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Trasladação

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Romaria Fluvial

Romaria Fluvial

Nao sábado antecedente ao 2º domingo de outubro, o povo paraense tornou a viver momentos de muita emoção e fé na segunda maior procissão do Círio de Nazaré, em relação ao público presente – a Trasladação, no trajeto que leva a Imagem do Colégio Gentil Bittencourt até a Catedral de Belém. A Trasladação, ou procissão de luz, começou logo com uma missa às 16h30, em frente ao Colégio Gentil Bitencourt. A celebração foi presidida por Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo metropolitano de Belém, no altar instalado sobre um tablado na escadaria em frente ao tradicional Colégio Gentil. Diferente do que ocorre no Círio, o único carro que sai em procissão na Trasladação é a Berlinda – que conduz a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré. E que nesse ano, teve a decoração do andor de Vando Nascimento.

A Trasladação foi a primeira procissão de corda da programação oficial do Círio de Nazaré e, este ano, pela primeira vez, esse que representa um dos principais símbolos da festa da Rainha da Amazônia foi produzido no Pará. Graças a uma articulação do Governo do Pará, a corda do Círio, de 800 metros, foi produzida com fibras vegetais de malva e juta, cujas sementes oriundas dos municípios de Alenquer e Óbidos, são transformadas em fibra em Castanhal, na região metropolitana de Belém, por uma empresa do setor têxtil.

Antes de iniciar a romaria da Trasladação houve alguns problemas com o atrelamento da corda, ocasionando um atraso em cerca de 45 minutos, para o início da procissão. O problema fez com que a Diretoria da Festa de Nazaré desatrelasse a corda e andasse com a berlinda o mais rápido que pôde para chegar no tempo previsto. O diretor de procissões do Círio, Antônio Sousa, informou que o problema não foi com a corda e sim com as anilhas que prendem a corda às estações. A corda foi toda testada antecipadamente, não tinha problema nenhum, o problema foi que o nó feito nas anilhas (argolas), que se atrela nas estações, esse nó foi desfeito durante a procissão.

A procissão das luzes sob as mangueiras da Av. Presidente Vargas Nós tentamos reforçá-los, mas não deu muito resultado, mas seguimos com a procissão normalmente. A corda em si não foi rompida, foi na realidade no atracamento da argola com as estações que ele se desprendeu, disse.

Depois desse impasse a imagem de Nossa Senhora de Nazaré deixou o Colégio Gentil em direção à Catedral Metropolitana cerca das 18h16, após o atraso causado pela estrutura de atrelamento de uma das estações ligada à corda, chegando à Sé por volta das 22h50. Com percurso de 3,700 Km, a Trasladação fez o sentido inverso do Círio, no percurso - avenida Nazaré, avenida Presidente Vargas, rua Boulevard Castilho França, avenida Portugal, rua Padre Champagnat, terminando na Igreja da Sé. A procissão levou cerca de 1,5 milhão de pessoas às ruas de Belém, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O governador Helder Barbalho destacou a união do povo paraense durante o Círio de Nazaré. “Todos os anos nós temos que agradecer por tudo o que Nossa Senhora de Nazaré tem feito pelo nosso estado. O Pará este ano tem consolidado seu protagonismo e vencido desafios, por isso devemos agradecer a Nossa Senhora, que tem iluminado nosso povo e protegido nossa gente.

Que possamos, cada vez mais, sermos capazes de vencer os nossos desafios e temos esperança de que vamos vencê-los com muita fé e união em torno do Pará, com as bênçãos de Nossa Senhora de Nazaré”, destacou o chefe do Executivo estadual. A procissão percorreu as avenidas Magalhães Barata, Nazaré, Presidente Vargas, Boulevard Castilhos França e Portugal, contornando a Praça do Relógio até a Igreja da Sé, no bairro da Cidade Velha. No trajeto, inúmeras homenagens eram prestadas de frente as residências e/ou dos apartamentos e das repartições enfeitados, notadamente dos Clubes e Bancos do percurso, de onde soltavam balões, fogos de artifício, chuvas de papel picado, e as apresentações de cantores famosos saudavam e rogavam Bençãos à Imagem Peregrina. Os promesseiros se agarravam a cada centímetro da corda, comprimidos em uma gigantesca massa humana, eles desafiavam as próprias limitações físicas para permanecerem ligados à padroeira. A todo instante, os gritos de “Viva Nossa Senhora de Nazaré” lhes davam força e animo para empurrarem a multidão.

Apesar dos esforços, a corda que conduzia a berlinda foi separada da segunda estação, à altura da avenida Boulevard Castilhos França, em frente à Estação das Docas. Com isso, a procissão ganhou mais fluidez e velocidade, compensando o atraso inicial. Às 22h50 a imagem da Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré chegou ao destino final do roteiro da Trasladação, na Catedral da Sé. Na presença de milhares de fiéis, a Santa foi retirada da berlinda e entregue nas mãos do Bispo Dom Alberto Taveira. Diante de um mar de gente, Dom Alberto carregou a Santa para perto do público presente, que se emocionou ao chegar bem próximo da imagem Peregrina. Dessa maneira a Trasladação levou cerca de 1,5 milhão de pessoas às ruas de Belém e foi marcada repleta pela emoção dos fiéis. Com o fim da Trasladação, a imagem Peregrina pernoitou na Catedral da Sé, até pela manhã, quando saiu oficialmente para a procissão do Círio de Nazaré.

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