ABCFARMA Especial Fitoterápicos ed.8 - Maio de 2013

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EDITORIAL

Diretor Presidente Pedro Zidoi Sdoia Diretora Administrativa Abigail J. C. Maglio Diretor Institucional Nelson Grecov Jornalista responsável Celso Arnaldo Araújo (MTB: 13.064) Gerente de Marketing e Vendas Graziele C. Lucato Diagramação e arte Dawis Roos (dawisroos@gmail.com) Colaboração Amora Comunicação (Assessoria de Imprensa Aspen Pharma) Editora Lison Rua Santa Isabel, 160 Vila Buarque, São Paulo/SP CEP: 01221-010 • (11) 3361-5705 Fale com a gente fitoterapicos@abcfarma.org.br ABCFARMA Rua Santa Isabel, 160, 5º andar Vila Buarque, São Paulo/SP CEP: 01221-010 • (11) 3223-8677 www.abcfarma.org.br Distribuição ABCFARMA Publicidade Lison Editora Impressão e acabamento Gráfica PGE

ALGUNS TRABALHOS PUBLICADOS SOBRE OS FITOTERÁPICOS Para o acompanhamento dos medicamentos que já estão no mercado, a Anvisa possui um sistema de farmacovigilância consolidado, que detecta não só eventos adversos, mas também ineficácia de produtos. Existem vários estudos científicos sobre plantas medicinais e sobre cada uma das espécies vegetais registradas como medicamento fitoterápico. As publicações brasileiras nesta área passaram de 24, em 1984, para 1.431, em 2004, ou seja, apresentaram um crescimento de 60 vezes no período, levando o Brasil ao patamar de líder absoluto das publicações internacionais na área de plantas na América Latina, com quase metade das publicações da região. Em revisão rápida em bancos de dados científicos disponíveis, pode-se citar, como exemplo, estudos para algumas espécies: a Soja (Glycine max) apresenta 4032 artigos científicos publicados, sendo 14 desses revisões sistemáticas sobre suas atividades; a Alcachofra (Cynara scolymus) possui 903 estudos científicos publicados, sendo pelo menos cinco deles sobre estudos clínicos. Para a Garra-do-diabo (Harpagophytum procumbens) foram encontrados 272 artigos, com 32 ensaios clínicos. O Ginkgo (Ginkgo biloba), em apenas uma base de dados, possui 2242 artigos científicos publicados, destes, pelo menos 50 estudos clínicos. Há ainda estudos adicionais que não estão disponíveis nos bancos de dados pesquisados porque foram realizados pelas empresas para comprovar a segurança e eficácia do produto. Esses dados são sigilosos, estando disponíveis, apenas, para a autoridade sanitária no processo de solicitação de registro.

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Fonte: Resumo de artigo publicado pela ANVISA

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Boa leitura e até a próxima!

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Pedro Zidoi Sdoia Presidente da ABCFARMA ABCFARMA Especial Fitoterápicos MAIO 2013 3 logos_retratos_17 sexta-feira, 29 de julho de 2011 11:34:14

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FITOTERAPIA

FITOTERAPIA:

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MITOS E VERDADES

A SABEDORIA POPULAR ENVOLVENDO CHÁS E INFUSÕES A PARTIR DE PLANTAS MEDICINAIS GANHOU ESTUDOS CIENTÍFICOS E HOJE A FITOTERAPIA É ASSUNTO SÉRIO, ESTUDADO EM LABORATÓRIOS AVANÇADOS

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primeiro mito em torno dessa terapêutica é que plantas medicinais são usadas apenas por pessoas de baixa renda. Nada mais falso. Quem mais consome fitoterápicos, seja na Europa, Estados Unidos, Canadá, Austrália ou Japão, são pessoas com alto grau de instrução (em geral nível superior ou pós-graduado) e pertencentes às classes A e B. Vanderli Marchiori, a nutricionista especializada em fitoterápicos e vicepresidente da Associação Paulista de Fitoterapia (APFIT) Vanderlí Marchiori, primeiramente define essa modalidade terapêutica: «A fitoterapia é uma ciência que usa, exclusivamente, matérias-primas vegetais para o tratamento e recuperação dos desequilíbrios da saúde. Quando manipuladas de forma correta, podem ajudar 4

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no melhor funcionamento de todo o corpo. Os medicamentos fitoterápicos, em sua maioria, são comercializados em diferentes formas farmacêuticas, como óleos, cápsulas e extratos concentrados”. Diferentemente das receitas caseiras que são baseadas apenas no conhecimento popular, esses medicamentos feitos à base de extratos vegetais obedecem às regras de aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e registro no Ministério da Saúde (MS). Agora, a especialista esclarece alguns mitos e verdades sobre fitoterapia:

1.

Plantas medicinais são medicamentos? VERDADE – Plantas medicinais são remédios, com indicações, contraindicações, interações

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medicamentosas e, em alguns casos, reações adversas. Têm doses e modos específicos de uso, podem alterar resultados de exames e algumas exigem precauções.

2.

Receitas caseiras são fitoterápicos? MITO – Receitas caseiras, geralmente, são originadas do conhecimento popular e não possuem embasamento científico. Já os medicamentos fitoterápicos são medicamentos obtidos a partir de plantas medicinais e são,

exclusivamente, derivados de droga vegetal (extrato, tintura, óleo, cera e outros). Os medicamentos fitoterápicos, assim como todos os medicamentos sintéticos, devem oferecer garantia de qualidade, ter eficácia comprovada, composição padronizada e segurança de uso para a população. ABCFARMA Especial Fitoterápicos MAIO 2013

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FITOTERAPIA

3.

Fitoterápicos podem ser consumidos livremente porque são naturais? MITO – Os fitoterápicos são medicamentos. Seu uso deve ser monitorado por um especialista, pois eles têm contraindicações, podem inter ferir na ação de outros medicamentos (interação medicamentosa) e, se consumidos de maneira incorreta, levam a intoxicações.

4.

Alguns problemas de saúde podem ser resolvidos apenas com o uso fitoterápicos? VERDADE – Certos desconfortos como a má digestão podem ser aliviados com o uso de fitoterápicos. Nesse caso específico, o uso de um medicamento à base de boldo, como Eparema, que possui na sua composição extrato de boldo, cáscara sagrada e ruibarbo é indicado para os distúrbios do fígado e da digestão e para os casos de prisão de ventre leve.

5.

Fitoterápicos são medicamentos mais fracos porque são feitos à base de plantas? MITO – Na verdade, os fitoterápicos não são “mais fracos”. A diferença é que seus ativos são obtidos diretamente das plantas medicinais, diferente do que ocorre com os medicamentos sintéticos (feitos a partir de moléculas desenvolvidas em laboratório). No entanto, os efeitos de um fitoterápico quando comprovados cientificamente e aprovados pela Anvisa podem trazer alívio para os males aprovados em bula nas suas indicações.

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MEDICAMENTOS

AS NOVAS FRONTEIRAS ESPECIALISTA BRASILEIRO EM FITOMEDICAMENTOS DESCREVE AS PESQUISAS QUE BUSCAM NA NATUREZA NOVAS SOLUÇÕES PARA GRAVES DOENÇAS, NO LABORATÓRIO KYOLAB. A PLANTA AVELOZ É A GRANDE ESTRELA DESSAS PESQUISAS

A

flora do Brasil concentra a maior biodiversidade do mundo. No total, são cerca de 55 mil espécies conhecidas e catalogadas em território nacional, o equivalente a 20% do que existe em todo o planeta. Para Luiz Francisco Pianowski, pesquisador brasileiro que já trabalhou na elaboração de mais de 25 patentes de fitomedicamentos baseados em nossa flora, temos um verdadeiro tesouro vivo em nossas florestas, com potencial para que sejam desenvolvidos novos tratamentos médicos. Mas o especialista alerta: é preciso que seja empregado rigor científico na utilização das plantas para fins curativos. “O primeiro mito a ser esclarecido é a crença de que tudo o que é natural não faz mal”, salienta Pianowski. “As plantas podem conter recursos 8

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químicos tóxicos e causar sérios danos à saúde humana. Por isso, é preciso cautela”, diz ele. Outra confusão, segundo o pesquisador, é considerar que plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos são a mesma coisa. “Fitoterápicos são remédios, passaram por avaliação rigorosa sobre segurança e eficácia do seu uso, assim como posologia. Quando falamos no uso de folhas e chás, nem sempre esses produtos passaram por esse crivo”. Além disso, as plantas medicinais nem sempre interagem bem com remédios alopáticos de uso contínuo. Por isso, a recomendação é sempre consultar um médico antes de optar pelo uso simultâneo. Mas essa forma de terapia está avançando. Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), há uma lista com 66 espécies testadas e aprovadas para uso no país.

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FITOTERÁPICOS: O QUE DIZEM AS PESQUISAS, DOENÇA A DOENÇA HIV - Uma boa notícia que deve renovar as esperanças dos portadores do vírus HIV acaba de ser anunciada: as pesquisas brasileiras que estudam a cura da doença através do uso de fitomedicamentos já se encaminham para a fase de conclusão de estudos pré-clínicos. Nessa etapa, os medicamentos começam a ser testados em macacos Rhesus para verificar a eficácia e possíveis contraindicações. Liderada pelo farmacêutico Luiz Francisco Pianowski, da Kyolab, a equipe que estuda novas terapias contra o HIV detectou que a substância extraída da planta Aveloz (Euphorbia tirucalli) desloca o vírus da célula infectada, levando-a à morte (apoptose) por exposição aos antirretrovirais existentes. De acordo com Pianowski, “essa descoberta abre novos horizontes na busca pela cura do HIV, pois os atuais tratamentos só agem matando o vírus quando ele se multiplica e sai da célula invadida para entrar em outras”. A expectativa pelos resultados é grande. Se ficar comprovada a baixa toxicidade no organismo dos animais testados, a pesquisa avança para a próxima fase, quando os testes em humanos devem ser iniciados. Os estudos com a planta Aveloz começaram com foco no câncer (AM10) e se desdobraram em duas outras linhas de tratamento: a dor crônica (AM11) e o HIV (AM12). Câncer – Cientistas brasileiros, liderados pelos pesquisadores Luiz Francisco Pianowski, do Kyolab, e Amílcar Tanuri, da UFRJ, avançaram

nos testes com moléculas isoladas também da planta medicinal Avelós (Euphorbia tirucalli L) no combate ao câncer. Essa é possivelmente a primeira vez que o Brasil submete um medicamento dessa natureza, obtido em solo nacional, aos rigorosos testes médicos para aprovação de uma nova droga, e os resultados obtidos foram promissores. O princípio ativo - chamado até o momento de AM10 - está em estudo para combate a diversos tipos de câncer e já está sendo testado em humanos. O próximo passo é diversificar as características dos pacientes que receberão o teste, para aumentar o escopo da pesquisa. O produto em questão induz a uma maior apoptose (uma espécie de “suicídio celular”). Ele age na fase de multiplicação celular induzindo a célula cancerígena à apoptose. Passada a fase pré-clínica, onde se observou a ação e os mecanismos da substância, foram realizados testes toxicológicos em duas espécies de animais: ratos e cães. Terminada esta fase, iniciaram-se os testes em humanos. Tratamento anti-inflamatório - Doenças de pele como psoríase, dermatite atópica e até mesmo o câncer têm origem em ações inflamatórias nas células e podem vir a tornar-se crônicas se não tratadas. Por essa razão, é de grande interesse clínico a descoberta de novos agentes anti-inflamatórios capazes de tratar ou prevenir essas condições. Vencendo a dificuldade em encontrar soluções para essas patologias, surge agora uma novidade promissora: a conceituada publicação científica inglesa European Journal of Pharmacology traz um artigo sobre estudos e descobertas de um grupo de pesquisadores brasileiros, que atua no desenvolvimento de um fitomedicamento anti-inflamatório, produzido a partir do princípio ativo euphol, extraído do látex do Avelozl. ABCFARMA Especial Fitoterápicos MARÇO 2013

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MEDICAMENTOS

Esclerose Múltipla - Desde o final da década de 80, com o avanço da ressonância magnética, e início dos anos noventa, com descoberta dos tratamentos com interferons e acetatos de glatiramer, o diagnóstico e tratamento da Esclerose Múltipla avançou muito. Os pacientes são diagnosticados cada vez mais cedo e a primeira fase da doença – a inflamação – é controla parcialmente. O que falta, no entanto, são mecanismos de tratamento mais abrangentes e com menos efeitos colaterais, grandes vilões dos medicamentos atuais. Mas as novidades no setor são promissoras. Pesquisadores brasileiros do laboratório Kyolab, de Campinas, SP, realizaram estudos que apontam, com sucesso, a ação anti-inflamatória do princípio ativo do aveloz, o euphol, um álcool triterpeno tetracíclico, no tratamento da doença. A princípio, a pesquisa realizou testes em ratos, mas a descoberta pode revolucionar o tratamento em humanos. Colite - A colite ulcerativa é um tipo de doença inflamatório intestinal (DII) que afeta o intestino grosso (cólon) e reto, e cuja causa ainda é desconhecida. A doença geralmente começa na área retal e pode eventualmente se estender por todo o intestino grosso. O inchaço (inflamação) repetido leva ao engrossamento da parede do intestino e reto com tecido cicatricial. A morte do tecido do cólon ou sepse (infecção grave) podem ocorrer no estado grave da doença. O problema é que os pacientes com colite ulcerativa mais grave tendem a não responder tão bem aos medicamentos disponíveis no mercado. Mas as novidades são promissoras. As pesquisadores brasileiros do laboratório Kyolab, de Campinas, SP, realizaram estudos que apontam, com sucesso, a ação anti-inflamatória do euphol no tratamento da doença. A pesquisa ainda está em fase animal. 10

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Dor Crônica - Segundo a Sociedade Brasileira para O Estudo da Dor, estima-se que os brasileiros convivem com a dor como poucos no mundo. Hoje a dor é um dos principais motivos das consultas médicas no país, atingindo cerca de 85% dos pacientes atendidos – ao mesmo tempo em que muitos profissionais do setor continuam poucos informados sobre o tema, muitas vezes negligenciando sua importância. Recentemente, a equipe de cientistas brasileiros que desenvolve analgésico e anti-inflamatório de origem vegetal para tratamento de dor crônica (AM11) acaba de dar mais um passo importante: foram iniciados, na Alemanha, os últimos estudos do produto antes do teste em humanos. Sem dúvida, um grande avanço, que pode trazer o tão esperado alívio aos pacientes. A empresa é a alemã Aurigon, referência mundial em ciência da saúde para os estudos de farmacocinética, especialidade que determina com precisão o caminho que o medicamento faz no organismo. Com isso, ficam claras todas as etapas pelas quais a droga passa no organismo desde a administração até a excreção (absorção, distribuição, biotransformação e excreção) e é possível que seja identificada a posologia e administração ideais do produto nos humanos. Nessa etapa, os testes estão sendo feitos.

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LEGISLAÇÃO

ANVISA QUER VALORIZAR FITOTERÁPICOS O TEMA FITOTERÁPICOS VOLTOU À PAUTA RECENTEMENTE COM A APROVAÇÃO DA ANVISA (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA), NO INÍCIO DO MÊS DE MARÇO, DE UMA INICIATIVA REGULATÓRIA PARA REVISÃO DAS NORMAS PARA ESSE TIPO DE PRODUTO NO PAÍS. “O PRÓXIMO PASSO É A PUBLICAÇÃO DE CONSULTA PÚBLICA, NA QUAL QUALQUER CIDADÃO PODERÁ SE MANIFESTAR SOBRE O TEMA”, INFORMOU A ASSESSORIA DE IMPRENSA DA ENTIDADE. 12

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medida vai permitir que itens que vinham perdendo espaço no mercado sejam resgatados, “valorizando a biodiversidade do Brasil”. Atualmente, como todos os produtos e fármacos têm que passar por testes de segurança e eficácia antes de chegarem às prateleiras, algumas substâncias não se enquadravam nas exigências para registro de medicamento. A Anvisa espera então que, com a proposta, os usuários tenham acesso a mais opções terapêuticas. Sem falar, claro, no estímulo à indústria nacional de fitoterápicos. “As normas antigas continuam valendo até que tudo esteja acertado”, diz a Anvisa. A partir da iniciativa regulatória da Anvisa, fica clara a divisão em duas categorias: os medicamentos fitoterápicos, que devem seguir as mesmas regras das drogas sintéticas, com exigência de testes clínicos de segurança e eficácia; e os produtos clássicos fitoterápicos, que teriam apenas de comprovar seu caráter tradicional e sua segurança com base na literatura médica. Quer dizer, para o último grupo, testes clínicos não seriam mais necessários. “Para entender a diferença entre um e outro: o medicamento fitoterápico tem indicação terapêutica e bula dizendo para que serve, sendo vendido somente com receita ou como medicamento fitoterápico isento de prescrição médica; já o produto

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fitoterápico não pode ter indicação terapêutica, e apresenta plantas medicinais na fórmula”, explica Sérgio Tinoco Panizza, membro da Comissão Assessora de Plantas Medicinais e Fitoterápicos no Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.

EFEITO TÓXICO NO ORGANISMO

Em relação ao fato de muitos médicos criticarem as novas regras, argumentando que há casos de toxicidade hepática provocada pelo uso destes produtos, a agência respondeu que “o assunto ainda está sendo debatido. E, na fase de consulta pública, os profissionais terão a oportunidade de se manifestar sobre a questão, sendo que as intervenções com embasamento científico serão consideradas pelo Corpo Técnico da Anvisa no momento da consolidação da norma”. Em tempo: a fitoterapia é reconhecida como método terapêutico pelo Conselho Federal de Medicina desde 1992. E, das 250 mil plantas catalogadas em todo o mundo, 55 mil estão em território brasileiro, o que comprova a grande biodiversidade nacional.

Em relação ao Brasil, acreditase em uma participação de 2,5% da aferição mundial, projetando-se um faturamento na faixa de R$ 1 bilhão.

CONSUMO EM CRESCIMENTO Embora não se saiba ao certo o tamanho do mercado de fitoterápicos no Brasil – calculase que movimente cerca de 10% do setor de fármacos –, é consenso que seu consumo vem aumentando no país e no mundo. Segundo o farmacêutico industrial e fitoterapeuta Sérgio Tinoco Panizza, presidente do Conselho Brasileiro de Fitoterapia (Conbrafito) e da Associação Brasileira de Fitoterapia e Afins (Abraphyto), o segmento mundial de medicamentos derivados de plantas foi estimado em cerca de US$ 26 bilhões em 2011, valor que representa apenas 3% do setor global de medicamentos. ABCFARMA Especial Fitoterápicos MARÇO 2013

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PREVENÇÃO

CUIDADO DOBRADO COM A SAÚDE NO OUTONO UMA DAS ESTAÇÕES DO ANO MAIS CHARMOSAS É TAMBÉM CONSIDERADA UM PRATO CHEIO PARA DOENÇAS RESPIRATÓRIAS. AS TEMPERATURAS MAIS BAIXAS, ATÉ A CHEGADA DO INVERNO, PROPICIAM O SURGIMENTO DE GRIPES, RESFRIADOS, BRONQUITES E OUTROS INCÔMODOS. NO ENTANTO, SE O CUIDADO COM A SAÚDE COMEÇAR AINDA NO OUTONO É POSSÍVEL GARANTIR PROTEÇÃO CONTRA DOENÇAS ATÉ O FIM DO INVERNO.

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egundo especialistas, uma boa forma de prevenção é lavar sempre as mãos e evitar levá-las ao nariz e à boca, quando estiver em lugares com grandes aglomerações. Outra dica importante é beber bastante água. Especialistas recomendam ainda o cuidado com a manutenção periódica do ar condicionado, tanto do carro, quanto de ambientes, já que o aparelho acumula poeira, bactérias e fungos. Quando essa manutenção não está em dia, pode causar problemas respiratórios, como a rinite. De acordo com médicos, nos dias mais frios, é fundamental proteger também as extremidades do corpo (cabeça, pés e mãos), porque a perda de calor acontece por meio dessas regiões, sendo as primeiras áreas afetadas pelo frio. Por isso, é importante se aquecer para facilitar o trabalho do organismo em manter a

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temperatura corporal entre 36º e 37º. Para combater os malefícios da gripe forte e bronquite, tais como o acúmulo de muco, a indústria farmacêutica oferece fitoterápicos que podem ser boas alternativas. Mucofluidificantes, à base de mel e abacaxi, são opções seguras para tratar crianças, gestantes e idosos, devido à ausência de efeitos colaterais ou risco de superdosagem. Especialistas afirmam que as enzimas presentes no abacaxi atuam sobre a secreção, diminuindo a viscosidade e promovendo sua expectoração. Além disso, as enzimas ajudam na absorção de antibióticos, o que aumenta a eficácia do tratamento. Fitomedicamentos preparados a partir do extrato seco da Hedera helix, planta indicada no tratamento sintomático de afecções broncopulmonares, possuem efeito expectorante, mucofluidificante e broncodilatador. Esses produtos também são ótimas opções.

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