Revista auta de souza a vida após a morte

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Auta de Souza ESPIRITISMO EM AÇÃO

Por que não temer a morte?

Você tem dúvidas? Os Espíritos respondem.

Como é a vida nas colônias espirituais Saiba se existe semelhança com as cidades da Terra. Podemos adquirir uma casa? Com que dinheiro? Como é a alimentação? Como são os veículos de transporte? Depois da morte existe namoro?

A criança no mundo espiritual Entenda o que acontece com os Espíritos que desencarnam ainda crianças e como a saudade pode ser atenuada.

Como são as primeiras impressões após a morte

É proibido falar com os mortos?

A vida após a morte Você já deve ter ouvido falar que a única certeza que temos nesta vida é que um dia morreremos. Todavia, a Doutrina Espírita veio nos assegurar mais uma verdade: a morte não é o fim.


Conheça o Espiritismo Qual o sentido da vida? Pra onde vou depois da morte? O que fazem os Espíritos que já desencarnaram? Como aceitar a morte de alguém querido? Posso me reencontrar com aqueles que me precederam no Além-túmulo? O Espiritismo ajuda a entender a vida após a morte?

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Editorial #02

A Vida Continua...

Sumário

Caríssimos leitores, somos passageiros de uma existência terrena transitória aguardando os efeitos dos nossos atos na vida Além-túmulo. Esta verdade, trazida pelo Espiritismo, reformula a compreensão da morte. A Revista Auta de Souza – Espiritismo em Ação aborda aqui a vida futura como continuação da vida terrena. De onde viemos? Para onde vamos? Conforme o autor Léon Denis, “O homem ignorante dos seus destinos é semelhante ao viajante que percorre maquinalmente a sua rota, sem conhecer o ponto de partida nem o ponto de chegada, e mesmo sem saber qual o motivo de sua viagem; do que resulta, sem dúvida, o estar sempre disposto a parar diante do menor obstáculo e a perder o tempo sem cuidar do alvo que deve atingir.”1 Crer que o destino do homem é desaparecer no vácuo é se posicionar contrário a toda noção de justiça e de progresso criados por Deus. Esta edição descortina como é a vida no mundo espiritual, quais as primeiras impressões depois da morte, onde e como estão as crianças e jovens desencarnados precocemente, e tantas outras revelações apresentadas pela Doutrina Espírita acerca da desencarnação. A compreensão dá esperança aos aflitos e consolo nas provas difíceis da vida. A vida continua sempre! 1 Léon Denis, O porquê da vida, 19. ed., p. 16.

04 Conheça o Espiritismo A vida espiritual na colônia Nosso Lar

07 Mediunidade É proibido falar com os mortos?

09 Estudando o Evangelho Por que não temer a morte?

10 Capa A vida continua

16 Centro Espírita O Espiritismo ajuda a entender a vida após a morte?

17 Missionários do Bem Conheça a vida e obra do médium brasileiro que psicografou mais de 412 livros e mais de milhares de cartas do Além.

18 Galera Jovem Descrição do velório de um jovem que desencarnou de overdose.

20 Cantinho da Criança Explicações da vida após a morte para crianças.

22 Os Espíritos Respondem

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Conheça o Espiritismo

A vida espiritual na colônia Nosso Lar Nosso Lar é um dos mais importantes livros da lavra mediúnica de Chico Xavier. Nesta obra o Espírito André Luiz descreve as experiências próprias, as condições de vida no Além túmulo, vem contar que “a maior surpresa da morte carnal é a de nos colocar face a face com a própria consciência, onde edificamos o Céu, estacionamos no purgatório ou nos precipitamos no abismo infernal; vem lembrar que a Terra é oficina sagrada, e que ninguém a menosprezará, sem conhecer o preço do terrível engano a que submeteu o próprio coração”.1 Local: Cidade Nosso Lar, localizada acima da Crosta, sobre uma extensa região do Estado do Rio de Janeiro. É antiga fundação de

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portugueses distintos, desencarnados no Brasil, no século XVI.

Moradia

Lísias, o visitador dos serviços de saúde, apresenta ao Espírito André Luiz a sua moradia na colônia Nosso Lar: “Entramos. Ambiente simples e acolhedor. Móveis quase idênticos aos terrestres; objetos em geral, demonstrando pequeninas variantes. Quadros de sublime significação espiritual, um piano de notáveis proporções, descansando sobre ele grande harpa talhada em linhas nobres e delicadas. [...] ”Respirava-se, ali, doce e reconfortante intimidade. Não consegui disfarçar meu contentamento e enorme alegria. Aquele primeiro contato com organização doméstica na colônia, enlevava-me. A hospitalidade, cheia de ternura, arrancava-me ao espírito notas de profunda emoção. [...] ”Em seguida, chamou-me Lísias para

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Conheça o Espiritismo ver algumas dependências da casa, demorando-me na Sala de Banho, cujas instalações interessantes me maravilharam. Tudo simples, mas confortável.” 2

Namoro e Noivado

Lisias apresenta sua noiva Lascínia a André Luiz e fala da importância do período do noivado: “- Finalmente, vai você conhecer minha noiva, a quem tenho falado muitas vezes a seu respeito. - É curioso - observei, intrigado - encontrarmos noivados, também por aqui... - Como não? Vive o amor sublime no corpo mortal, ou na alma eterna? Lá, no círculo terrestre, meu caro, o amor é uma espécie de ouro abafado nas pedras brutas. [...]. -O noivado é muito mais belo na espiritualidade. Não existem véus de ilusão a obscurecer-nos o olhar. Somos o que somos.

[...] Lascínia e eu fundaremos aqui, dentro em breve, nossa casinha de felicidade, crendo que voltaremos à Terra precisamente daqui a uns trinta anos. 3

Alimentação

“Terminada a oração, chamou-nos à mesa a dona da casa, servindo caldo reconfortante e frutas perfumadas, que mais pareciam concentrados de fluidos deliciosos. Eminentemente surpreendido, ouvi a senhora Laura observar com graça: - Afinal, nossas refeições aqui são muito mais agradáveis que na Terra. Há residências, em “Nosso Lar”, que as dispensam quase por completo; mas, nas zonas do Ministério do Auxílio, não podemos prescindir dos concentrados fluídicos, tendo em vista os serviços pesados que as circunstâncias impõem. Despendemos grande quantidade de energias. É necessário renovar provisões de força.4

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Conheça o Espiritismo

Bônus-Hora

Veículo de Transporte

André Luiz interroga a senhora Laura: “- Que me diz do bônus-hora? Trata-se de algum metal amoedado? Minha interlocutora perdeu o aspecto cismativo, a que se recolhera, e replicou, atenciosa: - Não é propriamente moeda, mas ficha de serviço individual, funcionando como valor aquisitivo.” A senhora Laura esclarece André Luiz: “- Tal como se dá na Terra, a propriedade aqui é relativa. Nossas aquisições são feitas à base de horas de trabalho. O bônus-hora, no fundo, é o nosso dinheiro. Quaisquer utilidades são adquiridas com esses cupons, obtidos por nós mesmos, a custa de esforço e dedicação. As construções em geral representam patrimônio comum, sob controle da Governadoria; cada família espiritual, porém, pode conquistar um lar (nunca mais que um), apresentando trinta mil bônus-hora, o que se pode conseguir com algum tempo de serviço. Nossa morada foi conquistada pelo trabalho perseverante de meu esposo, que veio para a esfera espiritual muito antes de mim.” [...] 5

“Chegados a extenso ângulo da praça, o generoso amigo acrescentou: - Esperemos o AEROBUS. (Carro aéreo, que seria na Terra um grande funicular). Mal me refazia da surpresa, quando surgiu grande carro, suspenso do solo a uma altura de cinco metros mais ou menos e repleto de passageiros. Ao descer até nós, à maneira de um elevador terrestre, examinei-o com atenção. Não era máquina conhecida na Terra. Constituída de material muito flexível, tinha enorme comprimento, parecendo ligada a fios invisíveis, em virtude do grande número de antenas na tolda. Mais tarde, confirmei minhas suposições, visitando as grandes oficinas do Serviço de Trânsito e Transporte. [...] A velocidade era tanta que não permitia fixar os detalhes das construções escalonadas no extenso percurso.” 6

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1 André Luiz, Nosso lar, prefácio 2 André Luiz, Nosso lar, psicografado por Chico Xavier, FEB, 59. ed., p. 111 a 113 3 Idem, p. 296 a 298 4 Idem, p. 115 5 Idem, p. 133-134, 139 6 Idem, p. 67-68

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Mediunidade

É proibido falar com os mortos? A proibição feita por Moisés

“A Igreja de modo algum nega a realidade das manifestações. Ao contrário, [...], admite-as totalmente, atribuindo-as à exclusiva intervenção dos demônios. É debalde invocar os Evangelhos como fazem alguns para justificar a sua interdição, visto que os Evangelhos nada dizem a esse respeito. O supremo argumento que prevalece é a proibição de Moisés. ´Não é permitido entreter relações com eles (os Espíritos), seja imediatamente, seja por intermédio dos que os evocam e interrogam`. O legislador hebreu queria que o seu povo abandonasse todos os costumes adquiridos no Egito, onde as evocações estavam em uso e facilitavam abusos... A proibição de Moisés era assaz justa,

porque a evocação dos mortos não se originava nos sentimentos de respeito, afeição ou piedade para com eles, sendo antes um recurso para adivinhações, tal como nos augúrios e presságios explorados pelo charlatanismo e pela superstição Há duas partes distintas na lei de Moisés: a lei de Deus propriamente dita, promulgada sobre o Sinai, e a lei civil ou disciplinar, apropriada aos costumes e caráter do povo. Uma dessas leis é invariável, ao passo que a outra se modifica com o tempo... Mas temos ainda outra contradição: — Se Moisés proibiu evocar os mortos, é que estes podiam vir, pois do contrário inútil fora a proibição. Ora, se os mortos podiam vir naqueles tempos, também o podem hoje; e se são Espíritos de mortos os que vêm, não são exclusivamente demônios. Demais, Moisés de modo algum fala nesses últimos.

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Mediunidade

A Igreja e as comunicações com os Espíritos (Santos)

Se as almas bem-aventuradas não podem deixar a mansão gloriosa para socorrer os mortais, por que invoca a Igreja a assistência dos santos que devem fruir ainda maior soma de beatitude? Por que aconselha invocá-los em casos de moléstia, de aflição, de flagelos? Por que razão e segundo essa mesma Igreja os santos e a própria Virgem aparecem aos homens e fazem milagres? Estes deixam o céu para baixar à Terra; entretanto os que estão menos elevados não o podem fazer! O verdadeiro motivo poderia bem ser o receio de que os Espíritos muito esclarecidos viessem instruir os homens sobre pontos que se pretende obscurecer, dando-lhes conhecimento, ao mesmo tempo, da certeza de um outro mundo, a par das verdadeiras condições para nele serem felizes ou desgraçados. A razão deve ser a mesma por que se diz à criança: — “Não vá lá, que há lobisomens.” Ao homem dizem: — “Não chameis os Espíritos: — São o diabo.” — Não importa, porém: — impedem os homens de os evocar, mas não poderão impe-

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di-los de vir aos homens para levantar a lâmpada de sob o alqueire.” 1 Os Espíritos podem manifestar-se de muitas maneiras diferentes: pela vista, pela audição, pelo tato, produzindo ruídos e movimentos de corpos, pela escrita, desenho, música, etc. Os Espíritos só podem comunicar sobre aquilo que sabem, segundo o seu estado de adiantamento, e ainda dentro dos limites do que lhes é permitido dizer-nos, porque há coisas que eles não devem revelar, por não ser ainda dado ao homem tudo conhecer. [...] Os médiuns recebem as comunicações, tão simples e naturalmente como se fossem ditadas por uma pessoa viva, sem que saiam do estado normal. O apelo aos Espíritos faz-se em nome de Deus, com respeito e recolhimento; é a única coisa que se recomenda às pessoas sérias que desejem entrar em relação com Espíritos sérios.”2

_________ 1 Allan Kardec, O céu e o Inferno, FEB, 61. ed., p. 139-141, 143-144, 146-147 2 Allan Kardec, O que é o espiritismo, FEB, 61 ed., p.. 175-177

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Estudando o Evangelho

Por que não temer a morte? “A Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese para ser realidade. O estado das almas depois da morte não é mais um sistema, porém o resultado da observação. Ergueu-se o véu; o mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade prática; não foram os homens que o descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever a sua situação; aí os vemos em todos os graus da escala espiritual, em todas as fases da felicidade e da desgraça, assistindo, enfim, a todas as peripécias da vida de além-túmulo. Eis aí por que os espíritas encaram a morte calmamente e se revestem de serenidade nos seus últimos momentos sobre a Terra. Já não é só a esperança, mas a certeza que os conforta; sabem que a vida futura é a continuação da vida terrena em melhores condições e aguardam-na com a mesma confiança com que aguardariam o despontar do Sol após uma noite de tempestade. Os motivos dessa confiança decorrem, outrossim, dos fatos testemunhados e da concordância desses fatos com a lógica, com a justiça e bondade de Deus, correspondendo às íntimas aspirações da Humanidade. Para os espíritas, a alma não é uma abstração; ela tem um corpo etéreo que a define ao pensamento, o que muito é para fixar as ideias sobre a sua individualidade, aptidões e percepções. A lembrança dos que nos são caros repousa sobre alguma coisa de real. Não se nos apresentam mais como chamas fugitivas que nada falam ao pensamento, porém sob uma forma concreta que antes no-los mostra como seres viventes. Além disso, em vez de perdidos nas profundezas do Espaço, estão ao redor de nós; o mundo corporal e o mundo espiritual identificam-se em perpétuas relações,

assistindo-se mutuamente. Não mais permissível sendo a dúvida sobre o futuro, desaparece o temor da morte; encara-se a sua aproximação a sangue-frio, como quem aguarda a libertação pela porta da vida e não do nada.” __________ Allan Kardec, O céu e o inferno, FEB, 60. ed., 1ª parte, capítulo 2, p. 27-28.

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Capa

O Evangelho segundo o Espiritismo:

A Vida Continua sempre! Reformulando a compreensão da morte, O Evangelho segundo o Espiritismo qualifica a desencarnação como transformação que não interrompe a continuidade da vida, transformação cuja felicidade é proporcional à evolução alcançada pelo Espírito e o devolve à verdadeira vida, porque a vida normal é a vida espiritual, na qual as bem-aventuranças são entregues às almas que se tornaram dignas, pela conquista das virtudes. Assim, nosso comportamento perante a desencarnação há de ser o de serenidade, prece e confiança em Deus, cuja bondade e inteligência supremas regulam o momento e o modo da desencarnação, pelo que até as mortes reputadas prematuras refletem a perfeição divina, o que é consolo aos corações que geraram os filhos desencarnados em tenra idade. Além da consolação, a certeza da continuidade da vida alerta-nos que as dores, às vezes cultivadas em razão do desencarne de um ente querido, prejudicam-no, pois entre os encarnados e desencarnados há ligações fluídicas condutoras dos seus sentimentos: “Mães, sabeis que vossas crianças bem-amadas estão perto de vós. Sim, bem perto! Seus corpos fluídicos estão em torno de vós, seus pensamentos vos protegem, vossa lembrança os enternece de alegria. Mas também vossas dores irrazoáveis os afligem, pois demonstram falta de fé e expressam revolta contra a vontade de Deus.” 1 Com o desencarne, ocorre a recuperação gradativa da memória das encarnações anteriores; somos despojados do corpo e dos bens materiais; percebemos serem úteis para o Espírito só os bens morais e não os materiais. Além disso, com o desencarne iremos nos reunir com a família espiritual, pois os verdadeiros laços de afeição jamais são rompidos com a morte e se fortalecem com a evolução espiritual:

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“[...] Os verdadeiros laços não são rompidos nem pela separação nem mesmo pela morte do corpo; que se fortalecem na vida espiritual pela depuração do Espírito.” 2 (Todas as citações abaixo são desta tradução e grafadas assim: capítulo, item, página. Exemplo: 2, 3, 52, ou seja, capítulo 2, item 3, página 52) 1

5, 21, 92.

2

23, 6, 276.

A única tarefa que importa para a eternidade é o aperfeiçoamento moral. Assim, como o estado espiritual é dependente das conquistas morais, devemos fazer todos os esforços para a desencarnação não nos surpreender com o coração abrigando imperfeições morais. Se o Espírito não se desprender das coisas materiais, sua vida além-túmulo conterá perturbações e ansiedades. Caso se mantiver atrelado ao mal, poderá se converter em autor de obsessões. De fato, o Espírito é responsável por suas condições na vida espiritual, o artífice da própria vida futura. O Espiritismo mostra-nos que a vida se prolonga indefinidamente3, dissipa as incertezas sobre a vida futura, fornece provas materiais da sobrevivência da alma4 e permite-nos conhecer as condições da vida espiritual5. A continuidade da vida trata-se, então, de uma verdade fundamental6, sendo um ponto de referência universal, ou seja, para todas as pessoas7, uma lei da natureza8, uma realidade material demonstrada pelos fatos9, consistindo em um dos principais ensinos do Cristo. Com a certeza da continuidade da vida, que é infinita10, a pessoa aceita as inquietações da vida com mais indiferença e disso resulta uma calma de espírito que lhe suaviza a amargura da existência11. Imbuídos da convicção da imortalidade, conseguimos a coragem moral, que impede o suicídio12, bem como o desespe-

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Quebrando os laços Auta de Souza Fugir à mágoa terrena e ao sonho que faz sofrer Deixar o mundo sem pena, será morrer? Fugir neste anseio infindo, as trevas do anoitecer Buscar a aurora sorrindo, será morrer? E ao grito que a dor arranca, e o coração faz tremer Voar uma pomba branca, será morrer? Lá vai a pomba voando, livre através dos espaços Sacode as asas cantando “quebrei meus laços!” Aqui n’amplidão liberta, Quem pode deter-me os passos? Deixei a prisão deserta, quebrei meus laços! Jesus, esse vôo infindo há de amparar-me nos braços! Enquanto eu direi sorrindo quebrei meus laços! Janeiro, 1901. (livro Horto)

ro perante o desencarne. Uma vez provada a continuidade da vida, os interesses vinculados à vida futura devem prevalecer sobre todos os interesses e todas as considerações humanas13 e temos elementos firmes para realizar a reforma íntima, desfazendo-nos de ilusões ao percebermos que a vaidade e o orgulho são insignificantes perante a vida espiritual. O conhecimento do prolongamento infinito da vida e das condições da vida espiritual, bem como da eficácia e valor da prece, permite compreender a prece e estimula que oremos pelos que já desencarnaram. 3

“(...) aquele que crê sabe que a vida se prolonga indefinidamente além-túmulo (...)”(5, 16, 86) 4 “(...) o Espiritismo vem dissipar toda incerteza sobre o futuro, por meio das provas materiais que apresenta da sobrevivência da alma e da existência dos seres de além-túmulo.” (28, 62, 344). 5

5, 16, 86; 5, 28, 99.

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“Essa verdade fundamental pode, então, ser considerada como o principal ponto do ensino do Cristo.” (2, 2, 51)

Quando se encontram em sofrimentos, a prece, atenua-lhes a infelicidade; aumenta-lhes a coragem, estimula neles o desejo de se elevarem pelo arrependimento e pela reparação. A prece, pode, também, desviar Espíritos do pensamento do mal e lhes abreviar os sofrimentos. Quando acabam de desencarnar, a prece testemunha simpatia pelos Espíritos, ajuda-os no desligamento, abrevia a perturbação decorrente da separação, torna mais calmo o despertar14 e ressoa em torno do Espírito ao qual se dirigem15. Com estes conhecimentos proporcionados pelo Espiritismo, possamos ser embalados pelas vibrações de amor vindas do Espírito de Verdade e, assim, entoar o cântico de esperanças e certezas: a morte não existe! 11

2,5,53

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As primeiras impressões depois da morte No momento da morte, tudo, a princípio, é confuso; a alma necessita de algum tempo para se reconhecer; sente-se como atordoada, no mesmo estado de um homem que saísse de um sono profundo e procurasse compreender a sua situação. A lucidez das ideias e a memória do passado lhe voltam à medida que se extingue a influência da matéria de que se desprendeu, e que se dissipa essa espécie de nevoeiro que lhe turva os pensamentos. A duração da perturbação após a morte é muito variável: pode ser de algumas horas, como de muitos meses e mesmo de muitos anos. Aqueles em que é menos longa são os que se identificaram durante a vida com o seu estado futuro, porque então compreendem imediatamente a sua posição. Essa perturbação apresenta circunstâncias particulares, segundo o caráter dos indivíduos e sobretudo de acordo com o gênero de morte.

Mortes Violentas

Morte Coletiva

Nos casos de morte coletiva, Allan Kardec elucida que todos os que pereceram ao mesmo tempo nem sempre se revêem imediatamente. Na perturbação que se segue à morte, cada um vai para o seu lado ou só se preocupa com aqueles que lhe interessam. (O Livro dos Espíritos, comentário de Allan Kardec às perguntas 164 e 165)

Nas mortes violentas, por suicídio, suplício, acidente, apoplexia, ferimentos etc. o Espírito é surpreendido, espanta-se, não acredita que esteja morto e sustenta teimosamente que não morreu. Não obstante, vê o seu corpo, sabe que é dele, mas não compreende que esteja separado. Procura as pessoas de sua afeição, dirige-se a elas e não entende por que não o ouvem. Esta ilusão mantém-se até o completo desprendimento do Espírito, e somente então ele reconhece o seu estado e compreende que não faz mais parte do mundo dos vivos. Esse fenômeno é facilmente explicável. Surpreendido pela morte imprevista, o Espírito fica aturdido com a mudança brusca que nele se opera. Para ele, a morte é ainda sinônimo de destruição, de aniquilamento; ora, como continua a pensar, como ainda vê e escuta, não se considera morto. E o que aumenta a sua ilusão

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é o fato de se ver num corpo semelhante ao que deixou na terra, cuja natureza etérea ainda não teve tempo de verificar. Ele o julga sólido e compacto como o primeiro e, quando se chama a sua atenção para esse ponto, admira-se de não poder apalpá-lo. [...] A perturbação que se segue à morte nada tem de penosa para o homem de bem; é calma e em tudo semelhante à que acompanha um despertar tranquilo. Para aquele cuja consciência não está pura, é cheia de ansiedades e angústias.

A perturbação que se segue à morte nada tem de penosa para o homem de bem

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A criança no mundo espiritual A maior angústia dos pais, ao perceberem a morte arrebatando a vida de seus filhos, é a de pensar o que lhes sucederá, imaginando-os, por vezes, no mais completo desamparo... No entanto, a Doutrina Espírita, que legitima a Mensagem Consoladora do Evangelho de Jesus, oferece à Humanidade a mais fecunda literatura sobre o futuro dos Espíritos desencarnados... Assim é que, Cláudia Pinheiro Galasse, uma jovem contando com apenas 18 janeiros, retorna pelo lápis mediúnico de Chico com suas notícias, consolando os pais e demonstrando ideias renovadoras, diante da vida que prossegue, triunfante, além do túmulo. A escola na qual se matriculou como professora, abriga muitas crianças que deixaram a Vida Física em tenra idade e que se preparam para retornar ao mundo físico. A saudade das crianças em relação aos pais é atenuada através do sonho, onde se estabelece o diálogo entre filhos e pais. Márcia Q. da Silva Bacceli Uberaba, 10 - 08 -88 “Mãezinha, as nossas crianças excedem o número de cem. As crianças, somente meninas, obedecem a horários específicos para leitura, diálogo, conhecimentos gerais de acordo com a capacidade mental que apresentem, mas são favorecidas com excelente música, passeios e hora de recreio, para o canto imaginado por elas próprias. As crianças que se encontram sob nossos cuidados são daquelas que estiveram no mundo entre meses até dois anos de idade. As conversações das crianças conosco são o que se pode avaliar de mais ternura e de mais inocência, entre as pessoas do mundo. Os pais que choram filhinhos queridos, estejam

certos de que nenhum existe desamparado. Com as músicas que guardam de memória, das muitas cantigas que compõem e cantam, com os entendimentos junto das mães e das avós, destaco estas poucas para a sua emoção de mãe amorosa e querida, de quem recebi tanto amor. Quando eu dormi na Terra, Escutei mamãe chorando. Papai prometeu buscar-me Mas não disse como e quando. Este Céu em que estamos É feito de luz e flor, Mas quero meu lar na Terra, Sempre enfeitado de amor...

”Os pais que choram filhinhos queridos, estejam certos de que nenhum existe desamparado.”

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Aniversário de Mãe O relógio marcava nove horas da noite. Dialogávamos na sala, quando uma companheira anunciou: A senhora Nice Rivera já se encontra presente, recebendo instruções dos Mentores que lhe sugeriam o preciso comportamento ante a filhinha Helena, que a mãezinha, nas ocorrências do sono, viera ali visitar. Os Mentores lhe falavam da conveniência de conservar a máxima discrição, sem fazer perguntas e sem chorar. A irmã Nice aparentava vinte e oito janeiros de idade e conquistara permissão para o encontro com a filha, por méritos em serviço. A jovem senhora estava pálida e trêmula ao saudar-nos, no entanto, procuramos recompor-lhe a tranquilidade. Todas as meninas internadas em nosso Instituto estavam reunidas na Grande Sala, quando uma colega chamou a menina Helena Rivera, que demonstrava nobre posição de desenvolvimento aos dois anos que contava. A pequena levantou-se e seguiu as instruções que lhe foram ministradas. Devia abeirar-se da cabine de vidro isolante, conquanto altamente sensível para a música e para os sons das palavras. Conduzida pelo Mentor que lhe presidia o original reencontro, a senhora instalou-se na cabine e, vendo a filhinha tão perto, falou emocionada: − Deus abençoe você, minha querida Heleninha. A menina exclamou espantada: − É a Mãezinha que me fala? − Sim – disse a interlocutora reprimindo as próprias lágrimas. − Fale, minha filha, de alguma lembrança que nos recorde este dia. A pequena patenteando indescritível alegria, respondeu com ternura: − Mãezinha, veja, sou eu mesma, lembrando que hoje é o dia do seu aniversário. E recuando alguns passos, tomou a postura de quem se dispunha a comunicar-se com o público e, depois, improvisando gestos característicos, recitou jubilosamente:

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Hoje é um grande e belo dia! A mamãe Nice Rivera, Tem mais uma primavera, Aniversário de flor!... Onde esteja e no que faça, Deus guarde a mamãe querida, O apoio de nossa vida E a vida de nosso amor. A senhora emudecera sob a pressão forte da própria emotividade e, notando que ela se esforçava para não chorar, a menina confortou-a: − Mãezinha, não sofra por mim... Eu também tenho muitas saudades do seu carinho, mas as nossas professoras me disseram que muito breve estarei, de novo, em seus braços... A senhora Nice apenas disse: − Assim espero, confiando em Jesus. Em seguida, atendendo a um sinal do Mentor, afastou-se da cabine para o regresso ao corpo físico. Algumas companheiras e eu mesma seguimo-la de perto. Aquela maravilhosa mãe acordou chorando e, abeirando-se do leito em que descansava o marido, comunicou-lhe excitada: − Eugênio, sonhei com a nossa Heleninha, que me participou a sua volta para nossa casa. Eugênio esfregou os olhos, entre inquieto e assombrado e comentou tranquilo e feliz: − Se o sonho for expressão da realidade, daremos graças, graças a Deus. A felicidade de Heleninha recebendo a visita materna impressionou, construtivamente, todas as crianças. O assunto da reencarnação acendeu diálogos novos. Em cada uma de nossas pupilas brilhava a ansiedade de falar no assunto, a fim de saber como seria o futuro de cada uma delas.” Cláudia Pinheiro Galasse, Escola no além, psicografado por Chico Xavier

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Perante a Desencarnação Resignar-se ante a desencarnação inesperada do parente ou do amigo, vendo nisso a manifestação da Sábia Vontade que nos comanda os destinos. Maior resignação, maior prova de confiança e entendimento. Dispensar aparatos, pompas e encenações nos funerais de pessoas pelas quais se responsabilize, abolir o uso de velas e coroas, crepes e imagens, e conferir ao cadáver o tempo preciso de preparação para o enterramento ou a cremação. Nem todo Espírito se desliga prontamente do corpo. Emitir para os companheiros desencarnados, sem exceção, pensamentos de respeito, paz e carinho, seja qual for a sua condição. A caridade é dever para todo clima. Proceder corretamente nos velórios, calando anedotário e galhofa em torno da pessoa desencarnada, tanto quanto cochichos impróprios ao pé do corpo inerte. O companheiro recém-desencarnado pede, sem palavras, a caridade da prece ou do silêncio que o ajudem a refazer-se. Desterrar de si quaisquer conversações ociosas, tratos comerciais ou comentários impróprios nos enterros a que comparecer.

A solenidade mortuária é ato de respeito e dignidade humana. Transformar o culto da saudade, comumente expresso no oferecimento de coroas e flores, em donativos às instituições assistenciais, sem espírito sectário, fazendo o mesmo nas comemorações e homenagens a desencarnados, sejam elas pessoais ou gerais. A saudade somente constrói quando associada ao labor do bem. Ajuizar detidamente as questões referentes a testamentos, resoluções e votos, antes da desencarnação, para não experimentar choques prováveis, ante inesperadas incompreensões de parentes e companheiros. O corpo que morre não se refaz. Aproveitar a oportunidade do sepultamento para orar, ou discorrer sem afetação, quando chamado a isso, sobre a imortalidade da alma e sobre o valor da existência humana. A morte exprime realidade quase totalmente incompreendida na Terra. “Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte.” — Jesus. (JOÃO, 8:51.)

André Luiz, Conduta Espírita,cap.36

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Centro Espírita

O Espiritismo ajuda a entender a vida após a morte?

“O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar à humanidade, por intermédio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e sua relações com o mundo corporal. Mostra-nos esse mundo, não mais como algo sobrenatural, porém, ao contrário, como uma das forças vivas e incessantemente atuantes da natureza, como fonte de uma infinidade de fenômenos incompreendidos até agora e, por essa razão, relegado ao domínio

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do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo alude em várias circunstâncias e, portanto, muito dos seus ensinamentos permaneceram ininteligíveis ou foram erroneamente interpretados. O Espiritismo é a chave com auxílio da qual tudo se explica com facilidade.” __________ (Allan Kardec, O Evangelho segundo o Espiritismo, Editora Auta de Souza, cap. 1, item 5, p. 45)

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Missionários do Bem

Chico Xavier “Francisco Cândido Xavier, mais conhecido como Chico Xavier, nasceu em 02 de abril de 1910, na cidade de Pedro Leopoldo, no estado de Minas Gerais. Seus pais foram João Cândido Xavier e Maria João de Deus. Desde bem pequeno percebia a presença dos espíritos, mas não entendia o que estava acontecendo.Quando tinha cinco anos, sua mãe desencarnou e Chico foi morar com a madrinha. Passou grandes dificuldades nesse lar, mas não reclamava. Muitas vezes ia para o fundo do quintal, chorar, sozinho, e foi lá que viu o espírito de sua mãe e com ela passou a conversar. Seu pai se casou de novo, com Dona Cidália, e ela levou o Chico e todos os seus irmãos para morarem juntos novamente. À medida que crescia, foi compreendendo os ‘fatos estranhos’ que acontecia com ele. Passou a estudar a Doutrina Espírita e entendeu que era médium, e por isso conseguia ver, ouvir e conversar com os espíritos. Aos 17 anos iniciou a tarefa de psicografia, trabalhando ininterruptamente na mediunidade e na assistência e promoção social e espiritual do ser humano. O primeiro livro psicografado por Chico Xavier, foi Parnaso de Além-Túmulo. Desde então, dedicou-se a essa tarefa com disciplina e amor, publicando mais de 412 livros e milhares de cartas do além. Seu mentor espiritual foi Emmanuel, que o acompanhou durante toda a sua trajetória. Desencarnou em 30 de junho de 2002, na cidade de Uberaba, com 92 anos. O legado de Chico Xavier para toda humanidade, além de toda obra psicografada, foi a vivência do ‘ Amar a Deus sobre todas a coisas e ao próximo como a si mesmo’, como ensinou Jesus.”

__________ Livro: Chico Xavier, A terra boa, Editora Auta de Souza.


Galera Jovem

A solidão de um recém-desencarnado PERSONAGENS Luiz Sérgio: Espírito que dá assistência aos jovens Enrico: Devotado trabalhador espiritual da equipe de Luiz Sérgio Rogério: Jovem que desencarnou devido à overdose “Antes de chegarmos à ´estação da morte`, já ouvíamos os gritos da mãe, dos avós, dos tios, dos amigos. Todos estavam desesperados. Rogério, naquela madrugada, havia se excedido com um coquetel de tóxicos. Fizera a mais estranha mistura e rindo, muito alegre, julgara que o jovem corpo tivesse condição de tudo aguentar, não sabendo que a indumentária física é santuário do espírito. Desde que esta não é respeitada, inicia-se a sua decadência. Fomos chegando, devagar. Olhei aquele adolescente

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que na mesa da capela era um personagem solitário, por estar só com a sua consciência, pois esta, atribulada, não lhe dava sossego. Enrico saiu para buscar um dos encarregados da prece, tentando fazer alguém orar. O irmão nos relatou que já se encontrava cansado de tentar intuir alguém à prece, mas ninguém captava os seus pensamentos. Enquanto isso, o espírito do nosso amigo se debatia, num estado desesperador. O suicídio por overdose é terrível e, ali, diante de muitas pessoas, um espírito sofria por demais, solitariamente. A mãe, sob altas doses de medicamentos, encontrava-se adormecida; o pai não acreditava que seu único filho tinha deixado de existir. Os familiares gritavam, não suportando a dor. Enquanto isso, várias pessoas, que compareceram apenas para cumprir uma obrigação social, sorriam e com voz bai-

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Galera Jovem xa, para a família não ouvir, contavam a vida de Rogério: ´Eu sabia que esse menino iria ter esse fim. Drogava-se, bebia desde os doze anos, e os pais só lhe faziam o gosto. Ele mandava e desmandava em todos, era o filhinho do papai, dos avós, dos tios`. Assim, ouvindo os comentários maledicentes sobre aquela família que agora sofria, pudemos constatar que poucos vão a um cemitério por amor e respeito ao desencarnante. A obrigação social é que leva a fatos como este. O certo era que todos fossem contagiados pela dor da família. Pena que isso não aconteça, porque ouvimos até o comentário mais banal: olhe só o vestido da fulana, será que ela pensou que isto fosse um baile? A outra: baile à fantasia? Outro dizia: não acha que o pai está chorando pouco? Sabe quem é aquele senhor? Sei, o político tal. Enrico passeava entre as pessoas, buscando despertar um coração piedoso, mas, pelo que vimos, aquela família rica e poderosa tinha poucos amigos verdadeiros, porque muitos dos que ali se encontravam não podiam ser chamados de amigos. Aproximamo-nos da família enlutada, mas todos eles estavam quase dopados. Haviam tomado comprimidos e não estavam em condição de doar fluidos de amor para o desencarnado. Um grupo espiritual de oração, que trabalha nos cemitérios, tentava

ajudar Rogério, mas até pessoas fazendo negócios havia. Era uma boa ocasião, porque antigos amigos ali se reencontravam. Observei as imensas coroas de flores, as velas que queimavam, o caixão luxuoso, e pensei: de que vale tudo isso, se o Senhor não está presente no coração das criaturas! Mas, mesmo assim, esforçávamo-nos para auxiliar Rogério. Voltei a fitá-lo: o jovem de ontem, rico, com roupas caras, carro importado, enfim, dono do conforto, ali jazia, lutando para compreender a ´morte`. E isso é fato real na vida de todos os encarnados. Rogério sofria, era um suicida inconsciente, mas, por mercê de Deus, aqueles que os ´vivos` julgam mortos lá estavam para ajudá-lo. Mas ele queria muito ser socorrido, ansiava pela luz do esclarecimento para que pudesse voar, e voar para bem longe dali. Nisso, entrou o sacerdote da religião daquela família. Oramos juntos. Uma brisa beijou os cabelos de Rogério e ele pareceu ter encontrado um pouco de paz. Abracei Enrico e chorei muito, penalizado pela situação de Rogério.

__________ Luis Sérgio, Na hora do adeus, psicografia de Irene Pacheco Machado, 2. ed., p. 21-24

“Oramos juntos. Uma brisa beijou os cabelos de Rogério e ele pareceu ter encontrado um pouco de paz....”

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Cantinho da Criança

A alma após a morte Crianças, prestem bastante atenção! Este assunto nos preparará para a verdadeira vida, que é a espiritual.

(Retirado de O Livro dos Espíritos para Crianças 1, Editora Auta de Souza)

"149. Que sucede à alma no instante da morte? Volta a ser Espírito, isto é, volve ao mundo dos Espíritos, donde se apartara momentaneamente.

Mamãe, eu posso levar o Chano para o mundo espiritual quando eu desencarnar? Não, filha. Leia atentamente esta questão de O Livro dos Espíritos. "150. A alma nada leva consigo deste mundo? Nada, a não ser a lembrança e o desejo de ir para um mundo melhor, lembrança cheia de doçura ou de amargor, conforme o uso que ela fez da vida." (1)

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Cantinho da Criança "159. Que sensação experimenta a alma no momento em que reconhece estar no mundo dos Espíritos? Depende. Se praticaste o mal, impelido pelo desejo de o praticar, no primeiro momento te sentirás envergonhado de o haveres praticado. Com a alma do justo as coisas se passam de modo bem diferente. Ela se sente como que aliviada de grande peso, pois que não tem nenhum olhar perscrutador." (1)

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(Retirado de O Livro dos Espíritos para Crianças 1, Editora Auta de Souza)

Pinte o túnel que mostra como está sendo o seu preparo para a vida espiritual:

Estudo

Amor ao próximo

Vingança

Ódio

Perdão

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Rancor

Trabalho

Alegria

Raiva

Preguiça

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Os Espíritos Respondem

Logo após a morte, o homem que se desprende do invólucro material pode sentir a companhia dos entes amados que o precederam no Além-túmulo? Se a sua existência terrestre foi o apostolado do trabalho e do amor a Deus, a transição do plano terrestre para a esfera espiritual será sempre suave. Nessas condições, poderá encontrar imediatamente aqueles que foram, objeto de sua afeição no mundo, na hipótese de se encontrarem no mesmo nível de evolução... Entretanto, aqueles que se desprendem da Terra, saturados de obsessões pelas posses efêmeras do mundo e tocados pela sombra das revoltas incompreensíveis, não encontram tão depressa os entes queridos que os antecederam na sepultura. 1

O espírito desencarnado pode sofrer com a cremação dos elementos cadavéricos? Na cremação, faz-se mister exercer a piedade com os cadáveres, procrastinando por mais horas o ato de destruição das vísceras materiais, pois, de certo modo, existem sempre muitos ecos de sensibilidade entre o Espírito desencarnado e o corpo onde se extinguiu o

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“tônus vital”, nas primeiras horas sequentes ao desenlace, em vista dos fluídos orgânicos que ainda solicitam a alma para as sensações da existência material.2

Quais as primeiras impressões dos que desencarnam por suicídio? A primeira decepção que os aguarda é a realidade da vida que se não extingue com as transições da morte do corpo físico, vida essa agravada por tormentos pavorosos, em virtude de sua decisão tocada de suprema rebeldia.3

O conhecimento do Espiritismo exerce alguma influência sobre a duração, mais ou menos longa, da perturbação? “Influência muito grande, por isso que o Espírito já antecipadamente comprendia a sua situação. Mas, a prática do bem e a consciência pura são o que maior influência exercem.”4 __________ 1 Emmanuel, O consolador, psicografia de Chico Xavier, perg. 149 2 Emmanuel, O consolador, psicografia de Chico Xavier, perg. 151 3 Emmanuel, O consolador, psicografia de Chico Xavier, perg. 154 4 O livro dos Espíritos, FEB, 76.ed., perg 165.

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