REVISTA #05
50 ANOS
PONTE DA AMIZADE INTEGRAÇÃO IMPULSIONA DESENVOLVIMENTO DO BRASIL E DO PARAGUAI ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL Novos hábitos e restrições alimentares rendem bons negócios
SICOOB
Cooperativa lança em breve sua própria maquineta de cartão de crédito
ACIFI
Departamento Comercial da entidade tem estratégia e bons argumentos para atrair novos associados Revista ACIFI | Página 1
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ÍNDICE 12 20 22 46 52 54
SICoob Cooperativa expande pontos de atendimento em Foz do Iguaçu e prepara lançamento de sua própria maquineta de cartão de crédito
ASSoCIAdo ACIFI Associada desde janeiro de 1985, a Calce Pague coleciona clientes e amigos de todos os cantos da cidade
ALImEntAção SAudávEL A procura pela alimentação saudável aquece o comércio de produtos naturais e específicos para quem tem restrições alimentares
Por quE InvEStIr Em Foz? Em nova loja, Ande conta com moderno showroom com os melhores produtos de iluminação e aposta em atendimento especializado
dICAS 7 ferramentas gratuitas para auxiliar o empresário na gestão do seu negócio
ESPAço ACIFI Por trás da adesão de novos associados está o trabalho do Departamento Comercial da entidade. Saiba qual é a estratégia do setor e conheça quem trabalha nele
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ESPECIAL - PontE dA AmIzAdE Incorporada à paisagem e história da fronteira, a Ponte da Amizade é símbolo da integração entre Brasil e Paraguai. Inaugurada em 1965 pelos ex-presidentes Castelo Branco e Alfredo Stroessner, a obra trouxe desenvolvimento para Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, desde a construção até os dias de hoje
SICOOB, O COOPERATIVISMO FINANCEIRO QUE GERA RESULTADOS.
Unidade Sicoob República Argentina - Foz do Iguaçu
Imagem interna Sicoob Centro
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DIRETORIA DA ACIFI - GESTÃO 2014/2016 João Batista de Oliveira Presidente Célia Rosa Vice-Presidente Danilo Vendruscolo Segundo Vice-Presidente Marcio Marcon Diretor-Financeiro Rogério Soares Böhm Diretor-Administrativo Phelipe Mansur Diretor de Prestação de Serviços Luciano Tita Diretor de Comunicação e Marketing Rudney Lopes Vargas Diretor de Associativismo Faisal Mahmoud Ismail Diretor de Desenvolvimento Econômico e Social Mario Alberto Chaise de Camargo Diretor de Comércio Exterior Beatriz Rodrigues Diretora de Comércio e Serviços Leandro Costa Diretor de Indústria, Infraestrutura e Logística
Revista ACIFI é uma publicação da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu. Distribuição gratuita. Correspondências, inclusive reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede da Associação ou pelo e-mail imprensa@acifi.org.br
Andréa David Jornalista Responsável MTB 3059 Lucas Marcoviz Florão Publicidade e design Kiko Sierich Fotografia Alexandre Palmar Reportagem Douglas Furiatti Revisão Dimas Bragagnolo Diretor-Executivo Natalia Fuentes Coordenação Operacional César Ferreira dos Santos Departamento Comercial Colaboradores Claudio Dalla Benetta, Janaine Merchiori e Marina Delai
CONSELHO DELIBERATIVO Presidente Roni Temp Conselheiros Walter Venson, Fábio Hauagge do Prado, Paulo Pulcinelli Filho, Carlos Silva, Valdirlei Baranoski, Joel de Lima, Kamal Osman, Manuele Fritzen, Djalma Fonseca, Altino Voltolini, Ana Cristina Nóbrega CONSELHO FISCAL Antonio Luiz Breda, Oscar Elmiro Canesso, Elias João Dandolini, Elizabeth Arrais Soares, Luiz Antônio de Lima, Amauri Nascimento
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www.acifi.org.br ACIFI – Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu Rua Padre Montoya, 451 – Centro CEP: 85851-080 Central de Atendimento (45) 3521-3300 atendimento@acifi.org.br
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Palavra do Presidente
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cenário atual atravessado pelo Brasil, pelo Paraná e por Foz do Iguaçu não reduz a responsabilidade que temos como cidadãos. Por meio de um movimento organizado pela sociedade civil – do qual a ACIFI faz parte – a população iguaçuense praticamente implora ao governo estadual a conclusão de uma trincheira. Não é possível que o tanto de impostos que pagamos não reflita em pouquíssimo resultado. Como aceitar essa demora e ficar de braços cruzados? Como não reagir? O atraso no viaduto que divide a cidade ao meio compromete o desenvolvimento econômico e social e merece o nosso repúdio. Precisamos todos encher-nos de otimismo, coragem e atitude. Basta querer!
João Batista de Oliveira, presidente da ACIFI
Apesar da desconfiança, do descrédito às instituições públicas e de todos os males que acometem o país, como diz a canção de Milton Nascimento, “nada a temer senão o fugir da luta”. Em vez de apenas ver o lado ruim das coisas, prefiro manter o otimismo. Muita gente pode nem ter se dado conta, mas coisas boas também acontecem mesmo num período marcado por escândalos de corrupção e protestos. Em Foz, o Aeroporto Internacional teve 44.147 passageiros embarcando e desembarcando a mais que janeiro do ano passado, um recorde histórico. As Cataratas do Iguaçu e o Parque das Aves estão no mesmo embalo e mostram que temos condições de dar a volta por cima. As páginas da 5ª edição de nossa revista destacam os projetos de duplicação da BR 469 e da nova pista do aeroporto e a inauguração de duas novas agências do Sicoob, cooperativa de crédito que é uma grande parceira dos associados da ACIFI. No mês de seu cinquentenário e durante o período em que passa pela maior reforma em sua estrutura, a Ponte da Amizade é o tema da reportagem de capa da Revista ACIFI. No dia 27 de março a Ponte Internacional da Amizade completa meio século. São 50 anos de uma história repleta de fatos e acontecimentos que marcaram profundamente a trajetória do desenvolvimento do Oeste. Ela representa o principal elo econômico, social e cultural do Brasil com o Paraguai, unindo dois povos irmãos que convivem em harmonia e prosperam juntos. É claro que nem tudo são flores nas relações fronteiriças e que, em alguns casos, conflitos e diferenças são inevitáveis. Porém, mesmo nos momentos mais difíceis e com toda a complexidade que possa existir na maior fronteira do país, a Ponte da Amizade segue protagonizando a história de nossa região.
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Conheça a ACIFI
A força do Comercial
Carol Pereira, Tatiana Tocolini, Márcia Thomaz e César Ferreira formam a equipe do Departamento Comercial da ACIFI: estratégia comercial baseada na oferta de produtos e serviços que garantem mais benefícios às empresas associadas
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tenta à abertura de novas empresas em Foz do Iguaçu, a ACIFI procura incrementar o seu portfólio de serviços, visando a atender de forma mais efetiva e eficiente o empreendedor em suas necessidades. Para acompanhar a evolução do ambiente econômico e empresarial, a associação adotou uma forte estratégia de atração de novos associados e estruturou seu Departamento Comercial com equipe jovem e alinhada ao planejamento da entidade. Por trás da adesão de novos associados estão César Ferreira, gerente de Produtos e Serviços da ACIFI; Carol Pereira, vendedora interna; Márcia Thomaz, vendedora externa; e Tatiana Tocolini, responsável pelo pós-vendas. Todos, independentemente de suas funções, são a ponte entre as empresas e a instituição.
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Para as que já são associadas, o atendimento é voltado a apresentar as novidades; esclarecer dúvidas, como a emissão de nota fiscal eletrônica e o sistema do Serviço de Proteção ao Crédito; e ajustar o pacote quando necessário para manter o associado satisfeito. Já para aquelas recém-abertas ou que ainda pouco sabem a respeito da associação, o setor tem como regra conhecer cada empresa e, ao identificar o seu perfil, oferecer o que ela precisa. “Oferecemos os serviços disponíveis na ACIFI de acordo com o foco de cada empresa”, explica César. Com mensalidades acessíveis – a partir de R$ 15 para microempreendedor individual (MEI) até R$ 120 para grandes empresas – os associados podem utilizar um pacote de produtos e serviços que contribui para a segurança de suas vendas e gestão de suas empresas.
A filiação à ACIFI também garante acesso a parcerias estratégicas com empresas, como o Nutricard, Itamed e a cooperativa de crédito Sicoob, e aos convênios com diversos associados. César garante que o associado só tem benefícios. “Temos como regra oferecer condições especiais e que melhorem o desempenho e gerem economia às empresas”, frisa.
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O aumento do quadro de associados possibilita que a ACIFI possa prestar mais e melhores serviços, diversificando também seu calendário de eventos e seu portfólio de serviços e convênios.”
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Sicoob
Foto: Jean Pavão
Sicoob expande pontos de atendimento em Foz do Iguaçu “O Sicoob Três Fronteiras é motivo de orgulho não apenas para vocês, mas para todos nós do Paraná, pois ele serve de referência e de inspiração”, afirmou o presidente do Sicoob Central Unicoob, Jefferson Nogaroli, enquanto parabenizava a equipe do Sicoob Três Fronteiras na cerimônia de reinauguração do ponto de atendimento da agência pioneira em Foz do Iguaçu. O evento, no início de fevereiro, reuniu cooperados, colaboradores, conselheiros e pioneiros que criaram a instituição. Também marcaram presença o diretor-presidente do Sicoob Central Unicoob, Marino Delgado; o presidente da ACIFI, João Batista de Oliveira; o presidente do Iguassu Convention & Visitors Bureau, Fernando Martin; representantes da Sancor Seguros e de entidades locais como Sindhotéis, Codefoz e Sescap/PR. Segundo a presidente do Sicoob Três Fronteiras, Manuele Fritzen, “o triângulo invertido que aparece em vários locais dentro da agência representa que quem está no topo são os nossos cooperados. Com esta agência conseguimos representar
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o respeito que temos com cada cooperado, já que eles são a razão de existir dessa cooperativa”. Além do atendimento diferenciado, baseado nos valores da ética, respeito e transparência, o local conta com um espaço kids, voltado às crianças. Outra novidade na agência será a instalação de um totem para avaliar a satisfação dos cooperados em relação ao atendimento, produtos e serviços. Uma semana após a reinauguração, a cidade foi contemplada com um novo ponto de atendimento na Avenida República Argentina, próximo à Praça da Bíblia. A inauguração marcou a sequência da expansão do Sicoob na cidade e na região. O Sicoob é o maior sistema cooperativo de crédito do Brasil, com mais de 2,7 milhões de associados, mais de 2.240 pontos de atendimento espalhados em 25 estados brasileiros e no Distrito Federal. Na Região Oeste, o Sicoob possui hoje oito pontos de atendimento, sendo três em Foz do Iguaçu, um em Santa Terezinha, São Miguel do Iguaçu, Medianeira, Matelândia e Missal.
Sicoob passa a ter sua própria maquineta de cartão de crédito Equipamento não tem taxa de adesão, e mensalidade fixa é mais baixa em relação à de outras máquinas disponíveis no mercado
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ntre as novidades que o Sicoob oferece aos seus cooperados está a nova adquirente para soluções de domicílio bancário, a maquineta de cartões Sipag (Soluções Integradas de Pagamento). Com essa máquina, que atualmente aceita cartões com as bandeiras Visa, Mastercard e Cabal, o cooperado também conta com vantagens como a antecipação de recebíveis, feita diretamente no equipamento. Assim, o Sicoob paga à vista as vendas a prazo realizadas em seu estabelecimento, com a maquineta cobrando uma taxa de antecipação muito baixa se comparada à praticada no mercado. A máquina não tem taxa de adesão nem custo mensal de pacotes de atendimento, disponibiliza extrato uma vez por semana via e-mail e remuneração indireta por meio das sobras da cooperativa, incluindo um relacionamento estreito e soluções rápidas com o uso da tecnologia oferecida. A previsão é que, em junho de 2015, o cooperado que adquirir o equipamento também tenha acesso ao Portal do Lojista, no qual haverá informações importantes sobre a máquina e seu funcionamento.
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Por dentro da lei
Marcelo de Brito Almeida, advogado,especialista em Direito Civil e Direito Processual Civil
Os meus,
os seus e os nossos U ma pergunta frequente de um empresário que possui determinada dívida com uma empresa e esta não vem a honrar de nenhuma maneira o compromisso assumido é: “Posso cobrar o sócio extrajudicialmente ou já acioná-lo judicialmente”? A resposta é negativa pelo fato de que, em linhas gerais, a pessoa jurídica, ao ser criada, possui, automaticamente, personalidade jurídica própria.
Outro questionamento é: “Se o devedor não possui mais nada em seu nome (empresa), e a pessoa física possui inúmeros bens, o sócio está livre”? A resposta é favorável ao empresário. O sócio, em nosso entendimento, responderá caso não tenha condição econômica favorável em sua empresa (pessoa jurídica), mas esteja solvente como pessoa física. É bem verdade que determinados requisitos devem restar caracterizados, entre os quais a total inexistência de bens na pessoa jurídica e a solvência da pessoa física, mas em regra tem-se aceito a desconsideração nesse caso, e o empresário passa a ter possibilidade de cobrar os sócios.
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A desconsideração da personalidade jurídica da empresa se dará sempre depois de comprovada documentalmente a situação de impossibilidade de honrar o pagamento”
A fundamentação básica está no artigo 50 do Código Civil, que diz: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica”. É preciso alertar ao empresário que a desconsideração da personalidade jurídica da empresa se dará sempre depois de comprovada documentalmente a situação de impossibilidade de honrar o pagamento, isto é, a inexistência de bens e ausência de atividade comercial, e em processo judicial. Ou seja, primeiro se faz o trâmite normal em face da pessoa jurídica e posteriormente, dentro do mesmo processo, tenta-se incluir os sócios daquela empresa como devedores solidários. Extrajudicialmente, baseado em um documento hábil a cobrar a empresa como cheques ou duplicatas, não há como acionar imediatamente os sócios. E, finalizando, a última pergunta que recebemos: “Em outras dívidas, uma vez já comprovada a fraude/desconsideração, posso cobrar direto o sócio”? Nesse caso, a resposta é negativa, pois sendo a ação judicial para cobrar qualquer título que não foi pago, para cada processo deve haver a tramitação normal somente em face da empresa, e somente após esta não honrar o pagamento é que deve ser requerida ao juiz a responsabilização dos sócios. A regra não é imediata para todos os casos em que a empresa vier a responder, e cada processo deve ter seu trâmite próprio, até porque podem ocorrer mudanças na situação da empresa no decorrer do tempo.
ITAC
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ITAC – Instituto Tecnológico de Avaliação e Certificação da Conformidade
Gestão a Saúde Gestão da Saúde e Segurança Segurança Ocupacional Ocupacional Gestão da Gestão Ambiental Ambiental
Gestão da Qualidade Certificação de Produtos
Treinamentos
O ITAC é um organismo de certificação de produtos e sistemas de gestão, acreditado pela Coordenação Geral de Acreditação do INMETRO. O ITAC É ACREDITO PELA CGCRE / INMETRO
NBR ISO 9001 NBR ISO 14001 PBQP-h (SiAC:2012) OHSAS 18001
Brinquedos Eletrodomésticos Condutores Elétricos Plugues e Tomadas Interruptores Adaptadores
www.itacbr.com - (41) 3243-0040 Av.República Argentina, n° 452, conjunto 102 - Curitiba/PR
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Turismo
Projetos de duplicação da BR-469 e da nova pista do aeroporto entram na fase final O projeto da rodovia depende de licença ambiental do IAP para ser encaminhado ao DNIT; para o novo piso do aeródromo, Fundo Iguaçu prepara o EIA/RIMA
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ois projetos do Fundo Iguaçu, fundamentais para o desenvolvimento e o futuro de Foz do Iguaçu, entram na fase final: a duplicação da BR-469, que agora depende de emissão da licença ambiental prévia, conferida pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), e o projeto da nova pista do aeroporto internacional, que depende de um Relatório de Impacto ao Meio Ambiente e de desapropriações. As duas obras já contam com recursos garantidos do governo federal. A duplicação da BR-469 está incluída no Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), enquanto a nova pista de embarque e desembarque do aeroporto faz parte dos investimentos previstos no PAC da Aviação Regional.
Duplicação da rodovia “Nós só estamos aguardando a emissão da licença ambiental prévia para que possamos marcar a data de entrega e doação do projeto de duplicação da BR-469 ao Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT) e
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ao Ministério dos Transportes”, diz o presidente do Fundo Iguaçu, Gilmar Piolla. Em relação à nova pista de pouso e decolagem do aeroporto, Piolla conta que os projetos básicos e executivos já foram entregues à Infraero, que está efetuando uma revisão técnica. O Fundo Iguaçu deu início agora ao EIA/ RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto ao Meio Ambiente), enquanto, paralelamente, a Prefeitura de Foz do Iguaçu coordena o processo de desapropriação das áreas, que terão recursos do PAC.
sobre o Rio Tamanduá. Será construído um viaduto no acesso ao aeroporto, uma rotatória nas proximidades da entrada do Parque Nacional do Iguaçu e duas trincheiras em frente aos hotéis Panorama e Wish Resort Golf Convention.
Duplicação e melhorias Para a BR-469, o projeto desenvolvido pelo Fundo Iguaçu prevê a duplicação do trecho de 8,8 km entre o trevo de acesso à Argentina e os portões do Parque Nacional do Iguaçu. O alargamento será feito para os dois lados, o que permitirá aproveitar a faixa de domínio do DNIT, evitando custos de desapropriação e, ainda, reduzindo o impacto ambiental. As obras incluem a construção de avenidas marginais em boa parte do trecho, interseções diversas e implantação de ciclovias de mão única, uma em cada lado da rodovia – cada ciclovia terá três metros de largura, permitindo também o uso por pedestres. Haverá, ainda, passarelas de pedestres nos trechos mais movimentados. As obras contemplam cinco retornos em nível com faixas extras de desaceleração e aceleração – tipo “espera zero” – e uma nova ponte
Nova pista do aeroporto Pelos projetos do Fundo Iguaçu, a nova pista do aeroporto, paralela à atual, terá três mil metros de extensão por 60 metros de largura, permitindo que o terminal receba aeronaves de grande porte. A ideia é transformá-lo em “hub” do Mercosul, recebendo voos diretos, sem escala, para Estados Unidos, Europa e Caribe. “Queremos ser a porta de entrada e saída do Brasil pela Costa Oeste”, afirma Piolla. Pelo Acordo de Cooperação Técnica com a Infraero, o Fundo Iguaçu ficou responsável pelos estudos técnicos, levantamentos topográficos, sondagens, projetos básicos e executivos para a construção da nova pista. E, ainda, a elaboração do EIA/RIMA. As obras já contam com recursos previstos no PAC dos Aeroportos Regionais, segundo Ênio Eidt, secretário-geral do Fundo Iguaçu.
Outros projetos importantes do Fundo Iguaçu O Núcleo de Projetos (Profoz), mantido com apoio do Fundo Iguaçu e da Secretaria Municipal de Turismo, também é responsável por outros projetos para o município. Um deles está em pleno desenvolvimento – a revitalização da Ponte da Amizade, executada pelo DNIT –, enquanto outros estão bem encaminhados.
O Fundo Iguaçu também está concluindo o projeto de revitalização da cabeceira da Ponte da Amizade, que será entregue à Receita Federal, e de revitalização da Avenida das Cataratas, entre o Boicy e o trevo de acesso à Argentina, completando – junto com a duplicação da BR-469 – o principal corredor turístico de Foz do Iguaçu.
É o caso do projeto de concessão à iniciativa privada de toda a área do Marco das Três Fronteiras. Preparado pelo Fundo Iguaçu, o projeto já despertou o interesse de vários grupos empresariais. O vencedor será conhecido em março. O projeto cria novos atrativos na região, hoje praticamente abandonada, incluindo o Espaço das Américas. O Fundo Iguaçu também vai desenvolver os projetos do viaduto da Avenida Costa e Silva sobre a BR-277. Já foram feitas a sondagem e a topografia e “um pré-estudo conceitual de como será a obra”, segundo Piolla. O Fundo Iguaçu está “alinhando com a prefeitura, o DER, a concessionária do trecho e a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística”, mas a intenção é concluir os projetos até a metade deste ano.
Praça da Bíblia
Praças e outros O Fundo Iguaçu negocia com o Governo do Estado recursos para desenvolver os projetos de revitalização das praças Bíblia, Nações (Mitre), Paz e Getúlio Vargas, entregues no ano passado para a prefeitura. De acordo com Piolla, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano já se comprometeu com a execução das obras.
Praça das Nações (Mitre)
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Opinião
Uma possível virada O
Guido Bresolin Junior
início de 2015 traz as previsões mais pessimistas dos últimos anos para a economia nacional. Se a grande maioria dos brasileiros já sente os primeiros sinais de um período de turbulências, com o setor produtivo a situação não é diferente. Este é um momento de modificação de parâmetros – seja para o empresário ou para a pessoa física , de revisão de orçamentos e de realização de ações que gerem maior sustentabilidade financeira.
A retração da economia é demonstrada com a queda da produção industrial e da balança comercial, que teve o pior desempenho em 16 anos, consequentes demissões em massa, previsão de crescimento zero ou até mesmo negativo da economia e forte alta da inflação. Neste momento em que se apertam os cintos, governos federal e estadual enxugam seus orçamentos na expectativa de promover uma melhoria nos caixas públicos, mesmo que em baixa escala.
Mas, novamente, a população e o empresariado terão de arcar com a maior parte dos custos. O aumento da tributação vindo em pacotes antes inimagináveis, a alta do dólar, entre outros aspectos, já assombram mesmo em um ano no qual já não se esperava uma grande calmaria. No caso do setor produtivo, o problema é ainda maior: em contrapartida à alta tributação proposta, continuamos convivendo com problemas históricos de infraestrutura nos nossos portos, aeroportos e estradas que cortam o Paraná, mesmo com um dos pedágios mais caros do mundo. Além de tudo, para 2015 ainda somam-se 12 feriados nacionais, que desaceleram o crescimento da indústria e principalmente do comércio.
Não é difícil identificar-se com a descrição acima, porém falta descobrir a fórmula para uma saída que seja saudável para todos os setores e coloque o Brasil em destaque no cenário Guido Bresolin Junior é empresário e presidente da Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná)
mundial. Alguns economistas apostam em uma possível virada no segundo semestre para que 2016 seja um ano de bons frutos, mas não é visível a apresentação de um plano de governo que vise a diminuir as diferenças e auxilie o dia a dia do empresariado. Vemos a necessidade de um choque de gestão e competitividade, uma força-tarefa que não se limite à equação entre aumento de receitas via tributação e diminuição de despesas. O gestor público precisa ser um solucionador das demandas de nossa população, não um causador de entraves. O ideal seria buscar a produtividade com redução de custos, tornando as empresas mais eficientes melhorando seus processos. Ações como oferta de crédito consciente e diminuição do Custo Brasil a partir de medidas que tragam mais eficiência no processo são alguns dos pontos cruciais para a retomada do crescimento da economia. O setor produtivo precisa unir-se paralelamente, especialmente as Associações Comerciais e Empresariais, cobrando junto ao governo federal e estadual e aos deputados e senadores eleitos com o fim de buscar mais eficiência e melhorias para o Paraná, para ajudarmos a fazer as mudanças necessárias e, assim, passarmos por este período de uma maneira mais tranquila. Do que necessitamos, principalmente, é sincronizar as demandas e nos unirmos, como já ocorreu tão positivamente em outros momentos da história do Brasil.
Guido Bresolin Junior é empresário e presidente da Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná)
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Ivone Barofaldi Calce Pague, associada ACIFI desde 22/1/1985
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“Gosto mesmo é de vender e atender pessoas” No mês dedicado às mulheres, a Revista ACIFI conta a trajetória de uma de suas associadas mais antigas: a Calce Pague, loja comandada pela empresária Ivone Barofaldi e sua família
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lguém diria que a empresária Ivone Barofaldi já trabalhou em cartório e na área contábil? Isso foi antes dela e do marido Adálbio receberem a proposta de abrir a loja de calçados em Foz do Iguaçu. De 34 anos para cá, virou dona da Calce Pague e passou a fazer o que mais gosta na vida: vender. “Do que eu gosto mesmo é de vender, eu amo atender pessoas”, confessa. Com a empresa, o casal deixou Cascavel e aos poucos comprou as outras cotas da sociedade. Juntos, Adálbio e Ivone transformaram o negócio em uma empresa familiar e que hoje também
conta com o trabalho de dois dos três filhos. Ricardo é o diretor-financeiro e Nádia é a responsável pelo atendimento às lojas e aos colaboradores, tarefa exercida anos a fio pela mãe. Como vice-prefeita, atualmente Ivone não consegue manter o ritmo de visitas, mas faz questão de acompanhar o administrativo, nem que seja à distância. Do mesmo jeito que coleciona clientes fiéis vindos de todos os cantos da cidade atrás de chinelos, tênis, sapatilhas, sandálias e sapatos de festa, a loja também conta com vendedoras experientes e que vestem o uniforme da empresa há mais de 30 anos. “Atender
pessoas é aprender todo dia e é por isso que eu acredito que vender é uma arte, assim como comprar, senão o estoque não gira e a mercadoria fica parada”, diz a empresária. Ela atribui boa parte da formação de sua equipe de vendas aos cursos oferecidos pela ACIFI. Outra vantagem de ser associado, apontada por Ivone, é o Serviço de Proteção ao Crédito. “No início perdia dinheiro e levava calote, mas felizmente a gente conseguiu se livrar de muitos problemas por utilizar o SPC”, recorda.
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Negócios
Novos hábitos saudáveis e restrições alimentares rendem bons negócios Mercado está em alta e tende a crescer ainda mais
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constante busca por uma alimentação mais equilibrada e saudável tem impulsionado o mercado de negócios e franquias. Uma pesquisa nacional, feita pela FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) com o IBOPE, mostrou que quase 70% dos brasileiros estão acostumados a ler rótulos de alimentos e 32% fazem escolhas com base nos nutrientes que vão ingerir. Hoje, muitos consumidores desejam manter uma alimentação saudável mesmo fora de casa. De olho nos consumidores preocupados em ter uma dieta mais equilibrada e com foco na saúde, franquias especializadas no comércio de produtos naturais estão em alta e só tendem a crescer. Quando soube da pesquisa, a empresária Valdete Rafagnin ficou ainda mais otimista por ter escolhido investir na franquia da rede ProSaúde. A loja de produtos naturais, orgânicos e alimentos funcionais, na Av. Brasil, perto do 34º Batalhão do Exército, foi inaugurada há seis meses, na mesma época em que ela descobriu sua intolerância ao glúten, proteína presente na composição de diversos produtos industrializados como biscoitos, torradas, pães, bolos, massas, salgadinhos e até mesmo na cerveja e no sorvete. Foi aí que passou a substituir os alimentos.
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“Os celíacos têm dificuldade em driblar as comidas convencionais, por isso lojas especializadas em itens para quem tem restrições alimentares são importantes aliadas no tratamento”, conta.
Sebrae/PR e investe em parcerias. “O foco são as academias, para que possamos fornecer produtos da marca e suplementos alimentares aos atletas”, destaca.
O modelo de negócio da ProSaúde nasceu em Marechal Cândido Rondon e já está espalhado em franquias pelo Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. A loja oferece um cardápio variado de pães, bolos, salgados e tortas integrais, diet, sem glúten e sem lactose.
Valdete não é a única que está de olho no segmento de produtos naturais e alimentação saudável. Esse setor do varejo apresenta alta e tem boas perspectivas porque possui uma forte característica de atender às necessidades básicas da população, que tem adquirido novos hábitos nos últimos anos.
Animada com os resultados, a franqueada já buscou auxílio do
Com a franquia da ProSaúde, Valdete Rafagnin uniu a necessidade pessoal à oportunidade de investir em um novo negócio com o marido, Edir
Com mais de 6,8 mil itens, a Pomare não é mais a mesma
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e produtos e ingredientes para ajudar as pessoas a ter uma alimentação mais saudável e equilibrada a Pomare Empório está cheia. Pela última contagem, a loja tem mais de 6.800 itens para atender à crescente clientela. O estabelecimento começou pequeno e foi crescendo aos poucos. Há 13 anos, o mix era composto por hortifrútis, chás e temperos, mas novidades foram sempre bem-vindas por lá, e as prateleiras e gôndolas reservam boas surpresas para quem gosta de aventurar-se por novos sabores e experiências gastronômicas. Os produtos a granel possibilitam que os clientes levem uma pequena quantidade e não desembolsem um valor alto, com isso não faltam consumidores. Do Espaço Gourmet também saem quiches, sucos desintoxicantes, bolos feitos com receitas balanceadas e funcionais, e saladas de frutas fresquinhas. Os produtos sem glúten e sem lactose ocupam uma seção exclusiva. Há também os orgânicos. A oferta se justifica pela preferência por alimentos orgânicos que vem crescendo junto com a preocupação com qualidade de vida.
A Pomare funciona sob a direção da empresária Micheli Cerutti: “Colaboradores e clientes são fortes aliados no sucesso do negócio”
De vez em quando, a equipe sai da cozinha e tira os aventais de atendimento para aventurar-se no Projeto Expedição de Sabores. Os colaboradores já conheceram o Mercado Municipal de São Paulo e a boa comida servida na vizinha Puerto Iguazú, na Argentina. A combinação de viagens com treinamentos e cursos de qualificação é uma das estratégias da empresária Micheli Cerutti. “Experiências assim despertam o interesse e motivam o
Pronapi também oferece produtos especiais
pessoal a se envolver ainda mais com a marca e a proposta do negócio”, conta. Na outra ponta está a busca por novos itens e fornecedores para as três linhas – hortifrútis, cereais e Espaço Gourmet – que formam o contexto da loja. Ela atribui o sucesso à amizade dos clientes. “Eles sugerem e dão ideias, e é esse ótimo relacionamento que fez da empresa o que ela é, tanto em variedade quanto o estilo da loja. Se não fossem eles, não seria a Pomare”, ressalta.
A Pronapi foi uma das pioneiras no ramo em Foz do Iguaçu. No seu 30º ano de atividade, a loja, situada na Travessa Júlio Pasa, tem produtos integrais, ervas medicinais, suplementos vitamínicos e nutrição esportiva, medicamentos fitoterápicos e alimentos especiais e funcionais – produzidos especificamente para quem possui alguma restrição alimentar, como intolerância ao glúten ou à lactose.
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Negócios
Quando o glúten e a lactose estão fora do menu Lactose Embora o nosso organismo seja geneticamente programado para desmamar, o homem é o único mamífero que continua a consumir leite depois de adulto. É natural que o organismo perca, com o passar dos anos, a capacidade de digerir a lactose. Essa é uma das explicações do alto índice de pessoas lactointolerantes. A intolerância à lactose é uma rejeição do organismo ao açúcar do leite, causada pela falta da enzima lactase, que é produzida no intestino delgado e existe para decompor o açúcar presente no leite. Sem ela, a digestão torna-se difícil, e a lactose acaba sendo fermentada pelas bactérias do intestino. Quem precisa excluir o leite e seus derivados do cardápio diário pode repor a proteína do leite consumindo carnes em geral. Já o cálcio pode ser reposto com o consumo de atum, sardinha, laranja e vegetais verde-escuros; e as vitaminas A, B2, B12 e D, com oleaginosas e sementes. Vale lembrar que existem os leites de arroz e de soja, que também podem ser boas fontes de cálcio e não têm lactose.
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Glúten Esse é o nome que recebe a proteína do trigo. E se você for intolerante ao glúten, esqueça as massas tradicionais. Em geral, o glúten é presença garantida na aveia, no trigo, no centeio e na cevada. Quem tem algum grau de intolerância ao glúten deve ingerir alimentos preparados com farinha de arroz e tubérculos em geral, como mandioca e batata. No caso dos celíacos, que apresentam uma intolerância permanente e extrema que afeta o intestino, a dieta deve ser seguida à risca e é imprescindível o acompanhamento médico e nutricional. Estudos internacionais apontam que 1% da população mundial tem doença celíaca, que exige retirar o glúten da dieta alimentar. No Brasil, a doença afeta mais de dois milhões de pessoas.
Serviço: Pomare Empório – (45) 3025-1201 Pronapi – (45) 3028-4006 ProSaúde – (45) 3029-9894
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Gestão de Pessoas
Uma reflexão sobre liderança Elizangela de Paula Kuhn
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iderança é hoje um dos temas mais debatidos no meio empresarial, político e social, e isso é bom, mas, antes de nos debruçarmos em manuais do certo e errado em liderança, é preciso refletir sobre o que é ser líder e o seu verdadeiro papel no mundo atual. Você é um líder? Lidera uma equipe em uma organização, um grupo de amigos, lidera na escola, na igreja, na sua casa? Exerce a liderança de alguma forma? Todos nós, em algum momento, somos líderes, exercemos esse papel. E agora reflita e, com sinceridade, responda: você gostaria de ser liderado por você? Por quê? O líder consciente de seu papel fica inquieto com esse questionamento, afinal liderar nos tempos atuais não é tarefa das mais fáceis, pois o mundo é complexo e as pessoas são diferentes. Um líder precisa pensar maior, resolver problemas de forma diferente, ver “fora da caixa”, crescer com o coração e não somente com a cabeça, e especialmente um líder precisa desenvolver propósitos e desafiar as pessoas a ser cada vez melhores. Desenvolver e compartilhar propósitos é criar uma visão clara com sua equipe de aonde se pretende ir, de quais são os motivos e valores que movem as ações, para que e por quê. Ouvi da amável Dr.ª Ruth Zaplin, na American University, um exemplo sobre visão clara e desenvolvimento de propósitos que jamais esqueci: “Se deseja construir um barco, precisa despertar em quem constrói com você não a visão de fazer
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o melhor e mais belo barco, mas o desejo de desbravar o mar”. O bom líder entende que seu papel é inspirar.
“
Um líder precisa pensar maior, resolver problemas de forma diferente, ver ‘fora da caixa’”
O líder precisa desenvolver liderança em cada fase da organização. Quando alguém melhora, sua equipe melhora, sua organização melhora, sua cidade, estado, país e o mundo melhoram. Um grande líder pode fazer com que as pessoas deem sua energia, e isso é muito mais do que fazer o que está sendo mandado. Vários doutrinadores já avalizam que as habilidades necessárias a um bom
líder podem ser treinadas e aprendidas, desmitificando a tese de que para ser líder é preciso ter dom, talento ou genética, assim como desenvolver a inteligência emocional e a social. Isso implica ter autoconsciência, consciência social e em gestão de relacionamentos. A primeira grande regra é ser o modelo do comportamento que você procura nos outros, além disso ser comprometido, despertar o debate sobre ideias e procurar os conflitos saudáveis, o que implica provocar que as pessoas enxerguem as situações diferentemente da posição de que sempre olham. Um líder deve compartilhar seus valores, ser autêntico, positivo, confiável e ouvir sempre, mas ouvir atentamente, preocupando-se com o que as pessoas realmente sentem e pensam. E, sempre, um líder deve acreditar que atingir o propósito é possível. E agora, ficou mais fácil responder se gostaria de ser liderado por você?
Elizangela de Paula Kuhn, contadora, advogada, especialista em Recursos Humanos, Direito e Proc. do Trabalho e em Dinâmica dos Grupos pela SBDG, vice-presidente de desenvolvimento profissional do CRCPR, ex-presidente da ACIFI.
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Ponte da Amizade
50 anos
de uma vida bem intensa
Relações de Brasil e Paraguai nunca mais foram as mesmas após obra inaugurada em 1965; Foz do Iguaçu e Ciudad del Este buscam ampliar integração socioeconômica, em meio à revitalização, de olho no turismo Texto: Alexandre Palmar
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rincipal símbolo da fronteira, a Ponte da Amizade completa 50 anos em 27 de março e busca fortalecer os laços entre Brasil e Paraguai. Inaugurada em 1965, a estrutura de ligação dos países passa por uma revitalização completa com o objetivo de reforçar suas raízes e corrigir desvios do passado para alcançar novos horizontes. Pelo andar da carruagem, a cinquentona tem tudo para sair-se bem de corpo e alma. Documentos históricos mostram que os sonhos dos antigos moradores continuam atuais. Um registro atemporal é o vídeo da Agência Nacional disponível no YouTube. Com ufanismo típico da época, o locutor apresenta a “estupenda obra de arte”, recém-inaugurada, como um “verdadeiro monumento, que é um marco novo ao unir duas nações vizinhas e a inspirar a consolidação da amizade entre os povos latino-americanos”. Muita água já passou debaixo daquele imenso vão livre. Hoje a maior obra da região antes da Itaipu Binacional é a representação mais simbólica das oscilações de nossa história. Os rótulos variam conforme a maré. Em tempos de alegria, é sinônimo de integração dos povos da fronteira e cartão-postal de um dos maiores centros comerciais do planeta. Se o caldo entorna, logo sua imagem é manchada com a chancela de ser rota do contrabando, descaminho e tráfico. Se surge um protesto midiático, então é fechamento na certa. La Puente de la Amistad deve conviver com essas contradições, digamos, por mais um tempo. Ninguém é louco de dizer que consegue colocar ordem na casa da noite para o dia. Estamos na fronteira mais movimentada do Brasil, com expressivo fluxo de turistas e compristas, além de intenso comércio de exportação e importação. Sem falar que num raio de 50 quilômetros vivem um milhão de pessoas no Brasil, Paraguai e Argentina. O caminho é dialogar e respeitar o vizinho. É isso que brasileiros e paraguaios representantes de órgãos públicos e privados têm procurado fazer. Seja em Foz do Iguaçu, seja em Ciudad del Este, diferentes setores da sociedade estão falando a mesma língua. Temos tentado viver no mesmo fuso horário o ano inteiro. É óbvio que nem todos comungam desse momento: as críticas à reforma da ponte estão aí para mostrar que é impossível agradar a todos. O certo é que as transformações começam a dar resultado, como veremos nesta reportagem, feita sem a pretensão de ser uma radiografia. Longe de esconder as marcas do passado e do presente, queremos aqui expor um ponto de vista. Queremos valorizar a história, as conquistas e os esforços atuais para construir um futuro melhor para todos. Sobretudo destacar a importância do Paraguai para o desenvolvimento socioeconômico de Foz do Iguaçu. É desse ângulo que iniciamos este especial. Mas a vida, a vida, a vida, a vida só é possível reinventada. Reinvenção, Cecília Meireles
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Integração
O amigo mora ao lado Paraguaios consomem e investem em Foz do Iguaçu, fortalecendo o intercâmbio comercial entre as duas comunidades
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cenário atual é desafiador. Enquanto Foz do Iguaçu, Ciudad del Este e Puerto Iguazú apostam no turismo para a injeção de dinheiro de fora em suas economias, os moradores experimentam uma nova fase de intercâmbio sem fronteiras. Parece que se redescobriram, tal como na letra de Gonzaguinha. É um redescobrir o gosto e o sabor da festa, dar um novo significado para “o suor da vida no calor de irmãos”. Essa relação ocorre de forma intensa entre as cidades brasileira e paraguaia. Atualmente milhares de pessoas têm cruzado a Ponte da Amizade para gastar aqui, em setores como comércio, alimentação, lazer e saúde. São empresários e trabalhadores paraguaios que ganham seu dinheiro no país vizinho e investem e consomem na economia
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iguaçuense. A circulação do dinheiro inclui os próprios brasileiros, além de outros estrangeiros como árabes e asiáticos. O setor de alimentação, por exemplo, há anos é impulsionado pelos paraguaios. Nos supermercados perto da Ponte da Amizade, os moradores do Paraguai representam, em média, de 5% a 10% dos clientes. Tanto que alguns estabelecimentos mantêm em suas prateleiras produtos especialmente voltados para os consumidores paraguaios. Esse volume pode melhorar dependendo das variações cambiais que afetam o poder de compra e venda entre o real, dólar, guarani e peso. Movimentada – A circulação da moeda tem origem no movimento sobre a pista.
Somente no sentido Brasil-Paraguai passam pela Ponte da Amizade 22,5 mil veículos por dia, entre automóveis, motos, táxis, vans, ônibus e caminhões. No sentido inverso, o número é bem semelhante. O monitoramento revela ainda um fluxo diário de 7,4 mil pedestres no sentido Foz-CDE e três mil no sentido contrário. Os dados são da pesquisa desenvolvida pelo Centro Universitário Dinâmica das Cataratas em junho do ano passado. O estudo anual é feito desde 2011 com o objetivo de fornecer dados confiáveis acerca do fluxo de veículos e pessoas, sob a coordenação do professor doutorando Fábio Hauagge do Prado e colaboração de docentes e discentes do Grupo UDC, com apoio de órgãos de segurança e aduaneiros.
Imóveis – O mercado imobiliário vive o bom momento de injeção de “dinheiro estrangeiro” em condomínios fechados e edifícios de alto padrão. O inverso também ocorre. Dezenas de brasileiros venderam seus imóveis em Foz para ir morar no Paraná Country Club, em Hernandárias, entre outros novos
condomínios fechados. “A facilidade de acesso pela Ponte da Amizade é muito importante”, explica Jilson José Pereira, vice-presidente do Secovi Paraná – Regional Cataratas. Mas não é só o brasileiro com negócio e emprego no Paraguai que investe aqui. O
paraguaio também aposta no mercado imobiliário iguaçuense, inclusive na construção de prédios para fins comerciais e residenciais. “A importância da ligação da fronteira é fantástica, principalmente para as relações comerciais”, destaca o representante do Sindicato da Habitação e Condomínios.
Shopping – A força dos consumidores paraguaios pode ser analisada no movimento do Cataratas JL Shopping. Das 400 mil visitas mensais recebidas pelo empreendimento, 80 mil são de paraguaios – ou seja, 20% do total. O superintendente do shopping, Lindenor Cavalheiro, revela que o cliente vindo do Paraguai é o segundo maior da casa, atrás apenas dos iguaçuenses. Basta ver as placas dos veículos no estacionamento para perceber a presença bem-vinda. A procura maior é por alimentação e lazer (cinema e jogos), bem como por bens duráveis. “É um público extremamente importante para nós, tanto que adaptamos toda nossa comunicação visual de orientação interna para três idiomas (português, espanhol e inglês)”, conta Cavalheiro. Outro medidor da clientela fiel ocorre em feriados paraguaios. “Nesses dias é certo que nosso movimento aumenta bastante”, completa. Lindenor Cavalheiro: 20% dos clientes do shopping são paraguaios
Único – Para a empresária paraguaia Natalia Ramírez Chan, os moradores da região têm um convívio singular, impulsionado pela Ponte da Amizade, argumenta. Em sua opinião, viver em Ciudad del Este e em Foz é como morar em só um lugar. “Nós podemos trabalhar durante o dia no comércio paraguaio, cruzamos a ponte e estamos num restaurante, num cinema ou supermercado brasileiro. Por outro lado, os moradores de Foz do Iguaçu trabalham, passeiam, tocam seus negócios no Paraguai”, afirma. Natalia lembra que quando algo está difícil no Brasil, no Paraguai está mais fácil. E vice-versa. As duas economias almejam sempre o equilíbrio. “Nós não sentimos a desaceleração econômica dos nossos países tão facilmente como ocorre em outras cidades do mundo. Aqui uma cidade mantém a outra de alguma maneira, fazendo que a região funcione. É algo maravilhoso, por isso há tanta gente aqui de outros países”, conclui.
Natalia Chan: uma cidade mantém a outra de alguma maneira
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Integração
Ceasa é símbolo das relações comerciais
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Ceasa é um reduto antigo de paraguaios que sempre mexem com a gente. Diariamente, centenas de pequenos comerciantes cruzam a fronteira para comprar hortifrutigranjeiros dos brasileiros e revender principalmente em Ciudad del Este, Puerto Franco, Hernandárias e Mingua Guazú. Os produtos, que chegavam a encher até 30 carretas por dia, hoje são transportados em pequenos veículos – boa parte em táxis e vans fretados só para essas viagens.
os paraguaios já chegaram a representar 90% dos compradores da central; hoje representam 30% da clientela. A unidade mantém 55 empresas atuantes em 370 boxes, que juntas comercializam seis mil toneladas por mês, algo como 230 toneladas por dia. Para Santos, o fluxo diminuiu por
causa da concorrência de revendedores informais da Vila Portes, do crescimento da produção interna no mercado paraguaio e dos entraves do Mercosul (taxas, certificados e restrições). “Independente de toda essa questão, o paraguaio sempre representou uma opção de mercado para os comerciantes”, avalia o gerente da Ceasa.
Há 30 anos no negócio, a comerciante Mariana Nuñez, 50 anos, sempre cruza a fronteira de madrugada, por volta das 5 horas, para adquirir bons produtos brasileiros, como laranja, tomate, feijão e repolho. “Criei meus sete filhos com essa fonte de renda, com muito orgulho. O dinheiro pra educação, luz, telefone e transporte vem tudo daqui”, diz a senhora paraguaia, ao lado das filhas Luz Viñales, 19, e Liz Viñales, 23. Gerente da Ceasa em Foz há 26 anos, Valdinei dos Santos conhece essas histórias de vida a fundo. Segundo ele, Mariana Nuñez (à esq.) compra produtos na Ceasa há 30 anos
As transformações Antes da Ponte da Amizade, os moradores da região mantinham uma pacata relação socioeconômica. As viagens de um lado para o outro do Rio Paraná eram feitas de barco, enquanto as transações comerciais passavam por um acanhado porto oficial. O forte da economia era a madeira, que descia pelos Rios Paraná e Iguaçu para ganhar o continente. Quando o Brasil e o Paraguai assinaram o acordo para a construção da obra, em 1956, Foz do Iguaçu tinha cerca de 15 mil habitantes. A nossa cidade irmã na época era Puerto Franco, também com um pequeno povoado. Somente no ano seguinte, o país vizinho fundou Puerto Flor de Lis, que em pouco tempo
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teve seu nome alterado para Puerto Presidente Stroessner, em homenagem ao ex-presidente paraguaio. Com a queda do ditador, em 1989, os nossos vizinhos rebatizaram novamente a sua casa. O nome mudou para Ciudad del Este, porém a essa altura as transformações já estavam bem consolidadas. Mais do que ser rota de passagem da produção paraguaia para o Porto de Paranaguá, os hermanos conquistaram o posto de terceira maior zona franca de comércio do mundo. Essa posição, entretanto, não veio da noite para o dia. Durante muito tempo, a ponte cumpriu uma função mais geopolítica e atendia
a um pequeno comércio fronteiriço. As relações se intensificariam com a construção da Itaipu Binacional. Em seguida, viriam os ciclos de exportação (auge da Vila Portes e Jardim Jupira), o comprismo (evidenciado nas figuras do muambeiro, do laranja e dos comboios), além da globalização e abertura de mercados. Hoje, as fichas estão voltadas para o turismo de compras e a integração plena dos povos. Vai o bicho homem fruto da semente Renascer da própria força, própria luz e fé Entender que tudo é nosso, sempre esteve em nós Somos a semente, ato, mente e voz Redescobrir, Gonzaguinha
Comunidades buscam desenvolvimento integrado
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oz do Iguaçu e Ciudad del Este têm renovado os esforços pela integração e trabalhado na mesma direção. Reservadas as particularidades, os dois países buscam o desenvolvimento potencializando um ao outro. Foi assim com a Ponte da Amizade. Hoje, em comum há o foco no turismo e na logística do comércio de exportação. A sinergia é latente. Uma das medidas dos governantes paraguaios foi a construção de uma aduana em Ciudad del Este. A maior parte dos recursos foi doada pelo Brasil, visando a melhorar as instalações da zona primária. Inaugurada em 2011, a estrutura permitiu aperfeiçoar o controle e fiscalização de mercadorias que saem do país vizinho rumo ao Brasil. Hoje existem ferramentas como o Codefoz e o Codeleste, conselhos de desenvolvimento econômico e social de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, respectivamente. O brasileiro já tem dois anos de criação, enquanto o paraguaio está prestes a ser formalizado. Nesse sentido, vale destacar que Puerto Iguazú caminha para o mesmo lado, com a criação de um conselho semelhante. Juntas, as três comunidades participam de um programa de desenvolvimento integrado chamado Fronteiras Cooperativas. A ação, incentivada pelo Sebrae Nacional por meio de trabalhos de internacionalização, é capitaneada pelo Sebrae no Paraná. O projeto visa ao fortalecimento das pequenas e médias empresas das três cidades, além de
buscar desenvolver projetos voltados à formação de lideranças. O Sebrae tem uma verba de R$ 250 mil por ano, durante três anos, ou seja, R$ 750 mil garantidos para o Programa Fronteiras. Na mesma linha estão os recursos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), do Focem (Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul), destaca o presidente da ACIFI, João Batista de Oliveira. “Esses são apenas dois exemplos de fontes de recursos que ajudam no crescimento da região trinacional.” O presidente da Unión Industrial Paraguaya (UIP), em Alto Paraná, Benicio Aguilera, enaltece a união nos dois lados da fronteira em prol de causas comuns. “Temos unido força em torno de objetivos únicos possíveis de serem alcançados. Atualmente, os esforços estão voltados para o aumento da cota de compras de US$ 300 para US$ 500. A redução da cota para US$ 150 está fora de cogitação. Será uma conquista para toda a região, um bem comum para todos”, comenta o paraguaio. Nesse cenário, vale analisar o papel da Itaipu Binacional como propulsora das economias locais. No Brasil, a usina compartilha os royalties apenas com as cidades vizinhas ao lago. No Paraguai, a hidrelétrica divide os royalties com todos os municípios paraguaios. Então, Ciudad del Este, em comparação a Foz, recebe menos royalties. Por isso é importante encontrar e criar outras ferramentas para o desenvolvimento integrado.
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Leste No Paraguai, o setor privado decidiu agir em benefício do principal centro de comércio do país motivado inclusive pela falta de um ministério federal específico, como o das Cidades. O equilíbrio de fatores sociais, econômicos e ambientais é a base do Plano de Desenvolvimento Sustentável do Leste, elaborado com vistas ao crescimento de Ciudad del Este. A empresária Natalia Ramírez Chan, presidente da Asociación Plan de Desarrollo del Este, explica que o Plano Diretor visa a solucionar problemas decorrentes do crescimento rápido e desorganizado da cidade. Segundo ela, as propostas são focadas no uso do solo e na adequação do sistema viário e do transporte público. A primeira parte do trabalho está concentrada no microcentro do município, que passa por revitalização. O padrão de Curitiba de coleta de lixo também é sugerido para dar destino correto ao material reciclável gerado na cidade vizinha e para colaborar na mudança do visual e na limpeza das vias públicas. Nessa linha ambiental, o projeto ainda prevê, por exemplo, a reurbanização do parque do antigo aeroporto e a revitalização de áreas degradadas. Mas o plano de desenvolvimento vai além e contempla o fomento ao turismo de negócios, por meio da construção de um centro de convenções às margens do Rio Paraná. Outro aspecto seria a implantação de opções para o período noturno, que atraíssem visitantes após o fechamento do tradicional comércio de compras.
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Reforma
Revitalização é um presente de aniversário
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aniversário da Ponte da Amizade também é marcado pela revitalização de sua estrutura física. A obra dará mais segurança e conforto à travessia de pedestres e motoristas. O objetivo é restabelecer um cartão-postal da fronteira, impulsionando o turismo de compras para o desenvolvimento socioeconômico dos municípios brasileiros, paraguaios e argentinos. Afinal as cidades formam uma região trinacional única no planeta. O consórcio CSO-Gaissler é o contratado pelo Ministério dos Transportes para tocar a obra, de R$ 10,2 milhões. O prazo para concluir o trabalho termina em outubro. O serviço inclui recapeamento do asfalto e substituição do pavimento rígido e das juntas de dilatação. Toda
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a passarela de pedestres será coberta. A ponte ganhará pintura e iluminação novas. O gradil metálico interno e externo será adequado, inibindo o contrabando de mercadorias. Essa é a primeira revitalização da Ponte da Amizade em suas cinco décadas de história. A reforma anterior aconteceu em 2002, porém foi menor em relação à atual. O projeto executivo para reforma e revitalização foi custeado pelo Fundo Iguaçu e coordenado pelo Codefoz (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu), sendo depois doado ao governo federal. Para possibilitar a troca do concreto, foi necessário interditar uma das pistas de tráfego e usar semáforos para a
passagem de veículos, a fim de garantir o controle aduaneiro, a segurança e as operações fronteiriças. Segundo o empresário Danilo Vendruscolo, do Codefoz, os órgãos públicos e privados envolvidos na revitalização da ponte reconhecem o impacto causado pela obra. Entretanto pedem a compreensão dos motoristas, pedestres e imprensa. Ele destaca os encontros regulares com representantes de órgãos públicos e privados envolvidos na revitalização da Ponte da Amizade. “A reuniões visam definir ajustes e solucionar imprevistos para agilizar o tráfego de veículos durante o período das obras. Queremos garantir a conclusão dessa necessária obra dentro do cronograma elaborado pela comunidade”, afirma Vendruscolo.
Reforma vai restabelecer cartão-postal da fronteira
Cota – A revitalização da Ponte da Amizade, entretanto, anda junto com o aumento da cota de compras de US$ 300 para US$ 500. A redução do valor anunciada pelo governo federal a partir de 1º de julho está fora de cogitação para brasileiros e paraguaios, tanto que lideranças dos dois países estão concentradas para reverter a decisão do Palácio do Planalto. “Queremos impulsionar o turismo de compras e trazer parte do público de brasileiros que vai para Miami todos os anos”, explica.
Segunda ponte – Outro sonho antigo de brasileiros e paraguaios começa a sair do papel neste ano: a construção da segunda ponte ligando os dois países. Funcionários do consórcio Construbase/Cidade/Paulitec iniciaram em fevereiro as mediações para fundamentar o projeto final. A obra será erguida no Porto Meira, no limite com Puerto Franco. O empreendimento tem valor previsto de R$ 233,3 milhões, em recursos provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Quando pronto, vai desafogar a Ponte da Amizade.
Entenda o caso – Em 21 de julho de 2014, o Ministério da Fazenda publica a polêmica Portaria 307 no Diário Oficial da União. O documento toma como base a Lei 12.723, sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 9 de dezembro de 2012 em favor dos free shops, porém prevê a redução da cota de US$ 300 para US$ 150 nas fronteiras terrestres, fluviais e lacustres. Foto: Christian Rizzi
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Comércio Exterior
Revitalização da ponte pode contribuir para cota de US$ 500 O vice-presidente de Comércio Exterior da ACIFI, Mário de Camargo, faz uma análise sobre a relação da reforma da Ponte da Amizade e a luta para manter a cota em US$ 300. Num sonho ainda mais distante, em elevar o poder de compra dos turistas para US$ 500. Camargo também é coordenador da Câmara Técnica de Comércio Exterior do Codefoz. Revista ACIFI – Qual é a importância da Ponte da Amizade para o fortalecimento do comércio exterior? Mário de Camargo – A Ponte da Amizade está demonstrando sua importância agora durante a revitalização. Nós dependemos 100% da Ponte da Amizade. Quando é feriado no Paraguai, feriado no Brasil, o reflexo no comércio é muito grande. A ponte é fundamental e vital para a vida de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este. Quais são os produtos mais exportados nesta relação Brasil-Paraguai? Nós exportamos muitos fertilizantes e produtos acabados, desde roupas a eletroeletrônicos. Hoje também tem uma demanda muito grande de cimento, de cinco a seis mil toneladas por mês, reflexo do aumento da construção civil no Paraguai. Além disso, exportamos máquinas pesadas. E qual é a base da importação? Basicamente commodities, soja, milho, trigo (antes uma exclusividade argentina) e arroz (que tem produção regular ao longo do ano). Além de commodities, o Paraguai está se especializando na Lei de Maquila, que estipula 1% de imposto para a indústria de transformação (como azeite, têxteis, moagem, panificação, etc.). Hoje, o Paraguai é atrativo por causa da energia barata, da carga tributária muito baixa e das baixas contribuições sociais laborais. O Paraguai também tem buscado diversificar sua economia para além da agricultura? As indústrias estão se instalando no país vizinho para produzir produtos acabados e exportar para o Brasil e outros países. Isso tem alavancado não só a indústria primária, mas a indústria de ponta. O Paraguai hoje compete com a China, fazendo aqui produtos antes feitos na Ásia, ganhando na logística e no tempo. Fabricam desde telas para aviário, itens da indústria automobilística (como chicotes e engrenagens), corantes pra tinta, travesseiro de pena de ganso, recipiente de medicamentos, entre tantos outros produtos.
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Mário Camargo: Paraguai já é o nosso principal parceiro comercial
A indústria brasileira não perde com isso? Quem estava aqui, sofrendo uma concorrência chinesa muito forte, transferiu-se para o Paraguai para poder produzir e fazer frente à China, que é predadora. As indústrias nacionais não perdem a identidade brasileira. Elas continuam com ramificação no Brasil, inclusive para fazer a distribuição. O Brasil continua com saldo na balança comercial? O Brasil exporta mais do que importa, mas o Paraguai está crescendo. Em 2013, cresceu 14%. Seu crescimento no ano passado deve fechar entre 7% e 8%. Por outro lado, o Brasil está estagnado, então logo deve chegar a um equilíbrio na balança. Dentro do Mercosul, o Paraguai já é o nosso principal parceiro comercial, superando a Argentina. Quais são os desafios para o Mercosul? Nós paramos na parte comercial e tarifária. Não avançamos na parte laboral. O trabalhador não tem garantia alguma. Temos o Tratado de Recife, que rege as aduanas integradas, mas até agora temos aduana realmente integrada em Santa Helena (PR) e Uruguaiana (RS). Agora começaram a acenar com placa única do Mercosul. Deveríamos efetivar o Tratado de Assunção, que prevê a livre circulação de veículos, bens e serviços.
Tratado de Assunção prevê a livre circulação de veículos, bens e serviços
Qual seria a solução? A criação de um comitê do Mercosul aqui, tratando dos problemas de fronteira o ano inteiro, com grupos de trabalho para tratar das questões da região. O debate local levaria as propostas para o Comitê do Mercosul e para o Parlamento do Mercosul. Muitas vezes as legislações elaboradas nas
capitais federais não contemplam a vida na fronteira. Pelo contrário, criam problemas para as cidades fronteiriças. O cenário pode piorar com a redução da cota de US$ 300 para US$ 150? A Receita Federal foi muito infeliz quando emitiu a Portaria 307. Ela estipula a cota de US$ 300 nas lojas francas, mas reduz para US$ 150 por meios terrestres, fluviais ou lacustres, dizendo que na soma teríamos US$ 450. Mas ninguém sabe quando as lojas francas sairão do papel. A cota não pode ser alterada agora, até porque a nossa reivindicação é para US$ 500. Como reverter? IN é uma instrução normativa. A Receita Federal pode alterar, basta vontade política, que pode ser “motivada” com pressão da sociedade organizada. Temos de lutar. Se tiver que mexer em algo, que seja depois do funcionamento dos free shops. A redução da cota aumentará o descaminho e contrabando, colocará o cidadão comum numa vala do ilícito, porque ninguém virá para a fronteira para gastar só US$ 150. Falar em US$ 500 não parece um sonho distante? A revitalização da Ponte da Amizade vai contribuir para chegarmos à cota de US$ 500. A reforma, com o embelezamento e maior segurança e controle da fronteira, mostrará que a região não é uma terra sem dono. Hoje estamos voltando ao verdadeiro turismo de compras. A cota de US$ 500 mantém a chama do comércio paraguaio sem atrapalhar a economia nacional.
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Transformação
Receita Federal
“quer o desenvolvimento calcado na legalidade” A Delegacia da Receita Federal em Foz do Iguaçu tem participação direta nas relações entre Brasil e Paraguai. O delegado titular, Rafael Rodrigues Dolzan, está no cargo desde novembro de 2014. Em entrevista à Revista ACIFI, afirmou que o órgão federal tem trabalhado para a transformação da cidade, bem como para seu desenvolvimento.
Rafael Dolzan: desenvolvimento passa pelo turismo e comércio exterior
Revista ACIFI – Qual é o papel da Receita Federal na cidade? Rafael Dolzan – O processo de mudança começou uns 15 anos atrás, mas ele continua. A gente, dia a dia, vem procurando implantar medidas para melhorar a cidade. A Receita Federal não tem só um papel de arrecadação e de controle aduaneiro. A gente enxerga claramente que nosso papel aqui na região é também de transformação, de melhoria da sociedade. Qual é a contribuição da Receita Federal nessa transformação? Aonde ela pretende chegar? Nós tínhamos um processo de crimes definindo os rumos da região. A Receita Federal e outros órgãos conversaram com a sociedade, alertaram que a cidade não poderia depender do crime
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para sobreviver. Existem outros meios: atrações turísticas, potencial comercial lícito, tanto no comércio exterior (porto seco) como no comércio de compras no Paraguai voltado para turistas. Essa mudança trouxe benefícios. Quais benefícios? Antes era explorado tudo que estava fora da lei. Mudou-se a mentalidade. A estrutura dos hotéis era voltada para compristas e contrabandistas, a rede funcionava como depósito de mercadorias. Hoje, a maioria dos hóspedes é turista. As famílias e os grupos de visitantes vêm para conhecer as atrações da região e de Foz, para fazer compra também, dentro do que é permitido, pagando o imposto e trazendo desenvolvimento para a cidade e para região.
Qual é o próximo passo definido pela Receita Federal? O interessante é a gente ver o histórico. Nós tínhamos um problema muito sério dos comboios de ônibus que levavam mercadorias contrabandeadas. Fizemos um trabalho muito forte. Hoje não temos mais. Depois buscamos resolver o problema da aduana, que tinha uma estrutura muito acanhada e não conseguíamos fazer um controle adequado. Foi construída uma nova aduana, que permitiu fazer o controle sobre a cota. Hoje os próximos passos estão relacionados com melhorias de estrutura e desenvolvimento. A construção da aduana no Paraguai e a atual revitalização da Ponte da Amizade fazem parte desse processo.
A Receita Federal continua a aumentar a repressão, seja nas rodovias, seja na vigilância aérea, com aquisição de equipamentos, até mesmo de helicópteros. Sem dúvida. A partir do momento em que foram dadas condições ao turista, com atendimento adequado na ponte e nas aduanas brasileira e paraguaia, o contrabandista passou a procurar caminhos alternativos. Ele vai buscar por estradas vicinais, pelo Rio Paraná e pelo Lago de Itaipu. Para isso, a Receita Federal e os órgãos de segurança precisam estar aparelhados para o combate mais efetivo. O senhor falou do turismo de compras, mas a redução da cota de US$ 300 para US$ 150 a partir de 1º de julho não vai prejudicar o turismo de compras? A questão da cota é uma decisão de Estado, que vem muito com a possibilidade de instalação de lojas francas. De certa forma, parte do volume de mercadorias compradas por turistas no exterior poderia ser comprada no país. Em Foz do Iguaçu, por exemplo, teríamos a cota de US$ 150 para compras no exterior, mais US$ 300 na loja franca, ampliando a cota de compras para US$ 450.
Em determinados momentos há tensão no cotidiano das pessoas, como no caso dos moradores de Foz com veículos emplacados no Paraguai. Temos que ver como está a legislação brasileira em relação a cada item. Tem coisas permitidas, tem outras que não. As pessoas sempre querem o que tem de melhor de cada lado da fronteira. Quando é possível, perfeito, mas quando a legislação vai contra isso fica mais difícil. Os órgãos precisam fazer o seu papel. As comunidades precisam buscar legislação para os casos não atendidos hoje. A relação entre Brasil e Paraguai, há 50 anos, foi impulsionada pela Ponte da Amizade. A integração existe de fato? A integração é um processo em evolução. Tem momentos de atrito. Anos atrás esse relacionamento já foi muito mais conflituoso. Hoje a ACIFI e o Codefoz têm papel muito importante de refinamento e entendimento entre os dois países, assim como as entidades correlatas paraguaias. Tem relação entre governos, assim como tem a relação entre as sociedades, que vêm da convivência e das conversas. Às vezes é difícil porque cada país tem a sua legislação, a sua particularidade, a sua cultura.
A Receita Federal quer o desenvolvimento de Foz? Sem dúvida, até porque, se você analisar de maneira bem racional, o que a Receita Federal quer: controle aduaneiro e arrecadação. Se um país está desenvolvido, ele arrecada mais. Arrecadando mais ele tem condições de investir mais em políticas sociais e infraestrutura. Tudo é um ciclo benéfico. E em relação ao Paraguai? O Paraguai desenvolvido só traz benefício para o Brasil. É muito interessante que ele esteja cada vez mais integrado ao Brasil, para que as políticas de um país e de outro combinem e não sejam contraditórias. Um sonho antigo é a aduana integrada. Ele é possível? Ele é possível, mas obviamente ele depende do processo evoluir. Hoje temos uma integração parcial. Temos hoje uma aduana integrada funcionando do lado paraguaio e temos servidores paraguaios trabalhando no lado brasileiro. Várias operações ainda acontecem de maneira ainda um pouco mais célere, mas ainda acontecem dos dois lados. Queremos uma integração ainda mais completa do Mercosul, que ainda precisa evoluir como bloco.
Mas depende de efetivar as lojas francas. É claro que depende da instalação dessas lojas, da lista de produtos possíveis de serem comercializados. Tudo isso é conjectura, é um processo gradual. Depende de regulamentação. Como a Receita Federal analisa a renda obtida no Paraguai por empresários e trabalhadores paraguaios e brasileiros e gasta na economia iguaçuense? A integração de fronteira é natural. Em qualquer fronteira temos essa integração, em algumas um pouco mais, em outras um pouco menos. Aqui é um pouco mais por Foz do Iguaçu ter uma estrutura muito boa de serviços, de comércio e de lazer interessante para paraguaios e argentinos. Existe uma legislação específica para esse comércio de subsistência. Isso não entra nem na avaliação de cota.
Integração entre aduanas brasileira e paraguaia é parcial
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Mobilização
Integração dos povos precisa de bases concretas O professor Luciano Wexell Severo leciona Economia, Integração e Desenvolvimento na Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana) e defende que a integração dos povos precisa de bases concretas. Em entrevista à Revista ACIFI, destaca a importância de financiamentos, de créditos, de empreendimentos, de uma nova ponte, de ferrovias, de hidrovias e de estradas. Revista ACIFI – Quais são os desafios do Brasil e do Paraguai para a integração dos povos? Luciano Wexell Severo – O Brasil precisa articular a visão estratégica do Itamaraty e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio com a perspectiva mercantil dos empresários. Precisamos estabelecer as melhores relações possíveis, com o espírito de que os dois países ganhem, em um jogo de soma positiva. De acordo com a CEPAL (Comissão Econômica para América Latina e o Caribe), o Brasil e o Paraguai são os países mais desiguais da região. A integração dos povos não vai surgir como uma bola de fumaça. Não será feita com atividades recreativas e pitorescas. Qual é o caminho? A integração dos povos precisa de bases concretas, de financiamentos, de créditos, de empreendimentos, de uma nova ponte, de ferrovias, de hidrovias, de estradas. Ela dependerá do quanto nossas sociedades forem capazes de se apropriarem dos imensos benefícios gerados pelo processo de integração regional. E isto só pode ser feito por meio da participação da sociedade organizada, mesmo quando não seja convidada para integrar os processos decisórios. Certamente há uma grande parcela de responsabilidade dos
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governos e das empresas, que preferem avançar sem questionamentos. Mas nada caminhará sem mobilização e conscientização popular. Há equilíbrio nas relações econômicas entre o Brasil e Paraguai? Por quê? Até poucos anos, as relações econômicas do Brasil com todos os vizinhos eram marcadas por um desequilíbrio profundo. Para termos uma ideia, a economia brasileira segue sendo quatro vezes maior do que a Argentina. A economia argentina é 11 vezes maior do que a uruguaia. A economia uruguaia é o dobro da paraguaia. Ou seja, a economia brasileira é quase 80 vezes maior do que a paraguaia. No entanto, desde 2005, felizmente, a vantagem comercial do Brasil com todos os países da região vem diminuindo de maneira visível. E isso é fundamental para avançar com a integração, pois todos devem ganhar, e o Brasil, caso queira liderar este processo, tem a responsabilidade de garantir benefícios crescentes aos vizinhos. Por isso, a economia brasileira importa cada vez mais dos países sul-americanos e vem comprando cada vez mais produtos manufaturados, o que é ótimo. O único caso no qual ainda persiste uma situação ruim é com o Paraguai. O comércio binacional revela picos de aumento da assimetria em 2010
e 2011, com diminuições nos últimos três anos. O Brasil jamais importou tanto do Paraguai. Em 2014, foram US$ 3,2 bilhões de exportações brasileiras e US$ 1,2 bilhão de importações. De 2000 para cá, a repressão afetou milhares de pessoas que dependiam da prática como forma de renda. O Estado agiu certo? É sempre delicado que o Estado restrinja iniciativas fundamentais para a subsistência das pessoas. Certamente, nestes casos, deveriam ser garantidas outras fontes alternativas de ingresso. Mesmo assim, algumas pessoas ainda consideram que os órgãos de controle agem de forma amena e complacente. Os números do comércio formal, fornecidos pelo MDIC, nos dão uma ideia do que vem acontecendo. Em 2000, o município de Foz do Iguaçu importou US$ 4,6 milhões do Paraguai. Este montante aumentou para US$ 55,2 milhões em 2014. Ou seja, as compras formais aumentaram 12 vezes. Porém o que mais chama a atenção é a participação percentual do Paraguai no total importado por Foz, que subiu de 17% para 28% do total. Entendemos que esta forte variação está relacionada com as quedas relativas dos Estados Unidos e da China. Desde 2005, foi ganhando forma o processo de eliminação da
de estabelecer regras para a unificação de regimes previdenciários e de ampliação ou padronização dos direitos trabalhistas.
Luciano Severo: integração por meio da participação da sociedade organizada
dupla cobrança da TEC para os bens importados de terceiros países que ingressassem em algum dos Estados do Mercosul. A medida vem estimulando empresas a montarem produtos no Paraguai. Outro grande atrativo são os baixíssimos impostos, os salários reduzidos e a debilidade do sistema de proteção aos trabalhadores. De que forma os interesses internacionais interferem numa região como a nossa? Nunca devemos perder de vista a geopolítica. Foz está em cima de uma mina de ouro. Já em 1946, um diplomata escreveu sobre a existência de uma “área de soldadura” na América do Sul. Esta região estratégica estava integrada pelo Paraguai, a Bolívia e alguns estados brasileiros. Um dos maiores interesses das grandes potências é impedir o avanço do processo de integração regional. A integração da América do
Sul é o caminho para o desenvolvimento de nossas forças produtivas e de nossa maior autonomia no cenário mundial. Por isso, há um permanente esforço para apresentar o Brasil como uma ameaça aos vizinhos. De que forma é possível que brasileiros e paraguaios tenham respeitados os direitos trabalhistas? Há quem deposite expectativas nas novas estruturas que estão surgindo no âmbito da Unasul e do Mercosul. Diversos acordos já dispensam vistos de turismo e de trabalho, assim como a tradução de documentos oficiais para fins migratórios. São temas cruciais que caminham lentamente, mas não estão parados. O processo é lento e pedregoso, mas avança. Neste sentido, chamamos a atenção para a criação do Parlamento do Mercosul, em 2005, há dez anos. Ainda com uma atuação bastante discreta, esta instituição tem a função central
Em sua história, Foz do Iguaçu registra ciclos econômicos. Como classificar o atual estágio econômico de Foz do Iguaçu? Nos próximos anos, Foz do Iguaçu pode consolidar-se ainda mais como porta de entrada do Mercosul. A cidade vem participando ativamente deste ciclo de expansão do comércio intrarregional. Em 2000, por exemplo, Argentina, Chile e Paraguai somavam 79% das importações totais de Foz. Em 2014, a lista de sul-americanos passou a incluir Bolívia e Uruguai, alcançando 89% do total. Nos próximos anos, a construção da segunda ponte binacional tende a ampliar a importância da cidade como espaço de trânsito crucial dentro da América do Sul. Tomando em conta a sua localização estratégica e os projetos do Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (Cosiplan), Foz do Iguaçu poderá vir a formar parte de um importante hub logístico sul-americano. Qual é o caminho para o desenvolvimento do Brasil e Paraguai, com distribuição de renda e riqueza? O caminho para o desenvolvimento é o diálogo e a integração. Um dos grandes exemplos positivos dos anos recentes é o desempenho do Focem. Criado em 2005 e regulamentado em 2010, o fundo recebe contribuições conjuntas de US$ 100 milhões por ano. São recursos não reembolsáveis, aplicados a fundo perdido. A finalidade é contribuir para a desconstrução das assimetrias dentro do bloco. Hoje em dia, estão em execução mais de 50 projetos que somam mais de US$ 1,2 bilhão. As obras incluem estradas, ferrovias e redes elétricas, como a que recentemente conectou Itaipu e Villa Hayes. Este tipo de iniciativa descreve o espírito do Mercosul ampliado, que transcende o âmbito comercial.
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História
Se há algo que marcou Foz antes de Itaipu foi a Ponte da Amizade
O
livro Foz do Iguaçu – Retratos, produzido pela extinta editora Campana & Alencar Ltda., em 1997, reúne relatos de personalidades que estiveram ligadas à construção da Ponte da Amizade. A obra traz entrevistas inéditas e extraídas dos jornais locais. Veja a seguir trechos de matérias publicadas no jornal A Gazeta do Iguaçu e republicadas no livro. Antônio Urnau é um personagem do livro que aparece com fortes lembranças da importância das obras. “Significou muito. Essa ponte transformou Foz do Iguaçu. Tratava-se de uma grande obra, comparável até à Itaipu. Uma empresa do Rio de Janeiro foi encarregada da construção, mas vieram engenheiros até do exterior acompanhar a obra”, relatou, em 1991. Lado paraguaio inóspito na época da inauguração da Ponte da Amizade - Acervo: Francisco Amarilla
O alfaiate, militar, caminhoneiro, músico e taxista Francisco Ferreira Mota tem outro depoimento marcante, publicado em 1993. “Comprei um Ford, ano 1946, para puxar areia para a construção da Ponte da Amizade. Se há algo que marcou Foz antes da Itaipu foi a Ponte da Amizade, Ciudad del Este simplesmente não existia antes. A cidade paraguaia vizinha nossa era Porto Franco. Aquela área era toda coberta por mato.” Nascido em União da Vitória, Ozires Santos era o prefeito quando foi inaugurada a Ponte da Amizade. Em entrevista concedida em 1994, ele comentou a honra de recepcionar os presidentes Castelo Branco, do Brasil, e Alfredo Stroessner, do Paraguai. “A Ponte da Amizade representou extraordinário passo no progresso desta região. Antes Foz do Iguaçu estava asfixiada. A Ponte da Amizade permitiu a Foz do Iguaçu a arrancada que merecia e precisava para seu desenvolvimento.”
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Em entrevista concedida em 1994, Galdino Moro, nascido em Foz em 1929, descreve como acompanhou a construção da obra. “Não só acompanhei de perto a construção como também forneci muita coisa, muitos produtos da roça para os que trabalhavam na obra. O que eles queriam e eu não tinha em casa, com uma caminhonete que eu tinha buscava junto a outros agricultores. Ia buscar produtos em Alvorada do Iguaçu, Itacorá, hoje lugares alagados por Itaipu.”
Viu nascer – As lembranças da época da construção foram publicadas pelo Portal H2FOZ em 2004. O carioca João Magalhães contou que viu a Ponte da Amizade nascer. “A minha melhor lembrança daquela época foi quando a engenharia brasileira conseguiu fechar o arco. Os americanos perguntavam: ‘Como fecharam’? Foi muito estudo,
muitas horas de cálculo e muito lápis. Isso sem falar na alegria da inauguração.” Clementino Acevedo lembrou-se do acidente que vitimou seu colega Tasso Costa Rodrigues. “Ele estava medindo a profundidade do rio. O engenheiro tava com uma bota até o joelho. No fim, o bote virou e ele não conseguiu se salvar por causa da bota. Foram pegar ele depois de muitos dias lá na Argentina, uns 80 quilômetros para baixo.” O antigo motorista do DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) descreve com singularidade o cenário da época. “Era um matão que Deus o livre. Era um barzinho e um outro que servia comida. A Vila Portes era tudo virado em aquele taquaruçu. A gente falava nos colégios: ‘Para que fazer ponte dessa aí? Não tem movimento, não tem nada’”, relatou o paulista.
Confira os dados técnicos da Ponte da Amizade Na época, a ponte de maior arco em concreto armado do mundo. Construção a cargo de uma comissão especial chefiada pelo engenheiro Almyr França e criada no DNER pelo Decreto nº 40.350 de 14 de novembro de 1956. O acordo celebrado entre os governos do Brasil e do Paraguai para a execução
Estrutura: concreto armado Comprimento: 552,4 metros Largura: 13,5 metros
Vão livre (o maior do mundo, inaugurado): 303 metros Largura da pista de rolamento: 9,5 metros Altura: 78 metros
dessa obra é de 29 de maio de 1956. Firma construtora: Consórcio, Sociedade de Terraplanagem e Grandes Estruturas “Sotege” e Construtora Rabelo S/A. Projeto: engenheiro José Rodrigues Leite de Almeida, diretor técnico da Sotege. Projeto do escoramento: engenheiro
Sérgio Marques de Souza. Execução e fornecimento do escoramento metálico: Companhia Siderúrgica Nacional (Volta Redonda). Fonte: DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre)
CURIOSIDADES
Presidentes Juscelino Kubitschek e Alfredo Stroessner se encontram sobre a ponte para marcar a “inauguração” da primeira etapa da obra, ainda cercada de ferragens e madeiras. A foto pertence à família de João Cid Furstenberger, que trabalhou na construção da Ponte da Amizade.
Construção da Ponte da Amizade Foto: João Magalhães
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Tecnologia
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Página 44 | Revista ACIFI
SPC”, explica César. Para facilitar as atividades do usuário, o aplicativo possui cinco menus: configurações, consultas, consultas salvas, log e informações. Para adquirir o novo produto, o associado da ACIFI deve entrar em contato com um dos nossos consultores de vendas pelo telefone 3521-3304 ou na sede da entidade, localizada na Rua Padre Montoya, 451 – centro. Mais informações pelo e-mail vendas@acifi.org.br.
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Por que investir em Foz
Ande amplia atuação com materiais elétricos
A
Ande está de casa nova. Ampla e moderna, a sede oferece mais conforto, variedade e qualidade aos clientes. A empresa agora atende na Avenida Paraná, num terreno de 1.330 metros quadrados – o dobro de tamanho em relação ao endereço anterior, na Vila Portes. Só de showroom são mais de 500 metros quadrados, além da área de depósito. A estrutura física atrai a atenção de quem passa pela avenida. Os vitrais despertam a curiosidade de motoristas e pedestres em virtude das linhas arrojadas e tamanho. Ao entrar na loja, logo percebe-se que a empresa mantém a premissa de atender igualmente os clientes, sem qualquer distinção. O novo ambiente foi idealizado pensando no bom relacionamento com todos os públicos, sejam eletricistas, consumidores ou arquitetos. Para isso, a empresa possui uma equipe de vendas especializada em várias áreas, como arquitetura, luminotécnica, eletrotécnica e eletromecânica. No total são 23 colaboradores. O sócio-proprietário da Ande, Vatson Heráclito Michels, contou à Revista ACIFI por que resolveu investir para ampliar a empresa. A razão vem de uma guinada no mercado. Ele lembra que no início a Ande vendia 95% para o Paraguai e 5% para o Brasil. Nos últimos tempos, o índice se inverteu: hoje, 99% das vendas são para o Brasil.
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“Voltando para o mercado brasileiro, sentiu-se a necessidade de mais espaço para estacionamento e, principalmente, espaço interno para showroom, para melhor apresentação de novos produtos de acabamentos e iluminação”, explicou Vatson. Ele destaca ainda que o atendimento é feito por profissionais formados nas melhores instituições de ensino, com atualização nas principais indústrias fornecedoras.
Nichos – Quem visita a nova sede da Ande não imagina as transformações vividas pela empresa ao longo de suas quase três décadas de funcionamento. “Fomos uma das maiores vendedoras de motosserra, grupo geradores, forrageiros, ferro a carvão, lonas plásticas, entre outros, na região”, lembrou o empresário. Conforme a demanda mudava, a empresa procurava novos nichos, novos produtos, para atender às necessidades do mercado. Hoje, a loja possui mais de cinco mil itens, showroom prático e objetivo e uma gama de atendentes.
Trajetória – A Ande foi fundada em 13 de novembro de 1987. Inicialmente começou suas atividades na Rua Fagundes Varela, na Vila Portes, em imóvel alugado. Em 1992 construiu a sede própria, na Rua Oswaldo Cruz, também na Vila Portes. Com o crescimento constante dos negócios, edificou a nova sede, na Av. Paraná, 480.
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Pesquisa
Levantamento traça perfil da educação iguaçuense Pesquisa Ipsos Marplan, encomendada pela RPCTV, revela que 64% da população de Foz do Iguaçu tem interesse por educação escolar. Gastos em matrículas e mensalidades injetam R$ 55 milhões ao ano na receita da educação privada, e os gastos com livros e materiais escolares chegam a R$ 18 milhões ao ano
I
nvestir em educação é bom não só para aumentar o capital cultural da sociedade e dos cidadãos, mas também para fazer a roda da economia girar. A demanda gerada pela população de estudantes estimula o crescimento de outros setores e garante o desenvolvimento local. É o que comprova o levantamento realizado pelo Instituto Ipsos Marplan, encomendado pela RPC TV. Os destaques do setor educacional encerram a série de reportagens da Revista ACIFI sobre a pesquisa que fez o mapeamento das vocações econômicas de Foz do Iguaçu. Além de entender o comportamento demográfico, a pesquisa mostrou hábitos da população, o que ela deseja consumir e o que influencia suas decisões no momento da compra. Quando uma cidade se torna um polo de educação, além de deixar de exportar seus estudantes para a capital e outros municípios, perdendo gordas divisas, ela atrai uma nova população disposta a consumir produtos e serviços, dinamizando a economia local. A educação movimenta os setores de transporte, alimentação, imobiliário e de serviços, entre outros. Centenas destes alunos vêm e voltam de outras cidades diariamente, fazendo circular valores
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também na região. Há ainda os que se mudam para a cidade durante o período dos estudos ou que acabam colocandose no mercado de trabalho local, estabelecendo domicílio no município. A pesquisa mostra que em Foz, 48% dos universitários têm o hábito de comer fora de casa. Eles também frequentam casas noturnas, academias e papelarias. Outro dado importante é que cerca de 39 mil pessoas – o que corresponde a 15% da população – dizem que pretendem realizar concursos públicos nos próximos 12 meses. Mais de 15 mil, isto é, 6% da população, revelaram que têm interesse em fazer vestibular nos próximos 12 meses. Em Foz do Iguaçu o potencial de consumo com gastos de matrículas e mensalidades chega a R$ 55 milhões ao ano.
A força da educação Embora revele que 4% da população é analfabeta, o levantamento indica que o iguaçuense busca estabilidade e pensa no futuro. Os números também confirmam a tese de que a educação – aliada à ciência e tecnologia – é um dos alicerces da economia local. O setor educacional – juntamente com o turismo, logística e saúde – foi apontado como um dos pilares
que injetam dinheiro na economia iguaçuense no “diagnóstico” do Plano de Desenvolvimento Econômico (PDE). O estudo foi encomendado pelo Codefoz ao professor Carlos Paiva, pesquisador da Fundação de Economia e Estatística da Universidade de Santa Cruz do Sul.
Perfil da educação iguaçuense
4%
34%
43%
19%
da população é analfabeta
possuem ensino médio
possuem ensino fundamental
possuem ensino superior
Interesses
64%
da população de Foz do Iguaçu possui interesse por educação escolar
49%
possuem interesse por mercado de trabalho e emprego
Os iguaçuenses buscam estabilidade e pensam no futuro
39 mil querem realizar concursos públicos (15% da população)
15mil pretendem fazer vestibular (6% da população)
99% dos pretendentes ao
vestibular são da classe C
52% são mulheres 42% têm entre 15 e 19 anos
2 mil pessoas querem fazer pós-graduação. (1% da população) Revista ACIFI | Página 49
Potencial de Consumo
R$ 55 milhões ao ano
É o potencial de consumo com gastos de matrículas e mensalidades em Foz do Iguaçu
R$ 18 milhões ao ano São os gastos com livros e materiais escolares
Fonte: IPC Maps – Foz do Iguaçu – 2014
Movimento da cadeia
É importante destacar que Foz do Iguaçu também é uma cidade com uma grande força universitária, com estudantes vindos de diversos lugares do Brasil.
Vale ressaltar que este público também é consumidor e acaba movimentando outros segmentos indiretamente ligados à educação.
Os universitários utilizam os serviços de restaurantes (em Foz do Iguaçu, cerca de 48% das pessoas dizem ter o costume de comer fora de casa).
Os universitários frequentam casas noturnas e academias e movimentam diversos segmentos do comércio e varejo. Fonte: Estudo Marplan – EGM – Foz do Iguaçu – 10+
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7
Dicas
ferramentas gratuitas para gerenciar o seu negócio Organização de documentos, gerenciamento de equipes, cálculo de impostos, chamadas de vídeo são apenas alguns dos serviços disponíveis na web Fazer uma gestão eficaz de um negócio demanda tempo e dedicação por parte do empreendedor, seja ele grande ou pequeno. Hoje, já existem soluções gratuitas e on-line para tornar a vida dos empresários mais fácil.
1. Agendor De uma forma simples e organizada, a ferramenta permite controlar os processos comerciais, com a possibilidade de extrair análises e relatórios detalhados. Assim, as pequenas e médias empresas podem organizar informações de clientes, acompanhar as vendas em andamento e analisar os negócios. www.agendor.com.br
2. Runrun.it É uma plataforma para gerenciamento de equipes. O primeiro passo é cadastrar a empresa na ferramenta. Depois, o gestor adiciona os usuários e distribui tarefas a cada um deles. Além de controlar o tempo das tarefas, o gestor pode dar feedbacks aos funcionários. http://runrun.it/pt-BR
3. Turbo Store Em cinco passos é possível criar uma loja virtual para vender produtos ou serviços on-line. Não é preciso saber programar ou conhecer técnicas de design na internet. Esta ferramenta gratuita é integrada com os serviços de entrega de encomendas dos Correios, uma facilidade que pode ser oferecida aos clientes. http://turbostore.com.br/
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5. Calculadora do Imposto Desenvolvida pelo Sebrae, essa calculadora facilita a vida dos micros e pequenos empresários. A ferramenta discrimina os valores dos tributos embutidos nos preços cobrados sobre produtos e serviços. http://www.sebrae.com.br/
6. Trello Cria listas de tarefas para cada um dos seus projetos, com coisas a fazer, em andamento e feitas. https://trello.com/
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Obs: Válido para compra da Segunda peça com o valor aproximado da primeira Revista ACIFI | Página 53
Espaço Acifi
Canal no YouTube reforça conexão com o público Com o crescimento de vídeos nas redes sociais, a ACIFI agora tem seu próprio canal no YouTube. A novidade atende a uma necessidade em comunicação digital e amplia as mídias institucionais da entidade, que já mantém site, revista e boletim eletrônico. Acessando o canal no YouTube em dispositivos como smartphone, tablet, notebook e PCs, é possível assistir a reportagens de emissoras de TV de sinal aberto ou fechado. O associado que perdeu a matéria na TV poderá assistir quando e onde quiser. “A maior presença digital incentiva a interação com o público em geral, mas o foco é principalmente o associado”, afirma o diretor-executivo da ACIFI, Dimas Bragagnolo. A plataforma reúne também vídeos próprios da ACIFI, como peças institucionais, além de playlists de interesse dos seus associados. www.youtube.com/acifitv
Publicidade de caráter institucional de acordo com Conselho de Ética e conforme Resolução 94/2000 do Conselho Federal da OAB;
Núcleo do Distrito Industrial faz capacitação Com aulas às quintas e sextas na ACIFI, os participantes do Núcleo do Distrito Industrial Foz do Iguaçu estão aprendendo a gerir e administrar seus negócios. A capacitação é uma parceria com o Projeto Bom Negócio e faz parte das ações do núcleo para promover o desenvolvimento das empresas. São 16 encontros no total, e o curso termina no fim de março. Para estimular a expansão dos negócios e a melhoria da capacidade produtiva, o empresário que apresentar o certificado da capacitação terá acesso a uma subvenção na taxa de juros nos financiamentos do programa Fomento Paraná.
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Caminho sem volta A necessidade urgente de conclusão das obras da trincheira da Av. Paraná mobiliza a sociedade civil. A situação chegou ao limite. Os moradores já fizeram protestos para a retomada da construção e lançaram o Movimento Pró-Conclusão da Trincheira da Av. Paraná. A campanha conta com apoio de várias entidades, entre elas a ACIFI, AEFI, Sinduscon e OAB. Na tentativa de sensibilizar o governador Beto Richa, uma carta foi entregue no fim de janeiro, em Curitiba, pelo presidente João Batista de Oliveira e o diretor-executivo da ACIFI, Dimas Bragagnolo. O documento alerta sobre os prejuízos econômicos e sociais que a obra, iniciada em abril de 2013 e até hoje inacabada, representa para a comunidade em geral.
Acabou
a paciência.
Sem o viaduto não dá mais!
A ACIFI apóia a indignação popular
Conselho reunido Ao realizar a primeira reunião ordinária de 2015, o Conselho Superior Deliberativo deliberou sobre assuntos importantes como o andamento das obras da nova sede, a aprovação das contas de 2014 e o Planejamento Estratégico da ACIFI. Entre as ações previstas ao longo de 2015 está a campanha para ampliar a representatividade política de Foz do Iguaçu. A mobilização que será desencadeada pela entidade é em prol do aumento do número de eleitores do município. A proposta é promover um debate mais amplo e rico, com maior engajamento e maior conscientização para o processo eleitoral. “A campanha da ACIFI terá como foco o aumento do número de eleitores, através do estímulo aos jovens de 16 e 17 para que façam o seu título de eleitor e para que pessoas de outras cidades e estados que residem em Foz do Iguaçu transfiram o título”, destaca o presidente do Conselho Superior, Roni Temp.
BRITO ALMEIDA E ADVOGADOS ASSOCIADOS Marcelo Ricardo Urizzi de Brito Almeida – OAB/PR 30.715 Cleverton Lordani – OAB/PR 33.798; Advogadas associadas: Márcia Gesiane da Silva – OAB/PR 46.678 Lilian Veridiane da Silva – OAB/PR 52.847 Alessandra Celant – OAB/PR 57.984
Telefone: 3027.5654 Revista ACIFI | Página 55
Convênios
Associado tem vantagens O
s benefícios de ser associado à ACIFI vão além dos serviços oferecidos pela entidade. Por meio de convênios, quem é filiado desfruta também condições especiais em importantes empresas e prestadores de serviço de Foz do Iguaçu. São descontos em concessionárias e instituições de ensino, entre outros. Confira as empresas que fazem parte da rede de vantagens ACIFI:
PEOPLE FORMAÇÃO COMPLETA INFORMÁTICA
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INGLÊS
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Novos Associados ALIMENTOS Yons Importadora de Alimentos 3025-3400 AUTOMÓVEIS Carelli Automotores 3522 -4848 BEBIDAS Completa Ltda Me 3528-8738
INDÚSTRIA E COMÉRCIO Concept Mag Colchões Ltda Me 3025-6399 Indústria e Comércio de Móveis Dutra 3525-1284 Via do Aço Indústria e Comércio 3525-1133
Instituto Talentos 3377-0748 JT Serviços Médicos 3572-0404 Segmento Contábil 3524-8472 Petcursos 3027-2028
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Consalter Materiais de Construção 3525-1200
COMÉRCIO Casa das Alianças 3027-7045
Panorama Home Center 3528-8020
Comércio de Peças Barzotto 3523-2092
RESTAURANTES Lig Lig 3029-3313
Cooperfarma 3523-1771 Make Design Solutions 3028-3553
SERVIÇOS AutoEscola Morumbi 3523-1184
Melhorança Sucos 3025-7744
Escola Expressão 3028-1092
Ótica Estrela 3028-1829
Equilibrium Corporal 3523-8315
Supermercado Mix 3577-2772
Gênesis Comércio e Serviços de Telefonia e Informática 9979-4404
Plus Net 3027-0304 TRANSPORTES FXC Comércio de Alimentos Eireli Me 3025-3400 Oscar Sampaio 3025-2919 Transtríplice 3027-2141 VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS Daeli Modas e Acessórios 9986-4644 Fina Estampa 3025-7055 Lohanny Modas 3025 3606
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