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Auta de Souza ESPIRITISMO EM AÇÃO
ANOTAÇÕES DE UM ESPÍRITO SUICIDA
Instruções e orientações recebidas no mundo espiritual.
ANJOS DA GUARDA EXISTEM?
Podem ajudar a prevenir o suicídio?
VOCÊ TEM DÚVIDAS? Os espíritos respondem.
TRATAMENTO ESPIRITUAL
Saiba como ele pode te ajudar e onde encontrá-lo.
CANTINHO DA CRIANÇA
Ajude seus filhos a entenderem o que acontece com a alma após o suicídio.
VIVER VALE A PENA SUICÍDIO NUNCA!
Saiba como e onde procurar ajuda. E ainda... O que acontece com a alma após tirar a própria vida? O suicídio consegue por fim ao sofrimento? Que podemos fazer pelas pessoas que suicidaram?
EDITORIAL | #01 |
SUMÁRIO
BEM-VINDO! Caríssimos leitores, a Revista Auta de Souza Espiritismo em ação - traz nesta edição reflexões e apontamentos sobre o gravíssimo problema do suicídio: mais de oitocentas mil pessoas por ano no mundo cometem suicídio, o equivalente a uma pessoa a cada 40 segundos. Quantidade maior que o total de vítimas de guerras e homicídios, um problema que se agrava, segundo o relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), publicado em Genebra (Preventing suicide: a global imperative, World Health Organization 2014). Alerta-nos o espírito de Bittencourt Sampaio que estamos vivendo o “epílogo de um ciclo planetário”, mais de sete bilhões de almas se encontram encarnadas e, embora o esforço dos missionários do Cristo, “ mais da metade da população terrestre ainda não ouviu nenhuma referência a Jesus, o sublime Governador da Terra. Grande parte da humanidade cultua doutrinas claras e confessadamente materialistas.”1 Nas palavras de Erasto, a missão dos Espíritas, em consonância com a orientação de Jesus aos seus discípulos, é o “IDE E PREGAI”.2 Ação espírita, eis a meta – Ir e pregar. “Vence, desde agora, desculpas, horários, contratempos, empeços, dificuldades, enxaquecas, indisposições e alergias para cooperar a benefício do próximo.”3 “É chegada a hora em que deveis sacrificar à sua propagação os vossos hábitos, os vossos trabalhos, as vossas ocupações fúteis. Ide e Pregai. Convosco estão os Espíritos elevados.”2 Esta edição traz esclarecimentos sobre a vida futura, a tragédia que acompanha o espírito suicida no alémtúmulo a força e a coragem que podemos haurir na prece, a presença constante e amiga de nosso anjo guardião. Boa leitura! Boa divulgação espírita!
06__MEDIUNIDADE: Anjos da guarda 10__CAPA: Viver vale a pena: Suicídio nunca! 14__Anotações de um espírito suicida 16__CENTRO ESPÍRITA: Tratamento espiritual 20__CANTINHO DA CRIANÇA: A alma após a morte 22__OS ESPÍRITOS RESPONDEM 04 CONHEÇA O ESPIRITISMO Descubra para onde vamos após deixar a Terra e o que seremos após a morte. Estaremos melhor ou pior? Existiremos ou não? Será que viveremos eternamente, ou tudo se aniquilará de vez? 08 ESTUDANDO O EVANGELHO Pedi e obtereis. Saiba como a prece, um instrumento à disposição de todos, pode te ajudar. 17 MISSIONÁRIOS DO BEM Conheça a vida e obra da médium que psicografou o livro Memórias de um Suicida. 18 GALERA JOVEM Leia o relato de uma jovem que se suicidou e escreveu para sua mãe através da psicografia de Chico Xavier.
1 Bittencourt Sampaio, Seareiros de Volta, psicografia de Waldo Vieira, Rio de Janeiro, FEB, 6ª ed, 2005, p.65. 2 Erasto, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Brasília, Editora Auta de Souza, 2ª ed., 2014, p.256. 3 Caibar Schutel, Seareiros de Volta, psicografia de Waldo Vieira, Rio de Janeiro, FEB, 6ª ed, 2005, p. 70.
REVISTA AUTA DE SOUZA
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| CONHEÇA O ESPIRITISMO |
A VIDA APÓS A VIDA “Vivemos, pensamos e operamos — eis o que é positivo. E que morremos, não é menos certo.
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as, deixando a Terra, para onde vamos? Que seremos após a morte? Estaremos melhor ou pior? Existiremos ou não? Ser ou não ser, tal a alternativa. Para sempre ou para nunca mais; ou tudo ou nada: Viveremos eternamente, ou tudo se aniquilará de vez? É uma tese, essa, que se impõe. Todo homem experimenta a necessidade de viver, de gozar, de amar e ser feliz. Dizei ao moribundo que ele viverá ainda; que a sua hora é retardada; dizei-lhe sobretudo que será mais feliz do que porventura o tenha sido, e o seu coração rejubilará. Mas, de que serviriam essas aspirações de felicidade, se um leve sopro pudesse dissipálas? Haverá algo de mais desesperador do que esse pensamento da destruição absoluta? Afeições caras, inteligência, progresso, saber laboriosamente adquiridos, tudo despedaçado, tudo perdido! De nada nos serviria, portanto, qualquer esforço no sofreamento das paixões, de fadiga para nos ilustrarmos, de devotamento à causa do progresso, desde que de tudo isso nada aproveitássemos, predominando o pensamento de que amanhã mesmo, talvez, de nada nos serviria tudo isso.
Se assim fora, a sorte do homem seria cem vezes pior que a do bruto, porque este vive inteiramente do presente na satisfação dos seus apetites materiais, sem aspiração para o futuro. Diz-nos uma secreta intuição, porém, que isso não é possível. [...] A certeza de reencontrar seus amigos depois da morte, de reatar as relações que tivera na Terra, de não perder um só fruto do seu trabalho, de engrandecer-se incessantemente em inteligência, perfeição, dá-lhe paciência para esperar e coragem para suportar as fadigas transitórias da vida terrestre.”1 QUAL A SITUAÇÃO DO ESPÍRITO DEPOIS DA MORTE? “A situação do espírito após a morte é a conseqüência direta de suas inclinações, seja para a matéria, seja para os bens da inteligência e do sentimento.”
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submissos ao dever – tendo os atos sobre o destino ainda mais influência do que as crenças – essas almas não poderão ser infelizes.
“PARA OS ESPÍRITOS ADIANTADOS: Libertam-se rapidamente de todas as influências terrestres e tomam consciência de si mesmos. O véu material se rasga ao impulso de seus pensamentos e perspectivas imensas se abrem. Compreendem quase de imediato sua situação e adaptam- se a ela com facilidade.
PARA OS DESCRENTES: E todos aqueles que com eles se recusaram a admitir a possibilidade de uma vida independente do corpo, julgam-se mergulhados em um sonho, cuja duração irá se prolongar até que seu erro seja desfeito.”2
PARA OS ESPÍRITOS INFERIORES E MATERIALISTAS: Conservam por muito tempo as impressões da vida material. Acreditam ainda viver fisicamente e continuam a sentir, às vezes durante anos, o engano de suas ocupações habituais. Para os materialistas, o fenômeno da morte permanece incompreensível. Por falta de conhecimentos prévios, confundem o corpo fluídico com o corpo físico. As ilusões da vida terrestre ainda persistem neles. Pelos seus gostos e até mesmo pelas suas necessidades imaginárias, estão como que amarrados à Terra. Depois, lentamente, com a ajuda de espíritos benfazejos, sua consciência desperta, sua inteligência se abre à compreensão desse novo estado de vida. Mas, desde que procuram se elevar, sua densidade os faz recair na Terra. As atrações planetárias e as correntes fluídicas do espaço os reconduzem violentamente para nossas regiões, como folhas secas varridas pela tempestade.
QUAL A SITUAÇÃO DO SUICIDA DEPOIS DA MORTE? “Certa vez, há cerca de vinte anos, um dos meus dedicados educadores espirituais - Charles - levoume a um cemitério público do Rio de Janeiro, a fim de visitarmos um suicida que rondava os próprios despojos em putrefação. Escusado será esclarecer que tal visita foi realizada em corpo astral. Apresentava-se completamente desfigurado e irreconhecível, coberto de cicatrizes, tantas cicatrizes quantos haviam sido os pedaços a que ficara reduzido seu envoltório carnal, pois o desgraçado jogara-se sob as rodas de um trem de ferro, ficando despedaçado. Não há descrição possível para o estado de sofrimento desse Espírito!”3 “A Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese para ser realidade. Os motivos dessa confiança decorrem, outrossim, dos fatos testemunhados e da concordância desses fatos com a lógica, com a justiça e bondade de Deus, correspondendo às íntimas aspirações da humanidade”.4 ■
PARA OS CRENTES ORTODOXOS: Nesse caso, aquele que segue uma doutrina, não aceitando novas idéias, vagueiam na incerteza e procuram a realização das promessas do sacerdote e do pastor, o gozo das beatitudes prometidas. Às vezes, sua surpresa é grande, e um longo aprendizado é necessário para se iniciarem nas verdadeiras leis do espaço. Em vez de anjos ou demônios, encontram os espíritos dos homens que, como eles, viveram na Terra e os precederam. Sua decepção é grande ao verem suas esperanças malogradas, suas convicções transformadas por fatos que de nenhum modo, na educação recebida, os havia preparado. Mas se durante a vida foram bons e REVISTA AUTA DE SOUZA
1 Allan Kardec. O céu e o inferno. Brasília: FEB, 61. ed. 1. Imp. (Edição Histórica), 2013, cap. 2, 1ª parte, p. 11 a 20. 2 Léon Denis . O problema do ser, do destino e da dor, Brasília: FEB, 18ª.ed.,1995, p.150 a 152. 3 Allan Kardec. O céu e o inferno. Brasília: FEB, 61. ed. 1. Imp. (Edição Histórica), 2013, cap. 2, 1ª parte, p. 23 e 24. 4 Camilo Cândido Botelho, Memórias de um suicida, psicografia de Yvonne A. Pereira, FEB, 27 ed., p.38.
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| MEDIUNIDADE |
ANJOS DA GUARDA, EXISTEM? PODEM AJUDAR A PREVENIR O SUICÍDIO?
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e acordo com O Livro dos Espíritos, nas perguntas 489 a 492, há Espíritos que se ligam particularmente a nós para nos proteger, a quem chamamos de Anjo da Guarda. Devemos entendê-los como um Espírito protetor pertencente a uma ordem elevada. Ainda segundo esse livro, a missão deste anjo guardião é como a de um pai com relação aos filhos: a de guiar o seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas vida. Nosso protetor se dedica a nós desde o nascimento até a morte e, muitas vezes, nos acompanha na vida espírita, depois da morte, e mesmo através de muitas existências corpóreas, que mais não são do que fases curtíssimas da vida do Espírito.
Nem nos cárceres, nem nos hospitais, nem nos lugares de devassidão, nem na solidão, estais separados desses amigos a quem não podeis ver, mas cujo brando influxo vossa alma sente, ao mesmo tempo que lhes ouve os ponderados conselhos.” Podemos nos comunicar com nosso anjo da guarda?
“Ah! Se conhecêsseis bem esta verdade! Quanto vos ajudaria nos momentos de crise! Quanto vos livraria dos Espíritos maus! Mas, oh! quantas vezes, no dia solene, não se verá esse anjo constrangido a vos observar: “Não te aconselhei isto? Entretanto, não o fizeste. Não te mostrei o abismo? Contudo, nele te precipitaste! Não fiz ecoar na tua consciência a voz da verdade? Preferiste, no entanto, seguir os Os mais sinceros e dedicados amigos conselhos da mentira!” Oh! interrogai os vossos anjos guardiães; estabelecei “Há uma doutrina, a dos anjos entre eles e vós essa terna intimidade guardiães, que, pelo seu encanto que reina entre os melhores amigos. e doçura, deveria converter os Não penseis em lhes ocultar nada, mais incrédulos. Não vos parece pois que eles têm o olhar de Deus grandemente consoladora a idéia de e não podeis enganá-los. Pensai no terdes sempre junto de vós seres futuro; procurai adiantar-vos na vida que vos são superiores, prontos presente. Assim fazendo, encurtareis sempre a vos aconselhar e amparar, vossas provas e mais felizes tornareis a vos ajudar na ascensão à abrupta vossas existências. Vamos, homens, montanha do bem; mais sinceros e coragem! De uma vez por todas, lançai dedicados amigos do que todos os que para longe todos os preconceitos mais intimamente se vos liguem na e idéias preconcebidas. Entrai na Terra? Eles se acham ao vosso lado nova senda que diante dos passos por ordem de Deus. Foi Deus quem se vos abre. Caminhai! Tendes guias: aí os colocou e, aí permanecendo por segui-os. Que a meta não vos falte, amor de Deus, desempenham bela, porquanto essa meta é o próprio porém penosa missão. Sim, onde Deus.” quer que estejais, estarão convosco. REVISTA AUTA DE SOUZA
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“(...) ficai certos de que Deus não nos impôs tarefa superior às nossas forças e de que não vos deixou sós na Terra, sem amigos e sem amparo.”
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Aos que consideram impossível a existência do Anjo da guarda “Aos que considerem impossível que Espíritos verdadeiramente elevados se consagrem a tarefa tão laboriosa e de todos os instantes, diremos que nós vos influenciamos as almas, estando embora muitos milhões de léguas distantes de vós. O espaço, para nós, nada é, e, não obstante viverem noutro mundo, os nossos Espíritos conservam suas
ligações com os vossos. Gozamos de qualidades que não podeis compreender, mas ficai certos de que Deus não nos impôs tarefa superior às nossas forças e de que não vos deixou sós na Terra, sem amigos e sem amparo. Cada anjo da guarda tem o seu protegido, pelo qual vela, como o pai pelo filho. Alegra-se, quando o vê no bom caminho; sofre, quando lhe despreza os conselhos. Não receeis fatigar-nos com as vossas perguntas. Ao contrário, procurai estar sempre em relação conosco. Sereis assim mais fortes e mais felizes. [...]” ■ O Livro dos Espíritos. São Luís, Santo Agostinho.
“Nem nos cárceres, nem nos hospitais, nem nos lugares de devassidão, nem na solidão, estais separados desses amigos (...).”
ocentroespirita.com uma proposta para formação de trabalhadores REVISTA AUTA DE SOUZA
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| ESTUDANDO O EVANGELHO |
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PEDI E OBTEREIS
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llan Kardec, no capítulo 27, Pedi e Obtereis, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, nos convida a refletir sobre a máxima de Jesus “Seja o que for que peçais na prece, crede que obtereis e vos será concedido”, em S. Marcos, 11:24. Apresenta-nos a oração como instrumento precioso ao alcance de todos, não como meio de proporcionar milagres ou mudar as leis Divinas, mas como ferramenta capaz de nos sintonizar com Deus para que, de nossa parte, consigamos haurir forças para vencer as provas da vida. “Destas palavras: ‘Tudo que pedirdes pela prece vos será concedido’, seria ilógico concluir que basta pedir para obter e seria injusto acusar a Providência se não atende a toda súplica que lhe é feita, pois Ela sabe melhor que nós o que é para nosso bem. Da mesma forma que um pai sábio recusa à sua criança as coisas contrárias ao interesse dela. O ser humano, geralmente, vê apenas o presente; ora, se o sofrimento é útil à felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa o paciente sofrer uma operação que deve conduzir à cura. O que Deus concederá a qualquer pessoa, se esta a Ele se dirigir com confiança, é a coragem, a paciência e a resignação. Também lhe concederá os meios para desvencilhar-se, por si mesma, das dificuldades, com o auxílio proporcionado pelas ideias que Ele faz os bons Espíritos lhe sugerirem, facultando-lhe, assim, o mérito. Deus ampara aqueles que ajudam a si próprios, conforme estas palavras: ‘Ajuda-te, que o Céu te ajudará’, e não os que esperam tudo de algum socorro alheio sem fazer uso de suas próprias faculdades; na maioria das vezes, entretanto, as pessoas preferem ser socorridas por um milagre, sem esforço algum. Tomemos um exemplo. Um indivíduo está perdido no deserto; sofre horrivelmente a sede; sente-se desfalecer e cai por terra; suplica a Deus que seja assistido e espera; mas nenhum anjo vem lhe trazer algo para beber. Entretanto, um bom Espírito lhe sugere o pensamento de levantar-se, de seguir uma das veredas que se apresentam diante de si; então, por um movimento maquinal, reúne suas forças, levanta-se e marcha ao acaso. Chega a uma elevação, descobre ao longe um riacho; ao entrevê-lo, encoraja-se. Se tem fé, clamará: ‘Obrigado, meu Deus, pela ideia que me inspirastes e pela força que me destes’. Se não tem fé, dirá: ‘Que boa ideia tive! Que sorte esta REVISTA AUTA DE SOUZA
“Seja o que for que peçais na prece, crede que obtereis e vos será concedido.” Jesus (S. Marcos, 11:24)
de tomar a vereda à direita em vez de à esquerda; o acaso nos serve verdadeiramente bem algumas vezes! Quanto me felicito de minha coragem e de não me ter deixado abater!’ Mas, alguém perguntará, por que o bom Espírito não lhe disse claramente: ‘Segue esta vereda e, depois, encontrarás aquilo de que necessitas’? Por que isso não lhe foi mostrado para guiá-lo e sustentá-lo em seu desfalecimento? Desta maneira, teria se convencido da intervenção da Providência. Seria, primeiramente, para ensiná-lo que é necessário ajudar a si mesmo e fazer uso de suas próprias forças. Depois, pela incerteza, Deus coloca à prova a confiança nEle e a submissão à sua vontade. Esse indivíduo encontrava-se na situação de uma criança que cai e, percebendo alguém, grita e espera que seja levantada; se não vê pessoa alguma, empreende esforços e se ergue sozinha. Se o anjo que acompanhou Tobias lhe houvesse esclarecido: ‘Sou enviado por Deus para te guiar em tua viagem e te preservar de todo perigo’, nenhum mérito teria tido Tobias; fiando-se em seu companheiro nem sequer teria necessidade de pensar; eis a razão pela qual o anjo só se revelou ao retornarem.” ■ Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo 27. Itens 7-8. Editora Auta de Souza.
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| CAPA | VIVER VALE A PENA. SUICテ好IO NUNCA!
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isérias, decepções, dores físicas e perdas de entes queridos, enfim, todos os sofrimentos encontram consolação na fé no porvir, na confiança na justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar. Ao contrário, a quem nada espera após esta vida, ou que simplesmente duvida, as aflições oprimem com todo seu peso e nenhuma esperança ameniza-lhe a amargura. Isso é que levou Jesus a proclamar: ‘Vinde a mim, vós todos que estais fatigados e vos aliviarei’. Contudo, Jesus estabelece uma condição à sua assistência e à felicidade que promete aos aflitos; essa condição reside na lei que Ele ensina; seu jugo é a observância dessa lei; mas leve é este jugo e suave esta lei, porque impõem, como dever, o amor e a caridade [...]. O Cristo afirmou: ‘Bem aventurados os aflitos, porque serão consolados’. Mas como ser feliz por sofrer, quando não se sabe o porquê do sofrimento? O Espiritismo mostra-lhe a causa nas existências anteriores e na destinação da Terra, onde o ser humano expia seu passado; mostra o objetivo desses sofrimentos, como crises salutares que produzem a cura, como depuração que assegura a felicidade nas existências porvindouras. O ser humano compreende que mereceu padecer e considera justo o sofrimento; sabe que este lhe auxilia em seu progresso e o acata sem lamúria, como o operário aceita o trabalho que deve lhe valer o salário. O Espiritismo lhe proporciona uma fé inabalável no futuro e a dúvida pungente não mais lhe oprime a alma. Fazendo-o ver as coisas a partir do alto, a importância das adversidades terrenas dissipa-se no vasto e esplêndido horizonte que vislumbra; e a perspectiva da felicidade que o espera dá-lhe paciência, resignação e coragem de seguir até o final do caminho. Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus mencionou acerca do Consolador Prometido: conhecimento das coisas, que faz o ser humano saber de onde vem, para onde vai e por que está na Terra; convocação aos verdadeiros princípios da lei de Deus e consolo por meio da fé e da esperança.” ■
Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap.6. Item 2-4. Editora Auta de Souza.
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SUICÍDIO:
FIM DA VIDA?
“Tem o homem o direito de dispor da sua vida? ‘Não; só a Deus assiste esse direito. O suicídio voluntário importa numa transgressão desta lei.’” (Allan Kardec, O livro dos Espíritos, pergunta 944, Editora FEB)
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uitos podem ser os motivos que levam uma pessoa a cometer o suicídio. Entretanto, os espíritos são claros ao responderem a pergunta 944, de Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos. Dispor de sua própria vida é uma transgressão da Lei de Deus, e só Ele tem o direito de decidir o momento de nossa morte. Através do esclarecimento de espíritos superiores, que se prontificam a nos instruir pela mediunidade, podemos concluir que a morte, independente de sua causa, nada mais é do que a simples passagem para a verdadeira vida: A Vida Espiritual. Allan Kardec, em O Evangelho segundo o Espiritismo, no capítulo 5, item 17, complementa que “O Espiritismo exibe ainda, sob esse aspecto, outro resultado igualmente positivo e talvez mais determinante. Mostra-nos os próprios suicidas vindo noticiar a infeliz posição deles e provar que ninguém transgride a lei de Deus, sem causar a reação desta lei, que proíbe ao ser humano abreviar sua encarnação. Entre os suicidas, existem alguns cujo sofrimento, embora temporário em vez de eterno, não é menos horrível e de natureza a propiciar reflexão a quem se proponha a partir daqui antes da ordem de Deus.”
correspondem sempre às causas que o produziram. Há, porém, uma consequência a que o suicida não pode escapar; é o desapontamento. Mas, a sorte não é a mesma para todos; depende das circunstâncias. Alguns expiam a falta imediatamente, outros em nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam.’ Alguns há, porém, comuns a todos os casos de morte violenta e que são a consequência da interrupção brusca da vida. Há, primeiro, a persistência mais prolongada e tenaz do laço que une o Espírito ao corpo, por estar quase sempre esse laço na plenitude da sua força no momento em que é partido, ao passo que, no caso de morte natural, ele se enfraquece gradualmente e muitas vezes se desfaz antes que a vida se haja extinguido completamente [...]. A afinidade que permanece entre o Espírito e o corpo produz, nalguns suicidas, uma espécie de repercussão do estado do corpo no Espírito, que, assim, a seu mau grado, sente os efeitos da decomposição, donde lhe resulta uma sensação cheia de angústias e de horror, estado esse que também pode durar pelo tempo que devia durar a vida que sofreu interrupção.”2
POR QUE O HOMEM NÃO TEM O DIREITO DE SE DISPOR DA PRÓPRIA VIDA?
A CERTEZA DA VIDA FUTURA
“Ao Espiritismo estava reservado demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não é uma falta, somente por constituir infração de uma lei moral, consideração de pouco peso para certos indivíduos, mas também um ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica, antes o contrário é o que se dá, como no-lo ensinam, não a teoria, porém os fatos que ele nos põe sob as vistas.”2
“O espírita possui, então, para contrapor ao pensamento de suicídio, múltiplos motivos: a certeza de uma vida futura, na qual sabe que será tão mais feliz quanto mais infeliz e resignado na Terra; a certeza de que, abreviando sua vida, alcança resultado bem diferente do que esperava; que escapa de um mal para contrair um pior, mais duradouro e mais terrível; que se engana, ao julgar que, matando-se, irá mais depressa ao Céu; que o suicídio é obstáculo para, no outro mundo, reunir-se às pessoas de sua afeição que esperava lá reencontrar; daí a consequência de que o suicídio, fornecendo apenas decepções, é contrário aos seus interesses.”1
O Espírito Camilo Cândido Botelho, no Livro Memórias de um Suicida, psicografado por Yvonne A. Pereira, nos relata sua experiência ao adentrar no mundo dos mortos após cometer suicídio. “Precisamente no mês de janeiro do ano da graça de 1891, fora eu surpreendido com meu aprisionamento em região do Mundo Invisível cujo desolador panorama era composto por vales profundos, a que as sombras presidiam: gargantas sinuosas e cavernas sinistras, no interior das quais uivavam, quais maltas de demônios
QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS PARA OS SUICIDAS? “ ‘Muito diversas são as consequências do suicídio. Não há penas determinadas e, em todos os casos, REVISTA AUTA DE SOUZA
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Se ideias de morte, desistência da vida.... Se você já tentou suicídio... Se você se sente triste, sozinho, desamparado, desesperado...
enfurecidos, Espíritos que foram homens, dementados pela intensidade e estranheza, verdadeiramente inconcebíveis, dos sofrimentos que os martirizavam. [...] Aqui, era a dor que nada consola, a desgraça que nenhum favor ameniza, a tragédia que ideia alguma tranquilizadora vem orvalhar de esperança! Não há céu, não há luz, não há sol, não há perfume, não há tréguas! O que há é o choro convulso e inconsolável dos condenados que nunca se harmonizam! O assombroso “ranger de dentes” da advertência prudente e sábia do sábio Mestre de Nazaré! [...] O que há é o desaponto, a surpresa aterradora daquele que se sente vivo a despeito de se haver arrojado na morte! [...] Quem ali temporariamente estaciona, como eu estacionei, são grandes vultos do crime! É a escória do mundo espiritual - falanges de suicidas que periodicamente para seus canais afluem levadas pelo turbilhão das desgraças em que se enredaram [...].”
PEÇA AJUDA! Compartilhe suas dificuldades e angústias com alguém de sua confiança. Não use bebidas alcoólicas, nem drogas “para tentar esquecer”. Procure tratamento médico e psicológico.
OS SUICIDAS NÃO ESTÃO DESAMPARADOS
Procure um tratamento espiritual no Centro Espírita (vide página 16).
Camilo nos narra a paisagem do Vale dos Suicidas, onde ele e muitos outros espíritos que haviam cometido o mesmo delito se achavam em profundo desespero diante de uma morte que não conseguiram encontrar. Ainda no mesmo capítulo primeiro, ele narra a presença de uma caravana de espíritos benfazejos, que mais tarde socorreria ele próprio. Esta equipe espiritual visitava periodicamente aquele local, provando que Deus não desampara a ninguém. “[...] Supúnhamos tratar-se, a caravana, de um grupo de homens. Mas na realidade eram Espíritos que estendiam a fraternidade ao extremo de se materializarem o suficiente para se tornarem plenamente percebidos à nossa precária visão e nos infundirem confiança no socorro que nos davam. [...] Com a destra o oficial comandante erguia alvinitente flâmula, na qual se lia, em caracteres também azul-celeste, esta extraordinária legenda, que tinha o dom de infundir insopitável e singular temor: - LEGIÃO DOS SERVOS DE MARIA. [...] Entravam aqui e ali, pelo interior das cavernas habitadas, examinando seus ocupantes. Curvavam-se, cheios de piedade, junto das sarjetas, levantando aqui e acolá algum desgraçado tombado sob o excesso de sofrimento; retiravam os que apresentassem condições de poderem ser socorridos e colocavam-nos em macas conduzidas por varões que se diriam serviçais ou aprendizes. [...] Depois de rigorosa busca, a estranha coluna marchava em retirada até o local em que se postava o comboio, igualmente defendido por lanceiros hindus. Silenciosamente cortava pelos becos e vielas, afastavase, afastava-se... desaparecendo de nossas vistas enquanto mergulhávamos outra vez na pesada solidão que nos cercava... [...].”
Leia O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cultive o hábito da prece, rogando amparo à Deus e ao seu anjo da guarda.
Se você está próximo ou é procurado por alguém que pensa em se matar.... Ouça com atenção e cordialidade. Ofereça apoio emocional. Não julgue, não doutrine, não condene. Demonstre compaixão, respeito e ofereça ajuda. Incentive-o a buscar tratamento médico, psicológico e espiritual. Não finja que nada está acontecendo. Demonstre empatia e compreensão.
1 Allan Kardec, O Evangelho segundo o Espiritismo, Editora Auta de Souza, 2ª ed., 2014, p.87. 2 Allan Kardec, O livro dos Espíritos, FEB, perg.957. REVISTA AUTA DE SOUZA
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HOMENS S O A S A D I G I R I D A D ICI ANOTAÇÕES DE UM SU mundo invisível são contrariadas com sua presença em seus páramos antes da época determinada e legal; e tolerados são e amparados e convenientemente encaminhados porque a excelência das mesmas, derramada do seio amoros do Pai Altíssimo, estabeleceu que a todos os pecadores sejam incessantemente renovadas as oportunidades de corrigenda e reabilitação!
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amilo Cândido Botelho narra no livro Memórias de um Suicida suas experiências após tirar a própria vida e passar longo tempo de sofrimento enloquecedor no Vale dos Suicidas. No Hospital Maria de Nazaré recebe socorro e começa um longo processo de reajuste para futura reencarnação. Acompanhemos algumas anotações importantes do seu aprendizado no mundo espiritual. “[...] das instruções e experiências caridosamente ministradas ao nosso entendimento a título de base e incentivo para uma urgente auto-reforma de que tínhamos imperiosa necessidade, visando ao inadiável progresso a ser realizado, destacaremos este esquema que enfeixaremos nestas singelas anotações de alémtúmulo.”1 Resumiremos as anotações:
10. Renascendo em novo corpo carnal, remontará o suicida à programação de trabalhos e prélios diversos aos quais imaginou erradamente poder escapar pelos atalhos do suicídio; experimentará novamente tarefas, provações semelhantes ou absolutamente idênticas às que pretendera arredar; passará inevitavelmente pela tentação do mesmo suicídio[...]. A tal tentação, porém, poderá resistir, visto que na Espiritualidade foi devidamente esclarecido, preparado para essa resistência. 11. O estado indefinível, de angústia inconsolável, de inquietação aflitiva e tristeza e insatisfações permanentes, somente lhe permitirão o retorno a normalidade ao findar das causas que as provocaram, após existências expiatórias, [...] podendo tão dificultoso labor dele exigir a perseverança de um século de lutas, de dois séculos... talvez mais... tais sejam o grau dos próprios deméritos e as disposições para as refregas justas e inalienáveis!
1. É o homem um composto de tríplice natureza: corpo carnal - temporário e de natureza putrescível; corpo fluídico ou perispírito - imortal e tende a progredir; alma ou Espírito - centelha onde se verifica a essência divina e que no homem assinala a hereditariedade celeste! 2. Vivendo na Terra, esse ser inteligente, denominase Homem! sendo, portanto, o homem um Espírito encarcerado num corpo de carne ou encarnado.
“Tais deduções não nos deixavam, absolutamente, ilusões acerca do futuro que nos aguardava. Cedo, portanto, compreendemos que, na espinhosa atualidade que vivíamos, um roteiro único apresentava-se como recurso a possíveis suavizações em porvir cuja distância não podíamos prever: — submetermo-nos aos imperativos das leis que havíamos infringido, observarmos conselhos e orientações fornecidos por nossos amorosos mentores, deixando-nos educar e guiar ao sabor do seu alto critério, como ovelhas submissas e desejosas de encontrar o consolo supremo de um aprisco... ”1 ■
3. Um Espírito volta várias vezes a tomar novo corpo carnal sobre a Terra, nasce várias vezes a fim de tornar a conviver nas sociedades terrenas, como Homem, exatamente como este é levado a trocar de roupa muitas vezes... 4. O suicida é um Espírito criminoso, falido nos compromissos que tinha para com as Leis sábias, justas e imutáveis estabelecidas pelo Criador, e que se vê obrigado a repetir a experiência na Terra, tomando corpo novo, uma vez que destruiu aquele que a Lei lhe confiara [...]. 5. O Espírito de um suicida voltará a novo corpo terreno em condições muito penosas de sofrimento [...]. 6. A volta de um suicida a um novo corpo carnal é a lei. É lei inevitável, irrevogável! É expiação irremediável, à qual terá de se submeter voluntariamente ou não [...]. 7. Se preferir o homem a fuga às labutas promissoras, valendo-se de um auto-atentado, retardará o momento almejado para a satisfação dos mais caros desejos [...]. 8. Na Espiritualidade raramente o suicida permanecerá durante muito tempo (...). 9. O suicida é como que um clandestino da Espiritualidade. As leis que regulam a harmonia do REVISTA AUTA DE SOUZA
1 Camilo Cândido Botelho, Memórias de um suicida, psicografia de Yvonne A. Pereira, FEB, 27 ed., p. 120-123.
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HÁ ALGO QUE PODEMOS
FAZER
PELOS QUE SUICIDARAM?
C
amilo Cândido Botelho, no livro Memórias de um Suicida em seu relato no capítulo IV, após ser resgatado do Vale dos Suicidas e levado para uma enfermaria explica como eram importantes e reconfortantes as preces endereçadas a eles. “[...] Existia em cada dormitório certo aparelhamento delicadíssimo... Quando um coração generoso, pertencente às nossas famílias ou mesmo para nós desconhecido, arremessasse vibrações fraternas pelas imensidões do Espaço, ao Pai Altíssimo invocando mercês para nossas almas enoitadas pelos dissabores, éramos imediatamente informados por luminosidade repentina, que, traduzindo o balbucio da oração, reproduzia também a imagem da personalidade operante, o que, às vezes, sobremodo nos surpreendia, visto acontecer que pessoas a quem nem sempre distinguíramos com afeição e desvelo se apresentavam frequentemente ao espelho magnético, enquanto outras, que de nossos corações obtiveram as máximas solicitudes, raramente mitigavam as asperezas da nossa íntima situação com as blandícias santificantes da Prece! Poderíamos, assim, saber de quanto pensassem a nosso respeito; das súplicas dirigidas às Divinas Potestades, de todo o bem que nos pudessem desejar ou, a nosso favor, praticar.” Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 27, Pedi e Obtereis, item 18, Kardec explica que “os Espíritos sofredores suplicam por preces, que lhes são úteis, pois, ao perceberem que alguém pensa neles, sentem-se menos abandonados, tornam-se menos infelizes. Além disso, a prece tem sobre eles uma ação mais direta: aumenta-lhes a coragem, estimula neles o desejo de se elevarem pelo arrependimento e pela reparação e pode desviá-los do pensamento do mal. É nesse sentido que ela pode não só aliviar, como também abreviar-lhes os sofrimentos.” No Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 28, Coletânea de preces espíritas, no item 72, Kardec nos deixa uma sugestão de prece por um suicida. Adquira já o seu Evangelho no site: www.editoraautadesouza.com.br
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| CENTRO ESPÍRITA |
TRATAMENTO ESPIRITUAL “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre. Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.” Jesus (JOÃO 15,16 e 18)
“O
Espiritismo vem cumprir, na época predita, a promessa do Cristo”1 . Os Espíritas, revivendo o Cristianismo primitivo, mantém vasto programa de assistência espiritual às criaturas. Além da ação da caridade exercida em vários aspectos, realiza um programa de tratamento espiritual a quaisquer pessoas que se apresentem com necessidade, buscando ajuda. Assim como os apóstolos, pois estes também possuíam mediunidade, os médiuns a serviço da caridade trabalham nas instituições espíritas sérias, sem exigir qualquer pagamento, para o alívio dos que sofrem. Se você se encontra aflito ou atormentado, depressivo, ouvindo vozes, com problemas de alcoolismo, com ideias de suicídio ou sob o peso de profundos abalos morais, recorda a promessa de Jesus: “Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós”. O TRATAMENTO ESPIRITUAL PODE AUXILIÁ-LO: PROCURE UM CENTRO ESPÍRITA O tratamento espiritual se constitui de uma série de atividades que visam o reequilíbrio da pessoa. São atividades de esclarecimento, como as Palestras Públicas, e ações magnéticas, como o passe, a água fluidificada e a desobsessão, que conjugadas produzem modificação mental e reequilíbrio vibratório para que a pessoa possa por si mesma empreender ações que a levarão à cura. Para iniciar um tratamento espiritual, basta procurar a instituição Espírita. As atividades de tratamento espiritual se iniciam com uma conversa fraterna em que um médium do Centro Espírita ouvirá a pessoa e orientará quanto as terapêuticas que o Espiritismo e a Instituição Espírita oferecem. Não espere mais, busque ajuda. Procure um Centro Espírita. ■
1 Allan Kardec, O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 6, item 4. Editora Auta de Souza.
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| MISSIONÁRIOS DO BEM |
VIDA E OBRA DE YVONNE DO AMARAL PEREIRA
“Y
vonne do Amaral Pereira nasceu em 24 de dezembro de 1906, na cidade de Rio das Flores (RJ), e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 9 de março de 1984. Dentre suas múltiplas especialidades mediúnicas, avultou a psicografia através da qual renomados autores espirituais produziram obras, ao mesmo tempo edificantes e de refinado lavor literário, sobre a ciência e a moral espíritas. Também na imprensa espírita Yvonne A. Pereira serviu com inexcedível zelo, legando com seus artigos, invariavelmente fecundos e belos, um critério seguro para os serviços em tão delicado quão importante setor da seara do Espiritismo Cristão.” Dentre suas obras psicografadas, destacamos aqui o livro Memórias de um Suicida, escrito pelo espírito de Camilo Cândido Botelho, sob orientação do Espírito Léon Denis. Ele “descreve a sua dolorosa experiência no plano espiritual após a desencarnação resultante de suicídio, transmitindo valiosos ensinamentos, especialmente aos que se deixam avassalar pela ideia de pôr termo à existência física.” ■
Memórias de um Suicida, pelo espírito Camilo Cândido Botelho, psicografia de Yvonne do Amaral Pereira. FEB.
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| GALERA JOVEM |
JOVEM SUICIDA
“L
úcia Ferreira, batizada com o nome de Leida Lúcia, segundo sua genitora, D. Adelaide Gervásio dos Reis, presente à reunião da noite de 12-6-72, nasceu em Monte Alegre de Minas, a 23 de maio de 1955 e desencarnou no dia 4 de maio de 1971, em Vicentinópolis, ex-Paletó, Estado de Goiás, pequena vila, município de Pontalina. Conta-nos D. Adelaide [...] que Lúcia cursava o terceiro ano primário e havia sido convidada para ser novenária no dia 8 das festas que se realizaram de 30 de abril a 9 de maio de 1971, em Vicentinópolis, festas de São Sebastião e São Vicente; que ia comprar o vestido para as festividades, mas resolveu comprar o tóxico que a levou do corpo, um inseticida de largo uso nos meios agropecuários, nada deixando escrito. D. Adelaide, dentro de sua humildade, não havia revelado o fato a ninguém e, durante todo o tempo da sessão habitual da Comunhão Espírita Cristã, limitouse a ouvir e a ouvir e, num mutismo completo, que só rompeu em pranto, quando ouviu as palavras iniciais da mensagem [...]:”
presente para o seu carinho no Dia das Mães. Pensava nas aulas, em minha professora Juvercídia e procurava concentrar-me nos livros para estudar; entretanto, quando vi o veneno, uma força estranha me tomou o pensamento. Avancei para o suicídio quase sem conhecimento, embora muitas vezes não ocultasse o desejo de morrer. Tudo sem motivo, sem base. A senhora me deu tudo - amor, segurança, tranquilidade, proteção. Não julgue que me faltasse isso ou aquilo. O que eu sentia era uma tristeza que só aqui, no Plano Espiritual, vim a entender... (...) A princípio, me vi numa nuvem com a garganta em fogo e uma dor que não parecia ter fim. Talvez exagerasse as cousas que eu sentia, talvez guardasse impressões da vida que eu não devia guardar. O que é mais doloroso é que provoquei a morte do corpo, sem razão. Sofrimentos no mundo são problemas de todos. E por isso quando me vi na sombra que me envolvia toda, vozes me perguntavam porque, porque fizera aquilo se eu estava consciente de que a morte não mata ninguém... Chorei muito, mais do que choro hoje, até que me vi no regaço de uma senhora que me disse ser a Vovó Ana. Ela me ensinou a orar de novo, porque a dor não me deixava trabalhar com a memória. Amparou-me e como que me limpou os olhos para que eu enxergasse a luz do dia. Então reconheci que as trevas estavam em mim e não fora de mim. Fui internada numa escola-hospital, onde muitas
“Querida Mamãe, estou pedindo o seu perdão e a sua bênção. Mais de um ano passou, mas a minha saudade e o meu sofrimento ainda não passaram. Não chore mais, Mãezinha. Sei que a minha ingratidão foi grande demais. Compreendi tudo, mas era tarde. Creia que amanheci naquela terça-feira, quatro de maio, pensando em descobrir como iria encontrar um
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Entre duas vidas, psicografia de Chico Xavier. p. 22 a 27
crianças estão sob a vigilância daquele amigo que nos deu nome à casa de ensino Jerônimo Carlos Prado,- e com a bênção dos muitos amigos que encontrei aqui, vou melhorando. Faltava-me vir até o seu coração e rogar a sua tolerância de mãe. Venho pedir-lhe para que não deseje morrer. Viva, mamãe, e viva tranquila. As lutas da vida são lições. (...) Mamãe, não sei porque, fiquei aflita para que o tempo passasse e caí pela rebeldia. Não soube guardar a fé, mas a sua bondade fará o que não fiz. Terá a senhora paciência bastante para tudo tolerar e compreender. Agradeço as suas preces e as orações das amiguinhas que não me esqueceram. Agradeça por mim a Santa Terezinha e a todas as irmãs o amparo que me enviaram e ainda me enviam. Por enquanto, trago comigo a faculdade de ouvir todas as repreensões e queixas, perguntas e comentários em torno de mim. E, particularmente, ouço a senhora constantemente a falar que perdeu o gosto de continuar a viver. Ajude-me. Não pense assim. Dê-me os seus pensamentos de paz e de alegria. Preciso de você, Mamãe, como a senhora não pode imaginar. Aqui é um lugar que pode ser distante, mas há um processo de intercâmbio, pelo qual ainda estamos juntas. Ampare-me, amparando a senhora mesma. Os Benfeitores daqui me aliviam e me abençoam, mas estou nas dificuldades que criei. Deus, porém, nos sustentará para que, um dia, eu possa ser útil ao seu carinho. Mamãe, receba o meu coração de filha faltosa e abençoe-me. Sua paciência e seu amor são bênçãos que chegam até aqui. Ore por sua filha e compadeça-se. Amanhã, serei melhor. Até lá, preciso de você e de seu amparo, como o faminto sente necessidade de pão. Não posso escrever mais. Os amigos que me socorrem e guiam me dizem que é preciso terminar. Mãezinha, ame-me ainda. Sou mais necessitada agora do que antes. E guarde o coração de sua filha faltosa e reconhecida, Lúcia.” ■ Uberaba, 12 de junho de 1972 www.revistaautadesouza.com
| CANTINHO DA CRIANÇA |
Consequências do Suicídio no Plano Espiritual “A primeira decepção que os aguarda é a realidade da vida que se não extingue com as transições da morte do corpo físico, vida essa agravada por tormentos pavorosos, em virtude de sua decisão tocada de suprema rebeldia. [...].” 1 “O Suicida é a primeira e maior vítima do seu próprio engano. Mata-se para fugir dos seus problemas, das suas dores, das suas aflições e logo que recupera, do outro lado da vida, lucidez suficiente para compreender o seu novo estado, descobre, profundamente angustiado, que não conseguiu fugir de si mesmo, nem de seus sofrimentos.” 2
O que acontece com o Perispírito de um suicida? “Coisa singular! Essa escória trazia, pendente de si, fragmentos de cordão luminoso, fosforescente, o qual, despedaçado, como arrebentado violentamente, desprendia-se em estilhas qual um cabo compacto de fios elétricos arrebentados, a desprenderem fluidos que deveriam permanecer organizados para determinado fim. Com o suicídio, porém, uma vez partido e não desligado, rudemente arrancado, despedaçado quando ainda em toda a sua pujança fluídica e magnética, produzirá grande parte dos desequilíbrios, [...] o que leva o suicida a sentir-se um “morto-vivo” [...].” 3
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Aspecto geral do vale dos suicidas “[...] Estes aí se demorarão, geralmente o tempo que ainda lhes restava para conclusão do compromisso da existência que prematuramente cortaram.” Não há céu, não há luz, não há sol, não há perfume, não há tréguas! O que há é o choro convulso e inconsolável dos condenados que nunca se harmonizam! [...] Não habitava, porém, ali sozinho. Acompanhava-me uma coletividade, falange extensa de delinqüentes, como eu.”4
Atendimento aos espíritos suicidas no plano espiritual
Não sabíamos quando era dia ou quando voltava a noite, porque sombras perenes rodeavam as horas que vivíamos. Perdêramos a noção do tempo.” 5
“Os suicidas ficam abandonados no Vale dos Suicidas ou existem espíritos que os ajudam?
“Periodicamente, singular caravana visitava esse antro de sombras.” 6 “Trajados de branco, apresentavam-se caminhando pelas ruas lamacentas do Vale, de um a um, em coluna rigorosamente disciplinada, enquanto, olhando-os atentamente, distinguiríamos, à altura do peito de todos, pequena cruz azul-celeste, o que parecia ser um emblema, um “ Entravam aqui e ali, pelo interior das distintivo. cavernas habitadas, examinando seus ocupantes. Curvavam-se, cheios de piedade, junto das sarjetas, levantando aqui e acolá algum desgraçado tombado sob o excesso de sofrimento retiravam os que apresentassem condições de poderem ser socorridos e colocavam-nos em macas conduzidas por varões que se diriam serviçais ou aprendizes.” 7 1 Emmanuel, O consolador, 10. ed., perg. 146. 2 Luciano dos Anjos, Livro crônica de Um e de Outro, cap. 8, p. 39, 40. 3 Yvonne A. Pereira, Memórias de um Suicida, 10. ed., p. 25. 4 Idem, p. 9, 10. 5 Idem, p. 11. 6 Idem, p. 13. 7 Idem, p. 14.
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| OS ESPÍRITOS RESPONDEM | NASCEMOS NA FAMÍLIA QUE MERECEMOS? O SUICIDA PODE ESCOLHER SEU NOVO CORPO? ELE PARTICIPA DO PLANEJAMENTO DA SUA FUTURA REENCARNAÇÃO?
“Todos nascem ou renascem nos núcleos familiares e sociais de que necessitam para aprimorar-se, e não conforme se assevera tradicionalmente: que merecem. As cargas de genes e cromossomas, as condições psicossociais e econômicas formam o quadro dos processos de burilamento moral-espiritual, resultantes da reencarnação caldeadora dos dispositivos individuais para a evolução.”1
1. Joanna de Ângelis, O ser consciente, Divaldo P. Franco. Leal, 5. ed., p. 25. 2. Camilo Cândido Botelho, Memórias de um suicida, Yvonne A. Pereira, FEB, 10. ed., cap. III- 2ª parte, p. 146. 3. Idem, p. 142. 4. Idem, p. 45.
COMO SE APRESENTARÃO OS SUICIDAS NAS PRÓXIMAS REENCARNAÇÕES? “Não poderei ainda precisar minúcias. Mas os conhecimentos por mim adquiridos em assuntos espirituais conferem-me o direito de prever aqui retardados mentais, loucos, epilépticos, possivelmente surdos- mudos de nascença e até cegos — todos deploravelmente ferreteados pela infâmia de que se rodearam, no grau equivalente aos delitos praticados!”3
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“Nem todos! Os internos do Manicômio [...] não se encontram em condições de algo tentarem voluntariamente. Sua volta ao renascimento carnal será então o cumprimento de um dispositivo da Grande Lei, que faculta novo ensejo ao infrator sempre que houver fracassado o ensejo anterior...”.2
OS SUICIDAS RECEBEM VISITAS? “Só muito mais tarde nos foi outorgada a satisfação de receber as visitas dos entes caros que nos haviam precedido no túmulo. Mesmo assim, porém, deveríamos contentar-nos com aproximações rápidas, pois o suicida está para a vida espiritual como o sentenciado para a sociedade terrena: não tem regalias normais, vive em plano expiatório penoso, onde não é lícita a presença de outrem que não os seus educadores, [...].” 4
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