Junho 2014
PUBLICAÇÃO DIRIGIDA AOS MÉDICOS, FARMACÊUTICOS, ODONTÓLOGOS, PRESCRITORES E DISPENSADORES DE MEDICAMENTOS PARA ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL
Editorial
Mais uma vez, o bom senso prevaleceu (2)* Pedro Zidoi Sdoia
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ABCFARMA saúda o fato de que, anualmente, tem aumentado o número de farmacêuticos que se formam no país, para o bem do setor de saúde.
“A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO COMÉRCIO FARMACÊUTICO – ABCFARMA é uma entidade civil, de fins não lucrativos, constituída na cidade do Rio de Janeiro, em 30 de outubro de 1.959, para a prática de estudos, coordenação, informação, proteção e representação da categoria econômica do comércio de medicamentos, produtos farmacêuticos e correlatos, bem como de seus integrantes, conforme estabelece a legislação em vigor e com o intuito de colaboração com os poderes públicos, no sentido da solidariedade social e da sua subordinação aos interesses nacionais, com sede em São Paulo/SP”.
Mantivemos novo encontro com líderes de partidos políticos e com o presidente da Câmara dos Deputados, que aceitou as ponderações: um Projeto de Lei que está tramitando há 20 anos, e durante esse tempo recebeu um Substitutivo e vários projetos que foram anexados, certamente estão ultrapassados e é preciso encontrar novos caminhos para a realidade do momento e para o futuro do país. O objetivo da ABCFARMA é cada vez mais, amparar o setor de farmácias e drogarias, para melhorar o sistema de saúde do país e garantir ao setor, para que os farmacêuticos tenham a sua própria empresa, e se não desejarem ser empreendedores, oferecer o emprego aos que se formam e precisam trabalhar apesar das 74 opções de trabalho à disposição da categoria.
Continuaremos dispostos a encontrar uma forma que modernize o sistema para o bem da saúde da população deste imenso país, onde encontramos várias realidades, dependendo da região. A nossa posição é contrária à aprovação do Projeto de Lei 4385/94, contrário ao Substitutivo Ivan Valente e outros projetos anexados, principalmente de ideologias contra o empreendedorismo no país.
(2)* Leia no volume 1 desta revista a primeira parte do texto do presidente Pedro Zidoi Sdoia 3 Revista ABCFARMA
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Dr. Renato Romolo Tamarozzi Diretor executivo da ABCFARMA E-mail: renato@abcfarma.org.br
Índice
Expediente Diretor Presidente Pedro Zidoi Diretor Executivo Dr. Renato R. Tamarozzi
Editorial O presidente Pedro Zidoi fala sobre a importância dos farmacêuticos na farmácia.....03
Diretor Financeiro Sétimo Gonnelli
Páginas azuis
Diretor Secretário
Fazendo as contas O presidente do Sescon, Sérgio Approbato Machado Jr. fala sobre a complexidade da máquina tributária.............................................................................................................06
Paulo Roberto Kopschina
Analista e Programador Eduardo Novelli Design / Diagramação Vanusa Assis Sergio Bichara
Saúde Como proteger os viajantes da Copa..............................................................................14
Jornalista responsável Celso Arnaldo Araujo Mtb 13.064
Um toque sobre o câncer de mama...............................................................................20
Colaboradores Américo José da Silva Filho
Mitos e verdades sobre diabetes.....................................................................................32
Cadri Saleh Ahmad Awad Felipe Bedran Geraldo Monteiro Mauro Pacanowski Regina Blessa Distribuição ABCFARMA Publicidade Editora Lison Impressão Gráfica Prol Periodicidade Mensal Rua Santa Isabel, 160, 5º andar, conjunto 51, Vila Buarque, São Paulo, SP, CEP 01221-010 Fone: (11) 3223-8677 Fax: (11) 3331-2088
Dicas de higiene bucal......................................................................................................24 Doenças do Inverno: da rinite à sinusite.........................................................................38
Gestão Mauro Pacanowski: a hora é dos profissionais.................................................................66 Cadri Awad: como montar o estoque...............................................................................70 Geraldo Monteiro: os herdeiros de farmácia..............................................................74 Carlos Alberto Biondo: pequenos varejos.................................................... 80 Américo José e a força da união................................................................... 84 Regina Blessa: arrumando sua farmácia........................................................ 118
www.abcfarma.org.br
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• A ABCFARMA não se responsabiliza pelo preço determinado, nem pela qualidade dos produtos ou dos serviços anunciados. • A opinião dos autores não é necessariamente a opinião da ABCFARMA.
Artigos O consultor Felipe Bedran fala da estratégia dos 4 Ps ..................................................78 O deputado Walter Ihoshi e o empreendedorismo brasileiro.........90 Abram Szajman, presidente da Fecomercio, e as derrotas trabalhistas..................92
Leia também:
Nota
Sustentabilidade ................................... 48 Produto (Genéricos) ....................................56
Evento (Jantar Sincofarma/SP) ............................94 (Prêmio Sindusfarma de Qualidade) ..........104 (Expo Pharma 2014) .............................. 110
Institucional (EMS) .....................................58
Datas festivas (Festa junina) .......................... 114
Dica (Inglês para farmácias) ................................60
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Atualidades (Lançamentos) ............................121
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Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico - ABCFARMA D Diretoria: triênio de 28/10/2013 a 27/10/2016 Diretor presidente: Pedro Zidoi Sdoia
Ademar Ferreira Pinto
Diretores Vice-presidentes: Natanael Aguiar Costa (SP) Marcelo Fernandes Queiroz (RN) Lázaro Luiz Gonzaga (MG) Diretores secretários Paulo Roberto Kopschina (RS) Paulo Sérgio Navarro de Souza (PB) Edenir Zandoná Júnior (PR) Suplentes: Luís Carlos Caspary Marins (RJ) Carlos Baptista Dias (SE) Armando Gomes dos Reis Filho (AM) Diretores tesoureiros: Sétimo Gonnelli João Luiz dos Santos Romildo Marcos Letzner Suplentes: Felipe Antonio Terrezo Dejalma Lemos da Silva Edson Daniel Marchiori
(SP) (SP) (SC) (RJ) (RN) (ES)
Diretores conselho fiscal: Everton Luiz Ilha Mahfuz (RS) Jaime Nunes Moreira (RS) Adelmo Rego (SP) Suplentes: Elpídio Nereu Zanchet (SP) Joaquim Tadeu Pereira (PA) Edimar Pereira Lima (RR) Diretores Conselheiros: Ada Palhano Malheiros
(RS) Itajaí - SC) Alarico Rodrigues (Manaus - AM) André de Souza Peixoto (SP) Antonio Eroni Nunes Jacques (RS) Antonio Felix da Silva (CE) Antonio José Beltrame (SC) Antonio Menezes de Araújo (SP) Antonio Walmir Nola (Criciuma - SC) Aparecido Donizetti da S. Mendonça (SP) Ben Hur Jesus de Oliveira (RS) Benilton Gonçalves Diniz (MA) Benones Vieira de Araújo (MA) Carlos de Souza Andrade (BA) Carlos Gonçalves Pereira (GO) Cássio Fabrizzio de Souza Sobrinho (AP) Claudisnei Machado Constante (SC) Domingos Tavares de Souza (TO) Elmar Humberto Goulart (Uberaba-MG) Fernando José Lucas (Uberaba-MG) Gladstone Nogueira Frota (RO) Herbert Almeida da Cunha (PB) Irene Prieve do Nascimento (MT) João Aguiar Neto (GO) João Arthur Rêgo (BA) João Garcia Galvão (SP) João Gilberto Serrat (RS) Joarez da Silva Macedo (Osasco - SP) Jorge Fernando de Azevedo Trindade (RJ)
(SP) Ademir Tomazoni
(SP)
José Ademar Lopes (RS) José Alves do Nascimento (PI) José Antônio Vieira (AL) José Cláudio Fernandes (SP) José da Silva Costa (RR) José Raimundo dos Santos (SE) José Ricardo Nogared Cardoso (Tubarão – SC) José Rodrigues da Silva (Sul do Maranhão – MA) Júlio César Pedroni (SP) Levi Gonçalves Campanha (SP) Luiz Geraldo Neto (SP) Luiz Trindade Pinto (BA) Manoel Viguini (ES) Marco Antonio Perino (Jundiaí - SP) Marcos Antonio Carneiro Lameira (AC) Maurício Cavalcante Filizola (CE) Mauro Lima Rodrigues (ES) Nara Luiza de Oliveira (GO) Neilton Neves dos Santos (PB) Nelcir Antonio Ferro (PR) Nelson Leonel Fleury (GO) Nery Wanderley de Oliveira (RS) Noésio Emídio da Cunha (BA) Osvaldo Praxedes da Silva (SP) Ozeas Gomes da Silva (PE) Paulo Luiz Zidoi (SP) Paulo Roberto Ramos da Silva (RJ) Paulo Sérgio Bondança (SP) Philadelpho Lopes (SP) Ricardo Duarte da Silveira (RS) Roberto Brasileiro Lima (BA) Roberto Martins Rosa (Mato Grosso do Sul – MS) Romualdo C.Magro (SP)
Rubens Fernando Sanchez de Andrade (SC) Sérgio de Giacometti (Oeste Catarinense - SC) Vollrad Laemmel (Vale do Itajaí-SC) Conselheiros adjuntos: Ademilson de Menezes Cordeiro (PE) Guilherme Leipnitz (RS) Ivan Pedro Martins Veronesi (Fernandópolis – SP) José Pedro Fernandes (Araras - SP) Roberto Massatoshi Baba (Birigui - SP) Ronaldo de Oliveira Carvalho (Lins - SP) Vitor Fernandes (Americana - SP) Diretores vitalícios: Armando Zonta (SC) Francisco Miguel da Silva (RN) Fridolino de Moraes Rêgo (BA) Gilberto David Cunha da Silva (RS) Gonçalo Aguiar Ferreira (SP) Hermes Martins da Cunha (MT) João Azevedo Dantas (PB) José Aparecido Junqueira Guimarães (DF) José Cláudio Soares (PE) José de Assis Lima (PB) Pedro de Araújo Braz (RJ) Ruy de Campos Marins (RJ) Waldemar Pupo Ferreira (SP)
CONSELHO SUPERIOR DE ESTUDOS JURÍDICOS E ESTRATÉGICOS (SP)
Adelmir Araújo Santana
(DF)
Dr. Renato Romolo Tamarozzi (SP)
Sérgio Mena Barreto
(SP)
Modesto Carvalho de Araújo Neto MG)
Dr. Roberto Canquerini
(RS)
Dr. Juan Carlos Becerra Ligos (SP)
Jorge Froes de Aguilar
(SP)
Dra. Silvana Vargas Furquim (RS)
Dr. Rogério Tokarski
(DF)
Edison Gonçalves Tamascia (SP)
Dr. Fábio Timbo
(CE)
Álvaro José da Silveira
(DF)
Geraldo Cardoso Monteiro (SP)
Dr. André Bedran Jabr
(SP)
Luis Marcos Caramanti
(SP)
Reni Antônio Rubin
Pedro Zidoi Sdoia
Francisco Deusmar de Queiroz (CE) Ronaldo José N. de Carvalho (SP)
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(RS)
Páginas Azuis TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
Sérgio Approbato Machado Júnior
Ajudando a fazer as contas
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os 71 mil CNPJs registrados como empresas de varejo farmacêutico, cerca de 70% se enquadram na faixa das micro e pequenas empresas. E são essas as mais penalizadas com a exasperante complexidade do sistema tributário brasileiro – não só pelos altos impostos que se superpõem como pelas obrigações acessórias que se infiltram no sistema. E são justamente essas empresas que mais necessitam da assessoria de um contador, que pelo menos alivie a pesada responsabilidade do empreendedor em relação à máquina de arrecadação montada pelos governos em todos os níveis. Fundado há 65 anos, o Sescon – Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo – tem sido um grande aliado do pequeno varejo, não só por meio dos profissionais filiados a ele como atuando, junto ao governo, para simplificar e baratear o sistema. Mas não tem sido fácil – como explica, nesta entrevista, o presidente do Sescon, Sérgio Approbato Machado Júnior, que fala dos avanços e dos retrocessos do que vem por aí, como o Simples Nacional e o eSocial
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A micro/pequena empresa é o maior cliente do Sescon? Nossa entidade é um sindicato patronal com 62 categorias econômicas pro�issionais – evidente que, até por nosso foco de origem, a que se destaca mais é a dos empresários da contabilidade, que lidam com clientes de diversos portes e atividades. São Paulo tem cerca de 22 mil empresas de contabilidade. E a maioria dos nossos clientes é mesmo de médio e pequeno porte.
O fato de termos um sistema tributário altamente complexo, com inúmeras exigências burocráticas, não aumenta a demanda do mercado para tantas empresas de contabilidade?
Na verdade, essa complexidade tributária afeta a atividade essencial da contabilidade, que é o serviço consultivo, em função do atendimento às incontáveis obrigações acessórias impostas pelos governos. Você efetivamente ganha serviço, mas deixa de vender o lado nobre da contabilidade, que é ser uma ferramenta de apoio à decisão das iniciativas do empresariado.
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de indústrias em determinados setores da economia e uma capilaridade gigante no mercado – como no caso da distribuição de cigarros, bebidas e combustíveis. Para o governo, seria mais fácil fazer a �iscalização na produção e não na ponta. Esse era o espírito da ST. Mas hoje aquele panorama inicial foi totalmente des�igurado e a Substituição perdeu seu sentido.
Você, que conhece profundamente esse sistema e o emaranhado de obrigações, está à vontade para responder: onde falta mais lógica e coerência em relação à tributação da pequena empresa? Onde estão os gargalos? Para entender esse contexto, é preciso conhecer a realidade brasileira. O imposto mais signi�icativo e mais complexo é o ICMS – um imposto estadual que gera enormes divergências entre os estados na cobrança do tributo. Daí a chamada guerra �iscal. Por conta disso, o governo federal criou o Confaz - Conselho Nacional de Política Fazendária, reunindo os secretários da Fazenda de todos os estados. Isso ajudou? Sem dúvida, pois reduziu o impacto da guerra �iscal. Na prática, porém, quando um estado planeja atrair mais empresários para sua base, o acordo com o Confaz �ica em segundo plano. Isso atinge a todos os níveis de empresas, mas, nesse caso, vale a máxima de que a corda estoura do lado mais fraco: as empresas de micro e pequeno porte são as mais atingidas.
Qual é o impacto direto para as micro e pequenas empresas?
Numa discussão sobre a ST, ouvi de um técnico da Secretaria da Fazenda, citando uma pesquisa do SEBRAE, que a maior parte das empresas de pequeno porte morre nos primeiros dois anos de vida e que, entre as causas dessa mortalidade precoce, a primeira era a falta de clientes; a carga tributária estaria em quinto lugar. Eu disse então que não concordava com essa conclusão. Quando um pequeno empreendedor abre uma empresa, o maior concorrente dele é o médio e o grande empreendedor. Estes, porém, têm condições diferenciadas de negociação com seus fornecedores. Além disso, a ST, para o pequeno que está no Simples Nacional, tem alíquota �ixa e não tem crédito para ser repassado. Para o pequeno, o imposto é mais caro – ele já começa, portanto, em desvantagem, em termos de preço da mercadoria. Começa aí a di�iculdade de conseguir clientes...
Especificamente, quais são os gargalos nessa área do ICMS?
Uma de nossas reivindicações se refere aos prazos do ICMS. Na época da alta in�lação, o governo encurtou esses prazos e agora, teoricamente com a in�lação controlada, os prazos são os mesmos. A questão da Substituição Tributária também nos preocupa, porque, a nosso ver, é um sistema sem muita lógica. A ST foi criada num momento em que havia concentração
Qual é o futuro da Substituição Tributária?
A meu ver, deveria acabar – mas os entes públicos alegam que seu término causaria perda de arrecadação, o que não é verdade. Na verdade, a ST apenas antecipa a cobrança. Não sendo feita, cobra-se na ponta. Pode haver mais sonegadores nesse sistema? Ok, mas essa é outra história. O governo, em tese, não perderia nenhum centavo de arrecadação. E hoje em dia, com os meios eletrônicos, é muito mais fácil �iscalizar todos os contribuintes.
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ara o pequeno, o imposto é mais caro – já começa, portanto, em desvantagem, em termos de preço da mercadoria
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resultou esse projeto. A proposta mais importante foi a universalização da base de quem pode fazer parte do Simples Nacional. Havia muitas categorias não contempladas, a maioria na área de serviços – até por resistência da Receita Federal. Outra alteração muito importante dizia respeito às cinco tabelas originais de cálculo do imposto – 1 para a indústria, 2 para o comércio, de 3 a 5 para os serviços, das quais a 4 e 5 são bastante complexas. Um dos objetivos do projeto era eliminar essas cinco tabelas, substituindo-as por apenas três. Isso não passou. Ao contrário, o governo criou mais uma tabela – uma espécie de moeda de troca pela universalização. Agora são seis. Todas as novas atividades admitidas no Simples caem na tabela 6 – que não é tão complicada, mas é absurdamente alta. Começa em 16% e vai até 24,5% de imposto – equivalente à tabela do Lucro Presumido, atribuída a quem não conseguia se enquadrar no Simples. Para a maioria das atividades, não será vantagem passar do Presumido para o Simples. O Brasil é complicado. Mas não deixo de saudar o pequeno avanço do Simples Universal – que tem a vantagem de ter menos burocracia e menos obrigações acessórias. E �icou prometido que haverá uma revisão da tabela por órgãos independentes, em 90 dias.
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omplexidade tributária como a nossa não existe em nenhum outro país. Isso gera uma burocracia violenta, com um custo determinante para o resultado efetivo das empresas
Apesar do Simples, nosso sistema tributário é um dos mais complexos do mundo?
A aprovação recente na Câmara da universalização do Simples Nacional foi incentivada e comemorada pela Secretaria da Micro e Pequena Empresa. O que isso muda? Existia o sentimento de que o Simples Nacional só era simples no nome. Então, por iniciativa do ministro Guilherme A�if, foi feito um projeto para simpli�icar o Simples. O Sescon participou do debate de que
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Complexidade tributária como a nossa não existe em nenhum outro país. Isso gera uma burocracia violenta, com um custo determinante para o resultado efetivo das empresas. Um estudo recente da FIESP apontou que 1,6% do faturamento das indústrias é gasto com burocracia tributária. Além disso, de uns tempos para cá o governo está deixando de exercer a �iscalização, que é seu papel, para exigir a auto�iscalização das empresas, através das obrigações acessórias eletrônicas – o que se percebe claramente no processo do SPED. A nota �iscal eletrônica foi um avanço, mas continua di�icílimo para as empresas dominar toda a tabulação tributária concernente à sua atividade. Uma empresa com 15 mil itens de estoque e três centros de distribuição no país, que compra em vários estados e também importa, tem uma tabulação tributária com nada menos que 22 milhões de combinações. Hoje, o nível de estoque de uma empresa relativamente pequena, até na área farmacêutica, é absurdamente alto e pode gerar milhares de combinações.
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trânsito de dados. Em janeiro, saiu a primeira versão, com mais de 200 páginas – mas ainda não de�initiva – e um calendário muito apertado. O adiamento é de apenas um ou dois meses, dependendo do segmento, mas o calendário foi melhorado. Só seis meses depois da implantação do programa, os prazos começarão efetivamente a correr para as empresas – o que nos trouxe um alento.
A implantação do eSocial – o sistema que visa enviar informações trabalhistas, previdenciárias e fiscais das empresas para o governo federal – foi adiada. Uma boa notícia? O governo pretende usar o eSocial com o mesmo critério usado no SPED – estender a todas as empresas um modelo eletrônico de autocontrole aplicado a grandes grupos corporativos. Na minha visão, há vários problemas. Nossa internet tem qualidade e segurança su�icientes para o trânsito nacional de informações? A verdade é que estamos abrindo nossa vida para o governo – tanto de nossas empresas como de nossa vida pessoal. Dentro desse contexto, o eSocial é um bom projeto, pois em tese reduziria o número de processos trabalhistas, por exemplo, mas requer uma série de revisões – como o aumento da segurança no
Há hoje no Brasil inúmeras frentes parlamentares, em nível federal, estadual e municipal, pela desoneração de medicamentos no Brasil – setor que tem uma das maiores cargas tributárias do mundo. Todos concordam com isso, mas, na prática, a carga não baixa. Quem impede isso?
O próprio governo, que não faz a lição de casa. A carga tributária só vem crescendo e o governo não pode abrir mão de parte dela justamente por não ter feito essa lição: enxugar a máquina administrativa, cortando na carne. Com uma máquina mais e�iciente, seria possível reduzir os impostos. Percebe-se claramente uma pressão popular. O projeto De olho no imposto, iniciativa do ministro A�if quando presidia a Associação Comercial, resultou na lei que obriga a dar destaque nas notas �iscais ao peso dos tributos – o que traz mais consciência às pessoas a respeito do volume de impostos que se paga no Brasil É uma vitória pequena, mas estamos avançando.
Uma farmácia pequena, de bairro, teria benefícios em contar com os serviços de uma assessoria contábil para lidar melhor com a complexidade tributária?
No mundo de hoje, em que o governo está a cada dia mais aparelhado eletronicamente e capaz de detectar até erros muito pequenos, não dá para improvisar, independentemente do tamanho de seu negócio.
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om uma máquina mais eficiente, seria possível reduzir os impostos. Percebese claramente uma pressão popular.
Um dos campos de atuação mais destacados do Sescon é a área de formação e especialização profissional. Algum dos cursos da entidade alcançaria o profissional de farmácia?
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Sim, o de gestão de empresas. Mas o que temos feito, com entidades parceiras, é formatar cursos especí�icos para a atividade delas – por exemplo, o de controle de estoques, até em função dos novos controles eletrônicos do governo. No ano que vem, as empresas terão de apresentar a posição eletrônica de estoque todos os meses.
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Saúde
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Proteção de viagem
TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
Vacine-se contra a Copa
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e carro, ônibus, avião, navio ou outro meio de transporte. Independentemente do meio de locomoção, antes de pegar a estrada e aproveitar o passeio, há um item obrigatório que não cabe na mala, mas que deve estar na bagagem: a carteira de vacinação atualizada. Em ano de Copa, com o grande número de estrangeiros no Brasil, é fundamental que a vacinação esteja em dia – diz aqui o infectologista Jessé Reis, consultor da Sociedade Brasileira de Medicina do Viajante
Segundo a Embratur, cerca de três milhões de viajantes nacionais e 600 mil turistas estrangeiros devem circular no Brasil durante a Copa do Mundo de 2014. O grande �luxo de pessoas no país serve
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Revista ABCFARMA
Dr. Jessé Reis
de alerta para os especialistas sobre a importância de aumentar os cuidados com as doenças transmissíveis.
“Um conceito importante é entender que a imunização vale para todas as distâncias. Uma viagem mais curta também requer proteção, pois o local visitado pode ser foco de alguma doença. Existem várias enfermidades não erradicadas no Brasil e em outros países. Com isso, se o turista não estiver devidamente imunizado, ele pode não só se infectar, mas também trazer o problema para o local de origem”, explica o infectologista.
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As vacinas de rotina devem ser atualizadas de acordo com idade e condições especiais. Alguns exemplos são a vacina contra tétano, difteria e coqueluche, a vacina contra sarampo, caxumba e rubéola, a vacina para hepatite B, gripe e pneumococo
Indo ao encontro de doenças O Dr. Jessé Reis fala à revista ABCFARMA sobre os riscos que podem estar embutidos numa viagem de lazer Quem corre mais risco com as viagens relacionadas à Copa: quem vem de fora ou brasileiros que se deslocam aqui dentro? Em geral, fala-se muito dos riscos à saúde que os estrangeiros correm ao virem para o Brasil. Mas esses viajantes, quase sempre, já passaram por uma avaliação médica e costumam vir com suas vacinas atualizadas. O viajante doméstico está mais sujeito a circular sem orientações, seja pelo desconhecimento dos riscos, seja por acreditar que já está “imune” e adaptado às possíveis doenças. Esse é um erro, e o viajante doméstico precisar ser alertado sobre cuidados básicos de saúde, como a atualização de sua carteira vacinal, risco inerentes em determinadas áreas geográ�icas, como febre amarela e malária, e estar sempre atento aquilo que vai comer e beber. Um indivíduo que sai de Salvador, área não endêmica para febre amarela, precisa saber que numa grande parte do território nacional é recomendada a vacinação para essa doença, especialmente aqueles que vão aproveitar para fazer passeios em áreas rurais ou reservas naturais das regiões CentroOeste, Norte e até mesmo áreas rurais de estados do Sul e Sudeste. Lembro que a vacina contra febre amarela deve ser feita com pelo menos 10 dias antes
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de nos dirigirmos para alguma área de risco. Outro exemplo de doença bem regional e muitas vezes subestimada nas áreas não endêmicas é a malária - doença predominantemente amazônica e uma das cidades sede da Copa, Manaus, ainda reporta milhares de casos anualmente. O viajante precisa ser alertado sobre o risco, período de incubação, sintomas e formas de prevenção, especialmente quando faz passeios nas áreas mais periféricas da cidade. Que outras doenças podem afetar turistas internos? Várias publicações discutem os riscos e os principais agravos ocorridos durante grandes eventos de massa e, em todos eles, as doenças diarreicas �iguram como os problemas mais comuns. Não importa a origem e o destino desses viajantes domésticos, cuidados com a alimentação são sempre muito importantes para evitar diarreias e infecções intestinais. Os alimentos devem ser conservados de forma higiênica e consumidos frescos. Entre outras doenças transmitidas por água e alimentos, destaco a hepatite A, doença comum em muitas áreas do Brasil e para a qual há vacina disponível. Um tema pouco discutido, mas não menos importante, são as doenças sexualmente transmissíveis. Muitas delas dependem apenas de cuidados e conscientização para serem evitadas, mas a hepatite B pode ser prevenida através de vacina, atualmente liberada nos postos de saúde para pessoas com menos de 50 anos.
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Saúde
Imunização x atualização Uma Copa mais segura Como receber o turista com segurança? Qual é a antecedência necessária de imunização para quem terá contato com pessoas de outros países? O ideal é que as vacinas sejam feitas com pelo menos quatro semanas de antecipação. Nem sempre isso é possível, e, nesse caso, as vacinas podem ser feitas até no último momento. As vacinas de rotina devem ser atualizadas de acordo com idade e condições especiais. Alguns exemplos são a vacina contra tétano, difteria e coqueluche, a vacina contra sarampo, caxumba e rubéola, a vacina para hepatite B, gripe e pneumococo. Algumas delas devem ser indicadas de acordo com a faixa-etária ou condições de saúde especiais. O Brasil não fará exigências de vacina para os turistas que chegarem, mas é desejável que eles venham com suas vacinas atualizadas. Para os viajantes domésticos também é importante estimular a atualização vacinal, que vai prevenir a população contra doenças corriqueiras, mas com risco de disseminação. Por exemplo, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) deve ser feita para todos aqueles que nasceram após o ano de 1960 e que não tenham recebido doses comprovadas da vacina.
/ Proteção de viagem
delas. Mas chamo a atenção para a grande área de recomendação de vacina para febre amarela – e os viajantes que vão para as cidades dentro dessa área devem estar atualizados com a vacina. Na região Norte, é preciso chamar atenção, de novo, para o risco de malária, que, embora seja baixo, não pode ser desprezado. É importante que os pro�issionais de saúde se lembrem de perguntar por onde esteve o torcedor da Copa, caso ele apresente quadro febril durante ou após o evento. A malária ainda tem uma alta letalidade fora das áreas amazônicas e isso ocorre exatamente pela pequena familiaridade que pro�issionais de saúde vivendo fora das áreas endêmicas têm com a doença. As doenças diarreicas devem ser prevenidas em todas as regiões do país, mas, certamente, nas cidades mais quentes, onde a conservação dos alimentos pode ser prejudicada, os viajantes devem ter mais cuidado. Embora não se espere grandes problemas com a dengue, pela época do ano em que a Copa vai acontecer, é preciso lembrar que a transmissão da doença pode se prolongar nas cidades também de clima mais quentes. A Chikungunya, uma doença ainda pouco conhecida em nosso país, está apresentando níveis epidêmicos em várias ilhas do Caribe e Guiana Francesa. Essa doença precisa entrar no diagnóstico diferencial das doenças febris, lembrando que seus sintomas são muito similares aos da dengue.
Quais são as pro�issões e personagens que merecem mais atenção? Taxistas, garçons, guias turísticos, en�im, o público que estará em contato com os estrangeiros?
Sim, os pro�issionais do turismo são um público vulnerável e eles devem ter suas vacinas atualizadas. Taxistas, pessoas que trabalham em hotéis, guias, voluntários que trabalharão durante o evento, en�im, todos os que de alguma forma estiverem em contato direto com os turistas devem buscar sua atualização vacinal, incluindo a vacina contra gripe, caso seja possível. Quais as regiões do Brasil que necessitam de cuidados sanitários especiais?
Cada região tem suas características especí�icas. Seria di�ícil enumerar os riscos em cada uma
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Revista ABCFARMA
Medicina do viajante: especialidade que cresce de importãncia na época de grandes eventos
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Saúde da mulher TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
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Câncer de mama O que é preciso saber
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diferente entre uma e outra. O volume das mamas não está relacionado ao risco de desenvolver câncer. O que pode alterar o tamanho delas é gravidez, amamentação e aumento/diminuição de peso. O câncer raramente causa aumento das mamas.
s mulheres brasileiras estão diante de um paradoxo que pode ser fatal: o câncer de mama é a mais curável de todas as formas da doença, depois do câncer de pele, mas, no Brasil, é o câncer feminino que mais mata. São 52 mil novos casos por ano – e muitos desses casos só começam a ser tratados em fases mais avançadas, nas quais as chances de cura diminuem dramaticamente. Para alertar as mulheres que são as principais vítimas, a Dra. Michelle Miya, ginecologista, mastologista e coordenadora científica do Instituto Se Toque, organização sem fins lucrativos que atua na promoção da saúde da mulher com foco no câncer de mama, selecionou 10 fatos que todas mulheres precisam saber sobre o tema
O câncer de mama é hereditário?
Não necessariamente. Somente em 5% dos casos ele está relacionado a esse fator. A maior parte dos cânceres hereditários está relacionado à mutação dos genes BRCA1 e BRCA2. Deve-se descon�iar de câncer hereditário quando existem várias pessoas da mesma família com câncer de mama, ovários, intestino, pâncreas, próstata, dentre outros, sobretudo acometendo pessoas em idade mais jovem. Câncer de mama bilateral em alguma parente próxima também chama a atenção para esse fator.
Ser mãe depois dos 30 anos aumenta a chance de desenvolver câncer de mama? Verdade. Se a mulher engravida mais tarde, isso signi�ica que ela menstruou mais vezes ao longo da vida e, assim, recebeu mais hormônios estrogênio e progesterona, que estimulam as células mamárias a se reproduzir, podendo evoluir para um câncer.
O câncer de mama é sempre um caroço? Ele dói? A maioria dos caroços da mama são benignos, isto é, não são câncer. O câncer em fase inicial não apresenta nenhum sinal, só é detectável por algum tipo de exame, principalmente mamogra�ia, e não dói.
Mamas grandes têm maior risco de câncer? É normal ter uma mama maior que a outra? O tamanho das mamas é geneticamente determinado e, normalmente, é mesmo um pouco
Dra. Michelle Miya, ginecologista, mastologista e coordenadora científica do Instituto Se Toque
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Saúde
/ Câncer de mama
Fumo e bebidas alcoólicas são fator de risco para o câncer de mama? O consumo de qualquer quantidade de bebida alcoólica é um fator associado ao aumento do risco de desenvolvimento de câncer de mama, há muito tempo conhecido e cienti�icamente comprovado. Em relação ao cigarro, muitos estudos foram inconclusivos, mas, nos últimos cinco anos, as pesquisas tendem a demonstrar o aumento do risco de desenvolvimento do câncer de mama em mulheres que iniciam o hábito antes da primeira gestação. Usar sutiã apertado aumenta o risco de câncer de mama?
Não existe nenhuma relação entre o uso de sutiã apertado e o surgimento de câncer de mama. Existe alguma relação entre alimentação e câncer?
Homens podem desenvolver câncer de mama? Sim, mas a incidência é de apenas 0,08%, representando apenas 0,17% de todos os tumores malignos masculinos. Nódulos mamários em homens merecem investigação, principalmente quando apresentam consistência dura e não doem ao toque.
Sim. Alguns alimentos, quando consumidos regularmente e por longo período de tempo, fornecem melhores condições para a célula cancerosa se desenvolver e multiplicar: carnes vermelhas, frituras, maionese, leite e derivados integrais, bacon, presunto, salsicha, linguiça, mortadela, etc, en�im, alimentos ricos em gordura. Outros alimentos apresentam efeito redutor de risco. São eles: soja em grãos e seus derivados, alimentos ricos em ômega-3 (linhaça e nozes, por exemplo) e em licopeno (mamão, tomate, etc).
Amamentar protege contra o câncer de mama?
Sim, vários estudos comprovam que a amamentação é um fator de proteção contra o câncer de mama. Amamentar por 12 meses, continuamente ou não, reduz em 5% o risco de desenvolver o câncer. Quanto maior o tempo de amamentação, maior a proteção. Vale ressaltar que amamentar não impede o surgimento do câncer, mas diminui o risco de ele se desenvolver.
O autoexame frequente, sem nenhum achado suspeito, dispensa a realização da mamografia?
Não. O autoexame é muito importante para a mulher conhecer a própria mama e notar qualquer alteração visível ou palpável, mas não substitui a mamogra�ia. O exame mamográ�ico, que deve ser feito a partir dos 40 anos, anualmente, é capaz de detectar tumores não palpáveis, isto é, tumores em estágios bem iniciais, o que é essencial para ter melhores chances de cura.
Para saber mais, acesse o site: www.setoque.org.br 22
Revista ABCFARMA • Junho/14
Prevenção
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Saúde bucal
TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
Dente por dente
A
Os benefícios da higiene bucal penas 60% da população mundial têm acesso a cuidados bucais. O resultado? Até 90% das crianças em idade escolar, dependendo da região, já tem cáries. Por causa da proporção epidêmica das cáries, entidades de todo o mundo que representam a Odontologia – encabeçadas pela FDI (Federação Dentária Internacional) – se uniram para criar o Dia Mundial da Saúde Bucal, que foi comemorado em 20 de março. Cirurgiõesdentistas de vários países estão unidos em torno do propósito de reduzir a incidência dessa doença em nível global – sobretudo através da higiene oral. Aqui, preciosas dicas para a melhor limpeza da boca
Segundo o Dr. Silvio Cecchetto, presidente da Associação Brasileira de Cirurgiões-DentistasABCD, 56% dos brasileiros com menos de 12 anos têm cárie, apesar de o Brasil reunir o maior número de pro�issionais da Odontologia no mundo. “É fundamental mobilizar os mais de 254 mil cirurgiõesdentistas brasileiros a trabalhar nesse projeto ao lado de pro�issionais de mais de 50 países que já abraçaram a ideia”.
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Já na opinião do Dr. Adriano Forghieri, presidente da APCD - Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas, a cárie é uma doença com um impacto tão grande na qualidade de vida das pessoas – da infância à maturidade – que exige um trabalho conjunto entre os cirurgiões-dentistas, o poder público e a mídia. “Enquanto o poder público exerce papel fundamental no tratamento da água, garantindo acesso à água com �lúor, e a programas que facilitam o acesso da população ao tratamento odontológico, os cirurgiões-dentistas exercem um papel importante de esclarecimento. E através de matérias sobre saúde oral, a população vai adquirindo uma preocupação maior em relação à higiene bucal – o que representa grande parte da prevenção da cárie e de outras doenças da boca.”
Revista ABCFARMA
• Junho/14
Prevenção
/ Saúde Bucal
Boca limpa, boca A hora certa de saudável Eis as regras básicas de higiene bucal:
• Tudo começa com a escolha de uma
boa escova de dente. Deve ser dada preferência a escovas macias, que não machuquem a gengiva nem os dentes. As cerdas devem ser arredondadas. As escovas devem ser trocadas a cada dois ou três meses, quando as cerdas estiverem gastas ou tortas. • A escovação deve começar do lado de fora (o lado voltado para as bochechas) dos dentes e depois o lado de dentro (o lado voltado para a língua). • Primeiro com os dentes fechados, fazendo movimentos circulares com a escova de dente por toda a parte de fora dos dentes. • A parte de dentro deve ser escovada com movimentos de vaivém. • Os últimos dentes (os do fundo) devem ser muito bem escovados, pois são eles que mais trabalham quando mastigamos, sendo os mais sensíveis a cáries. • A língua também deve ser escovada, no mínimo uma vez por dia.
combater o mau hálito
“Não adianta utilizar balas, chicletes ou pastilhas para disfarçar o mau hálito. O ideal é procurar auxílio pro�issional. Esses recursos, na verdade, mascaram o problema por períodos muito curtos e, por vezes, podem até agraválo”, assegura o cirurgião-dentista e doutor em Odontologia da Uniban Anhanguera, Dr. Hugo Lewgoy. A halitose é um problema que atinge boa parte da população e normalmente causa grande constrangimento para quem o possui e para as outras pessoas próximas que, habitualmente, não sabem como reagir. “É normal ter halitose durante algumas horas do dia, mas é fundamental saber diferenciar uma halitose �isiológica de uma patológica. A halitose comum, aquela que praticamente todas as pessoas têm, ocorre pela manhã. Este tipo de mau hálito não é considerado um problema sério, pois é �isiológico, ou seja, está relacionado ao metabolismo do corpo humano”, esclarece o cirurgião-dentista. O especialista observa que a halitose matinal, no entanto, deve desaparecer após a primeira refeição da manhã seguida da higienização dos dentes e gengivas e também com a higienização da língua. “Se o problema persistir, pode realmente ser considerado mau hálito patológico, o que requer um acompanhamento pro�issional. Na grande maioria dos casos, o problema tem origem na própria boca, principalmente na região localizada entre os dentes e também na língua, devido à presença de saburra, que é um tipo de placa bacteriana lingual”, a�irma o Dr. Lewgoy. Já as causas extraorais mais frequentes são as doenças da orofaringe, problemas bronco-pulmonares, digestivos, alcalose (aumento do pH dos �luidos do corpo), doenças hepáticas, diabetes, tabagismo e perturbações do sistema gastrointestinal. “Na maior parte das vezes o estômago tem pouca participação no problema. Normalmente a halitose de origem estomacal é mais comum durante rápidos momentos, durante a regurgitação ou eructação (liberação de ar contido no esôfago e estômago)”, explica o cirurgião-dentista.
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Revista ABCFARMA
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Prevenção
Seis erros ser evitados
/ Saúde Bucal
que devem
ao escovar os dentes
Especialista explica por que uma escovação malfeita pode comprometer a saúde bucal O Dr. Artur Cerri, coordenador da Associação Paulista de CirurgiõesDentistas, reforça a ideia de que a correta higiene dos dentes e da gengiva é um ponto crítico para toda a saúde bucal. “Mesmo quem escova os dentes no mínimo duas vezes por dia não está livre de doenças bucais se essa tarefa não é realizada de maneira adequada”. A seguir, ele aponta os seis principais erros cometidos ao escovar os dentes:
1.
Escovar os dentes imediatamente depois de comer. “Logo depois das principais refeições, ou mesmo após comer uma fruta ou um doce, algumas pessoas seguem direto ao toalete para escovar os dentes. Apesar de ser uma atitude louvável – sinalizando que a pessoa se importa com a saúde bucal – vale ressaltar que o ideal é, primeiramente, fazer um bochecho com água para reduzir a acidez e só depois realizar a escovação. Dessa forma, a acidez bucal diminui e a correta higienização é facilitada – protegendo o esmalte dos dentes.”
2.
Ser rápido demais ao escovar os dentes. “Infelizmente, ainda tem muita gente que escova os dentes por obrigação. Ou seja, a pessoa compreende a importância desse hábito diário saudável, mas é vencida pela preguiça – e acaba escovando os dentes rapidamente, sem fazer uma boa limpeza. É importante saber que uma boa escovação dental não acontece em menos de dois minutos. As pessoas ficariam surpresas ao saber quanto um minuto a mais de escovação pode fazer pela saúde bucal.”
3.
Não dar a mesma atenção a todos os dentes. “É comum pessoas começarem a escovar os dentes com vontade e ir perdendo interesse aos poucos, limpando muito mal algumas partes. Tem gente, inclusive, que só usa fio dental nos dentes da frente. Isso está completamente errado! Dividindo a boca em quatro partes (lados direito e esquerdo, em cima e embaixo), devemos escovar cada parte por pelo menos trinta segundos. Só assim estamos garantindo uma boca saudável, livre de cáries.”
4.
Colocar muita força na escovação. “Está certo que um dos propósitos da escovação é remover manchas e restos de comida. Mas não é necessário limpar os dentes como se estivesse polindo prata. Ao aplicar muita pressão na escovação, quem acaba saindo no prejuízo é o esmalte dental, que tem justamente a função de proteger os dentes das bactérias. Além disso, o esmalte é a parte mais clara do dente. O ideal é fazer movimentos circulares, tendo em vista que escovar não significa esfregar com força. Para os que têm dificuldade em controlar a força, uma solução é adotar escovas elétricas com sensores de pressão.”
5.
Não enxaguar o suficiente. “Depois de uma correta escovação, enxaguar a boca é um passo muito importante e que muitas pessoas, por pressa, não dão a devida atenção. Ao lavar bem a boca, o indivíduo se livra de várias partículas, como restos de comida, que poderiam contribuir para a formação das temíveis placas bacterianas. Por isso, vale a dica: enxágue bem a boca antes e depois da escovação, com bastante água limpa e fria.”
6.
Descuidar da limpeza e da substituição da escova. “A escova de dente é ferramenta fundamental para uma perfeita higiene oral algumas vezes ao dia. Por ser bastante requisitada, ela também deve ser devidamente limpa logo após cada escovação para não acumular restos de alimento e se transformar numa colônia de bactérias. Deve ser substituído por uma nova ao menos três vezes ao ano. Existem modelos de escovas que indicam quando sua vida útil está chegando ao fim”.
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Prevenção
/ Saúde Bucal
Descobrindo a causa do mau hálito
O diagnóstico deve ser realizado pelo cirurgiãodentista através da história clínica do paciente com a aplicação de um questionário detalhado, avaliação de sinais, sintomas, constatação do mau cheiro característico e exames especí�icos por meio do ar expelido pela boca com aparelhos mais so�isticados, como o halímetro e o cromatógrafo gasoso. Inicialmente deve-se tentar eliminar as possibilidades de causas �isiológicas e também halitose secundária a outras doenças mais graves e de baixa incidência.
Fio dental
O �io dental é outro grande aliado na higiene bucal, pois limpa as áreas onde a escova não alcança e deve ser usado no mínimo uma vez por dia. Como usar:
• Corte um pedaço médio de �io dental.
• Segure as pontas com os dedos e passe o �io entre os dentes até chegar à gengiva, fazendo movimentos de vaivém da gengiva para a ponta do dente, como se estivesse raspando.
• Estes movimentos devem ser feitos em todos os dentes, principalmente os dentes do fundo.
Dica do especialista • Evite o jejum prolongado, que provoca o mesmo mau hálito gerado durante o período de sono. • Enxaguatórios bucais usados sem orientação podem contribuir para o aumento da halitose. A grande maioria dos enxaguatórios orais contém álcool em sua formulação, o que ajuda a aumentar a descamação das mucosas orais e pode até provocar uma diminuição do �luxo salivar, que está diretamente relacionada com a halitose.
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Saúde
/
Diabetes
TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
Mitos e verdades Hábitos alimentares inadequados, o sedentarismo e o tabagismo estão fazendo o exército de diabéticos aumentar em proporções epidêmicas no Brasil.
O
número de pessoas que têm a doença no país já supera, inclusive, as previsões feitas há dois anos para 2030, quando se esperava existir 12,7 milhões de diabéticos. Em 2010, o total de doentes era de 7,6 milhões. Em três anos, pulou para 13,4 milhões, sendo 90% deles com a forma adquirida da moléstia, o chamado diabetes tipo 2 – que tem relação direta com o estilo de vida. O desconhecimento sobre as formas de detectar a doença é
generalizado entre os brasileiros. A pesquisa “Diabetes: mude seus hábitos” indica que 23% dos brasileiros nunca fizeram algum teste na vida para o diagnóstico da doença. E ainda persistem inúmeras dúvidas sobre os mecanismos e os diferentes tipos de diabetes. A endocrinologista e gerente médica da Novo Nordisk, Dra. Mariana Narbot Ermetice, tira aqui as dúvidas mais frequentes dos pacientes nos consultórios.
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1.
O açúcar é a principal causa do diabetes.
MITO. Este é um dos grandes mitos sobre a doença. O excesso de açúcar na dieta não é o único e grande vilão. O consumo exagerado de gorduras, por exemplo, também contribui para o ganho de peso, que é um dos fatores que aumenta o risco de se desenvolver o diabetes tipo 2, assim como o sedentarismo. Juntas, alimentação inadequada e falta de atividade �ísica levam à maior possibilidade de desenvolver diabetes tipo 2. Além disso, o diabetes do tipo 2 é uma doença multifatorial, ou seja, fatores genéticos e ambientais (estilo de vida) se somam para que a doença se instale. Por isso, quem tem parentes de primeiro grau com a doença é mais suscetível a desenvolvê-la.
2.
como a faixa etária que acometem, a velocidade de instalação da doença (abrupta ou insidiosa), a presença ou não de sintomas ao diagnóstico e a interferência de fatores ambientais/estilo de vida para a sua instalação, entre outros fatores. Mas é fato que um paciente com diabetes tipo 2 pode vir a necessitar de insulina numa fase mais avançada da doença. ,
Diabetes tipo 1
O paciente de diabetes 2 pode se tornar um diabético tipo 1.
MITO. Existem tipos diferentes de diabetes, tendo em comum a elevação da glicose na circulação sanguínea. Os dois principais tipos de diabetes são o diabetes tipo 1, que é dependente de insulina injetável, e o diabetes tipo 2, descritos abaixo. Os motivos pelos quais a taxa de açúcar se eleva nessas duas formas distintas de diabetes diferem, bem
Diabetes tipo 2
Na maioria dos casos trata-se de uma doença autoimune, caracterizada pela destruição das células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. A insulina é essencial para que a glicose presente no sangue seja utilizada pelo organismo. O diabetes tipo 1 é geralmente diagnosticado ainda na infância ou adolescência.
É o mais comum e corresponde a 90% dos casos. Ocorre por dois fatores: - Inexistência ou insu�iciência de insulina - Resistência à insulina nas células. É preciso reforçar o conceito mencionado acima: alguns hábitos podem aumentar o risco de desenvolver o diabetes tipo 2, como a obesidade, sedentarismo, tabagismo e má alimentação, fatores completamente controláveis. Cerca de 50% dos portadores de diabetes tipo 2 não sabem de sua condição, justamente pelos poucos sintomas que apresentam no início da doença. Mais tarde, os principais sintomas são: sede, aumento do volume de urina e frequência, fome excessiva, visão turva, fraqueza e perda de peso
Outra forma importante é o diabetes gestacional, que, como o diabetes do tipo 2, pode ser prevenido:
Diabetes Gestacional
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Assim chamado quando a elevação na taxa de glicose no sangue é observada pela primeira vez durante a gravidez. Na maioria dos casos, essa taxa se normaliza após o parto, mas é importante saber que as mulheres que apresentam diabetes gestacional possuem um risco maior de desenvolver diabetes tipo 2 futuramente.
Saúde / Diabetes
glicêmico, com o menor risco de hipoglicemia – isto é, queda dos níveis mínimos de glicemia. Além desse controle, é essencial observar as eventuais doenças concomitantes e tratá-las: obesidade, hipertensão e dislipidemia (níveis elevados ou anormais de lipídios). A conscientização dos pacientes em relação aos hábitos saudáveis, como boa alimentação e atividade �ísica frequente, além de educá-los quanto à necessidade de aderir ao tratamento medicamentoso, é imprescindível para um bom resultado.
5.
O tratamento do diabetes tipo 2 pode vir a requerer o uso de insulina.
VERDADE. Logo após o diagnóstico, o paciente diabético tipo 2 geralmente tem ainda alguma produção de insulina – por isso, a preferência é pela melhora da ação desta, ou seja, diminuir a resistência à insulina e estimular a secreção, de acordo com a necessidade. Conforme a doença progride, pode ser necessária a introdução de insulina em vários esquemas diferentes para que se atinja a meta ideal de controle glicêmico. Já o diabetes tipo 1 deve sempre ser tratado com insulina, preferencialmente no esquema de insulinoterapia intensiva chamado de basal-bolus, no qual dois tipos diferentes de insulina são administrados: uma insulina basal, para cobrir a necessidade de insulina em jejum e entre as refeições, e outra insulina, chamada de prandial, para manter a glicemia dentro dos níveis desejados após a alimentação, aplicada em cada refeição.
3.
O diabetes não tem cura.
VERDADE. O diabetes não tem cura, mas é possível controlá-lo e ter uma excelente qualidade de vida, sem qualquer limitação, desde que diagnosticado e tratado adequadamente o mais precocemente possível. Destaca-se que o tratamento para o diabetes evoluiu signi�icativamente nos últimos anos, tanto no que se refere aos medicamentos orais quanto com relação às insulinas disponíveis. No caso do tipo 2, pode-se optar por medicamentos orais, dependendo da progressão e gravidade da doença. Já o diabetes tipo 1 sempre requer o uso de insulinas. A evolução da terapia com insulina trouxe várias melhorias, como a diminuição dos efeitos colaterais, necessidade de um número menor de aplicações ao dia, além de formas de aplicação que possibilitam praticidade, maior precisão e mais conforto para o paciente, como é o caso das canetas para aplicação, disponíveis no mercado.
HIPOGLICEMIA:
QUANDO FALTA AÇÚCAR NO SANGUE
ipoglicemia é uma diminuição no nível de glicose no sangue – “pouco açúcar no sangue”. A hipoglicemia pode ocorrer com mais frequência em pacientes que tem diabetes e necessitam de aplicação de insulina ou utilizam alguns medicamentos orais como as sulfonilureias. Os principais sintomas são: suor excessivo, palpitações, tremores, confusão, sonolência, falta de coordenação, náuseas e dor de cabeça.
4.
O paciente com diabetes consegue ter uma vida normal.
VERDADE. Os tratamentos para o diabetes evoluíram muito. Na terapia ideal para o tratamento do diabetes o objetivo é atingir o melhor controle
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Saúde TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO FOTOS: DIVULGAÇÃO
Inverno No próximo dia 21 de junho, começa a temporada mais fria do ano. Mesmo num país tropical como o nosso, a queda da temperatura nas regiões sul e sudeste traz consigo uma série de ameaças à saúde – que exigem um programa de prevenção bastante rigoroso, sobretudo entre pessoas com maior fragilidade imunológica ou predisposição, como asmáticos, crianças e idosos. Aqui, informações que vão ajudá-lo a informar melhor seus clientes
Vacina contra a gripe É ano de Copa!
E
m 2014, a recomendação é que a população se proteja com antecedência, por conta da maior circulação do vírus, esperada durante a Copa do Mundo. Na rede pública, a vacina chegou em abril, para crianças de seis meses a dois anos, gestantes, portadores de doenças crônicas e idosos acima de 60 anos. Mas, para outras faixas da população, que em tese têm um risco menor de contrair gripe, vale investir na prevenção, tomando a vacina por conta própria. A vacinação é recomendada nos meses que antecedem o inverno e durante a própria estação, mas pode ser feita em qualquer período do ano. “Uma pessoa doente no meio da multidão pode propagar facilmente a doença
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para muitas outras”, revela o Dr. Ricardo Cunha, médico sanitarista e responsável pelo setor de vacinas do Laboratório Delboni Auriemo. “Apenas um espirro é capaz de liberar milhares de gotículas contendo o vírus. Essas gotículas podem alcançar até dois metros de distância”. Ele lembra que a proteção é eficaz a partir do sétimo dia após a vacinação, atingindo o nível ideal de proteção entre 14 e 21 dias. Segundo Dr. Cunha, a Organização Mundial de Saúde (OMS) se baseia em estudos mundiais sobre a circulação dos tipos virais para de�inir a composição da vacina, prevendo quais são os vírus que terão maior possibilidade de circular durante a próxima temporada de gripe. Assim são de�inidas as composições de vacinas para o Hemisfério Norte e para o Hemisfério Sul, que podem ou não serem idênticas. A cada ano, portanto, a vacina contra a gripe pode ser alterada.
Revista ABCFARMA
•Junho/14
Saúde
/ Doenças de inverno
Este ano, as vacinas in�luenza (trivalentes) conterão, obrigatoriamente, três tipos de cepas de vírus em combinação: um vírus similar ao vírus in�luenza A/California/7/2009 (H1N1) pdm09, um vírus similar ao vírus in�luenza A/Texas/50/2012 (H3N2) e um vírus similar ao vírus in�luenza B/Massachusetts/2/2012.
Vacinas:
além da gripe
Além da imunização contra o vírus in�luenza, que causa gripe, são várias as vacinas disponíveis para prevenir doenças respiratórias. Durante a infância, por exemplo, pneumonias, coqueluche, epiglotite e formas invasivas de tuberculose são prevenidas por meio da vacinação. No caso dos bebês prematuros e das crianças com doenças cardíacas ou pulmonares, há também a prevenção contra a bronquiolite, que no Estado de São Paulo é feita em grupos especí�icos durante o outono e inverno, época do ano de maior circulação desse vírus. Já para os adultos e idosos, a mais importante é mesmo a vacina contra a gripe, que, além de evitar o mal estar e a gravidade da própria doença, previne complicações bacterianas de maior gravidade, como a pneumonia.
“
Convém mencionar, por exemplo, que vacinas contra sarampo e catapora também previnem possíveis complicações pulmonares que podem ocorrer nos pacientes com essas doenças, revela a Dra. Marina Buarque de Almeida, que é pneumologista pediátrica do Núcleo de Doenças Pulmonares e Torácicas do Hospital Sirio-Libanês
“
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• Junho/14
Saúde / Doenças de inverno
Coração e o frio: relação delicada Os dias frios despertam atenção para o aumento das doenças respiratórias. Mas as baixas temperaturas trazem outro alerta: nesta época do ano, também é maior o risco de complicações cardiovasculares, o que aumenta a incidência de infartos em 30% e de AVCs (acidentes vasculares cerebrais) em 20%. Segundo os especialistas, a sensação de frio faz o organismo liberar substâncias que contraem as artérias para reter mais calor e ajudar o resto do corpo a enfrentar a baixa temperatura. Em contrapartida, esse mesmo mecanismo aumenta a espessura dos vasos sanguíneos. Isso di�iculta a circulação e aumenta consideravelmente o esforço que o coração precisa fazer para bombear sangue. O coordenador do Núcleo de Cardiologia do Hospital Samaritano de São Paulo, Dr. Roberto Cury, lembra que fatores externos colaboram com o aumento da incidência de infarto no inverno. Um deles é diminuição na atividade �ísica durante esse período. Vale lembrar também que o consumo de gorduras saturadas e comidas calóricas é maior, descompensando os níveis de colesterol. Como de hábito, o maior risco está entre idosos – de acordo com o coordenador do Núcleo de Neurologia do Hospital Samaritano de São Paulo, Dr. Renato Anghinah. “Pessoas nessa faixa etária podem ter mais complicações porque estão mais susceptíveis ao aumento da pressão arterial e transtornos de coagulação sanguínea, além de mais propensão a infecções típicas do frio, que podem ser fatores desencadeantes de eventos cardiovasculares.”
“Sinais de AVC: Dor de cabeça súbita e intensa, sem causa aparente”
Sinais do infarto –
Alguns ataques cardíacos são tão súbitos e intensos que os sintomas podem ser facilmente reconhecidos pela dor intensa, o desmaio, o aperto no coração. Outros, porém, se instalam lentamente, com dor leve ou apenas desconforto, que podem ir piorando gradativamente. Frequentemente, essas pessoas demoram a perceber o que está acontecendo. Em alguns casos, há sintomas que podem ser confundidos com os de outras doenças. E quanto maior o fator de risco (idade, doenças associadas, sedentarismo, tabagismo), maior a necessidade de se cogitar, mesmo em sintomas leves, de um ataque cardíaco.
Sinais de AVC -
Dormência súbita ou fraqueza da face, braço ou perna, especialmente de um dos lados do corpo
* Confusão súbita, fala ou compreensão di�íceis
* Perda súbita de visão em um ou ambos os olhos
* Di�iculdade súbita de andar, tonturas, perda de equilíbrio e coordenação
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* Dor de cabeça súbita e intensa, sem causa aparente.
• Junho/14
Saúde
/ Doenças de inverno
Cuidados com a saúde no ar seco O ar de uma cidade como São Paulo é bastante poluído pelos veículos, indústrias e queima de lixo. Durante o inverno, geralmente chove menos, o que torna o ar mais seco e mais poluído. Muito comum nesta época do ano, a baixa umidade do ar pode desencadear uma série de complicações respiratórias e agravar doenças já existentes. Portanto, se o tempo estiver seco, deve se colocar em prática as recomendações dos especialistas. Para a Dra. Valéria Cristina Vigar, da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, deve-se �icar em atenção quando a umidade relativa do ar estiver entre 20 e 30%, e em estado de alerta ao cair para 20% a 12%. Abaixo desses níveis é decretado estado de emergência.
Asma:
“Quanto menor for a umidade do ar, mais cuidados devem ser tomados para evitar complicações alérgicas e respiratórias”. Em consequência do tempo seco, o ressecamento das vias aéreas leva a doenças como rinite e rinossinusite, uma in�lamação da mucosa que reveste a cavidade nasal, assim como a descompensação de asma e da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que diminuem a capacidade respiratória.
O impacto da poluição do ar e dos ambientes de trabalho
Regiões de risco
A asma acomete cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo, entre adultos e crianças. No Brasil, a estimativa é de que existam aproximadamente 20 milhões de asmáticos. Tosse, falta de ar e chiado no peito são alguns dos sinais da doença, que é uma in�lamação crônica e pode se agravar por fatores como alteração climática, infecções respiratórias e até causas emocionais. A poluição atmosférica, que se agrava no inverno, está entre esses fatores. Ainda são poucos os estudos realizados sobre os efeitos da poluição como causa de internação por asma, mas os níveis dos poluentes do ar têm sido associados à piora dos sintomas da doença. “A poluição aumenta as exacerbações de asma e as infecções respiratórias que, por sua vez, pioram a asma. Além disso, alguns estudos têm sugerido que a poluição pode também aumentar a chance de uma pessoa desenvolver asma”, comenta o Dr. Marcos Borges, presidente da Subcomissão de Asma da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT). A inversão térmica no inverno retém grandes quantidades de poluentes em uma estreita camada da atmosfera – e aumenta o número de pacientes com doenças pulmonares.
Em termos de baixa umidade do ar, as regiões sudeste e centro-oeste do país são as que enfrentam mais problemas, intensi�icados pela falta de chuva e aumento no nível de poluição no ar. Durante o inverno “Independentemente da região, os principais grupos de risco são portadores de doenças respiratórias crônicas e indivíduos mais expostos a ambientes de baixa umidade”, diz a Dra. Valéria.
Dicas:
*Mantenha arejados ambientes fechados, umidi�icando-os com vaporizadores ou recipientes com água nos dias mais secos
*Para evitar desidratação, é aconselhável consumir bastante líquido e evitar a prática de atividade �ísica entre 10h e 16h *Em casa, carpetes e cortinas que acumulam poeira devem ser lavados e aspirados com frequência. Atenção para cantos dos cômodos que podem juntar pó, assim como beiradas de móveis e estrados de cama
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*As vestimentas usadas neste período também merecem um cuidado especial. Por �icarem dentro do armário, as roupas mais quentes, que só são usadas no inverno, devem ser lavadas e colocadas ao sol antes de usar, evitando o mofo e o odor desagradável.
Revista ABCFARMA
• Junho/14
Saúde TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO FOTOS: DIVULGAÇÃO
RINITE X SINUSITE Estão na cara
N
ão há otorrinolaringologista que não escute pelo menos uma vez por dia esta frase: “Eu tenho rinite e também sinusite”. As duas “ites” vêm sempre juntas na cabeça do paciente, como se fossem dois problemas em um só. Já que a diferença entre as duas é nebulosa para a maior parte do público, as pessoas preferem declarar que sofrem de ambas, por via das dúvidas. Claro que há diferenças. Como explica o Dr. Krishnamurti Sarmento Junior, membro titular da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia, rinite é uma inflamação da mucosa do nariz e pode ter várias causas. Um resfriado, por exemplo, não deixa de ser uma rinite, do tipo infecciosa. Mas normalmente quando as pessoas falam em rinite estão se referindo a queixas mais duradouras (ou pelo menos recorrentes) causadas, por exemplo, pela rinite alérgica. Os sintomas mais frequentes da rinite são a coriza (secreção clara que escorre do nariz), os espirros, a coceira no nariz e o nariz entupido.
A rinite, muitas vezes, desencadeia uma sinusite. Portanto, a associação em muitos casos é real. Já a sinusite é uma in�lamação da mucosa que reveste os seios da face (também chamados de cavidades paranasais). Os seios da face são espécies de câmaras de ar que �icam ao redor do nariz, forradas internamente por uma mucosa muito parecida com a do próprio nariz. Essa mucosa que reveste internamente os seios da face produz muco, exatamente como a mucosa do nariz. Esse muco drena para dentro do nariz por pequenos ori�ícios que comunicam os seios da face com as fossas nasais. Se esses ori�ícios �icam obstruídos (por secreção, inchaço da própria mucosa ou outra causa), o seio da face pode tornar-se uma cavidade sem comunicação com o nariz, totalmente selada e sem aeração. Assim como acontece com as paredes de um quarto quando o deixamos sem ventilação por muito tempo, a mucosa que reveste os seios da face vai �icando doente, in�lamada. O muco que ela produz também não tem para onde ir e acaba acumulando no seio da face e facilitando a proliferação de bactérias. Está formada a sinusite – descreve o Dr. Sarmento.
As duas faces da
SINUSITE
A sinusite pode ser dividida em aguda e crônica.
A aguda se manifesta em crises, causando forte dor facial, abundante secreção purulenta no nariz, tosse e febre. Já na sinusite crônica os sintomas são mais discretos, mas mais frequentes. Ela pode se manifestar como uma tosse persistente ou uma secreção que drena do nariz para a garganta. Mas o que mais se associa à sinusite crônica é a dor de cabeça, em especial entre os olhos. Aliás, a maior parte das pessoas que a�irma ter sinusite está se referindo justamente a esse sintoma: a dor de cabeça na testa ou entre os olhos. Aqui vale um aviso: nem sempre a cefaleia frontal (a tal dor de cabeça na testa) é sinusite. “Aliás, se ela não vem acompanhada de demais sintomas nasais, provavelmente não está relacionada à doença”. Nesses casos duvidosos, a tomogra�ia de seios da face (e não a radiogra�ia simples) é um exame de imagem muito importante para tirar a dúvida.
Pontos de contato
Mas é claro que a confusão entre rinite e sinusite não é apenas falta de informação. Existe realmente uma área de interseção entre elas. “Ambas, por exemplo, causam obstrução e secreção nasal. A rinite, muitas vezes, desencadeia uma sinusite. Portanto a associação em muitos casos é real”. Por último, o Dr. Sarmento faz questão de esclarecer: a rinite realmente não tem “cura” na maior parte dos casos, mas sim controle, embora possa melhorar com o tempo. Já a sinusite, ao contrário, tem cura na maior parte dos casos – inclusive a crônica, embora não raro seja necessário algum tipo de intervenção cirúrgica para isso.
46 Revista ABCFARMA
• Junho/14
Meio ambiente
/ Farmácias Sustentáveis
TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
Farmácias sustentáveis U
O melhor ambiente
ma palavra mágica abre para as empresas as portas da percepção de uma nova sociedade mais justa: sustentabilidade. Mas esse conceito é hoje, também, uma poderosa ferramenta de marketing, graças ao interesse dos consumidores por produtos de empresas “sustentáveis”. Farmácias e drogarias não podem ficar de fora dessa nova realidade. Conheça aqui alguns projetos do setor.
Drogaria São Paulo Recarregando as energias
Na área de sustentabilidade, a rede Drogaria São Paulo trabalha o Projeto Cata-Pilhas (depósito de pilhas e bateria) e instalou hortas em praticamente todas as suas lojas. O programa Cata-Pilhas foi iniciado em 2004 e está próximo de atingir o total de 300 toneladas coletadas. Ele está presente em todas as �iliais com bandeira Drogaria São Paulo, o que representa atualmente 465 lojas. Toda a carga coletada no Programa Cata-Pilhas é remetida aos Centros de Distribuição da Drogaria São Paulo. Nesse local, uma transportadora especializada no manuseio de resíduos encaminha o material para a empresa Suzaquim, que faz o reprocessamento e a destinação �inal do lixo.
“Hortas muito bem cuidadas e Projeto Cata-Pilhas: duas das ações
do programa de sustentabilidade da rede Drogaria São Paulo”
48 Revista ABCFARMA
Segundo os porta-vozes da empresa, o projeto expressa o compromisso do grupo com ações sustentáveis e ocorre durante o ano inteiro. O efeito do descarte incorreto de pilhas comuns e baterias pode ser bastante nocivo ao meio ambiente e ao organismo humano. Elas são compostas por pelo menos três metais pesados e nocivos à saúde: zinco, chumbo e manganês. Também fazem parte de sua composição elementos químicos perigosos, como o cádmio, cloreto de amônia e negro de acetileno. O chumbo, por exemplo, pode se acumular nos ossos, cabelos, unhas, cérebro, �ígado e rins; age no sistema nervoso, renal e hepático.
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Meio ambiente
/ Farmácias Sustentáveis
Droga Raia
Redução do impacto ambiental A Droga Raia criou, em 2010, um comitê multidisciplinar de sustentabilidade, com o propósito de alinhar a compreensão desse conceito dentro da empresa e de�inir uma nova forma de atuação. A empresa também avaliou seus processos internos do ponto de vista de impacto ambiental e, a partir de uma análise inicial do comitê, de�iniu suas prioridades de atuação.
quidos e sprays, além de embalagens. Tudo o que é depositado �ica armazenado no display até que a coleta seja realizada. Uma funcionalidade batizada de "preservômetro" mede o acúmulo de medicamentos descartados e mostra o que esse número equivale em termos de preservação do meio ambiente. Implantado inicialmente como um projeto piloto, o Ecomed já está instalado em 213 lojas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em fevereiro de 2012, pouco mais de um ano após seu início, o projeto comemorou a sétima tonelada de medicamentos arrecadados.
Programa Descarte Consciente
Estima-se que, para cada quilo de medicamento descartado no lixo comum ou na fossa sanitária, cerca de 450 mil litros de água são contaminados. Diante da dimensão desse impacto ambiental, a Droga Raia buscou uma solução para a correta destinação de medicamentos vencidos ou em desuso, cuja coleta foi liberada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) por meio da RDC 44.
Papel verde
Desde 2009, a Droga Raia vem selecionando parceiros que trabalhem com papel e materiais certi�icados para produzir seus veículos de comunicação. As certi�icações garantem que os materiais utilizados causam menor impacto ao meio ambiente e atestam também que aspectos de sustentabilidade são aplicados em toda a cadeia de produção. Atualmente o papel utilizado em seus tabloides provém de manejo �lorestal responsável e a tinta é ecológica, elaborada com matérias-primas bioderivadas e renováveis.
A empresa chegou então a um projeto pioneiro, denominado Descarte Consciente, que prevê a disponibilização de pontos de coleta de medicamentos nas lojas da Droga Raia por meio do display Ecomed, fabricado pela empresa BHS. O uso é prático: o cliente pode ler as instruções no visor do próprio display antes de manuseá-lo. Estão disponíveis na máquina três espaços para descartar diferentes materiais: comprimidos e pomadas, lí-
Reutilização de água
A reutilização de água é uma iniciativa incorporada ao Centro de Distribuição do Embu desde a sua inauguração, em 2009. Cerca de 20% de toda a água que circula pelos encanamentos do CD é tratada em um reservatório e destinada aos vasos sanitários do centro, evitando, assim, o desperdício.
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Meio ambiente
/ Farmácias Sustentáveis
Embalagens Sustentáveis
Farmácias Estrela Postura verde
Seguindo na mesma postura de redução dos impactos na natureza, a Estrela só utiliza embalagens que não agridem o meio ambiente – sacolas plásticas oxibiodegradáveis e saquinhos de papel para compras de menor volume.
Preocupada com a questão da sustentabilidade, as Farmácias Estrela foi a primeira rede de Cascavel, Paraná, a implementar a coleta de medicamentos vencidos em todas as suas unidades.
Em parceria com a empresa Coleta Ambiental, todas as lojas da Estrela possuem um coletor apropriado para que a população possa fazer o descarte de medicamentos vencidos. Os resíduos são recolhidos quinzenalmente nas farmácias.
SUSTENTABILIDADE
Em todos os sentidos
Não apenas um conjunto de projetos e atitudes para melhorar a natureza. A sustentabilidade corporativa também é ética e socialmente responsável e pode ser colocada em prática por empresas de qualquer porte – inclusive farmácias e drogarias.
Dra. Ana Paula Arbache sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas". Ou seja: viver sem esgotar os recursos naturais e sem comprometer o futuro. Em princípio aplicado apenas a questões ambientais, o termo foi ganhando novas dimensões. Hoje, a sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a vizinhança local até o planeta inteiro. E isso inclui, evidentemente, o mundo dos negócios. E as farmácias. Por de�inição, uma farmácia sustentável seria:
É o que explica a Dra. Ana Paula Arbache – sócia-diretora da Arbache Consultoria, professora dos cursos de MBA em Gestão Empresarial da Fundação Getúlio Vargas e da Business School São Paulo e organizadora do livro Projetos Sustentáveis: Estudos e Práticas Brasileiras. O que seria uma farmácia sustentável, sob esse ponto de vista mais amplo?
O termo sustentabilidade é sem dúvida uma das marcas do século 21. Quem �icar de fora dessa marca provavelmente “sobrará” no universo corporativo. Na acepção clássica da expressão, ser sustentável é "suprir as necessidades da geração presente
*Ecologicamente correta
*Economicamente viável *Socialmente justa
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*Culturalmente aceita pela comunidade
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Meio ambiente
/ Farmácias Sustentáveis
Sustentabilidade
Como colocar esses conceitos em prática? Segundo a Dra. Ana Paula Arbache, a adoção de práticas sustentáveis não depende do porte da empresa. Até micro e pequenas podem se enquadrar nesse espírito com medidas baratas – mas com alto retorno, em termos de marketing e credibilidade. Primeiro, a sustentabilidade ética:
social
É a adequação da empresa aos princípios da Responsabilidade Social, outra expressão fundamental no mundo corporativo dos dias de hoje. É um conjunto de programas que valorizam não apenas os colaboradores, mas passam ao cliente uma percepção de credibilidade e engajamento em projetos que visam o bem comum. Isso pode ser expresso em participação em campanhas de vacinação, através da divulgação de datas e postos de saúde na comunidade, até parcerias com ONGs voltadas para esse tipo de projeto. Que tal formar na empresa uma rede social de voluntariado, para prestar algum tipo de serviço a determinado grupo da comunidade? Por exemplo: oferecer cobertores a moradores de rua nestes dias frios de inverno ou fazer uma visita semanal a uma casa de repouso para conversar com os idosos e romper sua solidão?
Toda empresa deve ter um código de conduta entre colaboradores, clientes e fornecedores, baseado em princípios de lealdade, con�iança, comprometimento, integração ao negócio, normatização clara. Transparência é a palavra de ordem – na contabilidade, na relação com o cliente, na comunicação com os diversos players de mercado, na manutenção de valores comuns ao público interno e externo, no que a Dra. Ana Paula chama de cadeia virtuosa.
Sustentabilidade ambiental
A reciclagem do lixo e a disposição correta dos resíduos especí�icos são obrigações. O que farmácias e drogarias poderiam fazer a mais, segundo a Dra. Ana Paula, é caprichar na chamada “logística reversa”. Traduzindo: instalar ali postos de coleta de embalagens recicláveis de medicamentos, eventualmente oferecendo um desconto na próxima compra. Ana Paula lembra que as lojas Kalunga oferecem desconto na venda de impressoras mediante entrega da impressora velha, mesmo sem uso e quebrada. Com isso, se pode dar uma destinação ecológica ao lixo, ao mesmo tempo em que se estabelece um novo canal de �idelidade com o cliente. Isso tudo sem mencionar, é claro, as atitudes individuais, como cidadão, do empreendedor de farmácia – com respeito absoluto ao meio ambiente.
Sustentabilidade �inanceira
Empresa sustentável é aquele que se sustenta como negócio, oferecendo sustento às famílias de seus colaboradores e aos sócios. E, no momento atual, os consultores de programas de sustentabilidade estão valorizando bastante a chamada base da pirâmide, composta pelas classes C e D. Até marcas premium estão criando outras marcas, mais populares, para atender a esse segmento. Isso é particularmente válido no setor de cosméticos e produtos para o bem-estar. Avon, Natura e outras marcas de prestígio estão investindo na base. Farmácias e drogarias poderiam, nessa linha, montar nichos de produtos mais baratos, mas com valor agregado, para aumentar a acessibilidade – isso tem tudo a ver com a valorização da autoestima e, por isso, se constitui numa excepcional oportunidade de negócios.
No �im, todos ganham com a sustentabilidade.
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Produto TEXTO: COMUNICAÇÃO HYPERMARCAS – ASSESSORIA DE MARCAS E PRODUTOS FOTOS: DIVULGAÇÃO
Genérico
Neo Química esclarece dúvidas
N
o dia 20 de maio foi comemorado o Dia Nacional do Medicamento Genérico. Segundo um estudo realizado pela Pró Genéricos – Associação Brasileira das Indústrias dos Medicamentos Genéricos, dos 20 medicamentos mais prescritos no país, 13 são genéricos. Entretanto, muitos consumidores ainda têm dúvidas sobre sua segurança e e�icácia. Por isso, a Neo Química, uma das principais marcas do mercado farmacêutico brasileiro e 3º lugar no ranking da categoria, esclarece os principais questionamentos sobre genéricos.
É possível comprar um genérico com a receita da marca comercial do medicamento?
O que são os medicamentos Genéricos? O medicamento genérico é semelhante ao de referência, cuja patente já expirou ou foi renunciada. Sua produção passa por rigorosos padrões de qualidade e ele só chega aos consumidores depois de passar por testes de bioequivalência, que garantem que o genérico será absorvido na mesma concentração e velocidade que o medicamento de referência; e testes de equivalência farmacêutica, que avaliam se a composição do produto é idêntica ao do medicamento inovador que lhe deu origem. Assim, eles se tornam intercambiáveis. Por lei, os genéricos podem substituir os medicamentos de referência indicados nas prescrições médicas.
Sim. O médico pode receitar um medicamento de marca e o consumidor, no balcão da farmácia, substituí-lo pelo genérico respectivo junto ao farmacêutico. Os genéricos, assim como quaisquer outros medicamentos, exceto os livres de prescrição, devem ser vendidos apenas com apresentação da receita médica.
Como posso saber se já existem genéricos para os medicamentos prescritos pelo médico?
Como se dá a escolha de um medicamento para ser a referência?
Essa informação pode ser obtida com o médico, na hora da consulta, ou diretamente com o farmacêutico nas drogarias. A Anvisa também disponibiliza em seu site oficial – www.anvisa.gov.br – as listas de medicamentos genéricos disponíveis no país.
Em geral, existe mais de uma marca comercial para cada principio ativo registrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A primeira que chega ao país, de forma inovadora, costuma ser escolhida como referência, uma vez que o medicamento foi amplamente testado, comprovando sua eficácia e segurança.
Sobre a Neo Química Adquirida pela Hypermarcas em 2009, a Neo Química aumentou sua força e participação no mercado de medicamentos e se consolidou como uma das principais marcas do segmento farmacêutico brasileiro. Com mais de cinco décadas de história, contabiliza mais de 120 moléculas e 190 apresentações de genéricos e mais de 140 marcas e 240 apresentações de similares. Só em 2013, foram mais de 258 milhões de unidades vendidas, segundo o IMS Health.
Por que os genéricos custam menos? Porque os custos de produção são inferiores aos do desenvolvimento de um medicamento de marca - que é pioneiro. O processo de pesquisa para a fabricação pode consumir muitos anos e muitos investimentos. Além disso, há custos de marketing e divulgação. Já na produção do genérico, as etapas são mais simples, visto que as formulações já estão definidas e os investimentos são menores, pois a formula já é conhecida.
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Para conhecer mais sobre Neo Química, acesse www.neoquimicagenericos.com.br e http://www.neoquimica.com.br.
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Institucional TEXTO E FOTOS: EMS
EMS lança aplicativo Mais Saúde e amplia atendimento aos consumidores
A
lém do conversor de medicamentos, o aplicativo, que é gratuito, disponibiliza a localização da farmácia mais próxima, vídeos com dicas de saúde e bem-estar e lembrete para ingestão correta de medicações
A EMS, maior laboratório farmacêutico brasileiro, por meio da unidade de Genéricos, lança o aplicativo ‘Mais Saúde’ para smartphones e tablets. A tecnologia, compatível com os sistemas operacionais iOS e Android, permite ao usuário
verificar se existe genérico correspondente ao medicamento referência e indica, por geolocalização, a farmácia mais próxima para compra do produto, com possibilidade de traçar a rota até o estabelecimento no mapa. Os consumidores também podem programar no aplicativo alarmes para ingestão de medicamentos nos horários corretos. É possível, ainda, em caso de uso contínuo, programar alarmes personalizados, que alertarão o usuário com um lembrete de recompra três dias antes do fim da medicação. O aplicativo Mais Saúde também disponibiliza aos usuários vídeos com dicas de saúde e bem-estar, que são desenvolvidos pela EMS e trazem inclusive entrevistas com médicos de diferentes especialidades, abordando temas relevantes à população em uma linguagem acessível a todos os públicos – jovens, adultos e idosos. Para baixar o aplicativo Mais Saúde, acesse: www.emsgenericos.com.br/appmaissaude
Sobre a unidade de Genéricos da EMS A EMS, por meio da unidade de Genéricos, foi pioneira no desenvolvimento e comercialização de medicamentos genéricos no Brasil. Presente em todo o território brasileiro, disponibiliza com agilidade as versões genéricas de importantes medicamentos. São aproximadamente 500 apresentações de produtos genéricos, que atendem a cerca de 190 classes terapêuticas. Entre elas, a linha mais completa para o Sistema Nervoso Central (SNC) e as linhas cardiovascular, gastro e antimicrobianos. Em 2013, dentro do projeto Academs, foram reforçados os investimentos em capacitação do varejo farmacêutico no que diz respeito ao atendimento ao público e sobre o uso de medicamentos. A unidade de Genéricos também ampliou o Programa ‘Onda Azul’, voltado à comunicação visual das drogarias. Líder de mercado e sempre atenta às necessidades de seu público consumidor, a unidade está presente nas redes sociais – Facebook, Twitter e YouTube –, além de manter um site com dicas sobre saúde. Como reconhecimento pelo trabalho realizado nos últimos anos, pelos inúmeros lançamentos de produtos e pela qualidade dos medicamentos, a unidade de Genéricos foi eleita a melhor da categoria no Prêmio Abrafarma 2013, da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias, que reúne as maiores redes do País.
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Dica TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
/
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Copa do Mundo 2 Não perca um cliente/turista Inglês básico para atender em farmácias e drogarias
Primeira abordagem
A ABCFARMA, em parceria com a consultoria Windmill Idiomas, traz aqui um guia básico para você conseguir atender o cliente-turista que precisa da ajuda de sua farmácia Pronomes pessoais Inglês I You He She It We You They
pronúncia aproximada (ai) (iú) (hi) (xi) (ĭt) (uí) (iú) (dhei)
tradução eu você ele ela isto/esta(neutro) nós vocês eles
Pronomes Interrogativos: What ….. Uat Who .... Ru Where ... Uér How ... Rráu How much is it? Rrau mãtx How many Rrau meni
How many
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O que? Qual? Quem ?
Onde ?
Como ?
Quanto custa? Quantos?
Ajuda
o 2014 what? Can You help me? Você pode me ajudar?
Can you repeat it please? Você pode repetir, por favor?
Can you write the name for me please? Você pode escrever o nome para mim, por favor?
PERGUNTAS comuns: diferentes verbos Do you speak Portuguese? Você fala português?
Do you have beauty products? Você tem cosméticos? Do you sell razors?
Você vende barbeadores?
RESPOSTAS COMUNS:
Do you need anything else? Você precisa de algo mais?
Yes No
I dont´t Know
Sim
Não
Eu não sei
I am sorry
Sinto Muito
I didn´t understand
Não entendi
Excuse me
I don´t understand
Desculpe-me
Eu não compreendo
The painkillers are near the cashiers Os analgésicos estão perto do caixa
Sorry, we cannot sell it without a prescription. Desculpe, não podemos vender sem receita. With (uíf) com / Without (uídhaut) sem
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DICA
PALAVRAS DE BALCÃO
. . . . . . . . . . . .
Medicamento Protetor
Receita Médica Corredor
. . . . . . . . . . . .
Medication / Medicine Solar Sunblock
Prescription Aisle
Cosméticos Beauty products / Produtos de Beleza Comprimido
Pills
Pasta de Dente
Toothpaste
Prateleira Ocupado Doente
Cansado
Antibiótico
Shelf
Busy
Sick
Tired (tairede) Antibiotic
/ Inglês para farmácias e drogarias
Anticoncepcional
Contraceptive
Creme
Cream; custard
Antisséptico Analgésico Pomada Gota Dor
Dor de Cabeça
Dor de Estômago Pagamento Caixa Saída
Antiseptc
Analgesic; painkillers Ointment
Drop, raindrop
Ache; pain; suffering, sorrow; grief
Headache
Stomachache
Payment Cashier Exit
DIÁLOGOS.......................................... Diálogo 2:
Diálogo 1:
Atendente: Can I help you …Posso ajudar?
Cliente: Good morning.... Bom dia Atendente: How are you? …. Como voce está? Cliente: I am not well. Eu não estou bem . Where are the painkillers? …. Onde estão os analgésicos? Atendente: They are on the shelf. …. -Eles estão na prateleira Cliente: Where is the cashier? …. Onde é o caixa? Atendente: It is near the exit … Está perto da saida. Cliente: Thank you … Obrigado
Cliente: Where are the lipbalms?.... Onde estão as manteigas de cacau? Atendente: They are near the condoms on the third shelf. Elas estão perto dos preservativos na terceira prateleira. Cliente: How much are they? … Quanto elas custam?
Atendente: They are 15 reais … Elas são 15 reais
Cliente: Do you accept credit card? Você aceita cartão de crédito?
Diálogo 3:
Cliente: Where are the painkillers? Onde estão os analgésicos?
Atendente: They are on the third shelf. Eles estão na terceira prateleira.
Atendente: Yes. Sim
Cliente: How much is a box of painkillers? Quanto é uma caixa de analgésicos?
Atendente: It is RS3,75.(three reais and seventy �ive cents) Isto é três reais e setenta e cinco centavos. Cliente: Where do I pay? Onde eu pago?
Atendente: At the cashier near the scale. No caixa perto da balança. Cliente: Thank you. Obrigado
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Conteúdo de responsabilidade de Lécio V. M. Carvalho e Marilene C. Lima Windmill Idiomas Tel: (11) 5579-7994 mari@windmill.com.br
Gestão
/
Mudanças corporativas
TEXTO: MAURO PACANOWSKI
/
FOTOS: DIVULGAÇÃO
A grande transformação Reinvente-se! N
este artigo, Mauro Pacanowski, professor da FGV e da UFRJ das matérias de Marketing Farmacêutico e Comunicação com mercado, além de mestre em Direito Empresarial, fala sobre a importância de sair da chamada “zona de conforto” para o empreendedor de farmácia encontrar novos caminhos e obter sucesso – bem como, de atuar solidariamente junto à sua associação, seu sindicato. Sozinho, o mercado o puxará para baixo
A evolução não apenas faz parte do crescimento, é uma questão de sobrevivência! Mudar, reinventar, criar, compartilhar… Mas, mudança dá trabalho e afeta o ”status quo” de quem está confortável e acomodado com a realidade. É um pensamento antiquado e não deve re�letir o empresário moderno. “Melhorias contínuas” é o mote do momento. Alguns empresários poderiam alegar que não suportariam mudanças em seu negócio, pois chegaram até aqui com força e tradição.
Por que você não aproveita para fazer disso uma experiência fabulosa? Se os empresários apelarem a ações corriqueiras para melhorar seu negócio, se limitarão a concorrer por preços. Se buscarem diferenciais de mercado, qualidade de resultado na prestação de serviços, entre outros atributos, a guerra da concorrência �ica mais técnica – e com maior possibilidade de vitória.
Como é di�ícil aceitar novas regras e diretrizes! Veja, junto à sua associação, franquia ou sindicato, quem melhor se adapta às mudanças. Este empresário enxerga o futuro hoje e está intimamente ligado ao mercado. Vale a pena escutá-lo! A maioria não quer mudar, por resistência e medo do desconhecido. Porém, ao criticar, também não traz soluções.
Mauro Pacanowski, professor da FGV e da UFRJ das matérias de Marketing Farmacêutico e Comunicação com Mercado, além de mestre em Direito Empresarial
66 Revista ABCFARMA
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A hora dos profissionais
nossa verdade. Vamos buscar um consenso, discutir, aperfeiçoar e oferecer o melhor que pudermos. Num primeiro momento, uma simples ação, através de um gerenciamento efetivo, pode parecer o melhor. Mas, se você �icar sozinho, o mercado irá puxálo para baixo.
O mercado não é para amadores. E o tempo não é de se isolar. É de dividir para multiplicar. Cada vez mais queremos e precisamos de empresários com ambição e sede de conhecimento e sucesso! A mudança, se vier, deve ser radical. Temos novas discussões surgindo a cada momento. As in�indáveis RDCs estão aí para con�irmar que esse negócio é altamente regulado. E preparar-se é o mínimo. Não gosta de tecnologia? Não lê os manuais, os Projetos de Lei? Não se interessa por Convenções? Então comande! Pense no negócio em conjunto com gente que saiba fazer! Precisamos de iniciativa, atitude, pró-atividade. Precisamos de um sonho real. E de sonhadores que façam acontecer. Sem o sonho, não conseguimos realizar nada. Sonhar é a mola-mestra da ambição, desejo intrínseco do sucesso e razão da
Os empresários corajosos e audaciosos que representam o mercado precisam encontrar pontos em comum e negociar mais, conversar mais, se reunir mais. Tragam os pontos convergentes, aceitem como padrão e os consolidem. Ter a coragem e a audácia para negociar e perceber que é fundamental existir um modelo de farmácia independente que possa se adequar à regionalização – mas sem perder o viés nacional, pois dessa união sairá uma proposta concreta proativa e segura para �irmar posição.
Mudar por mudar? Sem diversidade do pensamento, do planejamento e de ações concretas, não temos possibilidade de testar, aprender, renovar. En�im, saber se o caminho continuará sólido ou precisamos pensar em novos caminhos para o crescimento. São os problemas, as diversidades, os pensamentos diferentes que movem nosso mercado. Pre�ira o diálogo, a conversa e a negociação!
Por óbvio, sem planejamento, não é possível fazer quase nada. Contudo, planejar sem ação é um tiro sem direção. Precisamos de associações e sindicatos em movimento, equipes que possam alterar a visão de maneira rápida, com conhecimento, estratégia e ação. Em hipótese alguma, destrua a criatividade dos parceiros. Escute as ideias, mesmo que pareçam absurdas. Além de estimular a criatividade, muitas ideias simples economizam dinheiro, revolucionam a maneira de como as coisas estão. Mudar por mudar de nada adianta. Precisamos revolucionar a forma pela qual vemos a farmácia do futuro, que já começa agora. A terra já foi plana, redonda, elíptica. E agora? Alguma sugestão?
Mude ou mude ou ainda mude. Essa é a opção! Pense em como criar um novo modelo de farmácia/drogaria, analise seu mercado atual e sinta as necessidades. Enfim, reinvente-se. Sempre!
Não há mercado restrito nem cativo. Tudo se copia, imita, transforma. Ter visão de negócios cria mercado. Pense em qual modelo queremos estar: agarrado num mercado passado, tradicional, ou sempre evoluindo para novos modelos de mercados e negócios? Às vezes, para enxergarmos algo, precisamos analisar o problema como se nunca o tivéssemos visto antes. Não aceite os valores como imutáveis. Tudo muda. Queremos nos preparar para sermos melhores! Reclamar sem apresentar soluções não nos credencia para o crescimento!
O que impede você de fazer a mudança? Medo? Incerteza? Mas o mercado já mudou, não existe certeza.
Então, por que �icar parado? “Precisamos de associações e sindicatos em movimento, equipes que possam alterar a visão de maneira rápida, com conhecimento, estratégia e ação”
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Revista ABCFARMA
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Gestão
/ Mix de produtos
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Estoque
Um dos fatores críticos de sucesso na farmácia Por Cadri Awad
V
amos falar de um setor extremamente importante da farmácia – o Estoque. Estamos tratando aqui de um assunto muito crítico e já constatamos que milhares de gestores do canal farma não conseguem dizer qual é o nível ideal de estoque que uma farmácia/drogaria deve manter para preservar o seu capital de giro e lucro operacional.
– A sonegação de impostos resulta em ausência, ainda que parcial, das entradas e saídas de produtos no sistema, além de provocar perda de controle. – Ausência de método para auditagem do estoque.
Um estoque alto demais afeta o �luxo de caixa da empresa, assim como um estoque baixo demais impede o aumento de vendas, já que provoca rupturas e a empresa se depara com a famosa falta de medicamentos.
Nível ideal de estoque
O estoque ideal, a preço de custo real, deve estar con�igurado numa proporção de duas a três vezes a venda bruta da farmácia.
Os fatores que afetam o nível de estoque são:
– Falta de protocolos para o setor de compras. A rotina de “caça” às promoções que muitos compradores adotam leva à aquisição de determinados produtos em quantidades imensamente superiores ao que recomenda a análise de seu histórico de vendas.
Cadri Saleh Ahmad Awad, farmacêutico, consultor de empresas e sócio proprietário do Instituto Bulla-adtec de Goiânia, empresa especializada em Gestão de Varejo Farmacêutico. Tel.: (62) 8484-8777
– A ausência de determinação do custo da mercadoria vendida (CMV) todos os meses provoca desconhecimento da previsão orçamentária de compra e equívocos na reposição dos produtos vendidos. – Um software de�iciente impede a determinação de estoque mínimo e máximo com base na demanda e histórico de venda de cada produto.
e-mail: cadri@institutobulla.com.br site: www.institutobulla.com.br
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Revista ABCFARMA
• Junho/14
Gestão
Obs.:
Essa proporção se aplica a lojas com venda bruta de até R$ 100.000,00. Sendo assim, à medida que a venda bruta aumenta, a proporção se torna menor. No entanto, isso depende da correta previsão orçamentária e da rapidez de reposição.
Estudos e técnicas administrativas mostram que é possível, dependendo da venda, uma farmácia manter estoque (a preço de custo real) de 1,13 vezes a venda bruta. À medida que a venda aumenta, a proporção se torna cada vez menor, mas é preciso ter uma reposição rápida e e�iciente.
/ Mix de produtos
Estoque Mínimo e Máximo Estoque Mínimo - Refere-se à quantidade
de estoque que a farmácia deve manter de cada produto, para determinar o acionamento da solicitação do pedido de compra.
Estoque Máximo - Refere-se à quantidade
de estoque que a farmácia deve manter de cada produto para determinar a interrupção de novos pedidos, por motivos de espaço ou �inanceiro.
Exemplo de estoque regulador Mínimo/Máximo: Descrição do Produto
Nº dias do Período Pesquisado
Quantidade Vendida no Período
Demanda (Média venda diária)
Nº dias para reposição
Estoque Mínimo Estoque ou Estoque Máximo ou Estoque Regulador Mínimo ou Estoque de Regulador Segurança Ideal
PRODUTO A
180
363
2,0167
7
14
7
PRODUTO B
180
538
2,9889
7
21
12
PRODUTO C
180
631
3,5056
4
14
7
PRODUTO D
180
1005
5,5833
3
17
10
PRODUTO E
180
414
2,3000
4
9
4
PRODUTO F
180
125
0,6944
7
5
3
Administrar bem um estoque é crucial para preservação do fluxo de caixa da empresa. Portanto: – Verifique se o software da sua farmácia tem banco de dados confiável e se os cálculos procedem. Do contrário, ele pode levar o gestor a tomar decisões equivocadas. – Compre apenas com base na previsão orçamentária de compras e reponha a mercadoria conforme o estoque mínimo e máximo. – Adote procedimentos operacionais e mantenhaos em local visível para que todos os colaboradores tenham acesso. – Seja disciplinado e persistente.
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Gestão TEXTO: GERALDO MONTEIRO
/
FOTOS: DIVULGAÇÃO
RECEBI UMA FARMÁCIA COMO HERANÇA.
E AGORA? A
forma para constituir uma sociedade entre herdeiros é tão importante quanto o seu conteúdo. Levando-se em conta que nem todo herdeiro teve oportunidade de escolher o negócio que vai herdar, e muito menos o sócio que vai ter, torna-se da maior importância trabalhar a construção dessa sociedade
de forma participativa, a fim de se obter compromissos profissionais, éticos e morais. E isso é mais importante ainda quando sabemos que os documentos legais, testamentos ou similares não asseguram nada disso – especialmente quando feitos unilateralmente pelo fundador ou por brilhantes advogados e tributaristas.
Geraldo Monteiro: é mestre em Administração pela Fecap, assessor econômico da ABCFARMA, do Sincofarma/SP e Diretor Executivo da ABRADILAN
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É aconselhável que esse assunto seja tratado, de preferência, com o fundador ainda em vida, porque �ica menos trabalhoso discutir o assunto. E, em segundo lugar, que seja permitida aos herdeiros, no mínimo, a possibilidade de discutirem o sincero desejo ou possibilidade de se tornarem sócios. E poderem fazer essa opção com a clareza de que uma sociedade não oferece apenas direitos, mas também deveres – que não são poucos. Ao mesmo tempo, exige compartilhar uma identidade de valores
Revista ABCFARMA
•Junho/14
Gestão
e princípios, sem os quais se jogará tudo que foi herdado para o espaço.
Entendemos que a maioria dos herdeiros deveriam ter a clara preocupação de estarem preparados pro�issionalmente para gerenciar os negócios que vai herdar. No entanto, poucos compreendem a importância de preparar-se para ser sócio ou acionista. Esquecem que o que efetivamente vão herdar é, em muitos casos, um pedaço de uma sociedade com sócios que não tiveram a liberdade de escolher. Vale destacar ainda que muitos herdeiros, embora preparados para o exercício da gestão, tornam-se arrogantes e passam a adotar posturas de “dono” sem compreender que o dono foi apenas um fundador, e que, na maioria das vezes, nem sempre foi sozinho, mas teve vários outros sócios.
O modelo de sociedade da primeira geração, em que o trabalho subordinou e gerou o capital, vai inverter-se na segunda, quando o capital, pulverizado, deverá merecer uma atenção maior ou equivalente ao trabalho. Dessa forma, é necessário que os fundadores e herdeiros compreendam que não existe modelo de gestão, por mais moderno ou so�isticado que seja, que resista a problemas societários.
Portanto, o herdeiro deve compreender que antes mesmo de pensar no que irá fazer dentro das empresas que seu pai ou sua mãe fundou, deve preparar-se para pensar em sócio. No entanto este preparo exige
/ Geraldo Monteiro
tempo, dedicação, paciência, compromisso, concessão mútua, humildade e capacidade de compor-se com outros, que terão os mesmos direitos e obrigações que você que herdou.
Para o herdeiro é sempre importante refletir sobre os seguintes questionamentos:
1 2
– Eu quero, desejo e consigo ser sócio daqueles que serão, comigo, os demais herdeiros de um patrimônio ou empresa?
– Serei mais útil como acionista? Como conselheiro fora da gestão? Ou como gestor do grupo e dos negócios? É natural que cada uma dessas atividades envolva responsabilidades, habilidades e conhecimentos diferentes. E também riscos diferentes. E todas exigem um bom preparo pro�issional.
Após re�letir sobre esses questionamentos é importante buscar informações e ouvir especialistas sobre direitos e obrigações de uma sociedade. E não apenas sob o ponto de vista da lei, mas também moral, ético, incluindo questões de conduta pessoal.
Vale ressaltar ainda que uma sociedade se fortalece na medida em que desenvolve formas, mecanismos e posturas para administrar seus con�litos. E numa sociedade familiar eles podem nascer na família, na própria relação pessoal e nas eventuais divergências ou lutas pelo poder na própria empresa. Por isso, todo cuidado é pouco. Essas são apenas algumas das razões para antecipar a negociação sobre transmissão antes do velório do fundador. Após esse evento, será muito mais di�ícil encontrar soluções, devido ao forte envolvimento emocional das famílias e dos sócios do negócio.
“
O herdeiro deve compreender que, antes mesmo de pensar no que irá fazer dentro das empresas que seu pai ou sua mãe fundou, deve preparar-se para pensar em ser sócio. No entanto, esse preparo exige tempo, dedicação, paciência, compromisso, concessão mútua, humildade e capacidade de compor-se com outros, que terão os mesmos direitos e obrigações que o herdeiro.
”
76 Revista ABCFARMA
•Junho/14
Dica
/
por: Felipe Bedran
FOTO: DIVULGAÇÃO
Marketing: As estratégias dos 4 Ps E ste mês vamos discutir o processo mais básico do marketing: os 4 Ps, ou mix de marketing. Os 4 Ps são quatro diferentes áreas de todo produto ou serviço que está no mercado. No caso do comércio, que é definido como serviço, há na verdade um mix de 7Ps, ou seja, há mais elementos a serem considerados. Vamos começar pelos quatro primeiros e, em outro texto, podemos discutir os outros 3 Ps com mais profundidade. Não se preocupe com a letra -- o “P” é um conceito desenvolvido em inglês, o que resultava em quatro palavras começando com “P”. No Brasil, teremos 2 Ps, um D e um C. Você já vai entender.
midor, de onde ele vem, se há dificuldades para ele chegar a seu ponto de venda, que concorrentes estão próximos. O pensamento a ser desenvolvido é: como diminuo os obstáculos para fazer com que meu consumidor chegue até mim.
Felipe Bedran
é publicitário e mestre em Gestão Internacional, com foco no comportamento do consumidor
O último elemento do mix de marketing é a Comunicação (o “C”). A comunicação inclui todo esforço de falar, mostrar, responder ou criar vantagem para seu consumidor. De um folheto a uma propaganda de TV, passando pelo uniforme, de uma promoção “leve X pague Y”, a um programa de fidelidade (pontos por compra), tudo engloba a comunicação. É como você mostra aquilo que acha mais interessante ou vantajoso e como você consegue traduzir sua vontade em ter o cliente na sua loja.
O primeiro “P” é Produto: o que você oferece ao seu consumidor? Pare de ler este texto e pense por alguns segundos. Você oferece conforto! Sei que pensou em remédios ou cura, mas não. Quem oferece a cura é o remédio. Você oferece a chance de obter o remédio e fazer com que a pessoa se sinta melhor. Mais do que isso, você oferece também produtos de higiene e beleza que farão com que seu consumidor se sinta bem, se sinta confortável. Além disso, saber que seu negócio existe, naquele ponto determinado, gera conforto a seu cliente -- ao pensar que, sempre que for necessário, tem onde buscar os remédios que precisa.
Claro que os Ps aqui apresentados estão descritos de forma resumida. A teoria é longa, mas é boa e eficiente. Vamos aprofundar esse assunto nos próximos meses, mas já comece a descrever cada um deles, tendo em vista seu negócio. Não pense, apenas. Escreva, descreva, faça um quadro e liste cada item. Faça isso, também, com o seu concorrente: o que ele vende, quanto cobra e quanto deveria cobrar, onde ele está e onde estão seus consumidores, que promoções faz e como se comunica.
O segundo “P” é de Preço. Existe uma estratégia de formação de preços que considera o custo X benefício para seu cliente. Explicando de forma simplificada: se o benefício que você oferece pode ser oferecido pelos seus concorrentes, você não pode cobrar mais caro por seus produtos. Mas se você consegue se diferenciar, há como cobrar mais por isso. Tem de haver muito cuidado para não se errar na análise desse diferencial, pois, se você errar na estratégia de preços, pode assustar o consumidor com preços altos demais.
Esta análise pode criar uma visão mais ampla sobre o que acontece a seu redor.
Resumindo: temos Produto, Preço, Distribuição e Comunicação. Cada um desses elementos deve ser pensado e planejado com cuidado. Cada um desses elementos deve ser desenvolvido de uma forma coerente e com atenção. Não abandone nenhum e considere sempre como pode usá-los para desenvolver seu negócio. Lembre-se de descrevê-los e consultar pessoas para saber se percebem a mesma coisa.
O terceiro elemento, o “D”, é de Distribuição, ou localização, no caso de uma loja. O que precisa ser analisado, nesse caso, é onde está seu consu-
Lembra das minhas dicas?
1 - Sempre observe seu consumidor. Descubra o que REALMENTE ele está querendo quando compra com você. É a cura, é conforto, é alguma outra coisa? 2 - Sorte não tem nada a ver com isso! 78 Revista ABCFARMA
Bom trabalho! • Junho/14
Gestão / Varejo TEXTO: JULIANA QUINTANILHA FOTOS: DIVULGAÇÃO E GRUPO MÁQUINA PR
PEQUENOS VAREJOS,
GRANDES NEGÓCIOS
Carlos Alberto Biondo, consultor do Sebrae-SP
A
o ser criado, em 1972, o Centro Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa (Cebrae) era vinculado ao Governo Federal. A partir de 1990, a entidade transformou-se num serviço social autônomo, agora com o nome de Sebrae Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. O Sebrae-SP é uma entidade que tem em seu conselho administrativo representantes da iniciativa privada e do setor público – composição que visa sintonizar ações que estimulam e promovem as empresas de micro e pequeno porte com as políticas de desenvolvimento econômico e social. Farmácias e drogarias também podem se bene�iciar das ações do Sebrae? Quem responde aqui é Carlos Alberto Biondo, consultor do Sebrae-SP
Qual é a principal missão do Sebrae-SP? Toda a atuação do Sebrae-SP é focada na busca do aumento da competitividade da micro e pequena empresa. Ou seja, nossa missão é disponibilizar aos negócios de menor porte os bene�ícios da boa gestão empresarial. Ao lado de ações de apoio ao empreendedorismo, formação de incubadoras de empresas, arranjos produtivos locais, desenvolvimento tecnológico, do turismo, do artesanato, da agricultura entre outros.
De que forma isso é alcançado?
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O Sebrae-SP realiza diariamente, de forma presencial ou à distância, o�icinas, cursos, palestras, consultorias, entre outras ferramentas que visam
Revista ABCFARMA
• Junho/14
Gestão
/ Varejo
O Sebrae-SP sabe como ninguém das dificuldades encontradas pelo pequeno empreendedor, seja em seu ambiente externo, seja em seu ambiente interno. Por isso, age de forma pró ativa, sempre que possível, com vistas à solução dessas dificuldades. à capacitação do empresário através do acesso à informação, à tecnologia e às metodologias gerenciais. O grande desa�io do Sebrae-SP, assim como de todo o sistema, é agir para difundir a cultura empreendedora e fortalecer as micro e pequenas empresas, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do país.
Em termos de linhas de �inanciamento, como o Sebrae-SP pode ajudar as micro e pequenas farmácias?
O Sebrae-SP sabe como ninguém das di�iculdades encontradas pelo pequeno empreendedor, seja em seu ambiente externo, seja em seu ambiente interno. Por isso, age de forma pró ativa, sempre que possível, com vistas à solução dessas di�iculdades. Exemplos recentes são a campanha de sensibilização junto ao Congresso Nacional em relação às alterações na Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 237), permitindo, dentre outros temas, a retirada da Substituição Tributária junto a diversos produtos para as empresas optantes do Simples Nacional (ME e EPP).
As microempresas têm conseguido acesso a esses créditos?
Através de parcerias �irmadas pelo Sebrae-SP junto ao Banco do Povo e BNDES, com o intuito de disponibilizar acesso às linhas de crédito, na forma de �inanciamentos e empréstimos para as micro e pequenas empresas junto a essas instituições. Visando facilitar ainda mais esse acesso, o Sebrae-SP já conta em algumas de suas unidades com representantes do Banco do Povo para atendimento presencial dos empreendedores que procuram essas linhas de crédito.
Um dos grandes obstáculos da micro e da pequena empresa é a burocracia que envolve a atividade empresarial no Brasil. O que o Sebrae-SP tem feito para facilitar as coisas em bene�ício da pequena e da micro empresa?
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Os maiores obstáculos do pequeno empreendedor para ter acesso a esses empréstimos e �inanciamentos estão, infelizmente, associados à sua própria conduta dentro de seu negócio. A falta de informações a respeito da própria empresa compromete a visibilidade do negócio e, consequentemente, seu planejamento. Esse desconhecimento transmite insegurança na liberação de recursos de terceiros destinados ao incremento do negócio, a nível de investimentos em expansão e em operação.
Revista ABCFARMA
• Junho/14
Gestão / A FORÇA DA UNIÃO TEXTO: AMÉRICO JOSÉ
/
FOTOS: DIVULGAÇÃO
A FORÇA DA UNIÃO N
aquele dia, como todos os dias, a rede veio carregada de peixes. Carpas, barbos, lampreias, trutas, enguias e muitos, muitos outros peixes foram para as cestas dos pescadores.
Lá no fundo da água do rio, os sobreviventes, assustados e com medo, não ousavam se mexer. Famílias inteiras já haviam sido enviadas para o mercado. Diversos cardumes tinham caído na rede e terminado na frigideira. Que fazer? Um grupo de jovens peixes promoveu uma reunião atrás de uma pedra e decidiu se revoltar. -- É uma questão de vida ou morte - disseram eles. Todos os dias essa rede afunda na água, cada vez num local diferente, para nos aprisionar e nos levar embora de nosso lar. Vai acabar nos matando a todos, e o rio ficará sem peixe algum. Nossos filhos têm direito à vida e precisamos fazer alguma coisa para livrá-los deste flagelo.
a não terem medo de ficar presos na rede, porque, daquele dia em diante, nenhum homem seria mais capaz de arrastála para a margem. As enguias retornaram, missão cumprida. A rede fora lançada a uma milha dali.
-- E que podemos fazer?, perguntou uma truta que seguira os conspiradores.
Então todos os peixes, como uma frota gigantesca, partiram atrás da velha carpa.
-- Destruir a rede - responderam os outros em coro. As enguias encarregaram-se de rapidamente espalhar a notícia dessa corajosa decisão e convocaram todos os peixes para um encontro na manhã seguinte, numa pequena enseada protegida por altos salgueiros.
-- Tomem cuidado - disse a carpa. A correnteza pode arrastar vocês para dentro da rede. Sigam devagar e usem bem as nadadeiras. E então viram a rede, cinzenta e sinistra.
No dia seguinte, milhões de peixes de todos os tamanhos e idades reuniram-se para declarar guerra à rede.
Os peixes, acometidos de súbita fúria, nadaram para atacar.
A liderança foi entregue a uma sábia e velha carpa, que por duas vezes conseguira escapar da prisão, mordendo as malhas da rede.
A rede foi suspensa por baixo, as cordas que a seguravam foram cortadas, as malhas foram rasgadas. Mas os peixes, enfurecidos, não largavam mais sua presa. Cada um segurava na boca um pedaço de malha e abanando fortemente as caudas e as nadadeiras, puxavam de todos os lados a fim de rasgar e destruir a rede. E a água parecia estar fervendo enquanto os peixes finalmente libertavam o rio daquele perigo.
-- Ouçam com atenção - disse a carpa. A rede é da largura do rio, e todas as malhas têm um chumbo preso por baixo, para que a rede afunde. Dividam-se em dois grupos. Um dos grupos suspenderá os pesos de chumbo e os carregará até a superfície, o outro segurará as malhas por cima com firmeza. As lampreias vão serrar com os dentes a corda que mantém a rede esticada entre as duas margens. As enguias vão partir já, para fazer uma inspeção e nos informar em que local a rede foi lançada.
(Leonardo da Vinci)
As enguias partiram. Os peixes formaram grupos ao longo das margens. Os brabos encorajavam os mais tímidos, relembrando-lhes o triste fim de tantos amigos e exortando-os
Américo José da Silva Filho
Cherto Atco Educação Corporativa E-mail: americo.jose@cherto.com.br
84 Revista ABCFARMA
• Junho/14
Gestão
/ A FORÇA DA UNIÃO
“Com união, o varejo tem mais força para negociar; tem acesso a informações e capacitação; e terá representantes para defender seus direitos”.
E
* Se informe sobre quem consome medicamentos de uso contínuo
sta fábula nos ensina três lições que podem ser aplicadas ao varejo farmacêutico:
* Se ofereça para ser fornecedor desses medicamentos
a. Pro-atividade b. Força da união c. A importância de não se deixar acomodar
O essencial é não se deixar desanimar pela competição do mercado. Com muito esforço e trabalho é possível ir além da simples sobrevivência. É possível crescer em sua região, cidade ou bairro.
É a capacidade de antecipar-se às necessidades e também de fazer com que algo aconteça, como foi o caso dos peixes.
Força da união
No varejo, corresponde à iniciativa que os empresários devem ter com o objetivo de, usando seus recursos, atrair, conquistar e manter clientes.
Com união, o varejo tem mais força para negociar; tem acesso a informações e capacitação; e terá representantes para defender seus direitos.
Temos visto farmácias, geralmente em bairros, que demonstram essa iniciativa. Oferecem um atendimento de qualidade, orientando seus clientes sobre o uso correto dos medicamentos, mas poderiam ser mais atuantes nas ações junto à vizinhança.
Para fortalecimento do varejo farmacêutico:
* Participe ativamente do sindicado, da ABCFARMA e das demais associações de classe
É necessário mostrar que a farmácia existe, tem qualidade e pode atender seus vizinhos.
* Estude a possibilidade de aderir ao associativismo, às cooperativas ou às franquias.
* Cadastre seus consumidores
86 Revista ABCFARMA
• Junho/14
Gestão
/ A FORÇA DA UNIÃO
A importância de não se deixar acomodar
Assim como os peixes deixaram a atitude fatalista – “não há nada que possamos fazer” – a última lição dessa fábula é sobre a importância de não se deixar acomodar. Para um mercado competitivo, a única alternativa é sair da passividade e não permitir que o sucesso atual encubra as necessidades de mudanças, atualizações e de manter a iniciativa.
Existem farmácias que, por anos, dominam o mercado de seu bairro, se habituam a essa condição e pouco fazem para evoluir. Mantêm o mesmo layout, não investem em melhorias e em novos produtos. Até o dia em que chega um novo concorrente e aí pode ser tarde, pois o consumidor sempre estará disposto a experimentar uma novidade.
“Para um mercado competitivo, a única alternativa é sair da passividade e não permitir que o sucesso atual encubra as necessidades de mudanças, atualizações e de manter a iniciativa”.
Essa acomodação também pode acometer as redes, tanto as próprias quanto as franquias, o associativismo e as cooperativas.
Para que isso não ocorra:
1 2 3 4
. Divulgue e conscientize todos sobre os propósitos da Rede (visão, missão e valores).
5
. Mantenha a chama da inovação e da ousadia.
. Mantenha padrões de identidade visual, layout e atendimento.
A mensagem �inal dessa fábula é a de que não existe situação que não possa ser alterada – com união, iniciativa e esforço - assim como o sucesso de hoje não é garantia de que ele continuará no futuro, a menos que haja uma evolução permanente para acompanhar o mercado e o consumidor.
. Invista continuamente na quali�icação dos gestores e funcionários, tanto os das unidades quanto da equipe de suporte à rede.
. Renove sua linha de produtos, com novidades, sem deixar de atender às necessidades dos consumidores da região.
88 Revista ABCFARMA
• Junho/14
Boas vendas!
Artigo
/
por: Walter Ihoshi
FOTO: DIVULGAÇÃO
Incentivo ao empreendedorismo E
aprovar este texto e, sobretudo, ajudar o setor produtivo a deslanchar. Esta é uma batalha antiga, iniciada há mais de 15 anos pelo atual ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme A�if Domingos, quando ainda presidia a Associação Comercial de São Paulo. Como vice-presidente da entidade, acompanho de perto esse sonho de desonerar e simpli�icar o sistema, repleto de entraves. A�if, assim como a Frente Parlamentar e todos aqueles que nos apoiam, está sendo fundamental para esta conquista. Esse projeto de lei ainda tem emendas (sugestões de alterações) que devem ser discutidas e votadas pela Câmara nos próximos dias. Depois, será apreciado pelo Senado Federal. Mesmo com um caminho pela frente, o andamento desse texto deve ser comemorado. Acho di�ícil esse projeto sofrer resistências no Congresso Nacional daqui para frente. Mas espero que os parlamentares entendam, realmente, a relevância e a urgência dessas mudanças para a economia do Brasil, e o aprovem o quanto antes. As micros e pequenas empresas empregam, pelo menos, 15 milhões de pessoas, e ampliar o Supersimples signi�ica multiplicar os postos de trabalho nas mais diversas áreas. O setor produtivo tem pressa, e aguarda ansioso por uma chance de prosperar. Dessa vez, sem ser barrado pela conhecida burocracia brasileira.
sta semana, o setor produtivo brasileiro ganhou um novo incentivo para crescer. Após quase dois anos de trâmite, a Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade, o texto base do projeto de lei que prevê a “universalização” do Supersimples, programa de pagamento simplificado de tributos para micro e pequenas empresas. Hoje, a inclusão de empresas no Supersimples é definida pelo tipo de atividade. Com o projeto, o único critério para aderir ao sistema será o faturamento, até o limite de R$ 3,6 milhões por ano. O Projeto de Lei Complementar 221/12 inclui no sistema mais de 140 segmentos que antes não eram contemplados, bene�iciando, principalmente, pro�issionais liberais, como médicos, dentistas, advogados, psicólogos, jornalistas, �isioterapeutas e representantes comerciais do setor de farmácia, cosméticos, confecções, construção, etc. Ele ainda prevê a criação de uma nova tabela para serviços, com alíquotas que variam de 16,93% a 22,45%. A aprovação desse texto é de extrema importância ao país, a começar pela oportunidade de formalização de pessoas e empresas que trabalham na ilegalidade ou na informalidade devido ao alto custo e burocracia na cobrança de tributos. Com acesso ao Supersimples, milhares de empreendedores devem se animar, a�inal, ele gera uma economia média às pequenas empresas de 40% no valor pago em impostos. Além disso, os seis tributos federais e estaduais cobrados das pessoas jurídicas podem ser pagos de uma única vez, em apenas uma guia de recolhimento, facilitando a vida do contribuinte. Se o texto for aprovado em de�initivo pelo Congresso Nacional, cerca de 400 mil empresas serão bene�iciadas. Por ter ciência disso que a Frente Parlamentar em Defesa das Micro e Pequenas Empresas, da qual faço parte, tem lutado veementemente. Ao longo dos últimos meses organizamos audiências, �izemos reuniões com ministros e representantes de entidades para
Walter Ihoshi – Deputado Federal (PSD/ SP), criador e coordenador da Frente Parlamentar pela Desoneração Fiscal dos Medicamentos
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Revista ABCFARMA
•Junho/14
Opinião
/
por: Abram Szajman
FOTO: DIVULGAÇÃO
A derrota do país na área trabalhista
À
semelhança do que faz na área tributária o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), da Receita Federal, o eSocial é um projeto do governo federal que reúne vários órgãos intervenientes no universo das relações trabalhistas. O seu objetivo é trazer para o ambiente digital informações até hoje dispersas.
Tomando apenas a questão das relações do trabalho, o eSocial pretende tratá-las como se fossem relações tributárias. Estas são frias e absolutamente objetivas. Por força de lei, as empresas têm a obrigação de pagar impostos e recolher contribuições. Elas o fazem na data certa ou são multadas pelo atraso. São transações impessoais.
Todos os detalhes da contratação, demissão e administração do dia a dia do pessoal empregado terão de ser comunicados por meio de registros eletrônicos padronizados, incluindo exames admissionais, contrato de trabalho, salário, bene�ícios, bônus, horas extras, férias, abono de férias, licenças, adicionais de insalubridade, periculosidade, penosidade, acidentes ou doenças pro�issionais, afastamentos, contratação de serviços terceirizados, exames demissionais, en�im, tudo o que acontece durante o contrato de trabalho.
Ignorando essa realidade, o eSocial dará ao governo o poder de penalizar todo e qualquer desvio das normas regulamentadoras, mesmo quando acertado livremente de comum acordo entre empregador e empregado.
As relações do trabalho, ao contrário, são relações humanas baseadas em grande dose de con�iança entre empregados e empregadores, que fazem pequenos ajustes ao longo do contrato de trabalho. É o caso de horas extras para atender situações excepcionais, compensadas em outra oportunidade mediante entendimento cordial, ou quando o empregado volta ao trabalho dias antes ou depois do término das férias, mediante compensações acertadas na base pessoal.
Por meio do e-Social, as empresas serão obrigadas a encaminhar para o governo, em tempo real, imensa quantidade de dados trabalhistas e previdenciários.
Assim, o Brasil se tornará o país mais rígido do mundo na aplicação das leis trabalhistas, pois o novo sistema não admitirá nenhum tipo de ajuste entre as partes.
Com o e-Social, as empresas serão rigorosamente monitoradas o tempo todo, e o governo elevará enormemente sua capacidade de �iscalizar, autuar e arrecadar. Se vai devolver à sociedade o que arrecada na forma de bons serviços públicos é questão em aberto.
ABRAM SZAJMAN é presidente da Fecomercio SP
De um clima harmonioso e cooperativo, passar-seá para o ambiente de olho por olho, dente por dente, o que será péssimo para o convívio entre as pessoas e devastador para a produtividade do trabalho.
Especialistas já destacaram a complexidade de implantação do novo sistema e as despesas a ele associadas. A distorção maior embutida no projeto, entretanto, é outra, e bem mais grave.
Para os que sempre foram contra a �lexibilidade no trabalho, o eSocial é a grande realização dos seus sonhos: esse programa materializa a ideologia dos que pensam ser possível ter na prática uma reprodução rigorosa do que está estampado no frio quadro legal. É a vitória dos que cultivam a rigidez trabalhista e a derrota de um país que, para competir e vencer, precisa criar um bom ambiente de negócios, atrair capitais, investir na capacitação das pessoas e ter altos níveis de produtividade.
(Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo)
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Por essa razão, os empresários do setor comercial e de serviços consideram que se impõe um adiamento e uma melhor discussão do assunto, para que a dimensão humana das relações de trabalho seja também contemplada.
Revista ABCFARMA
• Junho/14
Eventos
/
JANTAR SINCOFARMA/SP
TEXTO: COMUNICAÇÃO SINDUSFARMA/SP / FOTOS: ESTEVÃO BUZATO
80 Anos
União e Ação Um olhar para o futuro
N
o ano de comemoração dos seus 80 anos de fundação, o Sincofarma/SP promove um jantar que reuniu mais de 300 convidados na sede do Fecomércio São Paulo e marca o início de novos tempos para o comércio varejista farmacêutico.
Natanael Aguiar Costa, presidente do Sincofarma/SP
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O jantar de confraternização dos 80 anos do SINCOFARMA/SP reuniu as principais lideranças do setor, autoridades, executivos das entidades e das principais indústrias do segmento, além dos seus associados – empresários do comércio varejista paulista e nacional. Estiveram presentes o deputado federal Walter Ihoshi e a deputada estadual Celia Leão, o vice-presidente da Fecomercio, Ivo Dall´Aqua Junior, representando o presidente Abram Szajman o vereador Carmo Luiz, de Campinas, entre outros.
Revista ABCFARMA
• Junho/14
Evento / JANTAR SINCOFARMA-SP
Pedro Zidoi Sdoia, presidente da ABCFARMA e ex-presidente do SINCOFARMA-SP
Gonçalo Aguiar Ferreira, ex-presidente do SINCOFARMA-SP, com seu neto, Pedro Pessci Aguiar Ferreira, também presente
“O evento iniciou-se com a surpresa da magnífica interpretação do ator Fernando Farias, que, caracterizado, declamou o texto “Lição de Vida”, de William Shakespeare. Deu-se a seguir a cerimônia de posse da nova gestão do Sincofarma/SP, reeleito o presidente Natanael Aguiar Costa por mais quatro anos.” 96 Revista ABCFARMA
• Junho/14
Evento / JANTAR SINCOFARMA/SP
As comemorações dos 80 anos também foram marcadas pelas homenagens a grandes ícones dos 80 anos de história do Sincofarma/ SP: Dr. Paulo Queiroz Marques, 93, representou a categoria dos associados como o mais antigo CNPJ ativo da entidade, e o presidente emérito, por metade de sua vida dedicada ao Sincofarma/SP, Pedro Zidoi Sdoia, atual presidente da ABCFARMA. Ambos receberam merecida homenagem das mãos dos executivos que representam as principais entidades do comércio farmacêutico – Abafarma, Abradilan, Abrafarma, Sindusfarma e Alanac.
O presidente Natanael Aguiar Costa homenageia Pedro Zidoi, ex-presidente do Sincofarma/SP Os patrocinadores e co-anfitriões do evento, representantes das empresas Althaia, Andorinha, Biolab, CCP Info, Close-Up, Daicchi Sankyo, Epharma, Homeopatia Almeida Prado, Pfizer, Pratti Donaduzzi, Picolo, Seven PDV e Takeda, receberam em suas mesas os associados do Sincofarma/SP. Entre os presentes, foram sorteados vários prêmios e, por último, uma TV edição especial COPA 50” que teve como ganhador o representante da rede Droga Verde.
Natanael Aguiar Costa e o deputado Walter Ihoshi prestam homenagem ao Dr. Paulo Queiroz Marques
Um sindicato vibrante Aos 80 anos de vida, o Sincofarma/SP, representando mais de 15.000 CNPJs do estado de São Paulo, vem se colocando cada vez mais como entidade proativa e participativa em prol de bene�ícios para suas associadas, das grandes redes às farmácias independentes de pequeno porte. São vários os serviços disponibilizados – Assessoria Jurídica, Assuntos Regulatórios, Assessoria Farmacêutica, Capacitação, Convênios e Parcerias.
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A partir deste ano, o sindicato incluirá em seus bene�ícios a realização de eventos periódicos com objetivo de integração, relacionamento e ações promocionais, com oportunidades comerciais para aproximar os associados do Sincofarma/SP à indústria farmacêutica e de fornecedores de recursos, serviços e materiais. O projeto desenvolvido em parceria com a agencia Byss está em processo de implantação, com início previsto a partir do segundo semestre de 2014.
Revista ABCFARMA
• Junho/14
Evento / JANTAR SINCOFARMA/SP
Aos 80 anos, o Sincofarma/SP, que representa mais de 15 mil empresas no estado, vem se destacando cada vez mais como entidade proativa em prol de benefĂcios para suas associadas
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• Junho/14
Evento / JANTAR SINCOFARMA/SP
Diretores do sindicato e equipe de trabalho estiveram presentes na comemoração dos 80 anos da entidade. 102 Revista ABCFARMA
• Junho/14
Evento / Prêmio de Qualidade TEXTO E FOTOS: SINDUSFARMA
SINDUSFARMA NOITE PREMIADA
Melhores fornecedores da indústria farmacêutica recebem Prêmio Sindusfarma de Qualidade em noite de festa
O
SINDUSFARMA – Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo, fundado em 23 de abril de 1933, tem tido uma trajetória brilhante, a favor das empresas produtoras de medicamentos.
Sua atual diretoria é assim constituída Presidente: Cleiton de Castro Marques Presidente Executivo: Nelson Mussolini Vice-Presidente Executivo: Dr. Lauro Moretto Gerente de Boas práticas e Auditorias Farmacêuticas: Jair Calixto Gerente de Economia: Luiz Antonio Diório.
Essa diretoria, além da defesa do setor que representa, tem criado vários atos sociais, com a participação dos dirigentes e colaboradores das empresas que representa. No mês de maio, como faz todos os anos, o Sindusfarma homenageou “Os melhores fornecedores da indústria farmacêutica” com o Prêmio Sindusfarma de Qualidade. Foi uma noite de festa.
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Revista ABCFARMA
Cleiton de Castro Marques, presidente do Sindusfarma
• Junho/14
Evento / Prêmio de Qualidade
Os melhores fornecedores e prestadores de serviço da indústria farmacêutica em 26 categorias receberam o Prêmio Sindusfarma de Qualidade 2014 na noite do dia 12 de maio, em cerimônia que reuniu aproximadamente 1.500 pessoas na casa de espetáculos HSBC Brasil, em São Paulo. Na categoria especial Indústria Farmacêutica, a EMS foi premiada como o laboratório que se sobressaiu no processo de quali�icação de seus fornecedores. Um dos destaques da festa foi a atriz Elizabeth Savalla, que recebeu o prêmio principal na categoria Bulas conferido à Grá�ica e Editora Brogotá, empresa fundada por seu pai. A atriz fez sucesso recentemente na novela Amor à Vida, da TV Globo, interpretando a personagem Márcia.
Dr. Lauro Moretto e esposa
Excelência
Conferido desde 1997, o Prêmio Sindusfarma de Qualidade reconhece a atuação dos fornecedores e prestadores de serviço da indústria farmacêutica que mais se destacaram no ano anterior, tendo em vista a elevação constante dos padrões de qualidade e segurança exigidos em todas as etapas de fabricação de medicamentos.
Votação
Num processo de votação iniciado em fevereiro, as indústrias farmacêuticas apontaram os melhores fornecedores em 26 categorias, enquadradas em cinco grandes classes: Máquinas e Equipamentos, Prestadores de Serviço, Matérias-primas, Materiais de Embalagem e Materiais, Equipamentos e Serviços de Controle de Qualidade. Concorreram ao Prêmio deste ano 133 fornecedores, dos quais 78 foram selecionados para a etapa �inal. A apuração dos votos foi validada por uma Comissão Organizadora e uma Comissão de Auditoria. O processo foi auditado pela MDCA Consultoria. O Prêmio Sindusfarma de Qualidade é coordenado por Jair Calixto, gerente de Boas Práticas e Auditorias Farmacêuticas do Sindusfarma. Entidades representativas da indústria farmacêutica de cinco Estados colaboraram com a premiação deste ano: Sindifargo (Goiás), SindQuímica (Ceará), Sinfacope (Pernambuco), Sinqfar (Paraná) e Sinquifar (Juiz de Fora–MG).
Jair Calixto, gerente de Boas práticas e Auditorias Farmacêuticas do Sindusfarma, com Elizabeth Savalla
Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma
Elizabeth Savalla e a equipe da Gráfica e Editora Brogotá
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• Junho/14
Evento / Prêmio de Qualidade
Relação das Empresas Vencedoras Máquinas e Equipamentos Fabricantes Nacionais de Equipamentos para Formulação e Embalagem
3M do Brasil
Importadores de Equipamentos para Formulação e Embalagem
Prestadores de Serviço
Sunnyvale
Terceirização de Etapas de Fabricação
Blisfarma
Armazenagem e Distribuição de Medicamentos
DHL
Transporte Terrestre de Medicamentos
RV Ímola
Transporte Aéreo de Medicamentos
Lufthansa Cargo
Prestação de Serviços para Produção e CQ
Waters Technologies
Soluções para Cadeia Fria
Polar Técnica
Fabricantes de Excipientes Nacionais
Blanver Farmoquímica
Prestação de Serviços de Despachos Aduaneiros
Servimex
Matérias-Primas
Fabricantes de Fármacos Nacionais
Globe Química
Fornecedores de Insumos Farmacêuticos
Materiais de Embalagem
Colorcon
Ampolas e Frascos de vidro (Tipo I), Seringas Pré-enchidas e Bolsas para parenterais
Schott Brasil
Frascos de vidro (Tipo II e Tipo III)
Wheaton Brasil
Fabricantes Nacionais de Bisnagas de Alumínio e Laminadas
Bispharma Packaging
Cartuchos
Macron
Bulas
Embalagens de Transporte Rótulos
Brogotá
Penha
3M do Brasil
Filmes Plásticos para Blister
Klockner Pentaplast
Fabricantes Nacionais de Frascos e Tampas Plásticas
Gerresheimer
Laminados de Alumínio
Amcor Flexibles
Materiais, Equipamentos e Serviços de Controle de Qualidade Prestação de Serviços e Terceirização de Análises
Pharmacontrol
Projetos e Instalações para laboratórios de Controle de Qualidade
Grupo Vidy
Aparelhos, Equipamentos e Instrumentos e Materiais de Laboratório Padrões, Solventes e Reagentes Analíticos
Classe Especial - Indústria Farmacêutica:
Waters Technologies Merck
EMS
O presidente da ABCFARMA, Pedro Zidoi Sdoia, foi convidado a fazer a entrega do Prêmio Sindusfarma para Artur Decot Sdoia, diretor da Bispharma, empresa que recebia o prêmio nessa categoria pela nona vez consecutiva. Uma viagem inesperada para o nordeste não permitiu sua presença. A entrega do prêmio à Bispharma Packaging coube ao presidente executivo da entidade, Nelson Mussolini.
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• Junho/14
Evento
/ EXPHO PHARMA 2014
TEXTO: Celso Arnaldo Araujo
D
FOTOS: HUMBERTO TESKI
Três dias de bons negócios e muita informação
ezenas de empresas do setor, gestores, entidades e prestadores de serviços se reuniram no Centro de Convenções SulAmérica, na Cidade Nova, Rio de Janeiro, entre os dias 14 e 16 de maio, para mais uma edição de um dos maiores eventos do segmento farmacêutico do país – a Expo Pharma. Greves e manifestações no entorno do Centro de Convenções causaram transtornos, com a dificuldade de acesso ao evento, mas Fátima Facuri, diretora da Open Brasil Promoções e Eventos, organizadora da Feira, destacou: “Ainda assim, nossos expositores saíram satisfeitos, bem como os visitantes em geral”. Bons negócios foram realizados na Feira. Túlio Louvain, gerente de vendas sênior da Zamboni, disse que a distribuidora investiu pelo terceiro ano seguido no Espaço Zamboni na Feira e que este é um ótimo caminho para relacionamento com os
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clientes. A Emefarma Rio levou 15 parceiros para o evento -- contou Jony Sousa, diretor da distribuidora. “Trouxemos uma equipe de vendas agressiva e condições especiais”, acrescentou ele.
A hora da ciência
Durante a Expo Pharma 2014 foi realizado o 60 Congresso Cientí�ico do Mercado Farmacêutico. No primeiro dia, compareceram à sessão solene autoridades como o presidente da ABCFARMA, Pedro Zidoi, e o vice-presidente da Anfarmag, Dr. Ivan da Gama Teixeira. As palestras incluíram temas como empreendedorismo, prescrição farmacêutica magistral, obesidade, boas práticas, farmácia clínica e serviços farmacêuticos.
•Junho/14
Evento / EXPO PHARMA 2014
A importância dos painéis Os três dias da Expo Pharma também contaram com painéis movimentados. No dia 14, o tema foi logística reversa, com a participação do Dr. André Pontes, coordenador da Câmara Técnica de Gerenciamento de Resíduos de CRF-RJ, a Dra. Cristiane Yamamoto Dutra, do Núcleo de Regulamentação e Boas Práticas Regulatórias da Anvisa, e Sérgio Sousa, ex-presidente da ABRADILAN. Sobre a logística reversa, concluiu-se que o projeto ainda não saiu do papel porque não foi decidido como a conta da implantação será paga.
Luiz Fernando Chiavegatto, presidente de honra do 6º Congresso Científico do Mercado Farmacêutico, discursa na abertura do evento
No dia 15, o debate envolveu a prescrição farmacêutica, com a participação do presidente do CRFRJ, Dr. Marcus Athila, da Dra. Carmem Íris Tolentino, presidente da SBFC, e do Dr. Gustavo Semblano, consultor jurídico da ASCOFERJ e assessor jurídico da ANFARMAG-Rio. A conclusão do painel: a prescrição farmacêutica é uma realidade, mas necessita de regulamentação por parte da Anvisa para entrar efetivamente em vigor. E, no dia 16, a formação acadêmica do farmacêutico ganhou voz com o Professor Luiz Fernando Chiavegatto, presidente cientí�ico do Congresso, o Dr. José Ricardo Vieira, vice-presidente do CRF-PA, e a Dra. Ana Lucia Caldas, diretora da AFAERJ e membro da Comissão de Ética do CRF-RJ. Segundo eles, a grade curricular do farmacêutico precisa ser melhorada para preparar o futuro pro�issional para esse novo cenário, incluindo cadeiras para empreendedorismo e gestão. O realizador do Congresso, presidente da ASCOFERJ e diretor do CETEFARMA, Luis Carlos Marins, avalia que o encontro foi um sucesso. Segundo ele, é uma oportunidade ímpar de debater, frente a frente, assuntos que in�luenciam diretamente o setor e aos quais, em muitos casos, o pro�issional não tem acesso.
Durante três dias, dirigentes e profissionais do segmento farmacêutico puderam conhecer as novidades do mercado expostas na feira e assistir a painéis com especialistas, sobre temas fundamentais do segmento nos dias de hoje – como a prescrição farmacêutica e a logística reversa
A ABCFARMA, representada no evento por seu presidente, Pedro Zidoi, participou da feira com um movimentado estande comercial
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•Junho/14
Datas festivas /
São João
TEXTO: CELSO ARNALDO ARAUJO /
FOTOS: DIVULGAÇÃO
O Brasil pula a fogueira N
a extraordinária diversidade cultural brasileira, as chamadas festas juninas – que perderam sua força no sudeste do país – ainda são as efemérides mais populares de todo o nordeste brasileiro, atraindo a cada ano milhares de turistas e ajudando a movimentar as economias das cidades, com espetáculos de dança, música e comidas típicas. Só no Rio Grande do Norte, o historiador e folclorista Severino Vicente, da Fundação José Augusto, de Natal, estima que devam ser realizadas 444 festas juninas. Ele acredita que, no Nordeste inteiro, aconteçam cerca de 6 mil festejos, somando os vilarejos. “Aqui ainda há uma febre de arraial”, brinca ele. Na festa de São João no Recife, por exemplo, são esperadas 200 mil pessoas ao longo do mês de junho, segundo o coordenador do ciclo junino da cidade, Luiz Cleodon Valença. O que há por trás dessas festas – além de fogueiras, dança da quadrilha, roupas quadriculadas, quentão e doces típicos?
Nem Natal, nem Réveillon. No nordeste brasileiro, as festas mais concorridas são as de junho – mês dos santos fogueteiros
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As festas juninas homenageiam três santos católicos: Santo Antônio (no dia 13 de junho), São João Batista (dia 24) e São Pedro (dia 29). No entanto, a origem das comemorações nessa época do ano é anterior à era cristã. No Hemisfério Norte, várias celebrações pagãs aconteciam durante o solstício de verão. Essa importante data astronômica marca o dia mais longo e a noite mais curta do ano, o que ocorre nos dias 21 ou 22 de junho no hemisfério norte. Diversos povos da Antiguidade, como os celtas e os egípcios, aproveitavam a ocasião para organizar rituais em que pediam fartura nas colheitas. “Na Europa, os cultos à fertilidade em junho foram reproduzidos até por volta do século 10. Como a igreja não conseguia combatê-los, decidiu cristianizá-los, instituindo dias de homenagens aos três santos no mesmo mês”, diz a antropóloga Lucia Helena Rangel, da Ponti�ícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
• Junho/14
Pratos típicos
O curioso é que os índios que habitavam o Brasil antes da chegada dos portugueses também faziam importantes rituais durante o mês de junho. Apesar de essa época marcar o início do inverno por aqui, eles tinham várias celebrações ligadas à agricultura, com cantos, danças e muita comida. Com a chegada dos jesuítas portugueses, os costumes indígenas e o caráter religioso dos festejos juninos se fundiram. É por isso que as festas tanto celebram santos católicos como oferecem uma variedade de pratos feitos com alimentos típicos dos nativos. Já a valorização da vida caipira nessas comemorações reflete a organização da sociedade brasileira até meados do século 20, quando 70% da população vivia no campo. Hoje, as grandes festas juninas se concentram no Nordeste, com destaque para as cidades de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB).
Arraial multicultural Tradições europeias e indígenas se misturam nessas divertidas comemorações
Dança à francesa: A quadrilha tem origem francesa, nas contradanças de salão do século 17. Em pares, os dançarinos faziam uma sequência coreografada de movimentos alegres. O estilo chegou ao Brasil no século 19, trazido pelos nobres portugueses, e foi sendo adaptado até fazer sucesso nas festas juninas
Recado pela fogueira: A fogueira já estava presente nas celebrações juninas feitas por pagãos e indígenas, mas também ganhou uma explicação cristã: Santa Isabel (mãe de São João Batista) disse à Virgem Maria (mãe de Jesus) que, quando São João nascesse, acenderia uma fogueira para avisá-la. Maria viu as chamas de longe e foi visitar a criança recém-nascida
Sons regionais: As músicas juninas variam de uma região para outra. No Nordeste, as composições do sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga são as mais famosas. Já no Sudeste, compositores como João de Barro e Adalberto Ribeiro (“Capelinha de Melão”) e Lamartine Babo (“Isto é lá com Santo Antônio”) fazem sucesso em volta da fogueira
Abençoadas simpatias: Os três santos homenageados em junho – Santo Antônio, São João Batista e São Pedro – inspiram não só novenas e rezas, como também várias simpatias. Acredita-se, por exemplo, que os balões levam pedidos para São João. Mas Santo Antônio é o mais requisitado, por seu “poder” de casar moças solteiras
Comilança nativa: A comida típica das festas é quase toda à base de grãos e raízes que nossos índios cultivavam, como milho, amendoim, batata-doce e mandioca. A colonização portuguesa adicionou novos ingredientes e hoje o cardápio ideal tem milho verde, bolo de fubá, pé-de-moleque, quentão, pipoca e outras gostosuras. n
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• Junho/14
Gerenciamento
/
TEXTO: REGINA BLESSA /
Ponto de Venda FOTOS: DIVULGAÇÃO
Ponto de venda
Aproveitando o espaço U Se o cliente encontra mais rapidamente os produtos por conta própria, a loja pode ter menos funcionários para “achar” produtos. Por outro lado, quando o consumidor economiza esse tempo, ele compra mais, pois olha com mais calma para outros produtos que não tinha a intenção inicial de comprar. Mas um projeto incorreto ou elaborado sem estratégia pode trazer prejuízos à loja. Os consumidores tentam achar, mas não acham, as categorias que deveriam estar incluídas no autosserviço. E �icam aborrecidos por terem de pedir no balcão. Isso, além de indispor o consumidor, que não volta, reduz drasticamente as compras por impulso. Alguns lojistas me chamam para opinar sobre a mobília que já compraram – e aí �ica di�ícil devolver ou trocar, se for o caso. Mas é sempre importante ter uma segunda opinião quando o fabricante de gôndolas for o projetista “de graça”. Geralmente eles planejam gôndolas demais.
Como pensar estrategicamente nesse projeto ou reforma?
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Veri�icar a posição das gôndolas para ver se os corredores são convidativos visualmente.
m bom projeto é imprescindível para fazer da farmácia um lugar agradável e fácil de comprar. Para que a loja seja bem planejada, vale a pena contar com a ajuda de um arquiteto que entenda de varejo, para que o posicionamento das gôndolas possa ser bem dimensionado e mais lucrativo. Mas, se isso não for possível, você mesmo pode dar uma nova cara à sua loja.
* * * *
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Revista ABCFARMA
Veri�icar também se há gôndolas demais ou de menos e prateleiras de menos. Às vezes, a falta de espaço aparente é resolvida com sete prateleiras, em vez das tradicionais cinco, que a maioria dos fabricantes de gôndola entrega. Uma farmácia não precisa de gôndolas largas, pois costuma ter pouco sortimento repetido. A altura ideal das gôndolas é de 1m60. Acima disso, sufoca o visual da loja e, abaixo disso, dá a impressão de que tudo está muito baixo e di�ícil de pegar. Os quatro cantos da loja precisam de soluções para aproveitar esses pontos mortos aonde quase ninguém vai.
As paredes podem ser aproveitadas até o teto, com produtos repetidos ou com artes leves.
• Junho/14
Gerenciamento
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/ Arrumando a farmácia
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1 • Cantos arredondados para ser bem aproveitados, 2 • Móveis de marcas conhecidas feitos pela própria loja, 3 • Móveis negociados com marcas de dermocosméticos e 4 • Gôndolas em posição errada, fechando visualmente a entrada da loja.
* * *
Checar a circulação, o caminho para os caixas e a montagem de um bom planograma, com todas as seções bem de�inidas.
Veri�icar se a entrada está bem aberta e convidativa e fazer dos corredores caminhos para percorrer com facilidade.
Nunca se deve colocar uma gôndola na entrada, mesmo que distante três metros dela. *Os corredores devem ser perpendiculares à entrada para que os consumidores peguem a “rua” que quiserem e atravessem a loja com facilidade.
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Canto Promocional Como toda loja tem seus cantos perdidos, uma dica é aproveitar esses cantos para servirem como “corner promocional”, isto é, um canto onde uma marca poderá montar um móvel personalizado (a pedido da loja) para vender com mais glamour seus produtos.
Isso é muito comum em lojas de rede onde, por exemplo, os dermocosméticos oferecem móveis especiais para garantir seus espaços por vários anos.
Para que o canto não fique “morto”, o ideal é arredondá-lo para não desperdiçar espaço.
Não se esqueça de que você tem que dar prioridade aos produtos que sustentam a sua loja. O balcão deve ser a referência principal e o caixa deve estar do lado oposto do balcão, para fazer com que as pessoas circulem por entre suas
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Antes de fazer o projeto, só um especialista consegue enxergar isso. Quando não temos um por perto, você precisa observar como os clientes se movimentam na loja, isto é, qual o caminho que preferem dentro de seu roteiro de compra dentro da loja – para daí ir consertando o que não estiver funcionando. Para perceber os resultados, devemos observar diariamente os consumidores entrando e andando dentro da loja, e perceber quais produtos ou categorias vendem mais aqui ou ali, em cada parte da loja. É preciso ter olhos para observar e ter os números das vendas diárias para checar os resultados.
gôndolas, a �im de aumentar as compras por impulso. Algumas lojas com poucos funcionários não conseguem fazer isso, porque todo o atendimento, incluindo o caixa, tem que �icar do mesmo lado.
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Depois disso acertado e as gôndolas posicionadas, veja quais cantos você poderá oferecer. Não ofereça espaços para produtos classe A se sua freguesia for classe C, ou você estará instalando um “elefante branco” dentro da sua loja por alguns anos.
Os cantos promocionais são negociados com marcas conhecidas do público e ajudam a abrir espaços em suas gôndolas, já que ali chamarão mais a atenção devido à quantidade de marca expostas.
Regina Blessa
www.blessa.com.br
• Junho/14
Atualidades
Font D em Cápsula Gelatinosa Font D, a vitamina D3 (colecalciferol) da União Química, acaba de lançar nova apresentação com 60 minicápsulas. A novidade está sendo comercializada em minicápsulas gelatinosas de fácil deglutição. A marca Font D ganha espaço no mercado e agrega valor às apresentações já existentes no portfólio (gotas, frasco com 10mL e 20 mL). Além do diferencial das minicápsulas, Font D ainda possui como veículo o óleo de amendoim, semente que tem nutrientes importantes para o equilíbrio do organismo, atuando como auxiliar no tratamento de algumas doenças. A vitamina D auxilia na prevenção da perda óssea (osteosporose), protege o corpo contra a fraqueza muscular e promove maior absorção de cálcio no sangue. Cada cápsula contém 200UI de vitamina D3 (colecalciferol). Não contém glúten. Registro MS: Produto isento da obrigatoriedade de registro no MS, de acordo com a RDC 27/2010. SAC: 0800 11 15 59
Dunia e seu genérico, em doenças femininas Dois lançamentos Melcon que auxiliam no tratamento de doenças femininas: Dunia e seu genérico acetato de ciproterona + etinilestradiol. São medicamentos indicados para o tratamento de doenças relacionadas aos hormônios andrógenos na mulher, como a acne, principalmente nas formas pronunciadas e naquelas acompanhadas de seborreia, in�lamações ou formações de nódulos, queda excessiva de cabelos, casos leves de hirsutismo e síndrome de ovários policísticos (SOP). Está disponível também o acetato de ciproterona + etinilestradiol genérico Melcon.
Registro MS: 21 comprimidos – 1.5589.0009.001-3 63 comprimidos: 1.5589.0009.003-1 Genérico 21 comprimidos: 1.5589.0004.001-6 63 comprimidos: 1.5589.0004.003-2 Contraindicação: DUNIA® não deve ser utilizado na presença das condições descritas a seguir. Caso apresente qualquer uma destas condições, informe seu médico antes de iniciar o uso de DUNIA. - história atual ou anterior de problemas circulatórios, especialmente os relacionados com trombose. A trombose é a formação de um coágulo (de sangue), que pode ocorrer nos vasos sanguíneos das pernas (trombose venosa profunda), nos pulmões (embolia pulmonar), no coração (ataque cardíaco), ou em outras partes do corpo (veja o item “Contraceptivos e a trombose”);- história atual ou anterior de derrame cerebral, que é causado por um coágulo (de sangue) ou o rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro;- história atual ou anterior de sinais indicativos de ataque cardíaco (como angina ou dor no peito) ou de um derrame (como um episódio isquêmico transitório, ou um pequeno derrame reversível);- história de enxaqueca acompanhada, por exemplo, de sintomas visuais, difculdades para falar, fraqueza ou adormecimento em qualquer parte do corpo;- diabetes melitus com lesão de vasos sanguíneos;- história atual ou anterior de pancreatite (infamação do pâncreas), associada com níveis altos de triglicérides (um tipo de gordura) no sangue;- icterícia (pele amarelada) ou doença grave do fígado;- história atual ou anterior de câncer que pode se desenvolver sob a infuência de hormônios sexuais (por exemplo: câncer de mama ou dos órgãos genitais);- presença ou antecedente de tumor no fígado (benigno ou maligno);- presença de sangramento vaginal sem explicação;- ocorrência ou suspeita de gravidez;- durante a amamentação; - hipersensibilidade (alergia) a qualquer um dos componentes de DUNIA. Se qualquer um destes casos ocorrer pela primeira vez enquanto estiver tomando edicamento do tipo de DUNIA, descontinue o uso imediatamente e consulte seu médico. Neste período, outras medidas contraceptivas não hormonais devem ser empregadas. “Este medicamento é contraindicado para uso por homens.” SAM: 0800 604 0600 Se persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado.
G-TECH, medidor de pressão O Aparelho de Pressão Digital G-TECH BP3MOA é um medidor de pressão de pulso com a exclusiva função Smart In�late, que permite uma medição mais rápida. O aparelho conta com um sistema de detecção de arritmia (SDAG), grá�ico de nível de hipertensão, médias das medições realizadas e tem quatro anos de garantia. SAC: 0800 052 1600
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Atualidades
/ Lançamentos
Xô Inseto!, repelente A linha Xô Inseto!, do Grupo Cimed é um repelente de insetos e�icaz contra o mosquito da dengue. A nova versão aerossol está disponível em apresentação com 150 ml e contém 14% de DEET, composto que repele mosquitos, pernilongos, muriçocas, borrachudos e o aedes aegypti, garantindo proteção de até quatro horas a partir da aplicação. Recomendado para uso em pessoas acima de 12 anos, sua fórmula não é oleosa e contém aloe vera, um hidratante natural que deixa na pele uma sensação de frescor e uma suave fragrância. A linha completa conta com apresentação em creme, com 7,5% de DEET; e spray, com 5%. Ambas podem ser usadas a partir dos dois anos de idade. Complementa a linha a apresentação kids, no formato loção, com 100 ml e fórmula desenvolvida especialmente para as crianças. Registro MS: 2.0490.0087.001-7 Contra indicação: Não deve ser usado por pessoas alérgicas ou com problemas de pele. Aplicar nas áreas expostas, ligeiramente e somente quando necessário. Não aplicar por baixo de roupas. Evitar o contato com os olhos, boca e narinas. Não usar em crianças menores de 12 anos. Para uso durante a amamentação e gravidez, consulte um médico. Evitar o uso prolongado. Não utilizar se a pele estiver irritada ou lesionada. SAC: 0800 704 4647 www.grupocimed.com.br
Glamour Protein Primeiro suplemento de proteína composta que atende às necessidades do corpo feminino, Glamour Protein contém em sua fórmula exclusiva a Whey Protein (proteína concentrada do soro do leite), HBV (alto valor biológico), Soy Protein (proteína concentrada da soja) e proteínas do colágeno, em perfeito balanceamento para nutrição da pele, rigidez dos tecidos, fortalecimento muscular e fonte natural de matéria-prima para o corpo produzir hormônios essenciais à beleza. Registro MS: Produto dispensado da obrigatoriedade de registro de acordo com a RDC 27 de 2010 Embalagem: 900g. Sabor: CHOCOLATE ADVERTÊNCIAS: ESTE PRODUTO NÃO SUBSTITUI UMA ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA E SEU CONSUMO DEVE SER ORIENTADO POR NUTRICIONISTA OU MÉDICO. - INGREDIENTES DO PRODUTO PREPARADO SEGUNDO AS INDICAÇÕES DO RÓTULO. - NÃO CONTÉM GLÚTEN SAC: sac@midwaylabs.com.br
Miracálcio Vit D, agora com 400 de Vitamina D Depois de avaliar o mercado de repositores de cálcio, a Geolab optou em descontinuar a apresentação anterior do produto com 500mg de cálcio + 200UI de vitamina D, para entrar com duas novas associações do medicamento com mais vitamina D, que promove e facilita a absorção do cálcio pelo organismo. Indicado na prevenção e tratamento da osteoporose, o Miracálcio está disponível com 500mg ou 600mg de cálcio, ambos com 400UI de vitamina D na composição. Apresentações: 500mg + 400UI - frasco c/ 60 comprimidos revestidos / 600mg + 400UI - frasco c/ 60 comprimidos revestidos Miracálcio Vit D (carbonato de cálcio + colecalciferol). Registro M.S.: 1.5423.0154. Indicações: indicado como complemento das necessidades orgânicas de cálcio, contendo vitamina D, que auxilia na absorção do cálcio. Indicado no tratamento e prevenção de osteoporose; prevenção de fraturas não vertebrais em idosos com baixa ingestão de cálcio. Contraindicações: contraindicação em paciente com hipersensibilidade aos componentes da fórmula, aumento dos níveis de cálcio no sangue, problemas graves nos rins e eliminação excessiva de cálcio na urina. Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes com problemas renais graves. Não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.
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