescente de efeitos em tempo real, viabilizando a mixagem no computador, até, finalmente, subs-
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Layla, Gina e Darla, as irmãs Echo em 1997
Layla e Gina
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Com produções bem trabalhadas, milhões de músicos independentes passaram a divulgar seu material na internet e a vender seus próprios CDs.
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tituirmos os instrumentos por outros programas, os instrumentos virtuais. O gravador de CD já era uma realidade, porém logo ofuscada pelo MP3 e o frenético compartilhamento de arquivos que os sucedeu. Com produções bem trabalhadas, milhões de músicos independentes passaram a divulgar seu material na internet e a vender seus próprios CDs. Em outras palavras, cada músico passou a ser a sua gravadora. Exatamente o que as gravadoras mais temiam quando partiram para a luta armada mandando prender internautas e camelôs. E sem esquecer que o artista vive é de shows. Ou do trabalho de sua produtora. Hoje, as placas ou interfaces de som usam, na maioria, conexões USB e ficam fora do computador. Têm conversores de 24 bits e de 96 kHz ou conexões digitais. Elas têm ficado mais bonitas e vistosas, mas não são tão diferentes assim das velhas Layla ou Delta 1010. Placas e programas com problemas de compatibilidade foram dando lugar a modelos que facilitam a nossa vida. Principal fábrica de placas de som para home studios, a M-Audio acabou sendo comprada pela principal fábrica de produtos para grandes estúdios, a Avid. Em vez de eliminar a compatibilidade das MAudio, a necessidade fez prevalecer o bom
senso: hoje é o Pro Tools, carro-chefe da Avid, que se abre à compatibilidade com quase todas as placas do mercado. A internet vive uma explosão de compartilhamento de músicas e clipes. Especialmente os vídeos produzidos e colocados pelo próprio público no YouTube e divulgados pelo Facebook, o Twitter e outras redes sociais têm alcançado um grau antes impensável de democratização do acesso às obras artísticas e de proliferação de gostos e tendências. Essa foi uma revolução em que os vencedores não chegaram a se articular. Não houve reuniões, conspirações ou atos públicos. Ao contrário. Cada produtor musical e cada ouvinte de música, no aconchego de seu computador, mudou para sempre o som do mundo da maneira mais individual possível. E o mundo ficou mais musical. Falta ainda a etapa superior desta revolução, que é a superação artística. Quando os criadores de obras musicais superarem a influência do que foi a indústria fonográfica e aproveitarem toda a multiplicidade de tendências que soam na internet para se inspirar, então teremos colhido os frutos de toda esta luta pela liberdade musical. A liberdade de expressão na internet deve ser sempre defendida pelos produtores musicais, já que ela é que garante o livre tráfego do áudio na rede. Com uma boa conexão, uma placa de som muito bem escolhida, conhecimento técnico e musical e um bocado de inspiração, o mundo dos sons agora é nosso. Cada um de nós é a sua gravadora e a sua emissora de rádio e TV. É só querer e estudar.
Para saber online
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Demora na escolha do sistema a ser adotado adia a implantação no país de um rádio com mais qualidade de áudio e inúmeras possibilidades comerciais. Alexandre Coelho redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação
RÁDIO DIGITAL UMA O
M
L I S A R B O N R A O D NDA AINDA FORA
uito se fala sobre a TV digital, mas o que pouca gente sabe é que, desde 2005, especula-se sobre a implantação do rádio digital no Brasil. Enquanto, por um lado, se discute qual o me-
lhor modelo técnico a ser adotado no País, por outro, os profissionais que atuam nesse meio de comunicação projetam as melhorias passíveis de serem implementadas nas transmissões e es-
boçam como será o rádio brasileiro em um futuro próximo. Por ora, no entanto, o rádio digital no Brasil ainda é apenas um plano que não saiu do papel. Entre as novidades do rádio digital, duas melhorias se apresentam como as principais mudanças, na comparação com o atual sistema analógico. A primeira é a maior qualidade do áudio. Simples assim. A segunda é a possibilidade de ampliar enormemente a quantidade de estações e retransmissoras no dial de determinada região, o que significa mais diversidade, mais opções para o ouvinte e a solução do problema da falta de espaço no dial para novas rádios em algumas localidades. “As principais capitais do País já têm dificuldade para colocar mais uma rádio no sistema analógico. O sistema digital resolverá isso, pois dará a possibilidade de, para cada espaço utilizado com uma rádio analógica, você ter no mínimo quatro diferentes rádios ou então quatro diferentes programações”, explica o secretário de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Genildo Lins. Para Marcson Muller, DJ e diretor artístico da rádio FM O Dia, do Rio de Janeiro, outra importante aquisição da rádio digital diz respeito à quantidade e à qualidade da infor-
Genildo Lins: ampliação de emissoras
Marcson Muller: mais informação aos ouvintes
mação que poderá ser passada. “Com a possibilidade de transmissão de dados, poderemos dar informações como o nome da música, o intérprete, uma foto ou até mesmo exibir o
clipe simultaneamente, dependendo do tamanho da banda e das características do receptor. A publicidade se tornará mais eficaz e também poderemos enviar notas sobre trânsito
Lentidão na frequência habitual Como acontece em vários setores do país, a introdução do rádio digital por aqui tem sido lenta, arrastada. O Ministério das Comunicações justifica afirmando que se trata de um processo que não é simples. Segundo Genildo Lins, para se definir qual será o sistema adotado, é preciso testar as tecnologias disponíveis considerando aspectos que vão de questões tecnológicas a socioeconômicas. Também é preciso observar detalhes como o fato de o padrão ter que atender tanto às rádios FM quanto AM. “Há muitos elementos que precisamos levar em conta, pois a escolha terá impactos diretos tanto para os radiodifusores quanto para a população. Não podemos ter, por exemplo, um equipamento receptor que seja muito caro e se torne inacessível à população. Ou que não funcione em uma grande cidade como São Paulo. A escolha deve ser rigidamente fundamentada, seguindo os preceitos que constam na portaria de criação do rádio digital no Brasil”, esclarece.
No momento, os testes com as duas tecnologias candidatas a atenderem ao rádio digital no Brasil estão sendo realizados em quatro capitais: Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O objetivo é observar como o sinal se comporta em cidades com características distintas, tanto de relevo quanto de população. As avaliações feitas pelo Ministério das Comunicações levam em conta critérios relacionados à área de cobertura, condições de propagação nas diferentes regiões do país, qualidade do sinal e adequação do sistema à portaria que criou o sistema brasileiro de rádio digital. Para Marco Antonio Grivet, contudo, a lentidão não se justifica. O professor lembra que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em 2006, acompanhou testes de transmissão em rádios digitais e, em 2007, lançou um esboço do que seria a rádio digital no Brasil, mas que, desde então, nada mais foi falado a respeito. “É difícil saber que razões levaram a Anatel a não priorizar este serviço”, pondera.
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e jornalísticas, e até mesmo transmitir mais de uma programação em uma mesma frequência”, ressalta.
INTERATIVIDADE
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Você vê um produto, clica em um botão no seu controle remoto e aparecem informações em sua TV sobre onde o produto pode ser adquirido. Ao ouvir uma orquestra, você pode, também pelos botões do seu controle remoto, ouvir apenas os violinos, as trombetas ou o piano. (Marco Antonio Grivet)
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Marco Antonio Grivet, professor associado do Centro de Estudos em Telecomunicações da PUC-Rio, destaca como um dos principais ganhos do sistema digital a interatividade. Ele frisa que essa atuação do ouvinte poderá ser maior ou menor, dependendo do tipo de receptor (aparelho de rádio) usado. E dá o exemplo da TV digital como forma de comparação. “Você vê um produto, clica em um botão no seu controle remoto e aparecem informações em sua TV sobre onde o produto pode ser adquirido. Ao ouvir uma orquestra, você pode, também pelos botões do seu
controle remoto, ouvir apenas os violinos, as trombetas ou o piano. Ou ainda você pode votar em programas ao vivo, também pelo controle remoto. Todas essas aplicações podem, com maior ou menor sucesso, ser levadas para o rádio. Elas vão depender da capacitação das rádios transmissoras para suportar a interatividade e da imaginação de seus agentes”, observa. Assim como aconteceu em outras mídias, também os aparelhos de rádio, ou receptores, passarão por mudanças, a fim de atender à nova tecnologia. Grivet acredita, no entanto, que essas adaptações serão sutis, com os novos aparelhos sendo bastante semelhantes aos modelos atuais do rádio convencional, apenas acrescido de um controle remoto para facilitar a interatividade.
Os aspectos técnicos do sinal digital
Tecnicamente falando, de acordo com Marco Antonio Grivet, o rádio digital é a tecnologia de rádio que utiliza dígitos binários para transmissão da informação através do processo de modulação. Ele propõe uma analogia: os toca-discos de antigamente tinham sulcos impressos no acetato de modo que uma agulha, ao passar por este sulco, gerava um sinal elétrico que, quando amplificado e conectado a um alto-falante, produzia sons audíveis. Este processo é chamado de analógico. O rádio dito “analógico”, formado
por transmissões denominadas de AM e FM, obedece a uma lógica semelhante. Ainda segundo Grivet, no processo chamado “digital”, o sinal elétrico é convertido em outro, cujos valores possíveis são discretos e, por consequência, podem ser logicamente associados a uma sequência de 0s e 1s. Este processo recebe o nome de “digitalização do sinal analógico”. “Esta sequência é o que é fisicamente transmitido e, na recepção, ela é reconvertida no sinal elétrico capaz de ativar um alto-falante. A analogia agora é com o CD, que é uma superfície que contém uma sequência de ‘furos’, simulando a sequência de 0s e 1s mencionada”, elucida Grivet. Mas como funciona uma rádio digital? O professor explica que o som captado por um microfone (ou qualquer outro elemento sensor) é convertido em um sinal analógico de natureza elétrica, na qual sua intensidade em um determinado instante é diretamente proporcional à intensidade sonora no mesmo momento. No rádio analógico ou convencional, este sinal é transmitido pelo ar e recebido no receptor. Este o converte novamente em uma forma acústica, capaz de ser ouvido pelo ser humano. No rádio digital, há uma etapa intermediária, na qual o sinal elétrico é convertido em outro, apenas com níveis discretos. Este processo é desfeito no receptor, de modo a recuperar a informação sonora original.
Se do lado do ouvinte as mudanças técnicas serão pequenas, para quem pensa e faz o rádio no Brasil será necessária uma complexa adaptação. Segundo Marcson Muller, as rádios terão que rever seus conceitos de qualidade, uma vez que a possibilidade de oferecer um áudio melhor pode ter um efeito negativo, se não houver cuidados com níveis de gravação, compressão e processamento de som. Mais uma vez, vale a comparação com a TV digital. “No caso da TV, trocaram as câmeras, mas não prepararam a iluminação, a maquiagem e o cenário. Durante muito tempo, assistimos a artistas, apresentadores e repórteres expostos, parecendo fantasmas, por falta de um trabalho preventivo. Para esta migração, são necessários muitos testes antes de colocarmos em prática”, adverte.
DIVERSIDADE NA PROGRAMAÇÃO O diretor da FM O Dia, entretanto, não tem dúvida de que esse upgrade é necessário e que trará boas novidades para o ouvinte. “O mais interessante é a possibilidade de uma mesma rádio transmitir programações diferentes. Assim, a FM O Dia poderá transmitir, no mesmo dial, por exemplo, uma programação de pagode, outra de esportes, outra gospel etc”, ilustra. Para que essa nova rádio se torne, enfim, uma realidade no Brasil, falta o Ministério das Comunicações concluir os testes com os dois sistemas que estão sendo avaliados: o europeu (Digital Radio Mondiale, ou DRM) e o americano (In-Band on-Channel, ou IBOC). De acordo com o Ministério das Comunicações, os testes com o DRM estão praticamente concluí-
dos e os com o IBOC já começaram. A previsão era de que a etapa de avaliações fosse concluída ao final do primeiro semestre desse ano. “Após a análise técnica dos resultados de ambos os sistemas, terão início as discussões de indústria e relações internacionais para, somente então, definirmos o modelo a ser adotado. Além da questão tecnológica, esses fatores também serão levados em conta na decisão”, avisa Genildo Lins. Enquanto o gigante brasileiro permanece deitado eternamente em berço esplêndido também na questão do rádio digital, essa nova forma de comunicação já é uma realidade em 35 países e atinge 280 milhões de pessoas, com uma programação produzida por mais de 400 emissoras, além da já contar com receptores fabricados por 22 marcas.
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Lighting +
+Building 2012 Jamile Tormann é Projetista de Ilu-
Os LED inovadores e os OLED: soluções orientadas para o design com eficiência energética certamente serão o grande acontecimento dos próximos anos.
minação, arquiteta,especialista em iluminação e design de interiores e coordenadora Pedagógica dos Cursos de Pós-Graduação em Iluminação e Design de Interiores e Master em Arquitetura do IPOG.
N
os 240 mil metros quadrados do Fair and Exhibition Centre, 2.100 expositores de 52 países representados em grande harmonia participaram da sétima edição da LIGHT + BUILDING – Feira Bienal Internacional para Arquitetura e Engenharia em Frankfurt – Alemanha, que ocorreu de 15 a 20 de abril de 2012. O tema conversado e visto foi eficiência energética. Os mais de 180 mil participantes que percorreram a maratona de expositores e palestrantes foram de arquitetos e engenheiros, coordenadores e donos de empresas de iluminação, representantes de lojas, estudantes e negociantes. Depois da Alemanha, as dez principais nações dos visitantes são os Países Baixos, Itália, Áustria, França, Suíça, Grã-
Bretanha, China, Espanha, Bélgica e Suécia. Um desfile de sacolas e bolsas que promoviam marcas alertava que se sairia de lá com as mãos carregadas de informações e os olhos cheios de novidades... a mente repleta de ideias e vontade de criar... Dentre os diversos segmentos de iluminação representados, citam-se: sistema de computadores, automação e controle, materiais elétricos, iluminação residencial, comercial, industrial, decorativa e pública, LED’s, tecnologias de rede, sistemas de segurança, instrumentação (equipamentos de teste e medição). Dentre as empresas presentes destacaram-se: Philips, Osram, Siemens, Siteco, Thorn, Zumtobel, Ledon, Space Cannon, Trilux, Ludwig Leughten, Brumberg, Highlite,
Delta light, Lighttech, TrolLighting, Belux, Target, Tridonic. Atco, o genial e colorido stand da Spectral, LitePuter, Havell’s, Bega, Beckhoff, Erco com o conceito de iluminação e cenografia integrada, a Phoenix Contac com sua automação e controles, a Cezos Led, o designer ousado da italiana Nova Luci, a Martin com projetores arquiteturais e moving head de LEDs com o princípio do RGB, a Arri, com equipamentos de iluminação cênica e de televisão; e Highlite International, embora estivessem com o seu foco comercial voltado para a arquitetura e construção, razão de ser da Feira; além do Comitê Espanhol de Iluminacion e a Itália com suas luminárias e designers inovadores e ousados. Entretanto, percebe-se que o mundo da arquitetura rendeu-se aos conceitos da iluminação cênica. Automação e controle, mesas e computadores controlados por DMX e “wireless” (rede sem fio) são uma
amostra do que se pode ter em casa, desde que se possa pagar pelo projeto. Ambientes com várias cenas programadas, uma para cada dia, situação ou função; persianas e portas que se abrem e se fecham ao toque de um botão no controle remoto; cores criadas a partir do conceito do RGB para todas as situações do dia, as emoções do momento, o evento... o luxo. É o conceito de ter uma casa onde tudo muda, tudo é possível, tudo é eficiente. Aliás, o que conta é a criatividade e os LEDs facilitam ousar no designer das luminárias e nas mais variadas possibilidades que o criador tem. Controle de temperatura de cor, por exemplo, já não parece mais ser problema, aliás as vedetes eram os O LED’s e LED’s com troca de “Kelvin.” Uma das principais razões para esta mudança é a Diretiva EU 2009/125/EC, ‘Requisitos de EcoDesign para Produtos relaciona-
dos com Energia’ (ErP), que suprime progressivamente a iluminação pouco eficiente como as lâmpadas incandescentes e pretende promover reduções significativas nos ciclos de inovação e desenvolvimento, bem como nas fases de produção e o desenvolvimento de produtos alternativos. A principal força impulsionadora desta mudança tecnológica é o Díodo Emissor de Luz (LED). Os fatores preponderantes incluem o grande progresso feito na qualidade da luz, bem como a redução de preços em cerca de 50% nos últimos três anos. Este assunto reflete-se na variedade de produtos presentes na Light+Building 2012. Quanto aos softwares, havia um andar inteiro com Autodesk – Autocad, 3D Studio, Relux, Dialux e outros. Expositores com um grande banco de dados IES e DWG disponibilizando catálogos dos principais fabricantes de luminári-
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as. Fica a dica para empresas de iluminação cênica e “moving-head”: financiar a pesquisa de softwares para apresentação de projetos e distribuir gratuitamente as especificações de seus refletores, como: abertura de grau, peso, temperatura de cor, horas vida da lâmpada e consumo em ampére. Hoje contamos com poucos e muitas vezes demoram para renderizar. Dentre as personalidades que fizeram nosso encontro ter “aquele toque brasileiro” muitos estudantes brasileiros do curso de Pós-Graduação em iluminação e design de interiores do IPOG estavam presentes e com os quais pude trocar ideias acerca do evento e suas novidades. Seus principais interesses eram encontrar expositores internacionais, parceiros e fornecedores; procurar novos fornecedores; conhecer as tendências da iluminação e ver novos produtos bem como ampliar o network e encontrar os colegas de mercado profissional. Na Feira, tudo estava representado, da tecnologia LED, a fotovoltaica (painéis que captam a luz do sol e transformam em energia) e eletro-mobilidade, tecnologia com uso de eletricidade inteligente combinada com o
sistema de redes de comunicação internet, demonstrando que o mercado mundial de iluminação está em grande processo de mudança. No “Congress Center”, os debates e palestras giravam em torno dos temas sobre iluminação, construção, sistemas de computador para construção e iluminação e crescimento de energia eficiente em edifícios comerciais, para um público de aproximadamente 800 pessoas. Ouviu-se uma preocupação com a eficiência energética e o consumo de energia por parte dos equipamentos de iluminação e o descarte de lâmpadas atendendo às exigências do mercado atual. Uma mostra paralela de iluminação, o Luminale, ocorreu no mesmo período da feira, em que era possível ver expostos projetos de iluminação de exteriores assinados por diversos lighting designers, em 120 pontos da cidade, criando uma atmosfera luminotécnicaturística, transformando Frankfurt numa espécie de cidade da luz. Fruto das latentes necessidades e, sobretudo, da crescente demanda de mercado, nasce uma Iluminação mais flexível, dinâmica e adaptada; um novo modelo que integra forma e fun-
Os OLED - Organic Light-Emitting Diodes São uma solução orientada para o futuro. Irradiam uma luz suave e difusa e complementam perfeitamente os LEDs. Ainda numa fase inicial do seu desenvolvimento, o nível mais alto de eficiência é de 87 lm/W atingido por testes de laboratório em junho de 2011. No entanto, apesar de estarem com um nível superior em 40% desde a última medição, estes representam apenas 50% dos produtos de iluminação de LED convencionais na feira. À semelhança dos LED, os OLED são baseados em tecnologia semicondutora com a eletricidade a ser transmitida por uma ou mais camadas semicondutora extremamente finas encaixadas entre dois elétrodos. A cor da luz pode ser influenciada utilizando diferentes químicos produzidos a partir de materiais orgânicos, para obteremse resultados como luzes brancas agra-
dáveis. Sendo este um dos principais problemas para a iluminação cênica - baixos níveis de IRC (85). Os OLED têm um grande potencial em diversas áreas de aplicação. São extremamente finos e podem ser produzidos em praticamente qualquer forma. Este elevado nível de flexibilidade torna a aplicação muito atrativa para designers, fabricantes e também para o consumidor final, pois a base plana de luz adéqua-se bem à iluminação, ao mobiliário e também serve para criar ambientes arquiteturais. As primeiras impressões podem ser vistas através do trabalho de designers como Ingo Maurer, Dietmar Fissl, do estúdio 2DoDesign, o designer britânico Tom Dixon, os artistas da Random International e o estúdio de design Jason Bruges. Todos eles tentam dar uma ideia do potencial criativo dos OLED.
ção, técnica e emoção controlado pelos sistemas automatizados. O conceito de mudança de cenas, já utilizado pelos iluminadores de espetáculos há anos, agora integra o projeto dos lighting designers de interiores e, porque não, de iluminação de fachadas e monumentos históricos. A iluminação como conceito está presente nas casas, nos jardins, nas fachadas de edifícios, por toda parte. O principal atributo é a personalização dos projetos que combinam distintos elementos de técnica, cor e forma, compreendendo o ser humano contemporâneo como um ser dinâmico e sempre atualizado.
EXPOLUX 2012 Design, funcionalidade, sustentabilidade e tecnologia em um só produto A 13ª Expolux - Feira Internacional da Indústria da Iluminação, ocorrido
de 24 a 28 de abril de 2012 nos pavilhões Branco e Verde do Expo Center Norte, em São Paulo, recebeu aproximadamente um público de 200 mil visitantes formado por industriais, compradores, comerciantes nacionais e internacionais, incorporadores, arquitetos, engenheiros, projetistas, construtores, designers de interiores, revendedores, decoradores, lojistas e balconistas de materiais para construção.
Participaram da Expolux os setores de lâmpadas e starters; Reatores, Ignitores e Transformadores; Iluminação de Emergência, Iluminação Industrial e Comercial; Iluminação Pública, Iluminação Residencial e Decorativa com foco na tecnologia LED, de baixo consumo de energia, sistemas integrados, sustentabilidade e design. Os LED’s realmente vieram para ficar, mas não apenas para economizar energia ou pro-
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Está ocorrendo uma grande movimentação no mercado de iluminação, com a viabilização dos custos com equipamentos, lâmpadas e luminárias com tecnologia LED
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mover uma iluminação com maior rendimento lúmen/watts, mas porque possibilita formatos variados e abre para um mercado mais imaginativo e cenográfico que brinca com os espaços arquiteturais, nos quais o LED se mostra a alternativa mais viável em virtude do seu tamanho e flexibilidade em relação ao formato das lâmpadas fluorescentes e incandescentes. De acordo com o designer de luminárias da Phillips, Paulo Torniziello, além do apelo pela sustentabilidade ambiental, as empresas estão vislumbrando a sustentabilidade econômica e financeira em seus projetos. “Está ocorrendo uma grande movimentação no mercado de iluminação, com a viabilização dos custos com equipamentos, lâmpadas e luminárias com tecnologia LED. As consultas e cotações com soluções do tipo já representam um terço do mercado de iluminação e a tendência desse percentual é aumentar”, destaca o gerente comercial da Ledstar, Jin Ho Chung, expositora da Expolux. Em um clima de otimismo, o diretor da Feira, José Dagnhesi, ressaltou os investimentos realizados e a expectativa do crescimento no setor. “O Brasil vive um grande momento e os investimentos realizados na feira têm mostrado a capacidade de se expandir os negócios de iluminação no país”. Para a ABILUX o setor espera um crescimento de 12% durante todo o ano de 2012. Um dos fatores que deve contribuir para o desenvolvimento é a redução do IPI de 15% para 5% para luminárias e lustres anunciada pelo Governo Federal a partir de junho de 2012.
Outra solução interessante apresentada este ano no Brasil e no ano passado na Euroluce e Feira de Milão são os LEDS que mudam a temperatura de cor e dimerizáveis. Meu destaque este ano ficaria para a Lumicenter, com 23 anos de profissão e uns 10 anos de Feira. Foi sem dúvida no estande deles que recebi a melhor exposição “conceito” de seus produtos genuinamente brasileiros. A paixão com que Jair Jarek e Rafael Asme apresentaram o processo de criação e as características técnicas dos produtos foram de empolgar e me fazer sair de lá com vontade de especificar para as residências e comércios, pois os produtos conseguiram conjugar de forma inovadora design, funcionalidade, sustentabilidade e tecnologia em um só produto. É isto que esperamos da indústria brasileira, de seus designers e projetistas. Espero ainda que em 2014, a Expolux apresente um programa complementar de congressos, workshops, fórum de tendências e mostras especiais como o Brasil merece. O que significa que em termos de pesquisa e estudo o segmento de iluminação no Brasil está engatinhando. Mesmo com o tímido prêmio de design promovido pela ABILUX e exposto durante a Feira, o que vi foi muita ideia copiada e pouca inovação tecnológica, com raríssimas exceções. Lamentável, pois o Brasil é original e possui grandes nomes e mentes que o mercado internacional está de olho.
Para saber mais redacao@backstage.com.br
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Iluminação
para Repertório David Bosboom redacao@backstage.com.br Fotos: Internet / Divulgação
A Inglaterra tem uma tradição de apresentar uma variedade de peças encenadas que vai desde Shakespeare até George Bernard Shaw. Muitas vezes essas produções realizam espetáculos em noites alternadas, no mesmo teatro, como parte de seu repertório da temporada. Eles podem ter Hamlet em uma noite, seguido de Pygmaleão na noite seguinte. Nos EUA não é diferente. Companhias de teatro e companhias de dança regularmente apresentam diferentes programas em dias e noites alternados durante a semana na época de alta temporada. Como pode então cada produção dar conta adequadamente da iluminação em tantas produções em apenas um teatro?
A
resposta é fazer uma Iluminação para Repertório. Para aqueles que nunca ouviram falar, o termo é conhecido como “Repertory Plot”. Com muitos anos de existência, esse método oferece uma iluminação geral no palco para cada temporada. A iluminação para repertório divide em segmentos o palco, como que em áreas, criando “color washes” para a iluminação na frente, lateral e contra-luz em cada área. A essa técnica soma-se o controle do ambiente emocional “mood” e a intensidade em todos os espaços no palco. Nesta minha amostragem de luz ou Light Plot, eu poderia iluminar uma companhia de dança ou igualmente, de forma bem feita, uma peça de teatro. Eu
teria no meu exemplo de iluminação para repertório um circuito de luz quente (luz rosa claro) e um circuito luz fria (luz azul clara) para cada uma das seis áreas iluminadas juntamente com as laterais e a contra-luz. Ainda assim, cada peça de teatro ou dança, teria a sua marcação individual a que chamamos “specials”, ou seja, esse tipo de design de iluminação agregaria também aspectos individuais de cada produção. Um efeito “especial” é simplesmente uma luz, às vezes mais do que uma luz, necessária para um momento específico na dança ou peça de teatro, que será adicionada à sua iluminação para repertório. Em um ballet essa luz especial pode ser um feixe de luz que corta o palco de forma diagonal. Na peça de teatro essa luz especial pode ser, por exemplo, o destacar de uma cadeira com um feixe de luz que entra pela janela em uma noite de luar.
ILUMINANDO O INESPERADO Um designer experiente em iluminação para repertório irá adicionar circuitos extras de reposição apenas para essa finalidade, claro que tudo vai depender do seu orçamento. Em grandes produções sempre se colocam circuitos extras no repertório. A vantagem não passa pela questão financeira imediata, mas para se ganhar tempo quando o diretor precisa de uma única luz para a sua “nova ideia”. Planejar todas as necessidades de luz já conhecidas para a produção de um espetáculo é um fato, isso faz sentido para qualquer designer. Mas iluminar o inesperado acontece com os circuitos extras e com uma boa Iluminação de Repertório. Posso até ouvir você dizendo que as cores quentes e frias funcionaram muito bem ontem à noite com a companhia de dança, mas não tem nada a ver com a peça dramática da companhia de teatro de amanhã. E você está certo, mas a solução é simples. Vou explicar. Em vez de pendurar uma
nova iluminação para a companhia de teatro, apenas mude as cores quentes e frias dos circuitos pelas cores adequadas. Instantaneamente, você tem um novo projeto sem a necessidade de reinventar completamente a sua Iluminação para Repertório. Pode fazer a mesma coisa com a iluminação lateral e de contra-luz. Outra questão que pode surgir é que companhias de teatro e espetáculos no Brasil tem geralmente um orçamento pequeno para a iluminação. Diria que essa seria mais uma razão para que os teatros trabalhem com uma “Iluminação para Repertório”, que nada mais é do que o combinar de ideias, instrumentos e mais possibilidades para os diversos espetáculos. Existe uma profissão que resolve parte desse problema nos Estados Unidos, chama-se “Head Eletrician”. Essa função é padrão em todos os teatros, o “eletricista mestre” faz a triagem adequando o repertório do teatro para receber as diversas produções. Essa mesma ideia poderia ser implementada aqui no Brasil. Isso é feito através da cooperação entre o teatro, produtores e designers dividindo o uso da iluminação, espaço nas varas, custos do aluguel de equipamentos, uma economia que gera mais opções para todos. Produtores gostam de economizar dinheiro e designers podem usar mais instrumentos em seus designs de iluminação. Todo mundo ganha, cooperando e compartilhando equipamentos e ideias. Vamos supor que você tenha três shows rodando “back-to-back”, um atrás do outro, em seu teatro. Usando o sistema de Iluminação para Repertório você coloca as cores corretas nos instrumentos de luz geral, adapta as informações com os lighting designers de cada espetáculo e grava em pastas separadas todos os cues na mesa de luz. Agora você tem três espetáculos gravados para a sua temporada. No dia da apresentação, você simplesmente recarrega o design do espetá-
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Fig. 1
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Sempre digo e repito, não importa qual ferramenta você utiliza, o importante é ter um registro no papel. Caso você não tenha acesso a computadores e programas use a forma antiga, bloco de papel e lápis, mas faça o seu registro
culo já gravado na mesa de luz e, simplesmente, coloca em cada instrumento as cores corretas da apresentação daquele espetáculo. Sugiro que tenha separado envelopes com as cores de cada show para facilitar o seu serviço. Garanto que isso vai lhe poupar tempo. O que você quer evitar é, no troca-troca, ter que ir à caça de mais um corte da gelatina que se perdeu. Quanto a salvar as três produções no disco da mesa de controle, um ponto importante é que deve-se ter mais do que uma cópia dos movimentos e cues. Não dá para confiar apenas na mesa para gravar toda a programação. Seria um desastre descobrir que sua marcação misteriosamente sumiu ou que seu arquivo se corrompeu no HD da sua mesa de luz. Meu conselho é: sempre faça um backup do seu trabalho no pen drive, fazendo sempre uma cópia também impressa. Pode ser que nunca vá precisar, mas se você precisar, e não tiver, vai sentir-se um mau profissional com os acontecimentos que poderiam ter sidos evitados com uma simples cópia extra de segurança. Cópias impressas de todos os circuitos, dimmers, canais, posições e cores facilitam
encontrar a informação de até uma única luz no palco. Dê uma olhada na primeira página do meu channel hook-up. (Fig.1) Lendo a primeira linha superior do canal número 1 você verá que o paperwork mostra um tipo de luz, a sua posição, cor, além do dimmer que é controlado por este canal (lembre-se que um canal pode controlar muitos dimmers, mas um dimmer pode apenas ser endereçado a um canal).
ORGANIZANDO A INFORMAÇÃO Existem muitos programas que podem ajudar a organizar esta informação. Eu gosto do Lightwright, porque verifica possíveis erros de cálculo no seu paperwork. Mas pode-se também usar WYSIWYG ou um arquivo em Excel para registrar informações. Sempre digo e repito, não importa qual ferramenta você utiliza, o importante é ter um registro no papel. Caso você não tenha acesso a computadores e programas use a forma antiga, bloco de papel e lápis, mas faça o seu registro. No meu exemplo de iluminação para Repertório (Fig.2), dividi o palco em seis áreas, mas a ideia de luzes quentes e frias adaptei do conceito de Stanley McCandless, no livro Syllabus de Iluminação Cênica. Note que no design de Ilu-
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Fig. 2
minação para Repertório apenas aponto a posição da luz e um número de referência do instrumento, mas não incluo nenhuma outra informação. Isso porque a Iluminação para Repertório será usada para uma variedade de espetáculos. Você pode imprimir uma cópia da sua ilu-
Fig. 3
minação para repertório no papel e depois marcar todas as luzes especiais para cada produção em cores diferentes. Todos os outros detalhes, como cor do gel, canal, dimmer, gobos, e a finalidade de cada luz deve ser impressa no seu papel chamado “Chanel hook-up” e na
sua lista de instrumentos, ou “Instrument Schedule”, como se pode ler no programa Lightright. Outro papel importante que deve ser feito é uma lista completa de sua afinação. (Fig.3). Ou seja, um registro completo de todos os instrumentos de luz afinados no palco. O chão do palco transforma-se em uma grade matriz. Normalmente, a linha da cortina é o marco zero na sua primeira linha de grade. O zero absoluto é marcado no meio dessa primeira linha, que é o centro do palco. A posição zero seria então o centro, onde teremos números do centro para a esquerda e números do centro para a direita. Depois, é necessário traçar do ponto zero uma segunda linha perpendicular à linha da cortina: essa é a linha do centro do palco. Marque traçados em incrementos de um metro em ambas as linhas da cortina e do centro do palco. (fig.) Se você tiver instrumentos de iluminação que ultrapassem a linha da cortina para a frente, usa-se um número negativo até alcançar a borda do palco. Com uma simples grade X-Y você pode mostrar a posição exata de qualquer instrumento de
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Fig. 4
luz sobre o palco. Você também pode marcar na sua grade de afinação outro tipo de informação, tal como o ângulo do filamento do seu PAR64, se você usa uma faca no seu elipsoidal para afastar uma luz de um local específico (cortina, cenário), ou qual o tipo de gobo usado naquele instrumento de luz. Como exemplo, (Fig.4), tenho a luz número 1 na posição P-E (plateia esquerda) iluminando a área “A” que está à frente do palco direito. As coordenadas na grade X-Y para esta luz seria 3D+1. Ou seja, três metros à direita do centro e um metro acima da linha da cortina. Como eu cheguei nessa coordenada e localização na grade? Fiquei em pé no palco, acendi a luz específica e me coloquei na frente do ponto mais brilhante. Olhando direto para a luz, veja o filamento da lente, esse é o centro da luz. Depois olhe para o chão e anote o número das coordenadas na grade X-Y. Com prática é possível anotar todas as coordenadas enquanto você afina sua luzes no palco, mas caso não disponha de tempo ou de um assistente, sugiro que ache o tempo necessário para criar esse registro da afinação de todo o espetáculo. Com esses dados anotados você pode reafinar qualquer instrumento de luz em qualquer circunstância. No caso da Iluminação para Repertório, luzes são às vezes empurradas nas movimentações de cenário ou por ajudantes menos experientes. Esse registro é permanente e importante caso seu espetáculo mude para outro teatro ou faça uma turnê. Este processo de paperwork elimina adivinhações, você sabe com exatidão aonde a sua luz deve ficar. Agora você sabe que uma Iluminação para Repertório serve como base para vários espetáculos e eventos. Você criou uma iluminação específica para cada um desses espetáculos, seus pontos especiais, bem como um paperwork específico para cada apresentação. Todos os seus movimentos de luz foram criados, salvos na mesa de luz e você tem um back-up de tudo. Além de ter toda a informação nas mãos para eventuais afinações rápidas que se façam necessárias. Finalmente posso acrescentar que uma Iluminação para Repertório é uma grande ferramenta de economia de tempo para o lighting designer sem comprometer a criatividade. Arte é o que o lighting designer cria no palco. A criatividade vem no uso de cores, ângulos, intensidades e a capacidade de se criar um ambiente com todas as transições necessárias, de momento a momento, usando todos os recursos disponíveis no palco. A Iluminação para Repertório é a gestão da tecnologia que é logicamente organizada e criada por você.
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LEITURA DINÂMICA| www.backstage.com.br 120
Demonstração impecável, com direito a especialista vindo direto da Alemanha, o evento promovido pela Decomac Pro e pela d&B Audiotechnik, no dia 9 de maio, em São Paulo, quando foi apresentada a Série V de line array e subwoofer d&b audioteknik, contou com a presença de importantes nomes do áudio. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação
Série V é apresentada EM SÃO PAULO C
entenas de pessoas, entre pazeiros, donos de locadoras e imprensa especializada, lotatam um dos salões nobres do Hotel Holiday Inn, no Anhembi, não apenas para ouvir as especificações técnicas, mas também para comparar in loco a potência que cada sistema das linhas Q, J e V produz. O encontro, que foi seguido de coquetel, contou com as explicações técnicas do especialista alemão Stefan Goertz, gerente de projeto e educação da d&b
audiotechnik, sobre o funcionamento da série V. Além das especificações, Stefan falou sobre os rigging de sustentação do sistema. Um dos pontos altos do encontro foi o momento da demonstraçao da linha V, que se junta a outras linhas já comercializadas pela empresa como a “Q” e “J”. A nova linha conta com duas caixas com resposta de frequência entre 67 Hz e 18 kHz, sendo que o modelo V8 tem uma dis-
Ao centro, Guillermo e Macaio
Em um primeiro momento foram comparadas 5 caixas J8 com dois subs. Logo em seguida, foi a vez Evento foi prestigiado por empresários e técnicos do setor de áudio de o sistema V5, com seis caixas e persão nominal de 80 graus dois subs, ser deenquanto o modelo V12 conmonstrado. ta com uma dispersão de 120 A cada momento graus. A linha ainda tem o Vem que os sistemas Sub, um subwoofer cuja reseram colocados em posta de frequência abrange evidência, um faentre 37 a 115 Hz. cho de luz iluminava aquele que estava em execução, de forma que nao desse margem de dúvida sobre qual som Stefan fala sobre as especificações técnicas da Série V estava sendo reproduzido, apenas mais um detalhe para Para comparar a eficiência, os compor a impecável apresentação. presentes puderam ouvir literalStefan ainda aproveitou a demente e comparar o som dos sismonstração para falar do software temas. Stefan, após explanar sode simulação de cálculo da d&b. bre as qualidades de cada linha, Embora os sistemas “falem” basdeu início a uma série de exe tante e tenham impressionado, cuçoes musicais, contemplando não foi possível, no entanto, oudiversos estilos, e pediu para que vi-los na melhor performance, cada um, em vez de ficar em apecomo enfatizou Stefan. Isso pornas um lugar do salão, se desloque, como a demonstração foi casse para outros pontos. O objedentro de um local fechado, o tivo era que, a partir de ângulos som ficou limitado. diferentes, os participantes tiO evento contou com a presenvessem a ideia real do som produça de Guillermo Distefano, da zido pelo sistema que estava senDecomac Pro. do executado. Técnico opera mesa de som na demonstração
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MARCHA PARA JESUS NO RIO DE JANEIRO O evento aconteceu no dia 19 de maio, reunindo artistas evangélicos nacionais e internacionais na Central do Brasil. A marcha, que teve trios elétricos, seguiu até a Cinelândia onde aconteceu a concentração e ministração de pastores, além de shows evangélicos. O evento foi coordenado pelo Conselho de Ministros Evangélicos do Estado do Rio de Janeiro.
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BOAS NOVAS | www.backstage.com.br
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EDU PORTO CONTRA O CRACK O cantor Edu Porto participou, em abril, do evento Crack, tire essa pedra do seu caminho, em Minas Gerais. Além de shows gospel do cantor no local, o evento ofereceu serviços de ação social, como inscrição gratuita em cursos profissionalizantes, encaminhamento para o mercado de trabalho e cadastramento nas atividades esportivas oferecidas pelo movimento de jovens da Igreja Universal do Reino de Deus.
Para a Nossa Alegria traz Êxodos de volta Os mais de 15 milhões de acessos alcançados pelo vídeo caseiro Para a Nossa Alegria, produzido pelos irmãos Jefferson e Suellen Barbosa, que aparecem cantando a música Galhos Secos – sucesso nos anos 70 da banda Êxodos –, colocou o grupo novamente em evidência. Considerada vanguardista ao extremo, e por isso discriminada no segmento gospel nacional naquela época, a banda viu um de seus maiores hits mantendo-se ao longo dos anos através de mais de trinta regravações de cantores diversos. Além de Galhos Secos (dos autores e membros da banda Osnyr e Osvayr Agreste), canções como Maravilhas, Fim da Viagem e Jesus é a resposta também fizeram sucesso entre o público gospel, a despeito da resistência das denominações evangélicas mais conservadoras. Agora, com o estouro do vídeo no Youtube, a banda, que costumava receber no máximo dois emails por semana, viu o correio eletrônico travar com mais de duas mil solicitações a serem respondidas. “Estamos felizes com a evidência súbita, pois apesar de termos o CD master com 13 músicas disponível para venda, um convite de gravadora seria bemvindo”, diz o baterista da banda, Edson Donizetti. Já os irmãos Jefferson e Suellen Barbosa, que produziram o vídeo caseiro cantando Galhos Secos e atraíram milhões de acessos no Youtube, foram contratados pela gravadora paulista Salluz. Dirigida pelo músico Paulo Cesar Baruk, a gravadora resolveu convidar os jovens para a gravação de um CD, que deverá ser lançado ainda em junho deste ano.
Jars of Clay
Aline Barros
A banda cristã Jars of Clay lançou para download gratuito um EP contendo seis músicas. As canções são uma amostra da nova turnê que a banda realizará juntamente com Matthew Perryman Jones e a banda Leagues. Para celebrar a tour, o EP contém duas músicas de cada artista. Junto do download, os fãs podem realizar doações, que serão revertidas integralmente para a Missão Blood:Water, que auxilia pessoas em locais da África onde a água é escassa.
Disco de Diamante A faixa Ressuscitame, que faz parte do repertório do CD Extraordinário Amor de Deus, da cantora Aline Barros, atingiu a marca de um milhão e meio de visualizações no Youtube. A música, que já superou a marca de 300 mil cópias, rendeu à cantora um Disco de Diamante.
ROBINSON MONTEIRO TEM NOVO PROJETO Depois de assinar seu contrato com a Sony Music, o cantor Robinson Monteiro já começou a trabalhar na seleção de repertório para seu novo trabalho. Em parceria com o produtor Paulo César Baruk, o cantor começou a ouvir as composições para seu novo projeto. O CD deverá ter umas duas canções românticas, muita música pop pentecostal, um pouquinho de black music e mais umas músicas pop no melhor estilo Whitney Houston.
SHIRLEY CARVALHAES EM FASE FINAL DE PRODUÇÃO A cantora Shirley Carvalhaes finalizou a sessão de fotos para o projeto gráfico de seu novo CD, o primeiro pela Sony Music. Shirley também gravou uma faixa romântica exclusiva para a versão do iTunes de seu novo trabalho.
SAXOFONISTA ESDRAS GALLO LANÇA TRABALHO SOLO Reconhecido por participar e produzir trabalhos ao lado de grandes nomes da música gospel nacional e internacional, o saxofonista Esdras Gallo lançará disco solo pela gravadora Canzion Brasil, de Marcos Witt. Esdras também participou da formação do coral Renascer, onde atua como produtor e arranjador há vários anos.
DIANTE DO TRONO, BÍBLIA E HOTSITE Durante o 13º Congresso de Louvor e Adoração, em abril, o grupo de louvor Diante do Trono anunciou que lançaria uma bíblia comemorativa dos quinze anos do Ministério, além de um hotsite com informações sobre a trajetória do grupo e a evolução do Ministério. A data ainda não foi confirmada.
EM FAMÍLIA O programa Aline Barros Em Família estreou dia 21 de abril na rádio 93 FM e contou com a participação especial do pastor Gilmar. Com assuntos que focam desde a infância até a terceira idade, o programa pretende ser um agregador de valores à família e vai ao ar todos os sábados, às 20h, e também pela internet através do site da emissora: radio93.com.br
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Lançamentos Inesquecível Estevam Hernandes O CD e DVD contam com 13 músicas que marcaram a vida e o ministério do apóstolo e de toda uma geração, como Sepulcro Caiado, Cristo ou Barrabás e Grito de Alerta. Com o pré-lançamento realizado no iTunes, chegou a figurar entre os 10 álbuns mais baixados (top 100 nacional/internacional), chegando ao sexto lugar no ranking.
Reconstruindo os muros Conexão ZL Utilizando elementos da cultura hip hop, street dance e rap para atrair jovens da periferia que não frequentam igrejas, o Conexão iniciou um projeto de distribuição de CDs evangelísticos, de forma gratuita, intitulado Reconstruindo os Muros. Inicialmente, a quantidade de CD’s distribuídos foi de cinco mil exemplares, porém a meta para 2012 é mais ambiciosa: 30 mil CDs ao longo do ano.
Hinos da Harpa Cristã Marcelo Santos Em comemoração aos 90 anos da Harpa Cristã, a gravadora Patmos Music lança o CD Hinos da Harpa Cristã Acústico na voz de Marcelo Santos. O CD terá onze músicas e produção de Melk Carvalhedo. É o sétimo álbum do cantor Marcelo Santos, que traz o jazz como ritmo.
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Pra te adorar Moisés Nazareth O repertório foi composto por sucessos do Diante do Trono para que o músico trompetista Moises Nazaré lançasse seu primeiro CD solo, com participações especiais de André Valadão, Israel Salazar e Ana Paula Valadão, com destaque para a faixa Salvar. Já a faixa Pra Te adorar está disponível para download em sites de música gospel.
Glória e honra Nivea Soares O CD foi gravado ao vivo na Igreja Batista Central em Belo Horizonte, Minas Gerais, com mixagem de Gustavo Soares e masterização de Chris Athens, no Sterling Sound, de Nova Iorque. As canções deste novo trabalho enfatizam as obras de Jesus durante sua passagem no mundo.
Boas Notícias Sérgio Marques & Marquinhos O título do álbum é a música de trabalho que transmite mensagem de fé e esperança. “Queremos dizer aos irmãos que Deus sempre tem Boas Notícias”, afirmou a dupla. Com 14 canções, o trabalho está bem diversificado e tem uma linha sertanejo universitário.
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LUIZ CARLOS SÁ | www.backstage.com.br 128
Betão, percussionista, corpo de MMA e cabeça de zen-budista Denise Boca Divina, vocal e ombro de apoio do canário Diego, o tecladista gozador Serginho-quero-o-meu, vocalista mercenário Humberto, o saxofonista fanho por vício profissional Nelson Bozó, o baixista-tiete Carlinhos Távora, o canário própriamente dito Bebel Távora, cara metade de infinita paciência, zelo e ferocidade E mais os outros que virão... Em meio à poeira levantada pela freada do ônibus no acostamento, nossos amigos assistem, incrédulos, a figura antes imaculadamente branca e negra – agora também com tons marrons – de irmã Maria (muito a propósito) do Socorro emergir do caos como uma san-
Vai de Van CAPÍTULO 3
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ra quem não leu os dois capítulos anteriores: numa gig chefiada pelo veterano e experiente empresário Romildo de Paula, a caquética van de Everaldo dos Santos leva a banda do quase-que-muito-famoso Carlinhos Távora para um show a mais de quatrocentos quilômetros de distância. Mesmo precisando da merreca, a banda está irada e desconhece que nosso distinto canário, que se pela de medo de asas em geral, foi de avião de carreira e não de teco-teco, como o imaginoso Romildo fez crer a todos. Romildo recebe então um telefonema do nosso astro dizendo que o show foi cancelado em virtude da morte da sogra do prefeito, fulminada pela emoção de ter sido beijada pelo “famoso”. Piorando a coisa, a van enguiça. Um ônibus colegial com freiras e suas alunas vem socorrer os músicos. Facilitando a vida dos leitores, cá fica a lista de personagens, por desordem de entrada: Romildo, o empresário Everaldo, o motorista Cordélio Graça, o guitarrista – magro, alto e de voz finiiinha... Toninho Franciosa, o baterista mal humorado
ta levitada. Denise Boca Divina tem uma epifania imediata e cai de joelhos diante da freira: - Caraca! Uma santa! - Que é isso, menina! Levanta daí! – a irmã, uma toupeira de míope, mas cheia de modernidade, ergue Denise enquanto dirige a ela um olhar desconfiado: – Você fumou o quê? Diego rompe numa gargalhada incontida: - Ela não fuma não, dona freira, ela é assim mesmo de nascença! - Cala essa boca, Diego! – interrompe Romildo – Desculpe, irmã... - ...Maria do Socorro. - Estamos aqui numa situação catastrófica... Romildo, só mesmo da sua cabeça poderia sair essa ideia: pegar uma
LUIZCARLOSSA@UOL.COM.BR | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM carona até Guacapitanga, convencer o prefeito a voltar atrás no cancelamento e agraciar a cidade com mais uma fabulosa exibição do inimitável Carlinhos Távora, agora em homenagem à saudosa memória de D. Pinguinha, quer dizer, dona Beatriz Alvarenga, a fã número 1! E visto que pra você, Romildo, ex-entregador de pizza, servente do INSS e camelô (isso tudo, claro, fica entre nós!) o impossível é apenas mais uma polissilábica paroxítona, o ônibus do SacréCoeur ruma agora para Guacapitanga, fazendo um pequeno desvio de cento e cinquenta quilômetros do destino original, desvio esse concedido em troca de uma jam session a bordo com a inclusão da popular “Dominique”, sucesso mundial em 1963 da freira belga Soeur Sourire, como lembrou a míope, idosa, porém extremamente lúcida irmã Socorro, tão lúcida ela que lembrava da letra no original francês, aprendido e apreendido rapidamente por Boca Divina. O que não impediu a banda de tocar também “Sympathy For the Devil” dos Stones num fantástico arranjo acústico feito na hora e conforme as possibilidades instrumentais à mão. Enquanto a banda, as freiras e a garotada se divertiam à vera, você, Romildo, prosseguia com seu plano: trancado no banheiro do sacro ônibus ligou para o celular do prefeito: - Doutor Silas, é o Romildo Braga, empresário do Carlinhos Távora... Antes de qualquer coisa, meus sentimentos... - Sentimentos do quê, seu Romildo... – a voz do doutor Silas soava um pouco embargada, no meio de uma zoeira de gente. (Um bar, Romildo? O prefeito estava tomando umas?) – a velha já foi tarde! Aquilo era uma onça enjaulada, seu Romildo, uma onça! Ela só sossegava quando ouvia os discos do seu Carlinhos! Às vezes a gente não acredita nas oportunidades que a vida nos proporciona. Mas Romildo, não. Romildo era um crente, um oportunista, um otimista que acreditava nos atalhos, nas veredas, nas entradas ocultas, nas réstias luminosas que apareciam por baixo de portas esquecidas. Entre ouvir o desabafo do prefeito e convencê-lo de que o cancelamento seria um atentado à memória da odiada sogra que dona Verbena, primeira dama do município, encararia como grave desfeita de corpo presente foi coisa de poucos minutos. E em menos minutos ainda, doutor Silas voltava com a resposta:
- Ô seu Romildo, falei com a patroa. O senhor é porreta, seu Romildo! Foi como o senhor disse: uma homenagem à memória da bagaça véia! Não acredito, seu Romildo! A patroa até chorou no telefone! Aquilo não chora nem em enterro de anjinho! Naquela noite Guacapitanga parou, o que não era muito difícil visto que a cidade não chegava aos vinte mil habitantes... Mas parou com alma. Carlos Távora fez o show da sua vida, apoiado por uma banda renovada pela agradável tarde musical com as freiras e os préadôs. O público foi ao delírio, embalado não só pelo espetáculo impecável, mas também pelas emocionadas palavras do doutor Silas na abertura do show, por sua vez emolduradas por uma tremenda queima de fogos que fizeram a alma de Dona Pinguinha subir com mais força ainda ao Céu das velhinhas pinguças. Doutor Silas foi à forra da sogra ali mesmo, garantindo uma reeleição precoce. O voo de Carlinhos partiria no dia seguinte de Pedra Grande, a metrópole mais próxima, para onde o canário sairia depois do almoço. Mas às nove da manhã, ele foi acordado por enérgicas batidas na porta do quarto. Ainda estremunhado pela farra que varara a madrugada e com as costas doendo por força dos vigorosos tapas de aprovação que o doutor Silas não cansara de pregar em suas costelas noite adentro, Távora abriu uma fresta da porta. Surpresa: a banda toda estava ali fora. E antes que Carlinhos pudesse pensar, como normalmente pensaria, que se tratava de uma homenagem a ele pelo grande show da véspera, o mal humorado Toninho Franciosa falou: - Ou nós no voo... E Beto Percussionista rosnou, sério como nunca: - Ou você na van... E da boca divina de Denise ele ouviu o inesperado restante do ultimato: - Ou arranja outra banda. Romildo, você pode até ser um pouco doido, mas não rasga dinheiro. De Pedra Grande pra São Paulo de avião é um bom pedaço de céu, fora o excesso de peso do equipamento. E essa banda, Carlinhos, não é de se jogar fora. Talvez seja a última banda decente que você vai conseguir para acompanhar o assim honroso e digno final de sua longa carreira. Então, olhe bem para a velha Besta do Everaldo, ressuscitada pelas mágicas mãos de um mecânico de estrada, estacionada ali bem em frente ao hotel e ouça o conselho do seu empresário de tantos anos: - Vai de van, Carlinhos. Vai de van. O único ruído que se ouviu naquele quarto depois das sábias palavras de Romildo foi o de duas passagens de avião sendo rasgadas.
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