Revista ABCFARMA de Março de 2013 by ABCFARMA ABCFARMA

Março 2013

PUBLICAÇÃO DIRIGIDA AOS MÉDICOS, FARMACÊUTICOS, 1 2/20/13 6:07 PM ODONTÓLOGOS, PRESCRITORES E DISPENSADORES DE MEDICAMENTOS PARA ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL

AF_MG_ Capa ABC Farma - antigripais_2_2013-02.pdf

Uma linha completa de antigripais para atender as diferentes necessidades de seus clientes.

APRACUR: maleato de clorfeniramina 1 mg, dipirona sódica 100 mg e ácido ascórbico 50 mg. MS 1.7287.0002. Indicações: tratamento sintomático da gripe, resfriado. BENEGRIP: dipirona sódica 500 mg, maleato de clorfeniramina 2 mg e cafeína 30 mg. MS 1.7817.0092. Indicações: tratamento sintomático da gripe e resfriado. Coristina D*: ácido acetilsalicílico 400 mg, maleato de dexclorfeniramina 1 mg, cloridrato de fenilefrina 10 mg e cafeína 30 mg. MS 1.7287.0485. Indicações: tratamento das dores e febres, para a congestão nasal e alívio da coriza associadas ao estado gripal e do resfriado comum. Coristina Vit C: ácido ascórbico 500 mg.MS 1.7287.0492. Indicações: suplemento vitamínico auxiliar do sistema imunológico, como antioxidante e na convalescença; suplementação de vitamina C na gestação e aleitamento; suplementação de vitamina C na cicatrização. FLUVIRAL: paracetamol 400 mg, maleato de clorfeniramina 4 mg e cloridrato de fenilefrina 4 mg. MS 1.7817.0033. Indicações: tratamento para os sintomas da gripe e resfriado. Fevereiro/2013

Apracur, Benegrip, Coristina e Fluviral são medicamentos. Durante o uso, não dirija veículos ou opere máquinas, pois sua agilidade e atenção podem ser prejudicadas. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. *ESSE MEDICAMENTO ƒ CONTRAINDICADO EM CASOS DE SUSPEITA DE DENGUE.

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Alivia a dor, melhorando o bem-estar. Referência comercial:

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PontinTM – ácido mefenâmico. Reg. M.S.: 1.0047.0298. Apresentações: Embalagem contendo 10, 20, 24, 30, 40, 100, 120, 200 ou 400 comprimidos contendo 500 mg de ácido mefenâmico. Indicações: Para o alívio sintomático de artrite reumatoide , osteoartrite e dor, inclusive muscular, traumática e dentária, cefaleias de várias etiologias, dor pós-operatória, pós-parto e dismenorreia primária. Menorragia disfuncional ou por uso de DIU, Síndrome pré-menstrual. Contraindicações: Não deve ser usado em pacientes com história prévia de hipersensibilidade ao princípio ativo. PontinTM não deverá ser administrado a pacientes que apresentem sintomas de broncoespasmo, rinite alérgica ou urticária induzidos por estes medicamentos. É contraindicado em pacientes com sintomas de úlcera péptica ativa ou inflamação crônica do trato gastrintestinal superior ou inferior. PontinTM deve ser evitado em pacientes com disfunção renal. Precauções e advertências: avaliar posologia em caso de diarreia. Pacientes tratados cronicamente com AINEs podem apresentar toxicidade gastrintestinal séria como hemorragias, ulceração e perfuração, com ocorrência ou não de sintomatologia prévia. Cuidados especiais com drogas que podem aumentar o risco gastrointestinal e em pacientes com história de doenças gastrintestinais. Cuidados são requeridos em pacientes com histórico de hipertensão arterial e/ou doenças cardíacas, assim como insuficiência renal. O tratamento não deve se prolongar por mais de 7 dias. O produto deve ser descontinuado em casos de erupção cutânea. Foram relatados casos de nefrite intersticial aguda com hematúria, proteinúria e síndrome nefrótica. Foi observada toxicidade em pacientes com condições pré-renais determinando redução do fluxo sanguíneo renal ou do volume sanguíneo. Pacientes com sintomas e/ou sinais sugestivos de disfunção hepática ou teste funcional hepático alterado, devem ser avaliados. Não é recomendável utilizar a medicação na gestante ou na amamentação. PontinTM tem-se demonstrado eficaz para dor em adolescentes acima de 14 anos de idade. Interações medicamentosas: A administração concomitante com drogas anticoagulantes requer monitorização freqüente do tempo de protrombina.Corticosteroides: maior risco de ulceração ou perfuração gastrintestinal. Agentes anti-plaquetários e inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS): maior risco de sangramento gastrintestinal. Anticoagulantes: AINEs podem aumentar os efeitos dos anticoagulantes,como o da varfarina. Reações adversas: As reações adversas mais freqüentes referem-se ao trato gastrintestinal. As reações gastrintestinais mais comumente relatadas são: diarreia, náuseas com ou sem vômitos e dor abdominal. Podem ocorrer úlceras pépticas, perfuração ou sangramento gastrintestinais, algumas vezes fatais, principalmente em idosos. Posologia: A dose recomendada é de 500 mg, três vezes ao dia. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Lote, data de fabricação e validade: vide cartucho. SAC- 0800-4009192. Versão fev 2012- 46020971 BU PONTIN.indd. Reg M.S 1.0047.0298.002-1.

Contraindicação: Não deve ser usado em pacientes com história prévia de hipersensibilidade ao princípio ativo. Interação medicamentosa: Corticosteroides: maior risco de ulceração ou prefuração gastrintestinal.

Março/2012

Caixa com 24 comprimidos contendo 500 mg de ácido mefenâmico

SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO

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14/03/2012 12:18:53

Editorial

LEI 5991:

40 anos de excelentes serviços

Lei 5.991/73, entre outras normas, rege o comércio de produtos farmacêuticos. Em data anterior a 1973, o Conselho Federal de Farmácia e a Secretaria de Vigilância Sanitária, veri�icando que as normas existentes não atendiam às necessidades da �iscalização, nomearam dois ilustres professores para elaborar um projeto que se tornaria lei. O trabalho foi desenvolvido pelo farmacêutico Professor Aleixo Prates e pela farmacêutica Professora Elza Pêssego. Ao tomarmos conhecimento do anteprojeto e analisando o mesmo, veri�icamos que o comércio farmacêutico não estava incluído no corpo do texto. Sem falsa modéstia, quero registrar para a posteridade o trabalho que então desenvolveram José Moreno, o deputado federal e líder do governo na Câmara Cantídio Sampaio e eu, Pedro Zidoi. O anteprojeto tecnicamente era perfeito, separado por capítulos, mas faltava nele contemplar o canal que faz os medicamentos chegarem aos doentes em todos os rincões do território nacional: - as farmácias. Na época não existia o sistema de drogaria com venda aos consumidores,

drogarias eram empresas atacadista que atendiam farmácias. Mais: incluímos no anteprojeto os chamados correlatos, os postos de medicamentos, o distribuidor, os produtos dietéticos, e formulamos o indispensável capítulo relativo ao Comércio Farmacêutico. Determinamos, entre outras posturas, que: a dispensação de medicamentos é privativa de farmácias, drogarias, postos de medicamentos e unidades volantes e dispensário de medicamentos. Por que unidade volante? Essa modalidade de dispensação de medicamentos foi criada para atender às populações do Norte do país, que se agrupam às margens dos rios e que recebem medicamentos e pro�issionais da saúde por barcos. Criamos também o capítulo da Farmácia Homeopática e o da assistência e responsabilidade técnica. Como os responsáveis técnicos compareciam ao estabelecimento apenas um dia por mês, só para assinar documentos e receber o salário, determinamos sua presença diária obrigatória. Com essa medida, acabamos com a responsabilidade à distância.

Pedro Zidoi

Presidente

Mantivemos o direito de farmácia e drogaria prestarem o serviço de aplicações de injeções, sempre a cargo de pro�issional habilitado. Aprimoramos o licenciamento das empresas e normas para as mudanças de locais de funcionamento. Estabelecemos normas para provisionamento. Com essa medida, expandimos a abertura de faculdades e, nos dias de hoje, estamos quase preenchendo todas as vagas com esse pro�issional, o farmacêutico, nas farmácias e drogarias de todo o país. Por �im, incluímos no �inal do nosso trabalho art. 58, norma magna estabelecendo que a manipulação de medicamentos magistrais e o�icinais é ato privativo de farmacêuticos. Essa determinação é encontrada no Decreto 20.377/31 Se me perguntarem se foi fácil aprovar a Lei 5.991/73, eu digo que não. Foram incontáveis minhas viagens a Brasília para debater o projeto no Congresso Nacional. Quantos e quantos pormenores! Mas o que realmente interessa neste momento, é que ainda em pleno vigor a Lei 5.991/73, está completando 40 anos, é o futuro que construímos no dia a dia, aproveitando os conhecimentos obtidos na longa caminhada de nossa existência.  REVISTA ABCFARMA | MARÇO/2013 | 03

Índice 36 INVERNO

03 EDITORIAL

É resfriado ou gripe? Os sintomas podem confundir. Como distinguir?

O tema do presidente Pedro Zidoi é os 40 anos da Lei 5991, que regula o comércio farmacêutico

58 ADMINISTRAÇÃO

06 PÁGINAS AZUIS

Nesta edição, o economista Geraldo Monteiro fala sobre a importância das parcerias

Um toque muito importante O Dr. Antonio Carlos Pompeo explica os mistérios da próstata

14 QUALIDADE DE VIDA Segurando as pontas A Dra. Erica Mantelli fala da incontinência urinária

60 GERENCIAMENTO O Supervarejo O professor Mauro Pacanowski fala sobre a pequena e média farmácia

62 GESTÃO DE NEGÓCIOS Membros em harmonia O consultor Américo José em mais uma de suas fábulas corporativas

20 NEUROLOGIA

66 MERCADO

Sete sinais de alerta Dor de cabeça pode ser aviso de coisa mais grave

Uma visão estratégica Um programa da IMS Health ajuda a farmácia a fazer seu estoque

24 CUIDADOS DE VERÃO Leia também

Protegendo a criança A campanha dos dermatologistas para reduzir o risco do sol na pele infantil

30 VIDA SAUDÁVEL A dieta em perigo A Dra. Anna Bordini aponta os falsos amigos do regime Diretor Presidente Pedro Zidoi

Analista e Programador Eduardo Novelli

Diretor Financeiro Sétimo Gonnelli Diretor Secretário José Raimundo dos Santos

Ed. Eletrônica e Produção Gráfica Vanusa Assis Sergio Bichara

Diretora Administrativa Abigail J. C. Maglio

NOTA:

Jornalista responsável por matérias de saúde, administração e técnico-científicas Celso Arnaldo Araujo Mtb 13.064

Comemoração (Páscoa) ................................................. 40 Homenagem (Dia internacional da mulher) .................... 46 Posse (SINDUSFARMA).................................................... 48 Entrevista (Coronel Leonardo Torres Ribeiro) ................ 50 Atualidades (Lançamentos) ........................................... 55 Opiniao (Dr. Antonio Carlos Zanini ................................. 72 Artigo (Nelson Mussolini) ............................................... 77 Comportamento (Reinaldo Polito) .................................. 80

Jornalista responsável por matérias de eventos, institucionais e políticas Francisco Colombo Mtb 18.640 Colaboradores Américo José da Silva Filho Gilson Coelho Nelson Grecov Dr. Osmar de Oliveira Distribuição ABCFARMA

Publicidade: Editora Lison Impressão: Gráfica Prol Periodicidade: Mensal Rua Santa Isabel, 160, 5º andar, conjunto 51, Vila Buarque, São Paulo, SP, CEP 01221-010 Fone: (11) 3223-8677 Fax: (11) 3331-2088 www.abcfarma.org.br

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4 | REVISTA ABCFARMA |MARÇO/2013

DIRETORIA ABCFARMA: TRIÊNIO - 2010/2013 Diretor Presidente: Pedro Zidoi Sdoia SP Diretores Vice-Presidentes: 1º: Adelmir Araujo Santana 2º: Paulo Sérgio Navarro De Souza 3º: Lázaro Luiz Gonzaga 4º: Natanael Aguiar Costa 5º: Edenir Zandoná Júnior 6º: Paulo Roberto Kopschina 7º: Pedro de Araújo Braz 8º: Diocesmar Felipe De Faria 9º: Modesto Carvalho De Araujo Neto 10º: Edimar Pereira Lima 11º: Álvaro José da Silveira 12º: Felipe Antonio Terrezo 13º: Romildo Marcos Letzner (Joinville) 14º: João Aguiar Neto 15º: Edson Daniel Marchiori 16º: Carlos Baptista Dias 17º: Armando Gomes Dos Reis Filho 18º: José de Castro Pereira

Diretores Secretários 1º: José Raimundo dos Santos 2º: Luís Carlos Caspary Marins 3º: Rogério Tokarski 4º: Ricardo Ramão Cristaldo 5º: Jorge Fernando de Azevedo Trindade 6º: Antonio Menezes de Araújo

DF PB MG SP PR RS RJ DF MG RR DF RJ SC GO ES SE AM CE SE RJ DF MT RJ SP

Diretores Tesoureiros 1º: Sétimo Gonnelli 2º: Philadelpho Lopes 3º: Nery Wanderley de Oliveira 4º: Dejalma Lemos da Silva 5º: Juan Carlos Becerra Ligos 6º: Marcos Antonio Carneiro Lameira

Diretores Do Conselho Fiscal 1º: Jaime Nunes Moreira 2º: Everton Luiz Ilha Mahfuz 3º: João Gilberto Serrat 4º: Jefferson Proença Testa 5º: Álvaro Silveira Júnior 6º: Maurício Cavalcante Filizola

Suplentes Do Conselho Fiscal 1º: Carlos de Souza Andrade 2º: Marcelo Fernandes de Queiróz 3º: Roberto Brasileiro Lima 4º: Vollrad Laemmel (Blumenau) 5º: Henrique Ângelo Denícolli 6º: Benilton Golçalves Diniz

Diretores Conselheiros Ada Palhano Malheiros (Cachoeira Paulista) Ademar Ferreira Pinto Ademir Tomazoni (Itajaí) Afonso Cesar Oliveira Silva Alarico Rodrigues (Manaus) Alex Cavalcante Garcez (Aracaju) Álvaro Lima (Bauru) Ângelo Trento Antonio Aparecido Moretti (Andradina) Antonio Carlos da Silva Bueno (Piracicaba) Antonio José Beltrame Antonio Proença (Presidente Prudente) Antonio Walmir Nola (Sind. Cricíuma) Aparecido Donizetti da S. Mendonça Benones Vieira de Araujo Carlos Augusto Batistella (Limeira)

SP SP RS RN SP AC RS RS RS PR DF CE BA RN BA SC ES MA SP RS SC SE AM SE SP PR SP SP SC SP SC SP MA SP

Carlos Fogaça (Cia Norte) Carlos Gonçalves Pereira Cassio Sobrinho Celso Flavio da Silva Claudemir Donizete Caetano (Rio Claro) Claudisnei Machado Constante Cristyne M. Albuquerque Dall’agnos (Foz Do Iguaçú) Domingos Tavares De Souza (Gurupi) Eden Araujo Borges (Uberaba) Edivaldo Francisco da Cunha Ednaldo Mercuri Rodrigues (Franca) Edson Silveira (Uberaba) Elias Gomes de Souza (Maranhão Do Sul) Elpídio Nereu Zanchet Elza De Godoy Farias (Lajes) Evandro Tokarski Fábio Timbo (Fortaleza) Fernando José Lucas (Uberaba) Francisco Deusmar de Queiróz Geniezer Pereira Ventura Filho Gilberto Carillo Garcia (S.J. Dos Campos) Gilson Geraldo Figueiredo Terra Gladstone Nogueira Frota Herbert Almeida da Cunha Heverton Breno Ferreira Iolanda Navarro Irene Prieve do Nascimento Isméria Maria Monte Claudino Aleixo João Alberto Galic João Antonio dos Anjos João Arthur Rêgo (Salvador) João Felix de Majela Filho João Garcia Galvão (Guarulhos) João Levy Navarro Junior (Adamantina) João Luciano (Florianopólis) João Luiz dos Santos João Martins da Silva Joaquim Tadeu Pereira (Belém) Joarez da Silva Macedo (Osasco) José Alves do Nascimento José Antonio Vieira (Maceió) José Castor Freire José Cláudio Almeida José Cláudio Fernandes José da Costa da Silva José Eustáquio de Freitas José Ricardo Nogared Cardoso (Tubarão) José Valdimir de Oliveira Júlio César Pedroni (Jundiaí) Kleber Sampaio Santiago (Campina Grande) Levi Gonçalves Campanha Lino Soncini Júnior (Florianopólis) Lucia Marins Cancini (Araras) Lúcio Antunes Silveira (Uberaba) Luís Gustavo Trierweiler Luíz Antonio Paiva (Frutal) Luiz Carlos Henrique (S.B.Campo) Luiz Fernando Buinaim Luiz Marcos Caramanti Luiz Trindade Pinto (Salvador) Luzia Diva Cunha Dutra Luzivaldo Navarro de Souza Manoel Brito Santos Manoel Viguini Marcelo da Silveira Souto (Araçatuba) Marcelo de Mattos Frigo (Araraquara) Marcia da Rocha Medeiros (Sorocaba) Marco Antonio Perino (Jundiaí) Maria de Lourdes Pereira Mauro Lima Rodrigues Nara Luiza de Oliveira Nelcir Antonio Ferro (Cascavel)

PR GO AP GO SP SC PR TO MG SE SP MG MA SP SC GO CE MG CE PB SP MG RO PB PB SP MT CE RS PR BA CE SP SP SC SP BA PA SP PI Al PB AL SP ES SC AP SP PB SP SC SP MG RS MG SP MT SP BA RO PB PB ES SP SP SP SP PA ES GO PR

Nivaldo Jordão de Souza Filho Noésio Emidio da Cunha (Feira De Santana) Olivio Mazuco (Bebedouro) Osvaldo Praxedes da Silva (Santo André) Paulo Luiz Zidoi Paulo Roberto Ramos da Silva Paulo Sérgio Bondança Paulo Sérgio Navarro de Souza Filho Regina Elias Barros (Juiz De Fora) Regina Maria Leitão Reni Antonio Rubin Roberto Carlos da Silva (Catanduva) Romualdo Constantino Magro (Santo André) Rosana Lima Zanini Rosélis Aparecida Lopes Salim Haber Samuel Brasil Bueno (Araraquara) Sebastião Paulino Borges Sergio Amaral Correa (Tubarão) Sergio de Giacometti (Oeste Catarinense) Stephenson Seleber (Nova Odessa) Videlina Eloy Geraldo Wagner Boer (Botucatú) Wagner Ferreira Giffoni Waldir Borges Waldivino Machado dos Prazeres (Ipatinga) Walter Luiz Machado Wanderley Margaria Wilson Galli Wilson Rossi (Tupã) Wismar Gomes de Freitas (Uberaba) Zuleide Ferraz Oliveira Castro (Imperatriz)

Conselheiros Natos e Diretores Vitalícios Alfredo Roberto (Bastos De Souza) Algacir Portes (Cascavel) Armando Zonta Arthur Henrique da Fonseca Lisboa Francisco Miguel da Silva Fridolino de Moraes Rêgo Gilberto David Cunha Da Silva Gonçalo Aguiar Ferreira Hermes Martins da Cunha Horst Schoenfelder Isaac Elias Israel Ivanildo Marinho Guedes Jair Borges Taquary Janilson Azevedo Dantas Jarbas de Souza Cunha João Azevedo Dantas José Abelardo Torres Veras José Aparecido Junqueira Guimarães José Cláudio Soares José de Assis Lima Paulo Sérgio Ferreira Lopes Ruy de Campos Marins Waldemar Pupo Ferreira Conselheiros Adjuntos Ademilson de Menezes Cordeiro (“Brejo”) Anderson Naves Resende (Uberlândia) Antônio Barros Leite Júnior (Jundiaí) Antônio Felix da Silva Antônio Thomaz Mondini (Rio Claro) Guilherme Leipnitz (Rio Grande Do Sul) Ivan Pedro Martins Veronezi (Fernandópolis) Jorge Froes de Aguilar José Pedro Fernandes (Araras) José Ademar Lopes (RS) Luís Carlos Gardini (Lins) Marcio Barbosa Marco Públio Martini (Cachoeira Paulista) Roberto Massatoshi Baba (Birigüi) Ronaldo de Oliveira Carvalho (Lins) Ronaldo Fernandes Pereira (Uberlândia) Sergio Mena Barreto Vítor Fernandes (Americana)

PB BA SP SP SP RJ SP PB MG PB RS SP SP SP SP AP SP MS SC SC SP SP SP DF GO MG MG SP RS SP MG MA PE PR SC AL RN BA RS SP MT SC PA AL GO PE AL PB CE DF PE PB MS RJ SP PE MG SP CE SP RS SP SP SP SP SP SP SP SP SP MG SP SP

REVISTA ABCFARMA | MARÇO/2013 | 5

Páginas Azuis TEXTO: CELSO ARNALDO FOTOS: DIVULGAÇÃO

Próstata

Dr. Antonio Carlos Pompeo

Depois dos 50, pode ser um problema

ma glândula encostada na base da bexiga, que normalmente tem o tamanho de uma castanha e cuja única função é produzir o líquido que conduz os espermatozoides para fora do corpo, começa a ser uma fonte de problemas para o homem justamente quando ela deixa de ser biologicamente necessária. São dois tipos de problema: o crescimento benigno da glândula, a chamada hiperplasia (HBP), que atrapalha a micção urinária e afeta 50% dos homens acima dos 50 anos; e o câncer de próstata, o mais frequente tumor maligno do sexo masculino – contra o qual existem várias e e�icientes alternativas de tratamento. Apesar do bombardeio de informações na mídia, essa caprichosa glândula ainda gera muitas dúvidas entre os homens. Existe algum novo medicamento capaz de melhorar o �luxo urinário de quem sofre com o problema? Quem precisa �ica mais atento à possibilidade de um câncer? No processo de vigilância, a dosagem do PSA substitui o temido toque digital? Em caso de diagnóstico positivo para câncer, qual é o melhor tratamento? Todas essas questões são aqui respondidas pelo Dr. Antonio Carlos Pompeo, Prof. Livre-docente em Urologia pela FMUSP, Prof. Titular de Urologia da Faculdade de Medicina do ABC e editor sul-americano da revista Urology, com 10 livros publicados.

Ao contrário de outros órgãos e glândulas, que atro�iam com a idade, a próstata cresce – justamente quando decai sua função biológica. Há uma explicação de�initiva para isso?

06 | REVISTA ABCFARMA | MARÇO/2013

Não. O fato é que em cerca de 50% dos homens após os 50 anos a próstata continua crescendo – provavelmente por um componente genético. Mais tarde, já em idade mais avançada, quando ocorre um decréscimo na atividade hormonal do homem, sobretudo da testosterona, o crescimento se estabiliza.

A hiperplasia, ou hipertro�ia, da próstata sempre traz problemas?

A hiperplasia pode ser assintomática. Mas, como se trata de doença mais frequente em idosos, e a população masculina tem hoje maior expectativa de vida, cresceu muito o número de homens com queixas em relação à próstata.

É o paciente que mais procura o urologista hoje?

Há dois tipos de pacientes predominantes num consultório de urologia.

Há o paciente que, de tanto ler e ouvir sobre câncer de próstata na mídia, vem para uma avaliação. A maioria das sociedades médicas advoga que todo homem, depois dos 50 anos, faça avaliações prostáticas – e já a partir de 40, no caso de homens com fatores de risco, como antecedentes familiares. No Brasil, nem tanto—mas em outros países, como nos

Estados Unidos, há maior incidência da doença na raça negra, o que também se constitui, nesse caso, um fator de risco.

Entre os sintomas prostáticos que trazem um paciente a seu consultório, a di�iculdade de urinar é a mais comum?

Sim. Entre esses sintomas, o jato urinário �ino e a frequência aumentada de micções, sobretudo durante a noite. Já se sabe, inclusive, que esse tipo de paciente também é mais propenso a desenvolver problemas de sexualidade que a população masculina geral -- como a disfunção erétil. Esses problemas prostáticos costumam ser progressivos – mas há pacientes que atendemos pela primeira vez já com retenção urinária. De qualquer forma, hoje conhecemos muito melhor a história natural da próstata, de modo a apontar os pacientes com maior tendência a ter uma piora em seus sintomas. Pacientes com PSA mais alto, embora ainda dentro dos limites de benignidade, têm mais tendência à progressão da sintomatologia prostática.

A retenção urinária requer sempre uma intervenção para a redução ou ablação da próstata?

Só se a retenção for recidivante, repetida. No caso de um homem com poucos sintomas e um único episódio, reverte-se a retenção e, dependendo de exames suplementares e do comportamento do PSA, tenta-se primeiro tratálo com medicamentos. É preciso ressaltar que, em alguns casos, o paciente tem sintomas prostáticos e algo o predispõe à retenção urinária – é o caso da ação de alguns medicamentos, sobretudo antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina, que podem contrair a musculatura prostática e causar o bloqueio. 08 | REVISTA ABCFARMA | MARÇO/2013

À direita, uma Hiperplasia Benigna da Próstata. A glândula, quando aumentada, comprime a uretra e dificulta a micção

O tamanho da próstata é sempre decisivo para produzir sintomas urinários? Nem sempre. Uma próstata bastante aumentada pode ser assintomática, assim como uma próstata pequena pode produzir sintomas exuberantes. Depende do tipo de crescimento – se centrípeto (que afeta o centro da glândula) ou centrífugo (que se afasta do centro). Ou seja: volume e peso nem sempre são determinantes.

Em termos de medicamentos, o que os urologistas podem oferecer hoje para reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida de quem tem problemas prostáticos?

Há um grupo de drogas, os inibidores alfa-adrenérgicos, que melhoram o �luxo urinário ao relaxar a musculatura prostática –mas que podem perder sua e�iciência ao longo do tempo, porque a próstata tem a tendência de continuar progredindo. Outro tipo de fármacos, os

inibidores da 5-alfa redutase, interferem com a história natural da glândula e reduzem o tamanho da próstata. E, mais recentemente, para pacientes com fatores de risco, próstata grande, sintomas muito intensos e PSA elevado, surgiu uma droga (associação de dutasterida e tansulosina) que combina essas duas formas de ação. Foi um dos maiores avanços dos últimos tempos.

A maior parte dos pacientes com hiperplasia da próstata se bene�icia do tratamento medicamentoso?

Eu diria que, numa fase inicial, 95% dos pacientes podem ser tratados com esses medicamentos. Quem são os demais 5%? Homens que, além dos sintomas miccionais, têm cálculos vesicais, infecções urinárias frequentes ou rins dilatados pela di�iculdade de esvaziamento da bexiga.

Há diversos graus de sintomas prostáticos?

Sim. Os sintomas vão de leves a severos. Fazemos um questionário com

35 perguntas sobre as queixas de cada paciente – para saber, por exemplo, até que ponto a di�iculdade de micção interfere na qualidade de vida. De acordo com a pontuação das respostas, a maioria dos pacientes com sintomas leves e sem nenhum prejuízo para sua qualidade de vida podem ser apenas observados. Já a maioria dos que têm queixas moderadas devem ser tratados. E todos com sintomatologia severa precisam de tratamento. Mas é preciso aprofundar a origem desses sintomas antes de indicar um tratamento medicamentoso. Há homens que dizem levantar muitas vezes à noite para urinar – mas admitem que bebem muito líquido antes de dormir, incluindo um uisquinho no jantar. O álcool, como se sabe, é diurético. O paciente que se queixa de frequência urinária excessiva também pode ser um hipertenso que passou a tomar diuréticos. Ou uma pessoa deprimida que começou a tomar antidepressivos. O diagnóstico depende portanto da história e da avaliação �ísica do paciente – que inclui, numa primeira etapa, o exame digital prostático, a dosagem do PSA no sangue e, eventualmente, uma ultrassonogra�ia.

Se a próstata estiver produzindo sintomas severos e os medicamentos não fazem mais efeito, é preciso tratála cirurgicamente? De que modo?

O tratamento padrão ainda é a ressecção da próstata através da uretra – sem cortes. Das outras modalidades, o laser de última geração se aproxima em termos de e�iciência – mas ainda é uma técnica disponível em poucos centros. A cirurgia aberta é reservada aos casos de próstata muito grande

Já entrando no campo do câncer de próstata: quem tem hiperplasia benigna tem mais risco de vir a ter um tumor maligno no futuro?

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Dosagem do PSA – um antígeno fabricado exclusivamente pela glândula – pode ser um marcador para o câncer de próstata

Não há uma relação direta. Mas, quando você faz a ressecção da próstata por causa de hiperplasia, sobra o que chamamos de cápsula prostática, uma espécie de invólucro da glândula – e esse tecido remanescente ainda é propício a desenvolver um câncer de próstata, porque o câncer é mais comum no tecido periférico da glândula.

Uma polêmica cerca o câncer de próstata hoje. Alguns especialistas defendem que não se deve “rastrear” o câncer indistintamente em todos os homens com mais de 50 anos – porque boa parte dos casos nem precisariam ser tratados, dada a lenta evolução da doença. Como você vê essa questão?

Uma coisa é o rastreamento, que é uma política de saúde. Outra, comple tamente diferente, é o paciente que nos procura no consultório. É natural que um homem de 80 anos, sem sintomas prostáticos, nem precisaria procurar o urologista. Fora desses casos, não há discussão. Homens com mais de 50 anos que nos procuram têm o direito de conhecer as condições de sua próstata, através dos exames de

praxe – e de receber o melhor tratamento, se houver doença.

O exame do PSA (um antígeno que só é fabricado pela próstata) revolucionou a história natural da próstata – mas hoje se sabe que a dosagem dessa substância não tem um valor absoluto, pois envolve muitas variáveis e algumas dúvidas. Qual é a verdade do PSA hoje?

O que se sabe hoje é que o PSA não é um marcador câncer-especí�ico, mas um marcador de tecido prostático. Ele aumenta em inúmeras situações, além do câncer de próstata. Sobe inclusive na hiperplasia benigna, em infecções prostáticas, processos in�lamatórios e até traumas. Ciclistas pro�issionais têm PSA elevado. Mas níveis de PSA permanentemente elevados falam a favor de uma preocupação com o câncer. Quando o indivíduo está na “zona cinzenta” entre 4 e 10 de PSA, sua chance de ter um câncer de próstata é de 20%. De 10 a 20, esse índice sobe para 50%. Mas há uma tendência de se estabelecer um limite de suspeita para câncer de próstata a partir de 2,5 de PSA em pacientes com fatores de risco.

deixar dúvidas sobre sua malignidade – esses, em tese, são mais indolentes. Outras notas de avaliação, em conjunto, podem caracterizar um tumor de baixo, moderado e alto risco.

Se for de baixo risco, uma das possibilidades pode ser não tratar?

Toque digital: um exame ainda indispensável para avaliação da saúde da próstata e que os homens hoje aceitam muito melhor do que num passado recente

A progressão do PSA também é um fator de suspeita? Talvez o maior. O crescimento rápido do PSA no tempo, não importa se de apenas 1 para 2 e 3, sucessivamente, é importante fator de risco. Hoje existem duas dosagens do PSA – o total e a fração livre. Nas zonas cinzentas do PSA total, o PSA livre tem seu valor – reduzindo ou aumentando o risco de câncer. Essa medida nos ajuda muito nessas zonas de dúvida.

Quando surgiu o exame de PSA, muitos homens comemoraram o “�im” do toque de próstata. Isso é um fato?

Não. O toque isolado, quando muito alterado, encontrando uma próstata endurecida, irregular, não homogênea,

é um fator muito sugestivo de câncer. A regra é indicar-se uma biópsia, qualquer que seja o PSA, se a próstata ao toque apresentar essas irregularidades. Por outro lado, há um contingente de casos de câncer de próstata iniciais em que o toque se revela normal. De qualquer modo, o toque ainda é indispensável.

Alguns tumores da próstata são muito agressivos. Outros, indolentes. Dá para diferenciar um do outro para estabelecer o melhor tratamento?

Sim, quando as células malignas são muito diferentes da célula normal, o tumor, nesse caso, geralmente é mais agressivo. Mas há um contingente de tumores cujas células são muito semelhantes às normais e que chegam a

Claro que sim. Se o paciente for idoso, pode-se até recomendar que vá para o clube jogar tênis ou gamão e esquecer o tumor: faça novos exames a cada ano e esqueça. Há uma modalidade de conduta em voga mundialmente: a “active surveillance”, ou vigilância ativa. Não é a simples observação do paciente, mas uma observação atuante. Se você tem 70 anos e uma biópsia apontou um câncer de próstata de baixa agressividade, você é um bom candidato a essa vigilância – com medidas periódicas do PSA e uma nova biópsia daqui a um ou dois anos. Um estudo mostrou que, entre pacientes para os quais foi indicada a “active surveillance”, a chance de sobrevivência em 10 anos é de 95 a 98%.

Mas se médico e paciente optarem pelo tratamento mais agressivo, ainda existe a opção de escolher entre cirurgia e radioterapia, não?

Sim, a escolha é do paciente, em comum acordo com o especialista. Mas há ponderações a fazer. Para um homem de 60 anos com um tumor pequeno, mas relativamente agressivo, que queira se ver livre da doença, a tendência é o tratamento cirúrgico – embora a radioterapia também possa curar. Não há uma receita de bolo.

E qual é a expectativa de vida para quem opera ou faz radioterapia contra um câncer de próstata?

Se o tumor for pequeno, estiver con�inado à glândula e tiver características histológicas favoráveis, é também de 95%. 

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NÃO USE ESTE MEDICAMENTO EM CAS CEWIN® (ácido ascórbico). Indicações: estados de deficiência ou aumento das necessidades de vitamina C, como auxiliar do sistema imunológico e nas fases de crescimento. M.S. 1.1300.1013. Farm. Resp. Antonia A. Oliveira CRF-SP Nº 5854. Última revisão: 23/06/09.

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Qualidade de vida TEXTO: CELSO ARNALDO ARAUJO FOTOS: DIVULGAÇÃO

Incontinência urinária Em busca do controle

Drª. Erica Mantelli, ginicologista e obstetra 14 | REVISTA ABCFARMA | MARÇO / 2013

ez milhões de brasileiros, ou cerca de 5% da população, têm problemas para “segurar” a bexiga. Esse distúrbio é duas vezes mais frequente nas mulheres, sobretudo após o parto, e causa grande impacto na qualidade de vida. Mas existem hoje formas de controle bastante e�icientes da incontinência urinária – como explica a ginecologista e obstetra Erica Mantelli

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Para entender a incontinência, é preciso saber um pouco sobre a anatomia do sistema urinário. Ele é composto pelos rins, ureter (o canal que leva a urina dos rins até a bexiga), bexiga e uretra (canal que conduz a urina da bexiga para fora do corpo). Para o adequado funcionamento do sistema urinário, a uretra e a bexiga precisam atuar de maneira coordenada. Na fase de enchimento, por exemplo, deve ocorrer um relaxamento da musculatura da bexiga e a consequente contração da uretra, para evitar o vazamento da urina. Já na hora da micção, deve acontecer o oposto: ou seja, a bexiga se contrai e a uretra �ica relaxada, liberando a urina armazenada. Em última análise, é o sistema nervoso central que controla o funcionamento do sistema urinário: assim que enche, a bexiga envia um sinal para o cérebro, que então manda uma mensagem ao organismo, dando origem à vontade de urinar. Quando falha alguma etapa desse sistema, ocorre a incontinência – a perda involuntária de urina. Segundo a Dra Erica Mantelli, a incontinência pode ser classi�icada basicamente em duas modalidades:

Transitória: costuma ter uma causa reversível, como infecção urinária, constipação intestinal, medicações, desordens psicológicas.

Persistente: nesse caso, a forma mais comum é a incontinência de esforço ou estresse, resultado de um aumento na pressão intra-abdominal, levando à perda urinária após esforços como tossir, rir, espirrar ou correr. Entre os diversos tipos de escape, a chamada urge-incontinência (também conhecida por bexiga hiperativa) é produto da contração involuntária do músculo da bexiga, após a qual a pessoa não consegue conter a vontade de urinar; a incontinência por transbordamento, na qual a bexiga enche em excesso e pequenas quantidades de urina vazam sem motivo; e a incontinência mista, uma combinação desses dois processos. 16 | REVISTA ABCFARMA | MARÇO / 2013

Sinal de Alerta

A Dra. Erica Mantelli recomenda às mulheres que, assim que detectarem a perda involuntária ou aumento exagerado na frequência de micções, procurem seu ginecologista imediatamente. Através de um exame físico detalhado e posterior estudo do aparelho urinário, o médico irá diagnosticar o tipo de incontinência e suas causas. O diagnóstico precoce permite o tratamento adequado com mais eficiência para inibir esse desconforto e prevenir a progressão do distúrbio que pode causar enorme constrangimento.

Como tratar? Isso depende do tipo e das causas da incontinência urinária. A Dra. Erica explica que, antes da indicação de qualquer tratamento �isioterápico ou medicamentoso, medidas gerais já conseguem atenuar o problema – entre elas, perda de peso, atividade �ísica regular, redução no consumo de cafeína e bebidas alcoólicas, parar de fumar para diminuir a tosse crônica e tratar a constipação. Já o alívio dos sintomas pode ser obtido de diversas maneiras: • Medicamentos especí�icos.

• Fisioterapia de exercícios para o assoalho pélvico – são os chamados Exercícios de Kegel, que podem melhorar até 75% dos sintomas.

• Uso de cones vaginais com pesos diferentes. • Utilização de eletroestimuladores.

• Técnicas que injetam colágeno ao redor da uretra e, em casos mais avançados, cirurgias para corrigir o problema anatômico ou funcional que está na base da incontinência.

MARACUGINA COMPOSTA: Passiflora alata, Erythrina mulungu e Crataegus oxyacantha. MS 1.7817.0014. Indicações: sedativo no tratamento dos estados de excitação nervosa. *Fonte IMS PMB MAT (R$/UN) Mercado Calmantes OTC JANEIRO 2013. Fev/2013. COSMED S/A.

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Infecção o outro tormento do sistema urinário A infecção urinária – uma das causas transitórias que podem gerar episódios de incontinência urinária – é a doença bacteriana mais comum no ser humano e também é muito mais frequente entre mulheres, sobretudo dos 20 aos 40 anos e nas grávidas. Já os homens sofrem mais na primeira infância e depois dos 55 anos, sobretudo por distúrbios na próstata. Dependendo do local em que os agentes invasores se instalam, há pelo menos três tipos de infecção urinária: uretrite (uretra), cistite (trato urinário baixo, ou seja, uretra e bexiga) ou pielonefrite (infecção urinária alta, que atinge os rins). De início, uma re-

Causas da infecção urinária • Segurar o xixi por muito tempo • Nas mulheres, limpar-se de trás para frente após evacuar

• Alterações hormonais • Baixa da imunidade, como a que normalmente ocorre na gravidez ou após o uso de imunosupressores

• Pré-disposição genética • Uso de sondas • Doenças neurológicas • Infecção ginecológica • Fístulas no sistema urinário ou digestivo.

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comendação básica dos especialistas para reduzir o risco de contaminação do trato urinário: “Beber bastante água é essencial para prevenir infecções. A hidratação constante ajuda a manter o aparelho com �luxo de urina normal e saudável. O ideal é ingerir no mínimo dois litros de água por dia”, aconselha a Dra Erica. Os sintomas de uma infecção urinária variam, dependendo de sua localização no aparelho urinário, mas os principais são dor, ardor ao urinar, urgência miccional e aumento da frequência urinária. Em casos mais severos, pode ocorrer eliminação de urina com sangue, dor lombar e febre.

Como D etectar

Dois exames simples podem detectar a origem da infecção urinária. O primeiro é o teste de urina tipo 1, que �ica pronto no mesmo dia e detecta o número de leucócitos (células de defesa) na urina. “Uma quantidade excessiva indica que alguma bactéria no sistema urinário está causando uma infecção”. Um exame complementar é a urocultura, em que as bactérias encontradas na urina são cultivadas para identi�icar o agente causador e, a partir do resultado, indicar o antibiótico mais e�icaz para eliminá-las. Mas, mesmo sem a cultura, nos casos em que esse exame não está disponível ou o quadro de infecção é exuberante e precisa ser rapidamente debelado, há hoje no mercado antibióticos não especí�icos bastante e�icientes na maioria dos casos – como as cipro�loxacinas. Nos casos em que é preciso identi�icar precisamente o alvo, a cultura

apontará o medicamento mais adequado a cada paciente.

A infecção urinária baixa inicial, detectada precocemente, geralmente é resolvida com esses medicamentos, em regime de tratamento ambulatorial. Mas se os sintomas iniciais são ignorados, a infecção pode se agravar e se estender aos rins. Nesse caso, o tratamento requer internação e antibióticos intravenosos – para se evitar a complicação mais temível, que é a sepse (infecção generalizada). A Dra. Erica costuma recomendar a suas pacientes com sintomas de infecção urinária: “Nunca subestime os sinais que seu organismo envia indicando que algo não está bem. Jamais ache que aquele remédio que sua mãe ou irmã usou servirá para você, pois, em vez de melhorar, você poderá agravar seu quadro e correr riscos desnecessários”. 

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Dados Cadastrais Número do registro no MS: 1.7056.0067.001-6 Código interno da Indústria: 80740247 Código de Barras (EAN): 7891106907552 Prazo de Validade: 18 meses Classificação Fiscal: 3006.60.00 DCB: Levonogestrel (5279) + Etinilestradiol (3699) PF PMC

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Neurologia TEXTO: SACHA SILVEIRA FOTOS: DIVULGAÇÃO

DOR DE CABEÇA 7 sinais de gravidade

o momento da dor, alguns procuram relaxar para ver se passa, outros já recorrem ao analgésico de sua preferência – em geral, com sucesso. As cefaleias são a mais comum das dores humanas e, por causa de sua frequência, recorrência e caráter transitório, são geralmente encaradas como “normais”. Nem sempre são. Algumas dores são sinais de alerta para algo mais grave. Como distinguir? Em que casos é preciso procurar ajuda médica de emergência? Para o neurologista Leandro Teles, alguns tipos de dor de cabeça são mais preocupantes. Por isso, é fundamental atentar para o padrão da dor, sua 20 | REVISTA ABCFARMA | MARÇO / 2013

evolução no tempo, os sintomas associados e o contexto que gerou seu aparecimento. Aqui, ele enumera os principais sinais de gravidade de uma dor de cabeça. 1 – DOR DE CABEÇA SÚBITA Um dor de cabeça repentina, explosiva, que atinge seu ápice de intensidade em poucos segundos, é sempre muito preocupante. Quando o médico se depara com esse tipo de queixa, sempre �ica o receio da ruptura ou distensão de um aneurisma cerebral. Só para diferenciar: as dores mais comuns e benignas geralmente começam mais leves e sua intensidade aumenta progressivamente, em minutos a horas. Não têm,

portanto, esse caráter repentino e insuportável. 2 – DOR COM SINTOMAS NEUROLÓGICOS ASSOCIADOS

Sempre que a dor vier acompanhada de outro sintoma neurológico focal, o atendimento deve ser imediato. Exemplos: fraqueza muscular em alguma parte do corpo, alteração de sensibilidade, confusão mental, alteração visual ou di�iculdade para falar ou caminhar. Nesses casos, teme-se um acidente vascular cerebral, isquemias ou tromboses 3 – DOR DE CABEÇA COM SINAIS DE INFECÇÃO

Se a dor de cabeça for acompanhada de febre, dores no corpo, náuseas, di�iculdade de movimentar o

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pescoço, manchas pelo corpo ou mesmo calafrios, um serviço de emergência deve ser acionado. Podem ser sinais de meningite, abscesso cerebral, sinusite grave ou até de dengue. Infecções mais leves, como gripes e diarreias virais, também podem causar dor na cabeça e mal-estar, mas o médico saberá como diferenciá-las. 4 – DOR DE CABEÇA QUE SURGE DURANTE ESFORÇO FÍSICO OU ATIVIDADE SEXUAL

Em casos nos quais a dor iniciouse durante esforço ou atividade sexual, novamente surge o temor da distensão ou ruptura de um aneurisma cerebral. Identi�icada essa associação temporal entre a atividade e o início da dor, uma investigação mais detalhada precisa ser feita para tranquilizar o médico e o paciente. 5 – DOR DE CABEÇA EM PESSOAS MAIS DEBILITADAS

Cefaleias em pessoas acima de 60 anos, ou com antecedente de tumores, problemas de coagulação, imunidade baixa, gestantes e criança pequenas, merecem uma atenção

Dores de cabeça progressivas, durante esforço ou após trauma, entre outras situações, são sugestivas de mais gravidade

toda especial. Nesses pacientes, a fragilidade transforma a dor num risco maior que na população geral. 6 – DOR DE CABEÇA PROGRESSIVA

A dor que surge quase todos os dias e se mostra mais intensa a cada dia é, sem dúvida, um bom motivo para procurar rapidamente um neurologista. Esse tipo de evolução arrastada e progressiva é típico de lesões que ocupam espaço dentro do crânio, como tumores, trombose

Em pelo menos sete situações, a dor de cabeça merece melhor avaliação

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venosa, abscessos, etc... Esse comportamento da dor não é comum em enxaquecas e dores de cabeça tensionais, que geralmente têm períodos de piora intercalados com melhoras ou, eventualmente, uma dor de cabeça diária, mas estável, não progressiva. 7 - DOR DE CABEÇA APÓS TRAUMATISMO CRANIANO

Traumas de cabeça, como uma batida, podem gerar inchaço, contusões e mesmo sangramentos dentro e em torno do cérebro. As pessoas mais susceptíveis a complicações de trauma são os idosos, as crianças pequenas e os alcoólatras. Nesses casos, é recomendável �icar atento à dor que ocorre fora do local exato da batida, ou com confusão e sonolência, secreção saindo do ouvido ou pelo nariz e hematomas atrás da orelha ou abaixo dos olhos. Na dúvida, é sempre melhor conduzir essas pessoas ao pronto atendimento. Segundo o Dr. Leandro Teles, é importante destacar que essas são orientações gerais e não regras absolutas. Sempre que a dor de cabeça incomodar muito e alterar o ritmo de vida de uma pessoa, é fundamental procurar ajuda especializada para se certi�icar do diagnóstico exato e iniciar tratamento o quanto antes, mesmo que a dor não preencha nenhum critério citado acima. 

se persistirem os sintomas, o mĂŠdico deverĂĄ ser consultado.

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Cuidados de verão TEXTO: CELSO ARNALDO ARAUJO FOTOS: DIVULGAÇÃO

Amigo da criança (até certo ponto)

verão termina oficialmente em 21 deste mês de março mas, num país tropical como o Brasil, o sol se faz presente na maior parte do ano – com seus efeitos benéficos (a metabolização de vitaminas fundamentais ao ser humano) e nocivos (as lesões de pele que podem dar origem ao câncer). Saber dosar esses efeitos, potencializando os primeiros e prevenindo os segundos, é viver com sabedoria – e isso é ainda mais importante no caso das crianças, já que os 24 | REVISTA ABCFARMA | MARÇO / 2013

danos causados pela radiação são acumulativos. Por isso, a prevenção deve começar cedo, adverte a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que, atavés de sua regional paulista, acaba de lançar um gibi da Turma da Mônica para estrelar a campanha “Sol, amigo da infância”, que busca conscientizar os pais de crianças em idade escolar sobre os riscos da exposição excessiva aos raios solares. O que recomendam os especialistas?

Numa primeira etapa da ação, no começo do verão, nada menos do que 500 mil exemplares da revistinha foram distribuídos gratuitamente aos menores e familiares que passaram pelas estradas que ligam a capital ao litoral paulista e pelas balsas usadas entre as cidades de praia.

Num segundo momento, o objetivo da entidade é estender a iniciativa para escolas públicas e privadas de ensino fundamental, hospitais, creches e clubes, entre outros espaços coletivos. Segundo o dermatologista Paulo Ricardo Criado, presidente da regional paulista da SBD e idealizador do projeto, tomar sol de forma

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Desde cedo, o uso do protetor solar faz a diferença – os efeitos nocivos do sol sobre a pele são cumulativos inadequada na infância pode favorecer alterações de pele na vida adulta, de envelhecimento precoce ao câncer. Estudos estimam que de 25% a 50% da exposição solar que uma pessoa recebe durante toda a vida ocorre antes dos 21 anos. As crianças são alvo da campanha principalmente porque passam muitas horas do dia em ambientes externos e porque as queimaduras solares na infância são um fator de risco para o surgimento de melanomas malignos, o tipo mais agressivo de tumor de pele, que se espalha rápido para outros lugares do corpo e pode matar. A história contada no gibi – desenvolvido pelo cartunista Mauricio de Sousa – destaca a importância de usar o protetor solar e de beber bastante líquido no calor, explica quais são as camadas da pele e o que fazer em caso de queimadura.

Câncer de pele no Brasil

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o tumor de pele do tipo não-melanoma corresponde a 25% de todos os tumores malignos registrados no país. Se detectado precocemente, porém, tem grandes chances de cura. A doença é mais comum em pessoas de pele clara, com mais de 40 anos e que já tenham algum problema cutâneo anterior. Esse câncer ocorre por alteração e crescimento desordenado de células após longos períodos de exposição à radiação ultravioleta A e B (UVA e UVB) do sol. Também pode ser causada pelo fumo. Para este ano de 2013, o Inca estima 134.170 casos de tumor de pele no Brasil, sendo 62.680 em homens e 26 | REVISTA ABCFARMA | MARÇO / 2013

71.490 em mulheres. Em 2010, 1.507 pessoas morreram em decorrência da doença no país, sendo 842 homens e 665 mulheres.

Pele mais sensível

Apesar de ter a estrutura celular igual à dos adultos, com a mesma quantidade de camadas, a pele das crianças é bem mais �ina e, consequentemente, muito mais sensível – e essa fragilidade ainda é maior nos bebês. Além disso, durante o primeiro ano de vida, a produção de melanina, substância que absorve a luz e protege a derme da ação da radiação, não é plena. Por isso, crianças pequenas não devem �icar expostas ao sol por períodos que não sejam curtíssimos. Como os �iltros solares não são recomendados até os seis meses de idade, até lá o ideal é manter o bebê na sombra, com chapéu de abas largas, para proteger completamente a região delicada das orelhas e da nuca. Para completar o visual, as roupinhas devem ser pouco cavadas e com uma trama fechada, que ajuda a barrar a passagem da radiação. O importante é saber que, ao introduzir e estimular a fotoproteção durante a infância, cria-se um hábito que vale para a vida toda.

Não custa repetir que, embora sejam raros os casos de câncer de pele em crianças, os efeitos da radiação ultravioleta são cumulativos e irreversíveis. No dia a dia dos maiorzinhos, portanto, vale o bom senso: se a criança for passar boa parte do tempo em áreas descobertas, protetor solar o tempo todo. “No mínimo, um fator 30”, diz a dermatologista pediátrica Nadia Almeida, do Hospital Pequeno Príncipe. Mas ela ressalta: “Antes, teste o protetor atrás da orelha ou na dobrinha do cotovelo para detectar possíveis alergias.” Na hora de usar o protetor solar, nada de economia. É preciso passar uma camada generosa antes mesmo de sair de casa, porque ele costuma demorar cerca de 20 minutos para fazer efeito. E a mãe deve fazer uma veri�icação completa antes de sair para o sol com a criança: orelhas, nuca, peito do pé, nada deve ser esquecido. Lugares em que o sol incide mais perpendicularmente, como o nariz e os ombros, devem receber uma atenção especial. Quando chegar à praia ou à piscina, a vigilância deve ser redobrada: independentemente de a criança ter suado ou não, ter entrado na água ou não, reaplique o creme a cada duas ou três horas.

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O que usar?

Com tantos produtos disponíveis nas prateleiras, não é raro surgirem dúvidas sobre qual protetor comprar. Basicamente, são três os tipos de protetor disponíveis no mercado: �ísicos, químicos e mistos. Na opinião da dermatologista Maria Paula Del Nero, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, os �ísicos são os mais indicados para as crianças, porque não penetram na pele. As linhas infantis dos protetores costumam ser formuladas para minimizar intolerâncias e tirar o máximo proveito da �ixação. “Além da loção branca, existem opções coloridas que facilitam a aplicação e divertem”, recomenda Maycon Ribeiro, pesquisador da Johnson & Johnson. Entre produtos resistentes e à prova d’água, saiba que a diferença entre eles é que o primeiro ainda faz efeito depois de 40 minutos na água; o segundo, depois de 80. A preocupação dos especialistas se estende também aos dias nublados: as nuvens cinza claras não são capazes de �iltrar mais do que 10% da radiação solar.

Regras do sol para as crianças

*Não use filtro solar em bebês com menos de seis meses de idade. Por isso, mantenha-os fora do sol. Assegure-se de que há sombra total nos carrinhos e na cadeirinha do carro. Quando sair na rua, use sempre sombrinhas para o sol.

Para crianças de seis meses ou mais: *Evite o sol entre 10 e 16 horas, quando a radiação é mais intensa. *Proteja a criança com chapéus e roupas. Um bom chapéu de sol deve proteger as orelhas, nariz e lábios. *Aplique filtro solar com FPS 15 ou mais em todo o corpo de seu filho. *Reaplique o filtro solar a cada duas horas, principalmente quando ele for à água ou transpirar muito. 28 | REVISTA ABCFARMA | MARÇO/2013

Gibi da Turma da Mônica ensina a proteger a pele do efeito nocivo do sol *Alguns remédios fazem com que a pele fique mais sensível ao sol. Quando o pediatra prescrever alguma medicação, pergunte se o sol deve ser evitado. *Não se engane com dias nublados. Os raios solares perigosos atravessam as nuvens e a neblina. *Cuidado com a luz refletida. A luz do sol reflete na areia, no concreto e na água, atingindo a pele, mesmo na sombra.

A sombra ensina a identificar o horário proibido Ensine as crianças a examinar a

própria sombra. Elas vão aprender desde cedo a evitar o pior horário do sol. A brincadeira pode ser divertida. Próximo ao meio dia, nossa sombra fica menor do que o tamanho de nosso corpo – é o horário da sombra curta. É quando devemos evitar o sol. Quando nossa sombra está maior do que nosso corpo, podemos ficar ao sol, mas com protetores solares. É o horário da sombra longa. Através dessa comparação entre o tamanho das sombras, as crianças aprendem a identificar os diferentes horários e se acostumam a entender as diferenças entre eles e a importância de evitar o sol entre 10 e 16 horas. 

Vida Saudável TEXTO: CELSO ARNALDO FOTOS: DIVULGAÇÃO

Dra. Anna Bordini, da Clínica Bertolini

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INIMIGOS DO REGIME

ueijo branco, barrinhas de cereais, torradas e maçãs são os “ídolos” da maioria das pessoas que estão “de dieta”. De fato, são alimentos pouco calóricos. Mas os especialistas advertem: consumidos em excesso, esses falsos amigos das dietas podem levar o regime por água abaixo. A Dra. Anna Bordini, da Clínica Bertolini, diz que é preciso fazer uma estreita vigilância sobre o consumo ex-

cessivo desses alimentos que aparentam ser inofensivos ao regime. Abusar deles pode pôr tudo a perder. Alguns refrigerantes versão ‘zero’, por exemplo, contêm sódio em excesso, o que pode elevar a pressão arterial e ser responsável por inchaços no corpo – o que “arruína” uma dieta. A Dra. Anna recomenda trocar o refrigerante diet por um suco natural, sem adicionar açúcar. “Opte pelos de morango, abacaxi e melancia, que já são doces naturalmente”, observa a médica.

Eis alguns desses vilões: Biscoito de agua e sal

Com aparência leve e seca, a maior parte das pessoas inclui esse tipo de biscoito na dieta por sua aparência inofensiva e hipocalórica. Mas a Dra. Anna adverte: “Versões do biscoito de água e sal feitas de farinha branca re�inada têm alto valor calórico (30 calorias cada) e não contêm vitaminas e minerais. Quatro unidades têm a mesma quantidade calórica de um pão francês. A melhor alternativa é substituir a bolacha por torradas integrais, que aumentam a saciedade, sem esses inconvenientes”, aconselha a médica.

Barras de cereais

Ricas em �ibras, ajudam a controlar a fome e a regular o trânsito intestinal. Porém, muitas contêm mel, açúcar re�inado, cobertura de chocolate e gordura hidrogenada, e tudo isso pode ser um perigo para quem está querendo emagrecer. Algumas chegam a ter 120 calorias. Além disso, é preciso lembrar que as qualidades nutricionais da barrinha não são su�icientes para substituir uma refeição. “Troque as barras de cereais por frutas desidratadas, como uvas-passas, damasco ou ameixas secas, mais saudáveis e nutritivas”.

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Barrinhas de cereais, margarina e bolachas de água e sal: cuidado com o abuso

Margarina

Quem deseja realmente perder peso deve evitar margarina, que contém grande quantidade de gordura hidrogenada e aditivos químicos nocivos à saúde, por ser um produto altamente industrializado. É até preferível �icar com a manteiga, feita com gordura natural animal, que não precisa de malabarismos químicos para ser desenvolvida. O valor calórico é similar. Mas sem abusos, evidentemente.

Molho para saladas

As versões light para salada são ricas em calorias. E geralmente possuem 50% a mais de sódio que as tradicionais. “Por isso, use temperos naturais”.

Frutas

Fontes de vitamina C, as frutas são indispensáveis numa dieta. Mas há frutas e frutas. Algumas são calóricas e devem ser evitadas – como o abacate (180 calorias em cem gramas) e o açaí (nada menos de 247).

Sucos industrializados

Contêm muito sódio e, no processamento industrial, perdem-se as �ibras, vitaminas e substâncias antioxidantes da fruta natural. Evite consumir mais que dois copos por dia.

Peito de peru

Nove entre dez lanches naturais levam pelo menos algumas fatias desse item em sua composição. Apesar de se tratar de uma carne magra, o peito de peru também é um embutido e, assim como o salame ou a mortadela, rico em sal e aditivos químicos como corantes, conservantes, espessantes e realçadores de sabor. Poder, pode – mas não toda hora

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Se persistirem os sintomas o médico deverá ser consultado

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Sopas de pacotinho

Embora seja uma opção rápida, um pacote de sopa pronta chega a ter dois gramas de sal, o que equivale a 40% da recomendação diária. As sopinhas de envelope também são muito pobres nutriticionalmente para substituir uma refeição. Fazer uma sopa em casa dá muito mais trabalho, mas é muito mais saudável.

Queijo minas

Por ser branco e liberar pouca gordura quando aquecido, existe o mito de que seja totalmente light. Na verdade, o queijo branco tem o mesmo teor de gordura da mussarela, por exemplo. O cottage e a ricota são duas boas fontes de proteínas e cálcio, com uma quantidade bem menor de gordura saturada. Claro que nenhum desses itens está proibido numa dieta. Todos eles, em última análise, são muito mais saudáveis que alimentos normalmente muito mais calóricos e gordurosos. O segredo é não con�iar cegamente neles, em termos de quantidade – e usar sempre o bom senso. 34 | REVISTA ABCFARMA | MARÇO/2013

Como resistir aos doces

Quando se fala em “inimigos do regime”, os mais ostensivos são indiscutivelmente os doces. Para muitas pessoas, eles são completamente irresistíveis. Existe alguma receita para driblar essa vontade indomável? De acordo com nutrólogo André Veinert, da Clínica Healthme Gerenciamento de Perda de Peso, se a vontade de comer doce é mesmo descontrolada, não é recomendável a interrupção brusca de seu consumo – a pausa geralmente só dura alguns dias e é seguida de uma inevitável recaída. O ideal é reduzir o consumo gradativamente. Segundo ele, fazer três refeições principais por dia, além de duas pequenas refeições nos intervalos, ajuda a controlar os níveis glicêmicos, diminuindo a compulsão. Alternativas para atenuar a �issura por doces são gelatinas light com pedaços de frutas e frozen iogurtes. Frutas como maçã, pera ou banana cozidas com canela e cravo são outra excelente opção de sobremesa que pode suprir boa parte da necessidade de comer doce. 

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Infecções TEXTO: ARNALDO ANSAR FOTOS: DIVULGAÇÃO

Gripe x resfriado

PARECIDOS, MAS DIFERENTES Um espirro, uma dorzinha de garganta, nariz entupido, um pigarro, tosse. É gripe ou resfriado? Aqui as diferenças entre duas doenças infecciosas

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quase irmãs – mas com diferentes graus de malestar e ameaça à saúde Com alguns sintomas similares, a gripe e o resfriado são doenças diferentes que podem causar desconforto e mal-estar em diversos níveis. Causadas por vírus diferentes, elas podem acometer de crianças a idosos. Mas

existe, de início, uma diferença básica. “Do ponto de vista clínico, a gripe é uma doença bem mais importante. Ela pode ser grave e, eventualmente, fatal”, comenta o pneumologista da Universidade Federal Paulista, Dr. Clystenes Soares Silva. Causada pelo vírus Influenza, a gripe é altamente contagiosa e ocorre, predominantemente, do final do outono ao começo da primavera. Diferentemente do resfriado, ela pode ter um início súbito e mais grave. “A pessoa com gripe pode ter dor de garganta, febre, coriza e uma dor muscular intensa logo de cara”, diz o Dr. Clystenes Silva. Segundo o médico, a doença pode deixar a vítima de molho por dias, com um quadro de malestar incompatível com as atividades normais do dia a dia. E, sobretudo em crianças, idosos e pacientes imunodeprimidos, pode produzir complicações temíveis, como a pneumonia, e infecções associadas que podem levar à morte, quando ela evolui sem tratamento. Já o resfriado, causado principalmente pelo rinovírus, é uma infecção do trato respiratório superior (nariz e garganta), bem mais simples do que a gripe. “Um resfriado dificilmente deixa a pessoa de cama”, ressalta a pneumologista pediátrica Simone Santana Aguiar. Com sintomas aparentemente similares ao da gripe – coriza, rouquidão, dores

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GRIPE

CARACTERÍSTICAS

RESFRIADO Vários vírus, por exemplo Adenovírus Progressivo

Agente causador

Vírus Influenza

Início dos Sintomas

Súbito

Sintomas

Calafrios, tosse queda do estado geral mialgias (dores musculares) dor de garganta

Coriza e congestão nasal

Febre

Normalmente alta

Baixa ou ausente

Grau de Exaustão

Importante

Moderado ou leve

Evolução

1 a 2 semanas Pode durar até 2 semanas

De um a três dias Rápida recuperação

Complicações*

Graves (pneumonia, por ex.)

Leves ou moderadas

*As complicações da gripe podem incluir pneumonia bacteriana, otite, sinusite, desidratação e agravamento de doenças crônicas, como insuficiência cardíaca, asma ou diabetes. pelo corpo e de cabeça, febre e diminuição do olfato e da gustação – diﬁcilmente vai além desse quadro e, na maior parte dos casos, não ultrapassa os sintomas iniciais. Mas pode se repetir num curto espaço de tempo. “Há pessoas que têm até sete resfriados por ano, enquanto o normal é que se pegue gripe apenas uma vez no mesmo período”, alerta Simone. De fácil contaminação, tanto a gripe como o resfriado são comumente contraídos pelo ar, mas pode-se transmitir a doença no contato direto com a pessoa doente – o que, sobretudo no caso de uma gripe já diagnosticada, recomenda cuidados de assepsia por parte da pessoa contaminada, em solidariedade às pessoas que convivem com ela.

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Tratamento para gripes e resfriados Sendo ambas as doenças causadas por um vírus, nem gripe nem resfriado têm tratamento especíﬁco. O que existem são medicamentos eﬁcientes para os sintomas: antitérmicos, analgésicos, descongestionantes, além de uma boa alimentação e muita hidratação. Quando buscar ajuda para além desses sintomas? Ambos os processos são autolimitados. Normalmente, os vírus causadores têm ciclos de vida no organismo que não passam de cinco dias. Mas, após

72 horas, se o quando não indica melhoras, os médicos sugerem procurar ajuda especializada – visando evitar infecções mais graves, como pneumonias, otites e amigdalites. De acordo com a Dra. Simone, o melhor tratamento para a gripe, que é a grande vilã dessas duas doenças, é mesmo a vacinação. “A prevenção é o melhor tratamento que temos para a gripe. A vacina é eﬁcaz e deve ser tomada anualmente”, ﬁnaliza. 

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C hoco l Uma tentação s Comemoração TEXTO: CELSO ARNAADO ARAUJO FOTOS: DIVULGAÇÃO

ara os cristãos, a Páscoa signi�ica o renascimento de Jesus — simbolizando a boa nova de que todos podem renascer e recomeçar, desde que tenham fé, esperança, capacidade de perdoar, determinação e principalmente desejo de viver em paz e harmonia com todos. Entretanto, para milhões de pessoas, principalmente os mais jovens, o sentido mais prático (e mais saboroso) da Páscoa é poder saborear um dos alimentos mais agradáveis ao paladar já criados pelo homem: o chocolate. O que chocolate tem a ver com Páscoa? E, afinal, chocolate – que para muitos é uma perdição – faz mais bem do que mal? Na Páscoa, a celebração da morte e ressurreição de Cristo serve como um momento especial para que os cristãos re�litam sobre o signi�icado da vida. Diante do propósito tão nobre da data, muitas pessoas não conseguem entender a relação entre essa celebração de caráter religioso com o hábito de se presentear as pessoas com ovos de chocolate – ou, no mínimo, devorar ovos de chocolate nas proximidades da data. A res-

40 | REVISTA ABCFARMA | MARÇO / 2013

posta remonta ao tempo em que o cristianismo estava longe de se tornar uma religião. Em várias antigas culturas espalhadas no Mediterrâneo, no Leste Europeu e no Oriente, dar ovos como presente era algo bastante comum, já com o sentido de desejar vida e fertilidade. Em geral, esse tipo de manifestação acontecia quando os fenômenos naturais anunciavam a chegada da primavera. Não por acaso, vários desses

ovos-presente eram pintados com gravuras que tentavam representar algum tipo de planta ou elemento natural. Em outras situações, o enfeite desse ovo festivo era feito através de seu cozimento junto a alguma erva ou raiz impregnada de corante natural. Atravessando a Antiguidade, este costume ainda se manteve vivo entre as populações pagãs que habitavam a Europa durante a Idade Média. Nesse período, muitos desses povos realizavam rituais de adoração fazendo a conjunção de três símbolos – a mulher, o ovo e o coelho, que reforçavam o ideal de fertilidade comemorado entre os pagãos. Na época, os clérigos tinham a expressa preocupação de ampliar o seu número de �iéis por meio da adaptação de algumas antigas tradições e símbolos religiosos. No auge do período medieval, nobres e reis de condição mais abastada costumavam comemorar a Páscoa presenteando os seus com ovos feitos de ouro e cravejados de pedras preciosas. Até que chegásse-

lsaudável at e Comer sem culpa? mos ao famoso (e bem mais acessível...) ovo de chocolate, foi necessário o desenvolvimento da culinária e, antes disso, a descoberta do continente americano. Só no século 19, os culinaristas franceses tiveram a ideia de fabricar os primeiros ovos de chocolate da História. Depois disso, a energia desse calórico extrato retirado da semente do cacau também reforçou o ideal de renovação sistematicamente difundido na época da Páscoa.

Sem excessos,

um delicioso remédio

Segundo os nutricionistas, e à luz dos últimos estudos, há chocolates e chocolates. O tipo “ao leite” contém grande quantidade de açúcar. Já o amargo tem a simpatia da ciência – mesmo numa base de consumo regular, que é o ideal de todo chocólatra:

dois tabletes de 40 gramas de chocolate preto com 70% de cacau por dia traz efeitos positivos para a saúde. Se não tem o sabor tão agradável quanto o ao leite, compensa pela quantidade de polifenóis, substâncias com efeitos bené�icos sobre doenças cardiovasculares e o câncer. Para chocólatras assumidos, a substituição não é fácil, porque o gosto é bem diferente. Mas só de comer sem culpa, o “sacri�ício” vale a pena. Em muitos outros campos da vida humana, o que faz bem para a saúde não tem nada a ver com o que só dá prazer. A matéria-prima do chocolate, o cacau, era considerada por maias e astecas o alimento dos deuses. Tamanha veneração talvez tenha se originado da dedução de que as sementes do fruto do cacaueiro escondiam diversas propriedades. Se eram realmente divinas, isso ainda carece de comprovação. Quase cinco séculos depois de os espanhóis enriquecerem o paladar europeu com um dos sabores do Novo Mun-

REVISTA ABCFARMA | MARÇO/2013 | 41

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genéric�

genéric� 23/01/13 16:41

Quando o chocolate se torna uma arte

saudável

do, sobram evidências cientí�icas de que o chocolate amargo, que contém maior teor de cacau na sua composição, promove uma série de bene�ícios para nossa saúde. Os resultados de uma das pesquisas mais recentes sobre esse tipo de chocolate, realizada na Universidade Hospital Colônia, na Alemanha, con�irmam que ele protege o coração por reduzir os níveis da pressão arterial.O trabalho avaliou

44 pacientes entre 56 e 73 anos, préhipertensos ou no estágio inicial da doença. Durante 18 semanas, metade deles consumiu 30 calorias diárias, ou 6,3 gramas de chocolate amargo, algo equivalente a um único pedaço de uma barrinha. Os demais participantes ingeriram o tipo branco.

Essa pequena quantidade da versão menos doce do chocolate reduziu a pressão no grupo-controle em 1,6

milímetro na máxima, e 1 milímetro de mercúrio, na mínima, ao �im da pesquisa. Parece pouco, mas a queda de apenas 2 milímetros de mercúrio na medida da pressão máxima já diminui signi�icativamente o risco de ter um AVC ou infarto do miocárdio. No estudo alemão, provou-se ainda que isso pode ser obtido sem alterações no peso, nas taxas de açúcar e nos índices de colesterol.

Amargo por quê? O

segredo do chocolate amargo está na altísssima concentração de certos flavonoides, como as catequinas, substâncias encontradas no cacau. São elas que agem positivamente nas artérias. Esses compostos elevam a produção de óxido nítrico, um vasodilatador natural, explica o cardiologista Marcus Malachias, diretor do Instituto de Hipertensão Arterial de Minas Gerais. Mas para que isso ocorra, é preciso que o consumo seja diário. Bastam quatro quadradinhos daqueles tabletes grandes, recomenda a nutricionista Vanderlí Marchiori. Ela dá outra boa notícia: o chocolate amargo aumenta o bom colesterol porque os polifenóis impedem a oxidação do LDL, o tipo ruim da gordura. De qualquer forma, os benefícios afetivos do chocolate estão mais do que comprovados – ou não haveria tanta gente “viciada” nele. O chocolate contém duas substâncias, a N-oleoletanolamina e a N-linoleoiletanolamina, que estabilizam as anandamidas, um neurotransmissor prazeroso produzido pelo cérebro, aumentando a sensação de bem-estar. Isso sem falar na fenilalanina e na tirosina, dois aminoácidos que são precursores da noradrenalina e da dopamina, outra dobradinha envolvida no estado de felicidade natural. 

esando bem, não é difícil entender por que chocolate é tão

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gostoso.

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Homenagem

TEXTO: CELSO ARNALDO ARAUJO E FRANCISCO COLOMBO FOTOS: DIVULGAÇÃO

Dia internacional da mulher Elas fizeram por merecer

té há pouco predominantemente masculino, o mercado farmacêutico brasileiro deve hoje boa parte de seu extraordinário crescimento nos últimos anos ao trabalho inteligente, disciplinado e estratégico das mulheres, que aos poucos vão conquistando mais espaço – do comércio à indústria, passando pela vida acadêmica. Conheça aqui três dessas mulheres vitoriosas – através das quais prestamos nossa homenagem à mulher brasileira, em seu Dia Internacional.

Telma Salles, presidente da PróGenéricos

Carioca, �ilha de dono de farmácia no Rio, ela passou com brilho pela Hexal, grupo EMS e Aché, Telma Salles, tornando-se uma das mais experientes e bem-sucedidas executiva do mercado farmacêutico brasileiro, antes de ser indicada por seus pares, no ano passado, para comandar a PróGenéricos que representa as 12 maiores empresas do setor e 85% do mercado. Crescendo a taxas de dois dígitos, os genéricos já respondem por até 90% do mercado em algumas classes farmacêuticas. “Presidir uma entidade que agrega as maiores empresas do setor, de capital nacional e estrangeiro, e que representam 85% do mercado de genéricos no Brasil, é uma responsabilidade. Fico muito orgulhosa por ter sido escolhida por essas empresas para representá-las. E espero fazê-lo bem”.

Telma Salles

Maria Eduarda Kertész Presidente da Johnson & Johnson Brasil

Maria Eduarda Kertész

Nascida na Bahia, �ilha de Mário Kertész, que é radialista e foi prefeito de Salvador, Maria Eduarda Kertész, ou Duda, como prefere ser chamada, assumiu em 2011, aos 38 anos, a presidência da subsidiária brasileira de uma das maiores empresas de saúde, higiene e beleza do mundo – a Johnson & Johnson. E, pela primeira vez em 80 anos da história da empresa no país, uma mulher sucede outra no comando da Johnson – Duda substituiu a paulistana Suzan Rivetti, que, após três anos no cargo, foi alçada à vice-presidência da J&J para a América Latina. Além disso, em mais uma demonstração da atual presença da mulher no escalão superior das grandes empresas brasileiras, ela encontrou cinco mulheres entre os oito diretores que compõem o atual comitê executivo da J&J. Mãe de dois �lhos, ela é uma das mais bem-sucedidas executivas brasileiras.

Dra. Ana Paula Cury Francisco Proprietária da Drogacentro

Após ler um anúncio na revista ABCFARMA sobre o Prêmio GV de Responsabilidade Social, a farmacêutica Dra. Ana Paula Cury Francisco resolveu inscrever o case de sua farmácia, a Drogacentro, de Piraju, no interior de São Paulo, e acabou vencendo.

A Dra. Ana Paula foi assunto de matéria da Revista ABCFARMA de setembro de 2012 e é um exemplo de empreendedorismo e criatividade, assim como tantas representantes do varejo farmacêutico, que merecem destaque e servem de modelo para mulheres de todo o Brasil.

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Dra. Ana Paula Cury Francisco

Posse TEXTO E FOTOS: SINDUSFARMA

SINDUSFARMA

dá posse à nova diretoria

Cleiton de Castro Marques, novo presidente

Na mesa que comandou a posse, Cleiton de Castro Marques, novo presidente do SINDUSFARMA, Omilton Visconde Jr., ex-presidente, senador Paulo Bauer, Dr. Dirceu Barbano, presidente da ANVISA, e Luiz Odorico de Andrade,

secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde

m cerimônia com a presença de autoridades da área da saúde, políticos, lideranças empresariais e dirigentes de entidades, foi empossada no dia 18 de fevereiro a nova diretoria do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), presidida por Cleiton de Castro Marques. Prestigiaram o evento, entre outras autoridades, o senador Paulo Bauer, o presidente da Anvisa, Dr. Dirceu Barbano, e o secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Luiz Odorico Monteiro de Andrade Em seu discurso de posse, Cleiton de Castro Marques disse que o Sindusfarma tem empunhado a bandeira do que Presidente:

Cleiton de Castro Marques

(Biolab-Sanus) 1º Vice Presidente: Martin E. Nelzow (Boehringer) 2º Vice-Presidente: Maurizio Billi (Eurofarma) 3º Vice-Presidente: Heraldo Marchezini (Sanofi-Aventis) Diretor: José Ricardo Mendes da Silva (Aché) Diretor: Victor Mezei (Pfi zer) Diretor: Nelson Mello (Hypermarcas) Diretor: Adib Jacob (Novartis) Diretor: Luiz Carlos Borgonovi (EMS) Diretor: Theo Van Der Loo (Bayer) Diretor: Márcia de Carvalho Santos (Hepacholan) 48 | REVISTA ABCFARMA | MARÇO/2013

chamou de “desenvolvimento sem fronteiras”. Isto é: que os laboratórios farmacêuticos instalados no Brasil sejam incentivados a gerar inovação no país, seja qual for sua origem de capital. “O que realmente importa é que medicamentos inovadores sejam desenvolvidos aqui, testados aqui e produzidos aqui”. “O senador Paulo Bauer falou da Proposta de Emenda Constitucional (PEC), de sua autoria, que isenta os medicamentos de todos os impostos. O presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, enalteceu o “papel importantíssimo” desempenhado pela entidade: “O Sindusfarma é uma entidade absolutamente capaz de propor ao governo o que de fato interessa para a indústria, mas sempre olhando as políticas públicas na área”, disse. 

Diretor: Wilson Borges (Zambon) Suplentes da nova Diretoria 1º Suplente: Renata Spallicci (Apsen) 2º Suplente: Roberto P. de Alvarenga (Shire) 3º Suplente: Fernando Salles Annunziata Marques (Ativus) 4º Suplente: Maria Heloísa Albuquerque M. Simão (Zodiac) 5º Suplente: Maurício Ricardo Tinello (Libbs) 6º Suplente: João Sanches (MSD) 7º Suplente: Flávio Vormittag (Furp) 8º Suplente: Gaetano Crupi (Bristol-Myers-Squibb) 9º Suplente: Michel Kfouri Filho (Inpharma) 10º Suplente: José Antônio Alas Quinteros (Lilly)

11º Suplente: Ogari de Castro Pacheco (Cristália) 12º Suplente: Hagop Barsoumian (Chiesi) Membros efetivos do Conselho Fiscal Marcelo Gilioli (Pfizer) Rubens Filho (Almeida Prado) Walker M. Lahmann (Hypermarcas) Suplentes Andréa Hellmeister Montragio (Teva) Paulo dos Santos Ramos (Eurofarma) Davi David (Sanofi-Aventis) Delegados efetivos na Fiesp Nelson Mussolini (Sindusfarma) Lauro Moretto (Sindusfarma)

Entrevista TEXTO: CELSO ARNALDO ARAUJO FOTOS: DIVULGAÇÃO

Por uma

São Paulo mais segura Coronel Leonardo Torres Ribeiro

ão 12 milhões de habitantes �ixos, mais as centenas de milhares de pessoas que vêm à cidade todos os dias para trabalhar ou estudar: São Paulo é um enorme desa�io para seus administradores em virtualmente todos os campos da atividade humana. Mas manter a segurança dessa fabulosa massa populacional talvez seja a mais espinhosa missão dos homens encarregados de cuidar da grande metrópole. E boa parte dessa responsabilidade cabe hoje a um policial militar que entrou para a corporação aos 18 anos e que, aos 52, atingiu o

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ponto culminante de sua carreira. O coronel Leonardo Torres Ribeiro, ou coronel Ribeiro como é conhecido na Polícia Militar, é o novo chefe do Comando de Policiamento da Capital – o CPC. Esse posto o coloca como responsável pelos oito comandos de área da cidade de São Paulo e seus 31 batalhões, com nada menos que 20 mil policiais sob suas ordens. Nesta entrevista exclusiva à Revista ABCFARMA, ele falou sobre o desa�io da segurança pública em São Paulo e orienta os empreendedores de comércio na cidade no sentido de ajudar a polícia a reduzir o risco de furtos e assaltos.

O coronel Leonardo Torres Ribeiro está na Polícia Militar desde 1979, quando ingressou na Academia de Polícia – de onde saiu como aspirante a o�icial, e em seguida promovido a segundo tenente. Desde então, sua carreira tem sido ascendente.

Tem passagens pela Escola Superior de Soldados (ESSd), pelo Centro de Altos Estudos de Segurança “Cel. PM Nelson Freire Terra” (Caes) e pelo Comando de Policiamento Ambiental (CPAbm), entre outras posições de destaque na Polícia Militar. Desde setembro de 2011 integra a cúpula do CPC, unidade que ele agora assume como comandante. Ele começa destacando a gigantesca massa de paulistanos e da população �lutuante que, todos os dias, precisam da vigilância ostensiva do Comando de Policiamento da Capital para reduzir os índices de violência urbana numa cidade tão esparramada e com tantas desigualdades sociais e geográ�icas. Mais de 100 quilômetros separam os extremos sul e leste da área metropolitana. E ressalta que, num território tão extenso, o policiamento de visibilidade – que é a única maneira de se levar uma sensação de segurança à população – é condicionado pela própria dinâmica do crime. As ações delituosas evoluem, ao longo do tempo – de assaltos em semáforos a “arrastões” em bares e restaurantes.

A Polícia Militar precisa estar permanentemente “antenada” com as modalidades de operação criminosa mais “na moda” e então agir, se possível preventivamente, contra os novos focos de violência. Para isso, ressalta o coronel Ribeiro, a Polícia precisa da colaboração permanente da população, no sentido de noti�icar as ações dos marginais aos órgãos competentes. Pois é através das estatísticas que a Polícia pode direcionar

Uma megacidade com 12 milhões de habitantes fixos, mais os passantes, é um permanente desafio para o Comando de Policiamento da Capital, que tem uma força de 20 mil homens

suas forças para reprimir as células de violência e prevenir novos ataques. “Baseada nessas noti�icações, a corporação já conseguiu debelar inúmeras ações sistemáticas de quadrilhas de bandidos”. Além de se basear nos índices que quanti�icam as diversas modalidades de delitos, o CPC é muito sensível também ao noticiário da mídia a respeito da criminalidade – o gerenciamento de inteligência do órgão está permanentemente atento a esse canal e sobretudo aos programas com ênfase na cobertura de casos de violência.

Câmeras indiscretas contra a criminalidade

A força de 20 mil homens que compõe o policiamento da capital evidentemente não pode estar presente em cada esquina da cidade. Mas o CPC tem olhos eletrônicos que reforçam os níveis de vigilância

sobre o crime. Cerca de 250 câmaras, instaladas nos principais pontos da capital, permitem aos policiais visualizar, em tempo real, situações e comportamentos suspeitos – que podem gerar o acionamento imediato da viatura mais próxima. Uma moto ou outro veiculo que passa na porta de um banco sucessivas vezes, por exemplo, tem sua placa captada e levantada em questão de segundos pelos policiais, na busca de irregularidades que fundamentem a suspeita. Segundo o coronel Ribeiro, novas câmaras devem entrar em ação brevemente, para ampliar essa visão estratégica da PM sobre a cidade. A central de monitoramento eletrônico da PM tem sua missão completada pelo trabalho diuturno do COPOM – o Centro de Operações da Policia Militar. Uma equipe de cerca de 60 homens e mulheres da PM, supervisionados pelo o�icial de turno, atendem ao telefone

REVISTA ABCFARMA | MARÇO/2013 | 51

No COPOM. um grupo de 60 PMs, altamente treinados, atende aos chamados da população pelo telefone 190. Em média, são cerca de 45 mil ligações por dia

190 – através do qual a população comunica, em primeira mão, ações criminosas em curso ou solicita a presença da Polícia Militar para determinada situação.

Na tela do atendente, identi�icase a área de onde a chamada foi feita e a localização das viaturas mais próximas. São cerca de 45 mil ligações por dia – e, segundo o coronel Ribeiro, a meta é que cada telefonema seja atendido ao primeiro toque e que, se for o caso, uma viatura chegue ao local da chamada em cinco minutos. São cerca de nove mil deslocamentos por dia. Mas ele lamenta que boa parte das ligações seja de pessoas que desejam apenas informações – e muitas vezes, banais.

Furto

o maior problema

Essa complexa estrutura de monitoramento e informações, além do policiamento ostensivo, tem permitido a São Paulo reduzir seus índices de criminalidade – que, proporcionalmente à sua população, estão entre os menores do País. Com uma ressalva: “Todos os delitos estão em queda, com exceção dos furtos, que são nosso maior problema”. Sim, o furto – subtração de bem sem o uso de violência – não cede e é um foco de permanente preocupação. Seja um veículo estacionado na rua ou um estabelecimento comercial, essa 52 | REVISTA ABCFARMA | MARÇO/2013

moda lidade ainda ostenta altos números na cidade. Mas, aos olhos da população, é evidente que os crimes com violência são os que produzem maior sensação de medo e insegurança. Ultimamente, em São Paulo, registraram-se crimes de morte que revelam a ausência de qualquer limite moral dos autores – como o assassinato de uma grávida de nove meses, em assalto frustrado, à porta de sua casa. O coronel Ribeiro analisa essas tristes ocorrências à luz da sociologia do crime. A audácia dos marginais se deve não apenas à sua índole como ao fato de que a vida útil de um bandido é curta – em seu período de atividade, ele realmente não tem limites. E certos crimes – como matar um policial – dão prestígio junto aos colegas, sobretudo na cadeia. Ele aproveita para fazer um comentário de pai, para explicar essa aparente explosão de criminalidade: “Está faltando humanidade nas casas e nas famílias. Falta educação básica, falta união, crianças são largadas nas ruas desde muito novas”.

Comércio:

apoio da comunidade Para o coronel Ribeiro, a segurança de um ponto comercial não tem uma receita de bolo. Se houvesse, furtos e roubos a estabelecimentos como farmácias e drogarias seriam evitados com facilidade.

As sugestões mais convencionais de medidas preventivas, como a colocação de câmeras de vigilância e de alarmes nos períodos em que o estabelecimento está fechado, hoje perdem bastante de sua e�iciência diante da audácia dos marginais. “Muitos não estão nem aí para as câmeras”, lamenta o coronel Ribeiro. Claro que essas providências podem inibir boa parte dos delitos – entre um automóvel fechado e um aberto, não é di�ícil prever a preferência dos marginais. Mas o coronel Ribeiro diz que um dos melhores projetos de segurança que um ponto de comércio na periferia da cidade pode adotar é estabelecer uma forte relação com a comunidade. Talvez isso explique o fato de que estabelecimentos do mesmo ramo numa mesma região apresentem índices de segurança completamente diferentes – uns já foram assaltados diversas vezes; outros, nunca.

De qualquer forma, é bom não con�iar na sorte. “Reduzindo-se as oportunidades e as facilidades, reduz-se o risco de delitos”. E, muito importante, destaca o coronel Ribeiro: “Nunca reaja a um assalto. Patrimônio se recupera. Uma vida, não”. 

A revolução do tratamento da Disfunção Erétil está completando 15 anos!1 O impacto notável do Viagra na vida de muitas pessoas está fazendo 15 anos1, e não é à toa: seu desempenho colaborou com o reconhecimento e a compreensão de que a Disfunção Erétil e outros distúrbios sexuais são clinicamente tratáveis.2

Só VIAGRA® é VIAGRA®

Referências bibliográficas: 1. MS 1.0216.0065 DOU 05/02/1998 2. Past, present, and future: a 7-year update of Viagra_ (sildenafilcitrate) G. JACKSON, 1 H. GILLIES,2 I . OSTERLOH2 Guys and St. Thomas Hospital Trust,1 London, Pfizer Global Research and Development,2 Sandwich, Kent, UK 3. McMurray JG, Feldman RA, Auerbach SM, DeRiesthal H, Wilson N. On behalf of the Multicenter Study Group. Long-term safety and effectiveness of sildenafi l citrate in men with erectile dysfunction. Therapeutics and Clinical Risk Management 2007:3(6) 975-981. 4. Bula do Produto Viagra®. Viagra® (citrato de sildenafila) é uma terapêutica oral para a disfunção erétil. A sildenafila é um inibidor seletivo da fosfodiesterase-5 (PDE-5), específica do GMPc. O mecanismo fisiológico responsável pela ereção do pênis envolve a liberação de óxido nítrico nos corpos cavernosos durante a estimulação sexual. A sildenafila é rapidamente absorvida. Indicações: tratamento da disfunção erétil, que se entende como sendo a incapacidade de atingir ou manter uma ereção suficiente para um desempenho sexual satisfatório. Para que Viagra® seja eficaz, é necessário estímulo sexual. Contraindicações: hipersensibilidade conhecida ao fármaco ou a qualquer componente da fórmula, ou ainda a pacientes usuários de qualquer forma doadores de óxido nítrico, nitratos orgânicos ou nitritos orgânicos. Advertências e Precauções: os agentes para tratamento da disfunção erétil devem ser utilizados com precaução em pacientes com deformações anatômicas do pênis (tais como angulação, fibrose cavernosa ou doença de Peyronie) ou em pacientes com condições que possam predispor ao priapismo (tais como anemia falciforme, mieloma múltiplo ou leucemia). Os agentes para o tratamento da disfunção erétil não devem ser utilizados em homens para os quais a atividade sexual esteja desaconselhada. O uso da associação de Viagra® com outros tratamentos para disfunção erétil não foi estudado e não é recomendado. Foram relatados eventos cardiovasculares graves pós-comercialização, incluindo infarto do miocárdio, morte cardíaca repentina, arritmia ventricular, hemorragia cerebrovascular e ataque isquêmico transitório em associação temporal com o uso de Viagra®. Com o uso de todos os inibidores da PDE5, incluindo a sildenafila, foi raramente relatada neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica (NAION) (pós-comercialização) e; também pequeno número de pacientes com diminuição ou perda repentina de audição (pós-comercialização e estudos clínicos). Não foi identificada relação causal entre o uso de inibidores de PDE5 e NAION ou; de inibidores de PDE5 e diminuição ou perda repentina da audição. Os pacientes devem ser advertidos a consultarem o médico imediatamente em caso de perda repentina da visão ou, diminuição ou perda repentina da audição. Recomenda-se cautela na administração concomitante de sildenafila em pacientes recebendo α-bloqueadores, pois a co-administração pode levar à hipotensão sintomática em alguns indivíduos suscetíveis. A fim de diminuir o potencial de desenvolver hipotensão postural, o paciente deve estar estável hemodinamicamente durante a terapia com α-bloqueadores principalmente no início do tratamento com sildenafila. Deve-se considerar a menor dose de sildenafila para iniciar a terapia. Não existem também informações relativas à segurança da administração de Viagra® a pacientes com distúrbios hemorrágicos ou com úlcera péptica ativa. Por esse motivo, Viagra® deve ser administrado com precaução a esses pacientes. Não existem informações relativas à segurança da administração de Viagra® a pacientes com retinite pigmentosa. Viagra® não é indicado para mulheres e crianças (< 18 anos). Interações medicamentosas: Viagra® potencializa o efeito hipotensor da terapêutica com nitratos, tanto de uso agudo como crônico; portanto, o uso concomitante com estes medicamentos é contraindicado. Interações clinicamente significativas na farmacocinética do sildenafila foram observadas com saquinavir e ritonavir. Interações clinicamente não significativas foram observadas com anti-hipertensivos. Os dados em estudos clínicos indicaram diminuição do clearance da sildenafila quando co-administrada com o cetoconazol, eritromicina ou cimetidina. Nenhuma interação significativa foi observada com tolbutamida, varfarina, inibidores seletivos da recaptação de serotonina, antidepressivos tricíclicos, tiazidas e diuréticos relacionados, inibidores da ECA, bloqueadores de canais de cálcio, ácido acetilsalicílico, álcool e antiácidos (vide bula completa do produto). Reações adversas: os eventos adversos foram em geral, transitórios e de natureza leve a moderada. As reações adversas mais comumente relatadas foram cefaleia e rubor. Outras reações incluíram tontura, alterações visuais (visão turva, sensibilidade aumentada à luz), cromatopsia (leve e transitória, predominantemente distorção de cores), palpitação, rinite (congestão nasal) e dispepsia. Os seguintes eventos adversos foram relatados durante o período pós-comercialização: reação de hipersensibilidade (incluindo rash cutâneo), convulsão, convulsão recorrente, taquicardia, hipotensão, síncope, epistaxe, vômito, dor ocular, olhos vermelhos, ereção prolongada e/ ou priapismo (vide bula completa do produto). Posologia: Adultos: 50 mg em dose única, administrada quando necessário, aproximadamente uma hora antes da relação sexual. De acordo com a eficácia e a tolerabilidade, a dose pode ser aumentada para 100 mg ou diminuída para 25 mg. A dose máxima recomendada é de 100 mg. A freqüência máxima recomendada de Viagra® é de uma vez ao dia. Insuficiência hepática ou renal: uma dose de 25 mg deve ser considerada. Crianças: Viagra® não é indicado para crianças (18 anos). Idosos: o ajuste de dose não é recomendado para pacientes idosos. Super dosagem: medidas gerais de suporte deverão ser adotadas conforme a necessidade. Não se espera que a diálise renal possa acelerar o clearance da sildenafila. Apresentações: comprimidos revestidos de 50 mg em embalagem com 1, 2, 4 ou 8 unidades e 25 mg e 100 mg em embalagens com 4 unidades. USO ADULTO. USO ORAL. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. A persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado. Para maiores informações, consulte a bula completa do produto. (vgr13) Documentação científica e informações adicionais estão à disposição da classe médica mediante solicitação. Laboratórios Pfizer Ltda., Rua Alexandre Dumas, 1860 – Chácara Santo Antônio, São Paulo, SP – CEP 04717-904. Tel.: 0800- 7701575. Internet: www.pfizer.com.br. Viagra®. MS – 1.0216.0065.

CONTRAINDICAÇÃO: TODOS OS INIBIDORES DE PDE-5 SÃO CONTRAINDICADOS QUANDO ASSOCIADOS AO USO DE NITRATOS. INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA: PODE HAVER DIMINUIÇÃO DO CLEARANCE DA SILDENAFILA QUANDO COADMINISTRADA COM INIBIDORES DO CITOCROMO CYP3A4 TAIS COMO: CETOCONAZOL, ERITROMICINA OU CIMETIDINA. Material destinado aos proﬁssionais não prescritores/dispensadores de medicamento. Aprovado em Janeiro de 2013 SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.

Anti-Ox, suplemento antioxidante

Cipro�loxacino

O Laboratório Teuto lança no mercado brasileiro o Anti-Ox, suplemento vitamínico e mineral que associa as vitaminas A C e E aos minerais zinco e selênio. É um complemento nutricional balanceado e cuidadosamente desenvolvido para trazer bene�ícios globais à pele e a todo o organismo. O produto serve para fornecer ao organismo um complexo vitamínico-mineral antioxidante que combate os radicais livres que agridem as células do corpo. Anti-Ox está disponível em embalagem com 30 cápsulas gelatinosas mole, com ingestão recomendada de uma cápsula ao dia. O produto não contém glúten nem gordura trans.

Produto Isento de Registro segundo a RDC 27/10. SAC: 0800-621800

O laboratório Brasterápica inicia 2013 aumentando o seu portfólio e lançando sua linha de genéricos. E já está sendo distribuído em todo o país o Cipro�loxacino, nas seguintes presentações: Registro de MS: 1.0038.0094.001-6 (14 comprimidos) / 1.0038.0094.002-4 (Hospitalar c/ 210 comprimidos) Contraindicações: Cloridrato de Ciprofloxacino não deve ser usado em casos de hpersesibilidade ao Ciprofloxacino, ou às outras quinolonas ou qualquer um dos excipientes. É contraindicada a administração concomitante de Cloridrato de Ciprofloxacino e tizanidina, pois pode ocorrer um aumento desejável nas concentrações séricas de tizanidina associado aos efeitos colaterais clinicamente importantes induzidos por esta (hipotensão, sonolência, hipnestesia). Veja interações medicamentosas. Este medicamento não deve ser utilizado sem orientação médica por mulheres grávidas. SAC: 0800 174 357 SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO

Desogestrel, contraceptivo

É o medicamento da linha de Saúde Feminina da Sandoz voltado para contracepção. O medicamento possui a apresentação 0,075 mg com 28 comprimidos. Registro MS: 1.0047.0517 Contraindicações: gravidez ou suspeita de gravidez; distúrbio tromboembólico venoso ativo; presença ou história de doença hepática grave enquanto os valores de função hepática não tenham retornado ao normal; tumores progestagênio- dependentes; sangramento vaginal não diagnosticado; hipersensibilidade a qualquer componente do desogestrel. SAC: 0800 400 9192

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Administração TEXTO: GERALDO MONTEIRO FOTOS: DIVULGAÇÃO

A importância das parcerias para as farmácias N um mercado cada vez mais competitivo e com consumidores cada vez mais exigentes, o estabelecimento de parcerias torna-se importante aliado para as empresas que desejam um diferencial competitivo. No caso das farmácias e drogarias, não é diferente. Parcerias empresariais não devem ocorrer somente em grandes empresas, mas também em microempresas e empresas de pequeno porte, trazendo inúmeros bene�ícios para todas.

Pode-se de�inir parceria como a cooperação entre diferentes organizações a �im de proporcionar bene�ícios mútuos entre as partes envolvidas. Trata-se de uma relação “ganha-ganha”, na qual as parceiras visam à elaboração de um projeto conjunto que resultará em ganho para ambas as partes, não somente no aspecto �inanceiro, mas de varias outras formas. Além disso, através das parcerias, é possível otimizar os

Geraldo Monteiro é Mestre em Administração pela Fecap e assessor econômico da ABCFARMA e Diretor Executivo da ABRADILAN

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processo de algumas áreas da empresa, sem perder o controle acionário sobre ela. As parcerias permitem às microempresas e empresas de pequeno porte, sem grandes investimentos, penetrar em diferentes mercados, aumentar a participação no mercado em que já atuam. E também podem contribuir para o crescimento e a melhora dos processos e tecnologias na organização. É importante ressaltar que não existe um tipo ideal, um modelo correto de parceria, mas alianças adequadas às necessidades de cada empresa e aos seus objetivos. Assim como um novo empreendimento, as parcerias também necessitam de planejamento e estudos. É de grande importância que se realizem pesquisas para avaliar a viabilidade da aliança, a �im de que ela seja positiva para ambas as partes.

Outro ponto importante a ser destacado é que as parcerias devem estar embutidas nas estratégias da empresa como um meio, não como um objetivo �inal. Elas são instrumentos facilitadores e otimizadores para se alcançar o sucesso organizacional.

Portanto, os bons resultados de uma parceria dependem não só das condições do mercado e dos concorrentes, mas da disponibilidade dos gestores das empresas parceiras em cooperar uns com os outros, agregando valor à aliança – desde que haja con�iança entre eles e a consciência de que os objetivos a serem alcançados são semelhantes. Nesse caso, alcançar o sucesso no mercado em que atuam. Sucesso nas suas parcerias atuais e futuras. 

Gerenciamento TEXTO: MAURO PACANOWSKI FOTOS: DIVULGAÇÃO

O SUPERVAREJO A hora da pequena e da média farmácia

Brasil está entre os cinco maiores mercados mundiais de medicamentos, com vendas em ascensão e crescendo a taxas de até 12% ao ano, muito acima da media mundial e com um imenso potencial em função do acesso de novas camadas da população ao consumo. O consultor em varejo Mauro Pacanowski, professor na FGV, Universidade Federal do Rio de Janeiro e Escola Superior de Propaganda e Marketing, diz como os pequenos empreendedores podem se bene�iciar deste momento Os laboratórios nacionais de vários segmentos vêm recebendo maciço aporte de recursos e incentivos, incluindo um passaporte quase ilimitado emitido pelo BNDES com seu programa Profarma. Técnicos do Ministério da Saúde e autoridades do setor sanitário têm participado de inúmeros seminários e discussões sobre modos e maneiras de viabilizar uma menor dependência de insumos e produtos acabados externos e oferecendo, através de parcerias público-privadas, oportunidades de crescimento importantes. Neste ponto quero trazer à tona uma discussão pertinente que visa abrir um debate entre as lideranças do setor varejista farmacêutico, empresários em geral, fornecedores, distribuidores e todos os que, direta ou indiretamente, têm nas farmácias/drogarias seu maior patrimônio comercial. Por que não levar a estas mesmas autoridades uma reivindicação que bene�iciaria todo o varejo nacional? Isso se daria através do estreitamento de relações com os governos estaduais e federal, mais os bancos de fomento, incluindo o BNDES, com a implementação do Projeto SUPERVAREJO – que objetiva oferecer recursos capazes de promover uma verdadeira transformação na gestão empresarial, principalmente do pequeno e médio varejo,

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viabilizando uma maior capacitação de empresários, gerentes, funcionários e farmacêuticos. O instrumento dessa transformação seriam programas de Educação Continuada, de acesso a modernos conceitos e equipamentos de automação comercial e de informatização, reforma de lojas, compra de equipamentos técnicos e médicos visando permitir ao estabelecimento uma completa atenção farmacêutica, além de um novo sistema de gestão de estoques e compras em sintonia com as distribuidoras, visando criar ruptura ZERO em medicamentos. O projeto também alcançaria a pro�issionalização de atendentes visando especialização na área de HPC (higiene, perfumaria e cosméticos) com total e completa parceria da indústria, incluindo capital de giro para otimizar o �luxo de caixa.

Os resultados

Com este aporte �inanceiro, político e empresarial, acredito num novo patamar de atendimento ao público, com melhores práticas comerciais e de serviços, maior comprometimento de funcionários e interação total com a classe médica, que passaria a ver as farmácias como parceiras para complemento de seu receituário e adesão ao tratamento. Isso ajudaria a elevar a con�iança e a credibilidade do setor,

Mauro Pacanowski,

professor da FGV/RJ e da UFRJ

levando o consumidor a assumir seu papel de cliente pró-ativo, interessando-se por obter mais informações, para aumentar o acesso a seu bem precioso que é a saúde com bem-estar.

O esforço dessa transformação terá como retorno uma maior inclusão nas decisões legislativas, leis, regulamentos, portarias e normas mais adequadas a uma nova realidade, permitindo uma redução de con�litos com órgãos de �iscalização e vigilância e o surgimento de um novo modelo de negócios. Com base nas considerações presentes, farmácias e drogarias poderiam desenvolver um programa de acreditação, tendo como eixos a avaliação da qualidade – com padrões para estrutura, processos e resultados – e a atenção farmacêutica, capaz de desencadear processos de mudança que estimulem as organizações a desenvolverem seu papel sanitário com base em práticas humanizadas. Vamos aproveitar a realização da próxima Expofarma para trabalhar desde já com as lideranças políticas e as do setor, hoje engajadas em nossas propostas, a �im de sentir a receptividade desse pleito e capitanear um novo alicerce, onde a competitividade de pequenos e médios terá respaldo e força visando à sustentabilidade desse importante mercado, fomentador de empregos e inclusão social? 

Gestão de negócios TEXTO: AMÉRICO JOSÉ FOTOS: DIVULGAÇÃO

OS MEMBROS E O ESTÔMAGO (Esopo – Escritor Grego do século VI a. C.)

Um dia, as mãos, a boca, os dentes e os pés se revoltaram.

– Trabalhamos tanto, estamos em contínua luta e tudo é em proveito do estômago, que aí �ica folgado, empregando em seu bene�ício tudo o que conseguimos. Não estamos mais para isso, queremos descansar, e que viva o estômago como puder. Então concordaram que as mãos não deveriam levar o alimento à boca, e que a boca não deveria receber o que lhe era oferecido, e que os dentes não mastigariam nada que entrasse na boca. Foi quando �icou claro que o serviço produzido pelo estômago não era pequeno. Ele contribuía tanto quanto seus apoiadores para a nutrição geral, e, além disso,

ssa fábula demonstra a importância que todas as coisas e pessoas têm para bene�ício de um conjunto – assim como numa empresa em que todos os departamentos têm importância: vendas, produção, contabilidade, recursos humanos, contas a receber, entregas, etc.

Existem muitos exemplos de empresas que fracassaram justamente quando passou a haver disputas entre os departamentos. Marketing não se entendia com vendas, que não con-

distribuía para cada porção do corpo aquilo que os alimentos geravam em forma de vida e vigor. Processando apropriadamente os alimentos, o estômago gerava sangue puro e energia, que eram levados a cada membro em particular. E logo todo o corpo caiu em debilidade; braços, pernas, pés e mãos foram os primeiros a sentir um entorpecimento, uma fraqueza, que os assustou; compreenderam que estavam morrendo. Voltaram, pois, ao seu antigo o�ício e, dentro de pouco tempo, se acharam restituídos à antiga robustez.

versava com a produção; a administração não dava importância para as reclamações relatadas pelo SAC; etc.

Assim como no corpo humano, em que todas as suas partes estão integradas e trabalham para a saúde da pessoa, nas farmácias isso também deve ocorrer. Não podemos dar importância a apenas um aspecto e deixar os demais. De que adianta reformar a fachada se o interior continua escuro e as prateleiras estão vazias? E o contrário também é verdadeiro. A farmácia pode estar muito bem abastecida, com aqueles produtos mais procurados, mas, se a fachada estiver descuidada, di�icilmente irá atrair novos consumidores. Pode até vender, mas somente para aqueles que já a conhecem e isso não é su�iciente.

Temos visto casos, não só em farmácias mas em todos os tipos de

Américo José da Silva Filho Atco Treinamento e Consultoria E-mail: americo@atcotc.com.br

www.atcotc.com.br 62 | REVISTA ABCFARMA | MARÇO / 2013

varejo, em que se investe uma fortuna na reforma do ponto – fachada, interior, móveis, etc. – mas nada na quali�icação e na motivação dos funcionários. Então, quando o cliente, atraído pela beleza, entra no esatebelcimento, recebe um atendimento displicente e mal humorado, e di�icilmente retornará. A farmácia é um todo formado por funcionários, proprietário, espaço, produtos, exposição, relacionamento, abastecimento, administração �inanceira e vários outros componentes, em que tudo tem que se harmonizar e ser tratado com igual importância.

Quando valorizamos apenas um ou outro aspecto, todos perdem. Pois sem vendas não há administração e, sem administração, não se consegue vender. Abastecimento sem atendimento afasta o cliente, assim como o inverso – atendimento excelente, mas farmácia vazia, também contraindicará sua volta.

Para dar a importância que é devida ao conjunto da farmácia, podemos utilizar o Mix de Marketing, formado por sete componentes.

ITEM Ponto

Também é preciso ter muita clareza sobre os propósitos, que são os objetivos mais amplos das pessoas e da farmácia:

O QUE FAZER Cuidar da apresentação da farmácia (fachada, layout, iluminação, exposição, comunicação visual, limpeza e higiene). Ter disponíveis os produtos mais procurados.

Produtos serviços

Fazer a administração do estoque e acompanhar o giro dos produtos. Oferecer produtos e serviços que outros não têm (variedade e novidades).

Promoção

Divulgar a farmácia e sempre oferecer alguma promoção para atrair os clientes. Fazer promoções e ambientação nas datas especiais (pais, mães, verão, inverno, etc.). Ter preços competitivos nos produtos mais procurados e melhores margens nos demais (mix de margens).

Preço

Cuidar para que, no geral, a farmácia tenha lucratividade. Oferecer opções de pagamento que facilitem a compra.

Pessoas

Processos

Palpabilidade

Qualificar e motivar os funcionários. Assegurar que o atendimento seja de qualidade. Ter procedimentos atendimento.

padronizados

para

Implantar rotinas que garantam o abastecimento (administração do estoque e pedidos). Manter em condições tudo aquilo que demonstra a qualidade da farmácia, como limpeza, higiene, arrumação e aparência dos funcionários.

E o conjunto se completa com uma boa administração �inanceira com planejamento, controle das despesas e das receitas e pagamento em dia das obrigações. 64 | REVISTA ABCFARMA | MARÇO / 2013

Qual o propósito da farmácia? Qual o propósito da sua vida, já que você é quem irá dirigir a farmácia? Qual o propósito da vida das pessoas que você contrata? Existe harmonia no conjunto, com todas as partes buscando os mesmos objetivos? Será que todos sabem que somente com harmonia das ações é que o conjunto irá funcionar? Alguns podem se achar melhores que os outros, mas como isso é possível se todos fazem parte de um todo?

O conceito de harmonia e integração também se aplica no âmbito pessoal, �icando atento para não dar importância exclusiva para algo, em detrimento de outros. Por exemplo, existem pessoas que dão tanta importância para o �ísico que se esquecem do mental e do espiritual. Outras valorizam muito o conhecimento ou o trabalho, mas deixam de lado o relacionamento com os amigos e familiares. Há os que cuidam do conteúdo, mas desprezam a apresentação e também aqueles que fazem o contrário – muita aparência com pouco conteúdo.

Como falar que a visão é melhor que as mãos, se não adianta olhar e não poder tocar? O que adianta os pés acharem que são os melhores, se é o cérebro que dirige os movimentos?

Assim é a farmácia: não existem pessoas ou atividades mais importantes que as outras. Tudo existe para que o propósito seja alcançado. “Maestros não sabem como o oboé faz o seu trabalho, mas eles sabem com o que o oboé deve contribuir”. Peter Drucker

Boas vendas! 

Mercado TEXTO: CELSO ARNALDO FOTOS: CELSO ARNALDO E DIVULGAÇÃO

Uma nova visão para o varejo farmacêutico O cliente apresenta a receita ou solicita um medicamento isento de prescrição. O atendente passa os olhos pela prateleira e então avisa: está em falta. Essa situação, multiplicada pelo número de vezes em que ela ocorre entre as mais de 70 mil farmácias e drogarias do país, pode representar um prejuízo de alguns bilhões de dólares todos os anos. Como adequar o estoque aos interesses do cliente num mercado tão competitivo com imensas diferenças regionais? A IMS Health, consagrada empresa de auditoria do mercado farmacêutico, em parceria com a ABCFARMA, criou um instrumento que permite à farmácia captar, em detalhes, o perfil de compra dos clientes de cada região do país – a fim de adequar suas compras e seus estoques ao efetivo movimento de compras. Com base nos relatórios fornecidos pelo Farmácia 360º, você saberá se o mix de produtos de sua farmácia está adequado ao comportamento de consumo de sua região, com qual portfólio você deve trabalhar para minimizar a perda de vendas em sua farmácia e como aproveitar as oportunidades de crescimento do canal farma no Brasil. Nesta entrevista, Lucas Akkari, diretor de Marketing Brasil e AL da IMS Health, explica em detalhes essa nova ferramenta que pode beneficiar sobretudo o pequeno e o médio empreendedor de farmácia

“O canal farmácia no Brasil fechou 2012 com um faturamento de 49 bilhões de reais. Numa pesquisa feita pela IMS Health em 400 farmácias de sete regiões, para entender a dinâmica de compra entre paciente e atendente, em cerca de 15% dos casos mapeados a situação de compra foi impactada pela falta de medicamentos” Lucas Akkari, IMS Health 66 | REVISTA ABCFARMA | MARÇO / 2013

O mercado farmacêutico brasileiro é um dos maiores do mundo, cerscendo consistentemente a taxas de dois dígitos. A intenção da IMS Health, ao criar essa ferramenta, é fornecer aos empreendedores uma visão de mercado mais abalizada do que o “olho do dono”?

Nossa missão é bene�iciar o paciente, no sentido de lhe dar mais qualidade de vida, através de uma parceria estratégica com os laboratórios, a �im de que eles tomem decisões que revertam em inovações que bene�iciem o paciente. Porém, com a sucessiva queda de patentes e o atual baixo índice de inovações, resultando num pipeline menos robusto para os laboratórios, os olhos e os investimentos do mercado se voltaram novamente para o varejo. É no balcão da farmácia que se realiza o momento da verdade: a efetiva compra do medicamento. E é evidente que o médico ainda representa um agente muito importante dessa dinâmica, porque tem a caneta na mão para fazer a prescrição. Estamos buscando entender melhor esse mercado. E chegamos a conclusões que nos levaram a desenvolver o Farmácia 360º, ferramenta para que o pequeno e médio varejo não �iquem perdidos na decisão de compra e possam ter mais domínio sobre seu mix de produtos, a �im de atender melhor a seu cliente. A principal pergunta que o Farmácia 360º vai ajudar a responder é: até onde devo favorecer minha margem na compra de determinados produtos em detrimento do per�il de consumo de minha região? Como posso equilibrar produtos que me dão melhor margem com aqueles com que vou atender melhor meu consumidor?

Qual é o efetivo prejuízo com a falta de determinado medicamento numa farmácia?

O cliente que vai comprar um medicamento e o encontra tem a tendência de adquirir outros produtos no mesmo estabelecimento. Ele vai dar uma volta na farmácia e talvez comprar o que não planejava comprar – porque teve seu primeiro desejo plenamente satisfeito. Mas vamos analisar a situação inversa: o medicamento pedido está em falta. O canal farmácia no Brasil fechou 2012 com um faturamento de 49 bilhões de reais. Numa pesquisa que �izemos em 400 farmácias de sete regiões do país, para entender a dinâmica de compra entre

Cerca de 7% dos pedidos de medicamentos nas farmácias acabam em não venda, por falta do produto, O Farmácia 360º pode mudar isso paciente e atendente, em cerca de 15% dos casos a situação de compra foi impactada por falta – seja de uma parcela da receita, da receita integral ou de um pedido espontâneo. Ou seja: 15% das vendas de um mercado de 49 bilhões de dólares não se consumam num estabelecimento especí�ico. Estamos falando de um risco de 7 bilhões de reais por ano. Não que seja uma venda perdida para o mercado – pois ela pode ser consumada em outra farmácia. Mas quando o paciente não encontra o remédio pedido em sua farmácia e decide não mais procurá-lo em outra, essa perda afeta toda a cadeia. Sabemos que, dos clientes que não encontram o medicamento desejado, de 3 a 6% não comprarão mais. Estamos falando de 1,5 bilhão de reais de venda realmente perdida, um grande impacto �inanceiro no sistema – além da perda de eventuais vendas acessórias que poderiam ser geradas com a satisfação da compra inicial. Sem falar no número de pacientes que desistem da compra antes mesmo de serem atendidos – por falta de atendimento....

E como entra aí o Farmácia 360º?

Junto com a ABCFARMA, decidimos ajudar o empreendedor a entender o mix adequado que ele precisa ter em sua farmácia. Através de nossos relatórios, ele pode conhecer o per�il de consumo de sua microrrregião ou cidade, e até do mercado nacional, sem comprometer seu caixa com produtos que comprou apenas por causa da margem oferecida pelos labora-

tórios. Para racionalizar essas informações, dividimos o país em bricks (tijolos), pelo CEP e pela quantidade de farmácias dentro de cada microrregião. Hoje são 10.704 bricks – com informações especí�icas sobre o comportamento de compra do mercado relativas a centenas de moléculas e princípios ativos. Dentro de cada brick, posso saber, por exemplo, que o consumo de pantoprazol cresce a uma taxa de x por cento em minha região.

E é possível saber que fatores podem estar in�luenciando compras mais concentradas de determinados medicamentos?

Há diversos fatores. Uma determinada região pode estar sendo mais assediada que outra em relação às condições de compra. Ou, numa região próxima à minha, a compra de determinada molécula foi bem maior porque, de fato, a procura foi muito alta – e o produto estava disponível. Examinando nossos mapeamentos ao longo de determinado período de 12 meses o empreendedor terá uma visão de 360º do mercado e encontrará suas respostas. Em qualquer situação, a farmácia deve estar preparada para atender seu paciente sem ter em vista apenas a margem de comercialização – mas levando em conta informações concretas de consumo no mercado regional e até nacional.

Como vocês fazem o levantamento de dados tão especí�icos sobre centenas de medicamentos?

REVISTA ABCFARMA | MARÇO/2013 | 68

Nossa metodologia de captação é baseada num painel com mais de 600 parceiros de informação – os distribuidores. Sabemos diariamente o que se vende às farmácias em todo o território nacional. Aliado a isso, temos parceria com a ABRAFARMA para ter informações sobre vendas no canal rede. Com base nos 65 mil CNPJs do varejo farmacêutico brasileiro, conhecemos o per�il de consumo, pelas farmácias, dia a dia, mês a mês e ano a ano. Com essa composição de informações entre distribuidoras e redes, a gente consegue mapear de diferentes formas o que acontece no mercado.

E se eu comprar mais unidades de determinado medicamento só porque meus vizinhos e eu não conseguirmos vender?

A IMS não mapeia o consumo do paciente, mas a compra da farmácia. Mas, como podemos oferecer uma visão de consumo a longo prazo, a lógica indica que, se outras farmácias da sua região estão comprando uma quantidade maior todos os meses, é porque o produto efetivamente sai.

Adotando o sistema, em tese em quanto posso reduzir minha perda de vendas?

Não temos ainda como medir isso. Estamos munindo o administrador de farmácia de informações práticas para que ele tenha um pensamento estratégico diferenciado, entendendo a diferença entre comprar apenas por assédio da indústria e margem de lucratividade e comprar com mais equilíbrio para atender ao per�il do paciente. Para isso, eu talvez deva repensar o meu mix. À medida que o sistema for sendo adotado pelo mercado, a gente vai poder mensurar concretamente o tamanho do bene�ício.

Que tipo de dados a farmácia vai poder detectar pelos relatórios oferecidos pela IMS Health?

Alguns insights fornecidos pelos relatórios são muito claros – quando, por exemplo, estou crescendo 5% ao ano e minha região cresce 20%. Ou quando meu mix é constituído de 70% de produtos de marca, 10% de referência e 20% de genérico e percebo pelos relatórios que minha 70 | REVISTA ABCFARMA | MARÇO / 2013

região está muito mais forte em produtos de referência. Provavelmente, é nessa tecla que eu devo bater mais forte daqui para a frente.

O pequeno varejista de farmácia vive um dilema permanente: reforçar seu mix de medicamentos ou investir mais em cosméticos? Existe resposta para isso?

A resposta que a gente oferece hoje é muito mais voltada para os medicamentos. Estamos montando uma estrutura para atender ao segmento de cosméticos e produtos de higiene, que a gente estima representar hoje 30% do varejo. Só não devemos esquecer que a ida à farmácia,

Conhecer o movimento de compras das farmácias da região é um dado estratégico na montagem do mix de produtos de uma farmácia

no Brasil, ainda é mais motivada pela busca de medicamentos – de cada 10 pessoas que vão à farmácia, oito procuram medicamentos.

Outro dilema do pequeno varejista hoje: é possível competir com as redes?

Nas grandes cidades, pode ser mais di�ícil. Mas é preciso lembrar que o Brasil tem quase 5.600 municípios. E há redes em apenas 400. O resto das cidades depende do pequeno e médio varejo.

A marca ainda é um atrativo importante de compra?

A força do médico prescritor ainda é forte, mas os produtos de referência sofrem pela baixa inovação do mercado de varejo nos dias atuais – o que tem permitido o avanço dos genéricos. O mercado de varejo carece de inovações. Mas, até pelo investimento que é feito em relação aos médicos, os produtos de referência têm de ter seu espaço na farmácia.

É fácil interpretar os relatórios da Farmácia 360º?

O relatório vem com um tutorial que ajuda a farmácia a interpretar os dados relativos a cada molécula, classe terapêutica e região. Com o tempo, o administrador de determinada farmácia poderá perceber, por exemplo, que seu consumo de determinado analgésico caiu 50% em determinado mês – enquanto na sua região subiu 5%. Será que, nesse caso, eu não tirei muito o pé do acelerador? Se na minha farmácia o produto tal ocupa o 15º lugar na lista de vendas mas é o segundo mais vendido no mercado nacional, também é o caso de se reavaliar essa diferença. A farmácia, en�im, terá elementos para entender onde precisa investir para tornar seu mix mais adequado à sua região ou ao mercado como um todo.

Mas e se todas as farmácias de uma mesma região adotarem as mesmas mudanças em seu per�il de compra?

A gente não quer pasteurizar, mas dar mais luz ao varejista, através da análise das tendências do mercado regional e nacional, mês a mês. 