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FLÁVIA K LIMA
@flaviaklima
Seu olhar especial de hoje é permeado das andanças desde a infância quando sua mãe, professora, fazia trabalhos manuais e comprava livros de arte, onde conheceu as primeiras referências. “Foi também nas festas religiosas e populares do Recôncavo que a arte foi se apresentando, aos poucos, a mim”, reconhece ela, que nasceu em Feira de Santana e foi criada em Amélia Rodrigues. Anos depois, já em Salvador, visitando museus e galerias, cruzou com a fotografia. “Aprendi a ver a arte onde eu estava e a retratar com o coração”, pontua. A série de cliques que retratava crianças, brincando no lixo, foi elogiada pelos professores e premiada. Desde então, a artista aguça os olhos e a alma para criar suas obras. “Vou aonde os olhares estão despercebidos e aprecio o não óbvio – que pode estar nos detalhes, nas sombras ou nas texturas”, conclui ela, que se inspira em algumas vertentes. É possível notar, por exemplo, traços do barroco no rebuscamento do cotidiano impregnado na cultura de um povo, que ela reproduz, e do minimalismo no modo como conduz o simples com texturas naturais e distorções da luz. Entre os destaques da carreira, a exposição coletiva de 2016 – Paris (Série Klein), na Áustria (série Bahia), em Miami (Art Design Galery), a individual em São Paulo e Bahia Barroca Tradições e Contrastes no hall do Palácio do Governo, ambas de 2019.
Gustavo Moreno @gustavo_moreno18
Formado em licenciatura em artes plásticas pela Universidade Católica do Salvador (UCSal) e com extensões como Teoria da Arte e Planos e Superfície, no Parque Laje (EAV-RJ), Gustavo Moreno integra o International Lab for Art Practices (ILAP), Brasil Uncool Artist, e esteve em exposições, salões e bienais no Brasil e no exterior. “O gatilho disparou quando li os fascículos de Gênios da pintura, aquilo estava em mim. Como artista necessito do contato físico. Faço uma pintura totalmente manual, orgânica, corpórea, bidimensional e relacionada à natureza, que é um misto de muitos materiais em várias camadas. Mas não tenho controle sobre ela, pois lido com questões de imprevisto, do acidente e do acaso. Sem ele não há existência”, pontua. Premiado no Salão de Arte Contemporânea de Guarulhos, tem no currículo passagem pela Bienal Internacional de Arte Contemporânea Eve Maria Zimmerman, na Espanha; trabalhos em acervos como Brasil Golden Art, Galeria Paulo Darzé e Centro Cultural Correios (Salvador / Rio de Janeiro); e no livro Encontro com artistas brasileiros da Galeria Paulo Darzé.
“Com a internet é tudo muito veloz hoje. E, ao contrário da música, a arte é muito ‘presa’, você precisa se deslocar, ir às galerias. Precisamos de mais projetos inspiradores como esse para ampliar o conhecimento sobre o nosso trabalho e da própria arte. Então eu fico muito honrado de fazer parte dessa iniciativa arrojada.”