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Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém

Fotos Alex Ribeiro/Ag. Pará (Aérea), Agência Belém, Bruno Cecim//Ag. Pará, Icaro Farias/Ascom Basílica Santuário de Nazaré, Manoel Costa Neto, Marcelo Souza/Agência Pará (Aérea), Marco Santos /Ag. Pará, Osmarino Souza, Rodrigo Pinheiro/Ag. Pará

Na sexta-feira, 06 de outubro, às 7 horas foi realizada a missa presidida por Dom Antônio de Assis Ribeiro, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belém, na Basílica Santuário. Ao final, a emoção tomou conta dos presentes com o início do Traslado para Ananindeua e Marituba, a segunda romaria oficial do Círio de Nazaré. por toda a região metropolitana de Belém. A saída foi cerca das 8 horas, em frente à Basílica Santuário, e percorreu 53 quilômetros, até à Igreja de Nossa Senhora das Graças, em Ananindeua.

Nas primeiras horas do segundo domingo de outubro frente à Catedral Metropolitana de Belém, uma multidão de devotos – paraenses, turistas de todo o país e de diversos lugares do mundo –muitos deitadas na grama da praça Frei Caetano Brandão, outros, bem menos, nas praças Dom Pedro II e do Relógio – com cadeiras e até barracas de camping, esperavam a missa que antecede a saída do Círio e que começou com alguns minutos de atraso. Antes e enquanto isso, pouco antes da missa começar, os fiéis que aí estavam podiam ver e contemplar a beleza da decoração feitas pelo Vando Nascimento, com rosas, orquídeas, lírios e flores tropicais, que embelezavam ainda mais a Berlinda. Além disso, promesseiros também já tinham iniciado seus trajetos, de joelhos, em direção a Basílica Santuário. Com o término do badalar dos sinos da Sé, avisando e chamando os fiéis para o começo da solenidade religiosa, iniciou-se com pompa e circunstância, a missa solene do Círio. Eram cerca das 6h quando Dom Alberto Taveira, arcebispo metropolitano de Belém, deu início a celebração da Missa do Círio de Nossa Senhora de Nazaré.

Helder, Daniela Barbalho na caminhada de fé junto a multidão pedindo a Nossa Senhora que continue a proteger o nosso povo do Pará

“Já tive muitas graças e oportunidades de ficar olhando para essa imagem e dessa vez me chamou atenção de forma especial o fato de Nossa Senhora ter o menino nos braços. E esse menino tem o mundo em suas mãos.

Meu desafio nessa manhã é que cada pessoa tome consciência para proclamar com toda força da sua vida: “o senhor tem o mundo em suas mãos, ele é o alfa e o ômega, a primeira e última letra, o princípio e o fim, o mundo tem sentido porque ele é amado por Deus'", disse Dom Alberto, na sua homilia.

Às 7h20, a santinha Padroeira da Amazônia, foi colocada na berlinda, dando início a grande procissão.

O tempo era ameno e convidativo, com o Sol entre nuvens e um céu com bastante nuvens... foi a descrição do clima por um jornalista...

Os fiéis devotos se multiplicavam pelas avenidas, ruas e transversais da capital, perfazendo mais dois milhões de co rações rezando preces, pedindo e agradecendo piedosamen te, todos tomados de gratidão pelas bênçãos recebidas.

Os promesseiros com os símbolos representando seus pedi dos e da sua fé por tê-las alcançadas, coloriram o trajeto de 3,7 quilômetros da procissão – casinhas, objetos de cera, livros e tantas outras expressões das graças alcançadas por interces são da Mãe de Jesus. Frente a Estação das Docas, foi montado o palanque das autoridades. Lá entre as autoridades estavam o governador Helder Barbalho e a esposa, Daniela Barbalho, além da vice-governadora, Hana Ghassan, e do ministro das Cidades, Jader Filho, outras autoridades, familiares e convida dos especiais. Daí o governador e seus familiares seguiram a caminhada de fé, junto a multidão.

"Eu estou muito feliz, por mais um ano, conseguir percorrer as ruas de Belém, como devoto de Maria. Estou aqui agradecendo as graças alcançadas e pedindo a Nossa Senhora que continue a proteger o nosso povo do Pará", disse o chefe do executivo estadual. Neste Círio, a ornamentação da berlinda da santa padroeira dos paraenses novamente foi feita pelo design floral Vando Nascimento, decorada com flores nas tonalidades rosa, roxo e tons degradês dos mais suave aos mais fortes. A Corda com 400 metros de comprimento e 50 milímetros de diâmetro, atrelada à berlinda, protegia a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré e ajudando no andamento da procissão. Bem mais macia, a Corda, foi produzida/confeccionada, desde o plantio da semente, o bra de malva e juta amazônica, cultivada por agricultores de mais de 20 municípios do estado. Um dos momentos de mais tensão durante a procissão do Círio é durante o atrelamento da corda. Nesse ano, e invariavelmente, ocorre no Boulevard Castilhos França, às proximidades da Frutuoso Guimarães. Nessa ocasião, logo após o atrelamento da corda à berlinda, houve pequeno é breve corre-corre, marcado pela disputa entre os promesseiros pelo melhor espaço. O espaço junto ao ícone da fé, mais uma vez, era disputado palmo a palmo pelos promesseiros em seus toda sua extensão. Bandeiras com mensagens contra o procedimento e em defesa da vida, desde sua concepção, foram balançadas durante todo o percurso, deixando clara a posição da Igreja Católica em relação

Maria de Nazaré Maria me cativou Fez mais forte a minha fé E por filho me adotou. Às vezes eu paro e fico a pensar E sem perceber me vejo a rezar E meu coracão se põe a cantar Pra virgem de Nazaré.

Santa Maria

A chegada da berlinda à avenida Presidente Vargas ocorreu por volta das 9h. No caminho, várias homenagens. Uma das mais tradicionais em frente ao Banco do Brasil. O Banco da Amazônia preparou uma chuva de pétalas de rosas. Com o lema “Fé nas pessoas que têm fé na Amazônia”, este é o primeiro ano que o Basa é um dos patrocinadores oficiais do Círio. Centenas de pessoas lotavam as ruas e arquibancadas na Avenida Presidente Vargas e foram testemunhas da disputa que terminou infelizmente, novamente, com o corte antecipado, por volta das 10h, ainda na Avenida Presidente Vargas, onde a corda, se rompeu (ou foi cortada – o mais provável) nas estações 2, 3 e 4.

O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, participou da festa mariana junto com servidores públicos, secretários municipais, autoridades do estado e convidados, na sede da Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém (Codem), na avenida Nazaré. "Quero desejar um feliz Círio a todos e todas. Estamos com funcionários e autoridades, mas, o mais importante é ver esse povo reafirmando a sua fé, realizando a maior festa católica do mundo, afirmando Belém como uma cidade diferente, uma cidade que não se curva às dificuldades e que caminha sempre pra frente, como a procissão do Círio. Belém é isso, é fé, esperança, amor e construção de dias lindos e felizes", ressaltou Edmilson Rodrigues.

Junte-se à luta de bebês prematuros e com baixo peso internados nas Unidades Neonatais. É o Brasil no rumo certo.

Nada que tirasse o ânimo dos fiéis e de Dom Alberto Taveira. O arcebispo metropolitano de Belém, sorridente, mais uma vez abençoou os romeiros com água benta em frente ao Colégio Santa Catarina de Sena, auxiliado por diáconos.

A romaria, uma das mais rápidas da história, durou cerca de quatro horas e 20 minutos. Na praça Santuário, centenas de pessoas aguardavam a padroeira paraense com gritos e aplausos. Também disputavam espaço na missa campal que marca o encerramento oficial da procissão. Após percorrer os 3,6 quilômetros, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré chegou à Basílica Santuário por volta das 11h40.Na praça Santuário, a padro- eira dos paraenses foi recebida com aplausos e orações. A tradicional missa campal que marca o encerramento oficial da procissão do Círio, foi celebrada por dom Antônio de Assis Ribeiro, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belém. Dom Antônio deixou uma mensagem de esperança. “Quem tem esperança não olha para trás, quem tem esperança olha para frente, olha para o céu, para o alto, para os lados, porque percebe que não basta olhar para o alto e para baixo, é necessário olhar para todos os lados. Quem tem esperança vive bem, acredita, tem otimismo, tem alegria. Quem tem esperança enfrenta as dificuldades com alegria”, disse.

Após o término da tradicional missa campal que marcou o encerramento oficial da procissão do Círio, a imagem peregrina foi posicionada para a visitação na instalação central da praça Santuário. Para Franco Maciel Barreto, diretor de procissões da DFN, foi um Círio rápido no tempo, mas daqueles para se guardar na memória, como sempre acontece em cada edição. E o balanço, “sempre é positivo”, conforme destacou.

“É uma grande manifestação religiosa. Sobre o corte da corda, a gente pede sempre que não deixem cortar, é um símbolo de fé do povo paraense, mas é alheio à nossa vontade, tem promesseiros que fizeram suas promessas durante o ano todo e vêm para cumpri-las, mas acontece”, considerou. “O balanço sempre é positivo, todo Círio é de amor, é de paz, feito para Nossa Senhora”.

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