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Criando um escudo solar para ajudar a salvar o planeta

Poeira como escudo solar. A criação de um escudo de poeira lunar ao redor da Terra para ajudar a reverter os efeitos da mudança climática foi recentemente investigada na PLOS Climate

Em 2015, a comunidade global concordou em buscar esforços para limitar o aumento médio da temperatura global a menos de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Os especialistas concordam que esse limite evitaria alguns dos impactos mais catastróficos da mudança climática global.

Enquanto muitos especialistas defendem publicamente iniciativas destinadas a atingir o limite de 1,5 °C, alguns especialistas dizem que exceder o limite é inevitável, dadas as emissões de carbono já na atmosfera, de acordo com a Scientific American.

O reconhecimento discreto dessa realidade deu crédito a propostas controversas focadas em projetar nossa saída de uma crise climática global.

Essas propostas de “geoengenharia” ou “intervenção climática” geralmente se enquadram em duas categorias: remover gases de efeito estufa da atmosfera ou reduzir o aquecimento do sol.

Embora a tecnologia para essas propostas não exista atualmente nas escalas necessárias, e algumas propostas potencialmente carregam efeitos colaterais adversos significativos, isso não impede que sejam levadas a sério.

No novo relatório PLOS Climate, os autores do estudo argumentam que um escudo solar pode reduzir a quantidade de radiação solar que atinge a Terra sem impactos negativos significativos na Terra.

Eles também argumentam que um escudo solar não bloquearia uma quantidade perturbadora de luz solar e diminuiria apenas aproximadamente 1 ou 2% da radiação solar anual.

Aerossóis de fumaça emitidos por grandes incêndios florestais produziram um efeito de resfriamento rápido e substancial. No entanto, os incêndios florestais também liberam toneladas de dióxido de carbono, e qualquer impacto climático positivo dos incêndios é difícil de calcular.

Os desafios de colocar um escudo solar

Os autores do estudo descrevem os desafios de desenvolver e instalar um escudo solar. A abordagem mais prática baseada na literatura existente, dizem os autores, é usar uma enorme nuvem de poeira que orbita entre a Terra e o Sol.

Um dos maiores desafios dessa abordagem é conseguir que uma nuvem de poeira rastreie a órbita da Terra. Além de lutar contra a gravidade, uma nuvem de poeira teria que suportar a pressão da radiação do Sol.

A equipe de estudo disse que estabelecer uma nuvem dentro do ponto LaGrange ‘L1’ permitiria rastrear nosso planeta em uma órbita sincronizada com a Terra.

Os pontos LaGrange são pontos relativos à Terra e ao Sol, onde as forças gravitacionais dos dois corpos se anulam para permitir uma órbita estável.

Essa órbita permitiria que a nuvem de poeira resistisse à atração gravitacional do Sol e da Terra e à força física da radiação solar.

A equipe de estudo então avaliou as várias sombras que seriam criadas por diferentes tipos de nuvem de poeira. Além de bloquear a radiação, a poeira deve ser feita de material altamente refrativo para resistir à pressão da radiação do sol. Quando um objeto desvia a radiação em vez de absorvê-la, a pressão dos fótons é minimizada. O maior desafio é criar uma nuvem grande o suficiente para ter o impacto desejado no clima.

A equipe de estudo descobriu que seriam necessários cerca de 109 kg de material, aproximadamente cem vezes a maior massa já enviada ao espaço.

Triturar a poeira em grãos submicrônicos aumentaria a área de superfície de uma nuvem, mas também reduziria a quantidade de blindagem que ela forneceria. Independentemente do tamanho do grão, a nuvem deve ser reabastecida periodicamente porque a poeira sairia do alinhamento com o tempo.

O futuro da construção de um escudo solar

Por fim, a equipe de estudo concluiu que a abordagem mais prática seria extrair a poeira fofa que cobre a superfície da Lua, chamada regolito.

A poeira lunar poderia ser lançada ao longo de uma órbita solar dentro do ponto L1. Com essa abordagem, cada fóton desviado ou absorvido pela nuvem de poeira teria sido direcionado para a Terra. Se a nuvem fosse lançada mais longe ou mais perto, essa eficiência diminuiria.

Como a maior e mais reflexiva nuvem de poeira não terá muito impacto se não durar muito, a equipe de estudo determinou que lançá-la do ponto L1 a velocidades de cerca de 10 metros por segundo ajudaria a nuvem a resistir aos efeitos. de radiação solar.

Neste ponto, o desenvolvimento está muito no estágio teórico e não está claro se a proposta da equipe de estudo seria eficaz ou teria consequências não intencionais. O estudo publicado na revista PLOS Climate abre as portas para mais pesquisas e discursos científicos, estimulando o pensamento inovador e os esforços colaborativos para enfrentar a crise climática global.

Embora um escudo lunar-solar pos- sa ser promissor, o caminho a seguir exige estudo meticuloso e deliberação para garantir uma tomada de decisão sólida e administração responsável do futuro de nosso planeta.

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