Ano 3
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N° 23 | Agosto 2012
ISSN 2179-6653
Conselho de Preços do Boi A criação do Consebov tem o objetivo de criar normas que regulamentem a cadeia produtiva de carne. Criadores, indústria e varejo unidos para a abertura de novos mercados e o fortalecimento do setor.
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índice
editorial
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guerra entre caminhoneiros e governo ascendeu uma luz amarela na cadeia produtiva do agronegócio. Em muitos estados quem pagou a conta foram os produtores rurais que tiveram prejuízos relevantes. Alimentos perecíveis como o leite, não chegaram ao destino. Os criadores de frango temeram o desabastecimento de ração e quem precisou transportar carga viva, adiou a viagem com medo das retenções. O preço de alguns alimentos comercializados nas Centrais de Abastecimento de Minas, Bahia e Espírito Santo, dispararam. O pesadelo dos bloqueios não acabou. Uma nova rodada de negociações está prevista para este mês. As consequências da mobilização que, até então não prejudicou os municípios, cujo abastecimento não se limita ao tráfego das principais rodovias, não tem limites, afinal, os caminhoneiros carregam o “Brasil” sob suas rodas e nós somos parte desse cenário. Outro assunto que está mobilizando o país é a criação do Conselho do Boi. Em passagem por Governador Valadares (MG), o presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira, concedeu uma entrevista exclusiva à editora Agrominas sobre importância do Consebov, motivada pela queda nos preços pagos ao produtor pela carne bovina e a crescente concentração da indústria da carne. Em Grandes Criatórios, fomos a Guanhães (MG) e descobrimos uma criação de búfalos do senhor Juca Pena. Em Dia de Campo conheça a produção de Tomates em Iapu. Baseados na muçarela de búfala e no tomate, a receita desta edição é um misto dos dois ingredientes. Já na seção Caderno Técnico, um artigo aborda o Plantio direto de feijão. Já aos domingos não se esqueçam de assistir o Programa Agrominas às 9h na TV Leste / Record. Boa leitura! Cleuzany Lott
Editora-Chefe
4 Giro no Campo 6 Entrevista 10 Entidade de Classe 12 Grandes Criatórios 15 Dia de Campo 18 Saúde Animal 20 Caderno Técnico 23 Forragicultura 26 Agrovisão 28 Sustentabilidade 30 Perfil Profissional 31 Meteorologia 32 Mercado 34 Cotações 35 Mão na Massa 36 Emater | IMA | ADAB 40 Aconteceu 42 Culinária
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Programa Agrominas Domingo 9h - TV Leste / Record
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Giro no Campo
Comissão aprova texto principal da MP do Código Florestal A comissão mista que analisa a Medida Provisória 571/12, que complementa o novo Código Florestal (Lei 12.651/12), aprovou no dia 12 de julho – por 16 votos a favor e 4 abstenções – o texto principal do relator, senador Luiz Henrique (PMDB-SC). Foram apresentados 343 destaques, que serão votados a partir do dia 7 de agosto. Em seu parecer, Luiz Henrique manteve a exigência de recuperação de 20 metros de mata ciliar nas médias propriedades, de 4 a 10 módulos fiscais. Os ruralistas queriam a redução dessa faixa para 15 metros, mas o senador concordou apenas que a porção recuperada
Ministério regulará produção e uso de medicamentos genéricos Sancionada pela presidente Dilma Rousseff nesta sexta-feira, 20 de julho, a lei que estabelece o medicamento genérico de uso veterinário no Brasil, a qual entrará em vigor dentro de 90 dias. A lei conceitua os novos medicamentos veterinários e define os critérios para registro e comercialização no país. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) terá papel fundamental nesse processo: regular a produção e o emprego desses medicamentos, que devem ter a mesma qualidade, eficácia e segurança dos produtos convencionais. Após a adequação da regra vigente – voltada a medicamentos convencionais – para a inserção dos produtos genéricos, o Mapa passará a ser o responsável pelo registro das substâncias e pelo acompanhamento desde a fabricação até o emprego desses insumos. Entre essas etapas, o Ministério da Agricultura também fará análise de fiscalização do medicamento genérico, mediante coleta de amostras do produto na indústria e no comércio, para confirmação da bioequivalência (conformidade dentro das características e uso recomendado). (Fonte: ASCOM MAPA)
Plano Safra 2012/2013 e a Expansão do Agro Na dia 28 de junho, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), a presidente Dilma Rousseff e o Ministro da Agricultura Mendes Ribeiro Filho, lançaram o Plano Safra 2012/2013. É o maior plano já anunciado pelo governo para o setor. O governo vai destinar R$ 115,2 bilhões para o crédito rural, principal instrumento de política agrícola do País. Desse total, R$ 86,9 bilhões são para financiar o custeio e a comercialização, enquanto R$ 28,2 bilhões serão destinados a programas de investimentos da agricultura empresarial. A redução dos juros, de 6,75% para 5,5%, pode representar uma diminuição de 18,5% nos custos dos financiamentos para o produtor rural de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Um componente relevante é a nova fase do Programa para Redução de Emissão de Gases do Efeito Estufa na Agricultura, conhecido como Programa ABC, que passa de 3,15 bilhões com taxa de 5,5% para 3,4 bilhões com taxa de 5%, abrangendo ações como recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APP) e áreas de Reserva Legal (RL). (Fonte: Equipe RedeAgro) 4
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não poderá ocupar mais do que 25% da propriedade. Conforme o novo texto, o imóvel rural localizado em área de floresta da Amazônia Legal deverá ter até 80% de área conservada, somando reserva legal e APP. Nas demais situações, esse limite será de 50%, o que valerá inclusive para localidades da Amazônia Legal onde o bioma não seja Amazônia (como mangues e matas de várzea). Depois da votação dos destaques na comissão, o texto precisará ser votado nos plenários da Câmara e do Senado. A MP perde a validade no dia 8 de outubro. (Fonte: Agência Câmara)
Deputados aprovam Política Nacional de Irrigação O Plenário da Câmara aprovou a proposta que institui uma nova Política Nacional de Irrigação. O objetivo é incentivar a ampliação da área irrigada. Entre os incentivos estaria a ampliação dos descontos nas tarifas de energia elétrica cobradas em atividades de irrigação. A proposta também criaria o Sistema Nacional de Informações sobre Irrigação. O texto aprovado é um substitutivo do relator na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, deputado Afonso Hamm (PP/ RS), ao Projeto de Lei 6381/05, do Senado. Por ter sido alterado na Câmara, o texto será analisado novamente pela Casa de origem. A proposta prevê a concessão de incentivos fiscais para planos e projetos públicos e privados de irrigação, que deverão ter bases sustentáveis e estar em consonância com os planos de recursos hídricos. (Fonte: Agência Câmara)
Mercado suinícola tem obtido recuperação expressiva O mercado suinícola tem obtido recuperação expressiva. As cotações do animal vivo e da carne sobem com força em todas as regiões pesquisadas pelo Cepea desde o começo da segunda quinzena de julho, mesmo sendo este um período em que, tipicamente, as vendas diminuem. Por outro lado, os preços dos principais insumos da atividade também têm reagido. Segundo colaboradores do Cepea, o principal motivo para o aumento dos preços do vivo tem sido a restrição da oferta de animais por parte dos suinocultores. Isso ocorre porque os custos com alimentação seguem elevados e os preços pagos pelo animal ainda são considerados insuficientes por muitos suinocultores, que continuam à espera de novos reajustes para negociar. Somente entre 26 de julho e 2 de agosto, o Indicador do Suíno Vivo CEPEA/ESALQ de São Paulo chegou a subir 17,1%, com o quilo do animal passando para a média de R$ 2,81 na última quinta-feira, 2. Em Minas Gerais, o aumento foi de 13,7% no período, a R$ 2,90/kg. (Fonte: CEPEA/ESALQ)
Safra de grãos: Minas tem maior índice de crescimento do Sudeste A produção de grãos das lavouras mineiras, na safra 2011/2012, deve alcançar um índice de aumento superior aos registrados nos demais Estados do Sudeste, bem como no Sul do país. A constatação é da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) ao analisar os dados do levantamento de safra divulgados no dia 06 de julho pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Minas deve ter uma safra recorde de 12,1 milhões de toneladas, volume 13,7% maior que o registrado no período anterior.
Vacinação contra aftosa em Minas alcança 99,10% de cobertura em maio Foto: Arquivo IMA
A primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação Contra Febre Aftosa de 2012, encerrada no dia 31 de maio, teve um saldo positivo em relação ao mesmo período do ano passado, em Minas Gerais. O índice de vacinação esse ano, 99,10%, foi maior do que o obtido na etapa de 2011, 98,40%. Os produtores rurais tiveram até o dia 15 de junho para comprovar, nas unidades do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) de seus municípios, a imunização de seus animais. A grande adesão na campanha demonstrou que os produtores que têm na pecuária o seu sustento estão cada vez mais conscientes sobre a importância da vacinação semestral. A etapa envolveu 23.482.153 milhões de bovídeos vacináveis de todas as idades, com 23.271.065 vacinados, nos 853 municípios do estado. (Fonte: ASCOM IMA)
Para o Brasil, a estimativa é de 162,6 milhões de toneladas, recuo de 0,1%. O secretário Elmiro Nascimento observa que os bons resultados da safra mineira são superados apenas pelo Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que apresentam aumentos de 23,1% e 16,5%, respectivamente. Ele explica que Minas Gerais conta especialmente com os resultados do milho, produto líder em todas as safras e especialmente na atual, com previsão de 7,7 milhões de toneladas (aumento de 18,3%), sendo 489,3 mil toneladas devidas à produção da segunda safra do grão. (Fonte: ASCOM SEAPA)
Bulas de agrotóxicos terão faixa toxicológica colorida A Instrução Normativa nº 14, publicada no Diário Oficial da União dia 27/07 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estabelece que as bulas dos agrotóxicos deverão conter faixa toxicológica colorida até o final de dezembro. O coordenador de Agrotóxicos e Afins, Luís Eduardo Rangel, explica que existia uma má interpretação do Decreto 4.074 de 2002. Além disso, a Portaria nº 93/1994 foi revogada. “Do ponto de vista jurídico, isso criava um conflito. Então, para resolver a situação, nós tivemos que revogar a portaria de 94 e dar um prazo para os fabricantes poderem se regularizar. Do ponto de vista de impacto, é mínimo. Isso não vai mudar nada na composição dos agrotóxicos. A mudança não oferece risco nenhum”, afirma. O rótulo externo dos produtos sempre precisou ter a faixa toxicológica colorida. Agora, a mesma cor da caixa deve estar estampada na bula. Em 23 de abril de 2012, o Mapa publicou o Ato nº 11 com a mesma finalidade. (Fonte: ASCOM MAPA)
Embrapa lança sua primeira cultivar de Brachiaria humidicola Criadores de todo o país têm, agora, mais uma opção de capim para pastagem. A BRS Tupi é a primeira cultivar de Brachiaria humidicola indicada para uso no Brasil pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Os trabalhos de avaliação e seleção da cultivar duraram 18 anos e foram coordenados pela Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS), tendo a participação de outras Unidades da Embrapa e instituições de pesquisa. A BRS Tupi, que surge como mais uma opção para áreas úmidas de baixa e média fertilidades, destaca-se das outras cultivares disponíveis no mercado por sua produtividade, vigor, rapidez de estabelecimento e boa distribuição da produção ao longo do ano. Além disso, ela produz mais folhas para o pastejo do gado e suas plantas têm mais folhas do que talos durante o período seco do ano. Em virtude dessa maior produção de folhas, as pesquisas indicaram que a BRS Tupi permite maiores taxas de lotação e consequentemente ganhos de peso por área de 53 Kg/ha contra 20 Kg/ha da humidicola comum. Essa maior produtividade foi observada também no ganho por cabeça durante a seca. (Fonte: ASCOM MAPA)
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entrevista
Pecuária de Corte no Brasil e a criação do Consebov As discussões pela criação de normas para o setor Lidiane Dias
Imagem Ilustrativa
Jornalista
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om as atuais demandas na produção de carne e a necessidade de investimentos no setor, a preocupação com o aumento da produtividade, aliada a busca por menores custos, acompanha os criadores de gado de corte. A queda nos preços pagos ao produtor e o aumento da concentração da indústria de carne, impulsionaram a criação do Conselho de Preços do Boi (Consebov). A proposta foi da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com o propósito de unir todos os elos do setor: os criadores, a indústria, o varejo e a academia. Para regular desta forma, uma série de assuntos que afetam a produção de corte, a exemplo de outros conselhos como os da cana-de-açúcar e do leite. No dia 10 de julho a criação do conselho foi tema de um debate realizado em Brasília e no dia 17 de julho em Governador Valadares, os pecuaristas e indústrias da região se uniram para 6
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fazer o mesmo. A pecuária de corte no Brasil foi o tema principal, onde a visão do mercado foi explanada aos presentes, indo desde a concentração dos frigoríficos, as novas normas de Trânsito Animal, questões sanitárias, até os mercados interno e externo. O presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira, esteve presente na reunião. O presidente enfatiza que é preciso criar regras para dar uma maior transparência a toda a cadeia produtiva. Padronização de carcaças, preços dos insumos e outras variantes foram abordados por Nogueira. Ele informa ainda que os maiores consumidores da nossa carne sejam realmente os brasileiros. Segundo o presidente, hoje o país praticamente produz para o mercado interno, principalmente depois dos programas sociais e a melhoria da renda do consumidor brasileiro, visto que as exportações caíram de cerca
de 30%, para algo em torno dos 15%, sem que houvesse queda nos preços no boi. Entretanto, dados da Secretaria de Comércio Exterior mostram que no ano passado o Brasil foi o maior exportador de carne bovina, com 1,4 milhão de toneladas e o segundo maior produtor mundial com 9,2 milhões de toneladas, ambas equivalentes carcaças. No primeiro trimestre deste ano, o IBGE aponta que foram abatidas 7.219 cabeças de gado, um peso total de carcaças de 1.680. 976 toneladas. Confira a entrevista realizada com Antenor Nogueira. Equipe Agrominas - Estima-se que até 2050 a população vai ultrapassar os 9 bilhões. O Brasil tem um papel importante para a produção de carnes e a alimentação dessa população. Qual o grande gargalo hoje da produção de carne no país?
Fotos: Lidiane Dias
Antenor Nogueira com os pecuaristas José Geraldo Pedra Sá, Jorcelino Cardoso Lopes e Carlos Areas
O Presidente do Fórum, Antenor Nogueira Antenor Nogueira - Na realidade
o Brasil hoje, como país produtor, tem a menor taxa de desfrute entre todos os países produtores do mundo. Enquanto você tem uma taxa de desfrute de 46% nos Estados Unidos, 43% na Austrália, Argentina tem 30%, Uruguai 28% e o Brasil têm 22%. Isso em decorrência dos custos de produção brasileira. Enquanto você tem também um preço de arroba hoje a nível de Argentina e Uruguai na ordem dos seus 115, 120 reais, nós estamos patinando aqui em um preço de arroba em torno de R$ 92,00. Se nós compararmos isso aos custos de insumos, mão de obra, enfim, os custos de produção diretos ao produtor aumentaram demais. Então, hoje não compensa ao produtor investimentos maiores em relação a sua produção e mesmo assim, nós temos que levar em consideração que a renda, o lucro do produtor caiu muito nesses últimos anos, devido justamente a esse aumento de custo. Isso dificulta o produtor melhorar suas tecnologias de engorda. O confinamento está patinando. Nós vamos ter esse ano um aumento em torno dos 20%, mas na realidade nós estamos recuperando o que perdemos no ano passado e retrasado. Nós temos que pensar também que o Brasil, sem dúvida nenhuma, é o
grande player de carne no mundo, mas o Brasil aprendeu a consumir carne. Com melhoria de renda do consumidor brasileiro, a mudança de classe social de D para C, C para B e B para A, que houve nos últimos anos com a recuperação da economia, é notório que o consumo de carne bovina cresceu muito e isso tem sustentado a perda de determinados mercados internacionais. Equipe Agrominas - O Brasil é visto como produtor do gado sustentável. A maior parte dos animais é criada a pasto, sendo aproximadamente 95% do mercado, enquanto o 5% restante é confinado. O senhor acha que confinar o gado então seria uma alternativa para aumentar a produtividade de carne no país? Antenor Nogueira - Sem dúvida. Você não só aumenta a produtividade, como você diminui a idade ao abate, aumenta o desfrute, você tem uma série de vantagens. Mas aumenta os custos também. Hoje o produtor virou uma cadeia de traz para frente: o supermercado quer ganhar em cima da indústria, a indústria quer ganhar em cima do cara que engorda e o cara que engorda quer ganhar em cima do criador. Virou uma bola de neve ao contrário. Isso é um problema. O criador que cria e recria os animais tem que ganhar também. O que a gente quer com esse Consebov, por exemplo, é justamente criar regras para que todo mundo ganhe, para que todo mundo tenha condições de ter renda para que
possa definitivamente investir na sua propriedade rural. Equipe Agrominas - O senhor menciona a questão desse conselho. Efetivamente qual seria a atuação dele, qual seria a importância dele para os produtores rurais? Antenor Nogueira - Justamente criar uma norma. Se você vai à Austrália, aos Estados Unidos, você tem normas de criação, você tem normas de abate, você tem normas de comercialização de carnes, você tem normas de tudo. Aqui no Brasil você não tem normas de nada. Aqui é uma briga de braço entre o produtor e a indústria, entre a indústria e o varejo, entre a indústria e a exportação. A gente vive brigando com os nossos consumidores. O que precisa então é criar normas. Tem-se uma série de gargalos na pecuária que teriam que ser analisados no Consebov. O preço vai ser uma consequência de todas as normas. Você pega um país desse que tem o abate acima de 9 milhões de toneladas/ano de carne, você não tem uma classificação de carcaças. O frigorífico brasileiro, de um modo geral, não gosta de ter essa classificação de carcaça. Hoje tem classificação de carcaças para aves no Brasil, para suínos, mas para o boi não tem. Há classificação de carcaças no mundo inteiro. O que é isso? Premiar o produtor. Nós não queremos que seja penalizado quem não faça, mas que ganhe quem faça. Se você faz um boi diferenciado, novilho precoce com carcaça agosto 2012
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excepcional, que tenha um destino certo no país, que agrega valor àquela carne, o produtor que fez aquilo precisa ter um ganho a mais do que os outros. Ao mesmo tempo temos problemas de pesagem. É um absurdo um sindicato rural ou uma sociedade rural, como essa aqui de Governador Valadares, ter que colocar uma balança no frigorífico para conferir com o peso da balança do frigorífico. O produtor tem que ter livre acesso. Ele precisa ter livre acesso, por exemplo, ao destino da carne dele: saber que aquela carne dele vai estar na gôndola de um supermercado em Paris ou nos Estados Unidos ou qualquer país do mundo. Ele tem o direito de saber disso até para que possa melhorar aquele produto que ele está fazendo. Outra coisa é a limpeza da faca que abate o boi. Tem que normatizar isso também. Enfim, são uma série de assuntos que, ai sim, nós vamos chegar a um preço diferenciado ao produtor que faz aquele tipo de boi. Criar essas normas a nível nacional para que a gente possa ter uma cadeia produtiva da pecuária brasileira homogênea.
avalia atualmente o cenário da pecuária no Brasil? Antenor Nogueira - Eu costumo dizer que produtor tira água de pedra. Na realidade hoje nós estamos passando por alguns problemas sérios. Alguns assuntos que vêm impactar diretamente o setor produtivo: a classificação; essa constante diferença entre setor produtivo e indústria, esse relacionamento precisa melhorar e acabar com as diferenças; a conscientização em termos de mão de obra, a consciência social e ambiental, consciência sanitária que está cada vez maior, para que o Brasil possa galgar os mercados que ele não tem hoje. O Brasil só vende para 60% desse mercado mundial: não vende nada para a Ásia, Oceania, México, Canadá e Estados Unidos. Porque o Brasil não é livre ainda sem vacinação. Com isso criam-se barreiras sanitárias e a gente não tem como colocar a nossa carne nesses mercados. São justamente os mercados que mais agregam valor à carne. A União Europeia é outro caso: nós vendíamos em 2008 em torno de 350 mil toneladas de carne e hoje nós estamos vendenEquipe Agrominas - Como o senhor do aproximadamente 70 mil, devido a
Nota
algumas restrições criadas. O que foi uma lástima, sem transparência, e que está sendo definitivamente agora colocado nos eixos pelo PGA – Programa de Gestão Agropecuária – entre a CNA e o Ministério da Agricultura. Um corte de filé, por exemplo, quando você vende para a União Europeia, a média de preço desse corte seria em torno dos US$ 10 mil dólares a tonelada. Esse mesmo corte para os Estados Unidos ou Japão, que são países altamente consumidores, ficaria duas vezes mais esse valor e, infelizmente, nós estamos fora desse mercado. O Governo brasileiro, os Estados e o setor produtivo, precisam se conscientizar disso e trabalhar firme no sentido de chegarmos nesses mercados de uma forma bem rápida. Nós temos problemas seriíssimos com nossos vizinhos como a Bolívia, o Paraguai, a Venezuela que a Aftosa está incontrolável, e o Peru. Então o que precisa haver é uma vontade política, em um país igual o Brasil, e criar condições para que esses outros países evoluam também e a gente possa chegar definitivamente livre sem vacinação.
No dia 30 de julho o Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), se reuniu, em Brasília, com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Estas entidades foram convidadas a fazer parte da comissão, que discute a organização da cadeia produtiva da carne bovina no país. A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso – FAMATO – e a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), representam o estado na junta. Entre as ações que vem sendo discutidas pelo Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte, estão a abertura de novos mercados para a carne brasileira, a criação de uma legislação sobre a classificação e a tipificação de carcaça bovina, a regulamentação do uso de novas tecnologias, a criação do seguro frigorífico (incidente nas indústrias que entram em recuperação judicial) e fomentar a criação de um fundo de marketing da carne bovina. (Fonte: FAMATO)
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entidade de classe
Sindicato Rural de Colatina: Fotos: Arquivo Sindicato
No noroeste capixaba uma história que dá certo
Treinamento de tratorista pelo SENAR em parceria com o Sindicato
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olatina, situada no noroeste do estado capixaba, teve seu nome batizado em homenagem à Dona Colatina, uma bela jovem que se casou com José de Melo Carvalho Muniz Freire. Freire participou ativamente da política no Espírito Santo e acabou se tornando presidente do Estado em duas oportunidades, de 1892 a 1896 e de 1900 a 1904. A cidade é marcada pela produção tecnificada de cafés Conilon e Arábica, onde, no primeiro caso a produtividade no município gira em torno de até 100 sacas por hectare. Além de ter a presença marcante de outros setores do agronegócio como a pecuária de leite e corte, psicultura, carcinicultura, produção de bananas e pedras ornamentais. Situada no Vale do Rio Doce, a cidade é cortada por rodovias que facilitam a escoação dos produtos para o país e para o exterior. Com forte ligação na agropecuária, Colatina precisava unificar a classe há décadas atrás, para que o setor pudesse ser executado de forma mais organizada. Assim, no dia 24 de junho de 1951 foi fundada a Associação Rural de Colatina que teve em sua solenidade de abertura 244 pessoas presentes no ato, entre produtores e autoridades. Quatorze anos depois, em 1965, a associação foi elevada à categoria de Sindicato. Hoje a entidade abrange os municípios de São Domingos do Norte e Governador Lindemberg, contando com 600 associados ativos. Com sede própria localizada no centro da cidade, o sindicato oferece serviços de contabilidade, assessoria jurídica, treinamentos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e vacinação de brucelose para atender aos produtores, além de informações e divulgações das Leis Ambientais, na aquisição de insumos junto à Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Entre as principais ações da entidade está o incentivo à produção, principalmente de café. Entre os benefícios para os sócios do sindicato de Colatina estão os convênios com uma clínica e hospital, e de cursos de profissionalização estão entre os benefícios para os sócios do sindicato de Colatina. Reali10
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zações de eventos, tais como exposições para aquisição de animais reprodutores, máquinas agrícolas, dentre outros, complementam essa lista. O primeiro presidente da entidade foi Manoel Almenara Moreno que permaneceu no cargo durante quase 18 anos. Depois dele, o sindicato foi presidido por Avelino Cavassani, Nilo Alcântara Soares, Erineu Pinto Barcellos, Geraldo Batista e Pergentino de Vasconcelos. A diretoria atualmente é composta por 22 pessoas e quatro funcionários fazem parte da equipe: um auxiliar de escritório, uma recepcionista, um mobilizador do SENAR e um vacinador de brucelose. Para se associar, o sindicato segue dois critérios: 1° se o produtor tiver imóvel rural, ele precisa repassar uma mensalidade ao sindicato, que será equivalente ao tamanho da área da terra do associado; 2º em casos de contribuintes sem imóveis que podem se tornar sócios, mas os mesmos não poderão candidatar a cargos de diretoria e nem votar. O presidente O Sindicato Rural de Colatina é presidido atualmente por Erineu Pinto Barcellos, 74 anos. Barcellos é filiado à entidade há 54 anos e já passou pela presidência da entidade em outras oportunidades. Exerceu outras funções dentro do sindicato e foi reeleito em agosto de 2010, com duração do mandato até 2013. Natural de Ibiraçu (ES) mora em Colatina há 70 anos. Filho de produtor rural considera-se também produtor desde o nascimento. Sua família é de agricultores, principalmente na produção de café. Já fez cursos de cooperativismo e sindicalismo. Seu primeiro emprego foi aos 13 anos em uma cooperativa e sua participação no sindicato teve início em 1960. A forma de estímulo encontrada em seu mandato para incentivar os produtores rurais para aumentar a produção é a de profissionalização. Quanto à reeleição, informa que não pretende concorrer novamente. “Sou a favor de mudanças internas”, indica Barcellos.
Programa “Útero é Vida” destinado às mulheres no campo
Erineu Pinto Barcellos
Diretoria atual: EFETIVOS Presidente: Erineu Pinto Barcellos 1º Vice: Paulo Afonso Martinelli 2° Vice: Haui Dias Rocha 1° Secretário: Ervino Lauer 2° Secretário: Nilton Strey 1° Tesoureiro: Gervasio Kirmse 2° Tesoureiro: Humberto José Batista SUPLENTES
Pergentino de Vasconcellos Maria Forza Avancini Gustavo Filipe
Waldevino Toso Ornil Margoto Nelson Schimith de Souza João Carlos dos Santos Calot CONSELHO FISCAL
Agenor Pinto da Penha DELEGADOS REPRESENTANTES (EFETIVOS)
(EFETIVOS)
Erineu Pinto Barcellos Eduardo Vago de Oliveira
SUPLENTES
-José Lourenço de Andrade -Nilton Strey
Antônio Carlos Soares Laudelino Louret Soares Edgar Plaster Verdin Andreia Rissari Magnago
SUPLENTES
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grandes criatórios
Fazenda Bonfim: “A Ilha de Marajó é aqui” Correntinho de Guanhães e a criação de búfalos
Lidiane Dias Jornalista
Lidiane Dias
Fotos: Lidiane Dias
Jornalista
Juca Pena
Na varanda, a família Campos de Miranda
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história que venho contar aqui em Grandes Criatórios se difere das demais por um motivo. Não são explanações sobre investimento genético realizado por um produtor, mas pela criação atípica e que lhe dá tanto orgulho: búfalos. Há mais de 20 anos José Campos de Miranda, 78 anos, mais conhecido como Juca Pena, dedica-se ao seu plantel de búfalos que, segundo ele, ultrapassa as 1000 cabeças de gado. A Fazenda Bonfim é uma das cinco propriedades do produtor e fica localizada em Correntinho, distrito de Guanhães (MG). O búfalo é um animal de origem asiática e pode ser utilizado tanto para carne quanto para leite. O animal doméstico é bem diferente das espécies selvagens, sendo estes dóceis. Uma grata surpresa para quem esperava encontrar animais bravos. Filho de produtor rural, o pai de Juca Pena mexia com cachaça, pecuária de leite e outros produtos. Seu Juca Nasceu com forte ligação à terra e adquiriu a Fazenda Bonfim em 1962. O início dessa relação com os 12
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bubalinos começou quando adquiriu, de um produtor de Guanhães, cerca de 20 animais. Ele recriou os búfalos que começaram a se reproduzir. Os vaqueiros ordenharam as fêmeas e viram que elas tinham uma boa produção. A partir daí a ligação com os búfalos foi fortalecida. O plantel hoje é distribuído nas propriedades do criador que ficam em municípios da região. A raça criada é a Murrah, mas tem animais mestiços com Mediterrâneo. De acordo com o Cenatte Embriões, o trabalho com ferramentas que auxiliem o melhoramento genético para Búfalos está sendo desenvolvido. São importadas doses de sêmens congeladas para o uso em inseminações artificiais, com foco em animais melhorados para produção leiteira, o que tem um custo elevado. Juca Pena diz que não faz investimentos em ferramentas de melhoramento genético como Inseminação Artificial, Transferência de Embriões ou outras, mas informa que adquire garrotes registrados na cidade de Esmeraldas para garantir animais com maior produção.
No começo, conta que era comprador de queijo na região. Depois passou a mexer com muçarela e levava para São Paulo toda semana, juntamente com três caminhões de búfalos para os frigoríficos de lá. Depois parou porque não aguentava mais viajar. Atualmente o foco da propriedade é a produção leiteira para a fabricação de muçarela. Porém, Seu Juca Pena conta que já vendeu muitos animais para serem abatidos. Aponta que devido ao espaço não teria como recriar todos os animais hoje. Só agora que os pastos estão sendo divididos em piquetes. Entretanto, ainda tem animais para essa finalidade o que deve dar em torno de mais umas duas carretas. Em julho vendeu um pouco mais de 50 animais para um frigorífico da região. Diz ainda que os investimentos com os animais é menor do que com os bovinos, o que diminui os custos para se produzir e o que gera uma boa renda. Mais resistentes e rústicos, os animais gostam de brejos, água e comem de tudo. A alimentação dos animais é basicamente a pasto. O produtor diz que não faz muitos gastos com ração, até mesmo porque nesse período os agricultores estão segurando a produção na região para venderem quando os preços estiverem melhores.
Mas quando os preços caem, complementa a alimentação com milho, soja e minerais. Já fez testes com a introdução de ração em maior quantidade, mas comenta que depende da época do ano para fazer alguma diferença na produção. As fêmeas entram em produção com cerca de dois anos e meio de idade e não é feita uma estação de monta, com período específico para os cruzamentos. As desmama, porém, acontece geralmente no final do ano, de novembro a dezembro, e em janeiro há parições em grandes volumes. Na estrutura da propriedade ele conta que não mudou muita coisa, mas a renda melhorou. Os produtos provenientes dos búfalos, segundo informa Juca Pena, são mais caros: a muçarela, o leite e a carne, sendo que nos dois últimos casos há preconceito das pessoas em consumir. A esposa do produtor, Maria de Jesus Ferreira Campos, 63 anos, compara o gosto da carne do animal jovem à carne de porco. Quanto ao leite, o gosto é um pouco mais forte que o de vaca. O produtor possui cinco propriedades, mas em apenas uma delas é que são feitas as ordenhas e de forma manual. Mais de 1000 litros são produzidos por dia e atualmente 300 búfalas estão em lactação. Os trabalhos começam bem cedo: às 5h da manhã os 12 funcionários começam a ordenhar as
As doadoras da Fazenda União para Transferência de Embriões
búfalas que dura até às 11h. Depois da ordenha o leite segue para dois laticínios: um de seu sobrinho e o outro pertencente à filha de Juca Pena, Sirlene Campos de Miranda. Cinco funcionários trabalham no laticínio, que recolhe não só de Juca Pena, mas de mais 10 produtores cerca de 3000 litros/dia de leite de búfala. A fabricação das muçarelas demora três dias e toda semana cerca de 3000 kg do produto são levados para Belo Horizonte. São produzidas peças de 3,8 kg. Na região uma peça de 1 kg é vendida em torno de R$ 12,00, o que ao contrário dos grandes centros, fica em torno dos R$ 20,00 ou mais. “Toda hora tem um querendo muçarela na nossa porta. Vem gente de muitos lugares comprar muçarela aqui”, informa Juca Pena. Há seis anos Sirlene assumiu o laticínio que era de seu pai
e começou com 50 litros de leite. No começo trabalhava com água quente para dar ponto no leite para produzir as muçarelas, mas há dois anos comprou uma caldeira. Uma vantagem e que acelera a fabricação. Sirlene complementa ainda que a produção gira numa média de 400 Kg/dia. O soro que sobra da fabricação é levado para tratar das bezerras. De acordo com dados da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos, o leite de búfala possui mais proteínas do que o bovino, pois no primeiro caso é de 4,00% e no segundo é de 3,50%; menos colesterol, 214mg% no leite de búfala e 319mg% no de vaca. O que é uma vantagem porque o leite de búfala rende mais e o gasto com o mesmo na hora de produzir queijos cai pela metade se comparado ao leite de vaca. Quanto à sanidade, o produtor diz que
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O leite de búfala na caldeira e os búfalos fazem pose depois de se divertirem no brejo
seu plantel é vacinado contra a Aftosa, mas em relação a medicamentos para parasitas, não há grandes custos. A família Com a esposa Maria de Jesus, formou sua família que hoje é composta por cinco filhos e 11 netos. Os filhos são: Erasmo, Solange, Marcelo, Sirlene e Soraya Campos de Miranda. Os netos são: Déryck, Raquelle, Alexia, Maria Gabriella, Guilherme, Lohany, Lorena, José Neto, Lívia, Luiza e Géferson. Seu Juca Pena afirma que todos os filhos e netos se interessam pela criação de búfalos. “Nós somos acostumadas, nós nascemos aqui e fomos criados aqui. Minha filha gosta de cachorro e eu falo para ela que bonito é boi no pasto”, defende Soraya. O criador complementa ainda que quando começou a trabalhar com os búfalos muita gente o chamava de bobo. Atualmente os produtores da região estão investindo na criação dos bubalinos. Juca Pena adianta que não mexeria com outra atividade se fosse para começar hoje. “Eu acho que o búfalo vai ser o gado futuro. Hoje os meus amigos estão convencidos e falam mesmo comigo: ‘se não fosse o búfalo você não tinha alcançado o que tem hoje’. Toda a criação da minha família está ligada a esses animais”, finaliza.
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O período de gestação dos bubalinos pode variar de 278 a 311 dias, mais ou menos 9 a 10 meses, dependentes da região e da raça considerada. No Brasil quatro raças são reconhecidas pela Associação Brasileira de Criadores de Búfalos: Mediterrâneo, Murrah, Jafarabadi e Carabao. VOCê SABIA... Que o que conhecemos como mozarela no Brasil é na verdade “queijo tipo mozarela”, fabricado com leite bovino e de qualidade inferior ao produto de leite de búfala? Que cerca de 7% de todo o leite consumido no mundo é de búfalas? Que, não contendo caroteno, mas sim a própria Vitamina A, o leite de búfalas é totalmente branco, diferente do bovino, levemente amarelado? Que a verdadeira mozzarella italiana é feita exclusivamente com leite de búfala, havendo referências de sua produção naquele país desde os tempos bíblicos? Que o leite de búfala é mais doce, mais nutritivo e com menor teor de colesterol que o leite bovino? Que após o acidente nuclear em Chernabil, na antiga União Soviética, o leite de búfala foi o alimento que mais rapidamente eliminou os resíduos de radioatividade, a ponto de ser considerado alimento estratégico para o caso de catástrofes nucleares? Que o leite de búfala contém mais proteínas e maior teor de vitaminas A, D e B2 (riboflavina) que o leite bovino? Que na Itália, país de origem da
mozzarella, não se permite o uso deste nome caso o produto não seja elaborado exclusivamente com o leite de búfalas? O selo da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos é a garantia de que a mozzarella é pura de leite de búfala. Fonte: Associação Brasileira de Criadores de Búfalos Ortografia Muçarela, mozarela ou mussarela? Muçarela, ou mozarela, provém do italiano mozzarella, diminutivo de mozza, cujo significado é leite de búfala ou de vaca talhado com uma espécie de fungo chamado mozze. Então, do italiano mozzarella, com dois zês, surgiu, no nosso idioma, a palavra mozarela, com um zê só, já que na nossa língua, não há a duplicação de consoantes, salvo raras exceções. Há uma convenção ortográfica na Língua Portuguesa que transforma o z em c ou em ç: feliz - felicidade; capaz - capacidade. Da palavra mozarela surgiu à variante muçarela, com cedilha, em virtude dessa convenção. Talvez, como a palavra italiana tem dois zês, nós, brasileiros, tenhamos simplesmente os trocado inadvertidamente por dois esses. É, porém, inadequado ao padrão culto da língua escrever mussarela. O adequado é escrever MUÇARELA ou MOZARELA. Fonte: Dílson Catarino / UOL Vestibular
Arrendamento de terras ajuda a reduzir custos do fruto comercializado em vários estados brasileiros Cleuzany Lott
Jornalista
Fotos: Arquivo Programa Agrominas
dia de campo
Pequeno produtor se transforma em “gigante” no cultivo de tomate
O tomate é colhido verde no pé, para evitar o amadurecimento antes de chegar ao destino
O
produtor rural José Pereira Viana, de 46 anos, mais conhecido por “Pezão”, faz parte de um grupo que aposta na produção de tomate em Iapu (MG). Ele também é um dos mais bem sucedidos do ramo. Começou com quatro hectares de terras e uma produção de 30 mil pés de tomate. Atualmente são 100 hectares e uma produção de um milhão de pés do fruto por ano. Nascido em Iapu, José Pereira é casado com Vânia Lúcia Miranda Bonfim, de 47 anos. O casal só tem uma filha: Laura Bomfim Viana, de 12 anos. Ele começou a trabalhar com tomate aos 17 anos, depois que o pai, um tradicional comerciante da cidade, faliu. Ele e o irmão, Nilton Pereira Viana, na época com 15 anos, foram convidados pelo cunhado, Divino Luciano Anacleto a plantar tomate, uma das principais fontes de renda do município. Com o passar do tempo, o alto custo do plantio e a falta de mão de obra desanimaram Divino e Nilton, que, a exemplo de muitos produtores desistiram da lavoura. “Pezão” continuou investindo no negócio. Hoje, além de ser o maior plantador e comprador do produto, é dono do galpão onde é feito o processamento e a distribuição do tomate para vários estados do país.
Para iniciar o cultivo de tomate, o produtor buscou financiamento junto ao Banco do Brasil. Há dois anos terminou de pagar o empréstimo e trabalha com recursos próprios. Os custos do plantio até a distribuição do alimento são altos. O investimento anual está na ordem de R$ 4 milhões. Para baratear os custos, trabalha com terras arrendadas. Ele conta que o aluguel das áreas é uma alternativa para enfrentar a dificuldade de encontrar terras à venda na região e o alto valor pedido pelos proprietários. Rodízio
Outra vantagem do arrendamento é a possibilidade de estar sempre mudando de solo. José Pereira disse que a terra pode se tornar inválida para a produção do tomate. “Isso acontece devido à murcha bacteriana, ou murchadeira, uma das principais doenças do tomateiro”, explica, complementando que a bactéria pode permanecer no solo por anos, inviabilizando o plantio. “Não há remédio para combater a murchadeira e quando isso ocorre, toda a plantação é perdida”. A rotatividade de terreno é favorável na mudança de clima, um dos fatores determinantes da qualidade dos frutos. agosto 2012
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José Pereira começou com quatro hectares de terra, hoje planta em cem
por várias regiões do município. As maiores estão concentradas no Córrego do Alegre, Rio Branco, Belém e Córrego do Anta. Para manter o terreno ideal para o plantio, o produtor usa o sistema de irrigação por gotejamento. Essa técnica evita o desperdício de água José Pereira e mantém o local úmido na medida certa. Os nutrientes adicionados ao solo também passam pelo sistema de água. Através da fertirrigação, o adubo é colocado na água que faz o transporte do potássio, cálcio e outros nutrientes exigidos pela cultura. O processo proporciona mais eficiência e economia de fertilizantes. Os defensivos para evitar pragas na plantação também são misturados na água. José Pereira enfatiza que o líquido absorve melhor o produto e de forma mais rápida. “Mas há controle rigoroso da quantidade e distribuição de inseticidas para não comprometer a qualidade do tomate”, esclarece.
“Em época de frio, as terras mais quentes são as ideais e na época do calor, as terras mais frias. Se fosse para comprar as terras todas às vezes que mudássemos de clima, o cultivo do tomate se tornaria inviável”, explica o produtor. Outra técnica adotada é o plantio em rodízio para descansar o solo. O plantio do tomate é alternado com outras plantas como o milho e feijão. Após a colheita dessas culturas, a terra descansa por cerca de 12 meses para iniciar nova plantação de tomate, cuja produção dura em média seis meses. Ainda sobre o tipo de solo adequado para tomateiro, o produtor explica que a melhor terra é a vermelha, mas a planta se adapta Plantio bem em qualquer tipo de solo, “o que favorece ou não o plantio O plantio do tomate pode ser feito durante o ano todo, depené o clima que não pode ser nem muito quente e nem muito frio.” dendo da variedade e da temperatura da região. Em Iapu inicia-se no mês de janeiro e se estende até junho, quando a plantação é Irrigação suspensa por quatro meses. Nesse período ocorrem às chuvas e As plantações de tomate de José Pereira estão espalhadas água, em excesso, pode prejudicar toda a plantação. “Há muito
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risco nesse período. A lavoura inteira pode se perder”. José Pereira optou pelo tomate compacto, ou tomate de mesa. A variedade, de acordo com o produtor, é de melhor qualidade, o fruto é mais firme, além de possuir coloração forte e bonita. As mudas são compradas em viveiros de Caratinga (MG), a trinta e cinco centavos. Para garantir que elas cheguem com perfeição, cada uma é condicionada em copos de isopor, com a raiz à mostra. O copo só é descartado quando elas são plantadas. Até chegar ao canteiro final, as mudas, que medem cerca de 15 centímetros, são mantidas em estufas. Cada pé de tomate pode chegar a produzir oito quilos do fruto. Quando atingem 30 a 35 centímetros de altura, o tomateiro recebe o suporte de uma estaca. As tradicionais de bambu são as usadas pelo produtor rural. Cem dias após o plantio, os tomates estão prontos para serem colhidos. O movimento nas terras é intenso o ano todo. Cem pessoas trabalham diariamente nas lavouras. Em fevereiro, quando a produtividade é maior, o número de trabalhadores dobra para duzentos. Eles são responsáveis por toda cadeia produtiva do alimento até chegar ao varejo. Os tomates são vendidos para Belo Horizonte, Curitiba, Santa Catarina, Porto Alegre, Bahia, Aracaju e Recife. Uma caixa com 23 quilos normalmente é vendida por R$ 60.
safra inteira, se não houver a comercialização do produto. Outro obstáculo é a instabilidade dos preços, que varia a cada ano e tem feito muitos desistirem da cultura. Se não estiver preparado para os altos e baixos, o produtor pode falir, alerta José Pereira, que já amargou um prejuízo de R$ 500 mil em 2010. No ano passado ele conseguiu se estabilizar e espera lucro para este ano. Porém, a previsão para 2013 é de diminuir a produção por causa dos altos custos e dificuldades nas vendas. Mas quando se fala em desistir como os outros, o produtor é enfático: “Jamais!” A certeza de continuar investindo no tomate tem suas razões. O fruto, que também é considerado legume, é um dos mais consumidos no mundo. A versatilidade do uso do alimento é outro aliado ao aumento de consumo. Da produção total, 70% são destinados ao mercado para consumo ao natural, o restante é utilizado como matéria prima para a industrialização. Entre as pesquisas realizadas sobre a tomaticultura, a Desafios Para quem pensa em investir no tomate, o produtor alerta da Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas para os custos elevados dos insumos, escassez de mão de obra (Abcsem) mostrou que o tomate é um dos principais destae principalmente os riscos comuns da produção, como o ama- ques do setor, movimentando mais de R$ 2 bilhões por ano. durecimento rápido do alimento, que pode levar a perda de uma
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saúde animal
Miíases ou Bicheiras Dr. Carmello Liberato Thadei
Médico Veterinário CRMV-SP-0442 Saúde Animal - http://www.saudeanimal.com.br
dem os tecidos sãos, não necrosados, inclusive a pele íntegra. São essas larvas chamadas de biontófagas, pois se desenvolvem a custa do tecido vivo e, por conseguinte, podendo comprometer o estado geral do homem ou do animal por elas parasitado. São essas larvas parasitas obrigatórias. Neste grupo estão agrupadas as seguintes espécies de insetos: Callitroga americana, Dermatobia hominis e Oestrus ovis.
cas do gênero Lucilia, que já foram inclusive utilizadas como meio terapêutico nos primórdios da medicina. Raríssimamente iniciam uma miíase, e com certa frequência são encontradas como saprófagas de feridas ou cavidades infestadas por outras espécies do grupo anterior. As principais larvas deste grupo pertencem aos seguintes gêneros de moscas: Sarcophaga, Lucilia, Phaenicia, Calliphora, Musca, Mucina e Fannia. Sob o ponto de vista médico, no Brasil, as miíases podem ser:
NECROBIONTÓFAGAS - Larvas
Cutâneas - Miíases Furunculo-
que invadem exclusivamente tecidos já afetados por necrose de outras causas. Estas nutrem-se exclusivamente de tecido morto e por isso são classificadas como necrobiontófagas. Algumas delas não são prejudiciais, pois limpam as feridas do material necrosado. Neste grupo estão as mos-
sas, produzidas pela Dermatobia homininis e pela Callitroga americana; Lesões parecidas à de furúnculos, daí o nome acima: Furunculosa.
BIONTÓFAGAS - Larvas que inva-
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b) Nasomiíases - Miíases na região do nariz; c) Otomiíases - Localização na região dos ouvidos: d) Oculomiíases - Localizadas na região orbital; e) Cistomiíases - De localização na bexiga; f) Miíases intestinais - Quando sua localização é nos intestinos. As miíases causadas por larvas de moscas necrobiontófagas (que se desenvolvem unicamente em carne pútrida ou em tecidos orgânicos fermentáveis) tornam-se pseudoparasitas de lesões ou tecidos doentes; Determinam o que se denomina miíases secundárias, por ser necessária a presença de material necrosado da ferida ou cavidade, para seu desenvolvimento. Nas ulcerações, os danos em geral carecem de importância, pois as larvas se limitam a devorar os tecidos necrosados (mortos), não invadindo as partes sadias e, por conseguinte, não ocasionando hemorragias. Estas já foram utilizadas na “limpeza” de feridas, porque alimentando-se do tecido necrosado que existe em toda ferida, aceleravam e facilitavam o processo de cicatrização.
Imagem Ilustrativa
R
ecebem o nome acima as doenças causadas pela invasão do tecido cutâneo por larvas de insetos dípteros e em particular pelos chamados dípteros miodários; Conforme a biologia desses insetos, as respectivas afeções que causam são de duas categorias:
Cavitárias
a) Miíases das feridas - Callitroga macellaria;
Cabe ser observado que nas regiões onde ocorre a Leishmaniose cutânea, como na região amazônica, principalmente no Território Indígena dos Ianomâmis, são observados com muita frequência as naso-miíases, que nada mais são que miíases secundárias de larvas de moscas necrobiontófagas, que se instalam na região do nariz, nas lesões causadas primariamente pela Leishmania tegumentar. As Miíases intestinais são sem sombra de dúvida causadas pela ingestão de ovos ou larvas, por meio de bebidas ou alimentos por esses ovos ou vermes contaminados, e suas consequências carecem em geral de gravidade, produzindo algumas vezes apenas náuseas, vômitos e diarreia. Não obstante, a intensidade desses sintomas depende da sensibilidade do próprio enfermo, e do número de larvas ingeridas. Segundo alguns autores, as larvas de moscas são resistentes à ação de certas substâncias, inclusive à ação dos sucos digestivos, podendo viver durante algum tempo no tubo digestivo. Para o tratamento das bicheiras, quando as mesmas são superficiais (cutâneas), basta aplicação local de qualquer substância que seja ativa contra os insetos em geral, e concomitantemente não seja tóxica ao hospedeiro, para que as larvas morram ou simplesmente sejam expulsas do local onde se encontram, e a cicatrização subsequente do ferimento leve a bom termo a cura da enfermidade. Quando se dá o caso de serem as bicheiras cavitárias, como é o caso das gasterofiloses equinas, seu diagnóstico pelas técnicas coprológicas usuais não é possível, a não ser quando encontradas larvas íntegras no bolo fecal desses hospedeiros. O que pode ocorrer, porém de forma fortuita, e, portanto o simples exame de fezes com resultado negativo não descarta sua ocorrência. A presença de ovos íntegros ou as larvas desses ovos já eclodidas, aderentes aos pêlos dos membros anteriores e nos espaços intermandibulares, é indicativo do parasitismo pelos gasterophilus. Durante muito tempo, os únicos tratamentos conhecidos para o combate à gasterofilose equina, foi com a utilização de bissulfeto de carbono administrado oralmente e contido
em cápsulas de gelatina. Devido sua toxidez, caso administrado sem a devida técnica, muitas vezes causava a morte do animal hospedeiro quando do seu tratamento com essa substância farmacêutica. Com a descoberta das substâncias organofosforadas, os produtos sintéticos triclorfon e diclorvos, mostraram-se eficazes contra todos os estágios da fase larval desses insetos. O primeiro deles tem sido o produto mais utilizado em nosso meio, isoladamente ou em associação, sob a forma de pasta, com benzimidazoles. Sendo pequena a margem de segurança, no que diz respeito à dose desses produtos, que tem sua dose terapêutica fixada em 35/40 mg por quilo de peso vivo do animal, deve tal dose ser fixada e criteriosamente observada quando do tratamento, sob pena de resultados desastrosos, inclusive com possível morte do animal. Em fins dos anos 70, foram desenvolvidos novos fármacos, obtidos da fermentação de um fungo: (Streptomyces avermitilis), isolado do solo, no Japão. Uma dessas avermectinas, denominada de B1, apresentou ação antiparasitária contra todas as fases larvárias desses Gasterophilus, tanto nos ecto quanto endoparasitas. Recentemente, o anti-helmíntico salicilanilídico closantel, utilizado geralmente associado aos benimidazoles, sob a forma de pasta, mostrou-se também eficaz como gasterofilicida, inclusive impedindo reinfestações dos equinos até cerca de dois meses após o tratamento. As miíases ocorrendo em praticamente todo território brasileiro devido nossas condições climáticas predominantemente tropicais e equatoriais que muito favorecem o desenvolvimento dos insetos em geral, possibilitam sua multiplicação em ritmo acelerado, e com isso, concomitante, aparecimentos de bicheiras em nossos rebanhos, quer bovinos, suínos, equinos, ovinos ou caprinos. As perdas decorrentes dessas miíasses se traduzem principalmente por menor rendimento dos rebanhos explorados, quer na produção de leite, quer na produção de carne e seus subprodutos como o couro, este último muito depreciado pela bicheira. agosto 2012
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Haroldo Carlos Fernandes Juliana Pinheiro Dadalto Jardênia Feitosa Rodrigues Raquel Santana Milagres Foto divulgação
caderno técnico
Plantio direto de feijão: influência da velocidade de trabalho e do tipo de mecanismo rompedor
INTRODUÇÃO A cultura do feijão representa importante atividade agrícola no Brasil, principalmente quando se leva em conta que essa leguminosa é produzida principalmente por pequenos e médios agricultores. Para a prática de uma agricultura sustentável, são essenciais as técnicas de conservação do solo e da água, pois a substituição de ecossistemas naturais por agroecossistemas provoca alterações nas características químicas, físicas e biológicas dos solos. Dessa forma, faz-se necessário estudar sistemas de preparo conservacionistas no sentido de minimizar os problemas ambientais decorrentes do uso agrícola e manejo do solo. Em regiões com problemas de perdas de solo, uma alternativa encontrada para minimizar essa perda tem sido o emprego do plantio direto, com grande aceitação pelos produtores. 20
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Universidade Federal de Viçosa
Um dos entraves para adoção plena do plantio direto é a dificuldade de se obter semeadoras-adubadoras versáteis e resistentes, que sirvam para culturas e solos distintos, abram o sulco removendo pouca terra e palha, tenham penetração e controle de profundidade aceitáveis e dosagem adequada das sementes, fatores que garantiriam o sucesso da exploração. Sabe-se que a uniformidade de distribuição longitudinal de sementes é uma das características que mais contribui para a obtenção de um estande adequado de plantas e, consequentemente, de boa produtividade da cultura. Com a finalidade de estudar alguns parâmetros indicadores do desempenho do conjunto trator semeadora em plantio direto, utilizando diferentes mecanismos rompedores do solo e velocidades de trabalho, durante o processo de semeadura do feijão em um solo argiloso, este trabalho foi desenvolvido em condições de campo, em área experimental da Universidade Federal de Viçosa. Utilizou-se como fonte de potência nos testes experimentais um trator de pneus Massey Ferguson, modelo 265 4x2 TDA com potência máxima de 48 kW (61 cv) no motor a 2000 rpm. Foi avaliada uma semeadora-adubadora de plantio direto para a cultura de feijão, modelo Seed-Max PC 2123, com três linhas de plantio, espaçadas de meio metro. A máquina é montada no sistema de engate de três pontos, apresenta mecanismos de simples funcionamento e pequeno porte, sendo recomendada para atender às necessidades de pequenas propriedades rurais.
Para abertura do sulco, visando à colocação de fertilizante, foram utilizados dois mecanismos diferentes: haste sulcadora (facão) e disco duplo defasado. Os testes foram realizados em um Argiloso Vermelho-Amarelo. Antes dos testes com a semeadora foi feita a caracterização física do solo, apresentada na Tabela 1, onde determinou-se a média da resistência à penetração, da densidade e do teor de água. Tabela 1 - Caracterização física do solo Característica
valor
Resistência à penetração Densidade do solo Teor de água
1,62 MPa 1,11 kg dm-3 44,51 %
O solo apresentava uma percentagem de cobertura vegetal de 100% e uma quantidade média de matéria seca sobre a superfície de 5,83 t ha-1. Cada parcela experimental foi constituída de uma área de 67,5 m², sendo 25 metros de comprimento por 2,7 metros de largura. A área foi previamente dessecada com herbicida. Antes da realização dos testes, a semeadora-adubadora foi regulada visando o plantio de feijão, variedade uirapuru, com espaçamento de 0,5 m entre linhas, 10 sementes por metro (equivalente a 200.000 sementes por hectare) e profundidade de plantio próxima de 4 cm. Os tratamentos utilizados constam na Tabela 2. Tabela 2 – Tratamentos utilizados Tratamento
Velocidade de deslocamento (km/h)
Mecanismo sulcador
T1 T2 T3 T4 T5 T6
3,5 5,0 6,0 3,5 5,0 6,0
Disco Disco Disco Facão Facão Facão
Para a avaliação da influência da velocidade de deslocamento e do mecanismo de abertura do sulco no desempenho operacional da semeadora, os seguintes parâmetros foram tomados: patinagem do rodado do trator, consumo de combustível, uniformidade de distribuição longitudinal de sementes, profundidade de semeadura e percentagem e índice de velocidade de emergência de plântulas Profundidade de semeadura O disco duplo proporcionou uma semeadura mais profunda (5,18 cm) do que o facão (3,59 cm). Já a velocidade de deslocamento não influenciou na profundidade de deposição de sementes, ou seja, nas diferentes velocidades de trabalho a profundidade de semeadura foram praticamente iguais. Patinagem na roda motriz do trator Para ambos os mecanismos sulcadores, a velocidade de 3,5 km/h foi a que apresentou os menores valores de patinagem. O mecanismo sulcador tipo disco duplo apresentou valor médio de patinagem maior do que o mecanismo tipo facão nas três velocidades. Provavelmente, isso foi devido à maior profundidade de deposição das sementes neste tipo de sulcador. Os valores da patinagem apresentaram-se inferiores ao intervalo de 7 a 10%, recomendado pela ASAE (1989), para operar com a máxima eficiência de tração em solos não mobilizados, isso pode ser devido ao fato da potência disponível no trator estar bem acima da demanda apresentada pela semeadora. Consumo de combustível Com o aumento da velocidade o consumo de combustível aumentou e dentro de cada velocidade, o mecanismo de abertura do sulco tipo disco duplo demandou maior consumo de combustível. Esse maior consumo observado no mecanismo sulcador tipo disco pode ser devido à maior profundidade de deposição das sementes observada neste mecanismo, pois na maior profundidade exige-se maior potência e consequentemente um maior consumo de combustível do trator. Índice de velocidade de emergência As diferentes velocidades não interferiram no índice de velocidade de emergência. Entretanto, com o mecanismo sulagosto 2012
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cador tipo facão obteve-se índice de velocidade de emergênDe acordo com os resultados cia maior. Provavelmente, essa diferença é devida a maior obtidos e nas condições avaliadas, profundidade de deposição das sementes obtida no mecanispode-se concluir que: mo tipo disco duplo. A alta umidade do solo (44,51%) fez • O uso do mecanismo sulcador tipo disco duplo acarretou com que o disco abrisse apenas uma fenda no solo, mobili- um maior valor médio de patinagem da roda motriz do trator. zando-se assim um menor volume de solo que por consequên• O aumento da velocidade de trabalho aumentou o valor cia diminuiu a velocidade de emergência das plântulas. médio de patinagem da roda motriz do trator. • O uso do mecanismo sulcador tipo disco duplo propiPercentagem de emergência ciou uma maior profundidade média de semeadura e maior O índice de velocidade de emergência foi maior para consumo horário de combustível. o mecanismo sulcador tipo facão, a percentagem de emer• A velocidade de avanço do trator não influenciou a gência também foi maior neste mecanismo independente da profundidade de semeadura. velocidade de trabalho. Observou-se também que com o au• O mecanismo sulcador tipo facão apresentou maior mento da velocidade a percentagem de emergência diminuiu. percentagem de emergência de plantas. • A velocidade de trabalho não interferiu no índice de Distribuição longitudinal das sementes velocidade de emergência. A uniformidade de distribuição longitudinal de sementes • O uso do mecanismo sulcador tipo facão propiciou um não apresentou diferença entre os tratamentos para a percenta- maior índice de velocidade de emergência. gem de espaçamentos duplos, falhas e espaçamentos aceitáveis. • A velocidade de avanço e o mecanismo de abertura não Em média a semeadora apresentou 56,5% de espaçamentos influenciaram a distribuição longitudinal de sementes. De maaceitáveis, 25% de falhas e 18,5% de sementes duplas. neira geral, a semeadora avaliada apresentou um desempenho regular quanto à uniformidade de distribuição de sementes. Figura 2 – Uniformidade de Distribuição Longitudinal de Sementes
Espaçamentos aceitáveis Falhas Sementes duplas 22
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forragicultura
Atenção para a Cigarrinha da Pastagem Humberto Luiz Wernersbach Filho
Fotos divulgação
Zootecnista MSc / Supervisor de Pesquisa Fertilizantes Heringer S/A
Inseto adulto de Cigarrinha do gênero Mahanarva spp. em pastagens de Braquiarão - Tocantins
C
om o advento e utilização de espécies de maior tolerância ao ataque da cigarrinha das pastagens, tendo como marco a Brachiaria brizantha cv. marandu, mais conhecida como “braquiarão”, os danos causados por esses insetos deixaram, por algum tempo, de ser um grande problema nos diversos sistemas de produção, não tendo, portanto, atenção de técnicos e produtores. Contudo a monocultura de espécies forrageiras e o intenso processo de degradação das pastagens trouxeram à tona esse grave problema. A utilização de espécies resistentes é tida como a melhor opção de controle para essa praga. Dentre elas, além do braquiarão, pode-se citar cultivares de Panicum maximum (mombaça, Tanzânia e Massai) e também Andropogon gayanus, mais encontrado no norte de Goiás, Tocantins e algumas outras áreas do cerrado brasileiro. Entretanto, utilizar cultivares com maior tolerância exige também atentar para as condições de fertilidade de solo e manejo adequados. Um bom exemplo disso é a atual condição das pastagens formadas com Capim Marandu. A maioria dessas pastagens, outrora
formadas em boas condições de solo, atualmente apresenta-se degradada e susceptível a infestação de plantas daninhas, lagartas de pastagens e também a cigarrinha das pastagens do gênero Mahanarva spp. Até então, não eram cogitados danos causados pelas cigarrinhas das pastagens em áreas de B. brizantha cv. Marandu. Entretanto, como esse capim foi amplamente difundido e utilizado nas pastagens brasileiras, alerta-se para a monocultura dessa forrageira o que poderia estar causando desequilíbrio na população de cigarrinhas das pastagens, predominando assim uma espécie do gênero Mahanarva spp., que causa sérios danos a pastagens de braquiarão, principalmente na região centro-norte do país. Os insetos desse gênero apresentam maior tamanho e coloração avermelhada e atacam preferencialmente gramíneas de maior porte (cana-de açúcar e capim elefante). Como são menos afetadas pelo capim marandu, ao contrário das espécies de cigarrinhas mais conhecidas pelos pecuaristas (N. entreriana, D. flavopicta etc.), conseguem aumentar sua população até altos níveis, causando assim danos
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Danos causados por Mahanarva spp. em pastagens Braquiarão em Tocantins
comendam que o controle químico seja feito em adultos, categoria susceptível ao defensivo, porém antes do dano à pastagem. Outra dica é repetir a aplicação, pois a cigarrinha possui diversos ciclos de crescimento na época das águas, portanto a repetição do tratamento diminui a deposição dos ovos do inseto. É fundamental que os pecuaristas busquem orientação técnica para utilização dessa tecnologia e utilizem produtos específicos para pastagens. Outra alternativa é o controle biológico. Pesquisas com fungo Metarhizium anisopliae apontam uma opção. O fungo causa distúrbios no inseto na fase de ninfa (fase jovem), fase esta que inseticidas químicos tem dificuldade de controle. Contudo sua aplicação em larga escala no campo, bem como seus resultados ainda precisam ser estudados. Condições de clima, época do ano, palhada no solo são fatores que ainda necessitam serem estudados e possivelmente irão definir as estratégias de utilização desse fungo. Outro ponto de manejo para controle e redução de danos da cigarrinha é manejar bem o pasto, respeitando as alturas de entrada e saída de cada espécie forrageira e realizar adubações de formação e recuperação das pastagens, pois plantas bem nutridas são menos susceptíveis ao ataque da praga. Não é recomendado colocar os animais em pastagens que estão sofrendo ataque, pois seria acelerar os danos para a cultura. Cigarrinha das pastagens e outras pragas causam enormes danos á pecuária nacional, buscar orientação técnica, conhecer seu ciclo de crescimento e as estratégias de manejo são práticas fundamentais que auxiliam o pecuarista na redução dos danos às pastagens.
a B. brizantha. O que ainda piora a situação, é que mais de 60% dessas pastagens apresenta certo estágio de degradação. É importante lembrar que tal fato não afeta a resistência dessa espécie forrageira as demais espécies de cigarrinhas. Tais impactos são específicos para a cigarrinha do gênero Mahanarva spp. Cuidados são necessários em pastagens de B. decumbens, B. humidicola, B. mutica e B. ruziziensis, dentre outras. O fato de a área estar formada com essas espécies não implica em trocar toda a pastagem, porém caso o dano seja muito grande e de difícil controle, a troca por uma espécie resistente será necessária, porém de acordo com o planejamento técnico e financeiro da propriedade. O fato de se substituir parte das pastagens susceptível por espécies resistentes já reduz em parte os danos causados pelo inseto. O melhor método de controle é a substituição por espécies resistentes conforme mencionado anteriormente, entretanto, tal decisão esbarra no custo de tal operação, haja vista, que o processo de formação deverá ser feito dentro dos rigores técnicos para evitar a degradação da pastagem recém formada. Por isso, o controle estratégico dos insetos com inseticidas químicos e biológicos torna-se peça importante no sistema de produção. O controle químico em área total tem uso limitado devido Bibliografia consultada: ao custo e os impactos ambientais. Para efetivação do controle pode-se aplicar em momentos específicos da infestação. VALÉRIO, J. R. Cigarrinhas-das-pastagens: importantes insetos pragas de Muitos pecuaristas utilizam o controle químico quando se ob- gramíneas forrageiras tropicais. Embrapa Gado de Corte. Campo Grande – MS serva o amarelecimento da pastagem, contudo a maioria dos - www.cnpgc.embrapa.br. insetos que causaram esses danos já está morta, não havendo eficácia no tratamento, haja vista que esses insetos já fizeram a deposição de ovos para o próximo ciclo. Pesquisadores re-
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agrovisão
Até onde vai a responsabilidade de cada um? Alexandre Sylvio Vieira da Costa
Foto divulgação
Engenheiro Agrônomo; DSc. Em Produção Vegetal; Professor Titular/Solos e Meio Ambiente - Universidade Vale do Rio Doce asylvio@univale.br
P
roduzimos lixo todos os dias e muito lixo! Antigamente o lixo era, em sua maior proporção, matéria orgânica como restos de alimentos, mas hoje o nosso lixo mudou. Em função das tecnologias e da qualidade de vida, além do aumento da quantidade diária de lixo produzido, produzimos lixo de baixa capacidade de degradação como vidros, plásticos, pets, alumínio, dentre outros. Materiais que facilitaram muito as nossas vidas no dia a dia, mas que geram um grande transtorno ambiental, principalmente no que se refere ao descarte final. Passamos a adotar o sistema de reciclagem destes produtos considerando que grande parte dos resíduos produzidos pode ser prontamente aproveitada, reduzindo o consumo de matéria prima não renovável. A partir 26
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deste princípio intensificou-se o processo de coleta de produtos reciclados nos lixões e aterros. Famílias inteiras passaram a sobreviver da coleta dos materiais diretamente nos depósitos de lixo gerando graves problemas sociais e de saúde. A necessidade foi o carro chefe para a implantação em algumas cidades da coleta seletiva que melhora significativamente o aproveitamento dos materiais para reciclagem facilitando o trabalho dos catadores, tornando a atividade mais humana e digna. Mas, será que já temos a cultura da coleta seletiva, de apenas separar o lixo seco do lixo úmido? Este é um trabalho longo e árduo, pois vivemos em um país onde as pessoas ainda jogam lixo no chão das ruas e pela janela dos carros, nos rios e córregos. Muitas pessoas também não
adotam a coleta seletiva por pensarem que esta simples ação de separar o lixo seco do lixo úmido não irá gerar qualquer tipo de benefício direto para ela, principalmente financeiro. Outro ponto de gargalo é o valor dos produtos. Uma tonelada de papelão prensado em Minas Gerais não sai por mais que 300 reais e de pet, 170 reais enquanto uma tonelada de alumínio (latinhas) pode atingir valor acima de 3.000 reais. Por isso somos os maiores recicladores de alumínio do planeta com valores superiores a 95%, quase perfeito! Considerando as pessoas egoístas que, de qualquer forma também fazem parte da sociedade e a valorização dos produtos de reciclagem, a logística reversa de retorno das embalagens para o comércio deveria ser levada em consideração, principalmente pelas grandes redes de supermercados. Considerando que uma tonelada de garrafas pet vale 170 reais e que são ne-
cessárias aproximadamente 20 mil garrafas para atingir este peso, cada garrafa para reciclagem vale neste sistema menos de um centavo. No supermercado, uma garrafa pet de dois litros de refrigerante não sai por menos de R$ 2,50. Se os grandes mercados pagassem apenas cinco centavos por cada pet devolvido diretamente pelo consumidor ou catador, com certeza o nosso problema com pet reduziria significativamente e com um custo mínimo para o mercado considerando o preço atual dos refrigerantes, além, é claro de valorizar muito o trabalho dos catadores, afinal, a tonelada do pet subiria para valores próximos a 1.000 reais. Muitas das soluções dos nossos problemas ambientais não são de difícil solução bastando apenas boa vontade e organização dos setores da sociedade civil: a indústria, o comerciante e o consumidor.
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sustentabilidade
Educação do Campo, um setor que precisa de atenção! Por Jovani Augusto Puntel
Foto: Arquivo Instituto Souza Cruz
Professor, filósofo, especialista em Desenvolvimento Local pela OIT e mestre em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Santa Cruz do Sul. Agricultor até os 21 anos e coordenador de projetos sociais em periferias urbanas e no meio rural, atuou como educador do Programa Empreendedorismo do Jovem Rural (PEJR), do Instituto Souza Cruz.
Jovem que participou de um programa de Educação no Campo - Rio Grande do Sul
O
Brasil, desde sua origem, adotou um modelo de desenvolvimento rural que privou a distribuição da renda e promoveu o uso indevido dos territórios. No último século, esses problemas se agravaram, provocando muitos questionamentos. A modernização desse segmento, a opção de produzir em escala, principalmente voltada para a exportação, alterou o cenário rural, colocando na pauta o debate sobre a sustentabilidade e sobre o futuro da agricultura familiar. As diversas transformações que continuam ocorrendo neste cenário têm alterado também a estrutura populacional, as relações e modo de trabalho das pessoas que vivem no campo. Neste setor, as condições de trabalho e renda nem sempre são atrativas. Alteram-se os modos de produção e consumo e os jovens rurais, os filhos e filhas dos agricultores familiares, sofrem as pressões próprias de sua idade, além dos apelos de consumo e o desafio de prepararem-se para suas escolhas profissionais. Nos espaços rurais, as mudanças nas concepções sobre desenvolvimento sugerem a inadequação das noções tradicionais que até pouco tempo o associavam a ideia de 28
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urbanização do campo. Também não se pode tratar este espaço somente como agrícola ou agropecuário, pois em muitos ambientes já predomina atividades de pluriatividade, e igualmente, há espaços multifuncionais. A intervenção em prol do desenvolvimento tem se limitado, geralmente, às condições de produção ou a processos produtivos, fomentando mudanças nas bases tecnológicas, na organização dos sistemas produtivos e na racionalização do uso da força de trabalho. O processo de industrialização e modernização tem transformado a agricultura em uma fábrica, tendo na sua centralidade o aumento de produtividade e dos lucros. Mas como as pessoas deste meio têm acompanhado este processo? Afinal, como o sistema de educação pública brasileiro tem incorporado essas mudanças e lidado com estes resíduos? No modelo de ensino brasileiro, podemos afirmar, com pouca margem de erro, que a educação pública foi pensada para dar conta das demandas urbanas, e que precisa ser mais ágil para acompanhar as necessidades de educação para a população do campo. Fazendo um resgate histórico, em 1930 ainda se es-
boçava um movimento por uma escola pública, gratuita e laica, com as responsabilidades da escolaridade assumidas pelo Estado. Na verdade a educação só veio a se consolidar como uma demanda dos segmentos populares com a intensificação do processo de industrialização e necessidade de qualificação de mão de obra para a indústria. A partir de 1940, a educação brasileira incorporou com força a matriz curricular urbanizada e industrializada, caracterizada por interesses sociais, culturais e educacionais das elites brasileiras como a mais relevante. De forma geral, este protótipo de escola era compreendido como lugar da “contraeducação rural”, pautada apenas na instrução do homem do campo para ler, escrever e contar. Essa ideia de instrução do trabalhador nos remete a uma ideologia de que o sujeito da roça não precisa estudar, pois, trabalhar com a enxada, por exemplo, requer apenas esforço físico, não precisando raciocinar, refletir, questionar. No caso, o imprescindível é saber manusear os instrumentos e saber utilizar a terra adequadamente. Conforme Dürkheim (1983), o problema desta concepção é que a educação desempenha uma importante tarefa na conformação dos indivíduos à sociedade em que vivem, a ponto de, após algum tempo, as regras estarem internalizadas e transformadas em hábitos. Neste contexto, não é de se estranhar que ainda hoje, muitas famílias acreditam que para trabalhar no campo não precisa de estudo. Evidentemente que as populações do campo têm procurado resistir a certas situações de dominação através de lutas organizadas em movimentos sociais que, ao longo do tempo, tem fortalecido os trabalhadores. Este movimento vem provocando ações que, desde então, pressionam para que governos implementem seus apelos nas diretrizes de políticas públicas. Alterações mais significativas ocorreram através da Constituição e Lei de Diretrizes e Bases – Lei 9.394/96. Em 2002, foi aprovada a Resolução CNE/CEB Nº. 01 de 03 de abril; as Diretrizes Operacionais da Educação do Campo e consolida um importante marco para a história da educação brasileira. Em 2004, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD) incorporou demandas importantes como alfabetização e educação de jovens e adultos, educação do campo, educação ambiental, educação escolar indígena, e diversidade étnico-racial. Paralelo aos avanços da legislação brasileira, várias ins-
tituições, como o Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo (MEPES), Escolas Famílias Agrícolas (EFAs) e o Centro de Desenvolvimento do Jovem Rural (CEDEJOR), adotaram a Pedagogia da Alternância. Este modelo de educação, que surgiu na França, em um vilarejo chamado Lauzan, por volta do ano 1935, teve como objetivo oferecer um processo de profissionalização com uma formação social e integral para o meio rural, sem desvincular os jovens da família e da comunidade em que viviam. Em maio de 2006, o Ministério da Educação reconhece que a Educação do Campo é papel estratégico para o desenvolvimento socioeconômico do meio rural brasileiro, e que a Pedagogia da Alternância vem se destacando para os anos finais do Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação Profissional de Nível Médio. O documento encaminhado é aprovado pelo SECAD/MEC, e buscou resolver impedimentos que dificultavam a certificação dos alunos que frequentavam Centros Familiares de Formação por Alternância (CEFFAs) e demais instituições que adotaram este modelo de educação. O modelo de educação do campo se opõe à educação bancária que considera o educador como aquele que sabe, e os educandos como aqueles que não sabem, cabendo aos primeiros levar, transmitir o seu saber aos segundos. Na Pedagogia da Alternância, valoriza-se o saber socialmente construído, a cultura de vida, a herança cultural, o conhecimento nato que as pessoas preservam de geração para geração. É neste berço que, cada vez mais, vem se fortalecendo o movimento por uma Educação do Campo. Os movimentos sociais em prol do desenvolvimento do campo defendem que o rural precisa ter sua própria estrutura física e profissional. Nesta perspectiva cabe um olhar atento ao Programa Nacional de Educação do Campo (PRONACAMPO). O documento traz muitos dados sobre a situação da educação no campo, além de apresentar um conjunto de metas e de ações articuladas que visa assegurar a melhoria do ensino nas redes existentes. Traz propostas para formação de professores, produção de material didático específico, acesso e recuperação da infraestrutura e qualidade na educação no campo, em todas as etapas e modalidades (Decreto n° 7.352/2010) - para atender cerca 6,3 milhões de matrículas no campo (12,4% do total de estudantes matriculados em 2011). agosto 2012
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perfil profissional
28 de Agosto: Dia do Avicultor
Fotos Lidiane Dias
Damos os nossos parabéns aos profissionais do setor
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o oitavo mês do ano, quase em seu término, comemora-se o dia do avicultor: 28 de agosto. A partir do trabalho desse profissional, seja de carnes ou dos produtos das aves, é que a produção é realizada adequando às tendências e exigências quanto às tecnologias adotadas: investimentos genéticos, cuidados sanitários e visão de mercado. Dados da União Brasileira de Avicultura (Ubabef) apontam que o setor emprega mais de 4,5 milhões de pessoas, direta e indiretamente, e responde por quase 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. O que demonstra a importância do avicultor pela profissionalização da atividade. A sanidade das aves no Brasil é um ponto positivo e uma atenção, para que continue sendo uma característica positiva no país. Em 1960 foi implantado o sistema de integração entre criadores e abatedouros. Assim, os avicultores têm um apoio técnico desde o fornecimento de rações, medicamentos, até os filhotes, para que o produto chegue com qualidade à mesa do consumidor. 30
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Entre as preocupações e ações desempenhadas pelo avicultor estão: às práticas que promovem a produção desde o bem-estar animal, saúde das aves e biosseguridade, até a destinação de subprodutos e resíduos; alimentação e a forma de armazenamento da comida; sistema de água; controle da temperatura, estando dentro da zona de conforto para os filhotes (31 a 33ºC) ou aves adultas (21 a 23ºC); teor de gases monitorados e registrados; vacinação das aves (Doença de Marek, Newcastle, etc.); transporte das aves para não causar lesões; o processamento; a limpeza do estabelecimento; o sistema de rastreabilidade. A educadora Rosane Toebe (2008) produziu um artigo científico intitulado “Avicultores: trabalhadores ou pequenos proprietários?”. Nele, ela discorre sobre a formação social dos avicultores dentro do capitalismo. Entre as descrições da autora, ela aponta que a atividade só é possível através da relação entre os avicultores e a indústria. “Para que o avicultor possa desempenhar essa atividade, ele se responsabiliza pela viabilização das instalações necessárias: construção de galpões, aquisição de equipamentos e dos demais instrumentos e utensílios de trabalho. Quando a ave encontra-se em ponto de abate, a indústria a recebe, realiza o abate e o beneficiamento, e o transforma em produto de consumo,
que tanto pode se apresentar na forma in natura, como na forma beneficiada [...]. Portanto, a produção avícola se organiza em duas fases distintas e específicas: uma rural (sob responsabilidade dos avicultores) e outra urbana (sob responsabilidade da indústria)”. Rosane Toebe (2008). A avicultura e o mercado
Com atual redução na produção devido aos cortes na exportação para os Estados Unidos, o setor de avicultura volta às atenções para os custos dos grãos que estão em alta e a estagnação do consumo da carne de frango. De acordo com dados do jornal Gazeta do Povo, 2,7% dos abates foram ampliados pelos frigoríficos no primeiro semestre deste ano. Entretanto, o consumo interno deteve-se e as exportações recuaram 1,7%. Ubabef divulgou a estimativa de que no segundo semestre a redução da produção seja maior, seguida de desemprego e aumento dos preços da carne de frango.
Prof. Ruibran dos Reis
Prof. da PUC Minas Diretor Regional da Climatempo - Minas Gerais
Imagem ilustrativa
meteorologia
Agosto com ventos
H
istoricamente o tempo no mês de agosto é de poucas chuvas nas regiões leste e nordeste de Minas Gerais. Os ventos vindos do oceano Atlântico deixam o tempo parcialmente nublado na maioria dos dias de agosto. Neste ano, o outono foi mais úmido em relação ao ocorrido nos anos anteriores, entretanto, o mês de julho já apresentou o tempo seco. As frentes frias deverão passar pelo litoral da região Sudeste no mês de agosto, mas com fraca atividade no continente, e a massa de ar seco vai continuar predominando. Portanto, a previsão para o mês é de poucas chuvas, o sol é que vai predominar e as temperaturas deverão ficar em torno da média. O fenômeno El Niño começa a ganhar intensidade no oceano Pacífico. Temperaturas elevadas nesta época do ano é sinal de atraso no início do período chuvoso.
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mercado
Relação de troca entre boi gordo e farelo de algodão 28 Rafael Ribeiro
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Zootecnista | Scot Consultoria
o embalo do farelo de soja, o farelo de algodão está mais caro. A pequena disponibilidade do produto colabora com a pressão de alta. Segundo levantamento da Scot Consultoria, a tonelada do alimento com 28% de proteína bruta ficou cotada em R$ 627,00 (preço médio) em São Paulo. O menor valor encontrado foi R$ 590,00 por tonelada. Os preços subiram 60,7% desde março. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o pecuarista está pagando 41,6% mais pelo insumo. Considerando a praça de São Paulo, em junho foram necessárias 6,75 arrobas de boi gordo para a compra de uma tonelada de farelo de algodão. É a pior relação de troca dos últimos treze meses. O poder de compra do pecuarista em relação ao farelo de algodão diminuiu 47,4% em relação a junho de 2011. Veja a figura 1. Figura 1. Relação de troca entre boi gordo e farelo de algodão (@ de boi gordo por tonelada de farelo de algodão 28).
Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br Em curto prazo a expectativa é de preços firmes para o farelo de algodão. O cenário deve melhorar para o pecuarista a partir do final de julho e começo de agosto, quando aumenta a disponibilidade de farelo de algodão.
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Imagem Ilustrativa
Produção brasileira de leite será recorde em 2012? por Jéssyca Guerra
Zootecnista | Scot Consultoria
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egundo a Pesquisa Trimestral do Leite, divulgada no final de junho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no primeiro trimestre deste ano foram adquiridos 5,7 bilhões de litros de leite pelos laticínios e cooperativas. A pesquisa considera apenas a produção formal, ou seja, o leite com inspeção municipal, estadual ou federal. O volume adquirido de janeiro a março deste ano foi 2,9% menor em relação ao trimestre anterior. Veja a figura 1.
Normalmente, a captação de leite no quarto trimestre é maior em relação à do primeiro trimestre. Em dezembro, foi registrado o pico de produção na média Brasil. Entretanto, o volume de leite captado no primeiro trimestre de 2012 aumentou 4,4% na comparação com o mesmo período do ano passado. Considerações finais
Em curto prazo, a expectativa é de aumento na produção e captação de leite no país. Segundo o Índice Scot de CapFigura 1. Volume de leite adquirido pelos laticínios e tação de Leite, em abril e maio houve queda na captação, cooperativas, por trimestre – em bilhões de litros. considerando a média nacional. Para junho os dados parciais indicam alta. A expectativa é de que a captação aumente em 2012 em relação ao volume captado em 2011, mas alguns pontos merecem atenção. São eles: a pressão de baixa no mercado do leite que pode desestimular os investimentos; aumento dos custos de produção, com destaque para a alta de preço dos farelos; e por fim o clima, que tem pregado peças. Fonte: IBGE / Adaptado por Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br Imagem Ilustrativa
Mercado altista com notícias da colheita no Brasil Waldir Francese Filho
Superintendente Comercial Coocafé
A
pós início chuvoso a colheita nas Matas de Minas avança e entra em sua segunda metade em condições para a conclusão dos trabalhos. Qualidade inferior ao último ano e pouco café marcará a safra 2012/13 na Zona da Mata e Leste de Minas. Os cafeicultores entram em um momento de acerto de contas e planejamentos para o futuro. As chuvas no início da colheita desta safra prejudicaram muito a qualidade dos nossos cafés. Os Armazéns Gerais comprovam a qualidade inferior em relação ao último ano. As propriedades com melhores estruturas de pós-colheita estão, porém conseguindo fazer bons cafés e tendo bons índices de cerejas descascados. A trégua nas chuvas permite o avanço na colheita o mesmo não ocorre em outras regiões cafeeiras como o Sul de Minas. A incidência de chuvas está constante
e atrapalhando muito a colheita com muito café de varrição devido semanas de chuvas. Este cenário para qualidade inferior deixou o mercado de café altista na segunda quinzena de julho no mercado internacional somado as notícias de que a Colômbia também terá dificuldades com sua safra. Neste momento os cafeicultores devem focar seus trabalhos em concluir a colheita e apurar seus custos de produção. Cumprir os custeios do último ano, projetar o custo de produção e nos picos de preços realizarem a venda e compor preços médios de sua safra.
Cotações 01/08 - Coocafé
Arábica | Bebida Dura tipo 6 | R$ 385,00 * Cereja | Descascado Fino | R$ R$ 415,00* Rio | Tipo 7 | R$ 335,00 * agosto 2012 *Preço bruto faturado
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cotações
Boi Gordo
mercado futuro (BM&FBovespa) 08/12
(R$/@) Indicadores Eslaq / BM&F Bovespa boi Gordo
vencimento
Ajuste (R$/@)
Var. (R$)
Ago/12
92,15
0,57
data
à vista
A prazo
Set/12
95,00
- 0,50
27/07
R$ 89,90
R$ 90,79
Out/12
97,80
0,50
30/07
R$ 89,83
R$ 90,79
31/07
R$ 89,84
R$ 90,47
Fonte: BeefPoint
Fonte: BeefPoint
preços do leite
(R$/L)
cotações do leite cru preços pagos ao produtor
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RS
SP
PR
0,8220
0,8083
0,8733
0,8385
0,8396
0,7408
0,8269
Fev / 12
0,8388
0,8286
0,8681
0,8355
0,8480
0,7353
0,8338
Mar/12
0,8640
0,8427
0,8742
0,8304
0,8880
0,7624
0,8206
Abr/12
0,8828
0,8502
0,8874
0,8338
0,9122
0,7760
0,8218
Mai/12
0,8916
0,8519
0,8956
0,8347
0,9169
0,8475
0,8191
Jun/12
0,8679
0,8333
0,8738
0,8247
0,8723
0,8573
0,8028
Jul/12
0,8606
0,8190
0,8702
0,8331
0,8570
0,8627
0,7917
R$/litro
MG
Jan /12
GO
BA
SC
Fonte: Cepea - Esalq/USP
Agosto agosto 2011 2012
mão na massa
Repelentes de mosquitos Foto Divulgação
Retirado do site Dicas do Timoneiro
O
s mosquitos estão presentes em todos utilizando cravo-da-índia, dizem que é muito os lugares. Antigamente os perigosos usado por pescadores. Todos conhecem os seus insetos poupavam os moradores das cidades, poderes. Vale à pena experimentar. sendo encontrados apenas em lugares afastados, no meio do mato. Hoje, ao contrário, marcam Ingredientes: presença até em bairros sofisticados. Já foi o • 100 ml de álcool tempo em que sua picada era apenas desagradá• 1 pacote de cravo da Índia (10 gr) vel. Hoje ela pode até matar. A dengue está de • 1 vidro de óleo de amêndoas volta, com variações mais agressivas. Como se proteger?
Modo de preparar:
• Deixe o cravo curtindo no álcool uns 4 dias Costuma-se usar repelentes adquiridos em agitando, cedo e de tarde; farmácia, mas estes também estão se mostrando • Depois, coloque o óleo de amêndoas ou ineficazes. Parece que os mosquitos se acostu- outro óleo corporal. maram a eles e até gostam do cheiro. O cravo-da-índia, espalhado por superfícies, Como usar: é muito utilizado para afastar formigas. Contra • Passe pequena quantidade no braço e permosquitos era novidade. Faça como na foto. nas. O mosquito foge do local. Enterre alguns cravos em meio limão. Faça isso com 3 ou 4 limões e espalhe pela casa. Experimente! Outra dica de repelente caseiro, também
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emater
Uso da cana-de-açúcar enriquecida com Nitromineral Epamig e Nitroproteico Epamig na alimentação de Bovinos
Ronald Hott de Paula Engenheiro Agrônomo Coordenador Técnico Regional – EMATER MG
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Imagem ilustrativa
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ifundida já há algumas décadas como alternativa para alimentação volumosa de rebanhos durante a época seca do ano, a cana-de-açúcar (rica em energia) ainda encontra rejeições junto a alguns criadores por apresentar baixos teores de proteína e minerais e por receio de intoxicação de animais quando corrigida com a adição de ureia e sulfato de amônio na proporção de 9:1 (nove partes de ureia pecuária + uma parte de sulfato de amônio). Este assunto já foi inclusive tema de edição anterior desta revista. Esta correção proteica e mineral se faz necessária e se tomados os devidos cuidados, já de conhecimento geral, não apresenta problemas. A cana-de-açúcar apresenta como principal vantagem a alta produtividade alcançada, necessitando, com isso, de menores áreas para produção quando comparadas com outras alternativas (capim elefante, sorgo, milho, etc.). Este fator aliado a outros ajuda a torná-la uma opção mais barata para alimentação do rebanho. A EPAMIG (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) estudando a melhor alternativa para o fornecimento deste volumoso corrigido, concluiu que ao fornecer minerais juntamente com a ureia e o sulfato de amônio em mistura com a cana, resultou em significativo ganho de peso adicional a bezerros, quando comparado com o fornecimento do sal mineral separado em cochos. Também observou que substituindo parte da ureia por farelo de soja resultou em aumento do consumo e consequentemente maior ganho de peso. Os resultados desta pesquisa conduzida pelo pesquisador José Joaquim Ferreira já foram publicadas no informe agropecuário n.º 258 da EPAMIG. Com base nestas pesquisas foram desenvolvidas duas formulações de concentrados a serem misturados à cana:
A quantidade a ser misturada à cana-de-açúcar varia de acordo com a opção escolhida. No caso do NUC é de 14 gramas para cada 1 kg de volumoso. Se a opção for pelo NPC usa-se 50 gramas para cada 01 kg de volumoso. Estas misturas são utilizadas com sucesso em todas as fazendas da EPAMIG e outras atendidas pela EMATER-MG através do Programa Minas Leite.
INGREDIENTE
NITROMINERAL EPAMIG (NUC)
NITROPROTEICO EPAMIG (NPC)
Farelo de soja Ureia Calcário Fosfato Bicálcico Sal Mineral Sal comum Sulfato de amônio TOTAL
55,0 14,0 20,0 5,0 6,0 100,0
83,0 5,2 1,2 2,0 6,4 1,6 0,6 100,0
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Imagem Ilustrativa
Fiscal Estadual Agropecuário – IMA Coordenadoria Regional de Gov. Valadares
Fotos: FUNDECITRUS
ima
Pinta Preta dos Citros
Marcelo de Aquino Brito Lima
O
fungo causador da Pinta Preta é Guignardia citricarpa. Provoca lesões na casca dos frutos de laranjeiras doce, limoeiros, tangerinas e seus híbridos. Na lima ácida Tahiti não há constatação de lesões da doença. A Pinta Preta afeta folhas, ramos e, principalmente, frutos, que ficam impróprios para o mercado de fruta fresca. Em ataques severos os frutos podem cair prematuramente. O sintoma mais típico da doença é uma mancha dura. As lesões começam a aparecer quando os frutos entram em amadurecimento, o que ocorre normalmente no inverno. As bordas das lesões são salientes e o centro apresenta-se deprimido, de cor palha com pontuações escuras (estruturas onde se formam os esporos do fungo). A Pinta Preta provoca a redução da produtividade devido à grande queda dos frutos, bem como a depreciação dos mesmos. Também causa prejuízo significativo para o produtor rural devido às exigências dos mercados interno e externo.
Controle Para a identificação da praga, no campo, deve-se fazer a inspeção da face dos frutos mais exposta ao sol, posicionada no terço inferior da copa (saia); Retirar os restos de material vegetal e desinfetar os veículos, máquinas agrícolas, materiais de colheita e outros equipamentos antes de entrar no pomar, manter a cultura sob uma boa nutrição e sanidade, remover frutos temporões infectados, adotar controle químico e implementar a Certificação Fitossanitária de Origem (CFO/CFOC). Em Minas Gerais, as mudas e os frutos de citros, devem transitar com a Permissão de Trânsito Vegetal (PTV) e são fiscalizadas pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) de acordo com as legislações federal e estadual. Para maiores informações o produtor rural deve procurar o escritório do IMA mais próximo de sua região.
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Adab
Cooperação em P&D e defesa fitossanitária contra introdução do huanglongbing dos citros no nordeste Brasileiro introdução
A citricultura brasileira, maior exportadora mundial de suco concentrado, possui relevância sócio-econômica para diversas regiões. São Paulo, primeiro estado no ranking nacional da produção, registra a ocorrência da mais grave e destrutiva praga da citricultura internacional, o huanglongbing dos citros (HLB, ex-Greening, Fig.01). Os Estados da Bahia e Sergipe (Fig.02), juntos possuem área de 110 mil hectares de citros, livres da ocorrência do HLB, consolidando a citricultura nordestina não só pelo volume de produção, mas também pela vantagem competitiva advinda do seu status fitossanitário.
Silva, S.X.B.¹; Almeida, M.a.c.c.¹; Nascimento, A.s.²; Andrade, E.c.²; Laranjeira, F.f.²; Nascimento, M.a.a.³
¹ Laboratório de Epidemiologia e Tecnologia da Informação em Sanidade - LAETIS/ ADAB, Salvador/BA; 2 EMBRAPA /CNPMF, Cruz das Almas/BA; ³ EMDAGRO, Aracaju/SE
Fig.04. Sintomas de HLB : em ramos, amarelecimento na parte superior da copa (A; círculos vermelhos); em folhas, mosqueado assimétrico (B; círculos vermelhos); em frutos, maturação desuniforme (C) e deformação (linhas tracejadas, D). MATERIAL E MÉTODOS
Fig. 1. Polígono verde corresponde à área de ocorrência do HLB no Sudeste Brasileiro: Estados de Minas Gerais e São Paulo, cuja 1ª ocorrência da praga foi em 2004.
Fig. 2. Citricultura Nordestina: Centro sul de Sergipe (polígono rosa); Polígonos Citrícolas da Bahia, Litoral Norte (verde), Recôncavo (laranja), Chapada Diamantina (amarelo) e Oeste Baiano (vermelho).
As bactérias Candidatus Liberibacter sp., agentes causais do HLB, colonizam o floema das plantas hospedeiras: Citrus e Murraya paniculata (Fig.03, A). O psilídeo Diaphorina citri (Fig.03, B) é o principal responsável pela transmissão e disseminação da praga por ser eficiente vetor da bactéria, assim como o trânsito de material propagativo infectado.
A execução do Projeto HLB BioMath contempla as seguintes ações: - Estudo das populações do vetor, mediante o monitoramento populacional do inseto vetor através de armadilhas amarelas adesiva, em quatro ecossistemas: Recôncavo Baiano, Litoral Norte, Chapada Diamantina e Oeste Baiano; - Estudos fenológicos dos hospedeiros (Citrus e M. paniculata); - Monitoramento de eventual invasão pela detecção precoce da bactéria no vetor; - Desenvolvimento de modelagem e cenários; - Estudos impacto econômico do HLB; - Implantação de uma rede colaboradora; - Capacitação de agentes de defesa agropecuária. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Fig.03. (A). Hospedeiro do HLB (Murraya sp. ) na zona urbana de Cruz das Almas, BA. (B). Adultos (à esquerda) e ninfas (à direita) de Diaphorina citri, fonte: GRAVENA, 2010).
Dentre os sintomas típicos, destacam-se: ramos amarelados na parte superior da copa das laranjeiras (Fig. 04 A); em folhas, alternância assimétrica de áreas verde-pálidas, conhecida por mosqueado (Fig. 04 B), resultando em desenvolvimento de ramos amarelos; em frutos, maturação desuniforme (Fig. 04 C), deformação, tamanho reduzido (Fig. 04 D). OBJETIVO
Dentre os resultados, destaca-se a expansão desta rede para o Estado de Sergipe, cujo marco de integração aconteceu com a celebração de um convênio de cooperação técnica firmado entre as Secretarias de Agricultura dos dois estados e seus organismos executores de defesa agropecuária ADAB e Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (EMDAGRO), em abril/2011. Em outubro de 2011, foi realizado um treinamento para 12 técnicos da EMDAGRO, em Aracaju/SE. Nesse treinamento ministrado pela Embrapa Mandioca e Fruticultura e ADAB, os participantes conheceram os princípios do Projeto HLB BioMath e vivenciaram as rotinas de campo e de laboratório do monitoramento de D. citri. CONCLUSÃO
O conhecimento gerado contribuirá para fortaleO objetivo deste trabalho é relatar as ações de Pesquisa & Desenvolvimento e de Defesa Agropecuária adotadas pela Embrapa Mandioca e Fru- cer as ações de defesa sanitária visando à manutenticultura e a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), ção das áreas livres do HLB no nordeste brasileiro. via projeto HLB Biomath. 38
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Fotos: Lidiane Dias
Em homenagem ao dia do Produtor Rural Mineiro, comemorado no dia 07 de julho, o Sindicato dos Produtores Rurais de Governador Valadares realizou o Mérito Rural 2012 no dia 09 de julho, às 8h30 no Parque de Exposições da cidade. Seis produtores rurais associados à entidade foram homenageados: Elyzio José Ferreira, Geraldo Cardoso Coelho, Guilherme Olinto Resende, Jorcelino Cardoso Lopes, Maria de Lourdes Rezende e Odilon Fernandes. De acordo com o presidente do sindicato, Afonso Luiz Brêtas, desde 2003 é realizado o mérito rural e o objetivo é relevar o trabalho do produtor rural dentro da estrutura social brasileira. “Levantar a auto-estima deles porque os próprios produtores não sabem o valor desse trabalho dentro da economia brasileira”, destaca. A única mulher entre os homenageados, Maria de Lourdes Rezende, trabalha com pecuária de leite desde 2008, seguindo os passos de seu pai, Pedro Soares de Rezende. “Com certeza é um grande incentivo para continuar estudando, lutando, aprimorando para lidar com uma atividade que é complexa. A gente lida com muitas variáveis, inconstâncias, e por isso a gente tem que estar muito atento, acompanhando direto o mercado para saber a hora certa de fazer as coisas”, aponta. Outro homenageado foi o produtor rural Odilon Fernandes, que há 45 anos aproximadamente, se dedica ao setor. “Para mim é uma satisfação muito grande porque é um incentivo e uma demonstração de quem conhece o trabalho que a gente vem fazendo e ao mesmo tempo é um incentivo para os outros”, orgulha-se Fernandes. O Mérito Rural 2012 aconteceu durante o Café Rural, patrocinado pelo Brahman IC. No dia 05 de julho a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG) também comemorou o dia do Produtor Rural Mineiro. Dezenove pessoas e instituições foram homenageadas. Entre os produtores, Sinval Martins de Melo, da Fazenda Taboquinha, representou o Vale do Rio Doce.
Reuniões regionais FAEMG
Foto: Sistema FAEMG
aconteceu
Mérito Rural 2012
Reuniões regionais FAEMG
Minas gerais, mais especificamente 10 cidades do estado, estão recebendo a visita do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), Roberto Simões (Paraopeba). As reuniões tiveram início no dia 9 de abril em Pará de Minas e no dia 24 de julho, Governador Valadares foi o 8º município alvo desses encontros regionais. Na oportunidade, foram apresentadas as principais ações da Federação em 2011 em Minas, além de serem pautados assuntos como segurança rural (um problema que cresceu em todo o estado), Código Florestal e as eleições municipais. “Essas reuniões fazem parte de um programa nosso de estar indo ao encontro dos sindicatos. A ideia é vir conversar com os presidentes para colher informações novas e ouvir deles quais são seus pontos e reivindicações, com o objetivo de melhorar sempre, para ajudar cada vez mais os produtores filiados”, explica Roberto Simões. “A faemg faz essa reunião no estado todo com o objetivo de agregar pontualmente todos os sindicatos da região que ela vai. Isso leva todo o conteúdo que o trabalho que a Faemg faz, para os sindicatos rurais. Os nossos problemas de uma forma geral estão voltadas para insegurança rural e ambiental”, aponta o presidente do Sindicato Rural de Governador Valadares, Afonso Brêtas.
43ª Expoagro GV 2012 Governador Valadares foi palco da 43ª Exposição Agropecuária da cidade, que aconteceu entre os dias 13 e 22 de julho, no parque de Exposições José Tavares Pereira, promovida pela União Ruralista Rio Doce (URRD). Nos dez dias do evento aconteceram julgamentos e ranqueadas de todas as raças; 4 concursos leiteiros (Gir, Guzerá, Girolando e de Cabras); além dos 13 leilões realizados, a 3ª edição do projeto agropecuária na escola, shows, o rodeio e cerca de 60 stands comerciais. O lançamento da Expoagro 2012, realizado dia 14 de julho, às 16h, contou com a presença do secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Minas Gerais, Elmiro Nascimento, o presidente em exercício da URRD, Reginaldo Vilela, além de representantes políticos, religiosos, sindicatos, cooperativas e órgãos públicos. Na oportunidade, Reginaldo Vilela agradeceu aos expositores rurais e autoridades por prestigiarem um evento do porte da Expoagro. “É uma grande satisfação saber que foram gerados aproximadamente 1000 empregos diretos e indiretos durante o evento”, aponta. Já o secretário de Agricultura explanou sobre a im40
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Secretário de Agricultura, Elmiro Nascimento, discursando na solenidade de abertura da Expoagro 2012
portância do setor para a região e o país. “O agronegócio representa mais de 1/3 da cadeia produtiva. Ele é o grande chefe da economia e graças aos produtores rurais estamos salvando a economia brasileira”, enfatiza Elmiro Nascimento. Nos leilões, como divulgado pela Assessoria de Imprensa do evento, aproximadamente 1000 animais foram estimados para serem comercializados. No ano passado, os leilões movimentaram cerca de R$ 7 milhões e, até o fechamento desta edição, não havia sido divulgado o montante do evento. Já em relação aos concursos leiteiros, este ano teve uma novidade: 1º Torneio leiteiro de cabras. Da raça Alpina, a campeã foi Júlia, do criador Jordani F. Martins Ferreira e da raça Saanen, a campeã foi Tina, do criador Ricardo Duarte Ribeiro, com 5,852 e 16,185 Kg, respectivamente.
Leilões Expoagro realizados pela minas leilões e eventos 9º Leilão Haras Toledo
3º Leilão Gir Leiteiro dos Vales
No dia 13 de julho, na abertura da 43ª Exposição Agropecuária de Governador Valadares, às 21h no Tatersal do Parque de Exposições da cidade, aconteceu o 9º Leilão Haras Toledo, de promoção de Vinícius Toledo e realizado pela Minas Leilões e Eventos. Segundo o promotor do evento, cerca de 800 pessoas marcaram presença no leilão que teve duração de 4h. “Cada ano tem sido melhor do que o outro. O leilão superou as expectativas e o do ano que vem já está sendo preparado. Surpresas virão”, aponta Vinícius Toledo. O criador acredita que o Mangalarga Marchador a cada dia é mais valorizado na região e para incentivar o setor, durante o evento foi feita uma homenagem a José Silvestre de Araújo pela importante contribuição nacional à raça através da descoberta de Elo Kafé da Nova, o melhor reprodutor da raça.
Uma peça fundamental para a região, por ser a base para o cruzamento com gado Holandês na obtenção de produtos de alta qualidade, o Gir Leiteiro foi engrandecido durante a Expoagro 2012, no dia 20 de julho, no 3º Leilão da raça. O mesmo foi uma realização do Núcleo dos Criadores de Gir Leiteiro dos Vales. Foram leiloados 34 lotes de animais, num total de quase R$ 370 mil de renda alcançada. “Hoje nossa região tem excelentes selecionadores de Gir Leiteiro. O terceiro Leilão Gir leiteiro dos Vales bateu com nossas expectativas. Entretanto, pretendemos melhorar na próxima edição”, informa Reginaldo Antônio Vilela.
3º Leilão Girolando dos Vales
O final da tarde do sábado, dia 21 de julho, foi contemplado com o III Leilão Brahman IC e convidados. Com promoção da Brahman IC, de Isaac Cohen Persiano, o leilão foi à oportunidade dos criadores da raça poderem adquirir produtos de alta qualidade genética. No leilão 37 animais foram comercializados, com uma renda total de quase R$ 170 mil reais. O Brahman tem origem no final do século XIX e início do XX, nos Estados Unidos. A raça tem como características a alta produtividade, docilidade, rusticidade, fertilidade, dentre outras.
Na quarta-feira, dia 18 de julho, o 3º Leilão Girolando dos Vales entrou em cena durante a Expoagro GV 2012. A raça, típica pelos criadores da região, foi uma promoção do Núcleo Girolando dos Vales. Foram leiloados 39 lotes, sendo 93 animais comercializados. Uma renda de mais de R$ 320 mil reais. Durante a Expoagro também aconteceu o julgamento dos animais da raça. O número de animais foi de 115 fêmeas, sem a participação de machos, divididos em ½ sangue, ¾ e 5/8. A grande campeã da categoria ½ sangue foi Passista Windstar do Indaia, do criador Homero Gontijo M. Filho/ Felipe A. Moraes e do Expositor Rubens Lobato de Lima. Já da categoria 5/8 a Grande Campeã foi Agencia Eduard da Sanquit, do criador Marcos Antonio Helmer e do expositor Marcos Antonio Helmer.
13° Guzolando Taboquinha e Ygarapés
Do cruzamento das raças Guzerá e Holandês, surgiu o Guzolando. Aposta das fazendas Taboquinha e Ygarapés, que a 13 edições promovem juntas o leilão da raça. No dia 21 de julho, às 9h e com direito a almoço para os presentes, que a dupla promoveu o leilão. A dobradinha que deu certo mostra sua excelência quando os números são contabilizados. Cento e sessenta e cinco animais foram comercializados, num total de 81 lotes e com renda de R$ 516.840,00.
III Leilão Brahman IC e convidados
1º Leilão Maravilhas do Leite
A Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce realizou durante a Expoagro GV, o 1º Leilão Maravilhas do Leite, no dia 22 de julho. O leilão aconteceu com os animais que participaram do 35º Concurso Leiteiro da Cooperativa, também realizado durante a Exposição, logo após a premiação do torneio. Foram 24 lotes que renderam mais de R$ 200 mil reais. As 24 vacas leiloadas participaram do concurso leiteiro, com uma produção total de 3.195,120 kg de leite, nos três dias do torneio, uma média de 133,13 kg por vaca. Durante o concurso foram feitas nove ordenhas e as campeãs foram: Categoria Acima de 50 kg e de até 50 kg – Dinamarca e Mariana, respectivamente, do Cooperado André Luiz Coelho Merlo; a Novilha Ana Cristina, do Cooperado José Barreto Lopes foi à campeã da categoria; Cria da Fazenda – Amanda do G, do Cooperado Guilherme Olinto Resende. Mais de 800 pessoas passaram pelo local.
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Abobrinha à parmegiana culinária
Retirado do blog “Na Cozinha Dela”
Ingredientes para 2 pessoas: • 1 abobrinha italiana grande cortada em rodelas • Tomate italiano cortado em rodelas + alguns cortados em cubos para o molho • Farinha de trigo em quantidade suficiente para empanar as abobrinhas • Sal, pimenta e azeite a gosto • Ramos de manjericão • Muçarela de búfala cortada em rodelas • Alho a gosto • 1 cebola pequena • Parmesão ralado
Preparo:
Tempere a farinha com sal e pimenta e “empane” as rodelas de abobrinha. Doure as abobrinhas no azeite. Prepare um molho de tomate (foram usados azeite, cebola, alho, tomate italiano picado e ½ lata de pomodoro pelati. Deixe cozinhar por uns 30 min). Monte a torre intercalando abobrinha, muçarela de búfala e tomate italiano. Finque um palito de churrasco no meio para segurar a torre e leve ao forno até que o parmesão gratine. Monte o prato desse jeito: molho por baixo e torre no centro. Muita atenção ao retirar as torres do forno, a muçarela pode derreter demais e a torre não se sustentar. Arrume com jeitinho para não cair. Envie a sua receita para a Revista Agrominas jornalismo@revistaagrominas.com.br
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