25ª Edição Outubro - Novembro 2012

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N째 25 | Outubro / Novembro 2012

ISSN 2179-6653


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índice

editorial

Os desafios impostos ao agronegócio na produção de alimentos e na responsabilidade de alimentar a população mundial, que já passou dos sete bilhões, apontam para medidas que auxiliem a base da cadeia produtiva. No dia cinco de novembro o Ministério da Agricultura determinou a implementação de uma política de irrigação para o campo. Essa medida tem o objetivo de aumentar a produtividade e a produção de grãos e carne sem que haja desmatamento. Como divulgado pelo MAPA, o Brasil hoje possui uma área plantada de 68 milhões de hectares, entre grãos, frutas e fibras. Já na pecuária, 180 milhões de hectares são destinados ao setor. Assim, com a implantação da política de irrigação, haverá uma intensificação no uso dessas áreas, reduzindo a busca por novos espaços no campo para o aumento de produção. Um ganho para o setor que está cada vez mais preocupado com as exigências mundiais: produzir mais em menores espaços. Já nesta edição, aproveitando o gancho, confira uma reportagem sobre o Programa ABC. Alguns esclarecimentos e orientações sobre o programa, que em seu segundo ano, tem auxiliado o agronegócio a se desenvolver de forma sustentável. Veja também em Grandes Criatórios, a história do Haras Recanto. Localizado em Rubim (MG), o criatório de Nelmar Alves Araújo é um exemplo de criação do Jumento Pêga. Na seção Dia de Campo, conheça a propriedade e a administração dos irmãos Godoy na produção de alface em Caratinga. Em Sustentabilidade, a criatividade e reaproveitamento no Sítio Rocha para os casamentos sustentáveis de Joelma e Amarílis. Em Culinária, aprenda a fazer um Doce de Banana. Boa leitura!

4 Giro no Campo 6 Entrevista 10 Entidade de Classe 12 Grandes Criatórios 15 Dia de Campo 18 Saúde Animal 20 Caderno Técnico 23 Forragicultura 26 Agrovisão 28 Sustentabilidade 30 Perfil Profissional 31 Meteorologia 32 Mercado 34 Cotações 35 Mão na Massa 36 Emater | IMA ADAB | Incaper

Denner Esteves Farias

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Editor-Chefe

Aconteceu Culinária

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Com o fim das expectativas em torno de mudanças no novo Código Florestal (Lei 12.651/2012) e a entrada em vigor do texto agora definitivo, as atenções se voltam para as obrigações a que estarão sujeitos aqueles que desmataram ilegalmente áreas protegidas. As condições de retorno à legalidade serão reunidas nos Programas de Regularização Ambiental (PRAs) que deverão ser criados em até dois anos nos estados e no Distrito Federal. As regras gerais para a implantação dos PRAs estão previstas no Decreto 7.830/2012, que também cobre lacunas deixadas por vetos da presidente Dilma Rousseff ao projeto (PLV 21/2012) que modificou a MP do Código Florestal. Já

está definido, por exemplo, que, no período até a implantação dos PRAs e após a adesão do agricultor ao programa, serão suspensas as autuações por desmatamentos ilegais feitos antes de julho de 2008. E, uma vez cumpridas as obrigações estabelecidas nos PRAs, as multas por desmatamentos ilegais serão convertidas em serviços de preservação ambiental e o uso de áreas rurais consolidadas estará regularizado. Por outro lado, deverão constar dos programas de regularização estaduais as sanções para caso de descumprimento dos compromissos firmados pelo proprietário rural. (Fonte: Agência Senado) Imagem Ilustrativa

Giro no Campo

Código Florestal: estados terão até 2014 para criar programa de regularização

IFCN: Brasil ocupa o quinto lugar no ranking dos maiores países produtores de leite O International Farm Comparison Network (IFCN) divulgou no dia 17 de outubro, um relatório apontando quem são os 20 maiores produtores de leite do ano de 2011. O Brasil subiu uma posição, e ocupa agora o quinto lugar, superando a produção da Rússia. A produção mundial de leite total (de vaca e de búfala) em 2011 foi de 708,7 bilhões de litros de leite. Segundo o relatório, considera-se que apenas 62% da produção mundial é entregue à processadores de leite, sendo os 38% restantes consumidos informalmente.

Cacau capixaba recebe Indicação Geográfica A primeira cultura de cacau do Brasil a ser reconhecida com Indicação Geográfica (IG) no Brasil fica no município de Linhares, no Espírito Santo. Aliás, é também a primeira conquista desse gênero no setor agropecuário para o Estado. A entrega oficial do reconhecimento foi durante solenidade no escritório da Gerência Regional da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) no Espírito Santo, localizado no município linharense, em outubro. O registro de IG reconhece a reputação, o valor e a identidade própria da origem, além de distinguir os produtos em relação aos seus similares disponíveis no mercado. O processo de registro é concedido para a região e não para o produto diretamente. Assim, os produtores terão o direito exclusivo de vincular o nome da região para o produto notório após o registro. (Fonte: ASCOM MAPA) 4

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Interessante observar que dentre os Top 5 países produtores de leite em 2011, 4 são países em desenvolvimento: Índia, Paquistão, China e Brasil. ECM* correção: Como há muita diferença no padrão de qualidade do leite, o IFCN padronizou para 4% de gordura e 3,3% de proteína. A correção considera o seguinte raciocínio: Produção * (0,383 *% gordura + 0,242 * 0,7832% de proteína) / 3,1138). (Fonte: Equipe MilkPoint, com dados do IFCN)

Itanhém e Medeiros Neto ganham frigoríficos Localizados no Extremo Sul da Bahia, região que concentra o maior rebanho bovino do Estado, com 1,6 milhão de cabeças, os municípios de Itanhém e Medeiros Neto acabam de ganhar dois abatedouros frigoríficos. Representando o governador Jaques Wagner, e acompanhado pelo diretor da Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adab), Paulo Emílio Torres, o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, assinou, no dia 20 de setembro, ordens de serviço, autorizando a Superintendência de Construções Administrativas (Sucab), a adotar as providências necessárias para o início das construções. A empresa vencedora da licitação, Aliança, disse através do seu sócio-diretor, Laércio Souza Júnior, que as obras já foram iniciadas no dia 24 de setembro. (Fonte: ASCOM SEAGRI)


População residente rural é 15% do total da população brasileira A ocupação rural no Brasil é de 29,37 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A base de dados é de 2011 e mostra que a população residente rural representa 15% da população total residente no País, que é de 195,24 milhões de pessoas. A população rural entre 15 e 54 anos corresponde a cerca de 16 milhões de pessoas e abrange, em termos percentuais, 54,8% da população rural. Os dados da agricultura foram compilados pelo coordenador da Assessoria de Planejamento Estratégico do Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques. Os dados do estudo mostram ainda que a população ocupada em atividades agrícolas soma 14,7 milhões de pessoas, sendo que a maioria é composta por empregados, 28,4 %, e por autônomos, 29,6%. Sob esse aspecto chama atenção que as pessoas são as ocupadas nas atividades primárias da agropecuária, que corresponderam a 4,7% do Produto Interno Bruto (PIB) da economia em 2011. (Fonte: ASCOM MAPA)

Imagem Ilustrativa

Minas Gerais vai sediar o maior evento internacional da cafeicultura em 2013. Atendendo à proposta do grupo mineiro que participa da reunião da Organização Mundial do Café (OIC) em Londres (Inglaterra), Belo Horizonte foi eleita em setembro deste ano a sede do próximo encontro, que será realizado em setembro do ano que vem. A escolha por unanimidade da capital mineira para sediar a 50ª Reunião da OIC foi feita após a apresentação do secretário de Agricultura de Minas Gerais, Elmiro Nascimento, que mostrou aos membros da organização o potencial do Estado para receber um evento internacional. Será a primeira vez que o Brasil irá sediar uma reunião da OIC, que é o principal fórum intergovernamental que trata das questões do café. Seus membros representam 38 países exportadores e 32 importadores, que respondem por 97% da produção mundial de café e mais de 80% do consumo global do grão. (Fonte: ASCOM SEAPA)

Imagem Ilustrativa

Safra 2012/13 pode chegar a crescimento recorde de produção

Minas Gerais vai sediar o maior evento mundial da cafeicultura

A intenção de plantio da safra de grãos 2012/2013 aponta para um crescimento recorde de produção, se comparado à safra anterior de 2011/12. A estimativa para o volume de grãos varia entre 177,68 e 182,27 milhões de toneladas (t) e, comparativamente à safra anterior, isso representa um aumento de 7,2% a 10% ou o correspondente a 11,96 milhões e 16,55 milhões de toneladas acima da safra passada que foi de 165,7 milhões de t. Os números são do 1º levantamento da safra 2012/13, divulgados no dia 9 de outubro, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Com relação à área, o estudo aponta uma projeção de crescimento entre 50,93 e 52,21 milhões de hectares, resultado que representa uma elevação de 0,2% a 2,7%, ou seja, de 80,1 mil a 1,36 milhão de hectares (ha) frente à área plantada na safra anterior e que totalizou 50,84 milhões de ha. (Fonte: ASCOM MAPA)

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COM O INTUITO DE FOMENTAR O SETOR AGROPECUÁRIO COM TÉCNICAS SUSTENTÁVEIS, O PROGRAMA JÁ ALCANÇA RESULTADOS Fotos: Arquivo ABC

entrevista

Programa ABC e os incentivos ao produtor rural

Sistema de plantio direto

O Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) foi criado em 2010 pelo governo federal para incentivar os produtores rurais a adotarem técnicas agrícolas e práticas de uso e manejo de forma sustentável. Isso estimulará a redução das emissões de gás carbônico, o CO2, o gás metano (CH4) e óxido nitroso, com fixação do CO2 atmosférico na vegetação e no solo. O programa objetiva ainda contribuir para a redução do desmatamento e adequação das propriedades rurais à legislação ambiental. O coordenador de Manejo Sustentável dos Sistemas Produtivos do MAPA, Elvison Nunes Ramos, acrescenta que o programa ABC é uma das bases do Plano ABC que está sendo impantado em todo o país. “Os beneficiários são os produtores rurais e suas cooperativas, desde que apresentem projetos que se enquadrem nas seguintes práticas e sistemas de produção: recuperação de pastagens degradadas, integração Lavoura-Pecuária-Floresta, plantio direto com qualidade, fixação bioló6

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gica de nutrientes, florestas plantadas ou tratamento de dejetos de animais”, informa. Contemplados no Plano Agrícola e Pecuário, de acordo com divulgação do MAPA para a Safra 2011/2012, estavam previstos R$ 3,150 bilhões de liberação de recursos para o setor. A meta no programa ABC, para estimular os processos tecnológicos que irão auxiliar na neutralização desses gases do efeito estufa (GEE), era de R$ 850 milhões de julho de 2011 a junho de 2012, mas foi ultrapassada: mais de R$ 1,5 bilhões de empréstimos foram liberados. Foram mais de cinco mil contratos firmados na safra 2011/2012. Dos números levantados no país, Minas Gerais ficou em segundo lugar, com mais de R$ 256 milhões liberados (1000 contratos), ficando atrás de São Paulo, com um volume de R$ 314,2 milhões. Na região nordeste, o estado da Bahia ficou em primeiro lugar, com um desembolso de mais de R$ 46 milhões (110 contratos). O Espírito Santo liberou aproximadamente R$ 39,5 milhões (121 contratos).

Já para a safra 2012/2013, serão disponibilizados R$ 3,4 bilhões para o Plano Agrícola. Destes, só nos dois primeiros meses da safra (julho e agosto), já foram liberados 11,7%, equivalente a 398,8 milhões, um total de 1,1 mil contratos. Número este com um volume 357% superior se comparado com julho e agosto de 2011, onde foram liberados R$ 87,3 milhões. No final de outubro, o Ministério da Agricultura divulgou o balanço do programa entre os meses de julho e setembro, com liberação de R$ 600,6 milhões. Volume 17,7% dos R$ 3,4 bilhões autorizados para a safra. Em Minas Gerais, nos meses de julho e agosto de 2012, foram aplicados pelos produtores, créditos de R$ 57,1 milhões pelo programa de acordo com a Secretaria de Agricultura do Estado. Os recursos foram repassados pelo Banco do Brasil e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O Banco do Brasil divulgou que em Minas Gerais, o volume contratado pelo órgão, foi de R$ 51,6 milhões nesta safra. Na regional de


Governador Valadares, até setembro, foram feitas 17 operações, num total de R$ 6,5 milhões. Na safra 2011/2012, 38 operações foram realizadas, totalizando R$ 11 milhões. No estado foram liberados R$ 183 milhões. A projeção é dobrar os recursos liberados nesta safra, se comparada com a anterior. A Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria (Spea) divulgou que nos dois primeiros meses desta safra, o Triângulo e a região Noroeste de Minas lideraram os financiamentos do estado com aplicações de R$ 11,1 milhões em cada região, seguidas do Norte de Minas (R$ 7,8 milhões), Alto Paranaíba (R$ 6,5 milhões), Jequitinhonha (R$ 4,2 milhões) e Centro-oeste (R$ 3,1 milhões). “O programa está integrado à agenda de compromissos assumidos pelos países que participaram da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 15), para a redução das emissões de gases de efeito estufa geradas pelas atividades agrícolas e pecuárias”, segundo o secretário de Agricultura de Minas Gerais, Elmiro Nascimento, como divulgado pela assessoria de comunicação da SEAPA. Acrescentam ainda que a meta é evitar que 165 milhões de tone-

ladas de CO2 sejam emitidas nos próximos dez anos. O funcionamento

Para fazer o financiamento do Programa ABC, é preciso ser produtor rural (pessoa física ou jurídica) e suas cooperativas, podendo contratar até R$ 1 milhão por ano-safra, com taxas de 5% ao ano (na última safra era de 5,5%) e o prazo para pagamento é de 5 a 15 anos dependendo do projeto apresentado. O Programa apoia seis tipos de projeto: Plantio direto na palha, Recuperação de pastos degradados, Integração lavoura-pecuária-floresta, Plantio de florestas comerciais, Fixação biológica de nitrogênio e Tratamento de resíduos animais. Para conseguir o financiamento, Ramos informa que é preciso apresentar um projeto feito por um profissional habilitado, que contemple os itens de financiamento permitidos e com as finalidades do programa. “Os órgãos de assistência técnica podem elaborar projetos para o Programa ABC, bem como os profissionais habilitados de cooperativas. O grande incentivo para o produtor, seja ele pequeno, médio ou grande, é o juro diferenciado, o aumento da produtividade, elevação da renda e a possibilidade de participar, futuramente, de algum mecanismo de pagamento por serviços ambientais”, complementa o coordenador. O Superintendente Regional de Varejo do Banco do Brasil, José Elias Neto, acrescenta ainda que o projeto a ser

*

**

Corra, porque a redução das taxas é por tempo limitado *Consulte condições completas na concessionária. ** Sujeito a aprovação de crédito. Taxas válidas até 14/12/12.

Betim | MG Governador Valadares | MG Jaíba | MG Juíz de Fora | MG Montes Claros | MG Pompéu | MG Sete Lagoas | MG Guanambí | BA Vitória da Conquista | BA Campos dos Goytacazes | RJ Nova Filial Tanguá | RJ

(31) 3304.2600 (33) 3212.5757 (38) 3833.2146 (32) 3691.1315 (38) 3224.6321 (37) 3523.2123 (31) 3775.1614 (77) 3452.0666 (77) 3201.3500 (21) 7733.6916

Lavoura-pecuária-floresta www.trevisomaq.com.br OUT / NOV 12

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apresentado pelo produtor, feito por um profissional técnico, precisa identificar o imóvel, sua área total, a descrição do histórico de como os recursos serão utilizados, análises de solo, georreferenciamento e o plano de manejo. O projeto precisa ser apresentado juntamente com os documentos exigidos pela agência bancária. É preciso comprovar ainda, a disponibilidade de renda para quitar as parcelas do financiamento. Sobre a dificuldade que alguns produtores têm tido para conseguir o financiamento, Ramos aponta que as exigências são porque existe o agente financeiro e por isso as regras precisam ser atendidas em qualquer tipo de crédito. A maior dificuldade para Neto está no problema cultural. Muitos produtores ficam com receio de fazerem financiamento. José Walter do Amaral, Gerente Geral do Banco do Brasil, acrescenta que a demora para liberação do recurso está no cadastro dos documentos e o projeto. Depois de tudo pronto, cerca de 15 a 20 dias tem a aprovação para liberação do financiamento. “De dezembro para cá nós evoluímos 50%. A Adesão não está no nível que nós queremos, mas está muito melhor do que antes. O ABC está indo

num nível legal e a gente espera melhorar isso cada vez mais. Nós temos uma meta de até no fim do ano chegarmos a 100% do ano passado”, classifica. A cada quatro anos, até o pagamento total do financiamento, é preciso apresentar relatórios técnicos, feito por um profissional habilitado, dentro do modelo definido pelo MAPA, sobre a implantação do projeto. Neto informa que como o programa é governamental, além da fiscalização do Banco, tem a do próprio governo. Caso seja comprovado que o produtor não está fazendo o uso do recurso para o projeto apresentado, dentro das normas do programa, o produtor perderá os benefícios do ABC e passará para as taxas de financiamento normais, com acréscimos de encargos e multas. Resultados

No primeiro ano de execução do programa, como informado por Ramos, não teve uma evolução significativa na liberação de recursos disponíveis, que eram R$ 2 bilhões. Foram utilizados somente R$ 418,5 milhões. Na safra 2011/2012 aumentou 262,2% sobre a safra anterior. O coordenador de Manejo Sustentável do MAPA cita que as dificuldades no começo do programa

se deram devido “o pequeno número de profissionais habilitados a elaborarem os projetos aos bancos, bem como a falta de conhecimento dos próprios agentes bancários. Mas isto vem sendo superado, uma vez que ações foram tomadas para reverter esse quadro. No último ano-safra, participaram do programa cerca de 5.038 projetos de produtores. Os dois primeiros meses do novo ano-safra também já apresentam resultados expressivos”, ressalta. A primeira propriedade que fez o financiamento do programa em julho de 2011, localizada em Goiás, trabalha com integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF). A fazenda ganhou em produtividade e deixou de emitir aproximadamente 2,6 mil toneladas de CO2. Para incentivar os produtores a participarem do programa, dentre as estratégias do Plano ABC, está a de criação de Grupos Gestores Estaduais (GGE), no auxílio da implementação do programa e na divulgação da linha de crédito. Esses GGE estão promovendo cursos de capacitação e seminários. O que mostra que o agronegócio está preocupado com as questões ambientais, sem diminuir a produção de alimentos e aumentando a renda das famílias rurais.

O prazo pode ser estendido até 12 anos quando a componente florestal estiver presente – Fonte BB ABC

Para mais informações acesse o site do MAPA e leia o Plano Agrícola e Pecuária Safra 2012/2013 - http://www.agricultura.gov.br/plano-agricola 8

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COM 1400 ASSOCIADOS, CONHEÇA UM POUCO DA HISTÓRIA DA ENTIDADE DO SUL BAIANO Fotos: Arquivo Sindicato

entidade de classe

Sindicato dos Produtores Rurais de Itamaraju:

À esquerda participantes do curso realizado pelo sindicato. À direita o presidente Urbano Pereira Correia

O ano era 1974, mais especificamente, no dia 10 de maio. A partir desta data, o Sindicato dos Produtores Rurais de Itamaraju (BA) deu início às suas atividades, através da Carta Sindical conferida pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social, representando as Categorias Econômicas, Integrantes dos Grupos do Plano da Confederação Nacional de Agricultura. O sindicato tem por visão “ser referência na prestação de serviços aos produtores neste município, com políticas públicas na agricultura, num trabalho eficaz, seguro e responsável, obtendo o prestígio e a credibilidade dos seus colaboradores e sociedade”. Para representar a entidade, a princípio foi eleita uma junta governativa, composta por Ney Paschoal dos Santos, Eleutério Celso Santos e Urbano Pereira Correia. Eles conduziram o sindicato de 1974 a 1978 e logo depois desse período, foi eleita uma diretoria. Os presidentes que passaram pela entidade: Ney Paschoal dos Santos (1974 a 1993), José Miguel de Morais (1993 a 2003), Cosme Afrânio Leite Lima (2003 a 2006) e Urbano Pereira Correia (2006 até a presente data). Cada um deles encarou a presidência deixando sua marca, aproveitando as oportunidades e encarando os desafios. Preocupado com a melhoria da qualidade de vida dos produtores rurais da região e o crescimento na área rural, o sindicato conta com o apoio de seus associados em reuniões periódicas para traçar metas e para que os trabalhos sejam desenvolvidos da melhor forma. Nessas reuniões são elaboradas as agendas de atividades culturais, assistência jurídica, cursos profissionalizantes e seminários, como forma de esclarecimento e capacitação dos produtores rurais. Assim, a prioridade de inserir o homem do campo no mercado de trabalho é garantida. O sindicato conta atualmente com 1400 associados e cerca de 1200 produtores foram capacitados em parceria com o SENAR. De acordo com informações do sindicato, no início da implantação do mesmo, a atuação era mais tímida, pois não 10

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possuía a motivação e nem as parcerias entre a entidade, a Federação estadual e o SENAR. Os cursos de capacitação eram menos expressivos. A modernização ajudou que hoje os associados pudessem acompanhar o crescimento tecnológico e digital, favorecendo o conhecimento, atualização da mão de obra, o uso de produtos e insumos. O que possibilita uma visão gerencial por parte do produtor e a atenção ao equilíbrio sustentável. Hoje, o sindicato tem participação ativa junto aos associados, em programas do SENAR com cursos de formação profissional. O espaço que o sindicato tem junto a conselhos municipais também abre o caminho da entidade para o avanço juntamente com seus associados. Um profissional técnico dá assistência aos produtores na área ambiental e também no atendimento médico ambulatorial. O sindicato possui uma sede própria, distribuída em um auditório, duas recepções, quatro salas de escritórios, quatro banheiros, uma cozinha, uma sala de informática, um consultório médico e um odontológico. Possuem ainda uma gleba de terreno rural que foi doado e que possui quatro hectares. Pretende-se construir um Centro de Treinamento em parcerias com instituições para atender a demanda do sindicato e do extremo sul baiano. A produção da região que antes era predominante na atividade cacaueira, dá espaço à agricultura familiar, o café, a pecuária de corte e leite, pupunha, mamão, banana, seringa, madeira comercial, dentre outros. A localização geográfica favorece o escoamento da produção, que era feita por via fluvial através de canoas, mas atualmente é feita por via terrestre. O presidente Casado e pai de Fabrício, Gustavo e Murilo, Urbano Pereira Correia é o atual presidente do sindicato. À frente da entidade de forma consecutiva desde 2006, foi reeleito em maio deste ano por unanimidade. Presente no sindicato desde a fundação, é produtor rural e trabalha com pecuária de corte,


em regime de semiconfinamento. Natural de Itapebi, chegou em Itamaraju em 1967. Informa que o agronegócio em Itamaraju é forte, sendo ocupado com 80% na pecuária, 10% de mata e 10% com agricultura. Porém, Correia diz que os 10% ocupados pela agricultura gera mais renda e emprego. Por isso, pretende-se diminuir para 40% a área ocupada com pecuária, para ser realizado um trabalho com tecnologias que favoreçam manter o mesmo rebanho com áreas menores. “Esse projeto já está sendo implantado em nosso município e com resultados positivos, pois hoje quem não se modernizar vai ficando para trás”.

Diretoria 2012-2015 Presidente: Urbano Pereira Correia Vice-presidente: Everaldo Santos Melo 1ª Secretária: Janaide Ferreira Lesqueves 2º Secretário: Antônio Francisco Moraes 1º Tesoureiro: Cosme Afrânio Lima 2º Tesoureiro: Antônio Félix Barreto

Participantes do Curso Processamento de Vegetais

Conselho fiscal: Orlindo Chaves Manoel Pereira Santos Orlando Alves Torres Suplentes do conselho fiscal: 1° Dijalma Galão 2º Jonas José Marim 3° Artêmio Antônio Spinassé

Reunião da diretoria

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O LIVRO “ORIGEM HISTÓRICA DO JUMENTO DOMÉSTICO” FOI O RESULTADO DESSA PAIXÃO

Fotos: Arquivo Pessoal

grandes criatórios

Haras Recanto - Jumentos e Muares Pêga

Entrada da propriedade e matrizes Pêga do Haras Recanto

“Se pudesse interferir na história do jumento Pêga, eu teria importado um jumento egípcio, do século XIX, que se apresentasse como puro sangue da espécie, e reforçasse a base egípcia da raça Pêga, dando-lhe uma injeção de brilho, esperteza, vivacidade e andamento”, ressalta o criador de Jumento Pêga, Nelmar Alves de Araújo, 59 anos. Com o objetivo de perpetuar e aperfeiçoar a raça, ele acredita que como um criador comprometido, possui o dever de colaborar com a evolução da raça, produzindo produtos ágeis, espertos e especializados para sela e serviços gerais. Localizado a 400 metros da cidade de Rubim (MG), na saída para Almenara, o Haras Recanto e a criação de Jumento Pêga é alvo dessa reportagem. Formado em Medicina, pós-graduado em Dermatologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, é neto e filho de produtores rurais. Natural do município de Rubim, nasceu na fazenda Rubelita e é pai dos médicos veterinários Rafael Alves de Araújo, 35 anos, e Nelmar Alves de Araújo Filho, 32 anos, além da caçula Bárbara Rocha 12

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Alves Araújo, 15 anos. A Fazenda Recanto pertencia ao avô de Nelmar Araújo, José Alves, posteriormente ao seu pai, Nelson Alves, e em 1988 foi adquirida por Araújo. Com uma área total de 240 hectares, na época, a propriedade possuía somente a casa sede, construída há um século, com curral e casa de curral. Aos poucos foram sendo implantadas as pastagens, divisões de pastos e piquetes; foi construído um parque de leilões, com baias; pista de concurso de marcha e um redondel para doma de equídeos. O foco do Haras Recanto é a criação de jumentos Pêga e equinos para produção de muares. “A raça Pêga se não é o principal foco, eu diria que é a principal paixão”, classifica Araújo. Ele informa que é uma tradição de família, desde a época de seus avós, a criação de jumentos e muares. Em 1990 o criador deu início a um criatório com jumentos registrados das linhagens Campo Novo, Maab, Passatempo e Varjão. Filho de Famoso Campo Novo, Cantor do Campo Novo foi o primeiro reprodutor, seguido de Opala do Varjão (filho de Líder do Varjão) e Barão da RM. Atualmente, Nel Hércules (Opala do Varjão x

Independência Maab), Oeste do Granito (Fazenda Primavera) e Chaparral da Primavera (Condomínio Haras Recanto x Fazenda Primavera) são os garanhões do Haras Recanto. Os negócios Além do Haras Recanto, as fazendas Rubelita, de 550 hectares, e Conceição, de 850 hectares, também são destinadas as criações. Além dos jumentos, no Haras Recanto também são criados gado de leite. A fazenda Rubelita é destinada às criações de jumentos, equinos (éguas Mangalarga Marchador e Persa), muares (Persa) e gado de corte para recria e engorda. Já na fazenda Conceição, as matrizes bovinas. Cinquenta cabeças compõem o plantel de jumentos, sendo 35 jumentas adultas e jovens, 10 jumentinhos novos e cinco reprodutores. A pelagem predominante é pelo de rato e ruã, mas possui as exóticas, negra, ruça e pampa, registradas em livros específicos. “O contato com os jumentos e muares faz parte da minha convivência desde a infância, através dos tropeiros de tropas arreadas e condutores de boiadas que atravessavam o Vale do Jequitinhonha. O jumen-


to Pêga preenche todos os requisitos e marchador, ótimo para os serviços curso de marcha e provas funcionais”, para produzir um muar belo, esperto da fazenda, viagens, cavalgadas, con- pontua Araújo. A alimentação dos jumentos, éguas e burrinhos criados no Haras Recanto e na fazenda Rubelita, é feita a pasto de capim colonião e mombaça, com suplementação de sal mineral. Na seca só as matrizes mais sensíveis, os jumentos novos e alguns garanhões, são suplementados com ração e feno. As fêmeas em período de gestação avançada são alojadas em piquetes próximos a sede da fazenda. Os jumentinhos ao nascerem são submetidos à cura umbilical por sete dias e colocados ao abrigo da chuva nos primeiros três meses. Aos sete meses são apartados, colocados em piquetes separados e suplementados com ração. Os garanhões são separados: uns em piquetes e outros no pasto junto com as éguas. A estação de monta é feita de forma controlada, no período entre setembro e maio. Para as jumentas e éguas, a partir Chaparral da Primavera do sétimo dia do nascimento da cria, de

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Nelmar montado em Nel Marisca

dois em dois dias, é feita a monta controlada até a fêmea não aceitar o garanhão. Quanto ao uso de biotecnologias, Araújo comenta que o emprego destas, no criatório de asininos, ainda é restrito, mas há uma perspectiva de incremento nos próximos anos. O melhoramento genético no criatório é realizado através de cruzamentos dirigidos, com os principais focos: andamento, morfologia relacionada com andamento, caracteres específicos da raça Pêga, beleza racial e pelagem. O criador informa ainda que está sendo montado um projeto de utili-

tivesse que começar tudo de novo Araújo diz que a raça seria novamente a escolha. Ele já fez viagens ao Oriente Médio e Egito para ver um jumento nativo local, e para Bishop (a capital mundial da Mula), na Califórnia. Sem contar no livro que o criador escreveu “Origem Histórica do Jumento Doméstico – Suas Raças”. Nelmar Araújo acredita que esse contato com asininos e muares provoca um congraçamento entre as pessoas, independente das classes econômica e social. Através dessas criações é possível estabelecer amizades duradouras e apreciar a montaria de uma mula marchadeira. “Desculpe-me os amantes dos cavalares, entre os quais eu me incluo, mas, o gostar de jumentos e muares é diferente. Nos faz sentir mais simples e humanos. Não existe nada mais puro e verdadeiro do que o abraço do patrão e da sua família ao apresentador de um animal premiado. Este ato expressa o que é bom e o que realmente é interessante da vida: a simplicidade e confraternização. O amor aos animais, com certeza, modifica a vida dos homens A confirmação O criador não tem a menor dúvida para melhor”, expressa. quanto à escolha do Jumento Pêga. Se

zar o reprodutor Chaparral da Primavera em Inseminação Artificial e Transferência de Embriões. A idade do primeiro parto das jumentas gira em torno de 3,5 anos. A época da primeira cobertura vai depender também da estrutura e do estado corporal da jumenta jovem. No manejo sanitário é feita, a cada três meses, a vermifugação oral e carrapaticidas tópicos homeopáticos. Além das vacinas contra raiva (anual) e contra garrotilho. Todo ano é realizado o exame de anemia equina infecciosa em toda a tropa. A assistência técnica é fornecida por Nelmar Filho. Três funcionários fixos e outros eventuais são responsáveis pelo manejo na propriedade. As vendas dos animais são realizadas de forma direta, através de leilões e no site www. harasrecanto.com.

Premiações Cantor do Campo Novo foi campeão regional em Almenara (MG) e 3º prêmio na Nacional em BH. Opala do Varjão era filho do campeão Nacional Líder do Varjão, e foi também campeão nacional em BH. Em 2008, Nel Ketrem foi 1º prêmio na categoria Jumento na Nacional em BH, e Nel Índia foi 2º prêmio na categoria Jumenta Adulta também na Nacional em BH. Em 2009, Nel Júnior foi campeão de marcha jumento montado na Nacional em BH. A mula Nel Arroz Doce foi reservada Campeã de marcha em 2010, nas cidades de Patrocínio e Lagoa Formosa. Nel Madame foi campeã em 2011 e 2012 nas cidades de Patos de Minas, João Pinheiro, Araxá e São Gotardo.

Nelmar e Lou Roeser, presidente do Mule Days – Bishop – Califórnia Maio 2012 14

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Cultivo mais barato e facilidade no plantio atraem produtores que investiam no tomate

Cleuzany Lott

Jornalista Fotos: Cleuzany Lott

dia de campo

Produção de alface é tendência em Caratinga

As hortas ocupam todo espaço da propriedade, até os morros foram aproveitados com o plantio de tomate

Quem passa pela BR 474 entre os municípios de Caratinga e Piedade de Caratinga (MG) logo percebe que a paisagem vem mudando nos últimos cinco anos. Os estaleiros de tomate não predominam mais na região. Muitos agricultores desistiram do fruto e passaram a investir na produção de hortaliças. A esperança de maior rentabilidade está no plantio de alface. Os irmãos Godoy são exemplos dessa nova geração. A escolha pela alface não aconteceu por acaso. Por dez anos, Adeilson e Ronildo Godoy, plantaram tomate. O alto preço do cultivo e a vulnerabilidade do fruto tiraram o fôlego da dupla. A exemplo de centenas de mineiros, a falta de perspectiva levou os irmãos aos Estados Unidos em busca de uma vida melhor. Foram quatro anos trabalhando ilegalmente, até que a imigração os descobriu. Deportados, mas com muita força de vontade, retornaram às atividades no campo. Na zona rural de Caratinga, município onde moravam, os dois conseguiram trabalho no plantio de alface. Com a

experiência adquirida em terra alheia, não demorou muito para voltarem a conduzir o próprio negócio. Eles arrendaram uma área de dois alqueires para plantar a hortaliça. Os primeiros canteiros serviram para sondar o mercado e avaliar os custos. A boa aceitação e a facilidade de se produzir à alface não deixaram dúvidas de que estavam na direção certa. Como muitos pequenos produtores rurais, Adeilson e Ronilson aprenderam sozinhos a lidar com o plantio e administração da propriedade. Sem funcionários, os dois contam com as esposas na lida do campo. Elas dividem as tarefas na limpeza dos canteiros, no plantio das mudas e também ajudam na colheita das alfaces. “Se fosse para pagar companheiro, não teríamos lucro algum. Assim, o que fazemos em família, fica na família, sobra mais um pouquinho de dinheiro”, ressalta Adeilson que enquanto conversava com a equipe do Agrominas, retirava pequenas plantinhas que cresciam ao lado do canteiro.

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Rotina A rotina da família se repete de segunda a segunda. Os cuidados com as hortas começam às 4 da manhã. A primeira tarefa é verificar como está o tempo, é a partir do clima que eles planejam as atividades do dia. A irrigação cedinho é sagrada. Afinal, o sereno pode prejudicar as folhas. São pelo menos duas horas passando de canteiro em canteiro para observar o crescimento das folhas. Depois é hora de preparar a bandeja, uma espécie de caixa de madeira para receber as sementes e formar nova sementeira. As covas são preenchidas com uma mistura feita à base de adubo, esterco de galinha e terra. Ronildo coloca uma semente em cada cova, depois molha a bandeja com cuidado, segundo ele, o excesso de água prejudica a germinação. Depois de molhadas, as bandejas são empilhadas sob o abrigo do sol.

As plantações de alface começam a mudar a paisagem na região de Caratinga, antes tomada pela plantação de tomate

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Quando as primeiras folhinhas começam a surgir, as mudas são transferidas para uma estufa. O novo local serve para proteger a planta de fungos, formigas, além de impedirem a entrada de pássaros já que eles adoram comer as folhas novas. Cerca de duas semanas depois, as mudas ganham mais resistência e voltam para a área externa, onde as raízes vão se soltar, facilitando o plantio. Quarenta e cinco dias depois de replantadas, elas estão prontas para passarem para o canteiro definitivo de onde vão permanecer por aproximadamente 60 dias, quando chegam ao ponto ideal para o corte. Meeiro No início foram mil mudas e atualmente mais de 10 mil pés de alface são colhidos por mês na propriedade dos irmãos. O dinheiro que ganharam trabalhando para os outros, foram aplicados na compra das sementes, insumos, adubo e outros materiais necessários para formar a plantação. A maior parte do material foi comprada em Caratinga e no município vizinho de Piedade de Caratinga. Adeilson revela que ao invés de buscar empréstimo nas agências bancárias, eles contaram com o crédito dos comerciantes da região. “Nós abrimos conta nas lojas agrícolas que tem aqui e aos poucos fomos implementando o nosso negócio. Até hoje, quando precisamos, compramos na nota”, ressalta o produtor, reforçando que o apoio dos comerciantes locais é fundamental para a existência das lavouras. Outra parceria importante para a sobrevivência da agricultura na região é com os grandes produtores. Mais estruturados, usando tecnologia e meios de transporte próprios, elas


são os responsáveis pela escoação das verduras. O trabalho é feito à meia. Todo o custo da plantação é dividido entre os produtores. “Nós entramos com a mão de obra e eles se encarregam dos custos. Fica melhor para eles e pra nós. Por exemplo, todo material gasto na implantação do sistema de irrigação por gotejamento foi pago por eles, nós entramos com o conhecimento e com o trabalho”, especifica.

ORIGEM DA ALFACE Nativa da região do Mediterrâneo Oriental e da Ásia ocidental, a alface tem uma história longa e distinta. Com representações que aparecem em antigos túmulos egípcios, o cultivo de alface provavelmente datam de pelo menos 4500 a.C. Os antigos gregos e romanos utilizavam a alface tanto como alimento, como devido às suas propriedades terapêuticas e medicamentosas. Na China, onde a alface tem vindo a crescer desde o século V, a alface representa boa sorte. É servida em aniversários, no dia de Ano Novo, e outras ocasiões especiais. Christopher Columbus introduziu variedades de alface na América do Norte durante sua segunda viagem, em 1493. A alface foi plantada na Califórnia, a capital de alface dos Estados Unidos, pelos missionários espanhóis no século XVII. A sua popularidade entre os EUA não se generalizou até séculos mais tarde com o desenvolvimento de equipamentos de refrigeração e transportes ferroviários.

Depois de uma década plantando tomate, os irmãos Adeilson (foto acima) e Ronilson (foto abaixo) investem na alface como fonte de renda

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saúde animal

O efeito do estresse térmico em vacas leiteiras e suas implicações nutricionais Por Juliana Pescara

Ms. Universidade de Wisconsin e Assessora Técnica Comercial - Elanco Saúde Animal Retirado de MilkPoint

O estresse térmico é um dos fatores de maior impacto econômico na eficiência do rebanho, tendo efeitos negativos tanto na produção quanto na reprodução de vacas leiteiras. Segundo Pierre et al. (2003), os efeitos negativos do estresse térmico chegam a representar $900 milhões de dólares por ano nos Estados Unidos. Na tentativa de diminuir a intensidade do impacto do estresse térmico na produtividade dos rebanhos, sistemas de resfriamento (Armstrong, 1994 e VanBaale et al., 2005), estratégias nutricionais específicas (West, 2003) e desenvolvimento de práticas de manejo para identificar com maior precisão as vacas sob estresse têm sido implementadas.

Collier et al. (2005) demonstraram que o mecanismo pelo qual o estresse térmico impacta a produção e reprodução de vacas leiteiras pode ser explicado parcialmente pela redução na ingestão de matéria seca (IMS). Porém, alterações endócrinas, redução na absorção de nutrientes e ruminação, além do aumento no requerimento nutricio18

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nal de mantença, contribuem significativamente para a baixa eficiência dos rebanhos em meses mais quentes. Identificar com maior precisão vacas sob estresse térmico e entender melhor o mecanismo biológico pelo qual o estresse térmico reduz a síntese de leite e índices reprodutivos, é determinante para minimizar a redução da produtividade durante o verão. Respostas fisiológicas ao estresse térmico: Estresse térmico é conhecido por afetar de maneira adversa a saúde ruminal de vacas e induzir uma série de respostas fisiológicas específicas, na tentativa de regular a temperatura corporal e mantê-la nos limites normais. Uma das estratégias para dissipação de calor é através da aceleração da taxa respiratória (estado ofegante), que resulta no aumento da produção de dióxido de carbono (CO2). A excreção de CO2, resultará em decréscimo nas concentrações de H2CO3, e consequentemente um aumento no pH sanguíneo, ocasionando o que chamamos de alcalose respiratória (Benjamin, 1981). Com o objetivo de compensar a alcalose respiratória, o organismo aumenta a excreção de bicarbonato, pois os rins, na tentativa de controlar o equilíbrio ácido-base do sangue, aumentam a reabsorção de H+, HCO3- e cátions, primariamente o sódio (Na+), para serem excretados na urina ocasionando uma acidose metabólica moderada. Kadzere et al. (2002) demonstra que para manter de forma efetiva o tamponamento sanguíneo, o corpo necessita manter uma relação de 20:1 de HCO3- (Bicarbonato):CO2 (Dióxido de Carbono). Vacas sob estresse térmico além de perder dois terços da água evaporativa através do suor e um terço através da respiração acelerada, perdem também mais potássio (K) via suor do que vacas em zona de termo neutralidade. Estudos conduzidos na Universidade da Flórida demonstraram um aumento de cinco vezes na perda de K pelo suor durante picos de estresse térmico, portanto, vacas sob estresse térmico podem se tornar deficientes em K. Sanchez et al. (2004) mostram uma correlação positiva entre o DCAD(Na + K ) - ( Cl +S) / 100g MS e as quantidade de Bicarbonato (HCO3-) no sangue. Outros fatores como motilidade retículo-ruminal e taxa de passagem total, também são reduzidas durante o estresse térmico. Além disso, ocorrem mudanças no


Estratégias nutricionais para reduzir o estresse térmico Suplementação de Gordura: A suplementação de gordura inerte no rúmen, provavelmente permanece sendo uma das estratégias para fornecer energia extra e segura no que diz respeito à saúde ruminal. Se comparado com fibra e amido, a gordura é a fonte de energia que gera o menor incremento calórico (Van Soest, 1982), podendo ser a forma de suplementação energética mais eficiente para vacas sob estresse térmico. Monensina: Baseado em alguns dados publicados recentemente, maximizar a produção ruminal de precursores de glicose (ex. propionato) pode ser uma estratégia eficiente para manter a produtividade. Entretanto, devido às questões relacionadas à saúde de rúmen, aumentar a quantidade de grãos na dieta deve ser cautelosa. Um método seguro e efetivo de maximizar a produção de propionato ruminal é através da suplementação de monensina, que também ajuda a aumentar o pH ruminal durante condições de estresse térmico através da diminuição das concentrações de lactato, e prover propionato para a produção de glicose pelo fígado (Baumgard, 2011). DCAD: Segundo Block (1994), o DCAD negativo durante o período seco e o DCAD positivo durante a lactação é uma boa estratégia para manter saúde e maximizar

a produção. Sugere-se que manter o DCAD em níveis ideais durante a lactação, permanece sendo uma boa estratégia durante os meses mais quentes do ano (Wildman et al., 2007). Minerais e Vitaminas: Ao contrário de seres humanos, os bovinos utilizam K como o principal regulador osmótico de secreção de água das glândulas de suor. Como consequência, o requerimento de K é aumentado durante o verão, e é preciso ser ajustado na dieta (West, 2002). Alem disso, níveis de Na e Mg devem ser aumentados por competir com o K pela absorção intestinal (West, 2002). bST: Vacas tratadas com somatotropina bovina produziram mais leite e consequentemente consumiram maior quantidade de alimento para sustentar o aumento da produção. Ambos os parâmetros geram maior quantidade de calor metabólico em vacas em lactação, porém este calor extra é contrabalanceado pelo aumento da dissipação de calor, e, portanto os índices de temperatura corporal não se elevam (Collier et al., 2005). Wheelock et al. (2006) demonstrou que a suplementação de bST aumentou a produção de leite em aproximadamente 15%, mesmo em vacas submetidas a condições de estresse severo (temperatura retal > 40º C). Conclusão O desenvolvimento de estratégias nutricionais que suportam a produção de leite e que também combatem distúrbios fisiológicos e metabólicos induzidos por condições de estresse térmico, ajudará as vacas a manter um metabolismo normal no qual melhorará a performance produtiva e reprodutiva do rebanho. Imagens ilustrativas

padrão de fermentação ruminal, ocasionando menor produção total de ácidos graxos voláteis e um aumento na porcentagem molar de ácido acético. O fluxo sanguíneo direcionado ao trato digestivo e outros tecidos internos é deprimido enquanto que o fluxo na superfície da pele é aumentado.

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caderno técnico

Criação de Peixes em Tanques-rede Bruno Olivetti de Mattos - Engenheiro de Pesca - Mestre em Zootecnia Renato Silva Leal - Químico - Mestre em Ciências Veterinárias Guilherme Cleto de Carvalho - Zootecnista Maria Emilia de Sousa Gomes Pimenta - Zootecnista - Doutora em Zootecnia

Tanque-rede O cultivo de peixes em tanques-rede é uma alternativa tecnológica da piscicultura intensiva em franca expansão em todo mundo (SILVA; SIQUEIRA, 1997). Tanques-rede (figura 1) são estruturas de tela ou rede, fechadas de todos os lados, que retêm os peixes e permitem um fluxo contínuo de água na estrutura, possibilitando a remoção de metabólitos e suprimento de oxigênio aos peixes (COLT; MONTGOMERY, 1991). Como se trata de uma tecnologia relativamente barata, 20

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Figura 1 - Tanque-rede - Estruturas Fotos: Divulgação

Aquicultura A aquicultura é a produção comercial de organismos aquáticos, como peixes, moluscos, crustáceos, plantas aquáticas e/ou organismos que tenham um ciclo de vida no ambiente aquático. Os parâmetros de qualidade da água, composição da ração, aspectos sanitários, processamento, comercialização e ações de marketing, permitem gerar produtos com comprovada qualidade e que atendem às necessidades do consumidor. Segundo a FAO (2009) a produção mundial advinda da aquicultura forneceu cerca de 76 milhões de toneladas de pescado para consumo humano em 2008. O Brasil, devido às suas condições climáticas, geográficas e sua diversidade, demonstra grande potencial para o desenvolvimento aquícola. A produção de pescado no Brasil atingiu 1.240.813t em 2009, sendo a aquicultura responsável por 33% dessa produção (MPA, 2009). O desenvolvimento da aquicultura brasileira se dá, principalmente, pelas águas de domínio da União, que devido seu potencial e grande área disponível, poderá alavancar a produção e o consumo de pescado por meio do cultivo em tanques-rede no país.

simples e de maior rapidez na implementação, a popularidade crescente do cultivo de peixes em tanques-rede deve-se à aplicabilidade do cultivo ser extremamente variada. A produção em unidades pequenas, a colheita rápida e simples, a adaptação flexível, as demandas do mercado, as densidades elevadas, assim como a observação direta dos peixes e a intervenção imediata, fazem com que o cultivo de peixes através deste sistema seja uma excelente opção econômica para o desenvolvimento da aquicultura, através do aproveitamento racional dos lagos, represas, canais, rios e açudes, contribuindo, dessa forma, para o incremento de produção de pescado (MÜLLER; VÁRADI, 1984). Na criação de peixes em tanques-rede, devem ser considerados como importantes fatores que influenciam na produção, a qualidade da água, profundidade, velocidade da água, ração de boa qualidade, qualidade do estoque de peixes, local de implantação do empreendimento, distância


e posicionamento dos tanques-rede (SCHMITTOU, 1997). Ao contrário do sistema convencional, no cultivo em tanques-rede todos os nutrientes consumidos pelos peixes devem estar contidos na ração (CARNEIRO; MARTINS; CYRINO, 1999). O conhecimento da taxa de arraçoamento para cada espécie e fase de desenvolvimento é fundamental, uma vez que algumas espécies reduzem a ingestão de alimentos sob determinadas condições de temperatura (MULLER-FEUGA, 1999). A origem dos alevinos utilizados no sistema é um fator importante para o sucesso da produção (SCHMITTOU, 1997). O sistema intensivo de criação de peixes em tanques-rede está se tornando cada vez mais popular, entretanto é preciso saber as vantagens e desvantagens desse sistema. De acordo com Sandoval Júnior, Trombeta e Mattos (2008), são consideradas como vantagens: o menor custo fixo (investimento) por quilo de peixe produzido; rápida implantação e expansão do empreendimento (após legalização); possibilidade de colheitas durante o ano todo (escalonamento da produção); intensificação da produção de pescado; manejo simplificado (biometria, manutenção, controle de predadores, despesca, etc.); facilidade na observação diária dos peixes, permitindo a descoberta precoce de doenças. Estes mesmos autores listam como desvantagens a dificuldade na legalização do empreendimento; dependência absoluta de alimentação artificial (ração balanceada); dificuldade no tratamento/controle de doenças; grande suscetibilidade a roubos/furtos, atos de vandalismo e curiosidade popular. O tamanho dos tanques-rede é um dos aspectos de maior evidência atualmente, sendo decisivo no estabelecimento dos níveis de produção e produtividade. A dimensão de tanques-rede pode variar consideravelmente, de 1 a 100 m3, de acordo com o tipo de material com que são construídos, do tipo de cultura e das condições locais.

atenção principalmente com o local de implantação e qualidade da água. Outros fatores também merecem atenção como locais com a existência de correntes, ventos/ ondas e logística de acesso às estruturas de criação. Além dessa parte física mencionada, o produtor antes de implantar seu empreendimento, também terá que ficar atendo ao mercado consumidor.

Local de implantação do empreendimento Locais situados próximos às culturas agrícolas, cidades e de indústrias, não são indicados para a prática de criação em tanques-rede, pois as águas desses ambientes podem estar contaminadas com efluentes contendo resíduos de defensivos agrícolas, esgotos domésticos e industriais, que prejudicam o desenvolvimento dos peixes e, por conseguinte, o sucesso do empreendimento. Áreas próximas à captação de água para abastecimento público, locais onde haja navegação e vizinhanças de clubes recreativos não são favoráveis à implantação de tanques-rede. É importante também que não haja corredores de ventos e correntes fortes de água, pois podem causar o rompimento das estruturas de fixação dos tanques-rede, sendo desejado um local que proporcione ambiente calmo aos peixes. Alguns cuidados devem ser tomados quanto à proteção ambiental no local de instalação. É interessante a existência de proteção natural em torno do reservatório para evitar erosão das margens e assoreamento no período de chuvas, o que implicaria em aumento das partículas sólidas no ambiente de criação e assim prejuízo para a qualidade da água. Desta forma, a manutenção das matas ciliares representa estratégia primordial para proteção ambiental dos cursos d’água. Em todo o caso, antes de se iniciar a implantação do empreendimento é necessária a realização da análise da água Condições propícias à implantação de do local a ser utilizado, para se evitar contratempos. Na figucultivo de peixes em tanques-rede Para a criação de peixes em tanques-rede, alguns cuida- ras 2 e 3 são demonstrados dois locais distintos, indicando dos sobre as condições de implantação do empreendimento um local apto e um inapto à implantação de tanques-redes. devem ser previamente avaliados pelo criador. Deve-se ter 21 OUT / NOV 12


Figura 2: Local indicado para implantação de tanques-rede

Qualidade da Água O potencial produtivo de peixes em tanques-rede depende, em muito, da qualidade de água no ambiente onde estão alocados. Diversos parâmetros de qualidade de água podem ser decisivos ao crescimento, conversão alimentar e saúde dos peixes (ONO & KUBITZA, 2003). Os parâmetros ideais de qualidade de água seguem especificados na Tabela 1. Tabela 1. Valores dos parâmetros de qualidade da água considerados adequados a criação de peixes em tanques-rede (adaptado de Boyd &Tucker, 1998)

A qualidade de água no tanque-rede está diretamente relacionada ao corpo de água em volta dele e a capacidade de troca de água entre o tanque-rede e o meio ambiente (MEDEIROS, 2002). Segundo SCHIMITTOU (1997), a qualidade de água dentro do tanque-rede será igual ou inferior ao ambiente em que estes tanques-rede estão instalados. Considerações Finais Espera-se que as informações levantadas neste artigo 22

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Figura 3: Local não indicado para implantação de tanques-rede

possam esclarecer e elucidar aos produtores e empresários a importância do cultivo de peixes em tanques-rede e assim difundir cada vez mais esta atividade no cenário do agronegócio, incrementando a produção de pescado do Estado de Minas Gerais de forma sustentável e economicamente viável. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FAO. El Estado Munidal de La Pesca y La Acuicultura. Departamento de Pesca e Aquicultura da FAO. 2009. MINISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA. Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura - Brasil 2008-2009. Brasília, 2009. 101 p. SILVA, A. L. N.; SIQUEIRA, A. T. Piscicultura em tanques-rede: princípios básicos. Recife: UFRPE, 1997. 72 p. COLT, J.; MONTGOMERY, M. Aqüiculture production systems. Journal of Animal Science, Champaign, v. 69, n. 10, p. 4.183-4.192, Dec. 1991. MÜLLER, F.; VÁRADI, L. Freshwater cage for fish. In: FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION’S. Aquaculture development and coordination. Roma, 1984. chap. 14, p. 14. SCHIMITTOU, H. R. Produção de peixes em alta densidade em tanques-rede de pequeno volume. Campinas: Mogiana Alimentos e Associação Americana de Soja, 1997. 78 p. CARNEIRO, P. C. F.; MARTINS, M. I. E. G.; CYRINO, J. E. P. Estudo de caso da criação comercial da tilápia vermelha em tanques-redes: avaliação econômica. Informações Econômicas, São Paulo, v. 29, n. 8, p. 52-61, 1999. MULLER-FEUGA, A. Growth as a function of rationing: a model applicable to fish and microagae. Journal of Experimental Marine Biology and Ecology, Connecticut, v. 236, n. 1, p. 1-13, Mar. 1999. SANDOVAL JÚNIOR, P.; TROMBETA, T. D.; MATTOS, B. O. Manual de criação de peixes em tanques-rede. Brasília: CODEVASF/IABS, 2008. 34 p. ONO, E. A.; KUBITZA, F. Cultivo de peixes em tanques-rede. 3. ed. Jundiaí: [s. n.], 2003. 112 p. BOYD, C. E.; TUCKER, C. S. Pond aquaculture water quality management. Boston: Kluwer Academic, 1998. 700 p. MEDEIROS, F. C. Tanque-rede mais tecnologia e lucro na piscicultura. Cuiabá: UFMT, 2002. 109 p.


Humberto Luiz Wernersbach Filho

Zootecnista MSc / Supervisor de Pesquisa

Imagem Ilustrativa

forragicultura

Qual a real importância das pastagens?

Ao pensar no que escrever nesse artigo, diversos foram os temas que passaram na mente. Poderíamos falar sobre formação e recuperação de pastagens, manejo do pastejo, suplementação volumosa, etc. Enfim, muitos são os assuntos pertinentes ao tema, mas aí veio a tona uma questão: por que, afinal de contas, pasto é tão importante? Para responder a essa pergunta, penso que inicialmente deveríamos analisar um breve histórico da pecuária brasileira. Via de regra, como em qualquer outro negócio, decisões certas, tomadas nos momentos corretos geram excelentes re-

sultados, contudo o ponto chave do negócio é qual decisão a ser tomada e qual o melhor momento. A pecuária brasileira vem através dos últimos 40 anos, passando por diversas transformações. Nas décadas de 70 e 80 a produção pecuária teve seu crescimento acentuado, pois o país tinha volume e preços acessíveis de terra para serem ocupados com atividade pecuária. Além disso, o poder de compra da arroba do boi era maior, quando comparado aos tempos atuais. A figura 01 ilustra essa questão. 23 OUT / NOV 12


Figura 01 – Preço do boi gordo em R$ Corrigidos pelo IGP-DI/@ 1970 a 2009. Fonte: IEA / Cepea / Scot Consultoria, citados por Aguiar (2011)

Pelo cenário da época, era esperado que o pecuarista tivesse maiores ganhos econômicos e isso de fato aconteceu, a tabela 01 ilustra a receita (R$/ha) em 1970 até 2009. Ao analisarmos uma produtividade de 4 @/ha, o que é muito próxima da obtida em termos médios nos dias atuais, pode-se perceber uma redução drástica na receita da fazenda ao longo do tempo. Tabela 01 – Receita por hectare (R$/ha) com a venda de 4 @.

Fonte: IEA/Scot Consultoria, citados por Aguiar (2011)

No novo cenário pecuário, a escala e volume de produção são fundamentais para manutenção dos ganhos da propriedade rural, ou seja, a intensificação da propriedade passa a reger o sistema de produção. Porém onde é mais viável aumentarmos a produtividade

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da fazenda? De fato, a intensificação da produção fica dependente do volume de alimento disponível para os animais. Nesse quesito, já é bem consolidado que a pastagem é a principal fonte de alimento para o rebanho e quando as pastagens atingem seu limite, utilizamos técnicas de suplementação tanto a pasto quanto em confinamento para alavancarmos os índices produtivos. Nesse momento, chamo a atenção para o tema de nosso artigo, o limite de produção da pastagem está muito aquém do potencial, ou seja, estamos com nossas pastagens niveladas por baixo. Estamos suplementando antes da hora, temos maiores gastos com suplementos para complementar uma pastagem de baixíssima qualidade, arrendamos áreas com nossas áreas produzindo pouco, etc. Com isso a lucratividade da empresa rural fica cada vez menor, haja vista, que o custo dos grãos está cada vez maior. Para o amigo que ainda tem dúvida a respeito desse cenário, lembro que mais de 60% das pastagens brasileiras apresentam certo estágio de degradação e que soja e milho estão com custos cada vez mais elevados. Mudar esse cenário de uma só vez é muito difícil e isso implicaria em elevados custos. Por isso, é importante que o pecuarista se prepare para os diversos cenários da atividade pecuária e lembrar que preços mudam a todo momento, e que uma das poucas certezas que temos na produção pecuária é que manter as pastagens em boas condições pode ser decisivo na viabilidade econômica da empresa rural.


25 OUT / NOV 12


Alexandre Sylvio Vieira da Costa

Eng. Agrônomo – Professor Titular Solos e Meio Ambiente Universidade Vale do Rio Doce Fupac – Teófilo Otoni asylvio@univale.br http://agriculturaecologiaesaude.zip.net

Imagem Ilustrativa

agrovisão

A importância da árvore na vida do homem

Hoje vamos comentar sobre a árvore; não com enfoque técnico já descrito em vários artigos anteriores, mas com o enfoque do bem estar e da qualidade de vida. Quem nunca andou em um grande centro urbano observando apenas prédios, carros e poluição visível no ar? Imaginem agora este mesmo centro urbano, mas com a presença de árvores. Instintivamente o nosso sentimento muda com uma sensação boa de bem estar. A presença da cor verde no meio de um emaranhado de concreto e de atmosfera cinza poluída dá lugar a uma perspectiva positiva de final de semana ou feriado em que você vai pegar o seu carro e vai para a roça, na fazenda do pai, do 26

OUT / NOV 12

avô ou até mesmo no sítio do amigo. Muitos fazem reservas em pousadas que são verdadeiros paraísos naturais próximos da cidade. As árvores trazem boas sensações, de tranquilidade, de paz. Nesta selva de pedra, dentro de um apartamento, a presença de vasos com plantas e pequenos arbustos é muito mais do que apenas estética, é trazer a lembrança coisas boas que o campo e a natureza oferecem e o quanto você gostaria de estar lá, naquele momento. E quando você usa aquele pequeno pedaço de terra na sacada de seu apartamento para cultivar uma cebolinha ou uma alface o prazer é multiplicado, principalmente quando você colhe. Isto mostra que as suas raízes


com o ambiente natural ainda são muito fortes e que você sente falta deste contato periódico com o campo. E as frutas? Colhidas no “pé” são muito mais saborosas do que compradas nos supermercados. Podem apresentar “bichos” como as goiabas, podem dar um trabalhão para escalar a árvore e pegá-las como as mangas, podem dar trabalho para comê-las sujando-se todo, inclusive as roupas, como as jacas, mas são infinitamente mais doces. Nestes momentos você começa a perceber coisas simples como observar que está dividindo as frutas com os insetos, pássaros, macacos e até mesmo morcegos. Você descansa debaixo de uma árvore e percebe que a sua sombra é muito mais agradável quando comparado a qualquer cobertura de concreto, simplesmente porque as folhas das árvores refletem novamente para o espaço as radiações que geram calor enquanto as coberturas de concreto absorvem esta energia aquecendo o ambiente ainda mais, e finalmente, você se sente parte integrante daquele am-

biente natural e harmônico. Todos estes eventos paradisíacos tem como ponto central a árvore. Plante uma árvore em sua rua, no seu quintal e você verá que será uma excelente companhia. Deixe de lado aquele pensamento “urbano” de que as folhas e frutos irão cair e sujar o quintal, que irão atrair pássaros que sujarão o chão e a frente de sua casa. Coloque uma cadeira em sua sombra no final de semana, descanse, colha parte dos frutos, melhore a qualidade de sua alimentação, distribua para seus vizinhos, faça novos amigos, compartilhe com todos, tenha orgulho de sua árvore carregada de frutos. Tire as crianças de frente da televisão, do computador, dos games, apresente para ela uma árvore, as folhas, as flores, os frutos. Ensine ela a escutar o cantar do sanhaço, e a barulheira das maritacas quando se acomodam na árvore no final de tarde para iniciar seu repouso. Sinta-se bem e seja feliz com esta “velha amiga”.

27 OUT / NOV 12


O artesanato e o reaproveitamento de materiais originados no Sítio Rocha, como alternativa de decoração

Fotos: Arquivo Pessoal

sustentabilidade

Casamentos Sustentáveis

Imagem 1: Corrimão feito de bambu amarelo. Imagem 2: Decoração na igreja feita com troncos de bananeiras e flores do Sítio - casamento da Amarílis. Imagem 3: Doces feitos pela família e a caixa de madeira decorada com fibras naturais. Imagem 4: Construção do corrimão. Imagem 5: Ponte feita com bambu amarelo.

O tão sonhado dia do SIM. São tantos detalhes para o dia do casamento, que os noivos muitas vezes gastam “rios de dinheiro” para que a data seja lembrada depois pelos mínimos detalhes. Quem nunca foi a um casamento para ver a decoração, o vestido da noiva, o beijo, curtir a festa... Entretanto, o luxo que está ligado muitas vezes ao alto custo, pode ser substituído por um luxo “antenado” com as questões ambientais e a preocupação com o reaproveitamento. Marli Galvina de Souza Rocha, 38 anos, que o diga. Casada com Joel Moreira da Rocha, 42 anos, têm duas filhas: Joelma Lindamara dos Santos Rocha, 19 anos, e Amarílis Kétule Souza Rocha, 17 anos. Joelma se casou no dia 09 de setembro do ano passado e Amarílis em 07 de setembro deste ano. Mas 28

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o que teve no casamento delas que as enquadram nesta seção? Ambos foram confeccionados pela própria família: desde os vestidos das noivas, passando pela decoração, a comida, até a lembrancinha para os convidados. A família Rocha, que mora em um sítio situado no Córrego do Parado, na cidade de Tarumirim (MG), já foi alvo de uma reportagem pela Revista Agrominas (20ª edição). O que despertou nossa curiosidade em relação ao casamento das meninas e a beleza da decoração rústica para as duas datas. Enquadram-se na Agricultura familiar e há 15 anos os dez hectares de terra são aproveitados para produção de milho, feijão, arroz, banana, coco, porco, galinha, amendoim, cana-de-açúcar, flores, dentre outros.


Imagem 6: Lembrança do casamento da Amarílis. Imagem 7: Construção da Ponte.

Essa produção diversificada favorece o aproveitamento de materiais para o artesanato. Ponte, escadas e tochas de bambus; o bolo sobre toras de árvore; as folhas de bananeiras para encapar luminárias ou cobrir uma cabana; sapucaias e cabaças compõem a iluminação; as flores exóticas para decorar as mesas, a igreja, os buquês e a lembrancinhas. Enfim, a vontade misturada à criatividade da família dá vida e beleza a materiais muitas vezes desperdiçados. Marli conta que toda a família ajudou na criação dos objetos. Mas ela se especializou através dos cursos promovidos pelo SENAR para a utilização de fibras naturais como as de bananeira e taboa, além de artesanato de tecidos. O que a ajudou a confeccionar os vestidos de noiva de Joelma e Amarílis. Marli complementa que “nos cursos aprendi muitas coisas importantes, como aproveitar materiais e como cuidar da natureza, aproveitando a matéria-prima sem agredi-la”. E o porquê de tudo isso? “Por viver na natureza, a gente acabou descobrindo que ela nos proporciona matérias-primas resistentes e de baixo custo. O interesse está simplesmente no

gostar”, explica Marli. A ideia de decorar o casamento das filhas com o que o sítio já possuía, surgiu daí. Apaixonada por artesanato, essas seriam oportunidades de poder proporcionar às filhas uma decoração diferente, bonita, além de econômica. Quantos às filhas, elas gostaram e a data não deixou nem um pouco a desejar. Até a criatividade e interesse elas herdaram da mãe. “Nós amamos tudo. Foi tudo perfeito e não mudaríamos nada. Crescemos vendo ela inventando. Ela sempre fez de tudo um pouco, então acho que nascemos com um pouco dessa paixão também”, enfatiza Joelma. Os artesanatos não são comercializados, pelo menos por enquanto. Marli informa que pretende fazê-los para vender futuramente. “Quero viver da natureza, mas para isso é preciso que ela seja preservada”, finaliza. As fotos que ilustram esse texto mostram que não precisa ser caro, para ser bom. Todas as peças foram usadas na decoração. Basta usar a criatividade, pegar os materiais certos e dar vida ao que antes iria para o lixo.

29 OUT / NOV 12


30

engenharia agronômica na veia No dia 12 de outubro, feriado religioso e dia das crianças, também se comemora o dia de um profissional ligado ao agronegócio e responsável pela cadeia produtiva: o engenheiro agrônomo. Na edição 16 da Revista Agrominas, falamos sobre a profissão. Nesta edição de outubro / novembro, para falar um pouco da sua carreira, convidamos o nosso colaborador da seção Agrovisão, professor Dr. Alexandre Sylvio Vieira da Costa, 47 anos. Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro em 1990, é mestre em Fitotecnia pela mesma Universidade e em Agrobiologia pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em 1992. É Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa (1997) e é pós-doutorado em Geociências pela Universidade Federal de Minas Gerais (2010). Atualmente é professor titular de Solos e Meio Ambiente da Universidade Vale do Rio Doce, da qual já foi diretor da Faculdade de Ciências Agrárias. Coordenador adjunto da Câmara Especializada em Agronomia, do Grupo de trabalho de Meio Ambiente e membro da Comissão Permanente de educação do CREA/MG; líder do Grupo de Pesquisa: Avaliação Agrícola de Resíduos Industriais; pesquisador do grupo de pesquisa Geoquímica Ambiental (da UFMG); membro da Comissão Técnica Central-brasileira de Feijão (CTCBF) – subcomissão de fitotecnia; membro do Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM) de Minas Gerais; consultor de revistas especializadas no setor. Com experiência na área de agronomia, com ênfase em Microbiologia e Bioquímica do solo, atua com os temas: meio ambiente, agricultura, produção vegetal, solos e resíduos industriais.

OUT / NOV 12

Decidido a ser engenheiro agrônomo desde criança, entrou na faculdade aos 19 anos, em 1985. Durante o curso foi bolsista de Iniciação Científica na Embrapa. Formou-se e conAlexandre Sylvio tinuou na área de pesquisa. A área de atuação que segue é a de Professor / Pesquisador. Mas informa que a veia extensionista ainda continua, prestando consultorias. Já teve prêmios pela Sociedade Mineira de Engenharia com o trabalho sobre a utilização de resíduos de fibrilose e congratulações por trabalho de pesquisa sobre resíduos de rocha pela Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, além de outros prêmios e homenagens. É natural de Niterói (RJ), morou em Viçosa por seis anos e veio para Governador Valadares ficar dois anos, mas permanece há 15. Quanto ao mercado de trabalho, lembra que quando decidiu fazer agronomia o panorama não era favorável para esse profissional. “O mercado hoje está excepcional para o engenheiro agrônomo”, aponta. Com as demandas por alimentos, fontes de energia renovável e as oportunidades, o professor diz que o profissional está bem amparado, mas é preciso dedicação e gostar do que faz. Lembra ainda outra vantagem, pois os filhos dos produtores resolveram se especializar e levar tecnologias para as propriedades. Um combate ao êxodo rural e maior tecnificação da cadeia produtiva.

Foto: Arquivo Pessoal

perfil profissional

Alexandre Sylvio Vieira da Costa


Prof. Ruibran dos Reis

Prof. da PUC Minas Diretor Regional da Climatempo – Minas Gerais

Imagem ilustrativa

meteorologia

Começa o período chuvoso em Minas Gerais

Neste ano, devido à atuação do fenômeno El Niño, o período chuvoso começa atrasado em Minas Gerais. Normalmente, o período chuvoso começa no início de outubro e termina em meados do mês de abril. No ano passado, as chuvas ficaram acima da média histórica nos meses de outubro, novembro e dezembro na região leste do estado. As chuvas ocorridas no mês de outubro deste ano ficaram em torno de 40% do valor esperado nos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce. Com a passagem de uma frente fria no início do mês pela região, há possibilidades de ocorrência de chuvas significativas para a agricultura nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e também nas regiões norte do Espírito Santo e sul da Bahia. Os modelos mostram que as chuvas nos meses de novembro e dezembro deverão ficar em torno da média histórica. Não haverá o veranico nos meses de janeiro e fevereiro, e chuvas provenientes de frente frias deverão ocorrer durante vários dias seguidos. Para a agricultura o período chuvoso 2012/2013 será melhor do que os observados nos últimos dois anos. As chuvas deverão acontecer de forma mais distribuída nos meses da estação chuvosa.

31 OUT / NOV 12


Mais carne no mercado interno mercado

Hyberville Neto

Médico veterinário |Scot Consultoria

Através de dados públicos e privados, cruzados com informações e estimativas da própria Scot Consultoria, estimamos os números mensais de produção e disponibilidade interna de carne bovina. De acordo com essas estimativas, a produção de carne bovina entre janeiro e agosto de 2012 foi de 6,57 milhões de toneladas equivalente carcaça (tec), aumento de 6,7% na comparação com o mesmo intervalo em 2011. Veja a figura 1. Figura 1. Desempenho da produção de carne bovina em 2012 x 2011, mês a mês.

Fonte: Scot Consultoria - www.scotconsultoria.com.br O aumento da quantidade de bovinos abatidos e o consequente aumento da produção de carne está relacionado ao aumento da oferta de fêmeas para o abate, principalmente a partir de março. Em agosto a produção foi de 910,51 mil tec, aumento de 10,7% frente a agosto de 2011. Foi a maior produção do período analisado, desde o começo de 2010.

32

OUT / NOV 12

Disponibilidade interna A disponibilidade interna de carne bovina até agosto foi de 5,52 milhões de tec, aumento de 7,0%, na comparação com os mesmos meses em 2011. A importação até agosto subiu de 24,4 mil tec em 2011 para 32,6 mil tec este ano, aumento de 33,6%. Ainda assim, a participação da carne importada no consumo é pequena, 0,6% da disponibilidade interna. As exportações este ano, considerando carne industrializada, in natura e salgada, somaram 1,08 milhão de tec entre janeiro e agosto, aumento de 6,0% frente ao mesmo intervalo no ano passado. Final Se a exportação se mantiver em bom ritmo, como tem sido observado, poderá colaborar positivamente com as cotações nos próximos meses, uma vez que a expectativa é de diminuição da quantidade de animais confinados no segundo ciclo. Esses fatores, o aumento do consumo interno de final de ano e as margens historicamente boas da indústria, podem abrir espaço para valorizações da arroba. Por outro lado, a oferta está melhor este ano. Vender regularmente, buscando um preço médio remunerador, é uma boa dica para o cenário presente.


Captação de leite aumentou no Brasil, mas no Nordeste caiu

por Jéssyca Guerra

Zootecnista | Scot Consultoria

Foram coletados 5,2 bilhões de litros de leite no segundo trimestre de 2012, 9,7% menos que nos primeiros três meses do ano (IBGE). A pesquisa considera apenas a produção formal, ou seja, leite com inspeção municipal, estadual ou federal. Em relação ao segundo trimestre de 2011 foi adquirido 2,8% mais leite, ou 139,7 milhões de litros a mais. Veja a figura 1.

Apesar de o segundo trimestre de 2012 ter sido mais seco em relação ao segundo trimestre de 2011 na maioria dos estados brasileiros, principalmente nos da região Nordeste, a captação de leite no Brasil foi maior. Minas Gerais, principal estado produtor de leite do Brasil, teve uma precipitação menor do que o normal no segundo trimestre deste ano, em especial no norte do estado, o que fez com que a produção caísse Figura 1. 1,4% em relação ao mesmo período de 2011. Volume de leite adquirido pelos laticínios e coopeEm todos os estados do Nordeste, com exceção da rativas, por trimestre – em bilhões de litros. Paraíba, a produção de leite caiu. Destaque para a produção na Bahia, cuja queda foi de 33,3%. Analisando a captação mensal observa-se que em junho ocorreu o maior volume captado no trimestre, 1,8 bilhões de litros de leite. Normalmente nos terceiros trimestres a tendência é de aumento na produção de leite, mas no Nordeste o cenário é de queda, devido à persistência da falta de chuvas. A alta deve ser comparativamente mais representativa no Sul do país devido às pastagens de inverno. A expectativa é de que em 2012 a captação aumente perto de 4,0%, em relação a 2011. Tal expecFonte: IBGE / Compilado por Scot Consultoria tativa está relacionada com o regime de chuvas e dos www.scotconsultoria.com.br custos com a alimentação.

MERCADO ESTÁVEL E PRODUTORES ESPERAM PARA COMERCIALIZAR Waldir Francese Filho Imagem Ilustrativa

Superintendente Comercial Coocafé

Após os acertos de contas da última safra e o momento de pós-florada o mercado de café entra em um momento de estabilidade com cotações em valores mais baixos que a expectativa da maioria dos cafeicultores. As chuvas apesar de concentradas em algumas regiões com mais intensidade e outras menos provocaram importantes floradas nas Matas de Minas. O sentimento dos produtores na maioria das regiões é de uma importante safra para o próximo ano. O mercado de café entra em um momento de abastecimento do mercado europeu que inicia a época mais fria do ano com tendência de aumento de consumo. A safra brasileira e mundial tem condições de abastecer a demanda de consumo não tendo especulações de falta de café e nem sobras, ou seja, mercado dentro das normalidades. Por outro lado os cafeicultores entram em um momento de realização de tratos cul-

turais para a próxima safra, esperando os melhores momentos de mercado para aumentar o seu poder de troca na aquisição de insumos. As entidades financeiras estão colhendo propostas e liberando crédito para os produtores investirem em custeio ou estrutura para suas propriedades. Estar informado a respeito do mercado com realização de negócios nos momentos de pico é a melhor forma para melhorar a receita média da propriedade.

Cotações Nov/2012 - Coocafé Arábica

Bebida Dura Tipo 6 | R$ 355,00 Cereja Descascado Fino | R$ 370,00 Conilon Tipo 7 | R$ 262,00 OUT / NOV 12

33


cotações

Boi Gordo

(R$/@)

mercado futuro (BM&FBovespa)

Indicadores Eslaq / BM&F Bovespa boi Gordo

vencimento

Ajuste (R$/@)

Var. (R$)

Nov/12

99,93

0,01

data

à vista

A prazo

Dez/12

99,29

0,22

05/11

R$ 97,02

R$ 98,35

Jan/13

98,05

0,1

01/11

R$ 97,28

R$ 97,94

Fonte: BeefPoint

31/10

R$ 97,21

R$ 97,65

preços do leite

Fonte: BeefPoint

(R$/L)

cotações do leite cru preços pagos ao produtor

34

RS

SP

PR

0,8220

0,8083

0,8733

0,8385

0,8396

0,7408

0,8269

Fev / 12

0,8388

0,8286

0,8681

0,8355

0,8480

0,7353

0,8338

Mar/12

0,8640

0,8427

0,8742

0,8304

0,8880

0,7624

0,8206

Abr/12

0,8828

0,8502

0,8874

0,8338

0,9122

0,7760

0,8218

Mai/12

0,8916

0,8519

0,8956

0,8347

0,9169

0,8475

0,8191

Jun/12

0,8679

0,8333

0,8738

0,8247

0,8723

0,8573

0,8028

Jul/12

0,8606

0,8190

0,8702

0,8331

0,8570

0,8627

0,7917

Ago/12

0,8719

0,8099

0,8884

0,8373

0,8628

0,8596

0,8137

Set/12

0,8896

0,8147

0,9047

0,8450

0,8947

0,8586

0,8297

Out/12

0,8960

0,8210

0,9138

0,8618

0,9244

0,8719

0,8430

R$/litro

MG

Jan /12

GO

SC

BA

Fonte: Cepea - Esalq/USP

OUT / NOV 12


mão na massa

Controle de Pragas é alternativa sustentável para propriedade rural Insider2 em Portal do Agronegócio

Considerando este cenário, a Emater/RS – ASCAR demonstrou no Rural Show 2012 que o manejo integrado e métodos mecânicos podem ser eficientes no controle de pragas, fator que tanto comprometem a produção e a produtividade da exploração fruticosa. Foram apresentadas tecnologias sustentáveis de “Controle Integrado de Pragas”. O objetivo é buscar a redução de custos e a melhoria tecnológica da produção em ambientes protegidos. Confira:

Foto: Divulgação

Imagem Ilustrativa

Armadilha Delta: possui cola em seu assoalho para prender a Grapholita. Também possui em seu interior um septo que libera o feromônio, mesmo cheiro da fêmea. É importante não deixar o macho chegar até ela, pois quando coloca os ovos é que causa o estrago nas frutas. Se a fêmea não for fecundada, não causará danos. Toda semana é feito o controle e, se houver 20 machos na armadilha, é necessário fazer a pulverização. São colocadas de duas a três armadilhas até 3 hectares. Outras formas de conter a Grapholita é o “brinco”, peMosca das frutas quena armadilha colocada nas plantas. Ela também exala Ataca todas as frutas. o feromônio da fêmea causando uma “confusão sexual” Armadilha Mcphail: é um recipiente com um compos- no macho, que não consegue encontrá-la para realizar a to de água e solução de proteína hidrolisada que atrai esta fecundação. São colocadas 500 brincos por hectares. mosca. São dispostas quatro armadilhas por hectare. O cálculo para iniciar o controle é de meia mosca por arma- Broca dos ponteiros (Asochys Grypusalis) dilha. Ou seja, se, no total das quatro, tiver duas moscas, Ataca o figueiro. já é necessário iniciar o controle com iscas tóxicas estraArmadilha: é uma espécie de lâmpada roxa colocada tegicamente colocadas nos lugares onde o inseto entra. Se no pomar à noite. Geralmente, é acessa no início de oumesmo assim continuar, é necessário fazer a pulverização tubro e desligada em março. É colocada 80 cm abaixo da total. armadilha uma vasilha com uma solução que pode ser formada por água e óleo de cozinha. A mariposa é atraída Grapholita pela luz e cai no líquido, sem conseguir mais sair. Geralmente ataca as frutíferas de pêssego e ameixa.

Lâmpada ponteiros 35 OUT / NOV 12


emater

Cafeicultura no Vale do Rio Doce

Sérgio Vinícius P. Grupioni

Eng° Agrônomo EMATER - Mantena MG sergio.grupioni@emater.mg.gov.br

Nesta edição vamos nos dedicar à adubação de produção, considerando que já foi realizada a análise de solo e a correção da acidez do solo. A partir do mês de agosto (floração) temos um aumento do crescimento da planta, quando são formados os ramos que vão produzir café na safra futura. Além disto temos o início da formação e enchimento dos frutos e, consequentemente a elevação da exigência por nutrientes (Fósforo-P2O5, Nitrogênio e Potássio-K2O). É a partir deste momento que o produtor garante a produção atual e ramos novos para a outra safra (2013/2014). Por este motivo o cafeicultor deve atentar para a correta nutrição de sua lavoura, pois qualquer erro ou atraso terá consequências que comprometerá a safra atual e futuras. A planta precisa alimentar seus frutos, promover o crescimento de seus galhos e produzir folhas. Além da indispensável análise de solo, da avaliação visual por um técnico experiente, podemos lançar mão da análise foliar para avaliar adequadamente a condição nutricional da lavoura, e é indicado em situações de previsão de altas produtividades. Fonte: Cafeicultura e Sensoriamento Remoto: Uso da Geotecnologia para Para finalizar, ressaltamos que além da quantidade de nuAvaliar e Monitorar a Cafeicultura Brasileira – Fase 1 – Minas Gerais - 2008 trientes a ser fornecida pela adubação, temos que levar em conta Projeto conjunto do INPE e CONAB – Coordenador: Maurício Alves o equilíbrio dos mesmos no solo e na planta. Valorize a assistênMoreira cia técnica. Procure um escritório da EMATER. Para fins de demonstração do potencial econômica da cafeicultura na região, vamos considerar uma produtividade média de 15 sacas/ha que nos levará a uma produção de 1.000.000 de sacas (um milhão), proporcionando uma receita de cerca de Trezentos Milhões de Reais! E este volume expressivo de recurso é apenas a “ponta do iceberg” que é o agronegócio Café, que também exerce importante função social de geração de emprego e ocupação de mão de obra, além na viabilização econômica de centenas de pequenas propriedades familiares. Por este motivo estamos aqui para lembrar aos cafeicultores de nossa região que estamos no início de uma nova safra e é essencial que nos preocupemos com os tratos culturais, como a calagem, a nutrição (adubação e pulverizações), o controle das plantas concorrentes das pragas e das doenças, visando garantir Aspectos de lavoura de Nova Belém MG – Safra 2011/2012 a produção em bases sustentáveis e economicamente viáveis. (Produtividade média obtida de 40 sacas/ha)

Foto: Arquivo Emater

Pode não parecer, mas a mesorregião do vale do Rio Doce composta pelas microrregiões de Aimorés, Caratinga, Governador Valadares, Guanhães, Ipatinga, Mantena e Peçanha possui mais de 60 mil hectares de café, conforme podemos visualizar na tabela a abaixo:

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OUT / NOV 12


Foto: Wilson Ferreira

ima

Febre Aftosa – Vamos manter Minas Gerais livre!

A Febre Aftosa é uma doença muito contagiosa, causada por um vírus de rápida multiplicação. Provoca grandes prejuízos sociais e econômicos. Ela ataca os animais domésticos de casco partido: bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos. Os sintomas da doença nos animais são aparecimento de aftas na língua, na boca e babam muito. Nas tetas e no casco (entre unhas) também aparecem bolhas. Estas aftas e bolhas estouram e formam grandes feridas. Os animais têm dificuldade para comer e andar. O coração e o rúmen também são atacados. Muito já foi feito para controlar, erradicar e prevenir a Aftosa no Brasil. O último foco em Minas Gerais foi em maio de 1996. Há 10 anos, Minas possui o status de zona livre de Febre Aftosa com vacinação. Todos os produtores rurais em Minas Gerais devem vacinar seus Bovinos (Bois, Vacas e Bezerros) e Bubalinos (Búfalos) nas campanhas de Maio (todo o rebanho) e Novembro (gado até 24 meses). A vacinação é obrigatória e deve ser comprovada ao Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA. Conservação da vacina: Transportar a vacina em caixa de isopor com gelo e lacrada. Na fazenda, manter em geladeira (temperatura de 2º a 8º C). Jamais conservar em congelador ou aquecê-la para que não estrague. No campo, manter a vacina em caixa de isopor com gelo à sombra. Aplicação da Vacina Dose: 05 ml para cada animal Via: subcutânea (debaixo da pele) ou intramuscular (no músculo), o local de aplicação deve ser na tábua do pescoço e as agulhas devem ser limpas (fervidas ou esterilizadas), nos tamanhos 15 x 18 para a via subcutânea ou 20 x 18 para a via intramuscular. Em casos de suspeita da doença o produtor rural deve

Marcelo de Aquino Brito Lima

Fiscal Estadual Agropecuário – IMA Coordenadoria Regional de Gov. Valadares

notificar com urgência ao escritório do IMA de sua região. O prazo máximo para a notificação da suspeita é de 24 horas, pois, quanto antes a suspeita da doença for notificada, mais rápida será a investigação e eliminação do foco, se for comprovado. Para o sucesso das nossas ações emergenciais o tempo é o principal “adversário” a ser “vencido”. Com um rebanho saudável e livre dessa doença é possível transportar e vender os animais e seus produtos, com a documentação sanitária exigida por lei, para qualquer estado do país e até para o exterior. As exportações no estado, nos últimos sete anos, deram um salto de 12,93 para 79,33 mil toneladas de carne exportadas. Sem a doença, muitos prejuízos são evitados: queda da produção de leite e de carne, mortalidade de animais, abortos e sacrifícios de rebanho. Em caso de dúvidas e suspeitas da Febre Aftosa no rebanho, o produtor rural deve procurar o escritório do IMA de sua região. Governo de Minas prorroga prazo para vacinação contra aftosa A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) informa que foi prorrogada a vacinação dos bovinos contra a febre aftosa nos municípios localizados nas regiões do semiárido e que se encontram em estado de emergência por causa da longa estiagem. O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) dividiu duas macrorregiões de Minas que seguirão as seguintes datas para a realização da 2ª etapa de vacinação contra Febre Aftosa (Novembro/2012). A primeira microrregião é constituída das seguintes coordenadorias do IMA: Bambuí, Belo Horizonte, Curvelo, Guanhães, Juiz de Fora, Oliveira, Passos, Patos de Minas, Patrocínio, Pouso Alegre, Uberaba, Uberlândia, Varginha e Viçosa. Terão tolerância até o dia 17/12/2012 para que criadores comprem a vacina, imunizem seus bovinos e bubalinos até 24 meses de idade e declarem a vacinação nos Escritórios Seccionais do IMA. Já Almenara, Governador Valadares, Janaúba, Montes Claros, Teófilo Otoni e Unaí, na segunda microrregião, terão tolerância até o dia 31/12/2012. (Fonte: ASCOM SEAPA) 37 OUT / NOV 12


Adab

Flutuação populacional de Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera: Psyllidae) em pomares de citros no município de Rio Real, Bahia José Mário Carvalhal de Oliveira 1; Antônio Souza do Nascimento 2; Sílvia Helena Galvão de Miranda 3; Cristiane de Jesus Barbosa 4

Com ampla distribuição geográfica, a Diaphorina citri é um inseto-praga importante em vários países, particularmente por ser vetor das bactérias causadoras da doença huanglongbing (HLB), que pode infectar todas as espécies de citros, cultivares e híbridos. Este trabalho teve como objetivo estudar a flutuação populacional de Diaphorina citri Kuwayama e emissão de brotações de citros em três propriedades de citros no Território de Identidade Litoral Norte Agreste de Alagoinhas, estado da Bahia. O estudo foi desenvolvido no município de Rio Real, principal produtor de laranja do Estado. Foram selecionados três pomares de laranja (Citrus sinensis) da variedade Pera em porta enxerto de limão cravo (Citrus limonia), com idade de 4 anos. As plantas foram escolhidas de forma aleatória, por sorteio, sendo marcadas com uma fita vermelha para facilitar sua identificação no campo. Após a seleção das plantas, as mesmas receberam uma numeração e foram plotadas num croqui. Em cada pomar, foram monitoradas 20 plantas em frequência quinzenal, registrando-se o número total de brotações novas e o número de psilídeos observados em 20 ramos de cada planta, cinco por quadrante, nas formas de ovos, ninfas (sem distinção de ínstares) e adultos. Os levantamentos foram realizados durante dois anos, de novembro de 2010 a outubro de 2011. Após cada avaliação os dados eram registrados numa planilha eletrônica para realização do cálculo da média. Realizou-se também, o monitoramento de adultos de D. citri utilizando-se armadilhas adesivas amarelas para insetos, nas dimensões de 2,7cm x 9,5cm, instaladas em dois pomares cítricos com idade variando de 4 a 8 e em plantas de murta escolhidas aleatoriamente no município de Rio Real - BA. Utilizou-se o índice PAM (psilídeo/armadilha/mês) para medir a densidade populacional do inseto adulto. As armadilhas foram recolhidas quinzenalmente e encaminhadas ao laboratório de Fitopatologia da EBDA/SLC. A média das brotações por planta encontra-se na Figura 1. O pico de brotação ocorreu entre os meses de novembro de 2010 e março de 2011, atingindo o máximo em 28/01/2011, quando foi contabilizada no Sítio Senhor do Bomfim uma mé38

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Foto: Divulgação

1 Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), Salvador-Bahia; 2 Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Cruz das Almas – Bahia; 3 Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), Departamento de Economia, Administração e Sociologia e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), Piracicaba – SP; 4 Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Cruz das Almas – Bahia

Figura 1 - Monitoramento da D. citri em propriedade de Rio Real - BA dia de 96 brotações e 45,5 no Sítio Lagoa de Baixo. Na Fazenda Junco, o pico ocorreu em 25/02/2011 com uma média de 51,25 brotações. Nas propriedades monitoradas, o pico populacional de adultos de D. citri ocorreu no final da primavera e início do verão, com destaque para o Sítio Lagoa de Baixo que apresentou maior população durante todo o período do monitoramento. Após o pico, a população do psilídeo decresceu gradativamente, permanecendo baixo no outono e inverno, provavelmente pela ausência de brotações. Exceção foi verificada na Fazenda Junco onde só foi verificado o inseto-praga no outono, no período compreendido entre 08/04/2011 a 06/05/2011. As presenças de ninfas também predominaram no final da primavera e início do verão, com destaque para o Sítio Senhor do Bomfim que apresentou a maior população na amostragem de 18/11/2010. Após esse pico, a população de ninfas de D. citri decresceu nas propriedades, apresentando alguns picos no outono e inverno, provavelmente, pela emissão de novos fluxos vegetativos, permanecendo baixo no restante do período estudado. Na Fazenda Junco, em que pese à existência de brotações nas laranjeiras monitoradas, não foi registrado a presença de ninfas. Conclusão: A densidade populacional de Diaphorina citri, vetor do HLB, é relativamente baixa, entretanto, o inseto esteve presente em todos os pomares monitorados; Adultos e/ou ninfas de D. citri ocorreram durante todo o ano e que o pico populacional coincide com o final da primavera e início do verão.


INCAPER

Bacteriose da Goiabeira EVITE A DOENÇA NO POMAR

VENTURA, José Aires 1; COSTA, Hélcio 1; MOTTA, Gerson Tavares 2; CASSA, Cláudio Marino 3; ROCHA, Márcio Adonis M. 1 1 Pesquisadores do Incaper; 2 Extensionista aposentado do Incaper; 3 Técnico do Idaf Reprodução autorizada pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper)

de temperatura e umidade elevadas favorecem o desenvolvimento da doença, sendo a água importante agente disseminador da bactéria.

A Bacteriose A aquisição de mudas sem o Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) pode trazer graves consequências para o produtor. Recentemente foi introduzida no Espírito Santo a bacteriose ou seca bacteriana da goiabeira, que é uma doença extremamente grave, causada por uma bactéria, Erwinia psidii, que pode acabar com o pomar.

Fotos: Divulgação

Como reconhecer a doença Os sintomas da bacteriose são observados nas brotações jovens que murcham, ocasionando a seca dos ponteiros (foto 1). Nos ramos doentes, pode-se observar através de corte Foto 2 - Flores e frutos jovens mumificados

Como evitar a doença A bactéria geralmente chega ao pomar através de mudas contaminadas, por isso exija o Certificado Fitossanitário de Origem, para comprar as mudas. A penetração da bactéria ocorre através de aberturas naturais nos botões florais, ou através de ferimentos provocados por tratos culturais ou insetos. Deve-se ter cuidado com as ferramentas usadas na poda, que favorecem a disseminação dentro do pomar. As ferramentas devem ser desinfestadas a cada mudança de planta, em solução de hipoclorito de sódio na proporção de 1 parte de hipoclorito para 3 partes de água, ou em solução de amônia quaternária. A poda não deve ser efetuada em períodos com orvalho ou com as plantas molhadas. As plantas doentes, de acordo com a legislação devem ser removidas e imediatamente queimadas. Foto 1 - Ramos com folhas murchas e secas transversal, o escurecimento da medula muitas vezes acompanhado da destruição dos tecidos. Flores e frutos jovens mumificam-se, ficando escuros e secos nos ramos (foto 2). As plantas doentes tornam-se improdutivas. As condições

AO EVITAR A DOENÇA SALVARÁ O SEU POMAR Caso tenha dúvidas, procure imediatamente o escritório do INCAPER ou IDAF do seu município. Não deixe para amanhã, pode ser tarde. 39 OUT / NOV 12


No dia 08 de outubro foi eleita a nova diretoria do Sindicato Rural de Governador Valadares. Afonso Luiz Brêtas, atual presidente, foi reeleito para o triênio 2012-2015. Foram 168 votantes e a posse oficial aconteceu na sede do Sindicato no dia 05 de novembro. Afonso Brêtas está em seu 2º mandato. Além do presidente, a diretoria está composta pelos seguintes membros: Cantídio Carlos França Ferreira (vice-presidente), Maria de Lourdes Rezende (1ª Secretária), Trajano Batista

Mendes Ribeiro empossa novo presidente da Embrapa

de cana-de-açúcar

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Foto: Lidiane Dias

Dia de Campo em resplendor

Dentro da programação do Programa Minas Leite, realizada de 08 a 11 de outubro, aconteceu no último dia, um Dia de Campo em Resplendor. De 08 a 10, aconteceram encontro s técnicos em Governador Valadares, São Félix de Minas e Resplendor, respectivamente, onde os 26 profissionais da Emater-MG foram capacitados pelo programa com o tema Nutrição de Bovinos. No Dia de Campo (11) as abordagens estiveram voltadas para silagem de cana e os produtores puderam acompanhar palestras e demonstrações técnicas. O público presente era de cerca de 180 pessoas. O evento foi realizado na propriedade de Paulo Roberto Drumond Guerra. O produtor participa a seis meses do programa e conta que os resultados estão aparecendo. “Ano passado, nessa época, a produção girava em torno de 80 litros. Nesse ano já estamos com 190 e de dezembro a janeiro, devemos chegar a quase 400 litros”, quantifica. O assessor técnico do Programa Minas Leite pela SEAPA, Rodrigo Venturin, informou que está sendo realizado um trabalho pedagógico junto aos produtores, de forma a capacitá-los e melhorar a gestão das propriedades. Esse ano o objetivo é fechar com 1150 fazendas participantes no Rodrigo Venturim palestrou sobre silagem Programa.

Coelho (2º Secretário), Geraldo Antônio Birro Costa (1º Tesoureiro) e Amauri Pires Alvarenga (2º Tesoureiro). Além dos suplentes da diretoria, Conselho Fiscal e seus suplementes. Na União Ruralista Rio Doce (URRD) aconteceu no dia 31 de outubro uma Assembleia Geral onde a diretoria fez um balanço de suas realizações. Houve também a eleição da nova diretoria. O presidente André Merlo foi reeleito para o triênio 2012-2015, juntamente com sua chapa. Foto: César Tadeu

aconteceu

Novas diretorias são eleitas no Sindicato Rural e URRD de GV

Durante a posse do novo presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Antônio Lopes, dia 15 de outubro, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Mendes Ri- Maurício Antônio Lopes beiro Filho, reiterou a importância em dar continuidade e expansão às pesquisas da Embrapa em nível internacional. Na ocasião, Maurício mencionou que a Embrapa tem papel importante, o de dar suporte e conhecimento para a construção de políticas públicas para o fortalecimento do ministério, bem como produzir informação e conhecimento para a nossa agricultura. “Pretendemos buscar uma aproximação muito forte com o Mapa para reforçar as nossas estratégias. A Empresa está em desenvolvimento e apresentando soluções para a agricultura o tempo todo”, destacou. A nomeação de Lopes foi publicada no dia 10 de outubro no Diário Oficial da União (DOU). O técnico é mineiro de Bom Despacho, engenheiro Agrônomo e pesquisador da Embrapa desde 1989. Entre suas principais funções estão à atuação como pesquisador em genética e melhoramentos de plantas. Maurício também já foi diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, cargo que ocupou antes da nomeação. (Fonte: ASCOM MAPA)


Comitê da Bacia do Rio Doce reúne municípios de MG e ES

A floração das cianobactérias no rio Doce e as medidas que vem sendo tomadas pelos municípios atingidos pelo fenômeno foram foco de uma reunião realizada pelo Comitê da Bacia do Rio Doce (CBH Rio Doce), no dia 17 de outubro, na Prefeitura de Valadares. Além de Governador Valadares, municípios como Conselheiro Pena, Baixo Guandu, Colatina, Raul Soares, Tumiritinga, Resplendor, Alpercata, Pedra Corrida e Itueta tiveram suas experiências relatadas desde a primeira ocorrência das cianobactérias em 2011. Entre os encaminhamentos, ficou definido a necessidade de maior envolvimento dos órgãos estaduais e federais ligados à gestão das águas e dos consórcios e empresas responsáveis por barragens

Workshop discute a cadeia produtiva do leite em Minas Gerais

As principais demandas da cadeia produtiva mineira do leite, para médio e longo prazo, foram discutidas no dia 02 de outubro no Workshop da Cadeia Produtiva do Leite realizado pela FAEMG, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais. Dentre os principais temas, destacou-se a necessidade de implementação de políticas públicas que defendam a competitividade da produção láctea mineira no mercado doméstico. Foi unânime a constatação de que é preciso regular as importações desenfreadas, sobretudo da Argentina e do Uruguai. O presidente do Silemg (Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Minas Gerais) e da Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce, Guilherme Olinto Abreu Lima Resende participou como painelista no evento. O Brasil produz atualmente 32 bilhões de litros de leite por ano, o que garante o posto de quinto país com maior produção no mundo. Minas Gerais é o mais produtor do país, com um volume que representa 28,3% da produção brasileira. A produção mineira está, hoje, em 8,4 bilhões de litros de leite por ano, volume que equivale quase que a produção total da Argentina, um dos países de maior tradição leiteira no mundo. (Fonte: Juliana Rangel)

construídas ao longo do leito do rio. Entre os dias 29 e 31 de outubro, um novo encontro reuniu os agentes envolvidos com o tema das cianobactérias e a qualidade da água, tratada e fornecida à população. Promovido pelo CBH Doce, o Pré-Encontro de Educação Ambiental aconteceu na Universidade Vale do Rio Doce (Univale). No dia 30, ocorreu uma mesa de debates de 9h às 17h, com o tema cianobactérias e qualidade da água que contou com o representante da ANA, Francisco Loureiro, representantes também do Ministério Público, da Secretaria Municipal de Saúde de Governador Valadares, da CEMIG, e das barragens ao longo da bacia. (Fonte: Hélida Patrícia - SECOM/GV)

Primeiros leilões do Fazendão são realizados na Expo Teixeira

Fazendo parte da programação da 31ª Expo Teixeira, ocorreram, nos dias 19 e 20 de outubro, dois leilões – o primeiro de gado de leite, na sexta-feira, e o segundo de gado de corte, no sábado. Os leilões contaram com animais de vários Estados e foram promovidos por Cláudio do Fazendão, com destaque para a organização do tattersal e do buffer que foi feita pela equipe do Fazendão coordenada por Dra. Kátia, esposa e sócia de Cláudio que pela primeira vez realizou esse tipo de evento. “O que me levou a aceitar o desafio de promover o evento foi à condição de resgatar o leilão e os nossos pecuaristas para o Parque de Exposições, na tentativa de recuperar a credibilidade dos leilões realizados aqui em Teixeira. Até mesmo as empresas que trabalham com leilões não queriam mais realizá-los aqui no parque. Tivemos a felicidade de uma delas aceitar o desafio e ser parceira do Fazendão”, comentou Cláudio do Fazendão. Cláudio também adiantou que irá realizar no início do ano que vem mais dois leilões, um de corte, em março, e um de leite, em maio. “Tenho certeza que os produtores irão comparecer em função da seriedade com que realizamos esses dois primeiros leilões”, finalizou. (Fonte: Sulbahianews)

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Doce de banana Receita enviada por Denise Campos Trigo

culinária

Foto: Marcelo de Simone

ao site Tudo Gostoso

Ingredientes • 6 bananas nanicas maduras • 1 xícara de açúcar

Creme: • 1/2 litro de leite • 3 colheres de amido de milho • 2 gemas • 1 lata de leite condensado

Suspiro: • 2 claras em neve com 4 colheres de

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açúcar • Gotas de limão

clara. Leve ao forno até dourar. 4. Deixe esfriar e leve à geladeira.

Modo de preparo:

Tempo de Preparo: 1h Rendimento: 12 porções

1. Corte as bananas em rodelas e coloque numa panela com açúcar e deixe no fogo até dourar, sem desmanchar as bananas. Reserve. 2. Leve os ingredientes do creme ao fogo até engrossar (mexendo sempre). 3. Despeje o creme em um pirex, coloque as bananas e por cima o suspiro de

Envie a sua receita para a Revista Agrominas jornalismo@revistaagrominas.com.br


Classificados

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